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Quarta-feira, 9 de novembro de 2011 Laços históricos e familiares são fortalecidos Esta edição é uma homenagem aos 50 anos do município de Massaranduba e traz a cobertura completa da oficialização do gemellaggio na Itália, ocorrido no início de setembro. Muito mais do que uma reportagem, é um documento único e exclusivo. O Jornal do Vale do Itapocu acom- panhou todos os passos no Brasil e na Itália, em suas diversas etapas, registrando e testemunhando o fato histórico para a italianidade da região. São cinco mil exemplares que estão sendo distribuídos. FJBRUGNAGO DIVULGAÇÃO/RADIO PIU’/ITÁLIA

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Caderno especial do Jornal do Vale do Itapocu em comemoração aos 50 anos de Massaranduba

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Quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Laços históricos e familiares são fortalecidosEsta edição é uma homenagem aos 50 anos do município de Massaranduba e traz a cobertura completa da oficialização do gemellaggio na Itália, ocorrido no início de setembro. Muito mais do que uma reportagem, é um documento único e exclusivo. O Jornal do Vale do Itapocu acom-panhou todos os passos no Brasil e na Itália, em suas diversas etapas, registrando e testemunhando o fato histórico para a italianidade da região. São cinco mil exemplares que estão sendo distribuídos.

FJBRUGNAGO

DIVULGAÇÃO/RADIO PIU’/ITÁLIA

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Um encontro memorável

O ex-governador de Bel-luno, Oscar De Bona e o ex-cônsul para o Paraná e SC, Vittoriano Speranza também prestigiaram a cerimônia. O ato solene foi aberto com o Hino da Itália cantado por um coral de crianças e o Hino Brasileiro foi acompanhado por um grupo de cantores das comunas do Vale do Biois, emocionando os brasileiros.

A professora Iria Tancon aproveitou o momento e lan-çou livro sobre o dialeto cana-lim falado naquela região da Itália e também pelos descen-dentes dos imigrantes espa-lhados pelo Vale do Itajaí e Vale do Itapocu, no Brasil. A sua iniciativa foi muito aplau-dida. É mais um documento de aproximação entre as ci-dades-irmãs ítalo-brasileiras.

O título é muito sugestivo: “Dialeto Vêneto: persistência e evolução — uma ponte entre Belluno e o Vale do Itajaí”.

O momento foi histórico, único. Cinco municípios italianos e um brasileiro ofi-cializaram na noite de 1º de setembro o gemellaggio, no Nof Filó de Cencenighe Agordino, o grande centro comunitário do Município (Prefeitura) que serviu de local para a assinatura do documento. O prefeito Mário Fernando Reinke assinou por Massaranduba, testemunhado pela delegação brasileira de cerca de 40 pessoas, entre elas os vereadores José Osnir Ronchi e Suzane Reinke (licen-ciada), o ex-deputado federal Vicente Caropreso, empresário Vicente Donini, profissionais liberais, professores e o Jornal do Vale do Itapocu.

O sindaco (prefeito) de Cencenighe, Mauro Sopelsa, foi o anfitrião e mes-tre de cerimônia. Ele destacou a im-portância do momento e relatou o histórico da saída dos imi-grantes do Vale do Biois, par-ticularmente de Cencenighe, Canale D’Agordo, San Tomazo, Vallada Agordina e Falcade para o Brasil, à Colônia Luís Alves, onde compraram lotes em território que hoje pert-ence à Massaranduba.

A assinatura foi durante a reunião do Conselho Comu-nal, que envolveu os consel-heiros (vereadores sem remu-neração) das cinco cidades e mais os prefeitos Fábio Luchetta (Vallada Agordina), Stefano Murer (Falcade), Moreno Deval (San Tomazo), Rinaldo Di Rocco (Canale D’Agordo) e Mauro Sopelsa (Cencenighe). Na mesa, tam-bém participou Ivano Faoro, assessor para Fluxos Mi-gratórios do Vêneto, além de Luca Luchetta, ex-prefeito de Vallada, que lembrou os passos que seguiram para a culminância do ato oficial do gemellaggio.

(1) Prefeitos das seis cidades apresentam o documento. (2) Mesa dos trabalhos do Conselho Comunal. (3 e 4) Crianças cantam o hino da Itália e adultos o hino do Brasil

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com a história

Prefeito de Massaranduba fazendo discurso oficial na Itália

Prefeitos de Canale D’Agordo, Cencenighe, Vallada Agordina, San Tomazo, Falcade e Massaranduba assinando

Surpreso com a importância

O prefeito Fernando, no discurso, disse que fi-cou surpreso ao confirmar a importância dada ao ato e que agora compreende melhor os mo-tivos que levaram famílias a saírem daquela região montanhosa dos Alpes italianos para o Brasil, com muitos sobrenomes conhecidos que residem na região. “Estou feliz e ao mesmo tempo emo-cionado. Quero que os alunos e a população da minha cidade compreendam melhor a história da imigração, incluindo no currículo escolar”, disse.

Ele também apresentou os membros da de-legação que o acompanhavam, como testemu-nhas do acontecimento histórico. Depois da assinatura oficial do gemellaggio pelos prefeitos dos seis municípios, Fernando presenteou os colegas italianos com placas alusivas ao acon-tecimento e com bandeiras do Brasil e de Mas-saranduba.

No dia seguinte à solenidade, as bandeiras já estavam hasteadas junto às Prefeituras das cidades-irmãs. O prefeito de Massaranduba convidou os prefeitos para a comemoração dos 50 anos do município, em novembro. Uma delegação da Itália chega nesta quarta-feira, 9 de novembro, na região.

No dia 10, como convidados, os integran-tes participam do jantar comemorativo do cin-quentenário de Massaranduba na Sociedade Tiro ao Alvo Massaranduba Central. Na sexta-feira tomam parte do desfile oficial e posteri-ormente serão recepcionados com um almoço como hóspedes do município.

Produção

Fotos e textos: Flávio José Brugnago Projeto gráfico: Jeferson Klahold | Impressão: Gráfica Jornal de Santa Catarina

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Italianos e brasileiros acompanharam atentamente o ato oficial do Gemellaggio no Nof Filó de Cencenighe Agordina na noite de 1º de setembro

Imagens mostram a magnitude do evento

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Marco do Gemellaggio instalado em novembro de 2009 junto ao Portal Turístico

Íria e Carla são as responsáveis diretas pela aproximação entre os ítalo-brasileiros

A história para oficialização do ge-mellaggio teve vários capítulos e atores. No dia 1º de setembro deste ano era a etapa que faltava: a ida do prefeito de Massaranduba para cumprir o ato na Itália. No dia 19 de novembro de 2009, em solenidade no Pavilhão da Fecar-roz, o gemellaggio foi efetivado com a representação de Falcade, Canale D’Agordo, Vallada Agordina, Cen-cenighe e San Tomaso Agordino, com a presença também do grupo folclóri-co alpino do Vale do Biois.

Dois anos antes, em 2007, foi assina-do o protocolo de intenções, firmando o interesse em formalizar e estabelecer as bases do intercâmbio entre as ci-dades-irmãs. Em 2006, os vereadores Abilo Zanotti e Almir Trevisani foram à Itália transmitir o desejo de Massa-randuba em celebrar o gemellaggio. Foram vários capítulos escritos.

Daquela região da Itália saíram várias famílias que se fixaram na Colônia Luís Alves, nas terras que hoje pertencem a Massaranduba, como o Braço Direito, Braço Seco, 2º Braço, 7 de Janeiro, Santa Luzia, Braço Costa, 3º Braço e outros. Nos cemitérios visitados na Itália observam-se sobrenomes con-hecidos, como se estivéssemos na Co-munidade Nossa Senhora da Saúde, Sagrada Família, São José e outros da região, onde estão sepultados os pio-neiros imigrantes e descendentes.

É preciso recordar que a aproximação teve um precedente histórico e duas mulheres foram às protagonistas: Iria Tancon pelo lado brasileiro e Carla An-drich, pelo lado italiano. Foi por meio da amizade e do relacionamento de-las que as famílias de Massaranduba descobriram a outra porção na Itália,

uma separação de mais de um século praticamente sem contato. Elas foram às pioneiras do gemellaggio.

Carla veio várias vezes ao Brasil e é Cidadã Honorária de Massaranduba, título concedido em 2006 pela Câmara de Vereadores. Agora quem recebe a distinção no dia 10 de novembro é Luca Luchetta, que deu continuidade ao trabalho iniciado por Carla Andrich. Luca foi prefeito de Vallada Agordina e é o atual presidente da Comunidade Montanara e organizou toda a recep-ção à delegação brasileira que pres-tigiou o gemellaggio. Foi uma recep-ção primorosa.

Ele cuidou de todos os detalhes para a efetivação do momento histórico. As comunes do Vale do Biois, como são chamadas as cidades, são muito pequenas, mas belíssimas, circun-dadas pelas Dolimiti, as montanhas patrimônio da humanidade. Do lado brasileiro, além de Iria, é preciso desta-car, também, outros massaranduben-ses, Aclino Feder (Berlim) e Edmar Hélio Micheluzzi, empresários estabelecidos em Guaramirim e Jaraguá do Sul.

Eles ajudaram como continuam aju-dando no resgate das origens e da história dos imigrantes bellunesi, que enfrentando as vicissitudes da época, grandes dificuldades e sacrifícios ajudaram a progredir o Sul do Brasil e em especial a região de Massaranduba.

O gemellaggio vai intensificar as relações sociais, econômicas e cul-turais entre Massaranduba e o Vale do Biois, promovendo a verdadeira inte-gração entre os cidadãos na sólida re-cuperação da consciência e do conhe-cimento das raízes sociais e culturais e dos valores às partes pertencentes.

Delegação italiana em visita oficial a Massaranduba no dia 19 de novembro de 2009 quando foi assinado o documento de confirmação do intercâmbio entre as cidades

Muitos capítulos e vários atores no gemellaggio

FOTOS BANCO DE IMAGENS/FJBRUGNAGO

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Ato realizado no dia 19 de novembro de 2009 em Massaranduba, quando os seis municípios aderiram formalmente a realização do intercâmbio entre si

Solenidade de adesão ao intercâmbio - 2009

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Os mesmos caminhos que os imigrantes percorreram para con-quistar o sonho de uma vida melhor na América, a delegação de bra-sileiros que acompanhou a oficiali-zação do gemellaggio também o fizeram, mas de modo diferente. A recepção do grupo foi em Falcade, no Hotel Stela Alpina, com música, bandeiras da Itália, do Brasil e de Massaranduba, muitos abraços de boas vindas e lágrimas.

Muitos rostos familiares, de visi-tas ao Brasil, foram identificados. É como se fosse gente da família. Eram muito mais que isso, eram amigos. Cada uma das cidades-irmãs de Massaranduba procurou de alguma forma marcar a visita. No primeiro dia foi um passeio para a Col Margherita, subindo de bon-dinho até o cume da montanha de onde é possível observar as Dolo-miti, o maciço montanhoso que muda de cor com os raios solares.

Uma paisagem deslumbrante, em plenos Alpes italianos, na divisa

das Províncias de Belluno e Trento. Na mesma data, outra surpresa. O grupo foi recepcionado com al-moço no filó (espécie de centro comunitário) de Vallada Agordina e seguiu caminhando no meio das coníferas para a fração Cogúl, a mais alta da cidade, onde foi feita a representação da saída de uma família de imigrantes para o Brasil.

Foi de arrepiar. No meio dos tabiás, onde é armazenado o feno dos animais e a lenha para enfren-tar o rigor do inverno e das casas centenárias, como da família Brug-nago, com mais de 300 anos de história, os atores locais mostraram para os brasileiros como os seus antepassados faziam, inclusive com trajes da época. Não houve quem não se emocionou.

Muitos objetos e utensílios que os imigrantes utilizavam na lida diária naquela região da Itália con-tinuam intactos. É como se o reló-gio do tempo não tivesse andado. Algo indescritível, único.

Hospitalidade marca a recepção no Vale do Biois

Dolomitas, o maciço de montanhas que são patrimônio da humani-dade (Unesco)

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Na fração Cogúl, na Vallada Agordina, a comunidade fez uma representação da saída de uma família para o Brasil. A dramatização emocionou a todos

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A cidade de Canale D’Agordo, terra natal de Albino Luciani, o Papa João Paulo I, de pontificado de apenas 33 dias, marcou pela visita ao Mu-seu e a celebração religiosa foi na Igreja Paroquial San Giovan-ni Batista, fundada em 1458. É a paróquia de origem do Papa Sorriso e onde ainda vivem fa-miliares. Tem dezenas de famíl-ias residentes em Santa Cata-rina com sobrenomes de lá.

Outra cidade-irmã de Mas-saranduba, San Tomaso Agor-dino, recepcionou a delegação brasileira com dois coros mas-culinos que se apresentaram individualmente e no final for-maram o grande coral, dentro

da histórica Igreja Paroquial São Tomás, que tem belos afrescos que estão sendo recu-perados. Depois houve recep-ção na “tendone”, uma amostra da hospitalidade do lugar.

Cencenighe, a cidade que foi a sede da assinatura ofi-cial do gemellaggio ofereceu uma caminhada orientada às montanhas, muito comum naquela região. Parte do grupo foi conhecer a mile-nar Igreja San Simon, na Val-lada Agordina, que serviu de inspiração para o projeto de construção da futura chie-setta alpina (monumento) que será construída no Morro Boa Vista, em Jaraguá do Sul,

cujo lançamento da pedra fundamental é no dia 10 de novembro, quinta-feira.

San Simon foi à primeira igreja do Vale do Biois, re-latam os contemporâneos. O primeiro documento oficial (bula papal) com registro data é de 1.185. Mas tem-se infor-mação de que por volta do ano 700 DC já existia vivência cristã no lugar. Os seus belos afrescos datam de 1.540.

É uma das mais antigas igrejas da Itália e da Europa. Chama atenção a sua torre, a sua concepção arquitetônica e a pedra da entrada principal que está gasta pelas cente-nas de anos de uso.

Cidades mostraram um pouco da sua cultura

Em Canale D’Agordo foi celebrada a missa em memória dos imigrantes, na Paróquia natal do Papa João Paulo I

Em San Tomazo, coros masculinos apresentaram números em homenagem à delegação brasileira integrando a programação oficial do Gemellaggio no Vale do Biois

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Prefeitura de Cencenighe, local de realização do Gemellaggio Sede do Município (Prefeitura) de Vallada Agordina

Entrada principal gasta pelo uso durante muitos séculos

Altar da Igreja San Simon em Vallada Agordina

San Simon desafia o tempo

Bula Papal de 1185 já registrava a existência da Igreja de San Simon

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O município está comemo-rando meio século de emanci-pação político-administrativa. A história de Massaranduba está ligada intrinsecamente a Blume-nau e Luís Alves. Os primeiros imigrantes do município vieram em consequência da expansão da Colônia Dr. Blumenau e a conhecida região alta foi ocupa-da como parte da antiga Colônia Luís Alves, que mais tarde tor-nou-se Distrito de Itajaí.

Os primeiros imigrantes eram alemães, italianos e poloneses com sonhos de conquistar uma vida melhor na América. Massa-randuba tornou-se 9º Distrito de Blumenau em 16 de agosto de 1921. Pela Lei nº 247, de 30 de dezembro de 1948, da Assem-bleia Legislativa de Santa Ca-tarina, foi criado o município de Massaranduba, desmembrando-se de Blumenau, Itajaí e Joinville.

Em fevereiro de 1949 foi insta-lado, composto de dois distritos, a Sede e Guaramirim. Mas, em agosto do mesmo ano, Guara-mirim assume como sede e Mas-saranduba torna-se 2º Distrito, perdendo a denominação de município. A autonomia foi resta-

belecida anos mais tarde, pela Lei nº 476, de 29 de agosto de 1961, Massaranduba volta a ser emancipada e recebe o nome de Adolfo Konder, mas um abaixo-assinado pedia a volta do nome original que acabou aceito como conhecemos hoje.

As primeiras ocupações de imigrantes deram-se por volta de 1870. No entanto, somente em 1885 o agrimensor Oscar Shippmann iniciou as demar-cações das terras da região de Massaranduba. Os alemães ins-talaram-se na região da Campi-nha e do Patrimônio, iniciando o processo de ocupação definitiva das terras.

Um documento datado de 1938 registra que Massaranduba tor-nou-se distrito de Blumenau em agosto de 1921. Esse documen-to escrito pelo administrador de Blumenau, José Ferreira da Silva, afirma que a região da Campinha, Benjamin Constant e do Ribeirão Gustavo possuía terrenos com plantações de arroz.

Já naquela época os registros confirmam o plantio do cereal que faz de Massaranduba a Capi-tal Catarinense do Arroz.

Uma história construída por muitas mãos

Massaranduba

Cultura e tradição alemã são mantidas pelas sucessivas gerações

FOTOS BANCO DE IMAGENS/JDV E DIVULGAÇÃO (FOTO AÉREA)

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Além do folclore, as grandes festas gastronômicas dos italianos atraem sempre pessoas de todas as origens. A Festa da Polenta e a Festa da Fortaia são as principais

Os poloneses deram uma grande contribuição. A imigração polonesa deu-se entre 1869 e 1920. Estabeleceram-se inicialmente em Brusque e daí surgiram núcleos de colonização, entre eles Mas-saranduba, Corupá, Jaraguá do Sul e Guaramirim, no Litoral Norte. Várias famílias polonesas esta-beleceram-se em terras que hoje pertencem ao território de Massaranduba.

Relatos orais de membros dessas comunidades contam que o berço da colonização foi o Braço do Norte e entorno, onde primeiramente se esta-beleceram 35 famílias vindas da Polônia. A maio-ria fugidas das más condições de vida da região da origem. Em 1889 os poloneses já habitavam Massaranduba, como Braço do Norte, Benjamin Constant e Alto Treze de Maio.

Os registros históricos revelam que no dia 27 de fevereiro de 1893 já havia sido concedida a comunidade do Braço do Norte a bênção do cemitério, conforme o livro tombo da Paróquia São Paulo Apóstolo de Blumenau. Apesar das agruras da nova terra, os poloneses organiza-ram-se rapidamente no Braço do Norte e Ben-jamin e posteriormente foram para outras co-munidades como Guarani, Guarani-Açu, Alto Guarani-Açu e onde hoje é o Centro.

Poloneses estão há mais de 120 anos

Os imigrantes italianos esta-beleceram-se na região alta da an-tiga Colônia Luís Alves. Os primei-ros imigrantes teriam chegado à região no dia 29 de novembro de 1877 e dias depois mais uma leva chegava ao barracão e no dia 10 de dezembro foram encaminhados ao Braço Direito e 1º Braço, to-mando posse nos lotes já demar-cados pelo engenheiro agrimensor Júlio Grothe.

Como os poloneses, os italianos também vieram para a América devido à situação de extrema po-breza em seu País. O maior núme-ro veio da região do Vêneto. A vida nas primeiras décadas não foi nada fácil no meio da mata inós-pita e do isolamento. Restava a religiosidade para manter viva a esperança, legado que deixaram para as gerações que seguiram.

Os italianos da região da Campi-

nha vieram do Médio Vale do Itajaí, que também pertenceu a Colônia Dr. Blumenau. Chegaram a Mas-saranduba por volta de 1930, pro-curando terras para cultivar devido as famílias terem se multiplicado bastante. A região da Campinha foi bastante procurada em razão da extensa área alagadiça, própria para a cultura do arroz.

O mosaico étnico de Massa-randuba tem nos alemães, polo-

neses e italianos os principais atores, contudo, registra-se tam-bém a presença de açorianos, em especial na região do Ribeirão da Lagoa, e de africanos. A mi-gração iniciou-se na década de 1980, principalmente, com a vinda de famílias do Paraná, em busca de melhores condições de vida. (Com a colaboração da pro-fessora de História Maria Ivoni Campigotto Spézia).

Italianos ocuparam a região alta de Massaranduba

FOTOS BANCO DE IMAGENS/JDV

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Área central de Massaranduba com a antiga Prefeitura em primeiro plano. O prédio foi revitalizado e reformado para transformação em Museu Municipal

BANCO DE IMAGENS/JDV

A história de Massaranduba é feita por muitas mãos. Em 11 de novembro de 1961 foi instalado. Ricardo Witte foi o prefeito provisório. Em 1948, quando o município foi criado pela primeira vez, José Cordeiro foi o prefeito, in-stalado em fevereiro de 1949. Depois de anos de idas e vindas, no dia 29 de agosto de 1961, pela Lei 746, era cria-do o município, recebendo o nome de Adolfo Konder, contestado pela popu-lação. O primeiro prefeito da segunda emancipação foi Emílio Manke Júnior, eleito em 7 de outubro de 1962.

Os registros da Câmara de Vereadores mostram que em 1965 e 1966 governou o município o presidente da Câmara Fritz Paul Techentin e de 1967 e 1968, o também presidente do Legislativo, Iri-neu Manke. Eram prefeitos provisórios.

Ivo Bramorski foi prefeito de 1969-1972 tendo Arceste Packer como vice.

Zeferino Kuklinski/Curt Manke foram prefeito e vice de 1973-1976, Dávio Leu/Ary Kuchenbecker (1977-1982), Zeferino Kuklinski/Rolf Reinke (1983-1988), Dávio Leu/Raimund Zindars (1989-1992), Ode-nir Deretti/Mário Sasse (1993-1996), Mário Sasse/Alfredo Vavassori (1997-2000), Dávio Leu/Mário Fernando Reinke (dois mandatos consecutivos, 2001-2004 e 2005/2008) e atualmente Mário Fernando Reinke/Armindo Sésar Tassi, desde 1º de janeiro de 2009.

Na Câmara de Vereadores, a primeira legislatura era formada por Fritz Paul Techentin, Alfonso Kreiss, Irineu Manke, Scepan Prawutzki, Arthur Keunecke, João Lazzaris e Valter Jensen. Era o tempo do PSD e da UDN.

Dirigentes ajudaram a edificar o município

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