garantismo penal. anÁlise da obra de luigi ferrajoli. teoria e exemplos práticos

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GARANTISMO PENAL UMA ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos.

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Page 1: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

GARANTISMO

PENAL

UMA ANAacuteLISE DA OBRA DE

LUIGI FERRAJOLI

Teoria e exemplos praacuteticos

DIREITO E RAZAtildeO

TEORIA GERAL DO

GARANTISMO PENAL

LUIGI FERRAJOLI

Ex magistrado

Professor de Filosofia

do Direito da Universidade

de Camerino

Aula por

Prof Dr Rosacircngelo Rodrigues de Miranda

Professor da Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce ndashFADIVALE

Texto para uso exclusivo dos alunos em sala favor natildeocitar Texto com base exclusiva nas fontes citadas devendoa elas serem creditadas quaisquer meacuteritos Aqui tatildeosomente se resumiu e se sistematizou os temas para uso emsala de aula sem preocupaccedilatildeo com originalidade Deixomeu reconhecimento ao Prof George Marmelstein pelagrande obra sobre os Direitos fundamentais que vemdesenvolvendo no Brasil obra na qual se baseou a quasetotalidade dos exemplos aqui utilizados

TEORIA GERAL DO GARANTISMO

Ferrajoli pretende em seu livro estruturar natildeo

um modelo utoacutepico de garantismo penal cheio

de formalismos detalhes repetitivos e tatildeo

comuns a outros que vicejam numa pratica

juriacutedica distante da realidade concreta

Ao contraacuterio ele busca aliar forma e realidade

validade e efetividade liberdade e igualdade

busca da forma coordenar o mundo e do

mundo coordenar a forma

De um otimismo relativo ou pessimismo contidoFerrajoli tal qual Bobbio vecirc no Direito Penalgarantiacutestico natildeo uma possibilidade de se fazer justiccedilaplena perfeita mas construir uma perfeiccedilatildeo dentro daimperfeiccedilatildeo Existem vaacuterios Garantismos uns maisoutros menos legiacutetimos Sabedor que o Homem e Lobodo Homem e que nos termos modernos o proacuteprioEstado tornou-se um grande lobo a ameaccedilar a todoscom sua forccedila Ferrajoli vecirc no direito penal garantisticocom suas conquistas liberais um miacutenimo de proteccedilatildeode barreiras contra as arbitrariedades

Por conseguinte o Garantismo eacute um meio e natildeo um

fim ele eacute um ferramenta dentre outras mais a

possibilitar aos indiviacuteduos um miacutenimo de proteccedilatildeo

contra as violecircncias existentes mas ele sozinho adverte

Ferrajoli nada pode fazer Eacute preciso um abertura

democraacutetica tanto formal quanto substancial que

equilibre o valor da pessoa humana a igualdade e a

necessidade de puniccedilatildeo para de modo ainda que

parcial e precaacuterio poder se afirmar a existecircncia efetiva e

concreta da existecircncia e usufruto da ideacuteia de justiccedila

Ferrajoli marca sua teoria no seu livro em 5 passos

Parte I Epistemologia ( pressupostos de cientificidade

e conhecimento do modelo

Parte II Axiologia ( pergunta pelos valores qual a

funccedilatildeo do Direito Penal ele eacute necessaacuterio Ele deve ser

abolido ou deve ser miacutenimo ou maacuteximo)

Parte III Teoria ( explicita os postulados de legitimaccedilatildeo

do Direito Penal a legalidade estrita e o principio da

proporccedilatildeo e individualidade da pena dentre outros)

Parte IV Fenomenologia ( analisa o caso

concreto da aplicaccedilatildeo do direito penal na Itaacutelia

Parte V Apresenta uma Teoria Geral do

Garantismo abrindo-o para os seus aspectos

externos ao Direito pondo-o em contato com a

necessaacuteria noccedilatildeo de legitimidade democraacutetica

tanto formal quanto substancial

Se se pode concluir algo a priori dos objetivos de

Ferrajoli eacute que na tradiccedilatildeo liberal ele com a proteccedilatildeo

do garantismo empreende uma ldquobatalha pelas

minoriasrdquo Trata-se de um modelo uma meta um ideal

que batendo de frente contra as imperfeiccedilotildees humanas

e do aparatado estatal e juriacutedico busca proteger as

minorias no caso aqueles que satildeo os acusados e os

presos frente um pretenso consenso das maiorias sobre

o que eacute o bem e o mal sobre o bom e o ruim em

suma sobre o domiacutenio ontoloacutegico da ideacuteia de verdade

Diz Ferrajoli na esteira da tradiccedilatildeo liberal em

todo lugar em que a verdade foi monopoacutelio de

apenas um ou de uma maioria o arbiacutetrio e a

injusticcedila contra a minoria imperou e por

consequumlecircncia maculou o desejo humano de

justiccedila universal

Para ele portanto o Garantismo eacute ldquo a tutela daqueles valores fundamentais cuja satisfaccedilatildeo mesmo contra os interesse da maioria constitui o objetivo justificante di direito penal vale dizer imunidade dos cidadatildeos contra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e ds puniccedilotildees a defesa dos fracos mediante as regras do jogo iguais para todos a dignidade da pessoa do imputado e consequumlentemente a garantia de sua liberdade inclusive por meio do respeito agrave su verdade Eacute precisamente a garantia destes direitos fundamentais que torna aceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus e pelos imputados o direito penal e o proprio princiacutepio majoritaacuteriordquo Pag 271

Iluminista em Filosofia (sapere aude) e Liberal em

Poliacutetica ( respeito ao direito agrave diferenccedila) ele

trabalha seu livro por dicotomias

Liberdade X Poder

Garantismo X Autoritarismo

Garantismo X Decisionismo

Governo sob as leis(submetido a lei judiciaacuterio) e pelas

leis (leis gerais e abstratas legislativo com o norte da

constituiccedilatildeo) X Governos dos Homens

Estado de Direito X Estado Absoluto

Indiviacuteduo X Estado

Convencionalismo contratual X orgacircnico (Hegel)

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 2: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

DIREITO E RAZAtildeO

TEORIA GERAL DO

GARANTISMO PENAL

LUIGI FERRAJOLI

Ex magistrado

Professor de Filosofia

do Direito da Universidade

de Camerino

Aula por

Prof Dr Rosacircngelo Rodrigues de Miranda

Professor da Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce ndashFADIVALE

Texto para uso exclusivo dos alunos em sala favor natildeocitar Texto com base exclusiva nas fontes citadas devendoa elas serem creditadas quaisquer meacuteritos Aqui tatildeosomente se resumiu e se sistematizou os temas para uso emsala de aula sem preocupaccedilatildeo com originalidade Deixomeu reconhecimento ao Prof George Marmelstein pelagrande obra sobre os Direitos fundamentais que vemdesenvolvendo no Brasil obra na qual se baseou a quasetotalidade dos exemplos aqui utilizados

TEORIA GERAL DO GARANTISMO

Ferrajoli pretende em seu livro estruturar natildeo

um modelo utoacutepico de garantismo penal cheio

de formalismos detalhes repetitivos e tatildeo

comuns a outros que vicejam numa pratica

juriacutedica distante da realidade concreta

Ao contraacuterio ele busca aliar forma e realidade

validade e efetividade liberdade e igualdade

busca da forma coordenar o mundo e do

mundo coordenar a forma

De um otimismo relativo ou pessimismo contidoFerrajoli tal qual Bobbio vecirc no Direito Penalgarantiacutestico natildeo uma possibilidade de se fazer justiccedilaplena perfeita mas construir uma perfeiccedilatildeo dentro daimperfeiccedilatildeo Existem vaacuterios Garantismos uns maisoutros menos legiacutetimos Sabedor que o Homem e Lobodo Homem e que nos termos modernos o proacuteprioEstado tornou-se um grande lobo a ameaccedilar a todoscom sua forccedila Ferrajoli vecirc no direito penal garantisticocom suas conquistas liberais um miacutenimo de proteccedilatildeode barreiras contra as arbitrariedades

Por conseguinte o Garantismo eacute um meio e natildeo um

fim ele eacute um ferramenta dentre outras mais a

possibilitar aos indiviacuteduos um miacutenimo de proteccedilatildeo

contra as violecircncias existentes mas ele sozinho adverte

Ferrajoli nada pode fazer Eacute preciso um abertura

democraacutetica tanto formal quanto substancial que

equilibre o valor da pessoa humana a igualdade e a

necessidade de puniccedilatildeo para de modo ainda que

parcial e precaacuterio poder se afirmar a existecircncia efetiva e

concreta da existecircncia e usufruto da ideacuteia de justiccedila

Ferrajoli marca sua teoria no seu livro em 5 passos

Parte I Epistemologia ( pressupostos de cientificidade

e conhecimento do modelo

Parte II Axiologia ( pergunta pelos valores qual a

funccedilatildeo do Direito Penal ele eacute necessaacuterio Ele deve ser

abolido ou deve ser miacutenimo ou maacuteximo)

Parte III Teoria ( explicita os postulados de legitimaccedilatildeo

do Direito Penal a legalidade estrita e o principio da

proporccedilatildeo e individualidade da pena dentre outros)

Parte IV Fenomenologia ( analisa o caso

concreto da aplicaccedilatildeo do direito penal na Itaacutelia

Parte V Apresenta uma Teoria Geral do

Garantismo abrindo-o para os seus aspectos

externos ao Direito pondo-o em contato com a

necessaacuteria noccedilatildeo de legitimidade democraacutetica

tanto formal quanto substancial

Se se pode concluir algo a priori dos objetivos de

Ferrajoli eacute que na tradiccedilatildeo liberal ele com a proteccedilatildeo

do garantismo empreende uma ldquobatalha pelas

minoriasrdquo Trata-se de um modelo uma meta um ideal

que batendo de frente contra as imperfeiccedilotildees humanas

e do aparatado estatal e juriacutedico busca proteger as

minorias no caso aqueles que satildeo os acusados e os

presos frente um pretenso consenso das maiorias sobre

o que eacute o bem e o mal sobre o bom e o ruim em

suma sobre o domiacutenio ontoloacutegico da ideacuteia de verdade

Diz Ferrajoli na esteira da tradiccedilatildeo liberal em

todo lugar em que a verdade foi monopoacutelio de

apenas um ou de uma maioria o arbiacutetrio e a

injusticcedila contra a minoria imperou e por

consequumlecircncia maculou o desejo humano de

justiccedila universal

Para ele portanto o Garantismo eacute ldquo a tutela daqueles valores fundamentais cuja satisfaccedilatildeo mesmo contra os interesse da maioria constitui o objetivo justificante di direito penal vale dizer imunidade dos cidadatildeos contra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e ds puniccedilotildees a defesa dos fracos mediante as regras do jogo iguais para todos a dignidade da pessoa do imputado e consequumlentemente a garantia de sua liberdade inclusive por meio do respeito agrave su verdade Eacute precisamente a garantia destes direitos fundamentais que torna aceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus e pelos imputados o direito penal e o proprio princiacutepio majoritaacuteriordquo Pag 271

Iluminista em Filosofia (sapere aude) e Liberal em

Poliacutetica ( respeito ao direito agrave diferenccedila) ele

trabalha seu livro por dicotomias

Liberdade X Poder

Garantismo X Autoritarismo

Garantismo X Decisionismo

Governo sob as leis(submetido a lei judiciaacuterio) e pelas

leis (leis gerais e abstratas legislativo com o norte da

constituiccedilatildeo) X Governos dos Homens

Estado de Direito X Estado Absoluto

Indiviacuteduo X Estado

Convencionalismo contratual X orgacircnico (Hegel)

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 3: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

LUIGI FERRAJOLI

Ex magistrado

Professor de Filosofia

do Direito da Universidade

de Camerino

Aula por

Prof Dr Rosacircngelo Rodrigues de Miranda

Professor da Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce ndashFADIVALE

Texto para uso exclusivo dos alunos em sala favor natildeocitar Texto com base exclusiva nas fontes citadas devendoa elas serem creditadas quaisquer meacuteritos Aqui tatildeosomente se resumiu e se sistematizou os temas para uso emsala de aula sem preocupaccedilatildeo com originalidade Deixomeu reconhecimento ao Prof George Marmelstein pelagrande obra sobre os Direitos fundamentais que vemdesenvolvendo no Brasil obra na qual se baseou a quasetotalidade dos exemplos aqui utilizados

TEORIA GERAL DO GARANTISMO

Ferrajoli pretende em seu livro estruturar natildeo

um modelo utoacutepico de garantismo penal cheio

de formalismos detalhes repetitivos e tatildeo

comuns a outros que vicejam numa pratica

juriacutedica distante da realidade concreta

Ao contraacuterio ele busca aliar forma e realidade

validade e efetividade liberdade e igualdade

busca da forma coordenar o mundo e do

mundo coordenar a forma

De um otimismo relativo ou pessimismo contidoFerrajoli tal qual Bobbio vecirc no Direito Penalgarantiacutestico natildeo uma possibilidade de se fazer justiccedilaplena perfeita mas construir uma perfeiccedilatildeo dentro daimperfeiccedilatildeo Existem vaacuterios Garantismos uns maisoutros menos legiacutetimos Sabedor que o Homem e Lobodo Homem e que nos termos modernos o proacuteprioEstado tornou-se um grande lobo a ameaccedilar a todoscom sua forccedila Ferrajoli vecirc no direito penal garantisticocom suas conquistas liberais um miacutenimo de proteccedilatildeode barreiras contra as arbitrariedades

Por conseguinte o Garantismo eacute um meio e natildeo um

fim ele eacute um ferramenta dentre outras mais a

possibilitar aos indiviacuteduos um miacutenimo de proteccedilatildeo

contra as violecircncias existentes mas ele sozinho adverte

Ferrajoli nada pode fazer Eacute preciso um abertura

democraacutetica tanto formal quanto substancial que

equilibre o valor da pessoa humana a igualdade e a

necessidade de puniccedilatildeo para de modo ainda que

parcial e precaacuterio poder se afirmar a existecircncia efetiva e

concreta da existecircncia e usufruto da ideacuteia de justiccedila

Ferrajoli marca sua teoria no seu livro em 5 passos

Parte I Epistemologia ( pressupostos de cientificidade

e conhecimento do modelo

Parte II Axiologia ( pergunta pelos valores qual a

funccedilatildeo do Direito Penal ele eacute necessaacuterio Ele deve ser

abolido ou deve ser miacutenimo ou maacuteximo)

Parte III Teoria ( explicita os postulados de legitimaccedilatildeo

do Direito Penal a legalidade estrita e o principio da

proporccedilatildeo e individualidade da pena dentre outros)

Parte IV Fenomenologia ( analisa o caso

concreto da aplicaccedilatildeo do direito penal na Itaacutelia

Parte V Apresenta uma Teoria Geral do

Garantismo abrindo-o para os seus aspectos

externos ao Direito pondo-o em contato com a

necessaacuteria noccedilatildeo de legitimidade democraacutetica

tanto formal quanto substancial

Se se pode concluir algo a priori dos objetivos de

Ferrajoli eacute que na tradiccedilatildeo liberal ele com a proteccedilatildeo

do garantismo empreende uma ldquobatalha pelas

minoriasrdquo Trata-se de um modelo uma meta um ideal

que batendo de frente contra as imperfeiccedilotildees humanas

e do aparatado estatal e juriacutedico busca proteger as

minorias no caso aqueles que satildeo os acusados e os

presos frente um pretenso consenso das maiorias sobre

o que eacute o bem e o mal sobre o bom e o ruim em

suma sobre o domiacutenio ontoloacutegico da ideacuteia de verdade

Diz Ferrajoli na esteira da tradiccedilatildeo liberal em

todo lugar em que a verdade foi monopoacutelio de

apenas um ou de uma maioria o arbiacutetrio e a

injusticcedila contra a minoria imperou e por

consequumlecircncia maculou o desejo humano de

justiccedila universal

Para ele portanto o Garantismo eacute ldquo a tutela daqueles valores fundamentais cuja satisfaccedilatildeo mesmo contra os interesse da maioria constitui o objetivo justificante di direito penal vale dizer imunidade dos cidadatildeos contra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e ds puniccedilotildees a defesa dos fracos mediante as regras do jogo iguais para todos a dignidade da pessoa do imputado e consequumlentemente a garantia de sua liberdade inclusive por meio do respeito agrave su verdade Eacute precisamente a garantia destes direitos fundamentais que torna aceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus e pelos imputados o direito penal e o proprio princiacutepio majoritaacuteriordquo Pag 271

Iluminista em Filosofia (sapere aude) e Liberal em

Poliacutetica ( respeito ao direito agrave diferenccedila) ele

trabalha seu livro por dicotomias

Liberdade X Poder

Garantismo X Autoritarismo

Garantismo X Decisionismo

Governo sob as leis(submetido a lei judiciaacuterio) e pelas

leis (leis gerais e abstratas legislativo com o norte da

constituiccedilatildeo) X Governos dos Homens

Estado de Direito X Estado Absoluto

Indiviacuteduo X Estado

Convencionalismo contratual X orgacircnico (Hegel)

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 4: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Aula por

Prof Dr Rosacircngelo Rodrigues de Miranda

Professor da Faculdade de Direito do Vale do Rio Doce ndashFADIVALE

Texto para uso exclusivo dos alunos em sala favor natildeocitar Texto com base exclusiva nas fontes citadas devendoa elas serem creditadas quaisquer meacuteritos Aqui tatildeosomente se resumiu e se sistematizou os temas para uso emsala de aula sem preocupaccedilatildeo com originalidade Deixomeu reconhecimento ao Prof George Marmelstein pelagrande obra sobre os Direitos fundamentais que vemdesenvolvendo no Brasil obra na qual se baseou a quasetotalidade dos exemplos aqui utilizados

TEORIA GERAL DO GARANTISMO

Ferrajoli pretende em seu livro estruturar natildeo

um modelo utoacutepico de garantismo penal cheio

de formalismos detalhes repetitivos e tatildeo

comuns a outros que vicejam numa pratica

juriacutedica distante da realidade concreta

Ao contraacuterio ele busca aliar forma e realidade

validade e efetividade liberdade e igualdade

busca da forma coordenar o mundo e do

mundo coordenar a forma

De um otimismo relativo ou pessimismo contidoFerrajoli tal qual Bobbio vecirc no Direito Penalgarantiacutestico natildeo uma possibilidade de se fazer justiccedilaplena perfeita mas construir uma perfeiccedilatildeo dentro daimperfeiccedilatildeo Existem vaacuterios Garantismos uns maisoutros menos legiacutetimos Sabedor que o Homem e Lobodo Homem e que nos termos modernos o proacuteprioEstado tornou-se um grande lobo a ameaccedilar a todoscom sua forccedila Ferrajoli vecirc no direito penal garantisticocom suas conquistas liberais um miacutenimo de proteccedilatildeode barreiras contra as arbitrariedades

Por conseguinte o Garantismo eacute um meio e natildeo um

fim ele eacute um ferramenta dentre outras mais a

possibilitar aos indiviacuteduos um miacutenimo de proteccedilatildeo

contra as violecircncias existentes mas ele sozinho adverte

Ferrajoli nada pode fazer Eacute preciso um abertura

democraacutetica tanto formal quanto substancial que

equilibre o valor da pessoa humana a igualdade e a

necessidade de puniccedilatildeo para de modo ainda que

parcial e precaacuterio poder se afirmar a existecircncia efetiva e

concreta da existecircncia e usufruto da ideacuteia de justiccedila

Ferrajoli marca sua teoria no seu livro em 5 passos

Parte I Epistemologia ( pressupostos de cientificidade

e conhecimento do modelo

Parte II Axiologia ( pergunta pelos valores qual a

funccedilatildeo do Direito Penal ele eacute necessaacuterio Ele deve ser

abolido ou deve ser miacutenimo ou maacuteximo)

Parte III Teoria ( explicita os postulados de legitimaccedilatildeo

do Direito Penal a legalidade estrita e o principio da

proporccedilatildeo e individualidade da pena dentre outros)

Parte IV Fenomenologia ( analisa o caso

concreto da aplicaccedilatildeo do direito penal na Itaacutelia

Parte V Apresenta uma Teoria Geral do

Garantismo abrindo-o para os seus aspectos

externos ao Direito pondo-o em contato com a

necessaacuteria noccedilatildeo de legitimidade democraacutetica

tanto formal quanto substancial

Se se pode concluir algo a priori dos objetivos de

Ferrajoli eacute que na tradiccedilatildeo liberal ele com a proteccedilatildeo

do garantismo empreende uma ldquobatalha pelas

minoriasrdquo Trata-se de um modelo uma meta um ideal

que batendo de frente contra as imperfeiccedilotildees humanas

e do aparatado estatal e juriacutedico busca proteger as

minorias no caso aqueles que satildeo os acusados e os

presos frente um pretenso consenso das maiorias sobre

o que eacute o bem e o mal sobre o bom e o ruim em

suma sobre o domiacutenio ontoloacutegico da ideacuteia de verdade

Diz Ferrajoli na esteira da tradiccedilatildeo liberal em

todo lugar em que a verdade foi monopoacutelio de

apenas um ou de uma maioria o arbiacutetrio e a

injusticcedila contra a minoria imperou e por

consequumlecircncia maculou o desejo humano de

justiccedila universal

Para ele portanto o Garantismo eacute ldquo a tutela daqueles valores fundamentais cuja satisfaccedilatildeo mesmo contra os interesse da maioria constitui o objetivo justificante di direito penal vale dizer imunidade dos cidadatildeos contra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e ds puniccedilotildees a defesa dos fracos mediante as regras do jogo iguais para todos a dignidade da pessoa do imputado e consequumlentemente a garantia de sua liberdade inclusive por meio do respeito agrave su verdade Eacute precisamente a garantia destes direitos fundamentais que torna aceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus e pelos imputados o direito penal e o proprio princiacutepio majoritaacuteriordquo Pag 271

Iluminista em Filosofia (sapere aude) e Liberal em

Poliacutetica ( respeito ao direito agrave diferenccedila) ele

trabalha seu livro por dicotomias

Liberdade X Poder

Garantismo X Autoritarismo

Garantismo X Decisionismo

Governo sob as leis(submetido a lei judiciaacuterio) e pelas

leis (leis gerais e abstratas legislativo com o norte da

constituiccedilatildeo) X Governos dos Homens

Estado de Direito X Estado Absoluto

Indiviacuteduo X Estado

Convencionalismo contratual X orgacircnico (Hegel)

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 5: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

TEORIA GERAL DO GARANTISMO

Ferrajoli pretende em seu livro estruturar natildeo

um modelo utoacutepico de garantismo penal cheio

de formalismos detalhes repetitivos e tatildeo

comuns a outros que vicejam numa pratica

juriacutedica distante da realidade concreta

Ao contraacuterio ele busca aliar forma e realidade

validade e efetividade liberdade e igualdade

busca da forma coordenar o mundo e do

mundo coordenar a forma

De um otimismo relativo ou pessimismo contidoFerrajoli tal qual Bobbio vecirc no Direito Penalgarantiacutestico natildeo uma possibilidade de se fazer justiccedilaplena perfeita mas construir uma perfeiccedilatildeo dentro daimperfeiccedilatildeo Existem vaacuterios Garantismos uns maisoutros menos legiacutetimos Sabedor que o Homem e Lobodo Homem e que nos termos modernos o proacuteprioEstado tornou-se um grande lobo a ameaccedilar a todoscom sua forccedila Ferrajoli vecirc no direito penal garantisticocom suas conquistas liberais um miacutenimo de proteccedilatildeode barreiras contra as arbitrariedades

Por conseguinte o Garantismo eacute um meio e natildeo um

fim ele eacute um ferramenta dentre outras mais a

possibilitar aos indiviacuteduos um miacutenimo de proteccedilatildeo

contra as violecircncias existentes mas ele sozinho adverte

Ferrajoli nada pode fazer Eacute preciso um abertura

democraacutetica tanto formal quanto substancial que

equilibre o valor da pessoa humana a igualdade e a

necessidade de puniccedilatildeo para de modo ainda que

parcial e precaacuterio poder se afirmar a existecircncia efetiva e

concreta da existecircncia e usufruto da ideacuteia de justiccedila

Ferrajoli marca sua teoria no seu livro em 5 passos

Parte I Epistemologia ( pressupostos de cientificidade

e conhecimento do modelo

Parte II Axiologia ( pergunta pelos valores qual a

funccedilatildeo do Direito Penal ele eacute necessaacuterio Ele deve ser

abolido ou deve ser miacutenimo ou maacuteximo)

Parte III Teoria ( explicita os postulados de legitimaccedilatildeo

do Direito Penal a legalidade estrita e o principio da

proporccedilatildeo e individualidade da pena dentre outros)

Parte IV Fenomenologia ( analisa o caso

concreto da aplicaccedilatildeo do direito penal na Itaacutelia

Parte V Apresenta uma Teoria Geral do

Garantismo abrindo-o para os seus aspectos

externos ao Direito pondo-o em contato com a

necessaacuteria noccedilatildeo de legitimidade democraacutetica

tanto formal quanto substancial

Se se pode concluir algo a priori dos objetivos de

Ferrajoli eacute que na tradiccedilatildeo liberal ele com a proteccedilatildeo

do garantismo empreende uma ldquobatalha pelas

minoriasrdquo Trata-se de um modelo uma meta um ideal

que batendo de frente contra as imperfeiccedilotildees humanas

e do aparatado estatal e juriacutedico busca proteger as

minorias no caso aqueles que satildeo os acusados e os

presos frente um pretenso consenso das maiorias sobre

o que eacute o bem e o mal sobre o bom e o ruim em

suma sobre o domiacutenio ontoloacutegico da ideacuteia de verdade

Diz Ferrajoli na esteira da tradiccedilatildeo liberal em

todo lugar em que a verdade foi monopoacutelio de

apenas um ou de uma maioria o arbiacutetrio e a

injusticcedila contra a minoria imperou e por

consequumlecircncia maculou o desejo humano de

justiccedila universal

Para ele portanto o Garantismo eacute ldquo a tutela daqueles valores fundamentais cuja satisfaccedilatildeo mesmo contra os interesse da maioria constitui o objetivo justificante di direito penal vale dizer imunidade dos cidadatildeos contra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e ds puniccedilotildees a defesa dos fracos mediante as regras do jogo iguais para todos a dignidade da pessoa do imputado e consequumlentemente a garantia de sua liberdade inclusive por meio do respeito agrave su verdade Eacute precisamente a garantia destes direitos fundamentais que torna aceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus e pelos imputados o direito penal e o proprio princiacutepio majoritaacuteriordquo Pag 271

Iluminista em Filosofia (sapere aude) e Liberal em

Poliacutetica ( respeito ao direito agrave diferenccedila) ele

trabalha seu livro por dicotomias

Liberdade X Poder

Garantismo X Autoritarismo

Garantismo X Decisionismo

Governo sob as leis(submetido a lei judiciaacuterio) e pelas

leis (leis gerais e abstratas legislativo com o norte da

constituiccedilatildeo) X Governos dos Homens

Estado de Direito X Estado Absoluto

Indiviacuteduo X Estado

Convencionalismo contratual X orgacircnico (Hegel)

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 6: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

De um otimismo relativo ou pessimismo contidoFerrajoli tal qual Bobbio vecirc no Direito Penalgarantiacutestico natildeo uma possibilidade de se fazer justiccedilaplena perfeita mas construir uma perfeiccedilatildeo dentro daimperfeiccedilatildeo Existem vaacuterios Garantismos uns maisoutros menos legiacutetimos Sabedor que o Homem e Lobodo Homem e que nos termos modernos o proacuteprioEstado tornou-se um grande lobo a ameaccedilar a todoscom sua forccedila Ferrajoli vecirc no direito penal garantisticocom suas conquistas liberais um miacutenimo de proteccedilatildeode barreiras contra as arbitrariedades

Por conseguinte o Garantismo eacute um meio e natildeo um

fim ele eacute um ferramenta dentre outras mais a

possibilitar aos indiviacuteduos um miacutenimo de proteccedilatildeo

contra as violecircncias existentes mas ele sozinho adverte

Ferrajoli nada pode fazer Eacute preciso um abertura

democraacutetica tanto formal quanto substancial que

equilibre o valor da pessoa humana a igualdade e a

necessidade de puniccedilatildeo para de modo ainda que

parcial e precaacuterio poder se afirmar a existecircncia efetiva e

concreta da existecircncia e usufruto da ideacuteia de justiccedila

Ferrajoli marca sua teoria no seu livro em 5 passos

Parte I Epistemologia ( pressupostos de cientificidade

e conhecimento do modelo

Parte II Axiologia ( pergunta pelos valores qual a

funccedilatildeo do Direito Penal ele eacute necessaacuterio Ele deve ser

abolido ou deve ser miacutenimo ou maacuteximo)

Parte III Teoria ( explicita os postulados de legitimaccedilatildeo

do Direito Penal a legalidade estrita e o principio da

proporccedilatildeo e individualidade da pena dentre outros)

Parte IV Fenomenologia ( analisa o caso

concreto da aplicaccedilatildeo do direito penal na Itaacutelia

Parte V Apresenta uma Teoria Geral do

Garantismo abrindo-o para os seus aspectos

externos ao Direito pondo-o em contato com a

necessaacuteria noccedilatildeo de legitimidade democraacutetica

tanto formal quanto substancial

Se se pode concluir algo a priori dos objetivos de

Ferrajoli eacute que na tradiccedilatildeo liberal ele com a proteccedilatildeo

do garantismo empreende uma ldquobatalha pelas

minoriasrdquo Trata-se de um modelo uma meta um ideal

que batendo de frente contra as imperfeiccedilotildees humanas

e do aparatado estatal e juriacutedico busca proteger as

minorias no caso aqueles que satildeo os acusados e os

presos frente um pretenso consenso das maiorias sobre

o que eacute o bem e o mal sobre o bom e o ruim em

suma sobre o domiacutenio ontoloacutegico da ideacuteia de verdade

Diz Ferrajoli na esteira da tradiccedilatildeo liberal em

todo lugar em que a verdade foi monopoacutelio de

apenas um ou de uma maioria o arbiacutetrio e a

injusticcedila contra a minoria imperou e por

consequumlecircncia maculou o desejo humano de

justiccedila universal

Para ele portanto o Garantismo eacute ldquo a tutela daqueles valores fundamentais cuja satisfaccedilatildeo mesmo contra os interesse da maioria constitui o objetivo justificante di direito penal vale dizer imunidade dos cidadatildeos contra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e ds puniccedilotildees a defesa dos fracos mediante as regras do jogo iguais para todos a dignidade da pessoa do imputado e consequumlentemente a garantia de sua liberdade inclusive por meio do respeito agrave su verdade Eacute precisamente a garantia destes direitos fundamentais que torna aceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus e pelos imputados o direito penal e o proprio princiacutepio majoritaacuteriordquo Pag 271

Iluminista em Filosofia (sapere aude) e Liberal em

Poliacutetica ( respeito ao direito agrave diferenccedila) ele

trabalha seu livro por dicotomias

Liberdade X Poder

Garantismo X Autoritarismo

Garantismo X Decisionismo

Governo sob as leis(submetido a lei judiciaacuterio) e pelas

leis (leis gerais e abstratas legislativo com o norte da

constituiccedilatildeo) X Governos dos Homens

Estado de Direito X Estado Absoluto

Indiviacuteduo X Estado

Convencionalismo contratual X orgacircnico (Hegel)

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 7: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Por conseguinte o Garantismo eacute um meio e natildeo um

fim ele eacute um ferramenta dentre outras mais a

possibilitar aos indiviacuteduos um miacutenimo de proteccedilatildeo

contra as violecircncias existentes mas ele sozinho adverte

Ferrajoli nada pode fazer Eacute preciso um abertura

democraacutetica tanto formal quanto substancial que

equilibre o valor da pessoa humana a igualdade e a

necessidade de puniccedilatildeo para de modo ainda que

parcial e precaacuterio poder se afirmar a existecircncia efetiva e

concreta da existecircncia e usufruto da ideacuteia de justiccedila

Ferrajoli marca sua teoria no seu livro em 5 passos

Parte I Epistemologia ( pressupostos de cientificidade

e conhecimento do modelo

Parte II Axiologia ( pergunta pelos valores qual a

funccedilatildeo do Direito Penal ele eacute necessaacuterio Ele deve ser

abolido ou deve ser miacutenimo ou maacuteximo)

Parte III Teoria ( explicita os postulados de legitimaccedilatildeo

do Direito Penal a legalidade estrita e o principio da

proporccedilatildeo e individualidade da pena dentre outros)

Parte IV Fenomenologia ( analisa o caso

concreto da aplicaccedilatildeo do direito penal na Itaacutelia

Parte V Apresenta uma Teoria Geral do

Garantismo abrindo-o para os seus aspectos

externos ao Direito pondo-o em contato com a

necessaacuteria noccedilatildeo de legitimidade democraacutetica

tanto formal quanto substancial

Se se pode concluir algo a priori dos objetivos de

Ferrajoli eacute que na tradiccedilatildeo liberal ele com a proteccedilatildeo

do garantismo empreende uma ldquobatalha pelas

minoriasrdquo Trata-se de um modelo uma meta um ideal

que batendo de frente contra as imperfeiccedilotildees humanas

e do aparatado estatal e juriacutedico busca proteger as

minorias no caso aqueles que satildeo os acusados e os

presos frente um pretenso consenso das maiorias sobre

o que eacute o bem e o mal sobre o bom e o ruim em

suma sobre o domiacutenio ontoloacutegico da ideacuteia de verdade

Diz Ferrajoli na esteira da tradiccedilatildeo liberal em

todo lugar em que a verdade foi monopoacutelio de

apenas um ou de uma maioria o arbiacutetrio e a

injusticcedila contra a minoria imperou e por

consequumlecircncia maculou o desejo humano de

justiccedila universal

Para ele portanto o Garantismo eacute ldquo a tutela daqueles valores fundamentais cuja satisfaccedilatildeo mesmo contra os interesse da maioria constitui o objetivo justificante di direito penal vale dizer imunidade dos cidadatildeos contra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e ds puniccedilotildees a defesa dos fracos mediante as regras do jogo iguais para todos a dignidade da pessoa do imputado e consequumlentemente a garantia de sua liberdade inclusive por meio do respeito agrave su verdade Eacute precisamente a garantia destes direitos fundamentais que torna aceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus e pelos imputados o direito penal e o proprio princiacutepio majoritaacuteriordquo Pag 271

Iluminista em Filosofia (sapere aude) e Liberal em

Poliacutetica ( respeito ao direito agrave diferenccedila) ele

trabalha seu livro por dicotomias

Liberdade X Poder

Garantismo X Autoritarismo

Garantismo X Decisionismo

Governo sob as leis(submetido a lei judiciaacuterio) e pelas

leis (leis gerais e abstratas legislativo com o norte da

constituiccedilatildeo) X Governos dos Homens

Estado de Direito X Estado Absoluto

Indiviacuteduo X Estado

Convencionalismo contratual X orgacircnico (Hegel)

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 8: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Ferrajoli marca sua teoria no seu livro em 5 passos

Parte I Epistemologia ( pressupostos de cientificidade

e conhecimento do modelo

Parte II Axiologia ( pergunta pelos valores qual a

funccedilatildeo do Direito Penal ele eacute necessaacuterio Ele deve ser

abolido ou deve ser miacutenimo ou maacuteximo)

Parte III Teoria ( explicita os postulados de legitimaccedilatildeo

do Direito Penal a legalidade estrita e o principio da

proporccedilatildeo e individualidade da pena dentre outros)

Parte IV Fenomenologia ( analisa o caso

concreto da aplicaccedilatildeo do direito penal na Itaacutelia

Parte V Apresenta uma Teoria Geral do

Garantismo abrindo-o para os seus aspectos

externos ao Direito pondo-o em contato com a

necessaacuteria noccedilatildeo de legitimidade democraacutetica

tanto formal quanto substancial

Se se pode concluir algo a priori dos objetivos de

Ferrajoli eacute que na tradiccedilatildeo liberal ele com a proteccedilatildeo

do garantismo empreende uma ldquobatalha pelas

minoriasrdquo Trata-se de um modelo uma meta um ideal

que batendo de frente contra as imperfeiccedilotildees humanas

e do aparatado estatal e juriacutedico busca proteger as

minorias no caso aqueles que satildeo os acusados e os

presos frente um pretenso consenso das maiorias sobre

o que eacute o bem e o mal sobre o bom e o ruim em

suma sobre o domiacutenio ontoloacutegico da ideacuteia de verdade

Diz Ferrajoli na esteira da tradiccedilatildeo liberal em

todo lugar em que a verdade foi monopoacutelio de

apenas um ou de uma maioria o arbiacutetrio e a

injusticcedila contra a minoria imperou e por

consequumlecircncia maculou o desejo humano de

justiccedila universal

Para ele portanto o Garantismo eacute ldquo a tutela daqueles valores fundamentais cuja satisfaccedilatildeo mesmo contra os interesse da maioria constitui o objetivo justificante di direito penal vale dizer imunidade dos cidadatildeos contra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e ds puniccedilotildees a defesa dos fracos mediante as regras do jogo iguais para todos a dignidade da pessoa do imputado e consequumlentemente a garantia de sua liberdade inclusive por meio do respeito agrave su verdade Eacute precisamente a garantia destes direitos fundamentais que torna aceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus e pelos imputados o direito penal e o proprio princiacutepio majoritaacuteriordquo Pag 271

Iluminista em Filosofia (sapere aude) e Liberal em

Poliacutetica ( respeito ao direito agrave diferenccedila) ele

trabalha seu livro por dicotomias

Liberdade X Poder

Garantismo X Autoritarismo

Garantismo X Decisionismo

Governo sob as leis(submetido a lei judiciaacuterio) e pelas

leis (leis gerais e abstratas legislativo com o norte da

constituiccedilatildeo) X Governos dos Homens

Estado de Direito X Estado Absoluto

Indiviacuteduo X Estado

Convencionalismo contratual X orgacircnico (Hegel)

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 9: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Parte IV Fenomenologia ( analisa o caso

concreto da aplicaccedilatildeo do direito penal na Itaacutelia

Parte V Apresenta uma Teoria Geral do

Garantismo abrindo-o para os seus aspectos

externos ao Direito pondo-o em contato com a

necessaacuteria noccedilatildeo de legitimidade democraacutetica

tanto formal quanto substancial

Se se pode concluir algo a priori dos objetivos de

Ferrajoli eacute que na tradiccedilatildeo liberal ele com a proteccedilatildeo

do garantismo empreende uma ldquobatalha pelas

minoriasrdquo Trata-se de um modelo uma meta um ideal

que batendo de frente contra as imperfeiccedilotildees humanas

e do aparatado estatal e juriacutedico busca proteger as

minorias no caso aqueles que satildeo os acusados e os

presos frente um pretenso consenso das maiorias sobre

o que eacute o bem e o mal sobre o bom e o ruim em

suma sobre o domiacutenio ontoloacutegico da ideacuteia de verdade

Diz Ferrajoli na esteira da tradiccedilatildeo liberal em

todo lugar em que a verdade foi monopoacutelio de

apenas um ou de uma maioria o arbiacutetrio e a

injusticcedila contra a minoria imperou e por

consequumlecircncia maculou o desejo humano de

justiccedila universal

Para ele portanto o Garantismo eacute ldquo a tutela daqueles valores fundamentais cuja satisfaccedilatildeo mesmo contra os interesse da maioria constitui o objetivo justificante di direito penal vale dizer imunidade dos cidadatildeos contra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e ds puniccedilotildees a defesa dos fracos mediante as regras do jogo iguais para todos a dignidade da pessoa do imputado e consequumlentemente a garantia de sua liberdade inclusive por meio do respeito agrave su verdade Eacute precisamente a garantia destes direitos fundamentais que torna aceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus e pelos imputados o direito penal e o proprio princiacutepio majoritaacuteriordquo Pag 271

Iluminista em Filosofia (sapere aude) e Liberal em

Poliacutetica ( respeito ao direito agrave diferenccedila) ele

trabalha seu livro por dicotomias

Liberdade X Poder

Garantismo X Autoritarismo

Garantismo X Decisionismo

Governo sob as leis(submetido a lei judiciaacuterio) e pelas

leis (leis gerais e abstratas legislativo com o norte da

constituiccedilatildeo) X Governos dos Homens

Estado de Direito X Estado Absoluto

Indiviacuteduo X Estado

Convencionalismo contratual X orgacircnico (Hegel)

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 10: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Se se pode concluir algo a priori dos objetivos de

Ferrajoli eacute que na tradiccedilatildeo liberal ele com a proteccedilatildeo

do garantismo empreende uma ldquobatalha pelas

minoriasrdquo Trata-se de um modelo uma meta um ideal

que batendo de frente contra as imperfeiccedilotildees humanas

e do aparatado estatal e juriacutedico busca proteger as

minorias no caso aqueles que satildeo os acusados e os

presos frente um pretenso consenso das maiorias sobre

o que eacute o bem e o mal sobre o bom e o ruim em

suma sobre o domiacutenio ontoloacutegico da ideacuteia de verdade

Diz Ferrajoli na esteira da tradiccedilatildeo liberal em

todo lugar em que a verdade foi monopoacutelio de

apenas um ou de uma maioria o arbiacutetrio e a

injusticcedila contra a minoria imperou e por

consequumlecircncia maculou o desejo humano de

justiccedila universal

Para ele portanto o Garantismo eacute ldquo a tutela daqueles valores fundamentais cuja satisfaccedilatildeo mesmo contra os interesse da maioria constitui o objetivo justificante di direito penal vale dizer imunidade dos cidadatildeos contra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e ds puniccedilotildees a defesa dos fracos mediante as regras do jogo iguais para todos a dignidade da pessoa do imputado e consequumlentemente a garantia de sua liberdade inclusive por meio do respeito agrave su verdade Eacute precisamente a garantia destes direitos fundamentais que torna aceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus e pelos imputados o direito penal e o proprio princiacutepio majoritaacuteriordquo Pag 271

Iluminista em Filosofia (sapere aude) e Liberal em

Poliacutetica ( respeito ao direito agrave diferenccedila) ele

trabalha seu livro por dicotomias

Liberdade X Poder

Garantismo X Autoritarismo

Garantismo X Decisionismo

Governo sob as leis(submetido a lei judiciaacuterio) e pelas

leis (leis gerais e abstratas legislativo com o norte da

constituiccedilatildeo) X Governos dos Homens

Estado de Direito X Estado Absoluto

Indiviacuteduo X Estado

Convencionalismo contratual X orgacircnico (Hegel)

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 11: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Diz Ferrajoli na esteira da tradiccedilatildeo liberal em

todo lugar em que a verdade foi monopoacutelio de

apenas um ou de uma maioria o arbiacutetrio e a

injusticcedila contra a minoria imperou e por

consequumlecircncia maculou o desejo humano de

justiccedila universal

Para ele portanto o Garantismo eacute ldquo a tutela daqueles valores fundamentais cuja satisfaccedilatildeo mesmo contra os interesse da maioria constitui o objetivo justificante di direito penal vale dizer imunidade dos cidadatildeos contra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e ds puniccedilotildees a defesa dos fracos mediante as regras do jogo iguais para todos a dignidade da pessoa do imputado e consequumlentemente a garantia de sua liberdade inclusive por meio do respeito agrave su verdade Eacute precisamente a garantia destes direitos fundamentais que torna aceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus e pelos imputados o direito penal e o proprio princiacutepio majoritaacuteriordquo Pag 271

Iluminista em Filosofia (sapere aude) e Liberal em

Poliacutetica ( respeito ao direito agrave diferenccedila) ele

trabalha seu livro por dicotomias

Liberdade X Poder

Garantismo X Autoritarismo

Garantismo X Decisionismo

Governo sob as leis(submetido a lei judiciaacuterio) e pelas

leis (leis gerais e abstratas legislativo com o norte da

constituiccedilatildeo) X Governos dos Homens

Estado de Direito X Estado Absoluto

Indiviacuteduo X Estado

Convencionalismo contratual X orgacircnico (Hegel)

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 12: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Para ele portanto o Garantismo eacute ldquo a tutela daqueles valores fundamentais cuja satisfaccedilatildeo mesmo contra os interesse da maioria constitui o objetivo justificante di direito penal vale dizer imunidade dos cidadatildeos contra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e ds puniccedilotildees a defesa dos fracos mediante as regras do jogo iguais para todos a dignidade da pessoa do imputado e consequumlentemente a garantia de sua liberdade inclusive por meio do respeito agrave su verdade Eacute precisamente a garantia destes direitos fundamentais que torna aceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus e pelos imputados o direito penal e o proprio princiacutepio majoritaacuteriordquo Pag 271

Iluminista em Filosofia (sapere aude) e Liberal em

Poliacutetica ( respeito ao direito agrave diferenccedila) ele

trabalha seu livro por dicotomias

Liberdade X Poder

Garantismo X Autoritarismo

Garantismo X Decisionismo

Governo sob as leis(submetido a lei judiciaacuterio) e pelas

leis (leis gerais e abstratas legislativo com o norte da

constituiccedilatildeo) X Governos dos Homens

Estado de Direito X Estado Absoluto

Indiviacuteduo X Estado

Convencionalismo contratual X orgacircnico (Hegel)

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 13: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Iluminista em Filosofia (sapere aude) e Liberal em

Poliacutetica ( respeito ao direito agrave diferenccedila) ele

trabalha seu livro por dicotomias

Liberdade X Poder

Garantismo X Autoritarismo

Garantismo X Decisionismo

Governo sob as leis(submetido a lei judiciaacuterio) e pelas

leis (leis gerais e abstratas legislativo com o norte da

constituiccedilatildeo) X Governos dos Homens

Estado de Direito X Estado Absoluto

Indiviacuteduo X Estado

Convencionalismo contratual X orgacircnico (Hegel)

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 14: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Governo sob as leis(submetido a lei judiciaacuterio) e pelas

leis (leis gerais e abstratas legislativo com o norte da

constituiccedilatildeo) X Governos dos Homens

Estado de Direito X Estado Absoluto

Indiviacuteduo X Estado

Convencionalismo contratual X orgacircnico (Hegel)

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 15: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Formalismo X Substancialismo

Liberdade regrada X Libertinagem

Direito Penal Miacutenimo X Abolicionistas

Direito Penal Miacutenimo X Substitutivistas (carga moral)

Direito Penal Miacutenimo X Direito Penal Maacuteximo

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 16: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Direito do mais Fraco X Direito do mais forte

Certeza ( norma-prova) X arbiacutetrio (governante-

juiz-acusadorMP)

Efetividade X Normatividade

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 17: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Prudecircncia (equidade) X Legalismo juriacutedico

Verossimilhanccedila ( reconstruccedilatildeo histoacuterica dos

fatos) X Verdade (adequatio rei ad intelectum)

Jurisdiccedilatildeo X Legislaccedilatildeo

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 18: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

A conclusatildeo deste modo de exposiccedilatildeo por dicotomias eacute

que o modelo traccedila linhas de imperfeiccedilatildeo os conflitos

satildeo muitos O Ser e o Dever Ser digladiam-se entre si a

demonstrar que o juriacutedico soacute pode visar no rol das

opccedilotildees humanas do viver em coletividade uma

legitimidade imperfeita e talvez a perfeiccedilatildeo do jurista

estaacute segundo Ferrajoli em reconhecer que seu trabalho

eacute tatildeo somente tornar o imperfeito menos imperfeito e

esta eacute a missatildeo primordial do Garantismo

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 19: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Ao impor mesmo que idealmente limites agrave

autoridade que proiacutebe julga pune ou acusa o

Garantismo forneccedila ferramentas de controle que

minimizam as injusticcedilas que infelizmente satildeo

inerentes ao processo de aplicaccedilatildeo da lei penal

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 20: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Pode-se concordar ou natildeo com Ferrajoli Pode-

se ter ou natildeo uma visatildeo liberal ou mais

conservadora de mundo mas natildeo se pode negar

o estiacutemulo agrave reflexatildeo que este autor nos

propicia

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 21: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

PONTO I

PRESSUPOSTOS HISTOacuteRICOS

OS DIREITO HUMANOS DE PRIMEIRA

GERACcedilAtildeO OU FORMAIS(fls 726)

OS DIREITOS HUMANOS DE SEGUNDA

GERACcedilAtildeO OU MATERIAIS (fls 726)

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 22: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

DIREITOS HUMANOS DE

PRIMEIRA GERACcedilAtildeO

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 23: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

CARACTERIacuteSTICAS

FORMAIS

VISAM A LIMITACcedilAtildeO DO PODER DO ESTADO

PROCEDIMENTAIS

DIZEM RESPEITOS AgraveS LIBERDADES ESPIRITUAIS DO

INDIVIacuteDUO

IGUALDADE FORMAL

LEGALIDADE

obrigaccedilotildees negativas

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 24: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Essa geraccedilatildeo inclui os direitos agrave vida liberdade seguranccedila natildeo discriminaccedilatildeo racial propriedade privada privacidade e sigilo de comunicaccedilotildees ao devido processo legal ao asilo face a perseguiccedilotildees poliacuteticas bem como as liberdades de culto crenccedila consciecircncia opiniatildeo expressatildeo associaccedilatildeo e reuniatildeo paciacuteficas locomoccedilatildeo residecircncia participaccedilatildeo poliacutetica diretamente ou por meio de eleiccedilotildees

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 25: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

1 - AUTORES

FUNDAMENTAIS

11)MONTESQUIEU

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 26: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

A Virtude Republicana como

Governo pelas leis e amor pela

paacutetria

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 27: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

ldquoNatildeo eacute necessaacuteria muita probidade para que umgoverno monaacuterquico ou um governo despoacutetico semantenha ou se sustente Naquele a forccedila das leisneste o braccedilo do priacutencipe sempre erguido tudoregulam ou contecircm Num Estado popular poreacutem eacutepreciso alguma coisa mais que eacute a virtude

O que digo faz sentido por toda a histoacuteria e eacute muitoconforme a natureza das coisas Pois claro estaacute quenuma monarquia onde quem faz executar as leis julga-se acima delas haacute necessidade de menos virtude do quenum governo popular onde quem faz executar as leissente que ele proacuteprio estaacute sujeito a elas e que sofreraacuteseu pesordquo

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 28: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Claro estaacute tambeacutem que o monarca que por mau conselho ou pornegligecircncia deixa de fazer executar as leis pode facilmente repararo mal basta mudar o conselho ou corrigir-se dessa negligecircnciaPoreacutem quando num governo popular as leis deixarem de serexecutadas como isso natildeo pode provir senatildeo da corrupccedilatildeo darepuacuteblica o Estado estaacute perdidordquo

Quando se extingue essa virtude a ambiccedilatildeo entra nos coraccedilotildees quea podem acolher e em todos a avareza Os desejos mudam deobjeto o que se amava natildeo mais se ama era-se livre com as leisquer-se ser livre contra elas cada cidadatildeo eacute como um escravofugido da casa de seu senhor o que era maacutexima eacute chamado rigor oque era regra eacute chamado sujeiccedilatildeo o que era respeito eacute chamado temorA frugalidade eacute que eacute a avareza e natildeo o desejo de ter Outrora obem dos particulares produzia o tesouro puacuteblico agora poreacutem otesouro puacuteblico torna-se patrimocircnio dos particulares A repuacuteblica eacuteuma presa e sua forccedila natildeo passa do poder de alguns cidadatildeos e dalicenccedila de todosrdquo

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 29: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Photo prise au Petit Palais agrave ParisCette femme repreacutesente la Reacutepublique Franccedilaise

Ecadrant sa tecircte on peut lire En preacutesence de Dieu et du peuple franccedilais

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 30: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

C) A Separaccedilatildeo dos Poderes Quem

legisla natildeo julga quem julga natildeo

legisla

ldquo Existem em cada Estado trecircs tipos de poder o poderlegislativo o poder executivo das coisas que dependem dodireito das pessoas e o poder das coisas que dependem dodireito civil Com o primeiro o priacutencipe ou o magistradocria leis por um tempo ou para sempre e corrige ou anulaaquelas que foram feitas Com o segundo ele promove apaz ou a guerra envia ou recebe embaixadas instaura aseguranccedila previne invaotildees Com o terceiro ele castiga oscrimes ou julga litiacutegios de particulares Chamar-se-aacute a esseuacuteltimo de poder de julgar e ao outro poder executivo doEstadordquo ( Espiacuterito das Leis Livro XI cap 6

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 31: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

12 ROUSSEAU

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 32: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

A) A Liberdade eacute criar a regra para

si mesmo

A liberdade guiando o povo Eugegravene Delacroix - 1830

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 33: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

ldquoRenunciar agrave liberdade eacute renunciar agrave qualidade de homem osdireitos da humanidade e mesmo aos seus deveres Natildeo existenenhuma compensaccedilatildeo possiacutevel para aquele que renuncia atudo Uma tal renuacutencia eacute incompatiacutevel com a natureza dohomem e eliminar toda moralidade de suas accedilotildees equivale aeliminar toda liberdade de sua vontade Enfim eacute umaconvensatildeo vatilde e contraditoacuteria estipular de um lado umaautoridade absoluta e de outro uma obediecircncia sem limitesNatildeo estaacute claro que natildeo se tem compromisso algum comaqueles de quem se tem o direito de tudo exigir E esta uacutenicacondiccedilatildeo sem equivalente sem mudanccedila natildeo conduz agravenulidade do ato Pois qual direito meu escravo teria contramim jaacute que tudo o que ele tem me pertence e que se seudireito eacute o meu esse direito meu contra mim mesmo eacute umaexpressatildeo sem qualquer sentidordquo

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 34: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

B - O CONTRATO SOCIAL

ldquoEncontrar uma forma de associaccedilatildeo que defenda e proteja com toda a forccedila comum a pessoa e os bens de cada associado e pela qual cada um unindo-se a todos soacute obedece contudo a si mesmo permanecendo assim tatildeo livre quanto antes Eacute esse o problema fundamental ao qual o Contrato Social daacute soluccedilatildeordquo

Frontispice de leacutedition de 1762Archives de la Socieacuteteacute Jean-Jacques Rousseau Genegraveve

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 35: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

C- A VONTADE GERAL

ldquoCada um de noacutes potildee em comum sua pessoa e todo seu poder sob a suprema direccedilatildeo da vontade geralesse ato de associaccedilatildeo produz um corpo moral e coletivoessa pessoa puacuteblica que se forma desse momento pela uniatildeo de todas as outraseacute chamada quando ativo soberanordquo

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 36: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

D- A submissatildeo do governante agrave vontade geral

ldquoQue seraacute pois o governo Eacute um corpo intermediaacuterioestabelecido entre os suacuteditos e o soberano para muacutetuacorrespondecircncia encarregado da execuccedilatildeo das leis e damanutenccedilatildeo da liberdade tanto civil como poliacuteticardquoEste exerciacutecio de funccedilotildees ldquonatildeo eacute um ato pelo qualo povo se submete a chefes Isto natildeo passa dealgum modo de uma comissatildeo de um emprego noqual como simples funcionaacuterios do soberanoexercem em seu nome o poder de que ele os fezdepositaacuterios e que ele pode limitar modificar eretomar quando lhe aprouverrdquo

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 37: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

DIREITOS HUMANOS DE

SEGUNDA GERACcedilAtildeO

DIREITOS SOCIAIS

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 38: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

CARACTERIacuteSTICAS

MATERIAIS

SOCIAIS

IGUALDADE MATERIAL

Poliacuteticas puacuteblicas de intervenccedilatildeo estatal para

diminuir injusticcedilas socias

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 39: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Satildeo direitos sociais econocircmicos e culturais e decorrem de aspiraccedilotildees igualitaacuterias inicialmente vinculadas aos Estados marxistas e social-democratas dominaram posteriormente no poacutes- 2ordf Guerra Mundial com o advento do Estado-social Tecircm por objetivo garantir aos indiviacuteduos condiccedilotildees materiais tidas por seus defensores como imprescindiacuteveis para o pleno gozo dos direitos de primeira geraccedilatildeo e por isso tendem a exigir do Estado intervenccedilotildees na ordem social segundo criteacuterios de justiccedila distributiva Incluem os direitos a seguranccedila social ao trabalho e proteccedilatildeo contra o desemprego ao repouso e ao lazer incluindo feacuterias remuneradas a um padratildeo de vida que assegure a sauacutede e o bem-estar individual e da famiacutelia agrave educaccedilatildeo agrave propriedade intelectual bem como as liberdades de escolha profissional e de sindicalizaccedilatildeo

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 40: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

AUTORES

MARX

Karl Kautsky

Eduard Bernstein

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 41: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

MARX

Organicismo

Materialismo histoacuterico

Universalismo de classe

Igualdade material como fator de exerciacutecio da liberdade pessoal e coletiva

O econocircmico como superestrutura do social

ldquo A repuacuteblica norte-americana e a monarquia prussiana satildeo simples formas poliacuteticas que recobrem o mesmo conteuacutedo ndash a propriedade privada No Estado instaurado pela Revoluccedilatildeo Francesa os membros do povo lsquosatildeo iguais no ceacuteu de seu mundo poliacutetico e desigual na existecircncia terrestre do sociedadersquo Conclusatildeo impliacutecita o que se tem de mudar natildeo eacute a forma poliacutetica ( republica ou monarquia) mas o conteuacutedo social ndash a propriedade privada a desigualdade etcrdquo In Michael Lowy A teoria da Revoluccedilatildeo do Jovem Marx Vozes P 81

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 42: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Eduard Bernstein

Reformista afirmou que o avanccedilo do capitalismo natildeo estava levando a um aprofundamento das diferenccedilas entre as classes que o sistema capitalista natildeo iria entrar nas crises sucessivas que o destruiriam e abririam caminho ao socialismo e que a democracia burguesa permitiria que os partidos operaacuterios conseguissem todas as reformas necessaacuterias para assegurar o bem-estar dos trabalhadores sem necessidade de uma ditadura do proletariado Suas ideacuteias tiveram muita aceitaccedilatildeo na Franccedila dando origem ao Partido dos Trabalhadores Socialistas Franceses

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 43: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

ESTADO DEMOCRAacuteRICO E

SOCIAL DE DIREITO

EM CONCLUSAtildeO NA MODERNIDADE OS CONFLITOS E AS RELACcedilOtildeES INDIVIDUAIS E COLETIVAS SE HARMONIZAM POR MEIO DE DISCURSO IMPESSOAS OBTIDOS DENTRO DE REGRAS PROCEDIMENTAIS CLARAS E LEGITIMADAS DEMOCRATICAMENTE POR TODOS AS DECISOtildeES SAtildeO TOMADAS NUM SENTIDO PRAGMAacuteTICO E OBTIDAS VIA INTERPRETACcedilOtildeES QUE ALEacuteM DE RESPEITAR AS NORMAS JURIacuteDICAS VAacuteLIDAS DENTRO DO ESTADO DEMOCRAacuteTICO DE DIREITO PREOCUPAM-SE EM SE ADEQUAR AOS MATIZES E CONTORNOS DO CASO CONCRETO

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 44: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Neste quadro o direito legitima o jogo social e

democraticamente eacute legitimado sempre visando

alcanccedilar consensos que permitam a convivecircncia

da pluralidade de modos de escolhas e de

vivecircncias tiacutepica da modernidade ocidental

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 45: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

O GARANTISMO portanto estaacute a exigir umcontexto social em que as coletividadessubmetem os governantes aos contornos da leie dentro destas coletividades a igualdadematerial de distribuiccedilatildeo de recursos vitais deveser acentuada Natildeo haacute justiccedila penal sem justiccedilasocial Nos Estado constitucionais modernosforma e conteuacutedo caminham juntos na busca deuma legitimidade efetiva e concreta do sistemajuriacutedico frente ao sistema social( fls287)

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 46: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Assim soacute num contexto em que tanto os

Direitos humanos de primeira geraccedilatildeo quanto os

Direitos Humanos de segunda geraccedilatildeo satildeo uma

praacutetica efetiva Social eacute que se pode falar em

aplicaccedilatildeo oacutetima do modelo garantista de Direito

penal Natildeo haacute justiccedila formal sem ao menos uma

boa justiccedila material Natildeo haacute um Direito penal

justo sem um contexto de justiccedila substantiva e

igualdade material

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 47: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

PONTO II

POSTULADOS DO MODELO Termos para a formulaccedilatildeo dos princiacutepios

Pena

Delito

Lei

Necessidade

Ofensa

Accedilatildeo

Culpabilidade

Juiacutezo

Acusaccedilatildeo

Prova

Defesa

Cada um destes excluindo obviamente o primeiro designa uma condiccedilatildeo necessaacuteria para a aplicaccedilatildeo da pena dentro do garantismo

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 48: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Deve-se ler os postulados em uma sequumlecircnciacausal Soacute haacute pena se houver delito soacute haacute delitose houver Lei soacute deve haver Lei se houvernecessidade soacute haacute necessidade se houver ofensasoacute haacute ofensa se houver accedilatildeo soacute haacute accedilatildeo sehouver culpabilidade soacute haacute culpa quandohouver juiacutezo soacute pode haver juiacutezo havendoacusaccedilatildeo soacute se pode acusar havendo prova soacute aprova que tenha sido exposta ao argumentos dadefesa

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 49: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

AXIOMAS DO SISTEMA

GARANTISTA SG fls 74

A1 Nulla poena sine crimine

A2 Nullum crimem sine lege

A3 nulla lex (poenalis) sine necessitate

Satildeo garantias quanto a pena e respondem a pergunta quando e como punir

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 50: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

A4 Nula necessitas sine injuri

A5 Nulla injuria sine actione

A6 Nulla actio sine culpa

Satildeo garantias quanto ao delito e respondem agrave pergunta quando e como proibir

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 51: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

A7 Nula culpa sine judicio

A8 Nulum Judicium sine accusatione

A9 Nulla accusatio sine probatione

A10 Nulla probatio sine defensione

Satildeo garantias quando ao processo e respondem a pergunta Quando e como julgar

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 52: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Estes dez princiacutepios conectados

sistematicamente definem o modelo garantista

de direito Proibir Julgar Punir Acusar e

Defender Cinco passos nos quais o Direito

Penal se legitima como meio de

proteccedilatildeogarantia dos direitos ou se torna

autoritaacuterio

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 53: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

GRAUS DE GARANTISMO

ERROS INTRINSECOS

Garantismo decrescente e autoritarismo crescente

Cada um dos tipos de processo e direito penal descritos abaixodeixa de cumprir um ou vaacuterios postulados do modelo degarantismo de maneira que cada qual ao seu modo seraacuteautoritaacuterio na proporccedilatildeo em que deixa de cumprir um ou algunsdos requisitos do modelo garantista num movimento degarantismo decrescente e autoritarismo crescente

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 54: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

1- Processo Penal autoritaacuterio

DOIS SISTEMAS

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 55: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

S1 Sem prova e defesa estritas ou sistema da mera

legalidade Feacute os axiomas do ocircnus da prova e do direito

de defesa A9 e A10 Principalmente a acusaccedilatildeo fica

presa a jogos retoacutericos Usos de palavras duacutebias e

moralizantes se esteio nos fatos e ao largo da legalidade

estrita dos termos Acusaccedilatildeo geneacuterica Tipo eacute mau

caraacuteter portanto merece ser punido A falta de

taxatividade na previsotildees legais e de decidibilidade e

acusaccedilatildeo trazem alta contaminaccedilatildeo subjetivista para o

processo(fls 79)

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 56: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

S2 Sistema sem acusaccedilatildeo separada Modelo

inquisitivo Fere o axioma A8 e a

imparcialidade do Juiz

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 57: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

Direito Penal autoritaacuterio

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 58: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

S3 Sistema sem culpabilidade Objetivista

Esquema arcaico e reflete ordenamentos penai

primitivos informados pela responsabilidade

objetiva coletiva ou por fato alheio ou

impessoal Ex condena-se por algueacutem

pertencer a um grupo ou famiacutelia e natildeo por sua

accedilatildeo subjetiva

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 59: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

S4 Sistema sem accedilatildeo e S5 sem ofensa punem o

indiviacuteduo por meras apreciaccedilotildees subjetivas do

tipo periculosidade imoralidade Delitos de

opiniatildeo de suspeita Desaacuteguam no chamado

Direito Penal de autor

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 60: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

S6 Sistema sem necessidade presenccedila de penas

supeacuterfluas por questatildeo de poliacutetica criminal haacute

uma desproporccedilatildeo entre a pena e o fato

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 61: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

S7 Sistema sem delito S8 sistema sem juiacutezo ferem osaxiomas A1 A9 (sem prova) Ligam-se agrave ideacuteia moral deque punir mesmo que sem o delito eacute prevenir accedilotildeesdanosas agrave sociedade Procura um noccedilatildeo deretributividade e pedagogia punir o autor aleacutem ouaqueacutem do deito e ensina-lo o caminho certo e gerarproteccedilatildeo social

ldquoo problema do garantismo penal eacute elaborar teacutecnicasprocessuais no plano teoacuterico torna-las vinculantes noplano normativo e assegurar sua efetividade no planopraacuteticordquo (paacuteg 57)

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 62: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

S9 Estado Policial Presenccedila de leis penais em

branco de perigo puacuteblico tiacutepicas de estado

autoritaacuterios

S10 Estado Patriarcal Metaacutefora do

SaacutebioGovernante que sabe a priori o que eacute

bom ou natildeo para a coletividade donde sua fala

pode ou natildeo punir exista ou natildeo crime desde

que justificada pela prevenccedilatildeo do mau futuro

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

Page 63: GARANTISMO PENAL. ANÁLISE DA OBRA DE LUIGI FERRAJOLI. Teoria e exemplos práticos

FRENTE A ESTES POSTULADOS E AXIOMAS E

OS GRAUS DE GARANTISMO FERRAJOLLI

OPTA POR UM MODELO MAacuteXIMO DE

GARANTISMO PARA OBTER UM DIREITO

PENAL MIacuteNIMO

Em suas palavras ldquoo modelo garantista descrito em SG

apresenta dez condiccedilotildees limites ou proibiccedilotildees que

identificamos como garantias do cidadatildeo contra o

arbiacutetrio ou o erro penal

Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

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Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

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exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

se faz aqui homenagem e reconhecimento

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Conceituando ldquoo Garantismo significa precisamente a tuteladaqueles valores ou direitos fundamentais cuja satisfaccedilatildeomesmo contra os interesses da maioria constitui o objetivojustificante do direito penal vale dizer a imunidade dos cidadatildeoscontra a arbitrariedade das proibiccedilotildees e das puniccedilotildees da defesados fracos mediante regras do jogo iguais para todos a dignidadeda pessoa do imputado e consequentemente a garantia da sualiberdade inclusive por meio do respeito agrave sua verdade Eacuteprecisamente a garantia destes direitos fundamentais que tornaaceitaacutevel por todos inclusive pela minoria formada pelos reacuteus epelos imputados o direito penal e o proacuteprio princiacutepiomajoritaacuteriordquo Fls 271 Fora do Direito Penal garantista vigora oEstado selvagem ou o autoritarismo

PONTO III

EXEMPLOS

Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

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PONTO III

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Autoritarismos

O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

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Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

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Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

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efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

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bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

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Garantismo excessivo em mateacuteria penal

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Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

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O Papel do Poder Judiciaacuterio na Proteccedilatildeo dos Direitos Fundamentais

O Exemplo dos Militares o AI-5

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

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A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

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bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

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Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

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Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

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Garantismo excessivo em mateacuteria penal

Criacutetica

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bull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

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Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

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O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio

O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

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Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

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Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

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CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

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Os Direitos Fundamentais e o Supremo

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O AI-5 e o Poder Judiciaacuterio como acabar com os direitos fundamentais em um artigo

EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

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Avanccedilos

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Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

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Garantismo excessivo em mateacuteria penal

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Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

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EXEMPLOS DE

GARANTISMO

A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

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Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

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Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

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Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

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Garantismo excessivo em mateacuteria penal

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Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

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Os Direitos Fundamentais e o Supremo

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A Assembleacuteia Constituinte e a Esperanccedila no Poder Judiciaacuterio

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

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A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

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bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

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- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

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bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

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Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

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Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

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bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

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Criacutetica

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Criacuteticabull Garantismo excessivo em mateacuteria penal

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CONCLUSAtildeO

Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

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A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

bull Posiccedilatildeo topograacutefica privilegiada

bull Rol extenso (mais de cem incisos)

bull Instrumentos processuais de proteccedilatildeo habeascorpus mandado de seguranccedila (individual ecoletivo) habeas data accedilatildeo popular accedilatildeo civilpuacuteblica mandado de injunccedilatildeo

A Constituiccedilatildeo Federal de 88 e os Direitos Fundamentais

A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

bull Teoria dos frutos da aacutervore envenenada

Teoria dos Frutos da Aacutervore Envenenada

Avanccedilos

bull Acolhimento da teoria dos direitos fundamentais

- colisatildeo de direitos

- ponderaccedilatildeo

- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

- proteccedilatildeo ao nuacutecleo essencial

- Proibiccedilatildeo de abuso de direitos fundamentais

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi

Avanccedilos

bull Liberdade de Expressatildeo caso Diogo Mainardi ndashldquoFiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas

Avanccedilosbull Liberdade de Expressatildeo caso Gerald Thomas ndash

ldquofiltragem constitucionalrdquo

Avanccedilos

Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave sauacutede ndash maacutexima

efetividade dos direitos fundamentais

Avanccedilosbull Direitos Sociais direito agrave educaccedilatildeo maacutexima

efetividade

Avanccedilosbull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndash

dever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Proteccedilatildeo Ambiental caso ldquoFarra do Boirdquo ndashdever de proteccedilatildeo ambiental

Avanccedilos

bull Combate ao Racismo Caso Ellwanger ndashproibiccedilatildeo de abuso de direito fundamental

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Criacutetica

Garantismo excessivo em mateacuteria penal

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Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

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A Postura do STF diante da Nova Constituiccedilatildeo

Algumas teses proacute-direitos fundamentais

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- colisatildeo de direitos

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- princiacutepio da proporcionalidade

- eficaacutecia horizontal

- maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

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Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

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Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

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Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

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Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

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Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

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Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

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Garantismo excessivo em mateacuteria penal

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Direitos Sociais

Princiacutepio da maacutexima efetividade dos direitos fundamentais

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Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

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Direitos Sociais

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Frente agrave falaacutecia do modelo juriacutedicoabstrato perfeito ea falaacutecia poliacutetica de que basta a forccedila de um poder bompara realizar a justiccedila penal Ferrajoli nos adverte que ldquoaexperiecircncia nos ensina que nenhuma garantia juriacutedicapode reger-se exclusivamente por normas que nenhumdireito fundamental pode concretamente sobreviver senatildeo eacute apoiado pela luta por sua atuaccedilatildeo da parte dequem eacute seu titular e pela solidariedade com esta deforccedilas poliacuteticas e sociais que em suma um sistemajuriacutedico porquanto tecnicamente perfeito natildeo pode porsi soacute garantir nadardquo Fls 753

Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

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Neste contexto cabe a noacutes operadores doDireito como um todo e do direito penal emparticular efetivar accedilotildees em prol do vigor danorma e do devido processo legal garantistafrente as imperfeiccedilotildees da realidade tantohumana quanto social tudo no desejo deobtermos justiccedila ainda que imperfeita masmenos imperfeita do que querem seus detratorese mais perfeita do que a nossa simples ineacuterciaconseguira obter

Fontes Ferrajoli Luigi Direito e Razatildeo Teoria

do Garantismo Penal Ed RT

Os Direitos Fundamentais e o Supremo

Tribunal Federal In George Marmelstein

georgemlimablogspotcom para os

exemplos Oacutetimo site para pesquisa ao qual

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