fundaÇÃo getulio vargas centro de formaÇÃo …

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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM GESTÃO EMPRESARIAL AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA REMUNERAÇÃO POR HABILIDADES APLICADA AOS OPERADORES DA ÁREA DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS (EBAPE), FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS, PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM GESTÃO EMPRESARIAL SÉRGIO ANTONIO COSTA DE MATOS Rio de Janeiro-RJ Fevereiro - 2006

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FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS

CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA

CURSO DE MESTRADO ACADÊMICO EM GESTÃO EMPRESARIAL

AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA REMUNERAÇÃO

POR HABILIDADES APLICADA AOS OPERADORES

DA ÁREA DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA

DISSERTAÇÃO APRESENTADA À ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS (EBAPE), FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS, PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM GESTÃO EMPRESARIAL

SÉRGIO ANTONIO COSTA DE MATOS

Rio de Janeiro-RJ

Fevereiro - 2006

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1

FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS – RJ

ESCOLA BRASILEIRA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E DE EMPRESAS

CENTRO DE FORMAÇÃO ACADÊMICA E PESQUISA

CURSO DE MESTRADO EM GESTÃO EMPRESARIAL

AS VANTAGENS E DESVANTAGENS DA REMUNERAÇÃO

POR HABILIDADES APLICADA AOS OPERADORES

DA ÁREA DE PRODUÇÃO DE UMA EMPRESA

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO APRESENTADA POR

SÉRGIO ANTONIO COSTA DE MATOS

E APROVADA EM / / . PELA COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________________

Profª. Fátima Bayma Doutora

_______________________________________________

Prof. ....

________________________________________ _______

Prof. ....

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2

Para minha mulher Therezinha e minha filha Roberta

Page 4: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

3

AGRADECIMENTOS

À professora Fátima Bayma pela contribuição intelectual e por toda a

disponibilidade pana a análise e discussão do conteúdo.

À minha mulher Therezinha e a minha filha Roberta, pelo convívio

abdicado e por serem o meu precioso referencial familiar.

Aos meus pais Antonio e Clodomar e a minha avó Martinha que estão

sempre presentes na minha vida me incentivando e acreditando em mim.

À minha irmã Anna Karina, e em especial, ao meu irmão João Ricardo

por toda ajuda e dedicação.

Aos funcionários da Alumar por participarem da pesquisa de forma

voluntária.

Aos colegas de mestrado, em especial Lícia Rios, Raimundo Péricles,

João Conrado e Jorge França.

A Aninha, minha amiga, por todo o apoio e noites dedicadas à digitação

e revisão deste trabalho.

Aos amigos de trabalho por todo o suporte e boas discussões, em

especial Lílian Gonçalves, Rosileide Rocha, Thaís Silva e Menildes Sousa.

Aos professores e funcionários da FGV que participaram da minha vida

e me ajudaram nessa conquista.

Page 5: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

4

RESUMO

Esta dissertação tem como objetivo a identificação das vantagens e

desvantagens da implementação de um sistema de remuneração por habilidades

aplicada aos funcionários da área de produção do Consórcio de Alumínio do

Maranhão.

Os atores envolvidos na pesquisa foram os operadores da redução da

Alumar, onde o sistema de remuneração por habilidades está implementado. A

metodologia utilizada foi a descritiva e explicativa, descrevendo as características

do sistema e com base na descrição, abordadas as vantagens e desvantagens da

remuneração por habilidades.

Os resultados desse estudo mostram vantagens para a implantação

estruturada do sistema de remuneração por habilidades, dentre elas: o funcionário

se sente mais responsável pela condução da sua carreira, a empresa passa a

contar com funcionários muitifuncionais e os funcionários passam a ser mais

preparados para a empresa e o mercado. Entre as desvantagens podemos citar

as limitações e regras do sistema, que levam a uma lentidão do desenvolvimento

da carreira dos funcionários, visto que eles estão mais preparados.

Page 6: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

5

ABSTRACT

This dissertation has the objective the identification of advantages and

disadvantages of pay-for-skills system implementation, allocated for the

employees, who work at Alumar production department.

The involved actors in the research were the smelter operators, where

the pay-for-skills system is implemented. The methodology used was description

and explanation, describing the characteristics of the system base on the

description, studying the advantages and disadvantages of pay-for-skills system.

Results have shown advantages for a structured implementation of pay-

for-skills system. Among others: The employees feel that they are responsible for

their carrier development, the company can count on with more prepared

employees and the employees would be more prepared for the company and

market. There is a disadvantage the can be showed, system limitation and rules

can make the employees feel that their carrier development is slower than the old

system, considering that they are more prepared.

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6

LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS

Figura 1- Componentes da remuneração por habilidades ............................... 53

Figura 2 - Mudanças de paradigmas.......................................................... ...... 59

Figura 3 -Sistema passo-a-passo ..................................................................... 75

Figura 4 - Tela de acesso – orelha de aplicativos ........................................... 75

Figura 5 - Acesso ao sistema – tela inicial ...................................................... 76

Figura 6 - Tela de consulta ao sistema pelo Gestor ........................................ 78

Figura 7 - Processo de certificação das habilidades ....................................... 79

Figura 8 - Tela de habilidade para aprendizado .............................................. 81

Figura 9 - Tela do comitê de aferição .............................................................. 84

Figura 10 - Critérios para progressão horizontal..................................... ......... 87

Figura 11 - Tela de consulta inventário........................................................ ..... 90

Figura 12 - Percentual de respostas à Questão 1 do questionário aplicado aos

funcionários........................................... .................................................. .........93

Figura 13 - Percentual de respostas à Questão 2 do questionário aplicado aos

funcionários........................................................... ........................................... 94

Figura 14 - Percentual de respostas à Questão 3 do questionário aplicado aos

funcionários........................................................... ........................................... 95

Figura 15 - Percentual de respostas à Questão 4 do questionário aplicado aos

funcionários ...................................................................................................... 96

Figura 16 - Percentual de respostas à Questão 5 do questionário aplicado aos

funcionários........................................................... ........................................... 97

Figura 17 - Percentual de respostas à Questão 6 do questionário aplicado aos

funcionários........................................................... ........................................... 98

Figura 18 - Percentual de respostas à Questão 7 do questionário aplicado aos

funcionários........................................................... ........................................... 99

Figura 19 - Percentual de respostas à Questão 8 do questionário aplicado aos

funcionários ................................................................................................... 100

Figura 20 - Percentual de respostas à Questão 9 do questionário aplicado aos

funcionários ....................................... ............................................................ 101

Figura 21 - Percentual de respostas à Questão 10 do questionário aplicado aos

funcionários.......................................................... .......................................... 102

Page 8: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

7

Figura 22 - Percentual de respostas à Questão 11 do questionário aplicado aos

funcionários ........................................ ...........................................................103

Figura 23 - Percentual de respostas à Questão 12 do questionário aplicado aos

funcionários................. ......................................... ..........................................104

Figura 24 - Percentual de respostas à Questão 13 do questionário aplicado aos

funcionários........................................................... ......................................... 105

Figura 25 - Percentual de respostas à Questão 14 do questionário aplicado aos

funcionários........................................................... ......................................... 106

Figura 26 - Percentual de respostas à Questão 15 do questionário aplicado aos

funcionários ........................................................... ........................................ 107

Figura 27 - Percentual de respostas à Questão 16 do questionário aplicado aos

funcionários ........................................................... ........................................ 108

Figura 28 - Percentual de respostas à Questão 17 do questionário aplicado aos

funcionários........................................................... ......................................... 109

Figura 29 - Distribuição percentual da faixa etária dos funcionários na amostra

..................................................... ................................................................... 110

Figura 30 - Distribuição percentual do estado civil dos funcionários na amostra

............................................................. ........................................................... 111

Figura 31 - Distribuição percentual da formação escolar dos funcionários na

amostra............................................................ ............................................... 112

Figura 32 - Distribuição percentual de tempo de empresa dos funcionários na

amostra............................................................ ............................................... 113

Figura 33 - Distribuição percentual de tempo trabalhando na mesma função

dos funcionários na amostra............................. .............................................. 114

Page 9: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

8

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Estrutura de cargo................................................................... 71

Quadro 2 - Enquadramento das habilidades............................................. 72

Quadro 3 - Inventário das habilidades....................................................... 73

Quadro 4 - Freqüência por cargo.............................................................. 73

Quadro 5 - Impacto financeiro................................................................... 74

Quadro 6 - Bloco de habilidades............................................................... 76

Quadro 7 - Fluxo de carreira do operador................................................. 77

Quadro 8 - Quadro de trocas de títulos..................................................... 89

Page 10: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

9

LISTA DE ABREVIATURAS

ALUMAR – Consórcio de Alumínio do Maranhão

TPS – Toyota Production System

ABS – Alcoa Business System

ORT – Organização Racional do Trabalho

RH – Recursos Humanos

SSMA – Saúde, Segurança e Meio Ambiente

DCA – Grau de carreira

ID – Identificação do funcionário

EHS = SSMA – Saúde, Segurança e Meio Ambiente

EPI - Equipamento de Proteção Individual

Page 11: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

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SUMÁRIO

1. O PROBLEMA

1.1. Introdução..............................................................................................12

1.2. Objetivos................................................................................................ 16

1.3. Hipóteses............................................................................................... 17

1.4. Delimitação do Estudo.......................................................................... 17

1.5. Relevância do Estudo............................................................................18

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. Administração na História.................................................................... 21

2.2. Benefícios Potenciais ........................................................................... 59

2.3. Algumas Limitações à Remuneração por Habilidades ......................... 61

2.4. Considerações sobre a Aplicação da Remuneração por Habilidades . 63

3. METODOLOGIA

3.1. Tipos de Pesquisa................................................................................. 66

3.2. Universo e Amostra............................................................................... 66

3.3. Seleção dos Sujeitos..............................................................................66

3.4. Coleta de Dados.....................................................................................67

3.5. Tratamento dos Dados...........................................................................67

3.6. Limitações do Método ...........................................................................68

4. REFERENCIAL PRÁTICO: O CASO ALUMAR

4.1. Sistema de Valores e Compromisso Social da ALUMAR .....................69

4.2. Planejamento e Estruturação do Sistema de Remuneração por

Habilidades da ALUMAR ..................................................................... 70

4.3. O Sistema Passo-a-Passo ...................................................................75

Page 12: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

11

4.4. O Acesso ao Sistema ...........................................................................75

4.5. Bloco de Habilidades ............................................................................77

4.6. A Consulta do Sistema pelo Gestor .....................................................78

4.7. Certificação das Habilidades ................................................................79

4.8. Abertura da Habilidade para o Aprendizado ........................................80

4.9. Aprendizado .........................................................................................81

4.10 Certificação de Habilidades ................................................................82

4.11 Aferição de Conhecimentos (teoria + prática) .....................................83

4.12 Progressão Horizontal ........................................................................86

4.13 Consulta Inventário .............................................................................89

4.14 Pesquisa Progressão Horizontal .........................................................90

4.15 Pesquisa Progressão Vertical .............................................................90

4.16 Pesquisa Habilidade Menor ................................................................90

4.17 Carta Comitê de Habilidades ..............................................................91

4.18 Comitê de Conhecimento ...................................................................91

4.19 Manutenção ........................................................................................91

4.20 Legenda de Ícones .............................................................................92

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

6. CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

APÊNDICE

Page 13: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

12

1. INTRODUÇÃO

Neste capítulo apresentamos o problema de pesquisa, ressaltando a

importância que a remuneração por habilidades aplicada aos operadores da área

de produção da empresa ALUMAR pode vir a contribuir de forma positiva ou

negativa na carreira destes. Ainda veremos os objetivos, hipóteses, delimitação

do estudo e sua relevância.

O Consórcio de Alumínio do Maranhão, Alumar, está situada em São

Luis e é um dos maiores complexos de produção de alumínio e alumina do

mundo. Começou a ser implantado em Julho de 1980 e, desde então, tem

desempenhado papel importante na transformação do perfil industrial do

Maranhão.

O consórcio é resultado de uma parceria da Alcoa com 54% e a BHP

Billiton com 46%.

A empresa é resultado de um investimento de US$ 1,7 bilhão e

movimenta US$ 430 milhões anualmente; uma quantia considerável permanece

no estado, na forma de impostos, salários, compras e serviços, gerando negócios

em cadeia e, assim, movendo a economia.

A Alumar é certificada pelas normas internacionais de qualidade ISO

9002 – concedidos a produtos, ISO 14001 – relativo à gestão ambiental, OHSAS

18000 – ao sistema de segurança e saúde ocupacional e SA 8000 – à

responsabilidade social e condições do local de trabalho.

Page 14: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

13

A Alumar se divide basicamente em três áreas: refinaria, redução e

porto.

A refinaria é a área responsável pela transformação da bauxita em

alumina. O minério é refinado através de um processo conhecido como o

processo Bayer. A redução da Alumar consome em torno de 60% do produto e o

excedente é comercializado.

A redução, área de produção do alumínio, é a parte final da cadeia

produtiva da Alumar. A alumina produzida na refinaria é dissolvida num banho

eletrolítico fundido a 950 ℃ dentro das cubas eletrolíticas, onde é reduzida para

alumínio, que é então retirado das cubas e transportado para ser resfriado em

moldes refrigerados à água na área do lingotamento.

O Porto da Alumar foi construído na confluência do estreito dos

Coqueiros com o Rio dos Cachorros. Tem capacidade para atracação de navios

de até 50 mil toneladas. O porto é responsável pelo desembarque das matérias-

primas e insumos para a produção de bauxita, coque, piche, carvão e soda

cáustica. No porto também são realizadas as operações de embarque do

excedente da produção de alumina.

A ALUMAR atua no ramo de metalurgia e está posicionada no mercado

nacional e internacional como uma das maiores produtoras de ligas e alumínio de

alta pureza. A empresa tem na alta pureza de metal sua maior vantagem

competitiva, e a busca em agregar valor ao produto tem sido constante

preocupação na ALUMAR.

Page 15: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

14

O preço do produto no mercado é definido pela Bolsa de Valores de

Londres e, como a concorrência é muito forte, existe a possibilidade do

surgimento de produtos substitutos. Assim a ALUMAR aposta na sua tecnologia

moderna e na flexibilidade de suas operações. Atualmente conta com um número

de 1.900 funcionários diretos e mais 2.000 indiretos, por contratos de

terceirização.

Há dois anos a ALUMAR implementou o TPS (Sistema Toyota de

Produção) adaptando-o às suas operações como parte do ABS (Sistema de

Negócios da Alcoa). Os resultados iniciais foram bem acima das expectativas,

principalmente na padronização, nivelamento da produção, eliminação dos

desperdícios e otimização dos estoques.

O ABS (Alcoa Business System) é um modelo de gestão que busca,

por meio da criação de uma organização que expõe e resolve problemas

continuamente, a eliminação de desperdícios em todos os processos produtivos e

de suporte.

Steven Spear e H. Kent Bowen (1999) afirmam que há muito tempo o

Sistema Toyota de Produção vem sendo aclamado como a origem do espetacular

desempenho da Toyota como fabricante. As práticas diferenciadas do sistema –

seus Kanbans (Etiqueta, forma direta e simples de comunicação sempre no ponto

que se faz necessário) e círculos da qualidade, por exemplo – foram amplamente

introduzidas em toda parte.

Page 16: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

15

As empresas que tentaram adotar o sistema atuam em campos

totalmente diferentes como aeroespaço, bens de consumo, metalurgia e produtos

industriais. A verdade é que poucos fabricantes têm conseguido imitar a Toyota

com sucesso – embora a empresa seja extraordinariamente aberta sobre suas

práticas.

Centenas de executivos de uma infinidade de empresas normalmente

visitam as fábricas da Toyota no Japão e nos EUA. Estes executivos, frustrados

pela sua incapacidade de reproduzir o desempenho da Toyota, normalmente

assumem que o segredo do sucesso deve estar nas raízes culturais. Isso é uma

afirmação inconsistente, pois outras empresas japonesas, como a Nissan e a

Honda, têm ficado muito aquém dos padrões da Toyota, e esta introduziu com

sucesso seu sistema de produção em todo o mundo, inclusive na América do

Norte.

A Toyota operava com uma margem de lucros alta e a taxa de

crescimento da economia favorecia todo esse desenvolvimento, porém a crise do

petróleo em 1973, seguida da recessão, fez com que a economia atingisse uma

taxa de crescimento zero. A Toyota teve que se adaptar a essa nova situação.

Não poderia operar com a visão fordista de produção em massa, assim buscando

a otimização dos estoques e a eliminação de desperdícios como ponto de partida

para essa nova era.

Apesar de todo o sucesso com a implementação do Sistema Toyota de

Produção, a ALUMAR se deparou com um ponto importantíssimo que até então

não havia sido trabalhado: as pessoas. A multifuncionalidade dos operadores

Page 17: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

16

passou a ser uma das exigências básicas no novo sistema, tendo cada

trabalhador várias máquinas sob sua guarda, realizando em cada uma atividades

diferenciadas, o que permite maximizar as operações através da ocupação

constante de máquinas e ferramentas.

Desta forma, a ALUMAR, que trabalhava com um sistema de

remuneração tradicional, decidiu adotar no seu setor de produção o sistema de

remuneração estratégica denominado sistema de remuneração por habilidades.

Estas mudanças adotadas pela empresa em seu sistema de

remuneração ocorreram preferencialmente em organizações que passaram por

processos de mudanças que adotaram estruturas baseadas em grupos

multifuncionais, segundo estudos de Wood e Filho (1999).

O impacto dessa mudança, seus efeitos e resultados formam o objeto

de estudo da pesquisa, traduzido na seguinte indagação: quais as vantagens da

remuneração por habilidades aplicada aos operadores da área de produção da

empresa ALUMAR?

1.2 Objetivos

Este estudo tem como objetivo final identificar as vantagens e

desvantagens da utilização do sistema de remuneração por habilidades na

carreira dos operadores da área de produção da empresa ALUMAR.

Os objetivos intermediários da pesquisa são:

Page 18: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

17

• Identificar as características do sistema de remuneração por

habilidades implementado na ALUMAR;

• Investigar a influência da liderança em todo o processo.

1.3 Hipóteses

As hipóteses a serem testadas são:

H0 – Não há vantagens na implantação do sistema de remuneração

por habilidades aplicado aos operadores da área de produção da ALUMAR;

H1 - Há vantagens na implantação do sistema de remuneração por

habilidades aplicado aos operadores da área de produção da ALUMAR.

1.4 Delimitação do Estudo

O sistema de remuneração estratégica é uma combinação de

diferentes formas de remuneração. Este estudo pretende abordar a remuneração

por habilidades que é determinada pela formação e capacitação dos funcionários.

O estudo ficará restrito à identificação e análise do desenvolvimento da

carreira dos operadores da área de produção da empresa ALUMAR, após a

implantação do novo sistema de remuneração.

As possíveis alterações no clima e cultura organizacionais decorrentes

do processo de mudança não serão alvo de estudo.

Page 19: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

18

1.5 Relevância do estudo

Nos últimos anos, é impossível deixar de perceber que a vida das

pessoas está sendo modificada de forma cada vez mais rápida e intensa por fatos

e situações que escapam ao controle.

Nas empresas isso não é diferente, a flexibilidade é imprescindível,

pois devem estar abertas a novas informações, fatos, condições, ameaças e

oportunidades.

Nas organizações é cada vez mais comum a implementação de

sistemas modernos de produção que transformam a expectativa das empresas

em relação a seus funcionários, e a multiespecialização se transforma em pré-

requisito para o atingimento de uma multifuncionalidade.

As mudanças nas organizações são crescentes, porém o sistema de

remuneração tem permanecido o mesmo por muitos anos. Wood e Filho advertem

que “Um programa de remuneração bem feito, que esteja plena e adequadamente

alinhado com os valores e a cultura da empresa, faz maravilhas pela auto-estima,

vontade de aprender e desempenho”. (2004, p.179).

Nossas organizações transformaram-se, no mercado internacional, em

um nicho significativo para toda sorte de best-sellers de gestão, gurus

empresariais e modismos empacotados de mudança e intervenção. Sendo assim,

faz-se necessário profunda reflexão do uso de tais modismos da mesma forma

como foram prescritos, pois há de se imaginar o contexto brasileiro ou de

Page 20: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

19

qualquer outra nação para que a tentativa de sucesso imaginada pela adoção

destes, não seja transformada em fracasso organizacional.

Para Kanter (1997) a remuneração e o futuro das pessoas estão cada

vez mais ligados ao desempenho individual. A segurança não vem mais de estar

funcionário, ela advém da condição de ser empregável. A empregabilidade vem

da chance de acumular capital humano – habilidades e reputação – que pode ser

investido em novas oportunidades à medida que elas surgem. Não importa que

mudanças aconteçam, a probabilidade de que as pessoas, dotadas de grande

capital intelectual ou habilidades, encontrem bons empregos – na empresa atual,

em outra empresa ou por conta própria – é grande, segundo a autora.

A remuneração por habilidades surgiu nos Estados Unidos, e a sua

aplicação, tratada como vantagem competitiva vem crescendo a cada ano.

Os Estados Unidos já ingressaram na era do trabalhador contingente

ou temporário, do consultor e subcontratante, da força de trabalho just in time –

fluida, flexível, descartável. O futuro é este. A mensagem é: você está por conta

própria. Por bem (às vezes) ou por mal (freqüentemente). Os trabalhadores do

futuro, portanto, terão constantemente de vender suas habilidades, inventar novas

relações com os empregadores, os quais devem, eles próprios mudar e adaptar-

se constantemente para sobreviver num mercado global implacável.

No Brasil este sistema é algo novo para a maioria, porém a ALUMAR

tem o sistema de remuneração por habilidades implementado há três anos. Os

resultados referentes a multiespecialização são animadores, porém faz-se

Page 21: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

20

necessário um estudo sobre a influência da utilização deste sistema na visão dos

operadores da área de produção.

A motivação em realizar este estudo surge da necessidade real dessas

empresas e da convicção pessoal de que um sistema de remuneração bem-

estruturado pode representar uma poderosa ferramenta para a melhoria das

relações de trabalho nas organizações, devendo cada vez ser mais aperfeiçoado.

Page 22: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

21

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo apresentamos a fundamentação teórica e considerações

sobre os estudos e estudiosos da remuneração estratégica através dos tempos

na história da administração.

2.1 Administração na História

No século XVII, Descartes ressalta o poder da razão para solucionar

problemas de qualquer espécie em detrimento do conhecimento recebido,

substituindo o tradicional pelo racional.

O racionalismo toma proporções elevadas e atinge seu apogeu no

século XVIII; no século XIX, onde é aplicado às ciências naturais e às ciências

sociais.

Segundo Motta (1979), um campo ainda não havia sido afetado pela

racionalização: o campo do trabalho. Apesar do advento das máquinas ter

modificado a produção e a sociedade, trazendo eficiência ao trabalho e

conglomerados urbanos em volta das fábricas, a organização e a execução do

trabalho, ainda não evidenciavam a racionalização.

A Administração recebeu grande contribuição das novas tecnologias,

que passou da calma produção do artesanato - onde os operários eram

organizados em corporações de ofícios regidas por estatutos, onde todos se

conheciam, e o aprendiz, para passar para artesão ou mestre tinha de produzir

uma obra perfeita perante os jurados e os síndicos, que eram autoridades da

Page 23: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

22

corporação - rapidamente para o regime de produção feita por meio de máquinas,

dentro de grandes fábricas.

A mudança ocorrida devido à transformação da habilidade do artesão

para o trabalho mecânico gerou uma produção mais rápida, com melhor

qualidade e maior quantidade proporcionando, assim, uma redução no custo da

produção e, também, a substituição da força animal ou do músculo do ser

humano pela maior potência da máquina a vapor (e posteriormente pelo motor),

que permitia maior produção e maior economia.

Com a nova tecnologia dos processos de produção e da construção e

funcionamento das máquinas; com a crescente legislação que procura defender e

proteger a saúde e a integridade física do trabalhador e, conseqüentemente, da

coletividade, a administração e a gerência das empresas industriais passaram a

ser a preocupação permanente dos seus proprietários. A prática foi lentamente

ajudando a selecionar idéias e métodos empíricos. Ao invés de pequenos grupos

de aprendizes e artesãos dirigidos por mestres habilitados, o problema agora era

o de dirigir batalhões de operários da nova classe proletária que se criou.

No lugar dos instrumentos rudimentares de trabalho manual, o

problema era o de operar máquina, cuja complexidade aumentava. Os produtos

passaram a ser elaborados em operações parciais que se sucediam, cada uma

delas entregue a um grupo de operários especializados em tarefas específicas,

estranhos quase sempre às demais outras operações, ignorando até a finalidade

da peça ou da tarefa que estavam executando. Essa nova situação contribuiu

Page 24: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

23

para apagar da mente do operário o veículo social mais intenso, ou seja, o

sentimento de estar produzindo e contribuindo para o bem da sociedade.

Anteriormente à Revolução Industrial, o trabalho havia sido

culturalmente qualificado como atividade de menor valor, não sendo

desempenhados pela aristocracia, proprietários de terra e intelectuais. Ressalta-

se, então, a necessidade do conceito de trabalho: esforço do homem aplicado à

transformação da natureza em produto.Há três espécies de trabalho: o físico, o

intelectual e o mecânico.

Na antiguidade não havia a estrutura de um trabalho social organizado.

Na idade média, a economia era coorporativa. O trabalho passa a ser uma arte e

o trabalhador, um artesão. O regime corporativista deu lugar ao capitalismo. O

ponto inicial desse regime foi a Revolução Francesa.

O trabalho nos regimes capitalistas assume a forma de trabalho

assalariado: o trabalhador presta serviço ao capitalista mediante um pagamento

estipulado, que é o salário. O trabalho, sem o capital, pode produzir riqueza, mas

o faz de forma pouco eficiente.

Do ponto de vista socioeconômico, o advento da indústria altera o

trabalho de inúmeras formas sem, no entanto, modificar o caráter punitivo a ele

associado. As jornadas de até 15 horas diárias no inicio da era Industrial, com

atividades extenuantes e repetitivas, de certa maneira reforçaram essa percepção

histórica.

Page 25: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

24

A Revolução Industrial, embora tenha provocado uma profunda

modificação na estrutura empresarial e econômica da época, não chegou a

influenciar profundamente os princípios da administração das empresas então

utilizados. Os dirigentes de empresas simplesmente trataram de cuidar como

podiam ou como sabiam das empresas e demandas de uma economia em rápida

expansão e carente de especialização. Alguns empresários ainda baseavam suas

decisões tendo por modelos as organizações eclesiásticas bem-sucedidas nos

séculos anteriores.

Em 1881, Frederick Winslow Taylor, pela primeira vez aplica

sistematicamente o conhecimento ao trabalho, através do seu estudo, análise e

engenharia. Com isso, a produtividade se multiplica de forma explosiva

aumentando cerca de cinqüenta vezes nos países industrializados e sendo a

responsável pela elevação do padrão e da qualidade de vida neles verificado.

As origens da Abordagem Clássica da Administração remontam às

conseqüências geradas pela Revolução Industrial, resumidas de modo bastante

genérico no crescimento acelerado e desorganizado das empresas e na

necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações. A

preocupação básica da Escola de Administração Científica, desenvolvida nos

Estados Unidos, a partir dos trabalhos de Taylor era, então, aumentar a

produtividade da empresa por meio do aumento da eficiência no nível

operacional, isto é, no nível dos operários. Daí a ênfase na análise e na divisão do

trabalho operário, uma vez que as tarefas do cargo e dos ocupantes constituem a

unidade fundamental da organização.

Page 26: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

25

Neste sentido, a abordagem da Administração Científica é uma

abordagem de baixo para cima (do operário para o supervisor e gerente) e das

partes (operários e seus cargos) para o todo (organização empresarial).

Predominava a atenção para o método de trabalho, para os movimentos

necessários à execução de uma tarefa e para o tempo padrão determinado para

sua execução. Esse cuidado analítico e detalhista permitiam a especialização do

operário ao reagrupamento de movimentos, operações, tarefas, cargos etc., que

constituem a chamada Organização Racional do Trabalho (ORT). A ênfase nas

tarefas é a principal característica da Administração Científica.

Taylor verificou que, em todos os ofícios, os operários aprendiam a

maneira de executar as tarefas do trabalho por meio da observação dos

companheiros vizinhos. Notou que isso levava a diferentes maneiras e métodos

para realizar a mesma tarefa, em cada ofício, e com uma grande variedade de

instrumentos e ferramentas diferentes em cada operação. Como entre os

diferentes métodos e instrumentos usados em cada trabalho há sempre um

método mais rápido e um instrumento mais adequado que os demais, estes

métodos e instrumentos melhores podem ser encontrados e aperfeiçoados por

meio de uma análise científica e um apurado estudo de tempos e movimentos, em

vez de ficar a critério pessoal de cada operário.

O principal objetivo da Administração deve ser o de assegurar o

máximo de prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de

prosperidade ao empregado. O princípio da máxima prosperidade para o patrão

acompanhada da máxima prosperidade para o empregado deve ser os dois fins

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26

principais da Administração, sendo desnecessário demonstrá-lo. Assim deve

haver uma identidade de interesses entre patrões e empregados.

Taylor ainda salienta que a maioria das pessoas crê que os interesses

fundamentais dos empregadores e dos empregados sejam necessariamente

antagônicos. Ao contrário, a Administração Científica tem por seus fundamentos a

certeza de que os verdadeiros interesses de ambos são um único e mesmo

interesse: o de que a prosperidade do empregador não pode existir por muito

tempo se não for acompanhada da prosperidade do empregado, e vice-versa. É

preciso dar ao trabalhador o que ele mais deseja: altos salários; e ao empregador,

também, o que ele realmente deseja: baixo custo de produção.

Em 1911, Taylor publica a sua principal obra: “Os Princípios da

Administração Científica”, onde concluiu que a racionalização do trabalho operário

deveria ser logicamente acompanhada de uma estruturação geral da empresa e

que tornasse coerente a aplicação de seus princípios. De acordo com Taylor, a

implantação da Administração Científica deveria ser gradual e obedecer a um

certo período de tempo para evitar alterações bruscas que causem

descontentamento por parte dos empregados e prejuízo aos patrões.

A organização e a Administração devem ser estudadas e tratadas

cientificamente e não empiricamente. A improvisação deve ceder lugar ao

planejamento e o empirismo, à ciência. Como pioneiro, o maior mérito de Taylor

esteve realmente na sua contribuição para que se encarasse sistematicamente o

estudo da organização, o que não só revolucionou completamente a indústria

como também teve um grande impacto sobre a Administração.

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27

Durante a chamada Era Industrial, o paradigma que norteava o mundo

empresarial baseava-se na divisão do trabalho e na especialização das tarefas.

Através da rotina do trabalho, sempre repetitivo e exigindo pouca ou nenhuma

criatividade, era possível alcançar elevados níveis de produtividade. O mercado

consumidor estava nas mãos das empresas, pois a demanda crescia em uma

velocidade muito maior do que a capacidade produtiva, ou seja, não havia

produtos para atender a todos. O objetivo era produzir em escala, e reforçava a

característica rotineira e repetitiva do trabalho. Tudo que era produzido era

vendido, sem muita dificuldade, visto a demanda reprimida.

Taylor (1990; p. 44) afirma que:

“Ninguém ousará negar que o indivíduo atinge sua maior prosperidade, isoladamente, quando alcança o mais alto grau de eficiência, isto é, quando diariamente consegue o máximo de rendimento”.

Segundo Meireles & Paixão, O Taylorismo passou por três fases

distintas:

a) Reforma de Salários

b) Estudo da Função

c) Divisão do Trabalho

Na primeira fase buscou-se o aumento da produtividade pela reforma

do salário, ao qual Taylor elaborou o sistema de tarefa por peça, que era

estabelecido a partir do tempo gasto por um “operário de primeira qualidade” na

confecção de uma peça e esse seria o padrão estipulado para o número de peças

que poderia ser produzido em um dia. O número de peças constituiria a base de

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28

pagamento. O não atingimento da quota de peças acarretaria em recebimento de

menor quantia pelo operário.

A segunda etapa voltou-se para o modo pelo qual o operário realiza

seu trabalho buscando, em primeiro plano, um foco na melhoria das máquinas,

através da aferição dos instrumentos da sua construção e normalização do

rendimento. A partir dessa estabilização do rendimento da máquina para os

aspectos de projeto, as imperfeições ocorridas doravante passariam a depender

da aptidão humana, ou seja, o operário seria responsável pelo baixo rendimento.

Na terceira etapa, tratou-se do estudo da divisão sistemática do

trabalho, envolvendo máquinas, ferramentas e o próprio homem. Verificou-se,

então, que o trabalho pode ser mais bem executado e de maneira mais

econômica por meio da subdivisão das tarefas, chegando-se à conclusão de que

o trabalho de cada pessoa deveria, tanto quanto possível, limitar-se à execução

de uma única tarefa predominante. Com isto, cada operário passou a ser

especializado na execução de uma única tarefa ou de tarefas simples e

elementares. A limitação de cada operário à execução de uma única operação ou

tarefa, de maneira contínua e repetitiva, encontrou na linha de produção (ou linha

de montagem) sua principal base de aplicação. Estas idéias encontraram rápida

aplicação na indústria americana e estenderam-se rapidamente aos demais

países e a todos os campos de atividades.

Dentro do desenvolvimento dos planos de incentivos salariais e de

prêmios de produção, a idéia principal era de que a remuneração baseada no

tempo não estimulava ninguém a trabalhar mais e deveria ser distribuída por

Page 30: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

29

remuneração baseada na produção de cada operário, pois aquele que produzisse

pouco, ganharia pouco e o que produzisse muito, ganharia na proporção de sua

produção. Entretanto, fazia-se necessário um estímulo salarial que fizesse com

que os operários trabalhassem de acordo com o tempo padrão, ou se possível, o

ultrapassassem. Isto requeria um incentivo salarial ou um prêmio de produção.

A preocupação das empresas era, então, produzir cada vez mais. Cada

trabalhador representava um elo na cadeia de trabalho, e possuía sua

determinada tarefa ou função em ritmo suficiente para alcançar os níveis de

produtividade desejados. A repetição incansável de uma determinada tarefa,

sempre sob supervisão superior, fazia com que o trabalhador tivesse condições

tanto de aumentar o ritmo da produção quanto de reduzir os erros.

A partir daí, o operário perdeu a liberdade e a iniciativa de estabelecer

a sua maneira de trabalhar e passou a ser confinado à execução automática e

repetitiva, durante toda a sua jornada de trabalho, de uma operação ou tarefa

manual, simples e padronizada. Desta forma, a Administração Científica levou o

operário americano a ser um dos operários mais bem pagos do mundo

industrializado e detentor de elevado padrão de vida, graças aos seus salários,

contudo, esse operário de boa remuneração e de bom padrão de vida teve de

suportar durante décadas o seu trabalho simples, repetitivo, padronizado,

robotizado.

A partir dos incentivos salariais e prêmios de produção surgiu o

conceito de homo economicus - Taylor e seus seguidores afirmavam que a

Page 31: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

30

motivação do operário se concentrava exclusivamente no trabalho pelo medo da

fome e pela necessidade de dinheiro para viver.

A estreita visão da natureza humana contida no conceito do homo

economicus não se limitava a ver o homem como um empregado por dinheiro.

Pior ainda, via, no operário da época, uns indivíduos limitados e mesquinhos,

preguiçosos e culpados pela vadiagem e desperdício das empresas e que

deveriam ser controlados continuamente por meio do trabalho previamente

racionalizado e do tempo padrão.

O “homo economicus” criado pela escola da Administração Científica

adquiriu traços decorrentes da doutrina desta escola, que geravam problemas

para a produtividade tão almejada, além de conflitos entre o sujeito e o objeto.

Este “homo economicus” evoluiu de acordo com o contexto social, econômico e

político das eras posteriores. Segundo Guerreiro Ramos (1972; p. 50):

“Na teoria administrativa, o homem operacional equivale ao homo economicus, usados na economia clássica ao homo politicus descrito por David Truman (1965), Christian Bay (1965), e Sheldon Wolin (1969), como sendo o modelo predominantemente empregado na política vigente. As características psicológicas básicas que estes tipos têm em comum os levam a conformarem-se aos critérios inerentes ao sistema social industrial e, portanto, a manterem-no incólume”.

Outro importante legado da Revolução Industrial para a percepção do

trabalho, foi o estabelecimento de limites mais nítidos entre espaço e tempo do

trabalho e do não trabalho.

Henry Ford (1954; p. 128) explicita essa separação ao afirmar:

Quando trabalhamos, devemos trabalhar, quando nos divertimos devemos nos divertir, de nada serve procurar misturar as duas coisas, o único objetivo deve ser o de executar o trabalho e ser pago por tê-lo

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31

executado. Quando o trabalho termina, então pode ir a diversão, não antes.

Sob a ótica do modelo de produção fordista, no início do século XX, o

mesmo teve como base de sustentação a racionalização de velhas tecnologias e

de uma detalhada divisão do trabalho, já preconizada pela Administração

Científica.

O que distinguia as idéias de Henry Ford da Administração Científica

de Taylor era a visão de que a produção em massa levaria ao consumo também

em massa, e, por conseqüência, a uma nova sociedade democrática,

racionalizada, modernista e populista. O fordismo deu origem à figura de um novo

tipo de trabalhador, e consigo um novo tipo de homem, adequado à nova fórmula

de processo produtivo.

Henry Ford em 1914, com a Ford Company, estabeleceu salário

mínimo de cinco dólares por dia em oito horas de trabalho, diferindo da maioria

dos países onde a jornada era de 10 a 12 horas. Porém, o empregado era

obrigado a trabalhar com disciplina para garantir a alta produtividade, o que por si

só garantia renda e tempo de lazer suficientes para que a produção em massa

fosse consumida pelos próprios trabalhadores. Ford estabeleceu também alguns

princípios: fazer as coisas da melhor maneira possível; distribuir com clareza as

responsabilidades; escolher servidores mais capazes sem importar a que preço

fosse. Este último, já preconizado por Taylor quanto à seleção de melhor operário.

Em meados da década de 70, observamos o início da chamada Era

Pós-Industrial. Diferentemente do Período Industrial, o Pós-Industrialismo, Pós-

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Fordismo ou Era da Informação, caracteriza-se pelo crescimento do setor de

serviços e o aumento do impacto do conhecimento científico e tecnológico nas

organizações. O mercado, representado pelo cliente, passa a influenciar

ativamente o processo de produção, desde a qualidade da matéria prima até as

características do produto final, passando pelo papel sócio-ambiental das

empresas.

As organizações pós-industriais têm como característica peculiar um

alto grau de complexidade interna em resposta à demanda cada vez mais variada

e ao crescente grau de inovação tecnológica envolvidos nas transações internas e

externas. Os mercados da Era Pós-Industrial são cada vez mais enxutos e

horizontais, onde o trabalho em equipe é fundamental não só para o sucesso

mas, principalmente, para a sobrevivência em longo prazo.

O cliente da Era Pós-Industrial interfere diretamente em todas as

etapas da cadeia de valor, seja na pesquisa e desenvolvimento, na produção ou

na venda. Através do poder que exerce a partir da variedade de opções de

compra, a voz do cliente é muito importante; ele exige customização, entrega a

domicílio, embalagens que não agridem a natureza, etc.

O movimento de desregulamentação dos mercados é também uma das

características mais marcantes da Era Pós-Industrial. A ameaça de concorrência

global obriga as empresas a desenvolver produtos e principalmente serviços

especializados – customizados, dirigidos a nichos específicos de mercado. Torna-

se cada vez mais importante estar próximo do cliente, reconhecer o que ele

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33

valoriza, o que ele não gosta, e trazer essas informações para a operação da

empresa. É preciso vender soluções aos seus clientes, e não apenas produtos.

As empresas da Era Pós-Industrial transformaram-se em um tipo de

centro de pesquisa; é preciso alto nível de desenvolvimento científico e

tecnológico para implementar em suas operações as modificações necessárias à

satisfação do cliente e, principalmente, alcançar uma fórmula onde o custo dessa

operação não sobrecarregue o preço final dos produtos.

Todo esse aporte tecnológico associado a já crescente necessidade de

flexibilidade e resposta rápida às exigências de mercado, converge para uma

redução da estrutura das empresas. É preciso ser mais ágil, reduzir os níveis

hierárquicos; é preciso que a informação trafegue do topo para a base e vice-

versa, com rapidez e sem ruídos. Além disso, e acima de tudo, é preciso ser

enxuto, cortar custos.

A transição rumo ao pós-fordismo acarreta significantes mudanças na

organização dos processos de trabalho. A grande abertura qualitativa entre as

necessidades do consumidor e a oferta de produtos somada à crescente

concorrência global exige o desenvolvimento de artigos especializados e de

grande qualidade, cada vez mais específicos a um certo nicho de mercado.

O processo produtivo pós-industrial apresenta como característica

fundamental a flexibilidade e adaptabilidade, acompanhando a tendência

ideológica dominante do período. Em outras palavras, a individualidade é exposta

e reforçada através do consumo de produtos diferenciados. Diante dessa nova

cultura pós-modernista, todo o processo produtivo e o trabalho em si tornam-se

Page 35: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

34

vítimas da necessidade de desenvolver e produzir produtos específicos, em

pequenos lotes, para atender a determinado grupo de consumidor. É preciso estar

mais perto do cliente final, entender suas exigências específicas, adaptar todo o

processo de produção e entregar o produto certo ao cliente certo. Todo esse

contexto contribui para a falência do antigo ideal do processo fordista de produção

onde, na Era Industrial, a máxima era a produção de bens homogêneos.

Essa transformação do processo produtivo leva ao surgimento de um

novo conjunto de exigências quanto ao trabalho em si. A produção de bens com

alto grau de customização requer o envolvimento de um número menor de

trabalhadores, porém com um leque bem maior de habilidades. Os trabalhadores

passam a exercer um número maior de tarefas, enriquecendo a sua função na

dimensão horizontal; a política de recursos humanos passa, por conseqüência, a

reconhecer a contribuição de cada um dos indivíduos através de novos formatos

de remuneração.

As teorias da Administração Científica contemplaram as organizações

e a organização do trabalho e esqueceram o papel das pessoas no contexto,

embora a elas se refiram.

Apesar do modelo de homem desenvolvido pela escola da

Administração Científica ser a base de seus objetivos, não era o suficiente. Os

humanistas buscaram aparentemente conhecer melhor as motivações dos

trabalhadores, porém os objetivos ainda eram voltados para despertar reações

positivas em favor da empresa.

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35

As escolas pós-Taylor continuaram e aprofundaram a preocupação

com a motivação humana iniciada na Administração Científica.

A motivação é um processo individual e psicológico que impulsiona as

pessoas a direcionarem seus comportamentos para atingirem objetivos ou

satisfazerem necessidades.

Alguns dos modelos tradicionais da motivação estão associados à

escola de Administração Científica, que esperava que os empregados

executassem suas tarefas enfadonhas e repetitivas, da maneira mais rápida e

eficiente possível, em troca de incentivos salariais para motivá-los. (Gellerman,

1963).

A taylorização gerou a igualdade dos talentos. A preocupação com sua

retenção só era despertada em conseqüência de possível ociosidade de

máquinas por falta de operador. E dissociava-se da identidade do homem; o

importante era a operação e a tarefa cumprida.

Os ensinamentos da Administração Científica mostram que a

valorização do talento humano e a utilização produtiva de suas competências

tendem a acrescentar um significado positivo na estrutura emocional do indivíduo

e no seu crescimento profissional. Caso o trabalho desempenhado ofereça um

conteúdo interessante para esse indivíduo e gere autopercepção quanto às

necessidades de sua contribuição, há indicativos de que ele ficará satisfeito com o

que faz, acrescente resultados para a organização e não pense em deixá-la. Essa

organização, por sua vez, tenderá a valorizá-lo e a ampliar seus investimentos em

educação e recompensas no sentido de retê-lo.

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36

Na medida em que as instituições, ainda nos dias de hoje, mantêm

suas estruturas e organizações do trabalho hierarquizadas e rigidamente divididas

em tarefas e procedimentos, reforçam a distância entre o corpo e a mente dos

trabalhadores, bloqueando iniciativas espontâneas e limitando a criatividade.

Há empresas que ainda seguem as práticas da Administração

Científica demonstrando que não levam em conta as características dos

indivíduos (Porter & Miles, 1974), não considerando, então, a motivação como um

fenômeno individual.

Talvez a maior falha do sistema de recompensa por produtividade seja

exigir desempenho superior e padronizado de pessoas diferentes, cada uma com

seu ritmo e motivação próprios. Katz & Kahn (l974, p.379) fazem uma critica a

este respeito: "As pessoas supõem que a organização é como um único indivíduo,

ou que há um problema único de motivação para a organização inteira com uma

única resposta...".

Motta (1995) acredita que as prováveis associações da motivação,

como formas de direcionamento do comportamento ao aumento da produtividade

organizacional, contribuíram para o desenvolvimento de estudos da motivação

aplicada ao trabalho.

Mary Parker Follett, de certo modo antecipou-se ao que a história

chamaria de Escola das Relações Humanas, ao analisar a motivação humana a

partir de valores individuais e sociais. O princípio do grupo estava para ser a nova

psicologia e foi desenvolvido para substituir as velhas idéias de que o indivíduo

pensa, sente e age independentemente. Em 1920, Mary Follet publicou um livro

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37

intitulado The New State, onde apresentou a seguinte tese: “Nós encontramos o

homem verdadeiro somente na organização do grupo. As potencialidades do

indivíduo permanecem até que elas sejam liberadas pela vida do grupo”.

Seguidores da escola de relações humanas defendiam que os contatos

sociais eram importantes para a motivação, tratando os empregados com

consideração, criando oportunidades de relacionamentos e oferecendo-lhes altos

salários. Em troca, esperavam a aceitação da autoridade e mais produtividade

(Gellerman, 1963).

Além disso, Mary Follett mostra um dos aspectos mais originais

concebidos, que foi a lei da situação. Essa idéia modificou o conceito tradicional

de liderança. O líder precisa estar consciente do grupo no qual trabalha e deve se

preocupar em obter a melhor contribuição de cada um. O líder deve fortalecer a

coesão do grupo mais do que exprimir o seu poder pessoal, fazendo, assim, uma

releitura do pensamento de Mary Follett que diz ser um verdadeiro líder aquele

que não tem seguidores, mas pessoas trabalhando com ele.

A Escola das Relações Humanas teve Elton Mayo como o seu mais

importante incentivador e protagonista. Mayo foi o responsável pela coordenação

e realização da experiência de Hawthorne, que desencadeou uma série de

descobertas sobre o comportamento humano no trabalho.

A Escola Comportamentalista busca a consolidação do enfoque das

relações humanas nas teorias das organizações, estabelecendo críticas à teoria

clássica e aos princípios gerais por ela estabelecidos, pela sua rigidez e

mecanicismo. Esta escola trouxe um novo direcionamento às teorias da

Page 39: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

38

administração, com uma maior valorização do comportamento do indivíduo, uma

redução nas posturas normativas e descritivas e uma pergunta ainda sem

resposta: O que motiva o ser humano nas organizações?

A motivação pode ser intrínseca, relacionada a recompensas

psicológicas, tais como oportunidade de usar a habilidade de alguém, sentido de

desafio e realização, recebimento de um reconhecimento positivo ou apreciação,

tratamento de maneira considerável; entretanto, o estímulo extrínseco está

relacionado recompensas tangíveis ou materiais, tais como: salários, benefícios

adicionais, seguros de vida, promoções, contratos de trabalho, ambiente e

condições de trabalho.

Motta (1995, p.193) corrobora com uma observação a respeito:

Quanto mais se enfatiza a dimensão interna do indivíduo, mais se crê na dificuldade de se poder motivar outra pessoa por fatores externos; o mais que se pode fazer é criar um clima psicológico ou uma condição externa que facilite uma pessoa a se motivar. A dimensão interna constitui a parte importante da predisposição para a ação. Quanto mais se enfatiza a dimensão externa, mais se crê na possibilidade de direcionar o comportamento humano.

Fatores externos podem ser considerados como estímulos

motivadores, bem como percebidos, negativamente, como instrumentos de

manipulação, dependendo dos modelos mentais de interpretação da realidade.

Regras e procedimentos são impostos e cumpridos, porque estão associados a

punições. O mesmo não ocorre com os fatores internos, como o preenchimento

de necessidades fisiológicas ou motivacionais que, por serem intrínsecas ao

indivíduo, suscitam comportamentos realmente desejados.

Além do mais, diferenças individuais existem e devem ser

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39

consideradas. Qualquer estímulo, interno ou externo, que venha despertar

motivação em uma pessoa, poderá causar desmotivação em outra ou ser

indiferente para uma terceira. Não basta, portanto, promover um estímulo e

esperar o comportamento desejado como resposta. Mesmo que surja um

comportamento, não necessariamente será o previsto.

Abraham Maslow desenvolveu a teoria da hierarquia das

necessidades, sendo esta uma das mais populares sobre motivação no estudo da

administração e do comportamento organizacional. Maslow propôs que as

necessidades básicas sejam estruturadas numa hierarquia de predominância e

probabilidade de surgimento, baseando-se na afirmação de que os indivíduos se

comportam no sentido de suprir as suas necessidades mais imediatas,

priorizadas da seguinte forma:

• Necessidades fisiológicas, relacionadas às necessidades humanas

de sobrevivência;

• Necessidades de segurança, relacionadas à busca de proteção

contra ameaças/privações;

• Necessidades sociais, relacionadas à participação em grupos,

como: aceitação, amizade, afeto, amor;

• Necessidades de estima, relacionadas com a maneira pela qual o

indivíduo se vê e se avalia;

• Necessidades de auto-realização, relacionadas às necessidades

humanas mais elevadas, isto é, a necessidade que algumas

pessoas tem de “ser o seu melhor”.

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40

Uma extensão à teoria de Maslow foi a estabelecida por Frederick

Herzberg: trata-se da teoria dos dois fatores na qual afirma que a chave da

motivação está em reestruturar significativamente os cargos para que sejam

desafiadores e recompensadores e que provoquem oportunidades crescentes

para realização, responsabilidade, crescimento e reconhecimento. A função

gerencial é, em lugar de trabalhos tediosos e desmotivantes, estabelecer

trabalhos desafiadores e gratificantes.

A teoria de Herzberg afirma que o salário não é um fator de motivação,

por outro lado a ausência dele causará desmotivação. Os fatores motivacionais

estão associados a sentimentos positivos empregados sobre o trabalho e os

fatores higiênicos representam as necessidades de evitar a dor.

Tanto Maslow quanto Herzberg tendem a supersimplificar o processo

motivacional, enfatizam o mesmo conjunto de relacionamentos e tratam o mesmo

problema.

Já na Teoria da Equidade, Adams afirma que as pessoas são

motivadas a alcançar uma condição de igualdade ou justiça nas suas relações

com outras pessoas e com as organizações. De acordo com Adams, os

empregados que se encontram em situação de desigualdade experimentam uma

insatisfação e tensão emocional que eles procurarão reduzir. Esta teoria supõe

que os funcionários fazem comparações psicológicas de suas razões resultado –

contribuição com as de outros funcionários. Ou seja, eles avaliam

psicologicamente o quanto recebem de trabalho (resultado) em relação às suas

contribuições.

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Crê-se, então, que a motivação ao trabalho é essencial em qualquer

situação para que os objetivos das organizações sejam alcançados. Da mesma

forma que a satisfação individual em desenvolver o seu papel funcional e ser

reconhecido e recompensado por isso, leva o indivíduo ao encontro de seus

próprios objetivos, por meio da organização.

Ressalta-se uma crítica à visão limitada dos comportamentalistas ou

behavioristas ao estabelecerem uma relação linear entre fornecimento de

estímulos e comportamento manifesto.

A menção ao termo remuneração é freqüente ao longo deste trabalho e

requer, preliminarmente, a sua definição. Os termos compensação e remuneração

são utilizados, em geral, para descrever os pagamentos em dinheiro ou em

benefícios, como férias, descanso semanal, disponibilidade de planos de

assistência médica, alimentação, transporte, planos de aposentadoria, etc.

Tradicionalmente, os planos de cargos e salários só levam em conta os

requisitos do cargo e o valor correspondente dos salários, influenciando aí as

referências do mercado. Não consideram se os ocupantes dos cargos possuem

os requisitos de competências e habilidades exigidos. Em vez disso, levam em

conta tempo de casa e aqueles valores vagos e subjetivos chamados de méritos

ou desempenhos, quase sempre fatores de comportamento ou conduta, tais como

dedicação, assiduidade, cooperação e outros. Esses fatores são hoje

considerados como obrigação contratual e não devem ser estimulados e

reconhecidos através de feedbacks de desempenho e de concessão de

incentivos; não como salário fixo, por razões já apresentadas.

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Se atentarmos bem para esta questão, verificaremos que tempo de

casa, assiduidade, pontualidade e dedicação, por exemplo – critérios ainda

predominantes de diferenciação salarial, mas em fim de carreira – não garantem

que as pessoas tenham melhor desempenho ou agreguem mais valores às suas

organizações, isto é, não garantem retorno ou reciprocidade por parte dos

empregados, caracterizando a remuneração como custo, em vez de investimento,

como deveria ser.

A administração de cargos e salários tem sido inglória, ou seja, apesar

de todo o cuidado técnico e metodológico e dedicada gestão de muitas

organizações, seus objetivos mais importantes não têm sido alcançados – ao

contrário, têm causado muitos problemas para as empresas – em virtude de

fatores de cultura organizacional e gerencial, interferências legais, pressões

sindicais e instabilidade econômica.

São três os principais tipos de problemas resultantes das práticas

tradicionais de administração de cargos e salários:

• Elevação desnecessária do custo da folha de pagamento;

• Insatisfação pessoal; e

• Reclamações trabalhistas.

Os modelos técnicos de estruturação de planos de cargos e salários

até agora utilizados pelas organizações não têm conseguido evitar esses

problemas, porque, não consideram variáveis culturais e estratégias de gestão.

Eles se submetem demais às mazelas das culturas organizacionais, deixando-se

ficar deteriorados e desacreditados.

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Pelas práticas tradicionais, os empregados que atendem a 100% dos

requisitos de competências e habilidades são quase sempre nivelados com

aqueles que atendem a 80% ou 70%, o que representa um grande despropósito e

uma grande injustiça, só recentemente percebidos pelas organizações,mas há

muito tempo sentidos pelos empregados. Agora também se verifica que

normalmente os melhores e mais competentes colaboradores são os que mais se

ressentem da injustiça causada por este modelo salarial.

Os planos tradicionais de cargos e salários estimulam a acomodação

quanto ao aperfeiçoamento e desenvolvimento pessoal e técnico.

A compreensão do papel estratégico que a remuneração dos

profissionais de uma empresa pode desempenhar constitui um poderoso

instrumento na busca do sucesso do esforço organizacional, ao passo que a sua

desconsideração ou má gestão, pode representar, pelo seu impacto no

comportamento dos profissionais, um fator de relevância para o insucesso.

O valor estratégico da remuneração nos sistemas de remuneração

pode contribuir decisivamente para os resultados das organizações,

proporcionando vantagem competitiva. Os sistemas de remuneração deveriam,

então, ser construídos após a definição da organização de sua estratégia para

obter vantagem competitiva. A partir desta definição deve-se considerar os

comportamentos individuais e organizacionais necessários para a obtenção dos

resultados almejados; os sistemas de remuneração deverão apoiar estes

comportamentos.

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44

Os sistemas de remuneração afetam o comportamento individual

através de diferentes meios: motivando o desempenho, estabelecendo uma

ligação clara entre desempenho e recompensa, estabelecendo metas de

desempenho, tratando os casos de insucesso, motivando o desenvolvimento de

conhecimentos e habilidades e fortalecendo a atração e retenção de profissionais.

A remuneração adquire um valor estratégico quando em sua

concepção é considerado todo o contexto organizacional - compreendendo a

estratégia, a estrutura e o estilo gerencial da organização - e quando o indivíduo

é remunerado segundo um conjunto de fatores que afeta a sua contribuição para

o sucesso do negócio. Tais fatores incluiriam as características pessoais, as

características do cargo, e o vínculo com a organização.

Contudo, as estratégias de remuneração têm permanecido aquém de

outras mudanças organizacionais. A maioria das empresas não pensa em

remuneração como um processo evolutivo. A modernização da gestão

empresarial e a adoção de novos modelos de organização do trabalho tendem a

tornar as formas tradicionais de remuneração anacrônicas.

A maioria das empresas ainda aplica exclusivamente sistemas

tradicionais de remuneração baseados nas descrições de atividades e

responsabilidades de cada função. A utilização de instrumentos, como descrições

de cargos, organogramas e planos de cargos e salários, permitem a muitas

empresas atingir o patamar mínimo de estruturação na gestão de seus recursos

humanos.

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45

No entanto, as empresas estão abandonando cada vez mais essa

expectativa de especializações – e a grande quantidade de pessoal necessária –

em favor de equipes menores de multiespecialistas. Assim, o paradigma da

especialização está começando a mudar à medida que essa transformação

acontece e os cargos deixam de ser definidos de maneira limitada, vertical e

funcional.

Os sistemas de remuneração, então, não devem apenas buscar a

minimização dos fatores determinantes de insatisfação dos profissionais, mas

devem ser motivadores de melhor desempenho. Sob esta ótica, os sistemas de

remuneração podem criar uma cultura de envolvimento dos empregados com a

organização, podem ajudar a atrair e reter os tipos de talentos necessários, além

de encorajar o desenvolvimento das habilidades e competências necessárias à

organização.

Os sistemas de remuneração que tomam como base um conjunto de

competências de domínio do indivíduo e de como ele as aplica na realização de

suas tarefas são denominados de remuneração por competências.

Faz-se, então, necessário o conceito de competência, que pode ser

atribuído a diferentes elementos.

De um lado temos a organização, com um conjunto próprio de

competências. Estas se originam da gênese e do processo de desenvolvimento

da organização e são concretizadas no seu patrimônio de conhecimentos. Tal

patrimônio, por sua vez, estabelece as vantagens competitivas da empresa no

contexto em que está inserido. De outro lado temos as pessoas, com seu

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46

conjunto de competências que pode ou não estar sendo aproveitado pela

empresa.

Organização e pessoas, lado a lado, propiciam um processo contínuo

de troca de competências. A empresa transfere seu patrimônio para as pessoas,

enriquecendo-as e preparando-as para enfrentar novas situações profissionais e

pessoais, dentro ou fora da organização. As pessoas, por seu turno, ao

desenvolver sua capacidade individual, transferem para a organização seu

aprendizado, dando-lhe condições para enfrentar novos desafios.

São as pessoas que, ao colocarem em prática o patrimônio de

conhecimentos da organização, concretizam as competências organizacionais e

fazem sua adequação ao contexto. A agregação de valor dos indivíduos é,

portanto, sua contribuição efetiva ao patrimônio de conhecimentos da

organização, o que lhe permite manter suas vantagens competitivas ao longo do

tempo.

A competência é compreendida por muitas pessoas e por alguns

teóricos da administração como um conjunto de conhecimentos, habilidades e

atitudes necessárias para que a pessoa desenvolva suas atribuições e

responsabilidades. Contudo, essa forma de encarar a competência tem se

mostrado pouco instrumental. As pessoas possuem um determinado conjunto de

conhecimentos, habilidades e atitudes, o que não garante que a organização se

beneficiará diretamente. Para compreendermos melhor o conceito de

competência individual é importante discutirmos também o conceito de entrega.

O indivíduo é avaliado e analisado para efeitos de admissão, demissão,

Page 48: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

47

promoção, aumento salarial etc., levando-se em consideração sua capacidade de

entregar-se à empresa. Por exemplo, ao escolhermos uma pessoa para trabalhar

conosco, além de verificarmos sua formação e experiência, observamos também

seu modo de atuar, sua maneira de realizar o trabalho solicitado, suas

realizações, enfim, queremos nos assegurar que a pessoa a ser escolhida terá

condições de obter os resultados que a empresa espera e necessita.

Na prática organizacional, as decisões sobre indivíduos são tomadas

em razão do que eles entregam para a organização, enquanto o sistema formal,

concebido geralmente a partir do conceito de cargos, privilegia apenas o que as

pessoas fazem. Eis um dos principais descompassos entre a realidade e o

sistema formal de gestão.

Na realidade empresarial, porém, somos pressionados pelo sistema

formal e pela cultura de gestão a observar a descrição formal, o que gera

distorções em nossa percepção da realidade.

Ao olharmos as pessoas por sua capacidade de entrega, temos uma

perspectiva mais adequada (porque mais individualizada) para avaliá-las, orientar

o seu desenvolvimento e estabelecer recompensas.

Portanto, a remuneração por competências remunera o indivíduo

através da verificação de suas competências. O modelo visa incentivar a

aquisição e a utilização destas competências, fundamentalmente naquilo em que

elas colaboram para a realização dos objetivos organizacionais. A remuneração

por competências é, assim, um modelo com enfoque estratégico.

Page 49: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

48

Com as mudanças contínuas e cada vez em uma velocidade maior, as

organizações de todo o tipo continuam tendo de rever formas de gestão e de

trabalho. Algumas chegam ao extremo de se viciarem em mudanças, movidas

pela supersensibilidade ao ambiente competitivo.

A expansão do setor de serviços e informação mostra a tendência

objetiva de crescimento do setor de serviços na economia, com ênfase nas áreas

ligadas à informação. As mudanças culturais ressaltam as rupturas nos padrões

de relacionamento, com ênfase no rompimento das tradições e dos padrões

éticos e morais.

O papel da mídia também se expandiu, mostrando e promovendo o

culto à novidade e modismos, ao mesmo tempo houve um aumento da

complexidade e turbulência ressaltando os efeitos negativos da aceleração, que

inibe a possibilidade de reflexão e a visão do todo.

As organizações na busca de um modelo empreendedor não visam à

maximização dos lucros apenas pela redução dos custos, mas também pela

obtenção de vantagens competitivas fundamentadas em inovações, sejam de

produtos, processos, ou do próprio modelo de gestão.

A transição existente entre as diversas fases das teorias da

administração expressa a inserção de métodos e técnicas no contexto

empresarial, social e econômico no Brasil. Uma dessas técnicas ou modelo é a

remuneração por habilidades, que é focada na multiespecialização do indivíduo

com base na remuneração e com enfoque tático.

Page 50: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

49

Essas mudanças relacionam-se a um reposicionamento da empresa

quanto ao fator humano. Wood e Filho sintetizam uma habilidade como sendo “A

capacidade de realizar uma tarefa ou um conjunto de tarefas em conformidade

com determinados padrões exigidos pela organização”.

Uma habilidade envolve conhecimentos teóricos e aptidões pessoais.

Uma habilidade relaciona-se também à prática desses conhecimentos e aptidões.

Conhecimentos podem ser transmitidos e aprendidos. Aptidões estão mais

diretamente ligadas a características pessoais, tais como capacidade de

concentração e coordenação motora. A aplicação prática relaciona-se diretamente

com a atitude individual e a motivação para o trabalho.

O sistema de remuneração focado no indivíduo apresenta-se como

alternativa aos sistemas baseados no cargo, superando suas principais

desvantagens, enfraquecendo ou quebrando o paradigma do cargo e mudando o

foco para o indivíduo, especialmente quando aplicados em empresas mais

modernas, tanto do ponto de vista de suas estruturas, da composição de seus

efetivos, quanto da qualidade da tecnologia que empregam. Dessa forma, a

remuneração deixa de estar vinculada ao cargo exercido para vincular-se

diretamente a pessoa que o exerce.

A remuneração por habilidades é determinada pela formação e

capacitação dos funcionários. Essa forma de remuneração desloca o foco do

cargo ou função para o indivíduo. Assim, as habilidades ou bloco de habilidades

passam a determinar a base da remuneração. É uma forma de recompensar o

esforço, a qualificação e os resultados da ação do indivíduo. Esta forma de

Page 51: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

50

remunerar consiste em tomar como base para a remuneração dos trabalhadores

o domínio de conjuntos de habilidades selecionadas pela empresa e que são

essenciais para a sua operação.

A remuneração por habilidades encontra oportunidade de aplicação à

medida que as empresas vão alterando suas políticas de compensação e

adquirindo novas configurações de estrutura e de processos. A crescente

disseminação do trabalho em grupo, o achatamento das estruturas

organizacionais, o incentivo à atuação multifuncional e a necessidade de

sustentar a competitividade das empresas - o que se faz em parte pela

otimização dos custos de produção - são fatores que determinam a crescente

adoção desta forma de remuneração. É preciso remunerar um trabalhador que

tenha maior autonomia, assuma mais responsabilidades, desenvolva-se de forma

contínua, trabalhe em equipe com eficácia e tenha múltiplos conhecimentos e

habilidades. Claramente, a remuneração funcional não permite a diferenciação

dos trabalhadores através destes critérios, o que pode levar a um desgaste do

sistema de remuneração.

Surgida nos Estados Unidos, a remuneração por habilidades vem

crescendo em popularidade e é tida como uma “inovação gerencial”, indicada

principalmente para empresas que adotaram a estrutura multi-funcional.

No Brasil, é algo novo para a maioria das empresas, mas o número de

casos de aplicação vem crescendo a cada ano. O surgimento dessa forma de

remuneração é conseqüência do aumento da complexidade do ambiente de

Page 52: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

51

negócios que resultou, segundo Wood e Filho, em uma série de tendências

registradas nos últimos dez anos nas empresas:

- Estruturas organizacionais com menor número de níveis de

autonomia e amplitude de responsabilidades para indivíduos e

grupos;

- Valorização do trabalho em equipe;

- Aumento da exigência de multi-especialização e visão

sistemática;

- Foco no aperfeiçoamento contínuo; e

- Pressões para redução de custo.

O novo ambiente de negócios forçou as empresas a mudarem a forma

de administrar seus funcionários. A informação e o conhecimento passaram a ser

fatores críticos de sucesso e, atrair, reter e desenvolver pessoas tornou-se crucial,

bem como desenvolver suas habilidades.

Uma característica da remuneração por habilidades é a agregação de

flexibilidade à atuação do trabalhador, pois à medida que os funcionários

adquirem mais habilidades, tornam-se mais flexíveis, não apenas capazes de

desempenhar múltiplos papéis, mas capazes também de desenvolver uma

compreensão mais ampla dos processos de trabalho e, desta forma, obter uma

compreensão melhor da importância de sua contribuição para a organização.

Entende-se que esta compreensão e flexibilidade são cruciais em organizações

que estão implementando o compartilhamento de tarefas e as equipes de trabalho

Page 53: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

52

autogerenciadas ou as que necessitam adaptar-se a mudanças técnicas de

mercado.

A remuneração por habilidades, portanto, não parece ser adequada a

todo tipo de empresa. Sua aplicação parece mais adequada a unidades

industriais que apresentam modelo organizacional avançado, poucos níveis

hierárquicos, larga utilização de times autogerenciados e um estilo gerencial

aberto, voltado para a administração participativa.

No entanto, seu uso também é possível em empresas que passaram

por projetos de reestruturação ou reengenharia e precisam rever seus sistemas

de apoio, inclusive seu sistema de remuneração, para dar sustentação à nova

estrutura, aos novos processos e ao novo estilo gerencial. Mesmo nas

organizações que se enquadram no perfil descrito, esse sistema parece ser

vantajoso apenas em cargos técnicos e operacionais.

Picarelli e Wood (1996) apontam aspectos do sistema de remuneração

por habilidades que o tornam muito diferente da remuneração funcional. São eles:

a. No sistema de remuneração funcional a base da remuneração é o

cargo. Na remuneração por habilidades, as bases da remuneração

são as habilidades certificadas. Os aumentos salariais dependem

muito menos do cargo, e mais da certificação de habilidades, ou

seja, na remuneração por habilidades os salários são aumentados

em decorrência da certificação de habilidades e não de promoções;

Page 54: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

53

b. Na remuneração por habilidades o tempo no cargo, a senioridade,

tem papel secundário;

c. Na remuneração por habilidades o esforço de desenvolvimento

individual tem contrapartida em termos de evolução salarial.

A figura a seguir apresenta, segundo uma abordagem de caráter

amplo, os principais componentes de um sistema de remuneração por

habilidades. Apresentam-se também, a seguir, esclarecimentos sobre estes

componentes.

Definição de

processos de trabalho

Definição de habilidades

a remunerar

Definição de blocos

de habilidades para os

processos de trabalho

Definição de níveis

salariais e política

Enquadramento

dos profissionais

Pesquisas

salariais

Operação

do sistema

Definição de critérios

de seleção

Definição de planos

de habilidades

Estruturação dos

treinamentos

Definição da certificação

Figura 1- Componentes da remuneração por habilidades

Page 55: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

54

Definição de processos de trabalho e habilidades : Picarelli e Wood

(1996) acompanham a remuneração por habilidades com um sistema de carreira

por habilidades, vinculando remuneração à carreira, porém acentuam que para

cada organização deve ser desenvolvido um plano de trabalho que considere as

habilidades de seu interesse específico. Propõem que sejam determinados blocos

de habilidades e carreiras.

Os blocos de habilidades contêm habilidades agrupadas por afinidade

ou por se ligarem a um mesmo processo de trabalho. Quando as habilidades

consideradas na remuneração forem de maior complexidade, serão tratadas

isoladamente; se forem de baixa complexidade serão tratadas em um: bloco de

habilidades, o que acaba por simplificar o tratamento. Um bloco de habilidades

para técnicos de construção civil, como exemplo, poderia conter as habilidades de

preparação de levantamentos de quantidades de material a empregar em obras,

preparação de orçamentos, elaboração de relatórios técnicos para embasamento

de propostas, realização de medições de serviços executados ou orientação de

mestres de obras com relação a registro de consumo de materiais e.apontamento

do emprego de mão-de-obra.

Certificação : a certificação é a forma de qualificar o profissional quanto

ao domínio das habilidades adquiridas.

É necessário que sejam definidos programas de avaliação de

habilidades baseados em avaliações de grupos e de colegas, uma vez que se

reconhece a importância das avaliações de habilidades e competências para o

correto funcionamento do modelo. Uma preocupação que se manifesta é com a

Page 56: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

55

tendência à contemporização por parte dos colegas, que deve ser evitada, pois

pode comprometer o modelo.

Evolução na carreira e na escala salarial : com relação à evolução da

carreira, esta se fará não mais apenas pela progressão vertical na hierarquia, mas

pela contínua aquisição de habilidades e suas certificações. Esta evolução é

condicionada, por um lado, pela organização - quando define a estratégia de

capacitação de seus recursos humanos - e pelo profissional, quando se envolve

no esforço de adquirir novas habilidades.

Treinamento: usualmente, a organização que adota a remuneração

por habilidades desenha um plano de habilidades considerando, para tanto, um

composto de habilidades necessárias à qualificação de suas equipes e à

operação de seus processos. Este planejamento deverá considerar os custos de

treinamento, as habilidades que serão treinadas,e o impacto da aquisição de

habilidades na folha de pagamento. Aqui há um ponto de grande importância, que

é o equilíbrio entre o nível de polivalência desejado, o ganho em produtividade e

racionalização do efetivo e os custos de folha e treinamento decorrentes.

Quanto à necessidade de elaboração de um plano de' treinamento, fica

patente, segundo a maior parte dos autores, que o sistema de remuneração por

habilidade deve ser apoiado por um plano de treinamento que permita ao

profissional adquirir as habilidades requeridas pela organização, dentro de um

planejamento que compatibilize as oportunidades de treinamento, os custos e a

disponibilidade dos profissionais para a realização de suas atividades.

Equilíbrio externo: um outro aspecto a ressaltar, ainda porque há

Page 57: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

56

posições divergentes, é a obtenção e a manutenção do equilíbrio externo, o que

usualmente é apoiado na realização de pesquisas salariais. Diferentemente dos

modelos funcionais em que a pontuação das funções é feita a partir das

atividades desenvolvidas, da responsabilidade, da amplitude de comando e da

formação exigida, a comparação com o mercado exige alguns cuidados. É preciso

considerar que os salários são o resultado de uma combinação de habilidades

dos profissionais. Portanto, é necessário agrupar habilidades para que se possa

realizar uma comparação com cargos que constem da pesquisa de mercado.

O problema da valorização das habilidades é um ponto crítico, uma vez

que não havendo possibilidade de comparar os valores pagos diretamente com o

mercado, já que as habilidades são pagas em formas e combinações diferentes

pelas empresas, torna-se necessário estabelecer procedimentos que permitam

sua avaliação.

Relaciona-se quatro diferentes formas para valorização das

habilidades:

a. Valorização arbitrária;

b. Montagem de blocos de habilidades na forma de cargos e

comparação destes blocos com cargos do mercado;

c. Valorização blocos de habilidades e adição de valorização pela

agregação de valor econômico;

d. Valorização com base no equilíbrio salarial interno.

A primeira forma ignora o mercado e estabelece valores de um modo

arbitrário, sendo normalmente impraticável no decorrer do tempo, uma vez que a

Page 58: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

57

ausência de referencial de mercado resulta em pagamentos exagerados em

alguns casos e pagamentos insuficientes em outros, levando o sistema ao

descrédito e tornando necessárias medidas corretivas.

A segunda forma permite uma abordagem do mercado, ainda que

indireta, já que o que se mede no mercado são os valores dos salários dos cargos

tomados como referências, e não as próprias habilidades. A recomendação dos

autores é a comparação de blocos de habilidades, e não de habilidades

isoladamente. Esta forma de comparação com o mercado é, na essência, uma

comparação nos moldes tradicionais, ainda porque não foram desenvolvidos

métodos específicos para a valorização isolada das habilidades. A comparação

difere do tradicional na descrição dos cargos, que deixa de ser realizada segundo

responsabilidades e atividades desenvolvidas e passa a ser feita com base em

habilidades que configurariam o desenho do cargo.

A terceira forma, além de utilizar os dados do mercado, considera

que algumas combinações de habilidades podem representar valores econômicos

maiores para a empresa do que determinadas outras, ainda que individualmente

algumas destas habilidades possam ser menos valiosas. O raciocínio aplica-se,

por exemplo, a casos em que o domínio de um determinado conjunto de

habilidades permite a um profissional rapidamente recolocar em funcionamento

uma linha de produção paralisada. Isto poderá ser mais valioso para uma

organização do que o domínio de habilidades que individualmente seriam

valorizadas em valores mais altos, mas não permitiriam a solução do problema

emergencial da paralisação da produção.

Page 59: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

58

Esta consideração nos mostra um fato importante, que é o valor

relativo das habilidades para cada empresa, ou seja, dependendo de condições

particulares de cada empresa, o valor de uma determinada habilidade pode ser

maior ou menor, diferentemente do que ocorre com os valores dos cargos no

mercado.

A quarta forma de valorizar as habilidades é através da comparação

interna, como na avaliação de cargos. Esta forma, embora respeite o equilíbrio

interno, desconsidera o mercado e pode também resultar em sub ou sobre

valorização de habilidades ou blocos de habilidades, quando estabelecida a uma

comparação com o mercado.

Cabe aqui lembrar que a comparação com o mercado é uma das

atitudes usuais dos profissionais quando procuram avaliar os seus próprios

salários. Diante desta perspectiva, os métodos que ignoram a realidade do

mercado perdem eficiência.

No quadro a seguir, são apresentadas as mudanças de paradigmas

que ocorrem quando da substituição do aumento salarial por mérito, pelo novo

critério de aumento salarial baseado na aquisição de habilidades.

Page 60: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

59

AUMENTO POR MÉRITO AUMENTO POR HABILIDADE

- Paternalista - Voltado para resultados

- Estimula mais e com pouca - Estimula o autodesenvolvimento

justificativa

- Maior chance de cometer injustiça - Menor chance de cometer injustiça

- Dificulta o feedback por ser mais - Favorece o feedback por ser

mais subjetivo objetivo

- Contribui para a estagnação da - Contribui para a estagnação da

empresa empresa

- Agrega pouco valores - Agrega muitos valores

- Dá menos trabalho - Dá mais trabalho ( mas é muito

favorável a relação custo e

trabalho x benefício)

Fonte: Resende, E. O que aprender e desaprender sobre remuneração, Enio Resende

Consultoria, São Paulo, 1997.

2.2 . Benefícios Potenciais

São apontadas como vantagens desta forma de remuneração:

a. O foco da remuneração é transferido para a pessoa, incentivando

o desenvolvimento individual. Flannery, Hofrichter, e Platten

(1997) ressaltam que o incentivo ao desenvolvimento das

habilidades individuais não somente tem uma função de estímulo

ao profissional pela evolução salarial, como também favorece o

aprendizado de habilidades importantes diante de avanços

tecnológicos rápidos e que, em grande parte dos casos, envolvem

um aumento da complexidade;

b. Segundo Picarelli e Wood (1997) a gestão de RH passa a

trabalhar mais integrada com os objetivos estratégicos da

empresa, ganhando-se foco e sinergia;

Figura 2 - Mudanças de paradigmas

Page 61: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

60

c. Formam-se equipes multifuncionais, mais capacitadas e flexíveis,

adaptáveis com maior facilidade às mudanças estratégicas

demandadas pela empresa ao conduzir seus negócios;

d. Segundo Resende, a remuneração por habilidades proporciona

mais transparências ao desenvolvimento profissional, gerando

possibilidade de progresso para motivar e reter profissionais

qualificados;

e. Estimula o auto desenvolvimento profissional, que é um principio

básico deste sistema de remuneração, pois o critério tradicional

baseia-se basicamente em tempo de casa e comportamentos

disciplinares, onde é estimulada mais a acomodação profissional,

tendendo a levar toda a empresa a uma estagnação em termos de

qualificações e competências e, conseqüentemente, acarretando

mediocridade e, às vezes, retrocesso;

f. O sistema amplia os planos de carreira, pois além do plano

conhecido como vertical, surge a possibilidade de carreira

horizontal. Ambas as trajetórias de carreira condicionam o

progresso profissional ao desenvolvimento das qualificações e

habilidades;

g. Possibilita a análise de carreira por critérios mais justos,

eliminando a subjetividade para a concessão de aumentos

Page 62: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

61

salariais individuais e as concessões paternalistas que revelem

intenções subjacentes de recompensas por sentimentos;

h. A metodologia define claramente as diferenças exigidas de

capacitação – que leva a diferença de desempenho – entre os

ocupantes do mesmo cargo, em função dos diferentes estágios de

competências e habilidades. Tudo isto não só deve desencorajar

as pessoas a reivindicarem isonomia, como também facilitará que

a empresa comprove na justiça as diferenças salariais dos

ocupantes de mesmo cargo;

i. Contribui para o desenvolvimento da competência da gestão de

pessoas, pois obriga as lideranças a se envolverem mais com o

assunto referente à remuneração e aprenderem a respeito de

pessoas e diferenças individuais.

2.3 Algumas limitações à Remuneração por Habilidad es:

Picarelli e Wood (1996) ressaltam alguns pontos desvantajosos da

remuneração por habilidades:

a. O primeiro é que usualmente aumenta o desembolso com a

folha de pagamento, uma vez que a tendência é o aumento

progressivo das habilidades dos profissionais. Picarelli e

Wood (1996) entendem ainda que tal aumento deve ser

encarado como investimento e seu retorno deve se dar a

partir do aumento da produtividade e da racionalização do

Page 63: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

62

efetivo, como frutos do aumento de capacitação e da

formação de um efetivo com características multifuncionais.

Entende-se que o aumento dos gastos com a folha de

pagamento tenderá a crescer, bem como algumas habilidades

desnecessárias serão adquiridas, a menos que o incentivo à

aquisição de habilidades seja relacionado ao desempenho

operacional e à produtividade da organização. Também

ressaltam que a organização que adotar a remuneração por

habilidades deverá fazê-lo considerando objetivos

estratégicos que serão relacionados ao ganho de

produtividade e eficácia organizacional. O aumento dos

custos com o pagamento dos profissionais dever ser

compensado, o que é consistente com o espírito de parceria

entre a organização e seus profissionais.

b. Da mesma forma torna-se importante a administração do

sistema de treinamento, uma vez que a demanda por

treinamento por parte dos funcionários tende a aumentar e,

por decorrência, seus custos. Entenda-se aqui que a

elevação dos custos se dá tanto na administração do sistema

de treinamento quanto no próprio volume de treinamento

demandado. É necessário cuidado para que não haja

demanda excessiva por treinamento e aceleração exagerada

do ganho de habilidades, o que pode comprometer a folha de

pagamento com aumentos excessivos em prazo muito curto.

Page 64: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

63

A necessidade por treinamentos em novas habilidades e o

retreinamento para manutenção das habilidades já adquiridas

é uma demanda natural do ambiente competitivo e de rápida

evolução tecnológica. Assim, o esforço em treinamento é

essencial para a manutenção da competitividade. Quando da

implantação da remuneração por habilidades, é

absolutamente imperiosa a necessidade de implantar

programas de treinamento paralelos, sem os quais será

impossível sustentar o programa de remuneração por

habilidades.

2.4 Considerações Sobre a Aplicação da Remuneração por Habilidades

A remuneração por habilidades não é indicada para todas as

empresas, mas para as que trabalham com poucos níveis hierárquicos, utilização

de equipes autogerenciadas e gestão participativa. A utilização de remuneração

por habilidades assume especial relevância para empresas de serviços e áreas

que requerem habilidades de elevado valor, como por exemplo, hospitais e

empresas de tecnologia. Entendem ainda que a adoção do sistema será

assegurada sempre que for possível demonstrar o retorno dos investimentos

demandados em salários, custo administrativo e treinamento.

Vale lembrar ainda que a maior qualificação dos profissionais tende a

permitir a eliminação de algumas posições de supervisão, que apesar de

proporcionar a redução do custo operacional dos grupos envolvidos, colaborando

no financiamento do programa, traz à cena, por outro lado, a perspectiva de

Page 65: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

64

resistência à implantação do programa. Em especial, considerando-se que os

programas anteriores de remuneração tenham base funcional - apoiada em uma

cultura que valoriza os cargos e o estoque de responsabilidades - a resistência

deve ser esperada por parte de profissionais que devem ter papel importante na

implantação, o que gera a necessidade de um gerenciamento atento a estas

particularidades, bem como a visível sinalização de intenções e a clara mudança

no relacionamento entre a empresa e seus funcionários. Da mesma forma, o

papel das gerências e supervisões deve ser reestudado e redefinido para que

haja a necessária aceitação e suporte do sistema.

Também apontam como maiores usuários as empresas que usam

tecnologia de processos contínuos, como processamento de alimentos e indústria

química; empresas que empregam tecnologia de produção de massa, como

eletrônica, motores de veículos, computadores e empresas de serviços.

A adoção de sistemas de remuneração por habilidades requer um

clima psicológico e uma estrutura de trabalho específica. O clima mais adequado

para estes sistemas é uma organização em que haja o propósito comum de

colaboração entre os profissionais e a gerência, e uma estrutura de trabalho que

permita liberdade e suporte ao crescimento dos profissionais, sem as limitações

das descrições de cargo convencionais. A adoção de um sistema de

remuneração por habilidades implica em uma perspectiva de longo prazo no

relacionamento entre gerentes e trabalhadores, bem como a disposição de

ambos em dividir a responsabilidade e enfrentar os desafios do projeto e

implantação do sistema.

Page 66: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

65

Segundo Picarelli e Wood (1997), a utilização da remuneração por

habilidades para profissionais que desenvolvem atividades pouco padronizadas e

com maior grau de abstração, como profissionais em carreiras administrativas,

técnicos de nível superior ou gerencial, é objeto de restrições devido,

principalmente, à dificuldade de se definirem habilidades para tais atividades.

Os aspectos sociais, econômicos e políticos precisaram adaptar-se

inclusive à forma de remuneração. Vê-se ainda a manifestação clara do modelo

de “homem operacional” classificado por Guerreiro Ramos, mas também o

modelo desenvolvido pelos Humanistas, onde ocorre a transferência da ênfase,

antes colocada na tarefa e na estrutura organizacional, para a ênfase nas

pessoas que trabalham ou que participam da organização, ao qual chamou de

“homem reativo”. Porém mesmo com a preocupação aparente, os objetivos não

haviam mudado, e o principal era ajustar os indivíduos aos contextos de trabalho

e não seu crescimento individual.

Vimos neste capítulo fundamentação teórica, comentários e citações

sobre a literatura referente ao problema.

Page 67: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

66

3 – METODOLOGIA

Neste capítulo trataremos dos itens que caracterizam a metodologia

aplicada: tipo de pesquisa, universo e amostra, seleção dos sujeitos, coleta e

tratamento de dados e limitações do método.

3.1 Tipo de Pesquisa

Trata-se de uma pesquisa descritiva e explicativa na medida em que

descreve as características do sistema de remuneração por habilidades na

empresa, assim como o seu processo de implementação e, com base na

descrição, aborda as vantagens e desvantagens da remuneração por habilidades.

3.2 Universo e Amostra

O universo da pesquisa de campo foi o dos operadores do setor de

produção da redução da empresa ALUMAR perfazendo um total de 530

operadores, dos quais foram respondentes um total de 457 operadores. Os níveis

não privilegiados no estudo referem-se aos níveis de liderança e aos operadores

não pertencentes à produção, onde o sistema de remuneração por habilidades

não foi adotado.

A amostra foi definida pelo critério de acessibilidade, sendo composta

pelos operadores que trabalham em regime de revezamento de turnos.

3.3 Seleção dos Sujeitos

Os sujeitos da pesquisa foram os operadores pertencentes ao

departamento de produção da empresa.

Page 68: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

67

3.4 Coleta de dados

Os dados foram coletados por meio de pesquisa bibliográfica em livros,

revistas, teses e dissertações referentes ao assunto.

A pesquisa documental foi realizada nos arquivos da empresa

ALUMAR, onde certamente foram encontrados documentos referentes à

implementação do sistema de remuneração por habilidades e também às

informações referentes ao desenvolvimento da carreira dos operadores.

Estas duas pesquisas iniciais se complementaram, numa análise mais

apurada das possíveis divergências entre o conceitual e a implementação do

sistema de remuneração por habilidades.

Na pesquisa de campo foram aplicados questionários estruturados

com os ocupantes de cargos indicados na seção Seleção de Sujeitos,

selecionados de acordo com o especificado na seção Universo e Amostra. Os

questionários foram aplicados aos operadores que estiveram trabalhando no turno

administrativo.

3.5 Tratamento de dados

O material bibliográfico e documental foi direcionado para um estudo

com contribuições que realçam a interpretação fundamentada na análise crítica

da implementação do sistema de remuneração por habilidades na empresa.

Page 69: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

68

Os dados referentes a pesquisa de campo foram tratados utilizando-

se procedimentos estatísticos, o que nos permitiu o atingimento do objetivo do

estudo.

3.6 Limitações do método

Todo método possui as suas limitações. O pesquisador deve tê-las em

mente no decorrer da pesquisa.

Na coleta de dados, a reduzida literatura sobre o assunto poderá

prejudicar a etapa de pesquisa bibliográfica, enquanto que a pesquisa documental

poderá ser dificultada pela empresa a ser estudada.

Vimos neste capítulo os itens que são característicos da metodologia

aplicada: tipo de pesquisa, universo e amostra, seleção dos sujeitos, coleta e

tratamento de dados e limitações do método.

Page 70: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

69

4. REFERENCIAL PRÁTICO: O CASO ALUMAR

Esse capítulo delineia sobre o referencial prático adotado na pesquisa

e proporcionará subsídios empíricos da forma de atuação da empresa com

relação ao Sistema de Remuneração por Habilidades.

4.1 Sistema de Valores e Compromisso Social da ALUM AR

A empresa possui um sistema de valores que norteiam as diversas

ações empresariais, sendo disseminado aos funcionários por meio de divulgação

anual dos planos operacionais, correlação das metas com a visão, missão e

valores.

Valores da Alumar:

· Integridade - O alicerce da Alcoa é a nossa integridade. Somos

abertos, honestos e confiáveis no relacionamento com nossos clientes,

fornecedores, colegas de trabalho, acionistas e com a comunidade onde atuamos;

· Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA) - Trabalhamos com

segurança de modo a proteger e promover a saúde e o bem-estar das pessoas e

do meio ambiente;

· Cliente - Contribuímos para o sucesso de nossos clientes com a

criação de valor excepcional, por meio de soluções inovadoras em produtos e

serviços;

· Excelência - Buscamos incessantemente a excelência em tudo que

fazemos todos os dias;

Page 71: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

70

· Pessoas - Trabalhamos em um ambiente que promove a inclusão e

aceita mudanças, novas idéias, respeito pelo indivíduo e igual oportunidade de

sucesso para todos;

· Lucratividade - Conquistamos retornos financeiros substanciais, que

permitem crescimento sustentável e agregam valor para os acionistas;

· Responsabilidade - Somos responsáveis - individualmente e em

equipes - por nosso comportamento, bem como por nossas ações e resultados.

"Vivenciamos nossos valores e mensuramos nosso sucesso pelo

sucesso de nossos clientes, acionistas, comunidades e pessoas"

4.2 Planejamento e Estruturação do Sistema de Remun eração por

Habilidades da Alumar

O Consórcio de Alumínio do Maranhão adotava um sistema tradicional

de remuneração desde a sua inauguração em 1984. Com a decisão da utilização

do Sistema de Remuneração por Habilidades, o departamento de Recursos

Humanos, juntamente com a área de produção fez a reestruturação dos cargos,

como ilustra o quadro abaixo:

Page 72: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

71

ESTRUTURA DE CARGO

Operador Operador Operador

Operador Pl Operador Pl Operador Pl Operador Pl Operador Pl

Operador Esp Operador Esp Operador Esp

A B C

A B C D E

A B C

PORTO REFINARIA REDUÇÃO

PORTO REFINARIA REDUÇÃO

PORTO REDUÇÃO

Op Contr Proc Op Contr Proc Op Contr Proc

A B C

REFINARIA

Bloco I

Bloco II

Bloco III

Operador I

Operador II

Operador III

Operador IV

Operador Esp I

Operador Esp II

Op Contr Proc I

Op Contr Proc II

Nível Cargo Área Cargo Atual

Quadro 1 – Estrutura de cargos

Page 73: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

72

Sem Alteração

Estrutura Inventário Salarial TOTALPORTO 11 1 15 27DIGESTÃO 21 6 11 38CLARIFICAÇÃO 23 6 19 48UTILIDADES 17 3 11 31PRECIPTAÇÃO 22 13 35CALCINAÇÃO 12 13 25

Total Refinaria 106 16 82 204

FÁBRICA DE ANODOS 4 1 5COZIMENTO DE ANODO 24 16 4 44CHUMBAMENTO DE ANODO 29 5 1 35CUBA NOVA 2 9 11S. CUBAS LI 48 2 57 107S. CUBAS LII 66 2 67 135S. CUBAS LIII 43 45 88REVESTIMENTO 28 5 12 45ALUMINA 30 10 15 55BANHO&COMPRESSORES 6 9 4 19LINGOTAMENTO 46 12 40 98

Total Redução 326 71 245 642

432 87 327 846

RE

DU

ÇÃ

O

Total Geral

Com alteração Salarial

RE

FIN

AR

IA

ÁREAS

ENQUADRAMENTOS

O Enquadramento e o Inventário das Habilidades mapeadas são

mostrados logo abaixo no primeiro quadro. O Enquadramento na Estrutura

Salarial com sua comparativa de cargo e habilidades e seus respectivos ajustes

virão ilustrados no quadro seguinte:

Quadro 2 – Enquadramento das habilidades

Page 74: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

73

PORTO REFINARIA REDUÇÃO TOTAL

OPERADOR A 5 21 33 59

BLOCO I OPERADOR B 4 2 6

OPERADOR C 1 37 51 89

OPERADOR PL A 0

OPERADOR PL B 0

BLOCO II OPERADOR PL C 5 39 72 116

OPERADOR PL D 1 1 2

OPERADOR PL E 4 42 221 267

OPERADOR ESP A 5 141 146

OPERADOR ESP B 1 66 67

BLOCO III OPERADOR ESP C 6 55 61

OP CONTR PROCESSO A 7 7

OP CONTR PROCESSO B 10 10OP CONTR PROCESSO C 16 16

27 177 642 846Total Geral

CARGOS

CARGO ATUAL CARGO HABILIDADES

Oper. Redução I Oper. Redução A

BLOCO I Oper. Redução B

Oper. Redução II Oper. Redução C 3,6% Ajuste

Oper. Redução pleno A

Oper. Redução pleno B

BLOCO II Oper. Redução III Oper. Redução pleno C

Oper. Redução pleno D

Oper. Redução IV Oper. Redução pleno E 1,3% Ajuste

Oper. Redução Esp I Oper. Redução Esp A

BLOCO III Oper. Redução Esp B

Oper. Redução Esp II Oper. Redução Esp C 2,6% Ajuste

ENQUADRAMENTO NA ESTRUTURA

sem alteração salarial

sem alteração salarial

inventário

inventário

inventário

inventário

inventário

sem alteração salarial

A Freqüência por Cargo na nova estrutura depois da implantação da

Remuneração Salarial por Habilidades:

Quadro 4 - Freqüência por cargo

Quadro 3 - Inventário das habilidades

Page 75: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

74

Base de dados: janeiro/2003 Valores em R$

OperadoresÁreas Superintendências Total Qtd. Valor R$

Lingotamento 98 58 2.622

Eletrodos 84 79 4.424

Sala de Cubas 341 172 4.719

Revestimento de Cubas 45 33 1.254

MSVIP(Alumina&Banho Compressores) 74 55 3.744

C.O Digestão 38 27 1.267

C.O Clarificação 48 29 1.157

C.O. Recuperação 60 34 856

C.O. Utilidade 31 20 728

Porto 27 12 473

TOTAL 846 519 21.245 61%

FOLHA NOMINAL R$ (dez/2002)

AJUSTE - CARREIRA HABILIDADES

IMPACTO NA FOLHA 0,7%

Ajuste Salarial

REDUÇÃO

3.253.194

21.245

REFINARIA

O Próximo quadro nos permite verificar o primeiro impacto financeiro

da implantação do Sistema de remuneração por Habilidades na folha de

pagamentos da Alumar:

Quadro 5 – Impacto financeiro

Page 76: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

75

4.3 O Sistema Passo-a-Passo

4.4 O Acesso ao Sistema

No Portal My Alcoa, na Orelha de Aplicativos localize os softwares de

Recursos Humanos, entre eles você encontrará o Carreira por Habilidade.

Tela Inicial do Software

Você encontrará três opções:

Cadastro , Manutenção e Consulta.

O Software lhe solicitará sua

senha de Rede. Você terá acesso às informações

de todos os seus funcionários de acordo com a hierarquia das organizações.

Figura 3 - Sistema passo-a-passo

Figura 4 - Tela de acesso – orelha de aplicativos

Page 77: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

76

Sendo assim, para cada Habilidade existe um conjunto de

conhecimentos que devem ser aprendidos, através de treinamento, auto estudo e

práticas na área. As habilidades de uma área foram divididas em blocos,

formando a carreira do operador. Veja abaixo um exemplo de habilidade com

seus respectivos conhecimentos.

HABILIDADE CONHECIMENTO APRENDIZADO EHS

Procedimentos específicos

USO DE EPI'S CHECK DE LAVA OLHOS Manuseio de produtos químicos Isolamento de área Operação de válvulas com batedor Cores para inspeção periódica de segurança

Normas mandatórias

Etiquetamento e bloqueio Trabalhos em espaço confinado Permissão para trabalhos à quente Prevenção de quedas Uso de veículos e equipamentos ind. Móveis

Procedimentos norma ISO

Procedimento para atendimento de emergência Levantamento de aspectos e impactos ambientais Ferramentas de gerenciamento do SGA da alumar Política de saúde segurança e meio ambiente Investigação de incidentes ambientais

Figura 5 - Acesso ao sistema – tela inicial

Quadro 6 - Bloco de habilidades

Page 78: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

77

Á rea:F luxo :

B LO C O S C AR G O S P O N TO S

hab ilidade Q 14hab ilidade T 14

BLOCO O P . PO R T O E S P hab ilidade U 14III O P . C O N T P R O C E S S O hab ilidade S 12

(3 ano s) O P . R E D U Ç ÃO E S P hab ilidade O 11 ( inc lu indo 1 ano T L) TP M - m anu tenções n íve l III 7

TP M - adm in is tra tivo n íve l III 9E H S 11O U TR O S 8

Tota l B loco III 100hab ilidade L 11hab ilidade F 9hab ilidade N 10hab ilidade M 11

BLOCO O P . PO R T O P LE N O hab ilidade H 9II O P . R E FIN AR IA P L E N O hab ilidade I 9

( 4 ano s) O P . R E D U Ç ÃO P LE N O hab ilidade J 7hab ilidade P 8TP M - m anu tenções n íve l II 5TP M - adm in is tra tivo n íve l II 7E H S 8O U TR O S 6

Total B loco II 100hab ilidade B 22hab ilidade E 18

BLOCO O P . PO R T O hab ilidade C 15I O P . R E FIN AR IA hab ilidade A 12

(2 ano s) O P . R E D U Ç ÃO hab ilidade D 13TP M - m anu tenções n íve l I 5TP M - adm in is tra tivo n íve l I 5E H S 6O U TR O S 4

Total B loco I 100

H AB IL ID AD E S

O

CN

ICA

ST

ÉC

NIC

AS

CN

ICA

SN

ÃO

CN

ICA

ST

ÉC

NIC

AS

O

CN

ICA

S

4.5 Bloco de Habilidades

O bloco de habilidades depende da área de atuação do funcionário e

do cargo que ele ocupa. Cada área definiu o seu conjunto de habilidades, os

conhecimentos necessários e a forma de aprendizado.

Este conjunto de Habilidades foi dividido em até 3 Blocos , formando o

fluxo de carreira do Operador. Para cada habilidade foi atribuída uma pontuação

e a somatória dos pontos em cada Bloco vale 100. Para progredir no bloco você

deve obter pontos através da certificação de habilidades . Abaixo um modelo

genérico de um fluxo de carreira.

Quadro 7 - Fluxo de carreira do operador

Page 79: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

78

4.6 A consulta do Sistema pelo Gestor

Para visualizar o Bloco dos seus funcionários, você deverá acessar o

software da Carreira por Habilidade e selecionar Cadastro . Em seguida,

escolha a opção Gestor . Nesta tela, selecione Consulta Empregado,

onde aparecerá uma lista com os nomes de todos os seus funcionários Agora,

basta dar um clique no ID do funcionário e surgirá a tela com o Bloco como a do

exemplo abaixo.

Ao lado de cada habilidade vê-se a pontuação e o status. Podendo estar

disponível ( ), em aprendizado

( ) ou certificada ( ).

Tanque de Habilidades do funcionário.

Tanque Salarial do funcionário.

Figura 6 - Tela de consulta ao sistema pelo Gestor

Page 80: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

79

4.7 Certificação das Habilidades

A Certificação de Habilidades é o processo pelo qual a Alumar validará

formalmente as habilidades do Operador num determinado bloco. O processo de

certificação é composto das seguintes etapas:

CHEFIA IMEDIATA

1.Abertura da Habilidade para aprendizagem

OPERADOR 2. Aprendizado (treinamento, auto estudo e prática na área)

COMITÊ

AFERIÇÃO CONHECIMENTO

3. Aferição de conhecimentos (teóricos e práticos)

COMITÊ CERTIFICAÇÃO HABILIDADES

4. Certificação de Habilidades

?

PONTUAÇÃO/ REMUNERAÇÃO 5. Progressão Horizontal 6. Progressão Vertical

Figura 7- Processo de certificação das habilidades

Page 81: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

80

4.8 Abertura da habilidade para o aprendizado

É essencial para que um operador possa iniciar o seu aprendizado.

Neste momento ele terá acesso à lista de conhecimentos teóricos e práticos

necessários para a sua certificação. A abertura da habilidade para aprendizagem

é feita pela chefia imediata de acordo com a necessidade da área.

Como abrir uma Habilidade para aprendizado?

A abertura da Habilidade é feita pelo Gestor de acordo com a

necessidade da área. Uma Habilidade só poderá ser aberta para um funcionário

aprender, se a mesma estiver em seu Bloco atual ou no anterior.

Abrindo para Aprendizado:

No Software da Carreira por Habilidade, selecione Cadastro , logo

após, clique em Gestor e você encontrará uma opção chamada

Habilidade para Aprendizagem . Ao clicar nesta opção, aparecerá uma tela com

os nomes de todos os seus funcionários, selecionando o ID do funcionário você

terá uma tela semelhante ao exemplo seguinte, onde estarão todas as habilidades

que o funcionário não possui.

Page 82: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

81

Ao lado da Habilidade você verá o ícone disponível ( ) , bastando

clicar uma vez e a Habilidade estará aberta para o funcionário Aprender,

aparecendo, neste momento, um outro ícone lhe indicando que a habilidade está

em aprendizado ( ).

Ao consultar seu Bloco, o funcionário saberá que aquela Habilidade foi

aberta para ele Aprender. No entanto, é importante que você o informe

verbalmente, fazendo uma estimativa de tempo que ele levará para saber fazer

aquela Habilidade.

4.9 Aprendizado

Para cada habilidade há um pacote de treinamento especificamente

definido. Os treinamentos podem ser teóricos (na sala de aula ou no Software) ou

práticos (no próprio local de trabalho). Nesta fase, o funcionário é treinado para

adquirir habilidades na função operacional do seu bloco. Apenas fazer os

Habilidades do Bloco do funcionário disponíveis

para abertura.

Habilidades abertas para Aprendizado.

Figura 8 – Tela de habilidade para aprendizado

Page 83: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

82

treinamentos não basta, além disso, é a prática no trabalho que levará o operador

à certificação. Existe um tempo a ser cumprido em cada bloco.

O operador, depois de cumprir o seu plano de treinamento e se

julgando apto para ser aferido em um conhecimento (teórico e prático), deverá

solicitar, através da sua chefia, a avaliação com o Comitê de Aferição do

Conhecimento.

4.10 Certificação de Habilidades

O processo de certificação de habilidade é conduzido pelo Comitê de

Certificação de Habilidades. Este comitê será formado por um Supervisor ou

Superintendente, Encarregado, Team Leader ou Operador Especializado. É

facultativa a participação dos Engenheiros, Coordenadores, Técnicos, etc. O

comitê atua para dar consistência e uniformidade ao processo.

O comitê terá por base para a certificação de habilidades, o processo

de Aferição dos Conhecimentos e o resultado da Avaliação de Desempenho .

A habilidade será certificada com o consenso dos participantes do comitê. Os

membros do comitê que não se sentirem aptos para avaliar o funcionário em

questão, deverão se abster.

A avaliação de desempenho satisfatória (Nota 3) é pré-requisito para

certificação de habilidades.

Uma habilidade certificada agrega pontos no seu bloco de habilidades

e pode gerar uma progressão horizontal.

Page 84: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

83

Cada funcionário será certificado somente uma vez por ano, em uma

ou mais habilidades devendo, para isto, ter a indicação da sua chefia imediata.

O pré-requisito para o Operador ser avaliado para a certificação é ter

no mínimo seis meses no cargo/bloco trabalhados efetivamente.

4.11 Aferição de Conhecimentos (teoria + prática)

A avaliação dos conhecimentos dos operadores (aferição) é realizada

pelo comitê de aferição do conhecimento, formado por um Encarregado (chefia

imediata), um Team Leader ou Operador Especializado - participação obrigatória

- e por um convidado (poderá ser um Técnico, Coordenador, Engenheiro, etc)

facultativo.

Ao longo do ano o operador solicita a aferição do conhecimento e a sua

chefia agenda e convoca o comitê. A avaliação é feita através de uma prova

escrita e prática na área. É considerado aprovado quem obtiver uma pontuação

igual ou superior a 80% de acertos na prova escrita e na prova prática, segundo

avaliação feita pelo comitê de aferição. Se reprovado, somente poderá ser

reavaliado neste conhecimento após 3 meses.

Vale ressaltar que os conhecimentos aferidos não agregam pontuação

no Bloco de Habilidades, eles serão indicados como base para o processo de

certificação das habilidades.

O pré-requisito para o Operador ser aferido em um conhecimento é ter

no mínimo 6meses no cargo/bloco trabalhados efetivamente.

Page 85: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

84

A. Comitê de aferição de Conhecimento

Dentro do Software em Cadastro , há uma opção Comitê

Conhecimento, nele serão encontrados os funcionários que possuem

Habilidades abertas para aprendizado e cujo conhecimento foi indicado para

Aferição.

Clicando no ID do funcionário, aparecerá a Habilidade aberta para

aprendizado e o conhecimento Indicado para Aferição. Selecionando o

conhecimento que será aferido neste momento, surge uma tela onde serão

armazenadas, no software, os dados da Aferição.

O Comitê de Aferição realiza uma prova teórica e outra prática na área,

avaliando se o Operador possui o domínio (sabe fazer) do conhecimento.

Após a prova teórica e prática na área, o Comitê de Aferição preencherá esta tela respondendo a três perguntas:

1. O operador seguiu as Normas de EHS ?

SIM ou NÃO 2. 2. O operador tem o domínio prático da

tarefa ? 0 – 30 PTS 3. O operador conhece o impacto da

Tarefa? 0 – 30 PTS

O Encarregado e os convidados digitarão seus ID´s, oficializando a realização do Comitê de Aferição. Estes dados ficarão armazenados no software e disponíveis para consulta.

Figura 9 - Tela do comitê de aferição

Page 86: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

85

O Operador é considerado aferido se obtiver pontuação igual ou

superior a 80% de acertos na provas teórica e prática. Caso obtenha pontuação

inferior,é considerado não aferido, podendo pedir nova aferição somente após

três meses. É obrigatório, neste caso, o preenchimento dos campos: comentários

e plano de ação.

Para um operador ser aferido em um conhecimento ele precisa ter seis

meses, no mínimo, no Bloco/Cargo trabalhados efetivamente.

Os conhecimentos aferidos não agregam pontuação no Bloco de

Habilidades, eles são indicados como base para o processo de certificação das

Habilidades.

B. Comitê de Certificação

O processo de certificação de uma Habilidade é conduzido pelo Comitê

de Certificação e sua composição é de um Supervisor ou Superintendente,

Encarregado, Team Leader ou Operador do último Bloco. A participação de

Engenheiros, Técnicos ou Coordenadores é facultativo. O Comitê atua para dar

consistência e uniformidade ao processo.

B.1 Indicação para Certificação

No software, em Gestor , encontra-se o ícone Habilidade para

Comitê, onde aparecerá uma lista com todos os funcionários e as Habilidades de

cada um, que estão disponíveis para serem indicadas para o Comitê de

Certificação. Pode-se indicar para o Comitê e agendar o dia que será realizado.

Page 87: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

86

Uma Habilidade só deve ser indicada para Certificação se todos os

seus conhecimentos já estiverem sido aferidos pelo Comitê de Aferição.

Cada Habilidade Certificada agrega pontos no Bloco de Habilidades do

funcionário e pode gerar uma progressão horizontal.

B.2 Critérios para Certificação

O ícone de Certificação aparece apenas para o Supervisor e para o

Superintendente da área, sendo eles os responsáveis por esta etapa. Logo na

opção Cadastro estará disponível para eles o Comitê de Habilidade .

Critérios para Certificação de uma Habilidade:

• A certificação ocorre mediante consenso (100%) do Comitê;

• Avaliação de Desempenho satisfatória;

• Cada empregado tem direito a um comitê de Certificação por

ano, podendo ser Certificado em uma ou mais Habilidades,

necessitando da indicação de sua chefia;

4.12 Progressão Horizontal

É o aumento salarial no mesmo cargo. Este aumento acontece à

medida que há acúmulo dos pontos das habilidades certificadas, ocorrendo então

a mudança de nível (letras).

A pontuação máxima que um funcionário pode acumular é 100 pontos

por cargo, independente da área. Cada cargo está dividido em níveis (letras), com

seu respectivo percentual para progressão horizontal.

Page 88: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

87

Quando o funcionário é admitido ou muda de cargo, sua pontuação é

zero, ou seja, nível A. Veja no quadro a seguir os critérios para progressão

horizontal.

CRITÉRIOS PARA PROGRESSÃO HORIZONTAL

Por exemplo: Seu cargo é Operador A (Bloco I). Quando você

acumular 50 pontos em Habilidades certificadas e o resultado da sua avaliação for

DCA 3, você terá um aumento salarial e passará a Operador B. Sendo assim,

você não subiu de cargo, apenas mudou do nível A para B.

Bloco II

Bloco III

D

A B C

25 50 0 D E

75 100

A B C 50 100 0

Operador Pleno (Porto/Refinaria/Redução) Níveis: letras A a E Período mínimo: 4anos Pontos p/ progressão: 25

Operador Esp (Porto/Redução) Op Cont Processo (Refinaria) Níveis: letras A a D Período mínimo: 2anos Pontos p/ progressão: 50 1 nível exclusivo para Team Leader

Bloco I Operador (Porto/Refinaria/Redução) Níveis: letras A a C Período mínimo: 2anos Pontos para progressão: 50

pontos níveis

A B C 50 100 0 pontos

níveis

pontos níveis

Figura 10 - Critérios para progressão horizontal

Page 89: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

88

A diferença essencial da Carreira por Habilidades em relação ao

sistema atual é o que valorizar no momento de se definir o salário do funcionário.

O sistema atual remunera o cargo, independentemente da pessoa que o ocupa.

Assim, dois operadores, embora com níveis de qualificação diferentes, têm

salários iguais. A verdade é que, independentemente do cargo, pessoas mais

qualificadas exercem melhor a sua função. O sistema valoriza este aspecto e

reconhece a “capacidade de fazer”. Quanto mais o funcionário aprende a fazer,

mais acumula pontos. A somatória de pontos é um dos requisitos para um

aumento salarial.

Progressão Vertical

É o aumento salarial quando o operador sobe de cargo. Para que isto

aconteça, deve:

� Existir a vaga;

� Estar certificado em todas as habilidades do seu cargo – Bloco igual a

100;

� Ter Avaliação de Desempenho satisfatória (DCA 3).

TÍTULO DO CARGO

Na carreira por habilidades os títulos foram trocados. No sistema, os

títulos são os seguintes: Operador A, B, C (Porto/Refinaria/Redução); Operador

pleno A, B, C, D, E (Porto/Refinaria/Redução); Operador Especializado A, B, C

(Porto/Redução) e Operador de Controle de Processo A, B, C (Refinaria).

Page 90: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

89

QUADRO DE TROCAS DE TÍTULOS

ACOMPANHAMENTO DA CARREIRA

Para gerenciar este sistema foi desenvolvido um software que ficará

disponível na intranet e todo funcionário poderá acessar. Além disso, poderá obter

mais informações com a chefia.

4.13 Consulta Inventário

Estão disponíveis dados sobre os funcionários do seu Fluxo, como sua

pontuação em seu Bloco e o status das Habilidades em blocos anteriores e/ou

posteriores auxiliando, assim, o Gestor a visualizar como determinado funcionário

está na Carreira Completa de seu fluxo.

Áreas CARGO ATUAL CARGO CARREIRA POR HABILIDADES

Oper. Porto I Oper. Porto AOper. Porto II Oper. Porto C

PORTO Oper. Porto III Oper. Porto pleno COper. Porto IV Oper. Porto pleno EOper. Porto Esp I Oper. Porto Esp AOper. Porto Esp II Oper. Porto Esp C

Oper. Refinaria I Oper. Refinaria AOper. Refinaria II Oper. Refinaria C

REFINARIA Oper. Refinaria III Oper. Refinaria pleno COper. Refinaria IV Oper. Refinaria pleno EOper. Contr Proceso I Oper. Contr Proceso AOper. Contr Processo II Oper. Contr Processo C

Oper. Redução I Oper. Redução AOper. Redução II Oper. Redução C

REDUÇÃO Oper. Redução III Oper. Redução pleno COper. Redução IV Oper. Redução pleno EOper. Redução Esp I Oper. Redução Esp AOper. Redução Esp II Oper. Redução Esp C

Quadro 8 - Quadro de trocas de títulos

Page 91: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

90

4.14 Pesquisa Progressão Horizontal

Consulta aos funcionários que estão aptos a pular de Letra.

4.15 Pesquisa Progressão Vertical

Consulta àqueles funcionários que estão com tanque de Habilidades

de seu Bloco com 100%, logo, aptos para a mudança de Bloco. Para a efetiva

mudança de Bloco a área deve analisar se o funcionário obedece a todos os

critérios estabelecidos para promoção.

4.16 Pesquisa Habilidade Menor

Esta consulta fornece informações sobre aqueles que estão com

Tanque de Habilidade menor que o Tanque Salarial. Você visualiza a situação do

seu fluxo.

Nesta opção você encontra as Habilidades da Carreira Completa.

Clicando no ID, a consulta lhe informará as Habilidades do Bloco Atual do Funcionário.

Figura 11 - Tela de consulta inventário

Page 92: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

91

4.17 Carta Comitê de Habilidades

Se por algum motivo for preciso reemitir a Carta do Comitê de

Habilidades, basta acessar este ícone e selecionar a data em que o comitê

desejado foi realizado e imprimi-lo novamente.

4.18 Comitê de Conhecimento

Se por algum motivo for necessária a consulta do comitê de

conhecimento, este ícone fornece os dados de cada Comitê de Aferição de

Conhecimento realizado.

4.19 Manutenção

Em manutenção, estão disponíveis duas opções para visualização:

a. Áreas de Atuação/ Fluxo

Consulta às Habilidades por Bloco e pontuação de cada uma delas.

b. Habilidade X Conhecimento

Aqui estão todas as Habilidades de fluxo e seu respectivo

Conhecimento e aprendizado. Acessando no código do Conhecimento,

aparecerá uma tela onde será possível a inclusão de informações

sobre os itens que devem ser observados durante a etapa de aferição

do conhecimento.

Page 93: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

92

4.20 Legenda de ícones:

Habilidade Certificada

Habilidade Disponível

Habilidade em Aprendizado

Habilidade Indicada para Aferição

Page 94: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

93

5. RESULTADOS E ANÁLISE DAS QUESTÕES

PERGUNTA 1

A partir da coleta de dados documentais da Alumar observa-se a

ocorrência de várias etapas de divulgação do Sistema de Remuneração por

Habilidades.

Os operadores, assim como toda a liderança, foram envolvidos em

todas as etapas do processo, desde a definição das matrizes de habilidades até a

divulgação da situação de cada funcionário. Como demonstra o gráfico acima,

1. Eu tenho um bom entendimento de como funciona o Sistema de Remuneração por

Habilidades

35

7,8

49

11,0

54

12,1

37,9

136

30,5

169

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordoConcordo

Concordo totalmente

Figura 12 - Percentual de respostas à Questão 1 do questionário aplicado aos funcionários

Page 95: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

94

68,4% dos respondentes concordam que possuem um bom entendimento do

Sistema de Remuneração por Habilidades.

PERGUNTA 2

Para a maioria dos respondentes (63%), a remuneração por

habilidades é uma das formas de avaliar a capacidade de cada funcionário. É

relevante citar que o sistema exige uma avaliação teórica e uma avaliação prática

com a participação de outro funcionário que executa a tarefa e a liderança do

funcionário. A habilidade só será certificada se o resultado da aferição prática e

teórica for igual ou superior a 80%.

2. A remuneração por habilidades é uma das formas de avaliar a capacidade de cada

funcionário

50

11,2

50

11,2

62

13,9

149

33,4

132

29,6

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 13 - Percentual de respostas à Questão 2 do questionário aplicado aos funcionários

Page 96: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

95

PERGUNTA 3

Para Picarelli & Wood (1996) as habilidades adquiridas por um

profissional devem refletir a demanda de habilidades para a execução dos

processos sob sua responsabilidade. As habilidades individuais consolidadas por

equipe de trabalho constituem um plano estratégico de habilidades.

O gráfico acima demonstra que 45,5% dos respondentes concordam

ou concordam plenamente com as políticas definidas para elaboração do sistema

de remuneração por habilidades, 21,5% mantiveram-se neutros, 32,3% dos

empregados pesquisados não concordam com a afirmação acima.

3. As habilidades definidas para compor a base da remuneração estão coerentes com as operações

requeridas na área

70

15,7

74

16,6

96

21,5

137

30,7

66

14,8

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 14 - Percentual de respostas à Questão 3 do questionário aplicado aos funcionários

Page 97: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

96

PERGUNTA 4

Na implantação do sistema de remuneração por habilidades, o

Consórcio de Alumínio do Maranhão tinha como uma das expectativas a

eliminação de concessões paternalistas que pudessem recompensar por

sentimentos.

Observa-se que 44% dos respondentes confirmam um interesse

significativo da liderança em manter os funcionários informados quanto ao

sistema. 32,5% dos empregados pesquisados não concordam com a assertiva e

22,9% mantiveram-se neutros.

4. Eu percebo o interesse da liderança em informar aos operadores a importância do Sistema de Remuneração por Habilidades no desenvolvimento pessoal de cada

um.

72

16,1

73

16,4

102

22,9

136

30,5

60

13,5

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 15 - Percentual de respostas à Questão 4 do questionário aplicado aos funcionários

Page 98: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

97

PERGUNTA 5

No sistema de remuneração por habilidades há uma mudança do

foco anteriormente direcionado para o cargo, e agora transferido para o indivíduo.

O resultado apresentado pela pesquisa feita junto aos funcionários

mostra que 46,6 % acreditam que o seu esforço pessoal é mais valorizado com a

implantação desse sistema, 38, 8% discordam ou discordam totalmente com a

afirmação e 13,9% não concordam e nem discordam.

5. Eu sinto que meu esforço pessoal é mais valorizado após a implantação Sistema de

Remuneração por Habilidades.

77

17,3

96

21,5

62

13,9

125

28,0

83

18,6

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordoConcordo

Concordo totalmente

Figura 16 - Percentual de respostas à Questão 5 do questionário aplicado aos funcionários

Page 99: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

98

PERGUNTA 6

Para Resende (1997) o princípio fundamental do método de

remuneração por habilidades é vincular os aumentos salariais ao

desenvolvimento das qualificações, competências e habilidades para o pleno

exercício do cargo.

O posicionamento dos funcionários pesquisados parece confirmar

(47%) que o sistema de remuneração por habilidades proporciona possibilidade

de crescimento profissional pelos seus próprios méritos.

6. A remuneração por habilidades me proporciona a possibilidade de crescimento profissional pelos meu s

próprios méritos.

40

9,0

83

18,6

66

14,8

119

26,7

135

30,3

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 17 - Percentual de respostas à Questão 6 do questionário aplicado aos funcionários

Page 100: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

99

PERGUNTA 7

Observa-se que 67,3% dos empregados pesquisados fazem

acompanhamento periódico do desenvolvimento da sua carreira, o que demonstra

o envolvimento e a consciência da responsabilidade do funcionário no sistema de

remuneração por habilidades.

Apenas 19% dos funcionários pesquisados responderam que não

fazem acompanhamento sistemático do desenvolvimento da sua carreira.

7. Eu faço acompanhamento periódico do desenvolvimento da minha carreira por meio do Siste ma

de Remuneração por Habilidades.

26

5,8

59

13,2

82

18,4

167

37,4

111

24,9

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 18 - Percentual de respostas à Questão 7 do questionário aplicado aos funcionários

Page 101: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

100

PERGUNTA 8

A opinião dos funcionários pesquisados quanto à responsabilidade

pela condução das suas carreiras demonstra uma consciência do seu papel no

sistema de remuneração por habilidades, pois 77,2% concordam ou concordam

totalmente com a afirmação. Apenas 12,6% dos respondentes discordam ou

discordam totalmente.

8. Sinto-me responsável pela conduta da minha carre ira.

25

5,6

31

7,0

43

9,6

147

33,0

197

44,2

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 19 - Percentual de respostas à Questão 8 do questionário aplicado aos funcionários

Page 102: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

101

PERGUNTA 9

Observa-se que quanto ao desenvolvimento mais rápido da carreira

após a implantação do sistema de remuneração por habilidades, a opinião dos

respondentes não ficou bem definida, pois 39,2% concordam ou concordam

totalmente e 39,2% discordam ou discordam totalmente.

A percepção dos funcionários é que apesar de se sentirem

responsáveis pela condução de suas carreiras, não observam, nesse item,

diferença entre o sistema atual e o anterior.

9. Sinto que minha carreira se desenvolve mais rápi do depois da implantação do Sistema de Remuneração por

Habilidades.

80

17,9

95

21,3

93

20,9

87

19,5

88

19,7

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 20 - Percentual de respostas à Questão 9 do questionário aplicado aos funcionários

Page 103: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

102

PERGUNTA 10

Para Picarelli & Wood (1996), os objetivos básicos da implementação

do sistema de remuneração por habilidades são remunerar os profissionais

segundo as habilidades desenvolvidas e aplicadas ao trabalho e superar o

paradigma de gestão tradicional, que foca no indivíduo e na hierarquia rígida.

Os funcionários acreditam que se tiverem bons desempenhos medidos

por meio do sistema, serão valorizados em cargos e salários em 55,4% das

respostas, concordando ou concordando totalmente com isso.

10. Acredito que se tiver bom desempenho medido por meio do Sistema de Remuneração por Habilidades serei valorizado em cargos e

salários.

25

5,6

96

21,5

75

16,8

148

33,2

99

22,2

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordoConcordo

Concordo totalmente

Figura 21 - Percentual de respostas à Questão 10 do questionário aplicado aos funcionários

Page 104: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

103

Pode-se notar também um percentual significativo de neutralidade

quando 16,8% e 27,1% discordam ou discordam totalmente com a assertiva.

PERGUNTA 11

Segundo Resende (1997), um dos pontos fracos das organizações

brasileiras é o despreparo dos gerentes, supervisores, encarregados e líderes

para lidar com pessoas e sistemas de administração de recursos humanos.

O sistema de remuneração por habilidades exige também um grande

envolvimento da liderança, pois estes são os responsáveis por identificar as

11. A minha liderança está capacitada a conduzir o Sistema de Remuneração por Habilidades na minha áre a.

58

13,0

71

15,9

80

17,9

132

29,6

102

22,9

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 22 - Percentual de respostas à Questão 11 do questionário aplicado aos funcionários

Page 105: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

104

oportunidades, conduzir e facilitar a etapa de treinamento, aferir e certificar as

habilidades.

Observa-se que 52,5% dos funcionários respondentes concordam que

a liderança está capacitada a conduzir o sistema de remuneração por habilidades

e 17,9% mantiveram-se neutros.

PERGUNTA 12

Um dos maiores desafios da implantação de um sistema de

remuneração por habilidades é a etapa de enquadramento dos profissionais na

12. A minha matriz de habilidades corresponde ao me u atual conhecimento.

57

12,8

59

13,2

73

16,4

121

27,1

133

29,8

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 23 - Percentual de respostas à Questão 12 do questionário aplicado aos funcionários

Page 106: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

105

nova estrutura. Nessa etapa, a matriz de habilidades é construída e

posteriormente passa a ser atualizada no processo contínuo de gestão. Dos

funcionários pesquisados, 56,9% concordam ou concordam totalmente que a sua

matriz de habilidades corresponde a real situação do empregado.

PERGUNTA 13

Ao implementar um sistema de remuneração por habilidades a

empresa busca uma maior multifuncionalidade, pois os funcionários

desempenhariam várias funções, e também uma maior flexibilidade

organizacional e salarial pela existência de cargos amplos.

13. Acredito que a remuneração por habilidades ajud a a Empresa a obter melhores resultados.

37

8,3

35

7,8

76

17,0

131

29,4

164

36,8

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 24 - Percentual de respostas à Questão 13 do questionário aplicado aos funcionários

Page 107: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

106

Os funcionários pesquisados demonstram com 66,2% de concordância

que acreditam que o sistema ajuda a empresa a atingir bons resultados, e 17%

mantiveram uma posição neutra.

PERGUNTA 14

O sistema de remuneração por habilidades tem como foco principal o

funcionário, e não o cargo.

Observa-se que 60,3% dos respondentes acreditam que o sistema

promove atualização constante do empregado, preparando-o para a empresa e

14. A remuneração por habilidades promove uma atualização constante do empregado, preparando-o pa ra a

Empresa e para o mercado.

24

5,4

52

11,7

98

22,0

161

36,1

108

24,2

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 25 - Percentual de respostas à Questão 14 do questionário aplicado aos funcionários

Page 108: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

107

para o mercado, enquanto que apenas 17,1% discordam ou discordam totalmente

com a afirmação.

PERGUNTA 15

As empresas que decidem implementar um sistema de remuneração

por habilidades buscam um melhor clima organizacional por meio das regras

transparentes e justas, pois o auto desenvolvimento com conseqüências salariais

estimula o pessoal. As pessoas acreditam que o sistema constitui um dos fatores

para aumentar o nível de motivação, em 51,1% das respostas, concordando ou

concordando totalmente com isso.

15. A remuneração por habilidades constitui um dos fatores para aumentar o nível de motivação dos

empregados da Empresa.

46

10,3

67

15,0

102

22,9

91

20,4

137

30,7

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 26 - Percentual de respostas à Questão 15 do questionário aplicado aos funcionários

Page 109: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

108

Pode-se notar também um percentual significativo de neutralidade,

quando 22,9% e 28,3% não acreditam que o sistema é um fator de motivação.

PERGUNTA 16

Segundo Picarelli & Wood (1996), a remuneração e a carreira por

habilidade apresentam grande transparência interna, pois ao implantar o sistema,

as pessoas conhecerão as regras e o processo de evolução de carreira e salário,

gerando uma sensação de racionalidade e justiça na organização. Observa-se

uma concordância com a assertiva de 44% dos funcionários pesquisados, e

16. A aferição das minhas habilidades é feita de fo rma justa e imparcial.

63

14,1

85

19,1

99

22,2

131

29,4

65

14,6

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 27 - Percentual de respostas à Questão 16 do questionário aplicado aos funcionários

Page 110: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

109

33,2% discordam ou discordam totalmente. Mantiveram-se neutros 22,2% dos

respondentes.

PERGUNTA 17

A opinião dos funcionários quanto à justiça do sistema de remuneração

por habilidades não mostra uma diferença significativa, pois um percentual de

43,7% concordam ou concordam totalmente que o sistema é justo. Um percentual

de 35% discorda ou discorda totalmente com a assertiva e 20,6% dos

funcionários pesquisados se mantiveram neutros.

17. O Sistema de Remuneração por Habilidades é um sistema justo.

91

20,4

65

14,6

92

20,6

107

24,0

88

19,7

Funcionários Percentual

Discordo totalmente

Discordo

Nem discordo nemconcordo

Concordo

Concordo totalmente

Figura 28 Percentual de respostas à Questão 17 do questionário aplicado aos funcionários

Page 111: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

110

QUESTÃO I

I. Qual a sua idade?

29

6,5

74

16,6

138

30,9

141

31,6

61

13,7

0 50 100 150

Resposta

Percentual

acima de 44 anos

39 a 44 anos

33 a 38 anos

27 a 32 anos

18 a 26 anos

A figura mostra que a faixa etária predominante na área de produção

da Alumar se encontra entre 33 e 44 anos, com 62,5%.

Figura 29 - Distribuição percentual da faixa etária dos funcionários na amostra

Page 112: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

111

QUESTÃO II

II. Estado Civil?

78

17,5

319

71,5

18

4,0

0

0,0

28

6,3

-81 19 119 219 319

Resposta

Percentual

Vivo com companheira

Viúvo

Divorciado ou Separado

Casado

Solteiro

O perfil do estado civil dos funcionários do setor produtivo mostra que

71,5% é de casados e 17,5% de solteiros.

Figura 30 - Distribuição percentual do estado civil dos funcionários na amostra

Page 113: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

112

QUESTÃO III

III. Qual a sua formação escolar?

0

0,0

0

0,0

14

3,1

397

89,0

29

6,5

3

0,7

-3 97 197 297 397

Resposta

Percentual

Superior completo

Superior incompleto

Segundo grau completo

Segundo grau incompleto

Primeiro grau completo

Primeiro grau incompleto

A formação predominante dos funcionários respondentes é segundo

grau completo, com 89%. Três funcionários dos 457 pesquisados ou 0,7% têm

formação superior completa e 3,1% não tem o segundo grau completo.

Figura 31- Distribuição percentual da formação escolar dos funcionários na amostra

Page 114: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

113

QUESTÃO IV

IV. Há quanto tempo trabalha na Alumar?

67

15,0

133

29,8

76

17,0

156

35,0

11

2,5

-44 6 56 106 156

Resposta

Percentual

mais de 20 anos

16 a 20 anos

11 a 15 anos

6 a 10 anos

1 a 5 anos

Observa-se que 37,5% dos funcionários pesquisados trabalham na

empresa por mais de 16 anos e apenas 15% estão na empresa por menos de 5

anos.

Figura 32 - Distribuição percentual de tempo de empresa dos funcionários na amostra

Page 115: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

114

QUESTÃO V

V. Há quanto tempo exerce a função atual?

235

52,7

148

33,2

24

5,4

34

7,6

2

0,4

-15 35 85 135 185 235

Resposta

Percentual

mais de 20 anos16 a 20 anos11 a 15 anos6 a 10 anos1 a 5 anos

Observa-se que 52,7% dos funcionários respondentes exercem a

função atual por até 5 anos, 33,2% exercem a mesma função entre 6 a 10 anos, e

apenas 0,4%, ou seja, dois funcionários, ocupam a mesma função por mais de 20

anos.

Figura 33 - Distribuição percentual de tempo trabalhando na mesma função dos funcionários na

amostra

Page 116: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

115

6. CONCLUSÃO

O principal objetivo da dissertação é a identificação das vantagens e

desvantagens da remuneração por habilidades aplicada aos operadores da área

de produção do Consórcio de Alumínio do Maranhão.

A administração de cargos e salários utilizada na gestão da maioria das

organizações, não tem atingido os seus objetivos, apesar de todo o esforço

técnico e metodológico. As empresas têm sofrido com vários problemas, entre

eles a elevação desnecessária do custo da folha de pagamentos, a insatisfação

pessoal e reclamações trabalhistas.

A empresa pesquisada implementou o sistema na busca da

multiespecialização como uma vantagem competitiva, compreendendo o papel

estratégico que a remuneração dos profissionais pode representar para a

empresa.

O conceito de habilidade foi considerado como o elemento chave para

identificar as vantagens e desvantagens da utilização do sistema na visão dos

operadores do Consórcio de Alumínio do Maranhão.

A empresa implementou o sistema de remuneração por habilidades de

uma forma bastante responsável e estudada, iniciando com uma pesquisa

salarial, base de dados para projeção do sistema em si, treinamento dos gestores,

informando-os sobre todo o seu funcionamento para a definição das matrizes de

habilidades para cada funcionário. Após esta fase preparatória da empresa junto

aos gestores, foi desenvolvido um sistema informatizado onde cada funcionário

Page 117: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

116

tem acesso rápido - por meio de computadores disponíveis em toda a área de

produção - que lhes garante o acompanhamento e a transparência de todo o

processo do sistema de remuneração por habilidades.

De acordo com os resultados da pesquisa, os funcionários possuem

um bom entendimento do funcionamento do sistema de remuneração por

habilidades, onde fazem acompanhamento contínuo pelo sistema e acreditam que

a matriz de habilidades reflete a realidade.

É importante ressaltar a percepção dos funcionários quanto à sua

responsabilidade na condução da sua carreira, e também a visão de que o

sistema promove uma atualização constante do funcionário, preparando-o para a

empresa e para o mercado.

Observa-se que apesar do sistema de remuneração por habilidades

focar muito mais o funcionário do que o cargo, o papel da liderança ainda é

fundamental, pois este é responsável pelo início do processo de abertura das

habilidades para aprendizado, aferição e certificação das habilidades e promoção

do funcionário. Portanto, faz-se necessário uma reciclagem periódica dessa

liderança e uma conscientização da sua importância nesse processo.

Embora a percepção dos funcionários nos mostre uma consciência da

importância do seu papel no sistema de remuneração por habilidades, não está

claro que a sua carreira se desenvolverá mais rápido, apesar de todo o seu

esforço. Este ponto está ligado a regras do sistema, para permanência do

funcionário em cada bloco de habilidades, o que pode levar o funcionário ao

descrédito do sistema.

Page 118: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

117

A implantação de um sistema de remuneração por habilidades requer

uma atenção especial e acompanhamento do impacto financeiro na folha de

pagamento, pois o enquadramento dos funcionários na nova matriz de

habilidades pode aumentar consideravelmente a folha. No Consórcio de Alumínio

do Maranhão isso não ocorreu, pois um aumento de 0,7 % na folha não é

considerado representativo em comparação com as vantagens da implementação

do sistema.

Portanto, levando em consideração todas as vantagens e

desvantagens levantadas através deste trabalho pode-se dizer que a Alumar tem

obtido um resultado bastante positivo e os funcionários estão mais satisfeitos com

a mensuração de sua mão-de-obra perante a empresa.

O estudo realizado para a elaboração desta dissertação teve a

oportunidade de examinar diversos aspectos a respeito da influência da

implantação de um sistema de remuneração por habilidade em uma empresa do

ramo metalúrgico, porém a delimitação do estudo não deve cessar a discussão e

sim, fomentar um maior aprofundamento, pois não há limites para o conhecimento

humano e para a ciência.

Abaixo, observamos algumas sugestões para futuras pesquisas:

• Estender esse tipo de estudo a empresa de diferentes tipos de

atividades, no intuito de identificar possíveis diferenças em função do tipo de

negócio;

• Investigar a possibilidade da implantação do sistema de

remuneração por habilidades em área diferente da operacional;

Page 119: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

118

• Investigar a situação motivacional do funcionário que já atingiu 100%

das habilidades.

Page 120: FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS CENTRO DE FORMAÇÃO …

119

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desempenho, avaliação de cargos. 7.ed. São Paulo: Atlas: Fortaleza, CE:

MARPE, Consultoria em Recursos Humanos, 1990.

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1

QUESTIONÁRIO DE PESQUISA

Caro respondente este questionário está direcionado aos operadores

da área de produção do Consórcio de Alumínio do Maranhão – ALUMAR, como

referencial de uma pesquisa acadêmica de mestrado onde objetiva coletar dados

e informações sobre o Sistema de Remuneração por Habilidades implantado

na empresa.

Assinale de 1 a 5, de acordo com o número que melhor reflita sua

opinião, ou a sua percepção, de acordo com a escala abaixo:

1 Discordo

totalmente

2 Discordo

3 Nem discordo nem concordo

4 Concordo

5 Concordo totalmente

1. Eu tenho um bom entendimento de como funciona

o Sistema de Remuneração por Habilidades. 1 2 3 4 5

2. A remuneração por habilidades é uma das formas de avaliar a capacidade de cada um. 1 2 3 4 5

3. As habilidades definidas para compor a base da remuneração estão coerentes com as operações requeridas na área. 1 2 3 4 5

4. Eu percebo o interesse da liderança em informar aos operadores a importância do sistema de remuneração por habilidades no desenvolvimento pessoal de cada um.

1 2 3 4 5

5. Eu sinto que o meu esforço pessoal é mais valorizado após a implantação do Sistema de Remuneração por Habilidades. 1 2 3 4 5

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6. A remuneração por habilidades me proporciona a possibilidade de crescimento profissional pelos meus próprios méritos. 1 2 3 4 5

7. Eu faço acompanhamento periódico do desenvolvimento da minha carreira por meio do Sistema de Remuneração por Habilidades. 1 2 3 4 5

8. Sinto-me responsável pela condução da minha carreira. 1 2 3 4 5

9. Sinto que a minha carreira se desenvolve mais rápido depois da implantação do Sistema de Remuneração por Habilidades. 1 2 3 4 5

10. Acredito que se tiver bom desempenho medido por meio do Sistema de Remuneração por Habilidades serei valorizado em cargos e salários. 1 2 3 4 5

11. A minha liderança está capacitada a conduzir o Sistema de Remuneração por Habilidades na minha área. 1 2 3 4 5

12. A minha matriz de habilidades corresponde ao meu atual conhecimento. 1 2 3 4 5

13. Acredito que a utilização da remuneração por habilidades ajuda a Empresa a obter melhores resultados. 1 2 3 4 5

14. A remuneração por habilidades promove uma atualização constante do empregado, preparando-o para a Empresa e para o mercado. 1 2 3 4 5

15. A remuneração por habilidades constitui um dos fatores para aumentar o nível de motivação dos empregados de uma Empresa. 1 2 3 4 5

16. A aferição das minhas habilidades é feita de forma justa e imparcial. 1 2 3 4 5

17. O Sistema de Remuneração por Habilidades é um sistema justo. 1 2 3 4 5

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INFORMAÇÕES GERAIS

1. Qual sua idade?

18 a 26 27 a 32 33 a 38 39 a 44 acima de 44

2. Estado civil

Solteiro Casado Divorciado ou separado

Viúvo Vive com companheiro

3. Qual sua Formação Escolar?

1º grau incompleto 1º grau completo 2º grau incompleto

2º grau completo Superior incompleto Superior completo

4. Há quanto tempo trabalha na Alumar?

1 1 a 5 anos 6 a 10 anos 11 a 15 anos

16 a 20 anos Mais de 20 anos

5. Há quanto tempo exerce a função atual?

1 1 a 5 anos 6 a 10 anos 11 a 15 anos

16 a 20 anos Mais de 20 anos

Obs.: Todos os dados e informações coletadas neste questionários serão mantidos em total confidenciali dade.

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APÊNDICE 2

Vista aérea da ALUMAR – Consórcio de Alumínio do Maranhão

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APÊNDICE 3

Área do Lingotamento – Operador na Habilidade de Cintagem de Lingotes

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APÊNDICE 4

Sala de Cubas (produção de alumínio) – 1070 toneladas/dia

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APÊNDICE 5

Redução - Área Externa