gagueira estudo molecular dos genes g

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Gagueira Estudo Molecular dos genes GNPTAB (12q23.2), GNPTG (16p13) e NAGPA (16p13) versão 1.0 | julho 2011 Introdução A disfemia, conhecida popularmente como gagueira ou gaguez, é a desordem mais comum de fluência da fala. A gagueira é o discurso que é caracterizado por freqüente repetição e/ou prolongamento de sons, sílabas ou palavras, ou por hesitações ou pausas freqüentes que perturbam a rítmica e o fluxo da fala. A gagueira afeta 1% da população e tem uma média de início cerca de 30 meses de idade (Speech J Ouvir Res 35:782-788, 1992). A gagueira geralmente se resolve espontaneamente antes da idade adulta, particularmente no sexo feminino. Em casos raros, a gagueira pode ocorrer na idade adulta, como resultado de lesão cerebral ou uso de drogas (CNS Spectrums Fawcett 10:94-95, 2005). Comportamentos secundários, tais como piscar de olhos ou outros movimentos involuntários da cabeça, não são incomuns. Pesquisadores do Instituto Nacional de Desordens da Comunicação (NIDCD), um dos institutos que integram o NIH (“National Institutes of Health”) nos EUA, anunciaram a descoberta de três genes envolvidos na origem da gagueira (genes GNPTAB, GNPTG e NAGPA). Mutações nesses genes acarretam pequenos defeitos na execução de uma atividade básica dos neurônios: a reciclagem celular, um processo por meio do qual os componentes inúteis da célula são degradados e reaproveitados. A grande maioria dos pacientes com gagueira relatados no estudo apresentou perfil heterozigotos para as mutações nestes genes, embora alguns indivíduos homozigotos em famílias consangüíneas também tenham sido relatados. A penetrância da mutação parece não ser completa. Neste trabalho, observou-se que 25 dos 393 pacientes (6%) apresentavam mutações em um dos três genes (N Engl J Med 362:677-685, 2010). A análise molecular dos genes GNPTAB, GNPTG e NAGPA Os genes GNPTAB, GNPTG e NAGPA estão relacionados ao mecanismo de endereçamento de enzimas aos lisossomos. O presente teste é realizado a partir do sequenciamento bidirecional completo dos gene GNPTAB, GNPTG e NAGPA (além de cerca de 50 pares de bases das regiões flaqueadoras destes exons). A análise dos genes pode ser feita em conjunto ou separadamente. Material e Conservação Aceitamos amostras refrigeradas de Sangue Total-EDTA (10 ml). Consulte-nos para outros tipos de material ou solicite o KIT de Coleta para Biologia Molecular do Laboratório DLE, nos formatos coleta de sangue ou de saliva. Indicações do exame Todos os pacientes afetados pela gagueira são candidatos para este teste, embora a principal indicação seja para os pacientes com história familiar de gagueira. Informações sobre este e outros testes moleculares podem ser encontradas na versão on line do Guia para Erros Inatos do Metabolismo e nos Boletins Científicos do Laboratório DLE, disponíveis em www.dle.com.br. Consulte em nosso portal a lista completa de testes moleculares.

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Gagueira

Estudo Molecular dos genes GNPTAB (12q23.2), GNPTG (16p13) e NAGPA (16p13)

versão 1.0 | julho 2011

Introdução

A disfemia, conhecida popularmente como gagueira ou gaguez, é a desordem mais comum de fluência da fala. A gagueira é o

discurso que é caracterizado por freqüente repetição e/ou prolongamento de sons, sílabas ou palavras, ou por hesitações ou

pausas freqüentes que perturbam a rítmica e o fluxo da fala. A gagueira afeta 1% da população e tem uma média de início

cerca de 30 meses de idade (Speech J Ouvir Res 35:782-788, 1992). A gagueira geralmente se resolve espontaneamente antes

da idade adulta, particularmente no sexo feminino. Em casos raros, a gagueira pode ocorrer na idade adulta, como resultado

de lesão cerebral ou uso de drogas (CNS Spectrums Fawcett 10:94-95, 2005). Comportamentos secundários, tais como piscar

de olhos ou outros movimentos involuntários da cabeça, não são incomuns. Pesquisadores do Instituto Nacional de Desordens

da Comunicação (NIDCD), um dos institutos que integram o NIH (“National Institutes of Health”) nos EUA, anunciaram a

descoberta de três genes envolvidos na origem da gagueira (genes GNPTAB, GNPTG e NAGPA). Mutações nesses genes

acarretam pequenos defeitos na execução de uma atividade básica dos neurônios: a reciclagem celular, um processo por meio

do qual os componentes inúteis da célula são degradados e reaproveitados. A grande maioria dos pacientes com gagueira

relatados no estudo apresentou perfil heterozigotos para as mutações nestes genes, embora alguns indivíduos homozigotos em

famílias consangüíneas também tenham sido relatados. A penetrância da mutação parece não ser completa. Neste trabalho,

observou-se que 25 dos 393 pacientes (6%) apresentavam mutações em um dos três genes (N Engl J Med 362:677-685, 2010).

A análise molecular dos genes GNPTAB, GNPTG e NAGPA

Os genes GNPTAB, GNPTG e NAGPA estão relacionados ao mecanismo de endereçamento de enzimas aos lisossomos. O

presente teste é realizado a partir do sequenciamento bidirecional completo dos gene GNPTAB, GNPTG e NAGPA (além de

cerca de 50 pares de bases das regiões flaqueadoras destes exons). A análise dos genes pode ser feita em conjunto ou

separadamente.

Material e Conservação

Aceitamos amostras refrigeradas de Sangue Total-EDTA (10 ml). Consulte-nos para outros tipos de material ou solicite o KIT de

Coleta para Biologia Molecular do Laboratório DLE, nos formatos coleta de sangue ou de saliva.

Indicações do exame

Todos os pacientes afetados pela gagueira são candidatos para este teste, embora a principal indicação seja para os pacientes

com história familiar de gagueira.

Informações sobre este e outros testes moleculares podem ser encontradas na versão on line do Guia para Erros Inatos do Metabolismo e

nos Boletins Científicos do Laboratório DLE, disponíveis em www.dle.com.br. Consulte em nosso portal a lista completa de testes

moleculares.