gempf - ata da 15a rodada 28-04-2010

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    GEMPF Subjetiva http://grupos.ebeji.com.br/GEMPF

    GEMPF Subjetiva

    Prezado Participante,Voce esta recebendo a publicacao

    das melhores respostas da rodada.As oprruoes manifestadas neste

    f6rum de debates nao refletem,necessariamente, 0 posicionamento dosmediadores e colaboradores do GEMPF.

    Trata-se de material extremamentevalioso, pois reline informacoesprovenientes das mais variadas doutrinase pensamentos, decorrente de varlasformas de pensar 0 Direito, permitindo,com isso, a construcao de uma visaoampla, altamente necessaria para umapreparacao com excelencia.

    A transcricao das respostas se dana integra, da forma como repassadapelos autores.

    Equipe GEMPF

    Ouestao 01 (elaborada pelo Procurador da Republica Dr. Alan Mansur)E cablvel a cobranca de tarifa de agua fixada por sistema progressivo, ou seja, deacordo com a categoria de usuaries e faixas de consumo? Qual 0 posicionamento dosTribunais Patrios?

    NOTA GEMPF: Em nosso ordenamento patrio 0 fornecimento de agua e um servicepublico que e executado mediante concessao, regulamentado pela Lei 8.987/95. Aoanalisar a lei, verificamos que nao existe nenhuma vedacao que a cobranca de tarifa deagua se faca por meio de sistema progressivo. Pelo contrario. em seu artigo 13, admitetal possibilidade: "as tarifas podertio ser diferenciadas em fun~oo das caracteristicastecnicos e dos custos especijicos provenientes do atendim ento aos distintos segm entos deusuarios".

    [Da mesma forma a lei 11.445/2007, que estabelece diretrizes para 0...----------'saneamento basico, admite em seu bojo, assim como a revogada Lei 6.528/78, apossibilidade de fixa

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    t4rt. 29. Os services oubticos de saneamento basico tertia asustentabilidade economico-finonceira assegurada, sempre que possivel,mediante remunera~oo gela cobran~a dos servi~os: (. ..~(... ) ]

    ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ~ 20 Poderiio ser adotados subsidios tariftuios e niio tarfarios para osusuaries e localidades que niio tenham capacidade de pagamento ou escalaeconomica sufjciente gara cobrir 0 custo integral dos servi~osJt4rt. 30. Observado 0 disposto no art. 29 desta Lei, a estrutura deremuneraciio e cobranca dos services oubticos de saneamento basicooodera levar em consideradio os seguintes fatores: ~ - - - - - - - - - - - - - - - - ~I - categorias de usuaries, distribuidas por faixas ou uantidades crescentes'de utiliza~oo ou de consumo; 01....- .....,/I - podroes de usa ou de qualidade requeridos;

    ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ./II - quantidade minima de consumo ou de utiliza~oo do servico, visando agarantia de objetivos socia is, como a preservacao da saude publica, 0adequado atendimento dos usuarios de menor renda e a prote~oo do meioambiente; 0I....- ~IV - custo minimo necessario para disponibilidade do servi~o em quantidadee qualidade adequadas; ~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ~V - ciclos signi/icativos de aumento da demanda dos servi~os, em periodos'distintos; e~ - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ~VI - capacidade de pagamento dos consumidores.

    r4rt. 31. Ossubsidios necessarios ao atendimento de usuarios e localidades'de baixa renda seriio, deg_endendo das caracteristicas dos benefjciarios e daorigem dos recursos: ~--------------------------------------~I - diretos, quando destinados a usuarios determinados, ou in dire tos,quando destinados ao prestador dos services:~--------------------~/I - tarlforios, quando integrarem a estrutura tarifaria, ou fiscais, quando'decorrerem da aloca~oo de recursos or~amentarios, inclusive por meio desubvencoes: 0I....- ~/II - internos a cada titular ou entre localidades, nas hig6teses de gestooassociada e de presta~oo regional.Essa materia, inclusive, foi pacificada pela Primeira Secao do Superior,...----------'ifribunal de Justica no julgamento do Resp 1113403/RJ, publicada em 15/09/09, em que

    o STJ considerou legftima cobranca de agua fixada por sistema progressivo. Essa decisaofoi concretizada na surnula 407 deste Tribunal: l i e legftima a cobranca da tarifa de aguafixada de acordo com as categorias de usuarios e as faixas de consumo".

    George Fellcio (Fortaleza/CE) escreveu:

    r 4 presta~oo do servi~o publico de fornecimento de agua, em nosso

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    ordenamento, ocorre mediante concessoes, regidas pela Lei nQ8.987/95, ee remunerada por tarifas (ou precos publicos). Consoante este diploma legal (art. 13), astarifas podertio ser diferenciadas em Jun~ao das caracteristicas tecnicas e dos custosespecijicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuarios.

    Vale mencionar que, ao transferir a execucao de determinado servicepublico ao setor privado, 0 Estado reserva a si os direitos de regulacao, controle eftscalizacao, realizados por uma agencia reguladora. Nesse sentido, a Constituicaodisp5e, no artigo 175, III, que a polftica tarifaria sera disposta em lei. Ademais, e precisodar guarida aos princfpios constitucionais, mormente 0 da finalidade, 0 qual enuncia aprotecao aos usuaries do service publico. A polftica tarifaria, entao, tem de levar emconsideracao os custos do service e tarnbern 0 escalonamento de preco.

    Oeste modo, a interpretaciio daquela norma ha de ser [eita a luz do~---___.principio da isonomia, 0 qual admite diferenciacoes relacionadas com a atividade ou asitua~ao pessoal do usuario do servico, de modo a pagar menos 0 consumidor commenor gasto, em nome da politica das a~oes aJirmativas.

    t4 ser assim, entendem nossos tribunais que e cabivel a cobronca de tarifa~-------'de aqua por sistema progressivo, como dispoe a recente Surnula nQ407 do STJ.Assevere-se, por Jim, que, diante das desigualdades sociais e econ6micas dos usuarios de servicospublicos, essa politica de discriminaciio tarijaria busca ejetivar, a partir de criteriosrazoaveis e proporcionais, a igualdade juridical no intuito de concretizar a justi~a social.Rodrigo Leventi Guimaraes (Porto Velho/RO) escreveu:

    Entende-se por "tarifa" 0 valor pago em contrapartida a prestacao deservice publico nao-essencial, ou seja, uti singuli, prestado atraves de empresas publicasconcessionarias ou perrnissionarias do Poder Publico. Trata-se, portanto, de precopublico, diferenciando-se da "taxa", uma vez que esta e compulsoria em razao de serespecie de tributo (art. 77 do CTN).

    Segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal. assim como do~-------'Superior Tribunal de Justica, a contrapartida Jinanceira cobrada pelo Jornecimento deservico publico de aqua e esgoto detem natureza juridica de tarija, haja vista apossibilidade de escolha do usuario em "contratar ou adquirir" 0produto ou servico, poisniio ha compulsoriedade. No ponto da questiio. em relaciio a progressividade, esta e umatributo do Imposto de Renda, IPTU e ITR (a Jim de propiciar maior Jun~ao social aI{lrogriedade e solidariedade na divisao da renda), estando inerente aos imgostos.

    Todavia, recentemente, 0 Superior Tribunal de Justico entendeu que e~---___.legitima a cobronca de tarifa de aqua Jixada pelo sistema progressivo, de acordo com acategoria de usuarios e [aixas de consumo. A fundamentacao apresentada pelo snvislumbrou estimulo no uso racional dos recursos hidricos. t certo ue tal decisao visa

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    oroteqer 0meio ambiente e 0 consumo otimizado da aqua, que e limitada, deve ser vistacom ressalvas a cada caso concreto, dada a magnitude de usuarios, eis que no Brasil saomais de 180 milhoes de consumidores (a agua e {Jroduto {Jrimario, todos consomem}.

    t4 questiio de fundo ultrapassa os limites jurisdicionais e aicanca a seara~---___.'das politicas oubticos de educaciio ambiental, sendo certo que 0 consumidor mais"gastador" oaqara mais pela aqua (que niio raras as vezes, desperdicada}. Assim, oSTJacabou por reeducar pela [orca agressiva do Estado. Impende registrar que pelanatureza juridica de {J_re~oJ_ublico,a tariia esta sujeita ao {J_razoJ_rescricional{J_revistonoC6digo Civil.Francisco Diego Moreira Batista (Teresina/PI) escreveu:

    E cabfvel a cobranca progressiva de tarifa de agua e esgotos conforme 0consumo. 0 STJja tem posicionamento neste sentido, inclusive tendo sido decidido pelaPrimeira Secao em julgamento submetido aos procedimentos de Recursos Repetitivos(art. 543-C, do CPC). 0 entendimento de nossos tribunais superiores se funda naconjugacao de alguns dispositivos legais.

    o primeiro deles e 0 artigo 13 da Lei 8.987/95 (Lei das Concessoes e~---___.Permissiies de Servicos Pubiicos), que dispoe 0 seguinte: "Art. 13. As tarifas podertio sen'diferenciadas em fun~ao das caracteristicas tecnicos e dos custos eS{Jecifjcosprovenientes do atendimento aos distintos segmentos de usuarios".

    o outro dispositivo legal e 0 artigo 4Qda Lei 6.528/78, posteriormente.--------'revogada pela lei 11.445/2007 (estabelece as politicas nacionais de saneamento basico),29/31, ue estabelecem a possibilidade de cobrar tarifa progressiva nestes

    Este entendimento atente as politicas de acoes afirmativas, pois oaqora~-------'menos 0 consumidor mais pobre e que menos utiliza 0 recurso limitado e oaqara mais(com cobranca de forma progressiva) aquele que mais utilizar do recurso ambiental.Tambem e uma forma de estimular a economia de aqua, com pensamento voltado aoroteciio do meio ambiente. Por isso, alem de lega" a cobran~a atende a principiosconstituciona is.

    Ouestao 02 (elaborada pelo Procurador da Republica Dr. Alan Mansur)Disserte acerca da proiblcao ao confisco no direito brasileiro.

    NOTA GEMPF: Segundo Alexandre de Moraes (Direito Constitucional. Sao Paulo: Atlas,zDiD, R.886) "confisco ou confisca~ao {Jode ser entendido como ato do {Joder {Jublico dePreparacao de qualidade para concursos? http://grupos.ebeji.com.br 4

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    'decretacao de aoreensiio, adjudicaciio ou perda de bens pertencentes ao contribuinte,sem contrapartida de justa indenizaciio", A Carta Magna no seu artigo 150, IV, veda aopoder estatal a possibilidade de tributar com finalidade confiscat6ria, sendo, ~:)Ortanto,uma limita

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    ooropriacdo, no todo ou em parte, do potrimonio ou dos rendimentos do contribuinte,'devido a uma insuportabilidade da carga tributarta de sorte a: i) impedir sua existencia'digna ou ii) impedir a pratica de uma atividade profissionallicita ou iii) impedir a regulansatisfa~oo de necessidades vita is, a exemplo de educa~oo, saude e habita~oo.

    Nao existe, tendo em vista 0 conteudo de clausula aberta do princlpio,posi

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    magistrado atestar se a cobranco de um tributo e exorbitante ao {Jonto de instituinverdadeiro confisco de seus bens.

    Por fim, e importante afirmar que tal principio niio impede a aoucacao da.----------'pena de perdimento de bens, prevista no artigo 5Q, XLVI, "b", da CF188: "a lei requtara aindividualiza~oo da pena e ado tara, entre outras, as seguintes: b) perda de bens".Tampouco impede 0 confisco de terras utilizadas para planta~oo de psicotr6picos, ta!qual previsto no artigo 243 da CF188: "As glebas de qualquer reqitio do Pais onde foremlocalizadas culturas ilegais de plantas psicotr6picas seriio imediatamente expropriadas eespecificamente destinadas ao assentamento de colonos, para 0 cultivo de produtosalimenticios e medicamentosos, sem qualquer indenizoctio ao proprietario e semprejuizo de outras sancoes previstas em lei". Isto porque tributo niio e sanciio. e estas'duas hifJ_6tesesconfjguram-se como afJ_lica~oode san~oo a atividades ilicitas.

    Luciano Carlos Castro Filho (Juiz de Fora/MG) escreveu:Para Ricardo Alexandre, 0 principio da vedociio ao confisco tarnberri.----------'poderia ser denominado de principio da razoabilidade ou proporcionalidade da carga

    tributaria. 0 legislador, ao se utilizar do poder de tributar, deve faze-to de formarazoavel e moderada, sem que a tnbutocao tenha por efeito impedir 0 exercicio deatividades licitas pelo contribuinte, dificultar 0 suprimento de suas necessidades vitaisbasicas ou comfJ_rometerseu dire ito a uma exigencia digna.

    o principio da vedociio ao confisco e expresso em ctausula aberta ou.------___.conceito juridico indeterminado, cabendo ao prudente arbitrio do juiz, em cada caso queIhe for submetido, avaliar a existencia ou niio do confisco. Para 0 Supremo Tribuna!Federal. niio se deve analisar 0 tributo isoladamente, pois pode ser que seu peso,isoladamente, niio aparente gerar ejeito confiscat6rio, mas, ao ser acrescido a outrostributos cobrados pelo mesmo ente, a razoabilidade desapare~a.

    Niio se deve confundir 0 tributo confiscat6rio com a possibilidade de.------___.aplica~oo de pena de perdimento, esta prevista pelo art. 5Q, XLVI, CF. 0 tributo niio esan~oo por ato ilicito (art. 3Q, CTN). Por fjm, 0 fJ_rincifJ_ioo noo confjsco tambem eaplicavel as multas tributarias.Sandra Aparecida Carrilho da Silva (Campo Grande/MS) escreveu:

    A Constitutcao Federal no art. 150, inciso IV, veda a Uniao e aos Estadosmembros a utilizacao de tributo com efeito de confisco. 0 confisco pode sercaracterizado como a tributacao excessiva, exacerbada, escorchante. Entrementes essalirnitacao se afigura casulstica, porquanto nao ha delirnitacao objetiva do que seriatributacao excessiva.

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    t4 doutrina reconhece a dificuldade em se reconhecer a exata demorcadio~---___.'do ponto a partir do qual a tributacao se torna confiscat6ria, todavia, tem-seconsiderado duas modalidades fundamentais de confisco: a) considerando-seexclusivamente a operaciio tributaria: b) considerando-se a significa~oo daquela quantiaante a situa~oo gatrimonial do contribuinte.

    Parte da doutrina entende que 0 confisco niio pode ser examinado a partin~-------''de cada tributo, mas da universalidade de toda a carga tributarta incidente sobre umunico contribuinte, isto porque, se a soma dos diversos tributos incidentes representancarga que impeca 0 pagador de viver e se desenvolver, estaremos diante de carga gera~confiscat6ria. Haveria assim, um tributo confjscat6rio e um sistema confjscat6rio'decorrencial.

    r 4 par das elucubrocoes retro assinaladas viceja a indaga~oo se caberia~---___.aplicar 0 rejerido postulado as multas exacerbadas. 0STF tem aplicado entendimento'de que se deve estender 0 Principio da niio confiscabilidade as multas confiscat6rias,porquanto 0 carater confiscat6rio deve ser avaliado a luz de todo 0 sistema tributario,ou seja, em relaciio a carga tributarta total resultante dos tributos em conjunto e nooem fun~oo de cada tributo isoladamente analisado.

    Conquanto haja a referida proibicao de confisco, ha no sistema vigenteuma excecao, uma vez que a jurisprudencia permite a nao aplicacao do referidoprinclpio aos tributos extrafiscais, porquanto a ernergencia da situacao posta, poderadar azo a alfquotas exageradamente gravosas em abono do privilegio de regulacao daeconomia. Igualmente nao se aplica 0 princlpio ora em apreco ao IPI, como gravameobrigatoriamente seletivo, em funcao da essencialidade do produto.

    Daiane R. (Curitiba/PR) escreveu:

    o principio da vedociio ao confisco e constitucionalmente assegurado no~---___.'direito brasileiro, que oreve expressamente a garantia do direito de propriedade (art. 5Q ,caput e XII da CF), tanto em sua eficacia horizontal (relacoes entre particulares) quantoem sua eficacia vertical (rela~oo do individuo com 0 Poder Publico), prevendo,especificamente nesse caso, a proibi~oo de os entes da federa~oo utilizarem tributo comeieito de confjsco (art. lSD, 1\0CF).

    t4ssim, ainda que 0 Estado possa se valer da cobronca de tributos para~---___.[inanciar sua orqanizactio social, tal possibilidade encontra limites na propriedadeprivada assegurada aos individuos, a qual, embora niio goze de protecao absoluta,igualmente niio pode ser anulada pela cobran~a excessiva de tributos, ue teria efeitoconfjscat6rio.

    Denota-se, assim, que a proibi~oo do confisco tambem se relaciona com 0~-------'principio da aten~oo a capacidade contributiva do individuo (art. 145, lQ , CF),segundoPreparacao de qualidade para concursos? http://grupos.ebeji.com.br 8

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    GEMPFSubjetiva http://grupos.ebeji.com.br/GEMPFo qual os tributos devem ser graduados de acordo com a ca{Jocidade econ6mica docontribuin te.

    Desta forma, tem-se que a proibi~ao do confisco informa tanto a atividade..--- ---1do legislador quanto a do julgador, devendo este ultimo, diante da situa~ao concreta,aferir se houve ou nao desrespeito a proibi~ao do confisco.

    Ouestao 03 (elaborada pelo Procurador da Republica Dr. Alan Mansur)Circunstanclas atenuantes genericas podem conduzir a reducao da pena abaixo domlnimo legal? Fundamente.

    NOTA GEMPF: As atenuantes genericas sao circunstancias legalmente previstas capazesde minorar 0 quantum da pena. Segundo Guilherme Nucci lias atenuantes saocircunstancias de carater objetivo ou subjetivo, que servem para expressar uma menonculpabilidade e atenuar a penal sem qualquer liga~ao com a ti{J_icidade." (C6digo PenalComentado. Revista dos Tribunais, 2004).

    'A materia, embora tivesse divergencias doutrinarias, tinha seu.--------'entendimento sedimentado pela doutrina rnajoritaria e pela jurisprudencia do Supremoe do Superior Tribunal Justica no sentido de que as circunstancias atenuantes naopodem conduzir a reducao da pena abaixo do rnlnirno legal. Esse entendimento,inclusive, foi objeto da surnula 231 do STJ, que assim disp5e: "a incidencia dacircunstancia atenuante nao pode conduzir a redu~ao da pena abaixo do minimo legal".

    o tema novamente foi objeto de discussao no Supremo, levado ao..--- ----1Plenario por meio de recurso extraordinario (RE 597270), em que foi reconhecida aexistencia de repercussao geral. Por unanimidade 0 Supremo Tribunal Federal reafirmoua sua jurisprudencia quanto a impossibilidade de fixacao da pena abaixo do quantumlegal em decorrencia das circunstancias atenuantes -Informativo 540 de 2009 do STF.Ademar Maranhao (Campo Grande/MS) escreveu:

    Segundo a surnula 231 do Superior Tribunal de Justica, "a incidencia dacircunstancia atenuante nao pode conduzir a reducao da pena abaixo do rnlnirno legal".Nos termos desse entendimento, a atenuante sempre atua reduzindo a pena, salvoquando a pena-base for fixada no rnlnirno legal.

    t4rgumenta-se que a reductio que ultrapasse 0minimo ira ferir os principios...---------1'do legalidade, isonomia e individualiza~ao da pena. Para 0 STJ, a individualiza~ao dapena constitui obriga~ao funcional do juiz e uma garantia da sociedade e do juiz; dadoesse carater, a lei estabelece criterio iundamentado na Constitui~ao que deve sen

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    respeitado. Nesses termos, a ausencia dos para metros apontados na lei resultaria emsistema de ampla determina~oo, incompativel com a reserva legal.

    rAdemais, tal hip6tese daria ensejo a constantes tratamentos...----------'infundadamente diferenciados. Para Alberto Silva Franco, semelhante hip6tese (permitinao juiz superar os limites legais da pena) encerra serio perigo ao dire ito de liberdade,uma vez que, aiora autorizar a vioiacao do limite minimo pelas atenuantes, tamberripermitiria que, em raziio de agravantes, fosse determinada pena acima do maximolegal. Nesse sentido, Damasio de Jesus e Cezar Roberto Bitencourt tambem adotam 0entendimento de que a atenuante generica encontra-se limitada pela pena minimalegalmente Rrevista.

    Cabe anotar que, em sentido contrario, Roqerio Greco abroca a iaeta de...------___.que a atenuante devera forcer a diminuiciu: da pena-base, ainda que fixada em seuminimo legal na 19 fase. Argumenta que 0 art. 65 do C6digo Penal niio faz qualquenressalva, determinando, ao contrario, que as circunsttincias que enumera sempreatenuam a pena. Para 0 ilustre doutrinador, a posi~oo majoriuuia inviabiliza 0 exerciciode direitos pelo reu, sendo que a diminuiciio da pena para aquem do minimo legal, pon[oro: da atenunante qenerica, teria evidente reflexo pratico, ponto em que destaca aeventual incidencia da grescri~oo.Poli (Recife/PE) escreveu:

    E cedico que 0 Brasil adota 0 sistema trifasico de dosimetria da pena,segundo 0 qual, ao aplicar a reprimenda, 0 juiz deve fixar a pena base de acordo com ascircunstancias judiciais previstas no art. 59 do CPoPosteriormente, agrava-a ou a atenuacom fundamento nas circunstancias agravantes ou atenuantes genericas (arts. 61 a 67do CPl. Por fim, na terceira fase, estabelece a pena definitiva, com fundamento nascausas de dtminuicao e de aumento. Muito se discute se se poderia aplicar a penaacima do maximo ou abaixo do rnfnirno legal.

    Parte da doutrina entende que s6 a pena base niio poderia exceder 0...----------'maximo ou ser fixada oquem do minimo, previstos abstratamente na normaincriminadora. Logo, tanto a pena intermediaria quanto a definitiva poderiam ficar forade tais gorametros, conforme 0 caso concreto.

    Ocorre que a jurisorudencia dos Tribunais Superiores e firme em niio...------___.aceitar a suoeractio de tais limites. 0 STJ, alias, editou a sumula 231 e definiu que "aincidencia da circunstancia atenuante noo gode conduzir a redu~oo da gena abaixo dominimo legal".

    o STF acompanha 0 entendimento sumulado (vide RE 597270). Nesse.--------'yulgado, importa destacar que 0 Ministro Cezar Peluso ventilou a tese de ser possivel aredu~oo a uem do minimo em razoo de situap3es peculiares ao caso concreto, na

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    terceira [ase da dosimetria, por questiies de equidade e com a Jinalidade de garantir aindividualiza~oo da pen a e 0 devido processo legal.t4 critica que se [az a tal entendimento e que ele, mais prejudicial ao reu, niio encontralfundamento legal, 0 que consistiria em atentado ao principio da reserva legal.

    Por Jim, insta ressaltar que, aparentemente, a raziio pela.----------'[urisprudencia entende que as circunstancios judiciais e as agravantes e atenuantes niiopodem ultrapassar a pena minima e a maxima decorre do Jato de estas niio serem, aocontrario das causas de diminukiio e de aumento, tarifadas pelo legislador, 0 gueconJeriria grandissima e ate indesejavel margem de discricionariedade ao juiz.

    Rachel Barreto (Campina Grande/PB) escreveu:

    Quando fixada no grau mais baixo na primeira fase, atenuantes genericasnao podem trazer a pena abaixo do rnlnirno legal. Primeiro, vale salientar que asatenuantes genericas nao se confundem com as causas de diminuicao da pena. Asprimeiras, em regra, atuam exclusivamente no campo da individualizacao [udiciaria"concreta" da pena. Enquanto que as causas de diminuicao funcionam tanto na fase defixacao "concreta" da pena quanto em sua cominacao "abstrata.

    t4 s atenuantes, niio podem extra polar os limites legais tendo em vista que.----------'niio inJluenciam na cominaciio abstrata. A jurisprudencio consolidada nos TribunaisSuperiores e no sentido de que a inckiencia de circunsttincias atenuantes noo podemreduzir a l2ena I2rivativa de liberdade aguem do minimo legal.

    Consequentemente, quando a pen a base [or Jixada no minimo legal 0.------___.reconhecimento de circunstancia atenuante niio tem 0 condiio de reduzir a pen a 'inconcreto' a patamar oquem daquele limite minimo. Essa tese tambem encontralfundamento na Sumula n.Q 231-STJ.

    rAcolher entendimento contrario possibilitaria 'a contrario sensu', que as...------___.agravantes, que sempre agravam a penal pudessem elevar a pen a acima do limitemaximo, 0 gue aJrontaria com 0 grincigio da legalidade.

    George Fellcio (Fortaleza/CE) escreveu:

    Oeve-se afirmar que a sequranca juridical tendo como [oco 0 Oireito Penal,.------___.irradia duas garantias: a) a descriciio tipica do Jato delituoso, a qual permite que toda asociedade tenha conhecimento da conduta proibida pela lei penal; e b) 0estabelecimento da sanciio apllcavel aque!e que pratica 0 injusto, de modo acaracterizar a Jun~oo da pen a como preventiva do delito. Oesta [eita, estando presentestodos os elementos tipicos na conduta, a aplica~oo de uma sancio abaixo do minimolegal geraria 0 enJraguecimento da l2ena no tocante a sua iunoo de I2revenoonegativa.

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    Embora 0 artigo 65 do C6digo Penal enumere as circunsttincias que...----------''sempre' atenuam a penal e imperioso esclarecer que essa norma h6 de ser interpretadaapenas quando a pena-base tenha sido fixada em quantum superior ao minimocominado no tipo penal. Esse e 0 entendimento de h6 muito remansoso em nossostribunais superiores (STF e STJ), sendo, inclusive, objeto da Sumula nQ231 do STJ; nocaso, obtempera-se que a exegese dos que entendem possivel a reductio da pena abaixo'do minimo teqat, conduzida por atenuantes genericas, ofende 0 criterio trif6sico doc61culo da san~ao.

    A ser assim, interpretacao sistematica e teleol6gica dos artigos 59, 67 e 68do CP permite ilacao no sentido de que apenas na terceira fase da dosimetria da pena(analise das causas de aumento ou de diminuicao da penal e possfvel alcancar pena finalaquern do rnlnirno ou alern do maximo previsto no tipo.

    Logo, as circunstancias atenuantes genericas (examinadas na segunda fasedo sistema de fixacao da penal nao podem conduzir a reducao da pena abaixo dornlnirno legal.

    Dissertacao (elaborada pelo Procurador da Republica Dr. Alan Mansur)Membro do Ministerio Publico do Trabalho, em lnquerito civil publico instaurado emdeterminada Procuradoria Regional do Trabalho, requisitou, por diversas vezes, sob aspenas da lei, com todos os alertas devidos, lnforrnacoes a Secreta rio Municipal deSaude. Porem, nao recebeu as lnforrnacoes, que sao imprescindlveis para instruir 0referido inquerlto civil. Ainda, ressalte-se que neste caso os oflcios foramencaminhados com aviso de recebimento, ou seja, ha comprovacao de que asrequislcoes foram recebidas pelo proprio Secreta rio, que se quedou inerte. Nestesentido, 0 Procurador do Trabalho representou, com copla integral do lnquerito civilpublico, ao Ministerio Publico Federal, para as providenclas cablveis. Assim, comoProcurador da Republica de posse desta representacao, quais as provldenclas cablveis?Fundamente

    NOTA GEMPF: As reqursicoes ministeriais sao mecanismos fundamentais para 0exercfcio da atividade do membro do Ministerio Publico, pois visa facilitar e tornar maiscelere 0 desenvolvimento de seu mister. Tal ferramenta possui previsao constitucional,artigo 129, VI, que assim disp5e: "expedir notiiicacaes nos procedimentosadministrativos de sua competencia, requisitando informa~oes e documentos parainstrui-Ios, na forma da lei complementar respectiva;/I.

    Da mesma forma, a Lei Organica do Ministerio Publico da Uniao - LC75/93...----------'- em seu artigo 8Q weceitua como atribui

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    informacoes, que tem carater coercitivo, inquisitivo e obrigatorlo, ou seja, 0 destinatariotem 0 dever de responde-la, nao se trata de mera faculdade, sob pena deresRonsabilidade.

    t4rt. 8Q Para 0 exercicio de suas otnbuicoes, 0 Ministerio Publico da Uniaopodero, nos g_rocedimentos de sua comg_etencia:II. requisitar irformacoes, exames, pericias e documentos de autoridades dat4dministra~ao Publica direta ou indireta;' 3Q A falta injustificada e 0 retardamento indevido do cumprimento dasrequisioes do Ministerio Publico img_licarao a resg_onsabilidade de quem Ihe den

    '5. As requisicoes do Ministerio Publico seriio feitas fixando-se prazo razoavei'de ate 10 (dez) dias uteis para atendimento, prorrogovel mediante solicita~aoyustificada."Destarte, a conduta do Secreta rio Municipal de nao responder as~---___.requislcoes do Ministerio Publico do Trabalho descumpre preceitos estatufdos como

    prerrogativas do Parquet, 0 que demonstra desrespeito as instituicoes dernocraticaslincorrendo 0 Secreta rio na conduta tipificada no artigo 11, II, da Lei de ImprobidadeAdministrativa (Lei 8.429/92).

    t4rt. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra osprincipios da odministractio publica qualquer acdo ou omissiio que viole os'deveres de honestidade, img_arcialidade, legalidade, e lealdade a sinstitui~oes, e notadamente:II. retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de oficio;Ademais, 0 Secreta rio Municipal, ainda, infringiu 0 artigo 10Q da Lei~-~-___.

    il.347/85 que preve 0 crime de desobediencia em sede de inquerito civil publico ouprocedimento administrativo "a recusa, 0 retardamento ou a omissao de dados tecnicosindispensaveis a propositura da a

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    acrescentar a necessidade de que se com prove que 0 agente recebeu, de fato, talcornunicacao. Para isso, importante 0 recebimento pessoal por aviso de recebimentoou, em determinados casos, 0 pr6prio encaminhamento em maos do agente Rublico,atraves de servidor do Ministerio Publico.

    Ainda, para que se configure 0 crime previsto no artigo 10 da Lei de A

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    peculiar de determinado offcio ou profissao. Desta feita, os dados solicitados podem ounao ser tecnicos, bem como podem ou nao ser indispensaveis a propositura de acao civilpublica. Somente havera a tipicidade do art. 10 da LACP se forem igualmente tecnicos eindispensaveis, analise a ser realizada diante do caso concreto.

    Ante 0 quadro narrado e por nao dispor de atribuicao criminal, 0 membrodo Ministerio Publico do Trabalho representou ao membro do Ministerio PublicoFederal afim de que fossem tomadas as providencias cabfveis. Tal representacao facultaao Procurador da Republica as seguintes possibilidades.

    Inicialmente, entendendo pela inexistencia de fato tfpico, seja porque asinformacoes solicitadas nao consubstanciam dados tecnicos, porque dispensaveis apropositura de acao civil publica ou porque nao demonstrado 0 dolo, pode 0 Procuradorda Republica responsavel pleitear pelo arquivamento das pecas de inforrnacaorecebidas pelo MPT, fazendo-o fundamentadamente.

    Com efeito, disp5e 0 art. 14 da Res. 77.04/CSMPF que nesta hip6tese 0Procurador do Trabalho interessado sera cientificado formalmente da prornocao dearquivamento e da faculdade de apresentar raz5es e documentos que serao juntadosaos autos para nova apreciacao do Ministerio Publico Federal. Os autos das pecasinformativas arquivadas serao remetidos, no prazo de 05 (cinco) dias, a 2!! Camara deCoordenacao e Revisao do Ministerio Publico Federal.

    Entendendo que 0 jato e tipico, mas falta a documentociio robustez ou.....--------'mesmo a demonstracao da justa causa para a a~ao penal, poaera 0 Procuradonrequisitar a instauraciio de um inquerito policial que alcance os dados almejados, bemcomo Ihe e permitido, em entendimento assentado pelo sTF em 2009, promovenparalelamente as investiqacaes que julgar pertinentes a elucidacao dos fatos. Atente-seue 0Procurador ue atuar na fase do in uerito nao e impedido de realizar a denuncia.

    Finalmente, suficientemente instruida a notitia criminis recebida, cabera.....-------1ao Procurador da Republica ofertar a devida derumcia contra 0 Secreta rio Municipal deSaude, porquanto e cedico que 0 inquerito policial e procedimento administrativoinvestigat6rio disoensavel, bem como 0 delito em especie e de acdo penal publicaincondicionada. Releva notar que a denuncia ora ventilada devera pormenorizar os'dados tecnicos solicitados, demonstrando claramente a indispensabilidade dos mesmosa fJrOfJositura da a~ao civil Rublica corresRondente, sob Rena de ineRcia.Rodrigo Leventi Guimaraes (Porto Velho/RO) escreveu:

    o Ministerio Publico e institui

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    nottftcocoes nos procedimentos administrativos de sua competencia, requisitandoinforma~oes e documentos para instrui-Ios, na forma da lei complementar respectiva.

    t not6ria a finalidade constitucional de coibir atividades afrontosas a...---------ordem juridica. as principios constitucionais 500 basilares e fundamentam a Republica,tal como deve ser preservada. t para essa missiio que 0 Ministerio Publico estaengajado, uma vez que 0 rejerido dispositivo autoriza e valida as requisi~oesministeriais. A fim de suprir exiqencia constitucional fora editada a Lei Complementar nQ75/1993, organizando 0Ministerio Publico da Unitio. A bem da verdade, 0 advento destaLei Complementar foi uma conquista da lnstituidio, que desde quando fora criada, viu-semargeada por interesses politicos adversos aos seus intentos. Consta no artigo 89 da LeiComplementar n9 75/1993, um rol de procedimentos que "poderiio" ser adotados pelo6rgoo do Parquet, caso seja necessario a elucidaoo da situaoo juridica.

    A comumente resistencia de algumas autoridades confundem-se com atemeridade provocada pela senso comum de que 0 Ministerio Publico l i e Orgaoacusador", quando, em realidade, e de defesa social (por isso sua funcao fiscalizadora).o contexto proposto pelo Texto Patrio de 88, observa que os artigos 127 ao 129fundamentam um "rnlnirno existencial" para que 0 Ministerio Publico possa realizarsuas funcoes institucionais com a necessaria liberdade, pois nao ha, repisa-se, diante dosistema constitucional, qualquer vedacao a arnpliacao de poderes ao Ministerio Publico.Quer-se dizer que 0 Secreta rio Municipal de Saude deveria responder as invocacoes doProcurador do Trabalho, a uma porque a adrninistracao publica e transparente econtinua (nao ha espaco para interesse privado), a duas porque os interesses envolvidossao da sociedade e a divulgacao das informacoes requisitadas estariam, primeiramente,submetidas a apreciacao do ilustre Procurador, nao ensejando, necessariamente, numaprova contra a atividade politica exercida pelo Secreta rio, e por fim, 0 Membro doMinisterio Publico e autoridade, incumbida de munus publico, e como respeito deve sertratada.

    Longe de retratar ret6rica sofista, 0 acervo legislativo revela importantespoderes requisit6rios a fim de que a autoridade requisitante desempenhe uma atuocaoagil, pois assim quer a Republica (art. 59, inciso LXXVI/I,CF/88), uma vez que 0MinisterioPublico podera melhor analisar a dimenstio dos fatos ocorridos, impedindotnovimentaciio inutil do tudiciario. Veja-se no mesmo artigo 129, inciso IX, daconsutuidio Federal rezando que 0Ministerio Publico poaera exercer outras fun~oes queIhe forem conferidas, desde que compativeis com sua finalidade. a artigo 8, 1, da Lein. 7.347/85, 0 qual estabelece que 0 Ministerio Publico poaera instaurar, sob suaoresidencia, inquerito civil, "ou" requisitar, de qualquer organismo publico ou particular,certidoes. iniormocoes, exames ou pericias, no prazo que assinalar, 0 qual niio poderoser inferior a 10 (dez) dias uteis, alem do art. 26, I, "b" e \ 0 da Lei Organica do MinisterioPublico Nacional (Lei n9 8.625/92), dispondo que "no exercicio de suas juncoes, 0tvunisterto Publico podera "requisitar irformacoes, exames periciais e documentos deautoridades federais, estaduais e municipais, bem como dos 6rgoos e entidades da

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    odministracao direta, indireta ou fundacionoi, de qualquer dos Poderes da Uniiio, dosEstados, do Distrito Federal e dos Municipios" e "compete ao Ministerio Publico praticanatos administrativos execut6rios, de carater {Jre{Jorat6rio.

    Tal conjuntura visa subsidiar a missiio excelsa do Ministerio Publico.~---___.Todavia, e necessario que ha ressalvas quanto as hip6teses legais de informacoes.quanto a sequranca nacional. No ponto, na condkiio de Procurador da Republicaoferecia derumcia contra 0 Secreta rio Municial de Soude por crimes contra a'administracao publica, na forma do art. 10 da Lei de A~ao Civil Publica, e se for 0 caso,'de prevaricaciio previsto no art. 319 do C6digo Penal, alem de improbidadeadministrativa {J_orato {J_revistonos artigos 9 ao 11Qda Lei nQ8.429/92.Poli (Recife/PE) escreveu:

    o artigo 129, VI da CRFBestabelece caber ao MP requisitar tniormocoes e...----------''documentos para instruir os processos administrativos sob sua responsabilidade. Nomesmo sentido dispoe a LC n. 75/93, que acrescenta a falta injustificada e 0retardamento indevido do cumprimento das requisi~oes formuladas implicarem aresponsabilidade de quem Ihe der causa. Nessa esteira, a Lei n. 7.347/75 (artigo 10)creve constituir crime a recusa, 0 retardamento ou a omissiio de dados tecnicosindispensaveis a propositura da a~ao civit quando requisitados pelo MP.

    Logo, 0 tipo penal previsto na Lei n. 7.347/75 e especial em reladio ao do.----------'artigo 330 do CP, motivo pelo qua" no caso de niio atendimento a reauisidio do MP,lformulada em in uerito civil publico, configurado estara 0 crime previsto na lei especial.

    No caso dado, portanto, 0 Secreta rio devera ser denunciado pela praticado referido crime, devendo a denuncia apontar a existencia de expressa rnencao, narequisicao, de serem os documentos requisitados necessaries a propositura de acao civilpublica. 0 orgao acusador devera demonstrar, outrossim, que os dados requisitados,mas sonegados, inseriam-se no conceito de "dados tecnicos" e nao estavamacobertados por sigilo legal.

    Gustavo Brum (Porto Alegre/RS) escreveu:A Adrninistracao Publica esta orientada pelos princfpios da publicidade e

    moralidade, deduzindo-se desses princfpios 0 dever de transparencia das atividadesadministrativas, em especial do Poder Executivo que e 0 gestor - por excelencia - dosrecursos publicos,

    No caso em tela, deparamo-nos com a ornissao de Secreta rio Municipal nofornecimento de dados requisitados pelo Ministerio Publico do Trabalho, revelando-setal conduta como infracional, ilegal e fmproba, pelos seguintes fundamentos:

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    A um, 0 Ministerio Publico e instituidio vocacionada para fiscaliza~oo da~-----___,;~!Administra~oo, possuindo para tal atribuicoes constitucionais para requisitaninformacoes e documentos das autoridades administrativas (art. 129, VI, CF), inclusive 0MPG nos termos do art. 84, II, da LC 75/93. A requisi~oo de informaciies, portanto, elegitima e 0 seu niio cumprimento im{Jlica em talta administrativa e quebra de {Jrinci{Jioadministrativo (transparencia).

    r 4 dois, 0 simples descumprimento de requisictio, em principio, niio permite.----------'o enquadramento em um tipo penal, porquanto se trata de conduta atipica. Note-se queniio se configura 0 delito de prevaricaciio (art. 319, CP), por niio haver noticia dasatisfa~oo de interesse proprio ou alheio; assim como niio configura 0 delito de'desobediencia (art. 330, CP),por se tratar 0 infra tor de agente publico e niio particular.r 4 conduta do Secretario, no entanto, caracteriza, por certo, infra~oo funcional, a qua~'deveser apurada mediante a Lei dos Servidores Publicos Municipais, atraves de Processo!Administrativo Disciplinar a ser instaurado no ambito municipal, mediante notifica~oo'dosU{Jerior hierarquico.

    ! A tres, a omissiio do agente publico caracterizou ato de improbidade, pon~---___.violooio de principio administrativo (principio da transp orencia), determinando 0ajuizamento de acdo civil publica por ato de improbidade administrativa, com fulcro noart. 11, 1\0e VI, da Lei n. 8.429/92, requerendo-se sejam aplicadas as penas de perda dalfun~oo, suspenstio de direitos {Joliticos, {Jagamento de multa civil e {Jroibi~oo de contratacom a administra~oo publica.

    Por derradeiro, a medida mais eficaz e tendente a corrigir a omissiio do.----------'Secreta rio seria 0 ajuizamento de acdo cautelar preporatoria de exibtcao, busca e'apreensao ou mesmo qenerica, com a imposi~oo de multa pecunituio no hipotese derecalcitrancia na omissiio, para evitar 0 perecimento das provas necessaries a instrucao.'do inquerito civil presidido pelo MPG caso haja cautelaridade no provimento. Com a'devida venia, tal medida deve ser adotada {Jelo {Jro{Jrio membro do MPG (Jor se tratan'deatua~oo da sua esfera de atribui~oes.

    !Ante 0 exposto, as medidas a serem adotadas siio: a) encaminhamento da~---___.noticia infracional mediante notificaoio do Prefeito Municipal, dando conta da condutainfracional do Secretaria Municipal, a ser apurada em processo administrativo'disciplinar; b) ajuizamento de a~oo civil publica por ato de improbidade administrativa,ca{Jitulada no art. 11, IVe VI, da Lei n. 8.429/92.

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