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31 | 3586 2511 www.teiadetextos.com.br www.ufmg.br/ciencianoar [email protected] Projeto realizado com o apoio do PROEXT 2010 - MEC/SESu. teia de textos Aqui você vai encontrar importantes informações do curioso mundo da Ciência. Contamos com sua ajuda para conservar este texto, que também está disponível em nosso site. 11 GAMBÁ, MAIS QUE UM BICHINHO MAL CHEIROSO Quando você pensa em um gambá, o que vem à sua mente? Provavelmente aqueles animais desagradáveis e mal cheirosos. O gambá, porém, é um animal surpreendente que desperta bastante interesse nos cienstas. Os gambás pertencem ao grupo dos marsupiais, animais que possuem, na barriga, uma estrutura em forma de bolsa, chamada de marsúpio, onde o embrião se desenvolve. Esse grupo só é encontrado na Oceania, cujos marsupiais mais conhecidos são os cangurus, e nas Américas. Isso mesmo: os cangurus e os gambás são parentes! A reprodução dos gambás é bem diferente dos outros mamíferos, já que o feto fica apenas 13 dias no útero, onde se formam as patas dianteiras. Depois disso, atraído pelo cheiro do leite da mãe, o filhote sai do útero e enganha até o marsúpio. Nessa fase, o gambazinho já é capaz de mamar. Quando mais velho, o filhote costuma dar pequenos passeios fora da bolsa para comer outros alimentos, inclusive insetos. Com aproximadamente 90 dias de vida ele já está totalmente formado, pronto para sair do marsúpio e sobreviver sozinho no ambiente. A reprodução peculiar dos gambás faz com que eles sejam excelentes animais para estudo de formação de órgãos e sistemas, pois é possível que se acompanhe todo o crescimento do feto sem necessidade de fazer cesariana no animal. Agora que você já sabe o quanto os gambás, muitas vezes idenficados como animais que exalam um cheiro desagradável, são especiais e como contribuem com as pesquisas sobre o desenvolvimento de outros mamíferos. Texto originalmente escrito por Gustavo Santos para o programa Na Onda da Vida, da Rádio UFMG Educava FM 104,5, e adaptado por Luiz Fernando Freitas e Michelle de Melo.

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Page 1: GAMBÁ, MAIS QUE UM BICHINHO MAL CHEIROSO - UFMG · A reprodução dos gambás é bem diferente dos outros mamíferos, já que o feto fica apenas 13 dias no útero, onde se formam

31 | 3586 2511www.teiadetextos.com.brwww.ufmg.br/[email protected] realizado com o apoio do PROEXT 2010 - MEC/SESu.teia de textos

Aqui você vai encontrar importantes informações do curioso mundo da Ciência. Contamos com sua ajuda para conservar este texto, que também está disponível em nosso site.

11

GAMBÁ, MAIS QUE UM BICHINHO MAL CHEIROSO

Quando você pensa em um gambá, o que vem à sua mente? Provavelmente aqueles animais desagradáveis e mal cheirosos. O gambá, porém, é um animal surpreendente que desperta bastante interesse nos cientistas.

Os gambás pertencem ao grupo dos marsupiais, animais que possuem, na barriga, uma estrutura em forma de bolsa, chamada de marsúpio, onde o embrião se desenvolve. Esse grupo só é encontrado na Oceania, cujos marsupiais mais conhecidos são os cangurus, e nas Américas. Isso mesmo: os cangurus e os gambás são parentes!

A reprodução dos gambás é bem diferente dos outros mamíferos, já que o feto fica apenas 13 dias no útero, onde se formam as patas dianteiras. Depois disso, atraído pelo cheiro do leite da mãe, o filhote sai do útero e engatinha até o marsúpio. Nessa fase, o gambazinho já é capaz de mamar.

Quando mais velho, o filhote costuma dar pequenos passeios fora da bolsa para comer outros alimentos, inclusive insetos. Com aproximadamente 90 dias de vida ele já está totalmente formado, pronto para sair do marsúpio e sobreviver sozinho no ambiente.

A reprodução peculiar dos gambás faz com que eles sejam excelentes animais para estudo de formação de órgãos e sistemas, pois é possível que se acompanhe todo o crescimento do feto sem necessidade de fazer cesariana no animal.

Agora que você já sabe o quanto os gambás, muitas vezes identificados como animais que exalam um cheiro desagradável, são especiais e como contribuem com as pesquisas sobre o desenvolvimento de outros mamíferos.

Texto originalmente escrito por Gustavo Santos para o programa Na Onda da Vida, da Rádio UFMG Educativa FM 104,5, e adaptado por Luiz Fernando Freitas e Michelle de Melo.