gabriel, bruno. criação e reconhecimento de estados e governos

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10/12/2015 Criação e reconhecimento de estados e governos | Artigos JusBrasil http://braga2096.jusbrasil.com.br/artigos/257732473/criacaoereconhecimentodeestadosegovernos?print=true 1/4 Criação e reconhecimento de estados e governos Segundo o direito internacional Publicado por Bruno Gabriel 2 semanas atrás Resumo Este artigo tem por finalidade discorrer sobre os devidos processos legais na esfera do Direito Internacional para a criação e reconhecimentos de estados e governos, onde nascem em decorrência da reunião de determinados elementos constitutivos onde o Estado se incorpora à comunidade internacional, ou seja, a partir do momento em que passa a ter direitos e deveres no contexto internacional. Palavras chaves Direito Internacional; Criação de um Estado; Reconhecimento de um Estado; Estado; Sujeito de Direito Internacional. 1Introdução Primariamente buscar a definição de Estado que segundo Accioly, “Podese definir o estado como agrupamento humano, estabelecido permanentemente num território determinado e sob governo independente”[1], entretanto são constatados quatro elementos para a constituição do Estados, elementos que totalizam quatro itens, itens estes que foram estabelecidos pela Convenção Interamericana de Direitos e Deveres dos Estados firmada em Montevidéu em 1933 onde os seguintes requisitos foram estipulados: 1 população permanente; 2 limites territoriais estabelecidos; 3 governo; 4 capacidade de relações com outros Estados da comunidade internacional. Ao se conceituar os itens estabelecidos pela Convenção entendesse que para população é a coletividade de indivíduos, nacionais e estrangeiros, que habitam o território em determinado momento e também é uma expressão demográfica ou conceito aritmético, meramente quantitativos. Os limites territoriais se referem ao território delimitado pelo Estado para que assim o mesmo possa exercer sua completa soberania sobre sua população. O terceiro e o quarto elementos constitutivos do Estado, governo e capacidade de manter relações com os demais Estados são complementares entre si uma vez que é necessária a existência de governo soberano, isto é, de governo não subordinado a qualquer autoridade exterior, e cujos únicos compromissos sejam pautados pelo próprio direito internacional. Atualmente, com o conceito amplo dado à noção de autodeterminação pelas Nações Unidas, o status de estado tem sido atribuído sem maiores exigências. JusBrasil Artigos 10 de dezembro de 2015 Pesquisar no Jusbrasil Home Jurisprudência Diários Oficiais Artigos Notícias Modelos e Peças Le

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Page 1: GABRIEL, Bruno. Criação e Reconhecimento de Estados e Governos

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Criação e reconhecimento de estados e governosSegundo o direito internacional

Publicado por Bruno Gabriel ­ 2 semanas atrás

Resumo

Este artigo tem por finalidade discorrer sobre os devidos processos legais na esfera do Direito Internacionalpara a criação e reconhecimentos de estados e governos, onde nascem em decorrência da reunião dedeterminados elementos constitutivos onde o Estado se incorpora à comunidade internacional, ou seja, apartir do momento em que passa a ter direitos e deveres no contexto internacional.

Palavras chaves

Direito Internacional; Criação de um Estado; Reconhecimento de um Estado; Estado; Sujeito de DireitoInternacional.

1­Introdução

Primariamente buscar a definição de Estado que segundo Accioly, “Pode­se definir o estado comoagrupamento humano, estabelecido permanentemente num território determinado e sob governoindependente”[1], entretanto são constatados quatro elementos para a constituição do Estados, elementosque totalizam quatro itens, itens estes que foram estabelecidos pela Convenção Interamericana de Direitos eDeveres dos Estados firmada em Montevidéu em 1933 onde os seguintes requisitos foram estipulados: 1­população permanente; 2­ limites territoriais estabelecidos; 3­ governo; 4­ capacidade de relações com outrosEstados da comunidade internacional.

Ao se conceituar os itens estabelecidos pela Convenção entendesse que para população é a coletividade deindivíduos, nacionais e estrangeiros, que habitam o território em determinado momento e também é umaexpressão demográfica ou conceito aritmético, meramente quantitativos. Os limites territoriais se referem aoterritório delimitado pelo Estado para que assim o mesmo possa exercer sua completa soberania sobre suapopulação. O terceiro e o quarto elementos constitutivos do Estado, governo e capacidade de manterrelações com os demais Estados são complementares entre si uma vez que é necessária a existência degoverno soberano, isto é, de governo não subordinado a qualquer autoridade exterior, e cujos únicoscompromissos sejam pautados pelo próprio direito internacional. Atualmente, com o conceito amplo dado ànoção de autodeterminação pelas Nações Unidas, o status de estado tem sido atribuído sem maioresexigências.

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2­ Classificação

Segundo a classificação de Briely, afirmava que acertadamente que o direito internacional não se ocupa comtodas as instituições genericamente denominadas estados, “mas somente com aquelas cujos poderesgovernamentais se estendem à direção de suas relações externas”. Entretanto a maioria dos autoresclassifica os Estados de acordo com a sua estrutura em simples ou composto.

2.1­ Estado Simples

Os estados simples são para o direito internacional os plenamente soberanos, em relação aos negóciosexternos, e sem divisão de autonomias, no tocante aos internos. Representam todo homogêneo e indivisível.Trata­se da forma mais comum de estado, sendo o tipo existente na maioria dos estados latino­americanos.

2.2.1­ Estado Composto por Coordenação

O estado composto por coordenação é constituído pela associação de estados soberanos, ou pelaassociação de unidades estatais, que, em pé de igualdade, conservam apenas uma autonomia de ordeminterna, enquanto o poder soberano é investido num órgão central. Dessa dupla categoria de estadoscompostos por coordenação, podem mencionar­se como exemplos: 1º) a união pessoal, a união real e aconfederação de estados; e 2º) a união federal. Na configuração anteriormente aceita, de estado compostopor subordinação, esta poderia se apresentar sob qualquer destas formas: estado vassalo, protetorado,estado cliente, país sob tutela. Accioly usa a segui te classificação para o Estado Composto porCoordenação que se divide em:

“União pessoal — É a reunião acidental e temporária de dois ou mais estados independentes, sob aautoridade de soberano comum. Por sua natureza, esse tipo de estado composto quase só se podeconceber sob a forma monárquica. Dele não existe mais exemplo.[2]

União real — É a reunião, sob o mesmo monarca ou chefe de estado, de dois ou mais estados soberanosque conservam a sua plena autonomia interna, mas, por acordo mútuo, delegam a órgão único os poderesde representação externa e, geralmente, fundem todos os interesses comuns no tocante às relaçõesexteriores. Confederação de estados — É a associação de estados soberanos, que conservamintegralmente sua autonomia e sua personalidade internacional e, para certos fins especiais, cedempermanentemente a uma autoridade central parte de sua liberdade de ação. Esses fins especiais são,geralmente: a manutenção da paz entre os estados confederados; a defesa destes; a proteção dosinteresses comuns.[2]

Estado federal ou federação de estados — É a união permanente de dois ou mais estados, em que cadaum deles conserva apenas sua autonomia interna, sendo a soberania externa exercida por um organismocentral, isto é, pelo governo federal, plenamente soberano nas suas atribuições, entre as quais sesalientam a de representar o grupo nas relações internacionais e a de assegurar a sua defesa externa.” [2]

2.2.2­ Estado Composto por Subordinação

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O direito internacional estudava não só os estados soberanos, mas também alguns outros tipos de uniõesem que os integrantes não se achavam em pé de igualdade, ou não possuíam plena autonomia, ou seachavam despidos do gozo de determinados direitos, entregues a outros. Onde os Estados compostos porsubordinação eram estados vassalos, protetorados ou estados clientes, hoje inexistentes, cujo estudo podeser referido meramente a título de curiosidade histórica segundo estudos de C. BEREZOWSKI.[3]

3­ Criação e Reconhecimento do Estado por outros Estados

Segundo Casella “só passa a se interessar pelo fenômeno estado após a sua constituição, estipulandomodalidades e conteúdo do reconhecimento de estado e de governo”[4]. Dentre os modos de formação doEstado, é cotado em primeiro lugar o estabelecimento permanente de certa população num territóriodeterminado. A sua formação ou criação do mesmo, em nossos dias, pode ocorrer de três maneiras,primeiramente por separação de parte da população e do território do Estado já existente, subsistindo apersonalidade internacional da mãe pátria, uma dissolução total do Estado, não subsistindo a personalidadedo antigo estado ou uma fusão de dois ou mais Estados em um Estado novo. Reunidos os elementos queconstituem o estado, o governo da nova entidade buscará o seu reconhecimento pelos demais membros dacomunidade internacional, pois a esta implicará a aplicação das normas de direito internacional.Reconhecimento significa a decisão do governo de um estado existente de aceitar outra entidade como tal eum ato unilateral discricionário, constitutivo ou declaratório e trata de ato jurídico com consequênciasjurídicas, mas na prática constatasse considerações políticas, a partir dos anos 50 surgem critérios prareconhecer um sujeito de direito internacional sendo eles governo democrático respeito aos direitos humanose aceitação das formas de soluções pacíficas de controvérsia e apontam ao ato de reconhecimento de novosestados na forma expressa ou tácita, mas deve sempre ser clara a intenção do estado que pratica oreconhecimento. No primeiro caso, usasse objeto de alguma declaração explícita numa nota, num tratado ounum decreto. No segundo caso, o reconhecimento resulta de forma implícita de algum ato que torne aparenteo tratamento do “novo estado” como membro da comunidade internacional: é o caso, por exemplo, do iníciode relações diplomáticas ou o da celebração de um tratado com esse Estado.

3.1­ Formas de Reconhecimento

Há quatro tipos de reconhecimento, a formal, onde se expressa por meio de uma manifestação pública doEstado, o reconhecimento diplomático, se dá após estabelecimento de uma missão diplomática com umEstado, o de juri, ocorre quando é criado um tratado com outro Estado e por “facto” onde se estabelece umaprática de cooperação entre os Estados.

4­ Reconhecimento de um novo Estado pela ONU e Doutrina Tobar

A título de reconhecimento pela ONU, deve ser aprovado pelo Conselho de Segurança que além dosrequisitos de governo democrático, de respeito aos direitos humanos e aceitar as formas de soluçõespacíficas de controvérsias, impõe mais dois requisitos, sendo o primeiro saber se o novo Estado adota erespeita o “jus cogens” (o direito amplamente reconhecido pela é comunidade internacional) e respeito àintegridade dos territórios já concedidos.

A Doutrina Tobar, estabelece que a Comunidade Internacional deve ter o mínimo de cautela para não

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reconhecer todo Estado que passe por revolução para assim proteger o princípio da legitimidade democrática.

5­ Conclusão

Portanto, cabe a cada Estado se organizar internamente, para expor aos demais Estados, a sua capacidadede soberania externa e interna juntamente com a capacidade de se tornar um sujeito pleno de direitointernacional e que após atender requisitos estabelecidos pela Comunidade Internacional, maisespecificamente pelo Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU), onde oreconhecimento sempre será através de um ato unilateral discricionário e que dará capacidade deautorregulamentação e assim surgirá o sujeito de direito internacional, capaz de aquirir deveres e exigirdireitos no âmbito internacional.

6­ Referências Bibliográficas

“Direito Internacional Público: Curso Elementar­ Saraiva, REZEK, F.”

“CURSO DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO ( Renovar ­ MELLO, CELSO DIVIVIER DEALBUQUERQUE.”

[1] ­ “V., tb., infra, Parte 5, “Território”. Ver P. B. CASELLA, Direito internacional dos espaços (São Paulo:Atlas, 2009).”[2] ­Trecho de: Hildebrando Accioly / G. E. Do Nascimento e Silva / Paulo Borba Casella.“Manual de Direito Internacional Público ­ 20ª edição.” (P. 342­344)

[3]­ “Cezary BEREZOWSKI, Les sujets non­souverains du droit international (RCADI, 1938, t. 65, p. 1­86).”[4]­ “P. B. CASELLA, Reconhecimento de estado e de governo no direito internacional contemporâneo (in Odireito internacional no terceiro milênio: estudos em homenagem ao professor Vicente Marotta Rangel, org. L.O. BAPTISTA e J. R. FRANCO DA FONSECA, São Paulo: LTr, 1998, p. 287­318).”

Disponível em: http://braga2096.jusbrasil.com.br/artigos/257732473/criacao­e­reconhecimento­de­estados­e­governos

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