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Fundado em 24 de fevereiro de 2007 Mensagem do Adepto Adjanir Mensagem do Adepto Adjanir Lembra-te, ó alma peregrina e tristonha, que eu sou tu e tu és eu. Por que olhas o infinito como a perscrutar a trajetória de tuas existências ou a buscar a Luz sem fim, a Verdade Divina que ilumina a ti, a mim, a todos os seres e a todas as coisas? Por não haveres compreendido que eu sou tu e que tu és eu, esta Dor eterna que sentes em ti mesma, é a própria Dor do Pai, vertida como lágrima, dentro do sacrário de teu Verdadeiro Eu. Baixando contigo às regiões inferiores da matéria, Ele é obrigado a viver contigo e a sofrer contigo; e, quando mesmo teu eu inferior houver saciado seus instintos bestiais no grande banquete da carne, Ele contigo estará, contemplando o LOTO que, profanado por tuas mãos impuras, está pendido no charco em que vives. Mas até quando, alma irmã, quererás viver sem vida própria, oculta em tua imensa dor, amando sem amar, sentindo sem sentir, gozando sem gozar, pelo simples motivo de estares separada de ti mesma, que sou Eu?”

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Fundado em 24 de fevereiro de 2007

Mensagem do Adepto AdjanirMensagem do Adepto Adjanir

“Lembra-te, ó alma peregrina e tristonha, que eu sou tu e tu és eu.Por que olhas o infinito como a perscrutar a trajetória de tuas

existências ou a buscar a Luz sem fim, a Verdade Divina que ilumina a ti, a mim, a todos os seres e a todas as coisas?

Por não haveres compreendido que eu sou tu e que tu és eu, esta Dor eterna que sentes em ti mesma, é a própria Dor do Pai, vertida como

lágrima, dentro do sacrário de teu Verdadeiro Eu.

Baixando contigo às regiões inferiores da matéria, Ele é obrigado a viver contigo e a sofrer contigo; e, quando mesmo teu eu inferior houver

saciado seus instintos bestiais no grande banquete da carne, Ele contigo estará, contemplando o LOTO que, profanado por tuas mãos impuras,

está pendido no charco em que vives.

Mas até quando, alma irmã, quererás viver sem vida própria, oculta em tua imensa dor, amando sem amar, sentindo sem sentir, gozando sem gozar, pelo simples motivo de estares separada de ti mesma, que sou

Eu?”

EditorialEditorial________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A verdadeira Iniciação é aquela que obriga o homem a descobrir por si mesmo

(pela meditação) o que não pode desde logo, ser desvendado diante de seus olhos,

nublados pelos densos véus da matéria em que se acha envolvido. Daí a frase:

“Do ilusório conduz-me ao real, das trevas à luz, da morte à imortalidade”.

Professor Henrique José de Souza

uma grande alegria nos encontrarmos novamente em mais uma edição do Arte Real. Chegamos a essa 4ª edição felizes por, pouco a pouco, estarmos conquistando a admiração e o respeito desse seleto e exigente público de leitores.ÉA missão está apenas começando, mas os frutos de nosso trabalho já brotam em forma de

mensagens de carinho, incentivo e reconhecimento, o que muito nos incentiva a nos dedicarmos a produzir um informativo de qualidade, diversificado, porém pautado em matérias que incentivem a pesquisa, o estudo e enalteçam a cultura maçônica.

Agradecemos aos nossos leitores e, em especial, aos nossos Irmãos colaboradores que, com suas brilhantes matérias, ajudam ao Arte Real galgar, gradativamente, os degraus da excelência.

Destacamos, nessa edição, a instalação do Capítulo DeMolay Cavaleiros de São Lourenço nº 713, na cidade de São Lourenço – MG. Inaugura-se assim, mais um portal dourado que acolherá nossos jovens e os conduzirá com segurança, disciplina e seriedade, valores pautados nas sete virtudes DeMolay, preparando-os para que em futuro próximo, possam exercer dignamente seu papel junto à sociedade. Em particular, sinto-me muito honrado em poder participar como membro do Conselho Consultivo desse Capítulo.

O mês de junho é típico das festas juninas; dos queijos e vinhos. Em nossa Ordem é o momento da transição de Veneralatos. A sensação do dever cumprido de quem passa e a vontade de quem assume a Loja de também colocar mais um tijolinho nessa grande Obra de Vida que é a Maçonaria.

Nesse mês de solstício de inverno, também é oportuno para os jantares ritualísticos e para comemorarmos o dia de São João.

Em matéria própria tentaremos desvendar qual São João é, de fato, nosso patrono.

Sendo mês de balões e fogueiras, estaremos abordando o elemento fogo e seus mistérios em “Melk-Tsedek e o Mistério do Fogo”.

Inauguramos nessa edição a coluna – “Ritos Maçônicos” - que será escrita pelo valoroso Irmão Paulo Roberto de Almeida - M∴I∴- pesquisador maçônico - falando sobre o rito mais praticado no Brasil e o mais arbitrariamente alterado ao longo de sua história.

Tenham todos uma boa leitura!

Arte RealArte Real__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Arte Real é um informativo maçônico virtual de publicação mensal que se apresenta como o mais novo canal de informação, integração e incentivo à cultura maçônica em todo o Brasil, especialmente às Lojas do Sul de Minas de Gerais. Editor Responsável: Francisco Feitosa da Fonseca

Colaboradores nesta edição: Henrique José de Souza – Ivan Barbosa - José Castellani – Kurt Prober - Paulo Roberto Marinho – Rubem Braga – Wilson Namorato

Matéria da Capa: Mensagem do Adepto Adjanir extraída das apostilas da SBE

Contatos: [email protected] ou [email protected]

Empresas Patrocinadoras: Restaurante e Pizzaria RECREIO – MAQTEM - ARTE FIOS -

CH Dedetizadora – CONCIV Construções Civis – SUL MINAS Laboratório Fotográfico

Distribuição gratuita via Internet.

Os textos editados são de inteira responsabilidade dos signatários.

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Nesta EdiçãoNesta Edição______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Texto da Capa – Mensagem do Adepto Adjanir....................CapaEditorial......................................................................................1Destaque - Nasce um Portal de Esperança!.................................2Destaque - Melk-Tesedek e o Mistério do Fogo...........................3Destaque - Nossa Inconsciência Ecológica................................6Trabalhos – Por que São João, “Nosso Patrono”?......................8Trabalhos – O que Vem a Ser Cabala?............................ ........10

Trabalhos – O Maçom em Templo.............................................11Ritos – Ritos Maçônicos...........................................................12Reflexões - “Você Sabe como Nasce um Paradigma?...............14Reflexões – Pipoca...................................................................15Reflexões - Lição dos Gansos...................................................15Curiosidades - A Origem das Notas Musicais.........................16Boas Dicas – E-book / Site /Livro/ Edições Anteriores..........16

DestaqueDestaque______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Nasce um Portal de Esperança! Nasce um Portal de Esperança! Francisco Feitosa

O dia 26 de maio de 2007 deixa de ser uma data comum para se tornar uma efeméride sanlourenciana com a instalação do Capítulo DeMolay Cavaleiros de São Lourenço nº 713. Tendo como

palco o aconchegante auditório da Casa da Cultura de São Lourenço, local devidamente preparado, aos moldes de um Templo maçônico para ser o berço do mais novo Capítulo DeMolay.

Os preparativos que permitiram culminar neste evento iniciaram-se no começo do ano pelos incansáveis Irmãos da Loja Maçônica Rui Barbosa nº 46, patrocinadora do Capítulo que não mediram esforços para sua criação. E esses esforços puderam ser percebidos na riqueza de detalhes da organização, o que deu mais bri lho da cerimônia.

Presidida pelo Grande Mestre Adjunto Nacional do Supremo Conselho da Ordem DeMolay para a República Federativa do Brasi l – Guilherme Augusto Aguiar a cerimônia de instalação do Capítulo teve iníc io às 17h30, contando com as i lustres presenças do Grande Mestre Adjunto Estadual – Rogério Laguna; do Grande Tesoureiro Estadual – João Moreira de Oliveira; do Grande Tesoureiro Estadual Adjunto e do representante do Grão-Mestre da GLMMG– Norton Araújo Batista; do Oficial Executivo da 4ª Ofic ialaria - José Augusto Duarte Gaburri; do Mestre Conselheiro Regional da 4ª Oficialaria – Mikael Torres. O evento foi

abrilhantado com participação dos Capítulos DeMolay Guido Marl iere, Juiz de Fora, Cavaleiros do Pontal , Poços de Caldas, São João Del Rey, Guerreiros da Acácia, Princesa do Sul de Varginha, a lém de vários Irmãos membros de Conselhos Consultivos de vários Capítulos da região, Veneráveis Mestres e Irmãos das Lojas coirmãs. Registramos a i lustre presença do sr . Walter Lessa – Vice-Prefei to da c idade de São

Lourenço representantes de vários segmentos da sociedade sanlorenciana que lotaram a Casa da Cultura, contando cerca de mais de 300 pessoas.

Na oportunidade foi empossada a primeira administração do Capítulo Cavaleiros de São Lourenço nº 713, que será presidido pelo

Sobrinho Matheus Piantino, como também ao Conselho Consult ivo e ao Conselho de Mães.

O Capítulo Cavaleiros de São Lourenço nasce forte e pujante com 29 jovens integrando seu quadro, que nesta mesma data foram iniciados e instalados e desde de então, pautado nas 7 virtudes DeMolay, assumem a responsabil idade de trabalhar

em prol da aquisição de valores morais e ét icos e de participar nas diversas at ividades, principalmente, as de f i lantropia e de sol idariedade junto à sociedade local .

A criação do Capítulo em São Lourenço foi um sonho que ora se torna realidade, fruto da dedicação, seriedade e consciência dos Irmãos da Loja Rui Barbosa sob a maestria do valoroso

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“Em nossos jovens de hoje é que depositamos nossa esperança e nossos esforços para formarmos uma geração de homens valorosos...”

Irmão Paulo Henrique Barros – Venerável Mestre.

Com isso, ganha a Ordem DeMolay mais um Capítulo somando mais 29 jovens aos milhares que bravamente empunham sua bandeira no Brasil e no mundo; ganha a Maçonaria local um braço forte em seus trabalhos f i lantrópicos; ganham esses jovens um verdadeiro portal de Luz em suas vidas; ganham as famíl ias desses jovens uma nova família – a Famíl ia DeMolay; ganha também a sociedade a esperança de dias melhores.

Bendita seja a data de 26 de maio de 2007 que inaugurou uma nova página na história da c idade.

Diante do caótico quadro sócio-pol ít ico em que se encontra o país, não podemos, um só instante, deixar de envidar esforços na tentativa de modificarmos essa situação, af inal , a “esperança da colheita reside na semente” e este Capítulo há de ser o crisol para formação de homens dignos e honestos que estarão interagindo posit ivamente na sociedade futura.

Acreditamos, com isso, que da lama que hoje assola os diversos segmentos da sociedade possa brotar, futuramente, lotos brancos e puros em formas de homens sérios e capazes de conduzir os destinos de nosso país - a pátria do Avatara. Em

nossos jovens de hoje é que depositamos nossa esperança e nossos esforços para formarmos uma geração de homens valorosos, a exemplo do patrono de nossa Loja Maçônica, o i lustre brasileiro e Maçom Ruy Barbosa.

Que o G∴A∴D∴U∴abençoe essa valorosa e altruística

empreitada e nos ajude a guiar esses jovens nos excelsos caminhos das sete virtudes.

Que se cumpra!

Esta matéria é um oferecimento do

DestaqueDestaque______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Melki-Tsedek e o Mistério do FogoMelki-Tsedek e o Mistério do Fogo JHS

ada homem tem seu próprio mundo, mora no centro de seu pequeno mundo, no centro de seu

pequeno universo, como rei e senhor das diversas partes que os constituem. Por vezes se comporta como um sábio rei, dedicando sua vida às necessidades de seus súditos, porém é freqüente comportar-se como um tirano, impondo muitíssimas injustiças aos seus vassalos; seja por ignorar suas necessidades ou por incompreensão do desastre fatal que essa conduta acarretará a si próprio.

C

O corpo do homem é um templo vivo, e ele é o supremo sacerdote, aí colocado para manter a Casa do Senhor em ordem.

As torturas da iniciação, assim como as severíssimas provas físicas e mentais, serviam para eliminar a todos os que não tinham a aptidão necessária para que se lhes pudessem confiar os secretos poderes dos

sacerdotes, e que eram comunicados aos novos iniciados no momento de ser “levantados”. Aqueles que permaneciam durante nove horas amarrados na cruz, até ficarem inconscientes, assim como

sucedeu a Apolônio de Tyana, iniciado na Grande Pirâmide, jamais revelaram os terríveis segredos nem os ensinamentos ocultos, mesmo que submetidos às maiores torturas, e todos

aqueles capazes de obedecer a ordem de Pitágoras, de que deviam guardar silêncio durante cinco anos consecutivos, sem dirigir a palavra a ninguém, também não é provável que pudessem cometer

indiscrição alguma, mesmo por descuido acerca dos Mistérios que não deviam ser divulgados.

Não se pode revelar aos não iniciados as chaves que fecham os elos da cadeia dos Mistérios. É permitido, no entanto, sem trairmos a confiança que nos foi depositada, explicar alguns dos segredos menores, a cuja consideração não só vindicará a integridade dos antigos hierofantes, mas que também revelará parte do divino mistério da natureza humana. Nunca se repetirá

suficientemente alto que, apesar de tudo quanto se tenha dito e se diga em contrário, o Mistério ou o Arcano operacional do Templo jamais foi revelado publicamente.

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Conquanto o mundo moderno esteja levantando uma civilização colossal, aumentando seu domínio sobre o Universo visível, ignora, no mais absoluto sentido da palavra, o que representa essa misteriosa pedra que mora no meio de toda coisa viva. Sem ela não se pode jamais se efetuar qualquer investigação nem se construir qualquer cidade. O homem não começa a ser verdadeiramente sábio enquanto não começa a sondar o mistério de sua própria existência. Os templos de iniciação eram e são os únicos depositários desse conhecimento, que lhe permitirá desatar o nó górdio de sua própria natureza.

As grandes verdades espirituais não se encontram tão profundamente ocultas como se poderia supor. A maior parte delas tem estado sempre à vista, porém não se as reconhece devido estarem envolvidas em símbolos, que decifrados um grande e espesso véu cairá de seus olhos. Aqueles que conhecerem a verdade hão de maravilhar-se de que ela tenha estado tão próxima desde o princípio das civilizações, sem ser reconhecida e colhida, senão por uns poucos cujo número vai felizmente aumentando de acordo com os planos dos Senhores da Aurora, ministros das necessidades humanas, dos homens que lutam para reconquistar sua consciência da Divindade.

O Arcano Supremo dos antigos era a chave da natureza e do poder do Fogo. Desde o dia em que as Hierarquias desceram pela primeira vez na Ilha Sagrada da calota polar, decretou-se que o fogo seria o símbolo supremo dessa misteriosa e abstrata Divindade que se move em Deus, no Homem e na Natureza. O Sol era adorado como o grande Fogo que ardia no meio do Universo. E na ardente fogueira do Sol moravam misteriosos espíritos que dominavam o fogo. Em honra dessa grande luz ardiam fogos nos altares de inumeráveis nações. O fogo de Zeus ardia na colina Palatina; e o fogo de Vesta no altar doméstico; e o fogo da inspiração no altar da Alma.

Os místicos puderam estabelecer que a adoração solar tenha começado na primitiva Lemúria e a adoração do fogo simultânea com a origem da raça humana. Conscientemente ou instintivamente, todos os seres honram o Astro do dia. Os atlantes eram

adoradores do Sol e os índios americanos, remanescentes dos povos da Atlântida, ainda consideram o Sol como representante do Supremo doador da Luz.

Durante o ano, o Sol passa pelas

doze casas dos céus, onde, como Hércules, realiza doze trabalhos. A morte e a ressurreição anual do Sol tem sido tema favorito de todas as religiões. Os nomes de quase todos os grandes deuses e salvadores têm estado sempre associados ao elemento Fogo; a Luz solar ou sua contraparte; a Luz mística e espiritual invisível, Júpiter, Apolo, Hermes, Mithras, Baco, Dionísios, Odin, Buda, Krishna, Zoroastro, Fo-Hi, Lao, Vishnu, Shiva, Agni, Hiram, Abiff, Moisés, Vulcano, Osiris, Ra, Baal, Rei Salomão, Nebo e Serápis, são apenas algumas das numerosas divindades e, dos super-homens cujos atributos simbólicos que derivam das

manifestações do poder solar e cujos nomes indicam sua relação com a luz do fogo.

De acordo com Filosofia ocultista, o Sol é na realidade um astro tríplice, sendo duas partes de sua natureza completamente invisíveis. O globo luminoso que vemos é meramente a face mais baixa da natureza solar e é o corpo do demiurgo ou, como o denominam os judeus, Iodjevá, os brâmanes, Shiva. Como o Sol é simbolizado por um triângulo equilátero, se diz que seus três poderes são iguais. As três faces do Sol são a Vontade, a

Sabedoria e a Ação. A Vontade está relacionada ao princípio da Vida, a Sabedoria com o da Luz e a Ação ou fricção com o princípio do Calor. Pela Vontade foram criados os céus, e a vida eterna contínua em suprema existência.

Pela Ação, a Fricção e a luta se formou a Terra, e o Universo físico modelado pelos Senhores do Fogo foi passando gradualmente do seu estado de fusão a sua condição atual.

Ensinava-se ao iniciado nos Mistérios a existência de três sóis, o primeiro dos quais – o veículo de Deus Pai – iluminava e acalentava seu espírito. O segundo, o veículo do Deus Filho, desabrochava e desenvolvia sua mente. E o terceiro, o veículo do Deus Espírito Santo, alimentava e fortalecia seu corpo. A Luz não é só um elemento físico,

mas também mental e espiritual. Ensinava-se ao discípulo no Templo a reverenciar o Sol invisível mais que o visível, porque toda coisa visível é apenas o efeito da invisível ou casual.

Mediante uma das perdidas artes de Antigüidade, os sacerdotes do templo podiam fabricar lâmpadas que ardiam séculos e séculos, sem necessidade de reabastecê-las. Pareciam-se, com as chamadas lâmpadas “virginais” que eram conduzidas pelas virgens vestais. Uma delas foi encontrada no túmulo de Christian Rosenkreutz, a qual estivera acesa durante cento e vinte anos, sem que sua provisão de combustível parecesse haver diminuído.

H. Jennings colecionou numerosas referências a respeito das datas e locais em que se encontraram tais lâmpadas. Na maioria dos casos, se apagaram logo que tiradas de suas urnas ou se rompiam de modo estranho, de forma que nunca se pode descobrir o seu segredo. Duas delas estão expostas no Museu de Raridades de Leyden, Holanda. Madame Blavatsky, em sua obra “Isis sem

Véu”, ensina algumas fórmulas para construir essas lâmpadas perenes; refere que ela mesma viu uma feita por um discípulo, a qual permanecia acesa há seis anos, sem precisar de combustível.

A lâmpada perene era naturalmente o mais apropriado símbolo do Fogo Eterno do universo. No Tibete, os magos lamas descobriram um sistema para iluminar as casas mediante uma esfera luminosa e fosforescente, que aumenta de luminosidade por vontade do lama e, quando não necessária, gradualmente se vai desvanecendo até

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Só a mais elevada das Ordens Secretas que existem nos Mundos Interiores pode denominar-se “A Ordem de Melki-Tsedek”

não restar mais que minúscula chama, a qual arde continuamente.

O fato de que o Cristianismo preservou em parte, pelo menos, a primitiva adoração do fogo praticada na Antigüidade, é evidente em muitos de seus símbolos e rituais. O incensório, adotado com tanta freqüência nas igrejas é um símbolo pagão alusivo à regeneração humana. O turíbulo representa o corpo. O incenso, feito com extratos e essências de várias plantas, representa as forças vitais. A chama queimando o incenso simboliza o germe espiritual encerrado no coração. Esta chispa espiritual é uma parte infinitesimal da Labareda divina, o grande Fogo do universo, de cujo ígneo Coração nascem as chamas para todos os altares.

E assim como a chama consome gradualmente o incenso, assim também a natureza espiritual do homem, mediante o processo de regeneração, consome gradualmente os elementos grosseiros do corpo, transmutando-o em poder anímico.

A própria palavra Cristo é prova suficiente de que o Fogo e a adoração do Fogo são elementos essenciais para a fé cristã. Os raios luminosos provenientes do Sol eram para os antigos como o sangue do cordeiro Celestial, que no equinócio vernal morria pelos pecados do mundo e redimia toda a humanidade com seu sangue.

Em nossos dias, a grande fé da raça branca, o Cristianismo, é sustentada por pessoas sinceras, devotas e honradas. Mas, conquanto sejam tão dedicadas a sua tarefa, a obra só se realiza em parte, porque a maioria ignora absolutamente o fato de que o Cristianismo bíblico não é mais do que uma alegoria do verdadeiro espírito da doutrina cristã, e que esta é a mesma Doutrina esotérica criada pelas mentes iniciadas do Paganismo e promulgada mais tarde para satisfazer as necessidades religiosas da raça humana.

Hoje a grande fé cristã é servida por milhões de crentes, porém só é compreendida por um número limitadíssimo, porque, embora não existam mais os templos iniciáticos como instituições fisicamente visíveis nos países cultos, como existiam no mundo antigo, a Escola de Mistérios continua sempre existindo como Templo Invisível Filosófico. E só admite em seus santuários alguns poucos eleitos.

O Cristianismo é essencialmente uma escola de Mistérios, porém a grande maioria de seus adeptos não compreende

o suficiente para reconhecer os segredos ocultos em suas parábolas e alegorias, que formam parte importantíssima de seu dogma. Por que não deveria ser o Cristianismo uma Escola de Mistérios? Seu fundador era um grande iniciado nos Mistérios dos essênios. Os essênios eram discípulos do famoso Pitágoras, e estavam também em relação com as escolas secretas da Índia. O Mestre Jesus era um hierofante, profundamente versado nos antigos arcanos. Mesmo São João prova, em seus escritos, que estava bem familiarizado com o ritualismo dos cultos egípcios. Sustentou-se seriamente que São Mateus foi o mestre de Basílides, o imortal sábio egípcio que fundou, juntamente com Simão - o Mago, o Gnosticismo, sistema de misticismo cristãos, o mais elaborado jamais surgido da Igreja de São Pedro.

Se os teólogos modernos

pudessem ver o antigo manequim humano sobre os altares, compreenderiam claramente tudo isso, porém, como não sabem que existe uma Doutrina secreta, naturalmente não a buscam. E, no entanto, quem é capaz de ler o livro de Ezequiel ou o Apocalipse e não descobrir que o bem amado discípulo João transcendeu a todos os demais em sua visão, e foi realmente “levantado”, como diria o maçom moderno, e contemplou verdadeiramente os Mistérios?

As alegorias de São João foram extraídas de todas as religiões do mundo antigo. O drama que desenvolve a “Revelação” é sintético e, por conseguinte, autenticamente cristão, porque inclui os grandes ensinamentos e doutrinas de todas as idades. Não há nada oculto que não possa ser revelado, nem nada escondido que seja proibido

descobrir.O espírito do homem é como um

pequeno anel de fogo incolor, que emite raios de força cintilante. Por um processo místico, esses raios constroem corpos em torno desse germe central informe, governando-os mediante ondas de energia, em forma difícil de avaliar, a menos que se esteja familiarizado com a constituição invisível do homem. Esse anel é o Fogo eterno, a chispa da Roda infinita, o centro que jamais nasceu e jamais morrerá, encerrando em si mesmo tudo o que foi e o que virá a ser.

Esse germe mora no estado que se chama Eternidade, porque para esta chispa o tempo é absolutamente ilusório, a distância não existe e tanto a alegria como a tristeza lhe são desconhecidas, pois no que tange a sua função e a sua consciência, tudo quanto podemos dizer é simplesmente que é. Enquanto as demais coisas vão e vem, ELE É.

Estes são os três fogos: o fogo da divindade, o fogo da Humanidade e o fogo diabólico. Os três se acham encerrados na humana natureza, da qual emanam e irradiam como a sagrada palavra trissilábica, mediante a qual se criaram os céus, formou-se a Terra e se destruíram as obras do Mal. Os discípulos da antiga sabedoria aprendem que, ao começar este plano terrestre, certas instruções foram depositadas em “lugares bem seguros” pelos Filhos da Aurora, como os chamamos, ou seja, os deuses que, após estarem certos de que sua Doutrina ficaria preservada para a derradeira salvação da raça, penetraram na constituição do homem e perderam sua identidade.

Por essa razão se diz que o reino dos céus está dentro de nós mesmos, porque esse reino inclui o Pai divino, sua Trindade, serafins, querubins, poderes, dominações, tronos, arcanjos e anjos. Cada uma dessas criaturas celestiais contribuiu e acresceu algo à natureza do homem. O poder dos serafins lhe deu os grandes fogos, enquanto os querubins, lhe concederam sua forma composta. Daí dizer-se que esses espíritos estão confinados em nós até lograrmos elevar nossa natureza ao ponto que libera esses poderes cósmicos, dando-lhes uma expressão adequada, não mais os escravizando com nossa ignorância e perversão.Na realidade, o Reino dos céus reside no próprio homem, muito mais completamente de quanto podemos imaginar. E assim como o Céu está em sua própria natureza, assim também a Terra e o Inferno se encontram igualmente em sua constituição, porque

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os mundos superiores circunscrevem e incluem os “interiores”, e a Terra e o Inferno estão encerrado na natureza do Céu. Como teria dito Pitágoras: “O Superior e o Inferior estão contidos na área da Esfera Suprema”.

Assim, o homem é o Céu, a Terra e o Inferno num só todo, e sua salvação é um problema muitíssimo mais pessoal do que se imagina. Compreendendo e convencendo-se de que o corpo humano é uma organização de centros psíquicos e que durante a vida ela é cruzada e entrecruzada por intermináveis correntes de energia, quem em toda ela se encontram vórtices de forças elétricas e magnéticas, o homem pode ser contemplado (por aqueles que saibam ver), como um perfeito sistema solar, composto de astros e planetas, sóis e luzes e cometas que giram em órbitas irregulares. E assim como se supõe que a Via Láctea seja um embrião cósmico gigantesco, assim também o homem se constituiu de uma via láctea de estrelas, cada uma das quais se poderá converter um dia numa constelação.

Pitágoras disse que “O corpo de Deus é composto pela substância da Luz”. Onde há luz, está Deus. Que melhor símbolo do Pai Divino Vivo poderia o homem conceber senão o Fogo

radiante e pulsante? O Fogo é o mais sagrado dos elementos e o mais antigo de todos os símbolos.

Segundo a antiga Tradição, chegará o tempo em que o homem possuirá dois sistemas espinhais completos, ambos igualmente desenvolvidos, e sua vida será governada por dois poderes que trabalharão juntos em harmonia. Para expressar esta realização, os antigos alquimistas simbolizaram-na com uma figura humana bicéfala, uma de cujas cabeças era masculina e a outra feminina. O andrógino Ishvara, o Senhor Planetário dos brâmanes, tem a metade direita do corpo masculino e a esquerda feminina, para simbolizar assim que é o arquétipo da última raça humana. E o homem, uma vez que seja positivo e negativo simultaneamente, não se reproduzirá mais como atualmente. E então será em verdade o homem o seu próprio pai e sua própria mãe, completo em si mesmo.

A iniciação torna possível este processo evolutivo no homem, muitíssimo antes que o permitiria o curso natural da evolução humana. Tal é o mistério de MELKI-TSEDEK, o Rei de Salém, O Rei e Sacerdote (Rei; Fogo; Sacerdote; Água) que era seu próprio genitor e sua própria genitora, e cujos itinerários são acompanhados por todos os iniciados.

Só a mais elevada das Ordens secretas que existem nos Mundos Interiores pode denominar-se “A Ordem de Melki-Tsedek”, embora em outras nações tenha outros nomes. Esta Ordem é composta inteiramente de graduados e adeptos de outras Escolas de Mistérios, que tenham chegado já a esse ponto em que lhes é possível dar nascimento aos seus próprios “eus” com sua própria natureza, tal como a misteriosa Ave Fênix que, ao abrir-se para morrer, deixa sair de dentro de si mesma outra ave que parte voando.

É a suprema Escola de Mistérios e pouquíssimos puderam chegar a esse

ponto em que se uniram tão perfeitamente ambas as naturezas, a divina e a humana, que chegaram a ser simbolicamente bicéfalos. Há de conseguir-se o perfeito equilíbrio do coração e da mente antes que o puro pensar e a verdadeira espiritualidade sejam alcançados. A função mais elevada da mente é a razão e a mais elevada do coração é a intuição, processo que não necessita da operação normal da mente.

O espírito não é nem masculino nem feminino, mas ambos ao mesmo tempo: uma entidade andrógina. A manifestação perfeita de um espírito andrógino tem que ser forçosamente um corpo andrógino que seja capaz de gerar-se a si próprio (autogeração). Porém, muitos milhões de anos hão de passar, antes que a humanidade aprenda as lições da Polaridade suficientemente bem, para que possa assumir essa nova natureza de modo inteligente. Nesse dia, tudo estará completo e perfeito por si mesmo. O entendimento estará maduro e será de tal profundidade e amplitude que não poderá manifestar-se em um organismo masculino ou feminino isoladamente. Tal é o Mistério do Rei-Sacerdote e tal foi a posição que Jesus alcançou quando foi chamado “Sacerdote para Todo o Sempre segundo a Ordem de Melki-Tsedek”.

*Publicado na Revista Dhâranâ nº 32 edição de 1969, Órgão Oficial de Divulgação da Sociedade Brasileira Eubiose.

Esta matéria é um oferecimento

de

DestaqueDestaque______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Nossa Inconsciência EcológicaNossa Inconsciência Ecológica F ra nc is co Fe it os a

Arte Real vos convida a embarcarem em uma viagem no tempo para reviver a Conferência das Nações Unidas sobre ecologia que ficou

conhecida como ECO-92, realizada no Rio de Janeiro de 3-14/junho/92, portanto há 15 anos. E com a participação de representantes de todos os países, servindo de grito de alerta para despertarmos para a, já então, caótica

O realidade dos ecossistemas. Este evento de interesse mundial teve vários pontos marcantes, porém gostaria de ressaltar a participação de uma criança canadense de apenas 12 anos, ativista de uma organização de crianças em defesa do Meio Ambiente que, em seu discurso, deu uma verdadeira lição de consciência de vida à atenta platéia internacional.

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Muito pouco ou quase nada foi feito, sabemos nós, mas a lição de conscientização foi formidável e vale à pena recordar e, principalmente, refletir. Afinal, estamos diretamente envolvidos com os destinos do planeta e a qualidade de vida das futuras gerações, nossos filhos e netos.

Leiam, reflitam e sejam parte da solução para não serem parte do problema!

“Olá, sou Severn Suzuki. Represento a E.C.O. – a organização das crianças em defesa do meio ambiente. Somos um grupo de crianças canadenses, de 12 a 13 anos tentando fazer a nossa parte, contribuir. Vanessa Suttie, Morgan Geisler, Michelle e eu.

Todo dinheiro que precisávamos para vir de tão longe conseguimos por nós mesmos para dizer para vocês, adultos, que têm que mudar o seu modo de agir.

Ao vir aqui hoje, não precisava disfarças meu objetivo: estou lutando pelo meu futuro. Não tenho garantias quanto ao meu futuro, não é o mesmo que perder uma eleição ou alguns pontos na bolsa de valores.

Estou aqui para falar em nome das gerações que estão por vir. Estou aqui para defender as crianças com fome cujos apelos não são ouvidos; estou aqui para falar em nome dos incontáveis animais morrendo em todo planeta, porque lá não têm mais para onde ir.

Não podemos mais permanecer ignorado.

Hoje tenho medo de tomar sol por causa dos buracos na camada de ozônio; tenho medo de respirar esse ar porque não sei que substâncias químicas o estão contaminando.

Eu costumava pescar em Vancouver com meu pai até um dia em que pescamos um peixe com câncer.

Temos conhecimento que animais e plantas estão sendo destruídos a cada dia e, em vias de extinção. Durante toda minha vida eu sonhei ver grandes manadas de animais selvagens, selvas, florestas tropicais repletas de pássaros e borboletas, mas, agora, eu me pergunto se meus filhos vão poder ver tudo isso.

Vocês se preocupavam com essas coisas quando tinham a minha idade?

Todas essas coisas acontecem bem diante de nossos olhos e mesmo assim continuamos agindo como se tivéssemos todo o tempo do mundo e todas as soluções.

Sou apenas uma criança e não tenho soluções, mas quero que saibam que vocês também não têm. Vocês não sabem recuperar os buracos da camada de ozônio. Vocês não sabem salvar os salmões das águas poluídas. Vocês não podem ressuscitar os animais extintos. Vocês não podem recuperar as florestas que um dia existiram onde hoje é deserto. Se vocês não podem recuperar nada disso então, por favor, parem de destruir!

Aqui vocês são os representantes de seus governos, homens de negócios, administradores, jornalistas e políticos, mas, na verdade, são mães e pais, irmãos e irmãs, tios e tias, e todos são também filhos.

Sou apenas uma criança, mas sei que todos nós pertencemos a uma sólida família de 5 bilhões de pessoas e ao todo somos 30 milhões de espécies, compartilhando o mesmo ar,

a mesma água e o mesmo solo.Nenhum governo, nenhuma fronteira poderá mudar esta

realidade. Sou apenas uma criança, mas sei que esse problema atinge a todos nós e deveríamos agir como se fôssemos um único mundo rumo a um único objetivo.

Apesar da minha raiva, não estou cega, apesar do meu medo, não sinto medo de dizer ao mundo como me sinto.

No meu país geramos muito desperdício, compramos e jogamos fora, compramos e jogamos e os países do Norte não compartilham com os que precisam. Mesmo quando temos mais do que o suficiente temos medo de perder nossas riquezas, medo de compartilhá-las.

No Canadá temos uma vida privilegiada com fartura de alimentos, água e moradia. Temos relógios, bicicletas, computadores e aparelhos de TV. Há dois dias, aqui no Brasil ficamos chocados quando estivemos com crianças que moram nas ruas. Ouçam o que uma delas me contou:

“Eu gostaria de ser rica e se fosse daria a todas as crianças de rua alimentos, roupas, remédios, moradia, amor e carinho.”

Se uma criança de rua que não tem nada ainda deseja compartilhar, por que nós que temos tudo somos ainda tão mesquinhos? Não posso deixar de pensar que essas crianças têm a minha idade e que o lugar que nascemos faz uma grande diferença.

Eu poderia ser uma daquelas crianças que vivem nas favelas do Rio; eu poderia ser uma criança faminta da Somália; uma vítima da guerra do Oriente Médio ou uma mendiga da Índia.

Sou apenas uma criança, mas ainda sei que se todo o dinheiro gasto nas

guerras fosse utilizado para acabar com a pobreza, para achar soluções para os problemas ambientais, que lugar maravilhoso a Terra seria!

Na escola desde o Jardim da Infância vocês nos ensinaram a sermos bem comportados. Vocês nos ensinaram a não brigar com os outros; a resolver as coisas bem; respeitar os outros; arrumar nossas bagunças; não maltratar outras criaturas; dividir e não ser mesquinha. Então por que vocês fazem justamente o que nos ensinaram a não fazer?

Não esqueçam os motivos de estarem assistindo estas conferências. E para que vocês estão fazendo isso?

Vejam-nos como seus próprios filhos. Vocês estão decidindo em que tipo de mundo nos iremos crescer.

Os pais devem ser capazes de confortar seus filhos dizendo-lhes: tudo ficará bem... Estamos fazendo o melhor que pudemos. Mas, não acredito que possam nos dizer isso. Estamos sequer em suas listas de prioridades?

Meu pai sempre diz: “Você é aquilo que faz e não aquilo que você diz!”.

Bem, o que vocês fazem? Nos fazem chorar a noite.Vocês adultos nos dizem que você nos amam. Eu desafio

vocês: por favor, façam suas ações refletirem suas palavras. Obrigada.”

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Por Que São João, “Nosso Padroeiro”?Por Que São João, “Nosso Padroeiro”? José CastellaniJosé Castellani

lém de girar em torno de seu eixo, a Terra desloca-se no espaço com um movimento de translação em torno do Sol, quando descreve uma elipse, de acordo com as leis de

Kepler. Para o observador situado na Terra, todavia é como se esta fosse fixa e o Sol se movesse em torno dela, seguindo um caminho, que, como já foi visto, é chamado de eclíptica.

AEm sua marcha em torno do Sol, a Terra, descrevendo

uma elipse, ficará mais próxima, ou mais afastada do astro da luz. O ponto mais próximo 147 milhões de quilômetros é o periélio; o mais afastado 152 milhões de quilômetros é o afélio. Se a Terra, no movimento de translação, girasse sobre um eixo vertical em relação ao plano da órbita, as suas diferentes regiões receberiam iluminação sempre sob o mesmo ângulo e a temperatura seria sempre constante, em cada uma delas. Mas, como o eixo é inclinado, em relação à órbita, essa inclinação faz com que os raios solares incidam sobre a Terra segundo um ângulo diferente, a cada dia que passa. E, assim, vão se sucedendo as estações: verão, outono, inverno e primavera.

Como os planos do equador terrestre e da eclíptica não coincidem tendo uma inclinação, um em relação ao outro, de 23 graus e 27 minutos, eles se cortam ao longo de uma linha, que toca a eclíptica em dois pontos: são os equinócios. O Sol, em sua órbita aparente, cruza esses pontos, ao passar de um hemisfério celeste para outro; a passagem de Sul a Norte, marca o início da primavera no hemisfério Norte e do outono no hemisfério Sul; a passagem do Norte para o Sul, marca o início do outono no hemisfério Norte e da primavera no hemisfério Sul. Esses são os equinócios de primavera e de outono.

Por outro lado, nos momentos em que o Sol atinge sua maior distância angular do equador terrestre, ou seja, quando é máximo o valor de sua declinação, ocorrem os solstícios. Os dois solstícios ocorrem a 21 de junho e a 21 de dezembro; a primeira data marca a passagem do Sol pelo primeiro ponto do trópico de Câncer, enquanto que a segunda é a passagem do Sol pelo primeiro ponto do trópico de Capricórnio. No primeiro caso, o Sol está em afélio e é solstício de verão no hemisfério Norte e de inverno no hemisfério Sul; no segundo, o Sol está em periélio e é solstício de inverno no hemisfério Norte e de verão no hemisfério Sul. Portanto, o solstício de verão no hemisfério Norte e de inverno no hemisfério Sul, ocorre quando o Sol está em sua posição mais boreal (Norte), enquanto que o solstício de verão no hemisfério Sul e de inverno no hemisfério Norte, ocorre quando o Sol está em sua posição mais austral (Sul).

Por herança recebida dos membros das organizações de ofício, que tradicionalmente, costumavam comemorar os solstícios, essa prática chegou à Maçonaria moderna, mas já temperada pela influência da Igreja sobre as corporações operativas. Como as datas dos solstícios são 21 de junho e 21 de dezembro, muito próximas das datas comemorativas de São João

Batista --- 24 de junho --- e de São João Evangelista --- 27 de dezembro --- elas acabaram por se confundir com estas, entre os operativos, chegando à atualidade. Hoje a posse dos Grão-Mestres das Obediências e dos Veneráveis Mestres das Lojas realiza-se a 24 de junho, ou em data bem próxima; e não se pode esquecer que a primeira Obediência maçônica do mundo, como já foi visto, foi fundada em 1717, no dia de São João Batista.

Graças a isso, muitas corporações, embora houvesse um santo protetor para cada um desses grupos profissionais,

acabaram adotando os dois São João como padroeiros, fazendo chegar esse hábito à moderna Maçonaria, onde existem, segundo a maioria dos ritos, as Lojas de São João, que abrem os seus trabalhos “à glória do Grande Arquiteto do Universo (Deus) e em honra a S. João, nosso padroeiro”, englobando, aí, os dois santos.

No templo maçônico, essas datas solsticiais estão representadas num símbolo, que é o Círculo entre Paralelas Verticais e Tangenciais. Este significa que o Sol não transpõe os trópicos, o que sugere, ao maçom, que a consciência religiosa do Homem é inviolável; as paralelas representam os trópicos de Câncer e de Capricórnio e os dois S. João.Tradicionalmente, por meio da noção de porta estreita, como dificuldade de ingresso, o maçom evoca as portas solsticiais, estreitos meios de acesso ao conhecimento, simbolizados no círculo cósmico, no círculo da vida, no zodíaco, pelo eixo Capricórnio-Câncer, já que Capricórnio corresponde, ao solstício de inverno e Câncer ao de verão (no hemisfério Norte, com inversão para o Sul).

A porta corresponde ao início, ou ao ponto ideal de partida, na elíptica do nosso planeta, nos calendários gregorianos e também em alguns pré-colombianos, dentro do itinerário sideral.

O homem primitivo distinguia a diferença entre duas épocas, uma de frio e uma de calor, conceito que, inicialmente, lhe serviu de base para organizar o trabalho agrícola. Graças a isso é que surgiram os cultos solares, com o Sol sendo proclamado como fonte de calor e de luz o rei dos céus e o soberano do mundo, com influência marcante sobre todas as religiões e crenças posteriores da humanidade. E, desde a época das antigas civilizações, o homem imaginou os solstícios como aberturas opostas do céu, como portas, por onde o Sol entrava e saía, ao terminar o seu curso, em cada círculo tropical.

A personificação de tal conceito, no panteão romano, foi o deus Janus, representado como divindade bifásica, graças à sua marcha pendular entre os trópicos; o seu próprio nome mostra essa implicação, já que deriva de janua, palavra latina que significa porta. Por isso, ele era, também, conhecido como Janitur, ou seja, porteiro, sendo representado com um molho de chaves na mão, como guardião das portas do céu. Posteriormente, essa alegoria passaria, através da tradição popular cristã, para São Pedro, mas sem qualquer relação com o solstício.

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Janus era um deus bicéfalo, com duas faces simetricamente opostas, cujo significado simbolizava a tradição de olhar, uma das faces, constantemente, para o passado, e a outra, para o futuro. Os Césares da Roma imperial, em suas celebrações e para dar ingresso ao Sol nos dois hemisférios celestes, antepunham o deus Janus, para presidir todos os começos de iniciação, por atribuir-lhe a guarda das chaves.

Tradicionalmente, tanto para o mundo oriental, quanto para o ocidental, o solstício de Câncer, ou da Esperança, alusivo a São João Batista (verão no hemisfério Norte e inverno no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas almas mortais e, por isso, chamada de Porta dos Homens, enquanto que o solstício de Capricórnio, ou do Reconhecimento, alusivo a São João Evangelista (inverno no hemisfério Norte e verão no hemisfério Sul), é a porta cruzada pelas almas imortais e, por isso, denominada Porta dos Deuses. Para os antigos egípcios, o solstício de Câncer (Porta dos Homens) era consagrado ao deus Anúbis; os antigos gregos o consagravam ao deus Hermes. Anúbis e Hermes eram, na mitologia desses povos, os encarregados de conduzir as almas ao mundo extraterreno .

A importância dessa representação das portas solsticiais pode ser encontrada com o auxílio do simbolismo cristão, pois, para o maçom, as festas dos solstícios são, em última análise, as festas de São João Batista e de São João Evangelista. São dois São João e há, aí, uma evidente relação com o deus romano Janus e suas duas faces: o futuro e o passado, o futuro que deve ser construído à luz do passado. Sob uma visão simbólica, os dois encontram-se num momento de transição, com o fim de um grande ano cósmico e o começo de um novo, que marca o nascimento de Jesus: um anuncia a sua vinda e o outro propaga a sua palavra. Foi a semelhança entre as palavras Janus e Joannes (João, que, em hebraico é Ieho-hannam = graça de Deus) que facilitou a troca do Janus pagão pelo João cristão, com a finalidade de extirpar uma tradição “pagã”, que se chocava com o cristianismo. E foi desta maneira que os dois São João foram associados aos solstícios e presidem às festas solsticiais.

Continua, aí, a dualidade, princípio da vida: diante de Câncer, Capricórnio; diante dos dias mais longos, do verão, os dias mais curtos, do inverno; diante de São João “do inverno”, com as trevas, Capricórnio e a Porta de Deus, o São João “do verão”, com a luz, Câncer e a Porta dos Homens (vale recordar que, para os maçons, simbolicamente, as condições geográficas são, sempre, as do hemisférios Norte).

Dentro dessa mesma visão simbólica, podemos considerar a configuração da constelação de Câncer. Suas duas estrelas principais tomam o nome de Aselos (do latim Asellus, i = diminutivo de Asinus, ou seja: jumento burrico). Na tradição hebraica, as duas estrelas são chamadas de Haiot Nakodish, ou seja, animais de santidade, designados pelas duas primeiras letras do alfabeto hebraico, Aleph e Beth, correspondentes ao asno e ao boi. Diante delas, há um pequeno conglomerado de estrelas, denominado, em latim, Praesepe, que significa presépio,

estrebaria, curral, manjedoura, e que, em francês, é crèche, também com o significado de presépio, manjedoura, berço. Essa palavra créche já foi, inclusive, incorporada a idiomas latinos, com o significado de local onde crianças novas são acolhidas, temporariamente.

Esse simbolismo dá sentido à observação material: Jesus nasceu a 25 de dezembro, sob o signo de Capricórnio, durante o solstício de inverno, sendo colocado em uma manjedoura, entre um asno e um boi.

Essa data de nascimento, todavia, é puramente simbólica. Para os primeiros cristãos, Jesus nascera em julho, sob o signo de Câncer, quando os dias são mais longos no hemisfério Norte. O sentido cristão, no plano simbólico, abordaria, então, apenas a Porta dos Homens e, assim, só haveria a compreensão de Jesus, como ser, como homem. Mas Jesus é o ungido, o messias, o Cristo segundo a teologia cristã e o outro polo, obrigatoriamente complementar, é a Porta de Deus, sob o signo de Capricórnio tornando a dualidade compreensível.

Dois elementos, entretanto, um material e um religioso, viriam a influir na determinação da data de 25 de dezembro. O material refere-se aos hábitos dos antigos cristãos e o religioso, ao mitraismo da antiga Pérsia, adotado por Roma:

Os primeiros cristãos do Império Romano, para escapar às perseguições, criaram o hábito de festejar o nascimento de Jesus durante as festas dedicadas ao deus Baco,

quando os romanos, ocupados com os folguedos e orgias, os deixavam em paz.

Mas a origem mitraica é a que é mais plausível para explicar essa data totalmente fictícia: os adeptos do mitraismo costumavam se reunir na noite de 24 para 25 de dezembro, a mais longa e mais fria do ano, numa festividade chamada --- no mitraismo romano --- de Natalis Invicti Solis (nascimento do Sol triunfante). Durante toda a fria noite, ficavam fazendo oferendas e preces propiciatórias, pela volta da luz e do calor do Sol, assimilado ao deus Mitra. O cristianismo, ao fixar essa data para o nascimento de Jesus, identificou-o com a luz do mundo, a luz que surge depois das prolongadas trevas.

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O Que Vem a Ser Cabala?* JHS

ister se faz conhecer de modo sintético, o significado do termo CABALA.MCabala, quer dizer, em hebraico, ‘TRADIÇÃO “. Este

termo, que também se escreve Quabala, possui diversos significados, justamente por aplicar-se a diversos assuntos:

1º - Doutrina oralmente transmitida. Os textos hebraicos dizem “de boca a ouvido” e de idade, de pai a filho, etc., é, pois, uma doutrina oral que os judeus denominam LEI ORAL, em oposição à Lei escrita, que Deus confiou a Moisés, no Monte Sinai. Voltando ele do referido Monte, entrou em sua tenda e comunicou a seu irmão Aarão o que havia aprendido do céu (sempre a mesma lenda dos Manús, que transmitem aos de sua tribo – clã, raça, etc. o que recebem do céu) da mesma revelação tiveram conhecimento, Eleazar e Ithamar, filhos de Aarão; a seguir, os 70 anciãos que compunham o Sanhedrin , e finalmente todos os Israelitas que desejaram conhecê-la, de sorte que os filhos de Israel ouviram a explicação da Lei uma só vez; os setenta anciãos, duas vezes; Eleazar e Ithamar, três vezes, e Aarão, quatro vezes. (Na razão cabalística, digamos assim, dos Espirituais merecimentos de cada um).

2º - Este termo designa, ainda, a interpretação que os Rabinos e os Doutores judeus deram, quer do texto da Escritura, quer das palavras e mesmo das letras de que se compõe o texto e seu real sentido, por meio de certas combinações. Esta espécie de Cabala se divide em três partes: "a Gematria, a Notaricon e a Themurah."

A – A Gematria consiste em desdobrar as letras de uma palavra em números, explicando cada uma de acordo com seu valor numérico.

B – A Notaricon consiste em tomar cada letra de uma palavra por uma inteira dicção, isto e, pronunciar separadamente o nome de cada letra.

C – A Themurah, isto é, mudança, troca, etc., consiste em dar um sentido diferente a qualquer palavra, quer separando quer transpondo as letras que a compõem.

Chama-se a esta espécie de Cabala, de artificial.3º - “Cabala prática”- É a ciência com auxílio da qual se

operam as obras mágicas, as mesmas de que se serviram Moisés, Josué, Elias e outros Taumaturgos, e que não estão ao alcance dos homens vulgares, - por isso mesmo, tomando-as como “milagres”. Foi ainda com seu auxílio que Salomão pode construir o templo de Jerusalém. Esta Cabala foi consignada em um livro publicado pelo rabino Isaac Ben Abrahão, no começo do século XVIII. De todas as Cabalas, entretanto, a mais importante é a filosófica.

4º - Cabala filosófica – Tal espécie de Cabala contém sobre Deus, o Homem e o Universo (Aziluth) sublime metafísica. Ela se divide em duas partes principais: uma chamada “Bereschit” (livro dos princípios), relacionada a tudo quanto diz respeito ao conhecimento da Terra; e outra, “Mercabah” ou carro, na qual se

acham todas as explicações necessárias à compreensão de todas as verdades. Existem várias razões para ser chamada de ‘Carro’, dentre elas a relacionada com o carro (ou chariot) de Ezequiel. Estas duas ciências são sagradas. Não se pode falar do “Bereschit” diante de mais de duas pessoas; quanto à Mercabah ou Mercavah, proibido é explicá-la diante de qualquer pessoa.

Eis aqui alguns princípios encontrados na Cabala filosófica:

1 – Nada é feito do nada; 2 – Nenhuma substância foi do nada; 3 – Assim também, a matéria não foi tirada do nada; 4 –

Porém, não deve ela a sua origem à substância com que se apresenta; 5 – Não há, pois, matérias, nem uma só matéria propriamente dita; 6 – Tudo que existe é fluido ou espírito; 7 – O Espírito é incriado, eterno, inteligente, sensível e contém em si o “princípio do movimento. (Lei da vibração, portanto.) 8 – Tudo quanto existe emana do Espírito Universal ou Infinito. (O Ain-Soph). 9 – Quanto mais próximos se achem os seres desse Espírito Infinito, maiores e divinos se tornam; 10 – O mundo emanou de Deus, devendo, pois, ser olhado - com tudo quanto nele existe – como o próprio Deus, que estando oculto, incognoscível, incompreendido em sua pura Essência, manifestou-se e tornou-se, por assim dizer, invisível ao homem por suas emanações. (Nesse caso, não é visto, mas é sentido ou percebido em tudo e em todos, justamente por aqueles que mais próximos se achem desse mesmo Espírito infinito).

Foram essas emanações que no Universo criaram três mundos diferentes, embora ligados entre si: “Aziah, Ietzirah e Briah” os quais, por sua vez, correspondem as três divisões fundamentais do homem: (Nephesch, Ruasch, Neschamah,) Corpo, Alma e Espírito.

Os dez princípios acima exarados para simbolizar os Dez ramos da “Árvore Sephirotal” São: 1- Kether; 2- Chochmah; 3 – Binah; 4 – Chesed; 5 – Geburah; 6 – Tiphereth; 7 – Netzah; 8 – Hod; 9 – Yesod; 10 – Malkuth.

Tanto no Universo como no homem, a Árvore Sefirotal possui diversos simbolismos.

*Pesquisa baseada em livros e revistas da Sociedade Brasileira de Eubiose por Wilson Namorato M∴ I∴

Nota do Editor – Aos Irmãos que se interessarem pelo tema, permita-me indicar o livro de Francisco Valdomiro Lorenz - “Noções Elementares de Cabala” - A Tradição Esotérica do Ocidente, de muito fácil compreensão. Autores como Papus, Elivas Levi e Stanislas de Guaita, para os que desejam, de fato, se aprofundarem no assunto.

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O Maçom em TemploO Maçom em Templo

Ivan Barbosa

ualquer reunião, mesmo profana, para tratar de negócios ou de confraternização tem a característica de criar forças vibratórias de energia positiva ou

negativa, que influenciam diretamente aos participantes. Se algum dos presentes não estiver em sintonia com os demais, haverá discórdia e até mesmo algo mais grave. Quando isto acontece em alguma festa ou reunião, costuma-se dizer que "fulano estava exaltado", para tentar justificar uma atitude não coerente com as dos demais. Isto não é verdade, porque outros participantes também entram no mesmo grau ou até maior de empolgação na conversa ou discussão, mas comportam-se com alegria e respeito, brincando e sendo alvo de brincadeiras, sem faltar ao respeito ou usar de violência com quem quer que seja. Simplesmente, isto acontece porque estavam ligados em "sintonia" com o "espírito dominante" do evento, que não permitiu que o seu EU fosse invadido por forças negativas. Também, quando nos propomos a participar de um culto, solicitamos a presença dos Reinos da Natureza, que ali encontram a oportunidade de atuar e servir aos presentes, com seus conselhos telepáticos e emanações fluídicas. As entidades de todos os planos usam como método de evolução própria, o trabalho de ajuda aos participantes de reuniões de cunho religioso, ocasião em que se regojizam em estar presente em dias e horas marcados, aguardando apenas a invocação dos responsáveis pelo ritual, momento em que formam a egrégora, boa ou má, de acordo com a vibração do pensamento coletivo dos presentes.

Q

Por estes motivos é que afirmamos ser necessário estar o templo maçônico totalmente puro e sem qualquer pensamento vil ou grosseiro. A participação de maçons quando em templo (principalmente) deve ser do mais profundo respeito com os assuntos ali tratados, evitando-se brincadeiras e posicionamento relaxado ou preguiçoso, levando-se em conta que somente o respeito e pensamentos edificantes podem atrair em nosso benefício, com suas presenças em templo, elevadas entidades da Natureza e Anjos Celestiais. O templo maçônico é um lugar sagrado, assim como o interior de uma igreja de qualquer religião também o é. Não devemos ali adentrar com lembranças ou pensamentos em atos comerciais, sexuais ou festas. Devemos ter respeito à espiritualidade que ali comparece a nosso pedido, para nos ajudar na caminhada terrestre que acontece à grande viagem de retorno.

Quando estão os maçons dentro de um templo, estejam abertos ou não os trabalhos, os Espíritos da

Natureza e os Anjos Celestiais também estão ali, ansiosos por ouvirem palavras sábias e bem intencionadas, despidas de ódio, inveja ou vaidade. Quando isso ocorre, eles alegram-se e têm a certeza de que sua vinda ao local não foi em vão, começando então a emanar fluidos de ajuda para a

melhoria física, material e espiritual dos presentes. No entanto, quando ocorre o contrário, e os trabalhos não são iniciados em hora determinada, ou os irmãos se comportam desrespeitosamente entre si, sentam de maneira descuidada e sem postura, com cochichos e piadas, formando grupos de divergências pelo poder, apresentando vaidades e orgulhos pessoais, as entidades ali presentes lamentam terem deixado de assistir em outro local, a quem aproveitariam realmente a sua presença e deixam que o veneno destilado pelos irmãos inconseqüentes comandem os trabalhos, retirando-se do local. Esta é a explicação de muitas Lojas, antes fortes e poderosas, estarem hoje vazias e pedindo

socorro. É o resultado das ações daqueles que vêem na Maçonaria apenas um passatempo semanal que termina em abraço, cervejas e algumas piadas. Devemos lembrar do simbolismo do Galo no Quarto de Reflexões quando de nossa Iniciação. VIGIA!

O maçom deve sempre vigiar a sua conduta para assim, atingir o que veio buscar nesta Sublime Ordem: Serenidade, Conhecimento e Prosperidade Espiritual. Lembre-se de que você é o seu pensamento. Se você pensa limpo, você está puro.

Os Espíritos do Templo recebem os seus pensamentos e atos e os devolvem multiplicados, para a sua alegria ou desgraça.

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Ritos MaçônicosRitos Maçônicos__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Ritos MaçônicosRitos Maçônicos

Paulo Roberto Marinho

ARTE REAL inaugura uma nova coluna – Ritos Maçônicos. Através de artigos pretendemos, dentro de contexto

investigativo e de depoimentos de autores maçônicos fidedignos, elucidar questões sobre a origem, o desenvolvimento e as transformações porque passaram e passam os ritos maçônicos.

OAté aonde pudemos observar, em muitas Lojas

ainda há muito desconhecimento dos significados de nossos símbolos e alegorias que ornamentam nossos Templos. Registra-se uma queda acentuada na qualidade das instruções ministradas aos nossos Irmãos por despreparos daqueles que, por dever de ofício, têm a responsabilidade direta de aplicação da didática maçônica. Mestres desinteressados pela cultura maçônica, do estudo e da pesquisa.

Começaremos com o R∴ E∴ A∴ A∴ , – o mais adotado no Brasil e o menos adotado no mundo. Porém, o que mais sofre com alterações e enxertos. Em cada Loja se pratica um adaptado pelos Usos e Costumes locais, personalizando-o ao modo de cada Oficina.

Não há uma pesquisa oficial ou algum censo confiável para afirmar-se que determinado rito seja o mais praticado universalmente, mesmo porque, as obediências maçônicas simbólicas não se congregam em instituição única. O que se sabe é por dados coletados em páginas da Internet dos sites de Obediências e de Lojas espalhadas pelo mundo. Nos Estados Unidos da América o rito mais adotado é o York que é diferente do Rito praticado pela Grande Loja Unida da Inglaterra, que não tem nome – nós o chamamos de Rito de Emulação. Não podemos dizer que o Rito de Emulação e o Rito de York são a mesma coisa, equivaleria dizer-se que o Rito Escocês e o Escocês Retificado os seriam também.

Pela expressão ADOTADO tudo leva a crer que o Rito de York seja predominante no planeta, mas não o “Emulação”. Pela expressão PRATICADO ficam dúvidas. Em muitas Obediências, para não dizer a maioria, nos EE.UU. e na Europa, sessão Ritualística é coisa rara. Praticamente restringem-se as iniciáticas e especiais. No R∴ E∴ A∴ A∴ , todas as reuniões são Ritualísticas. Raríssimas são aquelas sessões administrativas fora dos Templos. Os Regulamentos das Obediências dos países onde predomina o R∴ E∴ A∴ A∴ , em sua maioria, estabelecem sessões ritualísticas com suspensão dos trabalhos para realização de outras solenidades e depois retorno aos trabalhos ritualisticamente. Isso dá base para nossa convicção de que as Lojas que ADOTAM o R∴ E∴ A∴ A∴ se reúnem ritualisticamente quatro vezes por mês . Ou seja, PRATICAM o Rito quatro vezes por mês. Deste modo tudo leva a crer que o R∴ E∴ A∴ A∴ , mesmo que pesquisas não confiáveis,

digam ser ADOTADO por apenas cerca de 20% das lojas do Mundo, ele de fato seja o Rito mais PRATICADO.

Baseado em estudos de autores renomados como Rizzardo da Camino, Nicola Aslan, Castellani, citando somente os brasileiros, estaremos disponibilizando a cada edição particularidades sobre cada Rito.

RITO vem da palavra latina ritus, que era utilizada para designar a idéia de formalismo ou de algo convencional. As práticas antigas eram promovidas nesses atos formais ou convencionais, para que ficassem gravadas na imaginação. Os governantes procuravam imprimir gestos, cores, sinais, símbolos, palavras e sons, para criar condicionamentos uniformes na realização das práticas coletivas, que formam o RITO. O RITO incute nas pessoas o hábito cerimonial. O termo RITO se aplica no sentido de regra, ordem, método, orientação, diretriz, uso e outras conotações que impregnam a conduta humana de compromisso com um sentimento preconizado. Há ritos religiosos, jurídicos, militares, familiares, morais, etc. Na vida social, os ritos se interpõem por meios de costumes. A noção de Rito está quase sempre associada a uma fórmula tradicional e a um tipo de reverência ou culto.

As instituições são mantidas através de procedimentos ritualísticos. Ritual é a explicação cultural do RITO. No RITUAL estão contidos os modos como o RITO deve ser executado ou vivenciado. O Ritual se exprime na maneira de fórmulas ou de processos que dão ritmo a harmonia, consistência, permanência, unidade, individualidade e entre outras condições, o envolvimento grupal de sensibilidades. A Maçonaria comunica-se em diferentes Ritos concebidos para atender a determinadas circunstâncias históricas e geográficas mundiais.

Denomina-se de rito maçônico um conjunto sistemático de cerimônias e ensinamentos maçônicos. Esses variam de acordo com o período histórico, conotação, objetivo e temática dada pelo seu criador; muitos ritos existiram por breves períodos de tempo e foram extintos, muitos mantém suas tradições inalteradas até hoje,estima-se que ao longo da historia tenha existido mais de 140 ritos diferentes, os ritos hoje mais difundidos no mundo são: O Rito de York, O Rito Escocês Antigo e Aceito, O Rito Francês ou Moderno, O Rito Schröeder, (pronuncia-se Chreider), e o Rito de Memphis-Misraim. No Brasil se praticam todos esses, além do Rito Brasileiro e o do Rito Adonhiramita.

Abaixo transcrevemos o texto de Kurt Prober - “A Origem do Rito Escocês”:

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A Origem do Rito Escocês

Ao contrário do que vulgarmente se acredita, o RITO ESCOCÊS nada tem a ver com o Estado da ESCÓCIA, pois na época do aparecimento deste rito, as Lojas de lá trabalhavam no Rito de YORK, como em toda a Grã-Bretanha.

Afirmam certos historiadores tradicionais, mas sem jamais terem podido comprová-lo ou documentá-lo, que a criação de graus "inefáveis" deste rito se teria procedida logo depois da terminação da primeira Cruzada (1099 D. C.), na Escócia, na França e na Prússia, simultaneamente. Mas tudo isto é pura fantasia, bastando dizer que a Prússia então, como Estado, ainda nem existia. Houve isto sim, a criação de inúmeros "títulos" honoríficos de "Ordens de Cavalaria", mas estas nada tinham a ver com a Maçonaria.

É muita vontade de criar uma falsa antiguidade, hoje em dia muito usual na Arte Real, e muito similar, á idéia de ANDERSON, ao publicar, depois de sua famosa CONSTITUIÇÃO DE 1723, uma nebulosa "HISTÓRIA PATRIARCAL DA MAÇONARIA" (começando em 3785 A. C. E terminando na Inglaterra em 1714 DC). É a conhecida "Maçonaria Romanceada", que sistematicamente nos é apresentada pelos nossos editores "especialistas", em traduções de literatura estrangeira barata, por não estarem os historiadores patrícios dispostos a pesquisarem a história da maçonaria AUTÊNTICA, e com isenção de animo nem a nossa história querem analisar.

Mas o que a maioria destes escritores fez, foi escrever a história da maçonaria "NA" Escócia, começando pelo famoso EDITAL da Cidade de Edinbourgh, de 1415, permitindo a constituição de uma "Corporação de Franco-Burgueses", e a Arte Real, que se foi desenvolvendo depois disto.

Fato é, que o RITO ESCOCÊS surgiu na FRANÇA, e isto depois de lá ter sido introduzida a Maçonaria Inglesa, naturalmente do Rito de YORK.

A primeira Loja foi instalada em 1 de junho de 1726, na adega "AU LOUIS D'ARGENT", á rua dos Açougueiros (rue de Bucherie), de propriedade do inglês "HURE", loja esta que teria sido fundada por Lord DERWENTWATER e Ld. HARNOUESTER.

Em 17 de maio de 1729 foi instalada uma segunda Loja, fundada pelo filantropo francês André-François Lebreton, numa outra adega da mesma rua. Só em 1732 surge a LOGE DE BUSSY, sob jurisdição inglesa, que recebeu o N° 90 e o nome de "KING'S HEAD AT PARIS" e foi provavelmente sucessora da "Louis D'Argent". E até 1735 mais três lojas foram ali fundadas sob a jurisdição da Gr∴ Loj∴ Ι nglesa.

Consta, que por volta de 1728 teria sido fundada a Grande Loja de França, pelo menos é isto que ela mesma afirma em sua nova Constituição de 1967 (Ref. F-1967,936), mas o que se sabe é apenas, que entre 1728/30 um "Ordre des Francs-Maçons dans le Royaume de France" organizou o seu "Regulamento Geral", dentro dos moldes da Organização Inglesa, elegendo para seu primeiro Gr.: M.: o Príncipe Philippe de WHARTON, ex-Gr. : M. : da Grande Loja de Londres, que em 1728 se tinha refugiado em Paris.

Foi ele sucedido por James-Hector Mac Leane, Cavaleiro

"Baronnet D'ECOSSE", em 27 de dezembro de 1735. E foi este que fixou todos estes fatos para a posteridade, num manuscrito recentemente encontrado na Biblioteca Nacional de Paris, e já falando ele de GRANDE LOJA, de modo que é mais do que provável, ter este titulo sido adotado um pouco antes pelo seu antecessor, digamos entre 1730/35. Em seguida o supremo malhete passou para as mãos de Charles Radclyffe, "4° Conde de Derwentwater", em 27 de dezembro de 1736, e depois para o Duque D'AUSTIN, neto de Madame de MONTESPAN, em 1738.

E tanto isto é verdade, que ANDERSON em seu "New Book of Constitution", impresso em Londres em 1738, á página 195 diz textualmente o seguinte:

"... Todas ESTAS Lojas Estrangeiras (... Acabara de relacionar as Lojas inglesas no estrangeiro...) estão sob a proteção de nosso Grão Mestre da Inglaterra; entretanto, a Loja antiga da cidade de Nova York, e as Lojas da ESCÓCIA, da Irlanda, da França e da Itália, tendo declarado a sua Independência, tem "os seus próprios Grão Mestres: Muito embora tenham as MESMAS CONSTITUIÇÕES, Obrigações Regulamentos, etc., de seus Irmãos da Inglaterra, estando igualmente zelando pelo estilo Augustiano e os segredos da

antiga e honorável fraternidade..."Logicamente outras Lojas e talvez

mesmo outras potências administrativas foram surgindo logo, e a índole latina foi imediatamente modificando e alterando a ritualística da maçonaria tradicional inglesa, para o seu gosto por demais rígida e sem dar o destaque ás castas governantes e militares, que sentiram a necessidade de se projetarem sobre os maçons burgueses.

Se na Inglaterra, aonde a Arte Real já vinha de longe, depois de 3 séculos de lutas religiosas e políticas, o povo já tinha encontrado o seu MODUS VIVENDI dentro da tolerância, a que prudentemente se tinha adaptado o clero aristocrático, os presbiterianos e os anglicanos, isto já não acontecia na França, onde a maçonaria era

cousa nova.Assim por volta de 1730/35 surgiu na França o Rito

Francês e o Rito ESCOCÊS nos graus simbólicos, Pouco tempo depois foram inventados os graus "inefáveis", que paulatinamente foram sendo acrescentados ao "MAITRE ECOSSAIS".

Já em 1742, afirmam os historiadores contemporâneos, estava formada a "Maçonaria ESCOCESA", organizada pelo "Conseil des Empereurs d'Orient et d'Occident, Grande e Souveraine Loge Ecossaise Saint Jean de Jerusalem", uma subsidiaria surgida no seio da Grande Loja de França, que organizou o Rito Escocês, também adotando o sufixo ANTIGO E ACEITO, usado pela primeira vez por ANDERSON, em sua Nova Constituição de 1738.

E quando finalmente foi eleito para Gr∴ M∴ o Conde de CLERMONT, Louis de Bourbon, em 1743, havia na França uma verdadeira inflação de Lojas, mais de DUZENTAS, como nos contam historiadores da época, mas sendo muitas delas "Ordens de Cavalaria".

No ano de 1758 fundou-se em Paris um novo Corpo Maçônico, que recebeu o nome de CAPÍTULO, ou "Conselho de

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Imperadores do Oriente e do Ocidente", e NOVE Comissários deste Corpo elaboraram, o que se tornaria conhecido como a CONSTITUIÇÃO DE BORDEAUX, de 21 de setembro de 1762 (6° Dia da 3a Semana 7a Lua Ano 57621, que introduzia um sistema de RITO ESCOCÊS de 25 GRAUS. Mas a pacificação, que se tinha pretendida, não foi duradoura, e já em 1767 a Grande Loja de França adormecia.

Somente em 22 de outubro de 1773 a maçonaria francesa voltou a reunir-se em "Grande Loja Nacional", acabando por fundar o Grande Oriente de França, tendo como Gr∴ M∴ o Duque de CHARTRES.

A maioria dos Diretórios ESCOCESES se incorporaram ao Gr∴ Or∴ de França, enquanto alguns fundaram a Grande Loja de CLERMONT, de vida efêmera.

Deve ser mencionado aqui, que muitos escritores do passado, e ainda alguns "copistas" dos nossos dias, costumam citar o nome do Barão ANDREAS MICHAEL RAMSAY (nascido em 1686, iniciado na HORN LODGE, de Londres, em Março de 1730 (Ref. F-1973,937), e falecido em 6 de maio de 1743), como "inventor" do Rito Escocês dos "altos graus". Entretanto, basta a leitura de seus discursos como Gr∴ Orador que era da Gr∴ Loja de França, e especificamente o pronunciado em 21 de março de 1737, para termos a prova da incongruência de tal afirmação, pois disse textualmente o seguinte:

-... A atividade da Maçonaria, resumida nos TRÊS graus (... Evidentemente os simbólicos...), e só estes reconhecemos, pode ser considerada perfeitamente suficiente..."

Pronunciamento este, que bem prova a sua ojeriza aos graus inefáveis, que já então existiam. Provavelmente o simples fato de ter sido ele membro da "Ordem de São Lazaro de Jerusalém", da qual era Gr∴ Mestre o Regente FELIPE DE ORLEANS, da educação de cujos filhos esteve RAMSAY encarregado entre 1715/24, Ordem de que ele recebeu o titulo de "Cavaleiro Baronnet D'ECOSSE", e ainda o fato de ter sido ele um grande estudioso e filósofo, por certo bastou aos historiadores profanos para lhe atribuírem essa "paternidade.

Para melhor se compreender a confusão que existe, basta citar que se conhece "quatro" versões dos Discursos de RAMSAY: de 1738 (Haya), 1741 (Paris), 1742 (Frankfurt s. M. E de 1743 (Londres).

Vá lá que RAMSAY tenha colaborado na elaboração das bases para o rito ESCOCÊS nos TRÊS graus simbólicos, mas nem isto pôde ainda ser comprovado. E de passagem se diga aqui, que a primeira Loja de Perfeição, de que se tem noticia, foi criada em Bordeaux, em 1744, portanto um ano depois do passamento de Ramsay.

Lastimavelmente a Revolução Francesa, ao contrário do que habitualmente·se afirma, dispersou os Franco-Maçons, que só a partir de 1799 foram paulatinamente se reagrupando no Grande Oriente de França, que neste ano foi REERGUIDO.

Em 12 de outubro de 1804 os grandes oficiais do Rito ESCOCÊS se reuniram, e em nova reunião de 22 de outubro de 1804, de Grande Consistório, formaram uma GRANDE LOJA ESCOCESA DE FRANÇA DO RITO ANTIGO E ACEITO, elegendo o príncipe Luiz Napoleão para Gr∴ M∴ e para seu Representante-Presidente o Conde Alexandre-François-August de GRASSE-TILLY, mas já em Dezembro do mesmo ano este estabeleceu um acordo com o Grande Oriente de França, delegando-lhe poderes para administrar, além dos 3 graus simbólicos,

também os graus "inefáveis" de 4 até 18 (Rosa-Cruz).Mas quando em Julho de 1805 o Grande Oriente de

França resolveu também administrar os restantes graus filosóficos, de 19 em diante, houve um rompimento entre as duas jurisdições, que só pôde ser sanado em 1821, quando o Rito Escocês Antigo e Aceito se reorganizou totalmente na França.

A atual Grande Loja de França só em 7 de novembro de 1894 foi RECONSTITUÍDA, quando 60 (sessenta) Lojas do Supremo Conselho decidiram separar o SIMBOLISMO do Sistema FILOSÓFICO dos Altos Graus. Portanto, na verdade era "Potência NOVA".

ReflexõesReflexões____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Você Sabe Como Nasce Um Paradigma?Você Sabe Como Nasce Um Paradigma? Autor desconhecido

m grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No centro dela puseram uma escada e, sobre esta, um cacho de bananas. U

Quando um macaco subia a escada para apanhar as bananas, os cientistas lançavam um jato de água fria nos que estavam no chão.

Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o enchiam de pancadas.

Passado mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas. Então, os cientistas substituíram um dos cinco macacos. A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo rapidamente retirado pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não mais subia a escada. Um segundo foi substituído, e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao

novato. Um terceiro foi trocado, e repetiu-se o fato. Um quarto e,

finalmente, o último dos veteranos foi substituído. Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos

que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse chegar às bananas. Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: "Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui..."

Você não deve perder a oportunidade de passar esta história para seus Irmãos e amigos, para que, vez por outra, questionem-se porque estão batendo, ou seja, praticando certos atos simplesmente porque, sempre foi feito assim!

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ReflexõesReflexões____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

PipocaPipoca Rubem Braga

transformação do milho duro em pipoca macia é símbolo da grande transformação por que devem passar os homens. O milho de pipoca

não é o que deve ser. Ele deve ser aquilo que acontece depois do estouro.

AO milho somos nós: duros, quebra-dentes,

impróprios para comer. Mas a transformação só acontece pelo poder do fogo. Milho de pipoca que não passa pelo fogo continua a ser milho para sempre.

Assim acontece com a gente. As grandes transformações acontecem quando passamos pelo fogo. Quem não passa pelo fogo fica do mesmo jeito, a vida inteira. São pessoas de uma mesmice, uma dureza assombrosas. Só elas não percebem. Acham que o seu jeito de ser é o melhor jeito de ser. Mas, de repente, vem o fogo.

O fogo é quando a vida nos lança numa situação que nunca imaginamos - dor. Pode ser o fogo de fora: perder um amor, um filho, um amigo ou o emprego. Pode ser o fogo de dentro: pânico, medo, ansiedade, depressão, doenças e sofrimentos cujas causas ignoramos.

Há sempre o recurso do remédio, uma maneira de apagar o fogo. Sem fogo, o sofrimento diminui. E com isso a possibilidade da grande transformação.

Imagino que a pipoca dentro da panela, ficando cada vez mais quente, pensa que a sua hora chegou: vai morrer. Dentro de sua casca dura, fechada em si mesma, ela não consegue imaginar destino diferente. Não pode imaginar a transformação que está sendo preparada. A pipoca não imagina aquilo de que ela é capaz.

Aí, sem aviso prévio, pelo poder do fogo, a grande transformação acontece: BUM! E ela aparece completamente

diferente, como nunca havia sonhado. Piruá é o milho que se recusa a estourar. São

aquelas pessoas que, por mais que o fogo esquente se recusam a mudar. Elas acham que não pode existir coisa mais maravilhosa do que o jeito delas serem. A sua presunção e o medo são a dura casca que não estoura. O destino delas é triste. Ficarão duras a vida inteira.

Não vão se transformar na flor branca e macia. Não vão dar alegria para ninguém.

Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não servem para nada. Seu destino é o lixo.

E você, o que é? Uma pipoca estourada ou um piruá?

ReflexõesReflexões____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A Lição dos GansosA Lição dos Gansos Autor desconhecido

uando um Ganso bate as asas, cria um vácuo para o pássaro seguinte. Voando numa formação em V, o bando inteiro tem o seu desempenho 71% melhor do

que se a ave voasse sozinha.

QLição: Pessoas que compartilham uma

direção comum e senso de comunidade podem atingir seus objetivos mais rápido e facilmente.

"Sempre que um Ganso sai da formação, sente subitamente a resistência por tentar voar sozinho. Rapidamente, volta para a formação, aproveitando a aspiração da ave imediatamente à sua frente",

Lição: Se tivermos tanta sensibilidade quanto um Ganso, permaneceremos em formação com aqueles que se dirigem para onde pretendemos ir e nos disporemos a aceitar sua ajuda, assim como prestar a nossa aos outros.

"Quando o Ganso líder se cansa, muda para trás na formação e, imediatamente, um outro Ganso assume o lugar, voando para a posição de ponta".

Lição: É preciso acontecer um revezamento das tarefas pesadas e dividir a liderança. As pessoas, assim como os Gansos, são dependentes uma das outras.

"Quando um Ganso fica doente, ferido, ou é abatido, dois Gansos saem da formação e seguem-no para ajudá-lo e protegê-lo. Ficam com ele até que esteja apto a voar de novo ou faleça. Só assim, eles voltam ao procedimento normal, com

outra formação, ou vão atrás de um outro bando.Lição: Se tivermos bom senso tanto quanto os Gansos,

também estaremos ao lado dos outros nos momentos difíceis.

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Sondagem Geotécnica - EstaqueamentoProjetos e Obras Civis – Laudos Periciais

Ir∴HAMILTON S. SILVEIRAENGENHEIRO CIVIL GEOTÉCNICO

CREA 35679/D-RJ

( (35) 3332-2353 / [email protected]

Rua Andradas 240/12 – S. Lourenço - MG

CuriosidadesCuriosidades__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

A Origem das Notas MusicaisA Origem das Notas Musicais

Francisco Feitosa

Aproveitando o ensejo de estarmos comemorando, neste bimestre, o dia de São João (24/jun) – nosso patrono, para trazer uma curiosidade quanto à origem das notas musicais. Em pesquisa, encontramos que o monge Guido D’Arezzo (995 – 1050) deu nome as notas musicais, tirando-as das sílabas iniciais de um hino a “SÃO JOÃO” em que cada sílaba é cantada na referida nota, que dizia:

UT queant laxix - Para que possam

REsonare fibris - ressoar as maravilhas

MIra gestorum - de teus feitos

FAmuli tucrum - com largos cantos

SOLve polluti - apaga os erros

LAbii reatum - dos lábios manchados

Sancte Ioanes - Ó, SÃO JOÃO

O nome “DÓ”, da antiga nota “UT” , foi adotado primeiramente na língua Italiana, por Bonnoncini em 1673. Logo após esse fato, passou a ser aceito pelas demais línguas românicas, por sua sonoridade bem mais agradável de ser solfejada. O “UT”, mais tarde, passou a chamar-se definitivamente “Dó”, mas não se sabe quem, de fato, o batizou.

BBoas Dicasoas Dicas____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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Indicação de Livro Indicação de Livro “Reflexões Maçônicas – Crônicas” de Jorge Tavares Vicente pela Editora Marques Saraiva.

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Arte Real – Edições Anteriores Arte Real – Edições Anteriores Já se encontram disponíveis para download as edições anteriores do Arte Real no site www.entreirmaos.net

Obrigado por prestigiar este nosso trabalho. Temos um encontro marcado na próxima edição!!!

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