fundamentos da administração

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1 FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO

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Curso da USP

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  • 1

    FUNDAMENTOS DE

    ADMINISTRAO

  • INTRODUO

    inegvel a importncia da administrao no mundo contemporneo.

    Ela se manifesta em inmeros momentos, profissionais ou pessoais, como:

    o planejamento de carreira;

    o gerenciamento do tempo e estabelecimento de metas e prioridades;

    organizao de uma festa;

    decises sobre as compras de supermercado e a escola dos filhos.

    No campo pessoal, crescente o interesse das pessoas por meios que

    aumentem o controle sobre o alcance de objetivos de vida.

  • Para elevar as chances de sucesso os indivduos devem traar os objetivos

    conscientemente e preparar-se para alcan-los:

    aliar-se aos parceiros corretos;

    acompanhar permanentemente os progressos corrigindo eventuais

    falhas;

    examinar e preparar correes de rumo ou alternativas para situaes

    imprevistas.

    O sucesso medido pelo grau de realizao dos objetivos pessoais

    escolhidos, que podem, sim, ser financeiros, mas tambm artsticos,

    religiosos, afetivos ou de auto-realizao.

    INTRODUO

  • Com relao ao futuro da humanidade e da natureza faz-se necessrio

    pensar a administrao para a vida no sentido de contribuio que essa

    formao pode dar para a manuteno das condies necessrias de vida

    na Terra

    A administrao uma das cincias que mais tm a colaborar para a

    definio e manejo das transformaes futuras na busca de solues e de

    sadas.

    O curso de administrao traz uma formao ampla, contando com os

    conhecimentos de vrias reas que so aplicados na prtica, permitindo que

    o profissional tenha uma viso sistmica do mundo.

    INTRODUO

  • Administrao o sistema estruturado e intuitivo que

    consolida um conjunto de princpios, processos e

    funes para alavancar, harmonicamente, o processo de

    planejamento de situaes futuras desejadas e seu

    posterior controle e avaliao de eficincia, eficcia e

    efetividade, bem como a organizao estruturao e

    a direo dos recursos alocados nas reas funcionais

    das empresas, orientados para os resultados esperados,

    com a minimizao dos conflitos interpessoais.

    Administrao Geral

  • o conjunto de princpios e

    conhecimentos disseminados e

    comuns prtica administrativa,

    dentro de uma abordagem

    especfica, quanto s atividades e

    funes administrativas

    desempenhadas pelas empresas.

    Teoria da Administrao

  • O QUE ADMINISTRAO?

    Fayol, em 1916, foi um dos primeiros autores a diferenciar a

    administrao das atividades desenvolvidas nas empresas,

    dividindo-as em: atividades tcnicas, comerciais, financeiras, de

    segurana, contbeis e administrativas.

    Para Fayol, administrar prever, organizar, comandar, coordenar e

    controlar.

    A definio til e universal, pois baseia-se num ciclo natural e

    frequente em nossa vida: planejamento execuo controle

    ou, de forma similar: reflexo-ao-reflexo

  • ADMINISTRAO

    GERAL

    OPERAES

    MARKETING

    PESQUISA E

    DESENVOLVIMENTO

    RECURSOS

    HUMANOS

    FINANAS

    As principais funes organizacionais

  • Drucker afirma que a administrao a realizao, pelo administrador,

    de cinco operaes bsicas que, juntas, resultam na integrao dos

    recursos em um organismo vivel e em desenvolvimento. Sendo

    essas operaes:

    a fixao de objetivos

    a organizao, dividindo o trabalho e atribuindo responsabilidades

    a motivao e a comunicao, por meio das polticas de gesto de

    pessoas e do relacionamento com elas

    a mensurao e a avaliao

    a formao de pessoas

    O QUE ADMINISTRAO?

  • ADMINISTRAR REUNIR E

    APLICAR,

    DA MELHOR FORMA POSSVEL,

    OS RECURSOS DISPONVEIS

    O QUE ADMINISTRAO?

  • RECURSOS

    HUMANOS

    MATERIAIS

    FINANCEIROS

    INFORMAO

    ESPAO

    TEMPO

    ORGANIZAO PRODUTOS

    SERVIOS

    OBJETIVOS

    Uma organizao um sistema de trabalho que transforma

    recursos em produtos e servios

  • Quais so os recursos?

    Genericamente e de acordo com a teoria econmica mais tradicional, so sempre os

    mesmos: terra, trabalho e capital.

    Hoje a tecnologia ganhou destaque como recurso diferenciado e relevante, durante o sculo

    XX.

    A partir dos anos 80, o conhecimento e os ativos intangveis em geral, como marca e a

    imagem, ganharam importncia num contexto de competitividade sistmica

    A disponibilidade dos recursos e as possibilidades de reuni-los e aplic-los tm sido objeto de

    regulamentaes crescentes durante a histria da humanidade.

    O significado de recursos disponveis, ainda mais numa sociedade em rede e num mundo

    globalizado, transcende as fronteiras da organizao, como demonstra o nmero crescente de

    esforos voltados aprendizagem coletiva.

    O QUE ADMINISTRAO?

  • Quando nos aprofundamos um pouco no significado da melhor forma possvel para alocao dos

    recursos, alm de indagaes tcnicas, h questes ticas permanentes.

    O administrador, e tambm certos profissionais como os engenheiros, tendem a ver a forma mais

    eficiente como a melhor, ou seja, aquela que otimiza (coloca no ponto timo) a relao entre

    insumos ou recursos utilizados e o resultado ou produto conseguido, como podemos notar na

    frmula simples a seguir:

    Produto

    RecursosEficincia =

    Os aspectos tcnicos e financeiros, embora centrais e dominantes na mente dos

    administradores, no esgotam o assunto. Outras questes devem ser levantadas:

    Melhor para quem?

    Melhor por qu?

    O QUE ADMINISTRAO?

  • ETIMOLOGIA

    Administrao do latim, administratio , cujo ncleo semntico

    repousa em minister: o que serve, o que ajuda, o que assiste, o

    que executa, conselheiro.

    Administrar :

    processo

    objetivo comum

    soluo de problemas

    tomada de deciso

    atribuio de autoridade

    Coordenao

    ao

  • 15

    Cincia e

    Administrao

  • ORIGENS

    Foi com o impulso do americano Taylor, em seu livro Princpios da Administrao Cientfica, de 1911,

    que ocorreu mundialmente a valorizao da administrao como disciplina cientfica.

    A publicao do francs Fayol, em 1916, tambm representou um referencial importante, embora a

    divulgao internacional tenha sido mais tardia e mais lenta.

    As proposies dos precursores da administrao, principalmente as de Taylor, foram desenvolvidas

    sob clara inspirao em Descartes, que viveu no sculo XVII e influencia at hoje as concepes de

    cincia, com as ideias de diviso mente-corpo e sujeito-objeto.

    A influncia cartesiana e iluminista marcante no pensamento taylorista, cujo princpio fundamental

    a substituio do critrio individual por uma cincia.

    Nada mais cartesiano do que um estudo de tempos, movimentos e ferramentas proposto por Taylor.

  • ADMINISTRAO E TEORIA CIENTFICA

    Segundo Chaui, teoria cientfica um sistema ordenado de proposies baseadas em

    princpios, cuja finalidade descrever, explicar e prever do modo mais completo

    possvel um conjunto de fenmenos.

    Essa ideia aplica-se a todos os campos de conhecimento humano e sugere claramente

    trs indagaes, quando pensamos na administrao:

    Qual o conjunto de fenmenos que representa o foco da administrao?

    Quais so os princpios e as proposies bsicas?

    As proposies bsicas esto ordenadas e formam um corpo de conhecimento

    que permite compreender, explicar e prever os fenmenos?

  • ADMINISTRAO E TEORIA CIENTFICA

    A administrao ainda no representa uma cincia amadurecida, com um corpo sistematizado e

    preciso de conhecimentos como a matemtica, a fsica, a qumica e a biologia.

    incrvel a dificuldade para selecionar entidades fundamentais da administrao, dada a enorme

    abrangncia de seu campo de atuao.

    A administrao tem um foco de interesse ou ateno mais amplo e mais disperso do que as

    cincias citadas, em parte, porque um campo de estudos mais novo.

    A administrao representa uma sntese incompleta de diversas reas do conhecimento e d

    utilidade e potencializa cada vez mais esses campos, quando procura avidamente aplic-los ao

    mundo organizacional.

    Uma decorrncia dessa grande insero da administrao no universo da prtica que,

    embora tenhamos um nmero crescente de pesquisas e estudos bem fundamentados,

    eles convivem com um nmero maior ainda de publicaes prescritivas e pouco

    embasadas.

  • O mtodo cientfico baseado no referencial das cincias bsicas. De modo simplificado, os passos

    para a gerao do conhecimento cientfico nas cincias bsicas podem ser descritos como:

    1. Observar o mundo e tecer hipteses - as hipteses tendem a ser simples, envolvendo poucas

    dimenses e variveis por vez.

    2. Conduzir experimentos para tentar falsear as hipteses - o mtodo preferido conceber

    experimentos que fixem o mximo nmero de outras variveis que poderiam interferir no resultado,

    de forma a testar poucas relaes de causalidade inequvocas.

    3. Concluir pela corroborao ou refutao da hiptese - um nico resultado que

    consistentemente contradiga a hiptese suficiente para rejeit-la.

    ADMINISTRAO E TEORIA CIENTFICA

    CICLO DO APRENDIZADO NAS CINCIAS

  • ADMINISTRAO COMO CINCIA SOCIAL

    APLICADA

    Em geral, os cientistas da administrao esto mais preocupados em descobrir o como fazer do

    que o como das cincias tericas.

    A palavra-chave das cincias tericas ser (como ; porque assim); j a das aplicadas fazer

    (para que fazer; como fazer).

    Nas tericas, a aplicao prtica um subproduto desejvel; nas aplicadas, a gerao de

    conhecimento terico um subproduto necessrio.

    O campo de estudo da cincia administrativa procura responder questes que se dividem em dois

    grandes grupos: um mais ligado s finalidades das organizaes, seu planejamento e controle, e

    outro mais relacionado aos meios para atingi-los.

    A administrao pode ser definida como a cincia social aplicada que estuda os objetivos e os

    meios para atingi-los em sistemas sociais.

  • UM MODELO PARA ORGANIZAR O

    CONHECIMENTO ADMINISTRATIVO

    A estruturao e integrao dos conhecimentos essencial em qualquer campo do

    conhecimento. Sem a estruturao e integrao, as noes e conceitos permanecem esparsos e o

    conhecimento uma simples coleo no organizada de observaes, conceituaes ... que

    podem chegar a ser conflitantes

    (Zaccarelli, 1975: p. 2).

    Para Zaccarelli, a estrutura atual dos conhecimentos transmitidos pelos livros tem para os

    alunos as seguintes consequncias:

    dificuldade de reteno do conhecimento;

    dificuldade de fornecer uma viso ampla e sem lacunas;

    responsabilidade (do aluno) de por si s integrar os conhecimentos obtidos.

  • UM MODELO PARA ORGANIZAR O

    CONHECIMENTO ADMINISTRATIVO

    A forma mais comum de organizar o conhecimento descrita nos cursos e na literatura a

    abordagem das funes do administrador: planejamento, organizao, direo e controle.

    Tambm possvel organiz-lo pelos nveis de complexidade ou formas de agregao:

    indivduo pessoa especfica e diferenciada das demais;

    grupo conjunto de indivduos interdependentes;

    rea funcional finanas, marketing, produo, gesto de pessoas;

    empresa organizao como um todo;

    cadeia produtiva sequncia de entidades, processos e elos desde os fornecedores de

    matrias-primas at os consumidores finais;

    cluster mais abrangente do que cadeia produtiva, envolve instituies que

    afetam a empresa e o setor e que influenciam as suas possibilidades de atuao

    de diversas formas

    sociedade apenas uma das maneiras de expressar o ambiente externo s

    organizaes.

  • UM MODELO PARA ORGANIZAR O

    CONHECIMENTO ADMINISTRATIVO

    Outra maneira de organizar o conhecimento administrativo atravs dos elementos

    bsicos da administrao, que so:

    atividade (responsabilidade);

    informao (comunicao);

    deciso (poder, autoridade);

    recursos (humanos, materiais, informao);

    recompensas (prmios, promoo, reconhecimento).

  • UM MODELO PARA ORGANIZAR O

    CONHECIMENTO ADMINISTRATIVO

    Para o indivduo trabalhar bem, ele necessita da articulao dos cinco elementos,

    bem como das funes administrativas e das formas de agregao. Por exemplo:

    planejamento significa articular decises com base em informaes, tendo em

    vista estabelecer as atividades a serem feitas.

    organizar envolve definir quem manda em quem (autoridade, quem decide),

    quem faz o que (atividades, responsabilidades) e quais os canais de

    comunicao (quem deve se comunicar com quem).

  • CONHECIMENTO ADMINISTRATIVO E

    MODISMOS

    O modelo tridimensional para organizar o conhecimento administrativo (ou para o estudo

    da administrao) til, portanto, para:

    ordenar os conceitos e as ideias da rea;

    disciplinar o processo de diagnstico de problemas organizacionais;

    localizar os campos de pesquisa;

    estruturar modelos de organizao.

    Ele previne o simplismo que domina a maioria dos livros de administrao, em que

    iluses passam a ocupar indevidamente o espao das solues mais srias e

    complexas.

    Complexidade inevitvel e deve ser aceita e compreendida para que se possa ter uma

    boa gesto.

  • CONHECIMENTO ADMINISTRATIVO E

    MODISMOS

    Modismos, exageros e propaganda enganosa fazem parte do mundo atual, e a

    administrao no fica de fora dessa onda.

    Vivemos numa sociedade do conhecimento, da informao, mas tambm da confuso, da

    dvida e dos paradoxos.

    Esforos so necessrios para identificar o que relevante e fugir das armadilhas

    representadas pelas solues fceis e enganosas.

    No h certezas e solues prontas na administrao, pois as solues so sempre

    relativas ao contexto nos vrios nveis e formas de agregao.

    Assim, no convm acreditar em frmulas, receitas ou recomendaes que se

    aproximem da auto-ajuda gerencial, da repetio de melhores prticas das empresas

    excelentes ou similares, j que sero sempre duvidosas.

  • 27

    FUNDAMENTOS DE

    ADMINISTRAOA busca do essencial

    Da Escola Clssica

    Produo Enxuta

  • INTRODUO

    O que significam os clssicos em nossa rea?

    So autores pioneiros que nasceram em meados do sculo XIX, morreram no incio

    do sculo XX e tiveram suas ideias divulgadas e aplicadas neste ltimo sculo.

    Taylor (1856-1915), Fayol (1841-1925) e Ford (1863-1947) so os principais

    autores da escola clssica.

    O incio do sculo XX foi marcado pela Revoluo Industrial, pelo crescimento das

    cidades e da demanda por produtos industrializados.

    Foi um perodo de grande crescimento das organizaes principalmente das

    fbricas e, inevitavelmente, cresceu tambm a necessidade de sistematizar os

    conhecimentos empricos referentes administrao.

  • INTRODUO

    A escola clssica de administrao o resultado da unio de esforos de diversos autores

    que procuram sistematizar suas experincias em empresas.

    De modo geral, as obras de Taylor e Fayol se completam, pois as funes administrativas

    explicitadas por Fayol aparecem com outros nomes na obra de Taylor.

    A partir desses primeiros trabalhos e das obras de outros pioneiros como Henry Gantt,

    Frank, Lilian Gilbreth e Harrington Emerson, foi possvel construir uma teoria slida e bem

    estruturada que revolucionou os mtodos da administrao nos pases industrializados.

  • PREOCUPAES COMUNS, QUESTES

    CENTRAIS E PRESSUPOSTOS

    O fato de serem engenheiros, certamente marcou as reflexes de Taylor e Fayol com o elemento da

    busca por eficincia e produtividade, por meio da reduo de custos, mudana de mtodos,

    introduo de inovaes tecnolgicas e melhoria do planejamento.

    Os dois, juntamente com Ford, queriam aumentar a previsibilidade ou reduzir a incerteza decorrente

    de muitos fatores, com destaque para as prprias emoes do ser humano.

    O lado tcnico foi muito desenvolvido, contudo, em suas obras os autores tambm sempre

    procuraram valorizar, a partir dos pontos de vista de suas pocas, as questes humanas, sociais e o

    bem-estar de todos.

    As seguintes questes fizeram parte de suas obras:

    Como dividir o trabalho? Quem faz o qu? Quem manda em quem?

    Como coordenar ou integrar o trabalho dividido?

    Como conseguir motivar as pessoas para realizar o trabalho?

  • PREOCUPAES COMUNS, QUESTES

    CENTRAIS E PRESSUPOSTOS As respostas que obtiveram envolvem inmeros conceitos e proposies que podem ser bem

    compreendidas por meio de duas proposies fundamentais: centralizao e hierarquia; e

    especializao de competncias.

    Os pressupostos reducionistas colocados a seguir no foram explicitados pelos autores, mas so

    importantes para compreender suas ideias:

    Racionalismo Filosfico e Homo Economicus

    A escola clssica rompeu com a tradio nos mtodos de planejar, organizar e controlar o trabalho,

    passando a promover a padronizao de materiais, mtodos e fluxos de trabalho.

    Considerou o homem como um ser racional procura de fins econmicos (homo economicus).

    Abordagem Prescritiva

    Como bastante comum na administrao at os dias de hoje, a abordagem clssica

    tambm procura orientar a ao administrativa independentemente de descries mais

    precisas da realidade.

    O interesse principal descobrir o como fazer, e no o como das cincias tericas.

  • TAYLOR E A ESCOLA DE ADMINISTRAO

    CIENTFICA Para Taylor, a essncia da administrao cientfica est na revoluo mental e nas novas atitudes, e

    no apenas em dispositivos de eficincia, clculo de custos, bonificaes, estudos de tempos,

    movimentos ou superviso funcional.

    Esses dispositivos so teis e importantes, mas so auxiliares ou complementares e, isoladamente, tm

    pouco significado.

    Taylor prope a seguinte combinao global na configurao da administrao cientfica:

    cincia em lugar de empirismo;

    cooperao substituindo o individualismo;

    rendimento mximo em lugar de produo reduzida;

    desenvolvimento de cada homem para alcanar mais eficincia e prosperidade.

    H que se considerar que as ideias de Taylor, e tambm as de Ford, sob uma perspectiva atual,

    podem parecer radicais e drsticas quanto falta de qualidade de vida no trabalho.

    Por outro lado, devemos nos lembrar de que Taylor queria substituir os homens do chicote por novas

    prticas, envolvendo mais planejamento, organizao e controle.

  • TAYLOR E A ESCOLA DE ADMINISTRAO

    CIENTFICA

    Caractersticas do Sistema de Administrao anterior ao proposto por Taylor:

    Segundo Taylor, no incio do sculo XX, antes de suas inovaes, o melhor tipo de administrao

    podia ser definido como aquele em que o trabalhador dava a melhor iniciativa e, em compensao,

    recebia incentivos pessoais do seu patro.

    Esse sistema foi chamado de administrao por iniciativa e incentivo, para distingui-lo e compar-

    lo administrao cientfica.

    A administrao, nesse sistema, apenas incentivaria a iniciativa e o bom desempenho do operrio

    por meio de prmios e, por desconhecer as tarefas, no poderia estabelecer um bom esquema de

    incentivos, ou seja, se todo o grupo aumentasse a produo, surgiria a dvida referente a quem

    deveria ser premiado.

    O principal objetivo da administrao deve ser o de assegurar o mximo de prosperidade

    ao patro e, ao mesmo tempo, o mximo de prosperidade ao empregado.

    Taylor

  • TAYLOR E A ESCOLA DE ADMINISTRAO

    CIENTFICA

    Na linguagem de Taylor, a perda de tempo foi chamada de vadiagem no trabalho e tinha trs

    determinantes bsicos:

    1. O erro que vem de poca imemorial e quase universalmente disseminado entre os

    trabalhadores, de que o maior rendimento do homem e da mquina ter como resultado

    o desemprego de grande nmero de operrios.

    2. A ignorncia dos administradores sobre o tempo necessrio para executar os servios.

    3. Os mtodos empricos ineficientes, geralmente utilizados em todas as empresas, com os

    quais o operrio desperdia grande parte de seu esforo.

  • TAYLOR E A ESCOLA DE ADMINISTRAO

    CIENTFICA

    Para solucionar as falhas da administrao por iniciativa e incentivo, Taylor props quatro

    princpios fundamentais :

    1. Substituio do critrio individual do operrio por uma cincia.

    2. Seleo e aperfeioamento cientfico do trabalhador, que estudado, instrudo, treinado

    e, pode-se dizer, experimentado, em vez de escolher ele os processos e aperfeioar-se

    por acaso.

    3. Cooperao ntima da administrao com os trabalhadores, de modo que faam juntos

    o trabalho, de acordo com leis cientficas desenvolvidas, em lugar de deixar a soluo

    de cada problema, individualmente, a critrio do operrio.

    4. Diviso do trabalho entre gerncia e trabalhadores (1970: p. 50). A experimentao

    cientfica pressupe que deve haver uma diviso do trabalho entre gerncia e os

    operrios.

  • TAYLOR E A ESCOLA DE ADMINISTRAO

    CIENTFICA

    Aplicao dos princpios de Taylor

  • TAYLOR E A ESCOLA DE ADMINISTRAO

    CIENTFICA

    Os autores relatam tambm que Taylor e seus seguidores propuseram um sistema

    cientfico para estabelecer aquela maneira certa:

    1. anlise da forma atual pela qual o trabalho vem sendo executado;

    2. estudo sistemtico dos movimentos necessrios para executar o trabalho, de forma

    a simplific-los e reduzi-los ao mnimo, tornando assim mais rpida a execuo da

    operao;

    3. estudo de tempos e movimentos;

    4. seleo dos instrumentos que permitem maior facilidade e rapidez no trabalho.

    Passos da Experimentao (Determinao da Produo-padro)

  • As contribuies de Fayol foram plenamente incorporadas pelos autores e praticantes da

    administrao, restando ainda hoje poucos pontos polmicos e questionados, o que no

    enfraquece a fora e a originalidade das suas ideias pioneiras:

    diferenciao das operaes administrativas das demais definio do significado e das

    funes da administrao;

    colocao de princpios de administrao com utilidade prtica autoridade e

    responsabilidade, unidade de comando, unidade de direo e outros;

    indicao das variaes no trabalho administrativo e, consequentemente, dos

    conhecimentos

    necessrios a diferentes cargos da empresa;

    demonstrao da necessidade e possibilidade do conhecimento administrativo.

    FAYOL E A ESCOLA DA GERNCIA

    ADMINISTRATIVA

  • Fayol postula que o conjunto das operaes de toda empresa pode ser dividido em seis grupos,

    sendo os cinco primeiros j bem conhecidos poca:

    1. Operaes tcnicas: produo, fabricao, transformao;

    2. Operaes comerciais: compras, vendas, permutas;

    3. Operaes financeiras: procura e gerncia de capitais;

    4. Operaes de segurana: proteo de bens e de pessoas;

    5. Operaes de contabilidade: inventrios, balanos, preos e custo, estatstica etc.

    FAYOL E A ESCOLA DA GERNCIA

    ADMINISTRATIVA

    Nenhuma das cinco funes precedentes tem o encargo de formular o programa geral de ao

    da empresa, de constituir o seu corpo social, de coordenar os esforos, de harmonizar os atos.

    Essas operaes no fazem parte das atribuies de carter tcnico, nem tampouco das

    funes comercial, financeira, de segurana ou de contabilidade. Elas constituem outra funo,

    designada habitualmente sob o nome de administrao, cujas atribuies e esfera de ao so

    muito definidas.

    Fayol

  • Fayol destaca o sexto conjunto, reconhecido por ele como presente e importante, mas at ento

    nunca tratado separadamente:

    6. Operaes administrativas: previso, organizao, direo, coordenao e controle.

    Foi Fayol quem props a definio mais popular at os dias de hoje do que significa administrao:

    Administrao prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.

    Para detalhar essa afirmao, temos de entender que:

    prever perscrutar o futuro e traar o programa de ao;

    organizar constituir o duplo organismo, material e social da empresa;

    comandar dirigir o pessoal;

    coordenar ligar, unir e harmonizar todos os atos e todos os reforos;

    controlar velar para que tudo corra de acordo com as regras estabelecidas e as ordens dadas.

    FAYOL E A ESCOLA DA GERNCIA

    ADMINISTRATIVA

  • Os Princpios e Elementos de Administrao propostos por Fayol:

    1. A diviso do trabalho faz parte da natureza.

    2. A autoridade consiste no direito de mandar e no poder de se fazer obedecer.

    3. A disciplina o respeito aos convnios, que tm por objetivo a obedincia, a assiduidade, a atividade e os

    sinais exteriores com que se manifesta o respeito.

    4. Unidade de comando: para a execuo de um ato qualquer, um agente deve receber ordens somente de

    um chefe.

    5. Unidade de direo: um s chefe e um s programa para um conjunto de operaes que visam ao mesmo

    objetivo.

    6. Subordinao de interesse particular ao geral: Esse princpio nos lembra que, numa empresa, o interesse

    de um agente ou de um grupo de agentes no deve prevalecer sobre o interesse da empresa.

    7. A remunerao do pessoal: o prmio pelo servio prestado. Deve ser equitativa e, tanto quanto possvel,

    satisfazer, ao mesmo tempo, ao pessoal e empresa, ao empregador e ao empregado.

    FAYOL E A ESCOLA DA GERNCIA

    ADMINISTRATIVA

  • 8. Centralizao: tal como a diviso do trabalho, a centralizao um fato de ordem natural; em todo

    organismo, animal ou social, as sensaes convergem para o crebro ou direo e, do crebro ou

    direo, partem as ordens que movimentam todas as partes do organismo.

    9. Hierarquia: constitui a hierarquia a srie dos chefes que vai da autoridade superior aos agentes

    inferiores.

    10. Ordem: conhecida a frmula da ordem material: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.

    11. Equidade: A justia a realizao das convenes estabelecidas. Mas os convnios no podem

    prever tudo; necessrio interpret-los pormenorizadamente ou suprir sua insuficincia.

    12. Estabilidade do pessoal: um agente precisa de tempo para iniciar-se em uma nova funo e chegar a

    desempenh-la bem admitindo-se que seja dotado das aptides necessrias.

    13. Iniciativa: essa possibilidade de conceber e de executar o que se chama iniciativa.

    14. Unio do pessoal: a harmonia e a unio do pessoal de uma empresa so uma grande fonte de

    vitalidade para ela.

    FAYOL E A ESCOLA DA GERNCIA

    ADMINISTRATIVA

  • O trabalho de Fayol interessante, pois a literatura e o ensino de administrao tm, ao longo do tempo,

    privilegiado a faceta de seu livro que enfatiza as semelhanas do trabalho administrativo, ou seja, as famosas

    funes: planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar.

    Em sua anlise da influncia do nvel hierrquico do cargo sobre o comportamento administrativo, Fayol

    chegou a duas principais concluses:

    1. em todas as classes de empresas, a capacidade essencial dos agentes inferiores a capacidade

    profissional caracterstica da empresa, e a capacidade essencial dos agentes superiores a capacidade

    administrativa;

    2. medida que algum se eleva na escala hierrquica, a importncia relativa da capacidade

    administrativa aumenta, enquanto a da capacidade tcnica diminui.

    FAYOL E A ESCOLA DA GERNCIA

    ADMINISTRATIVA

    Quanto aos impactos do porte da empresa sobre o trabalho administrativo, o autor extraiu como principais

    concluses:

    1. a capacidade principal do chefe da pequena empresa industrial a capacidade tcnica;

    2. a capacidade principal dos chefes das grandes empresas a capacidade administrativa.

  • FORDISMO

    Ford nasceu na cidade de Dearborn, no estado de Michigan, nos Estados Unidos, em

    1863, numa poca efervescente em termos polticos, conflitos armados e avanos

    tecnolgicos nas armas, transportes e comunicaes.

    Formou a Ford Motor Company em 1903, com 40 anos de idade, com outros 11

    investidores e US$ 28 mil de capital.

    O Fordismo, tambm conhecido como produo em massa, apresenta cinco componentes

    principais:

    Intercambialidade

    Padronizao

    Especializao

    Linha de montagem

    Integrao vertical

  • FORDISMO

    Conforme dados apresentados por Womack, Jones & Ross, o tempo trabalhado por um operrio

    antes que as mesmas operaes fossem novamente repetidas passou de 514 minutos em 1908

    para 2,3 minutos em 1913, s vsperas da introduo da linha de montagem, e apenas 1,19 minuto

    com a linha de montagem em plena operao na nova fbrica de Highland Park, em Detroit.

    Um carro era montado em 93 minutos.

    Tendo em conta os objetivos que perseguia, o modelo de Ford alcanou resultados inquestionveis.

    Em 1914, o salrio mdio de 2,50 US$/dia subiu para US$ 5/dia.

    O pico anual de produo foi atingido em 1920, com dois milhes de veculos iguais. Em 1925, o

    preo real para o consumidor j havia cado 2/3, de 825 dlares, em 1908, para US$ 260.

  • PRODUO ENXUTA

    Algumas adaptaes na estrutura observada no Fordismo, resultaram no que veio a ser chamado

    de produo enxuta, cujas caractersticas principais so:

    Responsabilidade pela qualidade pertence a cada trabalhador.

    Reduo de estoque de matrias-primas por meio de acordos e parcerias com fornecedores.

    Projetos de novos produtos com menor durao (envolvimento de fornecedores) e formao

    de equipe de projeto com dedicao exclusiva ao mesmo.

    Trabalhadores multiqualificados em todos os nveis da organizao.

    A maior parte dos trabalhadores atua em equipes.

    Maior proximidade com o consumidor.

    Mquinas altamente flexveis e cada vez mais automatizadas.

    Sincronizao do conjunto de processos internos e relaes externas atravs do just-in-time

    e kanban.

  • PRODUO ENXUTA

    E, segundo Womack, Jones e Ross (1992), suas principais vantagens so:

    Melhorias constantes nos processos produtivos.

    Menor tempo de montagem.

    Menores ndices de defeitos.

    Menor necessidade de espao fsico.

    Planta da General Motors em Framingham versus a Planta da Toyota em Takaoka, 1986.

    Fonte: Pesquisa Muncial das Montadoras do IMVP. (ROSS, 1993:23)

  • BRASIL NA VANGUARDA: CONDOMNIO

    INDUSTRIAL E CONSRCIO MODULAR

    O consrcio modular da Volkswagen foi instalado em 1995 em Resende, no estado do Rio de

    Janeiro, para a produo de caminhes e nibus, inspirando um prottipo da fbrica do futuro, com

    as seguintes caractersticas:

    1. A fbrica de propriedade da VW possui apenas 300 funcionrios prprios; os fornecedores

    esto instalados na mesma planta industrial e so responsveis pela produo e montagem

    de mdulos especficos, quais sejam:

  • BRASIL NA VANGUARDA: CONDOMNIO

    INDUSTRIAL E CONSRCIO MODULAR

    2. Volks a responsvel pela engenharia de produto, controle de qualidade, interface

    com o cliente e logstica de distribuio. Os consorciados so responsveis por

    mdulos montados com funcionrios prprios.

    3. Padres de remunerao, benefcios, uniformes, recrutamento e treinamento e

    outros aspectos obedecem a uma poltica comum.

    4. Diferentemente das terceirizaes comuns, o relacionamento da VW com os

    demais consorciados baseia-se em um novo tipo de repartio de investimentos,

    custos, responsabilidades e riscos.

    5. As montagens dos mdulos so desenvolvidas em paralelo, permitindo a reduo

    do tempo total de montagem.

  • 50

    FUNDAMENTOS DE

    ADMINISTRAOA busca do essencial

    Da Burocracia ISO

    9000

  • INTRODUO

    Burocracia: modelo ideal de organizao voltada mxima racionalidade.

    A ao racional aquela em que h adequao dos meios em relao aos fins que se

    quer atingir.

    Quanto menos aes, menos dificuldades, mais rapidez, maior a racionalidade.

    O estudo das burocracias realizado por Weber no pretende apresentar as

    caractersticas mdias desse fenmeno social, mas sim estud-lo de uma forma que

    realce suas caractersticas consideradas puras.

    O modelo de Weber chamado de modelo ideal, por existir apenas de forma

    conceitual, apenas no plano das ideias.

  • INTRODUO

    O tipo ideal weberiano no existe em sua forma pura.

    Trata-se do fim de uma escala e no de um estado desejado nem de realidade

    emprica.

    Weber procurou reduzir a realidade social e histrica a propores tipolgicas

    inteligveis. Sua preocupao era com a perfeio da conceituao.

    Portanto, trata-se de um grande equvoco criticar as burocracias reais como se

    fossem propostas de Weber.

  • PODER, DOMINAO E AUTORIDADE

    Poder: potencial para o exerccio da dominao.

    Poder significa a possibilidade de impor a prpria vontade sobre a conduta alheia, qualquer

    que seja o fundamento dessa possibilidade.

    Dominao: manifestao do exerccio do poder.

    Dominao representa um estado de coisas pelo qual uma vontade manifesta por meio de

    uma ordem dada pelo dominador influi sobre os atos de outros, de tal forma que esses atos

    tm lugar como se o(s) dominado(s) tivesse(m) adotado o contedo da ordem.

    Autoridade: dominao legitimada.

    A autoridade se caracteriza em grupos quando as ordens so aceitas voluntariamente,

    envolvendo uma suspenso, a priori, do julgamento quanto validade ou mrito da ordem.

    A concordncia voluntria pode ser baseada, de acordo com Weber, em trs tipos de

    autoridade: carismtica, tradicional e racional legal ou burocrtica.

  • Obedincia a pessoas (autoridade pessoal).

    Autoridade carismtica aquela em que a legitimidade se baseia nas caractersticas

    extraordinrias do indivduo que detm o poder. Esse tipo de autoridade ocorre na liderana

    poltica, por exemplo.

    Autoridade tradicional aquela em que se julga que o que foi vlido no passado ser vlido no

    futuro. Esse tipo de autoridade conservador e avesso a mudanas. Os reis do passado, pai e

    me, em certas sociedades, exercem esse tipo de autoridade.

    Obedincia a normas e no a pessoas

    Autoridade racional-legal ou burocrtica aquela que se baseia na crena em normas legais

    formalmente definidas. destinada a organizar a conduta na busca racional de finalidades

    especficas.

    PODER, DOMINAO E AUTORIDADE

  • CARACTERSTICAS DA BUROCRACIA

    A autoridade burocrtica reduziria ao mnimo o impacto das diversidades

    humanas para o desempenho das organizaes, fazendo com que seus

    participantes se comportassem de maneira a buscar unicamente o alcance dos

    objetivos coletivos, independentemente dos pessoais.

    A autoridade burocrtica pura busca a mxima racionalidade no sentido de

    preciso, continuidade, rigor, confiana e previsibilidade.

    Como almejado por Taylor e Ford, com a aplicao da burocracia weberiana,

    teramos previsibilidade e uniformidade.

    Esses objetivos se atingem, segundo Weber (1969), por cinco caractersticas da

    burocracia: formalidade, impessoalidade, centralizao, hierarquia, especializao

    e quadro administrativo burocrtico.

    Racionalidade:

    preciso,

    continuidade,

    rigor, confiana

    e previsibilidade

  • CARACTERSTICAS DA BUROCRACIA

    A formalidade se define por um sistema de normas racionais, escritas e exaustivas, que

    estabelecem com preciso as relaes de mando e subordinao, distribuindo as atividades a

    serem executadas de forma sistemtica, tendo em vista o alcance de objetivos predeterminados.

    A impessoalidade a segunda forma bsica de expresso da racionalidade. A administrao

    burocrtica se realiza desconsiderando a individualidade. O indivduo utilizado por seu

    conhecimento, experincia e competncia.

    Centralizao e hierarquia, e tambm a unidade de comando, so princpios expostos por

    Fayol e esto presentes no modelo burocrtico.

    Especializao e diviso do trabalho, relembrando mais uma vez os princpios de Fayol. As

    tarefas so divididas e atribudas a funcionrios conforme jurisdies formalmente definidas.

  • CARACTERSTICAS DA BUROCRACIA

    O quadro administrativo burocrtico, para Weber, exercido por meio de indivduos que:

    so pessoalmente livres, com deveres relativos apenas ao cargo;

    trabalham em hierarquia administrativa, rigorosa monocracia;

    tm competncia rigorosamente fixada;

    atuam em virtude de um contrato, baseado na qualificao profissional;

    so recompensadas em dinheiro;

    exercem o cargo como nica ou principal profisso;

    tm perspectiva de ascenso (carreira);

    trabalham com completa separao dos meios de produo;

    atuam sem apropriao do cargo;

    esto submetidas a rigorosa disciplina.

  • LIMITAES DA VIDA REAL NAS

    BUROCRACIAS

    Alguns autores, como Thompson, no livro Moderna Organizao, de 1967,

    analisaram as doenas da burocracia: burose e buropatologia,

    caracterizadas pela averso ou apego excessivo s normas.

    Os afetados pela burose so denominados burticos: odeiam seguir

    regulamentos.

    Os buropatas, contaminados pela buropatologia, adoram os regulamentos,

    querem segui-los em todos os detalhes, mesmo quando no funcionam.

    Para Thompson (1967), o principal problema da burocracia a tendncia ao

    desencontro entre poder e competncia, ideia divulgada jocosamente pelo

    princpio de Peter: Todo mundo incompetente, inclusive voc.

    Weber injustiado:

    os autores apontam

    as limitaes das

    burocracias reais

    como se fossem

    criaes de Weber.

  • LIMITAES DA VIDA REAL NAS

    BUROCRACIAS

    Burocracia como instrumento de

    controle.

  • BUROCRACIA, ISO 9000 E GESTO PBLICA

    Weber provavelmente ficaria feliz se voltasse Terra atualmente e visse as normas ISO 9000

    adotadas para desenvolvimento e certificao de sistemas de qualidade.

    Nesses sistemas, objetivos, polticas e procedimentos escritos so considerados essenciais, como

    ele havia pensado h 100 anos.

    Se pudesse compreender os complexos meandros da informtica e internet, tambm perceberia que

    o nmero de normas escritas aumentou muito.

    O direito administrativo, que rege as relaes internas e externas do setor pblico, segue preceitos

    tipicamente weberianos, como legalidade e eficincia (art. 37 da Constituio brasileira).

    A Lei n 8.666, de 21/6/1993, que regulamenta as compras pblicas, procura defender as vantagens

    para o setor pblico com imparcialidade e direitos iguais para os envolvidos, ou seja, com a

    aplicao do princpio weberiano da impessoalidade.

    preciso mais burocracia, no sentido weberiano: imparcialidade, impessoalidade,

    valorizao do saber profissional especializado. Afinal, do ponto de vista do modelo

    ideal, as normas ruins e excessivas tambm deveriam ser eliminadas.

  • BUROCRACIA, ISO 9000 E GESTO PBLICA

  • 62

    FUNDAMENTOS DE

    ADMINISTRAOA busca do essencial

    O Trabalho e o

    Desempenho Gerencial

  • INTRODUO

    Joseph Schumpeter (1959), no incio do sculo passado, reconheceu o papel

    representado pelos empresrios como um forte estmulo ao desenvolvimento

    capitalista.

    John Kenneth Galbraith (1983), com o conceito de tecnoestrutura relatado no

    livro O Novo Estado Industrial, ilustra com clareza o mundo em que os mais

    altos executivos das grandes corporaes, mesmo no detendo o controle

    acionrio, detm o esprito empreendedor, fora motriz qual Schumpeter se

    referia.

    Uma evidncia clara de valorizao dos administradores o seu ingresso no

    restrito rol das vedetes e olimpianos da sociedade.

    At recentemente, a admirao social era suscitada apenas por grandes

    polticos, artistas ou atletas.

  • INTRODUO

    Atualmente, altos executivos como Bill Gates, Steve Jobs, Antnio Ermrio de

    Moraes e Olavo Setubal, bem como treinadores como Bernardinho, Felipo e

    Luxemburgo, so constantemente alvo das atenes, ocupando espaos

    privilegiados nos meios de comunicao e gerando admirao, respeito e,

    dependendo de seus atos, at mesmo questionamentos.

    No Brasil, tambm temos grandes empresrios e gestores, como Irineu

    Evangelista de Souza (o Baro de Mau), Francisco Matarazzo e Jos Ermrio

    de Moraes.

    No apenas de altos executivos vivem as organizaes.

    H outros administradores ocupando cargos em vrios nveis e que, s vezes

    com menos glamour, compem um verdadeiro exrcito de profissionais que

    podem ser includos na categoria de gerentes.

  • A IMPORTNCIA DA COMPREENSO

    O sucesso das organizaes em geral e das empresas em particular tem sido medido

    atravs de indicadores de desempenho tradicionais em cada caso.

    Nas empresas, o crescimento das vendas, a lucratividade, a participao de mercado, a

    taxa de retorno, a valorizao das aes e outros similares so preocupao constante

    de empresrios, acionistas e administradores.

    J nos rgos da administrao pblica e em ONGs os mais comuns so aqueles

    ligados ao atendimento demanda por bens, servios ou mesmo aqueles ligados

    produtividade ou eficincia no uso dos recursos disponveis.

    Um dos aspectos que pode explicar o desempenho diferenciado de algumas a sua

    qualidade gerencial.

    Muitas organizaes despendem recursos vultosos em programas de desenvolvimento

    gerencial com base em sesses de treinamento e reciclagem, visando a um

    aperfeioamento da capacitao gerencial da organizao.

  • A IMPORTNCIA DA COMPREENSO

    Outro fenmeno frequentemente associado m compreenso do trabalho administrativo a troca

    compulsiva de pessoas em decorrncia de maus resultados das unidades sob sua responsabilidade, o

    que acarreta, muitas vezes, a perda de bons profissionais.

    A troca compulsiva dos tcnicos de futebol marcante em nossos campeonatos e procura justificar

    fracassos sem anlises mais profundas.

    Essa discusso ilustra a importncia de se compreender em profundidade o trabalho administrativo.

    Para elevar o desempenho dos executivos e aumentar deve-se partir de um modelo abrangente para

    compreender o comportamento no cargo administrativo, bem como sua profunda e complexa

    interao com barreiras, facilitadores, recompensas e resultados. Isso envolve as questes:

    Como relacionar o comportamento no cargo com seus condicionantes e

    determinantes?

    Dada uma certa configurao de fatores, qual o comportamento do administrador

    que maximizar sua possibilidade de sucesso?

  • O QUE UM GERENTE?

    Algumas caractersticas da atividade gerencial:

    O administrador mais comum contratado, um profissional que administra

    negcios alheios, ainda que tambm possa administrar negcios prprios;

    O nosso gerente tem autoridade sobre a empresa como um todo ou sobre

    uma rea, um patrimnio, uma equipe ou uma tarefa;

    Ele, em geral, tem colegas de mesmo nvel ou autoridade equivalente, tem

    pares, parte de um corpo gerencial;

    Trabalha em uma estrutura hierrquica, em que so compartilhados ideias e

    objetivos comuns;

    Tem subordinados, em relao aos quais planeja, inspeciona, controla e avalia

    o trabalho;

    Tem o poder de estabelecer normas e regras a serem seguidas

  • MODELO PARA ENTENDIMENTO DO

    TRABALHO ADMINISTRATIVO

    Para Campbell, Dunnette, Lawler & Weick o comportamento eficaz de um

    administrador funo de uma interao complexa de elementos: suas

    prprias caractersticas pessoais, as influncias tanto das tarefas que deve

    executar como da organizao e do ambiente externo em que est operando.

    Quais so as

    variedades de

    combinaes de

    circunstncias

    organizacionais,

    caractersticas

    pessoais e padres

    de comportamento

    que compem um

    processo de

    administrao

    percebido como

    eficaz?

    Esquema dos determinantes do comportamento administrativo

  • MODELO PARA ENTENDIMENTO DO

    TRABALHO ADMINISTRATIVO

    Modelo para entendimento do trabalho administrativo(adaptado de Campbell, Dunette, Lawler & Weick, 1970)

    O

    Entendimento

    mais amplo do

    desempenho

    gerencial

    custoso, mas

    evita as

    armadilhas da

    simplificao

    ilusria.

  • MODELO PARA ENTENDIMENTO DO

    TRABALHO ADMINISTRATIVO

    O significado de cada um dos componentes do modelo pode ser assim explicado:

    1. Pessoa: o indivduo cujo desempenho no cargo e resultados da atuao

    esto sendo analisados; suas caractersticas individuais, tanto emocionais

    como intelectuais influenciam significativamente o comportamento no cargo.

    2. Exigncias do Cargo: o cargo o principal determinante do que uma pessoa

    faz numa organizao. As exigncias do cargo incluem o conjunto de

    comportamentos que o ocupante deve ter ao desempenh-lo.

    3. Influncias da Organizao: inclu conceitos como recursos humanos

    disponveis ao administrador, forma como esses recursos esto estruturados,

    recursos financeiros, materiais e informaes disponveis, e o modo como o

    administrador tem acesso a esses recursos (sistemas de informaes

    existentes etc.).

  • MODELO PARA ENTENDIMENTO DO

    TRABALHO ADMINISTRATIVO

    4. Influncias do Ambiente Externo: tem influncia direta no impacto que a

    organizao causa sobre seus cargos.

    5. Comportamento do Cargo: representa o que a pessoa faz no cargo, em

    funo de suas prprias escolhas e das demandas e restries a que est

    sujeita.

    6. Desempenho no Cargo: representa uma avaliao da qualidade da atuao

    do ocupante do cargo administrativo, ou seja, quo bem seu comportamento

    se ajusta s exigncias.

    7. Resultados Atingidos: so os resultados que indicam o desempenho da

    organizao ou unidade(s) sob controle do administrador.

  • MODELO PARA ENTENDIMENTO DO

    TRABALHO ADMINISTRATIVO

    8. Informaes Quanto ao Desempenho no Cargo: a forma como o ocupante

    do cargo recebe informaes sobre a qualidade de seu desempenho

    fundamental para seu progresso.

    9. Informaes Quanto aos Resultados Atingidos: A maneira como o

    administrador percebe os resultados atingidos pela organizao ou como

    terceiros a ele ligados entendem esses resultados tambm afeta o seu

    desempenho.

    importante compreender as diferenas entre

    comportamento, desempenho e resultados. Nem

    sempre um goleiro que jogou muito bem e,

    portanto, teve timo desempenho consegue a

    vitria (resultado) desejada pela equipe.

  • 73

    FUNDAMENTOS DE

    ADMINISTRAOA busca do essencial

    Similaridades e Variaes

    do Trabalho Gerencial

  • INTRODUO

    Basicamente, duas abordagens podem ser utilizadas para a anlise e a

    compreenso do que o administrador realmente faz.

    A primeira corresponde as similaridades, s semelhanas entre o trabalho dos

    diversos tipos de gestores, buscando identificar as caractersticas que so

    comuns, que se repetem no trabalho daqueles considerados administradores.

    A segunda a das diferenas, e procura apontar os comportamentos do

    administrador que variam em funo de causas diversas.

    John P. Kotter (1982) sintetiza, com muita propriedade, essas vises alternativas

    em trs questes:

    Em que aspectos os administradores comportam-se igualmente?

    Em que aspectos os administradores comportam-se diferentemente?

    O que causa essas variaes?

  • INTRODUO

    A abordagem das similaridades tem recebido uma clara predileo dos autores,

    o que pode ser percebido pelo incontvel nmero de obras escritas sobre

    administrao.

    Esses autores tm contribuies preciosas a fornecer.

    No entanto, no se pode perder de vista que o exerccio da administrao

    algo extremamente dependente do objeto a administrar e do contexto de

    trabalho.

    Dirigir uma grande empresa diferente de faz-lo numa pequena.

    Um conjunto de comportamentos apregoados como eficazes por um autor

    pode revelar-se simplesmente desastroso, se aplicado em uma situao muito

    diferente daquela adotada implicitamente como referncia.

  • SIMILARIDADES DO TRABALHO

    ADMINISTRATIVO

    Trs similaridades so merecedoras de destaque:

    brevidade, fragmentao e variedade dos trabalhos;

    preferncia pela vida de ao em detrimento de questes genricas;

    preferncia pela comunicao oral.

    A similaridade mais forte do trabalho administrativo o predomnio de

    atividades breves e variadas, que provocam elevada descontinuidade e a

    fragmentao dos trabalhos.

    O administrador no cronometra o tempo dedicado a cada tarefa, podendo

    subestimar ou superestimar o tempo de determinada tarefa.

    Muitas vezes o executivo tem dificuldades de saber, com segurana, quais so

    os assuntos que devem ter prioridade.

  • SIMILARIDADES DO TRABALHO

    ADMINISTRATIVO

    Os administradores so sensveis ao custo de oportunidade de seu prprio

    tempo e se mostram permanentemente cientes de suas obrigaes.

    A comunicao tem grande importncia da comunicao para o trabalho do

    administrador.

    Os executivos tm larga preferncia pela comunicao oral, que mais

    espontnea e rpida.

    A predominncia da comunicao oral pode gera problemas, podendo acarretar

    na perda da integridade e preciso da informao que est sendo transmitida.

    interessante notar que a preocupao do administrador em se informar ,

    tambm, um fator determinante do seu trabalho, visto que, para exerc-lo, ele

    tolera um excesso de interrupes (internet, telefonemas, visitantes etc.).

  • SIMILARIDADES DO TRABALHO

    ADMINISTRATIVO

    Os executivos tratam mais de questes e solues especficas do que do

    estabelecimento de regras de aplicao geral (polticas).

    Sobre esse aspecto, Carlson comenta que:

    a tomada de deciso sobre poltica geralmente mais difcil e consumidora de tempo

    do que a deciso sobre detalhes. Mas fazendo assim, ele (executivo) torna-se mais e

    mais preso a um crculo vicioso: ele est demasiadamente sobrecarregado de detalhes

    para ser capaz de tomar decises sobre polticas, mas a principal razo pela qual ele

    est sobrecarregado por detalhes a ausncia de polticas estabelecidas para a

    organizao .

    A ampla variedade e heterogeneidade de assuntos tratados pelos executivos tambm

    causa importantes impactos em seu padro de trabalho.

    H grande desperdcio de tempo por parte do administrador, pois ele tende a efetuar

    um excesso de trabalhos simples, os quais poderiam ser delegados ou ento um

    excesso de trabalhos complexos, mais adequados a especialistas.

  • VARIAES DO TRABALHO GERENCIAL

    O modelo para entendimento do trabalho administrativo serve de guia para a

    identificao dos principais determinantes das variaes:

    o cargo

    a organizao

    as caractersticas pessoais

    Stewart analisou a variao nos

    contatos do cargo e nos padres de

    trabalho, identificando quatro

    grupos de cargos, em termos de

    temas e frequncia dos contatos:

    radial, lateral, vertical e s.

    Possveis contatos do administrador

    Contatos e Padres de Trabalho

  • VARIAES DO TRABALHO GERENCIAL

    Radial

    A administrao dos subordinados toma mais tempo do que outros contatos

    internos.

    Contatos com pares, outros superiores e inferiores.

    O ocupante do cargo depende da cooperao de pessoas de outros departamentos.

    Tempo de contato usualmente superior a 50%, podendo ser muito mais.

    Lateral

    Os contatos com pessoas do mesmo nvel so elevados, tomando tanto tempo ou

    mais do que aqueles com subordinados.

    Muito importante para o ocupante do cargo obter cooperao de pessoas sobre as

    quais ele no tem autoridade.

    Tempo de contato usualmente superior a 50% ou mais.

    Demandas conflitantes so comuns.

  • VARIAES DO TRABALHO GERENCIAL

    Vertical

    Pouco contato com pares.

    Pouca ou nenhuma dependncia de pessoas sobre as quais no tem

    autoridade, com exceo de contatos externos.

    S

    Tempo de contato inferior a 50%.

    Em seu trabalho, Stewart, alm de adotar a abordagem de contatos, adotou a

    abordagem de padres de trabalho, ou seja, a forma pela qual as atividades se

    distribuem pelo tempo e como so originadas.

  • VARIAES DEVIDAS AO PORTE DA

    EMPRESA

    Em seus estudos, Teixeira (1979: p. 1985) detectou alguns efeitos do porte

    da empresa sobre o comportamento administrativo:

    Quanto maior a empresa: maior o nmero de reunies com

    frequncia definida; h menos atendimento e documentao sem

    filtragem; maior a relevncia do excesso de documentao; e

    maior a incidncia de dificuldades de delegar.

    Quanto maior a empresa: maior o tempo requerido por

    atividades de integrao; maior o horizonte temporal de

    orientao dos executivos; menos breves e fragmentadas so as

    atividades; mais desenvolvido e complexo o seu sistema de

    comunicao; e mais tempo dispem os administradores para

    reunies.

  • VARIAES DEVIDAS AO PORTE DA

    EMPRESA

    Os administradores de grandes empresas tendem a ter maior nmero de

    subordinados diretos que seus correspondentes nas empresas de menor

    porte.

    A maioria desses subordinados tem treinamento ou formao mais

    completa para o cargo que ocupam, o que frequentemente no ocorre nas

    empresas pequenas.

    So tambm importantes para os administradores de empresas de grande

    porte o contato e a cooperao de pessoas no subordinadas a eles.

    Isso implica um perfil de negociador interno mais presente em

    administradores de grandes organizaes do que em seus correspondentes

    nas pequenas e mdias.

  • PERSONALIDADE: COLETA INFORMAES,

    PADRES DE TRABALHO E TOMADA DE DECISO

    Conforme classificao de Cattell (1950), certos traos de personalidade

    influenciam a atuao gerencial classificada nas seguintes dimenses:

    Contatos e informaes

    Padres de trabalho

    Anlise de problemas e decises

    Contatos e Informaes

    Administradores que tm problemas em relao a seus contatos apresentam alta

    probabilidade de serem mal informados.

    A deficincia em obter as informaes necessrias tomada de decises pode

    conduzir a inmeras falhas.

  • PERSONALIDADE: COLETA INFORMAES,

    PADRES DE TRABALHO E TOMADA DE DECISO

    Indivduos que apresentam traos de personalidade que causam atitude de contnua

    insatisfao tendem a exigir mais informaes do que as que efetivamente seriam necessrias

    ao seu processo decisrio.

    O grande volume de informaes que passam a receber perturba seu desempenho, pois passa

    a ser fisicamente invivel receber, analisar e processar tamanha quantidade de dados.

    No outro extremo, encontram-se os indivduos altamente conformados e facilmente

    satisfeitos, que correm o risco de ter o desempenho prejudicado por falta de informaes.

    Percebe-se que aqueles indivduos portadores de caractersticas pessoais que dificultam seus

    contatos com outras pessoas sero, provavelmente, maus decisores, independentemente da

    qualidade de seu processo de raciocnio e escolha.

    Essa constatao tem importantes implicaes para a seleo, o desenvolvimento,

    o treinamento e outras aes junto a executivos.

  • PERSONALIDADE: COLETA INFORMAES,

    PADRES DE TRABALHO E TOMADA DE DECISO

    Padro de Trabalho

    Padro de trabalho de um cargo decorre do tipo de atividade, da forma como as

    atividades esto distribudas pelo tempo e de quem inicia as atividades.

    O cargo administrativo caracterizado por padres de trabalho difceis de serem

    satisfeitos:

    as atividades so muito variadas,

    h rotina e trabalhos especiais,

    a incerteza elevada,

    a maior parcela das atividades e as mais importantes devem ser iniciadas

    pelos dirigentes.

    Idealmente, o padro de trabalho eficaz aquele em que o administrador aloca

    seu tempo e energia a diversas atividades e assuntos de modo proporcional sua

    importncia ou relevncia.

  • PERSONALIDADE: COLETA INFORMAES,

    PADRES DE TRABALHO E TOMADA DE DECISO

    Um exemplo de trao de personalidade que favorece a manuteno de um

    padro de trabalho inadequado o conservadorismo.

    Indivduos com essa caracterstica pessoal tendem a ser tolerantes para com as

    dificuldades mantidas pela tradio.

    Outros desses problemas perturbadores dos padres de trabalho so as

    reunies no programadas.

    possvel, tambm, enumerar alguns traos de personalidade que se associam

    a administradores que revelam ter pouco controle sobre o prprio tempo.

    So pessoas que esto quase totalmente ao sabor das exigncias e presses do

    contexto em que atuam.

  • PERSONALIDADE: COLETA INFORMAES,

    PADRES DE TRABALHO E TOMADA DE DECISO

    Anlise de Problemas e Decises

    A deficincia na capacidade de hierarquizar as diversas atividades e assuntos a serem tratados torna

    impossvel o estabelecimento de um padro de trabalho eficaz, reduzindo, dessa maneira, as

    possibilidades de xito do administrador.

    Trs traos de personalidade esto associados a essa dificuldade:

    Indivduos com alta propenso ao sentimento de culpa apresentam extrema dificuldade de

    hierarquizar os problemas pela importncia, pois podem sentir-se culpados em relao a

    diversos problemas existentes na organizao (Quais os mais importantes?)

    Indivduos com trao de personalidade tenso tendem a ser tensos, inquietos e excitveis,

    podendo essas caractersticas gerar confuses acerca de sua escala de problemas (o problema

    mais importante tender a ser aquele mais urgente).

    Indivduos com alta angstia, derivado da combinao de outros traos e

    reflexos desses, nesse caso a dificuldade de hierarquizar os problemas contribui

    para elevar a angstia do administrador.

  • 89

    FUNDAMENTOS DE

    ADMINISTRAOA busca do essencial

    Desempenho Gerencial:

    do Uso do Tempo

    Economia da Ateno

  • INTRODUO

    Em administrao, ainda mais do que no campo mdico, no h

    remdio que funcione para todos os males e igualmente para todas as

    pessoas e organizaes.

    As dificuldades so sempre sistmicas e exigem solues tambm

    sistmicas.

    Mesmo com a valorizao do individualismo, e diante da inegvel

    importncia dos gerentes, e principalmente dos altos executivos,

    sucesso individual e absoluto, independentemente de outras pessoas e

    do contexto de trabalho, fico.

    As preferncias, a personalidade e a experincia condicionam a

    viabilidade da absoro e a aplicao das receitas.

    Tambm o tipo de empresa, o grupo de trabalho e o ambiente variam

    muito.

  • CARACTERSTICAS DO TRABALHO GERENCIAL

    E DIFICULDADES NO USO DO TEMPO

    O tempo uma das coisas mais abstratas e tambm mais importantes da vida de

    todos ns.

    No mundo dos negcios, sabemos que tempo dinheiro, e a velocidade

    crescente um imperativo.

    Mas o que significa usar bem o tempo?

    No basta ser um bom executor, rpido e pragmtico.

    Mais importante do que a quantidade de tempo que o gerente fala, a qualidade e

    o impacto de suas palavras.

    Dimenses qualitativas interpenetram-se com as quantitativas, dificultando

    julgamentos simplistas e apressados.

  • CARACTERSTICAS DO TRABALHO GERENCIAL

    E DIFICULDADES NO USO DO TEMPO

    A efetividade do trabalho gerencial s pode ser aferidapela sua contribuio para o contexto de trabalho.

    No h esquema que possa eliminar as dvidas dosgerentes na utilizao do tempo, pois elas soinerentes ao cargo, que lida com problemas abertos,sem solues nicas.

    H trs subsistemas de trabalho que se articulam:atividades, informaes e decises.

    O gerente deve no apenas estar no local e na rededevida no momento certo, como estar bem informadoe efetivar sua capacidade de anlise e soluo deproblemas.

  • CARACTERSTICAS DO TRABALHO GERENCIAL

    E DIFICULDADES NO USO DO TEMPO

    Viso Sinttica das Caractersticas do Trabalho Gerencial e das Dificuldades do

    Uso do Tempo

  • A CONSTRUO DA AGENDA

    Uma agenda serve para marcar compromissos aolongo do tempo e evitar falhas e esquecimentos.

    Algumas sugestes para a construo de umaagenda:

  • A CONSTRUO DA AGENDA

    1) Identifique as atividades prprias, diferenciando-as das delegveis.

    Quanto maior a importncia da atividade, maior a probabilidade de ela ter de ser

    feita pelo executivo.

    Quanto ao que deve ou no ser delegado, a resposta varia muito de empresa para

    empresa e de cargo para cargo.

    H dois gneros de atividades delegveis: as muito simples e as muito complexas.

    A delegao das muitos simples mais fcil, desde que se tenha subordinados

    com tempo livre.

    As muito complexas so aquelas que ultrapassam as possibilidades do executivo,

    em termos de tempo ou de conhecimento, e podem tambm exigir o apoio de

    especialistas externos.

  • A CONSTRUO DA AGENDA2) Defina o assunto a tratar em funo da importncia, urgncia e possibilidade de

    resolver o problema.

    O diagnstico do contexto de trabalho permite visualizar quais so as questes mais

    importantes, em termos de atrapalhar ou facilitar o alcance dos objetivos da empresa.

    Para priorizar e sequenciar as atividades, so teis tambm as consideraes de

    Wong:

    o nmero de pessoas demandando pela soluo do assunto;

    a urgncia ou a existncia de prazo pr-fixado para concluir o assunto;

    a extenso na qual o assunto constitui um problema, crise ou oportunidade;

    o status do iniciador ou responsvel pelo assunto;

    o interesse que o dirigente tem no assunto.

    Cada nvel de gesto deve explicitar claramente aos nveis subordinados quais so as prioridades a serem

    atacadas.

  • A CONSTRUO DA AGENDA3) Defina a forma de tratar o assunto com base em: s X equipe X oral X

    escrito.

    O trabalho administrativo envolve uma interao contnua com grande

    nmero de pessoas, destacando-se os subordinados e o chefe.

    importante saber combinar os meios e as interaes com as pessoas de

    maneira a obter um equilbrio adequado situao e ao prprio perfil

    pessoal.

    A comunicao oral pode ou, em certas situaes, deve ser

    complementada pela escrita.

    Em geral, oportuno elaborar por escrito uma pauta que antecede uma

    reunio (predominantemente oral), e, depois, uma ata (escrita) deve

    retratar o ocorrido e o pretendido.

  • A CONSTRUO DA AGENDA

    4) Defina e divulgue sua agenda de trabalho, pois isso ajuda a poupar tempo.

    Quem determina a agenda? Como determinada?

    Se no pensar nessas questes, o executivo se transformar num escravo

    das demandas externas, sem tempo para atender s prprias reivindicaes

    e necessidades de soluo dos problemas, a partir de si para fora.

    Os executivos, em geral, mudam o foco de ateno mais constantemente do

    que o necessrio, fragmentando demasiadamente suas atividades e

    dificultando a concentrao nos pontos chave.

    Alguns perodos devem ser bloqueados para:

    processamento de e-mails e correspondncia;

    reunies com subordinados;

    reunies para acompanhamento de funes e projetos;

    tempo livre para alocao flexvel.

  • TOMADA DE DECISO E TRATAMENTO DAS INFORMAES: A

    ESSNCIA DO TRABALHO GERENCIAL

    Informao a matria-prima do executivo.

    a partir da informao que o executivo estimulado a agir e conduzir mudanas.

    Elevar a eficincia do sistema deinformaes que suporta o trabalhoexecutivo, assim como elevar a qualidade daanlise e das decises certamente equivale afortalecer a eficincia do trabalho gerencial.

    Quando quem decide deficiente, ele podeconsiderar o sistema de informaessuficiente, pois prescinde de uma visoabrangente.

  • TOMADA DE DECISO E TRATAMENTO DAS INFORMAES: A

    ESSNCIA DO TRABALHO GERENCIALCombinaes: Deciso X Informao

  • TOMADA DE DECISO E TRATAMENTO DAS INFORMAES: A

    ESSNCIA DO TRABALHO GERENCIAL

    Os processos

    de trabalho

    administrativo

  • TOMADA DE DECISO E TRATAMENTO DAS INFORMAES: A

    ESSNCIA DO TRABALHO GERENCIAL

    Processo de

    armazenagem

    de informao

  • ENERGIA, USO DO TEMPO E ECONOMIA DA ATENO

    A funo gerencial envolve uma srie de desafios quanto ao uso do tempo.

    Para lidar com esses desafios, muitos gerentes expandem suas jornadas de

    trabalho, pulam refeies e procuram realizar mais de uma atividade ao mesmo

    tempo.

    Ao fazerem isso, podem incorrer em alguns erros.

    O principal deles crer que a melhor forma de otimizar resultados acumular

    tarefas e realiz-las simultaneamente, esquecendo-se das necessidades

    pessoais.

    O aumento do fluxo de informaes disponveis gera sensao constante de

    desatualizao, um verdadeiro estresse informacional.

    No entanto, diante da impossibilidade de se saber tudo, necessrio

    focar e selecionar o que verdadeiramente necessrio, extraindo o

    mximo de informao num mnimo de tempo.

  • ENERGIA, USO DO TEMPO E ECONOMIA DA

    ATENO

    A ateno algo a ser treinado por meio doestabelecimento de algumas estratgias na rotina

  • ENERGIA, USO DO TEMPO E ECONOMIA DA

    ATENO

    As consequncias de falhas de ateno gerencial podem ser responsveis por

    catstrofes nos negcios.

    De todos os fluxos de informao que captamos o tempo todo, apenas uma pequena

    parte se torna consciente.

    Muitas das decises importantes so tomadas de forma intuitiva, ou seja, baseiam-se

    na parcela de informaes captadas inconscientemente.

    Alm do uso da ateno e da intuio para maximizar o desempenho, Schwartz, fala

    sobre o uso da energia, um recurso expansvel e renovvel.

    A energia considerada como disposio para fazer algo com entusiasmo e provm,

    de acordo com Schwartz, de quatro dimenses: fsica, emocional, mental e

    espiritual, podendo ser renovada no dia a dia.

  • ENERGIA, USO DO TEMPO E ECONOMIA DA

    ATENO

    Energia fsica

    Uma forma de aument-la respeitando os ciclos em que o metabolismo

    funciona de maneira mais acelerada ou mais lenta.

    O pico elevado do metabolismo dura de 90 a 120 minutos, e, depois

    desse perodo a energia comea a cair.

    Por isso, respeitar os sinais do corpo, reconhecendo as prprias

    limitaes e potencialidades, o melhor que se pode fazer.

    Energia emocional

    Em relao s emoes, o autoconhecimento a melhor ferramenta

    existente.

    Estresse, irritabilidade e impacincia, ansiedade e insegurana so

    estados mentais que drenam a energia e causam atritos nos

    relacionamentos e, ainda, impossibilitam a clareza mental, a reflexo e o

    pensamento lgico.

  • ENERGIA, USO DO TEMPO E ECONOMIA DA

    ATENO

    Energia mental

    cultivada por meio da ateno.

    Ao contrrio da multiplicidade de tarefas adotada pormuitos executivos diante das demandas por conexo,interao e informao, realizar uma tarefa de cada vez o mais recomendado para economizar tempo, pois asinterrupes geram disperso e desperdcio de energia.

    Energia espiritual

    Para acessar a energia espiritual, deve-se ter clareza doque se gosta e do que se quer, estabelecendoprioridades.

    Um trabalho coerente com os valores pessoais importante para que haja motivao e entusiasmo.