fundaÇÃo educacional machado de assis … · que buscam aprimorar ou criar novos produtos que...
TRANSCRIPT
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL MACHADO DE ASSIS FACULDADES INTEGRADAS MACHADO DE ASSIS
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
MAGDA LUIZA GIACOMELLI
ESTRUTURAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Santa Rosa 2016
1
MAGDA LUIZA GIACOMELLI
ESTRUTURAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PARA EXPORTAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Relatório de Estágio Supervisionado apresentado às Faculdades Integradas Machado de Assis, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel no Curso de Ciências Contábeis.
Orientador: Prof. Me. Anderson Pinceta
Santa Rosa 2016
3
DEDICATÓRIA
Dedico este estudo a minha família, em especial aos meus pais Anair Boness Giacomelli e Neri Giacomelli, e aos meus irmãos Jader Luis Giacomelli e Esther Regina Giacomelli, por todo apoio nesta fase de minha vida.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pelas oportunidades concedidas, alegrias e frustrações percorridas no caminho, mas que foram fundamentais para esta evolução.
Agradeço a minha família, em especial aos meus pais que não mediram esforços para me apoiarem nesta etapa. Ao meu irmão Jader Luis Giacomelli, que contribui muito no crescimento de minha pessoa.
Ainda agradeço a todos os professores, e demais que de uma forma ou outra, contribuíram para que eu realizasse determinada escolhas em minha vida.
5
Quando temos um grande sonho, nenhum obstáculo é grande demais para ser superado.
Augusto Cury
6
RESUMO
A temática abordada por este estudo consiste na estruturação dos procedimentos para a exportação, observando os aspectos procedimentais e tributários para pequenas e médias empresas. A necessidade do ser humano, e suas carências sempre existiram, e encontram se em evolução constante. A existência desta demanda permitiu que o mercado fosse além das fronteiras em busca de melhores produtos, que proporcionassem atingir e sanar estas necessidades. Entretanto, considerando o crescimento e surgimento de empresas que buscam aprimorar ou criar novos produtos que atendem as exigências do mercado, permitiu o espaço para o questionamento deste estudo. Considerando o problema deste estudo, a pesquisa tem como objetivo geral conhecer os procedimentos utilizados no processo de exportação das PME. A partir deste, direciona se aos objetivos específicos para tal, que visa descrever as etapas do processo de exportação para PME; analisar os benefícios fiscais na exportação; elaborar um manual do processo de exportação. Para atingir os objetivos propostos fez-se necessário a elaboração do referencial teórico, onde destacam-se como seus principais autores Maia, Castro e Garcia, os quais contribuíram fortemente para a formação do embasamento teórico, uma vez que esta define a estrutura dos procedimentos necessários para a exportação. Para a formação do referencial teórico, adotou se quanto à metodologia a pesquisa bibliográfica, a qual dá o enriquecimento em relação ao levantamento de dados, e respectivas análises. Por meio desta pesquisa, foi possível constatar as etapas e procedimentos necessários para que a empresa possa ingressar no mercado exterior, e exportar sua mercadoria, além dos benefícios que a atividade exportadora lhe proporciona perante o mercado interno.
Palavras- chave: Procedimentos - Exportação – Mercado.
7
ABSTRACT
The theme addressed by this study is the structuring of the procedures for export, observing the procedural and tax aspects for small and medium companies. The need of the human being, and yours deficiencies, it has always existed and it is in a constant evolution. The existence of this demand it allowed the market to go beyond the borders seeking for improvements better products, which would achieve and attain these needs. However, considering the growth and emergence of companies that seek to improve or create new products that meet the requirements of the market, it allowed the space to question this study. Considering the problem of this study, the research has as general objective to know the procedures used in the export process of PME. From this, it addresses the specific objectives for this, which aims to describe the stages of the export process for PME; to analyze tax benefits on exports; to prepare an export process manual. In order to reach the proposed objectives, it was necessary to elaborate the theoretical reference, where it stands out as its main authors Maia, Castro and Garcia, which contributed strongly to the formation of the theoretical foundation, since it defines the structure of the necessary procedures for to export. For the theoretical reference formation, the bibliographical research was adopted regarding the methodology, which gives the enrichment in relation to the data collection and respective analyzes. For the formation of the theoretical reference, the bibliographical research was adopted regarding the methodology, which gives the enrichment in relation to the data collection, and respective analyzes. With this research, it was possible to verify the steps and procedures necessary for the company to enter the foreign market, and to export its merchandise, in addition to the benefits that the export activity provides to the domestic market.
Keywords: Procedures - Export - Market.
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Ilustração 1: Exportação Direta ................................................................................ 31
Ilustração 2: Exportação Indireta .............................................................................. 32
Ilustração 3: Espécies de Empresas Comerciais Exportadoras previstas na
Legislação Brasileira ................................................................................................. 33
Ilustração 4: Regras para qualquer modo de transporte. .......................................... 42
Ilustração 5: Regras para transporte marítimo ou hidroviário. ................................... 42
Ilustração 6: Comparativo entre Mercado Interno e Externo. .................................... 57
Ilustração 7: Mercadoria com preço de mercado interno. ......................................... 77
Ilustração 8: Mercadoria com preço para exportação. .............................................. 78
Ilustração 9: Roteiro Processo de Exportação. ......................................................... 79
Ilustração 10: Cobrança do Processo de Exportação. .............................................. 81
Ilustração 11: Roteiro Processo de Exportação via Correios. ................................... 82
9
LISTA DE ABREVIAÇÕES, SIGLAS E SÍMBOLOS
ACC - Adiantamento sobre Contrato de Câmbio
ACE - Adiantamento sobre Cambiais de Exportação
ALADI – Associação Latino-Americana de Integração
ALALC – Associação Latino-Americana de Livre Comércio
APEC – Associação de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico
AWB – Airway Bill
BACEN – Banco Central do Brasil
BB – Banco do Brasil
BENELUX – Bélgica, Holanda e Luxemburgo
BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social
CAMEX – Câmara de Comércio Exterior
CCI – Câmara de Comércio Internacional
CECA – Comunidade do Carvão e Aço
CEE – Comunidade Econômica Europeia
CFR – Cost and Freight
CIF – Cost, Insurance and Freight
CIP – Carriege and Insurance Paid To
CNPJ – Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
COFINS - Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social
CPT – Carriage Paid To
CTN – Código Tributário Nacional
DAP – Delivered at Place
DAT – Delivered at Terminal
DDE – Declaração para Despacho de Exportação
DDP – Delivered Duty Paid
DECEX – Departamento de Operações de Comércio Exterior
DECOM - Departamento de Defesa Comercial
DEINT – Departamento de Negociações Internacionais
10
DENOC - Departamento de Normas e Competitividade
DEPLA – Departamento de Planejamento e Desenvolvimento do Comércio Exterior
DSE – Declaração Simplificada de Exportação
ECE – Empresa Comercial Exportadora
EMS – Mercadoria Expressa
EXW – Ex Works
FAS – Free Alongside Ship
FCA – Free Carrier
FEMA – Fundação Educacional Machado de Assis
FOB – Free On Bord
ICMS – Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
prestação de Serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação
IE – Imposto de Exportação
IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas
II – Imposto sobre a Importação
INCOTERMS - International Commercial Terms
INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
IOF – Impostos sobre Operações de Crédito, Câmbio, Seguro ou relativas a Títulos
ou Valores Mobiliários
IPI – Imposto sobre Produto Industrializado
IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana
IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores
IR – Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza
ISS – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
ITBI – Imposto sobre Transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de
Bens Imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre Imóveis,
exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição
ITCMD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação, de quaisquer bens ou
direitos
ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural
LTDA – Limitada
MCE – Mercado Comum Europeu
MD – Ministério da Defesa
MDIC – Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços
11
MERCOSUL - Mercado Comum do Sul
MF – Ministério da Fazenda
MPE – Micro e Pequenas Empresas
MRE – Ministério das Relações Exteriores
NAFTA - North American Free Trade Agreement
NBM – Nomenclatura Brasileira de Mercadorias
NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul
NF – Nota Fiscal
OMC – Organização Mundial do Comércio
PIS - Programa de Integração Social
PME – Pequena e Média Empresa
PROEX- Programa de Financiamento às Exportações
R$ - Reais
Radar – Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros
RE – Registro de Exportador
REI – Registro de Exportadores e Importadores
RES – Registro de Exportação Simplificado
RFB – Receita Federal do Brasil
RS – Rio Grande do Sul
RUD - Relatório Unificado de Drawback
S. A – Sociedade por Ações
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas
SECEX – Secretária de Comércio Exterior
SEDEX – Serviço de Encomenda Expressa Nacional
SGP - Sistema Geral de Preferências
SGPC - Sistema Global de Preferências Comerciais
SH – Sistema Harmonizado
SISCOMEX – Sistema Integrado de Comércio Exterior
SRF – Secretária da Receita Federal
TEC – Tarifa Externa Comum
UE – União Europeia
USD – United States Dollar
12
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 14 1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO................................................................16 1.1 TEMA .................................................................................................................. 16 1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA ................................................................................... 16 1.3 PROBLEMA ........................................................................................................ 16
1.4 OBJETIVOS ........................................................................................................ 17 1.4.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 17 1.4.2 Objetivos Específicos .................................................................................... 17 1.5 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 177
1.6 METODOLOGIA ................................................................................................ 188 1.6.1 Categorização da Pesquisa ........................................................................... 19
1.6.2 Geração de Dados .......................................................................................... 21 1.6.3 Análise e de Interpretação de Dados .......................................................... 222 1.6.4 Apresentação da Organização ...................................................................... 22
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................... 233 2.1 COMÉRCIO EXTERIOR ................................................................................... 233 2.2 BLOCOS ECONÔMICOS .................................................................................. 266
2.3 EXPORTAÇÃO DIRETA E INDIRETA .............................................................. 300 2.3.1 Empresa Comercial Exportadora ................................................................ 322
2.3.2 Exportação Fácil ............................................................................................. 34 2.4 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA ....................................................................... 36
2.5 INCOTERMS ....................................................................................................... 38 2.6 TRIBUTOS .......................................................................................................... 43 2.6.1 Tributação na Exportação ........................................................................... 444
2.6.1.1 Imposto de Exportação .................................................................................. 44
2.6.1.2 Imposto sobre Produtos Industriaizados ..................................................... 455 2.6.1.3 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços................................. 466 2.6.1.4 Programa de Integração Social e Contribuição para Financiamento de Seguridade Social ................................................................................................... 477 2.7 INCENTIVOS ...................................................................................................... 48 2.8 DRAWBACK ........................................................................................................ 50 2.9 CLASSIFICAÇÃO DAS MERCADORIAS ............................................................ 52 2.10 COMO EXPORTAR ........................................................................................ 544
2.10.1 Documentos e Registros Exigidos ........................................................... 566 2.11 DESPACHO ADUANEIRO .............................................................................. 611 2.12 CONDIÇÕES DE PAGAMENTO ....................................................................... 62 2.12.1 Pagamento Antecipado ................................................................................ 62
2.12.2 Cobrança ..................................................................................................... 633 2.12.3 Carta de Crédito ......................................................................................... 644 2.13 CÂMBIO ............................................................................................................ 65
13
2.13.1 Contratação .................................................................................................. 65 2.13.2 Entrega ou Negociação ................................................................................ 66 2.13.3 Liquidação .................................................................................................... 66 3 DIAGNOSTICO E ANÁLISE .................................................................................. 68 3.1 ASPECTOS INTRODUTORIOS...........................................................................68 3.2 ETAPAS DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO ................................................. 700 3.2.1 Exportação Direta ......................................................................................... 700 3.2.1 Exportação Indireta ........................................................................................ 72 3.2.2 Exportação Via Correios .............................................................................. 744
3.3 TRIBUTAÇÃO ..................................................................................................... 75
3.4 MANUAL ............................................................................................................. 78
3.4.1 Correios ......................................................................................................... 811 3.4.2 Diferenciações na Exportação Direta e Indireta .......................................... 83 4 RECOMENDAÇÕES .............................................................................................. 85 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 90
REFERENCIAS ......................................................................................................... 93 ANEXOS ................................................................................................................... 97 ANEXO A – CERTIFICADO DE ORIGEM ................................................................. 98
ANEXO B – REGISTRO DE EXPORTAÇÃO ............................................................ 99 ANEXO C – FATURA COMERCIAL ........................................................................ 100 ANEXO D – PACKING LIST OU ROMANEIO ......................................................... 101 ANEXO E – FORMULÁRIO AWB - CORREIOS ..................................................... 102
14
INTRODUÇÃO
A necessidade do ser humano, assim como suas carências, sempre existiram
e encontram-se em evolução constante. Tais necessidades são sanadas por meio
da troca de mercadorias e serviços, e a evolução destas, fez com que o comércio
rompesse fronteiras, proporcionando o surgimento de novos mercados.
Entretanto, verifica-se que muitas empresas possuem demasiadas dúvidas,
ou até mesmo desconhecem os procedimentos utilizados e necessários para se
realizar uma exportação, assim como os obstáculos e adversidades que o ingresso
neste mercado pode vir a oferecer. Ressalva-se que o conhecimento dos
procedimentos e do mercado exterior, assim como o ciente das adversidades se
torna de grande relevância para as empresas interessadas em adentrar-se no
mercado exterior.
Desta forma, antes de ingressar neste mercado, a empresa deve buscar tal
conhecimento e auxílio de empresas fornecedoras de consultorias, as quais realizam
o acompanhamento necessário para negociações na atividade exportadora, ou a
possibilidade de realização da exportação por intermédio de empresas
especializadas e atuantes no comércio exterior.
Considerando o cenário do comércio exterior, aborda se como temática deste
estudo a estruturação dos procedimentos para exportação, delimitado a estruturação
dos procedimentos para a exportação observando os aspectos procedimentais e
tributários para PMEs.
Objetivou-se para este estudo, conhecer os procedimentos utilizados no
processo de exportação das PME, com ênfase nas etapas do processo de
exportação, análise dos benefícios fiscais, e elaboração de um manual do processo
de exportação.
O resultado obtido na concretização deste estudo proporcionará às empresas
interessadas em ingressar neste mercado, a obtenção de maiores conhecimentos
sobre os procedimentos realizados para a exportação, assim como será um
15
fomentador quanto à demanda dos clientes da empresa estudada, uma vez que esta
presta consultoria.
Para atingir os objetivos indicados, se fez necessário a elaboração do
referencial teórico, onde adotou-se para sua formação a metodologia de pesquisa
bibliográfica, a qual dá o enriquecimento em relação ao levantamento de dados e
respectivas análises. Ainda quanto à elaboração do referencial teórico, destacam-se
como principais autores Maia, Castro e Garcia, os quais contribuíram fortemente
para a formação do embasamento teórico, uma vez que esta define a estrutura dos
procedimentos necessários para a exportação.
O estudo encontra-se estruturado em tema, delimitação, problema,
justificativa, metodologia, referencial teórico composto por conceitos e definições
quanto ao Comércio Externo, Blocos Econômicos, Exportação Direta e Indireta,
Estrutura Administrativa, Incoterms, Tributos, Incentivos Fiscais e Financeiros,
Drawback, Classificação das Mercadorias, Documentos e Registros exigidos,
Condições de Pagamento, Câmbio, sendo finalizado com diagnóstico e análise onde
constam as etapas do processo de exportação, análise dos benefícios fiscais, assim
como o manual de exportação, recomendações e por fim a conclusão.
Pretende-se atingir por meio deste estudo, a concretização dos objetivos
propostos, ou seja, constatar as etapas do processo de exportação, análise dos
benefícios fiscais, assim como os procedimentos utilizados no processo de
exportação, os quais permitiram direcionar as empresas para ingressar na atividade
exportadora.
16
1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TRABALHO
O presente estudo encontra-se estruturado com a apresentação do tema,
delimitação do tema, problema, objetivo geral e objetivos específicos, justificativa, e
metodologia, a qual é formada pela categorização de pesquisa, plano de geração de
dados, plano e análise e de interpretação de dados, e apresentação da organização
estudada. Tais etapas são essenciais para a realização do estudo, e consequente
concretização dos objetivos propostos.
1.1 TEMA
Estruturação dos procedimentos para exportação.
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA
Estruturação dos procedimentos para exportação observando os aspectos
procedimentais e tributários para pequenas e médias empresas - PME.
1.3 PROBLEMA
O ser humano sempre possuiu determinadas necessidades, as quais estão
em constante evolução, e buscam serem sanadas. Neste contexto, o comércio
responde a esta solicitação por meio das trocas de mercadorias e serviços, onde
esta interação fez com que este comércio rompesse fronteiras, caminhando a partir
desta e, transformando se em um comércio abrangente, onde não há limites,
deixando de relacionar-se somente com seus países vizinhos.
O mercado exterior encontra-se em uma constante expansão, a qual vem
gerando a abertura de novos mercados, provenientes pela busca de proporcionar o
produto requerido, com máxima qualidade, e mantendo custos menores. Para que
tal expansão ocorra, os incentivos tornam-se essenciais, para assim acompanhar o
crescimento da economia. Entretanto, verifica-se que existem demasiadas dúvidas,
dificuldades e obstáculos desconhecidos, os quais precisam ser percorridos pelas
empresas.
17
As empresas para que ingressem neste mercado, precisam conhecer as
etapas do processo de exportação, e considerar possíveis adversidades que podem
vir a enfrentar, tais como idiomas diferentes, hábitos e leis. O processo inclui
documentações fundamentais, e muitas vezes específicas, respeitando prazos e
demais condições.
Considerando que as empresas possuam interesse em iniciar ou expandir sua
caminhada na atividade exportadora, o baixo incentivo, e a falta de conhecimento
necessário para realizar o processo de exportação, faz com que as empresas,
principalmente as PMEs, busquem por empresas intermediárias para lhes
auxiliarem, assim como para lhe fornecer acompanhamento, proporcionando
maiores facilidades, atendendo desta maneira suas expectativas para concluírem
futuras negociações.
A partir dos aspectos levantados, os quais se consideram relevantes, assim
como se fazem necessários serem enfrentados no processo de exportação, se
permite o seguinte questionamento: quais são os procedimentos que as PME devem
seguir para exportar?
1.4 OBJETIVOS
1.4.1 Objetivo Geral
Conhecer os procedimentos utilizados no processo de exportação das PME.
1.4.2 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos são:
a) Descrever as etapas do processo de exportação para PME;
b) Analisar os benefícios fiscais na exportação;
c) Elaborar um manual do processo de exportação.
1.5 JUSTIFICATIVA
O presente trabalho tenciona analisar a estruturação dos procedimentos que
são realizados em um processo de exportação para os demais mercados. O estudo
18
se realizou por meio de uma empresa de consultoria localizada na cidade de Três de
Maio - RS, que visa principalmente sanar dúvidas que geram incertezas para tal
processo, assim como demonstrar os benefícios que a atividade exportadora
oportuniza para as PMEs.
Para a empresa, o resultado obtido por meio deste estudo, será um
fomentador para o atendimento de uma demanda de seus clientes de consultoria,
além de incentivar demais empreendedores neste mercado, pois criará um
direcionador no modelo de exportação.
Para a sociedade, a partir dos resultados obtidos, esta trará uma nova
perspectiva sobre a atividade exportadora, como a clareza mercado externo em
potencial, assim como sua expansão e crescimento.
Este trabalho é relevante para a acadêmica, pois é um desafio que possibilita
o crescimento pessoal e profissional, ao mesmo tempo em que proporciona adquirir
maiores conhecimentos sobre comércio externo brasileiro e a estruturação dos
procedimentos necessários para a realização da exportação. Além de obter
conhecimentos por meio da pesquisa, que no futuro poderá auxiliar como base para
um possível empreendimento.
O estudo permanecerá disponível como fonte de pesquisa nas Faculdades
Integradas Machado de Assis – FEMA, que ao longo do curso proporciona aos
acadêmicos por meio de docentes, palestras e demais atividades, o conhecimento
necessário de diversas áreas que se considera de suma importância tanto na
escolha do tema deste estudo, como para o desempenho no crescimento do
profissional contábil.
Aos acadêmicos que buscam por maiores referências sobre o assunto de
comércio externo, este estudo contemplará informações significativas que servirá
como base incentivadora e fonte de pesquisa aos interessados, possibilitando o
surgimento de novos estudos com enfoque na relação de mercado externo,
legislação e seus procedimentos.
1.6 METODOLOGIA
A fim de atingir os objetivos que foram propostos, a metodologia classificou-se
e abrangeu-se por meio da categorização da pesquisa, dados gerados, análise e de
interpretação de dados, e para conclusão a apresentação da organização.
19
1.6.1 Categorização da Pesquisa
Uma das formas mais habituais de classificar as pesquisas, segundo Gil, é
por meio da organização de 2 grandes categorias, denominadas pesquisa básica e
pesquisa aplicada (GIL, 2010). Com relação à pesquisa aplicada Gil “Pesquisas
voltadas à aquisição de conhecimentos com vistas à aplicação numa situação
específica.” (GIL, 2010, p.27). A partir disto, verifica-se que a presente pesquisa
enquadra-se na categoria de pesquisa aplicada, pois se propõe por meio deste
estudo agregar o conhecimento adquirido na resolução de problemas concretos da
organização.
Quanto aos métodos de abordagem do problema da pesquisa, Marconi e
Lakatos destacam que além dos métodos usuais, existem os métodos de pesquisa
quantitativa e qualitativa (LAKATOS; MARCONI, 2011). No que diz respeito à
pesquisa qualitativa Vianna expõe,
[...] analisará cada situação a partir de dados descritivos, buscando identificar relações, causas, efeitos, consequências, opiniões, significados, categorias e outros aspectos considerados necessários à compreensão da realidade estudada e que, geralmente, envolve múltiplos aspectos. (VIANNA, 2001, p. 122).
Em relação aos métodos de pesquisa quantitativa e qualitativa, este estudo se
baseia na pesquisa qualitativa, a qual se torna relevante para este estudo em razão
de suas características citadas em sua conceituação, com destaque para análises e
interpretações de dados descritivos que devem ser realizados junto à organização
pesquisada, por meio principalmente da identificação de relações existentes no
processo de exportação, e demais procedimentos correlacionados que são
considerados importantes para a abordagem no decorrer do desenvolvimento da
pesquisa.
Segundo Gil “[...] em relação aos objetivos mais gerais, ou propósitos, as
pesquisas podem ser classificadas em exploratórias, descritivas e explicativas.” (GIL,
2010, p. 27). No que diz respeito à pesquisa exploratória Gil enfatiza, “As pesquisas
exploratórias têm como propósito proporcionar maior familiaridade com o problema,
com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.” (GIL, 2010, p.27).
20
Referente às pesquisas descritivas Gil define que “[...] têm como objetivo a
descrição das características de determinada população. Podem ser elaboradas
também com a finalidade de identificar possíveis relações entre variáveis.” (GIL,
2010, p.27). Acerca dos objetivos apresentados, a presente pesquisa se categoriza
por meio da pesquisa exploratória e pesquisa descritiva, onde a pesquisa
exploratória visa principalmente compreender sobre o assunto que está sendo
estudado, sendo neste caso a atividade exportadora, em um âmbito geral. Assim
como conhecê-lo, para que por meio deste, possam surgir novas ideias, a partir de
possíveis descobertas.
Quanto à pesquisa descritiva, esta tenciona identificar, analisar os
acontecimentos sem os a necessidade de modificá-los. Desta forma, a pesquisa
descritiva se aplica neste estudo, uma vez que buscará identificar os
acontecimentos, ou seja, os procedimentos utilizados na atividade exportadora,
assim como a analisar tais acontecimentos, considerando os aspectos
procedimentais e tributários.
Objetivando a resolução do problema envolvido, é necessário classificá-lo de
acordo com seu delineamento, que vem a ser o planejamento da pesquisa de uma
forma geral. Tais delineamentos são representados pela pesquisa bibliográfica,
pesquisa documental, pesquisa experimental, levantamento, e estudo de caso (GIL,
2010). De acordo com Cervo, Bervian e da Silva, “A pesquisa bibliográfica procura
explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em artigos, livros,
dissertações e teses.” (CERVO; BERVIAN; DA SILVA, 2007, p.61).
No que se refere à pesquisa documental, sob o ponto de vista de Vianna
enfatiza, “Para efetivar este tipo de pesquisa você deve partir da análise de
documentos oriundos de diversas fontes e selecionados em função do problema a
estudar, das questões a responder e dos objetivos a alcançar com a sua
investigação.” (VIANNA, 2001, p.136).
Neste estudo aplica-se a pesquisa bibliográfica, a qual se faz necessária,
devido à necessidade da realização do levantamento de informações, o qual se dá
principalmente por meio de legislações vigentes, assim como de informações
relevantes quanto aos procedimentos correlacionados ao processo de exportação. A
pesquisa bibliográfica auxilia no esclarecimento do problema por meio de referências
teóricas disponibilizadas em livros, documentos ou demais materiais julgados
relevantes para o enriquecimento a respeito do assunto.
21
Ainda faz se necessário a aplicação da pesquisa documental, a qual
correlaciona se com a pesquisa bibliográfica, onde que por meio desta extrai se
informações, e se tenha conhecimento dos documentos utilizados, os quais
agregaram valor ao tema estudado.
Sendo assim a categorização do estudo apresenta-se com pesquisa aplicada,
qualitativa, exploratória, descritiva, com delineamento na pesquisa bibliográfica,
documental.
1.6.2 Geração de Dados
O pesquisador por meio da etapa de geração de dados traça de que modo
será realizada a coleta de dados dentro da organização pesquisada, objetivando
contribuir para a simplificação de sua interpretação e posterior análise. Sob a ótica
de Vianna a coleta de dados deve ser fundamentada com toda precisão possível a
fim de facilitar a interpretação e análise das informações que foram coletadas
(VIANNA, 2001).
A geração de dados do presente estudo se procederá por meio da pesquisa
documental, ou fontes primárias, sendo que se considera possível tomar como base
modelos de documentos disponibilizados pelos órgãos competentes e atuantes do
comércio exterior, assim como apoiadores do desenvolvimento do mercado exterior.
Ainda, além da pesquisa documental, o estudo se procederá por intermédio da
pesquisa bibliográfica, ou chamada fontes secundárias, onde será realizado o
levantamento de dados com base em publicações de autores que explanam sobre o
assunto correlacionado ao mercado exterior, assim como da legislação que rege os
procedimentos na atividade exportadora.
A pesquisa documental se subdivide em pesquisa documental indireta e
direta, onde a direta ainda é classificada por observação direta intensiva e extensiva.
Na pesquisa documental indireta, se destaca a pesquisa de campo, que realiza a
coleta de informações com antecedência na área do campo de pesquisa em que
estará sendo desenvolvido o estudo, a fim de conhecê-lo melhor.
Portanto, elaboraram-se a coletas de dados por meio deste levantamento de
informações referentes aos procedimentos que devem ser adotados no processo de
exportação, bem como a legislação que a rege, e demais informações consideradas
relevantes no processo de exportação.
22
1.6.3 Análise e de Interpretação de Dados
Após concluir a coleta dos dados, é essencial que o pesquisador analise e
interprete os dados ora coletados, para que assim possa dar continuidade na
pesquisa, objetivando alcançar as respostas para o problema.
Posteriormente a conceituação dos métodos de investigação que contribuem
para a análise e interpretação dos dados, define-se que se utilizará o método
dedutivo, empírico ou experimental e comparativo, devido que nesta investigação,
estes métodos devem ser apresentados na sua forma ampla e também específica.
Desta forma, no método dedutivo se sucederá através de um conhecimento
geral sobre a área do comércio exterior, partindo assim para suas especificações
correlacionadas aos acordos comerciais, tributação na exportação, e procedimentos
na exportação e documentação necessários, considerando as modalidades
existentes na atividade exportadora.
Por fim, com auxílio do método comparativo, se procederá à comparação dos
benefícios fiscais entre a comercialização do produto para o mercado externo, e o
mesmo produto sendo comercializado no mercado interno.
1.6.4 Apresentação da Organização
A empresa em que se realiza o presente estudo denomina-se Pinceta &
Abreu Consultoria LTDA, 2PA Consultoria de Negócios, e localiza- se na Rua
Osvaldo Cruz, número 479, sala 503, na cidade de Três de Maio - Rio Grande do
Sul.
A empresa foi fundada em 11/08/2010, e presta serviços contábeis, assim
como consultoria nas áreas gerencial, financeira, gestão de pessoas, fiscal, contábil,
planejamento estratégico, em TI, representação comercial, sendo credenciada junto
ao SEBRAE/RS. Atualmente a empresa conta com 02 colaboradores, que prestam
além de serviços contábeis e de consultoria, também trabalham com representação
comercial em todo o estado do Rio Grande do Sul.
23
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Por meio do referencial teórico apresentam-se os conceitos e teorias de
profissionais especializados nas áreas de abordagem dos assuntos propostos, que
serão desenvolvidos por meio deste estudo. Desta forma, aborda-se no presente
estudo: Comércio Externo, Blocos Econômicos, Exportação Direta e Indireta,
Estrutura Administrativa, Incoterms, Tributos, Incentivos Fiscais e Financeiros,
Drawback, Classificação das Mercadorias, Documentos e Registros exigidos,
Condições de Pagamento, Câmbio.
2.1 COMÉRCIO EXTERIOR
A relação de comércio é caracterizada de forma geral, pela troca, sendo esta
de mercadorias ou até mesmo de serviços entre duas ou mais pessoas. A sociedade
desde os primórdios possui determinadas necessidades, onde, a partir disto, tais
relações de comércio surgiram a fim de satisfazê-las, e vêem desde então se
adequando, com objetivo de sanar as já existentes e em evolução, além do
surgimento de novas necessidades.
Segundo Maia estas trocas cruzaram as divisas e transformando-se no
Comércio Internacional que possuímos hoje. Este comércio é representado por
nossas vendas, chamadas de exportações, e através de compras, pelas
importações. Algumas circunstâncias tiveram destaque para tornar o comércio
internacional uma necessidade, onde podemos citar como exemplo o clima, recursos
naturais, e até mesmo pelo desenvolvimento econômico dos países. Por estes
fatores, e por demais motivos, originou-se um crescimento na integração entre os
países e consequentemente o aumento e fortalecimento do comércio exterior (MAIA,
2013).
O comércio exterior é possuidor de vários conceitos e definições devido a sua
grandeza de mercado. Cada definição ou conceito se relacionará de acordo com a
área em que esta sendo extraído tal ponto de vista. O comércio exterior contempla
conhecimentos na área do direito, da economia, e administração. Mas de uma forma
ampla, o comércio exterior se define pelo entendimento geral das operações que
estão sendo realizadas, e a antecipação de acontecimentos neste mundo dos
negócios (SOARES, 2004).
24
A exportação desempenha um papel incentivador no desenvolvimento de
novos produtos, frisando aprimoramentos em sua qualidade, além do aumento de
produtividade, com foco direcionado a concorrência existente no mercado externo.
Além disto, a exportação também proporciona o desenvolvimento econômico e
social de um país. No ponto de vista de Maia, “A exportação é a atividade que
proporciona a abertura do país para o mundo.” (MAIA, 2007, p.177).
A atividade exportadora para Segalis, França e Atsumi significa o artifício que
um país possui para alavancar através da venda de bens e serviços sua economia.
Entretanto, para que isso ocorra é necessário que as empresas realizem estratégias,
para assim apresentar seu produto da forma correta, concretizando o objetivo
(SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012). Em relação ao Brasil, Maia traz que “Há no
Brasil um número elevado de empresas exportadoras. Entretanto, o grande volume
de nossas exportações está concentrado em poucas empresas.” (MAIA, 2014, p.43).
Conforme informações do Portal Brasil,
São quase 12 mil micro e pequenas empresas que exportam no Brasil. Em 2010, o valor ultrapassou os 2 bilhões de dólares. No entanto, ainda tem muito espaço para ser explorado. A exportação diversifica o mercado e aumenta a competitividade das MPEs brasileiras. (PORTAL BRASIL, 2014).
A atuação do Brasil no mercado externo poderia ser bem mais significativa, se
mais empresas buscassem integrar-se, e competir neste mercado. Entretanto faz
necessário ser conhecedor das dificuldades a serem enfrentadas na exportação,
antes deste passo. Minervini destaca que “Antes de iniciar seu vôo, é oportuno
considerar quais serão as barreiras ou as dificuldades que você deverá enfrentar.”
(MINERVINI, 2005, p.9). Vieira complementa por meio de sua afirmação,
[...] observa-se que é de fundamental importância que antes de ingressar nesse mercado, a empresa deve efetuar um planejamento minucioso e adequado objetivando atingir os resultados esperados. Isto requer, em regra, investimentos em modernização do parque industrial, capacitação recursos humanos, bem como o conhecimento do mercado que se deseja atingir, como maneira de acompanhar a concorrência internacional com competitividade e qualidade. (VIEIRA, 2008, p. 58).
Ao enfrentar tais dificuldades, a sua participação neste comércio traz também
vantagens, principalmente em relação a empresas do mercado interno. Em
conformidade com Vieira, “A empresa, ao ingressar no mercado exportador,
desenvolve uma nova cultura, aprimorando seus métodos administrativos e
25
organizacionais, adquirindo assim uma importante vantagem sobre os concorrentes
internos.” (VIEIRA, 2008, p.62).
O ingresso na atividade exportadora gera questionamentos sobre os motivos
de exportar. Além das razões apontadas por Viera, neste contexto, Castro considera
que a principal razão é o aumento operacional das receitas. Assim como melhorias
financeiras devido às opções de pagamentos em que proporcionam recebimento
antecipado, auxiliando no capital de giro, redução de custos financeiros e
melhoramento no fluxo de caixa. No quesito marketing e status, em virtude da
comercialização a consumidores exigentes quanto o controle de qualidade de seus
produtos, transmitindo assim a imagem da qualidade e preços competitivos no
mercado interno. Quanto à redução da instabilidade e diluição de riscos, se refere
aos riscos comerciais e econômicos sujeitos a alterações e impactos a qualquer
momento no mercado interno, o que no mercado externo possibilita maior segurança
quanto a decisões, destacando principalmente investimentos em longo prazo
(CASTRO, 2013).
Referente à qualidade e operacionalidade, a exigência de produtos mais
desenvolvidos e controle de qualidade severa, será automaticamente agregado aos
produtos do mercado interno, o qual gerará acréscimo na competitividade,
produtividade e lucratividade. A ampliação de mercado e economia de escala
abrange a redução de custos indiretos utilizados na fabricação, diminuição de custos
unitários e fixos de matéria prima devido à quantidade adquirida ser em maior
escala, assim como proporciona aumento no poder aquisitivo para conquista de
novos mercados. A importação de tecnologia oculta, esta ligada diretamente com a
tecnologia destinada à qualidade do produto, onde sua exigência faz com que a
tecnologia seja implantada além dos produtos, atingindo toda sua cadeia (CASTRO,
2013).
Logo, com o planejamento devido, e com a busca em sanar as necessidades
do mercado exterior, a participação das pequenas e médias empresas - PMEs no
comércio exterior agrega em seu desenvolvimento tanto no mercado interno,
aumentando sua qualidade e competitividade quanta à concorrência, como
principalmente no mercado externo, colaborando para o crescimento e
desenvolvimento do país.
26
2.2 BLOCOS ECONÔMICOS
Os blocos econômicos vistos de uma perspectiva geral são países que se
unem, por meio de objetivos comerciais comuns, onde a partir destes realizam um
acordo, dando prosseguimento e realizando o desenvolvimento dos países
interessados.
Os blocos econômicos de acordo com Maia têm como objetivo principal
ajudar e proporcionar o desenvolvimento dos negócios de uma determinada região.
Tal desenvolvimento possibilita as empresas um aumento em seu poder, gerando
assim um crescimento na concorrência devido a estas disputas, resultando desta
forma uma melhoria de qualidades dos produtos comercializados, assim como a
redução de seus custos (MAIA, 2013).
Relacionado à conquista de novos mercados no comércio exterior Costa
explana que, “A abertura dos mercados é uma tendência inevitável. Os benefícios da
liberação comercial são claros. E é nessa perspectiva que os acordos de integração
econômica regional devem ser entendidos.” (COSTA, 2005, p.49).
Segundo Maia, os blocos econômicos são constituídos em forma de estágios.
Tem se como primeiro estágio desta constituição as Zonas de Livre Comércio, o qual
busca pela redução ou eliminação das barreiras alfandegárias existentes em
mercadorias destinadas para a importação. Em segundo estágio encontra-se a
União Aduaneira que tenciona além da eliminação das barreiras alfandegárias, a
adesão de uma tarifa comum para a importação de produtos produzidos dentro de
sua própria área. Em terceiro estágio se apresenta como Mercado Comum, onde
como o próprio nome explana, possibilita uma livre circulação de bens, serviços,
mão de obras, tanto quanto capitais, porém dentro de seu perímetro. No quarto
estágio desta evolução sucessiva, tem se a União Européia, que em primeiro lugar
respeita os fatores estabelecidos no Mercado Comum, como busca contribuir para
um ambiente equilibrado em relação às políticas econômicas nacionais. Em quinto e
último estágio, temos a União de integração total. Neste estágio os países adotam
padrões e concordam com as condições do estágio anterior, entretanto para isso,
tais países devem possuir determinadas proporcionalidades entre si, ou seja,
permanecer niveladas, para manter uma relação quanto suas taxas de juros, níveis
de inflação, dívidas, entre outros, possibilitando a realização do comércio dentro
deste bloco de maneira harmoniosa (MAIA, 2013).
27
Em relação aos blocos econômicos existentes, de acordo com Maia, o OMC
(Organização Mundial do Comércio), possui em seus registros um total de 511
acordos comerciais. Entre estes, destaca-se o MERCOSUL, a UNIÃO EUROPEIA,
ALADI, NAFTA, APEC, ALCA (MAIA, 2013). A OMC trata-se de uma organização
responsável pela aplicação, administração e funcionamento de tais acordos
comerciais. Sua vigência é datada a partir de 01/01/1995, e possui sua sede em
Genebra, Suíça, a qual é foro das negociações ocorridas entre Países – Membros
(RATTI, 2006).
Junior complementa, em relação à OMC e suas negociações, que deve ser
seguido o single undertaking ou compromisso único, onde todos seus integrantes
devem consentir com as decisões que foram negociadas, impedindo a escolha de
acordos somente por interesse de alguns países (VIBRIO JUNIOR, 2012).
De acordo com Costa, identificou-se desde a década de 1950 na América
Latina, a carência de uma integração econômica regional que estimulasse
negociações entre os países latino-americanos. A partir de tal carência, surgiram
movimentos de integração regional, levando desta forma à criação do Mercosul, por
meio da assinatura do Tratado de Assunção (COSTA, 2005).
Segundo Vasquez, o Mercosul, ou Mercado Comum do Sul, “[...] visa a
unificação dos mercados da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, ou seja, a
constituição de um território econômico comum no cone sul latino-americano.”
(VASQUEZ, 2007, p.315). A Portaria Secex nº 23/11, traz o Decreto referente ao
Mercosul em seu Art. 231: “O Mercosul, constituído pelo Tratado de Assunção –
Decreto nº 350, de 21 de novembro de 1991-, tem como objetivo a integração
econômica e comercial do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.” (SECEX, 2011).
Segundo o sítio Mercosul, disponibiliza a seguinte informação referente a
caracterização:
O MERCOSUL caracteriza-se, ademais, pelo regionalismo aberto, ou seja, tem por objetivo não só o aumento do comércio intrazona, mas também o estímulo ao intercâmbio com outros parceiros comerciais. São Estados Associados do MERCOSUL a Bolívia (em processo de adesão ao MERCOSUL), o Chile (desde 1996), o Peru (desde 2003), a Colômbia e o Equador (desde 2004). Guiana e Suriname tornaram-se Estados Associados em 2013. Com isso, todos os países da América do Sul fazem parte do MERCOSUL, seja como Estados Parte, seja como Associado. (MERCOSUL, 2016).
28
Este tratado tem como objetivo obter o livre comércio de bens, e serviços
entre estes países integrantes (VASQUEZ, 2007). Sendo este, considerado o 3º
estágio da constituição. Porém somente depois de extensas negociações, segundo
Ratti,
[...] os Países-Membros acordaram em eliminar direitos aduaneiros e outras restrições sobre produtos transacionados entre eles, bem como estabelecer uma tarifa externa comum (TEC), a partir de 01/01/95. Com isso, o Mercosul estaria sendo transformado em uma união aduaneira. (RATTI, 2008, p. 445).
Conforme Costa, “O MERCOSUL é hoje uma União Aduaneira – embora não
completa. Isso significa que os países membros do MERCOSUL têm tarifas
aduaneiras idênticas para mercadorias originárias de outros países.” (COSTA, 2005,
p. 53).
No que diz a respeito à Tarifa Externa Comum, para que fosse possível
aplicá-la Ratti destaca que “[...] tornou-se necessária a unificação da nomenclatura
de mercadorias dos Países-Membros.” (RATTI, 2008, p. 446). Complementa-se tal
afirmação por meio da menção citada pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior
e Serviços de acordo com o Tratado de Assunção, “[...] a partir de 01/01/95, os
quatro Estados Partes do MERCOSUL adotaram a Tarifa Externa Comum (TEC),
com base na Nomenclatura Comum do MERCOSUL (NCM), com os direitos de
importação incidentes sobre cada um desses itens.” (MDIC, 2016). Em relação à sua
implementação no Brasil, conforme este Ministério, “A TEC foi implantada no Brasil
pelo Decreto 1.343, de 23/12/94.” (MDIC, 2016).
Sobre a União Europeia, segundo Maia até se tornar União Europeia, foram
necessárias passar por diversas estruturações, iniciando-se pela CECA
(Comunidade do Carvão e Aço) a qual foi criada pela formação aduaneira BENELUX
composta pela Bélgica, Holanda e Luxemburgo, juntamente com os demais países,
Alemanha Ocidental, França e Itália. Posteriormente passou-se a se chamar de
MCE (Mercado Comum Europeu), e CEE (Comunidade Econômica Europeia), e por
fim UE (União Europeia) (MAIA, 2013).
A partir do firmamento do Tratado de Maastricht pelos países do MCE, surgiu
então em 07/02/1992 a União Europeia. Este bloco visa um mercado sem fronteiras
e integrado, porém uma integração somente econômica, onde cada país-membro
possui sua independência política. Para a integração ocorrer de forma gradual foi
29
estipulado prazo até o ano de 2000, onde deveria encontrar-se completa. Ainda
entre os pontos firmados no tratado, tem se a criação de um Banco Central do
Bloco, o qual foi criado em 1998. Criação de uma moeda única, denominada euro,
onde que para sua realização muitos dos países-membros passaram por
dificuldades em cumprir suas metas, tais como em relação ao déficit orçamentário,
inflação entre outros, porém o euro passou a circular em 2002, após reavaliação da
união monetária (MAIA, 2013).
Segundo Víbrio Junior, ao todo 16 países utilizam o euro como sua moeda,
entre estes se encontra a Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia,
Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países
Baixos e Portugal (VIBRIO JUNIOR, 2012).
De acordo com Maia, em 1995 foi firmado o Acordo de Schengen, que
concebeu o fim das fronteiras entre os países-membros, permitindo assim a livre
locomoção das pessoas entre os países da União Europeia, e a possibilidade de
qualquer cidadão europeu de trabalhar em qualquer país da UE (MAIA, 2013).
Já o bloco econômico Alalc (Associação Latino-Americana de Livre Comércio)
segundo Maia, foi criada em 18/02/1960 através do Tratado de Montevidéu, e é
formada por 11 países integrantes, sendo Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia,
Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. A Alalc tinha como objetivo
ampliar os mercados nacionais, tendo como sua referência o Mercado Comum
Europeu (MCE). Entretanto a Alalc não conseguiu atingir seus objetivos dentro do
prazo estipulado de 12 anos, surgindo assim em 1980 a Aladi, que lhe substitui
(MAIA, 2013).
Segundo Ratti, a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) foi
criada em 12 de agosto de 1980 por meio do Tratado de Montevidéu, porém passou
a vigorar somente a partir de 18/03/1981. A Aladi continuou constituída pelos
mesmos países integrantes da Alalc, contando com a integração de Cuba a partir de
26/08/1999, e com sua sede na cidade de Montevidéu (RATTI, 2006). De acordo
com Maia, os objetivos da Aladi e da Alalc são semelhantes, porém a Aladi é
somente uma Zona de Livre Comércio, entretanto é considerada como o maior bloco
econômico da America Latina (MAIA, 2013).
Outro bloco econômico em destaque é a Nafta (North American Free Trade
Agreement), ou Acordo de Livre Comércio da América do Norte. Segundo o manual
do MRE, este bloco é formado pelo Canadá, Estados Unidos e México, data em
30
dezembro de 1992. Possui como objetivo reduzir as tarifas aduaneiras entre si, de
forma gradativa. Porém passou a vigorar somente a partir de 01 de janeiro de 1994
(BRASIL, 2011).
Ainda destaca-se o APEC (Associação de Cooperação Econômica Ásia-
Pacífico) que segundo Maia é uma associação que visa promover o seu comércio
assim como seus investimentos. Nesta associação participam os seguintes países:
Japão, China, Cingapura, Brunei, Malásia, Tailândia, Indonésia, Hong Kong, Taiwan,
Filipinas, Austrália, Nova Zelândia, Coréia do Sul, Estados Unidos, Canadá, México,
Chile, Papua-Nova Guiné, Peru, Rússia e Vietnã (MAIA, 2013).
Tem se ainda como destaque a Alca (Área de Livre Comércio das Américas),
onde de acordo com o manual do MRE foi uma proposta que teve como sua
principal finalidade alavancar a livre circulação de mercadorias nas Américas,
tencionando a diminuição das tarifas de importação para os países membros
(BRASIL, 2011). Entretanto, conforme Maia devido a conflitos entre os países
integrantes, a Alca não se realizou efetivamente (MAIA, 2013).
Sendo assim, pode se dizer que o sucesso de uma integração de blocos
econômicos, é benéfica ao desenvolvimento e crescimento do mercado de
exportação, considerando este de um modo geral aos países, além dos países
membros de forma independente e conjunta a estes países membros.
2.3 EXPORTAÇÃO DIRETA E INDIRETA
A atividade exportadora é dividida em Exportação Direta e Indireta. Sob esta
ótica da atividade exportadora, Garcia explana em relação à exportação direta, “É
entendida por direta a operação de saída de produtos efetuada pelo fabricante ou
produtor para o importador, no exterior.” (GARCIA, 2015, p.123). No que diz respeito
à exportação direta o manual do Ministério das Relações Exteriores traz a seguinte
informação,
Esse tipo de operação exige da empresa conhecimento do processo de exportação em toda a sua extensão (pesquisa de mercado, contato com o Importador, documentação de exportação, acordos comerciais internacionais, embalagem, transações bancárias específicas da exportação, transporte etc.). (BRASIL, 2011, p. 15).
31
Com a finalidade de compreensão desta modalidade, Castro traz por meio da
Ilustração 1, a representação do processo modalidade de exportação direta, sendo
esta praticada da indústria ou produtor ao importador,
Ilustração 1 Adaptado: Exportação Direta.
Fonte: Castro (2013, p. 73).
Quanto à exportação indireta para Garcia, “[...] entende-se aquela operação
comercial de venda de um produto feita com o fim específico de exportação, a um
interveniente ou intermediário comercial localizado no Brasil.” (GARCIA, 2015,
p.125). Já o manual afirma que “A exportação indireta é realizada por meio de
empresas estabelecidas no Brasil que adquirem produtos para exportá-los.”
(BRASIL, 2011, p.15). Segundo Castro as intermediações na exportação indireta
para empresas industriais e produtoras podem ser realizadas por meio de:
a) Trading Company;
b) Empresa Comercial Exportadora;
c) Consórcio de produtos ou exportadores;
d) Cooperativas;
e) Indústrias desempenhando atividades comerciais exportadoras.
(CASTRO, 2013, p.75).
De acordo com a Ilustração 2, Castro explana as intermediações que podem
vir a ser realizadas nesta modalidade de exportação indireta, pela indústria ou
produtor,
32
Ilustração 2 Adaptado: Exportação Indireta.
Fonte: Castro (2013, p. 74).
Ainda, verifica-se que por meio da exportação indireta, assim como na
exportação direta, é possível que as empresas modifiquem e melhorarem seus
produtos no mercado interno de forma qualificada, mas que ainda obtenham
negociações por intermédio de uma empresa, a qual manterá seus produtos e
serviços no mercado exterior.
2.3.1 Empresa Comercial Exportadora
A empresa comercial exportadora traz para empresas, sendo elas de
pequena, média e até grande porte, a simplificação no processo de exportar,
levando em consideração seu conhecimento na área de atuação.
Segundo o Guia de Comércio Exterior e Investimento, as empresas
comerciais exportadoras por meio de seu conhecimento e especialização sobre
temas relacionados ao comércio exterior, auxiliam as empresas produtoras na
conquista de novos mercados internacionais, e proporcionam oportunidades de
negócios (GUIA DE COMÉRCIO EXTERIOR E INVESTIMENTO, 2016).
Castro explana que, “Apesar de muito difundida e assim popularmente
conhecida, juridicamente, no Brasil não existe a expressão Trading Company como
denominação de companhia de comércio exterior, a qual legalmente é denominada
Empresa Comercial Exportadora.” (CASTRO, 2013, p.64). De acordo com a Portaria
SECEX nº 49, de 2013:
Art. 247: Considera-se empresa comercial exportadora, para os efeitos de que trata o Decreto-Lei nº 1.248, de 29 de novembro de 1972, as empresas que obtiverem o Certificado de Registro Especial, concedido pelo
33
Departamento de Competitividade no Comércio Exterior em conjunto com a Receita Federal do Brasil. (SECEX, 2013).
Garcia sob a mesma ótica e com fundamentação no Decreto-Lei nº 1.248/72,
ressalva, “Com base nessa norma, é considerada empresa comercial exportadora
aquela que obtiver Certificado de Registro Especial concedido pelo Decex em
conjunto com a SRF – Secretaria da Receita Federal.” (GARCIA, 2015, p. 15). Para
que a Empresa Comercial Exportadora (ECE) disponha do Certificado de Registro
Especial de acordo com a Portaria SECEX nº 23/2011, destacam-se alguns
requisitos que a própria deve possuir,
[...] ser constituída na forma de sociedade por ações (S.A.) e possuir capital social mínimo, etc. Já a ECE que não se enquadra nas exigências do Decreto Lei nº 1.248, de 1972, pode ser constituída sob qualquer forma e não precisa ter capital mínimo. Rege-se, pois, pelo Código Civil Brasileiro. Porém, para ser caracterizada como ECE, dever ter o fim comercial em seu objeto social, realizar operações de comércio exterior, estar habilitada na Receita Federal (RFB) para operar no SISCOMEX (Instrução Normativa RFB nº 1.288, de 31 de agosto de 2012) e estar inscrita no Registro de Importadores e Exportadores da SECEX/MDIC. (MDIC, 2016).
A Ilustração 3 apresenta as principais diferenças de natureza que as
Empresas Comerciais Exportadoras possuem atualmente previstas na Legislação
Brasileira.
Categorias Legislação Regulamentadora
Básica Forma de Constituição Societária
Trading Company Decreto-Lei nº 1.248, de 1972 Sociedade por Ações (S.A.)
Empresa Comercial Exportadora (ECE)
Código Civil Brasileiro Pode ser constituída sob qualquer
forma e não precisa ter capital mínimo
Ilustração 3: Espécies de Empresas Comerciais Exportadoras previstas na Legislação Brasileira.
Fonte: Portal Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (2016).
As distinções apresentadas referente à natureza, nos da uma concepção
mais concreta da forma em que são constituídas tais empresas neste ramo em
consonância com as leis brasileiras que regem.
34
2.3.2 Exportação Fácil
Segundo o sítio dos Correios, a exportação fácil é uma solução criada para
atender a demanda de determinadas empresas, e até mesmo de pessoas físicas
que desejam exportar (CORREIOS, 2016). Quanto às pessoas físicas interessadas
em exportar seus produtos, o sítio do Guia de Comércio Exterior e Investimento traz
como exemplo artesões, agricultores, e demais que buscam alternativas
descomplicadas (GUIA DE COMÉRCIO EXTERIOR E INVESTIMENTO, 2016).
Ainda referente às pessoas físicas interessadas na exportação, o site dos
correios traz que estas podem exportar desde que suas quantidades não
caracterizem prática de comércio, e habitualidade. Com exceção aos artesões com
registro no órgão profissional competente, agricultores e pecuaristas, devidamente
cadastrados junto ao INCRA (CORREIOS, 2016).
Araujo salienta que não se faz necessário que o exportador seja habilitado no
Siscomex para realizar esta operação por este meio, em virtude do próprio correio
realizar todos os procedimentos necessários para o envio da mercadoria. Entretanto,
a operação sendo realizada por intermédio dos Correios, possui um limite de
remessa, sendo este no valor até US$ 50.000.00 (cinquenta mil dólares) (ARAUJO,
2013).
Para se utilizar deste serviço, o Guia de Comércio Exterior e Investimento traz
que é indispensável realizar o preenchimento do formulário de postagem (AWB)
(GUIA DE COMÉRCIO EXTERIOR E INVESTIMENTO, 2016). De acordo com os
Correios também deve acompanhar a mercadoria, a Nota Fiscal e Fatura Comercial,
as quais devem estar em envelope plástico fixado no pacote, além do conhecimento
de embarque. Ainda, dependendo do país, é possível que seja solicitado o
certificado de origem ou Licença de exportação (CORREIOS, 2016).
Conforme informação contida no sítio dos correios torna-se possível enviar
mercadorias para venda, documentos, amostras, e até mesmo presentes.
Entretanto, os correios possuem uma lista de proibições, pois não é transportado
mercadorias com substâncias perigosas. Ainda, há um limite de peso de no máximo
30 kg que pode vir a variar de acordo com modalidades de remessa que mais se
enquadram com a característica e interesse do exportador, e país de destino da
mercadoria (CORREIOS, 2016).
35
As modalidades presentes nos correios se denominam SEDEX Mundi, EMS –
Mercadoria Expressa, Leve internacional, e Mercadoria econômica. A remessa
Sedex Mundi é destinada segundo os Correios, para aquele exportador que tem
prioridade máxima em sua entrega, e quer a garantia de entrega assim como seu
prazo, contém rastreamento completo, embalagem gratuita e especifica do serviço,
registro automático, assim como devolução gratuita ao remetente. Podem usufruir
desta modalidade tanto pessoas jurídicas, quanto físicas, e diferenciando-se
somente em relação às formas de pagamento, a vista ou faturado, sendo possível
realizar de forma faturada, somente a pessoa jurídica (CORREIOS, 2016).
A modalidade EMS – Mercadoria Expressa possui prioridade na entrega,
podendo esta ser em domicílio ou unidade postal, variando de acordo com o país de
destino, seguro gratuito automático, assim como a alternativa de rastreamento.
Assim como o Sedex Mundi, pessoa jurídica e física, podem se utilizar deste serviço.
No caso de venda de mercadoria, o exportador tem ainda a possibilidade de receber
do importador por intermédio dos correios, com o vale postal internacional, pela rede
bancária, por contrato de câmbio ou boleto de câmbio, ou ainda via cartão de crédito
internacional. Nesta modalidade há dimensões específicas quanto a suas
embalagens (CORREIOS, 2016).
Na leve internacional, enquadra-se para aquele exportador que está em
busca de preço e prazo, voltado mais para amostras e presentes em virtude do limite
de peso de 2 kg, e dimensões de embalagens especificas. Esta modalidade não
possui rastreamento garantido, e sua entrega pode ocorrer em domicilio, assim
como unidade postal, a qual também varia de acordo com cada país (CORREIOS,
2016).
Já a mercadoria econômica, é para aquele exportador que busca o menor
preço, e não possui grande prioridade relacionada à entrega. Possui limite de peso
de 20 kg, e dimensões de embalagens específicas. Sua entrega também pode
ocorrer em domicílio ou unidade postal. Entretanto, nesta modalidade se faz
necessário o preenchimento do DSE, no caso do valor da remessar ultrapassar USD
1.000, e quando a remessa caracterizar venda, independentemente de seu valor
(CORREIOS, 2016).
36
2.4 ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
Para se manter e permanecer uma ordem no processo de exportação é
necessário haver uma estrutura no comércio exterior, que controle e supervisione tal
processo. De acordo com Segalis, França e Atsumi o comércio exterior brasileiro
possui uma estrutura administrativa que descreve os órgãos públicos, e seus
ministérios envolvidos nas normatizações, e os departamentos que dão suporte mais
diretamente (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012). Sob a mesma ótica Maluf
enfatiza, “São os órgãos que irão efetuar os controles e garantir a operatividade do
comércio exterior com base nas definições normativas.” (MALUF, 2003, p.41).
Em relação à estrutura administrativa existente no comércio exterior brasileiro,
Segalis, França e Atsumi, o descrevem de uma forma geral e de fácil compreensão,
sendo assim,
A estrutura em relação ao governo federal de forma sucinta é distribuída em responsabilidades econômico-financeiras desempenhadas pelo Ministério da Fazenda (MF), a parte estratégica e operacional sob responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), responsabilidades diplomáticas a cargo do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e responsabilidades de segurança cumpridas pelo Ministério da Defesa (MD). (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012, p. 41).
Sendo assim, para Segalis, França e Atsumi, o Ministério da Fazenda é
incumbido da estratégia financeira, e pelo trânsito de recursos oriundos do comércio
externo. Os órgãos pelos quais está vinculado estão diretamente ligados ao sucesso
da economia brasileira, onde se pode destacar a política cambial que exerce
influência de modo direto na competitividade do país em relação ao mercado
externo, como no controle da inflação da economia interna e na capacidade do
Brasil em atrair investimentos. Destaca-se então a partir desta definição que os
órgãos dos quais estão diretamente ligados com o Ministério da Fazenda, se
definem sendo o Banco Central (Bacen), a Receita Federal do Brasil (RFB), e o
Banco do Brasil (BB) (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012).
Ao que diz respeito aos principais órgãos diretamente vinculados ao Ministério
da Fazenda, Maluf frisa que a Secretária da Receita Federal do Brasil “[...]
responsável pelo controle de entrada e saída de mercadorias do país. É responsável
pelo desembaraço aduaneiro das mercadorias, bem como pelo estabelecimento da
sistemática das operações do comércio internacional.” (MALUF, 2003, p.41).
37
Por meio de sua afirmação em relação à Secretária da Receita Federal,
Vasquez acrescenta que “Presente nas exportações e importações, é responsável
pelo desembaraço aduaneiro das mercadorias, operações que são efetivadas, a
cada dia, com mais rapidez e menos burocracia.” (VASQUEZ, 2007, p.21).
Ainda em relação aos órgãos do Ministério da Fazenda, Maluf enfatiza quanto
ao Banco Central do Brasil, “[...] responsável pelo controle cambial brasileiro. Cabe-
lhe a responsabilidade de cumprir e fazer cumprir as disposições que regulam o
funcionamento do sistema e as normas expedidas pelo Conselho Monetário
Nacional.” (MALUF, 2003, p.41).
Quanto ao Banco do Brasil, de acordo com o Manual das Relações
Exteriores, “Trata-se de programa instituído pelo Governo Federal que visa a
garantir às exportações brasileiras condições de financiamento equivalentes às do
mercado internacional, nas modalidades PROEX Financiamento e PROEX
Equalização.” (BRASIL, 2011, p.104).
Com relação ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
(MDIC) Segalis, França e Atsumi ressalvam que tem como eixo o trânsito físico de
mercadorias que entram e saem do Brasil, a partir de seu planejamento estratégico,
direcionamento de métodos táticos a questões operacionais. Está incorporada a este
Ministério, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) que atua a frente de políticas e
atividades relacionadas ao comércio exterior de bens e serviços, além do turismo.
Ainda, este ministério possui em sua estrutura a Secretária de Comércio Exterior
(Secex), que é composto por cinco departamentos: Departamento de Planejamento
e Desenvolvimento do Comércio Exterior (Depla); Departamento de Operações de
Comércio Exterior (Decex); Departamento de Negociações Internacionais (Deint);
Departamento de Defesa Comercial (Decom); Departamento de Normas e
Competitividade (Denoc). Entre todos os departamentos que compõem a Secex,
destaca-se o Decex, que executa as definições do Depla de pode ser definido de
forma simples como o departamento que esboça o futuro do comércio exterior
brasileiro em relação a estratégias e parcerias. O Decex também esclarece por meio
de portarias e comunicados quais são os devidos procedimentos que devem ser
seguidos no dia a dia do comércio exterior. Também busca padronizar e facilitar os
mecanismos do comércio externo brasileiro (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012).
Acerca do Secex e de seu principal departamento, Decex, Maluf afirma que,
38
[...] conduz atividades inerentes ao Comércio Exterior, pronuncia-se sobre a conveniência da participação do Brasil em Acordos ou Convênios Internacionais, emite licenças de exportação e importação e controla as operações de comercio exterior. (MALUF, 2003, p. 42).
O Ministério das Relações Exteriores (MRE), “[...] define e negocia as linhas
gerais da política externa brasileira em acordos bilaterais e blocos econômicos para
o comércio de todo tipo de produtos e serviços.” (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI,
2012, p.56). De acordo com Maluf,
O Ministério das Relações Exteriores tem um papel fundamental no desenvolvimento do comércio exterior do Brasil, uma vez que ele atua no campo da política internacional, das relações diplomáticas e consulares, dos Programas de Cooperação Internacional, participa nas negociações bilaterais, comerciais, financeiras, técnicas e outras em países e entidades estrangeiras. (MALUF, 2003, p.47).
Porém, ainda assim existe um grande número de empresas que
desconhecem as práticas que devem ser realizadas para se ingressar no mercado
exportador, e são possuidores de demasiadas dúvidas, e podem ainda não contar
com uma pessoa que possui o conhecimento desejável para tal realização. Diante
deste contexto, a empresa pode optar em buscar auxílio por meio de uma empresa
comercial exportadora, que tem como sua finalidade o comércio externo.
2.5 INCOTERMS
Com o intuito de praticidade e padronização dos termos utilizados nas
transações internacionais de mercadorias, além de evitar possíveis erros de
interpretações das responsabilidades dos exportadores e importadores, a CCI
(Câmara de Comércio Internacional) órgão responsável por determinar as normas
operacionais vigentes nas transações comerciais internacionais entre empresas,
criou-se em 1936 os Incoterms que significa International Commercial Terms ou
Termos Internacionais de Comércio (CASTRO, 2013).
Maia traz que os Incoterms definem o início e o encerramento da
responsabilidade existente entre o vendedor e o comprador, auxiliando desta forma
na redução e até mesmo o término de conflitos provenientes destas
responsabilidades, que mesmo não sendo intencionais, podem vir a prejudicar tais
negociações (MAIA, 2013).
39
Complementando a explanação de Castro, Queiroz e Aprígio trazem que os
Incoterms padronizam e definem as regras, “[...] onde o exportador deve entregar a
mercadoria, quem paga o frete, quem é o responsável pela contratação do seguro.”
(QUEIROZ, APRIGIO, 2013, p.12).
Maia ainda destaca que os Incoterms, desde sua criação até sua versão
atual, sendo esta a versão 2010, mas também conhecida como versão 2011, obteve
diversas atualizações em suas versões, buscando condizer-se de acordo com as
mudanças ocorridas no comércio exterior, onde pode se citar como exemplo o
aumento da tecnologia nos meios de comunicação (MAIA, 2013).
Sobre a utilização dos Incoterms Castro explana, “[...] é feita por meio de 11
siglas, também denominadas Condições de Venda, cuja linguagem conhecida e
reconhecida mundialmente por empresas exportadoras e importadoras [...]”. Ainda,
“Salienta-se que, embora os Incoterms sejam utilizados na quase totalidade das
operações de comércio internacional, sua aplicação não é obrigatória, e sim
facultativa.” (CASTRO, 2013, p. 120).
Segundo Maia, as siglas dos Incoterms são as seguintes: EXW, FCA, FAS,
FOB, CFR, CIF, CPT, CIP, DAT, DAP, DPP. Tais siglas estão divididas em 4 grupos
(E, F, C, D) sendo estes de acordo com suas responsabilidades. No Brasil dentre as
11 siglas, as mais comuns utilizadas são: FOB, CFR e CIF (MAIA, 2013).
No que diz respeito ao Grupo E (Ex), tem-se como Incoterms, a sigla EXW –
(Ex Works - local de produção) - local designado. Segundo Castro nesta modalidade
a responsabilidade da retirada da mercadoria disposta pelo exportador, podendo
esta ser disposta no local de origem, ou qualquer outro local ao qual foi combinado
para a retirada, fica a cargo do importador, salvo acordos realizados entre as partes
(CASTRO, 2013).
Quanto ao Grupo F (Free), tem-se o FCA – (Free Carrier – Transportador
Livre) - local designado, que de acordo com Ratti traz que responsabilidade da
entrega da mercadoria, estas já desembaraçadas, pertence ao vendedor, onde junto
com o comprador determina-se o local da entrega (RATTI, 2008). Castro
complementa ainda, as responsabilidades do exportador limitam-se a entrega da
mercadoria no local, já seu descarregamento e demais despesas, fica a cargo do
importador (CASTRO, 2013).
Pertence também a este grupo, o FAS – (Free Alongside Ship – Livre no
Costado do Navio) - porto de embarque designado, onde de acordo com Castro, a
40
execução desta modalidade é exclusivamente por transporte marítimo, sendo que o
exportador possui a responsabilidade de entregar a mercadoria, no costado do
navio, no porto de embarque no qual foi combinado com o importador, onde a
mercadoria já deve estar livre e desembaraçada par seu embarque. As despesas
são a cargo do importador, mas é passível ajuda do exportador para aquisição de
documentos necessários (CASTRO, 2013).
Ainda, enquadra-se neste grupo, o Incoterm FOB – (Free On Bord – Livre a
Bordo) – porto de embarque designado. Lunardi traz que este termo é um dos mais
utilizados no mercado, em razão aos seus custos estarem incluídos no preço do
bem. Este termo garante que o vendedor, ou seja, o exportador, entregue a
mercadoria no porto de embarque designado, entretanto, os custos, assim como os
riscos de perda são a cargo do comprador, ou seja, o importador. Ainda, para este
termo pode ser utilizado tanto no transporte marítimo como no transporte hidroviário
interior (LUNARDI, 2001).
Quanto ao Grupo C (Cost e Carriage), destaca-se o CIF – (Cost, Insurance
and Freight – Custo, Seguro e Frete) – porto de destino designado, o qual segundo
Maia fica o exportador comprometido com a colocação da mercadoria no porto
designado, assim como os pagamentos das despesas tais como seguros e fretes, e
a dispor dos documentos necessários para o embarque. Após a entrega da
mercadoria no porto destinado, a responsabilidade de forma geral passa a ser do
importador. Ainda a utilização deste termo é realizável no transporte aquaviário,
sendo ele marítimo ou fluvial (MAIA, 2013).
Enquadra-se neste grupo, o CPT – (Carriage Paid To – Transporte Pago
Até) – local de destino designado, onde a entrega por meio desta modalidade pode
ser realizada por todos os meios de transportes, conforme Lunardi. O exportador
neste caso possui todos os custos incorridos com transporte até que a mercadoria
seja entregue no local estipulado, independentemente do meio de transporte
utilizado. Após entrega, os custos a vir serem incorridos deslocam-se ao comprador
(LUNARDI, 2001).
Ainda tem-se como integrante deste, o CIP – (Carriege and Insurance Paid
To – Transporte e Seguro Pagos Até) – local de destino designado. Assim como o
CPT, a entrega pode ser realizada por todos os meios. O que os difere, é que nesta
modalidade faz se necessário por parte do exportador a contratação do seguro
(LUNARDI, 2001).
41
Além das siglas CIF, CPT e CIP, também destaca- se neste grupo, o CFR –
(Cost and Freight – Custo e Frete) – porto de destino designado, o qual de acordo
com Castro, o exportador há de providenciar o desembaraço da mercadoria no
embarque, além de ser o responsável por contratar o frete internacional, sendo
desta forma o responsável pelas respectivas despesas, sanando- as somente após
a entrega no porto designado. O desembaraço no desembarque fica sob
responsabilidade do importador (CASTRO, 2013).
Quanto ao Grupo D (Deliver), o DDP – (Delivered Duty Paid – Entregue
Direitos Pagos) – local de destino designado, Castro salienta que esta modalidade é
contrária a EXW, pois o exportador assume todas as responsabilidades, desde
custos com fretes, desembaraços aduaneiros, pagamento dos tributos alfandegários,
e demais, até a entrega final da mercadoria, podendo esta ser realizada na fábrica,
armazém ou depósito do importador, e até mesmo terceiros. Devido aos altos
custos, que dificultam negociações com os importadores, esta modalidade não é
muito utilizada nas exportações brasileiras, mesmo havendo crescimento no
mercado geral (CASTRO, 2013).
Faz-se abrangente também o DAP – (Delivered at Place – Entregue no
Local) – local de destino designado. Esta modalidade aplica-se a todos os meios de
transporte. O exportador possui todos os riscos e responsabilidades, exceto aos
trâmites aduaneiros e tributos referentes à importação, cujos são de
responsabilidade do importador (CASTRO, 2013).
Por fim no grupo D, enquadra-se o DAT – (Delivered at Terminal – Entregue
no Terminal) – terminal no porto ou local de destino designado, onde de acordo com
Maia, o desembaraço da mercadoria fica a cargo do importador. E tendo o
exportador a responsabilidade de dispor a mercadoria no local ou porto designado,
com sua descarga (MAIA, 2013).
A fim de complementar as informações entre as condições de vendas e seus
os modos de transporte, o manual do Ministério das Relações Exteriores traz as
seguintes regras conforme Ilustração 4:
42
Ilustração 4: Regras para qualquer modo de transporte.
Fonte: Ministério das Relações Exteriores (2011).
Ainda o manual do Ministério das Relações Exteriores apresenta as
definições sobre as regras no transporte marítimo e hidroviário conforme mostra a
Ilustração 5, onde tem- se de acordo com Maia, os Incoterms mais comuns no Brasil,
o FOB, CFR e CIF :
Ilustração 5: Regras para transporte marítimo ou hidroviário
Fonte: Ministério das Relações Exteriores (2011).
Para um bom funcionamento das negociações acordadas entre o importador
e o exportador, valendo se dos direitos e deveres a serem cumpridas entre as
partes, tais regras foram criadas, onde os meios de transporte e condições de
pagamento trabalham correlacionados, a fim de proporcionarem o sucesso da
negociação.
43
2.6 TRIBUTOS
O Código Tributário Nacional - CTN traz em seu Artigo 3º, “Tributo é toda
prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir,
que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante
atividade administrativa plenamente vinculada.” (PINTO; WINDT; CÉSPEDES,
2009). De acordo com a Constituição Federal:
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I - impostos; II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. (BRASIL, 1988).
Os tributos no Brasil são divididos em 3 grandes esferas: Federal, Estadual e
Municipal. A cargo do Governo Federal está a responsabilidade dos seguintes
impostos: Imposto sobre a Importação (II), Imposto sobre a Exportação (IE), Imposto
sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR), Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), Impostos sobre Operações de Crédito, Câmbio, Seguro ou
relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF), Imposto sobre a Propriedade
Territorial Rural (ITR), Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) (PAULSEN; MELO
2015).
Permanece aos estados a responsabilidade dos seguintes impostos: Imposto
sobre Transmissão Causa Mortis e Doação, de quaisquer bens ou direitos (ITCMD),
Imposto sobre operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre prestação
de Serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS),
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) (PAULSEN; MELO
2015).
E para os municípios, Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial
Urbana (IPTU), Imposto sobre Transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato
oneroso, de Bens Imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre
Imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição (ITBI),
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) (PAULSEN; MELO 2015).
Ainda se tem as contribuições sociais, as quais segundo Machado podem ser
constituídas pela União Federal com base nos arts. 149 e 195 da Constituição
44
Federal. Estas estão divididas em 3 subespécies, onde tem se as contribuições de
intervenção no domínio econômico, contribuições de interesse de categorias
profissionais ou econômicas e contribuições de seguridade social (MACHADO,
2014). Neste contexto de contribuições, enquadra-se o PIS e Cofins.
2.6.1 Tributação na Exportação
Em relação ao tratamento tributário adotado no processo de exportação, o
Ministério das Relações Exteriores destaca que “Em geral, os governos evitam
onerar com encargos tributários os produtos exportados, para manter sua
competitividade nos mercados externos.” (BRASIL, 2011, p.165).
No que diz respeito aos produtos a serem comercializados de forma geral,
assim como em relação ao seu andamento quanto tributação, tendo como fim de
contribuir e facilitar, Vasquez afirma que todo e qualquer produto possui um código
numérico que classificam as mercadorias e as enquadram de acordo com
características, ou até mesmo detalhes específicos que o tornam único (VASQUEZ,
2007).
Quanto a estes detalhes específicos cabe destacar algumas particularidades.
Sobre a não incidência Castro salienta “[...] é fato não abrangido pelo campo
tributário de um imposto.” Em relação à imunidade “[...] é a retirada, temporária ou
definitiva, do ônus de determinado tributo.” Já a Isenção, “[...] é a dispensa do
pagamento de tributo sobre determinado produto.” (CASTRO, 2013, p. 153).
No Brasil os impostos não incidentes no processo de exportação que se
destacam são o ICMS e o IPI, juntamente com o PIS, e Cofins. Para que ocorra a
compreensão dos estímulos referentes às operações de exportação, faz-se
necessário entender sua fundamentação. Ainda pode se destacar o IE, o qual possui
algumas distinções em relações aos demais impostos incidentes.
2.6.1.1 Imposto de Exportação (IE)
De acordo com a Receita Federal do Brasil, “O imposto sobre a exportação
tem como fato gerador a saída da mercadoria do território aduaneiro.” (RFB, 2015).
Castro complementa as informações declaradas pela Receita Federal do Brasil, “O
Imposto de Exportação foi criado pelo Decreto-Lei nº 1.578, de 11/10/77.” (CASTRO,
45
2013, p.52). Ainda sobre o Imposto de Exportação, a Receita Federal do Brasil
salienta quanto ao seu cálculo,
É calculado utilizando-se como base o preço normal que a mercadoria alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional. A alíquota do IE atualmente encontra-se em 30%, podendo ser reduzida ou aumentada pela Câmara de Comércio Exterior, não podendo ser superior a 150%. (RFB, 2015).
Correlacionado ao Imposto de Exportação, Segalis, França e Atsumi
manifestam-se, “Raros são os produtos que estão sujeitos ao Imposto de
Exportação (IE). Sua incidência está relacionada à tentativa de restringir a
exportação, muitas vezes para incentivar as vendas no mercado interno.” (SEGALIS;
FRANÇA; ATSUMI, 2012, p.149).
Relacionado aos raros produtos que estão sujeitos ao Imposto de Exportação,
Castro evidencia que, “Por razões distintas, as exportações de armas e munições
destinadas à América do Sul, com exclusão de Argentina, Chile e Equador, à
América Central e ao Caribe, estão sujeitas ao pagamento do imposto de exportação
de 150%.” (CASTRO, 2013, p.52).
De maneira resumida Castro apresenta os estímulos às operações de
exportação realizadas por intermédio de empresa comercial exportadora, tendo
como fim específico a exportação, onde tem – se, isenção de pagamento do IPI, não
incidência do ICMS nas saídas para o exterior, e acesso aos benefícios do drawback
(CASTRO, 2013).
2.6.1.2 Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)
Referente ao Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI, o manual do MRE
respalda que “O Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) é um tributo federal
incidente sobre o valor adicionado.” (BRASIL, 2011, p.166). Garcia o define como
sendo
[...] um tributo federal, indireto, seletivo e não-cumulativo [...]. Sua classificação como imposto indireto se dá pelo fato de incidir sobre o produto comercializado e ser pago pelo adquirente da mercadoria enquanto seu recolhimento à União é feito pelo fornecedor do bem. (GARCIA, 2015, p.130).
46
Em relação à modalidade de exportação direta, os produtos industrializados,
de acordo com Queiroz e Aprígio, não sofrem incidência deste imposto (QUEIROZ;
APRÍGIO, 2013). Segundo o manual do MRE, o IPI também sofre isenção na
exportação indireta, entretanto, somente quando esta for realizada por meio de uma
empresa comercial exportadora e consórcios de exportação, nivelando- se a uma
exportação direta (BRASIL, 2011).
Segundo Queiroz e Aprígio, o IPI pode vir a ser suspenso, quando em uma
operação realizada na exportação indireta. Esta suspensão é prevista no Decreto nº
7.212/2010 no art. 43, V. Entretanto, para valer-se desta suspensão, a mercadoria
deve ter seu fim específico de exportação, com saída direto da indústria para o
embarque, segundo recomendação da empresa comercial exportadora (QUEIROZ;
APRÍGIO, 2013).
2.6.1.3 Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)
Com o intuito de compreender tais estímulos, ainda faz – se necessário o
entendimento referente ao ICMS, que segundo Vasquez “Incide sobre operações de
circulação de mercadorias e prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se
iniciem no exterior.” (VASQUEZ, 2007, p. 212). Ainda referente ao ICMS Garcia
explana,
É um imposto indireto, de competência estadual, conforme preceitua o artigo 155, em seu inciso II, da Constituição Federal, não-cumulativo, e sua alíquota pode ser denominada seletiva, permitindo aos Estados e ao Distrito Federal tributar de forma diferenciada os produtos supérfluos. (GARCIA, 2015, p.132).
Porém, mesmo que a fundamentação do ICMS seja compreendida, Segalis,
França e Atsumi complementam que, “[...] os envolvidos nas operações
internacionais para evitar problemas devem consultar o regulamento do ICMS do
estado no qual mantêm sua escrita fiscal.” (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012, p.
149). Diante deste contexto Castro salienta que,
[...] eventualmente, a legislação tributária do ICMS do Estado da empresa comercial exportadora poderá exigir dela a obtenção de regime especial na Secretaria da Fazenda, autorizando-a a adquirir no mercado interno,
47
dispensado de tributação pelo ICMS, produtos destinados à exportação. (CASTRO, 2013, p. 148).
O manual do MRE salienta que “O produto exportado [...] não ocorre a
incidência do ICMS. No caso do ICMS, é recomendável consultar as autoridades
fazendárias estaduais, quando houver créditos a receber ou insumos adquiridos em
outros Estados.” (BRASIL, 2011, p. 165).
A exportação quando na forma direta, segundo Queiroz e Aprígio, não sofre
incidência de ICMS, tanto para mercadorias como serviços destinados para o
exterior (QUEIROZ; APRIGIO, 2013). Garcia destaca ainda que além da não
incidência, o ICMS tem “[...] garantia de manutenção dos créditos fiscais relativos
aos insumos contidos nos produtos exportados.” (GARCIA, 2015, p. 135).
Na exportação indireta, de acordo com Queiroz e Aprígio, quando a
mercadoria tem sua operação com o fim específico de exportação, esta é
equiparada à exportação, ou seja, é tratada como exportação direta. A não
incidência do ICMS está prevista na Lei Complementar nº 87/1996, em seu art. 3º,
parágrafo único (GARCIA, 2015).
2.6.1.4 Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento de
Seguridade Social (COFINS)
Sobre o Programa de Integração Social - PIS, o manual do MRE traz a
isenção de pagamento a empresas fabricantes, e também a trading companies,
aplicadas para as exportações de produtos manufaturadas, com alíquota de 1,65%
para operações internas, aplicadas sobre a receita bruta. Entretanto, esta isenção
não se aplica para vendas realizadas por meio de comerciais exportadoras (BRASIL,
2011). Garcia expõe referente ao PIS “Atualmente é o 5º da Lei nº 10.637, de
30/12/2002 que estabelece que esta contribuição não incidirá sobre as receitas
provenientes da exportação de bens e serviços para o exterior.” (GARCIA, 2015,
p.140).
Castro acrescenta a respeito das alíquotas aplicadas em operações internas,
onde a alíquota de 1,65% corresponde às empresas que são tributadas com base no
lucro real, e alíquota de 0,65% para aquelas tributadas no lucro presumido e
arbitrado (CASTRO, 2013).
48
Em relação à exportação indireta e o PIS e Cofins, o manual traz que via de
regra quando é realizada por comercial exportadora, esta equivale-se a exportação
direta no que diz respeito as isenções do IPI e ICMS, valendo-se também para a
Contribuição para o Financiamento de Seguridade Social (COFINS) (BRASIL, 2011).
2.7 INCENTIVOS
Garcia se pronúncia em relação ao incentivo na exportação, que para que
ocorra o melhor desenvolvimento do processo de exportação, é necessário que haja
uma excelente compreensão dos incentivos que lhe são concebidos, por completo.
Tal conhecimento sobre os incentivos permite ao fabricante ou produtor julgar e
optar pela melhor oportunidade de comercializar com o mercado exterior. Os
incentivos deferidos às exportações são integrados em duas categorias, fiscais e
financeiros (GARCIA, 2015).
No que diz respeito aos incentivos fiscais, Garcia entende por incentivos
fiscais “Todos aqueles benefícios destinados a eliminar os tributos incidentes sobre
os produtos nas operações normais de mercado interno [...]” (GARCIA, 2015, p.129).
Queiroz e Aprígio destacam “Quando se trata de uma exportação, é importante que
o produto possa alcançar o mercado internacional em condições de competir com
preço e, por isso, ela pode compensar o recolhimento dos impostos internos [...]”.
(QUEIROZ; APRÍGIO, 2013).
Garcia ainda ressalta que para o exportador ter uma boa atuação no mercado
internacional, e poder competir, é relevante ter conhecimento das particularidades
relacionadas aos tratamentos deferidos dos tributos que são denominados
incentivos, sendo o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), ICMS (Imposto
sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços), Cofins, e PIS. Ainda é importante
que o exportador tenha conhecimento sobre o Drawback (GARCIA, 2015).
Referente ao tratamento tributário disposto pelo Decreto-Lei nº 1.248, de
1972, de acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços o, diz
respeito às mercadorias adquiridas no mercado interno, mas que possuem como fim
específico a exportação, onde tal norma proporciona ao produtor vendedor e
também as Empresas Comerciais Exportadoras com Certificado de Registro
Especial, a asseguração dos benefícios fiscais, instituídos por lei para incentivo à
exportação. Embora tal afirmação beneficiária apenas para as empresas comerciais
49
exportadoras possuidoras do Certificado de Registro Especial. Entretanto a
legislação vigente não se usa de tal diferença (MDIC, 2016). Sendo assim, toma-se
como base a legislação tributária atual onde,
[...] existem duas espécies de Empresas Comerciais Exportadoras (ECE): i) as que possuem o Certificado de Registro Especial e ii) as que não o possuem. Entretanto, os benefícios fiscais quanto ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), às Contribuições Sociais (PIS/PASEP e COFINS) e ao Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aplicam-se, atualmente, às duas espécies, sem distinção alguma. (MDIC, 2016).
Castro frisa sobre os beneficiários dos incentivos à exportação, onde geram
se incentivos fiscais nas operações que envolvem mercadorias contraídas tanto por
Trading Company ou diretamente do fabricante, com o fim específico de exportação
(CASTRO, 2013).
Quanto aos incentivos financeiros Garcia entende, “São representados pelas
linhas de financiamento que visam conceder às empresas exportadoras os recursos
necessários ao desenvolvimento da produção e comercialização de produtos
destinados ao exterior.” (GARCIA, 2015, p.147). Este incentivo, segundo o manual
do MRE também objetiva que o produto que será exportado, tenha maiores
condições para poder competir com o exterior (BRASIL, 2011).
Com relação ao financiamento à produção Garcia traz que o Banco Nacional
do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, criou uma linha de
financiamento chamada Programa BNDES – Exim, que visa financiar a produção de
máquinas e equipamentos, tendo a finalidade de exportação (GARCIA, 2015).
Ainda quanto ao financiamento da produção, tem se o Adiantamento do
Contrato de Câmbio – ACC, o qual de acordo com o manual do MRE, “[...] é uma
antecipação de recursos em moeda nacional (reais), ao exportador, por conta de
uma exportação a ser realizada no futuro.” (BRASIL, 2011, p.172).
No que diz respeito ao financiamento à comercialização, Garcia evidencia que
existem 3 linhas de financiamento, sendo o Adiantamento sobre Cambiais de
Exportação – ACE, Programa de Financiamento às Exportações – Proex, e BNDES
– Exim pós-embarque (GARCIA, 2015).
Segundo o manual do MRE o Adiantamento sobre Cambiais de Exportação -
ACE, “[...] antecipação de recursos em moeda nacional (reais) ao exportador, após o
50
embarque da mercadoria para o exterior, mediante a transferência ao banco dos
direitos sobre a venda a prazo.” (BRASIL, 2011, p.172).
De acordo com Garcia, o Proex - Programa de Financiamento às Exportações
foi criado pela Lei n°8.187, de 01/06/1991, a qual foi revogada pela Lei n°10.184de
12/02/2001, substituindo-a (GARCIA, 2015). O manual do MRE acrescenta que este
programa foi criado com o intuito de fornecer às exportações, condições
proporcionais ao do mercado externo (BRASIL, 2011).
Já no que diz respeito ao BNDES – Exim pós-embarque, Garcia ressalva que
para esta modalidade “[...] o BNDES financia a comercialização de bens e serviços
no exterior, refinanciando o exportador à semelhança do financiamento Proex [...]”
(GARCIA, 2015, p. 150). De acordo com o manual do MRE, são beneficiárias deste
financiamento empresas exportadoras de bens, como de serviços (BRASIL, 2011).
2.8 DRAWBACK
O Drawback de acordo com Garcia tem como fundamento básico a
desoneração dos tributos incidentes sobre as matérias primas importadas
empregadas na produção dos bens determinados a exportação (GARCIA, 2015).
Com o objetivo de diminuir tais tributos, Castro salienta que as empresas
beneficiárias do Drawback, podem adquirir suas matérias primas de forma livre,
tanto no mercado interno como no mercado externo (CASTRO, 2013).
No que se diz respeito a estas empresas beneficiárias do Drawback Castro
destaca que, “[...] quem pode pleiteá-lo, são as empresas industriais, produtoras e
comerciais exportadoras, inclusive trading companies, constituídas ao amparo do
Decreto-Lei nº 1.248/72.” (CASTRO, 2013, p. 211).
Segundo Queiroz e Aprígio, “O Regime Aduaneiro Especial de DRAWBACK é
considerado incentivo as exportações, permitindo às empresas concorrência no
mercado externo com grau de qualidade a custos menores de fabricação.
(QUEIROZ; APRÍGIO, 2013, p. 135). Quanto a sua base legal Garcia salienta,
A base legal desse incentivo está contida no Regulamento Aduaneiro, porém a Portaria nº 35, de 24/11/06, da Secex – Secretaria de Comércio Exterior, apresenta a sistemática administrativo-operacional do benefício, intitulando-o, de Regime Aduaneiro Especial de Drawback. (GARCIA, 2015, p.141).
51
No que diz respeito ao Regime Aduaneiro Especial Vasquez traz, “Os
Regimes Aduaneiros Especiais são assim chamados porque existe uma série de
procedimentos fiscais, caracterizando-os conforme a finalidade de cada um.”
(VASQUEZ, 2007, p.215). Segalis, França e Atsumi complementam por meio de sua
afirmação,
O regime aduaneiro especial denominado drawback, criado pelo Decreto - lei nº 37/66, é um incentivo à exportação, pois concede desoneração de tributos aos produtos importados ou adquiridos no mercado interno para utilização em mercadorias a serem exportadas ou já exportadas. (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012, p.153).
Queiroz e Aprígio citam que o drawback é composto pelas modalidades, de
suspensão, isenção e restituição. Tais modalidades referem-se aos tributos federais,
II e IPI e, Isenção ao ICMS - imposto estadual, o qual ocorre somente na isenção, e
ainda desde que na modalidade de “suspensão dos tributos federais” no pedido de
habilitação de drawback (QUEIROZ; APRIGIO, 2013).
Na modalidade de suspensão, de acordo com Garcia, este liga a importação
com a exportação já acordada, em virtude da suspensão dos tributos dos produtos
importados, destinados a posterior exportação. Ao estar habilitado a operar junto ao
Siscomex, o exportador poderá se utilizar deste beneficio (GARCIA, 2015). O
manual do MRE destaca que esta modalidade é a mais empregada entre as
modalidades (BRASIL, 2011). Maia respalda que para esta modalidade o exportador
possui um prazo para afirmar o plano que foi realizado entre a importação e a
exportação (MAIA, 2013).
Sobre a isenção, o manual do MRE traz que nesta modalidade refere-se
basicamente pela reposição de mercadorias após a operação de exportação, sem a
cobrança das obrigações tributárias na aquisição da mercadoria importada a ser
transformada para o envio da reposição (BRASIL, 2011). Garcia traz que esta
modalidade é empregada ao contrário da suspensão, pois trata se da
complementação de insumos a serem importados com fim de reposição da
mercadoria já exportada. Ainda, para habilitação desta modalidade, o exportador
deve mostrar o RUD - Relatório Unificado de Drawback, junto ao Banco do Brasil
que opere com exportação, tendo como prazo para ser utilizado de 1 ano, podendo
ser prorrogado até 2 anos (GARCIA, 2015).
52
No que tange a restituição, o manual do MRE ressalva que nesta modalidade
o exportador requer a restituição dos valores pagos correspondente aos encargos
tributários, da mercadoria já exportada (BRASIL, 2011). Garcia acrescenta que esta
restituição é realizada pela SRF, por crédito fiscal como previsto na INs SRF nºs
30/72, 10/82 e 81/98 (GARCIA, 2015).
Víbrio Júnior destaca que tanto para a modalidade de Suspensão, assim
como de Isenção, o órgão responsável por ceder às concessões, fica a cargo do
Secex, entretanto, pode vir a ser fiscalizado pelo SRF. Em relação à modalidade de
restituição, a fiscalização assim como a concessão é realizada por meio da SRF
(VIBRIO JUNIOR, 2012).
Além das modalidades citadas por Queiroz e Aprígio, destaca-se também o
drawback interno, ou Drawback verde e amarelo. Segundo Maia esta modalidade
constitui-se na permissão de adquirir materiais para se usar na fabricação de
mercadorias, as quais são destinadas à exportação, no mercado nacional (MAIA,
2013).
O manual do MRE acrescenta que se faz necessário a realização de um
plano de exportação, onde constam informações solicitadas, tais como identificação
das partes, classificação de mercadoria, prazo de entrega, e afins. Este plano se dá
em razão de que nesta modalidade há a suspensão de IPI para produtos
industrializados, porém não há isenção do ICMS. Quanto ao prazo, é 1 ano,
podendo este ser prorrogado por mais 1ano (BRASIL, 2011).
2.9 CLASSIFICAÇÃO DAS MERCADORIAS
A Receita Federal do Brasil conceitua a consulta sobre a Classificação Fiscal
de Mercadorias como sendo, “[...] o instrumento que o contribuinte possui para
dirimir dúvidas sobre a correta classificação fiscal das mercadorias na Nomenclatura
Comum do Mercosul (NCM) [...]”. (RFB, 2015).
De acordo com o Guia de Comércio Exterior e Investimento, “Para exportar
determinado produto, o exportador deverá classificá-lo de acordo com um método
internacional de classificação de mercadorias, baseado em uma estrutura de
códigos e respectivas descrições.” (GUIA DE COMÉRCIO EXTERIOR E
INVESTIMENTO, 2016). Em relação ao método internacional utilizado, Vasquez
expõe,
53
A Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM) adota uma sistemática de classificação que recebeu a denominação de Sistema Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias (NBM/SH), ou, simplesmente, SISTEMA HARMONIZADO. (VASQUEZ, 2007, p.204).
Ainda segundo o Guia de Comércio Exterior e Investimento, este Sistema
Harmonizado de Designação e Codificação de Mercadorias foi elaborado com intuito
de padronizar, promover e facilitar o desenvolvimento do comércio internacional.
(GUIA DE COMÉRCIO EXTERIOR E INVESTIMENTO, 2016). Quanto à posição na
NBM/SH Vasquez enfatiza,
[...] posiciona a mercadoria para todos os efeitos relativos ao comércio exterior, como, por exemplo, incidência de impostos, os incentivos existentes, contingenciamentos, inclusão de acordos internacionais. Facilita a comercialização, a análise e a comparação das estatísticas dos diversos países. (VASQUEZ, 2007, p. 205).
Destaca-se que cada país-membro possui nesta classificação o acréscimo de
2 dígitos que correspondem a informações específicas de acordo com o país,
referente ao tratamento tributário, onde engloba-se neste os incentivos fiscais, e
financeiros, conforme a mercadoria a ser comercializada, visando conceder maior
competitividade de seus produtos no mercado exterior.
Segundo o Guia de Comércio Exterior e Investimento, “A Nomenclatura
Comum do MERCOSUL (NCM) é o método de classificação de mercadorias utilizado
pelos países do bloco econômico Mercado Comum do Sul MERCOSUL.” (GUIA DE
COMÉRCIO EXTERIOR E INVESTIMENTO, 2016). No que diz respeito à
Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) Luz evidencia “[...] permitiram que os
países signatários da Convenção criassem dígitos adicionais aos seis definidos pelo
SH.” (LUZ, 2007, p.347).
Ainda o Guia de Comércio Exterior e Investimento acrescenta a afirmação,
“Dos oito dígitos que compõem a NCM, os seis primeiros são formados pelo sistema
Harmonizado, enquanto o sétimo e o oitavo dígitos correspondem a informações
específicas dos países que integram o bloco.” (GUIA DE COMÉRCIO EXTERIOR E
INVESTIMENTO, 2016).
De acordo com o Guia de Comércio Exterior e Investimento “É com base na
NCM que os países do MERCOSUL definem as alíquotas de seus impostos de
exportação. A Tarifa Externa Comum (TEC) define os valores dos direitos de
54
importação aplicados por todos os Membros do MERCOSUL.” (GUIA DE
COMÉRCIO EXTERIOR E INVESTIMENTO, 2016).
2.10 COMO EXPORTAR
Partindo do pressuposto de que as empresas não conhecem a sistemática da
atividade exportadora, a pergunta “como exportar” vem a coincidir. Assim como no
mercado interno, a comercialização de produtos no mercado externo também possui
seus procedimentos, normas que devem ser seguidas. Dentre estes procedimentos,
destaca se as habilitações e registros necessários para atuar como exportador, e
documentos exigidos do exportador e da mercadoria para a comercialização.
No que se refere à ferramenta de trabalho e também de apoio as empresas
comerciais exportadoras e demais empresas exportadoras diretas, utiliza-se após
sua habilitação do chamado Sistema Integrado de Comércio Exterior – Siscomex,
que se trata de um sistema que visa integralizar os registros, controles e demais
dados ligados ao processo de exportação.
O Ministério das Relações Exteriores (MRE) traz por meio de seu manual a
seguinte informação: “O SISCOMEX permite a órgãos de Governo intervenientes no
comércio exterior acompanhar, controlar e, também, interferir no processo de saída
(exportações) e de entrada (importações) de produtos no país.” (BRASIL, 2011,
p.48). Quanto a sua criação, Vasquez faz um breve relato histórico em relação a
este,
Com a nova política econômica e a abertura do comércio internacional, o Governo Federal determinou o desenvolvimento de um sistema de informações que integrasse as atividades dos principais órgãos públicos envolvidos com o Comércio Exterior: Decex, BACEN, e SRF, de modo a uniformizar o tratamento dado ao fluxo de informações de importação e de exportação. (VASQUEZ, 2007, p. 137).
De acordo com o Portal Siscomex, o Sistema Integrado de Comércio Exterior
– Siscomex “[...] foi criado pelo Decreto nº 660, de 25 de setembro de 1992,
passando a operar em 1993 como uma interface eletrônica entre os exportadores e
os diversos órgãos governamentais que intervêm no comércio exterior.” (PORTAL
SISCOMEX, 2016). Vieira acrescenta que o Siscomex trouxe benefícios sendo como
55
“[...] para agilizar e desburocratizar as operações de exportação.” (VIEIRA, 2008, p.
68). O manual do MRE traz o Siscomex como sendo,
[...] o sistema informatizado que integra as atividades de registro, de acompanhamento e de controle de comércio exterior, realizadas pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), pela Receita Federal do Brasil (RFB) e pelo Banco Central do Brasil (BACEN), órgãos “gestores” do sistema. (BRASIL, 2011, p. 47).
Vieira salienta que por meio deste sistema, é possível a empresa ou sua
representante registrar as operações de exportação realizadas, bem como acessar o
sistema para acompanhá-las, desde que estas estejam instruídas junto à Secretária
da Receita Federal (VIEIRA, 2008).
Ainda segundo o Portal Siscomex “Conforme novas necessidades foram
surgindo, novos sistemas foram sendo criados e integrados ao SISCOMEX [...].
Outros foram modernizados, como o SISCOMEX Exportação.” (PORTAL
SISCOMEX, 2016). Em relação à administração do Siscomex, a Portaria Secex nº
23/11, destaca:
Art. 4º- Os órgãos da administração direta e indireta que atuam como intervenientes no comércio exterior serão credenciados nos módulos administrativos Siscomex para se manifestarem acerca das operações relativas às suas áreas de competência, quando previsto em legislação específica. Parágrafo Único – Consideram-se módulos administrativos dos Siscomex os módulos Importação, Exportação Web e Drawback Web, relativamente ao registro, acompanhamento e controle dos seguintes documentos gerados pelo Sistema: I – Licenças de Importação; II – Registros de Exportação; III – Registros de Crédito; e IV- Atos Concessórios de Drawback. (SECEX, 2011).
Segundo Segalis, França e Atsumi para utilizar-se do Siscomex, é preciso
habilitar-se, desta forma “A habilitação é realizada no Ambiente de registro e
Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros (Radar) da Receita
Federal do Brasil (RFB).” (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012, p.132). Segundo o
manual das Relações Exteriores, a habilitação é regida “[...] de acordo com a
Instrução Normativa SRF N° 650, de 12 de maio de 2006 [...].” (BRASIL, 2011, p.48).
Ainda, o manual destaca que existem 4 modalidades de habilitação de pessoa
física e para o responsável por pessoa jurídica, sendo as seguintes, ordinária,
56
simplificada, especial e restrita, as quais devem ser requeridas de acordo com o
interesse para a realização das práticas (BRASIL, 2011).
De acordo com Castro a modalidade ordinária destina-se para aqueles que
atuam constantemente com a atividade exportadora, e possuem personalidade
jurídica. A modalidade simplificada destina-se tanto para pessoa física onde se
enquadram também produtores rurais, artistas, artesões e similares, como para
pessoa jurídica, desde que esta seja constituída na forma de sociedade anônima de
capital aberto, empresas que se utilizam da Linha Azul, empresas que trabalham por
meio de encomendas, empresas importadoras que atuam com bens incorporados
em seu ativo permanente, além de empresas que trabalham no comércio exterior
tendo como seu limite US$ 300 mil de exportação (CASTRO, 2013).
A modalidade especial segundo Castro é destinada “[...] para órgãos da
administração pública direta, autarquias e fundações públicas, organismos
internacionais e outras instituições extraterritoriais;” (CASTRO, 2013, p. 34). Já a
modalidade restrita, segundo o manual do MRE destina se tanto para pessoa física
como jurídica “[...] que tenha operado anteriormente em comércio exterior,
exclusivamente para a realização de consulta ou retificação de declaração.”
(BRASIL, 2011).
Segundo o sítio do Sebrae, entre as modalidades existentes, a mais utilizada
pelas MPEs em seu começo no comércio exterior, é a modalidade simplificada.
Contudo, este enquadramento dependerá da empresa realizar uma analise em
relação às suas necessidades e a modalidade em que melhor se integra, mas não
esquecendo que cada modalidade possui seus requisitos de enquadramento
(SEBRAE, 2015).
2.10.2 Documentos e Registros Exigidos
Para dar continuidade no processo faz se necessário a realização da
inscrição no REI – Registro de Exportadores e Importadores, que é parte integrante
do Cadastro de Exportadores e Importadores operacionalizados pela SECEX –
Secretária de Comércio Exterior (CASTRO, 2013). Referente à validação de sua
inscrição, a Portaria SECEX nº 35, de 24/11/2006, traz que a inscrição hoje é
automaticamente efetivada na primeira operação, e não possui a necessidade de
encaminhar qualquer documento, mas que poderá vir a ser solicitado pelo DECEX –
57
Departamento de Operações de Comércio Exterior, para verificação de rotina
(GARCIA, 2015).
Castro traz por meio da Ilustração 3 um comparativo entre os documentos
exigidos em uma negociação realizada no mercado interno, e dos documentos de
uma negociação realizada no mercado externo. Cabe salientar dentre os
documentos listados na ilustração, que não se faz necessários todos, entretanto,
podem ser exigidos, mas este dependerá de cada negociação (CASTRO, 2013).
Mercado Interno Exportação
- Proposta - Nota Fiscal - Fatura Comercial - Duplicata - Aceite na Duplicata - Romaneio de Embarque - Conhecimento de Embarque - Entrega Duplicata ao Banco para Cobrança
- Pro Forma Invoice - RE - Registro de Exportação - RES – Registro de Exportação Simplificado - Nota Fiscal - Commercial Invoice - Draft (Saque ou Cambial) - Aceite no Draft (Saque ou Cambial) - Packing List - Bill of Lading, Airway Bill - Entrega Documentos de Exportação ao Banco para Cobrança - Certificado de Origem Aladi - Certificado de Origem Mercosul - Certificado de Origem SGP Form A - Certificado Fitossanitário - Fatura Consular - Contrato de Câmbio -Boleto de Compra e Venda Simplificado - DDE – Declaração para Despacho de Exportação - DSE – Declaração Simplificada de Exportação
Ilustração 6: Comparativo entre Mercado Interno e Externo. Fonte: Castro (2013, p. 46).
Cada negociação realizada no mercado externo é única, e sua documentação
exigida será de consonância. De acordo com Garcia, as documentações
normalmente exigidas nas negociações são o Registro de Exportador – RE; Nota
Fiscal; Conhecimento de Embarque; Romaneio ou Packing List; Fatura Comercial;
Saque, Cambial ou Draft, Certificado ou Apólice de Seguro, Fatura e/ou Visto
Consular, Certificado de Origem (Comum, Aladi, Mercosul ou SGP), e Carta de
Crédito (Garcia, 2015).
Araujo destaca quanto à documentação solicitada de acordo com o processo.
Para o trânsito interno de mercadorias, faz se necessário a nota fiscal. Já no caso de
embarque ao exterior, enquadra-se a nota fiscal, conhecimento de embarque,
Registro do Exportador, Romaneio ou Packing List, e se necessário, os certificados.
Para o processo de negociação junto a bancos, solicita-se a Fatura Comercial, o
58
Conhecimento de Embarque, Original da Carta de Crédito (quando for esta a
condição de pagamento optada na negociação), Saque ou Cambial, Fatura e/ou
Visto Consular, Certificado ou Apólice de Seguro, Certificado (embarque, e se
solicitado o de origem), Packing List e Carta de Entrega (ARAUJO, 2013).
Sobre o Registro de Exportador – RE, o manual do MRE, “O Registro de
Exportação (RE) no SISCOMEX é um conjunto de informações de natureza
comercial, financeira, cambial e fiscal, que caracteriza a operação de exportação de
uma mercadoria e define seu enquadramento.” (BRASIL, 2011, p. 56). Segundo
Segalis, França e Atsumi, após a habilitação do exportador, o primeiro passo para
exportar, é solicitar a autorização para tal. Esta é concedida pelo Decex, através do
Registro de Exportação – RE (SEGALIS; FRANÇA; ATSUMI, 2012). Castro
complementa que a RE é emitida antes do embarque da mercadoria, e possui
validade de 60 dias para a realização do embarque das mercadorias, valendo se
este prazo a partir do registro no Siscomex (CASTRO, 2013).
O Registro de Exportação Simplificado – RES, segundo Castro tem validade
para embarque de 5 dias, e é utilizado para operações no valor de até US$
50.000,00. Também é emitido antes do embarque da mercadoria via Siscomex,
assim como do despacho aduaneiro (CASTRO, 2013).
Fatura Pro Forma, o manual de MRE, a fatura pro – forma é um documento
onde o exportador descreve as informações relativas às suas condições de venda,
da determinada mercadoria, e este será enviado ao importador, mas destaca se que
este é somente realizado após o importador manifestar-se com interesse (BRASIL,
2011). O sítio dos correios traz que este documento é uma proposta de venda, que
após sua aceitação, torna-se um contrato de compra e venda. É oportuno
acrescentar tal documento, quando do envio de amostras comerciais sem valor
mercantil (CORREIOS, 2016).
Nota Fiscal para Castro é um documento que no qual deve ser emitido em
português, e em reais (R$). Este documento deve acompanhar a mercadoria em seu
trânsito desde a fábrica ou local em que se encontra a mercadoria do exportador, até
o local em que a mercadoria tem a saída efetiva para o exterior (CASTRO, 2013). O
manual da MRE ainda complementa as informações, que a NF emitida pela
exportação direta, deve sair com o nome da empresa importadora. Já se emitida por
exportação indireta, deve sair em nome da empresa que estará realizando a
operação (BRASIL, 2011).
59
A Nota Fiscal sendo a exportação realizada por intermédio dos correios,
segundo seu sítio, na forma direta, é seguida o Modelo 1 – Série B, onde da mesma
forma como as demais NF deve sair em nome da empresa importadora. Além disto,
se faz necessário constar a Natureza da operação informada pelos correios, Código
7.11- Exportação (venda de produção do estabelecimento). Ainda, deve constar a
informação referente à isenção do IPI (Art. 44 – Inciso I, Decreto nº 87.981/82), e a
não incidência do ICMS (Art. 32, Inciso I da Lei Complementar nº 87/96)
(CORREIOS, 2016).
Quando a exportação for realizada na forma indireta, por intermédio de
terceiros, existem 02 modelos a serem seguidos: Modelo 1 – Série B, e Modelo 1 –
Série C. De acordo com o sítio dos correios, utiliza-se o Modelo 1 – Série B, aquele
exportador que está estabelecido na mesma unidade federativa do fabricante. Já o
Modelo 1 – Série C é utilizada por aquele exportador que está estabelecido em uma
unidade federativa diferente do fabricante. Deve estar descriminado na NF a
natureza da operação adequada, sendo Código 5.11 para vendas realizadas para
dentro do estado, e Código 6.11 para vendas efetuadas para fora do estado. Em
relação aos tributos, a suspensão do IPI (Art. 36, Inciso VIII, letra a do Decreto nº
87.981/82), e suspensão do ICMS (Art. 32, Inciso I, Parágrafo Único da Lei
Complementar nº 87/96) (CORREIOS, 2016).
Conhecimento de Embarque (Bill of Lading, Airway Bill), segundo Garcia é um
documento que depois de emitido, representa através da assinatura, podendo esta
ser realizada pelo transportador da mercadoria ou agente autorizado, mas no ato
que a mercadoria está sendo embarcada, para comprovar desta maneira que a
mesma embarcou e teve sua saída para o exterior (GARCIA, 2015).
Romaneio ou Packing List, de acordo com o manual do MRE, este documento
expressa à quantidade em volumes e a identificação de seu conteúdo, tendo como
finalidade simplificar a fiscalização aduaneira. Além de dados de volumes,
quantidades, neste documento devem constar o tipo de embalagem, pesos e
dimensões em metros cúbicos, assim como dados do número do documento, nome
e endereço do exportador e importador, data de emissão, local e data de embarque
e desembarque, e nome da transportadora (BRASIL, 2011).
Fatura Comercial (Commercial Invoice), Castro explana que é considerado
um dos documentos mais importantes na exportação, pois neste documento
constam informações sobre as condições comerciais da negociação. Pode se citar
60
como suas condições comerciais a descrição da mercadoria com quantidade e peso,
seu valor convertido na moeda estrangeira, além de informações de condições de
venda e pagamento, e prazos de entrega. Normalmente este documento é
executado no idioma do país importador (CASTRO, 2013).
Saque, Cambial ou Draft, para Garcia “[...] é um título de crédito
representativo da operação de exportação, sendo emitido pelo exportador contra o
importador, tendo como valor o total de divisas envolvidas constantes da respectiva
fatura comercial.” (GARCIA, 2015, p. 111).
Certificado ou Apólice de Seguro, em consonância com o manual do MRE,
este documento passa a ser exigido quando o exportador tem a responsabilidade de
realizar a contratação do seguro junto a uma empresa especializada em seguros.
Ainda este documento se exigido, deve ser providenciado antes da mercadoria
embarcar para entrega em seu destino (BRASIL, 2011).
Fatura e/ou Visto Consular, de acordo com Castro, é documento parecido
com a fatura comercial, e se solicitado, são por poucos países. Ainda este, pode ser
substituído na fatura comercial por meio de um visto consular (CASTRO, 2013).
Certificado de Origem (Comum, Aladi, Mercosul ou SGP) conforme Garcia,
tem como principal objetivo deste documento é provar a origem da mercadoria que
está sendo exportada. Este documento pode ser solicitado pelo importador, devido à
legislação de alguns países requererem com intuito de reduzir tarifas no
desembaraço de determinados produtos. Dentre os tipos de certificados podem ser
exigidos os seguintes: Comum, Aladi, Mercosul, SGP e SGPC (Garcia, 2015).
O manual do MRE traz que nestes certificados as informações constantes são
a descrição do processo produtivo, informações dos valores dos insumos tanto
nacionais como internacionais, além de informações sobe regras da origem. Em
relação aos tipos de certificados, o manual traz suas definições, sendo elas:
a) MERCOSUL: “emitido por federações, confederações ou centros da indústria, do comércio ou da agricultura;”
b) ALADI: “emitido por federações estaduais de indústria e federações estaduais de comércio;”
c) SGP - Sistema Geral de Preferências: “[...] o certificado é emitido pelas agências do Banco do Brasil que operam com comércio exterior. O documento é denominado Form A e constitui requisito para a concessão de reduções tarifárias por países industrializados a países em desenvolvimento;”
d) SGPC - Sistema Global de Preferências Comerciais: “este documento é emitido por federações estaduais de indústria.” (BRASIL, 2011).
61
e) Comum: Segundo Garcia, objetiva comprovar a origem brasileira do produto, “Sua emissão é normalmente feita pela Federação, Confederação ou Centro da Indústria, do Comércio ou da Agricultura, podendo mesmo ser emitida pela Câmara de Comércio do país de destino da mercadoria.” (GARCIA, 2015, p. 115).
Quanto a Carta de Crédito, o manual do MRE traz que este documento é a
confirmação do interesse da negociação entre ambas as partes. A partir desta
confirmação o exportador deve conferir os dados junto à fatura pro - forma para
desta forma dar continuidade na negociação (BRASIL, 2011). De acordo com
Araujo, quando o pagamento for conduzido por esta modalidade é indispensável que
a via original deste documento seja apresentada para finalizar a entrega e o
recebimento dos valores devidos através do banco (ARAUJO, 2013).
O AWB – Airway Bill, segundo o sítio dos correios, trata-se de um formulário
que contém informações sobre remetente, destinatário, alfândega, remessa, e
demais informações relevantes, que serve como guia instrutivo para a emissão da
DSE, para alfândega, assim como conhecimento no embarque da carga
(CORREIOS, 2016).
2.11 DESPACHO ADUANEIRO
O despacho aduaneiro de exportação, segundo Castro é o meio pelo qual a
Receita Federal do Brasil realiza a verificação da documentação da mercadoria, e se
necessário sua verificação física (CASTRO, 2013). O sítio da Receita Federal do
Brasil conceitua despacho de exportação como sendo o “[...] procedimento mediante
o qual é verificada a exatidão dos dados declarados pelo exportador em relação à
mercadoria, aos documentos apresentados e à legislação específica, com vistas a
seu desembaraço aduaneiro e a sua saída para o exterior.” (RFB, 2015).
Castro explana que o despacho aduaneiro inicia-se no momento da emissão
por meio do Siscomex, da DDE ou da DSE. Os documentos que devem ser
apresentados junto a Receita Federal para o despacho são: extrato da DDE; 1ª via
da NF; via original do Conhecimento e Manifesto de Carga quando exportações
realizadas de forma terrestre, fluvial e lacustre; apresentação de documentos da
legislação especifica. Ainda é possível a RFB solicitar demais documentos que
julgue necessário. A conclusão deste processo, sendo esta a liberação da saída da
mercadoria para o destino final, se dá por meio da averbação, ou seja, a
62
confirmação desta no RE ou RES, via Siscomex efetivada pelo próprio fiscal
aduaneiro (CASTRO, 2013).
2.12 CONDIÇÕES DE PAGAMENTO
Posteriormente a venda, a condição de pagamento bem escolhida é
considerada um dos fatores determinante para uma conclusão bem sucedida da
negociação, e isso para ambas as partes, ou seja, o importador e o exportador.
Entretanto, o manual do MRE traz que a condição deve beneficiar ambas as partes,
e que anterior a sua escolha, alguns fatores como em relação à economia e
financeiro do importador, situação da balança comercial do país importador, tradição
do país importador, entre outros, devem ser analisados, para que ambos tenham
segurança tanto quanto ao recebimento da mercadoria e de seu pagamento
(BRASIL, 2011).
De acordo com Castro há 3 modalidades de pagamentos praticadas no
comércio exterior, sendo o pagamento antecipado; cobrança com saque, a qual
também é chamada de cobrança documentária e a cobrança sem saque, chamada
de cobrança direta; e por último a carta de crédito, conhecida ainda como crédito
documentário (CASTRO, 2013).
2.12.1 Pagamento Antecipado
Quanto ao pagamento antecipado Castro salienta que nesta modalidade
ocorre um pagamento parcial ou integral da negociação, antes mesmo da produção
e embarque da mercadoria a seu importador. Em razão deste pagamento, esta
modalidade traz ao exportador uma segurança em relação a um possível
cancelamento por parte do importador (CASTRO, 2013).
Segundo Ratti esta modalidade não se utiliza de forma regular, em virtude do
importador não possuir a garantia de receber a mercadoria por parte do exportador
(RATTI, 2008). Agregando informações salientadas por Ratti, de acordo com o
manual do MRE, tais mercadorias podem ser recebidas pelo importador em
condições nas quais não haviam sidas acordadas. Contudo, ao embarcar a
mercadoria para o importador, juntamente com a mercadoria o exportador deverá
63
encaminhar os documentos originais da exportação, os quais são necessários ao
importador para realizar o desembaraço da mercadoria (BRASIL, 2011).
2.12.2 Cobrança
Nesta modalidade segundo Castro, o exportador envia ao banco responsável
pelo câmbio no Brasil, denominado também de banco remetente, após o embarque
da mercadoria ao exterior, os documentos representativos da exportação, o qual é
enviado ao banco do cobrador, ou seja, ao banco do destino do importador, para dar
seguimento ao aceite e posterior pagamento (CASTRO, 2013).
O pagamento nesta condição de cobrança por ser realizada de 2 formas, a
vista ou a prazo conforme Garcia. Na forma de pagamento a vista, a fim de
compreender a operação, Garcia expõe que para efetivar esta operação, o
importador deve encaminhar um pedido ao exportador. Posteriormente a efetivação,
o exportador logo após embarcar a mercadoria, envia através do banco ou direto ao
importador, os documentos com as devidas condições pactuadas entre ambas as
partes, pelo qual o banco portador passa a exigir do destinatário o pagamento da
mercadoria. Após e efetivação do pagamento, o banco concede os documentos que
realizarão a liberação da mercadoria (GARCIA, 2015).
A cobrança a vista segundo Ratti, também é chamada de cobrança
documentária, devido a um conjunto de documentos, nos quais são entregues ao
importador contra o pagamento, via banco. Porém o exportador também pode
encaminhar a documentação direta ao importador, juntamente com uma cobrança
de apenas um saque, sendo este com vencimento a vista (RATTI, 2008).
No que diz respeito ao conjunto de documentos encaminhados da cobrança
documentária, de acordo com o manual do MRE é: fatura comercial; conhecimento
de embarque; certificado de origem, quando for necessário; packing list (romaneio);
apólice de seguro internacional; outros certificados, quando exigidos pelo importador
(BRASIL, 2011).
Já na forma de cobrança a prazo, Garcia expõe que o importador efetiva a
operação adquirindo a mercadoria através de uma remessa de pedido, onde deve se
constar esta condição. A partir desta remessa de pedido e condições descritas, o
exportador deve providenciar junto ao banco os documentos, assim como o produto.
64
Posterior, o banco fica no aguardo do aceite por parte do importador, cedendo após
a documentação necessária para o desembaraço da mercadoria (GARCIA, 2015).
De acordo com manual do MRE à cobrança a prazo é a mais utilizada, uma
vez que o prazo de pagamento passa a ser contado a partir da data de aceite pelo
importador, desembarque da mercadoria ou até mesmo a partir da emissão da letra
de câmbio (BRASIL, 2011).
2.12.3 Carta de Crédito
Esta modalidade de pagamento também chamada de crédito documentário
conforme Ratti é bastante praticada, em virtude de garantir maiores segurança, tanto
ao exportador como ao importador. Nesta modalidade todo o processo deve ser
seguido de acordo com a publicação n° 500, das “Regras e Usos Uniformes sobre
Créditos Documentários”, a qual foi aprovada pela Câmara de Comércio
Internacional, vigorando desde 01/01/1994 (RATTI, 2008).
No que diz respeito ao procedimento de pagamento da carta de crédito,
Castro explana tornando-o de fácil entendimento, sendo:
[...] constitui-se num compromisso de pagamento, por escrito, assumido por um banco no país importador (banco emissor), através de outro banco no país exportador (banco avisador) e a favor de um exportador (beneficiário), mediante solicitação e instruções de um importador (tomador) [...] (CASTRO, 2013, p. 94).
Ainda de acordo com o manual do MRE, na carta de crédito é descrita
informações como valores, documentação exigida, prazo, porto de destino e
desembarque, assim como a descrição da mercadoria juntamente com sua
quantidade, entre outros dados relevantes na operação de exportação. Também
devem constar as formas de pagamento. Podendo ser pagamento a vista, onde
tendo a documentação de acordo, o exportador receberá súbito. Por letra de câmbio,
onde se faz necessário o aceite do banco sacado, que posterior devolve a carta de
câmbio ao exportador, permitindo sua negociação. Por deferimento, ou seja, o
pagamento é realizado na data constante na carta de crédito. E ainda por
negociação, como o próprio nome diz sua negociação junto a um banco (BRASIL,
2011).
65
2.13 CÂMBIO
No que se refere a câmbio, Vasquez diz que o câmbio nada mais é que a
troca da moeda de um país pela moeda de outro, consistente de uma operação
financeira de venda e compra, ou até mesmo troca. Esta troca de moedas também
pode ser representada através de papéis (VASQUEZ, 2007). Complementando
Vasquez, o manual do MRE traz que normalmente as vendas ao mercado exterior
são cotadas em dólares, mas não se exclui a utilização de demais moedas. Mas
independentemente da moeda utilizada, o recebimento do pagamento ao
exportador, acontecerá em reais (BRASIL, 2011).
De acordo com Garcia, para a realização da conversão de moeda nacional
para a moeda estrangeira, o exportador firma um contrato, este por meio de um
banco. Neste contrato, firmado entre as partes, exportador, e o banco, o qual é
responsável pela execução de tais operações, existem 03 fases em sua
composição, sendo a contratação, entrega ou negociação, e liquidação (GARCIA,
2015).
2.13.1 Contratação
O contrato de câmbio, de acordo com Castro é um documento que representa
e oficializa o acordo pactuado entre o exportador, ou seja, o vendedor, e o banco, ou
seja, o comprador (CASTRO, 2013). Para Garcia, esta é a 1ª etapa a ser realizada
em uma operação de câmbio na exportação, tendo a assinatura do contrato junto ao
banco escolhido e responsável pela operação de câmbio, o qual deve ter
autorização para tal pelo Banco Central do Brasil (GARCIA, 2015).
A contratação pode ocorrer em 2 momentos, antes ou após o embarque da
mercadoria ao exterior, ficando a cargo do exportador optar pelo momento mais
apropriado. Em ambas a opção inicia se a contagem dos prazos a partir do
embarque (GARCIA, 2015). Complementando a ideia de Garcia, segundo o manual
do MRE, é possível por parte do vendedor solicitar auxílio de uma corretora de
câmbio (BRASIL, 2011).
No contrato de câmbio, devem constar algumas informações conforme o
manual do MRE: nome do banco autorizado a contratar o câmbio, contendo seu
endereço e CNPJ; nome do exportador, constando endereço e CNPJ; valor da
66
operação; valor em moeda nacional; taxa de câmbio negociado; prazo para
liquidação; nome do corretor de câmbio se tiver o auxílio da corretora; comissão do
corretor de câmbio; nome do importador; dados bancários do exportador; condições
de financiamento, entre outras (BRASIL, 2011).
2.13.2 Entrega ou Negociação
Segundo Garcia, esta é considerada a 2ª etapa da operação de câmbio,
concluída com a entrega. Esta etapa representa o cumprimento do prazo estipulado
no contrato, para a entrega dos documentos da operação, após a vinculação do
exportador junto ao banco para a execução (GARCIA, 2015). Relativo ao prazo,
Castro salienta que deve se fazer cumprir este prazo, que há como base um prazo
máximo de 360 dias para o embarque da mercadoria, e 390 dias para a
comprovação aceitação da receita relativa da exportação (CASTRO, 2013).
2.13.3 Liquidação
Para Garcia, a liquidação de câmbio é a 3ª etapa da operação, e também sua
finalização. A responsabilidade nesta fase não é somente do exportador, mas
também do importador, o qual deve cumprir com o pagamento. O recebimento do
pagando, será de acordo com o estipulado pelas partes, que se dá por meio da
cobrança, considerado finalizado somente com a entrada das divisas no Brasil, ou
carta de crédito (GARCIA, 2015). Como complemento a citação de Garcia, o manual
do MRE traz que,
A última obrigação do exportador relacionada à operação de câmbio é a entrega da moeda estrangeira ao banco, que, por sua vez, efetuará o pagamento do valor equivalente em moeda nacional à taxa de câmbio acertada na data da contratação do câmbio. (BRASIL, 2011).
Segundo Castro, as formas e prazos para a realização da liquidação de
câmbio podem possuir características, onde estão de acordo com a condição fixada
no contrato entre as partes. As características são denominadas de liquidação
pronta e liquidação futura (CASTRO, 2013). No que diz respeito às características
da liquidação pronta, segundo o manual do MRE, torna-se obrigatória no caso da
67
operação de câmbio simplificado, nas compras ou vendas de moeda estrangeira,
sendo esta em espécie ou com cheques de viagem, e na compra ou venda de ouro.
(BRASIL, 2011).
Em relação à liquidação pronta, Castro salienta que para operações
envolvendo moeda em espécie, cheque de viagem, ou contrato de câmbio
simplificado, a liquidação deve ocorrer no mesmo dia do fechamento do câmbio. Já
nos demais casos, a liquidação deve ser realizada em até dois dias após o
fechamento do câmbio. Ainda, esta liquidação pode ser realizada em modalidade de
pagamento antecipado, assim como na cobrança e carta de crédito (CASTRO,
2013).
Já a liquidação futura segundo Castro, acontece quando a partir da liquidação
do contrato de câmbio, há um prazo maior que dois dias úteis do fechamento do
câmbio (CASTRO, 2013). Segundo o manual do MRE, podem ser contratadas para
esta modalidade, operações interbancárias, de arbitragem ou no caso de operações
financeiras especificamente para a Secretária do Tesouro Nacional, com prazo até
1.500 dias; operações de câmbio de importação ou financeira, com prazo de até 360
dias; aplicações de títulos renda variável, sujeitas a registro junto ao Banco Central
do Brasil, com prazo até 03 dias úteis (BRASIL, 2011).
68
3 DIAGNÓSTICO E ANÁLISE
Para a realização deste trabalho, assim como para se atingir os objetivos
propostos e executá-los, o trabalho buscou e baseou-se na pesquisa bibliográfica de
autores atuantes na área do comercio exterior, os quais traçam os aspectos, e ações
que são efetivadas em uma exportação, desde o primeiro contato do exportador com
o mercado externo, até a conclusão do processo de uma negociação.
O referencial teórico deste estudo encontra-se estruturado enfatizando o
comércio externo em sua amplitude de mercado, alternativas de exportação
disponíveis para as empresas, alicerce administrativo do processo no Brasil,
tributação praticada, assim como documentos e procedimentos a serem seguidos na
atividade exportadora.
A partir do referencial teórico e, respectiva analise, o trabalho visa ofertar a
empresa estudada, assim como demais empresas interessadas na atividade
exportadora, um modelo de exportação que direcione e incentive estas empresas a
atuar no mercado externo, proporcionando seu desenvolvimento e crescimento.
3.1 ASPECTOS INTRODUTÓRIOS
A empresa quando interessada em adentrar-se neste mercado do comércio
externo, primeiramente deve se dispor, a ser conhecedora de sua abrangência,
dificuldades, e claro, de seu funcionamento. Além disto, realizar um bom
planejamento é fundamental, visto que trata se de um mercado com vasta
concorrência, onde as negociações são singulares.
Para aquelas empresas, que atendem o mercado interno, mas procuram
expandir sua oferta para o mercado exterior, por meio da exportação, ou até mesmo
para aquelas empresas de pequeno e médio porte que não possuem experiência, é
possível buscar por intermédio de profissionais habilitados e atuantes, todo o auxílio
crucial para a negociação. Este auxílio pode ocorrer desde a obtenção de um
comprador para sua mercadoria, realização e acompanhamento de todo processo
até sua efetiva conclusão.
Cabe salientar que independentemente do tamanho da empresa fabricante,
pequena, grande ou médio porte, estar atuando no exterior, terá como diferencial o
quesito qualidade de seus produtos, perante demais concorrentes no mercado
69
interno, uma vez que para realizar o processo de exportação, o fabricante deve
produzir produtos com boa qualidade, em virtude da competitividade na concorrência
internacional.
No Brasil, a exportação possui canais de distribuição, ou seja, meios de
processos e negociações em que as empresas seguem. Tais canais são a
exportação direta ou indireta. Sendo a exportação direta aquela efetuada pelo
próprio fabricante ao importador no exterior. Nesta forma, parte-se do princípio que o
exportador, possui o conhecimento do mercado em que esteja negociando, ou que
deseja vir a negociar, assim como o seguimento do processo.
Cabe destacar, que a atuação de um representante ou agente, localizado ou
não no Brasil, ainda é considerada exportação direta, em razão que a empresa
fabricante continua a identificar via documentação a saída de seus produtos
diretamente ao comprador.
No caso da exportação ser de forma indireta, esta tem seu funcionamento
pela intermediação de empresas localizadas no Brasil, e que possuem o fim
específico de exportar, adquirindo os produtos das empresas fabricantes para
comercializá-los. Portanto, por este meio, a empresa apenas fabrica seu produto, e
não possui a preocupação em encontrar mercado que compre sua mercadoria,
assim como o transporte, e o seguimento do processo, ficando isto a cargo do
intermediador. Estas empresas são conhecidas como Trading Company, Empresa
Comercial Exportadora, Consórcio de produtos ou exportadores, Cooperativas, e
Indústrias desempenhando atividades comerciais exportadoras.
Com a finalidade de atender as necessidades, tanto para pessoas jurídicas,
empresas, como pessoas físicas, valendo-se principalmente para pequenas e
médias empresas, e pequenas operações, os Correios oportunizaram por meio da
exportação fácil, a possibilidade de exportar de maneira mais simplificada. Esta pode
ser tanto para empresas que realizam exportação direta, como para aqueles que
realizam exportação sob forma indireta.
Na exportação, vários são os fatores que influenciam a comercialização dos
produtos, independente da forma que foi realizada, direta ou indireta. O produto
pode ser negociado com qualquer nacionalidade, ou cultura do mundo, bastando
somente que o comprador esteja disposto em adquirir tal mercadoria, que venha a
sanar uma determinada necessidade. Outro fator determinante para sua
comercialização do produto é seu preço, o qual deve ser levado em consideração
70
sua competitividade quanto a sua concorrência. Ainda, há outros fatores além
destes, como despesas, tecnologias, e a soma de todos os fatores torna cada
negociação singular.
3.2 ETAPAS DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO
Tanto as empresas fabricantes usuárias da exportação direta, como o
intermediador usuário na exportação indireta, possuem etapas semelhantes, e
também etapas diversas no processo de exportação. Destaca- se que independente
do exportador, este deve habilitar-se junto aos órgãos competentes e responsáveis
pelo controle e supervisão de toda a procedência das operações de exportação.
3.2.1 Exportação Direta
Inicialmente, é de suma importância a empresa definir o produto que visa
comercializar de acordo com mercado que demanda desta necessidade, e pela qual
a empresa pretende atingir seus objetivos, e gerar resultados. Ou seja, o produto
deve estar em consonância com a demanda de necessidade de determinado
mercado consumidor e tendência em alta deste mercado.
Diante deste contexto, a prática do planejamento vem a contribuir de forma
intensa nesta definição, dado que por meio desta, a empresa avaliará a qualidade de
seu produto ofertado, assim como sua avaliação quanto à competitividade em
relação a seus concorrentes, benefícios, e havendo a necessidade de qualquer
melhoria, avaliar a busca por seu enquadramento, e proporcionar as devidas
alterações.
Com intuito de promover seus produtos, assim como alicerçar e fortalecer o
nome da empresa, a participação em eventos divulgadores, como feiras
internacionais, e exposições é uma tarefa interessante a ser realizada pela empresa
exportadora. É possível através destes eventos, quando definido e alinhado aos
objetivos, conquistarem o mercado, seja esta por novos negócios, ou somente por
divulgar.
Após a definição e avaliação sobre a mercadoria, é relevante que a empresa
conheça o máximo sobre a cultura, costumes, e extraia o possível de informações
sobre o destino de envio de suas mercadorias, assim como informações referentes
71
ao importador, com o qual, a empresa manterá contato durante toda a negociação,
até efetiva finalização do processo de exportação.
Também, o exportador deverá buscar a fundamentação sobre os acordos
comerciais existentes com o país em que está efetivando a comercialização, uma
vez que podem haver particularidades, que influenciem diretamente o processo
normalmente praticado.
O exportador também deverá proceder com a classificação das mercadorias
comercializadas, de acordo com a fundamentação do sistema harmonizado de
designação e codificação de mercadorias, que devido a sua padronização universal,
tornou-se uma ferramenta facilitadora, auxiliando e evitando equívocos quanto a
NCM.
Em cada negociação, o exportador deve definir a condição de venda que será
praticada. Neste contexto, a padronização dos Incoterms facilita a compreensão de
ambas às partes quanto a suas responsabilidades, uma vez que é conhecida
mundialmente, pois esta regra os limites de responsabilidade de cada parte quanto
ao local de entrega da mercadoria, pagamento do frete, aquisição de seguro,
transporte, desembaraços aduaneiros, entre outros. Entretanto, sua prática é
facultativa.
Para a formação dos preços da mercadoria a ser comercializada, o
exportador deve considerar alguns aspectos importantes no momento em que está
realizando sua elaboração, que podem vir a influenciar o preço. Tais aspectos são
relacionados às despesas em que o exportador terá quanto a fretes, seguros,
despachantes, entre outros.
Ainda, quanto a sua formulação, o conhecimento das desonerações fiscais,
também conhecido como incentivos fiscais e financeiros é significativo, devido que
seu conhecimento pode vir a lhe trazer benefícios, aumentando sua competitividade
no mercado externo. Assim como deve se considerar as novas tecnologias
disponíveis no mercado em geral.
A finalização do processo de exportação, somente ocorre no momento em
que se sucede a entrega da mercadoria e seu efetivo pagamento e liquidação.
Sendo importante, já na negociação, o exportador definir a condição de pagamento,
baseado no conhecimento da empresa.
O pagamento pode acontecer na forma de pagamento antecipado, onde o
importador antes mesmo do início da fabricação de sua aquisição, já realiza o
72
pagamento integral ou parcial da negociação, passando maior tranquilidade e
segurança ao exportador. O pagamento também pode realizar-se por meio da
cobrança, podendo esta ser a vista ou a prazo.
Sendo a vista, após embarque da mercadoria, o exportador encaminha os
documentos da negociação ao banco, para que este possa providenciar a cobrança
junto ao destinatário, mas pode também enviar diretamente ao importador para este
realizar o pagamento. Somente após o pagamento, o banco concede os documentos
para liberar a mercadoria.
No pagamento a prazo, primeiramente o importador deve confirmar a
operação por meio de uma remessa de pedido, constatando esta condição.
Alicerçado com esta remessa, o exportador providencia junto ao banco os
documentos, e este aguarda o aceite do importador, onde após seu aceite, libera a
documentação para o desembaraço da mercadoria. Destaca-se que se considera a
contagem de seu pagamento a partir da data que o importador realiza o aceite da
mercadoria, seu desembarque ou emissão da letra de câmbio.
Também é utilizado no pagamento com garantia de Carta de Crédito,
documento onde constam informações sobre os valores, prazos, desembarque, e
demais informações acordadas na negociação. Tal pagamento envolve a figura do
banco emissor e banco avisador.
3.2.1 Exportação Indireta
Assim como na exportação direta, é relevante que a empresa interessada na
comercialização de suas mercadorias no mercado exterior, possua no mínimo uma
noção dos procedimentos que devem ser seguidos no processo de exportação.
Cabe salientar, que nesta forma de exportação, existe a figura do intermediador, o
qual deve ser localizado no Brasil, ou seja, no mercado interno, e possuir como seu
objeto social a exportação. Este adquire as mercadorias no mercado interno, para
exportá-las, simplificando a operação para a empresa fabricante, equiparada a
exportação direta.
A empresa fabricante pode optar em ingressar no mercado exterior, por meio
de um interveniente, o qual possui conhecimentos amplos sobre este mercado, e
seus processos, em virtude de ser uma empresa especializada neste objeto social.
No Brasil, destaca-se a empresa comercial exportadora, que adquire suas
73
mercadorias e fica responsável por todo o andamento do processo de exportação.
Neste caso, a empresa não necessita se preocupar em encontrar um comprador
para seus produtos.
Este andamento abrange desde encontrar o comprador interessado em
adquirir tal mercadoria, como realizar a formulação de preço, onde devem considerar
custos com a aquisição no mercado interno, além dos custos decorrentes em todo o
processo, e seu lucro nesta negociação. Ainda, a documentação, entrega da
mercadoria, até efetiva finalização da negociação.
Para esta prática, o primeiro passo da empresa fabricante, trata-se de buscar
contato e informações tanto quanto sobre a empresa que irá intermediar a venda de
suas mercadorias, e vivacidade desta no mercado exterior, como existência de
consumidores que adquiriam seu produto, ou seja, análise de clientes alvos. Após
todas as definições, a empresa intermediadora poderá ou não aceitar negociar com
a empresa fabricante. A partir do seu aceite, está irá iniciar o processo de
exportação, começando pela busca dos compradores.
Normalmente, o agente quando atuante nesta modalidade de exportação
conta com um determinado nível de experiência. Já possui conhecimento em
relação aos concorrentes em potencial, quanto aos acordos comerciais existentes
entre os países, e particularidades dos países em que atua habitualmente, e
principalmente sobre as tendências do mercado, em virtude de estar sempre
acompanhando sua evolução.
O conhecimento dos procedimentos a serem seguidos, por parte do
intermediador torna o processo mais simplificado, e visto com bons olhos pelas
empresas. Entretanto, realizar um planejamento, trará maior organização e
consequentemente, melhores resultados.
Como a mercadoria é adquirida no mercado interno pelo intermediador, toda
negociação se procederá entre o intermediador e o importador, ou seja, a empresa
fabricante não considera em seu preço de venda, custos como fretes, encargos,
despaches e demais custos relativos à exportação. Isto compete ao intermediador à
responsabilidade deste, alocar tais custos na sua formação de preço, assim como a
adição de seu lucro.
Portanto, na exportação indireta, como o processo é executado por um
intermediador e este assume a negociação com o mercado externo, a empresa
74
exportadora realiza os mesmos procedimentos de uma exportação direta quando
efetuada pela empresa fabricante.
Quanto a esses procedimentos, enfatiza se a consulta de mercado alvo,
acordos comerciais existentes no país em negociação, formulação de preço
conforme suas características, questões relacionadas à entrega da mercadoria, e
condições de pagamento.
3.2.2 Exportação Via Correios
Opção criada para exportar de forma descomplicada. Via correios, é possível
assim como para pequenas empresas exportar seus produtos, a possibilidade de
pessoas físicas, como artesões realizarem negociações com o mercado exterior.
Entretanto o primeiro passo, que deve se considerar nesta opção é seu
enquadramento, onde se faz necessário observar a limitação no valor, sendo esta
USD 50.000,00 por remessa.
Além do limite no valor das remessas, os correios também possuem uma
limitação máxima quanto ao peso das mercadorias, de até 30 Kg. Porém, esta
limitação varia de acordo com as modalidades de remessa, que possuem
particularidades em relação à entrega, quanto a sua priorização e garantia de
entrega. A escolha da modalidade será de acordo com o enquadramento dos
interesses de ambas as partes.
A operação quando realizada pelos correios, dispensa o exportador de estar
habilitado junto ao Siscomex, ficando a cargo dos correios toda a procedência com o
envio das mercadorias. Entretanto, independente da pessoa que irá utilizar-se deste
serviço, física ou jurídica, se faz necessário para o envio das mercadorias, a
anexação da Nota Fiscal e Fatura Comercial, além do preenchimento do formulário
de postagem próprio dos correios, denominado AWB, conforme anexo “E”. Também
pode ser solicitado em alguns países o Certificado de Origem da mercadoria, e até
mesmo sua licença de exportação, entretanto, dependerá do país em questão.
Portanto, a negociação segue seu fluxo normal, tanto na forma direta como
indireta, onde a exportadora busca pelo importador interessado na aquisição de sua
mercadoria, e mantém contato com este, assim como trata dos assuntos
relacionados à entrega da mercadoria, seus prazos e pagamentos. Em relação aos
pagamentos, cabe ressaltar, que este é diferenciado, sendo aceito para pessoa
75
física somente pagamentos a vista, e para pessoa jurídica, a vista ou na forma
faturada.
Assim como as etapas para exportação via correios, as exportações na
modalidade direta e indireta, de indústrias ou comercias exportadoras possuem
etapas semelhantes, entretanto cabe ao exportador estar atento as particularidades,
e seguir as etapas de acordo com sua modalidade de exportação.
3.3 TRIBUTAÇÃO
Os impostos no Brasil são divididos em 3 grandes esferas (PAULSEN; MELO,
2015). Entretanto, nem todos se aplicam no processo de exportação, e mesmo
aplicados, possuem suas particularidades. No Brasil os impostos não incidentes no
processo de exportação que se destacam são o ICMS e o IPI, juntamente com o
PIS, e Cofins. Ainda cita-se o IE, o qual pode incidir, dependendo da classificação
fiscal (NCM), e do destino.
Segundo dados levantados no referencial teórico, a maioria dos autores
destaca que as desonerações são disponibilizadas para que o exportador consiga
oferecer um produto com valor mais atrativo no mercado, podendo assim competir
com demais concorrentes no mercado internacional. Conforme o manual do
Ministério das Relações Exteriores, “Em geral, os governos evitam onerar com
encargos tributários os produtos exportados, para manter sua competitividade nos
mercados externos.” (BRASIL, 2011, p.165).
Termos como incentivos, não incidência, imunidade, e isenção, são bastante
comuns entre exportadores e empresas que atuam nesta área do mercado exterior,
e ter o conhecimento sobre estes e seus processos na exportação, pode ser de
grande relevância em uma comercialização. A não incidência significa de forma
simples, que não há fato gerador que gere o imposto. A imunidade conforme
estudado é um valor de determinado tributo que pode ser retirado temporariamente
ou definitivo do produto. Já a isenção, se trata da dispensa do pagamento do tributo
correspondente ao produto em questão.
O Imposto de Exportação, que tem como fato gerador a saída de mercadoria
para o exterior, segundo os autores estudados, este imposto é incidente em
produtos singulares, onde geralmente incide com a intenção de estimular as vendas
de determinado produto no mercado interno. Salvo exceções em que a alíquota
76
incidente pode chegar a 150% sobre o preço normal de venda da mercadoria,
segundo dados do sítio da Receita Federal do Brasil (RFB, 2015).
A exportação quando realizada na forma direta, está imune ao pagamento do
IPI, sendo desta forma isenta do pagamento do IPI para produtos industrializados.
Quando realizada na forma indireta, o pagamento do IPI sofre suspensão, porém
para que isso aconteça, a exportação deve ser realizada por meio de uma empresa
comercial exportadora, que tem seu propósito específico de exportação, onde cabe
ressaltar que a mercadoria deve sair direto da indústria para o embarque.
Desta forma, a suspensão da exportação indireta se nivelará a exportação
direta, de mesma forma se esta mercadoria tenha sido negociada do produtor ao
intermediador no mercado interno, pois a mercadoria permanece com suas
características.
Referente ao ICMS, este não incide sobre seus produtos e serviços
destinados ao exterior, tanto na exportação direta, quanto na exportação indireta,
desde que esta tenha como finalidade a exportação. Além desta não incidência, para
o ICMS há garantia na manutenção dos créditos fiscais. Estes créditos vêm a ser o
crédito gerado sobre os valores de tributação pagos pelas matérias primas, estas
adquiridas no mercado interno, que serão empregados nos produtos destinados a
exportação.
No caso da exportação indireta, o que diferencia o ICMS do IPI, é que no
ICMS não há a obrigatoriedade da mercadoria ter sua saída da indústria diretamente
para seu embarque, contudo, ambos devem estar em consonância, para que não se
perca o direito da suspensão.
É importante evidenciar que para aquelas empresas optantes pelo Simples
Nacional, não há imunidade de pagamentos para os impostos IPI, ICMS, Pis e
Cofins. As enquadradas nesta opção são tributadas de acordo, e como realizando
tais vendas no mercado interno (CASTRO, 2013). No que se refere às alíquotas
praticadas, para os entes federais e estaduais, podem variar de acordo com o
produto no caso do IPI, e de federação no caso do ICMS.
O Cofins, contribuição que incide sobre o faturamento bruto de empresas do
mercado interno, é isento na exportação, tanto na exportação direta, como na
indireta para produtos manufaturados, semielaborados, e primários. O PIS incide
sobre a receita bruta do mercado interno, entretanto, na exportação há isenção no
77
pagamento para produtos manufaturados, na venda das empresas fabricantes para
trading companies.
Na exportação indireta, tanto para Cofins e PIS, quando empresa comercial
exportadora para não descaracterizar a isenção, a mercadoria comercializada deve
sair da indústria e ir diretamente para o local de embarque da exportação, por ordem
da comercial exportadora, ou por trading company.
Para uma mercadoria adquirida no mercado interno, seja esta por comercial
exportadora ou por trading company, desde que tenha a finalidade de exportação,
cabe ressaltar que o IPI, ICMS, PIS e Cofins, no caso de não se concretizar a venda
em um período de 180 dias, desde a data de emissão da nota fiscal, ficará a
empresa sujeita ao recolhimento, da isenção no momento da aquisição da
mercadoria, juntamente com o acréscimo de juros e multas (CASTRO, 2013).
Garcia exemplifica por meio de um cálculo a formação de preço na
exportação, demonstrando desta forma, a comparação quanto ao valor da
mercadoria no mercado interno, e a mesma mercadoria, com valores a serem
comercializados no mercado externo. Cabe ressaltar em relação à mercadoria da
llustração 7, que todas as adições e subtrações decorrentes de créditos e débitos
tributários oriundos de sua previsão legal resultam no valor da mercadoria de R$
4.600,00.
Preço de Mercado Interno - inclusive IPI de 15% R$ 4.600,00
ICMS (Incluso no preço) 18%
COFINS 7,60%
PIS 1,65%
Lucro Sobre Vendas 10%
Embalagem de Mercado Interno R$ 30,00
Embalagem de Exportação R$ 45,00
Despesas com Movimentação do produto até o efetivo embarque para o exterior R$ 80,00
Lucro desejado na exportação, percentual calculado sobre o preço FOB 10%
Preço Mercado Interno R$ 4.600,00
Ilustração 7: Mercadoria com preço de mercado interno. Fonte: Garcia (2015, p. 156).
Para a formação de preço desta mercadoria, conforme Ilustração 8, Garcia
utilizou-se a condição de venda FOB, assim como considerou despesas como a
embalagem de exportação, despesas com movimentação do produto até o efetivo
78
embarque da mercadoria, assim como as particularidades apresentadas no preço da
mercadoria interna:
Preço de Mercado Interno R$ 4.600,00
(-) Dedução do IPI de 15%, calculado sobre o valor de R$ 4.000,00 R$ 600,00
(-) Dedução do ICMS de 18%, calculado sobre a mesma base de cálculo de R$ 4.000,00 R$ 720,00
(-) Dedução da COFINS de 7,6% sobre R$ 4.000,00 R$ 304,00
(-) Dedução da PIS de 1,65% sobre R$ 4.000,00 R$ 66,00
(-) Dedução de lucro de mercado interno de 10% sobre o preço de R$ 4.000,00 R$ 400
(-) Dedução da embalagem de Mercado Interno R$ 30,00
Subtotal R$ 2.480,00
(+) Adição da embalagem de Exportação R$ 45,00
(+) Adição das despesas com Movimentação do produto até o efetivo embarque para o exterior
R$ 80,00
Subtotal R$ 2.605,00
Adição do lucro desejado na exportação, percentual calculado sobre o preço FOB R$ 289,44
Receita Esperada (para fazer frente a custos, despesas e lucro) R$ 2.894,44
Ilustração 8: Mercadoria com preço para exportação Fonte: Garcia (2015, p. 158).
Com base nos resultados dos cálculos apurados, para os quais se considerou
todos os impostos, taxas e despesas, o preço de venda da mercadoria no mercado
interno, chegou-se ao valor de R$ 4.600,00. Já no mercado externo, em virtude das
desonerações, a mesma mercadoria é vendida ao valor de R$ 2.894.44, conforme
Ilustração 8.
A tributação na atividade exportadora possui suas particularidades,
entretanto, verifica se que tais desonerações tributárias praticadas para os produtos
destinados ao mercado externo, se fazem necessárias para que estas mercadorias
obtenham preços atrativos permitindo competir perante seus concorrentes no
mercado externo.
3.4 MANUAL
O fluxograma apresentado na Ilustração 9, nos permite visualizar os
processos que devem ser realizados em uma exportação em âmbito geral. O passo
inicial para ingressar no mercado externo, é realização de um planejamento,
79
principalmente quando indústria o fabricante, visando o mercado que deseja atingir,
e com qual produto pretende atingi-lo.
Ilustração 9: Roteiro Processo de Exportação.
Fonte: Adaptada Castro (2013, p. 63).
A partir do roteiro da Ilustração 9, verifica-se as etapas necessárias a serem
seguidas no processo de exportação, iniciando desta maneira pelo:
a) Credenciamento: Posteriormente a definição de todos os aspectos de
inserção no mercado, o exportador, neste caso deve providenciar seu
credenciamento junto aos órgãos reguladores da atividade exportadora.
Este credenciamento é dividido em modalidades para pessoas jurídicas:
modalidade ordinária a qual é destinada para aqueles que atuam
constantemente com a exportação, ou na modalidade simplificada, a qual é
a mais adequada e utilizada pelas PMEs de acordo com o Serviço
Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas - Sebrae.
b) Classificação das Mercadorias: todo produto a ser comercializado deve ser
receber uma classificação fiscal, a qual é informada nos documentos de
Credenciamento
Classificação das Mercadorias
Formação de Preço
Negociação da Venda
Definição do Frete
Preparação da Mercadoria
Elaboração da Fatura Comercial
Packing Lista ou Romaneio
Certificado de Origem
RE ou RES
Emissão da Nota Fiscal
Declaração de Despacho
Embarque da Mercadoria
80
comercialização do produto. De acordo com Vasquez, a classificação
dispõe a mercadoria sobre a incidência de impostos, incentivos existentes,
assim com todos os efeitos relativos ao comércio exterior (VASQUEZ,
2007).
c) Formação de Preço: Para se iniciar a negociação, o seguinte passo é a
formação de preço, que para tal deve se considerar os todos os custos de
matérias primas utilizadas nas mercadorias quando esta se tratar de
exportador fabricante, assim como despesas com fretes, tributos, margem
de lucro, e demais.
d) Negociação da venda da mercadoria: Nesta etapa, o exportador negociará
sua mercadoria juntamente com o importador em todos seus aspectos.
e) Frete: A definição da entrega da mercadoria também deve ser combinada
entre as partes, como esta será realizada.
f) Fatura Comercial: Segundo Castro, este documento é considerado um dos
mais importantes no processo de exportação, uma vez que neste
documento o exportador informa as condições de sua negociação com o
importador, como valores acordados, quantidades, pesos, e demais
informações competentes (CASTRO, 2013).
g) Preparação da Mercadoria: Após definições da negociação, o exportador
deve preparar a mercadoria a ser enviado ao importador. Verificando a
necessidade de produção de mercadoria, ou adequações para o envio. Tal
procedimento irá gerar consequentemente o Packing List, anexo “D”.
h) Packing List ou Romaneio: documento onde deve se constar as
informações relativas ao volume da mercadoria, quanto quantidades,
pesos, e demais informações quanto ao local de embarque e
desembarque, dados do importador e exportador (BRASIL, 2011).
i) Certificado de Origem: documento que comprova a origem da mercadoria,
conforme anexo “A”.
j) RE ou RES: Juntamente com os demais documentos, se faz necessário a
emissão do RE, anexo “B”, ou RES antes do embarque da mercadoria,
sendo este emitido via Siscomex.
k) Nota Fiscal: Sua realização é com base na Fatura Comercial, anexo “C”, as
quais constam todas as informações de negociações realizadas com o
importador, como valores, quantidades, pesos, e demais informações.
81
l) Declarações: Após sua emissão, a NF é encaminhada do exportador para
o despachante, o qual emitirá a DDE ou DSE.
m) Embarque da Mercadoria: Com o aceite da RFB, a mercadoria segue para
seu embarque para o destino final.
Após o despacho da mercadoria para o embarque no local designado,
iniciam-se os procedimentos relativos à cobrança da mercadoria comercializada. Por
meio do fluxograma da Ilustração 10, verifica se tais procedimentos realizados para
a efetiva concretização do processo de exportação:
Ilustração 10: Cobrança do Processo de Exportação.
Fonte: Castro (2013, p. 63).
Desta forma, os procedimentos quanto a cobrança, são realizados após o
despacho e embarque da mercadoria, o qual se procederá de acordo com a
negociação pactuada entre as partes, ou seja, o exportador juntamente com o
importador.
3.4.1 Correios
A exportação por intermédio dos correios tem como finalidade a simplificação
deste processo, principalmente para pequenas e médias empresas, assim como
Embarque da Mercadoria
Preparação Documentos de Exportação
Envio Documentos diretamente para
Importador
Documentos da exportação enviados ao
Banco do Brasil
Contratação do Câmbio
Havendo ACE, banco libera o adiantamento
ao exportador
Banco envia Documentos para o Banco do Exterior
Banco apresenta os documentos ao
Importador
Importador paga ao Banco no Exterior
Banco do Exterior envia pagamento para o Banco
do Brasil
82
para pessoas físicas, onde temos como exemplo os artesões, agricultores que
possuem cadastro junto a órgãos profissionais (CORREIOS, 2016).
A exportação sendo realizada desta forma, não requer que o exportador, no
caso de pessoa jurídica tenha habilitação junto ao Siscomex, pois os Correios
realizaram o envio de sua mercadoria. Entretanto, Araujo traz que há um limite de
remessa a ser respeitado, este no valor de US$ 50.000,00, assim como limitação
quanto ao peso da mercadoria, sendo esta informada pelo sítio dos Correios de 30
kg.
Com base na Ilustração 11, é possível acompanhar os procedimentos de
exportação via Correios:
Ilustração 11: Roteiro Processo de Exportação via Correios.
Fonte: Produção do Pesquisador.
a) Classificação das Mercadorias: Da mesma forma, o exportador seja ela
pessoa jurídica ou física, deve classificar suas mercadorias de acordo com
a NCM, onde tais informações irão constar na NF.
Classifição das MercadoriasPessoa Jurídica
Pessoa Física
Formação de Preço
Negociação
FaturaComercial
Nota Fiscal
Enquadramento Modalidade de Envio
Formulário AWB
Envio Mercadoria
83
b) Formação de Preço: Para se iniciar a negociação, o seguinte passo é a
formação de preço, que para tal deve se considerar os todos os custos de
matérias primas utilizadas nas mercadorias quando esta se tratar de
exportador fabricante, assim como despesas com fretes, tributos, margem
de lucro, e demais.
c) Negociação da venda da mercadoria: de igual forma, exportador irá
negociar sua mercadoria com o mercado externo, tratando diretamente
com o importador.
d) Fatura Comercial: Segundo Castro, este documento é considerado um dos
mais importantes no processo de exportação, uma vez que neste
documento o exportador informa as condições de sua negociação com o
importado, como valores acordados, quantidades, pesos, e demais
informações competentes (CASTRO, 2013).
e) Nota Fiscal: Sua realização é com base na Fatura Comercial, as quais
constam todas as informações de negociações realizadas com o
importador, como valores, quantidades, pesos, e demais informações.
f) Enquadramento de Modalidade: Neste caso, o exportador deve enquadrar
o envio de sua mercadoria em uma das modalidades de envio dos correios.
Sedex Mundi, SEM – Mercadoria Expressa, Leve Internacional e
Mercadoria Econômica.
g) AWB: Para o envio da mercadoria, se faz necessário o preenchimento do
formulário AWB, anexo “E”, o qual segundo o sítio dos Correios, contam
informações quanto ao remetente, destinatário, e demais informações
quanto à mercadoria, e este serve como guia instrutivo para emissão do
DSE, documento utilizado para o despacho da mercadoria pela alfândega
(CORREIOS, 2016).
h) Embarque da Mercadoria: envio da mercadoria fica a cargo dos próprios
correios.
3.4.2 Diferenciações na Exportação Direta e Indireta
Na exportação as etapas e processos para se realizar a exportação são
semelhantes ou até mesmo iguais, entretanto existem diferenciações, como a
84
formação de preço na exportação se realizada na forma direta, e quando realizada
na forma indireta.
No caso da formação de preço para uma exportação direta de uma indústria
ou empresa fabricante, esta inicia se a partir da definição do produto a ser
comercializado, onde para a formação do preço de venda de suas mercadorias deve
se considerar todos seus custos de fabricação, como suas matérias primas, assim
como considerar demais custos decorrentes de frete, impostos e demais.
Já na exportação indireta, como normalmente este processo se dá por meio
de um interveniente, empresa comercial exportadora ou trading company, ou seja,
empresas que atuam constantemente, esta em virtude de comercializar vários
produtos, devem formar seu preço de acordo com cada situação, onde deve se
considerar os custos de sua aquisição, do país que a mercadoria será exportada,
despesas decorrentes de fretes, despachos, impostos, assim como sua margem de
lucro.
Cabe ressaltar que a exportação quando realizada por intermédio dos
Correios, também possui diferenciações, onde pode se citar o enquadramento de
suas modalidades de envio, as quais são relacionadas ao peso e valores das
remessas.
Sendo assim, deve se seguir o processo de exportação de acordo com a
exportação que esta sendo realizada, garantindo desta forma que o processo de
exportação seja realizado corretamente, evitando quaisquer transtornos na
negociação em geral.
85
4 RECOMENDAÇÕES
Com fundamento no referencial teórico, assim como no diagnóstico e análise,
percebe-se que o Brasil encontra-se em constante crescimento e desenvolvimento,
onde ainda há espaço para que as empresas explorem o mercado, assim como para
que novas empresas surjam e desenvolvam se na área de comércio exterior.
No Brasil, conforme dados levantados no referencial teórico por meio do sítio
Portal Brasil, a atividade exportadora possui uma grande proporção concentrada em
empresas de pequeno e médio porte. Mas além destas, há muitas outras empresas
de pequeno e médio porte que possuem potencial para ingressar no mercado
externo, mas em virtude de não receber incentivos, assim como desconhecer os
procedimentos do processo de exportação, evitam buscar maiores informações
sobre o mercado exterior.
Todavia, o ingresso neste mercado, requer que a empresa esteja ciente dos
obstáculos e possíveis dificuldades que poderá se deparar no caminho. Entretanto,
mesmo com todas as possíveis dificuldades e obstáculos a serem enfrentados, é
interessante que a empresa busque conhecer mais deste mercado, e analisar os
prós e contras da inserção e comercialização de seus produtos.
Neste contexto, cabe ressaltar que independente do porte da empresa,
pequena, média ou de grande porte, nada a impede de buscar empresas que
prestam consultorias, as quais proporcionaram principalmente as PMEs, segurança,
planejamento e um direcionamento para que estas consigam atingir seus objetivos
quanto ao mercado exterior, assim como desenvolver este mercado. Ainda em
tempo, tais empresas também podem buscar comercializar seus produtos por
intermédio de uma empresa especializada e atuante na exportação.
Assim como no mercado interno, existe a competitividade entre os
concorrentes, seja esta por melhor preço, ou produto com maior qualidade. Esta
competitividade no mercado externo é amplificada, visto que exportadores do mundo
todo podem comercializar suas mercadorias.
Desta forma, a competitividade, assim como os obstáculos e dificuldades, faz
com que a empresa ao ingressar neste mercado, produza produtos com qualidade
suficiente e preços correspondentes, para competir. Diante disto, a consultoria vem
a encontro, uma vez que esta direcionará por meio de um planejamento cuidadoso,
para o aprimoramento do produto, e a correta formação de preço da mercadoria,
86
considerando todos os custos e despesas alocadas no produto, tornando adequada
para competir com os demais.
A fim de contribuir e incentivar a atividade exportadora, o Governo Brasileiro
proporciona a desoneração dos tributos incidentes sobre as mercadorias no
mercado interno, para mercadorias destinadas a exportação, salvo exceções.
Quanto ao Drawback, incentivo abordado neste estudo, tem como objetivo,
diminuir os tributos incidentes sobre as matérias primas adquiridas na importação,
podendo também ser adquiridas no mercado interno, para serem utilizadas na
fabricação na mercadoria que será exportada.
Trata-se de um incentivo alinhado a importação, mas que possui impacto na
exportação. Contudo, pratica-se este incentivo em maior proporção na exportação
direta, em razão de que a produção/fabricação é em maior escala, não se
enquadrando para as pequenas e médias empresas. Muito dificilmente as PMEs se
utilizaram desta desoneração, pois trabalham com proporções de produtos em
menor escala. Já uma empresa de grande porte, se utiliza desta desoneração, uma
vez que produz seus produtos em escala maior, e adquire as mercadorias para sua
fabricação por menor custo.
Tem como primeira recomendação, buscar conhecer de uma forma geral,
com profissionais, ou por meio de pesquisa, quais são os procedimentos
necessários e alternativas disponíveis para se realizar a exportação, em virtude de
familiarizar se com o comércio exterior.
Como segunda recomendação, considerando se todo o levantamento no
referencial teórico, baseado em estudos bibliográficos de autores atuantes da área
de comércio exterior, a realização de um planejamento da empresa, pelo qual
poderá analisar a avaliar o mercado em que visa ingressar e comercializar suas
mercadorias. Tal planejamento visa verificar as projeções de mercado, os riscos, e
possibilidades, assim como os investimentos necessários a serem aplicados,
proporcionando maior segurança na decisão da empresa.
Para a concretização desta recomendação, ou seja, realizar este
planejamento se propõe buscar uma empresa de consultoria, a qual realizará o
planejamento adequado, considerando desde os aspectos da empresa no mercado
interno, até os riscos e possibilidades de seu ingresso no mercado externo. Além
disso, direcionar a empresa quanto ao processo de exportação.
87
Este planejamento consiste na verificação do nível em que a empresa se
encontra no mercado interno, em projetar o impacto e aceitação do consumidor
quanto ao produto a ser comercializado no mercado externo, analisar o mercado que
mais se adepta ao produto, ou seja, realizar uma pesquisa de mercado. Ainda
analisar os investimentos necessários para se atingir os resultados que a empresa
visa alcançar, qual a melhor forma de competir perante a concorrência,
melhoramento do produto, como ampliar a divulgação de seu produto quando de
uma empresa fabricante, e demais verificações consideradas relevantes para se
atingir os objetivos.
Para uma empresa atuante no mercado interno, possuidora de uma boa
estrutura, com experiência dos processos realizados, conhecedora de suas
limitações, assim como de seus potencias, ainda é possível que seja necessário
adequar se quanto ao novo mercado que visa comercializar seus produtos. Visto
que o cliente do mercado interno é diferente do cliente do mercado externo, ou seja,
possuem necessidades diferentes.
Por esta razão o planejamento é de grande relevância. Conforme o referencial
teórico, o ingresso de uma empresa no comércio externo faz que esta melhore seus
produtos, quanto à qualidade, para esta competir no mercado externo, entretanto,
cabe ressaltar que este melhoramento também é refletido no mercado interno como
benefício.
Desta maneira, quando verificado o potencial da empresa em ingressar na
atividade exportadora, a consultoria auxiliará a empresa no melhoramento de seu
produto, se este for necessário, para que esta possua competitividade relacionada à
qualidade de seus produtos fabricados, perante aos demais concorrentes. Além
disto, a consultoria auxiliará na formação de preço, considerando a avaliação dos
riscos que podem vir acontecer, para desta maneira lhe resguardar de possíveis
perdas, ou surpresas.
A consultoria é recomendada para todas as empresas, onde abrange se todos
os portes, desde empresas já atuantes ou interessadas em adentrar-se no mercado
exterior, que buscam seu desenvolvimento, e melhoramento na atividade
exportadora.
Após a realização de todas as análises do planejamento, juntamente com a
consultoria, e verificado que a empresa tenha condições de comportar sua atuação
no mercado exterior, tem se como segunda recomendação, o aprimoramento de sua
88
produção, focando para que o produto a ser fabricado tenha qualidade necessária
para ser comercializado.
Visto que muitas empresas não possuem experiência na atividade
exportadora, entretanto possuem potencial para atuar neste mercado, sugere se a
estas empresas interessadas, que busquem empresas que estão ligadas a
exportação, que atuam constantemente com neste mercado, ou seja, empresas
comerciais exportadoras.
Como se tratam de empresas em que seu objeto é a atividade exportadora,
estas possuem o conhecimento dos procedimentos necessários para se exportar,
assim como experiência no mercado. Estas atuam adquirindo mercadorias no
mercado interno, e realizando sua comercialização para o mercado externo.
Desta forma, tem como terceira recomendação a comercialização por meio
deste intermediário, o qual torna se responsável pela comercialização com o
mercado exterior, a partir da negociação com a empresa fabricante. A empresa
tornando se responsável, inicia o procedimento na busca pelo mercado consumidor,
realiza os contatos necessários com o importador, negociando quanto à mercadoria,
preço, e entrega desta ao importador.
Esta prática é recomendada, levando em consideração que a empresa do
mercado interno não possui conhecimento, ficando esta dispensada de buscar
mercado para sua mercadoria, contatar com o importador, e realizar os demais
procedimentos da exportação, pois além da empresa comercial exportadora possuir
experiência nestas negociações, conhecer particularidades quanto a desonerações
tributárias, e demais informações pertinentes a esta atividade, esta torna se a
responsável por todos os procedimentos.
Por quarto e último, recomenda se para aquelas empresas que possuem
produtos com pouco volume, principalmente pequenas e médias empresas, que
possuem potencial para atuarem no mercado exterior, a exportação por intermédio
dos correios, a qual foi estudada nesta pesquisa.
Esta possibilidade de exportar foi criada com o intuito de exportar de forma
descomplicada, tornando assim uma alternativa para tais empresas. Entretanto,
cabe ressaltar que neste caso a empresa deve realizar toda a negociação, desde
encontrar o mercado consumidor, até o recebimento da negociação, ficando
somente a cargo dos Correios o envio da mercadoria. Ressalva se que esta
alternativa, possui limitações, tendo o limite de mercadoria no valor de
89
US$50.000,00 por remessa. Ainda, a mercadoria deve enquadrar se em uma das
modalidades correspondentes a medidas disponibilizadas pelos Correios, as quais
possuem medidas especificas em relação ao seu volume e peso. Em virtude disto,
esta possibilidade limita se para algumas empresas.
90
CONCLUSÃO
Para a realização deste estudo buscou se por meio de pesquisa bibliográfica
de autores da área do comércio exterior, assim como autores específicos deste
mercado, que integra a atividade exportadora, o conhecimento sobre os
procedimentos necessários para se realizar a exportação. Desta forma, realizou se a
estruturação do referencial teórico.
Com a busca por sanar as mais variedades necessidades do ser humano,
atualmente o comércio exterior encontra se em crescimento, e desenvolvimento.
Entretanto, ainda alguns fatores como a falta de conhecimento dos procedimentos
necessários para adentra se na atividade exportadora, assim como para exportar
barram este crescimento.
A participação das empresas neste mercado possibilita que estas se
desenvolvam e tragam benefícios e melhorias para o mercado interno, além de
contribuir para o desenvolvimento do país. Estes benefícios estão relacionados
principalmente aos melhoramentos de qualidade de suas mercadorias.
Com base no diagnóstico e análise, verifica se que o governo proporciona por
meio de desonerações fiscais, o incentivo para que as empresas, independente da
modalidade que esta se realizando a exportação, a possibilidade de competir com
demais concorrentes no mercado exterior. Estas desonerações impactam na
formação dos preços das mercadorias, sendo este o fator que se compete com
outros concorrentes.
Porém, assim como se faz necessário possuir um preço competitivo, os
produtos também devem possuir qualidade em níveis de exigência solicitados pelo
mercado exterior. Além disto, a empresa deve possuir potencial, e estrutura para
ingressar e manter se neste mercado.
No que diz respeito ao potencial das empresas, a melhor maneira de verificar
é por meio do planejamento estratégico, o qual é de grande relevância para se
atingir os objetivos. Por seu intermédio, é possível verificar falhas, e até mesmo
adequações necessárias para o melhoramento da empresa.
91
Muitas empresas, sobretudo as pequenas e médias empresas, desconhecem
as desonerações fiscais ofertadas pelo governo, assim como a estruturação dos
procedimentos a serem realizados na exportação. Desta forma, se faz relevante a
busca por profissionais que possam auxiliar seu ingresso, ou até mesmo
comercializar suas mercadorias de forma facilitada.
A concretização dos objetivos das empresas interessadas pode ocorrer por
meio de empresas já atuantes, e intermediárias neste mercado, onde pode se
destacar as empresas comerciais exportadoras, as quais atuam constantemente no
mercado exterior, e realizam este intermédio de comercializações.
Contudo, a empresa pode vir a comercializar seus produtos diretamente com
o mercado externo, ou seja, com o importador. Neste caso, a busca do
conhecimento dos procedimentos, pode ocorrer por meio de empresas prestadoras
de consultoria, as quais prestam o auxílio na efetivação do planejamento inicial da
empresa, assim como nos procedimentos necessários para exportar seus produtos.
Os objetivos, gerais e específicos, propostos para este estudo foram atingidos
de forma satisfatória. No item 3.2 do diagnóstico e análise, foram descritas as etapas
do processo de exportação, o qual corresponde ao 1°objetivo proposto para este
estudo. Por meio deste, tornou-se possível constatar as semelhanças e diferenças
existentes nas etapas do processo quanto exportação direta e indireta.
O 2°objetivo proposto foi alcançado no item 3.3, onde verificou se as
particularidades existentes na tributação para mercadorias destinadas à exportação,
assim como foram analisados os benefícios fiscais pertinentes a comercialização da
mercadoria para o mercado externo, ou seja, a exportação e a comercialização
desta mesma mercadoria no mercado interno.
O 3°objetivo atingiu-se no item 3.4 com a elaboração do manual do processo
de exportação, nas modalidades existentes da atividade exportadora, ou seja, na
forma de exportação direta, indireta e por intermédio dos correios. A concretização
deste manual proporciona principalmente as PME, um direcionador para se realizar
a exportação.
Sendo assim, a questão problema deste estudo foi resolvida, uma vez que o
estudo alcançou por meio da fundamentação do referencial teórico, diagnóstico e
análises, se fazer conhecer dos procedimentos necessários, assim como sua
estruturação, para que uma PME consiga realizar a exportação. Desta maneira, o
estudo conclui se de forma satisfatória.
92
O mercado exterior, com a busca de sanar necessidades, encontrar se em
desenvolvimento, e este possui potencial para expandir se. Considera se desta
forma, de grande relevância que haja mais estudos intensificados desta natureza,
em virtude de disseminar o conhecimento, assim como incentivar o surgimento de
novas empresas e fortalecimento das existentes.
93
REFERENCIAS
ARAUJO, José Marcelo Fernandes De. Tratamento administrativo e aduaneiro da importação e exportação. 1. ed. São Paulo: IOB Folhamatic, 2013. (Coleção de importação e exportação; v.1). BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Divisão de Programas de Promoção Comercial. Exportação Passo a Passo / Ministério das Relações Exteriores. – Brasília: MRE, 2011. ______. Constituição Federal. Art. 145, Brasília, 1988. ______. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. Disponível em: http://www.mdic.gov.br/comercio-exterior/empresa-comercial-exportadora-trading-company>. Acesso em: 15 jun. 2016. ______. Portal Siscomex. Disponível em: <http://portal.siscomex.gov.br/conheca-o-portal/O_Portal_Siscomex>. Acesso em: 19 jun. 2016. ______. Portal Siscomex. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior-9>. Acesso em: 19 jun. 2016. ______. Portal Siscomex. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/comercio-exterior/estatisticas-de-comercio-exterior-9/arquivos-atuais-2>. Acesso em: 19 jun. 2016. CASTRO, José Augusto de. Exportação: aspectos práticos e operacionais. 8. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2011. 2º Reimpressão, 2013. COSTA, Ligia Maura. Comércio exterior: negociação e aspectos legais. Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2005. CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. CORREIOS. Exportações. Disponível em: <http://www.correios.com.br/para-voce/envio/exportacoes> Acesso em: 30 set. 2016. ______. Exportações. Disponível em: <http://www.correios.com.br/para-voce/envio/exportacoes/documentos-para-exportacao> Acesso em: 14 out. 2016. ______. Exportações. Disponível em: <http://www.correios.com.br/para-voce/correios-de-a-a-z/exporta-facil#tab-1> Acesso em: 15 out. 2016.
94
______. Exportações. Disponível em:<http://www.correios.com.br/para-voce/correios-de-a-a-z/exporta-facil#tab-3> Acesso em: 15 out. 2016. ______. Exportações. Disponível em:<http://www.correios.com.br/para-voce/correios-de-a-a-z/exporta-facil#tab-4> Acesso em: 16 out. 2016. ______. Exportações. Disponível em:<http://www.correios.com.br/para-voce/correios-de-a-a-z/sedex-mundi-mercadoria> Acesso em: 16 out. 2016. ______. Exportações. Disponível em: <http://www.correios.com.br/para-voce/correios-de-a-a-z/ems-mercadoria-expressa#tab-1> Acesso em: 16 out. 2016. ______. Exportações. Disponível em: <http://www.correios.com.br/para-sua-empresa/exportacao-e-importacao/exportacao/documentos-para-exportacao/pdf/Instrucoes_de_Preenchimento_ModeloII_Azul.pdf> Acesso em: 16 out. 2016. FACHIN, Odília. Fundamentos de Metodologia. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2006. FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o Trabalho Científico: Explicitação das Normas da ABNT. 17. ed. Porto Alegre: Dáctilo Plus, 2013. GARCIA, Luiz Martins. Exportar: rotinas e procedimentos, incentivos e formação de preço. 9. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2007. 10º Reimpressão, 2015. GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. INVEST & EXPORT BRASIL. Guia de Comércio Exterior e Investimento. Disponível em:<http://www.investexportbrasil.gov.br/ncm>. Acesso em: 29 mai. 2016 ______. Guia de Comércio Exterior e Investimento. Disponível em: <http://www.investexportbrasil.gov.br/sh-ncm-e-tec?l=pt-br>. Acesso em: 18 jun. 2016. ______. Guia de Comércio Exterior e Investimento. Disponível em: <http://www.investexportbrasil.gov.br/exportacao-passo-passo>. Acesso em: 18 jun. 2016. ______. Guia de Comércio Exterior e Investimento. Disponível em: <http://www.investexportbrasil.gov.br/trading-brasileiras?l=pt-br>. Acesso em: 18 jun. 2016. ______. Guia de Comércio Exterior e Investimento. Disponível em: <http://www.investexportbrasil.gov.br/sh-ncm-e-tec?l=pt-br>. Acesso em: 18 jun. 2016. ______. Guia de Comércio Exterior e Investimento. Disponível em: <http://www.investexportbrasil.gov.br/exporta-f%C3%A1cil-ect> Acesso em: 14 out. 2016.
95
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. LUDWIG, Antonio Carlos Will. Fundamentos e prática de Metodologia Científica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009. LUNARDI, Angelo Luiz. Condições internacionais de compra e venda: Incoterms 2000. 2. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2001. MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 35. ed. São Paulo: Malheiros Editores Ltda, 2014. MAIA, Jayme de Mariz. Economia internacional e comércio exterior. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2013. MALUF, Sâmia Nagib. Administrando o comércio exterior do Brasil. São Paulo: Aduaneiras, 2000. 3º Reimpressão, 2003. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MERCOSUL. Página Brasileira do MERCOSUL. Disponível em: <http://www.mercosul.gov.br/saiba-mais-sobre-o-mercosul#DADOSGERAIS>. Acesso em: 14 mai. 2016. MINERVINI, Nicola. O exportador. Tradução Patrizia Minervini. 4. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005. SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Saiba como se habilitar para usar o Siscomex. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/saiba-como-se-habilitar-para-usar-o-siscomex,ed899e665b182410VgnVCM100000b272010aRCRD> Acesso em: 07 Set. 2016. ______. Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Documentos necessários para a empresa que deseja exportar. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/documentos-necessarios-para-a-empresa-que-deseja-exportar,56699e665b182410VgnVCM100000b272010aRCRD> Acesso em: 07 Set. 2016. SEGALIS, Gabriel; FRANÇA, Ronaldo de; ATSUMI, Shirley Yurca Kanamori. Fundamentos de exportação e importação no Brasil. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2012. SOARES, Claudio César. Introdução ao comércio exterior: fundamentos teóricos do comércio internacional. São Paulo: Saraiva, 2004.
96
PAULSEN, Leandro. MELO, José Eduardo Soares de. Impostos Federais, estaduais e municipais. 9. ed. ver. e atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2015. PINTO, Antonio L. de Toledo; WINDT, Márcia C. Vaz dos Santos; CÉSPEDES, Lívia (Colab.). Código Tributário Nacional e Constituição Federal. 38. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
Portal Brasil. Economia e Emprego – Exportações. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-e-emprego/2012/02/exportacoes>. Acesso em: 06 jun. 2016 QUEIROZ, Renata Correia de; APRÍGIO, Roseli Ferreira da Silva. ICMS, IPI, ISS. 1. ed. São Paulo: IOB Folhamatic, 2013. (Coleção de importação e exportação; v.2). RATTI, Bruno. Comércio internacional e câmbio. 11. ed. São Paulo: Lex Editora, 2006. 2º Reimpressão, 2008. RECEITA FEDERAL DO BRASIL. Classificação Fiscal de Mercadorias. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/classificacao-fiscal-de-mercadorias/o-que-e-classificacao-fiscal-de-mercadorias>. Acesso em: 28 mai. 2016. ______. Imposto de Exportação. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/tributos/imposto-exportacao>. Acesso em: 28 mai. 2016. ______. Despacho de Exportação. Disponível em: <http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-exportacao/topicos/conceitos-e-definicoes/despacho-de-exportacao> Acesso em: 07 Set. 2016. VASQUEZ, José Lopes. Comércio exterior brasileiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2007. VIANNA, Ilca Oliveira de Almeida. Metodologia do trabalho científico: um enfoque didático da produção científica. São Paulo: E.P.U, 2001. VÍBRIO JUNIOR, Paulo. Manual prático de comércio exterior e crimes aduaneiros. São Paulo: IOB, 2012. VIEIRA, Aquiles. Teoria e prática cambial: exportação e importação. 3. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2008.
98
ANEXO A - Certificado de Origem
Fonte: SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas, 2016.
Documentos Necessários para a empresa que deseja exportar.
99
ANEXO B – Registro de Exportação
Fonte: SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas, 2016.
Documentos Necessários para a empresa que deseja exportar
100
ANEXO C – Fatura Comercial
COMMERCIAL INVOICE
INVOICE NR.
DATE:
SOLD TO: (Importer)
PLACE OF LOADING
BUYER’S REFERENCE
PAYMENT CONDITIONS NET WEIGHT GROSS WEIGHT
DESTINATION
QUANTIDADE
DESCRIPTION UNIT PRICE. EXTENSION
Fonte: SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas, 2016. Documentos Necessários para a empresa que deseja exportar
101
ANEXO D – Packing List ou Romaneio
PACKING LIST No.
Date:
Buyer (Importer):
In all inquiries please
mention our reference
Buyer's ref: Date:
COMMERCIAL INVOICE TOTAL NET WEIGHT: MATERIAL: TOTAL GROSS WEIGHT: OCEAN FREIGHT: INCOTERMS:
Fonte: SEBRAE. Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas, 2016. Documentos Necessários para a empresa que deseja exportar