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Sábado, 29 de março de 2014 Gazeta do Povo Pedágios / MPF questiona estudo feito sem licitação Levantamento foi encomendado em 2013, apesar de a exigência de cumprimento das determinações estar parada desde 2012 Amanda Audi A investigação do Ministério Público Federal sobre as concessões de pedágio no Paraná questiona a contratação, sem licitação, de um estudo de R$ 3,3 milhões que serviria de base para a adoção de uma série de recomendações do Tribunal de Contas da União para reequilibrar os contratos de pedágio. O estudo foi encomendado pelo governo estadual em 2013, apesar de a exigência de cumprimento das determinações estar suspensa desde 2012. Os procuradores argumentam que o TCU não estabeleceu expressamente a contratação do estudo dentre as recomendações. “É altamente questionável a razoabilidade da contratação do estudo técnico”, diz o texto. As determinações do TCU foram expedidas ainda em 2012, depois de uma auditoria nos pedágios concluir que havia desequilíbrio financeiro dos contratos em favor das concessionárias. O levantamento foi elaborado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), a pedido do DER-PR, e serviria como base para uma revisão contratual. Não se sabe quando ocorrerá essa revisão porque o governo e as concessionárias, ainda em 2011, decidiram congelar todas as ações judiciais ligadas aos pedágios até chegarem a um acordo comum. Segundo o DER-PR, a licitação para contratar o estudo foi dispensada porque o serviço foi considerado “singular” e era exigida “notória especialização da empresa prestadora do serviço”, de acordo com a Lei de Licitações. A maioria das projeções do estudo mostra que o contrato com as concessionárias deveria ser estendido por mais cinco anos para permitir o acréscimo de investimentos. O cenário mais viável seria a redução de tarifa em um valor aproximado ao reajuste anual, como se, em um determinado ano, o pedágio não fosse aumentado como ocorre normalmente. As exigências do TCU deveriam ser cumpridas em um prazo de 360 dias, vencido ainda em 2013. Mas um recurso das concessionárias suspendeu o processo desde maio de 2012. A alegação é de que elas não foram consultadas durante a inspeção, segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Concessionárias de Rodovias Paraná/Santa Catarina. O pedido de reexame até agora não foi analisado. E os prazos estabelecidos pelo tribunal ficam suspensos enquanto isso. O governo do Paraná diz que aguarda a definição do julgamento para tomar as providências. Algumas das recomendações apontadas pelo TCU, porém, já estariam sendo adotadas, como a adoção de fluxo de caixa marginal em obras novas, segundo o DER-PR.

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Page 1: Gazeta do Povo · Raphael Marchiori e Luan Galani Após mais de um mês de negociações, prefeitura de Curitiba e governo do Paraná ... A gestão Gustavo Fruet, por

Sábado, 29 de março de 2014

Gazeta do Povo Pedágios / MPF questiona estudo feito sem licitação Levantamento foi encomendado em 2013, apesar de a exigência de cumprimento das determinações estar parada desde 2012 Amanda Audi

A investigação do Ministério Público Federal sobre as concessões de pedágio no

Paraná questiona a contratação, sem licitação, de um estudo de R$ 3,3 milhões que serviria de base para a adoção de uma série de recomendações do Tribunal de Contas da União para reequilibrar os contratos de pedágio. O estudo foi encomendado pelo governo estadual em 2013, apesar de a exigência de cumprimento das determinações estar suspensa desde 2012.

Os procuradores argumentam que o TCU não estabeleceu expressamente a contratação do estudo dentre as recomendações. “É altamente questionável a razoabilidade da contratação do estudo técnico”, diz o texto. As determinações do TCU foram expedidas ainda em 2012, depois de uma auditoria nos pedágios concluir que havia desequilíbrio financeiro dos contratos em favor das concessionárias.

O levantamento foi elaborado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), a pedido do DER-PR, e serviria como base para uma revisão contratual. Não se sabe quando ocorrerá essa revisão porque o governo e as concessionárias, ainda em 2011, decidiram congelar todas as ações judiciais ligadas aos pedágios até chegarem a um acordo comum.

Segundo o DER-PR, a licitação para contratar o estudo foi dispensada porque o serviço foi considerado “singular” e era exigida “notória especialização da empresa prestadora do serviço”, de acordo com a Lei de Licitações. A maioria das projeções do estudo mostra que o contrato com as concessionárias deveria ser estendido por mais cinco anos para permitir o acréscimo de investimentos. O cenário mais viável seria a redução de tarifa em um valor aproximado ao reajuste anual, como se, em um determinado ano, o pedágio não fosse aumentado como ocorre normalmente.

As exigências do TCU deveriam ser cumpridas em um prazo de 360 dias, vencido ainda em 2013. Mas um recurso das concessionárias suspendeu o processo desde maio de 2012. A alegação é de que elas não foram consultadas durante a inspeção, segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Concessionárias de Rodovias Paraná/Santa Catarina. O pedido de reexame até agora não foi analisado. E os prazos estabelecidos pelo tribunal ficam suspensos enquanto isso.

O governo do Paraná diz que aguarda a definição do julgamento para tomar as providências. Algumas das recomendações apontadas pelo TCU, porém, já estariam sendo adotadas, como a adoção de fluxo de caixa marginal em obras novas, segundo o DER-PR.

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Transporte público / Alta da tarifa continua indefinida O governo do estado anunciou subsídio de R$ 7,5 milhões mensais para cobrir o déficit do sistema integrado, mas garantia de passagem a R$ 2,70 dependia de aval judicial que não se confirmou Raphael Marchiori e Luan Galani

Após mais de um mês de negociações, prefeitura de Curitiba e governo do Paraná

chegaram a um acordo sobre o novo subsídio estadual para a manutenção da integração do transporte coletivo de Curitiba e Região Metropolitana. Os R$ 7,5 milhões mensais que serão repassados pelo governo estadual representam um acréscimo de 50% sobre o valor anunciado anteriormente pelo governador Beto Richa. A gestão Gustavo Fruet, por sua vez, prometeu mais R$ 2,5 milhões mensais em subsídios. Esses valores, entretanto, ainda não garantiram o anúncio de que a atual tarifa paga pelo usuário será mantida.

Além da renovação do subsídio, a prefeitura também revelou as novas tarifas técnicas do sistema – aquelas que balizam o quanto será repassado aos empresários por passageiro pagante. A dos ônibus urbanos, que circulam apenas em Curitiba, será de R$ 2,93 e dos metropolitanos, R$ 4,07 – a média ponderada pelo número de passageiros pagantes nos municípios integrados resulta na tarifa técnica da RIT (R$ 3,18). Já estão descontados nesses valores os R$ 0,15 abatidos pela prefeitura de Curitiba em sete itens da tarifa técnica.

O anúncio do novo subsídio estadual foi feito pelo prefeito Gustavo Fruet, na manhã de ontem, durante o lançamento de uma plataforma digital para comunicação entre poder público e cidadãos. “Acabei de assinar o convênio válido até 31 de agosto.

Nesse período, o governo vai realizar a licitação da região metropolitana. Queremos reduzir os custos do sistema para não ficarmos eternamente reféns do

subsídio público”, afirmou o prefeito. O anúncio dos novos subsídios alivia o impacto do reajuste da tarifa técnica da

RIT sobre o usuário, mas não garante que o preço cobrado na catraca não será reajustado. Isso porque a distância entre a tarifa técnica e a social mais do que dobrou – passando de R$ 0,23 para R$ 0,48 – enquanto os subsídios cresceram 43%.

Justiça Essas diferenças poderiam ser menores se a juíza Fabiane Kruetzmann Schapinsky não tivesse negado pedido da prefeitura de retirada de impostos exclusivos das empresas de ônibus e taxa de risco do Hibribus da planilha tarifária. A magistrada alegou que seria temerário reduzir o que os empresários recebem diante da “vasta previsão de ausência de lucro”. Ela também sustentou que a tutela antecipada significaria mudança unilateral do contrato.

Ontem, Fruet comentou o assunto. “Fizemos a tentativa com o imposto de renda sobre veículos, que rende mais de R$ 2 milhões. Mas as empresas alegam que não tiveram lucro por três anos, quando já receberam R$ 45 milhões sem repassar à Receita [Federal].” Para tentar segurar os R$ 2,70, além de manter as negociações com os empresários, a prefeitura prometeu concluir processos administrativos e encaminhá-los ao Ministério Público e ao Tribunal de Contas. Folha de Londrina

Informe Folha / Agepar em nota Procurada ontem pela FOLHA para falar sobre os "atos administrativos editados

sem publicidade" relacionados aos contratos dos pedágios entre governo do Paraná e concessionárias, a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Infraestrutura

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do Paraná (Agepar) informou, através de uma nota, que ela própria tinha conhecimento das alterações contratuais: "Todos os termos de ajustes firmados entre as concessionárias e o DER (Departamento de Estradas de Rodagem) são de pleno conhecimento da Agepar".

MPF de olho A ausência de publicidade a atos administrativos foi apontada em relatório preliminar do Ministério Público Federal (MPF), que se debruça sobre as questões dos pedágios no Paraná. Em seguida, a nota informa que uma resolução aprovada pelo Conselho Diretor da Agepar em novembro do ano passado também determinou ao DER, "que todas as modificações ou alterações dos contratos de concessão firmados com entes regulados sejam formalizados através de Termos Aditivos preconizados na forma da lei". Cobrou o óbvio – o óbvio não cumprido pelo DER e pelas empresas de pedágio.

Silêncio A Agepar foi instalada no final do ano de 2012 com o objetivo principal, segundo a própria nota, de "defesa do interesse público", mas representantes da própria agência reguladora negaram o pedido de entrevista à FOLHA sobre o relatório dos procuradores da República. A assessoria de imprensa afirmou que é vedado aos diretores "externar opinião publicamente", segundo está na lei que criou a Agepar. Apesar disso, em outras ocasiões, talvez menos complicadas, integrantes da diretoria já atenderam a imprensa.

No clima da eleição Membros do Ministério Público (MP) do Paraná participaram ontem, em Curitiba, de uma primeira reunião técnica para definir as estratégias de trabalho que serão tomadas durante a campanha deste ano. No total, 206 promotores de Justiça vão atuar nas diferentes zonas eleitorais do Estado, junto ao mesmo número de juízes, de forma a coibir práticas que contrariem a legislação.

Minirreforma eleitoral Segundo o coordenador das Promotorias Eleitorais do MP, Armando Antonio Sobreiro Neto, o encontro, transmitido ao vivo a todos os municípios, por meio de webconferência, foi necessário para esclarecer alguns pontos da lei 12.891, a minirreforma eleitoral. Sancionado pela presidente Dilma Rousseff (PT) em dezembro de 2013, o texto limita, por exemplo, a contratação de cabos eleitorais e fixa parâmetros para a contratação de militantes e mobilizadores de rua.

Propaganda antecipada Sobreiro explicou que, nessa época, as ocorrências que mais preocupam são de propaganda antecipada e abuso de poder econômico. "Por mais que o candidato saiba, um ou outro aliado começa a extrapolar, a pedir votos. Estamos atentos a essa situação, para preservar a igualdade entre os candidatos e assegurar que ninguém obtenha vantagem em relação aos demais", disse.

TRE concentra casos No entanto, diferentemente dos pleitos municipais, quando os processos correm nas próprias cidades onde são registradas as infrações, no caso das eleições estaduais as ações ficam concentradas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), em Curitiba. "Os promotores e juízes vão atuar mais na fiscalização dos abusos, remetendo, de forma bastante ágil, (as situações) ao procurador-regional eleitoral, que aí sim poderá tomar as medidas necessárias", afirmou. MP apreende documentos na Câmara de Palmas Luís Fernando Wiltemburg, Reportagem Local

Uma diligência com oficiais de Justiça e promotores apreendeu documentos na

Câmara de Palmas (Centro-Sul) por suspeita de realização de pagamentos sem o devido empenho, na última quarta-feira. O mandado de busca e apreensão foi expedido pelo Poder Judiciário com base em pedido do Ministério Público de Palmas.

O promotor David Kerber de Aguiar, responsável pela investigação, diz que começou a receber denúncias dos pagamentos sem empenhos no meio do mês de

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março, que foram confirmados ao confrontar com as informações disponíveis no Portal de Transparência. De acordo com ele, a irregularidade ocorre desde o início do ano. Em 2014, assumiu a presidência do Legislativo Adilson Luiz Piran (PMDB).

Pela denúncia, a Câmara vem fazendo pagamentos sem antes realizar o empenho e liquidar (indicar a fonte do recurso). "Percebemos que eles estavam pagando sem sequer verificar se havia licitação", diz Aguiar. Os documentos apreendidos e analisados até o momento mostram pagamentos sem empenhos no valor fracionado de R$ 50 mil, mas o total pode ser maior.

Ao empenhar as notas, é necessário informar ao Tribunal de Contas e publicar no Portal da Transparência. O último empenho data de 14 de janeiro deste ano – nem mesmo as contas de água, luz, telefone e folha de pagamento, gastos que qualquer administração tem, eram lançados.

O promotor explica que, sem seguir esses passos, o poder de fiscalização dos órgãos competentes e da sociedade civil fica prejudicado, além de dar uma liberdade muito grande para o administrador utilizar o dinheiro público.

O ato pode gerar uma ação de improbidade administrativa contra o presidente da Câmara e o contador. "Num cenário mais romântico, de que seria uma desorganização, o ato fere princípios da administração pública, como da transparência e da legalidade."

A Folha tentou contato com Piran na tarde de ontem, mas ele não estava na sede do Legislativo e seu celular estava desligado. O Diário do Norte do Paraná Investigação / Polícia prende outro suspeito de homicídio Detido pode ser peça chave para esclarecer assassinato. Advogada acusou noivo de usar cocaína e promover orgias Roberto Silva

A Delegacia de Homicídios de Maringá (DH) confirmou a prisão, ontem, de um terceiro homem suspeito de envolvimento na morte do caminhoneiro Lourival Alves, 43 anos, executado a tiros no início do ano, na Vila Morangueira.

Apesar de confirmar a prisão, a DH não revelou dados pessoais do detento, sob alegação de que o suspeito seria peça chave para esclarecer todos os detalhes do crime, incluive o suposto mando e a participação de uma outra pessoa, que já está sendo procurada. "Ele disse que só falará em juízo", explicou o delegado Paulo Cesar da Silva, que comanda as investigações.

Por questões internas, o suspeito foi encaminhado para uma ala de segurança máxima do minipresídio da 9ª Subdivisão Policial (SDP), onde deve permanecer até ser apresentado ao Ministério Público (MP) e ao Poder Judiciário.

Em meio às investigações, a advogada criminalista Sandra Becker, 43 anos, que era noiva da vítima, voltou a negar envolvimento com o crime. Suspeita de ser a mandante, ela teve a prisão temporária - de 30 dias - decretada pela 4ª Vara Criminal, e desde a noite de quinta-feira permanece recolhida em uma sala do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM), na Vila Nova.

Aparentemente abalada, Sandra reclamou da decretação da isão e reafirmou ter sido vítima de violência doméstica por parte do noivo e do filho dele. No entanto, se declarou incapaz de matar ou encomendar a morte de Alves, a quem apontou como usuário de cocaína e praticante assíduo de orgias sexuais com casais e homens.

Apesar das frequentes agressões, ela ressaltou que amava o noivo e acreditava na possibilidade de uma mudança de comportamento dele, já que, no seu entendimento, a

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agressividade de Alves era "uma doença". Sandra disse ainda que chegou a solicitar a aplicação de medida protetiva contra o noivo, na esperança de receber ajuda da Justiça, mas nenhuma providência foi tomada.

Sandra relatou que conviveu com Alves por sete anos e que em 2011 os dois chegaram a morar juntos, mas observou que o noivo gostava de orgias. "Ele (Alves) me ligava as 3 horas da madrugada, não pra saber se eu estava em casa, mas pra levar casal na casa dele pra fazer suingue, pra levar homem pra fazer sexo", disse ela, negando ter qualquer tipo de relação amorosa com o autor do crime, Marcílio Aparecido Alves, 28 anos, que também está preso preventivamente.

Defesa "O delegado não precisava ter pedido a minha prisão porque eu estou direto na delegacia." Sandra Becker, Advogada Criminalista. Prefeitura / Secretário de Farol é preso Rosângela Gris

O secretário de Obras da Prefeitura de Farol (a 120 quilômetros de Maringá), Davi

Maieski, foi preso em flagrante no fim da tarde de quinta-feira (27) acusado de ceder uma máquina retroescavadeira, de propriedade da administração pública, para uma obra particular em uma propriedade rural do município.

O uso irregular da máquina pública foi denunciado ao Ministério Público (MP-PR), que solicitou o apoio da Polícia Civil de Campo Mourão (a 90 quilômetros de Maringá). De acordo com a denúncia, o maquinário seria utilizado para a instalação de uma piscina na casa de um produtor rural.

"Quando chegamos na propriedade a retroescavadeira estava iniciando a abertura de um buraco. Também encontramos a piscina de fibra, que supostamente seria instalada no local", contou a delegada operacional da Polícia Civil de Campo Mourão, Maria Nysa Moreira Nanni.

Ainda segundo a delegada, na hora do flagrante, a máquina era operada por um funcionário da prefeitura, que relatou ter recebido ordens do secretário para fazer o serviço. Maieski e o produtor, identificado apenas como Ademir, - que não possuem nenhum grau de parentesco - foram presos em flagrante e encaminhados à Delegacia de Campo Mourão, onde permaneciam detidos nesta sexta-feira (28).

Em interrogatório prestado na delegacia, o secretário de Obras afirmou que o empréstimo de maquinários da prefeitura é uma prática comum no município. Ao ser questionado pela delegada sobre os critérios para cessão de equipamentos públicos, ele disse desconhecer a existência de regras ou de restrições para empréstimos.

O secretário será indiciado pelo crime de peculato, quando um servidor público comete penalidades contra a administração, com ou sem a participação de terceiros. A pena para o crime é de dois a 12 anos de reclusão, além do valor da multa.

De acordo com o site Uol, Prefeitura de Farol informou, por meio de sua assessoria de comunicação, que já instaurou um processo administrativo para apurar a denúncia. Gazeta do Povo Coluna do leitor / Pedágios 1

Em relação à reportagem sobre os atos secretos dos pedágios (Gazeta, 27/3), no âmbito da minha gestão à frente do DER-PR, o DER-PR não praticou “atos secretos”. Todas as alterações administrativas indicadas pelo MPF foram objeto de estudos técnicos

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realizados e assinados por engenheiros do órgão, para adequar as obras ao momento de sua execução, sem aumento das tarifas; todas essas alterações foram comunicadas ao Departamento de Outorgas do Ministério dos Transportes visando futuros aditivos, se este os considerasse necessários. A retirada da duplicação Matelândia/Medianeira prevaleceu por decisão judicial, contestada pelo DER-PR à época. Nossa atuação diante do pedágio sempre foi pública e às claras. Rogério Wallbach Tizzot, ex-secretário dos Transportes e ex-diretor-geral do DER-PR.

Pedágios 2 Fiquei sabendo que trocaram a duplicação da rodovia PR-407 pelo viaduto em Morretes, que, aliás, tinha sido suprimido por aditivos. As empresas que recebem milhões em consultorias das concessionárias também precisam ser investigadas. O assunto é um escândalo, parabéns à Gazeta do Povo pela excelente cobertura dada à investigação do MPF, e aos membros da CPI que nos representaram. Herbert Richert, engenheiro mecânico Novo subsídio vence antes das eleições

O novo convênio entre o governo do estado e a prefeitura de Curitiba vencerá em 31 de agosto, menos de dois meses antes da corrida eleitoral para presidente, governador, senador e deputados federais e estaduais. Um acordo que vencesse antes do pleito já havia sido discutido e chegou a ser criticado pelo prefeito Gustavo Fruet. No mês passado, em entrevista à Gazeta do Povo, Richa havia anunciado a renovação do subsídio em R$ 5 milhões mensais. O acordo, entretanto, valia até dezembro – quatro meses a mais do que o convênio anunciado ontem. Após a prefeitura reclamar publicamente da quantia, as negociações foram retomadas até que se chegasse aos R$ 7,5 milhões.

A crítica de Fruet a um acordo que vencesse antes de outubro foi feita durante a entrevista coletiva em que ele anunciou o corte administrativo de sete itens da tarifa.

Naquela ocasião, o prefeito reclamou de uma proposta de R$ 6 milhões mensais até outubro, avaliando que uma eventual renovação poderia ser contaminada pela campanha eleitoral. Economia / Governo celebra integração e ressalta desoneração de impostos

Logo após o anúncio da prefeitura, o governo estadual soltou uma nota para confirmar a renovação do convênio e o aumento do valor do subsídio mensal. Além disso, o governo ressaltou que a desoneração do ICMS do óleo diesel, medida implantada no segundo semestre do ano passado, permitirá uma economia de R$ 40 milhões para 21 cidades paranaenses ao longo de 2014 – sendo R$ 20 milhões apenas na Grande Curitiba.

Segundo o texto, somente o valor do subsídio já será suficiente para cobrir o déficit entre a atual tarifa técnica da RIT e o valor cobrado dos usuários: “o valor foi calculado pela diferença da tarifa técnica metropolitana (R$ 4,07), menos a tarifa do usuário (R$ 2,70), vezes o número de passageiros metropolitanos (5,4 milhões). Como o número de passageiros varia todos os meses, o governo do estado poderá repassar para a prefeitura de Curitiba até R$ 7,5 milhões para reduzir o impacto na tarifa do usuário”.

Sem resposta O Setransp, sindicato que representa as empresas de ônibus de Curitiba e região, foi procurado para comentar o anúncio do prefeito Gustavo Fruet, mas preferiu não se manifestar sobre o assunto. A entidade alega não ter recebido informações sobre como a Urbs chegou ao valor de R$ 3,18 para a RIT – valor inferior ao proposto pelos empresários (R$ 3,33). Novas placas / TJ-PR cassa liminar que travava licitação de táxis

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Fábio Cherubini O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) acatou ontem o pedido da Urbanização de

Curitiba S.A. (Urbs) para dar continuidade à licitação das novas placas de táxi da capital. Na decisão, a desembargadora Lélia Giacomet deferiu o agravo de instrumento

impetrado pela empresa, que solicitava a suspensão da liminar que impedia a continuidade da concessão, dada há quatro dias pela 2.ª Vara da Fazenda Pública. Conforme o TJ-PR, não há um prazo para o julgamento do caso.

A queda de braço teve início quando um dos concorrentes da licitação entrou com pedido de liminar, no último dia 24, para interromper o processo de distribuição de 640 novas placas de táxi. Na ação, o participante questionava o sistema de pontos adotado pela Urbs que beneficiava os motoristas com mais tempo de experiência.

De acordo com o argumento apresentado pelos advogados da Urbs, a suspensão da licitação era prejudicial para o interesse público. Entre as justificativas estão a realização da Copa do Mundo e o “clamor social quanto à escassez do número de táxis em Curitiba, não tendo alteração na frota há décadas.” Pela capital circulam 2.252 táxis, número que permanece estagnado desde a década de 1970.

A liminar que pedia o cancelamento da licitação, feita por um concorrente que ficou abaixo da 1.800º colocação, ocorreu a uma semana de os novos motoristas serem convocados para retirar as licenças.

O processo começou em novembro do ano passado e teve mais de 2,1 mil participantes. BR-277 / Protesto por passarela termina com um morto Antonio Senkovski

Uma manifestação de moradores bloqueou ontem, por mais de quatro horas, um

trecho da BR-277 em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Um homem, de 25 anos, morreu atropelado durante o protesto. O trânsito ficou restrito nos dois sentidos, das 6 às 10h30, no quilômetro 69. Os manifestantes colocaram barricadas na pista e puseram fogo. Eles também trouxeram faixas e gritaram palavras de ordem. Houve congestionamento de 15 quilômetros, segundo a PRF.

Os moradores reivindicavam a construção de uma passarela. A estimativa é de que mais de 100 pessoas estiveram na manifestação. A PRF informou inicialmente que a morte do homem não teria ligação com o ato feito pelos moradores. No entanto, depois a própria PRF admitiu que o atropelado poderia ser um manifestante.

O motorista que atropelou a vítima se apresentou à PRF e não estava embriagado, segundo a polícia. Em seu depoimento, o condutor do veículo disse que seguia normalmente pela via quando o homem entrou na frente do carro e não houve tempo suficiente para parar.

O DER informou que estuda em conjunto com a Ecovia, que administra o trecho, “a construção de novas passarelas ao longo da BR-277, inclusive a do km 69. O DER pretende concluir estas tratativas o mais breve possível, para que estas obras – não previstas em contrato - sejam autorizadas e iniciadas o quanto antes.” Internet / Acesso à web não leva à inclusão social Cidades ganharam acesso gratuito à internet, mas rede ainda é subutilizada. Falta orientação sobre como aproveitar o recurso para o aprimoramento educacional Diego Antonelli

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Há um ano e cinco meses, Alcione Xavier Ferreira se sentia ilhada na zona rural de Tibagi. Morando há 40 quilômetros do centro da cidade, ela nem sequer tinha computador quando o programa Tibagi Digital chegou à sua residência. Agora, Alcione consegue “se sentir parte da cidade”. “Eu consigo saber o que está acontecendo no município, na região e no estado”, conta.

Ela acessa diariamente sites de notícias e as três filhas, de 16, 14 e 7 anos, aproveitam a internet para estudar. “Isso ajuda muito a aprenderem mais”, relata Alcione. Esse é o grande objetivo da inclusão digital. Ou deveria ser. O problema é que, apesar de o acesso ao universo on-line ter chegado, não há projetos efetivos que ensinem os usuários a como aproveitar os benefícios da grande rede.

Segundo a Rede Cidade Digital, o Brasil apresenta 561 cidades que disponibilizam alguma forma de acesso gratuito à internet – seja por intermédio do poder público ou de entidades não governamentais. No Paraná, são 76. Em todo o país, de acordo com o último Censo, 166 milhões de pessoas têm acesso à web. O que significa que aproximadamente 30 milhões estão alheias ao recurso.

O pesquisador da Universidade Positivo Rafael Dubiela, que faz doutorado na área, salienta que a inclusão digital, sozinha, é incapaz de promover uma inclusão social. “O processo de inclusão digital não tem caminhado da melhor maneira. Precisamos de políticas que visem ao aprimoramento educacional e profissional por meio da internet”, afirma.

Ele lembra que o Ministério da Educação até oferece um material didático (disponível em portaldoprofessor.mec.gov.br), com dicas sobre o uso da internet, para ser utilizado em salas de aula. “Mas quase ninguém conhece e não há nem divulgação de algo que poderia estimular as pessoas a buscarem cursos on-line para melhorarem de vida.”

Para a pesquisadora e professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) Dilmeire Vosgerau, a internet é geralmente vista apenas como uma forma de criar e acessar redes sociais. Segundo ela, esse universo é subutilizado. “O que parece coerente é termos ações paralelas que levem a internet ao cidadão, mas também que se criem programas que levem mais informações de como as pessoas podem utilizá-la para melhorar de vida e realizar cursos, por exemplo.”

Na opinião de Dilmeire, a pessoa não busca sozinha meios virtuais que possam levar a aperfeiçoamentos profissionais e econômicos. “O caminho da inclusão digital hoje no Brasil é tortuoso. Levam a internet, mas não mostram como ela pode ser útil na vida das pessoas”, diz. Projeto na Vila das Torres não depende do poder público

Criado no primeiro semestre do ano passado, o Programa Vila Torres Digital, em Curitiba, já atende 50 famílias da região, que juntas somam quase 200 pessoas. Além da vila curitibana que dá nome à iniciativa, moradores dos bairros Jardim Botânico, Prado Velho e Rebouças também são impactados pelo projeto. É um dos raros programas do tipo que não dependem do poder público. “É o único projeto que eu conheço em que a demanda partiu da comunidade, sendo resultado de parceria entre o Clube de Mães da União Vila das Torres, By Air Brasil e RCD - Sistemas de Comunicação”, diz José Marinho, diretor da Rede Cidade Digital.

Além de disponibilizar internet gratuita, o programa mantém um portal (www.vilatorresdigital.com.br), que traz notícias e a história do local, além de abrir espaço para interação da comunidade. Todos os que acessam o sistema, antes de navegar, passam pelo portal.

“Estamos tratando com diretores de uma escola para ampliar a participação dos alunos e também articulando com instituições a implantação de ações que potencializem o uso da internet para contribuir com o desenvolvimento das pessoas e da Vila”, comenta

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Marinho. A ideia é capacitar moradores para que eles próprios produzam conteúdo para o portal. “A ideia é a internet colaborar para os estudos e aperfeiçoamentos profissionais dos moradores”, afirma.

É o que procura fazer a funcionária pública Oneida da Silva, 42 anos. Ela trabalha durante a manhã e à tarde e à noite cursa Física na PUCPR. “Sempre estou navegando para ficar atenta a novos concursos públicos e uso muito a internet para meus estudos.”

Já Elza Vieira, que foi a primeira a receber o sinal de internet na Vila, viu o contato com familiares que moram em outras cidades ficar muito mais próximo. “Além disso, procuro novas receitas culinárias. Meu filho usa para procurar técnicas de desenhos e também para se distrair com jogos e redes sociais.” Investimentos / 17 municípios do PR participam do programa federal Cidades Digitais

Ao todo, 17 municípios paranaenses participam do programa do governo federal Cidades Digitais. Na primeira fase, em 2012, foram oito municípios (Toledo, Assis Chateaubriand, Bandeirantes, Ibiporã, Palmas, Quatro Barras, Santa Cecília do Pavão e São Miguel do Iguaçu). Na segunda etapa, no ano passado, outros oito acabaram contemplados (Ibaiti, Imbituva, Jacarezinho, Jaguariaíva, Pinhão, Piraí do Sul, Reserva, Santo Antônio da Platina e São Mateus do Sul).

Em 2012, o Ministério das Comunicações abriu a primeira seleção para o projeto-piloto, em que 80 municípios foram contemplados. Em 2013, o Cidades Digitais foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal, selecionando um total de 262 municípios com população de até 50 mil habitantes.

No primeiro edital, o investimento foi de R$ 40 milhões, enquanto a segunda chamada destinou R$ 201,7 milhões ao Cidades Digitais. O objetivo do programa é ampliar o acesso aos serviços públicos e promover o desenvolvimento dos municípios brasileiros por meio da tecnologia.

O ministério informa que as cidades contempladas recebem a instalação de redes de fibra óptica que interligam os órgãos públicos locais; capacitação de servidores municipais para uso e gestão da rede; e oferta de pontos de acesso à internet para uso livre e gratuito em espaços públicos de grande circulação, como praças, parques e rodoviárias.

Tibagi Digital O programa que leva internet gratuita aos moradores de Tibagi está presente em aproximadamente 70% do município. Atende atualmente em torno de 600 famílias, o que resulta em uma média de 1,8 mil usuários. O sinal está disponível em vários locais da zona rural, totalizando oito torres com 13 pontos de acesso, além dos pontos Tibagi Digital Livre, nas praças da cidade, onde não é necessário cadastro para acessar. Nos pontos fixos, o munícipe necessita fazer um cadastro, estar com os impostos municipais em dia e, caso possua veículo, o mesmo deve estar emplacado no município.

Curitiba Na capital do estado, o acesso gratuito à internet ocorre em alguns pontos específicos: Largo da Ordem, Parque Barigui, Praça da Espanha, Jardim Botânico, Mercado Municipal e nas Ruas da Cidadania (Praça Rui Barbosa, Boa Vista, Cidade Industrial de Curitiba, Santa Felicidade, Bairro Novo e Boqueirão). Ao utilizar a web nos locais públicos, o navegador é direcionado para o site do Passaporte Curitiba, no qual é possível se cadastrar. Após o preenchimento dos campos, a navegação é liberada. Lava-jato / Polícia Federal investiga fraude em importações Agência O Globo

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A operação Lava-Jato deve revelar uma nova modalidade de lavagem de dinheiro e evasão de divisas em curso no Brasil: a importação fraudulenta. A Polícia Federal (PF) suspeita de que doleiros estão utilizando empresas de comércio exterior para operações ilegais. Quatro deles tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça Federal e seguem detidos na carceragem da PF em Curitiba. Entre eles está Alberto Youssef, flagrado nas investigações do Banestado, no início dos anos 2000, e beneficiado por um acordo de delação premiada.

Três empresas que operam com comércio exterior e tiveram negócios com Youssef estão sendo investigadas. Uma delas é a Sanko Sider Comércio Importação e Exportação de Produtos, que importa tubulações para refinarias, usinas de energia e obras de saneamento básico. Seu sócio, Márcio Bonilho, é investigado por corrupção ativa desde 2008, quando foi flagrado pela operação João de Barro da PF. Segundo as investigações, um gerente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasp) teria atuado como “representante comercial” da Sanko junto a empresas que executavam obras públicas.

A Sanko Sider forneceu tubos para um trecho de 28 km da adutora do São Francisco, em Sergipe, obra do PAC orçada em R$ 114,9 milhões.

Na Operação Lava-Jato, a suspeita é que a Sanko tenha sido usada para repassar dinheiro ao ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, tendo como intermediário o doleiro Youssef. Num processo envolvendo a alfândega, a Sanko informou à Justiça que importou produtos da Petroleum Services, com sede no Kuwait, para atender o consórcio responsável pelas obras da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Costa era o responsável por fiscalizar a execução da obra, que na fase de terraplanagem sofreu superfaturamento de R$ 70 milhões. Falsas remessas somariam US$ 37 milhões

A segunda investigada pela PF é a Labogen, que importa produtos químicos para a indústria farmacêutica. A empresa teria feito remessas de US$ 37 milhões por meio de importações simuladas, segundo as investigações. A empresa já firmou dois convênios com o Ministério da Saúde, com vigência entre 2000 e 2001, para cooperação técnica para o desenvolvimento de fármacos anti-Aids. O primeiro foi em julho de 2000, no valor de R$ 18,080 milhões. O segundo, em agosto do mesmo ano, de R$ 12,1 milhões. Estão presos três envolvidos com o setor farmacêutico: Leonardo Meirelles e Esdra Arantes Ferreira, da Labogen, e Pedro Argese Junior, da Piroquimica Comercial.

Em 2011, a Labogen não tinha dinheiro para pagar credores e a Justiça chegou à conclusão de que a empresa não podia ser localizada em nenhum dos endereços fornecidos. A decisão do juiz foi desconsiderar que a dívida era da Labogen e tornar os sócios Leonardo Meirelles e Esdra Arantes Ferreira os responsáveis, respondendo com seus bens pessoais. A ação está em curso.

Outro detido, Luccas Pace Junior, também é dono de uma empresa de importação, a Camargo Pace Logística Importação e Importação. Em 2010, a empresa foi punida pelo Banco Central com multa de US$ 200,5 mil por declarações falsas em contrato de câmbio. Os advogados dos acusados negam as irregularidades dos seus clientes. Saúde / Após reações, RS suspende lote de vacina contra HPV Yuri Al’hanati, com Agências

A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul decidiu suspender o uso de um lote

da vacina contra o HPV após seis relatos de “reações adversas” em meninas que receberam doses do produto.

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Segundo o órgão, três garotas de 13 anos de idade, vacinadas nesta semana em Porto Alegre, sofreram mal-estar, dores musculares e náuseas. Elas foram atendidas por um médico, não precisaram ser hospitalizadas e passam bem. Outras duas, também da capital gaúcha, tiveram sintomas de “menor intensidade”.

Um outro caso investigado ocorreu na semana passada em Veranópolis (a 152 km da capital), onde uma criança de 11 anos teve uma crise convulsiva após receber a vacina. Todas as garotas receberam aplicações do mesmo lote, que soma 89 mil doses.

A secretaria afirma que a decisão de suspender o uso foi uma “precaução” enquanto ocorrem investigações para confirmar se há relação entre os problemas relatados e as doses aplicadas. A pasta informou ainda que não há estudos internacionais que tenham relacionado convulsões à aplicação da vacina.

A secretaria diz que a estratégia de vacinação é adotada em 51 países sob recomendação da Organização Mundial da Saúde. No Rio Grande do Sul, 130 mil meninas de 11 a 13 anos de idade já receberam a vacina, o que representa quase metade da população prevista.

No Paraná, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) afirmou que não recebeu nenhum relato de reações anormais à vacina contra o HPV, e que também não possui doses do mesmo lote que causou os problemas relatados no Rio Grande do Sul. De acordo com a secretaria, desde que começou a campanha, no último dia 10, o Paraná já vacinou cerca de 160 mil meninas entre 11 e 13 anos.

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou está acompanhando os casos, mas que a vacina é segura. As reações no Rio Grande do Sul são consideradas leves, segundo o órgão. E o desperdício / Tarifa mínima de água entrará em discussão Alvo de queixa de consumidores, a cobrança da franquia de 10 m³ de água será discutida nos próximos meses, em Curitiba Bruna Komarchesqui

Uma antiga reclamação do consumidor doméstico torna-se mais recorrente em

meses quentes e secos, quando o uso racional da água passa a ser estimulado de maneira especial: “até economizo, mas a fatura permanece inalterada”. Baseada em decreto estadual, a franquia de 10 metros cúbicos (m³), cobrada atualmente pela Sanepar, deve ser alvo de discussão nos próximos meses em Curitiba, quando o município reavaliará o contrato de prestação do serviço, válido até 2031. A tarifa de água é só um dos itens do contrato, cuja revisão está prevista entre as metas do Plano Municipal de Saneamento, aprovado em dezembro.

Especialistas ouvidos pela reportagem têm opiniões divergentes sobre a tarifa mínima de água. Embora todos concordem que uma remuneração do sistema é necessária, há quem defenda outro modelo de cobrança, de modo a desonerar o consumidor que tem economizado no dia a dia. É o que pensa o engenheiro civil Carlos Mello Garcias, professor de Engenharia Ambiental da PUCPR, para quem os grandes consumidores precisam arcar com o custo. “Essa é uma cobrança técnica, para viabilizar a instalação da rede, mas nada impede que o modelo seja discutido. Acredito que a medição deveria ser real: se gasto um litro, pago um litro.”

O engenheiro civil e economista Rodolpho Ramina concorda que a cobrança dos 10 m³ é justa à medida que cobre, mesmo que simbolicamente, o custo de infraestrutura do sistema. Ainda assim, ele argumenta que o formato é discutível. Para Ramina, uma forma de fazer isso seria criar uma tarifa progressiva. “O valor unitário poderia crescer à medida que o consumo aumenta. No caso de empresas que precisam de grandes quantidades, isso poderia ser flexibilizado”, opina.

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A professora de Engenharia Ambiental da USP Monica Ferreira do Amaral Porto discorda. Ela explica que a tarifa mínima é baseada em um estudo estatístico do consumo médio que leva em conta a tarifa social. Uma família de quatro pessoas, com baixo consumo, gastaria, em média, 300 litros por dia, o que resulta nos 10 m³ mensais.

“A possibilidade de se gastar menos que isso por mês é muito pequena. Sem contar que esse valor cobrado pelos primeiros 10 m³ é muito menor que nas outras faixas de consumo.”

A especialista ressalta que o padrão normal das cidades brasileiras é que cada indivíduo de classe média consuma 250 litros de água por dia. Segundo Monica, é preciso que, ao olhar a fatura, o consumidor pense em termos de sociedade, não no individual.

Resposta Em nota, a Sanepar disse que a tarifa que cobra leva em conta parâmetros de abastecimento e esgoto preconizados pela OMS e também considera a necessidade de se cobrir custos fixos para manter um serviço initerrupto.

Revisão A diretora de recursos hídricos e saneamento da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Marlise Jorge, explica que o decreto estadual para formalizar uma comissão que discuta os itens do Plano Municipal de Saneamento deve sair nos próximos dois meses. A partir disso, o prazo para a revisão do contrato de concessão com a Sanepar é de dois meses. “Vamos sentar para conversar sobre vários assuntos. E a tarifa também entra nessa análise. Pode ser que saia uma nova metodologia de cálculo e mudanças na tarifa mínima, se a lei permitir. Pessoas da área jurídica vão analisar.” A comissão será formada por poder público, sociedade civil e Sanepar. Cobrança / Para consumidores, modelo atual não incentiva a economia

Morador do Barreirinha, o administrador Dario Evangelista, 37 anos, chegou a procurar o Procon para reclamar da fatura de água, sempre maior do que ele e a esposa, Joana Candido, efetivamente consomem. Ele conta que o gasto mensal do casal é de 8 m³. “Em outubro, viajamos 30 dias, não consumimos nada e pagamos integral, inclusive, pelo esgoto. Mas o Procon me chamou lá com um representante da empresa e disseram que eles estavam certos.”

Para Evangelista, a maneira como a cobrança é feita incentiva o consumo desnecessário. “A economia não dá resultado no fim do mês. Tenho uma folga de 2 m³, vou começar a lavar carro”, protesta.

Sem incentivo Na casa do geólogo Sérgio Ribas, 56 anos, o sistema de cisterna poderia ser usado como alternativa sustentável, não fosse um problema: a falta de retorno financeiro. Com um consumo mensal próximo dos 10 m³ mínimos, ele aponta a franquia da Sanepar como verdadeira “vilã do desperdício”. “Não mantenho a cisterna porque teria de gastar energia elétrica para bombear a água e não há incentivos para isso”, reclama. Reforma Ministerial / Berzoini vai comandar a articulação política do governo Dilma Ideli Salvatti deixa a pasta das Relações Institucionais e vai dirigir a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência Das Agências

A presidente Dilma Rousseff oficializou ontem a saída da ministra Ideli Salvatti da

pasta das Relações Institucionais e sua transferência para a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência. Ideli será substituída na Secretaria pelo deputado Ricardo Berzoini (PT-SP), que será o novo responsável pelas articulações políticas com o Congresso Nacional. Já a ministra Maria do Rosário, que ocupava a pasta dos Direitos

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Humanos, deixa a Secretaria de Direitos Humanos para se candidatar à Câmara Federal pelo Rio Grande do Sul.

Em nota, a presidente “agradeceu a dedicação, competência e lealdade de Maria do Rosário ao longo de seu governo e tem certeza de que ela continuará dando sua contribuição ao país”. Desde o início do ano Dilma fez 13 modificações no quadro de ministros.

Reforma A posse de Berzoini e Ideli ocorre na próxima-terça-feira às 11h. A mudança encerra a reforma ministerial de Dilma, que, ao longo dos últimos meses, viu sua base aliada na Câmara sofrer o maior racha desde a sua posse.

A rebelião liderada pelo PMDB há duas semanas impôs derrotas duras ao governo na Câmara dos Deputados. No dia 11 de março partidos da base aliada – PMDB, PR, PTB e PSC – votaram a favor de um requerimento para investigar no exterior denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras, contrariando interesses do Planalto. Na próxima semana, o governo tenta evitar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara, para investigar a compra da refinaria Pasadena (EUA) pela Petrobras.

Perfil Segundo petistas, Berzoini, que conta com o aval de Lula e do presidente do PT, Rui Falcão, tem mais trânsito no Congresso. A orientação da cúpula do PT seria reforçar os poderes da Secretaria de Relações Institucionais, considerada hoje com pouca autonomia, e ainda conter insatisfações internas do Planalto, em especial de Dilma, em correntes petistas.

A pasta será a terceira que Berzoini, ex-presidente nacional do PT, ocupará no governo petista. No primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele foi ministro da Previdência Social e do Trabalho. Berzoini era presidente do PT na campanha da reeleição de Lula, em 2006, quando veio à tona o escândalo dos aloprados. Na época, petistas foram presos pela Polícia Federal tentando comprar um dossiê contra o PSDB.

Ele foi afastado do cargo e da coordenação da campanha. Ideli vai ocupar a terceira pasta no governo da presidente Dilma Rousseff. Ela

começou no Ministério da Pesca, foi transferida para a SRI e agora irá para a Secretaria de Direitos Humanos. Reação / Oposição acusa Planalto de fazer manobra eleitoreira para minar CPI Oposicionistas criticam estratégia do governo federal de tentar incluir denúncias envolvendo governos do PSDB e do PSB nas investigações parlamentares na Petrobras Das Agências

Políticos de oposição ao governo federal criticaram ontem a estratégia do Planalto

de tentar incluir questões a serem esclarecidas que atingem governos do PSDB e do PSB – as denúncias do cartel de trens e metrô de São Paulo e obras de Suape em Pernambuco. O governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos (PSB) classificou a “atitude infantil” do governo federal de tentar tirar o foco da CPI da Petrobras.

“Não podemos de forma nenhuma admitir uma atitude que cheira até a infantilidade, de tentar fazer um processo de defesa que parece quase uma confissão de culpa, quando, em vez de responder com objetividade e tranquilidade um assunto, tenta puxar outros assuntos”, afirmou ele. “Se cabe esclarecimentos sobre outros assuntos que eles sejam dados por quem de direito”.

Para Campos, as decisões sobre objeto da CPI devem ser tomadas pelo Congresso Nacional, com total independência. “Todos os gestores municipais e estaduais devem estar abertos a favorecer o controle social, os esclarecimentos à sociedade, aos organismos de controle”.

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Já, o ex-governador tucano José Serra criticou a estratégia do Planalto de tentar incluir o caso Alstom – escândalo que envolve o pagamento de supostas propinas pela empresa francesa Alstom a políticos do PSDB de São Paulo – em uma possível CPI da Petrobras. Serra disse que “é uma postura pouco inteligente” e que o contra-ataque dá ideia de artificialidade. “É subestimar a inteligência das pessoas, quando você é acusado tem que se defender, o contra-ataque dá uma ideia de artificialidade e de pouca convicção quanto à defesa que se faz de si próprio.”

A afirmação de Serra foi feita após participar de um debate com o tema: “O golpe de 1964, o passado e o presente 50 anos depois”, promovido pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso, na capital paulista. Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a intenção de parlamentares governistas de incluir as investigações do caso Alstom numa possível CPI da Petrobras é “puramente eleitoreira”. “Neste momento, o importante para o país é esclarecer o mau manejo da Petrobras, como é que a tal ponto”, disse o ex-presidente.

Com a formalização do pedido de criação da CPI no Senado anteontem, o Planalto orientou sua base aliada a pedir que também sejam investigados o porto de Suape, administrado pelo governo Campos, e as suspeitas de formação de cartel e fraude em licitações de trens em São Paulo, que atingem os tucanos.

Negado Habeas corpus em favor do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que está preso desde o dia 20. Costa é suspeito de envolvimento com a destruição de documentos relacionados à operação Lava Jato, da Polícia Federal. A ministra Regina Helena Costa, do STJ, rejeitou ontem o pedido e afirmou que o tribunal tem o entendimento de que não deve ser admitido habeas corpus quando a instância inferior (no caso, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região) ainda não julgou o mérito do pedido. Prazo curto / Avaliação de Pasadena levou 20 dias, segundo documento da estatal Agência Estado

A avaliação da situação comercial e financeira da refinaria de Pasadena, no Texas

(EUA), para orientar sua compra pela Petrobras, foi feita em prazo de cerca de 20 dias, segundo documento confidencial da estatal, datado de 31 de janeiro de 2006. Um procedimento padrão levaria de dois a três meses para ser concluído.

O documento foi revelado ontem pelo jornal O Globo. Em um dos anexos, uma consultoria contratada pela estatal pouco antes da compra, a BDO Seidman, de Los Angeles (EUA), disse que, em razão do “tempo limitado”, a estatal deveria buscar sua própria avaliação de dados. Após a coleta de documentos e reuniões com diretores financeiros da Astra, a Petrobras teve de fazer nova avaliação em apenas cinco dias.

A Petrobras comprou a refinaria da trading belga Astra Oil em 2006. Após litígio com o sócio e disputa judicial, a estatal foi obrigada a comprar a totalidade do negócio em 2012, pagando US$ 1,18 bilhão pela operação, que oito anos antes fora adquirida por US$ 42,5 milhões pelos belgas.

Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff confirmou que aprovou o negócio quando era presidente do Conselho de Administração da Petrobras, mas alegou que a decisão foi tomada com base em “resumo executivo” falho, preparado pelo então diretor da Área Internacional da estatal, Nestor Cerveró. VIP / PPS quer investigar convites para camarote em GP da Fórmula 1 Agência Estado

A oposição vai pedir que a Comissão de Ética da Presidência da República abra um

processo para apurar a conduta dos ministros que receberam da Petrobras convites para

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acompanhar o GP de Fórmula 1, em novembro do ano passado, em um camarote VIP da empresa, que serviria para aumentar o relacionamento com grandes clientes corporativos. O jornal O Estado de S. Paulo revelou anteontem que a estatal entregou credenciais que davam direito à vista privilegiada da pista do Autódromo de Interlagos, além de acesso aos boxes das escuderias, hospedagem em hotel cinco estrelas e buffet de bebidas e comidas durante o GP para ministros e parentes. Entre os beneficiários estão o genro da presidente Dilma Rousseff, Rafael Covolo; dois filhos do ministro da Fazenda, Guido Mantega; e a irmã, o cunhado e a sobrinha da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, além de parlamentares da base aliada e seus familiares. “Isso não pode acontecer de forma alguma. Queremos acabar com o deslumbramento do PT em usar a estrutura do governo como coisa particular do partido”, afirmou Rubens Bueno (PR), líder do PPS. Cartel do Metrô / MP pede prisão de 13 executivos Agência Estado

O Ministério Público de São Paulo (MP) requereu a prisão preventiva de 13

executivos de multinacionais do setor metroferroviário por suspeita de envolvimento com o cartel que atuou em São Paulo entre 1998 e 2008. A alegação central da promotoria é que os dirigentes e ex-dirigentes das empresas saíram do país, “ignorando a investigação deliberadamente”.

É a primeira vez que é pedida a prisão de investigados do cartel. Dos alvos dos pedidos de prisão, cinco executivos são dos quadros da Siemens. O ex-presidente no Brasil da companhia canadense Bombardier, Serge Van Temsche, também teve a prisão pedida. A promotoria sustenta que as prisões são necessárias para “garantia da ordem econômica” e “para assegurar a aplicação da lei penal”.

A Bombardier esclareceu que o executivo não é mais funcionário da companhia e que não iria comentar a decisão do MP. A Siemens destacou que, “com a denúncia e documentos entregues [às autoridades públicas], tomou uma atitude comprometida com a defesa da livre concorrência e dos negócios limpos”. Proposta / Municípios querem facilidades no acerto de contas com o TC Gestores pedem uma mudança na Lei Orgânica do tribunal e alegam excesso de rigor na análise das contas municipais Bruna Covacci, especial para a Gazeta do Povo

A Associação dos Municípios do Paraná (AMP) está liderando um movimento por uma flexibilização da Lei Orgânica do Tribunal de Contas do Estado (TC). Segundo o presidente da associação, Luiz Lázaro Sorvos, a burocratização do processo traz dificuldades para as entregas de relatórios e compromete a administração das prefeituras. “Queremos mudar o critério para outorgar a decisão liberatória do TC. Precisamos encaminhar diversos relatórios online no formato que eles querem. No entanto, muitas vezes o município não tem nem tecnologia suficiente para fazer isso”, diz.

Sorvos pediu uma audiência na próxima segunda-feira com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdir Rossoni (PSDB). Ao lado de outros dezenove membros da AMP, ele quer ajuda da Assembleia à sua causa.

Outra reivindicação dos gestores municipais refere-se ao suposto excesso de rigor na análise das contas, que estaria gerando multas. “Em muitos casos, não se verifica dolo e desvio de recursos, mas erros formais que resultam em penalizações pecuniárias e

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ganham o noticiário, passando uma imagem de malversação de recursos públicos, provocando danos irreparáveis à imagem dos gestores”, analisa o presidente da AMP.

Para Sorvos, o pedido não significa deixar de lado a fiscalização. “Uma das nossas ideias é que o prefeito apresente sua prestação de contas e tenha uma certidão vigente para o ano todo – atualmente precisamos fazer isso todo mês. Se a conta do prefeito tiver algum entrave, ele deve responder por isso”, conta.

Instituições O TC, em nota, afirmou que não tem conhecimento oficial desta reunião de segunda-feira, mesmo dia em que vence o prazo para entrega das prestações de contas dos municípios relativas a 2013. Até às 16 horas de ontem, 254 das 399 prefeituras já haviam enviado eletronicamente as prestações de contas.

A reportagem tentou contato com Rossoni, que não foi localizado. Já o deputado Artagão Júnior (PMDB), 1.° Vice Presidente da Assembleia Legislativa do Paraná e filho do presidente do TC, Artagão de Mattos Leão, disse acreditar que a ação tenha sido formalizada direto com Rossoni e preferiu não se pronunciar. Lista / Veja quais são as reivindicações feitas pelos prefeitos: • Multas

Para eles, as multas são excessivas. Eles gostariam que o dinheiro arrecadado por meio delas fosse encaminhado para os municípios ao invés de ir para o caixa do TC. • Capacitação

Os prefeitos pedem auxílio na capacitação de técnicos para encaminhar os relatórios na formatação desejada. • Contas

Outra reivindicação é que prestação de contas seja anual ao invés de mensal. Saúde / Reunião discute ajustes para criação da Funeas

A Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR) promoveu ontem reunião técnica para discutir a criação da Fundação Estatal de Saúde (Funeas). A fundação deve ser instituída até julho e, em 180 dias, entidade e governo precisam celebrar o primeiro contrato de gestão para que a Funeas seja formalizada como prestadora de serviço. A previsão é que o Hospital de Reabilitação, em Curitiba, deva ser a primeira unidade gerenciada pela Funeas.

Na reunião, a advogada do Sindicato dos Médicos do Paraná, Ana Paula Pavelski, disse que nas contratações feitas pela fundação será preciso ajustar questões trabalhistas, como carga horária e regras para sobreaviso, para evitar judicialização das causas.

Já o Sindicato dos Servidores da Saúde (SindSaúde) diz que está sendo formulada uma Ação Direta de Inconstitucionalidade, que deve ser impetrada no STF por algum conselho federal, ainda em definição e sem data prevista. O assessor jurídico da Secretaria de Saúde, Carlos Lorga, diz que o governo está tranquilo com relação à possível ação: “Temos plena certeza da constitucionalidade do projeto”. Judiciário / Para promotor, mensalão tucano deve sair após eleições

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de enviar para a Justiça mineira o processo do chamado mensalão mineiro que tem como réu o ex-deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB-MG) representa um alívio para a participação do senador tucano Aécio Neves (MG) na corrida presidencial. Isto porque a ação contra o ex-parlamentar, considerada um constrangimento para a campanha presidencial do PSDB, só deve ser decidida após as eleições, devido a todo o trâmite burocrático necessário até que a

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sentença seja conhecida, apesar de o Ministério Público Estadual (MPE) querer agilizar a decisão.

O promotor João Medeiros, que faz a acusação no processo sobre o mesmo mensalão mineiro que já tramita contra nove réus em Belo Horizonte, afirma que há possibilidade de a sentença no caso de Azeredo ser conhecida ainda em 2014. Mas são pequenas as chances de a decisão ser conhecida antes do pleito Eleições / STF julga doações de empresas para campanhas Julgamento foi paralisado em dezembro, quando quatro ministros já haviam se manifestado contrários ao financiamento de campanha por pessoas jurídicas Agência Estado

O Supremo Tribunal Federal (STF) pode concluir na próxima semana um

julgamento que tende a proibir as empresas de doarem dinheiro para campanhas eleitorais. Iniciado em dezembro, o julgamento já conta com quatro votos contrários ao financiamento por pessoas jurídicas.

Agora, os sete outros ministros que integram o plenário do STF deverão declarar os seus votos sobre a ação na qual a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pede que seja proibida essa modalidade de financiamento de campanha. A expectativa é de que a maioria siga o voto do relator do caso, Luiz Fux, que se posicionou contra a possibilidade de as campanhas continuarem a receber recursos de empresas. Ele conseguiu por enquanto o apoio de três colegas. Em dezembro, quando o placar estava 4 a 0 pela proibição do financiamento por pessoas jurídicas, o ministro Teori Zavascki pediu vista.

Se a decisão do plenário do STF realmente for contrária ao financiamento pelas empresas, o tribunal terá de definir se ela valerá já na eleição deste ano. Parte dos ministros do Supremo entende que não há obstáculos para isso. Segundo eles, como o processo de arrecadação e a campanha ainda não começaram, as regras não serão mudadas no meio do jogo e, portanto, não será necessária a antecedência mínima de um ano à eleição.

Por enquanto, prevalece a interpretação de que permitir as doações por empresas contraria a essência do regime democrático. “O exercício de direitos políticos é incompatível com as contribuições políticas de pessoas jurídicas. Uma empresa pode até defender causas políticas, como direitos humanos, mas há uma grande distância para isso justificar sua participação no processo político, investindo valores vultosos em campanhas”, disse Fux no início do julgamento.

“A permissão para as empresas contribuírem para campanhas e partidos pode exercer uma influência negativa e perniciosa sobre os pleitos, apta a comprometer a normalidade e legitimidade do processo eleitoral, e comprometer a independência dos representantes”, afirmou o presidente do STF, Joaquim Barbosa, em seu voto. Além de Fux e Barbosa, votaram contra o financiamento das campanhas por empresas os ministros Luis Roberto Barroso e Dias Toffoli.

O julgamento não deverá ser unânime. Também não está descartada a possibilidade de algum ministro pedir vista, adiando a decisão mais uma vez. Em dezembro, o ministro Gilmar Mendes sinalizou que vai votar a favor da manutenção do financiamento por empresas. Copa 2014 / Um novo entrave Na véspera do primeiro jogo-teste da Arena, TC-PR determina que dinheiro extra para a obra não seja liberado Leonardo Mendes Júnior

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A nova Arena da Baixada terá seu primeiro teste, hoje, com acesso restrito ao

público, fechado à imprensa e além da data esperada. O amistoso das 15 horas, entre Atlético e J. Malucelli, segue o roteiro que guiou toda a operação para a Copa de 2014 em Curitiba.

O evento acontece um dia depois de o Tribunal de Contas do Estado (TC-PR) determinar que a Fomento Paraná não elabore o aditivo contratual necessário para a liberação do recurso que ainda falta para a conclusão do estádio, de R$ 65,4 milhões.

Somente após este passo o dinheiro vai para a conta da obra. Segundo o relatório divulgado ontem pelo Tribunal, há inconsistências no

orçamento da obra e o projeto está incompleto. Também há, de acordo com o TC-PR, irregularidade na apresentação dos direitos de transmissão do Brasileirão como caução do financiamento de R$ 65,3 milhões, assinado em dezembro do ano passado. Por este contrato, a Fomento chegou a repassar R$ 26,1 milhões (40% do crédito) antes da assinatura do termo aditivo que estabelecia as garantias.

“Antes de qualquer formalização de aditivo, é preciso que se tenha uma análise detalhada do orçamento pela empresa contratada pela Fomento”, diz o diretor de Fiscalização de Obras Públicas do TC-PR, Luiz Henrique Barbosa Jorge.

O relatório ainda aponta que a CAP S/A tem uma dívida tributária de R$ 1,955 milhão. Mesmo assim, recebeu R$ 39,2 milhões para a obra em 23 de janeiro. A Fomento Paraná disse que age de acordo com a legislação e que os esclarecimentos solicitados serão apresentados a todos os organismos de controle.

O evento-teste é uma exigência da Fifa para preparar os estádios para a Copa. Em Curitiba, deveria ter acontecido exatamente um ano atrás. Depois, ficou para 26 de janeiro. Foi adiado duas vezes por atraso na obra. O público de 10 mil pessoas faz parte do pacote de recomendações da entidade para os testes. Das instalações, são exigidas apenas assentos para esses torcedores, gramado, vestiários e acessos. A operação é completa, mas compatível com o público.

A restrição à entrada da imprensa será uma exclusividade da Arena, sob alegação de que a estrutura para receber os jornalistas não está pronta. “Nosso papel dentro do estádio é o de fiscalizar a operação e cobrar melhorias. O Atlético entendeu que se fosse para abrir para a imprensa sem estrutura e receber críticas, melhor não abrir e receber adequadamente no segundo teste”, disse o coordenador-geral de Copa no Paraná, Mario Celso Cunha.

Ativos em toda a operação de segurança e logística fora do estádio, prefeitura e governo do estado não se opuseram ao jogo às escuras determinado pelo Atlético. A Fifa não se manifestou, mas deu o voto de confiança por meio do secretário-geral, Jérôme Valcke. “Fizemos a decisão certa de manter Curitiba. Está realizando um grande trabalho”, disse na quinta-feira, antes de o mais novo capítulo da novela envolvendo a Arena entrar no ar.

R$ 3,4 milhões é a diferença de custo da Arena detectada pelo Tribunal de Contas.São R$ 840 mil de defasagem entre o orçamento oficial da obra (de R$ 330,7 milhões) e o cronograma físico-financeiro entregue ao órgão fiscalizador.

E mais R$ 3,3 milhões de contingência, parasuprir alguma necessidade adicional para concluir o estádio até abril.

O relatório O Tribunal de Contas do Paraná fez quatro determinações e três recomendações à Fomento Paraná referente aos contratos da Arena da Baixada.

Determinações • Não realizar termos aditivos para a liberação de créditos do quarto financiamento enquanto não houver análise efetiva do valor solicitado no novo orçamento;

• Apresentar classificação de risco dos contratos de financiamento;

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- Exigir da CAP S/A a formalização das apólices relativas ao seguro garantia do segundo contrato de financiamento;

• Exigir que a CAP S/A comprove que a Globo Comunicação e Participações S.A. concorda com a apresentação dos direitos de transmissão do Brasileirão como garantia do terceiro empréstimo.

Recomendações • Reforçar o controle interno para que a análise técnica do projeto seja feita adequadamente para a concessão de crédito;

• Não fazer novos repasses à CAP S/A até a comprovação de recolhimento de impostos em atraso;

• Não fazer novos repasses à CAP S/A sempre que a auditoria apontar atraso no recolhimento de tributos.

Folha de Londrina Opinião / Desemprego e eleições

A avaliação positiva do governo da presidente Dilma Rousseff caiu sete pontos (43% para 36%) em relação a dezembro, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada na última quinta-feira. No mesmo período, o porcentual de entrevistados que consideram o governo regular registrou oscilação dentro da margem de erro de 35% para 36% e os que avaliam o governo como ruim ou péssimo subiu de 20% para 27%.

O Palácio do Planalto se mexeu no mesmo dia da divulgação da pesquisa, convocando uma reunião de última hora para analisar o cenário. Há algumas coisas preocupando o governo. Uma delas é a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a compra da refinaria de Pasadena - vale lembrar que a pesquisa de popularidade foi feita antes do escândalo de que a presidente concordou com a compra bilionária da empresa norte-americana.

A outra pedra que ameaça se instalar no sapato da presidente Dilma Rousseff é o aumento gradativo dos índices de desemprego. A taxa apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou em 5,1% em fevereiro. A pesquisa foi realizada nas seis principais regiões metropolitanas e, em janeiro, o índice foi de 4,8%.

A média móvel dos últimos três meses dos estoques de empregados do setor privado caiu 0,3% na comparação com igual período um ano atrás. O comércio foi o principal responsável pelo corte de postos de trabalho, que extinguiu 111 mil vagas no mês passado - provavelmente demissões de trabalhadores voluntários contratados para trabalhar nas lojas, no final de 2013.

Janeiro é um mês de vendas fracas no varejo, o problema é que fevereiro foi pior. Uma pesquisa da Associação Comercial do Paraná (ACP) indicou queda de 1% nas

vendas em comparação a janeiro. A retração no varejo acaba influenciando nos índices de desemprego e analistas econômicos acreditam que se o índice começar a subir para além de 5%, o PT terá que abandonar a bandeira do pleno emprego como marketing para a reeleição. Luiz Geraldo Mazza / O vizinho cordial

O Tribunal de Contas deu mais uma tacada em seu ativismo ao determinar agora o cancelamento do último repasse às obras da Arena da Baixada pela Carteira de Fomento. Se o fez é porque havia motivos suficientes de razões técnicas, como agiu assim também na intervenção ocorrida na auditagem do transporte público da Capital.

É de esperar-se, com fundadas razões, que ao manifestar-se sobre as finanças estaduais o faça com um mínimo de rigor e sem as mesuras tradicionais ao tratar do seu

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vizinho, o Palácio Iguaçu. Ocorre que órgãos federais como a STN, Secretaria do Tesouro Nacional, aplicam um "mata leão" no governo paranaense por força das repetidas infringências da Lei de Responsabilidade Fiscal na questão dos gastos com pessoal - e seria chocante que houvesse tanto rigor à distância por entes federados de Brasília e aqui nada ocorresse com o vizinho, tão distante da Arena da Baixada.

É verdade que tanto a STN quanto o TC têm os seus específicos raios de autonomia e que precisam ser preservados, mas nada justificaria que visões técnicas do mesmo problema tivessem leituras tão discordantes. É visível a quadra de desequilíbrio fiscal na crise interna (até racionamento na comida dos cães da Polícia Militar, isso sem falar em dívidas de pronto pagamento da ordem de R$ 1,1 bilhão) e seria inaceitável que tantas distorções não constassem das observações da Corte, ainda mais depois da auditagem na Urbs e no transporte coletivo de Curitiba e no bloqueio aos repasses à Arena da Baixada pela Carteira de Fomento.

Pressa Magistrados pedem urgência no pagamento do auxílio moradia e pressionam o TJ, que alega falta de orçamento.

Busca por desaparecidos patina no País Não há dados oficiais sobre número de vítimas; lançado em 2010, cadastro nacional ainda não saiu do papel Lucio Flávio Cruz, Reportagem Local

Londrina – A dor pelo desaparecimento de um ente querido se torna ainda mais

insuportável quando a família da vítima não encontra respaldo em políticas públicas efetivas que ajudem a desvendar o mistério. No Brasil não há dados oficiais sobre o número de desaparecidos e cada Estado tem uma forma de agir. Entre os dias 25 e 31 de março, é comemorada a Semana da Mobilização Nacional para Busca e Defesa da Criança

Desaparecida. "No Brasil, se você quiser saber o número de carros roubados em um mês, em um dia, em uma hora, você tem este dado. Mas se quiser saber quantas pessoas estão desaparecidas, não vai encontrar. A nossa causa é invisível", desabafa Ivanise Espiridião da Silva, fundadora da Associação Brasileira de Busca e Defesa de Crianças Desaparecidas (ABCD), também conhecida como Mães da Sé. A entidade criada há 18 anos em São Paulo tem 9.222 casos de pessoas desaparecidas registrados, das quais 2.937 foram localizadas.

O Ministério da Justiça anunciou em 2010 a criação do Cadastro Nacional de Desaparecimentos, mas o projeto não saiu do papel. No ano passado, foi criado o Cadastro Nacional de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, que não é atualizado constantemente. "Faltam critérios e detalhes importantes no cadastro, como a localidade do desaparecimento e o período. Não temos uma política definida e não há contato entre os Estados. Hoje cada um cria os seus setores de investigação", apontou Araci Vargas, delegada do Serviço de Investigação da Criança Desaparecida (Sicride), ligado à Polícia Civil do Paraná.

Sem o respaldo público e muitas vezes com pouca informação, familiares se sentem sozinhos na busca pelas vítimas. "Quando fiz o registro comunicando o desaparecimento da minha irmã, o policial me informou que era para ficar tranquila que logo ela voltaria para casa. Muito tempo depois fui descobrir que nem o cadastro dela existia na delegacia. Hoje acredito que a polícia nem faz mais buscas por ela. É a gente que tem que correr atrás mesmo", relata Deidy Ellen Magnente, irmã de Deyse, que desapareceu no dia 16 de abril de 2010, aos 17 anos, a caminho da escola na zona norte de Londrina. "É muito difícil viver com a dor de não saber o que aconteceu. Até hoje nada foi descoberto, mas sempre mantenho a esperança", ressalta Deidy.

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Estimativas extraoficiais apontam que mais de 204 mil pessoas estejam desaparecidas no Brasil, das quais 40 mil são crianças e adolescentes. "A falta de políticas públicas de amparo afeta diretamente as famílias, sobretudo as mais pobres. É preciso unificar o trabalho das secretarias de segurança pública dos Estados e de áreas sociais. Hoje a busca por parte dos familiares é difícil, mas, com raríssimas exceções, se dependesse do poder público, seria impossível", aponta Ivanise.

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem sobre o Cadastro Nacional de Desaparecidos. Sicride soluciona 99% dos casos

Londrina – O Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) alcançou em 2013 índice de 99% de solução dos casos de crianças desaparecidas no Estado. Das 247 vítimas, 245 voltaram para casa. Os dois únicos episódios em que as crianças não foram localizadas são o de João Rafael Kovalski, de 2 anos, que desapareceu em agosto na cidade de Adrianópolis (Região Metropolitana de Curitiba), e de Cristiano Gomes, de 2 anos, que sumiu de casa em novembro, em Santo Antônio da Platina (Norte Pioneiro).

Este ano já foram registrados 67 desaparecimentos no Paraná. Duas crianças ainda não foram localizadas. "Temos o caso de um menino que desapareceu no início da semana em Foz do Iguaçu (Oeste), mas que já tinha um histórico de abandonar unidades de abrigo, e de uma menina de Londrina. Neste caso, a mãe fugiu e levou a criança. Está em nossos registros, mas não tratamos como desaparecimento, pois ela está sob o poder da mãe", explicou a delegada do Sicride, Araci Vargas.

Todos os boletins de ocorrências de desaparecimento de crianças de até 12 anos no Estado são passados ao Sicride, que a partir deste momento assume a investigação.

De acordo com a delegada, os principais motivos de sumiço de crianças são maus-tratos e negligência familiar. "Entre 10 e 12 anos as principais causas são maus-tratos e desentendimentos com a família ou na instituição em que residem. Entre os mais novos, o principal motivo é a negligência por parte da família. E quando isso é detectado e confirmado, o responsável responde a um processo criminal", ressalta Araci Vargas.

O Sicride possui sede em Curitiba, mas atende os casos de todas as regiões do Paraná. "Seria interessante se tivéssemos unidades em algumas outras cidades do Estado, mas, diante da nossa estrutura estamos atingindo o nosso objetivo", frisou a delegada. As investigações de desaparecimentos de pessoas acima de 12 anos no Paraná fica a cargo das delegacias de polícia.(L.F.C.) Anvisa acompanhará serviços de saúde em grandes eventos Organizadores terão de apresentar projeto com antecedência; nova regra valerá para Copa do Mundo Lígia Formenti, Agência Estado

Brasília - A estrutura de serviços de saúde em eventos de massa de interesse

nacional passará a ser acompanhada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Organizadores terão de apresentar à agência o projeto com antecedência, para que eventuais correções sejam feitas. A nova regra, aprovada na quinta-feira, valerá também para a Copa do Mundo.

A Fifa terá até o dia 2 de maio para apresentar o plano à Anvisa. O prazo é menor do que o concedido para demais eventos de interesse nacional, de 120 dias. A Anvisa está convencida de que o prazo será cumprido. "No caso da Copa, a fiscalização vem

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sendo feita já há bastante tempo. Faltam apenas alguns detalhes finais", afirmou o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.

A resolução traz os pontos principais para que a agência possa fazer a fiscalização de forma preventiva. "Não haverá um modelo único. A estrutura de cada evento será analisada caso a caso", contou Barbano. São levados em conta tanto a natureza do evento, a sua duração, o tamanho e perfil do público esperado.

Entre os parâmetros que serão avaliados estão, por exemplo, a estrutura montada para remoção de atendimento de integrantes de público, estratégias para casos de acidentes de maior tamanho, a oferta de ambulâncias, o trajeto e a estrutura de retaguarda disponível para atendimento em serviços de urgência e emergência.

A fiscalização começa a partir da entrega dos documentos e se estende até horas antes do evento, quando uma equipe destacada pela vigilância local verifica se todos os detalhes foram atendidos. "Em casos extremos de descumprimento das regras, a Anvisa poderá suspender eventos. Mas obviamente essa não é a intenção. Queremos trabalhar de forma preventiva."

As regras da Anvisa valem para eventos considerados de interesse nacional. Estados e municípios, se desejarem, podem adotar modelo semelhante. "A fiscalização fica por conta das vigilâncias sanitárias locais", contou Barbano. Em abril, a Anvisa deverá publicar regras sanitárias para os serviços de alimentação. Prestadores também terão de seguir os parâmetros. Um dia contra a opressão na escola Alunos participam de oficinas, palestras e atividades que abordam o preconceito e a violência Vítor Ogawa, Reportagem Local

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Londrina - Um depoimento impactante e assustador foi feito ontem, durante o

evento "1º Dia Contra a Opressão na Escola", realizado no Colégio de Aplicação, da Universidade Estadual de Londrina. Uma jovem de 15 anos relatou, em meio às lágrimas, que já foi cortada com estilete e que tentaram jogá-la das escadas do colégio onde estuda. O motivo seria porque ela denunciou colegas de classe que teriam adulterado suas notas para baixo.

"Isso aconteceu em 2011. Tive que mudar de turno e depois disso o Conselho Tutelar veio até a escola e ministrou palestras de orientação e o problema diminuiu, mas ainda hoje sofro bullying porque uso aparelho auditivo e também porque tenho dificuldades na fala", ressaltou. Ela relembra que já encontrou o aparelho auditivo no lixo e já o desmontaram enquanto fazia a aula de Educação Física. "A gente não vai mudar o mundo com um projeto. As pessoas é que precisam se conscientizar e respeitar as pessoas pelo que elas são", afirmou.

O evento, organizado pelo Projeto Liberte-se, coletivo de estudantes que desde o ano passado atua na instituição, visa conscientizar a comunidade escolar sobre os danos físicos e psicológicos à formação daquele que sofre com as opressões como o racismo, o bullying, o machismo e a homofobia. Foram realizadas palestras, oficinas e atividades culturais desenvolvidas por convidados de variadas formações acadêmicas.

Thayná De La Rosa, de 18 anos, é ex-aluna do colégio e membro do coletivo desde o ano passado. Segundo ela, cada vez mais os alunos reproduzem falas preconceituosas que geralmente escutam de seus pais ou da sociedade. A jovem contou que a ideia de criar o evento surgiu no ano passado, quando algumas alunas criaram cartazes sobre o tema. A direção da escola sugeriu que o grupo buscasse palestrantes para falar sobre esses assuntos.

Piadinha O funcionário do Aplicação e assessor do projeto, Lucas Martins, afirmou que o preconceito existe na sociedade como um todo, mas que na escola aparece como uma brincadeira ou de forma velada. "Elas surgem como uma piadinha. Por exemplo, quando o aluno é negro ou tem orientação sexual homoafetiva, o preconceito não vem da forma explícita como acontece fora da escola. A gente precisa mostrar que isso não é natural", destacou.

Uma estudante de 13 anos revelou que já sofreu bullying por ser negra. "Mandavam a gente para a diretoria com frequência por causa das brigas em que

eu me envolvia por causa disso. Eu ia um dia sim e outro não, a ponto de eu ter que mudar de sala. Se eu não mudasse, eles continuariam a praticar o bullying. Eu me sentia mal, pois eles faziam isso para tentar me diminuir. Com tantas palestras na escola sobre o assunto, a gente acha que as pessoas se conscientizariam, mas continuam agindo da mesma maneira", reclamou. Desafio de falar para um público jovem

Londrina - Lucas Martins, funcionário do Colégio Aplicação, ressalta que a iniciativa de realizar um evento contra a opressão partiu dos alunos. "É uma autonomia estudantil muito importante", destacou.

Segundo ele, o coletivo Liberte-se, organizador do evento, é formado por oito alunas do colégios Aplicação, Gabriel Martins e Vicente Rijo. "Com a própria dinâmica escolar e pelas amizades que essas pessoas têm fora da sala de aula, o grupo está conseguindo expandir essa ideia para outras escolas", explicou. Cerca de 550 alunos participaram das palestras, oficinas e outras atividades ontem.

Para alguns dos palestrantes, lidar com um público tão jovem foi uma novidade. Sílvia Elaine de Castro, jornalista e mestre em Ciências Sociais, ministrou palestra sobre o racismo e o sistema de cotas das universidades. "É a primeira vez que ministro palestra para alunos do Ensino Médio. Geralmente eu dou palestras para pessoas com

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mais idade. Para mim está sendo um desafio", declarou ontem. Ela destacou que é importante que as pessoas entendam a necessidade do sistema de cotas para corrigir uma dívida histórica do País com os negros.

A pedagoga Mauricéa Severino trabalhou em sala de aula a cultura e a dança africanas. Ela chamou amigos de Angola e de Cabo Verde que fazem intercâmbio na Universidade Estadual de Londrina (UEL) para falarem um pouco sobre seus países de origem e também para apresentar as danças típicas, como o afrohouse ou o kuduro.

Também participou do evento a presidente do grupo Elity Trans, Melissa Campos, que promoveu um debate sobre a transsexualidade. "Os convidados foram escolhidos a dedo para que proporcionassem essa discussão. Nós recebemos denúncias anônimas e até de conhecidos de violência doméstica, estupro, machismo na sala de aula, até por parte dos professores, contra homossexuais e contra negros. Chegamos a cogitar fazer um subprojeto com esses depoimentos", ressaltou Thayná De La Rosa, do grupo Liberte-se. (V.O.) A distante acessibilidade no transporte público Elevadores com defeito, despreparo de funcionários e excesso de velocidade são as reclamações de cadeirantes

Londrina – Nos últimos minutos do horário de pico da tarde de terça-feira, a

professora de Educação Física, Marli Cristina Brussolo, de 46 anos, parou a cadeira de rodas no andar superior do Terminal Central de Londrina para embarcar no ônibus que faz a linha 206 – Europa. Com o coletivo apinhado de passageiros, o motorista ajeitou a cadeira no elevador e acionou o controle. Travada, a plataforma não chegou ao topo. A partir daí, uma sucessão de erros marcou os constrangedores 10 minutos em que a professora ficou presa.

O sobe-e-desce do elevador, acompanhado de chutes nas ferragens, durou cerca de cinco minutos. Sem sucesso, motorista e cobrador pegaram a marreta, usada nos pneus, para tentar destravar a máquina. Os golpes ao lado da cadeira constrangeram até mesmo os passageiros mais impacientes, que no início se irritaram com o atraso. Para completar, o ônibus chegou a andar alguns metros com a porta aberta e Marli no elevador. Entre solavancos, chutes e marretadas, a professora permaneceu lá, impassível. Segundo ela, apenas mais um dia normal.

Moradora no Jardim Ouro Verde (zona norte), ela relata que o problema com o elevador é constante nas linhas Europa e 502-Ouro Verde. "A qualidade é sempre ruim.

O problema persiste e parece que não há manutenção", avalia. Outros usuários ouvidos pela reportagem disseram que mais veículos apresentam o mesmo problema. "Levo e busco meu filho da escola todos os dias. É sofrido, então precisamos de melhores condições", cobra Neide Fernandes, de 50 anos, mãe de Fábio, deficiente físico e mental.

Os desafios de Marli começaram há três anos e meio. Durante uma cirurgia de hérnia de disco, ela contraiu infecção hospitalar, que causou a paralisia das pernas. A professora se arrisca pela cidade sem poder contar com a tão sonhada acessibilidade. Ela atravessa Londrina para fazer sessões de fisioterapia na zona sul enfrentando a falta de paciência dos passageiros, funcionários e, muitas vezes, os perigos causados pelo excesso de velocidade. "Acho que ainda vai levar um tempo para que os cadeirantes tenham o respeito que merecem."

A aventura de encarar o ônibus também não é tarefa fácil para o paratleta da equipe de Basquete da Unifil, Fernando Bernardo da Silva, de 29 anos. "É complicado porque atrasa a saída, o povo já começa a achar ruim. Se em condições normais o embarque já é difícil, imagina com esses defeitos."

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A falta de preparo de parte dos motoristas e cobradores para lidar com os cadeirantes também foi criticada. "Tem motorista que fica impaciente e pede para o acompanhante sair do elevador, como se os culpados fôssemos nós. Diria que metade deles (motoristas) é um amor, mas a outra é sem educação", criticou Isabel Rosa Nascimento, de 57, moradora no Jardim Barcelona. Empresa garante treinamento e manutenção

Londrina - Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) informou que todos os colaboradores da empresa passam por capacitação para atendimento à pessoa com deficiência assim que são contratados. Segundo a empresa, além do módulo inicial, os motoristas e cobradores passam por reciclagens e são orientados - por supervisores - durante a operação das linhas quanto ao atendimento ao público. A TCGL também ressaltou que organizou palestras com representantes da Associação dos Deficientes Físicos de Londrina (Adefil) para ministrar cursos de reciclagem.

Quanto aos problemas com os veículos, A TCGL garantiu que a manutenção preventiva dos elevadores dos ônibus é realizada estritamente dentro dos prazos orientados pelo fabricante. "A empresa conta também com um mecânico específico para a manutenção diária dos elevadores. Em caso de reposição de peças, são adquiridas exclusivamente peças originais".

Para a Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), órgão fiscalizador do transporte público, o procedimento adotado no caso de Marli Cristina Brussolo não foi o correto. "Existe um protocolo a ser cumprido, que é a substituição do veículo por um reserva. Este ônibus não poderia ter saído nestas condições", condenou o gerente de transportes da CMTU, Wilson de Jesus.

Segundo ele, casos como este são passíveis de notificações e multas. "Tentar consertar à base de marretadas não é a imagem que se espera do transporte público de Londrina." A CMTU informou que o maior entrave para coibir as irregularidades é a falta de denúncias. Nos últimos seis meses, não houve registro no Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC). "Nossos fiscais serão orientados para agir prioritariamente nestes casos." (C.F.)

Serviço telefone para denúncias e reclamações referentes ao transporte público é (43) 3379-7948 Recape alto bloqueia guias rebaixadas

Londrina – A melhoria no transporte público não é a única reivindicação dos cadeirantes. Nas ruas, o problema também é grave. As más condições das calçadas e das guias rebaixadas se agravaram nos últimos meses. As obras de recape aumentaram o nível do asfalto e criaram um degrau no acesso das cadeiras entre a rua e a calçada.

Sem ângulo para a transição das rodinhas, os cadeirantes ficam presos e só conseguem atravessar com a ajuda de outra pessoa.

Toda vez que precisar ir ao mercado ou à lotérica, na Rua Quintino Bocaiuva, o auxiliar administrativo aposentado Elder Raimundo Senne, de 49 anos, se depara com o descaso. No cruzamento com a Rua Natal, a guia rebaixada foi inutilizada. "O maior perigo é que do outro lado da rua o acesso está normal. O cadeirante cruza e, quando chega aqui, não tem como subir", mostrou. "Quando o sinal fica verde, o desespero é grande."

Senne, que mora na Vila Nova (área central), enfrenta o mesmo problema na Rua Guaporé. "A pavimentação ficou muito boa, mas é preciso se atentar aos detalhes, são pequenas coisas que fazem toda a diferença para nós", defendeu. Ele sugere a instalação de chapas de metal que já existem no centro da cidade. "Creio que é a solução mais viável e econômica. Quando está em boas condições, funciona perfeitamente".

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Senne foi presidente da Associação dos Deficientes Físicos de Londrina (Adefil) entre 1993 e 1999 e reconhece que a questão de acessibilidade evoluiu muito nos últimos 20 anos. "As leis foram importantes, agora precisamos sempre cobrar que elas funcionem. É preciso empenho do poder público e das pessoas, donas das calçadas."

O assessor especial para Assuntos de Acessibilidade da prefeitura, Almir Scatambulo, informou que enviou um comunicado interno há cerca de 20 dias para o secretário de Obras, Sandro Nóbrega, solicitando a adequação do asfalto às guias rebaixadas. Sem resposta, Scatambulo disse à reportagem que ligou para Nóbrega na tarde de quinta-feira. Segundo ele, o secretário se comprometeu a mandar uma equipe para estudar o caso. A reportagem tentou contato com Nóbrega, mas ele não retornou a ligação. (C.F.) O Diário do Norte do Paraná Saúde / Dengue atinge critério numérico de epidemia Com 1.193 confirmações, Maringá chega a 309 casos para cada 100 mil pessoas Suspeitas sobem 40%; secretário muda estratégia de atendimento Murilo Gatti e Alan Maschio

Maringá soma 1.193 casos confirmados de dengue em 2014, além de 4.778

notificações de suspeita da doença. Os números constam de relatório apresentado ontem pela Secretaria Municipal de Saúde e mostram que a cidade já atingiu o critério numérico para confirmação de epidemia, conforme antecipado por O Diário na quinta-feira.

Protocolo do Ministério da Saúde define situação epidêmica quando um município soma 300 casos para cada grupo de 100mil habitantes. Com 1.193 exames positivos, Maringá alcançou taxa de 309 casos /100 mil habitantes. A doença, no entanto, já vinha sendo tratada como epidêmica desde o começo da semana, com intensificação de ações de combate ao Aedes aegypti. Veículos nebulizadores de veneno - os conhecidos "fumacês" - já estão em ação, atuando principalmente nos bairros da zona norte da cidade, região que concentra cerca de 50% das confirmações da doença.

O avanço do total de casos suspeitos na comparação com o relatório divulgado na semana passada chega a 40%. Em relação a esta alta, o secretário municipal de Saúde, Antônio Carlos Nardi, disse que os números são reflexo de uma nova estratégia de atendimento adotada nos postos de saúde e unidades de pronto-atendimento. "Para qualquer paciente que chega com alguma sintomatologia, estamos colhendo os testes. É um trabalho para termos o domínio e o controle da doença, e para garantir que a população não tome remédio incorreto, o que pode agravar a situação", disse o secretário.

Nardi afirmou ainda que muitos dos testes têm apresentado resultado negativo para a dengue, pois alguns sintomas se confundem com os de gripe forte, problemas gastrointestinais e dores musculares. "É principalmente um alerta para que a população procure uma unidade de saúde e não se automedique."

Recentemente, o volume de notificações colocou Maringá em sétimo lugar em um ranking de cidades do País com mais casos de suspeita de dengue. A lista, divulgada pelo Ministério da Saúde, usou como parâmetro os registros municipais realizados no primeiro bimestre do ano. No relatório do dia 28 de fevereiro, Maringá apresentava 1.542 casos, volume que colocou o município a frente de São Paulo , Brasília e Campo Belo (MG). Goiânia (GO) liderava o ranking, com 6.089 notificações nos primeiros dois meses do ano.

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Comparativo ,4% É o índice de infestação pelo mosquito da dengue em Maringá, de acordo com levantamento divulgado na semana passada.

1% É o índice de infestação considerado o máximo tolerável pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Consumidor / Procon de Maringá lidera atendimentos Leonardo Filho

O Procon de Maringá é o órgão de Defesa do Consumidor com a maior quantidade

de reclamações atendidas em 2013 do Paraná. De acordo com um resumo dos atendimentos realizados pelos municípios integrados ao sistema estadual de defesa e proteção do consumidor, no ano passado o órgão maringaense atendeu a 29.361 reclamações.

Em segundo lugar ficou o Procon de Guarapuava com 9.487, seguido de Londrina, 7.233, e Sarandi, com 5.657 reclamações registradas. Curitiba não entra nesse ranking por integrar um sistema estadual.

"As pessoas têm nos procurado mais, e o índice de resolução dos casos tem sido bastante alto", destacou o diretor do Procon de Maringá, João Luiz Regiani. O serviço que mais gerou reclamações foi o de telefonia fixa, com 4.774 queixas em 2013. Os bancos ficaram em segundo lugar, com 3.680, e em terceiro, a telefonia móvel, com 3.038 reclamações. "Fazemos entre 170 e 190 atendimentos por dia. Muitas vezes, esses atendimentos não se configuram apenas em reclamação. Há casos de orientações e esclarecimentos de dúvidas", exemplificou o diretor.

Procon nos bairros Será realizada hoje a quarta edição do projeto Procon nos Bairros. O atendimento será no Centro Comunitário do Jardim Alvorada, das 14 às 18 horas. A ação faz parte das comemorações do Dia do Consumidor e vai oferecer aos participantes orientações jurídicas e de direitos do consumidor, além de serviços nas áreas da saúde e ação social. Apreensão de contrabando cresce 65% no noroeste do Estado Em 2012, foram R$ 21,4 milhões em mercadorias. Em 2012, valor saltou para R$ 35,3 milhões Principal produto comprado no Paraguai e apreendido é o cigarro. São milhares de maços retidos Leonardo Filho

O montante das apreensões de mercadorias contrabandeadas do Paraguai aumentou 65% na região noroeste do Paraná, de R$ 21.476.397, em 2012, para R$ 35.392.671, no ano passado.

Um levantamento comparativo entre 2012 e 2013 da Delegacia da Receita Federal mostra que o cigarro ainda é o "carro-chefe" da ações. Enquanto em 2012, foram apreendidos 3.846.153 maços, no ano passado, a quantidade foi de 5.480.206.

De acordo com a Receita, a alta no valor se deve a dois fatores: o volume de algumas mercadorias, que realmente foi superior ano passado, o preço calculado pelo maço do cigarro. "Em 2012, o valor do maço apreendido era o que os compradores pagavam no Paraguai, em média R$ 0,50. Ano passado, o preço é o que está tabelado aqui no Brasil, R$ 3,50", explicou o analista tributário Marcos Luchiancenkol.

Outra mercadoria que teve um aumento no volume de apreensão no noroeste foi perfume. Enquanto em 2012, 8.187 frascos foram apreendidos, no ano passado foram

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12.551. A quantidade de veículos também aumentou. Foram 266 em 2013 ante 189 no ano anterior. As apreensões de bebidas em geral também cresceram, em média, 30%.

Destino A destinação de alguns produtos reserva curiosidades. Os cigarros, por exemplo, são triturados em um equipamento especial disponível na Receita Federal de Foz do Iguaçu. Após a trituração, o produto se transforma em adubo. Já no caso das bebidas, todo o material é encaminhado à Universidade Estadual de Guarapuava (Unicentro), que transforma o álcool em combustível e também em gel usado inclusive nas repartições da própria Receita Federal no Paraná.

Equipamentos eletrônicos são doados para entidades sem fins lucrativos para a realização de bazares beneficentes. No caso dos veículos, há também doação e leilões. "Depois do fim do processo, esses veículos vão a leilão ou são doados para órgãos públicos, a exemplo da polícia e prefeituras."

Em queda A alta do dólar ano passado causou queda no volume de aparelhos eletrônicos apreendidos.

De acordo com o relatório da Receita Federal, as apreensões de aparelhos de telefone celular, GPS (localizadores eletrônicos), máquinas fotográficas, videogame e equipamentos de informática comprado no país vizinho registraram uma redução de aproximadamente 40% de 2012 para o ano passado. "Sempre quando há alta no dólar imediatamente as apreensões diminuem", ressaltou o analista tributário. Alimento / 'Leite não tinha problema' Luiz de Carvalho

Empresa Líder, de Lobato, informou ontem que produto retirado do mercado pela

saúde "não apresentava qualquer tipo de problema físico-químico, sensorial ou microbiológico."

O leite da marca Líder dos lotes "Lob 04 D 06:00", e "Lob 18 C 04:01", que foram retirados do mercado na semana passada por determinação da Secretaria de Saúde do Paraná depois que o Ministério da Agricultura notificou irregularidades, "não apresentava qualquer tipo de problema físico-químico, sensorial ou microbiológico, conforme comprovam laudos dos laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, do próprio ministério e ainda de um laboratório de Maringá que fez análise a pedido da empresa".

O nome do laticínio foi envolvido depois que o Ministério Público do Rio Grande do Sul e a fiscalização do Ministério da Agricultura constataram que foram adicionadas ureia, água oxigenada e soda cáustica no leite recolhido em oito municípios gaúchos. O leite fraudado foi comprado por grandes laticínios gaúchos, entre eles o LBR, proprietário da unidade envazadora do Leite Líder em Lobato (a 59 km de Maringá). Segundo o MP do RS, 199 mil litros do leite adulterado foram enviados para o Paraná por meio do laticínio de Lobato. "A empresa imediatamente fez o recall preventivo em respeito aos consumidores", disse ontem o representante comercial do Laticínios Líder, Ideraldo Freire de Castro.

Segundo ele, mesmo com os exames constatando que não havia problemas com o leite, o produto foi recolhido. "O foco da empresa está na garantia da qualidade e segurança de seus produtos, no respeito e transparência junto a seus clientes e consumidores."

Após a determinação da Secretaria de Saúde para retirar do comércio o leite UHT dos dois lotes suspeitos, foram encontradas apenas 40 caixas do produto em um estabelecimento de Maringá.

De acordo com o representante comercial, os proprietários de supermercados e mercearias entenderam que a Líder não tinha culpa em fraude cometida por pessoas que

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faziam o transporte no Rio Grande do Sul e que se houve contaminação foi de apenas alguns lotes, o que não impedia que os demais, assim como manteiga, queijo, iogurtes, achocolatados, creme de leite e outros fossem comercializados.

O também representante comercial Duílio Bernardo da Costa Pinto disse que este tipo de problema dificilmente ocorreria no Paraná, onde os entrepostos de leite são de propriedade das próprias indústrias. "Já aconteceram outros casos deste tipo no Rio Grande do Sul, inclusive no ano passado vários grandes laticínios tiveram seus nomes prejudicados por comprarem a matéria-prima de entrepostos denunciados por fraude."

Conforme Costa Pinto, os laticínios do Paraná, entre eles o Líder, recebem do Rio Grande do Sul mais da metade do leite que distribui no comércio local porque a produção leiteira paranaenses é insuficiente.

Defesa "O foco da empresa está na garantia da qualidade e segurança de seus produtos." Ideraldo De Castro, Representante comercial. O Diário dos Campos Comissão da OAB questiona taxa de coleta de lixo Após encontro, advogados publicaram parecer com conclusões e apontamentos sobre pagamento de tarifa na cidade Jean Maciel

A Comissão de Direito Tributário da OAB - Subseção de Ponta Grossa-PR se reuniu

nessa quinta-feira (27) para discutir a Lei municipal nº 11.637/2013 que dispõe sobre o pagamento da taxa de coleta de lixo, proposta pelo executivo e aprovada pela Câmara Municipal no ano passado. Formada por cinco membros, a comissão analisou questões do texto da lei junto à decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras situações.

Para o presidente da comissão, Daniel Prochalski, existe legalidade na cobrança da taxa, mas o problema se encontra nas formas de cobrança e no que é cobrado. Para 2014, a lei determina que a cobrança seja feita pelos metros quadrados (m²) construídos da obra. Essa forma de cobrança já foi declarada constitucional pelo STF, porém a comissão questiona os valores pagos pelos proprietários. Jornal do Oeste Justiça determina volta ao trabalho dos servidores Durante entrevista coletiva, prefeito leu cópia do despacho da desembargadora Lélia Samardã Giacomet Márcio Pimentel - Da Redação

Numa entrevista coletiva bastante concorrida, na tarde desta sexta-feira (28), o

prefeito Luis Adalberto Beto Lunitti Pagnussatt (PMDB) leu cópia do despacho da desembargadora Lélia Samardã Giacomet, da 4ª Vara Cível da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba, que considera a greve dos servidores públicos municipais de Toledo “abusiva e ilegal”, com previsão de multa diária de R$ 15 mil e retorno imediato dos servidores às atividades municipais essenciais paralisadas num prazo de 24 horas.

De acordo com o prefeito – vaiado pelos grevistas que ouviam pelo rádio a entrevista –, não haverá nenhuma concessão além do já estabelecido pela atual administração. Beto Lunitti afirmou ainda ter tomado todas as medidas para os avanços

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pretendidos pela categoria, entretanto, garantiu que o Limite Prudencial da folha de pagamento, estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal, inviabiliza qualquer novo avanço.

Desconstrução Sem citar nomes ou partidos, o prefeito de Toledo afirmou uma vez mais que algumas “lideranças tentaram desconstruir” seu governo, porém, ressaltou estar feliz em ser prefeito e disse que “nos últimos 16 anos foram concedidos apenas 2,09% de aumento real aos servidores”. E enfatizou o índice. Segundo o prefeito, é “impossível” atender ao pedido dos servidores neste momento.

Classificando o movimento de “paredista”, Beto Lunitti afirmou respeitar os grevistas, porém, disse ter sentido “estranheza a radicalidade” tomada durante a semana pois, segundo ele, em nenhum momento o diálogo com a direção do Sindicato foi interrompido.

Reiterou enfrentar com naturalidade o movimento, porém insistiu na tese de que “algumas figuras que circularam” aproveitaram para defender instrumentos ideológicos ou partidários.

Desconto Na visão do prefeito o movimento só trouxe prejuízos ao município e ele, enquanto gestor, tomou todas as providências para garantir o zelo ao patrimônio público. Em alguns momentos Beto Lunitti citou querer o melhor para a cidade e que este é um “governo de liberdades”.

Em relação ao desconto dos dias parados, o prefeito esclareceu que a folha do mês de março já está fechada e será paga na íntegra, entretanto, para o mês de abril haverá o desconto de quem aderiu ao movimento. O desconto atingirá também o vale-alimentação.