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FUNDAÇÃO ESCOLA TÉCNICA LIBERATO SALZANO VIEIRA DA CUNHA CURSO TÉCNICO DE MECÂNICA GABRIEL FRANCISCO GHENO CAZAKEVICIUS SÍRIO ROBERTO DE PAULA JÚNIOR YURI KIEFER ALVES PROFUT Prótese Ortopédica para Prática de Futsal Orientador: Prof.: Fábio Ricardo Oliveira de Souza Novo Hamburgo 2016

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FUNDAÇÃO ESCOLA TÉCNICA LIBERATO SALZANO VIEIRA DA CUNHACURSO TÉCNICO DE MECÂNICA

GABRIEL FRANCISCO GHENO CAZAKEVICIUSSÍRIO ROBERTO DE PAULA JÚNIOR

YURI KIEFER ALVES

PROFUT Prótese Ortopédica para Prática de Futsal

Orientador: Prof.: Fábio Ricardo Oliveira de Souza

Novo Hamburgo2016

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GABRIEL FRANCISCO GHENO CAZAKEVICIUSSÍRIO ROBERTO DE PAULA JÚNIOR

YURI KIEFER ALVES

PROFUT Prótese Ortopédica para Prática de Futsal

Projeto de integração disciplinar apresentado ao curso Técnico de

Mecânica da Fundação Liberato

Salzano Vieira da Cunha para aprovação

nas disciplinas do curso.

Orientador: Prof.: Fábio Ricardo Oliveira de Souza

Novo Hamburgo, Setembro de 2016

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FOLHA DE ASSINATURAS

GABRIEL FRANCISCO GHENO CAZAKEVICIUSSIRIO ROBERTO DE PAULA JÚNIOR

YURI KIEFER ALVES

PROFUT Prótese Ortopédica para Prática de Futsal

FUNDAÇÃO ESCOLA TÉCNICA LIBERATO SALZANO VIEIRA DA CUNHACURSO TÉCNICO DE MECÂNICA

Novo Hamburgo, Setembro de 2016

__________________________________Sírio Roberto de Paula Júnior

__________________________________Gabriel Francisco Gheno Cazakevicius

__________________________________Yuri Kiefer Alves

__________________________________Fábio Ricardo Oliveira de Souza

Professor Orientador

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Dedicamos este trabalho a nossa família pelo apoioem todo o decorrer do projeto, ao professor orientador

Fábio Ricardo pelo auxílio na pesquisa e pela confiançadepositada em nó

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RESUMO

Nós começamos nosso projeto com uma ideia proposta pelo orientador doprojeto, professor Fábio Ricardo Oliveira de Souza. A ideia sugerida por ele foi odimensionamento de uma prótese ortopédica direcionada para a prática de futsal.Começamos o projeto com a ideia de uma prótese que acoplasse toda a perna, masdelimitamos para a parte transtibial da perna apenas, pois na pré-apresentaçãonosso projeto foi criticado e dito como inviável pela banca.

Seguimos com a elaboração da prótese transtibial com recursos metodológicosapropriados, como por exemplo, pesquisas sobre as forças aplicadas para arealização dos movimentos em um jogo de futsal; também visitamos o iBTeC(instituto brasileiro de tecnologia do couro, calçados e artefatos); e dimensionamos aprótese no AutoDesk Inventor.

Após a análise das forças que seriam necessárias para o dimensionamento daprótese, buscamos a partir de trabalhos científicos os valores destas e em qual localdo pé seriam aplicadas. Após o grupo analisar os picos de pressão nas áreas-chavedo pé, iniciamos o processo de dimensionamento da prótese no Inventor, seguindoassim até a conclusão do projeto.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7

2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 8

2.1 Revestimento da prótese .............................................................................. 8

2.1.1 Ensaio Izod ................................................................................................... 8

2.1.2 Polietileno Linear de Baixa Densidade (PEBDL) .......................................... 9

2.1.3 Poliuretano termoplástico ............................................................................. 9

2.1.4 Polipropileno moldado ................................................................................ 10

2.2 Pressão plantar ............................................................................................ 11

2.2.1 Pico de pressão plantar para o movimento de corrida ................................ 11

2.2.2 Pico de pressão plantar para o movimento de passe ................................. 12

2.2.3 Plataforma de força .................................................................................... 14

3 METODOLOGIA .............................................................................................. 15

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................ 22

5 CONCLUSÃO .................................................................................................. 23

REFERÊNCIAS ................................................................................................... 24

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1 INTRODUÇÃO

O presente projeto visa a criação e o dimensionamento de uma prótese

ortopédica voltada específica à prática do futsal, tendo a funcionalidade necessária e

formato de um pé biológico humano, para amputados e/ou deficientes que queiram

praticar esse esporte de forma segura, funcional e profissional.

Nos dias atuais, onde o número de amputações dos membros inferiores

cresce devido as doenças infecciosas e outras como diabetes e gangrena e aos

acidentes traumáticos como de trânsito e armas de fogo, se faz necessário o uso de

próteses ortopédicas. De acordo com o Ministério da Saúde, 2013, ocorreram

49,165 mil amputações pelo SUS no Brasil em 2011 e dessas, 94% foram de

membros inferiores, sendo 33,1% de causas externas como os acidentes já citados.

Considerando que esses acidentes ocorrem em maior número com pessoas

jovens e que após a amputação perdem a liberdade de praticar esportes, torna-se

necessário a criação de uma prótese que lhes ofereça a oportunidade, juntamente

da segurança, conforto e funcionalidade para a pratica do futsal. Ao mesmo tempo

que esteja dentro das normas e regras do esporte, possibilitando o uso da mesma

em competições oficiais. Abrindo também ao amputado uma forma de participar de

atividades que o incluem dentro da sociedade novamente e o ajudam a se recuperar

psicologicamente, pois, de acordo com Padovani et al. (2015, p. 110), existe “[..] um

aumento nos níveis de ansiedade, especialmente nos jovens (18 a 38 anos) e

depressão nos idosos (60 a 80 anos)”.

O problema que permeia o desenvolvimento do projeto é se é possível a

criação e o dimensionamento de uma prótese ortopédica que ofereça todas as

funcionalidades necessárias para a prática do jogo, assim como a segurança e o

conforto essencial.

Dentro de estudos realizados, foi dimensionado o formato e o material de acordo

com os esforços aplicados no pé ao correr, andar, pular e chutar, oferecendo

conforto e segurança ao usuário e os demais jogadores, viabilizando a participação

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do mesmo em competições oficiais.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Revestimento da prótese

A prótese deve ser revestida com algum polímero de boas propriedades

mecânicas, adequadas para uma situação prática do esporte futsal, onde deve-se

ter cuidado, tanto para não machucar os outros jogadores, como para absorver

grandes quantidades de energia aplicada nos movimentos desenvolvidos num jogo.

Neste caso, o melhor material a ser utilizado é o que possui uma resistência maior

ao impacto. Para isso foram analisados polímeros submetidos ao ensaio Izod. Após

consultar profissionais com vasto conhecimento sobre polímeros, chegou-se a

conclusão de que é uma ótima alternativa a análise de três materiais por obter as

propriedades necessárias para o cumprimento das ações, muito utilizados

atualmente na indústria mundial. São eles: polipropileno, poliuretano e polietileno.

2.1.1 Ensaio Izod

O funcionamento do ensaio é possível a partir de um pêndulo de impacto e de

um corpo de prova. Existe outro ensaio de impacto também muito utilizado,

chamado Charpy, a diferença é que a posição e a fixação do teste são diferentes. No

Izod, o corpo de prova é fixado na posição vertical por um par de garras, já no

charpy, é fixado na base da máquina, na posição horizontal.

No momento que o pêndulo da máquina de teste Izod é liberado, ele oscila de

forma descendente para atingir o corpo de prova na posição vertical do braço. O

pêndulo quebra o corpo de prova e continua seu movimento, porém com uma

redução no momento, devido à energia absorvida pelo CP no instante do impacto. A

energia gasta na fratura pode ser observada a partir de uma escala graduada. Para

a obtenção de um bom resultado é preciso que o teste seja realizado pelo menos

três vezes.

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Os corpos de prova devem ter comprimento de 75 mm, com um entalhe na

forma de v, executado a 28 mm da extremidade, também devem ter uma seção

quadrada de 10mm.

As principais normas para esse teste são: ABNT: NBR8425 MB1694 para

plásticos rígidos; ASTM: D256-05a para plásticos e E23-05 para materiais metálicos.

2.1.2 Polietileno Linear de Baixa Densidade (PEBDL)

O PEBDL é utilizado normalmente em filmes para uso industrial, fraldas

descartáveis e absorventes, lonas em geral, brinquedos, artigos farmacêuticos e

hospitalares, revestimento de fios e cabos. Na tabela abaixo estão algumas

propriedades mecânicas dele:

Tabela 1 – Propriedades mecânicas do PEBDL

Fonte: MatWeb

2.1.3 Poliuretano termoplástico

Pode ser visto algumas aplicações do poliuretano no próprio dia a dia, como em

algumas capas de smartphone, solados de chuteiras e demais calçados,

mangueiras, bola de futebol, espuma de colchão expandido, espuma expandida de

PU para vedação de portas etc. A tabela abaixo contém algumas propriedades

mecânicas desse polímero:

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Tabela 2 – Propriedades mecânicas do poliuretano termoplástico

Fonte: MatWeb

2.1.4 Polipropileno moldado

Podemos citar alguns exemplos de polipropileno vistos em tanques, tubulações

para produtos químicos, brinquedos, caixas para bebidas embalagens para

alimentos e cosméticos, etc. Vejamos algumas propriedades mecânicas:

Tabela 3 – Propriedades mecânicas do polipropileno

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Fonte: MatWeb

2.2 Pressão plantar

O dimensionamento da prótese foi realizado a partir de picos de pressão em

diferentes movimentos utilizados no jogo de futsal. Os testes dos quais os dados

foram obtidos dividem o pé em nove regiões, cada uma delas com diferentes

pressões. A figura a seguir representa a divisão dos picos de pressão no pé.

A parte do calcanhar foi dividida em duas regiões, o calcanhar medial (CM) e o

calcanhar lateral (CL). A região do médio pé também foi dividida em duas partes, o

médio pé medial (MM) e o médio pé lateral (CL). O metatarso foi dividido em três

partes, o I meta, o II meta e o III a V meta (que compreendem uma só região). A

última região é a que compreende a parte dos dedos, no qual se divide em Hálux

(dedão) e dedos. A figura a seguir representa a divisão dos picos de pressão no pé.

Figura 1: Divisão dos picos de pressão plantar no pé

Fonte: O calçado esportivo destinado à prática de futsal

2.2.1 Pico de pressão plantar para o movimento de corrida

Para o dimensionamento da prótese foram utilizados os picos de pressão do

movimento de corrida no futsal. A tabela abaixo traz os picos de pressão nas nove

regiões do pé, onde foram realizados testes com três modelos de chuteira

diferentes.

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Tabela 4: Picos de pressão plantar nos movimentos de corrida

Fonte: O calçado esportivo destinado a prática de futsal

A figura a seguir traz uma representação colorida dos picos de pressão do

movimento de corrida no futsal.

Figura 2: Representação colorida dos picos de pressão plantar no movimento de corrida

Fonte: O calçado esportivo destinado a prática de futsal

2.2.2 Pico de pressão plantar para o movimento de passe

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Para o dimensionamento da prótese foram utilizados os picos de pressão do

movimento de passe no futsal. A tabela abaixo traz os picos de pressão nas nove

regiões do pé, onde foram realizados testes com três modelos de chuteira

diferentes.

Tabela 5: Picos de pressão plantar para o movimento de passe no futsal

Fonte: O calçado esportivo destinado a prática de futsal

A figura a seguir traz uma representação colorida dos picos de pressão no

movimento de corrida no futsal.

Figura 3: Representação colorida dos picos de pressão plantar no movimento de passe

Fonte: O calçado esportivo destinado a prática de futsal

A imagem a seguir traz uma representação de como o ensaio na plataforma de

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força é realizado, partindo do movimento de passe.

Figura 4: Representação do ensaio para obtenção dos picos de pressão plantar, em plataforma

de força

Fonte: O calçado esportivo destinado a prática de futsal

2.2.3 Plataforma de força

Para o dimensionamento da prótese, foi realizada uma pesquisa sobre as forças

atuantes em diferentes partes do pé de um jogador de futsal.

As forças utilizadas no dimensionamento da prótese foram encontradas a

partir de ensaios com plataforma de força AMTI (advanced mechanical technology),

ela mede a pressão causada em sua plataforma rígida por meio eletrônico. A

plataforma rígida tem dimensões 50,8x46,4x8,3cm onde possui células de carga do

tipo extensométrica (strain gauge) dispostas em seus quatro cantos, ligados em um

circuito elétrico na configuração de Ponte de Wheastone, o que resulta em um

desbalanço em tensão elétrica proporcional a força aplicada. (AMTI, 2010)

A plataforma de força possibilita a medição das três componentes de força de

reação do solo e também de três componentes de momento sobre os eixos X, Y e Z.

Seu retardo de resposta (histerese) é de +-0,2% com uma sensibilidade de

0,08uV/V*N (micro volt por volt vezes newton). Esse sistema é ligado a um

condicionador e amplificador de sinal, onde existem 6 canais AMTI OR6-5. O

equipamento possui resolução de 0,1N e sua incerteza padrão de medição é de +-

258g.

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3 METODOLOGIA

Para a definição do formato da prótese e seu material foi utilizado o Software

Invetor Professional versão 2016, com a análise de cargas dentro do ambiente de

análises de tensão conhecido como CAE. O tamanho do pé utilizado foi o de um pé

número 40/41, de acordo com as medidas das chuteiras usadas para os testes dos

picos de pressão plantar da tese O calçado esportivo destinado à prática de futsal. A

região do calcanhar ficou com a medida de 77 mm de largura, a região do metatarso

ficou com 94 mm de largura e o comprimento total da sola ficou com 280 mm.

Figura 5: Medidas da sola da prótese

Fonte: Os autores

Para a definição do formato, foram desenhados alguns no mesmo software, com

o intuito da análise de pressões que são aplicadas na sola do pé ao longo de quatro

movimentos, sendo eles: Corrida, passe, chute a gol e mudança de direção. Alguns

dos formatos desenhados estão abaixo:

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Figura 6: Primeiro modelo de prótese

Fonte: Os autores

Figura 7: Segundo modelo de prótese

Fonte: Os autores

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Figura 8: Terceiro modelo de prótese

Fonte: Os autores

As pressões dos movimentos de corrida e passe foram definidas de acordo com

as estabelecidas nas tabelas dos picos de pressão plantar da tese O calçado

esportivo destinado à prática de futsal, já citadas no capítulo Referencial Teórico.

Estas foram escolhidas a partir do seu valor máximo, não importando qual o modelo

de chuteira, a partir de cada parte do pé. As pressões para os movimentos de

mudança de direção e chute foram calculadas a partir das informações do artigo

Characteristic plantar pressure distribution patterns during soccer-specifc

movements, também já citado no capítulo Referencial Teórico. Estas informações

dizem que comparado à corrida houve um acréscimo de 220% e 160% nos picos de

pressão do calcanhar medial e do antepé na manobra de mudança de direção. Para

o chute observou um acréscimo de 250% para o calcanhar lateral (EILS, et al, 2004).

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Dessa forma, calculou-se por regra de três, a partir dos valores máximos

estabelecidos para a corrida, as pressões para os movimentos de mudança de

direção e chute a gol.

Abaixo estão as tabelas com as nove partes do pé e seus respectivos valores

finais dos quatro movimentos:

Tabela 6: Picos de pressão plantar do movimento de corrida

Partes do pé Pressão (kPa) Pressão (MPa)Hálux 569 0,569Dedos 304 0,304I meta 611 0,611II meta 489 0,489

III a V meta 464 0,464ML 267 0,267MM 129 0,129CL 412 0,412CM 363 0,363

Fonte: Os autores

Tabela 7: Picos de pressão plantar no movimento de passePartes do pé Pressão (kPa) Pressão (MPa)

Hálux 482 0,482Dedos 264 0,264I meta 451 0,451II meta 342 0,342

III a V meta 342 0,342ML 254 0,254MM 80 0,08CL 402 0,402CM 336 0,336

Fonte: Os autores

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Tabela 7: Picos de pressão plantar no movimento de mudança de direçãoPartes do pé Pressão (kPa) Pressão (MPa)

Hálux 569 0,569

Dedos 304 0,304I meta 611 0,611II meta 489 0,489

III a V meta 464 0,464ML 267 0,267MM 129 0,129CL 412 0,412CM 363 0,363

Fonte: Os autores

Tabela 8: Picos de pressão plantar no movimento de chute a golPartes do pé Pressão (kPa) Pressão (MPa)

Hálux 569 0,569Dedos 304 0,304I meta 611 0,611II meta 489 0,489

III a V meta 464 0,464ML 66750 66,75MM 129 0,129CL 1030 1,03CM 363 0,363

Fonte: Os autores

Abaixo está a imagem da sola da prótese dividida em nove partes:

Figura 9: Palmilha dividida em nove regiões

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Fonte: Os autores

Após a aplicação das cargas nas noves partes do pé, foram simuladas as

análises, com o devido refinamento da malha do objeto, realizando uma restrição

fixa na parte superior da prótese e restrições de coincidência para unir os sólidos.

Esses sólidos, na maioria dos casos, foram divididos em quatro partes, sendo elas: a

sola (palmilha), o suporte A, suporte B e a junção do pé na panturrilha. Os dois

suportes tem a função de evitar uma deformação que quebrasse a prótese, a

palmilha a de receber em todas as áreas as cargas exercidas e a junção tem o

objetivo de unir as partes do pé com o restante.

Para a realização da análise das tensões no software o movimento a ser

analisado inicialmente foi o de corrida, por ser o básico do esporte, dividindo-o em

quatro partes: corrida 1, corrida 2, corrida 3 e corrida 4. Como se sabe, as cargas

exercidas no pé não acontecem ao mesmo tempo, pois a sola não é pisada no chão

por inteiro ao mesmo tempo. Isto acontece em partes. Essas partes foram divididas

entre as 4 já citadas, sendo na primeira a região do Hálux e Dedos, a segunda a dos

Metas, a terceira do Mediopé e a quarta a do Calcanhar. Dessa forma a prótese

deve suportar ao teste com todas as partes em separado, para que seja comprovado

a sua segurança e eficiência para o movimento de corrida. Para os demais

movimentos o processo é o mesmo. Abaixo está a imagem da divisão das partes no

software:

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Figura 10: Divisão das quatro partes para análise

Fonte: Os autores

Os materiais atribuídos aos sólidos foram Poliuretano Elastomérico na palmilha e

Titânio nos suportes e junção. Esses materiais foram escolhidos por sua alta

resistência à tração e baixo peso em comparação a outros como alumínio e aço.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Para a análise foi considerado o deslocamento, a tensão de Von Misses e o fator

de segurança obtido em cara parte das quatro divisões do movimento de corrida. Foi

observado que mesmo na mudança do formato da prótese, assim como tamanhos

das grossuras e larguras, o fator de segurança ainda era muito baixo e não

ultrapassa o valor de 0,5, não tendo segurança o suficiente para comprovar que a

prótese não rompe. O valor ideal de segurança seria acima de 2 no mínimo.

As partes onde o deslocamento era maior e o fator de segurança menor foram a

corrida 1 e a corrida 2, onde as cargas também eram maiores pelo fato de ser na

parte frontal do pé, sendo essa a que exerce mais força para realizar o movimento.

A parte da prótese que mais sofreu com o baixo fator de segurança (em

vermelho) foi no suporte A como mostra a imagem a seguir:

Figura 11: Suporte A sofrendo alta tensão de Von Misses

Fonte: Os autores

Os demais lugares da prótese resistiram as pressões atribuídas e passaram no

teste.

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5 CONCLUSÃO

Conclui-se que os formatos usados no desenho da prótese, assim como suas

medidas e seus materiais não tiveram êxito na tentativa de alcançar o objetivo que

era a definição dos mesmos. Observou-se que para alcançar esse objetivo a

metodologia dos testes pode ser a mesma, pois foi avaliada como boa, e outros

mais formatos devem ser testados, modificando principalmente a parte do suporte A

onde ocorriam as rupturas, como foi mostrado no capítulo anterior.

Também se conclui que para realização dessas análises nesse software é

recomendado que o usuário tenha amplos conhecimentos do seu funcionamento,

para que não ocorra erros que afetem o resultado final.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Diretrizes de atenção a pessoa amputada. 1 ed. p.8, 2013.

EILS, E. et al, Characteristic plantar pressure distribution patterns during soccer-specifc movements. American Journal Sports Medicine, v.32, p.140-145, 2004.

Overview of materials for Linear Low Density Polyethylene (LLDPE), Injection Molded. MatWeb. Disponível em: <http://matweb.com/search/DataSheet.aspx?MatGUID=bcd1ad1e1a7445aca5321d26f00bdf12&ckck=1> Acesso em: 10 ago. 2016.

Overview of materials for Thermoplastic Polyurethane, Elastomer, Glass Filled. MatWeb. Disponível em: <http://matweb.com/search/DataSheet.aspx?MatGUID=2fe782a31c4b4bed984b49651762b086> Acesso em: 10 ago. 2016.

Overview of materials for Polypropylene, Molded. MatWeb. Disponível em:<http://matweb.com/search/DataSheet.aspx?MatGUID=08fb0f47ef7e454fbf7092517b2264b2> Acesso em: 10 ago. 2016.

Padovani MT; Martins MRI; Venâncio A; Forni JEN. Ansiedade, depressão e qualidade de vida em indivíduos com dor do membro fantasma. Acta Ortop Bras. 2015. Disponível em URL: http://www.scielo.br/aob.

RODA, Daniel. Polietileno (PE). Tudo sobre plásticos. Disponível em: <http://www.tudosobreplasticos.com/materiais/polietileno.asp#> Acesso em: 10 ago. 2016.

RODA, Daniel. POLIURETANO (PU) E POLIURETANO TERMOPLÁSTICO (TPU).

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Tudo sobre plásticos. Disponível em: <http://www.tudosobreplasticos.com/materiais/pu.asp#> Acesso em: 10 ago. 2016.

RODA, Daniel. Polipropileno (PP). Tudo sobre plásticos. Disponível em:<http://www.tudosobreplasticos.com/materiais/polipropileno.asp#> Acesso em: 10ago. 2016.

TESTE Izod. CIMM. Disponível em: <http://www.cimm.com.br/portal/material_didatico/6583-teste-izod#.V8CCQfkrLIU> Acesso em: 11 ago. 2016.