gabrielle melo fernandes caracterização de fontes ......caracterização de fontes de...

98
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO INSTITUTO DE CIÊNCIAS DO MAR PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS MARINHAS TROPICAIS GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú Ceará) FORTALEZA 2016

Upload: others

Post on 04-Nov-2020

1 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARAacute

PROacute-REITORIA DE PESQUISA E POacuteS-GRADUACcedilAtildeO

INSTITUTO DE CIEcircNCIAS DO MAR

PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM CIEcircNCIAS MARINHAS TROPICAIS

GABRIELLE MELO FERNANDES

Caracterizaccedilatildeo de fontes de contaminaccedilatildeo no semi-aacuterido cearense utilizando

hidrocarbonetos de petroacuteleo (Rio Acarauacute ndash Cearaacute)

FORTALEZA

2016

GABRIELLE MELO FERNANDES

Caracterizaccedilatildeo de fontes de contaminaccedilatildeo no semi-aacuterido cearense utilizando

hidrocarbonetos de petroacuteleo (Rio Acarauacute ndash Cearaacute)

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa

de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas

Tropicais do Instituto de Ciecircncias do Mar

(LABOMAR) da Universidade Federal do

Cearaacute como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Marinhas

Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo Utilizaccedilatildeo e

Manejo de Ecossistemas Marinhos Tropicais

Orientador Prof Dr Rivelino M

Cavalcante

FORTALEZA

2016

GABRIELLE MELO FERNANDES

Caracterizaccedilatildeo de fontes de contaminaccedilatildeo no semi-aacuterido cearense utilizando

hidrocarbonetos de petroacuteleo (Rio Acarauacute ndash Cearaacute)

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa

de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas

Tropicais do Instituto de Ciecircncias do Mar

(LABOMAR) da Universidade Federal do

Cearaacute como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Marinhas

Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo Utilizaccedilatildeo e

Manejo de Ecossistemas Marinhos Tropicais

Aprovada em ____________

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Prof Dr Rivelino Martins Cavalcante (Orientador)

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

_________________________________________

Profa Dr Lidriana de Souza Pinheiro

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

_________________________________________

Prof Dr Andreacute Henrique Barbosa de Oliveira

Instituto Federal do Sertatildeo Pernambucano (IF Sertatildeo Pernambucano)

A Maris

E principalmente a todas as matildees que

estudam

AGRADECIMENTOS

Eacute importante destacar que esse trabalho eacute o resultado de muitas matildeos de muito apoio

e de muita compreensatildeo por parte de todos que fizeram parte desses dois anos de mestrado

Primeiramente agradeccedilo aos meus pais Irismar e Alber que sempre foram a base de

tudo Deles eu sempre tive apoio incentivo compreensatildeo e a torcida mais fiel que sempre

acredita e acompanha Natildeo existem palavras para expressar minha gratidatildeo Entatildeo meu

sincero muito obrigada Agradeccedilo tambeacutem as minhas irmatildes lindas Danielle e Giselle pelo

companheirismo presenccedila e apoio nos momentos mais difiacuteceis

Agradeccedilo ao Lucas por estar sempre do meu lado me incentivando e acreditando em

mim ateacute mesmo mais do que eu Entramos nessa jornada juntos e estamos nos desafiando e

buscando o nosso melhor sempre Obrigada por desempenhar seu papel de pai tatildeo

maravilhosamente e dessa forma permitir que eu desempenhe meu lado profissional Te

amo

Agradeccedilo ao Prof Dr Rivelino Cavalcante pela compreensatildeo e confianccedila durante esse

trabalho principalmente na reta final Um obrigada especial as suas palavras de incentivo e

acircnimo bem no comecinho do mestrado Elas continuam a ter um grande efeito na minha

forma de encarar os fatos

Agradeccedilo a Teteacute minha sogra mais que especial Vocecirc possibilitou um tempo que eu

natildeo tinha e uma tranquilidade que eu precisava Graccedilas aos seus passeios e vaacuteaacuterios almoccedilos

eu pude escrever e estudar em intervalos preciosos Fica aqui tambeacutem meu agradecimento a

famiacutelia Soares que me recebeu tatildeo bem e com tanto carinho aleacutem da compreensatildeo nos meus

momentos de ausecircncia

Esses momentos de ausecircncia tambeacutem foram frequentes na famiacutelia Fernandes que tanto

escutaram sobre essa dissertaccedilatildeo Obrigada por sempre me apoiarem a natildeo desistir

Agradeccedilo aos queridos integrantes do Laboratoacuterio de Anaacutelise de Contaminantes

Orgacircnicos (LACOr) que de alguma maneira ajudaram na realizaccedilatildeo desse trabalho Agrave Polly e

agrave Marci pelo companheirismo risadas e muito trabalho de equipe dedicado agraves inuacutemeras

bateladas Ao Davi Carlos Felipe Tanara e Tamires pelo apoio e trabalho braccedilal das vaacuterias

colunas de clean-up e titulaccedilotildees Ao Andreacute pela injeccedilatildeo e anaacutelise das amostras durante o seu

doutorado-sanduiche nos EUA A Wersacircngela Allyne e Ligia agradeccedilo pela presenccedila e

conversas descontraidas Muito Obrigada

Agradeccedilo aos teacutecnicos e profissionais dos laboratoacuterios parceiros pela disponibilidade

em ajudar e esclarecer qualquer duacutevida Obrigada agrave Prof Lidriana Pibheiro e agrave Cida do

Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) agrave Profa Oscarina Viana agrave Prof Regine

Vieira e agrave Cris do Laboratoacuterio de Microbiologia Ambiental e do Pescado (LAMAP) e ao Prof

Ronaldo Nascimento e aoVitor do Laboratoacuterio de Anaacutelise de Traccedilos (LAT)

Meus agradecimentos agrave banca examinadora Prof Rivelino Profa Lidriana e ao Prof

Andreacute pelos seus comentaacuterios atenccedilatildeo e disponibilidade para a melhora desse trabalho

A CAPES e ao CNPQ pelo apoio financeiro tatildeo importante nesta jornada pela vida

acadecircmica

RESUMO

A distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo dos HPAs alcanos isoprenoacuteides (pristano e fitano) e biomarcadores do petroacuteleo

(hopanos e esteranos) foram investigados nos sedimentos superficiais e em um perfil

sedimentar no rio Acarauacute que representa a segunda maior bacia do Cearaacute Nos sedimentos

superficiais o somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

com uma meacutedia de 540577 ngg-1

jaacute o

somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios da USEPA variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720

ngg-1

(ACR5) Por sua vez os hopanos variaram de ltLD (ACR3) a 6787 μgg-1 (ACR6)

com destaque para o C29-hopano (NH) e os esteranos apresentaram valores variando de ltLD

a 2327 μgg-1 (ACR4) com destaque para o C28αββ (SR) Para a caracterizaccedilatildeo das fontes

primaacuterias na bacia do Acarauacute foram utilizadas vaacuterias razotildees diagnoacutesticas como sum HPAs (4-6

aneacuteis)sum HPAs16 BaA(BaA +Cri) IP(IP+BghiP) FenAnt FltrPir Per5 aneacuteis CPI (15-

19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit e PrFit De acordo com os indices preferenciais de

carbono a maioria das estaccedilotildees apresentou IPC ~ 1 o que caracteriza possiacutevel fonte de

derivados do petroacuteleo o que foi confirmado pela presenccedila de hopanos e esteranos na maioria

das estaccedilotildees Por outro lado a anaacutelise dos HPAs retornou fontes primaacuterias piroliacuteticas que

podem ser relacionadas com as queimadas na regiatildeo utilizaccedilatildeo de lenha como fonte de

energia e emissotildees veiculares No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o

ecossistema a maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela

agecircncia ambiental canadense com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na

estaccedilatildeo ACR8 os compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos

adversos na biota O registro histoacuterico no estuaacuterio do rio Acarauacute revelou a predominacircncia de

fontes piroliacuteticas em camadas mais profundas provavelmente relacionadas ao incentivo da

utilizaccedilatildeo de lenha como fonte de energia na deacutecada de 70 devido a crise do petroacuteleo Aleacutem

disso a deposiccedilatildeo dos HPAs foi determinada pelo tamanho do gratildeo e o pelo teor de carbono

orgacircnico com provaacutevel relaccedilatildeo com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Palavras-chave Sedimentos HPAs Alcanos Biomarcadores do petroacuteleo

ABSTRACT

Distribution composition sources and factors controlling accumulation and distribution of

PAHs alkanes isoprenoids (pristane and phytane) and oil biomarkers (hopanes and steranes)

were investigated in surface sediments and in a sedimentary profile at Acarauacute river which is

the second largest drainage basin of Cearaacute In surface sediments the sum of the concentration

of the series of C10 -C38 n-alkanes ranged from approximately 3000 ngg-1

-8000 ngg-1

averaging 540577 ngg-1

since the sum of the 16 priority PAHs USEPA ranged from 14143

ngg-1

(ACR3) to 207720 ngg-1

(ACR5) On the other hand the hopanes ranged from ltLOD

(ACR3) to 6787 μgg-1

(ACR6) especially the C29-hopano (NH) and steranes presented

values ranging from ltLOD to 2327 ug g-1

(ACR4) highlighting the C28αββ (S R) For the

characterization of the primary sources in the basin of Acarauacute were used various diagnostic

ratios as Σ PAHs (4-6 rings) Σ HPAs16 BaA (BaA + Cri) IP (IP + BghiP) Phe Ant Fltr

Pir Per 5 rings CPI (15-19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit and PrFit According to the

Carbon Preference Index most stations showed CPI ~ 1 which features possible source of oil

derivatives which was confirmed by the presence of hopanes and steranes at most stations

Moreover analysis of PAH returned pyrolytic primary sources that can be related to the

burning activities in the region as the use of wood for cooking and energy source and vehicle

emissions Regarding the assessment of the potential risk to the ecosystem most stations were

below the lower level (TEL) established by the Canadian Environmental Agency with low

probability of adverse effects to biota Only at ACR8 site the compounds fluorene and

dibenzo(ah)anthracene had possible adverse effects on biota The historical record in the

estuary of the River Acarauacute revealed the predominance of pyrolytic sources in deeper layers

probably related to encouraging the use of wood as an energy source in the seventies due to

the oil crisis Furthermore the deposition of PAHs was determined by the grain size and the

organic carbon content with a probable relationship with the organic matter adsorbed in the

clay minerals

Keywords Sediment PAHs Alkanes Petroleum Biomarkers

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos 17

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano) 18

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos 20

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados 22

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais 23

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados 30

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios estudados 31

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados 32

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz 33

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial e do perfil

sedimentar Error Bookmark not defined

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees 35

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem 36

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos reduzidos a 1

mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG 40

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute 42

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais 46

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar 47

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho 48

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais 51

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio

Acarauacute 57

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio Acarauacute

59

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais 62

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais 63

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18 64

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e esteranos

(sumEster) nos sedimentos superficiais 66

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar 67

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar 68

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho 68

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos superficiais

71

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais 72

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o estuaacuterio

do rio Acarauacute 74

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio

Acarauacute 76

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho 19

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem 34

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM 41

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate 44

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9 e

ACR10 (porcentagem) 46

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho 48

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute 50

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio

Acarauacuteem ngg-1

52

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

53

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

) 54

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

) 55

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo nos

uacuteltimos cinco anos 56

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute 60

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o rio

Acarauacute 60

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho 75

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999) 77

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ace Acenafteno

Ace-d10 Acenafteno ndash Deuterado

Aci Acenaftileno

AFs Aacutecidos Fuacutelvicos

AHs Aacutecidos Huacutemicos

AMM HPAs de alta massa molar

Ant Antraceno

BaA Benzo(a)antraceno

BaP Benza(a)Pireno

BbF Benzo(b)Fluoranteno

BeP Benzo(e)Pireno

BghiP Benzo[ghi]Perileno

BkF Benzo(k)Fluoranteno

BMM HPAs de baixa massa molar

CCME Canadian Council of ministers of the Environment

CO Carbono Orgacircnico

CONAMA Conselho Nacional do meio ambiente

Cri Criseno

Cri-d12 Criseno ndash Deuterado

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DCM Dicloro-metano

DhaA Dibenzo[ah]Antraceno

DP Desvio padratildeo

ERL Effect range- low (Faixa de efeitos- baixa)

ERM Effects range-median (Faixa de efeitos- meacutedia)

Fen Fenantreno

Fen-d10 Fenantreno ndash Deuterado

Fl Fluoreno

Flu Fluoranteno

GC-MS Cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas

HPA Hidrocarboneto policiacuteclico aromaacutetico

IARC Agecircncia Nacional para Pesquisa de Cacircncer

IncdP Indeno[123-cd]Pireno

Koc Constante de particcedilatildeo com carbono

Kow Coeficiente de Particcedilatildeo octanol-aacutegua

KPa Quiilopascal

LD Limite de detecccedilatildeo

LQ Limite de quantificaccedilatildeo

mz Razatildeo massacarga

MO Mateacuteria Orgacircnica

Naf Naftaleno

Naf-d8 Naftaleno ndash deuterado

NOAA National Oceanographic and Atmospheric Administration (Administraccedilatildeo

Nacional Oceanograacutefica e Atmosfeacuterica)

PEL Probable effect level (Niacutevel de efeitos provaacuteveis)

PER Perileno

PER-d10 Perileno ndash deuterado

pH Potencial hidrogeniocircnico

Pir Pireno

POPs Poluentes Orgacircnicos Persistentes

TEL Threshold effect level (Limiar de efeitos)

TOC Carbono orgacircnico total

TR Tempo de retenccedilatildeo

USEPA Agecircncia Norte Americana de Proteccedilatildeo Ambiental

microg Micrograma

Σ16 HPAs Somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios segundo USEPA

Natildeo faz mal que seja pouco o que importa eacute que o avanccedilo de hoje

seja maior que o de ontem Que nossos passos de amanhatilde

sejam mais largos que os de hojerdquo

DAISAKU IKEDA

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA16

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 17

211 n-alcanos 17

212 Isoprenoacuteides 18

213 Biomarcadores 19

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos 21

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos 25

3 OBJETIVOS27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS28

41 Processos metodoloacutegicos 28

42 Aacuterea de Estudo 28

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta 34

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar 35

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos 36

451 Granulometria 36

452 Carbonato de Caacutelcio 36

453 Teor de Carbono Orgacircnico 37

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos 38

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos

aromaacuteticos 39

461 Reagentes e material 39

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental 39

463 Controle de Qualidade 42

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO45

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica 45

511 Sedimentos Superficiais 45

512 Sedimentos do testemunho 46

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 49

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais 49

522 n-alcanos no testemunho sedimentar 53

523 Biomarcadores do petroacuteleo 53

5231 Sedimentos superficiais53

5232 Testemunho 53

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos 54

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais 54

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho 58

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute 60

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas 60

5411 Sedimentos superficiais61

5412 Testemunho 66

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas 69

5421 Sedimentos superficiais69

5422 Testemunho 73

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

do sedimento 74

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais 77

6 CONCLUSAtildeO 78

REFEREcircNCIAS 80

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS HPAS 90

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS BIOMARCADORES 91

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS N-ALCANOS 92

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAS INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute 93

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E ARGILA)

DO TESTEMUNHO 94

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A disponibilidade hiacutedrica desempenha um papel fundamental no

desenvolvimento das aglomeraccedilotildees humanas Com isso o processo de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo ocorre proacuteximo aos cursos drsquoaacutegua fato confirmado historicamente com o

desenvolvimento das grandes civilizaccedilotildees nas mediaccedilotildees dos rios Dessa forma o

desenvolvimento raacutepido das sociedades necessita da compreensatildeo e da avaliaccedilatildeo das

caracteriacutesticas do ambiente em que vivemos

Atualmente sobretudo proacuteximo agrave zona costeira esses ambientes satildeo altamente

explorados e utilizados Segundo Tundisi (2003) a maioria da populaccedilatildeo brasileira estaacute

em bacias costeiras ou estaacute no maacuteximo a 100 km da costa Vale ressaltar que essas aacutereas

litoracircneas foram marco inicial de alguns nuacutecleos urbanos e concentram elevadas

densidades demograacuteficas que acabam atraindo investimentos econocircmicos (ALVES

2008)

Nesse acircmbito eacute possiacutevel perceber o impacto da urbanizaccedilatildeo levando-nos a

reflexatildeo sobre algumas medidas que devem ser tomadas sobretudo no que se refere aos

resiacuteduos gerados em grande ou pequena escala decorrente do aumento da populaccedilatildeo nas

cidades Uma demanda maior de energia e mateacuteria prima eacute necessaacuteria diante desse

crescente aumento populacional Aleacutem disso como resultado temos a poluiccedilatildeo oriunda

de processos industriais que ocasiona uma serie de desequiliacutebrios ambientais e acabam

prejudicando a vida do homem e a sauacutede de inuacutemeros ecossistemas (UNEP 2002

FRONZA 2006)

Os ambientes aquaacuteticos tem funcionado como aacutereas receptoras dos mais

variados tipos de efluentes despejos e derrames Por isso diversos contaminantes

continuamente alcanccedilam os ecossistemas por meio das atividades antroacutepicas e essas

substancias em sua maioria acabam permanecendo acumuladas nos sedimentos

(OCKENDER et al 2003) Entre as diversas substancias contaminantes existentes

destacam-se os poluentes orgacircnicos que compreendem uma classe de substancias cuja

origem se da a partir de fontes difusas e pontuais aportando no meio ambiente pelas

contribuiccedilotildees de processos como a drenagem urbana provocada pelas aacuteguas da chuva

atividades agriacutecolas e por meio de lanccedilamentos de efluentes domeacutesticos e industriais

(BAIRD 2002)

17

Os hidrocarbonetos satildeo componentes abundantes do material orgacircnico nos

sedimentos e uma das maiores classes de compostos orgacircnicos Entre os contaminantes

orgacircnicos os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

(HPAs) tecircm recebido muita atenccedilatildeo ultimamente devido a sua ampla distribuiccedilatildeo nos

sedimentos lacustres e marinhos (LEITE et al2011 DE ABREU-MOTA et al 2014

VENTURINI et al 2015 MACHADO et al2014 WANG et al 2014 KANZARI et

al 2015) Esses contaminantes estatildeo associados com os sedimentos devido a sua baixa

solubilidade em aacutegua e consequente natureza hidrofoacutebica (VOLKMAN et al 1992

GUO et al 2007)

A bacia do rio Acarauacute eacute a segunda maior bacia hidrograacutefica do Cearaacute e vecircm

passando por diversas alteraccedilotildees do ambiente Aumento populacional aumento do

traacutefico de veiacuteculos e atividade de agricultura com o periacutemetro irrigado do Baixo Acarauacute

satildeo alguns dos exemplos dessas mudanccedilas Dessa forma a investigaccedilatildeo das possiacuteveis

fontes de hidrocarbonetos para essa regiatildeo eacute de suma importacircncia Esse eacute o primeiro

estudo que avalia a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a

acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos na regiatildeo Com ele visamos fornecer

dados e subsiacutedios para o monitoramento poliacuteticas puacuteblicas e preservaccedilatildeo deste

importante ecossistema costeiro

16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

A qualidade dos sedimentos pode ser avaliada pelo conteuacutedo dos HA e HPAs

que satildeo as duas maiores classes de compostos encontrados no petroacuteleo Os

hidrocarbonetos nos sedimentos provecircm de diversas fontes e atingem o ambiente

aquaacutetico atraveacutes do escoamento superficial do lanccedilamento de efluentes domeacutesticos e

industriais da drenagem de aacutegua da chuva das atividades de navegaccedilatildeo e dos

afloramentos naturais de petroacuteleo (PAGE et al 1996 READMAN et al 2002

PEREINA-NETTO et al 2004 COLOMBO et al 2007 CAVALCANTE et al

2008) O destino e o transporte dos contaminantes orgacircnicos nos ambientes aquaacuteticos eacute

dependente da particcedilatildeo dos mesmos entre as fases particulada e dissolvida

(MECHLINSKA et al 2009 CHEN WONG e TAM 2011) Os componentes

hidrofiacutelicos acumulam-se predominantemente na fase aquosa e satildeo consequentemente

transportados na fraccedilatildeo moacutevel Por outro lado os contaminantes mais hidrofoacutebicos

tendem a acumular-se na fase soacutelida por interaccedilotildees de sorccedilatildeo com as superfiacutecies do

material particulado (KOWALSKA GULER E COCKE 1994 TREMBLAY et al

2005) O material particulado eacute entatildeo depositado de acordo com as condiccedilotildees

hidroloacutegicas e sedimentoloacutegicas e eacute transferido para o sedimento associado aos

compostos hidrofoacutebicos tornando-os parte da fraccedilatildeo imoacutevel Dessa forma eles podem

ser encontrados em altas concentraccedilotildees em sedimentos contaminados (KARICKHOFF

BROWN E SCOTT 1979) Qualquer distuacuterbio nos sedimentos contaminados pode

remobilizar os contaminantes para a coluna daacutegua aumentando sua biodisponibilidade

e assim os riscos para sauacutede da biota (READMAN et al 2002 GROSSI et al 2002)

Vaacuterios trabalhos tecircm utilizado os sedimentos superficiais para avaliar a

qualidade do ambiente aquaacutetico em relaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo de hidrocarbonetos e na

identificaccedilatildeo de fontes desses contaminantes (READMAN et al 2002 MAI et al

2002 SAHA et al 2009 FERNANDES 2013 OLIVEIRA 2016) Aleacutem dessa

ferramenta os hidrocarbonetos em testemunhos sedimentares podem ser utilizados na

reconstruccedilatildeo do registro histoacuterico das entradas desses contaminantes em estudos de

impacto ambiental mostrando a mudanccedila no uso dos hidrocarbonetos ao longo do

tempo (MACHADO et al 2014 CAVALVANTE et al 2008

BOONYATUMANOND et al 2007 LORGEOUX et al 2016)

17

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

Os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) correspondem a uma importante fraccedilatildeo dos

lipiacutedios e compreendem uma vasta classe de compostos orgacircnicos Entre essas classes

de compostos estatildeo os n-alcanos os isoprenoacuteides os terpanos e os esteranos entre

muitos outros

As fontes desses compostos podem ser tanto naturais atraveacutes da fotossiacutentese por

organismos marinhos e terrestres sendo as principais fontes biogecircnicas representadas

pelas plantas terrestres o fitoplacircncton e as bacteacuterias (VOLKMAN et al 1992 ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996) quanto antropogecircnicas provenientes do escoamento

superficial deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e entrada por processos industriais (ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996)

211 n-alcanos

Os n-alcanos satildeo compostos orgacircnicos de cadeia aberta formados por carbono e

hidrogecircnio que formam uma seacuterie homologa sem ramificaccedilotildees onde cada membro

difere do anterior por um grupo CH2

1198673119862 minus (1198621198672)5 minus 1198621198673

119862711986716

Fonte Elaborado pela autora

Os n-alcanos com cadeias de tamanho C15 ndash C35 estatildeo presentes em quase todos

sedimentos (VOLKMAN et al 1992) As fontes de n-alcanos podem ser os

fitoplanctons (VOLKMAN et al 1992) as plantas superiores (EGLINTON E

HAMILTON 1967) um afloramento natural de petroacuteleo derramamentos acidentais e

escoamento superficial O fitoplacircncton sintetiza prioritariamente n-alcanos de cadeias

mais curtas com nuacutemero iacutempar de carbonos (n-C15 a n-C21) Alguns compostos de

cadeias mais longas independente do nuacutemero de aacutetomos de carbono ser iacutempar ou par

satildeo sintetizados por diversos organismos marinhos poreacutem em menores quantidades que

a fonte fitoplanctocircnica (VOLKMAN et al 1992) Por outro lado as plantas superiores

terrestres como os mangues produzem n-alcanos de cadeias longas (C25-C35) como

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos

18

principal componente das suas ceras cuticulares com uma preferecircncia de produccedilatildeo de

n-alcanos com um nuacutemero iacutempar de carbonos em relaccedilatildeo ao nuacutemero par (EGLINTON

E HAMILTON 1967)

Os n-alcanos de origem petrogecircnica podem ser derivados do petroacuteleo bruto ou

de seus derivados Na composiccedilatildeo destes produtos podem existir n-alcanos com 1 a 40

aacutetomos de carbono ocorrendo a ausecircncia da predominacircncia de cadeias com um nuacutemero

par ou impar de carbonos (VOLKMAN et al 1992 SIMONEIT 1991)

212 Isoprenoacuteides

Os alcanos isoprenoacuteides satildeo HA de cadeia ramificada com estrutura derivada do

isopreno um dos blocos constituinte das estruturas baacutesicas da natureza

Os isoprenoacuteides mais utilizados para estudos ambientais de contaminaccedilatildeo satildeo

representados pelo pristano (261014-tetrametilpentadecano) e fitano (261014-

tetrametilhexadecano) que satildeo produtos da alteraccedilatildeo geoloacutegica do fitol e natildeo satildeo

constituintes primaacuterios da maioria da biota terrestre (Figura 2) (GUO et al 2007

HARJI et al 2008) Eles satildeo comumente considerados como bons indicadores de

contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (VOLKMAN et al 1992 READMAN et al 2002) Como

regra geral valores altos da razatildeo PristanoFitano indicam fonte biogecircnica sob

condiccedilotildees oxidantes (BETCHEL et al 2007)

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano)

Fonte PETERS E MOLDOWAN 1993

Alguns autores tambeacutem utilizam a relaccedilatildeo entre os isoprenoacuteides para obter

informaccedilotildees a respeito do ambiente deposicional da mateacuteria orgacircnica geradora do

petroacuteleo (READMAN et al 2002 TOLOSA et al 2009) As fontes biogecircnicas desses

compostos satildeo importantes jaacute que eles derivam do fitol tanto sob condiccedilotildees redutoras

19

(fitano) quanto oxidantes (pristano) Risatti e colaboradores (1984) estabeleceram que o

fitano eacute sintetizado pelas bacteacuterias metanogecircnicas presentes em condiccedilotildees anoacutexicas

213 Biomarcadores

Durante os processos de maturaccedilatildeo geoloacutegica das rochas-geradoras de petroacuteleo e

do petroacuteleo bruto a mateacuteria orgacircnica originalmente proveniente de plantas e animais eacute

transformada diageneacutetica e catagenicamente durante milhotildees de anos

Para o entendimento do grau de maturaccedilatildeo teacutermica bem como dos processos de

migraccedilatildeo do oacuteleo e para a correlaccedilatildeo oacuteleo-oacuteleo e oacuteleo-rocha geradora os indicadores

geoquiacutemicos moleculares ou biomarcadores satildeo largamente utilizados Na avaliaccedilatildeo de

amostras ambientais os biomarcadores satildeo utilizados para o diagnoacutestico da presenccedila de

petroacuteleo e possiacutevel identificaccedilatildeo do tipo de petroacuteleo na contaminaccedilatildeo

Os biomarcadores satildeo correspondentes aos compostos esteranos e triterpanos

Os esteranos satildeo compostos derivados dos esteroacuteis presente na maioria dos organismos

vivos Os esteroacuteis sofrem modificaccedilotildees na sua estrutura durante o processo de

maturaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica dando origem aos esteranos Entre os triterpanos (tri-

tetra- e pentaciacuteclicos) foram estudados os triterpanos pentaciacuteclicos mais conhecidos

como hopanos Os hopanos satildeo foacutesseis moleculares dos hopanoacuteides das bacteacuterias que

desempenham o mesmo papel de tornar a membrana celular mais fluida que os esteroacuteis

nas ceacutelulas eucarioacuteticas (PRINCE et al 1994) Diante do grande espectro desses

compostos presentes no petroacuteleo somente os principais foram estudados nesse trabalho

(Tabela 1e Figura 3)

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho

Abrev Nome Estrutura Foacutermula

Hopanoacuteides

Tm 17α(H)-222930 - trisnorhopano II C27H46

NH 17α(H)21β(H)-30-norhopano III C29H50

H 17α(H)21β(H) - hopano I C30H52

HH(R) 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano IV n = 1 C31H54

HH(S) 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano IV n = 1 C31H54

Esteranos

C27ααα (SR) 5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C27αββ (SR) 5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C28αββ (SR) 24-metil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Me C28H50

C29ααα (SR) 24-etil-5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

C29αββ (SR) 24-etil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

Fonte Elaborada pela autora Estrutura refere-se a estrutura quiacutemica dos compostos

apresentada na Figura 3

20

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos

Fonte Adaptado de AEPLI et al 2014

Vaacuterios estudos comprovaram que os hopanos e os esteranos satildeo muito

resistentes a degradaccedilatildeo no meio ambiente e podem ser usados com marcadores

moleculares para traccedilar e caracterizar a contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (ROGGE et al1993

PRINCE et al 1994 WANG FINGAS E PAGE 1999a AEPLI et al 2014) Devido

aos seus altos pontos de ebuliccedilatildeo eles natildeo estatildeo presentes nos combustiacuteveis gasolina e

diesel mas satildeo encontrados nos oacuteleos lubrificantes asfaltos e resiacuteduos pesados do

petroacuteleo (SAHA et al 2009) Portanto baseado na anaacutelise das concentraccedilotildees dos

biomarcadores e no perfil de distribuiccedilatildeo dos mesmos eacute possiacutevel validar a presenccedila e o

tipo de fonte petrogecircnica nos sedimentos

30-norhopanos (NH)

5α(H)-esteranos

homohopanos (HH)

17α(H)21β(H) - hopano (H) 17α(H)-222930 - trisnorhopano (Tm)

21

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs) satildeo uma classe de

contaminantes orgacircnicos que contem dois ou mais aneacuteis benzecircnicos fundidos e que

podem ser toacutexicos a biota em elevadas concentraccedilotildees Alguns podem conter estruturas

dos aneacuteis com menos do que 6 aacutetomos de carbono (pe acenaftileno acenafteno e

fluoreno) (Figura 5) Em outros um aacutetomo de carbono do anel de benzeno pode ser

substituiacutedo por um nitrogecircnio enxofre ou oxigecircnio resultando na formaccedilatildeo de

compostos aromaacuteticos heterociacuteclicos (pe dibenzotiofeno) (Figura 5) Aleacutem disso

aacutetomos de hidrogecircnio nos HPAs parentais podem ser substituiacutedos por grupos alquil (pe

2-metilnaftaleno) (Figura 4) Os HPAS com menos de 4 aneacuteis satildeo chamados de HPAS

de baixo peso molecular (BPM) enquanto que os que possuem 4 aneacuteis ou mais satildeo

chamados de HPAs de alto peso molecular (APM)

Os HPAs satildeo contaminantes orgacircnicos presentes desde ambientes com intensa

atividade humana ateacute ambientes isolados (PEREIRA NETTO et al 2002 MAI et al

2002 TOLOSA et al2009 MARTINS et al 2012 MEIRE et al2008) As fontes e o

destino dos HPAs no meio ambiente tem sido objeto de estudos extensivos devido as

propriedades mutagecircnicas eou carcinogecircnicas de alguns dos seus isocircmeros (pe

benzo(a)pireno e dibenzo(ah)antraceno) portanto as concentraccedilotildees e fontes destes

compostos tecircm sido monitoradas constantemente

22

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados

Fonte Elaborada pela autora

23

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais

Fonte Elaborada pela autora

Alguns HPAs satildeo formados atraveacutes da combustatildeo incompleta de compostos

orgacircnicos e subsequumlente recombinaccedilatildeo com outras partiacuteculas orgacircnicas constituindo

uma fonte piroliacutetica destes compostos (LIMA FARRINGTON E REDDY 2005) Esses

HPAs podem ser introduzidos naturalmente no ambiente atraveacutes de queimadas de

florestas pastagens e atividades vulcacircnicas (MASCLET et al 1995) Fontes

antropogecircnicas de HPAs piroliacuteticos podem ser a incineraccedilatildeo de lixo e madeira

emissotildees veiculares e preparaccedilatildeo da terra para a agricultura (ROGGE et al 1993

KALILI et al 1995 RAVINDRA SOKHI E GRIEKEN 2008 SILVA et al 2010

DE ANDRADE et al 2010) Outra fonte de HPAs eacute a descarga de material relacionado

24

ao petroacuteleo que caracterizam fontes petrogecircnicas como descargas e derramamentos de

petroacuteleo lanccedilamentos de esgotos urbanos e industriais e escoamento superficial das

aacutereas adjacentes aos corpos daacutegua (WANG FINGAS E PAGE 1999) Uma terceira

fonte de HPAs seria por processos bioloacutegicos ou nos estaacutegios iniciais da diagecircnese dos

sedimentos (VENKATESAN 1988)

A principal forma de relacionar as concentraccedilotildees dos HPAs agraves fontes emitidas eacute

atraveacutes das razotildees diagnoacutestico especiacutefica para cada fonte Essas razotildees satildeo baseadas nas

concentraccedilotildees de HPAs selecionados que de alguma forma caracterizam as diferentes

fontes A utilizaccedilatildeo dessa razotildees para a determinaccedilatildeo de fontes nos sedimentos requer o

entendimento da estabilidade termodinacircmica relativa dos HPAs selecionados Para os

HPAs parentais na combustatildeo ocorre o aumento da concentraccedilatildeo do isocircmero menos

estaacutevel termodinamicamente em detrimento do mais estaacutevel (YUNKER et al 2002)

Aleacutem disso cada fonte tem uma emissatildeo especiacutefica de HPAs o que permite uma

correlaccedilatildeo (ROGGE et al 1993 KALILI et al 1995)Os compostos alquilados estatildeo

presentes em concentraccedilotildees elevadas no petroacuteleo e seus derivados e relativamente

pequena ou ateacute mesmo ausentes nas emissotildees derivadas da combustatildeo (queimadas

caldeiras termoeleacutetricas veiacuteculos automotores etc) Os HPAs alquilados satildeo

termodinamicamente mais instaacuteveis do que os correspondentes HPAs parentais e

portanto a razatildeo dos HPAs alquilados em relaccedilatildeo aos HPAs parentais tem sido usado

para diferenciar os HPAs (SAHA et al 2009)

Eacute interessante observar que uma certa dificuldade na identificaccedilatildeo da origem dos

HPAs em amostras sedimentares eacute frequente devido em geral agrave presenccedila de vaacuterias

fontes de contaminantes e de diversos processos de transformaccedilatildeo dos compostos no

sedimento e antes disto no proacuteprio transporte ao longo da coluna daacutegua

Entre os HPAs os 16 compostos listados pela Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

Norte-Americana e os seus homoacutelogos alquilados possibilitam diagnosticar com maior

facilidade a origem da contaminaccedilatildeo por hidrocarbonetos que pode ser piroliacutetica

(oriunda da combustatildeo incompleta de combustiacuteveis e biomassa) ou petrogecircnica

(SOCLO et al2000 NEFF et al 2005 PEREacuteZ-FERNANDEZ et al 2015 ) Esses 16

compostos foram escolhidos para essa lista de prioridade porque (1) eles reuacutenem o

maior nuacutemero de informaccedilotildees sobre sua estrutura efeitos toxicoloacutegicos e fontes

emissoras (2) eles satildeo suspeitos de causar maiores danos do que outros e exibem

efeitos que satildeo representativos da classe de HPAs como um todo (3) existe uma maior

25

chance de exposiccedilatildeo a esses HPAs do que aos outros e (4) de todos os HPAs

analisados estes exibem as maiores concentraccedilotildees (RAVINDRA et al 2008)

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos

Segundo Irwin e colaboradores (1997) os alcanos como um grupo tem

toxicidade aquaacutetica baixa a moderada Esse mesmo estudo mostra que a toxicidade dos

alcanos estudados decresceu na seguinte ordem decano octano hexano e pentanoEsse

mesmo resultado foi encontrado pelo Bureau of Reclamation (2002) Dessa forma

podemos inferir que a toxicidade dos alcanos tende a aumentar com o aumento do

tamanho da moleacutecula (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)

Por outro lado os HPAs satildeo de interesse ecotoxicoloacutegico no que diz respeito aos

impactos a curto prazo na coluna daacutegua e aos efeitos de curto e longo prazo para os

animais bentocircnicos (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)Vaacuterios fatores

influenciam na toxicidade dos HPAs entre eles as espeacutecies afetadas a via de exposiccedilatildeo

e a estrutura molecular do HPA (CCME 1999) Em geral os HPAs de baixo peso

molecular satildeo considerados agudamente toacutexicos e natildeo-carcinogecircnicos para os

organismos aquaacuteticos enquanto que os HPAs de alto peso molecular natildeo satildeo

agudamente toacutexicos aos organismos aquaacuteticos mas alguns deles satildeo carcinogecircnicos

(CCME 1999) Os HPAs de baixo peso molecular apresentam maior toxicidade aguda

em relaccedilatildeo aos HPAs de alto peso molecular devido a sua maior solubilidade em aacutegua

A mortalidade eacute o efeito mais comum em bioensaios com sedimentos coletados in situ e

sedimentos fortificados em laboratoacuterios decorrente de toxicidade aguda (CCME 1999)

Os organismos bentocircnicos satildeo expostos aos HPAs por vaacuterias vias de exposiccedilatildeo

incluindo exposiccedilatildeo aos HPAs no material particulado e dissolvido nas aacuteguas

intersticiais e coluna daacutegua assim como aos HPAs adsorvidos no sedimento atraveacutes do

contato na superfiacutecie e ingestatildeo de partiacuteculas Portanto os sedimentos representam a via

de exposiccedilatildeo mais importante para muitos invertebrados bentocircnicos (CCME 1999) Os

dados sobre as concentraccedilotildees de HPAs nos sedimentos fornecem importantes

informaccedilotildees para a avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do sedimento no entanto tais medidas

natildeo necessariamente refletem a fraccedilatildeo biodisponiacutevel dessas substacircncias Os HPAs

individuais e os diferentes tipos de sedimento vatildeo resultar em diferentes

biodisponibilidades (DeWITT et al 1992)

26

Segundo a CCME (1999) a avaliaccedilatildeo da porcentagem de efeitos observados

para as concentraccedilotildees de HPAs define trecircs classes as concentraccedilotildees que estatildeo abaixo

do TEL (niacutevel limite de efeito) que satildeo raramente associadas com efeitos bioloacutegicos

adversos as concentraccedilotildees entre o TEL e o PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) que satildeo

ocasionalmente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos e as concentraccedilotildees acima do

PEL que satildeo frequentemente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos

27

3 OBJETIVOS

Os principais objetivos desse trabalho satildeo avaliar a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo

as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos ao

longo do curso do rio Acarauacute e analisar o registro histoacuterico das atividades

antropogecircnicas no estuaacuterio usando hidrocarbonetos de petroacuteleo como marcadores

moleculares orgacircnicos Para tal seratildeo necessaacuterios os seguintes objetivos especiacuteficos

1) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos alifaacuteticos em sedimento

superficial e testemunho

2) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos em

sedimento superficial e testemunho

3) Determinaccedilatildeo da classe de biomarcadores de petroacuteleo em sedimento

superficial e testemunho

4) Diagnoacutestico das fontes de hidrocarbonetos no ambiente atraveacutes de razotildees

diagnoacutestico

5) Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos

sedimentos superficiais

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Processos metodoloacutegicos

As atividades desenvolvidas para a caracterizaccedilatildeo da atividade antroacutepica na

bacia do rio Acarauacute foram divididas em laboratoacuterio levantamento bibliograacutefico e

anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados

As atividades de laboratoacuterio foram realizadas no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de

Contaminantes Orgacircnicos (LACOr) Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) e

Laboratoacuterio de Microbiologia do Pescado e Ambiental (LAMAP) os quais satildeo todos

vinculados ao Instituto de Ciecircncias do Mar (LABOMAR) e no Laboratoacuterio de Anaacutelise

de Traccedilos (LAT) na Universidade Federal do Cearaacute e no Laboratoacuterio de Geoquiacutemica e

Quiacutemica Marinha vinculado aoWoods Hole Oceanographic Institution EUA

42 Aacuterea de Estudo

A aacuterea de estudo estaacute localizada no litoral oeste do estado do Cearaacute O bacia do

rio Acarauacute ocupa uma aacuterea equivalente a 1444249km2

(IPECE2014) compreendendo

cerca de 10 do Cearaacute e tem como curso daacutegua principal o rio Acarauacute (EMBRAPA

2005)

Existem vaacuterios outros cursos drsquoaacutegua que o interceptam nos seus 352 km de

extensatildeo que vatildeo desde as nascentes do rio Acarauacute ateacute a sua desembocadura no

municiacutepio de Acarauacute Dessa forma vaacuterias sub-bacias satildeo facilmente delimitadas com

ecircnfase maior para as formadas pelos afluentes da margem direita com destaque para as

sub-bacias dos rios Groaiacuteras Macacos Jacurutu e Madeira Pela margem esquerda o rio

Jaibaras destaca-se pela sua delimitaccedilatildeo espacial

O vale do rio Acarauacute eacute delimitado por 30 municiacutepios (IPECE 2014) No

entanto a aacuterea de estudo abrange a aacuterea a partir do accedilude de Araras no municiacutepio de

Varjota ateacute a foz do rio no municiacutepio de Acarauacute perpassando os 12 municiacutepios a

seguir Acarauacute Bela Cruz Carireacute Cruz Forquilha Groaiacuteras Marco Morrinhos

Massapecirc Santana do Acarauacute Sobral e Varjota

A maior parte da Bacia do Acarauacute tem o seu regime de chuvas caracterizado

pela concentraccedilatildeo das precipitaccedilotildees em poucos meses o que torna a estaccedilatildeo chuvosa

bem definida Isso acontece porque as variaccedilotildees das chuvas durante as estaccedilotildees no setor

29

norte do Nordeste brasileiro parecem estar intimamente ligadas agraves movimentaccedilotildees de

latitude da Zona de Convergecircncia Intertropical (ZCIT) sobre o Atlacircntico sendo a

posiccedilatildeo mais ao sul da ZCIT coincidente com a estaccedilatildeo chuvosa durante os meses de

marccedilo a abril (COGERH 2010)

Aleacutem disso a Bacia do Acarauacute recebe em alguns anos chuvas de junho a

agosto ocasionadas por um sistema atmosfeacuterico denominado Ondas de Leste

(COGERH 2010) Aleacutem desse comportamento sazonal as precipitaccedilotildees diferenciam-se

ao longo da Bacia do rio Acarauacute Uma alta incidecircncia de chuvas eacute observada na regiatildeo

leste e na faixa litoracircnea sendo a regiatildeo sul caracterizada por uma pluviometria bem

deficiente

A temperatura meacutedia mensal eacute de 25 a 28ordmC e as temperaturas miacutenimas anuais

ocorrendo entre 20 e 24ordmC Jaacute as temperaturas maacuteximas anuais satildeo da ordem de 30 a

36ordmC onde as mais elevadas se datildeo no final do segundo semestre e nas regiotildees mais

secas (SILVA 2003)

Um estudo feito pela COGERH (2010) mostrou que as seacuteries de vazatildeo para o rio

Acarauacute podem ser caracterizadas por vazotildees bastante elevadas entre os meses de marccedilo

e maio de cada ano com o desaparecimento parcial ou total do escoamento superficial

entre junho e dezembro decorrente da estiagem Por fim em janeiro e fevereiro com o

iniacutecio das precipitaccedilotildees na regiatildeo ocorre uma pequena recuperaccedilatildeo das vazotildees

(COGERH 2010)

Analisando a populaccedilatildeo absoluta desses locais (Figura 6) vemos que a

populaccedilatildeo cresceu em torno de 70 de 1970 ateacute 2010 (IBGEa 2010) Segundo o censo

do IBGE de 2010 a populaccedilatildeo cresceu de uma cota de 276964 hab em 1970 para

507463hab em 2015 (estimada) Eacute interessante observar que o municiacutepio de Sobral

apresenta a maior populaccedilatildeo na bacia com 201756 em 2015 (estimada) seguido pelo

municiacutepio de Acarauacute com 61210 hab (IBGEb 2015)Em relaccedilatildeo ao maior crescimento

populacional a populaccedilatildeo do municiacutepio de Marco cresceu 110 em relaccedilatildeo a 1970

passando de 12631 hab (1970) para 26484 hab (2015) seguido por Sobral com um

aumento de 97 que passou de 102197hab em 1970 para 201756 em 2015(IBGEa

2010 IBGEb 2015)

30

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

Aleacutem disso a taxa de urbanizaccedilatildeo aumentou nesses municiacutepios (Figura 7) Por

exemplo os municiacutepios de Groairas Carireacute e Acarauacute tiveram o maior crescimento da

populaccedilatildeo na aacuterea urbana com valores de 44 3527 e 3446 respectivamente

(IBGEa 2010) Destaque tambeacutem para Sobral um dos trecircs poacutelos econocircmicos mais

importantes do Cearaacute com uma taxa de urbanizaccedilatildeo de aproximadamente 90

No referente a infra-estrutura da regiatildeo primeiro temos o saneamento Segundo

o IPECEa (2014) a meacutedia da taxa de cobertura da rede de abastecimento de aacutegua na

aacuterea urbana foi de 9727 em 2013 variando de 8564 em Cruz a 9993 em

Groaiacuteras Na aacuterea rural em meacutedia 4169 dos domiciacutelios eacute abastecido com aacutegua

variando de 893 em Santana do Acarauacute a 8190 em Marco Por outro lado a rede

de esgotamento sanitaacuterio natildeo atende a todos os municiacutepios Dos 12 municiacutepios

estudados na aacuterea urbana 7 natildeo dispotildeem de nenhum tipo de rede de esgoto A meacutedia da

taxa de cobertura para os 5 municiacutepios restantes foi de 4912 com destaque para

Sobral com 70 de cobertura (IPECEa 2014) Na aacuterea rural a situaccedilatildeo eacute ainda mais

alarmante Somente 4 municiacutepios possuem rede de esgoto com apenas 337 dos

domiciacutelios atendidos (IPECEa 2014)

0

30000

60000

90000

120000

150000

180000

210000P

op

ula

ccedilatildeo

(h

ab)

1970

1980

1991

2000

2010

2015

31

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios

estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

A Bacia do Acarauacute possui trecircs variedades de transportes rodoviaacuterio ferroviaacuterio

e aeacutereo O transporte hidroviaacuterio possui pequena expressatildeo e restringe-se a regiatildeo

litoracircnea O transporte ferroviaacuterio refere-se ao trecho da REFESA (Rede Ferroviaacuteria

Federal) que liga Fortaleza a Sobral (COGERH 2010) (Figura 10) Em relaccedilatildeo ao

transporte rodoviaacuterio as rodovias federais e estaduais prevalecem sendo esta a

principal forma de transporte entre os diversos municiacutepios da bacia (COGERH 2010)

(Figura 10) No que diz respeito aos tipos da frota veicular os veiacuteculos movidos a

gasolina prevalecem em todos municiacutepios estudados Nos uacuteltimos anos houve um

aumento na frota que funciona com flexibilidade no tipo de combustiacutevel (veiacuteculos

flex) utilizando uma mistura de aacutelcool e gasolina Em 2014 haviam 26404 veiacuteculos

flex comparados a 6355 veiacuteculos registrados desse tipo em 2009 (IPECE 2013

IPECEb2014) Outro aumento significativo pode ser observado na frota total dos 12

municiacutepios que em 2009 contabilizava 79285 veiacuteculos e aumentou para um contingente

de 145246 em 2014 totalizando um aumento de aproximadamente 83 nos uacuteltimos 6

anos (IPECE 2013 IPECEb 2014)(Figura 8)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Taxa

de

Urb

aniz

accedilatildeo

(

)

1970

1980

1991

2000

2010

32

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em (IPECE 2013 IPECEb 2014)

A regiatildeo estuarina do rio Acarauacute se estende da ponte no municiacutepio de Cruz ateacute a

foz do rio Acarauacute (ALVES 2010) Nessa regiatildeo o processo de uso e ocupaccedilatildeo do solo

ocorre mediante da atuaccedilatildeo do Estado dos empresaacuterios industriais e comerciais dos

pequenos e grandes proprietaacuterios agriacutecolas das comunidades de pescadores e dos

carcinicultores ALVES 2010) Das atividades econocircmicas desenvolvidas na regiatildeo

destacam-se pesca maricultura turismo e lazer navegaccedilatildeo

agroextrativismocagricultura induacutestria e agroinduacutestria (NASCIMENTO et al 2008)

A agricultura eacute o centro da economia No entanto na zona litoracircnea observa-se a

presenccedila de aacuterea irrigaacuteveis como o Periacutemetro Irrigado do Baixo Acarauacute devido as

precipitaccedilotildees mais elevadas ocorrendo nesses locais o cultivo de arroz feijatildeo cana-de-

accediluacutecar milho mandioca caju e banana (SUCUPIRA 2006) No entanto nos sertotildees

predominam as culturas de subsistecircncia e algodatildeo devido aos baixos iacutendices

pluviomeacutetricos (SUCUPIRA 2006) A pesca artesanal e industrial tambeacutem desempenha

um papel forte na economia principalmente nos municiacutepios costeiros Cruz e Acarauacute

(SUCUPIRA 2006)

Uma praacutetica agriacutecola largamente disseminada na aacuterea do estudo eacute a queimada

Esta eacute utilizada para a limpeza dos terrenos e resulta em alteraccedilotildees nas propriedades

fiacutesico-quiacutemicas e bioloacutegicas dos solos deixando-os expostos agrave accedilatildeo dos agentes

erosivos aleacutem de afetarem significativamente a flora e fauna da regiatildeo (COGERH

2010)

0

40000

80000

120000

160000

Fro

ta V

eic

ula

r

2009

2010

2011

2012

2013

2014

33

O desmatamento eacute outra praacutetica comum na regiatildeo aleacutem do preparo do solo para

o plantio outra finalidade eacute a extraccedilatildeo da lenha para fabricaccedilatildeo de carvatildeo que seraacute

usada em larga escala como combustiacutevel por padarias e ceracircmicas da regiatildeo (COGERH

2010)

Por sua vez a pecuaacuteria extensiva provoca a compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio

excessivo o desmatamento de aacutereas extensas para formaccedilatildeo de pastos aleacutem de ser

frequumlente o uso de queimadas nesta atividade visando o controle de ervas daninhas

prejudiciais ao gado

Outra atividade econocircmica na regiatildeo eacute a mineraccedilatildeo Esta eacute feita praticamente de

forma artesanal uma vez que a populaccedilatildeo de baixa renda durante o periacuteodo de seca cava

enormes buracos para extrair material argiloso a fim de produzir telhas e tijolos nas

olarias estabelecidas nas margens dos rios (ALVES 2010 COGERH 2010) (Figura 9)

Essa praacutetica degrada o ambiente de diversas formas erradica a mata ciliar dos cursos

daacutegua remove a camada feacutertil dos solos e propicia o desencandeamento de processos

erosivos Satildeo constatadas naaacuterea do estudo degradaccedilotildees impostas pela lavra de argila

nos municiacutepios de Sobral Groaiacuteras eCarireacute perfazendo ao todo seis empresas em

operaccedilatildeo (COGERH 2010)

Outra atividade de mineraccedilatildeo que traz impactos eacute a exploraccedilatildeo de calcaacuterio

encontrada nos municiacutepios de Sobral e Forquilha que por sua vez aleacutemdos

desmatamentos necessaacuterios do uso de explosivos e da produccedilatildeo em larga escala

dematerial particulado contribui para a poluiccedilatildeo e assoreamento de cursos drsquoaacutegua

(COGERH 2010) Aleacutem dissoquando o objetivo eacute a produccedilatildeo de cal ocorre a queima

de lenha em fornalhas (caieiras) primitivas

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz

Fonte ALVES 2010

34

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta

As amostragens dos sedimentos foram feitas em Marccedilo de 2014 Para a

caracterizaccedilatildeo ao longo do curso do rio foram coletados 10 amostras de sedimento

superficial com a primeira amostra coletada logo depois do accedilude Araras e a uacuteltima

amostra coletada na foz do estuaacuterio do rio Acarauacute (Figura 10) Nesse uacuteltimo ponto

foram coletados dois testemunhos objetivando uma caracterizaccedilatildeo do ambiente

estuarino As localizaccedilotildees dos pontos amostrados encontram-se na Tabela 2

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem

Pontos Identificaccedilatildeo dos pontos Coordenadas

Latitude Longitude

ACR 1 Apoacutes o accedilude Araras 04deg122711S 40deg27012O

ACR 2 No municiacutepio de Carireacute 03deg56289 S 40deg25092 O

ACR 3 Antes do municiacutepio de Sobral 03deg44569 S 40deg22284 O

ACR 4 Depois do municiacutepio de Sobral 03deg39547 S 40deg19431 O

ACR 5 Antes de Santana do Acarauacute 03deg32044 S 40deg15051 O

ACR 6 Distrito de Sapoacute (depois do centro de Santana do

Acarauacute) 03deg22323 S 40deg09441 O

ACR 7 Municiacutepio de Morrinhos 03deg15262 S 40deg08225 O

ACR 8 Municiacutepio de Marco 03deg07161 S 40deg07515 O

ACR 9 Antes do municiacutepio de Cruz 02deg56209 S 40deg10160 O

ACR 10 Municiacutepio de Acarauacute (foz) 02deg52211 S 40deg074556 O

Testemunho Foz do estuaacuterio do rio Acarauacute 02deg52211 S 40deg0737 O

Fonte Elaborado pela autora

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial

e do perfil sedimentar

Fonte Elaborado pela autora

35

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar

As amostras superficiais (0-2 cm) foram coletadas com paacute de alumiacutenio e

acondicionadas em marmitas previamente limpas com acetona Todas foram

adequadamente etiquetadas e mantidas refrigeradas ateacute a chegada no laboratoacuterio Ao

chegar no laboratoacuterio a fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de hidrocarbonetos foi

guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas de alumiacutenio na

geladeira

Os perfis sedimentares foram coletados a partir da inserccedilatildeo do cano de alumiacutenio

na margem do rio de forma manual Em seguida os canosforam etiquetados e levados

ao laboratoacuterio No laboratoacuterio os canos de alumiacutenio foram abertos com o auxilio de

uma maquita fotografados e seccionados de 5 em 5 cm totalizando 12 sub-amostras

em um comprimento de 60 cm (Figura 11) A fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de

hidrocarbonetos foi guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas na

geladeira

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees

Fonte Elaborado pela autora

36

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos

As secccedilotildees do testemunho sedimentar e as amostras superficiais foram

submetidas a anaacutelises de propriedades do sedimento granulometria teor de carbonato

de caacutelcio e anaacutelise de propriedades da mateacuteria orgacircnica teor de carbono orgacircnico

hidrocarbonetos e aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos

451 Granulometria

Para a anaacutelise granulomeacutetrica foram pesadas 100g ou 50g de sedimento

dependendo da disponibilidade de amostra com o uso de uma balanccedila digital As

amostras foram submetidas asanaacutelises sedimentoloacutegicas tais como peneiramento a

uacutemido para separar a fraccedilatildeo areia (gt0062 mm) das fraccedilotildees silteargila (lt0062 mm) e

pipetagemA fraccedilatildeo areia passou pelo processo de peneiramento a seco em intervalos de

meio fi Cada fraccedilatildeo dos intervalos foi pesada depois de seca Para a pipetagem foi

utilizada a fraccedilatildeo silteargila suspensa em aacutegua na proveta com retirada de aliacutequotas de

20 ml em determinados intervalos de tempo baseado na metodologia descrita por

Suguio (1973) (Figura 12)As amostras foram classificadas granulometricamente no

programa ANASEDreg

de acordo com a classificaccedilatildeo proposta por Sheppard e

Larssoneur (LIMA et al 2001)

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem

Fonte Elaborado pela autora

452 Carbonato de Caacutelcio

Para a quantificaccedilatildeo dos teores de carbonato de caacutelcio utilizou-se o meacutetodo do

calciacutemetro de Bernard modificado (LAMAS et al 2005) atraveacutes do ataque das

amostras com aacutecido cloriacutedrico (HCl) diluiacutedo em 10 em um sistema de vasos

comunicantes de acordo com a reaccedilatildeo

37

1198621198861198621198743 + 2 119867119862119897 rarr + 1198621198742(119892119886119904) + 1198672119874

Dessa forma o teor de CaCO3 eacute medido indiretamente atraveacutes do volume de

aacutegua deslocado pelo CO2 (resultante da reaccedilatildeo com o HCl) no vaso comunicante

453 Teor de Carbono Orgacircnico

O meacutetodo utilizado foi o de Walkley-Black modificado (CAMARGO et al

2009) O princiacutepio deste meacutetodo consiste na oxidaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica porum agente

oxidante forte constituiacutedo por uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio 1N (K2Cr2O7) na

presenccedila de aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) concentrado utilizando como catalisador da

oxirreduccedilatildeo o calor desprendido na diluiccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico O excesso de dicromato

de potaacutessio eacute titulado com sulfato ferroso amoniacal (SFA - FeSO4(NH4)2SO46H2O) e

assim determinada a quantidade de MO

Em triplicata foram adicionadas a um grama da amostra liofilizada 10 ml da

soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio e 20 ml do aacutecido sulfuacuterico concentrado em um tubo de

ensaio A aliacutequota foi aquecida a 50degC por 5 minutos em seguida colocada em repouso

por 30 minutos Apoacutes este tempo a soluccedilatildeo foi transferida para um erlenmeyer e entatildeo

foi adicionada 200 ml de aacutegua destilada 10 ml de aacutecido ortofosfoacuterico (H3PO4) e 1 ml de

difenilamina 1 (indicador) A soluccedilatildeo de SFA 025 M foi usada como titulante para a

mistura e o ponto de viragem da reaccedilatildeo foi representado pela mudanccedila de cor do verde

para o azul O mesmo procedimento foi feito sem a utilizaccedilatildeo da amostra para a

determinaccedilatildeo do branco tambeacutem em triplicata O caacutelculo da quantidade de carbono

orgacircnico foi feito pela seguinte equaccedilatildeo

119862119874 =[10 minus (1198812 times 101198811)] times 04

119901

V1 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em branco em ml

V2 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em ml

P peso da amostra em g

A quantidade de mateacuteria orgacircnica foi calculada pela seguinte equaccedilatildeo

119872119874 = 119862119874 times 1725 onde

MO = porcentagem de mateacuteria orgacircnica

CO = porcentagem de carbono orgacircnico

38

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos

As substacircncias huacutemicas podem ser definidas como poliacutemeros amorfos de

coloraccedilatildeo amarelo-marrom a preta de peso molecular relativamente alto e formado por

reaccedilotildees de siacutentese secundaacuterias bioacuteticas e abioacuteticas (BENITES MADARI E

MACHADO 2003) As substacircncias huacutemicas podem ser classificadas em trecircs fraccedilotildees

dependendo da sua solubilidade aacutecidos huacutemicos (AH) que satildeo soluacuteveis em soluccedilotildees

alcalinas mas precipitam em soluccedilotildees acidas aacutecidos fuacutelvicos (AF) que satildeo soluacuteveis em

ambas soluccedilotildees alcalinas e acidas e a humina que eacute insoluacutevel nas duas soluccedilotildees

(BENITES MADARI E MACHADO 2003 BALDOTTO E BALDOTTO 2014)As

substacircncias huacutemicas do solo possuem tamanho que permite incluiacute-las na faixa dos

coloacuteides ou seja maiores do que 250 μm exibindo caracteriacutesticas proacutepriasdestacando-

se sua elevada superfiacutecie a qual lhe confere alta reatividade Esta caracteriacutestica faz com

que a fraccedilatildeo orgacircnica do solomesmo em baixos conteuacutedos seja responsaacutevel por elevada

porcentagem da capacidade de troca catiocircnica do mesmo

Neste trabalho foram determinados os AH e AF dos sedimentos superficiais e

das seccedilotildees do testemunho O meacutetodo utilizado foi o proposto por Benites Madarie

Machado (2003) e visa a quantificaccedilatildeo das fraccedilotildees huacutemicas por meio de procedimento

simplificado e de faacutecil execuccedilatildeo

Primeiramente uma amostra de sedimento eacute pesada com conteuacutedo aproximado

de 30 mg de carbono orgacircnico entatildeo uma soluccedilatildeo diluiacuteda de NaOH eacute adicionada e

deixada em repouso por 24 h No outro dia apoacutes a centrifugaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo o

sobrenadante eacute recolhido em um copo descartaacutevel Entatildeo com a adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico (H2SO4) a 20 (vv) o pH eacute ajustado a 10 e reservado em repouso por 18 h

Apoacutes esse periacuteodo essa soluccedilatildeo eacute filtrada em membrana de 045 m sob vaacutecuo O

filtrado (AF) eacute recolhido e aferido para 50 mL enquanto que os filtros satildeo lavados com

a soluccedilatildeo de NaOH e essa soluccedilatildeo (AH) tambeacutem eacute aferida para o volume de 50 mL

Uma aliacutequota de 5 mL de cada soluccedilatildeo eacute colocada em um tubo de digestatildeo a qual satildeo

adicionados 1 mL de dicromato de potaacutessio (0042 mol L-1

) e 5 mL de H2SO4 esses

tubos satildeo levados ao bloco digestor preacute-aquecido a 150oC e deixar por 30min dentro

de capela Os conteuacutedos dos tubos satildeo transferidos para frascos erlenmeyer e 3 gotas de

indicador FERROIN satildeo adicionadas Por fim as soluccedilotildees satildeo tituladas com sulfato

ferroso amoniacal (00125 mol L-1

) sob agitaccedilatildeo A quantificaccedilatildeo dos aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos eacute feita atraveacutes da seguinte foacutermula

39

119935 = (119933119939119938119954 minus 119933119938119950)119925119930119917119912119940119952119955119955119961120783120784120786119961120787120782119938119949iacute119954119958119952119957119938 (119950119923)119961120783119953119942119956119952119941119938119938119950119952119956119957119955119938 (119944)

onde

X - mg C na forma de aacutecido huacutemico (ou fuacutelvico) por gramade sedimento

Vbaq - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo dobranco aquecido

Vam - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo daamostra

NSFAcorr - Normalidade do SFA corrigida pela equaccedilatildeo

119873119878119865119860119888119900119903119903 =119881119900119897119906119898119890 119889119890 119889119894119888119903119900119898119886119905119900 119909 119873119900119903119898119886119897119894119889119886119889119890 119889119900 119889119894119888119903119900119898119886119905119900

119881119900119897119906119898119890 119889119890 119878119865119860 119888119900119899119904119906119898119894119889119900 119899119886 119905119894119905119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119887119903119886119899119888119900 119904119890119898 119886119902119906119890119888119894119898119890119899119905119900

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

461 Reagentes e material

Os solventes hexano acetona e diclorometano foram adquiridos da Tedia Os

padrotildees utilizados para a construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo foram uma soluccedilatildeo mix de

HPAs uma soluccedilatildeo mix de biomarcadores SRM 2266 e uma soluccedilatildeo mix de alcanos (seacuterie

homoacuteloga n-C10 a n-C38 incluindo os alcanos isoprenoacuteides pristano e fitano) Os padrotildees

surrogates dos HAs e biomarcadores (triacotano-d62) e dos HPAs (naftaleno-d8

fenantreno-d10 perileno-d12 e criseno-d12) possuem pureza de 988 989

respectivamente e satildeo da AccuStandardA siacutelica (70-230 mesh) e o sulfato de soacutedio

(Na2SO4) satildeo da VETECreg enquanto que a alumina e o cobre utilizados satildeoda

MERCKreg

e da SYNTHreg respectivamente Tanto os adsorventes (siacutelicae alumina)

quanto o Na2SO4 foram ativados em estufa por 24 h agrave 250degC Por sua vez o cobre em

poacute foi ativado mediante a lavagem sucessiva em soluccedilatildeo de 01 M HCl acetona e

hexano sendo mantido sob refrigeraccedilatildeo no uacuteltimo

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental

O sedimento liofilizado foi peneirado (abertura de 2mm) para a retirada de

material grosseiro como folhas e cascalhos O procedimento descrito a seguir foi

baseado em Cavalcante e colaboradores (2008) com pequenas modificaccedilotildees (Figura

14) Adicionou-se 50microL de padratildeo surrogate (soluccedilatildeo trabalho de 100 ppm) a 20g de

sedimento peneirado que entatildeo foi submetido ao processo de extraccedilatildeo soacutelido-liacutequido

assistida por sonicaccedilatildeo em uma seacuterie de soluccedilotildees extratoras com decrescente constante

40

eluotroacutepica O volume de cada soluccedilatildeo extratora foi de 30 mL e a seacuterie de soluccedilotildees

utilizadas foi acetona acetonaDCM (11) DCM DCMHEX (11) e finalmente

HEXO extrato foi transferidopara tubos de Falcon e levado a centriacutefuga a 4000 RPM

por 30min (centriacutefuga HermLee Z 360K) As partiacuteculas de sedimento decantam no

fundo restando a fase liacutequida sobrenadante sendo esta recolhida em um balatildeo de fundo

redondo de 250 mL e rotaevaporado (Rotaevaporador FISATOM 801) ateacute atingir 1mL

(Figura 13)

Entatildeo os extratos foram purificados por cromatografia liacutequido-soacutelida usando-se

uma coluna (1 x 50 cm) preenchida com 8g de siacutelica e 4g de alumina que satildeo

adsorventes polares 2g de Cu que remove compostos sulfurados (interferentes comuns

na determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos) (CRITERIA WORKING GROUP 1998) e 1g de

Na2SO4 que elimina possiacuteveis moleacuteculas de aacutegua

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos

reduzidos a 1 mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG

Fonte Elaborado pela autora

Essa purificaccedilatildeo (clean-up) foi obtida atraveacutes da eluiccedilatildeo sucessiva por 40 mL de

HEX que resultou na fase 1 (F1) e 24 mL HEXDCM (31) (ԑdeg=008) 30 mL de

HEXDCM (ԑdeg=06) e 15 mL de HEXDCM (12) (ԑdeg=021) que resultaram na fase 2

(F2) A F1 corresponde aos hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e a F2 corresponde aos

hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs)

Esse eluato foi rotaevaporado ateacute a reduccedilatildeo do seu volume para ~1 ml (Figura

13) Entatildeo esse volume foi transferido para vials de 4 mL atraveacutes de criteriosa limpeza

41

do balatildeo original com uma mistura de solvente HEXDCM (11) As amostras foram

entatildeo reduzidas para 1ml usando-se nitrogecircnio gasosoCom o auxilio de uma pipeta

automaacutetica 05 mL do eluato foi transferido para vials de 2 mL e entatildeo foram secas por

nitrogecircnio a fim de enviar essa aliacutequota para anaacutelise no Organic Geochemistry

Laboratory (Woods Hole MA EUA) As aliacutequotas foram acondicionadas em caixas

teacutermicas e enviadas para o exterior

A etapa de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos hidrocarbonetos foi baseado no

meacutetodo de Oliveira (2016)

A fraccedilatildeo F1 (HA) contendo n-alcanos isoprenoacuteides e biomarcadores foi

analisada no cromatoacutegrafo gasoso (modelo Agilent 7890A) acoplado a detector por

ionizaccedilatildeo por chama (CG-DIC) sendo os niacuteveis quantificados atraveacutes de um CG

acoplado a um espectrocircmetro de massa (CG-EM) A fraccedilatildeo F2 (HPAs) foi analisada

noCG-EMas condiccedilotildees de anaacutelise do equipamento podem ser visualizadas naTabela 3

O gaacutes heacutelio foi utilizado como a fase moacutevel com o fluxo na coluna de 13

mLmin A temperatura do injetor foi 300degC e o volume injetado foi de 2μl no modo

splitless A temperatura da interface (EM) foi 300degC

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM

Fase Moacutevel (Gaacutes de arraste) Heacutelio

Vazatildeo na coluna 13 mLmin

Temperatura do injetor 300 degC

Detector EM

Temperatura do detector 300 degC

Temperatura da interface 300 degC

Temperatura inicial 50 degC

Volume de injeccedilatildeo 2 microL

Modo de injeccedilatildeo Splitless

Modo de detecccedilatildeo (EM) SIM

Fonte Elaborada pela autora

Os marcadores moleculares de interesse foram identificados com base no tempo

de retenccedilatildeo e na razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado (Apecircndice A B e C) Aleacutem disso

as identidades dos compostos foram confirmadas pelo uso da biblioteca National

Institute of Standards and Technology 05 (NIST05)

42

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

463 Controle de Qualidade

Todas as etapas realizadas em laboratoacuterio foram acompanhadas por

procedimentos criteriosos de controle de qualidade A fim de eliminar problemas de

contaminaccedilatildeo foram analisados brancos da coluna e dos solventes usados na etapa de

extraccedilatildeo A limpeza de vidrarias foi um dos focos na preparaccedilatildeo do material usado em

43

todas as etapas de determinaccedilatildeo dos analitos de interesse Primeiramente as vidrarias

foram deixadas em banho de detergente (extran a 20 vv) por pelo menos 12 horas

sendo em seguida abundantemente enxaguada em aacutegua corrente aacutegua destilada e entatildeo

colocada em banho de aacutecido niacutetrico (HNO3 a 5vv) por 12 horas Em seguida as

vidrarias foram novamente enxaguadas em aacutegua corrente aacutegua destilada e por fim

mantidas em estufa a 200degC por um periacuteodo de no miacutenimo 12 horas

A quantificaccedilatildeo dos analitos foi realizada usando uma curva de calibraccedilatildeo de

cinco pontos pelo meacutetodo do padratildeo interno Baseado na curva de calibraccedilatildeo a faixa de

trabalho variou de 0-5000 ppb para os HPAs e os HAs e de 0-1324 ppm para os

biomarcadores com R2 de 09783 a 09999 para os HPAs (APEcircNDICE A) 09351 a

09941 para os biomarcadores (APEcircNDICE B) e 09873 a 09999 para os alcanos

(APEcircNDICE C)O limite de detecccedilatildeo variou de 0538 ndash 8579 ngg-1

para os

biomarcadores 2155 ndash 6147 ngg-1

para os n-alcanos e 7214 ndash 9597 ngg-1

para os

HPAs Os limites de quantificaccedilatildeo variaram de 1631 ndash 25997 ngg-1

para os

biomarcadores 6531 ndash 18628 ngg-1

para os n-alcanos e 21860 ndash 29082 ngg-1

Esses

paracircmetros foram calculados pela anaacutelise da injeccedilatildeo do branco de coluna (n=9) que daacute

origem a razatildeo de sinal-ruiacutedo (SN) de 3 e 10

A eficiecircncia do meacutetodo de extraccedilatildeo dos compostos do sedimento foi avaliada

atraveacutes do estudo de recuperaccedilatildeo de padrotildees surrogates relacionando-se a quantidade

de padratildeo adicionado no iniacutecio do procedimento com a quantidade extraiacuteda e

quantificada ao teacutermino do processo (IUPAC 2002)

Os padrotildees surrogates satildeo substacircncias que possuem natureza semelhante ao do

analito de interesse (especialmente Kow e Koc) de modo que apresentam tempo de

retenccedilatildeo diferente doanalito investigado (RIBANI et al 2004) Neste trabalho foram

utilizados versotildees dos compostos modificados isotopicamente e a adiccedilatildeo agrave amostra e

aos brancos foi feita no iniacutecio da etapa de extraccedilatildeo As concentraccedilotildees foram corrigidas

de acordo com a recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogates

Para Ribani et al(2004) os limites inferiores e superiores para recuperaccedilatildeo

sugerida pela literatura e aceita internacionalmente compreende o intervalo entre 70 a

120 Para Denoux e Wang (1998) este intervalo eacute bem aceito entre 40 a 120

enquanto que USEPA (1994) admite valores entre 30 a 115 Para este trabalho os

intervalos satisfazem as faixas sugeridas pela literatura (Tabela 4)

44

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate

Padrotildees Surrogate Meacutedia de

Recuperaccedilatildeo

Naftaleno-d8 5809

Fenantreno - d10 11576

Criseno-d12 11971

Perileno-d12 4245

Triacontane-d62 8380

Fonte Elaborada pela autora

45

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica

511 Sedimentos Superficiais

A anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais estaacute demonstrada na

Figura 15 A granulometria foi dividida em trecircs fraccedilotildees cascalho areia e finos

(lama)Os sedimentos superficiais apresentaram predominacircncia na fraccedilatildeo areia da estaccedilatildeo

ACR1 mais a montante ateacute a estaccedilatildeo ACR9 com meacutedia de 7769plusmn1448Vale ressaltar que

nas estaccedilotildees ACR 8 e ACR9 a fraccedilatildeo dos finos apresentou um destaque maior com valores

de 3476 e 4658 respectivamente Somente na estaccedilatildeo ACR10 a fraccedilatildeo dos finos

ultrapassou a fraccedilatildeo areia correspondendo a 75 da granulometriaO teor de carbono

orgacircnico (CO) apresentou-se inferior a 1 na maioria das estaccedilotildees com meacutedia de

044plusmn025 Somente a estaccedilatildeo ACR10 obteve o conteuacutedo de CO maior que 1 com valor

de 187

Com relaccedilatildeo ao potencial de acumulaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica nos sedimentos aqueles

com material mais fino em sua composiccedilatildeo (silte e argila) apresentam maior superfiacutecie de

contato permitindo um maior acuacutemulo de mateacuteria orgacircnica o qual pode ter relaccedilatildeo

dependendo da concentraccedilatildeo com fontes antroacutepicas (KARICKHOFF et al1979

TREMBLAY et al 2005 CHEN et al 2011) Jaacute sedimentos com predominacircncia de material

arenoso em sua composiccedilatildeo tendem a apresentar uma reduccedilatildeo no potencial de adsorccedilatildeo de

carbono orgacircnico dificultando o acuacutemulo de compostos orgacircnicos persistentes Nas amostras

superficiais do rio Acarauacute a CO teve uma alta correlaccedilatildeo com a fraccedilatildeo dos finos com um

coeficiente de Spearman (plt005) igual a 0903

O conteuacutedo de carbonato de caacutelcio (CaCO3) variou bastante ao longo do rio com

meacutedia de 320plusmn463 natildeo observando-se um padratildeo de variaccedilatildeo O maior valor de CaCO3 foi

relativo a estaccedilatildeo ACR10 que localiza-se no estuaacuterio do rio Acarauacute com 1556 e foi

relacionado com a presenccedila de carapaccedilas de organismos que sintetizam CaCO3

46

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais

AC

R 1

AC

R 2

AC

R 3

AC

R 4

AC

R 5

AC

R 6

AC

R 7

AC

R 8

AC

R 9

AC

R 1

0 --

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Porc

enta

gem

gra

nulo

met

ria

Finos

Areia

Cascalho

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

CO()

CaCO3 ()

Porcen

tagem

CO

e CaC

O3

Fonte Elaborado pela autoraCO= carbono orgacircnico CaCO3=carbonato de caacutelcio finos = gratildeos lt

0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm cascalho=gratildeosgt2mm

Como estudo complementar foi feita a anaacutelise granulomeacutetrica dos finos (silte+argila)

das amostras ACR8 ACR9 e ACR10 A fraccedilatildeo de silte grosso predominou entre as fraccedilotildees

finas nas trecircs estaccedilotildees como pode ser observado na

Tabela 5

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9

e ACR10 (porcentagem)

Estaccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

ACR8 279 149 053 2995 6524

ACR9 490 493 252 3424 5342

ACR10 494 313 154 6585 2454

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

512 Sedimentos do testemunho

47

O resultado da anaacutelise granulomeacutetrica do testemunho pode ser observado na Figura 16

e Tabela 6 Nota-se que do topo ateacute 30cm temos a predominacircncia da fraccedilatildeo areia com

porcentagem meacutedia de 6993plusmn1429 apoacutes essa camada a fraccedilatildeo dos finos (silte e argila)

predomina com porcentagem meacutedia de 7675plusmn1442

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar

Fonte Elaborada pelo autora finos = gratildeos lt 0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm

cascalho=gratildeosgt2mm

Alteraccedilotildees na dinacircmica deposicional dos sedimentos do rio Acarauacute ao longo do tempo

podem explicar a mudanccedila no tamanho do gratildeo depositado observada na distribuiccedilatildeo

granulomeacutetrica Isso pode ser explicado pela mudanccedila da hidrodinacircmica do estuaacuterio ou pela

entrada de material terriacutegeno com um maior teor de finos Em relaccedilatildeo a hidrodinacircmica a

alternacircncia entre camadas de sedimento mais finos e camadas de sedimento mais grossos

podem ser relacionados com periacuteodos de baixa energia e periacuteodos de alta energia

respectivamente Durante eventos de alta energia como por exemplo nas cheias do rio o

sedimento depositado no registro histoacuterico eacute caracterizado por material mais grosseiro

transportado como carga de fundo e depositado no local (MITRA et al 1999 BAacuteBEK et al

2011) Por outro lado uma possivel fonte de sedimentos finos para o local pode ser

relacionada com a construccedilatildeo de barragens e passagens secas Uma importante barragem

construiacuteda recentemente (1980-2000) eacute a barragem de Santa Rosa da qual o processo de

construccedilatildeo pode ter sido uma fonte de sedimentos finos para este local

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Porcentagem

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Finos

Areia

Cascalho

48

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho

AMOSTRAS Tipo de sedimento

0-5 cm Areia Lamosa

5-10 cm Areia Lamosa 10-15 cm Areia Lamosa

15-20 cm Areia

20-25 cm Areia 25-30 cm Areia Lamosa

30-35 cm Lama Arenosa

35-40 cm Lama 40-45 cm Lama

45-50 cm Lama

50-55 cm Lama 55-60 cm Lama Arenosa

Fonte Elaborada pela autora

Em relaccedilatildeo ao teor de carbono orgacircnico temos que do topo ateacute a profundidade de 25

cm a CO foi inferior a 1 com meacutedia de 060plusmn03 com valor miacutenimo de 017 no

intervalo de 20-25 cm (Figura 17) A partir de 25 cm houve um aumento da CO em relaccedilatildeo

as camadas superiores com meacutedia de 174plusmn04 atingindo o valor maacuteximo de 218 no

intervalo de 35-40 cm o que estaacute de acordo com o maacuteximo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos

finos

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho

Fonte Elaborada pela autora

Porcentagem

0 1 2 3 4 5 6 7

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

CO()

CaCO3 ()

Porcentagem

00 04 08 12 16

Pro

fundid

ade (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

AH ()

AF()

49

O teor de carbonato de caacutelcio apresentou um decliacutenio do topo ateacute a profundidade de 20

cm com meacutedia de 386plusmn25 (Figura 17) No intervalo de 15-30 cm foi verificada a ausecircncia

do CaCO3 Nas camadas seguintes o conteuacutedo de carbonato voltou a aumentar com meacutedia de

35plusmn108

No testemunho os aacutecidos huacutemicos (AH) variaram de nd a 009 mgg de sedimento

enquanto que os aacutecidos fuacutelvicos (AF) variaram de nd a 036 mgg de sedimento O perfil de

zig-zag dos AF representa as eacutepocas de cheias e estiagem as quais o rio Acarauacute foi submetido

Os aacutecidos huacutemicos possuem maior conteuacutedo de C e menor de O e consequentemente uma

massa maior que os aacutecidos fuacutelvicos (HUR E SCLAUTMAN 2004) e constituem os dominios

hidrofiacutelicos-hidrofoacutebicos das substacircncias huacutemicas (BALDOTTO E BALDOTTO 2014) Com

o grau de polimerizaccedilatildeo relativamente maior dos aacutecidos huacutemicos eacute possiacutevel constatar um

estaacutegio mais avanccedilado de humificaccedilatildeo Entretanto os aacutecidos fuacutelvicos conteacutem mais

agrupamentos ndash COOH por unidade de massa em relaccedilatildeo aos aacutecidos huacutemicos e juntamente

com a soma dos grupamentos fenoacutelicos caracterizam maior acidez total apresentando maior

capacidade de troca catiocircnica (CTC) que os aacutecidos huacutemicos e por sua vez contendo domiacutenios

predominantemente hidrofiacutelicos (BALDOTTO E BALDOTTO 2014)

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

A avaliaccedilatildeo dos HA tanto nos sedimentos superficiais do rio Acarauacute como no perfil

sedimentar do estuaacuterio fornece informaccedilotildees sobre o registro das entradas de contaminaccedilatildeo por

efluentes domeacutesticos ou induacutestria ou ateacute mesmo da entrada natural por plantas terrestres aleacutem

da variaccedilatildeo na predominacircncia de certas fontes ou emissotildees localizadas irregularmente

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais

A maioria dos hidrocarbonetos alifaacuteticos resolvidos consistiram na seacuterie de n-alcanos

n-C10 - n-C38 O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

nos sedimentos superficiais ao longo do curso do

rio Acarauacute com uma meacutedia de 540577 ngg-1

(Tabela 7) A concentraccedilatildeo maacutexima de n-

alcanos (843246ngg-1

) foi observada na estaccedilatildeo ACR10 enquanto que a miacutenima foi na

estaccedilatildeo ACR7 (265474 ngg-1

)

50

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute

n-alcanos (ngg-1) ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

nC10 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 3424 307

nC11 ltLD 5890 6064 1218 14309 7645 12237 2694 1526 18434

nC12 1951 7781 5894 4141 14120 12170 1718 3212 1723 15123

nC13 4886 14468 16556 4357 30059 15721 1580 4142 4192 24523

nC14 26565 26233 35804 31402 54307 2896 3808 24086 844 36334

nC15 99394 15093 5198 13974 5352 6492 23587 6499 755 13816

nC16 17427 30598 44496 73637 52651 51700 8490 45561 1148 36096

nC17 142438 11973 6196 33361 8879 13577 15288 9106 1741 9891

pristano 24510 4106 1398 4176 3650 1413 3560 780 282 1891

nC18 2340 1371 13361 27980 2394 1180 5339 15457 207 13419

fitano 12402 1923 2485 6067 444 694 2053 866 2280 4055

nC19 2310 2860 2681 5296 3695 5489 8122 3220 4702 4347

nC20 14636 6805 1150 6036 2151 1016 3899 11709 2954 7642

nC21 13008 2859 3073 4513 2290 6976 3998 3818 2187 1989

nC22 6569 3783 2747 2560 3058 2776 3567 7547 3098 3583

nC23 8881 3667 2573 4578 3898 9760 3565 4718 9975 8802

nC24 5682 1906 2475 2926 4685 9071 2470 5961 3545 1470

nC25 6469 2718 2805 4472 4207 9592 7449 6051 7351 6869

nC26 7009 4212 3310 9997 6440 12689 4166 10171 4154 27775

nC27 4279 10601 5573 9928 12071 4408 2278 16568 5390 32450

nC28 12884 9724 5993 26968 15852 20295 9397 18032 4941 80334

nC29 12785 29506 9674 29432 26932 27529 3527 46014 44705 88287

nC30 26161 77686 7527 30407 25114 19331 12801 143288 15249 73360

nC31 39329 2019 8667 40320 27357 23302 5787 174533 69600 84858

nC32 33418 24479 7488 26586 22070 15643 9006 68769 59656 46916

nC33 20722 8318 8576 27395 20880 2679 25167 83597 62714 55489

nC34 51234 9563 7115 22467 19116 5117 13680 23557 22893 35672

nC35 23685 15228 145541 12688 19927 11349 59884 40644 26372 53232

nC36 44587 109780 9787 9755 11169 7534 3956 56001 172491 51181

nC37 29061 1315 3067 37630 50413 1252 3832 2265 73385 2766

nC38 9567 ltLD ltLD ltLD ltLD 13527 1263 ltLD 13452 2333

sumAlcanos (ngg-1) 704190 446465 377274 514269 467491 322822 265474 838866 626935 843246

Fonte Elaborado pela autora ltLD= menor que o limite de detecccedilatildeo

Os perfis de n-alcanos das amostras superficiais podem ser observados na Figura 18

Na amostra ACR1 predominaram os homoacutelogos n-C15 e n-C17 Na estaccedilatildeo ACR2

predominaram os alcanos n-C30 e n-C36 Na ACR3 ACR6 e ACR7 predominou o alcano n-

C35 Nas estaccedilotildees ACR4 e ACR5 predominou o homoacutelogo n-C16 Na ACR9 houve a

presenccedila de n-alcanos com peso molecular maior com destaque para a alta concentraccedilatildeo de n-

C36 Nas estaccedilotildees ACR8 e ACR10 houve uma maior concentraccedilatildeo dos n-alcanos com peso

molecular maior sem predominacircncia de iacutempares ou pares

51

Fonte Elaborada pela autora

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR1

n-alcanos

ACR2

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR3

n-alcanos

ACR4

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR5

n-alcanos

ACR 6

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR7

n-alcanos

ACR8

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR9

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

n-alcanos

ACR10

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

52

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio Acarauacuteem ngg-1

n-alcanos (ngg-1) 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

nC10 ltLD 405 678 063 548 2514 1156 1464 623 549 069 243

nC11 ltLD 2705 13191 319 470 28398 9705 19712 ltLD 2478 6781 1422 nC12 ltLD 2823 2513 861 3139 4583 1187 365 2799 ltLD 2701 854

nC13 ltLD 625 1245 793 1961 1793 1215 1742 1103 1904 1976 1272

nC14 1434 1121 4093 1077 2019 2224 734 1880 1817 24924 2558 792 nC15 2658 3286 8452 4383 12533 12717 3252 9060 7736 4238 10333 9228

nC16 4929 23397 12156 3709 5982 5389 2924 4553 5464 4454 11591 10548

nC17 1837 6583 5735 6010 13641 11857 1990 5984 9530 2741 6946 11837

pristano 2559 2694 3837 961 2782 1889 1638 2346 1466 480 2840 1350

nC18 699 19312 1352 678 1012 1218 826 1247 460 554 1668 1417

fitano 658 1744 1197 246 5602 1324 378 1173 479 701 1624 1576 nC19 3749 1043 8135 3208 7058 6771 2416 5873 3701 1675 6231 7228

nC20 1226 2061 1654 1411 2138 2706 462 12819 868 908 2068 3889

nC21 2291 3702 3691 1621 2128 2580 2022 2411 2032 1165 3746 2352 nC22 1677 2326 3638 1914 3219 2061 1231 2416 2226 1034 1419 5059

nC23 1414 2469 7173 943 3505 2584 1170 3014 4234 1453 3598 3848

nC24 1088 3164 2341 761 2927 870 1370 697 1713 832 1574 4633 nC25 786 6004 3979 1896 4559 4333 635 2439 2710 620 1980 4628

nC26 1913 6277 3119 1552 2523 2364 1408 2148 1121 994 2383 3487

nC27 1634 12408 1438 1085 2284 1677 1179 3644 1949 2626 1839 5740 nC28 1462 11790 1322 832 2567 2932 1260 1579 2626 1087 897 7236

nC29 1699 26404 23058 1353 2372 4427 1610 1961 1618 1440 2245 10850

nC30 750 14993 1647 1101 3243 3106 3693 7261 1794 4019 1299 1017 nC31 3341 26952 8481 1635 1798 3038 3015 7002 3857 4242 5005 6071

nC32 2979 12723 15380 869 1656 2702 2691 2404 5916 1444 919 2117

nC33 1057 18736 38115 1339 3752 3029 977 4288 954 2445 4371 1947 nC34 1983 44912 9230 932 1088 2515 11265 13922 1239 687 5477 2957

nC35 1798 18222 2955 404 222 ltLD 215 139 1629 703 1474 636

nC36 720 58593 302 ltLD 162 458 5491 1427 1391 ltLD 4462 14808 nC37 1987 40245 673 1165 1345 540 747 2466 4168 1981 1650 9181

nC38 2504 48447 ltLD 4600 3080 ltLD 723 421 616 ltLD 2432 20103

sumAlcanos (ngg-1) 50830 426167 190778 47720 101316 122600 68585 127855 77842 72380 104155 158327

Fonte Elaborado pela autora

53

522 n-alcanos no testemunho sedimentar

O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10 - C38 variou de 47720 ngg-1

(15-20 cm) a 426167 ngg-1

(5-10 cm) nos sedimentos das seccedilotildees do testemunho com uma

meacutedia de 129046 ngg-1

(Tabela 8) A concentraccedilatildeo de n-alcanos totais foi aumentando em

direccedilatildeo ao topo com um pico na profundidade 5-10 cm

523 Biomarcadores do petroacuteleo

5231 Sedimentos superficiais

A maioria das estaccedilotildees apresentou a presenccedila da seacuterie de hopanos e esteranos As

concentraccedilotildees dos 5 hopanos e 5 esteranos identificados e quantificados nas amostras de

sedimento superficial estatildeo naTabela 9

Nas amostras de sedimento superficial a concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD

(ACR3) a 6787 μgg-1

(ACR6) com destaque para o C29-hopano (NH) (Tabela 9) As

estaccedilotildees ACR1 ACR4 e ACR6 tiveram os maiores valores de sumHop Por outro lado os

esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 2327 μgg-1

(ACR4) com destaque para o

C28αββ (SR)(Tabela 9) A estaccedilatildeo ACR4 apresentou o maior valor para sumEster com

predominacircncia dos compostos C28αββ (SR)e C29αββ (SR)

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

BIOMARCADORES ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

17α(H)-222930 - trisnorhopano 051 ltLD 040 576 519 310 411 373 252 106

17α(H)21β(H)-30-norhopano 5470 1214 ltLD 3860 2610 6787 569 3985 2387 116

17α(H)21β(H) - hopano 2420 ltLD 548 510 ltLD 2867 389 600 553 412 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 1356 1928 ltLD 2062 690 2605 ltLD 527 1066 1541

17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 1109 250 1010 2308 2049 1921 1358 307 1792 2348

ααα - colestano 044 ltLD ltLD ltLD 031 023 ltLD ltLD 143 02 αββ- colestano 061 094 ltLD 158 664 291 ltLD ltLD 284 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD ltLD 2327 ltLD 1479 ltLD ltLD ltLD 258

ααα - 20R 24R - etilcolestano 449 064 ltLD 634 104 371 ltLD 072 650 ltLD αββ - 20R 24R - etilcolestano 125 152 1156 1643 ltLD 036 ltLD 262 060 534

sumBiomarcadores 11085 3748 2757 14089 6666 16690 2737 6127 7188 5338

sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 ltLD 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

5232 Testemunho

No testemunho o somatoacuterio dos biomarcadores (sumBiomarcadores) estudados variou

de 3286 μgg-1

(45-50 cm) a 10071μgg-1

(40-45 cm) (

54

Tabela 10) A concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD a 3662 μgg-1

(30-35 cm)

com destaque similar aos sedimentos superficiais para o C29-hopano (NH) No perfil de

concentraccedilatildeo podemos observar dois picos de concentraccedilatildeo maacutexima em 10-15 cm e 40-45

cm de profundidade Por outro lado os esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 6

μgg-1

(55-60 cm) com destaque para o C29αββ (SR) O sumEster teve um maacuteximo em 10-15

cm e um miacutenimo em 15-20 cm

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

)

BIOMARCADORES 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

17α(H)-222930 - trisnorhopano 461 265 155 254 135 099 198 228 418 ltLD 316 212 17α(H)21β(H)-30-norhopano 2270 2707 2404 1950 1474 839 3662 1502 2164 741 2687 2651

17α(H)21β(H) - hopano 1238 067 1163 188 320 688 257 771 1469 409 096 1004 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 2135 286 1934 868 460 674 ltLD 1274 2454 1769 999 ltLD 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 500 104 2638 320 791 1557 1908 1505 2878 037 1797 864

ααα - colestano ltLD ltLD 050 ltLD ltLD ltLD 095 114 045 050 ltLD 021 αββ- colestano 334 415 207 041 ltLD ltLD 284 148 039 ltLD 371 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD 326 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ααα - 20R 24R - etilcolestano ltLD ltLD 044 120 ltLD 121 ltLD 034 ltLD ltLD 113 056 αββ - 20R 24R - etilcolestano 433 225 243 ltLD 220 176 205 103 596 280 242 603

sum Biomarcadores 7385 4068 9164 3790 3419 4172 6610 5679 10071 3286 6625 5428 sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747 sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos

As concentraccedilotildees individuais dos 56HPAs identificados e quantificados nos

sedimentos superficiais e no testemunho assim como as razotildees diagnoacutesticas usadas nesse

estudo para a identificaccedilatildeo das possiacuteveis fontes estatildeo na Tabela 11 e no Apecircndice A

respectivamente

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais

As concentraccedilotildees totais dos 56 HPAs (sumHPA56) analisados variaram de 42740 ngg-1

(ACR3) a 515073 ngg-1

(ACR8) (Tabela 11) nos sedimentos superficiais O somatoacuterio dos

16 HPAs prioritaacuterios da USEPA foi expresso como sumHPA16 e variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720 ngg-1

(ACR5) Em geral as concentraccedilotildees de HPAs depedem da

localizaccedilatildeo das fontes em relaccedilatildeo as estaccedilotildees como proximidade de um porto uma regiatildeo

densamente habitada ou uma regiatildeo industrial As maiores concentraccedilotildees foram observadas

em ACR4 ACR5 ACR7 ACR8 e ACR9 E as menores concentraccedilotildees foram observadas em

ACR1 ACR3 e ACR6

55

Essas concentraccedilotildees elevadas tiveram dois principais compostos responsaacuteveis a seacuterie

de naftalenos e o dibenzo(a)antraceno

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

)

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAs

2 a

neacuteis

Naftaleno 3089 417 1537 32992 ltLD 4460 ltLD 54058 ltLD 2573

2-metilnaftaleno ltLD ltLD 646 7208 ltLD 1177 ltLD 8631 ltLD 780

1-metilnaftaleno ltLD ltLD 100 4468 ltLD ltLD ltLD 7021 ltLD 464

16-dimetilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 1983

12-dimetilnaftaleno 958 1046 4177 12420 6880 992 ltLD 12257 ltLD 2237

235-trimetilnaftaleno 6178 ltLD ltLD 87821 ltLD 5936 ltLD 129316 10908 1401

Bifenil ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 676 ltLD 180 ltLD 492

3 a

neacuteis

Acenaftileno ltLD 141 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno 910 ltLD ltLD 1556 ltLD 1110 ltLD 2202 1638 336

1-metilfluoreno 281 188 078 057 084 066 077 286 108 066

Fenantreno 1460 1463 1739 1817 1462 1498 200 1407 2127 1241

Antraceno 540 464 543 502 456 1474 1112 330 503 830

Carbazole 5176 1632 2275 5096 1920 4456 1631 4190 4962 3112

9-etil-10-metilfenantreno 046 060 200 046 785 037 018 013 158 055

4 a

neacuteis

Fluoranteno 758 155 306 768 224 547 150 577 803 871

Pireno 1051 612 885 1214 331 846 222 1170 1343 1213

1-metilpireno 740 231 240 240 539 205 221 303 220 268

Benz(a)antraceno 561 354 569 1452 749 424 391 282 361 600

Trifenileno 3765 133 140 1033 372 208 179 109 149 1848

Criseno ltLD ltLD 070 1401 111 169 463 ltLD 099 784

6-metilcriseno 1764 286 294 323 847 251 628 222 494 566

6-etilcriseno 4188 257 431 371 493 232 217 741 197 341

5 a

neacuteis

Benz(b)fluoranteno 3723 935 850 1335 1103 901 542 562 825 5356

Benzo(k)fluoranteno 2198 1314 1600 1214 1891 1626 1289 1039 1413 4302

Benzo(e)pireno 2402 1576 1451 1259 1720 1234 1442 863 1285 15825

Benzo(a)pireno 2569 1942 1228 1706 1789 1825 1224 1155 1693 2581

Perileno 866 1068 2751 1234 768 433 497 675 1329 16784

Dibenzo(ah)antraceno ltLD 97858 ltLD ltLD 190387 ltLD 181447 30111 ltLD ltLD

6

an

eacuteis

Indeno(123-cd)pireno 2992 2137 2373 4330 7459 3794 5025 1046 1575 16385

Benzo(ghi)perileno 2044 3049 2444 2710 1759 1665 1220 3570 13969 2308

HPAs alquilados

sum C1-C4 naftalenos ltLD 4692 6153 137453 5202 8616 ltLD 243020 321927 9378

sum C1-C3 fluorenos ltLD 1130 1436 833 133 749 ltLD 1104 3770 8758

sum C1-C4 fenantrenos ltLD 779 1014 ltLD 1578 ltLD 418 874 1788 5429

sum C1-C4 pirenos 3116 944 4595 1863 4619 1379 1913 2635 3515 9068

sum C1-C3 crisenos 2356 ltLD 1627 490 2157 ltLD 625 3937 2283 6862

HPAs sulfurados

Dibenzotiofeno 366 823 968 730 ltLD 926 ltLD 886 305 396

46-dimetildibenzotiofeno 163 057 ltLD 193 054 ltLD ltLD 069 790 338

Dibenzofurano 108 259 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 199 ltLD ltLD

sum C1-C4 dibenzotiofenos ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 2196 1997

Paracircmetros

sum HPAs16 21929 110878 14143 52998 207720 20339 193285 97542 26349 39381

sum HPAs56 54402 126039 42740 316136 235871 47937 201161 515073 382732 127828

sum HPAs alquilados 5472 7545 14825 140639 13689 10744 2957 251570 335479 41491

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 5999 2486 3819 36868 1917 8542 1311 57997 4268 4980

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 15930 108392 10324 16130 205803 11796 191974 39545 22081 34401

Fonte Elaborada pela autora

Apesar do ΣHPA16 (14143 - 207720 ngg-1

) no rio Acarauacute estaacute abaixo dos niacuteveis

encontrados em regiotildees com intensa atividade urbana ou ateacute mesmo atividade portuaacuteria como

as cidades de Montevideo e Xinxiang os niacuteveis encontrados estatildeo proacuteximos de aacutereas urbanas

e rurais como o Rio Durance (Franccedila) e a regiatildeo metropolitana de Curitiba (

56

Tabela 12) Segundo Benlahcer e colaboradores (1997) os sedimentos com ΣHPAs ateacute

250 ngg-1

satildeo considerados como levemente poluiacutedos entre 250 e 2000 ngg-1

satildeo

considerados moderadamente poluiacutedos e acima de 2000 ngg-1

satildeo considerados altamente

poluiacutedos Desta forma podemos classificar os sedimentos das estaccedilotildees ACR1 ACR3 e ACR6

como levemente poluiacutedas e a estaccedilatildeo ACR 5 como altamente poluiacuteda ficando o restante

classificado como moderadamente poluiacutedo

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo

nos uacuteltimos cinco anos

Local Atividade Variaccedilatildeo de

sumHPAs (ngg)

ndeg de HPAs

estudados Referecircncia

Rio Iguaccedilu Curitiba Brasil Aacuterea urbana e industrial 131 - 1713 16 LEITE et al 2011 Mar Egeu Mediterracircneo Aacuterea urbana e industrial lt415 - 405 14 KUCUKSEZGIN et al 2012

Delta do Rio Amarelo China Exploraccedilatildeo de petroacuteleo

agricultura e pesca 27-753 16 YUAN et al 2014

Estuaacuterio do Rio da Prata Uruguai Aacuterea urbana e industrial 196-65501 16 VENTURINI et al 2015

Xinxiang China Aacuterea industrial 4450 - 29000 15 FENG et al 2016 Rio Cocoacute e Cearaacute Fortaleza Brasil Aacuterea urbana 3488 ndash 301716 54 OLIVEIRA 2016

Porto do Mucuripe Fortaleza Cearaacute Aacuterea portuaacuteria 6527 - 6833354 54 OLIVEIRA 2016

Baiacutea de Paranaguaacute Aacuterea urbana e portuaacuteria ltLD - 572 16 DE ABREU-MOTA et al 2014

Baia de Laranjeiras Brasil Aacuterea de conservaccedilatildeo e

recreaccedilatildeo 385 - 892 - MARTINS et al 2012

Rio Durance Franccedila Agricultura 57ndash1528 16 KANZARI et al 2015 Rio Jaguaribe Agricultura carcinicultura 069 a 375202 16 ANDRADE 2012

Rio Pacoti Carcinicultura aacuterea de

conservaccedilatildeo aacuterea urbana 119512 - 290625 16 FERNANDES 2013

Rio Acarauacute Agricultura carcinicultura 14143 - 207720 16 Presente estudo

Fonte Elaborada pela autora

Em contrapartida podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs satildeo

relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente Dessa forma esses compostos satildeo os maiores responsaacuteveis pelo

niacutevel de contaminaccedilatildeo na regiatildeo

57

Fonte Elaborada pela autora baseado em LIMA et al 2005N F Fl D e C correspondem a naftaleno fenantreno fluoreno dibenzotiofeno e criseno respectivamente

0-4 representam o nuacutemero do carbono dos grupos alquilados nas seacuteries homologas de HPAs alquilados BF a BghiP correspondem aos outros 15 HPAs prioritaacuterios pela

USEPA Atenccedilatildeo para as diferentes escalas do eixo Y

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

) ACR1

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR2

DahA0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

ACR3

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR4

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0102030405060708090

100

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR5

DahA0

1000

2000

Co

nce

ntr

accedilatildeo

(ng

g)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR6

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR7

DahA0

1000

2000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

04080

120160200240280320360400

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR8

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

1500

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR9

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

1000

2000

3000

Concentr

accediloم

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR10

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio Acarauacute

58

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho

As concentraccedilotildees individuais dos HPAs variaram de ltLD a 6181 ngg-1

enquanto que

o sumHPAs16 variou de 13197 ngg-1

(5-10 cm) a 685419 ngg-1

(35-40 cm) (Figura 20 e

Apecircndice A) A distribuiccedilatildeo dos HPAs foi dominada pelo dibenzo(ah) antraceno e pela seacuterie

de naftalenos alquilados com esses compostos correspondendo de 10-75 e 2-77 do total

de HPAs respectivamente Esse mesmo domiacutenio foi observado nos sedimentos superficiais

ao longo do curso do rio Acarauacute

Podemos observar que a concentraccedilatildeo de HPAs cresce nas camadas mais profundas do

testemunho contrariando a tendecircncia observada em outros trabalhos de uma maior

concentraccedilatildeo dos HPAs nos sedimentos superficiais que correlaciona-se com o aumento da

taxa de ocupaccedilatildeo da regiatildeo (MACHADO et al 2014) Esse padratildeo de variaccedilatildeo com um pico

de HPAs em seccedilotildees mais profundas foi observado em vaacuterios trabalhos (SUN E ZHANG

2012 DUAN et al 2015) e foi atribuido a mudanccedila na fonte de energia utilizada pela

populaccedilatildeo do local Na bacia do rio Acarauacute o uso de carvatildeo vegetal pelas induacutestrias de

cimento foi estimulado pelo Governo Federal por causa da crise internacional do petroacuteleo na

deacutecada de 70 (SEMACE 1998) Durante vinte anos essa praacutetica foi uma praacutetica comum que

devastou a caatinga na regiatildeo e que teve seu registro nos sedimentos do estuaacuterio do Acarauacute

59

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio

Acarauacute

FLTR

0 10 20 30 40 50 60

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

HPAs16

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000 8000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

NAF

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 10 20 30 40

FEN

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 5 10 15 20 25 30

CRI

0 10 20 30 40 50

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

ANT

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2 4 6 8 10 12

Pir BaA

0 5 10 15 20 25 30

BbF

0 20 40 60 80 100120140160180

BkF

0 20 40 60 80 100

BeP

0 100 200 300 400 500

BaP

0 50 100 150 200 250 300 350

PER

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 200 400 600 800

DahA

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5 IcdP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100120140

BghiP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100 120

PIR

0 10 20 30 40 50

Fonte Elaborado pela autora

60

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute

Para a determinaccedilatildeo de fontes dos hidrocarbonetos nos sedimentos superficiais do rio

Acarauacute foram utilizadas as razotildees diagnoacutesticas na Tabela 13

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos

sedimentos superficiais do rio Acarauacute

Hidrocarbonetos Razotildees diagnoacutesticas ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAS

sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 073 098 073 030 099 058 099 041 084 087

BaA(BaA +Cri) 094 091 089 051 087 071 046 089 078 043

IP(IP+BghiP) 059 041 049 062 081 069 080 023 010 088

FenAnt 270 315 320 362 321 102 018 426 423 150

FltrPir 072 025 035 063 068 065 067 049 060 072

Per5 aneacuteis 795 103 5364 2238 039 774 027 200 2548 5981

Alcanos

CPI (15-19) 1237 129 039 088 048 093 532 048 494 082

CPI (25-33) 081 044 122 105 113 090 103 128 197 109

n-C27+ n-C29+n-C31 56393 42127 23914 79680 66360 55239 11592 237116 119695 205595

Isoprenoacuteides

nC17Pr 581 292 443 799 243 961 429 1168 618 523

nC18Fit 019 071 538 461 539 170 260 1785 009 331

PrFit 198 214 056 069 822 203 173 090 012 047

Biomarcadores sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 010 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

Jaacute para a caracterizaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos no testemunho sedimentar do

estuaacuterio do rio Acarauacute foram utilizadas as razotildees apresentadas na Tabela 14

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o

rio Acarauacute

Razotildees diagnoacutesticas 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

sum HPAs (4-6 aneacuteis)

sum HPAs16 095 072 096 089 057 061 090 100 098 099 099 099

Per5 aneacuteis 6426 3265 7752 415 2883 583 8920 021 2970 031 073 069

BaA(BaA+Cri) 066 088 013 085 088 094 097 073 062 074 034 095

IP(IP+BghiP) 065 056 042 056 052 041 048 084 027 051 035 017

FenAnt 398 153 209 187 274 685 484 222 204 267 017 196

FltrPir 125 090 097 119 061 170 015 227 391 058 063 111

CPI (15-19) 237 049 274 483 733 691 353 385 580 175 302 400

CPI (25-33) 114 120 254 146 135 121 038 071 100 147 154 178

n-C27+ n-C29+n-C31 6673 65765 32977 4074 6455 9142 5805 12606 7424 8308 9089 22661

nC17Pr 072 244 149 625 490 628 121 255 650 571 245 877

nC18Fit 106 1107 113 276 018 092 218 106 096 079 103 090

PrFit 389 154 321 391 050 143 433 200 306 068 175 086

sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747

sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas

Os hidrocarbonetos de origem antropogecircnica no meio ambiente acabam misturando-se

com outras fontes de background presentes na aacuterea impactada

61

Os hidrocarbonetos biogecircnicos satildeo originados por processos bioloacutegicos ou na

diagecircnese primaacuteria em sedimentos marinhos recentes As fontes biogecircnicas incluem plantas

terrestres fitoplancton animais bacteacuterias e macroalgas Uma forma de medir a contribuiccedilatildeo

biogecircnica na siacutentese dos alcanos eacute o iacutendice preferencial do carbono (IPC (25-33)) que indica a

contribuiccedilatildeo relativa das fontes naturais (IPC gt1 biogecircnicoterrestre) comparada com as

fontes antropogecircnicas (IPClt1 contaminaccedilatildeo por petroacuteleo) (EGLINTON E HAMILTON

1967 ABOUL-KASSIM E SIMONEIT 1995 VOLKMAN et al1992)

Outra caracteristica das fontes biogecircnicas eacute relacionada com os hidrocarbonetos

isoprenoacuteides onde a concentraccedilatildeo de pristano eacute maior do que a de fitano sugerindo a entrada

de mateacuteria orgacircnica fitoplantocircnica e a razatildeo PriFit gt1 ( tipicamente entre 3 e 5) enquanto

que a razatildeo de PriFit lt1 indica contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (WANG E FINGAS 2003 HU et

al 2011) Em sedimentos recentes as razotildees de Prin-C17 e Fitn-C18 lt1 indicam entrada

relativamente recente de oacuteleo enquanto que valores maiores que 1 juntamente com

concentraccedilotildees altas de hidrocarbonetos sugerem a presenccedila de oacuteleo degradado

(COMMENDATORE et al 2012 WANG et al 2015)

Aleacutem disso o perileno um HPA de 5 aneacuteis apresenta a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) com um valor maior que 10 para fontes diageneacuteticas (natural

biogecircnica) desse composto (SOCLO et al 2000 WANG et al 2014)

Por outro lado a presenccedila de biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) sugere

contaminaccedilatildeo petrogecircnica pois eles satildeo constituintes comuns do petroacuteleo e seus derivados

(WANG E FINGAS 2003)

Dessa forma essas caracteriacutesticas podem ser usadas para identificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo

das fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

5411 Sedimentos superficiais

O valor do IPC (15-19) variou de 039 (ACR3) a 1237(ACR1) (Tabela 13) De acordo

com esses valores nas estaccedilotildees ACR1 (1227) ACR7 (532) e ACR9 (494) as cadeias curtas

de n-alcanos apresentaram uma forte predominacircncia de cadeias com um numero iacutempar de

carbono em relaccedilatildeo as com nuacutemero par Em ACR1 o alto valor daacute-se devido as altas

concentraccedilotildees de n-C15 e n-C17 que indicam uma possiacutevel produccedilatildeo autoacutectone da mateacuteria

orgacircnica pois tais alcanos estatildeo relacionados com a atividade planctocircnica o mesmo ocorre

em ACR7 soacute que em menor proporccedilatildeo Apesar de possuir um alto valor de IPC (15-19) a

estaccedilatildeo ACR 9 natildeo apresenta valores significativos dos compostos n-C15 e n-C17 Esse alto

valor do IPC em ACR1 pode ser relacionado com a proximidade do accedilude Araras que eacute o

62

quarto maior accedilude do Cearaacute e fica a montante desta estaccedilatildeo A construccedilatildeo de reservatoacuterios

altera a circulaccedilatildeo do sistema fluvial que antes era loacutetico e passa para uma ambiente

intermediaacuterio entre loacutetico e lecircntico devido a circulaccedilatildeo vertical e horizontal originada pela

operaccedilatildeo da barragem (MARGALEF 1983) Esses reservatoacuterios recebem o aporte do

escoamento superficial perifeacuterico lanccedilamento de efluentes das comunidades circunvizinhas

aleacutem das atividades desenvolvidas no seu interior como a piscicultura (MARGALEF 1983)

Essas atividades fornecem nutrientes para o desenvolvimneto fitoplantocircnico o que explica os

altos valores dos n-alcanos caracteristicos da comunidade fitoplantocircnica

Fonte Elaborado pela autora

O valor do IPC (25-33) variou de 044 (ACR2) a 197 (ACR9) (Figura 21) Isso

demonstra que a maioria das estaccedilotildees natildeo apresentou perfis com predominacircncia de cadeias

longas com nuacutemero de carbono iacutempar ou par o que resulta na possiacutevel fonte de derivados do

petroacuteleo A estaccedilatildeo ACR9 apresentou o maior valor de IPC indicando uma maior

contribuiccedilatildeo das plantas terrestres superiores (EGLINTON E HAMILTON 1967) o que eacute

plausiacutevel visto a proximidade com o estuaacuterio

A origem do perileno um HPA de 5 aneacuteis eacute bastante controversa Em muitos

trabalhos a origem do perileno foi encontrada como diferente dos outros HPAs

(BUDZINSKY 1997 SOCLO et al 2000 CAVALCANTE et al 2008) O perileno pode

ser introduzido no ecossistema aquaacutetico por vaacuterios processos sendo a degradaccedilatildeo de

precursores biogecircnicos a fonte predominante (GSCHWEND E HITES 1981) Segundo

Venkatesan (1988) um sistema favoraacutevel para a formaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do perileno eacute

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

2

4

6

8

10

12

14

IPC (25-33)

IPC (15-19)

Iacutend

ice

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais

63

encontrado em regiotildees aquaacuteticas com alta produccedilatildeo bioloacutegica como estuaacuterios e lagos Aleacutem

disso o perileno pode ter uma origem terrestre mas a fonte terriacutegena desse composto

permanece desconhecida O perileno tambeacutem pode ser derivado de material autoacutectone como

as diatomaacuteceas (VENKATESAN 1988) No entanto no escopo desse trabalho natildeo foi

possiacutevel determinar a origem terrestre ou autoacutectone do perileno encontrado

No entanto alguns estudos tecircm-se desenvolvido em direccedilatildeo agrave determinaccedilatildeo do caraacuteter

antroacutepico ou natural das fontes de HPAs comparando-se as concentraccedilotildees de perileno com os

demais HPAs (BAUMARD et al 1988 BUDZINSKY et al 1997 SOCLO et al 2000

WANG et al 1999 WANG et al 2014) Em relaccedilatildeo ao carater antroacutepico do perileno

estudos mostraram que esse composto pode ser produzido em processos de combustatildeo de

biomassa e combustiacuteveis foacutesseis (PAGE et al 1999 WANG et al 1999)

Na Figura 22 podemos observar que apenas as razotildees em ACR3 (5364) ACR4

(2238) ACR9 (2547) e ACR10 (5980) apresentaram a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) gt 10 indicando assim a origem natural do perileno Esse

resultado na estaccedilatildeo ACR9 e ACR10 jaacute era esperado uma vez que apresentam maior

produtividade bioloacutegica devido as suas localizaccedilotildees no estuaacuterio As estaccedilotildees ACR3 e ACR4

localizam-se antes e depois do municiacutepio de Sobral respectivamente As outras estaccedilotildees

apresentaram valores menores que 10 o que indica a fonte piroliacutetica desse HPA (PAGE et

al 1999 WANG et al 1999)

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

Per

5an

eacuteis

()

Origem

Piroliacutetica

Origem

Natural

Fonte Elaborado pela autora

Os alcanos pristano e fitano satildeo os constituintes mais comuns dos isoprenoacuteides nos

sedimentos mas as suas abundacircncias relativas variam bastante A razatildeo de pristano em

relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) (Figura 23) nos sedimentos superficiais variou de 012 (ACR9) a

64

822 (ACR5) Em sedimentos natildeo-contaminados a razatildeo PriFit eacute maior do que 1

normalmente entre 3 e 5 (STEINHAUER E BOEHM 1992) A maioria das estaccedilotildees

apresentou a a razatildeo PriFit menor ou proacuteximo a 1 indicando os derivados de petroacuteleo como

fonte de hidrocarbonetos principal Um valor alto para a razatildeo PriFit foi observado na

estaccedilatildeo ACR5 localizada antes de Santana do Acarauacute e relativamente distante dos centros

urbanos

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18

Fonte Elaborado pela autora

No que diz respeito as razotildees n-C17Pri e n-C18Fit ambos os isoprenoacuteides satildeo

degradados mais lentamente do que o seu alcano associado devido as preferecircncias

microbianas (COLOMBO et al 1989) Dessa forma razotildees menores do que 2 indicam

contribuiccedilatildeo recente de oacuteleo enquanto que valores maiores indicam resiacuteduos de oacuteleo

degradado (COLOMBO et al 1989) A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri)

variou de 243 (ACR5) a 1168 (ACR8) (Tabela 13) Em todas as estaccedilotildees foi observado que

o n-C17 predominou sobre o pristano (Figura 23) indicando contribuiccedilatildeo planctocircnica para a

mateacuteria orgacircnica (READMAN et al 2002) A razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-

C18Fit) variou de 009 (ACR9) a 1785 (ACR8) (Tabela 13) Essa razatildeo atualmente indica a

degradaccedilatildeo microbiana inicial em resiacuteduos de oacuteleo (DIEZ et al 2007) As estaccedilotildees ACR1

ACR2 ACR6 e ACR9 apresentaram as menores razotildees o que eacute indicativo da presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradado (DIEZ et al 2007) Isso acontece pois o n-C18 tende a ser

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

Raz

atildeo

Estaccedilotildees

nC17Pri

nC18Fit

PriFit

65

degradado preferencialmente em relaccedilatildeo ao fitano na degradaccedilatildeo microbiana Por sua vez as

outras estaccedilotildees com destaque para a estaccedilatildeo ACR8 demonstraram uma maior contribuiccedilatildeo

da produtividade primaacuteria na sua mateacuteria orgacircnica

A distribuiccedilatildeo dos biomarcadores do sumHop e sumEster nos sedimentos superficiais estaacute

demonstrada na Figura 24 Em estudos anteriores a presenccedila de hopanos e esteranos foi

relacionada com o material particulado proveniente da exaustatildeo do motor de caminhotildees

(ROGGE et al 1993 SCHAUER et al 2002 KLEEMAN et al 2008) Esses

biomarcadores pertencem a fraccedilatildeo de alta ebuliccedilatildeo do oacuteleo cru devido a isso natildeo satildeo

encontrados nem na gasolina nem no diesel Ao inveacutes disso eles vatildeo ser originados do oacuteleo

lubrificante (ROGGE et al 1993) Aleacutem disso Kleeman e colaboradores (2008) analisando

material particulado oriundo das emissotildees de carros movidos a diesel utilizaram o

17α(H)21β(H)-30-norhopano (NH) como um indicador de oacuteleos lubrificantes Por outro lado

Bieger e colaboradores (1996) compararam oacuteleos lubrificantes novos e usados fuligem da

descarga poeira de estradas e sedimentos da Baiacutea de Conception - Canadaacute e correlacionaram

a impressatildeo digital dos hidrocarbonetos no sedimento com os biomarcadores presentes em

oacuteleo lubrificantes utilizados em automoveis e barcos da regiatildeo Jaacute Boonyatumanond e

colaboradores (2006) encontraram uma predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 e

atribuiram essa caracteristica a poeira de estrada que apresentava mesma impressatildeo digital de

hopanos Essa poeira de estrada consiste de asfalto partiacuteculas de pneus solo partiacuteculas de

exaustatildeo vazamentos de oacuteleo e combustiacutevel e deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e estaacute diretamente

associada com o traacutefego nas rodovias (BOONYATUMANOND et al 2006) Dessa forma

como a regiatildeo do rio Acarauacute natildeo foi um local de derramento de petroacuteleo nem eacute uma regiatildeo

perto de refinarias ou industria petroquiacutemica podemos inferir que essas moderadas

concentraccedilotildees de hopano e esteranos satildeo derivadas da utilizaccedilatildeo de oacuteleos lubrificantes nos

automoacuteveis e nos barcos a motores da regiatildeo que chegam ao rio por meio do escomaento

superficial ou mesmo das poeiras das rodovias que constituem as principais vias de acesso da

regiatildeo O que ratifica essa fonte eacute a predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 em

todas as estaccedilotildees como foi citado anteriormente Podemos observar que as estaccedilotildees ACR1

ACR4 e ACR6 apresentaram as maiores concentraccedilotildees desses marcadores moleculares

especialmente os hopanos A estaccedilatildeo ACR1 fica logo apoacutes o accedilude Araras que eacute utilizado

como uma aacuterea de lazer com a presenccedila de jet-skis e barcos a motores que representam fontes

potenciais dos hopanos e esteranos Por sua vez a estaccedilatildeo ACR4 e ACR6 ficam a montante

das cidades de Sobral e Santana do Acarauacute respectivamnete

66

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e

esteranos (sumEster) nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

Conce

ntr

accedilatilde

o (gg

)

op

Ester

Fonte Elaborado pela autora

5412 Testemunho

No testemunho a maioria das amostras apresentaram valores do IPC (25-33) proacuteximos

a 1 o que sugere a contaminaccedilatildeo petrogecircnica (Tabela 14 Figura 25) Apenas a camada 10-15

cm apresentou um valor alto de IPC que significa a predominacircncia dos homoacutelogos com

carbonos impares sugerindo uma fonte de plantas terrestres superiores

Jaacute os valores do IPC (15-19) variaram de 049 (5-10 cm) a 733 (20-25 cm) (Tabela

14) Observou-se uma variaccedilatildeo do IPC (15-19) ao longo do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute

com picos nas profundidades de 20-25 cm e 45-50 cm Isso sugere uma variaccedilatildeo na origem da

mateacuteria orgacircnica com uma diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo autoacutectone em relaccedilatildeo ao topo

67

Fonte Elaborado pela autora

Por outro lado a razatildeo Per5 aneacuteis nos mostra que a maioria das seccedilotildees possuem um

caraacuteter natural da mateacuteria orgacircnica (Figura 25) o que eacute indicado pela porcentagem maior do

que 10 na razatildeo Per5 aneacuteis com possiacutevel fonte diageneacutetica do Per As altas

concentraccedilotildees de perileno tem sido relacionados com sedimentos anoacutexicos com alta

produtividade bioloacutegica (MEIRE et al 2008 WANG et al 2014)

A razatildeo de pristano em relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) variou de 050 (20-25 cm) a 433

(30-35 cm) (Tabela 14) O pristano eacute encontrado em maiores proporccedilotildees que o fitano em

sedimentos marinhos natildeo contaminados por petroacuteleo (PriFit gt1) No testemunho analisado

podemos observar uma tendecircncia de aumento na entrada de sedimentos contaminados por

hidrocarbonetos antropogecircnicos (Figura 26)

A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri) variou de 072 (topo) a 877

(base) e a razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-C18Fit) variou de 018 (20-25 cm) a 1107

(5-10 cm) (Tabela 14) Os valores dessas razotildees sugerem tanto a presenccedila de hidrocarbonetos

degradados (n-C18Fit) como a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica (n-C17Pri) ao longo

do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute No entanto as duas razotildees sugerem a presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradados nos sedimentos recentes (DIEZ et al 2007)

Em relaccedilatildeo aos biomarcadores hopanos e esteranos podemos observar na Figura 27 o

perfil desses compostos no testemunho em estudo Assim como nos sedimentos superficiais

Razatildeo

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5IPC(15-19)

IPC(25-33)

Per5aneis

0 20 40 60 80 100

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

Piroliacutetico

Nat

ural

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar

68

as concentraccedilotildees do sumBiomarcadores estaacute diretamente influenciada pela sumHop uma vez que

este representa cerca de 842 a 932 do total quantificado

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar

Oacuteleodegradado

n-C17Pri

0 2 4 6 8 10 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

n-C18Fit

0 2 4 6 8 10 12

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

PriFit

0 1 2 3 4 5

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

Contaminaccedilatildeo por Oacuteleo

Natildeo-contaminado

Oacuteleodegradado

Fonte Elaborado pela autora

Outra caracteriacutestica que assemelha-se aos sedimentos superficiais eacute a predominacircncia

do C29-hopano (NH) (Tabela 10) que pode ser utilizado para indicar atividades relacionadas

com o traacutefego de veiacuteculos na regiatildeo (KLEEMAN et al 2007 BOONYATUMANOND et al

2006)

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho

Concentraccedilatildeo (gg)

0 20 40 60 80 100120140

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

Hop

Ester

Biomar

Fonte Elaborado pela autora

69

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas

As distribuiccedilotildees de HPAs satildeo as ferramentas mais uacuteteis para a distinccedilatildeo entre fontes

piroliticas e petrogecircnicas de hidrocarbonetos Os HPAs petrogecircnicos exibem um padratildeo de

distribuiccedilatildeo em forma de sino (bell shaped) (WANG et al 1999 YUNKER et al 2015)

Por outro lado os HPAs piroliticos geralmente apresentam a distribuiccedilatildeo dos HPAs

alquilados homoacutelogos com os HPAs natildeo-substituidos mais abundantes (com o perfil de

distribuiccedilatildeo de C0-gtgtC1-gtC2-gtC3-gtC4- chamada de distribuiccedilatildeo inclinada)

Aleacutem disso entre os HPAs prioritaacuterios a predominacircncia dos HPAs de alto peso

molecular (sum HPAs (4-6 aneacuteis = Fltr Pir BaA Cri BbF BkF BaP IcdPDahA and BghiP)

sobre os HPAs de baixo peso (2-3 aneacuteis) nos processos piroliacuteticos eacute evidente em vaacuterios

trabalhos (PRAHL E CARPENTER 1983 WANG et al 1999CAVALCANTE et al 2012

ANDRADE 2012 FERNANDES 2013 FENG et al 2016)

Outras razotildees tambeacutem satildeo utilizadas para a caracterizaccedilatildeo de fontes de HPAs nos

sedimentos como FenantrenoAntraceno FluorantenoPireno

Benzo(a)Antraceno(Benzo(a)Antraceno + Criseno) e Indeno(cd)Pireno(Indeno(cd)Pireno +

Benzo(ghi)Perileno) (YUNKER et al 2002 STOGIANNIDIS E LAANE 2015)

5421 Sedimentos superficiais

Nos sedimentos superficiais foi observado a predominacircncia dos composto DahA e da

seacuterie de naftalenos alquilados Podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs

satildeo relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente O DahA eacute um HPA de alto peso molecular produto da queima

incompleta de mateacuteria orgacircnica e cuja degradaccedilatildeo eacute demorada sendo considerado um

poluente prioritaacuterio para a USEPA Segundo Levengood et al (2015) altas concentraccedilotildees de

DahA em sedimento podem ser associadas agraves estradas e ao traacutefico ferroviaacuterio Wang e

colaboradores (1999) observaram a formaccedilatildeo de DahA apoacutes a combustatildeo de diesel

juntamente com BghiP e IcdP Eacute interessante notar que a fumaccedila e as partiacuteculas de fuligem

podem ser transportadas por longas distacircncias atraveacutes da atmosfera e depositadas longe do local

de origem (CRUTZEN E ANDREAE 1990) Dessa forma fica evidente na regiatildeo o impacto

causado pelas rodovias e pelo traacutefico de veiacuteculos na regiatildeo estudada

Por sua vez o metilnaftaleno foi predominante dentre os HPAs substituiacutedos do

efluente proveniente de tratamento de esgoto na cidade Beijing China (QUIAO et al 2014)

70

Jaacute Wang e colaboradores (1999) encontraram os naftalenos alquilados como os principais

constituintes de diesel antes da combustatildeo Ambos relacionam a presenccedila desse HPA de baixo

peso molecular com contaminaccedilatildeo por derivados do petroacuteleo Na regiatildeo podemos relacionar a

presenccedila desse composto com o esgotamento sanitaacuterio deficiente em toda bacia do Acarauacute e

tambeacutem com o escoamento superficial que carreia hidrocarbonetos provenientes de atividades

relacionadas a frota veicular Nos uacuteltimos anos a frota veicular aumentou fazendo com que

os serviccedilos relacionados a manutenccedilatildeo (como oficinas postos de gasolina) acompanhessem a

demanda

Na Figura 19 os perfis dos HPAs encontrados nos sedimentos superficiais satildeo

mostrados Na maioria das estaccedilotildees os HPAs parentais com alto peso molecular incluindo o

IcdP o DahA e o BghiP predominaram sobre os HPAs de dois e trecircs aneacuteis como bifenil

acenaftileno e acenafteno Isso indica que a principal fonte de HPAs para essa regiatildeo satildeo

processos piroliacuteticos mesmo que em alguns casos o valor absoluto das concentraccedilotildees seja

pequeno (WANG et al 1999)

Nas regiotildees costeiras urbanizadas as emissotildees de motores de automoacuteveis e barcos satildeo

fontes principais de produtos de queima (BENNER et al 1989 MIGUEL et al 1998 YUNKER

et al 2002) liberando uma mistura de HPAs para diversos compartimentos (I) HPAs

inicialmente presentes no combustiacutevel (preacute-combustatildeo) (ii) HPAs formados durante a combustatildeo

(iii) HPAs acumulados nos oacuteleos lubrificantes e (iv) HPAs acumulados no sistema de exaustatildeo

(LIMA et al 2005)

Aleacutem disso a praacutetica de queimada para o preparo da terra e a utilizaccedilatildeo de lenha como

fonte de energia em olarias caieiras e uso domeacutestico constituem importantes fontes piroliticas de

HPAs No sudeste da Aacutesia Oanh e colaboradores (1999) compararam a utilizaccedilatildeo de madeira

carvatildeo mineral e carvatildeo vegetal em sistemas de aquecimento residencial e observaram que o fator

de emissatildeo de material particulado em miligramas por quilograma de combustiacutevel eacute de 51 36 e

70 para queima da madeira carvatildeo vegetal e carvatildeo mineral respectivamente Aleacutem disso o MP

que apresentou maior concentraccedilatildeo de HPAs foi o oriundo da madeira (OANH et al1999)

Os HPAs alquilados variam entre a distribuiccedilatildeo em forma de sino que caracteriza a

fonte petrogecircnica e a distribuiccedilatildeo inclinada que caracteriza a fonte pirogecircnica evidenciando e

confirmando a caracteriacutestica de muacuteltiplas fontes para a bacia do Acarauacute (Figura 19)

Em relaccedilatildeo as razotildees diagnoacutesticas vamos iniciar com a razatildeo do fenantreno sobre o

antraceno (FenAnt) que tem sido amplamente utilizada para diferenciar fontes piroliacuteticas de

petrogecircnicas nos sedimentos (GSCHWEND E HITES 1981 WANG et al 1999 GUO et al

2007) O fenantreno eacute termodinamicamente mais estaacutevel do que o antraceno e a sua

71

prevalecircncia caracteriza a origem petrogecircnica (BUDZINSKY et al 1997) Os processos que

ocorrem em altas temperaturas (800-1000K) produzem valores baixos para a razatildeo FenAnt

normalmente menores do que 5 (BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A maturaccedilatildeo

lenta da mateacuteria orgacircnica no petroacuteleo leva a valores bem maiores da razatildeo FenAnt

(BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A razatildeo FenAntgt15 eacute relacionada com

fontes petrogecircnicas e FenAntlt15 com fontes predominantemente piroliacuteticas (lt5 de acordo

com Neff et al (2005)) (BUDZINSKY et al 1997 DE LUCA et al 2005)

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos

superficiais

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1200

02

04

06

08

10

12

14

Fontes

Mistas

Petroacuteleo

Petroacuteleo

Combustatildeo

Combustatildeo

ACR1ACR10

Flt

rP

ir

FenAnt

ACR2

ACR3

ACR8

ACR5

ACR9ACR6

ACR4

ACR7

Fonte Elaborada pela autora

Similarmente a razatildeo FenAnt a razatildeo do fluoranteno sobre o pireno (FltrPir) tem

correlaccedilatildeo com a temperatura de formaccedilatildeo dos compostos (BUDZINSKY et al 1997) Nesse

caso o isocircmero mais estaacutevel termodinamicamente eacute o pireno (YAN et al 2005) O pireno eacute

mais favorecido do que o fluoranteno na formaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis Como resultado o

iacutendice FltrPirlt1 eacute utilizado para produtos petrogenicos exceto certos carvotildees e oacuteleo bruto A

razatildeo FltrPirgt1 eacute produzida por processos piroliacuteticos a temperaturas elevadas (COSTA et al

2004 SABER et al 2006) No entanto existem fontes piroliacuteticas com a razatildeo FltrPir lt1 que

satildeo representadas por oacuteleos lubrificantes usados emissatildeo de automoacuteveis e caminhotildees a diesel

e combustatildeo de gasolina e diesel (YUNKER et al 2002) Por isso um limite mais confiaacutevel

de FltrPir le 05 para fontes petrogecircnicas foi proposto por Stogiannidis e Laane (2015) Dessa

72

forma valores entre 05 e 1 satildeo representativos de fontes mistas Se FltrPirgt1 fontes

piroliacuteticas como queima de carvatildeo e biomassa satildeo provavelmente predominantes (YUNKER

et al 2002 YAN et al 2005)

Ao analisarmos a Figura 28 observamos que a maioria das estaccedilotildees apresentam-se

com influencia de fontes primaacuterias piroliticas No entanto as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e ACR8

apresentaram resultados conflitantes quanto as duas razotildees escolhidas podendo ser

classificadas tanto resultado de processo piroliticos quanto petrogenicos

Outras razotildees foram utilizadas com o objetivo de identificar as fontes de HPAs para a

bacia do rio Acarauacute com maior clareza A razatildeo de indeno(cd)pireno versuso somatoacuterio do

IcdP e BghiP(IcdP(IcdP+BghiP)) tem sido usada para a distinccedilatildeo entre as diversas fontes

piroliacuteticas de contaminaccedilatildeo nos sedimentos (YUNKER et al 2002) A Figura 29 mostra o

graacutefico dessas razotildees no qual podemos observar a predominacircncia da fonte piroliacutetica em

relaccedilatildeo a petrogecircnica A contaminaccedilatildeo por queima de biomassa foi designada para as estaccedilotildees

ACR4 ACR5 ACR6 e ACR7 Isso pode ser devido a preparaccedilatildeo da agricultura para terra

pela praacutetica de queimar as camadas superficiais do solo a fim de aumentar a quantidade de

nutrientes A queima de gasolina e diesel foi designada para as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e

ACR8 que provavelmente provecircm das emissotildees veiculares das estradas proacuteximas a esses

locais que satildeo a principal via de acesso na regiatildeo Por sua vez as estaccedilotildees ACR1 ACR9 e

ACR10 apresentaram uma multiplicidade de fontes

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

ACR1

ACR10

ACR7

ACR6

ACR9

IP(

IP+

Bg

hiP

)

BaA(BaA+Cri)

ACR8

ACR5

ACR4ACR3

ACR2

Queima

de diesel

gasolina

Petroacuteleo

Queima

de

biomassa

Fontes

MistasCombustatildeoPetroacuteleo

Fonte Elaborado pela autora

73

As quatro razotildees diagnoacutesticas utilizadas nem sempre retornaram as mesmas fontes

Isso pode ser explicado pela vaacuterias maneiras que os HPAs satildeo introduzidos no meio ambiente

de maneira tal que a assinatura caracteriacutestica de uma fonte pode ser obscurecida por outra

fonte (s) (WANG et al 1999 LIMAFARRINGTON e REDDY 2005)

5422 Testemunho

Podemos observar na Figura 30 que a tendecircncia geral no testemunho eacute a

predominacircncia de fontes piroliacuteticas como as principais responsaacuteveis pela entrada de HPAs no

estuaacuterio do rio Acarauacute

Essa tendecircncia eacute bem evidente na razatildeo de sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 na qual os

HPAs de 4 a 6 aneacuteis podem corresponder a aproximadamente 100 dos HPAs prioritaacuterios

pela USEPA principalmente na base do testemunho As razotildees FenAnt FltrPir

BaA(BaA+Cri) e IP (IP+BghiP) tambeacutem retornam na sua maioria valores que caracterizam

como fonte primaacuteria para o estuaacuterio do rio Acarauacute processos de combustatildeo

De acordo com a interpretaccedilatildeo dos valores da razatildeo FenAnt todos os registros no

testemunho sedimentar satildeo de fontes de HPAs por processo de combustatildeo uma vez que essa

razatildeo permanece FenAntlt15 da seccedilatildeo mais pronfunda a superficial

A razatildeo FltrPir indica a multiplicidade de fontes de HPAs de acordo com a

profundidade Essas fontes satildeo associadas com fontes mistas de 60 a 45 cm e de 25 a 10 cm

Os processos piroliticos satildeo as principais fontes de 35 a 45 cm 30 a 25 cm e no sedimento

superficial

Finalmente outras fontes de HPAs foram identificadas como derivadas de combustatildeo

de biomassa e carvatildeo (IPIP + BghiP) A combustatildeo de biomassa pode ser relacionada com as

queimadas para a preparaccedilatildeo da terra que ocorrem ao longo das margens dos rios onde

acontece o cultivo enquanto que a combustatildeo de carvatildeo relaciona-se com a utilizaccedilatildeo do

mesmo nas atividades do terceiro setor como churrascarias padarias e outros

estabelecimentos que utilizam essa fonte de energia

74

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o

estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do

sedimento

A relaccedilatildeo dos hidrocarbonetos do petroacuteleo com os sedimentos ainda natildeo estaacute

plenamente estabelecida apesar dos numerosos estudos existentes principalmente sobre os

HPAs (MAYER 1994 KUKKONEN E LANDRUM 1996 AHRENS E DEPREE 2004

TREMBLAY et al 2005 OPEL et al 2011) Devido a sua hidrofobicidade e estrutura

quimica estaacutevel os HPAs satildeo insoluacuteveis em aacutegua e sorvidos rapidamente pelas partiacuteculas (

KARICKHOFF et al 1979) Segundo Opel e colaboradores (2011) baseado nas observaccedilotildees

dos sedimentos de quatro rios no norte alematildeo a concentraccedilatildeo de HPAs varia entre as

diferentes classes de granulometria devido a distribuiccedilatildeo do teor de carbono orgacircnico entre os

diferentes tamanhos do gratildeo com uma leve tendecircncia a concentrar-se nas fraccedilotildees mais

grosseiras do que os OCPs e PCBs No porto de Boston e no rio Yangtze as maiores

concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas nas fraccedilotildees mais grosseiras que continham alto

teor de carbono orgacircnico (FENG E NIU 2007 WANG et al 2001) enquanto que no lago

Michigan as maiores concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas na fraccedilatildeo mais fina do

sedimento (lt63μm) (KUKKONEN E LANDRUM 1996) Dessa forma esses estudos

apontam para uma relaccedilatildeo de dependecircncia entre os HPAs e o teor de carbono orgacircnico entre

Que

ima

de d

iese

l

gaso

lina

FltrPir

0 1 2 3 4 5

HPAs (4-6 aneis) HPAs16

00 02 04 06 08 10 12

Pro

fundid

ade

(cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

FenAnt

0 3 6 9 12 15 18

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

Piroliacutetico

BaA(BaA+Cri)

00 02 04 06 08 10 12

IP(IP+BghiP)

00 02 04 06 08 10

Petro

leo

Piroliacutetico

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Que

ima

de

biom

assa

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

75

as diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas assim as maiores concentraccedilotildees de HPAs natildeo seratildeo

necessariamente encontradas nas fraccedilotildees mais finas (AHRENS E DEPREE 2004 OPEL et

al 2011) Uma vez que as fraccedilotildees mais finas do sedimento satildeo constituidas principalmente

por silte e argila a mateacuteria orgacircnica associada com essa fraccedilatildeo eacute relacionada com as

substacircncias huacutemicas adsorvidas sobre as superfiacutecies dos minerais (MAYER 1994) Jaacute uma

maior concentraccedilatildeo dos HPAs nas fraccedilotildees mais grosseiras (gt250 μm) do sedimento foi

explicada por Wang e colaboradores (2001) como resultado de uma sorccedilatildeo mais efetiva dos

HPAs ao material particulado de carvatildeo detritos vegetais e pelotas fecais nos sedimentos do

que a mateacuteria orgacircnica associada aos argilo-minerais

Os coeficientes de correlaccedilatildeo entre a fraccedilatildeo orgacircnica a fraccedilatildeo inorgacircnica e as

concentraccedilotildees dos principais marcadores moleculares orgacircnicos estudados no estuaacuterio do rio

Acarauacute estatildeo na Tabela 15

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho

Coeficiente linear de Pearson

(plt005) n=12

Fraccedilatildeo orgacircnica

Fraccedilatildeo inorgacircnica

AH () AF() CO() CaCO3() Areia Argila Silte

Fen

Ant

052

Fltr

Pir

BaA

Cri

BbF

058

BkF

BaP 059

081 060

-085

089

DahA

074

-071

075

IcdP

BghiP 068 063

Per

BeP 072 065 085

-091

093

sum C1-C4 NAF

sum C1-C3 FL

057

-059

064

sum C1-C4 FEN 071 072 072

-080

079

sum C1-C4 PIR 078 064 074

079

sum C1-C3 CRI 067

072

-079

081

sum C1-C4 DBT 074

061

sum Biomarcadores

sumAlcanos

sumHop

sumSter 062

Fonte Elaborada pela autora

No testemunho o conteuacutedo de silte e argila teve correlaccedilatildeo alta com o teor de carbono

orgacircnico e teor de aacutecido huacutemicos com coeficientes de Pearson r = 100 e r = 07

respectivamente Aleacutem disso os HPAs de alto peso molecular e a maioria dos HPAs

alquilados mostraram correlaccedilatildeo positiva com a fraccedilatildeo inorgacircnica dos finos (silte+argila) e

com o teor de carbono orgacircnico dos sedimentos do estuaacuterio do rio Acarauacute enquanto que os

alcanos e os biomarcadores natildeo apresentaram correlaccedilotildees significativas com essa fraccedilatildeo

76

granulomeacutetrica e com o teor de CO (Tabela 15) Isso indica que o tamanho do gratildeo e o

conteuacutedo de carbono orgacircnico foram determinantes somente na deposiccedilatildeo dos HPAs e que

como havia sido observado anteriormente (MAYER 1994) os HPAs estatildeo provavelmente

relacionados com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Essa baixa correlaccedilatildeo dos alcanos e biomarcadores com o teor de carbono orgacircnico

pode ser resultado da presenccedila de outro constituinte da mateacuteria orgacircnica presente nas aacuteguas do

rio Acarauacute

Essa relaccedilatildeo tambeacutem foi confirmada por uma relaccedilatildeo similar entre as concentraccedilotildees

normalizadas dos compostos analisados e o conteuacutedo de CO e finos ao longo do perfil

sedimentar no estuaacuterio (Figura 31) Esses resultados satildeo consistentes com outros estudos de

sorccedilatildeo de HPAs na mateacuteria orgacircnica e substacircncias huacutemicas que demonstram que esses fatores

satildeo muito importantes nesse processo devido a ligaccedilotildees hidrofoacutebicas e reaccedilotildees na superfiacutecie

mineral (BOWMAN ZHOU E READMAN 2002)

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborada pela autora baseado em Staniszewska et al (2011) As concentraccedilotildees normalizadas foram

calculadas como Y=(X-Xmin)(Xmax-Xmin) onde Y= concentraccedilatildeo normalizada de CO alcanos HPAs

biomarcadores ou finos X= concentraccedilatildeo detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmin=

concentraccedilatildeo miacutenima detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmax= concentraccedilatildeo maacutexima

detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos

CO

00 04 08 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5 cm

5-10 cm

10-15 cm

15-20 cm

20-25 cm

25-30 cm

30-35 cm

35-40 cm

40-45 cm

45-50 cm

50-55 cm

55-60 cm

HPAs

00 04 08 12

Alcanos

00 04 08 12

Biomarcadores

00 04 08 12

Finos

00 04 08 12

77

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais

Abaixo na Tabela 16 podemos observar os valores que correspondem agrave Diretriz de

Qualidade de Sedimento (DQS) utilizada pela agecircncia ambiental do Canadaacute (Environment

Canada) Somente os sedimentos superficiais ao longo do rio Acarauacute foram comparados com

essas diretrizes uma vez que as mesmas natildeo valem para sedimentos de testemunho avaliando

assim possiacuteveis riscos ecoloacutegicos dos HPAs na aacuterea de estudo

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999)

Sedimento marinho e estuarino Sedimento de aacutegua doce

TELsup3 PEL

4 TELsup3 PEL4

Naf 346 391 346sup1 391sup2

2-MNaf 202 201 202sup1 201sup2

Aci 587 128 587sup1 128sup2

Ace 671 889 671sup1 889sup2

Fl 212 144 212sup1 144sup2

Fen 867 544 419 515

Ant 469 245 469sup1 245sup2

Fltr 113 1494 111 2355

Pir 153 1398 53 875

BaA 748 693 317 385

Cri 108 846 571 862

BaP 888 763 319 782

DahA 622 135 622sup1 135sup2

Fonte CCME 1999sup1sup2 Valores provisoacuterios adotados dos niacuteveis para sedimento marinho uma vez que natildeo

existem dados suficientes para estabelecer esses niacuteveis para aacutegua doce sup3TEL (threshold effect level) niacutevel limite

de efeito 4PEL (probable effect level) niacutevel provaacutevel de efeito

Esses valores satildeo uacuteteis na abordagem de questotildees referentes a qualidade do sedimento

bem como no fornecimento de diretrizes qualitativas no que precisa ser feito para proteger os

organismos aquaacuteticos efetivamente (KUCUKSEZGIN et al 2012) Foram considerados dois

valores do TEL e PEL os valores referentes ao sedimento de aacutegua doce e os valores

referentes ao sedimento marinho e estuarino Das estaccedilotildees ACR1 a ACR8 os valores foram

comparados com sedimento de aacutegua doce jaacute as estaccedilotildees ACR9 e ACR10 foram comparados

com os limites para aacutegua salobro-salino jaacute que somente essas duas estaccedilotildees encontram-se no

estuaacuterio do rio Acarauacute A maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do niacutevel TEL estabelecido com

baixa probabilidade de efeitos adversos a biota No entanto algumas estaccedilotildees apresentam

valores acima dos niacuteveis especificados A estaccedilatildeo ACR4 ficou acima do TEL para o naftaleno

e 2-metilnaftalenoe ACR6 ultrapassou o TEL soacute para o naftaleno Jaacute as estaccedilotildees ACR2

ACR5 e ACR7 ultrapassaram o PEL para o DahA com um provaacutevel efeito adverso agrave biota

78

Por sua vez a estaccedilatildeo ACR8 ultrapassou o TEL para o fluoreno e DahA e o PEL para o

naftaleno e o 2-metilnaftaleno sendo uma estaccedilatildeo com muacuteltiplas fontes de efeitos adversos a

biota

6 CONCLUSAtildeO

As fontes e a distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos no rio Acarauacute a terceira maior bacia

hidrograacutefica do Estado foram descritas atraveacutes da anaacutelise dos sedimentos superficiais e do

perfil sedimentar

Nos sedimentos superficiais os padrotildees de composiccedilatildeo dos hopanos e esteranos e das

razotildees Prin-C17 Fitn-C18 e PriFit indicam contaminaccedilatildeo por petroacuteleo recente

principalmente por entrada de efluentes domeacutesticos e do escoamento superficial A

predominacircncia do Naf e dos seus alquilados em algumas estaccedilotildees confirma essa possiacutevel

contaminaccedilatildeo petrogecircnica No entanto a maioria das razotildees de HPAs indicaram que os HPAs

nos sedimentos satildeo principalmente de origem pirolitica com predominacircncia dos HPAs de alto

peso molecular que na regiatildeo foram relacionados com as queimadas para a preparaccedilatildeo da

terra uso de lenha (biomassa vegetal) e emissotildees veiculares Aleacutem disso os sedimentos

superficiais do rio Acarauacute foram considerados levemente a altamente poluiacutedos (14143 -

207720 ngg-1

) com relaccedilatildeo aos HPAs

No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o ecossistema a maioria das

estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela agecircncia ambiental canadense

com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na estaccedilatildeo ACR8 os

compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos adversos na biota

No testemunho a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica para a mateacuteria orgacircnica

diminui e aumenta a entrada de derivados do petroacuteleo das seccedilotildees mais profundas para a

superfiacutecie como pode ser visto pelo IPC e pelas razotildees dos isoprenoacuteides Em relaccedilatildeo aos

biomarcadores o sumEster manteve-se constante com baixos niacuteveis enquanto que o sumHop foi

responsaacutevel pela variaccedilatildeo dos biomarcadores ao longo do tempo marcando a presenccedila dos

derivados do petroacuteleo no registro sedimentar No que diz respeito aos HPAs predomina os

HPAs de alto peso molecular similarmente aos sedimentos superficiais indicando a

predominacircncia dos processos de combustatildeo na bacia do rio Acarauacute Aleacutem disso um pico de

concentraccedilatildeo do sumHPAs na profundidade 35-40 cm caracteriza uma mudanccedila na fonte de

energia utilizada e demonstra a interdependecircncia dos HPAs com a fraccedilatildeo granulomeacutetrica fina

do sedimento e com o teor de carbono orgacircnico

79

Esse trabalho forneceu informaccedilotildees ineacuteditas sobre a ocorrecircncia distribuiccedilatildeo e origem

dos hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute mostrando que alguns locais jaacute apresentam

contaminaccedilatildeo elevada Isso eacute um alerta devido a importacircncia estrateacutegica do rio Acarauacute para o

desenvolvimento da regiatildeo noroeste do estado

80

REFEREcircNCIAS

ABOUL-KASSIM T A T SIMONEIT B R T Lipid geochemistry of surficial sediments

from the coastal environment of Egypt 1 Aliphatic hydrocarbons - Characterization and

sources Marine Chemistry v 54 p 135ndash158 1996

AEPPLI C NELSON RK RADOVIC JR CARMICHAEL CA VALENTINE DL REDDY

CM Recalcitrance and degradation of petroleum biomarkers upon abiotic and biotic natural

weathering of Deepwater Horizon oil Environ Sci Technol v48(12)p6726ndash6734 2014

ALVES A B Estuaacuterio do rio Acarauacute ndash CE Impactos ambientais e implicaccedilotildees na

qualidade dos recursos hiacutedricos 2008 131p Dissertaccedilatildeo (Mestrado Acadecircmico em Geografia)

ndashUniversidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2008

ALVES AB PINHEIROLS ROSA M F Estuaacuterio do rio AcarauacuteCE aspectos

ambientais e condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo In Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos e Planejamento

Ambiental Editora Universitaacuteria da UFPB Joatildeo Pessoa 2010

ANDRADE M V F Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no Rio Jaguaribe ndash O

uso de hidrocarbonetos aromaacuteticos como marcadores de fontes 2012 86 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) ndash Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2012

AHRENS MJ DEPREE CV Inhomogeneous distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in different size and density fractions of contaminated sediment from Auckland

Harbour New Zealand an opportunity for mitigation Marine Pollution Bulletin 48 341-350

2004

BAacuteBEK OFAMERAM et al Geochemical traces of flood layers in the fluvial sedimentary

archive implications for contamination history analyses Catena v 87 p281-290 2011

BALDOTTO Marihus Altoeacute BALDOTTO Liacutelian Estrela Borges Aacutecidos huacutemicos Rev

Ceres Viccedilosa v 61 supl p 856-881 Dec 2014

BAUMARD P BUDZINSKI H MICHON Q GARRIGUES P BURGEOT T

BELLOCQ J Origin and Bioavailability of PAHs in the Mediterranean Sea from Mussel and

Sediment Records Estuarine Coastal and Shelf Science v47 p77ndash90 1998

BENNER B A JR GORDON G E AND WISE S A Mobile sources of atmospheric

polycyclic aromatic hydrocarbons a roadway tunnel study Environ Sci Technol v23

p1269-78 1989

BENITES V M MADARI MACHADO Extraccedilatildeo e fracionamento quantitativo de

substacircncias huacutemicas do solo um procedimento simplificado de baixo custo Rio de Janeiro

EMBRAPA 2003 Comunicado Teacutecnico

BENLAHCEN K T CHAOUI A BUDZINSKI H BELLOCQ J GARRIGUES PH

Distribution and source of polycyclic aromatic hydrocarbons in some Mediterranean coastal

sediments Mar Pollut Bull v34 p298 1997

81

BECHTEL A M WIDERA R F SACHSENHOFER R GRATZER A LUECKE AND M

WOSZCZYK Biomarkers and geochemical indicators of Holocene environmental changes in

coastal Lake Sarbsko (Poland) Organic Geochemistry v38 p1112ndash1131 2007

BIEGER T HELLOU J ABRAJANO T A Petroleum biomarkers as tracers of lubricating

oil contamination Marine Pollution Bulletin v 32 n 3 p 270ndash274 1996

BOONYATUMANOND R Wattayakorn G TOGO A TAKADAH Distribution and

origins of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in riverine estuarine and marine sediments

in Thailand Marine Pollution Bulletin v52 p942ndash956 2006

BOONYATUMANOND R et al Reconstruction of pollution history of organic contaminants in

the upper Gulf of Thailand by using sediment cores First report from Tropical Asia Core

(TACO) project Marine Pollution Bulletin v 54 n 5 p 554ndash565 2007

BOWMAN JC ZHOU JL READMAN JW Sedimentndashwater interactions of natural

oestrogens under estuarine conditions Marine Chemistry Volume 77 Issue 4 Pages 263-276

2002

BUDZINSKI H et al Evaluation of the sediment contamination by PAHs in the Gironde

estuary Marine Chemistry v 58 n 1 p 85ndash97 1997

BUREAU OF RECLAMATION Final environmental assessment Animas-La Plata Project

Ridges Basin Dam and Reservoir pre-construction facilities relocation (Appendix A Petroleum

Products Spill Analysis) United States Department of the Interior Bureau of Reclamation Upper

Colorado Region 2002

CAMARGO OA MONIZ AC JORGE JA VALADARES JMAS Meacutetodos de Analise

Quiacutemica Mineraloacutegica e Fiacutesica de Solos do Instituto Agronocircmico de Campinas Campinas

Instituto Agronocircmico 2009 77 p (Boletim teacutecnico 106 Ediccedilatildeo revista e atualizada)

CANADIAN COUNCIL OF MINISTERS OF THE ENVIRONMENT (CCME) Canadian

sediment quality guidelines for the protection of aquatic life Polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) In Canadian environmental quality guidelines 1999 Canadian Council of Ministers of

the Environment Winnipeg 2002

CAVALCANTE RM LIMA DM CORREIA LM NASCIMENTO RF Teacutecnicas de

extraccedilotildees e procedimentos de clean-up para a determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos policiacutelicos

aromaacuteticos (hpa) em sedimentos da costa do Cearaacute Quiacutemica Nova V31 n 6 p1371-1377

2008

CHEN J L WONG MHTAMNF Modeling sorption and biodegradation of phenanthrene

in mangrove sediment slurry Journal of Hazardous Materials v 190 n 1-3 p 409ndash415

2011

COGERH ndash COMPANHIA DE GESTAtildeO DE RECURSOS HIDRICOS DO ESTADO DO

CEARAacute PLANO DE GERENCIAMENTO DAS AacuteGUAS DA BACIA DO ACARAUacute -

Relatoacuterio de fase 1 (RF1) - Bacia do Acarauacute 2010 Disponivel em

lthttpportalcogerhcombrcomponentphocadownloadcategory35tmpl=componentampprint=1

gt Acesso em Jan 2016

82

COLOMBO JC PELLETIER E BROCHU C KHALIL M Determination of hydrocarbon

sources using n-alkane and polyaromatic hydrocarbon distribution indexes Case study Rio de

La Plata Estuary Argentina Environ Sci Technol v 23p 888ndash894 1989

COLOMBO JC CAPPELLETI N SPERANZA E MIGOYA MC LASCI J

SHORUPKA CNVertical fluxes and organic composition of settling materialfrom the sewage

impacted Buenos Aires coastal area Argentina Organic Geochemistry v38 p 1941-1952

2007

COMMENDATORE MG ESTEVES JL COLOMBO JC Hydrocarbons in coastal

sediments of Patagonia Argentina levels and probable sources Marine Pollution Bulletin

v40 p989ndash998 2000

COSTA HJ WHITE KA RUSPANTINI JJ Distinguishing PAH background and MGP residues

in sediments of a freshwater creek Environ Forens v5 p171ndash182 2004

CRITERIA WORKING GROUP Analysis of Petroleum Hydrocarbons in Environmental Media Total Petroleum Hydrocarbon Criteria Working Group Series - Volume 1 Amherst 1998

CRUTZEN PJ ANDREAE MO Biomass Buriing in the TropicsImpact on Atmospheric

Chemistry and Biogeochemical Cycles Science v250 p 1679-1678 dez1990

DE ABREU-MOTA M A et al Sedimentary biomarkers along a contamination gradient in a

human-impacted sub-estuary in Southern Brazil A multi-parameter approach based on spatial

and seasonal variability Chemosphere v 103 p 156ndash163 2014

DE ANDRADE S J et al Contribution of sugar-cane harvesting season to atmospheric

contamination by polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in Araraquara city Southeast

Brazil Atmospheric Environment v 44 n 24 p 2913ndash2919 2010

DE LUCA G et al Nature distribution and origin of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs)

in the sediments of Olbia harbor (Northern Sardinia Italy) Marine Pollution Bulletin v 50 p

1223ndash1232 2005

DENOUX G WANG B Quantitative determination of polynuclear aromatic

hydrocarbons by gas chomatografymass spectrometry using the selected in monitoring

mode Geochemical and Environmental Research Group v 3 p 2 ndash 28 1998

DeWITT TH OZRETICH RJ SWARTZ RC LAMBERSON JO SCHULTZ DW

DITSWORTH GR JONES JKP HOSELTON L SMITH LM The influence of organic

matter quality on the toxicity and partitioning of sediment associated fluoranthene Environ

Toxicol Chem 11197ndash2081992

DIEZ S JOVER E BAYONA J M ALBAIGES J Prestige Oil Spill III Fate of a Heavy

Oil in the Marine Environment Environmental Sci Technol v41 p3075-82 2007

DONLAN MC DOUGLAS G MACDONALD DD An Evaluation of the Composition

and Potential Environmental Fate and Toxicity of Heavy Venezuelan Crude Oil Released into

the Delaware River During the MT ATHOS I Oil Spill Aquatic Technical Work Group for

ATHOS I Spill 2005

DUAN X LIU J ZHANG D YIN P LI Y LI X An assessment of human influences on

83

sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in the estuarine and coastal sediments of China

Marine Pollution Bulletin v97 p309ndash318 2015

EGLINTON G HAMILTON R J Leaf Epicuticular Waxes Science v 156 n 3780 p

1322ndash1335 1967

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAS AGROPECUAacuteRIAS ndash EMBRAPA Agroinduacutestria

Tropical Contexto geoambiental das bacias hidrograacuteficas dos rios Acarauacute Curu e baixo

Jaguaribe ndash estado do Cearaacute Fortaleza 52p Documentos 101 2005

FENG J-L NIU J-F Study on the grain-size distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in Yangtze river sediment Huan Jing Ke Xue 28 (7) 1573-1577 2007

FENG J et al Distributions and potential sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in

surface sediments from an emerging industrial city (Xinxiang) Environmental Monitoring and

Assessment v 188 n 1 p 1ndash14 2016

FERNANDES GM Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no estuaacuterio do rio

Pacoti atraveacutes do uso de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos como marcadores de

fontes 2013 Monografia (Curso de Oceanografia) Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2013

GROSSI V et al Burial exportation and degradation of acyclic petroleum hydrocarbons

following a simulated oil spill in bioturbated Mediterranean coastal sediments Chemosphere v

48 n 9 p 947ndash954 2002

GSCHWEND P M HITES R A Fluxes of polycyclic aromatic hydrocarbons to marine and

lacustrine sediments in the northeastern United States Geochimica et Cosmochimica Acta v

45 p 2359ndash2367 1981

GUO W et al Distribution of polycyclic aromatic hydrocarbons in water suspended particulate

matter and sediment from Daliao River watershed China Chemosphere v 68 p 93ndash104

2007

HARJI G YVENAT A NARAYAN B B Sources of hydrocarbons in sediments of the

Mandovi estuary and the Marmugoa harbor west coast of India Environment International

34 2008

HU L et al Temporal trends of aliphatic and polyaromatic hydrocarbons in the Bohai Sea

China Evidence from the sedimentary record Organic Geochemistry v42 p1181ndash1193

2011

HUR J SCHLATMAN MA Influence of Humic Substance Adsorptive Fractionation on

Pyrene Partitioning to Dissolved and Mineral-Associated Humic Substances Environ Sci

Technol v38 p5871-5877 2004

IBGEa 2010 ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Seacuteries Estatiacutesticas Seacuteries

Histoacutericas e Estatiacutesticas Disponivel em

httpseriesestatisticasibgegovbrlista_temaaspxop=1ampno=6ampnome=municipios Acesso em

Jan 2016

84

IBGEb 2015ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica CidadesDisponivel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=230020ampsearch=ceara|acarau

Acesso em Jan 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2013 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio 2013 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2013aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Recursos Naturais e Meio Ambiente 2014 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014territoriorecursoshtmgt Acesso

em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio2014 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2015 2015 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2015aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IRWIN RJ VANMOUWERIK M STEVENS L SEESE MD BASHAM W

Environmental Contaminants Encyclopedia Alkanes National Park Service Water

Resources Division Fort Collins Colorado Distributed within the Federal Government as an

Electronic Document 1997

IUPAC Use of the terms ldquorecoveryrdquo and ldquoapparent recoveryrdquo in analytical procedures Pure and

Applied Chemistry v 74 p 2201 ndash 2205 2002

KANZARI F et al Distribution and risk assessment of hydrocarbons (aliphatic and PAHs)

polychlorinated biphenyls (PCBs) and pesticides in surface sediments from an agricultural river

(Durance) and an industrialized urban lagoon (Berre lagoon) France Environmental

Monitoring and Assessment v 187 n 9 2015

KARICKHOFF S W BROWN D S SCOTT T A Sorption of hydrophobic pollutants on

natural sediments Water Research v 13 n 3 p 241ndash248 1979

KHALILI N R SCHEFF P A HOLSEN T M PAH source fingerprints for coke ovens

diesel and gasoline engines highway tunnels and wood combustion emissions Atmospheric

Environment v29 i 4 p 533-542 1995

KLEEMAN MJ RIDDLE SG ROBERT MA JAKOBER CA Lubricating Oil and Fuel

Contributions To Particulate Matter Emissions from Light-Duty Gasoline and Heavy-Duty

Diesel Vehicles Environ Sci Technol v42 p235ndash242 2008

KOWALSKA M GUumlLER H COCKE D L Interactions of clay minerals with organic

pollutants Science of The Total Environment v 141 n 1 p 223ndash240 1994

85

KUCUKSEZGIN F PAZI I GONUL L T Marine organic pollutants of the Eastern Aegean

Aliphatic and polycyclic aromatic hydrocarbons in Candarli Gulf surficial sediments Marine

Pollution Bulletin v 64 n 11 p 2569ndash2575 2012

KUKKONEN J LANDRUM PF Distribution of organic carbon and organic xenobiotics

among different particle-size fractions in sediments Chemosphere 32 1063-1076 1996

LAMAS F IRIGARAY C OTEO C CHACON J Selection of the most appropriate method

to determine the carbonate content for engineering purposes with particular regard to

marls Engineer geol v 81 p 32-41 2005

LEITE N F PERALTA-ZAMORA P GRASSI M T Distribution and origin of polycyclic

aromatic hydrocarbons in surface sediments from an urban river basin at the Metropolitan

Region of Curitiba Brazil Journal of Environmental Sciences v 23 n 6 p 904ndash911 2011

LEVENGOOD J M et al Polyaromatic hydrocarbons and elements in sediments associated

with a suburban railway Environmental Monitoring and Assessment v 187 n 8 2015

LIMA SF SILVA FILHO WF PINHEIRO RD FREIRE GSS MAIA LP

MONTEIRO LHU ndash ANASED - Programa de anaacutelises classificaccedilatildeo e arquivamento de

paracircmetros metodoloacutegicos Anais do VIII Congresso da Associaccedilatildeo Brasileira de Estudos do

Quaternaacuterio (ABEQUA) CD-ROM p 458-459 Mariluz Imbeacute RS Brasil 2001

LIMA A L C FARRINGTON J W REDDY C M Combustion-Derived Polycyclic

Aromatic Hydrocarbons in the EnvironmentmdashA Review Environmental Forensics v 6 n 2

p 109ndash131 2005

LORGEOUX C et al Temporal trends of persistent organic pollutants in dated sediment cores

Chemical fingerprinting of the anthropogenic impacts in the Seine River basin Paris Science of

the Total Environment v 541 p 1355ndash1363 2016

MACHADO K S et al Sedimentary record of PAHs in the Barigui River and its relation to the

socioeconomic development of Curitiba Brazil Science of the Total Environment v 482-483

n 1 p 42ndash52 2014

MAI B-X et al Chlorinated and polycyclic aromatic hydrocarbons in riverine and estuarine

sediments from Pearl River Delta China Environmental pollution (Barking Essex  1987) v

117 p 457ndash474 2002

MARGALEF R Limnologia Editora Omega Barcelona p 1100 1983

MARTINS C C et al Multi-molecular markers and metals as tracers of organic matter inputs

and contamination status from an Environmental Protection Area in the SW Atlantic (Laranjeiras

Bay Brazil) Science of the Total Environment v 417-418 p 158ndash168 2012

MASCLET P et al Emissions of polycyclic aromatic hydrocarbons by savanna fires Journal

of Atmospheric Chemistry v 22 n 1-2 p 41ndash54 1995

MAYER LM Relationship between mineral surfaces and organic carbon concentrations in soils

and sediments Chemical Geology 114 347-363 1994

MECHLIŃSKA A et al Evolution of models for sorption of PAHs and PCBs on geosorbents

TrAC - Trends in Analytical Chemistry v 28 n 4 p 466ndash482 2009

86

MEIRE R O et al Polycyclic aromatic hydrocarbons assessment in sediment of national parks

in southeast Brazil Chemosphere v 73 n 1 SUPPL p 180ndash185 2008

MIGUEL AH KIRCHSTETTER TW HARLEY RA On-Road Emissions of Particulate

Polycyclic Aromatic Hydrocarbons and Black Carbon from Gasoline and Diesel Vehicles

Environ Sci Technol v32 p450-455 1998

MITRA S DICKHUT RM KUEHL SAKIMBROUGH KL Polycyclic aromatic

hydrocarbon (PAH) source sediment deposition patterns and particle geochemistry as factors

influencing PAH distribution coefficients in sediments of the Elizabeth River VA USA

Marine Chemistry v66 p113ndash127 1999

NASCIMENTO FRCUNHA SB SOUZA MJ CRUZMLB Diagnoacutestico Geoambiental

da bacia hidrograacutefica semi-aacuterida do Rio Acarauacute subsiacutedios aos estudos sobre desertificaccedilatildeo

Boletim Goiano de Geografiav 28n1 p41-62janjun 2008

NEFF J M STOUT S A GUNSTER D G Ecological risk assessment of polycyclic

aromatic hydrocarbons in sediments identifying sources and ecological hazard Integrated

environmental assessment and management v 1 n 1 p 22ndash33 2005

PEREIRA NETTO A D CUNHA I F REGO E C P Polycyclic aromatic hydrocarbons

in street dust of Niteroacutei City RJ Brazil Bulletin of Environment Contamination and

Toxicology v72 p829 2004

OANH NTK REUTERGARDH LB DUNG NT Emission of polycyclic aromatic

hydrocarbons and particulate matter from domestic combustion of selected fuels

Environmental Science and Technology v33 p2703ndash2709 1999

OLIVEIRA AHB Diagnoacutestico da contribuiccedilatildeo de fontes de poluiccedilatildeo na costa de Fortaleza

usando marcadores moleculares de petroacuteleo e cromatografia bidimensional abrangente

2016 Tese (Doutorado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) - Instituto de Ciecircncias do Mar

Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2016

OPEL O PALM W-U STEFFEN D RUCK W K Inside-sediment partitioning of PAH

PCB and organochlorine compounds and inferences on sampling and normalization methods

Environmental Pollution v159 i4 p 924ndash931 2011

PAGE D S BOEHM P D DOUGLAS G S BENCE A E BURNS W A

MANKIEWICZ P J The Natural Petroleum Hydrocarbon Background in Subtidal Sediments

of Prince William Sound Alaska Environmental Toxicology and Chemistryv15(8) p1266-

1281 1996

PAGE DS DOUGLAS GS BENCE AE BURNS WA MANKIEWICZET PJ

Pyrogenic PAHs in sediments record past human activity a case study in Prince William Sound

Alaska Marine Pollution Bulletin v38 p 247ndash260 1999

PEREIRA NETTO AD SISINNO CL MOREIRAJC ARBILLAG DUFRAYER MC

Polycyclic aromatic hydrocarbons in leachate from a municipal solid waste dump of Niteroi

City RJ Brazil Bulletin of Environmental Contamination and Toxicologyv68 pp 148-

154 2002

87

PEREZ-FERNANDEZ B VINtildeAS L AacuteNGELES FRANCO M BARGIELA J PAHs in

the Riacutea de Arousa (NW Spain) A consideration of PAHs sources and abundance Marine

Pollution Bulletin 2015

PETERS K E MOLDOVAN J M The Biomarker Guide Interpreting molecular fossils in

petroleum and ancient sediments New York Englewood Cliffs e Prentice Hall 1993

PRAHL F G CARPENTER R Polycyclic aromatic hydrocarbon(PAH)-phase associations in

Washington coastal sediment Geochimica et Cosmochimica Acta v47(6) p1013ndash1023

1983

PRINCE RCELMENDORF DLLUTE JR17 alphaH-21betaH-hopane as a conserved

internal marker for estimating the biodegradation of crude oil Environmental Science amp

Technologyv28 (1) pp142-145 1994

QUIAO M et al Occurrence behavior and removal of typical substituted and parent polycyclic

aromatic hydrocarbons in a biological wastewater treatmentplant Water Research v 52 p 11ndash

19 2014

RAVINDRA K SOKHI R VAN GRIEKEN R Atmospheric polycyclic aromatic

hydrocarbons Source attribution emission factors and regulation Atmospheric Environment

v 42 n 13 p 2895ndash2921 2008

READMAN J W et al Petroleum and PAH contamination of the Black Sea Marine Pollution

Bulletin v 44 p 48ndash62 2002

RIBANI M et al Validaccedilatildeo em meacutetodos cromatograacuteficos e eletroforeacuteticos Quiacutem Nova Satildeo

Paulo v 27 n 5 p 771-780 Oct 2004

ROGGE W F et al Sources of fine organic aerosol 2 Noncatalyst and catalyst-equipped

automobiles and heavy-duty diesel trucks Environmental Science amp Technology v 27 n 4

p 636ndash651 1993

SABER D MAURO D SIRIVEDHIN T Environmental forensic investigation in sediments

near a former manufactured gas plant site Environ Forens v7 p65ndash75 2006

SAHA M TOGO A MIZUKAWA K MURAKAMI M TAKADA H ZAKARIA M H

CHIEM N CACH TUYEN B PRUDENTE M BOONYATUMANOND R SARKAR S

BHATTACHARYA B MISHRA P SEANG TANA T Sources of sedimentary PAHs in

tropical Asian waters Differentiation between pyrogenic and petrogenic sources by alkyl

homolog abundance Marine Pollution Bulletin v 58 n 2 p 189ndash200 2009

SCHAUER JJ KLEEMAN MJ CASS GR SIMONEIT BRT Measurement of

emissions from air pollution sources 5 C-1ndashC-32 organic compounds from gasoline-powered

motor vehicles Environ Sci Technol v36 i6 p1169ndash1180 2002

SILVA F S CRISTALE J ANDREacute PA SALDIVA PHN MARCHI M RR PM25

and PM10 The influence of sugarcane burning on potential cancer risk Atmospheric

Environment v 44 n 39 p 5133ndash5138 2010

SILVA FE Araras eacute o 28deg accedilude a sangrar no Cearaacute Diaacuterio do Nordeste Fortaleza 1deg abr de

2003 Regional

88

SIMONEIT B R T et al Molecular marker study of extractable organic matter in aerosols

from urban areas of China Atmospheric Environment Part A General Topics v 25 n 10 p

2111ndash2129 1991

SOCLO H H GARRIGUES P EWALD M Origin of polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) in coastal marine sediments Case studies in Cotonou (Benin) and Aquitaine (France)

Areas Marine Pollution Bulletin v 40 n 5 p 387ndash396 2000

STEINHAUER MS BOEHM PD The composition and distribution of saturatedand aromatic

hydrocarbons in nearshore sediments river sediments and coastal peat of Alaskan Beaufort Sea

implications for detecting anthropogenic hydrocarbon inputs Mar Environ Res v33 p223ndash

53 1992

STOGIANNIDIS E LAANE R Source characterization of polycyclic aromatic

hydrocarbons by using their molecular indices an overview of possibilities DMWhitacre

(Ed) Reviews of Environmental Contamination and Toxicology vol 234 pp49-133 2015

SUCUPIRA P A P Indicadores de degradaccedilatildeo ambiental dos recursos hiacutedricos

superficiais no meacutedio e baixo vale do rio Acarauacute ndash CE 2006 242 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Geografia) ndash Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006

SUGUIO K Introduccedilatildeo a sedimentologia Satildeo Paulo Ed Edgard Blucher EDUSP 317 p

1973

SUN L ZHANGS History of Fuel Consumption Inferred from Polycyclic Aromatic

Hydrocarbons in Sediments from the South Lianhuan Lake Northeast China Bull Environ

Contam Toxicol v88 p1027ndash1032 2012

TOLOSA I MESA-ALBERNAS M ALONSO-HERNANDEZ C M Inputs and sources of

hydrocarbons in sediments from Cienfuegos bay Cuba Marine Pollution Bulletin v 58 n 11

p 1624ndash1634 2009

TREMBLAY L KOHL S D RICE J A GAGNEacute J Effects of temperature salinity and

dissolved humic substances on the sorption of polycyclic aromatic hydrocarbons to estuarine

particles Marine Chemistry V96 Issues 1ndash2 P 21-34 2005

VENKATESAN MI The occurrence and possible sources of perylene in marine sediments ndash a

review Marine Chemistry v25 p1ndash27 1988

VENTURINI N et al A multi-molecular marker assessment of organic pollution in shore

sediments from the Riacuteo de la Plata Estuary SW Atlantic Marine Pollution Bulletin v 91 n 2

p 461ndash475 2015

VOLKMAN J K et al Identification of natural anthropogenic and petroleum hydrocarbons in

aquatic sediments Sci Total Environ v 112 n 2-3 p 203ndash219 1992

WANG MIN WANGC HU X ZHANG H HE s LV S Distributions and sources of

petroleum aliphatic hydrocarbons and polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface

sediments from Bohai Bay and its adjacent river China Marine Pollution Bulletin v90 p88ndash

94 2015

WANG Z FINGAS M PAGE D S Oil spill identification Journal of Chromatography A

89

v 843 n 1-2 p 369ndash411 1999

WANG Z FINGAS M SHU YY SIGOUIN L LANDRIAULT M LAMBERT P

Quantitative characterization of PAHs in burn residue and soot samples and differentiation of

pyrogenic PAHs from petrogenic PAHs ndash the 1994 Mobile Burn Study Environmental Science

amp Technology v33 p 3100ndash3109 1999

WANG Z FINGAS MF Development of oil hydrocarbon fingerprinting and identification

techniques Marine Pollution Bulletin v47 p423ndash452 2003

WANG Z et al Forensic source differentiation of petrogenic pyrogenic and biogenic

hydrocarbons in Canadian oil sands environmental samples Journal of Hazardous Materials

v 271 p 166ndash177 2014

WANG XC ZHANG YX CHEN RF Distribution and partitioning of polycyclicaromatic

hydrocarbons (PAHs) in different size fractions in sediments from Boston Harbor United States

Marine Pollution Bulletin v42 p1139-1149 2001

YAN B et al Molecular tracers of saturated and polycyclic aromatic hydrocarbon inputs into

Central Park Lake New York City Environmental Science and Technology v 39 n 18 p

7012ndash7019 2005

YUAN H LI T DING X ZHAO GYE S Distribution sources and potential toxicological

significance of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface soils of the Yellow River

Delta China Mar Pollut Bullv83(1) p258-64 2014

YUNKER M B MACDONALD R W VINGARZAN R MITCHELL R H GOYETTE

D SYLVESTRE S PAHs in the Fraser River basin a critical appraisal of PAH ratio as

indicators of PAH source and composition Organic Geochemistry v 33 p 489ndash515 2002

YUNKER M B et al Alkane and PAH provenance and potential bioavailability in coastal

marine sediments subject to a gradient of anthropogenic sources in British Columbia Canada

Organic Geochemistry v 89-90 p 80ndash116 2015

90

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS HPAS

HPAs mz

Tempo

de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

HPAs mz Tempo de

Retenccedilatildeo (min)

Coeficiente

de

correlaccedilatildeo

(R2)

Faixa de

Trabalho

2 a

neacutei

s

Naftaleno 128 16152 09954 0-5000 ppb C1-naftaleno 142 23680

2-metilnaftaleno 142 21243 09987 0-5000 ppb C2-naftaleno 156 23473

1-metilnaftaleno 142 21839 09994 0-5000 ppb C3-naftaleno 170 26564

16-dimetilnaftaleno 156 26057 09989 0-5000 ppb C4-naftaleno 184 35457

12-dimetilnaftaleno 156 27016 09997 0-5000 ppb C1-fluoreno 180 33626

235-trimetilnaftaleno 170 30304 09987 0-5000 ppb C2-fluoreno 194 34212

Bifenil 154 24121 09995 0-5000 ppb C3-fluoreno 208 41991

3 a

neacutei

s

Acenaftileno 152 26876 09998 0-5000 ppb C1-dibenzotiofeno 198 35751

Acenafteno 154 27976 09996 0-5000 ppb C2-dibenzotiofeno 212 41948

Dibenzofurano 168 28957 09983 0-5000 ppb C3-dibenzotiofeno 226 42681

Fluoreno 166 30994 09999 0-5000 ppb C4-dibenzotiofeno 240 49243

1-metilfluoreno 180 34117 09994 0-5000 ppb C1-fenantreno 192 39406

Dibenzotiofeno 184 35457 09999 0-5000 ppb C2-fenantreno 206 39384

46-dimetildibenzotiofeno 212 39988 09999 0-5000 ppb C3-fenantreno 220 45105

Fenantreno 178 36010 09998 0-5000 ppb C4-fenantreno 234 49263

Antraceno 178 36959 09995 0-5000 ppb C1-pireno 216 44668

Carbazole 167 37584 09991 0-5000 ppb C2-pireno 230 51176

9-etil-10-metilfenantreno 220 43867 09995 0-5000 ppb C3-pireno 244 46679

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 202 42444 09996 0-5000 ppb C4-pireno 258 53991

Pireno 202 43716 09995 0-5000 ppb C1-criseno 242 49554

1-metilpireno 216 46494 09998 0-5000 ppb C2-criseno 256 56220

Benz(a)antraceno 228 49651 09959 0-5000 ppb C3-criseno 270 51662

Trifenileno 228 49651 09979 0-5000 ppb

Criseno 228 49943 09973 0-5000 ppb Fluoranteno-d10 (PI) 212 41948

6-metilcriseno 242 52031 09940 0-5000 ppb

6-etilcriseno 256 52779 09998 0-5000 ppb

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 252 54578 09997 0-5000 ppb

Benzo(k)fluoranteno 252 55150 09998 0-5000 ppb

Benzo(e)pireno 252 55994 09999 0-5000 ppb

Benzo(a)pireno 252 56446 09988 0-5000 ppb

Perileno 252 56688 09990 0-5000 ppb

Dibenzo(ah)antraceno 278 62164 09783 0-5000 ppb

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 276 62444 09843 0-5000 ppb

Benzo(ghi)perileno 276 64164 09998 0-5000 ppb Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno Os compostos

simbolizados representam os 16HPAs prioritaacuterios pela USEPA

91

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS

BIOMARCADORES

BIOMARCADORES mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de Calibraccedilatildeo

ααα - colestano 217 54804 09865 0-1324 ppm

αββ - colestano 218 53765 09941 0-1324 ppm

17α (H)21β (H)-30-norhopano 191 57994 09420 0-1324 ppm

ααα - 20R 24R - etilcolestano 217 57317 09783 0-1324 ppm

17α (H)-222930 - trisnorhopano 191 56059 09668 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - hopano 191 59429 09716 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22R - homohopano 191 61548 09429 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22S - homohopano 191 61282 09351 0-1324 ppm

αββ - 20R 24S - metilcolestano 218 56655 09885 0-1324 ppm

αββ - 20R 24R - etilcolestano 218 56333 09871 0-1324 ppm

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

92

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS N-ALCANOS

ALCANOS mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de

Calibraccedilatildeo

nC10 57 8139 09971 0-5000 ppb

nC11 57 10534 09970 0-5000 ppb

nC12 57 14708 09983 0-5000 ppb

nC13 57 19428 09987 0-5000 ppb

nC14 57 23265 09990 0-5000 ppb

nC15 57 26574 09993 0-5000 ppb

nC16 57 29463 09999 0-5000 ppb

nC17 57 31965 09998 0-5000 ppb

pristano 57 32062 09998 0-5000 ppb

nC18 57 34393 09990 0-5000 ppb

fitano 57 34393 09950 0-5000 ppb

nC19 57 36624 09986 0-5000 ppb

nC20 57 38662 09982 0-5000 ppb

nC21 57 40621 09979 0-5000 ppb

nC22 57 42530 09970 0-5000 ppb

nC23 57 44202 09971 0-5000 ppb

nC24 57 45970 09964 0-5000 ppb

nC25 57 47650 09961 0-5000 ppb

nC26 57 49185 09948 0-5000 ppb

nC27 57 50720 09944 0-5000 ppb

nC28 57 52206 09940 0-5000 ppb

nC29 57 53660 09915 0-5000 ppb

nC30 57 54939 09928 0-5000 ppb

nC31 57 56333 09912 0-5000 ppb

nC32 57 57962 09873 0-5000 ppb

nC33 57 59655 09875 0-5000 ppb

nC34 57 61632 09921 0-5000 ppb

nC35 57 63899 09928 0-5000 ppb

nC36 57 66808 09938 0-5000 ppb

nC37 57 70166 09935 0-5000 ppb

nC38 57 74181 09916 0-5000 ppb

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

93

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAs INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute

0-5 cm 5-10

cm

10-15

cm

15-20

cm

20-25

cm

25-30

cm

30-35

cm

35-40

cm

40-45

cm

45-50

cm

50-55

cm

55-60

cm

HPAs parentais

2 a

neacutei

s

Naftaleno ltLD 767 ltLD 401 652 ltLD ltLD ltLD 3668 1569 3268 ltLD

2-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD 1393 ltLD ltLD ltLD 897 270 1300 ltLD

1-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 845 060 ltLD ltLD

16-dimetilnaftaleno 1401 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

12-dimetilnaftaleno 1845 5311 914 2566 1186 7608 2826 5071 3508 2067 2541 4269

235-trimetilnaftaleno 628 9717 ltLD ltLD 031 ltLD ltLD ltLD 874 ltLD ltLD ltLD

Bifenil 581 234 ltLD 243 1438 810 ltLD 885 936 ltLD ltLD ltLD

3 a

neacutei

s

Acenaftileno ltLD ltLD ltLD ltLD 328 385 ltLD ltLD 306 ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno ltLD 1483 ltLD ltLD 7125 9171 769 ltLD ltLD 261 015 ltLD

1-metilfluoreno 2409 252 085 053 648 407 151 057 060 084 068 068

Fenantreno 2729 846 1508 771 1016 1361 1394 1834 996 755 185 1259

Antraceno 686 554 720 412 371 199 288 827 488 283 1119 642

Carbazole 2131 357 1992 1001 820 1147 930 1329 1428 1556 911 639

9-etil-10-metilfenantreno 412 095 263 030 352 430 285 746 131 081 244 062

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 4888 546 1378 492 206 1207 156 1667 879 168 196 1658

Pireno 3900 607 1416 412 339 710 1062 735 225 292 309 1489

1-metilpireno 1942 182 402 207 422 386 1143 365 248 409 360 223

Benz(a)antraceno 2784 708 606 1200 835 1848 1612 2187 2348 353 664 2484

Trifenileno 4090 146 257 094 227 276 149 1743 3226 145 810 2518

Criseno 1462 094 3983 220 113 110 054 802 1442 122 1263 129

6-metilcriseno 3593 299 833 312 489 328 505 330 335 847 2008 247

6-etilcriseno 715 313 748 185 468 291 693 296 1829 792 1476 1031

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 15493 2360 4053 2669 1320 3849 2236 10391 6497 5564 1980 8160

Benzo(k)fluoranteno 8240 1239 4624 4344 1871 856 994 5483 1780 1335 2638 1191

Benzo(e)pireno 11034 1378 5693 826 1232 6811 10620 22548 39510 30411 37397 25197

Benzo(a)pireno 18157 1225 8715 870 3171 4915 11826 28991 30554 18433 17648 14549

Perileno 34008 2025 31746 361 2189 958 22903 1426 74001 751 2699 1116

Dibenzo(ah)antraceno ltLD ltLD 17867 ltLD ltLD ltLD ltLD 618160 170855 183085 309876 113543

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 5558 1545 2253 1396 2339 1707 1526 12061 3864 2543 3536 2021

Benzo(ghi)perileno 2967 1221 3118 1102 2157 2475 1649 2282 10371 2423 6520 9911

HPAs alquilados sum C1-C4 naftalenos 35991 57276 35627 22235 40623 260598 52905 30061 80734 10025 32274 24297

sum C1-C3 fluorenos 7647 4478 6221 3742 9601 6519 8172 9082 15616 7814 10281 8868

sum C1-C4 fenantrenos 7878 211 4731 1231 000 4554 8782 4529 16808 17808 20501 16206

sum C1-C4 pirenos 6832 129 5338 794 000 3252 8390 8454 10944 11239 17571 17892

sum C1-C3 crisenos 15410 3251 15133 4435 5692 7330 9675 27838 28433 34633 48985 42654

HPAs sulfurados Dibenzofurano 581 ltLD ltLD ltLD 1764 200 1261 ltLD ltLD 319 ltLD 016

Dibenzotiofeno 153 1006 232 1586 939 1417 1142 3404 2777 1351 937 1338

46-

dimetildibenzotiofeno 062 2052 260 1812 3041 077 2797 078 105 014 294 1305

sum C1-C4

dibenzotiofenos 303 412 3789 1316 000 2574 4222 10286 8247 2907 3198 13788

Paracircmetros sum HPAs16 66864 13197 50241 14290 21842 28793 23566 685419 234272 217187 349214 157036

sum HPAs 54 20651

2 102321 164505 57319 94398 334767 161117 813946 525764 340768 533068 318770

sum HPAs alquilados 74061 65757 70839 33753 55917 284828 92146 90249 160783 84426 132810 123705

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 3415 3651 2229 1584 9492 11116 2451 2660 5458 2867 4587 1901

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 63449 9546 48012 12705 12351 17677 21115 682758 228814 214320 344627 155136

94

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E

ARGILA) DO TESTEMUNHO

Seccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

0-5 cm 180 240 140 3723 5717

5-10 cm 436 541 177 2404 6442

10-15 cm 455 505 145 1881 7014

15-20 cm 275 320 140 977 8288

20-25 cm 105 215 045 552 9083

25-30 cm 785 815 220 2545 5635

30-35 cm 850 1170 315 3228 4437

35-40 cm 655 685 225 6928 1507

40-45 cm 695 670 160 7171 1304

45-50 cm 1855 1740 565 4767 1073

50-55 cm 627 642 874 6085 1772

55-60 cm 390 465 060 5228 3857

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

Page 2: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú

GABRIELLE MELO FERNANDES

Caracterizaccedilatildeo de fontes de contaminaccedilatildeo no semi-aacuterido cearense utilizando

hidrocarbonetos de petroacuteleo (Rio Acarauacute ndash Cearaacute)

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa

de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas

Tropicais do Instituto de Ciecircncias do Mar

(LABOMAR) da Universidade Federal do

Cearaacute como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Marinhas

Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo Utilizaccedilatildeo e

Manejo de Ecossistemas Marinhos Tropicais

Orientador Prof Dr Rivelino M

Cavalcante

FORTALEZA

2016

GABRIELLE MELO FERNANDES

Caracterizaccedilatildeo de fontes de contaminaccedilatildeo no semi-aacuterido cearense utilizando

hidrocarbonetos de petroacuteleo (Rio Acarauacute ndash Cearaacute)

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa

de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas

Tropicais do Instituto de Ciecircncias do Mar

(LABOMAR) da Universidade Federal do

Cearaacute como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Marinhas

Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo Utilizaccedilatildeo e

Manejo de Ecossistemas Marinhos Tropicais

Aprovada em ____________

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Prof Dr Rivelino Martins Cavalcante (Orientador)

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

_________________________________________

Profa Dr Lidriana de Souza Pinheiro

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

_________________________________________

Prof Dr Andreacute Henrique Barbosa de Oliveira

Instituto Federal do Sertatildeo Pernambucano (IF Sertatildeo Pernambucano)

A Maris

E principalmente a todas as matildees que

estudam

AGRADECIMENTOS

Eacute importante destacar que esse trabalho eacute o resultado de muitas matildeos de muito apoio

e de muita compreensatildeo por parte de todos que fizeram parte desses dois anos de mestrado

Primeiramente agradeccedilo aos meus pais Irismar e Alber que sempre foram a base de

tudo Deles eu sempre tive apoio incentivo compreensatildeo e a torcida mais fiel que sempre

acredita e acompanha Natildeo existem palavras para expressar minha gratidatildeo Entatildeo meu

sincero muito obrigada Agradeccedilo tambeacutem as minhas irmatildes lindas Danielle e Giselle pelo

companheirismo presenccedila e apoio nos momentos mais difiacuteceis

Agradeccedilo ao Lucas por estar sempre do meu lado me incentivando e acreditando em

mim ateacute mesmo mais do que eu Entramos nessa jornada juntos e estamos nos desafiando e

buscando o nosso melhor sempre Obrigada por desempenhar seu papel de pai tatildeo

maravilhosamente e dessa forma permitir que eu desempenhe meu lado profissional Te

amo

Agradeccedilo ao Prof Dr Rivelino Cavalcante pela compreensatildeo e confianccedila durante esse

trabalho principalmente na reta final Um obrigada especial as suas palavras de incentivo e

acircnimo bem no comecinho do mestrado Elas continuam a ter um grande efeito na minha

forma de encarar os fatos

Agradeccedilo a Teteacute minha sogra mais que especial Vocecirc possibilitou um tempo que eu

natildeo tinha e uma tranquilidade que eu precisava Graccedilas aos seus passeios e vaacuteaacuterios almoccedilos

eu pude escrever e estudar em intervalos preciosos Fica aqui tambeacutem meu agradecimento a

famiacutelia Soares que me recebeu tatildeo bem e com tanto carinho aleacutem da compreensatildeo nos meus

momentos de ausecircncia

Esses momentos de ausecircncia tambeacutem foram frequentes na famiacutelia Fernandes que tanto

escutaram sobre essa dissertaccedilatildeo Obrigada por sempre me apoiarem a natildeo desistir

Agradeccedilo aos queridos integrantes do Laboratoacuterio de Anaacutelise de Contaminantes

Orgacircnicos (LACOr) que de alguma maneira ajudaram na realizaccedilatildeo desse trabalho Agrave Polly e

agrave Marci pelo companheirismo risadas e muito trabalho de equipe dedicado agraves inuacutemeras

bateladas Ao Davi Carlos Felipe Tanara e Tamires pelo apoio e trabalho braccedilal das vaacuterias

colunas de clean-up e titulaccedilotildees Ao Andreacute pela injeccedilatildeo e anaacutelise das amostras durante o seu

doutorado-sanduiche nos EUA A Wersacircngela Allyne e Ligia agradeccedilo pela presenccedila e

conversas descontraidas Muito Obrigada

Agradeccedilo aos teacutecnicos e profissionais dos laboratoacuterios parceiros pela disponibilidade

em ajudar e esclarecer qualquer duacutevida Obrigada agrave Prof Lidriana Pibheiro e agrave Cida do

Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) agrave Profa Oscarina Viana agrave Prof Regine

Vieira e agrave Cris do Laboratoacuterio de Microbiologia Ambiental e do Pescado (LAMAP) e ao Prof

Ronaldo Nascimento e aoVitor do Laboratoacuterio de Anaacutelise de Traccedilos (LAT)

Meus agradecimentos agrave banca examinadora Prof Rivelino Profa Lidriana e ao Prof

Andreacute pelos seus comentaacuterios atenccedilatildeo e disponibilidade para a melhora desse trabalho

A CAPES e ao CNPQ pelo apoio financeiro tatildeo importante nesta jornada pela vida

acadecircmica

RESUMO

A distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo dos HPAs alcanos isoprenoacuteides (pristano e fitano) e biomarcadores do petroacuteleo

(hopanos e esteranos) foram investigados nos sedimentos superficiais e em um perfil

sedimentar no rio Acarauacute que representa a segunda maior bacia do Cearaacute Nos sedimentos

superficiais o somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

com uma meacutedia de 540577 ngg-1

jaacute o

somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios da USEPA variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720

ngg-1

(ACR5) Por sua vez os hopanos variaram de ltLD (ACR3) a 6787 μgg-1 (ACR6)

com destaque para o C29-hopano (NH) e os esteranos apresentaram valores variando de ltLD

a 2327 μgg-1 (ACR4) com destaque para o C28αββ (SR) Para a caracterizaccedilatildeo das fontes

primaacuterias na bacia do Acarauacute foram utilizadas vaacuterias razotildees diagnoacutesticas como sum HPAs (4-6

aneacuteis)sum HPAs16 BaA(BaA +Cri) IP(IP+BghiP) FenAnt FltrPir Per5 aneacuteis CPI (15-

19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit e PrFit De acordo com os indices preferenciais de

carbono a maioria das estaccedilotildees apresentou IPC ~ 1 o que caracteriza possiacutevel fonte de

derivados do petroacuteleo o que foi confirmado pela presenccedila de hopanos e esteranos na maioria

das estaccedilotildees Por outro lado a anaacutelise dos HPAs retornou fontes primaacuterias piroliacuteticas que

podem ser relacionadas com as queimadas na regiatildeo utilizaccedilatildeo de lenha como fonte de

energia e emissotildees veiculares No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o

ecossistema a maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela

agecircncia ambiental canadense com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na

estaccedilatildeo ACR8 os compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos

adversos na biota O registro histoacuterico no estuaacuterio do rio Acarauacute revelou a predominacircncia de

fontes piroliacuteticas em camadas mais profundas provavelmente relacionadas ao incentivo da

utilizaccedilatildeo de lenha como fonte de energia na deacutecada de 70 devido a crise do petroacuteleo Aleacutem

disso a deposiccedilatildeo dos HPAs foi determinada pelo tamanho do gratildeo e o pelo teor de carbono

orgacircnico com provaacutevel relaccedilatildeo com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Palavras-chave Sedimentos HPAs Alcanos Biomarcadores do petroacuteleo

ABSTRACT

Distribution composition sources and factors controlling accumulation and distribution of

PAHs alkanes isoprenoids (pristane and phytane) and oil biomarkers (hopanes and steranes)

were investigated in surface sediments and in a sedimentary profile at Acarauacute river which is

the second largest drainage basin of Cearaacute In surface sediments the sum of the concentration

of the series of C10 -C38 n-alkanes ranged from approximately 3000 ngg-1

-8000 ngg-1

averaging 540577 ngg-1

since the sum of the 16 priority PAHs USEPA ranged from 14143

ngg-1

(ACR3) to 207720 ngg-1

(ACR5) On the other hand the hopanes ranged from ltLOD

(ACR3) to 6787 μgg-1

(ACR6) especially the C29-hopano (NH) and steranes presented

values ranging from ltLOD to 2327 ug g-1

(ACR4) highlighting the C28αββ (S R) For the

characterization of the primary sources in the basin of Acarauacute were used various diagnostic

ratios as Σ PAHs (4-6 rings) Σ HPAs16 BaA (BaA + Cri) IP (IP + BghiP) Phe Ant Fltr

Pir Per 5 rings CPI (15-19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit and PrFit According to the

Carbon Preference Index most stations showed CPI ~ 1 which features possible source of oil

derivatives which was confirmed by the presence of hopanes and steranes at most stations

Moreover analysis of PAH returned pyrolytic primary sources that can be related to the

burning activities in the region as the use of wood for cooking and energy source and vehicle

emissions Regarding the assessment of the potential risk to the ecosystem most stations were

below the lower level (TEL) established by the Canadian Environmental Agency with low

probability of adverse effects to biota Only at ACR8 site the compounds fluorene and

dibenzo(ah)anthracene had possible adverse effects on biota The historical record in the

estuary of the River Acarauacute revealed the predominance of pyrolytic sources in deeper layers

probably related to encouraging the use of wood as an energy source in the seventies due to

the oil crisis Furthermore the deposition of PAHs was determined by the grain size and the

organic carbon content with a probable relationship with the organic matter adsorbed in the

clay minerals

Keywords Sediment PAHs Alkanes Petroleum Biomarkers

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos 17

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano) 18

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos 20

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados 22

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais 23

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados 30

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios estudados 31

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados 32

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz 33

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial e do perfil

sedimentar Error Bookmark not defined

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees 35

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem 36

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos reduzidos a 1

mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG 40

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute 42

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais 46

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar 47

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho 48

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais 51

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio

Acarauacute 57

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio Acarauacute

59

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais 62

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais 63

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18 64

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e esteranos

(sumEster) nos sedimentos superficiais 66

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar 67

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar 68

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho 68

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos superficiais

71

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais 72

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o estuaacuterio

do rio Acarauacute 74

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio

Acarauacute 76

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho 19

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem 34

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM 41

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate 44

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9 e

ACR10 (porcentagem) 46

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho 48

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute 50

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio

Acarauacuteem ngg-1

52

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

53

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

) 54

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

) 55

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo nos

uacuteltimos cinco anos 56

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute 60

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o rio

Acarauacute 60

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho 75

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999) 77

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ace Acenafteno

Ace-d10 Acenafteno ndash Deuterado

Aci Acenaftileno

AFs Aacutecidos Fuacutelvicos

AHs Aacutecidos Huacutemicos

AMM HPAs de alta massa molar

Ant Antraceno

BaA Benzo(a)antraceno

BaP Benza(a)Pireno

BbF Benzo(b)Fluoranteno

BeP Benzo(e)Pireno

BghiP Benzo[ghi]Perileno

BkF Benzo(k)Fluoranteno

BMM HPAs de baixa massa molar

CCME Canadian Council of ministers of the Environment

CO Carbono Orgacircnico

CONAMA Conselho Nacional do meio ambiente

Cri Criseno

Cri-d12 Criseno ndash Deuterado

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DCM Dicloro-metano

DhaA Dibenzo[ah]Antraceno

DP Desvio padratildeo

ERL Effect range- low (Faixa de efeitos- baixa)

ERM Effects range-median (Faixa de efeitos- meacutedia)

Fen Fenantreno

Fen-d10 Fenantreno ndash Deuterado

Fl Fluoreno

Flu Fluoranteno

GC-MS Cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas

HPA Hidrocarboneto policiacuteclico aromaacutetico

IARC Agecircncia Nacional para Pesquisa de Cacircncer

IncdP Indeno[123-cd]Pireno

Koc Constante de particcedilatildeo com carbono

Kow Coeficiente de Particcedilatildeo octanol-aacutegua

KPa Quiilopascal

LD Limite de detecccedilatildeo

LQ Limite de quantificaccedilatildeo

mz Razatildeo massacarga

MO Mateacuteria Orgacircnica

Naf Naftaleno

Naf-d8 Naftaleno ndash deuterado

NOAA National Oceanographic and Atmospheric Administration (Administraccedilatildeo

Nacional Oceanograacutefica e Atmosfeacuterica)

PEL Probable effect level (Niacutevel de efeitos provaacuteveis)

PER Perileno

PER-d10 Perileno ndash deuterado

pH Potencial hidrogeniocircnico

Pir Pireno

POPs Poluentes Orgacircnicos Persistentes

TEL Threshold effect level (Limiar de efeitos)

TOC Carbono orgacircnico total

TR Tempo de retenccedilatildeo

USEPA Agecircncia Norte Americana de Proteccedilatildeo Ambiental

microg Micrograma

Σ16 HPAs Somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios segundo USEPA

Natildeo faz mal que seja pouco o que importa eacute que o avanccedilo de hoje

seja maior que o de ontem Que nossos passos de amanhatilde

sejam mais largos que os de hojerdquo

DAISAKU IKEDA

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA16

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 17

211 n-alcanos 17

212 Isoprenoacuteides 18

213 Biomarcadores 19

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos 21

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos 25

3 OBJETIVOS27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS28

41 Processos metodoloacutegicos 28

42 Aacuterea de Estudo 28

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta 34

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar 35

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos 36

451 Granulometria 36

452 Carbonato de Caacutelcio 36

453 Teor de Carbono Orgacircnico 37

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos 38

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos

aromaacuteticos 39

461 Reagentes e material 39

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental 39

463 Controle de Qualidade 42

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO45

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica 45

511 Sedimentos Superficiais 45

512 Sedimentos do testemunho 46

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 49

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais 49

522 n-alcanos no testemunho sedimentar 53

523 Biomarcadores do petroacuteleo 53

5231 Sedimentos superficiais53

5232 Testemunho 53

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos 54

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais 54

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho 58

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute 60

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas 60

5411 Sedimentos superficiais61

5412 Testemunho 66

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas 69

5421 Sedimentos superficiais69

5422 Testemunho 73

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

do sedimento 74

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais 77

6 CONCLUSAtildeO 78

REFEREcircNCIAS 80

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS HPAS 90

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS BIOMARCADORES 91

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS N-ALCANOS 92

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAS INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute 93

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E ARGILA)

DO TESTEMUNHO 94

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A disponibilidade hiacutedrica desempenha um papel fundamental no

desenvolvimento das aglomeraccedilotildees humanas Com isso o processo de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo ocorre proacuteximo aos cursos drsquoaacutegua fato confirmado historicamente com o

desenvolvimento das grandes civilizaccedilotildees nas mediaccedilotildees dos rios Dessa forma o

desenvolvimento raacutepido das sociedades necessita da compreensatildeo e da avaliaccedilatildeo das

caracteriacutesticas do ambiente em que vivemos

Atualmente sobretudo proacuteximo agrave zona costeira esses ambientes satildeo altamente

explorados e utilizados Segundo Tundisi (2003) a maioria da populaccedilatildeo brasileira estaacute

em bacias costeiras ou estaacute no maacuteximo a 100 km da costa Vale ressaltar que essas aacutereas

litoracircneas foram marco inicial de alguns nuacutecleos urbanos e concentram elevadas

densidades demograacuteficas que acabam atraindo investimentos econocircmicos (ALVES

2008)

Nesse acircmbito eacute possiacutevel perceber o impacto da urbanizaccedilatildeo levando-nos a

reflexatildeo sobre algumas medidas que devem ser tomadas sobretudo no que se refere aos

resiacuteduos gerados em grande ou pequena escala decorrente do aumento da populaccedilatildeo nas

cidades Uma demanda maior de energia e mateacuteria prima eacute necessaacuteria diante desse

crescente aumento populacional Aleacutem disso como resultado temos a poluiccedilatildeo oriunda

de processos industriais que ocasiona uma serie de desequiliacutebrios ambientais e acabam

prejudicando a vida do homem e a sauacutede de inuacutemeros ecossistemas (UNEP 2002

FRONZA 2006)

Os ambientes aquaacuteticos tem funcionado como aacutereas receptoras dos mais

variados tipos de efluentes despejos e derrames Por isso diversos contaminantes

continuamente alcanccedilam os ecossistemas por meio das atividades antroacutepicas e essas

substancias em sua maioria acabam permanecendo acumuladas nos sedimentos

(OCKENDER et al 2003) Entre as diversas substancias contaminantes existentes

destacam-se os poluentes orgacircnicos que compreendem uma classe de substancias cuja

origem se da a partir de fontes difusas e pontuais aportando no meio ambiente pelas

contribuiccedilotildees de processos como a drenagem urbana provocada pelas aacuteguas da chuva

atividades agriacutecolas e por meio de lanccedilamentos de efluentes domeacutesticos e industriais

(BAIRD 2002)

17

Os hidrocarbonetos satildeo componentes abundantes do material orgacircnico nos

sedimentos e uma das maiores classes de compostos orgacircnicos Entre os contaminantes

orgacircnicos os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

(HPAs) tecircm recebido muita atenccedilatildeo ultimamente devido a sua ampla distribuiccedilatildeo nos

sedimentos lacustres e marinhos (LEITE et al2011 DE ABREU-MOTA et al 2014

VENTURINI et al 2015 MACHADO et al2014 WANG et al 2014 KANZARI et

al 2015) Esses contaminantes estatildeo associados com os sedimentos devido a sua baixa

solubilidade em aacutegua e consequente natureza hidrofoacutebica (VOLKMAN et al 1992

GUO et al 2007)

A bacia do rio Acarauacute eacute a segunda maior bacia hidrograacutefica do Cearaacute e vecircm

passando por diversas alteraccedilotildees do ambiente Aumento populacional aumento do

traacutefico de veiacuteculos e atividade de agricultura com o periacutemetro irrigado do Baixo Acarauacute

satildeo alguns dos exemplos dessas mudanccedilas Dessa forma a investigaccedilatildeo das possiacuteveis

fontes de hidrocarbonetos para essa regiatildeo eacute de suma importacircncia Esse eacute o primeiro

estudo que avalia a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a

acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos na regiatildeo Com ele visamos fornecer

dados e subsiacutedios para o monitoramento poliacuteticas puacuteblicas e preservaccedilatildeo deste

importante ecossistema costeiro

16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

A qualidade dos sedimentos pode ser avaliada pelo conteuacutedo dos HA e HPAs

que satildeo as duas maiores classes de compostos encontrados no petroacuteleo Os

hidrocarbonetos nos sedimentos provecircm de diversas fontes e atingem o ambiente

aquaacutetico atraveacutes do escoamento superficial do lanccedilamento de efluentes domeacutesticos e

industriais da drenagem de aacutegua da chuva das atividades de navegaccedilatildeo e dos

afloramentos naturais de petroacuteleo (PAGE et al 1996 READMAN et al 2002

PEREINA-NETTO et al 2004 COLOMBO et al 2007 CAVALCANTE et al

2008) O destino e o transporte dos contaminantes orgacircnicos nos ambientes aquaacuteticos eacute

dependente da particcedilatildeo dos mesmos entre as fases particulada e dissolvida

(MECHLINSKA et al 2009 CHEN WONG e TAM 2011) Os componentes

hidrofiacutelicos acumulam-se predominantemente na fase aquosa e satildeo consequentemente

transportados na fraccedilatildeo moacutevel Por outro lado os contaminantes mais hidrofoacutebicos

tendem a acumular-se na fase soacutelida por interaccedilotildees de sorccedilatildeo com as superfiacutecies do

material particulado (KOWALSKA GULER E COCKE 1994 TREMBLAY et al

2005) O material particulado eacute entatildeo depositado de acordo com as condiccedilotildees

hidroloacutegicas e sedimentoloacutegicas e eacute transferido para o sedimento associado aos

compostos hidrofoacutebicos tornando-os parte da fraccedilatildeo imoacutevel Dessa forma eles podem

ser encontrados em altas concentraccedilotildees em sedimentos contaminados (KARICKHOFF

BROWN E SCOTT 1979) Qualquer distuacuterbio nos sedimentos contaminados pode

remobilizar os contaminantes para a coluna daacutegua aumentando sua biodisponibilidade

e assim os riscos para sauacutede da biota (READMAN et al 2002 GROSSI et al 2002)

Vaacuterios trabalhos tecircm utilizado os sedimentos superficiais para avaliar a

qualidade do ambiente aquaacutetico em relaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo de hidrocarbonetos e na

identificaccedilatildeo de fontes desses contaminantes (READMAN et al 2002 MAI et al

2002 SAHA et al 2009 FERNANDES 2013 OLIVEIRA 2016) Aleacutem dessa

ferramenta os hidrocarbonetos em testemunhos sedimentares podem ser utilizados na

reconstruccedilatildeo do registro histoacuterico das entradas desses contaminantes em estudos de

impacto ambiental mostrando a mudanccedila no uso dos hidrocarbonetos ao longo do

tempo (MACHADO et al 2014 CAVALVANTE et al 2008

BOONYATUMANOND et al 2007 LORGEOUX et al 2016)

17

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

Os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) correspondem a uma importante fraccedilatildeo dos

lipiacutedios e compreendem uma vasta classe de compostos orgacircnicos Entre essas classes

de compostos estatildeo os n-alcanos os isoprenoacuteides os terpanos e os esteranos entre

muitos outros

As fontes desses compostos podem ser tanto naturais atraveacutes da fotossiacutentese por

organismos marinhos e terrestres sendo as principais fontes biogecircnicas representadas

pelas plantas terrestres o fitoplacircncton e as bacteacuterias (VOLKMAN et al 1992 ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996) quanto antropogecircnicas provenientes do escoamento

superficial deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e entrada por processos industriais (ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996)

211 n-alcanos

Os n-alcanos satildeo compostos orgacircnicos de cadeia aberta formados por carbono e

hidrogecircnio que formam uma seacuterie homologa sem ramificaccedilotildees onde cada membro

difere do anterior por um grupo CH2

1198673119862 minus (1198621198672)5 minus 1198621198673

119862711986716

Fonte Elaborado pela autora

Os n-alcanos com cadeias de tamanho C15 ndash C35 estatildeo presentes em quase todos

sedimentos (VOLKMAN et al 1992) As fontes de n-alcanos podem ser os

fitoplanctons (VOLKMAN et al 1992) as plantas superiores (EGLINTON E

HAMILTON 1967) um afloramento natural de petroacuteleo derramamentos acidentais e

escoamento superficial O fitoplacircncton sintetiza prioritariamente n-alcanos de cadeias

mais curtas com nuacutemero iacutempar de carbonos (n-C15 a n-C21) Alguns compostos de

cadeias mais longas independente do nuacutemero de aacutetomos de carbono ser iacutempar ou par

satildeo sintetizados por diversos organismos marinhos poreacutem em menores quantidades que

a fonte fitoplanctocircnica (VOLKMAN et al 1992) Por outro lado as plantas superiores

terrestres como os mangues produzem n-alcanos de cadeias longas (C25-C35) como

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos

18

principal componente das suas ceras cuticulares com uma preferecircncia de produccedilatildeo de

n-alcanos com um nuacutemero iacutempar de carbonos em relaccedilatildeo ao nuacutemero par (EGLINTON

E HAMILTON 1967)

Os n-alcanos de origem petrogecircnica podem ser derivados do petroacuteleo bruto ou

de seus derivados Na composiccedilatildeo destes produtos podem existir n-alcanos com 1 a 40

aacutetomos de carbono ocorrendo a ausecircncia da predominacircncia de cadeias com um nuacutemero

par ou impar de carbonos (VOLKMAN et al 1992 SIMONEIT 1991)

212 Isoprenoacuteides

Os alcanos isoprenoacuteides satildeo HA de cadeia ramificada com estrutura derivada do

isopreno um dos blocos constituinte das estruturas baacutesicas da natureza

Os isoprenoacuteides mais utilizados para estudos ambientais de contaminaccedilatildeo satildeo

representados pelo pristano (261014-tetrametilpentadecano) e fitano (261014-

tetrametilhexadecano) que satildeo produtos da alteraccedilatildeo geoloacutegica do fitol e natildeo satildeo

constituintes primaacuterios da maioria da biota terrestre (Figura 2) (GUO et al 2007

HARJI et al 2008) Eles satildeo comumente considerados como bons indicadores de

contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (VOLKMAN et al 1992 READMAN et al 2002) Como

regra geral valores altos da razatildeo PristanoFitano indicam fonte biogecircnica sob

condiccedilotildees oxidantes (BETCHEL et al 2007)

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano)

Fonte PETERS E MOLDOWAN 1993

Alguns autores tambeacutem utilizam a relaccedilatildeo entre os isoprenoacuteides para obter

informaccedilotildees a respeito do ambiente deposicional da mateacuteria orgacircnica geradora do

petroacuteleo (READMAN et al 2002 TOLOSA et al 2009) As fontes biogecircnicas desses

compostos satildeo importantes jaacute que eles derivam do fitol tanto sob condiccedilotildees redutoras

19

(fitano) quanto oxidantes (pristano) Risatti e colaboradores (1984) estabeleceram que o

fitano eacute sintetizado pelas bacteacuterias metanogecircnicas presentes em condiccedilotildees anoacutexicas

213 Biomarcadores

Durante os processos de maturaccedilatildeo geoloacutegica das rochas-geradoras de petroacuteleo e

do petroacuteleo bruto a mateacuteria orgacircnica originalmente proveniente de plantas e animais eacute

transformada diageneacutetica e catagenicamente durante milhotildees de anos

Para o entendimento do grau de maturaccedilatildeo teacutermica bem como dos processos de

migraccedilatildeo do oacuteleo e para a correlaccedilatildeo oacuteleo-oacuteleo e oacuteleo-rocha geradora os indicadores

geoquiacutemicos moleculares ou biomarcadores satildeo largamente utilizados Na avaliaccedilatildeo de

amostras ambientais os biomarcadores satildeo utilizados para o diagnoacutestico da presenccedila de

petroacuteleo e possiacutevel identificaccedilatildeo do tipo de petroacuteleo na contaminaccedilatildeo

Os biomarcadores satildeo correspondentes aos compostos esteranos e triterpanos

Os esteranos satildeo compostos derivados dos esteroacuteis presente na maioria dos organismos

vivos Os esteroacuteis sofrem modificaccedilotildees na sua estrutura durante o processo de

maturaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica dando origem aos esteranos Entre os triterpanos (tri-

tetra- e pentaciacuteclicos) foram estudados os triterpanos pentaciacuteclicos mais conhecidos

como hopanos Os hopanos satildeo foacutesseis moleculares dos hopanoacuteides das bacteacuterias que

desempenham o mesmo papel de tornar a membrana celular mais fluida que os esteroacuteis

nas ceacutelulas eucarioacuteticas (PRINCE et al 1994) Diante do grande espectro desses

compostos presentes no petroacuteleo somente os principais foram estudados nesse trabalho

(Tabela 1e Figura 3)

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho

Abrev Nome Estrutura Foacutermula

Hopanoacuteides

Tm 17α(H)-222930 - trisnorhopano II C27H46

NH 17α(H)21β(H)-30-norhopano III C29H50

H 17α(H)21β(H) - hopano I C30H52

HH(R) 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano IV n = 1 C31H54

HH(S) 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano IV n = 1 C31H54

Esteranos

C27ααα (SR) 5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C27αββ (SR) 5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C28αββ (SR) 24-metil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Me C28H50

C29ααα (SR) 24-etil-5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

C29αββ (SR) 24-etil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

Fonte Elaborada pela autora Estrutura refere-se a estrutura quiacutemica dos compostos

apresentada na Figura 3

20

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos

Fonte Adaptado de AEPLI et al 2014

Vaacuterios estudos comprovaram que os hopanos e os esteranos satildeo muito

resistentes a degradaccedilatildeo no meio ambiente e podem ser usados com marcadores

moleculares para traccedilar e caracterizar a contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (ROGGE et al1993

PRINCE et al 1994 WANG FINGAS E PAGE 1999a AEPLI et al 2014) Devido

aos seus altos pontos de ebuliccedilatildeo eles natildeo estatildeo presentes nos combustiacuteveis gasolina e

diesel mas satildeo encontrados nos oacuteleos lubrificantes asfaltos e resiacuteduos pesados do

petroacuteleo (SAHA et al 2009) Portanto baseado na anaacutelise das concentraccedilotildees dos

biomarcadores e no perfil de distribuiccedilatildeo dos mesmos eacute possiacutevel validar a presenccedila e o

tipo de fonte petrogecircnica nos sedimentos

30-norhopanos (NH)

5α(H)-esteranos

homohopanos (HH)

17α(H)21β(H) - hopano (H) 17α(H)-222930 - trisnorhopano (Tm)

21

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs) satildeo uma classe de

contaminantes orgacircnicos que contem dois ou mais aneacuteis benzecircnicos fundidos e que

podem ser toacutexicos a biota em elevadas concentraccedilotildees Alguns podem conter estruturas

dos aneacuteis com menos do que 6 aacutetomos de carbono (pe acenaftileno acenafteno e

fluoreno) (Figura 5) Em outros um aacutetomo de carbono do anel de benzeno pode ser

substituiacutedo por um nitrogecircnio enxofre ou oxigecircnio resultando na formaccedilatildeo de

compostos aromaacuteticos heterociacuteclicos (pe dibenzotiofeno) (Figura 5) Aleacutem disso

aacutetomos de hidrogecircnio nos HPAs parentais podem ser substituiacutedos por grupos alquil (pe

2-metilnaftaleno) (Figura 4) Os HPAS com menos de 4 aneacuteis satildeo chamados de HPAS

de baixo peso molecular (BPM) enquanto que os que possuem 4 aneacuteis ou mais satildeo

chamados de HPAs de alto peso molecular (APM)

Os HPAs satildeo contaminantes orgacircnicos presentes desde ambientes com intensa

atividade humana ateacute ambientes isolados (PEREIRA NETTO et al 2002 MAI et al

2002 TOLOSA et al2009 MARTINS et al 2012 MEIRE et al2008) As fontes e o

destino dos HPAs no meio ambiente tem sido objeto de estudos extensivos devido as

propriedades mutagecircnicas eou carcinogecircnicas de alguns dos seus isocircmeros (pe

benzo(a)pireno e dibenzo(ah)antraceno) portanto as concentraccedilotildees e fontes destes

compostos tecircm sido monitoradas constantemente

22

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados

Fonte Elaborada pela autora

23

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais

Fonte Elaborada pela autora

Alguns HPAs satildeo formados atraveacutes da combustatildeo incompleta de compostos

orgacircnicos e subsequumlente recombinaccedilatildeo com outras partiacuteculas orgacircnicas constituindo

uma fonte piroliacutetica destes compostos (LIMA FARRINGTON E REDDY 2005) Esses

HPAs podem ser introduzidos naturalmente no ambiente atraveacutes de queimadas de

florestas pastagens e atividades vulcacircnicas (MASCLET et al 1995) Fontes

antropogecircnicas de HPAs piroliacuteticos podem ser a incineraccedilatildeo de lixo e madeira

emissotildees veiculares e preparaccedilatildeo da terra para a agricultura (ROGGE et al 1993

KALILI et al 1995 RAVINDRA SOKHI E GRIEKEN 2008 SILVA et al 2010

DE ANDRADE et al 2010) Outra fonte de HPAs eacute a descarga de material relacionado

24

ao petroacuteleo que caracterizam fontes petrogecircnicas como descargas e derramamentos de

petroacuteleo lanccedilamentos de esgotos urbanos e industriais e escoamento superficial das

aacutereas adjacentes aos corpos daacutegua (WANG FINGAS E PAGE 1999) Uma terceira

fonte de HPAs seria por processos bioloacutegicos ou nos estaacutegios iniciais da diagecircnese dos

sedimentos (VENKATESAN 1988)

A principal forma de relacionar as concentraccedilotildees dos HPAs agraves fontes emitidas eacute

atraveacutes das razotildees diagnoacutestico especiacutefica para cada fonte Essas razotildees satildeo baseadas nas

concentraccedilotildees de HPAs selecionados que de alguma forma caracterizam as diferentes

fontes A utilizaccedilatildeo dessa razotildees para a determinaccedilatildeo de fontes nos sedimentos requer o

entendimento da estabilidade termodinacircmica relativa dos HPAs selecionados Para os

HPAs parentais na combustatildeo ocorre o aumento da concentraccedilatildeo do isocircmero menos

estaacutevel termodinamicamente em detrimento do mais estaacutevel (YUNKER et al 2002)

Aleacutem disso cada fonte tem uma emissatildeo especiacutefica de HPAs o que permite uma

correlaccedilatildeo (ROGGE et al 1993 KALILI et al 1995)Os compostos alquilados estatildeo

presentes em concentraccedilotildees elevadas no petroacuteleo e seus derivados e relativamente

pequena ou ateacute mesmo ausentes nas emissotildees derivadas da combustatildeo (queimadas

caldeiras termoeleacutetricas veiacuteculos automotores etc) Os HPAs alquilados satildeo

termodinamicamente mais instaacuteveis do que os correspondentes HPAs parentais e

portanto a razatildeo dos HPAs alquilados em relaccedilatildeo aos HPAs parentais tem sido usado

para diferenciar os HPAs (SAHA et al 2009)

Eacute interessante observar que uma certa dificuldade na identificaccedilatildeo da origem dos

HPAs em amostras sedimentares eacute frequente devido em geral agrave presenccedila de vaacuterias

fontes de contaminantes e de diversos processos de transformaccedilatildeo dos compostos no

sedimento e antes disto no proacuteprio transporte ao longo da coluna daacutegua

Entre os HPAs os 16 compostos listados pela Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

Norte-Americana e os seus homoacutelogos alquilados possibilitam diagnosticar com maior

facilidade a origem da contaminaccedilatildeo por hidrocarbonetos que pode ser piroliacutetica

(oriunda da combustatildeo incompleta de combustiacuteveis e biomassa) ou petrogecircnica

(SOCLO et al2000 NEFF et al 2005 PEREacuteZ-FERNANDEZ et al 2015 ) Esses 16

compostos foram escolhidos para essa lista de prioridade porque (1) eles reuacutenem o

maior nuacutemero de informaccedilotildees sobre sua estrutura efeitos toxicoloacutegicos e fontes

emissoras (2) eles satildeo suspeitos de causar maiores danos do que outros e exibem

efeitos que satildeo representativos da classe de HPAs como um todo (3) existe uma maior

25

chance de exposiccedilatildeo a esses HPAs do que aos outros e (4) de todos os HPAs

analisados estes exibem as maiores concentraccedilotildees (RAVINDRA et al 2008)

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos

Segundo Irwin e colaboradores (1997) os alcanos como um grupo tem

toxicidade aquaacutetica baixa a moderada Esse mesmo estudo mostra que a toxicidade dos

alcanos estudados decresceu na seguinte ordem decano octano hexano e pentanoEsse

mesmo resultado foi encontrado pelo Bureau of Reclamation (2002) Dessa forma

podemos inferir que a toxicidade dos alcanos tende a aumentar com o aumento do

tamanho da moleacutecula (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)

Por outro lado os HPAs satildeo de interesse ecotoxicoloacutegico no que diz respeito aos

impactos a curto prazo na coluna daacutegua e aos efeitos de curto e longo prazo para os

animais bentocircnicos (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)Vaacuterios fatores

influenciam na toxicidade dos HPAs entre eles as espeacutecies afetadas a via de exposiccedilatildeo

e a estrutura molecular do HPA (CCME 1999) Em geral os HPAs de baixo peso

molecular satildeo considerados agudamente toacutexicos e natildeo-carcinogecircnicos para os

organismos aquaacuteticos enquanto que os HPAs de alto peso molecular natildeo satildeo

agudamente toacutexicos aos organismos aquaacuteticos mas alguns deles satildeo carcinogecircnicos

(CCME 1999) Os HPAs de baixo peso molecular apresentam maior toxicidade aguda

em relaccedilatildeo aos HPAs de alto peso molecular devido a sua maior solubilidade em aacutegua

A mortalidade eacute o efeito mais comum em bioensaios com sedimentos coletados in situ e

sedimentos fortificados em laboratoacuterios decorrente de toxicidade aguda (CCME 1999)

Os organismos bentocircnicos satildeo expostos aos HPAs por vaacuterias vias de exposiccedilatildeo

incluindo exposiccedilatildeo aos HPAs no material particulado e dissolvido nas aacuteguas

intersticiais e coluna daacutegua assim como aos HPAs adsorvidos no sedimento atraveacutes do

contato na superfiacutecie e ingestatildeo de partiacuteculas Portanto os sedimentos representam a via

de exposiccedilatildeo mais importante para muitos invertebrados bentocircnicos (CCME 1999) Os

dados sobre as concentraccedilotildees de HPAs nos sedimentos fornecem importantes

informaccedilotildees para a avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do sedimento no entanto tais medidas

natildeo necessariamente refletem a fraccedilatildeo biodisponiacutevel dessas substacircncias Os HPAs

individuais e os diferentes tipos de sedimento vatildeo resultar em diferentes

biodisponibilidades (DeWITT et al 1992)

26

Segundo a CCME (1999) a avaliaccedilatildeo da porcentagem de efeitos observados

para as concentraccedilotildees de HPAs define trecircs classes as concentraccedilotildees que estatildeo abaixo

do TEL (niacutevel limite de efeito) que satildeo raramente associadas com efeitos bioloacutegicos

adversos as concentraccedilotildees entre o TEL e o PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) que satildeo

ocasionalmente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos e as concentraccedilotildees acima do

PEL que satildeo frequentemente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos

27

3 OBJETIVOS

Os principais objetivos desse trabalho satildeo avaliar a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo

as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos ao

longo do curso do rio Acarauacute e analisar o registro histoacuterico das atividades

antropogecircnicas no estuaacuterio usando hidrocarbonetos de petroacuteleo como marcadores

moleculares orgacircnicos Para tal seratildeo necessaacuterios os seguintes objetivos especiacuteficos

1) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos alifaacuteticos em sedimento

superficial e testemunho

2) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos em

sedimento superficial e testemunho

3) Determinaccedilatildeo da classe de biomarcadores de petroacuteleo em sedimento

superficial e testemunho

4) Diagnoacutestico das fontes de hidrocarbonetos no ambiente atraveacutes de razotildees

diagnoacutestico

5) Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos

sedimentos superficiais

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Processos metodoloacutegicos

As atividades desenvolvidas para a caracterizaccedilatildeo da atividade antroacutepica na

bacia do rio Acarauacute foram divididas em laboratoacuterio levantamento bibliograacutefico e

anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados

As atividades de laboratoacuterio foram realizadas no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de

Contaminantes Orgacircnicos (LACOr) Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) e

Laboratoacuterio de Microbiologia do Pescado e Ambiental (LAMAP) os quais satildeo todos

vinculados ao Instituto de Ciecircncias do Mar (LABOMAR) e no Laboratoacuterio de Anaacutelise

de Traccedilos (LAT) na Universidade Federal do Cearaacute e no Laboratoacuterio de Geoquiacutemica e

Quiacutemica Marinha vinculado aoWoods Hole Oceanographic Institution EUA

42 Aacuterea de Estudo

A aacuterea de estudo estaacute localizada no litoral oeste do estado do Cearaacute O bacia do

rio Acarauacute ocupa uma aacuterea equivalente a 1444249km2

(IPECE2014) compreendendo

cerca de 10 do Cearaacute e tem como curso daacutegua principal o rio Acarauacute (EMBRAPA

2005)

Existem vaacuterios outros cursos drsquoaacutegua que o interceptam nos seus 352 km de

extensatildeo que vatildeo desde as nascentes do rio Acarauacute ateacute a sua desembocadura no

municiacutepio de Acarauacute Dessa forma vaacuterias sub-bacias satildeo facilmente delimitadas com

ecircnfase maior para as formadas pelos afluentes da margem direita com destaque para as

sub-bacias dos rios Groaiacuteras Macacos Jacurutu e Madeira Pela margem esquerda o rio

Jaibaras destaca-se pela sua delimitaccedilatildeo espacial

O vale do rio Acarauacute eacute delimitado por 30 municiacutepios (IPECE 2014) No

entanto a aacuterea de estudo abrange a aacuterea a partir do accedilude de Araras no municiacutepio de

Varjota ateacute a foz do rio no municiacutepio de Acarauacute perpassando os 12 municiacutepios a

seguir Acarauacute Bela Cruz Carireacute Cruz Forquilha Groaiacuteras Marco Morrinhos

Massapecirc Santana do Acarauacute Sobral e Varjota

A maior parte da Bacia do Acarauacute tem o seu regime de chuvas caracterizado

pela concentraccedilatildeo das precipitaccedilotildees em poucos meses o que torna a estaccedilatildeo chuvosa

bem definida Isso acontece porque as variaccedilotildees das chuvas durante as estaccedilotildees no setor

29

norte do Nordeste brasileiro parecem estar intimamente ligadas agraves movimentaccedilotildees de

latitude da Zona de Convergecircncia Intertropical (ZCIT) sobre o Atlacircntico sendo a

posiccedilatildeo mais ao sul da ZCIT coincidente com a estaccedilatildeo chuvosa durante os meses de

marccedilo a abril (COGERH 2010)

Aleacutem disso a Bacia do Acarauacute recebe em alguns anos chuvas de junho a

agosto ocasionadas por um sistema atmosfeacuterico denominado Ondas de Leste

(COGERH 2010) Aleacutem desse comportamento sazonal as precipitaccedilotildees diferenciam-se

ao longo da Bacia do rio Acarauacute Uma alta incidecircncia de chuvas eacute observada na regiatildeo

leste e na faixa litoracircnea sendo a regiatildeo sul caracterizada por uma pluviometria bem

deficiente

A temperatura meacutedia mensal eacute de 25 a 28ordmC e as temperaturas miacutenimas anuais

ocorrendo entre 20 e 24ordmC Jaacute as temperaturas maacuteximas anuais satildeo da ordem de 30 a

36ordmC onde as mais elevadas se datildeo no final do segundo semestre e nas regiotildees mais

secas (SILVA 2003)

Um estudo feito pela COGERH (2010) mostrou que as seacuteries de vazatildeo para o rio

Acarauacute podem ser caracterizadas por vazotildees bastante elevadas entre os meses de marccedilo

e maio de cada ano com o desaparecimento parcial ou total do escoamento superficial

entre junho e dezembro decorrente da estiagem Por fim em janeiro e fevereiro com o

iniacutecio das precipitaccedilotildees na regiatildeo ocorre uma pequena recuperaccedilatildeo das vazotildees

(COGERH 2010)

Analisando a populaccedilatildeo absoluta desses locais (Figura 6) vemos que a

populaccedilatildeo cresceu em torno de 70 de 1970 ateacute 2010 (IBGEa 2010) Segundo o censo

do IBGE de 2010 a populaccedilatildeo cresceu de uma cota de 276964 hab em 1970 para

507463hab em 2015 (estimada) Eacute interessante observar que o municiacutepio de Sobral

apresenta a maior populaccedilatildeo na bacia com 201756 em 2015 (estimada) seguido pelo

municiacutepio de Acarauacute com 61210 hab (IBGEb 2015)Em relaccedilatildeo ao maior crescimento

populacional a populaccedilatildeo do municiacutepio de Marco cresceu 110 em relaccedilatildeo a 1970

passando de 12631 hab (1970) para 26484 hab (2015) seguido por Sobral com um

aumento de 97 que passou de 102197hab em 1970 para 201756 em 2015(IBGEa

2010 IBGEb 2015)

30

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

Aleacutem disso a taxa de urbanizaccedilatildeo aumentou nesses municiacutepios (Figura 7) Por

exemplo os municiacutepios de Groairas Carireacute e Acarauacute tiveram o maior crescimento da

populaccedilatildeo na aacuterea urbana com valores de 44 3527 e 3446 respectivamente

(IBGEa 2010) Destaque tambeacutem para Sobral um dos trecircs poacutelos econocircmicos mais

importantes do Cearaacute com uma taxa de urbanizaccedilatildeo de aproximadamente 90

No referente a infra-estrutura da regiatildeo primeiro temos o saneamento Segundo

o IPECEa (2014) a meacutedia da taxa de cobertura da rede de abastecimento de aacutegua na

aacuterea urbana foi de 9727 em 2013 variando de 8564 em Cruz a 9993 em

Groaiacuteras Na aacuterea rural em meacutedia 4169 dos domiciacutelios eacute abastecido com aacutegua

variando de 893 em Santana do Acarauacute a 8190 em Marco Por outro lado a rede

de esgotamento sanitaacuterio natildeo atende a todos os municiacutepios Dos 12 municiacutepios

estudados na aacuterea urbana 7 natildeo dispotildeem de nenhum tipo de rede de esgoto A meacutedia da

taxa de cobertura para os 5 municiacutepios restantes foi de 4912 com destaque para

Sobral com 70 de cobertura (IPECEa 2014) Na aacuterea rural a situaccedilatildeo eacute ainda mais

alarmante Somente 4 municiacutepios possuem rede de esgoto com apenas 337 dos

domiciacutelios atendidos (IPECEa 2014)

0

30000

60000

90000

120000

150000

180000

210000P

op

ula

ccedilatildeo

(h

ab)

1970

1980

1991

2000

2010

2015

31

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios

estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

A Bacia do Acarauacute possui trecircs variedades de transportes rodoviaacuterio ferroviaacuterio

e aeacutereo O transporte hidroviaacuterio possui pequena expressatildeo e restringe-se a regiatildeo

litoracircnea O transporte ferroviaacuterio refere-se ao trecho da REFESA (Rede Ferroviaacuteria

Federal) que liga Fortaleza a Sobral (COGERH 2010) (Figura 10) Em relaccedilatildeo ao

transporte rodoviaacuterio as rodovias federais e estaduais prevalecem sendo esta a

principal forma de transporte entre os diversos municiacutepios da bacia (COGERH 2010)

(Figura 10) No que diz respeito aos tipos da frota veicular os veiacuteculos movidos a

gasolina prevalecem em todos municiacutepios estudados Nos uacuteltimos anos houve um

aumento na frota que funciona com flexibilidade no tipo de combustiacutevel (veiacuteculos

flex) utilizando uma mistura de aacutelcool e gasolina Em 2014 haviam 26404 veiacuteculos

flex comparados a 6355 veiacuteculos registrados desse tipo em 2009 (IPECE 2013

IPECEb2014) Outro aumento significativo pode ser observado na frota total dos 12

municiacutepios que em 2009 contabilizava 79285 veiacuteculos e aumentou para um contingente

de 145246 em 2014 totalizando um aumento de aproximadamente 83 nos uacuteltimos 6

anos (IPECE 2013 IPECEb 2014)(Figura 8)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Taxa

de

Urb

aniz

accedilatildeo

(

)

1970

1980

1991

2000

2010

32

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em (IPECE 2013 IPECEb 2014)

A regiatildeo estuarina do rio Acarauacute se estende da ponte no municiacutepio de Cruz ateacute a

foz do rio Acarauacute (ALVES 2010) Nessa regiatildeo o processo de uso e ocupaccedilatildeo do solo

ocorre mediante da atuaccedilatildeo do Estado dos empresaacuterios industriais e comerciais dos

pequenos e grandes proprietaacuterios agriacutecolas das comunidades de pescadores e dos

carcinicultores ALVES 2010) Das atividades econocircmicas desenvolvidas na regiatildeo

destacam-se pesca maricultura turismo e lazer navegaccedilatildeo

agroextrativismocagricultura induacutestria e agroinduacutestria (NASCIMENTO et al 2008)

A agricultura eacute o centro da economia No entanto na zona litoracircnea observa-se a

presenccedila de aacuterea irrigaacuteveis como o Periacutemetro Irrigado do Baixo Acarauacute devido as

precipitaccedilotildees mais elevadas ocorrendo nesses locais o cultivo de arroz feijatildeo cana-de-

accediluacutecar milho mandioca caju e banana (SUCUPIRA 2006) No entanto nos sertotildees

predominam as culturas de subsistecircncia e algodatildeo devido aos baixos iacutendices

pluviomeacutetricos (SUCUPIRA 2006) A pesca artesanal e industrial tambeacutem desempenha

um papel forte na economia principalmente nos municiacutepios costeiros Cruz e Acarauacute

(SUCUPIRA 2006)

Uma praacutetica agriacutecola largamente disseminada na aacuterea do estudo eacute a queimada

Esta eacute utilizada para a limpeza dos terrenos e resulta em alteraccedilotildees nas propriedades

fiacutesico-quiacutemicas e bioloacutegicas dos solos deixando-os expostos agrave accedilatildeo dos agentes

erosivos aleacutem de afetarem significativamente a flora e fauna da regiatildeo (COGERH

2010)

0

40000

80000

120000

160000

Fro

ta V

eic

ula

r

2009

2010

2011

2012

2013

2014

33

O desmatamento eacute outra praacutetica comum na regiatildeo aleacutem do preparo do solo para

o plantio outra finalidade eacute a extraccedilatildeo da lenha para fabricaccedilatildeo de carvatildeo que seraacute

usada em larga escala como combustiacutevel por padarias e ceracircmicas da regiatildeo (COGERH

2010)

Por sua vez a pecuaacuteria extensiva provoca a compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio

excessivo o desmatamento de aacutereas extensas para formaccedilatildeo de pastos aleacutem de ser

frequumlente o uso de queimadas nesta atividade visando o controle de ervas daninhas

prejudiciais ao gado

Outra atividade econocircmica na regiatildeo eacute a mineraccedilatildeo Esta eacute feita praticamente de

forma artesanal uma vez que a populaccedilatildeo de baixa renda durante o periacuteodo de seca cava

enormes buracos para extrair material argiloso a fim de produzir telhas e tijolos nas

olarias estabelecidas nas margens dos rios (ALVES 2010 COGERH 2010) (Figura 9)

Essa praacutetica degrada o ambiente de diversas formas erradica a mata ciliar dos cursos

daacutegua remove a camada feacutertil dos solos e propicia o desencandeamento de processos

erosivos Satildeo constatadas naaacuterea do estudo degradaccedilotildees impostas pela lavra de argila

nos municiacutepios de Sobral Groaiacuteras eCarireacute perfazendo ao todo seis empresas em

operaccedilatildeo (COGERH 2010)

Outra atividade de mineraccedilatildeo que traz impactos eacute a exploraccedilatildeo de calcaacuterio

encontrada nos municiacutepios de Sobral e Forquilha que por sua vez aleacutemdos

desmatamentos necessaacuterios do uso de explosivos e da produccedilatildeo em larga escala

dematerial particulado contribui para a poluiccedilatildeo e assoreamento de cursos drsquoaacutegua

(COGERH 2010) Aleacutem dissoquando o objetivo eacute a produccedilatildeo de cal ocorre a queima

de lenha em fornalhas (caieiras) primitivas

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz

Fonte ALVES 2010

34

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta

As amostragens dos sedimentos foram feitas em Marccedilo de 2014 Para a

caracterizaccedilatildeo ao longo do curso do rio foram coletados 10 amostras de sedimento

superficial com a primeira amostra coletada logo depois do accedilude Araras e a uacuteltima

amostra coletada na foz do estuaacuterio do rio Acarauacute (Figura 10) Nesse uacuteltimo ponto

foram coletados dois testemunhos objetivando uma caracterizaccedilatildeo do ambiente

estuarino As localizaccedilotildees dos pontos amostrados encontram-se na Tabela 2

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem

Pontos Identificaccedilatildeo dos pontos Coordenadas

Latitude Longitude

ACR 1 Apoacutes o accedilude Araras 04deg122711S 40deg27012O

ACR 2 No municiacutepio de Carireacute 03deg56289 S 40deg25092 O

ACR 3 Antes do municiacutepio de Sobral 03deg44569 S 40deg22284 O

ACR 4 Depois do municiacutepio de Sobral 03deg39547 S 40deg19431 O

ACR 5 Antes de Santana do Acarauacute 03deg32044 S 40deg15051 O

ACR 6 Distrito de Sapoacute (depois do centro de Santana do

Acarauacute) 03deg22323 S 40deg09441 O

ACR 7 Municiacutepio de Morrinhos 03deg15262 S 40deg08225 O

ACR 8 Municiacutepio de Marco 03deg07161 S 40deg07515 O

ACR 9 Antes do municiacutepio de Cruz 02deg56209 S 40deg10160 O

ACR 10 Municiacutepio de Acarauacute (foz) 02deg52211 S 40deg074556 O

Testemunho Foz do estuaacuterio do rio Acarauacute 02deg52211 S 40deg0737 O

Fonte Elaborado pela autora

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial

e do perfil sedimentar

Fonte Elaborado pela autora

35

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar

As amostras superficiais (0-2 cm) foram coletadas com paacute de alumiacutenio e

acondicionadas em marmitas previamente limpas com acetona Todas foram

adequadamente etiquetadas e mantidas refrigeradas ateacute a chegada no laboratoacuterio Ao

chegar no laboratoacuterio a fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de hidrocarbonetos foi

guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas de alumiacutenio na

geladeira

Os perfis sedimentares foram coletados a partir da inserccedilatildeo do cano de alumiacutenio

na margem do rio de forma manual Em seguida os canosforam etiquetados e levados

ao laboratoacuterio No laboratoacuterio os canos de alumiacutenio foram abertos com o auxilio de

uma maquita fotografados e seccionados de 5 em 5 cm totalizando 12 sub-amostras

em um comprimento de 60 cm (Figura 11) A fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de

hidrocarbonetos foi guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas na

geladeira

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees

Fonte Elaborado pela autora

36

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos

As secccedilotildees do testemunho sedimentar e as amostras superficiais foram

submetidas a anaacutelises de propriedades do sedimento granulometria teor de carbonato

de caacutelcio e anaacutelise de propriedades da mateacuteria orgacircnica teor de carbono orgacircnico

hidrocarbonetos e aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos

451 Granulometria

Para a anaacutelise granulomeacutetrica foram pesadas 100g ou 50g de sedimento

dependendo da disponibilidade de amostra com o uso de uma balanccedila digital As

amostras foram submetidas asanaacutelises sedimentoloacutegicas tais como peneiramento a

uacutemido para separar a fraccedilatildeo areia (gt0062 mm) das fraccedilotildees silteargila (lt0062 mm) e

pipetagemA fraccedilatildeo areia passou pelo processo de peneiramento a seco em intervalos de

meio fi Cada fraccedilatildeo dos intervalos foi pesada depois de seca Para a pipetagem foi

utilizada a fraccedilatildeo silteargila suspensa em aacutegua na proveta com retirada de aliacutequotas de

20 ml em determinados intervalos de tempo baseado na metodologia descrita por

Suguio (1973) (Figura 12)As amostras foram classificadas granulometricamente no

programa ANASEDreg

de acordo com a classificaccedilatildeo proposta por Sheppard e

Larssoneur (LIMA et al 2001)

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem

Fonte Elaborado pela autora

452 Carbonato de Caacutelcio

Para a quantificaccedilatildeo dos teores de carbonato de caacutelcio utilizou-se o meacutetodo do

calciacutemetro de Bernard modificado (LAMAS et al 2005) atraveacutes do ataque das

amostras com aacutecido cloriacutedrico (HCl) diluiacutedo em 10 em um sistema de vasos

comunicantes de acordo com a reaccedilatildeo

37

1198621198861198621198743 + 2 119867119862119897 rarr + 1198621198742(119892119886119904) + 1198672119874

Dessa forma o teor de CaCO3 eacute medido indiretamente atraveacutes do volume de

aacutegua deslocado pelo CO2 (resultante da reaccedilatildeo com o HCl) no vaso comunicante

453 Teor de Carbono Orgacircnico

O meacutetodo utilizado foi o de Walkley-Black modificado (CAMARGO et al

2009) O princiacutepio deste meacutetodo consiste na oxidaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica porum agente

oxidante forte constituiacutedo por uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio 1N (K2Cr2O7) na

presenccedila de aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) concentrado utilizando como catalisador da

oxirreduccedilatildeo o calor desprendido na diluiccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico O excesso de dicromato

de potaacutessio eacute titulado com sulfato ferroso amoniacal (SFA - FeSO4(NH4)2SO46H2O) e

assim determinada a quantidade de MO

Em triplicata foram adicionadas a um grama da amostra liofilizada 10 ml da

soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio e 20 ml do aacutecido sulfuacuterico concentrado em um tubo de

ensaio A aliacutequota foi aquecida a 50degC por 5 minutos em seguida colocada em repouso

por 30 minutos Apoacutes este tempo a soluccedilatildeo foi transferida para um erlenmeyer e entatildeo

foi adicionada 200 ml de aacutegua destilada 10 ml de aacutecido ortofosfoacuterico (H3PO4) e 1 ml de

difenilamina 1 (indicador) A soluccedilatildeo de SFA 025 M foi usada como titulante para a

mistura e o ponto de viragem da reaccedilatildeo foi representado pela mudanccedila de cor do verde

para o azul O mesmo procedimento foi feito sem a utilizaccedilatildeo da amostra para a

determinaccedilatildeo do branco tambeacutem em triplicata O caacutelculo da quantidade de carbono

orgacircnico foi feito pela seguinte equaccedilatildeo

119862119874 =[10 minus (1198812 times 101198811)] times 04

119901

V1 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em branco em ml

V2 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em ml

P peso da amostra em g

A quantidade de mateacuteria orgacircnica foi calculada pela seguinte equaccedilatildeo

119872119874 = 119862119874 times 1725 onde

MO = porcentagem de mateacuteria orgacircnica

CO = porcentagem de carbono orgacircnico

38

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos

As substacircncias huacutemicas podem ser definidas como poliacutemeros amorfos de

coloraccedilatildeo amarelo-marrom a preta de peso molecular relativamente alto e formado por

reaccedilotildees de siacutentese secundaacuterias bioacuteticas e abioacuteticas (BENITES MADARI E

MACHADO 2003) As substacircncias huacutemicas podem ser classificadas em trecircs fraccedilotildees

dependendo da sua solubilidade aacutecidos huacutemicos (AH) que satildeo soluacuteveis em soluccedilotildees

alcalinas mas precipitam em soluccedilotildees acidas aacutecidos fuacutelvicos (AF) que satildeo soluacuteveis em

ambas soluccedilotildees alcalinas e acidas e a humina que eacute insoluacutevel nas duas soluccedilotildees

(BENITES MADARI E MACHADO 2003 BALDOTTO E BALDOTTO 2014)As

substacircncias huacutemicas do solo possuem tamanho que permite incluiacute-las na faixa dos

coloacuteides ou seja maiores do que 250 μm exibindo caracteriacutesticas proacutepriasdestacando-

se sua elevada superfiacutecie a qual lhe confere alta reatividade Esta caracteriacutestica faz com

que a fraccedilatildeo orgacircnica do solomesmo em baixos conteuacutedos seja responsaacutevel por elevada

porcentagem da capacidade de troca catiocircnica do mesmo

Neste trabalho foram determinados os AH e AF dos sedimentos superficiais e

das seccedilotildees do testemunho O meacutetodo utilizado foi o proposto por Benites Madarie

Machado (2003) e visa a quantificaccedilatildeo das fraccedilotildees huacutemicas por meio de procedimento

simplificado e de faacutecil execuccedilatildeo

Primeiramente uma amostra de sedimento eacute pesada com conteuacutedo aproximado

de 30 mg de carbono orgacircnico entatildeo uma soluccedilatildeo diluiacuteda de NaOH eacute adicionada e

deixada em repouso por 24 h No outro dia apoacutes a centrifugaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo o

sobrenadante eacute recolhido em um copo descartaacutevel Entatildeo com a adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico (H2SO4) a 20 (vv) o pH eacute ajustado a 10 e reservado em repouso por 18 h

Apoacutes esse periacuteodo essa soluccedilatildeo eacute filtrada em membrana de 045 m sob vaacutecuo O

filtrado (AF) eacute recolhido e aferido para 50 mL enquanto que os filtros satildeo lavados com

a soluccedilatildeo de NaOH e essa soluccedilatildeo (AH) tambeacutem eacute aferida para o volume de 50 mL

Uma aliacutequota de 5 mL de cada soluccedilatildeo eacute colocada em um tubo de digestatildeo a qual satildeo

adicionados 1 mL de dicromato de potaacutessio (0042 mol L-1

) e 5 mL de H2SO4 esses

tubos satildeo levados ao bloco digestor preacute-aquecido a 150oC e deixar por 30min dentro

de capela Os conteuacutedos dos tubos satildeo transferidos para frascos erlenmeyer e 3 gotas de

indicador FERROIN satildeo adicionadas Por fim as soluccedilotildees satildeo tituladas com sulfato

ferroso amoniacal (00125 mol L-1

) sob agitaccedilatildeo A quantificaccedilatildeo dos aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos eacute feita atraveacutes da seguinte foacutermula

39

119935 = (119933119939119938119954 minus 119933119938119950)119925119930119917119912119940119952119955119955119961120783120784120786119961120787120782119938119949iacute119954119958119952119957119938 (119950119923)119961120783119953119942119956119952119941119938119938119950119952119956119957119955119938 (119944)

onde

X - mg C na forma de aacutecido huacutemico (ou fuacutelvico) por gramade sedimento

Vbaq - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo dobranco aquecido

Vam - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo daamostra

NSFAcorr - Normalidade do SFA corrigida pela equaccedilatildeo

119873119878119865119860119888119900119903119903 =119881119900119897119906119898119890 119889119890 119889119894119888119903119900119898119886119905119900 119909 119873119900119903119898119886119897119894119889119886119889119890 119889119900 119889119894119888119903119900119898119886119905119900

119881119900119897119906119898119890 119889119890 119878119865119860 119888119900119899119904119906119898119894119889119900 119899119886 119905119894119905119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119887119903119886119899119888119900 119904119890119898 119886119902119906119890119888119894119898119890119899119905119900

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

461 Reagentes e material

Os solventes hexano acetona e diclorometano foram adquiridos da Tedia Os

padrotildees utilizados para a construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo foram uma soluccedilatildeo mix de

HPAs uma soluccedilatildeo mix de biomarcadores SRM 2266 e uma soluccedilatildeo mix de alcanos (seacuterie

homoacuteloga n-C10 a n-C38 incluindo os alcanos isoprenoacuteides pristano e fitano) Os padrotildees

surrogates dos HAs e biomarcadores (triacotano-d62) e dos HPAs (naftaleno-d8

fenantreno-d10 perileno-d12 e criseno-d12) possuem pureza de 988 989

respectivamente e satildeo da AccuStandardA siacutelica (70-230 mesh) e o sulfato de soacutedio

(Na2SO4) satildeo da VETECreg enquanto que a alumina e o cobre utilizados satildeoda

MERCKreg

e da SYNTHreg respectivamente Tanto os adsorventes (siacutelicae alumina)

quanto o Na2SO4 foram ativados em estufa por 24 h agrave 250degC Por sua vez o cobre em

poacute foi ativado mediante a lavagem sucessiva em soluccedilatildeo de 01 M HCl acetona e

hexano sendo mantido sob refrigeraccedilatildeo no uacuteltimo

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental

O sedimento liofilizado foi peneirado (abertura de 2mm) para a retirada de

material grosseiro como folhas e cascalhos O procedimento descrito a seguir foi

baseado em Cavalcante e colaboradores (2008) com pequenas modificaccedilotildees (Figura

14) Adicionou-se 50microL de padratildeo surrogate (soluccedilatildeo trabalho de 100 ppm) a 20g de

sedimento peneirado que entatildeo foi submetido ao processo de extraccedilatildeo soacutelido-liacutequido

assistida por sonicaccedilatildeo em uma seacuterie de soluccedilotildees extratoras com decrescente constante

40

eluotroacutepica O volume de cada soluccedilatildeo extratora foi de 30 mL e a seacuterie de soluccedilotildees

utilizadas foi acetona acetonaDCM (11) DCM DCMHEX (11) e finalmente

HEXO extrato foi transferidopara tubos de Falcon e levado a centriacutefuga a 4000 RPM

por 30min (centriacutefuga HermLee Z 360K) As partiacuteculas de sedimento decantam no

fundo restando a fase liacutequida sobrenadante sendo esta recolhida em um balatildeo de fundo

redondo de 250 mL e rotaevaporado (Rotaevaporador FISATOM 801) ateacute atingir 1mL

(Figura 13)

Entatildeo os extratos foram purificados por cromatografia liacutequido-soacutelida usando-se

uma coluna (1 x 50 cm) preenchida com 8g de siacutelica e 4g de alumina que satildeo

adsorventes polares 2g de Cu que remove compostos sulfurados (interferentes comuns

na determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos) (CRITERIA WORKING GROUP 1998) e 1g de

Na2SO4 que elimina possiacuteveis moleacuteculas de aacutegua

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos

reduzidos a 1 mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG

Fonte Elaborado pela autora

Essa purificaccedilatildeo (clean-up) foi obtida atraveacutes da eluiccedilatildeo sucessiva por 40 mL de

HEX que resultou na fase 1 (F1) e 24 mL HEXDCM (31) (ԑdeg=008) 30 mL de

HEXDCM (ԑdeg=06) e 15 mL de HEXDCM (12) (ԑdeg=021) que resultaram na fase 2

(F2) A F1 corresponde aos hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e a F2 corresponde aos

hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs)

Esse eluato foi rotaevaporado ateacute a reduccedilatildeo do seu volume para ~1 ml (Figura

13) Entatildeo esse volume foi transferido para vials de 4 mL atraveacutes de criteriosa limpeza

41

do balatildeo original com uma mistura de solvente HEXDCM (11) As amostras foram

entatildeo reduzidas para 1ml usando-se nitrogecircnio gasosoCom o auxilio de uma pipeta

automaacutetica 05 mL do eluato foi transferido para vials de 2 mL e entatildeo foram secas por

nitrogecircnio a fim de enviar essa aliacutequota para anaacutelise no Organic Geochemistry

Laboratory (Woods Hole MA EUA) As aliacutequotas foram acondicionadas em caixas

teacutermicas e enviadas para o exterior

A etapa de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos hidrocarbonetos foi baseado no

meacutetodo de Oliveira (2016)

A fraccedilatildeo F1 (HA) contendo n-alcanos isoprenoacuteides e biomarcadores foi

analisada no cromatoacutegrafo gasoso (modelo Agilent 7890A) acoplado a detector por

ionizaccedilatildeo por chama (CG-DIC) sendo os niacuteveis quantificados atraveacutes de um CG

acoplado a um espectrocircmetro de massa (CG-EM) A fraccedilatildeo F2 (HPAs) foi analisada

noCG-EMas condiccedilotildees de anaacutelise do equipamento podem ser visualizadas naTabela 3

O gaacutes heacutelio foi utilizado como a fase moacutevel com o fluxo na coluna de 13

mLmin A temperatura do injetor foi 300degC e o volume injetado foi de 2μl no modo

splitless A temperatura da interface (EM) foi 300degC

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM

Fase Moacutevel (Gaacutes de arraste) Heacutelio

Vazatildeo na coluna 13 mLmin

Temperatura do injetor 300 degC

Detector EM

Temperatura do detector 300 degC

Temperatura da interface 300 degC

Temperatura inicial 50 degC

Volume de injeccedilatildeo 2 microL

Modo de injeccedilatildeo Splitless

Modo de detecccedilatildeo (EM) SIM

Fonte Elaborada pela autora

Os marcadores moleculares de interesse foram identificados com base no tempo

de retenccedilatildeo e na razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado (Apecircndice A B e C) Aleacutem disso

as identidades dos compostos foram confirmadas pelo uso da biblioteca National

Institute of Standards and Technology 05 (NIST05)

42

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

463 Controle de Qualidade

Todas as etapas realizadas em laboratoacuterio foram acompanhadas por

procedimentos criteriosos de controle de qualidade A fim de eliminar problemas de

contaminaccedilatildeo foram analisados brancos da coluna e dos solventes usados na etapa de

extraccedilatildeo A limpeza de vidrarias foi um dos focos na preparaccedilatildeo do material usado em

43

todas as etapas de determinaccedilatildeo dos analitos de interesse Primeiramente as vidrarias

foram deixadas em banho de detergente (extran a 20 vv) por pelo menos 12 horas

sendo em seguida abundantemente enxaguada em aacutegua corrente aacutegua destilada e entatildeo

colocada em banho de aacutecido niacutetrico (HNO3 a 5vv) por 12 horas Em seguida as

vidrarias foram novamente enxaguadas em aacutegua corrente aacutegua destilada e por fim

mantidas em estufa a 200degC por um periacuteodo de no miacutenimo 12 horas

A quantificaccedilatildeo dos analitos foi realizada usando uma curva de calibraccedilatildeo de

cinco pontos pelo meacutetodo do padratildeo interno Baseado na curva de calibraccedilatildeo a faixa de

trabalho variou de 0-5000 ppb para os HPAs e os HAs e de 0-1324 ppm para os

biomarcadores com R2 de 09783 a 09999 para os HPAs (APEcircNDICE A) 09351 a

09941 para os biomarcadores (APEcircNDICE B) e 09873 a 09999 para os alcanos

(APEcircNDICE C)O limite de detecccedilatildeo variou de 0538 ndash 8579 ngg-1

para os

biomarcadores 2155 ndash 6147 ngg-1

para os n-alcanos e 7214 ndash 9597 ngg-1

para os

HPAs Os limites de quantificaccedilatildeo variaram de 1631 ndash 25997 ngg-1

para os

biomarcadores 6531 ndash 18628 ngg-1

para os n-alcanos e 21860 ndash 29082 ngg-1

Esses

paracircmetros foram calculados pela anaacutelise da injeccedilatildeo do branco de coluna (n=9) que daacute

origem a razatildeo de sinal-ruiacutedo (SN) de 3 e 10

A eficiecircncia do meacutetodo de extraccedilatildeo dos compostos do sedimento foi avaliada

atraveacutes do estudo de recuperaccedilatildeo de padrotildees surrogates relacionando-se a quantidade

de padratildeo adicionado no iniacutecio do procedimento com a quantidade extraiacuteda e

quantificada ao teacutermino do processo (IUPAC 2002)

Os padrotildees surrogates satildeo substacircncias que possuem natureza semelhante ao do

analito de interesse (especialmente Kow e Koc) de modo que apresentam tempo de

retenccedilatildeo diferente doanalito investigado (RIBANI et al 2004) Neste trabalho foram

utilizados versotildees dos compostos modificados isotopicamente e a adiccedilatildeo agrave amostra e

aos brancos foi feita no iniacutecio da etapa de extraccedilatildeo As concentraccedilotildees foram corrigidas

de acordo com a recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogates

Para Ribani et al(2004) os limites inferiores e superiores para recuperaccedilatildeo

sugerida pela literatura e aceita internacionalmente compreende o intervalo entre 70 a

120 Para Denoux e Wang (1998) este intervalo eacute bem aceito entre 40 a 120

enquanto que USEPA (1994) admite valores entre 30 a 115 Para este trabalho os

intervalos satisfazem as faixas sugeridas pela literatura (Tabela 4)

44

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate

Padrotildees Surrogate Meacutedia de

Recuperaccedilatildeo

Naftaleno-d8 5809

Fenantreno - d10 11576

Criseno-d12 11971

Perileno-d12 4245

Triacontane-d62 8380

Fonte Elaborada pela autora

45

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica

511 Sedimentos Superficiais

A anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais estaacute demonstrada na

Figura 15 A granulometria foi dividida em trecircs fraccedilotildees cascalho areia e finos

(lama)Os sedimentos superficiais apresentaram predominacircncia na fraccedilatildeo areia da estaccedilatildeo

ACR1 mais a montante ateacute a estaccedilatildeo ACR9 com meacutedia de 7769plusmn1448Vale ressaltar que

nas estaccedilotildees ACR 8 e ACR9 a fraccedilatildeo dos finos apresentou um destaque maior com valores

de 3476 e 4658 respectivamente Somente na estaccedilatildeo ACR10 a fraccedilatildeo dos finos

ultrapassou a fraccedilatildeo areia correspondendo a 75 da granulometriaO teor de carbono

orgacircnico (CO) apresentou-se inferior a 1 na maioria das estaccedilotildees com meacutedia de

044plusmn025 Somente a estaccedilatildeo ACR10 obteve o conteuacutedo de CO maior que 1 com valor

de 187

Com relaccedilatildeo ao potencial de acumulaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica nos sedimentos aqueles

com material mais fino em sua composiccedilatildeo (silte e argila) apresentam maior superfiacutecie de

contato permitindo um maior acuacutemulo de mateacuteria orgacircnica o qual pode ter relaccedilatildeo

dependendo da concentraccedilatildeo com fontes antroacutepicas (KARICKHOFF et al1979

TREMBLAY et al 2005 CHEN et al 2011) Jaacute sedimentos com predominacircncia de material

arenoso em sua composiccedilatildeo tendem a apresentar uma reduccedilatildeo no potencial de adsorccedilatildeo de

carbono orgacircnico dificultando o acuacutemulo de compostos orgacircnicos persistentes Nas amostras

superficiais do rio Acarauacute a CO teve uma alta correlaccedilatildeo com a fraccedilatildeo dos finos com um

coeficiente de Spearman (plt005) igual a 0903

O conteuacutedo de carbonato de caacutelcio (CaCO3) variou bastante ao longo do rio com

meacutedia de 320plusmn463 natildeo observando-se um padratildeo de variaccedilatildeo O maior valor de CaCO3 foi

relativo a estaccedilatildeo ACR10 que localiza-se no estuaacuterio do rio Acarauacute com 1556 e foi

relacionado com a presenccedila de carapaccedilas de organismos que sintetizam CaCO3

46

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais

AC

R 1

AC

R 2

AC

R 3

AC

R 4

AC

R 5

AC

R 6

AC

R 7

AC

R 8

AC

R 9

AC

R 1

0 --

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Porc

enta

gem

gra

nulo

met

ria

Finos

Areia

Cascalho

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

CO()

CaCO3 ()

Porcen

tagem

CO

e CaC

O3

Fonte Elaborado pela autoraCO= carbono orgacircnico CaCO3=carbonato de caacutelcio finos = gratildeos lt

0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm cascalho=gratildeosgt2mm

Como estudo complementar foi feita a anaacutelise granulomeacutetrica dos finos (silte+argila)

das amostras ACR8 ACR9 e ACR10 A fraccedilatildeo de silte grosso predominou entre as fraccedilotildees

finas nas trecircs estaccedilotildees como pode ser observado na

Tabela 5

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9

e ACR10 (porcentagem)

Estaccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

ACR8 279 149 053 2995 6524

ACR9 490 493 252 3424 5342

ACR10 494 313 154 6585 2454

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

512 Sedimentos do testemunho

47

O resultado da anaacutelise granulomeacutetrica do testemunho pode ser observado na Figura 16

e Tabela 6 Nota-se que do topo ateacute 30cm temos a predominacircncia da fraccedilatildeo areia com

porcentagem meacutedia de 6993plusmn1429 apoacutes essa camada a fraccedilatildeo dos finos (silte e argila)

predomina com porcentagem meacutedia de 7675plusmn1442

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar

Fonte Elaborada pelo autora finos = gratildeos lt 0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm

cascalho=gratildeosgt2mm

Alteraccedilotildees na dinacircmica deposicional dos sedimentos do rio Acarauacute ao longo do tempo

podem explicar a mudanccedila no tamanho do gratildeo depositado observada na distribuiccedilatildeo

granulomeacutetrica Isso pode ser explicado pela mudanccedila da hidrodinacircmica do estuaacuterio ou pela

entrada de material terriacutegeno com um maior teor de finos Em relaccedilatildeo a hidrodinacircmica a

alternacircncia entre camadas de sedimento mais finos e camadas de sedimento mais grossos

podem ser relacionados com periacuteodos de baixa energia e periacuteodos de alta energia

respectivamente Durante eventos de alta energia como por exemplo nas cheias do rio o

sedimento depositado no registro histoacuterico eacute caracterizado por material mais grosseiro

transportado como carga de fundo e depositado no local (MITRA et al 1999 BAacuteBEK et al

2011) Por outro lado uma possivel fonte de sedimentos finos para o local pode ser

relacionada com a construccedilatildeo de barragens e passagens secas Uma importante barragem

construiacuteda recentemente (1980-2000) eacute a barragem de Santa Rosa da qual o processo de

construccedilatildeo pode ter sido uma fonte de sedimentos finos para este local

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Porcentagem

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Finos

Areia

Cascalho

48

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho

AMOSTRAS Tipo de sedimento

0-5 cm Areia Lamosa

5-10 cm Areia Lamosa 10-15 cm Areia Lamosa

15-20 cm Areia

20-25 cm Areia 25-30 cm Areia Lamosa

30-35 cm Lama Arenosa

35-40 cm Lama 40-45 cm Lama

45-50 cm Lama

50-55 cm Lama 55-60 cm Lama Arenosa

Fonte Elaborada pela autora

Em relaccedilatildeo ao teor de carbono orgacircnico temos que do topo ateacute a profundidade de 25

cm a CO foi inferior a 1 com meacutedia de 060plusmn03 com valor miacutenimo de 017 no

intervalo de 20-25 cm (Figura 17) A partir de 25 cm houve um aumento da CO em relaccedilatildeo

as camadas superiores com meacutedia de 174plusmn04 atingindo o valor maacuteximo de 218 no

intervalo de 35-40 cm o que estaacute de acordo com o maacuteximo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos

finos

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho

Fonte Elaborada pela autora

Porcentagem

0 1 2 3 4 5 6 7

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

CO()

CaCO3 ()

Porcentagem

00 04 08 12 16

Pro

fundid

ade (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

AH ()

AF()

49

O teor de carbonato de caacutelcio apresentou um decliacutenio do topo ateacute a profundidade de 20

cm com meacutedia de 386plusmn25 (Figura 17) No intervalo de 15-30 cm foi verificada a ausecircncia

do CaCO3 Nas camadas seguintes o conteuacutedo de carbonato voltou a aumentar com meacutedia de

35plusmn108

No testemunho os aacutecidos huacutemicos (AH) variaram de nd a 009 mgg de sedimento

enquanto que os aacutecidos fuacutelvicos (AF) variaram de nd a 036 mgg de sedimento O perfil de

zig-zag dos AF representa as eacutepocas de cheias e estiagem as quais o rio Acarauacute foi submetido

Os aacutecidos huacutemicos possuem maior conteuacutedo de C e menor de O e consequentemente uma

massa maior que os aacutecidos fuacutelvicos (HUR E SCLAUTMAN 2004) e constituem os dominios

hidrofiacutelicos-hidrofoacutebicos das substacircncias huacutemicas (BALDOTTO E BALDOTTO 2014) Com

o grau de polimerizaccedilatildeo relativamente maior dos aacutecidos huacutemicos eacute possiacutevel constatar um

estaacutegio mais avanccedilado de humificaccedilatildeo Entretanto os aacutecidos fuacutelvicos conteacutem mais

agrupamentos ndash COOH por unidade de massa em relaccedilatildeo aos aacutecidos huacutemicos e juntamente

com a soma dos grupamentos fenoacutelicos caracterizam maior acidez total apresentando maior

capacidade de troca catiocircnica (CTC) que os aacutecidos huacutemicos e por sua vez contendo domiacutenios

predominantemente hidrofiacutelicos (BALDOTTO E BALDOTTO 2014)

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

A avaliaccedilatildeo dos HA tanto nos sedimentos superficiais do rio Acarauacute como no perfil

sedimentar do estuaacuterio fornece informaccedilotildees sobre o registro das entradas de contaminaccedilatildeo por

efluentes domeacutesticos ou induacutestria ou ateacute mesmo da entrada natural por plantas terrestres aleacutem

da variaccedilatildeo na predominacircncia de certas fontes ou emissotildees localizadas irregularmente

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais

A maioria dos hidrocarbonetos alifaacuteticos resolvidos consistiram na seacuterie de n-alcanos

n-C10 - n-C38 O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

nos sedimentos superficiais ao longo do curso do

rio Acarauacute com uma meacutedia de 540577 ngg-1

(Tabela 7) A concentraccedilatildeo maacutexima de n-

alcanos (843246ngg-1

) foi observada na estaccedilatildeo ACR10 enquanto que a miacutenima foi na

estaccedilatildeo ACR7 (265474 ngg-1

)

50

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute

n-alcanos (ngg-1) ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

nC10 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 3424 307

nC11 ltLD 5890 6064 1218 14309 7645 12237 2694 1526 18434

nC12 1951 7781 5894 4141 14120 12170 1718 3212 1723 15123

nC13 4886 14468 16556 4357 30059 15721 1580 4142 4192 24523

nC14 26565 26233 35804 31402 54307 2896 3808 24086 844 36334

nC15 99394 15093 5198 13974 5352 6492 23587 6499 755 13816

nC16 17427 30598 44496 73637 52651 51700 8490 45561 1148 36096

nC17 142438 11973 6196 33361 8879 13577 15288 9106 1741 9891

pristano 24510 4106 1398 4176 3650 1413 3560 780 282 1891

nC18 2340 1371 13361 27980 2394 1180 5339 15457 207 13419

fitano 12402 1923 2485 6067 444 694 2053 866 2280 4055

nC19 2310 2860 2681 5296 3695 5489 8122 3220 4702 4347

nC20 14636 6805 1150 6036 2151 1016 3899 11709 2954 7642

nC21 13008 2859 3073 4513 2290 6976 3998 3818 2187 1989

nC22 6569 3783 2747 2560 3058 2776 3567 7547 3098 3583

nC23 8881 3667 2573 4578 3898 9760 3565 4718 9975 8802

nC24 5682 1906 2475 2926 4685 9071 2470 5961 3545 1470

nC25 6469 2718 2805 4472 4207 9592 7449 6051 7351 6869

nC26 7009 4212 3310 9997 6440 12689 4166 10171 4154 27775

nC27 4279 10601 5573 9928 12071 4408 2278 16568 5390 32450

nC28 12884 9724 5993 26968 15852 20295 9397 18032 4941 80334

nC29 12785 29506 9674 29432 26932 27529 3527 46014 44705 88287

nC30 26161 77686 7527 30407 25114 19331 12801 143288 15249 73360

nC31 39329 2019 8667 40320 27357 23302 5787 174533 69600 84858

nC32 33418 24479 7488 26586 22070 15643 9006 68769 59656 46916

nC33 20722 8318 8576 27395 20880 2679 25167 83597 62714 55489

nC34 51234 9563 7115 22467 19116 5117 13680 23557 22893 35672

nC35 23685 15228 145541 12688 19927 11349 59884 40644 26372 53232

nC36 44587 109780 9787 9755 11169 7534 3956 56001 172491 51181

nC37 29061 1315 3067 37630 50413 1252 3832 2265 73385 2766

nC38 9567 ltLD ltLD ltLD ltLD 13527 1263 ltLD 13452 2333

sumAlcanos (ngg-1) 704190 446465 377274 514269 467491 322822 265474 838866 626935 843246

Fonte Elaborado pela autora ltLD= menor que o limite de detecccedilatildeo

Os perfis de n-alcanos das amostras superficiais podem ser observados na Figura 18

Na amostra ACR1 predominaram os homoacutelogos n-C15 e n-C17 Na estaccedilatildeo ACR2

predominaram os alcanos n-C30 e n-C36 Na ACR3 ACR6 e ACR7 predominou o alcano n-

C35 Nas estaccedilotildees ACR4 e ACR5 predominou o homoacutelogo n-C16 Na ACR9 houve a

presenccedila de n-alcanos com peso molecular maior com destaque para a alta concentraccedilatildeo de n-

C36 Nas estaccedilotildees ACR8 e ACR10 houve uma maior concentraccedilatildeo dos n-alcanos com peso

molecular maior sem predominacircncia de iacutempares ou pares

51

Fonte Elaborada pela autora

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR1

n-alcanos

ACR2

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR3

n-alcanos

ACR4

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR5

n-alcanos

ACR 6

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR7

n-alcanos

ACR8

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR9

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

n-alcanos

ACR10

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

52

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio Acarauacuteem ngg-1

n-alcanos (ngg-1) 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

nC10 ltLD 405 678 063 548 2514 1156 1464 623 549 069 243

nC11 ltLD 2705 13191 319 470 28398 9705 19712 ltLD 2478 6781 1422 nC12 ltLD 2823 2513 861 3139 4583 1187 365 2799 ltLD 2701 854

nC13 ltLD 625 1245 793 1961 1793 1215 1742 1103 1904 1976 1272

nC14 1434 1121 4093 1077 2019 2224 734 1880 1817 24924 2558 792 nC15 2658 3286 8452 4383 12533 12717 3252 9060 7736 4238 10333 9228

nC16 4929 23397 12156 3709 5982 5389 2924 4553 5464 4454 11591 10548

nC17 1837 6583 5735 6010 13641 11857 1990 5984 9530 2741 6946 11837

pristano 2559 2694 3837 961 2782 1889 1638 2346 1466 480 2840 1350

nC18 699 19312 1352 678 1012 1218 826 1247 460 554 1668 1417

fitano 658 1744 1197 246 5602 1324 378 1173 479 701 1624 1576 nC19 3749 1043 8135 3208 7058 6771 2416 5873 3701 1675 6231 7228

nC20 1226 2061 1654 1411 2138 2706 462 12819 868 908 2068 3889

nC21 2291 3702 3691 1621 2128 2580 2022 2411 2032 1165 3746 2352 nC22 1677 2326 3638 1914 3219 2061 1231 2416 2226 1034 1419 5059

nC23 1414 2469 7173 943 3505 2584 1170 3014 4234 1453 3598 3848

nC24 1088 3164 2341 761 2927 870 1370 697 1713 832 1574 4633 nC25 786 6004 3979 1896 4559 4333 635 2439 2710 620 1980 4628

nC26 1913 6277 3119 1552 2523 2364 1408 2148 1121 994 2383 3487

nC27 1634 12408 1438 1085 2284 1677 1179 3644 1949 2626 1839 5740 nC28 1462 11790 1322 832 2567 2932 1260 1579 2626 1087 897 7236

nC29 1699 26404 23058 1353 2372 4427 1610 1961 1618 1440 2245 10850

nC30 750 14993 1647 1101 3243 3106 3693 7261 1794 4019 1299 1017 nC31 3341 26952 8481 1635 1798 3038 3015 7002 3857 4242 5005 6071

nC32 2979 12723 15380 869 1656 2702 2691 2404 5916 1444 919 2117

nC33 1057 18736 38115 1339 3752 3029 977 4288 954 2445 4371 1947 nC34 1983 44912 9230 932 1088 2515 11265 13922 1239 687 5477 2957

nC35 1798 18222 2955 404 222 ltLD 215 139 1629 703 1474 636

nC36 720 58593 302 ltLD 162 458 5491 1427 1391 ltLD 4462 14808 nC37 1987 40245 673 1165 1345 540 747 2466 4168 1981 1650 9181

nC38 2504 48447 ltLD 4600 3080 ltLD 723 421 616 ltLD 2432 20103

sumAlcanos (ngg-1) 50830 426167 190778 47720 101316 122600 68585 127855 77842 72380 104155 158327

Fonte Elaborado pela autora

53

522 n-alcanos no testemunho sedimentar

O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10 - C38 variou de 47720 ngg-1

(15-20 cm) a 426167 ngg-1

(5-10 cm) nos sedimentos das seccedilotildees do testemunho com uma

meacutedia de 129046 ngg-1

(Tabela 8) A concentraccedilatildeo de n-alcanos totais foi aumentando em

direccedilatildeo ao topo com um pico na profundidade 5-10 cm

523 Biomarcadores do petroacuteleo

5231 Sedimentos superficiais

A maioria das estaccedilotildees apresentou a presenccedila da seacuterie de hopanos e esteranos As

concentraccedilotildees dos 5 hopanos e 5 esteranos identificados e quantificados nas amostras de

sedimento superficial estatildeo naTabela 9

Nas amostras de sedimento superficial a concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD

(ACR3) a 6787 μgg-1

(ACR6) com destaque para o C29-hopano (NH) (Tabela 9) As

estaccedilotildees ACR1 ACR4 e ACR6 tiveram os maiores valores de sumHop Por outro lado os

esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 2327 μgg-1

(ACR4) com destaque para o

C28αββ (SR)(Tabela 9) A estaccedilatildeo ACR4 apresentou o maior valor para sumEster com

predominacircncia dos compostos C28αββ (SR)e C29αββ (SR)

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

BIOMARCADORES ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

17α(H)-222930 - trisnorhopano 051 ltLD 040 576 519 310 411 373 252 106

17α(H)21β(H)-30-norhopano 5470 1214 ltLD 3860 2610 6787 569 3985 2387 116

17α(H)21β(H) - hopano 2420 ltLD 548 510 ltLD 2867 389 600 553 412 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 1356 1928 ltLD 2062 690 2605 ltLD 527 1066 1541

17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 1109 250 1010 2308 2049 1921 1358 307 1792 2348

ααα - colestano 044 ltLD ltLD ltLD 031 023 ltLD ltLD 143 02 αββ- colestano 061 094 ltLD 158 664 291 ltLD ltLD 284 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD ltLD 2327 ltLD 1479 ltLD ltLD ltLD 258

ααα - 20R 24R - etilcolestano 449 064 ltLD 634 104 371 ltLD 072 650 ltLD αββ - 20R 24R - etilcolestano 125 152 1156 1643 ltLD 036 ltLD 262 060 534

sumBiomarcadores 11085 3748 2757 14089 6666 16690 2737 6127 7188 5338

sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 ltLD 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

5232 Testemunho

No testemunho o somatoacuterio dos biomarcadores (sumBiomarcadores) estudados variou

de 3286 μgg-1

(45-50 cm) a 10071μgg-1

(40-45 cm) (

54

Tabela 10) A concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD a 3662 μgg-1

(30-35 cm)

com destaque similar aos sedimentos superficiais para o C29-hopano (NH) No perfil de

concentraccedilatildeo podemos observar dois picos de concentraccedilatildeo maacutexima em 10-15 cm e 40-45

cm de profundidade Por outro lado os esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 6

μgg-1

(55-60 cm) com destaque para o C29αββ (SR) O sumEster teve um maacuteximo em 10-15

cm e um miacutenimo em 15-20 cm

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

)

BIOMARCADORES 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

17α(H)-222930 - trisnorhopano 461 265 155 254 135 099 198 228 418 ltLD 316 212 17α(H)21β(H)-30-norhopano 2270 2707 2404 1950 1474 839 3662 1502 2164 741 2687 2651

17α(H)21β(H) - hopano 1238 067 1163 188 320 688 257 771 1469 409 096 1004 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 2135 286 1934 868 460 674 ltLD 1274 2454 1769 999 ltLD 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 500 104 2638 320 791 1557 1908 1505 2878 037 1797 864

ααα - colestano ltLD ltLD 050 ltLD ltLD ltLD 095 114 045 050 ltLD 021 αββ- colestano 334 415 207 041 ltLD ltLD 284 148 039 ltLD 371 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD 326 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ααα - 20R 24R - etilcolestano ltLD ltLD 044 120 ltLD 121 ltLD 034 ltLD ltLD 113 056 αββ - 20R 24R - etilcolestano 433 225 243 ltLD 220 176 205 103 596 280 242 603

sum Biomarcadores 7385 4068 9164 3790 3419 4172 6610 5679 10071 3286 6625 5428 sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747 sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos

As concentraccedilotildees individuais dos 56HPAs identificados e quantificados nos

sedimentos superficiais e no testemunho assim como as razotildees diagnoacutesticas usadas nesse

estudo para a identificaccedilatildeo das possiacuteveis fontes estatildeo na Tabela 11 e no Apecircndice A

respectivamente

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais

As concentraccedilotildees totais dos 56 HPAs (sumHPA56) analisados variaram de 42740 ngg-1

(ACR3) a 515073 ngg-1

(ACR8) (Tabela 11) nos sedimentos superficiais O somatoacuterio dos

16 HPAs prioritaacuterios da USEPA foi expresso como sumHPA16 e variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720 ngg-1

(ACR5) Em geral as concentraccedilotildees de HPAs depedem da

localizaccedilatildeo das fontes em relaccedilatildeo as estaccedilotildees como proximidade de um porto uma regiatildeo

densamente habitada ou uma regiatildeo industrial As maiores concentraccedilotildees foram observadas

em ACR4 ACR5 ACR7 ACR8 e ACR9 E as menores concentraccedilotildees foram observadas em

ACR1 ACR3 e ACR6

55

Essas concentraccedilotildees elevadas tiveram dois principais compostos responsaacuteveis a seacuterie

de naftalenos e o dibenzo(a)antraceno

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

)

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAs

2 a

neacuteis

Naftaleno 3089 417 1537 32992 ltLD 4460 ltLD 54058 ltLD 2573

2-metilnaftaleno ltLD ltLD 646 7208 ltLD 1177 ltLD 8631 ltLD 780

1-metilnaftaleno ltLD ltLD 100 4468 ltLD ltLD ltLD 7021 ltLD 464

16-dimetilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 1983

12-dimetilnaftaleno 958 1046 4177 12420 6880 992 ltLD 12257 ltLD 2237

235-trimetilnaftaleno 6178 ltLD ltLD 87821 ltLD 5936 ltLD 129316 10908 1401

Bifenil ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 676 ltLD 180 ltLD 492

3 a

neacuteis

Acenaftileno ltLD 141 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno 910 ltLD ltLD 1556 ltLD 1110 ltLD 2202 1638 336

1-metilfluoreno 281 188 078 057 084 066 077 286 108 066

Fenantreno 1460 1463 1739 1817 1462 1498 200 1407 2127 1241

Antraceno 540 464 543 502 456 1474 1112 330 503 830

Carbazole 5176 1632 2275 5096 1920 4456 1631 4190 4962 3112

9-etil-10-metilfenantreno 046 060 200 046 785 037 018 013 158 055

4 a

neacuteis

Fluoranteno 758 155 306 768 224 547 150 577 803 871

Pireno 1051 612 885 1214 331 846 222 1170 1343 1213

1-metilpireno 740 231 240 240 539 205 221 303 220 268

Benz(a)antraceno 561 354 569 1452 749 424 391 282 361 600

Trifenileno 3765 133 140 1033 372 208 179 109 149 1848

Criseno ltLD ltLD 070 1401 111 169 463 ltLD 099 784

6-metilcriseno 1764 286 294 323 847 251 628 222 494 566

6-etilcriseno 4188 257 431 371 493 232 217 741 197 341

5 a

neacuteis

Benz(b)fluoranteno 3723 935 850 1335 1103 901 542 562 825 5356

Benzo(k)fluoranteno 2198 1314 1600 1214 1891 1626 1289 1039 1413 4302

Benzo(e)pireno 2402 1576 1451 1259 1720 1234 1442 863 1285 15825

Benzo(a)pireno 2569 1942 1228 1706 1789 1825 1224 1155 1693 2581

Perileno 866 1068 2751 1234 768 433 497 675 1329 16784

Dibenzo(ah)antraceno ltLD 97858 ltLD ltLD 190387 ltLD 181447 30111 ltLD ltLD

6

an

eacuteis

Indeno(123-cd)pireno 2992 2137 2373 4330 7459 3794 5025 1046 1575 16385

Benzo(ghi)perileno 2044 3049 2444 2710 1759 1665 1220 3570 13969 2308

HPAs alquilados

sum C1-C4 naftalenos ltLD 4692 6153 137453 5202 8616 ltLD 243020 321927 9378

sum C1-C3 fluorenos ltLD 1130 1436 833 133 749 ltLD 1104 3770 8758

sum C1-C4 fenantrenos ltLD 779 1014 ltLD 1578 ltLD 418 874 1788 5429

sum C1-C4 pirenos 3116 944 4595 1863 4619 1379 1913 2635 3515 9068

sum C1-C3 crisenos 2356 ltLD 1627 490 2157 ltLD 625 3937 2283 6862

HPAs sulfurados

Dibenzotiofeno 366 823 968 730 ltLD 926 ltLD 886 305 396

46-dimetildibenzotiofeno 163 057 ltLD 193 054 ltLD ltLD 069 790 338

Dibenzofurano 108 259 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 199 ltLD ltLD

sum C1-C4 dibenzotiofenos ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 2196 1997

Paracircmetros

sum HPAs16 21929 110878 14143 52998 207720 20339 193285 97542 26349 39381

sum HPAs56 54402 126039 42740 316136 235871 47937 201161 515073 382732 127828

sum HPAs alquilados 5472 7545 14825 140639 13689 10744 2957 251570 335479 41491

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 5999 2486 3819 36868 1917 8542 1311 57997 4268 4980

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 15930 108392 10324 16130 205803 11796 191974 39545 22081 34401

Fonte Elaborada pela autora

Apesar do ΣHPA16 (14143 - 207720 ngg-1

) no rio Acarauacute estaacute abaixo dos niacuteveis

encontrados em regiotildees com intensa atividade urbana ou ateacute mesmo atividade portuaacuteria como

as cidades de Montevideo e Xinxiang os niacuteveis encontrados estatildeo proacuteximos de aacutereas urbanas

e rurais como o Rio Durance (Franccedila) e a regiatildeo metropolitana de Curitiba (

56

Tabela 12) Segundo Benlahcer e colaboradores (1997) os sedimentos com ΣHPAs ateacute

250 ngg-1

satildeo considerados como levemente poluiacutedos entre 250 e 2000 ngg-1

satildeo

considerados moderadamente poluiacutedos e acima de 2000 ngg-1

satildeo considerados altamente

poluiacutedos Desta forma podemos classificar os sedimentos das estaccedilotildees ACR1 ACR3 e ACR6

como levemente poluiacutedas e a estaccedilatildeo ACR 5 como altamente poluiacuteda ficando o restante

classificado como moderadamente poluiacutedo

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo

nos uacuteltimos cinco anos

Local Atividade Variaccedilatildeo de

sumHPAs (ngg)

ndeg de HPAs

estudados Referecircncia

Rio Iguaccedilu Curitiba Brasil Aacuterea urbana e industrial 131 - 1713 16 LEITE et al 2011 Mar Egeu Mediterracircneo Aacuterea urbana e industrial lt415 - 405 14 KUCUKSEZGIN et al 2012

Delta do Rio Amarelo China Exploraccedilatildeo de petroacuteleo

agricultura e pesca 27-753 16 YUAN et al 2014

Estuaacuterio do Rio da Prata Uruguai Aacuterea urbana e industrial 196-65501 16 VENTURINI et al 2015

Xinxiang China Aacuterea industrial 4450 - 29000 15 FENG et al 2016 Rio Cocoacute e Cearaacute Fortaleza Brasil Aacuterea urbana 3488 ndash 301716 54 OLIVEIRA 2016

Porto do Mucuripe Fortaleza Cearaacute Aacuterea portuaacuteria 6527 - 6833354 54 OLIVEIRA 2016

Baiacutea de Paranaguaacute Aacuterea urbana e portuaacuteria ltLD - 572 16 DE ABREU-MOTA et al 2014

Baia de Laranjeiras Brasil Aacuterea de conservaccedilatildeo e

recreaccedilatildeo 385 - 892 - MARTINS et al 2012

Rio Durance Franccedila Agricultura 57ndash1528 16 KANZARI et al 2015 Rio Jaguaribe Agricultura carcinicultura 069 a 375202 16 ANDRADE 2012

Rio Pacoti Carcinicultura aacuterea de

conservaccedilatildeo aacuterea urbana 119512 - 290625 16 FERNANDES 2013

Rio Acarauacute Agricultura carcinicultura 14143 - 207720 16 Presente estudo

Fonte Elaborada pela autora

Em contrapartida podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs satildeo

relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente Dessa forma esses compostos satildeo os maiores responsaacuteveis pelo

niacutevel de contaminaccedilatildeo na regiatildeo

57

Fonte Elaborada pela autora baseado em LIMA et al 2005N F Fl D e C correspondem a naftaleno fenantreno fluoreno dibenzotiofeno e criseno respectivamente

0-4 representam o nuacutemero do carbono dos grupos alquilados nas seacuteries homologas de HPAs alquilados BF a BghiP correspondem aos outros 15 HPAs prioritaacuterios pela

USEPA Atenccedilatildeo para as diferentes escalas do eixo Y

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

) ACR1

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR2

DahA0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

ACR3

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR4

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0102030405060708090

100

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR5

DahA0

1000

2000

Co

nce

ntr

accedilatildeo

(ng

g)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR6

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR7

DahA0

1000

2000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

04080

120160200240280320360400

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR8

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

1500

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR9

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

1000

2000

3000

Concentr

accediloم

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR10

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio Acarauacute

58

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho

As concentraccedilotildees individuais dos HPAs variaram de ltLD a 6181 ngg-1

enquanto que

o sumHPAs16 variou de 13197 ngg-1

(5-10 cm) a 685419 ngg-1

(35-40 cm) (Figura 20 e

Apecircndice A) A distribuiccedilatildeo dos HPAs foi dominada pelo dibenzo(ah) antraceno e pela seacuterie

de naftalenos alquilados com esses compostos correspondendo de 10-75 e 2-77 do total

de HPAs respectivamente Esse mesmo domiacutenio foi observado nos sedimentos superficiais

ao longo do curso do rio Acarauacute

Podemos observar que a concentraccedilatildeo de HPAs cresce nas camadas mais profundas do

testemunho contrariando a tendecircncia observada em outros trabalhos de uma maior

concentraccedilatildeo dos HPAs nos sedimentos superficiais que correlaciona-se com o aumento da

taxa de ocupaccedilatildeo da regiatildeo (MACHADO et al 2014) Esse padratildeo de variaccedilatildeo com um pico

de HPAs em seccedilotildees mais profundas foi observado em vaacuterios trabalhos (SUN E ZHANG

2012 DUAN et al 2015) e foi atribuido a mudanccedila na fonte de energia utilizada pela

populaccedilatildeo do local Na bacia do rio Acarauacute o uso de carvatildeo vegetal pelas induacutestrias de

cimento foi estimulado pelo Governo Federal por causa da crise internacional do petroacuteleo na

deacutecada de 70 (SEMACE 1998) Durante vinte anos essa praacutetica foi uma praacutetica comum que

devastou a caatinga na regiatildeo e que teve seu registro nos sedimentos do estuaacuterio do Acarauacute

59

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio

Acarauacute

FLTR

0 10 20 30 40 50 60

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

HPAs16

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000 8000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

NAF

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 10 20 30 40

FEN

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 5 10 15 20 25 30

CRI

0 10 20 30 40 50

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

ANT

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2 4 6 8 10 12

Pir BaA

0 5 10 15 20 25 30

BbF

0 20 40 60 80 100120140160180

BkF

0 20 40 60 80 100

BeP

0 100 200 300 400 500

BaP

0 50 100 150 200 250 300 350

PER

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 200 400 600 800

DahA

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5 IcdP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100120140

BghiP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100 120

PIR

0 10 20 30 40 50

Fonte Elaborado pela autora

60

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute

Para a determinaccedilatildeo de fontes dos hidrocarbonetos nos sedimentos superficiais do rio

Acarauacute foram utilizadas as razotildees diagnoacutesticas na Tabela 13

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos

sedimentos superficiais do rio Acarauacute

Hidrocarbonetos Razotildees diagnoacutesticas ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAS

sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 073 098 073 030 099 058 099 041 084 087

BaA(BaA +Cri) 094 091 089 051 087 071 046 089 078 043

IP(IP+BghiP) 059 041 049 062 081 069 080 023 010 088

FenAnt 270 315 320 362 321 102 018 426 423 150

FltrPir 072 025 035 063 068 065 067 049 060 072

Per5 aneacuteis 795 103 5364 2238 039 774 027 200 2548 5981

Alcanos

CPI (15-19) 1237 129 039 088 048 093 532 048 494 082

CPI (25-33) 081 044 122 105 113 090 103 128 197 109

n-C27+ n-C29+n-C31 56393 42127 23914 79680 66360 55239 11592 237116 119695 205595

Isoprenoacuteides

nC17Pr 581 292 443 799 243 961 429 1168 618 523

nC18Fit 019 071 538 461 539 170 260 1785 009 331

PrFit 198 214 056 069 822 203 173 090 012 047

Biomarcadores sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 010 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

Jaacute para a caracterizaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos no testemunho sedimentar do

estuaacuterio do rio Acarauacute foram utilizadas as razotildees apresentadas na Tabela 14

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o

rio Acarauacute

Razotildees diagnoacutesticas 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

sum HPAs (4-6 aneacuteis)

sum HPAs16 095 072 096 089 057 061 090 100 098 099 099 099

Per5 aneacuteis 6426 3265 7752 415 2883 583 8920 021 2970 031 073 069

BaA(BaA+Cri) 066 088 013 085 088 094 097 073 062 074 034 095

IP(IP+BghiP) 065 056 042 056 052 041 048 084 027 051 035 017

FenAnt 398 153 209 187 274 685 484 222 204 267 017 196

FltrPir 125 090 097 119 061 170 015 227 391 058 063 111

CPI (15-19) 237 049 274 483 733 691 353 385 580 175 302 400

CPI (25-33) 114 120 254 146 135 121 038 071 100 147 154 178

n-C27+ n-C29+n-C31 6673 65765 32977 4074 6455 9142 5805 12606 7424 8308 9089 22661

nC17Pr 072 244 149 625 490 628 121 255 650 571 245 877

nC18Fit 106 1107 113 276 018 092 218 106 096 079 103 090

PrFit 389 154 321 391 050 143 433 200 306 068 175 086

sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747

sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas

Os hidrocarbonetos de origem antropogecircnica no meio ambiente acabam misturando-se

com outras fontes de background presentes na aacuterea impactada

61

Os hidrocarbonetos biogecircnicos satildeo originados por processos bioloacutegicos ou na

diagecircnese primaacuteria em sedimentos marinhos recentes As fontes biogecircnicas incluem plantas

terrestres fitoplancton animais bacteacuterias e macroalgas Uma forma de medir a contribuiccedilatildeo

biogecircnica na siacutentese dos alcanos eacute o iacutendice preferencial do carbono (IPC (25-33)) que indica a

contribuiccedilatildeo relativa das fontes naturais (IPC gt1 biogecircnicoterrestre) comparada com as

fontes antropogecircnicas (IPClt1 contaminaccedilatildeo por petroacuteleo) (EGLINTON E HAMILTON

1967 ABOUL-KASSIM E SIMONEIT 1995 VOLKMAN et al1992)

Outra caracteristica das fontes biogecircnicas eacute relacionada com os hidrocarbonetos

isoprenoacuteides onde a concentraccedilatildeo de pristano eacute maior do que a de fitano sugerindo a entrada

de mateacuteria orgacircnica fitoplantocircnica e a razatildeo PriFit gt1 ( tipicamente entre 3 e 5) enquanto

que a razatildeo de PriFit lt1 indica contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (WANG E FINGAS 2003 HU et

al 2011) Em sedimentos recentes as razotildees de Prin-C17 e Fitn-C18 lt1 indicam entrada

relativamente recente de oacuteleo enquanto que valores maiores que 1 juntamente com

concentraccedilotildees altas de hidrocarbonetos sugerem a presenccedila de oacuteleo degradado

(COMMENDATORE et al 2012 WANG et al 2015)

Aleacutem disso o perileno um HPA de 5 aneacuteis apresenta a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) com um valor maior que 10 para fontes diageneacuteticas (natural

biogecircnica) desse composto (SOCLO et al 2000 WANG et al 2014)

Por outro lado a presenccedila de biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) sugere

contaminaccedilatildeo petrogecircnica pois eles satildeo constituintes comuns do petroacuteleo e seus derivados

(WANG E FINGAS 2003)

Dessa forma essas caracteriacutesticas podem ser usadas para identificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo

das fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

5411 Sedimentos superficiais

O valor do IPC (15-19) variou de 039 (ACR3) a 1237(ACR1) (Tabela 13) De acordo

com esses valores nas estaccedilotildees ACR1 (1227) ACR7 (532) e ACR9 (494) as cadeias curtas

de n-alcanos apresentaram uma forte predominacircncia de cadeias com um numero iacutempar de

carbono em relaccedilatildeo as com nuacutemero par Em ACR1 o alto valor daacute-se devido as altas

concentraccedilotildees de n-C15 e n-C17 que indicam uma possiacutevel produccedilatildeo autoacutectone da mateacuteria

orgacircnica pois tais alcanos estatildeo relacionados com a atividade planctocircnica o mesmo ocorre

em ACR7 soacute que em menor proporccedilatildeo Apesar de possuir um alto valor de IPC (15-19) a

estaccedilatildeo ACR 9 natildeo apresenta valores significativos dos compostos n-C15 e n-C17 Esse alto

valor do IPC em ACR1 pode ser relacionado com a proximidade do accedilude Araras que eacute o

62

quarto maior accedilude do Cearaacute e fica a montante desta estaccedilatildeo A construccedilatildeo de reservatoacuterios

altera a circulaccedilatildeo do sistema fluvial que antes era loacutetico e passa para uma ambiente

intermediaacuterio entre loacutetico e lecircntico devido a circulaccedilatildeo vertical e horizontal originada pela

operaccedilatildeo da barragem (MARGALEF 1983) Esses reservatoacuterios recebem o aporte do

escoamento superficial perifeacuterico lanccedilamento de efluentes das comunidades circunvizinhas

aleacutem das atividades desenvolvidas no seu interior como a piscicultura (MARGALEF 1983)

Essas atividades fornecem nutrientes para o desenvolvimneto fitoplantocircnico o que explica os

altos valores dos n-alcanos caracteristicos da comunidade fitoplantocircnica

Fonte Elaborado pela autora

O valor do IPC (25-33) variou de 044 (ACR2) a 197 (ACR9) (Figura 21) Isso

demonstra que a maioria das estaccedilotildees natildeo apresentou perfis com predominacircncia de cadeias

longas com nuacutemero de carbono iacutempar ou par o que resulta na possiacutevel fonte de derivados do

petroacuteleo A estaccedilatildeo ACR9 apresentou o maior valor de IPC indicando uma maior

contribuiccedilatildeo das plantas terrestres superiores (EGLINTON E HAMILTON 1967) o que eacute

plausiacutevel visto a proximidade com o estuaacuterio

A origem do perileno um HPA de 5 aneacuteis eacute bastante controversa Em muitos

trabalhos a origem do perileno foi encontrada como diferente dos outros HPAs

(BUDZINSKY 1997 SOCLO et al 2000 CAVALCANTE et al 2008) O perileno pode

ser introduzido no ecossistema aquaacutetico por vaacuterios processos sendo a degradaccedilatildeo de

precursores biogecircnicos a fonte predominante (GSCHWEND E HITES 1981) Segundo

Venkatesan (1988) um sistema favoraacutevel para a formaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do perileno eacute

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

2

4

6

8

10

12

14

IPC (25-33)

IPC (15-19)

Iacutend

ice

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais

63

encontrado em regiotildees aquaacuteticas com alta produccedilatildeo bioloacutegica como estuaacuterios e lagos Aleacutem

disso o perileno pode ter uma origem terrestre mas a fonte terriacutegena desse composto

permanece desconhecida O perileno tambeacutem pode ser derivado de material autoacutectone como

as diatomaacuteceas (VENKATESAN 1988) No entanto no escopo desse trabalho natildeo foi

possiacutevel determinar a origem terrestre ou autoacutectone do perileno encontrado

No entanto alguns estudos tecircm-se desenvolvido em direccedilatildeo agrave determinaccedilatildeo do caraacuteter

antroacutepico ou natural das fontes de HPAs comparando-se as concentraccedilotildees de perileno com os

demais HPAs (BAUMARD et al 1988 BUDZINSKY et al 1997 SOCLO et al 2000

WANG et al 1999 WANG et al 2014) Em relaccedilatildeo ao carater antroacutepico do perileno

estudos mostraram que esse composto pode ser produzido em processos de combustatildeo de

biomassa e combustiacuteveis foacutesseis (PAGE et al 1999 WANG et al 1999)

Na Figura 22 podemos observar que apenas as razotildees em ACR3 (5364) ACR4

(2238) ACR9 (2547) e ACR10 (5980) apresentaram a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) gt 10 indicando assim a origem natural do perileno Esse

resultado na estaccedilatildeo ACR9 e ACR10 jaacute era esperado uma vez que apresentam maior

produtividade bioloacutegica devido as suas localizaccedilotildees no estuaacuterio As estaccedilotildees ACR3 e ACR4

localizam-se antes e depois do municiacutepio de Sobral respectivamente As outras estaccedilotildees

apresentaram valores menores que 10 o que indica a fonte piroliacutetica desse HPA (PAGE et

al 1999 WANG et al 1999)

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

Per

5an

eacuteis

()

Origem

Piroliacutetica

Origem

Natural

Fonte Elaborado pela autora

Os alcanos pristano e fitano satildeo os constituintes mais comuns dos isoprenoacuteides nos

sedimentos mas as suas abundacircncias relativas variam bastante A razatildeo de pristano em

relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) (Figura 23) nos sedimentos superficiais variou de 012 (ACR9) a

64

822 (ACR5) Em sedimentos natildeo-contaminados a razatildeo PriFit eacute maior do que 1

normalmente entre 3 e 5 (STEINHAUER E BOEHM 1992) A maioria das estaccedilotildees

apresentou a a razatildeo PriFit menor ou proacuteximo a 1 indicando os derivados de petroacuteleo como

fonte de hidrocarbonetos principal Um valor alto para a razatildeo PriFit foi observado na

estaccedilatildeo ACR5 localizada antes de Santana do Acarauacute e relativamente distante dos centros

urbanos

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18

Fonte Elaborado pela autora

No que diz respeito as razotildees n-C17Pri e n-C18Fit ambos os isoprenoacuteides satildeo

degradados mais lentamente do que o seu alcano associado devido as preferecircncias

microbianas (COLOMBO et al 1989) Dessa forma razotildees menores do que 2 indicam

contribuiccedilatildeo recente de oacuteleo enquanto que valores maiores indicam resiacuteduos de oacuteleo

degradado (COLOMBO et al 1989) A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri)

variou de 243 (ACR5) a 1168 (ACR8) (Tabela 13) Em todas as estaccedilotildees foi observado que

o n-C17 predominou sobre o pristano (Figura 23) indicando contribuiccedilatildeo planctocircnica para a

mateacuteria orgacircnica (READMAN et al 2002) A razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-

C18Fit) variou de 009 (ACR9) a 1785 (ACR8) (Tabela 13) Essa razatildeo atualmente indica a

degradaccedilatildeo microbiana inicial em resiacuteduos de oacuteleo (DIEZ et al 2007) As estaccedilotildees ACR1

ACR2 ACR6 e ACR9 apresentaram as menores razotildees o que eacute indicativo da presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradado (DIEZ et al 2007) Isso acontece pois o n-C18 tende a ser

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

Raz

atildeo

Estaccedilotildees

nC17Pri

nC18Fit

PriFit

65

degradado preferencialmente em relaccedilatildeo ao fitano na degradaccedilatildeo microbiana Por sua vez as

outras estaccedilotildees com destaque para a estaccedilatildeo ACR8 demonstraram uma maior contribuiccedilatildeo

da produtividade primaacuteria na sua mateacuteria orgacircnica

A distribuiccedilatildeo dos biomarcadores do sumHop e sumEster nos sedimentos superficiais estaacute

demonstrada na Figura 24 Em estudos anteriores a presenccedila de hopanos e esteranos foi

relacionada com o material particulado proveniente da exaustatildeo do motor de caminhotildees

(ROGGE et al 1993 SCHAUER et al 2002 KLEEMAN et al 2008) Esses

biomarcadores pertencem a fraccedilatildeo de alta ebuliccedilatildeo do oacuteleo cru devido a isso natildeo satildeo

encontrados nem na gasolina nem no diesel Ao inveacutes disso eles vatildeo ser originados do oacuteleo

lubrificante (ROGGE et al 1993) Aleacutem disso Kleeman e colaboradores (2008) analisando

material particulado oriundo das emissotildees de carros movidos a diesel utilizaram o

17α(H)21β(H)-30-norhopano (NH) como um indicador de oacuteleos lubrificantes Por outro lado

Bieger e colaboradores (1996) compararam oacuteleos lubrificantes novos e usados fuligem da

descarga poeira de estradas e sedimentos da Baiacutea de Conception - Canadaacute e correlacionaram

a impressatildeo digital dos hidrocarbonetos no sedimento com os biomarcadores presentes em

oacuteleo lubrificantes utilizados em automoveis e barcos da regiatildeo Jaacute Boonyatumanond e

colaboradores (2006) encontraram uma predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 e

atribuiram essa caracteristica a poeira de estrada que apresentava mesma impressatildeo digital de

hopanos Essa poeira de estrada consiste de asfalto partiacuteculas de pneus solo partiacuteculas de

exaustatildeo vazamentos de oacuteleo e combustiacutevel e deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e estaacute diretamente

associada com o traacutefego nas rodovias (BOONYATUMANOND et al 2006) Dessa forma

como a regiatildeo do rio Acarauacute natildeo foi um local de derramento de petroacuteleo nem eacute uma regiatildeo

perto de refinarias ou industria petroquiacutemica podemos inferir que essas moderadas

concentraccedilotildees de hopano e esteranos satildeo derivadas da utilizaccedilatildeo de oacuteleos lubrificantes nos

automoacuteveis e nos barcos a motores da regiatildeo que chegam ao rio por meio do escomaento

superficial ou mesmo das poeiras das rodovias que constituem as principais vias de acesso da

regiatildeo O que ratifica essa fonte eacute a predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 em

todas as estaccedilotildees como foi citado anteriormente Podemos observar que as estaccedilotildees ACR1

ACR4 e ACR6 apresentaram as maiores concentraccedilotildees desses marcadores moleculares

especialmente os hopanos A estaccedilatildeo ACR1 fica logo apoacutes o accedilude Araras que eacute utilizado

como uma aacuterea de lazer com a presenccedila de jet-skis e barcos a motores que representam fontes

potenciais dos hopanos e esteranos Por sua vez a estaccedilatildeo ACR4 e ACR6 ficam a montante

das cidades de Sobral e Santana do Acarauacute respectivamnete

66

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e

esteranos (sumEster) nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

Conce

ntr

accedilatilde

o (gg

)

op

Ester

Fonte Elaborado pela autora

5412 Testemunho

No testemunho a maioria das amostras apresentaram valores do IPC (25-33) proacuteximos

a 1 o que sugere a contaminaccedilatildeo petrogecircnica (Tabela 14 Figura 25) Apenas a camada 10-15

cm apresentou um valor alto de IPC que significa a predominacircncia dos homoacutelogos com

carbonos impares sugerindo uma fonte de plantas terrestres superiores

Jaacute os valores do IPC (15-19) variaram de 049 (5-10 cm) a 733 (20-25 cm) (Tabela

14) Observou-se uma variaccedilatildeo do IPC (15-19) ao longo do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute

com picos nas profundidades de 20-25 cm e 45-50 cm Isso sugere uma variaccedilatildeo na origem da

mateacuteria orgacircnica com uma diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo autoacutectone em relaccedilatildeo ao topo

67

Fonte Elaborado pela autora

Por outro lado a razatildeo Per5 aneacuteis nos mostra que a maioria das seccedilotildees possuem um

caraacuteter natural da mateacuteria orgacircnica (Figura 25) o que eacute indicado pela porcentagem maior do

que 10 na razatildeo Per5 aneacuteis com possiacutevel fonte diageneacutetica do Per As altas

concentraccedilotildees de perileno tem sido relacionados com sedimentos anoacutexicos com alta

produtividade bioloacutegica (MEIRE et al 2008 WANG et al 2014)

A razatildeo de pristano em relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) variou de 050 (20-25 cm) a 433

(30-35 cm) (Tabela 14) O pristano eacute encontrado em maiores proporccedilotildees que o fitano em

sedimentos marinhos natildeo contaminados por petroacuteleo (PriFit gt1) No testemunho analisado

podemos observar uma tendecircncia de aumento na entrada de sedimentos contaminados por

hidrocarbonetos antropogecircnicos (Figura 26)

A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri) variou de 072 (topo) a 877

(base) e a razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-C18Fit) variou de 018 (20-25 cm) a 1107

(5-10 cm) (Tabela 14) Os valores dessas razotildees sugerem tanto a presenccedila de hidrocarbonetos

degradados (n-C18Fit) como a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica (n-C17Pri) ao longo

do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute No entanto as duas razotildees sugerem a presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradados nos sedimentos recentes (DIEZ et al 2007)

Em relaccedilatildeo aos biomarcadores hopanos e esteranos podemos observar na Figura 27 o

perfil desses compostos no testemunho em estudo Assim como nos sedimentos superficiais

Razatildeo

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5IPC(15-19)

IPC(25-33)

Per5aneis

0 20 40 60 80 100

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

Piroliacutetico

Nat

ural

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar

68

as concentraccedilotildees do sumBiomarcadores estaacute diretamente influenciada pela sumHop uma vez que

este representa cerca de 842 a 932 do total quantificado

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar

Oacuteleodegradado

n-C17Pri

0 2 4 6 8 10 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

n-C18Fit

0 2 4 6 8 10 12

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

PriFit

0 1 2 3 4 5

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

Contaminaccedilatildeo por Oacuteleo

Natildeo-contaminado

Oacuteleodegradado

Fonte Elaborado pela autora

Outra caracteriacutestica que assemelha-se aos sedimentos superficiais eacute a predominacircncia

do C29-hopano (NH) (Tabela 10) que pode ser utilizado para indicar atividades relacionadas

com o traacutefego de veiacuteculos na regiatildeo (KLEEMAN et al 2007 BOONYATUMANOND et al

2006)

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho

Concentraccedilatildeo (gg)

0 20 40 60 80 100120140

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

Hop

Ester

Biomar

Fonte Elaborado pela autora

69

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas

As distribuiccedilotildees de HPAs satildeo as ferramentas mais uacuteteis para a distinccedilatildeo entre fontes

piroliticas e petrogecircnicas de hidrocarbonetos Os HPAs petrogecircnicos exibem um padratildeo de

distribuiccedilatildeo em forma de sino (bell shaped) (WANG et al 1999 YUNKER et al 2015)

Por outro lado os HPAs piroliticos geralmente apresentam a distribuiccedilatildeo dos HPAs

alquilados homoacutelogos com os HPAs natildeo-substituidos mais abundantes (com o perfil de

distribuiccedilatildeo de C0-gtgtC1-gtC2-gtC3-gtC4- chamada de distribuiccedilatildeo inclinada)

Aleacutem disso entre os HPAs prioritaacuterios a predominacircncia dos HPAs de alto peso

molecular (sum HPAs (4-6 aneacuteis = Fltr Pir BaA Cri BbF BkF BaP IcdPDahA and BghiP)

sobre os HPAs de baixo peso (2-3 aneacuteis) nos processos piroliacuteticos eacute evidente em vaacuterios

trabalhos (PRAHL E CARPENTER 1983 WANG et al 1999CAVALCANTE et al 2012

ANDRADE 2012 FERNANDES 2013 FENG et al 2016)

Outras razotildees tambeacutem satildeo utilizadas para a caracterizaccedilatildeo de fontes de HPAs nos

sedimentos como FenantrenoAntraceno FluorantenoPireno

Benzo(a)Antraceno(Benzo(a)Antraceno + Criseno) e Indeno(cd)Pireno(Indeno(cd)Pireno +

Benzo(ghi)Perileno) (YUNKER et al 2002 STOGIANNIDIS E LAANE 2015)

5421 Sedimentos superficiais

Nos sedimentos superficiais foi observado a predominacircncia dos composto DahA e da

seacuterie de naftalenos alquilados Podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs

satildeo relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente O DahA eacute um HPA de alto peso molecular produto da queima

incompleta de mateacuteria orgacircnica e cuja degradaccedilatildeo eacute demorada sendo considerado um

poluente prioritaacuterio para a USEPA Segundo Levengood et al (2015) altas concentraccedilotildees de

DahA em sedimento podem ser associadas agraves estradas e ao traacutefico ferroviaacuterio Wang e

colaboradores (1999) observaram a formaccedilatildeo de DahA apoacutes a combustatildeo de diesel

juntamente com BghiP e IcdP Eacute interessante notar que a fumaccedila e as partiacuteculas de fuligem

podem ser transportadas por longas distacircncias atraveacutes da atmosfera e depositadas longe do local

de origem (CRUTZEN E ANDREAE 1990) Dessa forma fica evidente na regiatildeo o impacto

causado pelas rodovias e pelo traacutefico de veiacuteculos na regiatildeo estudada

Por sua vez o metilnaftaleno foi predominante dentre os HPAs substituiacutedos do

efluente proveniente de tratamento de esgoto na cidade Beijing China (QUIAO et al 2014)

70

Jaacute Wang e colaboradores (1999) encontraram os naftalenos alquilados como os principais

constituintes de diesel antes da combustatildeo Ambos relacionam a presenccedila desse HPA de baixo

peso molecular com contaminaccedilatildeo por derivados do petroacuteleo Na regiatildeo podemos relacionar a

presenccedila desse composto com o esgotamento sanitaacuterio deficiente em toda bacia do Acarauacute e

tambeacutem com o escoamento superficial que carreia hidrocarbonetos provenientes de atividades

relacionadas a frota veicular Nos uacuteltimos anos a frota veicular aumentou fazendo com que

os serviccedilos relacionados a manutenccedilatildeo (como oficinas postos de gasolina) acompanhessem a

demanda

Na Figura 19 os perfis dos HPAs encontrados nos sedimentos superficiais satildeo

mostrados Na maioria das estaccedilotildees os HPAs parentais com alto peso molecular incluindo o

IcdP o DahA e o BghiP predominaram sobre os HPAs de dois e trecircs aneacuteis como bifenil

acenaftileno e acenafteno Isso indica que a principal fonte de HPAs para essa regiatildeo satildeo

processos piroliacuteticos mesmo que em alguns casos o valor absoluto das concentraccedilotildees seja

pequeno (WANG et al 1999)

Nas regiotildees costeiras urbanizadas as emissotildees de motores de automoacuteveis e barcos satildeo

fontes principais de produtos de queima (BENNER et al 1989 MIGUEL et al 1998 YUNKER

et al 2002) liberando uma mistura de HPAs para diversos compartimentos (I) HPAs

inicialmente presentes no combustiacutevel (preacute-combustatildeo) (ii) HPAs formados durante a combustatildeo

(iii) HPAs acumulados nos oacuteleos lubrificantes e (iv) HPAs acumulados no sistema de exaustatildeo

(LIMA et al 2005)

Aleacutem disso a praacutetica de queimada para o preparo da terra e a utilizaccedilatildeo de lenha como

fonte de energia em olarias caieiras e uso domeacutestico constituem importantes fontes piroliticas de

HPAs No sudeste da Aacutesia Oanh e colaboradores (1999) compararam a utilizaccedilatildeo de madeira

carvatildeo mineral e carvatildeo vegetal em sistemas de aquecimento residencial e observaram que o fator

de emissatildeo de material particulado em miligramas por quilograma de combustiacutevel eacute de 51 36 e

70 para queima da madeira carvatildeo vegetal e carvatildeo mineral respectivamente Aleacutem disso o MP

que apresentou maior concentraccedilatildeo de HPAs foi o oriundo da madeira (OANH et al1999)

Os HPAs alquilados variam entre a distribuiccedilatildeo em forma de sino que caracteriza a

fonte petrogecircnica e a distribuiccedilatildeo inclinada que caracteriza a fonte pirogecircnica evidenciando e

confirmando a caracteriacutestica de muacuteltiplas fontes para a bacia do Acarauacute (Figura 19)

Em relaccedilatildeo as razotildees diagnoacutesticas vamos iniciar com a razatildeo do fenantreno sobre o

antraceno (FenAnt) que tem sido amplamente utilizada para diferenciar fontes piroliacuteticas de

petrogecircnicas nos sedimentos (GSCHWEND E HITES 1981 WANG et al 1999 GUO et al

2007) O fenantreno eacute termodinamicamente mais estaacutevel do que o antraceno e a sua

71

prevalecircncia caracteriza a origem petrogecircnica (BUDZINSKY et al 1997) Os processos que

ocorrem em altas temperaturas (800-1000K) produzem valores baixos para a razatildeo FenAnt

normalmente menores do que 5 (BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A maturaccedilatildeo

lenta da mateacuteria orgacircnica no petroacuteleo leva a valores bem maiores da razatildeo FenAnt

(BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A razatildeo FenAntgt15 eacute relacionada com

fontes petrogecircnicas e FenAntlt15 com fontes predominantemente piroliacuteticas (lt5 de acordo

com Neff et al (2005)) (BUDZINSKY et al 1997 DE LUCA et al 2005)

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos

superficiais

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1200

02

04

06

08

10

12

14

Fontes

Mistas

Petroacuteleo

Petroacuteleo

Combustatildeo

Combustatildeo

ACR1ACR10

Flt

rP

ir

FenAnt

ACR2

ACR3

ACR8

ACR5

ACR9ACR6

ACR4

ACR7

Fonte Elaborada pela autora

Similarmente a razatildeo FenAnt a razatildeo do fluoranteno sobre o pireno (FltrPir) tem

correlaccedilatildeo com a temperatura de formaccedilatildeo dos compostos (BUDZINSKY et al 1997) Nesse

caso o isocircmero mais estaacutevel termodinamicamente eacute o pireno (YAN et al 2005) O pireno eacute

mais favorecido do que o fluoranteno na formaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis Como resultado o

iacutendice FltrPirlt1 eacute utilizado para produtos petrogenicos exceto certos carvotildees e oacuteleo bruto A

razatildeo FltrPirgt1 eacute produzida por processos piroliacuteticos a temperaturas elevadas (COSTA et al

2004 SABER et al 2006) No entanto existem fontes piroliacuteticas com a razatildeo FltrPir lt1 que

satildeo representadas por oacuteleos lubrificantes usados emissatildeo de automoacuteveis e caminhotildees a diesel

e combustatildeo de gasolina e diesel (YUNKER et al 2002) Por isso um limite mais confiaacutevel

de FltrPir le 05 para fontes petrogecircnicas foi proposto por Stogiannidis e Laane (2015) Dessa

72

forma valores entre 05 e 1 satildeo representativos de fontes mistas Se FltrPirgt1 fontes

piroliacuteticas como queima de carvatildeo e biomassa satildeo provavelmente predominantes (YUNKER

et al 2002 YAN et al 2005)

Ao analisarmos a Figura 28 observamos que a maioria das estaccedilotildees apresentam-se

com influencia de fontes primaacuterias piroliticas No entanto as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e ACR8

apresentaram resultados conflitantes quanto as duas razotildees escolhidas podendo ser

classificadas tanto resultado de processo piroliticos quanto petrogenicos

Outras razotildees foram utilizadas com o objetivo de identificar as fontes de HPAs para a

bacia do rio Acarauacute com maior clareza A razatildeo de indeno(cd)pireno versuso somatoacuterio do

IcdP e BghiP(IcdP(IcdP+BghiP)) tem sido usada para a distinccedilatildeo entre as diversas fontes

piroliacuteticas de contaminaccedilatildeo nos sedimentos (YUNKER et al 2002) A Figura 29 mostra o

graacutefico dessas razotildees no qual podemos observar a predominacircncia da fonte piroliacutetica em

relaccedilatildeo a petrogecircnica A contaminaccedilatildeo por queima de biomassa foi designada para as estaccedilotildees

ACR4 ACR5 ACR6 e ACR7 Isso pode ser devido a preparaccedilatildeo da agricultura para terra

pela praacutetica de queimar as camadas superficiais do solo a fim de aumentar a quantidade de

nutrientes A queima de gasolina e diesel foi designada para as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e

ACR8 que provavelmente provecircm das emissotildees veiculares das estradas proacuteximas a esses

locais que satildeo a principal via de acesso na regiatildeo Por sua vez as estaccedilotildees ACR1 ACR9 e

ACR10 apresentaram uma multiplicidade de fontes

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

ACR1

ACR10

ACR7

ACR6

ACR9

IP(

IP+

Bg

hiP

)

BaA(BaA+Cri)

ACR8

ACR5

ACR4ACR3

ACR2

Queima

de diesel

gasolina

Petroacuteleo

Queima

de

biomassa

Fontes

MistasCombustatildeoPetroacuteleo

Fonte Elaborado pela autora

73

As quatro razotildees diagnoacutesticas utilizadas nem sempre retornaram as mesmas fontes

Isso pode ser explicado pela vaacuterias maneiras que os HPAs satildeo introduzidos no meio ambiente

de maneira tal que a assinatura caracteriacutestica de uma fonte pode ser obscurecida por outra

fonte (s) (WANG et al 1999 LIMAFARRINGTON e REDDY 2005)

5422 Testemunho

Podemos observar na Figura 30 que a tendecircncia geral no testemunho eacute a

predominacircncia de fontes piroliacuteticas como as principais responsaacuteveis pela entrada de HPAs no

estuaacuterio do rio Acarauacute

Essa tendecircncia eacute bem evidente na razatildeo de sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 na qual os

HPAs de 4 a 6 aneacuteis podem corresponder a aproximadamente 100 dos HPAs prioritaacuterios

pela USEPA principalmente na base do testemunho As razotildees FenAnt FltrPir

BaA(BaA+Cri) e IP (IP+BghiP) tambeacutem retornam na sua maioria valores que caracterizam

como fonte primaacuteria para o estuaacuterio do rio Acarauacute processos de combustatildeo

De acordo com a interpretaccedilatildeo dos valores da razatildeo FenAnt todos os registros no

testemunho sedimentar satildeo de fontes de HPAs por processo de combustatildeo uma vez que essa

razatildeo permanece FenAntlt15 da seccedilatildeo mais pronfunda a superficial

A razatildeo FltrPir indica a multiplicidade de fontes de HPAs de acordo com a

profundidade Essas fontes satildeo associadas com fontes mistas de 60 a 45 cm e de 25 a 10 cm

Os processos piroliticos satildeo as principais fontes de 35 a 45 cm 30 a 25 cm e no sedimento

superficial

Finalmente outras fontes de HPAs foram identificadas como derivadas de combustatildeo

de biomassa e carvatildeo (IPIP + BghiP) A combustatildeo de biomassa pode ser relacionada com as

queimadas para a preparaccedilatildeo da terra que ocorrem ao longo das margens dos rios onde

acontece o cultivo enquanto que a combustatildeo de carvatildeo relaciona-se com a utilizaccedilatildeo do

mesmo nas atividades do terceiro setor como churrascarias padarias e outros

estabelecimentos que utilizam essa fonte de energia

74

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o

estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do

sedimento

A relaccedilatildeo dos hidrocarbonetos do petroacuteleo com os sedimentos ainda natildeo estaacute

plenamente estabelecida apesar dos numerosos estudos existentes principalmente sobre os

HPAs (MAYER 1994 KUKKONEN E LANDRUM 1996 AHRENS E DEPREE 2004

TREMBLAY et al 2005 OPEL et al 2011) Devido a sua hidrofobicidade e estrutura

quimica estaacutevel os HPAs satildeo insoluacuteveis em aacutegua e sorvidos rapidamente pelas partiacuteculas (

KARICKHOFF et al 1979) Segundo Opel e colaboradores (2011) baseado nas observaccedilotildees

dos sedimentos de quatro rios no norte alematildeo a concentraccedilatildeo de HPAs varia entre as

diferentes classes de granulometria devido a distribuiccedilatildeo do teor de carbono orgacircnico entre os

diferentes tamanhos do gratildeo com uma leve tendecircncia a concentrar-se nas fraccedilotildees mais

grosseiras do que os OCPs e PCBs No porto de Boston e no rio Yangtze as maiores

concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas nas fraccedilotildees mais grosseiras que continham alto

teor de carbono orgacircnico (FENG E NIU 2007 WANG et al 2001) enquanto que no lago

Michigan as maiores concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas na fraccedilatildeo mais fina do

sedimento (lt63μm) (KUKKONEN E LANDRUM 1996) Dessa forma esses estudos

apontam para uma relaccedilatildeo de dependecircncia entre os HPAs e o teor de carbono orgacircnico entre

Que

ima

de d

iese

l

gaso

lina

FltrPir

0 1 2 3 4 5

HPAs (4-6 aneis) HPAs16

00 02 04 06 08 10 12

Pro

fundid

ade

(cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

FenAnt

0 3 6 9 12 15 18

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

Piroliacutetico

BaA(BaA+Cri)

00 02 04 06 08 10 12

IP(IP+BghiP)

00 02 04 06 08 10

Petro

leo

Piroliacutetico

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Que

ima

de

biom

assa

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

75

as diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas assim as maiores concentraccedilotildees de HPAs natildeo seratildeo

necessariamente encontradas nas fraccedilotildees mais finas (AHRENS E DEPREE 2004 OPEL et

al 2011) Uma vez que as fraccedilotildees mais finas do sedimento satildeo constituidas principalmente

por silte e argila a mateacuteria orgacircnica associada com essa fraccedilatildeo eacute relacionada com as

substacircncias huacutemicas adsorvidas sobre as superfiacutecies dos minerais (MAYER 1994) Jaacute uma

maior concentraccedilatildeo dos HPAs nas fraccedilotildees mais grosseiras (gt250 μm) do sedimento foi

explicada por Wang e colaboradores (2001) como resultado de uma sorccedilatildeo mais efetiva dos

HPAs ao material particulado de carvatildeo detritos vegetais e pelotas fecais nos sedimentos do

que a mateacuteria orgacircnica associada aos argilo-minerais

Os coeficientes de correlaccedilatildeo entre a fraccedilatildeo orgacircnica a fraccedilatildeo inorgacircnica e as

concentraccedilotildees dos principais marcadores moleculares orgacircnicos estudados no estuaacuterio do rio

Acarauacute estatildeo na Tabela 15

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho

Coeficiente linear de Pearson

(plt005) n=12

Fraccedilatildeo orgacircnica

Fraccedilatildeo inorgacircnica

AH () AF() CO() CaCO3() Areia Argila Silte

Fen

Ant

052

Fltr

Pir

BaA

Cri

BbF

058

BkF

BaP 059

081 060

-085

089

DahA

074

-071

075

IcdP

BghiP 068 063

Per

BeP 072 065 085

-091

093

sum C1-C4 NAF

sum C1-C3 FL

057

-059

064

sum C1-C4 FEN 071 072 072

-080

079

sum C1-C4 PIR 078 064 074

079

sum C1-C3 CRI 067

072

-079

081

sum C1-C4 DBT 074

061

sum Biomarcadores

sumAlcanos

sumHop

sumSter 062

Fonte Elaborada pela autora

No testemunho o conteuacutedo de silte e argila teve correlaccedilatildeo alta com o teor de carbono

orgacircnico e teor de aacutecido huacutemicos com coeficientes de Pearson r = 100 e r = 07

respectivamente Aleacutem disso os HPAs de alto peso molecular e a maioria dos HPAs

alquilados mostraram correlaccedilatildeo positiva com a fraccedilatildeo inorgacircnica dos finos (silte+argila) e

com o teor de carbono orgacircnico dos sedimentos do estuaacuterio do rio Acarauacute enquanto que os

alcanos e os biomarcadores natildeo apresentaram correlaccedilotildees significativas com essa fraccedilatildeo

76

granulomeacutetrica e com o teor de CO (Tabela 15) Isso indica que o tamanho do gratildeo e o

conteuacutedo de carbono orgacircnico foram determinantes somente na deposiccedilatildeo dos HPAs e que

como havia sido observado anteriormente (MAYER 1994) os HPAs estatildeo provavelmente

relacionados com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Essa baixa correlaccedilatildeo dos alcanos e biomarcadores com o teor de carbono orgacircnico

pode ser resultado da presenccedila de outro constituinte da mateacuteria orgacircnica presente nas aacuteguas do

rio Acarauacute

Essa relaccedilatildeo tambeacutem foi confirmada por uma relaccedilatildeo similar entre as concentraccedilotildees

normalizadas dos compostos analisados e o conteuacutedo de CO e finos ao longo do perfil

sedimentar no estuaacuterio (Figura 31) Esses resultados satildeo consistentes com outros estudos de

sorccedilatildeo de HPAs na mateacuteria orgacircnica e substacircncias huacutemicas que demonstram que esses fatores

satildeo muito importantes nesse processo devido a ligaccedilotildees hidrofoacutebicas e reaccedilotildees na superfiacutecie

mineral (BOWMAN ZHOU E READMAN 2002)

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborada pela autora baseado em Staniszewska et al (2011) As concentraccedilotildees normalizadas foram

calculadas como Y=(X-Xmin)(Xmax-Xmin) onde Y= concentraccedilatildeo normalizada de CO alcanos HPAs

biomarcadores ou finos X= concentraccedilatildeo detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmin=

concentraccedilatildeo miacutenima detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmax= concentraccedilatildeo maacutexima

detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos

CO

00 04 08 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5 cm

5-10 cm

10-15 cm

15-20 cm

20-25 cm

25-30 cm

30-35 cm

35-40 cm

40-45 cm

45-50 cm

50-55 cm

55-60 cm

HPAs

00 04 08 12

Alcanos

00 04 08 12

Biomarcadores

00 04 08 12

Finos

00 04 08 12

77

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais

Abaixo na Tabela 16 podemos observar os valores que correspondem agrave Diretriz de

Qualidade de Sedimento (DQS) utilizada pela agecircncia ambiental do Canadaacute (Environment

Canada) Somente os sedimentos superficiais ao longo do rio Acarauacute foram comparados com

essas diretrizes uma vez que as mesmas natildeo valem para sedimentos de testemunho avaliando

assim possiacuteveis riscos ecoloacutegicos dos HPAs na aacuterea de estudo

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999)

Sedimento marinho e estuarino Sedimento de aacutegua doce

TELsup3 PEL

4 TELsup3 PEL4

Naf 346 391 346sup1 391sup2

2-MNaf 202 201 202sup1 201sup2

Aci 587 128 587sup1 128sup2

Ace 671 889 671sup1 889sup2

Fl 212 144 212sup1 144sup2

Fen 867 544 419 515

Ant 469 245 469sup1 245sup2

Fltr 113 1494 111 2355

Pir 153 1398 53 875

BaA 748 693 317 385

Cri 108 846 571 862

BaP 888 763 319 782

DahA 622 135 622sup1 135sup2

Fonte CCME 1999sup1sup2 Valores provisoacuterios adotados dos niacuteveis para sedimento marinho uma vez que natildeo

existem dados suficientes para estabelecer esses niacuteveis para aacutegua doce sup3TEL (threshold effect level) niacutevel limite

de efeito 4PEL (probable effect level) niacutevel provaacutevel de efeito

Esses valores satildeo uacuteteis na abordagem de questotildees referentes a qualidade do sedimento

bem como no fornecimento de diretrizes qualitativas no que precisa ser feito para proteger os

organismos aquaacuteticos efetivamente (KUCUKSEZGIN et al 2012) Foram considerados dois

valores do TEL e PEL os valores referentes ao sedimento de aacutegua doce e os valores

referentes ao sedimento marinho e estuarino Das estaccedilotildees ACR1 a ACR8 os valores foram

comparados com sedimento de aacutegua doce jaacute as estaccedilotildees ACR9 e ACR10 foram comparados

com os limites para aacutegua salobro-salino jaacute que somente essas duas estaccedilotildees encontram-se no

estuaacuterio do rio Acarauacute A maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do niacutevel TEL estabelecido com

baixa probabilidade de efeitos adversos a biota No entanto algumas estaccedilotildees apresentam

valores acima dos niacuteveis especificados A estaccedilatildeo ACR4 ficou acima do TEL para o naftaleno

e 2-metilnaftalenoe ACR6 ultrapassou o TEL soacute para o naftaleno Jaacute as estaccedilotildees ACR2

ACR5 e ACR7 ultrapassaram o PEL para o DahA com um provaacutevel efeito adverso agrave biota

78

Por sua vez a estaccedilatildeo ACR8 ultrapassou o TEL para o fluoreno e DahA e o PEL para o

naftaleno e o 2-metilnaftaleno sendo uma estaccedilatildeo com muacuteltiplas fontes de efeitos adversos a

biota

6 CONCLUSAtildeO

As fontes e a distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos no rio Acarauacute a terceira maior bacia

hidrograacutefica do Estado foram descritas atraveacutes da anaacutelise dos sedimentos superficiais e do

perfil sedimentar

Nos sedimentos superficiais os padrotildees de composiccedilatildeo dos hopanos e esteranos e das

razotildees Prin-C17 Fitn-C18 e PriFit indicam contaminaccedilatildeo por petroacuteleo recente

principalmente por entrada de efluentes domeacutesticos e do escoamento superficial A

predominacircncia do Naf e dos seus alquilados em algumas estaccedilotildees confirma essa possiacutevel

contaminaccedilatildeo petrogecircnica No entanto a maioria das razotildees de HPAs indicaram que os HPAs

nos sedimentos satildeo principalmente de origem pirolitica com predominacircncia dos HPAs de alto

peso molecular que na regiatildeo foram relacionados com as queimadas para a preparaccedilatildeo da

terra uso de lenha (biomassa vegetal) e emissotildees veiculares Aleacutem disso os sedimentos

superficiais do rio Acarauacute foram considerados levemente a altamente poluiacutedos (14143 -

207720 ngg-1

) com relaccedilatildeo aos HPAs

No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o ecossistema a maioria das

estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela agecircncia ambiental canadense

com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na estaccedilatildeo ACR8 os

compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos adversos na biota

No testemunho a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica para a mateacuteria orgacircnica

diminui e aumenta a entrada de derivados do petroacuteleo das seccedilotildees mais profundas para a

superfiacutecie como pode ser visto pelo IPC e pelas razotildees dos isoprenoacuteides Em relaccedilatildeo aos

biomarcadores o sumEster manteve-se constante com baixos niacuteveis enquanto que o sumHop foi

responsaacutevel pela variaccedilatildeo dos biomarcadores ao longo do tempo marcando a presenccedila dos

derivados do petroacuteleo no registro sedimentar No que diz respeito aos HPAs predomina os

HPAs de alto peso molecular similarmente aos sedimentos superficiais indicando a

predominacircncia dos processos de combustatildeo na bacia do rio Acarauacute Aleacutem disso um pico de

concentraccedilatildeo do sumHPAs na profundidade 35-40 cm caracteriza uma mudanccedila na fonte de

energia utilizada e demonstra a interdependecircncia dos HPAs com a fraccedilatildeo granulomeacutetrica fina

do sedimento e com o teor de carbono orgacircnico

79

Esse trabalho forneceu informaccedilotildees ineacuteditas sobre a ocorrecircncia distribuiccedilatildeo e origem

dos hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute mostrando que alguns locais jaacute apresentam

contaminaccedilatildeo elevada Isso eacute um alerta devido a importacircncia estrateacutegica do rio Acarauacute para o

desenvolvimento da regiatildeo noroeste do estado

80

REFEREcircNCIAS

ABOUL-KASSIM T A T SIMONEIT B R T Lipid geochemistry of surficial sediments

from the coastal environment of Egypt 1 Aliphatic hydrocarbons - Characterization and

sources Marine Chemistry v 54 p 135ndash158 1996

AEPPLI C NELSON RK RADOVIC JR CARMICHAEL CA VALENTINE DL REDDY

CM Recalcitrance and degradation of petroleum biomarkers upon abiotic and biotic natural

weathering of Deepwater Horizon oil Environ Sci Technol v48(12)p6726ndash6734 2014

ALVES A B Estuaacuterio do rio Acarauacute ndash CE Impactos ambientais e implicaccedilotildees na

qualidade dos recursos hiacutedricos 2008 131p Dissertaccedilatildeo (Mestrado Acadecircmico em Geografia)

ndashUniversidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2008

ALVES AB PINHEIROLS ROSA M F Estuaacuterio do rio AcarauacuteCE aspectos

ambientais e condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo In Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos e Planejamento

Ambiental Editora Universitaacuteria da UFPB Joatildeo Pessoa 2010

ANDRADE M V F Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no Rio Jaguaribe ndash O

uso de hidrocarbonetos aromaacuteticos como marcadores de fontes 2012 86 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) ndash Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2012

AHRENS MJ DEPREE CV Inhomogeneous distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in different size and density fractions of contaminated sediment from Auckland

Harbour New Zealand an opportunity for mitigation Marine Pollution Bulletin 48 341-350

2004

BAacuteBEK OFAMERAM et al Geochemical traces of flood layers in the fluvial sedimentary

archive implications for contamination history analyses Catena v 87 p281-290 2011

BALDOTTO Marihus Altoeacute BALDOTTO Liacutelian Estrela Borges Aacutecidos huacutemicos Rev

Ceres Viccedilosa v 61 supl p 856-881 Dec 2014

BAUMARD P BUDZINSKI H MICHON Q GARRIGUES P BURGEOT T

BELLOCQ J Origin and Bioavailability of PAHs in the Mediterranean Sea from Mussel and

Sediment Records Estuarine Coastal and Shelf Science v47 p77ndash90 1998

BENNER B A JR GORDON G E AND WISE S A Mobile sources of atmospheric

polycyclic aromatic hydrocarbons a roadway tunnel study Environ Sci Technol v23

p1269-78 1989

BENITES V M MADARI MACHADO Extraccedilatildeo e fracionamento quantitativo de

substacircncias huacutemicas do solo um procedimento simplificado de baixo custo Rio de Janeiro

EMBRAPA 2003 Comunicado Teacutecnico

BENLAHCEN K T CHAOUI A BUDZINSKI H BELLOCQ J GARRIGUES PH

Distribution and source of polycyclic aromatic hydrocarbons in some Mediterranean coastal

sediments Mar Pollut Bull v34 p298 1997

81

BECHTEL A M WIDERA R F SACHSENHOFER R GRATZER A LUECKE AND M

WOSZCZYK Biomarkers and geochemical indicators of Holocene environmental changes in

coastal Lake Sarbsko (Poland) Organic Geochemistry v38 p1112ndash1131 2007

BIEGER T HELLOU J ABRAJANO T A Petroleum biomarkers as tracers of lubricating

oil contamination Marine Pollution Bulletin v 32 n 3 p 270ndash274 1996

BOONYATUMANOND R Wattayakorn G TOGO A TAKADAH Distribution and

origins of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in riverine estuarine and marine sediments

in Thailand Marine Pollution Bulletin v52 p942ndash956 2006

BOONYATUMANOND R et al Reconstruction of pollution history of organic contaminants in

the upper Gulf of Thailand by using sediment cores First report from Tropical Asia Core

(TACO) project Marine Pollution Bulletin v 54 n 5 p 554ndash565 2007

BOWMAN JC ZHOU JL READMAN JW Sedimentndashwater interactions of natural

oestrogens under estuarine conditions Marine Chemistry Volume 77 Issue 4 Pages 263-276

2002

BUDZINSKI H et al Evaluation of the sediment contamination by PAHs in the Gironde

estuary Marine Chemistry v 58 n 1 p 85ndash97 1997

BUREAU OF RECLAMATION Final environmental assessment Animas-La Plata Project

Ridges Basin Dam and Reservoir pre-construction facilities relocation (Appendix A Petroleum

Products Spill Analysis) United States Department of the Interior Bureau of Reclamation Upper

Colorado Region 2002

CAMARGO OA MONIZ AC JORGE JA VALADARES JMAS Meacutetodos de Analise

Quiacutemica Mineraloacutegica e Fiacutesica de Solos do Instituto Agronocircmico de Campinas Campinas

Instituto Agronocircmico 2009 77 p (Boletim teacutecnico 106 Ediccedilatildeo revista e atualizada)

CANADIAN COUNCIL OF MINISTERS OF THE ENVIRONMENT (CCME) Canadian

sediment quality guidelines for the protection of aquatic life Polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) In Canadian environmental quality guidelines 1999 Canadian Council of Ministers of

the Environment Winnipeg 2002

CAVALCANTE RM LIMA DM CORREIA LM NASCIMENTO RF Teacutecnicas de

extraccedilotildees e procedimentos de clean-up para a determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos policiacutelicos

aromaacuteticos (hpa) em sedimentos da costa do Cearaacute Quiacutemica Nova V31 n 6 p1371-1377

2008

CHEN J L WONG MHTAMNF Modeling sorption and biodegradation of phenanthrene

in mangrove sediment slurry Journal of Hazardous Materials v 190 n 1-3 p 409ndash415

2011

COGERH ndash COMPANHIA DE GESTAtildeO DE RECURSOS HIDRICOS DO ESTADO DO

CEARAacute PLANO DE GERENCIAMENTO DAS AacuteGUAS DA BACIA DO ACARAUacute -

Relatoacuterio de fase 1 (RF1) - Bacia do Acarauacute 2010 Disponivel em

lthttpportalcogerhcombrcomponentphocadownloadcategory35tmpl=componentampprint=1

gt Acesso em Jan 2016

82

COLOMBO JC PELLETIER E BROCHU C KHALIL M Determination of hydrocarbon

sources using n-alkane and polyaromatic hydrocarbon distribution indexes Case study Rio de

La Plata Estuary Argentina Environ Sci Technol v 23p 888ndash894 1989

COLOMBO JC CAPPELLETI N SPERANZA E MIGOYA MC LASCI J

SHORUPKA CNVertical fluxes and organic composition of settling materialfrom the sewage

impacted Buenos Aires coastal area Argentina Organic Geochemistry v38 p 1941-1952

2007

COMMENDATORE MG ESTEVES JL COLOMBO JC Hydrocarbons in coastal

sediments of Patagonia Argentina levels and probable sources Marine Pollution Bulletin

v40 p989ndash998 2000

COSTA HJ WHITE KA RUSPANTINI JJ Distinguishing PAH background and MGP residues

in sediments of a freshwater creek Environ Forens v5 p171ndash182 2004

CRITERIA WORKING GROUP Analysis of Petroleum Hydrocarbons in Environmental Media Total Petroleum Hydrocarbon Criteria Working Group Series - Volume 1 Amherst 1998

CRUTZEN PJ ANDREAE MO Biomass Buriing in the TropicsImpact on Atmospheric

Chemistry and Biogeochemical Cycles Science v250 p 1679-1678 dez1990

DE ABREU-MOTA M A et al Sedimentary biomarkers along a contamination gradient in a

human-impacted sub-estuary in Southern Brazil A multi-parameter approach based on spatial

and seasonal variability Chemosphere v 103 p 156ndash163 2014

DE ANDRADE S J et al Contribution of sugar-cane harvesting season to atmospheric

contamination by polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in Araraquara city Southeast

Brazil Atmospheric Environment v 44 n 24 p 2913ndash2919 2010

DE LUCA G et al Nature distribution and origin of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs)

in the sediments of Olbia harbor (Northern Sardinia Italy) Marine Pollution Bulletin v 50 p

1223ndash1232 2005

DENOUX G WANG B Quantitative determination of polynuclear aromatic

hydrocarbons by gas chomatografymass spectrometry using the selected in monitoring

mode Geochemical and Environmental Research Group v 3 p 2 ndash 28 1998

DeWITT TH OZRETICH RJ SWARTZ RC LAMBERSON JO SCHULTZ DW

DITSWORTH GR JONES JKP HOSELTON L SMITH LM The influence of organic

matter quality on the toxicity and partitioning of sediment associated fluoranthene Environ

Toxicol Chem 11197ndash2081992

DIEZ S JOVER E BAYONA J M ALBAIGES J Prestige Oil Spill III Fate of a Heavy

Oil in the Marine Environment Environmental Sci Technol v41 p3075-82 2007

DONLAN MC DOUGLAS G MACDONALD DD An Evaluation of the Composition

and Potential Environmental Fate and Toxicity of Heavy Venezuelan Crude Oil Released into

the Delaware River During the MT ATHOS I Oil Spill Aquatic Technical Work Group for

ATHOS I Spill 2005

DUAN X LIU J ZHANG D YIN P LI Y LI X An assessment of human influences on

83

sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in the estuarine and coastal sediments of China

Marine Pollution Bulletin v97 p309ndash318 2015

EGLINTON G HAMILTON R J Leaf Epicuticular Waxes Science v 156 n 3780 p

1322ndash1335 1967

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAS AGROPECUAacuteRIAS ndash EMBRAPA Agroinduacutestria

Tropical Contexto geoambiental das bacias hidrograacuteficas dos rios Acarauacute Curu e baixo

Jaguaribe ndash estado do Cearaacute Fortaleza 52p Documentos 101 2005

FENG J-L NIU J-F Study on the grain-size distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in Yangtze river sediment Huan Jing Ke Xue 28 (7) 1573-1577 2007

FENG J et al Distributions and potential sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in

surface sediments from an emerging industrial city (Xinxiang) Environmental Monitoring and

Assessment v 188 n 1 p 1ndash14 2016

FERNANDES GM Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no estuaacuterio do rio

Pacoti atraveacutes do uso de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos como marcadores de

fontes 2013 Monografia (Curso de Oceanografia) Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2013

GROSSI V et al Burial exportation and degradation of acyclic petroleum hydrocarbons

following a simulated oil spill in bioturbated Mediterranean coastal sediments Chemosphere v

48 n 9 p 947ndash954 2002

GSCHWEND P M HITES R A Fluxes of polycyclic aromatic hydrocarbons to marine and

lacustrine sediments in the northeastern United States Geochimica et Cosmochimica Acta v

45 p 2359ndash2367 1981

GUO W et al Distribution of polycyclic aromatic hydrocarbons in water suspended particulate

matter and sediment from Daliao River watershed China Chemosphere v 68 p 93ndash104

2007

HARJI G YVENAT A NARAYAN B B Sources of hydrocarbons in sediments of the

Mandovi estuary and the Marmugoa harbor west coast of India Environment International

34 2008

HU L et al Temporal trends of aliphatic and polyaromatic hydrocarbons in the Bohai Sea

China Evidence from the sedimentary record Organic Geochemistry v42 p1181ndash1193

2011

HUR J SCHLATMAN MA Influence of Humic Substance Adsorptive Fractionation on

Pyrene Partitioning to Dissolved and Mineral-Associated Humic Substances Environ Sci

Technol v38 p5871-5877 2004

IBGEa 2010 ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Seacuteries Estatiacutesticas Seacuteries

Histoacutericas e Estatiacutesticas Disponivel em

httpseriesestatisticasibgegovbrlista_temaaspxop=1ampno=6ampnome=municipios Acesso em

Jan 2016

84

IBGEb 2015ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica CidadesDisponivel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=230020ampsearch=ceara|acarau

Acesso em Jan 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2013 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio 2013 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2013aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Recursos Naturais e Meio Ambiente 2014 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014territoriorecursoshtmgt Acesso

em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio2014 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2015 2015 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2015aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IRWIN RJ VANMOUWERIK M STEVENS L SEESE MD BASHAM W

Environmental Contaminants Encyclopedia Alkanes National Park Service Water

Resources Division Fort Collins Colorado Distributed within the Federal Government as an

Electronic Document 1997

IUPAC Use of the terms ldquorecoveryrdquo and ldquoapparent recoveryrdquo in analytical procedures Pure and

Applied Chemistry v 74 p 2201 ndash 2205 2002

KANZARI F et al Distribution and risk assessment of hydrocarbons (aliphatic and PAHs)

polychlorinated biphenyls (PCBs) and pesticides in surface sediments from an agricultural river

(Durance) and an industrialized urban lagoon (Berre lagoon) France Environmental

Monitoring and Assessment v 187 n 9 2015

KARICKHOFF S W BROWN D S SCOTT T A Sorption of hydrophobic pollutants on

natural sediments Water Research v 13 n 3 p 241ndash248 1979

KHALILI N R SCHEFF P A HOLSEN T M PAH source fingerprints for coke ovens

diesel and gasoline engines highway tunnels and wood combustion emissions Atmospheric

Environment v29 i 4 p 533-542 1995

KLEEMAN MJ RIDDLE SG ROBERT MA JAKOBER CA Lubricating Oil and Fuel

Contributions To Particulate Matter Emissions from Light-Duty Gasoline and Heavy-Duty

Diesel Vehicles Environ Sci Technol v42 p235ndash242 2008

KOWALSKA M GUumlLER H COCKE D L Interactions of clay minerals with organic

pollutants Science of The Total Environment v 141 n 1 p 223ndash240 1994

85

KUCUKSEZGIN F PAZI I GONUL L T Marine organic pollutants of the Eastern Aegean

Aliphatic and polycyclic aromatic hydrocarbons in Candarli Gulf surficial sediments Marine

Pollution Bulletin v 64 n 11 p 2569ndash2575 2012

KUKKONEN J LANDRUM PF Distribution of organic carbon and organic xenobiotics

among different particle-size fractions in sediments Chemosphere 32 1063-1076 1996

LAMAS F IRIGARAY C OTEO C CHACON J Selection of the most appropriate method

to determine the carbonate content for engineering purposes with particular regard to

marls Engineer geol v 81 p 32-41 2005

LEITE N F PERALTA-ZAMORA P GRASSI M T Distribution and origin of polycyclic

aromatic hydrocarbons in surface sediments from an urban river basin at the Metropolitan

Region of Curitiba Brazil Journal of Environmental Sciences v 23 n 6 p 904ndash911 2011

LEVENGOOD J M et al Polyaromatic hydrocarbons and elements in sediments associated

with a suburban railway Environmental Monitoring and Assessment v 187 n 8 2015

LIMA SF SILVA FILHO WF PINHEIRO RD FREIRE GSS MAIA LP

MONTEIRO LHU ndash ANASED - Programa de anaacutelises classificaccedilatildeo e arquivamento de

paracircmetros metodoloacutegicos Anais do VIII Congresso da Associaccedilatildeo Brasileira de Estudos do

Quaternaacuterio (ABEQUA) CD-ROM p 458-459 Mariluz Imbeacute RS Brasil 2001

LIMA A L C FARRINGTON J W REDDY C M Combustion-Derived Polycyclic

Aromatic Hydrocarbons in the EnvironmentmdashA Review Environmental Forensics v 6 n 2

p 109ndash131 2005

LORGEOUX C et al Temporal trends of persistent organic pollutants in dated sediment cores

Chemical fingerprinting of the anthropogenic impacts in the Seine River basin Paris Science of

the Total Environment v 541 p 1355ndash1363 2016

MACHADO K S et al Sedimentary record of PAHs in the Barigui River and its relation to the

socioeconomic development of Curitiba Brazil Science of the Total Environment v 482-483

n 1 p 42ndash52 2014

MAI B-X et al Chlorinated and polycyclic aromatic hydrocarbons in riverine and estuarine

sediments from Pearl River Delta China Environmental pollution (Barking Essex  1987) v

117 p 457ndash474 2002

MARGALEF R Limnologia Editora Omega Barcelona p 1100 1983

MARTINS C C et al Multi-molecular markers and metals as tracers of organic matter inputs

and contamination status from an Environmental Protection Area in the SW Atlantic (Laranjeiras

Bay Brazil) Science of the Total Environment v 417-418 p 158ndash168 2012

MASCLET P et al Emissions of polycyclic aromatic hydrocarbons by savanna fires Journal

of Atmospheric Chemistry v 22 n 1-2 p 41ndash54 1995

MAYER LM Relationship between mineral surfaces and organic carbon concentrations in soils

and sediments Chemical Geology 114 347-363 1994

MECHLIŃSKA A et al Evolution of models for sorption of PAHs and PCBs on geosorbents

TrAC - Trends in Analytical Chemistry v 28 n 4 p 466ndash482 2009

86

MEIRE R O et al Polycyclic aromatic hydrocarbons assessment in sediment of national parks

in southeast Brazil Chemosphere v 73 n 1 SUPPL p 180ndash185 2008

MIGUEL AH KIRCHSTETTER TW HARLEY RA On-Road Emissions of Particulate

Polycyclic Aromatic Hydrocarbons and Black Carbon from Gasoline and Diesel Vehicles

Environ Sci Technol v32 p450-455 1998

MITRA S DICKHUT RM KUEHL SAKIMBROUGH KL Polycyclic aromatic

hydrocarbon (PAH) source sediment deposition patterns and particle geochemistry as factors

influencing PAH distribution coefficients in sediments of the Elizabeth River VA USA

Marine Chemistry v66 p113ndash127 1999

NASCIMENTO FRCUNHA SB SOUZA MJ CRUZMLB Diagnoacutestico Geoambiental

da bacia hidrograacutefica semi-aacuterida do Rio Acarauacute subsiacutedios aos estudos sobre desertificaccedilatildeo

Boletim Goiano de Geografiav 28n1 p41-62janjun 2008

NEFF J M STOUT S A GUNSTER D G Ecological risk assessment of polycyclic

aromatic hydrocarbons in sediments identifying sources and ecological hazard Integrated

environmental assessment and management v 1 n 1 p 22ndash33 2005

PEREIRA NETTO A D CUNHA I F REGO E C P Polycyclic aromatic hydrocarbons

in street dust of Niteroacutei City RJ Brazil Bulletin of Environment Contamination and

Toxicology v72 p829 2004

OANH NTK REUTERGARDH LB DUNG NT Emission of polycyclic aromatic

hydrocarbons and particulate matter from domestic combustion of selected fuels

Environmental Science and Technology v33 p2703ndash2709 1999

OLIVEIRA AHB Diagnoacutestico da contribuiccedilatildeo de fontes de poluiccedilatildeo na costa de Fortaleza

usando marcadores moleculares de petroacuteleo e cromatografia bidimensional abrangente

2016 Tese (Doutorado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) - Instituto de Ciecircncias do Mar

Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2016

OPEL O PALM W-U STEFFEN D RUCK W K Inside-sediment partitioning of PAH

PCB and organochlorine compounds and inferences on sampling and normalization methods

Environmental Pollution v159 i4 p 924ndash931 2011

PAGE D S BOEHM P D DOUGLAS G S BENCE A E BURNS W A

MANKIEWICZ P J The Natural Petroleum Hydrocarbon Background in Subtidal Sediments

of Prince William Sound Alaska Environmental Toxicology and Chemistryv15(8) p1266-

1281 1996

PAGE DS DOUGLAS GS BENCE AE BURNS WA MANKIEWICZET PJ

Pyrogenic PAHs in sediments record past human activity a case study in Prince William Sound

Alaska Marine Pollution Bulletin v38 p 247ndash260 1999

PEREIRA NETTO AD SISINNO CL MOREIRAJC ARBILLAG DUFRAYER MC

Polycyclic aromatic hydrocarbons in leachate from a municipal solid waste dump of Niteroi

City RJ Brazil Bulletin of Environmental Contamination and Toxicologyv68 pp 148-

154 2002

87

PEREZ-FERNANDEZ B VINtildeAS L AacuteNGELES FRANCO M BARGIELA J PAHs in

the Riacutea de Arousa (NW Spain) A consideration of PAHs sources and abundance Marine

Pollution Bulletin 2015

PETERS K E MOLDOVAN J M The Biomarker Guide Interpreting molecular fossils in

petroleum and ancient sediments New York Englewood Cliffs e Prentice Hall 1993

PRAHL F G CARPENTER R Polycyclic aromatic hydrocarbon(PAH)-phase associations in

Washington coastal sediment Geochimica et Cosmochimica Acta v47(6) p1013ndash1023

1983

PRINCE RCELMENDORF DLLUTE JR17 alphaH-21betaH-hopane as a conserved

internal marker for estimating the biodegradation of crude oil Environmental Science amp

Technologyv28 (1) pp142-145 1994

QUIAO M et al Occurrence behavior and removal of typical substituted and parent polycyclic

aromatic hydrocarbons in a biological wastewater treatmentplant Water Research v 52 p 11ndash

19 2014

RAVINDRA K SOKHI R VAN GRIEKEN R Atmospheric polycyclic aromatic

hydrocarbons Source attribution emission factors and regulation Atmospheric Environment

v 42 n 13 p 2895ndash2921 2008

READMAN J W et al Petroleum and PAH contamination of the Black Sea Marine Pollution

Bulletin v 44 p 48ndash62 2002

RIBANI M et al Validaccedilatildeo em meacutetodos cromatograacuteficos e eletroforeacuteticos Quiacutem Nova Satildeo

Paulo v 27 n 5 p 771-780 Oct 2004

ROGGE W F et al Sources of fine organic aerosol 2 Noncatalyst and catalyst-equipped

automobiles and heavy-duty diesel trucks Environmental Science amp Technology v 27 n 4

p 636ndash651 1993

SABER D MAURO D SIRIVEDHIN T Environmental forensic investigation in sediments

near a former manufactured gas plant site Environ Forens v7 p65ndash75 2006

SAHA M TOGO A MIZUKAWA K MURAKAMI M TAKADA H ZAKARIA M H

CHIEM N CACH TUYEN B PRUDENTE M BOONYATUMANOND R SARKAR S

BHATTACHARYA B MISHRA P SEANG TANA T Sources of sedimentary PAHs in

tropical Asian waters Differentiation between pyrogenic and petrogenic sources by alkyl

homolog abundance Marine Pollution Bulletin v 58 n 2 p 189ndash200 2009

SCHAUER JJ KLEEMAN MJ CASS GR SIMONEIT BRT Measurement of

emissions from air pollution sources 5 C-1ndashC-32 organic compounds from gasoline-powered

motor vehicles Environ Sci Technol v36 i6 p1169ndash1180 2002

SILVA F S CRISTALE J ANDREacute PA SALDIVA PHN MARCHI M RR PM25

and PM10 The influence of sugarcane burning on potential cancer risk Atmospheric

Environment v 44 n 39 p 5133ndash5138 2010

SILVA FE Araras eacute o 28deg accedilude a sangrar no Cearaacute Diaacuterio do Nordeste Fortaleza 1deg abr de

2003 Regional

88

SIMONEIT B R T et al Molecular marker study of extractable organic matter in aerosols

from urban areas of China Atmospheric Environment Part A General Topics v 25 n 10 p

2111ndash2129 1991

SOCLO H H GARRIGUES P EWALD M Origin of polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) in coastal marine sediments Case studies in Cotonou (Benin) and Aquitaine (France)

Areas Marine Pollution Bulletin v 40 n 5 p 387ndash396 2000

STEINHAUER MS BOEHM PD The composition and distribution of saturatedand aromatic

hydrocarbons in nearshore sediments river sediments and coastal peat of Alaskan Beaufort Sea

implications for detecting anthropogenic hydrocarbon inputs Mar Environ Res v33 p223ndash

53 1992

STOGIANNIDIS E LAANE R Source characterization of polycyclic aromatic

hydrocarbons by using their molecular indices an overview of possibilities DMWhitacre

(Ed) Reviews of Environmental Contamination and Toxicology vol 234 pp49-133 2015

SUCUPIRA P A P Indicadores de degradaccedilatildeo ambiental dos recursos hiacutedricos

superficiais no meacutedio e baixo vale do rio Acarauacute ndash CE 2006 242 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Geografia) ndash Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006

SUGUIO K Introduccedilatildeo a sedimentologia Satildeo Paulo Ed Edgard Blucher EDUSP 317 p

1973

SUN L ZHANGS History of Fuel Consumption Inferred from Polycyclic Aromatic

Hydrocarbons in Sediments from the South Lianhuan Lake Northeast China Bull Environ

Contam Toxicol v88 p1027ndash1032 2012

TOLOSA I MESA-ALBERNAS M ALONSO-HERNANDEZ C M Inputs and sources of

hydrocarbons in sediments from Cienfuegos bay Cuba Marine Pollution Bulletin v 58 n 11

p 1624ndash1634 2009

TREMBLAY L KOHL S D RICE J A GAGNEacute J Effects of temperature salinity and

dissolved humic substances on the sorption of polycyclic aromatic hydrocarbons to estuarine

particles Marine Chemistry V96 Issues 1ndash2 P 21-34 2005

VENKATESAN MI The occurrence and possible sources of perylene in marine sediments ndash a

review Marine Chemistry v25 p1ndash27 1988

VENTURINI N et al A multi-molecular marker assessment of organic pollution in shore

sediments from the Riacuteo de la Plata Estuary SW Atlantic Marine Pollution Bulletin v 91 n 2

p 461ndash475 2015

VOLKMAN J K et al Identification of natural anthropogenic and petroleum hydrocarbons in

aquatic sediments Sci Total Environ v 112 n 2-3 p 203ndash219 1992

WANG MIN WANGC HU X ZHANG H HE s LV S Distributions and sources of

petroleum aliphatic hydrocarbons and polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface

sediments from Bohai Bay and its adjacent river China Marine Pollution Bulletin v90 p88ndash

94 2015

WANG Z FINGAS M PAGE D S Oil spill identification Journal of Chromatography A

89

v 843 n 1-2 p 369ndash411 1999

WANG Z FINGAS M SHU YY SIGOUIN L LANDRIAULT M LAMBERT P

Quantitative characterization of PAHs in burn residue and soot samples and differentiation of

pyrogenic PAHs from petrogenic PAHs ndash the 1994 Mobile Burn Study Environmental Science

amp Technology v33 p 3100ndash3109 1999

WANG Z FINGAS MF Development of oil hydrocarbon fingerprinting and identification

techniques Marine Pollution Bulletin v47 p423ndash452 2003

WANG Z et al Forensic source differentiation of petrogenic pyrogenic and biogenic

hydrocarbons in Canadian oil sands environmental samples Journal of Hazardous Materials

v 271 p 166ndash177 2014

WANG XC ZHANG YX CHEN RF Distribution and partitioning of polycyclicaromatic

hydrocarbons (PAHs) in different size fractions in sediments from Boston Harbor United States

Marine Pollution Bulletin v42 p1139-1149 2001

YAN B et al Molecular tracers of saturated and polycyclic aromatic hydrocarbon inputs into

Central Park Lake New York City Environmental Science and Technology v 39 n 18 p

7012ndash7019 2005

YUAN H LI T DING X ZHAO GYE S Distribution sources and potential toxicological

significance of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface soils of the Yellow River

Delta China Mar Pollut Bullv83(1) p258-64 2014

YUNKER M B MACDONALD R W VINGARZAN R MITCHELL R H GOYETTE

D SYLVESTRE S PAHs in the Fraser River basin a critical appraisal of PAH ratio as

indicators of PAH source and composition Organic Geochemistry v 33 p 489ndash515 2002

YUNKER M B et al Alkane and PAH provenance and potential bioavailability in coastal

marine sediments subject to a gradient of anthropogenic sources in British Columbia Canada

Organic Geochemistry v 89-90 p 80ndash116 2015

90

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS HPAS

HPAs mz

Tempo

de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

HPAs mz Tempo de

Retenccedilatildeo (min)

Coeficiente

de

correlaccedilatildeo

(R2)

Faixa de

Trabalho

2 a

neacutei

s

Naftaleno 128 16152 09954 0-5000 ppb C1-naftaleno 142 23680

2-metilnaftaleno 142 21243 09987 0-5000 ppb C2-naftaleno 156 23473

1-metilnaftaleno 142 21839 09994 0-5000 ppb C3-naftaleno 170 26564

16-dimetilnaftaleno 156 26057 09989 0-5000 ppb C4-naftaleno 184 35457

12-dimetilnaftaleno 156 27016 09997 0-5000 ppb C1-fluoreno 180 33626

235-trimetilnaftaleno 170 30304 09987 0-5000 ppb C2-fluoreno 194 34212

Bifenil 154 24121 09995 0-5000 ppb C3-fluoreno 208 41991

3 a

neacutei

s

Acenaftileno 152 26876 09998 0-5000 ppb C1-dibenzotiofeno 198 35751

Acenafteno 154 27976 09996 0-5000 ppb C2-dibenzotiofeno 212 41948

Dibenzofurano 168 28957 09983 0-5000 ppb C3-dibenzotiofeno 226 42681

Fluoreno 166 30994 09999 0-5000 ppb C4-dibenzotiofeno 240 49243

1-metilfluoreno 180 34117 09994 0-5000 ppb C1-fenantreno 192 39406

Dibenzotiofeno 184 35457 09999 0-5000 ppb C2-fenantreno 206 39384

46-dimetildibenzotiofeno 212 39988 09999 0-5000 ppb C3-fenantreno 220 45105

Fenantreno 178 36010 09998 0-5000 ppb C4-fenantreno 234 49263

Antraceno 178 36959 09995 0-5000 ppb C1-pireno 216 44668

Carbazole 167 37584 09991 0-5000 ppb C2-pireno 230 51176

9-etil-10-metilfenantreno 220 43867 09995 0-5000 ppb C3-pireno 244 46679

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 202 42444 09996 0-5000 ppb C4-pireno 258 53991

Pireno 202 43716 09995 0-5000 ppb C1-criseno 242 49554

1-metilpireno 216 46494 09998 0-5000 ppb C2-criseno 256 56220

Benz(a)antraceno 228 49651 09959 0-5000 ppb C3-criseno 270 51662

Trifenileno 228 49651 09979 0-5000 ppb

Criseno 228 49943 09973 0-5000 ppb Fluoranteno-d10 (PI) 212 41948

6-metilcriseno 242 52031 09940 0-5000 ppb

6-etilcriseno 256 52779 09998 0-5000 ppb

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 252 54578 09997 0-5000 ppb

Benzo(k)fluoranteno 252 55150 09998 0-5000 ppb

Benzo(e)pireno 252 55994 09999 0-5000 ppb

Benzo(a)pireno 252 56446 09988 0-5000 ppb

Perileno 252 56688 09990 0-5000 ppb

Dibenzo(ah)antraceno 278 62164 09783 0-5000 ppb

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 276 62444 09843 0-5000 ppb

Benzo(ghi)perileno 276 64164 09998 0-5000 ppb Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno Os compostos

simbolizados representam os 16HPAs prioritaacuterios pela USEPA

91

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS

BIOMARCADORES

BIOMARCADORES mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de Calibraccedilatildeo

ααα - colestano 217 54804 09865 0-1324 ppm

αββ - colestano 218 53765 09941 0-1324 ppm

17α (H)21β (H)-30-norhopano 191 57994 09420 0-1324 ppm

ααα - 20R 24R - etilcolestano 217 57317 09783 0-1324 ppm

17α (H)-222930 - trisnorhopano 191 56059 09668 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - hopano 191 59429 09716 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22R - homohopano 191 61548 09429 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22S - homohopano 191 61282 09351 0-1324 ppm

αββ - 20R 24S - metilcolestano 218 56655 09885 0-1324 ppm

αββ - 20R 24R - etilcolestano 218 56333 09871 0-1324 ppm

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

92

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS N-ALCANOS

ALCANOS mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de

Calibraccedilatildeo

nC10 57 8139 09971 0-5000 ppb

nC11 57 10534 09970 0-5000 ppb

nC12 57 14708 09983 0-5000 ppb

nC13 57 19428 09987 0-5000 ppb

nC14 57 23265 09990 0-5000 ppb

nC15 57 26574 09993 0-5000 ppb

nC16 57 29463 09999 0-5000 ppb

nC17 57 31965 09998 0-5000 ppb

pristano 57 32062 09998 0-5000 ppb

nC18 57 34393 09990 0-5000 ppb

fitano 57 34393 09950 0-5000 ppb

nC19 57 36624 09986 0-5000 ppb

nC20 57 38662 09982 0-5000 ppb

nC21 57 40621 09979 0-5000 ppb

nC22 57 42530 09970 0-5000 ppb

nC23 57 44202 09971 0-5000 ppb

nC24 57 45970 09964 0-5000 ppb

nC25 57 47650 09961 0-5000 ppb

nC26 57 49185 09948 0-5000 ppb

nC27 57 50720 09944 0-5000 ppb

nC28 57 52206 09940 0-5000 ppb

nC29 57 53660 09915 0-5000 ppb

nC30 57 54939 09928 0-5000 ppb

nC31 57 56333 09912 0-5000 ppb

nC32 57 57962 09873 0-5000 ppb

nC33 57 59655 09875 0-5000 ppb

nC34 57 61632 09921 0-5000 ppb

nC35 57 63899 09928 0-5000 ppb

nC36 57 66808 09938 0-5000 ppb

nC37 57 70166 09935 0-5000 ppb

nC38 57 74181 09916 0-5000 ppb

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

93

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAs INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute

0-5 cm 5-10

cm

10-15

cm

15-20

cm

20-25

cm

25-30

cm

30-35

cm

35-40

cm

40-45

cm

45-50

cm

50-55

cm

55-60

cm

HPAs parentais

2 a

neacutei

s

Naftaleno ltLD 767 ltLD 401 652 ltLD ltLD ltLD 3668 1569 3268 ltLD

2-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD 1393 ltLD ltLD ltLD 897 270 1300 ltLD

1-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 845 060 ltLD ltLD

16-dimetilnaftaleno 1401 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

12-dimetilnaftaleno 1845 5311 914 2566 1186 7608 2826 5071 3508 2067 2541 4269

235-trimetilnaftaleno 628 9717 ltLD ltLD 031 ltLD ltLD ltLD 874 ltLD ltLD ltLD

Bifenil 581 234 ltLD 243 1438 810 ltLD 885 936 ltLD ltLD ltLD

3 a

neacutei

s

Acenaftileno ltLD ltLD ltLD ltLD 328 385 ltLD ltLD 306 ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno ltLD 1483 ltLD ltLD 7125 9171 769 ltLD ltLD 261 015 ltLD

1-metilfluoreno 2409 252 085 053 648 407 151 057 060 084 068 068

Fenantreno 2729 846 1508 771 1016 1361 1394 1834 996 755 185 1259

Antraceno 686 554 720 412 371 199 288 827 488 283 1119 642

Carbazole 2131 357 1992 1001 820 1147 930 1329 1428 1556 911 639

9-etil-10-metilfenantreno 412 095 263 030 352 430 285 746 131 081 244 062

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 4888 546 1378 492 206 1207 156 1667 879 168 196 1658

Pireno 3900 607 1416 412 339 710 1062 735 225 292 309 1489

1-metilpireno 1942 182 402 207 422 386 1143 365 248 409 360 223

Benz(a)antraceno 2784 708 606 1200 835 1848 1612 2187 2348 353 664 2484

Trifenileno 4090 146 257 094 227 276 149 1743 3226 145 810 2518

Criseno 1462 094 3983 220 113 110 054 802 1442 122 1263 129

6-metilcriseno 3593 299 833 312 489 328 505 330 335 847 2008 247

6-etilcriseno 715 313 748 185 468 291 693 296 1829 792 1476 1031

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 15493 2360 4053 2669 1320 3849 2236 10391 6497 5564 1980 8160

Benzo(k)fluoranteno 8240 1239 4624 4344 1871 856 994 5483 1780 1335 2638 1191

Benzo(e)pireno 11034 1378 5693 826 1232 6811 10620 22548 39510 30411 37397 25197

Benzo(a)pireno 18157 1225 8715 870 3171 4915 11826 28991 30554 18433 17648 14549

Perileno 34008 2025 31746 361 2189 958 22903 1426 74001 751 2699 1116

Dibenzo(ah)antraceno ltLD ltLD 17867 ltLD ltLD ltLD ltLD 618160 170855 183085 309876 113543

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 5558 1545 2253 1396 2339 1707 1526 12061 3864 2543 3536 2021

Benzo(ghi)perileno 2967 1221 3118 1102 2157 2475 1649 2282 10371 2423 6520 9911

HPAs alquilados sum C1-C4 naftalenos 35991 57276 35627 22235 40623 260598 52905 30061 80734 10025 32274 24297

sum C1-C3 fluorenos 7647 4478 6221 3742 9601 6519 8172 9082 15616 7814 10281 8868

sum C1-C4 fenantrenos 7878 211 4731 1231 000 4554 8782 4529 16808 17808 20501 16206

sum C1-C4 pirenos 6832 129 5338 794 000 3252 8390 8454 10944 11239 17571 17892

sum C1-C3 crisenos 15410 3251 15133 4435 5692 7330 9675 27838 28433 34633 48985 42654

HPAs sulfurados Dibenzofurano 581 ltLD ltLD ltLD 1764 200 1261 ltLD ltLD 319 ltLD 016

Dibenzotiofeno 153 1006 232 1586 939 1417 1142 3404 2777 1351 937 1338

46-

dimetildibenzotiofeno 062 2052 260 1812 3041 077 2797 078 105 014 294 1305

sum C1-C4

dibenzotiofenos 303 412 3789 1316 000 2574 4222 10286 8247 2907 3198 13788

Paracircmetros sum HPAs16 66864 13197 50241 14290 21842 28793 23566 685419 234272 217187 349214 157036

sum HPAs 54 20651

2 102321 164505 57319 94398 334767 161117 813946 525764 340768 533068 318770

sum HPAs alquilados 74061 65757 70839 33753 55917 284828 92146 90249 160783 84426 132810 123705

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 3415 3651 2229 1584 9492 11116 2451 2660 5458 2867 4587 1901

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 63449 9546 48012 12705 12351 17677 21115 682758 228814 214320 344627 155136

94

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E

ARGILA) DO TESTEMUNHO

Seccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

0-5 cm 180 240 140 3723 5717

5-10 cm 436 541 177 2404 6442

10-15 cm 455 505 145 1881 7014

15-20 cm 275 320 140 977 8288

20-25 cm 105 215 045 552 9083

25-30 cm 785 815 220 2545 5635

30-35 cm 850 1170 315 3228 4437

35-40 cm 655 685 225 6928 1507

40-45 cm 695 670 160 7171 1304

45-50 cm 1855 1740 565 4767 1073

50-55 cm 627 642 874 6085 1772

55-60 cm 390 465 060 5228 3857

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

Page 3: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú

GABRIELLE MELO FERNANDES

Caracterizaccedilatildeo de fontes de contaminaccedilatildeo no semi-aacuterido cearense utilizando

hidrocarbonetos de petroacuteleo (Rio Acarauacute ndash Cearaacute)

Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa

de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ciecircncias Marinhas

Tropicais do Instituto de Ciecircncias do Mar

(LABOMAR) da Universidade Federal do

Cearaacute como requisito parcial agrave obtenccedilatildeo do

tiacutetulo de Mestre em Ciecircncias Marinhas

Tropicais Aacuterea de concentraccedilatildeo Utilizaccedilatildeo e

Manejo de Ecossistemas Marinhos Tropicais

Aprovada em ____________

BANCA EXAMINADORA

________________________________________

Prof Dr Rivelino Martins Cavalcante (Orientador)

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

_________________________________________

Profa Dr Lidriana de Souza Pinheiro

Universidade Federal do Cearaacute (UFC)

_________________________________________

Prof Dr Andreacute Henrique Barbosa de Oliveira

Instituto Federal do Sertatildeo Pernambucano (IF Sertatildeo Pernambucano)

A Maris

E principalmente a todas as matildees que

estudam

AGRADECIMENTOS

Eacute importante destacar que esse trabalho eacute o resultado de muitas matildeos de muito apoio

e de muita compreensatildeo por parte de todos que fizeram parte desses dois anos de mestrado

Primeiramente agradeccedilo aos meus pais Irismar e Alber que sempre foram a base de

tudo Deles eu sempre tive apoio incentivo compreensatildeo e a torcida mais fiel que sempre

acredita e acompanha Natildeo existem palavras para expressar minha gratidatildeo Entatildeo meu

sincero muito obrigada Agradeccedilo tambeacutem as minhas irmatildes lindas Danielle e Giselle pelo

companheirismo presenccedila e apoio nos momentos mais difiacuteceis

Agradeccedilo ao Lucas por estar sempre do meu lado me incentivando e acreditando em

mim ateacute mesmo mais do que eu Entramos nessa jornada juntos e estamos nos desafiando e

buscando o nosso melhor sempre Obrigada por desempenhar seu papel de pai tatildeo

maravilhosamente e dessa forma permitir que eu desempenhe meu lado profissional Te

amo

Agradeccedilo ao Prof Dr Rivelino Cavalcante pela compreensatildeo e confianccedila durante esse

trabalho principalmente na reta final Um obrigada especial as suas palavras de incentivo e

acircnimo bem no comecinho do mestrado Elas continuam a ter um grande efeito na minha

forma de encarar os fatos

Agradeccedilo a Teteacute minha sogra mais que especial Vocecirc possibilitou um tempo que eu

natildeo tinha e uma tranquilidade que eu precisava Graccedilas aos seus passeios e vaacuteaacuterios almoccedilos

eu pude escrever e estudar em intervalos preciosos Fica aqui tambeacutem meu agradecimento a

famiacutelia Soares que me recebeu tatildeo bem e com tanto carinho aleacutem da compreensatildeo nos meus

momentos de ausecircncia

Esses momentos de ausecircncia tambeacutem foram frequentes na famiacutelia Fernandes que tanto

escutaram sobre essa dissertaccedilatildeo Obrigada por sempre me apoiarem a natildeo desistir

Agradeccedilo aos queridos integrantes do Laboratoacuterio de Anaacutelise de Contaminantes

Orgacircnicos (LACOr) que de alguma maneira ajudaram na realizaccedilatildeo desse trabalho Agrave Polly e

agrave Marci pelo companheirismo risadas e muito trabalho de equipe dedicado agraves inuacutemeras

bateladas Ao Davi Carlos Felipe Tanara e Tamires pelo apoio e trabalho braccedilal das vaacuterias

colunas de clean-up e titulaccedilotildees Ao Andreacute pela injeccedilatildeo e anaacutelise das amostras durante o seu

doutorado-sanduiche nos EUA A Wersacircngela Allyne e Ligia agradeccedilo pela presenccedila e

conversas descontraidas Muito Obrigada

Agradeccedilo aos teacutecnicos e profissionais dos laboratoacuterios parceiros pela disponibilidade

em ajudar e esclarecer qualquer duacutevida Obrigada agrave Prof Lidriana Pibheiro e agrave Cida do

Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) agrave Profa Oscarina Viana agrave Prof Regine

Vieira e agrave Cris do Laboratoacuterio de Microbiologia Ambiental e do Pescado (LAMAP) e ao Prof

Ronaldo Nascimento e aoVitor do Laboratoacuterio de Anaacutelise de Traccedilos (LAT)

Meus agradecimentos agrave banca examinadora Prof Rivelino Profa Lidriana e ao Prof

Andreacute pelos seus comentaacuterios atenccedilatildeo e disponibilidade para a melhora desse trabalho

A CAPES e ao CNPQ pelo apoio financeiro tatildeo importante nesta jornada pela vida

acadecircmica

RESUMO

A distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo dos HPAs alcanos isoprenoacuteides (pristano e fitano) e biomarcadores do petroacuteleo

(hopanos e esteranos) foram investigados nos sedimentos superficiais e em um perfil

sedimentar no rio Acarauacute que representa a segunda maior bacia do Cearaacute Nos sedimentos

superficiais o somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

com uma meacutedia de 540577 ngg-1

jaacute o

somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios da USEPA variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720

ngg-1

(ACR5) Por sua vez os hopanos variaram de ltLD (ACR3) a 6787 μgg-1 (ACR6)

com destaque para o C29-hopano (NH) e os esteranos apresentaram valores variando de ltLD

a 2327 μgg-1 (ACR4) com destaque para o C28αββ (SR) Para a caracterizaccedilatildeo das fontes

primaacuterias na bacia do Acarauacute foram utilizadas vaacuterias razotildees diagnoacutesticas como sum HPAs (4-6

aneacuteis)sum HPAs16 BaA(BaA +Cri) IP(IP+BghiP) FenAnt FltrPir Per5 aneacuteis CPI (15-

19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit e PrFit De acordo com os indices preferenciais de

carbono a maioria das estaccedilotildees apresentou IPC ~ 1 o que caracteriza possiacutevel fonte de

derivados do petroacuteleo o que foi confirmado pela presenccedila de hopanos e esteranos na maioria

das estaccedilotildees Por outro lado a anaacutelise dos HPAs retornou fontes primaacuterias piroliacuteticas que

podem ser relacionadas com as queimadas na regiatildeo utilizaccedilatildeo de lenha como fonte de

energia e emissotildees veiculares No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o

ecossistema a maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela

agecircncia ambiental canadense com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na

estaccedilatildeo ACR8 os compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos

adversos na biota O registro histoacuterico no estuaacuterio do rio Acarauacute revelou a predominacircncia de

fontes piroliacuteticas em camadas mais profundas provavelmente relacionadas ao incentivo da

utilizaccedilatildeo de lenha como fonte de energia na deacutecada de 70 devido a crise do petroacuteleo Aleacutem

disso a deposiccedilatildeo dos HPAs foi determinada pelo tamanho do gratildeo e o pelo teor de carbono

orgacircnico com provaacutevel relaccedilatildeo com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Palavras-chave Sedimentos HPAs Alcanos Biomarcadores do petroacuteleo

ABSTRACT

Distribution composition sources and factors controlling accumulation and distribution of

PAHs alkanes isoprenoids (pristane and phytane) and oil biomarkers (hopanes and steranes)

were investigated in surface sediments and in a sedimentary profile at Acarauacute river which is

the second largest drainage basin of Cearaacute In surface sediments the sum of the concentration

of the series of C10 -C38 n-alkanes ranged from approximately 3000 ngg-1

-8000 ngg-1

averaging 540577 ngg-1

since the sum of the 16 priority PAHs USEPA ranged from 14143

ngg-1

(ACR3) to 207720 ngg-1

(ACR5) On the other hand the hopanes ranged from ltLOD

(ACR3) to 6787 μgg-1

(ACR6) especially the C29-hopano (NH) and steranes presented

values ranging from ltLOD to 2327 ug g-1

(ACR4) highlighting the C28αββ (S R) For the

characterization of the primary sources in the basin of Acarauacute were used various diagnostic

ratios as Σ PAHs (4-6 rings) Σ HPAs16 BaA (BaA + Cri) IP (IP + BghiP) Phe Ant Fltr

Pir Per 5 rings CPI (15-19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit and PrFit According to the

Carbon Preference Index most stations showed CPI ~ 1 which features possible source of oil

derivatives which was confirmed by the presence of hopanes and steranes at most stations

Moreover analysis of PAH returned pyrolytic primary sources that can be related to the

burning activities in the region as the use of wood for cooking and energy source and vehicle

emissions Regarding the assessment of the potential risk to the ecosystem most stations were

below the lower level (TEL) established by the Canadian Environmental Agency with low

probability of adverse effects to biota Only at ACR8 site the compounds fluorene and

dibenzo(ah)anthracene had possible adverse effects on biota The historical record in the

estuary of the River Acarauacute revealed the predominance of pyrolytic sources in deeper layers

probably related to encouraging the use of wood as an energy source in the seventies due to

the oil crisis Furthermore the deposition of PAHs was determined by the grain size and the

organic carbon content with a probable relationship with the organic matter adsorbed in the

clay minerals

Keywords Sediment PAHs Alkanes Petroleum Biomarkers

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos 17

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano) 18

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos 20

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados 22

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais 23

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados 30

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios estudados 31

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados 32

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz 33

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial e do perfil

sedimentar Error Bookmark not defined

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees 35

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem 36

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos reduzidos a 1

mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG 40

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute 42

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais 46

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar 47

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho 48

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais 51

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio

Acarauacute 57

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio Acarauacute

59

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais 62

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais 63

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18 64

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e esteranos

(sumEster) nos sedimentos superficiais 66

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar 67

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar 68

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho 68

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos superficiais

71

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais 72

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o estuaacuterio

do rio Acarauacute 74

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio

Acarauacute 76

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho 19

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem 34

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM 41

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate 44

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9 e

ACR10 (porcentagem) 46

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho 48

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute 50

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio

Acarauacuteem ngg-1

52

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

53

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

) 54

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

) 55

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo nos

uacuteltimos cinco anos 56

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute 60

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o rio

Acarauacute 60

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho 75

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999) 77

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ace Acenafteno

Ace-d10 Acenafteno ndash Deuterado

Aci Acenaftileno

AFs Aacutecidos Fuacutelvicos

AHs Aacutecidos Huacutemicos

AMM HPAs de alta massa molar

Ant Antraceno

BaA Benzo(a)antraceno

BaP Benza(a)Pireno

BbF Benzo(b)Fluoranteno

BeP Benzo(e)Pireno

BghiP Benzo[ghi]Perileno

BkF Benzo(k)Fluoranteno

BMM HPAs de baixa massa molar

CCME Canadian Council of ministers of the Environment

CO Carbono Orgacircnico

CONAMA Conselho Nacional do meio ambiente

Cri Criseno

Cri-d12 Criseno ndash Deuterado

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DCM Dicloro-metano

DhaA Dibenzo[ah]Antraceno

DP Desvio padratildeo

ERL Effect range- low (Faixa de efeitos- baixa)

ERM Effects range-median (Faixa de efeitos- meacutedia)

Fen Fenantreno

Fen-d10 Fenantreno ndash Deuterado

Fl Fluoreno

Flu Fluoranteno

GC-MS Cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas

HPA Hidrocarboneto policiacuteclico aromaacutetico

IARC Agecircncia Nacional para Pesquisa de Cacircncer

IncdP Indeno[123-cd]Pireno

Koc Constante de particcedilatildeo com carbono

Kow Coeficiente de Particcedilatildeo octanol-aacutegua

KPa Quiilopascal

LD Limite de detecccedilatildeo

LQ Limite de quantificaccedilatildeo

mz Razatildeo massacarga

MO Mateacuteria Orgacircnica

Naf Naftaleno

Naf-d8 Naftaleno ndash deuterado

NOAA National Oceanographic and Atmospheric Administration (Administraccedilatildeo

Nacional Oceanograacutefica e Atmosfeacuterica)

PEL Probable effect level (Niacutevel de efeitos provaacuteveis)

PER Perileno

PER-d10 Perileno ndash deuterado

pH Potencial hidrogeniocircnico

Pir Pireno

POPs Poluentes Orgacircnicos Persistentes

TEL Threshold effect level (Limiar de efeitos)

TOC Carbono orgacircnico total

TR Tempo de retenccedilatildeo

USEPA Agecircncia Norte Americana de Proteccedilatildeo Ambiental

microg Micrograma

Σ16 HPAs Somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios segundo USEPA

Natildeo faz mal que seja pouco o que importa eacute que o avanccedilo de hoje

seja maior que o de ontem Que nossos passos de amanhatilde

sejam mais largos que os de hojerdquo

DAISAKU IKEDA

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA16

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 17

211 n-alcanos 17

212 Isoprenoacuteides 18

213 Biomarcadores 19

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos 21

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos 25

3 OBJETIVOS27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS28

41 Processos metodoloacutegicos 28

42 Aacuterea de Estudo 28

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta 34

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar 35

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos 36

451 Granulometria 36

452 Carbonato de Caacutelcio 36

453 Teor de Carbono Orgacircnico 37

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos 38

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos

aromaacuteticos 39

461 Reagentes e material 39

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental 39

463 Controle de Qualidade 42

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO45

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica 45

511 Sedimentos Superficiais 45

512 Sedimentos do testemunho 46

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 49

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais 49

522 n-alcanos no testemunho sedimentar 53

523 Biomarcadores do petroacuteleo 53

5231 Sedimentos superficiais53

5232 Testemunho 53

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos 54

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais 54

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho 58

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute 60

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas 60

5411 Sedimentos superficiais61

5412 Testemunho 66

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas 69

5421 Sedimentos superficiais69

5422 Testemunho 73

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

do sedimento 74

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais 77

6 CONCLUSAtildeO 78

REFEREcircNCIAS 80

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS HPAS 90

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS BIOMARCADORES 91

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS N-ALCANOS 92

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAS INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute 93

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E ARGILA)

DO TESTEMUNHO 94

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A disponibilidade hiacutedrica desempenha um papel fundamental no

desenvolvimento das aglomeraccedilotildees humanas Com isso o processo de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo ocorre proacuteximo aos cursos drsquoaacutegua fato confirmado historicamente com o

desenvolvimento das grandes civilizaccedilotildees nas mediaccedilotildees dos rios Dessa forma o

desenvolvimento raacutepido das sociedades necessita da compreensatildeo e da avaliaccedilatildeo das

caracteriacutesticas do ambiente em que vivemos

Atualmente sobretudo proacuteximo agrave zona costeira esses ambientes satildeo altamente

explorados e utilizados Segundo Tundisi (2003) a maioria da populaccedilatildeo brasileira estaacute

em bacias costeiras ou estaacute no maacuteximo a 100 km da costa Vale ressaltar que essas aacutereas

litoracircneas foram marco inicial de alguns nuacutecleos urbanos e concentram elevadas

densidades demograacuteficas que acabam atraindo investimentos econocircmicos (ALVES

2008)

Nesse acircmbito eacute possiacutevel perceber o impacto da urbanizaccedilatildeo levando-nos a

reflexatildeo sobre algumas medidas que devem ser tomadas sobretudo no que se refere aos

resiacuteduos gerados em grande ou pequena escala decorrente do aumento da populaccedilatildeo nas

cidades Uma demanda maior de energia e mateacuteria prima eacute necessaacuteria diante desse

crescente aumento populacional Aleacutem disso como resultado temos a poluiccedilatildeo oriunda

de processos industriais que ocasiona uma serie de desequiliacutebrios ambientais e acabam

prejudicando a vida do homem e a sauacutede de inuacutemeros ecossistemas (UNEP 2002

FRONZA 2006)

Os ambientes aquaacuteticos tem funcionado como aacutereas receptoras dos mais

variados tipos de efluentes despejos e derrames Por isso diversos contaminantes

continuamente alcanccedilam os ecossistemas por meio das atividades antroacutepicas e essas

substancias em sua maioria acabam permanecendo acumuladas nos sedimentos

(OCKENDER et al 2003) Entre as diversas substancias contaminantes existentes

destacam-se os poluentes orgacircnicos que compreendem uma classe de substancias cuja

origem se da a partir de fontes difusas e pontuais aportando no meio ambiente pelas

contribuiccedilotildees de processos como a drenagem urbana provocada pelas aacuteguas da chuva

atividades agriacutecolas e por meio de lanccedilamentos de efluentes domeacutesticos e industriais

(BAIRD 2002)

17

Os hidrocarbonetos satildeo componentes abundantes do material orgacircnico nos

sedimentos e uma das maiores classes de compostos orgacircnicos Entre os contaminantes

orgacircnicos os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

(HPAs) tecircm recebido muita atenccedilatildeo ultimamente devido a sua ampla distribuiccedilatildeo nos

sedimentos lacustres e marinhos (LEITE et al2011 DE ABREU-MOTA et al 2014

VENTURINI et al 2015 MACHADO et al2014 WANG et al 2014 KANZARI et

al 2015) Esses contaminantes estatildeo associados com os sedimentos devido a sua baixa

solubilidade em aacutegua e consequente natureza hidrofoacutebica (VOLKMAN et al 1992

GUO et al 2007)

A bacia do rio Acarauacute eacute a segunda maior bacia hidrograacutefica do Cearaacute e vecircm

passando por diversas alteraccedilotildees do ambiente Aumento populacional aumento do

traacutefico de veiacuteculos e atividade de agricultura com o periacutemetro irrigado do Baixo Acarauacute

satildeo alguns dos exemplos dessas mudanccedilas Dessa forma a investigaccedilatildeo das possiacuteveis

fontes de hidrocarbonetos para essa regiatildeo eacute de suma importacircncia Esse eacute o primeiro

estudo que avalia a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a

acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos na regiatildeo Com ele visamos fornecer

dados e subsiacutedios para o monitoramento poliacuteticas puacuteblicas e preservaccedilatildeo deste

importante ecossistema costeiro

16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

A qualidade dos sedimentos pode ser avaliada pelo conteuacutedo dos HA e HPAs

que satildeo as duas maiores classes de compostos encontrados no petroacuteleo Os

hidrocarbonetos nos sedimentos provecircm de diversas fontes e atingem o ambiente

aquaacutetico atraveacutes do escoamento superficial do lanccedilamento de efluentes domeacutesticos e

industriais da drenagem de aacutegua da chuva das atividades de navegaccedilatildeo e dos

afloramentos naturais de petroacuteleo (PAGE et al 1996 READMAN et al 2002

PEREINA-NETTO et al 2004 COLOMBO et al 2007 CAVALCANTE et al

2008) O destino e o transporte dos contaminantes orgacircnicos nos ambientes aquaacuteticos eacute

dependente da particcedilatildeo dos mesmos entre as fases particulada e dissolvida

(MECHLINSKA et al 2009 CHEN WONG e TAM 2011) Os componentes

hidrofiacutelicos acumulam-se predominantemente na fase aquosa e satildeo consequentemente

transportados na fraccedilatildeo moacutevel Por outro lado os contaminantes mais hidrofoacutebicos

tendem a acumular-se na fase soacutelida por interaccedilotildees de sorccedilatildeo com as superfiacutecies do

material particulado (KOWALSKA GULER E COCKE 1994 TREMBLAY et al

2005) O material particulado eacute entatildeo depositado de acordo com as condiccedilotildees

hidroloacutegicas e sedimentoloacutegicas e eacute transferido para o sedimento associado aos

compostos hidrofoacutebicos tornando-os parte da fraccedilatildeo imoacutevel Dessa forma eles podem

ser encontrados em altas concentraccedilotildees em sedimentos contaminados (KARICKHOFF

BROWN E SCOTT 1979) Qualquer distuacuterbio nos sedimentos contaminados pode

remobilizar os contaminantes para a coluna daacutegua aumentando sua biodisponibilidade

e assim os riscos para sauacutede da biota (READMAN et al 2002 GROSSI et al 2002)

Vaacuterios trabalhos tecircm utilizado os sedimentos superficiais para avaliar a

qualidade do ambiente aquaacutetico em relaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo de hidrocarbonetos e na

identificaccedilatildeo de fontes desses contaminantes (READMAN et al 2002 MAI et al

2002 SAHA et al 2009 FERNANDES 2013 OLIVEIRA 2016) Aleacutem dessa

ferramenta os hidrocarbonetos em testemunhos sedimentares podem ser utilizados na

reconstruccedilatildeo do registro histoacuterico das entradas desses contaminantes em estudos de

impacto ambiental mostrando a mudanccedila no uso dos hidrocarbonetos ao longo do

tempo (MACHADO et al 2014 CAVALVANTE et al 2008

BOONYATUMANOND et al 2007 LORGEOUX et al 2016)

17

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

Os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) correspondem a uma importante fraccedilatildeo dos

lipiacutedios e compreendem uma vasta classe de compostos orgacircnicos Entre essas classes

de compostos estatildeo os n-alcanos os isoprenoacuteides os terpanos e os esteranos entre

muitos outros

As fontes desses compostos podem ser tanto naturais atraveacutes da fotossiacutentese por

organismos marinhos e terrestres sendo as principais fontes biogecircnicas representadas

pelas plantas terrestres o fitoplacircncton e as bacteacuterias (VOLKMAN et al 1992 ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996) quanto antropogecircnicas provenientes do escoamento

superficial deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e entrada por processos industriais (ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996)

211 n-alcanos

Os n-alcanos satildeo compostos orgacircnicos de cadeia aberta formados por carbono e

hidrogecircnio que formam uma seacuterie homologa sem ramificaccedilotildees onde cada membro

difere do anterior por um grupo CH2

1198673119862 minus (1198621198672)5 minus 1198621198673

119862711986716

Fonte Elaborado pela autora

Os n-alcanos com cadeias de tamanho C15 ndash C35 estatildeo presentes em quase todos

sedimentos (VOLKMAN et al 1992) As fontes de n-alcanos podem ser os

fitoplanctons (VOLKMAN et al 1992) as plantas superiores (EGLINTON E

HAMILTON 1967) um afloramento natural de petroacuteleo derramamentos acidentais e

escoamento superficial O fitoplacircncton sintetiza prioritariamente n-alcanos de cadeias

mais curtas com nuacutemero iacutempar de carbonos (n-C15 a n-C21) Alguns compostos de

cadeias mais longas independente do nuacutemero de aacutetomos de carbono ser iacutempar ou par

satildeo sintetizados por diversos organismos marinhos poreacutem em menores quantidades que

a fonte fitoplanctocircnica (VOLKMAN et al 1992) Por outro lado as plantas superiores

terrestres como os mangues produzem n-alcanos de cadeias longas (C25-C35) como

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos

18

principal componente das suas ceras cuticulares com uma preferecircncia de produccedilatildeo de

n-alcanos com um nuacutemero iacutempar de carbonos em relaccedilatildeo ao nuacutemero par (EGLINTON

E HAMILTON 1967)

Os n-alcanos de origem petrogecircnica podem ser derivados do petroacuteleo bruto ou

de seus derivados Na composiccedilatildeo destes produtos podem existir n-alcanos com 1 a 40

aacutetomos de carbono ocorrendo a ausecircncia da predominacircncia de cadeias com um nuacutemero

par ou impar de carbonos (VOLKMAN et al 1992 SIMONEIT 1991)

212 Isoprenoacuteides

Os alcanos isoprenoacuteides satildeo HA de cadeia ramificada com estrutura derivada do

isopreno um dos blocos constituinte das estruturas baacutesicas da natureza

Os isoprenoacuteides mais utilizados para estudos ambientais de contaminaccedilatildeo satildeo

representados pelo pristano (261014-tetrametilpentadecano) e fitano (261014-

tetrametilhexadecano) que satildeo produtos da alteraccedilatildeo geoloacutegica do fitol e natildeo satildeo

constituintes primaacuterios da maioria da biota terrestre (Figura 2) (GUO et al 2007

HARJI et al 2008) Eles satildeo comumente considerados como bons indicadores de

contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (VOLKMAN et al 1992 READMAN et al 2002) Como

regra geral valores altos da razatildeo PristanoFitano indicam fonte biogecircnica sob

condiccedilotildees oxidantes (BETCHEL et al 2007)

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano)

Fonte PETERS E MOLDOWAN 1993

Alguns autores tambeacutem utilizam a relaccedilatildeo entre os isoprenoacuteides para obter

informaccedilotildees a respeito do ambiente deposicional da mateacuteria orgacircnica geradora do

petroacuteleo (READMAN et al 2002 TOLOSA et al 2009) As fontes biogecircnicas desses

compostos satildeo importantes jaacute que eles derivam do fitol tanto sob condiccedilotildees redutoras

19

(fitano) quanto oxidantes (pristano) Risatti e colaboradores (1984) estabeleceram que o

fitano eacute sintetizado pelas bacteacuterias metanogecircnicas presentes em condiccedilotildees anoacutexicas

213 Biomarcadores

Durante os processos de maturaccedilatildeo geoloacutegica das rochas-geradoras de petroacuteleo e

do petroacuteleo bruto a mateacuteria orgacircnica originalmente proveniente de plantas e animais eacute

transformada diageneacutetica e catagenicamente durante milhotildees de anos

Para o entendimento do grau de maturaccedilatildeo teacutermica bem como dos processos de

migraccedilatildeo do oacuteleo e para a correlaccedilatildeo oacuteleo-oacuteleo e oacuteleo-rocha geradora os indicadores

geoquiacutemicos moleculares ou biomarcadores satildeo largamente utilizados Na avaliaccedilatildeo de

amostras ambientais os biomarcadores satildeo utilizados para o diagnoacutestico da presenccedila de

petroacuteleo e possiacutevel identificaccedilatildeo do tipo de petroacuteleo na contaminaccedilatildeo

Os biomarcadores satildeo correspondentes aos compostos esteranos e triterpanos

Os esteranos satildeo compostos derivados dos esteroacuteis presente na maioria dos organismos

vivos Os esteroacuteis sofrem modificaccedilotildees na sua estrutura durante o processo de

maturaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica dando origem aos esteranos Entre os triterpanos (tri-

tetra- e pentaciacuteclicos) foram estudados os triterpanos pentaciacuteclicos mais conhecidos

como hopanos Os hopanos satildeo foacutesseis moleculares dos hopanoacuteides das bacteacuterias que

desempenham o mesmo papel de tornar a membrana celular mais fluida que os esteroacuteis

nas ceacutelulas eucarioacuteticas (PRINCE et al 1994) Diante do grande espectro desses

compostos presentes no petroacuteleo somente os principais foram estudados nesse trabalho

(Tabela 1e Figura 3)

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho

Abrev Nome Estrutura Foacutermula

Hopanoacuteides

Tm 17α(H)-222930 - trisnorhopano II C27H46

NH 17α(H)21β(H)-30-norhopano III C29H50

H 17α(H)21β(H) - hopano I C30H52

HH(R) 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano IV n = 1 C31H54

HH(S) 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano IV n = 1 C31H54

Esteranos

C27ααα (SR) 5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C27αββ (SR) 5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C28αββ (SR) 24-metil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Me C28H50

C29ααα (SR) 24-etil-5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

C29αββ (SR) 24-etil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

Fonte Elaborada pela autora Estrutura refere-se a estrutura quiacutemica dos compostos

apresentada na Figura 3

20

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos

Fonte Adaptado de AEPLI et al 2014

Vaacuterios estudos comprovaram que os hopanos e os esteranos satildeo muito

resistentes a degradaccedilatildeo no meio ambiente e podem ser usados com marcadores

moleculares para traccedilar e caracterizar a contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (ROGGE et al1993

PRINCE et al 1994 WANG FINGAS E PAGE 1999a AEPLI et al 2014) Devido

aos seus altos pontos de ebuliccedilatildeo eles natildeo estatildeo presentes nos combustiacuteveis gasolina e

diesel mas satildeo encontrados nos oacuteleos lubrificantes asfaltos e resiacuteduos pesados do

petroacuteleo (SAHA et al 2009) Portanto baseado na anaacutelise das concentraccedilotildees dos

biomarcadores e no perfil de distribuiccedilatildeo dos mesmos eacute possiacutevel validar a presenccedila e o

tipo de fonte petrogecircnica nos sedimentos

30-norhopanos (NH)

5α(H)-esteranos

homohopanos (HH)

17α(H)21β(H) - hopano (H) 17α(H)-222930 - trisnorhopano (Tm)

21

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs) satildeo uma classe de

contaminantes orgacircnicos que contem dois ou mais aneacuteis benzecircnicos fundidos e que

podem ser toacutexicos a biota em elevadas concentraccedilotildees Alguns podem conter estruturas

dos aneacuteis com menos do que 6 aacutetomos de carbono (pe acenaftileno acenafteno e

fluoreno) (Figura 5) Em outros um aacutetomo de carbono do anel de benzeno pode ser

substituiacutedo por um nitrogecircnio enxofre ou oxigecircnio resultando na formaccedilatildeo de

compostos aromaacuteticos heterociacuteclicos (pe dibenzotiofeno) (Figura 5) Aleacutem disso

aacutetomos de hidrogecircnio nos HPAs parentais podem ser substituiacutedos por grupos alquil (pe

2-metilnaftaleno) (Figura 4) Os HPAS com menos de 4 aneacuteis satildeo chamados de HPAS

de baixo peso molecular (BPM) enquanto que os que possuem 4 aneacuteis ou mais satildeo

chamados de HPAs de alto peso molecular (APM)

Os HPAs satildeo contaminantes orgacircnicos presentes desde ambientes com intensa

atividade humana ateacute ambientes isolados (PEREIRA NETTO et al 2002 MAI et al

2002 TOLOSA et al2009 MARTINS et al 2012 MEIRE et al2008) As fontes e o

destino dos HPAs no meio ambiente tem sido objeto de estudos extensivos devido as

propriedades mutagecircnicas eou carcinogecircnicas de alguns dos seus isocircmeros (pe

benzo(a)pireno e dibenzo(ah)antraceno) portanto as concentraccedilotildees e fontes destes

compostos tecircm sido monitoradas constantemente

22

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados

Fonte Elaborada pela autora

23

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais

Fonte Elaborada pela autora

Alguns HPAs satildeo formados atraveacutes da combustatildeo incompleta de compostos

orgacircnicos e subsequumlente recombinaccedilatildeo com outras partiacuteculas orgacircnicas constituindo

uma fonte piroliacutetica destes compostos (LIMA FARRINGTON E REDDY 2005) Esses

HPAs podem ser introduzidos naturalmente no ambiente atraveacutes de queimadas de

florestas pastagens e atividades vulcacircnicas (MASCLET et al 1995) Fontes

antropogecircnicas de HPAs piroliacuteticos podem ser a incineraccedilatildeo de lixo e madeira

emissotildees veiculares e preparaccedilatildeo da terra para a agricultura (ROGGE et al 1993

KALILI et al 1995 RAVINDRA SOKHI E GRIEKEN 2008 SILVA et al 2010

DE ANDRADE et al 2010) Outra fonte de HPAs eacute a descarga de material relacionado

24

ao petroacuteleo que caracterizam fontes petrogecircnicas como descargas e derramamentos de

petroacuteleo lanccedilamentos de esgotos urbanos e industriais e escoamento superficial das

aacutereas adjacentes aos corpos daacutegua (WANG FINGAS E PAGE 1999) Uma terceira

fonte de HPAs seria por processos bioloacutegicos ou nos estaacutegios iniciais da diagecircnese dos

sedimentos (VENKATESAN 1988)

A principal forma de relacionar as concentraccedilotildees dos HPAs agraves fontes emitidas eacute

atraveacutes das razotildees diagnoacutestico especiacutefica para cada fonte Essas razotildees satildeo baseadas nas

concentraccedilotildees de HPAs selecionados que de alguma forma caracterizam as diferentes

fontes A utilizaccedilatildeo dessa razotildees para a determinaccedilatildeo de fontes nos sedimentos requer o

entendimento da estabilidade termodinacircmica relativa dos HPAs selecionados Para os

HPAs parentais na combustatildeo ocorre o aumento da concentraccedilatildeo do isocircmero menos

estaacutevel termodinamicamente em detrimento do mais estaacutevel (YUNKER et al 2002)

Aleacutem disso cada fonte tem uma emissatildeo especiacutefica de HPAs o que permite uma

correlaccedilatildeo (ROGGE et al 1993 KALILI et al 1995)Os compostos alquilados estatildeo

presentes em concentraccedilotildees elevadas no petroacuteleo e seus derivados e relativamente

pequena ou ateacute mesmo ausentes nas emissotildees derivadas da combustatildeo (queimadas

caldeiras termoeleacutetricas veiacuteculos automotores etc) Os HPAs alquilados satildeo

termodinamicamente mais instaacuteveis do que os correspondentes HPAs parentais e

portanto a razatildeo dos HPAs alquilados em relaccedilatildeo aos HPAs parentais tem sido usado

para diferenciar os HPAs (SAHA et al 2009)

Eacute interessante observar que uma certa dificuldade na identificaccedilatildeo da origem dos

HPAs em amostras sedimentares eacute frequente devido em geral agrave presenccedila de vaacuterias

fontes de contaminantes e de diversos processos de transformaccedilatildeo dos compostos no

sedimento e antes disto no proacuteprio transporte ao longo da coluna daacutegua

Entre os HPAs os 16 compostos listados pela Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

Norte-Americana e os seus homoacutelogos alquilados possibilitam diagnosticar com maior

facilidade a origem da contaminaccedilatildeo por hidrocarbonetos que pode ser piroliacutetica

(oriunda da combustatildeo incompleta de combustiacuteveis e biomassa) ou petrogecircnica

(SOCLO et al2000 NEFF et al 2005 PEREacuteZ-FERNANDEZ et al 2015 ) Esses 16

compostos foram escolhidos para essa lista de prioridade porque (1) eles reuacutenem o

maior nuacutemero de informaccedilotildees sobre sua estrutura efeitos toxicoloacutegicos e fontes

emissoras (2) eles satildeo suspeitos de causar maiores danos do que outros e exibem

efeitos que satildeo representativos da classe de HPAs como um todo (3) existe uma maior

25

chance de exposiccedilatildeo a esses HPAs do que aos outros e (4) de todos os HPAs

analisados estes exibem as maiores concentraccedilotildees (RAVINDRA et al 2008)

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos

Segundo Irwin e colaboradores (1997) os alcanos como um grupo tem

toxicidade aquaacutetica baixa a moderada Esse mesmo estudo mostra que a toxicidade dos

alcanos estudados decresceu na seguinte ordem decano octano hexano e pentanoEsse

mesmo resultado foi encontrado pelo Bureau of Reclamation (2002) Dessa forma

podemos inferir que a toxicidade dos alcanos tende a aumentar com o aumento do

tamanho da moleacutecula (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)

Por outro lado os HPAs satildeo de interesse ecotoxicoloacutegico no que diz respeito aos

impactos a curto prazo na coluna daacutegua e aos efeitos de curto e longo prazo para os

animais bentocircnicos (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)Vaacuterios fatores

influenciam na toxicidade dos HPAs entre eles as espeacutecies afetadas a via de exposiccedilatildeo

e a estrutura molecular do HPA (CCME 1999) Em geral os HPAs de baixo peso

molecular satildeo considerados agudamente toacutexicos e natildeo-carcinogecircnicos para os

organismos aquaacuteticos enquanto que os HPAs de alto peso molecular natildeo satildeo

agudamente toacutexicos aos organismos aquaacuteticos mas alguns deles satildeo carcinogecircnicos

(CCME 1999) Os HPAs de baixo peso molecular apresentam maior toxicidade aguda

em relaccedilatildeo aos HPAs de alto peso molecular devido a sua maior solubilidade em aacutegua

A mortalidade eacute o efeito mais comum em bioensaios com sedimentos coletados in situ e

sedimentos fortificados em laboratoacuterios decorrente de toxicidade aguda (CCME 1999)

Os organismos bentocircnicos satildeo expostos aos HPAs por vaacuterias vias de exposiccedilatildeo

incluindo exposiccedilatildeo aos HPAs no material particulado e dissolvido nas aacuteguas

intersticiais e coluna daacutegua assim como aos HPAs adsorvidos no sedimento atraveacutes do

contato na superfiacutecie e ingestatildeo de partiacuteculas Portanto os sedimentos representam a via

de exposiccedilatildeo mais importante para muitos invertebrados bentocircnicos (CCME 1999) Os

dados sobre as concentraccedilotildees de HPAs nos sedimentos fornecem importantes

informaccedilotildees para a avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do sedimento no entanto tais medidas

natildeo necessariamente refletem a fraccedilatildeo biodisponiacutevel dessas substacircncias Os HPAs

individuais e os diferentes tipos de sedimento vatildeo resultar em diferentes

biodisponibilidades (DeWITT et al 1992)

26

Segundo a CCME (1999) a avaliaccedilatildeo da porcentagem de efeitos observados

para as concentraccedilotildees de HPAs define trecircs classes as concentraccedilotildees que estatildeo abaixo

do TEL (niacutevel limite de efeito) que satildeo raramente associadas com efeitos bioloacutegicos

adversos as concentraccedilotildees entre o TEL e o PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) que satildeo

ocasionalmente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos e as concentraccedilotildees acima do

PEL que satildeo frequentemente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos

27

3 OBJETIVOS

Os principais objetivos desse trabalho satildeo avaliar a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo

as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos ao

longo do curso do rio Acarauacute e analisar o registro histoacuterico das atividades

antropogecircnicas no estuaacuterio usando hidrocarbonetos de petroacuteleo como marcadores

moleculares orgacircnicos Para tal seratildeo necessaacuterios os seguintes objetivos especiacuteficos

1) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos alifaacuteticos em sedimento

superficial e testemunho

2) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos em

sedimento superficial e testemunho

3) Determinaccedilatildeo da classe de biomarcadores de petroacuteleo em sedimento

superficial e testemunho

4) Diagnoacutestico das fontes de hidrocarbonetos no ambiente atraveacutes de razotildees

diagnoacutestico

5) Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos

sedimentos superficiais

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Processos metodoloacutegicos

As atividades desenvolvidas para a caracterizaccedilatildeo da atividade antroacutepica na

bacia do rio Acarauacute foram divididas em laboratoacuterio levantamento bibliograacutefico e

anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados

As atividades de laboratoacuterio foram realizadas no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de

Contaminantes Orgacircnicos (LACOr) Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) e

Laboratoacuterio de Microbiologia do Pescado e Ambiental (LAMAP) os quais satildeo todos

vinculados ao Instituto de Ciecircncias do Mar (LABOMAR) e no Laboratoacuterio de Anaacutelise

de Traccedilos (LAT) na Universidade Federal do Cearaacute e no Laboratoacuterio de Geoquiacutemica e

Quiacutemica Marinha vinculado aoWoods Hole Oceanographic Institution EUA

42 Aacuterea de Estudo

A aacuterea de estudo estaacute localizada no litoral oeste do estado do Cearaacute O bacia do

rio Acarauacute ocupa uma aacuterea equivalente a 1444249km2

(IPECE2014) compreendendo

cerca de 10 do Cearaacute e tem como curso daacutegua principal o rio Acarauacute (EMBRAPA

2005)

Existem vaacuterios outros cursos drsquoaacutegua que o interceptam nos seus 352 km de

extensatildeo que vatildeo desde as nascentes do rio Acarauacute ateacute a sua desembocadura no

municiacutepio de Acarauacute Dessa forma vaacuterias sub-bacias satildeo facilmente delimitadas com

ecircnfase maior para as formadas pelos afluentes da margem direita com destaque para as

sub-bacias dos rios Groaiacuteras Macacos Jacurutu e Madeira Pela margem esquerda o rio

Jaibaras destaca-se pela sua delimitaccedilatildeo espacial

O vale do rio Acarauacute eacute delimitado por 30 municiacutepios (IPECE 2014) No

entanto a aacuterea de estudo abrange a aacuterea a partir do accedilude de Araras no municiacutepio de

Varjota ateacute a foz do rio no municiacutepio de Acarauacute perpassando os 12 municiacutepios a

seguir Acarauacute Bela Cruz Carireacute Cruz Forquilha Groaiacuteras Marco Morrinhos

Massapecirc Santana do Acarauacute Sobral e Varjota

A maior parte da Bacia do Acarauacute tem o seu regime de chuvas caracterizado

pela concentraccedilatildeo das precipitaccedilotildees em poucos meses o que torna a estaccedilatildeo chuvosa

bem definida Isso acontece porque as variaccedilotildees das chuvas durante as estaccedilotildees no setor

29

norte do Nordeste brasileiro parecem estar intimamente ligadas agraves movimentaccedilotildees de

latitude da Zona de Convergecircncia Intertropical (ZCIT) sobre o Atlacircntico sendo a

posiccedilatildeo mais ao sul da ZCIT coincidente com a estaccedilatildeo chuvosa durante os meses de

marccedilo a abril (COGERH 2010)

Aleacutem disso a Bacia do Acarauacute recebe em alguns anos chuvas de junho a

agosto ocasionadas por um sistema atmosfeacuterico denominado Ondas de Leste

(COGERH 2010) Aleacutem desse comportamento sazonal as precipitaccedilotildees diferenciam-se

ao longo da Bacia do rio Acarauacute Uma alta incidecircncia de chuvas eacute observada na regiatildeo

leste e na faixa litoracircnea sendo a regiatildeo sul caracterizada por uma pluviometria bem

deficiente

A temperatura meacutedia mensal eacute de 25 a 28ordmC e as temperaturas miacutenimas anuais

ocorrendo entre 20 e 24ordmC Jaacute as temperaturas maacuteximas anuais satildeo da ordem de 30 a

36ordmC onde as mais elevadas se datildeo no final do segundo semestre e nas regiotildees mais

secas (SILVA 2003)

Um estudo feito pela COGERH (2010) mostrou que as seacuteries de vazatildeo para o rio

Acarauacute podem ser caracterizadas por vazotildees bastante elevadas entre os meses de marccedilo

e maio de cada ano com o desaparecimento parcial ou total do escoamento superficial

entre junho e dezembro decorrente da estiagem Por fim em janeiro e fevereiro com o

iniacutecio das precipitaccedilotildees na regiatildeo ocorre uma pequena recuperaccedilatildeo das vazotildees

(COGERH 2010)

Analisando a populaccedilatildeo absoluta desses locais (Figura 6) vemos que a

populaccedilatildeo cresceu em torno de 70 de 1970 ateacute 2010 (IBGEa 2010) Segundo o censo

do IBGE de 2010 a populaccedilatildeo cresceu de uma cota de 276964 hab em 1970 para

507463hab em 2015 (estimada) Eacute interessante observar que o municiacutepio de Sobral

apresenta a maior populaccedilatildeo na bacia com 201756 em 2015 (estimada) seguido pelo

municiacutepio de Acarauacute com 61210 hab (IBGEb 2015)Em relaccedilatildeo ao maior crescimento

populacional a populaccedilatildeo do municiacutepio de Marco cresceu 110 em relaccedilatildeo a 1970

passando de 12631 hab (1970) para 26484 hab (2015) seguido por Sobral com um

aumento de 97 que passou de 102197hab em 1970 para 201756 em 2015(IBGEa

2010 IBGEb 2015)

30

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

Aleacutem disso a taxa de urbanizaccedilatildeo aumentou nesses municiacutepios (Figura 7) Por

exemplo os municiacutepios de Groairas Carireacute e Acarauacute tiveram o maior crescimento da

populaccedilatildeo na aacuterea urbana com valores de 44 3527 e 3446 respectivamente

(IBGEa 2010) Destaque tambeacutem para Sobral um dos trecircs poacutelos econocircmicos mais

importantes do Cearaacute com uma taxa de urbanizaccedilatildeo de aproximadamente 90

No referente a infra-estrutura da regiatildeo primeiro temos o saneamento Segundo

o IPECEa (2014) a meacutedia da taxa de cobertura da rede de abastecimento de aacutegua na

aacuterea urbana foi de 9727 em 2013 variando de 8564 em Cruz a 9993 em

Groaiacuteras Na aacuterea rural em meacutedia 4169 dos domiciacutelios eacute abastecido com aacutegua

variando de 893 em Santana do Acarauacute a 8190 em Marco Por outro lado a rede

de esgotamento sanitaacuterio natildeo atende a todos os municiacutepios Dos 12 municiacutepios

estudados na aacuterea urbana 7 natildeo dispotildeem de nenhum tipo de rede de esgoto A meacutedia da

taxa de cobertura para os 5 municiacutepios restantes foi de 4912 com destaque para

Sobral com 70 de cobertura (IPECEa 2014) Na aacuterea rural a situaccedilatildeo eacute ainda mais

alarmante Somente 4 municiacutepios possuem rede de esgoto com apenas 337 dos

domiciacutelios atendidos (IPECEa 2014)

0

30000

60000

90000

120000

150000

180000

210000P

op

ula

ccedilatildeo

(h

ab)

1970

1980

1991

2000

2010

2015

31

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios

estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

A Bacia do Acarauacute possui trecircs variedades de transportes rodoviaacuterio ferroviaacuterio

e aeacutereo O transporte hidroviaacuterio possui pequena expressatildeo e restringe-se a regiatildeo

litoracircnea O transporte ferroviaacuterio refere-se ao trecho da REFESA (Rede Ferroviaacuteria

Federal) que liga Fortaleza a Sobral (COGERH 2010) (Figura 10) Em relaccedilatildeo ao

transporte rodoviaacuterio as rodovias federais e estaduais prevalecem sendo esta a

principal forma de transporte entre os diversos municiacutepios da bacia (COGERH 2010)

(Figura 10) No que diz respeito aos tipos da frota veicular os veiacuteculos movidos a

gasolina prevalecem em todos municiacutepios estudados Nos uacuteltimos anos houve um

aumento na frota que funciona com flexibilidade no tipo de combustiacutevel (veiacuteculos

flex) utilizando uma mistura de aacutelcool e gasolina Em 2014 haviam 26404 veiacuteculos

flex comparados a 6355 veiacuteculos registrados desse tipo em 2009 (IPECE 2013

IPECEb2014) Outro aumento significativo pode ser observado na frota total dos 12

municiacutepios que em 2009 contabilizava 79285 veiacuteculos e aumentou para um contingente

de 145246 em 2014 totalizando um aumento de aproximadamente 83 nos uacuteltimos 6

anos (IPECE 2013 IPECEb 2014)(Figura 8)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Taxa

de

Urb

aniz

accedilatildeo

(

)

1970

1980

1991

2000

2010

32

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em (IPECE 2013 IPECEb 2014)

A regiatildeo estuarina do rio Acarauacute se estende da ponte no municiacutepio de Cruz ateacute a

foz do rio Acarauacute (ALVES 2010) Nessa regiatildeo o processo de uso e ocupaccedilatildeo do solo

ocorre mediante da atuaccedilatildeo do Estado dos empresaacuterios industriais e comerciais dos

pequenos e grandes proprietaacuterios agriacutecolas das comunidades de pescadores e dos

carcinicultores ALVES 2010) Das atividades econocircmicas desenvolvidas na regiatildeo

destacam-se pesca maricultura turismo e lazer navegaccedilatildeo

agroextrativismocagricultura induacutestria e agroinduacutestria (NASCIMENTO et al 2008)

A agricultura eacute o centro da economia No entanto na zona litoracircnea observa-se a

presenccedila de aacuterea irrigaacuteveis como o Periacutemetro Irrigado do Baixo Acarauacute devido as

precipitaccedilotildees mais elevadas ocorrendo nesses locais o cultivo de arroz feijatildeo cana-de-

accediluacutecar milho mandioca caju e banana (SUCUPIRA 2006) No entanto nos sertotildees

predominam as culturas de subsistecircncia e algodatildeo devido aos baixos iacutendices

pluviomeacutetricos (SUCUPIRA 2006) A pesca artesanal e industrial tambeacutem desempenha

um papel forte na economia principalmente nos municiacutepios costeiros Cruz e Acarauacute

(SUCUPIRA 2006)

Uma praacutetica agriacutecola largamente disseminada na aacuterea do estudo eacute a queimada

Esta eacute utilizada para a limpeza dos terrenos e resulta em alteraccedilotildees nas propriedades

fiacutesico-quiacutemicas e bioloacutegicas dos solos deixando-os expostos agrave accedilatildeo dos agentes

erosivos aleacutem de afetarem significativamente a flora e fauna da regiatildeo (COGERH

2010)

0

40000

80000

120000

160000

Fro

ta V

eic

ula

r

2009

2010

2011

2012

2013

2014

33

O desmatamento eacute outra praacutetica comum na regiatildeo aleacutem do preparo do solo para

o plantio outra finalidade eacute a extraccedilatildeo da lenha para fabricaccedilatildeo de carvatildeo que seraacute

usada em larga escala como combustiacutevel por padarias e ceracircmicas da regiatildeo (COGERH

2010)

Por sua vez a pecuaacuteria extensiva provoca a compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio

excessivo o desmatamento de aacutereas extensas para formaccedilatildeo de pastos aleacutem de ser

frequumlente o uso de queimadas nesta atividade visando o controle de ervas daninhas

prejudiciais ao gado

Outra atividade econocircmica na regiatildeo eacute a mineraccedilatildeo Esta eacute feita praticamente de

forma artesanal uma vez que a populaccedilatildeo de baixa renda durante o periacuteodo de seca cava

enormes buracos para extrair material argiloso a fim de produzir telhas e tijolos nas

olarias estabelecidas nas margens dos rios (ALVES 2010 COGERH 2010) (Figura 9)

Essa praacutetica degrada o ambiente de diversas formas erradica a mata ciliar dos cursos

daacutegua remove a camada feacutertil dos solos e propicia o desencandeamento de processos

erosivos Satildeo constatadas naaacuterea do estudo degradaccedilotildees impostas pela lavra de argila

nos municiacutepios de Sobral Groaiacuteras eCarireacute perfazendo ao todo seis empresas em

operaccedilatildeo (COGERH 2010)

Outra atividade de mineraccedilatildeo que traz impactos eacute a exploraccedilatildeo de calcaacuterio

encontrada nos municiacutepios de Sobral e Forquilha que por sua vez aleacutemdos

desmatamentos necessaacuterios do uso de explosivos e da produccedilatildeo em larga escala

dematerial particulado contribui para a poluiccedilatildeo e assoreamento de cursos drsquoaacutegua

(COGERH 2010) Aleacutem dissoquando o objetivo eacute a produccedilatildeo de cal ocorre a queima

de lenha em fornalhas (caieiras) primitivas

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz

Fonte ALVES 2010

34

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta

As amostragens dos sedimentos foram feitas em Marccedilo de 2014 Para a

caracterizaccedilatildeo ao longo do curso do rio foram coletados 10 amostras de sedimento

superficial com a primeira amostra coletada logo depois do accedilude Araras e a uacuteltima

amostra coletada na foz do estuaacuterio do rio Acarauacute (Figura 10) Nesse uacuteltimo ponto

foram coletados dois testemunhos objetivando uma caracterizaccedilatildeo do ambiente

estuarino As localizaccedilotildees dos pontos amostrados encontram-se na Tabela 2

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem

Pontos Identificaccedilatildeo dos pontos Coordenadas

Latitude Longitude

ACR 1 Apoacutes o accedilude Araras 04deg122711S 40deg27012O

ACR 2 No municiacutepio de Carireacute 03deg56289 S 40deg25092 O

ACR 3 Antes do municiacutepio de Sobral 03deg44569 S 40deg22284 O

ACR 4 Depois do municiacutepio de Sobral 03deg39547 S 40deg19431 O

ACR 5 Antes de Santana do Acarauacute 03deg32044 S 40deg15051 O

ACR 6 Distrito de Sapoacute (depois do centro de Santana do

Acarauacute) 03deg22323 S 40deg09441 O

ACR 7 Municiacutepio de Morrinhos 03deg15262 S 40deg08225 O

ACR 8 Municiacutepio de Marco 03deg07161 S 40deg07515 O

ACR 9 Antes do municiacutepio de Cruz 02deg56209 S 40deg10160 O

ACR 10 Municiacutepio de Acarauacute (foz) 02deg52211 S 40deg074556 O

Testemunho Foz do estuaacuterio do rio Acarauacute 02deg52211 S 40deg0737 O

Fonte Elaborado pela autora

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial

e do perfil sedimentar

Fonte Elaborado pela autora

35

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar

As amostras superficiais (0-2 cm) foram coletadas com paacute de alumiacutenio e

acondicionadas em marmitas previamente limpas com acetona Todas foram

adequadamente etiquetadas e mantidas refrigeradas ateacute a chegada no laboratoacuterio Ao

chegar no laboratoacuterio a fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de hidrocarbonetos foi

guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas de alumiacutenio na

geladeira

Os perfis sedimentares foram coletados a partir da inserccedilatildeo do cano de alumiacutenio

na margem do rio de forma manual Em seguida os canosforam etiquetados e levados

ao laboratoacuterio No laboratoacuterio os canos de alumiacutenio foram abertos com o auxilio de

uma maquita fotografados e seccionados de 5 em 5 cm totalizando 12 sub-amostras

em um comprimento de 60 cm (Figura 11) A fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de

hidrocarbonetos foi guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas na

geladeira

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees

Fonte Elaborado pela autora

36

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos

As secccedilotildees do testemunho sedimentar e as amostras superficiais foram

submetidas a anaacutelises de propriedades do sedimento granulometria teor de carbonato

de caacutelcio e anaacutelise de propriedades da mateacuteria orgacircnica teor de carbono orgacircnico

hidrocarbonetos e aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos

451 Granulometria

Para a anaacutelise granulomeacutetrica foram pesadas 100g ou 50g de sedimento

dependendo da disponibilidade de amostra com o uso de uma balanccedila digital As

amostras foram submetidas asanaacutelises sedimentoloacutegicas tais como peneiramento a

uacutemido para separar a fraccedilatildeo areia (gt0062 mm) das fraccedilotildees silteargila (lt0062 mm) e

pipetagemA fraccedilatildeo areia passou pelo processo de peneiramento a seco em intervalos de

meio fi Cada fraccedilatildeo dos intervalos foi pesada depois de seca Para a pipetagem foi

utilizada a fraccedilatildeo silteargila suspensa em aacutegua na proveta com retirada de aliacutequotas de

20 ml em determinados intervalos de tempo baseado na metodologia descrita por

Suguio (1973) (Figura 12)As amostras foram classificadas granulometricamente no

programa ANASEDreg

de acordo com a classificaccedilatildeo proposta por Sheppard e

Larssoneur (LIMA et al 2001)

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem

Fonte Elaborado pela autora

452 Carbonato de Caacutelcio

Para a quantificaccedilatildeo dos teores de carbonato de caacutelcio utilizou-se o meacutetodo do

calciacutemetro de Bernard modificado (LAMAS et al 2005) atraveacutes do ataque das

amostras com aacutecido cloriacutedrico (HCl) diluiacutedo em 10 em um sistema de vasos

comunicantes de acordo com a reaccedilatildeo

37

1198621198861198621198743 + 2 119867119862119897 rarr + 1198621198742(119892119886119904) + 1198672119874

Dessa forma o teor de CaCO3 eacute medido indiretamente atraveacutes do volume de

aacutegua deslocado pelo CO2 (resultante da reaccedilatildeo com o HCl) no vaso comunicante

453 Teor de Carbono Orgacircnico

O meacutetodo utilizado foi o de Walkley-Black modificado (CAMARGO et al

2009) O princiacutepio deste meacutetodo consiste na oxidaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica porum agente

oxidante forte constituiacutedo por uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio 1N (K2Cr2O7) na

presenccedila de aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) concentrado utilizando como catalisador da

oxirreduccedilatildeo o calor desprendido na diluiccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico O excesso de dicromato

de potaacutessio eacute titulado com sulfato ferroso amoniacal (SFA - FeSO4(NH4)2SO46H2O) e

assim determinada a quantidade de MO

Em triplicata foram adicionadas a um grama da amostra liofilizada 10 ml da

soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio e 20 ml do aacutecido sulfuacuterico concentrado em um tubo de

ensaio A aliacutequota foi aquecida a 50degC por 5 minutos em seguida colocada em repouso

por 30 minutos Apoacutes este tempo a soluccedilatildeo foi transferida para um erlenmeyer e entatildeo

foi adicionada 200 ml de aacutegua destilada 10 ml de aacutecido ortofosfoacuterico (H3PO4) e 1 ml de

difenilamina 1 (indicador) A soluccedilatildeo de SFA 025 M foi usada como titulante para a

mistura e o ponto de viragem da reaccedilatildeo foi representado pela mudanccedila de cor do verde

para o azul O mesmo procedimento foi feito sem a utilizaccedilatildeo da amostra para a

determinaccedilatildeo do branco tambeacutem em triplicata O caacutelculo da quantidade de carbono

orgacircnico foi feito pela seguinte equaccedilatildeo

119862119874 =[10 minus (1198812 times 101198811)] times 04

119901

V1 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em branco em ml

V2 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em ml

P peso da amostra em g

A quantidade de mateacuteria orgacircnica foi calculada pela seguinte equaccedilatildeo

119872119874 = 119862119874 times 1725 onde

MO = porcentagem de mateacuteria orgacircnica

CO = porcentagem de carbono orgacircnico

38

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos

As substacircncias huacutemicas podem ser definidas como poliacutemeros amorfos de

coloraccedilatildeo amarelo-marrom a preta de peso molecular relativamente alto e formado por

reaccedilotildees de siacutentese secundaacuterias bioacuteticas e abioacuteticas (BENITES MADARI E

MACHADO 2003) As substacircncias huacutemicas podem ser classificadas em trecircs fraccedilotildees

dependendo da sua solubilidade aacutecidos huacutemicos (AH) que satildeo soluacuteveis em soluccedilotildees

alcalinas mas precipitam em soluccedilotildees acidas aacutecidos fuacutelvicos (AF) que satildeo soluacuteveis em

ambas soluccedilotildees alcalinas e acidas e a humina que eacute insoluacutevel nas duas soluccedilotildees

(BENITES MADARI E MACHADO 2003 BALDOTTO E BALDOTTO 2014)As

substacircncias huacutemicas do solo possuem tamanho que permite incluiacute-las na faixa dos

coloacuteides ou seja maiores do que 250 μm exibindo caracteriacutesticas proacutepriasdestacando-

se sua elevada superfiacutecie a qual lhe confere alta reatividade Esta caracteriacutestica faz com

que a fraccedilatildeo orgacircnica do solomesmo em baixos conteuacutedos seja responsaacutevel por elevada

porcentagem da capacidade de troca catiocircnica do mesmo

Neste trabalho foram determinados os AH e AF dos sedimentos superficiais e

das seccedilotildees do testemunho O meacutetodo utilizado foi o proposto por Benites Madarie

Machado (2003) e visa a quantificaccedilatildeo das fraccedilotildees huacutemicas por meio de procedimento

simplificado e de faacutecil execuccedilatildeo

Primeiramente uma amostra de sedimento eacute pesada com conteuacutedo aproximado

de 30 mg de carbono orgacircnico entatildeo uma soluccedilatildeo diluiacuteda de NaOH eacute adicionada e

deixada em repouso por 24 h No outro dia apoacutes a centrifugaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo o

sobrenadante eacute recolhido em um copo descartaacutevel Entatildeo com a adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico (H2SO4) a 20 (vv) o pH eacute ajustado a 10 e reservado em repouso por 18 h

Apoacutes esse periacuteodo essa soluccedilatildeo eacute filtrada em membrana de 045 m sob vaacutecuo O

filtrado (AF) eacute recolhido e aferido para 50 mL enquanto que os filtros satildeo lavados com

a soluccedilatildeo de NaOH e essa soluccedilatildeo (AH) tambeacutem eacute aferida para o volume de 50 mL

Uma aliacutequota de 5 mL de cada soluccedilatildeo eacute colocada em um tubo de digestatildeo a qual satildeo

adicionados 1 mL de dicromato de potaacutessio (0042 mol L-1

) e 5 mL de H2SO4 esses

tubos satildeo levados ao bloco digestor preacute-aquecido a 150oC e deixar por 30min dentro

de capela Os conteuacutedos dos tubos satildeo transferidos para frascos erlenmeyer e 3 gotas de

indicador FERROIN satildeo adicionadas Por fim as soluccedilotildees satildeo tituladas com sulfato

ferroso amoniacal (00125 mol L-1

) sob agitaccedilatildeo A quantificaccedilatildeo dos aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos eacute feita atraveacutes da seguinte foacutermula

39

119935 = (119933119939119938119954 minus 119933119938119950)119925119930119917119912119940119952119955119955119961120783120784120786119961120787120782119938119949iacute119954119958119952119957119938 (119950119923)119961120783119953119942119956119952119941119938119938119950119952119956119957119955119938 (119944)

onde

X - mg C na forma de aacutecido huacutemico (ou fuacutelvico) por gramade sedimento

Vbaq - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo dobranco aquecido

Vam - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo daamostra

NSFAcorr - Normalidade do SFA corrigida pela equaccedilatildeo

119873119878119865119860119888119900119903119903 =119881119900119897119906119898119890 119889119890 119889119894119888119903119900119898119886119905119900 119909 119873119900119903119898119886119897119894119889119886119889119890 119889119900 119889119894119888119903119900119898119886119905119900

119881119900119897119906119898119890 119889119890 119878119865119860 119888119900119899119904119906119898119894119889119900 119899119886 119905119894119905119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119887119903119886119899119888119900 119904119890119898 119886119902119906119890119888119894119898119890119899119905119900

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

461 Reagentes e material

Os solventes hexano acetona e diclorometano foram adquiridos da Tedia Os

padrotildees utilizados para a construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo foram uma soluccedilatildeo mix de

HPAs uma soluccedilatildeo mix de biomarcadores SRM 2266 e uma soluccedilatildeo mix de alcanos (seacuterie

homoacuteloga n-C10 a n-C38 incluindo os alcanos isoprenoacuteides pristano e fitano) Os padrotildees

surrogates dos HAs e biomarcadores (triacotano-d62) e dos HPAs (naftaleno-d8

fenantreno-d10 perileno-d12 e criseno-d12) possuem pureza de 988 989

respectivamente e satildeo da AccuStandardA siacutelica (70-230 mesh) e o sulfato de soacutedio

(Na2SO4) satildeo da VETECreg enquanto que a alumina e o cobre utilizados satildeoda

MERCKreg

e da SYNTHreg respectivamente Tanto os adsorventes (siacutelicae alumina)

quanto o Na2SO4 foram ativados em estufa por 24 h agrave 250degC Por sua vez o cobre em

poacute foi ativado mediante a lavagem sucessiva em soluccedilatildeo de 01 M HCl acetona e

hexano sendo mantido sob refrigeraccedilatildeo no uacuteltimo

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental

O sedimento liofilizado foi peneirado (abertura de 2mm) para a retirada de

material grosseiro como folhas e cascalhos O procedimento descrito a seguir foi

baseado em Cavalcante e colaboradores (2008) com pequenas modificaccedilotildees (Figura

14) Adicionou-se 50microL de padratildeo surrogate (soluccedilatildeo trabalho de 100 ppm) a 20g de

sedimento peneirado que entatildeo foi submetido ao processo de extraccedilatildeo soacutelido-liacutequido

assistida por sonicaccedilatildeo em uma seacuterie de soluccedilotildees extratoras com decrescente constante

40

eluotroacutepica O volume de cada soluccedilatildeo extratora foi de 30 mL e a seacuterie de soluccedilotildees

utilizadas foi acetona acetonaDCM (11) DCM DCMHEX (11) e finalmente

HEXO extrato foi transferidopara tubos de Falcon e levado a centriacutefuga a 4000 RPM

por 30min (centriacutefuga HermLee Z 360K) As partiacuteculas de sedimento decantam no

fundo restando a fase liacutequida sobrenadante sendo esta recolhida em um balatildeo de fundo

redondo de 250 mL e rotaevaporado (Rotaevaporador FISATOM 801) ateacute atingir 1mL

(Figura 13)

Entatildeo os extratos foram purificados por cromatografia liacutequido-soacutelida usando-se

uma coluna (1 x 50 cm) preenchida com 8g de siacutelica e 4g de alumina que satildeo

adsorventes polares 2g de Cu que remove compostos sulfurados (interferentes comuns

na determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos) (CRITERIA WORKING GROUP 1998) e 1g de

Na2SO4 que elimina possiacuteveis moleacuteculas de aacutegua

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos

reduzidos a 1 mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG

Fonte Elaborado pela autora

Essa purificaccedilatildeo (clean-up) foi obtida atraveacutes da eluiccedilatildeo sucessiva por 40 mL de

HEX que resultou na fase 1 (F1) e 24 mL HEXDCM (31) (ԑdeg=008) 30 mL de

HEXDCM (ԑdeg=06) e 15 mL de HEXDCM (12) (ԑdeg=021) que resultaram na fase 2

(F2) A F1 corresponde aos hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e a F2 corresponde aos

hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs)

Esse eluato foi rotaevaporado ateacute a reduccedilatildeo do seu volume para ~1 ml (Figura

13) Entatildeo esse volume foi transferido para vials de 4 mL atraveacutes de criteriosa limpeza

41

do balatildeo original com uma mistura de solvente HEXDCM (11) As amostras foram

entatildeo reduzidas para 1ml usando-se nitrogecircnio gasosoCom o auxilio de uma pipeta

automaacutetica 05 mL do eluato foi transferido para vials de 2 mL e entatildeo foram secas por

nitrogecircnio a fim de enviar essa aliacutequota para anaacutelise no Organic Geochemistry

Laboratory (Woods Hole MA EUA) As aliacutequotas foram acondicionadas em caixas

teacutermicas e enviadas para o exterior

A etapa de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos hidrocarbonetos foi baseado no

meacutetodo de Oliveira (2016)

A fraccedilatildeo F1 (HA) contendo n-alcanos isoprenoacuteides e biomarcadores foi

analisada no cromatoacutegrafo gasoso (modelo Agilent 7890A) acoplado a detector por

ionizaccedilatildeo por chama (CG-DIC) sendo os niacuteveis quantificados atraveacutes de um CG

acoplado a um espectrocircmetro de massa (CG-EM) A fraccedilatildeo F2 (HPAs) foi analisada

noCG-EMas condiccedilotildees de anaacutelise do equipamento podem ser visualizadas naTabela 3

O gaacutes heacutelio foi utilizado como a fase moacutevel com o fluxo na coluna de 13

mLmin A temperatura do injetor foi 300degC e o volume injetado foi de 2μl no modo

splitless A temperatura da interface (EM) foi 300degC

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM

Fase Moacutevel (Gaacutes de arraste) Heacutelio

Vazatildeo na coluna 13 mLmin

Temperatura do injetor 300 degC

Detector EM

Temperatura do detector 300 degC

Temperatura da interface 300 degC

Temperatura inicial 50 degC

Volume de injeccedilatildeo 2 microL

Modo de injeccedilatildeo Splitless

Modo de detecccedilatildeo (EM) SIM

Fonte Elaborada pela autora

Os marcadores moleculares de interesse foram identificados com base no tempo

de retenccedilatildeo e na razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado (Apecircndice A B e C) Aleacutem disso

as identidades dos compostos foram confirmadas pelo uso da biblioteca National

Institute of Standards and Technology 05 (NIST05)

42

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

463 Controle de Qualidade

Todas as etapas realizadas em laboratoacuterio foram acompanhadas por

procedimentos criteriosos de controle de qualidade A fim de eliminar problemas de

contaminaccedilatildeo foram analisados brancos da coluna e dos solventes usados na etapa de

extraccedilatildeo A limpeza de vidrarias foi um dos focos na preparaccedilatildeo do material usado em

43

todas as etapas de determinaccedilatildeo dos analitos de interesse Primeiramente as vidrarias

foram deixadas em banho de detergente (extran a 20 vv) por pelo menos 12 horas

sendo em seguida abundantemente enxaguada em aacutegua corrente aacutegua destilada e entatildeo

colocada em banho de aacutecido niacutetrico (HNO3 a 5vv) por 12 horas Em seguida as

vidrarias foram novamente enxaguadas em aacutegua corrente aacutegua destilada e por fim

mantidas em estufa a 200degC por um periacuteodo de no miacutenimo 12 horas

A quantificaccedilatildeo dos analitos foi realizada usando uma curva de calibraccedilatildeo de

cinco pontos pelo meacutetodo do padratildeo interno Baseado na curva de calibraccedilatildeo a faixa de

trabalho variou de 0-5000 ppb para os HPAs e os HAs e de 0-1324 ppm para os

biomarcadores com R2 de 09783 a 09999 para os HPAs (APEcircNDICE A) 09351 a

09941 para os biomarcadores (APEcircNDICE B) e 09873 a 09999 para os alcanos

(APEcircNDICE C)O limite de detecccedilatildeo variou de 0538 ndash 8579 ngg-1

para os

biomarcadores 2155 ndash 6147 ngg-1

para os n-alcanos e 7214 ndash 9597 ngg-1

para os

HPAs Os limites de quantificaccedilatildeo variaram de 1631 ndash 25997 ngg-1

para os

biomarcadores 6531 ndash 18628 ngg-1

para os n-alcanos e 21860 ndash 29082 ngg-1

Esses

paracircmetros foram calculados pela anaacutelise da injeccedilatildeo do branco de coluna (n=9) que daacute

origem a razatildeo de sinal-ruiacutedo (SN) de 3 e 10

A eficiecircncia do meacutetodo de extraccedilatildeo dos compostos do sedimento foi avaliada

atraveacutes do estudo de recuperaccedilatildeo de padrotildees surrogates relacionando-se a quantidade

de padratildeo adicionado no iniacutecio do procedimento com a quantidade extraiacuteda e

quantificada ao teacutermino do processo (IUPAC 2002)

Os padrotildees surrogates satildeo substacircncias que possuem natureza semelhante ao do

analito de interesse (especialmente Kow e Koc) de modo que apresentam tempo de

retenccedilatildeo diferente doanalito investigado (RIBANI et al 2004) Neste trabalho foram

utilizados versotildees dos compostos modificados isotopicamente e a adiccedilatildeo agrave amostra e

aos brancos foi feita no iniacutecio da etapa de extraccedilatildeo As concentraccedilotildees foram corrigidas

de acordo com a recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogates

Para Ribani et al(2004) os limites inferiores e superiores para recuperaccedilatildeo

sugerida pela literatura e aceita internacionalmente compreende o intervalo entre 70 a

120 Para Denoux e Wang (1998) este intervalo eacute bem aceito entre 40 a 120

enquanto que USEPA (1994) admite valores entre 30 a 115 Para este trabalho os

intervalos satisfazem as faixas sugeridas pela literatura (Tabela 4)

44

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate

Padrotildees Surrogate Meacutedia de

Recuperaccedilatildeo

Naftaleno-d8 5809

Fenantreno - d10 11576

Criseno-d12 11971

Perileno-d12 4245

Triacontane-d62 8380

Fonte Elaborada pela autora

45

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica

511 Sedimentos Superficiais

A anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais estaacute demonstrada na

Figura 15 A granulometria foi dividida em trecircs fraccedilotildees cascalho areia e finos

(lama)Os sedimentos superficiais apresentaram predominacircncia na fraccedilatildeo areia da estaccedilatildeo

ACR1 mais a montante ateacute a estaccedilatildeo ACR9 com meacutedia de 7769plusmn1448Vale ressaltar que

nas estaccedilotildees ACR 8 e ACR9 a fraccedilatildeo dos finos apresentou um destaque maior com valores

de 3476 e 4658 respectivamente Somente na estaccedilatildeo ACR10 a fraccedilatildeo dos finos

ultrapassou a fraccedilatildeo areia correspondendo a 75 da granulometriaO teor de carbono

orgacircnico (CO) apresentou-se inferior a 1 na maioria das estaccedilotildees com meacutedia de

044plusmn025 Somente a estaccedilatildeo ACR10 obteve o conteuacutedo de CO maior que 1 com valor

de 187

Com relaccedilatildeo ao potencial de acumulaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica nos sedimentos aqueles

com material mais fino em sua composiccedilatildeo (silte e argila) apresentam maior superfiacutecie de

contato permitindo um maior acuacutemulo de mateacuteria orgacircnica o qual pode ter relaccedilatildeo

dependendo da concentraccedilatildeo com fontes antroacutepicas (KARICKHOFF et al1979

TREMBLAY et al 2005 CHEN et al 2011) Jaacute sedimentos com predominacircncia de material

arenoso em sua composiccedilatildeo tendem a apresentar uma reduccedilatildeo no potencial de adsorccedilatildeo de

carbono orgacircnico dificultando o acuacutemulo de compostos orgacircnicos persistentes Nas amostras

superficiais do rio Acarauacute a CO teve uma alta correlaccedilatildeo com a fraccedilatildeo dos finos com um

coeficiente de Spearman (plt005) igual a 0903

O conteuacutedo de carbonato de caacutelcio (CaCO3) variou bastante ao longo do rio com

meacutedia de 320plusmn463 natildeo observando-se um padratildeo de variaccedilatildeo O maior valor de CaCO3 foi

relativo a estaccedilatildeo ACR10 que localiza-se no estuaacuterio do rio Acarauacute com 1556 e foi

relacionado com a presenccedila de carapaccedilas de organismos que sintetizam CaCO3

46

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais

AC

R 1

AC

R 2

AC

R 3

AC

R 4

AC

R 5

AC

R 6

AC

R 7

AC

R 8

AC

R 9

AC

R 1

0 --

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Porc

enta

gem

gra

nulo

met

ria

Finos

Areia

Cascalho

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

CO()

CaCO3 ()

Porcen

tagem

CO

e CaC

O3

Fonte Elaborado pela autoraCO= carbono orgacircnico CaCO3=carbonato de caacutelcio finos = gratildeos lt

0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm cascalho=gratildeosgt2mm

Como estudo complementar foi feita a anaacutelise granulomeacutetrica dos finos (silte+argila)

das amostras ACR8 ACR9 e ACR10 A fraccedilatildeo de silte grosso predominou entre as fraccedilotildees

finas nas trecircs estaccedilotildees como pode ser observado na

Tabela 5

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9

e ACR10 (porcentagem)

Estaccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

ACR8 279 149 053 2995 6524

ACR9 490 493 252 3424 5342

ACR10 494 313 154 6585 2454

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

512 Sedimentos do testemunho

47

O resultado da anaacutelise granulomeacutetrica do testemunho pode ser observado na Figura 16

e Tabela 6 Nota-se que do topo ateacute 30cm temos a predominacircncia da fraccedilatildeo areia com

porcentagem meacutedia de 6993plusmn1429 apoacutes essa camada a fraccedilatildeo dos finos (silte e argila)

predomina com porcentagem meacutedia de 7675plusmn1442

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar

Fonte Elaborada pelo autora finos = gratildeos lt 0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm

cascalho=gratildeosgt2mm

Alteraccedilotildees na dinacircmica deposicional dos sedimentos do rio Acarauacute ao longo do tempo

podem explicar a mudanccedila no tamanho do gratildeo depositado observada na distribuiccedilatildeo

granulomeacutetrica Isso pode ser explicado pela mudanccedila da hidrodinacircmica do estuaacuterio ou pela

entrada de material terriacutegeno com um maior teor de finos Em relaccedilatildeo a hidrodinacircmica a

alternacircncia entre camadas de sedimento mais finos e camadas de sedimento mais grossos

podem ser relacionados com periacuteodos de baixa energia e periacuteodos de alta energia

respectivamente Durante eventos de alta energia como por exemplo nas cheias do rio o

sedimento depositado no registro histoacuterico eacute caracterizado por material mais grosseiro

transportado como carga de fundo e depositado no local (MITRA et al 1999 BAacuteBEK et al

2011) Por outro lado uma possivel fonte de sedimentos finos para o local pode ser

relacionada com a construccedilatildeo de barragens e passagens secas Uma importante barragem

construiacuteda recentemente (1980-2000) eacute a barragem de Santa Rosa da qual o processo de

construccedilatildeo pode ter sido uma fonte de sedimentos finos para este local

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Porcentagem

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Finos

Areia

Cascalho

48

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho

AMOSTRAS Tipo de sedimento

0-5 cm Areia Lamosa

5-10 cm Areia Lamosa 10-15 cm Areia Lamosa

15-20 cm Areia

20-25 cm Areia 25-30 cm Areia Lamosa

30-35 cm Lama Arenosa

35-40 cm Lama 40-45 cm Lama

45-50 cm Lama

50-55 cm Lama 55-60 cm Lama Arenosa

Fonte Elaborada pela autora

Em relaccedilatildeo ao teor de carbono orgacircnico temos que do topo ateacute a profundidade de 25

cm a CO foi inferior a 1 com meacutedia de 060plusmn03 com valor miacutenimo de 017 no

intervalo de 20-25 cm (Figura 17) A partir de 25 cm houve um aumento da CO em relaccedilatildeo

as camadas superiores com meacutedia de 174plusmn04 atingindo o valor maacuteximo de 218 no

intervalo de 35-40 cm o que estaacute de acordo com o maacuteximo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos

finos

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho

Fonte Elaborada pela autora

Porcentagem

0 1 2 3 4 5 6 7

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

CO()

CaCO3 ()

Porcentagem

00 04 08 12 16

Pro

fundid

ade (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

AH ()

AF()

49

O teor de carbonato de caacutelcio apresentou um decliacutenio do topo ateacute a profundidade de 20

cm com meacutedia de 386plusmn25 (Figura 17) No intervalo de 15-30 cm foi verificada a ausecircncia

do CaCO3 Nas camadas seguintes o conteuacutedo de carbonato voltou a aumentar com meacutedia de

35plusmn108

No testemunho os aacutecidos huacutemicos (AH) variaram de nd a 009 mgg de sedimento

enquanto que os aacutecidos fuacutelvicos (AF) variaram de nd a 036 mgg de sedimento O perfil de

zig-zag dos AF representa as eacutepocas de cheias e estiagem as quais o rio Acarauacute foi submetido

Os aacutecidos huacutemicos possuem maior conteuacutedo de C e menor de O e consequentemente uma

massa maior que os aacutecidos fuacutelvicos (HUR E SCLAUTMAN 2004) e constituem os dominios

hidrofiacutelicos-hidrofoacutebicos das substacircncias huacutemicas (BALDOTTO E BALDOTTO 2014) Com

o grau de polimerizaccedilatildeo relativamente maior dos aacutecidos huacutemicos eacute possiacutevel constatar um

estaacutegio mais avanccedilado de humificaccedilatildeo Entretanto os aacutecidos fuacutelvicos conteacutem mais

agrupamentos ndash COOH por unidade de massa em relaccedilatildeo aos aacutecidos huacutemicos e juntamente

com a soma dos grupamentos fenoacutelicos caracterizam maior acidez total apresentando maior

capacidade de troca catiocircnica (CTC) que os aacutecidos huacutemicos e por sua vez contendo domiacutenios

predominantemente hidrofiacutelicos (BALDOTTO E BALDOTTO 2014)

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

A avaliaccedilatildeo dos HA tanto nos sedimentos superficiais do rio Acarauacute como no perfil

sedimentar do estuaacuterio fornece informaccedilotildees sobre o registro das entradas de contaminaccedilatildeo por

efluentes domeacutesticos ou induacutestria ou ateacute mesmo da entrada natural por plantas terrestres aleacutem

da variaccedilatildeo na predominacircncia de certas fontes ou emissotildees localizadas irregularmente

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais

A maioria dos hidrocarbonetos alifaacuteticos resolvidos consistiram na seacuterie de n-alcanos

n-C10 - n-C38 O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

nos sedimentos superficiais ao longo do curso do

rio Acarauacute com uma meacutedia de 540577 ngg-1

(Tabela 7) A concentraccedilatildeo maacutexima de n-

alcanos (843246ngg-1

) foi observada na estaccedilatildeo ACR10 enquanto que a miacutenima foi na

estaccedilatildeo ACR7 (265474 ngg-1

)

50

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute

n-alcanos (ngg-1) ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

nC10 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 3424 307

nC11 ltLD 5890 6064 1218 14309 7645 12237 2694 1526 18434

nC12 1951 7781 5894 4141 14120 12170 1718 3212 1723 15123

nC13 4886 14468 16556 4357 30059 15721 1580 4142 4192 24523

nC14 26565 26233 35804 31402 54307 2896 3808 24086 844 36334

nC15 99394 15093 5198 13974 5352 6492 23587 6499 755 13816

nC16 17427 30598 44496 73637 52651 51700 8490 45561 1148 36096

nC17 142438 11973 6196 33361 8879 13577 15288 9106 1741 9891

pristano 24510 4106 1398 4176 3650 1413 3560 780 282 1891

nC18 2340 1371 13361 27980 2394 1180 5339 15457 207 13419

fitano 12402 1923 2485 6067 444 694 2053 866 2280 4055

nC19 2310 2860 2681 5296 3695 5489 8122 3220 4702 4347

nC20 14636 6805 1150 6036 2151 1016 3899 11709 2954 7642

nC21 13008 2859 3073 4513 2290 6976 3998 3818 2187 1989

nC22 6569 3783 2747 2560 3058 2776 3567 7547 3098 3583

nC23 8881 3667 2573 4578 3898 9760 3565 4718 9975 8802

nC24 5682 1906 2475 2926 4685 9071 2470 5961 3545 1470

nC25 6469 2718 2805 4472 4207 9592 7449 6051 7351 6869

nC26 7009 4212 3310 9997 6440 12689 4166 10171 4154 27775

nC27 4279 10601 5573 9928 12071 4408 2278 16568 5390 32450

nC28 12884 9724 5993 26968 15852 20295 9397 18032 4941 80334

nC29 12785 29506 9674 29432 26932 27529 3527 46014 44705 88287

nC30 26161 77686 7527 30407 25114 19331 12801 143288 15249 73360

nC31 39329 2019 8667 40320 27357 23302 5787 174533 69600 84858

nC32 33418 24479 7488 26586 22070 15643 9006 68769 59656 46916

nC33 20722 8318 8576 27395 20880 2679 25167 83597 62714 55489

nC34 51234 9563 7115 22467 19116 5117 13680 23557 22893 35672

nC35 23685 15228 145541 12688 19927 11349 59884 40644 26372 53232

nC36 44587 109780 9787 9755 11169 7534 3956 56001 172491 51181

nC37 29061 1315 3067 37630 50413 1252 3832 2265 73385 2766

nC38 9567 ltLD ltLD ltLD ltLD 13527 1263 ltLD 13452 2333

sumAlcanos (ngg-1) 704190 446465 377274 514269 467491 322822 265474 838866 626935 843246

Fonte Elaborado pela autora ltLD= menor que o limite de detecccedilatildeo

Os perfis de n-alcanos das amostras superficiais podem ser observados na Figura 18

Na amostra ACR1 predominaram os homoacutelogos n-C15 e n-C17 Na estaccedilatildeo ACR2

predominaram os alcanos n-C30 e n-C36 Na ACR3 ACR6 e ACR7 predominou o alcano n-

C35 Nas estaccedilotildees ACR4 e ACR5 predominou o homoacutelogo n-C16 Na ACR9 houve a

presenccedila de n-alcanos com peso molecular maior com destaque para a alta concentraccedilatildeo de n-

C36 Nas estaccedilotildees ACR8 e ACR10 houve uma maior concentraccedilatildeo dos n-alcanos com peso

molecular maior sem predominacircncia de iacutempares ou pares

51

Fonte Elaborada pela autora

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR1

n-alcanos

ACR2

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR3

n-alcanos

ACR4

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR5

n-alcanos

ACR 6

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR7

n-alcanos

ACR8

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR9

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

n-alcanos

ACR10

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

52

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio Acarauacuteem ngg-1

n-alcanos (ngg-1) 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

nC10 ltLD 405 678 063 548 2514 1156 1464 623 549 069 243

nC11 ltLD 2705 13191 319 470 28398 9705 19712 ltLD 2478 6781 1422 nC12 ltLD 2823 2513 861 3139 4583 1187 365 2799 ltLD 2701 854

nC13 ltLD 625 1245 793 1961 1793 1215 1742 1103 1904 1976 1272

nC14 1434 1121 4093 1077 2019 2224 734 1880 1817 24924 2558 792 nC15 2658 3286 8452 4383 12533 12717 3252 9060 7736 4238 10333 9228

nC16 4929 23397 12156 3709 5982 5389 2924 4553 5464 4454 11591 10548

nC17 1837 6583 5735 6010 13641 11857 1990 5984 9530 2741 6946 11837

pristano 2559 2694 3837 961 2782 1889 1638 2346 1466 480 2840 1350

nC18 699 19312 1352 678 1012 1218 826 1247 460 554 1668 1417

fitano 658 1744 1197 246 5602 1324 378 1173 479 701 1624 1576 nC19 3749 1043 8135 3208 7058 6771 2416 5873 3701 1675 6231 7228

nC20 1226 2061 1654 1411 2138 2706 462 12819 868 908 2068 3889

nC21 2291 3702 3691 1621 2128 2580 2022 2411 2032 1165 3746 2352 nC22 1677 2326 3638 1914 3219 2061 1231 2416 2226 1034 1419 5059

nC23 1414 2469 7173 943 3505 2584 1170 3014 4234 1453 3598 3848

nC24 1088 3164 2341 761 2927 870 1370 697 1713 832 1574 4633 nC25 786 6004 3979 1896 4559 4333 635 2439 2710 620 1980 4628

nC26 1913 6277 3119 1552 2523 2364 1408 2148 1121 994 2383 3487

nC27 1634 12408 1438 1085 2284 1677 1179 3644 1949 2626 1839 5740 nC28 1462 11790 1322 832 2567 2932 1260 1579 2626 1087 897 7236

nC29 1699 26404 23058 1353 2372 4427 1610 1961 1618 1440 2245 10850

nC30 750 14993 1647 1101 3243 3106 3693 7261 1794 4019 1299 1017 nC31 3341 26952 8481 1635 1798 3038 3015 7002 3857 4242 5005 6071

nC32 2979 12723 15380 869 1656 2702 2691 2404 5916 1444 919 2117

nC33 1057 18736 38115 1339 3752 3029 977 4288 954 2445 4371 1947 nC34 1983 44912 9230 932 1088 2515 11265 13922 1239 687 5477 2957

nC35 1798 18222 2955 404 222 ltLD 215 139 1629 703 1474 636

nC36 720 58593 302 ltLD 162 458 5491 1427 1391 ltLD 4462 14808 nC37 1987 40245 673 1165 1345 540 747 2466 4168 1981 1650 9181

nC38 2504 48447 ltLD 4600 3080 ltLD 723 421 616 ltLD 2432 20103

sumAlcanos (ngg-1) 50830 426167 190778 47720 101316 122600 68585 127855 77842 72380 104155 158327

Fonte Elaborado pela autora

53

522 n-alcanos no testemunho sedimentar

O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10 - C38 variou de 47720 ngg-1

(15-20 cm) a 426167 ngg-1

(5-10 cm) nos sedimentos das seccedilotildees do testemunho com uma

meacutedia de 129046 ngg-1

(Tabela 8) A concentraccedilatildeo de n-alcanos totais foi aumentando em

direccedilatildeo ao topo com um pico na profundidade 5-10 cm

523 Biomarcadores do petroacuteleo

5231 Sedimentos superficiais

A maioria das estaccedilotildees apresentou a presenccedila da seacuterie de hopanos e esteranos As

concentraccedilotildees dos 5 hopanos e 5 esteranos identificados e quantificados nas amostras de

sedimento superficial estatildeo naTabela 9

Nas amostras de sedimento superficial a concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD

(ACR3) a 6787 μgg-1

(ACR6) com destaque para o C29-hopano (NH) (Tabela 9) As

estaccedilotildees ACR1 ACR4 e ACR6 tiveram os maiores valores de sumHop Por outro lado os

esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 2327 μgg-1

(ACR4) com destaque para o

C28αββ (SR)(Tabela 9) A estaccedilatildeo ACR4 apresentou o maior valor para sumEster com

predominacircncia dos compostos C28αββ (SR)e C29αββ (SR)

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

BIOMARCADORES ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

17α(H)-222930 - trisnorhopano 051 ltLD 040 576 519 310 411 373 252 106

17α(H)21β(H)-30-norhopano 5470 1214 ltLD 3860 2610 6787 569 3985 2387 116

17α(H)21β(H) - hopano 2420 ltLD 548 510 ltLD 2867 389 600 553 412 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 1356 1928 ltLD 2062 690 2605 ltLD 527 1066 1541

17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 1109 250 1010 2308 2049 1921 1358 307 1792 2348

ααα - colestano 044 ltLD ltLD ltLD 031 023 ltLD ltLD 143 02 αββ- colestano 061 094 ltLD 158 664 291 ltLD ltLD 284 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD ltLD 2327 ltLD 1479 ltLD ltLD ltLD 258

ααα - 20R 24R - etilcolestano 449 064 ltLD 634 104 371 ltLD 072 650 ltLD αββ - 20R 24R - etilcolestano 125 152 1156 1643 ltLD 036 ltLD 262 060 534

sumBiomarcadores 11085 3748 2757 14089 6666 16690 2737 6127 7188 5338

sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 ltLD 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

5232 Testemunho

No testemunho o somatoacuterio dos biomarcadores (sumBiomarcadores) estudados variou

de 3286 μgg-1

(45-50 cm) a 10071μgg-1

(40-45 cm) (

54

Tabela 10) A concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD a 3662 μgg-1

(30-35 cm)

com destaque similar aos sedimentos superficiais para o C29-hopano (NH) No perfil de

concentraccedilatildeo podemos observar dois picos de concentraccedilatildeo maacutexima em 10-15 cm e 40-45

cm de profundidade Por outro lado os esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 6

μgg-1

(55-60 cm) com destaque para o C29αββ (SR) O sumEster teve um maacuteximo em 10-15

cm e um miacutenimo em 15-20 cm

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

)

BIOMARCADORES 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

17α(H)-222930 - trisnorhopano 461 265 155 254 135 099 198 228 418 ltLD 316 212 17α(H)21β(H)-30-norhopano 2270 2707 2404 1950 1474 839 3662 1502 2164 741 2687 2651

17α(H)21β(H) - hopano 1238 067 1163 188 320 688 257 771 1469 409 096 1004 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 2135 286 1934 868 460 674 ltLD 1274 2454 1769 999 ltLD 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 500 104 2638 320 791 1557 1908 1505 2878 037 1797 864

ααα - colestano ltLD ltLD 050 ltLD ltLD ltLD 095 114 045 050 ltLD 021 αββ- colestano 334 415 207 041 ltLD ltLD 284 148 039 ltLD 371 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD 326 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ααα - 20R 24R - etilcolestano ltLD ltLD 044 120 ltLD 121 ltLD 034 ltLD ltLD 113 056 αββ - 20R 24R - etilcolestano 433 225 243 ltLD 220 176 205 103 596 280 242 603

sum Biomarcadores 7385 4068 9164 3790 3419 4172 6610 5679 10071 3286 6625 5428 sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747 sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos

As concentraccedilotildees individuais dos 56HPAs identificados e quantificados nos

sedimentos superficiais e no testemunho assim como as razotildees diagnoacutesticas usadas nesse

estudo para a identificaccedilatildeo das possiacuteveis fontes estatildeo na Tabela 11 e no Apecircndice A

respectivamente

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais

As concentraccedilotildees totais dos 56 HPAs (sumHPA56) analisados variaram de 42740 ngg-1

(ACR3) a 515073 ngg-1

(ACR8) (Tabela 11) nos sedimentos superficiais O somatoacuterio dos

16 HPAs prioritaacuterios da USEPA foi expresso como sumHPA16 e variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720 ngg-1

(ACR5) Em geral as concentraccedilotildees de HPAs depedem da

localizaccedilatildeo das fontes em relaccedilatildeo as estaccedilotildees como proximidade de um porto uma regiatildeo

densamente habitada ou uma regiatildeo industrial As maiores concentraccedilotildees foram observadas

em ACR4 ACR5 ACR7 ACR8 e ACR9 E as menores concentraccedilotildees foram observadas em

ACR1 ACR3 e ACR6

55

Essas concentraccedilotildees elevadas tiveram dois principais compostos responsaacuteveis a seacuterie

de naftalenos e o dibenzo(a)antraceno

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

)

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAs

2 a

neacuteis

Naftaleno 3089 417 1537 32992 ltLD 4460 ltLD 54058 ltLD 2573

2-metilnaftaleno ltLD ltLD 646 7208 ltLD 1177 ltLD 8631 ltLD 780

1-metilnaftaleno ltLD ltLD 100 4468 ltLD ltLD ltLD 7021 ltLD 464

16-dimetilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 1983

12-dimetilnaftaleno 958 1046 4177 12420 6880 992 ltLD 12257 ltLD 2237

235-trimetilnaftaleno 6178 ltLD ltLD 87821 ltLD 5936 ltLD 129316 10908 1401

Bifenil ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 676 ltLD 180 ltLD 492

3 a

neacuteis

Acenaftileno ltLD 141 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno 910 ltLD ltLD 1556 ltLD 1110 ltLD 2202 1638 336

1-metilfluoreno 281 188 078 057 084 066 077 286 108 066

Fenantreno 1460 1463 1739 1817 1462 1498 200 1407 2127 1241

Antraceno 540 464 543 502 456 1474 1112 330 503 830

Carbazole 5176 1632 2275 5096 1920 4456 1631 4190 4962 3112

9-etil-10-metilfenantreno 046 060 200 046 785 037 018 013 158 055

4 a

neacuteis

Fluoranteno 758 155 306 768 224 547 150 577 803 871

Pireno 1051 612 885 1214 331 846 222 1170 1343 1213

1-metilpireno 740 231 240 240 539 205 221 303 220 268

Benz(a)antraceno 561 354 569 1452 749 424 391 282 361 600

Trifenileno 3765 133 140 1033 372 208 179 109 149 1848

Criseno ltLD ltLD 070 1401 111 169 463 ltLD 099 784

6-metilcriseno 1764 286 294 323 847 251 628 222 494 566

6-etilcriseno 4188 257 431 371 493 232 217 741 197 341

5 a

neacuteis

Benz(b)fluoranteno 3723 935 850 1335 1103 901 542 562 825 5356

Benzo(k)fluoranteno 2198 1314 1600 1214 1891 1626 1289 1039 1413 4302

Benzo(e)pireno 2402 1576 1451 1259 1720 1234 1442 863 1285 15825

Benzo(a)pireno 2569 1942 1228 1706 1789 1825 1224 1155 1693 2581

Perileno 866 1068 2751 1234 768 433 497 675 1329 16784

Dibenzo(ah)antraceno ltLD 97858 ltLD ltLD 190387 ltLD 181447 30111 ltLD ltLD

6

an

eacuteis

Indeno(123-cd)pireno 2992 2137 2373 4330 7459 3794 5025 1046 1575 16385

Benzo(ghi)perileno 2044 3049 2444 2710 1759 1665 1220 3570 13969 2308

HPAs alquilados

sum C1-C4 naftalenos ltLD 4692 6153 137453 5202 8616 ltLD 243020 321927 9378

sum C1-C3 fluorenos ltLD 1130 1436 833 133 749 ltLD 1104 3770 8758

sum C1-C4 fenantrenos ltLD 779 1014 ltLD 1578 ltLD 418 874 1788 5429

sum C1-C4 pirenos 3116 944 4595 1863 4619 1379 1913 2635 3515 9068

sum C1-C3 crisenos 2356 ltLD 1627 490 2157 ltLD 625 3937 2283 6862

HPAs sulfurados

Dibenzotiofeno 366 823 968 730 ltLD 926 ltLD 886 305 396

46-dimetildibenzotiofeno 163 057 ltLD 193 054 ltLD ltLD 069 790 338

Dibenzofurano 108 259 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 199 ltLD ltLD

sum C1-C4 dibenzotiofenos ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 2196 1997

Paracircmetros

sum HPAs16 21929 110878 14143 52998 207720 20339 193285 97542 26349 39381

sum HPAs56 54402 126039 42740 316136 235871 47937 201161 515073 382732 127828

sum HPAs alquilados 5472 7545 14825 140639 13689 10744 2957 251570 335479 41491

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 5999 2486 3819 36868 1917 8542 1311 57997 4268 4980

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 15930 108392 10324 16130 205803 11796 191974 39545 22081 34401

Fonte Elaborada pela autora

Apesar do ΣHPA16 (14143 - 207720 ngg-1

) no rio Acarauacute estaacute abaixo dos niacuteveis

encontrados em regiotildees com intensa atividade urbana ou ateacute mesmo atividade portuaacuteria como

as cidades de Montevideo e Xinxiang os niacuteveis encontrados estatildeo proacuteximos de aacutereas urbanas

e rurais como o Rio Durance (Franccedila) e a regiatildeo metropolitana de Curitiba (

56

Tabela 12) Segundo Benlahcer e colaboradores (1997) os sedimentos com ΣHPAs ateacute

250 ngg-1

satildeo considerados como levemente poluiacutedos entre 250 e 2000 ngg-1

satildeo

considerados moderadamente poluiacutedos e acima de 2000 ngg-1

satildeo considerados altamente

poluiacutedos Desta forma podemos classificar os sedimentos das estaccedilotildees ACR1 ACR3 e ACR6

como levemente poluiacutedas e a estaccedilatildeo ACR 5 como altamente poluiacuteda ficando o restante

classificado como moderadamente poluiacutedo

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo

nos uacuteltimos cinco anos

Local Atividade Variaccedilatildeo de

sumHPAs (ngg)

ndeg de HPAs

estudados Referecircncia

Rio Iguaccedilu Curitiba Brasil Aacuterea urbana e industrial 131 - 1713 16 LEITE et al 2011 Mar Egeu Mediterracircneo Aacuterea urbana e industrial lt415 - 405 14 KUCUKSEZGIN et al 2012

Delta do Rio Amarelo China Exploraccedilatildeo de petroacuteleo

agricultura e pesca 27-753 16 YUAN et al 2014

Estuaacuterio do Rio da Prata Uruguai Aacuterea urbana e industrial 196-65501 16 VENTURINI et al 2015

Xinxiang China Aacuterea industrial 4450 - 29000 15 FENG et al 2016 Rio Cocoacute e Cearaacute Fortaleza Brasil Aacuterea urbana 3488 ndash 301716 54 OLIVEIRA 2016

Porto do Mucuripe Fortaleza Cearaacute Aacuterea portuaacuteria 6527 - 6833354 54 OLIVEIRA 2016

Baiacutea de Paranaguaacute Aacuterea urbana e portuaacuteria ltLD - 572 16 DE ABREU-MOTA et al 2014

Baia de Laranjeiras Brasil Aacuterea de conservaccedilatildeo e

recreaccedilatildeo 385 - 892 - MARTINS et al 2012

Rio Durance Franccedila Agricultura 57ndash1528 16 KANZARI et al 2015 Rio Jaguaribe Agricultura carcinicultura 069 a 375202 16 ANDRADE 2012

Rio Pacoti Carcinicultura aacuterea de

conservaccedilatildeo aacuterea urbana 119512 - 290625 16 FERNANDES 2013

Rio Acarauacute Agricultura carcinicultura 14143 - 207720 16 Presente estudo

Fonte Elaborada pela autora

Em contrapartida podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs satildeo

relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente Dessa forma esses compostos satildeo os maiores responsaacuteveis pelo

niacutevel de contaminaccedilatildeo na regiatildeo

57

Fonte Elaborada pela autora baseado em LIMA et al 2005N F Fl D e C correspondem a naftaleno fenantreno fluoreno dibenzotiofeno e criseno respectivamente

0-4 representam o nuacutemero do carbono dos grupos alquilados nas seacuteries homologas de HPAs alquilados BF a BghiP correspondem aos outros 15 HPAs prioritaacuterios pela

USEPA Atenccedilatildeo para as diferentes escalas do eixo Y

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

) ACR1

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR2

DahA0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

ACR3

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR4

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0102030405060708090

100

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR5

DahA0

1000

2000

Co

nce

ntr

accedilatildeo

(ng

g)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR6

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR7

DahA0

1000

2000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

04080

120160200240280320360400

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR8

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

1500

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR9

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

1000

2000

3000

Concentr

accediloم

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR10

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio Acarauacute

58

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho

As concentraccedilotildees individuais dos HPAs variaram de ltLD a 6181 ngg-1

enquanto que

o sumHPAs16 variou de 13197 ngg-1

(5-10 cm) a 685419 ngg-1

(35-40 cm) (Figura 20 e

Apecircndice A) A distribuiccedilatildeo dos HPAs foi dominada pelo dibenzo(ah) antraceno e pela seacuterie

de naftalenos alquilados com esses compostos correspondendo de 10-75 e 2-77 do total

de HPAs respectivamente Esse mesmo domiacutenio foi observado nos sedimentos superficiais

ao longo do curso do rio Acarauacute

Podemos observar que a concentraccedilatildeo de HPAs cresce nas camadas mais profundas do

testemunho contrariando a tendecircncia observada em outros trabalhos de uma maior

concentraccedilatildeo dos HPAs nos sedimentos superficiais que correlaciona-se com o aumento da

taxa de ocupaccedilatildeo da regiatildeo (MACHADO et al 2014) Esse padratildeo de variaccedilatildeo com um pico

de HPAs em seccedilotildees mais profundas foi observado em vaacuterios trabalhos (SUN E ZHANG

2012 DUAN et al 2015) e foi atribuido a mudanccedila na fonte de energia utilizada pela

populaccedilatildeo do local Na bacia do rio Acarauacute o uso de carvatildeo vegetal pelas induacutestrias de

cimento foi estimulado pelo Governo Federal por causa da crise internacional do petroacuteleo na

deacutecada de 70 (SEMACE 1998) Durante vinte anos essa praacutetica foi uma praacutetica comum que

devastou a caatinga na regiatildeo e que teve seu registro nos sedimentos do estuaacuterio do Acarauacute

59

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio

Acarauacute

FLTR

0 10 20 30 40 50 60

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

HPAs16

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000 8000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

NAF

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 10 20 30 40

FEN

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 5 10 15 20 25 30

CRI

0 10 20 30 40 50

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

ANT

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2 4 6 8 10 12

Pir BaA

0 5 10 15 20 25 30

BbF

0 20 40 60 80 100120140160180

BkF

0 20 40 60 80 100

BeP

0 100 200 300 400 500

BaP

0 50 100 150 200 250 300 350

PER

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 200 400 600 800

DahA

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5 IcdP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100120140

BghiP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100 120

PIR

0 10 20 30 40 50

Fonte Elaborado pela autora

60

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute

Para a determinaccedilatildeo de fontes dos hidrocarbonetos nos sedimentos superficiais do rio

Acarauacute foram utilizadas as razotildees diagnoacutesticas na Tabela 13

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos

sedimentos superficiais do rio Acarauacute

Hidrocarbonetos Razotildees diagnoacutesticas ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAS

sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 073 098 073 030 099 058 099 041 084 087

BaA(BaA +Cri) 094 091 089 051 087 071 046 089 078 043

IP(IP+BghiP) 059 041 049 062 081 069 080 023 010 088

FenAnt 270 315 320 362 321 102 018 426 423 150

FltrPir 072 025 035 063 068 065 067 049 060 072

Per5 aneacuteis 795 103 5364 2238 039 774 027 200 2548 5981

Alcanos

CPI (15-19) 1237 129 039 088 048 093 532 048 494 082

CPI (25-33) 081 044 122 105 113 090 103 128 197 109

n-C27+ n-C29+n-C31 56393 42127 23914 79680 66360 55239 11592 237116 119695 205595

Isoprenoacuteides

nC17Pr 581 292 443 799 243 961 429 1168 618 523

nC18Fit 019 071 538 461 539 170 260 1785 009 331

PrFit 198 214 056 069 822 203 173 090 012 047

Biomarcadores sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 010 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

Jaacute para a caracterizaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos no testemunho sedimentar do

estuaacuterio do rio Acarauacute foram utilizadas as razotildees apresentadas na Tabela 14

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o

rio Acarauacute

Razotildees diagnoacutesticas 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

sum HPAs (4-6 aneacuteis)

sum HPAs16 095 072 096 089 057 061 090 100 098 099 099 099

Per5 aneacuteis 6426 3265 7752 415 2883 583 8920 021 2970 031 073 069

BaA(BaA+Cri) 066 088 013 085 088 094 097 073 062 074 034 095

IP(IP+BghiP) 065 056 042 056 052 041 048 084 027 051 035 017

FenAnt 398 153 209 187 274 685 484 222 204 267 017 196

FltrPir 125 090 097 119 061 170 015 227 391 058 063 111

CPI (15-19) 237 049 274 483 733 691 353 385 580 175 302 400

CPI (25-33) 114 120 254 146 135 121 038 071 100 147 154 178

n-C27+ n-C29+n-C31 6673 65765 32977 4074 6455 9142 5805 12606 7424 8308 9089 22661

nC17Pr 072 244 149 625 490 628 121 255 650 571 245 877

nC18Fit 106 1107 113 276 018 092 218 106 096 079 103 090

PrFit 389 154 321 391 050 143 433 200 306 068 175 086

sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747

sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas

Os hidrocarbonetos de origem antropogecircnica no meio ambiente acabam misturando-se

com outras fontes de background presentes na aacuterea impactada

61

Os hidrocarbonetos biogecircnicos satildeo originados por processos bioloacutegicos ou na

diagecircnese primaacuteria em sedimentos marinhos recentes As fontes biogecircnicas incluem plantas

terrestres fitoplancton animais bacteacuterias e macroalgas Uma forma de medir a contribuiccedilatildeo

biogecircnica na siacutentese dos alcanos eacute o iacutendice preferencial do carbono (IPC (25-33)) que indica a

contribuiccedilatildeo relativa das fontes naturais (IPC gt1 biogecircnicoterrestre) comparada com as

fontes antropogecircnicas (IPClt1 contaminaccedilatildeo por petroacuteleo) (EGLINTON E HAMILTON

1967 ABOUL-KASSIM E SIMONEIT 1995 VOLKMAN et al1992)

Outra caracteristica das fontes biogecircnicas eacute relacionada com os hidrocarbonetos

isoprenoacuteides onde a concentraccedilatildeo de pristano eacute maior do que a de fitano sugerindo a entrada

de mateacuteria orgacircnica fitoplantocircnica e a razatildeo PriFit gt1 ( tipicamente entre 3 e 5) enquanto

que a razatildeo de PriFit lt1 indica contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (WANG E FINGAS 2003 HU et

al 2011) Em sedimentos recentes as razotildees de Prin-C17 e Fitn-C18 lt1 indicam entrada

relativamente recente de oacuteleo enquanto que valores maiores que 1 juntamente com

concentraccedilotildees altas de hidrocarbonetos sugerem a presenccedila de oacuteleo degradado

(COMMENDATORE et al 2012 WANG et al 2015)

Aleacutem disso o perileno um HPA de 5 aneacuteis apresenta a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) com um valor maior que 10 para fontes diageneacuteticas (natural

biogecircnica) desse composto (SOCLO et al 2000 WANG et al 2014)

Por outro lado a presenccedila de biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) sugere

contaminaccedilatildeo petrogecircnica pois eles satildeo constituintes comuns do petroacuteleo e seus derivados

(WANG E FINGAS 2003)

Dessa forma essas caracteriacutesticas podem ser usadas para identificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo

das fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

5411 Sedimentos superficiais

O valor do IPC (15-19) variou de 039 (ACR3) a 1237(ACR1) (Tabela 13) De acordo

com esses valores nas estaccedilotildees ACR1 (1227) ACR7 (532) e ACR9 (494) as cadeias curtas

de n-alcanos apresentaram uma forte predominacircncia de cadeias com um numero iacutempar de

carbono em relaccedilatildeo as com nuacutemero par Em ACR1 o alto valor daacute-se devido as altas

concentraccedilotildees de n-C15 e n-C17 que indicam uma possiacutevel produccedilatildeo autoacutectone da mateacuteria

orgacircnica pois tais alcanos estatildeo relacionados com a atividade planctocircnica o mesmo ocorre

em ACR7 soacute que em menor proporccedilatildeo Apesar de possuir um alto valor de IPC (15-19) a

estaccedilatildeo ACR 9 natildeo apresenta valores significativos dos compostos n-C15 e n-C17 Esse alto

valor do IPC em ACR1 pode ser relacionado com a proximidade do accedilude Araras que eacute o

62

quarto maior accedilude do Cearaacute e fica a montante desta estaccedilatildeo A construccedilatildeo de reservatoacuterios

altera a circulaccedilatildeo do sistema fluvial que antes era loacutetico e passa para uma ambiente

intermediaacuterio entre loacutetico e lecircntico devido a circulaccedilatildeo vertical e horizontal originada pela

operaccedilatildeo da barragem (MARGALEF 1983) Esses reservatoacuterios recebem o aporte do

escoamento superficial perifeacuterico lanccedilamento de efluentes das comunidades circunvizinhas

aleacutem das atividades desenvolvidas no seu interior como a piscicultura (MARGALEF 1983)

Essas atividades fornecem nutrientes para o desenvolvimneto fitoplantocircnico o que explica os

altos valores dos n-alcanos caracteristicos da comunidade fitoplantocircnica

Fonte Elaborado pela autora

O valor do IPC (25-33) variou de 044 (ACR2) a 197 (ACR9) (Figura 21) Isso

demonstra que a maioria das estaccedilotildees natildeo apresentou perfis com predominacircncia de cadeias

longas com nuacutemero de carbono iacutempar ou par o que resulta na possiacutevel fonte de derivados do

petroacuteleo A estaccedilatildeo ACR9 apresentou o maior valor de IPC indicando uma maior

contribuiccedilatildeo das plantas terrestres superiores (EGLINTON E HAMILTON 1967) o que eacute

plausiacutevel visto a proximidade com o estuaacuterio

A origem do perileno um HPA de 5 aneacuteis eacute bastante controversa Em muitos

trabalhos a origem do perileno foi encontrada como diferente dos outros HPAs

(BUDZINSKY 1997 SOCLO et al 2000 CAVALCANTE et al 2008) O perileno pode

ser introduzido no ecossistema aquaacutetico por vaacuterios processos sendo a degradaccedilatildeo de

precursores biogecircnicos a fonte predominante (GSCHWEND E HITES 1981) Segundo

Venkatesan (1988) um sistema favoraacutevel para a formaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do perileno eacute

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

2

4

6

8

10

12

14

IPC (25-33)

IPC (15-19)

Iacutend

ice

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais

63

encontrado em regiotildees aquaacuteticas com alta produccedilatildeo bioloacutegica como estuaacuterios e lagos Aleacutem

disso o perileno pode ter uma origem terrestre mas a fonte terriacutegena desse composto

permanece desconhecida O perileno tambeacutem pode ser derivado de material autoacutectone como

as diatomaacuteceas (VENKATESAN 1988) No entanto no escopo desse trabalho natildeo foi

possiacutevel determinar a origem terrestre ou autoacutectone do perileno encontrado

No entanto alguns estudos tecircm-se desenvolvido em direccedilatildeo agrave determinaccedilatildeo do caraacuteter

antroacutepico ou natural das fontes de HPAs comparando-se as concentraccedilotildees de perileno com os

demais HPAs (BAUMARD et al 1988 BUDZINSKY et al 1997 SOCLO et al 2000

WANG et al 1999 WANG et al 2014) Em relaccedilatildeo ao carater antroacutepico do perileno

estudos mostraram que esse composto pode ser produzido em processos de combustatildeo de

biomassa e combustiacuteveis foacutesseis (PAGE et al 1999 WANG et al 1999)

Na Figura 22 podemos observar que apenas as razotildees em ACR3 (5364) ACR4

(2238) ACR9 (2547) e ACR10 (5980) apresentaram a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) gt 10 indicando assim a origem natural do perileno Esse

resultado na estaccedilatildeo ACR9 e ACR10 jaacute era esperado uma vez que apresentam maior

produtividade bioloacutegica devido as suas localizaccedilotildees no estuaacuterio As estaccedilotildees ACR3 e ACR4

localizam-se antes e depois do municiacutepio de Sobral respectivamente As outras estaccedilotildees

apresentaram valores menores que 10 o que indica a fonte piroliacutetica desse HPA (PAGE et

al 1999 WANG et al 1999)

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

Per

5an

eacuteis

()

Origem

Piroliacutetica

Origem

Natural

Fonte Elaborado pela autora

Os alcanos pristano e fitano satildeo os constituintes mais comuns dos isoprenoacuteides nos

sedimentos mas as suas abundacircncias relativas variam bastante A razatildeo de pristano em

relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) (Figura 23) nos sedimentos superficiais variou de 012 (ACR9) a

64

822 (ACR5) Em sedimentos natildeo-contaminados a razatildeo PriFit eacute maior do que 1

normalmente entre 3 e 5 (STEINHAUER E BOEHM 1992) A maioria das estaccedilotildees

apresentou a a razatildeo PriFit menor ou proacuteximo a 1 indicando os derivados de petroacuteleo como

fonte de hidrocarbonetos principal Um valor alto para a razatildeo PriFit foi observado na

estaccedilatildeo ACR5 localizada antes de Santana do Acarauacute e relativamente distante dos centros

urbanos

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18

Fonte Elaborado pela autora

No que diz respeito as razotildees n-C17Pri e n-C18Fit ambos os isoprenoacuteides satildeo

degradados mais lentamente do que o seu alcano associado devido as preferecircncias

microbianas (COLOMBO et al 1989) Dessa forma razotildees menores do que 2 indicam

contribuiccedilatildeo recente de oacuteleo enquanto que valores maiores indicam resiacuteduos de oacuteleo

degradado (COLOMBO et al 1989) A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri)

variou de 243 (ACR5) a 1168 (ACR8) (Tabela 13) Em todas as estaccedilotildees foi observado que

o n-C17 predominou sobre o pristano (Figura 23) indicando contribuiccedilatildeo planctocircnica para a

mateacuteria orgacircnica (READMAN et al 2002) A razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-

C18Fit) variou de 009 (ACR9) a 1785 (ACR8) (Tabela 13) Essa razatildeo atualmente indica a

degradaccedilatildeo microbiana inicial em resiacuteduos de oacuteleo (DIEZ et al 2007) As estaccedilotildees ACR1

ACR2 ACR6 e ACR9 apresentaram as menores razotildees o que eacute indicativo da presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradado (DIEZ et al 2007) Isso acontece pois o n-C18 tende a ser

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

Raz

atildeo

Estaccedilotildees

nC17Pri

nC18Fit

PriFit

65

degradado preferencialmente em relaccedilatildeo ao fitano na degradaccedilatildeo microbiana Por sua vez as

outras estaccedilotildees com destaque para a estaccedilatildeo ACR8 demonstraram uma maior contribuiccedilatildeo

da produtividade primaacuteria na sua mateacuteria orgacircnica

A distribuiccedilatildeo dos biomarcadores do sumHop e sumEster nos sedimentos superficiais estaacute

demonstrada na Figura 24 Em estudos anteriores a presenccedila de hopanos e esteranos foi

relacionada com o material particulado proveniente da exaustatildeo do motor de caminhotildees

(ROGGE et al 1993 SCHAUER et al 2002 KLEEMAN et al 2008) Esses

biomarcadores pertencem a fraccedilatildeo de alta ebuliccedilatildeo do oacuteleo cru devido a isso natildeo satildeo

encontrados nem na gasolina nem no diesel Ao inveacutes disso eles vatildeo ser originados do oacuteleo

lubrificante (ROGGE et al 1993) Aleacutem disso Kleeman e colaboradores (2008) analisando

material particulado oriundo das emissotildees de carros movidos a diesel utilizaram o

17α(H)21β(H)-30-norhopano (NH) como um indicador de oacuteleos lubrificantes Por outro lado

Bieger e colaboradores (1996) compararam oacuteleos lubrificantes novos e usados fuligem da

descarga poeira de estradas e sedimentos da Baiacutea de Conception - Canadaacute e correlacionaram

a impressatildeo digital dos hidrocarbonetos no sedimento com os biomarcadores presentes em

oacuteleo lubrificantes utilizados em automoveis e barcos da regiatildeo Jaacute Boonyatumanond e

colaboradores (2006) encontraram uma predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 e

atribuiram essa caracteristica a poeira de estrada que apresentava mesma impressatildeo digital de

hopanos Essa poeira de estrada consiste de asfalto partiacuteculas de pneus solo partiacuteculas de

exaustatildeo vazamentos de oacuteleo e combustiacutevel e deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e estaacute diretamente

associada com o traacutefego nas rodovias (BOONYATUMANOND et al 2006) Dessa forma

como a regiatildeo do rio Acarauacute natildeo foi um local de derramento de petroacuteleo nem eacute uma regiatildeo

perto de refinarias ou industria petroquiacutemica podemos inferir que essas moderadas

concentraccedilotildees de hopano e esteranos satildeo derivadas da utilizaccedilatildeo de oacuteleos lubrificantes nos

automoacuteveis e nos barcos a motores da regiatildeo que chegam ao rio por meio do escomaento

superficial ou mesmo das poeiras das rodovias que constituem as principais vias de acesso da

regiatildeo O que ratifica essa fonte eacute a predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 em

todas as estaccedilotildees como foi citado anteriormente Podemos observar que as estaccedilotildees ACR1

ACR4 e ACR6 apresentaram as maiores concentraccedilotildees desses marcadores moleculares

especialmente os hopanos A estaccedilatildeo ACR1 fica logo apoacutes o accedilude Araras que eacute utilizado

como uma aacuterea de lazer com a presenccedila de jet-skis e barcos a motores que representam fontes

potenciais dos hopanos e esteranos Por sua vez a estaccedilatildeo ACR4 e ACR6 ficam a montante

das cidades de Sobral e Santana do Acarauacute respectivamnete

66

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e

esteranos (sumEster) nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

Conce

ntr

accedilatilde

o (gg

)

op

Ester

Fonte Elaborado pela autora

5412 Testemunho

No testemunho a maioria das amostras apresentaram valores do IPC (25-33) proacuteximos

a 1 o que sugere a contaminaccedilatildeo petrogecircnica (Tabela 14 Figura 25) Apenas a camada 10-15

cm apresentou um valor alto de IPC que significa a predominacircncia dos homoacutelogos com

carbonos impares sugerindo uma fonte de plantas terrestres superiores

Jaacute os valores do IPC (15-19) variaram de 049 (5-10 cm) a 733 (20-25 cm) (Tabela

14) Observou-se uma variaccedilatildeo do IPC (15-19) ao longo do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute

com picos nas profundidades de 20-25 cm e 45-50 cm Isso sugere uma variaccedilatildeo na origem da

mateacuteria orgacircnica com uma diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo autoacutectone em relaccedilatildeo ao topo

67

Fonte Elaborado pela autora

Por outro lado a razatildeo Per5 aneacuteis nos mostra que a maioria das seccedilotildees possuem um

caraacuteter natural da mateacuteria orgacircnica (Figura 25) o que eacute indicado pela porcentagem maior do

que 10 na razatildeo Per5 aneacuteis com possiacutevel fonte diageneacutetica do Per As altas

concentraccedilotildees de perileno tem sido relacionados com sedimentos anoacutexicos com alta

produtividade bioloacutegica (MEIRE et al 2008 WANG et al 2014)

A razatildeo de pristano em relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) variou de 050 (20-25 cm) a 433

(30-35 cm) (Tabela 14) O pristano eacute encontrado em maiores proporccedilotildees que o fitano em

sedimentos marinhos natildeo contaminados por petroacuteleo (PriFit gt1) No testemunho analisado

podemos observar uma tendecircncia de aumento na entrada de sedimentos contaminados por

hidrocarbonetos antropogecircnicos (Figura 26)

A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri) variou de 072 (topo) a 877

(base) e a razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-C18Fit) variou de 018 (20-25 cm) a 1107

(5-10 cm) (Tabela 14) Os valores dessas razotildees sugerem tanto a presenccedila de hidrocarbonetos

degradados (n-C18Fit) como a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica (n-C17Pri) ao longo

do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute No entanto as duas razotildees sugerem a presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradados nos sedimentos recentes (DIEZ et al 2007)

Em relaccedilatildeo aos biomarcadores hopanos e esteranos podemos observar na Figura 27 o

perfil desses compostos no testemunho em estudo Assim como nos sedimentos superficiais

Razatildeo

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5IPC(15-19)

IPC(25-33)

Per5aneis

0 20 40 60 80 100

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

Piroliacutetico

Nat

ural

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar

68

as concentraccedilotildees do sumBiomarcadores estaacute diretamente influenciada pela sumHop uma vez que

este representa cerca de 842 a 932 do total quantificado

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar

Oacuteleodegradado

n-C17Pri

0 2 4 6 8 10 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

n-C18Fit

0 2 4 6 8 10 12

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

PriFit

0 1 2 3 4 5

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

Contaminaccedilatildeo por Oacuteleo

Natildeo-contaminado

Oacuteleodegradado

Fonte Elaborado pela autora

Outra caracteriacutestica que assemelha-se aos sedimentos superficiais eacute a predominacircncia

do C29-hopano (NH) (Tabela 10) que pode ser utilizado para indicar atividades relacionadas

com o traacutefego de veiacuteculos na regiatildeo (KLEEMAN et al 2007 BOONYATUMANOND et al

2006)

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho

Concentraccedilatildeo (gg)

0 20 40 60 80 100120140

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

Hop

Ester

Biomar

Fonte Elaborado pela autora

69

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas

As distribuiccedilotildees de HPAs satildeo as ferramentas mais uacuteteis para a distinccedilatildeo entre fontes

piroliticas e petrogecircnicas de hidrocarbonetos Os HPAs petrogecircnicos exibem um padratildeo de

distribuiccedilatildeo em forma de sino (bell shaped) (WANG et al 1999 YUNKER et al 2015)

Por outro lado os HPAs piroliticos geralmente apresentam a distribuiccedilatildeo dos HPAs

alquilados homoacutelogos com os HPAs natildeo-substituidos mais abundantes (com o perfil de

distribuiccedilatildeo de C0-gtgtC1-gtC2-gtC3-gtC4- chamada de distribuiccedilatildeo inclinada)

Aleacutem disso entre os HPAs prioritaacuterios a predominacircncia dos HPAs de alto peso

molecular (sum HPAs (4-6 aneacuteis = Fltr Pir BaA Cri BbF BkF BaP IcdPDahA and BghiP)

sobre os HPAs de baixo peso (2-3 aneacuteis) nos processos piroliacuteticos eacute evidente em vaacuterios

trabalhos (PRAHL E CARPENTER 1983 WANG et al 1999CAVALCANTE et al 2012

ANDRADE 2012 FERNANDES 2013 FENG et al 2016)

Outras razotildees tambeacutem satildeo utilizadas para a caracterizaccedilatildeo de fontes de HPAs nos

sedimentos como FenantrenoAntraceno FluorantenoPireno

Benzo(a)Antraceno(Benzo(a)Antraceno + Criseno) e Indeno(cd)Pireno(Indeno(cd)Pireno +

Benzo(ghi)Perileno) (YUNKER et al 2002 STOGIANNIDIS E LAANE 2015)

5421 Sedimentos superficiais

Nos sedimentos superficiais foi observado a predominacircncia dos composto DahA e da

seacuterie de naftalenos alquilados Podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs

satildeo relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente O DahA eacute um HPA de alto peso molecular produto da queima

incompleta de mateacuteria orgacircnica e cuja degradaccedilatildeo eacute demorada sendo considerado um

poluente prioritaacuterio para a USEPA Segundo Levengood et al (2015) altas concentraccedilotildees de

DahA em sedimento podem ser associadas agraves estradas e ao traacutefico ferroviaacuterio Wang e

colaboradores (1999) observaram a formaccedilatildeo de DahA apoacutes a combustatildeo de diesel

juntamente com BghiP e IcdP Eacute interessante notar que a fumaccedila e as partiacuteculas de fuligem

podem ser transportadas por longas distacircncias atraveacutes da atmosfera e depositadas longe do local

de origem (CRUTZEN E ANDREAE 1990) Dessa forma fica evidente na regiatildeo o impacto

causado pelas rodovias e pelo traacutefico de veiacuteculos na regiatildeo estudada

Por sua vez o metilnaftaleno foi predominante dentre os HPAs substituiacutedos do

efluente proveniente de tratamento de esgoto na cidade Beijing China (QUIAO et al 2014)

70

Jaacute Wang e colaboradores (1999) encontraram os naftalenos alquilados como os principais

constituintes de diesel antes da combustatildeo Ambos relacionam a presenccedila desse HPA de baixo

peso molecular com contaminaccedilatildeo por derivados do petroacuteleo Na regiatildeo podemos relacionar a

presenccedila desse composto com o esgotamento sanitaacuterio deficiente em toda bacia do Acarauacute e

tambeacutem com o escoamento superficial que carreia hidrocarbonetos provenientes de atividades

relacionadas a frota veicular Nos uacuteltimos anos a frota veicular aumentou fazendo com que

os serviccedilos relacionados a manutenccedilatildeo (como oficinas postos de gasolina) acompanhessem a

demanda

Na Figura 19 os perfis dos HPAs encontrados nos sedimentos superficiais satildeo

mostrados Na maioria das estaccedilotildees os HPAs parentais com alto peso molecular incluindo o

IcdP o DahA e o BghiP predominaram sobre os HPAs de dois e trecircs aneacuteis como bifenil

acenaftileno e acenafteno Isso indica que a principal fonte de HPAs para essa regiatildeo satildeo

processos piroliacuteticos mesmo que em alguns casos o valor absoluto das concentraccedilotildees seja

pequeno (WANG et al 1999)

Nas regiotildees costeiras urbanizadas as emissotildees de motores de automoacuteveis e barcos satildeo

fontes principais de produtos de queima (BENNER et al 1989 MIGUEL et al 1998 YUNKER

et al 2002) liberando uma mistura de HPAs para diversos compartimentos (I) HPAs

inicialmente presentes no combustiacutevel (preacute-combustatildeo) (ii) HPAs formados durante a combustatildeo

(iii) HPAs acumulados nos oacuteleos lubrificantes e (iv) HPAs acumulados no sistema de exaustatildeo

(LIMA et al 2005)

Aleacutem disso a praacutetica de queimada para o preparo da terra e a utilizaccedilatildeo de lenha como

fonte de energia em olarias caieiras e uso domeacutestico constituem importantes fontes piroliticas de

HPAs No sudeste da Aacutesia Oanh e colaboradores (1999) compararam a utilizaccedilatildeo de madeira

carvatildeo mineral e carvatildeo vegetal em sistemas de aquecimento residencial e observaram que o fator

de emissatildeo de material particulado em miligramas por quilograma de combustiacutevel eacute de 51 36 e

70 para queima da madeira carvatildeo vegetal e carvatildeo mineral respectivamente Aleacutem disso o MP

que apresentou maior concentraccedilatildeo de HPAs foi o oriundo da madeira (OANH et al1999)

Os HPAs alquilados variam entre a distribuiccedilatildeo em forma de sino que caracteriza a

fonte petrogecircnica e a distribuiccedilatildeo inclinada que caracteriza a fonte pirogecircnica evidenciando e

confirmando a caracteriacutestica de muacuteltiplas fontes para a bacia do Acarauacute (Figura 19)

Em relaccedilatildeo as razotildees diagnoacutesticas vamos iniciar com a razatildeo do fenantreno sobre o

antraceno (FenAnt) que tem sido amplamente utilizada para diferenciar fontes piroliacuteticas de

petrogecircnicas nos sedimentos (GSCHWEND E HITES 1981 WANG et al 1999 GUO et al

2007) O fenantreno eacute termodinamicamente mais estaacutevel do que o antraceno e a sua

71

prevalecircncia caracteriza a origem petrogecircnica (BUDZINSKY et al 1997) Os processos que

ocorrem em altas temperaturas (800-1000K) produzem valores baixos para a razatildeo FenAnt

normalmente menores do que 5 (BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A maturaccedilatildeo

lenta da mateacuteria orgacircnica no petroacuteleo leva a valores bem maiores da razatildeo FenAnt

(BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A razatildeo FenAntgt15 eacute relacionada com

fontes petrogecircnicas e FenAntlt15 com fontes predominantemente piroliacuteticas (lt5 de acordo

com Neff et al (2005)) (BUDZINSKY et al 1997 DE LUCA et al 2005)

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos

superficiais

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1200

02

04

06

08

10

12

14

Fontes

Mistas

Petroacuteleo

Petroacuteleo

Combustatildeo

Combustatildeo

ACR1ACR10

Flt

rP

ir

FenAnt

ACR2

ACR3

ACR8

ACR5

ACR9ACR6

ACR4

ACR7

Fonte Elaborada pela autora

Similarmente a razatildeo FenAnt a razatildeo do fluoranteno sobre o pireno (FltrPir) tem

correlaccedilatildeo com a temperatura de formaccedilatildeo dos compostos (BUDZINSKY et al 1997) Nesse

caso o isocircmero mais estaacutevel termodinamicamente eacute o pireno (YAN et al 2005) O pireno eacute

mais favorecido do que o fluoranteno na formaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis Como resultado o

iacutendice FltrPirlt1 eacute utilizado para produtos petrogenicos exceto certos carvotildees e oacuteleo bruto A

razatildeo FltrPirgt1 eacute produzida por processos piroliacuteticos a temperaturas elevadas (COSTA et al

2004 SABER et al 2006) No entanto existem fontes piroliacuteticas com a razatildeo FltrPir lt1 que

satildeo representadas por oacuteleos lubrificantes usados emissatildeo de automoacuteveis e caminhotildees a diesel

e combustatildeo de gasolina e diesel (YUNKER et al 2002) Por isso um limite mais confiaacutevel

de FltrPir le 05 para fontes petrogecircnicas foi proposto por Stogiannidis e Laane (2015) Dessa

72

forma valores entre 05 e 1 satildeo representativos de fontes mistas Se FltrPirgt1 fontes

piroliacuteticas como queima de carvatildeo e biomassa satildeo provavelmente predominantes (YUNKER

et al 2002 YAN et al 2005)

Ao analisarmos a Figura 28 observamos que a maioria das estaccedilotildees apresentam-se

com influencia de fontes primaacuterias piroliticas No entanto as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e ACR8

apresentaram resultados conflitantes quanto as duas razotildees escolhidas podendo ser

classificadas tanto resultado de processo piroliticos quanto petrogenicos

Outras razotildees foram utilizadas com o objetivo de identificar as fontes de HPAs para a

bacia do rio Acarauacute com maior clareza A razatildeo de indeno(cd)pireno versuso somatoacuterio do

IcdP e BghiP(IcdP(IcdP+BghiP)) tem sido usada para a distinccedilatildeo entre as diversas fontes

piroliacuteticas de contaminaccedilatildeo nos sedimentos (YUNKER et al 2002) A Figura 29 mostra o

graacutefico dessas razotildees no qual podemos observar a predominacircncia da fonte piroliacutetica em

relaccedilatildeo a petrogecircnica A contaminaccedilatildeo por queima de biomassa foi designada para as estaccedilotildees

ACR4 ACR5 ACR6 e ACR7 Isso pode ser devido a preparaccedilatildeo da agricultura para terra

pela praacutetica de queimar as camadas superficiais do solo a fim de aumentar a quantidade de

nutrientes A queima de gasolina e diesel foi designada para as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e

ACR8 que provavelmente provecircm das emissotildees veiculares das estradas proacuteximas a esses

locais que satildeo a principal via de acesso na regiatildeo Por sua vez as estaccedilotildees ACR1 ACR9 e

ACR10 apresentaram uma multiplicidade de fontes

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

ACR1

ACR10

ACR7

ACR6

ACR9

IP(

IP+

Bg

hiP

)

BaA(BaA+Cri)

ACR8

ACR5

ACR4ACR3

ACR2

Queima

de diesel

gasolina

Petroacuteleo

Queima

de

biomassa

Fontes

MistasCombustatildeoPetroacuteleo

Fonte Elaborado pela autora

73

As quatro razotildees diagnoacutesticas utilizadas nem sempre retornaram as mesmas fontes

Isso pode ser explicado pela vaacuterias maneiras que os HPAs satildeo introduzidos no meio ambiente

de maneira tal que a assinatura caracteriacutestica de uma fonte pode ser obscurecida por outra

fonte (s) (WANG et al 1999 LIMAFARRINGTON e REDDY 2005)

5422 Testemunho

Podemos observar na Figura 30 que a tendecircncia geral no testemunho eacute a

predominacircncia de fontes piroliacuteticas como as principais responsaacuteveis pela entrada de HPAs no

estuaacuterio do rio Acarauacute

Essa tendecircncia eacute bem evidente na razatildeo de sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 na qual os

HPAs de 4 a 6 aneacuteis podem corresponder a aproximadamente 100 dos HPAs prioritaacuterios

pela USEPA principalmente na base do testemunho As razotildees FenAnt FltrPir

BaA(BaA+Cri) e IP (IP+BghiP) tambeacutem retornam na sua maioria valores que caracterizam

como fonte primaacuteria para o estuaacuterio do rio Acarauacute processos de combustatildeo

De acordo com a interpretaccedilatildeo dos valores da razatildeo FenAnt todos os registros no

testemunho sedimentar satildeo de fontes de HPAs por processo de combustatildeo uma vez que essa

razatildeo permanece FenAntlt15 da seccedilatildeo mais pronfunda a superficial

A razatildeo FltrPir indica a multiplicidade de fontes de HPAs de acordo com a

profundidade Essas fontes satildeo associadas com fontes mistas de 60 a 45 cm e de 25 a 10 cm

Os processos piroliticos satildeo as principais fontes de 35 a 45 cm 30 a 25 cm e no sedimento

superficial

Finalmente outras fontes de HPAs foram identificadas como derivadas de combustatildeo

de biomassa e carvatildeo (IPIP + BghiP) A combustatildeo de biomassa pode ser relacionada com as

queimadas para a preparaccedilatildeo da terra que ocorrem ao longo das margens dos rios onde

acontece o cultivo enquanto que a combustatildeo de carvatildeo relaciona-se com a utilizaccedilatildeo do

mesmo nas atividades do terceiro setor como churrascarias padarias e outros

estabelecimentos que utilizam essa fonte de energia

74

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o

estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do

sedimento

A relaccedilatildeo dos hidrocarbonetos do petroacuteleo com os sedimentos ainda natildeo estaacute

plenamente estabelecida apesar dos numerosos estudos existentes principalmente sobre os

HPAs (MAYER 1994 KUKKONEN E LANDRUM 1996 AHRENS E DEPREE 2004

TREMBLAY et al 2005 OPEL et al 2011) Devido a sua hidrofobicidade e estrutura

quimica estaacutevel os HPAs satildeo insoluacuteveis em aacutegua e sorvidos rapidamente pelas partiacuteculas (

KARICKHOFF et al 1979) Segundo Opel e colaboradores (2011) baseado nas observaccedilotildees

dos sedimentos de quatro rios no norte alematildeo a concentraccedilatildeo de HPAs varia entre as

diferentes classes de granulometria devido a distribuiccedilatildeo do teor de carbono orgacircnico entre os

diferentes tamanhos do gratildeo com uma leve tendecircncia a concentrar-se nas fraccedilotildees mais

grosseiras do que os OCPs e PCBs No porto de Boston e no rio Yangtze as maiores

concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas nas fraccedilotildees mais grosseiras que continham alto

teor de carbono orgacircnico (FENG E NIU 2007 WANG et al 2001) enquanto que no lago

Michigan as maiores concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas na fraccedilatildeo mais fina do

sedimento (lt63μm) (KUKKONEN E LANDRUM 1996) Dessa forma esses estudos

apontam para uma relaccedilatildeo de dependecircncia entre os HPAs e o teor de carbono orgacircnico entre

Que

ima

de d

iese

l

gaso

lina

FltrPir

0 1 2 3 4 5

HPAs (4-6 aneis) HPAs16

00 02 04 06 08 10 12

Pro

fundid

ade

(cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

FenAnt

0 3 6 9 12 15 18

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

Piroliacutetico

BaA(BaA+Cri)

00 02 04 06 08 10 12

IP(IP+BghiP)

00 02 04 06 08 10

Petro

leo

Piroliacutetico

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Que

ima

de

biom

assa

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

75

as diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas assim as maiores concentraccedilotildees de HPAs natildeo seratildeo

necessariamente encontradas nas fraccedilotildees mais finas (AHRENS E DEPREE 2004 OPEL et

al 2011) Uma vez que as fraccedilotildees mais finas do sedimento satildeo constituidas principalmente

por silte e argila a mateacuteria orgacircnica associada com essa fraccedilatildeo eacute relacionada com as

substacircncias huacutemicas adsorvidas sobre as superfiacutecies dos minerais (MAYER 1994) Jaacute uma

maior concentraccedilatildeo dos HPAs nas fraccedilotildees mais grosseiras (gt250 μm) do sedimento foi

explicada por Wang e colaboradores (2001) como resultado de uma sorccedilatildeo mais efetiva dos

HPAs ao material particulado de carvatildeo detritos vegetais e pelotas fecais nos sedimentos do

que a mateacuteria orgacircnica associada aos argilo-minerais

Os coeficientes de correlaccedilatildeo entre a fraccedilatildeo orgacircnica a fraccedilatildeo inorgacircnica e as

concentraccedilotildees dos principais marcadores moleculares orgacircnicos estudados no estuaacuterio do rio

Acarauacute estatildeo na Tabela 15

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho

Coeficiente linear de Pearson

(plt005) n=12

Fraccedilatildeo orgacircnica

Fraccedilatildeo inorgacircnica

AH () AF() CO() CaCO3() Areia Argila Silte

Fen

Ant

052

Fltr

Pir

BaA

Cri

BbF

058

BkF

BaP 059

081 060

-085

089

DahA

074

-071

075

IcdP

BghiP 068 063

Per

BeP 072 065 085

-091

093

sum C1-C4 NAF

sum C1-C3 FL

057

-059

064

sum C1-C4 FEN 071 072 072

-080

079

sum C1-C4 PIR 078 064 074

079

sum C1-C3 CRI 067

072

-079

081

sum C1-C4 DBT 074

061

sum Biomarcadores

sumAlcanos

sumHop

sumSter 062

Fonte Elaborada pela autora

No testemunho o conteuacutedo de silte e argila teve correlaccedilatildeo alta com o teor de carbono

orgacircnico e teor de aacutecido huacutemicos com coeficientes de Pearson r = 100 e r = 07

respectivamente Aleacutem disso os HPAs de alto peso molecular e a maioria dos HPAs

alquilados mostraram correlaccedilatildeo positiva com a fraccedilatildeo inorgacircnica dos finos (silte+argila) e

com o teor de carbono orgacircnico dos sedimentos do estuaacuterio do rio Acarauacute enquanto que os

alcanos e os biomarcadores natildeo apresentaram correlaccedilotildees significativas com essa fraccedilatildeo

76

granulomeacutetrica e com o teor de CO (Tabela 15) Isso indica que o tamanho do gratildeo e o

conteuacutedo de carbono orgacircnico foram determinantes somente na deposiccedilatildeo dos HPAs e que

como havia sido observado anteriormente (MAYER 1994) os HPAs estatildeo provavelmente

relacionados com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Essa baixa correlaccedilatildeo dos alcanos e biomarcadores com o teor de carbono orgacircnico

pode ser resultado da presenccedila de outro constituinte da mateacuteria orgacircnica presente nas aacuteguas do

rio Acarauacute

Essa relaccedilatildeo tambeacutem foi confirmada por uma relaccedilatildeo similar entre as concentraccedilotildees

normalizadas dos compostos analisados e o conteuacutedo de CO e finos ao longo do perfil

sedimentar no estuaacuterio (Figura 31) Esses resultados satildeo consistentes com outros estudos de

sorccedilatildeo de HPAs na mateacuteria orgacircnica e substacircncias huacutemicas que demonstram que esses fatores

satildeo muito importantes nesse processo devido a ligaccedilotildees hidrofoacutebicas e reaccedilotildees na superfiacutecie

mineral (BOWMAN ZHOU E READMAN 2002)

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborada pela autora baseado em Staniszewska et al (2011) As concentraccedilotildees normalizadas foram

calculadas como Y=(X-Xmin)(Xmax-Xmin) onde Y= concentraccedilatildeo normalizada de CO alcanos HPAs

biomarcadores ou finos X= concentraccedilatildeo detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmin=

concentraccedilatildeo miacutenima detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmax= concentraccedilatildeo maacutexima

detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos

CO

00 04 08 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5 cm

5-10 cm

10-15 cm

15-20 cm

20-25 cm

25-30 cm

30-35 cm

35-40 cm

40-45 cm

45-50 cm

50-55 cm

55-60 cm

HPAs

00 04 08 12

Alcanos

00 04 08 12

Biomarcadores

00 04 08 12

Finos

00 04 08 12

77

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais

Abaixo na Tabela 16 podemos observar os valores que correspondem agrave Diretriz de

Qualidade de Sedimento (DQS) utilizada pela agecircncia ambiental do Canadaacute (Environment

Canada) Somente os sedimentos superficiais ao longo do rio Acarauacute foram comparados com

essas diretrizes uma vez que as mesmas natildeo valem para sedimentos de testemunho avaliando

assim possiacuteveis riscos ecoloacutegicos dos HPAs na aacuterea de estudo

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999)

Sedimento marinho e estuarino Sedimento de aacutegua doce

TELsup3 PEL

4 TELsup3 PEL4

Naf 346 391 346sup1 391sup2

2-MNaf 202 201 202sup1 201sup2

Aci 587 128 587sup1 128sup2

Ace 671 889 671sup1 889sup2

Fl 212 144 212sup1 144sup2

Fen 867 544 419 515

Ant 469 245 469sup1 245sup2

Fltr 113 1494 111 2355

Pir 153 1398 53 875

BaA 748 693 317 385

Cri 108 846 571 862

BaP 888 763 319 782

DahA 622 135 622sup1 135sup2

Fonte CCME 1999sup1sup2 Valores provisoacuterios adotados dos niacuteveis para sedimento marinho uma vez que natildeo

existem dados suficientes para estabelecer esses niacuteveis para aacutegua doce sup3TEL (threshold effect level) niacutevel limite

de efeito 4PEL (probable effect level) niacutevel provaacutevel de efeito

Esses valores satildeo uacuteteis na abordagem de questotildees referentes a qualidade do sedimento

bem como no fornecimento de diretrizes qualitativas no que precisa ser feito para proteger os

organismos aquaacuteticos efetivamente (KUCUKSEZGIN et al 2012) Foram considerados dois

valores do TEL e PEL os valores referentes ao sedimento de aacutegua doce e os valores

referentes ao sedimento marinho e estuarino Das estaccedilotildees ACR1 a ACR8 os valores foram

comparados com sedimento de aacutegua doce jaacute as estaccedilotildees ACR9 e ACR10 foram comparados

com os limites para aacutegua salobro-salino jaacute que somente essas duas estaccedilotildees encontram-se no

estuaacuterio do rio Acarauacute A maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do niacutevel TEL estabelecido com

baixa probabilidade de efeitos adversos a biota No entanto algumas estaccedilotildees apresentam

valores acima dos niacuteveis especificados A estaccedilatildeo ACR4 ficou acima do TEL para o naftaleno

e 2-metilnaftalenoe ACR6 ultrapassou o TEL soacute para o naftaleno Jaacute as estaccedilotildees ACR2

ACR5 e ACR7 ultrapassaram o PEL para o DahA com um provaacutevel efeito adverso agrave biota

78

Por sua vez a estaccedilatildeo ACR8 ultrapassou o TEL para o fluoreno e DahA e o PEL para o

naftaleno e o 2-metilnaftaleno sendo uma estaccedilatildeo com muacuteltiplas fontes de efeitos adversos a

biota

6 CONCLUSAtildeO

As fontes e a distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos no rio Acarauacute a terceira maior bacia

hidrograacutefica do Estado foram descritas atraveacutes da anaacutelise dos sedimentos superficiais e do

perfil sedimentar

Nos sedimentos superficiais os padrotildees de composiccedilatildeo dos hopanos e esteranos e das

razotildees Prin-C17 Fitn-C18 e PriFit indicam contaminaccedilatildeo por petroacuteleo recente

principalmente por entrada de efluentes domeacutesticos e do escoamento superficial A

predominacircncia do Naf e dos seus alquilados em algumas estaccedilotildees confirma essa possiacutevel

contaminaccedilatildeo petrogecircnica No entanto a maioria das razotildees de HPAs indicaram que os HPAs

nos sedimentos satildeo principalmente de origem pirolitica com predominacircncia dos HPAs de alto

peso molecular que na regiatildeo foram relacionados com as queimadas para a preparaccedilatildeo da

terra uso de lenha (biomassa vegetal) e emissotildees veiculares Aleacutem disso os sedimentos

superficiais do rio Acarauacute foram considerados levemente a altamente poluiacutedos (14143 -

207720 ngg-1

) com relaccedilatildeo aos HPAs

No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o ecossistema a maioria das

estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela agecircncia ambiental canadense

com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na estaccedilatildeo ACR8 os

compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos adversos na biota

No testemunho a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica para a mateacuteria orgacircnica

diminui e aumenta a entrada de derivados do petroacuteleo das seccedilotildees mais profundas para a

superfiacutecie como pode ser visto pelo IPC e pelas razotildees dos isoprenoacuteides Em relaccedilatildeo aos

biomarcadores o sumEster manteve-se constante com baixos niacuteveis enquanto que o sumHop foi

responsaacutevel pela variaccedilatildeo dos biomarcadores ao longo do tempo marcando a presenccedila dos

derivados do petroacuteleo no registro sedimentar No que diz respeito aos HPAs predomina os

HPAs de alto peso molecular similarmente aos sedimentos superficiais indicando a

predominacircncia dos processos de combustatildeo na bacia do rio Acarauacute Aleacutem disso um pico de

concentraccedilatildeo do sumHPAs na profundidade 35-40 cm caracteriza uma mudanccedila na fonte de

energia utilizada e demonstra a interdependecircncia dos HPAs com a fraccedilatildeo granulomeacutetrica fina

do sedimento e com o teor de carbono orgacircnico

79

Esse trabalho forneceu informaccedilotildees ineacuteditas sobre a ocorrecircncia distribuiccedilatildeo e origem

dos hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute mostrando que alguns locais jaacute apresentam

contaminaccedilatildeo elevada Isso eacute um alerta devido a importacircncia estrateacutegica do rio Acarauacute para o

desenvolvimento da regiatildeo noroeste do estado

80

REFEREcircNCIAS

ABOUL-KASSIM T A T SIMONEIT B R T Lipid geochemistry of surficial sediments

from the coastal environment of Egypt 1 Aliphatic hydrocarbons - Characterization and

sources Marine Chemistry v 54 p 135ndash158 1996

AEPPLI C NELSON RK RADOVIC JR CARMICHAEL CA VALENTINE DL REDDY

CM Recalcitrance and degradation of petroleum biomarkers upon abiotic and biotic natural

weathering of Deepwater Horizon oil Environ Sci Technol v48(12)p6726ndash6734 2014

ALVES A B Estuaacuterio do rio Acarauacute ndash CE Impactos ambientais e implicaccedilotildees na

qualidade dos recursos hiacutedricos 2008 131p Dissertaccedilatildeo (Mestrado Acadecircmico em Geografia)

ndashUniversidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2008

ALVES AB PINHEIROLS ROSA M F Estuaacuterio do rio AcarauacuteCE aspectos

ambientais e condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo In Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos e Planejamento

Ambiental Editora Universitaacuteria da UFPB Joatildeo Pessoa 2010

ANDRADE M V F Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no Rio Jaguaribe ndash O

uso de hidrocarbonetos aromaacuteticos como marcadores de fontes 2012 86 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) ndash Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2012

AHRENS MJ DEPREE CV Inhomogeneous distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in different size and density fractions of contaminated sediment from Auckland

Harbour New Zealand an opportunity for mitigation Marine Pollution Bulletin 48 341-350

2004

BAacuteBEK OFAMERAM et al Geochemical traces of flood layers in the fluvial sedimentary

archive implications for contamination history analyses Catena v 87 p281-290 2011

BALDOTTO Marihus Altoeacute BALDOTTO Liacutelian Estrela Borges Aacutecidos huacutemicos Rev

Ceres Viccedilosa v 61 supl p 856-881 Dec 2014

BAUMARD P BUDZINSKI H MICHON Q GARRIGUES P BURGEOT T

BELLOCQ J Origin and Bioavailability of PAHs in the Mediterranean Sea from Mussel and

Sediment Records Estuarine Coastal and Shelf Science v47 p77ndash90 1998

BENNER B A JR GORDON G E AND WISE S A Mobile sources of atmospheric

polycyclic aromatic hydrocarbons a roadway tunnel study Environ Sci Technol v23

p1269-78 1989

BENITES V M MADARI MACHADO Extraccedilatildeo e fracionamento quantitativo de

substacircncias huacutemicas do solo um procedimento simplificado de baixo custo Rio de Janeiro

EMBRAPA 2003 Comunicado Teacutecnico

BENLAHCEN K T CHAOUI A BUDZINSKI H BELLOCQ J GARRIGUES PH

Distribution and source of polycyclic aromatic hydrocarbons in some Mediterranean coastal

sediments Mar Pollut Bull v34 p298 1997

81

BECHTEL A M WIDERA R F SACHSENHOFER R GRATZER A LUECKE AND M

WOSZCZYK Biomarkers and geochemical indicators of Holocene environmental changes in

coastal Lake Sarbsko (Poland) Organic Geochemistry v38 p1112ndash1131 2007

BIEGER T HELLOU J ABRAJANO T A Petroleum biomarkers as tracers of lubricating

oil contamination Marine Pollution Bulletin v 32 n 3 p 270ndash274 1996

BOONYATUMANOND R Wattayakorn G TOGO A TAKADAH Distribution and

origins of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in riverine estuarine and marine sediments

in Thailand Marine Pollution Bulletin v52 p942ndash956 2006

BOONYATUMANOND R et al Reconstruction of pollution history of organic contaminants in

the upper Gulf of Thailand by using sediment cores First report from Tropical Asia Core

(TACO) project Marine Pollution Bulletin v 54 n 5 p 554ndash565 2007

BOWMAN JC ZHOU JL READMAN JW Sedimentndashwater interactions of natural

oestrogens under estuarine conditions Marine Chemistry Volume 77 Issue 4 Pages 263-276

2002

BUDZINSKI H et al Evaluation of the sediment contamination by PAHs in the Gironde

estuary Marine Chemistry v 58 n 1 p 85ndash97 1997

BUREAU OF RECLAMATION Final environmental assessment Animas-La Plata Project

Ridges Basin Dam and Reservoir pre-construction facilities relocation (Appendix A Petroleum

Products Spill Analysis) United States Department of the Interior Bureau of Reclamation Upper

Colorado Region 2002

CAMARGO OA MONIZ AC JORGE JA VALADARES JMAS Meacutetodos de Analise

Quiacutemica Mineraloacutegica e Fiacutesica de Solos do Instituto Agronocircmico de Campinas Campinas

Instituto Agronocircmico 2009 77 p (Boletim teacutecnico 106 Ediccedilatildeo revista e atualizada)

CANADIAN COUNCIL OF MINISTERS OF THE ENVIRONMENT (CCME) Canadian

sediment quality guidelines for the protection of aquatic life Polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) In Canadian environmental quality guidelines 1999 Canadian Council of Ministers of

the Environment Winnipeg 2002

CAVALCANTE RM LIMA DM CORREIA LM NASCIMENTO RF Teacutecnicas de

extraccedilotildees e procedimentos de clean-up para a determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos policiacutelicos

aromaacuteticos (hpa) em sedimentos da costa do Cearaacute Quiacutemica Nova V31 n 6 p1371-1377

2008

CHEN J L WONG MHTAMNF Modeling sorption and biodegradation of phenanthrene

in mangrove sediment slurry Journal of Hazardous Materials v 190 n 1-3 p 409ndash415

2011

COGERH ndash COMPANHIA DE GESTAtildeO DE RECURSOS HIDRICOS DO ESTADO DO

CEARAacute PLANO DE GERENCIAMENTO DAS AacuteGUAS DA BACIA DO ACARAUacute -

Relatoacuterio de fase 1 (RF1) - Bacia do Acarauacute 2010 Disponivel em

lthttpportalcogerhcombrcomponentphocadownloadcategory35tmpl=componentampprint=1

gt Acesso em Jan 2016

82

COLOMBO JC PELLETIER E BROCHU C KHALIL M Determination of hydrocarbon

sources using n-alkane and polyaromatic hydrocarbon distribution indexes Case study Rio de

La Plata Estuary Argentina Environ Sci Technol v 23p 888ndash894 1989

COLOMBO JC CAPPELLETI N SPERANZA E MIGOYA MC LASCI J

SHORUPKA CNVertical fluxes and organic composition of settling materialfrom the sewage

impacted Buenos Aires coastal area Argentina Organic Geochemistry v38 p 1941-1952

2007

COMMENDATORE MG ESTEVES JL COLOMBO JC Hydrocarbons in coastal

sediments of Patagonia Argentina levels and probable sources Marine Pollution Bulletin

v40 p989ndash998 2000

COSTA HJ WHITE KA RUSPANTINI JJ Distinguishing PAH background and MGP residues

in sediments of a freshwater creek Environ Forens v5 p171ndash182 2004

CRITERIA WORKING GROUP Analysis of Petroleum Hydrocarbons in Environmental Media Total Petroleum Hydrocarbon Criteria Working Group Series - Volume 1 Amherst 1998

CRUTZEN PJ ANDREAE MO Biomass Buriing in the TropicsImpact on Atmospheric

Chemistry and Biogeochemical Cycles Science v250 p 1679-1678 dez1990

DE ABREU-MOTA M A et al Sedimentary biomarkers along a contamination gradient in a

human-impacted sub-estuary in Southern Brazil A multi-parameter approach based on spatial

and seasonal variability Chemosphere v 103 p 156ndash163 2014

DE ANDRADE S J et al Contribution of sugar-cane harvesting season to atmospheric

contamination by polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in Araraquara city Southeast

Brazil Atmospheric Environment v 44 n 24 p 2913ndash2919 2010

DE LUCA G et al Nature distribution and origin of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs)

in the sediments of Olbia harbor (Northern Sardinia Italy) Marine Pollution Bulletin v 50 p

1223ndash1232 2005

DENOUX G WANG B Quantitative determination of polynuclear aromatic

hydrocarbons by gas chomatografymass spectrometry using the selected in monitoring

mode Geochemical and Environmental Research Group v 3 p 2 ndash 28 1998

DeWITT TH OZRETICH RJ SWARTZ RC LAMBERSON JO SCHULTZ DW

DITSWORTH GR JONES JKP HOSELTON L SMITH LM The influence of organic

matter quality on the toxicity and partitioning of sediment associated fluoranthene Environ

Toxicol Chem 11197ndash2081992

DIEZ S JOVER E BAYONA J M ALBAIGES J Prestige Oil Spill III Fate of a Heavy

Oil in the Marine Environment Environmental Sci Technol v41 p3075-82 2007

DONLAN MC DOUGLAS G MACDONALD DD An Evaluation of the Composition

and Potential Environmental Fate and Toxicity of Heavy Venezuelan Crude Oil Released into

the Delaware River During the MT ATHOS I Oil Spill Aquatic Technical Work Group for

ATHOS I Spill 2005

DUAN X LIU J ZHANG D YIN P LI Y LI X An assessment of human influences on

83

sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in the estuarine and coastal sediments of China

Marine Pollution Bulletin v97 p309ndash318 2015

EGLINTON G HAMILTON R J Leaf Epicuticular Waxes Science v 156 n 3780 p

1322ndash1335 1967

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAS AGROPECUAacuteRIAS ndash EMBRAPA Agroinduacutestria

Tropical Contexto geoambiental das bacias hidrograacuteficas dos rios Acarauacute Curu e baixo

Jaguaribe ndash estado do Cearaacute Fortaleza 52p Documentos 101 2005

FENG J-L NIU J-F Study on the grain-size distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in Yangtze river sediment Huan Jing Ke Xue 28 (7) 1573-1577 2007

FENG J et al Distributions and potential sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in

surface sediments from an emerging industrial city (Xinxiang) Environmental Monitoring and

Assessment v 188 n 1 p 1ndash14 2016

FERNANDES GM Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no estuaacuterio do rio

Pacoti atraveacutes do uso de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos como marcadores de

fontes 2013 Monografia (Curso de Oceanografia) Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2013

GROSSI V et al Burial exportation and degradation of acyclic petroleum hydrocarbons

following a simulated oil spill in bioturbated Mediterranean coastal sediments Chemosphere v

48 n 9 p 947ndash954 2002

GSCHWEND P M HITES R A Fluxes of polycyclic aromatic hydrocarbons to marine and

lacustrine sediments in the northeastern United States Geochimica et Cosmochimica Acta v

45 p 2359ndash2367 1981

GUO W et al Distribution of polycyclic aromatic hydrocarbons in water suspended particulate

matter and sediment from Daliao River watershed China Chemosphere v 68 p 93ndash104

2007

HARJI G YVENAT A NARAYAN B B Sources of hydrocarbons in sediments of the

Mandovi estuary and the Marmugoa harbor west coast of India Environment International

34 2008

HU L et al Temporal trends of aliphatic and polyaromatic hydrocarbons in the Bohai Sea

China Evidence from the sedimentary record Organic Geochemistry v42 p1181ndash1193

2011

HUR J SCHLATMAN MA Influence of Humic Substance Adsorptive Fractionation on

Pyrene Partitioning to Dissolved and Mineral-Associated Humic Substances Environ Sci

Technol v38 p5871-5877 2004

IBGEa 2010 ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Seacuteries Estatiacutesticas Seacuteries

Histoacutericas e Estatiacutesticas Disponivel em

httpseriesestatisticasibgegovbrlista_temaaspxop=1ampno=6ampnome=municipios Acesso em

Jan 2016

84

IBGEb 2015ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica CidadesDisponivel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=230020ampsearch=ceara|acarau

Acesso em Jan 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2013 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio 2013 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2013aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Recursos Naturais e Meio Ambiente 2014 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014territoriorecursoshtmgt Acesso

em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio2014 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2015 2015 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2015aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IRWIN RJ VANMOUWERIK M STEVENS L SEESE MD BASHAM W

Environmental Contaminants Encyclopedia Alkanes National Park Service Water

Resources Division Fort Collins Colorado Distributed within the Federal Government as an

Electronic Document 1997

IUPAC Use of the terms ldquorecoveryrdquo and ldquoapparent recoveryrdquo in analytical procedures Pure and

Applied Chemistry v 74 p 2201 ndash 2205 2002

KANZARI F et al Distribution and risk assessment of hydrocarbons (aliphatic and PAHs)

polychlorinated biphenyls (PCBs) and pesticides in surface sediments from an agricultural river

(Durance) and an industrialized urban lagoon (Berre lagoon) France Environmental

Monitoring and Assessment v 187 n 9 2015

KARICKHOFF S W BROWN D S SCOTT T A Sorption of hydrophobic pollutants on

natural sediments Water Research v 13 n 3 p 241ndash248 1979

KHALILI N R SCHEFF P A HOLSEN T M PAH source fingerprints for coke ovens

diesel and gasoline engines highway tunnels and wood combustion emissions Atmospheric

Environment v29 i 4 p 533-542 1995

KLEEMAN MJ RIDDLE SG ROBERT MA JAKOBER CA Lubricating Oil and Fuel

Contributions To Particulate Matter Emissions from Light-Duty Gasoline and Heavy-Duty

Diesel Vehicles Environ Sci Technol v42 p235ndash242 2008

KOWALSKA M GUumlLER H COCKE D L Interactions of clay minerals with organic

pollutants Science of The Total Environment v 141 n 1 p 223ndash240 1994

85

KUCUKSEZGIN F PAZI I GONUL L T Marine organic pollutants of the Eastern Aegean

Aliphatic and polycyclic aromatic hydrocarbons in Candarli Gulf surficial sediments Marine

Pollution Bulletin v 64 n 11 p 2569ndash2575 2012

KUKKONEN J LANDRUM PF Distribution of organic carbon and organic xenobiotics

among different particle-size fractions in sediments Chemosphere 32 1063-1076 1996

LAMAS F IRIGARAY C OTEO C CHACON J Selection of the most appropriate method

to determine the carbonate content for engineering purposes with particular regard to

marls Engineer geol v 81 p 32-41 2005

LEITE N F PERALTA-ZAMORA P GRASSI M T Distribution and origin of polycyclic

aromatic hydrocarbons in surface sediments from an urban river basin at the Metropolitan

Region of Curitiba Brazil Journal of Environmental Sciences v 23 n 6 p 904ndash911 2011

LEVENGOOD J M et al Polyaromatic hydrocarbons and elements in sediments associated

with a suburban railway Environmental Monitoring and Assessment v 187 n 8 2015

LIMA SF SILVA FILHO WF PINHEIRO RD FREIRE GSS MAIA LP

MONTEIRO LHU ndash ANASED - Programa de anaacutelises classificaccedilatildeo e arquivamento de

paracircmetros metodoloacutegicos Anais do VIII Congresso da Associaccedilatildeo Brasileira de Estudos do

Quaternaacuterio (ABEQUA) CD-ROM p 458-459 Mariluz Imbeacute RS Brasil 2001

LIMA A L C FARRINGTON J W REDDY C M Combustion-Derived Polycyclic

Aromatic Hydrocarbons in the EnvironmentmdashA Review Environmental Forensics v 6 n 2

p 109ndash131 2005

LORGEOUX C et al Temporal trends of persistent organic pollutants in dated sediment cores

Chemical fingerprinting of the anthropogenic impacts in the Seine River basin Paris Science of

the Total Environment v 541 p 1355ndash1363 2016

MACHADO K S et al Sedimentary record of PAHs in the Barigui River and its relation to the

socioeconomic development of Curitiba Brazil Science of the Total Environment v 482-483

n 1 p 42ndash52 2014

MAI B-X et al Chlorinated and polycyclic aromatic hydrocarbons in riverine and estuarine

sediments from Pearl River Delta China Environmental pollution (Barking Essex  1987) v

117 p 457ndash474 2002

MARGALEF R Limnologia Editora Omega Barcelona p 1100 1983

MARTINS C C et al Multi-molecular markers and metals as tracers of organic matter inputs

and contamination status from an Environmental Protection Area in the SW Atlantic (Laranjeiras

Bay Brazil) Science of the Total Environment v 417-418 p 158ndash168 2012

MASCLET P et al Emissions of polycyclic aromatic hydrocarbons by savanna fires Journal

of Atmospheric Chemistry v 22 n 1-2 p 41ndash54 1995

MAYER LM Relationship between mineral surfaces and organic carbon concentrations in soils

and sediments Chemical Geology 114 347-363 1994

MECHLIŃSKA A et al Evolution of models for sorption of PAHs and PCBs on geosorbents

TrAC - Trends in Analytical Chemistry v 28 n 4 p 466ndash482 2009

86

MEIRE R O et al Polycyclic aromatic hydrocarbons assessment in sediment of national parks

in southeast Brazil Chemosphere v 73 n 1 SUPPL p 180ndash185 2008

MIGUEL AH KIRCHSTETTER TW HARLEY RA On-Road Emissions of Particulate

Polycyclic Aromatic Hydrocarbons and Black Carbon from Gasoline and Diesel Vehicles

Environ Sci Technol v32 p450-455 1998

MITRA S DICKHUT RM KUEHL SAKIMBROUGH KL Polycyclic aromatic

hydrocarbon (PAH) source sediment deposition patterns and particle geochemistry as factors

influencing PAH distribution coefficients in sediments of the Elizabeth River VA USA

Marine Chemistry v66 p113ndash127 1999

NASCIMENTO FRCUNHA SB SOUZA MJ CRUZMLB Diagnoacutestico Geoambiental

da bacia hidrograacutefica semi-aacuterida do Rio Acarauacute subsiacutedios aos estudos sobre desertificaccedilatildeo

Boletim Goiano de Geografiav 28n1 p41-62janjun 2008

NEFF J M STOUT S A GUNSTER D G Ecological risk assessment of polycyclic

aromatic hydrocarbons in sediments identifying sources and ecological hazard Integrated

environmental assessment and management v 1 n 1 p 22ndash33 2005

PEREIRA NETTO A D CUNHA I F REGO E C P Polycyclic aromatic hydrocarbons

in street dust of Niteroacutei City RJ Brazil Bulletin of Environment Contamination and

Toxicology v72 p829 2004

OANH NTK REUTERGARDH LB DUNG NT Emission of polycyclic aromatic

hydrocarbons and particulate matter from domestic combustion of selected fuels

Environmental Science and Technology v33 p2703ndash2709 1999

OLIVEIRA AHB Diagnoacutestico da contribuiccedilatildeo de fontes de poluiccedilatildeo na costa de Fortaleza

usando marcadores moleculares de petroacuteleo e cromatografia bidimensional abrangente

2016 Tese (Doutorado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) - Instituto de Ciecircncias do Mar

Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2016

OPEL O PALM W-U STEFFEN D RUCK W K Inside-sediment partitioning of PAH

PCB and organochlorine compounds and inferences on sampling and normalization methods

Environmental Pollution v159 i4 p 924ndash931 2011

PAGE D S BOEHM P D DOUGLAS G S BENCE A E BURNS W A

MANKIEWICZ P J The Natural Petroleum Hydrocarbon Background in Subtidal Sediments

of Prince William Sound Alaska Environmental Toxicology and Chemistryv15(8) p1266-

1281 1996

PAGE DS DOUGLAS GS BENCE AE BURNS WA MANKIEWICZET PJ

Pyrogenic PAHs in sediments record past human activity a case study in Prince William Sound

Alaska Marine Pollution Bulletin v38 p 247ndash260 1999

PEREIRA NETTO AD SISINNO CL MOREIRAJC ARBILLAG DUFRAYER MC

Polycyclic aromatic hydrocarbons in leachate from a municipal solid waste dump of Niteroi

City RJ Brazil Bulletin of Environmental Contamination and Toxicologyv68 pp 148-

154 2002

87

PEREZ-FERNANDEZ B VINtildeAS L AacuteNGELES FRANCO M BARGIELA J PAHs in

the Riacutea de Arousa (NW Spain) A consideration of PAHs sources and abundance Marine

Pollution Bulletin 2015

PETERS K E MOLDOVAN J M The Biomarker Guide Interpreting molecular fossils in

petroleum and ancient sediments New York Englewood Cliffs e Prentice Hall 1993

PRAHL F G CARPENTER R Polycyclic aromatic hydrocarbon(PAH)-phase associations in

Washington coastal sediment Geochimica et Cosmochimica Acta v47(6) p1013ndash1023

1983

PRINCE RCELMENDORF DLLUTE JR17 alphaH-21betaH-hopane as a conserved

internal marker for estimating the biodegradation of crude oil Environmental Science amp

Technologyv28 (1) pp142-145 1994

QUIAO M et al Occurrence behavior and removal of typical substituted and parent polycyclic

aromatic hydrocarbons in a biological wastewater treatmentplant Water Research v 52 p 11ndash

19 2014

RAVINDRA K SOKHI R VAN GRIEKEN R Atmospheric polycyclic aromatic

hydrocarbons Source attribution emission factors and regulation Atmospheric Environment

v 42 n 13 p 2895ndash2921 2008

READMAN J W et al Petroleum and PAH contamination of the Black Sea Marine Pollution

Bulletin v 44 p 48ndash62 2002

RIBANI M et al Validaccedilatildeo em meacutetodos cromatograacuteficos e eletroforeacuteticos Quiacutem Nova Satildeo

Paulo v 27 n 5 p 771-780 Oct 2004

ROGGE W F et al Sources of fine organic aerosol 2 Noncatalyst and catalyst-equipped

automobiles and heavy-duty diesel trucks Environmental Science amp Technology v 27 n 4

p 636ndash651 1993

SABER D MAURO D SIRIVEDHIN T Environmental forensic investigation in sediments

near a former manufactured gas plant site Environ Forens v7 p65ndash75 2006

SAHA M TOGO A MIZUKAWA K MURAKAMI M TAKADA H ZAKARIA M H

CHIEM N CACH TUYEN B PRUDENTE M BOONYATUMANOND R SARKAR S

BHATTACHARYA B MISHRA P SEANG TANA T Sources of sedimentary PAHs in

tropical Asian waters Differentiation between pyrogenic and petrogenic sources by alkyl

homolog abundance Marine Pollution Bulletin v 58 n 2 p 189ndash200 2009

SCHAUER JJ KLEEMAN MJ CASS GR SIMONEIT BRT Measurement of

emissions from air pollution sources 5 C-1ndashC-32 organic compounds from gasoline-powered

motor vehicles Environ Sci Technol v36 i6 p1169ndash1180 2002

SILVA F S CRISTALE J ANDREacute PA SALDIVA PHN MARCHI M RR PM25

and PM10 The influence of sugarcane burning on potential cancer risk Atmospheric

Environment v 44 n 39 p 5133ndash5138 2010

SILVA FE Araras eacute o 28deg accedilude a sangrar no Cearaacute Diaacuterio do Nordeste Fortaleza 1deg abr de

2003 Regional

88

SIMONEIT B R T et al Molecular marker study of extractable organic matter in aerosols

from urban areas of China Atmospheric Environment Part A General Topics v 25 n 10 p

2111ndash2129 1991

SOCLO H H GARRIGUES P EWALD M Origin of polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) in coastal marine sediments Case studies in Cotonou (Benin) and Aquitaine (France)

Areas Marine Pollution Bulletin v 40 n 5 p 387ndash396 2000

STEINHAUER MS BOEHM PD The composition and distribution of saturatedand aromatic

hydrocarbons in nearshore sediments river sediments and coastal peat of Alaskan Beaufort Sea

implications for detecting anthropogenic hydrocarbon inputs Mar Environ Res v33 p223ndash

53 1992

STOGIANNIDIS E LAANE R Source characterization of polycyclic aromatic

hydrocarbons by using their molecular indices an overview of possibilities DMWhitacre

(Ed) Reviews of Environmental Contamination and Toxicology vol 234 pp49-133 2015

SUCUPIRA P A P Indicadores de degradaccedilatildeo ambiental dos recursos hiacutedricos

superficiais no meacutedio e baixo vale do rio Acarauacute ndash CE 2006 242 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Geografia) ndash Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006

SUGUIO K Introduccedilatildeo a sedimentologia Satildeo Paulo Ed Edgard Blucher EDUSP 317 p

1973

SUN L ZHANGS History of Fuel Consumption Inferred from Polycyclic Aromatic

Hydrocarbons in Sediments from the South Lianhuan Lake Northeast China Bull Environ

Contam Toxicol v88 p1027ndash1032 2012

TOLOSA I MESA-ALBERNAS M ALONSO-HERNANDEZ C M Inputs and sources of

hydrocarbons in sediments from Cienfuegos bay Cuba Marine Pollution Bulletin v 58 n 11

p 1624ndash1634 2009

TREMBLAY L KOHL S D RICE J A GAGNEacute J Effects of temperature salinity and

dissolved humic substances on the sorption of polycyclic aromatic hydrocarbons to estuarine

particles Marine Chemistry V96 Issues 1ndash2 P 21-34 2005

VENKATESAN MI The occurrence and possible sources of perylene in marine sediments ndash a

review Marine Chemistry v25 p1ndash27 1988

VENTURINI N et al A multi-molecular marker assessment of organic pollution in shore

sediments from the Riacuteo de la Plata Estuary SW Atlantic Marine Pollution Bulletin v 91 n 2

p 461ndash475 2015

VOLKMAN J K et al Identification of natural anthropogenic and petroleum hydrocarbons in

aquatic sediments Sci Total Environ v 112 n 2-3 p 203ndash219 1992

WANG MIN WANGC HU X ZHANG H HE s LV S Distributions and sources of

petroleum aliphatic hydrocarbons and polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface

sediments from Bohai Bay and its adjacent river China Marine Pollution Bulletin v90 p88ndash

94 2015

WANG Z FINGAS M PAGE D S Oil spill identification Journal of Chromatography A

89

v 843 n 1-2 p 369ndash411 1999

WANG Z FINGAS M SHU YY SIGOUIN L LANDRIAULT M LAMBERT P

Quantitative characterization of PAHs in burn residue and soot samples and differentiation of

pyrogenic PAHs from petrogenic PAHs ndash the 1994 Mobile Burn Study Environmental Science

amp Technology v33 p 3100ndash3109 1999

WANG Z FINGAS MF Development of oil hydrocarbon fingerprinting and identification

techniques Marine Pollution Bulletin v47 p423ndash452 2003

WANG Z et al Forensic source differentiation of petrogenic pyrogenic and biogenic

hydrocarbons in Canadian oil sands environmental samples Journal of Hazardous Materials

v 271 p 166ndash177 2014

WANG XC ZHANG YX CHEN RF Distribution and partitioning of polycyclicaromatic

hydrocarbons (PAHs) in different size fractions in sediments from Boston Harbor United States

Marine Pollution Bulletin v42 p1139-1149 2001

YAN B et al Molecular tracers of saturated and polycyclic aromatic hydrocarbon inputs into

Central Park Lake New York City Environmental Science and Technology v 39 n 18 p

7012ndash7019 2005

YUAN H LI T DING X ZHAO GYE S Distribution sources and potential toxicological

significance of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface soils of the Yellow River

Delta China Mar Pollut Bullv83(1) p258-64 2014

YUNKER M B MACDONALD R W VINGARZAN R MITCHELL R H GOYETTE

D SYLVESTRE S PAHs in the Fraser River basin a critical appraisal of PAH ratio as

indicators of PAH source and composition Organic Geochemistry v 33 p 489ndash515 2002

YUNKER M B et al Alkane and PAH provenance and potential bioavailability in coastal

marine sediments subject to a gradient of anthropogenic sources in British Columbia Canada

Organic Geochemistry v 89-90 p 80ndash116 2015

90

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS HPAS

HPAs mz

Tempo

de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

HPAs mz Tempo de

Retenccedilatildeo (min)

Coeficiente

de

correlaccedilatildeo

(R2)

Faixa de

Trabalho

2 a

neacutei

s

Naftaleno 128 16152 09954 0-5000 ppb C1-naftaleno 142 23680

2-metilnaftaleno 142 21243 09987 0-5000 ppb C2-naftaleno 156 23473

1-metilnaftaleno 142 21839 09994 0-5000 ppb C3-naftaleno 170 26564

16-dimetilnaftaleno 156 26057 09989 0-5000 ppb C4-naftaleno 184 35457

12-dimetilnaftaleno 156 27016 09997 0-5000 ppb C1-fluoreno 180 33626

235-trimetilnaftaleno 170 30304 09987 0-5000 ppb C2-fluoreno 194 34212

Bifenil 154 24121 09995 0-5000 ppb C3-fluoreno 208 41991

3 a

neacutei

s

Acenaftileno 152 26876 09998 0-5000 ppb C1-dibenzotiofeno 198 35751

Acenafteno 154 27976 09996 0-5000 ppb C2-dibenzotiofeno 212 41948

Dibenzofurano 168 28957 09983 0-5000 ppb C3-dibenzotiofeno 226 42681

Fluoreno 166 30994 09999 0-5000 ppb C4-dibenzotiofeno 240 49243

1-metilfluoreno 180 34117 09994 0-5000 ppb C1-fenantreno 192 39406

Dibenzotiofeno 184 35457 09999 0-5000 ppb C2-fenantreno 206 39384

46-dimetildibenzotiofeno 212 39988 09999 0-5000 ppb C3-fenantreno 220 45105

Fenantreno 178 36010 09998 0-5000 ppb C4-fenantreno 234 49263

Antraceno 178 36959 09995 0-5000 ppb C1-pireno 216 44668

Carbazole 167 37584 09991 0-5000 ppb C2-pireno 230 51176

9-etil-10-metilfenantreno 220 43867 09995 0-5000 ppb C3-pireno 244 46679

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 202 42444 09996 0-5000 ppb C4-pireno 258 53991

Pireno 202 43716 09995 0-5000 ppb C1-criseno 242 49554

1-metilpireno 216 46494 09998 0-5000 ppb C2-criseno 256 56220

Benz(a)antraceno 228 49651 09959 0-5000 ppb C3-criseno 270 51662

Trifenileno 228 49651 09979 0-5000 ppb

Criseno 228 49943 09973 0-5000 ppb Fluoranteno-d10 (PI) 212 41948

6-metilcriseno 242 52031 09940 0-5000 ppb

6-etilcriseno 256 52779 09998 0-5000 ppb

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 252 54578 09997 0-5000 ppb

Benzo(k)fluoranteno 252 55150 09998 0-5000 ppb

Benzo(e)pireno 252 55994 09999 0-5000 ppb

Benzo(a)pireno 252 56446 09988 0-5000 ppb

Perileno 252 56688 09990 0-5000 ppb

Dibenzo(ah)antraceno 278 62164 09783 0-5000 ppb

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 276 62444 09843 0-5000 ppb

Benzo(ghi)perileno 276 64164 09998 0-5000 ppb Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno Os compostos

simbolizados representam os 16HPAs prioritaacuterios pela USEPA

91

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS

BIOMARCADORES

BIOMARCADORES mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de Calibraccedilatildeo

ααα - colestano 217 54804 09865 0-1324 ppm

αββ - colestano 218 53765 09941 0-1324 ppm

17α (H)21β (H)-30-norhopano 191 57994 09420 0-1324 ppm

ααα - 20R 24R - etilcolestano 217 57317 09783 0-1324 ppm

17α (H)-222930 - trisnorhopano 191 56059 09668 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - hopano 191 59429 09716 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22R - homohopano 191 61548 09429 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22S - homohopano 191 61282 09351 0-1324 ppm

αββ - 20R 24S - metilcolestano 218 56655 09885 0-1324 ppm

αββ - 20R 24R - etilcolestano 218 56333 09871 0-1324 ppm

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

92

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS N-ALCANOS

ALCANOS mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de

Calibraccedilatildeo

nC10 57 8139 09971 0-5000 ppb

nC11 57 10534 09970 0-5000 ppb

nC12 57 14708 09983 0-5000 ppb

nC13 57 19428 09987 0-5000 ppb

nC14 57 23265 09990 0-5000 ppb

nC15 57 26574 09993 0-5000 ppb

nC16 57 29463 09999 0-5000 ppb

nC17 57 31965 09998 0-5000 ppb

pristano 57 32062 09998 0-5000 ppb

nC18 57 34393 09990 0-5000 ppb

fitano 57 34393 09950 0-5000 ppb

nC19 57 36624 09986 0-5000 ppb

nC20 57 38662 09982 0-5000 ppb

nC21 57 40621 09979 0-5000 ppb

nC22 57 42530 09970 0-5000 ppb

nC23 57 44202 09971 0-5000 ppb

nC24 57 45970 09964 0-5000 ppb

nC25 57 47650 09961 0-5000 ppb

nC26 57 49185 09948 0-5000 ppb

nC27 57 50720 09944 0-5000 ppb

nC28 57 52206 09940 0-5000 ppb

nC29 57 53660 09915 0-5000 ppb

nC30 57 54939 09928 0-5000 ppb

nC31 57 56333 09912 0-5000 ppb

nC32 57 57962 09873 0-5000 ppb

nC33 57 59655 09875 0-5000 ppb

nC34 57 61632 09921 0-5000 ppb

nC35 57 63899 09928 0-5000 ppb

nC36 57 66808 09938 0-5000 ppb

nC37 57 70166 09935 0-5000 ppb

nC38 57 74181 09916 0-5000 ppb

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

93

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAs INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute

0-5 cm 5-10

cm

10-15

cm

15-20

cm

20-25

cm

25-30

cm

30-35

cm

35-40

cm

40-45

cm

45-50

cm

50-55

cm

55-60

cm

HPAs parentais

2 a

neacutei

s

Naftaleno ltLD 767 ltLD 401 652 ltLD ltLD ltLD 3668 1569 3268 ltLD

2-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD 1393 ltLD ltLD ltLD 897 270 1300 ltLD

1-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 845 060 ltLD ltLD

16-dimetilnaftaleno 1401 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

12-dimetilnaftaleno 1845 5311 914 2566 1186 7608 2826 5071 3508 2067 2541 4269

235-trimetilnaftaleno 628 9717 ltLD ltLD 031 ltLD ltLD ltLD 874 ltLD ltLD ltLD

Bifenil 581 234 ltLD 243 1438 810 ltLD 885 936 ltLD ltLD ltLD

3 a

neacutei

s

Acenaftileno ltLD ltLD ltLD ltLD 328 385 ltLD ltLD 306 ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno ltLD 1483 ltLD ltLD 7125 9171 769 ltLD ltLD 261 015 ltLD

1-metilfluoreno 2409 252 085 053 648 407 151 057 060 084 068 068

Fenantreno 2729 846 1508 771 1016 1361 1394 1834 996 755 185 1259

Antraceno 686 554 720 412 371 199 288 827 488 283 1119 642

Carbazole 2131 357 1992 1001 820 1147 930 1329 1428 1556 911 639

9-etil-10-metilfenantreno 412 095 263 030 352 430 285 746 131 081 244 062

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 4888 546 1378 492 206 1207 156 1667 879 168 196 1658

Pireno 3900 607 1416 412 339 710 1062 735 225 292 309 1489

1-metilpireno 1942 182 402 207 422 386 1143 365 248 409 360 223

Benz(a)antraceno 2784 708 606 1200 835 1848 1612 2187 2348 353 664 2484

Trifenileno 4090 146 257 094 227 276 149 1743 3226 145 810 2518

Criseno 1462 094 3983 220 113 110 054 802 1442 122 1263 129

6-metilcriseno 3593 299 833 312 489 328 505 330 335 847 2008 247

6-etilcriseno 715 313 748 185 468 291 693 296 1829 792 1476 1031

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 15493 2360 4053 2669 1320 3849 2236 10391 6497 5564 1980 8160

Benzo(k)fluoranteno 8240 1239 4624 4344 1871 856 994 5483 1780 1335 2638 1191

Benzo(e)pireno 11034 1378 5693 826 1232 6811 10620 22548 39510 30411 37397 25197

Benzo(a)pireno 18157 1225 8715 870 3171 4915 11826 28991 30554 18433 17648 14549

Perileno 34008 2025 31746 361 2189 958 22903 1426 74001 751 2699 1116

Dibenzo(ah)antraceno ltLD ltLD 17867 ltLD ltLD ltLD ltLD 618160 170855 183085 309876 113543

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 5558 1545 2253 1396 2339 1707 1526 12061 3864 2543 3536 2021

Benzo(ghi)perileno 2967 1221 3118 1102 2157 2475 1649 2282 10371 2423 6520 9911

HPAs alquilados sum C1-C4 naftalenos 35991 57276 35627 22235 40623 260598 52905 30061 80734 10025 32274 24297

sum C1-C3 fluorenos 7647 4478 6221 3742 9601 6519 8172 9082 15616 7814 10281 8868

sum C1-C4 fenantrenos 7878 211 4731 1231 000 4554 8782 4529 16808 17808 20501 16206

sum C1-C4 pirenos 6832 129 5338 794 000 3252 8390 8454 10944 11239 17571 17892

sum C1-C3 crisenos 15410 3251 15133 4435 5692 7330 9675 27838 28433 34633 48985 42654

HPAs sulfurados Dibenzofurano 581 ltLD ltLD ltLD 1764 200 1261 ltLD ltLD 319 ltLD 016

Dibenzotiofeno 153 1006 232 1586 939 1417 1142 3404 2777 1351 937 1338

46-

dimetildibenzotiofeno 062 2052 260 1812 3041 077 2797 078 105 014 294 1305

sum C1-C4

dibenzotiofenos 303 412 3789 1316 000 2574 4222 10286 8247 2907 3198 13788

Paracircmetros sum HPAs16 66864 13197 50241 14290 21842 28793 23566 685419 234272 217187 349214 157036

sum HPAs 54 20651

2 102321 164505 57319 94398 334767 161117 813946 525764 340768 533068 318770

sum HPAs alquilados 74061 65757 70839 33753 55917 284828 92146 90249 160783 84426 132810 123705

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 3415 3651 2229 1584 9492 11116 2451 2660 5458 2867 4587 1901

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 63449 9546 48012 12705 12351 17677 21115 682758 228814 214320 344627 155136

94

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E

ARGILA) DO TESTEMUNHO

Seccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

0-5 cm 180 240 140 3723 5717

5-10 cm 436 541 177 2404 6442

10-15 cm 455 505 145 1881 7014

15-20 cm 275 320 140 977 8288

20-25 cm 105 215 045 552 9083

25-30 cm 785 815 220 2545 5635

30-35 cm 850 1170 315 3228 4437

35-40 cm 655 685 225 6928 1507

40-45 cm 695 670 160 7171 1304

45-50 cm 1855 1740 565 4767 1073

50-55 cm 627 642 874 6085 1772

55-60 cm 390 465 060 5228 3857

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

Page 4: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú

A Maris

E principalmente a todas as matildees que

estudam

AGRADECIMENTOS

Eacute importante destacar que esse trabalho eacute o resultado de muitas matildeos de muito apoio

e de muita compreensatildeo por parte de todos que fizeram parte desses dois anos de mestrado

Primeiramente agradeccedilo aos meus pais Irismar e Alber que sempre foram a base de

tudo Deles eu sempre tive apoio incentivo compreensatildeo e a torcida mais fiel que sempre

acredita e acompanha Natildeo existem palavras para expressar minha gratidatildeo Entatildeo meu

sincero muito obrigada Agradeccedilo tambeacutem as minhas irmatildes lindas Danielle e Giselle pelo

companheirismo presenccedila e apoio nos momentos mais difiacuteceis

Agradeccedilo ao Lucas por estar sempre do meu lado me incentivando e acreditando em

mim ateacute mesmo mais do que eu Entramos nessa jornada juntos e estamos nos desafiando e

buscando o nosso melhor sempre Obrigada por desempenhar seu papel de pai tatildeo

maravilhosamente e dessa forma permitir que eu desempenhe meu lado profissional Te

amo

Agradeccedilo ao Prof Dr Rivelino Cavalcante pela compreensatildeo e confianccedila durante esse

trabalho principalmente na reta final Um obrigada especial as suas palavras de incentivo e

acircnimo bem no comecinho do mestrado Elas continuam a ter um grande efeito na minha

forma de encarar os fatos

Agradeccedilo a Teteacute minha sogra mais que especial Vocecirc possibilitou um tempo que eu

natildeo tinha e uma tranquilidade que eu precisava Graccedilas aos seus passeios e vaacuteaacuterios almoccedilos

eu pude escrever e estudar em intervalos preciosos Fica aqui tambeacutem meu agradecimento a

famiacutelia Soares que me recebeu tatildeo bem e com tanto carinho aleacutem da compreensatildeo nos meus

momentos de ausecircncia

Esses momentos de ausecircncia tambeacutem foram frequentes na famiacutelia Fernandes que tanto

escutaram sobre essa dissertaccedilatildeo Obrigada por sempre me apoiarem a natildeo desistir

Agradeccedilo aos queridos integrantes do Laboratoacuterio de Anaacutelise de Contaminantes

Orgacircnicos (LACOr) que de alguma maneira ajudaram na realizaccedilatildeo desse trabalho Agrave Polly e

agrave Marci pelo companheirismo risadas e muito trabalho de equipe dedicado agraves inuacutemeras

bateladas Ao Davi Carlos Felipe Tanara e Tamires pelo apoio e trabalho braccedilal das vaacuterias

colunas de clean-up e titulaccedilotildees Ao Andreacute pela injeccedilatildeo e anaacutelise das amostras durante o seu

doutorado-sanduiche nos EUA A Wersacircngela Allyne e Ligia agradeccedilo pela presenccedila e

conversas descontraidas Muito Obrigada

Agradeccedilo aos teacutecnicos e profissionais dos laboratoacuterios parceiros pela disponibilidade

em ajudar e esclarecer qualquer duacutevida Obrigada agrave Prof Lidriana Pibheiro e agrave Cida do

Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) agrave Profa Oscarina Viana agrave Prof Regine

Vieira e agrave Cris do Laboratoacuterio de Microbiologia Ambiental e do Pescado (LAMAP) e ao Prof

Ronaldo Nascimento e aoVitor do Laboratoacuterio de Anaacutelise de Traccedilos (LAT)

Meus agradecimentos agrave banca examinadora Prof Rivelino Profa Lidriana e ao Prof

Andreacute pelos seus comentaacuterios atenccedilatildeo e disponibilidade para a melhora desse trabalho

A CAPES e ao CNPQ pelo apoio financeiro tatildeo importante nesta jornada pela vida

acadecircmica

RESUMO

A distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo dos HPAs alcanos isoprenoacuteides (pristano e fitano) e biomarcadores do petroacuteleo

(hopanos e esteranos) foram investigados nos sedimentos superficiais e em um perfil

sedimentar no rio Acarauacute que representa a segunda maior bacia do Cearaacute Nos sedimentos

superficiais o somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

com uma meacutedia de 540577 ngg-1

jaacute o

somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios da USEPA variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720

ngg-1

(ACR5) Por sua vez os hopanos variaram de ltLD (ACR3) a 6787 μgg-1 (ACR6)

com destaque para o C29-hopano (NH) e os esteranos apresentaram valores variando de ltLD

a 2327 μgg-1 (ACR4) com destaque para o C28αββ (SR) Para a caracterizaccedilatildeo das fontes

primaacuterias na bacia do Acarauacute foram utilizadas vaacuterias razotildees diagnoacutesticas como sum HPAs (4-6

aneacuteis)sum HPAs16 BaA(BaA +Cri) IP(IP+BghiP) FenAnt FltrPir Per5 aneacuteis CPI (15-

19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit e PrFit De acordo com os indices preferenciais de

carbono a maioria das estaccedilotildees apresentou IPC ~ 1 o que caracteriza possiacutevel fonte de

derivados do petroacuteleo o que foi confirmado pela presenccedila de hopanos e esteranos na maioria

das estaccedilotildees Por outro lado a anaacutelise dos HPAs retornou fontes primaacuterias piroliacuteticas que

podem ser relacionadas com as queimadas na regiatildeo utilizaccedilatildeo de lenha como fonte de

energia e emissotildees veiculares No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o

ecossistema a maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela

agecircncia ambiental canadense com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na

estaccedilatildeo ACR8 os compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos

adversos na biota O registro histoacuterico no estuaacuterio do rio Acarauacute revelou a predominacircncia de

fontes piroliacuteticas em camadas mais profundas provavelmente relacionadas ao incentivo da

utilizaccedilatildeo de lenha como fonte de energia na deacutecada de 70 devido a crise do petroacuteleo Aleacutem

disso a deposiccedilatildeo dos HPAs foi determinada pelo tamanho do gratildeo e o pelo teor de carbono

orgacircnico com provaacutevel relaccedilatildeo com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Palavras-chave Sedimentos HPAs Alcanos Biomarcadores do petroacuteleo

ABSTRACT

Distribution composition sources and factors controlling accumulation and distribution of

PAHs alkanes isoprenoids (pristane and phytane) and oil biomarkers (hopanes and steranes)

were investigated in surface sediments and in a sedimentary profile at Acarauacute river which is

the second largest drainage basin of Cearaacute In surface sediments the sum of the concentration

of the series of C10 -C38 n-alkanes ranged from approximately 3000 ngg-1

-8000 ngg-1

averaging 540577 ngg-1

since the sum of the 16 priority PAHs USEPA ranged from 14143

ngg-1

(ACR3) to 207720 ngg-1

(ACR5) On the other hand the hopanes ranged from ltLOD

(ACR3) to 6787 μgg-1

(ACR6) especially the C29-hopano (NH) and steranes presented

values ranging from ltLOD to 2327 ug g-1

(ACR4) highlighting the C28αββ (S R) For the

characterization of the primary sources in the basin of Acarauacute were used various diagnostic

ratios as Σ PAHs (4-6 rings) Σ HPAs16 BaA (BaA + Cri) IP (IP + BghiP) Phe Ant Fltr

Pir Per 5 rings CPI (15-19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit and PrFit According to the

Carbon Preference Index most stations showed CPI ~ 1 which features possible source of oil

derivatives which was confirmed by the presence of hopanes and steranes at most stations

Moreover analysis of PAH returned pyrolytic primary sources that can be related to the

burning activities in the region as the use of wood for cooking and energy source and vehicle

emissions Regarding the assessment of the potential risk to the ecosystem most stations were

below the lower level (TEL) established by the Canadian Environmental Agency with low

probability of adverse effects to biota Only at ACR8 site the compounds fluorene and

dibenzo(ah)anthracene had possible adverse effects on biota The historical record in the

estuary of the River Acarauacute revealed the predominance of pyrolytic sources in deeper layers

probably related to encouraging the use of wood as an energy source in the seventies due to

the oil crisis Furthermore the deposition of PAHs was determined by the grain size and the

organic carbon content with a probable relationship with the organic matter adsorbed in the

clay minerals

Keywords Sediment PAHs Alkanes Petroleum Biomarkers

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos 17

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano) 18

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos 20

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados 22

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais 23

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados 30

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios estudados 31

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados 32

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz 33

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial e do perfil

sedimentar Error Bookmark not defined

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees 35

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem 36

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos reduzidos a 1

mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG 40

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute 42

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais 46

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar 47

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho 48

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais 51

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio

Acarauacute 57

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio Acarauacute

59

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais 62

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais 63

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18 64

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e esteranos

(sumEster) nos sedimentos superficiais 66

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar 67

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar 68

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho 68

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos superficiais

71

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais 72

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o estuaacuterio

do rio Acarauacute 74

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio

Acarauacute 76

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho 19

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem 34

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM 41

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate 44

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9 e

ACR10 (porcentagem) 46

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho 48

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute 50

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio

Acarauacuteem ngg-1

52

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

53

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

) 54

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

) 55

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo nos

uacuteltimos cinco anos 56

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute 60

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o rio

Acarauacute 60

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho 75

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999) 77

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ace Acenafteno

Ace-d10 Acenafteno ndash Deuterado

Aci Acenaftileno

AFs Aacutecidos Fuacutelvicos

AHs Aacutecidos Huacutemicos

AMM HPAs de alta massa molar

Ant Antraceno

BaA Benzo(a)antraceno

BaP Benza(a)Pireno

BbF Benzo(b)Fluoranteno

BeP Benzo(e)Pireno

BghiP Benzo[ghi]Perileno

BkF Benzo(k)Fluoranteno

BMM HPAs de baixa massa molar

CCME Canadian Council of ministers of the Environment

CO Carbono Orgacircnico

CONAMA Conselho Nacional do meio ambiente

Cri Criseno

Cri-d12 Criseno ndash Deuterado

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DCM Dicloro-metano

DhaA Dibenzo[ah]Antraceno

DP Desvio padratildeo

ERL Effect range- low (Faixa de efeitos- baixa)

ERM Effects range-median (Faixa de efeitos- meacutedia)

Fen Fenantreno

Fen-d10 Fenantreno ndash Deuterado

Fl Fluoreno

Flu Fluoranteno

GC-MS Cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas

HPA Hidrocarboneto policiacuteclico aromaacutetico

IARC Agecircncia Nacional para Pesquisa de Cacircncer

IncdP Indeno[123-cd]Pireno

Koc Constante de particcedilatildeo com carbono

Kow Coeficiente de Particcedilatildeo octanol-aacutegua

KPa Quiilopascal

LD Limite de detecccedilatildeo

LQ Limite de quantificaccedilatildeo

mz Razatildeo massacarga

MO Mateacuteria Orgacircnica

Naf Naftaleno

Naf-d8 Naftaleno ndash deuterado

NOAA National Oceanographic and Atmospheric Administration (Administraccedilatildeo

Nacional Oceanograacutefica e Atmosfeacuterica)

PEL Probable effect level (Niacutevel de efeitos provaacuteveis)

PER Perileno

PER-d10 Perileno ndash deuterado

pH Potencial hidrogeniocircnico

Pir Pireno

POPs Poluentes Orgacircnicos Persistentes

TEL Threshold effect level (Limiar de efeitos)

TOC Carbono orgacircnico total

TR Tempo de retenccedilatildeo

USEPA Agecircncia Norte Americana de Proteccedilatildeo Ambiental

microg Micrograma

Σ16 HPAs Somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios segundo USEPA

Natildeo faz mal que seja pouco o que importa eacute que o avanccedilo de hoje

seja maior que o de ontem Que nossos passos de amanhatilde

sejam mais largos que os de hojerdquo

DAISAKU IKEDA

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA16

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 17

211 n-alcanos 17

212 Isoprenoacuteides 18

213 Biomarcadores 19

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos 21

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos 25

3 OBJETIVOS27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS28

41 Processos metodoloacutegicos 28

42 Aacuterea de Estudo 28

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta 34

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar 35

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos 36

451 Granulometria 36

452 Carbonato de Caacutelcio 36

453 Teor de Carbono Orgacircnico 37

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos 38

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos

aromaacuteticos 39

461 Reagentes e material 39

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental 39

463 Controle de Qualidade 42

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO45

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica 45

511 Sedimentos Superficiais 45

512 Sedimentos do testemunho 46

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 49

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais 49

522 n-alcanos no testemunho sedimentar 53

523 Biomarcadores do petroacuteleo 53

5231 Sedimentos superficiais53

5232 Testemunho 53

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos 54

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais 54

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho 58

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute 60

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas 60

5411 Sedimentos superficiais61

5412 Testemunho 66

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas 69

5421 Sedimentos superficiais69

5422 Testemunho 73

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

do sedimento 74

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais 77

6 CONCLUSAtildeO 78

REFEREcircNCIAS 80

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS HPAS 90

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS BIOMARCADORES 91

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS N-ALCANOS 92

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAS INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute 93

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E ARGILA)

DO TESTEMUNHO 94

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A disponibilidade hiacutedrica desempenha um papel fundamental no

desenvolvimento das aglomeraccedilotildees humanas Com isso o processo de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo ocorre proacuteximo aos cursos drsquoaacutegua fato confirmado historicamente com o

desenvolvimento das grandes civilizaccedilotildees nas mediaccedilotildees dos rios Dessa forma o

desenvolvimento raacutepido das sociedades necessita da compreensatildeo e da avaliaccedilatildeo das

caracteriacutesticas do ambiente em que vivemos

Atualmente sobretudo proacuteximo agrave zona costeira esses ambientes satildeo altamente

explorados e utilizados Segundo Tundisi (2003) a maioria da populaccedilatildeo brasileira estaacute

em bacias costeiras ou estaacute no maacuteximo a 100 km da costa Vale ressaltar que essas aacutereas

litoracircneas foram marco inicial de alguns nuacutecleos urbanos e concentram elevadas

densidades demograacuteficas que acabam atraindo investimentos econocircmicos (ALVES

2008)

Nesse acircmbito eacute possiacutevel perceber o impacto da urbanizaccedilatildeo levando-nos a

reflexatildeo sobre algumas medidas que devem ser tomadas sobretudo no que se refere aos

resiacuteduos gerados em grande ou pequena escala decorrente do aumento da populaccedilatildeo nas

cidades Uma demanda maior de energia e mateacuteria prima eacute necessaacuteria diante desse

crescente aumento populacional Aleacutem disso como resultado temos a poluiccedilatildeo oriunda

de processos industriais que ocasiona uma serie de desequiliacutebrios ambientais e acabam

prejudicando a vida do homem e a sauacutede de inuacutemeros ecossistemas (UNEP 2002

FRONZA 2006)

Os ambientes aquaacuteticos tem funcionado como aacutereas receptoras dos mais

variados tipos de efluentes despejos e derrames Por isso diversos contaminantes

continuamente alcanccedilam os ecossistemas por meio das atividades antroacutepicas e essas

substancias em sua maioria acabam permanecendo acumuladas nos sedimentos

(OCKENDER et al 2003) Entre as diversas substancias contaminantes existentes

destacam-se os poluentes orgacircnicos que compreendem uma classe de substancias cuja

origem se da a partir de fontes difusas e pontuais aportando no meio ambiente pelas

contribuiccedilotildees de processos como a drenagem urbana provocada pelas aacuteguas da chuva

atividades agriacutecolas e por meio de lanccedilamentos de efluentes domeacutesticos e industriais

(BAIRD 2002)

17

Os hidrocarbonetos satildeo componentes abundantes do material orgacircnico nos

sedimentos e uma das maiores classes de compostos orgacircnicos Entre os contaminantes

orgacircnicos os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

(HPAs) tecircm recebido muita atenccedilatildeo ultimamente devido a sua ampla distribuiccedilatildeo nos

sedimentos lacustres e marinhos (LEITE et al2011 DE ABREU-MOTA et al 2014

VENTURINI et al 2015 MACHADO et al2014 WANG et al 2014 KANZARI et

al 2015) Esses contaminantes estatildeo associados com os sedimentos devido a sua baixa

solubilidade em aacutegua e consequente natureza hidrofoacutebica (VOLKMAN et al 1992

GUO et al 2007)

A bacia do rio Acarauacute eacute a segunda maior bacia hidrograacutefica do Cearaacute e vecircm

passando por diversas alteraccedilotildees do ambiente Aumento populacional aumento do

traacutefico de veiacuteculos e atividade de agricultura com o periacutemetro irrigado do Baixo Acarauacute

satildeo alguns dos exemplos dessas mudanccedilas Dessa forma a investigaccedilatildeo das possiacuteveis

fontes de hidrocarbonetos para essa regiatildeo eacute de suma importacircncia Esse eacute o primeiro

estudo que avalia a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a

acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos na regiatildeo Com ele visamos fornecer

dados e subsiacutedios para o monitoramento poliacuteticas puacuteblicas e preservaccedilatildeo deste

importante ecossistema costeiro

16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

A qualidade dos sedimentos pode ser avaliada pelo conteuacutedo dos HA e HPAs

que satildeo as duas maiores classes de compostos encontrados no petroacuteleo Os

hidrocarbonetos nos sedimentos provecircm de diversas fontes e atingem o ambiente

aquaacutetico atraveacutes do escoamento superficial do lanccedilamento de efluentes domeacutesticos e

industriais da drenagem de aacutegua da chuva das atividades de navegaccedilatildeo e dos

afloramentos naturais de petroacuteleo (PAGE et al 1996 READMAN et al 2002

PEREINA-NETTO et al 2004 COLOMBO et al 2007 CAVALCANTE et al

2008) O destino e o transporte dos contaminantes orgacircnicos nos ambientes aquaacuteticos eacute

dependente da particcedilatildeo dos mesmos entre as fases particulada e dissolvida

(MECHLINSKA et al 2009 CHEN WONG e TAM 2011) Os componentes

hidrofiacutelicos acumulam-se predominantemente na fase aquosa e satildeo consequentemente

transportados na fraccedilatildeo moacutevel Por outro lado os contaminantes mais hidrofoacutebicos

tendem a acumular-se na fase soacutelida por interaccedilotildees de sorccedilatildeo com as superfiacutecies do

material particulado (KOWALSKA GULER E COCKE 1994 TREMBLAY et al

2005) O material particulado eacute entatildeo depositado de acordo com as condiccedilotildees

hidroloacutegicas e sedimentoloacutegicas e eacute transferido para o sedimento associado aos

compostos hidrofoacutebicos tornando-os parte da fraccedilatildeo imoacutevel Dessa forma eles podem

ser encontrados em altas concentraccedilotildees em sedimentos contaminados (KARICKHOFF

BROWN E SCOTT 1979) Qualquer distuacuterbio nos sedimentos contaminados pode

remobilizar os contaminantes para a coluna daacutegua aumentando sua biodisponibilidade

e assim os riscos para sauacutede da biota (READMAN et al 2002 GROSSI et al 2002)

Vaacuterios trabalhos tecircm utilizado os sedimentos superficiais para avaliar a

qualidade do ambiente aquaacutetico em relaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo de hidrocarbonetos e na

identificaccedilatildeo de fontes desses contaminantes (READMAN et al 2002 MAI et al

2002 SAHA et al 2009 FERNANDES 2013 OLIVEIRA 2016) Aleacutem dessa

ferramenta os hidrocarbonetos em testemunhos sedimentares podem ser utilizados na

reconstruccedilatildeo do registro histoacuterico das entradas desses contaminantes em estudos de

impacto ambiental mostrando a mudanccedila no uso dos hidrocarbonetos ao longo do

tempo (MACHADO et al 2014 CAVALVANTE et al 2008

BOONYATUMANOND et al 2007 LORGEOUX et al 2016)

17

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

Os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) correspondem a uma importante fraccedilatildeo dos

lipiacutedios e compreendem uma vasta classe de compostos orgacircnicos Entre essas classes

de compostos estatildeo os n-alcanos os isoprenoacuteides os terpanos e os esteranos entre

muitos outros

As fontes desses compostos podem ser tanto naturais atraveacutes da fotossiacutentese por

organismos marinhos e terrestres sendo as principais fontes biogecircnicas representadas

pelas plantas terrestres o fitoplacircncton e as bacteacuterias (VOLKMAN et al 1992 ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996) quanto antropogecircnicas provenientes do escoamento

superficial deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e entrada por processos industriais (ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996)

211 n-alcanos

Os n-alcanos satildeo compostos orgacircnicos de cadeia aberta formados por carbono e

hidrogecircnio que formam uma seacuterie homologa sem ramificaccedilotildees onde cada membro

difere do anterior por um grupo CH2

1198673119862 minus (1198621198672)5 minus 1198621198673

119862711986716

Fonte Elaborado pela autora

Os n-alcanos com cadeias de tamanho C15 ndash C35 estatildeo presentes em quase todos

sedimentos (VOLKMAN et al 1992) As fontes de n-alcanos podem ser os

fitoplanctons (VOLKMAN et al 1992) as plantas superiores (EGLINTON E

HAMILTON 1967) um afloramento natural de petroacuteleo derramamentos acidentais e

escoamento superficial O fitoplacircncton sintetiza prioritariamente n-alcanos de cadeias

mais curtas com nuacutemero iacutempar de carbonos (n-C15 a n-C21) Alguns compostos de

cadeias mais longas independente do nuacutemero de aacutetomos de carbono ser iacutempar ou par

satildeo sintetizados por diversos organismos marinhos poreacutem em menores quantidades que

a fonte fitoplanctocircnica (VOLKMAN et al 1992) Por outro lado as plantas superiores

terrestres como os mangues produzem n-alcanos de cadeias longas (C25-C35) como

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos

18

principal componente das suas ceras cuticulares com uma preferecircncia de produccedilatildeo de

n-alcanos com um nuacutemero iacutempar de carbonos em relaccedilatildeo ao nuacutemero par (EGLINTON

E HAMILTON 1967)

Os n-alcanos de origem petrogecircnica podem ser derivados do petroacuteleo bruto ou

de seus derivados Na composiccedilatildeo destes produtos podem existir n-alcanos com 1 a 40

aacutetomos de carbono ocorrendo a ausecircncia da predominacircncia de cadeias com um nuacutemero

par ou impar de carbonos (VOLKMAN et al 1992 SIMONEIT 1991)

212 Isoprenoacuteides

Os alcanos isoprenoacuteides satildeo HA de cadeia ramificada com estrutura derivada do

isopreno um dos blocos constituinte das estruturas baacutesicas da natureza

Os isoprenoacuteides mais utilizados para estudos ambientais de contaminaccedilatildeo satildeo

representados pelo pristano (261014-tetrametilpentadecano) e fitano (261014-

tetrametilhexadecano) que satildeo produtos da alteraccedilatildeo geoloacutegica do fitol e natildeo satildeo

constituintes primaacuterios da maioria da biota terrestre (Figura 2) (GUO et al 2007

HARJI et al 2008) Eles satildeo comumente considerados como bons indicadores de

contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (VOLKMAN et al 1992 READMAN et al 2002) Como

regra geral valores altos da razatildeo PristanoFitano indicam fonte biogecircnica sob

condiccedilotildees oxidantes (BETCHEL et al 2007)

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano)

Fonte PETERS E MOLDOWAN 1993

Alguns autores tambeacutem utilizam a relaccedilatildeo entre os isoprenoacuteides para obter

informaccedilotildees a respeito do ambiente deposicional da mateacuteria orgacircnica geradora do

petroacuteleo (READMAN et al 2002 TOLOSA et al 2009) As fontes biogecircnicas desses

compostos satildeo importantes jaacute que eles derivam do fitol tanto sob condiccedilotildees redutoras

19

(fitano) quanto oxidantes (pristano) Risatti e colaboradores (1984) estabeleceram que o

fitano eacute sintetizado pelas bacteacuterias metanogecircnicas presentes em condiccedilotildees anoacutexicas

213 Biomarcadores

Durante os processos de maturaccedilatildeo geoloacutegica das rochas-geradoras de petroacuteleo e

do petroacuteleo bruto a mateacuteria orgacircnica originalmente proveniente de plantas e animais eacute

transformada diageneacutetica e catagenicamente durante milhotildees de anos

Para o entendimento do grau de maturaccedilatildeo teacutermica bem como dos processos de

migraccedilatildeo do oacuteleo e para a correlaccedilatildeo oacuteleo-oacuteleo e oacuteleo-rocha geradora os indicadores

geoquiacutemicos moleculares ou biomarcadores satildeo largamente utilizados Na avaliaccedilatildeo de

amostras ambientais os biomarcadores satildeo utilizados para o diagnoacutestico da presenccedila de

petroacuteleo e possiacutevel identificaccedilatildeo do tipo de petroacuteleo na contaminaccedilatildeo

Os biomarcadores satildeo correspondentes aos compostos esteranos e triterpanos

Os esteranos satildeo compostos derivados dos esteroacuteis presente na maioria dos organismos

vivos Os esteroacuteis sofrem modificaccedilotildees na sua estrutura durante o processo de

maturaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica dando origem aos esteranos Entre os triterpanos (tri-

tetra- e pentaciacuteclicos) foram estudados os triterpanos pentaciacuteclicos mais conhecidos

como hopanos Os hopanos satildeo foacutesseis moleculares dos hopanoacuteides das bacteacuterias que

desempenham o mesmo papel de tornar a membrana celular mais fluida que os esteroacuteis

nas ceacutelulas eucarioacuteticas (PRINCE et al 1994) Diante do grande espectro desses

compostos presentes no petroacuteleo somente os principais foram estudados nesse trabalho

(Tabela 1e Figura 3)

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho

Abrev Nome Estrutura Foacutermula

Hopanoacuteides

Tm 17α(H)-222930 - trisnorhopano II C27H46

NH 17α(H)21β(H)-30-norhopano III C29H50

H 17α(H)21β(H) - hopano I C30H52

HH(R) 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano IV n = 1 C31H54

HH(S) 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano IV n = 1 C31H54

Esteranos

C27ααα (SR) 5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C27αββ (SR) 5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C28αββ (SR) 24-metil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Me C28H50

C29ααα (SR) 24-etil-5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

C29αββ (SR) 24-etil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

Fonte Elaborada pela autora Estrutura refere-se a estrutura quiacutemica dos compostos

apresentada na Figura 3

20

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos

Fonte Adaptado de AEPLI et al 2014

Vaacuterios estudos comprovaram que os hopanos e os esteranos satildeo muito

resistentes a degradaccedilatildeo no meio ambiente e podem ser usados com marcadores

moleculares para traccedilar e caracterizar a contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (ROGGE et al1993

PRINCE et al 1994 WANG FINGAS E PAGE 1999a AEPLI et al 2014) Devido

aos seus altos pontos de ebuliccedilatildeo eles natildeo estatildeo presentes nos combustiacuteveis gasolina e

diesel mas satildeo encontrados nos oacuteleos lubrificantes asfaltos e resiacuteduos pesados do

petroacuteleo (SAHA et al 2009) Portanto baseado na anaacutelise das concentraccedilotildees dos

biomarcadores e no perfil de distribuiccedilatildeo dos mesmos eacute possiacutevel validar a presenccedila e o

tipo de fonte petrogecircnica nos sedimentos

30-norhopanos (NH)

5α(H)-esteranos

homohopanos (HH)

17α(H)21β(H) - hopano (H) 17α(H)-222930 - trisnorhopano (Tm)

21

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs) satildeo uma classe de

contaminantes orgacircnicos que contem dois ou mais aneacuteis benzecircnicos fundidos e que

podem ser toacutexicos a biota em elevadas concentraccedilotildees Alguns podem conter estruturas

dos aneacuteis com menos do que 6 aacutetomos de carbono (pe acenaftileno acenafteno e

fluoreno) (Figura 5) Em outros um aacutetomo de carbono do anel de benzeno pode ser

substituiacutedo por um nitrogecircnio enxofre ou oxigecircnio resultando na formaccedilatildeo de

compostos aromaacuteticos heterociacuteclicos (pe dibenzotiofeno) (Figura 5) Aleacutem disso

aacutetomos de hidrogecircnio nos HPAs parentais podem ser substituiacutedos por grupos alquil (pe

2-metilnaftaleno) (Figura 4) Os HPAS com menos de 4 aneacuteis satildeo chamados de HPAS

de baixo peso molecular (BPM) enquanto que os que possuem 4 aneacuteis ou mais satildeo

chamados de HPAs de alto peso molecular (APM)

Os HPAs satildeo contaminantes orgacircnicos presentes desde ambientes com intensa

atividade humana ateacute ambientes isolados (PEREIRA NETTO et al 2002 MAI et al

2002 TOLOSA et al2009 MARTINS et al 2012 MEIRE et al2008) As fontes e o

destino dos HPAs no meio ambiente tem sido objeto de estudos extensivos devido as

propriedades mutagecircnicas eou carcinogecircnicas de alguns dos seus isocircmeros (pe

benzo(a)pireno e dibenzo(ah)antraceno) portanto as concentraccedilotildees e fontes destes

compostos tecircm sido monitoradas constantemente

22

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados

Fonte Elaborada pela autora

23

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais

Fonte Elaborada pela autora

Alguns HPAs satildeo formados atraveacutes da combustatildeo incompleta de compostos

orgacircnicos e subsequumlente recombinaccedilatildeo com outras partiacuteculas orgacircnicas constituindo

uma fonte piroliacutetica destes compostos (LIMA FARRINGTON E REDDY 2005) Esses

HPAs podem ser introduzidos naturalmente no ambiente atraveacutes de queimadas de

florestas pastagens e atividades vulcacircnicas (MASCLET et al 1995) Fontes

antropogecircnicas de HPAs piroliacuteticos podem ser a incineraccedilatildeo de lixo e madeira

emissotildees veiculares e preparaccedilatildeo da terra para a agricultura (ROGGE et al 1993

KALILI et al 1995 RAVINDRA SOKHI E GRIEKEN 2008 SILVA et al 2010

DE ANDRADE et al 2010) Outra fonte de HPAs eacute a descarga de material relacionado

24

ao petroacuteleo que caracterizam fontes petrogecircnicas como descargas e derramamentos de

petroacuteleo lanccedilamentos de esgotos urbanos e industriais e escoamento superficial das

aacutereas adjacentes aos corpos daacutegua (WANG FINGAS E PAGE 1999) Uma terceira

fonte de HPAs seria por processos bioloacutegicos ou nos estaacutegios iniciais da diagecircnese dos

sedimentos (VENKATESAN 1988)

A principal forma de relacionar as concentraccedilotildees dos HPAs agraves fontes emitidas eacute

atraveacutes das razotildees diagnoacutestico especiacutefica para cada fonte Essas razotildees satildeo baseadas nas

concentraccedilotildees de HPAs selecionados que de alguma forma caracterizam as diferentes

fontes A utilizaccedilatildeo dessa razotildees para a determinaccedilatildeo de fontes nos sedimentos requer o

entendimento da estabilidade termodinacircmica relativa dos HPAs selecionados Para os

HPAs parentais na combustatildeo ocorre o aumento da concentraccedilatildeo do isocircmero menos

estaacutevel termodinamicamente em detrimento do mais estaacutevel (YUNKER et al 2002)

Aleacutem disso cada fonte tem uma emissatildeo especiacutefica de HPAs o que permite uma

correlaccedilatildeo (ROGGE et al 1993 KALILI et al 1995)Os compostos alquilados estatildeo

presentes em concentraccedilotildees elevadas no petroacuteleo e seus derivados e relativamente

pequena ou ateacute mesmo ausentes nas emissotildees derivadas da combustatildeo (queimadas

caldeiras termoeleacutetricas veiacuteculos automotores etc) Os HPAs alquilados satildeo

termodinamicamente mais instaacuteveis do que os correspondentes HPAs parentais e

portanto a razatildeo dos HPAs alquilados em relaccedilatildeo aos HPAs parentais tem sido usado

para diferenciar os HPAs (SAHA et al 2009)

Eacute interessante observar que uma certa dificuldade na identificaccedilatildeo da origem dos

HPAs em amostras sedimentares eacute frequente devido em geral agrave presenccedila de vaacuterias

fontes de contaminantes e de diversos processos de transformaccedilatildeo dos compostos no

sedimento e antes disto no proacuteprio transporte ao longo da coluna daacutegua

Entre os HPAs os 16 compostos listados pela Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

Norte-Americana e os seus homoacutelogos alquilados possibilitam diagnosticar com maior

facilidade a origem da contaminaccedilatildeo por hidrocarbonetos que pode ser piroliacutetica

(oriunda da combustatildeo incompleta de combustiacuteveis e biomassa) ou petrogecircnica

(SOCLO et al2000 NEFF et al 2005 PEREacuteZ-FERNANDEZ et al 2015 ) Esses 16

compostos foram escolhidos para essa lista de prioridade porque (1) eles reuacutenem o

maior nuacutemero de informaccedilotildees sobre sua estrutura efeitos toxicoloacutegicos e fontes

emissoras (2) eles satildeo suspeitos de causar maiores danos do que outros e exibem

efeitos que satildeo representativos da classe de HPAs como um todo (3) existe uma maior

25

chance de exposiccedilatildeo a esses HPAs do que aos outros e (4) de todos os HPAs

analisados estes exibem as maiores concentraccedilotildees (RAVINDRA et al 2008)

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos

Segundo Irwin e colaboradores (1997) os alcanos como um grupo tem

toxicidade aquaacutetica baixa a moderada Esse mesmo estudo mostra que a toxicidade dos

alcanos estudados decresceu na seguinte ordem decano octano hexano e pentanoEsse

mesmo resultado foi encontrado pelo Bureau of Reclamation (2002) Dessa forma

podemos inferir que a toxicidade dos alcanos tende a aumentar com o aumento do

tamanho da moleacutecula (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)

Por outro lado os HPAs satildeo de interesse ecotoxicoloacutegico no que diz respeito aos

impactos a curto prazo na coluna daacutegua e aos efeitos de curto e longo prazo para os

animais bentocircnicos (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)Vaacuterios fatores

influenciam na toxicidade dos HPAs entre eles as espeacutecies afetadas a via de exposiccedilatildeo

e a estrutura molecular do HPA (CCME 1999) Em geral os HPAs de baixo peso

molecular satildeo considerados agudamente toacutexicos e natildeo-carcinogecircnicos para os

organismos aquaacuteticos enquanto que os HPAs de alto peso molecular natildeo satildeo

agudamente toacutexicos aos organismos aquaacuteticos mas alguns deles satildeo carcinogecircnicos

(CCME 1999) Os HPAs de baixo peso molecular apresentam maior toxicidade aguda

em relaccedilatildeo aos HPAs de alto peso molecular devido a sua maior solubilidade em aacutegua

A mortalidade eacute o efeito mais comum em bioensaios com sedimentos coletados in situ e

sedimentos fortificados em laboratoacuterios decorrente de toxicidade aguda (CCME 1999)

Os organismos bentocircnicos satildeo expostos aos HPAs por vaacuterias vias de exposiccedilatildeo

incluindo exposiccedilatildeo aos HPAs no material particulado e dissolvido nas aacuteguas

intersticiais e coluna daacutegua assim como aos HPAs adsorvidos no sedimento atraveacutes do

contato na superfiacutecie e ingestatildeo de partiacuteculas Portanto os sedimentos representam a via

de exposiccedilatildeo mais importante para muitos invertebrados bentocircnicos (CCME 1999) Os

dados sobre as concentraccedilotildees de HPAs nos sedimentos fornecem importantes

informaccedilotildees para a avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do sedimento no entanto tais medidas

natildeo necessariamente refletem a fraccedilatildeo biodisponiacutevel dessas substacircncias Os HPAs

individuais e os diferentes tipos de sedimento vatildeo resultar em diferentes

biodisponibilidades (DeWITT et al 1992)

26

Segundo a CCME (1999) a avaliaccedilatildeo da porcentagem de efeitos observados

para as concentraccedilotildees de HPAs define trecircs classes as concentraccedilotildees que estatildeo abaixo

do TEL (niacutevel limite de efeito) que satildeo raramente associadas com efeitos bioloacutegicos

adversos as concentraccedilotildees entre o TEL e o PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) que satildeo

ocasionalmente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos e as concentraccedilotildees acima do

PEL que satildeo frequentemente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos

27

3 OBJETIVOS

Os principais objetivos desse trabalho satildeo avaliar a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo

as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos ao

longo do curso do rio Acarauacute e analisar o registro histoacuterico das atividades

antropogecircnicas no estuaacuterio usando hidrocarbonetos de petroacuteleo como marcadores

moleculares orgacircnicos Para tal seratildeo necessaacuterios os seguintes objetivos especiacuteficos

1) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos alifaacuteticos em sedimento

superficial e testemunho

2) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos em

sedimento superficial e testemunho

3) Determinaccedilatildeo da classe de biomarcadores de petroacuteleo em sedimento

superficial e testemunho

4) Diagnoacutestico das fontes de hidrocarbonetos no ambiente atraveacutes de razotildees

diagnoacutestico

5) Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos

sedimentos superficiais

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Processos metodoloacutegicos

As atividades desenvolvidas para a caracterizaccedilatildeo da atividade antroacutepica na

bacia do rio Acarauacute foram divididas em laboratoacuterio levantamento bibliograacutefico e

anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados

As atividades de laboratoacuterio foram realizadas no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de

Contaminantes Orgacircnicos (LACOr) Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) e

Laboratoacuterio de Microbiologia do Pescado e Ambiental (LAMAP) os quais satildeo todos

vinculados ao Instituto de Ciecircncias do Mar (LABOMAR) e no Laboratoacuterio de Anaacutelise

de Traccedilos (LAT) na Universidade Federal do Cearaacute e no Laboratoacuterio de Geoquiacutemica e

Quiacutemica Marinha vinculado aoWoods Hole Oceanographic Institution EUA

42 Aacuterea de Estudo

A aacuterea de estudo estaacute localizada no litoral oeste do estado do Cearaacute O bacia do

rio Acarauacute ocupa uma aacuterea equivalente a 1444249km2

(IPECE2014) compreendendo

cerca de 10 do Cearaacute e tem como curso daacutegua principal o rio Acarauacute (EMBRAPA

2005)

Existem vaacuterios outros cursos drsquoaacutegua que o interceptam nos seus 352 km de

extensatildeo que vatildeo desde as nascentes do rio Acarauacute ateacute a sua desembocadura no

municiacutepio de Acarauacute Dessa forma vaacuterias sub-bacias satildeo facilmente delimitadas com

ecircnfase maior para as formadas pelos afluentes da margem direita com destaque para as

sub-bacias dos rios Groaiacuteras Macacos Jacurutu e Madeira Pela margem esquerda o rio

Jaibaras destaca-se pela sua delimitaccedilatildeo espacial

O vale do rio Acarauacute eacute delimitado por 30 municiacutepios (IPECE 2014) No

entanto a aacuterea de estudo abrange a aacuterea a partir do accedilude de Araras no municiacutepio de

Varjota ateacute a foz do rio no municiacutepio de Acarauacute perpassando os 12 municiacutepios a

seguir Acarauacute Bela Cruz Carireacute Cruz Forquilha Groaiacuteras Marco Morrinhos

Massapecirc Santana do Acarauacute Sobral e Varjota

A maior parte da Bacia do Acarauacute tem o seu regime de chuvas caracterizado

pela concentraccedilatildeo das precipitaccedilotildees em poucos meses o que torna a estaccedilatildeo chuvosa

bem definida Isso acontece porque as variaccedilotildees das chuvas durante as estaccedilotildees no setor

29

norte do Nordeste brasileiro parecem estar intimamente ligadas agraves movimentaccedilotildees de

latitude da Zona de Convergecircncia Intertropical (ZCIT) sobre o Atlacircntico sendo a

posiccedilatildeo mais ao sul da ZCIT coincidente com a estaccedilatildeo chuvosa durante os meses de

marccedilo a abril (COGERH 2010)

Aleacutem disso a Bacia do Acarauacute recebe em alguns anos chuvas de junho a

agosto ocasionadas por um sistema atmosfeacuterico denominado Ondas de Leste

(COGERH 2010) Aleacutem desse comportamento sazonal as precipitaccedilotildees diferenciam-se

ao longo da Bacia do rio Acarauacute Uma alta incidecircncia de chuvas eacute observada na regiatildeo

leste e na faixa litoracircnea sendo a regiatildeo sul caracterizada por uma pluviometria bem

deficiente

A temperatura meacutedia mensal eacute de 25 a 28ordmC e as temperaturas miacutenimas anuais

ocorrendo entre 20 e 24ordmC Jaacute as temperaturas maacuteximas anuais satildeo da ordem de 30 a

36ordmC onde as mais elevadas se datildeo no final do segundo semestre e nas regiotildees mais

secas (SILVA 2003)

Um estudo feito pela COGERH (2010) mostrou que as seacuteries de vazatildeo para o rio

Acarauacute podem ser caracterizadas por vazotildees bastante elevadas entre os meses de marccedilo

e maio de cada ano com o desaparecimento parcial ou total do escoamento superficial

entre junho e dezembro decorrente da estiagem Por fim em janeiro e fevereiro com o

iniacutecio das precipitaccedilotildees na regiatildeo ocorre uma pequena recuperaccedilatildeo das vazotildees

(COGERH 2010)

Analisando a populaccedilatildeo absoluta desses locais (Figura 6) vemos que a

populaccedilatildeo cresceu em torno de 70 de 1970 ateacute 2010 (IBGEa 2010) Segundo o censo

do IBGE de 2010 a populaccedilatildeo cresceu de uma cota de 276964 hab em 1970 para

507463hab em 2015 (estimada) Eacute interessante observar que o municiacutepio de Sobral

apresenta a maior populaccedilatildeo na bacia com 201756 em 2015 (estimada) seguido pelo

municiacutepio de Acarauacute com 61210 hab (IBGEb 2015)Em relaccedilatildeo ao maior crescimento

populacional a populaccedilatildeo do municiacutepio de Marco cresceu 110 em relaccedilatildeo a 1970

passando de 12631 hab (1970) para 26484 hab (2015) seguido por Sobral com um

aumento de 97 que passou de 102197hab em 1970 para 201756 em 2015(IBGEa

2010 IBGEb 2015)

30

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

Aleacutem disso a taxa de urbanizaccedilatildeo aumentou nesses municiacutepios (Figura 7) Por

exemplo os municiacutepios de Groairas Carireacute e Acarauacute tiveram o maior crescimento da

populaccedilatildeo na aacuterea urbana com valores de 44 3527 e 3446 respectivamente

(IBGEa 2010) Destaque tambeacutem para Sobral um dos trecircs poacutelos econocircmicos mais

importantes do Cearaacute com uma taxa de urbanizaccedilatildeo de aproximadamente 90

No referente a infra-estrutura da regiatildeo primeiro temos o saneamento Segundo

o IPECEa (2014) a meacutedia da taxa de cobertura da rede de abastecimento de aacutegua na

aacuterea urbana foi de 9727 em 2013 variando de 8564 em Cruz a 9993 em

Groaiacuteras Na aacuterea rural em meacutedia 4169 dos domiciacutelios eacute abastecido com aacutegua

variando de 893 em Santana do Acarauacute a 8190 em Marco Por outro lado a rede

de esgotamento sanitaacuterio natildeo atende a todos os municiacutepios Dos 12 municiacutepios

estudados na aacuterea urbana 7 natildeo dispotildeem de nenhum tipo de rede de esgoto A meacutedia da

taxa de cobertura para os 5 municiacutepios restantes foi de 4912 com destaque para

Sobral com 70 de cobertura (IPECEa 2014) Na aacuterea rural a situaccedilatildeo eacute ainda mais

alarmante Somente 4 municiacutepios possuem rede de esgoto com apenas 337 dos

domiciacutelios atendidos (IPECEa 2014)

0

30000

60000

90000

120000

150000

180000

210000P

op

ula

ccedilatildeo

(h

ab)

1970

1980

1991

2000

2010

2015

31

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios

estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

A Bacia do Acarauacute possui trecircs variedades de transportes rodoviaacuterio ferroviaacuterio

e aeacutereo O transporte hidroviaacuterio possui pequena expressatildeo e restringe-se a regiatildeo

litoracircnea O transporte ferroviaacuterio refere-se ao trecho da REFESA (Rede Ferroviaacuteria

Federal) que liga Fortaleza a Sobral (COGERH 2010) (Figura 10) Em relaccedilatildeo ao

transporte rodoviaacuterio as rodovias federais e estaduais prevalecem sendo esta a

principal forma de transporte entre os diversos municiacutepios da bacia (COGERH 2010)

(Figura 10) No que diz respeito aos tipos da frota veicular os veiacuteculos movidos a

gasolina prevalecem em todos municiacutepios estudados Nos uacuteltimos anos houve um

aumento na frota que funciona com flexibilidade no tipo de combustiacutevel (veiacuteculos

flex) utilizando uma mistura de aacutelcool e gasolina Em 2014 haviam 26404 veiacuteculos

flex comparados a 6355 veiacuteculos registrados desse tipo em 2009 (IPECE 2013

IPECEb2014) Outro aumento significativo pode ser observado na frota total dos 12

municiacutepios que em 2009 contabilizava 79285 veiacuteculos e aumentou para um contingente

de 145246 em 2014 totalizando um aumento de aproximadamente 83 nos uacuteltimos 6

anos (IPECE 2013 IPECEb 2014)(Figura 8)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Taxa

de

Urb

aniz

accedilatildeo

(

)

1970

1980

1991

2000

2010

32

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em (IPECE 2013 IPECEb 2014)

A regiatildeo estuarina do rio Acarauacute se estende da ponte no municiacutepio de Cruz ateacute a

foz do rio Acarauacute (ALVES 2010) Nessa regiatildeo o processo de uso e ocupaccedilatildeo do solo

ocorre mediante da atuaccedilatildeo do Estado dos empresaacuterios industriais e comerciais dos

pequenos e grandes proprietaacuterios agriacutecolas das comunidades de pescadores e dos

carcinicultores ALVES 2010) Das atividades econocircmicas desenvolvidas na regiatildeo

destacam-se pesca maricultura turismo e lazer navegaccedilatildeo

agroextrativismocagricultura induacutestria e agroinduacutestria (NASCIMENTO et al 2008)

A agricultura eacute o centro da economia No entanto na zona litoracircnea observa-se a

presenccedila de aacuterea irrigaacuteveis como o Periacutemetro Irrigado do Baixo Acarauacute devido as

precipitaccedilotildees mais elevadas ocorrendo nesses locais o cultivo de arroz feijatildeo cana-de-

accediluacutecar milho mandioca caju e banana (SUCUPIRA 2006) No entanto nos sertotildees

predominam as culturas de subsistecircncia e algodatildeo devido aos baixos iacutendices

pluviomeacutetricos (SUCUPIRA 2006) A pesca artesanal e industrial tambeacutem desempenha

um papel forte na economia principalmente nos municiacutepios costeiros Cruz e Acarauacute

(SUCUPIRA 2006)

Uma praacutetica agriacutecola largamente disseminada na aacuterea do estudo eacute a queimada

Esta eacute utilizada para a limpeza dos terrenos e resulta em alteraccedilotildees nas propriedades

fiacutesico-quiacutemicas e bioloacutegicas dos solos deixando-os expostos agrave accedilatildeo dos agentes

erosivos aleacutem de afetarem significativamente a flora e fauna da regiatildeo (COGERH

2010)

0

40000

80000

120000

160000

Fro

ta V

eic

ula

r

2009

2010

2011

2012

2013

2014

33

O desmatamento eacute outra praacutetica comum na regiatildeo aleacutem do preparo do solo para

o plantio outra finalidade eacute a extraccedilatildeo da lenha para fabricaccedilatildeo de carvatildeo que seraacute

usada em larga escala como combustiacutevel por padarias e ceracircmicas da regiatildeo (COGERH

2010)

Por sua vez a pecuaacuteria extensiva provoca a compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio

excessivo o desmatamento de aacutereas extensas para formaccedilatildeo de pastos aleacutem de ser

frequumlente o uso de queimadas nesta atividade visando o controle de ervas daninhas

prejudiciais ao gado

Outra atividade econocircmica na regiatildeo eacute a mineraccedilatildeo Esta eacute feita praticamente de

forma artesanal uma vez que a populaccedilatildeo de baixa renda durante o periacuteodo de seca cava

enormes buracos para extrair material argiloso a fim de produzir telhas e tijolos nas

olarias estabelecidas nas margens dos rios (ALVES 2010 COGERH 2010) (Figura 9)

Essa praacutetica degrada o ambiente de diversas formas erradica a mata ciliar dos cursos

daacutegua remove a camada feacutertil dos solos e propicia o desencandeamento de processos

erosivos Satildeo constatadas naaacuterea do estudo degradaccedilotildees impostas pela lavra de argila

nos municiacutepios de Sobral Groaiacuteras eCarireacute perfazendo ao todo seis empresas em

operaccedilatildeo (COGERH 2010)

Outra atividade de mineraccedilatildeo que traz impactos eacute a exploraccedilatildeo de calcaacuterio

encontrada nos municiacutepios de Sobral e Forquilha que por sua vez aleacutemdos

desmatamentos necessaacuterios do uso de explosivos e da produccedilatildeo em larga escala

dematerial particulado contribui para a poluiccedilatildeo e assoreamento de cursos drsquoaacutegua

(COGERH 2010) Aleacutem dissoquando o objetivo eacute a produccedilatildeo de cal ocorre a queima

de lenha em fornalhas (caieiras) primitivas

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz

Fonte ALVES 2010

34

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta

As amostragens dos sedimentos foram feitas em Marccedilo de 2014 Para a

caracterizaccedilatildeo ao longo do curso do rio foram coletados 10 amostras de sedimento

superficial com a primeira amostra coletada logo depois do accedilude Araras e a uacuteltima

amostra coletada na foz do estuaacuterio do rio Acarauacute (Figura 10) Nesse uacuteltimo ponto

foram coletados dois testemunhos objetivando uma caracterizaccedilatildeo do ambiente

estuarino As localizaccedilotildees dos pontos amostrados encontram-se na Tabela 2

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem

Pontos Identificaccedilatildeo dos pontos Coordenadas

Latitude Longitude

ACR 1 Apoacutes o accedilude Araras 04deg122711S 40deg27012O

ACR 2 No municiacutepio de Carireacute 03deg56289 S 40deg25092 O

ACR 3 Antes do municiacutepio de Sobral 03deg44569 S 40deg22284 O

ACR 4 Depois do municiacutepio de Sobral 03deg39547 S 40deg19431 O

ACR 5 Antes de Santana do Acarauacute 03deg32044 S 40deg15051 O

ACR 6 Distrito de Sapoacute (depois do centro de Santana do

Acarauacute) 03deg22323 S 40deg09441 O

ACR 7 Municiacutepio de Morrinhos 03deg15262 S 40deg08225 O

ACR 8 Municiacutepio de Marco 03deg07161 S 40deg07515 O

ACR 9 Antes do municiacutepio de Cruz 02deg56209 S 40deg10160 O

ACR 10 Municiacutepio de Acarauacute (foz) 02deg52211 S 40deg074556 O

Testemunho Foz do estuaacuterio do rio Acarauacute 02deg52211 S 40deg0737 O

Fonte Elaborado pela autora

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial

e do perfil sedimentar

Fonte Elaborado pela autora

35

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar

As amostras superficiais (0-2 cm) foram coletadas com paacute de alumiacutenio e

acondicionadas em marmitas previamente limpas com acetona Todas foram

adequadamente etiquetadas e mantidas refrigeradas ateacute a chegada no laboratoacuterio Ao

chegar no laboratoacuterio a fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de hidrocarbonetos foi

guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas de alumiacutenio na

geladeira

Os perfis sedimentares foram coletados a partir da inserccedilatildeo do cano de alumiacutenio

na margem do rio de forma manual Em seguida os canosforam etiquetados e levados

ao laboratoacuterio No laboratoacuterio os canos de alumiacutenio foram abertos com o auxilio de

uma maquita fotografados e seccionados de 5 em 5 cm totalizando 12 sub-amostras

em um comprimento de 60 cm (Figura 11) A fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de

hidrocarbonetos foi guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas na

geladeira

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees

Fonte Elaborado pela autora

36

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos

As secccedilotildees do testemunho sedimentar e as amostras superficiais foram

submetidas a anaacutelises de propriedades do sedimento granulometria teor de carbonato

de caacutelcio e anaacutelise de propriedades da mateacuteria orgacircnica teor de carbono orgacircnico

hidrocarbonetos e aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos

451 Granulometria

Para a anaacutelise granulomeacutetrica foram pesadas 100g ou 50g de sedimento

dependendo da disponibilidade de amostra com o uso de uma balanccedila digital As

amostras foram submetidas asanaacutelises sedimentoloacutegicas tais como peneiramento a

uacutemido para separar a fraccedilatildeo areia (gt0062 mm) das fraccedilotildees silteargila (lt0062 mm) e

pipetagemA fraccedilatildeo areia passou pelo processo de peneiramento a seco em intervalos de

meio fi Cada fraccedilatildeo dos intervalos foi pesada depois de seca Para a pipetagem foi

utilizada a fraccedilatildeo silteargila suspensa em aacutegua na proveta com retirada de aliacutequotas de

20 ml em determinados intervalos de tempo baseado na metodologia descrita por

Suguio (1973) (Figura 12)As amostras foram classificadas granulometricamente no

programa ANASEDreg

de acordo com a classificaccedilatildeo proposta por Sheppard e

Larssoneur (LIMA et al 2001)

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem

Fonte Elaborado pela autora

452 Carbonato de Caacutelcio

Para a quantificaccedilatildeo dos teores de carbonato de caacutelcio utilizou-se o meacutetodo do

calciacutemetro de Bernard modificado (LAMAS et al 2005) atraveacutes do ataque das

amostras com aacutecido cloriacutedrico (HCl) diluiacutedo em 10 em um sistema de vasos

comunicantes de acordo com a reaccedilatildeo

37

1198621198861198621198743 + 2 119867119862119897 rarr + 1198621198742(119892119886119904) + 1198672119874

Dessa forma o teor de CaCO3 eacute medido indiretamente atraveacutes do volume de

aacutegua deslocado pelo CO2 (resultante da reaccedilatildeo com o HCl) no vaso comunicante

453 Teor de Carbono Orgacircnico

O meacutetodo utilizado foi o de Walkley-Black modificado (CAMARGO et al

2009) O princiacutepio deste meacutetodo consiste na oxidaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica porum agente

oxidante forte constituiacutedo por uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio 1N (K2Cr2O7) na

presenccedila de aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) concentrado utilizando como catalisador da

oxirreduccedilatildeo o calor desprendido na diluiccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico O excesso de dicromato

de potaacutessio eacute titulado com sulfato ferroso amoniacal (SFA - FeSO4(NH4)2SO46H2O) e

assim determinada a quantidade de MO

Em triplicata foram adicionadas a um grama da amostra liofilizada 10 ml da

soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio e 20 ml do aacutecido sulfuacuterico concentrado em um tubo de

ensaio A aliacutequota foi aquecida a 50degC por 5 minutos em seguida colocada em repouso

por 30 minutos Apoacutes este tempo a soluccedilatildeo foi transferida para um erlenmeyer e entatildeo

foi adicionada 200 ml de aacutegua destilada 10 ml de aacutecido ortofosfoacuterico (H3PO4) e 1 ml de

difenilamina 1 (indicador) A soluccedilatildeo de SFA 025 M foi usada como titulante para a

mistura e o ponto de viragem da reaccedilatildeo foi representado pela mudanccedila de cor do verde

para o azul O mesmo procedimento foi feito sem a utilizaccedilatildeo da amostra para a

determinaccedilatildeo do branco tambeacutem em triplicata O caacutelculo da quantidade de carbono

orgacircnico foi feito pela seguinte equaccedilatildeo

119862119874 =[10 minus (1198812 times 101198811)] times 04

119901

V1 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em branco em ml

V2 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em ml

P peso da amostra em g

A quantidade de mateacuteria orgacircnica foi calculada pela seguinte equaccedilatildeo

119872119874 = 119862119874 times 1725 onde

MO = porcentagem de mateacuteria orgacircnica

CO = porcentagem de carbono orgacircnico

38

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos

As substacircncias huacutemicas podem ser definidas como poliacutemeros amorfos de

coloraccedilatildeo amarelo-marrom a preta de peso molecular relativamente alto e formado por

reaccedilotildees de siacutentese secundaacuterias bioacuteticas e abioacuteticas (BENITES MADARI E

MACHADO 2003) As substacircncias huacutemicas podem ser classificadas em trecircs fraccedilotildees

dependendo da sua solubilidade aacutecidos huacutemicos (AH) que satildeo soluacuteveis em soluccedilotildees

alcalinas mas precipitam em soluccedilotildees acidas aacutecidos fuacutelvicos (AF) que satildeo soluacuteveis em

ambas soluccedilotildees alcalinas e acidas e a humina que eacute insoluacutevel nas duas soluccedilotildees

(BENITES MADARI E MACHADO 2003 BALDOTTO E BALDOTTO 2014)As

substacircncias huacutemicas do solo possuem tamanho que permite incluiacute-las na faixa dos

coloacuteides ou seja maiores do que 250 μm exibindo caracteriacutesticas proacutepriasdestacando-

se sua elevada superfiacutecie a qual lhe confere alta reatividade Esta caracteriacutestica faz com

que a fraccedilatildeo orgacircnica do solomesmo em baixos conteuacutedos seja responsaacutevel por elevada

porcentagem da capacidade de troca catiocircnica do mesmo

Neste trabalho foram determinados os AH e AF dos sedimentos superficiais e

das seccedilotildees do testemunho O meacutetodo utilizado foi o proposto por Benites Madarie

Machado (2003) e visa a quantificaccedilatildeo das fraccedilotildees huacutemicas por meio de procedimento

simplificado e de faacutecil execuccedilatildeo

Primeiramente uma amostra de sedimento eacute pesada com conteuacutedo aproximado

de 30 mg de carbono orgacircnico entatildeo uma soluccedilatildeo diluiacuteda de NaOH eacute adicionada e

deixada em repouso por 24 h No outro dia apoacutes a centrifugaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo o

sobrenadante eacute recolhido em um copo descartaacutevel Entatildeo com a adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico (H2SO4) a 20 (vv) o pH eacute ajustado a 10 e reservado em repouso por 18 h

Apoacutes esse periacuteodo essa soluccedilatildeo eacute filtrada em membrana de 045 m sob vaacutecuo O

filtrado (AF) eacute recolhido e aferido para 50 mL enquanto que os filtros satildeo lavados com

a soluccedilatildeo de NaOH e essa soluccedilatildeo (AH) tambeacutem eacute aferida para o volume de 50 mL

Uma aliacutequota de 5 mL de cada soluccedilatildeo eacute colocada em um tubo de digestatildeo a qual satildeo

adicionados 1 mL de dicromato de potaacutessio (0042 mol L-1

) e 5 mL de H2SO4 esses

tubos satildeo levados ao bloco digestor preacute-aquecido a 150oC e deixar por 30min dentro

de capela Os conteuacutedos dos tubos satildeo transferidos para frascos erlenmeyer e 3 gotas de

indicador FERROIN satildeo adicionadas Por fim as soluccedilotildees satildeo tituladas com sulfato

ferroso amoniacal (00125 mol L-1

) sob agitaccedilatildeo A quantificaccedilatildeo dos aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos eacute feita atraveacutes da seguinte foacutermula

39

119935 = (119933119939119938119954 minus 119933119938119950)119925119930119917119912119940119952119955119955119961120783120784120786119961120787120782119938119949iacute119954119958119952119957119938 (119950119923)119961120783119953119942119956119952119941119938119938119950119952119956119957119955119938 (119944)

onde

X - mg C na forma de aacutecido huacutemico (ou fuacutelvico) por gramade sedimento

Vbaq - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo dobranco aquecido

Vam - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo daamostra

NSFAcorr - Normalidade do SFA corrigida pela equaccedilatildeo

119873119878119865119860119888119900119903119903 =119881119900119897119906119898119890 119889119890 119889119894119888119903119900119898119886119905119900 119909 119873119900119903119898119886119897119894119889119886119889119890 119889119900 119889119894119888119903119900119898119886119905119900

119881119900119897119906119898119890 119889119890 119878119865119860 119888119900119899119904119906119898119894119889119900 119899119886 119905119894119905119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119887119903119886119899119888119900 119904119890119898 119886119902119906119890119888119894119898119890119899119905119900

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

461 Reagentes e material

Os solventes hexano acetona e diclorometano foram adquiridos da Tedia Os

padrotildees utilizados para a construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo foram uma soluccedilatildeo mix de

HPAs uma soluccedilatildeo mix de biomarcadores SRM 2266 e uma soluccedilatildeo mix de alcanos (seacuterie

homoacuteloga n-C10 a n-C38 incluindo os alcanos isoprenoacuteides pristano e fitano) Os padrotildees

surrogates dos HAs e biomarcadores (triacotano-d62) e dos HPAs (naftaleno-d8

fenantreno-d10 perileno-d12 e criseno-d12) possuem pureza de 988 989

respectivamente e satildeo da AccuStandardA siacutelica (70-230 mesh) e o sulfato de soacutedio

(Na2SO4) satildeo da VETECreg enquanto que a alumina e o cobre utilizados satildeoda

MERCKreg

e da SYNTHreg respectivamente Tanto os adsorventes (siacutelicae alumina)

quanto o Na2SO4 foram ativados em estufa por 24 h agrave 250degC Por sua vez o cobre em

poacute foi ativado mediante a lavagem sucessiva em soluccedilatildeo de 01 M HCl acetona e

hexano sendo mantido sob refrigeraccedilatildeo no uacuteltimo

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental

O sedimento liofilizado foi peneirado (abertura de 2mm) para a retirada de

material grosseiro como folhas e cascalhos O procedimento descrito a seguir foi

baseado em Cavalcante e colaboradores (2008) com pequenas modificaccedilotildees (Figura

14) Adicionou-se 50microL de padratildeo surrogate (soluccedilatildeo trabalho de 100 ppm) a 20g de

sedimento peneirado que entatildeo foi submetido ao processo de extraccedilatildeo soacutelido-liacutequido

assistida por sonicaccedilatildeo em uma seacuterie de soluccedilotildees extratoras com decrescente constante

40

eluotroacutepica O volume de cada soluccedilatildeo extratora foi de 30 mL e a seacuterie de soluccedilotildees

utilizadas foi acetona acetonaDCM (11) DCM DCMHEX (11) e finalmente

HEXO extrato foi transferidopara tubos de Falcon e levado a centriacutefuga a 4000 RPM

por 30min (centriacutefuga HermLee Z 360K) As partiacuteculas de sedimento decantam no

fundo restando a fase liacutequida sobrenadante sendo esta recolhida em um balatildeo de fundo

redondo de 250 mL e rotaevaporado (Rotaevaporador FISATOM 801) ateacute atingir 1mL

(Figura 13)

Entatildeo os extratos foram purificados por cromatografia liacutequido-soacutelida usando-se

uma coluna (1 x 50 cm) preenchida com 8g de siacutelica e 4g de alumina que satildeo

adsorventes polares 2g de Cu que remove compostos sulfurados (interferentes comuns

na determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos) (CRITERIA WORKING GROUP 1998) e 1g de

Na2SO4 que elimina possiacuteveis moleacuteculas de aacutegua

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos

reduzidos a 1 mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG

Fonte Elaborado pela autora

Essa purificaccedilatildeo (clean-up) foi obtida atraveacutes da eluiccedilatildeo sucessiva por 40 mL de

HEX que resultou na fase 1 (F1) e 24 mL HEXDCM (31) (ԑdeg=008) 30 mL de

HEXDCM (ԑdeg=06) e 15 mL de HEXDCM (12) (ԑdeg=021) que resultaram na fase 2

(F2) A F1 corresponde aos hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e a F2 corresponde aos

hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs)

Esse eluato foi rotaevaporado ateacute a reduccedilatildeo do seu volume para ~1 ml (Figura

13) Entatildeo esse volume foi transferido para vials de 4 mL atraveacutes de criteriosa limpeza

41

do balatildeo original com uma mistura de solvente HEXDCM (11) As amostras foram

entatildeo reduzidas para 1ml usando-se nitrogecircnio gasosoCom o auxilio de uma pipeta

automaacutetica 05 mL do eluato foi transferido para vials de 2 mL e entatildeo foram secas por

nitrogecircnio a fim de enviar essa aliacutequota para anaacutelise no Organic Geochemistry

Laboratory (Woods Hole MA EUA) As aliacutequotas foram acondicionadas em caixas

teacutermicas e enviadas para o exterior

A etapa de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos hidrocarbonetos foi baseado no

meacutetodo de Oliveira (2016)

A fraccedilatildeo F1 (HA) contendo n-alcanos isoprenoacuteides e biomarcadores foi

analisada no cromatoacutegrafo gasoso (modelo Agilent 7890A) acoplado a detector por

ionizaccedilatildeo por chama (CG-DIC) sendo os niacuteveis quantificados atraveacutes de um CG

acoplado a um espectrocircmetro de massa (CG-EM) A fraccedilatildeo F2 (HPAs) foi analisada

noCG-EMas condiccedilotildees de anaacutelise do equipamento podem ser visualizadas naTabela 3

O gaacutes heacutelio foi utilizado como a fase moacutevel com o fluxo na coluna de 13

mLmin A temperatura do injetor foi 300degC e o volume injetado foi de 2μl no modo

splitless A temperatura da interface (EM) foi 300degC

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM

Fase Moacutevel (Gaacutes de arraste) Heacutelio

Vazatildeo na coluna 13 mLmin

Temperatura do injetor 300 degC

Detector EM

Temperatura do detector 300 degC

Temperatura da interface 300 degC

Temperatura inicial 50 degC

Volume de injeccedilatildeo 2 microL

Modo de injeccedilatildeo Splitless

Modo de detecccedilatildeo (EM) SIM

Fonte Elaborada pela autora

Os marcadores moleculares de interesse foram identificados com base no tempo

de retenccedilatildeo e na razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado (Apecircndice A B e C) Aleacutem disso

as identidades dos compostos foram confirmadas pelo uso da biblioteca National

Institute of Standards and Technology 05 (NIST05)

42

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

463 Controle de Qualidade

Todas as etapas realizadas em laboratoacuterio foram acompanhadas por

procedimentos criteriosos de controle de qualidade A fim de eliminar problemas de

contaminaccedilatildeo foram analisados brancos da coluna e dos solventes usados na etapa de

extraccedilatildeo A limpeza de vidrarias foi um dos focos na preparaccedilatildeo do material usado em

43

todas as etapas de determinaccedilatildeo dos analitos de interesse Primeiramente as vidrarias

foram deixadas em banho de detergente (extran a 20 vv) por pelo menos 12 horas

sendo em seguida abundantemente enxaguada em aacutegua corrente aacutegua destilada e entatildeo

colocada em banho de aacutecido niacutetrico (HNO3 a 5vv) por 12 horas Em seguida as

vidrarias foram novamente enxaguadas em aacutegua corrente aacutegua destilada e por fim

mantidas em estufa a 200degC por um periacuteodo de no miacutenimo 12 horas

A quantificaccedilatildeo dos analitos foi realizada usando uma curva de calibraccedilatildeo de

cinco pontos pelo meacutetodo do padratildeo interno Baseado na curva de calibraccedilatildeo a faixa de

trabalho variou de 0-5000 ppb para os HPAs e os HAs e de 0-1324 ppm para os

biomarcadores com R2 de 09783 a 09999 para os HPAs (APEcircNDICE A) 09351 a

09941 para os biomarcadores (APEcircNDICE B) e 09873 a 09999 para os alcanos

(APEcircNDICE C)O limite de detecccedilatildeo variou de 0538 ndash 8579 ngg-1

para os

biomarcadores 2155 ndash 6147 ngg-1

para os n-alcanos e 7214 ndash 9597 ngg-1

para os

HPAs Os limites de quantificaccedilatildeo variaram de 1631 ndash 25997 ngg-1

para os

biomarcadores 6531 ndash 18628 ngg-1

para os n-alcanos e 21860 ndash 29082 ngg-1

Esses

paracircmetros foram calculados pela anaacutelise da injeccedilatildeo do branco de coluna (n=9) que daacute

origem a razatildeo de sinal-ruiacutedo (SN) de 3 e 10

A eficiecircncia do meacutetodo de extraccedilatildeo dos compostos do sedimento foi avaliada

atraveacutes do estudo de recuperaccedilatildeo de padrotildees surrogates relacionando-se a quantidade

de padratildeo adicionado no iniacutecio do procedimento com a quantidade extraiacuteda e

quantificada ao teacutermino do processo (IUPAC 2002)

Os padrotildees surrogates satildeo substacircncias que possuem natureza semelhante ao do

analito de interesse (especialmente Kow e Koc) de modo que apresentam tempo de

retenccedilatildeo diferente doanalito investigado (RIBANI et al 2004) Neste trabalho foram

utilizados versotildees dos compostos modificados isotopicamente e a adiccedilatildeo agrave amostra e

aos brancos foi feita no iniacutecio da etapa de extraccedilatildeo As concentraccedilotildees foram corrigidas

de acordo com a recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogates

Para Ribani et al(2004) os limites inferiores e superiores para recuperaccedilatildeo

sugerida pela literatura e aceita internacionalmente compreende o intervalo entre 70 a

120 Para Denoux e Wang (1998) este intervalo eacute bem aceito entre 40 a 120

enquanto que USEPA (1994) admite valores entre 30 a 115 Para este trabalho os

intervalos satisfazem as faixas sugeridas pela literatura (Tabela 4)

44

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate

Padrotildees Surrogate Meacutedia de

Recuperaccedilatildeo

Naftaleno-d8 5809

Fenantreno - d10 11576

Criseno-d12 11971

Perileno-d12 4245

Triacontane-d62 8380

Fonte Elaborada pela autora

45

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica

511 Sedimentos Superficiais

A anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais estaacute demonstrada na

Figura 15 A granulometria foi dividida em trecircs fraccedilotildees cascalho areia e finos

(lama)Os sedimentos superficiais apresentaram predominacircncia na fraccedilatildeo areia da estaccedilatildeo

ACR1 mais a montante ateacute a estaccedilatildeo ACR9 com meacutedia de 7769plusmn1448Vale ressaltar que

nas estaccedilotildees ACR 8 e ACR9 a fraccedilatildeo dos finos apresentou um destaque maior com valores

de 3476 e 4658 respectivamente Somente na estaccedilatildeo ACR10 a fraccedilatildeo dos finos

ultrapassou a fraccedilatildeo areia correspondendo a 75 da granulometriaO teor de carbono

orgacircnico (CO) apresentou-se inferior a 1 na maioria das estaccedilotildees com meacutedia de

044plusmn025 Somente a estaccedilatildeo ACR10 obteve o conteuacutedo de CO maior que 1 com valor

de 187

Com relaccedilatildeo ao potencial de acumulaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica nos sedimentos aqueles

com material mais fino em sua composiccedilatildeo (silte e argila) apresentam maior superfiacutecie de

contato permitindo um maior acuacutemulo de mateacuteria orgacircnica o qual pode ter relaccedilatildeo

dependendo da concentraccedilatildeo com fontes antroacutepicas (KARICKHOFF et al1979

TREMBLAY et al 2005 CHEN et al 2011) Jaacute sedimentos com predominacircncia de material

arenoso em sua composiccedilatildeo tendem a apresentar uma reduccedilatildeo no potencial de adsorccedilatildeo de

carbono orgacircnico dificultando o acuacutemulo de compostos orgacircnicos persistentes Nas amostras

superficiais do rio Acarauacute a CO teve uma alta correlaccedilatildeo com a fraccedilatildeo dos finos com um

coeficiente de Spearman (plt005) igual a 0903

O conteuacutedo de carbonato de caacutelcio (CaCO3) variou bastante ao longo do rio com

meacutedia de 320plusmn463 natildeo observando-se um padratildeo de variaccedilatildeo O maior valor de CaCO3 foi

relativo a estaccedilatildeo ACR10 que localiza-se no estuaacuterio do rio Acarauacute com 1556 e foi

relacionado com a presenccedila de carapaccedilas de organismos que sintetizam CaCO3

46

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais

AC

R 1

AC

R 2

AC

R 3

AC

R 4

AC

R 5

AC

R 6

AC

R 7

AC

R 8

AC

R 9

AC

R 1

0 --

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Porc

enta

gem

gra

nulo

met

ria

Finos

Areia

Cascalho

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

CO()

CaCO3 ()

Porcen

tagem

CO

e CaC

O3

Fonte Elaborado pela autoraCO= carbono orgacircnico CaCO3=carbonato de caacutelcio finos = gratildeos lt

0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm cascalho=gratildeosgt2mm

Como estudo complementar foi feita a anaacutelise granulomeacutetrica dos finos (silte+argila)

das amostras ACR8 ACR9 e ACR10 A fraccedilatildeo de silte grosso predominou entre as fraccedilotildees

finas nas trecircs estaccedilotildees como pode ser observado na

Tabela 5

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9

e ACR10 (porcentagem)

Estaccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

ACR8 279 149 053 2995 6524

ACR9 490 493 252 3424 5342

ACR10 494 313 154 6585 2454

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

512 Sedimentos do testemunho

47

O resultado da anaacutelise granulomeacutetrica do testemunho pode ser observado na Figura 16

e Tabela 6 Nota-se que do topo ateacute 30cm temos a predominacircncia da fraccedilatildeo areia com

porcentagem meacutedia de 6993plusmn1429 apoacutes essa camada a fraccedilatildeo dos finos (silte e argila)

predomina com porcentagem meacutedia de 7675plusmn1442

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar

Fonte Elaborada pelo autora finos = gratildeos lt 0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm

cascalho=gratildeosgt2mm

Alteraccedilotildees na dinacircmica deposicional dos sedimentos do rio Acarauacute ao longo do tempo

podem explicar a mudanccedila no tamanho do gratildeo depositado observada na distribuiccedilatildeo

granulomeacutetrica Isso pode ser explicado pela mudanccedila da hidrodinacircmica do estuaacuterio ou pela

entrada de material terriacutegeno com um maior teor de finos Em relaccedilatildeo a hidrodinacircmica a

alternacircncia entre camadas de sedimento mais finos e camadas de sedimento mais grossos

podem ser relacionados com periacuteodos de baixa energia e periacuteodos de alta energia

respectivamente Durante eventos de alta energia como por exemplo nas cheias do rio o

sedimento depositado no registro histoacuterico eacute caracterizado por material mais grosseiro

transportado como carga de fundo e depositado no local (MITRA et al 1999 BAacuteBEK et al

2011) Por outro lado uma possivel fonte de sedimentos finos para o local pode ser

relacionada com a construccedilatildeo de barragens e passagens secas Uma importante barragem

construiacuteda recentemente (1980-2000) eacute a barragem de Santa Rosa da qual o processo de

construccedilatildeo pode ter sido uma fonte de sedimentos finos para este local

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Porcentagem

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Finos

Areia

Cascalho

48

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho

AMOSTRAS Tipo de sedimento

0-5 cm Areia Lamosa

5-10 cm Areia Lamosa 10-15 cm Areia Lamosa

15-20 cm Areia

20-25 cm Areia 25-30 cm Areia Lamosa

30-35 cm Lama Arenosa

35-40 cm Lama 40-45 cm Lama

45-50 cm Lama

50-55 cm Lama 55-60 cm Lama Arenosa

Fonte Elaborada pela autora

Em relaccedilatildeo ao teor de carbono orgacircnico temos que do topo ateacute a profundidade de 25

cm a CO foi inferior a 1 com meacutedia de 060plusmn03 com valor miacutenimo de 017 no

intervalo de 20-25 cm (Figura 17) A partir de 25 cm houve um aumento da CO em relaccedilatildeo

as camadas superiores com meacutedia de 174plusmn04 atingindo o valor maacuteximo de 218 no

intervalo de 35-40 cm o que estaacute de acordo com o maacuteximo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos

finos

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho

Fonte Elaborada pela autora

Porcentagem

0 1 2 3 4 5 6 7

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

CO()

CaCO3 ()

Porcentagem

00 04 08 12 16

Pro

fundid

ade (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

AH ()

AF()

49

O teor de carbonato de caacutelcio apresentou um decliacutenio do topo ateacute a profundidade de 20

cm com meacutedia de 386plusmn25 (Figura 17) No intervalo de 15-30 cm foi verificada a ausecircncia

do CaCO3 Nas camadas seguintes o conteuacutedo de carbonato voltou a aumentar com meacutedia de

35plusmn108

No testemunho os aacutecidos huacutemicos (AH) variaram de nd a 009 mgg de sedimento

enquanto que os aacutecidos fuacutelvicos (AF) variaram de nd a 036 mgg de sedimento O perfil de

zig-zag dos AF representa as eacutepocas de cheias e estiagem as quais o rio Acarauacute foi submetido

Os aacutecidos huacutemicos possuem maior conteuacutedo de C e menor de O e consequentemente uma

massa maior que os aacutecidos fuacutelvicos (HUR E SCLAUTMAN 2004) e constituem os dominios

hidrofiacutelicos-hidrofoacutebicos das substacircncias huacutemicas (BALDOTTO E BALDOTTO 2014) Com

o grau de polimerizaccedilatildeo relativamente maior dos aacutecidos huacutemicos eacute possiacutevel constatar um

estaacutegio mais avanccedilado de humificaccedilatildeo Entretanto os aacutecidos fuacutelvicos conteacutem mais

agrupamentos ndash COOH por unidade de massa em relaccedilatildeo aos aacutecidos huacutemicos e juntamente

com a soma dos grupamentos fenoacutelicos caracterizam maior acidez total apresentando maior

capacidade de troca catiocircnica (CTC) que os aacutecidos huacutemicos e por sua vez contendo domiacutenios

predominantemente hidrofiacutelicos (BALDOTTO E BALDOTTO 2014)

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

A avaliaccedilatildeo dos HA tanto nos sedimentos superficiais do rio Acarauacute como no perfil

sedimentar do estuaacuterio fornece informaccedilotildees sobre o registro das entradas de contaminaccedilatildeo por

efluentes domeacutesticos ou induacutestria ou ateacute mesmo da entrada natural por plantas terrestres aleacutem

da variaccedilatildeo na predominacircncia de certas fontes ou emissotildees localizadas irregularmente

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais

A maioria dos hidrocarbonetos alifaacuteticos resolvidos consistiram na seacuterie de n-alcanos

n-C10 - n-C38 O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

nos sedimentos superficiais ao longo do curso do

rio Acarauacute com uma meacutedia de 540577 ngg-1

(Tabela 7) A concentraccedilatildeo maacutexima de n-

alcanos (843246ngg-1

) foi observada na estaccedilatildeo ACR10 enquanto que a miacutenima foi na

estaccedilatildeo ACR7 (265474 ngg-1

)

50

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute

n-alcanos (ngg-1) ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

nC10 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 3424 307

nC11 ltLD 5890 6064 1218 14309 7645 12237 2694 1526 18434

nC12 1951 7781 5894 4141 14120 12170 1718 3212 1723 15123

nC13 4886 14468 16556 4357 30059 15721 1580 4142 4192 24523

nC14 26565 26233 35804 31402 54307 2896 3808 24086 844 36334

nC15 99394 15093 5198 13974 5352 6492 23587 6499 755 13816

nC16 17427 30598 44496 73637 52651 51700 8490 45561 1148 36096

nC17 142438 11973 6196 33361 8879 13577 15288 9106 1741 9891

pristano 24510 4106 1398 4176 3650 1413 3560 780 282 1891

nC18 2340 1371 13361 27980 2394 1180 5339 15457 207 13419

fitano 12402 1923 2485 6067 444 694 2053 866 2280 4055

nC19 2310 2860 2681 5296 3695 5489 8122 3220 4702 4347

nC20 14636 6805 1150 6036 2151 1016 3899 11709 2954 7642

nC21 13008 2859 3073 4513 2290 6976 3998 3818 2187 1989

nC22 6569 3783 2747 2560 3058 2776 3567 7547 3098 3583

nC23 8881 3667 2573 4578 3898 9760 3565 4718 9975 8802

nC24 5682 1906 2475 2926 4685 9071 2470 5961 3545 1470

nC25 6469 2718 2805 4472 4207 9592 7449 6051 7351 6869

nC26 7009 4212 3310 9997 6440 12689 4166 10171 4154 27775

nC27 4279 10601 5573 9928 12071 4408 2278 16568 5390 32450

nC28 12884 9724 5993 26968 15852 20295 9397 18032 4941 80334

nC29 12785 29506 9674 29432 26932 27529 3527 46014 44705 88287

nC30 26161 77686 7527 30407 25114 19331 12801 143288 15249 73360

nC31 39329 2019 8667 40320 27357 23302 5787 174533 69600 84858

nC32 33418 24479 7488 26586 22070 15643 9006 68769 59656 46916

nC33 20722 8318 8576 27395 20880 2679 25167 83597 62714 55489

nC34 51234 9563 7115 22467 19116 5117 13680 23557 22893 35672

nC35 23685 15228 145541 12688 19927 11349 59884 40644 26372 53232

nC36 44587 109780 9787 9755 11169 7534 3956 56001 172491 51181

nC37 29061 1315 3067 37630 50413 1252 3832 2265 73385 2766

nC38 9567 ltLD ltLD ltLD ltLD 13527 1263 ltLD 13452 2333

sumAlcanos (ngg-1) 704190 446465 377274 514269 467491 322822 265474 838866 626935 843246

Fonte Elaborado pela autora ltLD= menor que o limite de detecccedilatildeo

Os perfis de n-alcanos das amostras superficiais podem ser observados na Figura 18

Na amostra ACR1 predominaram os homoacutelogos n-C15 e n-C17 Na estaccedilatildeo ACR2

predominaram os alcanos n-C30 e n-C36 Na ACR3 ACR6 e ACR7 predominou o alcano n-

C35 Nas estaccedilotildees ACR4 e ACR5 predominou o homoacutelogo n-C16 Na ACR9 houve a

presenccedila de n-alcanos com peso molecular maior com destaque para a alta concentraccedilatildeo de n-

C36 Nas estaccedilotildees ACR8 e ACR10 houve uma maior concentraccedilatildeo dos n-alcanos com peso

molecular maior sem predominacircncia de iacutempares ou pares

51

Fonte Elaborada pela autora

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR1

n-alcanos

ACR2

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR3

n-alcanos

ACR4

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR5

n-alcanos

ACR 6

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR7

n-alcanos

ACR8

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR9

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

n-alcanos

ACR10

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

52

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio Acarauacuteem ngg-1

n-alcanos (ngg-1) 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

nC10 ltLD 405 678 063 548 2514 1156 1464 623 549 069 243

nC11 ltLD 2705 13191 319 470 28398 9705 19712 ltLD 2478 6781 1422 nC12 ltLD 2823 2513 861 3139 4583 1187 365 2799 ltLD 2701 854

nC13 ltLD 625 1245 793 1961 1793 1215 1742 1103 1904 1976 1272

nC14 1434 1121 4093 1077 2019 2224 734 1880 1817 24924 2558 792 nC15 2658 3286 8452 4383 12533 12717 3252 9060 7736 4238 10333 9228

nC16 4929 23397 12156 3709 5982 5389 2924 4553 5464 4454 11591 10548

nC17 1837 6583 5735 6010 13641 11857 1990 5984 9530 2741 6946 11837

pristano 2559 2694 3837 961 2782 1889 1638 2346 1466 480 2840 1350

nC18 699 19312 1352 678 1012 1218 826 1247 460 554 1668 1417

fitano 658 1744 1197 246 5602 1324 378 1173 479 701 1624 1576 nC19 3749 1043 8135 3208 7058 6771 2416 5873 3701 1675 6231 7228

nC20 1226 2061 1654 1411 2138 2706 462 12819 868 908 2068 3889

nC21 2291 3702 3691 1621 2128 2580 2022 2411 2032 1165 3746 2352 nC22 1677 2326 3638 1914 3219 2061 1231 2416 2226 1034 1419 5059

nC23 1414 2469 7173 943 3505 2584 1170 3014 4234 1453 3598 3848

nC24 1088 3164 2341 761 2927 870 1370 697 1713 832 1574 4633 nC25 786 6004 3979 1896 4559 4333 635 2439 2710 620 1980 4628

nC26 1913 6277 3119 1552 2523 2364 1408 2148 1121 994 2383 3487

nC27 1634 12408 1438 1085 2284 1677 1179 3644 1949 2626 1839 5740 nC28 1462 11790 1322 832 2567 2932 1260 1579 2626 1087 897 7236

nC29 1699 26404 23058 1353 2372 4427 1610 1961 1618 1440 2245 10850

nC30 750 14993 1647 1101 3243 3106 3693 7261 1794 4019 1299 1017 nC31 3341 26952 8481 1635 1798 3038 3015 7002 3857 4242 5005 6071

nC32 2979 12723 15380 869 1656 2702 2691 2404 5916 1444 919 2117

nC33 1057 18736 38115 1339 3752 3029 977 4288 954 2445 4371 1947 nC34 1983 44912 9230 932 1088 2515 11265 13922 1239 687 5477 2957

nC35 1798 18222 2955 404 222 ltLD 215 139 1629 703 1474 636

nC36 720 58593 302 ltLD 162 458 5491 1427 1391 ltLD 4462 14808 nC37 1987 40245 673 1165 1345 540 747 2466 4168 1981 1650 9181

nC38 2504 48447 ltLD 4600 3080 ltLD 723 421 616 ltLD 2432 20103

sumAlcanos (ngg-1) 50830 426167 190778 47720 101316 122600 68585 127855 77842 72380 104155 158327

Fonte Elaborado pela autora

53

522 n-alcanos no testemunho sedimentar

O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10 - C38 variou de 47720 ngg-1

(15-20 cm) a 426167 ngg-1

(5-10 cm) nos sedimentos das seccedilotildees do testemunho com uma

meacutedia de 129046 ngg-1

(Tabela 8) A concentraccedilatildeo de n-alcanos totais foi aumentando em

direccedilatildeo ao topo com um pico na profundidade 5-10 cm

523 Biomarcadores do petroacuteleo

5231 Sedimentos superficiais

A maioria das estaccedilotildees apresentou a presenccedila da seacuterie de hopanos e esteranos As

concentraccedilotildees dos 5 hopanos e 5 esteranos identificados e quantificados nas amostras de

sedimento superficial estatildeo naTabela 9

Nas amostras de sedimento superficial a concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD

(ACR3) a 6787 μgg-1

(ACR6) com destaque para o C29-hopano (NH) (Tabela 9) As

estaccedilotildees ACR1 ACR4 e ACR6 tiveram os maiores valores de sumHop Por outro lado os

esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 2327 μgg-1

(ACR4) com destaque para o

C28αββ (SR)(Tabela 9) A estaccedilatildeo ACR4 apresentou o maior valor para sumEster com

predominacircncia dos compostos C28αββ (SR)e C29αββ (SR)

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

BIOMARCADORES ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

17α(H)-222930 - trisnorhopano 051 ltLD 040 576 519 310 411 373 252 106

17α(H)21β(H)-30-norhopano 5470 1214 ltLD 3860 2610 6787 569 3985 2387 116

17α(H)21β(H) - hopano 2420 ltLD 548 510 ltLD 2867 389 600 553 412 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 1356 1928 ltLD 2062 690 2605 ltLD 527 1066 1541

17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 1109 250 1010 2308 2049 1921 1358 307 1792 2348

ααα - colestano 044 ltLD ltLD ltLD 031 023 ltLD ltLD 143 02 αββ- colestano 061 094 ltLD 158 664 291 ltLD ltLD 284 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD ltLD 2327 ltLD 1479 ltLD ltLD ltLD 258

ααα - 20R 24R - etilcolestano 449 064 ltLD 634 104 371 ltLD 072 650 ltLD αββ - 20R 24R - etilcolestano 125 152 1156 1643 ltLD 036 ltLD 262 060 534

sumBiomarcadores 11085 3748 2757 14089 6666 16690 2737 6127 7188 5338

sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 ltLD 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

5232 Testemunho

No testemunho o somatoacuterio dos biomarcadores (sumBiomarcadores) estudados variou

de 3286 μgg-1

(45-50 cm) a 10071μgg-1

(40-45 cm) (

54

Tabela 10) A concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD a 3662 μgg-1

(30-35 cm)

com destaque similar aos sedimentos superficiais para o C29-hopano (NH) No perfil de

concentraccedilatildeo podemos observar dois picos de concentraccedilatildeo maacutexima em 10-15 cm e 40-45

cm de profundidade Por outro lado os esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 6

μgg-1

(55-60 cm) com destaque para o C29αββ (SR) O sumEster teve um maacuteximo em 10-15

cm e um miacutenimo em 15-20 cm

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

)

BIOMARCADORES 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

17α(H)-222930 - trisnorhopano 461 265 155 254 135 099 198 228 418 ltLD 316 212 17α(H)21β(H)-30-norhopano 2270 2707 2404 1950 1474 839 3662 1502 2164 741 2687 2651

17α(H)21β(H) - hopano 1238 067 1163 188 320 688 257 771 1469 409 096 1004 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 2135 286 1934 868 460 674 ltLD 1274 2454 1769 999 ltLD 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 500 104 2638 320 791 1557 1908 1505 2878 037 1797 864

ααα - colestano ltLD ltLD 050 ltLD ltLD ltLD 095 114 045 050 ltLD 021 αββ- colestano 334 415 207 041 ltLD ltLD 284 148 039 ltLD 371 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD 326 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ααα - 20R 24R - etilcolestano ltLD ltLD 044 120 ltLD 121 ltLD 034 ltLD ltLD 113 056 αββ - 20R 24R - etilcolestano 433 225 243 ltLD 220 176 205 103 596 280 242 603

sum Biomarcadores 7385 4068 9164 3790 3419 4172 6610 5679 10071 3286 6625 5428 sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747 sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos

As concentraccedilotildees individuais dos 56HPAs identificados e quantificados nos

sedimentos superficiais e no testemunho assim como as razotildees diagnoacutesticas usadas nesse

estudo para a identificaccedilatildeo das possiacuteveis fontes estatildeo na Tabela 11 e no Apecircndice A

respectivamente

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais

As concentraccedilotildees totais dos 56 HPAs (sumHPA56) analisados variaram de 42740 ngg-1

(ACR3) a 515073 ngg-1

(ACR8) (Tabela 11) nos sedimentos superficiais O somatoacuterio dos

16 HPAs prioritaacuterios da USEPA foi expresso como sumHPA16 e variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720 ngg-1

(ACR5) Em geral as concentraccedilotildees de HPAs depedem da

localizaccedilatildeo das fontes em relaccedilatildeo as estaccedilotildees como proximidade de um porto uma regiatildeo

densamente habitada ou uma regiatildeo industrial As maiores concentraccedilotildees foram observadas

em ACR4 ACR5 ACR7 ACR8 e ACR9 E as menores concentraccedilotildees foram observadas em

ACR1 ACR3 e ACR6

55

Essas concentraccedilotildees elevadas tiveram dois principais compostos responsaacuteveis a seacuterie

de naftalenos e o dibenzo(a)antraceno

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

)

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAs

2 a

neacuteis

Naftaleno 3089 417 1537 32992 ltLD 4460 ltLD 54058 ltLD 2573

2-metilnaftaleno ltLD ltLD 646 7208 ltLD 1177 ltLD 8631 ltLD 780

1-metilnaftaleno ltLD ltLD 100 4468 ltLD ltLD ltLD 7021 ltLD 464

16-dimetilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 1983

12-dimetilnaftaleno 958 1046 4177 12420 6880 992 ltLD 12257 ltLD 2237

235-trimetilnaftaleno 6178 ltLD ltLD 87821 ltLD 5936 ltLD 129316 10908 1401

Bifenil ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 676 ltLD 180 ltLD 492

3 a

neacuteis

Acenaftileno ltLD 141 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno 910 ltLD ltLD 1556 ltLD 1110 ltLD 2202 1638 336

1-metilfluoreno 281 188 078 057 084 066 077 286 108 066

Fenantreno 1460 1463 1739 1817 1462 1498 200 1407 2127 1241

Antraceno 540 464 543 502 456 1474 1112 330 503 830

Carbazole 5176 1632 2275 5096 1920 4456 1631 4190 4962 3112

9-etil-10-metilfenantreno 046 060 200 046 785 037 018 013 158 055

4 a

neacuteis

Fluoranteno 758 155 306 768 224 547 150 577 803 871

Pireno 1051 612 885 1214 331 846 222 1170 1343 1213

1-metilpireno 740 231 240 240 539 205 221 303 220 268

Benz(a)antraceno 561 354 569 1452 749 424 391 282 361 600

Trifenileno 3765 133 140 1033 372 208 179 109 149 1848

Criseno ltLD ltLD 070 1401 111 169 463 ltLD 099 784

6-metilcriseno 1764 286 294 323 847 251 628 222 494 566

6-etilcriseno 4188 257 431 371 493 232 217 741 197 341

5 a

neacuteis

Benz(b)fluoranteno 3723 935 850 1335 1103 901 542 562 825 5356

Benzo(k)fluoranteno 2198 1314 1600 1214 1891 1626 1289 1039 1413 4302

Benzo(e)pireno 2402 1576 1451 1259 1720 1234 1442 863 1285 15825

Benzo(a)pireno 2569 1942 1228 1706 1789 1825 1224 1155 1693 2581

Perileno 866 1068 2751 1234 768 433 497 675 1329 16784

Dibenzo(ah)antraceno ltLD 97858 ltLD ltLD 190387 ltLD 181447 30111 ltLD ltLD

6

an

eacuteis

Indeno(123-cd)pireno 2992 2137 2373 4330 7459 3794 5025 1046 1575 16385

Benzo(ghi)perileno 2044 3049 2444 2710 1759 1665 1220 3570 13969 2308

HPAs alquilados

sum C1-C4 naftalenos ltLD 4692 6153 137453 5202 8616 ltLD 243020 321927 9378

sum C1-C3 fluorenos ltLD 1130 1436 833 133 749 ltLD 1104 3770 8758

sum C1-C4 fenantrenos ltLD 779 1014 ltLD 1578 ltLD 418 874 1788 5429

sum C1-C4 pirenos 3116 944 4595 1863 4619 1379 1913 2635 3515 9068

sum C1-C3 crisenos 2356 ltLD 1627 490 2157 ltLD 625 3937 2283 6862

HPAs sulfurados

Dibenzotiofeno 366 823 968 730 ltLD 926 ltLD 886 305 396

46-dimetildibenzotiofeno 163 057 ltLD 193 054 ltLD ltLD 069 790 338

Dibenzofurano 108 259 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 199 ltLD ltLD

sum C1-C4 dibenzotiofenos ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 2196 1997

Paracircmetros

sum HPAs16 21929 110878 14143 52998 207720 20339 193285 97542 26349 39381

sum HPAs56 54402 126039 42740 316136 235871 47937 201161 515073 382732 127828

sum HPAs alquilados 5472 7545 14825 140639 13689 10744 2957 251570 335479 41491

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 5999 2486 3819 36868 1917 8542 1311 57997 4268 4980

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 15930 108392 10324 16130 205803 11796 191974 39545 22081 34401

Fonte Elaborada pela autora

Apesar do ΣHPA16 (14143 - 207720 ngg-1

) no rio Acarauacute estaacute abaixo dos niacuteveis

encontrados em regiotildees com intensa atividade urbana ou ateacute mesmo atividade portuaacuteria como

as cidades de Montevideo e Xinxiang os niacuteveis encontrados estatildeo proacuteximos de aacutereas urbanas

e rurais como o Rio Durance (Franccedila) e a regiatildeo metropolitana de Curitiba (

56

Tabela 12) Segundo Benlahcer e colaboradores (1997) os sedimentos com ΣHPAs ateacute

250 ngg-1

satildeo considerados como levemente poluiacutedos entre 250 e 2000 ngg-1

satildeo

considerados moderadamente poluiacutedos e acima de 2000 ngg-1

satildeo considerados altamente

poluiacutedos Desta forma podemos classificar os sedimentos das estaccedilotildees ACR1 ACR3 e ACR6

como levemente poluiacutedas e a estaccedilatildeo ACR 5 como altamente poluiacuteda ficando o restante

classificado como moderadamente poluiacutedo

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo

nos uacuteltimos cinco anos

Local Atividade Variaccedilatildeo de

sumHPAs (ngg)

ndeg de HPAs

estudados Referecircncia

Rio Iguaccedilu Curitiba Brasil Aacuterea urbana e industrial 131 - 1713 16 LEITE et al 2011 Mar Egeu Mediterracircneo Aacuterea urbana e industrial lt415 - 405 14 KUCUKSEZGIN et al 2012

Delta do Rio Amarelo China Exploraccedilatildeo de petroacuteleo

agricultura e pesca 27-753 16 YUAN et al 2014

Estuaacuterio do Rio da Prata Uruguai Aacuterea urbana e industrial 196-65501 16 VENTURINI et al 2015

Xinxiang China Aacuterea industrial 4450 - 29000 15 FENG et al 2016 Rio Cocoacute e Cearaacute Fortaleza Brasil Aacuterea urbana 3488 ndash 301716 54 OLIVEIRA 2016

Porto do Mucuripe Fortaleza Cearaacute Aacuterea portuaacuteria 6527 - 6833354 54 OLIVEIRA 2016

Baiacutea de Paranaguaacute Aacuterea urbana e portuaacuteria ltLD - 572 16 DE ABREU-MOTA et al 2014

Baia de Laranjeiras Brasil Aacuterea de conservaccedilatildeo e

recreaccedilatildeo 385 - 892 - MARTINS et al 2012

Rio Durance Franccedila Agricultura 57ndash1528 16 KANZARI et al 2015 Rio Jaguaribe Agricultura carcinicultura 069 a 375202 16 ANDRADE 2012

Rio Pacoti Carcinicultura aacuterea de

conservaccedilatildeo aacuterea urbana 119512 - 290625 16 FERNANDES 2013

Rio Acarauacute Agricultura carcinicultura 14143 - 207720 16 Presente estudo

Fonte Elaborada pela autora

Em contrapartida podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs satildeo

relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente Dessa forma esses compostos satildeo os maiores responsaacuteveis pelo

niacutevel de contaminaccedilatildeo na regiatildeo

57

Fonte Elaborada pela autora baseado em LIMA et al 2005N F Fl D e C correspondem a naftaleno fenantreno fluoreno dibenzotiofeno e criseno respectivamente

0-4 representam o nuacutemero do carbono dos grupos alquilados nas seacuteries homologas de HPAs alquilados BF a BghiP correspondem aos outros 15 HPAs prioritaacuterios pela

USEPA Atenccedilatildeo para as diferentes escalas do eixo Y

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

) ACR1

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR2

DahA0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

ACR3

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR4

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0102030405060708090

100

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR5

DahA0

1000

2000

Co

nce

ntr

accedilatildeo

(ng

g)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR6

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR7

DahA0

1000

2000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

04080

120160200240280320360400

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR8

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

1500

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR9

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

1000

2000

3000

Concentr

accediloم

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR10

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio Acarauacute

58

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho

As concentraccedilotildees individuais dos HPAs variaram de ltLD a 6181 ngg-1

enquanto que

o sumHPAs16 variou de 13197 ngg-1

(5-10 cm) a 685419 ngg-1

(35-40 cm) (Figura 20 e

Apecircndice A) A distribuiccedilatildeo dos HPAs foi dominada pelo dibenzo(ah) antraceno e pela seacuterie

de naftalenos alquilados com esses compostos correspondendo de 10-75 e 2-77 do total

de HPAs respectivamente Esse mesmo domiacutenio foi observado nos sedimentos superficiais

ao longo do curso do rio Acarauacute

Podemos observar que a concentraccedilatildeo de HPAs cresce nas camadas mais profundas do

testemunho contrariando a tendecircncia observada em outros trabalhos de uma maior

concentraccedilatildeo dos HPAs nos sedimentos superficiais que correlaciona-se com o aumento da

taxa de ocupaccedilatildeo da regiatildeo (MACHADO et al 2014) Esse padratildeo de variaccedilatildeo com um pico

de HPAs em seccedilotildees mais profundas foi observado em vaacuterios trabalhos (SUN E ZHANG

2012 DUAN et al 2015) e foi atribuido a mudanccedila na fonte de energia utilizada pela

populaccedilatildeo do local Na bacia do rio Acarauacute o uso de carvatildeo vegetal pelas induacutestrias de

cimento foi estimulado pelo Governo Federal por causa da crise internacional do petroacuteleo na

deacutecada de 70 (SEMACE 1998) Durante vinte anos essa praacutetica foi uma praacutetica comum que

devastou a caatinga na regiatildeo e que teve seu registro nos sedimentos do estuaacuterio do Acarauacute

59

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio

Acarauacute

FLTR

0 10 20 30 40 50 60

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

HPAs16

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000 8000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

NAF

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 10 20 30 40

FEN

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 5 10 15 20 25 30

CRI

0 10 20 30 40 50

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

ANT

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2 4 6 8 10 12

Pir BaA

0 5 10 15 20 25 30

BbF

0 20 40 60 80 100120140160180

BkF

0 20 40 60 80 100

BeP

0 100 200 300 400 500

BaP

0 50 100 150 200 250 300 350

PER

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 200 400 600 800

DahA

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5 IcdP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100120140

BghiP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100 120

PIR

0 10 20 30 40 50

Fonte Elaborado pela autora

60

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute

Para a determinaccedilatildeo de fontes dos hidrocarbonetos nos sedimentos superficiais do rio

Acarauacute foram utilizadas as razotildees diagnoacutesticas na Tabela 13

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos

sedimentos superficiais do rio Acarauacute

Hidrocarbonetos Razotildees diagnoacutesticas ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAS

sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 073 098 073 030 099 058 099 041 084 087

BaA(BaA +Cri) 094 091 089 051 087 071 046 089 078 043

IP(IP+BghiP) 059 041 049 062 081 069 080 023 010 088

FenAnt 270 315 320 362 321 102 018 426 423 150

FltrPir 072 025 035 063 068 065 067 049 060 072

Per5 aneacuteis 795 103 5364 2238 039 774 027 200 2548 5981

Alcanos

CPI (15-19) 1237 129 039 088 048 093 532 048 494 082

CPI (25-33) 081 044 122 105 113 090 103 128 197 109

n-C27+ n-C29+n-C31 56393 42127 23914 79680 66360 55239 11592 237116 119695 205595

Isoprenoacuteides

nC17Pr 581 292 443 799 243 961 429 1168 618 523

nC18Fit 019 071 538 461 539 170 260 1785 009 331

PrFit 198 214 056 069 822 203 173 090 012 047

Biomarcadores sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 010 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

Jaacute para a caracterizaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos no testemunho sedimentar do

estuaacuterio do rio Acarauacute foram utilizadas as razotildees apresentadas na Tabela 14

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o

rio Acarauacute

Razotildees diagnoacutesticas 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

sum HPAs (4-6 aneacuteis)

sum HPAs16 095 072 096 089 057 061 090 100 098 099 099 099

Per5 aneacuteis 6426 3265 7752 415 2883 583 8920 021 2970 031 073 069

BaA(BaA+Cri) 066 088 013 085 088 094 097 073 062 074 034 095

IP(IP+BghiP) 065 056 042 056 052 041 048 084 027 051 035 017

FenAnt 398 153 209 187 274 685 484 222 204 267 017 196

FltrPir 125 090 097 119 061 170 015 227 391 058 063 111

CPI (15-19) 237 049 274 483 733 691 353 385 580 175 302 400

CPI (25-33) 114 120 254 146 135 121 038 071 100 147 154 178

n-C27+ n-C29+n-C31 6673 65765 32977 4074 6455 9142 5805 12606 7424 8308 9089 22661

nC17Pr 072 244 149 625 490 628 121 255 650 571 245 877

nC18Fit 106 1107 113 276 018 092 218 106 096 079 103 090

PrFit 389 154 321 391 050 143 433 200 306 068 175 086

sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747

sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas

Os hidrocarbonetos de origem antropogecircnica no meio ambiente acabam misturando-se

com outras fontes de background presentes na aacuterea impactada

61

Os hidrocarbonetos biogecircnicos satildeo originados por processos bioloacutegicos ou na

diagecircnese primaacuteria em sedimentos marinhos recentes As fontes biogecircnicas incluem plantas

terrestres fitoplancton animais bacteacuterias e macroalgas Uma forma de medir a contribuiccedilatildeo

biogecircnica na siacutentese dos alcanos eacute o iacutendice preferencial do carbono (IPC (25-33)) que indica a

contribuiccedilatildeo relativa das fontes naturais (IPC gt1 biogecircnicoterrestre) comparada com as

fontes antropogecircnicas (IPClt1 contaminaccedilatildeo por petroacuteleo) (EGLINTON E HAMILTON

1967 ABOUL-KASSIM E SIMONEIT 1995 VOLKMAN et al1992)

Outra caracteristica das fontes biogecircnicas eacute relacionada com os hidrocarbonetos

isoprenoacuteides onde a concentraccedilatildeo de pristano eacute maior do que a de fitano sugerindo a entrada

de mateacuteria orgacircnica fitoplantocircnica e a razatildeo PriFit gt1 ( tipicamente entre 3 e 5) enquanto

que a razatildeo de PriFit lt1 indica contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (WANG E FINGAS 2003 HU et

al 2011) Em sedimentos recentes as razotildees de Prin-C17 e Fitn-C18 lt1 indicam entrada

relativamente recente de oacuteleo enquanto que valores maiores que 1 juntamente com

concentraccedilotildees altas de hidrocarbonetos sugerem a presenccedila de oacuteleo degradado

(COMMENDATORE et al 2012 WANG et al 2015)

Aleacutem disso o perileno um HPA de 5 aneacuteis apresenta a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) com um valor maior que 10 para fontes diageneacuteticas (natural

biogecircnica) desse composto (SOCLO et al 2000 WANG et al 2014)

Por outro lado a presenccedila de biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) sugere

contaminaccedilatildeo petrogecircnica pois eles satildeo constituintes comuns do petroacuteleo e seus derivados

(WANG E FINGAS 2003)

Dessa forma essas caracteriacutesticas podem ser usadas para identificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo

das fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

5411 Sedimentos superficiais

O valor do IPC (15-19) variou de 039 (ACR3) a 1237(ACR1) (Tabela 13) De acordo

com esses valores nas estaccedilotildees ACR1 (1227) ACR7 (532) e ACR9 (494) as cadeias curtas

de n-alcanos apresentaram uma forte predominacircncia de cadeias com um numero iacutempar de

carbono em relaccedilatildeo as com nuacutemero par Em ACR1 o alto valor daacute-se devido as altas

concentraccedilotildees de n-C15 e n-C17 que indicam uma possiacutevel produccedilatildeo autoacutectone da mateacuteria

orgacircnica pois tais alcanos estatildeo relacionados com a atividade planctocircnica o mesmo ocorre

em ACR7 soacute que em menor proporccedilatildeo Apesar de possuir um alto valor de IPC (15-19) a

estaccedilatildeo ACR 9 natildeo apresenta valores significativos dos compostos n-C15 e n-C17 Esse alto

valor do IPC em ACR1 pode ser relacionado com a proximidade do accedilude Araras que eacute o

62

quarto maior accedilude do Cearaacute e fica a montante desta estaccedilatildeo A construccedilatildeo de reservatoacuterios

altera a circulaccedilatildeo do sistema fluvial que antes era loacutetico e passa para uma ambiente

intermediaacuterio entre loacutetico e lecircntico devido a circulaccedilatildeo vertical e horizontal originada pela

operaccedilatildeo da barragem (MARGALEF 1983) Esses reservatoacuterios recebem o aporte do

escoamento superficial perifeacuterico lanccedilamento de efluentes das comunidades circunvizinhas

aleacutem das atividades desenvolvidas no seu interior como a piscicultura (MARGALEF 1983)

Essas atividades fornecem nutrientes para o desenvolvimneto fitoplantocircnico o que explica os

altos valores dos n-alcanos caracteristicos da comunidade fitoplantocircnica

Fonte Elaborado pela autora

O valor do IPC (25-33) variou de 044 (ACR2) a 197 (ACR9) (Figura 21) Isso

demonstra que a maioria das estaccedilotildees natildeo apresentou perfis com predominacircncia de cadeias

longas com nuacutemero de carbono iacutempar ou par o que resulta na possiacutevel fonte de derivados do

petroacuteleo A estaccedilatildeo ACR9 apresentou o maior valor de IPC indicando uma maior

contribuiccedilatildeo das plantas terrestres superiores (EGLINTON E HAMILTON 1967) o que eacute

plausiacutevel visto a proximidade com o estuaacuterio

A origem do perileno um HPA de 5 aneacuteis eacute bastante controversa Em muitos

trabalhos a origem do perileno foi encontrada como diferente dos outros HPAs

(BUDZINSKY 1997 SOCLO et al 2000 CAVALCANTE et al 2008) O perileno pode

ser introduzido no ecossistema aquaacutetico por vaacuterios processos sendo a degradaccedilatildeo de

precursores biogecircnicos a fonte predominante (GSCHWEND E HITES 1981) Segundo

Venkatesan (1988) um sistema favoraacutevel para a formaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do perileno eacute

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

2

4

6

8

10

12

14

IPC (25-33)

IPC (15-19)

Iacutend

ice

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais

63

encontrado em regiotildees aquaacuteticas com alta produccedilatildeo bioloacutegica como estuaacuterios e lagos Aleacutem

disso o perileno pode ter uma origem terrestre mas a fonte terriacutegena desse composto

permanece desconhecida O perileno tambeacutem pode ser derivado de material autoacutectone como

as diatomaacuteceas (VENKATESAN 1988) No entanto no escopo desse trabalho natildeo foi

possiacutevel determinar a origem terrestre ou autoacutectone do perileno encontrado

No entanto alguns estudos tecircm-se desenvolvido em direccedilatildeo agrave determinaccedilatildeo do caraacuteter

antroacutepico ou natural das fontes de HPAs comparando-se as concentraccedilotildees de perileno com os

demais HPAs (BAUMARD et al 1988 BUDZINSKY et al 1997 SOCLO et al 2000

WANG et al 1999 WANG et al 2014) Em relaccedilatildeo ao carater antroacutepico do perileno

estudos mostraram que esse composto pode ser produzido em processos de combustatildeo de

biomassa e combustiacuteveis foacutesseis (PAGE et al 1999 WANG et al 1999)

Na Figura 22 podemos observar que apenas as razotildees em ACR3 (5364) ACR4

(2238) ACR9 (2547) e ACR10 (5980) apresentaram a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) gt 10 indicando assim a origem natural do perileno Esse

resultado na estaccedilatildeo ACR9 e ACR10 jaacute era esperado uma vez que apresentam maior

produtividade bioloacutegica devido as suas localizaccedilotildees no estuaacuterio As estaccedilotildees ACR3 e ACR4

localizam-se antes e depois do municiacutepio de Sobral respectivamente As outras estaccedilotildees

apresentaram valores menores que 10 o que indica a fonte piroliacutetica desse HPA (PAGE et

al 1999 WANG et al 1999)

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

Per

5an

eacuteis

()

Origem

Piroliacutetica

Origem

Natural

Fonte Elaborado pela autora

Os alcanos pristano e fitano satildeo os constituintes mais comuns dos isoprenoacuteides nos

sedimentos mas as suas abundacircncias relativas variam bastante A razatildeo de pristano em

relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) (Figura 23) nos sedimentos superficiais variou de 012 (ACR9) a

64

822 (ACR5) Em sedimentos natildeo-contaminados a razatildeo PriFit eacute maior do que 1

normalmente entre 3 e 5 (STEINHAUER E BOEHM 1992) A maioria das estaccedilotildees

apresentou a a razatildeo PriFit menor ou proacuteximo a 1 indicando os derivados de petroacuteleo como

fonte de hidrocarbonetos principal Um valor alto para a razatildeo PriFit foi observado na

estaccedilatildeo ACR5 localizada antes de Santana do Acarauacute e relativamente distante dos centros

urbanos

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18

Fonte Elaborado pela autora

No que diz respeito as razotildees n-C17Pri e n-C18Fit ambos os isoprenoacuteides satildeo

degradados mais lentamente do que o seu alcano associado devido as preferecircncias

microbianas (COLOMBO et al 1989) Dessa forma razotildees menores do que 2 indicam

contribuiccedilatildeo recente de oacuteleo enquanto que valores maiores indicam resiacuteduos de oacuteleo

degradado (COLOMBO et al 1989) A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri)

variou de 243 (ACR5) a 1168 (ACR8) (Tabela 13) Em todas as estaccedilotildees foi observado que

o n-C17 predominou sobre o pristano (Figura 23) indicando contribuiccedilatildeo planctocircnica para a

mateacuteria orgacircnica (READMAN et al 2002) A razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-

C18Fit) variou de 009 (ACR9) a 1785 (ACR8) (Tabela 13) Essa razatildeo atualmente indica a

degradaccedilatildeo microbiana inicial em resiacuteduos de oacuteleo (DIEZ et al 2007) As estaccedilotildees ACR1

ACR2 ACR6 e ACR9 apresentaram as menores razotildees o que eacute indicativo da presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradado (DIEZ et al 2007) Isso acontece pois o n-C18 tende a ser

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

Raz

atildeo

Estaccedilotildees

nC17Pri

nC18Fit

PriFit

65

degradado preferencialmente em relaccedilatildeo ao fitano na degradaccedilatildeo microbiana Por sua vez as

outras estaccedilotildees com destaque para a estaccedilatildeo ACR8 demonstraram uma maior contribuiccedilatildeo

da produtividade primaacuteria na sua mateacuteria orgacircnica

A distribuiccedilatildeo dos biomarcadores do sumHop e sumEster nos sedimentos superficiais estaacute

demonstrada na Figura 24 Em estudos anteriores a presenccedila de hopanos e esteranos foi

relacionada com o material particulado proveniente da exaustatildeo do motor de caminhotildees

(ROGGE et al 1993 SCHAUER et al 2002 KLEEMAN et al 2008) Esses

biomarcadores pertencem a fraccedilatildeo de alta ebuliccedilatildeo do oacuteleo cru devido a isso natildeo satildeo

encontrados nem na gasolina nem no diesel Ao inveacutes disso eles vatildeo ser originados do oacuteleo

lubrificante (ROGGE et al 1993) Aleacutem disso Kleeman e colaboradores (2008) analisando

material particulado oriundo das emissotildees de carros movidos a diesel utilizaram o

17α(H)21β(H)-30-norhopano (NH) como um indicador de oacuteleos lubrificantes Por outro lado

Bieger e colaboradores (1996) compararam oacuteleos lubrificantes novos e usados fuligem da

descarga poeira de estradas e sedimentos da Baiacutea de Conception - Canadaacute e correlacionaram

a impressatildeo digital dos hidrocarbonetos no sedimento com os biomarcadores presentes em

oacuteleo lubrificantes utilizados em automoveis e barcos da regiatildeo Jaacute Boonyatumanond e

colaboradores (2006) encontraram uma predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 e

atribuiram essa caracteristica a poeira de estrada que apresentava mesma impressatildeo digital de

hopanos Essa poeira de estrada consiste de asfalto partiacuteculas de pneus solo partiacuteculas de

exaustatildeo vazamentos de oacuteleo e combustiacutevel e deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e estaacute diretamente

associada com o traacutefego nas rodovias (BOONYATUMANOND et al 2006) Dessa forma

como a regiatildeo do rio Acarauacute natildeo foi um local de derramento de petroacuteleo nem eacute uma regiatildeo

perto de refinarias ou industria petroquiacutemica podemos inferir que essas moderadas

concentraccedilotildees de hopano e esteranos satildeo derivadas da utilizaccedilatildeo de oacuteleos lubrificantes nos

automoacuteveis e nos barcos a motores da regiatildeo que chegam ao rio por meio do escomaento

superficial ou mesmo das poeiras das rodovias que constituem as principais vias de acesso da

regiatildeo O que ratifica essa fonte eacute a predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 em

todas as estaccedilotildees como foi citado anteriormente Podemos observar que as estaccedilotildees ACR1

ACR4 e ACR6 apresentaram as maiores concentraccedilotildees desses marcadores moleculares

especialmente os hopanos A estaccedilatildeo ACR1 fica logo apoacutes o accedilude Araras que eacute utilizado

como uma aacuterea de lazer com a presenccedila de jet-skis e barcos a motores que representam fontes

potenciais dos hopanos e esteranos Por sua vez a estaccedilatildeo ACR4 e ACR6 ficam a montante

das cidades de Sobral e Santana do Acarauacute respectivamnete

66

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e

esteranos (sumEster) nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

Conce

ntr

accedilatilde

o (gg

)

op

Ester

Fonte Elaborado pela autora

5412 Testemunho

No testemunho a maioria das amostras apresentaram valores do IPC (25-33) proacuteximos

a 1 o que sugere a contaminaccedilatildeo petrogecircnica (Tabela 14 Figura 25) Apenas a camada 10-15

cm apresentou um valor alto de IPC que significa a predominacircncia dos homoacutelogos com

carbonos impares sugerindo uma fonte de plantas terrestres superiores

Jaacute os valores do IPC (15-19) variaram de 049 (5-10 cm) a 733 (20-25 cm) (Tabela

14) Observou-se uma variaccedilatildeo do IPC (15-19) ao longo do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute

com picos nas profundidades de 20-25 cm e 45-50 cm Isso sugere uma variaccedilatildeo na origem da

mateacuteria orgacircnica com uma diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo autoacutectone em relaccedilatildeo ao topo

67

Fonte Elaborado pela autora

Por outro lado a razatildeo Per5 aneacuteis nos mostra que a maioria das seccedilotildees possuem um

caraacuteter natural da mateacuteria orgacircnica (Figura 25) o que eacute indicado pela porcentagem maior do

que 10 na razatildeo Per5 aneacuteis com possiacutevel fonte diageneacutetica do Per As altas

concentraccedilotildees de perileno tem sido relacionados com sedimentos anoacutexicos com alta

produtividade bioloacutegica (MEIRE et al 2008 WANG et al 2014)

A razatildeo de pristano em relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) variou de 050 (20-25 cm) a 433

(30-35 cm) (Tabela 14) O pristano eacute encontrado em maiores proporccedilotildees que o fitano em

sedimentos marinhos natildeo contaminados por petroacuteleo (PriFit gt1) No testemunho analisado

podemos observar uma tendecircncia de aumento na entrada de sedimentos contaminados por

hidrocarbonetos antropogecircnicos (Figura 26)

A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri) variou de 072 (topo) a 877

(base) e a razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-C18Fit) variou de 018 (20-25 cm) a 1107

(5-10 cm) (Tabela 14) Os valores dessas razotildees sugerem tanto a presenccedila de hidrocarbonetos

degradados (n-C18Fit) como a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica (n-C17Pri) ao longo

do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute No entanto as duas razotildees sugerem a presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradados nos sedimentos recentes (DIEZ et al 2007)

Em relaccedilatildeo aos biomarcadores hopanos e esteranos podemos observar na Figura 27 o

perfil desses compostos no testemunho em estudo Assim como nos sedimentos superficiais

Razatildeo

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5IPC(15-19)

IPC(25-33)

Per5aneis

0 20 40 60 80 100

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

Piroliacutetico

Nat

ural

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar

68

as concentraccedilotildees do sumBiomarcadores estaacute diretamente influenciada pela sumHop uma vez que

este representa cerca de 842 a 932 do total quantificado

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar

Oacuteleodegradado

n-C17Pri

0 2 4 6 8 10 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

n-C18Fit

0 2 4 6 8 10 12

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

PriFit

0 1 2 3 4 5

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

Contaminaccedilatildeo por Oacuteleo

Natildeo-contaminado

Oacuteleodegradado

Fonte Elaborado pela autora

Outra caracteriacutestica que assemelha-se aos sedimentos superficiais eacute a predominacircncia

do C29-hopano (NH) (Tabela 10) que pode ser utilizado para indicar atividades relacionadas

com o traacutefego de veiacuteculos na regiatildeo (KLEEMAN et al 2007 BOONYATUMANOND et al

2006)

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho

Concentraccedilatildeo (gg)

0 20 40 60 80 100120140

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

Hop

Ester

Biomar

Fonte Elaborado pela autora

69

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas

As distribuiccedilotildees de HPAs satildeo as ferramentas mais uacuteteis para a distinccedilatildeo entre fontes

piroliticas e petrogecircnicas de hidrocarbonetos Os HPAs petrogecircnicos exibem um padratildeo de

distribuiccedilatildeo em forma de sino (bell shaped) (WANG et al 1999 YUNKER et al 2015)

Por outro lado os HPAs piroliticos geralmente apresentam a distribuiccedilatildeo dos HPAs

alquilados homoacutelogos com os HPAs natildeo-substituidos mais abundantes (com o perfil de

distribuiccedilatildeo de C0-gtgtC1-gtC2-gtC3-gtC4- chamada de distribuiccedilatildeo inclinada)

Aleacutem disso entre os HPAs prioritaacuterios a predominacircncia dos HPAs de alto peso

molecular (sum HPAs (4-6 aneacuteis = Fltr Pir BaA Cri BbF BkF BaP IcdPDahA and BghiP)

sobre os HPAs de baixo peso (2-3 aneacuteis) nos processos piroliacuteticos eacute evidente em vaacuterios

trabalhos (PRAHL E CARPENTER 1983 WANG et al 1999CAVALCANTE et al 2012

ANDRADE 2012 FERNANDES 2013 FENG et al 2016)

Outras razotildees tambeacutem satildeo utilizadas para a caracterizaccedilatildeo de fontes de HPAs nos

sedimentos como FenantrenoAntraceno FluorantenoPireno

Benzo(a)Antraceno(Benzo(a)Antraceno + Criseno) e Indeno(cd)Pireno(Indeno(cd)Pireno +

Benzo(ghi)Perileno) (YUNKER et al 2002 STOGIANNIDIS E LAANE 2015)

5421 Sedimentos superficiais

Nos sedimentos superficiais foi observado a predominacircncia dos composto DahA e da

seacuterie de naftalenos alquilados Podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs

satildeo relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente O DahA eacute um HPA de alto peso molecular produto da queima

incompleta de mateacuteria orgacircnica e cuja degradaccedilatildeo eacute demorada sendo considerado um

poluente prioritaacuterio para a USEPA Segundo Levengood et al (2015) altas concentraccedilotildees de

DahA em sedimento podem ser associadas agraves estradas e ao traacutefico ferroviaacuterio Wang e

colaboradores (1999) observaram a formaccedilatildeo de DahA apoacutes a combustatildeo de diesel

juntamente com BghiP e IcdP Eacute interessante notar que a fumaccedila e as partiacuteculas de fuligem

podem ser transportadas por longas distacircncias atraveacutes da atmosfera e depositadas longe do local

de origem (CRUTZEN E ANDREAE 1990) Dessa forma fica evidente na regiatildeo o impacto

causado pelas rodovias e pelo traacutefico de veiacuteculos na regiatildeo estudada

Por sua vez o metilnaftaleno foi predominante dentre os HPAs substituiacutedos do

efluente proveniente de tratamento de esgoto na cidade Beijing China (QUIAO et al 2014)

70

Jaacute Wang e colaboradores (1999) encontraram os naftalenos alquilados como os principais

constituintes de diesel antes da combustatildeo Ambos relacionam a presenccedila desse HPA de baixo

peso molecular com contaminaccedilatildeo por derivados do petroacuteleo Na regiatildeo podemos relacionar a

presenccedila desse composto com o esgotamento sanitaacuterio deficiente em toda bacia do Acarauacute e

tambeacutem com o escoamento superficial que carreia hidrocarbonetos provenientes de atividades

relacionadas a frota veicular Nos uacuteltimos anos a frota veicular aumentou fazendo com que

os serviccedilos relacionados a manutenccedilatildeo (como oficinas postos de gasolina) acompanhessem a

demanda

Na Figura 19 os perfis dos HPAs encontrados nos sedimentos superficiais satildeo

mostrados Na maioria das estaccedilotildees os HPAs parentais com alto peso molecular incluindo o

IcdP o DahA e o BghiP predominaram sobre os HPAs de dois e trecircs aneacuteis como bifenil

acenaftileno e acenafteno Isso indica que a principal fonte de HPAs para essa regiatildeo satildeo

processos piroliacuteticos mesmo que em alguns casos o valor absoluto das concentraccedilotildees seja

pequeno (WANG et al 1999)

Nas regiotildees costeiras urbanizadas as emissotildees de motores de automoacuteveis e barcos satildeo

fontes principais de produtos de queima (BENNER et al 1989 MIGUEL et al 1998 YUNKER

et al 2002) liberando uma mistura de HPAs para diversos compartimentos (I) HPAs

inicialmente presentes no combustiacutevel (preacute-combustatildeo) (ii) HPAs formados durante a combustatildeo

(iii) HPAs acumulados nos oacuteleos lubrificantes e (iv) HPAs acumulados no sistema de exaustatildeo

(LIMA et al 2005)

Aleacutem disso a praacutetica de queimada para o preparo da terra e a utilizaccedilatildeo de lenha como

fonte de energia em olarias caieiras e uso domeacutestico constituem importantes fontes piroliticas de

HPAs No sudeste da Aacutesia Oanh e colaboradores (1999) compararam a utilizaccedilatildeo de madeira

carvatildeo mineral e carvatildeo vegetal em sistemas de aquecimento residencial e observaram que o fator

de emissatildeo de material particulado em miligramas por quilograma de combustiacutevel eacute de 51 36 e

70 para queima da madeira carvatildeo vegetal e carvatildeo mineral respectivamente Aleacutem disso o MP

que apresentou maior concentraccedilatildeo de HPAs foi o oriundo da madeira (OANH et al1999)

Os HPAs alquilados variam entre a distribuiccedilatildeo em forma de sino que caracteriza a

fonte petrogecircnica e a distribuiccedilatildeo inclinada que caracteriza a fonte pirogecircnica evidenciando e

confirmando a caracteriacutestica de muacuteltiplas fontes para a bacia do Acarauacute (Figura 19)

Em relaccedilatildeo as razotildees diagnoacutesticas vamos iniciar com a razatildeo do fenantreno sobre o

antraceno (FenAnt) que tem sido amplamente utilizada para diferenciar fontes piroliacuteticas de

petrogecircnicas nos sedimentos (GSCHWEND E HITES 1981 WANG et al 1999 GUO et al

2007) O fenantreno eacute termodinamicamente mais estaacutevel do que o antraceno e a sua

71

prevalecircncia caracteriza a origem petrogecircnica (BUDZINSKY et al 1997) Os processos que

ocorrem em altas temperaturas (800-1000K) produzem valores baixos para a razatildeo FenAnt

normalmente menores do que 5 (BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A maturaccedilatildeo

lenta da mateacuteria orgacircnica no petroacuteleo leva a valores bem maiores da razatildeo FenAnt

(BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A razatildeo FenAntgt15 eacute relacionada com

fontes petrogecircnicas e FenAntlt15 com fontes predominantemente piroliacuteticas (lt5 de acordo

com Neff et al (2005)) (BUDZINSKY et al 1997 DE LUCA et al 2005)

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos

superficiais

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1200

02

04

06

08

10

12

14

Fontes

Mistas

Petroacuteleo

Petroacuteleo

Combustatildeo

Combustatildeo

ACR1ACR10

Flt

rP

ir

FenAnt

ACR2

ACR3

ACR8

ACR5

ACR9ACR6

ACR4

ACR7

Fonte Elaborada pela autora

Similarmente a razatildeo FenAnt a razatildeo do fluoranteno sobre o pireno (FltrPir) tem

correlaccedilatildeo com a temperatura de formaccedilatildeo dos compostos (BUDZINSKY et al 1997) Nesse

caso o isocircmero mais estaacutevel termodinamicamente eacute o pireno (YAN et al 2005) O pireno eacute

mais favorecido do que o fluoranteno na formaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis Como resultado o

iacutendice FltrPirlt1 eacute utilizado para produtos petrogenicos exceto certos carvotildees e oacuteleo bruto A

razatildeo FltrPirgt1 eacute produzida por processos piroliacuteticos a temperaturas elevadas (COSTA et al

2004 SABER et al 2006) No entanto existem fontes piroliacuteticas com a razatildeo FltrPir lt1 que

satildeo representadas por oacuteleos lubrificantes usados emissatildeo de automoacuteveis e caminhotildees a diesel

e combustatildeo de gasolina e diesel (YUNKER et al 2002) Por isso um limite mais confiaacutevel

de FltrPir le 05 para fontes petrogecircnicas foi proposto por Stogiannidis e Laane (2015) Dessa

72

forma valores entre 05 e 1 satildeo representativos de fontes mistas Se FltrPirgt1 fontes

piroliacuteticas como queima de carvatildeo e biomassa satildeo provavelmente predominantes (YUNKER

et al 2002 YAN et al 2005)

Ao analisarmos a Figura 28 observamos que a maioria das estaccedilotildees apresentam-se

com influencia de fontes primaacuterias piroliticas No entanto as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e ACR8

apresentaram resultados conflitantes quanto as duas razotildees escolhidas podendo ser

classificadas tanto resultado de processo piroliticos quanto petrogenicos

Outras razotildees foram utilizadas com o objetivo de identificar as fontes de HPAs para a

bacia do rio Acarauacute com maior clareza A razatildeo de indeno(cd)pireno versuso somatoacuterio do

IcdP e BghiP(IcdP(IcdP+BghiP)) tem sido usada para a distinccedilatildeo entre as diversas fontes

piroliacuteticas de contaminaccedilatildeo nos sedimentos (YUNKER et al 2002) A Figura 29 mostra o

graacutefico dessas razotildees no qual podemos observar a predominacircncia da fonte piroliacutetica em

relaccedilatildeo a petrogecircnica A contaminaccedilatildeo por queima de biomassa foi designada para as estaccedilotildees

ACR4 ACR5 ACR6 e ACR7 Isso pode ser devido a preparaccedilatildeo da agricultura para terra

pela praacutetica de queimar as camadas superficiais do solo a fim de aumentar a quantidade de

nutrientes A queima de gasolina e diesel foi designada para as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e

ACR8 que provavelmente provecircm das emissotildees veiculares das estradas proacuteximas a esses

locais que satildeo a principal via de acesso na regiatildeo Por sua vez as estaccedilotildees ACR1 ACR9 e

ACR10 apresentaram uma multiplicidade de fontes

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

ACR1

ACR10

ACR7

ACR6

ACR9

IP(

IP+

Bg

hiP

)

BaA(BaA+Cri)

ACR8

ACR5

ACR4ACR3

ACR2

Queima

de diesel

gasolina

Petroacuteleo

Queima

de

biomassa

Fontes

MistasCombustatildeoPetroacuteleo

Fonte Elaborado pela autora

73

As quatro razotildees diagnoacutesticas utilizadas nem sempre retornaram as mesmas fontes

Isso pode ser explicado pela vaacuterias maneiras que os HPAs satildeo introduzidos no meio ambiente

de maneira tal que a assinatura caracteriacutestica de uma fonte pode ser obscurecida por outra

fonte (s) (WANG et al 1999 LIMAFARRINGTON e REDDY 2005)

5422 Testemunho

Podemos observar na Figura 30 que a tendecircncia geral no testemunho eacute a

predominacircncia de fontes piroliacuteticas como as principais responsaacuteveis pela entrada de HPAs no

estuaacuterio do rio Acarauacute

Essa tendecircncia eacute bem evidente na razatildeo de sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 na qual os

HPAs de 4 a 6 aneacuteis podem corresponder a aproximadamente 100 dos HPAs prioritaacuterios

pela USEPA principalmente na base do testemunho As razotildees FenAnt FltrPir

BaA(BaA+Cri) e IP (IP+BghiP) tambeacutem retornam na sua maioria valores que caracterizam

como fonte primaacuteria para o estuaacuterio do rio Acarauacute processos de combustatildeo

De acordo com a interpretaccedilatildeo dos valores da razatildeo FenAnt todos os registros no

testemunho sedimentar satildeo de fontes de HPAs por processo de combustatildeo uma vez que essa

razatildeo permanece FenAntlt15 da seccedilatildeo mais pronfunda a superficial

A razatildeo FltrPir indica a multiplicidade de fontes de HPAs de acordo com a

profundidade Essas fontes satildeo associadas com fontes mistas de 60 a 45 cm e de 25 a 10 cm

Os processos piroliticos satildeo as principais fontes de 35 a 45 cm 30 a 25 cm e no sedimento

superficial

Finalmente outras fontes de HPAs foram identificadas como derivadas de combustatildeo

de biomassa e carvatildeo (IPIP + BghiP) A combustatildeo de biomassa pode ser relacionada com as

queimadas para a preparaccedilatildeo da terra que ocorrem ao longo das margens dos rios onde

acontece o cultivo enquanto que a combustatildeo de carvatildeo relaciona-se com a utilizaccedilatildeo do

mesmo nas atividades do terceiro setor como churrascarias padarias e outros

estabelecimentos que utilizam essa fonte de energia

74

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o

estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do

sedimento

A relaccedilatildeo dos hidrocarbonetos do petroacuteleo com os sedimentos ainda natildeo estaacute

plenamente estabelecida apesar dos numerosos estudos existentes principalmente sobre os

HPAs (MAYER 1994 KUKKONEN E LANDRUM 1996 AHRENS E DEPREE 2004

TREMBLAY et al 2005 OPEL et al 2011) Devido a sua hidrofobicidade e estrutura

quimica estaacutevel os HPAs satildeo insoluacuteveis em aacutegua e sorvidos rapidamente pelas partiacuteculas (

KARICKHOFF et al 1979) Segundo Opel e colaboradores (2011) baseado nas observaccedilotildees

dos sedimentos de quatro rios no norte alematildeo a concentraccedilatildeo de HPAs varia entre as

diferentes classes de granulometria devido a distribuiccedilatildeo do teor de carbono orgacircnico entre os

diferentes tamanhos do gratildeo com uma leve tendecircncia a concentrar-se nas fraccedilotildees mais

grosseiras do que os OCPs e PCBs No porto de Boston e no rio Yangtze as maiores

concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas nas fraccedilotildees mais grosseiras que continham alto

teor de carbono orgacircnico (FENG E NIU 2007 WANG et al 2001) enquanto que no lago

Michigan as maiores concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas na fraccedilatildeo mais fina do

sedimento (lt63μm) (KUKKONEN E LANDRUM 1996) Dessa forma esses estudos

apontam para uma relaccedilatildeo de dependecircncia entre os HPAs e o teor de carbono orgacircnico entre

Que

ima

de d

iese

l

gaso

lina

FltrPir

0 1 2 3 4 5

HPAs (4-6 aneis) HPAs16

00 02 04 06 08 10 12

Pro

fundid

ade

(cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

FenAnt

0 3 6 9 12 15 18

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

Piroliacutetico

BaA(BaA+Cri)

00 02 04 06 08 10 12

IP(IP+BghiP)

00 02 04 06 08 10

Petro

leo

Piroliacutetico

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Que

ima

de

biom

assa

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

75

as diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas assim as maiores concentraccedilotildees de HPAs natildeo seratildeo

necessariamente encontradas nas fraccedilotildees mais finas (AHRENS E DEPREE 2004 OPEL et

al 2011) Uma vez que as fraccedilotildees mais finas do sedimento satildeo constituidas principalmente

por silte e argila a mateacuteria orgacircnica associada com essa fraccedilatildeo eacute relacionada com as

substacircncias huacutemicas adsorvidas sobre as superfiacutecies dos minerais (MAYER 1994) Jaacute uma

maior concentraccedilatildeo dos HPAs nas fraccedilotildees mais grosseiras (gt250 μm) do sedimento foi

explicada por Wang e colaboradores (2001) como resultado de uma sorccedilatildeo mais efetiva dos

HPAs ao material particulado de carvatildeo detritos vegetais e pelotas fecais nos sedimentos do

que a mateacuteria orgacircnica associada aos argilo-minerais

Os coeficientes de correlaccedilatildeo entre a fraccedilatildeo orgacircnica a fraccedilatildeo inorgacircnica e as

concentraccedilotildees dos principais marcadores moleculares orgacircnicos estudados no estuaacuterio do rio

Acarauacute estatildeo na Tabela 15

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho

Coeficiente linear de Pearson

(plt005) n=12

Fraccedilatildeo orgacircnica

Fraccedilatildeo inorgacircnica

AH () AF() CO() CaCO3() Areia Argila Silte

Fen

Ant

052

Fltr

Pir

BaA

Cri

BbF

058

BkF

BaP 059

081 060

-085

089

DahA

074

-071

075

IcdP

BghiP 068 063

Per

BeP 072 065 085

-091

093

sum C1-C4 NAF

sum C1-C3 FL

057

-059

064

sum C1-C4 FEN 071 072 072

-080

079

sum C1-C4 PIR 078 064 074

079

sum C1-C3 CRI 067

072

-079

081

sum C1-C4 DBT 074

061

sum Biomarcadores

sumAlcanos

sumHop

sumSter 062

Fonte Elaborada pela autora

No testemunho o conteuacutedo de silte e argila teve correlaccedilatildeo alta com o teor de carbono

orgacircnico e teor de aacutecido huacutemicos com coeficientes de Pearson r = 100 e r = 07

respectivamente Aleacutem disso os HPAs de alto peso molecular e a maioria dos HPAs

alquilados mostraram correlaccedilatildeo positiva com a fraccedilatildeo inorgacircnica dos finos (silte+argila) e

com o teor de carbono orgacircnico dos sedimentos do estuaacuterio do rio Acarauacute enquanto que os

alcanos e os biomarcadores natildeo apresentaram correlaccedilotildees significativas com essa fraccedilatildeo

76

granulomeacutetrica e com o teor de CO (Tabela 15) Isso indica que o tamanho do gratildeo e o

conteuacutedo de carbono orgacircnico foram determinantes somente na deposiccedilatildeo dos HPAs e que

como havia sido observado anteriormente (MAYER 1994) os HPAs estatildeo provavelmente

relacionados com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Essa baixa correlaccedilatildeo dos alcanos e biomarcadores com o teor de carbono orgacircnico

pode ser resultado da presenccedila de outro constituinte da mateacuteria orgacircnica presente nas aacuteguas do

rio Acarauacute

Essa relaccedilatildeo tambeacutem foi confirmada por uma relaccedilatildeo similar entre as concentraccedilotildees

normalizadas dos compostos analisados e o conteuacutedo de CO e finos ao longo do perfil

sedimentar no estuaacuterio (Figura 31) Esses resultados satildeo consistentes com outros estudos de

sorccedilatildeo de HPAs na mateacuteria orgacircnica e substacircncias huacutemicas que demonstram que esses fatores

satildeo muito importantes nesse processo devido a ligaccedilotildees hidrofoacutebicas e reaccedilotildees na superfiacutecie

mineral (BOWMAN ZHOU E READMAN 2002)

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborada pela autora baseado em Staniszewska et al (2011) As concentraccedilotildees normalizadas foram

calculadas como Y=(X-Xmin)(Xmax-Xmin) onde Y= concentraccedilatildeo normalizada de CO alcanos HPAs

biomarcadores ou finos X= concentraccedilatildeo detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmin=

concentraccedilatildeo miacutenima detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmax= concentraccedilatildeo maacutexima

detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos

CO

00 04 08 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5 cm

5-10 cm

10-15 cm

15-20 cm

20-25 cm

25-30 cm

30-35 cm

35-40 cm

40-45 cm

45-50 cm

50-55 cm

55-60 cm

HPAs

00 04 08 12

Alcanos

00 04 08 12

Biomarcadores

00 04 08 12

Finos

00 04 08 12

77

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais

Abaixo na Tabela 16 podemos observar os valores que correspondem agrave Diretriz de

Qualidade de Sedimento (DQS) utilizada pela agecircncia ambiental do Canadaacute (Environment

Canada) Somente os sedimentos superficiais ao longo do rio Acarauacute foram comparados com

essas diretrizes uma vez que as mesmas natildeo valem para sedimentos de testemunho avaliando

assim possiacuteveis riscos ecoloacutegicos dos HPAs na aacuterea de estudo

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999)

Sedimento marinho e estuarino Sedimento de aacutegua doce

TELsup3 PEL

4 TELsup3 PEL4

Naf 346 391 346sup1 391sup2

2-MNaf 202 201 202sup1 201sup2

Aci 587 128 587sup1 128sup2

Ace 671 889 671sup1 889sup2

Fl 212 144 212sup1 144sup2

Fen 867 544 419 515

Ant 469 245 469sup1 245sup2

Fltr 113 1494 111 2355

Pir 153 1398 53 875

BaA 748 693 317 385

Cri 108 846 571 862

BaP 888 763 319 782

DahA 622 135 622sup1 135sup2

Fonte CCME 1999sup1sup2 Valores provisoacuterios adotados dos niacuteveis para sedimento marinho uma vez que natildeo

existem dados suficientes para estabelecer esses niacuteveis para aacutegua doce sup3TEL (threshold effect level) niacutevel limite

de efeito 4PEL (probable effect level) niacutevel provaacutevel de efeito

Esses valores satildeo uacuteteis na abordagem de questotildees referentes a qualidade do sedimento

bem como no fornecimento de diretrizes qualitativas no que precisa ser feito para proteger os

organismos aquaacuteticos efetivamente (KUCUKSEZGIN et al 2012) Foram considerados dois

valores do TEL e PEL os valores referentes ao sedimento de aacutegua doce e os valores

referentes ao sedimento marinho e estuarino Das estaccedilotildees ACR1 a ACR8 os valores foram

comparados com sedimento de aacutegua doce jaacute as estaccedilotildees ACR9 e ACR10 foram comparados

com os limites para aacutegua salobro-salino jaacute que somente essas duas estaccedilotildees encontram-se no

estuaacuterio do rio Acarauacute A maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do niacutevel TEL estabelecido com

baixa probabilidade de efeitos adversos a biota No entanto algumas estaccedilotildees apresentam

valores acima dos niacuteveis especificados A estaccedilatildeo ACR4 ficou acima do TEL para o naftaleno

e 2-metilnaftalenoe ACR6 ultrapassou o TEL soacute para o naftaleno Jaacute as estaccedilotildees ACR2

ACR5 e ACR7 ultrapassaram o PEL para o DahA com um provaacutevel efeito adverso agrave biota

78

Por sua vez a estaccedilatildeo ACR8 ultrapassou o TEL para o fluoreno e DahA e o PEL para o

naftaleno e o 2-metilnaftaleno sendo uma estaccedilatildeo com muacuteltiplas fontes de efeitos adversos a

biota

6 CONCLUSAtildeO

As fontes e a distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos no rio Acarauacute a terceira maior bacia

hidrograacutefica do Estado foram descritas atraveacutes da anaacutelise dos sedimentos superficiais e do

perfil sedimentar

Nos sedimentos superficiais os padrotildees de composiccedilatildeo dos hopanos e esteranos e das

razotildees Prin-C17 Fitn-C18 e PriFit indicam contaminaccedilatildeo por petroacuteleo recente

principalmente por entrada de efluentes domeacutesticos e do escoamento superficial A

predominacircncia do Naf e dos seus alquilados em algumas estaccedilotildees confirma essa possiacutevel

contaminaccedilatildeo petrogecircnica No entanto a maioria das razotildees de HPAs indicaram que os HPAs

nos sedimentos satildeo principalmente de origem pirolitica com predominacircncia dos HPAs de alto

peso molecular que na regiatildeo foram relacionados com as queimadas para a preparaccedilatildeo da

terra uso de lenha (biomassa vegetal) e emissotildees veiculares Aleacutem disso os sedimentos

superficiais do rio Acarauacute foram considerados levemente a altamente poluiacutedos (14143 -

207720 ngg-1

) com relaccedilatildeo aos HPAs

No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o ecossistema a maioria das

estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela agecircncia ambiental canadense

com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na estaccedilatildeo ACR8 os

compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos adversos na biota

No testemunho a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica para a mateacuteria orgacircnica

diminui e aumenta a entrada de derivados do petroacuteleo das seccedilotildees mais profundas para a

superfiacutecie como pode ser visto pelo IPC e pelas razotildees dos isoprenoacuteides Em relaccedilatildeo aos

biomarcadores o sumEster manteve-se constante com baixos niacuteveis enquanto que o sumHop foi

responsaacutevel pela variaccedilatildeo dos biomarcadores ao longo do tempo marcando a presenccedila dos

derivados do petroacuteleo no registro sedimentar No que diz respeito aos HPAs predomina os

HPAs de alto peso molecular similarmente aos sedimentos superficiais indicando a

predominacircncia dos processos de combustatildeo na bacia do rio Acarauacute Aleacutem disso um pico de

concentraccedilatildeo do sumHPAs na profundidade 35-40 cm caracteriza uma mudanccedila na fonte de

energia utilizada e demonstra a interdependecircncia dos HPAs com a fraccedilatildeo granulomeacutetrica fina

do sedimento e com o teor de carbono orgacircnico

79

Esse trabalho forneceu informaccedilotildees ineacuteditas sobre a ocorrecircncia distribuiccedilatildeo e origem

dos hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute mostrando que alguns locais jaacute apresentam

contaminaccedilatildeo elevada Isso eacute um alerta devido a importacircncia estrateacutegica do rio Acarauacute para o

desenvolvimento da regiatildeo noroeste do estado

80

REFEREcircNCIAS

ABOUL-KASSIM T A T SIMONEIT B R T Lipid geochemistry of surficial sediments

from the coastal environment of Egypt 1 Aliphatic hydrocarbons - Characterization and

sources Marine Chemistry v 54 p 135ndash158 1996

AEPPLI C NELSON RK RADOVIC JR CARMICHAEL CA VALENTINE DL REDDY

CM Recalcitrance and degradation of petroleum biomarkers upon abiotic and biotic natural

weathering of Deepwater Horizon oil Environ Sci Technol v48(12)p6726ndash6734 2014

ALVES A B Estuaacuterio do rio Acarauacute ndash CE Impactos ambientais e implicaccedilotildees na

qualidade dos recursos hiacutedricos 2008 131p Dissertaccedilatildeo (Mestrado Acadecircmico em Geografia)

ndashUniversidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2008

ALVES AB PINHEIROLS ROSA M F Estuaacuterio do rio AcarauacuteCE aspectos

ambientais e condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo In Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos e Planejamento

Ambiental Editora Universitaacuteria da UFPB Joatildeo Pessoa 2010

ANDRADE M V F Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no Rio Jaguaribe ndash O

uso de hidrocarbonetos aromaacuteticos como marcadores de fontes 2012 86 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) ndash Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2012

AHRENS MJ DEPREE CV Inhomogeneous distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in different size and density fractions of contaminated sediment from Auckland

Harbour New Zealand an opportunity for mitigation Marine Pollution Bulletin 48 341-350

2004

BAacuteBEK OFAMERAM et al Geochemical traces of flood layers in the fluvial sedimentary

archive implications for contamination history analyses Catena v 87 p281-290 2011

BALDOTTO Marihus Altoeacute BALDOTTO Liacutelian Estrela Borges Aacutecidos huacutemicos Rev

Ceres Viccedilosa v 61 supl p 856-881 Dec 2014

BAUMARD P BUDZINSKI H MICHON Q GARRIGUES P BURGEOT T

BELLOCQ J Origin and Bioavailability of PAHs in the Mediterranean Sea from Mussel and

Sediment Records Estuarine Coastal and Shelf Science v47 p77ndash90 1998

BENNER B A JR GORDON G E AND WISE S A Mobile sources of atmospheric

polycyclic aromatic hydrocarbons a roadway tunnel study Environ Sci Technol v23

p1269-78 1989

BENITES V M MADARI MACHADO Extraccedilatildeo e fracionamento quantitativo de

substacircncias huacutemicas do solo um procedimento simplificado de baixo custo Rio de Janeiro

EMBRAPA 2003 Comunicado Teacutecnico

BENLAHCEN K T CHAOUI A BUDZINSKI H BELLOCQ J GARRIGUES PH

Distribution and source of polycyclic aromatic hydrocarbons in some Mediterranean coastal

sediments Mar Pollut Bull v34 p298 1997

81

BECHTEL A M WIDERA R F SACHSENHOFER R GRATZER A LUECKE AND M

WOSZCZYK Biomarkers and geochemical indicators of Holocene environmental changes in

coastal Lake Sarbsko (Poland) Organic Geochemistry v38 p1112ndash1131 2007

BIEGER T HELLOU J ABRAJANO T A Petroleum biomarkers as tracers of lubricating

oil contamination Marine Pollution Bulletin v 32 n 3 p 270ndash274 1996

BOONYATUMANOND R Wattayakorn G TOGO A TAKADAH Distribution and

origins of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in riverine estuarine and marine sediments

in Thailand Marine Pollution Bulletin v52 p942ndash956 2006

BOONYATUMANOND R et al Reconstruction of pollution history of organic contaminants in

the upper Gulf of Thailand by using sediment cores First report from Tropical Asia Core

(TACO) project Marine Pollution Bulletin v 54 n 5 p 554ndash565 2007

BOWMAN JC ZHOU JL READMAN JW Sedimentndashwater interactions of natural

oestrogens under estuarine conditions Marine Chemistry Volume 77 Issue 4 Pages 263-276

2002

BUDZINSKI H et al Evaluation of the sediment contamination by PAHs in the Gironde

estuary Marine Chemistry v 58 n 1 p 85ndash97 1997

BUREAU OF RECLAMATION Final environmental assessment Animas-La Plata Project

Ridges Basin Dam and Reservoir pre-construction facilities relocation (Appendix A Petroleum

Products Spill Analysis) United States Department of the Interior Bureau of Reclamation Upper

Colorado Region 2002

CAMARGO OA MONIZ AC JORGE JA VALADARES JMAS Meacutetodos de Analise

Quiacutemica Mineraloacutegica e Fiacutesica de Solos do Instituto Agronocircmico de Campinas Campinas

Instituto Agronocircmico 2009 77 p (Boletim teacutecnico 106 Ediccedilatildeo revista e atualizada)

CANADIAN COUNCIL OF MINISTERS OF THE ENVIRONMENT (CCME) Canadian

sediment quality guidelines for the protection of aquatic life Polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) In Canadian environmental quality guidelines 1999 Canadian Council of Ministers of

the Environment Winnipeg 2002

CAVALCANTE RM LIMA DM CORREIA LM NASCIMENTO RF Teacutecnicas de

extraccedilotildees e procedimentos de clean-up para a determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos policiacutelicos

aromaacuteticos (hpa) em sedimentos da costa do Cearaacute Quiacutemica Nova V31 n 6 p1371-1377

2008

CHEN J L WONG MHTAMNF Modeling sorption and biodegradation of phenanthrene

in mangrove sediment slurry Journal of Hazardous Materials v 190 n 1-3 p 409ndash415

2011

COGERH ndash COMPANHIA DE GESTAtildeO DE RECURSOS HIDRICOS DO ESTADO DO

CEARAacute PLANO DE GERENCIAMENTO DAS AacuteGUAS DA BACIA DO ACARAUacute -

Relatoacuterio de fase 1 (RF1) - Bacia do Acarauacute 2010 Disponivel em

lthttpportalcogerhcombrcomponentphocadownloadcategory35tmpl=componentampprint=1

gt Acesso em Jan 2016

82

COLOMBO JC PELLETIER E BROCHU C KHALIL M Determination of hydrocarbon

sources using n-alkane and polyaromatic hydrocarbon distribution indexes Case study Rio de

La Plata Estuary Argentina Environ Sci Technol v 23p 888ndash894 1989

COLOMBO JC CAPPELLETI N SPERANZA E MIGOYA MC LASCI J

SHORUPKA CNVertical fluxes and organic composition of settling materialfrom the sewage

impacted Buenos Aires coastal area Argentina Organic Geochemistry v38 p 1941-1952

2007

COMMENDATORE MG ESTEVES JL COLOMBO JC Hydrocarbons in coastal

sediments of Patagonia Argentina levels and probable sources Marine Pollution Bulletin

v40 p989ndash998 2000

COSTA HJ WHITE KA RUSPANTINI JJ Distinguishing PAH background and MGP residues

in sediments of a freshwater creek Environ Forens v5 p171ndash182 2004

CRITERIA WORKING GROUP Analysis of Petroleum Hydrocarbons in Environmental Media Total Petroleum Hydrocarbon Criteria Working Group Series - Volume 1 Amherst 1998

CRUTZEN PJ ANDREAE MO Biomass Buriing in the TropicsImpact on Atmospheric

Chemistry and Biogeochemical Cycles Science v250 p 1679-1678 dez1990

DE ABREU-MOTA M A et al Sedimentary biomarkers along a contamination gradient in a

human-impacted sub-estuary in Southern Brazil A multi-parameter approach based on spatial

and seasonal variability Chemosphere v 103 p 156ndash163 2014

DE ANDRADE S J et al Contribution of sugar-cane harvesting season to atmospheric

contamination by polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in Araraquara city Southeast

Brazil Atmospheric Environment v 44 n 24 p 2913ndash2919 2010

DE LUCA G et al Nature distribution and origin of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs)

in the sediments of Olbia harbor (Northern Sardinia Italy) Marine Pollution Bulletin v 50 p

1223ndash1232 2005

DENOUX G WANG B Quantitative determination of polynuclear aromatic

hydrocarbons by gas chomatografymass spectrometry using the selected in monitoring

mode Geochemical and Environmental Research Group v 3 p 2 ndash 28 1998

DeWITT TH OZRETICH RJ SWARTZ RC LAMBERSON JO SCHULTZ DW

DITSWORTH GR JONES JKP HOSELTON L SMITH LM The influence of organic

matter quality on the toxicity and partitioning of sediment associated fluoranthene Environ

Toxicol Chem 11197ndash2081992

DIEZ S JOVER E BAYONA J M ALBAIGES J Prestige Oil Spill III Fate of a Heavy

Oil in the Marine Environment Environmental Sci Technol v41 p3075-82 2007

DONLAN MC DOUGLAS G MACDONALD DD An Evaluation of the Composition

and Potential Environmental Fate and Toxicity of Heavy Venezuelan Crude Oil Released into

the Delaware River During the MT ATHOS I Oil Spill Aquatic Technical Work Group for

ATHOS I Spill 2005

DUAN X LIU J ZHANG D YIN P LI Y LI X An assessment of human influences on

83

sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in the estuarine and coastal sediments of China

Marine Pollution Bulletin v97 p309ndash318 2015

EGLINTON G HAMILTON R J Leaf Epicuticular Waxes Science v 156 n 3780 p

1322ndash1335 1967

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAS AGROPECUAacuteRIAS ndash EMBRAPA Agroinduacutestria

Tropical Contexto geoambiental das bacias hidrograacuteficas dos rios Acarauacute Curu e baixo

Jaguaribe ndash estado do Cearaacute Fortaleza 52p Documentos 101 2005

FENG J-L NIU J-F Study on the grain-size distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in Yangtze river sediment Huan Jing Ke Xue 28 (7) 1573-1577 2007

FENG J et al Distributions and potential sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in

surface sediments from an emerging industrial city (Xinxiang) Environmental Monitoring and

Assessment v 188 n 1 p 1ndash14 2016

FERNANDES GM Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no estuaacuterio do rio

Pacoti atraveacutes do uso de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos como marcadores de

fontes 2013 Monografia (Curso de Oceanografia) Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2013

GROSSI V et al Burial exportation and degradation of acyclic petroleum hydrocarbons

following a simulated oil spill in bioturbated Mediterranean coastal sediments Chemosphere v

48 n 9 p 947ndash954 2002

GSCHWEND P M HITES R A Fluxes of polycyclic aromatic hydrocarbons to marine and

lacustrine sediments in the northeastern United States Geochimica et Cosmochimica Acta v

45 p 2359ndash2367 1981

GUO W et al Distribution of polycyclic aromatic hydrocarbons in water suspended particulate

matter and sediment from Daliao River watershed China Chemosphere v 68 p 93ndash104

2007

HARJI G YVENAT A NARAYAN B B Sources of hydrocarbons in sediments of the

Mandovi estuary and the Marmugoa harbor west coast of India Environment International

34 2008

HU L et al Temporal trends of aliphatic and polyaromatic hydrocarbons in the Bohai Sea

China Evidence from the sedimentary record Organic Geochemistry v42 p1181ndash1193

2011

HUR J SCHLATMAN MA Influence of Humic Substance Adsorptive Fractionation on

Pyrene Partitioning to Dissolved and Mineral-Associated Humic Substances Environ Sci

Technol v38 p5871-5877 2004

IBGEa 2010 ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Seacuteries Estatiacutesticas Seacuteries

Histoacutericas e Estatiacutesticas Disponivel em

httpseriesestatisticasibgegovbrlista_temaaspxop=1ampno=6ampnome=municipios Acesso em

Jan 2016

84

IBGEb 2015ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica CidadesDisponivel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=230020ampsearch=ceara|acarau

Acesso em Jan 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2013 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio 2013 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2013aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Recursos Naturais e Meio Ambiente 2014 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014territoriorecursoshtmgt Acesso

em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio2014 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2015 2015 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2015aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IRWIN RJ VANMOUWERIK M STEVENS L SEESE MD BASHAM W

Environmental Contaminants Encyclopedia Alkanes National Park Service Water

Resources Division Fort Collins Colorado Distributed within the Federal Government as an

Electronic Document 1997

IUPAC Use of the terms ldquorecoveryrdquo and ldquoapparent recoveryrdquo in analytical procedures Pure and

Applied Chemistry v 74 p 2201 ndash 2205 2002

KANZARI F et al Distribution and risk assessment of hydrocarbons (aliphatic and PAHs)

polychlorinated biphenyls (PCBs) and pesticides in surface sediments from an agricultural river

(Durance) and an industrialized urban lagoon (Berre lagoon) France Environmental

Monitoring and Assessment v 187 n 9 2015

KARICKHOFF S W BROWN D S SCOTT T A Sorption of hydrophobic pollutants on

natural sediments Water Research v 13 n 3 p 241ndash248 1979

KHALILI N R SCHEFF P A HOLSEN T M PAH source fingerprints for coke ovens

diesel and gasoline engines highway tunnels and wood combustion emissions Atmospheric

Environment v29 i 4 p 533-542 1995

KLEEMAN MJ RIDDLE SG ROBERT MA JAKOBER CA Lubricating Oil and Fuel

Contributions To Particulate Matter Emissions from Light-Duty Gasoline and Heavy-Duty

Diesel Vehicles Environ Sci Technol v42 p235ndash242 2008

KOWALSKA M GUumlLER H COCKE D L Interactions of clay minerals with organic

pollutants Science of The Total Environment v 141 n 1 p 223ndash240 1994

85

KUCUKSEZGIN F PAZI I GONUL L T Marine organic pollutants of the Eastern Aegean

Aliphatic and polycyclic aromatic hydrocarbons in Candarli Gulf surficial sediments Marine

Pollution Bulletin v 64 n 11 p 2569ndash2575 2012

KUKKONEN J LANDRUM PF Distribution of organic carbon and organic xenobiotics

among different particle-size fractions in sediments Chemosphere 32 1063-1076 1996

LAMAS F IRIGARAY C OTEO C CHACON J Selection of the most appropriate method

to determine the carbonate content for engineering purposes with particular regard to

marls Engineer geol v 81 p 32-41 2005

LEITE N F PERALTA-ZAMORA P GRASSI M T Distribution and origin of polycyclic

aromatic hydrocarbons in surface sediments from an urban river basin at the Metropolitan

Region of Curitiba Brazil Journal of Environmental Sciences v 23 n 6 p 904ndash911 2011

LEVENGOOD J M et al Polyaromatic hydrocarbons and elements in sediments associated

with a suburban railway Environmental Monitoring and Assessment v 187 n 8 2015

LIMA SF SILVA FILHO WF PINHEIRO RD FREIRE GSS MAIA LP

MONTEIRO LHU ndash ANASED - Programa de anaacutelises classificaccedilatildeo e arquivamento de

paracircmetros metodoloacutegicos Anais do VIII Congresso da Associaccedilatildeo Brasileira de Estudos do

Quaternaacuterio (ABEQUA) CD-ROM p 458-459 Mariluz Imbeacute RS Brasil 2001

LIMA A L C FARRINGTON J W REDDY C M Combustion-Derived Polycyclic

Aromatic Hydrocarbons in the EnvironmentmdashA Review Environmental Forensics v 6 n 2

p 109ndash131 2005

LORGEOUX C et al Temporal trends of persistent organic pollutants in dated sediment cores

Chemical fingerprinting of the anthropogenic impacts in the Seine River basin Paris Science of

the Total Environment v 541 p 1355ndash1363 2016

MACHADO K S et al Sedimentary record of PAHs in the Barigui River and its relation to the

socioeconomic development of Curitiba Brazil Science of the Total Environment v 482-483

n 1 p 42ndash52 2014

MAI B-X et al Chlorinated and polycyclic aromatic hydrocarbons in riverine and estuarine

sediments from Pearl River Delta China Environmental pollution (Barking Essex  1987) v

117 p 457ndash474 2002

MARGALEF R Limnologia Editora Omega Barcelona p 1100 1983

MARTINS C C et al Multi-molecular markers and metals as tracers of organic matter inputs

and contamination status from an Environmental Protection Area in the SW Atlantic (Laranjeiras

Bay Brazil) Science of the Total Environment v 417-418 p 158ndash168 2012

MASCLET P et al Emissions of polycyclic aromatic hydrocarbons by savanna fires Journal

of Atmospheric Chemistry v 22 n 1-2 p 41ndash54 1995

MAYER LM Relationship between mineral surfaces and organic carbon concentrations in soils

and sediments Chemical Geology 114 347-363 1994

MECHLIŃSKA A et al Evolution of models for sorption of PAHs and PCBs on geosorbents

TrAC - Trends in Analytical Chemistry v 28 n 4 p 466ndash482 2009

86

MEIRE R O et al Polycyclic aromatic hydrocarbons assessment in sediment of national parks

in southeast Brazil Chemosphere v 73 n 1 SUPPL p 180ndash185 2008

MIGUEL AH KIRCHSTETTER TW HARLEY RA On-Road Emissions of Particulate

Polycyclic Aromatic Hydrocarbons and Black Carbon from Gasoline and Diesel Vehicles

Environ Sci Technol v32 p450-455 1998

MITRA S DICKHUT RM KUEHL SAKIMBROUGH KL Polycyclic aromatic

hydrocarbon (PAH) source sediment deposition patterns and particle geochemistry as factors

influencing PAH distribution coefficients in sediments of the Elizabeth River VA USA

Marine Chemistry v66 p113ndash127 1999

NASCIMENTO FRCUNHA SB SOUZA MJ CRUZMLB Diagnoacutestico Geoambiental

da bacia hidrograacutefica semi-aacuterida do Rio Acarauacute subsiacutedios aos estudos sobre desertificaccedilatildeo

Boletim Goiano de Geografiav 28n1 p41-62janjun 2008

NEFF J M STOUT S A GUNSTER D G Ecological risk assessment of polycyclic

aromatic hydrocarbons in sediments identifying sources and ecological hazard Integrated

environmental assessment and management v 1 n 1 p 22ndash33 2005

PEREIRA NETTO A D CUNHA I F REGO E C P Polycyclic aromatic hydrocarbons

in street dust of Niteroacutei City RJ Brazil Bulletin of Environment Contamination and

Toxicology v72 p829 2004

OANH NTK REUTERGARDH LB DUNG NT Emission of polycyclic aromatic

hydrocarbons and particulate matter from domestic combustion of selected fuels

Environmental Science and Technology v33 p2703ndash2709 1999

OLIVEIRA AHB Diagnoacutestico da contribuiccedilatildeo de fontes de poluiccedilatildeo na costa de Fortaleza

usando marcadores moleculares de petroacuteleo e cromatografia bidimensional abrangente

2016 Tese (Doutorado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) - Instituto de Ciecircncias do Mar

Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2016

OPEL O PALM W-U STEFFEN D RUCK W K Inside-sediment partitioning of PAH

PCB and organochlorine compounds and inferences on sampling and normalization methods

Environmental Pollution v159 i4 p 924ndash931 2011

PAGE D S BOEHM P D DOUGLAS G S BENCE A E BURNS W A

MANKIEWICZ P J The Natural Petroleum Hydrocarbon Background in Subtidal Sediments

of Prince William Sound Alaska Environmental Toxicology and Chemistryv15(8) p1266-

1281 1996

PAGE DS DOUGLAS GS BENCE AE BURNS WA MANKIEWICZET PJ

Pyrogenic PAHs in sediments record past human activity a case study in Prince William Sound

Alaska Marine Pollution Bulletin v38 p 247ndash260 1999

PEREIRA NETTO AD SISINNO CL MOREIRAJC ARBILLAG DUFRAYER MC

Polycyclic aromatic hydrocarbons in leachate from a municipal solid waste dump of Niteroi

City RJ Brazil Bulletin of Environmental Contamination and Toxicologyv68 pp 148-

154 2002

87

PEREZ-FERNANDEZ B VINtildeAS L AacuteNGELES FRANCO M BARGIELA J PAHs in

the Riacutea de Arousa (NW Spain) A consideration of PAHs sources and abundance Marine

Pollution Bulletin 2015

PETERS K E MOLDOVAN J M The Biomarker Guide Interpreting molecular fossils in

petroleum and ancient sediments New York Englewood Cliffs e Prentice Hall 1993

PRAHL F G CARPENTER R Polycyclic aromatic hydrocarbon(PAH)-phase associations in

Washington coastal sediment Geochimica et Cosmochimica Acta v47(6) p1013ndash1023

1983

PRINCE RCELMENDORF DLLUTE JR17 alphaH-21betaH-hopane as a conserved

internal marker for estimating the biodegradation of crude oil Environmental Science amp

Technologyv28 (1) pp142-145 1994

QUIAO M et al Occurrence behavior and removal of typical substituted and parent polycyclic

aromatic hydrocarbons in a biological wastewater treatmentplant Water Research v 52 p 11ndash

19 2014

RAVINDRA K SOKHI R VAN GRIEKEN R Atmospheric polycyclic aromatic

hydrocarbons Source attribution emission factors and regulation Atmospheric Environment

v 42 n 13 p 2895ndash2921 2008

READMAN J W et al Petroleum and PAH contamination of the Black Sea Marine Pollution

Bulletin v 44 p 48ndash62 2002

RIBANI M et al Validaccedilatildeo em meacutetodos cromatograacuteficos e eletroforeacuteticos Quiacutem Nova Satildeo

Paulo v 27 n 5 p 771-780 Oct 2004

ROGGE W F et al Sources of fine organic aerosol 2 Noncatalyst and catalyst-equipped

automobiles and heavy-duty diesel trucks Environmental Science amp Technology v 27 n 4

p 636ndash651 1993

SABER D MAURO D SIRIVEDHIN T Environmental forensic investigation in sediments

near a former manufactured gas plant site Environ Forens v7 p65ndash75 2006

SAHA M TOGO A MIZUKAWA K MURAKAMI M TAKADA H ZAKARIA M H

CHIEM N CACH TUYEN B PRUDENTE M BOONYATUMANOND R SARKAR S

BHATTACHARYA B MISHRA P SEANG TANA T Sources of sedimentary PAHs in

tropical Asian waters Differentiation between pyrogenic and petrogenic sources by alkyl

homolog abundance Marine Pollution Bulletin v 58 n 2 p 189ndash200 2009

SCHAUER JJ KLEEMAN MJ CASS GR SIMONEIT BRT Measurement of

emissions from air pollution sources 5 C-1ndashC-32 organic compounds from gasoline-powered

motor vehicles Environ Sci Technol v36 i6 p1169ndash1180 2002

SILVA F S CRISTALE J ANDREacute PA SALDIVA PHN MARCHI M RR PM25

and PM10 The influence of sugarcane burning on potential cancer risk Atmospheric

Environment v 44 n 39 p 5133ndash5138 2010

SILVA FE Araras eacute o 28deg accedilude a sangrar no Cearaacute Diaacuterio do Nordeste Fortaleza 1deg abr de

2003 Regional

88

SIMONEIT B R T et al Molecular marker study of extractable organic matter in aerosols

from urban areas of China Atmospheric Environment Part A General Topics v 25 n 10 p

2111ndash2129 1991

SOCLO H H GARRIGUES P EWALD M Origin of polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) in coastal marine sediments Case studies in Cotonou (Benin) and Aquitaine (France)

Areas Marine Pollution Bulletin v 40 n 5 p 387ndash396 2000

STEINHAUER MS BOEHM PD The composition and distribution of saturatedand aromatic

hydrocarbons in nearshore sediments river sediments and coastal peat of Alaskan Beaufort Sea

implications for detecting anthropogenic hydrocarbon inputs Mar Environ Res v33 p223ndash

53 1992

STOGIANNIDIS E LAANE R Source characterization of polycyclic aromatic

hydrocarbons by using their molecular indices an overview of possibilities DMWhitacre

(Ed) Reviews of Environmental Contamination and Toxicology vol 234 pp49-133 2015

SUCUPIRA P A P Indicadores de degradaccedilatildeo ambiental dos recursos hiacutedricos

superficiais no meacutedio e baixo vale do rio Acarauacute ndash CE 2006 242 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Geografia) ndash Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006

SUGUIO K Introduccedilatildeo a sedimentologia Satildeo Paulo Ed Edgard Blucher EDUSP 317 p

1973

SUN L ZHANGS History of Fuel Consumption Inferred from Polycyclic Aromatic

Hydrocarbons in Sediments from the South Lianhuan Lake Northeast China Bull Environ

Contam Toxicol v88 p1027ndash1032 2012

TOLOSA I MESA-ALBERNAS M ALONSO-HERNANDEZ C M Inputs and sources of

hydrocarbons in sediments from Cienfuegos bay Cuba Marine Pollution Bulletin v 58 n 11

p 1624ndash1634 2009

TREMBLAY L KOHL S D RICE J A GAGNEacute J Effects of temperature salinity and

dissolved humic substances on the sorption of polycyclic aromatic hydrocarbons to estuarine

particles Marine Chemistry V96 Issues 1ndash2 P 21-34 2005

VENKATESAN MI The occurrence and possible sources of perylene in marine sediments ndash a

review Marine Chemistry v25 p1ndash27 1988

VENTURINI N et al A multi-molecular marker assessment of organic pollution in shore

sediments from the Riacuteo de la Plata Estuary SW Atlantic Marine Pollution Bulletin v 91 n 2

p 461ndash475 2015

VOLKMAN J K et al Identification of natural anthropogenic and petroleum hydrocarbons in

aquatic sediments Sci Total Environ v 112 n 2-3 p 203ndash219 1992

WANG MIN WANGC HU X ZHANG H HE s LV S Distributions and sources of

petroleum aliphatic hydrocarbons and polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface

sediments from Bohai Bay and its adjacent river China Marine Pollution Bulletin v90 p88ndash

94 2015

WANG Z FINGAS M PAGE D S Oil spill identification Journal of Chromatography A

89

v 843 n 1-2 p 369ndash411 1999

WANG Z FINGAS M SHU YY SIGOUIN L LANDRIAULT M LAMBERT P

Quantitative characterization of PAHs in burn residue and soot samples and differentiation of

pyrogenic PAHs from petrogenic PAHs ndash the 1994 Mobile Burn Study Environmental Science

amp Technology v33 p 3100ndash3109 1999

WANG Z FINGAS MF Development of oil hydrocarbon fingerprinting and identification

techniques Marine Pollution Bulletin v47 p423ndash452 2003

WANG Z et al Forensic source differentiation of petrogenic pyrogenic and biogenic

hydrocarbons in Canadian oil sands environmental samples Journal of Hazardous Materials

v 271 p 166ndash177 2014

WANG XC ZHANG YX CHEN RF Distribution and partitioning of polycyclicaromatic

hydrocarbons (PAHs) in different size fractions in sediments from Boston Harbor United States

Marine Pollution Bulletin v42 p1139-1149 2001

YAN B et al Molecular tracers of saturated and polycyclic aromatic hydrocarbon inputs into

Central Park Lake New York City Environmental Science and Technology v 39 n 18 p

7012ndash7019 2005

YUAN H LI T DING X ZHAO GYE S Distribution sources and potential toxicological

significance of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface soils of the Yellow River

Delta China Mar Pollut Bullv83(1) p258-64 2014

YUNKER M B MACDONALD R W VINGARZAN R MITCHELL R H GOYETTE

D SYLVESTRE S PAHs in the Fraser River basin a critical appraisal of PAH ratio as

indicators of PAH source and composition Organic Geochemistry v 33 p 489ndash515 2002

YUNKER M B et al Alkane and PAH provenance and potential bioavailability in coastal

marine sediments subject to a gradient of anthropogenic sources in British Columbia Canada

Organic Geochemistry v 89-90 p 80ndash116 2015

90

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS HPAS

HPAs mz

Tempo

de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

HPAs mz Tempo de

Retenccedilatildeo (min)

Coeficiente

de

correlaccedilatildeo

(R2)

Faixa de

Trabalho

2 a

neacutei

s

Naftaleno 128 16152 09954 0-5000 ppb C1-naftaleno 142 23680

2-metilnaftaleno 142 21243 09987 0-5000 ppb C2-naftaleno 156 23473

1-metilnaftaleno 142 21839 09994 0-5000 ppb C3-naftaleno 170 26564

16-dimetilnaftaleno 156 26057 09989 0-5000 ppb C4-naftaleno 184 35457

12-dimetilnaftaleno 156 27016 09997 0-5000 ppb C1-fluoreno 180 33626

235-trimetilnaftaleno 170 30304 09987 0-5000 ppb C2-fluoreno 194 34212

Bifenil 154 24121 09995 0-5000 ppb C3-fluoreno 208 41991

3 a

neacutei

s

Acenaftileno 152 26876 09998 0-5000 ppb C1-dibenzotiofeno 198 35751

Acenafteno 154 27976 09996 0-5000 ppb C2-dibenzotiofeno 212 41948

Dibenzofurano 168 28957 09983 0-5000 ppb C3-dibenzotiofeno 226 42681

Fluoreno 166 30994 09999 0-5000 ppb C4-dibenzotiofeno 240 49243

1-metilfluoreno 180 34117 09994 0-5000 ppb C1-fenantreno 192 39406

Dibenzotiofeno 184 35457 09999 0-5000 ppb C2-fenantreno 206 39384

46-dimetildibenzotiofeno 212 39988 09999 0-5000 ppb C3-fenantreno 220 45105

Fenantreno 178 36010 09998 0-5000 ppb C4-fenantreno 234 49263

Antraceno 178 36959 09995 0-5000 ppb C1-pireno 216 44668

Carbazole 167 37584 09991 0-5000 ppb C2-pireno 230 51176

9-etil-10-metilfenantreno 220 43867 09995 0-5000 ppb C3-pireno 244 46679

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 202 42444 09996 0-5000 ppb C4-pireno 258 53991

Pireno 202 43716 09995 0-5000 ppb C1-criseno 242 49554

1-metilpireno 216 46494 09998 0-5000 ppb C2-criseno 256 56220

Benz(a)antraceno 228 49651 09959 0-5000 ppb C3-criseno 270 51662

Trifenileno 228 49651 09979 0-5000 ppb

Criseno 228 49943 09973 0-5000 ppb Fluoranteno-d10 (PI) 212 41948

6-metilcriseno 242 52031 09940 0-5000 ppb

6-etilcriseno 256 52779 09998 0-5000 ppb

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 252 54578 09997 0-5000 ppb

Benzo(k)fluoranteno 252 55150 09998 0-5000 ppb

Benzo(e)pireno 252 55994 09999 0-5000 ppb

Benzo(a)pireno 252 56446 09988 0-5000 ppb

Perileno 252 56688 09990 0-5000 ppb

Dibenzo(ah)antraceno 278 62164 09783 0-5000 ppb

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 276 62444 09843 0-5000 ppb

Benzo(ghi)perileno 276 64164 09998 0-5000 ppb Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno Os compostos

simbolizados representam os 16HPAs prioritaacuterios pela USEPA

91

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS

BIOMARCADORES

BIOMARCADORES mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de Calibraccedilatildeo

ααα - colestano 217 54804 09865 0-1324 ppm

αββ - colestano 218 53765 09941 0-1324 ppm

17α (H)21β (H)-30-norhopano 191 57994 09420 0-1324 ppm

ααα - 20R 24R - etilcolestano 217 57317 09783 0-1324 ppm

17α (H)-222930 - trisnorhopano 191 56059 09668 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - hopano 191 59429 09716 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22R - homohopano 191 61548 09429 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22S - homohopano 191 61282 09351 0-1324 ppm

αββ - 20R 24S - metilcolestano 218 56655 09885 0-1324 ppm

αββ - 20R 24R - etilcolestano 218 56333 09871 0-1324 ppm

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

92

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS N-ALCANOS

ALCANOS mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de

Calibraccedilatildeo

nC10 57 8139 09971 0-5000 ppb

nC11 57 10534 09970 0-5000 ppb

nC12 57 14708 09983 0-5000 ppb

nC13 57 19428 09987 0-5000 ppb

nC14 57 23265 09990 0-5000 ppb

nC15 57 26574 09993 0-5000 ppb

nC16 57 29463 09999 0-5000 ppb

nC17 57 31965 09998 0-5000 ppb

pristano 57 32062 09998 0-5000 ppb

nC18 57 34393 09990 0-5000 ppb

fitano 57 34393 09950 0-5000 ppb

nC19 57 36624 09986 0-5000 ppb

nC20 57 38662 09982 0-5000 ppb

nC21 57 40621 09979 0-5000 ppb

nC22 57 42530 09970 0-5000 ppb

nC23 57 44202 09971 0-5000 ppb

nC24 57 45970 09964 0-5000 ppb

nC25 57 47650 09961 0-5000 ppb

nC26 57 49185 09948 0-5000 ppb

nC27 57 50720 09944 0-5000 ppb

nC28 57 52206 09940 0-5000 ppb

nC29 57 53660 09915 0-5000 ppb

nC30 57 54939 09928 0-5000 ppb

nC31 57 56333 09912 0-5000 ppb

nC32 57 57962 09873 0-5000 ppb

nC33 57 59655 09875 0-5000 ppb

nC34 57 61632 09921 0-5000 ppb

nC35 57 63899 09928 0-5000 ppb

nC36 57 66808 09938 0-5000 ppb

nC37 57 70166 09935 0-5000 ppb

nC38 57 74181 09916 0-5000 ppb

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

93

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAs INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute

0-5 cm 5-10

cm

10-15

cm

15-20

cm

20-25

cm

25-30

cm

30-35

cm

35-40

cm

40-45

cm

45-50

cm

50-55

cm

55-60

cm

HPAs parentais

2 a

neacutei

s

Naftaleno ltLD 767 ltLD 401 652 ltLD ltLD ltLD 3668 1569 3268 ltLD

2-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD 1393 ltLD ltLD ltLD 897 270 1300 ltLD

1-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 845 060 ltLD ltLD

16-dimetilnaftaleno 1401 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

12-dimetilnaftaleno 1845 5311 914 2566 1186 7608 2826 5071 3508 2067 2541 4269

235-trimetilnaftaleno 628 9717 ltLD ltLD 031 ltLD ltLD ltLD 874 ltLD ltLD ltLD

Bifenil 581 234 ltLD 243 1438 810 ltLD 885 936 ltLD ltLD ltLD

3 a

neacutei

s

Acenaftileno ltLD ltLD ltLD ltLD 328 385 ltLD ltLD 306 ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno ltLD 1483 ltLD ltLD 7125 9171 769 ltLD ltLD 261 015 ltLD

1-metilfluoreno 2409 252 085 053 648 407 151 057 060 084 068 068

Fenantreno 2729 846 1508 771 1016 1361 1394 1834 996 755 185 1259

Antraceno 686 554 720 412 371 199 288 827 488 283 1119 642

Carbazole 2131 357 1992 1001 820 1147 930 1329 1428 1556 911 639

9-etil-10-metilfenantreno 412 095 263 030 352 430 285 746 131 081 244 062

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 4888 546 1378 492 206 1207 156 1667 879 168 196 1658

Pireno 3900 607 1416 412 339 710 1062 735 225 292 309 1489

1-metilpireno 1942 182 402 207 422 386 1143 365 248 409 360 223

Benz(a)antraceno 2784 708 606 1200 835 1848 1612 2187 2348 353 664 2484

Trifenileno 4090 146 257 094 227 276 149 1743 3226 145 810 2518

Criseno 1462 094 3983 220 113 110 054 802 1442 122 1263 129

6-metilcriseno 3593 299 833 312 489 328 505 330 335 847 2008 247

6-etilcriseno 715 313 748 185 468 291 693 296 1829 792 1476 1031

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 15493 2360 4053 2669 1320 3849 2236 10391 6497 5564 1980 8160

Benzo(k)fluoranteno 8240 1239 4624 4344 1871 856 994 5483 1780 1335 2638 1191

Benzo(e)pireno 11034 1378 5693 826 1232 6811 10620 22548 39510 30411 37397 25197

Benzo(a)pireno 18157 1225 8715 870 3171 4915 11826 28991 30554 18433 17648 14549

Perileno 34008 2025 31746 361 2189 958 22903 1426 74001 751 2699 1116

Dibenzo(ah)antraceno ltLD ltLD 17867 ltLD ltLD ltLD ltLD 618160 170855 183085 309876 113543

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 5558 1545 2253 1396 2339 1707 1526 12061 3864 2543 3536 2021

Benzo(ghi)perileno 2967 1221 3118 1102 2157 2475 1649 2282 10371 2423 6520 9911

HPAs alquilados sum C1-C4 naftalenos 35991 57276 35627 22235 40623 260598 52905 30061 80734 10025 32274 24297

sum C1-C3 fluorenos 7647 4478 6221 3742 9601 6519 8172 9082 15616 7814 10281 8868

sum C1-C4 fenantrenos 7878 211 4731 1231 000 4554 8782 4529 16808 17808 20501 16206

sum C1-C4 pirenos 6832 129 5338 794 000 3252 8390 8454 10944 11239 17571 17892

sum C1-C3 crisenos 15410 3251 15133 4435 5692 7330 9675 27838 28433 34633 48985 42654

HPAs sulfurados Dibenzofurano 581 ltLD ltLD ltLD 1764 200 1261 ltLD ltLD 319 ltLD 016

Dibenzotiofeno 153 1006 232 1586 939 1417 1142 3404 2777 1351 937 1338

46-

dimetildibenzotiofeno 062 2052 260 1812 3041 077 2797 078 105 014 294 1305

sum C1-C4

dibenzotiofenos 303 412 3789 1316 000 2574 4222 10286 8247 2907 3198 13788

Paracircmetros sum HPAs16 66864 13197 50241 14290 21842 28793 23566 685419 234272 217187 349214 157036

sum HPAs 54 20651

2 102321 164505 57319 94398 334767 161117 813946 525764 340768 533068 318770

sum HPAs alquilados 74061 65757 70839 33753 55917 284828 92146 90249 160783 84426 132810 123705

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 3415 3651 2229 1584 9492 11116 2451 2660 5458 2867 4587 1901

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 63449 9546 48012 12705 12351 17677 21115 682758 228814 214320 344627 155136

94

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E

ARGILA) DO TESTEMUNHO

Seccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

0-5 cm 180 240 140 3723 5717

5-10 cm 436 541 177 2404 6442

10-15 cm 455 505 145 1881 7014

15-20 cm 275 320 140 977 8288

20-25 cm 105 215 045 552 9083

25-30 cm 785 815 220 2545 5635

30-35 cm 850 1170 315 3228 4437

35-40 cm 655 685 225 6928 1507

40-45 cm 695 670 160 7171 1304

45-50 cm 1855 1740 565 4767 1073

50-55 cm 627 642 874 6085 1772

55-60 cm 390 465 060 5228 3857

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

Page 5: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú

AGRADECIMENTOS

Eacute importante destacar que esse trabalho eacute o resultado de muitas matildeos de muito apoio

e de muita compreensatildeo por parte de todos que fizeram parte desses dois anos de mestrado

Primeiramente agradeccedilo aos meus pais Irismar e Alber que sempre foram a base de

tudo Deles eu sempre tive apoio incentivo compreensatildeo e a torcida mais fiel que sempre

acredita e acompanha Natildeo existem palavras para expressar minha gratidatildeo Entatildeo meu

sincero muito obrigada Agradeccedilo tambeacutem as minhas irmatildes lindas Danielle e Giselle pelo

companheirismo presenccedila e apoio nos momentos mais difiacuteceis

Agradeccedilo ao Lucas por estar sempre do meu lado me incentivando e acreditando em

mim ateacute mesmo mais do que eu Entramos nessa jornada juntos e estamos nos desafiando e

buscando o nosso melhor sempre Obrigada por desempenhar seu papel de pai tatildeo

maravilhosamente e dessa forma permitir que eu desempenhe meu lado profissional Te

amo

Agradeccedilo ao Prof Dr Rivelino Cavalcante pela compreensatildeo e confianccedila durante esse

trabalho principalmente na reta final Um obrigada especial as suas palavras de incentivo e

acircnimo bem no comecinho do mestrado Elas continuam a ter um grande efeito na minha

forma de encarar os fatos

Agradeccedilo a Teteacute minha sogra mais que especial Vocecirc possibilitou um tempo que eu

natildeo tinha e uma tranquilidade que eu precisava Graccedilas aos seus passeios e vaacuteaacuterios almoccedilos

eu pude escrever e estudar em intervalos preciosos Fica aqui tambeacutem meu agradecimento a

famiacutelia Soares que me recebeu tatildeo bem e com tanto carinho aleacutem da compreensatildeo nos meus

momentos de ausecircncia

Esses momentos de ausecircncia tambeacutem foram frequentes na famiacutelia Fernandes que tanto

escutaram sobre essa dissertaccedilatildeo Obrigada por sempre me apoiarem a natildeo desistir

Agradeccedilo aos queridos integrantes do Laboratoacuterio de Anaacutelise de Contaminantes

Orgacircnicos (LACOr) que de alguma maneira ajudaram na realizaccedilatildeo desse trabalho Agrave Polly e

agrave Marci pelo companheirismo risadas e muito trabalho de equipe dedicado agraves inuacutemeras

bateladas Ao Davi Carlos Felipe Tanara e Tamires pelo apoio e trabalho braccedilal das vaacuterias

colunas de clean-up e titulaccedilotildees Ao Andreacute pela injeccedilatildeo e anaacutelise das amostras durante o seu

doutorado-sanduiche nos EUA A Wersacircngela Allyne e Ligia agradeccedilo pela presenccedila e

conversas descontraidas Muito Obrigada

Agradeccedilo aos teacutecnicos e profissionais dos laboratoacuterios parceiros pela disponibilidade

em ajudar e esclarecer qualquer duacutevida Obrigada agrave Prof Lidriana Pibheiro e agrave Cida do

Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) agrave Profa Oscarina Viana agrave Prof Regine

Vieira e agrave Cris do Laboratoacuterio de Microbiologia Ambiental e do Pescado (LAMAP) e ao Prof

Ronaldo Nascimento e aoVitor do Laboratoacuterio de Anaacutelise de Traccedilos (LAT)

Meus agradecimentos agrave banca examinadora Prof Rivelino Profa Lidriana e ao Prof

Andreacute pelos seus comentaacuterios atenccedilatildeo e disponibilidade para a melhora desse trabalho

A CAPES e ao CNPQ pelo apoio financeiro tatildeo importante nesta jornada pela vida

acadecircmica

RESUMO

A distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo dos HPAs alcanos isoprenoacuteides (pristano e fitano) e biomarcadores do petroacuteleo

(hopanos e esteranos) foram investigados nos sedimentos superficiais e em um perfil

sedimentar no rio Acarauacute que representa a segunda maior bacia do Cearaacute Nos sedimentos

superficiais o somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

com uma meacutedia de 540577 ngg-1

jaacute o

somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios da USEPA variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720

ngg-1

(ACR5) Por sua vez os hopanos variaram de ltLD (ACR3) a 6787 μgg-1 (ACR6)

com destaque para o C29-hopano (NH) e os esteranos apresentaram valores variando de ltLD

a 2327 μgg-1 (ACR4) com destaque para o C28αββ (SR) Para a caracterizaccedilatildeo das fontes

primaacuterias na bacia do Acarauacute foram utilizadas vaacuterias razotildees diagnoacutesticas como sum HPAs (4-6

aneacuteis)sum HPAs16 BaA(BaA +Cri) IP(IP+BghiP) FenAnt FltrPir Per5 aneacuteis CPI (15-

19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit e PrFit De acordo com os indices preferenciais de

carbono a maioria das estaccedilotildees apresentou IPC ~ 1 o que caracteriza possiacutevel fonte de

derivados do petroacuteleo o que foi confirmado pela presenccedila de hopanos e esteranos na maioria

das estaccedilotildees Por outro lado a anaacutelise dos HPAs retornou fontes primaacuterias piroliacuteticas que

podem ser relacionadas com as queimadas na regiatildeo utilizaccedilatildeo de lenha como fonte de

energia e emissotildees veiculares No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o

ecossistema a maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela

agecircncia ambiental canadense com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na

estaccedilatildeo ACR8 os compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos

adversos na biota O registro histoacuterico no estuaacuterio do rio Acarauacute revelou a predominacircncia de

fontes piroliacuteticas em camadas mais profundas provavelmente relacionadas ao incentivo da

utilizaccedilatildeo de lenha como fonte de energia na deacutecada de 70 devido a crise do petroacuteleo Aleacutem

disso a deposiccedilatildeo dos HPAs foi determinada pelo tamanho do gratildeo e o pelo teor de carbono

orgacircnico com provaacutevel relaccedilatildeo com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Palavras-chave Sedimentos HPAs Alcanos Biomarcadores do petroacuteleo

ABSTRACT

Distribution composition sources and factors controlling accumulation and distribution of

PAHs alkanes isoprenoids (pristane and phytane) and oil biomarkers (hopanes and steranes)

were investigated in surface sediments and in a sedimentary profile at Acarauacute river which is

the second largest drainage basin of Cearaacute In surface sediments the sum of the concentration

of the series of C10 -C38 n-alkanes ranged from approximately 3000 ngg-1

-8000 ngg-1

averaging 540577 ngg-1

since the sum of the 16 priority PAHs USEPA ranged from 14143

ngg-1

(ACR3) to 207720 ngg-1

(ACR5) On the other hand the hopanes ranged from ltLOD

(ACR3) to 6787 μgg-1

(ACR6) especially the C29-hopano (NH) and steranes presented

values ranging from ltLOD to 2327 ug g-1

(ACR4) highlighting the C28αββ (S R) For the

characterization of the primary sources in the basin of Acarauacute were used various diagnostic

ratios as Σ PAHs (4-6 rings) Σ HPAs16 BaA (BaA + Cri) IP (IP + BghiP) Phe Ant Fltr

Pir Per 5 rings CPI (15-19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit and PrFit According to the

Carbon Preference Index most stations showed CPI ~ 1 which features possible source of oil

derivatives which was confirmed by the presence of hopanes and steranes at most stations

Moreover analysis of PAH returned pyrolytic primary sources that can be related to the

burning activities in the region as the use of wood for cooking and energy source and vehicle

emissions Regarding the assessment of the potential risk to the ecosystem most stations were

below the lower level (TEL) established by the Canadian Environmental Agency with low

probability of adverse effects to biota Only at ACR8 site the compounds fluorene and

dibenzo(ah)anthracene had possible adverse effects on biota The historical record in the

estuary of the River Acarauacute revealed the predominance of pyrolytic sources in deeper layers

probably related to encouraging the use of wood as an energy source in the seventies due to

the oil crisis Furthermore the deposition of PAHs was determined by the grain size and the

organic carbon content with a probable relationship with the organic matter adsorbed in the

clay minerals

Keywords Sediment PAHs Alkanes Petroleum Biomarkers

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos 17

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano) 18

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos 20

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados 22

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais 23

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados 30

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios estudados 31

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados 32

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz 33

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial e do perfil

sedimentar Error Bookmark not defined

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees 35

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem 36

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos reduzidos a 1

mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG 40

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute 42

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais 46

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar 47

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho 48

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais 51

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio

Acarauacute 57

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio Acarauacute

59

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais 62

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais 63

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18 64

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e esteranos

(sumEster) nos sedimentos superficiais 66

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar 67

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar 68

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho 68

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos superficiais

71

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais 72

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o estuaacuterio

do rio Acarauacute 74

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio

Acarauacute 76

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho 19

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem 34

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM 41

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate 44

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9 e

ACR10 (porcentagem) 46

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho 48

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute 50

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio

Acarauacuteem ngg-1

52

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

53

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

) 54

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

) 55

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo nos

uacuteltimos cinco anos 56

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute 60

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o rio

Acarauacute 60

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho 75

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999) 77

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ace Acenafteno

Ace-d10 Acenafteno ndash Deuterado

Aci Acenaftileno

AFs Aacutecidos Fuacutelvicos

AHs Aacutecidos Huacutemicos

AMM HPAs de alta massa molar

Ant Antraceno

BaA Benzo(a)antraceno

BaP Benza(a)Pireno

BbF Benzo(b)Fluoranteno

BeP Benzo(e)Pireno

BghiP Benzo[ghi]Perileno

BkF Benzo(k)Fluoranteno

BMM HPAs de baixa massa molar

CCME Canadian Council of ministers of the Environment

CO Carbono Orgacircnico

CONAMA Conselho Nacional do meio ambiente

Cri Criseno

Cri-d12 Criseno ndash Deuterado

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DCM Dicloro-metano

DhaA Dibenzo[ah]Antraceno

DP Desvio padratildeo

ERL Effect range- low (Faixa de efeitos- baixa)

ERM Effects range-median (Faixa de efeitos- meacutedia)

Fen Fenantreno

Fen-d10 Fenantreno ndash Deuterado

Fl Fluoreno

Flu Fluoranteno

GC-MS Cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas

HPA Hidrocarboneto policiacuteclico aromaacutetico

IARC Agecircncia Nacional para Pesquisa de Cacircncer

IncdP Indeno[123-cd]Pireno

Koc Constante de particcedilatildeo com carbono

Kow Coeficiente de Particcedilatildeo octanol-aacutegua

KPa Quiilopascal

LD Limite de detecccedilatildeo

LQ Limite de quantificaccedilatildeo

mz Razatildeo massacarga

MO Mateacuteria Orgacircnica

Naf Naftaleno

Naf-d8 Naftaleno ndash deuterado

NOAA National Oceanographic and Atmospheric Administration (Administraccedilatildeo

Nacional Oceanograacutefica e Atmosfeacuterica)

PEL Probable effect level (Niacutevel de efeitos provaacuteveis)

PER Perileno

PER-d10 Perileno ndash deuterado

pH Potencial hidrogeniocircnico

Pir Pireno

POPs Poluentes Orgacircnicos Persistentes

TEL Threshold effect level (Limiar de efeitos)

TOC Carbono orgacircnico total

TR Tempo de retenccedilatildeo

USEPA Agecircncia Norte Americana de Proteccedilatildeo Ambiental

microg Micrograma

Σ16 HPAs Somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios segundo USEPA

Natildeo faz mal que seja pouco o que importa eacute que o avanccedilo de hoje

seja maior que o de ontem Que nossos passos de amanhatilde

sejam mais largos que os de hojerdquo

DAISAKU IKEDA

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA16

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 17

211 n-alcanos 17

212 Isoprenoacuteides 18

213 Biomarcadores 19

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos 21

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos 25

3 OBJETIVOS27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS28

41 Processos metodoloacutegicos 28

42 Aacuterea de Estudo 28

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta 34

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar 35

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos 36

451 Granulometria 36

452 Carbonato de Caacutelcio 36

453 Teor de Carbono Orgacircnico 37

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos 38

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos

aromaacuteticos 39

461 Reagentes e material 39

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental 39

463 Controle de Qualidade 42

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO45

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica 45

511 Sedimentos Superficiais 45

512 Sedimentos do testemunho 46

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 49

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais 49

522 n-alcanos no testemunho sedimentar 53

523 Biomarcadores do petroacuteleo 53

5231 Sedimentos superficiais53

5232 Testemunho 53

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos 54

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais 54

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho 58

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute 60

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas 60

5411 Sedimentos superficiais61

5412 Testemunho 66

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas 69

5421 Sedimentos superficiais69

5422 Testemunho 73

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

do sedimento 74

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais 77

6 CONCLUSAtildeO 78

REFEREcircNCIAS 80

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS HPAS 90

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS BIOMARCADORES 91

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS N-ALCANOS 92

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAS INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute 93

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E ARGILA)

DO TESTEMUNHO 94

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A disponibilidade hiacutedrica desempenha um papel fundamental no

desenvolvimento das aglomeraccedilotildees humanas Com isso o processo de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo ocorre proacuteximo aos cursos drsquoaacutegua fato confirmado historicamente com o

desenvolvimento das grandes civilizaccedilotildees nas mediaccedilotildees dos rios Dessa forma o

desenvolvimento raacutepido das sociedades necessita da compreensatildeo e da avaliaccedilatildeo das

caracteriacutesticas do ambiente em que vivemos

Atualmente sobretudo proacuteximo agrave zona costeira esses ambientes satildeo altamente

explorados e utilizados Segundo Tundisi (2003) a maioria da populaccedilatildeo brasileira estaacute

em bacias costeiras ou estaacute no maacuteximo a 100 km da costa Vale ressaltar que essas aacutereas

litoracircneas foram marco inicial de alguns nuacutecleos urbanos e concentram elevadas

densidades demograacuteficas que acabam atraindo investimentos econocircmicos (ALVES

2008)

Nesse acircmbito eacute possiacutevel perceber o impacto da urbanizaccedilatildeo levando-nos a

reflexatildeo sobre algumas medidas que devem ser tomadas sobretudo no que se refere aos

resiacuteduos gerados em grande ou pequena escala decorrente do aumento da populaccedilatildeo nas

cidades Uma demanda maior de energia e mateacuteria prima eacute necessaacuteria diante desse

crescente aumento populacional Aleacutem disso como resultado temos a poluiccedilatildeo oriunda

de processos industriais que ocasiona uma serie de desequiliacutebrios ambientais e acabam

prejudicando a vida do homem e a sauacutede de inuacutemeros ecossistemas (UNEP 2002

FRONZA 2006)

Os ambientes aquaacuteticos tem funcionado como aacutereas receptoras dos mais

variados tipos de efluentes despejos e derrames Por isso diversos contaminantes

continuamente alcanccedilam os ecossistemas por meio das atividades antroacutepicas e essas

substancias em sua maioria acabam permanecendo acumuladas nos sedimentos

(OCKENDER et al 2003) Entre as diversas substancias contaminantes existentes

destacam-se os poluentes orgacircnicos que compreendem uma classe de substancias cuja

origem se da a partir de fontes difusas e pontuais aportando no meio ambiente pelas

contribuiccedilotildees de processos como a drenagem urbana provocada pelas aacuteguas da chuva

atividades agriacutecolas e por meio de lanccedilamentos de efluentes domeacutesticos e industriais

(BAIRD 2002)

17

Os hidrocarbonetos satildeo componentes abundantes do material orgacircnico nos

sedimentos e uma das maiores classes de compostos orgacircnicos Entre os contaminantes

orgacircnicos os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

(HPAs) tecircm recebido muita atenccedilatildeo ultimamente devido a sua ampla distribuiccedilatildeo nos

sedimentos lacustres e marinhos (LEITE et al2011 DE ABREU-MOTA et al 2014

VENTURINI et al 2015 MACHADO et al2014 WANG et al 2014 KANZARI et

al 2015) Esses contaminantes estatildeo associados com os sedimentos devido a sua baixa

solubilidade em aacutegua e consequente natureza hidrofoacutebica (VOLKMAN et al 1992

GUO et al 2007)

A bacia do rio Acarauacute eacute a segunda maior bacia hidrograacutefica do Cearaacute e vecircm

passando por diversas alteraccedilotildees do ambiente Aumento populacional aumento do

traacutefico de veiacuteculos e atividade de agricultura com o periacutemetro irrigado do Baixo Acarauacute

satildeo alguns dos exemplos dessas mudanccedilas Dessa forma a investigaccedilatildeo das possiacuteveis

fontes de hidrocarbonetos para essa regiatildeo eacute de suma importacircncia Esse eacute o primeiro

estudo que avalia a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a

acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos na regiatildeo Com ele visamos fornecer

dados e subsiacutedios para o monitoramento poliacuteticas puacuteblicas e preservaccedilatildeo deste

importante ecossistema costeiro

16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

A qualidade dos sedimentos pode ser avaliada pelo conteuacutedo dos HA e HPAs

que satildeo as duas maiores classes de compostos encontrados no petroacuteleo Os

hidrocarbonetos nos sedimentos provecircm de diversas fontes e atingem o ambiente

aquaacutetico atraveacutes do escoamento superficial do lanccedilamento de efluentes domeacutesticos e

industriais da drenagem de aacutegua da chuva das atividades de navegaccedilatildeo e dos

afloramentos naturais de petroacuteleo (PAGE et al 1996 READMAN et al 2002

PEREINA-NETTO et al 2004 COLOMBO et al 2007 CAVALCANTE et al

2008) O destino e o transporte dos contaminantes orgacircnicos nos ambientes aquaacuteticos eacute

dependente da particcedilatildeo dos mesmos entre as fases particulada e dissolvida

(MECHLINSKA et al 2009 CHEN WONG e TAM 2011) Os componentes

hidrofiacutelicos acumulam-se predominantemente na fase aquosa e satildeo consequentemente

transportados na fraccedilatildeo moacutevel Por outro lado os contaminantes mais hidrofoacutebicos

tendem a acumular-se na fase soacutelida por interaccedilotildees de sorccedilatildeo com as superfiacutecies do

material particulado (KOWALSKA GULER E COCKE 1994 TREMBLAY et al

2005) O material particulado eacute entatildeo depositado de acordo com as condiccedilotildees

hidroloacutegicas e sedimentoloacutegicas e eacute transferido para o sedimento associado aos

compostos hidrofoacutebicos tornando-os parte da fraccedilatildeo imoacutevel Dessa forma eles podem

ser encontrados em altas concentraccedilotildees em sedimentos contaminados (KARICKHOFF

BROWN E SCOTT 1979) Qualquer distuacuterbio nos sedimentos contaminados pode

remobilizar os contaminantes para a coluna daacutegua aumentando sua biodisponibilidade

e assim os riscos para sauacutede da biota (READMAN et al 2002 GROSSI et al 2002)

Vaacuterios trabalhos tecircm utilizado os sedimentos superficiais para avaliar a

qualidade do ambiente aquaacutetico em relaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo de hidrocarbonetos e na

identificaccedilatildeo de fontes desses contaminantes (READMAN et al 2002 MAI et al

2002 SAHA et al 2009 FERNANDES 2013 OLIVEIRA 2016) Aleacutem dessa

ferramenta os hidrocarbonetos em testemunhos sedimentares podem ser utilizados na

reconstruccedilatildeo do registro histoacuterico das entradas desses contaminantes em estudos de

impacto ambiental mostrando a mudanccedila no uso dos hidrocarbonetos ao longo do

tempo (MACHADO et al 2014 CAVALVANTE et al 2008

BOONYATUMANOND et al 2007 LORGEOUX et al 2016)

17

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

Os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) correspondem a uma importante fraccedilatildeo dos

lipiacutedios e compreendem uma vasta classe de compostos orgacircnicos Entre essas classes

de compostos estatildeo os n-alcanos os isoprenoacuteides os terpanos e os esteranos entre

muitos outros

As fontes desses compostos podem ser tanto naturais atraveacutes da fotossiacutentese por

organismos marinhos e terrestres sendo as principais fontes biogecircnicas representadas

pelas plantas terrestres o fitoplacircncton e as bacteacuterias (VOLKMAN et al 1992 ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996) quanto antropogecircnicas provenientes do escoamento

superficial deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e entrada por processos industriais (ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996)

211 n-alcanos

Os n-alcanos satildeo compostos orgacircnicos de cadeia aberta formados por carbono e

hidrogecircnio que formam uma seacuterie homologa sem ramificaccedilotildees onde cada membro

difere do anterior por um grupo CH2

1198673119862 minus (1198621198672)5 minus 1198621198673

119862711986716

Fonte Elaborado pela autora

Os n-alcanos com cadeias de tamanho C15 ndash C35 estatildeo presentes em quase todos

sedimentos (VOLKMAN et al 1992) As fontes de n-alcanos podem ser os

fitoplanctons (VOLKMAN et al 1992) as plantas superiores (EGLINTON E

HAMILTON 1967) um afloramento natural de petroacuteleo derramamentos acidentais e

escoamento superficial O fitoplacircncton sintetiza prioritariamente n-alcanos de cadeias

mais curtas com nuacutemero iacutempar de carbonos (n-C15 a n-C21) Alguns compostos de

cadeias mais longas independente do nuacutemero de aacutetomos de carbono ser iacutempar ou par

satildeo sintetizados por diversos organismos marinhos poreacutem em menores quantidades que

a fonte fitoplanctocircnica (VOLKMAN et al 1992) Por outro lado as plantas superiores

terrestres como os mangues produzem n-alcanos de cadeias longas (C25-C35) como

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos

18

principal componente das suas ceras cuticulares com uma preferecircncia de produccedilatildeo de

n-alcanos com um nuacutemero iacutempar de carbonos em relaccedilatildeo ao nuacutemero par (EGLINTON

E HAMILTON 1967)

Os n-alcanos de origem petrogecircnica podem ser derivados do petroacuteleo bruto ou

de seus derivados Na composiccedilatildeo destes produtos podem existir n-alcanos com 1 a 40

aacutetomos de carbono ocorrendo a ausecircncia da predominacircncia de cadeias com um nuacutemero

par ou impar de carbonos (VOLKMAN et al 1992 SIMONEIT 1991)

212 Isoprenoacuteides

Os alcanos isoprenoacuteides satildeo HA de cadeia ramificada com estrutura derivada do

isopreno um dos blocos constituinte das estruturas baacutesicas da natureza

Os isoprenoacuteides mais utilizados para estudos ambientais de contaminaccedilatildeo satildeo

representados pelo pristano (261014-tetrametilpentadecano) e fitano (261014-

tetrametilhexadecano) que satildeo produtos da alteraccedilatildeo geoloacutegica do fitol e natildeo satildeo

constituintes primaacuterios da maioria da biota terrestre (Figura 2) (GUO et al 2007

HARJI et al 2008) Eles satildeo comumente considerados como bons indicadores de

contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (VOLKMAN et al 1992 READMAN et al 2002) Como

regra geral valores altos da razatildeo PristanoFitano indicam fonte biogecircnica sob

condiccedilotildees oxidantes (BETCHEL et al 2007)

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano)

Fonte PETERS E MOLDOWAN 1993

Alguns autores tambeacutem utilizam a relaccedilatildeo entre os isoprenoacuteides para obter

informaccedilotildees a respeito do ambiente deposicional da mateacuteria orgacircnica geradora do

petroacuteleo (READMAN et al 2002 TOLOSA et al 2009) As fontes biogecircnicas desses

compostos satildeo importantes jaacute que eles derivam do fitol tanto sob condiccedilotildees redutoras

19

(fitano) quanto oxidantes (pristano) Risatti e colaboradores (1984) estabeleceram que o

fitano eacute sintetizado pelas bacteacuterias metanogecircnicas presentes em condiccedilotildees anoacutexicas

213 Biomarcadores

Durante os processos de maturaccedilatildeo geoloacutegica das rochas-geradoras de petroacuteleo e

do petroacuteleo bruto a mateacuteria orgacircnica originalmente proveniente de plantas e animais eacute

transformada diageneacutetica e catagenicamente durante milhotildees de anos

Para o entendimento do grau de maturaccedilatildeo teacutermica bem como dos processos de

migraccedilatildeo do oacuteleo e para a correlaccedilatildeo oacuteleo-oacuteleo e oacuteleo-rocha geradora os indicadores

geoquiacutemicos moleculares ou biomarcadores satildeo largamente utilizados Na avaliaccedilatildeo de

amostras ambientais os biomarcadores satildeo utilizados para o diagnoacutestico da presenccedila de

petroacuteleo e possiacutevel identificaccedilatildeo do tipo de petroacuteleo na contaminaccedilatildeo

Os biomarcadores satildeo correspondentes aos compostos esteranos e triterpanos

Os esteranos satildeo compostos derivados dos esteroacuteis presente na maioria dos organismos

vivos Os esteroacuteis sofrem modificaccedilotildees na sua estrutura durante o processo de

maturaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica dando origem aos esteranos Entre os triterpanos (tri-

tetra- e pentaciacuteclicos) foram estudados os triterpanos pentaciacuteclicos mais conhecidos

como hopanos Os hopanos satildeo foacutesseis moleculares dos hopanoacuteides das bacteacuterias que

desempenham o mesmo papel de tornar a membrana celular mais fluida que os esteroacuteis

nas ceacutelulas eucarioacuteticas (PRINCE et al 1994) Diante do grande espectro desses

compostos presentes no petroacuteleo somente os principais foram estudados nesse trabalho

(Tabela 1e Figura 3)

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho

Abrev Nome Estrutura Foacutermula

Hopanoacuteides

Tm 17α(H)-222930 - trisnorhopano II C27H46

NH 17α(H)21β(H)-30-norhopano III C29H50

H 17α(H)21β(H) - hopano I C30H52

HH(R) 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano IV n = 1 C31H54

HH(S) 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano IV n = 1 C31H54

Esteranos

C27ααα (SR) 5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C27αββ (SR) 5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C28αββ (SR) 24-metil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Me C28H50

C29ααα (SR) 24-etil-5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

C29αββ (SR) 24-etil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

Fonte Elaborada pela autora Estrutura refere-se a estrutura quiacutemica dos compostos

apresentada na Figura 3

20

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos

Fonte Adaptado de AEPLI et al 2014

Vaacuterios estudos comprovaram que os hopanos e os esteranos satildeo muito

resistentes a degradaccedilatildeo no meio ambiente e podem ser usados com marcadores

moleculares para traccedilar e caracterizar a contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (ROGGE et al1993

PRINCE et al 1994 WANG FINGAS E PAGE 1999a AEPLI et al 2014) Devido

aos seus altos pontos de ebuliccedilatildeo eles natildeo estatildeo presentes nos combustiacuteveis gasolina e

diesel mas satildeo encontrados nos oacuteleos lubrificantes asfaltos e resiacuteduos pesados do

petroacuteleo (SAHA et al 2009) Portanto baseado na anaacutelise das concentraccedilotildees dos

biomarcadores e no perfil de distribuiccedilatildeo dos mesmos eacute possiacutevel validar a presenccedila e o

tipo de fonte petrogecircnica nos sedimentos

30-norhopanos (NH)

5α(H)-esteranos

homohopanos (HH)

17α(H)21β(H) - hopano (H) 17α(H)-222930 - trisnorhopano (Tm)

21

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs) satildeo uma classe de

contaminantes orgacircnicos que contem dois ou mais aneacuteis benzecircnicos fundidos e que

podem ser toacutexicos a biota em elevadas concentraccedilotildees Alguns podem conter estruturas

dos aneacuteis com menos do que 6 aacutetomos de carbono (pe acenaftileno acenafteno e

fluoreno) (Figura 5) Em outros um aacutetomo de carbono do anel de benzeno pode ser

substituiacutedo por um nitrogecircnio enxofre ou oxigecircnio resultando na formaccedilatildeo de

compostos aromaacuteticos heterociacuteclicos (pe dibenzotiofeno) (Figura 5) Aleacutem disso

aacutetomos de hidrogecircnio nos HPAs parentais podem ser substituiacutedos por grupos alquil (pe

2-metilnaftaleno) (Figura 4) Os HPAS com menos de 4 aneacuteis satildeo chamados de HPAS

de baixo peso molecular (BPM) enquanto que os que possuem 4 aneacuteis ou mais satildeo

chamados de HPAs de alto peso molecular (APM)

Os HPAs satildeo contaminantes orgacircnicos presentes desde ambientes com intensa

atividade humana ateacute ambientes isolados (PEREIRA NETTO et al 2002 MAI et al

2002 TOLOSA et al2009 MARTINS et al 2012 MEIRE et al2008) As fontes e o

destino dos HPAs no meio ambiente tem sido objeto de estudos extensivos devido as

propriedades mutagecircnicas eou carcinogecircnicas de alguns dos seus isocircmeros (pe

benzo(a)pireno e dibenzo(ah)antraceno) portanto as concentraccedilotildees e fontes destes

compostos tecircm sido monitoradas constantemente

22

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados

Fonte Elaborada pela autora

23

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais

Fonte Elaborada pela autora

Alguns HPAs satildeo formados atraveacutes da combustatildeo incompleta de compostos

orgacircnicos e subsequumlente recombinaccedilatildeo com outras partiacuteculas orgacircnicas constituindo

uma fonte piroliacutetica destes compostos (LIMA FARRINGTON E REDDY 2005) Esses

HPAs podem ser introduzidos naturalmente no ambiente atraveacutes de queimadas de

florestas pastagens e atividades vulcacircnicas (MASCLET et al 1995) Fontes

antropogecircnicas de HPAs piroliacuteticos podem ser a incineraccedilatildeo de lixo e madeira

emissotildees veiculares e preparaccedilatildeo da terra para a agricultura (ROGGE et al 1993

KALILI et al 1995 RAVINDRA SOKHI E GRIEKEN 2008 SILVA et al 2010

DE ANDRADE et al 2010) Outra fonte de HPAs eacute a descarga de material relacionado

24

ao petroacuteleo que caracterizam fontes petrogecircnicas como descargas e derramamentos de

petroacuteleo lanccedilamentos de esgotos urbanos e industriais e escoamento superficial das

aacutereas adjacentes aos corpos daacutegua (WANG FINGAS E PAGE 1999) Uma terceira

fonte de HPAs seria por processos bioloacutegicos ou nos estaacutegios iniciais da diagecircnese dos

sedimentos (VENKATESAN 1988)

A principal forma de relacionar as concentraccedilotildees dos HPAs agraves fontes emitidas eacute

atraveacutes das razotildees diagnoacutestico especiacutefica para cada fonte Essas razotildees satildeo baseadas nas

concentraccedilotildees de HPAs selecionados que de alguma forma caracterizam as diferentes

fontes A utilizaccedilatildeo dessa razotildees para a determinaccedilatildeo de fontes nos sedimentos requer o

entendimento da estabilidade termodinacircmica relativa dos HPAs selecionados Para os

HPAs parentais na combustatildeo ocorre o aumento da concentraccedilatildeo do isocircmero menos

estaacutevel termodinamicamente em detrimento do mais estaacutevel (YUNKER et al 2002)

Aleacutem disso cada fonte tem uma emissatildeo especiacutefica de HPAs o que permite uma

correlaccedilatildeo (ROGGE et al 1993 KALILI et al 1995)Os compostos alquilados estatildeo

presentes em concentraccedilotildees elevadas no petroacuteleo e seus derivados e relativamente

pequena ou ateacute mesmo ausentes nas emissotildees derivadas da combustatildeo (queimadas

caldeiras termoeleacutetricas veiacuteculos automotores etc) Os HPAs alquilados satildeo

termodinamicamente mais instaacuteveis do que os correspondentes HPAs parentais e

portanto a razatildeo dos HPAs alquilados em relaccedilatildeo aos HPAs parentais tem sido usado

para diferenciar os HPAs (SAHA et al 2009)

Eacute interessante observar que uma certa dificuldade na identificaccedilatildeo da origem dos

HPAs em amostras sedimentares eacute frequente devido em geral agrave presenccedila de vaacuterias

fontes de contaminantes e de diversos processos de transformaccedilatildeo dos compostos no

sedimento e antes disto no proacuteprio transporte ao longo da coluna daacutegua

Entre os HPAs os 16 compostos listados pela Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

Norte-Americana e os seus homoacutelogos alquilados possibilitam diagnosticar com maior

facilidade a origem da contaminaccedilatildeo por hidrocarbonetos que pode ser piroliacutetica

(oriunda da combustatildeo incompleta de combustiacuteveis e biomassa) ou petrogecircnica

(SOCLO et al2000 NEFF et al 2005 PEREacuteZ-FERNANDEZ et al 2015 ) Esses 16

compostos foram escolhidos para essa lista de prioridade porque (1) eles reuacutenem o

maior nuacutemero de informaccedilotildees sobre sua estrutura efeitos toxicoloacutegicos e fontes

emissoras (2) eles satildeo suspeitos de causar maiores danos do que outros e exibem

efeitos que satildeo representativos da classe de HPAs como um todo (3) existe uma maior

25

chance de exposiccedilatildeo a esses HPAs do que aos outros e (4) de todos os HPAs

analisados estes exibem as maiores concentraccedilotildees (RAVINDRA et al 2008)

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos

Segundo Irwin e colaboradores (1997) os alcanos como um grupo tem

toxicidade aquaacutetica baixa a moderada Esse mesmo estudo mostra que a toxicidade dos

alcanos estudados decresceu na seguinte ordem decano octano hexano e pentanoEsse

mesmo resultado foi encontrado pelo Bureau of Reclamation (2002) Dessa forma

podemos inferir que a toxicidade dos alcanos tende a aumentar com o aumento do

tamanho da moleacutecula (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)

Por outro lado os HPAs satildeo de interesse ecotoxicoloacutegico no que diz respeito aos

impactos a curto prazo na coluna daacutegua e aos efeitos de curto e longo prazo para os

animais bentocircnicos (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)Vaacuterios fatores

influenciam na toxicidade dos HPAs entre eles as espeacutecies afetadas a via de exposiccedilatildeo

e a estrutura molecular do HPA (CCME 1999) Em geral os HPAs de baixo peso

molecular satildeo considerados agudamente toacutexicos e natildeo-carcinogecircnicos para os

organismos aquaacuteticos enquanto que os HPAs de alto peso molecular natildeo satildeo

agudamente toacutexicos aos organismos aquaacuteticos mas alguns deles satildeo carcinogecircnicos

(CCME 1999) Os HPAs de baixo peso molecular apresentam maior toxicidade aguda

em relaccedilatildeo aos HPAs de alto peso molecular devido a sua maior solubilidade em aacutegua

A mortalidade eacute o efeito mais comum em bioensaios com sedimentos coletados in situ e

sedimentos fortificados em laboratoacuterios decorrente de toxicidade aguda (CCME 1999)

Os organismos bentocircnicos satildeo expostos aos HPAs por vaacuterias vias de exposiccedilatildeo

incluindo exposiccedilatildeo aos HPAs no material particulado e dissolvido nas aacuteguas

intersticiais e coluna daacutegua assim como aos HPAs adsorvidos no sedimento atraveacutes do

contato na superfiacutecie e ingestatildeo de partiacuteculas Portanto os sedimentos representam a via

de exposiccedilatildeo mais importante para muitos invertebrados bentocircnicos (CCME 1999) Os

dados sobre as concentraccedilotildees de HPAs nos sedimentos fornecem importantes

informaccedilotildees para a avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do sedimento no entanto tais medidas

natildeo necessariamente refletem a fraccedilatildeo biodisponiacutevel dessas substacircncias Os HPAs

individuais e os diferentes tipos de sedimento vatildeo resultar em diferentes

biodisponibilidades (DeWITT et al 1992)

26

Segundo a CCME (1999) a avaliaccedilatildeo da porcentagem de efeitos observados

para as concentraccedilotildees de HPAs define trecircs classes as concentraccedilotildees que estatildeo abaixo

do TEL (niacutevel limite de efeito) que satildeo raramente associadas com efeitos bioloacutegicos

adversos as concentraccedilotildees entre o TEL e o PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) que satildeo

ocasionalmente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos e as concentraccedilotildees acima do

PEL que satildeo frequentemente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos

27

3 OBJETIVOS

Os principais objetivos desse trabalho satildeo avaliar a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo

as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos ao

longo do curso do rio Acarauacute e analisar o registro histoacuterico das atividades

antropogecircnicas no estuaacuterio usando hidrocarbonetos de petroacuteleo como marcadores

moleculares orgacircnicos Para tal seratildeo necessaacuterios os seguintes objetivos especiacuteficos

1) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos alifaacuteticos em sedimento

superficial e testemunho

2) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos em

sedimento superficial e testemunho

3) Determinaccedilatildeo da classe de biomarcadores de petroacuteleo em sedimento

superficial e testemunho

4) Diagnoacutestico das fontes de hidrocarbonetos no ambiente atraveacutes de razotildees

diagnoacutestico

5) Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos

sedimentos superficiais

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Processos metodoloacutegicos

As atividades desenvolvidas para a caracterizaccedilatildeo da atividade antroacutepica na

bacia do rio Acarauacute foram divididas em laboratoacuterio levantamento bibliograacutefico e

anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados

As atividades de laboratoacuterio foram realizadas no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de

Contaminantes Orgacircnicos (LACOr) Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) e

Laboratoacuterio de Microbiologia do Pescado e Ambiental (LAMAP) os quais satildeo todos

vinculados ao Instituto de Ciecircncias do Mar (LABOMAR) e no Laboratoacuterio de Anaacutelise

de Traccedilos (LAT) na Universidade Federal do Cearaacute e no Laboratoacuterio de Geoquiacutemica e

Quiacutemica Marinha vinculado aoWoods Hole Oceanographic Institution EUA

42 Aacuterea de Estudo

A aacuterea de estudo estaacute localizada no litoral oeste do estado do Cearaacute O bacia do

rio Acarauacute ocupa uma aacuterea equivalente a 1444249km2

(IPECE2014) compreendendo

cerca de 10 do Cearaacute e tem como curso daacutegua principal o rio Acarauacute (EMBRAPA

2005)

Existem vaacuterios outros cursos drsquoaacutegua que o interceptam nos seus 352 km de

extensatildeo que vatildeo desde as nascentes do rio Acarauacute ateacute a sua desembocadura no

municiacutepio de Acarauacute Dessa forma vaacuterias sub-bacias satildeo facilmente delimitadas com

ecircnfase maior para as formadas pelos afluentes da margem direita com destaque para as

sub-bacias dos rios Groaiacuteras Macacos Jacurutu e Madeira Pela margem esquerda o rio

Jaibaras destaca-se pela sua delimitaccedilatildeo espacial

O vale do rio Acarauacute eacute delimitado por 30 municiacutepios (IPECE 2014) No

entanto a aacuterea de estudo abrange a aacuterea a partir do accedilude de Araras no municiacutepio de

Varjota ateacute a foz do rio no municiacutepio de Acarauacute perpassando os 12 municiacutepios a

seguir Acarauacute Bela Cruz Carireacute Cruz Forquilha Groaiacuteras Marco Morrinhos

Massapecirc Santana do Acarauacute Sobral e Varjota

A maior parte da Bacia do Acarauacute tem o seu regime de chuvas caracterizado

pela concentraccedilatildeo das precipitaccedilotildees em poucos meses o que torna a estaccedilatildeo chuvosa

bem definida Isso acontece porque as variaccedilotildees das chuvas durante as estaccedilotildees no setor

29

norte do Nordeste brasileiro parecem estar intimamente ligadas agraves movimentaccedilotildees de

latitude da Zona de Convergecircncia Intertropical (ZCIT) sobre o Atlacircntico sendo a

posiccedilatildeo mais ao sul da ZCIT coincidente com a estaccedilatildeo chuvosa durante os meses de

marccedilo a abril (COGERH 2010)

Aleacutem disso a Bacia do Acarauacute recebe em alguns anos chuvas de junho a

agosto ocasionadas por um sistema atmosfeacuterico denominado Ondas de Leste

(COGERH 2010) Aleacutem desse comportamento sazonal as precipitaccedilotildees diferenciam-se

ao longo da Bacia do rio Acarauacute Uma alta incidecircncia de chuvas eacute observada na regiatildeo

leste e na faixa litoracircnea sendo a regiatildeo sul caracterizada por uma pluviometria bem

deficiente

A temperatura meacutedia mensal eacute de 25 a 28ordmC e as temperaturas miacutenimas anuais

ocorrendo entre 20 e 24ordmC Jaacute as temperaturas maacuteximas anuais satildeo da ordem de 30 a

36ordmC onde as mais elevadas se datildeo no final do segundo semestre e nas regiotildees mais

secas (SILVA 2003)

Um estudo feito pela COGERH (2010) mostrou que as seacuteries de vazatildeo para o rio

Acarauacute podem ser caracterizadas por vazotildees bastante elevadas entre os meses de marccedilo

e maio de cada ano com o desaparecimento parcial ou total do escoamento superficial

entre junho e dezembro decorrente da estiagem Por fim em janeiro e fevereiro com o

iniacutecio das precipitaccedilotildees na regiatildeo ocorre uma pequena recuperaccedilatildeo das vazotildees

(COGERH 2010)

Analisando a populaccedilatildeo absoluta desses locais (Figura 6) vemos que a

populaccedilatildeo cresceu em torno de 70 de 1970 ateacute 2010 (IBGEa 2010) Segundo o censo

do IBGE de 2010 a populaccedilatildeo cresceu de uma cota de 276964 hab em 1970 para

507463hab em 2015 (estimada) Eacute interessante observar que o municiacutepio de Sobral

apresenta a maior populaccedilatildeo na bacia com 201756 em 2015 (estimada) seguido pelo

municiacutepio de Acarauacute com 61210 hab (IBGEb 2015)Em relaccedilatildeo ao maior crescimento

populacional a populaccedilatildeo do municiacutepio de Marco cresceu 110 em relaccedilatildeo a 1970

passando de 12631 hab (1970) para 26484 hab (2015) seguido por Sobral com um

aumento de 97 que passou de 102197hab em 1970 para 201756 em 2015(IBGEa

2010 IBGEb 2015)

30

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

Aleacutem disso a taxa de urbanizaccedilatildeo aumentou nesses municiacutepios (Figura 7) Por

exemplo os municiacutepios de Groairas Carireacute e Acarauacute tiveram o maior crescimento da

populaccedilatildeo na aacuterea urbana com valores de 44 3527 e 3446 respectivamente

(IBGEa 2010) Destaque tambeacutem para Sobral um dos trecircs poacutelos econocircmicos mais

importantes do Cearaacute com uma taxa de urbanizaccedilatildeo de aproximadamente 90

No referente a infra-estrutura da regiatildeo primeiro temos o saneamento Segundo

o IPECEa (2014) a meacutedia da taxa de cobertura da rede de abastecimento de aacutegua na

aacuterea urbana foi de 9727 em 2013 variando de 8564 em Cruz a 9993 em

Groaiacuteras Na aacuterea rural em meacutedia 4169 dos domiciacutelios eacute abastecido com aacutegua

variando de 893 em Santana do Acarauacute a 8190 em Marco Por outro lado a rede

de esgotamento sanitaacuterio natildeo atende a todos os municiacutepios Dos 12 municiacutepios

estudados na aacuterea urbana 7 natildeo dispotildeem de nenhum tipo de rede de esgoto A meacutedia da

taxa de cobertura para os 5 municiacutepios restantes foi de 4912 com destaque para

Sobral com 70 de cobertura (IPECEa 2014) Na aacuterea rural a situaccedilatildeo eacute ainda mais

alarmante Somente 4 municiacutepios possuem rede de esgoto com apenas 337 dos

domiciacutelios atendidos (IPECEa 2014)

0

30000

60000

90000

120000

150000

180000

210000P

op

ula

ccedilatildeo

(h

ab)

1970

1980

1991

2000

2010

2015

31

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios

estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

A Bacia do Acarauacute possui trecircs variedades de transportes rodoviaacuterio ferroviaacuterio

e aeacutereo O transporte hidroviaacuterio possui pequena expressatildeo e restringe-se a regiatildeo

litoracircnea O transporte ferroviaacuterio refere-se ao trecho da REFESA (Rede Ferroviaacuteria

Federal) que liga Fortaleza a Sobral (COGERH 2010) (Figura 10) Em relaccedilatildeo ao

transporte rodoviaacuterio as rodovias federais e estaduais prevalecem sendo esta a

principal forma de transporte entre os diversos municiacutepios da bacia (COGERH 2010)

(Figura 10) No que diz respeito aos tipos da frota veicular os veiacuteculos movidos a

gasolina prevalecem em todos municiacutepios estudados Nos uacuteltimos anos houve um

aumento na frota que funciona com flexibilidade no tipo de combustiacutevel (veiacuteculos

flex) utilizando uma mistura de aacutelcool e gasolina Em 2014 haviam 26404 veiacuteculos

flex comparados a 6355 veiacuteculos registrados desse tipo em 2009 (IPECE 2013

IPECEb2014) Outro aumento significativo pode ser observado na frota total dos 12

municiacutepios que em 2009 contabilizava 79285 veiacuteculos e aumentou para um contingente

de 145246 em 2014 totalizando um aumento de aproximadamente 83 nos uacuteltimos 6

anos (IPECE 2013 IPECEb 2014)(Figura 8)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Taxa

de

Urb

aniz

accedilatildeo

(

)

1970

1980

1991

2000

2010

32

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em (IPECE 2013 IPECEb 2014)

A regiatildeo estuarina do rio Acarauacute se estende da ponte no municiacutepio de Cruz ateacute a

foz do rio Acarauacute (ALVES 2010) Nessa regiatildeo o processo de uso e ocupaccedilatildeo do solo

ocorre mediante da atuaccedilatildeo do Estado dos empresaacuterios industriais e comerciais dos

pequenos e grandes proprietaacuterios agriacutecolas das comunidades de pescadores e dos

carcinicultores ALVES 2010) Das atividades econocircmicas desenvolvidas na regiatildeo

destacam-se pesca maricultura turismo e lazer navegaccedilatildeo

agroextrativismocagricultura induacutestria e agroinduacutestria (NASCIMENTO et al 2008)

A agricultura eacute o centro da economia No entanto na zona litoracircnea observa-se a

presenccedila de aacuterea irrigaacuteveis como o Periacutemetro Irrigado do Baixo Acarauacute devido as

precipitaccedilotildees mais elevadas ocorrendo nesses locais o cultivo de arroz feijatildeo cana-de-

accediluacutecar milho mandioca caju e banana (SUCUPIRA 2006) No entanto nos sertotildees

predominam as culturas de subsistecircncia e algodatildeo devido aos baixos iacutendices

pluviomeacutetricos (SUCUPIRA 2006) A pesca artesanal e industrial tambeacutem desempenha

um papel forte na economia principalmente nos municiacutepios costeiros Cruz e Acarauacute

(SUCUPIRA 2006)

Uma praacutetica agriacutecola largamente disseminada na aacuterea do estudo eacute a queimada

Esta eacute utilizada para a limpeza dos terrenos e resulta em alteraccedilotildees nas propriedades

fiacutesico-quiacutemicas e bioloacutegicas dos solos deixando-os expostos agrave accedilatildeo dos agentes

erosivos aleacutem de afetarem significativamente a flora e fauna da regiatildeo (COGERH

2010)

0

40000

80000

120000

160000

Fro

ta V

eic

ula

r

2009

2010

2011

2012

2013

2014

33

O desmatamento eacute outra praacutetica comum na regiatildeo aleacutem do preparo do solo para

o plantio outra finalidade eacute a extraccedilatildeo da lenha para fabricaccedilatildeo de carvatildeo que seraacute

usada em larga escala como combustiacutevel por padarias e ceracircmicas da regiatildeo (COGERH

2010)

Por sua vez a pecuaacuteria extensiva provoca a compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio

excessivo o desmatamento de aacutereas extensas para formaccedilatildeo de pastos aleacutem de ser

frequumlente o uso de queimadas nesta atividade visando o controle de ervas daninhas

prejudiciais ao gado

Outra atividade econocircmica na regiatildeo eacute a mineraccedilatildeo Esta eacute feita praticamente de

forma artesanal uma vez que a populaccedilatildeo de baixa renda durante o periacuteodo de seca cava

enormes buracos para extrair material argiloso a fim de produzir telhas e tijolos nas

olarias estabelecidas nas margens dos rios (ALVES 2010 COGERH 2010) (Figura 9)

Essa praacutetica degrada o ambiente de diversas formas erradica a mata ciliar dos cursos

daacutegua remove a camada feacutertil dos solos e propicia o desencandeamento de processos

erosivos Satildeo constatadas naaacuterea do estudo degradaccedilotildees impostas pela lavra de argila

nos municiacutepios de Sobral Groaiacuteras eCarireacute perfazendo ao todo seis empresas em

operaccedilatildeo (COGERH 2010)

Outra atividade de mineraccedilatildeo que traz impactos eacute a exploraccedilatildeo de calcaacuterio

encontrada nos municiacutepios de Sobral e Forquilha que por sua vez aleacutemdos

desmatamentos necessaacuterios do uso de explosivos e da produccedilatildeo em larga escala

dematerial particulado contribui para a poluiccedilatildeo e assoreamento de cursos drsquoaacutegua

(COGERH 2010) Aleacutem dissoquando o objetivo eacute a produccedilatildeo de cal ocorre a queima

de lenha em fornalhas (caieiras) primitivas

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz

Fonte ALVES 2010

34

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta

As amostragens dos sedimentos foram feitas em Marccedilo de 2014 Para a

caracterizaccedilatildeo ao longo do curso do rio foram coletados 10 amostras de sedimento

superficial com a primeira amostra coletada logo depois do accedilude Araras e a uacuteltima

amostra coletada na foz do estuaacuterio do rio Acarauacute (Figura 10) Nesse uacuteltimo ponto

foram coletados dois testemunhos objetivando uma caracterizaccedilatildeo do ambiente

estuarino As localizaccedilotildees dos pontos amostrados encontram-se na Tabela 2

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem

Pontos Identificaccedilatildeo dos pontos Coordenadas

Latitude Longitude

ACR 1 Apoacutes o accedilude Araras 04deg122711S 40deg27012O

ACR 2 No municiacutepio de Carireacute 03deg56289 S 40deg25092 O

ACR 3 Antes do municiacutepio de Sobral 03deg44569 S 40deg22284 O

ACR 4 Depois do municiacutepio de Sobral 03deg39547 S 40deg19431 O

ACR 5 Antes de Santana do Acarauacute 03deg32044 S 40deg15051 O

ACR 6 Distrito de Sapoacute (depois do centro de Santana do

Acarauacute) 03deg22323 S 40deg09441 O

ACR 7 Municiacutepio de Morrinhos 03deg15262 S 40deg08225 O

ACR 8 Municiacutepio de Marco 03deg07161 S 40deg07515 O

ACR 9 Antes do municiacutepio de Cruz 02deg56209 S 40deg10160 O

ACR 10 Municiacutepio de Acarauacute (foz) 02deg52211 S 40deg074556 O

Testemunho Foz do estuaacuterio do rio Acarauacute 02deg52211 S 40deg0737 O

Fonte Elaborado pela autora

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial

e do perfil sedimentar

Fonte Elaborado pela autora

35

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar

As amostras superficiais (0-2 cm) foram coletadas com paacute de alumiacutenio e

acondicionadas em marmitas previamente limpas com acetona Todas foram

adequadamente etiquetadas e mantidas refrigeradas ateacute a chegada no laboratoacuterio Ao

chegar no laboratoacuterio a fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de hidrocarbonetos foi

guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas de alumiacutenio na

geladeira

Os perfis sedimentares foram coletados a partir da inserccedilatildeo do cano de alumiacutenio

na margem do rio de forma manual Em seguida os canosforam etiquetados e levados

ao laboratoacuterio No laboratoacuterio os canos de alumiacutenio foram abertos com o auxilio de

uma maquita fotografados e seccionados de 5 em 5 cm totalizando 12 sub-amostras

em um comprimento de 60 cm (Figura 11) A fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de

hidrocarbonetos foi guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas na

geladeira

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees

Fonte Elaborado pela autora

36

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos

As secccedilotildees do testemunho sedimentar e as amostras superficiais foram

submetidas a anaacutelises de propriedades do sedimento granulometria teor de carbonato

de caacutelcio e anaacutelise de propriedades da mateacuteria orgacircnica teor de carbono orgacircnico

hidrocarbonetos e aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos

451 Granulometria

Para a anaacutelise granulomeacutetrica foram pesadas 100g ou 50g de sedimento

dependendo da disponibilidade de amostra com o uso de uma balanccedila digital As

amostras foram submetidas asanaacutelises sedimentoloacutegicas tais como peneiramento a

uacutemido para separar a fraccedilatildeo areia (gt0062 mm) das fraccedilotildees silteargila (lt0062 mm) e

pipetagemA fraccedilatildeo areia passou pelo processo de peneiramento a seco em intervalos de

meio fi Cada fraccedilatildeo dos intervalos foi pesada depois de seca Para a pipetagem foi

utilizada a fraccedilatildeo silteargila suspensa em aacutegua na proveta com retirada de aliacutequotas de

20 ml em determinados intervalos de tempo baseado na metodologia descrita por

Suguio (1973) (Figura 12)As amostras foram classificadas granulometricamente no

programa ANASEDreg

de acordo com a classificaccedilatildeo proposta por Sheppard e

Larssoneur (LIMA et al 2001)

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem

Fonte Elaborado pela autora

452 Carbonato de Caacutelcio

Para a quantificaccedilatildeo dos teores de carbonato de caacutelcio utilizou-se o meacutetodo do

calciacutemetro de Bernard modificado (LAMAS et al 2005) atraveacutes do ataque das

amostras com aacutecido cloriacutedrico (HCl) diluiacutedo em 10 em um sistema de vasos

comunicantes de acordo com a reaccedilatildeo

37

1198621198861198621198743 + 2 119867119862119897 rarr + 1198621198742(119892119886119904) + 1198672119874

Dessa forma o teor de CaCO3 eacute medido indiretamente atraveacutes do volume de

aacutegua deslocado pelo CO2 (resultante da reaccedilatildeo com o HCl) no vaso comunicante

453 Teor de Carbono Orgacircnico

O meacutetodo utilizado foi o de Walkley-Black modificado (CAMARGO et al

2009) O princiacutepio deste meacutetodo consiste na oxidaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica porum agente

oxidante forte constituiacutedo por uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio 1N (K2Cr2O7) na

presenccedila de aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) concentrado utilizando como catalisador da

oxirreduccedilatildeo o calor desprendido na diluiccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico O excesso de dicromato

de potaacutessio eacute titulado com sulfato ferroso amoniacal (SFA - FeSO4(NH4)2SO46H2O) e

assim determinada a quantidade de MO

Em triplicata foram adicionadas a um grama da amostra liofilizada 10 ml da

soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio e 20 ml do aacutecido sulfuacuterico concentrado em um tubo de

ensaio A aliacutequota foi aquecida a 50degC por 5 minutos em seguida colocada em repouso

por 30 minutos Apoacutes este tempo a soluccedilatildeo foi transferida para um erlenmeyer e entatildeo

foi adicionada 200 ml de aacutegua destilada 10 ml de aacutecido ortofosfoacuterico (H3PO4) e 1 ml de

difenilamina 1 (indicador) A soluccedilatildeo de SFA 025 M foi usada como titulante para a

mistura e o ponto de viragem da reaccedilatildeo foi representado pela mudanccedila de cor do verde

para o azul O mesmo procedimento foi feito sem a utilizaccedilatildeo da amostra para a

determinaccedilatildeo do branco tambeacutem em triplicata O caacutelculo da quantidade de carbono

orgacircnico foi feito pela seguinte equaccedilatildeo

119862119874 =[10 minus (1198812 times 101198811)] times 04

119901

V1 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em branco em ml

V2 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em ml

P peso da amostra em g

A quantidade de mateacuteria orgacircnica foi calculada pela seguinte equaccedilatildeo

119872119874 = 119862119874 times 1725 onde

MO = porcentagem de mateacuteria orgacircnica

CO = porcentagem de carbono orgacircnico

38

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos

As substacircncias huacutemicas podem ser definidas como poliacutemeros amorfos de

coloraccedilatildeo amarelo-marrom a preta de peso molecular relativamente alto e formado por

reaccedilotildees de siacutentese secundaacuterias bioacuteticas e abioacuteticas (BENITES MADARI E

MACHADO 2003) As substacircncias huacutemicas podem ser classificadas em trecircs fraccedilotildees

dependendo da sua solubilidade aacutecidos huacutemicos (AH) que satildeo soluacuteveis em soluccedilotildees

alcalinas mas precipitam em soluccedilotildees acidas aacutecidos fuacutelvicos (AF) que satildeo soluacuteveis em

ambas soluccedilotildees alcalinas e acidas e a humina que eacute insoluacutevel nas duas soluccedilotildees

(BENITES MADARI E MACHADO 2003 BALDOTTO E BALDOTTO 2014)As

substacircncias huacutemicas do solo possuem tamanho que permite incluiacute-las na faixa dos

coloacuteides ou seja maiores do que 250 μm exibindo caracteriacutesticas proacutepriasdestacando-

se sua elevada superfiacutecie a qual lhe confere alta reatividade Esta caracteriacutestica faz com

que a fraccedilatildeo orgacircnica do solomesmo em baixos conteuacutedos seja responsaacutevel por elevada

porcentagem da capacidade de troca catiocircnica do mesmo

Neste trabalho foram determinados os AH e AF dos sedimentos superficiais e

das seccedilotildees do testemunho O meacutetodo utilizado foi o proposto por Benites Madarie

Machado (2003) e visa a quantificaccedilatildeo das fraccedilotildees huacutemicas por meio de procedimento

simplificado e de faacutecil execuccedilatildeo

Primeiramente uma amostra de sedimento eacute pesada com conteuacutedo aproximado

de 30 mg de carbono orgacircnico entatildeo uma soluccedilatildeo diluiacuteda de NaOH eacute adicionada e

deixada em repouso por 24 h No outro dia apoacutes a centrifugaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo o

sobrenadante eacute recolhido em um copo descartaacutevel Entatildeo com a adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico (H2SO4) a 20 (vv) o pH eacute ajustado a 10 e reservado em repouso por 18 h

Apoacutes esse periacuteodo essa soluccedilatildeo eacute filtrada em membrana de 045 m sob vaacutecuo O

filtrado (AF) eacute recolhido e aferido para 50 mL enquanto que os filtros satildeo lavados com

a soluccedilatildeo de NaOH e essa soluccedilatildeo (AH) tambeacutem eacute aferida para o volume de 50 mL

Uma aliacutequota de 5 mL de cada soluccedilatildeo eacute colocada em um tubo de digestatildeo a qual satildeo

adicionados 1 mL de dicromato de potaacutessio (0042 mol L-1

) e 5 mL de H2SO4 esses

tubos satildeo levados ao bloco digestor preacute-aquecido a 150oC e deixar por 30min dentro

de capela Os conteuacutedos dos tubos satildeo transferidos para frascos erlenmeyer e 3 gotas de

indicador FERROIN satildeo adicionadas Por fim as soluccedilotildees satildeo tituladas com sulfato

ferroso amoniacal (00125 mol L-1

) sob agitaccedilatildeo A quantificaccedilatildeo dos aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos eacute feita atraveacutes da seguinte foacutermula

39

119935 = (119933119939119938119954 minus 119933119938119950)119925119930119917119912119940119952119955119955119961120783120784120786119961120787120782119938119949iacute119954119958119952119957119938 (119950119923)119961120783119953119942119956119952119941119938119938119950119952119956119957119955119938 (119944)

onde

X - mg C na forma de aacutecido huacutemico (ou fuacutelvico) por gramade sedimento

Vbaq - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo dobranco aquecido

Vam - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo daamostra

NSFAcorr - Normalidade do SFA corrigida pela equaccedilatildeo

119873119878119865119860119888119900119903119903 =119881119900119897119906119898119890 119889119890 119889119894119888119903119900119898119886119905119900 119909 119873119900119903119898119886119897119894119889119886119889119890 119889119900 119889119894119888119903119900119898119886119905119900

119881119900119897119906119898119890 119889119890 119878119865119860 119888119900119899119904119906119898119894119889119900 119899119886 119905119894119905119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119887119903119886119899119888119900 119904119890119898 119886119902119906119890119888119894119898119890119899119905119900

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

461 Reagentes e material

Os solventes hexano acetona e diclorometano foram adquiridos da Tedia Os

padrotildees utilizados para a construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo foram uma soluccedilatildeo mix de

HPAs uma soluccedilatildeo mix de biomarcadores SRM 2266 e uma soluccedilatildeo mix de alcanos (seacuterie

homoacuteloga n-C10 a n-C38 incluindo os alcanos isoprenoacuteides pristano e fitano) Os padrotildees

surrogates dos HAs e biomarcadores (triacotano-d62) e dos HPAs (naftaleno-d8

fenantreno-d10 perileno-d12 e criseno-d12) possuem pureza de 988 989

respectivamente e satildeo da AccuStandardA siacutelica (70-230 mesh) e o sulfato de soacutedio

(Na2SO4) satildeo da VETECreg enquanto que a alumina e o cobre utilizados satildeoda

MERCKreg

e da SYNTHreg respectivamente Tanto os adsorventes (siacutelicae alumina)

quanto o Na2SO4 foram ativados em estufa por 24 h agrave 250degC Por sua vez o cobre em

poacute foi ativado mediante a lavagem sucessiva em soluccedilatildeo de 01 M HCl acetona e

hexano sendo mantido sob refrigeraccedilatildeo no uacuteltimo

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental

O sedimento liofilizado foi peneirado (abertura de 2mm) para a retirada de

material grosseiro como folhas e cascalhos O procedimento descrito a seguir foi

baseado em Cavalcante e colaboradores (2008) com pequenas modificaccedilotildees (Figura

14) Adicionou-se 50microL de padratildeo surrogate (soluccedilatildeo trabalho de 100 ppm) a 20g de

sedimento peneirado que entatildeo foi submetido ao processo de extraccedilatildeo soacutelido-liacutequido

assistida por sonicaccedilatildeo em uma seacuterie de soluccedilotildees extratoras com decrescente constante

40

eluotroacutepica O volume de cada soluccedilatildeo extratora foi de 30 mL e a seacuterie de soluccedilotildees

utilizadas foi acetona acetonaDCM (11) DCM DCMHEX (11) e finalmente

HEXO extrato foi transferidopara tubos de Falcon e levado a centriacutefuga a 4000 RPM

por 30min (centriacutefuga HermLee Z 360K) As partiacuteculas de sedimento decantam no

fundo restando a fase liacutequida sobrenadante sendo esta recolhida em um balatildeo de fundo

redondo de 250 mL e rotaevaporado (Rotaevaporador FISATOM 801) ateacute atingir 1mL

(Figura 13)

Entatildeo os extratos foram purificados por cromatografia liacutequido-soacutelida usando-se

uma coluna (1 x 50 cm) preenchida com 8g de siacutelica e 4g de alumina que satildeo

adsorventes polares 2g de Cu que remove compostos sulfurados (interferentes comuns

na determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos) (CRITERIA WORKING GROUP 1998) e 1g de

Na2SO4 que elimina possiacuteveis moleacuteculas de aacutegua

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos

reduzidos a 1 mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG

Fonte Elaborado pela autora

Essa purificaccedilatildeo (clean-up) foi obtida atraveacutes da eluiccedilatildeo sucessiva por 40 mL de

HEX que resultou na fase 1 (F1) e 24 mL HEXDCM (31) (ԑdeg=008) 30 mL de

HEXDCM (ԑdeg=06) e 15 mL de HEXDCM (12) (ԑdeg=021) que resultaram na fase 2

(F2) A F1 corresponde aos hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e a F2 corresponde aos

hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs)

Esse eluato foi rotaevaporado ateacute a reduccedilatildeo do seu volume para ~1 ml (Figura

13) Entatildeo esse volume foi transferido para vials de 4 mL atraveacutes de criteriosa limpeza

41

do balatildeo original com uma mistura de solvente HEXDCM (11) As amostras foram

entatildeo reduzidas para 1ml usando-se nitrogecircnio gasosoCom o auxilio de uma pipeta

automaacutetica 05 mL do eluato foi transferido para vials de 2 mL e entatildeo foram secas por

nitrogecircnio a fim de enviar essa aliacutequota para anaacutelise no Organic Geochemistry

Laboratory (Woods Hole MA EUA) As aliacutequotas foram acondicionadas em caixas

teacutermicas e enviadas para o exterior

A etapa de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos hidrocarbonetos foi baseado no

meacutetodo de Oliveira (2016)

A fraccedilatildeo F1 (HA) contendo n-alcanos isoprenoacuteides e biomarcadores foi

analisada no cromatoacutegrafo gasoso (modelo Agilent 7890A) acoplado a detector por

ionizaccedilatildeo por chama (CG-DIC) sendo os niacuteveis quantificados atraveacutes de um CG

acoplado a um espectrocircmetro de massa (CG-EM) A fraccedilatildeo F2 (HPAs) foi analisada

noCG-EMas condiccedilotildees de anaacutelise do equipamento podem ser visualizadas naTabela 3

O gaacutes heacutelio foi utilizado como a fase moacutevel com o fluxo na coluna de 13

mLmin A temperatura do injetor foi 300degC e o volume injetado foi de 2μl no modo

splitless A temperatura da interface (EM) foi 300degC

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM

Fase Moacutevel (Gaacutes de arraste) Heacutelio

Vazatildeo na coluna 13 mLmin

Temperatura do injetor 300 degC

Detector EM

Temperatura do detector 300 degC

Temperatura da interface 300 degC

Temperatura inicial 50 degC

Volume de injeccedilatildeo 2 microL

Modo de injeccedilatildeo Splitless

Modo de detecccedilatildeo (EM) SIM

Fonte Elaborada pela autora

Os marcadores moleculares de interesse foram identificados com base no tempo

de retenccedilatildeo e na razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado (Apecircndice A B e C) Aleacutem disso

as identidades dos compostos foram confirmadas pelo uso da biblioteca National

Institute of Standards and Technology 05 (NIST05)

42

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

463 Controle de Qualidade

Todas as etapas realizadas em laboratoacuterio foram acompanhadas por

procedimentos criteriosos de controle de qualidade A fim de eliminar problemas de

contaminaccedilatildeo foram analisados brancos da coluna e dos solventes usados na etapa de

extraccedilatildeo A limpeza de vidrarias foi um dos focos na preparaccedilatildeo do material usado em

43

todas as etapas de determinaccedilatildeo dos analitos de interesse Primeiramente as vidrarias

foram deixadas em banho de detergente (extran a 20 vv) por pelo menos 12 horas

sendo em seguida abundantemente enxaguada em aacutegua corrente aacutegua destilada e entatildeo

colocada em banho de aacutecido niacutetrico (HNO3 a 5vv) por 12 horas Em seguida as

vidrarias foram novamente enxaguadas em aacutegua corrente aacutegua destilada e por fim

mantidas em estufa a 200degC por um periacuteodo de no miacutenimo 12 horas

A quantificaccedilatildeo dos analitos foi realizada usando uma curva de calibraccedilatildeo de

cinco pontos pelo meacutetodo do padratildeo interno Baseado na curva de calibraccedilatildeo a faixa de

trabalho variou de 0-5000 ppb para os HPAs e os HAs e de 0-1324 ppm para os

biomarcadores com R2 de 09783 a 09999 para os HPAs (APEcircNDICE A) 09351 a

09941 para os biomarcadores (APEcircNDICE B) e 09873 a 09999 para os alcanos

(APEcircNDICE C)O limite de detecccedilatildeo variou de 0538 ndash 8579 ngg-1

para os

biomarcadores 2155 ndash 6147 ngg-1

para os n-alcanos e 7214 ndash 9597 ngg-1

para os

HPAs Os limites de quantificaccedilatildeo variaram de 1631 ndash 25997 ngg-1

para os

biomarcadores 6531 ndash 18628 ngg-1

para os n-alcanos e 21860 ndash 29082 ngg-1

Esses

paracircmetros foram calculados pela anaacutelise da injeccedilatildeo do branco de coluna (n=9) que daacute

origem a razatildeo de sinal-ruiacutedo (SN) de 3 e 10

A eficiecircncia do meacutetodo de extraccedilatildeo dos compostos do sedimento foi avaliada

atraveacutes do estudo de recuperaccedilatildeo de padrotildees surrogates relacionando-se a quantidade

de padratildeo adicionado no iniacutecio do procedimento com a quantidade extraiacuteda e

quantificada ao teacutermino do processo (IUPAC 2002)

Os padrotildees surrogates satildeo substacircncias que possuem natureza semelhante ao do

analito de interesse (especialmente Kow e Koc) de modo que apresentam tempo de

retenccedilatildeo diferente doanalito investigado (RIBANI et al 2004) Neste trabalho foram

utilizados versotildees dos compostos modificados isotopicamente e a adiccedilatildeo agrave amostra e

aos brancos foi feita no iniacutecio da etapa de extraccedilatildeo As concentraccedilotildees foram corrigidas

de acordo com a recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogates

Para Ribani et al(2004) os limites inferiores e superiores para recuperaccedilatildeo

sugerida pela literatura e aceita internacionalmente compreende o intervalo entre 70 a

120 Para Denoux e Wang (1998) este intervalo eacute bem aceito entre 40 a 120

enquanto que USEPA (1994) admite valores entre 30 a 115 Para este trabalho os

intervalos satisfazem as faixas sugeridas pela literatura (Tabela 4)

44

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate

Padrotildees Surrogate Meacutedia de

Recuperaccedilatildeo

Naftaleno-d8 5809

Fenantreno - d10 11576

Criseno-d12 11971

Perileno-d12 4245

Triacontane-d62 8380

Fonte Elaborada pela autora

45

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica

511 Sedimentos Superficiais

A anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais estaacute demonstrada na

Figura 15 A granulometria foi dividida em trecircs fraccedilotildees cascalho areia e finos

(lama)Os sedimentos superficiais apresentaram predominacircncia na fraccedilatildeo areia da estaccedilatildeo

ACR1 mais a montante ateacute a estaccedilatildeo ACR9 com meacutedia de 7769plusmn1448Vale ressaltar que

nas estaccedilotildees ACR 8 e ACR9 a fraccedilatildeo dos finos apresentou um destaque maior com valores

de 3476 e 4658 respectivamente Somente na estaccedilatildeo ACR10 a fraccedilatildeo dos finos

ultrapassou a fraccedilatildeo areia correspondendo a 75 da granulometriaO teor de carbono

orgacircnico (CO) apresentou-se inferior a 1 na maioria das estaccedilotildees com meacutedia de

044plusmn025 Somente a estaccedilatildeo ACR10 obteve o conteuacutedo de CO maior que 1 com valor

de 187

Com relaccedilatildeo ao potencial de acumulaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica nos sedimentos aqueles

com material mais fino em sua composiccedilatildeo (silte e argila) apresentam maior superfiacutecie de

contato permitindo um maior acuacutemulo de mateacuteria orgacircnica o qual pode ter relaccedilatildeo

dependendo da concentraccedilatildeo com fontes antroacutepicas (KARICKHOFF et al1979

TREMBLAY et al 2005 CHEN et al 2011) Jaacute sedimentos com predominacircncia de material

arenoso em sua composiccedilatildeo tendem a apresentar uma reduccedilatildeo no potencial de adsorccedilatildeo de

carbono orgacircnico dificultando o acuacutemulo de compostos orgacircnicos persistentes Nas amostras

superficiais do rio Acarauacute a CO teve uma alta correlaccedilatildeo com a fraccedilatildeo dos finos com um

coeficiente de Spearman (plt005) igual a 0903

O conteuacutedo de carbonato de caacutelcio (CaCO3) variou bastante ao longo do rio com

meacutedia de 320plusmn463 natildeo observando-se um padratildeo de variaccedilatildeo O maior valor de CaCO3 foi

relativo a estaccedilatildeo ACR10 que localiza-se no estuaacuterio do rio Acarauacute com 1556 e foi

relacionado com a presenccedila de carapaccedilas de organismos que sintetizam CaCO3

46

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais

AC

R 1

AC

R 2

AC

R 3

AC

R 4

AC

R 5

AC

R 6

AC

R 7

AC

R 8

AC

R 9

AC

R 1

0 --

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Porc

enta

gem

gra

nulo

met

ria

Finos

Areia

Cascalho

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

CO()

CaCO3 ()

Porcen

tagem

CO

e CaC

O3

Fonte Elaborado pela autoraCO= carbono orgacircnico CaCO3=carbonato de caacutelcio finos = gratildeos lt

0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm cascalho=gratildeosgt2mm

Como estudo complementar foi feita a anaacutelise granulomeacutetrica dos finos (silte+argila)

das amostras ACR8 ACR9 e ACR10 A fraccedilatildeo de silte grosso predominou entre as fraccedilotildees

finas nas trecircs estaccedilotildees como pode ser observado na

Tabela 5

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9

e ACR10 (porcentagem)

Estaccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

ACR8 279 149 053 2995 6524

ACR9 490 493 252 3424 5342

ACR10 494 313 154 6585 2454

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

512 Sedimentos do testemunho

47

O resultado da anaacutelise granulomeacutetrica do testemunho pode ser observado na Figura 16

e Tabela 6 Nota-se que do topo ateacute 30cm temos a predominacircncia da fraccedilatildeo areia com

porcentagem meacutedia de 6993plusmn1429 apoacutes essa camada a fraccedilatildeo dos finos (silte e argila)

predomina com porcentagem meacutedia de 7675plusmn1442

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar

Fonte Elaborada pelo autora finos = gratildeos lt 0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm

cascalho=gratildeosgt2mm

Alteraccedilotildees na dinacircmica deposicional dos sedimentos do rio Acarauacute ao longo do tempo

podem explicar a mudanccedila no tamanho do gratildeo depositado observada na distribuiccedilatildeo

granulomeacutetrica Isso pode ser explicado pela mudanccedila da hidrodinacircmica do estuaacuterio ou pela

entrada de material terriacutegeno com um maior teor de finos Em relaccedilatildeo a hidrodinacircmica a

alternacircncia entre camadas de sedimento mais finos e camadas de sedimento mais grossos

podem ser relacionados com periacuteodos de baixa energia e periacuteodos de alta energia

respectivamente Durante eventos de alta energia como por exemplo nas cheias do rio o

sedimento depositado no registro histoacuterico eacute caracterizado por material mais grosseiro

transportado como carga de fundo e depositado no local (MITRA et al 1999 BAacuteBEK et al

2011) Por outro lado uma possivel fonte de sedimentos finos para o local pode ser

relacionada com a construccedilatildeo de barragens e passagens secas Uma importante barragem

construiacuteda recentemente (1980-2000) eacute a barragem de Santa Rosa da qual o processo de

construccedilatildeo pode ter sido uma fonte de sedimentos finos para este local

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Porcentagem

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Finos

Areia

Cascalho

48

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho

AMOSTRAS Tipo de sedimento

0-5 cm Areia Lamosa

5-10 cm Areia Lamosa 10-15 cm Areia Lamosa

15-20 cm Areia

20-25 cm Areia 25-30 cm Areia Lamosa

30-35 cm Lama Arenosa

35-40 cm Lama 40-45 cm Lama

45-50 cm Lama

50-55 cm Lama 55-60 cm Lama Arenosa

Fonte Elaborada pela autora

Em relaccedilatildeo ao teor de carbono orgacircnico temos que do topo ateacute a profundidade de 25

cm a CO foi inferior a 1 com meacutedia de 060plusmn03 com valor miacutenimo de 017 no

intervalo de 20-25 cm (Figura 17) A partir de 25 cm houve um aumento da CO em relaccedilatildeo

as camadas superiores com meacutedia de 174plusmn04 atingindo o valor maacuteximo de 218 no

intervalo de 35-40 cm o que estaacute de acordo com o maacuteximo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos

finos

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho

Fonte Elaborada pela autora

Porcentagem

0 1 2 3 4 5 6 7

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

CO()

CaCO3 ()

Porcentagem

00 04 08 12 16

Pro

fundid

ade (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

AH ()

AF()

49

O teor de carbonato de caacutelcio apresentou um decliacutenio do topo ateacute a profundidade de 20

cm com meacutedia de 386plusmn25 (Figura 17) No intervalo de 15-30 cm foi verificada a ausecircncia

do CaCO3 Nas camadas seguintes o conteuacutedo de carbonato voltou a aumentar com meacutedia de

35plusmn108

No testemunho os aacutecidos huacutemicos (AH) variaram de nd a 009 mgg de sedimento

enquanto que os aacutecidos fuacutelvicos (AF) variaram de nd a 036 mgg de sedimento O perfil de

zig-zag dos AF representa as eacutepocas de cheias e estiagem as quais o rio Acarauacute foi submetido

Os aacutecidos huacutemicos possuem maior conteuacutedo de C e menor de O e consequentemente uma

massa maior que os aacutecidos fuacutelvicos (HUR E SCLAUTMAN 2004) e constituem os dominios

hidrofiacutelicos-hidrofoacutebicos das substacircncias huacutemicas (BALDOTTO E BALDOTTO 2014) Com

o grau de polimerizaccedilatildeo relativamente maior dos aacutecidos huacutemicos eacute possiacutevel constatar um

estaacutegio mais avanccedilado de humificaccedilatildeo Entretanto os aacutecidos fuacutelvicos conteacutem mais

agrupamentos ndash COOH por unidade de massa em relaccedilatildeo aos aacutecidos huacutemicos e juntamente

com a soma dos grupamentos fenoacutelicos caracterizam maior acidez total apresentando maior

capacidade de troca catiocircnica (CTC) que os aacutecidos huacutemicos e por sua vez contendo domiacutenios

predominantemente hidrofiacutelicos (BALDOTTO E BALDOTTO 2014)

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

A avaliaccedilatildeo dos HA tanto nos sedimentos superficiais do rio Acarauacute como no perfil

sedimentar do estuaacuterio fornece informaccedilotildees sobre o registro das entradas de contaminaccedilatildeo por

efluentes domeacutesticos ou induacutestria ou ateacute mesmo da entrada natural por plantas terrestres aleacutem

da variaccedilatildeo na predominacircncia de certas fontes ou emissotildees localizadas irregularmente

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais

A maioria dos hidrocarbonetos alifaacuteticos resolvidos consistiram na seacuterie de n-alcanos

n-C10 - n-C38 O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

nos sedimentos superficiais ao longo do curso do

rio Acarauacute com uma meacutedia de 540577 ngg-1

(Tabela 7) A concentraccedilatildeo maacutexima de n-

alcanos (843246ngg-1

) foi observada na estaccedilatildeo ACR10 enquanto que a miacutenima foi na

estaccedilatildeo ACR7 (265474 ngg-1

)

50

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute

n-alcanos (ngg-1) ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

nC10 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 3424 307

nC11 ltLD 5890 6064 1218 14309 7645 12237 2694 1526 18434

nC12 1951 7781 5894 4141 14120 12170 1718 3212 1723 15123

nC13 4886 14468 16556 4357 30059 15721 1580 4142 4192 24523

nC14 26565 26233 35804 31402 54307 2896 3808 24086 844 36334

nC15 99394 15093 5198 13974 5352 6492 23587 6499 755 13816

nC16 17427 30598 44496 73637 52651 51700 8490 45561 1148 36096

nC17 142438 11973 6196 33361 8879 13577 15288 9106 1741 9891

pristano 24510 4106 1398 4176 3650 1413 3560 780 282 1891

nC18 2340 1371 13361 27980 2394 1180 5339 15457 207 13419

fitano 12402 1923 2485 6067 444 694 2053 866 2280 4055

nC19 2310 2860 2681 5296 3695 5489 8122 3220 4702 4347

nC20 14636 6805 1150 6036 2151 1016 3899 11709 2954 7642

nC21 13008 2859 3073 4513 2290 6976 3998 3818 2187 1989

nC22 6569 3783 2747 2560 3058 2776 3567 7547 3098 3583

nC23 8881 3667 2573 4578 3898 9760 3565 4718 9975 8802

nC24 5682 1906 2475 2926 4685 9071 2470 5961 3545 1470

nC25 6469 2718 2805 4472 4207 9592 7449 6051 7351 6869

nC26 7009 4212 3310 9997 6440 12689 4166 10171 4154 27775

nC27 4279 10601 5573 9928 12071 4408 2278 16568 5390 32450

nC28 12884 9724 5993 26968 15852 20295 9397 18032 4941 80334

nC29 12785 29506 9674 29432 26932 27529 3527 46014 44705 88287

nC30 26161 77686 7527 30407 25114 19331 12801 143288 15249 73360

nC31 39329 2019 8667 40320 27357 23302 5787 174533 69600 84858

nC32 33418 24479 7488 26586 22070 15643 9006 68769 59656 46916

nC33 20722 8318 8576 27395 20880 2679 25167 83597 62714 55489

nC34 51234 9563 7115 22467 19116 5117 13680 23557 22893 35672

nC35 23685 15228 145541 12688 19927 11349 59884 40644 26372 53232

nC36 44587 109780 9787 9755 11169 7534 3956 56001 172491 51181

nC37 29061 1315 3067 37630 50413 1252 3832 2265 73385 2766

nC38 9567 ltLD ltLD ltLD ltLD 13527 1263 ltLD 13452 2333

sumAlcanos (ngg-1) 704190 446465 377274 514269 467491 322822 265474 838866 626935 843246

Fonte Elaborado pela autora ltLD= menor que o limite de detecccedilatildeo

Os perfis de n-alcanos das amostras superficiais podem ser observados na Figura 18

Na amostra ACR1 predominaram os homoacutelogos n-C15 e n-C17 Na estaccedilatildeo ACR2

predominaram os alcanos n-C30 e n-C36 Na ACR3 ACR6 e ACR7 predominou o alcano n-

C35 Nas estaccedilotildees ACR4 e ACR5 predominou o homoacutelogo n-C16 Na ACR9 houve a

presenccedila de n-alcanos com peso molecular maior com destaque para a alta concentraccedilatildeo de n-

C36 Nas estaccedilotildees ACR8 e ACR10 houve uma maior concentraccedilatildeo dos n-alcanos com peso

molecular maior sem predominacircncia de iacutempares ou pares

51

Fonte Elaborada pela autora

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR1

n-alcanos

ACR2

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR3

n-alcanos

ACR4

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR5

n-alcanos

ACR 6

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR7

n-alcanos

ACR8

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR9

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

n-alcanos

ACR10

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

52

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio Acarauacuteem ngg-1

n-alcanos (ngg-1) 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

nC10 ltLD 405 678 063 548 2514 1156 1464 623 549 069 243

nC11 ltLD 2705 13191 319 470 28398 9705 19712 ltLD 2478 6781 1422 nC12 ltLD 2823 2513 861 3139 4583 1187 365 2799 ltLD 2701 854

nC13 ltLD 625 1245 793 1961 1793 1215 1742 1103 1904 1976 1272

nC14 1434 1121 4093 1077 2019 2224 734 1880 1817 24924 2558 792 nC15 2658 3286 8452 4383 12533 12717 3252 9060 7736 4238 10333 9228

nC16 4929 23397 12156 3709 5982 5389 2924 4553 5464 4454 11591 10548

nC17 1837 6583 5735 6010 13641 11857 1990 5984 9530 2741 6946 11837

pristano 2559 2694 3837 961 2782 1889 1638 2346 1466 480 2840 1350

nC18 699 19312 1352 678 1012 1218 826 1247 460 554 1668 1417

fitano 658 1744 1197 246 5602 1324 378 1173 479 701 1624 1576 nC19 3749 1043 8135 3208 7058 6771 2416 5873 3701 1675 6231 7228

nC20 1226 2061 1654 1411 2138 2706 462 12819 868 908 2068 3889

nC21 2291 3702 3691 1621 2128 2580 2022 2411 2032 1165 3746 2352 nC22 1677 2326 3638 1914 3219 2061 1231 2416 2226 1034 1419 5059

nC23 1414 2469 7173 943 3505 2584 1170 3014 4234 1453 3598 3848

nC24 1088 3164 2341 761 2927 870 1370 697 1713 832 1574 4633 nC25 786 6004 3979 1896 4559 4333 635 2439 2710 620 1980 4628

nC26 1913 6277 3119 1552 2523 2364 1408 2148 1121 994 2383 3487

nC27 1634 12408 1438 1085 2284 1677 1179 3644 1949 2626 1839 5740 nC28 1462 11790 1322 832 2567 2932 1260 1579 2626 1087 897 7236

nC29 1699 26404 23058 1353 2372 4427 1610 1961 1618 1440 2245 10850

nC30 750 14993 1647 1101 3243 3106 3693 7261 1794 4019 1299 1017 nC31 3341 26952 8481 1635 1798 3038 3015 7002 3857 4242 5005 6071

nC32 2979 12723 15380 869 1656 2702 2691 2404 5916 1444 919 2117

nC33 1057 18736 38115 1339 3752 3029 977 4288 954 2445 4371 1947 nC34 1983 44912 9230 932 1088 2515 11265 13922 1239 687 5477 2957

nC35 1798 18222 2955 404 222 ltLD 215 139 1629 703 1474 636

nC36 720 58593 302 ltLD 162 458 5491 1427 1391 ltLD 4462 14808 nC37 1987 40245 673 1165 1345 540 747 2466 4168 1981 1650 9181

nC38 2504 48447 ltLD 4600 3080 ltLD 723 421 616 ltLD 2432 20103

sumAlcanos (ngg-1) 50830 426167 190778 47720 101316 122600 68585 127855 77842 72380 104155 158327

Fonte Elaborado pela autora

53

522 n-alcanos no testemunho sedimentar

O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10 - C38 variou de 47720 ngg-1

(15-20 cm) a 426167 ngg-1

(5-10 cm) nos sedimentos das seccedilotildees do testemunho com uma

meacutedia de 129046 ngg-1

(Tabela 8) A concentraccedilatildeo de n-alcanos totais foi aumentando em

direccedilatildeo ao topo com um pico na profundidade 5-10 cm

523 Biomarcadores do petroacuteleo

5231 Sedimentos superficiais

A maioria das estaccedilotildees apresentou a presenccedila da seacuterie de hopanos e esteranos As

concentraccedilotildees dos 5 hopanos e 5 esteranos identificados e quantificados nas amostras de

sedimento superficial estatildeo naTabela 9

Nas amostras de sedimento superficial a concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD

(ACR3) a 6787 μgg-1

(ACR6) com destaque para o C29-hopano (NH) (Tabela 9) As

estaccedilotildees ACR1 ACR4 e ACR6 tiveram os maiores valores de sumHop Por outro lado os

esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 2327 μgg-1

(ACR4) com destaque para o

C28αββ (SR)(Tabela 9) A estaccedilatildeo ACR4 apresentou o maior valor para sumEster com

predominacircncia dos compostos C28αββ (SR)e C29αββ (SR)

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

BIOMARCADORES ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

17α(H)-222930 - trisnorhopano 051 ltLD 040 576 519 310 411 373 252 106

17α(H)21β(H)-30-norhopano 5470 1214 ltLD 3860 2610 6787 569 3985 2387 116

17α(H)21β(H) - hopano 2420 ltLD 548 510 ltLD 2867 389 600 553 412 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 1356 1928 ltLD 2062 690 2605 ltLD 527 1066 1541

17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 1109 250 1010 2308 2049 1921 1358 307 1792 2348

ααα - colestano 044 ltLD ltLD ltLD 031 023 ltLD ltLD 143 02 αββ- colestano 061 094 ltLD 158 664 291 ltLD ltLD 284 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD ltLD 2327 ltLD 1479 ltLD ltLD ltLD 258

ααα - 20R 24R - etilcolestano 449 064 ltLD 634 104 371 ltLD 072 650 ltLD αββ - 20R 24R - etilcolestano 125 152 1156 1643 ltLD 036 ltLD 262 060 534

sumBiomarcadores 11085 3748 2757 14089 6666 16690 2737 6127 7188 5338

sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 ltLD 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

5232 Testemunho

No testemunho o somatoacuterio dos biomarcadores (sumBiomarcadores) estudados variou

de 3286 μgg-1

(45-50 cm) a 10071μgg-1

(40-45 cm) (

54

Tabela 10) A concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD a 3662 μgg-1

(30-35 cm)

com destaque similar aos sedimentos superficiais para o C29-hopano (NH) No perfil de

concentraccedilatildeo podemos observar dois picos de concentraccedilatildeo maacutexima em 10-15 cm e 40-45

cm de profundidade Por outro lado os esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 6

μgg-1

(55-60 cm) com destaque para o C29αββ (SR) O sumEster teve um maacuteximo em 10-15

cm e um miacutenimo em 15-20 cm

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

)

BIOMARCADORES 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

17α(H)-222930 - trisnorhopano 461 265 155 254 135 099 198 228 418 ltLD 316 212 17α(H)21β(H)-30-norhopano 2270 2707 2404 1950 1474 839 3662 1502 2164 741 2687 2651

17α(H)21β(H) - hopano 1238 067 1163 188 320 688 257 771 1469 409 096 1004 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 2135 286 1934 868 460 674 ltLD 1274 2454 1769 999 ltLD 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 500 104 2638 320 791 1557 1908 1505 2878 037 1797 864

ααα - colestano ltLD ltLD 050 ltLD ltLD ltLD 095 114 045 050 ltLD 021 αββ- colestano 334 415 207 041 ltLD ltLD 284 148 039 ltLD 371 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD 326 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ααα - 20R 24R - etilcolestano ltLD ltLD 044 120 ltLD 121 ltLD 034 ltLD ltLD 113 056 αββ - 20R 24R - etilcolestano 433 225 243 ltLD 220 176 205 103 596 280 242 603

sum Biomarcadores 7385 4068 9164 3790 3419 4172 6610 5679 10071 3286 6625 5428 sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747 sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos

As concentraccedilotildees individuais dos 56HPAs identificados e quantificados nos

sedimentos superficiais e no testemunho assim como as razotildees diagnoacutesticas usadas nesse

estudo para a identificaccedilatildeo das possiacuteveis fontes estatildeo na Tabela 11 e no Apecircndice A

respectivamente

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais

As concentraccedilotildees totais dos 56 HPAs (sumHPA56) analisados variaram de 42740 ngg-1

(ACR3) a 515073 ngg-1

(ACR8) (Tabela 11) nos sedimentos superficiais O somatoacuterio dos

16 HPAs prioritaacuterios da USEPA foi expresso como sumHPA16 e variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720 ngg-1

(ACR5) Em geral as concentraccedilotildees de HPAs depedem da

localizaccedilatildeo das fontes em relaccedilatildeo as estaccedilotildees como proximidade de um porto uma regiatildeo

densamente habitada ou uma regiatildeo industrial As maiores concentraccedilotildees foram observadas

em ACR4 ACR5 ACR7 ACR8 e ACR9 E as menores concentraccedilotildees foram observadas em

ACR1 ACR3 e ACR6

55

Essas concentraccedilotildees elevadas tiveram dois principais compostos responsaacuteveis a seacuterie

de naftalenos e o dibenzo(a)antraceno

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

)

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAs

2 a

neacuteis

Naftaleno 3089 417 1537 32992 ltLD 4460 ltLD 54058 ltLD 2573

2-metilnaftaleno ltLD ltLD 646 7208 ltLD 1177 ltLD 8631 ltLD 780

1-metilnaftaleno ltLD ltLD 100 4468 ltLD ltLD ltLD 7021 ltLD 464

16-dimetilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 1983

12-dimetilnaftaleno 958 1046 4177 12420 6880 992 ltLD 12257 ltLD 2237

235-trimetilnaftaleno 6178 ltLD ltLD 87821 ltLD 5936 ltLD 129316 10908 1401

Bifenil ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 676 ltLD 180 ltLD 492

3 a

neacuteis

Acenaftileno ltLD 141 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno 910 ltLD ltLD 1556 ltLD 1110 ltLD 2202 1638 336

1-metilfluoreno 281 188 078 057 084 066 077 286 108 066

Fenantreno 1460 1463 1739 1817 1462 1498 200 1407 2127 1241

Antraceno 540 464 543 502 456 1474 1112 330 503 830

Carbazole 5176 1632 2275 5096 1920 4456 1631 4190 4962 3112

9-etil-10-metilfenantreno 046 060 200 046 785 037 018 013 158 055

4 a

neacuteis

Fluoranteno 758 155 306 768 224 547 150 577 803 871

Pireno 1051 612 885 1214 331 846 222 1170 1343 1213

1-metilpireno 740 231 240 240 539 205 221 303 220 268

Benz(a)antraceno 561 354 569 1452 749 424 391 282 361 600

Trifenileno 3765 133 140 1033 372 208 179 109 149 1848

Criseno ltLD ltLD 070 1401 111 169 463 ltLD 099 784

6-metilcriseno 1764 286 294 323 847 251 628 222 494 566

6-etilcriseno 4188 257 431 371 493 232 217 741 197 341

5 a

neacuteis

Benz(b)fluoranteno 3723 935 850 1335 1103 901 542 562 825 5356

Benzo(k)fluoranteno 2198 1314 1600 1214 1891 1626 1289 1039 1413 4302

Benzo(e)pireno 2402 1576 1451 1259 1720 1234 1442 863 1285 15825

Benzo(a)pireno 2569 1942 1228 1706 1789 1825 1224 1155 1693 2581

Perileno 866 1068 2751 1234 768 433 497 675 1329 16784

Dibenzo(ah)antraceno ltLD 97858 ltLD ltLD 190387 ltLD 181447 30111 ltLD ltLD

6

an

eacuteis

Indeno(123-cd)pireno 2992 2137 2373 4330 7459 3794 5025 1046 1575 16385

Benzo(ghi)perileno 2044 3049 2444 2710 1759 1665 1220 3570 13969 2308

HPAs alquilados

sum C1-C4 naftalenos ltLD 4692 6153 137453 5202 8616 ltLD 243020 321927 9378

sum C1-C3 fluorenos ltLD 1130 1436 833 133 749 ltLD 1104 3770 8758

sum C1-C4 fenantrenos ltLD 779 1014 ltLD 1578 ltLD 418 874 1788 5429

sum C1-C4 pirenos 3116 944 4595 1863 4619 1379 1913 2635 3515 9068

sum C1-C3 crisenos 2356 ltLD 1627 490 2157 ltLD 625 3937 2283 6862

HPAs sulfurados

Dibenzotiofeno 366 823 968 730 ltLD 926 ltLD 886 305 396

46-dimetildibenzotiofeno 163 057 ltLD 193 054 ltLD ltLD 069 790 338

Dibenzofurano 108 259 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 199 ltLD ltLD

sum C1-C4 dibenzotiofenos ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 2196 1997

Paracircmetros

sum HPAs16 21929 110878 14143 52998 207720 20339 193285 97542 26349 39381

sum HPAs56 54402 126039 42740 316136 235871 47937 201161 515073 382732 127828

sum HPAs alquilados 5472 7545 14825 140639 13689 10744 2957 251570 335479 41491

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 5999 2486 3819 36868 1917 8542 1311 57997 4268 4980

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 15930 108392 10324 16130 205803 11796 191974 39545 22081 34401

Fonte Elaborada pela autora

Apesar do ΣHPA16 (14143 - 207720 ngg-1

) no rio Acarauacute estaacute abaixo dos niacuteveis

encontrados em regiotildees com intensa atividade urbana ou ateacute mesmo atividade portuaacuteria como

as cidades de Montevideo e Xinxiang os niacuteveis encontrados estatildeo proacuteximos de aacutereas urbanas

e rurais como o Rio Durance (Franccedila) e a regiatildeo metropolitana de Curitiba (

56

Tabela 12) Segundo Benlahcer e colaboradores (1997) os sedimentos com ΣHPAs ateacute

250 ngg-1

satildeo considerados como levemente poluiacutedos entre 250 e 2000 ngg-1

satildeo

considerados moderadamente poluiacutedos e acima de 2000 ngg-1

satildeo considerados altamente

poluiacutedos Desta forma podemos classificar os sedimentos das estaccedilotildees ACR1 ACR3 e ACR6

como levemente poluiacutedas e a estaccedilatildeo ACR 5 como altamente poluiacuteda ficando o restante

classificado como moderadamente poluiacutedo

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo

nos uacuteltimos cinco anos

Local Atividade Variaccedilatildeo de

sumHPAs (ngg)

ndeg de HPAs

estudados Referecircncia

Rio Iguaccedilu Curitiba Brasil Aacuterea urbana e industrial 131 - 1713 16 LEITE et al 2011 Mar Egeu Mediterracircneo Aacuterea urbana e industrial lt415 - 405 14 KUCUKSEZGIN et al 2012

Delta do Rio Amarelo China Exploraccedilatildeo de petroacuteleo

agricultura e pesca 27-753 16 YUAN et al 2014

Estuaacuterio do Rio da Prata Uruguai Aacuterea urbana e industrial 196-65501 16 VENTURINI et al 2015

Xinxiang China Aacuterea industrial 4450 - 29000 15 FENG et al 2016 Rio Cocoacute e Cearaacute Fortaleza Brasil Aacuterea urbana 3488 ndash 301716 54 OLIVEIRA 2016

Porto do Mucuripe Fortaleza Cearaacute Aacuterea portuaacuteria 6527 - 6833354 54 OLIVEIRA 2016

Baiacutea de Paranaguaacute Aacuterea urbana e portuaacuteria ltLD - 572 16 DE ABREU-MOTA et al 2014

Baia de Laranjeiras Brasil Aacuterea de conservaccedilatildeo e

recreaccedilatildeo 385 - 892 - MARTINS et al 2012

Rio Durance Franccedila Agricultura 57ndash1528 16 KANZARI et al 2015 Rio Jaguaribe Agricultura carcinicultura 069 a 375202 16 ANDRADE 2012

Rio Pacoti Carcinicultura aacuterea de

conservaccedilatildeo aacuterea urbana 119512 - 290625 16 FERNANDES 2013

Rio Acarauacute Agricultura carcinicultura 14143 - 207720 16 Presente estudo

Fonte Elaborada pela autora

Em contrapartida podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs satildeo

relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente Dessa forma esses compostos satildeo os maiores responsaacuteveis pelo

niacutevel de contaminaccedilatildeo na regiatildeo

57

Fonte Elaborada pela autora baseado em LIMA et al 2005N F Fl D e C correspondem a naftaleno fenantreno fluoreno dibenzotiofeno e criseno respectivamente

0-4 representam o nuacutemero do carbono dos grupos alquilados nas seacuteries homologas de HPAs alquilados BF a BghiP correspondem aos outros 15 HPAs prioritaacuterios pela

USEPA Atenccedilatildeo para as diferentes escalas do eixo Y

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

) ACR1

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR2

DahA0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

ACR3

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR4

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0102030405060708090

100

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR5

DahA0

1000

2000

Co

nce

ntr

accedilatildeo

(ng

g)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR6

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR7

DahA0

1000

2000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

04080

120160200240280320360400

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR8

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

1500

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR9

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

1000

2000

3000

Concentr

accediloم

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR10

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio Acarauacute

58

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho

As concentraccedilotildees individuais dos HPAs variaram de ltLD a 6181 ngg-1

enquanto que

o sumHPAs16 variou de 13197 ngg-1

(5-10 cm) a 685419 ngg-1

(35-40 cm) (Figura 20 e

Apecircndice A) A distribuiccedilatildeo dos HPAs foi dominada pelo dibenzo(ah) antraceno e pela seacuterie

de naftalenos alquilados com esses compostos correspondendo de 10-75 e 2-77 do total

de HPAs respectivamente Esse mesmo domiacutenio foi observado nos sedimentos superficiais

ao longo do curso do rio Acarauacute

Podemos observar que a concentraccedilatildeo de HPAs cresce nas camadas mais profundas do

testemunho contrariando a tendecircncia observada em outros trabalhos de uma maior

concentraccedilatildeo dos HPAs nos sedimentos superficiais que correlaciona-se com o aumento da

taxa de ocupaccedilatildeo da regiatildeo (MACHADO et al 2014) Esse padratildeo de variaccedilatildeo com um pico

de HPAs em seccedilotildees mais profundas foi observado em vaacuterios trabalhos (SUN E ZHANG

2012 DUAN et al 2015) e foi atribuido a mudanccedila na fonte de energia utilizada pela

populaccedilatildeo do local Na bacia do rio Acarauacute o uso de carvatildeo vegetal pelas induacutestrias de

cimento foi estimulado pelo Governo Federal por causa da crise internacional do petroacuteleo na

deacutecada de 70 (SEMACE 1998) Durante vinte anos essa praacutetica foi uma praacutetica comum que

devastou a caatinga na regiatildeo e que teve seu registro nos sedimentos do estuaacuterio do Acarauacute

59

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio

Acarauacute

FLTR

0 10 20 30 40 50 60

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

HPAs16

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000 8000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

NAF

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 10 20 30 40

FEN

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 5 10 15 20 25 30

CRI

0 10 20 30 40 50

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

ANT

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2 4 6 8 10 12

Pir BaA

0 5 10 15 20 25 30

BbF

0 20 40 60 80 100120140160180

BkF

0 20 40 60 80 100

BeP

0 100 200 300 400 500

BaP

0 50 100 150 200 250 300 350

PER

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 200 400 600 800

DahA

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5 IcdP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100120140

BghiP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100 120

PIR

0 10 20 30 40 50

Fonte Elaborado pela autora

60

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute

Para a determinaccedilatildeo de fontes dos hidrocarbonetos nos sedimentos superficiais do rio

Acarauacute foram utilizadas as razotildees diagnoacutesticas na Tabela 13

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos

sedimentos superficiais do rio Acarauacute

Hidrocarbonetos Razotildees diagnoacutesticas ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAS

sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 073 098 073 030 099 058 099 041 084 087

BaA(BaA +Cri) 094 091 089 051 087 071 046 089 078 043

IP(IP+BghiP) 059 041 049 062 081 069 080 023 010 088

FenAnt 270 315 320 362 321 102 018 426 423 150

FltrPir 072 025 035 063 068 065 067 049 060 072

Per5 aneacuteis 795 103 5364 2238 039 774 027 200 2548 5981

Alcanos

CPI (15-19) 1237 129 039 088 048 093 532 048 494 082

CPI (25-33) 081 044 122 105 113 090 103 128 197 109

n-C27+ n-C29+n-C31 56393 42127 23914 79680 66360 55239 11592 237116 119695 205595

Isoprenoacuteides

nC17Pr 581 292 443 799 243 961 429 1168 618 523

nC18Fit 019 071 538 461 539 170 260 1785 009 331

PrFit 198 214 056 069 822 203 173 090 012 047

Biomarcadores sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 010 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

Jaacute para a caracterizaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos no testemunho sedimentar do

estuaacuterio do rio Acarauacute foram utilizadas as razotildees apresentadas na Tabela 14

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o

rio Acarauacute

Razotildees diagnoacutesticas 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

sum HPAs (4-6 aneacuteis)

sum HPAs16 095 072 096 089 057 061 090 100 098 099 099 099

Per5 aneacuteis 6426 3265 7752 415 2883 583 8920 021 2970 031 073 069

BaA(BaA+Cri) 066 088 013 085 088 094 097 073 062 074 034 095

IP(IP+BghiP) 065 056 042 056 052 041 048 084 027 051 035 017

FenAnt 398 153 209 187 274 685 484 222 204 267 017 196

FltrPir 125 090 097 119 061 170 015 227 391 058 063 111

CPI (15-19) 237 049 274 483 733 691 353 385 580 175 302 400

CPI (25-33) 114 120 254 146 135 121 038 071 100 147 154 178

n-C27+ n-C29+n-C31 6673 65765 32977 4074 6455 9142 5805 12606 7424 8308 9089 22661

nC17Pr 072 244 149 625 490 628 121 255 650 571 245 877

nC18Fit 106 1107 113 276 018 092 218 106 096 079 103 090

PrFit 389 154 321 391 050 143 433 200 306 068 175 086

sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747

sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas

Os hidrocarbonetos de origem antropogecircnica no meio ambiente acabam misturando-se

com outras fontes de background presentes na aacuterea impactada

61

Os hidrocarbonetos biogecircnicos satildeo originados por processos bioloacutegicos ou na

diagecircnese primaacuteria em sedimentos marinhos recentes As fontes biogecircnicas incluem plantas

terrestres fitoplancton animais bacteacuterias e macroalgas Uma forma de medir a contribuiccedilatildeo

biogecircnica na siacutentese dos alcanos eacute o iacutendice preferencial do carbono (IPC (25-33)) que indica a

contribuiccedilatildeo relativa das fontes naturais (IPC gt1 biogecircnicoterrestre) comparada com as

fontes antropogecircnicas (IPClt1 contaminaccedilatildeo por petroacuteleo) (EGLINTON E HAMILTON

1967 ABOUL-KASSIM E SIMONEIT 1995 VOLKMAN et al1992)

Outra caracteristica das fontes biogecircnicas eacute relacionada com os hidrocarbonetos

isoprenoacuteides onde a concentraccedilatildeo de pristano eacute maior do que a de fitano sugerindo a entrada

de mateacuteria orgacircnica fitoplantocircnica e a razatildeo PriFit gt1 ( tipicamente entre 3 e 5) enquanto

que a razatildeo de PriFit lt1 indica contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (WANG E FINGAS 2003 HU et

al 2011) Em sedimentos recentes as razotildees de Prin-C17 e Fitn-C18 lt1 indicam entrada

relativamente recente de oacuteleo enquanto que valores maiores que 1 juntamente com

concentraccedilotildees altas de hidrocarbonetos sugerem a presenccedila de oacuteleo degradado

(COMMENDATORE et al 2012 WANG et al 2015)

Aleacutem disso o perileno um HPA de 5 aneacuteis apresenta a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) com um valor maior que 10 para fontes diageneacuteticas (natural

biogecircnica) desse composto (SOCLO et al 2000 WANG et al 2014)

Por outro lado a presenccedila de biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) sugere

contaminaccedilatildeo petrogecircnica pois eles satildeo constituintes comuns do petroacuteleo e seus derivados

(WANG E FINGAS 2003)

Dessa forma essas caracteriacutesticas podem ser usadas para identificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo

das fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

5411 Sedimentos superficiais

O valor do IPC (15-19) variou de 039 (ACR3) a 1237(ACR1) (Tabela 13) De acordo

com esses valores nas estaccedilotildees ACR1 (1227) ACR7 (532) e ACR9 (494) as cadeias curtas

de n-alcanos apresentaram uma forte predominacircncia de cadeias com um numero iacutempar de

carbono em relaccedilatildeo as com nuacutemero par Em ACR1 o alto valor daacute-se devido as altas

concentraccedilotildees de n-C15 e n-C17 que indicam uma possiacutevel produccedilatildeo autoacutectone da mateacuteria

orgacircnica pois tais alcanos estatildeo relacionados com a atividade planctocircnica o mesmo ocorre

em ACR7 soacute que em menor proporccedilatildeo Apesar de possuir um alto valor de IPC (15-19) a

estaccedilatildeo ACR 9 natildeo apresenta valores significativos dos compostos n-C15 e n-C17 Esse alto

valor do IPC em ACR1 pode ser relacionado com a proximidade do accedilude Araras que eacute o

62

quarto maior accedilude do Cearaacute e fica a montante desta estaccedilatildeo A construccedilatildeo de reservatoacuterios

altera a circulaccedilatildeo do sistema fluvial que antes era loacutetico e passa para uma ambiente

intermediaacuterio entre loacutetico e lecircntico devido a circulaccedilatildeo vertical e horizontal originada pela

operaccedilatildeo da barragem (MARGALEF 1983) Esses reservatoacuterios recebem o aporte do

escoamento superficial perifeacuterico lanccedilamento de efluentes das comunidades circunvizinhas

aleacutem das atividades desenvolvidas no seu interior como a piscicultura (MARGALEF 1983)

Essas atividades fornecem nutrientes para o desenvolvimneto fitoplantocircnico o que explica os

altos valores dos n-alcanos caracteristicos da comunidade fitoplantocircnica

Fonte Elaborado pela autora

O valor do IPC (25-33) variou de 044 (ACR2) a 197 (ACR9) (Figura 21) Isso

demonstra que a maioria das estaccedilotildees natildeo apresentou perfis com predominacircncia de cadeias

longas com nuacutemero de carbono iacutempar ou par o que resulta na possiacutevel fonte de derivados do

petroacuteleo A estaccedilatildeo ACR9 apresentou o maior valor de IPC indicando uma maior

contribuiccedilatildeo das plantas terrestres superiores (EGLINTON E HAMILTON 1967) o que eacute

plausiacutevel visto a proximidade com o estuaacuterio

A origem do perileno um HPA de 5 aneacuteis eacute bastante controversa Em muitos

trabalhos a origem do perileno foi encontrada como diferente dos outros HPAs

(BUDZINSKY 1997 SOCLO et al 2000 CAVALCANTE et al 2008) O perileno pode

ser introduzido no ecossistema aquaacutetico por vaacuterios processos sendo a degradaccedilatildeo de

precursores biogecircnicos a fonte predominante (GSCHWEND E HITES 1981) Segundo

Venkatesan (1988) um sistema favoraacutevel para a formaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do perileno eacute

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

2

4

6

8

10

12

14

IPC (25-33)

IPC (15-19)

Iacutend

ice

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais

63

encontrado em regiotildees aquaacuteticas com alta produccedilatildeo bioloacutegica como estuaacuterios e lagos Aleacutem

disso o perileno pode ter uma origem terrestre mas a fonte terriacutegena desse composto

permanece desconhecida O perileno tambeacutem pode ser derivado de material autoacutectone como

as diatomaacuteceas (VENKATESAN 1988) No entanto no escopo desse trabalho natildeo foi

possiacutevel determinar a origem terrestre ou autoacutectone do perileno encontrado

No entanto alguns estudos tecircm-se desenvolvido em direccedilatildeo agrave determinaccedilatildeo do caraacuteter

antroacutepico ou natural das fontes de HPAs comparando-se as concentraccedilotildees de perileno com os

demais HPAs (BAUMARD et al 1988 BUDZINSKY et al 1997 SOCLO et al 2000

WANG et al 1999 WANG et al 2014) Em relaccedilatildeo ao carater antroacutepico do perileno

estudos mostraram que esse composto pode ser produzido em processos de combustatildeo de

biomassa e combustiacuteveis foacutesseis (PAGE et al 1999 WANG et al 1999)

Na Figura 22 podemos observar que apenas as razotildees em ACR3 (5364) ACR4

(2238) ACR9 (2547) e ACR10 (5980) apresentaram a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) gt 10 indicando assim a origem natural do perileno Esse

resultado na estaccedilatildeo ACR9 e ACR10 jaacute era esperado uma vez que apresentam maior

produtividade bioloacutegica devido as suas localizaccedilotildees no estuaacuterio As estaccedilotildees ACR3 e ACR4

localizam-se antes e depois do municiacutepio de Sobral respectivamente As outras estaccedilotildees

apresentaram valores menores que 10 o que indica a fonte piroliacutetica desse HPA (PAGE et

al 1999 WANG et al 1999)

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

Per

5an

eacuteis

()

Origem

Piroliacutetica

Origem

Natural

Fonte Elaborado pela autora

Os alcanos pristano e fitano satildeo os constituintes mais comuns dos isoprenoacuteides nos

sedimentos mas as suas abundacircncias relativas variam bastante A razatildeo de pristano em

relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) (Figura 23) nos sedimentos superficiais variou de 012 (ACR9) a

64

822 (ACR5) Em sedimentos natildeo-contaminados a razatildeo PriFit eacute maior do que 1

normalmente entre 3 e 5 (STEINHAUER E BOEHM 1992) A maioria das estaccedilotildees

apresentou a a razatildeo PriFit menor ou proacuteximo a 1 indicando os derivados de petroacuteleo como

fonte de hidrocarbonetos principal Um valor alto para a razatildeo PriFit foi observado na

estaccedilatildeo ACR5 localizada antes de Santana do Acarauacute e relativamente distante dos centros

urbanos

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18

Fonte Elaborado pela autora

No que diz respeito as razotildees n-C17Pri e n-C18Fit ambos os isoprenoacuteides satildeo

degradados mais lentamente do que o seu alcano associado devido as preferecircncias

microbianas (COLOMBO et al 1989) Dessa forma razotildees menores do que 2 indicam

contribuiccedilatildeo recente de oacuteleo enquanto que valores maiores indicam resiacuteduos de oacuteleo

degradado (COLOMBO et al 1989) A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri)

variou de 243 (ACR5) a 1168 (ACR8) (Tabela 13) Em todas as estaccedilotildees foi observado que

o n-C17 predominou sobre o pristano (Figura 23) indicando contribuiccedilatildeo planctocircnica para a

mateacuteria orgacircnica (READMAN et al 2002) A razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-

C18Fit) variou de 009 (ACR9) a 1785 (ACR8) (Tabela 13) Essa razatildeo atualmente indica a

degradaccedilatildeo microbiana inicial em resiacuteduos de oacuteleo (DIEZ et al 2007) As estaccedilotildees ACR1

ACR2 ACR6 e ACR9 apresentaram as menores razotildees o que eacute indicativo da presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradado (DIEZ et al 2007) Isso acontece pois o n-C18 tende a ser

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

Raz

atildeo

Estaccedilotildees

nC17Pri

nC18Fit

PriFit

65

degradado preferencialmente em relaccedilatildeo ao fitano na degradaccedilatildeo microbiana Por sua vez as

outras estaccedilotildees com destaque para a estaccedilatildeo ACR8 demonstraram uma maior contribuiccedilatildeo

da produtividade primaacuteria na sua mateacuteria orgacircnica

A distribuiccedilatildeo dos biomarcadores do sumHop e sumEster nos sedimentos superficiais estaacute

demonstrada na Figura 24 Em estudos anteriores a presenccedila de hopanos e esteranos foi

relacionada com o material particulado proveniente da exaustatildeo do motor de caminhotildees

(ROGGE et al 1993 SCHAUER et al 2002 KLEEMAN et al 2008) Esses

biomarcadores pertencem a fraccedilatildeo de alta ebuliccedilatildeo do oacuteleo cru devido a isso natildeo satildeo

encontrados nem na gasolina nem no diesel Ao inveacutes disso eles vatildeo ser originados do oacuteleo

lubrificante (ROGGE et al 1993) Aleacutem disso Kleeman e colaboradores (2008) analisando

material particulado oriundo das emissotildees de carros movidos a diesel utilizaram o

17α(H)21β(H)-30-norhopano (NH) como um indicador de oacuteleos lubrificantes Por outro lado

Bieger e colaboradores (1996) compararam oacuteleos lubrificantes novos e usados fuligem da

descarga poeira de estradas e sedimentos da Baiacutea de Conception - Canadaacute e correlacionaram

a impressatildeo digital dos hidrocarbonetos no sedimento com os biomarcadores presentes em

oacuteleo lubrificantes utilizados em automoveis e barcos da regiatildeo Jaacute Boonyatumanond e

colaboradores (2006) encontraram uma predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 e

atribuiram essa caracteristica a poeira de estrada que apresentava mesma impressatildeo digital de

hopanos Essa poeira de estrada consiste de asfalto partiacuteculas de pneus solo partiacuteculas de

exaustatildeo vazamentos de oacuteleo e combustiacutevel e deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e estaacute diretamente

associada com o traacutefego nas rodovias (BOONYATUMANOND et al 2006) Dessa forma

como a regiatildeo do rio Acarauacute natildeo foi um local de derramento de petroacuteleo nem eacute uma regiatildeo

perto de refinarias ou industria petroquiacutemica podemos inferir que essas moderadas

concentraccedilotildees de hopano e esteranos satildeo derivadas da utilizaccedilatildeo de oacuteleos lubrificantes nos

automoacuteveis e nos barcos a motores da regiatildeo que chegam ao rio por meio do escomaento

superficial ou mesmo das poeiras das rodovias que constituem as principais vias de acesso da

regiatildeo O que ratifica essa fonte eacute a predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 em

todas as estaccedilotildees como foi citado anteriormente Podemos observar que as estaccedilotildees ACR1

ACR4 e ACR6 apresentaram as maiores concentraccedilotildees desses marcadores moleculares

especialmente os hopanos A estaccedilatildeo ACR1 fica logo apoacutes o accedilude Araras que eacute utilizado

como uma aacuterea de lazer com a presenccedila de jet-skis e barcos a motores que representam fontes

potenciais dos hopanos e esteranos Por sua vez a estaccedilatildeo ACR4 e ACR6 ficam a montante

das cidades de Sobral e Santana do Acarauacute respectivamnete

66

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e

esteranos (sumEster) nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

Conce

ntr

accedilatilde

o (gg

)

op

Ester

Fonte Elaborado pela autora

5412 Testemunho

No testemunho a maioria das amostras apresentaram valores do IPC (25-33) proacuteximos

a 1 o que sugere a contaminaccedilatildeo petrogecircnica (Tabela 14 Figura 25) Apenas a camada 10-15

cm apresentou um valor alto de IPC que significa a predominacircncia dos homoacutelogos com

carbonos impares sugerindo uma fonte de plantas terrestres superiores

Jaacute os valores do IPC (15-19) variaram de 049 (5-10 cm) a 733 (20-25 cm) (Tabela

14) Observou-se uma variaccedilatildeo do IPC (15-19) ao longo do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute

com picos nas profundidades de 20-25 cm e 45-50 cm Isso sugere uma variaccedilatildeo na origem da

mateacuteria orgacircnica com uma diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo autoacutectone em relaccedilatildeo ao topo

67

Fonte Elaborado pela autora

Por outro lado a razatildeo Per5 aneacuteis nos mostra que a maioria das seccedilotildees possuem um

caraacuteter natural da mateacuteria orgacircnica (Figura 25) o que eacute indicado pela porcentagem maior do

que 10 na razatildeo Per5 aneacuteis com possiacutevel fonte diageneacutetica do Per As altas

concentraccedilotildees de perileno tem sido relacionados com sedimentos anoacutexicos com alta

produtividade bioloacutegica (MEIRE et al 2008 WANG et al 2014)

A razatildeo de pristano em relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) variou de 050 (20-25 cm) a 433

(30-35 cm) (Tabela 14) O pristano eacute encontrado em maiores proporccedilotildees que o fitano em

sedimentos marinhos natildeo contaminados por petroacuteleo (PriFit gt1) No testemunho analisado

podemos observar uma tendecircncia de aumento na entrada de sedimentos contaminados por

hidrocarbonetos antropogecircnicos (Figura 26)

A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri) variou de 072 (topo) a 877

(base) e a razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-C18Fit) variou de 018 (20-25 cm) a 1107

(5-10 cm) (Tabela 14) Os valores dessas razotildees sugerem tanto a presenccedila de hidrocarbonetos

degradados (n-C18Fit) como a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica (n-C17Pri) ao longo

do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute No entanto as duas razotildees sugerem a presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradados nos sedimentos recentes (DIEZ et al 2007)

Em relaccedilatildeo aos biomarcadores hopanos e esteranos podemos observar na Figura 27 o

perfil desses compostos no testemunho em estudo Assim como nos sedimentos superficiais

Razatildeo

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5IPC(15-19)

IPC(25-33)

Per5aneis

0 20 40 60 80 100

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

Piroliacutetico

Nat

ural

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar

68

as concentraccedilotildees do sumBiomarcadores estaacute diretamente influenciada pela sumHop uma vez que

este representa cerca de 842 a 932 do total quantificado

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar

Oacuteleodegradado

n-C17Pri

0 2 4 6 8 10 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

n-C18Fit

0 2 4 6 8 10 12

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

PriFit

0 1 2 3 4 5

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

Contaminaccedilatildeo por Oacuteleo

Natildeo-contaminado

Oacuteleodegradado

Fonte Elaborado pela autora

Outra caracteriacutestica que assemelha-se aos sedimentos superficiais eacute a predominacircncia

do C29-hopano (NH) (Tabela 10) que pode ser utilizado para indicar atividades relacionadas

com o traacutefego de veiacuteculos na regiatildeo (KLEEMAN et al 2007 BOONYATUMANOND et al

2006)

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho

Concentraccedilatildeo (gg)

0 20 40 60 80 100120140

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

Hop

Ester

Biomar

Fonte Elaborado pela autora

69

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas

As distribuiccedilotildees de HPAs satildeo as ferramentas mais uacuteteis para a distinccedilatildeo entre fontes

piroliticas e petrogecircnicas de hidrocarbonetos Os HPAs petrogecircnicos exibem um padratildeo de

distribuiccedilatildeo em forma de sino (bell shaped) (WANG et al 1999 YUNKER et al 2015)

Por outro lado os HPAs piroliticos geralmente apresentam a distribuiccedilatildeo dos HPAs

alquilados homoacutelogos com os HPAs natildeo-substituidos mais abundantes (com o perfil de

distribuiccedilatildeo de C0-gtgtC1-gtC2-gtC3-gtC4- chamada de distribuiccedilatildeo inclinada)

Aleacutem disso entre os HPAs prioritaacuterios a predominacircncia dos HPAs de alto peso

molecular (sum HPAs (4-6 aneacuteis = Fltr Pir BaA Cri BbF BkF BaP IcdPDahA and BghiP)

sobre os HPAs de baixo peso (2-3 aneacuteis) nos processos piroliacuteticos eacute evidente em vaacuterios

trabalhos (PRAHL E CARPENTER 1983 WANG et al 1999CAVALCANTE et al 2012

ANDRADE 2012 FERNANDES 2013 FENG et al 2016)

Outras razotildees tambeacutem satildeo utilizadas para a caracterizaccedilatildeo de fontes de HPAs nos

sedimentos como FenantrenoAntraceno FluorantenoPireno

Benzo(a)Antraceno(Benzo(a)Antraceno + Criseno) e Indeno(cd)Pireno(Indeno(cd)Pireno +

Benzo(ghi)Perileno) (YUNKER et al 2002 STOGIANNIDIS E LAANE 2015)

5421 Sedimentos superficiais

Nos sedimentos superficiais foi observado a predominacircncia dos composto DahA e da

seacuterie de naftalenos alquilados Podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs

satildeo relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente O DahA eacute um HPA de alto peso molecular produto da queima

incompleta de mateacuteria orgacircnica e cuja degradaccedilatildeo eacute demorada sendo considerado um

poluente prioritaacuterio para a USEPA Segundo Levengood et al (2015) altas concentraccedilotildees de

DahA em sedimento podem ser associadas agraves estradas e ao traacutefico ferroviaacuterio Wang e

colaboradores (1999) observaram a formaccedilatildeo de DahA apoacutes a combustatildeo de diesel

juntamente com BghiP e IcdP Eacute interessante notar que a fumaccedila e as partiacuteculas de fuligem

podem ser transportadas por longas distacircncias atraveacutes da atmosfera e depositadas longe do local

de origem (CRUTZEN E ANDREAE 1990) Dessa forma fica evidente na regiatildeo o impacto

causado pelas rodovias e pelo traacutefico de veiacuteculos na regiatildeo estudada

Por sua vez o metilnaftaleno foi predominante dentre os HPAs substituiacutedos do

efluente proveniente de tratamento de esgoto na cidade Beijing China (QUIAO et al 2014)

70

Jaacute Wang e colaboradores (1999) encontraram os naftalenos alquilados como os principais

constituintes de diesel antes da combustatildeo Ambos relacionam a presenccedila desse HPA de baixo

peso molecular com contaminaccedilatildeo por derivados do petroacuteleo Na regiatildeo podemos relacionar a

presenccedila desse composto com o esgotamento sanitaacuterio deficiente em toda bacia do Acarauacute e

tambeacutem com o escoamento superficial que carreia hidrocarbonetos provenientes de atividades

relacionadas a frota veicular Nos uacuteltimos anos a frota veicular aumentou fazendo com que

os serviccedilos relacionados a manutenccedilatildeo (como oficinas postos de gasolina) acompanhessem a

demanda

Na Figura 19 os perfis dos HPAs encontrados nos sedimentos superficiais satildeo

mostrados Na maioria das estaccedilotildees os HPAs parentais com alto peso molecular incluindo o

IcdP o DahA e o BghiP predominaram sobre os HPAs de dois e trecircs aneacuteis como bifenil

acenaftileno e acenafteno Isso indica que a principal fonte de HPAs para essa regiatildeo satildeo

processos piroliacuteticos mesmo que em alguns casos o valor absoluto das concentraccedilotildees seja

pequeno (WANG et al 1999)

Nas regiotildees costeiras urbanizadas as emissotildees de motores de automoacuteveis e barcos satildeo

fontes principais de produtos de queima (BENNER et al 1989 MIGUEL et al 1998 YUNKER

et al 2002) liberando uma mistura de HPAs para diversos compartimentos (I) HPAs

inicialmente presentes no combustiacutevel (preacute-combustatildeo) (ii) HPAs formados durante a combustatildeo

(iii) HPAs acumulados nos oacuteleos lubrificantes e (iv) HPAs acumulados no sistema de exaustatildeo

(LIMA et al 2005)

Aleacutem disso a praacutetica de queimada para o preparo da terra e a utilizaccedilatildeo de lenha como

fonte de energia em olarias caieiras e uso domeacutestico constituem importantes fontes piroliticas de

HPAs No sudeste da Aacutesia Oanh e colaboradores (1999) compararam a utilizaccedilatildeo de madeira

carvatildeo mineral e carvatildeo vegetal em sistemas de aquecimento residencial e observaram que o fator

de emissatildeo de material particulado em miligramas por quilograma de combustiacutevel eacute de 51 36 e

70 para queima da madeira carvatildeo vegetal e carvatildeo mineral respectivamente Aleacutem disso o MP

que apresentou maior concentraccedilatildeo de HPAs foi o oriundo da madeira (OANH et al1999)

Os HPAs alquilados variam entre a distribuiccedilatildeo em forma de sino que caracteriza a

fonte petrogecircnica e a distribuiccedilatildeo inclinada que caracteriza a fonte pirogecircnica evidenciando e

confirmando a caracteriacutestica de muacuteltiplas fontes para a bacia do Acarauacute (Figura 19)

Em relaccedilatildeo as razotildees diagnoacutesticas vamos iniciar com a razatildeo do fenantreno sobre o

antraceno (FenAnt) que tem sido amplamente utilizada para diferenciar fontes piroliacuteticas de

petrogecircnicas nos sedimentos (GSCHWEND E HITES 1981 WANG et al 1999 GUO et al

2007) O fenantreno eacute termodinamicamente mais estaacutevel do que o antraceno e a sua

71

prevalecircncia caracteriza a origem petrogecircnica (BUDZINSKY et al 1997) Os processos que

ocorrem em altas temperaturas (800-1000K) produzem valores baixos para a razatildeo FenAnt

normalmente menores do que 5 (BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A maturaccedilatildeo

lenta da mateacuteria orgacircnica no petroacuteleo leva a valores bem maiores da razatildeo FenAnt

(BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A razatildeo FenAntgt15 eacute relacionada com

fontes petrogecircnicas e FenAntlt15 com fontes predominantemente piroliacuteticas (lt5 de acordo

com Neff et al (2005)) (BUDZINSKY et al 1997 DE LUCA et al 2005)

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos

superficiais

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1200

02

04

06

08

10

12

14

Fontes

Mistas

Petroacuteleo

Petroacuteleo

Combustatildeo

Combustatildeo

ACR1ACR10

Flt

rP

ir

FenAnt

ACR2

ACR3

ACR8

ACR5

ACR9ACR6

ACR4

ACR7

Fonte Elaborada pela autora

Similarmente a razatildeo FenAnt a razatildeo do fluoranteno sobre o pireno (FltrPir) tem

correlaccedilatildeo com a temperatura de formaccedilatildeo dos compostos (BUDZINSKY et al 1997) Nesse

caso o isocircmero mais estaacutevel termodinamicamente eacute o pireno (YAN et al 2005) O pireno eacute

mais favorecido do que o fluoranteno na formaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis Como resultado o

iacutendice FltrPirlt1 eacute utilizado para produtos petrogenicos exceto certos carvotildees e oacuteleo bruto A

razatildeo FltrPirgt1 eacute produzida por processos piroliacuteticos a temperaturas elevadas (COSTA et al

2004 SABER et al 2006) No entanto existem fontes piroliacuteticas com a razatildeo FltrPir lt1 que

satildeo representadas por oacuteleos lubrificantes usados emissatildeo de automoacuteveis e caminhotildees a diesel

e combustatildeo de gasolina e diesel (YUNKER et al 2002) Por isso um limite mais confiaacutevel

de FltrPir le 05 para fontes petrogecircnicas foi proposto por Stogiannidis e Laane (2015) Dessa

72

forma valores entre 05 e 1 satildeo representativos de fontes mistas Se FltrPirgt1 fontes

piroliacuteticas como queima de carvatildeo e biomassa satildeo provavelmente predominantes (YUNKER

et al 2002 YAN et al 2005)

Ao analisarmos a Figura 28 observamos que a maioria das estaccedilotildees apresentam-se

com influencia de fontes primaacuterias piroliticas No entanto as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e ACR8

apresentaram resultados conflitantes quanto as duas razotildees escolhidas podendo ser

classificadas tanto resultado de processo piroliticos quanto petrogenicos

Outras razotildees foram utilizadas com o objetivo de identificar as fontes de HPAs para a

bacia do rio Acarauacute com maior clareza A razatildeo de indeno(cd)pireno versuso somatoacuterio do

IcdP e BghiP(IcdP(IcdP+BghiP)) tem sido usada para a distinccedilatildeo entre as diversas fontes

piroliacuteticas de contaminaccedilatildeo nos sedimentos (YUNKER et al 2002) A Figura 29 mostra o

graacutefico dessas razotildees no qual podemos observar a predominacircncia da fonte piroliacutetica em

relaccedilatildeo a petrogecircnica A contaminaccedilatildeo por queima de biomassa foi designada para as estaccedilotildees

ACR4 ACR5 ACR6 e ACR7 Isso pode ser devido a preparaccedilatildeo da agricultura para terra

pela praacutetica de queimar as camadas superficiais do solo a fim de aumentar a quantidade de

nutrientes A queima de gasolina e diesel foi designada para as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e

ACR8 que provavelmente provecircm das emissotildees veiculares das estradas proacuteximas a esses

locais que satildeo a principal via de acesso na regiatildeo Por sua vez as estaccedilotildees ACR1 ACR9 e

ACR10 apresentaram uma multiplicidade de fontes

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

ACR1

ACR10

ACR7

ACR6

ACR9

IP(

IP+

Bg

hiP

)

BaA(BaA+Cri)

ACR8

ACR5

ACR4ACR3

ACR2

Queima

de diesel

gasolina

Petroacuteleo

Queima

de

biomassa

Fontes

MistasCombustatildeoPetroacuteleo

Fonte Elaborado pela autora

73

As quatro razotildees diagnoacutesticas utilizadas nem sempre retornaram as mesmas fontes

Isso pode ser explicado pela vaacuterias maneiras que os HPAs satildeo introduzidos no meio ambiente

de maneira tal que a assinatura caracteriacutestica de uma fonte pode ser obscurecida por outra

fonte (s) (WANG et al 1999 LIMAFARRINGTON e REDDY 2005)

5422 Testemunho

Podemos observar na Figura 30 que a tendecircncia geral no testemunho eacute a

predominacircncia de fontes piroliacuteticas como as principais responsaacuteveis pela entrada de HPAs no

estuaacuterio do rio Acarauacute

Essa tendecircncia eacute bem evidente na razatildeo de sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 na qual os

HPAs de 4 a 6 aneacuteis podem corresponder a aproximadamente 100 dos HPAs prioritaacuterios

pela USEPA principalmente na base do testemunho As razotildees FenAnt FltrPir

BaA(BaA+Cri) e IP (IP+BghiP) tambeacutem retornam na sua maioria valores que caracterizam

como fonte primaacuteria para o estuaacuterio do rio Acarauacute processos de combustatildeo

De acordo com a interpretaccedilatildeo dos valores da razatildeo FenAnt todos os registros no

testemunho sedimentar satildeo de fontes de HPAs por processo de combustatildeo uma vez que essa

razatildeo permanece FenAntlt15 da seccedilatildeo mais pronfunda a superficial

A razatildeo FltrPir indica a multiplicidade de fontes de HPAs de acordo com a

profundidade Essas fontes satildeo associadas com fontes mistas de 60 a 45 cm e de 25 a 10 cm

Os processos piroliticos satildeo as principais fontes de 35 a 45 cm 30 a 25 cm e no sedimento

superficial

Finalmente outras fontes de HPAs foram identificadas como derivadas de combustatildeo

de biomassa e carvatildeo (IPIP + BghiP) A combustatildeo de biomassa pode ser relacionada com as

queimadas para a preparaccedilatildeo da terra que ocorrem ao longo das margens dos rios onde

acontece o cultivo enquanto que a combustatildeo de carvatildeo relaciona-se com a utilizaccedilatildeo do

mesmo nas atividades do terceiro setor como churrascarias padarias e outros

estabelecimentos que utilizam essa fonte de energia

74

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o

estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do

sedimento

A relaccedilatildeo dos hidrocarbonetos do petroacuteleo com os sedimentos ainda natildeo estaacute

plenamente estabelecida apesar dos numerosos estudos existentes principalmente sobre os

HPAs (MAYER 1994 KUKKONEN E LANDRUM 1996 AHRENS E DEPREE 2004

TREMBLAY et al 2005 OPEL et al 2011) Devido a sua hidrofobicidade e estrutura

quimica estaacutevel os HPAs satildeo insoluacuteveis em aacutegua e sorvidos rapidamente pelas partiacuteculas (

KARICKHOFF et al 1979) Segundo Opel e colaboradores (2011) baseado nas observaccedilotildees

dos sedimentos de quatro rios no norte alematildeo a concentraccedilatildeo de HPAs varia entre as

diferentes classes de granulometria devido a distribuiccedilatildeo do teor de carbono orgacircnico entre os

diferentes tamanhos do gratildeo com uma leve tendecircncia a concentrar-se nas fraccedilotildees mais

grosseiras do que os OCPs e PCBs No porto de Boston e no rio Yangtze as maiores

concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas nas fraccedilotildees mais grosseiras que continham alto

teor de carbono orgacircnico (FENG E NIU 2007 WANG et al 2001) enquanto que no lago

Michigan as maiores concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas na fraccedilatildeo mais fina do

sedimento (lt63μm) (KUKKONEN E LANDRUM 1996) Dessa forma esses estudos

apontam para uma relaccedilatildeo de dependecircncia entre os HPAs e o teor de carbono orgacircnico entre

Que

ima

de d

iese

l

gaso

lina

FltrPir

0 1 2 3 4 5

HPAs (4-6 aneis) HPAs16

00 02 04 06 08 10 12

Pro

fundid

ade

(cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

FenAnt

0 3 6 9 12 15 18

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

Piroliacutetico

BaA(BaA+Cri)

00 02 04 06 08 10 12

IP(IP+BghiP)

00 02 04 06 08 10

Petro

leo

Piroliacutetico

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Que

ima

de

biom

assa

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

75

as diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas assim as maiores concentraccedilotildees de HPAs natildeo seratildeo

necessariamente encontradas nas fraccedilotildees mais finas (AHRENS E DEPREE 2004 OPEL et

al 2011) Uma vez que as fraccedilotildees mais finas do sedimento satildeo constituidas principalmente

por silte e argila a mateacuteria orgacircnica associada com essa fraccedilatildeo eacute relacionada com as

substacircncias huacutemicas adsorvidas sobre as superfiacutecies dos minerais (MAYER 1994) Jaacute uma

maior concentraccedilatildeo dos HPAs nas fraccedilotildees mais grosseiras (gt250 μm) do sedimento foi

explicada por Wang e colaboradores (2001) como resultado de uma sorccedilatildeo mais efetiva dos

HPAs ao material particulado de carvatildeo detritos vegetais e pelotas fecais nos sedimentos do

que a mateacuteria orgacircnica associada aos argilo-minerais

Os coeficientes de correlaccedilatildeo entre a fraccedilatildeo orgacircnica a fraccedilatildeo inorgacircnica e as

concentraccedilotildees dos principais marcadores moleculares orgacircnicos estudados no estuaacuterio do rio

Acarauacute estatildeo na Tabela 15

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho

Coeficiente linear de Pearson

(plt005) n=12

Fraccedilatildeo orgacircnica

Fraccedilatildeo inorgacircnica

AH () AF() CO() CaCO3() Areia Argila Silte

Fen

Ant

052

Fltr

Pir

BaA

Cri

BbF

058

BkF

BaP 059

081 060

-085

089

DahA

074

-071

075

IcdP

BghiP 068 063

Per

BeP 072 065 085

-091

093

sum C1-C4 NAF

sum C1-C3 FL

057

-059

064

sum C1-C4 FEN 071 072 072

-080

079

sum C1-C4 PIR 078 064 074

079

sum C1-C3 CRI 067

072

-079

081

sum C1-C4 DBT 074

061

sum Biomarcadores

sumAlcanos

sumHop

sumSter 062

Fonte Elaborada pela autora

No testemunho o conteuacutedo de silte e argila teve correlaccedilatildeo alta com o teor de carbono

orgacircnico e teor de aacutecido huacutemicos com coeficientes de Pearson r = 100 e r = 07

respectivamente Aleacutem disso os HPAs de alto peso molecular e a maioria dos HPAs

alquilados mostraram correlaccedilatildeo positiva com a fraccedilatildeo inorgacircnica dos finos (silte+argila) e

com o teor de carbono orgacircnico dos sedimentos do estuaacuterio do rio Acarauacute enquanto que os

alcanos e os biomarcadores natildeo apresentaram correlaccedilotildees significativas com essa fraccedilatildeo

76

granulomeacutetrica e com o teor de CO (Tabela 15) Isso indica que o tamanho do gratildeo e o

conteuacutedo de carbono orgacircnico foram determinantes somente na deposiccedilatildeo dos HPAs e que

como havia sido observado anteriormente (MAYER 1994) os HPAs estatildeo provavelmente

relacionados com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Essa baixa correlaccedilatildeo dos alcanos e biomarcadores com o teor de carbono orgacircnico

pode ser resultado da presenccedila de outro constituinte da mateacuteria orgacircnica presente nas aacuteguas do

rio Acarauacute

Essa relaccedilatildeo tambeacutem foi confirmada por uma relaccedilatildeo similar entre as concentraccedilotildees

normalizadas dos compostos analisados e o conteuacutedo de CO e finos ao longo do perfil

sedimentar no estuaacuterio (Figura 31) Esses resultados satildeo consistentes com outros estudos de

sorccedilatildeo de HPAs na mateacuteria orgacircnica e substacircncias huacutemicas que demonstram que esses fatores

satildeo muito importantes nesse processo devido a ligaccedilotildees hidrofoacutebicas e reaccedilotildees na superfiacutecie

mineral (BOWMAN ZHOU E READMAN 2002)

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborada pela autora baseado em Staniszewska et al (2011) As concentraccedilotildees normalizadas foram

calculadas como Y=(X-Xmin)(Xmax-Xmin) onde Y= concentraccedilatildeo normalizada de CO alcanos HPAs

biomarcadores ou finos X= concentraccedilatildeo detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmin=

concentraccedilatildeo miacutenima detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmax= concentraccedilatildeo maacutexima

detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos

CO

00 04 08 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5 cm

5-10 cm

10-15 cm

15-20 cm

20-25 cm

25-30 cm

30-35 cm

35-40 cm

40-45 cm

45-50 cm

50-55 cm

55-60 cm

HPAs

00 04 08 12

Alcanos

00 04 08 12

Biomarcadores

00 04 08 12

Finos

00 04 08 12

77

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais

Abaixo na Tabela 16 podemos observar os valores que correspondem agrave Diretriz de

Qualidade de Sedimento (DQS) utilizada pela agecircncia ambiental do Canadaacute (Environment

Canada) Somente os sedimentos superficiais ao longo do rio Acarauacute foram comparados com

essas diretrizes uma vez que as mesmas natildeo valem para sedimentos de testemunho avaliando

assim possiacuteveis riscos ecoloacutegicos dos HPAs na aacuterea de estudo

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999)

Sedimento marinho e estuarino Sedimento de aacutegua doce

TELsup3 PEL

4 TELsup3 PEL4

Naf 346 391 346sup1 391sup2

2-MNaf 202 201 202sup1 201sup2

Aci 587 128 587sup1 128sup2

Ace 671 889 671sup1 889sup2

Fl 212 144 212sup1 144sup2

Fen 867 544 419 515

Ant 469 245 469sup1 245sup2

Fltr 113 1494 111 2355

Pir 153 1398 53 875

BaA 748 693 317 385

Cri 108 846 571 862

BaP 888 763 319 782

DahA 622 135 622sup1 135sup2

Fonte CCME 1999sup1sup2 Valores provisoacuterios adotados dos niacuteveis para sedimento marinho uma vez que natildeo

existem dados suficientes para estabelecer esses niacuteveis para aacutegua doce sup3TEL (threshold effect level) niacutevel limite

de efeito 4PEL (probable effect level) niacutevel provaacutevel de efeito

Esses valores satildeo uacuteteis na abordagem de questotildees referentes a qualidade do sedimento

bem como no fornecimento de diretrizes qualitativas no que precisa ser feito para proteger os

organismos aquaacuteticos efetivamente (KUCUKSEZGIN et al 2012) Foram considerados dois

valores do TEL e PEL os valores referentes ao sedimento de aacutegua doce e os valores

referentes ao sedimento marinho e estuarino Das estaccedilotildees ACR1 a ACR8 os valores foram

comparados com sedimento de aacutegua doce jaacute as estaccedilotildees ACR9 e ACR10 foram comparados

com os limites para aacutegua salobro-salino jaacute que somente essas duas estaccedilotildees encontram-se no

estuaacuterio do rio Acarauacute A maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do niacutevel TEL estabelecido com

baixa probabilidade de efeitos adversos a biota No entanto algumas estaccedilotildees apresentam

valores acima dos niacuteveis especificados A estaccedilatildeo ACR4 ficou acima do TEL para o naftaleno

e 2-metilnaftalenoe ACR6 ultrapassou o TEL soacute para o naftaleno Jaacute as estaccedilotildees ACR2

ACR5 e ACR7 ultrapassaram o PEL para o DahA com um provaacutevel efeito adverso agrave biota

78

Por sua vez a estaccedilatildeo ACR8 ultrapassou o TEL para o fluoreno e DahA e o PEL para o

naftaleno e o 2-metilnaftaleno sendo uma estaccedilatildeo com muacuteltiplas fontes de efeitos adversos a

biota

6 CONCLUSAtildeO

As fontes e a distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos no rio Acarauacute a terceira maior bacia

hidrograacutefica do Estado foram descritas atraveacutes da anaacutelise dos sedimentos superficiais e do

perfil sedimentar

Nos sedimentos superficiais os padrotildees de composiccedilatildeo dos hopanos e esteranos e das

razotildees Prin-C17 Fitn-C18 e PriFit indicam contaminaccedilatildeo por petroacuteleo recente

principalmente por entrada de efluentes domeacutesticos e do escoamento superficial A

predominacircncia do Naf e dos seus alquilados em algumas estaccedilotildees confirma essa possiacutevel

contaminaccedilatildeo petrogecircnica No entanto a maioria das razotildees de HPAs indicaram que os HPAs

nos sedimentos satildeo principalmente de origem pirolitica com predominacircncia dos HPAs de alto

peso molecular que na regiatildeo foram relacionados com as queimadas para a preparaccedilatildeo da

terra uso de lenha (biomassa vegetal) e emissotildees veiculares Aleacutem disso os sedimentos

superficiais do rio Acarauacute foram considerados levemente a altamente poluiacutedos (14143 -

207720 ngg-1

) com relaccedilatildeo aos HPAs

No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o ecossistema a maioria das

estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela agecircncia ambiental canadense

com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na estaccedilatildeo ACR8 os

compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos adversos na biota

No testemunho a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica para a mateacuteria orgacircnica

diminui e aumenta a entrada de derivados do petroacuteleo das seccedilotildees mais profundas para a

superfiacutecie como pode ser visto pelo IPC e pelas razotildees dos isoprenoacuteides Em relaccedilatildeo aos

biomarcadores o sumEster manteve-se constante com baixos niacuteveis enquanto que o sumHop foi

responsaacutevel pela variaccedilatildeo dos biomarcadores ao longo do tempo marcando a presenccedila dos

derivados do petroacuteleo no registro sedimentar No que diz respeito aos HPAs predomina os

HPAs de alto peso molecular similarmente aos sedimentos superficiais indicando a

predominacircncia dos processos de combustatildeo na bacia do rio Acarauacute Aleacutem disso um pico de

concentraccedilatildeo do sumHPAs na profundidade 35-40 cm caracteriza uma mudanccedila na fonte de

energia utilizada e demonstra a interdependecircncia dos HPAs com a fraccedilatildeo granulomeacutetrica fina

do sedimento e com o teor de carbono orgacircnico

79

Esse trabalho forneceu informaccedilotildees ineacuteditas sobre a ocorrecircncia distribuiccedilatildeo e origem

dos hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute mostrando que alguns locais jaacute apresentam

contaminaccedilatildeo elevada Isso eacute um alerta devido a importacircncia estrateacutegica do rio Acarauacute para o

desenvolvimento da regiatildeo noroeste do estado

80

REFEREcircNCIAS

ABOUL-KASSIM T A T SIMONEIT B R T Lipid geochemistry of surficial sediments

from the coastal environment of Egypt 1 Aliphatic hydrocarbons - Characterization and

sources Marine Chemistry v 54 p 135ndash158 1996

AEPPLI C NELSON RK RADOVIC JR CARMICHAEL CA VALENTINE DL REDDY

CM Recalcitrance and degradation of petroleum biomarkers upon abiotic and biotic natural

weathering of Deepwater Horizon oil Environ Sci Technol v48(12)p6726ndash6734 2014

ALVES A B Estuaacuterio do rio Acarauacute ndash CE Impactos ambientais e implicaccedilotildees na

qualidade dos recursos hiacutedricos 2008 131p Dissertaccedilatildeo (Mestrado Acadecircmico em Geografia)

ndashUniversidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2008

ALVES AB PINHEIROLS ROSA M F Estuaacuterio do rio AcarauacuteCE aspectos

ambientais e condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo In Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos e Planejamento

Ambiental Editora Universitaacuteria da UFPB Joatildeo Pessoa 2010

ANDRADE M V F Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no Rio Jaguaribe ndash O

uso de hidrocarbonetos aromaacuteticos como marcadores de fontes 2012 86 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) ndash Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2012

AHRENS MJ DEPREE CV Inhomogeneous distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in different size and density fractions of contaminated sediment from Auckland

Harbour New Zealand an opportunity for mitigation Marine Pollution Bulletin 48 341-350

2004

BAacuteBEK OFAMERAM et al Geochemical traces of flood layers in the fluvial sedimentary

archive implications for contamination history analyses Catena v 87 p281-290 2011

BALDOTTO Marihus Altoeacute BALDOTTO Liacutelian Estrela Borges Aacutecidos huacutemicos Rev

Ceres Viccedilosa v 61 supl p 856-881 Dec 2014

BAUMARD P BUDZINSKI H MICHON Q GARRIGUES P BURGEOT T

BELLOCQ J Origin and Bioavailability of PAHs in the Mediterranean Sea from Mussel and

Sediment Records Estuarine Coastal and Shelf Science v47 p77ndash90 1998

BENNER B A JR GORDON G E AND WISE S A Mobile sources of atmospheric

polycyclic aromatic hydrocarbons a roadway tunnel study Environ Sci Technol v23

p1269-78 1989

BENITES V M MADARI MACHADO Extraccedilatildeo e fracionamento quantitativo de

substacircncias huacutemicas do solo um procedimento simplificado de baixo custo Rio de Janeiro

EMBRAPA 2003 Comunicado Teacutecnico

BENLAHCEN K T CHAOUI A BUDZINSKI H BELLOCQ J GARRIGUES PH

Distribution and source of polycyclic aromatic hydrocarbons in some Mediterranean coastal

sediments Mar Pollut Bull v34 p298 1997

81

BECHTEL A M WIDERA R F SACHSENHOFER R GRATZER A LUECKE AND M

WOSZCZYK Biomarkers and geochemical indicators of Holocene environmental changes in

coastal Lake Sarbsko (Poland) Organic Geochemistry v38 p1112ndash1131 2007

BIEGER T HELLOU J ABRAJANO T A Petroleum biomarkers as tracers of lubricating

oil contamination Marine Pollution Bulletin v 32 n 3 p 270ndash274 1996

BOONYATUMANOND R Wattayakorn G TOGO A TAKADAH Distribution and

origins of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in riverine estuarine and marine sediments

in Thailand Marine Pollution Bulletin v52 p942ndash956 2006

BOONYATUMANOND R et al Reconstruction of pollution history of organic contaminants in

the upper Gulf of Thailand by using sediment cores First report from Tropical Asia Core

(TACO) project Marine Pollution Bulletin v 54 n 5 p 554ndash565 2007

BOWMAN JC ZHOU JL READMAN JW Sedimentndashwater interactions of natural

oestrogens under estuarine conditions Marine Chemistry Volume 77 Issue 4 Pages 263-276

2002

BUDZINSKI H et al Evaluation of the sediment contamination by PAHs in the Gironde

estuary Marine Chemistry v 58 n 1 p 85ndash97 1997

BUREAU OF RECLAMATION Final environmental assessment Animas-La Plata Project

Ridges Basin Dam and Reservoir pre-construction facilities relocation (Appendix A Petroleum

Products Spill Analysis) United States Department of the Interior Bureau of Reclamation Upper

Colorado Region 2002

CAMARGO OA MONIZ AC JORGE JA VALADARES JMAS Meacutetodos de Analise

Quiacutemica Mineraloacutegica e Fiacutesica de Solos do Instituto Agronocircmico de Campinas Campinas

Instituto Agronocircmico 2009 77 p (Boletim teacutecnico 106 Ediccedilatildeo revista e atualizada)

CANADIAN COUNCIL OF MINISTERS OF THE ENVIRONMENT (CCME) Canadian

sediment quality guidelines for the protection of aquatic life Polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) In Canadian environmental quality guidelines 1999 Canadian Council of Ministers of

the Environment Winnipeg 2002

CAVALCANTE RM LIMA DM CORREIA LM NASCIMENTO RF Teacutecnicas de

extraccedilotildees e procedimentos de clean-up para a determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos policiacutelicos

aromaacuteticos (hpa) em sedimentos da costa do Cearaacute Quiacutemica Nova V31 n 6 p1371-1377

2008

CHEN J L WONG MHTAMNF Modeling sorption and biodegradation of phenanthrene

in mangrove sediment slurry Journal of Hazardous Materials v 190 n 1-3 p 409ndash415

2011

COGERH ndash COMPANHIA DE GESTAtildeO DE RECURSOS HIDRICOS DO ESTADO DO

CEARAacute PLANO DE GERENCIAMENTO DAS AacuteGUAS DA BACIA DO ACARAUacute -

Relatoacuterio de fase 1 (RF1) - Bacia do Acarauacute 2010 Disponivel em

lthttpportalcogerhcombrcomponentphocadownloadcategory35tmpl=componentampprint=1

gt Acesso em Jan 2016

82

COLOMBO JC PELLETIER E BROCHU C KHALIL M Determination of hydrocarbon

sources using n-alkane and polyaromatic hydrocarbon distribution indexes Case study Rio de

La Plata Estuary Argentina Environ Sci Technol v 23p 888ndash894 1989

COLOMBO JC CAPPELLETI N SPERANZA E MIGOYA MC LASCI J

SHORUPKA CNVertical fluxes and organic composition of settling materialfrom the sewage

impacted Buenos Aires coastal area Argentina Organic Geochemistry v38 p 1941-1952

2007

COMMENDATORE MG ESTEVES JL COLOMBO JC Hydrocarbons in coastal

sediments of Patagonia Argentina levels and probable sources Marine Pollution Bulletin

v40 p989ndash998 2000

COSTA HJ WHITE KA RUSPANTINI JJ Distinguishing PAH background and MGP residues

in sediments of a freshwater creek Environ Forens v5 p171ndash182 2004

CRITERIA WORKING GROUP Analysis of Petroleum Hydrocarbons in Environmental Media Total Petroleum Hydrocarbon Criteria Working Group Series - Volume 1 Amherst 1998

CRUTZEN PJ ANDREAE MO Biomass Buriing in the TropicsImpact on Atmospheric

Chemistry and Biogeochemical Cycles Science v250 p 1679-1678 dez1990

DE ABREU-MOTA M A et al Sedimentary biomarkers along a contamination gradient in a

human-impacted sub-estuary in Southern Brazil A multi-parameter approach based on spatial

and seasonal variability Chemosphere v 103 p 156ndash163 2014

DE ANDRADE S J et al Contribution of sugar-cane harvesting season to atmospheric

contamination by polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in Araraquara city Southeast

Brazil Atmospheric Environment v 44 n 24 p 2913ndash2919 2010

DE LUCA G et al Nature distribution and origin of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs)

in the sediments of Olbia harbor (Northern Sardinia Italy) Marine Pollution Bulletin v 50 p

1223ndash1232 2005

DENOUX G WANG B Quantitative determination of polynuclear aromatic

hydrocarbons by gas chomatografymass spectrometry using the selected in monitoring

mode Geochemical and Environmental Research Group v 3 p 2 ndash 28 1998

DeWITT TH OZRETICH RJ SWARTZ RC LAMBERSON JO SCHULTZ DW

DITSWORTH GR JONES JKP HOSELTON L SMITH LM The influence of organic

matter quality on the toxicity and partitioning of sediment associated fluoranthene Environ

Toxicol Chem 11197ndash2081992

DIEZ S JOVER E BAYONA J M ALBAIGES J Prestige Oil Spill III Fate of a Heavy

Oil in the Marine Environment Environmental Sci Technol v41 p3075-82 2007

DONLAN MC DOUGLAS G MACDONALD DD An Evaluation of the Composition

and Potential Environmental Fate and Toxicity of Heavy Venezuelan Crude Oil Released into

the Delaware River During the MT ATHOS I Oil Spill Aquatic Technical Work Group for

ATHOS I Spill 2005

DUAN X LIU J ZHANG D YIN P LI Y LI X An assessment of human influences on

83

sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in the estuarine and coastal sediments of China

Marine Pollution Bulletin v97 p309ndash318 2015

EGLINTON G HAMILTON R J Leaf Epicuticular Waxes Science v 156 n 3780 p

1322ndash1335 1967

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAS AGROPECUAacuteRIAS ndash EMBRAPA Agroinduacutestria

Tropical Contexto geoambiental das bacias hidrograacuteficas dos rios Acarauacute Curu e baixo

Jaguaribe ndash estado do Cearaacute Fortaleza 52p Documentos 101 2005

FENG J-L NIU J-F Study on the grain-size distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in Yangtze river sediment Huan Jing Ke Xue 28 (7) 1573-1577 2007

FENG J et al Distributions and potential sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in

surface sediments from an emerging industrial city (Xinxiang) Environmental Monitoring and

Assessment v 188 n 1 p 1ndash14 2016

FERNANDES GM Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no estuaacuterio do rio

Pacoti atraveacutes do uso de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos como marcadores de

fontes 2013 Monografia (Curso de Oceanografia) Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2013

GROSSI V et al Burial exportation and degradation of acyclic petroleum hydrocarbons

following a simulated oil spill in bioturbated Mediterranean coastal sediments Chemosphere v

48 n 9 p 947ndash954 2002

GSCHWEND P M HITES R A Fluxes of polycyclic aromatic hydrocarbons to marine and

lacustrine sediments in the northeastern United States Geochimica et Cosmochimica Acta v

45 p 2359ndash2367 1981

GUO W et al Distribution of polycyclic aromatic hydrocarbons in water suspended particulate

matter and sediment from Daliao River watershed China Chemosphere v 68 p 93ndash104

2007

HARJI G YVENAT A NARAYAN B B Sources of hydrocarbons in sediments of the

Mandovi estuary and the Marmugoa harbor west coast of India Environment International

34 2008

HU L et al Temporal trends of aliphatic and polyaromatic hydrocarbons in the Bohai Sea

China Evidence from the sedimentary record Organic Geochemistry v42 p1181ndash1193

2011

HUR J SCHLATMAN MA Influence of Humic Substance Adsorptive Fractionation on

Pyrene Partitioning to Dissolved and Mineral-Associated Humic Substances Environ Sci

Technol v38 p5871-5877 2004

IBGEa 2010 ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Seacuteries Estatiacutesticas Seacuteries

Histoacutericas e Estatiacutesticas Disponivel em

httpseriesestatisticasibgegovbrlista_temaaspxop=1ampno=6ampnome=municipios Acesso em

Jan 2016

84

IBGEb 2015ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica CidadesDisponivel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=230020ampsearch=ceara|acarau

Acesso em Jan 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2013 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio 2013 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2013aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Recursos Naturais e Meio Ambiente 2014 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014territoriorecursoshtmgt Acesso

em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio2014 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2015 2015 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2015aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IRWIN RJ VANMOUWERIK M STEVENS L SEESE MD BASHAM W

Environmental Contaminants Encyclopedia Alkanes National Park Service Water

Resources Division Fort Collins Colorado Distributed within the Federal Government as an

Electronic Document 1997

IUPAC Use of the terms ldquorecoveryrdquo and ldquoapparent recoveryrdquo in analytical procedures Pure and

Applied Chemistry v 74 p 2201 ndash 2205 2002

KANZARI F et al Distribution and risk assessment of hydrocarbons (aliphatic and PAHs)

polychlorinated biphenyls (PCBs) and pesticides in surface sediments from an agricultural river

(Durance) and an industrialized urban lagoon (Berre lagoon) France Environmental

Monitoring and Assessment v 187 n 9 2015

KARICKHOFF S W BROWN D S SCOTT T A Sorption of hydrophobic pollutants on

natural sediments Water Research v 13 n 3 p 241ndash248 1979

KHALILI N R SCHEFF P A HOLSEN T M PAH source fingerprints for coke ovens

diesel and gasoline engines highway tunnels and wood combustion emissions Atmospheric

Environment v29 i 4 p 533-542 1995

KLEEMAN MJ RIDDLE SG ROBERT MA JAKOBER CA Lubricating Oil and Fuel

Contributions To Particulate Matter Emissions from Light-Duty Gasoline and Heavy-Duty

Diesel Vehicles Environ Sci Technol v42 p235ndash242 2008

KOWALSKA M GUumlLER H COCKE D L Interactions of clay minerals with organic

pollutants Science of The Total Environment v 141 n 1 p 223ndash240 1994

85

KUCUKSEZGIN F PAZI I GONUL L T Marine organic pollutants of the Eastern Aegean

Aliphatic and polycyclic aromatic hydrocarbons in Candarli Gulf surficial sediments Marine

Pollution Bulletin v 64 n 11 p 2569ndash2575 2012

KUKKONEN J LANDRUM PF Distribution of organic carbon and organic xenobiotics

among different particle-size fractions in sediments Chemosphere 32 1063-1076 1996

LAMAS F IRIGARAY C OTEO C CHACON J Selection of the most appropriate method

to determine the carbonate content for engineering purposes with particular regard to

marls Engineer geol v 81 p 32-41 2005

LEITE N F PERALTA-ZAMORA P GRASSI M T Distribution and origin of polycyclic

aromatic hydrocarbons in surface sediments from an urban river basin at the Metropolitan

Region of Curitiba Brazil Journal of Environmental Sciences v 23 n 6 p 904ndash911 2011

LEVENGOOD J M et al Polyaromatic hydrocarbons and elements in sediments associated

with a suburban railway Environmental Monitoring and Assessment v 187 n 8 2015

LIMA SF SILVA FILHO WF PINHEIRO RD FREIRE GSS MAIA LP

MONTEIRO LHU ndash ANASED - Programa de anaacutelises classificaccedilatildeo e arquivamento de

paracircmetros metodoloacutegicos Anais do VIII Congresso da Associaccedilatildeo Brasileira de Estudos do

Quaternaacuterio (ABEQUA) CD-ROM p 458-459 Mariluz Imbeacute RS Brasil 2001

LIMA A L C FARRINGTON J W REDDY C M Combustion-Derived Polycyclic

Aromatic Hydrocarbons in the EnvironmentmdashA Review Environmental Forensics v 6 n 2

p 109ndash131 2005

LORGEOUX C et al Temporal trends of persistent organic pollutants in dated sediment cores

Chemical fingerprinting of the anthropogenic impacts in the Seine River basin Paris Science of

the Total Environment v 541 p 1355ndash1363 2016

MACHADO K S et al Sedimentary record of PAHs in the Barigui River and its relation to the

socioeconomic development of Curitiba Brazil Science of the Total Environment v 482-483

n 1 p 42ndash52 2014

MAI B-X et al Chlorinated and polycyclic aromatic hydrocarbons in riverine and estuarine

sediments from Pearl River Delta China Environmental pollution (Barking Essex  1987) v

117 p 457ndash474 2002

MARGALEF R Limnologia Editora Omega Barcelona p 1100 1983

MARTINS C C et al Multi-molecular markers and metals as tracers of organic matter inputs

and contamination status from an Environmental Protection Area in the SW Atlantic (Laranjeiras

Bay Brazil) Science of the Total Environment v 417-418 p 158ndash168 2012

MASCLET P et al Emissions of polycyclic aromatic hydrocarbons by savanna fires Journal

of Atmospheric Chemistry v 22 n 1-2 p 41ndash54 1995

MAYER LM Relationship between mineral surfaces and organic carbon concentrations in soils

and sediments Chemical Geology 114 347-363 1994

MECHLIŃSKA A et al Evolution of models for sorption of PAHs and PCBs on geosorbents

TrAC - Trends in Analytical Chemistry v 28 n 4 p 466ndash482 2009

86

MEIRE R O et al Polycyclic aromatic hydrocarbons assessment in sediment of national parks

in southeast Brazil Chemosphere v 73 n 1 SUPPL p 180ndash185 2008

MIGUEL AH KIRCHSTETTER TW HARLEY RA On-Road Emissions of Particulate

Polycyclic Aromatic Hydrocarbons and Black Carbon from Gasoline and Diesel Vehicles

Environ Sci Technol v32 p450-455 1998

MITRA S DICKHUT RM KUEHL SAKIMBROUGH KL Polycyclic aromatic

hydrocarbon (PAH) source sediment deposition patterns and particle geochemistry as factors

influencing PAH distribution coefficients in sediments of the Elizabeth River VA USA

Marine Chemistry v66 p113ndash127 1999

NASCIMENTO FRCUNHA SB SOUZA MJ CRUZMLB Diagnoacutestico Geoambiental

da bacia hidrograacutefica semi-aacuterida do Rio Acarauacute subsiacutedios aos estudos sobre desertificaccedilatildeo

Boletim Goiano de Geografiav 28n1 p41-62janjun 2008

NEFF J M STOUT S A GUNSTER D G Ecological risk assessment of polycyclic

aromatic hydrocarbons in sediments identifying sources and ecological hazard Integrated

environmental assessment and management v 1 n 1 p 22ndash33 2005

PEREIRA NETTO A D CUNHA I F REGO E C P Polycyclic aromatic hydrocarbons

in street dust of Niteroacutei City RJ Brazil Bulletin of Environment Contamination and

Toxicology v72 p829 2004

OANH NTK REUTERGARDH LB DUNG NT Emission of polycyclic aromatic

hydrocarbons and particulate matter from domestic combustion of selected fuels

Environmental Science and Technology v33 p2703ndash2709 1999

OLIVEIRA AHB Diagnoacutestico da contribuiccedilatildeo de fontes de poluiccedilatildeo na costa de Fortaleza

usando marcadores moleculares de petroacuteleo e cromatografia bidimensional abrangente

2016 Tese (Doutorado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) - Instituto de Ciecircncias do Mar

Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2016

OPEL O PALM W-U STEFFEN D RUCK W K Inside-sediment partitioning of PAH

PCB and organochlorine compounds and inferences on sampling and normalization methods

Environmental Pollution v159 i4 p 924ndash931 2011

PAGE D S BOEHM P D DOUGLAS G S BENCE A E BURNS W A

MANKIEWICZ P J The Natural Petroleum Hydrocarbon Background in Subtidal Sediments

of Prince William Sound Alaska Environmental Toxicology and Chemistryv15(8) p1266-

1281 1996

PAGE DS DOUGLAS GS BENCE AE BURNS WA MANKIEWICZET PJ

Pyrogenic PAHs in sediments record past human activity a case study in Prince William Sound

Alaska Marine Pollution Bulletin v38 p 247ndash260 1999

PEREIRA NETTO AD SISINNO CL MOREIRAJC ARBILLAG DUFRAYER MC

Polycyclic aromatic hydrocarbons in leachate from a municipal solid waste dump of Niteroi

City RJ Brazil Bulletin of Environmental Contamination and Toxicologyv68 pp 148-

154 2002

87

PEREZ-FERNANDEZ B VINtildeAS L AacuteNGELES FRANCO M BARGIELA J PAHs in

the Riacutea de Arousa (NW Spain) A consideration of PAHs sources and abundance Marine

Pollution Bulletin 2015

PETERS K E MOLDOVAN J M The Biomarker Guide Interpreting molecular fossils in

petroleum and ancient sediments New York Englewood Cliffs e Prentice Hall 1993

PRAHL F G CARPENTER R Polycyclic aromatic hydrocarbon(PAH)-phase associations in

Washington coastal sediment Geochimica et Cosmochimica Acta v47(6) p1013ndash1023

1983

PRINCE RCELMENDORF DLLUTE JR17 alphaH-21betaH-hopane as a conserved

internal marker for estimating the biodegradation of crude oil Environmental Science amp

Technologyv28 (1) pp142-145 1994

QUIAO M et al Occurrence behavior and removal of typical substituted and parent polycyclic

aromatic hydrocarbons in a biological wastewater treatmentplant Water Research v 52 p 11ndash

19 2014

RAVINDRA K SOKHI R VAN GRIEKEN R Atmospheric polycyclic aromatic

hydrocarbons Source attribution emission factors and regulation Atmospheric Environment

v 42 n 13 p 2895ndash2921 2008

READMAN J W et al Petroleum and PAH contamination of the Black Sea Marine Pollution

Bulletin v 44 p 48ndash62 2002

RIBANI M et al Validaccedilatildeo em meacutetodos cromatograacuteficos e eletroforeacuteticos Quiacutem Nova Satildeo

Paulo v 27 n 5 p 771-780 Oct 2004

ROGGE W F et al Sources of fine organic aerosol 2 Noncatalyst and catalyst-equipped

automobiles and heavy-duty diesel trucks Environmental Science amp Technology v 27 n 4

p 636ndash651 1993

SABER D MAURO D SIRIVEDHIN T Environmental forensic investigation in sediments

near a former manufactured gas plant site Environ Forens v7 p65ndash75 2006

SAHA M TOGO A MIZUKAWA K MURAKAMI M TAKADA H ZAKARIA M H

CHIEM N CACH TUYEN B PRUDENTE M BOONYATUMANOND R SARKAR S

BHATTACHARYA B MISHRA P SEANG TANA T Sources of sedimentary PAHs in

tropical Asian waters Differentiation between pyrogenic and petrogenic sources by alkyl

homolog abundance Marine Pollution Bulletin v 58 n 2 p 189ndash200 2009

SCHAUER JJ KLEEMAN MJ CASS GR SIMONEIT BRT Measurement of

emissions from air pollution sources 5 C-1ndashC-32 organic compounds from gasoline-powered

motor vehicles Environ Sci Technol v36 i6 p1169ndash1180 2002

SILVA F S CRISTALE J ANDREacute PA SALDIVA PHN MARCHI M RR PM25

and PM10 The influence of sugarcane burning on potential cancer risk Atmospheric

Environment v 44 n 39 p 5133ndash5138 2010

SILVA FE Araras eacute o 28deg accedilude a sangrar no Cearaacute Diaacuterio do Nordeste Fortaleza 1deg abr de

2003 Regional

88

SIMONEIT B R T et al Molecular marker study of extractable organic matter in aerosols

from urban areas of China Atmospheric Environment Part A General Topics v 25 n 10 p

2111ndash2129 1991

SOCLO H H GARRIGUES P EWALD M Origin of polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) in coastal marine sediments Case studies in Cotonou (Benin) and Aquitaine (France)

Areas Marine Pollution Bulletin v 40 n 5 p 387ndash396 2000

STEINHAUER MS BOEHM PD The composition and distribution of saturatedand aromatic

hydrocarbons in nearshore sediments river sediments and coastal peat of Alaskan Beaufort Sea

implications for detecting anthropogenic hydrocarbon inputs Mar Environ Res v33 p223ndash

53 1992

STOGIANNIDIS E LAANE R Source characterization of polycyclic aromatic

hydrocarbons by using their molecular indices an overview of possibilities DMWhitacre

(Ed) Reviews of Environmental Contamination and Toxicology vol 234 pp49-133 2015

SUCUPIRA P A P Indicadores de degradaccedilatildeo ambiental dos recursos hiacutedricos

superficiais no meacutedio e baixo vale do rio Acarauacute ndash CE 2006 242 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Geografia) ndash Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006

SUGUIO K Introduccedilatildeo a sedimentologia Satildeo Paulo Ed Edgard Blucher EDUSP 317 p

1973

SUN L ZHANGS History of Fuel Consumption Inferred from Polycyclic Aromatic

Hydrocarbons in Sediments from the South Lianhuan Lake Northeast China Bull Environ

Contam Toxicol v88 p1027ndash1032 2012

TOLOSA I MESA-ALBERNAS M ALONSO-HERNANDEZ C M Inputs and sources of

hydrocarbons in sediments from Cienfuegos bay Cuba Marine Pollution Bulletin v 58 n 11

p 1624ndash1634 2009

TREMBLAY L KOHL S D RICE J A GAGNEacute J Effects of temperature salinity and

dissolved humic substances on the sorption of polycyclic aromatic hydrocarbons to estuarine

particles Marine Chemistry V96 Issues 1ndash2 P 21-34 2005

VENKATESAN MI The occurrence and possible sources of perylene in marine sediments ndash a

review Marine Chemistry v25 p1ndash27 1988

VENTURINI N et al A multi-molecular marker assessment of organic pollution in shore

sediments from the Riacuteo de la Plata Estuary SW Atlantic Marine Pollution Bulletin v 91 n 2

p 461ndash475 2015

VOLKMAN J K et al Identification of natural anthropogenic and petroleum hydrocarbons in

aquatic sediments Sci Total Environ v 112 n 2-3 p 203ndash219 1992

WANG MIN WANGC HU X ZHANG H HE s LV S Distributions and sources of

petroleum aliphatic hydrocarbons and polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface

sediments from Bohai Bay and its adjacent river China Marine Pollution Bulletin v90 p88ndash

94 2015

WANG Z FINGAS M PAGE D S Oil spill identification Journal of Chromatography A

89

v 843 n 1-2 p 369ndash411 1999

WANG Z FINGAS M SHU YY SIGOUIN L LANDRIAULT M LAMBERT P

Quantitative characterization of PAHs in burn residue and soot samples and differentiation of

pyrogenic PAHs from petrogenic PAHs ndash the 1994 Mobile Burn Study Environmental Science

amp Technology v33 p 3100ndash3109 1999

WANG Z FINGAS MF Development of oil hydrocarbon fingerprinting and identification

techniques Marine Pollution Bulletin v47 p423ndash452 2003

WANG Z et al Forensic source differentiation of petrogenic pyrogenic and biogenic

hydrocarbons in Canadian oil sands environmental samples Journal of Hazardous Materials

v 271 p 166ndash177 2014

WANG XC ZHANG YX CHEN RF Distribution and partitioning of polycyclicaromatic

hydrocarbons (PAHs) in different size fractions in sediments from Boston Harbor United States

Marine Pollution Bulletin v42 p1139-1149 2001

YAN B et al Molecular tracers of saturated and polycyclic aromatic hydrocarbon inputs into

Central Park Lake New York City Environmental Science and Technology v 39 n 18 p

7012ndash7019 2005

YUAN H LI T DING X ZHAO GYE S Distribution sources and potential toxicological

significance of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface soils of the Yellow River

Delta China Mar Pollut Bullv83(1) p258-64 2014

YUNKER M B MACDONALD R W VINGARZAN R MITCHELL R H GOYETTE

D SYLVESTRE S PAHs in the Fraser River basin a critical appraisal of PAH ratio as

indicators of PAH source and composition Organic Geochemistry v 33 p 489ndash515 2002

YUNKER M B et al Alkane and PAH provenance and potential bioavailability in coastal

marine sediments subject to a gradient of anthropogenic sources in British Columbia Canada

Organic Geochemistry v 89-90 p 80ndash116 2015

90

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS HPAS

HPAs mz

Tempo

de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

HPAs mz Tempo de

Retenccedilatildeo (min)

Coeficiente

de

correlaccedilatildeo

(R2)

Faixa de

Trabalho

2 a

neacutei

s

Naftaleno 128 16152 09954 0-5000 ppb C1-naftaleno 142 23680

2-metilnaftaleno 142 21243 09987 0-5000 ppb C2-naftaleno 156 23473

1-metilnaftaleno 142 21839 09994 0-5000 ppb C3-naftaleno 170 26564

16-dimetilnaftaleno 156 26057 09989 0-5000 ppb C4-naftaleno 184 35457

12-dimetilnaftaleno 156 27016 09997 0-5000 ppb C1-fluoreno 180 33626

235-trimetilnaftaleno 170 30304 09987 0-5000 ppb C2-fluoreno 194 34212

Bifenil 154 24121 09995 0-5000 ppb C3-fluoreno 208 41991

3 a

neacutei

s

Acenaftileno 152 26876 09998 0-5000 ppb C1-dibenzotiofeno 198 35751

Acenafteno 154 27976 09996 0-5000 ppb C2-dibenzotiofeno 212 41948

Dibenzofurano 168 28957 09983 0-5000 ppb C3-dibenzotiofeno 226 42681

Fluoreno 166 30994 09999 0-5000 ppb C4-dibenzotiofeno 240 49243

1-metilfluoreno 180 34117 09994 0-5000 ppb C1-fenantreno 192 39406

Dibenzotiofeno 184 35457 09999 0-5000 ppb C2-fenantreno 206 39384

46-dimetildibenzotiofeno 212 39988 09999 0-5000 ppb C3-fenantreno 220 45105

Fenantreno 178 36010 09998 0-5000 ppb C4-fenantreno 234 49263

Antraceno 178 36959 09995 0-5000 ppb C1-pireno 216 44668

Carbazole 167 37584 09991 0-5000 ppb C2-pireno 230 51176

9-etil-10-metilfenantreno 220 43867 09995 0-5000 ppb C3-pireno 244 46679

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 202 42444 09996 0-5000 ppb C4-pireno 258 53991

Pireno 202 43716 09995 0-5000 ppb C1-criseno 242 49554

1-metilpireno 216 46494 09998 0-5000 ppb C2-criseno 256 56220

Benz(a)antraceno 228 49651 09959 0-5000 ppb C3-criseno 270 51662

Trifenileno 228 49651 09979 0-5000 ppb

Criseno 228 49943 09973 0-5000 ppb Fluoranteno-d10 (PI) 212 41948

6-metilcriseno 242 52031 09940 0-5000 ppb

6-etilcriseno 256 52779 09998 0-5000 ppb

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 252 54578 09997 0-5000 ppb

Benzo(k)fluoranteno 252 55150 09998 0-5000 ppb

Benzo(e)pireno 252 55994 09999 0-5000 ppb

Benzo(a)pireno 252 56446 09988 0-5000 ppb

Perileno 252 56688 09990 0-5000 ppb

Dibenzo(ah)antraceno 278 62164 09783 0-5000 ppb

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 276 62444 09843 0-5000 ppb

Benzo(ghi)perileno 276 64164 09998 0-5000 ppb Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno Os compostos

simbolizados representam os 16HPAs prioritaacuterios pela USEPA

91

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS

BIOMARCADORES

BIOMARCADORES mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de Calibraccedilatildeo

ααα - colestano 217 54804 09865 0-1324 ppm

αββ - colestano 218 53765 09941 0-1324 ppm

17α (H)21β (H)-30-norhopano 191 57994 09420 0-1324 ppm

ααα - 20R 24R - etilcolestano 217 57317 09783 0-1324 ppm

17α (H)-222930 - trisnorhopano 191 56059 09668 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - hopano 191 59429 09716 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22R - homohopano 191 61548 09429 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22S - homohopano 191 61282 09351 0-1324 ppm

αββ - 20R 24S - metilcolestano 218 56655 09885 0-1324 ppm

αββ - 20R 24R - etilcolestano 218 56333 09871 0-1324 ppm

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

92

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS N-ALCANOS

ALCANOS mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de

Calibraccedilatildeo

nC10 57 8139 09971 0-5000 ppb

nC11 57 10534 09970 0-5000 ppb

nC12 57 14708 09983 0-5000 ppb

nC13 57 19428 09987 0-5000 ppb

nC14 57 23265 09990 0-5000 ppb

nC15 57 26574 09993 0-5000 ppb

nC16 57 29463 09999 0-5000 ppb

nC17 57 31965 09998 0-5000 ppb

pristano 57 32062 09998 0-5000 ppb

nC18 57 34393 09990 0-5000 ppb

fitano 57 34393 09950 0-5000 ppb

nC19 57 36624 09986 0-5000 ppb

nC20 57 38662 09982 0-5000 ppb

nC21 57 40621 09979 0-5000 ppb

nC22 57 42530 09970 0-5000 ppb

nC23 57 44202 09971 0-5000 ppb

nC24 57 45970 09964 0-5000 ppb

nC25 57 47650 09961 0-5000 ppb

nC26 57 49185 09948 0-5000 ppb

nC27 57 50720 09944 0-5000 ppb

nC28 57 52206 09940 0-5000 ppb

nC29 57 53660 09915 0-5000 ppb

nC30 57 54939 09928 0-5000 ppb

nC31 57 56333 09912 0-5000 ppb

nC32 57 57962 09873 0-5000 ppb

nC33 57 59655 09875 0-5000 ppb

nC34 57 61632 09921 0-5000 ppb

nC35 57 63899 09928 0-5000 ppb

nC36 57 66808 09938 0-5000 ppb

nC37 57 70166 09935 0-5000 ppb

nC38 57 74181 09916 0-5000 ppb

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

93

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAs INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute

0-5 cm 5-10

cm

10-15

cm

15-20

cm

20-25

cm

25-30

cm

30-35

cm

35-40

cm

40-45

cm

45-50

cm

50-55

cm

55-60

cm

HPAs parentais

2 a

neacutei

s

Naftaleno ltLD 767 ltLD 401 652 ltLD ltLD ltLD 3668 1569 3268 ltLD

2-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD 1393 ltLD ltLD ltLD 897 270 1300 ltLD

1-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 845 060 ltLD ltLD

16-dimetilnaftaleno 1401 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

12-dimetilnaftaleno 1845 5311 914 2566 1186 7608 2826 5071 3508 2067 2541 4269

235-trimetilnaftaleno 628 9717 ltLD ltLD 031 ltLD ltLD ltLD 874 ltLD ltLD ltLD

Bifenil 581 234 ltLD 243 1438 810 ltLD 885 936 ltLD ltLD ltLD

3 a

neacutei

s

Acenaftileno ltLD ltLD ltLD ltLD 328 385 ltLD ltLD 306 ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno ltLD 1483 ltLD ltLD 7125 9171 769 ltLD ltLD 261 015 ltLD

1-metilfluoreno 2409 252 085 053 648 407 151 057 060 084 068 068

Fenantreno 2729 846 1508 771 1016 1361 1394 1834 996 755 185 1259

Antraceno 686 554 720 412 371 199 288 827 488 283 1119 642

Carbazole 2131 357 1992 1001 820 1147 930 1329 1428 1556 911 639

9-etil-10-metilfenantreno 412 095 263 030 352 430 285 746 131 081 244 062

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 4888 546 1378 492 206 1207 156 1667 879 168 196 1658

Pireno 3900 607 1416 412 339 710 1062 735 225 292 309 1489

1-metilpireno 1942 182 402 207 422 386 1143 365 248 409 360 223

Benz(a)antraceno 2784 708 606 1200 835 1848 1612 2187 2348 353 664 2484

Trifenileno 4090 146 257 094 227 276 149 1743 3226 145 810 2518

Criseno 1462 094 3983 220 113 110 054 802 1442 122 1263 129

6-metilcriseno 3593 299 833 312 489 328 505 330 335 847 2008 247

6-etilcriseno 715 313 748 185 468 291 693 296 1829 792 1476 1031

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 15493 2360 4053 2669 1320 3849 2236 10391 6497 5564 1980 8160

Benzo(k)fluoranteno 8240 1239 4624 4344 1871 856 994 5483 1780 1335 2638 1191

Benzo(e)pireno 11034 1378 5693 826 1232 6811 10620 22548 39510 30411 37397 25197

Benzo(a)pireno 18157 1225 8715 870 3171 4915 11826 28991 30554 18433 17648 14549

Perileno 34008 2025 31746 361 2189 958 22903 1426 74001 751 2699 1116

Dibenzo(ah)antraceno ltLD ltLD 17867 ltLD ltLD ltLD ltLD 618160 170855 183085 309876 113543

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 5558 1545 2253 1396 2339 1707 1526 12061 3864 2543 3536 2021

Benzo(ghi)perileno 2967 1221 3118 1102 2157 2475 1649 2282 10371 2423 6520 9911

HPAs alquilados sum C1-C4 naftalenos 35991 57276 35627 22235 40623 260598 52905 30061 80734 10025 32274 24297

sum C1-C3 fluorenos 7647 4478 6221 3742 9601 6519 8172 9082 15616 7814 10281 8868

sum C1-C4 fenantrenos 7878 211 4731 1231 000 4554 8782 4529 16808 17808 20501 16206

sum C1-C4 pirenos 6832 129 5338 794 000 3252 8390 8454 10944 11239 17571 17892

sum C1-C3 crisenos 15410 3251 15133 4435 5692 7330 9675 27838 28433 34633 48985 42654

HPAs sulfurados Dibenzofurano 581 ltLD ltLD ltLD 1764 200 1261 ltLD ltLD 319 ltLD 016

Dibenzotiofeno 153 1006 232 1586 939 1417 1142 3404 2777 1351 937 1338

46-

dimetildibenzotiofeno 062 2052 260 1812 3041 077 2797 078 105 014 294 1305

sum C1-C4

dibenzotiofenos 303 412 3789 1316 000 2574 4222 10286 8247 2907 3198 13788

Paracircmetros sum HPAs16 66864 13197 50241 14290 21842 28793 23566 685419 234272 217187 349214 157036

sum HPAs 54 20651

2 102321 164505 57319 94398 334767 161117 813946 525764 340768 533068 318770

sum HPAs alquilados 74061 65757 70839 33753 55917 284828 92146 90249 160783 84426 132810 123705

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 3415 3651 2229 1584 9492 11116 2451 2660 5458 2867 4587 1901

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 63449 9546 48012 12705 12351 17677 21115 682758 228814 214320 344627 155136

94

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E

ARGILA) DO TESTEMUNHO

Seccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

0-5 cm 180 240 140 3723 5717

5-10 cm 436 541 177 2404 6442

10-15 cm 455 505 145 1881 7014

15-20 cm 275 320 140 977 8288

20-25 cm 105 215 045 552 9083

25-30 cm 785 815 220 2545 5635

30-35 cm 850 1170 315 3228 4437

35-40 cm 655 685 225 6928 1507

40-45 cm 695 670 160 7171 1304

45-50 cm 1855 1740 565 4767 1073

50-55 cm 627 642 874 6085 1772

55-60 cm 390 465 060 5228 3857

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

Page 6: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú

Agradeccedilo aos teacutecnicos e profissionais dos laboratoacuterios parceiros pela disponibilidade

em ajudar e esclarecer qualquer duacutevida Obrigada agrave Prof Lidriana Pibheiro e agrave Cida do

Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) agrave Profa Oscarina Viana agrave Prof Regine

Vieira e agrave Cris do Laboratoacuterio de Microbiologia Ambiental e do Pescado (LAMAP) e ao Prof

Ronaldo Nascimento e aoVitor do Laboratoacuterio de Anaacutelise de Traccedilos (LAT)

Meus agradecimentos agrave banca examinadora Prof Rivelino Profa Lidriana e ao Prof

Andreacute pelos seus comentaacuterios atenccedilatildeo e disponibilidade para a melhora desse trabalho

A CAPES e ao CNPQ pelo apoio financeiro tatildeo importante nesta jornada pela vida

acadecircmica

RESUMO

A distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo dos HPAs alcanos isoprenoacuteides (pristano e fitano) e biomarcadores do petroacuteleo

(hopanos e esteranos) foram investigados nos sedimentos superficiais e em um perfil

sedimentar no rio Acarauacute que representa a segunda maior bacia do Cearaacute Nos sedimentos

superficiais o somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

com uma meacutedia de 540577 ngg-1

jaacute o

somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios da USEPA variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720

ngg-1

(ACR5) Por sua vez os hopanos variaram de ltLD (ACR3) a 6787 μgg-1 (ACR6)

com destaque para o C29-hopano (NH) e os esteranos apresentaram valores variando de ltLD

a 2327 μgg-1 (ACR4) com destaque para o C28αββ (SR) Para a caracterizaccedilatildeo das fontes

primaacuterias na bacia do Acarauacute foram utilizadas vaacuterias razotildees diagnoacutesticas como sum HPAs (4-6

aneacuteis)sum HPAs16 BaA(BaA +Cri) IP(IP+BghiP) FenAnt FltrPir Per5 aneacuteis CPI (15-

19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit e PrFit De acordo com os indices preferenciais de

carbono a maioria das estaccedilotildees apresentou IPC ~ 1 o que caracteriza possiacutevel fonte de

derivados do petroacuteleo o que foi confirmado pela presenccedila de hopanos e esteranos na maioria

das estaccedilotildees Por outro lado a anaacutelise dos HPAs retornou fontes primaacuterias piroliacuteticas que

podem ser relacionadas com as queimadas na regiatildeo utilizaccedilatildeo de lenha como fonte de

energia e emissotildees veiculares No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o

ecossistema a maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela

agecircncia ambiental canadense com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na

estaccedilatildeo ACR8 os compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos

adversos na biota O registro histoacuterico no estuaacuterio do rio Acarauacute revelou a predominacircncia de

fontes piroliacuteticas em camadas mais profundas provavelmente relacionadas ao incentivo da

utilizaccedilatildeo de lenha como fonte de energia na deacutecada de 70 devido a crise do petroacuteleo Aleacutem

disso a deposiccedilatildeo dos HPAs foi determinada pelo tamanho do gratildeo e o pelo teor de carbono

orgacircnico com provaacutevel relaccedilatildeo com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Palavras-chave Sedimentos HPAs Alcanos Biomarcadores do petroacuteleo

ABSTRACT

Distribution composition sources and factors controlling accumulation and distribution of

PAHs alkanes isoprenoids (pristane and phytane) and oil biomarkers (hopanes and steranes)

were investigated in surface sediments and in a sedimentary profile at Acarauacute river which is

the second largest drainage basin of Cearaacute In surface sediments the sum of the concentration

of the series of C10 -C38 n-alkanes ranged from approximately 3000 ngg-1

-8000 ngg-1

averaging 540577 ngg-1

since the sum of the 16 priority PAHs USEPA ranged from 14143

ngg-1

(ACR3) to 207720 ngg-1

(ACR5) On the other hand the hopanes ranged from ltLOD

(ACR3) to 6787 μgg-1

(ACR6) especially the C29-hopano (NH) and steranes presented

values ranging from ltLOD to 2327 ug g-1

(ACR4) highlighting the C28αββ (S R) For the

characterization of the primary sources in the basin of Acarauacute were used various diagnostic

ratios as Σ PAHs (4-6 rings) Σ HPAs16 BaA (BaA + Cri) IP (IP + BghiP) Phe Ant Fltr

Pir Per 5 rings CPI (15-19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit and PrFit According to the

Carbon Preference Index most stations showed CPI ~ 1 which features possible source of oil

derivatives which was confirmed by the presence of hopanes and steranes at most stations

Moreover analysis of PAH returned pyrolytic primary sources that can be related to the

burning activities in the region as the use of wood for cooking and energy source and vehicle

emissions Regarding the assessment of the potential risk to the ecosystem most stations were

below the lower level (TEL) established by the Canadian Environmental Agency with low

probability of adverse effects to biota Only at ACR8 site the compounds fluorene and

dibenzo(ah)anthracene had possible adverse effects on biota The historical record in the

estuary of the River Acarauacute revealed the predominance of pyrolytic sources in deeper layers

probably related to encouraging the use of wood as an energy source in the seventies due to

the oil crisis Furthermore the deposition of PAHs was determined by the grain size and the

organic carbon content with a probable relationship with the organic matter adsorbed in the

clay minerals

Keywords Sediment PAHs Alkanes Petroleum Biomarkers

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos 17

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano) 18

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos 20

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados 22

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais 23

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados 30

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios estudados 31

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados 32

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz 33

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial e do perfil

sedimentar Error Bookmark not defined

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees 35

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem 36

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos reduzidos a 1

mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG 40

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute 42

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais 46

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar 47

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho 48

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais 51

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio

Acarauacute 57

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio Acarauacute

59

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais 62

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais 63

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18 64

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e esteranos

(sumEster) nos sedimentos superficiais 66

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar 67

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar 68

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho 68

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos superficiais

71

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais 72

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o estuaacuterio

do rio Acarauacute 74

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio

Acarauacute 76

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho 19

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem 34

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM 41

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate 44

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9 e

ACR10 (porcentagem) 46

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho 48

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute 50

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio

Acarauacuteem ngg-1

52

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

53

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

) 54

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

) 55

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo nos

uacuteltimos cinco anos 56

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute 60

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o rio

Acarauacute 60

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho 75

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999) 77

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ace Acenafteno

Ace-d10 Acenafteno ndash Deuterado

Aci Acenaftileno

AFs Aacutecidos Fuacutelvicos

AHs Aacutecidos Huacutemicos

AMM HPAs de alta massa molar

Ant Antraceno

BaA Benzo(a)antraceno

BaP Benza(a)Pireno

BbF Benzo(b)Fluoranteno

BeP Benzo(e)Pireno

BghiP Benzo[ghi]Perileno

BkF Benzo(k)Fluoranteno

BMM HPAs de baixa massa molar

CCME Canadian Council of ministers of the Environment

CO Carbono Orgacircnico

CONAMA Conselho Nacional do meio ambiente

Cri Criseno

Cri-d12 Criseno ndash Deuterado

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DCM Dicloro-metano

DhaA Dibenzo[ah]Antraceno

DP Desvio padratildeo

ERL Effect range- low (Faixa de efeitos- baixa)

ERM Effects range-median (Faixa de efeitos- meacutedia)

Fen Fenantreno

Fen-d10 Fenantreno ndash Deuterado

Fl Fluoreno

Flu Fluoranteno

GC-MS Cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas

HPA Hidrocarboneto policiacuteclico aromaacutetico

IARC Agecircncia Nacional para Pesquisa de Cacircncer

IncdP Indeno[123-cd]Pireno

Koc Constante de particcedilatildeo com carbono

Kow Coeficiente de Particcedilatildeo octanol-aacutegua

KPa Quiilopascal

LD Limite de detecccedilatildeo

LQ Limite de quantificaccedilatildeo

mz Razatildeo massacarga

MO Mateacuteria Orgacircnica

Naf Naftaleno

Naf-d8 Naftaleno ndash deuterado

NOAA National Oceanographic and Atmospheric Administration (Administraccedilatildeo

Nacional Oceanograacutefica e Atmosfeacuterica)

PEL Probable effect level (Niacutevel de efeitos provaacuteveis)

PER Perileno

PER-d10 Perileno ndash deuterado

pH Potencial hidrogeniocircnico

Pir Pireno

POPs Poluentes Orgacircnicos Persistentes

TEL Threshold effect level (Limiar de efeitos)

TOC Carbono orgacircnico total

TR Tempo de retenccedilatildeo

USEPA Agecircncia Norte Americana de Proteccedilatildeo Ambiental

microg Micrograma

Σ16 HPAs Somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios segundo USEPA

Natildeo faz mal que seja pouco o que importa eacute que o avanccedilo de hoje

seja maior que o de ontem Que nossos passos de amanhatilde

sejam mais largos que os de hojerdquo

DAISAKU IKEDA

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA16

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 17

211 n-alcanos 17

212 Isoprenoacuteides 18

213 Biomarcadores 19

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos 21

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos 25

3 OBJETIVOS27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS28

41 Processos metodoloacutegicos 28

42 Aacuterea de Estudo 28

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta 34

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar 35

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos 36

451 Granulometria 36

452 Carbonato de Caacutelcio 36

453 Teor de Carbono Orgacircnico 37

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos 38

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos

aromaacuteticos 39

461 Reagentes e material 39

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental 39

463 Controle de Qualidade 42

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO45

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica 45

511 Sedimentos Superficiais 45

512 Sedimentos do testemunho 46

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 49

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais 49

522 n-alcanos no testemunho sedimentar 53

523 Biomarcadores do petroacuteleo 53

5231 Sedimentos superficiais53

5232 Testemunho 53

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos 54

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais 54

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho 58

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute 60

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas 60

5411 Sedimentos superficiais61

5412 Testemunho 66

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas 69

5421 Sedimentos superficiais69

5422 Testemunho 73

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

do sedimento 74

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais 77

6 CONCLUSAtildeO 78

REFEREcircNCIAS 80

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS HPAS 90

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS BIOMARCADORES 91

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS N-ALCANOS 92

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAS INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute 93

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E ARGILA)

DO TESTEMUNHO 94

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A disponibilidade hiacutedrica desempenha um papel fundamental no

desenvolvimento das aglomeraccedilotildees humanas Com isso o processo de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo ocorre proacuteximo aos cursos drsquoaacutegua fato confirmado historicamente com o

desenvolvimento das grandes civilizaccedilotildees nas mediaccedilotildees dos rios Dessa forma o

desenvolvimento raacutepido das sociedades necessita da compreensatildeo e da avaliaccedilatildeo das

caracteriacutesticas do ambiente em que vivemos

Atualmente sobretudo proacuteximo agrave zona costeira esses ambientes satildeo altamente

explorados e utilizados Segundo Tundisi (2003) a maioria da populaccedilatildeo brasileira estaacute

em bacias costeiras ou estaacute no maacuteximo a 100 km da costa Vale ressaltar que essas aacutereas

litoracircneas foram marco inicial de alguns nuacutecleos urbanos e concentram elevadas

densidades demograacuteficas que acabam atraindo investimentos econocircmicos (ALVES

2008)

Nesse acircmbito eacute possiacutevel perceber o impacto da urbanizaccedilatildeo levando-nos a

reflexatildeo sobre algumas medidas que devem ser tomadas sobretudo no que se refere aos

resiacuteduos gerados em grande ou pequena escala decorrente do aumento da populaccedilatildeo nas

cidades Uma demanda maior de energia e mateacuteria prima eacute necessaacuteria diante desse

crescente aumento populacional Aleacutem disso como resultado temos a poluiccedilatildeo oriunda

de processos industriais que ocasiona uma serie de desequiliacutebrios ambientais e acabam

prejudicando a vida do homem e a sauacutede de inuacutemeros ecossistemas (UNEP 2002

FRONZA 2006)

Os ambientes aquaacuteticos tem funcionado como aacutereas receptoras dos mais

variados tipos de efluentes despejos e derrames Por isso diversos contaminantes

continuamente alcanccedilam os ecossistemas por meio das atividades antroacutepicas e essas

substancias em sua maioria acabam permanecendo acumuladas nos sedimentos

(OCKENDER et al 2003) Entre as diversas substancias contaminantes existentes

destacam-se os poluentes orgacircnicos que compreendem uma classe de substancias cuja

origem se da a partir de fontes difusas e pontuais aportando no meio ambiente pelas

contribuiccedilotildees de processos como a drenagem urbana provocada pelas aacuteguas da chuva

atividades agriacutecolas e por meio de lanccedilamentos de efluentes domeacutesticos e industriais

(BAIRD 2002)

17

Os hidrocarbonetos satildeo componentes abundantes do material orgacircnico nos

sedimentos e uma das maiores classes de compostos orgacircnicos Entre os contaminantes

orgacircnicos os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

(HPAs) tecircm recebido muita atenccedilatildeo ultimamente devido a sua ampla distribuiccedilatildeo nos

sedimentos lacustres e marinhos (LEITE et al2011 DE ABREU-MOTA et al 2014

VENTURINI et al 2015 MACHADO et al2014 WANG et al 2014 KANZARI et

al 2015) Esses contaminantes estatildeo associados com os sedimentos devido a sua baixa

solubilidade em aacutegua e consequente natureza hidrofoacutebica (VOLKMAN et al 1992

GUO et al 2007)

A bacia do rio Acarauacute eacute a segunda maior bacia hidrograacutefica do Cearaacute e vecircm

passando por diversas alteraccedilotildees do ambiente Aumento populacional aumento do

traacutefico de veiacuteculos e atividade de agricultura com o periacutemetro irrigado do Baixo Acarauacute

satildeo alguns dos exemplos dessas mudanccedilas Dessa forma a investigaccedilatildeo das possiacuteveis

fontes de hidrocarbonetos para essa regiatildeo eacute de suma importacircncia Esse eacute o primeiro

estudo que avalia a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a

acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos na regiatildeo Com ele visamos fornecer

dados e subsiacutedios para o monitoramento poliacuteticas puacuteblicas e preservaccedilatildeo deste

importante ecossistema costeiro

16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

A qualidade dos sedimentos pode ser avaliada pelo conteuacutedo dos HA e HPAs

que satildeo as duas maiores classes de compostos encontrados no petroacuteleo Os

hidrocarbonetos nos sedimentos provecircm de diversas fontes e atingem o ambiente

aquaacutetico atraveacutes do escoamento superficial do lanccedilamento de efluentes domeacutesticos e

industriais da drenagem de aacutegua da chuva das atividades de navegaccedilatildeo e dos

afloramentos naturais de petroacuteleo (PAGE et al 1996 READMAN et al 2002

PEREINA-NETTO et al 2004 COLOMBO et al 2007 CAVALCANTE et al

2008) O destino e o transporte dos contaminantes orgacircnicos nos ambientes aquaacuteticos eacute

dependente da particcedilatildeo dos mesmos entre as fases particulada e dissolvida

(MECHLINSKA et al 2009 CHEN WONG e TAM 2011) Os componentes

hidrofiacutelicos acumulam-se predominantemente na fase aquosa e satildeo consequentemente

transportados na fraccedilatildeo moacutevel Por outro lado os contaminantes mais hidrofoacutebicos

tendem a acumular-se na fase soacutelida por interaccedilotildees de sorccedilatildeo com as superfiacutecies do

material particulado (KOWALSKA GULER E COCKE 1994 TREMBLAY et al

2005) O material particulado eacute entatildeo depositado de acordo com as condiccedilotildees

hidroloacutegicas e sedimentoloacutegicas e eacute transferido para o sedimento associado aos

compostos hidrofoacutebicos tornando-os parte da fraccedilatildeo imoacutevel Dessa forma eles podem

ser encontrados em altas concentraccedilotildees em sedimentos contaminados (KARICKHOFF

BROWN E SCOTT 1979) Qualquer distuacuterbio nos sedimentos contaminados pode

remobilizar os contaminantes para a coluna daacutegua aumentando sua biodisponibilidade

e assim os riscos para sauacutede da biota (READMAN et al 2002 GROSSI et al 2002)

Vaacuterios trabalhos tecircm utilizado os sedimentos superficiais para avaliar a

qualidade do ambiente aquaacutetico em relaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo de hidrocarbonetos e na

identificaccedilatildeo de fontes desses contaminantes (READMAN et al 2002 MAI et al

2002 SAHA et al 2009 FERNANDES 2013 OLIVEIRA 2016) Aleacutem dessa

ferramenta os hidrocarbonetos em testemunhos sedimentares podem ser utilizados na

reconstruccedilatildeo do registro histoacuterico das entradas desses contaminantes em estudos de

impacto ambiental mostrando a mudanccedila no uso dos hidrocarbonetos ao longo do

tempo (MACHADO et al 2014 CAVALVANTE et al 2008

BOONYATUMANOND et al 2007 LORGEOUX et al 2016)

17

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

Os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) correspondem a uma importante fraccedilatildeo dos

lipiacutedios e compreendem uma vasta classe de compostos orgacircnicos Entre essas classes

de compostos estatildeo os n-alcanos os isoprenoacuteides os terpanos e os esteranos entre

muitos outros

As fontes desses compostos podem ser tanto naturais atraveacutes da fotossiacutentese por

organismos marinhos e terrestres sendo as principais fontes biogecircnicas representadas

pelas plantas terrestres o fitoplacircncton e as bacteacuterias (VOLKMAN et al 1992 ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996) quanto antropogecircnicas provenientes do escoamento

superficial deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e entrada por processos industriais (ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996)

211 n-alcanos

Os n-alcanos satildeo compostos orgacircnicos de cadeia aberta formados por carbono e

hidrogecircnio que formam uma seacuterie homologa sem ramificaccedilotildees onde cada membro

difere do anterior por um grupo CH2

1198673119862 minus (1198621198672)5 minus 1198621198673

119862711986716

Fonte Elaborado pela autora

Os n-alcanos com cadeias de tamanho C15 ndash C35 estatildeo presentes em quase todos

sedimentos (VOLKMAN et al 1992) As fontes de n-alcanos podem ser os

fitoplanctons (VOLKMAN et al 1992) as plantas superiores (EGLINTON E

HAMILTON 1967) um afloramento natural de petroacuteleo derramamentos acidentais e

escoamento superficial O fitoplacircncton sintetiza prioritariamente n-alcanos de cadeias

mais curtas com nuacutemero iacutempar de carbonos (n-C15 a n-C21) Alguns compostos de

cadeias mais longas independente do nuacutemero de aacutetomos de carbono ser iacutempar ou par

satildeo sintetizados por diversos organismos marinhos poreacutem em menores quantidades que

a fonte fitoplanctocircnica (VOLKMAN et al 1992) Por outro lado as plantas superiores

terrestres como os mangues produzem n-alcanos de cadeias longas (C25-C35) como

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos

18

principal componente das suas ceras cuticulares com uma preferecircncia de produccedilatildeo de

n-alcanos com um nuacutemero iacutempar de carbonos em relaccedilatildeo ao nuacutemero par (EGLINTON

E HAMILTON 1967)

Os n-alcanos de origem petrogecircnica podem ser derivados do petroacuteleo bruto ou

de seus derivados Na composiccedilatildeo destes produtos podem existir n-alcanos com 1 a 40

aacutetomos de carbono ocorrendo a ausecircncia da predominacircncia de cadeias com um nuacutemero

par ou impar de carbonos (VOLKMAN et al 1992 SIMONEIT 1991)

212 Isoprenoacuteides

Os alcanos isoprenoacuteides satildeo HA de cadeia ramificada com estrutura derivada do

isopreno um dos blocos constituinte das estruturas baacutesicas da natureza

Os isoprenoacuteides mais utilizados para estudos ambientais de contaminaccedilatildeo satildeo

representados pelo pristano (261014-tetrametilpentadecano) e fitano (261014-

tetrametilhexadecano) que satildeo produtos da alteraccedilatildeo geoloacutegica do fitol e natildeo satildeo

constituintes primaacuterios da maioria da biota terrestre (Figura 2) (GUO et al 2007

HARJI et al 2008) Eles satildeo comumente considerados como bons indicadores de

contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (VOLKMAN et al 1992 READMAN et al 2002) Como

regra geral valores altos da razatildeo PristanoFitano indicam fonte biogecircnica sob

condiccedilotildees oxidantes (BETCHEL et al 2007)

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano)

Fonte PETERS E MOLDOWAN 1993

Alguns autores tambeacutem utilizam a relaccedilatildeo entre os isoprenoacuteides para obter

informaccedilotildees a respeito do ambiente deposicional da mateacuteria orgacircnica geradora do

petroacuteleo (READMAN et al 2002 TOLOSA et al 2009) As fontes biogecircnicas desses

compostos satildeo importantes jaacute que eles derivam do fitol tanto sob condiccedilotildees redutoras

19

(fitano) quanto oxidantes (pristano) Risatti e colaboradores (1984) estabeleceram que o

fitano eacute sintetizado pelas bacteacuterias metanogecircnicas presentes em condiccedilotildees anoacutexicas

213 Biomarcadores

Durante os processos de maturaccedilatildeo geoloacutegica das rochas-geradoras de petroacuteleo e

do petroacuteleo bruto a mateacuteria orgacircnica originalmente proveniente de plantas e animais eacute

transformada diageneacutetica e catagenicamente durante milhotildees de anos

Para o entendimento do grau de maturaccedilatildeo teacutermica bem como dos processos de

migraccedilatildeo do oacuteleo e para a correlaccedilatildeo oacuteleo-oacuteleo e oacuteleo-rocha geradora os indicadores

geoquiacutemicos moleculares ou biomarcadores satildeo largamente utilizados Na avaliaccedilatildeo de

amostras ambientais os biomarcadores satildeo utilizados para o diagnoacutestico da presenccedila de

petroacuteleo e possiacutevel identificaccedilatildeo do tipo de petroacuteleo na contaminaccedilatildeo

Os biomarcadores satildeo correspondentes aos compostos esteranos e triterpanos

Os esteranos satildeo compostos derivados dos esteroacuteis presente na maioria dos organismos

vivos Os esteroacuteis sofrem modificaccedilotildees na sua estrutura durante o processo de

maturaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica dando origem aos esteranos Entre os triterpanos (tri-

tetra- e pentaciacuteclicos) foram estudados os triterpanos pentaciacuteclicos mais conhecidos

como hopanos Os hopanos satildeo foacutesseis moleculares dos hopanoacuteides das bacteacuterias que

desempenham o mesmo papel de tornar a membrana celular mais fluida que os esteroacuteis

nas ceacutelulas eucarioacuteticas (PRINCE et al 1994) Diante do grande espectro desses

compostos presentes no petroacuteleo somente os principais foram estudados nesse trabalho

(Tabela 1e Figura 3)

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho

Abrev Nome Estrutura Foacutermula

Hopanoacuteides

Tm 17α(H)-222930 - trisnorhopano II C27H46

NH 17α(H)21β(H)-30-norhopano III C29H50

H 17α(H)21β(H) - hopano I C30H52

HH(R) 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano IV n = 1 C31H54

HH(S) 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano IV n = 1 C31H54

Esteranos

C27ααα (SR) 5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C27αββ (SR) 5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C28αββ (SR) 24-metil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Me C28H50

C29ααα (SR) 24-etil-5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

C29αββ (SR) 24-etil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

Fonte Elaborada pela autora Estrutura refere-se a estrutura quiacutemica dos compostos

apresentada na Figura 3

20

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos

Fonte Adaptado de AEPLI et al 2014

Vaacuterios estudos comprovaram que os hopanos e os esteranos satildeo muito

resistentes a degradaccedilatildeo no meio ambiente e podem ser usados com marcadores

moleculares para traccedilar e caracterizar a contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (ROGGE et al1993

PRINCE et al 1994 WANG FINGAS E PAGE 1999a AEPLI et al 2014) Devido

aos seus altos pontos de ebuliccedilatildeo eles natildeo estatildeo presentes nos combustiacuteveis gasolina e

diesel mas satildeo encontrados nos oacuteleos lubrificantes asfaltos e resiacuteduos pesados do

petroacuteleo (SAHA et al 2009) Portanto baseado na anaacutelise das concentraccedilotildees dos

biomarcadores e no perfil de distribuiccedilatildeo dos mesmos eacute possiacutevel validar a presenccedila e o

tipo de fonte petrogecircnica nos sedimentos

30-norhopanos (NH)

5α(H)-esteranos

homohopanos (HH)

17α(H)21β(H) - hopano (H) 17α(H)-222930 - trisnorhopano (Tm)

21

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs) satildeo uma classe de

contaminantes orgacircnicos que contem dois ou mais aneacuteis benzecircnicos fundidos e que

podem ser toacutexicos a biota em elevadas concentraccedilotildees Alguns podem conter estruturas

dos aneacuteis com menos do que 6 aacutetomos de carbono (pe acenaftileno acenafteno e

fluoreno) (Figura 5) Em outros um aacutetomo de carbono do anel de benzeno pode ser

substituiacutedo por um nitrogecircnio enxofre ou oxigecircnio resultando na formaccedilatildeo de

compostos aromaacuteticos heterociacuteclicos (pe dibenzotiofeno) (Figura 5) Aleacutem disso

aacutetomos de hidrogecircnio nos HPAs parentais podem ser substituiacutedos por grupos alquil (pe

2-metilnaftaleno) (Figura 4) Os HPAS com menos de 4 aneacuteis satildeo chamados de HPAS

de baixo peso molecular (BPM) enquanto que os que possuem 4 aneacuteis ou mais satildeo

chamados de HPAs de alto peso molecular (APM)

Os HPAs satildeo contaminantes orgacircnicos presentes desde ambientes com intensa

atividade humana ateacute ambientes isolados (PEREIRA NETTO et al 2002 MAI et al

2002 TOLOSA et al2009 MARTINS et al 2012 MEIRE et al2008) As fontes e o

destino dos HPAs no meio ambiente tem sido objeto de estudos extensivos devido as

propriedades mutagecircnicas eou carcinogecircnicas de alguns dos seus isocircmeros (pe

benzo(a)pireno e dibenzo(ah)antraceno) portanto as concentraccedilotildees e fontes destes

compostos tecircm sido monitoradas constantemente

22

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados

Fonte Elaborada pela autora

23

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais

Fonte Elaborada pela autora

Alguns HPAs satildeo formados atraveacutes da combustatildeo incompleta de compostos

orgacircnicos e subsequumlente recombinaccedilatildeo com outras partiacuteculas orgacircnicas constituindo

uma fonte piroliacutetica destes compostos (LIMA FARRINGTON E REDDY 2005) Esses

HPAs podem ser introduzidos naturalmente no ambiente atraveacutes de queimadas de

florestas pastagens e atividades vulcacircnicas (MASCLET et al 1995) Fontes

antropogecircnicas de HPAs piroliacuteticos podem ser a incineraccedilatildeo de lixo e madeira

emissotildees veiculares e preparaccedilatildeo da terra para a agricultura (ROGGE et al 1993

KALILI et al 1995 RAVINDRA SOKHI E GRIEKEN 2008 SILVA et al 2010

DE ANDRADE et al 2010) Outra fonte de HPAs eacute a descarga de material relacionado

24

ao petroacuteleo que caracterizam fontes petrogecircnicas como descargas e derramamentos de

petroacuteleo lanccedilamentos de esgotos urbanos e industriais e escoamento superficial das

aacutereas adjacentes aos corpos daacutegua (WANG FINGAS E PAGE 1999) Uma terceira

fonte de HPAs seria por processos bioloacutegicos ou nos estaacutegios iniciais da diagecircnese dos

sedimentos (VENKATESAN 1988)

A principal forma de relacionar as concentraccedilotildees dos HPAs agraves fontes emitidas eacute

atraveacutes das razotildees diagnoacutestico especiacutefica para cada fonte Essas razotildees satildeo baseadas nas

concentraccedilotildees de HPAs selecionados que de alguma forma caracterizam as diferentes

fontes A utilizaccedilatildeo dessa razotildees para a determinaccedilatildeo de fontes nos sedimentos requer o

entendimento da estabilidade termodinacircmica relativa dos HPAs selecionados Para os

HPAs parentais na combustatildeo ocorre o aumento da concentraccedilatildeo do isocircmero menos

estaacutevel termodinamicamente em detrimento do mais estaacutevel (YUNKER et al 2002)

Aleacutem disso cada fonte tem uma emissatildeo especiacutefica de HPAs o que permite uma

correlaccedilatildeo (ROGGE et al 1993 KALILI et al 1995)Os compostos alquilados estatildeo

presentes em concentraccedilotildees elevadas no petroacuteleo e seus derivados e relativamente

pequena ou ateacute mesmo ausentes nas emissotildees derivadas da combustatildeo (queimadas

caldeiras termoeleacutetricas veiacuteculos automotores etc) Os HPAs alquilados satildeo

termodinamicamente mais instaacuteveis do que os correspondentes HPAs parentais e

portanto a razatildeo dos HPAs alquilados em relaccedilatildeo aos HPAs parentais tem sido usado

para diferenciar os HPAs (SAHA et al 2009)

Eacute interessante observar que uma certa dificuldade na identificaccedilatildeo da origem dos

HPAs em amostras sedimentares eacute frequente devido em geral agrave presenccedila de vaacuterias

fontes de contaminantes e de diversos processos de transformaccedilatildeo dos compostos no

sedimento e antes disto no proacuteprio transporte ao longo da coluna daacutegua

Entre os HPAs os 16 compostos listados pela Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

Norte-Americana e os seus homoacutelogos alquilados possibilitam diagnosticar com maior

facilidade a origem da contaminaccedilatildeo por hidrocarbonetos que pode ser piroliacutetica

(oriunda da combustatildeo incompleta de combustiacuteveis e biomassa) ou petrogecircnica

(SOCLO et al2000 NEFF et al 2005 PEREacuteZ-FERNANDEZ et al 2015 ) Esses 16

compostos foram escolhidos para essa lista de prioridade porque (1) eles reuacutenem o

maior nuacutemero de informaccedilotildees sobre sua estrutura efeitos toxicoloacutegicos e fontes

emissoras (2) eles satildeo suspeitos de causar maiores danos do que outros e exibem

efeitos que satildeo representativos da classe de HPAs como um todo (3) existe uma maior

25

chance de exposiccedilatildeo a esses HPAs do que aos outros e (4) de todos os HPAs

analisados estes exibem as maiores concentraccedilotildees (RAVINDRA et al 2008)

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos

Segundo Irwin e colaboradores (1997) os alcanos como um grupo tem

toxicidade aquaacutetica baixa a moderada Esse mesmo estudo mostra que a toxicidade dos

alcanos estudados decresceu na seguinte ordem decano octano hexano e pentanoEsse

mesmo resultado foi encontrado pelo Bureau of Reclamation (2002) Dessa forma

podemos inferir que a toxicidade dos alcanos tende a aumentar com o aumento do

tamanho da moleacutecula (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)

Por outro lado os HPAs satildeo de interesse ecotoxicoloacutegico no que diz respeito aos

impactos a curto prazo na coluna daacutegua e aos efeitos de curto e longo prazo para os

animais bentocircnicos (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)Vaacuterios fatores

influenciam na toxicidade dos HPAs entre eles as espeacutecies afetadas a via de exposiccedilatildeo

e a estrutura molecular do HPA (CCME 1999) Em geral os HPAs de baixo peso

molecular satildeo considerados agudamente toacutexicos e natildeo-carcinogecircnicos para os

organismos aquaacuteticos enquanto que os HPAs de alto peso molecular natildeo satildeo

agudamente toacutexicos aos organismos aquaacuteticos mas alguns deles satildeo carcinogecircnicos

(CCME 1999) Os HPAs de baixo peso molecular apresentam maior toxicidade aguda

em relaccedilatildeo aos HPAs de alto peso molecular devido a sua maior solubilidade em aacutegua

A mortalidade eacute o efeito mais comum em bioensaios com sedimentos coletados in situ e

sedimentos fortificados em laboratoacuterios decorrente de toxicidade aguda (CCME 1999)

Os organismos bentocircnicos satildeo expostos aos HPAs por vaacuterias vias de exposiccedilatildeo

incluindo exposiccedilatildeo aos HPAs no material particulado e dissolvido nas aacuteguas

intersticiais e coluna daacutegua assim como aos HPAs adsorvidos no sedimento atraveacutes do

contato na superfiacutecie e ingestatildeo de partiacuteculas Portanto os sedimentos representam a via

de exposiccedilatildeo mais importante para muitos invertebrados bentocircnicos (CCME 1999) Os

dados sobre as concentraccedilotildees de HPAs nos sedimentos fornecem importantes

informaccedilotildees para a avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do sedimento no entanto tais medidas

natildeo necessariamente refletem a fraccedilatildeo biodisponiacutevel dessas substacircncias Os HPAs

individuais e os diferentes tipos de sedimento vatildeo resultar em diferentes

biodisponibilidades (DeWITT et al 1992)

26

Segundo a CCME (1999) a avaliaccedilatildeo da porcentagem de efeitos observados

para as concentraccedilotildees de HPAs define trecircs classes as concentraccedilotildees que estatildeo abaixo

do TEL (niacutevel limite de efeito) que satildeo raramente associadas com efeitos bioloacutegicos

adversos as concentraccedilotildees entre o TEL e o PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) que satildeo

ocasionalmente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos e as concentraccedilotildees acima do

PEL que satildeo frequentemente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos

27

3 OBJETIVOS

Os principais objetivos desse trabalho satildeo avaliar a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo

as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos ao

longo do curso do rio Acarauacute e analisar o registro histoacuterico das atividades

antropogecircnicas no estuaacuterio usando hidrocarbonetos de petroacuteleo como marcadores

moleculares orgacircnicos Para tal seratildeo necessaacuterios os seguintes objetivos especiacuteficos

1) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos alifaacuteticos em sedimento

superficial e testemunho

2) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos em

sedimento superficial e testemunho

3) Determinaccedilatildeo da classe de biomarcadores de petroacuteleo em sedimento

superficial e testemunho

4) Diagnoacutestico das fontes de hidrocarbonetos no ambiente atraveacutes de razotildees

diagnoacutestico

5) Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos

sedimentos superficiais

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Processos metodoloacutegicos

As atividades desenvolvidas para a caracterizaccedilatildeo da atividade antroacutepica na

bacia do rio Acarauacute foram divididas em laboratoacuterio levantamento bibliograacutefico e

anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados

As atividades de laboratoacuterio foram realizadas no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de

Contaminantes Orgacircnicos (LACOr) Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) e

Laboratoacuterio de Microbiologia do Pescado e Ambiental (LAMAP) os quais satildeo todos

vinculados ao Instituto de Ciecircncias do Mar (LABOMAR) e no Laboratoacuterio de Anaacutelise

de Traccedilos (LAT) na Universidade Federal do Cearaacute e no Laboratoacuterio de Geoquiacutemica e

Quiacutemica Marinha vinculado aoWoods Hole Oceanographic Institution EUA

42 Aacuterea de Estudo

A aacuterea de estudo estaacute localizada no litoral oeste do estado do Cearaacute O bacia do

rio Acarauacute ocupa uma aacuterea equivalente a 1444249km2

(IPECE2014) compreendendo

cerca de 10 do Cearaacute e tem como curso daacutegua principal o rio Acarauacute (EMBRAPA

2005)

Existem vaacuterios outros cursos drsquoaacutegua que o interceptam nos seus 352 km de

extensatildeo que vatildeo desde as nascentes do rio Acarauacute ateacute a sua desembocadura no

municiacutepio de Acarauacute Dessa forma vaacuterias sub-bacias satildeo facilmente delimitadas com

ecircnfase maior para as formadas pelos afluentes da margem direita com destaque para as

sub-bacias dos rios Groaiacuteras Macacos Jacurutu e Madeira Pela margem esquerda o rio

Jaibaras destaca-se pela sua delimitaccedilatildeo espacial

O vale do rio Acarauacute eacute delimitado por 30 municiacutepios (IPECE 2014) No

entanto a aacuterea de estudo abrange a aacuterea a partir do accedilude de Araras no municiacutepio de

Varjota ateacute a foz do rio no municiacutepio de Acarauacute perpassando os 12 municiacutepios a

seguir Acarauacute Bela Cruz Carireacute Cruz Forquilha Groaiacuteras Marco Morrinhos

Massapecirc Santana do Acarauacute Sobral e Varjota

A maior parte da Bacia do Acarauacute tem o seu regime de chuvas caracterizado

pela concentraccedilatildeo das precipitaccedilotildees em poucos meses o que torna a estaccedilatildeo chuvosa

bem definida Isso acontece porque as variaccedilotildees das chuvas durante as estaccedilotildees no setor

29

norte do Nordeste brasileiro parecem estar intimamente ligadas agraves movimentaccedilotildees de

latitude da Zona de Convergecircncia Intertropical (ZCIT) sobre o Atlacircntico sendo a

posiccedilatildeo mais ao sul da ZCIT coincidente com a estaccedilatildeo chuvosa durante os meses de

marccedilo a abril (COGERH 2010)

Aleacutem disso a Bacia do Acarauacute recebe em alguns anos chuvas de junho a

agosto ocasionadas por um sistema atmosfeacuterico denominado Ondas de Leste

(COGERH 2010) Aleacutem desse comportamento sazonal as precipitaccedilotildees diferenciam-se

ao longo da Bacia do rio Acarauacute Uma alta incidecircncia de chuvas eacute observada na regiatildeo

leste e na faixa litoracircnea sendo a regiatildeo sul caracterizada por uma pluviometria bem

deficiente

A temperatura meacutedia mensal eacute de 25 a 28ordmC e as temperaturas miacutenimas anuais

ocorrendo entre 20 e 24ordmC Jaacute as temperaturas maacuteximas anuais satildeo da ordem de 30 a

36ordmC onde as mais elevadas se datildeo no final do segundo semestre e nas regiotildees mais

secas (SILVA 2003)

Um estudo feito pela COGERH (2010) mostrou que as seacuteries de vazatildeo para o rio

Acarauacute podem ser caracterizadas por vazotildees bastante elevadas entre os meses de marccedilo

e maio de cada ano com o desaparecimento parcial ou total do escoamento superficial

entre junho e dezembro decorrente da estiagem Por fim em janeiro e fevereiro com o

iniacutecio das precipitaccedilotildees na regiatildeo ocorre uma pequena recuperaccedilatildeo das vazotildees

(COGERH 2010)

Analisando a populaccedilatildeo absoluta desses locais (Figura 6) vemos que a

populaccedilatildeo cresceu em torno de 70 de 1970 ateacute 2010 (IBGEa 2010) Segundo o censo

do IBGE de 2010 a populaccedilatildeo cresceu de uma cota de 276964 hab em 1970 para

507463hab em 2015 (estimada) Eacute interessante observar que o municiacutepio de Sobral

apresenta a maior populaccedilatildeo na bacia com 201756 em 2015 (estimada) seguido pelo

municiacutepio de Acarauacute com 61210 hab (IBGEb 2015)Em relaccedilatildeo ao maior crescimento

populacional a populaccedilatildeo do municiacutepio de Marco cresceu 110 em relaccedilatildeo a 1970

passando de 12631 hab (1970) para 26484 hab (2015) seguido por Sobral com um

aumento de 97 que passou de 102197hab em 1970 para 201756 em 2015(IBGEa

2010 IBGEb 2015)

30

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

Aleacutem disso a taxa de urbanizaccedilatildeo aumentou nesses municiacutepios (Figura 7) Por

exemplo os municiacutepios de Groairas Carireacute e Acarauacute tiveram o maior crescimento da

populaccedilatildeo na aacuterea urbana com valores de 44 3527 e 3446 respectivamente

(IBGEa 2010) Destaque tambeacutem para Sobral um dos trecircs poacutelos econocircmicos mais

importantes do Cearaacute com uma taxa de urbanizaccedilatildeo de aproximadamente 90

No referente a infra-estrutura da regiatildeo primeiro temos o saneamento Segundo

o IPECEa (2014) a meacutedia da taxa de cobertura da rede de abastecimento de aacutegua na

aacuterea urbana foi de 9727 em 2013 variando de 8564 em Cruz a 9993 em

Groaiacuteras Na aacuterea rural em meacutedia 4169 dos domiciacutelios eacute abastecido com aacutegua

variando de 893 em Santana do Acarauacute a 8190 em Marco Por outro lado a rede

de esgotamento sanitaacuterio natildeo atende a todos os municiacutepios Dos 12 municiacutepios

estudados na aacuterea urbana 7 natildeo dispotildeem de nenhum tipo de rede de esgoto A meacutedia da

taxa de cobertura para os 5 municiacutepios restantes foi de 4912 com destaque para

Sobral com 70 de cobertura (IPECEa 2014) Na aacuterea rural a situaccedilatildeo eacute ainda mais

alarmante Somente 4 municiacutepios possuem rede de esgoto com apenas 337 dos

domiciacutelios atendidos (IPECEa 2014)

0

30000

60000

90000

120000

150000

180000

210000P

op

ula

ccedilatildeo

(h

ab)

1970

1980

1991

2000

2010

2015

31

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios

estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

A Bacia do Acarauacute possui trecircs variedades de transportes rodoviaacuterio ferroviaacuterio

e aeacutereo O transporte hidroviaacuterio possui pequena expressatildeo e restringe-se a regiatildeo

litoracircnea O transporte ferroviaacuterio refere-se ao trecho da REFESA (Rede Ferroviaacuteria

Federal) que liga Fortaleza a Sobral (COGERH 2010) (Figura 10) Em relaccedilatildeo ao

transporte rodoviaacuterio as rodovias federais e estaduais prevalecem sendo esta a

principal forma de transporte entre os diversos municiacutepios da bacia (COGERH 2010)

(Figura 10) No que diz respeito aos tipos da frota veicular os veiacuteculos movidos a

gasolina prevalecem em todos municiacutepios estudados Nos uacuteltimos anos houve um

aumento na frota que funciona com flexibilidade no tipo de combustiacutevel (veiacuteculos

flex) utilizando uma mistura de aacutelcool e gasolina Em 2014 haviam 26404 veiacuteculos

flex comparados a 6355 veiacuteculos registrados desse tipo em 2009 (IPECE 2013

IPECEb2014) Outro aumento significativo pode ser observado na frota total dos 12

municiacutepios que em 2009 contabilizava 79285 veiacuteculos e aumentou para um contingente

de 145246 em 2014 totalizando um aumento de aproximadamente 83 nos uacuteltimos 6

anos (IPECE 2013 IPECEb 2014)(Figura 8)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Taxa

de

Urb

aniz

accedilatildeo

(

)

1970

1980

1991

2000

2010

32

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em (IPECE 2013 IPECEb 2014)

A regiatildeo estuarina do rio Acarauacute se estende da ponte no municiacutepio de Cruz ateacute a

foz do rio Acarauacute (ALVES 2010) Nessa regiatildeo o processo de uso e ocupaccedilatildeo do solo

ocorre mediante da atuaccedilatildeo do Estado dos empresaacuterios industriais e comerciais dos

pequenos e grandes proprietaacuterios agriacutecolas das comunidades de pescadores e dos

carcinicultores ALVES 2010) Das atividades econocircmicas desenvolvidas na regiatildeo

destacam-se pesca maricultura turismo e lazer navegaccedilatildeo

agroextrativismocagricultura induacutestria e agroinduacutestria (NASCIMENTO et al 2008)

A agricultura eacute o centro da economia No entanto na zona litoracircnea observa-se a

presenccedila de aacuterea irrigaacuteveis como o Periacutemetro Irrigado do Baixo Acarauacute devido as

precipitaccedilotildees mais elevadas ocorrendo nesses locais o cultivo de arroz feijatildeo cana-de-

accediluacutecar milho mandioca caju e banana (SUCUPIRA 2006) No entanto nos sertotildees

predominam as culturas de subsistecircncia e algodatildeo devido aos baixos iacutendices

pluviomeacutetricos (SUCUPIRA 2006) A pesca artesanal e industrial tambeacutem desempenha

um papel forte na economia principalmente nos municiacutepios costeiros Cruz e Acarauacute

(SUCUPIRA 2006)

Uma praacutetica agriacutecola largamente disseminada na aacuterea do estudo eacute a queimada

Esta eacute utilizada para a limpeza dos terrenos e resulta em alteraccedilotildees nas propriedades

fiacutesico-quiacutemicas e bioloacutegicas dos solos deixando-os expostos agrave accedilatildeo dos agentes

erosivos aleacutem de afetarem significativamente a flora e fauna da regiatildeo (COGERH

2010)

0

40000

80000

120000

160000

Fro

ta V

eic

ula

r

2009

2010

2011

2012

2013

2014

33

O desmatamento eacute outra praacutetica comum na regiatildeo aleacutem do preparo do solo para

o plantio outra finalidade eacute a extraccedilatildeo da lenha para fabricaccedilatildeo de carvatildeo que seraacute

usada em larga escala como combustiacutevel por padarias e ceracircmicas da regiatildeo (COGERH

2010)

Por sua vez a pecuaacuteria extensiva provoca a compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio

excessivo o desmatamento de aacutereas extensas para formaccedilatildeo de pastos aleacutem de ser

frequumlente o uso de queimadas nesta atividade visando o controle de ervas daninhas

prejudiciais ao gado

Outra atividade econocircmica na regiatildeo eacute a mineraccedilatildeo Esta eacute feita praticamente de

forma artesanal uma vez que a populaccedilatildeo de baixa renda durante o periacuteodo de seca cava

enormes buracos para extrair material argiloso a fim de produzir telhas e tijolos nas

olarias estabelecidas nas margens dos rios (ALVES 2010 COGERH 2010) (Figura 9)

Essa praacutetica degrada o ambiente de diversas formas erradica a mata ciliar dos cursos

daacutegua remove a camada feacutertil dos solos e propicia o desencandeamento de processos

erosivos Satildeo constatadas naaacuterea do estudo degradaccedilotildees impostas pela lavra de argila

nos municiacutepios de Sobral Groaiacuteras eCarireacute perfazendo ao todo seis empresas em

operaccedilatildeo (COGERH 2010)

Outra atividade de mineraccedilatildeo que traz impactos eacute a exploraccedilatildeo de calcaacuterio

encontrada nos municiacutepios de Sobral e Forquilha que por sua vez aleacutemdos

desmatamentos necessaacuterios do uso de explosivos e da produccedilatildeo em larga escala

dematerial particulado contribui para a poluiccedilatildeo e assoreamento de cursos drsquoaacutegua

(COGERH 2010) Aleacutem dissoquando o objetivo eacute a produccedilatildeo de cal ocorre a queima

de lenha em fornalhas (caieiras) primitivas

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz

Fonte ALVES 2010

34

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta

As amostragens dos sedimentos foram feitas em Marccedilo de 2014 Para a

caracterizaccedilatildeo ao longo do curso do rio foram coletados 10 amostras de sedimento

superficial com a primeira amostra coletada logo depois do accedilude Araras e a uacuteltima

amostra coletada na foz do estuaacuterio do rio Acarauacute (Figura 10) Nesse uacuteltimo ponto

foram coletados dois testemunhos objetivando uma caracterizaccedilatildeo do ambiente

estuarino As localizaccedilotildees dos pontos amostrados encontram-se na Tabela 2

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem

Pontos Identificaccedilatildeo dos pontos Coordenadas

Latitude Longitude

ACR 1 Apoacutes o accedilude Araras 04deg122711S 40deg27012O

ACR 2 No municiacutepio de Carireacute 03deg56289 S 40deg25092 O

ACR 3 Antes do municiacutepio de Sobral 03deg44569 S 40deg22284 O

ACR 4 Depois do municiacutepio de Sobral 03deg39547 S 40deg19431 O

ACR 5 Antes de Santana do Acarauacute 03deg32044 S 40deg15051 O

ACR 6 Distrito de Sapoacute (depois do centro de Santana do

Acarauacute) 03deg22323 S 40deg09441 O

ACR 7 Municiacutepio de Morrinhos 03deg15262 S 40deg08225 O

ACR 8 Municiacutepio de Marco 03deg07161 S 40deg07515 O

ACR 9 Antes do municiacutepio de Cruz 02deg56209 S 40deg10160 O

ACR 10 Municiacutepio de Acarauacute (foz) 02deg52211 S 40deg074556 O

Testemunho Foz do estuaacuterio do rio Acarauacute 02deg52211 S 40deg0737 O

Fonte Elaborado pela autora

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial

e do perfil sedimentar

Fonte Elaborado pela autora

35

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar

As amostras superficiais (0-2 cm) foram coletadas com paacute de alumiacutenio e

acondicionadas em marmitas previamente limpas com acetona Todas foram

adequadamente etiquetadas e mantidas refrigeradas ateacute a chegada no laboratoacuterio Ao

chegar no laboratoacuterio a fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de hidrocarbonetos foi

guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas de alumiacutenio na

geladeira

Os perfis sedimentares foram coletados a partir da inserccedilatildeo do cano de alumiacutenio

na margem do rio de forma manual Em seguida os canosforam etiquetados e levados

ao laboratoacuterio No laboratoacuterio os canos de alumiacutenio foram abertos com o auxilio de

uma maquita fotografados e seccionados de 5 em 5 cm totalizando 12 sub-amostras

em um comprimento de 60 cm (Figura 11) A fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de

hidrocarbonetos foi guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas na

geladeira

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees

Fonte Elaborado pela autora

36

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos

As secccedilotildees do testemunho sedimentar e as amostras superficiais foram

submetidas a anaacutelises de propriedades do sedimento granulometria teor de carbonato

de caacutelcio e anaacutelise de propriedades da mateacuteria orgacircnica teor de carbono orgacircnico

hidrocarbonetos e aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos

451 Granulometria

Para a anaacutelise granulomeacutetrica foram pesadas 100g ou 50g de sedimento

dependendo da disponibilidade de amostra com o uso de uma balanccedila digital As

amostras foram submetidas asanaacutelises sedimentoloacutegicas tais como peneiramento a

uacutemido para separar a fraccedilatildeo areia (gt0062 mm) das fraccedilotildees silteargila (lt0062 mm) e

pipetagemA fraccedilatildeo areia passou pelo processo de peneiramento a seco em intervalos de

meio fi Cada fraccedilatildeo dos intervalos foi pesada depois de seca Para a pipetagem foi

utilizada a fraccedilatildeo silteargila suspensa em aacutegua na proveta com retirada de aliacutequotas de

20 ml em determinados intervalos de tempo baseado na metodologia descrita por

Suguio (1973) (Figura 12)As amostras foram classificadas granulometricamente no

programa ANASEDreg

de acordo com a classificaccedilatildeo proposta por Sheppard e

Larssoneur (LIMA et al 2001)

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem

Fonte Elaborado pela autora

452 Carbonato de Caacutelcio

Para a quantificaccedilatildeo dos teores de carbonato de caacutelcio utilizou-se o meacutetodo do

calciacutemetro de Bernard modificado (LAMAS et al 2005) atraveacutes do ataque das

amostras com aacutecido cloriacutedrico (HCl) diluiacutedo em 10 em um sistema de vasos

comunicantes de acordo com a reaccedilatildeo

37

1198621198861198621198743 + 2 119867119862119897 rarr + 1198621198742(119892119886119904) + 1198672119874

Dessa forma o teor de CaCO3 eacute medido indiretamente atraveacutes do volume de

aacutegua deslocado pelo CO2 (resultante da reaccedilatildeo com o HCl) no vaso comunicante

453 Teor de Carbono Orgacircnico

O meacutetodo utilizado foi o de Walkley-Black modificado (CAMARGO et al

2009) O princiacutepio deste meacutetodo consiste na oxidaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica porum agente

oxidante forte constituiacutedo por uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio 1N (K2Cr2O7) na

presenccedila de aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) concentrado utilizando como catalisador da

oxirreduccedilatildeo o calor desprendido na diluiccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico O excesso de dicromato

de potaacutessio eacute titulado com sulfato ferroso amoniacal (SFA - FeSO4(NH4)2SO46H2O) e

assim determinada a quantidade de MO

Em triplicata foram adicionadas a um grama da amostra liofilizada 10 ml da

soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio e 20 ml do aacutecido sulfuacuterico concentrado em um tubo de

ensaio A aliacutequota foi aquecida a 50degC por 5 minutos em seguida colocada em repouso

por 30 minutos Apoacutes este tempo a soluccedilatildeo foi transferida para um erlenmeyer e entatildeo

foi adicionada 200 ml de aacutegua destilada 10 ml de aacutecido ortofosfoacuterico (H3PO4) e 1 ml de

difenilamina 1 (indicador) A soluccedilatildeo de SFA 025 M foi usada como titulante para a

mistura e o ponto de viragem da reaccedilatildeo foi representado pela mudanccedila de cor do verde

para o azul O mesmo procedimento foi feito sem a utilizaccedilatildeo da amostra para a

determinaccedilatildeo do branco tambeacutem em triplicata O caacutelculo da quantidade de carbono

orgacircnico foi feito pela seguinte equaccedilatildeo

119862119874 =[10 minus (1198812 times 101198811)] times 04

119901

V1 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em branco em ml

V2 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em ml

P peso da amostra em g

A quantidade de mateacuteria orgacircnica foi calculada pela seguinte equaccedilatildeo

119872119874 = 119862119874 times 1725 onde

MO = porcentagem de mateacuteria orgacircnica

CO = porcentagem de carbono orgacircnico

38

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos

As substacircncias huacutemicas podem ser definidas como poliacutemeros amorfos de

coloraccedilatildeo amarelo-marrom a preta de peso molecular relativamente alto e formado por

reaccedilotildees de siacutentese secundaacuterias bioacuteticas e abioacuteticas (BENITES MADARI E

MACHADO 2003) As substacircncias huacutemicas podem ser classificadas em trecircs fraccedilotildees

dependendo da sua solubilidade aacutecidos huacutemicos (AH) que satildeo soluacuteveis em soluccedilotildees

alcalinas mas precipitam em soluccedilotildees acidas aacutecidos fuacutelvicos (AF) que satildeo soluacuteveis em

ambas soluccedilotildees alcalinas e acidas e a humina que eacute insoluacutevel nas duas soluccedilotildees

(BENITES MADARI E MACHADO 2003 BALDOTTO E BALDOTTO 2014)As

substacircncias huacutemicas do solo possuem tamanho que permite incluiacute-las na faixa dos

coloacuteides ou seja maiores do que 250 μm exibindo caracteriacutesticas proacutepriasdestacando-

se sua elevada superfiacutecie a qual lhe confere alta reatividade Esta caracteriacutestica faz com

que a fraccedilatildeo orgacircnica do solomesmo em baixos conteuacutedos seja responsaacutevel por elevada

porcentagem da capacidade de troca catiocircnica do mesmo

Neste trabalho foram determinados os AH e AF dos sedimentos superficiais e

das seccedilotildees do testemunho O meacutetodo utilizado foi o proposto por Benites Madarie

Machado (2003) e visa a quantificaccedilatildeo das fraccedilotildees huacutemicas por meio de procedimento

simplificado e de faacutecil execuccedilatildeo

Primeiramente uma amostra de sedimento eacute pesada com conteuacutedo aproximado

de 30 mg de carbono orgacircnico entatildeo uma soluccedilatildeo diluiacuteda de NaOH eacute adicionada e

deixada em repouso por 24 h No outro dia apoacutes a centrifugaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo o

sobrenadante eacute recolhido em um copo descartaacutevel Entatildeo com a adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico (H2SO4) a 20 (vv) o pH eacute ajustado a 10 e reservado em repouso por 18 h

Apoacutes esse periacuteodo essa soluccedilatildeo eacute filtrada em membrana de 045 m sob vaacutecuo O

filtrado (AF) eacute recolhido e aferido para 50 mL enquanto que os filtros satildeo lavados com

a soluccedilatildeo de NaOH e essa soluccedilatildeo (AH) tambeacutem eacute aferida para o volume de 50 mL

Uma aliacutequota de 5 mL de cada soluccedilatildeo eacute colocada em um tubo de digestatildeo a qual satildeo

adicionados 1 mL de dicromato de potaacutessio (0042 mol L-1

) e 5 mL de H2SO4 esses

tubos satildeo levados ao bloco digestor preacute-aquecido a 150oC e deixar por 30min dentro

de capela Os conteuacutedos dos tubos satildeo transferidos para frascos erlenmeyer e 3 gotas de

indicador FERROIN satildeo adicionadas Por fim as soluccedilotildees satildeo tituladas com sulfato

ferroso amoniacal (00125 mol L-1

) sob agitaccedilatildeo A quantificaccedilatildeo dos aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos eacute feita atraveacutes da seguinte foacutermula

39

119935 = (119933119939119938119954 minus 119933119938119950)119925119930119917119912119940119952119955119955119961120783120784120786119961120787120782119938119949iacute119954119958119952119957119938 (119950119923)119961120783119953119942119956119952119941119938119938119950119952119956119957119955119938 (119944)

onde

X - mg C na forma de aacutecido huacutemico (ou fuacutelvico) por gramade sedimento

Vbaq - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo dobranco aquecido

Vam - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo daamostra

NSFAcorr - Normalidade do SFA corrigida pela equaccedilatildeo

119873119878119865119860119888119900119903119903 =119881119900119897119906119898119890 119889119890 119889119894119888119903119900119898119886119905119900 119909 119873119900119903119898119886119897119894119889119886119889119890 119889119900 119889119894119888119903119900119898119886119905119900

119881119900119897119906119898119890 119889119890 119878119865119860 119888119900119899119904119906119898119894119889119900 119899119886 119905119894119905119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119887119903119886119899119888119900 119904119890119898 119886119902119906119890119888119894119898119890119899119905119900

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

461 Reagentes e material

Os solventes hexano acetona e diclorometano foram adquiridos da Tedia Os

padrotildees utilizados para a construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo foram uma soluccedilatildeo mix de

HPAs uma soluccedilatildeo mix de biomarcadores SRM 2266 e uma soluccedilatildeo mix de alcanos (seacuterie

homoacuteloga n-C10 a n-C38 incluindo os alcanos isoprenoacuteides pristano e fitano) Os padrotildees

surrogates dos HAs e biomarcadores (triacotano-d62) e dos HPAs (naftaleno-d8

fenantreno-d10 perileno-d12 e criseno-d12) possuem pureza de 988 989

respectivamente e satildeo da AccuStandardA siacutelica (70-230 mesh) e o sulfato de soacutedio

(Na2SO4) satildeo da VETECreg enquanto que a alumina e o cobre utilizados satildeoda

MERCKreg

e da SYNTHreg respectivamente Tanto os adsorventes (siacutelicae alumina)

quanto o Na2SO4 foram ativados em estufa por 24 h agrave 250degC Por sua vez o cobre em

poacute foi ativado mediante a lavagem sucessiva em soluccedilatildeo de 01 M HCl acetona e

hexano sendo mantido sob refrigeraccedilatildeo no uacuteltimo

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental

O sedimento liofilizado foi peneirado (abertura de 2mm) para a retirada de

material grosseiro como folhas e cascalhos O procedimento descrito a seguir foi

baseado em Cavalcante e colaboradores (2008) com pequenas modificaccedilotildees (Figura

14) Adicionou-se 50microL de padratildeo surrogate (soluccedilatildeo trabalho de 100 ppm) a 20g de

sedimento peneirado que entatildeo foi submetido ao processo de extraccedilatildeo soacutelido-liacutequido

assistida por sonicaccedilatildeo em uma seacuterie de soluccedilotildees extratoras com decrescente constante

40

eluotroacutepica O volume de cada soluccedilatildeo extratora foi de 30 mL e a seacuterie de soluccedilotildees

utilizadas foi acetona acetonaDCM (11) DCM DCMHEX (11) e finalmente

HEXO extrato foi transferidopara tubos de Falcon e levado a centriacutefuga a 4000 RPM

por 30min (centriacutefuga HermLee Z 360K) As partiacuteculas de sedimento decantam no

fundo restando a fase liacutequida sobrenadante sendo esta recolhida em um balatildeo de fundo

redondo de 250 mL e rotaevaporado (Rotaevaporador FISATOM 801) ateacute atingir 1mL

(Figura 13)

Entatildeo os extratos foram purificados por cromatografia liacutequido-soacutelida usando-se

uma coluna (1 x 50 cm) preenchida com 8g de siacutelica e 4g de alumina que satildeo

adsorventes polares 2g de Cu que remove compostos sulfurados (interferentes comuns

na determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos) (CRITERIA WORKING GROUP 1998) e 1g de

Na2SO4 que elimina possiacuteveis moleacuteculas de aacutegua

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos

reduzidos a 1 mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG

Fonte Elaborado pela autora

Essa purificaccedilatildeo (clean-up) foi obtida atraveacutes da eluiccedilatildeo sucessiva por 40 mL de

HEX que resultou na fase 1 (F1) e 24 mL HEXDCM (31) (ԑdeg=008) 30 mL de

HEXDCM (ԑdeg=06) e 15 mL de HEXDCM (12) (ԑdeg=021) que resultaram na fase 2

(F2) A F1 corresponde aos hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e a F2 corresponde aos

hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs)

Esse eluato foi rotaevaporado ateacute a reduccedilatildeo do seu volume para ~1 ml (Figura

13) Entatildeo esse volume foi transferido para vials de 4 mL atraveacutes de criteriosa limpeza

41

do balatildeo original com uma mistura de solvente HEXDCM (11) As amostras foram

entatildeo reduzidas para 1ml usando-se nitrogecircnio gasosoCom o auxilio de uma pipeta

automaacutetica 05 mL do eluato foi transferido para vials de 2 mL e entatildeo foram secas por

nitrogecircnio a fim de enviar essa aliacutequota para anaacutelise no Organic Geochemistry

Laboratory (Woods Hole MA EUA) As aliacutequotas foram acondicionadas em caixas

teacutermicas e enviadas para o exterior

A etapa de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos hidrocarbonetos foi baseado no

meacutetodo de Oliveira (2016)

A fraccedilatildeo F1 (HA) contendo n-alcanos isoprenoacuteides e biomarcadores foi

analisada no cromatoacutegrafo gasoso (modelo Agilent 7890A) acoplado a detector por

ionizaccedilatildeo por chama (CG-DIC) sendo os niacuteveis quantificados atraveacutes de um CG

acoplado a um espectrocircmetro de massa (CG-EM) A fraccedilatildeo F2 (HPAs) foi analisada

noCG-EMas condiccedilotildees de anaacutelise do equipamento podem ser visualizadas naTabela 3

O gaacutes heacutelio foi utilizado como a fase moacutevel com o fluxo na coluna de 13

mLmin A temperatura do injetor foi 300degC e o volume injetado foi de 2μl no modo

splitless A temperatura da interface (EM) foi 300degC

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM

Fase Moacutevel (Gaacutes de arraste) Heacutelio

Vazatildeo na coluna 13 mLmin

Temperatura do injetor 300 degC

Detector EM

Temperatura do detector 300 degC

Temperatura da interface 300 degC

Temperatura inicial 50 degC

Volume de injeccedilatildeo 2 microL

Modo de injeccedilatildeo Splitless

Modo de detecccedilatildeo (EM) SIM

Fonte Elaborada pela autora

Os marcadores moleculares de interesse foram identificados com base no tempo

de retenccedilatildeo e na razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado (Apecircndice A B e C) Aleacutem disso

as identidades dos compostos foram confirmadas pelo uso da biblioteca National

Institute of Standards and Technology 05 (NIST05)

42

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

463 Controle de Qualidade

Todas as etapas realizadas em laboratoacuterio foram acompanhadas por

procedimentos criteriosos de controle de qualidade A fim de eliminar problemas de

contaminaccedilatildeo foram analisados brancos da coluna e dos solventes usados na etapa de

extraccedilatildeo A limpeza de vidrarias foi um dos focos na preparaccedilatildeo do material usado em

43

todas as etapas de determinaccedilatildeo dos analitos de interesse Primeiramente as vidrarias

foram deixadas em banho de detergente (extran a 20 vv) por pelo menos 12 horas

sendo em seguida abundantemente enxaguada em aacutegua corrente aacutegua destilada e entatildeo

colocada em banho de aacutecido niacutetrico (HNO3 a 5vv) por 12 horas Em seguida as

vidrarias foram novamente enxaguadas em aacutegua corrente aacutegua destilada e por fim

mantidas em estufa a 200degC por um periacuteodo de no miacutenimo 12 horas

A quantificaccedilatildeo dos analitos foi realizada usando uma curva de calibraccedilatildeo de

cinco pontos pelo meacutetodo do padratildeo interno Baseado na curva de calibraccedilatildeo a faixa de

trabalho variou de 0-5000 ppb para os HPAs e os HAs e de 0-1324 ppm para os

biomarcadores com R2 de 09783 a 09999 para os HPAs (APEcircNDICE A) 09351 a

09941 para os biomarcadores (APEcircNDICE B) e 09873 a 09999 para os alcanos

(APEcircNDICE C)O limite de detecccedilatildeo variou de 0538 ndash 8579 ngg-1

para os

biomarcadores 2155 ndash 6147 ngg-1

para os n-alcanos e 7214 ndash 9597 ngg-1

para os

HPAs Os limites de quantificaccedilatildeo variaram de 1631 ndash 25997 ngg-1

para os

biomarcadores 6531 ndash 18628 ngg-1

para os n-alcanos e 21860 ndash 29082 ngg-1

Esses

paracircmetros foram calculados pela anaacutelise da injeccedilatildeo do branco de coluna (n=9) que daacute

origem a razatildeo de sinal-ruiacutedo (SN) de 3 e 10

A eficiecircncia do meacutetodo de extraccedilatildeo dos compostos do sedimento foi avaliada

atraveacutes do estudo de recuperaccedilatildeo de padrotildees surrogates relacionando-se a quantidade

de padratildeo adicionado no iniacutecio do procedimento com a quantidade extraiacuteda e

quantificada ao teacutermino do processo (IUPAC 2002)

Os padrotildees surrogates satildeo substacircncias que possuem natureza semelhante ao do

analito de interesse (especialmente Kow e Koc) de modo que apresentam tempo de

retenccedilatildeo diferente doanalito investigado (RIBANI et al 2004) Neste trabalho foram

utilizados versotildees dos compostos modificados isotopicamente e a adiccedilatildeo agrave amostra e

aos brancos foi feita no iniacutecio da etapa de extraccedilatildeo As concentraccedilotildees foram corrigidas

de acordo com a recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogates

Para Ribani et al(2004) os limites inferiores e superiores para recuperaccedilatildeo

sugerida pela literatura e aceita internacionalmente compreende o intervalo entre 70 a

120 Para Denoux e Wang (1998) este intervalo eacute bem aceito entre 40 a 120

enquanto que USEPA (1994) admite valores entre 30 a 115 Para este trabalho os

intervalos satisfazem as faixas sugeridas pela literatura (Tabela 4)

44

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate

Padrotildees Surrogate Meacutedia de

Recuperaccedilatildeo

Naftaleno-d8 5809

Fenantreno - d10 11576

Criseno-d12 11971

Perileno-d12 4245

Triacontane-d62 8380

Fonte Elaborada pela autora

45

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica

511 Sedimentos Superficiais

A anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais estaacute demonstrada na

Figura 15 A granulometria foi dividida em trecircs fraccedilotildees cascalho areia e finos

(lama)Os sedimentos superficiais apresentaram predominacircncia na fraccedilatildeo areia da estaccedilatildeo

ACR1 mais a montante ateacute a estaccedilatildeo ACR9 com meacutedia de 7769plusmn1448Vale ressaltar que

nas estaccedilotildees ACR 8 e ACR9 a fraccedilatildeo dos finos apresentou um destaque maior com valores

de 3476 e 4658 respectivamente Somente na estaccedilatildeo ACR10 a fraccedilatildeo dos finos

ultrapassou a fraccedilatildeo areia correspondendo a 75 da granulometriaO teor de carbono

orgacircnico (CO) apresentou-se inferior a 1 na maioria das estaccedilotildees com meacutedia de

044plusmn025 Somente a estaccedilatildeo ACR10 obteve o conteuacutedo de CO maior que 1 com valor

de 187

Com relaccedilatildeo ao potencial de acumulaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica nos sedimentos aqueles

com material mais fino em sua composiccedilatildeo (silte e argila) apresentam maior superfiacutecie de

contato permitindo um maior acuacutemulo de mateacuteria orgacircnica o qual pode ter relaccedilatildeo

dependendo da concentraccedilatildeo com fontes antroacutepicas (KARICKHOFF et al1979

TREMBLAY et al 2005 CHEN et al 2011) Jaacute sedimentos com predominacircncia de material

arenoso em sua composiccedilatildeo tendem a apresentar uma reduccedilatildeo no potencial de adsorccedilatildeo de

carbono orgacircnico dificultando o acuacutemulo de compostos orgacircnicos persistentes Nas amostras

superficiais do rio Acarauacute a CO teve uma alta correlaccedilatildeo com a fraccedilatildeo dos finos com um

coeficiente de Spearman (plt005) igual a 0903

O conteuacutedo de carbonato de caacutelcio (CaCO3) variou bastante ao longo do rio com

meacutedia de 320plusmn463 natildeo observando-se um padratildeo de variaccedilatildeo O maior valor de CaCO3 foi

relativo a estaccedilatildeo ACR10 que localiza-se no estuaacuterio do rio Acarauacute com 1556 e foi

relacionado com a presenccedila de carapaccedilas de organismos que sintetizam CaCO3

46

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais

AC

R 1

AC

R 2

AC

R 3

AC

R 4

AC

R 5

AC

R 6

AC

R 7

AC

R 8

AC

R 9

AC

R 1

0 --

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Porc

enta

gem

gra

nulo

met

ria

Finos

Areia

Cascalho

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

CO()

CaCO3 ()

Porcen

tagem

CO

e CaC

O3

Fonte Elaborado pela autoraCO= carbono orgacircnico CaCO3=carbonato de caacutelcio finos = gratildeos lt

0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm cascalho=gratildeosgt2mm

Como estudo complementar foi feita a anaacutelise granulomeacutetrica dos finos (silte+argila)

das amostras ACR8 ACR9 e ACR10 A fraccedilatildeo de silte grosso predominou entre as fraccedilotildees

finas nas trecircs estaccedilotildees como pode ser observado na

Tabela 5

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9

e ACR10 (porcentagem)

Estaccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

ACR8 279 149 053 2995 6524

ACR9 490 493 252 3424 5342

ACR10 494 313 154 6585 2454

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

512 Sedimentos do testemunho

47

O resultado da anaacutelise granulomeacutetrica do testemunho pode ser observado na Figura 16

e Tabela 6 Nota-se que do topo ateacute 30cm temos a predominacircncia da fraccedilatildeo areia com

porcentagem meacutedia de 6993plusmn1429 apoacutes essa camada a fraccedilatildeo dos finos (silte e argila)

predomina com porcentagem meacutedia de 7675plusmn1442

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar

Fonte Elaborada pelo autora finos = gratildeos lt 0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm

cascalho=gratildeosgt2mm

Alteraccedilotildees na dinacircmica deposicional dos sedimentos do rio Acarauacute ao longo do tempo

podem explicar a mudanccedila no tamanho do gratildeo depositado observada na distribuiccedilatildeo

granulomeacutetrica Isso pode ser explicado pela mudanccedila da hidrodinacircmica do estuaacuterio ou pela

entrada de material terriacutegeno com um maior teor de finos Em relaccedilatildeo a hidrodinacircmica a

alternacircncia entre camadas de sedimento mais finos e camadas de sedimento mais grossos

podem ser relacionados com periacuteodos de baixa energia e periacuteodos de alta energia

respectivamente Durante eventos de alta energia como por exemplo nas cheias do rio o

sedimento depositado no registro histoacuterico eacute caracterizado por material mais grosseiro

transportado como carga de fundo e depositado no local (MITRA et al 1999 BAacuteBEK et al

2011) Por outro lado uma possivel fonte de sedimentos finos para o local pode ser

relacionada com a construccedilatildeo de barragens e passagens secas Uma importante barragem

construiacuteda recentemente (1980-2000) eacute a barragem de Santa Rosa da qual o processo de

construccedilatildeo pode ter sido uma fonte de sedimentos finos para este local

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Porcentagem

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Finos

Areia

Cascalho

48

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho

AMOSTRAS Tipo de sedimento

0-5 cm Areia Lamosa

5-10 cm Areia Lamosa 10-15 cm Areia Lamosa

15-20 cm Areia

20-25 cm Areia 25-30 cm Areia Lamosa

30-35 cm Lama Arenosa

35-40 cm Lama 40-45 cm Lama

45-50 cm Lama

50-55 cm Lama 55-60 cm Lama Arenosa

Fonte Elaborada pela autora

Em relaccedilatildeo ao teor de carbono orgacircnico temos que do topo ateacute a profundidade de 25

cm a CO foi inferior a 1 com meacutedia de 060plusmn03 com valor miacutenimo de 017 no

intervalo de 20-25 cm (Figura 17) A partir de 25 cm houve um aumento da CO em relaccedilatildeo

as camadas superiores com meacutedia de 174plusmn04 atingindo o valor maacuteximo de 218 no

intervalo de 35-40 cm o que estaacute de acordo com o maacuteximo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos

finos

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho

Fonte Elaborada pela autora

Porcentagem

0 1 2 3 4 5 6 7

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

CO()

CaCO3 ()

Porcentagem

00 04 08 12 16

Pro

fundid

ade (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

AH ()

AF()

49

O teor de carbonato de caacutelcio apresentou um decliacutenio do topo ateacute a profundidade de 20

cm com meacutedia de 386plusmn25 (Figura 17) No intervalo de 15-30 cm foi verificada a ausecircncia

do CaCO3 Nas camadas seguintes o conteuacutedo de carbonato voltou a aumentar com meacutedia de

35plusmn108

No testemunho os aacutecidos huacutemicos (AH) variaram de nd a 009 mgg de sedimento

enquanto que os aacutecidos fuacutelvicos (AF) variaram de nd a 036 mgg de sedimento O perfil de

zig-zag dos AF representa as eacutepocas de cheias e estiagem as quais o rio Acarauacute foi submetido

Os aacutecidos huacutemicos possuem maior conteuacutedo de C e menor de O e consequentemente uma

massa maior que os aacutecidos fuacutelvicos (HUR E SCLAUTMAN 2004) e constituem os dominios

hidrofiacutelicos-hidrofoacutebicos das substacircncias huacutemicas (BALDOTTO E BALDOTTO 2014) Com

o grau de polimerizaccedilatildeo relativamente maior dos aacutecidos huacutemicos eacute possiacutevel constatar um

estaacutegio mais avanccedilado de humificaccedilatildeo Entretanto os aacutecidos fuacutelvicos conteacutem mais

agrupamentos ndash COOH por unidade de massa em relaccedilatildeo aos aacutecidos huacutemicos e juntamente

com a soma dos grupamentos fenoacutelicos caracterizam maior acidez total apresentando maior

capacidade de troca catiocircnica (CTC) que os aacutecidos huacutemicos e por sua vez contendo domiacutenios

predominantemente hidrofiacutelicos (BALDOTTO E BALDOTTO 2014)

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

A avaliaccedilatildeo dos HA tanto nos sedimentos superficiais do rio Acarauacute como no perfil

sedimentar do estuaacuterio fornece informaccedilotildees sobre o registro das entradas de contaminaccedilatildeo por

efluentes domeacutesticos ou induacutestria ou ateacute mesmo da entrada natural por plantas terrestres aleacutem

da variaccedilatildeo na predominacircncia de certas fontes ou emissotildees localizadas irregularmente

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais

A maioria dos hidrocarbonetos alifaacuteticos resolvidos consistiram na seacuterie de n-alcanos

n-C10 - n-C38 O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

nos sedimentos superficiais ao longo do curso do

rio Acarauacute com uma meacutedia de 540577 ngg-1

(Tabela 7) A concentraccedilatildeo maacutexima de n-

alcanos (843246ngg-1

) foi observada na estaccedilatildeo ACR10 enquanto que a miacutenima foi na

estaccedilatildeo ACR7 (265474 ngg-1

)

50

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute

n-alcanos (ngg-1) ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

nC10 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 3424 307

nC11 ltLD 5890 6064 1218 14309 7645 12237 2694 1526 18434

nC12 1951 7781 5894 4141 14120 12170 1718 3212 1723 15123

nC13 4886 14468 16556 4357 30059 15721 1580 4142 4192 24523

nC14 26565 26233 35804 31402 54307 2896 3808 24086 844 36334

nC15 99394 15093 5198 13974 5352 6492 23587 6499 755 13816

nC16 17427 30598 44496 73637 52651 51700 8490 45561 1148 36096

nC17 142438 11973 6196 33361 8879 13577 15288 9106 1741 9891

pristano 24510 4106 1398 4176 3650 1413 3560 780 282 1891

nC18 2340 1371 13361 27980 2394 1180 5339 15457 207 13419

fitano 12402 1923 2485 6067 444 694 2053 866 2280 4055

nC19 2310 2860 2681 5296 3695 5489 8122 3220 4702 4347

nC20 14636 6805 1150 6036 2151 1016 3899 11709 2954 7642

nC21 13008 2859 3073 4513 2290 6976 3998 3818 2187 1989

nC22 6569 3783 2747 2560 3058 2776 3567 7547 3098 3583

nC23 8881 3667 2573 4578 3898 9760 3565 4718 9975 8802

nC24 5682 1906 2475 2926 4685 9071 2470 5961 3545 1470

nC25 6469 2718 2805 4472 4207 9592 7449 6051 7351 6869

nC26 7009 4212 3310 9997 6440 12689 4166 10171 4154 27775

nC27 4279 10601 5573 9928 12071 4408 2278 16568 5390 32450

nC28 12884 9724 5993 26968 15852 20295 9397 18032 4941 80334

nC29 12785 29506 9674 29432 26932 27529 3527 46014 44705 88287

nC30 26161 77686 7527 30407 25114 19331 12801 143288 15249 73360

nC31 39329 2019 8667 40320 27357 23302 5787 174533 69600 84858

nC32 33418 24479 7488 26586 22070 15643 9006 68769 59656 46916

nC33 20722 8318 8576 27395 20880 2679 25167 83597 62714 55489

nC34 51234 9563 7115 22467 19116 5117 13680 23557 22893 35672

nC35 23685 15228 145541 12688 19927 11349 59884 40644 26372 53232

nC36 44587 109780 9787 9755 11169 7534 3956 56001 172491 51181

nC37 29061 1315 3067 37630 50413 1252 3832 2265 73385 2766

nC38 9567 ltLD ltLD ltLD ltLD 13527 1263 ltLD 13452 2333

sumAlcanos (ngg-1) 704190 446465 377274 514269 467491 322822 265474 838866 626935 843246

Fonte Elaborado pela autora ltLD= menor que o limite de detecccedilatildeo

Os perfis de n-alcanos das amostras superficiais podem ser observados na Figura 18

Na amostra ACR1 predominaram os homoacutelogos n-C15 e n-C17 Na estaccedilatildeo ACR2

predominaram os alcanos n-C30 e n-C36 Na ACR3 ACR6 e ACR7 predominou o alcano n-

C35 Nas estaccedilotildees ACR4 e ACR5 predominou o homoacutelogo n-C16 Na ACR9 houve a

presenccedila de n-alcanos com peso molecular maior com destaque para a alta concentraccedilatildeo de n-

C36 Nas estaccedilotildees ACR8 e ACR10 houve uma maior concentraccedilatildeo dos n-alcanos com peso

molecular maior sem predominacircncia de iacutempares ou pares

51

Fonte Elaborada pela autora

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR1

n-alcanos

ACR2

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR3

n-alcanos

ACR4

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR5

n-alcanos

ACR 6

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR7

n-alcanos

ACR8

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR9

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

n-alcanos

ACR10

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

52

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio Acarauacuteem ngg-1

n-alcanos (ngg-1) 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

nC10 ltLD 405 678 063 548 2514 1156 1464 623 549 069 243

nC11 ltLD 2705 13191 319 470 28398 9705 19712 ltLD 2478 6781 1422 nC12 ltLD 2823 2513 861 3139 4583 1187 365 2799 ltLD 2701 854

nC13 ltLD 625 1245 793 1961 1793 1215 1742 1103 1904 1976 1272

nC14 1434 1121 4093 1077 2019 2224 734 1880 1817 24924 2558 792 nC15 2658 3286 8452 4383 12533 12717 3252 9060 7736 4238 10333 9228

nC16 4929 23397 12156 3709 5982 5389 2924 4553 5464 4454 11591 10548

nC17 1837 6583 5735 6010 13641 11857 1990 5984 9530 2741 6946 11837

pristano 2559 2694 3837 961 2782 1889 1638 2346 1466 480 2840 1350

nC18 699 19312 1352 678 1012 1218 826 1247 460 554 1668 1417

fitano 658 1744 1197 246 5602 1324 378 1173 479 701 1624 1576 nC19 3749 1043 8135 3208 7058 6771 2416 5873 3701 1675 6231 7228

nC20 1226 2061 1654 1411 2138 2706 462 12819 868 908 2068 3889

nC21 2291 3702 3691 1621 2128 2580 2022 2411 2032 1165 3746 2352 nC22 1677 2326 3638 1914 3219 2061 1231 2416 2226 1034 1419 5059

nC23 1414 2469 7173 943 3505 2584 1170 3014 4234 1453 3598 3848

nC24 1088 3164 2341 761 2927 870 1370 697 1713 832 1574 4633 nC25 786 6004 3979 1896 4559 4333 635 2439 2710 620 1980 4628

nC26 1913 6277 3119 1552 2523 2364 1408 2148 1121 994 2383 3487

nC27 1634 12408 1438 1085 2284 1677 1179 3644 1949 2626 1839 5740 nC28 1462 11790 1322 832 2567 2932 1260 1579 2626 1087 897 7236

nC29 1699 26404 23058 1353 2372 4427 1610 1961 1618 1440 2245 10850

nC30 750 14993 1647 1101 3243 3106 3693 7261 1794 4019 1299 1017 nC31 3341 26952 8481 1635 1798 3038 3015 7002 3857 4242 5005 6071

nC32 2979 12723 15380 869 1656 2702 2691 2404 5916 1444 919 2117

nC33 1057 18736 38115 1339 3752 3029 977 4288 954 2445 4371 1947 nC34 1983 44912 9230 932 1088 2515 11265 13922 1239 687 5477 2957

nC35 1798 18222 2955 404 222 ltLD 215 139 1629 703 1474 636

nC36 720 58593 302 ltLD 162 458 5491 1427 1391 ltLD 4462 14808 nC37 1987 40245 673 1165 1345 540 747 2466 4168 1981 1650 9181

nC38 2504 48447 ltLD 4600 3080 ltLD 723 421 616 ltLD 2432 20103

sumAlcanos (ngg-1) 50830 426167 190778 47720 101316 122600 68585 127855 77842 72380 104155 158327

Fonte Elaborado pela autora

53

522 n-alcanos no testemunho sedimentar

O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10 - C38 variou de 47720 ngg-1

(15-20 cm) a 426167 ngg-1

(5-10 cm) nos sedimentos das seccedilotildees do testemunho com uma

meacutedia de 129046 ngg-1

(Tabela 8) A concentraccedilatildeo de n-alcanos totais foi aumentando em

direccedilatildeo ao topo com um pico na profundidade 5-10 cm

523 Biomarcadores do petroacuteleo

5231 Sedimentos superficiais

A maioria das estaccedilotildees apresentou a presenccedila da seacuterie de hopanos e esteranos As

concentraccedilotildees dos 5 hopanos e 5 esteranos identificados e quantificados nas amostras de

sedimento superficial estatildeo naTabela 9

Nas amostras de sedimento superficial a concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD

(ACR3) a 6787 μgg-1

(ACR6) com destaque para o C29-hopano (NH) (Tabela 9) As

estaccedilotildees ACR1 ACR4 e ACR6 tiveram os maiores valores de sumHop Por outro lado os

esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 2327 μgg-1

(ACR4) com destaque para o

C28αββ (SR)(Tabela 9) A estaccedilatildeo ACR4 apresentou o maior valor para sumEster com

predominacircncia dos compostos C28αββ (SR)e C29αββ (SR)

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

BIOMARCADORES ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

17α(H)-222930 - trisnorhopano 051 ltLD 040 576 519 310 411 373 252 106

17α(H)21β(H)-30-norhopano 5470 1214 ltLD 3860 2610 6787 569 3985 2387 116

17α(H)21β(H) - hopano 2420 ltLD 548 510 ltLD 2867 389 600 553 412 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 1356 1928 ltLD 2062 690 2605 ltLD 527 1066 1541

17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 1109 250 1010 2308 2049 1921 1358 307 1792 2348

ααα - colestano 044 ltLD ltLD ltLD 031 023 ltLD ltLD 143 02 αββ- colestano 061 094 ltLD 158 664 291 ltLD ltLD 284 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD ltLD 2327 ltLD 1479 ltLD ltLD ltLD 258

ααα - 20R 24R - etilcolestano 449 064 ltLD 634 104 371 ltLD 072 650 ltLD αββ - 20R 24R - etilcolestano 125 152 1156 1643 ltLD 036 ltLD 262 060 534

sumBiomarcadores 11085 3748 2757 14089 6666 16690 2737 6127 7188 5338

sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 ltLD 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

5232 Testemunho

No testemunho o somatoacuterio dos biomarcadores (sumBiomarcadores) estudados variou

de 3286 μgg-1

(45-50 cm) a 10071μgg-1

(40-45 cm) (

54

Tabela 10) A concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD a 3662 μgg-1

(30-35 cm)

com destaque similar aos sedimentos superficiais para o C29-hopano (NH) No perfil de

concentraccedilatildeo podemos observar dois picos de concentraccedilatildeo maacutexima em 10-15 cm e 40-45

cm de profundidade Por outro lado os esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 6

μgg-1

(55-60 cm) com destaque para o C29αββ (SR) O sumEster teve um maacuteximo em 10-15

cm e um miacutenimo em 15-20 cm

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

)

BIOMARCADORES 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

17α(H)-222930 - trisnorhopano 461 265 155 254 135 099 198 228 418 ltLD 316 212 17α(H)21β(H)-30-norhopano 2270 2707 2404 1950 1474 839 3662 1502 2164 741 2687 2651

17α(H)21β(H) - hopano 1238 067 1163 188 320 688 257 771 1469 409 096 1004 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 2135 286 1934 868 460 674 ltLD 1274 2454 1769 999 ltLD 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 500 104 2638 320 791 1557 1908 1505 2878 037 1797 864

ααα - colestano ltLD ltLD 050 ltLD ltLD ltLD 095 114 045 050 ltLD 021 αββ- colestano 334 415 207 041 ltLD ltLD 284 148 039 ltLD 371 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD 326 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ααα - 20R 24R - etilcolestano ltLD ltLD 044 120 ltLD 121 ltLD 034 ltLD ltLD 113 056 αββ - 20R 24R - etilcolestano 433 225 243 ltLD 220 176 205 103 596 280 242 603

sum Biomarcadores 7385 4068 9164 3790 3419 4172 6610 5679 10071 3286 6625 5428 sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747 sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos

As concentraccedilotildees individuais dos 56HPAs identificados e quantificados nos

sedimentos superficiais e no testemunho assim como as razotildees diagnoacutesticas usadas nesse

estudo para a identificaccedilatildeo das possiacuteveis fontes estatildeo na Tabela 11 e no Apecircndice A

respectivamente

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais

As concentraccedilotildees totais dos 56 HPAs (sumHPA56) analisados variaram de 42740 ngg-1

(ACR3) a 515073 ngg-1

(ACR8) (Tabela 11) nos sedimentos superficiais O somatoacuterio dos

16 HPAs prioritaacuterios da USEPA foi expresso como sumHPA16 e variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720 ngg-1

(ACR5) Em geral as concentraccedilotildees de HPAs depedem da

localizaccedilatildeo das fontes em relaccedilatildeo as estaccedilotildees como proximidade de um porto uma regiatildeo

densamente habitada ou uma regiatildeo industrial As maiores concentraccedilotildees foram observadas

em ACR4 ACR5 ACR7 ACR8 e ACR9 E as menores concentraccedilotildees foram observadas em

ACR1 ACR3 e ACR6

55

Essas concentraccedilotildees elevadas tiveram dois principais compostos responsaacuteveis a seacuterie

de naftalenos e o dibenzo(a)antraceno

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

)

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAs

2 a

neacuteis

Naftaleno 3089 417 1537 32992 ltLD 4460 ltLD 54058 ltLD 2573

2-metilnaftaleno ltLD ltLD 646 7208 ltLD 1177 ltLD 8631 ltLD 780

1-metilnaftaleno ltLD ltLD 100 4468 ltLD ltLD ltLD 7021 ltLD 464

16-dimetilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 1983

12-dimetilnaftaleno 958 1046 4177 12420 6880 992 ltLD 12257 ltLD 2237

235-trimetilnaftaleno 6178 ltLD ltLD 87821 ltLD 5936 ltLD 129316 10908 1401

Bifenil ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 676 ltLD 180 ltLD 492

3 a

neacuteis

Acenaftileno ltLD 141 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno 910 ltLD ltLD 1556 ltLD 1110 ltLD 2202 1638 336

1-metilfluoreno 281 188 078 057 084 066 077 286 108 066

Fenantreno 1460 1463 1739 1817 1462 1498 200 1407 2127 1241

Antraceno 540 464 543 502 456 1474 1112 330 503 830

Carbazole 5176 1632 2275 5096 1920 4456 1631 4190 4962 3112

9-etil-10-metilfenantreno 046 060 200 046 785 037 018 013 158 055

4 a

neacuteis

Fluoranteno 758 155 306 768 224 547 150 577 803 871

Pireno 1051 612 885 1214 331 846 222 1170 1343 1213

1-metilpireno 740 231 240 240 539 205 221 303 220 268

Benz(a)antraceno 561 354 569 1452 749 424 391 282 361 600

Trifenileno 3765 133 140 1033 372 208 179 109 149 1848

Criseno ltLD ltLD 070 1401 111 169 463 ltLD 099 784

6-metilcriseno 1764 286 294 323 847 251 628 222 494 566

6-etilcriseno 4188 257 431 371 493 232 217 741 197 341

5 a

neacuteis

Benz(b)fluoranteno 3723 935 850 1335 1103 901 542 562 825 5356

Benzo(k)fluoranteno 2198 1314 1600 1214 1891 1626 1289 1039 1413 4302

Benzo(e)pireno 2402 1576 1451 1259 1720 1234 1442 863 1285 15825

Benzo(a)pireno 2569 1942 1228 1706 1789 1825 1224 1155 1693 2581

Perileno 866 1068 2751 1234 768 433 497 675 1329 16784

Dibenzo(ah)antraceno ltLD 97858 ltLD ltLD 190387 ltLD 181447 30111 ltLD ltLD

6

an

eacuteis

Indeno(123-cd)pireno 2992 2137 2373 4330 7459 3794 5025 1046 1575 16385

Benzo(ghi)perileno 2044 3049 2444 2710 1759 1665 1220 3570 13969 2308

HPAs alquilados

sum C1-C4 naftalenos ltLD 4692 6153 137453 5202 8616 ltLD 243020 321927 9378

sum C1-C3 fluorenos ltLD 1130 1436 833 133 749 ltLD 1104 3770 8758

sum C1-C4 fenantrenos ltLD 779 1014 ltLD 1578 ltLD 418 874 1788 5429

sum C1-C4 pirenos 3116 944 4595 1863 4619 1379 1913 2635 3515 9068

sum C1-C3 crisenos 2356 ltLD 1627 490 2157 ltLD 625 3937 2283 6862

HPAs sulfurados

Dibenzotiofeno 366 823 968 730 ltLD 926 ltLD 886 305 396

46-dimetildibenzotiofeno 163 057 ltLD 193 054 ltLD ltLD 069 790 338

Dibenzofurano 108 259 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 199 ltLD ltLD

sum C1-C4 dibenzotiofenos ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 2196 1997

Paracircmetros

sum HPAs16 21929 110878 14143 52998 207720 20339 193285 97542 26349 39381

sum HPAs56 54402 126039 42740 316136 235871 47937 201161 515073 382732 127828

sum HPAs alquilados 5472 7545 14825 140639 13689 10744 2957 251570 335479 41491

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 5999 2486 3819 36868 1917 8542 1311 57997 4268 4980

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 15930 108392 10324 16130 205803 11796 191974 39545 22081 34401

Fonte Elaborada pela autora

Apesar do ΣHPA16 (14143 - 207720 ngg-1

) no rio Acarauacute estaacute abaixo dos niacuteveis

encontrados em regiotildees com intensa atividade urbana ou ateacute mesmo atividade portuaacuteria como

as cidades de Montevideo e Xinxiang os niacuteveis encontrados estatildeo proacuteximos de aacutereas urbanas

e rurais como o Rio Durance (Franccedila) e a regiatildeo metropolitana de Curitiba (

56

Tabela 12) Segundo Benlahcer e colaboradores (1997) os sedimentos com ΣHPAs ateacute

250 ngg-1

satildeo considerados como levemente poluiacutedos entre 250 e 2000 ngg-1

satildeo

considerados moderadamente poluiacutedos e acima de 2000 ngg-1

satildeo considerados altamente

poluiacutedos Desta forma podemos classificar os sedimentos das estaccedilotildees ACR1 ACR3 e ACR6

como levemente poluiacutedas e a estaccedilatildeo ACR 5 como altamente poluiacuteda ficando o restante

classificado como moderadamente poluiacutedo

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo

nos uacuteltimos cinco anos

Local Atividade Variaccedilatildeo de

sumHPAs (ngg)

ndeg de HPAs

estudados Referecircncia

Rio Iguaccedilu Curitiba Brasil Aacuterea urbana e industrial 131 - 1713 16 LEITE et al 2011 Mar Egeu Mediterracircneo Aacuterea urbana e industrial lt415 - 405 14 KUCUKSEZGIN et al 2012

Delta do Rio Amarelo China Exploraccedilatildeo de petroacuteleo

agricultura e pesca 27-753 16 YUAN et al 2014

Estuaacuterio do Rio da Prata Uruguai Aacuterea urbana e industrial 196-65501 16 VENTURINI et al 2015

Xinxiang China Aacuterea industrial 4450 - 29000 15 FENG et al 2016 Rio Cocoacute e Cearaacute Fortaleza Brasil Aacuterea urbana 3488 ndash 301716 54 OLIVEIRA 2016

Porto do Mucuripe Fortaleza Cearaacute Aacuterea portuaacuteria 6527 - 6833354 54 OLIVEIRA 2016

Baiacutea de Paranaguaacute Aacuterea urbana e portuaacuteria ltLD - 572 16 DE ABREU-MOTA et al 2014

Baia de Laranjeiras Brasil Aacuterea de conservaccedilatildeo e

recreaccedilatildeo 385 - 892 - MARTINS et al 2012

Rio Durance Franccedila Agricultura 57ndash1528 16 KANZARI et al 2015 Rio Jaguaribe Agricultura carcinicultura 069 a 375202 16 ANDRADE 2012

Rio Pacoti Carcinicultura aacuterea de

conservaccedilatildeo aacuterea urbana 119512 - 290625 16 FERNANDES 2013

Rio Acarauacute Agricultura carcinicultura 14143 - 207720 16 Presente estudo

Fonte Elaborada pela autora

Em contrapartida podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs satildeo

relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente Dessa forma esses compostos satildeo os maiores responsaacuteveis pelo

niacutevel de contaminaccedilatildeo na regiatildeo

57

Fonte Elaborada pela autora baseado em LIMA et al 2005N F Fl D e C correspondem a naftaleno fenantreno fluoreno dibenzotiofeno e criseno respectivamente

0-4 representam o nuacutemero do carbono dos grupos alquilados nas seacuteries homologas de HPAs alquilados BF a BghiP correspondem aos outros 15 HPAs prioritaacuterios pela

USEPA Atenccedilatildeo para as diferentes escalas do eixo Y

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

) ACR1

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR2

DahA0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

ACR3

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR4

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0102030405060708090

100

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR5

DahA0

1000

2000

Co

nce

ntr

accedilatildeo

(ng

g)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR6

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR7

DahA0

1000

2000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

04080

120160200240280320360400

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR8

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

1500

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR9

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

1000

2000

3000

Concentr

accediloم

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR10

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio Acarauacute

58

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho

As concentraccedilotildees individuais dos HPAs variaram de ltLD a 6181 ngg-1

enquanto que

o sumHPAs16 variou de 13197 ngg-1

(5-10 cm) a 685419 ngg-1

(35-40 cm) (Figura 20 e

Apecircndice A) A distribuiccedilatildeo dos HPAs foi dominada pelo dibenzo(ah) antraceno e pela seacuterie

de naftalenos alquilados com esses compostos correspondendo de 10-75 e 2-77 do total

de HPAs respectivamente Esse mesmo domiacutenio foi observado nos sedimentos superficiais

ao longo do curso do rio Acarauacute

Podemos observar que a concentraccedilatildeo de HPAs cresce nas camadas mais profundas do

testemunho contrariando a tendecircncia observada em outros trabalhos de uma maior

concentraccedilatildeo dos HPAs nos sedimentos superficiais que correlaciona-se com o aumento da

taxa de ocupaccedilatildeo da regiatildeo (MACHADO et al 2014) Esse padratildeo de variaccedilatildeo com um pico

de HPAs em seccedilotildees mais profundas foi observado em vaacuterios trabalhos (SUN E ZHANG

2012 DUAN et al 2015) e foi atribuido a mudanccedila na fonte de energia utilizada pela

populaccedilatildeo do local Na bacia do rio Acarauacute o uso de carvatildeo vegetal pelas induacutestrias de

cimento foi estimulado pelo Governo Federal por causa da crise internacional do petroacuteleo na

deacutecada de 70 (SEMACE 1998) Durante vinte anos essa praacutetica foi uma praacutetica comum que

devastou a caatinga na regiatildeo e que teve seu registro nos sedimentos do estuaacuterio do Acarauacute

59

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio

Acarauacute

FLTR

0 10 20 30 40 50 60

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

HPAs16

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000 8000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

NAF

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 10 20 30 40

FEN

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 5 10 15 20 25 30

CRI

0 10 20 30 40 50

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

ANT

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2 4 6 8 10 12

Pir BaA

0 5 10 15 20 25 30

BbF

0 20 40 60 80 100120140160180

BkF

0 20 40 60 80 100

BeP

0 100 200 300 400 500

BaP

0 50 100 150 200 250 300 350

PER

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 200 400 600 800

DahA

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5 IcdP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100120140

BghiP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100 120

PIR

0 10 20 30 40 50

Fonte Elaborado pela autora

60

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute

Para a determinaccedilatildeo de fontes dos hidrocarbonetos nos sedimentos superficiais do rio

Acarauacute foram utilizadas as razotildees diagnoacutesticas na Tabela 13

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos

sedimentos superficiais do rio Acarauacute

Hidrocarbonetos Razotildees diagnoacutesticas ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAS

sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 073 098 073 030 099 058 099 041 084 087

BaA(BaA +Cri) 094 091 089 051 087 071 046 089 078 043

IP(IP+BghiP) 059 041 049 062 081 069 080 023 010 088

FenAnt 270 315 320 362 321 102 018 426 423 150

FltrPir 072 025 035 063 068 065 067 049 060 072

Per5 aneacuteis 795 103 5364 2238 039 774 027 200 2548 5981

Alcanos

CPI (15-19) 1237 129 039 088 048 093 532 048 494 082

CPI (25-33) 081 044 122 105 113 090 103 128 197 109

n-C27+ n-C29+n-C31 56393 42127 23914 79680 66360 55239 11592 237116 119695 205595

Isoprenoacuteides

nC17Pr 581 292 443 799 243 961 429 1168 618 523

nC18Fit 019 071 538 461 539 170 260 1785 009 331

PrFit 198 214 056 069 822 203 173 090 012 047

Biomarcadores sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 010 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

Jaacute para a caracterizaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos no testemunho sedimentar do

estuaacuterio do rio Acarauacute foram utilizadas as razotildees apresentadas na Tabela 14

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o

rio Acarauacute

Razotildees diagnoacutesticas 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

sum HPAs (4-6 aneacuteis)

sum HPAs16 095 072 096 089 057 061 090 100 098 099 099 099

Per5 aneacuteis 6426 3265 7752 415 2883 583 8920 021 2970 031 073 069

BaA(BaA+Cri) 066 088 013 085 088 094 097 073 062 074 034 095

IP(IP+BghiP) 065 056 042 056 052 041 048 084 027 051 035 017

FenAnt 398 153 209 187 274 685 484 222 204 267 017 196

FltrPir 125 090 097 119 061 170 015 227 391 058 063 111

CPI (15-19) 237 049 274 483 733 691 353 385 580 175 302 400

CPI (25-33) 114 120 254 146 135 121 038 071 100 147 154 178

n-C27+ n-C29+n-C31 6673 65765 32977 4074 6455 9142 5805 12606 7424 8308 9089 22661

nC17Pr 072 244 149 625 490 628 121 255 650 571 245 877

nC18Fit 106 1107 113 276 018 092 218 106 096 079 103 090

PrFit 389 154 321 391 050 143 433 200 306 068 175 086

sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747

sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas

Os hidrocarbonetos de origem antropogecircnica no meio ambiente acabam misturando-se

com outras fontes de background presentes na aacuterea impactada

61

Os hidrocarbonetos biogecircnicos satildeo originados por processos bioloacutegicos ou na

diagecircnese primaacuteria em sedimentos marinhos recentes As fontes biogecircnicas incluem plantas

terrestres fitoplancton animais bacteacuterias e macroalgas Uma forma de medir a contribuiccedilatildeo

biogecircnica na siacutentese dos alcanos eacute o iacutendice preferencial do carbono (IPC (25-33)) que indica a

contribuiccedilatildeo relativa das fontes naturais (IPC gt1 biogecircnicoterrestre) comparada com as

fontes antropogecircnicas (IPClt1 contaminaccedilatildeo por petroacuteleo) (EGLINTON E HAMILTON

1967 ABOUL-KASSIM E SIMONEIT 1995 VOLKMAN et al1992)

Outra caracteristica das fontes biogecircnicas eacute relacionada com os hidrocarbonetos

isoprenoacuteides onde a concentraccedilatildeo de pristano eacute maior do que a de fitano sugerindo a entrada

de mateacuteria orgacircnica fitoplantocircnica e a razatildeo PriFit gt1 ( tipicamente entre 3 e 5) enquanto

que a razatildeo de PriFit lt1 indica contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (WANG E FINGAS 2003 HU et

al 2011) Em sedimentos recentes as razotildees de Prin-C17 e Fitn-C18 lt1 indicam entrada

relativamente recente de oacuteleo enquanto que valores maiores que 1 juntamente com

concentraccedilotildees altas de hidrocarbonetos sugerem a presenccedila de oacuteleo degradado

(COMMENDATORE et al 2012 WANG et al 2015)

Aleacutem disso o perileno um HPA de 5 aneacuteis apresenta a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) com um valor maior que 10 para fontes diageneacuteticas (natural

biogecircnica) desse composto (SOCLO et al 2000 WANG et al 2014)

Por outro lado a presenccedila de biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) sugere

contaminaccedilatildeo petrogecircnica pois eles satildeo constituintes comuns do petroacuteleo e seus derivados

(WANG E FINGAS 2003)

Dessa forma essas caracteriacutesticas podem ser usadas para identificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo

das fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

5411 Sedimentos superficiais

O valor do IPC (15-19) variou de 039 (ACR3) a 1237(ACR1) (Tabela 13) De acordo

com esses valores nas estaccedilotildees ACR1 (1227) ACR7 (532) e ACR9 (494) as cadeias curtas

de n-alcanos apresentaram uma forte predominacircncia de cadeias com um numero iacutempar de

carbono em relaccedilatildeo as com nuacutemero par Em ACR1 o alto valor daacute-se devido as altas

concentraccedilotildees de n-C15 e n-C17 que indicam uma possiacutevel produccedilatildeo autoacutectone da mateacuteria

orgacircnica pois tais alcanos estatildeo relacionados com a atividade planctocircnica o mesmo ocorre

em ACR7 soacute que em menor proporccedilatildeo Apesar de possuir um alto valor de IPC (15-19) a

estaccedilatildeo ACR 9 natildeo apresenta valores significativos dos compostos n-C15 e n-C17 Esse alto

valor do IPC em ACR1 pode ser relacionado com a proximidade do accedilude Araras que eacute o

62

quarto maior accedilude do Cearaacute e fica a montante desta estaccedilatildeo A construccedilatildeo de reservatoacuterios

altera a circulaccedilatildeo do sistema fluvial que antes era loacutetico e passa para uma ambiente

intermediaacuterio entre loacutetico e lecircntico devido a circulaccedilatildeo vertical e horizontal originada pela

operaccedilatildeo da barragem (MARGALEF 1983) Esses reservatoacuterios recebem o aporte do

escoamento superficial perifeacuterico lanccedilamento de efluentes das comunidades circunvizinhas

aleacutem das atividades desenvolvidas no seu interior como a piscicultura (MARGALEF 1983)

Essas atividades fornecem nutrientes para o desenvolvimneto fitoplantocircnico o que explica os

altos valores dos n-alcanos caracteristicos da comunidade fitoplantocircnica

Fonte Elaborado pela autora

O valor do IPC (25-33) variou de 044 (ACR2) a 197 (ACR9) (Figura 21) Isso

demonstra que a maioria das estaccedilotildees natildeo apresentou perfis com predominacircncia de cadeias

longas com nuacutemero de carbono iacutempar ou par o que resulta na possiacutevel fonte de derivados do

petroacuteleo A estaccedilatildeo ACR9 apresentou o maior valor de IPC indicando uma maior

contribuiccedilatildeo das plantas terrestres superiores (EGLINTON E HAMILTON 1967) o que eacute

plausiacutevel visto a proximidade com o estuaacuterio

A origem do perileno um HPA de 5 aneacuteis eacute bastante controversa Em muitos

trabalhos a origem do perileno foi encontrada como diferente dos outros HPAs

(BUDZINSKY 1997 SOCLO et al 2000 CAVALCANTE et al 2008) O perileno pode

ser introduzido no ecossistema aquaacutetico por vaacuterios processos sendo a degradaccedilatildeo de

precursores biogecircnicos a fonte predominante (GSCHWEND E HITES 1981) Segundo

Venkatesan (1988) um sistema favoraacutevel para a formaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do perileno eacute

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

2

4

6

8

10

12

14

IPC (25-33)

IPC (15-19)

Iacutend

ice

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais

63

encontrado em regiotildees aquaacuteticas com alta produccedilatildeo bioloacutegica como estuaacuterios e lagos Aleacutem

disso o perileno pode ter uma origem terrestre mas a fonte terriacutegena desse composto

permanece desconhecida O perileno tambeacutem pode ser derivado de material autoacutectone como

as diatomaacuteceas (VENKATESAN 1988) No entanto no escopo desse trabalho natildeo foi

possiacutevel determinar a origem terrestre ou autoacutectone do perileno encontrado

No entanto alguns estudos tecircm-se desenvolvido em direccedilatildeo agrave determinaccedilatildeo do caraacuteter

antroacutepico ou natural das fontes de HPAs comparando-se as concentraccedilotildees de perileno com os

demais HPAs (BAUMARD et al 1988 BUDZINSKY et al 1997 SOCLO et al 2000

WANG et al 1999 WANG et al 2014) Em relaccedilatildeo ao carater antroacutepico do perileno

estudos mostraram que esse composto pode ser produzido em processos de combustatildeo de

biomassa e combustiacuteveis foacutesseis (PAGE et al 1999 WANG et al 1999)

Na Figura 22 podemos observar que apenas as razotildees em ACR3 (5364) ACR4

(2238) ACR9 (2547) e ACR10 (5980) apresentaram a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) gt 10 indicando assim a origem natural do perileno Esse

resultado na estaccedilatildeo ACR9 e ACR10 jaacute era esperado uma vez que apresentam maior

produtividade bioloacutegica devido as suas localizaccedilotildees no estuaacuterio As estaccedilotildees ACR3 e ACR4

localizam-se antes e depois do municiacutepio de Sobral respectivamente As outras estaccedilotildees

apresentaram valores menores que 10 o que indica a fonte piroliacutetica desse HPA (PAGE et

al 1999 WANG et al 1999)

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

Per

5an

eacuteis

()

Origem

Piroliacutetica

Origem

Natural

Fonte Elaborado pela autora

Os alcanos pristano e fitano satildeo os constituintes mais comuns dos isoprenoacuteides nos

sedimentos mas as suas abundacircncias relativas variam bastante A razatildeo de pristano em

relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) (Figura 23) nos sedimentos superficiais variou de 012 (ACR9) a

64

822 (ACR5) Em sedimentos natildeo-contaminados a razatildeo PriFit eacute maior do que 1

normalmente entre 3 e 5 (STEINHAUER E BOEHM 1992) A maioria das estaccedilotildees

apresentou a a razatildeo PriFit menor ou proacuteximo a 1 indicando os derivados de petroacuteleo como

fonte de hidrocarbonetos principal Um valor alto para a razatildeo PriFit foi observado na

estaccedilatildeo ACR5 localizada antes de Santana do Acarauacute e relativamente distante dos centros

urbanos

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18

Fonte Elaborado pela autora

No que diz respeito as razotildees n-C17Pri e n-C18Fit ambos os isoprenoacuteides satildeo

degradados mais lentamente do que o seu alcano associado devido as preferecircncias

microbianas (COLOMBO et al 1989) Dessa forma razotildees menores do que 2 indicam

contribuiccedilatildeo recente de oacuteleo enquanto que valores maiores indicam resiacuteduos de oacuteleo

degradado (COLOMBO et al 1989) A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri)

variou de 243 (ACR5) a 1168 (ACR8) (Tabela 13) Em todas as estaccedilotildees foi observado que

o n-C17 predominou sobre o pristano (Figura 23) indicando contribuiccedilatildeo planctocircnica para a

mateacuteria orgacircnica (READMAN et al 2002) A razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-

C18Fit) variou de 009 (ACR9) a 1785 (ACR8) (Tabela 13) Essa razatildeo atualmente indica a

degradaccedilatildeo microbiana inicial em resiacuteduos de oacuteleo (DIEZ et al 2007) As estaccedilotildees ACR1

ACR2 ACR6 e ACR9 apresentaram as menores razotildees o que eacute indicativo da presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradado (DIEZ et al 2007) Isso acontece pois o n-C18 tende a ser

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

Raz

atildeo

Estaccedilotildees

nC17Pri

nC18Fit

PriFit

65

degradado preferencialmente em relaccedilatildeo ao fitano na degradaccedilatildeo microbiana Por sua vez as

outras estaccedilotildees com destaque para a estaccedilatildeo ACR8 demonstraram uma maior contribuiccedilatildeo

da produtividade primaacuteria na sua mateacuteria orgacircnica

A distribuiccedilatildeo dos biomarcadores do sumHop e sumEster nos sedimentos superficiais estaacute

demonstrada na Figura 24 Em estudos anteriores a presenccedila de hopanos e esteranos foi

relacionada com o material particulado proveniente da exaustatildeo do motor de caminhotildees

(ROGGE et al 1993 SCHAUER et al 2002 KLEEMAN et al 2008) Esses

biomarcadores pertencem a fraccedilatildeo de alta ebuliccedilatildeo do oacuteleo cru devido a isso natildeo satildeo

encontrados nem na gasolina nem no diesel Ao inveacutes disso eles vatildeo ser originados do oacuteleo

lubrificante (ROGGE et al 1993) Aleacutem disso Kleeman e colaboradores (2008) analisando

material particulado oriundo das emissotildees de carros movidos a diesel utilizaram o

17α(H)21β(H)-30-norhopano (NH) como um indicador de oacuteleos lubrificantes Por outro lado

Bieger e colaboradores (1996) compararam oacuteleos lubrificantes novos e usados fuligem da

descarga poeira de estradas e sedimentos da Baiacutea de Conception - Canadaacute e correlacionaram

a impressatildeo digital dos hidrocarbonetos no sedimento com os biomarcadores presentes em

oacuteleo lubrificantes utilizados em automoveis e barcos da regiatildeo Jaacute Boonyatumanond e

colaboradores (2006) encontraram uma predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 e

atribuiram essa caracteristica a poeira de estrada que apresentava mesma impressatildeo digital de

hopanos Essa poeira de estrada consiste de asfalto partiacuteculas de pneus solo partiacuteculas de

exaustatildeo vazamentos de oacuteleo e combustiacutevel e deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e estaacute diretamente

associada com o traacutefego nas rodovias (BOONYATUMANOND et al 2006) Dessa forma

como a regiatildeo do rio Acarauacute natildeo foi um local de derramento de petroacuteleo nem eacute uma regiatildeo

perto de refinarias ou industria petroquiacutemica podemos inferir que essas moderadas

concentraccedilotildees de hopano e esteranos satildeo derivadas da utilizaccedilatildeo de oacuteleos lubrificantes nos

automoacuteveis e nos barcos a motores da regiatildeo que chegam ao rio por meio do escomaento

superficial ou mesmo das poeiras das rodovias que constituem as principais vias de acesso da

regiatildeo O que ratifica essa fonte eacute a predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 em

todas as estaccedilotildees como foi citado anteriormente Podemos observar que as estaccedilotildees ACR1

ACR4 e ACR6 apresentaram as maiores concentraccedilotildees desses marcadores moleculares

especialmente os hopanos A estaccedilatildeo ACR1 fica logo apoacutes o accedilude Araras que eacute utilizado

como uma aacuterea de lazer com a presenccedila de jet-skis e barcos a motores que representam fontes

potenciais dos hopanos e esteranos Por sua vez a estaccedilatildeo ACR4 e ACR6 ficam a montante

das cidades de Sobral e Santana do Acarauacute respectivamnete

66

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e

esteranos (sumEster) nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

Conce

ntr

accedilatilde

o (gg

)

op

Ester

Fonte Elaborado pela autora

5412 Testemunho

No testemunho a maioria das amostras apresentaram valores do IPC (25-33) proacuteximos

a 1 o que sugere a contaminaccedilatildeo petrogecircnica (Tabela 14 Figura 25) Apenas a camada 10-15

cm apresentou um valor alto de IPC que significa a predominacircncia dos homoacutelogos com

carbonos impares sugerindo uma fonte de plantas terrestres superiores

Jaacute os valores do IPC (15-19) variaram de 049 (5-10 cm) a 733 (20-25 cm) (Tabela

14) Observou-se uma variaccedilatildeo do IPC (15-19) ao longo do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute

com picos nas profundidades de 20-25 cm e 45-50 cm Isso sugere uma variaccedilatildeo na origem da

mateacuteria orgacircnica com uma diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo autoacutectone em relaccedilatildeo ao topo

67

Fonte Elaborado pela autora

Por outro lado a razatildeo Per5 aneacuteis nos mostra que a maioria das seccedilotildees possuem um

caraacuteter natural da mateacuteria orgacircnica (Figura 25) o que eacute indicado pela porcentagem maior do

que 10 na razatildeo Per5 aneacuteis com possiacutevel fonte diageneacutetica do Per As altas

concentraccedilotildees de perileno tem sido relacionados com sedimentos anoacutexicos com alta

produtividade bioloacutegica (MEIRE et al 2008 WANG et al 2014)

A razatildeo de pristano em relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) variou de 050 (20-25 cm) a 433

(30-35 cm) (Tabela 14) O pristano eacute encontrado em maiores proporccedilotildees que o fitano em

sedimentos marinhos natildeo contaminados por petroacuteleo (PriFit gt1) No testemunho analisado

podemos observar uma tendecircncia de aumento na entrada de sedimentos contaminados por

hidrocarbonetos antropogecircnicos (Figura 26)

A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri) variou de 072 (topo) a 877

(base) e a razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-C18Fit) variou de 018 (20-25 cm) a 1107

(5-10 cm) (Tabela 14) Os valores dessas razotildees sugerem tanto a presenccedila de hidrocarbonetos

degradados (n-C18Fit) como a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica (n-C17Pri) ao longo

do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute No entanto as duas razotildees sugerem a presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradados nos sedimentos recentes (DIEZ et al 2007)

Em relaccedilatildeo aos biomarcadores hopanos e esteranos podemos observar na Figura 27 o

perfil desses compostos no testemunho em estudo Assim como nos sedimentos superficiais

Razatildeo

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5IPC(15-19)

IPC(25-33)

Per5aneis

0 20 40 60 80 100

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

Piroliacutetico

Nat

ural

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar

68

as concentraccedilotildees do sumBiomarcadores estaacute diretamente influenciada pela sumHop uma vez que

este representa cerca de 842 a 932 do total quantificado

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar

Oacuteleodegradado

n-C17Pri

0 2 4 6 8 10 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

n-C18Fit

0 2 4 6 8 10 12

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

PriFit

0 1 2 3 4 5

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

Contaminaccedilatildeo por Oacuteleo

Natildeo-contaminado

Oacuteleodegradado

Fonte Elaborado pela autora

Outra caracteriacutestica que assemelha-se aos sedimentos superficiais eacute a predominacircncia

do C29-hopano (NH) (Tabela 10) que pode ser utilizado para indicar atividades relacionadas

com o traacutefego de veiacuteculos na regiatildeo (KLEEMAN et al 2007 BOONYATUMANOND et al

2006)

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho

Concentraccedilatildeo (gg)

0 20 40 60 80 100120140

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

Hop

Ester

Biomar

Fonte Elaborado pela autora

69

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas

As distribuiccedilotildees de HPAs satildeo as ferramentas mais uacuteteis para a distinccedilatildeo entre fontes

piroliticas e petrogecircnicas de hidrocarbonetos Os HPAs petrogecircnicos exibem um padratildeo de

distribuiccedilatildeo em forma de sino (bell shaped) (WANG et al 1999 YUNKER et al 2015)

Por outro lado os HPAs piroliticos geralmente apresentam a distribuiccedilatildeo dos HPAs

alquilados homoacutelogos com os HPAs natildeo-substituidos mais abundantes (com o perfil de

distribuiccedilatildeo de C0-gtgtC1-gtC2-gtC3-gtC4- chamada de distribuiccedilatildeo inclinada)

Aleacutem disso entre os HPAs prioritaacuterios a predominacircncia dos HPAs de alto peso

molecular (sum HPAs (4-6 aneacuteis = Fltr Pir BaA Cri BbF BkF BaP IcdPDahA and BghiP)

sobre os HPAs de baixo peso (2-3 aneacuteis) nos processos piroliacuteticos eacute evidente em vaacuterios

trabalhos (PRAHL E CARPENTER 1983 WANG et al 1999CAVALCANTE et al 2012

ANDRADE 2012 FERNANDES 2013 FENG et al 2016)

Outras razotildees tambeacutem satildeo utilizadas para a caracterizaccedilatildeo de fontes de HPAs nos

sedimentos como FenantrenoAntraceno FluorantenoPireno

Benzo(a)Antraceno(Benzo(a)Antraceno + Criseno) e Indeno(cd)Pireno(Indeno(cd)Pireno +

Benzo(ghi)Perileno) (YUNKER et al 2002 STOGIANNIDIS E LAANE 2015)

5421 Sedimentos superficiais

Nos sedimentos superficiais foi observado a predominacircncia dos composto DahA e da

seacuterie de naftalenos alquilados Podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs

satildeo relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente O DahA eacute um HPA de alto peso molecular produto da queima

incompleta de mateacuteria orgacircnica e cuja degradaccedilatildeo eacute demorada sendo considerado um

poluente prioritaacuterio para a USEPA Segundo Levengood et al (2015) altas concentraccedilotildees de

DahA em sedimento podem ser associadas agraves estradas e ao traacutefico ferroviaacuterio Wang e

colaboradores (1999) observaram a formaccedilatildeo de DahA apoacutes a combustatildeo de diesel

juntamente com BghiP e IcdP Eacute interessante notar que a fumaccedila e as partiacuteculas de fuligem

podem ser transportadas por longas distacircncias atraveacutes da atmosfera e depositadas longe do local

de origem (CRUTZEN E ANDREAE 1990) Dessa forma fica evidente na regiatildeo o impacto

causado pelas rodovias e pelo traacutefico de veiacuteculos na regiatildeo estudada

Por sua vez o metilnaftaleno foi predominante dentre os HPAs substituiacutedos do

efluente proveniente de tratamento de esgoto na cidade Beijing China (QUIAO et al 2014)

70

Jaacute Wang e colaboradores (1999) encontraram os naftalenos alquilados como os principais

constituintes de diesel antes da combustatildeo Ambos relacionam a presenccedila desse HPA de baixo

peso molecular com contaminaccedilatildeo por derivados do petroacuteleo Na regiatildeo podemos relacionar a

presenccedila desse composto com o esgotamento sanitaacuterio deficiente em toda bacia do Acarauacute e

tambeacutem com o escoamento superficial que carreia hidrocarbonetos provenientes de atividades

relacionadas a frota veicular Nos uacuteltimos anos a frota veicular aumentou fazendo com que

os serviccedilos relacionados a manutenccedilatildeo (como oficinas postos de gasolina) acompanhessem a

demanda

Na Figura 19 os perfis dos HPAs encontrados nos sedimentos superficiais satildeo

mostrados Na maioria das estaccedilotildees os HPAs parentais com alto peso molecular incluindo o

IcdP o DahA e o BghiP predominaram sobre os HPAs de dois e trecircs aneacuteis como bifenil

acenaftileno e acenafteno Isso indica que a principal fonte de HPAs para essa regiatildeo satildeo

processos piroliacuteticos mesmo que em alguns casos o valor absoluto das concentraccedilotildees seja

pequeno (WANG et al 1999)

Nas regiotildees costeiras urbanizadas as emissotildees de motores de automoacuteveis e barcos satildeo

fontes principais de produtos de queima (BENNER et al 1989 MIGUEL et al 1998 YUNKER

et al 2002) liberando uma mistura de HPAs para diversos compartimentos (I) HPAs

inicialmente presentes no combustiacutevel (preacute-combustatildeo) (ii) HPAs formados durante a combustatildeo

(iii) HPAs acumulados nos oacuteleos lubrificantes e (iv) HPAs acumulados no sistema de exaustatildeo

(LIMA et al 2005)

Aleacutem disso a praacutetica de queimada para o preparo da terra e a utilizaccedilatildeo de lenha como

fonte de energia em olarias caieiras e uso domeacutestico constituem importantes fontes piroliticas de

HPAs No sudeste da Aacutesia Oanh e colaboradores (1999) compararam a utilizaccedilatildeo de madeira

carvatildeo mineral e carvatildeo vegetal em sistemas de aquecimento residencial e observaram que o fator

de emissatildeo de material particulado em miligramas por quilograma de combustiacutevel eacute de 51 36 e

70 para queima da madeira carvatildeo vegetal e carvatildeo mineral respectivamente Aleacutem disso o MP

que apresentou maior concentraccedilatildeo de HPAs foi o oriundo da madeira (OANH et al1999)

Os HPAs alquilados variam entre a distribuiccedilatildeo em forma de sino que caracteriza a

fonte petrogecircnica e a distribuiccedilatildeo inclinada que caracteriza a fonte pirogecircnica evidenciando e

confirmando a caracteriacutestica de muacuteltiplas fontes para a bacia do Acarauacute (Figura 19)

Em relaccedilatildeo as razotildees diagnoacutesticas vamos iniciar com a razatildeo do fenantreno sobre o

antraceno (FenAnt) que tem sido amplamente utilizada para diferenciar fontes piroliacuteticas de

petrogecircnicas nos sedimentos (GSCHWEND E HITES 1981 WANG et al 1999 GUO et al

2007) O fenantreno eacute termodinamicamente mais estaacutevel do que o antraceno e a sua

71

prevalecircncia caracteriza a origem petrogecircnica (BUDZINSKY et al 1997) Os processos que

ocorrem em altas temperaturas (800-1000K) produzem valores baixos para a razatildeo FenAnt

normalmente menores do que 5 (BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A maturaccedilatildeo

lenta da mateacuteria orgacircnica no petroacuteleo leva a valores bem maiores da razatildeo FenAnt

(BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A razatildeo FenAntgt15 eacute relacionada com

fontes petrogecircnicas e FenAntlt15 com fontes predominantemente piroliacuteticas (lt5 de acordo

com Neff et al (2005)) (BUDZINSKY et al 1997 DE LUCA et al 2005)

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos

superficiais

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1200

02

04

06

08

10

12

14

Fontes

Mistas

Petroacuteleo

Petroacuteleo

Combustatildeo

Combustatildeo

ACR1ACR10

Flt

rP

ir

FenAnt

ACR2

ACR3

ACR8

ACR5

ACR9ACR6

ACR4

ACR7

Fonte Elaborada pela autora

Similarmente a razatildeo FenAnt a razatildeo do fluoranteno sobre o pireno (FltrPir) tem

correlaccedilatildeo com a temperatura de formaccedilatildeo dos compostos (BUDZINSKY et al 1997) Nesse

caso o isocircmero mais estaacutevel termodinamicamente eacute o pireno (YAN et al 2005) O pireno eacute

mais favorecido do que o fluoranteno na formaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis Como resultado o

iacutendice FltrPirlt1 eacute utilizado para produtos petrogenicos exceto certos carvotildees e oacuteleo bruto A

razatildeo FltrPirgt1 eacute produzida por processos piroliacuteticos a temperaturas elevadas (COSTA et al

2004 SABER et al 2006) No entanto existem fontes piroliacuteticas com a razatildeo FltrPir lt1 que

satildeo representadas por oacuteleos lubrificantes usados emissatildeo de automoacuteveis e caminhotildees a diesel

e combustatildeo de gasolina e diesel (YUNKER et al 2002) Por isso um limite mais confiaacutevel

de FltrPir le 05 para fontes petrogecircnicas foi proposto por Stogiannidis e Laane (2015) Dessa

72

forma valores entre 05 e 1 satildeo representativos de fontes mistas Se FltrPirgt1 fontes

piroliacuteticas como queima de carvatildeo e biomassa satildeo provavelmente predominantes (YUNKER

et al 2002 YAN et al 2005)

Ao analisarmos a Figura 28 observamos que a maioria das estaccedilotildees apresentam-se

com influencia de fontes primaacuterias piroliticas No entanto as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e ACR8

apresentaram resultados conflitantes quanto as duas razotildees escolhidas podendo ser

classificadas tanto resultado de processo piroliticos quanto petrogenicos

Outras razotildees foram utilizadas com o objetivo de identificar as fontes de HPAs para a

bacia do rio Acarauacute com maior clareza A razatildeo de indeno(cd)pireno versuso somatoacuterio do

IcdP e BghiP(IcdP(IcdP+BghiP)) tem sido usada para a distinccedilatildeo entre as diversas fontes

piroliacuteticas de contaminaccedilatildeo nos sedimentos (YUNKER et al 2002) A Figura 29 mostra o

graacutefico dessas razotildees no qual podemos observar a predominacircncia da fonte piroliacutetica em

relaccedilatildeo a petrogecircnica A contaminaccedilatildeo por queima de biomassa foi designada para as estaccedilotildees

ACR4 ACR5 ACR6 e ACR7 Isso pode ser devido a preparaccedilatildeo da agricultura para terra

pela praacutetica de queimar as camadas superficiais do solo a fim de aumentar a quantidade de

nutrientes A queima de gasolina e diesel foi designada para as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e

ACR8 que provavelmente provecircm das emissotildees veiculares das estradas proacuteximas a esses

locais que satildeo a principal via de acesso na regiatildeo Por sua vez as estaccedilotildees ACR1 ACR9 e

ACR10 apresentaram uma multiplicidade de fontes

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

ACR1

ACR10

ACR7

ACR6

ACR9

IP(

IP+

Bg

hiP

)

BaA(BaA+Cri)

ACR8

ACR5

ACR4ACR3

ACR2

Queima

de diesel

gasolina

Petroacuteleo

Queima

de

biomassa

Fontes

MistasCombustatildeoPetroacuteleo

Fonte Elaborado pela autora

73

As quatro razotildees diagnoacutesticas utilizadas nem sempre retornaram as mesmas fontes

Isso pode ser explicado pela vaacuterias maneiras que os HPAs satildeo introduzidos no meio ambiente

de maneira tal que a assinatura caracteriacutestica de uma fonte pode ser obscurecida por outra

fonte (s) (WANG et al 1999 LIMAFARRINGTON e REDDY 2005)

5422 Testemunho

Podemos observar na Figura 30 que a tendecircncia geral no testemunho eacute a

predominacircncia de fontes piroliacuteticas como as principais responsaacuteveis pela entrada de HPAs no

estuaacuterio do rio Acarauacute

Essa tendecircncia eacute bem evidente na razatildeo de sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 na qual os

HPAs de 4 a 6 aneacuteis podem corresponder a aproximadamente 100 dos HPAs prioritaacuterios

pela USEPA principalmente na base do testemunho As razotildees FenAnt FltrPir

BaA(BaA+Cri) e IP (IP+BghiP) tambeacutem retornam na sua maioria valores que caracterizam

como fonte primaacuteria para o estuaacuterio do rio Acarauacute processos de combustatildeo

De acordo com a interpretaccedilatildeo dos valores da razatildeo FenAnt todos os registros no

testemunho sedimentar satildeo de fontes de HPAs por processo de combustatildeo uma vez que essa

razatildeo permanece FenAntlt15 da seccedilatildeo mais pronfunda a superficial

A razatildeo FltrPir indica a multiplicidade de fontes de HPAs de acordo com a

profundidade Essas fontes satildeo associadas com fontes mistas de 60 a 45 cm e de 25 a 10 cm

Os processos piroliticos satildeo as principais fontes de 35 a 45 cm 30 a 25 cm e no sedimento

superficial

Finalmente outras fontes de HPAs foram identificadas como derivadas de combustatildeo

de biomassa e carvatildeo (IPIP + BghiP) A combustatildeo de biomassa pode ser relacionada com as

queimadas para a preparaccedilatildeo da terra que ocorrem ao longo das margens dos rios onde

acontece o cultivo enquanto que a combustatildeo de carvatildeo relaciona-se com a utilizaccedilatildeo do

mesmo nas atividades do terceiro setor como churrascarias padarias e outros

estabelecimentos que utilizam essa fonte de energia

74

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o

estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do

sedimento

A relaccedilatildeo dos hidrocarbonetos do petroacuteleo com os sedimentos ainda natildeo estaacute

plenamente estabelecida apesar dos numerosos estudos existentes principalmente sobre os

HPAs (MAYER 1994 KUKKONEN E LANDRUM 1996 AHRENS E DEPREE 2004

TREMBLAY et al 2005 OPEL et al 2011) Devido a sua hidrofobicidade e estrutura

quimica estaacutevel os HPAs satildeo insoluacuteveis em aacutegua e sorvidos rapidamente pelas partiacuteculas (

KARICKHOFF et al 1979) Segundo Opel e colaboradores (2011) baseado nas observaccedilotildees

dos sedimentos de quatro rios no norte alematildeo a concentraccedilatildeo de HPAs varia entre as

diferentes classes de granulometria devido a distribuiccedilatildeo do teor de carbono orgacircnico entre os

diferentes tamanhos do gratildeo com uma leve tendecircncia a concentrar-se nas fraccedilotildees mais

grosseiras do que os OCPs e PCBs No porto de Boston e no rio Yangtze as maiores

concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas nas fraccedilotildees mais grosseiras que continham alto

teor de carbono orgacircnico (FENG E NIU 2007 WANG et al 2001) enquanto que no lago

Michigan as maiores concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas na fraccedilatildeo mais fina do

sedimento (lt63μm) (KUKKONEN E LANDRUM 1996) Dessa forma esses estudos

apontam para uma relaccedilatildeo de dependecircncia entre os HPAs e o teor de carbono orgacircnico entre

Que

ima

de d

iese

l

gaso

lina

FltrPir

0 1 2 3 4 5

HPAs (4-6 aneis) HPAs16

00 02 04 06 08 10 12

Pro

fundid

ade

(cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

FenAnt

0 3 6 9 12 15 18

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

Piroliacutetico

BaA(BaA+Cri)

00 02 04 06 08 10 12

IP(IP+BghiP)

00 02 04 06 08 10

Petro

leo

Piroliacutetico

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Que

ima

de

biom

assa

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

75

as diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas assim as maiores concentraccedilotildees de HPAs natildeo seratildeo

necessariamente encontradas nas fraccedilotildees mais finas (AHRENS E DEPREE 2004 OPEL et

al 2011) Uma vez que as fraccedilotildees mais finas do sedimento satildeo constituidas principalmente

por silte e argila a mateacuteria orgacircnica associada com essa fraccedilatildeo eacute relacionada com as

substacircncias huacutemicas adsorvidas sobre as superfiacutecies dos minerais (MAYER 1994) Jaacute uma

maior concentraccedilatildeo dos HPAs nas fraccedilotildees mais grosseiras (gt250 μm) do sedimento foi

explicada por Wang e colaboradores (2001) como resultado de uma sorccedilatildeo mais efetiva dos

HPAs ao material particulado de carvatildeo detritos vegetais e pelotas fecais nos sedimentos do

que a mateacuteria orgacircnica associada aos argilo-minerais

Os coeficientes de correlaccedilatildeo entre a fraccedilatildeo orgacircnica a fraccedilatildeo inorgacircnica e as

concentraccedilotildees dos principais marcadores moleculares orgacircnicos estudados no estuaacuterio do rio

Acarauacute estatildeo na Tabela 15

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho

Coeficiente linear de Pearson

(plt005) n=12

Fraccedilatildeo orgacircnica

Fraccedilatildeo inorgacircnica

AH () AF() CO() CaCO3() Areia Argila Silte

Fen

Ant

052

Fltr

Pir

BaA

Cri

BbF

058

BkF

BaP 059

081 060

-085

089

DahA

074

-071

075

IcdP

BghiP 068 063

Per

BeP 072 065 085

-091

093

sum C1-C4 NAF

sum C1-C3 FL

057

-059

064

sum C1-C4 FEN 071 072 072

-080

079

sum C1-C4 PIR 078 064 074

079

sum C1-C3 CRI 067

072

-079

081

sum C1-C4 DBT 074

061

sum Biomarcadores

sumAlcanos

sumHop

sumSter 062

Fonte Elaborada pela autora

No testemunho o conteuacutedo de silte e argila teve correlaccedilatildeo alta com o teor de carbono

orgacircnico e teor de aacutecido huacutemicos com coeficientes de Pearson r = 100 e r = 07

respectivamente Aleacutem disso os HPAs de alto peso molecular e a maioria dos HPAs

alquilados mostraram correlaccedilatildeo positiva com a fraccedilatildeo inorgacircnica dos finos (silte+argila) e

com o teor de carbono orgacircnico dos sedimentos do estuaacuterio do rio Acarauacute enquanto que os

alcanos e os biomarcadores natildeo apresentaram correlaccedilotildees significativas com essa fraccedilatildeo

76

granulomeacutetrica e com o teor de CO (Tabela 15) Isso indica que o tamanho do gratildeo e o

conteuacutedo de carbono orgacircnico foram determinantes somente na deposiccedilatildeo dos HPAs e que

como havia sido observado anteriormente (MAYER 1994) os HPAs estatildeo provavelmente

relacionados com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Essa baixa correlaccedilatildeo dos alcanos e biomarcadores com o teor de carbono orgacircnico

pode ser resultado da presenccedila de outro constituinte da mateacuteria orgacircnica presente nas aacuteguas do

rio Acarauacute

Essa relaccedilatildeo tambeacutem foi confirmada por uma relaccedilatildeo similar entre as concentraccedilotildees

normalizadas dos compostos analisados e o conteuacutedo de CO e finos ao longo do perfil

sedimentar no estuaacuterio (Figura 31) Esses resultados satildeo consistentes com outros estudos de

sorccedilatildeo de HPAs na mateacuteria orgacircnica e substacircncias huacutemicas que demonstram que esses fatores

satildeo muito importantes nesse processo devido a ligaccedilotildees hidrofoacutebicas e reaccedilotildees na superfiacutecie

mineral (BOWMAN ZHOU E READMAN 2002)

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborada pela autora baseado em Staniszewska et al (2011) As concentraccedilotildees normalizadas foram

calculadas como Y=(X-Xmin)(Xmax-Xmin) onde Y= concentraccedilatildeo normalizada de CO alcanos HPAs

biomarcadores ou finos X= concentraccedilatildeo detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmin=

concentraccedilatildeo miacutenima detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmax= concentraccedilatildeo maacutexima

detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos

CO

00 04 08 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5 cm

5-10 cm

10-15 cm

15-20 cm

20-25 cm

25-30 cm

30-35 cm

35-40 cm

40-45 cm

45-50 cm

50-55 cm

55-60 cm

HPAs

00 04 08 12

Alcanos

00 04 08 12

Biomarcadores

00 04 08 12

Finos

00 04 08 12

77

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais

Abaixo na Tabela 16 podemos observar os valores que correspondem agrave Diretriz de

Qualidade de Sedimento (DQS) utilizada pela agecircncia ambiental do Canadaacute (Environment

Canada) Somente os sedimentos superficiais ao longo do rio Acarauacute foram comparados com

essas diretrizes uma vez que as mesmas natildeo valem para sedimentos de testemunho avaliando

assim possiacuteveis riscos ecoloacutegicos dos HPAs na aacuterea de estudo

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999)

Sedimento marinho e estuarino Sedimento de aacutegua doce

TELsup3 PEL

4 TELsup3 PEL4

Naf 346 391 346sup1 391sup2

2-MNaf 202 201 202sup1 201sup2

Aci 587 128 587sup1 128sup2

Ace 671 889 671sup1 889sup2

Fl 212 144 212sup1 144sup2

Fen 867 544 419 515

Ant 469 245 469sup1 245sup2

Fltr 113 1494 111 2355

Pir 153 1398 53 875

BaA 748 693 317 385

Cri 108 846 571 862

BaP 888 763 319 782

DahA 622 135 622sup1 135sup2

Fonte CCME 1999sup1sup2 Valores provisoacuterios adotados dos niacuteveis para sedimento marinho uma vez que natildeo

existem dados suficientes para estabelecer esses niacuteveis para aacutegua doce sup3TEL (threshold effect level) niacutevel limite

de efeito 4PEL (probable effect level) niacutevel provaacutevel de efeito

Esses valores satildeo uacuteteis na abordagem de questotildees referentes a qualidade do sedimento

bem como no fornecimento de diretrizes qualitativas no que precisa ser feito para proteger os

organismos aquaacuteticos efetivamente (KUCUKSEZGIN et al 2012) Foram considerados dois

valores do TEL e PEL os valores referentes ao sedimento de aacutegua doce e os valores

referentes ao sedimento marinho e estuarino Das estaccedilotildees ACR1 a ACR8 os valores foram

comparados com sedimento de aacutegua doce jaacute as estaccedilotildees ACR9 e ACR10 foram comparados

com os limites para aacutegua salobro-salino jaacute que somente essas duas estaccedilotildees encontram-se no

estuaacuterio do rio Acarauacute A maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do niacutevel TEL estabelecido com

baixa probabilidade de efeitos adversos a biota No entanto algumas estaccedilotildees apresentam

valores acima dos niacuteveis especificados A estaccedilatildeo ACR4 ficou acima do TEL para o naftaleno

e 2-metilnaftalenoe ACR6 ultrapassou o TEL soacute para o naftaleno Jaacute as estaccedilotildees ACR2

ACR5 e ACR7 ultrapassaram o PEL para o DahA com um provaacutevel efeito adverso agrave biota

78

Por sua vez a estaccedilatildeo ACR8 ultrapassou o TEL para o fluoreno e DahA e o PEL para o

naftaleno e o 2-metilnaftaleno sendo uma estaccedilatildeo com muacuteltiplas fontes de efeitos adversos a

biota

6 CONCLUSAtildeO

As fontes e a distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos no rio Acarauacute a terceira maior bacia

hidrograacutefica do Estado foram descritas atraveacutes da anaacutelise dos sedimentos superficiais e do

perfil sedimentar

Nos sedimentos superficiais os padrotildees de composiccedilatildeo dos hopanos e esteranos e das

razotildees Prin-C17 Fitn-C18 e PriFit indicam contaminaccedilatildeo por petroacuteleo recente

principalmente por entrada de efluentes domeacutesticos e do escoamento superficial A

predominacircncia do Naf e dos seus alquilados em algumas estaccedilotildees confirma essa possiacutevel

contaminaccedilatildeo petrogecircnica No entanto a maioria das razotildees de HPAs indicaram que os HPAs

nos sedimentos satildeo principalmente de origem pirolitica com predominacircncia dos HPAs de alto

peso molecular que na regiatildeo foram relacionados com as queimadas para a preparaccedilatildeo da

terra uso de lenha (biomassa vegetal) e emissotildees veiculares Aleacutem disso os sedimentos

superficiais do rio Acarauacute foram considerados levemente a altamente poluiacutedos (14143 -

207720 ngg-1

) com relaccedilatildeo aos HPAs

No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o ecossistema a maioria das

estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela agecircncia ambiental canadense

com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na estaccedilatildeo ACR8 os

compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos adversos na biota

No testemunho a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica para a mateacuteria orgacircnica

diminui e aumenta a entrada de derivados do petroacuteleo das seccedilotildees mais profundas para a

superfiacutecie como pode ser visto pelo IPC e pelas razotildees dos isoprenoacuteides Em relaccedilatildeo aos

biomarcadores o sumEster manteve-se constante com baixos niacuteveis enquanto que o sumHop foi

responsaacutevel pela variaccedilatildeo dos biomarcadores ao longo do tempo marcando a presenccedila dos

derivados do petroacuteleo no registro sedimentar No que diz respeito aos HPAs predomina os

HPAs de alto peso molecular similarmente aos sedimentos superficiais indicando a

predominacircncia dos processos de combustatildeo na bacia do rio Acarauacute Aleacutem disso um pico de

concentraccedilatildeo do sumHPAs na profundidade 35-40 cm caracteriza uma mudanccedila na fonte de

energia utilizada e demonstra a interdependecircncia dos HPAs com a fraccedilatildeo granulomeacutetrica fina

do sedimento e com o teor de carbono orgacircnico

79

Esse trabalho forneceu informaccedilotildees ineacuteditas sobre a ocorrecircncia distribuiccedilatildeo e origem

dos hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute mostrando que alguns locais jaacute apresentam

contaminaccedilatildeo elevada Isso eacute um alerta devido a importacircncia estrateacutegica do rio Acarauacute para o

desenvolvimento da regiatildeo noroeste do estado

80

REFEREcircNCIAS

ABOUL-KASSIM T A T SIMONEIT B R T Lipid geochemistry of surficial sediments

from the coastal environment of Egypt 1 Aliphatic hydrocarbons - Characterization and

sources Marine Chemistry v 54 p 135ndash158 1996

AEPPLI C NELSON RK RADOVIC JR CARMICHAEL CA VALENTINE DL REDDY

CM Recalcitrance and degradation of petroleum biomarkers upon abiotic and biotic natural

weathering of Deepwater Horizon oil Environ Sci Technol v48(12)p6726ndash6734 2014

ALVES A B Estuaacuterio do rio Acarauacute ndash CE Impactos ambientais e implicaccedilotildees na

qualidade dos recursos hiacutedricos 2008 131p Dissertaccedilatildeo (Mestrado Acadecircmico em Geografia)

ndashUniversidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2008

ALVES AB PINHEIROLS ROSA M F Estuaacuterio do rio AcarauacuteCE aspectos

ambientais e condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo In Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos e Planejamento

Ambiental Editora Universitaacuteria da UFPB Joatildeo Pessoa 2010

ANDRADE M V F Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no Rio Jaguaribe ndash O

uso de hidrocarbonetos aromaacuteticos como marcadores de fontes 2012 86 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) ndash Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2012

AHRENS MJ DEPREE CV Inhomogeneous distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in different size and density fractions of contaminated sediment from Auckland

Harbour New Zealand an opportunity for mitigation Marine Pollution Bulletin 48 341-350

2004

BAacuteBEK OFAMERAM et al Geochemical traces of flood layers in the fluvial sedimentary

archive implications for contamination history analyses Catena v 87 p281-290 2011

BALDOTTO Marihus Altoeacute BALDOTTO Liacutelian Estrela Borges Aacutecidos huacutemicos Rev

Ceres Viccedilosa v 61 supl p 856-881 Dec 2014

BAUMARD P BUDZINSKI H MICHON Q GARRIGUES P BURGEOT T

BELLOCQ J Origin and Bioavailability of PAHs in the Mediterranean Sea from Mussel and

Sediment Records Estuarine Coastal and Shelf Science v47 p77ndash90 1998

BENNER B A JR GORDON G E AND WISE S A Mobile sources of atmospheric

polycyclic aromatic hydrocarbons a roadway tunnel study Environ Sci Technol v23

p1269-78 1989

BENITES V M MADARI MACHADO Extraccedilatildeo e fracionamento quantitativo de

substacircncias huacutemicas do solo um procedimento simplificado de baixo custo Rio de Janeiro

EMBRAPA 2003 Comunicado Teacutecnico

BENLAHCEN K T CHAOUI A BUDZINSKI H BELLOCQ J GARRIGUES PH

Distribution and source of polycyclic aromatic hydrocarbons in some Mediterranean coastal

sediments Mar Pollut Bull v34 p298 1997

81

BECHTEL A M WIDERA R F SACHSENHOFER R GRATZER A LUECKE AND M

WOSZCZYK Biomarkers and geochemical indicators of Holocene environmental changes in

coastal Lake Sarbsko (Poland) Organic Geochemistry v38 p1112ndash1131 2007

BIEGER T HELLOU J ABRAJANO T A Petroleum biomarkers as tracers of lubricating

oil contamination Marine Pollution Bulletin v 32 n 3 p 270ndash274 1996

BOONYATUMANOND R Wattayakorn G TOGO A TAKADAH Distribution and

origins of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in riverine estuarine and marine sediments

in Thailand Marine Pollution Bulletin v52 p942ndash956 2006

BOONYATUMANOND R et al Reconstruction of pollution history of organic contaminants in

the upper Gulf of Thailand by using sediment cores First report from Tropical Asia Core

(TACO) project Marine Pollution Bulletin v 54 n 5 p 554ndash565 2007

BOWMAN JC ZHOU JL READMAN JW Sedimentndashwater interactions of natural

oestrogens under estuarine conditions Marine Chemistry Volume 77 Issue 4 Pages 263-276

2002

BUDZINSKI H et al Evaluation of the sediment contamination by PAHs in the Gironde

estuary Marine Chemistry v 58 n 1 p 85ndash97 1997

BUREAU OF RECLAMATION Final environmental assessment Animas-La Plata Project

Ridges Basin Dam and Reservoir pre-construction facilities relocation (Appendix A Petroleum

Products Spill Analysis) United States Department of the Interior Bureau of Reclamation Upper

Colorado Region 2002

CAMARGO OA MONIZ AC JORGE JA VALADARES JMAS Meacutetodos de Analise

Quiacutemica Mineraloacutegica e Fiacutesica de Solos do Instituto Agronocircmico de Campinas Campinas

Instituto Agronocircmico 2009 77 p (Boletim teacutecnico 106 Ediccedilatildeo revista e atualizada)

CANADIAN COUNCIL OF MINISTERS OF THE ENVIRONMENT (CCME) Canadian

sediment quality guidelines for the protection of aquatic life Polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) In Canadian environmental quality guidelines 1999 Canadian Council of Ministers of

the Environment Winnipeg 2002

CAVALCANTE RM LIMA DM CORREIA LM NASCIMENTO RF Teacutecnicas de

extraccedilotildees e procedimentos de clean-up para a determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos policiacutelicos

aromaacuteticos (hpa) em sedimentos da costa do Cearaacute Quiacutemica Nova V31 n 6 p1371-1377

2008

CHEN J L WONG MHTAMNF Modeling sorption and biodegradation of phenanthrene

in mangrove sediment slurry Journal of Hazardous Materials v 190 n 1-3 p 409ndash415

2011

COGERH ndash COMPANHIA DE GESTAtildeO DE RECURSOS HIDRICOS DO ESTADO DO

CEARAacute PLANO DE GERENCIAMENTO DAS AacuteGUAS DA BACIA DO ACARAUacute -

Relatoacuterio de fase 1 (RF1) - Bacia do Acarauacute 2010 Disponivel em

lthttpportalcogerhcombrcomponentphocadownloadcategory35tmpl=componentampprint=1

gt Acesso em Jan 2016

82

COLOMBO JC PELLETIER E BROCHU C KHALIL M Determination of hydrocarbon

sources using n-alkane and polyaromatic hydrocarbon distribution indexes Case study Rio de

La Plata Estuary Argentina Environ Sci Technol v 23p 888ndash894 1989

COLOMBO JC CAPPELLETI N SPERANZA E MIGOYA MC LASCI J

SHORUPKA CNVertical fluxes and organic composition of settling materialfrom the sewage

impacted Buenos Aires coastal area Argentina Organic Geochemistry v38 p 1941-1952

2007

COMMENDATORE MG ESTEVES JL COLOMBO JC Hydrocarbons in coastal

sediments of Patagonia Argentina levels and probable sources Marine Pollution Bulletin

v40 p989ndash998 2000

COSTA HJ WHITE KA RUSPANTINI JJ Distinguishing PAH background and MGP residues

in sediments of a freshwater creek Environ Forens v5 p171ndash182 2004

CRITERIA WORKING GROUP Analysis of Petroleum Hydrocarbons in Environmental Media Total Petroleum Hydrocarbon Criteria Working Group Series - Volume 1 Amherst 1998

CRUTZEN PJ ANDREAE MO Biomass Buriing in the TropicsImpact on Atmospheric

Chemistry and Biogeochemical Cycles Science v250 p 1679-1678 dez1990

DE ABREU-MOTA M A et al Sedimentary biomarkers along a contamination gradient in a

human-impacted sub-estuary in Southern Brazil A multi-parameter approach based on spatial

and seasonal variability Chemosphere v 103 p 156ndash163 2014

DE ANDRADE S J et al Contribution of sugar-cane harvesting season to atmospheric

contamination by polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in Araraquara city Southeast

Brazil Atmospheric Environment v 44 n 24 p 2913ndash2919 2010

DE LUCA G et al Nature distribution and origin of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs)

in the sediments of Olbia harbor (Northern Sardinia Italy) Marine Pollution Bulletin v 50 p

1223ndash1232 2005

DENOUX G WANG B Quantitative determination of polynuclear aromatic

hydrocarbons by gas chomatografymass spectrometry using the selected in monitoring

mode Geochemical and Environmental Research Group v 3 p 2 ndash 28 1998

DeWITT TH OZRETICH RJ SWARTZ RC LAMBERSON JO SCHULTZ DW

DITSWORTH GR JONES JKP HOSELTON L SMITH LM The influence of organic

matter quality on the toxicity and partitioning of sediment associated fluoranthene Environ

Toxicol Chem 11197ndash2081992

DIEZ S JOVER E BAYONA J M ALBAIGES J Prestige Oil Spill III Fate of a Heavy

Oil in the Marine Environment Environmental Sci Technol v41 p3075-82 2007

DONLAN MC DOUGLAS G MACDONALD DD An Evaluation of the Composition

and Potential Environmental Fate and Toxicity of Heavy Venezuelan Crude Oil Released into

the Delaware River During the MT ATHOS I Oil Spill Aquatic Technical Work Group for

ATHOS I Spill 2005

DUAN X LIU J ZHANG D YIN P LI Y LI X An assessment of human influences on

83

sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in the estuarine and coastal sediments of China

Marine Pollution Bulletin v97 p309ndash318 2015

EGLINTON G HAMILTON R J Leaf Epicuticular Waxes Science v 156 n 3780 p

1322ndash1335 1967

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAS AGROPECUAacuteRIAS ndash EMBRAPA Agroinduacutestria

Tropical Contexto geoambiental das bacias hidrograacuteficas dos rios Acarauacute Curu e baixo

Jaguaribe ndash estado do Cearaacute Fortaleza 52p Documentos 101 2005

FENG J-L NIU J-F Study on the grain-size distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in Yangtze river sediment Huan Jing Ke Xue 28 (7) 1573-1577 2007

FENG J et al Distributions and potential sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in

surface sediments from an emerging industrial city (Xinxiang) Environmental Monitoring and

Assessment v 188 n 1 p 1ndash14 2016

FERNANDES GM Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no estuaacuterio do rio

Pacoti atraveacutes do uso de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos como marcadores de

fontes 2013 Monografia (Curso de Oceanografia) Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2013

GROSSI V et al Burial exportation and degradation of acyclic petroleum hydrocarbons

following a simulated oil spill in bioturbated Mediterranean coastal sediments Chemosphere v

48 n 9 p 947ndash954 2002

GSCHWEND P M HITES R A Fluxes of polycyclic aromatic hydrocarbons to marine and

lacustrine sediments in the northeastern United States Geochimica et Cosmochimica Acta v

45 p 2359ndash2367 1981

GUO W et al Distribution of polycyclic aromatic hydrocarbons in water suspended particulate

matter and sediment from Daliao River watershed China Chemosphere v 68 p 93ndash104

2007

HARJI G YVENAT A NARAYAN B B Sources of hydrocarbons in sediments of the

Mandovi estuary and the Marmugoa harbor west coast of India Environment International

34 2008

HU L et al Temporal trends of aliphatic and polyaromatic hydrocarbons in the Bohai Sea

China Evidence from the sedimentary record Organic Geochemistry v42 p1181ndash1193

2011

HUR J SCHLATMAN MA Influence of Humic Substance Adsorptive Fractionation on

Pyrene Partitioning to Dissolved and Mineral-Associated Humic Substances Environ Sci

Technol v38 p5871-5877 2004

IBGEa 2010 ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Seacuteries Estatiacutesticas Seacuteries

Histoacutericas e Estatiacutesticas Disponivel em

httpseriesestatisticasibgegovbrlista_temaaspxop=1ampno=6ampnome=municipios Acesso em

Jan 2016

84

IBGEb 2015ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica CidadesDisponivel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=230020ampsearch=ceara|acarau

Acesso em Jan 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2013 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio 2013 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2013aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Recursos Naturais e Meio Ambiente 2014 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014territoriorecursoshtmgt Acesso

em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio2014 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2015 2015 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2015aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IRWIN RJ VANMOUWERIK M STEVENS L SEESE MD BASHAM W

Environmental Contaminants Encyclopedia Alkanes National Park Service Water

Resources Division Fort Collins Colorado Distributed within the Federal Government as an

Electronic Document 1997

IUPAC Use of the terms ldquorecoveryrdquo and ldquoapparent recoveryrdquo in analytical procedures Pure and

Applied Chemistry v 74 p 2201 ndash 2205 2002

KANZARI F et al Distribution and risk assessment of hydrocarbons (aliphatic and PAHs)

polychlorinated biphenyls (PCBs) and pesticides in surface sediments from an agricultural river

(Durance) and an industrialized urban lagoon (Berre lagoon) France Environmental

Monitoring and Assessment v 187 n 9 2015

KARICKHOFF S W BROWN D S SCOTT T A Sorption of hydrophobic pollutants on

natural sediments Water Research v 13 n 3 p 241ndash248 1979

KHALILI N R SCHEFF P A HOLSEN T M PAH source fingerprints for coke ovens

diesel and gasoline engines highway tunnels and wood combustion emissions Atmospheric

Environment v29 i 4 p 533-542 1995

KLEEMAN MJ RIDDLE SG ROBERT MA JAKOBER CA Lubricating Oil and Fuel

Contributions To Particulate Matter Emissions from Light-Duty Gasoline and Heavy-Duty

Diesel Vehicles Environ Sci Technol v42 p235ndash242 2008

KOWALSKA M GUumlLER H COCKE D L Interactions of clay minerals with organic

pollutants Science of The Total Environment v 141 n 1 p 223ndash240 1994

85

KUCUKSEZGIN F PAZI I GONUL L T Marine organic pollutants of the Eastern Aegean

Aliphatic and polycyclic aromatic hydrocarbons in Candarli Gulf surficial sediments Marine

Pollution Bulletin v 64 n 11 p 2569ndash2575 2012

KUKKONEN J LANDRUM PF Distribution of organic carbon and organic xenobiotics

among different particle-size fractions in sediments Chemosphere 32 1063-1076 1996

LAMAS F IRIGARAY C OTEO C CHACON J Selection of the most appropriate method

to determine the carbonate content for engineering purposes with particular regard to

marls Engineer geol v 81 p 32-41 2005

LEITE N F PERALTA-ZAMORA P GRASSI M T Distribution and origin of polycyclic

aromatic hydrocarbons in surface sediments from an urban river basin at the Metropolitan

Region of Curitiba Brazil Journal of Environmental Sciences v 23 n 6 p 904ndash911 2011

LEVENGOOD J M et al Polyaromatic hydrocarbons and elements in sediments associated

with a suburban railway Environmental Monitoring and Assessment v 187 n 8 2015

LIMA SF SILVA FILHO WF PINHEIRO RD FREIRE GSS MAIA LP

MONTEIRO LHU ndash ANASED - Programa de anaacutelises classificaccedilatildeo e arquivamento de

paracircmetros metodoloacutegicos Anais do VIII Congresso da Associaccedilatildeo Brasileira de Estudos do

Quaternaacuterio (ABEQUA) CD-ROM p 458-459 Mariluz Imbeacute RS Brasil 2001

LIMA A L C FARRINGTON J W REDDY C M Combustion-Derived Polycyclic

Aromatic Hydrocarbons in the EnvironmentmdashA Review Environmental Forensics v 6 n 2

p 109ndash131 2005

LORGEOUX C et al Temporal trends of persistent organic pollutants in dated sediment cores

Chemical fingerprinting of the anthropogenic impacts in the Seine River basin Paris Science of

the Total Environment v 541 p 1355ndash1363 2016

MACHADO K S et al Sedimentary record of PAHs in the Barigui River and its relation to the

socioeconomic development of Curitiba Brazil Science of the Total Environment v 482-483

n 1 p 42ndash52 2014

MAI B-X et al Chlorinated and polycyclic aromatic hydrocarbons in riverine and estuarine

sediments from Pearl River Delta China Environmental pollution (Barking Essex  1987) v

117 p 457ndash474 2002

MARGALEF R Limnologia Editora Omega Barcelona p 1100 1983

MARTINS C C et al Multi-molecular markers and metals as tracers of organic matter inputs

and contamination status from an Environmental Protection Area in the SW Atlantic (Laranjeiras

Bay Brazil) Science of the Total Environment v 417-418 p 158ndash168 2012

MASCLET P et al Emissions of polycyclic aromatic hydrocarbons by savanna fires Journal

of Atmospheric Chemistry v 22 n 1-2 p 41ndash54 1995

MAYER LM Relationship between mineral surfaces and organic carbon concentrations in soils

and sediments Chemical Geology 114 347-363 1994

MECHLIŃSKA A et al Evolution of models for sorption of PAHs and PCBs on geosorbents

TrAC - Trends in Analytical Chemistry v 28 n 4 p 466ndash482 2009

86

MEIRE R O et al Polycyclic aromatic hydrocarbons assessment in sediment of national parks

in southeast Brazil Chemosphere v 73 n 1 SUPPL p 180ndash185 2008

MIGUEL AH KIRCHSTETTER TW HARLEY RA On-Road Emissions of Particulate

Polycyclic Aromatic Hydrocarbons and Black Carbon from Gasoline and Diesel Vehicles

Environ Sci Technol v32 p450-455 1998

MITRA S DICKHUT RM KUEHL SAKIMBROUGH KL Polycyclic aromatic

hydrocarbon (PAH) source sediment deposition patterns and particle geochemistry as factors

influencing PAH distribution coefficients in sediments of the Elizabeth River VA USA

Marine Chemistry v66 p113ndash127 1999

NASCIMENTO FRCUNHA SB SOUZA MJ CRUZMLB Diagnoacutestico Geoambiental

da bacia hidrograacutefica semi-aacuterida do Rio Acarauacute subsiacutedios aos estudos sobre desertificaccedilatildeo

Boletim Goiano de Geografiav 28n1 p41-62janjun 2008

NEFF J M STOUT S A GUNSTER D G Ecological risk assessment of polycyclic

aromatic hydrocarbons in sediments identifying sources and ecological hazard Integrated

environmental assessment and management v 1 n 1 p 22ndash33 2005

PEREIRA NETTO A D CUNHA I F REGO E C P Polycyclic aromatic hydrocarbons

in street dust of Niteroacutei City RJ Brazil Bulletin of Environment Contamination and

Toxicology v72 p829 2004

OANH NTK REUTERGARDH LB DUNG NT Emission of polycyclic aromatic

hydrocarbons and particulate matter from domestic combustion of selected fuels

Environmental Science and Technology v33 p2703ndash2709 1999

OLIVEIRA AHB Diagnoacutestico da contribuiccedilatildeo de fontes de poluiccedilatildeo na costa de Fortaleza

usando marcadores moleculares de petroacuteleo e cromatografia bidimensional abrangente

2016 Tese (Doutorado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) - Instituto de Ciecircncias do Mar

Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2016

OPEL O PALM W-U STEFFEN D RUCK W K Inside-sediment partitioning of PAH

PCB and organochlorine compounds and inferences on sampling and normalization methods

Environmental Pollution v159 i4 p 924ndash931 2011

PAGE D S BOEHM P D DOUGLAS G S BENCE A E BURNS W A

MANKIEWICZ P J The Natural Petroleum Hydrocarbon Background in Subtidal Sediments

of Prince William Sound Alaska Environmental Toxicology and Chemistryv15(8) p1266-

1281 1996

PAGE DS DOUGLAS GS BENCE AE BURNS WA MANKIEWICZET PJ

Pyrogenic PAHs in sediments record past human activity a case study in Prince William Sound

Alaska Marine Pollution Bulletin v38 p 247ndash260 1999

PEREIRA NETTO AD SISINNO CL MOREIRAJC ARBILLAG DUFRAYER MC

Polycyclic aromatic hydrocarbons in leachate from a municipal solid waste dump of Niteroi

City RJ Brazil Bulletin of Environmental Contamination and Toxicologyv68 pp 148-

154 2002

87

PEREZ-FERNANDEZ B VINtildeAS L AacuteNGELES FRANCO M BARGIELA J PAHs in

the Riacutea de Arousa (NW Spain) A consideration of PAHs sources and abundance Marine

Pollution Bulletin 2015

PETERS K E MOLDOVAN J M The Biomarker Guide Interpreting molecular fossils in

petroleum and ancient sediments New York Englewood Cliffs e Prentice Hall 1993

PRAHL F G CARPENTER R Polycyclic aromatic hydrocarbon(PAH)-phase associations in

Washington coastal sediment Geochimica et Cosmochimica Acta v47(6) p1013ndash1023

1983

PRINCE RCELMENDORF DLLUTE JR17 alphaH-21betaH-hopane as a conserved

internal marker for estimating the biodegradation of crude oil Environmental Science amp

Technologyv28 (1) pp142-145 1994

QUIAO M et al Occurrence behavior and removal of typical substituted and parent polycyclic

aromatic hydrocarbons in a biological wastewater treatmentplant Water Research v 52 p 11ndash

19 2014

RAVINDRA K SOKHI R VAN GRIEKEN R Atmospheric polycyclic aromatic

hydrocarbons Source attribution emission factors and regulation Atmospheric Environment

v 42 n 13 p 2895ndash2921 2008

READMAN J W et al Petroleum and PAH contamination of the Black Sea Marine Pollution

Bulletin v 44 p 48ndash62 2002

RIBANI M et al Validaccedilatildeo em meacutetodos cromatograacuteficos e eletroforeacuteticos Quiacutem Nova Satildeo

Paulo v 27 n 5 p 771-780 Oct 2004

ROGGE W F et al Sources of fine organic aerosol 2 Noncatalyst and catalyst-equipped

automobiles and heavy-duty diesel trucks Environmental Science amp Technology v 27 n 4

p 636ndash651 1993

SABER D MAURO D SIRIVEDHIN T Environmental forensic investigation in sediments

near a former manufactured gas plant site Environ Forens v7 p65ndash75 2006

SAHA M TOGO A MIZUKAWA K MURAKAMI M TAKADA H ZAKARIA M H

CHIEM N CACH TUYEN B PRUDENTE M BOONYATUMANOND R SARKAR S

BHATTACHARYA B MISHRA P SEANG TANA T Sources of sedimentary PAHs in

tropical Asian waters Differentiation between pyrogenic and petrogenic sources by alkyl

homolog abundance Marine Pollution Bulletin v 58 n 2 p 189ndash200 2009

SCHAUER JJ KLEEMAN MJ CASS GR SIMONEIT BRT Measurement of

emissions from air pollution sources 5 C-1ndashC-32 organic compounds from gasoline-powered

motor vehicles Environ Sci Technol v36 i6 p1169ndash1180 2002

SILVA F S CRISTALE J ANDREacute PA SALDIVA PHN MARCHI M RR PM25

and PM10 The influence of sugarcane burning on potential cancer risk Atmospheric

Environment v 44 n 39 p 5133ndash5138 2010

SILVA FE Araras eacute o 28deg accedilude a sangrar no Cearaacute Diaacuterio do Nordeste Fortaleza 1deg abr de

2003 Regional

88

SIMONEIT B R T et al Molecular marker study of extractable organic matter in aerosols

from urban areas of China Atmospheric Environment Part A General Topics v 25 n 10 p

2111ndash2129 1991

SOCLO H H GARRIGUES P EWALD M Origin of polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) in coastal marine sediments Case studies in Cotonou (Benin) and Aquitaine (France)

Areas Marine Pollution Bulletin v 40 n 5 p 387ndash396 2000

STEINHAUER MS BOEHM PD The composition and distribution of saturatedand aromatic

hydrocarbons in nearshore sediments river sediments and coastal peat of Alaskan Beaufort Sea

implications for detecting anthropogenic hydrocarbon inputs Mar Environ Res v33 p223ndash

53 1992

STOGIANNIDIS E LAANE R Source characterization of polycyclic aromatic

hydrocarbons by using their molecular indices an overview of possibilities DMWhitacre

(Ed) Reviews of Environmental Contamination and Toxicology vol 234 pp49-133 2015

SUCUPIRA P A P Indicadores de degradaccedilatildeo ambiental dos recursos hiacutedricos

superficiais no meacutedio e baixo vale do rio Acarauacute ndash CE 2006 242 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Geografia) ndash Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006

SUGUIO K Introduccedilatildeo a sedimentologia Satildeo Paulo Ed Edgard Blucher EDUSP 317 p

1973

SUN L ZHANGS History of Fuel Consumption Inferred from Polycyclic Aromatic

Hydrocarbons in Sediments from the South Lianhuan Lake Northeast China Bull Environ

Contam Toxicol v88 p1027ndash1032 2012

TOLOSA I MESA-ALBERNAS M ALONSO-HERNANDEZ C M Inputs and sources of

hydrocarbons in sediments from Cienfuegos bay Cuba Marine Pollution Bulletin v 58 n 11

p 1624ndash1634 2009

TREMBLAY L KOHL S D RICE J A GAGNEacute J Effects of temperature salinity and

dissolved humic substances on the sorption of polycyclic aromatic hydrocarbons to estuarine

particles Marine Chemistry V96 Issues 1ndash2 P 21-34 2005

VENKATESAN MI The occurrence and possible sources of perylene in marine sediments ndash a

review Marine Chemistry v25 p1ndash27 1988

VENTURINI N et al A multi-molecular marker assessment of organic pollution in shore

sediments from the Riacuteo de la Plata Estuary SW Atlantic Marine Pollution Bulletin v 91 n 2

p 461ndash475 2015

VOLKMAN J K et al Identification of natural anthropogenic and petroleum hydrocarbons in

aquatic sediments Sci Total Environ v 112 n 2-3 p 203ndash219 1992

WANG MIN WANGC HU X ZHANG H HE s LV S Distributions and sources of

petroleum aliphatic hydrocarbons and polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface

sediments from Bohai Bay and its adjacent river China Marine Pollution Bulletin v90 p88ndash

94 2015

WANG Z FINGAS M PAGE D S Oil spill identification Journal of Chromatography A

89

v 843 n 1-2 p 369ndash411 1999

WANG Z FINGAS M SHU YY SIGOUIN L LANDRIAULT M LAMBERT P

Quantitative characterization of PAHs in burn residue and soot samples and differentiation of

pyrogenic PAHs from petrogenic PAHs ndash the 1994 Mobile Burn Study Environmental Science

amp Technology v33 p 3100ndash3109 1999

WANG Z FINGAS MF Development of oil hydrocarbon fingerprinting and identification

techniques Marine Pollution Bulletin v47 p423ndash452 2003

WANG Z et al Forensic source differentiation of petrogenic pyrogenic and biogenic

hydrocarbons in Canadian oil sands environmental samples Journal of Hazardous Materials

v 271 p 166ndash177 2014

WANG XC ZHANG YX CHEN RF Distribution and partitioning of polycyclicaromatic

hydrocarbons (PAHs) in different size fractions in sediments from Boston Harbor United States

Marine Pollution Bulletin v42 p1139-1149 2001

YAN B et al Molecular tracers of saturated and polycyclic aromatic hydrocarbon inputs into

Central Park Lake New York City Environmental Science and Technology v 39 n 18 p

7012ndash7019 2005

YUAN H LI T DING X ZHAO GYE S Distribution sources and potential toxicological

significance of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface soils of the Yellow River

Delta China Mar Pollut Bullv83(1) p258-64 2014

YUNKER M B MACDONALD R W VINGARZAN R MITCHELL R H GOYETTE

D SYLVESTRE S PAHs in the Fraser River basin a critical appraisal of PAH ratio as

indicators of PAH source and composition Organic Geochemistry v 33 p 489ndash515 2002

YUNKER M B et al Alkane and PAH provenance and potential bioavailability in coastal

marine sediments subject to a gradient of anthropogenic sources in British Columbia Canada

Organic Geochemistry v 89-90 p 80ndash116 2015

90

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS HPAS

HPAs mz

Tempo

de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

HPAs mz Tempo de

Retenccedilatildeo (min)

Coeficiente

de

correlaccedilatildeo

(R2)

Faixa de

Trabalho

2 a

neacutei

s

Naftaleno 128 16152 09954 0-5000 ppb C1-naftaleno 142 23680

2-metilnaftaleno 142 21243 09987 0-5000 ppb C2-naftaleno 156 23473

1-metilnaftaleno 142 21839 09994 0-5000 ppb C3-naftaleno 170 26564

16-dimetilnaftaleno 156 26057 09989 0-5000 ppb C4-naftaleno 184 35457

12-dimetilnaftaleno 156 27016 09997 0-5000 ppb C1-fluoreno 180 33626

235-trimetilnaftaleno 170 30304 09987 0-5000 ppb C2-fluoreno 194 34212

Bifenil 154 24121 09995 0-5000 ppb C3-fluoreno 208 41991

3 a

neacutei

s

Acenaftileno 152 26876 09998 0-5000 ppb C1-dibenzotiofeno 198 35751

Acenafteno 154 27976 09996 0-5000 ppb C2-dibenzotiofeno 212 41948

Dibenzofurano 168 28957 09983 0-5000 ppb C3-dibenzotiofeno 226 42681

Fluoreno 166 30994 09999 0-5000 ppb C4-dibenzotiofeno 240 49243

1-metilfluoreno 180 34117 09994 0-5000 ppb C1-fenantreno 192 39406

Dibenzotiofeno 184 35457 09999 0-5000 ppb C2-fenantreno 206 39384

46-dimetildibenzotiofeno 212 39988 09999 0-5000 ppb C3-fenantreno 220 45105

Fenantreno 178 36010 09998 0-5000 ppb C4-fenantreno 234 49263

Antraceno 178 36959 09995 0-5000 ppb C1-pireno 216 44668

Carbazole 167 37584 09991 0-5000 ppb C2-pireno 230 51176

9-etil-10-metilfenantreno 220 43867 09995 0-5000 ppb C3-pireno 244 46679

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 202 42444 09996 0-5000 ppb C4-pireno 258 53991

Pireno 202 43716 09995 0-5000 ppb C1-criseno 242 49554

1-metilpireno 216 46494 09998 0-5000 ppb C2-criseno 256 56220

Benz(a)antraceno 228 49651 09959 0-5000 ppb C3-criseno 270 51662

Trifenileno 228 49651 09979 0-5000 ppb

Criseno 228 49943 09973 0-5000 ppb Fluoranteno-d10 (PI) 212 41948

6-metilcriseno 242 52031 09940 0-5000 ppb

6-etilcriseno 256 52779 09998 0-5000 ppb

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 252 54578 09997 0-5000 ppb

Benzo(k)fluoranteno 252 55150 09998 0-5000 ppb

Benzo(e)pireno 252 55994 09999 0-5000 ppb

Benzo(a)pireno 252 56446 09988 0-5000 ppb

Perileno 252 56688 09990 0-5000 ppb

Dibenzo(ah)antraceno 278 62164 09783 0-5000 ppb

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 276 62444 09843 0-5000 ppb

Benzo(ghi)perileno 276 64164 09998 0-5000 ppb Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno Os compostos

simbolizados representam os 16HPAs prioritaacuterios pela USEPA

91

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS

BIOMARCADORES

BIOMARCADORES mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de Calibraccedilatildeo

ααα - colestano 217 54804 09865 0-1324 ppm

αββ - colestano 218 53765 09941 0-1324 ppm

17α (H)21β (H)-30-norhopano 191 57994 09420 0-1324 ppm

ααα - 20R 24R - etilcolestano 217 57317 09783 0-1324 ppm

17α (H)-222930 - trisnorhopano 191 56059 09668 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - hopano 191 59429 09716 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22R - homohopano 191 61548 09429 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22S - homohopano 191 61282 09351 0-1324 ppm

αββ - 20R 24S - metilcolestano 218 56655 09885 0-1324 ppm

αββ - 20R 24R - etilcolestano 218 56333 09871 0-1324 ppm

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

92

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS N-ALCANOS

ALCANOS mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de

Calibraccedilatildeo

nC10 57 8139 09971 0-5000 ppb

nC11 57 10534 09970 0-5000 ppb

nC12 57 14708 09983 0-5000 ppb

nC13 57 19428 09987 0-5000 ppb

nC14 57 23265 09990 0-5000 ppb

nC15 57 26574 09993 0-5000 ppb

nC16 57 29463 09999 0-5000 ppb

nC17 57 31965 09998 0-5000 ppb

pristano 57 32062 09998 0-5000 ppb

nC18 57 34393 09990 0-5000 ppb

fitano 57 34393 09950 0-5000 ppb

nC19 57 36624 09986 0-5000 ppb

nC20 57 38662 09982 0-5000 ppb

nC21 57 40621 09979 0-5000 ppb

nC22 57 42530 09970 0-5000 ppb

nC23 57 44202 09971 0-5000 ppb

nC24 57 45970 09964 0-5000 ppb

nC25 57 47650 09961 0-5000 ppb

nC26 57 49185 09948 0-5000 ppb

nC27 57 50720 09944 0-5000 ppb

nC28 57 52206 09940 0-5000 ppb

nC29 57 53660 09915 0-5000 ppb

nC30 57 54939 09928 0-5000 ppb

nC31 57 56333 09912 0-5000 ppb

nC32 57 57962 09873 0-5000 ppb

nC33 57 59655 09875 0-5000 ppb

nC34 57 61632 09921 0-5000 ppb

nC35 57 63899 09928 0-5000 ppb

nC36 57 66808 09938 0-5000 ppb

nC37 57 70166 09935 0-5000 ppb

nC38 57 74181 09916 0-5000 ppb

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

93

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAs INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute

0-5 cm 5-10

cm

10-15

cm

15-20

cm

20-25

cm

25-30

cm

30-35

cm

35-40

cm

40-45

cm

45-50

cm

50-55

cm

55-60

cm

HPAs parentais

2 a

neacutei

s

Naftaleno ltLD 767 ltLD 401 652 ltLD ltLD ltLD 3668 1569 3268 ltLD

2-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD 1393 ltLD ltLD ltLD 897 270 1300 ltLD

1-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 845 060 ltLD ltLD

16-dimetilnaftaleno 1401 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

12-dimetilnaftaleno 1845 5311 914 2566 1186 7608 2826 5071 3508 2067 2541 4269

235-trimetilnaftaleno 628 9717 ltLD ltLD 031 ltLD ltLD ltLD 874 ltLD ltLD ltLD

Bifenil 581 234 ltLD 243 1438 810 ltLD 885 936 ltLD ltLD ltLD

3 a

neacutei

s

Acenaftileno ltLD ltLD ltLD ltLD 328 385 ltLD ltLD 306 ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno ltLD 1483 ltLD ltLD 7125 9171 769 ltLD ltLD 261 015 ltLD

1-metilfluoreno 2409 252 085 053 648 407 151 057 060 084 068 068

Fenantreno 2729 846 1508 771 1016 1361 1394 1834 996 755 185 1259

Antraceno 686 554 720 412 371 199 288 827 488 283 1119 642

Carbazole 2131 357 1992 1001 820 1147 930 1329 1428 1556 911 639

9-etil-10-metilfenantreno 412 095 263 030 352 430 285 746 131 081 244 062

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 4888 546 1378 492 206 1207 156 1667 879 168 196 1658

Pireno 3900 607 1416 412 339 710 1062 735 225 292 309 1489

1-metilpireno 1942 182 402 207 422 386 1143 365 248 409 360 223

Benz(a)antraceno 2784 708 606 1200 835 1848 1612 2187 2348 353 664 2484

Trifenileno 4090 146 257 094 227 276 149 1743 3226 145 810 2518

Criseno 1462 094 3983 220 113 110 054 802 1442 122 1263 129

6-metilcriseno 3593 299 833 312 489 328 505 330 335 847 2008 247

6-etilcriseno 715 313 748 185 468 291 693 296 1829 792 1476 1031

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 15493 2360 4053 2669 1320 3849 2236 10391 6497 5564 1980 8160

Benzo(k)fluoranteno 8240 1239 4624 4344 1871 856 994 5483 1780 1335 2638 1191

Benzo(e)pireno 11034 1378 5693 826 1232 6811 10620 22548 39510 30411 37397 25197

Benzo(a)pireno 18157 1225 8715 870 3171 4915 11826 28991 30554 18433 17648 14549

Perileno 34008 2025 31746 361 2189 958 22903 1426 74001 751 2699 1116

Dibenzo(ah)antraceno ltLD ltLD 17867 ltLD ltLD ltLD ltLD 618160 170855 183085 309876 113543

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 5558 1545 2253 1396 2339 1707 1526 12061 3864 2543 3536 2021

Benzo(ghi)perileno 2967 1221 3118 1102 2157 2475 1649 2282 10371 2423 6520 9911

HPAs alquilados sum C1-C4 naftalenos 35991 57276 35627 22235 40623 260598 52905 30061 80734 10025 32274 24297

sum C1-C3 fluorenos 7647 4478 6221 3742 9601 6519 8172 9082 15616 7814 10281 8868

sum C1-C4 fenantrenos 7878 211 4731 1231 000 4554 8782 4529 16808 17808 20501 16206

sum C1-C4 pirenos 6832 129 5338 794 000 3252 8390 8454 10944 11239 17571 17892

sum C1-C3 crisenos 15410 3251 15133 4435 5692 7330 9675 27838 28433 34633 48985 42654

HPAs sulfurados Dibenzofurano 581 ltLD ltLD ltLD 1764 200 1261 ltLD ltLD 319 ltLD 016

Dibenzotiofeno 153 1006 232 1586 939 1417 1142 3404 2777 1351 937 1338

46-

dimetildibenzotiofeno 062 2052 260 1812 3041 077 2797 078 105 014 294 1305

sum C1-C4

dibenzotiofenos 303 412 3789 1316 000 2574 4222 10286 8247 2907 3198 13788

Paracircmetros sum HPAs16 66864 13197 50241 14290 21842 28793 23566 685419 234272 217187 349214 157036

sum HPAs 54 20651

2 102321 164505 57319 94398 334767 161117 813946 525764 340768 533068 318770

sum HPAs alquilados 74061 65757 70839 33753 55917 284828 92146 90249 160783 84426 132810 123705

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 3415 3651 2229 1584 9492 11116 2451 2660 5458 2867 4587 1901

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 63449 9546 48012 12705 12351 17677 21115 682758 228814 214320 344627 155136

94

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E

ARGILA) DO TESTEMUNHO

Seccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

0-5 cm 180 240 140 3723 5717

5-10 cm 436 541 177 2404 6442

10-15 cm 455 505 145 1881 7014

15-20 cm 275 320 140 977 8288

20-25 cm 105 215 045 552 9083

25-30 cm 785 815 220 2545 5635

30-35 cm 850 1170 315 3228 4437

35-40 cm 655 685 225 6928 1507

40-45 cm 695 670 160 7171 1304

45-50 cm 1855 1740 565 4767 1073

50-55 cm 627 642 874 6085 1772

55-60 cm 390 465 060 5228 3857

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

Page 7: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú

RESUMO

A distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e

distribuiccedilatildeo dos HPAs alcanos isoprenoacuteides (pristano e fitano) e biomarcadores do petroacuteleo

(hopanos e esteranos) foram investigados nos sedimentos superficiais e em um perfil

sedimentar no rio Acarauacute que representa a segunda maior bacia do Cearaacute Nos sedimentos

superficiais o somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

com uma meacutedia de 540577 ngg-1

jaacute o

somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios da USEPA variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720

ngg-1

(ACR5) Por sua vez os hopanos variaram de ltLD (ACR3) a 6787 μgg-1 (ACR6)

com destaque para o C29-hopano (NH) e os esteranos apresentaram valores variando de ltLD

a 2327 μgg-1 (ACR4) com destaque para o C28αββ (SR) Para a caracterizaccedilatildeo das fontes

primaacuterias na bacia do Acarauacute foram utilizadas vaacuterias razotildees diagnoacutesticas como sum HPAs (4-6

aneacuteis)sum HPAs16 BaA(BaA +Cri) IP(IP+BghiP) FenAnt FltrPir Per5 aneacuteis CPI (15-

19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit e PrFit De acordo com os indices preferenciais de

carbono a maioria das estaccedilotildees apresentou IPC ~ 1 o que caracteriza possiacutevel fonte de

derivados do petroacuteleo o que foi confirmado pela presenccedila de hopanos e esteranos na maioria

das estaccedilotildees Por outro lado a anaacutelise dos HPAs retornou fontes primaacuterias piroliacuteticas que

podem ser relacionadas com as queimadas na regiatildeo utilizaccedilatildeo de lenha como fonte de

energia e emissotildees veiculares No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o

ecossistema a maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela

agecircncia ambiental canadense com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na

estaccedilatildeo ACR8 os compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos

adversos na biota O registro histoacuterico no estuaacuterio do rio Acarauacute revelou a predominacircncia de

fontes piroliacuteticas em camadas mais profundas provavelmente relacionadas ao incentivo da

utilizaccedilatildeo de lenha como fonte de energia na deacutecada de 70 devido a crise do petroacuteleo Aleacutem

disso a deposiccedilatildeo dos HPAs foi determinada pelo tamanho do gratildeo e o pelo teor de carbono

orgacircnico com provaacutevel relaccedilatildeo com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Palavras-chave Sedimentos HPAs Alcanos Biomarcadores do petroacuteleo

ABSTRACT

Distribution composition sources and factors controlling accumulation and distribution of

PAHs alkanes isoprenoids (pristane and phytane) and oil biomarkers (hopanes and steranes)

were investigated in surface sediments and in a sedimentary profile at Acarauacute river which is

the second largest drainage basin of Cearaacute In surface sediments the sum of the concentration

of the series of C10 -C38 n-alkanes ranged from approximately 3000 ngg-1

-8000 ngg-1

averaging 540577 ngg-1

since the sum of the 16 priority PAHs USEPA ranged from 14143

ngg-1

(ACR3) to 207720 ngg-1

(ACR5) On the other hand the hopanes ranged from ltLOD

(ACR3) to 6787 μgg-1

(ACR6) especially the C29-hopano (NH) and steranes presented

values ranging from ltLOD to 2327 ug g-1

(ACR4) highlighting the C28αββ (S R) For the

characterization of the primary sources in the basin of Acarauacute were used various diagnostic

ratios as Σ PAHs (4-6 rings) Σ HPAs16 BaA (BaA + Cri) IP (IP + BghiP) Phe Ant Fltr

Pir Per 5 rings CPI (15-19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit and PrFit According to the

Carbon Preference Index most stations showed CPI ~ 1 which features possible source of oil

derivatives which was confirmed by the presence of hopanes and steranes at most stations

Moreover analysis of PAH returned pyrolytic primary sources that can be related to the

burning activities in the region as the use of wood for cooking and energy source and vehicle

emissions Regarding the assessment of the potential risk to the ecosystem most stations were

below the lower level (TEL) established by the Canadian Environmental Agency with low

probability of adverse effects to biota Only at ACR8 site the compounds fluorene and

dibenzo(ah)anthracene had possible adverse effects on biota The historical record in the

estuary of the River Acarauacute revealed the predominance of pyrolytic sources in deeper layers

probably related to encouraging the use of wood as an energy source in the seventies due to

the oil crisis Furthermore the deposition of PAHs was determined by the grain size and the

organic carbon content with a probable relationship with the organic matter adsorbed in the

clay minerals

Keywords Sediment PAHs Alkanes Petroleum Biomarkers

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos 17

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano) 18

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos 20

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados 22

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais 23

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados 30

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios estudados 31

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados 32

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz 33

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial e do perfil

sedimentar Error Bookmark not defined

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees 35

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem 36

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos reduzidos a 1

mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG 40

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute 42

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais 46

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar 47

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho 48

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais 51

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio

Acarauacute 57

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio Acarauacute

59

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais 62

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais 63

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18 64

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e esteranos

(sumEster) nos sedimentos superficiais 66

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar 67

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar 68

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho 68

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos superficiais

71

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais 72

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o estuaacuterio

do rio Acarauacute 74

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio

Acarauacute 76

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho 19

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem 34

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM 41

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate 44

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9 e

ACR10 (porcentagem) 46

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho 48

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute 50

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio

Acarauacuteem ngg-1

52

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

53

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

) 54

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

) 55

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo nos

uacuteltimos cinco anos 56

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute 60

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o rio

Acarauacute 60

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho 75

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999) 77

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ace Acenafteno

Ace-d10 Acenafteno ndash Deuterado

Aci Acenaftileno

AFs Aacutecidos Fuacutelvicos

AHs Aacutecidos Huacutemicos

AMM HPAs de alta massa molar

Ant Antraceno

BaA Benzo(a)antraceno

BaP Benza(a)Pireno

BbF Benzo(b)Fluoranteno

BeP Benzo(e)Pireno

BghiP Benzo[ghi]Perileno

BkF Benzo(k)Fluoranteno

BMM HPAs de baixa massa molar

CCME Canadian Council of ministers of the Environment

CO Carbono Orgacircnico

CONAMA Conselho Nacional do meio ambiente

Cri Criseno

Cri-d12 Criseno ndash Deuterado

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DCM Dicloro-metano

DhaA Dibenzo[ah]Antraceno

DP Desvio padratildeo

ERL Effect range- low (Faixa de efeitos- baixa)

ERM Effects range-median (Faixa de efeitos- meacutedia)

Fen Fenantreno

Fen-d10 Fenantreno ndash Deuterado

Fl Fluoreno

Flu Fluoranteno

GC-MS Cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas

HPA Hidrocarboneto policiacuteclico aromaacutetico

IARC Agecircncia Nacional para Pesquisa de Cacircncer

IncdP Indeno[123-cd]Pireno

Koc Constante de particcedilatildeo com carbono

Kow Coeficiente de Particcedilatildeo octanol-aacutegua

KPa Quiilopascal

LD Limite de detecccedilatildeo

LQ Limite de quantificaccedilatildeo

mz Razatildeo massacarga

MO Mateacuteria Orgacircnica

Naf Naftaleno

Naf-d8 Naftaleno ndash deuterado

NOAA National Oceanographic and Atmospheric Administration (Administraccedilatildeo

Nacional Oceanograacutefica e Atmosfeacuterica)

PEL Probable effect level (Niacutevel de efeitos provaacuteveis)

PER Perileno

PER-d10 Perileno ndash deuterado

pH Potencial hidrogeniocircnico

Pir Pireno

POPs Poluentes Orgacircnicos Persistentes

TEL Threshold effect level (Limiar de efeitos)

TOC Carbono orgacircnico total

TR Tempo de retenccedilatildeo

USEPA Agecircncia Norte Americana de Proteccedilatildeo Ambiental

microg Micrograma

Σ16 HPAs Somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios segundo USEPA

Natildeo faz mal que seja pouco o que importa eacute que o avanccedilo de hoje

seja maior que o de ontem Que nossos passos de amanhatilde

sejam mais largos que os de hojerdquo

DAISAKU IKEDA

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA16

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 17

211 n-alcanos 17

212 Isoprenoacuteides 18

213 Biomarcadores 19

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos 21

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos 25

3 OBJETIVOS27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS28

41 Processos metodoloacutegicos 28

42 Aacuterea de Estudo 28

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta 34

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar 35

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos 36

451 Granulometria 36

452 Carbonato de Caacutelcio 36

453 Teor de Carbono Orgacircnico 37

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos 38

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos

aromaacuteticos 39

461 Reagentes e material 39

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental 39

463 Controle de Qualidade 42

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO45

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica 45

511 Sedimentos Superficiais 45

512 Sedimentos do testemunho 46

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 49

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais 49

522 n-alcanos no testemunho sedimentar 53

523 Biomarcadores do petroacuteleo 53

5231 Sedimentos superficiais53

5232 Testemunho 53

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos 54

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais 54

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho 58

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute 60

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas 60

5411 Sedimentos superficiais61

5412 Testemunho 66

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas 69

5421 Sedimentos superficiais69

5422 Testemunho 73

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

do sedimento 74

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais 77

6 CONCLUSAtildeO 78

REFEREcircNCIAS 80

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS HPAS 90

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS BIOMARCADORES 91

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS N-ALCANOS 92

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAS INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute 93

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E ARGILA)

DO TESTEMUNHO 94

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A disponibilidade hiacutedrica desempenha um papel fundamental no

desenvolvimento das aglomeraccedilotildees humanas Com isso o processo de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo ocorre proacuteximo aos cursos drsquoaacutegua fato confirmado historicamente com o

desenvolvimento das grandes civilizaccedilotildees nas mediaccedilotildees dos rios Dessa forma o

desenvolvimento raacutepido das sociedades necessita da compreensatildeo e da avaliaccedilatildeo das

caracteriacutesticas do ambiente em que vivemos

Atualmente sobretudo proacuteximo agrave zona costeira esses ambientes satildeo altamente

explorados e utilizados Segundo Tundisi (2003) a maioria da populaccedilatildeo brasileira estaacute

em bacias costeiras ou estaacute no maacuteximo a 100 km da costa Vale ressaltar que essas aacutereas

litoracircneas foram marco inicial de alguns nuacutecleos urbanos e concentram elevadas

densidades demograacuteficas que acabam atraindo investimentos econocircmicos (ALVES

2008)

Nesse acircmbito eacute possiacutevel perceber o impacto da urbanizaccedilatildeo levando-nos a

reflexatildeo sobre algumas medidas que devem ser tomadas sobretudo no que se refere aos

resiacuteduos gerados em grande ou pequena escala decorrente do aumento da populaccedilatildeo nas

cidades Uma demanda maior de energia e mateacuteria prima eacute necessaacuteria diante desse

crescente aumento populacional Aleacutem disso como resultado temos a poluiccedilatildeo oriunda

de processos industriais que ocasiona uma serie de desequiliacutebrios ambientais e acabam

prejudicando a vida do homem e a sauacutede de inuacutemeros ecossistemas (UNEP 2002

FRONZA 2006)

Os ambientes aquaacuteticos tem funcionado como aacutereas receptoras dos mais

variados tipos de efluentes despejos e derrames Por isso diversos contaminantes

continuamente alcanccedilam os ecossistemas por meio das atividades antroacutepicas e essas

substancias em sua maioria acabam permanecendo acumuladas nos sedimentos

(OCKENDER et al 2003) Entre as diversas substancias contaminantes existentes

destacam-se os poluentes orgacircnicos que compreendem uma classe de substancias cuja

origem se da a partir de fontes difusas e pontuais aportando no meio ambiente pelas

contribuiccedilotildees de processos como a drenagem urbana provocada pelas aacuteguas da chuva

atividades agriacutecolas e por meio de lanccedilamentos de efluentes domeacutesticos e industriais

(BAIRD 2002)

17

Os hidrocarbonetos satildeo componentes abundantes do material orgacircnico nos

sedimentos e uma das maiores classes de compostos orgacircnicos Entre os contaminantes

orgacircnicos os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

(HPAs) tecircm recebido muita atenccedilatildeo ultimamente devido a sua ampla distribuiccedilatildeo nos

sedimentos lacustres e marinhos (LEITE et al2011 DE ABREU-MOTA et al 2014

VENTURINI et al 2015 MACHADO et al2014 WANG et al 2014 KANZARI et

al 2015) Esses contaminantes estatildeo associados com os sedimentos devido a sua baixa

solubilidade em aacutegua e consequente natureza hidrofoacutebica (VOLKMAN et al 1992

GUO et al 2007)

A bacia do rio Acarauacute eacute a segunda maior bacia hidrograacutefica do Cearaacute e vecircm

passando por diversas alteraccedilotildees do ambiente Aumento populacional aumento do

traacutefico de veiacuteculos e atividade de agricultura com o periacutemetro irrigado do Baixo Acarauacute

satildeo alguns dos exemplos dessas mudanccedilas Dessa forma a investigaccedilatildeo das possiacuteveis

fontes de hidrocarbonetos para essa regiatildeo eacute de suma importacircncia Esse eacute o primeiro

estudo que avalia a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a

acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos na regiatildeo Com ele visamos fornecer

dados e subsiacutedios para o monitoramento poliacuteticas puacuteblicas e preservaccedilatildeo deste

importante ecossistema costeiro

16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

A qualidade dos sedimentos pode ser avaliada pelo conteuacutedo dos HA e HPAs

que satildeo as duas maiores classes de compostos encontrados no petroacuteleo Os

hidrocarbonetos nos sedimentos provecircm de diversas fontes e atingem o ambiente

aquaacutetico atraveacutes do escoamento superficial do lanccedilamento de efluentes domeacutesticos e

industriais da drenagem de aacutegua da chuva das atividades de navegaccedilatildeo e dos

afloramentos naturais de petroacuteleo (PAGE et al 1996 READMAN et al 2002

PEREINA-NETTO et al 2004 COLOMBO et al 2007 CAVALCANTE et al

2008) O destino e o transporte dos contaminantes orgacircnicos nos ambientes aquaacuteticos eacute

dependente da particcedilatildeo dos mesmos entre as fases particulada e dissolvida

(MECHLINSKA et al 2009 CHEN WONG e TAM 2011) Os componentes

hidrofiacutelicos acumulam-se predominantemente na fase aquosa e satildeo consequentemente

transportados na fraccedilatildeo moacutevel Por outro lado os contaminantes mais hidrofoacutebicos

tendem a acumular-se na fase soacutelida por interaccedilotildees de sorccedilatildeo com as superfiacutecies do

material particulado (KOWALSKA GULER E COCKE 1994 TREMBLAY et al

2005) O material particulado eacute entatildeo depositado de acordo com as condiccedilotildees

hidroloacutegicas e sedimentoloacutegicas e eacute transferido para o sedimento associado aos

compostos hidrofoacutebicos tornando-os parte da fraccedilatildeo imoacutevel Dessa forma eles podem

ser encontrados em altas concentraccedilotildees em sedimentos contaminados (KARICKHOFF

BROWN E SCOTT 1979) Qualquer distuacuterbio nos sedimentos contaminados pode

remobilizar os contaminantes para a coluna daacutegua aumentando sua biodisponibilidade

e assim os riscos para sauacutede da biota (READMAN et al 2002 GROSSI et al 2002)

Vaacuterios trabalhos tecircm utilizado os sedimentos superficiais para avaliar a

qualidade do ambiente aquaacutetico em relaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo de hidrocarbonetos e na

identificaccedilatildeo de fontes desses contaminantes (READMAN et al 2002 MAI et al

2002 SAHA et al 2009 FERNANDES 2013 OLIVEIRA 2016) Aleacutem dessa

ferramenta os hidrocarbonetos em testemunhos sedimentares podem ser utilizados na

reconstruccedilatildeo do registro histoacuterico das entradas desses contaminantes em estudos de

impacto ambiental mostrando a mudanccedila no uso dos hidrocarbonetos ao longo do

tempo (MACHADO et al 2014 CAVALVANTE et al 2008

BOONYATUMANOND et al 2007 LORGEOUX et al 2016)

17

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

Os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) correspondem a uma importante fraccedilatildeo dos

lipiacutedios e compreendem uma vasta classe de compostos orgacircnicos Entre essas classes

de compostos estatildeo os n-alcanos os isoprenoacuteides os terpanos e os esteranos entre

muitos outros

As fontes desses compostos podem ser tanto naturais atraveacutes da fotossiacutentese por

organismos marinhos e terrestres sendo as principais fontes biogecircnicas representadas

pelas plantas terrestres o fitoplacircncton e as bacteacuterias (VOLKMAN et al 1992 ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996) quanto antropogecircnicas provenientes do escoamento

superficial deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e entrada por processos industriais (ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996)

211 n-alcanos

Os n-alcanos satildeo compostos orgacircnicos de cadeia aberta formados por carbono e

hidrogecircnio que formam uma seacuterie homologa sem ramificaccedilotildees onde cada membro

difere do anterior por um grupo CH2

1198673119862 minus (1198621198672)5 minus 1198621198673

119862711986716

Fonte Elaborado pela autora

Os n-alcanos com cadeias de tamanho C15 ndash C35 estatildeo presentes em quase todos

sedimentos (VOLKMAN et al 1992) As fontes de n-alcanos podem ser os

fitoplanctons (VOLKMAN et al 1992) as plantas superiores (EGLINTON E

HAMILTON 1967) um afloramento natural de petroacuteleo derramamentos acidentais e

escoamento superficial O fitoplacircncton sintetiza prioritariamente n-alcanos de cadeias

mais curtas com nuacutemero iacutempar de carbonos (n-C15 a n-C21) Alguns compostos de

cadeias mais longas independente do nuacutemero de aacutetomos de carbono ser iacutempar ou par

satildeo sintetizados por diversos organismos marinhos poreacutem em menores quantidades que

a fonte fitoplanctocircnica (VOLKMAN et al 1992) Por outro lado as plantas superiores

terrestres como os mangues produzem n-alcanos de cadeias longas (C25-C35) como

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos

18

principal componente das suas ceras cuticulares com uma preferecircncia de produccedilatildeo de

n-alcanos com um nuacutemero iacutempar de carbonos em relaccedilatildeo ao nuacutemero par (EGLINTON

E HAMILTON 1967)

Os n-alcanos de origem petrogecircnica podem ser derivados do petroacuteleo bruto ou

de seus derivados Na composiccedilatildeo destes produtos podem existir n-alcanos com 1 a 40

aacutetomos de carbono ocorrendo a ausecircncia da predominacircncia de cadeias com um nuacutemero

par ou impar de carbonos (VOLKMAN et al 1992 SIMONEIT 1991)

212 Isoprenoacuteides

Os alcanos isoprenoacuteides satildeo HA de cadeia ramificada com estrutura derivada do

isopreno um dos blocos constituinte das estruturas baacutesicas da natureza

Os isoprenoacuteides mais utilizados para estudos ambientais de contaminaccedilatildeo satildeo

representados pelo pristano (261014-tetrametilpentadecano) e fitano (261014-

tetrametilhexadecano) que satildeo produtos da alteraccedilatildeo geoloacutegica do fitol e natildeo satildeo

constituintes primaacuterios da maioria da biota terrestre (Figura 2) (GUO et al 2007

HARJI et al 2008) Eles satildeo comumente considerados como bons indicadores de

contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (VOLKMAN et al 1992 READMAN et al 2002) Como

regra geral valores altos da razatildeo PristanoFitano indicam fonte biogecircnica sob

condiccedilotildees oxidantes (BETCHEL et al 2007)

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano)

Fonte PETERS E MOLDOWAN 1993

Alguns autores tambeacutem utilizam a relaccedilatildeo entre os isoprenoacuteides para obter

informaccedilotildees a respeito do ambiente deposicional da mateacuteria orgacircnica geradora do

petroacuteleo (READMAN et al 2002 TOLOSA et al 2009) As fontes biogecircnicas desses

compostos satildeo importantes jaacute que eles derivam do fitol tanto sob condiccedilotildees redutoras

19

(fitano) quanto oxidantes (pristano) Risatti e colaboradores (1984) estabeleceram que o

fitano eacute sintetizado pelas bacteacuterias metanogecircnicas presentes em condiccedilotildees anoacutexicas

213 Biomarcadores

Durante os processos de maturaccedilatildeo geoloacutegica das rochas-geradoras de petroacuteleo e

do petroacuteleo bruto a mateacuteria orgacircnica originalmente proveniente de plantas e animais eacute

transformada diageneacutetica e catagenicamente durante milhotildees de anos

Para o entendimento do grau de maturaccedilatildeo teacutermica bem como dos processos de

migraccedilatildeo do oacuteleo e para a correlaccedilatildeo oacuteleo-oacuteleo e oacuteleo-rocha geradora os indicadores

geoquiacutemicos moleculares ou biomarcadores satildeo largamente utilizados Na avaliaccedilatildeo de

amostras ambientais os biomarcadores satildeo utilizados para o diagnoacutestico da presenccedila de

petroacuteleo e possiacutevel identificaccedilatildeo do tipo de petroacuteleo na contaminaccedilatildeo

Os biomarcadores satildeo correspondentes aos compostos esteranos e triterpanos

Os esteranos satildeo compostos derivados dos esteroacuteis presente na maioria dos organismos

vivos Os esteroacuteis sofrem modificaccedilotildees na sua estrutura durante o processo de

maturaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica dando origem aos esteranos Entre os triterpanos (tri-

tetra- e pentaciacuteclicos) foram estudados os triterpanos pentaciacuteclicos mais conhecidos

como hopanos Os hopanos satildeo foacutesseis moleculares dos hopanoacuteides das bacteacuterias que

desempenham o mesmo papel de tornar a membrana celular mais fluida que os esteroacuteis

nas ceacutelulas eucarioacuteticas (PRINCE et al 1994) Diante do grande espectro desses

compostos presentes no petroacuteleo somente os principais foram estudados nesse trabalho

(Tabela 1e Figura 3)

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho

Abrev Nome Estrutura Foacutermula

Hopanoacuteides

Tm 17α(H)-222930 - trisnorhopano II C27H46

NH 17α(H)21β(H)-30-norhopano III C29H50

H 17α(H)21β(H) - hopano I C30H52

HH(R) 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano IV n = 1 C31H54

HH(S) 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano IV n = 1 C31H54

Esteranos

C27ααα (SR) 5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C27αββ (SR) 5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C28αββ (SR) 24-metil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Me C28H50

C29ααα (SR) 24-etil-5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

C29αββ (SR) 24-etil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

Fonte Elaborada pela autora Estrutura refere-se a estrutura quiacutemica dos compostos

apresentada na Figura 3

20

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos

Fonte Adaptado de AEPLI et al 2014

Vaacuterios estudos comprovaram que os hopanos e os esteranos satildeo muito

resistentes a degradaccedilatildeo no meio ambiente e podem ser usados com marcadores

moleculares para traccedilar e caracterizar a contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (ROGGE et al1993

PRINCE et al 1994 WANG FINGAS E PAGE 1999a AEPLI et al 2014) Devido

aos seus altos pontos de ebuliccedilatildeo eles natildeo estatildeo presentes nos combustiacuteveis gasolina e

diesel mas satildeo encontrados nos oacuteleos lubrificantes asfaltos e resiacuteduos pesados do

petroacuteleo (SAHA et al 2009) Portanto baseado na anaacutelise das concentraccedilotildees dos

biomarcadores e no perfil de distribuiccedilatildeo dos mesmos eacute possiacutevel validar a presenccedila e o

tipo de fonte petrogecircnica nos sedimentos

30-norhopanos (NH)

5α(H)-esteranos

homohopanos (HH)

17α(H)21β(H) - hopano (H) 17α(H)-222930 - trisnorhopano (Tm)

21

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs) satildeo uma classe de

contaminantes orgacircnicos que contem dois ou mais aneacuteis benzecircnicos fundidos e que

podem ser toacutexicos a biota em elevadas concentraccedilotildees Alguns podem conter estruturas

dos aneacuteis com menos do que 6 aacutetomos de carbono (pe acenaftileno acenafteno e

fluoreno) (Figura 5) Em outros um aacutetomo de carbono do anel de benzeno pode ser

substituiacutedo por um nitrogecircnio enxofre ou oxigecircnio resultando na formaccedilatildeo de

compostos aromaacuteticos heterociacuteclicos (pe dibenzotiofeno) (Figura 5) Aleacutem disso

aacutetomos de hidrogecircnio nos HPAs parentais podem ser substituiacutedos por grupos alquil (pe

2-metilnaftaleno) (Figura 4) Os HPAS com menos de 4 aneacuteis satildeo chamados de HPAS

de baixo peso molecular (BPM) enquanto que os que possuem 4 aneacuteis ou mais satildeo

chamados de HPAs de alto peso molecular (APM)

Os HPAs satildeo contaminantes orgacircnicos presentes desde ambientes com intensa

atividade humana ateacute ambientes isolados (PEREIRA NETTO et al 2002 MAI et al

2002 TOLOSA et al2009 MARTINS et al 2012 MEIRE et al2008) As fontes e o

destino dos HPAs no meio ambiente tem sido objeto de estudos extensivos devido as

propriedades mutagecircnicas eou carcinogecircnicas de alguns dos seus isocircmeros (pe

benzo(a)pireno e dibenzo(ah)antraceno) portanto as concentraccedilotildees e fontes destes

compostos tecircm sido monitoradas constantemente

22

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados

Fonte Elaborada pela autora

23

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais

Fonte Elaborada pela autora

Alguns HPAs satildeo formados atraveacutes da combustatildeo incompleta de compostos

orgacircnicos e subsequumlente recombinaccedilatildeo com outras partiacuteculas orgacircnicas constituindo

uma fonte piroliacutetica destes compostos (LIMA FARRINGTON E REDDY 2005) Esses

HPAs podem ser introduzidos naturalmente no ambiente atraveacutes de queimadas de

florestas pastagens e atividades vulcacircnicas (MASCLET et al 1995) Fontes

antropogecircnicas de HPAs piroliacuteticos podem ser a incineraccedilatildeo de lixo e madeira

emissotildees veiculares e preparaccedilatildeo da terra para a agricultura (ROGGE et al 1993

KALILI et al 1995 RAVINDRA SOKHI E GRIEKEN 2008 SILVA et al 2010

DE ANDRADE et al 2010) Outra fonte de HPAs eacute a descarga de material relacionado

24

ao petroacuteleo que caracterizam fontes petrogecircnicas como descargas e derramamentos de

petroacuteleo lanccedilamentos de esgotos urbanos e industriais e escoamento superficial das

aacutereas adjacentes aos corpos daacutegua (WANG FINGAS E PAGE 1999) Uma terceira

fonte de HPAs seria por processos bioloacutegicos ou nos estaacutegios iniciais da diagecircnese dos

sedimentos (VENKATESAN 1988)

A principal forma de relacionar as concentraccedilotildees dos HPAs agraves fontes emitidas eacute

atraveacutes das razotildees diagnoacutestico especiacutefica para cada fonte Essas razotildees satildeo baseadas nas

concentraccedilotildees de HPAs selecionados que de alguma forma caracterizam as diferentes

fontes A utilizaccedilatildeo dessa razotildees para a determinaccedilatildeo de fontes nos sedimentos requer o

entendimento da estabilidade termodinacircmica relativa dos HPAs selecionados Para os

HPAs parentais na combustatildeo ocorre o aumento da concentraccedilatildeo do isocircmero menos

estaacutevel termodinamicamente em detrimento do mais estaacutevel (YUNKER et al 2002)

Aleacutem disso cada fonte tem uma emissatildeo especiacutefica de HPAs o que permite uma

correlaccedilatildeo (ROGGE et al 1993 KALILI et al 1995)Os compostos alquilados estatildeo

presentes em concentraccedilotildees elevadas no petroacuteleo e seus derivados e relativamente

pequena ou ateacute mesmo ausentes nas emissotildees derivadas da combustatildeo (queimadas

caldeiras termoeleacutetricas veiacuteculos automotores etc) Os HPAs alquilados satildeo

termodinamicamente mais instaacuteveis do que os correspondentes HPAs parentais e

portanto a razatildeo dos HPAs alquilados em relaccedilatildeo aos HPAs parentais tem sido usado

para diferenciar os HPAs (SAHA et al 2009)

Eacute interessante observar que uma certa dificuldade na identificaccedilatildeo da origem dos

HPAs em amostras sedimentares eacute frequente devido em geral agrave presenccedila de vaacuterias

fontes de contaminantes e de diversos processos de transformaccedilatildeo dos compostos no

sedimento e antes disto no proacuteprio transporte ao longo da coluna daacutegua

Entre os HPAs os 16 compostos listados pela Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

Norte-Americana e os seus homoacutelogos alquilados possibilitam diagnosticar com maior

facilidade a origem da contaminaccedilatildeo por hidrocarbonetos que pode ser piroliacutetica

(oriunda da combustatildeo incompleta de combustiacuteveis e biomassa) ou petrogecircnica

(SOCLO et al2000 NEFF et al 2005 PEREacuteZ-FERNANDEZ et al 2015 ) Esses 16

compostos foram escolhidos para essa lista de prioridade porque (1) eles reuacutenem o

maior nuacutemero de informaccedilotildees sobre sua estrutura efeitos toxicoloacutegicos e fontes

emissoras (2) eles satildeo suspeitos de causar maiores danos do que outros e exibem

efeitos que satildeo representativos da classe de HPAs como um todo (3) existe uma maior

25

chance de exposiccedilatildeo a esses HPAs do que aos outros e (4) de todos os HPAs

analisados estes exibem as maiores concentraccedilotildees (RAVINDRA et al 2008)

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos

Segundo Irwin e colaboradores (1997) os alcanos como um grupo tem

toxicidade aquaacutetica baixa a moderada Esse mesmo estudo mostra que a toxicidade dos

alcanos estudados decresceu na seguinte ordem decano octano hexano e pentanoEsse

mesmo resultado foi encontrado pelo Bureau of Reclamation (2002) Dessa forma

podemos inferir que a toxicidade dos alcanos tende a aumentar com o aumento do

tamanho da moleacutecula (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)

Por outro lado os HPAs satildeo de interesse ecotoxicoloacutegico no que diz respeito aos

impactos a curto prazo na coluna daacutegua e aos efeitos de curto e longo prazo para os

animais bentocircnicos (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)Vaacuterios fatores

influenciam na toxicidade dos HPAs entre eles as espeacutecies afetadas a via de exposiccedilatildeo

e a estrutura molecular do HPA (CCME 1999) Em geral os HPAs de baixo peso

molecular satildeo considerados agudamente toacutexicos e natildeo-carcinogecircnicos para os

organismos aquaacuteticos enquanto que os HPAs de alto peso molecular natildeo satildeo

agudamente toacutexicos aos organismos aquaacuteticos mas alguns deles satildeo carcinogecircnicos

(CCME 1999) Os HPAs de baixo peso molecular apresentam maior toxicidade aguda

em relaccedilatildeo aos HPAs de alto peso molecular devido a sua maior solubilidade em aacutegua

A mortalidade eacute o efeito mais comum em bioensaios com sedimentos coletados in situ e

sedimentos fortificados em laboratoacuterios decorrente de toxicidade aguda (CCME 1999)

Os organismos bentocircnicos satildeo expostos aos HPAs por vaacuterias vias de exposiccedilatildeo

incluindo exposiccedilatildeo aos HPAs no material particulado e dissolvido nas aacuteguas

intersticiais e coluna daacutegua assim como aos HPAs adsorvidos no sedimento atraveacutes do

contato na superfiacutecie e ingestatildeo de partiacuteculas Portanto os sedimentos representam a via

de exposiccedilatildeo mais importante para muitos invertebrados bentocircnicos (CCME 1999) Os

dados sobre as concentraccedilotildees de HPAs nos sedimentos fornecem importantes

informaccedilotildees para a avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do sedimento no entanto tais medidas

natildeo necessariamente refletem a fraccedilatildeo biodisponiacutevel dessas substacircncias Os HPAs

individuais e os diferentes tipos de sedimento vatildeo resultar em diferentes

biodisponibilidades (DeWITT et al 1992)

26

Segundo a CCME (1999) a avaliaccedilatildeo da porcentagem de efeitos observados

para as concentraccedilotildees de HPAs define trecircs classes as concentraccedilotildees que estatildeo abaixo

do TEL (niacutevel limite de efeito) que satildeo raramente associadas com efeitos bioloacutegicos

adversos as concentraccedilotildees entre o TEL e o PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) que satildeo

ocasionalmente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos e as concentraccedilotildees acima do

PEL que satildeo frequentemente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos

27

3 OBJETIVOS

Os principais objetivos desse trabalho satildeo avaliar a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo

as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos ao

longo do curso do rio Acarauacute e analisar o registro histoacuterico das atividades

antropogecircnicas no estuaacuterio usando hidrocarbonetos de petroacuteleo como marcadores

moleculares orgacircnicos Para tal seratildeo necessaacuterios os seguintes objetivos especiacuteficos

1) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos alifaacuteticos em sedimento

superficial e testemunho

2) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos em

sedimento superficial e testemunho

3) Determinaccedilatildeo da classe de biomarcadores de petroacuteleo em sedimento

superficial e testemunho

4) Diagnoacutestico das fontes de hidrocarbonetos no ambiente atraveacutes de razotildees

diagnoacutestico

5) Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos

sedimentos superficiais

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Processos metodoloacutegicos

As atividades desenvolvidas para a caracterizaccedilatildeo da atividade antroacutepica na

bacia do rio Acarauacute foram divididas em laboratoacuterio levantamento bibliograacutefico e

anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados

As atividades de laboratoacuterio foram realizadas no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de

Contaminantes Orgacircnicos (LACOr) Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) e

Laboratoacuterio de Microbiologia do Pescado e Ambiental (LAMAP) os quais satildeo todos

vinculados ao Instituto de Ciecircncias do Mar (LABOMAR) e no Laboratoacuterio de Anaacutelise

de Traccedilos (LAT) na Universidade Federal do Cearaacute e no Laboratoacuterio de Geoquiacutemica e

Quiacutemica Marinha vinculado aoWoods Hole Oceanographic Institution EUA

42 Aacuterea de Estudo

A aacuterea de estudo estaacute localizada no litoral oeste do estado do Cearaacute O bacia do

rio Acarauacute ocupa uma aacuterea equivalente a 1444249km2

(IPECE2014) compreendendo

cerca de 10 do Cearaacute e tem como curso daacutegua principal o rio Acarauacute (EMBRAPA

2005)

Existem vaacuterios outros cursos drsquoaacutegua que o interceptam nos seus 352 km de

extensatildeo que vatildeo desde as nascentes do rio Acarauacute ateacute a sua desembocadura no

municiacutepio de Acarauacute Dessa forma vaacuterias sub-bacias satildeo facilmente delimitadas com

ecircnfase maior para as formadas pelos afluentes da margem direita com destaque para as

sub-bacias dos rios Groaiacuteras Macacos Jacurutu e Madeira Pela margem esquerda o rio

Jaibaras destaca-se pela sua delimitaccedilatildeo espacial

O vale do rio Acarauacute eacute delimitado por 30 municiacutepios (IPECE 2014) No

entanto a aacuterea de estudo abrange a aacuterea a partir do accedilude de Araras no municiacutepio de

Varjota ateacute a foz do rio no municiacutepio de Acarauacute perpassando os 12 municiacutepios a

seguir Acarauacute Bela Cruz Carireacute Cruz Forquilha Groaiacuteras Marco Morrinhos

Massapecirc Santana do Acarauacute Sobral e Varjota

A maior parte da Bacia do Acarauacute tem o seu regime de chuvas caracterizado

pela concentraccedilatildeo das precipitaccedilotildees em poucos meses o que torna a estaccedilatildeo chuvosa

bem definida Isso acontece porque as variaccedilotildees das chuvas durante as estaccedilotildees no setor

29

norte do Nordeste brasileiro parecem estar intimamente ligadas agraves movimentaccedilotildees de

latitude da Zona de Convergecircncia Intertropical (ZCIT) sobre o Atlacircntico sendo a

posiccedilatildeo mais ao sul da ZCIT coincidente com a estaccedilatildeo chuvosa durante os meses de

marccedilo a abril (COGERH 2010)

Aleacutem disso a Bacia do Acarauacute recebe em alguns anos chuvas de junho a

agosto ocasionadas por um sistema atmosfeacuterico denominado Ondas de Leste

(COGERH 2010) Aleacutem desse comportamento sazonal as precipitaccedilotildees diferenciam-se

ao longo da Bacia do rio Acarauacute Uma alta incidecircncia de chuvas eacute observada na regiatildeo

leste e na faixa litoracircnea sendo a regiatildeo sul caracterizada por uma pluviometria bem

deficiente

A temperatura meacutedia mensal eacute de 25 a 28ordmC e as temperaturas miacutenimas anuais

ocorrendo entre 20 e 24ordmC Jaacute as temperaturas maacuteximas anuais satildeo da ordem de 30 a

36ordmC onde as mais elevadas se datildeo no final do segundo semestre e nas regiotildees mais

secas (SILVA 2003)

Um estudo feito pela COGERH (2010) mostrou que as seacuteries de vazatildeo para o rio

Acarauacute podem ser caracterizadas por vazotildees bastante elevadas entre os meses de marccedilo

e maio de cada ano com o desaparecimento parcial ou total do escoamento superficial

entre junho e dezembro decorrente da estiagem Por fim em janeiro e fevereiro com o

iniacutecio das precipitaccedilotildees na regiatildeo ocorre uma pequena recuperaccedilatildeo das vazotildees

(COGERH 2010)

Analisando a populaccedilatildeo absoluta desses locais (Figura 6) vemos que a

populaccedilatildeo cresceu em torno de 70 de 1970 ateacute 2010 (IBGEa 2010) Segundo o censo

do IBGE de 2010 a populaccedilatildeo cresceu de uma cota de 276964 hab em 1970 para

507463hab em 2015 (estimada) Eacute interessante observar que o municiacutepio de Sobral

apresenta a maior populaccedilatildeo na bacia com 201756 em 2015 (estimada) seguido pelo

municiacutepio de Acarauacute com 61210 hab (IBGEb 2015)Em relaccedilatildeo ao maior crescimento

populacional a populaccedilatildeo do municiacutepio de Marco cresceu 110 em relaccedilatildeo a 1970

passando de 12631 hab (1970) para 26484 hab (2015) seguido por Sobral com um

aumento de 97 que passou de 102197hab em 1970 para 201756 em 2015(IBGEa

2010 IBGEb 2015)

30

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

Aleacutem disso a taxa de urbanizaccedilatildeo aumentou nesses municiacutepios (Figura 7) Por

exemplo os municiacutepios de Groairas Carireacute e Acarauacute tiveram o maior crescimento da

populaccedilatildeo na aacuterea urbana com valores de 44 3527 e 3446 respectivamente

(IBGEa 2010) Destaque tambeacutem para Sobral um dos trecircs poacutelos econocircmicos mais

importantes do Cearaacute com uma taxa de urbanizaccedilatildeo de aproximadamente 90

No referente a infra-estrutura da regiatildeo primeiro temos o saneamento Segundo

o IPECEa (2014) a meacutedia da taxa de cobertura da rede de abastecimento de aacutegua na

aacuterea urbana foi de 9727 em 2013 variando de 8564 em Cruz a 9993 em

Groaiacuteras Na aacuterea rural em meacutedia 4169 dos domiciacutelios eacute abastecido com aacutegua

variando de 893 em Santana do Acarauacute a 8190 em Marco Por outro lado a rede

de esgotamento sanitaacuterio natildeo atende a todos os municiacutepios Dos 12 municiacutepios

estudados na aacuterea urbana 7 natildeo dispotildeem de nenhum tipo de rede de esgoto A meacutedia da

taxa de cobertura para os 5 municiacutepios restantes foi de 4912 com destaque para

Sobral com 70 de cobertura (IPECEa 2014) Na aacuterea rural a situaccedilatildeo eacute ainda mais

alarmante Somente 4 municiacutepios possuem rede de esgoto com apenas 337 dos

domiciacutelios atendidos (IPECEa 2014)

0

30000

60000

90000

120000

150000

180000

210000P

op

ula

ccedilatildeo

(h

ab)

1970

1980

1991

2000

2010

2015

31

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios

estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

A Bacia do Acarauacute possui trecircs variedades de transportes rodoviaacuterio ferroviaacuterio

e aeacutereo O transporte hidroviaacuterio possui pequena expressatildeo e restringe-se a regiatildeo

litoracircnea O transporte ferroviaacuterio refere-se ao trecho da REFESA (Rede Ferroviaacuteria

Federal) que liga Fortaleza a Sobral (COGERH 2010) (Figura 10) Em relaccedilatildeo ao

transporte rodoviaacuterio as rodovias federais e estaduais prevalecem sendo esta a

principal forma de transporte entre os diversos municiacutepios da bacia (COGERH 2010)

(Figura 10) No que diz respeito aos tipos da frota veicular os veiacuteculos movidos a

gasolina prevalecem em todos municiacutepios estudados Nos uacuteltimos anos houve um

aumento na frota que funciona com flexibilidade no tipo de combustiacutevel (veiacuteculos

flex) utilizando uma mistura de aacutelcool e gasolina Em 2014 haviam 26404 veiacuteculos

flex comparados a 6355 veiacuteculos registrados desse tipo em 2009 (IPECE 2013

IPECEb2014) Outro aumento significativo pode ser observado na frota total dos 12

municiacutepios que em 2009 contabilizava 79285 veiacuteculos e aumentou para um contingente

de 145246 em 2014 totalizando um aumento de aproximadamente 83 nos uacuteltimos 6

anos (IPECE 2013 IPECEb 2014)(Figura 8)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Taxa

de

Urb

aniz

accedilatildeo

(

)

1970

1980

1991

2000

2010

32

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em (IPECE 2013 IPECEb 2014)

A regiatildeo estuarina do rio Acarauacute se estende da ponte no municiacutepio de Cruz ateacute a

foz do rio Acarauacute (ALVES 2010) Nessa regiatildeo o processo de uso e ocupaccedilatildeo do solo

ocorre mediante da atuaccedilatildeo do Estado dos empresaacuterios industriais e comerciais dos

pequenos e grandes proprietaacuterios agriacutecolas das comunidades de pescadores e dos

carcinicultores ALVES 2010) Das atividades econocircmicas desenvolvidas na regiatildeo

destacam-se pesca maricultura turismo e lazer navegaccedilatildeo

agroextrativismocagricultura induacutestria e agroinduacutestria (NASCIMENTO et al 2008)

A agricultura eacute o centro da economia No entanto na zona litoracircnea observa-se a

presenccedila de aacuterea irrigaacuteveis como o Periacutemetro Irrigado do Baixo Acarauacute devido as

precipitaccedilotildees mais elevadas ocorrendo nesses locais o cultivo de arroz feijatildeo cana-de-

accediluacutecar milho mandioca caju e banana (SUCUPIRA 2006) No entanto nos sertotildees

predominam as culturas de subsistecircncia e algodatildeo devido aos baixos iacutendices

pluviomeacutetricos (SUCUPIRA 2006) A pesca artesanal e industrial tambeacutem desempenha

um papel forte na economia principalmente nos municiacutepios costeiros Cruz e Acarauacute

(SUCUPIRA 2006)

Uma praacutetica agriacutecola largamente disseminada na aacuterea do estudo eacute a queimada

Esta eacute utilizada para a limpeza dos terrenos e resulta em alteraccedilotildees nas propriedades

fiacutesico-quiacutemicas e bioloacutegicas dos solos deixando-os expostos agrave accedilatildeo dos agentes

erosivos aleacutem de afetarem significativamente a flora e fauna da regiatildeo (COGERH

2010)

0

40000

80000

120000

160000

Fro

ta V

eic

ula

r

2009

2010

2011

2012

2013

2014

33

O desmatamento eacute outra praacutetica comum na regiatildeo aleacutem do preparo do solo para

o plantio outra finalidade eacute a extraccedilatildeo da lenha para fabricaccedilatildeo de carvatildeo que seraacute

usada em larga escala como combustiacutevel por padarias e ceracircmicas da regiatildeo (COGERH

2010)

Por sua vez a pecuaacuteria extensiva provoca a compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio

excessivo o desmatamento de aacutereas extensas para formaccedilatildeo de pastos aleacutem de ser

frequumlente o uso de queimadas nesta atividade visando o controle de ervas daninhas

prejudiciais ao gado

Outra atividade econocircmica na regiatildeo eacute a mineraccedilatildeo Esta eacute feita praticamente de

forma artesanal uma vez que a populaccedilatildeo de baixa renda durante o periacuteodo de seca cava

enormes buracos para extrair material argiloso a fim de produzir telhas e tijolos nas

olarias estabelecidas nas margens dos rios (ALVES 2010 COGERH 2010) (Figura 9)

Essa praacutetica degrada o ambiente de diversas formas erradica a mata ciliar dos cursos

daacutegua remove a camada feacutertil dos solos e propicia o desencandeamento de processos

erosivos Satildeo constatadas naaacuterea do estudo degradaccedilotildees impostas pela lavra de argila

nos municiacutepios de Sobral Groaiacuteras eCarireacute perfazendo ao todo seis empresas em

operaccedilatildeo (COGERH 2010)

Outra atividade de mineraccedilatildeo que traz impactos eacute a exploraccedilatildeo de calcaacuterio

encontrada nos municiacutepios de Sobral e Forquilha que por sua vez aleacutemdos

desmatamentos necessaacuterios do uso de explosivos e da produccedilatildeo em larga escala

dematerial particulado contribui para a poluiccedilatildeo e assoreamento de cursos drsquoaacutegua

(COGERH 2010) Aleacutem dissoquando o objetivo eacute a produccedilatildeo de cal ocorre a queima

de lenha em fornalhas (caieiras) primitivas

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz

Fonte ALVES 2010

34

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta

As amostragens dos sedimentos foram feitas em Marccedilo de 2014 Para a

caracterizaccedilatildeo ao longo do curso do rio foram coletados 10 amostras de sedimento

superficial com a primeira amostra coletada logo depois do accedilude Araras e a uacuteltima

amostra coletada na foz do estuaacuterio do rio Acarauacute (Figura 10) Nesse uacuteltimo ponto

foram coletados dois testemunhos objetivando uma caracterizaccedilatildeo do ambiente

estuarino As localizaccedilotildees dos pontos amostrados encontram-se na Tabela 2

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem

Pontos Identificaccedilatildeo dos pontos Coordenadas

Latitude Longitude

ACR 1 Apoacutes o accedilude Araras 04deg122711S 40deg27012O

ACR 2 No municiacutepio de Carireacute 03deg56289 S 40deg25092 O

ACR 3 Antes do municiacutepio de Sobral 03deg44569 S 40deg22284 O

ACR 4 Depois do municiacutepio de Sobral 03deg39547 S 40deg19431 O

ACR 5 Antes de Santana do Acarauacute 03deg32044 S 40deg15051 O

ACR 6 Distrito de Sapoacute (depois do centro de Santana do

Acarauacute) 03deg22323 S 40deg09441 O

ACR 7 Municiacutepio de Morrinhos 03deg15262 S 40deg08225 O

ACR 8 Municiacutepio de Marco 03deg07161 S 40deg07515 O

ACR 9 Antes do municiacutepio de Cruz 02deg56209 S 40deg10160 O

ACR 10 Municiacutepio de Acarauacute (foz) 02deg52211 S 40deg074556 O

Testemunho Foz do estuaacuterio do rio Acarauacute 02deg52211 S 40deg0737 O

Fonte Elaborado pela autora

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial

e do perfil sedimentar

Fonte Elaborado pela autora

35

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar

As amostras superficiais (0-2 cm) foram coletadas com paacute de alumiacutenio e

acondicionadas em marmitas previamente limpas com acetona Todas foram

adequadamente etiquetadas e mantidas refrigeradas ateacute a chegada no laboratoacuterio Ao

chegar no laboratoacuterio a fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de hidrocarbonetos foi

guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas de alumiacutenio na

geladeira

Os perfis sedimentares foram coletados a partir da inserccedilatildeo do cano de alumiacutenio

na margem do rio de forma manual Em seguida os canosforam etiquetados e levados

ao laboratoacuterio No laboratoacuterio os canos de alumiacutenio foram abertos com o auxilio de

uma maquita fotografados e seccionados de 5 em 5 cm totalizando 12 sub-amostras

em um comprimento de 60 cm (Figura 11) A fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de

hidrocarbonetos foi guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas na

geladeira

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees

Fonte Elaborado pela autora

36

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos

As secccedilotildees do testemunho sedimentar e as amostras superficiais foram

submetidas a anaacutelises de propriedades do sedimento granulometria teor de carbonato

de caacutelcio e anaacutelise de propriedades da mateacuteria orgacircnica teor de carbono orgacircnico

hidrocarbonetos e aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos

451 Granulometria

Para a anaacutelise granulomeacutetrica foram pesadas 100g ou 50g de sedimento

dependendo da disponibilidade de amostra com o uso de uma balanccedila digital As

amostras foram submetidas asanaacutelises sedimentoloacutegicas tais como peneiramento a

uacutemido para separar a fraccedilatildeo areia (gt0062 mm) das fraccedilotildees silteargila (lt0062 mm) e

pipetagemA fraccedilatildeo areia passou pelo processo de peneiramento a seco em intervalos de

meio fi Cada fraccedilatildeo dos intervalos foi pesada depois de seca Para a pipetagem foi

utilizada a fraccedilatildeo silteargila suspensa em aacutegua na proveta com retirada de aliacutequotas de

20 ml em determinados intervalos de tempo baseado na metodologia descrita por

Suguio (1973) (Figura 12)As amostras foram classificadas granulometricamente no

programa ANASEDreg

de acordo com a classificaccedilatildeo proposta por Sheppard e

Larssoneur (LIMA et al 2001)

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem

Fonte Elaborado pela autora

452 Carbonato de Caacutelcio

Para a quantificaccedilatildeo dos teores de carbonato de caacutelcio utilizou-se o meacutetodo do

calciacutemetro de Bernard modificado (LAMAS et al 2005) atraveacutes do ataque das

amostras com aacutecido cloriacutedrico (HCl) diluiacutedo em 10 em um sistema de vasos

comunicantes de acordo com a reaccedilatildeo

37

1198621198861198621198743 + 2 119867119862119897 rarr + 1198621198742(119892119886119904) + 1198672119874

Dessa forma o teor de CaCO3 eacute medido indiretamente atraveacutes do volume de

aacutegua deslocado pelo CO2 (resultante da reaccedilatildeo com o HCl) no vaso comunicante

453 Teor de Carbono Orgacircnico

O meacutetodo utilizado foi o de Walkley-Black modificado (CAMARGO et al

2009) O princiacutepio deste meacutetodo consiste na oxidaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica porum agente

oxidante forte constituiacutedo por uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio 1N (K2Cr2O7) na

presenccedila de aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) concentrado utilizando como catalisador da

oxirreduccedilatildeo o calor desprendido na diluiccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico O excesso de dicromato

de potaacutessio eacute titulado com sulfato ferroso amoniacal (SFA - FeSO4(NH4)2SO46H2O) e

assim determinada a quantidade de MO

Em triplicata foram adicionadas a um grama da amostra liofilizada 10 ml da

soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio e 20 ml do aacutecido sulfuacuterico concentrado em um tubo de

ensaio A aliacutequota foi aquecida a 50degC por 5 minutos em seguida colocada em repouso

por 30 minutos Apoacutes este tempo a soluccedilatildeo foi transferida para um erlenmeyer e entatildeo

foi adicionada 200 ml de aacutegua destilada 10 ml de aacutecido ortofosfoacuterico (H3PO4) e 1 ml de

difenilamina 1 (indicador) A soluccedilatildeo de SFA 025 M foi usada como titulante para a

mistura e o ponto de viragem da reaccedilatildeo foi representado pela mudanccedila de cor do verde

para o azul O mesmo procedimento foi feito sem a utilizaccedilatildeo da amostra para a

determinaccedilatildeo do branco tambeacutem em triplicata O caacutelculo da quantidade de carbono

orgacircnico foi feito pela seguinte equaccedilatildeo

119862119874 =[10 minus (1198812 times 101198811)] times 04

119901

V1 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em branco em ml

V2 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em ml

P peso da amostra em g

A quantidade de mateacuteria orgacircnica foi calculada pela seguinte equaccedilatildeo

119872119874 = 119862119874 times 1725 onde

MO = porcentagem de mateacuteria orgacircnica

CO = porcentagem de carbono orgacircnico

38

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos

As substacircncias huacutemicas podem ser definidas como poliacutemeros amorfos de

coloraccedilatildeo amarelo-marrom a preta de peso molecular relativamente alto e formado por

reaccedilotildees de siacutentese secundaacuterias bioacuteticas e abioacuteticas (BENITES MADARI E

MACHADO 2003) As substacircncias huacutemicas podem ser classificadas em trecircs fraccedilotildees

dependendo da sua solubilidade aacutecidos huacutemicos (AH) que satildeo soluacuteveis em soluccedilotildees

alcalinas mas precipitam em soluccedilotildees acidas aacutecidos fuacutelvicos (AF) que satildeo soluacuteveis em

ambas soluccedilotildees alcalinas e acidas e a humina que eacute insoluacutevel nas duas soluccedilotildees

(BENITES MADARI E MACHADO 2003 BALDOTTO E BALDOTTO 2014)As

substacircncias huacutemicas do solo possuem tamanho que permite incluiacute-las na faixa dos

coloacuteides ou seja maiores do que 250 μm exibindo caracteriacutesticas proacutepriasdestacando-

se sua elevada superfiacutecie a qual lhe confere alta reatividade Esta caracteriacutestica faz com

que a fraccedilatildeo orgacircnica do solomesmo em baixos conteuacutedos seja responsaacutevel por elevada

porcentagem da capacidade de troca catiocircnica do mesmo

Neste trabalho foram determinados os AH e AF dos sedimentos superficiais e

das seccedilotildees do testemunho O meacutetodo utilizado foi o proposto por Benites Madarie

Machado (2003) e visa a quantificaccedilatildeo das fraccedilotildees huacutemicas por meio de procedimento

simplificado e de faacutecil execuccedilatildeo

Primeiramente uma amostra de sedimento eacute pesada com conteuacutedo aproximado

de 30 mg de carbono orgacircnico entatildeo uma soluccedilatildeo diluiacuteda de NaOH eacute adicionada e

deixada em repouso por 24 h No outro dia apoacutes a centrifugaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo o

sobrenadante eacute recolhido em um copo descartaacutevel Entatildeo com a adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico (H2SO4) a 20 (vv) o pH eacute ajustado a 10 e reservado em repouso por 18 h

Apoacutes esse periacuteodo essa soluccedilatildeo eacute filtrada em membrana de 045 m sob vaacutecuo O

filtrado (AF) eacute recolhido e aferido para 50 mL enquanto que os filtros satildeo lavados com

a soluccedilatildeo de NaOH e essa soluccedilatildeo (AH) tambeacutem eacute aferida para o volume de 50 mL

Uma aliacutequota de 5 mL de cada soluccedilatildeo eacute colocada em um tubo de digestatildeo a qual satildeo

adicionados 1 mL de dicromato de potaacutessio (0042 mol L-1

) e 5 mL de H2SO4 esses

tubos satildeo levados ao bloco digestor preacute-aquecido a 150oC e deixar por 30min dentro

de capela Os conteuacutedos dos tubos satildeo transferidos para frascos erlenmeyer e 3 gotas de

indicador FERROIN satildeo adicionadas Por fim as soluccedilotildees satildeo tituladas com sulfato

ferroso amoniacal (00125 mol L-1

) sob agitaccedilatildeo A quantificaccedilatildeo dos aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos eacute feita atraveacutes da seguinte foacutermula

39

119935 = (119933119939119938119954 minus 119933119938119950)119925119930119917119912119940119952119955119955119961120783120784120786119961120787120782119938119949iacute119954119958119952119957119938 (119950119923)119961120783119953119942119956119952119941119938119938119950119952119956119957119955119938 (119944)

onde

X - mg C na forma de aacutecido huacutemico (ou fuacutelvico) por gramade sedimento

Vbaq - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo dobranco aquecido

Vam - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo daamostra

NSFAcorr - Normalidade do SFA corrigida pela equaccedilatildeo

119873119878119865119860119888119900119903119903 =119881119900119897119906119898119890 119889119890 119889119894119888119903119900119898119886119905119900 119909 119873119900119903119898119886119897119894119889119886119889119890 119889119900 119889119894119888119903119900119898119886119905119900

119881119900119897119906119898119890 119889119890 119878119865119860 119888119900119899119904119906119898119894119889119900 119899119886 119905119894119905119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119887119903119886119899119888119900 119904119890119898 119886119902119906119890119888119894119898119890119899119905119900

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

461 Reagentes e material

Os solventes hexano acetona e diclorometano foram adquiridos da Tedia Os

padrotildees utilizados para a construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo foram uma soluccedilatildeo mix de

HPAs uma soluccedilatildeo mix de biomarcadores SRM 2266 e uma soluccedilatildeo mix de alcanos (seacuterie

homoacuteloga n-C10 a n-C38 incluindo os alcanos isoprenoacuteides pristano e fitano) Os padrotildees

surrogates dos HAs e biomarcadores (triacotano-d62) e dos HPAs (naftaleno-d8

fenantreno-d10 perileno-d12 e criseno-d12) possuem pureza de 988 989

respectivamente e satildeo da AccuStandardA siacutelica (70-230 mesh) e o sulfato de soacutedio

(Na2SO4) satildeo da VETECreg enquanto que a alumina e o cobre utilizados satildeoda

MERCKreg

e da SYNTHreg respectivamente Tanto os adsorventes (siacutelicae alumina)

quanto o Na2SO4 foram ativados em estufa por 24 h agrave 250degC Por sua vez o cobre em

poacute foi ativado mediante a lavagem sucessiva em soluccedilatildeo de 01 M HCl acetona e

hexano sendo mantido sob refrigeraccedilatildeo no uacuteltimo

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental

O sedimento liofilizado foi peneirado (abertura de 2mm) para a retirada de

material grosseiro como folhas e cascalhos O procedimento descrito a seguir foi

baseado em Cavalcante e colaboradores (2008) com pequenas modificaccedilotildees (Figura

14) Adicionou-se 50microL de padratildeo surrogate (soluccedilatildeo trabalho de 100 ppm) a 20g de

sedimento peneirado que entatildeo foi submetido ao processo de extraccedilatildeo soacutelido-liacutequido

assistida por sonicaccedilatildeo em uma seacuterie de soluccedilotildees extratoras com decrescente constante

40

eluotroacutepica O volume de cada soluccedilatildeo extratora foi de 30 mL e a seacuterie de soluccedilotildees

utilizadas foi acetona acetonaDCM (11) DCM DCMHEX (11) e finalmente

HEXO extrato foi transferidopara tubos de Falcon e levado a centriacutefuga a 4000 RPM

por 30min (centriacutefuga HermLee Z 360K) As partiacuteculas de sedimento decantam no

fundo restando a fase liacutequida sobrenadante sendo esta recolhida em um balatildeo de fundo

redondo de 250 mL e rotaevaporado (Rotaevaporador FISATOM 801) ateacute atingir 1mL

(Figura 13)

Entatildeo os extratos foram purificados por cromatografia liacutequido-soacutelida usando-se

uma coluna (1 x 50 cm) preenchida com 8g de siacutelica e 4g de alumina que satildeo

adsorventes polares 2g de Cu que remove compostos sulfurados (interferentes comuns

na determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos) (CRITERIA WORKING GROUP 1998) e 1g de

Na2SO4 que elimina possiacuteveis moleacuteculas de aacutegua

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos

reduzidos a 1 mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG

Fonte Elaborado pela autora

Essa purificaccedilatildeo (clean-up) foi obtida atraveacutes da eluiccedilatildeo sucessiva por 40 mL de

HEX que resultou na fase 1 (F1) e 24 mL HEXDCM (31) (ԑdeg=008) 30 mL de

HEXDCM (ԑdeg=06) e 15 mL de HEXDCM (12) (ԑdeg=021) que resultaram na fase 2

(F2) A F1 corresponde aos hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e a F2 corresponde aos

hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs)

Esse eluato foi rotaevaporado ateacute a reduccedilatildeo do seu volume para ~1 ml (Figura

13) Entatildeo esse volume foi transferido para vials de 4 mL atraveacutes de criteriosa limpeza

41

do balatildeo original com uma mistura de solvente HEXDCM (11) As amostras foram

entatildeo reduzidas para 1ml usando-se nitrogecircnio gasosoCom o auxilio de uma pipeta

automaacutetica 05 mL do eluato foi transferido para vials de 2 mL e entatildeo foram secas por

nitrogecircnio a fim de enviar essa aliacutequota para anaacutelise no Organic Geochemistry

Laboratory (Woods Hole MA EUA) As aliacutequotas foram acondicionadas em caixas

teacutermicas e enviadas para o exterior

A etapa de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos hidrocarbonetos foi baseado no

meacutetodo de Oliveira (2016)

A fraccedilatildeo F1 (HA) contendo n-alcanos isoprenoacuteides e biomarcadores foi

analisada no cromatoacutegrafo gasoso (modelo Agilent 7890A) acoplado a detector por

ionizaccedilatildeo por chama (CG-DIC) sendo os niacuteveis quantificados atraveacutes de um CG

acoplado a um espectrocircmetro de massa (CG-EM) A fraccedilatildeo F2 (HPAs) foi analisada

noCG-EMas condiccedilotildees de anaacutelise do equipamento podem ser visualizadas naTabela 3

O gaacutes heacutelio foi utilizado como a fase moacutevel com o fluxo na coluna de 13

mLmin A temperatura do injetor foi 300degC e o volume injetado foi de 2μl no modo

splitless A temperatura da interface (EM) foi 300degC

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM

Fase Moacutevel (Gaacutes de arraste) Heacutelio

Vazatildeo na coluna 13 mLmin

Temperatura do injetor 300 degC

Detector EM

Temperatura do detector 300 degC

Temperatura da interface 300 degC

Temperatura inicial 50 degC

Volume de injeccedilatildeo 2 microL

Modo de injeccedilatildeo Splitless

Modo de detecccedilatildeo (EM) SIM

Fonte Elaborada pela autora

Os marcadores moleculares de interesse foram identificados com base no tempo

de retenccedilatildeo e na razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado (Apecircndice A B e C) Aleacutem disso

as identidades dos compostos foram confirmadas pelo uso da biblioteca National

Institute of Standards and Technology 05 (NIST05)

42

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

463 Controle de Qualidade

Todas as etapas realizadas em laboratoacuterio foram acompanhadas por

procedimentos criteriosos de controle de qualidade A fim de eliminar problemas de

contaminaccedilatildeo foram analisados brancos da coluna e dos solventes usados na etapa de

extraccedilatildeo A limpeza de vidrarias foi um dos focos na preparaccedilatildeo do material usado em

43

todas as etapas de determinaccedilatildeo dos analitos de interesse Primeiramente as vidrarias

foram deixadas em banho de detergente (extran a 20 vv) por pelo menos 12 horas

sendo em seguida abundantemente enxaguada em aacutegua corrente aacutegua destilada e entatildeo

colocada em banho de aacutecido niacutetrico (HNO3 a 5vv) por 12 horas Em seguida as

vidrarias foram novamente enxaguadas em aacutegua corrente aacutegua destilada e por fim

mantidas em estufa a 200degC por um periacuteodo de no miacutenimo 12 horas

A quantificaccedilatildeo dos analitos foi realizada usando uma curva de calibraccedilatildeo de

cinco pontos pelo meacutetodo do padratildeo interno Baseado na curva de calibraccedilatildeo a faixa de

trabalho variou de 0-5000 ppb para os HPAs e os HAs e de 0-1324 ppm para os

biomarcadores com R2 de 09783 a 09999 para os HPAs (APEcircNDICE A) 09351 a

09941 para os biomarcadores (APEcircNDICE B) e 09873 a 09999 para os alcanos

(APEcircNDICE C)O limite de detecccedilatildeo variou de 0538 ndash 8579 ngg-1

para os

biomarcadores 2155 ndash 6147 ngg-1

para os n-alcanos e 7214 ndash 9597 ngg-1

para os

HPAs Os limites de quantificaccedilatildeo variaram de 1631 ndash 25997 ngg-1

para os

biomarcadores 6531 ndash 18628 ngg-1

para os n-alcanos e 21860 ndash 29082 ngg-1

Esses

paracircmetros foram calculados pela anaacutelise da injeccedilatildeo do branco de coluna (n=9) que daacute

origem a razatildeo de sinal-ruiacutedo (SN) de 3 e 10

A eficiecircncia do meacutetodo de extraccedilatildeo dos compostos do sedimento foi avaliada

atraveacutes do estudo de recuperaccedilatildeo de padrotildees surrogates relacionando-se a quantidade

de padratildeo adicionado no iniacutecio do procedimento com a quantidade extraiacuteda e

quantificada ao teacutermino do processo (IUPAC 2002)

Os padrotildees surrogates satildeo substacircncias que possuem natureza semelhante ao do

analito de interesse (especialmente Kow e Koc) de modo que apresentam tempo de

retenccedilatildeo diferente doanalito investigado (RIBANI et al 2004) Neste trabalho foram

utilizados versotildees dos compostos modificados isotopicamente e a adiccedilatildeo agrave amostra e

aos brancos foi feita no iniacutecio da etapa de extraccedilatildeo As concentraccedilotildees foram corrigidas

de acordo com a recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogates

Para Ribani et al(2004) os limites inferiores e superiores para recuperaccedilatildeo

sugerida pela literatura e aceita internacionalmente compreende o intervalo entre 70 a

120 Para Denoux e Wang (1998) este intervalo eacute bem aceito entre 40 a 120

enquanto que USEPA (1994) admite valores entre 30 a 115 Para este trabalho os

intervalos satisfazem as faixas sugeridas pela literatura (Tabela 4)

44

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate

Padrotildees Surrogate Meacutedia de

Recuperaccedilatildeo

Naftaleno-d8 5809

Fenantreno - d10 11576

Criseno-d12 11971

Perileno-d12 4245

Triacontane-d62 8380

Fonte Elaborada pela autora

45

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica

511 Sedimentos Superficiais

A anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais estaacute demonstrada na

Figura 15 A granulometria foi dividida em trecircs fraccedilotildees cascalho areia e finos

(lama)Os sedimentos superficiais apresentaram predominacircncia na fraccedilatildeo areia da estaccedilatildeo

ACR1 mais a montante ateacute a estaccedilatildeo ACR9 com meacutedia de 7769plusmn1448Vale ressaltar que

nas estaccedilotildees ACR 8 e ACR9 a fraccedilatildeo dos finos apresentou um destaque maior com valores

de 3476 e 4658 respectivamente Somente na estaccedilatildeo ACR10 a fraccedilatildeo dos finos

ultrapassou a fraccedilatildeo areia correspondendo a 75 da granulometriaO teor de carbono

orgacircnico (CO) apresentou-se inferior a 1 na maioria das estaccedilotildees com meacutedia de

044plusmn025 Somente a estaccedilatildeo ACR10 obteve o conteuacutedo de CO maior que 1 com valor

de 187

Com relaccedilatildeo ao potencial de acumulaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica nos sedimentos aqueles

com material mais fino em sua composiccedilatildeo (silte e argila) apresentam maior superfiacutecie de

contato permitindo um maior acuacutemulo de mateacuteria orgacircnica o qual pode ter relaccedilatildeo

dependendo da concentraccedilatildeo com fontes antroacutepicas (KARICKHOFF et al1979

TREMBLAY et al 2005 CHEN et al 2011) Jaacute sedimentos com predominacircncia de material

arenoso em sua composiccedilatildeo tendem a apresentar uma reduccedilatildeo no potencial de adsorccedilatildeo de

carbono orgacircnico dificultando o acuacutemulo de compostos orgacircnicos persistentes Nas amostras

superficiais do rio Acarauacute a CO teve uma alta correlaccedilatildeo com a fraccedilatildeo dos finos com um

coeficiente de Spearman (plt005) igual a 0903

O conteuacutedo de carbonato de caacutelcio (CaCO3) variou bastante ao longo do rio com

meacutedia de 320plusmn463 natildeo observando-se um padratildeo de variaccedilatildeo O maior valor de CaCO3 foi

relativo a estaccedilatildeo ACR10 que localiza-se no estuaacuterio do rio Acarauacute com 1556 e foi

relacionado com a presenccedila de carapaccedilas de organismos que sintetizam CaCO3

46

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais

AC

R 1

AC

R 2

AC

R 3

AC

R 4

AC

R 5

AC

R 6

AC

R 7

AC

R 8

AC

R 9

AC

R 1

0 --

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Porc

enta

gem

gra

nulo

met

ria

Finos

Areia

Cascalho

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

CO()

CaCO3 ()

Porcen

tagem

CO

e CaC

O3

Fonte Elaborado pela autoraCO= carbono orgacircnico CaCO3=carbonato de caacutelcio finos = gratildeos lt

0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm cascalho=gratildeosgt2mm

Como estudo complementar foi feita a anaacutelise granulomeacutetrica dos finos (silte+argila)

das amostras ACR8 ACR9 e ACR10 A fraccedilatildeo de silte grosso predominou entre as fraccedilotildees

finas nas trecircs estaccedilotildees como pode ser observado na

Tabela 5

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9

e ACR10 (porcentagem)

Estaccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

ACR8 279 149 053 2995 6524

ACR9 490 493 252 3424 5342

ACR10 494 313 154 6585 2454

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

512 Sedimentos do testemunho

47

O resultado da anaacutelise granulomeacutetrica do testemunho pode ser observado na Figura 16

e Tabela 6 Nota-se que do topo ateacute 30cm temos a predominacircncia da fraccedilatildeo areia com

porcentagem meacutedia de 6993plusmn1429 apoacutes essa camada a fraccedilatildeo dos finos (silte e argila)

predomina com porcentagem meacutedia de 7675plusmn1442

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar

Fonte Elaborada pelo autora finos = gratildeos lt 0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm

cascalho=gratildeosgt2mm

Alteraccedilotildees na dinacircmica deposicional dos sedimentos do rio Acarauacute ao longo do tempo

podem explicar a mudanccedila no tamanho do gratildeo depositado observada na distribuiccedilatildeo

granulomeacutetrica Isso pode ser explicado pela mudanccedila da hidrodinacircmica do estuaacuterio ou pela

entrada de material terriacutegeno com um maior teor de finos Em relaccedilatildeo a hidrodinacircmica a

alternacircncia entre camadas de sedimento mais finos e camadas de sedimento mais grossos

podem ser relacionados com periacuteodos de baixa energia e periacuteodos de alta energia

respectivamente Durante eventos de alta energia como por exemplo nas cheias do rio o

sedimento depositado no registro histoacuterico eacute caracterizado por material mais grosseiro

transportado como carga de fundo e depositado no local (MITRA et al 1999 BAacuteBEK et al

2011) Por outro lado uma possivel fonte de sedimentos finos para o local pode ser

relacionada com a construccedilatildeo de barragens e passagens secas Uma importante barragem

construiacuteda recentemente (1980-2000) eacute a barragem de Santa Rosa da qual o processo de

construccedilatildeo pode ter sido uma fonte de sedimentos finos para este local

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Porcentagem

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Finos

Areia

Cascalho

48

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho

AMOSTRAS Tipo de sedimento

0-5 cm Areia Lamosa

5-10 cm Areia Lamosa 10-15 cm Areia Lamosa

15-20 cm Areia

20-25 cm Areia 25-30 cm Areia Lamosa

30-35 cm Lama Arenosa

35-40 cm Lama 40-45 cm Lama

45-50 cm Lama

50-55 cm Lama 55-60 cm Lama Arenosa

Fonte Elaborada pela autora

Em relaccedilatildeo ao teor de carbono orgacircnico temos que do topo ateacute a profundidade de 25

cm a CO foi inferior a 1 com meacutedia de 060plusmn03 com valor miacutenimo de 017 no

intervalo de 20-25 cm (Figura 17) A partir de 25 cm houve um aumento da CO em relaccedilatildeo

as camadas superiores com meacutedia de 174plusmn04 atingindo o valor maacuteximo de 218 no

intervalo de 35-40 cm o que estaacute de acordo com o maacuteximo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos

finos

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho

Fonte Elaborada pela autora

Porcentagem

0 1 2 3 4 5 6 7

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

CO()

CaCO3 ()

Porcentagem

00 04 08 12 16

Pro

fundid

ade (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

AH ()

AF()

49

O teor de carbonato de caacutelcio apresentou um decliacutenio do topo ateacute a profundidade de 20

cm com meacutedia de 386plusmn25 (Figura 17) No intervalo de 15-30 cm foi verificada a ausecircncia

do CaCO3 Nas camadas seguintes o conteuacutedo de carbonato voltou a aumentar com meacutedia de

35plusmn108

No testemunho os aacutecidos huacutemicos (AH) variaram de nd a 009 mgg de sedimento

enquanto que os aacutecidos fuacutelvicos (AF) variaram de nd a 036 mgg de sedimento O perfil de

zig-zag dos AF representa as eacutepocas de cheias e estiagem as quais o rio Acarauacute foi submetido

Os aacutecidos huacutemicos possuem maior conteuacutedo de C e menor de O e consequentemente uma

massa maior que os aacutecidos fuacutelvicos (HUR E SCLAUTMAN 2004) e constituem os dominios

hidrofiacutelicos-hidrofoacutebicos das substacircncias huacutemicas (BALDOTTO E BALDOTTO 2014) Com

o grau de polimerizaccedilatildeo relativamente maior dos aacutecidos huacutemicos eacute possiacutevel constatar um

estaacutegio mais avanccedilado de humificaccedilatildeo Entretanto os aacutecidos fuacutelvicos conteacutem mais

agrupamentos ndash COOH por unidade de massa em relaccedilatildeo aos aacutecidos huacutemicos e juntamente

com a soma dos grupamentos fenoacutelicos caracterizam maior acidez total apresentando maior

capacidade de troca catiocircnica (CTC) que os aacutecidos huacutemicos e por sua vez contendo domiacutenios

predominantemente hidrofiacutelicos (BALDOTTO E BALDOTTO 2014)

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

A avaliaccedilatildeo dos HA tanto nos sedimentos superficiais do rio Acarauacute como no perfil

sedimentar do estuaacuterio fornece informaccedilotildees sobre o registro das entradas de contaminaccedilatildeo por

efluentes domeacutesticos ou induacutestria ou ateacute mesmo da entrada natural por plantas terrestres aleacutem

da variaccedilatildeo na predominacircncia de certas fontes ou emissotildees localizadas irregularmente

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais

A maioria dos hidrocarbonetos alifaacuteticos resolvidos consistiram na seacuterie de n-alcanos

n-C10 - n-C38 O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

nos sedimentos superficiais ao longo do curso do

rio Acarauacute com uma meacutedia de 540577 ngg-1

(Tabela 7) A concentraccedilatildeo maacutexima de n-

alcanos (843246ngg-1

) foi observada na estaccedilatildeo ACR10 enquanto que a miacutenima foi na

estaccedilatildeo ACR7 (265474 ngg-1

)

50

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute

n-alcanos (ngg-1) ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

nC10 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 3424 307

nC11 ltLD 5890 6064 1218 14309 7645 12237 2694 1526 18434

nC12 1951 7781 5894 4141 14120 12170 1718 3212 1723 15123

nC13 4886 14468 16556 4357 30059 15721 1580 4142 4192 24523

nC14 26565 26233 35804 31402 54307 2896 3808 24086 844 36334

nC15 99394 15093 5198 13974 5352 6492 23587 6499 755 13816

nC16 17427 30598 44496 73637 52651 51700 8490 45561 1148 36096

nC17 142438 11973 6196 33361 8879 13577 15288 9106 1741 9891

pristano 24510 4106 1398 4176 3650 1413 3560 780 282 1891

nC18 2340 1371 13361 27980 2394 1180 5339 15457 207 13419

fitano 12402 1923 2485 6067 444 694 2053 866 2280 4055

nC19 2310 2860 2681 5296 3695 5489 8122 3220 4702 4347

nC20 14636 6805 1150 6036 2151 1016 3899 11709 2954 7642

nC21 13008 2859 3073 4513 2290 6976 3998 3818 2187 1989

nC22 6569 3783 2747 2560 3058 2776 3567 7547 3098 3583

nC23 8881 3667 2573 4578 3898 9760 3565 4718 9975 8802

nC24 5682 1906 2475 2926 4685 9071 2470 5961 3545 1470

nC25 6469 2718 2805 4472 4207 9592 7449 6051 7351 6869

nC26 7009 4212 3310 9997 6440 12689 4166 10171 4154 27775

nC27 4279 10601 5573 9928 12071 4408 2278 16568 5390 32450

nC28 12884 9724 5993 26968 15852 20295 9397 18032 4941 80334

nC29 12785 29506 9674 29432 26932 27529 3527 46014 44705 88287

nC30 26161 77686 7527 30407 25114 19331 12801 143288 15249 73360

nC31 39329 2019 8667 40320 27357 23302 5787 174533 69600 84858

nC32 33418 24479 7488 26586 22070 15643 9006 68769 59656 46916

nC33 20722 8318 8576 27395 20880 2679 25167 83597 62714 55489

nC34 51234 9563 7115 22467 19116 5117 13680 23557 22893 35672

nC35 23685 15228 145541 12688 19927 11349 59884 40644 26372 53232

nC36 44587 109780 9787 9755 11169 7534 3956 56001 172491 51181

nC37 29061 1315 3067 37630 50413 1252 3832 2265 73385 2766

nC38 9567 ltLD ltLD ltLD ltLD 13527 1263 ltLD 13452 2333

sumAlcanos (ngg-1) 704190 446465 377274 514269 467491 322822 265474 838866 626935 843246

Fonte Elaborado pela autora ltLD= menor que o limite de detecccedilatildeo

Os perfis de n-alcanos das amostras superficiais podem ser observados na Figura 18

Na amostra ACR1 predominaram os homoacutelogos n-C15 e n-C17 Na estaccedilatildeo ACR2

predominaram os alcanos n-C30 e n-C36 Na ACR3 ACR6 e ACR7 predominou o alcano n-

C35 Nas estaccedilotildees ACR4 e ACR5 predominou o homoacutelogo n-C16 Na ACR9 houve a

presenccedila de n-alcanos com peso molecular maior com destaque para a alta concentraccedilatildeo de n-

C36 Nas estaccedilotildees ACR8 e ACR10 houve uma maior concentraccedilatildeo dos n-alcanos com peso

molecular maior sem predominacircncia de iacutempares ou pares

51

Fonte Elaborada pela autora

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR1

n-alcanos

ACR2

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR3

n-alcanos

ACR4

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR5

n-alcanos

ACR 6

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR7

n-alcanos

ACR8

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR9

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

n-alcanos

ACR10

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

52

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio Acarauacuteem ngg-1

n-alcanos (ngg-1) 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

nC10 ltLD 405 678 063 548 2514 1156 1464 623 549 069 243

nC11 ltLD 2705 13191 319 470 28398 9705 19712 ltLD 2478 6781 1422 nC12 ltLD 2823 2513 861 3139 4583 1187 365 2799 ltLD 2701 854

nC13 ltLD 625 1245 793 1961 1793 1215 1742 1103 1904 1976 1272

nC14 1434 1121 4093 1077 2019 2224 734 1880 1817 24924 2558 792 nC15 2658 3286 8452 4383 12533 12717 3252 9060 7736 4238 10333 9228

nC16 4929 23397 12156 3709 5982 5389 2924 4553 5464 4454 11591 10548

nC17 1837 6583 5735 6010 13641 11857 1990 5984 9530 2741 6946 11837

pristano 2559 2694 3837 961 2782 1889 1638 2346 1466 480 2840 1350

nC18 699 19312 1352 678 1012 1218 826 1247 460 554 1668 1417

fitano 658 1744 1197 246 5602 1324 378 1173 479 701 1624 1576 nC19 3749 1043 8135 3208 7058 6771 2416 5873 3701 1675 6231 7228

nC20 1226 2061 1654 1411 2138 2706 462 12819 868 908 2068 3889

nC21 2291 3702 3691 1621 2128 2580 2022 2411 2032 1165 3746 2352 nC22 1677 2326 3638 1914 3219 2061 1231 2416 2226 1034 1419 5059

nC23 1414 2469 7173 943 3505 2584 1170 3014 4234 1453 3598 3848

nC24 1088 3164 2341 761 2927 870 1370 697 1713 832 1574 4633 nC25 786 6004 3979 1896 4559 4333 635 2439 2710 620 1980 4628

nC26 1913 6277 3119 1552 2523 2364 1408 2148 1121 994 2383 3487

nC27 1634 12408 1438 1085 2284 1677 1179 3644 1949 2626 1839 5740 nC28 1462 11790 1322 832 2567 2932 1260 1579 2626 1087 897 7236

nC29 1699 26404 23058 1353 2372 4427 1610 1961 1618 1440 2245 10850

nC30 750 14993 1647 1101 3243 3106 3693 7261 1794 4019 1299 1017 nC31 3341 26952 8481 1635 1798 3038 3015 7002 3857 4242 5005 6071

nC32 2979 12723 15380 869 1656 2702 2691 2404 5916 1444 919 2117

nC33 1057 18736 38115 1339 3752 3029 977 4288 954 2445 4371 1947 nC34 1983 44912 9230 932 1088 2515 11265 13922 1239 687 5477 2957

nC35 1798 18222 2955 404 222 ltLD 215 139 1629 703 1474 636

nC36 720 58593 302 ltLD 162 458 5491 1427 1391 ltLD 4462 14808 nC37 1987 40245 673 1165 1345 540 747 2466 4168 1981 1650 9181

nC38 2504 48447 ltLD 4600 3080 ltLD 723 421 616 ltLD 2432 20103

sumAlcanos (ngg-1) 50830 426167 190778 47720 101316 122600 68585 127855 77842 72380 104155 158327

Fonte Elaborado pela autora

53

522 n-alcanos no testemunho sedimentar

O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10 - C38 variou de 47720 ngg-1

(15-20 cm) a 426167 ngg-1

(5-10 cm) nos sedimentos das seccedilotildees do testemunho com uma

meacutedia de 129046 ngg-1

(Tabela 8) A concentraccedilatildeo de n-alcanos totais foi aumentando em

direccedilatildeo ao topo com um pico na profundidade 5-10 cm

523 Biomarcadores do petroacuteleo

5231 Sedimentos superficiais

A maioria das estaccedilotildees apresentou a presenccedila da seacuterie de hopanos e esteranos As

concentraccedilotildees dos 5 hopanos e 5 esteranos identificados e quantificados nas amostras de

sedimento superficial estatildeo naTabela 9

Nas amostras de sedimento superficial a concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD

(ACR3) a 6787 μgg-1

(ACR6) com destaque para o C29-hopano (NH) (Tabela 9) As

estaccedilotildees ACR1 ACR4 e ACR6 tiveram os maiores valores de sumHop Por outro lado os

esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 2327 μgg-1

(ACR4) com destaque para o

C28αββ (SR)(Tabela 9) A estaccedilatildeo ACR4 apresentou o maior valor para sumEster com

predominacircncia dos compostos C28αββ (SR)e C29αββ (SR)

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

BIOMARCADORES ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

17α(H)-222930 - trisnorhopano 051 ltLD 040 576 519 310 411 373 252 106

17α(H)21β(H)-30-norhopano 5470 1214 ltLD 3860 2610 6787 569 3985 2387 116

17α(H)21β(H) - hopano 2420 ltLD 548 510 ltLD 2867 389 600 553 412 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 1356 1928 ltLD 2062 690 2605 ltLD 527 1066 1541

17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 1109 250 1010 2308 2049 1921 1358 307 1792 2348

ααα - colestano 044 ltLD ltLD ltLD 031 023 ltLD ltLD 143 02 αββ- colestano 061 094 ltLD 158 664 291 ltLD ltLD 284 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD ltLD 2327 ltLD 1479 ltLD ltLD ltLD 258

ααα - 20R 24R - etilcolestano 449 064 ltLD 634 104 371 ltLD 072 650 ltLD αββ - 20R 24R - etilcolestano 125 152 1156 1643 ltLD 036 ltLD 262 060 534

sumBiomarcadores 11085 3748 2757 14089 6666 16690 2737 6127 7188 5338

sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 ltLD 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

5232 Testemunho

No testemunho o somatoacuterio dos biomarcadores (sumBiomarcadores) estudados variou

de 3286 μgg-1

(45-50 cm) a 10071μgg-1

(40-45 cm) (

54

Tabela 10) A concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD a 3662 μgg-1

(30-35 cm)

com destaque similar aos sedimentos superficiais para o C29-hopano (NH) No perfil de

concentraccedilatildeo podemos observar dois picos de concentraccedilatildeo maacutexima em 10-15 cm e 40-45

cm de profundidade Por outro lado os esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 6

μgg-1

(55-60 cm) com destaque para o C29αββ (SR) O sumEster teve um maacuteximo em 10-15

cm e um miacutenimo em 15-20 cm

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

)

BIOMARCADORES 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

17α(H)-222930 - trisnorhopano 461 265 155 254 135 099 198 228 418 ltLD 316 212 17α(H)21β(H)-30-norhopano 2270 2707 2404 1950 1474 839 3662 1502 2164 741 2687 2651

17α(H)21β(H) - hopano 1238 067 1163 188 320 688 257 771 1469 409 096 1004 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 2135 286 1934 868 460 674 ltLD 1274 2454 1769 999 ltLD 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 500 104 2638 320 791 1557 1908 1505 2878 037 1797 864

ααα - colestano ltLD ltLD 050 ltLD ltLD ltLD 095 114 045 050 ltLD 021 αββ- colestano 334 415 207 041 ltLD ltLD 284 148 039 ltLD 371 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD 326 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ααα - 20R 24R - etilcolestano ltLD ltLD 044 120 ltLD 121 ltLD 034 ltLD ltLD 113 056 αββ - 20R 24R - etilcolestano 433 225 243 ltLD 220 176 205 103 596 280 242 603

sum Biomarcadores 7385 4068 9164 3790 3419 4172 6610 5679 10071 3286 6625 5428 sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747 sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos

As concentraccedilotildees individuais dos 56HPAs identificados e quantificados nos

sedimentos superficiais e no testemunho assim como as razotildees diagnoacutesticas usadas nesse

estudo para a identificaccedilatildeo das possiacuteveis fontes estatildeo na Tabela 11 e no Apecircndice A

respectivamente

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais

As concentraccedilotildees totais dos 56 HPAs (sumHPA56) analisados variaram de 42740 ngg-1

(ACR3) a 515073 ngg-1

(ACR8) (Tabela 11) nos sedimentos superficiais O somatoacuterio dos

16 HPAs prioritaacuterios da USEPA foi expresso como sumHPA16 e variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720 ngg-1

(ACR5) Em geral as concentraccedilotildees de HPAs depedem da

localizaccedilatildeo das fontes em relaccedilatildeo as estaccedilotildees como proximidade de um porto uma regiatildeo

densamente habitada ou uma regiatildeo industrial As maiores concentraccedilotildees foram observadas

em ACR4 ACR5 ACR7 ACR8 e ACR9 E as menores concentraccedilotildees foram observadas em

ACR1 ACR3 e ACR6

55

Essas concentraccedilotildees elevadas tiveram dois principais compostos responsaacuteveis a seacuterie

de naftalenos e o dibenzo(a)antraceno

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

)

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAs

2 a

neacuteis

Naftaleno 3089 417 1537 32992 ltLD 4460 ltLD 54058 ltLD 2573

2-metilnaftaleno ltLD ltLD 646 7208 ltLD 1177 ltLD 8631 ltLD 780

1-metilnaftaleno ltLD ltLD 100 4468 ltLD ltLD ltLD 7021 ltLD 464

16-dimetilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 1983

12-dimetilnaftaleno 958 1046 4177 12420 6880 992 ltLD 12257 ltLD 2237

235-trimetilnaftaleno 6178 ltLD ltLD 87821 ltLD 5936 ltLD 129316 10908 1401

Bifenil ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 676 ltLD 180 ltLD 492

3 a

neacuteis

Acenaftileno ltLD 141 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno 910 ltLD ltLD 1556 ltLD 1110 ltLD 2202 1638 336

1-metilfluoreno 281 188 078 057 084 066 077 286 108 066

Fenantreno 1460 1463 1739 1817 1462 1498 200 1407 2127 1241

Antraceno 540 464 543 502 456 1474 1112 330 503 830

Carbazole 5176 1632 2275 5096 1920 4456 1631 4190 4962 3112

9-etil-10-metilfenantreno 046 060 200 046 785 037 018 013 158 055

4 a

neacuteis

Fluoranteno 758 155 306 768 224 547 150 577 803 871

Pireno 1051 612 885 1214 331 846 222 1170 1343 1213

1-metilpireno 740 231 240 240 539 205 221 303 220 268

Benz(a)antraceno 561 354 569 1452 749 424 391 282 361 600

Trifenileno 3765 133 140 1033 372 208 179 109 149 1848

Criseno ltLD ltLD 070 1401 111 169 463 ltLD 099 784

6-metilcriseno 1764 286 294 323 847 251 628 222 494 566

6-etilcriseno 4188 257 431 371 493 232 217 741 197 341

5 a

neacuteis

Benz(b)fluoranteno 3723 935 850 1335 1103 901 542 562 825 5356

Benzo(k)fluoranteno 2198 1314 1600 1214 1891 1626 1289 1039 1413 4302

Benzo(e)pireno 2402 1576 1451 1259 1720 1234 1442 863 1285 15825

Benzo(a)pireno 2569 1942 1228 1706 1789 1825 1224 1155 1693 2581

Perileno 866 1068 2751 1234 768 433 497 675 1329 16784

Dibenzo(ah)antraceno ltLD 97858 ltLD ltLD 190387 ltLD 181447 30111 ltLD ltLD

6

an

eacuteis

Indeno(123-cd)pireno 2992 2137 2373 4330 7459 3794 5025 1046 1575 16385

Benzo(ghi)perileno 2044 3049 2444 2710 1759 1665 1220 3570 13969 2308

HPAs alquilados

sum C1-C4 naftalenos ltLD 4692 6153 137453 5202 8616 ltLD 243020 321927 9378

sum C1-C3 fluorenos ltLD 1130 1436 833 133 749 ltLD 1104 3770 8758

sum C1-C4 fenantrenos ltLD 779 1014 ltLD 1578 ltLD 418 874 1788 5429

sum C1-C4 pirenos 3116 944 4595 1863 4619 1379 1913 2635 3515 9068

sum C1-C3 crisenos 2356 ltLD 1627 490 2157 ltLD 625 3937 2283 6862

HPAs sulfurados

Dibenzotiofeno 366 823 968 730 ltLD 926 ltLD 886 305 396

46-dimetildibenzotiofeno 163 057 ltLD 193 054 ltLD ltLD 069 790 338

Dibenzofurano 108 259 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 199 ltLD ltLD

sum C1-C4 dibenzotiofenos ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 2196 1997

Paracircmetros

sum HPAs16 21929 110878 14143 52998 207720 20339 193285 97542 26349 39381

sum HPAs56 54402 126039 42740 316136 235871 47937 201161 515073 382732 127828

sum HPAs alquilados 5472 7545 14825 140639 13689 10744 2957 251570 335479 41491

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 5999 2486 3819 36868 1917 8542 1311 57997 4268 4980

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 15930 108392 10324 16130 205803 11796 191974 39545 22081 34401

Fonte Elaborada pela autora

Apesar do ΣHPA16 (14143 - 207720 ngg-1

) no rio Acarauacute estaacute abaixo dos niacuteveis

encontrados em regiotildees com intensa atividade urbana ou ateacute mesmo atividade portuaacuteria como

as cidades de Montevideo e Xinxiang os niacuteveis encontrados estatildeo proacuteximos de aacutereas urbanas

e rurais como o Rio Durance (Franccedila) e a regiatildeo metropolitana de Curitiba (

56

Tabela 12) Segundo Benlahcer e colaboradores (1997) os sedimentos com ΣHPAs ateacute

250 ngg-1

satildeo considerados como levemente poluiacutedos entre 250 e 2000 ngg-1

satildeo

considerados moderadamente poluiacutedos e acima de 2000 ngg-1

satildeo considerados altamente

poluiacutedos Desta forma podemos classificar os sedimentos das estaccedilotildees ACR1 ACR3 e ACR6

como levemente poluiacutedas e a estaccedilatildeo ACR 5 como altamente poluiacuteda ficando o restante

classificado como moderadamente poluiacutedo

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo

nos uacuteltimos cinco anos

Local Atividade Variaccedilatildeo de

sumHPAs (ngg)

ndeg de HPAs

estudados Referecircncia

Rio Iguaccedilu Curitiba Brasil Aacuterea urbana e industrial 131 - 1713 16 LEITE et al 2011 Mar Egeu Mediterracircneo Aacuterea urbana e industrial lt415 - 405 14 KUCUKSEZGIN et al 2012

Delta do Rio Amarelo China Exploraccedilatildeo de petroacuteleo

agricultura e pesca 27-753 16 YUAN et al 2014

Estuaacuterio do Rio da Prata Uruguai Aacuterea urbana e industrial 196-65501 16 VENTURINI et al 2015

Xinxiang China Aacuterea industrial 4450 - 29000 15 FENG et al 2016 Rio Cocoacute e Cearaacute Fortaleza Brasil Aacuterea urbana 3488 ndash 301716 54 OLIVEIRA 2016

Porto do Mucuripe Fortaleza Cearaacute Aacuterea portuaacuteria 6527 - 6833354 54 OLIVEIRA 2016

Baiacutea de Paranaguaacute Aacuterea urbana e portuaacuteria ltLD - 572 16 DE ABREU-MOTA et al 2014

Baia de Laranjeiras Brasil Aacuterea de conservaccedilatildeo e

recreaccedilatildeo 385 - 892 - MARTINS et al 2012

Rio Durance Franccedila Agricultura 57ndash1528 16 KANZARI et al 2015 Rio Jaguaribe Agricultura carcinicultura 069 a 375202 16 ANDRADE 2012

Rio Pacoti Carcinicultura aacuterea de

conservaccedilatildeo aacuterea urbana 119512 - 290625 16 FERNANDES 2013

Rio Acarauacute Agricultura carcinicultura 14143 - 207720 16 Presente estudo

Fonte Elaborada pela autora

Em contrapartida podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs satildeo

relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente Dessa forma esses compostos satildeo os maiores responsaacuteveis pelo

niacutevel de contaminaccedilatildeo na regiatildeo

57

Fonte Elaborada pela autora baseado em LIMA et al 2005N F Fl D e C correspondem a naftaleno fenantreno fluoreno dibenzotiofeno e criseno respectivamente

0-4 representam o nuacutemero do carbono dos grupos alquilados nas seacuteries homologas de HPAs alquilados BF a BghiP correspondem aos outros 15 HPAs prioritaacuterios pela

USEPA Atenccedilatildeo para as diferentes escalas do eixo Y

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

) ACR1

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR2

DahA0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

ACR3

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR4

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0102030405060708090

100

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR5

DahA0

1000

2000

Co

nce

ntr

accedilatildeo

(ng

g)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR6

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR7

DahA0

1000

2000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

04080

120160200240280320360400

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR8

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

1500

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR9

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

1000

2000

3000

Concentr

accediloم

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR10

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio Acarauacute

58

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho

As concentraccedilotildees individuais dos HPAs variaram de ltLD a 6181 ngg-1

enquanto que

o sumHPAs16 variou de 13197 ngg-1

(5-10 cm) a 685419 ngg-1

(35-40 cm) (Figura 20 e

Apecircndice A) A distribuiccedilatildeo dos HPAs foi dominada pelo dibenzo(ah) antraceno e pela seacuterie

de naftalenos alquilados com esses compostos correspondendo de 10-75 e 2-77 do total

de HPAs respectivamente Esse mesmo domiacutenio foi observado nos sedimentos superficiais

ao longo do curso do rio Acarauacute

Podemos observar que a concentraccedilatildeo de HPAs cresce nas camadas mais profundas do

testemunho contrariando a tendecircncia observada em outros trabalhos de uma maior

concentraccedilatildeo dos HPAs nos sedimentos superficiais que correlaciona-se com o aumento da

taxa de ocupaccedilatildeo da regiatildeo (MACHADO et al 2014) Esse padratildeo de variaccedilatildeo com um pico

de HPAs em seccedilotildees mais profundas foi observado em vaacuterios trabalhos (SUN E ZHANG

2012 DUAN et al 2015) e foi atribuido a mudanccedila na fonte de energia utilizada pela

populaccedilatildeo do local Na bacia do rio Acarauacute o uso de carvatildeo vegetal pelas induacutestrias de

cimento foi estimulado pelo Governo Federal por causa da crise internacional do petroacuteleo na

deacutecada de 70 (SEMACE 1998) Durante vinte anos essa praacutetica foi uma praacutetica comum que

devastou a caatinga na regiatildeo e que teve seu registro nos sedimentos do estuaacuterio do Acarauacute

59

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio

Acarauacute

FLTR

0 10 20 30 40 50 60

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

HPAs16

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000 8000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

NAF

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 10 20 30 40

FEN

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 5 10 15 20 25 30

CRI

0 10 20 30 40 50

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

ANT

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2 4 6 8 10 12

Pir BaA

0 5 10 15 20 25 30

BbF

0 20 40 60 80 100120140160180

BkF

0 20 40 60 80 100

BeP

0 100 200 300 400 500

BaP

0 50 100 150 200 250 300 350

PER

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 200 400 600 800

DahA

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5 IcdP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100120140

BghiP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100 120

PIR

0 10 20 30 40 50

Fonte Elaborado pela autora

60

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute

Para a determinaccedilatildeo de fontes dos hidrocarbonetos nos sedimentos superficiais do rio

Acarauacute foram utilizadas as razotildees diagnoacutesticas na Tabela 13

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos

sedimentos superficiais do rio Acarauacute

Hidrocarbonetos Razotildees diagnoacutesticas ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAS

sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 073 098 073 030 099 058 099 041 084 087

BaA(BaA +Cri) 094 091 089 051 087 071 046 089 078 043

IP(IP+BghiP) 059 041 049 062 081 069 080 023 010 088

FenAnt 270 315 320 362 321 102 018 426 423 150

FltrPir 072 025 035 063 068 065 067 049 060 072

Per5 aneacuteis 795 103 5364 2238 039 774 027 200 2548 5981

Alcanos

CPI (15-19) 1237 129 039 088 048 093 532 048 494 082

CPI (25-33) 081 044 122 105 113 090 103 128 197 109

n-C27+ n-C29+n-C31 56393 42127 23914 79680 66360 55239 11592 237116 119695 205595

Isoprenoacuteides

nC17Pr 581 292 443 799 243 961 429 1168 618 523

nC18Fit 019 071 538 461 539 170 260 1785 009 331

PrFit 198 214 056 069 822 203 173 090 012 047

Biomarcadores sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 010 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

Jaacute para a caracterizaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos no testemunho sedimentar do

estuaacuterio do rio Acarauacute foram utilizadas as razotildees apresentadas na Tabela 14

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o

rio Acarauacute

Razotildees diagnoacutesticas 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

sum HPAs (4-6 aneacuteis)

sum HPAs16 095 072 096 089 057 061 090 100 098 099 099 099

Per5 aneacuteis 6426 3265 7752 415 2883 583 8920 021 2970 031 073 069

BaA(BaA+Cri) 066 088 013 085 088 094 097 073 062 074 034 095

IP(IP+BghiP) 065 056 042 056 052 041 048 084 027 051 035 017

FenAnt 398 153 209 187 274 685 484 222 204 267 017 196

FltrPir 125 090 097 119 061 170 015 227 391 058 063 111

CPI (15-19) 237 049 274 483 733 691 353 385 580 175 302 400

CPI (25-33) 114 120 254 146 135 121 038 071 100 147 154 178

n-C27+ n-C29+n-C31 6673 65765 32977 4074 6455 9142 5805 12606 7424 8308 9089 22661

nC17Pr 072 244 149 625 490 628 121 255 650 571 245 877

nC18Fit 106 1107 113 276 018 092 218 106 096 079 103 090

PrFit 389 154 321 391 050 143 433 200 306 068 175 086

sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747

sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas

Os hidrocarbonetos de origem antropogecircnica no meio ambiente acabam misturando-se

com outras fontes de background presentes na aacuterea impactada

61

Os hidrocarbonetos biogecircnicos satildeo originados por processos bioloacutegicos ou na

diagecircnese primaacuteria em sedimentos marinhos recentes As fontes biogecircnicas incluem plantas

terrestres fitoplancton animais bacteacuterias e macroalgas Uma forma de medir a contribuiccedilatildeo

biogecircnica na siacutentese dos alcanos eacute o iacutendice preferencial do carbono (IPC (25-33)) que indica a

contribuiccedilatildeo relativa das fontes naturais (IPC gt1 biogecircnicoterrestre) comparada com as

fontes antropogecircnicas (IPClt1 contaminaccedilatildeo por petroacuteleo) (EGLINTON E HAMILTON

1967 ABOUL-KASSIM E SIMONEIT 1995 VOLKMAN et al1992)

Outra caracteristica das fontes biogecircnicas eacute relacionada com os hidrocarbonetos

isoprenoacuteides onde a concentraccedilatildeo de pristano eacute maior do que a de fitano sugerindo a entrada

de mateacuteria orgacircnica fitoplantocircnica e a razatildeo PriFit gt1 ( tipicamente entre 3 e 5) enquanto

que a razatildeo de PriFit lt1 indica contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (WANG E FINGAS 2003 HU et

al 2011) Em sedimentos recentes as razotildees de Prin-C17 e Fitn-C18 lt1 indicam entrada

relativamente recente de oacuteleo enquanto que valores maiores que 1 juntamente com

concentraccedilotildees altas de hidrocarbonetos sugerem a presenccedila de oacuteleo degradado

(COMMENDATORE et al 2012 WANG et al 2015)

Aleacutem disso o perileno um HPA de 5 aneacuteis apresenta a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) com um valor maior que 10 para fontes diageneacuteticas (natural

biogecircnica) desse composto (SOCLO et al 2000 WANG et al 2014)

Por outro lado a presenccedila de biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) sugere

contaminaccedilatildeo petrogecircnica pois eles satildeo constituintes comuns do petroacuteleo e seus derivados

(WANG E FINGAS 2003)

Dessa forma essas caracteriacutesticas podem ser usadas para identificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo

das fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

5411 Sedimentos superficiais

O valor do IPC (15-19) variou de 039 (ACR3) a 1237(ACR1) (Tabela 13) De acordo

com esses valores nas estaccedilotildees ACR1 (1227) ACR7 (532) e ACR9 (494) as cadeias curtas

de n-alcanos apresentaram uma forte predominacircncia de cadeias com um numero iacutempar de

carbono em relaccedilatildeo as com nuacutemero par Em ACR1 o alto valor daacute-se devido as altas

concentraccedilotildees de n-C15 e n-C17 que indicam uma possiacutevel produccedilatildeo autoacutectone da mateacuteria

orgacircnica pois tais alcanos estatildeo relacionados com a atividade planctocircnica o mesmo ocorre

em ACR7 soacute que em menor proporccedilatildeo Apesar de possuir um alto valor de IPC (15-19) a

estaccedilatildeo ACR 9 natildeo apresenta valores significativos dos compostos n-C15 e n-C17 Esse alto

valor do IPC em ACR1 pode ser relacionado com a proximidade do accedilude Araras que eacute o

62

quarto maior accedilude do Cearaacute e fica a montante desta estaccedilatildeo A construccedilatildeo de reservatoacuterios

altera a circulaccedilatildeo do sistema fluvial que antes era loacutetico e passa para uma ambiente

intermediaacuterio entre loacutetico e lecircntico devido a circulaccedilatildeo vertical e horizontal originada pela

operaccedilatildeo da barragem (MARGALEF 1983) Esses reservatoacuterios recebem o aporte do

escoamento superficial perifeacuterico lanccedilamento de efluentes das comunidades circunvizinhas

aleacutem das atividades desenvolvidas no seu interior como a piscicultura (MARGALEF 1983)

Essas atividades fornecem nutrientes para o desenvolvimneto fitoplantocircnico o que explica os

altos valores dos n-alcanos caracteristicos da comunidade fitoplantocircnica

Fonte Elaborado pela autora

O valor do IPC (25-33) variou de 044 (ACR2) a 197 (ACR9) (Figura 21) Isso

demonstra que a maioria das estaccedilotildees natildeo apresentou perfis com predominacircncia de cadeias

longas com nuacutemero de carbono iacutempar ou par o que resulta na possiacutevel fonte de derivados do

petroacuteleo A estaccedilatildeo ACR9 apresentou o maior valor de IPC indicando uma maior

contribuiccedilatildeo das plantas terrestres superiores (EGLINTON E HAMILTON 1967) o que eacute

plausiacutevel visto a proximidade com o estuaacuterio

A origem do perileno um HPA de 5 aneacuteis eacute bastante controversa Em muitos

trabalhos a origem do perileno foi encontrada como diferente dos outros HPAs

(BUDZINSKY 1997 SOCLO et al 2000 CAVALCANTE et al 2008) O perileno pode

ser introduzido no ecossistema aquaacutetico por vaacuterios processos sendo a degradaccedilatildeo de

precursores biogecircnicos a fonte predominante (GSCHWEND E HITES 1981) Segundo

Venkatesan (1988) um sistema favoraacutevel para a formaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do perileno eacute

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

2

4

6

8

10

12

14

IPC (25-33)

IPC (15-19)

Iacutend

ice

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais

63

encontrado em regiotildees aquaacuteticas com alta produccedilatildeo bioloacutegica como estuaacuterios e lagos Aleacutem

disso o perileno pode ter uma origem terrestre mas a fonte terriacutegena desse composto

permanece desconhecida O perileno tambeacutem pode ser derivado de material autoacutectone como

as diatomaacuteceas (VENKATESAN 1988) No entanto no escopo desse trabalho natildeo foi

possiacutevel determinar a origem terrestre ou autoacutectone do perileno encontrado

No entanto alguns estudos tecircm-se desenvolvido em direccedilatildeo agrave determinaccedilatildeo do caraacuteter

antroacutepico ou natural das fontes de HPAs comparando-se as concentraccedilotildees de perileno com os

demais HPAs (BAUMARD et al 1988 BUDZINSKY et al 1997 SOCLO et al 2000

WANG et al 1999 WANG et al 2014) Em relaccedilatildeo ao carater antroacutepico do perileno

estudos mostraram que esse composto pode ser produzido em processos de combustatildeo de

biomassa e combustiacuteveis foacutesseis (PAGE et al 1999 WANG et al 1999)

Na Figura 22 podemos observar que apenas as razotildees em ACR3 (5364) ACR4

(2238) ACR9 (2547) e ACR10 (5980) apresentaram a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) gt 10 indicando assim a origem natural do perileno Esse

resultado na estaccedilatildeo ACR9 e ACR10 jaacute era esperado uma vez que apresentam maior

produtividade bioloacutegica devido as suas localizaccedilotildees no estuaacuterio As estaccedilotildees ACR3 e ACR4

localizam-se antes e depois do municiacutepio de Sobral respectivamente As outras estaccedilotildees

apresentaram valores menores que 10 o que indica a fonte piroliacutetica desse HPA (PAGE et

al 1999 WANG et al 1999)

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

Per

5an

eacuteis

()

Origem

Piroliacutetica

Origem

Natural

Fonte Elaborado pela autora

Os alcanos pristano e fitano satildeo os constituintes mais comuns dos isoprenoacuteides nos

sedimentos mas as suas abundacircncias relativas variam bastante A razatildeo de pristano em

relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) (Figura 23) nos sedimentos superficiais variou de 012 (ACR9) a

64

822 (ACR5) Em sedimentos natildeo-contaminados a razatildeo PriFit eacute maior do que 1

normalmente entre 3 e 5 (STEINHAUER E BOEHM 1992) A maioria das estaccedilotildees

apresentou a a razatildeo PriFit menor ou proacuteximo a 1 indicando os derivados de petroacuteleo como

fonte de hidrocarbonetos principal Um valor alto para a razatildeo PriFit foi observado na

estaccedilatildeo ACR5 localizada antes de Santana do Acarauacute e relativamente distante dos centros

urbanos

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18

Fonte Elaborado pela autora

No que diz respeito as razotildees n-C17Pri e n-C18Fit ambos os isoprenoacuteides satildeo

degradados mais lentamente do que o seu alcano associado devido as preferecircncias

microbianas (COLOMBO et al 1989) Dessa forma razotildees menores do que 2 indicam

contribuiccedilatildeo recente de oacuteleo enquanto que valores maiores indicam resiacuteduos de oacuteleo

degradado (COLOMBO et al 1989) A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri)

variou de 243 (ACR5) a 1168 (ACR8) (Tabela 13) Em todas as estaccedilotildees foi observado que

o n-C17 predominou sobre o pristano (Figura 23) indicando contribuiccedilatildeo planctocircnica para a

mateacuteria orgacircnica (READMAN et al 2002) A razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-

C18Fit) variou de 009 (ACR9) a 1785 (ACR8) (Tabela 13) Essa razatildeo atualmente indica a

degradaccedilatildeo microbiana inicial em resiacuteduos de oacuteleo (DIEZ et al 2007) As estaccedilotildees ACR1

ACR2 ACR6 e ACR9 apresentaram as menores razotildees o que eacute indicativo da presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradado (DIEZ et al 2007) Isso acontece pois o n-C18 tende a ser

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

Raz

atildeo

Estaccedilotildees

nC17Pri

nC18Fit

PriFit

65

degradado preferencialmente em relaccedilatildeo ao fitano na degradaccedilatildeo microbiana Por sua vez as

outras estaccedilotildees com destaque para a estaccedilatildeo ACR8 demonstraram uma maior contribuiccedilatildeo

da produtividade primaacuteria na sua mateacuteria orgacircnica

A distribuiccedilatildeo dos biomarcadores do sumHop e sumEster nos sedimentos superficiais estaacute

demonstrada na Figura 24 Em estudos anteriores a presenccedila de hopanos e esteranos foi

relacionada com o material particulado proveniente da exaustatildeo do motor de caminhotildees

(ROGGE et al 1993 SCHAUER et al 2002 KLEEMAN et al 2008) Esses

biomarcadores pertencem a fraccedilatildeo de alta ebuliccedilatildeo do oacuteleo cru devido a isso natildeo satildeo

encontrados nem na gasolina nem no diesel Ao inveacutes disso eles vatildeo ser originados do oacuteleo

lubrificante (ROGGE et al 1993) Aleacutem disso Kleeman e colaboradores (2008) analisando

material particulado oriundo das emissotildees de carros movidos a diesel utilizaram o

17α(H)21β(H)-30-norhopano (NH) como um indicador de oacuteleos lubrificantes Por outro lado

Bieger e colaboradores (1996) compararam oacuteleos lubrificantes novos e usados fuligem da

descarga poeira de estradas e sedimentos da Baiacutea de Conception - Canadaacute e correlacionaram

a impressatildeo digital dos hidrocarbonetos no sedimento com os biomarcadores presentes em

oacuteleo lubrificantes utilizados em automoveis e barcos da regiatildeo Jaacute Boonyatumanond e

colaboradores (2006) encontraram uma predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 e

atribuiram essa caracteristica a poeira de estrada que apresentava mesma impressatildeo digital de

hopanos Essa poeira de estrada consiste de asfalto partiacuteculas de pneus solo partiacuteculas de

exaustatildeo vazamentos de oacuteleo e combustiacutevel e deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e estaacute diretamente

associada com o traacutefego nas rodovias (BOONYATUMANOND et al 2006) Dessa forma

como a regiatildeo do rio Acarauacute natildeo foi um local de derramento de petroacuteleo nem eacute uma regiatildeo

perto de refinarias ou industria petroquiacutemica podemos inferir que essas moderadas

concentraccedilotildees de hopano e esteranos satildeo derivadas da utilizaccedilatildeo de oacuteleos lubrificantes nos

automoacuteveis e nos barcos a motores da regiatildeo que chegam ao rio por meio do escomaento

superficial ou mesmo das poeiras das rodovias que constituem as principais vias de acesso da

regiatildeo O que ratifica essa fonte eacute a predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 em

todas as estaccedilotildees como foi citado anteriormente Podemos observar que as estaccedilotildees ACR1

ACR4 e ACR6 apresentaram as maiores concentraccedilotildees desses marcadores moleculares

especialmente os hopanos A estaccedilatildeo ACR1 fica logo apoacutes o accedilude Araras que eacute utilizado

como uma aacuterea de lazer com a presenccedila de jet-skis e barcos a motores que representam fontes

potenciais dos hopanos e esteranos Por sua vez a estaccedilatildeo ACR4 e ACR6 ficam a montante

das cidades de Sobral e Santana do Acarauacute respectivamnete

66

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e

esteranos (sumEster) nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

Conce

ntr

accedilatilde

o (gg

)

op

Ester

Fonte Elaborado pela autora

5412 Testemunho

No testemunho a maioria das amostras apresentaram valores do IPC (25-33) proacuteximos

a 1 o que sugere a contaminaccedilatildeo petrogecircnica (Tabela 14 Figura 25) Apenas a camada 10-15

cm apresentou um valor alto de IPC que significa a predominacircncia dos homoacutelogos com

carbonos impares sugerindo uma fonte de plantas terrestres superiores

Jaacute os valores do IPC (15-19) variaram de 049 (5-10 cm) a 733 (20-25 cm) (Tabela

14) Observou-se uma variaccedilatildeo do IPC (15-19) ao longo do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute

com picos nas profundidades de 20-25 cm e 45-50 cm Isso sugere uma variaccedilatildeo na origem da

mateacuteria orgacircnica com uma diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo autoacutectone em relaccedilatildeo ao topo

67

Fonte Elaborado pela autora

Por outro lado a razatildeo Per5 aneacuteis nos mostra que a maioria das seccedilotildees possuem um

caraacuteter natural da mateacuteria orgacircnica (Figura 25) o que eacute indicado pela porcentagem maior do

que 10 na razatildeo Per5 aneacuteis com possiacutevel fonte diageneacutetica do Per As altas

concentraccedilotildees de perileno tem sido relacionados com sedimentos anoacutexicos com alta

produtividade bioloacutegica (MEIRE et al 2008 WANG et al 2014)

A razatildeo de pristano em relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) variou de 050 (20-25 cm) a 433

(30-35 cm) (Tabela 14) O pristano eacute encontrado em maiores proporccedilotildees que o fitano em

sedimentos marinhos natildeo contaminados por petroacuteleo (PriFit gt1) No testemunho analisado

podemos observar uma tendecircncia de aumento na entrada de sedimentos contaminados por

hidrocarbonetos antropogecircnicos (Figura 26)

A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri) variou de 072 (topo) a 877

(base) e a razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-C18Fit) variou de 018 (20-25 cm) a 1107

(5-10 cm) (Tabela 14) Os valores dessas razotildees sugerem tanto a presenccedila de hidrocarbonetos

degradados (n-C18Fit) como a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica (n-C17Pri) ao longo

do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute No entanto as duas razotildees sugerem a presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradados nos sedimentos recentes (DIEZ et al 2007)

Em relaccedilatildeo aos biomarcadores hopanos e esteranos podemos observar na Figura 27 o

perfil desses compostos no testemunho em estudo Assim como nos sedimentos superficiais

Razatildeo

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5IPC(15-19)

IPC(25-33)

Per5aneis

0 20 40 60 80 100

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

Piroliacutetico

Nat

ural

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar

68

as concentraccedilotildees do sumBiomarcadores estaacute diretamente influenciada pela sumHop uma vez que

este representa cerca de 842 a 932 do total quantificado

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar

Oacuteleodegradado

n-C17Pri

0 2 4 6 8 10 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

n-C18Fit

0 2 4 6 8 10 12

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

PriFit

0 1 2 3 4 5

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

Contaminaccedilatildeo por Oacuteleo

Natildeo-contaminado

Oacuteleodegradado

Fonte Elaborado pela autora

Outra caracteriacutestica que assemelha-se aos sedimentos superficiais eacute a predominacircncia

do C29-hopano (NH) (Tabela 10) que pode ser utilizado para indicar atividades relacionadas

com o traacutefego de veiacuteculos na regiatildeo (KLEEMAN et al 2007 BOONYATUMANOND et al

2006)

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho

Concentraccedilatildeo (gg)

0 20 40 60 80 100120140

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

Hop

Ester

Biomar

Fonte Elaborado pela autora

69

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas

As distribuiccedilotildees de HPAs satildeo as ferramentas mais uacuteteis para a distinccedilatildeo entre fontes

piroliticas e petrogecircnicas de hidrocarbonetos Os HPAs petrogecircnicos exibem um padratildeo de

distribuiccedilatildeo em forma de sino (bell shaped) (WANG et al 1999 YUNKER et al 2015)

Por outro lado os HPAs piroliticos geralmente apresentam a distribuiccedilatildeo dos HPAs

alquilados homoacutelogos com os HPAs natildeo-substituidos mais abundantes (com o perfil de

distribuiccedilatildeo de C0-gtgtC1-gtC2-gtC3-gtC4- chamada de distribuiccedilatildeo inclinada)

Aleacutem disso entre os HPAs prioritaacuterios a predominacircncia dos HPAs de alto peso

molecular (sum HPAs (4-6 aneacuteis = Fltr Pir BaA Cri BbF BkF BaP IcdPDahA and BghiP)

sobre os HPAs de baixo peso (2-3 aneacuteis) nos processos piroliacuteticos eacute evidente em vaacuterios

trabalhos (PRAHL E CARPENTER 1983 WANG et al 1999CAVALCANTE et al 2012

ANDRADE 2012 FERNANDES 2013 FENG et al 2016)

Outras razotildees tambeacutem satildeo utilizadas para a caracterizaccedilatildeo de fontes de HPAs nos

sedimentos como FenantrenoAntraceno FluorantenoPireno

Benzo(a)Antraceno(Benzo(a)Antraceno + Criseno) e Indeno(cd)Pireno(Indeno(cd)Pireno +

Benzo(ghi)Perileno) (YUNKER et al 2002 STOGIANNIDIS E LAANE 2015)

5421 Sedimentos superficiais

Nos sedimentos superficiais foi observado a predominacircncia dos composto DahA e da

seacuterie de naftalenos alquilados Podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs

satildeo relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente O DahA eacute um HPA de alto peso molecular produto da queima

incompleta de mateacuteria orgacircnica e cuja degradaccedilatildeo eacute demorada sendo considerado um

poluente prioritaacuterio para a USEPA Segundo Levengood et al (2015) altas concentraccedilotildees de

DahA em sedimento podem ser associadas agraves estradas e ao traacutefico ferroviaacuterio Wang e

colaboradores (1999) observaram a formaccedilatildeo de DahA apoacutes a combustatildeo de diesel

juntamente com BghiP e IcdP Eacute interessante notar que a fumaccedila e as partiacuteculas de fuligem

podem ser transportadas por longas distacircncias atraveacutes da atmosfera e depositadas longe do local

de origem (CRUTZEN E ANDREAE 1990) Dessa forma fica evidente na regiatildeo o impacto

causado pelas rodovias e pelo traacutefico de veiacuteculos na regiatildeo estudada

Por sua vez o metilnaftaleno foi predominante dentre os HPAs substituiacutedos do

efluente proveniente de tratamento de esgoto na cidade Beijing China (QUIAO et al 2014)

70

Jaacute Wang e colaboradores (1999) encontraram os naftalenos alquilados como os principais

constituintes de diesel antes da combustatildeo Ambos relacionam a presenccedila desse HPA de baixo

peso molecular com contaminaccedilatildeo por derivados do petroacuteleo Na regiatildeo podemos relacionar a

presenccedila desse composto com o esgotamento sanitaacuterio deficiente em toda bacia do Acarauacute e

tambeacutem com o escoamento superficial que carreia hidrocarbonetos provenientes de atividades

relacionadas a frota veicular Nos uacuteltimos anos a frota veicular aumentou fazendo com que

os serviccedilos relacionados a manutenccedilatildeo (como oficinas postos de gasolina) acompanhessem a

demanda

Na Figura 19 os perfis dos HPAs encontrados nos sedimentos superficiais satildeo

mostrados Na maioria das estaccedilotildees os HPAs parentais com alto peso molecular incluindo o

IcdP o DahA e o BghiP predominaram sobre os HPAs de dois e trecircs aneacuteis como bifenil

acenaftileno e acenafteno Isso indica que a principal fonte de HPAs para essa regiatildeo satildeo

processos piroliacuteticos mesmo que em alguns casos o valor absoluto das concentraccedilotildees seja

pequeno (WANG et al 1999)

Nas regiotildees costeiras urbanizadas as emissotildees de motores de automoacuteveis e barcos satildeo

fontes principais de produtos de queima (BENNER et al 1989 MIGUEL et al 1998 YUNKER

et al 2002) liberando uma mistura de HPAs para diversos compartimentos (I) HPAs

inicialmente presentes no combustiacutevel (preacute-combustatildeo) (ii) HPAs formados durante a combustatildeo

(iii) HPAs acumulados nos oacuteleos lubrificantes e (iv) HPAs acumulados no sistema de exaustatildeo

(LIMA et al 2005)

Aleacutem disso a praacutetica de queimada para o preparo da terra e a utilizaccedilatildeo de lenha como

fonte de energia em olarias caieiras e uso domeacutestico constituem importantes fontes piroliticas de

HPAs No sudeste da Aacutesia Oanh e colaboradores (1999) compararam a utilizaccedilatildeo de madeira

carvatildeo mineral e carvatildeo vegetal em sistemas de aquecimento residencial e observaram que o fator

de emissatildeo de material particulado em miligramas por quilograma de combustiacutevel eacute de 51 36 e

70 para queima da madeira carvatildeo vegetal e carvatildeo mineral respectivamente Aleacutem disso o MP

que apresentou maior concentraccedilatildeo de HPAs foi o oriundo da madeira (OANH et al1999)

Os HPAs alquilados variam entre a distribuiccedilatildeo em forma de sino que caracteriza a

fonte petrogecircnica e a distribuiccedilatildeo inclinada que caracteriza a fonte pirogecircnica evidenciando e

confirmando a caracteriacutestica de muacuteltiplas fontes para a bacia do Acarauacute (Figura 19)

Em relaccedilatildeo as razotildees diagnoacutesticas vamos iniciar com a razatildeo do fenantreno sobre o

antraceno (FenAnt) que tem sido amplamente utilizada para diferenciar fontes piroliacuteticas de

petrogecircnicas nos sedimentos (GSCHWEND E HITES 1981 WANG et al 1999 GUO et al

2007) O fenantreno eacute termodinamicamente mais estaacutevel do que o antraceno e a sua

71

prevalecircncia caracteriza a origem petrogecircnica (BUDZINSKY et al 1997) Os processos que

ocorrem em altas temperaturas (800-1000K) produzem valores baixos para a razatildeo FenAnt

normalmente menores do que 5 (BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A maturaccedilatildeo

lenta da mateacuteria orgacircnica no petroacuteleo leva a valores bem maiores da razatildeo FenAnt

(BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A razatildeo FenAntgt15 eacute relacionada com

fontes petrogecircnicas e FenAntlt15 com fontes predominantemente piroliacuteticas (lt5 de acordo

com Neff et al (2005)) (BUDZINSKY et al 1997 DE LUCA et al 2005)

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos

superficiais

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1200

02

04

06

08

10

12

14

Fontes

Mistas

Petroacuteleo

Petroacuteleo

Combustatildeo

Combustatildeo

ACR1ACR10

Flt

rP

ir

FenAnt

ACR2

ACR3

ACR8

ACR5

ACR9ACR6

ACR4

ACR7

Fonte Elaborada pela autora

Similarmente a razatildeo FenAnt a razatildeo do fluoranteno sobre o pireno (FltrPir) tem

correlaccedilatildeo com a temperatura de formaccedilatildeo dos compostos (BUDZINSKY et al 1997) Nesse

caso o isocircmero mais estaacutevel termodinamicamente eacute o pireno (YAN et al 2005) O pireno eacute

mais favorecido do que o fluoranteno na formaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis Como resultado o

iacutendice FltrPirlt1 eacute utilizado para produtos petrogenicos exceto certos carvotildees e oacuteleo bruto A

razatildeo FltrPirgt1 eacute produzida por processos piroliacuteticos a temperaturas elevadas (COSTA et al

2004 SABER et al 2006) No entanto existem fontes piroliacuteticas com a razatildeo FltrPir lt1 que

satildeo representadas por oacuteleos lubrificantes usados emissatildeo de automoacuteveis e caminhotildees a diesel

e combustatildeo de gasolina e diesel (YUNKER et al 2002) Por isso um limite mais confiaacutevel

de FltrPir le 05 para fontes petrogecircnicas foi proposto por Stogiannidis e Laane (2015) Dessa

72

forma valores entre 05 e 1 satildeo representativos de fontes mistas Se FltrPirgt1 fontes

piroliacuteticas como queima de carvatildeo e biomassa satildeo provavelmente predominantes (YUNKER

et al 2002 YAN et al 2005)

Ao analisarmos a Figura 28 observamos que a maioria das estaccedilotildees apresentam-se

com influencia de fontes primaacuterias piroliticas No entanto as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e ACR8

apresentaram resultados conflitantes quanto as duas razotildees escolhidas podendo ser

classificadas tanto resultado de processo piroliticos quanto petrogenicos

Outras razotildees foram utilizadas com o objetivo de identificar as fontes de HPAs para a

bacia do rio Acarauacute com maior clareza A razatildeo de indeno(cd)pireno versuso somatoacuterio do

IcdP e BghiP(IcdP(IcdP+BghiP)) tem sido usada para a distinccedilatildeo entre as diversas fontes

piroliacuteticas de contaminaccedilatildeo nos sedimentos (YUNKER et al 2002) A Figura 29 mostra o

graacutefico dessas razotildees no qual podemos observar a predominacircncia da fonte piroliacutetica em

relaccedilatildeo a petrogecircnica A contaminaccedilatildeo por queima de biomassa foi designada para as estaccedilotildees

ACR4 ACR5 ACR6 e ACR7 Isso pode ser devido a preparaccedilatildeo da agricultura para terra

pela praacutetica de queimar as camadas superficiais do solo a fim de aumentar a quantidade de

nutrientes A queima de gasolina e diesel foi designada para as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e

ACR8 que provavelmente provecircm das emissotildees veiculares das estradas proacuteximas a esses

locais que satildeo a principal via de acesso na regiatildeo Por sua vez as estaccedilotildees ACR1 ACR9 e

ACR10 apresentaram uma multiplicidade de fontes

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

ACR1

ACR10

ACR7

ACR6

ACR9

IP(

IP+

Bg

hiP

)

BaA(BaA+Cri)

ACR8

ACR5

ACR4ACR3

ACR2

Queima

de diesel

gasolina

Petroacuteleo

Queima

de

biomassa

Fontes

MistasCombustatildeoPetroacuteleo

Fonte Elaborado pela autora

73

As quatro razotildees diagnoacutesticas utilizadas nem sempre retornaram as mesmas fontes

Isso pode ser explicado pela vaacuterias maneiras que os HPAs satildeo introduzidos no meio ambiente

de maneira tal que a assinatura caracteriacutestica de uma fonte pode ser obscurecida por outra

fonte (s) (WANG et al 1999 LIMAFARRINGTON e REDDY 2005)

5422 Testemunho

Podemos observar na Figura 30 que a tendecircncia geral no testemunho eacute a

predominacircncia de fontes piroliacuteticas como as principais responsaacuteveis pela entrada de HPAs no

estuaacuterio do rio Acarauacute

Essa tendecircncia eacute bem evidente na razatildeo de sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 na qual os

HPAs de 4 a 6 aneacuteis podem corresponder a aproximadamente 100 dos HPAs prioritaacuterios

pela USEPA principalmente na base do testemunho As razotildees FenAnt FltrPir

BaA(BaA+Cri) e IP (IP+BghiP) tambeacutem retornam na sua maioria valores que caracterizam

como fonte primaacuteria para o estuaacuterio do rio Acarauacute processos de combustatildeo

De acordo com a interpretaccedilatildeo dos valores da razatildeo FenAnt todos os registros no

testemunho sedimentar satildeo de fontes de HPAs por processo de combustatildeo uma vez que essa

razatildeo permanece FenAntlt15 da seccedilatildeo mais pronfunda a superficial

A razatildeo FltrPir indica a multiplicidade de fontes de HPAs de acordo com a

profundidade Essas fontes satildeo associadas com fontes mistas de 60 a 45 cm e de 25 a 10 cm

Os processos piroliticos satildeo as principais fontes de 35 a 45 cm 30 a 25 cm e no sedimento

superficial

Finalmente outras fontes de HPAs foram identificadas como derivadas de combustatildeo

de biomassa e carvatildeo (IPIP + BghiP) A combustatildeo de biomassa pode ser relacionada com as

queimadas para a preparaccedilatildeo da terra que ocorrem ao longo das margens dos rios onde

acontece o cultivo enquanto que a combustatildeo de carvatildeo relaciona-se com a utilizaccedilatildeo do

mesmo nas atividades do terceiro setor como churrascarias padarias e outros

estabelecimentos que utilizam essa fonte de energia

74

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o

estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do

sedimento

A relaccedilatildeo dos hidrocarbonetos do petroacuteleo com os sedimentos ainda natildeo estaacute

plenamente estabelecida apesar dos numerosos estudos existentes principalmente sobre os

HPAs (MAYER 1994 KUKKONEN E LANDRUM 1996 AHRENS E DEPREE 2004

TREMBLAY et al 2005 OPEL et al 2011) Devido a sua hidrofobicidade e estrutura

quimica estaacutevel os HPAs satildeo insoluacuteveis em aacutegua e sorvidos rapidamente pelas partiacuteculas (

KARICKHOFF et al 1979) Segundo Opel e colaboradores (2011) baseado nas observaccedilotildees

dos sedimentos de quatro rios no norte alematildeo a concentraccedilatildeo de HPAs varia entre as

diferentes classes de granulometria devido a distribuiccedilatildeo do teor de carbono orgacircnico entre os

diferentes tamanhos do gratildeo com uma leve tendecircncia a concentrar-se nas fraccedilotildees mais

grosseiras do que os OCPs e PCBs No porto de Boston e no rio Yangtze as maiores

concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas nas fraccedilotildees mais grosseiras que continham alto

teor de carbono orgacircnico (FENG E NIU 2007 WANG et al 2001) enquanto que no lago

Michigan as maiores concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas na fraccedilatildeo mais fina do

sedimento (lt63μm) (KUKKONEN E LANDRUM 1996) Dessa forma esses estudos

apontam para uma relaccedilatildeo de dependecircncia entre os HPAs e o teor de carbono orgacircnico entre

Que

ima

de d

iese

l

gaso

lina

FltrPir

0 1 2 3 4 5

HPAs (4-6 aneis) HPAs16

00 02 04 06 08 10 12

Pro

fundid

ade

(cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

FenAnt

0 3 6 9 12 15 18

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

Piroliacutetico

BaA(BaA+Cri)

00 02 04 06 08 10 12

IP(IP+BghiP)

00 02 04 06 08 10

Petro

leo

Piroliacutetico

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Que

ima

de

biom

assa

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

75

as diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas assim as maiores concentraccedilotildees de HPAs natildeo seratildeo

necessariamente encontradas nas fraccedilotildees mais finas (AHRENS E DEPREE 2004 OPEL et

al 2011) Uma vez que as fraccedilotildees mais finas do sedimento satildeo constituidas principalmente

por silte e argila a mateacuteria orgacircnica associada com essa fraccedilatildeo eacute relacionada com as

substacircncias huacutemicas adsorvidas sobre as superfiacutecies dos minerais (MAYER 1994) Jaacute uma

maior concentraccedilatildeo dos HPAs nas fraccedilotildees mais grosseiras (gt250 μm) do sedimento foi

explicada por Wang e colaboradores (2001) como resultado de uma sorccedilatildeo mais efetiva dos

HPAs ao material particulado de carvatildeo detritos vegetais e pelotas fecais nos sedimentos do

que a mateacuteria orgacircnica associada aos argilo-minerais

Os coeficientes de correlaccedilatildeo entre a fraccedilatildeo orgacircnica a fraccedilatildeo inorgacircnica e as

concentraccedilotildees dos principais marcadores moleculares orgacircnicos estudados no estuaacuterio do rio

Acarauacute estatildeo na Tabela 15

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho

Coeficiente linear de Pearson

(plt005) n=12

Fraccedilatildeo orgacircnica

Fraccedilatildeo inorgacircnica

AH () AF() CO() CaCO3() Areia Argila Silte

Fen

Ant

052

Fltr

Pir

BaA

Cri

BbF

058

BkF

BaP 059

081 060

-085

089

DahA

074

-071

075

IcdP

BghiP 068 063

Per

BeP 072 065 085

-091

093

sum C1-C4 NAF

sum C1-C3 FL

057

-059

064

sum C1-C4 FEN 071 072 072

-080

079

sum C1-C4 PIR 078 064 074

079

sum C1-C3 CRI 067

072

-079

081

sum C1-C4 DBT 074

061

sum Biomarcadores

sumAlcanos

sumHop

sumSter 062

Fonte Elaborada pela autora

No testemunho o conteuacutedo de silte e argila teve correlaccedilatildeo alta com o teor de carbono

orgacircnico e teor de aacutecido huacutemicos com coeficientes de Pearson r = 100 e r = 07

respectivamente Aleacutem disso os HPAs de alto peso molecular e a maioria dos HPAs

alquilados mostraram correlaccedilatildeo positiva com a fraccedilatildeo inorgacircnica dos finos (silte+argila) e

com o teor de carbono orgacircnico dos sedimentos do estuaacuterio do rio Acarauacute enquanto que os

alcanos e os biomarcadores natildeo apresentaram correlaccedilotildees significativas com essa fraccedilatildeo

76

granulomeacutetrica e com o teor de CO (Tabela 15) Isso indica que o tamanho do gratildeo e o

conteuacutedo de carbono orgacircnico foram determinantes somente na deposiccedilatildeo dos HPAs e que

como havia sido observado anteriormente (MAYER 1994) os HPAs estatildeo provavelmente

relacionados com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Essa baixa correlaccedilatildeo dos alcanos e biomarcadores com o teor de carbono orgacircnico

pode ser resultado da presenccedila de outro constituinte da mateacuteria orgacircnica presente nas aacuteguas do

rio Acarauacute

Essa relaccedilatildeo tambeacutem foi confirmada por uma relaccedilatildeo similar entre as concentraccedilotildees

normalizadas dos compostos analisados e o conteuacutedo de CO e finos ao longo do perfil

sedimentar no estuaacuterio (Figura 31) Esses resultados satildeo consistentes com outros estudos de

sorccedilatildeo de HPAs na mateacuteria orgacircnica e substacircncias huacutemicas que demonstram que esses fatores

satildeo muito importantes nesse processo devido a ligaccedilotildees hidrofoacutebicas e reaccedilotildees na superfiacutecie

mineral (BOWMAN ZHOU E READMAN 2002)

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborada pela autora baseado em Staniszewska et al (2011) As concentraccedilotildees normalizadas foram

calculadas como Y=(X-Xmin)(Xmax-Xmin) onde Y= concentraccedilatildeo normalizada de CO alcanos HPAs

biomarcadores ou finos X= concentraccedilatildeo detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmin=

concentraccedilatildeo miacutenima detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmax= concentraccedilatildeo maacutexima

detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos

CO

00 04 08 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5 cm

5-10 cm

10-15 cm

15-20 cm

20-25 cm

25-30 cm

30-35 cm

35-40 cm

40-45 cm

45-50 cm

50-55 cm

55-60 cm

HPAs

00 04 08 12

Alcanos

00 04 08 12

Biomarcadores

00 04 08 12

Finos

00 04 08 12

77

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais

Abaixo na Tabela 16 podemos observar os valores que correspondem agrave Diretriz de

Qualidade de Sedimento (DQS) utilizada pela agecircncia ambiental do Canadaacute (Environment

Canada) Somente os sedimentos superficiais ao longo do rio Acarauacute foram comparados com

essas diretrizes uma vez que as mesmas natildeo valem para sedimentos de testemunho avaliando

assim possiacuteveis riscos ecoloacutegicos dos HPAs na aacuterea de estudo

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999)

Sedimento marinho e estuarino Sedimento de aacutegua doce

TELsup3 PEL

4 TELsup3 PEL4

Naf 346 391 346sup1 391sup2

2-MNaf 202 201 202sup1 201sup2

Aci 587 128 587sup1 128sup2

Ace 671 889 671sup1 889sup2

Fl 212 144 212sup1 144sup2

Fen 867 544 419 515

Ant 469 245 469sup1 245sup2

Fltr 113 1494 111 2355

Pir 153 1398 53 875

BaA 748 693 317 385

Cri 108 846 571 862

BaP 888 763 319 782

DahA 622 135 622sup1 135sup2

Fonte CCME 1999sup1sup2 Valores provisoacuterios adotados dos niacuteveis para sedimento marinho uma vez que natildeo

existem dados suficientes para estabelecer esses niacuteveis para aacutegua doce sup3TEL (threshold effect level) niacutevel limite

de efeito 4PEL (probable effect level) niacutevel provaacutevel de efeito

Esses valores satildeo uacuteteis na abordagem de questotildees referentes a qualidade do sedimento

bem como no fornecimento de diretrizes qualitativas no que precisa ser feito para proteger os

organismos aquaacuteticos efetivamente (KUCUKSEZGIN et al 2012) Foram considerados dois

valores do TEL e PEL os valores referentes ao sedimento de aacutegua doce e os valores

referentes ao sedimento marinho e estuarino Das estaccedilotildees ACR1 a ACR8 os valores foram

comparados com sedimento de aacutegua doce jaacute as estaccedilotildees ACR9 e ACR10 foram comparados

com os limites para aacutegua salobro-salino jaacute que somente essas duas estaccedilotildees encontram-se no

estuaacuterio do rio Acarauacute A maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do niacutevel TEL estabelecido com

baixa probabilidade de efeitos adversos a biota No entanto algumas estaccedilotildees apresentam

valores acima dos niacuteveis especificados A estaccedilatildeo ACR4 ficou acima do TEL para o naftaleno

e 2-metilnaftalenoe ACR6 ultrapassou o TEL soacute para o naftaleno Jaacute as estaccedilotildees ACR2

ACR5 e ACR7 ultrapassaram o PEL para o DahA com um provaacutevel efeito adverso agrave biota

78

Por sua vez a estaccedilatildeo ACR8 ultrapassou o TEL para o fluoreno e DahA e o PEL para o

naftaleno e o 2-metilnaftaleno sendo uma estaccedilatildeo com muacuteltiplas fontes de efeitos adversos a

biota

6 CONCLUSAtildeO

As fontes e a distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos no rio Acarauacute a terceira maior bacia

hidrograacutefica do Estado foram descritas atraveacutes da anaacutelise dos sedimentos superficiais e do

perfil sedimentar

Nos sedimentos superficiais os padrotildees de composiccedilatildeo dos hopanos e esteranos e das

razotildees Prin-C17 Fitn-C18 e PriFit indicam contaminaccedilatildeo por petroacuteleo recente

principalmente por entrada de efluentes domeacutesticos e do escoamento superficial A

predominacircncia do Naf e dos seus alquilados em algumas estaccedilotildees confirma essa possiacutevel

contaminaccedilatildeo petrogecircnica No entanto a maioria das razotildees de HPAs indicaram que os HPAs

nos sedimentos satildeo principalmente de origem pirolitica com predominacircncia dos HPAs de alto

peso molecular que na regiatildeo foram relacionados com as queimadas para a preparaccedilatildeo da

terra uso de lenha (biomassa vegetal) e emissotildees veiculares Aleacutem disso os sedimentos

superficiais do rio Acarauacute foram considerados levemente a altamente poluiacutedos (14143 -

207720 ngg-1

) com relaccedilatildeo aos HPAs

No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o ecossistema a maioria das

estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela agecircncia ambiental canadense

com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na estaccedilatildeo ACR8 os

compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos adversos na biota

No testemunho a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica para a mateacuteria orgacircnica

diminui e aumenta a entrada de derivados do petroacuteleo das seccedilotildees mais profundas para a

superfiacutecie como pode ser visto pelo IPC e pelas razotildees dos isoprenoacuteides Em relaccedilatildeo aos

biomarcadores o sumEster manteve-se constante com baixos niacuteveis enquanto que o sumHop foi

responsaacutevel pela variaccedilatildeo dos biomarcadores ao longo do tempo marcando a presenccedila dos

derivados do petroacuteleo no registro sedimentar No que diz respeito aos HPAs predomina os

HPAs de alto peso molecular similarmente aos sedimentos superficiais indicando a

predominacircncia dos processos de combustatildeo na bacia do rio Acarauacute Aleacutem disso um pico de

concentraccedilatildeo do sumHPAs na profundidade 35-40 cm caracteriza uma mudanccedila na fonte de

energia utilizada e demonstra a interdependecircncia dos HPAs com a fraccedilatildeo granulomeacutetrica fina

do sedimento e com o teor de carbono orgacircnico

79

Esse trabalho forneceu informaccedilotildees ineacuteditas sobre a ocorrecircncia distribuiccedilatildeo e origem

dos hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute mostrando que alguns locais jaacute apresentam

contaminaccedilatildeo elevada Isso eacute um alerta devido a importacircncia estrateacutegica do rio Acarauacute para o

desenvolvimento da regiatildeo noroeste do estado

80

REFEREcircNCIAS

ABOUL-KASSIM T A T SIMONEIT B R T Lipid geochemistry of surficial sediments

from the coastal environment of Egypt 1 Aliphatic hydrocarbons - Characterization and

sources Marine Chemistry v 54 p 135ndash158 1996

AEPPLI C NELSON RK RADOVIC JR CARMICHAEL CA VALENTINE DL REDDY

CM Recalcitrance and degradation of petroleum biomarkers upon abiotic and biotic natural

weathering of Deepwater Horizon oil Environ Sci Technol v48(12)p6726ndash6734 2014

ALVES A B Estuaacuterio do rio Acarauacute ndash CE Impactos ambientais e implicaccedilotildees na

qualidade dos recursos hiacutedricos 2008 131p Dissertaccedilatildeo (Mestrado Acadecircmico em Geografia)

ndashUniversidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2008

ALVES AB PINHEIROLS ROSA M F Estuaacuterio do rio AcarauacuteCE aspectos

ambientais e condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo In Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos e Planejamento

Ambiental Editora Universitaacuteria da UFPB Joatildeo Pessoa 2010

ANDRADE M V F Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no Rio Jaguaribe ndash O

uso de hidrocarbonetos aromaacuteticos como marcadores de fontes 2012 86 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) ndash Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2012

AHRENS MJ DEPREE CV Inhomogeneous distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in different size and density fractions of contaminated sediment from Auckland

Harbour New Zealand an opportunity for mitigation Marine Pollution Bulletin 48 341-350

2004

BAacuteBEK OFAMERAM et al Geochemical traces of flood layers in the fluvial sedimentary

archive implications for contamination history analyses Catena v 87 p281-290 2011

BALDOTTO Marihus Altoeacute BALDOTTO Liacutelian Estrela Borges Aacutecidos huacutemicos Rev

Ceres Viccedilosa v 61 supl p 856-881 Dec 2014

BAUMARD P BUDZINSKI H MICHON Q GARRIGUES P BURGEOT T

BELLOCQ J Origin and Bioavailability of PAHs in the Mediterranean Sea from Mussel and

Sediment Records Estuarine Coastal and Shelf Science v47 p77ndash90 1998

BENNER B A JR GORDON G E AND WISE S A Mobile sources of atmospheric

polycyclic aromatic hydrocarbons a roadway tunnel study Environ Sci Technol v23

p1269-78 1989

BENITES V M MADARI MACHADO Extraccedilatildeo e fracionamento quantitativo de

substacircncias huacutemicas do solo um procedimento simplificado de baixo custo Rio de Janeiro

EMBRAPA 2003 Comunicado Teacutecnico

BENLAHCEN K T CHAOUI A BUDZINSKI H BELLOCQ J GARRIGUES PH

Distribution and source of polycyclic aromatic hydrocarbons in some Mediterranean coastal

sediments Mar Pollut Bull v34 p298 1997

81

BECHTEL A M WIDERA R F SACHSENHOFER R GRATZER A LUECKE AND M

WOSZCZYK Biomarkers and geochemical indicators of Holocene environmental changes in

coastal Lake Sarbsko (Poland) Organic Geochemistry v38 p1112ndash1131 2007

BIEGER T HELLOU J ABRAJANO T A Petroleum biomarkers as tracers of lubricating

oil contamination Marine Pollution Bulletin v 32 n 3 p 270ndash274 1996

BOONYATUMANOND R Wattayakorn G TOGO A TAKADAH Distribution and

origins of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in riverine estuarine and marine sediments

in Thailand Marine Pollution Bulletin v52 p942ndash956 2006

BOONYATUMANOND R et al Reconstruction of pollution history of organic contaminants in

the upper Gulf of Thailand by using sediment cores First report from Tropical Asia Core

(TACO) project Marine Pollution Bulletin v 54 n 5 p 554ndash565 2007

BOWMAN JC ZHOU JL READMAN JW Sedimentndashwater interactions of natural

oestrogens under estuarine conditions Marine Chemistry Volume 77 Issue 4 Pages 263-276

2002

BUDZINSKI H et al Evaluation of the sediment contamination by PAHs in the Gironde

estuary Marine Chemistry v 58 n 1 p 85ndash97 1997

BUREAU OF RECLAMATION Final environmental assessment Animas-La Plata Project

Ridges Basin Dam and Reservoir pre-construction facilities relocation (Appendix A Petroleum

Products Spill Analysis) United States Department of the Interior Bureau of Reclamation Upper

Colorado Region 2002

CAMARGO OA MONIZ AC JORGE JA VALADARES JMAS Meacutetodos de Analise

Quiacutemica Mineraloacutegica e Fiacutesica de Solos do Instituto Agronocircmico de Campinas Campinas

Instituto Agronocircmico 2009 77 p (Boletim teacutecnico 106 Ediccedilatildeo revista e atualizada)

CANADIAN COUNCIL OF MINISTERS OF THE ENVIRONMENT (CCME) Canadian

sediment quality guidelines for the protection of aquatic life Polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) In Canadian environmental quality guidelines 1999 Canadian Council of Ministers of

the Environment Winnipeg 2002

CAVALCANTE RM LIMA DM CORREIA LM NASCIMENTO RF Teacutecnicas de

extraccedilotildees e procedimentos de clean-up para a determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos policiacutelicos

aromaacuteticos (hpa) em sedimentos da costa do Cearaacute Quiacutemica Nova V31 n 6 p1371-1377

2008

CHEN J L WONG MHTAMNF Modeling sorption and biodegradation of phenanthrene

in mangrove sediment slurry Journal of Hazardous Materials v 190 n 1-3 p 409ndash415

2011

COGERH ndash COMPANHIA DE GESTAtildeO DE RECURSOS HIDRICOS DO ESTADO DO

CEARAacute PLANO DE GERENCIAMENTO DAS AacuteGUAS DA BACIA DO ACARAUacute -

Relatoacuterio de fase 1 (RF1) - Bacia do Acarauacute 2010 Disponivel em

lthttpportalcogerhcombrcomponentphocadownloadcategory35tmpl=componentampprint=1

gt Acesso em Jan 2016

82

COLOMBO JC PELLETIER E BROCHU C KHALIL M Determination of hydrocarbon

sources using n-alkane and polyaromatic hydrocarbon distribution indexes Case study Rio de

La Plata Estuary Argentina Environ Sci Technol v 23p 888ndash894 1989

COLOMBO JC CAPPELLETI N SPERANZA E MIGOYA MC LASCI J

SHORUPKA CNVertical fluxes and organic composition of settling materialfrom the sewage

impacted Buenos Aires coastal area Argentina Organic Geochemistry v38 p 1941-1952

2007

COMMENDATORE MG ESTEVES JL COLOMBO JC Hydrocarbons in coastal

sediments of Patagonia Argentina levels and probable sources Marine Pollution Bulletin

v40 p989ndash998 2000

COSTA HJ WHITE KA RUSPANTINI JJ Distinguishing PAH background and MGP residues

in sediments of a freshwater creek Environ Forens v5 p171ndash182 2004

CRITERIA WORKING GROUP Analysis of Petroleum Hydrocarbons in Environmental Media Total Petroleum Hydrocarbon Criteria Working Group Series - Volume 1 Amherst 1998

CRUTZEN PJ ANDREAE MO Biomass Buriing in the TropicsImpact on Atmospheric

Chemistry and Biogeochemical Cycles Science v250 p 1679-1678 dez1990

DE ABREU-MOTA M A et al Sedimentary biomarkers along a contamination gradient in a

human-impacted sub-estuary in Southern Brazil A multi-parameter approach based on spatial

and seasonal variability Chemosphere v 103 p 156ndash163 2014

DE ANDRADE S J et al Contribution of sugar-cane harvesting season to atmospheric

contamination by polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in Araraquara city Southeast

Brazil Atmospheric Environment v 44 n 24 p 2913ndash2919 2010

DE LUCA G et al Nature distribution and origin of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs)

in the sediments of Olbia harbor (Northern Sardinia Italy) Marine Pollution Bulletin v 50 p

1223ndash1232 2005

DENOUX G WANG B Quantitative determination of polynuclear aromatic

hydrocarbons by gas chomatografymass spectrometry using the selected in monitoring

mode Geochemical and Environmental Research Group v 3 p 2 ndash 28 1998

DeWITT TH OZRETICH RJ SWARTZ RC LAMBERSON JO SCHULTZ DW

DITSWORTH GR JONES JKP HOSELTON L SMITH LM The influence of organic

matter quality on the toxicity and partitioning of sediment associated fluoranthene Environ

Toxicol Chem 11197ndash2081992

DIEZ S JOVER E BAYONA J M ALBAIGES J Prestige Oil Spill III Fate of a Heavy

Oil in the Marine Environment Environmental Sci Technol v41 p3075-82 2007

DONLAN MC DOUGLAS G MACDONALD DD An Evaluation of the Composition

and Potential Environmental Fate and Toxicity of Heavy Venezuelan Crude Oil Released into

the Delaware River During the MT ATHOS I Oil Spill Aquatic Technical Work Group for

ATHOS I Spill 2005

DUAN X LIU J ZHANG D YIN P LI Y LI X An assessment of human influences on

83

sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in the estuarine and coastal sediments of China

Marine Pollution Bulletin v97 p309ndash318 2015

EGLINTON G HAMILTON R J Leaf Epicuticular Waxes Science v 156 n 3780 p

1322ndash1335 1967

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAS AGROPECUAacuteRIAS ndash EMBRAPA Agroinduacutestria

Tropical Contexto geoambiental das bacias hidrograacuteficas dos rios Acarauacute Curu e baixo

Jaguaribe ndash estado do Cearaacute Fortaleza 52p Documentos 101 2005

FENG J-L NIU J-F Study on the grain-size distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in Yangtze river sediment Huan Jing Ke Xue 28 (7) 1573-1577 2007

FENG J et al Distributions and potential sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in

surface sediments from an emerging industrial city (Xinxiang) Environmental Monitoring and

Assessment v 188 n 1 p 1ndash14 2016

FERNANDES GM Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no estuaacuterio do rio

Pacoti atraveacutes do uso de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos como marcadores de

fontes 2013 Monografia (Curso de Oceanografia) Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2013

GROSSI V et al Burial exportation and degradation of acyclic petroleum hydrocarbons

following a simulated oil spill in bioturbated Mediterranean coastal sediments Chemosphere v

48 n 9 p 947ndash954 2002

GSCHWEND P M HITES R A Fluxes of polycyclic aromatic hydrocarbons to marine and

lacustrine sediments in the northeastern United States Geochimica et Cosmochimica Acta v

45 p 2359ndash2367 1981

GUO W et al Distribution of polycyclic aromatic hydrocarbons in water suspended particulate

matter and sediment from Daliao River watershed China Chemosphere v 68 p 93ndash104

2007

HARJI G YVENAT A NARAYAN B B Sources of hydrocarbons in sediments of the

Mandovi estuary and the Marmugoa harbor west coast of India Environment International

34 2008

HU L et al Temporal trends of aliphatic and polyaromatic hydrocarbons in the Bohai Sea

China Evidence from the sedimentary record Organic Geochemistry v42 p1181ndash1193

2011

HUR J SCHLATMAN MA Influence of Humic Substance Adsorptive Fractionation on

Pyrene Partitioning to Dissolved and Mineral-Associated Humic Substances Environ Sci

Technol v38 p5871-5877 2004

IBGEa 2010 ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Seacuteries Estatiacutesticas Seacuteries

Histoacutericas e Estatiacutesticas Disponivel em

httpseriesestatisticasibgegovbrlista_temaaspxop=1ampno=6ampnome=municipios Acesso em

Jan 2016

84

IBGEb 2015ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica CidadesDisponivel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=230020ampsearch=ceara|acarau

Acesso em Jan 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2013 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio 2013 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2013aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Recursos Naturais e Meio Ambiente 2014 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014territoriorecursoshtmgt Acesso

em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio2014 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2015 2015 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2015aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IRWIN RJ VANMOUWERIK M STEVENS L SEESE MD BASHAM W

Environmental Contaminants Encyclopedia Alkanes National Park Service Water

Resources Division Fort Collins Colorado Distributed within the Federal Government as an

Electronic Document 1997

IUPAC Use of the terms ldquorecoveryrdquo and ldquoapparent recoveryrdquo in analytical procedures Pure and

Applied Chemistry v 74 p 2201 ndash 2205 2002

KANZARI F et al Distribution and risk assessment of hydrocarbons (aliphatic and PAHs)

polychlorinated biphenyls (PCBs) and pesticides in surface sediments from an agricultural river

(Durance) and an industrialized urban lagoon (Berre lagoon) France Environmental

Monitoring and Assessment v 187 n 9 2015

KARICKHOFF S W BROWN D S SCOTT T A Sorption of hydrophobic pollutants on

natural sediments Water Research v 13 n 3 p 241ndash248 1979

KHALILI N R SCHEFF P A HOLSEN T M PAH source fingerprints for coke ovens

diesel and gasoline engines highway tunnels and wood combustion emissions Atmospheric

Environment v29 i 4 p 533-542 1995

KLEEMAN MJ RIDDLE SG ROBERT MA JAKOBER CA Lubricating Oil and Fuel

Contributions To Particulate Matter Emissions from Light-Duty Gasoline and Heavy-Duty

Diesel Vehicles Environ Sci Technol v42 p235ndash242 2008

KOWALSKA M GUumlLER H COCKE D L Interactions of clay minerals with organic

pollutants Science of The Total Environment v 141 n 1 p 223ndash240 1994

85

KUCUKSEZGIN F PAZI I GONUL L T Marine organic pollutants of the Eastern Aegean

Aliphatic and polycyclic aromatic hydrocarbons in Candarli Gulf surficial sediments Marine

Pollution Bulletin v 64 n 11 p 2569ndash2575 2012

KUKKONEN J LANDRUM PF Distribution of organic carbon and organic xenobiotics

among different particle-size fractions in sediments Chemosphere 32 1063-1076 1996

LAMAS F IRIGARAY C OTEO C CHACON J Selection of the most appropriate method

to determine the carbonate content for engineering purposes with particular regard to

marls Engineer geol v 81 p 32-41 2005

LEITE N F PERALTA-ZAMORA P GRASSI M T Distribution and origin of polycyclic

aromatic hydrocarbons in surface sediments from an urban river basin at the Metropolitan

Region of Curitiba Brazil Journal of Environmental Sciences v 23 n 6 p 904ndash911 2011

LEVENGOOD J M et al Polyaromatic hydrocarbons and elements in sediments associated

with a suburban railway Environmental Monitoring and Assessment v 187 n 8 2015

LIMA SF SILVA FILHO WF PINHEIRO RD FREIRE GSS MAIA LP

MONTEIRO LHU ndash ANASED - Programa de anaacutelises classificaccedilatildeo e arquivamento de

paracircmetros metodoloacutegicos Anais do VIII Congresso da Associaccedilatildeo Brasileira de Estudos do

Quaternaacuterio (ABEQUA) CD-ROM p 458-459 Mariluz Imbeacute RS Brasil 2001

LIMA A L C FARRINGTON J W REDDY C M Combustion-Derived Polycyclic

Aromatic Hydrocarbons in the EnvironmentmdashA Review Environmental Forensics v 6 n 2

p 109ndash131 2005

LORGEOUX C et al Temporal trends of persistent organic pollutants in dated sediment cores

Chemical fingerprinting of the anthropogenic impacts in the Seine River basin Paris Science of

the Total Environment v 541 p 1355ndash1363 2016

MACHADO K S et al Sedimentary record of PAHs in the Barigui River and its relation to the

socioeconomic development of Curitiba Brazil Science of the Total Environment v 482-483

n 1 p 42ndash52 2014

MAI B-X et al Chlorinated and polycyclic aromatic hydrocarbons in riverine and estuarine

sediments from Pearl River Delta China Environmental pollution (Barking Essex  1987) v

117 p 457ndash474 2002

MARGALEF R Limnologia Editora Omega Barcelona p 1100 1983

MARTINS C C et al Multi-molecular markers and metals as tracers of organic matter inputs

and contamination status from an Environmental Protection Area in the SW Atlantic (Laranjeiras

Bay Brazil) Science of the Total Environment v 417-418 p 158ndash168 2012

MASCLET P et al Emissions of polycyclic aromatic hydrocarbons by savanna fires Journal

of Atmospheric Chemistry v 22 n 1-2 p 41ndash54 1995

MAYER LM Relationship between mineral surfaces and organic carbon concentrations in soils

and sediments Chemical Geology 114 347-363 1994

MECHLIŃSKA A et al Evolution of models for sorption of PAHs and PCBs on geosorbents

TrAC - Trends in Analytical Chemistry v 28 n 4 p 466ndash482 2009

86

MEIRE R O et al Polycyclic aromatic hydrocarbons assessment in sediment of national parks

in southeast Brazil Chemosphere v 73 n 1 SUPPL p 180ndash185 2008

MIGUEL AH KIRCHSTETTER TW HARLEY RA On-Road Emissions of Particulate

Polycyclic Aromatic Hydrocarbons and Black Carbon from Gasoline and Diesel Vehicles

Environ Sci Technol v32 p450-455 1998

MITRA S DICKHUT RM KUEHL SAKIMBROUGH KL Polycyclic aromatic

hydrocarbon (PAH) source sediment deposition patterns and particle geochemistry as factors

influencing PAH distribution coefficients in sediments of the Elizabeth River VA USA

Marine Chemistry v66 p113ndash127 1999

NASCIMENTO FRCUNHA SB SOUZA MJ CRUZMLB Diagnoacutestico Geoambiental

da bacia hidrograacutefica semi-aacuterida do Rio Acarauacute subsiacutedios aos estudos sobre desertificaccedilatildeo

Boletim Goiano de Geografiav 28n1 p41-62janjun 2008

NEFF J M STOUT S A GUNSTER D G Ecological risk assessment of polycyclic

aromatic hydrocarbons in sediments identifying sources and ecological hazard Integrated

environmental assessment and management v 1 n 1 p 22ndash33 2005

PEREIRA NETTO A D CUNHA I F REGO E C P Polycyclic aromatic hydrocarbons

in street dust of Niteroacutei City RJ Brazil Bulletin of Environment Contamination and

Toxicology v72 p829 2004

OANH NTK REUTERGARDH LB DUNG NT Emission of polycyclic aromatic

hydrocarbons and particulate matter from domestic combustion of selected fuels

Environmental Science and Technology v33 p2703ndash2709 1999

OLIVEIRA AHB Diagnoacutestico da contribuiccedilatildeo de fontes de poluiccedilatildeo na costa de Fortaleza

usando marcadores moleculares de petroacuteleo e cromatografia bidimensional abrangente

2016 Tese (Doutorado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) - Instituto de Ciecircncias do Mar

Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2016

OPEL O PALM W-U STEFFEN D RUCK W K Inside-sediment partitioning of PAH

PCB and organochlorine compounds and inferences on sampling and normalization methods

Environmental Pollution v159 i4 p 924ndash931 2011

PAGE D S BOEHM P D DOUGLAS G S BENCE A E BURNS W A

MANKIEWICZ P J The Natural Petroleum Hydrocarbon Background in Subtidal Sediments

of Prince William Sound Alaska Environmental Toxicology and Chemistryv15(8) p1266-

1281 1996

PAGE DS DOUGLAS GS BENCE AE BURNS WA MANKIEWICZET PJ

Pyrogenic PAHs in sediments record past human activity a case study in Prince William Sound

Alaska Marine Pollution Bulletin v38 p 247ndash260 1999

PEREIRA NETTO AD SISINNO CL MOREIRAJC ARBILLAG DUFRAYER MC

Polycyclic aromatic hydrocarbons in leachate from a municipal solid waste dump of Niteroi

City RJ Brazil Bulletin of Environmental Contamination and Toxicologyv68 pp 148-

154 2002

87

PEREZ-FERNANDEZ B VINtildeAS L AacuteNGELES FRANCO M BARGIELA J PAHs in

the Riacutea de Arousa (NW Spain) A consideration of PAHs sources and abundance Marine

Pollution Bulletin 2015

PETERS K E MOLDOVAN J M The Biomarker Guide Interpreting molecular fossils in

petroleum and ancient sediments New York Englewood Cliffs e Prentice Hall 1993

PRAHL F G CARPENTER R Polycyclic aromatic hydrocarbon(PAH)-phase associations in

Washington coastal sediment Geochimica et Cosmochimica Acta v47(6) p1013ndash1023

1983

PRINCE RCELMENDORF DLLUTE JR17 alphaH-21betaH-hopane as a conserved

internal marker for estimating the biodegradation of crude oil Environmental Science amp

Technologyv28 (1) pp142-145 1994

QUIAO M et al Occurrence behavior and removal of typical substituted and parent polycyclic

aromatic hydrocarbons in a biological wastewater treatmentplant Water Research v 52 p 11ndash

19 2014

RAVINDRA K SOKHI R VAN GRIEKEN R Atmospheric polycyclic aromatic

hydrocarbons Source attribution emission factors and regulation Atmospheric Environment

v 42 n 13 p 2895ndash2921 2008

READMAN J W et al Petroleum and PAH contamination of the Black Sea Marine Pollution

Bulletin v 44 p 48ndash62 2002

RIBANI M et al Validaccedilatildeo em meacutetodos cromatograacuteficos e eletroforeacuteticos Quiacutem Nova Satildeo

Paulo v 27 n 5 p 771-780 Oct 2004

ROGGE W F et al Sources of fine organic aerosol 2 Noncatalyst and catalyst-equipped

automobiles and heavy-duty diesel trucks Environmental Science amp Technology v 27 n 4

p 636ndash651 1993

SABER D MAURO D SIRIVEDHIN T Environmental forensic investigation in sediments

near a former manufactured gas plant site Environ Forens v7 p65ndash75 2006

SAHA M TOGO A MIZUKAWA K MURAKAMI M TAKADA H ZAKARIA M H

CHIEM N CACH TUYEN B PRUDENTE M BOONYATUMANOND R SARKAR S

BHATTACHARYA B MISHRA P SEANG TANA T Sources of sedimentary PAHs in

tropical Asian waters Differentiation between pyrogenic and petrogenic sources by alkyl

homolog abundance Marine Pollution Bulletin v 58 n 2 p 189ndash200 2009

SCHAUER JJ KLEEMAN MJ CASS GR SIMONEIT BRT Measurement of

emissions from air pollution sources 5 C-1ndashC-32 organic compounds from gasoline-powered

motor vehicles Environ Sci Technol v36 i6 p1169ndash1180 2002

SILVA F S CRISTALE J ANDREacute PA SALDIVA PHN MARCHI M RR PM25

and PM10 The influence of sugarcane burning on potential cancer risk Atmospheric

Environment v 44 n 39 p 5133ndash5138 2010

SILVA FE Araras eacute o 28deg accedilude a sangrar no Cearaacute Diaacuterio do Nordeste Fortaleza 1deg abr de

2003 Regional

88

SIMONEIT B R T et al Molecular marker study of extractable organic matter in aerosols

from urban areas of China Atmospheric Environment Part A General Topics v 25 n 10 p

2111ndash2129 1991

SOCLO H H GARRIGUES P EWALD M Origin of polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) in coastal marine sediments Case studies in Cotonou (Benin) and Aquitaine (France)

Areas Marine Pollution Bulletin v 40 n 5 p 387ndash396 2000

STEINHAUER MS BOEHM PD The composition and distribution of saturatedand aromatic

hydrocarbons in nearshore sediments river sediments and coastal peat of Alaskan Beaufort Sea

implications for detecting anthropogenic hydrocarbon inputs Mar Environ Res v33 p223ndash

53 1992

STOGIANNIDIS E LAANE R Source characterization of polycyclic aromatic

hydrocarbons by using their molecular indices an overview of possibilities DMWhitacre

(Ed) Reviews of Environmental Contamination and Toxicology vol 234 pp49-133 2015

SUCUPIRA P A P Indicadores de degradaccedilatildeo ambiental dos recursos hiacutedricos

superficiais no meacutedio e baixo vale do rio Acarauacute ndash CE 2006 242 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Geografia) ndash Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006

SUGUIO K Introduccedilatildeo a sedimentologia Satildeo Paulo Ed Edgard Blucher EDUSP 317 p

1973

SUN L ZHANGS History of Fuel Consumption Inferred from Polycyclic Aromatic

Hydrocarbons in Sediments from the South Lianhuan Lake Northeast China Bull Environ

Contam Toxicol v88 p1027ndash1032 2012

TOLOSA I MESA-ALBERNAS M ALONSO-HERNANDEZ C M Inputs and sources of

hydrocarbons in sediments from Cienfuegos bay Cuba Marine Pollution Bulletin v 58 n 11

p 1624ndash1634 2009

TREMBLAY L KOHL S D RICE J A GAGNEacute J Effects of temperature salinity and

dissolved humic substances on the sorption of polycyclic aromatic hydrocarbons to estuarine

particles Marine Chemistry V96 Issues 1ndash2 P 21-34 2005

VENKATESAN MI The occurrence and possible sources of perylene in marine sediments ndash a

review Marine Chemistry v25 p1ndash27 1988

VENTURINI N et al A multi-molecular marker assessment of organic pollution in shore

sediments from the Riacuteo de la Plata Estuary SW Atlantic Marine Pollution Bulletin v 91 n 2

p 461ndash475 2015

VOLKMAN J K et al Identification of natural anthropogenic and petroleum hydrocarbons in

aquatic sediments Sci Total Environ v 112 n 2-3 p 203ndash219 1992

WANG MIN WANGC HU X ZHANG H HE s LV S Distributions and sources of

petroleum aliphatic hydrocarbons and polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface

sediments from Bohai Bay and its adjacent river China Marine Pollution Bulletin v90 p88ndash

94 2015

WANG Z FINGAS M PAGE D S Oil spill identification Journal of Chromatography A

89

v 843 n 1-2 p 369ndash411 1999

WANG Z FINGAS M SHU YY SIGOUIN L LANDRIAULT M LAMBERT P

Quantitative characterization of PAHs in burn residue and soot samples and differentiation of

pyrogenic PAHs from petrogenic PAHs ndash the 1994 Mobile Burn Study Environmental Science

amp Technology v33 p 3100ndash3109 1999

WANG Z FINGAS MF Development of oil hydrocarbon fingerprinting and identification

techniques Marine Pollution Bulletin v47 p423ndash452 2003

WANG Z et al Forensic source differentiation of petrogenic pyrogenic and biogenic

hydrocarbons in Canadian oil sands environmental samples Journal of Hazardous Materials

v 271 p 166ndash177 2014

WANG XC ZHANG YX CHEN RF Distribution and partitioning of polycyclicaromatic

hydrocarbons (PAHs) in different size fractions in sediments from Boston Harbor United States

Marine Pollution Bulletin v42 p1139-1149 2001

YAN B et al Molecular tracers of saturated and polycyclic aromatic hydrocarbon inputs into

Central Park Lake New York City Environmental Science and Technology v 39 n 18 p

7012ndash7019 2005

YUAN H LI T DING X ZHAO GYE S Distribution sources and potential toxicological

significance of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface soils of the Yellow River

Delta China Mar Pollut Bullv83(1) p258-64 2014

YUNKER M B MACDONALD R W VINGARZAN R MITCHELL R H GOYETTE

D SYLVESTRE S PAHs in the Fraser River basin a critical appraisal of PAH ratio as

indicators of PAH source and composition Organic Geochemistry v 33 p 489ndash515 2002

YUNKER M B et al Alkane and PAH provenance and potential bioavailability in coastal

marine sediments subject to a gradient of anthropogenic sources in British Columbia Canada

Organic Geochemistry v 89-90 p 80ndash116 2015

90

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS HPAS

HPAs mz

Tempo

de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

HPAs mz Tempo de

Retenccedilatildeo (min)

Coeficiente

de

correlaccedilatildeo

(R2)

Faixa de

Trabalho

2 a

neacutei

s

Naftaleno 128 16152 09954 0-5000 ppb C1-naftaleno 142 23680

2-metilnaftaleno 142 21243 09987 0-5000 ppb C2-naftaleno 156 23473

1-metilnaftaleno 142 21839 09994 0-5000 ppb C3-naftaleno 170 26564

16-dimetilnaftaleno 156 26057 09989 0-5000 ppb C4-naftaleno 184 35457

12-dimetilnaftaleno 156 27016 09997 0-5000 ppb C1-fluoreno 180 33626

235-trimetilnaftaleno 170 30304 09987 0-5000 ppb C2-fluoreno 194 34212

Bifenil 154 24121 09995 0-5000 ppb C3-fluoreno 208 41991

3 a

neacutei

s

Acenaftileno 152 26876 09998 0-5000 ppb C1-dibenzotiofeno 198 35751

Acenafteno 154 27976 09996 0-5000 ppb C2-dibenzotiofeno 212 41948

Dibenzofurano 168 28957 09983 0-5000 ppb C3-dibenzotiofeno 226 42681

Fluoreno 166 30994 09999 0-5000 ppb C4-dibenzotiofeno 240 49243

1-metilfluoreno 180 34117 09994 0-5000 ppb C1-fenantreno 192 39406

Dibenzotiofeno 184 35457 09999 0-5000 ppb C2-fenantreno 206 39384

46-dimetildibenzotiofeno 212 39988 09999 0-5000 ppb C3-fenantreno 220 45105

Fenantreno 178 36010 09998 0-5000 ppb C4-fenantreno 234 49263

Antraceno 178 36959 09995 0-5000 ppb C1-pireno 216 44668

Carbazole 167 37584 09991 0-5000 ppb C2-pireno 230 51176

9-etil-10-metilfenantreno 220 43867 09995 0-5000 ppb C3-pireno 244 46679

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 202 42444 09996 0-5000 ppb C4-pireno 258 53991

Pireno 202 43716 09995 0-5000 ppb C1-criseno 242 49554

1-metilpireno 216 46494 09998 0-5000 ppb C2-criseno 256 56220

Benz(a)antraceno 228 49651 09959 0-5000 ppb C3-criseno 270 51662

Trifenileno 228 49651 09979 0-5000 ppb

Criseno 228 49943 09973 0-5000 ppb Fluoranteno-d10 (PI) 212 41948

6-metilcriseno 242 52031 09940 0-5000 ppb

6-etilcriseno 256 52779 09998 0-5000 ppb

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 252 54578 09997 0-5000 ppb

Benzo(k)fluoranteno 252 55150 09998 0-5000 ppb

Benzo(e)pireno 252 55994 09999 0-5000 ppb

Benzo(a)pireno 252 56446 09988 0-5000 ppb

Perileno 252 56688 09990 0-5000 ppb

Dibenzo(ah)antraceno 278 62164 09783 0-5000 ppb

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 276 62444 09843 0-5000 ppb

Benzo(ghi)perileno 276 64164 09998 0-5000 ppb Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno Os compostos

simbolizados representam os 16HPAs prioritaacuterios pela USEPA

91

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS

BIOMARCADORES

BIOMARCADORES mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de Calibraccedilatildeo

ααα - colestano 217 54804 09865 0-1324 ppm

αββ - colestano 218 53765 09941 0-1324 ppm

17α (H)21β (H)-30-norhopano 191 57994 09420 0-1324 ppm

ααα - 20R 24R - etilcolestano 217 57317 09783 0-1324 ppm

17α (H)-222930 - trisnorhopano 191 56059 09668 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - hopano 191 59429 09716 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22R - homohopano 191 61548 09429 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22S - homohopano 191 61282 09351 0-1324 ppm

αββ - 20R 24S - metilcolestano 218 56655 09885 0-1324 ppm

αββ - 20R 24R - etilcolestano 218 56333 09871 0-1324 ppm

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

92

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS N-ALCANOS

ALCANOS mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de

Calibraccedilatildeo

nC10 57 8139 09971 0-5000 ppb

nC11 57 10534 09970 0-5000 ppb

nC12 57 14708 09983 0-5000 ppb

nC13 57 19428 09987 0-5000 ppb

nC14 57 23265 09990 0-5000 ppb

nC15 57 26574 09993 0-5000 ppb

nC16 57 29463 09999 0-5000 ppb

nC17 57 31965 09998 0-5000 ppb

pristano 57 32062 09998 0-5000 ppb

nC18 57 34393 09990 0-5000 ppb

fitano 57 34393 09950 0-5000 ppb

nC19 57 36624 09986 0-5000 ppb

nC20 57 38662 09982 0-5000 ppb

nC21 57 40621 09979 0-5000 ppb

nC22 57 42530 09970 0-5000 ppb

nC23 57 44202 09971 0-5000 ppb

nC24 57 45970 09964 0-5000 ppb

nC25 57 47650 09961 0-5000 ppb

nC26 57 49185 09948 0-5000 ppb

nC27 57 50720 09944 0-5000 ppb

nC28 57 52206 09940 0-5000 ppb

nC29 57 53660 09915 0-5000 ppb

nC30 57 54939 09928 0-5000 ppb

nC31 57 56333 09912 0-5000 ppb

nC32 57 57962 09873 0-5000 ppb

nC33 57 59655 09875 0-5000 ppb

nC34 57 61632 09921 0-5000 ppb

nC35 57 63899 09928 0-5000 ppb

nC36 57 66808 09938 0-5000 ppb

nC37 57 70166 09935 0-5000 ppb

nC38 57 74181 09916 0-5000 ppb

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

93

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAs INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute

0-5 cm 5-10

cm

10-15

cm

15-20

cm

20-25

cm

25-30

cm

30-35

cm

35-40

cm

40-45

cm

45-50

cm

50-55

cm

55-60

cm

HPAs parentais

2 a

neacutei

s

Naftaleno ltLD 767 ltLD 401 652 ltLD ltLD ltLD 3668 1569 3268 ltLD

2-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD 1393 ltLD ltLD ltLD 897 270 1300 ltLD

1-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 845 060 ltLD ltLD

16-dimetilnaftaleno 1401 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

12-dimetilnaftaleno 1845 5311 914 2566 1186 7608 2826 5071 3508 2067 2541 4269

235-trimetilnaftaleno 628 9717 ltLD ltLD 031 ltLD ltLD ltLD 874 ltLD ltLD ltLD

Bifenil 581 234 ltLD 243 1438 810 ltLD 885 936 ltLD ltLD ltLD

3 a

neacutei

s

Acenaftileno ltLD ltLD ltLD ltLD 328 385 ltLD ltLD 306 ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno ltLD 1483 ltLD ltLD 7125 9171 769 ltLD ltLD 261 015 ltLD

1-metilfluoreno 2409 252 085 053 648 407 151 057 060 084 068 068

Fenantreno 2729 846 1508 771 1016 1361 1394 1834 996 755 185 1259

Antraceno 686 554 720 412 371 199 288 827 488 283 1119 642

Carbazole 2131 357 1992 1001 820 1147 930 1329 1428 1556 911 639

9-etil-10-metilfenantreno 412 095 263 030 352 430 285 746 131 081 244 062

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 4888 546 1378 492 206 1207 156 1667 879 168 196 1658

Pireno 3900 607 1416 412 339 710 1062 735 225 292 309 1489

1-metilpireno 1942 182 402 207 422 386 1143 365 248 409 360 223

Benz(a)antraceno 2784 708 606 1200 835 1848 1612 2187 2348 353 664 2484

Trifenileno 4090 146 257 094 227 276 149 1743 3226 145 810 2518

Criseno 1462 094 3983 220 113 110 054 802 1442 122 1263 129

6-metilcriseno 3593 299 833 312 489 328 505 330 335 847 2008 247

6-etilcriseno 715 313 748 185 468 291 693 296 1829 792 1476 1031

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 15493 2360 4053 2669 1320 3849 2236 10391 6497 5564 1980 8160

Benzo(k)fluoranteno 8240 1239 4624 4344 1871 856 994 5483 1780 1335 2638 1191

Benzo(e)pireno 11034 1378 5693 826 1232 6811 10620 22548 39510 30411 37397 25197

Benzo(a)pireno 18157 1225 8715 870 3171 4915 11826 28991 30554 18433 17648 14549

Perileno 34008 2025 31746 361 2189 958 22903 1426 74001 751 2699 1116

Dibenzo(ah)antraceno ltLD ltLD 17867 ltLD ltLD ltLD ltLD 618160 170855 183085 309876 113543

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 5558 1545 2253 1396 2339 1707 1526 12061 3864 2543 3536 2021

Benzo(ghi)perileno 2967 1221 3118 1102 2157 2475 1649 2282 10371 2423 6520 9911

HPAs alquilados sum C1-C4 naftalenos 35991 57276 35627 22235 40623 260598 52905 30061 80734 10025 32274 24297

sum C1-C3 fluorenos 7647 4478 6221 3742 9601 6519 8172 9082 15616 7814 10281 8868

sum C1-C4 fenantrenos 7878 211 4731 1231 000 4554 8782 4529 16808 17808 20501 16206

sum C1-C4 pirenos 6832 129 5338 794 000 3252 8390 8454 10944 11239 17571 17892

sum C1-C3 crisenos 15410 3251 15133 4435 5692 7330 9675 27838 28433 34633 48985 42654

HPAs sulfurados Dibenzofurano 581 ltLD ltLD ltLD 1764 200 1261 ltLD ltLD 319 ltLD 016

Dibenzotiofeno 153 1006 232 1586 939 1417 1142 3404 2777 1351 937 1338

46-

dimetildibenzotiofeno 062 2052 260 1812 3041 077 2797 078 105 014 294 1305

sum C1-C4

dibenzotiofenos 303 412 3789 1316 000 2574 4222 10286 8247 2907 3198 13788

Paracircmetros sum HPAs16 66864 13197 50241 14290 21842 28793 23566 685419 234272 217187 349214 157036

sum HPAs 54 20651

2 102321 164505 57319 94398 334767 161117 813946 525764 340768 533068 318770

sum HPAs alquilados 74061 65757 70839 33753 55917 284828 92146 90249 160783 84426 132810 123705

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 3415 3651 2229 1584 9492 11116 2451 2660 5458 2867 4587 1901

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 63449 9546 48012 12705 12351 17677 21115 682758 228814 214320 344627 155136

94

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E

ARGILA) DO TESTEMUNHO

Seccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

0-5 cm 180 240 140 3723 5717

5-10 cm 436 541 177 2404 6442

10-15 cm 455 505 145 1881 7014

15-20 cm 275 320 140 977 8288

20-25 cm 105 215 045 552 9083

25-30 cm 785 815 220 2545 5635

30-35 cm 850 1170 315 3228 4437

35-40 cm 655 685 225 6928 1507

40-45 cm 695 670 160 7171 1304

45-50 cm 1855 1740 565 4767 1073

50-55 cm 627 642 874 6085 1772

55-60 cm 390 465 060 5228 3857

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

Page 8: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú

ABSTRACT

Distribution composition sources and factors controlling accumulation and distribution of

PAHs alkanes isoprenoids (pristane and phytane) and oil biomarkers (hopanes and steranes)

were investigated in surface sediments and in a sedimentary profile at Acarauacute river which is

the second largest drainage basin of Cearaacute In surface sediments the sum of the concentration

of the series of C10 -C38 n-alkanes ranged from approximately 3000 ngg-1

-8000 ngg-1

averaging 540577 ngg-1

since the sum of the 16 priority PAHs USEPA ranged from 14143

ngg-1

(ACR3) to 207720 ngg-1

(ACR5) On the other hand the hopanes ranged from ltLOD

(ACR3) to 6787 μgg-1

(ACR6) especially the C29-hopano (NH) and steranes presented

values ranging from ltLOD to 2327 ug g-1

(ACR4) highlighting the C28αββ (S R) For the

characterization of the primary sources in the basin of Acarauacute were used various diagnostic

ratios as Σ PAHs (4-6 rings) Σ HPAs16 BaA (BaA + Cri) IP (IP + BghiP) Phe Ant Fltr

Pir Per 5 rings CPI (15-19) CPI (25-33) nC17Pr nC18Fit and PrFit According to the

Carbon Preference Index most stations showed CPI ~ 1 which features possible source of oil

derivatives which was confirmed by the presence of hopanes and steranes at most stations

Moreover analysis of PAH returned pyrolytic primary sources that can be related to the

burning activities in the region as the use of wood for cooking and energy source and vehicle

emissions Regarding the assessment of the potential risk to the ecosystem most stations were

below the lower level (TEL) established by the Canadian Environmental Agency with low

probability of adverse effects to biota Only at ACR8 site the compounds fluorene and

dibenzo(ah)anthracene had possible adverse effects on biota The historical record in the

estuary of the River Acarauacute revealed the predominance of pyrolytic sources in deeper layers

probably related to encouraging the use of wood as an energy source in the seventies due to

the oil crisis Furthermore the deposition of PAHs was determined by the grain size and the

organic carbon content with a probable relationship with the organic matter adsorbed in the

clay minerals

Keywords Sediment PAHs Alkanes Petroleum Biomarkers

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos 17

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano) 18

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos 20

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados 22

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais 23

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados 30

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios estudados 31

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados 32

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz 33

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial e do perfil

sedimentar Error Bookmark not defined

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees 35

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem 36

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos reduzidos a 1

mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG 40

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute 42

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais 46

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar 47

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho 48

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais 51

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio

Acarauacute 57

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio Acarauacute

59

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais 62

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais 63

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18 64

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e esteranos

(sumEster) nos sedimentos superficiais 66

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar 67

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar 68

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho 68

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos superficiais

71

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais 72

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o estuaacuterio

do rio Acarauacute 74

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio

Acarauacute 76

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho 19

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem 34

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM 41

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate 44

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9 e

ACR10 (porcentagem) 46

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho 48

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute 50

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio

Acarauacuteem ngg-1

52

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

53

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

) 54

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

) 55

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo nos

uacuteltimos cinco anos 56

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute 60

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o rio

Acarauacute 60

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho 75

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999) 77

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ace Acenafteno

Ace-d10 Acenafteno ndash Deuterado

Aci Acenaftileno

AFs Aacutecidos Fuacutelvicos

AHs Aacutecidos Huacutemicos

AMM HPAs de alta massa molar

Ant Antraceno

BaA Benzo(a)antraceno

BaP Benza(a)Pireno

BbF Benzo(b)Fluoranteno

BeP Benzo(e)Pireno

BghiP Benzo[ghi]Perileno

BkF Benzo(k)Fluoranteno

BMM HPAs de baixa massa molar

CCME Canadian Council of ministers of the Environment

CO Carbono Orgacircnico

CONAMA Conselho Nacional do meio ambiente

Cri Criseno

Cri-d12 Criseno ndash Deuterado

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DCM Dicloro-metano

DhaA Dibenzo[ah]Antraceno

DP Desvio padratildeo

ERL Effect range- low (Faixa de efeitos- baixa)

ERM Effects range-median (Faixa de efeitos- meacutedia)

Fen Fenantreno

Fen-d10 Fenantreno ndash Deuterado

Fl Fluoreno

Flu Fluoranteno

GC-MS Cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas

HPA Hidrocarboneto policiacuteclico aromaacutetico

IARC Agecircncia Nacional para Pesquisa de Cacircncer

IncdP Indeno[123-cd]Pireno

Koc Constante de particcedilatildeo com carbono

Kow Coeficiente de Particcedilatildeo octanol-aacutegua

KPa Quiilopascal

LD Limite de detecccedilatildeo

LQ Limite de quantificaccedilatildeo

mz Razatildeo massacarga

MO Mateacuteria Orgacircnica

Naf Naftaleno

Naf-d8 Naftaleno ndash deuterado

NOAA National Oceanographic and Atmospheric Administration (Administraccedilatildeo

Nacional Oceanograacutefica e Atmosfeacuterica)

PEL Probable effect level (Niacutevel de efeitos provaacuteveis)

PER Perileno

PER-d10 Perileno ndash deuterado

pH Potencial hidrogeniocircnico

Pir Pireno

POPs Poluentes Orgacircnicos Persistentes

TEL Threshold effect level (Limiar de efeitos)

TOC Carbono orgacircnico total

TR Tempo de retenccedilatildeo

USEPA Agecircncia Norte Americana de Proteccedilatildeo Ambiental

microg Micrograma

Σ16 HPAs Somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios segundo USEPA

Natildeo faz mal que seja pouco o que importa eacute que o avanccedilo de hoje

seja maior que o de ontem Que nossos passos de amanhatilde

sejam mais largos que os de hojerdquo

DAISAKU IKEDA

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA16

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 17

211 n-alcanos 17

212 Isoprenoacuteides 18

213 Biomarcadores 19

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos 21

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos 25

3 OBJETIVOS27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS28

41 Processos metodoloacutegicos 28

42 Aacuterea de Estudo 28

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta 34

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar 35

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos 36

451 Granulometria 36

452 Carbonato de Caacutelcio 36

453 Teor de Carbono Orgacircnico 37

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos 38

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos

aromaacuteticos 39

461 Reagentes e material 39

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental 39

463 Controle de Qualidade 42

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO45

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica 45

511 Sedimentos Superficiais 45

512 Sedimentos do testemunho 46

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 49

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais 49

522 n-alcanos no testemunho sedimentar 53

523 Biomarcadores do petroacuteleo 53

5231 Sedimentos superficiais53

5232 Testemunho 53

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos 54

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais 54

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho 58

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute 60

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas 60

5411 Sedimentos superficiais61

5412 Testemunho 66

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas 69

5421 Sedimentos superficiais69

5422 Testemunho 73

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

do sedimento 74

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais 77

6 CONCLUSAtildeO 78

REFEREcircNCIAS 80

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS HPAS 90

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS BIOMARCADORES 91

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS N-ALCANOS 92

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAS INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute 93

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E ARGILA)

DO TESTEMUNHO 94

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A disponibilidade hiacutedrica desempenha um papel fundamental no

desenvolvimento das aglomeraccedilotildees humanas Com isso o processo de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo ocorre proacuteximo aos cursos drsquoaacutegua fato confirmado historicamente com o

desenvolvimento das grandes civilizaccedilotildees nas mediaccedilotildees dos rios Dessa forma o

desenvolvimento raacutepido das sociedades necessita da compreensatildeo e da avaliaccedilatildeo das

caracteriacutesticas do ambiente em que vivemos

Atualmente sobretudo proacuteximo agrave zona costeira esses ambientes satildeo altamente

explorados e utilizados Segundo Tundisi (2003) a maioria da populaccedilatildeo brasileira estaacute

em bacias costeiras ou estaacute no maacuteximo a 100 km da costa Vale ressaltar que essas aacutereas

litoracircneas foram marco inicial de alguns nuacutecleos urbanos e concentram elevadas

densidades demograacuteficas que acabam atraindo investimentos econocircmicos (ALVES

2008)

Nesse acircmbito eacute possiacutevel perceber o impacto da urbanizaccedilatildeo levando-nos a

reflexatildeo sobre algumas medidas que devem ser tomadas sobretudo no que se refere aos

resiacuteduos gerados em grande ou pequena escala decorrente do aumento da populaccedilatildeo nas

cidades Uma demanda maior de energia e mateacuteria prima eacute necessaacuteria diante desse

crescente aumento populacional Aleacutem disso como resultado temos a poluiccedilatildeo oriunda

de processos industriais que ocasiona uma serie de desequiliacutebrios ambientais e acabam

prejudicando a vida do homem e a sauacutede de inuacutemeros ecossistemas (UNEP 2002

FRONZA 2006)

Os ambientes aquaacuteticos tem funcionado como aacutereas receptoras dos mais

variados tipos de efluentes despejos e derrames Por isso diversos contaminantes

continuamente alcanccedilam os ecossistemas por meio das atividades antroacutepicas e essas

substancias em sua maioria acabam permanecendo acumuladas nos sedimentos

(OCKENDER et al 2003) Entre as diversas substancias contaminantes existentes

destacam-se os poluentes orgacircnicos que compreendem uma classe de substancias cuja

origem se da a partir de fontes difusas e pontuais aportando no meio ambiente pelas

contribuiccedilotildees de processos como a drenagem urbana provocada pelas aacuteguas da chuva

atividades agriacutecolas e por meio de lanccedilamentos de efluentes domeacutesticos e industriais

(BAIRD 2002)

17

Os hidrocarbonetos satildeo componentes abundantes do material orgacircnico nos

sedimentos e uma das maiores classes de compostos orgacircnicos Entre os contaminantes

orgacircnicos os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

(HPAs) tecircm recebido muita atenccedilatildeo ultimamente devido a sua ampla distribuiccedilatildeo nos

sedimentos lacustres e marinhos (LEITE et al2011 DE ABREU-MOTA et al 2014

VENTURINI et al 2015 MACHADO et al2014 WANG et al 2014 KANZARI et

al 2015) Esses contaminantes estatildeo associados com os sedimentos devido a sua baixa

solubilidade em aacutegua e consequente natureza hidrofoacutebica (VOLKMAN et al 1992

GUO et al 2007)

A bacia do rio Acarauacute eacute a segunda maior bacia hidrograacutefica do Cearaacute e vecircm

passando por diversas alteraccedilotildees do ambiente Aumento populacional aumento do

traacutefico de veiacuteculos e atividade de agricultura com o periacutemetro irrigado do Baixo Acarauacute

satildeo alguns dos exemplos dessas mudanccedilas Dessa forma a investigaccedilatildeo das possiacuteveis

fontes de hidrocarbonetos para essa regiatildeo eacute de suma importacircncia Esse eacute o primeiro

estudo que avalia a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a

acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos na regiatildeo Com ele visamos fornecer

dados e subsiacutedios para o monitoramento poliacuteticas puacuteblicas e preservaccedilatildeo deste

importante ecossistema costeiro

16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

A qualidade dos sedimentos pode ser avaliada pelo conteuacutedo dos HA e HPAs

que satildeo as duas maiores classes de compostos encontrados no petroacuteleo Os

hidrocarbonetos nos sedimentos provecircm de diversas fontes e atingem o ambiente

aquaacutetico atraveacutes do escoamento superficial do lanccedilamento de efluentes domeacutesticos e

industriais da drenagem de aacutegua da chuva das atividades de navegaccedilatildeo e dos

afloramentos naturais de petroacuteleo (PAGE et al 1996 READMAN et al 2002

PEREINA-NETTO et al 2004 COLOMBO et al 2007 CAVALCANTE et al

2008) O destino e o transporte dos contaminantes orgacircnicos nos ambientes aquaacuteticos eacute

dependente da particcedilatildeo dos mesmos entre as fases particulada e dissolvida

(MECHLINSKA et al 2009 CHEN WONG e TAM 2011) Os componentes

hidrofiacutelicos acumulam-se predominantemente na fase aquosa e satildeo consequentemente

transportados na fraccedilatildeo moacutevel Por outro lado os contaminantes mais hidrofoacutebicos

tendem a acumular-se na fase soacutelida por interaccedilotildees de sorccedilatildeo com as superfiacutecies do

material particulado (KOWALSKA GULER E COCKE 1994 TREMBLAY et al

2005) O material particulado eacute entatildeo depositado de acordo com as condiccedilotildees

hidroloacutegicas e sedimentoloacutegicas e eacute transferido para o sedimento associado aos

compostos hidrofoacutebicos tornando-os parte da fraccedilatildeo imoacutevel Dessa forma eles podem

ser encontrados em altas concentraccedilotildees em sedimentos contaminados (KARICKHOFF

BROWN E SCOTT 1979) Qualquer distuacuterbio nos sedimentos contaminados pode

remobilizar os contaminantes para a coluna daacutegua aumentando sua biodisponibilidade

e assim os riscos para sauacutede da biota (READMAN et al 2002 GROSSI et al 2002)

Vaacuterios trabalhos tecircm utilizado os sedimentos superficiais para avaliar a

qualidade do ambiente aquaacutetico em relaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo de hidrocarbonetos e na

identificaccedilatildeo de fontes desses contaminantes (READMAN et al 2002 MAI et al

2002 SAHA et al 2009 FERNANDES 2013 OLIVEIRA 2016) Aleacutem dessa

ferramenta os hidrocarbonetos em testemunhos sedimentares podem ser utilizados na

reconstruccedilatildeo do registro histoacuterico das entradas desses contaminantes em estudos de

impacto ambiental mostrando a mudanccedila no uso dos hidrocarbonetos ao longo do

tempo (MACHADO et al 2014 CAVALVANTE et al 2008

BOONYATUMANOND et al 2007 LORGEOUX et al 2016)

17

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

Os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) correspondem a uma importante fraccedilatildeo dos

lipiacutedios e compreendem uma vasta classe de compostos orgacircnicos Entre essas classes

de compostos estatildeo os n-alcanos os isoprenoacuteides os terpanos e os esteranos entre

muitos outros

As fontes desses compostos podem ser tanto naturais atraveacutes da fotossiacutentese por

organismos marinhos e terrestres sendo as principais fontes biogecircnicas representadas

pelas plantas terrestres o fitoplacircncton e as bacteacuterias (VOLKMAN et al 1992 ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996) quanto antropogecircnicas provenientes do escoamento

superficial deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e entrada por processos industriais (ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996)

211 n-alcanos

Os n-alcanos satildeo compostos orgacircnicos de cadeia aberta formados por carbono e

hidrogecircnio que formam uma seacuterie homologa sem ramificaccedilotildees onde cada membro

difere do anterior por um grupo CH2

1198673119862 minus (1198621198672)5 minus 1198621198673

119862711986716

Fonte Elaborado pela autora

Os n-alcanos com cadeias de tamanho C15 ndash C35 estatildeo presentes em quase todos

sedimentos (VOLKMAN et al 1992) As fontes de n-alcanos podem ser os

fitoplanctons (VOLKMAN et al 1992) as plantas superiores (EGLINTON E

HAMILTON 1967) um afloramento natural de petroacuteleo derramamentos acidentais e

escoamento superficial O fitoplacircncton sintetiza prioritariamente n-alcanos de cadeias

mais curtas com nuacutemero iacutempar de carbonos (n-C15 a n-C21) Alguns compostos de

cadeias mais longas independente do nuacutemero de aacutetomos de carbono ser iacutempar ou par

satildeo sintetizados por diversos organismos marinhos poreacutem em menores quantidades que

a fonte fitoplanctocircnica (VOLKMAN et al 1992) Por outro lado as plantas superiores

terrestres como os mangues produzem n-alcanos de cadeias longas (C25-C35) como

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos

18

principal componente das suas ceras cuticulares com uma preferecircncia de produccedilatildeo de

n-alcanos com um nuacutemero iacutempar de carbonos em relaccedilatildeo ao nuacutemero par (EGLINTON

E HAMILTON 1967)

Os n-alcanos de origem petrogecircnica podem ser derivados do petroacuteleo bruto ou

de seus derivados Na composiccedilatildeo destes produtos podem existir n-alcanos com 1 a 40

aacutetomos de carbono ocorrendo a ausecircncia da predominacircncia de cadeias com um nuacutemero

par ou impar de carbonos (VOLKMAN et al 1992 SIMONEIT 1991)

212 Isoprenoacuteides

Os alcanos isoprenoacuteides satildeo HA de cadeia ramificada com estrutura derivada do

isopreno um dos blocos constituinte das estruturas baacutesicas da natureza

Os isoprenoacuteides mais utilizados para estudos ambientais de contaminaccedilatildeo satildeo

representados pelo pristano (261014-tetrametilpentadecano) e fitano (261014-

tetrametilhexadecano) que satildeo produtos da alteraccedilatildeo geoloacutegica do fitol e natildeo satildeo

constituintes primaacuterios da maioria da biota terrestre (Figura 2) (GUO et al 2007

HARJI et al 2008) Eles satildeo comumente considerados como bons indicadores de

contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (VOLKMAN et al 1992 READMAN et al 2002) Como

regra geral valores altos da razatildeo PristanoFitano indicam fonte biogecircnica sob

condiccedilotildees oxidantes (BETCHEL et al 2007)

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano)

Fonte PETERS E MOLDOWAN 1993

Alguns autores tambeacutem utilizam a relaccedilatildeo entre os isoprenoacuteides para obter

informaccedilotildees a respeito do ambiente deposicional da mateacuteria orgacircnica geradora do

petroacuteleo (READMAN et al 2002 TOLOSA et al 2009) As fontes biogecircnicas desses

compostos satildeo importantes jaacute que eles derivam do fitol tanto sob condiccedilotildees redutoras

19

(fitano) quanto oxidantes (pristano) Risatti e colaboradores (1984) estabeleceram que o

fitano eacute sintetizado pelas bacteacuterias metanogecircnicas presentes em condiccedilotildees anoacutexicas

213 Biomarcadores

Durante os processos de maturaccedilatildeo geoloacutegica das rochas-geradoras de petroacuteleo e

do petroacuteleo bruto a mateacuteria orgacircnica originalmente proveniente de plantas e animais eacute

transformada diageneacutetica e catagenicamente durante milhotildees de anos

Para o entendimento do grau de maturaccedilatildeo teacutermica bem como dos processos de

migraccedilatildeo do oacuteleo e para a correlaccedilatildeo oacuteleo-oacuteleo e oacuteleo-rocha geradora os indicadores

geoquiacutemicos moleculares ou biomarcadores satildeo largamente utilizados Na avaliaccedilatildeo de

amostras ambientais os biomarcadores satildeo utilizados para o diagnoacutestico da presenccedila de

petroacuteleo e possiacutevel identificaccedilatildeo do tipo de petroacuteleo na contaminaccedilatildeo

Os biomarcadores satildeo correspondentes aos compostos esteranos e triterpanos

Os esteranos satildeo compostos derivados dos esteroacuteis presente na maioria dos organismos

vivos Os esteroacuteis sofrem modificaccedilotildees na sua estrutura durante o processo de

maturaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica dando origem aos esteranos Entre os triterpanos (tri-

tetra- e pentaciacuteclicos) foram estudados os triterpanos pentaciacuteclicos mais conhecidos

como hopanos Os hopanos satildeo foacutesseis moleculares dos hopanoacuteides das bacteacuterias que

desempenham o mesmo papel de tornar a membrana celular mais fluida que os esteroacuteis

nas ceacutelulas eucarioacuteticas (PRINCE et al 1994) Diante do grande espectro desses

compostos presentes no petroacuteleo somente os principais foram estudados nesse trabalho

(Tabela 1e Figura 3)

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho

Abrev Nome Estrutura Foacutermula

Hopanoacuteides

Tm 17α(H)-222930 - trisnorhopano II C27H46

NH 17α(H)21β(H)-30-norhopano III C29H50

H 17α(H)21β(H) - hopano I C30H52

HH(R) 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano IV n = 1 C31H54

HH(S) 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano IV n = 1 C31H54

Esteranos

C27ααα (SR) 5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C27αββ (SR) 5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C28αββ (SR) 24-metil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Me C28H50

C29ααα (SR) 24-etil-5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

C29αββ (SR) 24-etil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

Fonte Elaborada pela autora Estrutura refere-se a estrutura quiacutemica dos compostos

apresentada na Figura 3

20

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos

Fonte Adaptado de AEPLI et al 2014

Vaacuterios estudos comprovaram que os hopanos e os esteranos satildeo muito

resistentes a degradaccedilatildeo no meio ambiente e podem ser usados com marcadores

moleculares para traccedilar e caracterizar a contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (ROGGE et al1993

PRINCE et al 1994 WANG FINGAS E PAGE 1999a AEPLI et al 2014) Devido

aos seus altos pontos de ebuliccedilatildeo eles natildeo estatildeo presentes nos combustiacuteveis gasolina e

diesel mas satildeo encontrados nos oacuteleos lubrificantes asfaltos e resiacuteduos pesados do

petroacuteleo (SAHA et al 2009) Portanto baseado na anaacutelise das concentraccedilotildees dos

biomarcadores e no perfil de distribuiccedilatildeo dos mesmos eacute possiacutevel validar a presenccedila e o

tipo de fonte petrogecircnica nos sedimentos

30-norhopanos (NH)

5α(H)-esteranos

homohopanos (HH)

17α(H)21β(H) - hopano (H) 17α(H)-222930 - trisnorhopano (Tm)

21

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs) satildeo uma classe de

contaminantes orgacircnicos que contem dois ou mais aneacuteis benzecircnicos fundidos e que

podem ser toacutexicos a biota em elevadas concentraccedilotildees Alguns podem conter estruturas

dos aneacuteis com menos do que 6 aacutetomos de carbono (pe acenaftileno acenafteno e

fluoreno) (Figura 5) Em outros um aacutetomo de carbono do anel de benzeno pode ser

substituiacutedo por um nitrogecircnio enxofre ou oxigecircnio resultando na formaccedilatildeo de

compostos aromaacuteticos heterociacuteclicos (pe dibenzotiofeno) (Figura 5) Aleacutem disso

aacutetomos de hidrogecircnio nos HPAs parentais podem ser substituiacutedos por grupos alquil (pe

2-metilnaftaleno) (Figura 4) Os HPAS com menos de 4 aneacuteis satildeo chamados de HPAS

de baixo peso molecular (BPM) enquanto que os que possuem 4 aneacuteis ou mais satildeo

chamados de HPAs de alto peso molecular (APM)

Os HPAs satildeo contaminantes orgacircnicos presentes desde ambientes com intensa

atividade humana ateacute ambientes isolados (PEREIRA NETTO et al 2002 MAI et al

2002 TOLOSA et al2009 MARTINS et al 2012 MEIRE et al2008) As fontes e o

destino dos HPAs no meio ambiente tem sido objeto de estudos extensivos devido as

propriedades mutagecircnicas eou carcinogecircnicas de alguns dos seus isocircmeros (pe

benzo(a)pireno e dibenzo(ah)antraceno) portanto as concentraccedilotildees e fontes destes

compostos tecircm sido monitoradas constantemente

22

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados

Fonte Elaborada pela autora

23

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais

Fonte Elaborada pela autora

Alguns HPAs satildeo formados atraveacutes da combustatildeo incompleta de compostos

orgacircnicos e subsequumlente recombinaccedilatildeo com outras partiacuteculas orgacircnicas constituindo

uma fonte piroliacutetica destes compostos (LIMA FARRINGTON E REDDY 2005) Esses

HPAs podem ser introduzidos naturalmente no ambiente atraveacutes de queimadas de

florestas pastagens e atividades vulcacircnicas (MASCLET et al 1995) Fontes

antropogecircnicas de HPAs piroliacuteticos podem ser a incineraccedilatildeo de lixo e madeira

emissotildees veiculares e preparaccedilatildeo da terra para a agricultura (ROGGE et al 1993

KALILI et al 1995 RAVINDRA SOKHI E GRIEKEN 2008 SILVA et al 2010

DE ANDRADE et al 2010) Outra fonte de HPAs eacute a descarga de material relacionado

24

ao petroacuteleo que caracterizam fontes petrogecircnicas como descargas e derramamentos de

petroacuteleo lanccedilamentos de esgotos urbanos e industriais e escoamento superficial das

aacutereas adjacentes aos corpos daacutegua (WANG FINGAS E PAGE 1999) Uma terceira

fonte de HPAs seria por processos bioloacutegicos ou nos estaacutegios iniciais da diagecircnese dos

sedimentos (VENKATESAN 1988)

A principal forma de relacionar as concentraccedilotildees dos HPAs agraves fontes emitidas eacute

atraveacutes das razotildees diagnoacutestico especiacutefica para cada fonte Essas razotildees satildeo baseadas nas

concentraccedilotildees de HPAs selecionados que de alguma forma caracterizam as diferentes

fontes A utilizaccedilatildeo dessa razotildees para a determinaccedilatildeo de fontes nos sedimentos requer o

entendimento da estabilidade termodinacircmica relativa dos HPAs selecionados Para os

HPAs parentais na combustatildeo ocorre o aumento da concentraccedilatildeo do isocircmero menos

estaacutevel termodinamicamente em detrimento do mais estaacutevel (YUNKER et al 2002)

Aleacutem disso cada fonte tem uma emissatildeo especiacutefica de HPAs o que permite uma

correlaccedilatildeo (ROGGE et al 1993 KALILI et al 1995)Os compostos alquilados estatildeo

presentes em concentraccedilotildees elevadas no petroacuteleo e seus derivados e relativamente

pequena ou ateacute mesmo ausentes nas emissotildees derivadas da combustatildeo (queimadas

caldeiras termoeleacutetricas veiacuteculos automotores etc) Os HPAs alquilados satildeo

termodinamicamente mais instaacuteveis do que os correspondentes HPAs parentais e

portanto a razatildeo dos HPAs alquilados em relaccedilatildeo aos HPAs parentais tem sido usado

para diferenciar os HPAs (SAHA et al 2009)

Eacute interessante observar que uma certa dificuldade na identificaccedilatildeo da origem dos

HPAs em amostras sedimentares eacute frequente devido em geral agrave presenccedila de vaacuterias

fontes de contaminantes e de diversos processos de transformaccedilatildeo dos compostos no

sedimento e antes disto no proacuteprio transporte ao longo da coluna daacutegua

Entre os HPAs os 16 compostos listados pela Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

Norte-Americana e os seus homoacutelogos alquilados possibilitam diagnosticar com maior

facilidade a origem da contaminaccedilatildeo por hidrocarbonetos que pode ser piroliacutetica

(oriunda da combustatildeo incompleta de combustiacuteveis e biomassa) ou petrogecircnica

(SOCLO et al2000 NEFF et al 2005 PEREacuteZ-FERNANDEZ et al 2015 ) Esses 16

compostos foram escolhidos para essa lista de prioridade porque (1) eles reuacutenem o

maior nuacutemero de informaccedilotildees sobre sua estrutura efeitos toxicoloacutegicos e fontes

emissoras (2) eles satildeo suspeitos de causar maiores danos do que outros e exibem

efeitos que satildeo representativos da classe de HPAs como um todo (3) existe uma maior

25

chance de exposiccedilatildeo a esses HPAs do que aos outros e (4) de todos os HPAs

analisados estes exibem as maiores concentraccedilotildees (RAVINDRA et al 2008)

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos

Segundo Irwin e colaboradores (1997) os alcanos como um grupo tem

toxicidade aquaacutetica baixa a moderada Esse mesmo estudo mostra que a toxicidade dos

alcanos estudados decresceu na seguinte ordem decano octano hexano e pentanoEsse

mesmo resultado foi encontrado pelo Bureau of Reclamation (2002) Dessa forma

podemos inferir que a toxicidade dos alcanos tende a aumentar com o aumento do

tamanho da moleacutecula (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)

Por outro lado os HPAs satildeo de interesse ecotoxicoloacutegico no que diz respeito aos

impactos a curto prazo na coluna daacutegua e aos efeitos de curto e longo prazo para os

animais bentocircnicos (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)Vaacuterios fatores

influenciam na toxicidade dos HPAs entre eles as espeacutecies afetadas a via de exposiccedilatildeo

e a estrutura molecular do HPA (CCME 1999) Em geral os HPAs de baixo peso

molecular satildeo considerados agudamente toacutexicos e natildeo-carcinogecircnicos para os

organismos aquaacuteticos enquanto que os HPAs de alto peso molecular natildeo satildeo

agudamente toacutexicos aos organismos aquaacuteticos mas alguns deles satildeo carcinogecircnicos

(CCME 1999) Os HPAs de baixo peso molecular apresentam maior toxicidade aguda

em relaccedilatildeo aos HPAs de alto peso molecular devido a sua maior solubilidade em aacutegua

A mortalidade eacute o efeito mais comum em bioensaios com sedimentos coletados in situ e

sedimentos fortificados em laboratoacuterios decorrente de toxicidade aguda (CCME 1999)

Os organismos bentocircnicos satildeo expostos aos HPAs por vaacuterias vias de exposiccedilatildeo

incluindo exposiccedilatildeo aos HPAs no material particulado e dissolvido nas aacuteguas

intersticiais e coluna daacutegua assim como aos HPAs adsorvidos no sedimento atraveacutes do

contato na superfiacutecie e ingestatildeo de partiacuteculas Portanto os sedimentos representam a via

de exposiccedilatildeo mais importante para muitos invertebrados bentocircnicos (CCME 1999) Os

dados sobre as concentraccedilotildees de HPAs nos sedimentos fornecem importantes

informaccedilotildees para a avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do sedimento no entanto tais medidas

natildeo necessariamente refletem a fraccedilatildeo biodisponiacutevel dessas substacircncias Os HPAs

individuais e os diferentes tipos de sedimento vatildeo resultar em diferentes

biodisponibilidades (DeWITT et al 1992)

26

Segundo a CCME (1999) a avaliaccedilatildeo da porcentagem de efeitos observados

para as concentraccedilotildees de HPAs define trecircs classes as concentraccedilotildees que estatildeo abaixo

do TEL (niacutevel limite de efeito) que satildeo raramente associadas com efeitos bioloacutegicos

adversos as concentraccedilotildees entre o TEL e o PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) que satildeo

ocasionalmente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos e as concentraccedilotildees acima do

PEL que satildeo frequentemente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos

27

3 OBJETIVOS

Os principais objetivos desse trabalho satildeo avaliar a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo

as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos ao

longo do curso do rio Acarauacute e analisar o registro histoacuterico das atividades

antropogecircnicas no estuaacuterio usando hidrocarbonetos de petroacuteleo como marcadores

moleculares orgacircnicos Para tal seratildeo necessaacuterios os seguintes objetivos especiacuteficos

1) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos alifaacuteticos em sedimento

superficial e testemunho

2) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos em

sedimento superficial e testemunho

3) Determinaccedilatildeo da classe de biomarcadores de petroacuteleo em sedimento

superficial e testemunho

4) Diagnoacutestico das fontes de hidrocarbonetos no ambiente atraveacutes de razotildees

diagnoacutestico

5) Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos

sedimentos superficiais

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Processos metodoloacutegicos

As atividades desenvolvidas para a caracterizaccedilatildeo da atividade antroacutepica na

bacia do rio Acarauacute foram divididas em laboratoacuterio levantamento bibliograacutefico e

anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados

As atividades de laboratoacuterio foram realizadas no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de

Contaminantes Orgacircnicos (LACOr) Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) e

Laboratoacuterio de Microbiologia do Pescado e Ambiental (LAMAP) os quais satildeo todos

vinculados ao Instituto de Ciecircncias do Mar (LABOMAR) e no Laboratoacuterio de Anaacutelise

de Traccedilos (LAT) na Universidade Federal do Cearaacute e no Laboratoacuterio de Geoquiacutemica e

Quiacutemica Marinha vinculado aoWoods Hole Oceanographic Institution EUA

42 Aacuterea de Estudo

A aacuterea de estudo estaacute localizada no litoral oeste do estado do Cearaacute O bacia do

rio Acarauacute ocupa uma aacuterea equivalente a 1444249km2

(IPECE2014) compreendendo

cerca de 10 do Cearaacute e tem como curso daacutegua principal o rio Acarauacute (EMBRAPA

2005)

Existem vaacuterios outros cursos drsquoaacutegua que o interceptam nos seus 352 km de

extensatildeo que vatildeo desde as nascentes do rio Acarauacute ateacute a sua desembocadura no

municiacutepio de Acarauacute Dessa forma vaacuterias sub-bacias satildeo facilmente delimitadas com

ecircnfase maior para as formadas pelos afluentes da margem direita com destaque para as

sub-bacias dos rios Groaiacuteras Macacos Jacurutu e Madeira Pela margem esquerda o rio

Jaibaras destaca-se pela sua delimitaccedilatildeo espacial

O vale do rio Acarauacute eacute delimitado por 30 municiacutepios (IPECE 2014) No

entanto a aacuterea de estudo abrange a aacuterea a partir do accedilude de Araras no municiacutepio de

Varjota ateacute a foz do rio no municiacutepio de Acarauacute perpassando os 12 municiacutepios a

seguir Acarauacute Bela Cruz Carireacute Cruz Forquilha Groaiacuteras Marco Morrinhos

Massapecirc Santana do Acarauacute Sobral e Varjota

A maior parte da Bacia do Acarauacute tem o seu regime de chuvas caracterizado

pela concentraccedilatildeo das precipitaccedilotildees em poucos meses o que torna a estaccedilatildeo chuvosa

bem definida Isso acontece porque as variaccedilotildees das chuvas durante as estaccedilotildees no setor

29

norte do Nordeste brasileiro parecem estar intimamente ligadas agraves movimentaccedilotildees de

latitude da Zona de Convergecircncia Intertropical (ZCIT) sobre o Atlacircntico sendo a

posiccedilatildeo mais ao sul da ZCIT coincidente com a estaccedilatildeo chuvosa durante os meses de

marccedilo a abril (COGERH 2010)

Aleacutem disso a Bacia do Acarauacute recebe em alguns anos chuvas de junho a

agosto ocasionadas por um sistema atmosfeacuterico denominado Ondas de Leste

(COGERH 2010) Aleacutem desse comportamento sazonal as precipitaccedilotildees diferenciam-se

ao longo da Bacia do rio Acarauacute Uma alta incidecircncia de chuvas eacute observada na regiatildeo

leste e na faixa litoracircnea sendo a regiatildeo sul caracterizada por uma pluviometria bem

deficiente

A temperatura meacutedia mensal eacute de 25 a 28ordmC e as temperaturas miacutenimas anuais

ocorrendo entre 20 e 24ordmC Jaacute as temperaturas maacuteximas anuais satildeo da ordem de 30 a

36ordmC onde as mais elevadas se datildeo no final do segundo semestre e nas regiotildees mais

secas (SILVA 2003)

Um estudo feito pela COGERH (2010) mostrou que as seacuteries de vazatildeo para o rio

Acarauacute podem ser caracterizadas por vazotildees bastante elevadas entre os meses de marccedilo

e maio de cada ano com o desaparecimento parcial ou total do escoamento superficial

entre junho e dezembro decorrente da estiagem Por fim em janeiro e fevereiro com o

iniacutecio das precipitaccedilotildees na regiatildeo ocorre uma pequena recuperaccedilatildeo das vazotildees

(COGERH 2010)

Analisando a populaccedilatildeo absoluta desses locais (Figura 6) vemos que a

populaccedilatildeo cresceu em torno de 70 de 1970 ateacute 2010 (IBGEa 2010) Segundo o censo

do IBGE de 2010 a populaccedilatildeo cresceu de uma cota de 276964 hab em 1970 para

507463hab em 2015 (estimada) Eacute interessante observar que o municiacutepio de Sobral

apresenta a maior populaccedilatildeo na bacia com 201756 em 2015 (estimada) seguido pelo

municiacutepio de Acarauacute com 61210 hab (IBGEb 2015)Em relaccedilatildeo ao maior crescimento

populacional a populaccedilatildeo do municiacutepio de Marco cresceu 110 em relaccedilatildeo a 1970

passando de 12631 hab (1970) para 26484 hab (2015) seguido por Sobral com um

aumento de 97 que passou de 102197hab em 1970 para 201756 em 2015(IBGEa

2010 IBGEb 2015)

30

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

Aleacutem disso a taxa de urbanizaccedilatildeo aumentou nesses municiacutepios (Figura 7) Por

exemplo os municiacutepios de Groairas Carireacute e Acarauacute tiveram o maior crescimento da

populaccedilatildeo na aacuterea urbana com valores de 44 3527 e 3446 respectivamente

(IBGEa 2010) Destaque tambeacutem para Sobral um dos trecircs poacutelos econocircmicos mais

importantes do Cearaacute com uma taxa de urbanizaccedilatildeo de aproximadamente 90

No referente a infra-estrutura da regiatildeo primeiro temos o saneamento Segundo

o IPECEa (2014) a meacutedia da taxa de cobertura da rede de abastecimento de aacutegua na

aacuterea urbana foi de 9727 em 2013 variando de 8564 em Cruz a 9993 em

Groaiacuteras Na aacuterea rural em meacutedia 4169 dos domiciacutelios eacute abastecido com aacutegua

variando de 893 em Santana do Acarauacute a 8190 em Marco Por outro lado a rede

de esgotamento sanitaacuterio natildeo atende a todos os municiacutepios Dos 12 municiacutepios

estudados na aacuterea urbana 7 natildeo dispotildeem de nenhum tipo de rede de esgoto A meacutedia da

taxa de cobertura para os 5 municiacutepios restantes foi de 4912 com destaque para

Sobral com 70 de cobertura (IPECEa 2014) Na aacuterea rural a situaccedilatildeo eacute ainda mais

alarmante Somente 4 municiacutepios possuem rede de esgoto com apenas 337 dos

domiciacutelios atendidos (IPECEa 2014)

0

30000

60000

90000

120000

150000

180000

210000P

op

ula

ccedilatildeo

(h

ab)

1970

1980

1991

2000

2010

2015

31

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios

estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

A Bacia do Acarauacute possui trecircs variedades de transportes rodoviaacuterio ferroviaacuterio

e aeacutereo O transporte hidroviaacuterio possui pequena expressatildeo e restringe-se a regiatildeo

litoracircnea O transporte ferroviaacuterio refere-se ao trecho da REFESA (Rede Ferroviaacuteria

Federal) que liga Fortaleza a Sobral (COGERH 2010) (Figura 10) Em relaccedilatildeo ao

transporte rodoviaacuterio as rodovias federais e estaduais prevalecem sendo esta a

principal forma de transporte entre os diversos municiacutepios da bacia (COGERH 2010)

(Figura 10) No que diz respeito aos tipos da frota veicular os veiacuteculos movidos a

gasolina prevalecem em todos municiacutepios estudados Nos uacuteltimos anos houve um

aumento na frota que funciona com flexibilidade no tipo de combustiacutevel (veiacuteculos

flex) utilizando uma mistura de aacutelcool e gasolina Em 2014 haviam 26404 veiacuteculos

flex comparados a 6355 veiacuteculos registrados desse tipo em 2009 (IPECE 2013

IPECEb2014) Outro aumento significativo pode ser observado na frota total dos 12

municiacutepios que em 2009 contabilizava 79285 veiacuteculos e aumentou para um contingente

de 145246 em 2014 totalizando um aumento de aproximadamente 83 nos uacuteltimos 6

anos (IPECE 2013 IPECEb 2014)(Figura 8)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Taxa

de

Urb

aniz

accedilatildeo

(

)

1970

1980

1991

2000

2010

32

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em (IPECE 2013 IPECEb 2014)

A regiatildeo estuarina do rio Acarauacute se estende da ponte no municiacutepio de Cruz ateacute a

foz do rio Acarauacute (ALVES 2010) Nessa regiatildeo o processo de uso e ocupaccedilatildeo do solo

ocorre mediante da atuaccedilatildeo do Estado dos empresaacuterios industriais e comerciais dos

pequenos e grandes proprietaacuterios agriacutecolas das comunidades de pescadores e dos

carcinicultores ALVES 2010) Das atividades econocircmicas desenvolvidas na regiatildeo

destacam-se pesca maricultura turismo e lazer navegaccedilatildeo

agroextrativismocagricultura induacutestria e agroinduacutestria (NASCIMENTO et al 2008)

A agricultura eacute o centro da economia No entanto na zona litoracircnea observa-se a

presenccedila de aacuterea irrigaacuteveis como o Periacutemetro Irrigado do Baixo Acarauacute devido as

precipitaccedilotildees mais elevadas ocorrendo nesses locais o cultivo de arroz feijatildeo cana-de-

accediluacutecar milho mandioca caju e banana (SUCUPIRA 2006) No entanto nos sertotildees

predominam as culturas de subsistecircncia e algodatildeo devido aos baixos iacutendices

pluviomeacutetricos (SUCUPIRA 2006) A pesca artesanal e industrial tambeacutem desempenha

um papel forte na economia principalmente nos municiacutepios costeiros Cruz e Acarauacute

(SUCUPIRA 2006)

Uma praacutetica agriacutecola largamente disseminada na aacuterea do estudo eacute a queimada

Esta eacute utilizada para a limpeza dos terrenos e resulta em alteraccedilotildees nas propriedades

fiacutesico-quiacutemicas e bioloacutegicas dos solos deixando-os expostos agrave accedilatildeo dos agentes

erosivos aleacutem de afetarem significativamente a flora e fauna da regiatildeo (COGERH

2010)

0

40000

80000

120000

160000

Fro

ta V

eic

ula

r

2009

2010

2011

2012

2013

2014

33

O desmatamento eacute outra praacutetica comum na regiatildeo aleacutem do preparo do solo para

o plantio outra finalidade eacute a extraccedilatildeo da lenha para fabricaccedilatildeo de carvatildeo que seraacute

usada em larga escala como combustiacutevel por padarias e ceracircmicas da regiatildeo (COGERH

2010)

Por sua vez a pecuaacuteria extensiva provoca a compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio

excessivo o desmatamento de aacutereas extensas para formaccedilatildeo de pastos aleacutem de ser

frequumlente o uso de queimadas nesta atividade visando o controle de ervas daninhas

prejudiciais ao gado

Outra atividade econocircmica na regiatildeo eacute a mineraccedilatildeo Esta eacute feita praticamente de

forma artesanal uma vez que a populaccedilatildeo de baixa renda durante o periacuteodo de seca cava

enormes buracos para extrair material argiloso a fim de produzir telhas e tijolos nas

olarias estabelecidas nas margens dos rios (ALVES 2010 COGERH 2010) (Figura 9)

Essa praacutetica degrada o ambiente de diversas formas erradica a mata ciliar dos cursos

daacutegua remove a camada feacutertil dos solos e propicia o desencandeamento de processos

erosivos Satildeo constatadas naaacuterea do estudo degradaccedilotildees impostas pela lavra de argila

nos municiacutepios de Sobral Groaiacuteras eCarireacute perfazendo ao todo seis empresas em

operaccedilatildeo (COGERH 2010)

Outra atividade de mineraccedilatildeo que traz impactos eacute a exploraccedilatildeo de calcaacuterio

encontrada nos municiacutepios de Sobral e Forquilha que por sua vez aleacutemdos

desmatamentos necessaacuterios do uso de explosivos e da produccedilatildeo em larga escala

dematerial particulado contribui para a poluiccedilatildeo e assoreamento de cursos drsquoaacutegua

(COGERH 2010) Aleacutem dissoquando o objetivo eacute a produccedilatildeo de cal ocorre a queima

de lenha em fornalhas (caieiras) primitivas

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz

Fonte ALVES 2010

34

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta

As amostragens dos sedimentos foram feitas em Marccedilo de 2014 Para a

caracterizaccedilatildeo ao longo do curso do rio foram coletados 10 amostras de sedimento

superficial com a primeira amostra coletada logo depois do accedilude Araras e a uacuteltima

amostra coletada na foz do estuaacuterio do rio Acarauacute (Figura 10) Nesse uacuteltimo ponto

foram coletados dois testemunhos objetivando uma caracterizaccedilatildeo do ambiente

estuarino As localizaccedilotildees dos pontos amostrados encontram-se na Tabela 2

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem

Pontos Identificaccedilatildeo dos pontos Coordenadas

Latitude Longitude

ACR 1 Apoacutes o accedilude Araras 04deg122711S 40deg27012O

ACR 2 No municiacutepio de Carireacute 03deg56289 S 40deg25092 O

ACR 3 Antes do municiacutepio de Sobral 03deg44569 S 40deg22284 O

ACR 4 Depois do municiacutepio de Sobral 03deg39547 S 40deg19431 O

ACR 5 Antes de Santana do Acarauacute 03deg32044 S 40deg15051 O

ACR 6 Distrito de Sapoacute (depois do centro de Santana do

Acarauacute) 03deg22323 S 40deg09441 O

ACR 7 Municiacutepio de Morrinhos 03deg15262 S 40deg08225 O

ACR 8 Municiacutepio de Marco 03deg07161 S 40deg07515 O

ACR 9 Antes do municiacutepio de Cruz 02deg56209 S 40deg10160 O

ACR 10 Municiacutepio de Acarauacute (foz) 02deg52211 S 40deg074556 O

Testemunho Foz do estuaacuterio do rio Acarauacute 02deg52211 S 40deg0737 O

Fonte Elaborado pela autora

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial

e do perfil sedimentar

Fonte Elaborado pela autora

35

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar

As amostras superficiais (0-2 cm) foram coletadas com paacute de alumiacutenio e

acondicionadas em marmitas previamente limpas com acetona Todas foram

adequadamente etiquetadas e mantidas refrigeradas ateacute a chegada no laboratoacuterio Ao

chegar no laboratoacuterio a fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de hidrocarbonetos foi

guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas de alumiacutenio na

geladeira

Os perfis sedimentares foram coletados a partir da inserccedilatildeo do cano de alumiacutenio

na margem do rio de forma manual Em seguida os canosforam etiquetados e levados

ao laboratoacuterio No laboratoacuterio os canos de alumiacutenio foram abertos com o auxilio de

uma maquita fotografados e seccionados de 5 em 5 cm totalizando 12 sub-amostras

em um comprimento de 60 cm (Figura 11) A fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de

hidrocarbonetos foi guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas na

geladeira

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees

Fonte Elaborado pela autora

36

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos

As secccedilotildees do testemunho sedimentar e as amostras superficiais foram

submetidas a anaacutelises de propriedades do sedimento granulometria teor de carbonato

de caacutelcio e anaacutelise de propriedades da mateacuteria orgacircnica teor de carbono orgacircnico

hidrocarbonetos e aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos

451 Granulometria

Para a anaacutelise granulomeacutetrica foram pesadas 100g ou 50g de sedimento

dependendo da disponibilidade de amostra com o uso de uma balanccedila digital As

amostras foram submetidas asanaacutelises sedimentoloacutegicas tais como peneiramento a

uacutemido para separar a fraccedilatildeo areia (gt0062 mm) das fraccedilotildees silteargila (lt0062 mm) e

pipetagemA fraccedilatildeo areia passou pelo processo de peneiramento a seco em intervalos de

meio fi Cada fraccedilatildeo dos intervalos foi pesada depois de seca Para a pipetagem foi

utilizada a fraccedilatildeo silteargila suspensa em aacutegua na proveta com retirada de aliacutequotas de

20 ml em determinados intervalos de tempo baseado na metodologia descrita por

Suguio (1973) (Figura 12)As amostras foram classificadas granulometricamente no

programa ANASEDreg

de acordo com a classificaccedilatildeo proposta por Sheppard e

Larssoneur (LIMA et al 2001)

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem

Fonte Elaborado pela autora

452 Carbonato de Caacutelcio

Para a quantificaccedilatildeo dos teores de carbonato de caacutelcio utilizou-se o meacutetodo do

calciacutemetro de Bernard modificado (LAMAS et al 2005) atraveacutes do ataque das

amostras com aacutecido cloriacutedrico (HCl) diluiacutedo em 10 em um sistema de vasos

comunicantes de acordo com a reaccedilatildeo

37

1198621198861198621198743 + 2 119867119862119897 rarr + 1198621198742(119892119886119904) + 1198672119874

Dessa forma o teor de CaCO3 eacute medido indiretamente atraveacutes do volume de

aacutegua deslocado pelo CO2 (resultante da reaccedilatildeo com o HCl) no vaso comunicante

453 Teor de Carbono Orgacircnico

O meacutetodo utilizado foi o de Walkley-Black modificado (CAMARGO et al

2009) O princiacutepio deste meacutetodo consiste na oxidaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica porum agente

oxidante forte constituiacutedo por uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio 1N (K2Cr2O7) na

presenccedila de aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) concentrado utilizando como catalisador da

oxirreduccedilatildeo o calor desprendido na diluiccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico O excesso de dicromato

de potaacutessio eacute titulado com sulfato ferroso amoniacal (SFA - FeSO4(NH4)2SO46H2O) e

assim determinada a quantidade de MO

Em triplicata foram adicionadas a um grama da amostra liofilizada 10 ml da

soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio e 20 ml do aacutecido sulfuacuterico concentrado em um tubo de

ensaio A aliacutequota foi aquecida a 50degC por 5 minutos em seguida colocada em repouso

por 30 minutos Apoacutes este tempo a soluccedilatildeo foi transferida para um erlenmeyer e entatildeo

foi adicionada 200 ml de aacutegua destilada 10 ml de aacutecido ortofosfoacuterico (H3PO4) e 1 ml de

difenilamina 1 (indicador) A soluccedilatildeo de SFA 025 M foi usada como titulante para a

mistura e o ponto de viragem da reaccedilatildeo foi representado pela mudanccedila de cor do verde

para o azul O mesmo procedimento foi feito sem a utilizaccedilatildeo da amostra para a

determinaccedilatildeo do branco tambeacutem em triplicata O caacutelculo da quantidade de carbono

orgacircnico foi feito pela seguinte equaccedilatildeo

119862119874 =[10 minus (1198812 times 101198811)] times 04

119901

V1 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em branco em ml

V2 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em ml

P peso da amostra em g

A quantidade de mateacuteria orgacircnica foi calculada pela seguinte equaccedilatildeo

119872119874 = 119862119874 times 1725 onde

MO = porcentagem de mateacuteria orgacircnica

CO = porcentagem de carbono orgacircnico

38

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos

As substacircncias huacutemicas podem ser definidas como poliacutemeros amorfos de

coloraccedilatildeo amarelo-marrom a preta de peso molecular relativamente alto e formado por

reaccedilotildees de siacutentese secundaacuterias bioacuteticas e abioacuteticas (BENITES MADARI E

MACHADO 2003) As substacircncias huacutemicas podem ser classificadas em trecircs fraccedilotildees

dependendo da sua solubilidade aacutecidos huacutemicos (AH) que satildeo soluacuteveis em soluccedilotildees

alcalinas mas precipitam em soluccedilotildees acidas aacutecidos fuacutelvicos (AF) que satildeo soluacuteveis em

ambas soluccedilotildees alcalinas e acidas e a humina que eacute insoluacutevel nas duas soluccedilotildees

(BENITES MADARI E MACHADO 2003 BALDOTTO E BALDOTTO 2014)As

substacircncias huacutemicas do solo possuem tamanho que permite incluiacute-las na faixa dos

coloacuteides ou seja maiores do que 250 μm exibindo caracteriacutesticas proacutepriasdestacando-

se sua elevada superfiacutecie a qual lhe confere alta reatividade Esta caracteriacutestica faz com

que a fraccedilatildeo orgacircnica do solomesmo em baixos conteuacutedos seja responsaacutevel por elevada

porcentagem da capacidade de troca catiocircnica do mesmo

Neste trabalho foram determinados os AH e AF dos sedimentos superficiais e

das seccedilotildees do testemunho O meacutetodo utilizado foi o proposto por Benites Madarie

Machado (2003) e visa a quantificaccedilatildeo das fraccedilotildees huacutemicas por meio de procedimento

simplificado e de faacutecil execuccedilatildeo

Primeiramente uma amostra de sedimento eacute pesada com conteuacutedo aproximado

de 30 mg de carbono orgacircnico entatildeo uma soluccedilatildeo diluiacuteda de NaOH eacute adicionada e

deixada em repouso por 24 h No outro dia apoacutes a centrifugaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo o

sobrenadante eacute recolhido em um copo descartaacutevel Entatildeo com a adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico (H2SO4) a 20 (vv) o pH eacute ajustado a 10 e reservado em repouso por 18 h

Apoacutes esse periacuteodo essa soluccedilatildeo eacute filtrada em membrana de 045 m sob vaacutecuo O

filtrado (AF) eacute recolhido e aferido para 50 mL enquanto que os filtros satildeo lavados com

a soluccedilatildeo de NaOH e essa soluccedilatildeo (AH) tambeacutem eacute aferida para o volume de 50 mL

Uma aliacutequota de 5 mL de cada soluccedilatildeo eacute colocada em um tubo de digestatildeo a qual satildeo

adicionados 1 mL de dicromato de potaacutessio (0042 mol L-1

) e 5 mL de H2SO4 esses

tubos satildeo levados ao bloco digestor preacute-aquecido a 150oC e deixar por 30min dentro

de capela Os conteuacutedos dos tubos satildeo transferidos para frascos erlenmeyer e 3 gotas de

indicador FERROIN satildeo adicionadas Por fim as soluccedilotildees satildeo tituladas com sulfato

ferroso amoniacal (00125 mol L-1

) sob agitaccedilatildeo A quantificaccedilatildeo dos aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos eacute feita atraveacutes da seguinte foacutermula

39

119935 = (119933119939119938119954 minus 119933119938119950)119925119930119917119912119940119952119955119955119961120783120784120786119961120787120782119938119949iacute119954119958119952119957119938 (119950119923)119961120783119953119942119956119952119941119938119938119950119952119956119957119955119938 (119944)

onde

X - mg C na forma de aacutecido huacutemico (ou fuacutelvico) por gramade sedimento

Vbaq - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo dobranco aquecido

Vam - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo daamostra

NSFAcorr - Normalidade do SFA corrigida pela equaccedilatildeo

119873119878119865119860119888119900119903119903 =119881119900119897119906119898119890 119889119890 119889119894119888119903119900119898119886119905119900 119909 119873119900119903119898119886119897119894119889119886119889119890 119889119900 119889119894119888119903119900119898119886119905119900

119881119900119897119906119898119890 119889119890 119878119865119860 119888119900119899119904119906119898119894119889119900 119899119886 119905119894119905119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119887119903119886119899119888119900 119904119890119898 119886119902119906119890119888119894119898119890119899119905119900

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

461 Reagentes e material

Os solventes hexano acetona e diclorometano foram adquiridos da Tedia Os

padrotildees utilizados para a construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo foram uma soluccedilatildeo mix de

HPAs uma soluccedilatildeo mix de biomarcadores SRM 2266 e uma soluccedilatildeo mix de alcanos (seacuterie

homoacuteloga n-C10 a n-C38 incluindo os alcanos isoprenoacuteides pristano e fitano) Os padrotildees

surrogates dos HAs e biomarcadores (triacotano-d62) e dos HPAs (naftaleno-d8

fenantreno-d10 perileno-d12 e criseno-d12) possuem pureza de 988 989

respectivamente e satildeo da AccuStandardA siacutelica (70-230 mesh) e o sulfato de soacutedio

(Na2SO4) satildeo da VETECreg enquanto que a alumina e o cobre utilizados satildeoda

MERCKreg

e da SYNTHreg respectivamente Tanto os adsorventes (siacutelicae alumina)

quanto o Na2SO4 foram ativados em estufa por 24 h agrave 250degC Por sua vez o cobre em

poacute foi ativado mediante a lavagem sucessiva em soluccedilatildeo de 01 M HCl acetona e

hexano sendo mantido sob refrigeraccedilatildeo no uacuteltimo

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental

O sedimento liofilizado foi peneirado (abertura de 2mm) para a retirada de

material grosseiro como folhas e cascalhos O procedimento descrito a seguir foi

baseado em Cavalcante e colaboradores (2008) com pequenas modificaccedilotildees (Figura

14) Adicionou-se 50microL de padratildeo surrogate (soluccedilatildeo trabalho de 100 ppm) a 20g de

sedimento peneirado que entatildeo foi submetido ao processo de extraccedilatildeo soacutelido-liacutequido

assistida por sonicaccedilatildeo em uma seacuterie de soluccedilotildees extratoras com decrescente constante

40

eluotroacutepica O volume de cada soluccedilatildeo extratora foi de 30 mL e a seacuterie de soluccedilotildees

utilizadas foi acetona acetonaDCM (11) DCM DCMHEX (11) e finalmente

HEXO extrato foi transferidopara tubos de Falcon e levado a centriacutefuga a 4000 RPM

por 30min (centriacutefuga HermLee Z 360K) As partiacuteculas de sedimento decantam no

fundo restando a fase liacutequida sobrenadante sendo esta recolhida em um balatildeo de fundo

redondo de 250 mL e rotaevaporado (Rotaevaporador FISATOM 801) ateacute atingir 1mL

(Figura 13)

Entatildeo os extratos foram purificados por cromatografia liacutequido-soacutelida usando-se

uma coluna (1 x 50 cm) preenchida com 8g de siacutelica e 4g de alumina que satildeo

adsorventes polares 2g de Cu que remove compostos sulfurados (interferentes comuns

na determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos) (CRITERIA WORKING GROUP 1998) e 1g de

Na2SO4 que elimina possiacuteveis moleacuteculas de aacutegua

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos

reduzidos a 1 mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG

Fonte Elaborado pela autora

Essa purificaccedilatildeo (clean-up) foi obtida atraveacutes da eluiccedilatildeo sucessiva por 40 mL de

HEX que resultou na fase 1 (F1) e 24 mL HEXDCM (31) (ԑdeg=008) 30 mL de

HEXDCM (ԑdeg=06) e 15 mL de HEXDCM (12) (ԑdeg=021) que resultaram na fase 2

(F2) A F1 corresponde aos hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e a F2 corresponde aos

hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs)

Esse eluato foi rotaevaporado ateacute a reduccedilatildeo do seu volume para ~1 ml (Figura

13) Entatildeo esse volume foi transferido para vials de 4 mL atraveacutes de criteriosa limpeza

41

do balatildeo original com uma mistura de solvente HEXDCM (11) As amostras foram

entatildeo reduzidas para 1ml usando-se nitrogecircnio gasosoCom o auxilio de uma pipeta

automaacutetica 05 mL do eluato foi transferido para vials de 2 mL e entatildeo foram secas por

nitrogecircnio a fim de enviar essa aliacutequota para anaacutelise no Organic Geochemistry

Laboratory (Woods Hole MA EUA) As aliacutequotas foram acondicionadas em caixas

teacutermicas e enviadas para o exterior

A etapa de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos hidrocarbonetos foi baseado no

meacutetodo de Oliveira (2016)

A fraccedilatildeo F1 (HA) contendo n-alcanos isoprenoacuteides e biomarcadores foi

analisada no cromatoacutegrafo gasoso (modelo Agilent 7890A) acoplado a detector por

ionizaccedilatildeo por chama (CG-DIC) sendo os niacuteveis quantificados atraveacutes de um CG

acoplado a um espectrocircmetro de massa (CG-EM) A fraccedilatildeo F2 (HPAs) foi analisada

noCG-EMas condiccedilotildees de anaacutelise do equipamento podem ser visualizadas naTabela 3

O gaacutes heacutelio foi utilizado como a fase moacutevel com o fluxo na coluna de 13

mLmin A temperatura do injetor foi 300degC e o volume injetado foi de 2μl no modo

splitless A temperatura da interface (EM) foi 300degC

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM

Fase Moacutevel (Gaacutes de arraste) Heacutelio

Vazatildeo na coluna 13 mLmin

Temperatura do injetor 300 degC

Detector EM

Temperatura do detector 300 degC

Temperatura da interface 300 degC

Temperatura inicial 50 degC

Volume de injeccedilatildeo 2 microL

Modo de injeccedilatildeo Splitless

Modo de detecccedilatildeo (EM) SIM

Fonte Elaborada pela autora

Os marcadores moleculares de interesse foram identificados com base no tempo

de retenccedilatildeo e na razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado (Apecircndice A B e C) Aleacutem disso

as identidades dos compostos foram confirmadas pelo uso da biblioteca National

Institute of Standards and Technology 05 (NIST05)

42

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

463 Controle de Qualidade

Todas as etapas realizadas em laboratoacuterio foram acompanhadas por

procedimentos criteriosos de controle de qualidade A fim de eliminar problemas de

contaminaccedilatildeo foram analisados brancos da coluna e dos solventes usados na etapa de

extraccedilatildeo A limpeza de vidrarias foi um dos focos na preparaccedilatildeo do material usado em

43

todas as etapas de determinaccedilatildeo dos analitos de interesse Primeiramente as vidrarias

foram deixadas em banho de detergente (extran a 20 vv) por pelo menos 12 horas

sendo em seguida abundantemente enxaguada em aacutegua corrente aacutegua destilada e entatildeo

colocada em banho de aacutecido niacutetrico (HNO3 a 5vv) por 12 horas Em seguida as

vidrarias foram novamente enxaguadas em aacutegua corrente aacutegua destilada e por fim

mantidas em estufa a 200degC por um periacuteodo de no miacutenimo 12 horas

A quantificaccedilatildeo dos analitos foi realizada usando uma curva de calibraccedilatildeo de

cinco pontos pelo meacutetodo do padratildeo interno Baseado na curva de calibraccedilatildeo a faixa de

trabalho variou de 0-5000 ppb para os HPAs e os HAs e de 0-1324 ppm para os

biomarcadores com R2 de 09783 a 09999 para os HPAs (APEcircNDICE A) 09351 a

09941 para os biomarcadores (APEcircNDICE B) e 09873 a 09999 para os alcanos

(APEcircNDICE C)O limite de detecccedilatildeo variou de 0538 ndash 8579 ngg-1

para os

biomarcadores 2155 ndash 6147 ngg-1

para os n-alcanos e 7214 ndash 9597 ngg-1

para os

HPAs Os limites de quantificaccedilatildeo variaram de 1631 ndash 25997 ngg-1

para os

biomarcadores 6531 ndash 18628 ngg-1

para os n-alcanos e 21860 ndash 29082 ngg-1

Esses

paracircmetros foram calculados pela anaacutelise da injeccedilatildeo do branco de coluna (n=9) que daacute

origem a razatildeo de sinal-ruiacutedo (SN) de 3 e 10

A eficiecircncia do meacutetodo de extraccedilatildeo dos compostos do sedimento foi avaliada

atraveacutes do estudo de recuperaccedilatildeo de padrotildees surrogates relacionando-se a quantidade

de padratildeo adicionado no iniacutecio do procedimento com a quantidade extraiacuteda e

quantificada ao teacutermino do processo (IUPAC 2002)

Os padrotildees surrogates satildeo substacircncias que possuem natureza semelhante ao do

analito de interesse (especialmente Kow e Koc) de modo que apresentam tempo de

retenccedilatildeo diferente doanalito investigado (RIBANI et al 2004) Neste trabalho foram

utilizados versotildees dos compostos modificados isotopicamente e a adiccedilatildeo agrave amostra e

aos brancos foi feita no iniacutecio da etapa de extraccedilatildeo As concentraccedilotildees foram corrigidas

de acordo com a recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogates

Para Ribani et al(2004) os limites inferiores e superiores para recuperaccedilatildeo

sugerida pela literatura e aceita internacionalmente compreende o intervalo entre 70 a

120 Para Denoux e Wang (1998) este intervalo eacute bem aceito entre 40 a 120

enquanto que USEPA (1994) admite valores entre 30 a 115 Para este trabalho os

intervalos satisfazem as faixas sugeridas pela literatura (Tabela 4)

44

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate

Padrotildees Surrogate Meacutedia de

Recuperaccedilatildeo

Naftaleno-d8 5809

Fenantreno - d10 11576

Criseno-d12 11971

Perileno-d12 4245

Triacontane-d62 8380

Fonte Elaborada pela autora

45

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica

511 Sedimentos Superficiais

A anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais estaacute demonstrada na

Figura 15 A granulometria foi dividida em trecircs fraccedilotildees cascalho areia e finos

(lama)Os sedimentos superficiais apresentaram predominacircncia na fraccedilatildeo areia da estaccedilatildeo

ACR1 mais a montante ateacute a estaccedilatildeo ACR9 com meacutedia de 7769plusmn1448Vale ressaltar que

nas estaccedilotildees ACR 8 e ACR9 a fraccedilatildeo dos finos apresentou um destaque maior com valores

de 3476 e 4658 respectivamente Somente na estaccedilatildeo ACR10 a fraccedilatildeo dos finos

ultrapassou a fraccedilatildeo areia correspondendo a 75 da granulometriaO teor de carbono

orgacircnico (CO) apresentou-se inferior a 1 na maioria das estaccedilotildees com meacutedia de

044plusmn025 Somente a estaccedilatildeo ACR10 obteve o conteuacutedo de CO maior que 1 com valor

de 187

Com relaccedilatildeo ao potencial de acumulaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica nos sedimentos aqueles

com material mais fino em sua composiccedilatildeo (silte e argila) apresentam maior superfiacutecie de

contato permitindo um maior acuacutemulo de mateacuteria orgacircnica o qual pode ter relaccedilatildeo

dependendo da concentraccedilatildeo com fontes antroacutepicas (KARICKHOFF et al1979

TREMBLAY et al 2005 CHEN et al 2011) Jaacute sedimentos com predominacircncia de material

arenoso em sua composiccedilatildeo tendem a apresentar uma reduccedilatildeo no potencial de adsorccedilatildeo de

carbono orgacircnico dificultando o acuacutemulo de compostos orgacircnicos persistentes Nas amostras

superficiais do rio Acarauacute a CO teve uma alta correlaccedilatildeo com a fraccedilatildeo dos finos com um

coeficiente de Spearman (plt005) igual a 0903

O conteuacutedo de carbonato de caacutelcio (CaCO3) variou bastante ao longo do rio com

meacutedia de 320plusmn463 natildeo observando-se um padratildeo de variaccedilatildeo O maior valor de CaCO3 foi

relativo a estaccedilatildeo ACR10 que localiza-se no estuaacuterio do rio Acarauacute com 1556 e foi

relacionado com a presenccedila de carapaccedilas de organismos que sintetizam CaCO3

46

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais

AC

R 1

AC

R 2

AC

R 3

AC

R 4

AC

R 5

AC

R 6

AC

R 7

AC

R 8

AC

R 9

AC

R 1

0 --

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Porc

enta

gem

gra

nulo

met

ria

Finos

Areia

Cascalho

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

CO()

CaCO3 ()

Porcen

tagem

CO

e CaC

O3

Fonte Elaborado pela autoraCO= carbono orgacircnico CaCO3=carbonato de caacutelcio finos = gratildeos lt

0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm cascalho=gratildeosgt2mm

Como estudo complementar foi feita a anaacutelise granulomeacutetrica dos finos (silte+argila)

das amostras ACR8 ACR9 e ACR10 A fraccedilatildeo de silte grosso predominou entre as fraccedilotildees

finas nas trecircs estaccedilotildees como pode ser observado na

Tabela 5

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9

e ACR10 (porcentagem)

Estaccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

ACR8 279 149 053 2995 6524

ACR9 490 493 252 3424 5342

ACR10 494 313 154 6585 2454

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

512 Sedimentos do testemunho

47

O resultado da anaacutelise granulomeacutetrica do testemunho pode ser observado na Figura 16

e Tabela 6 Nota-se que do topo ateacute 30cm temos a predominacircncia da fraccedilatildeo areia com

porcentagem meacutedia de 6993plusmn1429 apoacutes essa camada a fraccedilatildeo dos finos (silte e argila)

predomina com porcentagem meacutedia de 7675plusmn1442

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar

Fonte Elaborada pelo autora finos = gratildeos lt 0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm

cascalho=gratildeosgt2mm

Alteraccedilotildees na dinacircmica deposicional dos sedimentos do rio Acarauacute ao longo do tempo

podem explicar a mudanccedila no tamanho do gratildeo depositado observada na distribuiccedilatildeo

granulomeacutetrica Isso pode ser explicado pela mudanccedila da hidrodinacircmica do estuaacuterio ou pela

entrada de material terriacutegeno com um maior teor de finos Em relaccedilatildeo a hidrodinacircmica a

alternacircncia entre camadas de sedimento mais finos e camadas de sedimento mais grossos

podem ser relacionados com periacuteodos de baixa energia e periacuteodos de alta energia

respectivamente Durante eventos de alta energia como por exemplo nas cheias do rio o

sedimento depositado no registro histoacuterico eacute caracterizado por material mais grosseiro

transportado como carga de fundo e depositado no local (MITRA et al 1999 BAacuteBEK et al

2011) Por outro lado uma possivel fonte de sedimentos finos para o local pode ser

relacionada com a construccedilatildeo de barragens e passagens secas Uma importante barragem

construiacuteda recentemente (1980-2000) eacute a barragem de Santa Rosa da qual o processo de

construccedilatildeo pode ter sido uma fonte de sedimentos finos para este local

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Porcentagem

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Finos

Areia

Cascalho

48

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho

AMOSTRAS Tipo de sedimento

0-5 cm Areia Lamosa

5-10 cm Areia Lamosa 10-15 cm Areia Lamosa

15-20 cm Areia

20-25 cm Areia 25-30 cm Areia Lamosa

30-35 cm Lama Arenosa

35-40 cm Lama 40-45 cm Lama

45-50 cm Lama

50-55 cm Lama 55-60 cm Lama Arenosa

Fonte Elaborada pela autora

Em relaccedilatildeo ao teor de carbono orgacircnico temos que do topo ateacute a profundidade de 25

cm a CO foi inferior a 1 com meacutedia de 060plusmn03 com valor miacutenimo de 017 no

intervalo de 20-25 cm (Figura 17) A partir de 25 cm houve um aumento da CO em relaccedilatildeo

as camadas superiores com meacutedia de 174plusmn04 atingindo o valor maacuteximo de 218 no

intervalo de 35-40 cm o que estaacute de acordo com o maacuteximo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos

finos

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho

Fonte Elaborada pela autora

Porcentagem

0 1 2 3 4 5 6 7

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

CO()

CaCO3 ()

Porcentagem

00 04 08 12 16

Pro

fundid

ade (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

AH ()

AF()

49

O teor de carbonato de caacutelcio apresentou um decliacutenio do topo ateacute a profundidade de 20

cm com meacutedia de 386plusmn25 (Figura 17) No intervalo de 15-30 cm foi verificada a ausecircncia

do CaCO3 Nas camadas seguintes o conteuacutedo de carbonato voltou a aumentar com meacutedia de

35plusmn108

No testemunho os aacutecidos huacutemicos (AH) variaram de nd a 009 mgg de sedimento

enquanto que os aacutecidos fuacutelvicos (AF) variaram de nd a 036 mgg de sedimento O perfil de

zig-zag dos AF representa as eacutepocas de cheias e estiagem as quais o rio Acarauacute foi submetido

Os aacutecidos huacutemicos possuem maior conteuacutedo de C e menor de O e consequentemente uma

massa maior que os aacutecidos fuacutelvicos (HUR E SCLAUTMAN 2004) e constituem os dominios

hidrofiacutelicos-hidrofoacutebicos das substacircncias huacutemicas (BALDOTTO E BALDOTTO 2014) Com

o grau de polimerizaccedilatildeo relativamente maior dos aacutecidos huacutemicos eacute possiacutevel constatar um

estaacutegio mais avanccedilado de humificaccedilatildeo Entretanto os aacutecidos fuacutelvicos conteacutem mais

agrupamentos ndash COOH por unidade de massa em relaccedilatildeo aos aacutecidos huacutemicos e juntamente

com a soma dos grupamentos fenoacutelicos caracterizam maior acidez total apresentando maior

capacidade de troca catiocircnica (CTC) que os aacutecidos huacutemicos e por sua vez contendo domiacutenios

predominantemente hidrofiacutelicos (BALDOTTO E BALDOTTO 2014)

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

A avaliaccedilatildeo dos HA tanto nos sedimentos superficiais do rio Acarauacute como no perfil

sedimentar do estuaacuterio fornece informaccedilotildees sobre o registro das entradas de contaminaccedilatildeo por

efluentes domeacutesticos ou induacutestria ou ateacute mesmo da entrada natural por plantas terrestres aleacutem

da variaccedilatildeo na predominacircncia de certas fontes ou emissotildees localizadas irregularmente

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais

A maioria dos hidrocarbonetos alifaacuteticos resolvidos consistiram na seacuterie de n-alcanos

n-C10 - n-C38 O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

nos sedimentos superficiais ao longo do curso do

rio Acarauacute com uma meacutedia de 540577 ngg-1

(Tabela 7) A concentraccedilatildeo maacutexima de n-

alcanos (843246ngg-1

) foi observada na estaccedilatildeo ACR10 enquanto que a miacutenima foi na

estaccedilatildeo ACR7 (265474 ngg-1

)

50

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute

n-alcanos (ngg-1) ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

nC10 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 3424 307

nC11 ltLD 5890 6064 1218 14309 7645 12237 2694 1526 18434

nC12 1951 7781 5894 4141 14120 12170 1718 3212 1723 15123

nC13 4886 14468 16556 4357 30059 15721 1580 4142 4192 24523

nC14 26565 26233 35804 31402 54307 2896 3808 24086 844 36334

nC15 99394 15093 5198 13974 5352 6492 23587 6499 755 13816

nC16 17427 30598 44496 73637 52651 51700 8490 45561 1148 36096

nC17 142438 11973 6196 33361 8879 13577 15288 9106 1741 9891

pristano 24510 4106 1398 4176 3650 1413 3560 780 282 1891

nC18 2340 1371 13361 27980 2394 1180 5339 15457 207 13419

fitano 12402 1923 2485 6067 444 694 2053 866 2280 4055

nC19 2310 2860 2681 5296 3695 5489 8122 3220 4702 4347

nC20 14636 6805 1150 6036 2151 1016 3899 11709 2954 7642

nC21 13008 2859 3073 4513 2290 6976 3998 3818 2187 1989

nC22 6569 3783 2747 2560 3058 2776 3567 7547 3098 3583

nC23 8881 3667 2573 4578 3898 9760 3565 4718 9975 8802

nC24 5682 1906 2475 2926 4685 9071 2470 5961 3545 1470

nC25 6469 2718 2805 4472 4207 9592 7449 6051 7351 6869

nC26 7009 4212 3310 9997 6440 12689 4166 10171 4154 27775

nC27 4279 10601 5573 9928 12071 4408 2278 16568 5390 32450

nC28 12884 9724 5993 26968 15852 20295 9397 18032 4941 80334

nC29 12785 29506 9674 29432 26932 27529 3527 46014 44705 88287

nC30 26161 77686 7527 30407 25114 19331 12801 143288 15249 73360

nC31 39329 2019 8667 40320 27357 23302 5787 174533 69600 84858

nC32 33418 24479 7488 26586 22070 15643 9006 68769 59656 46916

nC33 20722 8318 8576 27395 20880 2679 25167 83597 62714 55489

nC34 51234 9563 7115 22467 19116 5117 13680 23557 22893 35672

nC35 23685 15228 145541 12688 19927 11349 59884 40644 26372 53232

nC36 44587 109780 9787 9755 11169 7534 3956 56001 172491 51181

nC37 29061 1315 3067 37630 50413 1252 3832 2265 73385 2766

nC38 9567 ltLD ltLD ltLD ltLD 13527 1263 ltLD 13452 2333

sumAlcanos (ngg-1) 704190 446465 377274 514269 467491 322822 265474 838866 626935 843246

Fonte Elaborado pela autora ltLD= menor que o limite de detecccedilatildeo

Os perfis de n-alcanos das amostras superficiais podem ser observados na Figura 18

Na amostra ACR1 predominaram os homoacutelogos n-C15 e n-C17 Na estaccedilatildeo ACR2

predominaram os alcanos n-C30 e n-C36 Na ACR3 ACR6 e ACR7 predominou o alcano n-

C35 Nas estaccedilotildees ACR4 e ACR5 predominou o homoacutelogo n-C16 Na ACR9 houve a

presenccedila de n-alcanos com peso molecular maior com destaque para a alta concentraccedilatildeo de n-

C36 Nas estaccedilotildees ACR8 e ACR10 houve uma maior concentraccedilatildeo dos n-alcanos com peso

molecular maior sem predominacircncia de iacutempares ou pares

51

Fonte Elaborada pela autora

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR1

n-alcanos

ACR2

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR3

n-alcanos

ACR4

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR5

n-alcanos

ACR 6

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR7

n-alcanos

ACR8

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR9

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

n-alcanos

ACR10

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

52

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio Acarauacuteem ngg-1

n-alcanos (ngg-1) 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

nC10 ltLD 405 678 063 548 2514 1156 1464 623 549 069 243

nC11 ltLD 2705 13191 319 470 28398 9705 19712 ltLD 2478 6781 1422 nC12 ltLD 2823 2513 861 3139 4583 1187 365 2799 ltLD 2701 854

nC13 ltLD 625 1245 793 1961 1793 1215 1742 1103 1904 1976 1272

nC14 1434 1121 4093 1077 2019 2224 734 1880 1817 24924 2558 792 nC15 2658 3286 8452 4383 12533 12717 3252 9060 7736 4238 10333 9228

nC16 4929 23397 12156 3709 5982 5389 2924 4553 5464 4454 11591 10548

nC17 1837 6583 5735 6010 13641 11857 1990 5984 9530 2741 6946 11837

pristano 2559 2694 3837 961 2782 1889 1638 2346 1466 480 2840 1350

nC18 699 19312 1352 678 1012 1218 826 1247 460 554 1668 1417

fitano 658 1744 1197 246 5602 1324 378 1173 479 701 1624 1576 nC19 3749 1043 8135 3208 7058 6771 2416 5873 3701 1675 6231 7228

nC20 1226 2061 1654 1411 2138 2706 462 12819 868 908 2068 3889

nC21 2291 3702 3691 1621 2128 2580 2022 2411 2032 1165 3746 2352 nC22 1677 2326 3638 1914 3219 2061 1231 2416 2226 1034 1419 5059

nC23 1414 2469 7173 943 3505 2584 1170 3014 4234 1453 3598 3848

nC24 1088 3164 2341 761 2927 870 1370 697 1713 832 1574 4633 nC25 786 6004 3979 1896 4559 4333 635 2439 2710 620 1980 4628

nC26 1913 6277 3119 1552 2523 2364 1408 2148 1121 994 2383 3487

nC27 1634 12408 1438 1085 2284 1677 1179 3644 1949 2626 1839 5740 nC28 1462 11790 1322 832 2567 2932 1260 1579 2626 1087 897 7236

nC29 1699 26404 23058 1353 2372 4427 1610 1961 1618 1440 2245 10850

nC30 750 14993 1647 1101 3243 3106 3693 7261 1794 4019 1299 1017 nC31 3341 26952 8481 1635 1798 3038 3015 7002 3857 4242 5005 6071

nC32 2979 12723 15380 869 1656 2702 2691 2404 5916 1444 919 2117

nC33 1057 18736 38115 1339 3752 3029 977 4288 954 2445 4371 1947 nC34 1983 44912 9230 932 1088 2515 11265 13922 1239 687 5477 2957

nC35 1798 18222 2955 404 222 ltLD 215 139 1629 703 1474 636

nC36 720 58593 302 ltLD 162 458 5491 1427 1391 ltLD 4462 14808 nC37 1987 40245 673 1165 1345 540 747 2466 4168 1981 1650 9181

nC38 2504 48447 ltLD 4600 3080 ltLD 723 421 616 ltLD 2432 20103

sumAlcanos (ngg-1) 50830 426167 190778 47720 101316 122600 68585 127855 77842 72380 104155 158327

Fonte Elaborado pela autora

53

522 n-alcanos no testemunho sedimentar

O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10 - C38 variou de 47720 ngg-1

(15-20 cm) a 426167 ngg-1

(5-10 cm) nos sedimentos das seccedilotildees do testemunho com uma

meacutedia de 129046 ngg-1

(Tabela 8) A concentraccedilatildeo de n-alcanos totais foi aumentando em

direccedilatildeo ao topo com um pico na profundidade 5-10 cm

523 Biomarcadores do petroacuteleo

5231 Sedimentos superficiais

A maioria das estaccedilotildees apresentou a presenccedila da seacuterie de hopanos e esteranos As

concentraccedilotildees dos 5 hopanos e 5 esteranos identificados e quantificados nas amostras de

sedimento superficial estatildeo naTabela 9

Nas amostras de sedimento superficial a concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD

(ACR3) a 6787 μgg-1

(ACR6) com destaque para o C29-hopano (NH) (Tabela 9) As

estaccedilotildees ACR1 ACR4 e ACR6 tiveram os maiores valores de sumHop Por outro lado os

esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 2327 μgg-1

(ACR4) com destaque para o

C28αββ (SR)(Tabela 9) A estaccedilatildeo ACR4 apresentou o maior valor para sumEster com

predominacircncia dos compostos C28αββ (SR)e C29αββ (SR)

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

BIOMARCADORES ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

17α(H)-222930 - trisnorhopano 051 ltLD 040 576 519 310 411 373 252 106

17α(H)21β(H)-30-norhopano 5470 1214 ltLD 3860 2610 6787 569 3985 2387 116

17α(H)21β(H) - hopano 2420 ltLD 548 510 ltLD 2867 389 600 553 412 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 1356 1928 ltLD 2062 690 2605 ltLD 527 1066 1541

17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 1109 250 1010 2308 2049 1921 1358 307 1792 2348

ααα - colestano 044 ltLD ltLD ltLD 031 023 ltLD ltLD 143 02 αββ- colestano 061 094 ltLD 158 664 291 ltLD ltLD 284 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD ltLD 2327 ltLD 1479 ltLD ltLD ltLD 258

ααα - 20R 24R - etilcolestano 449 064 ltLD 634 104 371 ltLD 072 650 ltLD αββ - 20R 24R - etilcolestano 125 152 1156 1643 ltLD 036 ltLD 262 060 534

sumBiomarcadores 11085 3748 2757 14089 6666 16690 2737 6127 7188 5338

sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 ltLD 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

5232 Testemunho

No testemunho o somatoacuterio dos biomarcadores (sumBiomarcadores) estudados variou

de 3286 μgg-1

(45-50 cm) a 10071μgg-1

(40-45 cm) (

54

Tabela 10) A concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD a 3662 μgg-1

(30-35 cm)

com destaque similar aos sedimentos superficiais para o C29-hopano (NH) No perfil de

concentraccedilatildeo podemos observar dois picos de concentraccedilatildeo maacutexima em 10-15 cm e 40-45

cm de profundidade Por outro lado os esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 6

μgg-1

(55-60 cm) com destaque para o C29αββ (SR) O sumEster teve um maacuteximo em 10-15

cm e um miacutenimo em 15-20 cm

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

)

BIOMARCADORES 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

17α(H)-222930 - trisnorhopano 461 265 155 254 135 099 198 228 418 ltLD 316 212 17α(H)21β(H)-30-norhopano 2270 2707 2404 1950 1474 839 3662 1502 2164 741 2687 2651

17α(H)21β(H) - hopano 1238 067 1163 188 320 688 257 771 1469 409 096 1004 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 2135 286 1934 868 460 674 ltLD 1274 2454 1769 999 ltLD 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 500 104 2638 320 791 1557 1908 1505 2878 037 1797 864

ααα - colestano ltLD ltLD 050 ltLD ltLD ltLD 095 114 045 050 ltLD 021 αββ- colestano 334 415 207 041 ltLD ltLD 284 148 039 ltLD 371 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD 326 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ααα - 20R 24R - etilcolestano ltLD ltLD 044 120 ltLD 121 ltLD 034 ltLD ltLD 113 056 αββ - 20R 24R - etilcolestano 433 225 243 ltLD 220 176 205 103 596 280 242 603

sum Biomarcadores 7385 4068 9164 3790 3419 4172 6610 5679 10071 3286 6625 5428 sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747 sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos

As concentraccedilotildees individuais dos 56HPAs identificados e quantificados nos

sedimentos superficiais e no testemunho assim como as razotildees diagnoacutesticas usadas nesse

estudo para a identificaccedilatildeo das possiacuteveis fontes estatildeo na Tabela 11 e no Apecircndice A

respectivamente

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais

As concentraccedilotildees totais dos 56 HPAs (sumHPA56) analisados variaram de 42740 ngg-1

(ACR3) a 515073 ngg-1

(ACR8) (Tabela 11) nos sedimentos superficiais O somatoacuterio dos

16 HPAs prioritaacuterios da USEPA foi expresso como sumHPA16 e variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720 ngg-1

(ACR5) Em geral as concentraccedilotildees de HPAs depedem da

localizaccedilatildeo das fontes em relaccedilatildeo as estaccedilotildees como proximidade de um porto uma regiatildeo

densamente habitada ou uma regiatildeo industrial As maiores concentraccedilotildees foram observadas

em ACR4 ACR5 ACR7 ACR8 e ACR9 E as menores concentraccedilotildees foram observadas em

ACR1 ACR3 e ACR6

55

Essas concentraccedilotildees elevadas tiveram dois principais compostos responsaacuteveis a seacuterie

de naftalenos e o dibenzo(a)antraceno

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

)

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAs

2 a

neacuteis

Naftaleno 3089 417 1537 32992 ltLD 4460 ltLD 54058 ltLD 2573

2-metilnaftaleno ltLD ltLD 646 7208 ltLD 1177 ltLD 8631 ltLD 780

1-metilnaftaleno ltLD ltLD 100 4468 ltLD ltLD ltLD 7021 ltLD 464

16-dimetilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 1983

12-dimetilnaftaleno 958 1046 4177 12420 6880 992 ltLD 12257 ltLD 2237

235-trimetilnaftaleno 6178 ltLD ltLD 87821 ltLD 5936 ltLD 129316 10908 1401

Bifenil ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 676 ltLD 180 ltLD 492

3 a

neacuteis

Acenaftileno ltLD 141 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno 910 ltLD ltLD 1556 ltLD 1110 ltLD 2202 1638 336

1-metilfluoreno 281 188 078 057 084 066 077 286 108 066

Fenantreno 1460 1463 1739 1817 1462 1498 200 1407 2127 1241

Antraceno 540 464 543 502 456 1474 1112 330 503 830

Carbazole 5176 1632 2275 5096 1920 4456 1631 4190 4962 3112

9-etil-10-metilfenantreno 046 060 200 046 785 037 018 013 158 055

4 a

neacuteis

Fluoranteno 758 155 306 768 224 547 150 577 803 871

Pireno 1051 612 885 1214 331 846 222 1170 1343 1213

1-metilpireno 740 231 240 240 539 205 221 303 220 268

Benz(a)antraceno 561 354 569 1452 749 424 391 282 361 600

Trifenileno 3765 133 140 1033 372 208 179 109 149 1848

Criseno ltLD ltLD 070 1401 111 169 463 ltLD 099 784

6-metilcriseno 1764 286 294 323 847 251 628 222 494 566

6-etilcriseno 4188 257 431 371 493 232 217 741 197 341

5 a

neacuteis

Benz(b)fluoranteno 3723 935 850 1335 1103 901 542 562 825 5356

Benzo(k)fluoranteno 2198 1314 1600 1214 1891 1626 1289 1039 1413 4302

Benzo(e)pireno 2402 1576 1451 1259 1720 1234 1442 863 1285 15825

Benzo(a)pireno 2569 1942 1228 1706 1789 1825 1224 1155 1693 2581

Perileno 866 1068 2751 1234 768 433 497 675 1329 16784

Dibenzo(ah)antraceno ltLD 97858 ltLD ltLD 190387 ltLD 181447 30111 ltLD ltLD

6

an

eacuteis

Indeno(123-cd)pireno 2992 2137 2373 4330 7459 3794 5025 1046 1575 16385

Benzo(ghi)perileno 2044 3049 2444 2710 1759 1665 1220 3570 13969 2308

HPAs alquilados

sum C1-C4 naftalenos ltLD 4692 6153 137453 5202 8616 ltLD 243020 321927 9378

sum C1-C3 fluorenos ltLD 1130 1436 833 133 749 ltLD 1104 3770 8758

sum C1-C4 fenantrenos ltLD 779 1014 ltLD 1578 ltLD 418 874 1788 5429

sum C1-C4 pirenos 3116 944 4595 1863 4619 1379 1913 2635 3515 9068

sum C1-C3 crisenos 2356 ltLD 1627 490 2157 ltLD 625 3937 2283 6862

HPAs sulfurados

Dibenzotiofeno 366 823 968 730 ltLD 926 ltLD 886 305 396

46-dimetildibenzotiofeno 163 057 ltLD 193 054 ltLD ltLD 069 790 338

Dibenzofurano 108 259 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 199 ltLD ltLD

sum C1-C4 dibenzotiofenos ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 2196 1997

Paracircmetros

sum HPAs16 21929 110878 14143 52998 207720 20339 193285 97542 26349 39381

sum HPAs56 54402 126039 42740 316136 235871 47937 201161 515073 382732 127828

sum HPAs alquilados 5472 7545 14825 140639 13689 10744 2957 251570 335479 41491

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 5999 2486 3819 36868 1917 8542 1311 57997 4268 4980

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 15930 108392 10324 16130 205803 11796 191974 39545 22081 34401

Fonte Elaborada pela autora

Apesar do ΣHPA16 (14143 - 207720 ngg-1

) no rio Acarauacute estaacute abaixo dos niacuteveis

encontrados em regiotildees com intensa atividade urbana ou ateacute mesmo atividade portuaacuteria como

as cidades de Montevideo e Xinxiang os niacuteveis encontrados estatildeo proacuteximos de aacutereas urbanas

e rurais como o Rio Durance (Franccedila) e a regiatildeo metropolitana de Curitiba (

56

Tabela 12) Segundo Benlahcer e colaboradores (1997) os sedimentos com ΣHPAs ateacute

250 ngg-1

satildeo considerados como levemente poluiacutedos entre 250 e 2000 ngg-1

satildeo

considerados moderadamente poluiacutedos e acima de 2000 ngg-1

satildeo considerados altamente

poluiacutedos Desta forma podemos classificar os sedimentos das estaccedilotildees ACR1 ACR3 e ACR6

como levemente poluiacutedas e a estaccedilatildeo ACR 5 como altamente poluiacuteda ficando o restante

classificado como moderadamente poluiacutedo

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo

nos uacuteltimos cinco anos

Local Atividade Variaccedilatildeo de

sumHPAs (ngg)

ndeg de HPAs

estudados Referecircncia

Rio Iguaccedilu Curitiba Brasil Aacuterea urbana e industrial 131 - 1713 16 LEITE et al 2011 Mar Egeu Mediterracircneo Aacuterea urbana e industrial lt415 - 405 14 KUCUKSEZGIN et al 2012

Delta do Rio Amarelo China Exploraccedilatildeo de petroacuteleo

agricultura e pesca 27-753 16 YUAN et al 2014

Estuaacuterio do Rio da Prata Uruguai Aacuterea urbana e industrial 196-65501 16 VENTURINI et al 2015

Xinxiang China Aacuterea industrial 4450 - 29000 15 FENG et al 2016 Rio Cocoacute e Cearaacute Fortaleza Brasil Aacuterea urbana 3488 ndash 301716 54 OLIVEIRA 2016

Porto do Mucuripe Fortaleza Cearaacute Aacuterea portuaacuteria 6527 - 6833354 54 OLIVEIRA 2016

Baiacutea de Paranaguaacute Aacuterea urbana e portuaacuteria ltLD - 572 16 DE ABREU-MOTA et al 2014

Baia de Laranjeiras Brasil Aacuterea de conservaccedilatildeo e

recreaccedilatildeo 385 - 892 - MARTINS et al 2012

Rio Durance Franccedila Agricultura 57ndash1528 16 KANZARI et al 2015 Rio Jaguaribe Agricultura carcinicultura 069 a 375202 16 ANDRADE 2012

Rio Pacoti Carcinicultura aacuterea de

conservaccedilatildeo aacuterea urbana 119512 - 290625 16 FERNANDES 2013

Rio Acarauacute Agricultura carcinicultura 14143 - 207720 16 Presente estudo

Fonte Elaborada pela autora

Em contrapartida podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs satildeo

relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente Dessa forma esses compostos satildeo os maiores responsaacuteveis pelo

niacutevel de contaminaccedilatildeo na regiatildeo

57

Fonte Elaborada pela autora baseado em LIMA et al 2005N F Fl D e C correspondem a naftaleno fenantreno fluoreno dibenzotiofeno e criseno respectivamente

0-4 representam o nuacutemero do carbono dos grupos alquilados nas seacuteries homologas de HPAs alquilados BF a BghiP correspondem aos outros 15 HPAs prioritaacuterios pela

USEPA Atenccedilatildeo para as diferentes escalas do eixo Y

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

) ACR1

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR2

DahA0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

ACR3

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR4

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0102030405060708090

100

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR5

DahA0

1000

2000

Co

nce

ntr

accedilatildeo

(ng

g)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR6

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR7

DahA0

1000

2000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

04080

120160200240280320360400

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR8

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

1500

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR9

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

1000

2000

3000

Concentr

accediloم

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR10

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio Acarauacute

58

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho

As concentraccedilotildees individuais dos HPAs variaram de ltLD a 6181 ngg-1

enquanto que

o sumHPAs16 variou de 13197 ngg-1

(5-10 cm) a 685419 ngg-1

(35-40 cm) (Figura 20 e

Apecircndice A) A distribuiccedilatildeo dos HPAs foi dominada pelo dibenzo(ah) antraceno e pela seacuterie

de naftalenos alquilados com esses compostos correspondendo de 10-75 e 2-77 do total

de HPAs respectivamente Esse mesmo domiacutenio foi observado nos sedimentos superficiais

ao longo do curso do rio Acarauacute

Podemos observar que a concentraccedilatildeo de HPAs cresce nas camadas mais profundas do

testemunho contrariando a tendecircncia observada em outros trabalhos de uma maior

concentraccedilatildeo dos HPAs nos sedimentos superficiais que correlaciona-se com o aumento da

taxa de ocupaccedilatildeo da regiatildeo (MACHADO et al 2014) Esse padratildeo de variaccedilatildeo com um pico

de HPAs em seccedilotildees mais profundas foi observado em vaacuterios trabalhos (SUN E ZHANG

2012 DUAN et al 2015) e foi atribuido a mudanccedila na fonte de energia utilizada pela

populaccedilatildeo do local Na bacia do rio Acarauacute o uso de carvatildeo vegetal pelas induacutestrias de

cimento foi estimulado pelo Governo Federal por causa da crise internacional do petroacuteleo na

deacutecada de 70 (SEMACE 1998) Durante vinte anos essa praacutetica foi uma praacutetica comum que

devastou a caatinga na regiatildeo e que teve seu registro nos sedimentos do estuaacuterio do Acarauacute

59

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio

Acarauacute

FLTR

0 10 20 30 40 50 60

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

HPAs16

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000 8000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

NAF

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 10 20 30 40

FEN

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 5 10 15 20 25 30

CRI

0 10 20 30 40 50

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

ANT

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2 4 6 8 10 12

Pir BaA

0 5 10 15 20 25 30

BbF

0 20 40 60 80 100120140160180

BkF

0 20 40 60 80 100

BeP

0 100 200 300 400 500

BaP

0 50 100 150 200 250 300 350

PER

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 200 400 600 800

DahA

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5 IcdP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100120140

BghiP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100 120

PIR

0 10 20 30 40 50

Fonte Elaborado pela autora

60

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute

Para a determinaccedilatildeo de fontes dos hidrocarbonetos nos sedimentos superficiais do rio

Acarauacute foram utilizadas as razotildees diagnoacutesticas na Tabela 13

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos

sedimentos superficiais do rio Acarauacute

Hidrocarbonetos Razotildees diagnoacutesticas ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAS

sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 073 098 073 030 099 058 099 041 084 087

BaA(BaA +Cri) 094 091 089 051 087 071 046 089 078 043

IP(IP+BghiP) 059 041 049 062 081 069 080 023 010 088

FenAnt 270 315 320 362 321 102 018 426 423 150

FltrPir 072 025 035 063 068 065 067 049 060 072

Per5 aneacuteis 795 103 5364 2238 039 774 027 200 2548 5981

Alcanos

CPI (15-19) 1237 129 039 088 048 093 532 048 494 082

CPI (25-33) 081 044 122 105 113 090 103 128 197 109

n-C27+ n-C29+n-C31 56393 42127 23914 79680 66360 55239 11592 237116 119695 205595

Isoprenoacuteides

nC17Pr 581 292 443 799 243 961 429 1168 618 523

nC18Fit 019 071 538 461 539 170 260 1785 009 331

PrFit 198 214 056 069 822 203 173 090 012 047

Biomarcadores sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 010 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

Jaacute para a caracterizaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos no testemunho sedimentar do

estuaacuterio do rio Acarauacute foram utilizadas as razotildees apresentadas na Tabela 14

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o

rio Acarauacute

Razotildees diagnoacutesticas 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

sum HPAs (4-6 aneacuteis)

sum HPAs16 095 072 096 089 057 061 090 100 098 099 099 099

Per5 aneacuteis 6426 3265 7752 415 2883 583 8920 021 2970 031 073 069

BaA(BaA+Cri) 066 088 013 085 088 094 097 073 062 074 034 095

IP(IP+BghiP) 065 056 042 056 052 041 048 084 027 051 035 017

FenAnt 398 153 209 187 274 685 484 222 204 267 017 196

FltrPir 125 090 097 119 061 170 015 227 391 058 063 111

CPI (15-19) 237 049 274 483 733 691 353 385 580 175 302 400

CPI (25-33) 114 120 254 146 135 121 038 071 100 147 154 178

n-C27+ n-C29+n-C31 6673 65765 32977 4074 6455 9142 5805 12606 7424 8308 9089 22661

nC17Pr 072 244 149 625 490 628 121 255 650 571 245 877

nC18Fit 106 1107 113 276 018 092 218 106 096 079 103 090

PrFit 389 154 321 391 050 143 433 200 306 068 175 086

sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747

sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas

Os hidrocarbonetos de origem antropogecircnica no meio ambiente acabam misturando-se

com outras fontes de background presentes na aacuterea impactada

61

Os hidrocarbonetos biogecircnicos satildeo originados por processos bioloacutegicos ou na

diagecircnese primaacuteria em sedimentos marinhos recentes As fontes biogecircnicas incluem plantas

terrestres fitoplancton animais bacteacuterias e macroalgas Uma forma de medir a contribuiccedilatildeo

biogecircnica na siacutentese dos alcanos eacute o iacutendice preferencial do carbono (IPC (25-33)) que indica a

contribuiccedilatildeo relativa das fontes naturais (IPC gt1 biogecircnicoterrestre) comparada com as

fontes antropogecircnicas (IPClt1 contaminaccedilatildeo por petroacuteleo) (EGLINTON E HAMILTON

1967 ABOUL-KASSIM E SIMONEIT 1995 VOLKMAN et al1992)

Outra caracteristica das fontes biogecircnicas eacute relacionada com os hidrocarbonetos

isoprenoacuteides onde a concentraccedilatildeo de pristano eacute maior do que a de fitano sugerindo a entrada

de mateacuteria orgacircnica fitoplantocircnica e a razatildeo PriFit gt1 ( tipicamente entre 3 e 5) enquanto

que a razatildeo de PriFit lt1 indica contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (WANG E FINGAS 2003 HU et

al 2011) Em sedimentos recentes as razotildees de Prin-C17 e Fitn-C18 lt1 indicam entrada

relativamente recente de oacuteleo enquanto que valores maiores que 1 juntamente com

concentraccedilotildees altas de hidrocarbonetos sugerem a presenccedila de oacuteleo degradado

(COMMENDATORE et al 2012 WANG et al 2015)

Aleacutem disso o perileno um HPA de 5 aneacuteis apresenta a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) com um valor maior que 10 para fontes diageneacuteticas (natural

biogecircnica) desse composto (SOCLO et al 2000 WANG et al 2014)

Por outro lado a presenccedila de biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) sugere

contaminaccedilatildeo petrogecircnica pois eles satildeo constituintes comuns do petroacuteleo e seus derivados

(WANG E FINGAS 2003)

Dessa forma essas caracteriacutesticas podem ser usadas para identificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo

das fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

5411 Sedimentos superficiais

O valor do IPC (15-19) variou de 039 (ACR3) a 1237(ACR1) (Tabela 13) De acordo

com esses valores nas estaccedilotildees ACR1 (1227) ACR7 (532) e ACR9 (494) as cadeias curtas

de n-alcanos apresentaram uma forte predominacircncia de cadeias com um numero iacutempar de

carbono em relaccedilatildeo as com nuacutemero par Em ACR1 o alto valor daacute-se devido as altas

concentraccedilotildees de n-C15 e n-C17 que indicam uma possiacutevel produccedilatildeo autoacutectone da mateacuteria

orgacircnica pois tais alcanos estatildeo relacionados com a atividade planctocircnica o mesmo ocorre

em ACR7 soacute que em menor proporccedilatildeo Apesar de possuir um alto valor de IPC (15-19) a

estaccedilatildeo ACR 9 natildeo apresenta valores significativos dos compostos n-C15 e n-C17 Esse alto

valor do IPC em ACR1 pode ser relacionado com a proximidade do accedilude Araras que eacute o

62

quarto maior accedilude do Cearaacute e fica a montante desta estaccedilatildeo A construccedilatildeo de reservatoacuterios

altera a circulaccedilatildeo do sistema fluvial que antes era loacutetico e passa para uma ambiente

intermediaacuterio entre loacutetico e lecircntico devido a circulaccedilatildeo vertical e horizontal originada pela

operaccedilatildeo da barragem (MARGALEF 1983) Esses reservatoacuterios recebem o aporte do

escoamento superficial perifeacuterico lanccedilamento de efluentes das comunidades circunvizinhas

aleacutem das atividades desenvolvidas no seu interior como a piscicultura (MARGALEF 1983)

Essas atividades fornecem nutrientes para o desenvolvimneto fitoplantocircnico o que explica os

altos valores dos n-alcanos caracteristicos da comunidade fitoplantocircnica

Fonte Elaborado pela autora

O valor do IPC (25-33) variou de 044 (ACR2) a 197 (ACR9) (Figura 21) Isso

demonstra que a maioria das estaccedilotildees natildeo apresentou perfis com predominacircncia de cadeias

longas com nuacutemero de carbono iacutempar ou par o que resulta na possiacutevel fonte de derivados do

petroacuteleo A estaccedilatildeo ACR9 apresentou o maior valor de IPC indicando uma maior

contribuiccedilatildeo das plantas terrestres superiores (EGLINTON E HAMILTON 1967) o que eacute

plausiacutevel visto a proximidade com o estuaacuterio

A origem do perileno um HPA de 5 aneacuteis eacute bastante controversa Em muitos

trabalhos a origem do perileno foi encontrada como diferente dos outros HPAs

(BUDZINSKY 1997 SOCLO et al 2000 CAVALCANTE et al 2008) O perileno pode

ser introduzido no ecossistema aquaacutetico por vaacuterios processos sendo a degradaccedilatildeo de

precursores biogecircnicos a fonte predominante (GSCHWEND E HITES 1981) Segundo

Venkatesan (1988) um sistema favoraacutevel para a formaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do perileno eacute

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

2

4

6

8

10

12

14

IPC (25-33)

IPC (15-19)

Iacutend

ice

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais

63

encontrado em regiotildees aquaacuteticas com alta produccedilatildeo bioloacutegica como estuaacuterios e lagos Aleacutem

disso o perileno pode ter uma origem terrestre mas a fonte terriacutegena desse composto

permanece desconhecida O perileno tambeacutem pode ser derivado de material autoacutectone como

as diatomaacuteceas (VENKATESAN 1988) No entanto no escopo desse trabalho natildeo foi

possiacutevel determinar a origem terrestre ou autoacutectone do perileno encontrado

No entanto alguns estudos tecircm-se desenvolvido em direccedilatildeo agrave determinaccedilatildeo do caraacuteter

antroacutepico ou natural das fontes de HPAs comparando-se as concentraccedilotildees de perileno com os

demais HPAs (BAUMARD et al 1988 BUDZINSKY et al 1997 SOCLO et al 2000

WANG et al 1999 WANG et al 2014) Em relaccedilatildeo ao carater antroacutepico do perileno

estudos mostraram que esse composto pode ser produzido em processos de combustatildeo de

biomassa e combustiacuteveis foacutesseis (PAGE et al 1999 WANG et al 1999)

Na Figura 22 podemos observar que apenas as razotildees em ACR3 (5364) ACR4

(2238) ACR9 (2547) e ACR10 (5980) apresentaram a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) gt 10 indicando assim a origem natural do perileno Esse

resultado na estaccedilatildeo ACR9 e ACR10 jaacute era esperado uma vez que apresentam maior

produtividade bioloacutegica devido as suas localizaccedilotildees no estuaacuterio As estaccedilotildees ACR3 e ACR4

localizam-se antes e depois do municiacutepio de Sobral respectivamente As outras estaccedilotildees

apresentaram valores menores que 10 o que indica a fonte piroliacutetica desse HPA (PAGE et

al 1999 WANG et al 1999)

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

Per

5an

eacuteis

()

Origem

Piroliacutetica

Origem

Natural

Fonte Elaborado pela autora

Os alcanos pristano e fitano satildeo os constituintes mais comuns dos isoprenoacuteides nos

sedimentos mas as suas abundacircncias relativas variam bastante A razatildeo de pristano em

relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) (Figura 23) nos sedimentos superficiais variou de 012 (ACR9) a

64

822 (ACR5) Em sedimentos natildeo-contaminados a razatildeo PriFit eacute maior do que 1

normalmente entre 3 e 5 (STEINHAUER E BOEHM 1992) A maioria das estaccedilotildees

apresentou a a razatildeo PriFit menor ou proacuteximo a 1 indicando os derivados de petroacuteleo como

fonte de hidrocarbonetos principal Um valor alto para a razatildeo PriFit foi observado na

estaccedilatildeo ACR5 localizada antes de Santana do Acarauacute e relativamente distante dos centros

urbanos

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18

Fonte Elaborado pela autora

No que diz respeito as razotildees n-C17Pri e n-C18Fit ambos os isoprenoacuteides satildeo

degradados mais lentamente do que o seu alcano associado devido as preferecircncias

microbianas (COLOMBO et al 1989) Dessa forma razotildees menores do que 2 indicam

contribuiccedilatildeo recente de oacuteleo enquanto que valores maiores indicam resiacuteduos de oacuteleo

degradado (COLOMBO et al 1989) A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri)

variou de 243 (ACR5) a 1168 (ACR8) (Tabela 13) Em todas as estaccedilotildees foi observado que

o n-C17 predominou sobre o pristano (Figura 23) indicando contribuiccedilatildeo planctocircnica para a

mateacuteria orgacircnica (READMAN et al 2002) A razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-

C18Fit) variou de 009 (ACR9) a 1785 (ACR8) (Tabela 13) Essa razatildeo atualmente indica a

degradaccedilatildeo microbiana inicial em resiacuteduos de oacuteleo (DIEZ et al 2007) As estaccedilotildees ACR1

ACR2 ACR6 e ACR9 apresentaram as menores razotildees o que eacute indicativo da presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradado (DIEZ et al 2007) Isso acontece pois o n-C18 tende a ser

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

Raz

atildeo

Estaccedilotildees

nC17Pri

nC18Fit

PriFit

65

degradado preferencialmente em relaccedilatildeo ao fitano na degradaccedilatildeo microbiana Por sua vez as

outras estaccedilotildees com destaque para a estaccedilatildeo ACR8 demonstraram uma maior contribuiccedilatildeo

da produtividade primaacuteria na sua mateacuteria orgacircnica

A distribuiccedilatildeo dos biomarcadores do sumHop e sumEster nos sedimentos superficiais estaacute

demonstrada na Figura 24 Em estudos anteriores a presenccedila de hopanos e esteranos foi

relacionada com o material particulado proveniente da exaustatildeo do motor de caminhotildees

(ROGGE et al 1993 SCHAUER et al 2002 KLEEMAN et al 2008) Esses

biomarcadores pertencem a fraccedilatildeo de alta ebuliccedilatildeo do oacuteleo cru devido a isso natildeo satildeo

encontrados nem na gasolina nem no diesel Ao inveacutes disso eles vatildeo ser originados do oacuteleo

lubrificante (ROGGE et al 1993) Aleacutem disso Kleeman e colaboradores (2008) analisando

material particulado oriundo das emissotildees de carros movidos a diesel utilizaram o

17α(H)21β(H)-30-norhopano (NH) como um indicador de oacuteleos lubrificantes Por outro lado

Bieger e colaboradores (1996) compararam oacuteleos lubrificantes novos e usados fuligem da

descarga poeira de estradas e sedimentos da Baiacutea de Conception - Canadaacute e correlacionaram

a impressatildeo digital dos hidrocarbonetos no sedimento com os biomarcadores presentes em

oacuteleo lubrificantes utilizados em automoveis e barcos da regiatildeo Jaacute Boonyatumanond e

colaboradores (2006) encontraram uma predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 e

atribuiram essa caracteristica a poeira de estrada que apresentava mesma impressatildeo digital de

hopanos Essa poeira de estrada consiste de asfalto partiacuteculas de pneus solo partiacuteculas de

exaustatildeo vazamentos de oacuteleo e combustiacutevel e deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e estaacute diretamente

associada com o traacutefego nas rodovias (BOONYATUMANOND et al 2006) Dessa forma

como a regiatildeo do rio Acarauacute natildeo foi um local de derramento de petroacuteleo nem eacute uma regiatildeo

perto de refinarias ou industria petroquiacutemica podemos inferir que essas moderadas

concentraccedilotildees de hopano e esteranos satildeo derivadas da utilizaccedilatildeo de oacuteleos lubrificantes nos

automoacuteveis e nos barcos a motores da regiatildeo que chegam ao rio por meio do escomaento

superficial ou mesmo das poeiras das rodovias que constituem as principais vias de acesso da

regiatildeo O que ratifica essa fonte eacute a predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 em

todas as estaccedilotildees como foi citado anteriormente Podemos observar que as estaccedilotildees ACR1

ACR4 e ACR6 apresentaram as maiores concentraccedilotildees desses marcadores moleculares

especialmente os hopanos A estaccedilatildeo ACR1 fica logo apoacutes o accedilude Araras que eacute utilizado

como uma aacuterea de lazer com a presenccedila de jet-skis e barcos a motores que representam fontes

potenciais dos hopanos e esteranos Por sua vez a estaccedilatildeo ACR4 e ACR6 ficam a montante

das cidades de Sobral e Santana do Acarauacute respectivamnete

66

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e

esteranos (sumEster) nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

Conce

ntr

accedilatilde

o (gg

)

op

Ester

Fonte Elaborado pela autora

5412 Testemunho

No testemunho a maioria das amostras apresentaram valores do IPC (25-33) proacuteximos

a 1 o que sugere a contaminaccedilatildeo petrogecircnica (Tabela 14 Figura 25) Apenas a camada 10-15

cm apresentou um valor alto de IPC que significa a predominacircncia dos homoacutelogos com

carbonos impares sugerindo uma fonte de plantas terrestres superiores

Jaacute os valores do IPC (15-19) variaram de 049 (5-10 cm) a 733 (20-25 cm) (Tabela

14) Observou-se uma variaccedilatildeo do IPC (15-19) ao longo do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute

com picos nas profundidades de 20-25 cm e 45-50 cm Isso sugere uma variaccedilatildeo na origem da

mateacuteria orgacircnica com uma diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo autoacutectone em relaccedilatildeo ao topo

67

Fonte Elaborado pela autora

Por outro lado a razatildeo Per5 aneacuteis nos mostra que a maioria das seccedilotildees possuem um

caraacuteter natural da mateacuteria orgacircnica (Figura 25) o que eacute indicado pela porcentagem maior do

que 10 na razatildeo Per5 aneacuteis com possiacutevel fonte diageneacutetica do Per As altas

concentraccedilotildees de perileno tem sido relacionados com sedimentos anoacutexicos com alta

produtividade bioloacutegica (MEIRE et al 2008 WANG et al 2014)

A razatildeo de pristano em relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) variou de 050 (20-25 cm) a 433

(30-35 cm) (Tabela 14) O pristano eacute encontrado em maiores proporccedilotildees que o fitano em

sedimentos marinhos natildeo contaminados por petroacuteleo (PriFit gt1) No testemunho analisado

podemos observar uma tendecircncia de aumento na entrada de sedimentos contaminados por

hidrocarbonetos antropogecircnicos (Figura 26)

A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri) variou de 072 (topo) a 877

(base) e a razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-C18Fit) variou de 018 (20-25 cm) a 1107

(5-10 cm) (Tabela 14) Os valores dessas razotildees sugerem tanto a presenccedila de hidrocarbonetos

degradados (n-C18Fit) como a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica (n-C17Pri) ao longo

do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute No entanto as duas razotildees sugerem a presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradados nos sedimentos recentes (DIEZ et al 2007)

Em relaccedilatildeo aos biomarcadores hopanos e esteranos podemos observar na Figura 27 o

perfil desses compostos no testemunho em estudo Assim como nos sedimentos superficiais

Razatildeo

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5IPC(15-19)

IPC(25-33)

Per5aneis

0 20 40 60 80 100

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

Piroliacutetico

Nat

ural

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar

68

as concentraccedilotildees do sumBiomarcadores estaacute diretamente influenciada pela sumHop uma vez que

este representa cerca de 842 a 932 do total quantificado

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar

Oacuteleodegradado

n-C17Pri

0 2 4 6 8 10 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

n-C18Fit

0 2 4 6 8 10 12

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

PriFit

0 1 2 3 4 5

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

Contaminaccedilatildeo por Oacuteleo

Natildeo-contaminado

Oacuteleodegradado

Fonte Elaborado pela autora

Outra caracteriacutestica que assemelha-se aos sedimentos superficiais eacute a predominacircncia

do C29-hopano (NH) (Tabela 10) que pode ser utilizado para indicar atividades relacionadas

com o traacutefego de veiacuteculos na regiatildeo (KLEEMAN et al 2007 BOONYATUMANOND et al

2006)

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho

Concentraccedilatildeo (gg)

0 20 40 60 80 100120140

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

Hop

Ester

Biomar

Fonte Elaborado pela autora

69

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas

As distribuiccedilotildees de HPAs satildeo as ferramentas mais uacuteteis para a distinccedilatildeo entre fontes

piroliticas e petrogecircnicas de hidrocarbonetos Os HPAs petrogecircnicos exibem um padratildeo de

distribuiccedilatildeo em forma de sino (bell shaped) (WANG et al 1999 YUNKER et al 2015)

Por outro lado os HPAs piroliticos geralmente apresentam a distribuiccedilatildeo dos HPAs

alquilados homoacutelogos com os HPAs natildeo-substituidos mais abundantes (com o perfil de

distribuiccedilatildeo de C0-gtgtC1-gtC2-gtC3-gtC4- chamada de distribuiccedilatildeo inclinada)

Aleacutem disso entre os HPAs prioritaacuterios a predominacircncia dos HPAs de alto peso

molecular (sum HPAs (4-6 aneacuteis = Fltr Pir BaA Cri BbF BkF BaP IcdPDahA and BghiP)

sobre os HPAs de baixo peso (2-3 aneacuteis) nos processos piroliacuteticos eacute evidente em vaacuterios

trabalhos (PRAHL E CARPENTER 1983 WANG et al 1999CAVALCANTE et al 2012

ANDRADE 2012 FERNANDES 2013 FENG et al 2016)

Outras razotildees tambeacutem satildeo utilizadas para a caracterizaccedilatildeo de fontes de HPAs nos

sedimentos como FenantrenoAntraceno FluorantenoPireno

Benzo(a)Antraceno(Benzo(a)Antraceno + Criseno) e Indeno(cd)Pireno(Indeno(cd)Pireno +

Benzo(ghi)Perileno) (YUNKER et al 2002 STOGIANNIDIS E LAANE 2015)

5421 Sedimentos superficiais

Nos sedimentos superficiais foi observado a predominacircncia dos composto DahA e da

seacuterie de naftalenos alquilados Podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs

satildeo relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente O DahA eacute um HPA de alto peso molecular produto da queima

incompleta de mateacuteria orgacircnica e cuja degradaccedilatildeo eacute demorada sendo considerado um

poluente prioritaacuterio para a USEPA Segundo Levengood et al (2015) altas concentraccedilotildees de

DahA em sedimento podem ser associadas agraves estradas e ao traacutefico ferroviaacuterio Wang e

colaboradores (1999) observaram a formaccedilatildeo de DahA apoacutes a combustatildeo de diesel

juntamente com BghiP e IcdP Eacute interessante notar que a fumaccedila e as partiacuteculas de fuligem

podem ser transportadas por longas distacircncias atraveacutes da atmosfera e depositadas longe do local

de origem (CRUTZEN E ANDREAE 1990) Dessa forma fica evidente na regiatildeo o impacto

causado pelas rodovias e pelo traacutefico de veiacuteculos na regiatildeo estudada

Por sua vez o metilnaftaleno foi predominante dentre os HPAs substituiacutedos do

efluente proveniente de tratamento de esgoto na cidade Beijing China (QUIAO et al 2014)

70

Jaacute Wang e colaboradores (1999) encontraram os naftalenos alquilados como os principais

constituintes de diesel antes da combustatildeo Ambos relacionam a presenccedila desse HPA de baixo

peso molecular com contaminaccedilatildeo por derivados do petroacuteleo Na regiatildeo podemos relacionar a

presenccedila desse composto com o esgotamento sanitaacuterio deficiente em toda bacia do Acarauacute e

tambeacutem com o escoamento superficial que carreia hidrocarbonetos provenientes de atividades

relacionadas a frota veicular Nos uacuteltimos anos a frota veicular aumentou fazendo com que

os serviccedilos relacionados a manutenccedilatildeo (como oficinas postos de gasolina) acompanhessem a

demanda

Na Figura 19 os perfis dos HPAs encontrados nos sedimentos superficiais satildeo

mostrados Na maioria das estaccedilotildees os HPAs parentais com alto peso molecular incluindo o

IcdP o DahA e o BghiP predominaram sobre os HPAs de dois e trecircs aneacuteis como bifenil

acenaftileno e acenafteno Isso indica que a principal fonte de HPAs para essa regiatildeo satildeo

processos piroliacuteticos mesmo que em alguns casos o valor absoluto das concentraccedilotildees seja

pequeno (WANG et al 1999)

Nas regiotildees costeiras urbanizadas as emissotildees de motores de automoacuteveis e barcos satildeo

fontes principais de produtos de queima (BENNER et al 1989 MIGUEL et al 1998 YUNKER

et al 2002) liberando uma mistura de HPAs para diversos compartimentos (I) HPAs

inicialmente presentes no combustiacutevel (preacute-combustatildeo) (ii) HPAs formados durante a combustatildeo

(iii) HPAs acumulados nos oacuteleos lubrificantes e (iv) HPAs acumulados no sistema de exaustatildeo

(LIMA et al 2005)

Aleacutem disso a praacutetica de queimada para o preparo da terra e a utilizaccedilatildeo de lenha como

fonte de energia em olarias caieiras e uso domeacutestico constituem importantes fontes piroliticas de

HPAs No sudeste da Aacutesia Oanh e colaboradores (1999) compararam a utilizaccedilatildeo de madeira

carvatildeo mineral e carvatildeo vegetal em sistemas de aquecimento residencial e observaram que o fator

de emissatildeo de material particulado em miligramas por quilograma de combustiacutevel eacute de 51 36 e

70 para queima da madeira carvatildeo vegetal e carvatildeo mineral respectivamente Aleacutem disso o MP

que apresentou maior concentraccedilatildeo de HPAs foi o oriundo da madeira (OANH et al1999)

Os HPAs alquilados variam entre a distribuiccedilatildeo em forma de sino que caracteriza a

fonte petrogecircnica e a distribuiccedilatildeo inclinada que caracteriza a fonte pirogecircnica evidenciando e

confirmando a caracteriacutestica de muacuteltiplas fontes para a bacia do Acarauacute (Figura 19)

Em relaccedilatildeo as razotildees diagnoacutesticas vamos iniciar com a razatildeo do fenantreno sobre o

antraceno (FenAnt) que tem sido amplamente utilizada para diferenciar fontes piroliacuteticas de

petrogecircnicas nos sedimentos (GSCHWEND E HITES 1981 WANG et al 1999 GUO et al

2007) O fenantreno eacute termodinamicamente mais estaacutevel do que o antraceno e a sua

71

prevalecircncia caracteriza a origem petrogecircnica (BUDZINSKY et al 1997) Os processos que

ocorrem em altas temperaturas (800-1000K) produzem valores baixos para a razatildeo FenAnt

normalmente menores do que 5 (BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A maturaccedilatildeo

lenta da mateacuteria orgacircnica no petroacuteleo leva a valores bem maiores da razatildeo FenAnt

(BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A razatildeo FenAntgt15 eacute relacionada com

fontes petrogecircnicas e FenAntlt15 com fontes predominantemente piroliacuteticas (lt5 de acordo

com Neff et al (2005)) (BUDZINSKY et al 1997 DE LUCA et al 2005)

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos

superficiais

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1200

02

04

06

08

10

12

14

Fontes

Mistas

Petroacuteleo

Petroacuteleo

Combustatildeo

Combustatildeo

ACR1ACR10

Flt

rP

ir

FenAnt

ACR2

ACR3

ACR8

ACR5

ACR9ACR6

ACR4

ACR7

Fonte Elaborada pela autora

Similarmente a razatildeo FenAnt a razatildeo do fluoranteno sobre o pireno (FltrPir) tem

correlaccedilatildeo com a temperatura de formaccedilatildeo dos compostos (BUDZINSKY et al 1997) Nesse

caso o isocircmero mais estaacutevel termodinamicamente eacute o pireno (YAN et al 2005) O pireno eacute

mais favorecido do que o fluoranteno na formaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis Como resultado o

iacutendice FltrPirlt1 eacute utilizado para produtos petrogenicos exceto certos carvotildees e oacuteleo bruto A

razatildeo FltrPirgt1 eacute produzida por processos piroliacuteticos a temperaturas elevadas (COSTA et al

2004 SABER et al 2006) No entanto existem fontes piroliacuteticas com a razatildeo FltrPir lt1 que

satildeo representadas por oacuteleos lubrificantes usados emissatildeo de automoacuteveis e caminhotildees a diesel

e combustatildeo de gasolina e diesel (YUNKER et al 2002) Por isso um limite mais confiaacutevel

de FltrPir le 05 para fontes petrogecircnicas foi proposto por Stogiannidis e Laane (2015) Dessa

72

forma valores entre 05 e 1 satildeo representativos de fontes mistas Se FltrPirgt1 fontes

piroliacuteticas como queima de carvatildeo e biomassa satildeo provavelmente predominantes (YUNKER

et al 2002 YAN et al 2005)

Ao analisarmos a Figura 28 observamos que a maioria das estaccedilotildees apresentam-se

com influencia de fontes primaacuterias piroliticas No entanto as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e ACR8

apresentaram resultados conflitantes quanto as duas razotildees escolhidas podendo ser

classificadas tanto resultado de processo piroliticos quanto petrogenicos

Outras razotildees foram utilizadas com o objetivo de identificar as fontes de HPAs para a

bacia do rio Acarauacute com maior clareza A razatildeo de indeno(cd)pireno versuso somatoacuterio do

IcdP e BghiP(IcdP(IcdP+BghiP)) tem sido usada para a distinccedilatildeo entre as diversas fontes

piroliacuteticas de contaminaccedilatildeo nos sedimentos (YUNKER et al 2002) A Figura 29 mostra o

graacutefico dessas razotildees no qual podemos observar a predominacircncia da fonte piroliacutetica em

relaccedilatildeo a petrogecircnica A contaminaccedilatildeo por queima de biomassa foi designada para as estaccedilotildees

ACR4 ACR5 ACR6 e ACR7 Isso pode ser devido a preparaccedilatildeo da agricultura para terra

pela praacutetica de queimar as camadas superficiais do solo a fim de aumentar a quantidade de

nutrientes A queima de gasolina e diesel foi designada para as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e

ACR8 que provavelmente provecircm das emissotildees veiculares das estradas proacuteximas a esses

locais que satildeo a principal via de acesso na regiatildeo Por sua vez as estaccedilotildees ACR1 ACR9 e

ACR10 apresentaram uma multiplicidade de fontes

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

ACR1

ACR10

ACR7

ACR6

ACR9

IP(

IP+

Bg

hiP

)

BaA(BaA+Cri)

ACR8

ACR5

ACR4ACR3

ACR2

Queima

de diesel

gasolina

Petroacuteleo

Queima

de

biomassa

Fontes

MistasCombustatildeoPetroacuteleo

Fonte Elaborado pela autora

73

As quatro razotildees diagnoacutesticas utilizadas nem sempre retornaram as mesmas fontes

Isso pode ser explicado pela vaacuterias maneiras que os HPAs satildeo introduzidos no meio ambiente

de maneira tal que a assinatura caracteriacutestica de uma fonte pode ser obscurecida por outra

fonte (s) (WANG et al 1999 LIMAFARRINGTON e REDDY 2005)

5422 Testemunho

Podemos observar na Figura 30 que a tendecircncia geral no testemunho eacute a

predominacircncia de fontes piroliacuteticas como as principais responsaacuteveis pela entrada de HPAs no

estuaacuterio do rio Acarauacute

Essa tendecircncia eacute bem evidente na razatildeo de sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 na qual os

HPAs de 4 a 6 aneacuteis podem corresponder a aproximadamente 100 dos HPAs prioritaacuterios

pela USEPA principalmente na base do testemunho As razotildees FenAnt FltrPir

BaA(BaA+Cri) e IP (IP+BghiP) tambeacutem retornam na sua maioria valores que caracterizam

como fonte primaacuteria para o estuaacuterio do rio Acarauacute processos de combustatildeo

De acordo com a interpretaccedilatildeo dos valores da razatildeo FenAnt todos os registros no

testemunho sedimentar satildeo de fontes de HPAs por processo de combustatildeo uma vez que essa

razatildeo permanece FenAntlt15 da seccedilatildeo mais pronfunda a superficial

A razatildeo FltrPir indica a multiplicidade de fontes de HPAs de acordo com a

profundidade Essas fontes satildeo associadas com fontes mistas de 60 a 45 cm e de 25 a 10 cm

Os processos piroliticos satildeo as principais fontes de 35 a 45 cm 30 a 25 cm e no sedimento

superficial

Finalmente outras fontes de HPAs foram identificadas como derivadas de combustatildeo

de biomassa e carvatildeo (IPIP + BghiP) A combustatildeo de biomassa pode ser relacionada com as

queimadas para a preparaccedilatildeo da terra que ocorrem ao longo das margens dos rios onde

acontece o cultivo enquanto que a combustatildeo de carvatildeo relaciona-se com a utilizaccedilatildeo do

mesmo nas atividades do terceiro setor como churrascarias padarias e outros

estabelecimentos que utilizam essa fonte de energia

74

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o

estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do

sedimento

A relaccedilatildeo dos hidrocarbonetos do petroacuteleo com os sedimentos ainda natildeo estaacute

plenamente estabelecida apesar dos numerosos estudos existentes principalmente sobre os

HPAs (MAYER 1994 KUKKONEN E LANDRUM 1996 AHRENS E DEPREE 2004

TREMBLAY et al 2005 OPEL et al 2011) Devido a sua hidrofobicidade e estrutura

quimica estaacutevel os HPAs satildeo insoluacuteveis em aacutegua e sorvidos rapidamente pelas partiacuteculas (

KARICKHOFF et al 1979) Segundo Opel e colaboradores (2011) baseado nas observaccedilotildees

dos sedimentos de quatro rios no norte alematildeo a concentraccedilatildeo de HPAs varia entre as

diferentes classes de granulometria devido a distribuiccedilatildeo do teor de carbono orgacircnico entre os

diferentes tamanhos do gratildeo com uma leve tendecircncia a concentrar-se nas fraccedilotildees mais

grosseiras do que os OCPs e PCBs No porto de Boston e no rio Yangtze as maiores

concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas nas fraccedilotildees mais grosseiras que continham alto

teor de carbono orgacircnico (FENG E NIU 2007 WANG et al 2001) enquanto que no lago

Michigan as maiores concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas na fraccedilatildeo mais fina do

sedimento (lt63μm) (KUKKONEN E LANDRUM 1996) Dessa forma esses estudos

apontam para uma relaccedilatildeo de dependecircncia entre os HPAs e o teor de carbono orgacircnico entre

Que

ima

de d

iese

l

gaso

lina

FltrPir

0 1 2 3 4 5

HPAs (4-6 aneis) HPAs16

00 02 04 06 08 10 12

Pro

fundid

ade

(cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

FenAnt

0 3 6 9 12 15 18

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

Piroliacutetico

BaA(BaA+Cri)

00 02 04 06 08 10 12

IP(IP+BghiP)

00 02 04 06 08 10

Petro

leo

Piroliacutetico

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Que

ima

de

biom

assa

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

75

as diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas assim as maiores concentraccedilotildees de HPAs natildeo seratildeo

necessariamente encontradas nas fraccedilotildees mais finas (AHRENS E DEPREE 2004 OPEL et

al 2011) Uma vez que as fraccedilotildees mais finas do sedimento satildeo constituidas principalmente

por silte e argila a mateacuteria orgacircnica associada com essa fraccedilatildeo eacute relacionada com as

substacircncias huacutemicas adsorvidas sobre as superfiacutecies dos minerais (MAYER 1994) Jaacute uma

maior concentraccedilatildeo dos HPAs nas fraccedilotildees mais grosseiras (gt250 μm) do sedimento foi

explicada por Wang e colaboradores (2001) como resultado de uma sorccedilatildeo mais efetiva dos

HPAs ao material particulado de carvatildeo detritos vegetais e pelotas fecais nos sedimentos do

que a mateacuteria orgacircnica associada aos argilo-minerais

Os coeficientes de correlaccedilatildeo entre a fraccedilatildeo orgacircnica a fraccedilatildeo inorgacircnica e as

concentraccedilotildees dos principais marcadores moleculares orgacircnicos estudados no estuaacuterio do rio

Acarauacute estatildeo na Tabela 15

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho

Coeficiente linear de Pearson

(plt005) n=12

Fraccedilatildeo orgacircnica

Fraccedilatildeo inorgacircnica

AH () AF() CO() CaCO3() Areia Argila Silte

Fen

Ant

052

Fltr

Pir

BaA

Cri

BbF

058

BkF

BaP 059

081 060

-085

089

DahA

074

-071

075

IcdP

BghiP 068 063

Per

BeP 072 065 085

-091

093

sum C1-C4 NAF

sum C1-C3 FL

057

-059

064

sum C1-C4 FEN 071 072 072

-080

079

sum C1-C4 PIR 078 064 074

079

sum C1-C3 CRI 067

072

-079

081

sum C1-C4 DBT 074

061

sum Biomarcadores

sumAlcanos

sumHop

sumSter 062

Fonte Elaborada pela autora

No testemunho o conteuacutedo de silte e argila teve correlaccedilatildeo alta com o teor de carbono

orgacircnico e teor de aacutecido huacutemicos com coeficientes de Pearson r = 100 e r = 07

respectivamente Aleacutem disso os HPAs de alto peso molecular e a maioria dos HPAs

alquilados mostraram correlaccedilatildeo positiva com a fraccedilatildeo inorgacircnica dos finos (silte+argila) e

com o teor de carbono orgacircnico dos sedimentos do estuaacuterio do rio Acarauacute enquanto que os

alcanos e os biomarcadores natildeo apresentaram correlaccedilotildees significativas com essa fraccedilatildeo

76

granulomeacutetrica e com o teor de CO (Tabela 15) Isso indica que o tamanho do gratildeo e o

conteuacutedo de carbono orgacircnico foram determinantes somente na deposiccedilatildeo dos HPAs e que

como havia sido observado anteriormente (MAYER 1994) os HPAs estatildeo provavelmente

relacionados com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Essa baixa correlaccedilatildeo dos alcanos e biomarcadores com o teor de carbono orgacircnico

pode ser resultado da presenccedila de outro constituinte da mateacuteria orgacircnica presente nas aacuteguas do

rio Acarauacute

Essa relaccedilatildeo tambeacutem foi confirmada por uma relaccedilatildeo similar entre as concentraccedilotildees

normalizadas dos compostos analisados e o conteuacutedo de CO e finos ao longo do perfil

sedimentar no estuaacuterio (Figura 31) Esses resultados satildeo consistentes com outros estudos de

sorccedilatildeo de HPAs na mateacuteria orgacircnica e substacircncias huacutemicas que demonstram que esses fatores

satildeo muito importantes nesse processo devido a ligaccedilotildees hidrofoacutebicas e reaccedilotildees na superfiacutecie

mineral (BOWMAN ZHOU E READMAN 2002)

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborada pela autora baseado em Staniszewska et al (2011) As concentraccedilotildees normalizadas foram

calculadas como Y=(X-Xmin)(Xmax-Xmin) onde Y= concentraccedilatildeo normalizada de CO alcanos HPAs

biomarcadores ou finos X= concentraccedilatildeo detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmin=

concentraccedilatildeo miacutenima detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmax= concentraccedilatildeo maacutexima

detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos

CO

00 04 08 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5 cm

5-10 cm

10-15 cm

15-20 cm

20-25 cm

25-30 cm

30-35 cm

35-40 cm

40-45 cm

45-50 cm

50-55 cm

55-60 cm

HPAs

00 04 08 12

Alcanos

00 04 08 12

Biomarcadores

00 04 08 12

Finos

00 04 08 12

77

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais

Abaixo na Tabela 16 podemos observar os valores que correspondem agrave Diretriz de

Qualidade de Sedimento (DQS) utilizada pela agecircncia ambiental do Canadaacute (Environment

Canada) Somente os sedimentos superficiais ao longo do rio Acarauacute foram comparados com

essas diretrizes uma vez que as mesmas natildeo valem para sedimentos de testemunho avaliando

assim possiacuteveis riscos ecoloacutegicos dos HPAs na aacuterea de estudo

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999)

Sedimento marinho e estuarino Sedimento de aacutegua doce

TELsup3 PEL

4 TELsup3 PEL4

Naf 346 391 346sup1 391sup2

2-MNaf 202 201 202sup1 201sup2

Aci 587 128 587sup1 128sup2

Ace 671 889 671sup1 889sup2

Fl 212 144 212sup1 144sup2

Fen 867 544 419 515

Ant 469 245 469sup1 245sup2

Fltr 113 1494 111 2355

Pir 153 1398 53 875

BaA 748 693 317 385

Cri 108 846 571 862

BaP 888 763 319 782

DahA 622 135 622sup1 135sup2

Fonte CCME 1999sup1sup2 Valores provisoacuterios adotados dos niacuteveis para sedimento marinho uma vez que natildeo

existem dados suficientes para estabelecer esses niacuteveis para aacutegua doce sup3TEL (threshold effect level) niacutevel limite

de efeito 4PEL (probable effect level) niacutevel provaacutevel de efeito

Esses valores satildeo uacuteteis na abordagem de questotildees referentes a qualidade do sedimento

bem como no fornecimento de diretrizes qualitativas no que precisa ser feito para proteger os

organismos aquaacuteticos efetivamente (KUCUKSEZGIN et al 2012) Foram considerados dois

valores do TEL e PEL os valores referentes ao sedimento de aacutegua doce e os valores

referentes ao sedimento marinho e estuarino Das estaccedilotildees ACR1 a ACR8 os valores foram

comparados com sedimento de aacutegua doce jaacute as estaccedilotildees ACR9 e ACR10 foram comparados

com os limites para aacutegua salobro-salino jaacute que somente essas duas estaccedilotildees encontram-se no

estuaacuterio do rio Acarauacute A maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do niacutevel TEL estabelecido com

baixa probabilidade de efeitos adversos a biota No entanto algumas estaccedilotildees apresentam

valores acima dos niacuteveis especificados A estaccedilatildeo ACR4 ficou acima do TEL para o naftaleno

e 2-metilnaftalenoe ACR6 ultrapassou o TEL soacute para o naftaleno Jaacute as estaccedilotildees ACR2

ACR5 e ACR7 ultrapassaram o PEL para o DahA com um provaacutevel efeito adverso agrave biota

78

Por sua vez a estaccedilatildeo ACR8 ultrapassou o TEL para o fluoreno e DahA e o PEL para o

naftaleno e o 2-metilnaftaleno sendo uma estaccedilatildeo com muacuteltiplas fontes de efeitos adversos a

biota

6 CONCLUSAtildeO

As fontes e a distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos no rio Acarauacute a terceira maior bacia

hidrograacutefica do Estado foram descritas atraveacutes da anaacutelise dos sedimentos superficiais e do

perfil sedimentar

Nos sedimentos superficiais os padrotildees de composiccedilatildeo dos hopanos e esteranos e das

razotildees Prin-C17 Fitn-C18 e PriFit indicam contaminaccedilatildeo por petroacuteleo recente

principalmente por entrada de efluentes domeacutesticos e do escoamento superficial A

predominacircncia do Naf e dos seus alquilados em algumas estaccedilotildees confirma essa possiacutevel

contaminaccedilatildeo petrogecircnica No entanto a maioria das razotildees de HPAs indicaram que os HPAs

nos sedimentos satildeo principalmente de origem pirolitica com predominacircncia dos HPAs de alto

peso molecular que na regiatildeo foram relacionados com as queimadas para a preparaccedilatildeo da

terra uso de lenha (biomassa vegetal) e emissotildees veiculares Aleacutem disso os sedimentos

superficiais do rio Acarauacute foram considerados levemente a altamente poluiacutedos (14143 -

207720 ngg-1

) com relaccedilatildeo aos HPAs

No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o ecossistema a maioria das

estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela agecircncia ambiental canadense

com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na estaccedilatildeo ACR8 os

compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos adversos na biota

No testemunho a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica para a mateacuteria orgacircnica

diminui e aumenta a entrada de derivados do petroacuteleo das seccedilotildees mais profundas para a

superfiacutecie como pode ser visto pelo IPC e pelas razotildees dos isoprenoacuteides Em relaccedilatildeo aos

biomarcadores o sumEster manteve-se constante com baixos niacuteveis enquanto que o sumHop foi

responsaacutevel pela variaccedilatildeo dos biomarcadores ao longo do tempo marcando a presenccedila dos

derivados do petroacuteleo no registro sedimentar No que diz respeito aos HPAs predomina os

HPAs de alto peso molecular similarmente aos sedimentos superficiais indicando a

predominacircncia dos processos de combustatildeo na bacia do rio Acarauacute Aleacutem disso um pico de

concentraccedilatildeo do sumHPAs na profundidade 35-40 cm caracteriza uma mudanccedila na fonte de

energia utilizada e demonstra a interdependecircncia dos HPAs com a fraccedilatildeo granulomeacutetrica fina

do sedimento e com o teor de carbono orgacircnico

79

Esse trabalho forneceu informaccedilotildees ineacuteditas sobre a ocorrecircncia distribuiccedilatildeo e origem

dos hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute mostrando que alguns locais jaacute apresentam

contaminaccedilatildeo elevada Isso eacute um alerta devido a importacircncia estrateacutegica do rio Acarauacute para o

desenvolvimento da regiatildeo noroeste do estado

80

REFEREcircNCIAS

ABOUL-KASSIM T A T SIMONEIT B R T Lipid geochemistry of surficial sediments

from the coastal environment of Egypt 1 Aliphatic hydrocarbons - Characterization and

sources Marine Chemistry v 54 p 135ndash158 1996

AEPPLI C NELSON RK RADOVIC JR CARMICHAEL CA VALENTINE DL REDDY

CM Recalcitrance and degradation of petroleum biomarkers upon abiotic and biotic natural

weathering of Deepwater Horizon oil Environ Sci Technol v48(12)p6726ndash6734 2014

ALVES A B Estuaacuterio do rio Acarauacute ndash CE Impactos ambientais e implicaccedilotildees na

qualidade dos recursos hiacutedricos 2008 131p Dissertaccedilatildeo (Mestrado Acadecircmico em Geografia)

ndashUniversidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2008

ALVES AB PINHEIROLS ROSA M F Estuaacuterio do rio AcarauacuteCE aspectos

ambientais e condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo In Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos e Planejamento

Ambiental Editora Universitaacuteria da UFPB Joatildeo Pessoa 2010

ANDRADE M V F Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no Rio Jaguaribe ndash O

uso de hidrocarbonetos aromaacuteticos como marcadores de fontes 2012 86 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) ndash Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2012

AHRENS MJ DEPREE CV Inhomogeneous distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in different size and density fractions of contaminated sediment from Auckland

Harbour New Zealand an opportunity for mitigation Marine Pollution Bulletin 48 341-350

2004

BAacuteBEK OFAMERAM et al Geochemical traces of flood layers in the fluvial sedimentary

archive implications for contamination history analyses Catena v 87 p281-290 2011

BALDOTTO Marihus Altoeacute BALDOTTO Liacutelian Estrela Borges Aacutecidos huacutemicos Rev

Ceres Viccedilosa v 61 supl p 856-881 Dec 2014

BAUMARD P BUDZINSKI H MICHON Q GARRIGUES P BURGEOT T

BELLOCQ J Origin and Bioavailability of PAHs in the Mediterranean Sea from Mussel and

Sediment Records Estuarine Coastal and Shelf Science v47 p77ndash90 1998

BENNER B A JR GORDON G E AND WISE S A Mobile sources of atmospheric

polycyclic aromatic hydrocarbons a roadway tunnel study Environ Sci Technol v23

p1269-78 1989

BENITES V M MADARI MACHADO Extraccedilatildeo e fracionamento quantitativo de

substacircncias huacutemicas do solo um procedimento simplificado de baixo custo Rio de Janeiro

EMBRAPA 2003 Comunicado Teacutecnico

BENLAHCEN K T CHAOUI A BUDZINSKI H BELLOCQ J GARRIGUES PH

Distribution and source of polycyclic aromatic hydrocarbons in some Mediterranean coastal

sediments Mar Pollut Bull v34 p298 1997

81

BECHTEL A M WIDERA R F SACHSENHOFER R GRATZER A LUECKE AND M

WOSZCZYK Biomarkers and geochemical indicators of Holocene environmental changes in

coastal Lake Sarbsko (Poland) Organic Geochemistry v38 p1112ndash1131 2007

BIEGER T HELLOU J ABRAJANO T A Petroleum biomarkers as tracers of lubricating

oil contamination Marine Pollution Bulletin v 32 n 3 p 270ndash274 1996

BOONYATUMANOND R Wattayakorn G TOGO A TAKADAH Distribution and

origins of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in riverine estuarine and marine sediments

in Thailand Marine Pollution Bulletin v52 p942ndash956 2006

BOONYATUMANOND R et al Reconstruction of pollution history of organic contaminants in

the upper Gulf of Thailand by using sediment cores First report from Tropical Asia Core

(TACO) project Marine Pollution Bulletin v 54 n 5 p 554ndash565 2007

BOWMAN JC ZHOU JL READMAN JW Sedimentndashwater interactions of natural

oestrogens under estuarine conditions Marine Chemistry Volume 77 Issue 4 Pages 263-276

2002

BUDZINSKI H et al Evaluation of the sediment contamination by PAHs in the Gironde

estuary Marine Chemistry v 58 n 1 p 85ndash97 1997

BUREAU OF RECLAMATION Final environmental assessment Animas-La Plata Project

Ridges Basin Dam and Reservoir pre-construction facilities relocation (Appendix A Petroleum

Products Spill Analysis) United States Department of the Interior Bureau of Reclamation Upper

Colorado Region 2002

CAMARGO OA MONIZ AC JORGE JA VALADARES JMAS Meacutetodos de Analise

Quiacutemica Mineraloacutegica e Fiacutesica de Solos do Instituto Agronocircmico de Campinas Campinas

Instituto Agronocircmico 2009 77 p (Boletim teacutecnico 106 Ediccedilatildeo revista e atualizada)

CANADIAN COUNCIL OF MINISTERS OF THE ENVIRONMENT (CCME) Canadian

sediment quality guidelines for the protection of aquatic life Polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) In Canadian environmental quality guidelines 1999 Canadian Council of Ministers of

the Environment Winnipeg 2002

CAVALCANTE RM LIMA DM CORREIA LM NASCIMENTO RF Teacutecnicas de

extraccedilotildees e procedimentos de clean-up para a determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos policiacutelicos

aromaacuteticos (hpa) em sedimentos da costa do Cearaacute Quiacutemica Nova V31 n 6 p1371-1377

2008

CHEN J L WONG MHTAMNF Modeling sorption and biodegradation of phenanthrene

in mangrove sediment slurry Journal of Hazardous Materials v 190 n 1-3 p 409ndash415

2011

COGERH ndash COMPANHIA DE GESTAtildeO DE RECURSOS HIDRICOS DO ESTADO DO

CEARAacute PLANO DE GERENCIAMENTO DAS AacuteGUAS DA BACIA DO ACARAUacute -

Relatoacuterio de fase 1 (RF1) - Bacia do Acarauacute 2010 Disponivel em

lthttpportalcogerhcombrcomponentphocadownloadcategory35tmpl=componentampprint=1

gt Acesso em Jan 2016

82

COLOMBO JC PELLETIER E BROCHU C KHALIL M Determination of hydrocarbon

sources using n-alkane and polyaromatic hydrocarbon distribution indexes Case study Rio de

La Plata Estuary Argentina Environ Sci Technol v 23p 888ndash894 1989

COLOMBO JC CAPPELLETI N SPERANZA E MIGOYA MC LASCI J

SHORUPKA CNVertical fluxes and organic composition of settling materialfrom the sewage

impacted Buenos Aires coastal area Argentina Organic Geochemistry v38 p 1941-1952

2007

COMMENDATORE MG ESTEVES JL COLOMBO JC Hydrocarbons in coastal

sediments of Patagonia Argentina levels and probable sources Marine Pollution Bulletin

v40 p989ndash998 2000

COSTA HJ WHITE KA RUSPANTINI JJ Distinguishing PAH background and MGP residues

in sediments of a freshwater creek Environ Forens v5 p171ndash182 2004

CRITERIA WORKING GROUP Analysis of Petroleum Hydrocarbons in Environmental Media Total Petroleum Hydrocarbon Criteria Working Group Series - Volume 1 Amherst 1998

CRUTZEN PJ ANDREAE MO Biomass Buriing in the TropicsImpact on Atmospheric

Chemistry and Biogeochemical Cycles Science v250 p 1679-1678 dez1990

DE ABREU-MOTA M A et al Sedimentary biomarkers along a contamination gradient in a

human-impacted sub-estuary in Southern Brazil A multi-parameter approach based on spatial

and seasonal variability Chemosphere v 103 p 156ndash163 2014

DE ANDRADE S J et al Contribution of sugar-cane harvesting season to atmospheric

contamination by polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in Araraquara city Southeast

Brazil Atmospheric Environment v 44 n 24 p 2913ndash2919 2010

DE LUCA G et al Nature distribution and origin of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs)

in the sediments of Olbia harbor (Northern Sardinia Italy) Marine Pollution Bulletin v 50 p

1223ndash1232 2005

DENOUX G WANG B Quantitative determination of polynuclear aromatic

hydrocarbons by gas chomatografymass spectrometry using the selected in monitoring

mode Geochemical and Environmental Research Group v 3 p 2 ndash 28 1998

DeWITT TH OZRETICH RJ SWARTZ RC LAMBERSON JO SCHULTZ DW

DITSWORTH GR JONES JKP HOSELTON L SMITH LM The influence of organic

matter quality on the toxicity and partitioning of sediment associated fluoranthene Environ

Toxicol Chem 11197ndash2081992

DIEZ S JOVER E BAYONA J M ALBAIGES J Prestige Oil Spill III Fate of a Heavy

Oil in the Marine Environment Environmental Sci Technol v41 p3075-82 2007

DONLAN MC DOUGLAS G MACDONALD DD An Evaluation of the Composition

and Potential Environmental Fate and Toxicity of Heavy Venezuelan Crude Oil Released into

the Delaware River During the MT ATHOS I Oil Spill Aquatic Technical Work Group for

ATHOS I Spill 2005

DUAN X LIU J ZHANG D YIN P LI Y LI X An assessment of human influences on

83

sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in the estuarine and coastal sediments of China

Marine Pollution Bulletin v97 p309ndash318 2015

EGLINTON G HAMILTON R J Leaf Epicuticular Waxes Science v 156 n 3780 p

1322ndash1335 1967

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAS AGROPECUAacuteRIAS ndash EMBRAPA Agroinduacutestria

Tropical Contexto geoambiental das bacias hidrograacuteficas dos rios Acarauacute Curu e baixo

Jaguaribe ndash estado do Cearaacute Fortaleza 52p Documentos 101 2005

FENG J-L NIU J-F Study on the grain-size distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in Yangtze river sediment Huan Jing Ke Xue 28 (7) 1573-1577 2007

FENG J et al Distributions and potential sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in

surface sediments from an emerging industrial city (Xinxiang) Environmental Monitoring and

Assessment v 188 n 1 p 1ndash14 2016

FERNANDES GM Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no estuaacuterio do rio

Pacoti atraveacutes do uso de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos como marcadores de

fontes 2013 Monografia (Curso de Oceanografia) Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2013

GROSSI V et al Burial exportation and degradation of acyclic petroleum hydrocarbons

following a simulated oil spill in bioturbated Mediterranean coastal sediments Chemosphere v

48 n 9 p 947ndash954 2002

GSCHWEND P M HITES R A Fluxes of polycyclic aromatic hydrocarbons to marine and

lacustrine sediments in the northeastern United States Geochimica et Cosmochimica Acta v

45 p 2359ndash2367 1981

GUO W et al Distribution of polycyclic aromatic hydrocarbons in water suspended particulate

matter and sediment from Daliao River watershed China Chemosphere v 68 p 93ndash104

2007

HARJI G YVENAT A NARAYAN B B Sources of hydrocarbons in sediments of the

Mandovi estuary and the Marmugoa harbor west coast of India Environment International

34 2008

HU L et al Temporal trends of aliphatic and polyaromatic hydrocarbons in the Bohai Sea

China Evidence from the sedimentary record Organic Geochemistry v42 p1181ndash1193

2011

HUR J SCHLATMAN MA Influence of Humic Substance Adsorptive Fractionation on

Pyrene Partitioning to Dissolved and Mineral-Associated Humic Substances Environ Sci

Technol v38 p5871-5877 2004

IBGEa 2010 ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Seacuteries Estatiacutesticas Seacuteries

Histoacutericas e Estatiacutesticas Disponivel em

httpseriesestatisticasibgegovbrlista_temaaspxop=1ampno=6ampnome=municipios Acesso em

Jan 2016

84

IBGEb 2015ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica CidadesDisponivel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=230020ampsearch=ceara|acarau

Acesso em Jan 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2013 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio 2013 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2013aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Recursos Naturais e Meio Ambiente 2014 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014territoriorecursoshtmgt Acesso

em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio2014 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2015 2015 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2015aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IRWIN RJ VANMOUWERIK M STEVENS L SEESE MD BASHAM W

Environmental Contaminants Encyclopedia Alkanes National Park Service Water

Resources Division Fort Collins Colorado Distributed within the Federal Government as an

Electronic Document 1997

IUPAC Use of the terms ldquorecoveryrdquo and ldquoapparent recoveryrdquo in analytical procedures Pure and

Applied Chemistry v 74 p 2201 ndash 2205 2002

KANZARI F et al Distribution and risk assessment of hydrocarbons (aliphatic and PAHs)

polychlorinated biphenyls (PCBs) and pesticides in surface sediments from an agricultural river

(Durance) and an industrialized urban lagoon (Berre lagoon) France Environmental

Monitoring and Assessment v 187 n 9 2015

KARICKHOFF S W BROWN D S SCOTT T A Sorption of hydrophobic pollutants on

natural sediments Water Research v 13 n 3 p 241ndash248 1979

KHALILI N R SCHEFF P A HOLSEN T M PAH source fingerprints for coke ovens

diesel and gasoline engines highway tunnels and wood combustion emissions Atmospheric

Environment v29 i 4 p 533-542 1995

KLEEMAN MJ RIDDLE SG ROBERT MA JAKOBER CA Lubricating Oil and Fuel

Contributions To Particulate Matter Emissions from Light-Duty Gasoline and Heavy-Duty

Diesel Vehicles Environ Sci Technol v42 p235ndash242 2008

KOWALSKA M GUumlLER H COCKE D L Interactions of clay minerals with organic

pollutants Science of The Total Environment v 141 n 1 p 223ndash240 1994

85

KUCUKSEZGIN F PAZI I GONUL L T Marine organic pollutants of the Eastern Aegean

Aliphatic and polycyclic aromatic hydrocarbons in Candarli Gulf surficial sediments Marine

Pollution Bulletin v 64 n 11 p 2569ndash2575 2012

KUKKONEN J LANDRUM PF Distribution of organic carbon and organic xenobiotics

among different particle-size fractions in sediments Chemosphere 32 1063-1076 1996

LAMAS F IRIGARAY C OTEO C CHACON J Selection of the most appropriate method

to determine the carbonate content for engineering purposes with particular regard to

marls Engineer geol v 81 p 32-41 2005

LEITE N F PERALTA-ZAMORA P GRASSI M T Distribution and origin of polycyclic

aromatic hydrocarbons in surface sediments from an urban river basin at the Metropolitan

Region of Curitiba Brazil Journal of Environmental Sciences v 23 n 6 p 904ndash911 2011

LEVENGOOD J M et al Polyaromatic hydrocarbons and elements in sediments associated

with a suburban railway Environmental Monitoring and Assessment v 187 n 8 2015

LIMA SF SILVA FILHO WF PINHEIRO RD FREIRE GSS MAIA LP

MONTEIRO LHU ndash ANASED - Programa de anaacutelises classificaccedilatildeo e arquivamento de

paracircmetros metodoloacutegicos Anais do VIII Congresso da Associaccedilatildeo Brasileira de Estudos do

Quaternaacuterio (ABEQUA) CD-ROM p 458-459 Mariluz Imbeacute RS Brasil 2001

LIMA A L C FARRINGTON J W REDDY C M Combustion-Derived Polycyclic

Aromatic Hydrocarbons in the EnvironmentmdashA Review Environmental Forensics v 6 n 2

p 109ndash131 2005

LORGEOUX C et al Temporal trends of persistent organic pollutants in dated sediment cores

Chemical fingerprinting of the anthropogenic impacts in the Seine River basin Paris Science of

the Total Environment v 541 p 1355ndash1363 2016

MACHADO K S et al Sedimentary record of PAHs in the Barigui River and its relation to the

socioeconomic development of Curitiba Brazil Science of the Total Environment v 482-483

n 1 p 42ndash52 2014

MAI B-X et al Chlorinated and polycyclic aromatic hydrocarbons in riverine and estuarine

sediments from Pearl River Delta China Environmental pollution (Barking Essex  1987) v

117 p 457ndash474 2002

MARGALEF R Limnologia Editora Omega Barcelona p 1100 1983

MARTINS C C et al Multi-molecular markers and metals as tracers of organic matter inputs

and contamination status from an Environmental Protection Area in the SW Atlantic (Laranjeiras

Bay Brazil) Science of the Total Environment v 417-418 p 158ndash168 2012

MASCLET P et al Emissions of polycyclic aromatic hydrocarbons by savanna fires Journal

of Atmospheric Chemistry v 22 n 1-2 p 41ndash54 1995

MAYER LM Relationship between mineral surfaces and organic carbon concentrations in soils

and sediments Chemical Geology 114 347-363 1994

MECHLIŃSKA A et al Evolution of models for sorption of PAHs and PCBs on geosorbents

TrAC - Trends in Analytical Chemistry v 28 n 4 p 466ndash482 2009

86

MEIRE R O et al Polycyclic aromatic hydrocarbons assessment in sediment of national parks

in southeast Brazil Chemosphere v 73 n 1 SUPPL p 180ndash185 2008

MIGUEL AH KIRCHSTETTER TW HARLEY RA On-Road Emissions of Particulate

Polycyclic Aromatic Hydrocarbons and Black Carbon from Gasoline and Diesel Vehicles

Environ Sci Technol v32 p450-455 1998

MITRA S DICKHUT RM KUEHL SAKIMBROUGH KL Polycyclic aromatic

hydrocarbon (PAH) source sediment deposition patterns and particle geochemistry as factors

influencing PAH distribution coefficients in sediments of the Elizabeth River VA USA

Marine Chemistry v66 p113ndash127 1999

NASCIMENTO FRCUNHA SB SOUZA MJ CRUZMLB Diagnoacutestico Geoambiental

da bacia hidrograacutefica semi-aacuterida do Rio Acarauacute subsiacutedios aos estudos sobre desertificaccedilatildeo

Boletim Goiano de Geografiav 28n1 p41-62janjun 2008

NEFF J M STOUT S A GUNSTER D G Ecological risk assessment of polycyclic

aromatic hydrocarbons in sediments identifying sources and ecological hazard Integrated

environmental assessment and management v 1 n 1 p 22ndash33 2005

PEREIRA NETTO A D CUNHA I F REGO E C P Polycyclic aromatic hydrocarbons

in street dust of Niteroacutei City RJ Brazil Bulletin of Environment Contamination and

Toxicology v72 p829 2004

OANH NTK REUTERGARDH LB DUNG NT Emission of polycyclic aromatic

hydrocarbons and particulate matter from domestic combustion of selected fuels

Environmental Science and Technology v33 p2703ndash2709 1999

OLIVEIRA AHB Diagnoacutestico da contribuiccedilatildeo de fontes de poluiccedilatildeo na costa de Fortaleza

usando marcadores moleculares de petroacuteleo e cromatografia bidimensional abrangente

2016 Tese (Doutorado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) - Instituto de Ciecircncias do Mar

Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2016

OPEL O PALM W-U STEFFEN D RUCK W K Inside-sediment partitioning of PAH

PCB and organochlorine compounds and inferences on sampling and normalization methods

Environmental Pollution v159 i4 p 924ndash931 2011

PAGE D S BOEHM P D DOUGLAS G S BENCE A E BURNS W A

MANKIEWICZ P J The Natural Petroleum Hydrocarbon Background in Subtidal Sediments

of Prince William Sound Alaska Environmental Toxicology and Chemistryv15(8) p1266-

1281 1996

PAGE DS DOUGLAS GS BENCE AE BURNS WA MANKIEWICZET PJ

Pyrogenic PAHs in sediments record past human activity a case study in Prince William Sound

Alaska Marine Pollution Bulletin v38 p 247ndash260 1999

PEREIRA NETTO AD SISINNO CL MOREIRAJC ARBILLAG DUFRAYER MC

Polycyclic aromatic hydrocarbons in leachate from a municipal solid waste dump of Niteroi

City RJ Brazil Bulletin of Environmental Contamination and Toxicologyv68 pp 148-

154 2002

87

PEREZ-FERNANDEZ B VINtildeAS L AacuteNGELES FRANCO M BARGIELA J PAHs in

the Riacutea de Arousa (NW Spain) A consideration of PAHs sources and abundance Marine

Pollution Bulletin 2015

PETERS K E MOLDOVAN J M The Biomarker Guide Interpreting molecular fossils in

petroleum and ancient sediments New York Englewood Cliffs e Prentice Hall 1993

PRAHL F G CARPENTER R Polycyclic aromatic hydrocarbon(PAH)-phase associations in

Washington coastal sediment Geochimica et Cosmochimica Acta v47(6) p1013ndash1023

1983

PRINCE RCELMENDORF DLLUTE JR17 alphaH-21betaH-hopane as a conserved

internal marker for estimating the biodegradation of crude oil Environmental Science amp

Technologyv28 (1) pp142-145 1994

QUIAO M et al Occurrence behavior and removal of typical substituted and parent polycyclic

aromatic hydrocarbons in a biological wastewater treatmentplant Water Research v 52 p 11ndash

19 2014

RAVINDRA K SOKHI R VAN GRIEKEN R Atmospheric polycyclic aromatic

hydrocarbons Source attribution emission factors and regulation Atmospheric Environment

v 42 n 13 p 2895ndash2921 2008

READMAN J W et al Petroleum and PAH contamination of the Black Sea Marine Pollution

Bulletin v 44 p 48ndash62 2002

RIBANI M et al Validaccedilatildeo em meacutetodos cromatograacuteficos e eletroforeacuteticos Quiacutem Nova Satildeo

Paulo v 27 n 5 p 771-780 Oct 2004

ROGGE W F et al Sources of fine organic aerosol 2 Noncatalyst and catalyst-equipped

automobiles and heavy-duty diesel trucks Environmental Science amp Technology v 27 n 4

p 636ndash651 1993

SABER D MAURO D SIRIVEDHIN T Environmental forensic investigation in sediments

near a former manufactured gas plant site Environ Forens v7 p65ndash75 2006

SAHA M TOGO A MIZUKAWA K MURAKAMI M TAKADA H ZAKARIA M H

CHIEM N CACH TUYEN B PRUDENTE M BOONYATUMANOND R SARKAR S

BHATTACHARYA B MISHRA P SEANG TANA T Sources of sedimentary PAHs in

tropical Asian waters Differentiation between pyrogenic and petrogenic sources by alkyl

homolog abundance Marine Pollution Bulletin v 58 n 2 p 189ndash200 2009

SCHAUER JJ KLEEMAN MJ CASS GR SIMONEIT BRT Measurement of

emissions from air pollution sources 5 C-1ndashC-32 organic compounds from gasoline-powered

motor vehicles Environ Sci Technol v36 i6 p1169ndash1180 2002

SILVA F S CRISTALE J ANDREacute PA SALDIVA PHN MARCHI M RR PM25

and PM10 The influence of sugarcane burning on potential cancer risk Atmospheric

Environment v 44 n 39 p 5133ndash5138 2010

SILVA FE Araras eacute o 28deg accedilude a sangrar no Cearaacute Diaacuterio do Nordeste Fortaleza 1deg abr de

2003 Regional

88

SIMONEIT B R T et al Molecular marker study of extractable organic matter in aerosols

from urban areas of China Atmospheric Environment Part A General Topics v 25 n 10 p

2111ndash2129 1991

SOCLO H H GARRIGUES P EWALD M Origin of polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) in coastal marine sediments Case studies in Cotonou (Benin) and Aquitaine (France)

Areas Marine Pollution Bulletin v 40 n 5 p 387ndash396 2000

STEINHAUER MS BOEHM PD The composition and distribution of saturatedand aromatic

hydrocarbons in nearshore sediments river sediments and coastal peat of Alaskan Beaufort Sea

implications for detecting anthropogenic hydrocarbon inputs Mar Environ Res v33 p223ndash

53 1992

STOGIANNIDIS E LAANE R Source characterization of polycyclic aromatic

hydrocarbons by using their molecular indices an overview of possibilities DMWhitacre

(Ed) Reviews of Environmental Contamination and Toxicology vol 234 pp49-133 2015

SUCUPIRA P A P Indicadores de degradaccedilatildeo ambiental dos recursos hiacutedricos

superficiais no meacutedio e baixo vale do rio Acarauacute ndash CE 2006 242 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Geografia) ndash Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006

SUGUIO K Introduccedilatildeo a sedimentologia Satildeo Paulo Ed Edgard Blucher EDUSP 317 p

1973

SUN L ZHANGS History of Fuel Consumption Inferred from Polycyclic Aromatic

Hydrocarbons in Sediments from the South Lianhuan Lake Northeast China Bull Environ

Contam Toxicol v88 p1027ndash1032 2012

TOLOSA I MESA-ALBERNAS M ALONSO-HERNANDEZ C M Inputs and sources of

hydrocarbons in sediments from Cienfuegos bay Cuba Marine Pollution Bulletin v 58 n 11

p 1624ndash1634 2009

TREMBLAY L KOHL S D RICE J A GAGNEacute J Effects of temperature salinity and

dissolved humic substances on the sorption of polycyclic aromatic hydrocarbons to estuarine

particles Marine Chemistry V96 Issues 1ndash2 P 21-34 2005

VENKATESAN MI The occurrence and possible sources of perylene in marine sediments ndash a

review Marine Chemistry v25 p1ndash27 1988

VENTURINI N et al A multi-molecular marker assessment of organic pollution in shore

sediments from the Riacuteo de la Plata Estuary SW Atlantic Marine Pollution Bulletin v 91 n 2

p 461ndash475 2015

VOLKMAN J K et al Identification of natural anthropogenic and petroleum hydrocarbons in

aquatic sediments Sci Total Environ v 112 n 2-3 p 203ndash219 1992

WANG MIN WANGC HU X ZHANG H HE s LV S Distributions and sources of

petroleum aliphatic hydrocarbons and polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface

sediments from Bohai Bay and its adjacent river China Marine Pollution Bulletin v90 p88ndash

94 2015

WANG Z FINGAS M PAGE D S Oil spill identification Journal of Chromatography A

89

v 843 n 1-2 p 369ndash411 1999

WANG Z FINGAS M SHU YY SIGOUIN L LANDRIAULT M LAMBERT P

Quantitative characterization of PAHs in burn residue and soot samples and differentiation of

pyrogenic PAHs from petrogenic PAHs ndash the 1994 Mobile Burn Study Environmental Science

amp Technology v33 p 3100ndash3109 1999

WANG Z FINGAS MF Development of oil hydrocarbon fingerprinting and identification

techniques Marine Pollution Bulletin v47 p423ndash452 2003

WANG Z et al Forensic source differentiation of petrogenic pyrogenic and biogenic

hydrocarbons in Canadian oil sands environmental samples Journal of Hazardous Materials

v 271 p 166ndash177 2014

WANG XC ZHANG YX CHEN RF Distribution and partitioning of polycyclicaromatic

hydrocarbons (PAHs) in different size fractions in sediments from Boston Harbor United States

Marine Pollution Bulletin v42 p1139-1149 2001

YAN B et al Molecular tracers of saturated and polycyclic aromatic hydrocarbon inputs into

Central Park Lake New York City Environmental Science and Technology v 39 n 18 p

7012ndash7019 2005

YUAN H LI T DING X ZHAO GYE S Distribution sources and potential toxicological

significance of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface soils of the Yellow River

Delta China Mar Pollut Bullv83(1) p258-64 2014

YUNKER M B MACDONALD R W VINGARZAN R MITCHELL R H GOYETTE

D SYLVESTRE S PAHs in the Fraser River basin a critical appraisal of PAH ratio as

indicators of PAH source and composition Organic Geochemistry v 33 p 489ndash515 2002

YUNKER M B et al Alkane and PAH provenance and potential bioavailability in coastal

marine sediments subject to a gradient of anthropogenic sources in British Columbia Canada

Organic Geochemistry v 89-90 p 80ndash116 2015

90

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS HPAS

HPAs mz

Tempo

de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

HPAs mz Tempo de

Retenccedilatildeo (min)

Coeficiente

de

correlaccedilatildeo

(R2)

Faixa de

Trabalho

2 a

neacutei

s

Naftaleno 128 16152 09954 0-5000 ppb C1-naftaleno 142 23680

2-metilnaftaleno 142 21243 09987 0-5000 ppb C2-naftaleno 156 23473

1-metilnaftaleno 142 21839 09994 0-5000 ppb C3-naftaleno 170 26564

16-dimetilnaftaleno 156 26057 09989 0-5000 ppb C4-naftaleno 184 35457

12-dimetilnaftaleno 156 27016 09997 0-5000 ppb C1-fluoreno 180 33626

235-trimetilnaftaleno 170 30304 09987 0-5000 ppb C2-fluoreno 194 34212

Bifenil 154 24121 09995 0-5000 ppb C3-fluoreno 208 41991

3 a

neacutei

s

Acenaftileno 152 26876 09998 0-5000 ppb C1-dibenzotiofeno 198 35751

Acenafteno 154 27976 09996 0-5000 ppb C2-dibenzotiofeno 212 41948

Dibenzofurano 168 28957 09983 0-5000 ppb C3-dibenzotiofeno 226 42681

Fluoreno 166 30994 09999 0-5000 ppb C4-dibenzotiofeno 240 49243

1-metilfluoreno 180 34117 09994 0-5000 ppb C1-fenantreno 192 39406

Dibenzotiofeno 184 35457 09999 0-5000 ppb C2-fenantreno 206 39384

46-dimetildibenzotiofeno 212 39988 09999 0-5000 ppb C3-fenantreno 220 45105

Fenantreno 178 36010 09998 0-5000 ppb C4-fenantreno 234 49263

Antraceno 178 36959 09995 0-5000 ppb C1-pireno 216 44668

Carbazole 167 37584 09991 0-5000 ppb C2-pireno 230 51176

9-etil-10-metilfenantreno 220 43867 09995 0-5000 ppb C3-pireno 244 46679

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 202 42444 09996 0-5000 ppb C4-pireno 258 53991

Pireno 202 43716 09995 0-5000 ppb C1-criseno 242 49554

1-metilpireno 216 46494 09998 0-5000 ppb C2-criseno 256 56220

Benz(a)antraceno 228 49651 09959 0-5000 ppb C3-criseno 270 51662

Trifenileno 228 49651 09979 0-5000 ppb

Criseno 228 49943 09973 0-5000 ppb Fluoranteno-d10 (PI) 212 41948

6-metilcriseno 242 52031 09940 0-5000 ppb

6-etilcriseno 256 52779 09998 0-5000 ppb

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 252 54578 09997 0-5000 ppb

Benzo(k)fluoranteno 252 55150 09998 0-5000 ppb

Benzo(e)pireno 252 55994 09999 0-5000 ppb

Benzo(a)pireno 252 56446 09988 0-5000 ppb

Perileno 252 56688 09990 0-5000 ppb

Dibenzo(ah)antraceno 278 62164 09783 0-5000 ppb

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 276 62444 09843 0-5000 ppb

Benzo(ghi)perileno 276 64164 09998 0-5000 ppb Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno Os compostos

simbolizados representam os 16HPAs prioritaacuterios pela USEPA

91

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS

BIOMARCADORES

BIOMARCADORES mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de Calibraccedilatildeo

ααα - colestano 217 54804 09865 0-1324 ppm

αββ - colestano 218 53765 09941 0-1324 ppm

17α (H)21β (H)-30-norhopano 191 57994 09420 0-1324 ppm

ααα - 20R 24R - etilcolestano 217 57317 09783 0-1324 ppm

17α (H)-222930 - trisnorhopano 191 56059 09668 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - hopano 191 59429 09716 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22R - homohopano 191 61548 09429 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22S - homohopano 191 61282 09351 0-1324 ppm

αββ - 20R 24S - metilcolestano 218 56655 09885 0-1324 ppm

αββ - 20R 24R - etilcolestano 218 56333 09871 0-1324 ppm

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

92

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS N-ALCANOS

ALCANOS mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de

Calibraccedilatildeo

nC10 57 8139 09971 0-5000 ppb

nC11 57 10534 09970 0-5000 ppb

nC12 57 14708 09983 0-5000 ppb

nC13 57 19428 09987 0-5000 ppb

nC14 57 23265 09990 0-5000 ppb

nC15 57 26574 09993 0-5000 ppb

nC16 57 29463 09999 0-5000 ppb

nC17 57 31965 09998 0-5000 ppb

pristano 57 32062 09998 0-5000 ppb

nC18 57 34393 09990 0-5000 ppb

fitano 57 34393 09950 0-5000 ppb

nC19 57 36624 09986 0-5000 ppb

nC20 57 38662 09982 0-5000 ppb

nC21 57 40621 09979 0-5000 ppb

nC22 57 42530 09970 0-5000 ppb

nC23 57 44202 09971 0-5000 ppb

nC24 57 45970 09964 0-5000 ppb

nC25 57 47650 09961 0-5000 ppb

nC26 57 49185 09948 0-5000 ppb

nC27 57 50720 09944 0-5000 ppb

nC28 57 52206 09940 0-5000 ppb

nC29 57 53660 09915 0-5000 ppb

nC30 57 54939 09928 0-5000 ppb

nC31 57 56333 09912 0-5000 ppb

nC32 57 57962 09873 0-5000 ppb

nC33 57 59655 09875 0-5000 ppb

nC34 57 61632 09921 0-5000 ppb

nC35 57 63899 09928 0-5000 ppb

nC36 57 66808 09938 0-5000 ppb

nC37 57 70166 09935 0-5000 ppb

nC38 57 74181 09916 0-5000 ppb

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

93

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAs INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute

0-5 cm 5-10

cm

10-15

cm

15-20

cm

20-25

cm

25-30

cm

30-35

cm

35-40

cm

40-45

cm

45-50

cm

50-55

cm

55-60

cm

HPAs parentais

2 a

neacutei

s

Naftaleno ltLD 767 ltLD 401 652 ltLD ltLD ltLD 3668 1569 3268 ltLD

2-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD 1393 ltLD ltLD ltLD 897 270 1300 ltLD

1-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 845 060 ltLD ltLD

16-dimetilnaftaleno 1401 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

12-dimetilnaftaleno 1845 5311 914 2566 1186 7608 2826 5071 3508 2067 2541 4269

235-trimetilnaftaleno 628 9717 ltLD ltLD 031 ltLD ltLD ltLD 874 ltLD ltLD ltLD

Bifenil 581 234 ltLD 243 1438 810 ltLD 885 936 ltLD ltLD ltLD

3 a

neacutei

s

Acenaftileno ltLD ltLD ltLD ltLD 328 385 ltLD ltLD 306 ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno ltLD 1483 ltLD ltLD 7125 9171 769 ltLD ltLD 261 015 ltLD

1-metilfluoreno 2409 252 085 053 648 407 151 057 060 084 068 068

Fenantreno 2729 846 1508 771 1016 1361 1394 1834 996 755 185 1259

Antraceno 686 554 720 412 371 199 288 827 488 283 1119 642

Carbazole 2131 357 1992 1001 820 1147 930 1329 1428 1556 911 639

9-etil-10-metilfenantreno 412 095 263 030 352 430 285 746 131 081 244 062

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 4888 546 1378 492 206 1207 156 1667 879 168 196 1658

Pireno 3900 607 1416 412 339 710 1062 735 225 292 309 1489

1-metilpireno 1942 182 402 207 422 386 1143 365 248 409 360 223

Benz(a)antraceno 2784 708 606 1200 835 1848 1612 2187 2348 353 664 2484

Trifenileno 4090 146 257 094 227 276 149 1743 3226 145 810 2518

Criseno 1462 094 3983 220 113 110 054 802 1442 122 1263 129

6-metilcriseno 3593 299 833 312 489 328 505 330 335 847 2008 247

6-etilcriseno 715 313 748 185 468 291 693 296 1829 792 1476 1031

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 15493 2360 4053 2669 1320 3849 2236 10391 6497 5564 1980 8160

Benzo(k)fluoranteno 8240 1239 4624 4344 1871 856 994 5483 1780 1335 2638 1191

Benzo(e)pireno 11034 1378 5693 826 1232 6811 10620 22548 39510 30411 37397 25197

Benzo(a)pireno 18157 1225 8715 870 3171 4915 11826 28991 30554 18433 17648 14549

Perileno 34008 2025 31746 361 2189 958 22903 1426 74001 751 2699 1116

Dibenzo(ah)antraceno ltLD ltLD 17867 ltLD ltLD ltLD ltLD 618160 170855 183085 309876 113543

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 5558 1545 2253 1396 2339 1707 1526 12061 3864 2543 3536 2021

Benzo(ghi)perileno 2967 1221 3118 1102 2157 2475 1649 2282 10371 2423 6520 9911

HPAs alquilados sum C1-C4 naftalenos 35991 57276 35627 22235 40623 260598 52905 30061 80734 10025 32274 24297

sum C1-C3 fluorenos 7647 4478 6221 3742 9601 6519 8172 9082 15616 7814 10281 8868

sum C1-C4 fenantrenos 7878 211 4731 1231 000 4554 8782 4529 16808 17808 20501 16206

sum C1-C4 pirenos 6832 129 5338 794 000 3252 8390 8454 10944 11239 17571 17892

sum C1-C3 crisenos 15410 3251 15133 4435 5692 7330 9675 27838 28433 34633 48985 42654

HPAs sulfurados Dibenzofurano 581 ltLD ltLD ltLD 1764 200 1261 ltLD ltLD 319 ltLD 016

Dibenzotiofeno 153 1006 232 1586 939 1417 1142 3404 2777 1351 937 1338

46-

dimetildibenzotiofeno 062 2052 260 1812 3041 077 2797 078 105 014 294 1305

sum C1-C4

dibenzotiofenos 303 412 3789 1316 000 2574 4222 10286 8247 2907 3198 13788

Paracircmetros sum HPAs16 66864 13197 50241 14290 21842 28793 23566 685419 234272 217187 349214 157036

sum HPAs 54 20651

2 102321 164505 57319 94398 334767 161117 813946 525764 340768 533068 318770

sum HPAs alquilados 74061 65757 70839 33753 55917 284828 92146 90249 160783 84426 132810 123705

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 3415 3651 2229 1584 9492 11116 2451 2660 5458 2867 4587 1901

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 63449 9546 48012 12705 12351 17677 21115 682758 228814 214320 344627 155136

94

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E

ARGILA) DO TESTEMUNHO

Seccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

0-5 cm 180 240 140 3723 5717

5-10 cm 436 541 177 2404 6442

10-15 cm 455 505 145 1881 7014

15-20 cm 275 320 140 977 8288

20-25 cm 105 215 045 552 9083

25-30 cm 785 815 220 2545 5635

30-35 cm 850 1170 315 3228 4437

35-40 cm 655 685 225 6928 1507

40-45 cm 695 670 160 7171 1304

45-50 cm 1855 1740 565 4767 1073

50-55 cm 627 642 874 6085 1772

55-60 cm 390 465 060 5228 3857

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

Page 9: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú

LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos 17

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano) 18

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos 20

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados 22

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais 23

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados 30

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios estudados 31

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados 32

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz 33

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial e do perfil

sedimentar Error Bookmark not defined

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees 35

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem 36

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos reduzidos a 1

mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG 40

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute 42

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais 46

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar 47

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho 48

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais 51

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio

Acarauacute 57

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio Acarauacute

59

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais 62

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais 63

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18 64

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e esteranos

(sumEster) nos sedimentos superficiais 66

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar 67

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar 68

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho 68

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos superficiais

71

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais 72

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o estuaacuterio

do rio Acarauacute 74

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio

Acarauacute 76

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho 19

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem 34

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM 41

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate 44

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9 e

ACR10 (porcentagem) 46

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho 48

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute 50

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio

Acarauacuteem ngg-1

52

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

53

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

) 54

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

) 55

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo nos

uacuteltimos cinco anos 56

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute 60

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o rio

Acarauacute 60

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho 75

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999) 77

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ace Acenafteno

Ace-d10 Acenafteno ndash Deuterado

Aci Acenaftileno

AFs Aacutecidos Fuacutelvicos

AHs Aacutecidos Huacutemicos

AMM HPAs de alta massa molar

Ant Antraceno

BaA Benzo(a)antraceno

BaP Benza(a)Pireno

BbF Benzo(b)Fluoranteno

BeP Benzo(e)Pireno

BghiP Benzo[ghi]Perileno

BkF Benzo(k)Fluoranteno

BMM HPAs de baixa massa molar

CCME Canadian Council of ministers of the Environment

CO Carbono Orgacircnico

CONAMA Conselho Nacional do meio ambiente

Cri Criseno

Cri-d12 Criseno ndash Deuterado

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DCM Dicloro-metano

DhaA Dibenzo[ah]Antraceno

DP Desvio padratildeo

ERL Effect range- low (Faixa de efeitos- baixa)

ERM Effects range-median (Faixa de efeitos- meacutedia)

Fen Fenantreno

Fen-d10 Fenantreno ndash Deuterado

Fl Fluoreno

Flu Fluoranteno

GC-MS Cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas

HPA Hidrocarboneto policiacuteclico aromaacutetico

IARC Agecircncia Nacional para Pesquisa de Cacircncer

IncdP Indeno[123-cd]Pireno

Koc Constante de particcedilatildeo com carbono

Kow Coeficiente de Particcedilatildeo octanol-aacutegua

KPa Quiilopascal

LD Limite de detecccedilatildeo

LQ Limite de quantificaccedilatildeo

mz Razatildeo massacarga

MO Mateacuteria Orgacircnica

Naf Naftaleno

Naf-d8 Naftaleno ndash deuterado

NOAA National Oceanographic and Atmospheric Administration (Administraccedilatildeo

Nacional Oceanograacutefica e Atmosfeacuterica)

PEL Probable effect level (Niacutevel de efeitos provaacuteveis)

PER Perileno

PER-d10 Perileno ndash deuterado

pH Potencial hidrogeniocircnico

Pir Pireno

POPs Poluentes Orgacircnicos Persistentes

TEL Threshold effect level (Limiar de efeitos)

TOC Carbono orgacircnico total

TR Tempo de retenccedilatildeo

USEPA Agecircncia Norte Americana de Proteccedilatildeo Ambiental

microg Micrograma

Σ16 HPAs Somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios segundo USEPA

Natildeo faz mal que seja pouco o que importa eacute que o avanccedilo de hoje

seja maior que o de ontem Que nossos passos de amanhatilde

sejam mais largos que os de hojerdquo

DAISAKU IKEDA

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA16

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 17

211 n-alcanos 17

212 Isoprenoacuteides 18

213 Biomarcadores 19

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos 21

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos 25

3 OBJETIVOS27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS28

41 Processos metodoloacutegicos 28

42 Aacuterea de Estudo 28

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta 34

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar 35

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos 36

451 Granulometria 36

452 Carbonato de Caacutelcio 36

453 Teor de Carbono Orgacircnico 37

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos 38

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos

aromaacuteticos 39

461 Reagentes e material 39

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental 39

463 Controle de Qualidade 42

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO45

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica 45

511 Sedimentos Superficiais 45

512 Sedimentos do testemunho 46

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 49

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais 49

522 n-alcanos no testemunho sedimentar 53

523 Biomarcadores do petroacuteleo 53

5231 Sedimentos superficiais53

5232 Testemunho 53

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos 54

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais 54

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho 58

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute 60

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas 60

5411 Sedimentos superficiais61

5412 Testemunho 66

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas 69

5421 Sedimentos superficiais69

5422 Testemunho 73

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

do sedimento 74

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais 77

6 CONCLUSAtildeO 78

REFEREcircNCIAS 80

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS HPAS 90

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS BIOMARCADORES 91

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS N-ALCANOS 92

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAS INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute 93

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E ARGILA)

DO TESTEMUNHO 94

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A disponibilidade hiacutedrica desempenha um papel fundamental no

desenvolvimento das aglomeraccedilotildees humanas Com isso o processo de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo ocorre proacuteximo aos cursos drsquoaacutegua fato confirmado historicamente com o

desenvolvimento das grandes civilizaccedilotildees nas mediaccedilotildees dos rios Dessa forma o

desenvolvimento raacutepido das sociedades necessita da compreensatildeo e da avaliaccedilatildeo das

caracteriacutesticas do ambiente em que vivemos

Atualmente sobretudo proacuteximo agrave zona costeira esses ambientes satildeo altamente

explorados e utilizados Segundo Tundisi (2003) a maioria da populaccedilatildeo brasileira estaacute

em bacias costeiras ou estaacute no maacuteximo a 100 km da costa Vale ressaltar que essas aacutereas

litoracircneas foram marco inicial de alguns nuacutecleos urbanos e concentram elevadas

densidades demograacuteficas que acabam atraindo investimentos econocircmicos (ALVES

2008)

Nesse acircmbito eacute possiacutevel perceber o impacto da urbanizaccedilatildeo levando-nos a

reflexatildeo sobre algumas medidas que devem ser tomadas sobretudo no que se refere aos

resiacuteduos gerados em grande ou pequena escala decorrente do aumento da populaccedilatildeo nas

cidades Uma demanda maior de energia e mateacuteria prima eacute necessaacuteria diante desse

crescente aumento populacional Aleacutem disso como resultado temos a poluiccedilatildeo oriunda

de processos industriais que ocasiona uma serie de desequiliacutebrios ambientais e acabam

prejudicando a vida do homem e a sauacutede de inuacutemeros ecossistemas (UNEP 2002

FRONZA 2006)

Os ambientes aquaacuteticos tem funcionado como aacutereas receptoras dos mais

variados tipos de efluentes despejos e derrames Por isso diversos contaminantes

continuamente alcanccedilam os ecossistemas por meio das atividades antroacutepicas e essas

substancias em sua maioria acabam permanecendo acumuladas nos sedimentos

(OCKENDER et al 2003) Entre as diversas substancias contaminantes existentes

destacam-se os poluentes orgacircnicos que compreendem uma classe de substancias cuja

origem se da a partir de fontes difusas e pontuais aportando no meio ambiente pelas

contribuiccedilotildees de processos como a drenagem urbana provocada pelas aacuteguas da chuva

atividades agriacutecolas e por meio de lanccedilamentos de efluentes domeacutesticos e industriais

(BAIRD 2002)

17

Os hidrocarbonetos satildeo componentes abundantes do material orgacircnico nos

sedimentos e uma das maiores classes de compostos orgacircnicos Entre os contaminantes

orgacircnicos os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

(HPAs) tecircm recebido muita atenccedilatildeo ultimamente devido a sua ampla distribuiccedilatildeo nos

sedimentos lacustres e marinhos (LEITE et al2011 DE ABREU-MOTA et al 2014

VENTURINI et al 2015 MACHADO et al2014 WANG et al 2014 KANZARI et

al 2015) Esses contaminantes estatildeo associados com os sedimentos devido a sua baixa

solubilidade em aacutegua e consequente natureza hidrofoacutebica (VOLKMAN et al 1992

GUO et al 2007)

A bacia do rio Acarauacute eacute a segunda maior bacia hidrograacutefica do Cearaacute e vecircm

passando por diversas alteraccedilotildees do ambiente Aumento populacional aumento do

traacutefico de veiacuteculos e atividade de agricultura com o periacutemetro irrigado do Baixo Acarauacute

satildeo alguns dos exemplos dessas mudanccedilas Dessa forma a investigaccedilatildeo das possiacuteveis

fontes de hidrocarbonetos para essa regiatildeo eacute de suma importacircncia Esse eacute o primeiro

estudo que avalia a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a

acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos na regiatildeo Com ele visamos fornecer

dados e subsiacutedios para o monitoramento poliacuteticas puacuteblicas e preservaccedilatildeo deste

importante ecossistema costeiro

16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

A qualidade dos sedimentos pode ser avaliada pelo conteuacutedo dos HA e HPAs

que satildeo as duas maiores classes de compostos encontrados no petroacuteleo Os

hidrocarbonetos nos sedimentos provecircm de diversas fontes e atingem o ambiente

aquaacutetico atraveacutes do escoamento superficial do lanccedilamento de efluentes domeacutesticos e

industriais da drenagem de aacutegua da chuva das atividades de navegaccedilatildeo e dos

afloramentos naturais de petroacuteleo (PAGE et al 1996 READMAN et al 2002

PEREINA-NETTO et al 2004 COLOMBO et al 2007 CAVALCANTE et al

2008) O destino e o transporte dos contaminantes orgacircnicos nos ambientes aquaacuteticos eacute

dependente da particcedilatildeo dos mesmos entre as fases particulada e dissolvida

(MECHLINSKA et al 2009 CHEN WONG e TAM 2011) Os componentes

hidrofiacutelicos acumulam-se predominantemente na fase aquosa e satildeo consequentemente

transportados na fraccedilatildeo moacutevel Por outro lado os contaminantes mais hidrofoacutebicos

tendem a acumular-se na fase soacutelida por interaccedilotildees de sorccedilatildeo com as superfiacutecies do

material particulado (KOWALSKA GULER E COCKE 1994 TREMBLAY et al

2005) O material particulado eacute entatildeo depositado de acordo com as condiccedilotildees

hidroloacutegicas e sedimentoloacutegicas e eacute transferido para o sedimento associado aos

compostos hidrofoacutebicos tornando-os parte da fraccedilatildeo imoacutevel Dessa forma eles podem

ser encontrados em altas concentraccedilotildees em sedimentos contaminados (KARICKHOFF

BROWN E SCOTT 1979) Qualquer distuacuterbio nos sedimentos contaminados pode

remobilizar os contaminantes para a coluna daacutegua aumentando sua biodisponibilidade

e assim os riscos para sauacutede da biota (READMAN et al 2002 GROSSI et al 2002)

Vaacuterios trabalhos tecircm utilizado os sedimentos superficiais para avaliar a

qualidade do ambiente aquaacutetico em relaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo de hidrocarbonetos e na

identificaccedilatildeo de fontes desses contaminantes (READMAN et al 2002 MAI et al

2002 SAHA et al 2009 FERNANDES 2013 OLIVEIRA 2016) Aleacutem dessa

ferramenta os hidrocarbonetos em testemunhos sedimentares podem ser utilizados na

reconstruccedilatildeo do registro histoacuterico das entradas desses contaminantes em estudos de

impacto ambiental mostrando a mudanccedila no uso dos hidrocarbonetos ao longo do

tempo (MACHADO et al 2014 CAVALVANTE et al 2008

BOONYATUMANOND et al 2007 LORGEOUX et al 2016)

17

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

Os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) correspondem a uma importante fraccedilatildeo dos

lipiacutedios e compreendem uma vasta classe de compostos orgacircnicos Entre essas classes

de compostos estatildeo os n-alcanos os isoprenoacuteides os terpanos e os esteranos entre

muitos outros

As fontes desses compostos podem ser tanto naturais atraveacutes da fotossiacutentese por

organismos marinhos e terrestres sendo as principais fontes biogecircnicas representadas

pelas plantas terrestres o fitoplacircncton e as bacteacuterias (VOLKMAN et al 1992 ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996) quanto antropogecircnicas provenientes do escoamento

superficial deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e entrada por processos industriais (ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996)

211 n-alcanos

Os n-alcanos satildeo compostos orgacircnicos de cadeia aberta formados por carbono e

hidrogecircnio que formam uma seacuterie homologa sem ramificaccedilotildees onde cada membro

difere do anterior por um grupo CH2

1198673119862 minus (1198621198672)5 minus 1198621198673

119862711986716

Fonte Elaborado pela autora

Os n-alcanos com cadeias de tamanho C15 ndash C35 estatildeo presentes em quase todos

sedimentos (VOLKMAN et al 1992) As fontes de n-alcanos podem ser os

fitoplanctons (VOLKMAN et al 1992) as plantas superiores (EGLINTON E

HAMILTON 1967) um afloramento natural de petroacuteleo derramamentos acidentais e

escoamento superficial O fitoplacircncton sintetiza prioritariamente n-alcanos de cadeias

mais curtas com nuacutemero iacutempar de carbonos (n-C15 a n-C21) Alguns compostos de

cadeias mais longas independente do nuacutemero de aacutetomos de carbono ser iacutempar ou par

satildeo sintetizados por diversos organismos marinhos poreacutem em menores quantidades que

a fonte fitoplanctocircnica (VOLKMAN et al 1992) Por outro lado as plantas superiores

terrestres como os mangues produzem n-alcanos de cadeias longas (C25-C35) como

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos

18

principal componente das suas ceras cuticulares com uma preferecircncia de produccedilatildeo de

n-alcanos com um nuacutemero iacutempar de carbonos em relaccedilatildeo ao nuacutemero par (EGLINTON

E HAMILTON 1967)

Os n-alcanos de origem petrogecircnica podem ser derivados do petroacuteleo bruto ou

de seus derivados Na composiccedilatildeo destes produtos podem existir n-alcanos com 1 a 40

aacutetomos de carbono ocorrendo a ausecircncia da predominacircncia de cadeias com um nuacutemero

par ou impar de carbonos (VOLKMAN et al 1992 SIMONEIT 1991)

212 Isoprenoacuteides

Os alcanos isoprenoacuteides satildeo HA de cadeia ramificada com estrutura derivada do

isopreno um dos blocos constituinte das estruturas baacutesicas da natureza

Os isoprenoacuteides mais utilizados para estudos ambientais de contaminaccedilatildeo satildeo

representados pelo pristano (261014-tetrametilpentadecano) e fitano (261014-

tetrametilhexadecano) que satildeo produtos da alteraccedilatildeo geoloacutegica do fitol e natildeo satildeo

constituintes primaacuterios da maioria da biota terrestre (Figura 2) (GUO et al 2007

HARJI et al 2008) Eles satildeo comumente considerados como bons indicadores de

contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (VOLKMAN et al 1992 READMAN et al 2002) Como

regra geral valores altos da razatildeo PristanoFitano indicam fonte biogecircnica sob

condiccedilotildees oxidantes (BETCHEL et al 2007)

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano)

Fonte PETERS E MOLDOWAN 1993

Alguns autores tambeacutem utilizam a relaccedilatildeo entre os isoprenoacuteides para obter

informaccedilotildees a respeito do ambiente deposicional da mateacuteria orgacircnica geradora do

petroacuteleo (READMAN et al 2002 TOLOSA et al 2009) As fontes biogecircnicas desses

compostos satildeo importantes jaacute que eles derivam do fitol tanto sob condiccedilotildees redutoras

19

(fitano) quanto oxidantes (pristano) Risatti e colaboradores (1984) estabeleceram que o

fitano eacute sintetizado pelas bacteacuterias metanogecircnicas presentes em condiccedilotildees anoacutexicas

213 Biomarcadores

Durante os processos de maturaccedilatildeo geoloacutegica das rochas-geradoras de petroacuteleo e

do petroacuteleo bruto a mateacuteria orgacircnica originalmente proveniente de plantas e animais eacute

transformada diageneacutetica e catagenicamente durante milhotildees de anos

Para o entendimento do grau de maturaccedilatildeo teacutermica bem como dos processos de

migraccedilatildeo do oacuteleo e para a correlaccedilatildeo oacuteleo-oacuteleo e oacuteleo-rocha geradora os indicadores

geoquiacutemicos moleculares ou biomarcadores satildeo largamente utilizados Na avaliaccedilatildeo de

amostras ambientais os biomarcadores satildeo utilizados para o diagnoacutestico da presenccedila de

petroacuteleo e possiacutevel identificaccedilatildeo do tipo de petroacuteleo na contaminaccedilatildeo

Os biomarcadores satildeo correspondentes aos compostos esteranos e triterpanos

Os esteranos satildeo compostos derivados dos esteroacuteis presente na maioria dos organismos

vivos Os esteroacuteis sofrem modificaccedilotildees na sua estrutura durante o processo de

maturaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica dando origem aos esteranos Entre os triterpanos (tri-

tetra- e pentaciacuteclicos) foram estudados os triterpanos pentaciacuteclicos mais conhecidos

como hopanos Os hopanos satildeo foacutesseis moleculares dos hopanoacuteides das bacteacuterias que

desempenham o mesmo papel de tornar a membrana celular mais fluida que os esteroacuteis

nas ceacutelulas eucarioacuteticas (PRINCE et al 1994) Diante do grande espectro desses

compostos presentes no petroacuteleo somente os principais foram estudados nesse trabalho

(Tabela 1e Figura 3)

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho

Abrev Nome Estrutura Foacutermula

Hopanoacuteides

Tm 17α(H)-222930 - trisnorhopano II C27H46

NH 17α(H)21β(H)-30-norhopano III C29H50

H 17α(H)21β(H) - hopano I C30H52

HH(R) 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano IV n = 1 C31H54

HH(S) 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano IV n = 1 C31H54

Esteranos

C27ααα (SR) 5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C27αββ (SR) 5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C28αββ (SR) 24-metil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Me C28H50

C29ααα (SR) 24-etil-5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

C29αββ (SR) 24-etil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

Fonte Elaborada pela autora Estrutura refere-se a estrutura quiacutemica dos compostos

apresentada na Figura 3

20

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos

Fonte Adaptado de AEPLI et al 2014

Vaacuterios estudos comprovaram que os hopanos e os esteranos satildeo muito

resistentes a degradaccedilatildeo no meio ambiente e podem ser usados com marcadores

moleculares para traccedilar e caracterizar a contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (ROGGE et al1993

PRINCE et al 1994 WANG FINGAS E PAGE 1999a AEPLI et al 2014) Devido

aos seus altos pontos de ebuliccedilatildeo eles natildeo estatildeo presentes nos combustiacuteveis gasolina e

diesel mas satildeo encontrados nos oacuteleos lubrificantes asfaltos e resiacuteduos pesados do

petroacuteleo (SAHA et al 2009) Portanto baseado na anaacutelise das concentraccedilotildees dos

biomarcadores e no perfil de distribuiccedilatildeo dos mesmos eacute possiacutevel validar a presenccedila e o

tipo de fonte petrogecircnica nos sedimentos

30-norhopanos (NH)

5α(H)-esteranos

homohopanos (HH)

17α(H)21β(H) - hopano (H) 17α(H)-222930 - trisnorhopano (Tm)

21

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs) satildeo uma classe de

contaminantes orgacircnicos que contem dois ou mais aneacuteis benzecircnicos fundidos e que

podem ser toacutexicos a biota em elevadas concentraccedilotildees Alguns podem conter estruturas

dos aneacuteis com menos do que 6 aacutetomos de carbono (pe acenaftileno acenafteno e

fluoreno) (Figura 5) Em outros um aacutetomo de carbono do anel de benzeno pode ser

substituiacutedo por um nitrogecircnio enxofre ou oxigecircnio resultando na formaccedilatildeo de

compostos aromaacuteticos heterociacuteclicos (pe dibenzotiofeno) (Figura 5) Aleacutem disso

aacutetomos de hidrogecircnio nos HPAs parentais podem ser substituiacutedos por grupos alquil (pe

2-metilnaftaleno) (Figura 4) Os HPAS com menos de 4 aneacuteis satildeo chamados de HPAS

de baixo peso molecular (BPM) enquanto que os que possuem 4 aneacuteis ou mais satildeo

chamados de HPAs de alto peso molecular (APM)

Os HPAs satildeo contaminantes orgacircnicos presentes desde ambientes com intensa

atividade humana ateacute ambientes isolados (PEREIRA NETTO et al 2002 MAI et al

2002 TOLOSA et al2009 MARTINS et al 2012 MEIRE et al2008) As fontes e o

destino dos HPAs no meio ambiente tem sido objeto de estudos extensivos devido as

propriedades mutagecircnicas eou carcinogecircnicas de alguns dos seus isocircmeros (pe

benzo(a)pireno e dibenzo(ah)antraceno) portanto as concentraccedilotildees e fontes destes

compostos tecircm sido monitoradas constantemente

22

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados

Fonte Elaborada pela autora

23

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais

Fonte Elaborada pela autora

Alguns HPAs satildeo formados atraveacutes da combustatildeo incompleta de compostos

orgacircnicos e subsequumlente recombinaccedilatildeo com outras partiacuteculas orgacircnicas constituindo

uma fonte piroliacutetica destes compostos (LIMA FARRINGTON E REDDY 2005) Esses

HPAs podem ser introduzidos naturalmente no ambiente atraveacutes de queimadas de

florestas pastagens e atividades vulcacircnicas (MASCLET et al 1995) Fontes

antropogecircnicas de HPAs piroliacuteticos podem ser a incineraccedilatildeo de lixo e madeira

emissotildees veiculares e preparaccedilatildeo da terra para a agricultura (ROGGE et al 1993

KALILI et al 1995 RAVINDRA SOKHI E GRIEKEN 2008 SILVA et al 2010

DE ANDRADE et al 2010) Outra fonte de HPAs eacute a descarga de material relacionado

24

ao petroacuteleo que caracterizam fontes petrogecircnicas como descargas e derramamentos de

petroacuteleo lanccedilamentos de esgotos urbanos e industriais e escoamento superficial das

aacutereas adjacentes aos corpos daacutegua (WANG FINGAS E PAGE 1999) Uma terceira

fonte de HPAs seria por processos bioloacutegicos ou nos estaacutegios iniciais da diagecircnese dos

sedimentos (VENKATESAN 1988)

A principal forma de relacionar as concentraccedilotildees dos HPAs agraves fontes emitidas eacute

atraveacutes das razotildees diagnoacutestico especiacutefica para cada fonte Essas razotildees satildeo baseadas nas

concentraccedilotildees de HPAs selecionados que de alguma forma caracterizam as diferentes

fontes A utilizaccedilatildeo dessa razotildees para a determinaccedilatildeo de fontes nos sedimentos requer o

entendimento da estabilidade termodinacircmica relativa dos HPAs selecionados Para os

HPAs parentais na combustatildeo ocorre o aumento da concentraccedilatildeo do isocircmero menos

estaacutevel termodinamicamente em detrimento do mais estaacutevel (YUNKER et al 2002)

Aleacutem disso cada fonte tem uma emissatildeo especiacutefica de HPAs o que permite uma

correlaccedilatildeo (ROGGE et al 1993 KALILI et al 1995)Os compostos alquilados estatildeo

presentes em concentraccedilotildees elevadas no petroacuteleo e seus derivados e relativamente

pequena ou ateacute mesmo ausentes nas emissotildees derivadas da combustatildeo (queimadas

caldeiras termoeleacutetricas veiacuteculos automotores etc) Os HPAs alquilados satildeo

termodinamicamente mais instaacuteveis do que os correspondentes HPAs parentais e

portanto a razatildeo dos HPAs alquilados em relaccedilatildeo aos HPAs parentais tem sido usado

para diferenciar os HPAs (SAHA et al 2009)

Eacute interessante observar que uma certa dificuldade na identificaccedilatildeo da origem dos

HPAs em amostras sedimentares eacute frequente devido em geral agrave presenccedila de vaacuterias

fontes de contaminantes e de diversos processos de transformaccedilatildeo dos compostos no

sedimento e antes disto no proacuteprio transporte ao longo da coluna daacutegua

Entre os HPAs os 16 compostos listados pela Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

Norte-Americana e os seus homoacutelogos alquilados possibilitam diagnosticar com maior

facilidade a origem da contaminaccedilatildeo por hidrocarbonetos que pode ser piroliacutetica

(oriunda da combustatildeo incompleta de combustiacuteveis e biomassa) ou petrogecircnica

(SOCLO et al2000 NEFF et al 2005 PEREacuteZ-FERNANDEZ et al 2015 ) Esses 16

compostos foram escolhidos para essa lista de prioridade porque (1) eles reuacutenem o

maior nuacutemero de informaccedilotildees sobre sua estrutura efeitos toxicoloacutegicos e fontes

emissoras (2) eles satildeo suspeitos de causar maiores danos do que outros e exibem

efeitos que satildeo representativos da classe de HPAs como um todo (3) existe uma maior

25

chance de exposiccedilatildeo a esses HPAs do que aos outros e (4) de todos os HPAs

analisados estes exibem as maiores concentraccedilotildees (RAVINDRA et al 2008)

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos

Segundo Irwin e colaboradores (1997) os alcanos como um grupo tem

toxicidade aquaacutetica baixa a moderada Esse mesmo estudo mostra que a toxicidade dos

alcanos estudados decresceu na seguinte ordem decano octano hexano e pentanoEsse

mesmo resultado foi encontrado pelo Bureau of Reclamation (2002) Dessa forma

podemos inferir que a toxicidade dos alcanos tende a aumentar com o aumento do

tamanho da moleacutecula (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)

Por outro lado os HPAs satildeo de interesse ecotoxicoloacutegico no que diz respeito aos

impactos a curto prazo na coluna daacutegua e aos efeitos de curto e longo prazo para os

animais bentocircnicos (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)Vaacuterios fatores

influenciam na toxicidade dos HPAs entre eles as espeacutecies afetadas a via de exposiccedilatildeo

e a estrutura molecular do HPA (CCME 1999) Em geral os HPAs de baixo peso

molecular satildeo considerados agudamente toacutexicos e natildeo-carcinogecircnicos para os

organismos aquaacuteticos enquanto que os HPAs de alto peso molecular natildeo satildeo

agudamente toacutexicos aos organismos aquaacuteticos mas alguns deles satildeo carcinogecircnicos

(CCME 1999) Os HPAs de baixo peso molecular apresentam maior toxicidade aguda

em relaccedilatildeo aos HPAs de alto peso molecular devido a sua maior solubilidade em aacutegua

A mortalidade eacute o efeito mais comum em bioensaios com sedimentos coletados in situ e

sedimentos fortificados em laboratoacuterios decorrente de toxicidade aguda (CCME 1999)

Os organismos bentocircnicos satildeo expostos aos HPAs por vaacuterias vias de exposiccedilatildeo

incluindo exposiccedilatildeo aos HPAs no material particulado e dissolvido nas aacuteguas

intersticiais e coluna daacutegua assim como aos HPAs adsorvidos no sedimento atraveacutes do

contato na superfiacutecie e ingestatildeo de partiacuteculas Portanto os sedimentos representam a via

de exposiccedilatildeo mais importante para muitos invertebrados bentocircnicos (CCME 1999) Os

dados sobre as concentraccedilotildees de HPAs nos sedimentos fornecem importantes

informaccedilotildees para a avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do sedimento no entanto tais medidas

natildeo necessariamente refletem a fraccedilatildeo biodisponiacutevel dessas substacircncias Os HPAs

individuais e os diferentes tipos de sedimento vatildeo resultar em diferentes

biodisponibilidades (DeWITT et al 1992)

26

Segundo a CCME (1999) a avaliaccedilatildeo da porcentagem de efeitos observados

para as concentraccedilotildees de HPAs define trecircs classes as concentraccedilotildees que estatildeo abaixo

do TEL (niacutevel limite de efeito) que satildeo raramente associadas com efeitos bioloacutegicos

adversos as concentraccedilotildees entre o TEL e o PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) que satildeo

ocasionalmente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos e as concentraccedilotildees acima do

PEL que satildeo frequentemente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos

27

3 OBJETIVOS

Os principais objetivos desse trabalho satildeo avaliar a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo

as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos ao

longo do curso do rio Acarauacute e analisar o registro histoacuterico das atividades

antropogecircnicas no estuaacuterio usando hidrocarbonetos de petroacuteleo como marcadores

moleculares orgacircnicos Para tal seratildeo necessaacuterios os seguintes objetivos especiacuteficos

1) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos alifaacuteticos em sedimento

superficial e testemunho

2) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos em

sedimento superficial e testemunho

3) Determinaccedilatildeo da classe de biomarcadores de petroacuteleo em sedimento

superficial e testemunho

4) Diagnoacutestico das fontes de hidrocarbonetos no ambiente atraveacutes de razotildees

diagnoacutestico

5) Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos

sedimentos superficiais

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Processos metodoloacutegicos

As atividades desenvolvidas para a caracterizaccedilatildeo da atividade antroacutepica na

bacia do rio Acarauacute foram divididas em laboratoacuterio levantamento bibliograacutefico e

anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados

As atividades de laboratoacuterio foram realizadas no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de

Contaminantes Orgacircnicos (LACOr) Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) e

Laboratoacuterio de Microbiologia do Pescado e Ambiental (LAMAP) os quais satildeo todos

vinculados ao Instituto de Ciecircncias do Mar (LABOMAR) e no Laboratoacuterio de Anaacutelise

de Traccedilos (LAT) na Universidade Federal do Cearaacute e no Laboratoacuterio de Geoquiacutemica e

Quiacutemica Marinha vinculado aoWoods Hole Oceanographic Institution EUA

42 Aacuterea de Estudo

A aacuterea de estudo estaacute localizada no litoral oeste do estado do Cearaacute O bacia do

rio Acarauacute ocupa uma aacuterea equivalente a 1444249km2

(IPECE2014) compreendendo

cerca de 10 do Cearaacute e tem como curso daacutegua principal o rio Acarauacute (EMBRAPA

2005)

Existem vaacuterios outros cursos drsquoaacutegua que o interceptam nos seus 352 km de

extensatildeo que vatildeo desde as nascentes do rio Acarauacute ateacute a sua desembocadura no

municiacutepio de Acarauacute Dessa forma vaacuterias sub-bacias satildeo facilmente delimitadas com

ecircnfase maior para as formadas pelos afluentes da margem direita com destaque para as

sub-bacias dos rios Groaiacuteras Macacos Jacurutu e Madeira Pela margem esquerda o rio

Jaibaras destaca-se pela sua delimitaccedilatildeo espacial

O vale do rio Acarauacute eacute delimitado por 30 municiacutepios (IPECE 2014) No

entanto a aacuterea de estudo abrange a aacuterea a partir do accedilude de Araras no municiacutepio de

Varjota ateacute a foz do rio no municiacutepio de Acarauacute perpassando os 12 municiacutepios a

seguir Acarauacute Bela Cruz Carireacute Cruz Forquilha Groaiacuteras Marco Morrinhos

Massapecirc Santana do Acarauacute Sobral e Varjota

A maior parte da Bacia do Acarauacute tem o seu regime de chuvas caracterizado

pela concentraccedilatildeo das precipitaccedilotildees em poucos meses o que torna a estaccedilatildeo chuvosa

bem definida Isso acontece porque as variaccedilotildees das chuvas durante as estaccedilotildees no setor

29

norte do Nordeste brasileiro parecem estar intimamente ligadas agraves movimentaccedilotildees de

latitude da Zona de Convergecircncia Intertropical (ZCIT) sobre o Atlacircntico sendo a

posiccedilatildeo mais ao sul da ZCIT coincidente com a estaccedilatildeo chuvosa durante os meses de

marccedilo a abril (COGERH 2010)

Aleacutem disso a Bacia do Acarauacute recebe em alguns anos chuvas de junho a

agosto ocasionadas por um sistema atmosfeacuterico denominado Ondas de Leste

(COGERH 2010) Aleacutem desse comportamento sazonal as precipitaccedilotildees diferenciam-se

ao longo da Bacia do rio Acarauacute Uma alta incidecircncia de chuvas eacute observada na regiatildeo

leste e na faixa litoracircnea sendo a regiatildeo sul caracterizada por uma pluviometria bem

deficiente

A temperatura meacutedia mensal eacute de 25 a 28ordmC e as temperaturas miacutenimas anuais

ocorrendo entre 20 e 24ordmC Jaacute as temperaturas maacuteximas anuais satildeo da ordem de 30 a

36ordmC onde as mais elevadas se datildeo no final do segundo semestre e nas regiotildees mais

secas (SILVA 2003)

Um estudo feito pela COGERH (2010) mostrou que as seacuteries de vazatildeo para o rio

Acarauacute podem ser caracterizadas por vazotildees bastante elevadas entre os meses de marccedilo

e maio de cada ano com o desaparecimento parcial ou total do escoamento superficial

entre junho e dezembro decorrente da estiagem Por fim em janeiro e fevereiro com o

iniacutecio das precipitaccedilotildees na regiatildeo ocorre uma pequena recuperaccedilatildeo das vazotildees

(COGERH 2010)

Analisando a populaccedilatildeo absoluta desses locais (Figura 6) vemos que a

populaccedilatildeo cresceu em torno de 70 de 1970 ateacute 2010 (IBGEa 2010) Segundo o censo

do IBGE de 2010 a populaccedilatildeo cresceu de uma cota de 276964 hab em 1970 para

507463hab em 2015 (estimada) Eacute interessante observar que o municiacutepio de Sobral

apresenta a maior populaccedilatildeo na bacia com 201756 em 2015 (estimada) seguido pelo

municiacutepio de Acarauacute com 61210 hab (IBGEb 2015)Em relaccedilatildeo ao maior crescimento

populacional a populaccedilatildeo do municiacutepio de Marco cresceu 110 em relaccedilatildeo a 1970

passando de 12631 hab (1970) para 26484 hab (2015) seguido por Sobral com um

aumento de 97 que passou de 102197hab em 1970 para 201756 em 2015(IBGEa

2010 IBGEb 2015)

30

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

Aleacutem disso a taxa de urbanizaccedilatildeo aumentou nesses municiacutepios (Figura 7) Por

exemplo os municiacutepios de Groairas Carireacute e Acarauacute tiveram o maior crescimento da

populaccedilatildeo na aacuterea urbana com valores de 44 3527 e 3446 respectivamente

(IBGEa 2010) Destaque tambeacutem para Sobral um dos trecircs poacutelos econocircmicos mais

importantes do Cearaacute com uma taxa de urbanizaccedilatildeo de aproximadamente 90

No referente a infra-estrutura da regiatildeo primeiro temos o saneamento Segundo

o IPECEa (2014) a meacutedia da taxa de cobertura da rede de abastecimento de aacutegua na

aacuterea urbana foi de 9727 em 2013 variando de 8564 em Cruz a 9993 em

Groaiacuteras Na aacuterea rural em meacutedia 4169 dos domiciacutelios eacute abastecido com aacutegua

variando de 893 em Santana do Acarauacute a 8190 em Marco Por outro lado a rede

de esgotamento sanitaacuterio natildeo atende a todos os municiacutepios Dos 12 municiacutepios

estudados na aacuterea urbana 7 natildeo dispotildeem de nenhum tipo de rede de esgoto A meacutedia da

taxa de cobertura para os 5 municiacutepios restantes foi de 4912 com destaque para

Sobral com 70 de cobertura (IPECEa 2014) Na aacuterea rural a situaccedilatildeo eacute ainda mais

alarmante Somente 4 municiacutepios possuem rede de esgoto com apenas 337 dos

domiciacutelios atendidos (IPECEa 2014)

0

30000

60000

90000

120000

150000

180000

210000P

op

ula

ccedilatildeo

(h

ab)

1970

1980

1991

2000

2010

2015

31

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios

estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

A Bacia do Acarauacute possui trecircs variedades de transportes rodoviaacuterio ferroviaacuterio

e aeacutereo O transporte hidroviaacuterio possui pequena expressatildeo e restringe-se a regiatildeo

litoracircnea O transporte ferroviaacuterio refere-se ao trecho da REFESA (Rede Ferroviaacuteria

Federal) que liga Fortaleza a Sobral (COGERH 2010) (Figura 10) Em relaccedilatildeo ao

transporte rodoviaacuterio as rodovias federais e estaduais prevalecem sendo esta a

principal forma de transporte entre os diversos municiacutepios da bacia (COGERH 2010)

(Figura 10) No que diz respeito aos tipos da frota veicular os veiacuteculos movidos a

gasolina prevalecem em todos municiacutepios estudados Nos uacuteltimos anos houve um

aumento na frota que funciona com flexibilidade no tipo de combustiacutevel (veiacuteculos

flex) utilizando uma mistura de aacutelcool e gasolina Em 2014 haviam 26404 veiacuteculos

flex comparados a 6355 veiacuteculos registrados desse tipo em 2009 (IPECE 2013

IPECEb2014) Outro aumento significativo pode ser observado na frota total dos 12

municiacutepios que em 2009 contabilizava 79285 veiacuteculos e aumentou para um contingente

de 145246 em 2014 totalizando um aumento de aproximadamente 83 nos uacuteltimos 6

anos (IPECE 2013 IPECEb 2014)(Figura 8)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Taxa

de

Urb

aniz

accedilatildeo

(

)

1970

1980

1991

2000

2010

32

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em (IPECE 2013 IPECEb 2014)

A regiatildeo estuarina do rio Acarauacute se estende da ponte no municiacutepio de Cruz ateacute a

foz do rio Acarauacute (ALVES 2010) Nessa regiatildeo o processo de uso e ocupaccedilatildeo do solo

ocorre mediante da atuaccedilatildeo do Estado dos empresaacuterios industriais e comerciais dos

pequenos e grandes proprietaacuterios agriacutecolas das comunidades de pescadores e dos

carcinicultores ALVES 2010) Das atividades econocircmicas desenvolvidas na regiatildeo

destacam-se pesca maricultura turismo e lazer navegaccedilatildeo

agroextrativismocagricultura induacutestria e agroinduacutestria (NASCIMENTO et al 2008)

A agricultura eacute o centro da economia No entanto na zona litoracircnea observa-se a

presenccedila de aacuterea irrigaacuteveis como o Periacutemetro Irrigado do Baixo Acarauacute devido as

precipitaccedilotildees mais elevadas ocorrendo nesses locais o cultivo de arroz feijatildeo cana-de-

accediluacutecar milho mandioca caju e banana (SUCUPIRA 2006) No entanto nos sertotildees

predominam as culturas de subsistecircncia e algodatildeo devido aos baixos iacutendices

pluviomeacutetricos (SUCUPIRA 2006) A pesca artesanal e industrial tambeacutem desempenha

um papel forte na economia principalmente nos municiacutepios costeiros Cruz e Acarauacute

(SUCUPIRA 2006)

Uma praacutetica agriacutecola largamente disseminada na aacuterea do estudo eacute a queimada

Esta eacute utilizada para a limpeza dos terrenos e resulta em alteraccedilotildees nas propriedades

fiacutesico-quiacutemicas e bioloacutegicas dos solos deixando-os expostos agrave accedilatildeo dos agentes

erosivos aleacutem de afetarem significativamente a flora e fauna da regiatildeo (COGERH

2010)

0

40000

80000

120000

160000

Fro

ta V

eic

ula

r

2009

2010

2011

2012

2013

2014

33

O desmatamento eacute outra praacutetica comum na regiatildeo aleacutem do preparo do solo para

o plantio outra finalidade eacute a extraccedilatildeo da lenha para fabricaccedilatildeo de carvatildeo que seraacute

usada em larga escala como combustiacutevel por padarias e ceracircmicas da regiatildeo (COGERH

2010)

Por sua vez a pecuaacuteria extensiva provoca a compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio

excessivo o desmatamento de aacutereas extensas para formaccedilatildeo de pastos aleacutem de ser

frequumlente o uso de queimadas nesta atividade visando o controle de ervas daninhas

prejudiciais ao gado

Outra atividade econocircmica na regiatildeo eacute a mineraccedilatildeo Esta eacute feita praticamente de

forma artesanal uma vez que a populaccedilatildeo de baixa renda durante o periacuteodo de seca cava

enormes buracos para extrair material argiloso a fim de produzir telhas e tijolos nas

olarias estabelecidas nas margens dos rios (ALVES 2010 COGERH 2010) (Figura 9)

Essa praacutetica degrada o ambiente de diversas formas erradica a mata ciliar dos cursos

daacutegua remove a camada feacutertil dos solos e propicia o desencandeamento de processos

erosivos Satildeo constatadas naaacuterea do estudo degradaccedilotildees impostas pela lavra de argila

nos municiacutepios de Sobral Groaiacuteras eCarireacute perfazendo ao todo seis empresas em

operaccedilatildeo (COGERH 2010)

Outra atividade de mineraccedilatildeo que traz impactos eacute a exploraccedilatildeo de calcaacuterio

encontrada nos municiacutepios de Sobral e Forquilha que por sua vez aleacutemdos

desmatamentos necessaacuterios do uso de explosivos e da produccedilatildeo em larga escala

dematerial particulado contribui para a poluiccedilatildeo e assoreamento de cursos drsquoaacutegua

(COGERH 2010) Aleacutem dissoquando o objetivo eacute a produccedilatildeo de cal ocorre a queima

de lenha em fornalhas (caieiras) primitivas

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz

Fonte ALVES 2010

34

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta

As amostragens dos sedimentos foram feitas em Marccedilo de 2014 Para a

caracterizaccedilatildeo ao longo do curso do rio foram coletados 10 amostras de sedimento

superficial com a primeira amostra coletada logo depois do accedilude Araras e a uacuteltima

amostra coletada na foz do estuaacuterio do rio Acarauacute (Figura 10) Nesse uacuteltimo ponto

foram coletados dois testemunhos objetivando uma caracterizaccedilatildeo do ambiente

estuarino As localizaccedilotildees dos pontos amostrados encontram-se na Tabela 2

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem

Pontos Identificaccedilatildeo dos pontos Coordenadas

Latitude Longitude

ACR 1 Apoacutes o accedilude Araras 04deg122711S 40deg27012O

ACR 2 No municiacutepio de Carireacute 03deg56289 S 40deg25092 O

ACR 3 Antes do municiacutepio de Sobral 03deg44569 S 40deg22284 O

ACR 4 Depois do municiacutepio de Sobral 03deg39547 S 40deg19431 O

ACR 5 Antes de Santana do Acarauacute 03deg32044 S 40deg15051 O

ACR 6 Distrito de Sapoacute (depois do centro de Santana do

Acarauacute) 03deg22323 S 40deg09441 O

ACR 7 Municiacutepio de Morrinhos 03deg15262 S 40deg08225 O

ACR 8 Municiacutepio de Marco 03deg07161 S 40deg07515 O

ACR 9 Antes do municiacutepio de Cruz 02deg56209 S 40deg10160 O

ACR 10 Municiacutepio de Acarauacute (foz) 02deg52211 S 40deg074556 O

Testemunho Foz do estuaacuterio do rio Acarauacute 02deg52211 S 40deg0737 O

Fonte Elaborado pela autora

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial

e do perfil sedimentar

Fonte Elaborado pela autora

35

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar

As amostras superficiais (0-2 cm) foram coletadas com paacute de alumiacutenio e

acondicionadas em marmitas previamente limpas com acetona Todas foram

adequadamente etiquetadas e mantidas refrigeradas ateacute a chegada no laboratoacuterio Ao

chegar no laboratoacuterio a fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de hidrocarbonetos foi

guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas de alumiacutenio na

geladeira

Os perfis sedimentares foram coletados a partir da inserccedilatildeo do cano de alumiacutenio

na margem do rio de forma manual Em seguida os canosforam etiquetados e levados

ao laboratoacuterio No laboratoacuterio os canos de alumiacutenio foram abertos com o auxilio de

uma maquita fotografados e seccionados de 5 em 5 cm totalizando 12 sub-amostras

em um comprimento de 60 cm (Figura 11) A fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de

hidrocarbonetos foi guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas na

geladeira

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees

Fonte Elaborado pela autora

36

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos

As secccedilotildees do testemunho sedimentar e as amostras superficiais foram

submetidas a anaacutelises de propriedades do sedimento granulometria teor de carbonato

de caacutelcio e anaacutelise de propriedades da mateacuteria orgacircnica teor de carbono orgacircnico

hidrocarbonetos e aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos

451 Granulometria

Para a anaacutelise granulomeacutetrica foram pesadas 100g ou 50g de sedimento

dependendo da disponibilidade de amostra com o uso de uma balanccedila digital As

amostras foram submetidas asanaacutelises sedimentoloacutegicas tais como peneiramento a

uacutemido para separar a fraccedilatildeo areia (gt0062 mm) das fraccedilotildees silteargila (lt0062 mm) e

pipetagemA fraccedilatildeo areia passou pelo processo de peneiramento a seco em intervalos de

meio fi Cada fraccedilatildeo dos intervalos foi pesada depois de seca Para a pipetagem foi

utilizada a fraccedilatildeo silteargila suspensa em aacutegua na proveta com retirada de aliacutequotas de

20 ml em determinados intervalos de tempo baseado na metodologia descrita por

Suguio (1973) (Figura 12)As amostras foram classificadas granulometricamente no

programa ANASEDreg

de acordo com a classificaccedilatildeo proposta por Sheppard e

Larssoneur (LIMA et al 2001)

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem

Fonte Elaborado pela autora

452 Carbonato de Caacutelcio

Para a quantificaccedilatildeo dos teores de carbonato de caacutelcio utilizou-se o meacutetodo do

calciacutemetro de Bernard modificado (LAMAS et al 2005) atraveacutes do ataque das

amostras com aacutecido cloriacutedrico (HCl) diluiacutedo em 10 em um sistema de vasos

comunicantes de acordo com a reaccedilatildeo

37

1198621198861198621198743 + 2 119867119862119897 rarr + 1198621198742(119892119886119904) + 1198672119874

Dessa forma o teor de CaCO3 eacute medido indiretamente atraveacutes do volume de

aacutegua deslocado pelo CO2 (resultante da reaccedilatildeo com o HCl) no vaso comunicante

453 Teor de Carbono Orgacircnico

O meacutetodo utilizado foi o de Walkley-Black modificado (CAMARGO et al

2009) O princiacutepio deste meacutetodo consiste na oxidaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica porum agente

oxidante forte constituiacutedo por uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio 1N (K2Cr2O7) na

presenccedila de aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) concentrado utilizando como catalisador da

oxirreduccedilatildeo o calor desprendido na diluiccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico O excesso de dicromato

de potaacutessio eacute titulado com sulfato ferroso amoniacal (SFA - FeSO4(NH4)2SO46H2O) e

assim determinada a quantidade de MO

Em triplicata foram adicionadas a um grama da amostra liofilizada 10 ml da

soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio e 20 ml do aacutecido sulfuacuterico concentrado em um tubo de

ensaio A aliacutequota foi aquecida a 50degC por 5 minutos em seguida colocada em repouso

por 30 minutos Apoacutes este tempo a soluccedilatildeo foi transferida para um erlenmeyer e entatildeo

foi adicionada 200 ml de aacutegua destilada 10 ml de aacutecido ortofosfoacuterico (H3PO4) e 1 ml de

difenilamina 1 (indicador) A soluccedilatildeo de SFA 025 M foi usada como titulante para a

mistura e o ponto de viragem da reaccedilatildeo foi representado pela mudanccedila de cor do verde

para o azul O mesmo procedimento foi feito sem a utilizaccedilatildeo da amostra para a

determinaccedilatildeo do branco tambeacutem em triplicata O caacutelculo da quantidade de carbono

orgacircnico foi feito pela seguinte equaccedilatildeo

119862119874 =[10 minus (1198812 times 101198811)] times 04

119901

V1 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em branco em ml

V2 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em ml

P peso da amostra em g

A quantidade de mateacuteria orgacircnica foi calculada pela seguinte equaccedilatildeo

119872119874 = 119862119874 times 1725 onde

MO = porcentagem de mateacuteria orgacircnica

CO = porcentagem de carbono orgacircnico

38

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos

As substacircncias huacutemicas podem ser definidas como poliacutemeros amorfos de

coloraccedilatildeo amarelo-marrom a preta de peso molecular relativamente alto e formado por

reaccedilotildees de siacutentese secundaacuterias bioacuteticas e abioacuteticas (BENITES MADARI E

MACHADO 2003) As substacircncias huacutemicas podem ser classificadas em trecircs fraccedilotildees

dependendo da sua solubilidade aacutecidos huacutemicos (AH) que satildeo soluacuteveis em soluccedilotildees

alcalinas mas precipitam em soluccedilotildees acidas aacutecidos fuacutelvicos (AF) que satildeo soluacuteveis em

ambas soluccedilotildees alcalinas e acidas e a humina que eacute insoluacutevel nas duas soluccedilotildees

(BENITES MADARI E MACHADO 2003 BALDOTTO E BALDOTTO 2014)As

substacircncias huacutemicas do solo possuem tamanho que permite incluiacute-las na faixa dos

coloacuteides ou seja maiores do que 250 μm exibindo caracteriacutesticas proacutepriasdestacando-

se sua elevada superfiacutecie a qual lhe confere alta reatividade Esta caracteriacutestica faz com

que a fraccedilatildeo orgacircnica do solomesmo em baixos conteuacutedos seja responsaacutevel por elevada

porcentagem da capacidade de troca catiocircnica do mesmo

Neste trabalho foram determinados os AH e AF dos sedimentos superficiais e

das seccedilotildees do testemunho O meacutetodo utilizado foi o proposto por Benites Madarie

Machado (2003) e visa a quantificaccedilatildeo das fraccedilotildees huacutemicas por meio de procedimento

simplificado e de faacutecil execuccedilatildeo

Primeiramente uma amostra de sedimento eacute pesada com conteuacutedo aproximado

de 30 mg de carbono orgacircnico entatildeo uma soluccedilatildeo diluiacuteda de NaOH eacute adicionada e

deixada em repouso por 24 h No outro dia apoacutes a centrifugaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo o

sobrenadante eacute recolhido em um copo descartaacutevel Entatildeo com a adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico (H2SO4) a 20 (vv) o pH eacute ajustado a 10 e reservado em repouso por 18 h

Apoacutes esse periacuteodo essa soluccedilatildeo eacute filtrada em membrana de 045 m sob vaacutecuo O

filtrado (AF) eacute recolhido e aferido para 50 mL enquanto que os filtros satildeo lavados com

a soluccedilatildeo de NaOH e essa soluccedilatildeo (AH) tambeacutem eacute aferida para o volume de 50 mL

Uma aliacutequota de 5 mL de cada soluccedilatildeo eacute colocada em um tubo de digestatildeo a qual satildeo

adicionados 1 mL de dicromato de potaacutessio (0042 mol L-1

) e 5 mL de H2SO4 esses

tubos satildeo levados ao bloco digestor preacute-aquecido a 150oC e deixar por 30min dentro

de capela Os conteuacutedos dos tubos satildeo transferidos para frascos erlenmeyer e 3 gotas de

indicador FERROIN satildeo adicionadas Por fim as soluccedilotildees satildeo tituladas com sulfato

ferroso amoniacal (00125 mol L-1

) sob agitaccedilatildeo A quantificaccedilatildeo dos aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos eacute feita atraveacutes da seguinte foacutermula

39

119935 = (119933119939119938119954 minus 119933119938119950)119925119930119917119912119940119952119955119955119961120783120784120786119961120787120782119938119949iacute119954119958119952119957119938 (119950119923)119961120783119953119942119956119952119941119938119938119950119952119956119957119955119938 (119944)

onde

X - mg C na forma de aacutecido huacutemico (ou fuacutelvico) por gramade sedimento

Vbaq - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo dobranco aquecido

Vam - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo daamostra

NSFAcorr - Normalidade do SFA corrigida pela equaccedilatildeo

119873119878119865119860119888119900119903119903 =119881119900119897119906119898119890 119889119890 119889119894119888119903119900119898119886119905119900 119909 119873119900119903119898119886119897119894119889119886119889119890 119889119900 119889119894119888119903119900119898119886119905119900

119881119900119897119906119898119890 119889119890 119878119865119860 119888119900119899119904119906119898119894119889119900 119899119886 119905119894119905119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119887119903119886119899119888119900 119904119890119898 119886119902119906119890119888119894119898119890119899119905119900

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

461 Reagentes e material

Os solventes hexano acetona e diclorometano foram adquiridos da Tedia Os

padrotildees utilizados para a construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo foram uma soluccedilatildeo mix de

HPAs uma soluccedilatildeo mix de biomarcadores SRM 2266 e uma soluccedilatildeo mix de alcanos (seacuterie

homoacuteloga n-C10 a n-C38 incluindo os alcanos isoprenoacuteides pristano e fitano) Os padrotildees

surrogates dos HAs e biomarcadores (triacotano-d62) e dos HPAs (naftaleno-d8

fenantreno-d10 perileno-d12 e criseno-d12) possuem pureza de 988 989

respectivamente e satildeo da AccuStandardA siacutelica (70-230 mesh) e o sulfato de soacutedio

(Na2SO4) satildeo da VETECreg enquanto que a alumina e o cobre utilizados satildeoda

MERCKreg

e da SYNTHreg respectivamente Tanto os adsorventes (siacutelicae alumina)

quanto o Na2SO4 foram ativados em estufa por 24 h agrave 250degC Por sua vez o cobre em

poacute foi ativado mediante a lavagem sucessiva em soluccedilatildeo de 01 M HCl acetona e

hexano sendo mantido sob refrigeraccedilatildeo no uacuteltimo

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental

O sedimento liofilizado foi peneirado (abertura de 2mm) para a retirada de

material grosseiro como folhas e cascalhos O procedimento descrito a seguir foi

baseado em Cavalcante e colaboradores (2008) com pequenas modificaccedilotildees (Figura

14) Adicionou-se 50microL de padratildeo surrogate (soluccedilatildeo trabalho de 100 ppm) a 20g de

sedimento peneirado que entatildeo foi submetido ao processo de extraccedilatildeo soacutelido-liacutequido

assistida por sonicaccedilatildeo em uma seacuterie de soluccedilotildees extratoras com decrescente constante

40

eluotroacutepica O volume de cada soluccedilatildeo extratora foi de 30 mL e a seacuterie de soluccedilotildees

utilizadas foi acetona acetonaDCM (11) DCM DCMHEX (11) e finalmente

HEXO extrato foi transferidopara tubos de Falcon e levado a centriacutefuga a 4000 RPM

por 30min (centriacutefuga HermLee Z 360K) As partiacuteculas de sedimento decantam no

fundo restando a fase liacutequida sobrenadante sendo esta recolhida em um balatildeo de fundo

redondo de 250 mL e rotaevaporado (Rotaevaporador FISATOM 801) ateacute atingir 1mL

(Figura 13)

Entatildeo os extratos foram purificados por cromatografia liacutequido-soacutelida usando-se

uma coluna (1 x 50 cm) preenchida com 8g de siacutelica e 4g de alumina que satildeo

adsorventes polares 2g de Cu que remove compostos sulfurados (interferentes comuns

na determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos) (CRITERIA WORKING GROUP 1998) e 1g de

Na2SO4 que elimina possiacuteveis moleacuteculas de aacutegua

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos

reduzidos a 1 mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG

Fonte Elaborado pela autora

Essa purificaccedilatildeo (clean-up) foi obtida atraveacutes da eluiccedilatildeo sucessiva por 40 mL de

HEX que resultou na fase 1 (F1) e 24 mL HEXDCM (31) (ԑdeg=008) 30 mL de

HEXDCM (ԑdeg=06) e 15 mL de HEXDCM (12) (ԑdeg=021) que resultaram na fase 2

(F2) A F1 corresponde aos hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e a F2 corresponde aos

hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs)

Esse eluato foi rotaevaporado ateacute a reduccedilatildeo do seu volume para ~1 ml (Figura

13) Entatildeo esse volume foi transferido para vials de 4 mL atraveacutes de criteriosa limpeza

41

do balatildeo original com uma mistura de solvente HEXDCM (11) As amostras foram

entatildeo reduzidas para 1ml usando-se nitrogecircnio gasosoCom o auxilio de uma pipeta

automaacutetica 05 mL do eluato foi transferido para vials de 2 mL e entatildeo foram secas por

nitrogecircnio a fim de enviar essa aliacutequota para anaacutelise no Organic Geochemistry

Laboratory (Woods Hole MA EUA) As aliacutequotas foram acondicionadas em caixas

teacutermicas e enviadas para o exterior

A etapa de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos hidrocarbonetos foi baseado no

meacutetodo de Oliveira (2016)

A fraccedilatildeo F1 (HA) contendo n-alcanos isoprenoacuteides e biomarcadores foi

analisada no cromatoacutegrafo gasoso (modelo Agilent 7890A) acoplado a detector por

ionizaccedilatildeo por chama (CG-DIC) sendo os niacuteveis quantificados atraveacutes de um CG

acoplado a um espectrocircmetro de massa (CG-EM) A fraccedilatildeo F2 (HPAs) foi analisada

noCG-EMas condiccedilotildees de anaacutelise do equipamento podem ser visualizadas naTabela 3

O gaacutes heacutelio foi utilizado como a fase moacutevel com o fluxo na coluna de 13

mLmin A temperatura do injetor foi 300degC e o volume injetado foi de 2μl no modo

splitless A temperatura da interface (EM) foi 300degC

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM

Fase Moacutevel (Gaacutes de arraste) Heacutelio

Vazatildeo na coluna 13 mLmin

Temperatura do injetor 300 degC

Detector EM

Temperatura do detector 300 degC

Temperatura da interface 300 degC

Temperatura inicial 50 degC

Volume de injeccedilatildeo 2 microL

Modo de injeccedilatildeo Splitless

Modo de detecccedilatildeo (EM) SIM

Fonte Elaborada pela autora

Os marcadores moleculares de interesse foram identificados com base no tempo

de retenccedilatildeo e na razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado (Apecircndice A B e C) Aleacutem disso

as identidades dos compostos foram confirmadas pelo uso da biblioteca National

Institute of Standards and Technology 05 (NIST05)

42

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

463 Controle de Qualidade

Todas as etapas realizadas em laboratoacuterio foram acompanhadas por

procedimentos criteriosos de controle de qualidade A fim de eliminar problemas de

contaminaccedilatildeo foram analisados brancos da coluna e dos solventes usados na etapa de

extraccedilatildeo A limpeza de vidrarias foi um dos focos na preparaccedilatildeo do material usado em

43

todas as etapas de determinaccedilatildeo dos analitos de interesse Primeiramente as vidrarias

foram deixadas em banho de detergente (extran a 20 vv) por pelo menos 12 horas

sendo em seguida abundantemente enxaguada em aacutegua corrente aacutegua destilada e entatildeo

colocada em banho de aacutecido niacutetrico (HNO3 a 5vv) por 12 horas Em seguida as

vidrarias foram novamente enxaguadas em aacutegua corrente aacutegua destilada e por fim

mantidas em estufa a 200degC por um periacuteodo de no miacutenimo 12 horas

A quantificaccedilatildeo dos analitos foi realizada usando uma curva de calibraccedilatildeo de

cinco pontos pelo meacutetodo do padratildeo interno Baseado na curva de calibraccedilatildeo a faixa de

trabalho variou de 0-5000 ppb para os HPAs e os HAs e de 0-1324 ppm para os

biomarcadores com R2 de 09783 a 09999 para os HPAs (APEcircNDICE A) 09351 a

09941 para os biomarcadores (APEcircNDICE B) e 09873 a 09999 para os alcanos

(APEcircNDICE C)O limite de detecccedilatildeo variou de 0538 ndash 8579 ngg-1

para os

biomarcadores 2155 ndash 6147 ngg-1

para os n-alcanos e 7214 ndash 9597 ngg-1

para os

HPAs Os limites de quantificaccedilatildeo variaram de 1631 ndash 25997 ngg-1

para os

biomarcadores 6531 ndash 18628 ngg-1

para os n-alcanos e 21860 ndash 29082 ngg-1

Esses

paracircmetros foram calculados pela anaacutelise da injeccedilatildeo do branco de coluna (n=9) que daacute

origem a razatildeo de sinal-ruiacutedo (SN) de 3 e 10

A eficiecircncia do meacutetodo de extraccedilatildeo dos compostos do sedimento foi avaliada

atraveacutes do estudo de recuperaccedilatildeo de padrotildees surrogates relacionando-se a quantidade

de padratildeo adicionado no iniacutecio do procedimento com a quantidade extraiacuteda e

quantificada ao teacutermino do processo (IUPAC 2002)

Os padrotildees surrogates satildeo substacircncias que possuem natureza semelhante ao do

analito de interesse (especialmente Kow e Koc) de modo que apresentam tempo de

retenccedilatildeo diferente doanalito investigado (RIBANI et al 2004) Neste trabalho foram

utilizados versotildees dos compostos modificados isotopicamente e a adiccedilatildeo agrave amostra e

aos brancos foi feita no iniacutecio da etapa de extraccedilatildeo As concentraccedilotildees foram corrigidas

de acordo com a recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogates

Para Ribani et al(2004) os limites inferiores e superiores para recuperaccedilatildeo

sugerida pela literatura e aceita internacionalmente compreende o intervalo entre 70 a

120 Para Denoux e Wang (1998) este intervalo eacute bem aceito entre 40 a 120

enquanto que USEPA (1994) admite valores entre 30 a 115 Para este trabalho os

intervalos satisfazem as faixas sugeridas pela literatura (Tabela 4)

44

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate

Padrotildees Surrogate Meacutedia de

Recuperaccedilatildeo

Naftaleno-d8 5809

Fenantreno - d10 11576

Criseno-d12 11971

Perileno-d12 4245

Triacontane-d62 8380

Fonte Elaborada pela autora

45

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica

511 Sedimentos Superficiais

A anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais estaacute demonstrada na

Figura 15 A granulometria foi dividida em trecircs fraccedilotildees cascalho areia e finos

(lama)Os sedimentos superficiais apresentaram predominacircncia na fraccedilatildeo areia da estaccedilatildeo

ACR1 mais a montante ateacute a estaccedilatildeo ACR9 com meacutedia de 7769plusmn1448Vale ressaltar que

nas estaccedilotildees ACR 8 e ACR9 a fraccedilatildeo dos finos apresentou um destaque maior com valores

de 3476 e 4658 respectivamente Somente na estaccedilatildeo ACR10 a fraccedilatildeo dos finos

ultrapassou a fraccedilatildeo areia correspondendo a 75 da granulometriaO teor de carbono

orgacircnico (CO) apresentou-se inferior a 1 na maioria das estaccedilotildees com meacutedia de

044plusmn025 Somente a estaccedilatildeo ACR10 obteve o conteuacutedo de CO maior que 1 com valor

de 187

Com relaccedilatildeo ao potencial de acumulaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica nos sedimentos aqueles

com material mais fino em sua composiccedilatildeo (silte e argila) apresentam maior superfiacutecie de

contato permitindo um maior acuacutemulo de mateacuteria orgacircnica o qual pode ter relaccedilatildeo

dependendo da concentraccedilatildeo com fontes antroacutepicas (KARICKHOFF et al1979

TREMBLAY et al 2005 CHEN et al 2011) Jaacute sedimentos com predominacircncia de material

arenoso em sua composiccedilatildeo tendem a apresentar uma reduccedilatildeo no potencial de adsorccedilatildeo de

carbono orgacircnico dificultando o acuacutemulo de compostos orgacircnicos persistentes Nas amostras

superficiais do rio Acarauacute a CO teve uma alta correlaccedilatildeo com a fraccedilatildeo dos finos com um

coeficiente de Spearman (plt005) igual a 0903

O conteuacutedo de carbonato de caacutelcio (CaCO3) variou bastante ao longo do rio com

meacutedia de 320plusmn463 natildeo observando-se um padratildeo de variaccedilatildeo O maior valor de CaCO3 foi

relativo a estaccedilatildeo ACR10 que localiza-se no estuaacuterio do rio Acarauacute com 1556 e foi

relacionado com a presenccedila de carapaccedilas de organismos que sintetizam CaCO3

46

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais

AC

R 1

AC

R 2

AC

R 3

AC

R 4

AC

R 5

AC

R 6

AC

R 7

AC

R 8

AC

R 9

AC

R 1

0 --

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Porc

enta

gem

gra

nulo

met

ria

Finos

Areia

Cascalho

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

CO()

CaCO3 ()

Porcen

tagem

CO

e CaC

O3

Fonte Elaborado pela autoraCO= carbono orgacircnico CaCO3=carbonato de caacutelcio finos = gratildeos lt

0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm cascalho=gratildeosgt2mm

Como estudo complementar foi feita a anaacutelise granulomeacutetrica dos finos (silte+argila)

das amostras ACR8 ACR9 e ACR10 A fraccedilatildeo de silte grosso predominou entre as fraccedilotildees

finas nas trecircs estaccedilotildees como pode ser observado na

Tabela 5

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9

e ACR10 (porcentagem)

Estaccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

ACR8 279 149 053 2995 6524

ACR9 490 493 252 3424 5342

ACR10 494 313 154 6585 2454

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

512 Sedimentos do testemunho

47

O resultado da anaacutelise granulomeacutetrica do testemunho pode ser observado na Figura 16

e Tabela 6 Nota-se que do topo ateacute 30cm temos a predominacircncia da fraccedilatildeo areia com

porcentagem meacutedia de 6993plusmn1429 apoacutes essa camada a fraccedilatildeo dos finos (silte e argila)

predomina com porcentagem meacutedia de 7675plusmn1442

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar

Fonte Elaborada pelo autora finos = gratildeos lt 0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm

cascalho=gratildeosgt2mm

Alteraccedilotildees na dinacircmica deposicional dos sedimentos do rio Acarauacute ao longo do tempo

podem explicar a mudanccedila no tamanho do gratildeo depositado observada na distribuiccedilatildeo

granulomeacutetrica Isso pode ser explicado pela mudanccedila da hidrodinacircmica do estuaacuterio ou pela

entrada de material terriacutegeno com um maior teor de finos Em relaccedilatildeo a hidrodinacircmica a

alternacircncia entre camadas de sedimento mais finos e camadas de sedimento mais grossos

podem ser relacionados com periacuteodos de baixa energia e periacuteodos de alta energia

respectivamente Durante eventos de alta energia como por exemplo nas cheias do rio o

sedimento depositado no registro histoacuterico eacute caracterizado por material mais grosseiro

transportado como carga de fundo e depositado no local (MITRA et al 1999 BAacuteBEK et al

2011) Por outro lado uma possivel fonte de sedimentos finos para o local pode ser

relacionada com a construccedilatildeo de barragens e passagens secas Uma importante barragem

construiacuteda recentemente (1980-2000) eacute a barragem de Santa Rosa da qual o processo de

construccedilatildeo pode ter sido uma fonte de sedimentos finos para este local

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Porcentagem

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Finos

Areia

Cascalho

48

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho

AMOSTRAS Tipo de sedimento

0-5 cm Areia Lamosa

5-10 cm Areia Lamosa 10-15 cm Areia Lamosa

15-20 cm Areia

20-25 cm Areia 25-30 cm Areia Lamosa

30-35 cm Lama Arenosa

35-40 cm Lama 40-45 cm Lama

45-50 cm Lama

50-55 cm Lama 55-60 cm Lama Arenosa

Fonte Elaborada pela autora

Em relaccedilatildeo ao teor de carbono orgacircnico temos que do topo ateacute a profundidade de 25

cm a CO foi inferior a 1 com meacutedia de 060plusmn03 com valor miacutenimo de 017 no

intervalo de 20-25 cm (Figura 17) A partir de 25 cm houve um aumento da CO em relaccedilatildeo

as camadas superiores com meacutedia de 174plusmn04 atingindo o valor maacuteximo de 218 no

intervalo de 35-40 cm o que estaacute de acordo com o maacuteximo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos

finos

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho

Fonte Elaborada pela autora

Porcentagem

0 1 2 3 4 5 6 7

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

CO()

CaCO3 ()

Porcentagem

00 04 08 12 16

Pro

fundid

ade (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

AH ()

AF()

49

O teor de carbonato de caacutelcio apresentou um decliacutenio do topo ateacute a profundidade de 20

cm com meacutedia de 386plusmn25 (Figura 17) No intervalo de 15-30 cm foi verificada a ausecircncia

do CaCO3 Nas camadas seguintes o conteuacutedo de carbonato voltou a aumentar com meacutedia de

35plusmn108

No testemunho os aacutecidos huacutemicos (AH) variaram de nd a 009 mgg de sedimento

enquanto que os aacutecidos fuacutelvicos (AF) variaram de nd a 036 mgg de sedimento O perfil de

zig-zag dos AF representa as eacutepocas de cheias e estiagem as quais o rio Acarauacute foi submetido

Os aacutecidos huacutemicos possuem maior conteuacutedo de C e menor de O e consequentemente uma

massa maior que os aacutecidos fuacutelvicos (HUR E SCLAUTMAN 2004) e constituem os dominios

hidrofiacutelicos-hidrofoacutebicos das substacircncias huacutemicas (BALDOTTO E BALDOTTO 2014) Com

o grau de polimerizaccedilatildeo relativamente maior dos aacutecidos huacutemicos eacute possiacutevel constatar um

estaacutegio mais avanccedilado de humificaccedilatildeo Entretanto os aacutecidos fuacutelvicos conteacutem mais

agrupamentos ndash COOH por unidade de massa em relaccedilatildeo aos aacutecidos huacutemicos e juntamente

com a soma dos grupamentos fenoacutelicos caracterizam maior acidez total apresentando maior

capacidade de troca catiocircnica (CTC) que os aacutecidos huacutemicos e por sua vez contendo domiacutenios

predominantemente hidrofiacutelicos (BALDOTTO E BALDOTTO 2014)

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

A avaliaccedilatildeo dos HA tanto nos sedimentos superficiais do rio Acarauacute como no perfil

sedimentar do estuaacuterio fornece informaccedilotildees sobre o registro das entradas de contaminaccedilatildeo por

efluentes domeacutesticos ou induacutestria ou ateacute mesmo da entrada natural por plantas terrestres aleacutem

da variaccedilatildeo na predominacircncia de certas fontes ou emissotildees localizadas irregularmente

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais

A maioria dos hidrocarbonetos alifaacuteticos resolvidos consistiram na seacuterie de n-alcanos

n-C10 - n-C38 O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

nos sedimentos superficiais ao longo do curso do

rio Acarauacute com uma meacutedia de 540577 ngg-1

(Tabela 7) A concentraccedilatildeo maacutexima de n-

alcanos (843246ngg-1

) foi observada na estaccedilatildeo ACR10 enquanto que a miacutenima foi na

estaccedilatildeo ACR7 (265474 ngg-1

)

50

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute

n-alcanos (ngg-1) ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

nC10 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 3424 307

nC11 ltLD 5890 6064 1218 14309 7645 12237 2694 1526 18434

nC12 1951 7781 5894 4141 14120 12170 1718 3212 1723 15123

nC13 4886 14468 16556 4357 30059 15721 1580 4142 4192 24523

nC14 26565 26233 35804 31402 54307 2896 3808 24086 844 36334

nC15 99394 15093 5198 13974 5352 6492 23587 6499 755 13816

nC16 17427 30598 44496 73637 52651 51700 8490 45561 1148 36096

nC17 142438 11973 6196 33361 8879 13577 15288 9106 1741 9891

pristano 24510 4106 1398 4176 3650 1413 3560 780 282 1891

nC18 2340 1371 13361 27980 2394 1180 5339 15457 207 13419

fitano 12402 1923 2485 6067 444 694 2053 866 2280 4055

nC19 2310 2860 2681 5296 3695 5489 8122 3220 4702 4347

nC20 14636 6805 1150 6036 2151 1016 3899 11709 2954 7642

nC21 13008 2859 3073 4513 2290 6976 3998 3818 2187 1989

nC22 6569 3783 2747 2560 3058 2776 3567 7547 3098 3583

nC23 8881 3667 2573 4578 3898 9760 3565 4718 9975 8802

nC24 5682 1906 2475 2926 4685 9071 2470 5961 3545 1470

nC25 6469 2718 2805 4472 4207 9592 7449 6051 7351 6869

nC26 7009 4212 3310 9997 6440 12689 4166 10171 4154 27775

nC27 4279 10601 5573 9928 12071 4408 2278 16568 5390 32450

nC28 12884 9724 5993 26968 15852 20295 9397 18032 4941 80334

nC29 12785 29506 9674 29432 26932 27529 3527 46014 44705 88287

nC30 26161 77686 7527 30407 25114 19331 12801 143288 15249 73360

nC31 39329 2019 8667 40320 27357 23302 5787 174533 69600 84858

nC32 33418 24479 7488 26586 22070 15643 9006 68769 59656 46916

nC33 20722 8318 8576 27395 20880 2679 25167 83597 62714 55489

nC34 51234 9563 7115 22467 19116 5117 13680 23557 22893 35672

nC35 23685 15228 145541 12688 19927 11349 59884 40644 26372 53232

nC36 44587 109780 9787 9755 11169 7534 3956 56001 172491 51181

nC37 29061 1315 3067 37630 50413 1252 3832 2265 73385 2766

nC38 9567 ltLD ltLD ltLD ltLD 13527 1263 ltLD 13452 2333

sumAlcanos (ngg-1) 704190 446465 377274 514269 467491 322822 265474 838866 626935 843246

Fonte Elaborado pela autora ltLD= menor que o limite de detecccedilatildeo

Os perfis de n-alcanos das amostras superficiais podem ser observados na Figura 18

Na amostra ACR1 predominaram os homoacutelogos n-C15 e n-C17 Na estaccedilatildeo ACR2

predominaram os alcanos n-C30 e n-C36 Na ACR3 ACR6 e ACR7 predominou o alcano n-

C35 Nas estaccedilotildees ACR4 e ACR5 predominou o homoacutelogo n-C16 Na ACR9 houve a

presenccedila de n-alcanos com peso molecular maior com destaque para a alta concentraccedilatildeo de n-

C36 Nas estaccedilotildees ACR8 e ACR10 houve uma maior concentraccedilatildeo dos n-alcanos com peso

molecular maior sem predominacircncia de iacutempares ou pares

51

Fonte Elaborada pela autora

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR1

n-alcanos

ACR2

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR3

n-alcanos

ACR4

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR5

n-alcanos

ACR 6

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR7

n-alcanos

ACR8

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR9

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

n-alcanos

ACR10

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

52

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio Acarauacuteem ngg-1

n-alcanos (ngg-1) 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

nC10 ltLD 405 678 063 548 2514 1156 1464 623 549 069 243

nC11 ltLD 2705 13191 319 470 28398 9705 19712 ltLD 2478 6781 1422 nC12 ltLD 2823 2513 861 3139 4583 1187 365 2799 ltLD 2701 854

nC13 ltLD 625 1245 793 1961 1793 1215 1742 1103 1904 1976 1272

nC14 1434 1121 4093 1077 2019 2224 734 1880 1817 24924 2558 792 nC15 2658 3286 8452 4383 12533 12717 3252 9060 7736 4238 10333 9228

nC16 4929 23397 12156 3709 5982 5389 2924 4553 5464 4454 11591 10548

nC17 1837 6583 5735 6010 13641 11857 1990 5984 9530 2741 6946 11837

pristano 2559 2694 3837 961 2782 1889 1638 2346 1466 480 2840 1350

nC18 699 19312 1352 678 1012 1218 826 1247 460 554 1668 1417

fitano 658 1744 1197 246 5602 1324 378 1173 479 701 1624 1576 nC19 3749 1043 8135 3208 7058 6771 2416 5873 3701 1675 6231 7228

nC20 1226 2061 1654 1411 2138 2706 462 12819 868 908 2068 3889

nC21 2291 3702 3691 1621 2128 2580 2022 2411 2032 1165 3746 2352 nC22 1677 2326 3638 1914 3219 2061 1231 2416 2226 1034 1419 5059

nC23 1414 2469 7173 943 3505 2584 1170 3014 4234 1453 3598 3848

nC24 1088 3164 2341 761 2927 870 1370 697 1713 832 1574 4633 nC25 786 6004 3979 1896 4559 4333 635 2439 2710 620 1980 4628

nC26 1913 6277 3119 1552 2523 2364 1408 2148 1121 994 2383 3487

nC27 1634 12408 1438 1085 2284 1677 1179 3644 1949 2626 1839 5740 nC28 1462 11790 1322 832 2567 2932 1260 1579 2626 1087 897 7236

nC29 1699 26404 23058 1353 2372 4427 1610 1961 1618 1440 2245 10850

nC30 750 14993 1647 1101 3243 3106 3693 7261 1794 4019 1299 1017 nC31 3341 26952 8481 1635 1798 3038 3015 7002 3857 4242 5005 6071

nC32 2979 12723 15380 869 1656 2702 2691 2404 5916 1444 919 2117

nC33 1057 18736 38115 1339 3752 3029 977 4288 954 2445 4371 1947 nC34 1983 44912 9230 932 1088 2515 11265 13922 1239 687 5477 2957

nC35 1798 18222 2955 404 222 ltLD 215 139 1629 703 1474 636

nC36 720 58593 302 ltLD 162 458 5491 1427 1391 ltLD 4462 14808 nC37 1987 40245 673 1165 1345 540 747 2466 4168 1981 1650 9181

nC38 2504 48447 ltLD 4600 3080 ltLD 723 421 616 ltLD 2432 20103

sumAlcanos (ngg-1) 50830 426167 190778 47720 101316 122600 68585 127855 77842 72380 104155 158327

Fonte Elaborado pela autora

53

522 n-alcanos no testemunho sedimentar

O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10 - C38 variou de 47720 ngg-1

(15-20 cm) a 426167 ngg-1

(5-10 cm) nos sedimentos das seccedilotildees do testemunho com uma

meacutedia de 129046 ngg-1

(Tabela 8) A concentraccedilatildeo de n-alcanos totais foi aumentando em

direccedilatildeo ao topo com um pico na profundidade 5-10 cm

523 Biomarcadores do petroacuteleo

5231 Sedimentos superficiais

A maioria das estaccedilotildees apresentou a presenccedila da seacuterie de hopanos e esteranos As

concentraccedilotildees dos 5 hopanos e 5 esteranos identificados e quantificados nas amostras de

sedimento superficial estatildeo naTabela 9

Nas amostras de sedimento superficial a concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD

(ACR3) a 6787 μgg-1

(ACR6) com destaque para o C29-hopano (NH) (Tabela 9) As

estaccedilotildees ACR1 ACR4 e ACR6 tiveram os maiores valores de sumHop Por outro lado os

esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 2327 μgg-1

(ACR4) com destaque para o

C28αββ (SR)(Tabela 9) A estaccedilatildeo ACR4 apresentou o maior valor para sumEster com

predominacircncia dos compostos C28αββ (SR)e C29αββ (SR)

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

BIOMARCADORES ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

17α(H)-222930 - trisnorhopano 051 ltLD 040 576 519 310 411 373 252 106

17α(H)21β(H)-30-norhopano 5470 1214 ltLD 3860 2610 6787 569 3985 2387 116

17α(H)21β(H) - hopano 2420 ltLD 548 510 ltLD 2867 389 600 553 412 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 1356 1928 ltLD 2062 690 2605 ltLD 527 1066 1541

17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 1109 250 1010 2308 2049 1921 1358 307 1792 2348

ααα - colestano 044 ltLD ltLD ltLD 031 023 ltLD ltLD 143 02 αββ- colestano 061 094 ltLD 158 664 291 ltLD ltLD 284 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD ltLD 2327 ltLD 1479 ltLD ltLD ltLD 258

ααα - 20R 24R - etilcolestano 449 064 ltLD 634 104 371 ltLD 072 650 ltLD αββ - 20R 24R - etilcolestano 125 152 1156 1643 ltLD 036 ltLD 262 060 534

sumBiomarcadores 11085 3748 2757 14089 6666 16690 2737 6127 7188 5338

sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 ltLD 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

5232 Testemunho

No testemunho o somatoacuterio dos biomarcadores (sumBiomarcadores) estudados variou

de 3286 μgg-1

(45-50 cm) a 10071μgg-1

(40-45 cm) (

54

Tabela 10) A concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD a 3662 μgg-1

(30-35 cm)

com destaque similar aos sedimentos superficiais para o C29-hopano (NH) No perfil de

concentraccedilatildeo podemos observar dois picos de concentraccedilatildeo maacutexima em 10-15 cm e 40-45

cm de profundidade Por outro lado os esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 6

μgg-1

(55-60 cm) com destaque para o C29αββ (SR) O sumEster teve um maacuteximo em 10-15

cm e um miacutenimo em 15-20 cm

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

)

BIOMARCADORES 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

17α(H)-222930 - trisnorhopano 461 265 155 254 135 099 198 228 418 ltLD 316 212 17α(H)21β(H)-30-norhopano 2270 2707 2404 1950 1474 839 3662 1502 2164 741 2687 2651

17α(H)21β(H) - hopano 1238 067 1163 188 320 688 257 771 1469 409 096 1004 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 2135 286 1934 868 460 674 ltLD 1274 2454 1769 999 ltLD 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 500 104 2638 320 791 1557 1908 1505 2878 037 1797 864

ααα - colestano ltLD ltLD 050 ltLD ltLD ltLD 095 114 045 050 ltLD 021 αββ- colestano 334 415 207 041 ltLD ltLD 284 148 039 ltLD 371 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD 326 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ααα - 20R 24R - etilcolestano ltLD ltLD 044 120 ltLD 121 ltLD 034 ltLD ltLD 113 056 αββ - 20R 24R - etilcolestano 433 225 243 ltLD 220 176 205 103 596 280 242 603

sum Biomarcadores 7385 4068 9164 3790 3419 4172 6610 5679 10071 3286 6625 5428 sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747 sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos

As concentraccedilotildees individuais dos 56HPAs identificados e quantificados nos

sedimentos superficiais e no testemunho assim como as razotildees diagnoacutesticas usadas nesse

estudo para a identificaccedilatildeo das possiacuteveis fontes estatildeo na Tabela 11 e no Apecircndice A

respectivamente

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais

As concentraccedilotildees totais dos 56 HPAs (sumHPA56) analisados variaram de 42740 ngg-1

(ACR3) a 515073 ngg-1

(ACR8) (Tabela 11) nos sedimentos superficiais O somatoacuterio dos

16 HPAs prioritaacuterios da USEPA foi expresso como sumHPA16 e variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720 ngg-1

(ACR5) Em geral as concentraccedilotildees de HPAs depedem da

localizaccedilatildeo das fontes em relaccedilatildeo as estaccedilotildees como proximidade de um porto uma regiatildeo

densamente habitada ou uma regiatildeo industrial As maiores concentraccedilotildees foram observadas

em ACR4 ACR5 ACR7 ACR8 e ACR9 E as menores concentraccedilotildees foram observadas em

ACR1 ACR3 e ACR6

55

Essas concentraccedilotildees elevadas tiveram dois principais compostos responsaacuteveis a seacuterie

de naftalenos e o dibenzo(a)antraceno

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

)

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAs

2 a

neacuteis

Naftaleno 3089 417 1537 32992 ltLD 4460 ltLD 54058 ltLD 2573

2-metilnaftaleno ltLD ltLD 646 7208 ltLD 1177 ltLD 8631 ltLD 780

1-metilnaftaleno ltLD ltLD 100 4468 ltLD ltLD ltLD 7021 ltLD 464

16-dimetilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 1983

12-dimetilnaftaleno 958 1046 4177 12420 6880 992 ltLD 12257 ltLD 2237

235-trimetilnaftaleno 6178 ltLD ltLD 87821 ltLD 5936 ltLD 129316 10908 1401

Bifenil ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 676 ltLD 180 ltLD 492

3 a

neacuteis

Acenaftileno ltLD 141 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno 910 ltLD ltLD 1556 ltLD 1110 ltLD 2202 1638 336

1-metilfluoreno 281 188 078 057 084 066 077 286 108 066

Fenantreno 1460 1463 1739 1817 1462 1498 200 1407 2127 1241

Antraceno 540 464 543 502 456 1474 1112 330 503 830

Carbazole 5176 1632 2275 5096 1920 4456 1631 4190 4962 3112

9-etil-10-metilfenantreno 046 060 200 046 785 037 018 013 158 055

4 a

neacuteis

Fluoranteno 758 155 306 768 224 547 150 577 803 871

Pireno 1051 612 885 1214 331 846 222 1170 1343 1213

1-metilpireno 740 231 240 240 539 205 221 303 220 268

Benz(a)antraceno 561 354 569 1452 749 424 391 282 361 600

Trifenileno 3765 133 140 1033 372 208 179 109 149 1848

Criseno ltLD ltLD 070 1401 111 169 463 ltLD 099 784

6-metilcriseno 1764 286 294 323 847 251 628 222 494 566

6-etilcriseno 4188 257 431 371 493 232 217 741 197 341

5 a

neacuteis

Benz(b)fluoranteno 3723 935 850 1335 1103 901 542 562 825 5356

Benzo(k)fluoranteno 2198 1314 1600 1214 1891 1626 1289 1039 1413 4302

Benzo(e)pireno 2402 1576 1451 1259 1720 1234 1442 863 1285 15825

Benzo(a)pireno 2569 1942 1228 1706 1789 1825 1224 1155 1693 2581

Perileno 866 1068 2751 1234 768 433 497 675 1329 16784

Dibenzo(ah)antraceno ltLD 97858 ltLD ltLD 190387 ltLD 181447 30111 ltLD ltLD

6

an

eacuteis

Indeno(123-cd)pireno 2992 2137 2373 4330 7459 3794 5025 1046 1575 16385

Benzo(ghi)perileno 2044 3049 2444 2710 1759 1665 1220 3570 13969 2308

HPAs alquilados

sum C1-C4 naftalenos ltLD 4692 6153 137453 5202 8616 ltLD 243020 321927 9378

sum C1-C3 fluorenos ltLD 1130 1436 833 133 749 ltLD 1104 3770 8758

sum C1-C4 fenantrenos ltLD 779 1014 ltLD 1578 ltLD 418 874 1788 5429

sum C1-C4 pirenos 3116 944 4595 1863 4619 1379 1913 2635 3515 9068

sum C1-C3 crisenos 2356 ltLD 1627 490 2157 ltLD 625 3937 2283 6862

HPAs sulfurados

Dibenzotiofeno 366 823 968 730 ltLD 926 ltLD 886 305 396

46-dimetildibenzotiofeno 163 057 ltLD 193 054 ltLD ltLD 069 790 338

Dibenzofurano 108 259 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 199 ltLD ltLD

sum C1-C4 dibenzotiofenos ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 2196 1997

Paracircmetros

sum HPAs16 21929 110878 14143 52998 207720 20339 193285 97542 26349 39381

sum HPAs56 54402 126039 42740 316136 235871 47937 201161 515073 382732 127828

sum HPAs alquilados 5472 7545 14825 140639 13689 10744 2957 251570 335479 41491

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 5999 2486 3819 36868 1917 8542 1311 57997 4268 4980

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 15930 108392 10324 16130 205803 11796 191974 39545 22081 34401

Fonte Elaborada pela autora

Apesar do ΣHPA16 (14143 - 207720 ngg-1

) no rio Acarauacute estaacute abaixo dos niacuteveis

encontrados em regiotildees com intensa atividade urbana ou ateacute mesmo atividade portuaacuteria como

as cidades de Montevideo e Xinxiang os niacuteveis encontrados estatildeo proacuteximos de aacutereas urbanas

e rurais como o Rio Durance (Franccedila) e a regiatildeo metropolitana de Curitiba (

56

Tabela 12) Segundo Benlahcer e colaboradores (1997) os sedimentos com ΣHPAs ateacute

250 ngg-1

satildeo considerados como levemente poluiacutedos entre 250 e 2000 ngg-1

satildeo

considerados moderadamente poluiacutedos e acima de 2000 ngg-1

satildeo considerados altamente

poluiacutedos Desta forma podemos classificar os sedimentos das estaccedilotildees ACR1 ACR3 e ACR6

como levemente poluiacutedas e a estaccedilatildeo ACR 5 como altamente poluiacuteda ficando o restante

classificado como moderadamente poluiacutedo

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo

nos uacuteltimos cinco anos

Local Atividade Variaccedilatildeo de

sumHPAs (ngg)

ndeg de HPAs

estudados Referecircncia

Rio Iguaccedilu Curitiba Brasil Aacuterea urbana e industrial 131 - 1713 16 LEITE et al 2011 Mar Egeu Mediterracircneo Aacuterea urbana e industrial lt415 - 405 14 KUCUKSEZGIN et al 2012

Delta do Rio Amarelo China Exploraccedilatildeo de petroacuteleo

agricultura e pesca 27-753 16 YUAN et al 2014

Estuaacuterio do Rio da Prata Uruguai Aacuterea urbana e industrial 196-65501 16 VENTURINI et al 2015

Xinxiang China Aacuterea industrial 4450 - 29000 15 FENG et al 2016 Rio Cocoacute e Cearaacute Fortaleza Brasil Aacuterea urbana 3488 ndash 301716 54 OLIVEIRA 2016

Porto do Mucuripe Fortaleza Cearaacute Aacuterea portuaacuteria 6527 - 6833354 54 OLIVEIRA 2016

Baiacutea de Paranaguaacute Aacuterea urbana e portuaacuteria ltLD - 572 16 DE ABREU-MOTA et al 2014

Baia de Laranjeiras Brasil Aacuterea de conservaccedilatildeo e

recreaccedilatildeo 385 - 892 - MARTINS et al 2012

Rio Durance Franccedila Agricultura 57ndash1528 16 KANZARI et al 2015 Rio Jaguaribe Agricultura carcinicultura 069 a 375202 16 ANDRADE 2012

Rio Pacoti Carcinicultura aacuterea de

conservaccedilatildeo aacuterea urbana 119512 - 290625 16 FERNANDES 2013

Rio Acarauacute Agricultura carcinicultura 14143 - 207720 16 Presente estudo

Fonte Elaborada pela autora

Em contrapartida podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs satildeo

relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente Dessa forma esses compostos satildeo os maiores responsaacuteveis pelo

niacutevel de contaminaccedilatildeo na regiatildeo

57

Fonte Elaborada pela autora baseado em LIMA et al 2005N F Fl D e C correspondem a naftaleno fenantreno fluoreno dibenzotiofeno e criseno respectivamente

0-4 representam o nuacutemero do carbono dos grupos alquilados nas seacuteries homologas de HPAs alquilados BF a BghiP correspondem aos outros 15 HPAs prioritaacuterios pela

USEPA Atenccedilatildeo para as diferentes escalas do eixo Y

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

) ACR1

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR2

DahA0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

ACR3

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR4

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0102030405060708090

100

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR5

DahA0

1000

2000

Co

nce

ntr

accedilatildeo

(ng

g)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR6

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR7

DahA0

1000

2000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

04080

120160200240280320360400

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR8

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

1500

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR9

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

1000

2000

3000

Concentr

accediloم

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR10

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio Acarauacute

58

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho

As concentraccedilotildees individuais dos HPAs variaram de ltLD a 6181 ngg-1

enquanto que

o sumHPAs16 variou de 13197 ngg-1

(5-10 cm) a 685419 ngg-1

(35-40 cm) (Figura 20 e

Apecircndice A) A distribuiccedilatildeo dos HPAs foi dominada pelo dibenzo(ah) antraceno e pela seacuterie

de naftalenos alquilados com esses compostos correspondendo de 10-75 e 2-77 do total

de HPAs respectivamente Esse mesmo domiacutenio foi observado nos sedimentos superficiais

ao longo do curso do rio Acarauacute

Podemos observar que a concentraccedilatildeo de HPAs cresce nas camadas mais profundas do

testemunho contrariando a tendecircncia observada em outros trabalhos de uma maior

concentraccedilatildeo dos HPAs nos sedimentos superficiais que correlaciona-se com o aumento da

taxa de ocupaccedilatildeo da regiatildeo (MACHADO et al 2014) Esse padratildeo de variaccedilatildeo com um pico

de HPAs em seccedilotildees mais profundas foi observado em vaacuterios trabalhos (SUN E ZHANG

2012 DUAN et al 2015) e foi atribuido a mudanccedila na fonte de energia utilizada pela

populaccedilatildeo do local Na bacia do rio Acarauacute o uso de carvatildeo vegetal pelas induacutestrias de

cimento foi estimulado pelo Governo Federal por causa da crise internacional do petroacuteleo na

deacutecada de 70 (SEMACE 1998) Durante vinte anos essa praacutetica foi uma praacutetica comum que

devastou a caatinga na regiatildeo e que teve seu registro nos sedimentos do estuaacuterio do Acarauacute

59

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio

Acarauacute

FLTR

0 10 20 30 40 50 60

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

HPAs16

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000 8000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

NAF

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 10 20 30 40

FEN

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 5 10 15 20 25 30

CRI

0 10 20 30 40 50

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

ANT

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2 4 6 8 10 12

Pir BaA

0 5 10 15 20 25 30

BbF

0 20 40 60 80 100120140160180

BkF

0 20 40 60 80 100

BeP

0 100 200 300 400 500

BaP

0 50 100 150 200 250 300 350

PER

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 200 400 600 800

DahA

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5 IcdP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100120140

BghiP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100 120

PIR

0 10 20 30 40 50

Fonte Elaborado pela autora

60

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute

Para a determinaccedilatildeo de fontes dos hidrocarbonetos nos sedimentos superficiais do rio

Acarauacute foram utilizadas as razotildees diagnoacutesticas na Tabela 13

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos

sedimentos superficiais do rio Acarauacute

Hidrocarbonetos Razotildees diagnoacutesticas ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAS

sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 073 098 073 030 099 058 099 041 084 087

BaA(BaA +Cri) 094 091 089 051 087 071 046 089 078 043

IP(IP+BghiP) 059 041 049 062 081 069 080 023 010 088

FenAnt 270 315 320 362 321 102 018 426 423 150

FltrPir 072 025 035 063 068 065 067 049 060 072

Per5 aneacuteis 795 103 5364 2238 039 774 027 200 2548 5981

Alcanos

CPI (15-19) 1237 129 039 088 048 093 532 048 494 082

CPI (25-33) 081 044 122 105 113 090 103 128 197 109

n-C27+ n-C29+n-C31 56393 42127 23914 79680 66360 55239 11592 237116 119695 205595

Isoprenoacuteides

nC17Pr 581 292 443 799 243 961 429 1168 618 523

nC18Fit 019 071 538 461 539 170 260 1785 009 331

PrFit 198 214 056 069 822 203 173 090 012 047

Biomarcadores sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 010 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

Jaacute para a caracterizaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos no testemunho sedimentar do

estuaacuterio do rio Acarauacute foram utilizadas as razotildees apresentadas na Tabela 14

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o

rio Acarauacute

Razotildees diagnoacutesticas 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

sum HPAs (4-6 aneacuteis)

sum HPAs16 095 072 096 089 057 061 090 100 098 099 099 099

Per5 aneacuteis 6426 3265 7752 415 2883 583 8920 021 2970 031 073 069

BaA(BaA+Cri) 066 088 013 085 088 094 097 073 062 074 034 095

IP(IP+BghiP) 065 056 042 056 052 041 048 084 027 051 035 017

FenAnt 398 153 209 187 274 685 484 222 204 267 017 196

FltrPir 125 090 097 119 061 170 015 227 391 058 063 111

CPI (15-19) 237 049 274 483 733 691 353 385 580 175 302 400

CPI (25-33) 114 120 254 146 135 121 038 071 100 147 154 178

n-C27+ n-C29+n-C31 6673 65765 32977 4074 6455 9142 5805 12606 7424 8308 9089 22661

nC17Pr 072 244 149 625 490 628 121 255 650 571 245 877

nC18Fit 106 1107 113 276 018 092 218 106 096 079 103 090

PrFit 389 154 321 391 050 143 433 200 306 068 175 086

sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747

sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas

Os hidrocarbonetos de origem antropogecircnica no meio ambiente acabam misturando-se

com outras fontes de background presentes na aacuterea impactada

61

Os hidrocarbonetos biogecircnicos satildeo originados por processos bioloacutegicos ou na

diagecircnese primaacuteria em sedimentos marinhos recentes As fontes biogecircnicas incluem plantas

terrestres fitoplancton animais bacteacuterias e macroalgas Uma forma de medir a contribuiccedilatildeo

biogecircnica na siacutentese dos alcanos eacute o iacutendice preferencial do carbono (IPC (25-33)) que indica a

contribuiccedilatildeo relativa das fontes naturais (IPC gt1 biogecircnicoterrestre) comparada com as

fontes antropogecircnicas (IPClt1 contaminaccedilatildeo por petroacuteleo) (EGLINTON E HAMILTON

1967 ABOUL-KASSIM E SIMONEIT 1995 VOLKMAN et al1992)

Outra caracteristica das fontes biogecircnicas eacute relacionada com os hidrocarbonetos

isoprenoacuteides onde a concentraccedilatildeo de pristano eacute maior do que a de fitano sugerindo a entrada

de mateacuteria orgacircnica fitoplantocircnica e a razatildeo PriFit gt1 ( tipicamente entre 3 e 5) enquanto

que a razatildeo de PriFit lt1 indica contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (WANG E FINGAS 2003 HU et

al 2011) Em sedimentos recentes as razotildees de Prin-C17 e Fitn-C18 lt1 indicam entrada

relativamente recente de oacuteleo enquanto que valores maiores que 1 juntamente com

concentraccedilotildees altas de hidrocarbonetos sugerem a presenccedila de oacuteleo degradado

(COMMENDATORE et al 2012 WANG et al 2015)

Aleacutem disso o perileno um HPA de 5 aneacuteis apresenta a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) com um valor maior que 10 para fontes diageneacuteticas (natural

biogecircnica) desse composto (SOCLO et al 2000 WANG et al 2014)

Por outro lado a presenccedila de biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) sugere

contaminaccedilatildeo petrogecircnica pois eles satildeo constituintes comuns do petroacuteleo e seus derivados

(WANG E FINGAS 2003)

Dessa forma essas caracteriacutesticas podem ser usadas para identificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo

das fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

5411 Sedimentos superficiais

O valor do IPC (15-19) variou de 039 (ACR3) a 1237(ACR1) (Tabela 13) De acordo

com esses valores nas estaccedilotildees ACR1 (1227) ACR7 (532) e ACR9 (494) as cadeias curtas

de n-alcanos apresentaram uma forte predominacircncia de cadeias com um numero iacutempar de

carbono em relaccedilatildeo as com nuacutemero par Em ACR1 o alto valor daacute-se devido as altas

concentraccedilotildees de n-C15 e n-C17 que indicam uma possiacutevel produccedilatildeo autoacutectone da mateacuteria

orgacircnica pois tais alcanos estatildeo relacionados com a atividade planctocircnica o mesmo ocorre

em ACR7 soacute que em menor proporccedilatildeo Apesar de possuir um alto valor de IPC (15-19) a

estaccedilatildeo ACR 9 natildeo apresenta valores significativos dos compostos n-C15 e n-C17 Esse alto

valor do IPC em ACR1 pode ser relacionado com a proximidade do accedilude Araras que eacute o

62

quarto maior accedilude do Cearaacute e fica a montante desta estaccedilatildeo A construccedilatildeo de reservatoacuterios

altera a circulaccedilatildeo do sistema fluvial que antes era loacutetico e passa para uma ambiente

intermediaacuterio entre loacutetico e lecircntico devido a circulaccedilatildeo vertical e horizontal originada pela

operaccedilatildeo da barragem (MARGALEF 1983) Esses reservatoacuterios recebem o aporte do

escoamento superficial perifeacuterico lanccedilamento de efluentes das comunidades circunvizinhas

aleacutem das atividades desenvolvidas no seu interior como a piscicultura (MARGALEF 1983)

Essas atividades fornecem nutrientes para o desenvolvimneto fitoplantocircnico o que explica os

altos valores dos n-alcanos caracteristicos da comunidade fitoplantocircnica

Fonte Elaborado pela autora

O valor do IPC (25-33) variou de 044 (ACR2) a 197 (ACR9) (Figura 21) Isso

demonstra que a maioria das estaccedilotildees natildeo apresentou perfis com predominacircncia de cadeias

longas com nuacutemero de carbono iacutempar ou par o que resulta na possiacutevel fonte de derivados do

petroacuteleo A estaccedilatildeo ACR9 apresentou o maior valor de IPC indicando uma maior

contribuiccedilatildeo das plantas terrestres superiores (EGLINTON E HAMILTON 1967) o que eacute

plausiacutevel visto a proximidade com o estuaacuterio

A origem do perileno um HPA de 5 aneacuteis eacute bastante controversa Em muitos

trabalhos a origem do perileno foi encontrada como diferente dos outros HPAs

(BUDZINSKY 1997 SOCLO et al 2000 CAVALCANTE et al 2008) O perileno pode

ser introduzido no ecossistema aquaacutetico por vaacuterios processos sendo a degradaccedilatildeo de

precursores biogecircnicos a fonte predominante (GSCHWEND E HITES 1981) Segundo

Venkatesan (1988) um sistema favoraacutevel para a formaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do perileno eacute

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

2

4

6

8

10

12

14

IPC (25-33)

IPC (15-19)

Iacutend

ice

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais

63

encontrado em regiotildees aquaacuteticas com alta produccedilatildeo bioloacutegica como estuaacuterios e lagos Aleacutem

disso o perileno pode ter uma origem terrestre mas a fonte terriacutegena desse composto

permanece desconhecida O perileno tambeacutem pode ser derivado de material autoacutectone como

as diatomaacuteceas (VENKATESAN 1988) No entanto no escopo desse trabalho natildeo foi

possiacutevel determinar a origem terrestre ou autoacutectone do perileno encontrado

No entanto alguns estudos tecircm-se desenvolvido em direccedilatildeo agrave determinaccedilatildeo do caraacuteter

antroacutepico ou natural das fontes de HPAs comparando-se as concentraccedilotildees de perileno com os

demais HPAs (BAUMARD et al 1988 BUDZINSKY et al 1997 SOCLO et al 2000

WANG et al 1999 WANG et al 2014) Em relaccedilatildeo ao carater antroacutepico do perileno

estudos mostraram que esse composto pode ser produzido em processos de combustatildeo de

biomassa e combustiacuteveis foacutesseis (PAGE et al 1999 WANG et al 1999)

Na Figura 22 podemos observar que apenas as razotildees em ACR3 (5364) ACR4

(2238) ACR9 (2547) e ACR10 (5980) apresentaram a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) gt 10 indicando assim a origem natural do perileno Esse

resultado na estaccedilatildeo ACR9 e ACR10 jaacute era esperado uma vez que apresentam maior

produtividade bioloacutegica devido as suas localizaccedilotildees no estuaacuterio As estaccedilotildees ACR3 e ACR4

localizam-se antes e depois do municiacutepio de Sobral respectivamente As outras estaccedilotildees

apresentaram valores menores que 10 o que indica a fonte piroliacutetica desse HPA (PAGE et

al 1999 WANG et al 1999)

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

Per

5an

eacuteis

()

Origem

Piroliacutetica

Origem

Natural

Fonte Elaborado pela autora

Os alcanos pristano e fitano satildeo os constituintes mais comuns dos isoprenoacuteides nos

sedimentos mas as suas abundacircncias relativas variam bastante A razatildeo de pristano em

relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) (Figura 23) nos sedimentos superficiais variou de 012 (ACR9) a

64

822 (ACR5) Em sedimentos natildeo-contaminados a razatildeo PriFit eacute maior do que 1

normalmente entre 3 e 5 (STEINHAUER E BOEHM 1992) A maioria das estaccedilotildees

apresentou a a razatildeo PriFit menor ou proacuteximo a 1 indicando os derivados de petroacuteleo como

fonte de hidrocarbonetos principal Um valor alto para a razatildeo PriFit foi observado na

estaccedilatildeo ACR5 localizada antes de Santana do Acarauacute e relativamente distante dos centros

urbanos

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18

Fonte Elaborado pela autora

No que diz respeito as razotildees n-C17Pri e n-C18Fit ambos os isoprenoacuteides satildeo

degradados mais lentamente do que o seu alcano associado devido as preferecircncias

microbianas (COLOMBO et al 1989) Dessa forma razotildees menores do que 2 indicam

contribuiccedilatildeo recente de oacuteleo enquanto que valores maiores indicam resiacuteduos de oacuteleo

degradado (COLOMBO et al 1989) A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri)

variou de 243 (ACR5) a 1168 (ACR8) (Tabela 13) Em todas as estaccedilotildees foi observado que

o n-C17 predominou sobre o pristano (Figura 23) indicando contribuiccedilatildeo planctocircnica para a

mateacuteria orgacircnica (READMAN et al 2002) A razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-

C18Fit) variou de 009 (ACR9) a 1785 (ACR8) (Tabela 13) Essa razatildeo atualmente indica a

degradaccedilatildeo microbiana inicial em resiacuteduos de oacuteleo (DIEZ et al 2007) As estaccedilotildees ACR1

ACR2 ACR6 e ACR9 apresentaram as menores razotildees o que eacute indicativo da presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradado (DIEZ et al 2007) Isso acontece pois o n-C18 tende a ser

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

Raz

atildeo

Estaccedilotildees

nC17Pri

nC18Fit

PriFit

65

degradado preferencialmente em relaccedilatildeo ao fitano na degradaccedilatildeo microbiana Por sua vez as

outras estaccedilotildees com destaque para a estaccedilatildeo ACR8 demonstraram uma maior contribuiccedilatildeo

da produtividade primaacuteria na sua mateacuteria orgacircnica

A distribuiccedilatildeo dos biomarcadores do sumHop e sumEster nos sedimentos superficiais estaacute

demonstrada na Figura 24 Em estudos anteriores a presenccedila de hopanos e esteranos foi

relacionada com o material particulado proveniente da exaustatildeo do motor de caminhotildees

(ROGGE et al 1993 SCHAUER et al 2002 KLEEMAN et al 2008) Esses

biomarcadores pertencem a fraccedilatildeo de alta ebuliccedilatildeo do oacuteleo cru devido a isso natildeo satildeo

encontrados nem na gasolina nem no diesel Ao inveacutes disso eles vatildeo ser originados do oacuteleo

lubrificante (ROGGE et al 1993) Aleacutem disso Kleeman e colaboradores (2008) analisando

material particulado oriundo das emissotildees de carros movidos a diesel utilizaram o

17α(H)21β(H)-30-norhopano (NH) como um indicador de oacuteleos lubrificantes Por outro lado

Bieger e colaboradores (1996) compararam oacuteleos lubrificantes novos e usados fuligem da

descarga poeira de estradas e sedimentos da Baiacutea de Conception - Canadaacute e correlacionaram

a impressatildeo digital dos hidrocarbonetos no sedimento com os biomarcadores presentes em

oacuteleo lubrificantes utilizados em automoveis e barcos da regiatildeo Jaacute Boonyatumanond e

colaboradores (2006) encontraram uma predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 e

atribuiram essa caracteristica a poeira de estrada que apresentava mesma impressatildeo digital de

hopanos Essa poeira de estrada consiste de asfalto partiacuteculas de pneus solo partiacuteculas de

exaustatildeo vazamentos de oacuteleo e combustiacutevel e deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e estaacute diretamente

associada com o traacutefego nas rodovias (BOONYATUMANOND et al 2006) Dessa forma

como a regiatildeo do rio Acarauacute natildeo foi um local de derramento de petroacuteleo nem eacute uma regiatildeo

perto de refinarias ou industria petroquiacutemica podemos inferir que essas moderadas

concentraccedilotildees de hopano e esteranos satildeo derivadas da utilizaccedilatildeo de oacuteleos lubrificantes nos

automoacuteveis e nos barcos a motores da regiatildeo que chegam ao rio por meio do escomaento

superficial ou mesmo das poeiras das rodovias que constituem as principais vias de acesso da

regiatildeo O que ratifica essa fonte eacute a predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 em

todas as estaccedilotildees como foi citado anteriormente Podemos observar que as estaccedilotildees ACR1

ACR4 e ACR6 apresentaram as maiores concentraccedilotildees desses marcadores moleculares

especialmente os hopanos A estaccedilatildeo ACR1 fica logo apoacutes o accedilude Araras que eacute utilizado

como uma aacuterea de lazer com a presenccedila de jet-skis e barcos a motores que representam fontes

potenciais dos hopanos e esteranos Por sua vez a estaccedilatildeo ACR4 e ACR6 ficam a montante

das cidades de Sobral e Santana do Acarauacute respectivamnete

66

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e

esteranos (sumEster) nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

Conce

ntr

accedilatilde

o (gg

)

op

Ester

Fonte Elaborado pela autora

5412 Testemunho

No testemunho a maioria das amostras apresentaram valores do IPC (25-33) proacuteximos

a 1 o que sugere a contaminaccedilatildeo petrogecircnica (Tabela 14 Figura 25) Apenas a camada 10-15

cm apresentou um valor alto de IPC que significa a predominacircncia dos homoacutelogos com

carbonos impares sugerindo uma fonte de plantas terrestres superiores

Jaacute os valores do IPC (15-19) variaram de 049 (5-10 cm) a 733 (20-25 cm) (Tabela

14) Observou-se uma variaccedilatildeo do IPC (15-19) ao longo do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute

com picos nas profundidades de 20-25 cm e 45-50 cm Isso sugere uma variaccedilatildeo na origem da

mateacuteria orgacircnica com uma diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo autoacutectone em relaccedilatildeo ao topo

67

Fonte Elaborado pela autora

Por outro lado a razatildeo Per5 aneacuteis nos mostra que a maioria das seccedilotildees possuem um

caraacuteter natural da mateacuteria orgacircnica (Figura 25) o que eacute indicado pela porcentagem maior do

que 10 na razatildeo Per5 aneacuteis com possiacutevel fonte diageneacutetica do Per As altas

concentraccedilotildees de perileno tem sido relacionados com sedimentos anoacutexicos com alta

produtividade bioloacutegica (MEIRE et al 2008 WANG et al 2014)

A razatildeo de pristano em relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) variou de 050 (20-25 cm) a 433

(30-35 cm) (Tabela 14) O pristano eacute encontrado em maiores proporccedilotildees que o fitano em

sedimentos marinhos natildeo contaminados por petroacuteleo (PriFit gt1) No testemunho analisado

podemos observar uma tendecircncia de aumento na entrada de sedimentos contaminados por

hidrocarbonetos antropogecircnicos (Figura 26)

A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri) variou de 072 (topo) a 877

(base) e a razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-C18Fit) variou de 018 (20-25 cm) a 1107

(5-10 cm) (Tabela 14) Os valores dessas razotildees sugerem tanto a presenccedila de hidrocarbonetos

degradados (n-C18Fit) como a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica (n-C17Pri) ao longo

do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute No entanto as duas razotildees sugerem a presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradados nos sedimentos recentes (DIEZ et al 2007)

Em relaccedilatildeo aos biomarcadores hopanos e esteranos podemos observar na Figura 27 o

perfil desses compostos no testemunho em estudo Assim como nos sedimentos superficiais

Razatildeo

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5IPC(15-19)

IPC(25-33)

Per5aneis

0 20 40 60 80 100

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

Piroliacutetico

Nat

ural

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar

68

as concentraccedilotildees do sumBiomarcadores estaacute diretamente influenciada pela sumHop uma vez que

este representa cerca de 842 a 932 do total quantificado

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar

Oacuteleodegradado

n-C17Pri

0 2 4 6 8 10 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

n-C18Fit

0 2 4 6 8 10 12

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

PriFit

0 1 2 3 4 5

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

Contaminaccedilatildeo por Oacuteleo

Natildeo-contaminado

Oacuteleodegradado

Fonte Elaborado pela autora

Outra caracteriacutestica que assemelha-se aos sedimentos superficiais eacute a predominacircncia

do C29-hopano (NH) (Tabela 10) que pode ser utilizado para indicar atividades relacionadas

com o traacutefego de veiacuteculos na regiatildeo (KLEEMAN et al 2007 BOONYATUMANOND et al

2006)

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho

Concentraccedilatildeo (gg)

0 20 40 60 80 100120140

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

Hop

Ester

Biomar

Fonte Elaborado pela autora

69

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas

As distribuiccedilotildees de HPAs satildeo as ferramentas mais uacuteteis para a distinccedilatildeo entre fontes

piroliticas e petrogecircnicas de hidrocarbonetos Os HPAs petrogecircnicos exibem um padratildeo de

distribuiccedilatildeo em forma de sino (bell shaped) (WANG et al 1999 YUNKER et al 2015)

Por outro lado os HPAs piroliticos geralmente apresentam a distribuiccedilatildeo dos HPAs

alquilados homoacutelogos com os HPAs natildeo-substituidos mais abundantes (com o perfil de

distribuiccedilatildeo de C0-gtgtC1-gtC2-gtC3-gtC4- chamada de distribuiccedilatildeo inclinada)

Aleacutem disso entre os HPAs prioritaacuterios a predominacircncia dos HPAs de alto peso

molecular (sum HPAs (4-6 aneacuteis = Fltr Pir BaA Cri BbF BkF BaP IcdPDahA and BghiP)

sobre os HPAs de baixo peso (2-3 aneacuteis) nos processos piroliacuteticos eacute evidente em vaacuterios

trabalhos (PRAHL E CARPENTER 1983 WANG et al 1999CAVALCANTE et al 2012

ANDRADE 2012 FERNANDES 2013 FENG et al 2016)

Outras razotildees tambeacutem satildeo utilizadas para a caracterizaccedilatildeo de fontes de HPAs nos

sedimentos como FenantrenoAntraceno FluorantenoPireno

Benzo(a)Antraceno(Benzo(a)Antraceno + Criseno) e Indeno(cd)Pireno(Indeno(cd)Pireno +

Benzo(ghi)Perileno) (YUNKER et al 2002 STOGIANNIDIS E LAANE 2015)

5421 Sedimentos superficiais

Nos sedimentos superficiais foi observado a predominacircncia dos composto DahA e da

seacuterie de naftalenos alquilados Podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs

satildeo relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente O DahA eacute um HPA de alto peso molecular produto da queima

incompleta de mateacuteria orgacircnica e cuja degradaccedilatildeo eacute demorada sendo considerado um

poluente prioritaacuterio para a USEPA Segundo Levengood et al (2015) altas concentraccedilotildees de

DahA em sedimento podem ser associadas agraves estradas e ao traacutefico ferroviaacuterio Wang e

colaboradores (1999) observaram a formaccedilatildeo de DahA apoacutes a combustatildeo de diesel

juntamente com BghiP e IcdP Eacute interessante notar que a fumaccedila e as partiacuteculas de fuligem

podem ser transportadas por longas distacircncias atraveacutes da atmosfera e depositadas longe do local

de origem (CRUTZEN E ANDREAE 1990) Dessa forma fica evidente na regiatildeo o impacto

causado pelas rodovias e pelo traacutefico de veiacuteculos na regiatildeo estudada

Por sua vez o metilnaftaleno foi predominante dentre os HPAs substituiacutedos do

efluente proveniente de tratamento de esgoto na cidade Beijing China (QUIAO et al 2014)

70

Jaacute Wang e colaboradores (1999) encontraram os naftalenos alquilados como os principais

constituintes de diesel antes da combustatildeo Ambos relacionam a presenccedila desse HPA de baixo

peso molecular com contaminaccedilatildeo por derivados do petroacuteleo Na regiatildeo podemos relacionar a

presenccedila desse composto com o esgotamento sanitaacuterio deficiente em toda bacia do Acarauacute e

tambeacutem com o escoamento superficial que carreia hidrocarbonetos provenientes de atividades

relacionadas a frota veicular Nos uacuteltimos anos a frota veicular aumentou fazendo com que

os serviccedilos relacionados a manutenccedilatildeo (como oficinas postos de gasolina) acompanhessem a

demanda

Na Figura 19 os perfis dos HPAs encontrados nos sedimentos superficiais satildeo

mostrados Na maioria das estaccedilotildees os HPAs parentais com alto peso molecular incluindo o

IcdP o DahA e o BghiP predominaram sobre os HPAs de dois e trecircs aneacuteis como bifenil

acenaftileno e acenafteno Isso indica que a principal fonte de HPAs para essa regiatildeo satildeo

processos piroliacuteticos mesmo que em alguns casos o valor absoluto das concentraccedilotildees seja

pequeno (WANG et al 1999)

Nas regiotildees costeiras urbanizadas as emissotildees de motores de automoacuteveis e barcos satildeo

fontes principais de produtos de queima (BENNER et al 1989 MIGUEL et al 1998 YUNKER

et al 2002) liberando uma mistura de HPAs para diversos compartimentos (I) HPAs

inicialmente presentes no combustiacutevel (preacute-combustatildeo) (ii) HPAs formados durante a combustatildeo

(iii) HPAs acumulados nos oacuteleos lubrificantes e (iv) HPAs acumulados no sistema de exaustatildeo

(LIMA et al 2005)

Aleacutem disso a praacutetica de queimada para o preparo da terra e a utilizaccedilatildeo de lenha como

fonte de energia em olarias caieiras e uso domeacutestico constituem importantes fontes piroliticas de

HPAs No sudeste da Aacutesia Oanh e colaboradores (1999) compararam a utilizaccedilatildeo de madeira

carvatildeo mineral e carvatildeo vegetal em sistemas de aquecimento residencial e observaram que o fator

de emissatildeo de material particulado em miligramas por quilograma de combustiacutevel eacute de 51 36 e

70 para queima da madeira carvatildeo vegetal e carvatildeo mineral respectivamente Aleacutem disso o MP

que apresentou maior concentraccedilatildeo de HPAs foi o oriundo da madeira (OANH et al1999)

Os HPAs alquilados variam entre a distribuiccedilatildeo em forma de sino que caracteriza a

fonte petrogecircnica e a distribuiccedilatildeo inclinada que caracteriza a fonte pirogecircnica evidenciando e

confirmando a caracteriacutestica de muacuteltiplas fontes para a bacia do Acarauacute (Figura 19)

Em relaccedilatildeo as razotildees diagnoacutesticas vamos iniciar com a razatildeo do fenantreno sobre o

antraceno (FenAnt) que tem sido amplamente utilizada para diferenciar fontes piroliacuteticas de

petrogecircnicas nos sedimentos (GSCHWEND E HITES 1981 WANG et al 1999 GUO et al

2007) O fenantreno eacute termodinamicamente mais estaacutevel do que o antraceno e a sua

71

prevalecircncia caracteriza a origem petrogecircnica (BUDZINSKY et al 1997) Os processos que

ocorrem em altas temperaturas (800-1000K) produzem valores baixos para a razatildeo FenAnt

normalmente menores do que 5 (BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A maturaccedilatildeo

lenta da mateacuteria orgacircnica no petroacuteleo leva a valores bem maiores da razatildeo FenAnt

(BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A razatildeo FenAntgt15 eacute relacionada com

fontes petrogecircnicas e FenAntlt15 com fontes predominantemente piroliacuteticas (lt5 de acordo

com Neff et al (2005)) (BUDZINSKY et al 1997 DE LUCA et al 2005)

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos

superficiais

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1200

02

04

06

08

10

12

14

Fontes

Mistas

Petroacuteleo

Petroacuteleo

Combustatildeo

Combustatildeo

ACR1ACR10

Flt

rP

ir

FenAnt

ACR2

ACR3

ACR8

ACR5

ACR9ACR6

ACR4

ACR7

Fonte Elaborada pela autora

Similarmente a razatildeo FenAnt a razatildeo do fluoranteno sobre o pireno (FltrPir) tem

correlaccedilatildeo com a temperatura de formaccedilatildeo dos compostos (BUDZINSKY et al 1997) Nesse

caso o isocircmero mais estaacutevel termodinamicamente eacute o pireno (YAN et al 2005) O pireno eacute

mais favorecido do que o fluoranteno na formaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis Como resultado o

iacutendice FltrPirlt1 eacute utilizado para produtos petrogenicos exceto certos carvotildees e oacuteleo bruto A

razatildeo FltrPirgt1 eacute produzida por processos piroliacuteticos a temperaturas elevadas (COSTA et al

2004 SABER et al 2006) No entanto existem fontes piroliacuteticas com a razatildeo FltrPir lt1 que

satildeo representadas por oacuteleos lubrificantes usados emissatildeo de automoacuteveis e caminhotildees a diesel

e combustatildeo de gasolina e diesel (YUNKER et al 2002) Por isso um limite mais confiaacutevel

de FltrPir le 05 para fontes petrogecircnicas foi proposto por Stogiannidis e Laane (2015) Dessa

72

forma valores entre 05 e 1 satildeo representativos de fontes mistas Se FltrPirgt1 fontes

piroliacuteticas como queima de carvatildeo e biomassa satildeo provavelmente predominantes (YUNKER

et al 2002 YAN et al 2005)

Ao analisarmos a Figura 28 observamos que a maioria das estaccedilotildees apresentam-se

com influencia de fontes primaacuterias piroliticas No entanto as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e ACR8

apresentaram resultados conflitantes quanto as duas razotildees escolhidas podendo ser

classificadas tanto resultado de processo piroliticos quanto petrogenicos

Outras razotildees foram utilizadas com o objetivo de identificar as fontes de HPAs para a

bacia do rio Acarauacute com maior clareza A razatildeo de indeno(cd)pireno versuso somatoacuterio do

IcdP e BghiP(IcdP(IcdP+BghiP)) tem sido usada para a distinccedilatildeo entre as diversas fontes

piroliacuteticas de contaminaccedilatildeo nos sedimentos (YUNKER et al 2002) A Figura 29 mostra o

graacutefico dessas razotildees no qual podemos observar a predominacircncia da fonte piroliacutetica em

relaccedilatildeo a petrogecircnica A contaminaccedilatildeo por queima de biomassa foi designada para as estaccedilotildees

ACR4 ACR5 ACR6 e ACR7 Isso pode ser devido a preparaccedilatildeo da agricultura para terra

pela praacutetica de queimar as camadas superficiais do solo a fim de aumentar a quantidade de

nutrientes A queima de gasolina e diesel foi designada para as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e

ACR8 que provavelmente provecircm das emissotildees veiculares das estradas proacuteximas a esses

locais que satildeo a principal via de acesso na regiatildeo Por sua vez as estaccedilotildees ACR1 ACR9 e

ACR10 apresentaram uma multiplicidade de fontes

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

ACR1

ACR10

ACR7

ACR6

ACR9

IP(

IP+

Bg

hiP

)

BaA(BaA+Cri)

ACR8

ACR5

ACR4ACR3

ACR2

Queima

de diesel

gasolina

Petroacuteleo

Queima

de

biomassa

Fontes

MistasCombustatildeoPetroacuteleo

Fonte Elaborado pela autora

73

As quatro razotildees diagnoacutesticas utilizadas nem sempre retornaram as mesmas fontes

Isso pode ser explicado pela vaacuterias maneiras que os HPAs satildeo introduzidos no meio ambiente

de maneira tal que a assinatura caracteriacutestica de uma fonte pode ser obscurecida por outra

fonte (s) (WANG et al 1999 LIMAFARRINGTON e REDDY 2005)

5422 Testemunho

Podemos observar na Figura 30 que a tendecircncia geral no testemunho eacute a

predominacircncia de fontes piroliacuteticas como as principais responsaacuteveis pela entrada de HPAs no

estuaacuterio do rio Acarauacute

Essa tendecircncia eacute bem evidente na razatildeo de sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 na qual os

HPAs de 4 a 6 aneacuteis podem corresponder a aproximadamente 100 dos HPAs prioritaacuterios

pela USEPA principalmente na base do testemunho As razotildees FenAnt FltrPir

BaA(BaA+Cri) e IP (IP+BghiP) tambeacutem retornam na sua maioria valores que caracterizam

como fonte primaacuteria para o estuaacuterio do rio Acarauacute processos de combustatildeo

De acordo com a interpretaccedilatildeo dos valores da razatildeo FenAnt todos os registros no

testemunho sedimentar satildeo de fontes de HPAs por processo de combustatildeo uma vez que essa

razatildeo permanece FenAntlt15 da seccedilatildeo mais pronfunda a superficial

A razatildeo FltrPir indica a multiplicidade de fontes de HPAs de acordo com a

profundidade Essas fontes satildeo associadas com fontes mistas de 60 a 45 cm e de 25 a 10 cm

Os processos piroliticos satildeo as principais fontes de 35 a 45 cm 30 a 25 cm e no sedimento

superficial

Finalmente outras fontes de HPAs foram identificadas como derivadas de combustatildeo

de biomassa e carvatildeo (IPIP + BghiP) A combustatildeo de biomassa pode ser relacionada com as

queimadas para a preparaccedilatildeo da terra que ocorrem ao longo das margens dos rios onde

acontece o cultivo enquanto que a combustatildeo de carvatildeo relaciona-se com a utilizaccedilatildeo do

mesmo nas atividades do terceiro setor como churrascarias padarias e outros

estabelecimentos que utilizam essa fonte de energia

74

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o

estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do

sedimento

A relaccedilatildeo dos hidrocarbonetos do petroacuteleo com os sedimentos ainda natildeo estaacute

plenamente estabelecida apesar dos numerosos estudos existentes principalmente sobre os

HPAs (MAYER 1994 KUKKONEN E LANDRUM 1996 AHRENS E DEPREE 2004

TREMBLAY et al 2005 OPEL et al 2011) Devido a sua hidrofobicidade e estrutura

quimica estaacutevel os HPAs satildeo insoluacuteveis em aacutegua e sorvidos rapidamente pelas partiacuteculas (

KARICKHOFF et al 1979) Segundo Opel e colaboradores (2011) baseado nas observaccedilotildees

dos sedimentos de quatro rios no norte alematildeo a concentraccedilatildeo de HPAs varia entre as

diferentes classes de granulometria devido a distribuiccedilatildeo do teor de carbono orgacircnico entre os

diferentes tamanhos do gratildeo com uma leve tendecircncia a concentrar-se nas fraccedilotildees mais

grosseiras do que os OCPs e PCBs No porto de Boston e no rio Yangtze as maiores

concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas nas fraccedilotildees mais grosseiras que continham alto

teor de carbono orgacircnico (FENG E NIU 2007 WANG et al 2001) enquanto que no lago

Michigan as maiores concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas na fraccedilatildeo mais fina do

sedimento (lt63μm) (KUKKONEN E LANDRUM 1996) Dessa forma esses estudos

apontam para uma relaccedilatildeo de dependecircncia entre os HPAs e o teor de carbono orgacircnico entre

Que

ima

de d

iese

l

gaso

lina

FltrPir

0 1 2 3 4 5

HPAs (4-6 aneis) HPAs16

00 02 04 06 08 10 12

Pro

fundid

ade

(cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

FenAnt

0 3 6 9 12 15 18

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

Piroliacutetico

BaA(BaA+Cri)

00 02 04 06 08 10 12

IP(IP+BghiP)

00 02 04 06 08 10

Petro

leo

Piroliacutetico

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Que

ima

de

biom

assa

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

75

as diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas assim as maiores concentraccedilotildees de HPAs natildeo seratildeo

necessariamente encontradas nas fraccedilotildees mais finas (AHRENS E DEPREE 2004 OPEL et

al 2011) Uma vez que as fraccedilotildees mais finas do sedimento satildeo constituidas principalmente

por silte e argila a mateacuteria orgacircnica associada com essa fraccedilatildeo eacute relacionada com as

substacircncias huacutemicas adsorvidas sobre as superfiacutecies dos minerais (MAYER 1994) Jaacute uma

maior concentraccedilatildeo dos HPAs nas fraccedilotildees mais grosseiras (gt250 μm) do sedimento foi

explicada por Wang e colaboradores (2001) como resultado de uma sorccedilatildeo mais efetiva dos

HPAs ao material particulado de carvatildeo detritos vegetais e pelotas fecais nos sedimentos do

que a mateacuteria orgacircnica associada aos argilo-minerais

Os coeficientes de correlaccedilatildeo entre a fraccedilatildeo orgacircnica a fraccedilatildeo inorgacircnica e as

concentraccedilotildees dos principais marcadores moleculares orgacircnicos estudados no estuaacuterio do rio

Acarauacute estatildeo na Tabela 15

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho

Coeficiente linear de Pearson

(plt005) n=12

Fraccedilatildeo orgacircnica

Fraccedilatildeo inorgacircnica

AH () AF() CO() CaCO3() Areia Argila Silte

Fen

Ant

052

Fltr

Pir

BaA

Cri

BbF

058

BkF

BaP 059

081 060

-085

089

DahA

074

-071

075

IcdP

BghiP 068 063

Per

BeP 072 065 085

-091

093

sum C1-C4 NAF

sum C1-C3 FL

057

-059

064

sum C1-C4 FEN 071 072 072

-080

079

sum C1-C4 PIR 078 064 074

079

sum C1-C3 CRI 067

072

-079

081

sum C1-C4 DBT 074

061

sum Biomarcadores

sumAlcanos

sumHop

sumSter 062

Fonte Elaborada pela autora

No testemunho o conteuacutedo de silte e argila teve correlaccedilatildeo alta com o teor de carbono

orgacircnico e teor de aacutecido huacutemicos com coeficientes de Pearson r = 100 e r = 07

respectivamente Aleacutem disso os HPAs de alto peso molecular e a maioria dos HPAs

alquilados mostraram correlaccedilatildeo positiva com a fraccedilatildeo inorgacircnica dos finos (silte+argila) e

com o teor de carbono orgacircnico dos sedimentos do estuaacuterio do rio Acarauacute enquanto que os

alcanos e os biomarcadores natildeo apresentaram correlaccedilotildees significativas com essa fraccedilatildeo

76

granulomeacutetrica e com o teor de CO (Tabela 15) Isso indica que o tamanho do gratildeo e o

conteuacutedo de carbono orgacircnico foram determinantes somente na deposiccedilatildeo dos HPAs e que

como havia sido observado anteriormente (MAYER 1994) os HPAs estatildeo provavelmente

relacionados com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Essa baixa correlaccedilatildeo dos alcanos e biomarcadores com o teor de carbono orgacircnico

pode ser resultado da presenccedila de outro constituinte da mateacuteria orgacircnica presente nas aacuteguas do

rio Acarauacute

Essa relaccedilatildeo tambeacutem foi confirmada por uma relaccedilatildeo similar entre as concentraccedilotildees

normalizadas dos compostos analisados e o conteuacutedo de CO e finos ao longo do perfil

sedimentar no estuaacuterio (Figura 31) Esses resultados satildeo consistentes com outros estudos de

sorccedilatildeo de HPAs na mateacuteria orgacircnica e substacircncias huacutemicas que demonstram que esses fatores

satildeo muito importantes nesse processo devido a ligaccedilotildees hidrofoacutebicas e reaccedilotildees na superfiacutecie

mineral (BOWMAN ZHOU E READMAN 2002)

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborada pela autora baseado em Staniszewska et al (2011) As concentraccedilotildees normalizadas foram

calculadas como Y=(X-Xmin)(Xmax-Xmin) onde Y= concentraccedilatildeo normalizada de CO alcanos HPAs

biomarcadores ou finos X= concentraccedilatildeo detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmin=

concentraccedilatildeo miacutenima detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmax= concentraccedilatildeo maacutexima

detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos

CO

00 04 08 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5 cm

5-10 cm

10-15 cm

15-20 cm

20-25 cm

25-30 cm

30-35 cm

35-40 cm

40-45 cm

45-50 cm

50-55 cm

55-60 cm

HPAs

00 04 08 12

Alcanos

00 04 08 12

Biomarcadores

00 04 08 12

Finos

00 04 08 12

77

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais

Abaixo na Tabela 16 podemos observar os valores que correspondem agrave Diretriz de

Qualidade de Sedimento (DQS) utilizada pela agecircncia ambiental do Canadaacute (Environment

Canada) Somente os sedimentos superficiais ao longo do rio Acarauacute foram comparados com

essas diretrizes uma vez que as mesmas natildeo valem para sedimentos de testemunho avaliando

assim possiacuteveis riscos ecoloacutegicos dos HPAs na aacuterea de estudo

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999)

Sedimento marinho e estuarino Sedimento de aacutegua doce

TELsup3 PEL

4 TELsup3 PEL4

Naf 346 391 346sup1 391sup2

2-MNaf 202 201 202sup1 201sup2

Aci 587 128 587sup1 128sup2

Ace 671 889 671sup1 889sup2

Fl 212 144 212sup1 144sup2

Fen 867 544 419 515

Ant 469 245 469sup1 245sup2

Fltr 113 1494 111 2355

Pir 153 1398 53 875

BaA 748 693 317 385

Cri 108 846 571 862

BaP 888 763 319 782

DahA 622 135 622sup1 135sup2

Fonte CCME 1999sup1sup2 Valores provisoacuterios adotados dos niacuteveis para sedimento marinho uma vez que natildeo

existem dados suficientes para estabelecer esses niacuteveis para aacutegua doce sup3TEL (threshold effect level) niacutevel limite

de efeito 4PEL (probable effect level) niacutevel provaacutevel de efeito

Esses valores satildeo uacuteteis na abordagem de questotildees referentes a qualidade do sedimento

bem como no fornecimento de diretrizes qualitativas no que precisa ser feito para proteger os

organismos aquaacuteticos efetivamente (KUCUKSEZGIN et al 2012) Foram considerados dois

valores do TEL e PEL os valores referentes ao sedimento de aacutegua doce e os valores

referentes ao sedimento marinho e estuarino Das estaccedilotildees ACR1 a ACR8 os valores foram

comparados com sedimento de aacutegua doce jaacute as estaccedilotildees ACR9 e ACR10 foram comparados

com os limites para aacutegua salobro-salino jaacute que somente essas duas estaccedilotildees encontram-se no

estuaacuterio do rio Acarauacute A maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do niacutevel TEL estabelecido com

baixa probabilidade de efeitos adversos a biota No entanto algumas estaccedilotildees apresentam

valores acima dos niacuteveis especificados A estaccedilatildeo ACR4 ficou acima do TEL para o naftaleno

e 2-metilnaftalenoe ACR6 ultrapassou o TEL soacute para o naftaleno Jaacute as estaccedilotildees ACR2

ACR5 e ACR7 ultrapassaram o PEL para o DahA com um provaacutevel efeito adverso agrave biota

78

Por sua vez a estaccedilatildeo ACR8 ultrapassou o TEL para o fluoreno e DahA e o PEL para o

naftaleno e o 2-metilnaftaleno sendo uma estaccedilatildeo com muacuteltiplas fontes de efeitos adversos a

biota

6 CONCLUSAtildeO

As fontes e a distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos no rio Acarauacute a terceira maior bacia

hidrograacutefica do Estado foram descritas atraveacutes da anaacutelise dos sedimentos superficiais e do

perfil sedimentar

Nos sedimentos superficiais os padrotildees de composiccedilatildeo dos hopanos e esteranos e das

razotildees Prin-C17 Fitn-C18 e PriFit indicam contaminaccedilatildeo por petroacuteleo recente

principalmente por entrada de efluentes domeacutesticos e do escoamento superficial A

predominacircncia do Naf e dos seus alquilados em algumas estaccedilotildees confirma essa possiacutevel

contaminaccedilatildeo petrogecircnica No entanto a maioria das razotildees de HPAs indicaram que os HPAs

nos sedimentos satildeo principalmente de origem pirolitica com predominacircncia dos HPAs de alto

peso molecular que na regiatildeo foram relacionados com as queimadas para a preparaccedilatildeo da

terra uso de lenha (biomassa vegetal) e emissotildees veiculares Aleacutem disso os sedimentos

superficiais do rio Acarauacute foram considerados levemente a altamente poluiacutedos (14143 -

207720 ngg-1

) com relaccedilatildeo aos HPAs

No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o ecossistema a maioria das

estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela agecircncia ambiental canadense

com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na estaccedilatildeo ACR8 os

compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos adversos na biota

No testemunho a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica para a mateacuteria orgacircnica

diminui e aumenta a entrada de derivados do petroacuteleo das seccedilotildees mais profundas para a

superfiacutecie como pode ser visto pelo IPC e pelas razotildees dos isoprenoacuteides Em relaccedilatildeo aos

biomarcadores o sumEster manteve-se constante com baixos niacuteveis enquanto que o sumHop foi

responsaacutevel pela variaccedilatildeo dos biomarcadores ao longo do tempo marcando a presenccedila dos

derivados do petroacuteleo no registro sedimentar No que diz respeito aos HPAs predomina os

HPAs de alto peso molecular similarmente aos sedimentos superficiais indicando a

predominacircncia dos processos de combustatildeo na bacia do rio Acarauacute Aleacutem disso um pico de

concentraccedilatildeo do sumHPAs na profundidade 35-40 cm caracteriza uma mudanccedila na fonte de

energia utilizada e demonstra a interdependecircncia dos HPAs com a fraccedilatildeo granulomeacutetrica fina

do sedimento e com o teor de carbono orgacircnico

79

Esse trabalho forneceu informaccedilotildees ineacuteditas sobre a ocorrecircncia distribuiccedilatildeo e origem

dos hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute mostrando que alguns locais jaacute apresentam

contaminaccedilatildeo elevada Isso eacute um alerta devido a importacircncia estrateacutegica do rio Acarauacute para o

desenvolvimento da regiatildeo noroeste do estado

80

REFEREcircNCIAS

ABOUL-KASSIM T A T SIMONEIT B R T Lipid geochemistry of surficial sediments

from the coastal environment of Egypt 1 Aliphatic hydrocarbons - Characterization and

sources Marine Chemistry v 54 p 135ndash158 1996

AEPPLI C NELSON RK RADOVIC JR CARMICHAEL CA VALENTINE DL REDDY

CM Recalcitrance and degradation of petroleum biomarkers upon abiotic and biotic natural

weathering of Deepwater Horizon oil Environ Sci Technol v48(12)p6726ndash6734 2014

ALVES A B Estuaacuterio do rio Acarauacute ndash CE Impactos ambientais e implicaccedilotildees na

qualidade dos recursos hiacutedricos 2008 131p Dissertaccedilatildeo (Mestrado Acadecircmico em Geografia)

ndashUniversidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2008

ALVES AB PINHEIROLS ROSA M F Estuaacuterio do rio AcarauacuteCE aspectos

ambientais e condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo In Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos e Planejamento

Ambiental Editora Universitaacuteria da UFPB Joatildeo Pessoa 2010

ANDRADE M V F Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no Rio Jaguaribe ndash O

uso de hidrocarbonetos aromaacuteticos como marcadores de fontes 2012 86 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) ndash Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2012

AHRENS MJ DEPREE CV Inhomogeneous distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in different size and density fractions of contaminated sediment from Auckland

Harbour New Zealand an opportunity for mitigation Marine Pollution Bulletin 48 341-350

2004

BAacuteBEK OFAMERAM et al Geochemical traces of flood layers in the fluvial sedimentary

archive implications for contamination history analyses Catena v 87 p281-290 2011

BALDOTTO Marihus Altoeacute BALDOTTO Liacutelian Estrela Borges Aacutecidos huacutemicos Rev

Ceres Viccedilosa v 61 supl p 856-881 Dec 2014

BAUMARD P BUDZINSKI H MICHON Q GARRIGUES P BURGEOT T

BELLOCQ J Origin and Bioavailability of PAHs in the Mediterranean Sea from Mussel and

Sediment Records Estuarine Coastal and Shelf Science v47 p77ndash90 1998

BENNER B A JR GORDON G E AND WISE S A Mobile sources of atmospheric

polycyclic aromatic hydrocarbons a roadway tunnel study Environ Sci Technol v23

p1269-78 1989

BENITES V M MADARI MACHADO Extraccedilatildeo e fracionamento quantitativo de

substacircncias huacutemicas do solo um procedimento simplificado de baixo custo Rio de Janeiro

EMBRAPA 2003 Comunicado Teacutecnico

BENLAHCEN K T CHAOUI A BUDZINSKI H BELLOCQ J GARRIGUES PH

Distribution and source of polycyclic aromatic hydrocarbons in some Mediterranean coastal

sediments Mar Pollut Bull v34 p298 1997

81

BECHTEL A M WIDERA R F SACHSENHOFER R GRATZER A LUECKE AND M

WOSZCZYK Biomarkers and geochemical indicators of Holocene environmental changes in

coastal Lake Sarbsko (Poland) Organic Geochemistry v38 p1112ndash1131 2007

BIEGER T HELLOU J ABRAJANO T A Petroleum biomarkers as tracers of lubricating

oil contamination Marine Pollution Bulletin v 32 n 3 p 270ndash274 1996

BOONYATUMANOND R Wattayakorn G TOGO A TAKADAH Distribution and

origins of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in riverine estuarine and marine sediments

in Thailand Marine Pollution Bulletin v52 p942ndash956 2006

BOONYATUMANOND R et al Reconstruction of pollution history of organic contaminants in

the upper Gulf of Thailand by using sediment cores First report from Tropical Asia Core

(TACO) project Marine Pollution Bulletin v 54 n 5 p 554ndash565 2007

BOWMAN JC ZHOU JL READMAN JW Sedimentndashwater interactions of natural

oestrogens under estuarine conditions Marine Chemistry Volume 77 Issue 4 Pages 263-276

2002

BUDZINSKI H et al Evaluation of the sediment contamination by PAHs in the Gironde

estuary Marine Chemistry v 58 n 1 p 85ndash97 1997

BUREAU OF RECLAMATION Final environmental assessment Animas-La Plata Project

Ridges Basin Dam and Reservoir pre-construction facilities relocation (Appendix A Petroleum

Products Spill Analysis) United States Department of the Interior Bureau of Reclamation Upper

Colorado Region 2002

CAMARGO OA MONIZ AC JORGE JA VALADARES JMAS Meacutetodos de Analise

Quiacutemica Mineraloacutegica e Fiacutesica de Solos do Instituto Agronocircmico de Campinas Campinas

Instituto Agronocircmico 2009 77 p (Boletim teacutecnico 106 Ediccedilatildeo revista e atualizada)

CANADIAN COUNCIL OF MINISTERS OF THE ENVIRONMENT (CCME) Canadian

sediment quality guidelines for the protection of aquatic life Polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) In Canadian environmental quality guidelines 1999 Canadian Council of Ministers of

the Environment Winnipeg 2002

CAVALCANTE RM LIMA DM CORREIA LM NASCIMENTO RF Teacutecnicas de

extraccedilotildees e procedimentos de clean-up para a determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos policiacutelicos

aromaacuteticos (hpa) em sedimentos da costa do Cearaacute Quiacutemica Nova V31 n 6 p1371-1377

2008

CHEN J L WONG MHTAMNF Modeling sorption and biodegradation of phenanthrene

in mangrove sediment slurry Journal of Hazardous Materials v 190 n 1-3 p 409ndash415

2011

COGERH ndash COMPANHIA DE GESTAtildeO DE RECURSOS HIDRICOS DO ESTADO DO

CEARAacute PLANO DE GERENCIAMENTO DAS AacuteGUAS DA BACIA DO ACARAUacute -

Relatoacuterio de fase 1 (RF1) - Bacia do Acarauacute 2010 Disponivel em

lthttpportalcogerhcombrcomponentphocadownloadcategory35tmpl=componentampprint=1

gt Acesso em Jan 2016

82

COLOMBO JC PELLETIER E BROCHU C KHALIL M Determination of hydrocarbon

sources using n-alkane and polyaromatic hydrocarbon distribution indexes Case study Rio de

La Plata Estuary Argentina Environ Sci Technol v 23p 888ndash894 1989

COLOMBO JC CAPPELLETI N SPERANZA E MIGOYA MC LASCI J

SHORUPKA CNVertical fluxes and organic composition of settling materialfrom the sewage

impacted Buenos Aires coastal area Argentina Organic Geochemistry v38 p 1941-1952

2007

COMMENDATORE MG ESTEVES JL COLOMBO JC Hydrocarbons in coastal

sediments of Patagonia Argentina levels and probable sources Marine Pollution Bulletin

v40 p989ndash998 2000

COSTA HJ WHITE KA RUSPANTINI JJ Distinguishing PAH background and MGP residues

in sediments of a freshwater creek Environ Forens v5 p171ndash182 2004

CRITERIA WORKING GROUP Analysis of Petroleum Hydrocarbons in Environmental Media Total Petroleum Hydrocarbon Criteria Working Group Series - Volume 1 Amherst 1998

CRUTZEN PJ ANDREAE MO Biomass Buriing in the TropicsImpact on Atmospheric

Chemistry and Biogeochemical Cycles Science v250 p 1679-1678 dez1990

DE ABREU-MOTA M A et al Sedimentary biomarkers along a contamination gradient in a

human-impacted sub-estuary in Southern Brazil A multi-parameter approach based on spatial

and seasonal variability Chemosphere v 103 p 156ndash163 2014

DE ANDRADE S J et al Contribution of sugar-cane harvesting season to atmospheric

contamination by polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in Araraquara city Southeast

Brazil Atmospheric Environment v 44 n 24 p 2913ndash2919 2010

DE LUCA G et al Nature distribution and origin of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs)

in the sediments of Olbia harbor (Northern Sardinia Italy) Marine Pollution Bulletin v 50 p

1223ndash1232 2005

DENOUX G WANG B Quantitative determination of polynuclear aromatic

hydrocarbons by gas chomatografymass spectrometry using the selected in monitoring

mode Geochemical and Environmental Research Group v 3 p 2 ndash 28 1998

DeWITT TH OZRETICH RJ SWARTZ RC LAMBERSON JO SCHULTZ DW

DITSWORTH GR JONES JKP HOSELTON L SMITH LM The influence of organic

matter quality on the toxicity and partitioning of sediment associated fluoranthene Environ

Toxicol Chem 11197ndash2081992

DIEZ S JOVER E BAYONA J M ALBAIGES J Prestige Oil Spill III Fate of a Heavy

Oil in the Marine Environment Environmental Sci Technol v41 p3075-82 2007

DONLAN MC DOUGLAS G MACDONALD DD An Evaluation of the Composition

and Potential Environmental Fate and Toxicity of Heavy Venezuelan Crude Oil Released into

the Delaware River During the MT ATHOS I Oil Spill Aquatic Technical Work Group for

ATHOS I Spill 2005

DUAN X LIU J ZHANG D YIN P LI Y LI X An assessment of human influences on

83

sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in the estuarine and coastal sediments of China

Marine Pollution Bulletin v97 p309ndash318 2015

EGLINTON G HAMILTON R J Leaf Epicuticular Waxes Science v 156 n 3780 p

1322ndash1335 1967

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAS AGROPECUAacuteRIAS ndash EMBRAPA Agroinduacutestria

Tropical Contexto geoambiental das bacias hidrograacuteficas dos rios Acarauacute Curu e baixo

Jaguaribe ndash estado do Cearaacute Fortaleza 52p Documentos 101 2005

FENG J-L NIU J-F Study on the grain-size distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in Yangtze river sediment Huan Jing Ke Xue 28 (7) 1573-1577 2007

FENG J et al Distributions and potential sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in

surface sediments from an emerging industrial city (Xinxiang) Environmental Monitoring and

Assessment v 188 n 1 p 1ndash14 2016

FERNANDES GM Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no estuaacuterio do rio

Pacoti atraveacutes do uso de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos como marcadores de

fontes 2013 Monografia (Curso de Oceanografia) Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2013

GROSSI V et al Burial exportation and degradation of acyclic petroleum hydrocarbons

following a simulated oil spill in bioturbated Mediterranean coastal sediments Chemosphere v

48 n 9 p 947ndash954 2002

GSCHWEND P M HITES R A Fluxes of polycyclic aromatic hydrocarbons to marine and

lacustrine sediments in the northeastern United States Geochimica et Cosmochimica Acta v

45 p 2359ndash2367 1981

GUO W et al Distribution of polycyclic aromatic hydrocarbons in water suspended particulate

matter and sediment from Daliao River watershed China Chemosphere v 68 p 93ndash104

2007

HARJI G YVENAT A NARAYAN B B Sources of hydrocarbons in sediments of the

Mandovi estuary and the Marmugoa harbor west coast of India Environment International

34 2008

HU L et al Temporal trends of aliphatic and polyaromatic hydrocarbons in the Bohai Sea

China Evidence from the sedimentary record Organic Geochemistry v42 p1181ndash1193

2011

HUR J SCHLATMAN MA Influence of Humic Substance Adsorptive Fractionation on

Pyrene Partitioning to Dissolved and Mineral-Associated Humic Substances Environ Sci

Technol v38 p5871-5877 2004

IBGEa 2010 ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Seacuteries Estatiacutesticas Seacuteries

Histoacutericas e Estatiacutesticas Disponivel em

httpseriesestatisticasibgegovbrlista_temaaspxop=1ampno=6ampnome=municipios Acesso em

Jan 2016

84

IBGEb 2015ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica CidadesDisponivel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=230020ampsearch=ceara|acarau

Acesso em Jan 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2013 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio 2013 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2013aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Recursos Naturais e Meio Ambiente 2014 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014territoriorecursoshtmgt Acesso

em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio2014 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2015 2015 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2015aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IRWIN RJ VANMOUWERIK M STEVENS L SEESE MD BASHAM W

Environmental Contaminants Encyclopedia Alkanes National Park Service Water

Resources Division Fort Collins Colorado Distributed within the Federal Government as an

Electronic Document 1997

IUPAC Use of the terms ldquorecoveryrdquo and ldquoapparent recoveryrdquo in analytical procedures Pure and

Applied Chemistry v 74 p 2201 ndash 2205 2002

KANZARI F et al Distribution and risk assessment of hydrocarbons (aliphatic and PAHs)

polychlorinated biphenyls (PCBs) and pesticides in surface sediments from an agricultural river

(Durance) and an industrialized urban lagoon (Berre lagoon) France Environmental

Monitoring and Assessment v 187 n 9 2015

KARICKHOFF S W BROWN D S SCOTT T A Sorption of hydrophobic pollutants on

natural sediments Water Research v 13 n 3 p 241ndash248 1979

KHALILI N R SCHEFF P A HOLSEN T M PAH source fingerprints for coke ovens

diesel and gasoline engines highway tunnels and wood combustion emissions Atmospheric

Environment v29 i 4 p 533-542 1995

KLEEMAN MJ RIDDLE SG ROBERT MA JAKOBER CA Lubricating Oil and Fuel

Contributions To Particulate Matter Emissions from Light-Duty Gasoline and Heavy-Duty

Diesel Vehicles Environ Sci Technol v42 p235ndash242 2008

KOWALSKA M GUumlLER H COCKE D L Interactions of clay minerals with organic

pollutants Science of The Total Environment v 141 n 1 p 223ndash240 1994

85

KUCUKSEZGIN F PAZI I GONUL L T Marine organic pollutants of the Eastern Aegean

Aliphatic and polycyclic aromatic hydrocarbons in Candarli Gulf surficial sediments Marine

Pollution Bulletin v 64 n 11 p 2569ndash2575 2012

KUKKONEN J LANDRUM PF Distribution of organic carbon and organic xenobiotics

among different particle-size fractions in sediments Chemosphere 32 1063-1076 1996

LAMAS F IRIGARAY C OTEO C CHACON J Selection of the most appropriate method

to determine the carbonate content for engineering purposes with particular regard to

marls Engineer geol v 81 p 32-41 2005

LEITE N F PERALTA-ZAMORA P GRASSI M T Distribution and origin of polycyclic

aromatic hydrocarbons in surface sediments from an urban river basin at the Metropolitan

Region of Curitiba Brazil Journal of Environmental Sciences v 23 n 6 p 904ndash911 2011

LEVENGOOD J M et al Polyaromatic hydrocarbons and elements in sediments associated

with a suburban railway Environmental Monitoring and Assessment v 187 n 8 2015

LIMA SF SILVA FILHO WF PINHEIRO RD FREIRE GSS MAIA LP

MONTEIRO LHU ndash ANASED - Programa de anaacutelises classificaccedilatildeo e arquivamento de

paracircmetros metodoloacutegicos Anais do VIII Congresso da Associaccedilatildeo Brasileira de Estudos do

Quaternaacuterio (ABEQUA) CD-ROM p 458-459 Mariluz Imbeacute RS Brasil 2001

LIMA A L C FARRINGTON J W REDDY C M Combustion-Derived Polycyclic

Aromatic Hydrocarbons in the EnvironmentmdashA Review Environmental Forensics v 6 n 2

p 109ndash131 2005

LORGEOUX C et al Temporal trends of persistent organic pollutants in dated sediment cores

Chemical fingerprinting of the anthropogenic impacts in the Seine River basin Paris Science of

the Total Environment v 541 p 1355ndash1363 2016

MACHADO K S et al Sedimentary record of PAHs in the Barigui River and its relation to the

socioeconomic development of Curitiba Brazil Science of the Total Environment v 482-483

n 1 p 42ndash52 2014

MAI B-X et al Chlorinated and polycyclic aromatic hydrocarbons in riverine and estuarine

sediments from Pearl River Delta China Environmental pollution (Barking Essex  1987) v

117 p 457ndash474 2002

MARGALEF R Limnologia Editora Omega Barcelona p 1100 1983

MARTINS C C et al Multi-molecular markers and metals as tracers of organic matter inputs

and contamination status from an Environmental Protection Area in the SW Atlantic (Laranjeiras

Bay Brazil) Science of the Total Environment v 417-418 p 158ndash168 2012

MASCLET P et al Emissions of polycyclic aromatic hydrocarbons by savanna fires Journal

of Atmospheric Chemistry v 22 n 1-2 p 41ndash54 1995

MAYER LM Relationship between mineral surfaces and organic carbon concentrations in soils

and sediments Chemical Geology 114 347-363 1994

MECHLIŃSKA A et al Evolution of models for sorption of PAHs and PCBs on geosorbents

TrAC - Trends in Analytical Chemistry v 28 n 4 p 466ndash482 2009

86

MEIRE R O et al Polycyclic aromatic hydrocarbons assessment in sediment of national parks

in southeast Brazil Chemosphere v 73 n 1 SUPPL p 180ndash185 2008

MIGUEL AH KIRCHSTETTER TW HARLEY RA On-Road Emissions of Particulate

Polycyclic Aromatic Hydrocarbons and Black Carbon from Gasoline and Diesel Vehicles

Environ Sci Technol v32 p450-455 1998

MITRA S DICKHUT RM KUEHL SAKIMBROUGH KL Polycyclic aromatic

hydrocarbon (PAH) source sediment deposition patterns and particle geochemistry as factors

influencing PAH distribution coefficients in sediments of the Elizabeth River VA USA

Marine Chemistry v66 p113ndash127 1999

NASCIMENTO FRCUNHA SB SOUZA MJ CRUZMLB Diagnoacutestico Geoambiental

da bacia hidrograacutefica semi-aacuterida do Rio Acarauacute subsiacutedios aos estudos sobre desertificaccedilatildeo

Boletim Goiano de Geografiav 28n1 p41-62janjun 2008

NEFF J M STOUT S A GUNSTER D G Ecological risk assessment of polycyclic

aromatic hydrocarbons in sediments identifying sources and ecological hazard Integrated

environmental assessment and management v 1 n 1 p 22ndash33 2005

PEREIRA NETTO A D CUNHA I F REGO E C P Polycyclic aromatic hydrocarbons

in street dust of Niteroacutei City RJ Brazil Bulletin of Environment Contamination and

Toxicology v72 p829 2004

OANH NTK REUTERGARDH LB DUNG NT Emission of polycyclic aromatic

hydrocarbons and particulate matter from domestic combustion of selected fuels

Environmental Science and Technology v33 p2703ndash2709 1999

OLIVEIRA AHB Diagnoacutestico da contribuiccedilatildeo de fontes de poluiccedilatildeo na costa de Fortaleza

usando marcadores moleculares de petroacuteleo e cromatografia bidimensional abrangente

2016 Tese (Doutorado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) - Instituto de Ciecircncias do Mar

Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2016

OPEL O PALM W-U STEFFEN D RUCK W K Inside-sediment partitioning of PAH

PCB and organochlorine compounds and inferences on sampling and normalization methods

Environmental Pollution v159 i4 p 924ndash931 2011

PAGE D S BOEHM P D DOUGLAS G S BENCE A E BURNS W A

MANKIEWICZ P J The Natural Petroleum Hydrocarbon Background in Subtidal Sediments

of Prince William Sound Alaska Environmental Toxicology and Chemistryv15(8) p1266-

1281 1996

PAGE DS DOUGLAS GS BENCE AE BURNS WA MANKIEWICZET PJ

Pyrogenic PAHs in sediments record past human activity a case study in Prince William Sound

Alaska Marine Pollution Bulletin v38 p 247ndash260 1999

PEREIRA NETTO AD SISINNO CL MOREIRAJC ARBILLAG DUFRAYER MC

Polycyclic aromatic hydrocarbons in leachate from a municipal solid waste dump of Niteroi

City RJ Brazil Bulletin of Environmental Contamination and Toxicologyv68 pp 148-

154 2002

87

PEREZ-FERNANDEZ B VINtildeAS L AacuteNGELES FRANCO M BARGIELA J PAHs in

the Riacutea de Arousa (NW Spain) A consideration of PAHs sources and abundance Marine

Pollution Bulletin 2015

PETERS K E MOLDOVAN J M The Biomarker Guide Interpreting molecular fossils in

petroleum and ancient sediments New York Englewood Cliffs e Prentice Hall 1993

PRAHL F G CARPENTER R Polycyclic aromatic hydrocarbon(PAH)-phase associations in

Washington coastal sediment Geochimica et Cosmochimica Acta v47(6) p1013ndash1023

1983

PRINCE RCELMENDORF DLLUTE JR17 alphaH-21betaH-hopane as a conserved

internal marker for estimating the biodegradation of crude oil Environmental Science amp

Technologyv28 (1) pp142-145 1994

QUIAO M et al Occurrence behavior and removal of typical substituted and parent polycyclic

aromatic hydrocarbons in a biological wastewater treatmentplant Water Research v 52 p 11ndash

19 2014

RAVINDRA K SOKHI R VAN GRIEKEN R Atmospheric polycyclic aromatic

hydrocarbons Source attribution emission factors and regulation Atmospheric Environment

v 42 n 13 p 2895ndash2921 2008

READMAN J W et al Petroleum and PAH contamination of the Black Sea Marine Pollution

Bulletin v 44 p 48ndash62 2002

RIBANI M et al Validaccedilatildeo em meacutetodos cromatograacuteficos e eletroforeacuteticos Quiacutem Nova Satildeo

Paulo v 27 n 5 p 771-780 Oct 2004

ROGGE W F et al Sources of fine organic aerosol 2 Noncatalyst and catalyst-equipped

automobiles and heavy-duty diesel trucks Environmental Science amp Technology v 27 n 4

p 636ndash651 1993

SABER D MAURO D SIRIVEDHIN T Environmental forensic investigation in sediments

near a former manufactured gas plant site Environ Forens v7 p65ndash75 2006

SAHA M TOGO A MIZUKAWA K MURAKAMI M TAKADA H ZAKARIA M H

CHIEM N CACH TUYEN B PRUDENTE M BOONYATUMANOND R SARKAR S

BHATTACHARYA B MISHRA P SEANG TANA T Sources of sedimentary PAHs in

tropical Asian waters Differentiation between pyrogenic and petrogenic sources by alkyl

homolog abundance Marine Pollution Bulletin v 58 n 2 p 189ndash200 2009

SCHAUER JJ KLEEMAN MJ CASS GR SIMONEIT BRT Measurement of

emissions from air pollution sources 5 C-1ndashC-32 organic compounds from gasoline-powered

motor vehicles Environ Sci Technol v36 i6 p1169ndash1180 2002

SILVA F S CRISTALE J ANDREacute PA SALDIVA PHN MARCHI M RR PM25

and PM10 The influence of sugarcane burning on potential cancer risk Atmospheric

Environment v 44 n 39 p 5133ndash5138 2010

SILVA FE Araras eacute o 28deg accedilude a sangrar no Cearaacute Diaacuterio do Nordeste Fortaleza 1deg abr de

2003 Regional

88

SIMONEIT B R T et al Molecular marker study of extractable organic matter in aerosols

from urban areas of China Atmospheric Environment Part A General Topics v 25 n 10 p

2111ndash2129 1991

SOCLO H H GARRIGUES P EWALD M Origin of polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) in coastal marine sediments Case studies in Cotonou (Benin) and Aquitaine (France)

Areas Marine Pollution Bulletin v 40 n 5 p 387ndash396 2000

STEINHAUER MS BOEHM PD The composition and distribution of saturatedand aromatic

hydrocarbons in nearshore sediments river sediments and coastal peat of Alaskan Beaufort Sea

implications for detecting anthropogenic hydrocarbon inputs Mar Environ Res v33 p223ndash

53 1992

STOGIANNIDIS E LAANE R Source characterization of polycyclic aromatic

hydrocarbons by using their molecular indices an overview of possibilities DMWhitacre

(Ed) Reviews of Environmental Contamination and Toxicology vol 234 pp49-133 2015

SUCUPIRA P A P Indicadores de degradaccedilatildeo ambiental dos recursos hiacutedricos

superficiais no meacutedio e baixo vale do rio Acarauacute ndash CE 2006 242 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Geografia) ndash Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006

SUGUIO K Introduccedilatildeo a sedimentologia Satildeo Paulo Ed Edgard Blucher EDUSP 317 p

1973

SUN L ZHANGS History of Fuel Consumption Inferred from Polycyclic Aromatic

Hydrocarbons in Sediments from the South Lianhuan Lake Northeast China Bull Environ

Contam Toxicol v88 p1027ndash1032 2012

TOLOSA I MESA-ALBERNAS M ALONSO-HERNANDEZ C M Inputs and sources of

hydrocarbons in sediments from Cienfuegos bay Cuba Marine Pollution Bulletin v 58 n 11

p 1624ndash1634 2009

TREMBLAY L KOHL S D RICE J A GAGNEacute J Effects of temperature salinity and

dissolved humic substances on the sorption of polycyclic aromatic hydrocarbons to estuarine

particles Marine Chemistry V96 Issues 1ndash2 P 21-34 2005

VENKATESAN MI The occurrence and possible sources of perylene in marine sediments ndash a

review Marine Chemistry v25 p1ndash27 1988

VENTURINI N et al A multi-molecular marker assessment of organic pollution in shore

sediments from the Riacuteo de la Plata Estuary SW Atlantic Marine Pollution Bulletin v 91 n 2

p 461ndash475 2015

VOLKMAN J K et al Identification of natural anthropogenic and petroleum hydrocarbons in

aquatic sediments Sci Total Environ v 112 n 2-3 p 203ndash219 1992

WANG MIN WANGC HU X ZHANG H HE s LV S Distributions and sources of

petroleum aliphatic hydrocarbons and polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface

sediments from Bohai Bay and its adjacent river China Marine Pollution Bulletin v90 p88ndash

94 2015

WANG Z FINGAS M PAGE D S Oil spill identification Journal of Chromatography A

89

v 843 n 1-2 p 369ndash411 1999

WANG Z FINGAS M SHU YY SIGOUIN L LANDRIAULT M LAMBERT P

Quantitative characterization of PAHs in burn residue and soot samples and differentiation of

pyrogenic PAHs from petrogenic PAHs ndash the 1994 Mobile Burn Study Environmental Science

amp Technology v33 p 3100ndash3109 1999

WANG Z FINGAS MF Development of oil hydrocarbon fingerprinting and identification

techniques Marine Pollution Bulletin v47 p423ndash452 2003

WANG Z et al Forensic source differentiation of petrogenic pyrogenic and biogenic

hydrocarbons in Canadian oil sands environmental samples Journal of Hazardous Materials

v 271 p 166ndash177 2014

WANG XC ZHANG YX CHEN RF Distribution and partitioning of polycyclicaromatic

hydrocarbons (PAHs) in different size fractions in sediments from Boston Harbor United States

Marine Pollution Bulletin v42 p1139-1149 2001

YAN B et al Molecular tracers of saturated and polycyclic aromatic hydrocarbon inputs into

Central Park Lake New York City Environmental Science and Technology v 39 n 18 p

7012ndash7019 2005

YUAN H LI T DING X ZHAO GYE S Distribution sources and potential toxicological

significance of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface soils of the Yellow River

Delta China Mar Pollut Bullv83(1) p258-64 2014

YUNKER M B MACDONALD R W VINGARZAN R MITCHELL R H GOYETTE

D SYLVESTRE S PAHs in the Fraser River basin a critical appraisal of PAH ratio as

indicators of PAH source and composition Organic Geochemistry v 33 p 489ndash515 2002

YUNKER M B et al Alkane and PAH provenance and potential bioavailability in coastal

marine sediments subject to a gradient of anthropogenic sources in British Columbia Canada

Organic Geochemistry v 89-90 p 80ndash116 2015

90

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS HPAS

HPAs mz

Tempo

de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

HPAs mz Tempo de

Retenccedilatildeo (min)

Coeficiente

de

correlaccedilatildeo

(R2)

Faixa de

Trabalho

2 a

neacutei

s

Naftaleno 128 16152 09954 0-5000 ppb C1-naftaleno 142 23680

2-metilnaftaleno 142 21243 09987 0-5000 ppb C2-naftaleno 156 23473

1-metilnaftaleno 142 21839 09994 0-5000 ppb C3-naftaleno 170 26564

16-dimetilnaftaleno 156 26057 09989 0-5000 ppb C4-naftaleno 184 35457

12-dimetilnaftaleno 156 27016 09997 0-5000 ppb C1-fluoreno 180 33626

235-trimetilnaftaleno 170 30304 09987 0-5000 ppb C2-fluoreno 194 34212

Bifenil 154 24121 09995 0-5000 ppb C3-fluoreno 208 41991

3 a

neacutei

s

Acenaftileno 152 26876 09998 0-5000 ppb C1-dibenzotiofeno 198 35751

Acenafteno 154 27976 09996 0-5000 ppb C2-dibenzotiofeno 212 41948

Dibenzofurano 168 28957 09983 0-5000 ppb C3-dibenzotiofeno 226 42681

Fluoreno 166 30994 09999 0-5000 ppb C4-dibenzotiofeno 240 49243

1-metilfluoreno 180 34117 09994 0-5000 ppb C1-fenantreno 192 39406

Dibenzotiofeno 184 35457 09999 0-5000 ppb C2-fenantreno 206 39384

46-dimetildibenzotiofeno 212 39988 09999 0-5000 ppb C3-fenantreno 220 45105

Fenantreno 178 36010 09998 0-5000 ppb C4-fenantreno 234 49263

Antraceno 178 36959 09995 0-5000 ppb C1-pireno 216 44668

Carbazole 167 37584 09991 0-5000 ppb C2-pireno 230 51176

9-etil-10-metilfenantreno 220 43867 09995 0-5000 ppb C3-pireno 244 46679

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 202 42444 09996 0-5000 ppb C4-pireno 258 53991

Pireno 202 43716 09995 0-5000 ppb C1-criseno 242 49554

1-metilpireno 216 46494 09998 0-5000 ppb C2-criseno 256 56220

Benz(a)antraceno 228 49651 09959 0-5000 ppb C3-criseno 270 51662

Trifenileno 228 49651 09979 0-5000 ppb

Criseno 228 49943 09973 0-5000 ppb Fluoranteno-d10 (PI) 212 41948

6-metilcriseno 242 52031 09940 0-5000 ppb

6-etilcriseno 256 52779 09998 0-5000 ppb

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 252 54578 09997 0-5000 ppb

Benzo(k)fluoranteno 252 55150 09998 0-5000 ppb

Benzo(e)pireno 252 55994 09999 0-5000 ppb

Benzo(a)pireno 252 56446 09988 0-5000 ppb

Perileno 252 56688 09990 0-5000 ppb

Dibenzo(ah)antraceno 278 62164 09783 0-5000 ppb

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 276 62444 09843 0-5000 ppb

Benzo(ghi)perileno 276 64164 09998 0-5000 ppb Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno Os compostos

simbolizados representam os 16HPAs prioritaacuterios pela USEPA

91

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS

BIOMARCADORES

BIOMARCADORES mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de Calibraccedilatildeo

ααα - colestano 217 54804 09865 0-1324 ppm

αββ - colestano 218 53765 09941 0-1324 ppm

17α (H)21β (H)-30-norhopano 191 57994 09420 0-1324 ppm

ααα - 20R 24R - etilcolestano 217 57317 09783 0-1324 ppm

17α (H)-222930 - trisnorhopano 191 56059 09668 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - hopano 191 59429 09716 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22R - homohopano 191 61548 09429 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22S - homohopano 191 61282 09351 0-1324 ppm

αββ - 20R 24S - metilcolestano 218 56655 09885 0-1324 ppm

αββ - 20R 24R - etilcolestano 218 56333 09871 0-1324 ppm

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

92

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS N-ALCANOS

ALCANOS mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de

Calibraccedilatildeo

nC10 57 8139 09971 0-5000 ppb

nC11 57 10534 09970 0-5000 ppb

nC12 57 14708 09983 0-5000 ppb

nC13 57 19428 09987 0-5000 ppb

nC14 57 23265 09990 0-5000 ppb

nC15 57 26574 09993 0-5000 ppb

nC16 57 29463 09999 0-5000 ppb

nC17 57 31965 09998 0-5000 ppb

pristano 57 32062 09998 0-5000 ppb

nC18 57 34393 09990 0-5000 ppb

fitano 57 34393 09950 0-5000 ppb

nC19 57 36624 09986 0-5000 ppb

nC20 57 38662 09982 0-5000 ppb

nC21 57 40621 09979 0-5000 ppb

nC22 57 42530 09970 0-5000 ppb

nC23 57 44202 09971 0-5000 ppb

nC24 57 45970 09964 0-5000 ppb

nC25 57 47650 09961 0-5000 ppb

nC26 57 49185 09948 0-5000 ppb

nC27 57 50720 09944 0-5000 ppb

nC28 57 52206 09940 0-5000 ppb

nC29 57 53660 09915 0-5000 ppb

nC30 57 54939 09928 0-5000 ppb

nC31 57 56333 09912 0-5000 ppb

nC32 57 57962 09873 0-5000 ppb

nC33 57 59655 09875 0-5000 ppb

nC34 57 61632 09921 0-5000 ppb

nC35 57 63899 09928 0-5000 ppb

nC36 57 66808 09938 0-5000 ppb

nC37 57 70166 09935 0-5000 ppb

nC38 57 74181 09916 0-5000 ppb

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

93

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAs INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute

0-5 cm 5-10

cm

10-15

cm

15-20

cm

20-25

cm

25-30

cm

30-35

cm

35-40

cm

40-45

cm

45-50

cm

50-55

cm

55-60

cm

HPAs parentais

2 a

neacutei

s

Naftaleno ltLD 767 ltLD 401 652 ltLD ltLD ltLD 3668 1569 3268 ltLD

2-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD 1393 ltLD ltLD ltLD 897 270 1300 ltLD

1-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 845 060 ltLD ltLD

16-dimetilnaftaleno 1401 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

12-dimetilnaftaleno 1845 5311 914 2566 1186 7608 2826 5071 3508 2067 2541 4269

235-trimetilnaftaleno 628 9717 ltLD ltLD 031 ltLD ltLD ltLD 874 ltLD ltLD ltLD

Bifenil 581 234 ltLD 243 1438 810 ltLD 885 936 ltLD ltLD ltLD

3 a

neacutei

s

Acenaftileno ltLD ltLD ltLD ltLD 328 385 ltLD ltLD 306 ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno ltLD 1483 ltLD ltLD 7125 9171 769 ltLD ltLD 261 015 ltLD

1-metilfluoreno 2409 252 085 053 648 407 151 057 060 084 068 068

Fenantreno 2729 846 1508 771 1016 1361 1394 1834 996 755 185 1259

Antraceno 686 554 720 412 371 199 288 827 488 283 1119 642

Carbazole 2131 357 1992 1001 820 1147 930 1329 1428 1556 911 639

9-etil-10-metilfenantreno 412 095 263 030 352 430 285 746 131 081 244 062

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 4888 546 1378 492 206 1207 156 1667 879 168 196 1658

Pireno 3900 607 1416 412 339 710 1062 735 225 292 309 1489

1-metilpireno 1942 182 402 207 422 386 1143 365 248 409 360 223

Benz(a)antraceno 2784 708 606 1200 835 1848 1612 2187 2348 353 664 2484

Trifenileno 4090 146 257 094 227 276 149 1743 3226 145 810 2518

Criseno 1462 094 3983 220 113 110 054 802 1442 122 1263 129

6-metilcriseno 3593 299 833 312 489 328 505 330 335 847 2008 247

6-etilcriseno 715 313 748 185 468 291 693 296 1829 792 1476 1031

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 15493 2360 4053 2669 1320 3849 2236 10391 6497 5564 1980 8160

Benzo(k)fluoranteno 8240 1239 4624 4344 1871 856 994 5483 1780 1335 2638 1191

Benzo(e)pireno 11034 1378 5693 826 1232 6811 10620 22548 39510 30411 37397 25197

Benzo(a)pireno 18157 1225 8715 870 3171 4915 11826 28991 30554 18433 17648 14549

Perileno 34008 2025 31746 361 2189 958 22903 1426 74001 751 2699 1116

Dibenzo(ah)antraceno ltLD ltLD 17867 ltLD ltLD ltLD ltLD 618160 170855 183085 309876 113543

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 5558 1545 2253 1396 2339 1707 1526 12061 3864 2543 3536 2021

Benzo(ghi)perileno 2967 1221 3118 1102 2157 2475 1649 2282 10371 2423 6520 9911

HPAs alquilados sum C1-C4 naftalenos 35991 57276 35627 22235 40623 260598 52905 30061 80734 10025 32274 24297

sum C1-C3 fluorenos 7647 4478 6221 3742 9601 6519 8172 9082 15616 7814 10281 8868

sum C1-C4 fenantrenos 7878 211 4731 1231 000 4554 8782 4529 16808 17808 20501 16206

sum C1-C4 pirenos 6832 129 5338 794 000 3252 8390 8454 10944 11239 17571 17892

sum C1-C3 crisenos 15410 3251 15133 4435 5692 7330 9675 27838 28433 34633 48985 42654

HPAs sulfurados Dibenzofurano 581 ltLD ltLD ltLD 1764 200 1261 ltLD ltLD 319 ltLD 016

Dibenzotiofeno 153 1006 232 1586 939 1417 1142 3404 2777 1351 937 1338

46-

dimetildibenzotiofeno 062 2052 260 1812 3041 077 2797 078 105 014 294 1305

sum C1-C4

dibenzotiofenos 303 412 3789 1316 000 2574 4222 10286 8247 2907 3198 13788

Paracircmetros sum HPAs16 66864 13197 50241 14290 21842 28793 23566 685419 234272 217187 349214 157036

sum HPAs 54 20651

2 102321 164505 57319 94398 334767 161117 813946 525764 340768 533068 318770

sum HPAs alquilados 74061 65757 70839 33753 55917 284828 92146 90249 160783 84426 132810 123705

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 3415 3651 2229 1584 9492 11116 2451 2660 5458 2867 4587 1901

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 63449 9546 48012 12705 12351 17677 21115 682758 228814 214320 344627 155136

94

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E

ARGILA) DO TESTEMUNHO

Seccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

0-5 cm 180 240 140 3723 5717

5-10 cm 436 541 177 2404 6442

10-15 cm 455 505 145 1881 7014

15-20 cm 275 320 140 977 8288

20-25 cm 105 215 045 552 9083

25-30 cm 785 815 220 2545 5635

30-35 cm 850 1170 315 3228 4437

35-40 cm 655 685 225 6928 1507

40-45 cm 695 670 160 7171 1304

45-50 cm 1855 1740 565 4767 1073

50-55 cm 627 642 874 6085 1772

55-60 cm 390 465 060 5228 3857

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

Page 10: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho 68

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos superficiais

71

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais 72

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o estuaacuterio

do rio Acarauacute 74

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio

Acarauacute 76

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho 19

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem 34

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM 41

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate 44

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9 e

ACR10 (porcentagem) 46

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho 48

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute 50

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio

Acarauacuteem ngg-1

52

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

53

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

) 54

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

) 55

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo nos

uacuteltimos cinco anos 56

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute 60

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o rio

Acarauacute 60

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho 75

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999) 77

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ace Acenafteno

Ace-d10 Acenafteno ndash Deuterado

Aci Acenaftileno

AFs Aacutecidos Fuacutelvicos

AHs Aacutecidos Huacutemicos

AMM HPAs de alta massa molar

Ant Antraceno

BaA Benzo(a)antraceno

BaP Benza(a)Pireno

BbF Benzo(b)Fluoranteno

BeP Benzo(e)Pireno

BghiP Benzo[ghi]Perileno

BkF Benzo(k)Fluoranteno

BMM HPAs de baixa massa molar

CCME Canadian Council of ministers of the Environment

CO Carbono Orgacircnico

CONAMA Conselho Nacional do meio ambiente

Cri Criseno

Cri-d12 Criseno ndash Deuterado

CV Coeficiente de variaccedilatildeo

DCM Dicloro-metano

DhaA Dibenzo[ah]Antraceno

DP Desvio padratildeo

ERL Effect range- low (Faixa de efeitos- baixa)

ERM Effects range-median (Faixa de efeitos- meacutedia)

Fen Fenantreno

Fen-d10 Fenantreno ndash Deuterado

Fl Fluoreno

Flu Fluoranteno

GC-MS Cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas

HPA Hidrocarboneto policiacuteclico aromaacutetico

IARC Agecircncia Nacional para Pesquisa de Cacircncer

IncdP Indeno[123-cd]Pireno

Koc Constante de particcedilatildeo com carbono

Kow Coeficiente de Particcedilatildeo octanol-aacutegua

KPa Quiilopascal

LD Limite de detecccedilatildeo

LQ Limite de quantificaccedilatildeo

mz Razatildeo massacarga

MO Mateacuteria Orgacircnica

Naf Naftaleno

Naf-d8 Naftaleno ndash deuterado

NOAA National Oceanographic and Atmospheric Administration (Administraccedilatildeo

Nacional Oceanograacutefica e Atmosfeacuterica)

PEL Probable effect level (Niacutevel de efeitos provaacuteveis)

PER Perileno

PER-d10 Perileno ndash deuterado

pH Potencial hidrogeniocircnico

Pir Pireno

POPs Poluentes Orgacircnicos Persistentes

TEL Threshold effect level (Limiar de efeitos)

TOC Carbono orgacircnico total

TR Tempo de retenccedilatildeo

USEPA Agecircncia Norte Americana de Proteccedilatildeo Ambiental

microg Micrograma

Σ16 HPAs Somatoacuterio dos 16 HPAs prioritaacuterios segundo USEPA

Natildeo faz mal que seja pouco o que importa eacute que o avanccedilo de hoje

seja maior que o de ontem Que nossos passos de amanhatilde

sejam mais largos que os de hojerdquo

DAISAKU IKEDA

SUMAacuteRIO

1 INTRODUCcedilAtildeO16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA16

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 17

211 n-alcanos 17

212 Isoprenoacuteides 18

213 Biomarcadores 19

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos 21

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos 25

3 OBJETIVOS27

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS28

41 Processos metodoloacutegicos 28

42 Aacuterea de Estudo 28

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta 34

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar 35

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos 36

451 Granulometria 36

452 Carbonato de Caacutelcio 36

453 Teor de Carbono Orgacircnico 37

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos 38

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos

aromaacuteticos 39

461 Reagentes e material 39

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental 39

463 Controle de Qualidade 42

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO45

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica 45

511 Sedimentos Superficiais 45

512 Sedimentos do testemunho 46

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos 49

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais 49

522 n-alcanos no testemunho sedimentar 53

523 Biomarcadores do petroacuteleo 53

5231 Sedimentos superficiais53

5232 Testemunho 53

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos 54

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais 54

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho 58

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute 60

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas 60

5411 Sedimentos superficiais61

5412 Testemunho 66

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas 69

5421 Sedimentos superficiais69

5422 Testemunho 73

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos

do sedimento 74

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais 77

6 CONCLUSAtildeO 78

REFEREcircNCIAS 80

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS HPAS 90

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS BIOMARCADORES 91

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS

CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS N-ALCANOS 92

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAS INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute 93

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E ARGILA)

DO TESTEMUNHO 94

16

1 INTRODUCcedilAtildeO

A disponibilidade hiacutedrica desempenha um papel fundamental no

desenvolvimento das aglomeraccedilotildees humanas Com isso o processo de ocupaccedilatildeo do

espaccedilo ocorre proacuteximo aos cursos drsquoaacutegua fato confirmado historicamente com o

desenvolvimento das grandes civilizaccedilotildees nas mediaccedilotildees dos rios Dessa forma o

desenvolvimento raacutepido das sociedades necessita da compreensatildeo e da avaliaccedilatildeo das

caracteriacutesticas do ambiente em que vivemos

Atualmente sobretudo proacuteximo agrave zona costeira esses ambientes satildeo altamente

explorados e utilizados Segundo Tundisi (2003) a maioria da populaccedilatildeo brasileira estaacute

em bacias costeiras ou estaacute no maacuteximo a 100 km da costa Vale ressaltar que essas aacutereas

litoracircneas foram marco inicial de alguns nuacutecleos urbanos e concentram elevadas

densidades demograacuteficas que acabam atraindo investimentos econocircmicos (ALVES

2008)

Nesse acircmbito eacute possiacutevel perceber o impacto da urbanizaccedilatildeo levando-nos a

reflexatildeo sobre algumas medidas que devem ser tomadas sobretudo no que se refere aos

resiacuteduos gerados em grande ou pequena escala decorrente do aumento da populaccedilatildeo nas

cidades Uma demanda maior de energia e mateacuteria prima eacute necessaacuteria diante desse

crescente aumento populacional Aleacutem disso como resultado temos a poluiccedilatildeo oriunda

de processos industriais que ocasiona uma serie de desequiliacutebrios ambientais e acabam

prejudicando a vida do homem e a sauacutede de inuacutemeros ecossistemas (UNEP 2002

FRONZA 2006)

Os ambientes aquaacuteticos tem funcionado como aacutereas receptoras dos mais

variados tipos de efluentes despejos e derrames Por isso diversos contaminantes

continuamente alcanccedilam os ecossistemas por meio das atividades antroacutepicas e essas

substancias em sua maioria acabam permanecendo acumuladas nos sedimentos

(OCKENDER et al 2003) Entre as diversas substancias contaminantes existentes

destacam-se os poluentes orgacircnicos que compreendem uma classe de substancias cuja

origem se da a partir de fontes difusas e pontuais aportando no meio ambiente pelas

contribuiccedilotildees de processos como a drenagem urbana provocada pelas aacuteguas da chuva

atividades agriacutecolas e por meio de lanccedilamentos de efluentes domeacutesticos e industriais

(BAIRD 2002)

17

Os hidrocarbonetos satildeo componentes abundantes do material orgacircnico nos

sedimentos e uma das maiores classes de compostos orgacircnicos Entre os contaminantes

orgacircnicos os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

(HPAs) tecircm recebido muita atenccedilatildeo ultimamente devido a sua ampla distribuiccedilatildeo nos

sedimentos lacustres e marinhos (LEITE et al2011 DE ABREU-MOTA et al 2014

VENTURINI et al 2015 MACHADO et al2014 WANG et al 2014 KANZARI et

al 2015) Esses contaminantes estatildeo associados com os sedimentos devido a sua baixa

solubilidade em aacutegua e consequente natureza hidrofoacutebica (VOLKMAN et al 1992

GUO et al 2007)

A bacia do rio Acarauacute eacute a segunda maior bacia hidrograacutefica do Cearaacute e vecircm

passando por diversas alteraccedilotildees do ambiente Aumento populacional aumento do

traacutefico de veiacuteculos e atividade de agricultura com o periacutemetro irrigado do Baixo Acarauacute

satildeo alguns dos exemplos dessas mudanccedilas Dessa forma a investigaccedilatildeo das possiacuteveis

fontes de hidrocarbonetos para essa regiatildeo eacute de suma importacircncia Esse eacute o primeiro

estudo que avalia a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo as fontes e os fatores que controlam a

acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos na regiatildeo Com ele visamos fornecer

dados e subsiacutedios para o monitoramento poliacuteticas puacuteblicas e preservaccedilatildeo deste

importante ecossistema costeiro

16

2 FUNDAMENTACcedilAtildeO TEOacuteRICA

A qualidade dos sedimentos pode ser avaliada pelo conteuacutedo dos HA e HPAs

que satildeo as duas maiores classes de compostos encontrados no petroacuteleo Os

hidrocarbonetos nos sedimentos provecircm de diversas fontes e atingem o ambiente

aquaacutetico atraveacutes do escoamento superficial do lanccedilamento de efluentes domeacutesticos e

industriais da drenagem de aacutegua da chuva das atividades de navegaccedilatildeo e dos

afloramentos naturais de petroacuteleo (PAGE et al 1996 READMAN et al 2002

PEREINA-NETTO et al 2004 COLOMBO et al 2007 CAVALCANTE et al

2008) O destino e o transporte dos contaminantes orgacircnicos nos ambientes aquaacuteticos eacute

dependente da particcedilatildeo dos mesmos entre as fases particulada e dissolvida

(MECHLINSKA et al 2009 CHEN WONG e TAM 2011) Os componentes

hidrofiacutelicos acumulam-se predominantemente na fase aquosa e satildeo consequentemente

transportados na fraccedilatildeo moacutevel Por outro lado os contaminantes mais hidrofoacutebicos

tendem a acumular-se na fase soacutelida por interaccedilotildees de sorccedilatildeo com as superfiacutecies do

material particulado (KOWALSKA GULER E COCKE 1994 TREMBLAY et al

2005) O material particulado eacute entatildeo depositado de acordo com as condiccedilotildees

hidroloacutegicas e sedimentoloacutegicas e eacute transferido para o sedimento associado aos

compostos hidrofoacutebicos tornando-os parte da fraccedilatildeo imoacutevel Dessa forma eles podem

ser encontrados em altas concentraccedilotildees em sedimentos contaminados (KARICKHOFF

BROWN E SCOTT 1979) Qualquer distuacuterbio nos sedimentos contaminados pode

remobilizar os contaminantes para a coluna daacutegua aumentando sua biodisponibilidade

e assim os riscos para sauacutede da biota (READMAN et al 2002 GROSSI et al 2002)

Vaacuterios trabalhos tecircm utilizado os sedimentos superficiais para avaliar a

qualidade do ambiente aquaacutetico em relaccedilatildeo a contaminaccedilatildeo de hidrocarbonetos e na

identificaccedilatildeo de fontes desses contaminantes (READMAN et al 2002 MAI et al

2002 SAHA et al 2009 FERNANDES 2013 OLIVEIRA 2016) Aleacutem dessa

ferramenta os hidrocarbonetos em testemunhos sedimentares podem ser utilizados na

reconstruccedilatildeo do registro histoacuterico das entradas desses contaminantes em estudos de

impacto ambiental mostrando a mudanccedila no uso dos hidrocarbonetos ao longo do

tempo (MACHADO et al 2014 CAVALVANTE et al 2008

BOONYATUMANOND et al 2007 LORGEOUX et al 2016)

17

21 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

Os hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) correspondem a uma importante fraccedilatildeo dos

lipiacutedios e compreendem uma vasta classe de compostos orgacircnicos Entre essas classes

de compostos estatildeo os n-alcanos os isoprenoacuteides os terpanos e os esteranos entre

muitos outros

As fontes desses compostos podem ser tanto naturais atraveacutes da fotossiacutentese por

organismos marinhos e terrestres sendo as principais fontes biogecircnicas representadas

pelas plantas terrestres o fitoplacircncton e as bacteacuterias (VOLKMAN et al 1992 ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996) quanto antropogecircnicas provenientes do escoamento

superficial deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e entrada por processos industriais (ABOUL-

KASSIM E SIMONEIT1996)

211 n-alcanos

Os n-alcanos satildeo compostos orgacircnicos de cadeia aberta formados por carbono e

hidrogecircnio que formam uma seacuterie homologa sem ramificaccedilotildees onde cada membro

difere do anterior por um grupo CH2

1198673119862 minus (1198621198672)5 minus 1198621198673

119862711986716

Fonte Elaborado pela autora

Os n-alcanos com cadeias de tamanho C15 ndash C35 estatildeo presentes em quase todos

sedimentos (VOLKMAN et al 1992) As fontes de n-alcanos podem ser os

fitoplanctons (VOLKMAN et al 1992) as plantas superiores (EGLINTON E

HAMILTON 1967) um afloramento natural de petroacuteleo derramamentos acidentais e

escoamento superficial O fitoplacircncton sintetiza prioritariamente n-alcanos de cadeias

mais curtas com nuacutemero iacutempar de carbonos (n-C15 a n-C21) Alguns compostos de

cadeias mais longas independente do nuacutemero de aacutetomos de carbono ser iacutempar ou par

satildeo sintetizados por diversos organismos marinhos poreacutem em menores quantidades que

a fonte fitoplanctocircnica (VOLKMAN et al 1992) Por outro lado as plantas superiores

terrestres como os mangues produzem n-alcanos de cadeias longas (C25-C35) como

Figura 1 - Estrutura baacutesica dos n-alcanos

18

principal componente das suas ceras cuticulares com uma preferecircncia de produccedilatildeo de

n-alcanos com um nuacutemero iacutempar de carbonos em relaccedilatildeo ao nuacutemero par (EGLINTON

E HAMILTON 1967)

Os n-alcanos de origem petrogecircnica podem ser derivados do petroacuteleo bruto ou

de seus derivados Na composiccedilatildeo destes produtos podem existir n-alcanos com 1 a 40

aacutetomos de carbono ocorrendo a ausecircncia da predominacircncia de cadeias com um nuacutemero

par ou impar de carbonos (VOLKMAN et al 1992 SIMONEIT 1991)

212 Isoprenoacuteides

Os alcanos isoprenoacuteides satildeo HA de cadeia ramificada com estrutura derivada do

isopreno um dos blocos constituinte das estruturas baacutesicas da natureza

Os isoprenoacuteides mais utilizados para estudos ambientais de contaminaccedilatildeo satildeo

representados pelo pristano (261014-tetrametilpentadecano) e fitano (261014-

tetrametilhexadecano) que satildeo produtos da alteraccedilatildeo geoloacutegica do fitol e natildeo satildeo

constituintes primaacuterios da maioria da biota terrestre (Figura 2) (GUO et al 2007

HARJI et al 2008) Eles satildeo comumente considerados como bons indicadores de

contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (VOLKMAN et al 1992 READMAN et al 2002) Como

regra geral valores altos da razatildeo PristanoFitano indicam fonte biogecircnica sob

condiccedilotildees oxidantes (BETCHEL et al 2007)

Figura 2 Degradaccedilatildeo do fitol e os isoprenoacuteides formados (pristano e fitano)

Fonte PETERS E MOLDOWAN 1993

Alguns autores tambeacutem utilizam a relaccedilatildeo entre os isoprenoacuteides para obter

informaccedilotildees a respeito do ambiente deposicional da mateacuteria orgacircnica geradora do

petroacuteleo (READMAN et al 2002 TOLOSA et al 2009) As fontes biogecircnicas desses

compostos satildeo importantes jaacute que eles derivam do fitol tanto sob condiccedilotildees redutoras

19

(fitano) quanto oxidantes (pristano) Risatti e colaboradores (1984) estabeleceram que o

fitano eacute sintetizado pelas bacteacuterias metanogecircnicas presentes em condiccedilotildees anoacutexicas

213 Biomarcadores

Durante os processos de maturaccedilatildeo geoloacutegica das rochas-geradoras de petroacuteleo e

do petroacuteleo bruto a mateacuteria orgacircnica originalmente proveniente de plantas e animais eacute

transformada diageneacutetica e catagenicamente durante milhotildees de anos

Para o entendimento do grau de maturaccedilatildeo teacutermica bem como dos processos de

migraccedilatildeo do oacuteleo e para a correlaccedilatildeo oacuteleo-oacuteleo e oacuteleo-rocha geradora os indicadores

geoquiacutemicos moleculares ou biomarcadores satildeo largamente utilizados Na avaliaccedilatildeo de

amostras ambientais os biomarcadores satildeo utilizados para o diagnoacutestico da presenccedila de

petroacuteleo e possiacutevel identificaccedilatildeo do tipo de petroacuteleo na contaminaccedilatildeo

Os biomarcadores satildeo correspondentes aos compostos esteranos e triterpanos

Os esteranos satildeo compostos derivados dos esteroacuteis presente na maioria dos organismos

vivos Os esteroacuteis sofrem modificaccedilotildees na sua estrutura durante o processo de

maturaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica dando origem aos esteranos Entre os triterpanos (tri-

tetra- e pentaciacuteclicos) foram estudados os triterpanos pentaciacuteclicos mais conhecidos

como hopanos Os hopanos satildeo foacutesseis moleculares dos hopanoacuteides das bacteacuterias que

desempenham o mesmo papel de tornar a membrana celular mais fluida que os esteroacuteis

nas ceacutelulas eucarioacuteticas (PRINCE et al 1994) Diante do grande espectro desses

compostos presentes no petroacuteleo somente os principais foram estudados nesse trabalho

(Tabela 1e Figura 3)

Tabela 1 - Nomes dos hopanos e esteranos estudados nesse trabalho

Abrev Nome Estrutura Foacutermula

Hopanoacuteides

Tm 17α(H)-222930 - trisnorhopano II C27H46

NH 17α(H)21β(H)-30-norhopano III C29H50

H 17α(H)21β(H) - hopano I C30H52

HH(R) 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano IV n = 1 C31H54

HH(S) 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano IV n = 1 C31H54

Esteranos

C27ααα (SR) 5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C27αββ (SR) 5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = H C27H48

C28αββ (SR) 24-metil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Me C28H50

C29ααα (SR) 24-etil-5α(H)14α(H)17α(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

C29αββ (SR) 24-etil-5α(H)14β(H)17β(H)-20SR-colestano V R = Et C29H52

Fonte Elaborada pela autora Estrutura refere-se a estrutura quiacutemica dos compostos

apresentada na Figura 3

20

Figura 3 - Estrutura quiacutemica dos hopanos e esteranos

Fonte Adaptado de AEPLI et al 2014

Vaacuterios estudos comprovaram que os hopanos e os esteranos satildeo muito

resistentes a degradaccedilatildeo no meio ambiente e podem ser usados com marcadores

moleculares para traccedilar e caracterizar a contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (ROGGE et al1993

PRINCE et al 1994 WANG FINGAS E PAGE 1999a AEPLI et al 2014) Devido

aos seus altos pontos de ebuliccedilatildeo eles natildeo estatildeo presentes nos combustiacuteveis gasolina e

diesel mas satildeo encontrados nos oacuteleos lubrificantes asfaltos e resiacuteduos pesados do

petroacuteleo (SAHA et al 2009) Portanto baseado na anaacutelise das concentraccedilotildees dos

biomarcadores e no perfil de distribuiccedilatildeo dos mesmos eacute possiacutevel validar a presenccedila e o

tipo de fonte petrogecircnica nos sedimentos

30-norhopanos (NH)

5α(H)-esteranos

homohopanos (HH)

17α(H)21β(H) - hopano (H) 17α(H)-222930 - trisnorhopano (Tm)

21

22 Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

Hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs) satildeo uma classe de

contaminantes orgacircnicos que contem dois ou mais aneacuteis benzecircnicos fundidos e que

podem ser toacutexicos a biota em elevadas concentraccedilotildees Alguns podem conter estruturas

dos aneacuteis com menos do que 6 aacutetomos de carbono (pe acenaftileno acenafteno e

fluoreno) (Figura 5) Em outros um aacutetomo de carbono do anel de benzeno pode ser

substituiacutedo por um nitrogecircnio enxofre ou oxigecircnio resultando na formaccedilatildeo de

compostos aromaacuteticos heterociacuteclicos (pe dibenzotiofeno) (Figura 5) Aleacutem disso

aacutetomos de hidrogecircnio nos HPAs parentais podem ser substituiacutedos por grupos alquil (pe

2-metilnaftaleno) (Figura 4) Os HPAS com menos de 4 aneacuteis satildeo chamados de HPAS

de baixo peso molecular (BPM) enquanto que os que possuem 4 aneacuteis ou mais satildeo

chamados de HPAs de alto peso molecular (APM)

Os HPAs satildeo contaminantes orgacircnicos presentes desde ambientes com intensa

atividade humana ateacute ambientes isolados (PEREIRA NETTO et al 2002 MAI et al

2002 TOLOSA et al2009 MARTINS et al 2012 MEIRE et al2008) As fontes e o

destino dos HPAs no meio ambiente tem sido objeto de estudos extensivos devido as

propriedades mutagecircnicas eou carcinogecircnicas de alguns dos seus isocircmeros (pe

benzo(a)pireno e dibenzo(ah)antraceno) portanto as concentraccedilotildees e fontes destes

compostos tecircm sido monitoradas constantemente

22

Figura 4 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos alquilados

Fonte Elaborada pela autora

23

Figura 5 - Principais hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos parentais

Fonte Elaborada pela autora

Alguns HPAs satildeo formados atraveacutes da combustatildeo incompleta de compostos

orgacircnicos e subsequumlente recombinaccedilatildeo com outras partiacuteculas orgacircnicas constituindo

uma fonte piroliacutetica destes compostos (LIMA FARRINGTON E REDDY 2005) Esses

HPAs podem ser introduzidos naturalmente no ambiente atraveacutes de queimadas de

florestas pastagens e atividades vulcacircnicas (MASCLET et al 1995) Fontes

antropogecircnicas de HPAs piroliacuteticos podem ser a incineraccedilatildeo de lixo e madeira

emissotildees veiculares e preparaccedilatildeo da terra para a agricultura (ROGGE et al 1993

KALILI et al 1995 RAVINDRA SOKHI E GRIEKEN 2008 SILVA et al 2010

DE ANDRADE et al 2010) Outra fonte de HPAs eacute a descarga de material relacionado

24

ao petroacuteleo que caracterizam fontes petrogecircnicas como descargas e derramamentos de

petroacuteleo lanccedilamentos de esgotos urbanos e industriais e escoamento superficial das

aacutereas adjacentes aos corpos daacutegua (WANG FINGAS E PAGE 1999) Uma terceira

fonte de HPAs seria por processos bioloacutegicos ou nos estaacutegios iniciais da diagecircnese dos

sedimentos (VENKATESAN 1988)

A principal forma de relacionar as concentraccedilotildees dos HPAs agraves fontes emitidas eacute

atraveacutes das razotildees diagnoacutestico especiacutefica para cada fonte Essas razotildees satildeo baseadas nas

concentraccedilotildees de HPAs selecionados que de alguma forma caracterizam as diferentes

fontes A utilizaccedilatildeo dessa razotildees para a determinaccedilatildeo de fontes nos sedimentos requer o

entendimento da estabilidade termodinacircmica relativa dos HPAs selecionados Para os

HPAs parentais na combustatildeo ocorre o aumento da concentraccedilatildeo do isocircmero menos

estaacutevel termodinamicamente em detrimento do mais estaacutevel (YUNKER et al 2002)

Aleacutem disso cada fonte tem uma emissatildeo especiacutefica de HPAs o que permite uma

correlaccedilatildeo (ROGGE et al 1993 KALILI et al 1995)Os compostos alquilados estatildeo

presentes em concentraccedilotildees elevadas no petroacuteleo e seus derivados e relativamente

pequena ou ateacute mesmo ausentes nas emissotildees derivadas da combustatildeo (queimadas

caldeiras termoeleacutetricas veiacuteculos automotores etc) Os HPAs alquilados satildeo

termodinamicamente mais instaacuteveis do que os correspondentes HPAs parentais e

portanto a razatildeo dos HPAs alquilados em relaccedilatildeo aos HPAs parentais tem sido usado

para diferenciar os HPAs (SAHA et al 2009)

Eacute interessante observar que uma certa dificuldade na identificaccedilatildeo da origem dos

HPAs em amostras sedimentares eacute frequente devido em geral agrave presenccedila de vaacuterias

fontes de contaminantes e de diversos processos de transformaccedilatildeo dos compostos no

sedimento e antes disto no proacuteprio transporte ao longo da coluna daacutegua

Entre os HPAs os 16 compostos listados pela Agecircncia de Proteccedilatildeo Ambiental

Norte-Americana e os seus homoacutelogos alquilados possibilitam diagnosticar com maior

facilidade a origem da contaminaccedilatildeo por hidrocarbonetos que pode ser piroliacutetica

(oriunda da combustatildeo incompleta de combustiacuteveis e biomassa) ou petrogecircnica

(SOCLO et al2000 NEFF et al 2005 PEREacuteZ-FERNANDEZ et al 2015 ) Esses 16

compostos foram escolhidos para essa lista de prioridade porque (1) eles reuacutenem o

maior nuacutemero de informaccedilotildees sobre sua estrutura efeitos toxicoloacutegicos e fontes

emissoras (2) eles satildeo suspeitos de causar maiores danos do que outros e exibem

efeitos que satildeo representativos da classe de HPAs como um todo (3) existe uma maior

25

chance de exposiccedilatildeo a esses HPAs do que aos outros e (4) de todos os HPAs

analisados estes exibem as maiores concentraccedilotildees (RAVINDRA et al 2008)

23 Perigo ao ambiente aquaacutetico dos hidrocarbonetos

Segundo Irwin e colaboradores (1997) os alcanos como um grupo tem

toxicidade aquaacutetica baixa a moderada Esse mesmo estudo mostra que a toxicidade dos

alcanos estudados decresceu na seguinte ordem decano octano hexano e pentanoEsse

mesmo resultado foi encontrado pelo Bureau of Reclamation (2002) Dessa forma

podemos inferir que a toxicidade dos alcanos tende a aumentar com o aumento do

tamanho da moleacutecula (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)

Por outro lado os HPAs satildeo de interesse ecotoxicoloacutegico no que diz respeito aos

impactos a curto prazo na coluna daacutegua e aos efeitos de curto e longo prazo para os

animais bentocircnicos (DONLAN DOUGLAS E MACDONALD 2005)Vaacuterios fatores

influenciam na toxicidade dos HPAs entre eles as espeacutecies afetadas a via de exposiccedilatildeo

e a estrutura molecular do HPA (CCME 1999) Em geral os HPAs de baixo peso

molecular satildeo considerados agudamente toacutexicos e natildeo-carcinogecircnicos para os

organismos aquaacuteticos enquanto que os HPAs de alto peso molecular natildeo satildeo

agudamente toacutexicos aos organismos aquaacuteticos mas alguns deles satildeo carcinogecircnicos

(CCME 1999) Os HPAs de baixo peso molecular apresentam maior toxicidade aguda

em relaccedilatildeo aos HPAs de alto peso molecular devido a sua maior solubilidade em aacutegua

A mortalidade eacute o efeito mais comum em bioensaios com sedimentos coletados in situ e

sedimentos fortificados em laboratoacuterios decorrente de toxicidade aguda (CCME 1999)

Os organismos bentocircnicos satildeo expostos aos HPAs por vaacuterias vias de exposiccedilatildeo

incluindo exposiccedilatildeo aos HPAs no material particulado e dissolvido nas aacuteguas

intersticiais e coluna daacutegua assim como aos HPAs adsorvidos no sedimento atraveacutes do

contato na superfiacutecie e ingestatildeo de partiacuteculas Portanto os sedimentos representam a via

de exposiccedilatildeo mais importante para muitos invertebrados bentocircnicos (CCME 1999) Os

dados sobre as concentraccedilotildees de HPAs nos sedimentos fornecem importantes

informaccedilotildees para a avaliaccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do sedimento no entanto tais medidas

natildeo necessariamente refletem a fraccedilatildeo biodisponiacutevel dessas substacircncias Os HPAs

individuais e os diferentes tipos de sedimento vatildeo resultar em diferentes

biodisponibilidades (DeWITT et al 1992)

26

Segundo a CCME (1999) a avaliaccedilatildeo da porcentagem de efeitos observados

para as concentraccedilotildees de HPAs define trecircs classes as concentraccedilotildees que estatildeo abaixo

do TEL (niacutevel limite de efeito) que satildeo raramente associadas com efeitos bioloacutegicos

adversos as concentraccedilotildees entre o TEL e o PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) que satildeo

ocasionalmente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos e as concentraccedilotildees acima do

PEL que satildeo frequentemente associadas com efeitos bioloacutegicos adversos

27

3 OBJETIVOS

Os principais objetivos desse trabalho satildeo avaliar a distribuiccedilatildeo a composiccedilatildeo

as fontes e os fatores que controlam a acumulaccedilatildeo e distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos ao

longo do curso do rio Acarauacute e analisar o registro histoacuterico das atividades

antropogecircnicas no estuaacuterio usando hidrocarbonetos de petroacuteleo como marcadores

moleculares orgacircnicos Para tal seratildeo necessaacuterios os seguintes objetivos especiacuteficos

1) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos alifaacuteticos em sedimento

superficial e testemunho

2) Determinaccedilatildeo da classe de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos em

sedimento superficial e testemunho

3) Determinaccedilatildeo da classe de biomarcadores de petroacuteleo em sedimento

superficial e testemunho

4) Diagnoacutestico das fontes de hidrocarbonetos no ambiente atraveacutes de razotildees

diagnoacutestico

5) Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos

sedimentos superficiais

28

4 MATERIAIS E MEacuteTODOS

41 Processos metodoloacutegicos

As atividades desenvolvidas para a caracterizaccedilatildeo da atividade antroacutepica na

bacia do rio Acarauacute foram divididas em laboratoacuterio levantamento bibliograacutefico e

anaacutelise e integraccedilatildeo dos dados

As atividades de laboratoacuterio foram realizadas no Laboratoacuterio de Avaliaccedilatildeo de

Contaminantes Orgacircnicos (LACOr) Laboratoacuterio de Oceanografia Geoloacutegica (LOG) e

Laboratoacuterio de Microbiologia do Pescado e Ambiental (LAMAP) os quais satildeo todos

vinculados ao Instituto de Ciecircncias do Mar (LABOMAR) e no Laboratoacuterio de Anaacutelise

de Traccedilos (LAT) na Universidade Federal do Cearaacute e no Laboratoacuterio de Geoquiacutemica e

Quiacutemica Marinha vinculado aoWoods Hole Oceanographic Institution EUA

42 Aacuterea de Estudo

A aacuterea de estudo estaacute localizada no litoral oeste do estado do Cearaacute O bacia do

rio Acarauacute ocupa uma aacuterea equivalente a 1444249km2

(IPECE2014) compreendendo

cerca de 10 do Cearaacute e tem como curso daacutegua principal o rio Acarauacute (EMBRAPA

2005)

Existem vaacuterios outros cursos drsquoaacutegua que o interceptam nos seus 352 km de

extensatildeo que vatildeo desde as nascentes do rio Acarauacute ateacute a sua desembocadura no

municiacutepio de Acarauacute Dessa forma vaacuterias sub-bacias satildeo facilmente delimitadas com

ecircnfase maior para as formadas pelos afluentes da margem direita com destaque para as

sub-bacias dos rios Groaiacuteras Macacos Jacurutu e Madeira Pela margem esquerda o rio

Jaibaras destaca-se pela sua delimitaccedilatildeo espacial

O vale do rio Acarauacute eacute delimitado por 30 municiacutepios (IPECE 2014) No

entanto a aacuterea de estudo abrange a aacuterea a partir do accedilude de Araras no municiacutepio de

Varjota ateacute a foz do rio no municiacutepio de Acarauacute perpassando os 12 municiacutepios a

seguir Acarauacute Bela Cruz Carireacute Cruz Forquilha Groaiacuteras Marco Morrinhos

Massapecirc Santana do Acarauacute Sobral e Varjota

A maior parte da Bacia do Acarauacute tem o seu regime de chuvas caracterizado

pela concentraccedilatildeo das precipitaccedilotildees em poucos meses o que torna a estaccedilatildeo chuvosa

bem definida Isso acontece porque as variaccedilotildees das chuvas durante as estaccedilotildees no setor

29

norte do Nordeste brasileiro parecem estar intimamente ligadas agraves movimentaccedilotildees de

latitude da Zona de Convergecircncia Intertropical (ZCIT) sobre o Atlacircntico sendo a

posiccedilatildeo mais ao sul da ZCIT coincidente com a estaccedilatildeo chuvosa durante os meses de

marccedilo a abril (COGERH 2010)

Aleacutem disso a Bacia do Acarauacute recebe em alguns anos chuvas de junho a

agosto ocasionadas por um sistema atmosfeacuterico denominado Ondas de Leste

(COGERH 2010) Aleacutem desse comportamento sazonal as precipitaccedilotildees diferenciam-se

ao longo da Bacia do rio Acarauacute Uma alta incidecircncia de chuvas eacute observada na regiatildeo

leste e na faixa litoracircnea sendo a regiatildeo sul caracterizada por uma pluviometria bem

deficiente

A temperatura meacutedia mensal eacute de 25 a 28ordmC e as temperaturas miacutenimas anuais

ocorrendo entre 20 e 24ordmC Jaacute as temperaturas maacuteximas anuais satildeo da ordem de 30 a

36ordmC onde as mais elevadas se datildeo no final do segundo semestre e nas regiotildees mais

secas (SILVA 2003)

Um estudo feito pela COGERH (2010) mostrou que as seacuteries de vazatildeo para o rio

Acarauacute podem ser caracterizadas por vazotildees bastante elevadas entre os meses de marccedilo

e maio de cada ano com o desaparecimento parcial ou total do escoamento superficial

entre junho e dezembro decorrente da estiagem Por fim em janeiro e fevereiro com o

iniacutecio das precipitaccedilotildees na regiatildeo ocorre uma pequena recuperaccedilatildeo das vazotildees

(COGERH 2010)

Analisando a populaccedilatildeo absoluta desses locais (Figura 6) vemos que a

populaccedilatildeo cresceu em torno de 70 de 1970 ateacute 2010 (IBGEa 2010) Segundo o censo

do IBGE de 2010 a populaccedilatildeo cresceu de uma cota de 276964 hab em 1970 para

507463hab em 2015 (estimada) Eacute interessante observar que o municiacutepio de Sobral

apresenta a maior populaccedilatildeo na bacia com 201756 em 2015 (estimada) seguido pelo

municiacutepio de Acarauacute com 61210 hab (IBGEb 2015)Em relaccedilatildeo ao maior crescimento

populacional a populaccedilatildeo do municiacutepio de Marco cresceu 110 em relaccedilatildeo a 1970

passando de 12631 hab (1970) para 26484 hab (2015) seguido por Sobral com um

aumento de 97 que passou de 102197hab em 1970 para 201756 em 2015(IBGEa

2010 IBGEb 2015)

30

Figura 6 - Seacuterie histoacuterica da populaccedilatildeo absoluta dos municipios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

Aleacutem disso a taxa de urbanizaccedilatildeo aumentou nesses municiacutepios (Figura 7) Por

exemplo os municiacutepios de Groairas Carireacute e Acarauacute tiveram o maior crescimento da

populaccedilatildeo na aacuterea urbana com valores de 44 3527 e 3446 respectivamente

(IBGEa 2010) Destaque tambeacutem para Sobral um dos trecircs poacutelos econocircmicos mais

importantes do Cearaacute com uma taxa de urbanizaccedilatildeo de aproximadamente 90

No referente a infra-estrutura da regiatildeo primeiro temos o saneamento Segundo

o IPECEa (2014) a meacutedia da taxa de cobertura da rede de abastecimento de aacutegua na

aacuterea urbana foi de 9727 em 2013 variando de 8564 em Cruz a 9993 em

Groaiacuteras Na aacuterea rural em meacutedia 4169 dos domiciacutelios eacute abastecido com aacutegua

variando de 893 em Santana do Acarauacute a 8190 em Marco Por outro lado a rede

de esgotamento sanitaacuterio natildeo atende a todos os municiacutepios Dos 12 municiacutepios

estudados na aacuterea urbana 7 natildeo dispotildeem de nenhum tipo de rede de esgoto A meacutedia da

taxa de cobertura para os 5 municiacutepios restantes foi de 4912 com destaque para

Sobral com 70 de cobertura (IPECEa 2014) Na aacuterea rural a situaccedilatildeo eacute ainda mais

alarmante Somente 4 municiacutepios possuem rede de esgoto com apenas 337 dos

domiciacutelios atendidos (IPECEa 2014)

0

30000

60000

90000

120000

150000

180000

210000P

op

ula

ccedilatildeo

(h

ab)

1970

1980

1991

2000

2010

2015

31

Figura 7 - Seacuterie histoacuterica do percentual da populaccedilatildeo urbana nos municiacutepios

estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em IBGEa2010 IBGEb 2015

A Bacia do Acarauacute possui trecircs variedades de transportes rodoviaacuterio ferroviaacuterio

e aeacutereo O transporte hidroviaacuterio possui pequena expressatildeo e restringe-se a regiatildeo

litoracircnea O transporte ferroviaacuterio refere-se ao trecho da REFESA (Rede Ferroviaacuteria

Federal) que liga Fortaleza a Sobral (COGERH 2010) (Figura 10) Em relaccedilatildeo ao

transporte rodoviaacuterio as rodovias federais e estaduais prevalecem sendo esta a

principal forma de transporte entre os diversos municiacutepios da bacia (COGERH 2010)

(Figura 10) No que diz respeito aos tipos da frota veicular os veiacuteculos movidos a

gasolina prevalecem em todos municiacutepios estudados Nos uacuteltimos anos houve um

aumento na frota que funciona com flexibilidade no tipo de combustiacutevel (veiacuteculos

flex) utilizando uma mistura de aacutelcool e gasolina Em 2014 haviam 26404 veiacuteculos

flex comparados a 6355 veiacuteculos registrados desse tipo em 2009 (IPECE 2013

IPECEb2014) Outro aumento significativo pode ser observado na frota total dos 12

municiacutepios que em 2009 contabilizava 79285 veiacuteculos e aumentou para um contingente

de 145246 em 2014 totalizando um aumento de aproximadamente 83 nos uacuteltimos 6

anos (IPECE 2013 IPECEb 2014)(Figura 8)

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Taxa

de

Urb

aniz

accedilatildeo

(

)

1970

1980

1991

2000

2010

32

Figura 8 - Evoluccedilatildeo da frota veicular nos municiacutepios estudados

Fonte Elaborado pela autora com base em (IPECE 2013 IPECEb 2014)

A regiatildeo estuarina do rio Acarauacute se estende da ponte no municiacutepio de Cruz ateacute a

foz do rio Acarauacute (ALVES 2010) Nessa regiatildeo o processo de uso e ocupaccedilatildeo do solo

ocorre mediante da atuaccedilatildeo do Estado dos empresaacuterios industriais e comerciais dos

pequenos e grandes proprietaacuterios agriacutecolas das comunidades de pescadores e dos

carcinicultores ALVES 2010) Das atividades econocircmicas desenvolvidas na regiatildeo

destacam-se pesca maricultura turismo e lazer navegaccedilatildeo

agroextrativismocagricultura induacutestria e agroinduacutestria (NASCIMENTO et al 2008)

A agricultura eacute o centro da economia No entanto na zona litoracircnea observa-se a

presenccedila de aacuterea irrigaacuteveis como o Periacutemetro Irrigado do Baixo Acarauacute devido as

precipitaccedilotildees mais elevadas ocorrendo nesses locais o cultivo de arroz feijatildeo cana-de-

accediluacutecar milho mandioca caju e banana (SUCUPIRA 2006) No entanto nos sertotildees

predominam as culturas de subsistecircncia e algodatildeo devido aos baixos iacutendices

pluviomeacutetricos (SUCUPIRA 2006) A pesca artesanal e industrial tambeacutem desempenha

um papel forte na economia principalmente nos municiacutepios costeiros Cruz e Acarauacute

(SUCUPIRA 2006)

Uma praacutetica agriacutecola largamente disseminada na aacuterea do estudo eacute a queimada

Esta eacute utilizada para a limpeza dos terrenos e resulta em alteraccedilotildees nas propriedades

fiacutesico-quiacutemicas e bioloacutegicas dos solos deixando-os expostos agrave accedilatildeo dos agentes

erosivos aleacutem de afetarem significativamente a flora e fauna da regiatildeo (COGERH

2010)

0

40000

80000

120000

160000

Fro

ta V

eic

ula

r

2009

2010

2011

2012

2013

2014

33

O desmatamento eacute outra praacutetica comum na regiatildeo aleacutem do preparo do solo para

o plantio outra finalidade eacute a extraccedilatildeo da lenha para fabricaccedilatildeo de carvatildeo que seraacute

usada em larga escala como combustiacutevel por padarias e ceracircmicas da regiatildeo (COGERH

2010)

Por sua vez a pecuaacuteria extensiva provoca a compactaccedilatildeo do solo pelo pisoteio

excessivo o desmatamento de aacutereas extensas para formaccedilatildeo de pastos aleacutem de ser

frequumlente o uso de queimadas nesta atividade visando o controle de ervas daninhas

prejudiciais ao gado

Outra atividade econocircmica na regiatildeo eacute a mineraccedilatildeo Esta eacute feita praticamente de

forma artesanal uma vez que a populaccedilatildeo de baixa renda durante o periacuteodo de seca cava

enormes buracos para extrair material argiloso a fim de produzir telhas e tijolos nas

olarias estabelecidas nas margens dos rios (ALVES 2010 COGERH 2010) (Figura 9)

Essa praacutetica degrada o ambiente de diversas formas erradica a mata ciliar dos cursos

daacutegua remove a camada feacutertil dos solos e propicia o desencandeamento de processos

erosivos Satildeo constatadas naaacuterea do estudo degradaccedilotildees impostas pela lavra de argila

nos municiacutepios de Sobral Groaiacuteras eCarireacute perfazendo ao todo seis empresas em

operaccedilatildeo (COGERH 2010)

Outra atividade de mineraccedilatildeo que traz impactos eacute a exploraccedilatildeo de calcaacuterio

encontrada nos municiacutepios de Sobral e Forquilha que por sua vez aleacutemdos

desmatamentos necessaacuterios do uso de explosivos e da produccedilatildeo em larga escala

dematerial particulado contribui para a poluiccedilatildeo e assoreamento de cursos drsquoaacutegua

(COGERH 2010) Aleacutem dissoquando o objetivo eacute a produccedilatildeo de cal ocorre a queima

de lenha em fornalhas (caieiras) primitivas

Figura 9 - Olaria artesanal no municiacutepio de Cruz

Fonte ALVES 2010

34

43 Localizaccedilatildeo dos pontos de coleta

As amostragens dos sedimentos foram feitas em Marccedilo de 2014 Para a

caracterizaccedilatildeo ao longo do curso do rio foram coletados 10 amostras de sedimento

superficial com a primeira amostra coletada logo depois do accedilude Araras e a uacuteltima

amostra coletada na foz do estuaacuterio do rio Acarauacute (Figura 10) Nesse uacuteltimo ponto

foram coletados dois testemunhos objetivando uma caracterizaccedilatildeo do ambiente

estuarino As localizaccedilotildees dos pontos amostrados encontram-se na Tabela 2

Tabela 2 - Identificaccedilatildeo dos pontos de amostragem

Pontos Identificaccedilatildeo dos pontos Coordenadas

Latitude Longitude

ACR 1 Apoacutes o accedilude Araras 04deg122711S 40deg27012O

ACR 2 No municiacutepio de Carireacute 03deg56289 S 40deg25092 O

ACR 3 Antes do municiacutepio de Sobral 03deg44569 S 40deg22284 O

ACR 4 Depois do municiacutepio de Sobral 03deg39547 S 40deg19431 O

ACR 5 Antes de Santana do Acarauacute 03deg32044 S 40deg15051 O

ACR 6 Distrito de Sapoacute (depois do centro de Santana do

Acarauacute) 03deg22323 S 40deg09441 O

ACR 7 Municiacutepio de Morrinhos 03deg15262 S 40deg08225 O

ACR 8 Municiacutepio de Marco 03deg07161 S 40deg07515 O

ACR 9 Antes do municiacutepio de Cruz 02deg56209 S 40deg10160 O

ACR 10 Municiacutepio de Acarauacute (foz) 02deg52211 S 40deg074556 O

Testemunho Foz do estuaacuterio do rio Acarauacute 02deg52211 S 40deg0737 O

Fonte Elaborado pela autora

Figura 10 - Mapa de localizaccedilatildeo das estaccedilotildees de coleta de sedimento superficial

e do perfil sedimentar

Fonte Elaborado pela autora

35

44 Amostragem superficial e do perfil sedimentar

As amostras superficiais (0-2 cm) foram coletadas com paacute de alumiacutenio e

acondicionadas em marmitas previamente limpas com acetona Todas foram

adequadamente etiquetadas e mantidas refrigeradas ateacute a chegada no laboratoacuterio Ao

chegar no laboratoacuterio a fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de hidrocarbonetos foi

guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas de alumiacutenio na

geladeira

Os perfis sedimentares foram coletados a partir da inserccedilatildeo do cano de alumiacutenio

na margem do rio de forma manual Em seguida os canosforam etiquetados e levados

ao laboratoacuterio No laboratoacuterio os canos de alumiacutenio foram abertos com o auxilio de

uma maquita fotografados e seccionados de 5 em 5 cm totalizando 12 sub-amostras

em um comprimento de 60 cm (Figura 11) A fraccedilatildeo da amostra destinada a anaacutelise de

hidrocarbonetos foi guardada em potes de vidro no freezer e o restante em marmitas na

geladeira

Figura 11 - Abertura do testemunho e divisatildeo em seccedilotildees

Fonte Elaborado pela autora

36

45 Anaacutelises para caracterizaccedilatildeo dos sedimentos

As secccedilotildees do testemunho sedimentar e as amostras superficiais foram

submetidas a anaacutelises de propriedades do sedimento granulometria teor de carbonato

de caacutelcio e anaacutelise de propriedades da mateacuteria orgacircnica teor de carbono orgacircnico

hidrocarbonetos e aacutecidos huacutemicos e fuacutelvicos

451 Granulometria

Para a anaacutelise granulomeacutetrica foram pesadas 100g ou 50g de sedimento

dependendo da disponibilidade de amostra com o uso de uma balanccedila digital As

amostras foram submetidas asanaacutelises sedimentoloacutegicas tais como peneiramento a

uacutemido para separar a fraccedilatildeo areia (gt0062 mm) das fraccedilotildees silteargila (lt0062 mm) e

pipetagemA fraccedilatildeo areia passou pelo processo de peneiramento a seco em intervalos de

meio fi Cada fraccedilatildeo dos intervalos foi pesada depois de seca Para a pipetagem foi

utilizada a fraccedilatildeo silteargila suspensa em aacutegua na proveta com retirada de aliacutequotas de

20 ml em determinados intervalos de tempo baseado na metodologia descrita por

Suguio (1973) (Figura 12)As amostras foram classificadas granulometricamente no

programa ANASEDreg

de acordo com a classificaccedilatildeo proposta por Sheppard e

Larssoneur (LIMA et al 2001)

Figura 12 - Anaacutelise granulomeacutetrica a sedimentos para a estufa b pipetagem

Fonte Elaborado pela autora

452 Carbonato de Caacutelcio

Para a quantificaccedilatildeo dos teores de carbonato de caacutelcio utilizou-se o meacutetodo do

calciacutemetro de Bernard modificado (LAMAS et al 2005) atraveacutes do ataque das

amostras com aacutecido cloriacutedrico (HCl) diluiacutedo em 10 em um sistema de vasos

comunicantes de acordo com a reaccedilatildeo

37

1198621198861198621198743 + 2 119867119862119897 rarr + 1198621198742(119892119886119904) + 1198672119874

Dessa forma o teor de CaCO3 eacute medido indiretamente atraveacutes do volume de

aacutegua deslocado pelo CO2 (resultante da reaccedilatildeo com o HCl) no vaso comunicante

453 Teor de Carbono Orgacircnico

O meacutetodo utilizado foi o de Walkley-Black modificado (CAMARGO et al

2009) O princiacutepio deste meacutetodo consiste na oxidaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica porum agente

oxidante forte constituiacutedo por uma soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio 1N (K2Cr2O7) na

presenccedila de aacutecido sulfuacuterico (H2SO4) concentrado utilizando como catalisador da

oxirreduccedilatildeo o calor desprendido na diluiccedilatildeo do aacutecido sulfuacuterico O excesso de dicromato

de potaacutessio eacute titulado com sulfato ferroso amoniacal (SFA - FeSO4(NH4)2SO46H2O) e

assim determinada a quantidade de MO

Em triplicata foram adicionadas a um grama da amostra liofilizada 10 ml da

soluccedilatildeo de dicromato de potaacutessio e 20 ml do aacutecido sulfuacuterico concentrado em um tubo de

ensaio A aliacutequota foi aquecida a 50degC por 5 minutos em seguida colocada em repouso

por 30 minutos Apoacutes este tempo a soluccedilatildeo foi transferida para um erlenmeyer e entatildeo

foi adicionada 200 ml de aacutegua destilada 10 ml de aacutecido ortofosfoacuterico (H3PO4) e 1 ml de

difenilamina 1 (indicador) A soluccedilatildeo de SFA 025 M foi usada como titulante para a

mistura e o ponto de viragem da reaccedilatildeo foi representado pela mudanccedila de cor do verde

para o azul O mesmo procedimento foi feito sem a utilizaccedilatildeo da amostra para a

determinaccedilatildeo do branco tambeacutem em triplicata O caacutelculo da quantidade de carbono

orgacircnico foi feito pela seguinte equaccedilatildeo

119862119874 =[10 minus (1198812 times 101198811)] times 04

119901

V1 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em branco em ml

V2 volume de SFA gasto na titulaccedilatildeo da amostra em ml

P peso da amostra em g

A quantidade de mateacuteria orgacircnica foi calculada pela seguinte equaccedilatildeo

119872119874 = 119862119874 times 1725 onde

MO = porcentagem de mateacuteria orgacircnica

CO = porcentagem de carbono orgacircnico

38

454 Aacutecidos Huacutemicos e Fuacutelvicos

As substacircncias huacutemicas podem ser definidas como poliacutemeros amorfos de

coloraccedilatildeo amarelo-marrom a preta de peso molecular relativamente alto e formado por

reaccedilotildees de siacutentese secundaacuterias bioacuteticas e abioacuteticas (BENITES MADARI E

MACHADO 2003) As substacircncias huacutemicas podem ser classificadas em trecircs fraccedilotildees

dependendo da sua solubilidade aacutecidos huacutemicos (AH) que satildeo soluacuteveis em soluccedilotildees

alcalinas mas precipitam em soluccedilotildees acidas aacutecidos fuacutelvicos (AF) que satildeo soluacuteveis em

ambas soluccedilotildees alcalinas e acidas e a humina que eacute insoluacutevel nas duas soluccedilotildees

(BENITES MADARI E MACHADO 2003 BALDOTTO E BALDOTTO 2014)As

substacircncias huacutemicas do solo possuem tamanho que permite incluiacute-las na faixa dos

coloacuteides ou seja maiores do que 250 μm exibindo caracteriacutesticas proacutepriasdestacando-

se sua elevada superfiacutecie a qual lhe confere alta reatividade Esta caracteriacutestica faz com

que a fraccedilatildeo orgacircnica do solomesmo em baixos conteuacutedos seja responsaacutevel por elevada

porcentagem da capacidade de troca catiocircnica do mesmo

Neste trabalho foram determinados os AH e AF dos sedimentos superficiais e

das seccedilotildees do testemunho O meacutetodo utilizado foi o proposto por Benites Madarie

Machado (2003) e visa a quantificaccedilatildeo das fraccedilotildees huacutemicas por meio de procedimento

simplificado e de faacutecil execuccedilatildeo

Primeiramente uma amostra de sedimento eacute pesada com conteuacutedo aproximado

de 30 mg de carbono orgacircnico entatildeo uma soluccedilatildeo diluiacuteda de NaOH eacute adicionada e

deixada em repouso por 24 h No outro dia apoacutes a centrifugaccedilatildeo dessa soluccedilatildeo o

sobrenadante eacute recolhido em um copo descartaacutevel Entatildeo com a adiccedilatildeo de aacutecido

sulfuacuterico (H2SO4) a 20 (vv) o pH eacute ajustado a 10 e reservado em repouso por 18 h

Apoacutes esse periacuteodo essa soluccedilatildeo eacute filtrada em membrana de 045 m sob vaacutecuo O

filtrado (AF) eacute recolhido e aferido para 50 mL enquanto que os filtros satildeo lavados com

a soluccedilatildeo de NaOH e essa soluccedilatildeo (AH) tambeacutem eacute aferida para o volume de 50 mL

Uma aliacutequota de 5 mL de cada soluccedilatildeo eacute colocada em um tubo de digestatildeo a qual satildeo

adicionados 1 mL de dicromato de potaacutessio (0042 mol L-1

) e 5 mL de H2SO4 esses

tubos satildeo levados ao bloco digestor preacute-aquecido a 150oC e deixar por 30min dentro

de capela Os conteuacutedos dos tubos satildeo transferidos para frascos erlenmeyer e 3 gotas de

indicador FERROIN satildeo adicionadas Por fim as soluccedilotildees satildeo tituladas com sulfato

ferroso amoniacal (00125 mol L-1

) sob agitaccedilatildeo A quantificaccedilatildeo dos aacutecidos huacutemicos e

fuacutelvicos eacute feita atraveacutes da seguinte foacutermula

39

119935 = (119933119939119938119954 minus 119933119938119950)119925119930119917119912119940119952119955119955119961120783120784120786119961120787120782119938119949iacute119954119958119952119957119938 (119950119923)119961120783119953119942119956119952119941119938119938119950119952119956119957119955119938 (119944)

onde

X - mg C na forma de aacutecido huacutemico (ou fuacutelvico) por gramade sedimento

Vbaq - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo dobranco aquecido

Vam - Volume (mL) de SFA consumido na titulaccedilatildeo daamostra

NSFAcorr - Normalidade do SFA corrigida pela equaccedilatildeo

119873119878119865119860119888119900119903119903 =119881119900119897119906119898119890 119889119890 119889119894119888119903119900119898119886119905119900 119909 119873119900119903119898119886119897119894119889119886119889119890 119889119900 119889119894119888119903119900119898119886119905119900

119881119900119897119906119898119890 119889119890 119878119865119860 119888119900119899119904119906119898119894119889119900 119899119886 119905119894119905119906119897119886ccedilatilde119900 119889119900 119887119903119886119899119888119900 119904119890119898 119886119902119906119890119888119894119898119890119899119905119900

46 Anaacutelise de hidrocarbonetos alifaacuteticos e hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos

461 Reagentes e material

Os solventes hexano acetona e diclorometano foram adquiridos da Tedia Os

padrotildees utilizados para a construccedilatildeo da curva de calibraccedilatildeo foram uma soluccedilatildeo mix de

HPAs uma soluccedilatildeo mix de biomarcadores SRM 2266 e uma soluccedilatildeo mix de alcanos (seacuterie

homoacuteloga n-C10 a n-C38 incluindo os alcanos isoprenoacuteides pristano e fitano) Os padrotildees

surrogates dos HAs e biomarcadores (triacotano-d62) e dos HPAs (naftaleno-d8

fenantreno-d10 perileno-d12 e criseno-d12) possuem pureza de 988 989

respectivamente e satildeo da AccuStandardA siacutelica (70-230 mesh) e o sulfato de soacutedio

(Na2SO4) satildeo da VETECreg enquanto que a alumina e o cobre utilizados satildeoda

MERCKreg

e da SYNTHreg respectivamente Tanto os adsorventes (siacutelicae alumina)

quanto o Na2SO4 foram ativados em estufa por 24 h agrave 250degC Por sua vez o cobre em

poacute foi ativado mediante a lavagem sucessiva em soluccedilatildeo de 01 M HCl acetona e

hexano sendo mantido sob refrigeraccedilatildeo no uacuteltimo

462 Extraccedilatildeo clean-up e anaacutelise instrumental

O sedimento liofilizado foi peneirado (abertura de 2mm) para a retirada de

material grosseiro como folhas e cascalhos O procedimento descrito a seguir foi

baseado em Cavalcante e colaboradores (2008) com pequenas modificaccedilotildees (Figura

14) Adicionou-se 50microL de padratildeo surrogate (soluccedilatildeo trabalho de 100 ppm) a 20g de

sedimento peneirado que entatildeo foi submetido ao processo de extraccedilatildeo soacutelido-liacutequido

assistida por sonicaccedilatildeo em uma seacuterie de soluccedilotildees extratoras com decrescente constante

40

eluotroacutepica O volume de cada soluccedilatildeo extratora foi de 30 mL e a seacuterie de soluccedilotildees

utilizadas foi acetona acetonaDCM (11) DCM DCMHEX (11) e finalmente

HEXO extrato foi transferidopara tubos de Falcon e levado a centriacutefuga a 4000 RPM

por 30min (centriacutefuga HermLee Z 360K) As partiacuteculas de sedimento decantam no

fundo restando a fase liacutequida sobrenadante sendo esta recolhida em um balatildeo de fundo

redondo de 250 mL e rotaevaporado (Rotaevaporador FISATOM 801) ateacute atingir 1mL

(Figura 13)

Entatildeo os extratos foram purificados por cromatografia liacutequido-soacutelida usando-se

uma coluna (1 x 50 cm) preenchida com 8g de siacutelica e 4g de alumina que satildeo

adsorventes polares 2g de Cu que remove compostos sulfurados (interferentes comuns

na determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos) (CRITERIA WORKING GROUP 1998) e 1g de

Na2SO4 que elimina possiacuteveis moleacuteculas de aacutegua

Figura 13 - Etapas do clean-up aRota-evaporador FISATOM 801 b extratos

reduzidos a 1 mL c Coluna de clean-up e d eluato pronto para a injeccedilatildeo no CG

Fonte Elaborado pela autora

Essa purificaccedilatildeo (clean-up) foi obtida atraveacutes da eluiccedilatildeo sucessiva por 40 mL de

HEX que resultou na fase 1 (F1) e 24 mL HEXDCM (31) (ԑdeg=008) 30 mL de

HEXDCM (ԑdeg=06) e 15 mL de HEXDCM (12) (ԑdeg=021) que resultaram na fase 2

(F2) A F1 corresponde aos hidrocarbonetos alifaacuteticos (HA) e a F2 corresponde aos

hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos (HPAs)

Esse eluato foi rotaevaporado ateacute a reduccedilatildeo do seu volume para ~1 ml (Figura

13) Entatildeo esse volume foi transferido para vials de 4 mL atraveacutes de criteriosa limpeza

41

do balatildeo original com uma mistura de solvente HEXDCM (11) As amostras foram

entatildeo reduzidas para 1ml usando-se nitrogecircnio gasosoCom o auxilio de uma pipeta

automaacutetica 05 mL do eluato foi transferido para vials de 2 mL e entatildeo foram secas por

nitrogecircnio a fim de enviar essa aliacutequota para anaacutelise no Organic Geochemistry

Laboratory (Woods Hole MA EUA) As aliacutequotas foram acondicionadas em caixas

teacutermicas e enviadas para o exterior

A etapa de identificaccedilatildeo e quantificaccedilatildeo dos hidrocarbonetos foi baseado no

meacutetodo de Oliveira (2016)

A fraccedilatildeo F1 (HA) contendo n-alcanos isoprenoacuteides e biomarcadores foi

analisada no cromatoacutegrafo gasoso (modelo Agilent 7890A) acoplado a detector por

ionizaccedilatildeo por chama (CG-DIC) sendo os niacuteveis quantificados atraveacutes de um CG

acoplado a um espectrocircmetro de massa (CG-EM) A fraccedilatildeo F2 (HPAs) foi analisada

noCG-EMas condiccedilotildees de anaacutelise do equipamento podem ser visualizadas naTabela 3

O gaacutes heacutelio foi utilizado como a fase moacutevel com o fluxo na coluna de 13

mLmin A temperatura do injetor foi 300degC e o volume injetado foi de 2μl no modo

splitless A temperatura da interface (EM) foi 300degC

Tabela 3 - Condiccedilotildees de operaccedilatildeo do CG-EM

Fase Moacutevel (Gaacutes de arraste) Heacutelio

Vazatildeo na coluna 13 mLmin

Temperatura do injetor 300 degC

Detector EM

Temperatura do detector 300 degC

Temperatura da interface 300 degC

Temperatura inicial 50 degC

Volume de injeccedilatildeo 2 microL

Modo de injeccedilatildeo Splitless

Modo de detecccedilatildeo (EM) SIM

Fonte Elaborada pela autora

Os marcadores moleculares de interesse foram identificados com base no tempo

de retenccedilatildeo e na razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado (Apecircndice A B e C) Aleacutem disso

as identidades dos compostos foram confirmadas pelo uso da biblioteca National

Institute of Standards and Technology 05 (NIST05)

42

Figura 14 - Etapas da anaacutelise de hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

463 Controle de Qualidade

Todas as etapas realizadas em laboratoacuterio foram acompanhadas por

procedimentos criteriosos de controle de qualidade A fim de eliminar problemas de

contaminaccedilatildeo foram analisados brancos da coluna e dos solventes usados na etapa de

extraccedilatildeo A limpeza de vidrarias foi um dos focos na preparaccedilatildeo do material usado em

43

todas as etapas de determinaccedilatildeo dos analitos de interesse Primeiramente as vidrarias

foram deixadas em banho de detergente (extran a 20 vv) por pelo menos 12 horas

sendo em seguida abundantemente enxaguada em aacutegua corrente aacutegua destilada e entatildeo

colocada em banho de aacutecido niacutetrico (HNO3 a 5vv) por 12 horas Em seguida as

vidrarias foram novamente enxaguadas em aacutegua corrente aacutegua destilada e por fim

mantidas em estufa a 200degC por um periacuteodo de no miacutenimo 12 horas

A quantificaccedilatildeo dos analitos foi realizada usando uma curva de calibraccedilatildeo de

cinco pontos pelo meacutetodo do padratildeo interno Baseado na curva de calibraccedilatildeo a faixa de

trabalho variou de 0-5000 ppb para os HPAs e os HAs e de 0-1324 ppm para os

biomarcadores com R2 de 09783 a 09999 para os HPAs (APEcircNDICE A) 09351 a

09941 para os biomarcadores (APEcircNDICE B) e 09873 a 09999 para os alcanos

(APEcircNDICE C)O limite de detecccedilatildeo variou de 0538 ndash 8579 ngg-1

para os

biomarcadores 2155 ndash 6147 ngg-1

para os n-alcanos e 7214 ndash 9597 ngg-1

para os

HPAs Os limites de quantificaccedilatildeo variaram de 1631 ndash 25997 ngg-1

para os

biomarcadores 6531 ndash 18628 ngg-1

para os n-alcanos e 21860 ndash 29082 ngg-1

Esses

paracircmetros foram calculados pela anaacutelise da injeccedilatildeo do branco de coluna (n=9) que daacute

origem a razatildeo de sinal-ruiacutedo (SN) de 3 e 10

A eficiecircncia do meacutetodo de extraccedilatildeo dos compostos do sedimento foi avaliada

atraveacutes do estudo de recuperaccedilatildeo de padrotildees surrogates relacionando-se a quantidade

de padratildeo adicionado no iniacutecio do procedimento com a quantidade extraiacuteda e

quantificada ao teacutermino do processo (IUPAC 2002)

Os padrotildees surrogates satildeo substacircncias que possuem natureza semelhante ao do

analito de interesse (especialmente Kow e Koc) de modo que apresentam tempo de

retenccedilatildeo diferente doanalito investigado (RIBANI et al 2004) Neste trabalho foram

utilizados versotildees dos compostos modificados isotopicamente e a adiccedilatildeo agrave amostra e

aos brancos foi feita no iniacutecio da etapa de extraccedilatildeo As concentraccedilotildees foram corrigidas

de acordo com a recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogates

Para Ribani et al(2004) os limites inferiores e superiores para recuperaccedilatildeo

sugerida pela literatura e aceita internacionalmente compreende o intervalo entre 70 a

120 Para Denoux e Wang (1998) este intervalo eacute bem aceito entre 40 a 120

enquanto que USEPA (1994) admite valores entre 30 a 115 Para este trabalho os

intervalos satisfazem as faixas sugeridas pela literatura (Tabela 4)

44

Tabela 4 - Recuperaccedilatildeo dos padrotildees surrogate

Padrotildees Surrogate Meacutedia de

Recuperaccedilatildeo

Naftaleno-d8 5809

Fenantreno - d10 11576

Criseno-d12 11971

Perileno-d12 4245

Triacontane-d62 8380

Fonte Elaborada pela autora

45

5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

51 Caracterizaccedilatildeo sedimentoloacutegica

511 Sedimentos Superficiais

A anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais estaacute demonstrada na

Figura 15 A granulometria foi dividida em trecircs fraccedilotildees cascalho areia e finos

(lama)Os sedimentos superficiais apresentaram predominacircncia na fraccedilatildeo areia da estaccedilatildeo

ACR1 mais a montante ateacute a estaccedilatildeo ACR9 com meacutedia de 7769plusmn1448Vale ressaltar que

nas estaccedilotildees ACR 8 e ACR9 a fraccedilatildeo dos finos apresentou um destaque maior com valores

de 3476 e 4658 respectivamente Somente na estaccedilatildeo ACR10 a fraccedilatildeo dos finos

ultrapassou a fraccedilatildeo areia correspondendo a 75 da granulometriaO teor de carbono

orgacircnico (CO) apresentou-se inferior a 1 na maioria das estaccedilotildees com meacutedia de

044plusmn025 Somente a estaccedilatildeo ACR10 obteve o conteuacutedo de CO maior que 1 com valor

de 187

Com relaccedilatildeo ao potencial de acumulaccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica nos sedimentos aqueles

com material mais fino em sua composiccedilatildeo (silte e argila) apresentam maior superfiacutecie de

contato permitindo um maior acuacutemulo de mateacuteria orgacircnica o qual pode ter relaccedilatildeo

dependendo da concentraccedilatildeo com fontes antroacutepicas (KARICKHOFF et al1979

TREMBLAY et al 2005 CHEN et al 2011) Jaacute sedimentos com predominacircncia de material

arenoso em sua composiccedilatildeo tendem a apresentar uma reduccedilatildeo no potencial de adsorccedilatildeo de

carbono orgacircnico dificultando o acuacutemulo de compostos orgacircnicos persistentes Nas amostras

superficiais do rio Acarauacute a CO teve uma alta correlaccedilatildeo com a fraccedilatildeo dos finos com um

coeficiente de Spearman (plt005) igual a 0903

O conteuacutedo de carbonato de caacutelcio (CaCO3) variou bastante ao longo do rio com

meacutedia de 320plusmn463 natildeo observando-se um padratildeo de variaccedilatildeo O maior valor de CaCO3 foi

relativo a estaccedilatildeo ACR10 que localiza-se no estuaacuterio do rio Acarauacute com 1556 e foi

relacionado com a presenccedila de carapaccedilas de organismos que sintetizam CaCO3

46

Figura 15 - Anaacutelise granulomeacutetrica dos sedimentos superficiais

AC

R 1

AC

R 2

AC

R 3

AC

R 4

AC

R 5

AC

R 6

AC

R 7

AC

R 8

AC

R 9

AC

R 1

0 --

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Porc

enta

gem

gra

nulo

met

ria

Finos

Areia

Cascalho

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

CO()

CaCO3 ()

Porcen

tagem

CO

e CaC

O3

Fonte Elaborado pela autoraCO= carbono orgacircnico CaCO3=carbonato de caacutelcio finos = gratildeos lt

0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm cascalho=gratildeosgt2mm

Como estudo complementar foi feita a anaacutelise granulomeacutetrica dos finos (silte+argila)

das amostras ACR8 ACR9 e ACR10 A fraccedilatildeo de silte grosso predominou entre as fraccedilotildees

finas nas trecircs estaccedilotildees como pode ser observado na

Tabela 5

Tabela 5 - Granulometria da fraccedilatildeo dos finos (silte e argila) das estaccedilotildees ACR8 ACR9

e ACR10 (porcentagem)

Estaccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

ACR8 279 149 053 2995 6524

ACR9 490 493 252 3424 5342

ACR10 494 313 154 6585 2454

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

512 Sedimentos do testemunho

47

O resultado da anaacutelise granulomeacutetrica do testemunho pode ser observado na Figura 16

e Tabela 6 Nota-se que do topo ateacute 30cm temos a predominacircncia da fraccedilatildeo areia com

porcentagem meacutedia de 6993plusmn1429 apoacutes essa camada a fraccedilatildeo dos finos (silte e argila)

predomina com porcentagem meacutedia de 7675plusmn1442

Figura 16 - Anaacutelise granulomeacutetrica do perfil sedimentar

Fonte Elaborada pelo autora finos = gratildeos lt 0062 mm areia=0062 mmltgratildeoslt 2mm

cascalho=gratildeosgt2mm

Alteraccedilotildees na dinacircmica deposicional dos sedimentos do rio Acarauacute ao longo do tempo

podem explicar a mudanccedila no tamanho do gratildeo depositado observada na distribuiccedilatildeo

granulomeacutetrica Isso pode ser explicado pela mudanccedila da hidrodinacircmica do estuaacuterio ou pela

entrada de material terriacutegeno com um maior teor de finos Em relaccedilatildeo a hidrodinacircmica a

alternacircncia entre camadas de sedimento mais finos e camadas de sedimento mais grossos

podem ser relacionados com periacuteodos de baixa energia e periacuteodos de alta energia

respectivamente Durante eventos de alta energia como por exemplo nas cheias do rio o

sedimento depositado no registro histoacuterico eacute caracterizado por material mais grosseiro

transportado como carga de fundo e depositado no local (MITRA et al 1999 BAacuteBEK et al

2011) Por outro lado uma possivel fonte de sedimentos finos para o local pode ser

relacionada com a construccedilatildeo de barragens e passagens secas Uma importante barragem

construiacuteda recentemente (1980-2000) eacute a barragem de Santa Rosa da qual o processo de

construccedilatildeo pode ter sido uma fonte de sedimentos finos para este local

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Porcentagem

Pro

fun

did

ade

(cm

)

Finos

Areia

Cascalho

48

Tabela 6 - Paracircmetros caracteriacutesticos do testemunho

AMOSTRAS Tipo de sedimento

0-5 cm Areia Lamosa

5-10 cm Areia Lamosa 10-15 cm Areia Lamosa

15-20 cm Areia

20-25 cm Areia 25-30 cm Areia Lamosa

30-35 cm Lama Arenosa

35-40 cm Lama 40-45 cm Lama

45-50 cm Lama

50-55 cm Lama 55-60 cm Lama Arenosa

Fonte Elaborada pela autora

Em relaccedilatildeo ao teor de carbono orgacircnico temos que do topo ateacute a profundidade de 25

cm a CO foi inferior a 1 com meacutedia de 060plusmn03 com valor miacutenimo de 017 no

intervalo de 20-25 cm (Figura 17) A partir de 25 cm houve um aumento da CO em relaccedilatildeo

as camadas superiores com meacutedia de 174plusmn04 atingindo o valor maacuteximo de 218 no

intervalo de 35-40 cm o que estaacute de acordo com o maacuteximo da fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos

finos

Figura 17 - Porcentagem de carbono orgacircnico (CO) e carbonato de caacutelcio (CaCO3) no

testemunho

Fonte Elaborada pela autora

Porcentagem

0 1 2 3 4 5 6 7

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

CO()

CaCO3 ()

Porcentagem

00 04 08 12 16

Pro

fundid

ade (

cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

AH ()

AF()

49

O teor de carbonato de caacutelcio apresentou um decliacutenio do topo ateacute a profundidade de 20

cm com meacutedia de 386plusmn25 (Figura 17) No intervalo de 15-30 cm foi verificada a ausecircncia

do CaCO3 Nas camadas seguintes o conteuacutedo de carbonato voltou a aumentar com meacutedia de

35plusmn108

No testemunho os aacutecidos huacutemicos (AH) variaram de nd a 009 mgg de sedimento

enquanto que os aacutecidos fuacutelvicos (AF) variaram de nd a 036 mgg de sedimento O perfil de

zig-zag dos AF representa as eacutepocas de cheias e estiagem as quais o rio Acarauacute foi submetido

Os aacutecidos huacutemicos possuem maior conteuacutedo de C e menor de O e consequentemente uma

massa maior que os aacutecidos fuacutelvicos (HUR E SCLAUTMAN 2004) e constituem os dominios

hidrofiacutelicos-hidrofoacutebicos das substacircncias huacutemicas (BALDOTTO E BALDOTTO 2014) Com

o grau de polimerizaccedilatildeo relativamente maior dos aacutecidos huacutemicos eacute possiacutevel constatar um

estaacutegio mais avanccedilado de humificaccedilatildeo Entretanto os aacutecidos fuacutelvicos conteacutem mais

agrupamentos ndash COOH por unidade de massa em relaccedilatildeo aos aacutecidos huacutemicos e juntamente

com a soma dos grupamentos fenoacutelicos caracterizam maior acidez total apresentando maior

capacidade de troca catiocircnica (CTC) que os aacutecidos huacutemicos e por sua vez contendo domiacutenios

predominantemente hidrofiacutelicos (BALDOTTO E BALDOTTO 2014)

52 Hidrocarbonetos Alifaacuteticos

A avaliaccedilatildeo dos HA tanto nos sedimentos superficiais do rio Acarauacute como no perfil

sedimentar do estuaacuterio fornece informaccedilotildees sobre o registro das entradas de contaminaccedilatildeo por

efluentes domeacutesticos ou induacutestria ou ateacute mesmo da entrada natural por plantas terrestres aleacutem

da variaccedilatildeo na predominacircncia de certas fontes ou emissotildees localizadas irregularmente

521 n-alcanos nos sedimentos superficiais

A maioria dos hidrocarbonetos alifaacuteticos resolvidos consistiram na seacuterie de n-alcanos

n-C10 - n-C38 O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10-C38 variou de

aproximadamente 3000 ngg-1

a 8000 ngg-1

nos sedimentos superficiais ao longo do curso do

rio Acarauacute com uma meacutedia de 540577 ngg-1

(Tabela 7) A concentraccedilatildeo maacutexima de n-

alcanos (843246ngg-1

) foi observada na estaccedilatildeo ACR10 enquanto que a miacutenima foi na

estaccedilatildeo ACR7 (265474 ngg-1

)

50

Tabela 7 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuaisem ngg-1

em sedimentos superficiais do

Rio Acarauacute

n-alcanos (ngg-1) ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

nC10 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 3424 307

nC11 ltLD 5890 6064 1218 14309 7645 12237 2694 1526 18434

nC12 1951 7781 5894 4141 14120 12170 1718 3212 1723 15123

nC13 4886 14468 16556 4357 30059 15721 1580 4142 4192 24523

nC14 26565 26233 35804 31402 54307 2896 3808 24086 844 36334

nC15 99394 15093 5198 13974 5352 6492 23587 6499 755 13816

nC16 17427 30598 44496 73637 52651 51700 8490 45561 1148 36096

nC17 142438 11973 6196 33361 8879 13577 15288 9106 1741 9891

pristano 24510 4106 1398 4176 3650 1413 3560 780 282 1891

nC18 2340 1371 13361 27980 2394 1180 5339 15457 207 13419

fitano 12402 1923 2485 6067 444 694 2053 866 2280 4055

nC19 2310 2860 2681 5296 3695 5489 8122 3220 4702 4347

nC20 14636 6805 1150 6036 2151 1016 3899 11709 2954 7642

nC21 13008 2859 3073 4513 2290 6976 3998 3818 2187 1989

nC22 6569 3783 2747 2560 3058 2776 3567 7547 3098 3583

nC23 8881 3667 2573 4578 3898 9760 3565 4718 9975 8802

nC24 5682 1906 2475 2926 4685 9071 2470 5961 3545 1470

nC25 6469 2718 2805 4472 4207 9592 7449 6051 7351 6869

nC26 7009 4212 3310 9997 6440 12689 4166 10171 4154 27775

nC27 4279 10601 5573 9928 12071 4408 2278 16568 5390 32450

nC28 12884 9724 5993 26968 15852 20295 9397 18032 4941 80334

nC29 12785 29506 9674 29432 26932 27529 3527 46014 44705 88287

nC30 26161 77686 7527 30407 25114 19331 12801 143288 15249 73360

nC31 39329 2019 8667 40320 27357 23302 5787 174533 69600 84858

nC32 33418 24479 7488 26586 22070 15643 9006 68769 59656 46916

nC33 20722 8318 8576 27395 20880 2679 25167 83597 62714 55489

nC34 51234 9563 7115 22467 19116 5117 13680 23557 22893 35672

nC35 23685 15228 145541 12688 19927 11349 59884 40644 26372 53232

nC36 44587 109780 9787 9755 11169 7534 3956 56001 172491 51181

nC37 29061 1315 3067 37630 50413 1252 3832 2265 73385 2766

nC38 9567 ltLD ltLD ltLD ltLD 13527 1263 ltLD 13452 2333

sumAlcanos (ngg-1) 704190 446465 377274 514269 467491 322822 265474 838866 626935 843246

Fonte Elaborado pela autora ltLD= menor que o limite de detecccedilatildeo

Os perfis de n-alcanos das amostras superficiais podem ser observados na Figura 18

Na amostra ACR1 predominaram os homoacutelogos n-C15 e n-C17 Na estaccedilatildeo ACR2

predominaram os alcanos n-C30 e n-C36 Na ACR3 ACR6 e ACR7 predominou o alcano n-

C35 Nas estaccedilotildees ACR4 e ACR5 predominou o homoacutelogo n-C16 Na ACR9 houve a

presenccedila de n-alcanos com peso molecular maior com destaque para a alta concentraccedilatildeo de n-

C36 Nas estaccedilotildees ACR8 e ACR10 houve uma maior concentraccedilatildeo dos n-alcanos com peso

molecular maior sem predominacircncia de iacutempares ou pares

51

Fonte Elaborada pela autora

Figura 18 - Perfis de n-alcanos e isoprenoacuteides (fitano e pristano) das amostras de sedimentos

superficiais

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR1

n-alcanos

ACR2

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR3

n-alcanos

ACR4

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR5

n-alcanos

ACR 6

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR7

n-alcanos

ACR8

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

Co

nce

ntr

accedilatilde

o (

ng

g)

n-alcanos

ACR9

nC

10

nC

11

nC

12

nC

13

nC

14

nC

15

nC

16

nC

17

Prist

ano

nC

18

Fita

no

nC

19

nC

20

nC

21

nC

22

nC

23

nC

24

nC

25

nC

26

nC

27

nC

28

nC

29

nC

30

nC

31

nC

32

nC

33

nC

34

nC

35

nC

36

nC

37

nC

38

n-alcanos

ACR10

0

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

20000

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

1300

1400

1500

1600

1700

1800

1900

2000

52

Tabela 8 - Concentraccedilatildeo dos n-alcanos individuais do testemunho no estuaacuterio do Rio Acarauacuteem ngg-1

n-alcanos (ngg-1) 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

nC10 ltLD 405 678 063 548 2514 1156 1464 623 549 069 243

nC11 ltLD 2705 13191 319 470 28398 9705 19712 ltLD 2478 6781 1422 nC12 ltLD 2823 2513 861 3139 4583 1187 365 2799 ltLD 2701 854

nC13 ltLD 625 1245 793 1961 1793 1215 1742 1103 1904 1976 1272

nC14 1434 1121 4093 1077 2019 2224 734 1880 1817 24924 2558 792 nC15 2658 3286 8452 4383 12533 12717 3252 9060 7736 4238 10333 9228

nC16 4929 23397 12156 3709 5982 5389 2924 4553 5464 4454 11591 10548

nC17 1837 6583 5735 6010 13641 11857 1990 5984 9530 2741 6946 11837

pristano 2559 2694 3837 961 2782 1889 1638 2346 1466 480 2840 1350

nC18 699 19312 1352 678 1012 1218 826 1247 460 554 1668 1417

fitano 658 1744 1197 246 5602 1324 378 1173 479 701 1624 1576 nC19 3749 1043 8135 3208 7058 6771 2416 5873 3701 1675 6231 7228

nC20 1226 2061 1654 1411 2138 2706 462 12819 868 908 2068 3889

nC21 2291 3702 3691 1621 2128 2580 2022 2411 2032 1165 3746 2352 nC22 1677 2326 3638 1914 3219 2061 1231 2416 2226 1034 1419 5059

nC23 1414 2469 7173 943 3505 2584 1170 3014 4234 1453 3598 3848

nC24 1088 3164 2341 761 2927 870 1370 697 1713 832 1574 4633 nC25 786 6004 3979 1896 4559 4333 635 2439 2710 620 1980 4628

nC26 1913 6277 3119 1552 2523 2364 1408 2148 1121 994 2383 3487

nC27 1634 12408 1438 1085 2284 1677 1179 3644 1949 2626 1839 5740 nC28 1462 11790 1322 832 2567 2932 1260 1579 2626 1087 897 7236

nC29 1699 26404 23058 1353 2372 4427 1610 1961 1618 1440 2245 10850

nC30 750 14993 1647 1101 3243 3106 3693 7261 1794 4019 1299 1017 nC31 3341 26952 8481 1635 1798 3038 3015 7002 3857 4242 5005 6071

nC32 2979 12723 15380 869 1656 2702 2691 2404 5916 1444 919 2117

nC33 1057 18736 38115 1339 3752 3029 977 4288 954 2445 4371 1947 nC34 1983 44912 9230 932 1088 2515 11265 13922 1239 687 5477 2957

nC35 1798 18222 2955 404 222 ltLD 215 139 1629 703 1474 636

nC36 720 58593 302 ltLD 162 458 5491 1427 1391 ltLD 4462 14808 nC37 1987 40245 673 1165 1345 540 747 2466 4168 1981 1650 9181

nC38 2504 48447 ltLD 4600 3080 ltLD 723 421 616 ltLD 2432 20103

sumAlcanos (ngg-1) 50830 426167 190778 47720 101316 122600 68585 127855 77842 72380 104155 158327

Fonte Elaborado pela autora

53

522 n-alcanos no testemunho sedimentar

O somatoacuterio da concentraccedilatildeo da seacuterie de n-alcanos C10 - C38 variou de 47720 ngg-1

(15-20 cm) a 426167 ngg-1

(5-10 cm) nos sedimentos das seccedilotildees do testemunho com uma

meacutedia de 129046 ngg-1

(Tabela 8) A concentraccedilatildeo de n-alcanos totais foi aumentando em

direccedilatildeo ao topo com um pico na profundidade 5-10 cm

523 Biomarcadores do petroacuteleo

5231 Sedimentos superficiais

A maioria das estaccedilotildees apresentou a presenccedila da seacuterie de hopanos e esteranos As

concentraccedilotildees dos 5 hopanos e 5 esteranos identificados e quantificados nas amostras de

sedimento superficial estatildeo naTabela 9

Nas amostras de sedimento superficial a concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD

(ACR3) a 6787 μgg-1

(ACR6) com destaque para o C29-hopano (NH) (Tabela 9) As

estaccedilotildees ACR1 ACR4 e ACR6 tiveram os maiores valores de sumHop Por outro lado os

esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 2327 μgg-1

(ACR4) com destaque para o

C28αββ (SR)(Tabela 9) A estaccedilatildeo ACR4 apresentou o maior valor para sumEster com

predominacircncia dos compostos C28αββ (SR)e C29αββ (SR)

Tabela 9 - Concentraccedilotildees dos biomarcadores hopanos e esteranos dos sedimentos superficiais

em μgg-1

BIOMARCADORES ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

17α(H)-222930 - trisnorhopano 051 ltLD 040 576 519 310 411 373 252 106

17α(H)21β(H)-30-norhopano 5470 1214 ltLD 3860 2610 6787 569 3985 2387 116

17α(H)21β(H) - hopano 2420 ltLD 548 510 ltLD 2867 389 600 553 412 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 1356 1928 ltLD 2062 690 2605 ltLD 527 1066 1541

17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 1109 250 1010 2308 2049 1921 1358 307 1792 2348

ααα - colestano 044 ltLD ltLD ltLD 031 023 ltLD ltLD 143 02 αββ- colestano 061 094 ltLD 158 664 291 ltLD ltLD 284 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD ltLD 2327 ltLD 1479 ltLD ltLD ltLD 258

ααα - 20R 24R - etilcolestano 449 064 ltLD 634 104 371 ltLD 072 650 ltLD αββ - 20R 24R - etilcolestano 125 152 1156 1643 ltLD 036 ltLD 262 060 534

sumBiomarcadores 11085 3748 2757 14089 6666 16690 2737 6127 7188 5338

sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 ltLD 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

5232 Testemunho

No testemunho o somatoacuterio dos biomarcadores (sumBiomarcadores) estudados variou

de 3286 μgg-1

(45-50 cm) a 10071μgg-1

(40-45 cm) (

54

Tabela 10) A concentraccedilatildeo dos hopanos variou de ltLD a 3662 μgg-1

(30-35 cm)

com destaque similar aos sedimentos superficiais para o C29-hopano (NH) No perfil de

concentraccedilatildeo podemos observar dois picos de concentraccedilatildeo maacutexima em 10-15 cm e 40-45

cm de profundidade Por outro lado os esteranos apresentaram valores variando de ltLD a 6

μgg-1

(55-60 cm) com destaque para o C29αββ (SR) O sumEster teve um maacuteximo em 10-15

cm e um miacutenimo em 15-20 cm

Tabela 10 - Concentraccedilotildees individuais dos biomarcadores hopanos e esteranos no testemunho

(μgg-1

)

BIOMARCADORES 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

17α(H)-222930 - trisnorhopano 461 265 155 254 135 099 198 228 418 ltLD 316 212 17α(H)21β(H)-30-norhopano 2270 2707 2404 1950 1474 839 3662 1502 2164 741 2687 2651

17α(H)21β(H) - hopano 1238 067 1163 188 320 688 257 771 1469 409 096 1004 17α(H)21β(H) - 22R - homohopano 2135 286 1934 868 460 674 ltLD 1274 2454 1769 999 ltLD 17α(H)21β(H) - 22S - homohopano 500 104 2638 320 791 1557 1908 1505 2878 037 1797 864

ααα - colestano ltLD ltLD 050 ltLD ltLD ltLD 095 114 045 050 ltLD 021 αββ- colestano 334 415 207 041 ltLD ltLD 284 148 039 ltLD 371 ltLD

αββ - 20R 24S - metilcolestano ltLD ltLD 326 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ααα - 20R 24R - etilcolestano ltLD ltLD 044 120 ltLD 121 ltLD 034 ltLD ltLD 113 056 αββ - 20R 24R - etilcolestano 433 225 243 ltLD 220 176 205 103 596 280 242 603

sum Biomarcadores 7385 4068 9164 3790 3419 4172 6610 5679 10071 3286 6625 5428 sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747 sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

53 Hidrocarbonetos Policiacuteclicos Aromaacuteticos

As concentraccedilotildees individuais dos 56HPAs identificados e quantificados nos

sedimentos superficiais e no testemunho assim como as razotildees diagnoacutesticas usadas nesse

estudo para a identificaccedilatildeo das possiacuteveis fontes estatildeo na Tabela 11 e no Apecircndice A

respectivamente

531 Concentraccedilatildeo de HPAs em sedimentos superficiais

As concentraccedilotildees totais dos 56 HPAs (sumHPA56) analisados variaram de 42740 ngg-1

(ACR3) a 515073 ngg-1

(ACR8) (Tabela 11) nos sedimentos superficiais O somatoacuterio dos

16 HPAs prioritaacuterios da USEPA foi expresso como sumHPA16 e variou de 14143 ngg-1

(ACR3) a 207720 ngg-1

(ACR5) Em geral as concentraccedilotildees de HPAs depedem da

localizaccedilatildeo das fontes em relaccedilatildeo as estaccedilotildees como proximidade de um porto uma regiatildeo

densamente habitada ou uma regiatildeo industrial As maiores concentraccedilotildees foram observadas

em ACR4 ACR5 ACR7 ACR8 e ACR9 E as menores concentraccedilotildees foram observadas em

ACR1 ACR3 e ACR6

55

Essas concentraccedilotildees elevadas tiveram dois principais compostos responsaacuteveis a seacuterie

de naftalenos e o dibenzo(a)antraceno

Tabela 11 - Concentraccedilatildeo dos hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos dos sedimentos

superficiais do rio Acarauacute (ngg-1

)

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAs

2 a

neacuteis

Naftaleno 3089 417 1537 32992 ltLD 4460 ltLD 54058 ltLD 2573

2-metilnaftaleno ltLD ltLD 646 7208 ltLD 1177 ltLD 8631 ltLD 780

1-metilnaftaleno ltLD ltLD 100 4468 ltLD ltLD ltLD 7021 ltLD 464

16-dimetilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 1983

12-dimetilnaftaleno 958 1046 4177 12420 6880 992 ltLD 12257 ltLD 2237

235-trimetilnaftaleno 6178 ltLD ltLD 87821 ltLD 5936 ltLD 129316 10908 1401

Bifenil ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 676 ltLD 180 ltLD 492

3 a

neacuteis

Acenaftileno ltLD 141 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno 910 ltLD ltLD 1556 ltLD 1110 ltLD 2202 1638 336

1-metilfluoreno 281 188 078 057 084 066 077 286 108 066

Fenantreno 1460 1463 1739 1817 1462 1498 200 1407 2127 1241

Antraceno 540 464 543 502 456 1474 1112 330 503 830

Carbazole 5176 1632 2275 5096 1920 4456 1631 4190 4962 3112

9-etil-10-metilfenantreno 046 060 200 046 785 037 018 013 158 055

4 a

neacuteis

Fluoranteno 758 155 306 768 224 547 150 577 803 871

Pireno 1051 612 885 1214 331 846 222 1170 1343 1213

1-metilpireno 740 231 240 240 539 205 221 303 220 268

Benz(a)antraceno 561 354 569 1452 749 424 391 282 361 600

Trifenileno 3765 133 140 1033 372 208 179 109 149 1848

Criseno ltLD ltLD 070 1401 111 169 463 ltLD 099 784

6-metilcriseno 1764 286 294 323 847 251 628 222 494 566

6-etilcriseno 4188 257 431 371 493 232 217 741 197 341

5 a

neacuteis

Benz(b)fluoranteno 3723 935 850 1335 1103 901 542 562 825 5356

Benzo(k)fluoranteno 2198 1314 1600 1214 1891 1626 1289 1039 1413 4302

Benzo(e)pireno 2402 1576 1451 1259 1720 1234 1442 863 1285 15825

Benzo(a)pireno 2569 1942 1228 1706 1789 1825 1224 1155 1693 2581

Perileno 866 1068 2751 1234 768 433 497 675 1329 16784

Dibenzo(ah)antraceno ltLD 97858 ltLD ltLD 190387 ltLD 181447 30111 ltLD ltLD

6

an

eacuteis

Indeno(123-cd)pireno 2992 2137 2373 4330 7459 3794 5025 1046 1575 16385

Benzo(ghi)perileno 2044 3049 2444 2710 1759 1665 1220 3570 13969 2308

HPAs alquilados

sum C1-C4 naftalenos ltLD 4692 6153 137453 5202 8616 ltLD 243020 321927 9378

sum C1-C3 fluorenos ltLD 1130 1436 833 133 749 ltLD 1104 3770 8758

sum C1-C4 fenantrenos ltLD 779 1014 ltLD 1578 ltLD 418 874 1788 5429

sum C1-C4 pirenos 3116 944 4595 1863 4619 1379 1913 2635 3515 9068

sum C1-C3 crisenos 2356 ltLD 1627 490 2157 ltLD 625 3937 2283 6862

HPAs sulfurados

Dibenzotiofeno 366 823 968 730 ltLD 926 ltLD 886 305 396

46-dimetildibenzotiofeno 163 057 ltLD 193 054 ltLD ltLD 069 790 338

Dibenzofurano 108 259 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 199 ltLD ltLD

sum C1-C4 dibenzotiofenos ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 2196 1997

Paracircmetros

sum HPAs16 21929 110878 14143 52998 207720 20339 193285 97542 26349 39381

sum HPAs56 54402 126039 42740 316136 235871 47937 201161 515073 382732 127828

sum HPAs alquilados 5472 7545 14825 140639 13689 10744 2957 251570 335479 41491

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 5999 2486 3819 36868 1917 8542 1311 57997 4268 4980

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 15930 108392 10324 16130 205803 11796 191974 39545 22081 34401

Fonte Elaborada pela autora

Apesar do ΣHPA16 (14143 - 207720 ngg-1

) no rio Acarauacute estaacute abaixo dos niacuteveis

encontrados em regiotildees com intensa atividade urbana ou ateacute mesmo atividade portuaacuteria como

as cidades de Montevideo e Xinxiang os niacuteveis encontrados estatildeo proacuteximos de aacutereas urbanas

e rurais como o Rio Durance (Franccedila) e a regiatildeo metropolitana de Curitiba (

56

Tabela 12) Segundo Benlahcer e colaboradores (1997) os sedimentos com ΣHPAs ateacute

250 ngg-1

satildeo considerados como levemente poluiacutedos entre 250 e 2000 ngg-1

satildeo

considerados moderadamente poluiacutedos e acima de 2000 ngg-1

satildeo considerados altamente

poluiacutedos Desta forma podemos classificar os sedimentos das estaccedilotildees ACR1 ACR3 e ACR6

como levemente poluiacutedas e a estaccedilatildeo ACR 5 como altamente poluiacuteda ficando o restante

classificado como moderadamente poluiacutedo

Tabela 12 - Concentraccedilotildees de sumHPAs em sedimentos superficiais ao redor do mundo

nos uacuteltimos cinco anos

Local Atividade Variaccedilatildeo de

sumHPAs (ngg)

ndeg de HPAs

estudados Referecircncia

Rio Iguaccedilu Curitiba Brasil Aacuterea urbana e industrial 131 - 1713 16 LEITE et al 2011 Mar Egeu Mediterracircneo Aacuterea urbana e industrial lt415 - 405 14 KUCUKSEZGIN et al 2012

Delta do Rio Amarelo China Exploraccedilatildeo de petroacuteleo

agricultura e pesca 27-753 16 YUAN et al 2014

Estuaacuterio do Rio da Prata Uruguai Aacuterea urbana e industrial 196-65501 16 VENTURINI et al 2015

Xinxiang China Aacuterea industrial 4450 - 29000 15 FENG et al 2016 Rio Cocoacute e Cearaacute Fortaleza Brasil Aacuterea urbana 3488 ndash 301716 54 OLIVEIRA 2016

Porto do Mucuripe Fortaleza Cearaacute Aacuterea portuaacuteria 6527 - 6833354 54 OLIVEIRA 2016

Baiacutea de Paranaguaacute Aacuterea urbana e portuaacuteria ltLD - 572 16 DE ABREU-MOTA et al 2014

Baia de Laranjeiras Brasil Aacuterea de conservaccedilatildeo e

recreaccedilatildeo 385 - 892 - MARTINS et al 2012

Rio Durance Franccedila Agricultura 57ndash1528 16 KANZARI et al 2015 Rio Jaguaribe Agricultura carcinicultura 069 a 375202 16 ANDRADE 2012

Rio Pacoti Carcinicultura aacuterea de

conservaccedilatildeo aacuterea urbana 119512 - 290625 16 FERNANDES 2013

Rio Acarauacute Agricultura carcinicultura 14143 - 207720 16 Presente estudo

Fonte Elaborada pela autora

Em contrapartida podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs satildeo

relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente Dessa forma esses compostos satildeo os maiores responsaacuteveis pelo

niacutevel de contaminaccedilatildeo na regiatildeo

57

Fonte Elaborada pela autora baseado em LIMA et al 2005N F Fl D e C correspondem a naftaleno fenantreno fluoreno dibenzotiofeno e criseno respectivamente

0-4 representam o nuacutemero do carbono dos grupos alquilados nas seacuteries homologas de HPAs alquilados BF a BghiP correspondem aos outros 15 HPAs prioritaacuterios pela

USEPA Atenccedilatildeo para as diferentes escalas do eixo Y

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

) ACR1

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR2

DahA0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

ACR3

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR4

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0102030405060708090

100

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR5

DahA0

1000

2000

Co

nce

ntr

accedilatildeo

(ng

g)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR6

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR7

DahA0

1000

2000

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

04080

120160200240280320360400

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

ACR8

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

500

1000

1500

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR9

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

0

1000

2000

3000

Concentr

accediloم

(ngg

)

A

Naf

C1-N

C2-N

C3-N

C4-N

Fen

C1-F

C2-F

C3-F

C4-F F

lC

1-F

lC

2-F

lC

3-F

lD

BT

C1-D

C2-D

C3-D

C4-D Cri

C1-C

C2-C

C3-C BF

Aci

Ace

Ant

Fltr Pir

BaA

BbF

BkF

BeP

BaP

Per

DahA

IcdP

BghiP

020406080

100120140160180200

ACR10

Conce

ntr

accedilatildeo

(ngg

)

Figura 19 - Perfis de distribuiccedilatildeo dos HPAs nas amostras de sedimento superficial do rio Acarauacute

58

532 Concentraccedilatildeo de HPAs no testemunho

As concentraccedilotildees individuais dos HPAs variaram de ltLD a 6181 ngg-1

enquanto que

o sumHPAs16 variou de 13197 ngg-1

(5-10 cm) a 685419 ngg-1

(35-40 cm) (Figura 20 e

Apecircndice A) A distribuiccedilatildeo dos HPAs foi dominada pelo dibenzo(ah) antraceno e pela seacuterie

de naftalenos alquilados com esses compostos correspondendo de 10-75 e 2-77 do total

de HPAs respectivamente Esse mesmo domiacutenio foi observado nos sedimentos superficiais

ao longo do curso do rio Acarauacute

Podemos observar que a concentraccedilatildeo de HPAs cresce nas camadas mais profundas do

testemunho contrariando a tendecircncia observada em outros trabalhos de uma maior

concentraccedilatildeo dos HPAs nos sedimentos superficiais que correlaciona-se com o aumento da

taxa de ocupaccedilatildeo da regiatildeo (MACHADO et al 2014) Esse padratildeo de variaccedilatildeo com um pico

de HPAs em seccedilotildees mais profundas foi observado em vaacuterios trabalhos (SUN E ZHANG

2012 DUAN et al 2015) e foi atribuido a mudanccedila na fonte de energia utilizada pela

populaccedilatildeo do local Na bacia do rio Acarauacute o uso de carvatildeo vegetal pelas induacutestrias de

cimento foi estimulado pelo Governo Federal por causa da crise internacional do petroacuteleo na

deacutecada de 70 (SEMACE 1998) Durante vinte anos essa praacutetica foi uma praacutetica comum que

devastou a caatinga na regiatildeo e que teve seu registro nos sedimentos do estuaacuterio do Acarauacute

59

Figura 20 - Variaccedilotildees ao longo do tempo da concentraccedilatildeo de HPAs no estuaacuterio do rio

Acarauacute

FLTR

0 10 20 30 40 50 60

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

HPAs16

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000 8000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

NAF

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 10 20 30 40

FEN

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 5 10 15 20 25 30

CRI

0 10 20 30 40 50

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

ANT

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2 4 6 8 10 12

Pir BaA

0 5 10 15 20 25 30

BbF

0 20 40 60 80 100120140160180

BkF

0 20 40 60 80 100

BeP

0 100 200 300 400 500

BaP

0 50 100 150 200 250 300 350

PER

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 200 400 600 800

DahA

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 2000 4000 6000

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5 IcdP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100120140

BghiP

Concentraccedilatildeo (ngg)

0 20 40 60 80 100 120

PIR

0 10 20 30 40 50

Fonte Elaborado pela autora

60

54 Determinaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos para o rio Acarauacute

Para a determinaccedilatildeo de fontes dos hidrocarbonetos nos sedimentos superficiais do rio

Acarauacute foram utilizadas as razotildees diagnoacutesticas na Tabela 13

Tabela 13- Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos nos

sedimentos superficiais do rio Acarauacute

Hidrocarbonetos Razotildees diagnoacutesticas ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

HPAS

sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 073 098 073 030 099 058 099 041 084 087

BaA(BaA +Cri) 094 091 089 051 087 071 046 089 078 043

IP(IP+BghiP) 059 041 049 062 081 069 080 023 010 088

FenAnt 270 315 320 362 321 102 018 426 423 150

FltrPir 072 025 035 063 068 065 067 049 060 072

Per5 aneacuteis 795 103 5364 2238 039 774 027 200 2548 5981

Alcanos

CPI (15-19) 1237 129 039 088 048 093 532 048 494 082

CPI (25-33) 081 044 122 105 113 090 103 128 197 109

n-C27+ n-C29+n-C31 56393 42127 23914 79680 66360 55239 11592 237116 119695 205595

Isoprenoacuteides

nC17Pr 581 292 443 799 243 961 429 1168 618 523

nC18Fit 019 071 538 461 539 170 260 1785 009 331

PrFit 198 214 056 069 822 203 173 090 012 047

Biomarcadores sumHop 10406 3429 1598 9316 5867 14490 2727 5793 6050 4522

sumEster 679 319 1159 4772 799 2200 010 334 1138 816

Fonte Elaborada pela autora

Jaacute para a caracterizaccedilatildeo de fontes de hidrocarbonetos no testemunho sedimentar do

estuaacuterio do rio Acarauacute foram utilizadas as razotildees apresentadas na Tabela 14

Tabela 14 - Razotildees utilizadas na determinaccedilotildees de fontes de hidrocarbonetos para o

rio Acarauacute

Razotildees diagnoacutesticas 0-5 cm 5-10 cm 10-15 cm 15-20 cm 20-25 cm 25-30 cm 30-35 cm 35-40 cm 40-45 cm 45-50 cm 50-55 cm 55-60 cm

sum HPAs (4-6 aneacuteis)

sum HPAs16 095 072 096 089 057 061 090 100 098 099 099 099

Per5 aneacuteis 6426 3265 7752 415 2883 583 8920 021 2970 031 073 069

BaA(BaA+Cri) 066 088 013 085 088 094 097 073 062 074 034 095

IP(IP+BghiP) 065 056 042 056 052 041 048 084 027 051 035 017

FenAnt 398 153 209 187 274 685 484 222 204 267 017 196

FltrPir 125 090 097 119 061 170 015 227 391 058 063 111

CPI (15-19) 237 049 274 483 733 691 353 385 580 175 302 400

CPI (25-33) 114 120 254 146 135 121 038 071 100 147 154 178

n-C27+ n-C29+n-C31 6673 65765 32977 4074 6455 9142 5805 12606 7424 8308 9089 22661

nC17Pr 072 244 149 625 490 628 121 255 650 571 245 877

nC18Fit 106 1107 113 276 018 092 218 106 096 079 103 090

PrFit 389 154 321 391 050 143 433 200 306 068 175 086

sumHop 6604 3428 8294 3580 3179 3856 6025 5280 9383 2956 5895 4747

sumEster 780 640 870 210 240 316 584 399 688 330 731 681

Fonte Elaborada pela autora

541 Diferenciando o aporte de fontes biogecircnicas das fontes petrogecircnicas

Os hidrocarbonetos de origem antropogecircnica no meio ambiente acabam misturando-se

com outras fontes de background presentes na aacuterea impactada

61

Os hidrocarbonetos biogecircnicos satildeo originados por processos bioloacutegicos ou na

diagecircnese primaacuteria em sedimentos marinhos recentes As fontes biogecircnicas incluem plantas

terrestres fitoplancton animais bacteacuterias e macroalgas Uma forma de medir a contribuiccedilatildeo

biogecircnica na siacutentese dos alcanos eacute o iacutendice preferencial do carbono (IPC (25-33)) que indica a

contribuiccedilatildeo relativa das fontes naturais (IPC gt1 biogecircnicoterrestre) comparada com as

fontes antropogecircnicas (IPClt1 contaminaccedilatildeo por petroacuteleo) (EGLINTON E HAMILTON

1967 ABOUL-KASSIM E SIMONEIT 1995 VOLKMAN et al1992)

Outra caracteristica das fontes biogecircnicas eacute relacionada com os hidrocarbonetos

isoprenoacuteides onde a concentraccedilatildeo de pristano eacute maior do que a de fitano sugerindo a entrada

de mateacuteria orgacircnica fitoplantocircnica e a razatildeo PriFit gt1 ( tipicamente entre 3 e 5) enquanto

que a razatildeo de PriFit lt1 indica contaminaccedilatildeo por petroacuteleo (WANG E FINGAS 2003 HU et

al 2011) Em sedimentos recentes as razotildees de Prin-C17 e Fitn-C18 lt1 indicam entrada

relativamente recente de oacuteleo enquanto que valores maiores que 1 juntamente com

concentraccedilotildees altas de hidrocarbonetos sugerem a presenccedila de oacuteleo degradado

(COMMENDATORE et al 2012 WANG et al 2015)

Aleacutem disso o perileno um HPA de 5 aneacuteis apresenta a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) com um valor maior que 10 para fontes diageneacuteticas (natural

biogecircnica) desse composto (SOCLO et al 2000 WANG et al 2014)

Por outro lado a presenccedila de biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) sugere

contaminaccedilatildeo petrogecircnica pois eles satildeo constituintes comuns do petroacuteleo e seus derivados

(WANG E FINGAS 2003)

Dessa forma essas caracteriacutesticas podem ser usadas para identificaccedilatildeo e diferenciaccedilatildeo

das fontes de hidrocarbonetos nos sedimentos

5411 Sedimentos superficiais

O valor do IPC (15-19) variou de 039 (ACR3) a 1237(ACR1) (Tabela 13) De acordo

com esses valores nas estaccedilotildees ACR1 (1227) ACR7 (532) e ACR9 (494) as cadeias curtas

de n-alcanos apresentaram uma forte predominacircncia de cadeias com um numero iacutempar de

carbono em relaccedilatildeo as com nuacutemero par Em ACR1 o alto valor daacute-se devido as altas

concentraccedilotildees de n-C15 e n-C17 que indicam uma possiacutevel produccedilatildeo autoacutectone da mateacuteria

orgacircnica pois tais alcanos estatildeo relacionados com a atividade planctocircnica o mesmo ocorre

em ACR7 soacute que em menor proporccedilatildeo Apesar de possuir um alto valor de IPC (15-19) a

estaccedilatildeo ACR 9 natildeo apresenta valores significativos dos compostos n-C15 e n-C17 Esse alto

valor do IPC em ACR1 pode ser relacionado com a proximidade do accedilude Araras que eacute o

62

quarto maior accedilude do Cearaacute e fica a montante desta estaccedilatildeo A construccedilatildeo de reservatoacuterios

altera a circulaccedilatildeo do sistema fluvial que antes era loacutetico e passa para uma ambiente

intermediaacuterio entre loacutetico e lecircntico devido a circulaccedilatildeo vertical e horizontal originada pela

operaccedilatildeo da barragem (MARGALEF 1983) Esses reservatoacuterios recebem o aporte do

escoamento superficial perifeacuterico lanccedilamento de efluentes das comunidades circunvizinhas

aleacutem das atividades desenvolvidas no seu interior como a piscicultura (MARGALEF 1983)

Essas atividades fornecem nutrientes para o desenvolvimneto fitoplantocircnico o que explica os

altos valores dos n-alcanos caracteristicos da comunidade fitoplantocircnica

Fonte Elaborado pela autora

O valor do IPC (25-33) variou de 044 (ACR2) a 197 (ACR9) (Figura 21) Isso

demonstra que a maioria das estaccedilotildees natildeo apresentou perfis com predominacircncia de cadeias

longas com nuacutemero de carbono iacutempar ou par o que resulta na possiacutevel fonte de derivados do

petroacuteleo A estaccedilatildeo ACR9 apresentou o maior valor de IPC indicando uma maior

contribuiccedilatildeo das plantas terrestres superiores (EGLINTON E HAMILTON 1967) o que eacute

plausiacutevel visto a proximidade com o estuaacuterio

A origem do perileno um HPA de 5 aneacuteis eacute bastante controversa Em muitos

trabalhos a origem do perileno foi encontrada como diferente dos outros HPAs

(BUDZINSKY 1997 SOCLO et al 2000 CAVALCANTE et al 2008) O perileno pode

ser introduzido no ecossistema aquaacutetico por vaacuterios processos sendo a degradaccedilatildeo de

precursores biogecircnicos a fonte predominante (GSCHWEND E HITES 1981) Segundo

Venkatesan (1988) um sistema favoraacutevel para a formaccedilatildeo e preservaccedilatildeo do perileno eacute

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

2

4

6

8

10

12

14

IPC (25-33)

IPC (15-19)

Iacutend

ice

Figura 21 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para os sedimentos superficiais

63

encontrado em regiotildees aquaacuteticas com alta produccedilatildeo bioloacutegica como estuaacuterios e lagos Aleacutem

disso o perileno pode ter uma origem terrestre mas a fonte terriacutegena desse composto

permanece desconhecida O perileno tambeacutem pode ser derivado de material autoacutectone como

as diatomaacuteceas (VENKATESAN 1988) No entanto no escopo desse trabalho natildeo foi

possiacutevel determinar a origem terrestre ou autoacutectone do perileno encontrado

No entanto alguns estudos tecircm-se desenvolvido em direccedilatildeo agrave determinaccedilatildeo do caraacuteter

antroacutepico ou natural das fontes de HPAs comparando-se as concentraccedilotildees de perileno com os

demais HPAs (BAUMARD et al 1988 BUDZINSKY et al 1997 SOCLO et al 2000

WANG et al 1999 WANG et al 2014) Em relaccedilatildeo ao carater antroacutepico do perileno

estudos mostraram que esse composto pode ser produzido em processos de combustatildeo de

biomassa e combustiacuteveis foacutesseis (PAGE et al 1999 WANG et al 1999)

Na Figura 22 podemos observar que apenas as razotildees em ACR3 (5364) ACR4

(2238) ACR9 (2547) e ACR10 (5980) apresentaram a razatildeo

PerilenosumHPAs(5aneacuteis) gt 10 indicando assim a origem natural do perileno Esse

resultado na estaccedilatildeo ACR9 e ACR10 jaacute era esperado uma vez que apresentam maior

produtividade bioloacutegica devido as suas localizaccedilotildees no estuaacuterio As estaccedilotildees ACR3 e ACR4

localizam-se antes e depois do municiacutepio de Sobral respectivamente As outras estaccedilotildees

apresentaram valores menores que 10 o que indica a fonte piroliacutetica desse HPA (PAGE et

al 1999 WANG et al 1999)

Figura 22 - Razatildeo diagnoacutestica do perileno nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

Per

5an

eacuteis

()

Origem

Piroliacutetica

Origem

Natural

Fonte Elaborado pela autora

Os alcanos pristano e fitano satildeo os constituintes mais comuns dos isoprenoacuteides nos

sedimentos mas as suas abundacircncias relativas variam bastante A razatildeo de pristano em

relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) (Figura 23) nos sedimentos superficiais variou de 012 (ACR9) a

64

822 (ACR5) Em sedimentos natildeo-contaminados a razatildeo PriFit eacute maior do que 1

normalmente entre 3 e 5 (STEINHAUER E BOEHM 1992) A maioria das estaccedilotildees

apresentou a a razatildeo PriFit menor ou proacuteximo a 1 indicando os derivados de petroacuteleo como

fonte de hidrocarbonetos principal Um valor alto para a razatildeo PriFit foi observado na

estaccedilatildeo ACR5 localizada antes de Santana do Acarauacute e relativamente distante dos centros

urbanos

Figura 23 - Razotildees entre os compostos isoprenoacuteides e os n-alcanos n-C17 e n-C18

Fonte Elaborado pela autora

No que diz respeito as razotildees n-C17Pri e n-C18Fit ambos os isoprenoacuteides satildeo

degradados mais lentamente do que o seu alcano associado devido as preferecircncias

microbianas (COLOMBO et al 1989) Dessa forma razotildees menores do que 2 indicam

contribuiccedilatildeo recente de oacuteleo enquanto que valores maiores indicam resiacuteduos de oacuteleo

degradado (COLOMBO et al 1989) A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri)

variou de 243 (ACR5) a 1168 (ACR8) (Tabela 13) Em todas as estaccedilotildees foi observado que

o n-C17 predominou sobre o pristano (Figura 23) indicando contribuiccedilatildeo planctocircnica para a

mateacuteria orgacircnica (READMAN et al 2002) A razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-

C18Fit) variou de 009 (ACR9) a 1785 (ACR8) (Tabela 13) Essa razatildeo atualmente indica a

degradaccedilatildeo microbiana inicial em resiacuteduos de oacuteleo (DIEZ et al 2007) As estaccedilotildees ACR1

ACR2 ACR6 e ACR9 apresentaram as menores razotildees o que eacute indicativo da presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradado (DIEZ et al 2007) Isso acontece pois o n-C18 tende a ser

ACR1 ACR2 ACR3 ACR4 ACR5 ACR6 ACR7 ACR8 ACR9 ACR10

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

Raz

atildeo

Estaccedilotildees

nC17Pri

nC18Fit

PriFit

65

degradado preferencialmente em relaccedilatildeo ao fitano na degradaccedilatildeo microbiana Por sua vez as

outras estaccedilotildees com destaque para a estaccedilatildeo ACR8 demonstraram uma maior contribuiccedilatildeo

da produtividade primaacuteria na sua mateacuteria orgacircnica

A distribuiccedilatildeo dos biomarcadores do sumHop e sumEster nos sedimentos superficiais estaacute

demonstrada na Figura 24 Em estudos anteriores a presenccedila de hopanos e esteranos foi

relacionada com o material particulado proveniente da exaustatildeo do motor de caminhotildees

(ROGGE et al 1993 SCHAUER et al 2002 KLEEMAN et al 2008) Esses

biomarcadores pertencem a fraccedilatildeo de alta ebuliccedilatildeo do oacuteleo cru devido a isso natildeo satildeo

encontrados nem na gasolina nem no diesel Ao inveacutes disso eles vatildeo ser originados do oacuteleo

lubrificante (ROGGE et al 1993) Aleacutem disso Kleeman e colaboradores (2008) analisando

material particulado oriundo das emissotildees de carros movidos a diesel utilizaram o

17α(H)21β(H)-30-norhopano (NH) como um indicador de oacuteleos lubrificantes Por outro lado

Bieger e colaboradores (1996) compararam oacuteleos lubrificantes novos e usados fuligem da

descarga poeira de estradas e sedimentos da Baiacutea de Conception - Canadaacute e correlacionaram

a impressatildeo digital dos hidrocarbonetos no sedimento com os biomarcadores presentes em

oacuteleo lubrificantes utilizados em automoveis e barcos da regiatildeo Jaacute Boonyatumanond e

colaboradores (2006) encontraram uma predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 e

atribuiram essa caracteristica a poeira de estrada que apresentava mesma impressatildeo digital de

hopanos Essa poeira de estrada consiste de asfalto partiacuteculas de pneus solo partiacuteculas de

exaustatildeo vazamentos de oacuteleo e combustiacutevel e deposiccedilatildeo atmosfeacuterica e estaacute diretamente

associada com o traacutefego nas rodovias (BOONYATUMANOND et al 2006) Dessa forma

como a regiatildeo do rio Acarauacute natildeo foi um local de derramento de petroacuteleo nem eacute uma regiatildeo

perto de refinarias ou industria petroquiacutemica podemos inferir que essas moderadas

concentraccedilotildees de hopano e esteranos satildeo derivadas da utilizaccedilatildeo de oacuteleos lubrificantes nos

automoacuteveis e nos barcos a motores da regiatildeo que chegam ao rio por meio do escomaento

superficial ou mesmo das poeiras das rodovias que constituem as principais vias de acesso da

regiatildeo O que ratifica essa fonte eacute a predominacircncia do hopano C29 sobre o hopano C30 em

todas as estaccedilotildees como foi citado anteriormente Podemos observar que as estaccedilotildees ACR1

ACR4 e ACR6 apresentaram as maiores concentraccedilotildees desses marcadores moleculares

especialmente os hopanos A estaccedilatildeo ACR1 fica logo apoacutes o accedilude Araras que eacute utilizado

como uma aacuterea de lazer com a presenccedila de jet-skis e barcos a motores que representam fontes

potenciais dos hopanos e esteranos Por sua vez a estaccedilatildeo ACR4 e ACR6 ficam a montante

das cidades de Sobral e Santana do Acarauacute respectivamnete

66

Figura 24- Distribuiccedilatildeo do somatoacuterio das concentraccedilotildees de hopanos (sumHop) e

esteranos (sumEster) nos sedimentos superficiais

AC

R1

AC

R2

AC

R3

AC

R4

AC

R5

AC

R6

AC

R7

AC

R8

AC

R9

AC

R1

0

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

120

130

140

150

160

Conce

ntr

accedilatilde

o (gg

)

op

Ester

Fonte Elaborado pela autora

5412 Testemunho

No testemunho a maioria das amostras apresentaram valores do IPC (25-33) proacuteximos

a 1 o que sugere a contaminaccedilatildeo petrogecircnica (Tabela 14 Figura 25) Apenas a camada 10-15

cm apresentou um valor alto de IPC que significa a predominacircncia dos homoacutelogos com

carbonos impares sugerindo uma fonte de plantas terrestres superiores

Jaacute os valores do IPC (15-19) variaram de 049 (5-10 cm) a 733 (20-25 cm) (Tabela

14) Observou-se uma variaccedilatildeo do IPC (15-19) ao longo do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute

com picos nas profundidades de 20-25 cm e 45-50 cm Isso sugere uma variaccedilatildeo na origem da

mateacuteria orgacircnica com uma diminuiccedilatildeo da produccedilatildeo autoacutectone em relaccedilatildeo ao topo

67

Fonte Elaborado pela autora

Por outro lado a razatildeo Per5 aneacuteis nos mostra que a maioria das seccedilotildees possuem um

caraacuteter natural da mateacuteria orgacircnica (Figura 25) o que eacute indicado pela porcentagem maior do

que 10 na razatildeo Per5 aneacuteis com possiacutevel fonte diageneacutetica do Per As altas

concentraccedilotildees de perileno tem sido relacionados com sedimentos anoacutexicos com alta

produtividade bioloacutegica (MEIRE et al 2008 WANG et al 2014)

A razatildeo de pristano em relaccedilatildeo ao fitano (PriFit) variou de 050 (20-25 cm) a 433

(30-35 cm) (Tabela 14) O pristano eacute encontrado em maiores proporccedilotildees que o fitano em

sedimentos marinhos natildeo contaminados por petroacuteleo (PriFit gt1) No testemunho analisado

podemos observar uma tendecircncia de aumento na entrada de sedimentos contaminados por

hidrocarbonetos antropogecircnicos (Figura 26)

A razatildeo do n-C17 em relaccedilatildeo ao pristano (n-C17Pri) variou de 072 (topo) a 877

(base) e a razatildeo do n-C18 em relaccedilatildeo ao fitano (n-C18Fit) variou de 018 (20-25 cm) a 1107

(5-10 cm) (Tabela 14) Os valores dessas razotildees sugerem tanto a presenccedila de hidrocarbonetos

degradados (n-C18Fit) como a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica (n-C17Pri) ao longo

do tempo no estuaacuterio do rio Acarauacute No entanto as duas razotildees sugerem a presenccedila de

resiacuteduos de petroacuteleo degradados nos sedimentos recentes (DIEZ et al 2007)

Em relaccedilatildeo aos biomarcadores hopanos e esteranos podemos observar na Figura 27 o

perfil desses compostos no testemunho em estudo Assim como nos sedimentos superficiais

Razatildeo

0 1 2 3 4 5 6 7 8

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5IPC(15-19)

IPC(25-33)

Per5aneis

0 20 40 60 80 100

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

Piroliacutetico

Nat

ural

Figura 25 - Iacutendice Preferencial de Carbono (IPC) para o testemunho sedimentar

68

as concentraccedilotildees do sumBiomarcadores estaacute diretamente influenciada pela sumHop uma vez que

este representa cerca de 842 a 932 do total quantificado

Figura 26 - Razotildees dos isoprenoacuteides pristano e fitano no perfil sedimentar

Oacuteleodegradado

n-C17Pri

0 2 4 6 8 10 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

n-C18Fit

0 2 4 6 8 10 12

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

PriFit

0 1 2 3 4 5

55-60

50-55

45-50

40-45

35-40

30-35

25-30

20-25

15-20

10-15

5-10

0-5

Contaminaccedilatildeo por Oacuteleo

Natildeo-contaminado

Oacuteleodegradado

Fonte Elaborado pela autora

Outra caracteriacutestica que assemelha-se aos sedimentos superficiais eacute a predominacircncia

do C29-hopano (NH) (Tabela 10) que pode ser utilizado para indicar atividades relacionadas

com o traacutefego de veiacuteculos na regiatildeo (KLEEMAN et al 2007 BOONYATUMANOND et al

2006)

Figura 27 - Perfil dos biomarcadores de petroacuteleo (hopanos e esteranos) no testemunho

Concentraccedilatildeo (gg)

0 20 40 60 80 100120140

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

Hop

Ester

Biomar

Fonte Elaborado pela autora

69

542 Distinguindo fontes piroliacuteticas de fontes petrogecircnicas

As distribuiccedilotildees de HPAs satildeo as ferramentas mais uacuteteis para a distinccedilatildeo entre fontes

piroliticas e petrogecircnicas de hidrocarbonetos Os HPAs petrogecircnicos exibem um padratildeo de

distribuiccedilatildeo em forma de sino (bell shaped) (WANG et al 1999 YUNKER et al 2015)

Por outro lado os HPAs piroliticos geralmente apresentam a distribuiccedilatildeo dos HPAs

alquilados homoacutelogos com os HPAs natildeo-substituidos mais abundantes (com o perfil de

distribuiccedilatildeo de C0-gtgtC1-gtC2-gtC3-gtC4- chamada de distribuiccedilatildeo inclinada)

Aleacutem disso entre os HPAs prioritaacuterios a predominacircncia dos HPAs de alto peso

molecular (sum HPAs (4-6 aneacuteis = Fltr Pir BaA Cri BbF BkF BaP IcdPDahA and BghiP)

sobre os HPAs de baixo peso (2-3 aneacuteis) nos processos piroliacuteticos eacute evidente em vaacuterios

trabalhos (PRAHL E CARPENTER 1983 WANG et al 1999CAVALCANTE et al 2012

ANDRADE 2012 FERNANDES 2013 FENG et al 2016)

Outras razotildees tambeacutem satildeo utilizadas para a caracterizaccedilatildeo de fontes de HPAs nos

sedimentos como FenantrenoAntraceno FluorantenoPireno

Benzo(a)Antraceno(Benzo(a)Antraceno + Criseno) e Indeno(cd)Pireno(Indeno(cd)Pireno +

Benzo(ghi)Perileno) (YUNKER et al 2002 STOGIANNIDIS E LAANE 2015)

5421 Sedimentos superficiais

Nos sedimentos superficiais foi observado a predominacircncia dos composto DahA e da

seacuterie de naftalenos alquilados Podemos observar na Figura 19 que os niacuteveis gerais de HPAs

satildeo relativamente baixos dentro da faixa de 50-200 ngg-1

(sedimento seco) No entanto as

concentraccedilotildees de DahA e sumNaf-Alquil podem corresponder a 90 (ACR7) e 84 (ACR9)

do sumHPA56 respectivamente O DahA eacute um HPA de alto peso molecular produto da queima

incompleta de mateacuteria orgacircnica e cuja degradaccedilatildeo eacute demorada sendo considerado um

poluente prioritaacuterio para a USEPA Segundo Levengood et al (2015) altas concentraccedilotildees de

DahA em sedimento podem ser associadas agraves estradas e ao traacutefico ferroviaacuterio Wang e

colaboradores (1999) observaram a formaccedilatildeo de DahA apoacutes a combustatildeo de diesel

juntamente com BghiP e IcdP Eacute interessante notar que a fumaccedila e as partiacuteculas de fuligem

podem ser transportadas por longas distacircncias atraveacutes da atmosfera e depositadas longe do local

de origem (CRUTZEN E ANDREAE 1990) Dessa forma fica evidente na regiatildeo o impacto

causado pelas rodovias e pelo traacutefico de veiacuteculos na regiatildeo estudada

Por sua vez o metilnaftaleno foi predominante dentre os HPAs substituiacutedos do

efluente proveniente de tratamento de esgoto na cidade Beijing China (QUIAO et al 2014)

70

Jaacute Wang e colaboradores (1999) encontraram os naftalenos alquilados como os principais

constituintes de diesel antes da combustatildeo Ambos relacionam a presenccedila desse HPA de baixo

peso molecular com contaminaccedilatildeo por derivados do petroacuteleo Na regiatildeo podemos relacionar a

presenccedila desse composto com o esgotamento sanitaacuterio deficiente em toda bacia do Acarauacute e

tambeacutem com o escoamento superficial que carreia hidrocarbonetos provenientes de atividades

relacionadas a frota veicular Nos uacuteltimos anos a frota veicular aumentou fazendo com que

os serviccedilos relacionados a manutenccedilatildeo (como oficinas postos de gasolina) acompanhessem a

demanda

Na Figura 19 os perfis dos HPAs encontrados nos sedimentos superficiais satildeo

mostrados Na maioria das estaccedilotildees os HPAs parentais com alto peso molecular incluindo o

IcdP o DahA e o BghiP predominaram sobre os HPAs de dois e trecircs aneacuteis como bifenil

acenaftileno e acenafteno Isso indica que a principal fonte de HPAs para essa regiatildeo satildeo

processos piroliacuteticos mesmo que em alguns casos o valor absoluto das concentraccedilotildees seja

pequeno (WANG et al 1999)

Nas regiotildees costeiras urbanizadas as emissotildees de motores de automoacuteveis e barcos satildeo

fontes principais de produtos de queima (BENNER et al 1989 MIGUEL et al 1998 YUNKER

et al 2002) liberando uma mistura de HPAs para diversos compartimentos (I) HPAs

inicialmente presentes no combustiacutevel (preacute-combustatildeo) (ii) HPAs formados durante a combustatildeo

(iii) HPAs acumulados nos oacuteleos lubrificantes e (iv) HPAs acumulados no sistema de exaustatildeo

(LIMA et al 2005)

Aleacutem disso a praacutetica de queimada para o preparo da terra e a utilizaccedilatildeo de lenha como

fonte de energia em olarias caieiras e uso domeacutestico constituem importantes fontes piroliticas de

HPAs No sudeste da Aacutesia Oanh e colaboradores (1999) compararam a utilizaccedilatildeo de madeira

carvatildeo mineral e carvatildeo vegetal em sistemas de aquecimento residencial e observaram que o fator

de emissatildeo de material particulado em miligramas por quilograma de combustiacutevel eacute de 51 36 e

70 para queima da madeira carvatildeo vegetal e carvatildeo mineral respectivamente Aleacutem disso o MP

que apresentou maior concentraccedilatildeo de HPAs foi o oriundo da madeira (OANH et al1999)

Os HPAs alquilados variam entre a distribuiccedilatildeo em forma de sino que caracteriza a

fonte petrogecircnica e a distribuiccedilatildeo inclinada que caracteriza a fonte pirogecircnica evidenciando e

confirmando a caracteriacutestica de muacuteltiplas fontes para a bacia do Acarauacute (Figura 19)

Em relaccedilatildeo as razotildees diagnoacutesticas vamos iniciar com a razatildeo do fenantreno sobre o

antraceno (FenAnt) que tem sido amplamente utilizada para diferenciar fontes piroliacuteticas de

petrogecircnicas nos sedimentos (GSCHWEND E HITES 1981 WANG et al 1999 GUO et al

2007) O fenantreno eacute termodinamicamente mais estaacutevel do que o antraceno e a sua

71

prevalecircncia caracteriza a origem petrogecircnica (BUDZINSKY et al 1997) Os processos que

ocorrem em altas temperaturas (800-1000K) produzem valores baixos para a razatildeo FenAnt

normalmente menores do que 5 (BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A maturaccedilatildeo

lenta da mateacuteria orgacircnica no petroacuteleo leva a valores bem maiores da razatildeo FenAnt

(BUDZINSKY et al 1997 NEFF et al 2005) A razatildeo FenAntgt15 eacute relacionada com

fontes petrogecircnicas e FenAntlt15 com fontes predominantemente piroliacuteticas (lt5 de acordo

com Neff et al (2005)) (BUDZINSKY et al 1997 DE LUCA et al 2005)

Figura 28 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees FltrPir e FenAnt para os sedimentos

superficiais

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 1200

02

04

06

08

10

12

14

Fontes

Mistas

Petroacuteleo

Petroacuteleo

Combustatildeo

Combustatildeo

ACR1ACR10

Flt

rP

ir

FenAnt

ACR2

ACR3

ACR8

ACR5

ACR9ACR6

ACR4

ACR7

Fonte Elaborada pela autora

Similarmente a razatildeo FenAnt a razatildeo do fluoranteno sobre o pireno (FltrPir) tem

correlaccedilatildeo com a temperatura de formaccedilatildeo dos compostos (BUDZINSKY et al 1997) Nesse

caso o isocircmero mais estaacutevel termodinamicamente eacute o pireno (YAN et al 2005) O pireno eacute

mais favorecido do que o fluoranteno na formaccedilatildeo de combustiacuteveis foacutesseis Como resultado o

iacutendice FltrPirlt1 eacute utilizado para produtos petrogenicos exceto certos carvotildees e oacuteleo bruto A

razatildeo FltrPirgt1 eacute produzida por processos piroliacuteticos a temperaturas elevadas (COSTA et al

2004 SABER et al 2006) No entanto existem fontes piroliacuteticas com a razatildeo FltrPir lt1 que

satildeo representadas por oacuteleos lubrificantes usados emissatildeo de automoacuteveis e caminhotildees a diesel

e combustatildeo de gasolina e diesel (YUNKER et al 2002) Por isso um limite mais confiaacutevel

de FltrPir le 05 para fontes petrogecircnicas foi proposto por Stogiannidis e Laane (2015) Dessa

72

forma valores entre 05 e 1 satildeo representativos de fontes mistas Se FltrPirgt1 fontes

piroliacuteticas como queima de carvatildeo e biomassa satildeo provavelmente predominantes (YUNKER

et al 2002 YAN et al 2005)

Ao analisarmos a Figura 28 observamos que a maioria das estaccedilotildees apresentam-se

com influencia de fontes primaacuterias piroliticas No entanto as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e ACR8

apresentaram resultados conflitantes quanto as duas razotildees escolhidas podendo ser

classificadas tanto resultado de processo piroliticos quanto petrogenicos

Outras razotildees foram utilizadas com o objetivo de identificar as fontes de HPAs para a

bacia do rio Acarauacute com maior clareza A razatildeo de indeno(cd)pireno versuso somatoacuterio do

IcdP e BghiP(IcdP(IcdP+BghiP)) tem sido usada para a distinccedilatildeo entre as diversas fontes

piroliacuteticas de contaminaccedilatildeo nos sedimentos (YUNKER et al 2002) A Figura 29 mostra o

graacutefico dessas razotildees no qual podemos observar a predominacircncia da fonte piroliacutetica em

relaccedilatildeo a petrogecircnica A contaminaccedilatildeo por queima de biomassa foi designada para as estaccedilotildees

ACR4 ACR5 ACR6 e ACR7 Isso pode ser devido a preparaccedilatildeo da agricultura para terra

pela praacutetica de queimar as camadas superficiais do solo a fim de aumentar a quantidade de

nutrientes A queima de gasolina e diesel foi designada para as estaccedilotildees ACR2 ACR3 e

ACR8 que provavelmente provecircm das emissotildees veiculares das estradas proacuteximas a esses

locais que satildeo a principal via de acesso na regiatildeo Por sua vez as estaccedilotildees ACR1 ACR9 e

ACR10 apresentaram uma multiplicidade de fontes

Figura 29 - Graacutefico de dispersatildeo das razotildees IP(IP+BghiP) e BaA(BaA+Cri) para os

sedimentos superficiais

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

00

01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

ACR1

ACR10

ACR7

ACR6

ACR9

IP(

IP+

Bg

hiP

)

BaA(BaA+Cri)

ACR8

ACR5

ACR4ACR3

ACR2

Queima

de diesel

gasolina

Petroacuteleo

Queima

de

biomassa

Fontes

MistasCombustatildeoPetroacuteleo

Fonte Elaborado pela autora

73

As quatro razotildees diagnoacutesticas utilizadas nem sempre retornaram as mesmas fontes

Isso pode ser explicado pela vaacuterias maneiras que os HPAs satildeo introduzidos no meio ambiente

de maneira tal que a assinatura caracteriacutestica de uma fonte pode ser obscurecida por outra

fonte (s) (WANG et al 1999 LIMAFARRINGTON e REDDY 2005)

5422 Testemunho

Podemos observar na Figura 30 que a tendecircncia geral no testemunho eacute a

predominacircncia de fontes piroliacuteticas como as principais responsaacuteveis pela entrada de HPAs no

estuaacuterio do rio Acarauacute

Essa tendecircncia eacute bem evidente na razatildeo de sum HPAs (4-6 aneacuteis)sum HPAs16 na qual os

HPAs de 4 a 6 aneacuteis podem corresponder a aproximadamente 100 dos HPAs prioritaacuterios

pela USEPA principalmente na base do testemunho As razotildees FenAnt FltrPir

BaA(BaA+Cri) e IP (IP+BghiP) tambeacutem retornam na sua maioria valores que caracterizam

como fonte primaacuteria para o estuaacuterio do rio Acarauacute processos de combustatildeo

De acordo com a interpretaccedilatildeo dos valores da razatildeo FenAnt todos os registros no

testemunho sedimentar satildeo de fontes de HPAs por processo de combustatildeo uma vez que essa

razatildeo permanece FenAntlt15 da seccedilatildeo mais pronfunda a superficial

A razatildeo FltrPir indica a multiplicidade de fontes de HPAs de acordo com a

profundidade Essas fontes satildeo associadas com fontes mistas de 60 a 45 cm e de 25 a 10 cm

Os processos piroliticos satildeo as principais fontes de 35 a 45 cm 30 a 25 cm e no sedimento

superficial

Finalmente outras fontes de HPAs foram identificadas como derivadas de combustatildeo

de biomassa e carvatildeo (IPIP + BghiP) A combustatildeo de biomassa pode ser relacionada com as

queimadas para a preparaccedilatildeo da terra que ocorrem ao longo das margens dos rios onde

acontece o cultivo enquanto que a combustatildeo de carvatildeo relaciona-se com a utilizaccedilatildeo do

mesmo nas atividades do terceiro setor como churrascarias padarias e outros

estabelecimentos que utilizam essa fonte de energia

74

Figura 30 - Razotildees diagnoacutesticas utilizadas para identificar as fontes dos HPAs para o

estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborado pela autora

55 Dependecircncia dos hidrocarbonetos de petroacuteleo nos paracircmetros fiacutesico-quiacutemicos do

sedimento

A relaccedilatildeo dos hidrocarbonetos do petroacuteleo com os sedimentos ainda natildeo estaacute

plenamente estabelecida apesar dos numerosos estudos existentes principalmente sobre os

HPAs (MAYER 1994 KUKKONEN E LANDRUM 1996 AHRENS E DEPREE 2004

TREMBLAY et al 2005 OPEL et al 2011) Devido a sua hidrofobicidade e estrutura

quimica estaacutevel os HPAs satildeo insoluacuteveis em aacutegua e sorvidos rapidamente pelas partiacuteculas (

KARICKHOFF et al 1979) Segundo Opel e colaboradores (2011) baseado nas observaccedilotildees

dos sedimentos de quatro rios no norte alematildeo a concentraccedilatildeo de HPAs varia entre as

diferentes classes de granulometria devido a distribuiccedilatildeo do teor de carbono orgacircnico entre os

diferentes tamanhos do gratildeo com uma leve tendecircncia a concentrar-se nas fraccedilotildees mais

grosseiras do que os OCPs e PCBs No porto de Boston e no rio Yangtze as maiores

concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas nas fraccedilotildees mais grosseiras que continham alto

teor de carbono orgacircnico (FENG E NIU 2007 WANG et al 2001) enquanto que no lago

Michigan as maiores concentraccedilotildees de HPAs foram encontradas na fraccedilatildeo mais fina do

sedimento (lt63μm) (KUKKONEN E LANDRUM 1996) Dessa forma esses estudos

apontam para uma relaccedilatildeo de dependecircncia entre os HPAs e o teor de carbono orgacircnico entre

Que

ima

de d

iese

l

gaso

lina

FltrPir

0 1 2 3 4 5

HPAs (4-6 aneis) HPAs16

00 02 04 06 08 10 12

Pro

fundid

ade

(cm

)

0-5

5-10

10-15

15-20

20-25

25-30

30-35

35-40

40-45

45-50

50-55

55-60

FenAnt

0 3 6 9 12 15 18

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

Piroliacutetico

BaA(BaA+Cri)

00 02 04 06 08 10 12

IP(IP+BghiP)

00 02 04 06 08 10

Petro

leo

Piroliacutetico

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Que

ima

de

biom

assa

Fonte

s

Mista

s

Petro

gecircnico

Piroliacutetico

75

as diferentes fraccedilotildees granulomeacutetricas assim as maiores concentraccedilotildees de HPAs natildeo seratildeo

necessariamente encontradas nas fraccedilotildees mais finas (AHRENS E DEPREE 2004 OPEL et

al 2011) Uma vez que as fraccedilotildees mais finas do sedimento satildeo constituidas principalmente

por silte e argila a mateacuteria orgacircnica associada com essa fraccedilatildeo eacute relacionada com as

substacircncias huacutemicas adsorvidas sobre as superfiacutecies dos minerais (MAYER 1994) Jaacute uma

maior concentraccedilatildeo dos HPAs nas fraccedilotildees mais grosseiras (gt250 μm) do sedimento foi

explicada por Wang e colaboradores (2001) como resultado de uma sorccedilatildeo mais efetiva dos

HPAs ao material particulado de carvatildeo detritos vegetais e pelotas fecais nos sedimentos do

que a mateacuteria orgacircnica associada aos argilo-minerais

Os coeficientes de correlaccedilatildeo entre a fraccedilatildeo orgacircnica a fraccedilatildeo inorgacircnica e as

concentraccedilotildees dos principais marcadores moleculares orgacircnicos estudados no estuaacuterio do rio

Acarauacute estatildeo na Tabela 15

Tabela 15- Coeficientes linear de Pearson (plt005) para as seccedilotildees do testemunho

Coeficiente linear de Pearson

(plt005) n=12

Fraccedilatildeo orgacircnica

Fraccedilatildeo inorgacircnica

AH () AF() CO() CaCO3() Areia Argila Silte

Fen

Ant

052

Fltr

Pir

BaA

Cri

BbF

058

BkF

BaP 059

081 060

-085

089

DahA

074

-071

075

IcdP

BghiP 068 063

Per

BeP 072 065 085

-091

093

sum C1-C4 NAF

sum C1-C3 FL

057

-059

064

sum C1-C4 FEN 071 072 072

-080

079

sum C1-C4 PIR 078 064 074

079

sum C1-C3 CRI 067

072

-079

081

sum C1-C4 DBT 074

061

sum Biomarcadores

sumAlcanos

sumHop

sumSter 062

Fonte Elaborada pela autora

No testemunho o conteuacutedo de silte e argila teve correlaccedilatildeo alta com o teor de carbono

orgacircnico e teor de aacutecido huacutemicos com coeficientes de Pearson r = 100 e r = 07

respectivamente Aleacutem disso os HPAs de alto peso molecular e a maioria dos HPAs

alquilados mostraram correlaccedilatildeo positiva com a fraccedilatildeo inorgacircnica dos finos (silte+argila) e

com o teor de carbono orgacircnico dos sedimentos do estuaacuterio do rio Acarauacute enquanto que os

alcanos e os biomarcadores natildeo apresentaram correlaccedilotildees significativas com essa fraccedilatildeo

76

granulomeacutetrica e com o teor de CO (Tabela 15) Isso indica que o tamanho do gratildeo e o

conteuacutedo de carbono orgacircnico foram determinantes somente na deposiccedilatildeo dos HPAs e que

como havia sido observado anteriormente (MAYER 1994) os HPAs estatildeo provavelmente

relacionados com a mateacuteria orgacircnica adsorvida nos argilo-minerais

Essa baixa correlaccedilatildeo dos alcanos e biomarcadores com o teor de carbono orgacircnico

pode ser resultado da presenccedila de outro constituinte da mateacuteria orgacircnica presente nas aacuteguas do

rio Acarauacute

Essa relaccedilatildeo tambeacutem foi confirmada por uma relaccedilatildeo similar entre as concentraccedilotildees

normalizadas dos compostos analisados e o conteuacutedo de CO e finos ao longo do perfil

sedimentar no estuaacuterio (Figura 31) Esses resultados satildeo consistentes com outros estudos de

sorccedilatildeo de HPAs na mateacuteria orgacircnica e substacircncias huacutemicas que demonstram que esses fatores

satildeo muito importantes nesse processo devido a ligaccedilotildees hidrofoacutebicas e reaccedilotildees na superfiacutecie

mineral (BOWMAN ZHOU E READMAN 2002)

Figura 31 - Perfil vertical das concentraccedilotildees normalizadas de CO alcanos HPAs

biomarcadores e fraccedilatildeo granulomeacutetrica dos finos do testemunho do estuaacuterio do rio Acarauacute

Fonte Elaborada pela autora baseado em Staniszewska et al (2011) As concentraccedilotildees normalizadas foram

calculadas como Y=(X-Xmin)(Xmax-Xmin) onde Y= concentraccedilatildeo normalizada de CO alcanos HPAs

biomarcadores ou finos X= concentraccedilatildeo detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmin=

concentraccedilatildeo miacutenima detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos Xmax= concentraccedilatildeo maacutexima

detectada de CO alcanos HPAs biomarcadores ou finos

CO

00 04 08 12

Pro

fun

did

ad

e (

cm

)

0-5 cm

5-10 cm

10-15 cm

15-20 cm

20-25 cm

25-30 cm

30-35 cm

35-40 cm

40-45 cm

45-50 cm

50-55 cm

55-60 cm

HPAs

00 04 08 12

Alcanos

00 04 08 12

Biomarcadores

00 04 08 12

Finos

00 04 08 12

77

551 Avaliaccedilatildeo ambiental e estimativa de risco ecoloacutegico de HPAs nos sedimentos

superficiais

Abaixo na Tabela 16 podemos observar os valores que correspondem agrave Diretriz de

Qualidade de Sedimento (DQS) utilizada pela agecircncia ambiental do Canadaacute (Environment

Canada) Somente os sedimentos superficiais ao longo do rio Acarauacute foram comparados com

essas diretrizes uma vez que as mesmas natildeo valem para sedimentos de testemunho avaliando

assim possiacuteveis riscos ecoloacutegicos dos HPAs na aacuterea de estudo

Tabela 16 - Valores para PEL (niacutevel provaacutevel de efeito) e TEL (niacutevel limite de efeito)para

HPAs (μgkg-1

peso seco) segundo o CCME (1999)

Sedimento marinho e estuarino Sedimento de aacutegua doce

TELsup3 PEL

4 TELsup3 PEL4

Naf 346 391 346sup1 391sup2

2-MNaf 202 201 202sup1 201sup2

Aci 587 128 587sup1 128sup2

Ace 671 889 671sup1 889sup2

Fl 212 144 212sup1 144sup2

Fen 867 544 419 515

Ant 469 245 469sup1 245sup2

Fltr 113 1494 111 2355

Pir 153 1398 53 875

BaA 748 693 317 385

Cri 108 846 571 862

BaP 888 763 319 782

DahA 622 135 622sup1 135sup2

Fonte CCME 1999sup1sup2 Valores provisoacuterios adotados dos niacuteveis para sedimento marinho uma vez que natildeo

existem dados suficientes para estabelecer esses niacuteveis para aacutegua doce sup3TEL (threshold effect level) niacutevel limite

de efeito 4PEL (probable effect level) niacutevel provaacutevel de efeito

Esses valores satildeo uacuteteis na abordagem de questotildees referentes a qualidade do sedimento

bem como no fornecimento de diretrizes qualitativas no que precisa ser feito para proteger os

organismos aquaacuteticos efetivamente (KUCUKSEZGIN et al 2012) Foram considerados dois

valores do TEL e PEL os valores referentes ao sedimento de aacutegua doce e os valores

referentes ao sedimento marinho e estuarino Das estaccedilotildees ACR1 a ACR8 os valores foram

comparados com sedimento de aacutegua doce jaacute as estaccedilotildees ACR9 e ACR10 foram comparados

com os limites para aacutegua salobro-salino jaacute que somente essas duas estaccedilotildees encontram-se no

estuaacuterio do rio Acarauacute A maioria das estaccedilotildees ficou abaixo do niacutevel TEL estabelecido com

baixa probabilidade de efeitos adversos a biota No entanto algumas estaccedilotildees apresentam

valores acima dos niacuteveis especificados A estaccedilatildeo ACR4 ficou acima do TEL para o naftaleno

e 2-metilnaftalenoe ACR6 ultrapassou o TEL soacute para o naftaleno Jaacute as estaccedilotildees ACR2

ACR5 e ACR7 ultrapassaram o PEL para o DahA com um provaacutevel efeito adverso agrave biota

78

Por sua vez a estaccedilatildeo ACR8 ultrapassou o TEL para o fluoreno e DahA e o PEL para o

naftaleno e o 2-metilnaftaleno sendo uma estaccedilatildeo com muacuteltiplas fontes de efeitos adversos a

biota

6 CONCLUSAtildeO

As fontes e a distribuiccedilatildeo dos hidrocarbonetos no rio Acarauacute a terceira maior bacia

hidrograacutefica do Estado foram descritas atraveacutes da anaacutelise dos sedimentos superficiais e do

perfil sedimentar

Nos sedimentos superficiais os padrotildees de composiccedilatildeo dos hopanos e esteranos e das

razotildees Prin-C17 Fitn-C18 e PriFit indicam contaminaccedilatildeo por petroacuteleo recente

principalmente por entrada de efluentes domeacutesticos e do escoamento superficial A

predominacircncia do Naf e dos seus alquilados em algumas estaccedilotildees confirma essa possiacutevel

contaminaccedilatildeo petrogecircnica No entanto a maioria das razotildees de HPAs indicaram que os HPAs

nos sedimentos satildeo principalmente de origem pirolitica com predominacircncia dos HPAs de alto

peso molecular que na regiatildeo foram relacionados com as queimadas para a preparaccedilatildeo da

terra uso de lenha (biomassa vegetal) e emissotildees veiculares Aleacutem disso os sedimentos

superficiais do rio Acarauacute foram considerados levemente a altamente poluiacutedos (14143 -

207720 ngg-1

) com relaccedilatildeo aos HPAs

No que diz respeito a avaliaccedilatildeo do risco potencial para o ecossistema a maioria das

estaccedilotildees ficou abaixo do menor niacutevel (TEL) estabelecido pela agecircncia ambiental canadense

com baixa probabilidade de efeitos adversos a biota Somente na estaccedilatildeo ACR8 os

compostos fluoreno e dibenzo(ah)antraceno apresentaram possiacuteveis efeitos adversos na biota

No testemunho a contribuiccedilatildeo da produccedilatildeo fitoplanctocircnica para a mateacuteria orgacircnica

diminui e aumenta a entrada de derivados do petroacuteleo das seccedilotildees mais profundas para a

superfiacutecie como pode ser visto pelo IPC e pelas razotildees dos isoprenoacuteides Em relaccedilatildeo aos

biomarcadores o sumEster manteve-se constante com baixos niacuteveis enquanto que o sumHop foi

responsaacutevel pela variaccedilatildeo dos biomarcadores ao longo do tempo marcando a presenccedila dos

derivados do petroacuteleo no registro sedimentar No que diz respeito aos HPAs predomina os

HPAs de alto peso molecular similarmente aos sedimentos superficiais indicando a

predominacircncia dos processos de combustatildeo na bacia do rio Acarauacute Aleacutem disso um pico de

concentraccedilatildeo do sumHPAs na profundidade 35-40 cm caracteriza uma mudanccedila na fonte de

energia utilizada e demonstra a interdependecircncia dos HPAs com a fraccedilatildeo granulomeacutetrica fina

do sedimento e com o teor de carbono orgacircnico

79

Esse trabalho forneceu informaccedilotildees ineacuteditas sobre a ocorrecircncia distribuiccedilatildeo e origem

dos hidrocarbonetos no sedimento do rio Acarauacute mostrando que alguns locais jaacute apresentam

contaminaccedilatildeo elevada Isso eacute um alerta devido a importacircncia estrateacutegica do rio Acarauacute para o

desenvolvimento da regiatildeo noroeste do estado

80

REFEREcircNCIAS

ABOUL-KASSIM T A T SIMONEIT B R T Lipid geochemistry of surficial sediments

from the coastal environment of Egypt 1 Aliphatic hydrocarbons - Characterization and

sources Marine Chemistry v 54 p 135ndash158 1996

AEPPLI C NELSON RK RADOVIC JR CARMICHAEL CA VALENTINE DL REDDY

CM Recalcitrance and degradation of petroleum biomarkers upon abiotic and biotic natural

weathering of Deepwater Horizon oil Environ Sci Technol v48(12)p6726ndash6734 2014

ALVES A B Estuaacuterio do rio Acarauacute ndash CE Impactos ambientais e implicaccedilotildees na

qualidade dos recursos hiacutedricos 2008 131p Dissertaccedilatildeo (Mestrado Acadecircmico em Geografia)

ndashUniversidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2008

ALVES AB PINHEIROLS ROSA M F Estuaacuterio do rio AcarauacuteCE aspectos

ambientais e condiccedilotildees de uso e ocupaccedilatildeo In Gestatildeo dos Recursos Hiacutedricos e Planejamento

Ambiental Editora Universitaacuteria da UFPB Joatildeo Pessoa 2010

ANDRADE M V F Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no Rio Jaguaribe ndash O

uso de hidrocarbonetos aromaacuteticos como marcadores de fontes 2012 86 f Dissertaccedilatildeo

(Mestrado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) ndash Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2012

AHRENS MJ DEPREE CV Inhomogeneous distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in different size and density fractions of contaminated sediment from Auckland

Harbour New Zealand an opportunity for mitigation Marine Pollution Bulletin 48 341-350

2004

BAacuteBEK OFAMERAM et al Geochemical traces of flood layers in the fluvial sedimentary

archive implications for contamination history analyses Catena v 87 p281-290 2011

BALDOTTO Marihus Altoeacute BALDOTTO Liacutelian Estrela Borges Aacutecidos huacutemicos Rev

Ceres Viccedilosa v 61 supl p 856-881 Dec 2014

BAUMARD P BUDZINSKI H MICHON Q GARRIGUES P BURGEOT T

BELLOCQ J Origin and Bioavailability of PAHs in the Mediterranean Sea from Mussel and

Sediment Records Estuarine Coastal and Shelf Science v47 p77ndash90 1998

BENNER B A JR GORDON G E AND WISE S A Mobile sources of atmospheric

polycyclic aromatic hydrocarbons a roadway tunnel study Environ Sci Technol v23

p1269-78 1989

BENITES V M MADARI MACHADO Extraccedilatildeo e fracionamento quantitativo de

substacircncias huacutemicas do solo um procedimento simplificado de baixo custo Rio de Janeiro

EMBRAPA 2003 Comunicado Teacutecnico

BENLAHCEN K T CHAOUI A BUDZINSKI H BELLOCQ J GARRIGUES PH

Distribution and source of polycyclic aromatic hydrocarbons in some Mediterranean coastal

sediments Mar Pollut Bull v34 p298 1997

81

BECHTEL A M WIDERA R F SACHSENHOFER R GRATZER A LUECKE AND M

WOSZCZYK Biomarkers and geochemical indicators of Holocene environmental changes in

coastal Lake Sarbsko (Poland) Organic Geochemistry v38 p1112ndash1131 2007

BIEGER T HELLOU J ABRAJANO T A Petroleum biomarkers as tracers of lubricating

oil contamination Marine Pollution Bulletin v 32 n 3 p 270ndash274 1996

BOONYATUMANOND R Wattayakorn G TOGO A TAKADAH Distribution and

origins of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in riverine estuarine and marine sediments

in Thailand Marine Pollution Bulletin v52 p942ndash956 2006

BOONYATUMANOND R et al Reconstruction of pollution history of organic contaminants in

the upper Gulf of Thailand by using sediment cores First report from Tropical Asia Core

(TACO) project Marine Pollution Bulletin v 54 n 5 p 554ndash565 2007

BOWMAN JC ZHOU JL READMAN JW Sedimentndashwater interactions of natural

oestrogens under estuarine conditions Marine Chemistry Volume 77 Issue 4 Pages 263-276

2002

BUDZINSKI H et al Evaluation of the sediment contamination by PAHs in the Gironde

estuary Marine Chemistry v 58 n 1 p 85ndash97 1997

BUREAU OF RECLAMATION Final environmental assessment Animas-La Plata Project

Ridges Basin Dam and Reservoir pre-construction facilities relocation (Appendix A Petroleum

Products Spill Analysis) United States Department of the Interior Bureau of Reclamation Upper

Colorado Region 2002

CAMARGO OA MONIZ AC JORGE JA VALADARES JMAS Meacutetodos de Analise

Quiacutemica Mineraloacutegica e Fiacutesica de Solos do Instituto Agronocircmico de Campinas Campinas

Instituto Agronocircmico 2009 77 p (Boletim teacutecnico 106 Ediccedilatildeo revista e atualizada)

CANADIAN COUNCIL OF MINISTERS OF THE ENVIRONMENT (CCME) Canadian

sediment quality guidelines for the protection of aquatic life Polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) In Canadian environmental quality guidelines 1999 Canadian Council of Ministers of

the Environment Winnipeg 2002

CAVALCANTE RM LIMA DM CORREIA LM NASCIMENTO RF Teacutecnicas de

extraccedilotildees e procedimentos de clean-up para a determinaccedilatildeo de hidrocarbonetos policiacutelicos

aromaacuteticos (hpa) em sedimentos da costa do Cearaacute Quiacutemica Nova V31 n 6 p1371-1377

2008

CHEN J L WONG MHTAMNF Modeling sorption and biodegradation of phenanthrene

in mangrove sediment slurry Journal of Hazardous Materials v 190 n 1-3 p 409ndash415

2011

COGERH ndash COMPANHIA DE GESTAtildeO DE RECURSOS HIDRICOS DO ESTADO DO

CEARAacute PLANO DE GERENCIAMENTO DAS AacuteGUAS DA BACIA DO ACARAUacute -

Relatoacuterio de fase 1 (RF1) - Bacia do Acarauacute 2010 Disponivel em

lthttpportalcogerhcombrcomponentphocadownloadcategory35tmpl=componentampprint=1

gt Acesso em Jan 2016

82

COLOMBO JC PELLETIER E BROCHU C KHALIL M Determination of hydrocarbon

sources using n-alkane and polyaromatic hydrocarbon distribution indexes Case study Rio de

La Plata Estuary Argentina Environ Sci Technol v 23p 888ndash894 1989

COLOMBO JC CAPPELLETI N SPERANZA E MIGOYA MC LASCI J

SHORUPKA CNVertical fluxes and organic composition of settling materialfrom the sewage

impacted Buenos Aires coastal area Argentina Organic Geochemistry v38 p 1941-1952

2007

COMMENDATORE MG ESTEVES JL COLOMBO JC Hydrocarbons in coastal

sediments of Patagonia Argentina levels and probable sources Marine Pollution Bulletin

v40 p989ndash998 2000

COSTA HJ WHITE KA RUSPANTINI JJ Distinguishing PAH background and MGP residues

in sediments of a freshwater creek Environ Forens v5 p171ndash182 2004

CRITERIA WORKING GROUP Analysis of Petroleum Hydrocarbons in Environmental Media Total Petroleum Hydrocarbon Criteria Working Group Series - Volume 1 Amherst 1998

CRUTZEN PJ ANDREAE MO Biomass Buriing in the TropicsImpact on Atmospheric

Chemistry and Biogeochemical Cycles Science v250 p 1679-1678 dez1990

DE ABREU-MOTA M A et al Sedimentary biomarkers along a contamination gradient in a

human-impacted sub-estuary in Southern Brazil A multi-parameter approach based on spatial

and seasonal variability Chemosphere v 103 p 156ndash163 2014

DE ANDRADE S J et al Contribution of sugar-cane harvesting season to atmospheric

contamination by polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in Araraquara city Southeast

Brazil Atmospheric Environment v 44 n 24 p 2913ndash2919 2010

DE LUCA G et al Nature distribution and origin of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs)

in the sediments of Olbia harbor (Northern Sardinia Italy) Marine Pollution Bulletin v 50 p

1223ndash1232 2005

DENOUX G WANG B Quantitative determination of polynuclear aromatic

hydrocarbons by gas chomatografymass spectrometry using the selected in monitoring

mode Geochemical and Environmental Research Group v 3 p 2 ndash 28 1998

DeWITT TH OZRETICH RJ SWARTZ RC LAMBERSON JO SCHULTZ DW

DITSWORTH GR JONES JKP HOSELTON L SMITH LM The influence of organic

matter quality on the toxicity and partitioning of sediment associated fluoranthene Environ

Toxicol Chem 11197ndash2081992

DIEZ S JOVER E BAYONA J M ALBAIGES J Prestige Oil Spill III Fate of a Heavy

Oil in the Marine Environment Environmental Sci Technol v41 p3075-82 2007

DONLAN MC DOUGLAS G MACDONALD DD An Evaluation of the Composition

and Potential Environmental Fate and Toxicity of Heavy Venezuelan Crude Oil Released into

the Delaware River During the MT ATHOS I Oil Spill Aquatic Technical Work Group for

ATHOS I Spill 2005

DUAN X LIU J ZHANG D YIN P LI Y LI X An assessment of human influences on

83

sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in the estuarine and coastal sediments of China

Marine Pollution Bulletin v97 p309ndash318 2015

EGLINTON G HAMILTON R J Leaf Epicuticular Waxes Science v 156 n 3780 p

1322ndash1335 1967

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISAS AGROPECUAacuteRIAS ndash EMBRAPA Agroinduacutestria

Tropical Contexto geoambiental das bacias hidrograacuteficas dos rios Acarauacute Curu e baixo

Jaguaribe ndash estado do Cearaacute Fortaleza 52p Documentos 101 2005

FENG J-L NIU J-F Study on the grain-size distribution of polycyclic aromatic

hydrocarbons in Yangtze river sediment Huan Jing Ke Xue 28 (7) 1573-1577 2007

FENG J et al Distributions and potential sources of polycyclic aromatic hydrocarbons in

surface sediments from an emerging industrial city (Xinxiang) Environmental Monitoring and

Assessment v 188 n 1 p 1ndash14 2016

FERNANDES GM Avaliaccedilatildeo do impacto de atividades antroacutepicas no estuaacuterio do rio

Pacoti atraveacutes do uso de hidrocarbonetos policiacuteclicos aromaacuteticos como marcadores de

fontes 2013 Monografia (Curso de Oceanografia) Instituto de Ciecircncias do Mar Universidade

Federal do Cearaacute Fortaleza 2013

GROSSI V et al Burial exportation and degradation of acyclic petroleum hydrocarbons

following a simulated oil spill in bioturbated Mediterranean coastal sediments Chemosphere v

48 n 9 p 947ndash954 2002

GSCHWEND P M HITES R A Fluxes of polycyclic aromatic hydrocarbons to marine and

lacustrine sediments in the northeastern United States Geochimica et Cosmochimica Acta v

45 p 2359ndash2367 1981

GUO W et al Distribution of polycyclic aromatic hydrocarbons in water suspended particulate

matter and sediment from Daliao River watershed China Chemosphere v 68 p 93ndash104

2007

HARJI G YVENAT A NARAYAN B B Sources of hydrocarbons in sediments of the

Mandovi estuary and the Marmugoa harbor west coast of India Environment International

34 2008

HU L et al Temporal trends of aliphatic and polyaromatic hydrocarbons in the Bohai Sea

China Evidence from the sedimentary record Organic Geochemistry v42 p1181ndash1193

2011

HUR J SCHLATMAN MA Influence of Humic Substance Adsorptive Fractionation on

Pyrene Partitioning to Dissolved and Mineral-Associated Humic Substances Environ Sci

Technol v38 p5871-5877 2004

IBGEa 2010 ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica Seacuteries Estatiacutesticas Seacuteries

Histoacutericas e Estatiacutesticas Disponivel em

httpseriesestatisticasibgegovbrlista_temaaspxop=1ampno=6ampnome=municipios Acesso em

Jan 2016

84

IBGEb 2015ndash Instituto Brasileiro de Geografia e Estatiacutestica CidadesDisponivel em

httpwwwcidadesibgegovbrxtrasperfilphplang=ampcodmun=230020ampsearch=ceara|acarau

Acesso em Jan 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2013 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio 2013 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2013aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Recursos Naturais e Meio Ambiente 2014 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014territoriorecursoshtmgt Acesso

em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2014 Aspectos Econocircmicos - Transporte Rodoviaacuterio2014 Disponiacutevel

em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2014aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IPECE INSTITUTO DE PESQUISA E ESTRATEacuteGIA ECONOcircMICA DO CEARAacute Anuaacuterio

Estatiacutestico do Cearaacute 2015 2015 Disponiacutevel em

lthttpwww2ipececegovbrpublicacoesanuarioanuario2015aspectosEconomicostransportes

rodoviariohtmgt Acesso em Fev 2016

IRWIN RJ VANMOUWERIK M STEVENS L SEESE MD BASHAM W

Environmental Contaminants Encyclopedia Alkanes National Park Service Water

Resources Division Fort Collins Colorado Distributed within the Federal Government as an

Electronic Document 1997

IUPAC Use of the terms ldquorecoveryrdquo and ldquoapparent recoveryrdquo in analytical procedures Pure and

Applied Chemistry v 74 p 2201 ndash 2205 2002

KANZARI F et al Distribution and risk assessment of hydrocarbons (aliphatic and PAHs)

polychlorinated biphenyls (PCBs) and pesticides in surface sediments from an agricultural river

(Durance) and an industrialized urban lagoon (Berre lagoon) France Environmental

Monitoring and Assessment v 187 n 9 2015

KARICKHOFF S W BROWN D S SCOTT T A Sorption of hydrophobic pollutants on

natural sediments Water Research v 13 n 3 p 241ndash248 1979

KHALILI N R SCHEFF P A HOLSEN T M PAH source fingerprints for coke ovens

diesel and gasoline engines highway tunnels and wood combustion emissions Atmospheric

Environment v29 i 4 p 533-542 1995

KLEEMAN MJ RIDDLE SG ROBERT MA JAKOBER CA Lubricating Oil and Fuel

Contributions To Particulate Matter Emissions from Light-Duty Gasoline and Heavy-Duty

Diesel Vehicles Environ Sci Technol v42 p235ndash242 2008

KOWALSKA M GUumlLER H COCKE D L Interactions of clay minerals with organic

pollutants Science of The Total Environment v 141 n 1 p 223ndash240 1994

85

KUCUKSEZGIN F PAZI I GONUL L T Marine organic pollutants of the Eastern Aegean

Aliphatic and polycyclic aromatic hydrocarbons in Candarli Gulf surficial sediments Marine

Pollution Bulletin v 64 n 11 p 2569ndash2575 2012

KUKKONEN J LANDRUM PF Distribution of organic carbon and organic xenobiotics

among different particle-size fractions in sediments Chemosphere 32 1063-1076 1996

LAMAS F IRIGARAY C OTEO C CHACON J Selection of the most appropriate method

to determine the carbonate content for engineering purposes with particular regard to

marls Engineer geol v 81 p 32-41 2005

LEITE N F PERALTA-ZAMORA P GRASSI M T Distribution and origin of polycyclic

aromatic hydrocarbons in surface sediments from an urban river basin at the Metropolitan

Region of Curitiba Brazil Journal of Environmental Sciences v 23 n 6 p 904ndash911 2011

LEVENGOOD J M et al Polyaromatic hydrocarbons and elements in sediments associated

with a suburban railway Environmental Monitoring and Assessment v 187 n 8 2015

LIMA SF SILVA FILHO WF PINHEIRO RD FREIRE GSS MAIA LP

MONTEIRO LHU ndash ANASED - Programa de anaacutelises classificaccedilatildeo e arquivamento de

paracircmetros metodoloacutegicos Anais do VIII Congresso da Associaccedilatildeo Brasileira de Estudos do

Quaternaacuterio (ABEQUA) CD-ROM p 458-459 Mariluz Imbeacute RS Brasil 2001

LIMA A L C FARRINGTON J W REDDY C M Combustion-Derived Polycyclic

Aromatic Hydrocarbons in the EnvironmentmdashA Review Environmental Forensics v 6 n 2

p 109ndash131 2005

LORGEOUX C et al Temporal trends of persistent organic pollutants in dated sediment cores

Chemical fingerprinting of the anthropogenic impacts in the Seine River basin Paris Science of

the Total Environment v 541 p 1355ndash1363 2016

MACHADO K S et al Sedimentary record of PAHs in the Barigui River and its relation to the

socioeconomic development of Curitiba Brazil Science of the Total Environment v 482-483

n 1 p 42ndash52 2014

MAI B-X et al Chlorinated and polycyclic aromatic hydrocarbons in riverine and estuarine

sediments from Pearl River Delta China Environmental pollution (Barking Essex  1987) v

117 p 457ndash474 2002

MARGALEF R Limnologia Editora Omega Barcelona p 1100 1983

MARTINS C C et al Multi-molecular markers and metals as tracers of organic matter inputs

and contamination status from an Environmental Protection Area in the SW Atlantic (Laranjeiras

Bay Brazil) Science of the Total Environment v 417-418 p 158ndash168 2012

MASCLET P et al Emissions of polycyclic aromatic hydrocarbons by savanna fires Journal

of Atmospheric Chemistry v 22 n 1-2 p 41ndash54 1995

MAYER LM Relationship between mineral surfaces and organic carbon concentrations in soils

and sediments Chemical Geology 114 347-363 1994

MECHLIŃSKA A et al Evolution of models for sorption of PAHs and PCBs on geosorbents

TrAC - Trends in Analytical Chemistry v 28 n 4 p 466ndash482 2009

86

MEIRE R O et al Polycyclic aromatic hydrocarbons assessment in sediment of national parks

in southeast Brazil Chemosphere v 73 n 1 SUPPL p 180ndash185 2008

MIGUEL AH KIRCHSTETTER TW HARLEY RA On-Road Emissions of Particulate

Polycyclic Aromatic Hydrocarbons and Black Carbon from Gasoline and Diesel Vehicles

Environ Sci Technol v32 p450-455 1998

MITRA S DICKHUT RM KUEHL SAKIMBROUGH KL Polycyclic aromatic

hydrocarbon (PAH) source sediment deposition patterns and particle geochemistry as factors

influencing PAH distribution coefficients in sediments of the Elizabeth River VA USA

Marine Chemistry v66 p113ndash127 1999

NASCIMENTO FRCUNHA SB SOUZA MJ CRUZMLB Diagnoacutestico Geoambiental

da bacia hidrograacutefica semi-aacuterida do Rio Acarauacute subsiacutedios aos estudos sobre desertificaccedilatildeo

Boletim Goiano de Geografiav 28n1 p41-62janjun 2008

NEFF J M STOUT S A GUNSTER D G Ecological risk assessment of polycyclic

aromatic hydrocarbons in sediments identifying sources and ecological hazard Integrated

environmental assessment and management v 1 n 1 p 22ndash33 2005

PEREIRA NETTO A D CUNHA I F REGO E C P Polycyclic aromatic hydrocarbons

in street dust of Niteroacutei City RJ Brazil Bulletin of Environment Contamination and

Toxicology v72 p829 2004

OANH NTK REUTERGARDH LB DUNG NT Emission of polycyclic aromatic

hydrocarbons and particulate matter from domestic combustion of selected fuels

Environmental Science and Technology v33 p2703ndash2709 1999

OLIVEIRA AHB Diagnoacutestico da contribuiccedilatildeo de fontes de poluiccedilatildeo na costa de Fortaleza

usando marcadores moleculares de petroacuteleo e cromatografia bidimensional abrangente

2016 Tese (Doutorado em Ciecircncias Marinhas Tropicais) - Instituto de Ciecircncias do Mar

Universidade Federal do Cearaacute Fortaleza 2016

OPEL O PALM W-U STEFFEN D RUCK W K Inside-sediment partitioning of PAH

PCB and organochlorine compounds and inferences on sampling and normalization methods

Environmental Pollution v159 i4 p 924ndash931 2011

PAGE D S BOEHM P D DOUGLAS G S BENCE A E BURNS W A

MANKIEWICZ P J The Natural Petroleum Hydrocarbon Background in Subtidal Sediments

of Prince William Sound Alaska Environmental Toxicology and Chemistryv15(8) p1266-

1281 1996

PAGE DS DOUGLAS GS BENCE AE BURNS WA MANKIEWICZET PJ

Pyrogenic PAHs in sediments record past human activity a case study in Prince William Sound

Alaska Marine Pollution Bulletin v38 p 247ndash260 1999

PEREIRA NETTO AD SISINNO CL MOREIRAJC ARBILLAG DUFRAYER MC

Polycyclic aromatic hydrocarbons in leachate from a municipal solid waste dump of Niteroi

City RJ Brazil Bulletin of Environmental Contamination and Toxicologyv68 pp 148-

154 2002

87

PEREZ-FERNANDEZ B VINtildeAS L AacuteNGELES FRANCO M BARGIELA J PAHs in

the Riacutea de Arousa (NW Spain) A consideration of PAHs sources and abundance Marine

Pollution Bulletin 2015

PETERS K E MOLDOVAN J M The Biomarker Guide Interpreting molecular fossils in

petroleum and ancient sediments New York Englewood Cliffs e Prentice Hall 1993

PRAHL F G CARPENTER R Polycyclic aromatic hydrocarbon(PAH)-phase associations in

Washington coastal sediment Geochimica et Cosmochimica Acta v47(6) p1013ndash1023

1983

PRINCE RCELMENDORF DLLUTE JR17 alphaH-21betaH-hopane as a conserved

internal marker for estimating the biodegradation of crude oil Environmental Science amp

Technologyv28 (1) pp142-145 1994

QUIAO M et al Occurrence behavior and removal of typical substituted and parent polycyclic

aromatic hydrocarbons in a biological wastewater treatmentplant Water Research v 52 p 11ndash

19 2014

RAVINDRA K SOKHI R VAN GRIEKEN R Atmospheric polycyclic aromatic

hydrocarbons Source attribution emission factors and regulation Atmospheric Environment

v 42 n 13 p 2895ndash2921 2008

READMAN J W et al Petroleum and PAH contamination of the Black Sea Marine Pollution

Bulletin v 44 p 48ndash62 2002

RIBANI M et al Validaccedilatildeo em meacutetodos cromatograacuteficos e eletroforeacuteticos Quiacutem Nova Satildeo

Paulo v 27 n 5 p 771-780 Oct 2004

ROGGE W F et al Sources of fine organic aerosol 2 Noncatalyst and catalyst-equipped

automobiles and heavy-duty diesel trucks Environmental Science amp Technology v 27 n 4

p 636ndash651 1993

SABER D MAURO D SIRIVEDHIN T Environmental forensic investigation in sediments

near a former manufactured gas plant site Environ Forens v7 p65ndash75 2006

SAHA M TOGO A MIZUKAWA K MURAKAMI M TAKADA H ZAKARIA M H

CHIEM N CACH TUYEN B PRUDENTE M BOONYATUMANOND R SARKAR S

BHATTACHARYA B MISHRA P SEANG TANA T Sources of sedimentary PAHs in

tropical Asian waters Differentiation between pyrogenic and petrogenic sources by alkyl

homolog abundance Marine Pollution Bulletin v 58 n 2 p 189ndash200 2009

SCHAUER JJ KLEEMAN MJ CASS GR SIMONEIT BRT Measurement of

emissions from air pollution sources 5 C-1ndashC-32 organic compounds from gasoline-powered

motor vehicles Environ Sci Technol v36 i6 p1169ndash1180 2002

SILVA F S CRISTALE J ANDREacute PA SALDIVA PHN MARCHI M RR PM25

and PM10 The influence of sugarcane burning on potential cancer risk Atmospheric

Environment v 44 n 39 p 5133ndash5138 2010

SILVA FE Araras eacute o 28deg accedilude a sangrar no Cearaacute Diaacuterio do Nordeste Fortaleza 1deg abr de

2003 Regional

88

SIMONEIT B R T et al Molecular marker study of extractable organic matter in aerosols

from urban areas of China Atmospheric Environment Part A General Topics v 25 n 10 p

2111ndash2129 1991

SOCLO H H GARRIGUES P EWALD M Origin of polycyclic aromatic hydrocarbons

(PAHs) in coastal marine sediments Case studies in Cotonou (Benin) and Aquitaine (France)

Areas Marine Pollution Bulletin v 40 n 5 p 387ndash396 2000

STEINHAUER MS BOEHM PD The composition and distribution of saturatedand aromatic

hydrocarbons in nearshore sediments river sediments and coastal peat of Alaskan Beaufort Sea

implications for detecting anthropogenic hydrocarbon inputs Mar Environ Res v33 p223ndash

53 1992

STOGIANNIDIS E LAANE R Source characterization of polycyclic aromatic

hydrocarbons by using their molecular indices an overview of possibilities DMWhitacre

(Ed) Reviews of Environmental Contamination and Toxicology vol 234 pp49-133 2015

SUCUPIRA P A P Indicadores de degradaccedilatildeo ambiental dos recursos hiacutedricos

superficiais no meacutedio e baixo vale do rio Acarauacute ndash CE 2006 242 p Dissertaccedilatildeo (Mestrado

em Geografia) ndash Universidade Estadual do Cearaacute Fortaleza 2006

SUGUIO K Introduccedilatildeo a sedimentologia Satildeo Paulo Ed Edgard Blucher EDUSP 317 p

1973

SUN L ZHANGS History of Fuel Consumption Inferred from Polycyclic Aromatic

Hydrocarbons in Sediments from the South Lianhuan Lake Northeast China Bull Environ

Contam Toxicol v88 p1027ndash1032 2012

TOLOSA I MESA-ALBERNAS M ALONSO-HERNANDEZ C M Inputs and sources of

hydrocarbons in sediments from Cienfuegos bay Cuba Marine Pollution Bulletin v 58 n 11

p 1624ndash1634 2009

TREMBLAY L KOHL S D RICE J A GAGNEacute J Effects of temperature salinity and

dissolved humic substances on the sorption of polycyclic aromatic hydrocarbons to estuarine

particles Marine Chemistry V96 Issues 1ndash2 P 21-34 2005

VENKATESAN MI The occurrence and possible sources of perylene in marine sediments ndash a

review Marine Chemistry v25 p1ndash27 1988

VENTURINI N et al A multi-molecular marker assessment of organic pollution in shore

sediments from the Riacuteo de la Plata Estuary SW Atlantic Marine Pollution Bulletin v 91 n 2

p 461ndash475 2015

VOLKMAN J K et al Identification of natural anthropogenic and petroleum hydrocarbons in

aquatic sediments Sci Total Environ v 112 n 2-3 p 203ndash219 1992

WANG MIN WANGC HU X ZHANG H HE s LV S Distributions and sources of

petroleum aliphatic hydrocarbons and polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface

sediments from Bohai Bay and its adjacent river China Marine Pollution Bulletin v90 p88ndash

94 2015

WANG Z FINGAS M PAGE D S Oil spill identification Journal of Chromatography A

89

v 843 n 1-2 p 369ndash411 1999

WANG Z FINGAS M SHU YY SIGOUIN L LANDRIAULT M LAMBERT P

Quantitative characterization of PAHs in burn residue and soot samples and differentiation of

pyrogenic PAHs from petrogenic PAHs ndash the 1994 Mobile Burn Study Environmental Science

amp Technology v33 p 3100ndash3109 1999

WANG Z FINGAS MF Development of oil hydrocarbon fingerprinting and identification

techniques Marine Pollution Bulletin v47 p423ndash452 2003

WANG Z et al Forensic source differentiation of petrogenic pyrogenic and biogenic

hydrocarbons in Canadian oil sands environmental samples Journal of Hazardous Materials

v 271 p 166ndash177 2014

WANG XC ZHANG YX CHEN RF Distribution and partitioning of polycyclicaromatic

hydrocarbons (PAHs) in different size fractions in sediments from Boston Harbor United States

Marine Pollution Bulletin v42 p1139-1149 2001

YAN B et al Molecular tracers of saturated and polycyclic aromatic hydrocarbon inputs into

Central Park Lake New York City Environmental Science and Technology v 39 n 18 p

7012ndash7019 2005

YUAN H LI T DING X ZHAO GYE S Distribution sources and potential toxicological

significance of polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) in surface soils of the Yellow River

Delta China Mar Pollut Bullv83(1) p258-64 2014

YUNKER M B MACDONALD R W VINGARZAN R MITCHELL R H GOYETTE

D SYLVESTRE S PAHs in the Fraser River basin a critical appraisal of PAH ratio as

indicators of PAH source and composition Organic Geochemistry v 33 p 489ndash515 2002

YUNKER M B et al Alkane and PAH provenance and potential bioavailability in coastal

marine sediments subject to a gradient of anthropogenic sources in British Columbia Canada

Organic Geochemistry v 89-90 p 80ndash116 2015

90

APEcircNDICE A -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS HPAS

HPAs mz

Tempo

de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

HPAs mz Tempo de

Retenccedilatildeo (min)

Coeficiente

de

correlaccedilatildeo

(R2)

Faixa de

Trabalho

2 a

neacutei

s

Naftaleno 128 16152 09954 0-5000 ppb C1-naftaleno 142 23680

2-metilnaftaleno 142 21243 09987 0-5000 ppb C2-naftaleno 156 23473

1-metilnaftaleno 142 21839 09994 0-5000 ppb C3-naftaleno 170 26564

16-dimetilnaftaleno 156 26057 09989 0-5000 ppb C4-naftaleno 184 35457

12-dimetilnaftaleno 156 27016 09997 0-5000 ppb C1-fluoreno 180 33626

235-trimetilnaftaleno 170 30304 09987 0-5000 ppb C2-fluoreno 194 34212

Bifenil 154 24121 09995 0-5000 ppb C3-fluoreno 208 41991

3 a

neacutei

s

Acenaftileno 152 26876 09998 0-5000 ppb C1-dibenzotiofeno 198 35751

Acenafteno 154 27976 09996 0-5000 ppb C2-dibenzotiofeno 212 41948

Dibenzofurano 168 28957 09983 0-5000 ppb C3-dibenzotiofeno 226 42681

Fluoreno 166 30994 09999 0-5000 ppb C4-dibenzotiofeno 240 49243

1-metilfluoreno 180 34117 09994 0-5000 ppb C1-fenantreno 192 39406

Dibenzotiofeno 184 35457 09999 0-5000 ppb C2-fenantreno 206 39384

46-dimetildibenzotiofeno 212 39988 09999 0-5000 ppb C3-fenantreno 220 45105

Fenantreno 178 36010 09998 0-5000 ppb C4-fenantreno 234 49263

Antraceno 178 36959 09995 0-5000 ppb C1-pireno 216 44668

Carbazole 167 37584 09991 0-5000 ppb C2-pireno 230 51176

9-etil-10-metilfenantreno 220 43867 09995 0-5000 ppb C3-pireno 244 46679

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 202 42444 09996 0-5000 ppb C4-pireno 258 53991

Pireno 202 43716 09995 0-5000 ppb C1-criseno 242 49554

1-metilpireno 216 46494 09998 0-5000 ppb C2-criseno 256 56220

Benz(a)antraceno 228 49651 09959 0-5000 ppb C3-criseno 270 51662

Trifenileno 228 49651 09979 0-5000 ppb

Criseno 228 49943 09973 0-5000 ppb Fluoranteno-d10 (PI) 212 41948

6-metilcriseno 242 52031 09940 0-5000 ppb

6-etilcriseno 256 52779 09998 0-5000 ppb

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 252 54578 09997 0-5000 ppb

Benzo(k)fluoranteno 252 55150 09998 0-5000 ppb

Benzo(e)pireno 252 55994 09999 0-5000 ppb

Benzo(a)pireno 252 56446 09988 0-5000 ppb

Perileno 252 56688 09990 0-5000 ppb

Dibenzo(ah)antraceno 278 62164 09783 0-5000 ppb

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 276 62444 09843 0-5000 ppb

Benzo(ghi)perileno 276 64164 09998 0-5000 ppb Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno Os compostos

simbolizados representam os 16HPAs prioritaacuterios pela USEPA

91

APEcircNDICE B -PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA OS

BIOMARCADORES

BIOMARCADORES mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de Calibraccedilatildeo

ααα - colestano 217 54804 09865 0-1324 ppm

αββ - colestano 218 53765 09941 0-1324 ppm

17α (H)21β (H)-30-norhopano 191 57994 09420 0-1324 ppm

ααα - 20R 24R - etilcolestano 217 57317 09783 0-1324 ppm

17α (H)-222930 - trisnorhopano 191 56059 09668 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - hopano 191 59429 09716 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22R - homohopano 191 61548 09429 0-1324 ppm

17α (H)21β (H) - 22S - homohopano 191 61282 09351 0-1324 ppm

αββ - 20R 24S - metilcolestano 218 56655 09885 0-1324 ppm

αββ - 20R 24R - etilcolestano 218 56333 09871 0-1324 ppm

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

92

APEcircNDICE C - PARAcircMETROS ANALIacuteTICOS DOS MEacuteTODOS CROMATOGRAacuteFICOS PARA

OS N-ALCANOS

ALCANOS mz

Tempo de

Retenccedilatildeo

(min)

Linearidade

Coeficiente de

correlaccedilatildeo (R2)

Intervalo de

Calibraccedilatildeo

nC10 57 8139 09971 0-5000 ppb

nC11 57 10534 09970 0-5000 ppb

nC12 57 14708 09983 0-5000 ppb

nC13 57 19428 09987 0-5000 ppb

nC14 57 23265 09990 0-5000 ppb

nC15 57 26574 09993 0-5000 ppb

nC16 57 29463 09999 0-5000 ppb

nC17 57 31965 09998 0-5000 ppb

pristano 57 32062 09998 0-5000 ppb

nC18 57 34393 09990 0-5000 ppb

fitano 57 34393 09950 0-5000 ppb

nC19 57 36624 09986 0-5000 ppb

nC20 57 38662 09982 0-5000 ppb

nC21 57 40621 09979 0-5000 ppb

nC22 57 42530 09970 0-5000 ppb

nC23 57 44202 09971 0-5000 ppb

nC24 57 45970 09964 0-5000 ppb

nC25 57 47650 09961 0-5000 ppb

nC26 57 49185 09948 0-5000 ppb

nC27 57 50720 09944 0-5000 ppb

nC28 57 52206 09940 0-5000 ppb

nC29 57 53660 09915 0-5000 ppb

nC30 57 54939 09928 0-5000 ppb

nC31 57 56333 09912 0-5000 ppb

nC32 57 57962 09873 0-5000 ppb

nC33 57 59655 09875 0-5000 ppb

nC34 57 61632 09921 0-5000 ppb

nC35 57 63899 09928 0-5000 ppb

nC36 57 66808 09938 0-5000 ppb

nC37 57 70166 09935 0-5000 ppb

nC38 57 74181 09916 0-5000 ppb

nC20-d42 (PI) 66 37077 - -

Fonte Elaborada pela autora sup1mz = razatildeo cargamassa do iacuteon monitorado principal sup2PI=padratildeo interno

93

APEcircNDICE D - CONCENTRACcedilAO DOS HPAs INDIVIDUAIS NO PERFIL

SEDIMENTAR DO ESTUAacuteRIO DO RIO ACARAUacute

0-5 cm 5-10

cm

10-15

cm

15-20

cm

20-25

cm

25-30

cm

30-35

cm

35-40

cm

40-45

cm

45-50

cm

50-55

cm

55-60

cm

HPAs parentais

2 a

neacutei

s

Naftaleno ltLD 767 ltLD 401 652 ltLD ltLD ltLD 3668 1569 3268 ltLD

2-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD 1393 ltLD ltLD ltLD 897 270 1300 ltLD

1-metilnaftaleno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD 845 060 ltLD ltLD

16-dimetilnaftaleno 1401 ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

12-dimetilnaftaleno 1845 5311 914 2566 1186 7608 2826 5071 3508 2067 2541 4269

235-trimetilnaftaleno 628 9717 ltLD ltLD 031 ltLD ltLD ltLD 874 ltLD ltLD ltLD

Bifenil 581 234 ltLD 243 1438 810 ltLD 885 936 ltLD ltLD ltLD

3 a

neacutei

s

Acenaftileno ltLD ltLD ltLD ltLD 328 385 ltLD ltLD 306 ltLD ltLD ltLD

Acenafteno ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD ltLD

Fluoreno ltLD 1483 ltLD ltLD 7125 9171 769 ltLD ltLD 261 015 ltLD

1-metilfluoreno 2409 252 085 053 648 407 151 057 060 084 068 068

Fenantreno 2729 846 1508 771 1016 1361 1394 1834 996 755 185 1259

Antraceno 686 554 720 412 371 199 288 827 488 283 1119 642

Carbazole 2131 357 1992 1001 820 1147 930 1329 1428 1556 911 639

9-etil-10-metilfenantreno 412 095 263 030 352 430 285 746 131 081 244 062

4 a

neacutei

s

Fluoranteno 4888 546 1378 492 206 1207 156 1667 879 168 196 1658

Pireno 3900 607 1416 412 339 710 1062 735 225 292 309 1489

1-metilpireno 1942 182 402 207 422 386 1143 365 248 409 360 223

Benz(a)antraceno 2784 708 606 1200 835 1848 1612 2187 2348 353 664 2484

Trifenileno 4090 146 257 094 227 276 149 1743 3226 145 810 2518

Criseno 1462 094 3983 220 113 110 054 802 1442 122 1263 129

6-metilcriseno 3593 299 833 312 489 328 505 330 335 847 2008 247

6-etilcriseno 715 313 748 185 468 291 693 296 1829 792 1476 1031

5 a

neacutei

s

Benz(b)fluoranteno 15493 2360 4053 2669 1320 3849 2236 10391 6497 5564 1980 8160

Benzo(k)fluoranteno 8240 1239 4624 4344 1871 856 994 5483 1780 1335 2638 1191

Benzo(e)pireno 11034 1378 5693 826 1232 6811 10620 22548 39510 30411 37397 25197

Benzo(a)pireno 18157 1225 8715 870 3171 4915 11826 28991 30554 18433 17648 14549

Perileno 34008 2025 31746 361 2189 958 22903 1426 74001 751 2699 1116

Dibenzo(ah)antraceno ltLD ltLD 17867 ltLD ltLD ltLD ltLD 618160 170855 183085 309876 113543

6

an

eacuteis Indeno(123-cd)pireno 5558 1545 2253 1396 2339 1707 1526 12061 3864 2543 3536 2021

Benzo(ghi)perileno 2967 1221 3118 1102 2157 2475 1649 2282 10371 2423 6520 9911

HPAs alquilados sum C1-C4 naftalenos 35991 57276 35627 22235 40623 260598 52905 30061 80734 10025 32274 24297

sum C1-C3 fluorenos 7647 4478 6221 3742 9601 6519 8172 9082 15616 7814 10281 8868

sum C1-C4 fenantrenos 7878 211 4731 1231 000 4554 8782 4529 16808 17808 20501 16206

sum C1-C4 pirenos 6832 129 5338 794 000 3252 8390 8454 10944 11239 17571 17892

sum C1-C3 crisenos 15410 3251 15133 4435 5692 7330 9675 27838 28433 34633 48985 42654

HPAs sulfurados Dibenzofurano 581 ltLD ltLD ltLD 1764 200 1261 ltLD ltLD 319 ltLD 016

Dibenzotiofeno 153 1006 232 1586 939 1417 1142 3404 2777 1351 937 1338

46-

dimetildibenzotiofeno 062 2052 260 1812 3041 077 2797 078 105 014 294 1305

sum C1-C4

dibenzotiofenos 303 412 3789 1316 000 2574 4222 10286 8247 2907 3198 13788

Paracircmetros sum HPAs16 66864 13197 50241 14290 21842 28793 23566 685419 234272 217187 349214 157036

sum HPAs 54 20651

2 102321 164505 57319 94398 334767 161117 813946 525764 340768 533068 318770

sum HPAs alquilados 74061 65757 70839 33753 55917 284828 92146 90249 160783 84426 132810 123705

sum HPAs (2-3 aneacuteis) 3415 3651 2229 1584 9492 11116 2451 2660 5458 2867 4587 1901

sum HPAs (4-6 aneacuteis) 63449 9546 48012 12705 12351 17677 21115 682758 228814 214320 344627 155136

94

APENDICE E - GRANULOMETRIA DA FRACcedilAtildeO DOS FINOS (SILTE E

ARGILA) DO TESTEMUNHO

Seccedilotildees Argila SF+SMF SM SG gt63 μm

0-5 cm 180 240 140 3723 5717

5-10 cm 436 541 177 2404 6442

10-15 cm 455 505 145 1881 7014

15-20 cm 275 320 140 977 8288

20-25 cm 105 215 045 552 9083

25-30 cm 785 815 220 2545 5635

30-35 cm 850 1170 315 3228 4437

35-40 cm 655 685 225 6928 1507

40-45 cm 695 670 160 7171 1304

45-50 cm 1855 1740 565 4767 1073

50-55 cm 627 642 874 6085 1772

55-60 cm 390 465 060 5228 3857

Fonte Elaborado pela autora SF=silte fino SMF=silte muito fino SM=silte meacutedio

SG=silte grosso

Page 11: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 12: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 13: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 14: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 15: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 16: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 17: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 18: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 19: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 20: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 21: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 22: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 23: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 24: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 25: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 26: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 27: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 28: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 29: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 30: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 31: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 32: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 33: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 34: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 35: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 36: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 37: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 38: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 39: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 40: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 41: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 42: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 43: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 44: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 45: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 46: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 47: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 48: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 49: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 50: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 51: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 52: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 53: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 54: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 55: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 56: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 57: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 58: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 59: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 60: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 61: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 62: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 63: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 64: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 65: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 66: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 67: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 68: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 69: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 70: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 71: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 72: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 73: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 74: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 75: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 76: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 77: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 78: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 79: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 80: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 81: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 82: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 83: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 84: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 85: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 86: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 87: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 88: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 89: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 90: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 91: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 92: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 93: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 94: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 95: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 96: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú
Page 97: GABRIELLE MELO FERNANDES Caracterização de fontes ......Caracterização de fontes de contaminação no semi-árido cearense, utilizando hidrocarbonetos de petróleo (Rio Acaraú