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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS MESTRADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Frequência da infecção por Toxoplasma gondii em galinhas caipira e frangos de corte em regiões dos Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba MARIA CECÍLIA FARIAS DOS SANTOS NATAL 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

MESTRADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Frequência da infecção por Toxoplasma gondii em galinhas caipira e frangos de corte em regiões dos Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba

MARIA CECÍLIA FARIAS DOS SANTOS

NATAL

2012

MARIA CECÍLIA FARIAS DOS SANTOS

Frequência da infecção por Toxoplasma gondii em galinhas caipiras e frangos de corte em regiões dos estados do Rio Grande do Norte e Paraíba

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências Biológicas – Área de concentração em Biodiversidade

Orientador: Prof. Dr. Valter Ferreira de Andrade Neto

NATAL

2012

À minha família,

base de tudo.

Dedico.

Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido,

se não tocarmos o coração das pessoas. Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve,

palavra que conforta, silêncio que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia, amor que promove.

E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não seja nem curta, nem longa demais,

mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.

Cora Coralina

AGRADECIMENTOS À Deus, pelo dom da vida, por me amparar nos momentos difíceis e sempre iluminar os meus passos.

Aos meus pais, Sebastião e Maria, por não medirem esforços para que essa meta fosse alcançada. Nas suas palavras e gestos de apoio, encontrei o alento necessário para não baixar a cabeça frente às dificuldades que surgiram no percurso. Essa vitória é nossa. Muito obrigada por tudo!

À minha querida irmã Maria Teresa, pelo amor e carinho. Que este trabalho sirva de incentivo para que você perceba que com esforço e dedicação, os objetivos profissionais são alcançados.

Ao meu namorado, Marcio Costa, pelo apoio incondicional e incentivo em todas as minhas decisões, mesmo a quilômetros de distância. Obrigada por vibrar com as minhas vitórias e suportar, pacientemente, meus momentos de bipolaridade.

A todos os meus queridos familiares, cujo incentivo, apoio e carinho sempre se fizeram presentes.

Ao meu orientador, prof. Valter Andrade, por ter me recebido em seu laboratório sem ao menos me conhecer. Obrigada pelos ensinamentos, pela confiança e incentivo, pela ajuda nunca negada e por acreditar no meu potencial, que eu mesma não sabia possuir.

Ao técnico Edson Santana, pela ajuda nas coletas e por se fazer sempre presente nos momentos em que precisei, seja para uma conversa sincera, um puxão de orelha ou um incentivo nas horas difíceis. Muito obrigada pela amizade tão valiosa.

Ao prof. Dr. Ricardo Vítor, pela receptividade com que me acolheu no Laboratório de Toxoplasmose da UFMG, pelas contribuições valiosas ao trabalho e atenção dedicada a mim no período em que permaneci em Belo Horizonte.

À querida Rosálida Nazar, pela ajuda com as técnicas sorológicas e por todo o apoio e carinho concedidos durante a minha estadia em Belo Horizonte.

Aos alunos do Laboratório de Toxoplasmose do ICB/UFMG: Alice, Anderson, Breno, Carlos, Carol, Júlia, Letícia, Mariana e Renata, pela companhia e receptividade mineira.

À amiga Milena Clementino, por toda a ajuda concedida durante o mestrado. Você foi imprescindível para que eu conseguisse alcançar esse objetivo.

À secretária do PPgCB, Louise da Mata, e às estagiárias Juliana e Liege, por resolverem de forma solícita os pequenos problemas burocráticos, e por sempre me receberem tão bem quando precisava desabafar ou tagarelar nos momentos de folga.

Aos colegas da turma de mestrado e, em especial, às minhas queridas amigas Danielle, Érika e Gracielle, por todos os momentos agradáveis compartilhados juntas e por sempre poder contar com vocês nos momentos em que precisei.

A todos os colegas do LABMAT: Aline, Andrea, Bruno, Camila, Claudio Bruno, Ganilson, Joelma, José, Juliete, Luis, Marianne, Norma, Raquel, Samira, Thatiany, Thales, Valber, Valéria e Ywlliane.

Ao querido amigo Carlos Eduardo (Cajuzinho), pela amizade tão especial e que se fez tão presente na minha vida ao longo desse tempo em Natal. Sempre lembrarei com carinho dos momentos de descontração, programas de índio e conversas que compartilhamos juntos.

À companheira de apê, Lisianne Rabello, pela agradável convivência, deliciosa comida, e por aturar minhas baguncinhas e pedidos fora de hora.

Ao amigo Andrew Douglas, pelos conselhos e sugestões, e por sempre me mostrar, mesmo indiretamente, a necessidade de aproveitar os momentos da vida com intensidade.

A todos os meus amigos de Campina Grande, pelo incentivo e torcida; em especial a todos da Biodiversidade em Simbiose, espalhados em cada canto do país – o sucesso de vocês me impulsiona a seguir cada vez mais longe.

Ao meu irmão Helder, minha cunhada Sinara e meus sobrinhos Antônio Neto e Maria Eliane, por todo o apoio concedido quando cheguei a Natal e pelo tempo que aí permaneci. Obrigada pelas caronas, hospitalidade e pelos momentos nostálgicos nas brincadeiras e tarefas escolares. Sei que posso contar com vocês sempre que precisar.

À prima Conceição e toda sua família, pelo apoio e atenção durante esses dois anos e por sempre me receber calorosamente em sua casa para os deliciosos almoços de fim de semana.

À Wagner, da Viação Nordeste, que, apesar do péssimo serviço prestado pela empresa, sempre intermediou com atenção e bom humor minhas tão aguardadas viagens à Campina Grande.

Aos pequenos proprietários rurais que confiaram no nosso trabalho e abriram as portas das suas casas para nos receber de forma tão acolhedora. Muito mais do que amostras para a pesquisa, vocês ofereceram lições de simplicidade e gentileza que levarei por toda a vida.

A todos os que viabilizaram, direta ou indiretamente, as viagens e coletas de campo, e possibilitaram a realização desse trabalho.

Aos membros da banca de apresentação do projeto e exame de qualificação, professores Dra. Maria de Fátima Ximenes, Dr. Josélio Galvão, Dra. Cecília Holanda e Dra. Valéria Farias, pelas críticas e sugestões valiosas.

À Luanda, do laboratório de Imunologia Clínica, à prof. Edna, do Departamento de Análises Clínicas e Toxicológicas, à prof. Selma Jerônimo, do Departamento de Bioquímica, e à Freire,

do laboratório de Imunogenética, por gentilmente cederem e viabilizarem o uso do microscópio de fluorescência para leitura das lâminas da RIFI.

À técnica Rízia Maria, pela ajuda concedida.

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte e ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, pela oportunidade de realização do curso de mestrado.

Aos professores do curso de Pós-Graduação em Ciências Biológicas, pelos ensinamentos compartilhados.

Ao galinho Mary Lou, por sua curta vida dedicada à ciência.

Ao bom e velho hard rock, pelos momentos de inspiração.

À CAPES, pelo apoio financeiro.

E, por fim, a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.

Fundamental é mesmo o amor. É impossível ser feliz sozinho.

Tom Jobim

ÍNDICE

RESUMO............................................................................................................................... ABSTRACT ......................................................................................................................... LISTA DE TABELAS ......................................................................................................... LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ........................................................................... 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1.1. Biologia e transmissão de Toxoplasma gondii................................................................ 1.2. Aspectos epidemiológicos da toxoplasmose em humanos.............................................. 1.3. Toxoplasmose em aves, com ênfase na infecção em Gallus gallus domesticus............... 1.4. Diagnóstico da toxoplasmose.......................................................................................... 1.5. Produção avícola – situação das criações de frangos de corte e galinhas no Brasil......... 2. OBJETIVOS ..................................................................................................................... 2.1. Objetivo geral...................................................................................................................... 2.2. Objetivos específicos....................................................................................................... 3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 3.1. Caracterização da área de estudo..................................................................................... 3.2. Marco amostral................................................................................................................... 3.3. Obtenção e processamento das amostras.............................................................................. 3.4. Questionários................................................................................................................... 3.5. Testes sorológicos para a detecção de anticorpos IgG anti-Toxoplasma gondii................. 3.5.1. Teste de Hemaglutinação Indireta (HAI)..................................................................... 3.5.2. Reação de Imunofluorescência Indireta (RIFI).............................................................. 3.5.3. Reação Imunoenzimática (ELISA)............................................................................... 3.5.3.1. Preparo do antígeno..................................................................................................... 3.5.3.2. Execução da técnica................................................................................................. 3.6. Análise estatística.............................................................................................................. 4. RESULTADOS.................................................................................................................. 4.1. Padronização do ELISA.................................................................................................. 4.2. Características populacionais da amostra estudada........................................................ 4.3. Determinação da soroprevalência da toxoplasmose aviária nas regiões estudadas......... 4.4. Características físicas das propriedades rurais avaliadas................................................... 4.5. Comparação entre as técnicas sorológicas........................................................................ 5. DISCUSSÃO.................................................................................................................... 6. CONCLUSÕES................................................................................................................... REFERÊNCIAS..................................................................................................................... ANEXO ................................................................................................................................... Questionário para monitoramento das criações extensivas..........................................................

viii ix x xi xii 13 13 16 17 22 24 27 27 27 28 28 29 31 32 32 32 33 35 35 35 37 38 38 38 39 43 43 46 59 60 77 78

viii

RESUMO

A toxoplasmose é uma zoonose causada pelo Toxoplasma gondii, protozoário que tem

distribuição geográfica cosmopolita e pouca especificidade parasitária. Comumente de curso

benigno e autolimitante, a infecção pode manifestar-se de forma sistêmica grave, tornando-se

gravíssima em fetos e pacientes com imunodepressão. Galinhas domésticas são consideradas

um dos mais importantes hospedeiros na epidemiologia da toxoplasmose, uma vez que são

potenciais fontes de infecção para humanos, além de desempenharem o papel de importantes

indicadores da contaminação ambiental por oocistos de T. gondii. Neste trabalho, estudou-se a

frequência da infecção pelo protozoário em galináceos de diferentes sistemas de criação

provenientes de mesorregiões dos estados do Rio Grande do Norte e Paraíba, tanto frangos de

corte de granjas comerciais (200/PB), como galinhas caipira de pequenas propriedades rurais

(322/RN e PB). Foram padronizadas técnicas de RIFI e ELISA para a detecção de anticorpos

séricos específicos nas amostras sanguíneas das aves, e foi utilizado kit comercial para

determinação dessa prevalência pelo HAI. Não foi observada infecção por T. gondii em

nenhuma das amostras de frango de corte analisada, indicando que particularidades do manejo

intensivo limitam as chances de infecção para esses animais. Entre as galinhas caipira, a

frequência de anticorpos IgG anti-T. gondii diagnosticada pelas técnicas de HAI, RIFI e

ELISA foi, respectivamente, 3,73% (12/322), 37,88% (122/322) e 40,37% (130/322),

analisando animais jovens e adultos. Das amostras soropositivas pela RIFI, 33 (27,05%)

foram reagentes na diluição 1:16; em 1:32, 31 (25,41%); em 1:64, 24 (19,67%); 15 (12,29%)

em 1:128 e 19 apresentaram titulação maior ou igual a 1:256 (15,57%). A avaliação da

presença de anticorpos anti-T. gondii deve ser criteriosa, sendo que os reagentes do HAI

forneceram resultados erráticos nesta medida, para a espécie estudada, sugerindo a

necessidade de padronização própria dos kits para diagnóstico antes do uso em estudos

epidemiológicos em espécies animais. Por outro lado, a concordância substancial observada

entre as técnicas RIFI e ELISA (Kappa = 0,62) capacita estas metodologias como técnicas

eficazes no diagnóstico da infecção pelo protozoário em galináceos. A alta frequência de

anticorpos específicos observada entre as aves da região estudada atenta para o risco potencial

de transmissão da toxoplasmose para o homem.

Palavras-chave: toxoplasmose, testes sorológicos, soroprevalência, Gallus gallus domesticus

ix

ABSTRACT

Toxoplasmosis is a zoonosis caused by Toxoplasma gondii, a protozoan that has a

cosmopolitan geographic distribution and low host specificity. Usually a benign and self-

limiting, infection can manifest itself in a severe systemic becoming overwhelming in fetuses

and patients with immunosuppression. Domestic fowl are considered one of the most

important hosts in the epidemiology of toxoplasmosis, since they are potential sources of

infection for humans, in addition to playing the role of important indicators of environmental

contamination by oocysts of T. gondii. We studied the prevalence of infection by the

protozoan in chickens of different breeding systems mesoregions from the states of Rio

Grande do Norte and Paraiba: broilers from commercial farms (200/PB) and free-range

chickens of small farms (322/RN and PB). Were standardized IFAT and ELISA techniques

for detecting specific antibodies in blood samples of birds, and commercial kit was used to

determine the prevalence by IHAT. There was no seropositive reaction by T. gondii in the

samples of broilers tested, indicating that the particularities of intensive management limit the

chances of infection for these animals. Among the hens, the frequency of IgG anti-T. gondii

diagnosed by the techniques of IHAT, IFAT and ELISA, respectively, were 3.73% (12/322),

37.88% (122/322) and 40.37% (130/322), for both young and adult animals. Amongst the

seropositive samples by IFAT, 33 (27.05%) were positive at a dilution of 1:16, in 1:32, 31

(25.41%), in 1:64, 24 (19.67%), 15 (12.29%) in 1:128, and 19 presented titer greater than or

equal to 1:256 (15.57%). The evaluation of the presence of anti-T. gondii should be careful,

and reagents IHAT provided erratic results in this measure for the specie studied. This

suggests the need for own standardization of the kit before the use in epidemiological studies

in animal species. On the other hand, substantial agreement observed between IFAT and

ELISA techniques (Kappa = 0.62) enables these methods as effective methodologies for the

diagnosis of toxoplasmosis in chickens. The high prevalence of specific antibodies among

poultry in the region studied attempts to the potential risk of transmission of toxoplasmosis to

humans.

Keywords: toxoplasmosis, serological tests, seroprevalence, Gallus gallus domesticus.

x

LISTA DE TABELAS

Frequência de galinhas soropositivas para Toxoplasma gondii através de diferentes técnicas sorológicas e total de animais avaliados em vários estudos epidemiológicos realizados no Brasil...................................................................................................................

Frequência de anticorpos anti-Toxoplasma gondii em soros de galinhas caipira naturalmente infectadas, estratificada de acordo com o município de origem de cada amostra......................................................................................................................................

Frequência de anticorpos anti-Toxoplasma gondii em soros de galinhas caipira naturalmente infectadas, estratificada de acordo com a mesorregião de origem de cada amostra......................................................................................................................................

Frequência de anticorpos anti-Toxoplasma gondii em soros de galinhas caipira naturalmente infectadas, estratificada de acordo com o estado de origem de cada amostra......................................................................................................................................

Frequência de anticorpos anti-Toxoplasma gondii em soros de galinhas caipira naturalmente infectadas, estratificada de acordo com a idade e o gênero de cada animal......

Titulação de anticorpos anti-Toxoplasma gondii e sua porcentagem, em soros de galinhas caipira naturalmente infectadas e reagentes pela RIFI, distribuídos de acordo com o município de coleta...................................................................................................................

Características das pequenas propriedades rurais avaliadas, em relação às instalações e práticas de manejo nas criações extensivas de galinhas domésticas, e sua ocorrência..................................................................................................................................

Avaliação da concordância observada, copositividade, conegatividade e do índice Kappa entre as técnicas sorológicas RIFI e ELISA em 322 soros de galinhas caipira..

TABELA 1

TABELA 2

TABELA 3

TABELA 4

TABELA 5

TABELA 6

TABELA 7

TABELA 8

20

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41

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xi

LISTA DE FIGURAS

Ciclo de vida evidenciando as fases e o modo de transmissão do Toxoplasma gondii. As imagens a, b e c correspodem, respectivamente, a: oocisto não esporulado, vacúolo com oito parasitos haplóides e cisto tecidual no cérebro de um camundongo.........................

Mapa do Estado do Rio Grande do Norte com suas Mesorregiões, mostrando, em destaque, a distribuição geográfica dos municípios potiguares alvo do estudo.................

Mapa do Estado da Paraíba com suas Mesorregiões, mostrando, em destaque, a distribuição geográfica dos municípios paraibanos alvo do estudo.........................................

Distribuição dos tipos climáticos, temperatura média, precipitação anual e umidade relativa na área territorial dos Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba. A pesquisa de anticorpos anti-T. gondii em galinhas caipira ocorreu nos municípios em destaque..........

Padrões de fluorescência utilizados para a interpretação dos resultados da RIFI: a. (+) amostra reagente, b. (–) amostra não reagente, com ausência de fluorescência, c. (– ap.) amostra não reagente, com fluorescência apical......................................................................

Determinação da concentração ótima de conjugado (1:4000, 1:8000 e 1:12000) e diluição de soros (1:50, 1:100 e 1:200) para a utilização no ELISA.......................................

Dados representativos dos valores de índice de reatividade (IR) de cada amostra de galinha caipira adulta avaliada, pelo ELISA, agrupados de acordo com as amostras positivas ou negativas pela RIFI. Os pontos em vermelho representam as amostras positivas detectadas pelo HAI................................................................................................................

Análise de correspondência entre amostras de galinhas caipira positivas e negativas, de acordo com o município de origem e a técnica sorológica empregada. Amostras positivas e negativas estão representadas pelos símbolos (+) e (●), respectivamente..............

FIGURA 1

FIGURA 2

FIGURA 3

FIGURA 4

FIGURA 5

FIGURA 6

FIGURA 7

FIGURA 8

13

30

30

31

34 38

42

45

xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIDS - Síndrome da imunodeficiência adquirida DT - Dye test: teste do corante ELISA - Enzyme Linked Immunosorbent Assay: teste imunoenzimático g - giros HIV - vírus da imunodeficiência humana HAI - Teste de hemaglutinação indireta H2O2 - Água oxigenada H2SO4 - Ácido sulfúrico IC - Intervalo de confiança ICB - Instituto de Ciências Biológicas IgG - Imunoglobulina G IgM - Imunoglobulina M IR - Índice de reatividade LAT - Teste de aglutinação em látex M - molar MAD - Teste de aglutinação direta MAT - Teste de aglutinação modificado mL - mililitro mm - milímetro PBS - Solução de fosfato tamponada PBS-T - Solução de fosfato tamponada Tween 20 RIFI - Reação de Imunofluorescência Indireta SST - solução salina contendo Tween 20 a 0,05% µg - micrograma µL - microlitro

13

1 INTRODUÇÃO

1.1 Biologia e transmissão de Toxoplasma gondii

A toxoplasmose é uma antropozoonose causada pelo protozoário Toxoplasma gondii,

parasito intracelular obrigatório pertencente ao Filo Apicomplexa, Classe Sporozoea, Sub-

classe Coccidia, Ordem Eucoccidiida, Sub-ordem Eimeriina, Familia Sarcocystidae e Sub-

familia Toxoplasmatinae (LEVINE et al., 1980). Trata-se de um protozoário com capacidade

de infectar células nucleadas de uma ampla variedade de mamíferos e aves, além de culturas

primárias de células de peixes e insetos (MINEO; KASPER, 1994). Apresenta uma

distribuição geográfica cosmopolita, com altas taxas de infecção em humanos. Estima-se que

um terço da população mundial já tenha sido exposto a T. gondii (LIESENFELD, 2002).

A primeira descrição da espécie foi realizada por Alfonso Splendore (1909 apud COX,

2002) em 1908 no Brasil, que relatou a presença do protozoário parasitando coelhos de

laboratório. No mesmo ano, os parasitologistas franceses Charles Nicolle e Louis Hebert

Manceaux (1908 apud COX, 2002) o isolaram de um roedor africano (Ctenodactylus gondii),

no Instituto Pasteur da Tunísia. Inicialmente denominado Leishmania gondii, por sua

similaridade com protozoários do gênero Leishmania, a adequação de sua nomenclatura só

ocorreu no ano seguinte (Nicolle e Manceaux, 1909).

O ciclo biológico de T. gondii foi somente elucidado após mais de 50 anos do primeiro

relato do seu encontro. No final da década de 1960, a análise do material fecal de gatos

possibilitou a descoberta de uma forma evolutiva do protozoário, capaz de induzir a infecção

de outros mamíferos e aves através da sua ingestão. Seu ciclo coccidiano foi elucidado na

década de 1970, quando foram encontrados estágios sexuais de T. gondii no intestino delgado

de gatos (FRENKEL et al., 1970; DUBEY; BEATTIE, 1988). Atualmente, sabe-se que seu

ciclo de vida é dividido entre infecções felinas e não-felinas, que estão correlacionadas com

replicação sexuada e assexuada, respectivamente (BLACK; BOOTHROYD, 2000).

Trata-se, portanto, de um parasito com ciclo de vida heteroxeno facultativo, no qual os

animais da família Felidae são os únicos que atuam como hospedeiros definitivos, enquanto

que demais animais homeotérmicos comportam-se como os seus hospedeiros intermediários.

Todos estão susceptíveis à infecção por T. gondii por meio dos três estágios infectivos do

protozoário: taquizoíto, bradizoíto (em cistos teciduais) e esporozoíto (no interior de oocistos)

(DUBEY, 1986).

14

Na fase assexuada da infecção, após a ingestão pelo hospedeiro, a parede externa de

cistos ou oocistos é rompida pela ação de enzimas proteolíticas e as formas infectantes

(bradizoítos ou esporozoítos) são liberadas no lúmen intestinal (TENTER et al., 2000). No

intestino, elas penetram ativamente nas células epiteliais iniciando a multiplicação do parasito

por endodiogenia, originando os taquizoítos. A célula hospedeira é lisada quando não mais

suporta as sucessivas divisões do protozoário (DUBEY et al., 1998). O parasito é, então,

disseminado no organismo do hospedeiro via circulação sanguínea e linfática. A taxa de

invasão e crescimento dos taquizoítos é variável de acordo com a virulência da cepa de T.

gondii envolvida na infecção (APPLEFORD; SMITH, 1997). Esse período inicial caracteriza

a fase aguda da infecção. Com o desenvolvimento da imunidade, o hospedeiro inicia uma

resposta que atua diretamente sobre a multiplicação dos taquizoítos, os quais passam a

dividir-se mais lentamente, sendo então denominados de bradizoítos (FRENKEL, 1988).

Inicia-se, desta forma, uma segunda fase de multiplicação do parasito, que resulta na

formação de cistos teciduais e no estabelecimento de uma infecção crônica. Estes cistos são

encontrados em tecido neural e muscular, principalmente em cérebro, olhos, músculos

esqueléticos e cardíacos, podendo também se desenvolver em vísceras, incluindo pulmão,

fígado e rins (DUBEY, 1986). Segundo Dubey e colaboradores (1998), apesar de a fase

crônica persistir por toda a vida do hospedeiro, os cistos teciduais podem romper-se

periodicamente, com invasão de novas células e formação de novos cistos.

A fase sexuada de desenvolvimento do parasito ocorre no intestino delgado dos

hospedeiros definitivos. Quando há a ingestão de bradizoítos ou oocistos por um felino, os

taquizoítos ou esporozoítos liberados destas formas infectantes penetram nas células epiteliais

do intestino delgado e se multiplicam de forma eficiente por meio de numerosos ciclos

sexuais e assexuais (DUBEY, 2008; BLACK; BLOOTHROYD, 2000). O ciclo enteroepitelial

da reprodução sexuada origina esquizontes que liberam merozoítos, que por sua vez originam

as formas sexuadas denominadas gametócitos. Os gametócitos dão origem aos gametas

masculinos, que são móveis e flagelados, e saem da célula hospedeira para fecundar os

gametas femininos, também formados a partir dos gametócitos, que permanecem no interior

da célula. Após a fecundação, ocorre a formação do zigoto que é envolto por uma parede

resistente originando o oocisto (DUBEY, 1986). O oocisto não esporulado é liberado junto

com as fezes para o meio ambiente. Em contato com a atmosfera ocorre a esporogonia e o

oocisto se torna infectante, contendo dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos.

Esta etapa ocorre em um período de 1 a 5 dias após a excreção, dependendo das condições

15

ambientais (DUBEY, 1986). O modelo esquemático do ciclo biológico de T. gondii pode ser

observado na Figura 1.

Figura 1. Ciclo de vida evidenciando as fases e o modo de transmissão de Toxoplasma gondii. As imagens a, b e c correspodem, respectivamente, a: oocisto não esporulado, vacúolo com oito parasitos haplóides e cisto tecidual no cérebro de um camundongo. Fonte: Coura (2005); Sibley; Ajioka (2008).

As vias primárias de transmissão de T. gondii são três, todas com importância

epidemiológica: (1) horizontal, através da ingestão de oocistos esporulados no ambiente; (2)

horizontal, mediante a ingestão de cistos teciduais contidos em carne crua ou mal cozida; e (3)

vertical, pela transmissão transplacentária por taquizoítos (TENTER et al., 2000). A infecção

pode ocorrer, também, por outros meios de transmissão, como ingestão de leite cru,

transplante de órgãos, transfusão sanguínea ou, ainda, acidentes laboratoriais (HILL;

DUBEY, 2002).

Normalmente, T. gondii parasita o hospedeiro sem produzir sinais clínicos, contudo, em

alguns casos, o protozoário pode causar doença grave, principalmente quando ocorre a

transmissão congênita e em reativação de infecções latentes em indivíduos imunossuprimidos.

A infecção primária na gestação tem sido responsabilizada pela ocorrência de abortos,

debilidade e mortalidade neonatal, tanto no homem como em outros animais, sendo essa uma

16

das principais causas de perda em rebanhos de animais de produção (DUBEY et al., 1980;

DUBEY; BEATTIE, 1988; FREYRE et al., 1999; DUNCANSON et al., 2001;

WEISSMANN, 2003). Em indivíduos imunossuprimidos, essa parasitose tem sido relatada

como séria infecção oportunista e, atualmente, é considerada re-emergente. Estima-se que

25% dos indivíduos que apresentam co-infecção HIV/T. gondii desenvolvem toxoplasmose

encefálica (TENTER et al., 2000; BOPHALE, 2003; GROSS et al., 2004).

1.2 Aspectos epidemiológicos da toxoplasmose em humanos

A infecção por T. gondii encontra-se amplamente disseminada entre os seres humanos

nas diversas regiões do mundo. Estima-se que nos Estados Unidos e no Reino Unido a

prevalência da infecção atinja percentuais entre 16% e 40% da população, enquanto que nas

Américas Central e do Sul e Europa continental esse índice pode ser ainda superior, variando

entre 50% e 80% (HILL; DUBEY, 2002). No Brasil, o parasito infecta cerca de 60% da

população adulta (GUIMARÃES et al., 1993). Em algumas áreas, essa predominância

sorológica pode variar, de 50% a 80% da população. Vários inquéritos realizados no Brasil

reafirmam essa alta prevalência do indivíduo sororreagente (FOCACCIA et al., 1982).

Em estudo realizado na cidade de Recife, no Estado de Pernambuco, foi encontrada

uma prevalência de anticorpos anti-T. gondii de 79% em doadores de sangue (COELHO et al.,

2003). Da mesma forma, em um estudo realizado no Estado de Minas Gerais foi encontrada

uma soroprevalência próxima a 50% nos 499 indivíduos envolvidos (PORTELA et al., 2004).

Além destes, foram conduzidos exames sorológicos para a detecção da imunoglobulina anti-T.

gondii em grupos da população de Fortaleza (CE), encontrando 22,8% de soropositividade

entre pré-escolares, e 58,4% e 71,5% em estudantes e puérperas, respectivamente (REY;

RAMALHO, 1999). Avaliando a prevalência da infecção em gestantes do município de Natal

(RN), Barbosa et al. (2009) constataram que 66,3% das 190 grávidas participantes do estudo

eram sororreagentes para T. gondii.

Essas discrepâncias observadas na soroprevalência desta infecção relacionam-se a

fatores geográficos, climáticos, ocupacionais e hábitos alimentares (TENTER et al., 2000;

CONTRERAS et al., 1996; FOCCACIA et al., 1982). É importante ressaltar que os crescentes

níveis de soropositividade que ocorrem com o aumento da idade e com o baixo status

socioeconômico dos indivíduos são características relevantes na epidemiologia da

toxoplasmose (TENTER et al., 2000; SOUZA et al., 1987). Deste modo, conhecer as

particularidades do cotidiano, do comportamento, bem como as práticas culturais de uma

17

população é essencial e vital para compreender a distribuição da toxoplasmose entre seus

moradores (CAVALCANTE et al., 2006).

Além dos fatores supracitados, a variabilidade da frequência da infecção também pode

estar ligada à procedência urbana ou rural da população-alvo (CONTRERAS et al., 1996),

sobretudo devido à existência de fatores associados à infecção intrínsecos ao ambiente rural, o

que pode resultar em elevadas prevalências sorológicas nessas populações humanas. A alta

migração populacional e as modificações ambientais importantes, principalmente em

assentamentos rurais, bem como o contato frequente com fontes de infecção e hábitos

culturais dessas populações intensificam a hipótese de que ambientes rurais podem se tornar

áreas de importância epidemiológica para T. gondii (GARCIA; NAVARRO, 1995;

MARQUES et al., 2009).

Diversos estudos reinteram o fato de que a toxoplasmose tem se mostrado relevante no

meio rural, em populações humanas. Levantamentos epidemiológicos têm evidenciado

prevalências altas de anticorpos nesse ambiente, variando de 66% a 79,4% (BARROS et al.,

1993; GARCIA; NAVARRO, 1995; CAVALCANTE et al., 2006; MARQUES et al., 2009).

Essa elevada taxa de infecção em humanos pode estar diretamente relacionada à infecção em

animais de produção e/ou domésticos, com os quais é comum uma relação estreita em

comunidades rurais. Já foi relatada uma correlação entre a existência de títulos positivos de

anticorpos para T. gondii em soro de seres humanos e cães, sugerindo uma via de transmissão

comum para ambas as espécies, em função dos hábitos alimentares carnívoros (ULON;

MARDER, 1990; GARCIA et al., 1999).

De um modo geral, a alta infectividade de T. gondii, demonstrada pelos dados

epidemiológicos de prevalência da infecção, contrasta com a sua baixa patogenicidade,

considerando-se a abrangência cosmopolita da toxoplasmose em relação à ocorrência de casos

clínicos graves. A existência de numerosas cepas de diferentes graus de virulência isoladas de

humanos e animais infectados também deve ser observada (AMATO NETO et al., 1982).

1.3 Toxoplasmose em aves, com ênfase na infecção em Gallus gallus domesticus

A natureza versátil de T. gondii tem sido bem documentada (DRESSEN, 1990). Quase

todas as espécies de animais são susceptíveis à infecção pelo protozoário e existem variadas

taxas de soropositividade e sinais clínicos de toxoplasmose em diferentes hospedeiros

(DUBEY; BEATTIE, 1988). Diversas espécies de aves domésticas e silvestres apresentam

evidência sorológica positiva para T. gondii, a exemplo de anseriformes (patos),

18

accipitriformes (gaviões, abrutes, urubus e falcões), galiformes (perdizes, faisões, perus e

galinhas), gruiformes (carquejas), charadriiformes (gaivotas e andorinhas), columbiformes

(pombos e rolas), strigiformes (corujas) e passeriformes (pardais) (DUBEY, 2002).

A infecção de aves por T. gondii tem sido observada desde 1911, quando parasitos

semelhantes ao Toxoplasma foram observados por Carini (1911) em lâminas preparadas a

partir de fígado e baço de um pombo. Inicialmente, esses parasitos encontrados em aves

foram denominados de T. columbae (YAKIMOFF; KOHL-YAKIMOFF, 1912), T. avium

(MARULLAZ, 1913), T. fulicae (DE MELLO, 1935), de acordo com o hospedeiro

comprometido. Posteriormente, Levine (1977) designou todas as espécies de Toxoplasma que

acometiam aves como sinônimos de T. gondii.

Estudos sorológicos em aves e isolamento de T. gondii a partir de tecidos de aves por

bioensaios em camundongos e gatos têm sido relatados em diversos países. Essas aves são

oriundas de zoológicos (LITERAK et al., 1992; ZHANG et al., 2000; DUBEY et al., 2001;

DUBEY et al., 2009), criatórios particulares (DUBEY et al., 2004c; DUBEY et al., 2007c;

LEITE et al., 2007) e aves de vida livre (DUBEY et al., 1992; QUIST et al., 1995; WORK et

al., 2000; DUBEY et al., 2003b). Algumas espécies de aves são resistentes à infecção por T.

gondii, porém outras podem desenvolver sintomatologia da doença. Em 2000, dois gansos

foram a óbito por toxoplasmose disseminada, apresentando cistos do parasito em fígado, baço

e ureter, além de lesões significativas em outros órgãos (DUBEY et al., 2001). Taquizoítos de

T. gondii foram encontrados, através de imunohistoquímica, no miocárdio de uma águia, que

veio a óbito por miocardite necrosante (SZABO et al., 2004). Pombos naturalmente infectados

com T. gondii apresentaram quadros clínicos de anorexia, prostração e emagrecimento,

culminando em convulsões e morte (CARINI, 1911).

Outro aspecto importante relacionado à prevalência da infecção pelo protozoário em aves

é o papel que esses animais desempenham na transmissão de T. gondii aos carnívoros,

comportando-se como reservatórios da doença. Deste modo, galinhas domésticas (Gallus

gallus domesticus) podem desempenhar um papel importante na epidemiologia da

toxoplasmose. Vários estudos (CAMARGO et al., 1995; CAVALCANTI et al., 2006;

DUBEY et al., 2003d; DUBEY et al., 2006a) indicam o papel dessas aves como fonte de

infecção direta para humanos, em especial aqueles que mantêm contato estreito com as

criações domésticas, uma vez que essa relação pode estar associada ao aumento da

oportunidade de adquirir a infecção por meio de consumo da carne e/ou ovos parasitados.

Essa espécie também assume importância significativa no ciclo de vida de T. gondii, uma vez

19

que é considerada, juntamente com outras aves e pequenos roedores, importante fonte de

cistos desses protozoários para os gatos domésticos, devido ao hábito predatório desses

felinos (DUBEY; FRENKEL, 1998).

O interesse na detecção da prevalência de infecção por T. gondii em galinhas domésticas

está relacionado, do mesmo modo, à contaminação ambiental. Estes animais têm o hábito de

se alimentar diretamente do solo e o resultado dessa atividade seria sua infecção pela ingestão

de oocistos esporulados. As galinhas caipiras usualmente se alimentam de restos de comida

fornecida pelos próprios criadores e também têm hábito de predar, eventualmente, pequenos

roedores, ocasião pela qual podem se infectar por cistos teciduais. Em conjunto, essas

características comportamentais, aliada a alta susceptibilidade desse hospedeiro ao

protozoário, tornam esses animais importantes indicadores epidemiológicos do agente no

meio ambiente (DEVADA et al., 1998). Dessa forma, galinhas domésticas são utilizadas

como animais sentinelas em regiões de alta prevalência de infecção humana (DA SILVA et

al., 2003).

Estudos sobre infecções por T. gondii em galinhas têm recebido grande atenção em

diversas regiões do mundo, incluindo o Brasil (DUBEY, 2010). Diversos trabalhos têm

relatado a soroprevalência para o parasito nessas aves em diferentes continentes (DUBEY et

al., 2003a,b,c,d,e; SREEKUMAR et al., 2003; DUBEY et al., 2004a; DUBEY et al., 2008).

No Brasil, galinhas soropositivas para T. gondii têm sido observadas em diferentes regiões do

país, conforme sumarizado na Tabela 1.

20

ESTADO BRASILEIRO Nº DE AVES AVALIADAS

MÉTODO DE DIAGNÓSTICO A

PONTO DE CORTE

FREQUÊNCIA DE INFECÇÃO

REFERÊNCIA

Amazonas 17 HAI 1:16 41,2% Ferraroni; Marzochi (1980)

Pará 34 MAT 1:10 58,8% Dubey et al. (2007)b

Pará* 300 MAT 1:5 0,33% Barbosa (2007)

Rondônia 50 MAT 1:5 66% Dubey et al. (2006)a

Pernambuco

(Fernando de Noronha) 50 MAT 1:5 84% Dubey et al. (2010)

Bahia 200 RIFI 1:16 25% Costa et al. (2008)

Bahia+ 200 RIFI 1:16 3% Costa et al. (2008)

Estados nordestinos (MA,

CE, RN, PE, AL, SE, BA) 152 MAT 1:5 53,3% de Oliveira et al. (2009)

Mato Grosso do Sul 195 MAD 1:25 22,8% Marques et al. (2009)

Mato Grosso do Sul 40 MAT 1:5 67,5% Silveira (2009)

Espírito Santo 510 MAT 1:5 38,8% Beltrame et al. (2012)

Espírito Santo 510 HAI 1:16 40,4% Beltrame et al. (2012)

Minas Gerais 28 RIFI 1:16 53,6% Brandão et al. (2006)

Minas Gerais* 50 RIFI 1:16 0 Brandão et al. (2006)

Rio de Janeiro 198 MAT 1:10 65,1% da Silva et al. (2003)

Rio de Janeiro 316 RIFI 1:16 47,8% Bonna et al. (2006)

Rio de Janeiro 88 RIFI 1:16 70,5% Boechat et al. (2011)

São Paulo 82 MAT 1:10 40,2% Dubey et al. (2002)

São Paulo* 182 ELISA 1:100 0 Meireles et al. (2003)

Paraná 40 MAT 1:5 40% Dubey et al. (2003)d

Paraná 155 RIFI 1:16 10,3% Garcia et al. (2000)

Santa Catarina 128 HAI 1:64 17,1% Perdoncini et al. (2010)

Santa Catarina* 41 HAI não informado 4,8% Frigotto et al. (2011)

Rio Grande do Sul 50 MAT 1:10 38% Dubey et al. (2007)b

Rio Grande do Sul* 500 HAI 1:64 2,8% Araújo et al. (1989)

Tabela 1. Frequência de galinhas soropositivas para Toxoplasma gondii através de diferentes técnicas sorológicas e total de animais avaliados em vários estudos epidemiológicos realizados no Brasil

*frangos de corte de granjas comerciais +galinhas poedeiras de granjas comerciais A MAT: teste de aglutinação modificado / HAI: teste de hemaglutinação indireta / RIFI: reação de imunofluorescência indireta / MAD: teste de aglutinação direta

21

O papel das criações de galinhas em escala industrial na transmissão toxoplásmica para

humanos é de pequena importância, devido ao sistema de criação ser rápido e não permitir o

contato com felinos, porém, contrasta com a criação doméstica em pequena escala, em que as

aves permanecem durante anos convivendo no mesmo ecossistema (ARAUJO et al., 1989;

LITERAK; HEJLICEK, 1993). Embora frangos criados em sistema intensivo aparentemente

não ofereçam grandes riscos para a contaminação humana pela ingestão de cistos teciduais de

T. gondii, é importante a adoção de investigação sorológica em frangos criados em “fundo de

quintal” ou em escala industrial como medida preventiva contra o risco de contaminação

(BARBOSA, 2007).

A infecção por T. gondii em galinhas domésticas desperta interesse em outras áreas,

envolvendo aspectos clínicos e econômicos. Assim como em outras espécies de aves, a

sintomatologia da toxoplasmose em galinhas naturalmente infectadas varia de total abstenção

de sinais clínicos a sintomas como: febre, espasmos, paralisia, cegueira e morte (ERICHSEN;

HARBOE, 1953). Em um estudo com galinhas poedeiras e pombas experimentalmente

infectadas com o parasito, Biancifiori et al. (1986) observaram a suspensão temporária da

postura e morte de embriões, durante as duas primeiras semanas pós-inoculação, e sinais

clínicos como diarreia, incoordenação, espasmos, hepatomegalia, esplenomegalia, cegueira e

altas taxas de mortalidade. A ocorrência de diarreia grave em galinhas experimentalmente

infectadas também foi relatada por Bonapaz (2010). Como sugerem os autores, a morte e

atrofia de neurônios do sistema nervoso entérico das aves podem estar envolvidas no

desenvolvimento desse sinal clínico, seja pela ação direta do protozoário ou indiretamente

pela modulação de mediadores químicos atuando na resposta imune à infecção. Foi

observada, ainda, a presença de infiltrados inflamatórios na túnica mucosa, o que pode ser

considerada um processo chave na contenção do parasito (BLISS et al., 2001).

Em infecções experimentais com T. gondii em frangos de corte, foram isolados cistos

do parasita em vários órgãos, mesmo esses animais não apresentando nenhum sinal clínico de

toxoplasmose. Neste trabalho, o autor alerta sobre a real possibilidade de transmissão desse

agente para o homem, pela presença de cistos no coração e musculatura esquelética

(KANETO et al., 1997). Da mesma forma, Dubey et al. (1993)b, através de inoculações

experimentais de T. gondii em galinhas, observaram a formação de cistos teciduais em

cérebro, coração e musculatura esquelética, bem como confirmaram que estas aves podem

desenvolver anticorpos específicos para T. gondii.

22

1.4 Diagnóstico da toxoplasmose

O diagnóstico laboratorial da toxoplasmose é necessário e adquire grande importância, na

medida em que a doença pode se manifestar nas mais variadas formas e situações, e com

quadros clínicos que podem facilmente ser confundidos com outras enfermidades infecciosas,

dificultando a tomada de medidas específicas de tratamento e controle (VIDOTTO et al.,

1992; CANTOS et al., 2000).

A demonstração da presença de T. gondii no hospedeiro, ou o isolamento dos parasitos

mediante inoculação do material suspeito em animais de laboratório, constituem as principais

técnicas parasitológicas de diagnóstico (REY, 2001). Entretanto, tais técnicas apresentam

sérias limitações, como diferença na susceptibilidade dos animais a diferentes cepas e

necessidade de longo tempo para confirmação do diagnóstico, além de dificuldades técnicas

impedindo sua ampla aplicação, como o alto custo. Devido às limitações e dificuldades

inerentes às técnicas parasitárias, os métodos sorológicos são os mais comumente utilizados

para o diagnóstico da infecção por T. gondii (VITALIANO, 2007).

T. gondii estimula uma forte e persistente resposta humoral em todos os hospedeiros, seja

nos casos de infecção assintomática ou na presença de manifestações clínicas (FRENKEL et

al., 1991). A pesquisa de anticorpos específicos, portanto, constitui um meio eficiente de

diagnóstico. Como resposta à infecção, anticorpos da classe IgM são preponderantes no início

da resposta imune à maioria dos antígenos, dando lugar a IgG, a medida que a resposta se

torna mais efetiva (GOODMAN, 1991).

Diversos testes sorológicos têm sido propostos para determinar a presença desses

anticorpos no homem e em diversas espécies animais (TENTER et al., 2000). A primeira

reação desenvolvida para detectar anticorpos específicos anti-T. gondii foi a de Sabin-

Feldman, ou o clássico teste do corante (dye test), criada em 1948. Recentemente ainda é

considerado um teste de referência para a toxoplasmose, com taxas altas de sensibilidade e

especificidade para humanos (REITER-OWONA et al., 1999). Entretanto, o uso deste teste

em aves não é aconselhável pelo fato de ocorrência de falsos negativos (RUIZ; FRENKEL,

1980). Atualmente esse método está em desuso, pela maior sensibilidade de outros testes

sorológicos de mais fácil execução e de aplicabilidade mais generalizada, em como a reação

de imunofluorescência indireta (REITER-OWONA et al., 1999).

A reação de hemaglutinação indireta (HAI) foi descrita pela primeira vez para a detecção

da toxoplasmose por Jacobs e Lund (1957) como uma técnica que revela constituintes

citoplasmáticos de origem protéica. Trata-se de um teste de simples execução, o qual fornece

23

resultados em curto prazo e de custo reduzido (MAROBIN et al., 2004). É capaz de avaliar

anticorpos que persistem por anos, mas aparecem mais tardiamente, por esse motivo não é

indicada para diagnóstico de toxoplasmose aguda, mas sim como triagem da infecção.

Apresenta alta sensibilidade e facilidade na execução e, portanto, é considerado um excelente

método de diagnóstico (FIALHO; ARAÚJO, 2002). Tem sido muito utilizada em estudos

epidemiológicos em diversas espécies de animais domésticos e de produção como suínos,

caprinos, ovinos, cães e gatos (SILVA et al., 2002; FIALHO; ARAÚJO, 2003), além de ser

amplamente utilizada em aves silvestres (PARENTI et al., 1986; GHORBANI et al., 1990;

MUSHI et al., 2001; MAROBIN et al., 2004).

O teste de aglutinação modificado (MAT) foi considerado por diversos autores como uma

técnica sorológica de alta sensibilidade e especificidade, capaz de detectar maiores títulos de

anticorpos para T. gondii que outros testes sorológicos, como dye test, aglutinação em látex e

hemaglutinação indireta (DESMONTS; REMINGTON, 1980; DUBEY; THULLIEZ, 1989).

É amplamente utilizado na detecção de infecção por T. gondii em diversas espécies de

animais silvestres, bem como em galinhas domésticas (KIRKPATRICK et al., 1990;

VALENTINI et al., 2004; PATITUCCI et al., 2006; SILVA et al., 2007; DUBEY, 2010).

Com o advento de técnicas de marcação de antígenos e anticorpos, as reações de

imunofluorescência indireta (RIFI) e imunoenzimática (ELISA) assumiram importante papel

no diagnóstico da infecção por T. gondii, principalmente com a possibilidade de se determinar

anticorpos de vários isotipos diferentes em função do conjugado utilizado (CAMARGO et al.,

1978). A RIFI é uma técnica de aceitação mundial, já que pode ser utilizada para

diagnósticos, inquéritos e levantamentos epidemiológicos por ter alta sensibilidade e ser de

fácil realização. Apresenta como inconveniente a necessidade de utilizar um microscópio de

epi-fluorescência (SILVA et al., 2002).

As reações imunoenzimáticas são provavelmente as mais utilizadas atualmente em

ensaios imunológicos e têm sido consideradas altamente sensíveis como os métodos

sorológicos. ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay), introduzido por VOLLER et al.

(1976), baseia-se na reação de soros testes com antígenos, mediante sensibilização de placas

de microtitulação. O anticorpo ligado é demonstrado pela adição de anti-imunoglobulina

marcada com enzima seguido por ensaio da reação da enzima que reage com seu substrato.

Esta técnica além de apresentar alta sensibilidade e especificidade, possibilita trabalhar com

quantidades variadas de amostras. A maior desvantagem do ELISA é a necessidade de

espectrofotômetro de placa para leitura objetiva da reação (VITALIANO, 2007).

24

Dubey et al. (1993a,c; 1994a,b; 1995) examinaram soros de aves de diferentes espécies

por diferentes técnicas sorológicas: MAT, LAT (teste de aglutinação em látex), DT (dye test),

ELISA, RIFI e HAI. Foram realizadas coletas de amostras sorológicas das aves antes e após

terem sido infectadas por oocistos de T. gondii. Observaram que anticorpos anti-T. gondii não

foram detectados pelo DT em nenhuma das espécies de aves utilizadas. HAI e LAT foram

inferiores ao MAT, o qual detectou mais precocemente os anticorpos e com mais altos títulos.

ELISA mostrou-se eficaz na detecção de anticorpos de perus e galinhas, não tendo sido

testado em outras aves e RIFI também mostrou bons resultados em soros de aves galináceas.

1.5 Produção avícola – situação das criações de frangos de corte e galinhas no Brasil

A produção e o consumo de carne de frango no Brasil têm aumentado consideravelmente

ao longo dos últimos 40 anos, favorecidos pela aceitação, por parte do mercado consumidor,

de uma proteína animal mais acessível, atributo fundamental no momento da compra. Tal

característica, aliada às qualidades nutricionais da carne de aves e sua diversificada oferta,

contribui para uma maior expansão em mais segmentos de mercado. Como conseqüência,

estima-se que o aumento da importância do setor e seus respectivos lucros impulsionem,

ainda mais, o crescimento da produção avícola, dada a ótima relação preço/qualidade/produto

saudável (LIMA, 2008).

O sistema de produção avícola brasileiro destaca-se como um dos maiores no mundo, em

produção de carne de frango. No primeiro semestre de 2011, o Brasil faturou US$ 3,7 bilhões

com o envio do produto ao exterior, contabilizando um aumento de 29,9% relativo ao período

homólogo de 2010. A demanda do mercado externo foi acompanhada por um crescimento no

consumo interno, registrado em 46 kg per capita durante os seis primeiros meses de 2011.

Com base nesses dados, a expectativa para dados de produção no mesmo ano foi de 13

milhões de toneladas de carne de frango no Brasil, consolidando o país como o terceiro maior

produtor no mundo, no setor avícola (ABABEF, 2011).

O avanço da atividade no setor agropecuarista no país permitiu um desenvolvimento da

produção avícola em todo o território brasileiro. Inicialmente concentrada nas regiões Sul e

Sudeste, atualmente a produção vem se expandindo não só para as regiões fornecedoras de

matéria-prima, como também para as regiões consumidoras, o que explica em parte o seu

crescimento na região Nordeste.

A avicultura nordestina apresentou, em 2005, uma produção de 703,6 mil toneladas,

concentrada em três principais Estados: Pernambuco, Bahia e Ceará. Nos Estados do Rio

25

Grande do Norte e Paraíba, observou-se uma produção, no mesmo ano, de 26.718 e 44.987

toneladas, respectivamente, o que corresponde a aproximadamente 10% do total produzido na

região (ABABEF, 2011). Conquanto a avicultura nesses últimos Estados não se tenha ainda

adentrado ao mercado externo, já se constitui em importante fonte geradora de renda e de

emprego.

Em contrapartida ao sucesso da produção avícola industrial, a alta competitividade entre

grandes empresas (como reflexo da globalização da economia) e a produção intensiva de

frangos de corte contribuíram para o surgimento de novas tendências no consumo de carne de

aves. Observa-se uma forte demanda por carnes oriundas de sistemas de produção que

garantam a segurança alimentar (alimentação livre de gorduras animais, antibióticos e

promotores de crescimento) ou que se preocupem com o bem-estar animal. Esta tendência

está incentivando cada vez mais o consumo de produtos artesanais, oriundos de criações

extensivas.

Uma das imagens mais associadas a esse tipo de criação é o fato dos animais serem

criados livres, ou com acesso a uma área verde. A produção de aves nos criatórios de

exploração não tecnificados consiste em uma atividade agropecuária de grande relevância

para as regiões do mundo em desenvolvimento (DOLBERG, 2001). Tal atividade apresenta

um papel de destaque nos âmbitos econômico, social e cultural, uma vez que fornece fonte

proteica de alto valor biológico, alimentação para festivais especiais e oferendas para

cerimônias religiosas. Constituem, ainda, um meio natural de controle de pequenas pragas

mais eficiente, além de causarem pouco impacto ao meio ambiente e necessitarem de baixos

investimentos para instalação e manutenção das criações (MINGA et al., 2000; KITALYI,

1998).

No Brasil, essas aves domésticas são popularmente denominadas de caipira ou “galinhas

de fundo de quintal”. Esse tipo de criação é considerado uma das atividades agropecuárias

mais tradicionais no país, possuindo mais de cinco séculos de existência, com especial

destaque para a região do semiárido nordestino (ARASHIDO, 1989). Segundo ALBINO et al.

(2001), a produção de aves caipiras está aproximadamente em torno de 80% das propriedades

rurais existentes no Brasil e, em sua grande maioria, são pequenos produtores que a praticam

como forma de subsistência.

Diferentemente das criações intensivas, em que as características desejáveis para as aves

são precocidade, tamanho grande e boa conversão alimentar (visando diminuir o custo de

produção e abate) (RIZZOLI et al., 2001), as criações extensivas adotam um manejo com

26

perspectivas produtivas inferiores, embora sejam empregados custos mínimos. Nessas

criações, a população de aves é geralmente pequena, contendo cerca de 5 a 20 cabeças por

propriedade, com todas as faixas de idade representadas dentre elas (GUEYE, 1997;

ALDERS; SPRADBROWN, 2001), com ausência de práticas específicas de biosseguridade e

de intervenções reprodutivas (KITALYI, 1998; SONAIYA, 2001).

Devido ao seu maior custo de mercado, o frango oriundo de criações extensivas não

compete em escala de produção com o frango de linhagem comercial, mas em qualidade e

sabor da carne, atendendo a um segmento de mercado disposto a despender um maior

investimento por estas características de apelo ecológico (BRASIL, 1998). Segundo Moori et

al. (2007), a maioria dos consumidores brasileiros estaria disposta a pagar até 20% a mais

para adquirir o frango criado em sistema diferenciado, demonstrando o real interesse dos

consumidores por uma carne de diferentes procedência e características.

27

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Estudar a frequência de anticorpos anti-T. gondii em galinhas caipira e frangos de

corte de diferentes Mesorregiões dos Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba, por meio de

diferentes técnicas sorológicas.

2.2 Objetivos específicos

1. Estimar as frequências de galinhas soropositivas a T. gondii pelas técnicas RIFI,

ELISA e HAI;

2. Verificar diferenças nos níveis de infectividade para T. gondii entre as aves oriundas

de sistemas de criação distintos – extensivo e intensivo – de uma mesma região;

3. Avaliar a concordância entre as técnicas sorológicas RIFI, ELISA e HAI no

diagnóstico da toxoplasmose aviária.

28

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Caracterização da área de estudo

O Estado do Rio Grande do Norte tem uma extensão total de 53.077,3 km², ocupando

3,41% da Região Nordeste e aproximadamente 0,62% do território nacional. Localiza-se no

hemisfério sul ocidental, e seus pontos extremos são limitados pelos paralelos de 4˚49’53” e

6˚58’57” de latitude sul e pelos meridianos 35˚58’03” e 38˚36’12” de longitude oeste de

Greenwich. Limita-se a oeste com o Estado do Ceará, ao sul com o Estado da Paraíba, a leste

e a norte com o Oceano Atlântico, o que lhe confere uma faixa litorânea com cerca de 410 km

de extensão. No tocante às características econômica, social e política, o Estado é dividido em

quatro Mesorregiões geográficas (Figura 2): Leste Potiguar, Agreste Potiguar, Central

Potiguar e Oeste Potiguar. Quanto aos aspectos físico-ambientais, apresenta características de

regiões próximas à linha do Equador, com temperaturas elevadas durante todo o ano, com

uma média anual em torno de 25,5˚C, baixas amplitudes térmicas, forte insolação e altas taxas

de evaporação. O clima semiárido, predominante em cerca de 60% do território do Estado,

destaca-se pela acentuada variabilidade espacial e temporal da pluviometria e taxas negativas

de balanço hídrico. No litoral oriental e nas regiões serranas do Estado, o clima atuante é

descrito como tropical sub-úmido, com uma estação seca na primavera-verão e uma estação

chuvosa no outono-inverno. Nessas regiões, a precipitação pluviométrica média atinge o nível

de 1.400 mm/ano, contrastando com a pluviometria em torno de 400 a 600 mm por ano

predominante nas mesorregiões de clima árido e semiárido do Estado (Figura 4) (IDEMA,

2010; ANA, 2006).

Características fisiográficas semelhantes são observadas no Estado da Paraíba,

localizado ao sul do Estado do Rio Grande do Norte, na porção oriental do Nordeste

brasileiro. Encontra-se situado entre os paralelos de 6˚02’12” e 8˚19’18” de latitude sul e os

meridianos de 34˚45’54” e 38˚45’45” de longitude oeste de Greenwich. Limita-se a leste com

o Oceano Atlântico, onde está situado o ponto mais oriental das Américas, a oeste com o

Estado do Ceará, ao norte com o Estado do Rio Grande do Norte e ao sul com o Estado de

Pernambuco. Com uma área de 56.439.838 km², a Paraíba ocupa a sexta posição em extensão

territorial em relação ao Nordeste, representando 3,63% de sua área e apenas 0,66% da área

territorial brasileira. Os municípios do Estado estão divididos em quatro mesorregiões

geográficas (Figura 3): Mata Paraibana, Agreste Paraibano, Borborema e Sertão Paraibano.

As temperaturas do Estado são consideradas elevadas durante todo o ano, variando entre 20˚C

29

e 28˚C, com pequenas diferenças regionais. O Estado apresenta variações climáticas que vão

do úmido ao semiárido, com marcantes diferenças de leste para oeste, o que corresponde em

linhas gerais à transição Mata-Agreste-Sertão (Figura 4). Na região próxima ao litoral

predomina o clima tropical úmido, com chuvas de outono-inverno e estação seca durante o

verão. Seguindo para o interior, as chuvas diminuem, atingindo totais anuais entre 350 e 700

mm na faixa do Planalto da Borborema, em áreas das mesorregiões Borborema e Agreste

Paraibano. O clima semiárido é dominante nessas regiões e em grande parte da área territorial

do Estado (IDEME, 2010).

3.2 Marco amostral

Os animais analisados nesse estudo foram provenientes das Mesorregiões Oeste

Potiguar e Leste Potiguar, no Estado do Rio Grande do Norte, e Agreste Paraibano e

Borborema, no Estado da Paraíba (Figuras 2 e 3). Durante o período de novembro de 2010 a

novembro de 2011, foram coletadas amostras em 15 pequenas propriedades rurais, nos

seguintes municípios: Macaíba (n=1), Martins (n=2) e Felipe Guerra (n=4), no Rio Grande do

Norte; e Pocinhos (n=2), Gado Bravo (n=1), Boqueirão (n=1), Massaranduba (n=1),

Queimadas (n=1) e Campina Grande (n=2), na Paraíba; além de amostras provenientes de três

granjas comerciais no estado da Paraíba – municípios de Pocinhos, Soledade e Puxinanã

(Figuras 2 e 3). A seleção das propriedades alvo do estudo foi baseada na amostragem não

probabilística por conveniência, tendo em vista a ausência de listagens representativas das

criações nos Estados. Neste sentido, as propriedades rurais e granjas comerciais foram

escolhidas a partir da seleção prévia do pesquisador, obedecendo a critérios como

acessibilidade e o conhecimento de possíveis proprietários ou de pessoas que pudessem

facilitar esse contato, visando mitigar possíveis riscos relacionados a problemas técnicos.

30

Figura 2. Mapa do Estado do Rio Grande do Norte com suas Mesorregiões, mostrando, em destaque, a distribuição geográfica dos municípios potiguares alvo do estudo.

¹ pesquisa em galinhas caipira de propriedades rurais

Figura 3. Mapa do Estado da Paraíba com suas Mesorregiões, mostrando, em destaque, a distribuição geográfica dos municípios paraibanos alvo do estudo.

¹ pesquisa em galinhas caipira de propriedades rurais ² pesquisa em frangos de corte de granjas comerciais

31

Figura 4. Distribuição dos tipos climáticos, temperatura média, precipitação anual e umidade relativa na área territorial dos Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba. A pesquisa de anticorpos anti-T. gondii em galinhas caipira ocorreu nos municípios em destaque.

3.3 Obtenção e processamento das amostras de sangue

As amostras de sangue foram obtidas por meio de punção da veia braquial das aves

(aproximadamente 0,8 mL/ave). As amostras coletadas foram mantidas à temperatura

ambiente para retração do coágulo e transportadas em contêiner para o Laboratório de

32

Biologia da Malária e Toxoplasmose, no Centro de Biociências da Universidade Federal do

Rio Grande do Norte, para posterior processamento. As amostras de soro foram obtidas por

meio de centrifugação a 2500 g por 15 minutos, aliquotadas em micro tubos tipo eppendorfs e

armazenadas a -20˚C até a realização dos testes sorológicos.

3.4 Questionários

Para a obtenção de dados epidemiológicos nas criações extensivas, foram aplicados

questionários estruturados aos proprietários no momento da colheita das amostras de sangue,

abordando dados das propriedades como: fonte de água, instalações, manejo alimentar e

presença de felinos e roedores nas criações; e o gênero das aves, como dado individual de

cada animal coletado. Utilizou-se o questionário proposto por Andrade (2012) para a coleta de

dados das propriedades, o qual enfoca questões diretamente relacionadas à epidemiologia da

toxoplasmose em rebanhos de pequenos ruminantes. No sentido de selecionar, organizar e

validar as questões, alguns itens foram reformulados para que estes se adequassem às

dimensões do objeto de investigação deste trabalho. Durante a aplicação do questionário nas

primeiras visitas às propriedades rurais, algumas questões foram eliminadas e/ou

reestruturadas, de acordo com observações propostas pelos próprios inquiridos. A versão final

do questionário encontra-se no Anexo 1.

Recorreu-se ao inquérito por administração indireta, em que o próprio pesquisador o

completa a partir das respostas que lhe são fornecidas pelo inquirido. A rejeição da

possibilidade de aplicação do questionário de administração direta resultou do fato de se

considerar a necessidade de evitar dificuldades de interpretação e de preenchimento e

comprometer a veracidade da informação recolhida. A escolha do questionário estruturado e

direto como técnica de recolha da informação resultou do interesse de obter dados passíveis

de comparação. O tratamento das respostas a essas perguntas foi efetuado de modo

estritamente quantitativo e descritivo, agrupando as respostas semelhantes.

3.5 Testes sorológicos para a detecção de anticorpos IgG anti-Toxoplasma gondii

3.5.1 Teste de Hemaglutinação Indireta – HAI

Para o teste foi utilizado o kit comercial Imuno-HAI TOXO (Wama Diagnostica,

Brasil), seguindo todas as especificações do fabricante. Em cada poço de uma placa de

microtitulação de fundo “V” foram depositados 25 µL dos soros a testar, diluídos na

33

concentração de 1:32, na solução diluente fornecida. Todas as amostras, assim como os soros

controle positivo e negativo, foram testados em triplicata.

A seguir, adicionou-se 25 µL da suspensão antigênica, constituída por hemácias de

aves sensibilizadas com antígenos solúveis de T. gondii. Após leve agitação, a placa foi

incubada durante uma hora à temperatura ambiente, quando a leitura foi realizada a olho nu.

A reação foi considerada reagente quando um véu uniforme de hemácias recobriu toda a

cavidade do poço, e não reagente quando as hemácias ficaram acumuladas em sedimentos na

forma de um botão compacto no fundo do poço. Amostras indeterminadas, que se

apresentaram com um padrão diferente dos descritos acima, foram retestadas.

3.5.2 Reação de Imunofluorescência Indireta – RIFI

A RIFI foi realizada de acordo com o método descrito por Chiari et al. (1987), com

algumas modificações. Os soros foram diluídos para pesquisa de anticorpos da classe IgG

utilizando-se o fator de diluição dois a partir de 1:16 até 1:256 em PBS pH 7,2.

O antígeno foi preparado no laboratório de Toxoplasmose do Instituto de Ciências

Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB-UFMG), a partir de taquizoítos da

cepa RH de T. gondii obtidos por lavagem da cavidade peritoneal de camundongos Swiss

infectados, realizada com solução salina tamponada fosfatada (PBS) pH 7,2. O material foi

centrifugado durante 20 segundos a 800 g para separação das células do camundongo. O

sobrenadante contendo os parasitos foi coletado, sendo então adicionado de formol PA até

uma concentração de 0,5% do volume final. Após a formalização, o material foi

homogeneizado e centrifugado por 10 minutos a 800 g. Em seguida, o sobrenadante foi

descartado e o sedimento ressuspendido em PBS pH 7,2, e novamente homogeneizado e

centrifugado por 10 minutos a 1000 g. Este processo foi repetido duas vezes. A suspensão

obtida foi aplicada sobre as lâminas marcadas e os taquizoítos formolizados foram fixados por

dessecação à temperatura ambiente. Após essa etapa, as lâminas foram acondicionadas em

caixas próprias e armazenadas a temperatura de -20ºC para posterior utilização.

Para a realização dos testes, as lâminas foram retiradas do freezer e secas em

temperatura ambiente. Os soros teste diluídos foram distribuídos nas lâminas sensibilizadas,

juntamente com um soro controle positivo e dois soros controle negativos – um dos quais com

fluorescência apical, provenientes de aves infectadas naturalmente e não infectadas com T.

gondii. Soros com títulos iguais ou superiores a 1:16 foram considerados positivos, segundo

Chumpolbanchorn e colaboradores. (2009).

34

As lâminas foram então incubadas em câmara úmida por 30 minutos a 37ºC. Após a

lavagem com PBS pH 7,2 por três minutos e com água destilada, foi adicionado o conjugado

anti-IgG de galinha marcado com isotiocianato de fluoresceína (Sigma Chemical Company,

St. Luis, USA – F4137) diluído na solução de azul de Evans (1:5000 em PBS pH 7,2) mais

Tween 80 a 2%. Conforme padronização prévia, o conjugado foi utilizado na concentração de

1:4000. Para determinação da concentração ótima do conjugado, procedeu-se padronização

para a titulação do mesmo, utilizando-se soros controle positivo e negativos. O conjugado foi

testado nas diluições 1:1400, 1:1500, 1:1700, 1:1900, 1:2100, 1:2300, 1:2500, 1:2750, 1:3000,

1:3400, 1:3600 e 1:4000. Procurou-se avaliar o intervalo discriminatório em que o controle

negativo não mais se apresentava como falso-positivo, devido ao excesso de fluoresceína.

Justifica-se, dessa forma, o critério de escolha por diluições próximas entre si. A seleção da

concentração ótima baseou-se na maior diluição capaz de reproduzir o mesmo resultado do

soro de referência.

A lâmina foi novamente incubada por 30 minutos a 37ºC e a lavagem com PBS pH

7,2 por três minutos e com água destilada foi repetida. As lâminas foram então montadas com

glicerina tamponada (pH 7,2) e lamínula e, finalmente, examinadas em microscópio equipado

para fluorescência com epi-iluminação (Olympus IX70-FLA). As amostras foram

consideradas reagentes quando os taquizoítos demonstraram completa marcação fluorescente

em toda a sua membrana externa, à medida que amostras que apresentaram padrão de

fluorescência apolar ou ausência de fluorescência foram consideradas não reagentes (Figura

5). Dois avaliadores distintos realizaram a leitura da maioria das lâminas, visando corrigir

erros de subjetividade na interpretação dos resultados.

Figura 5. Padrões de fluorescência utilizados para a interpretação dos resultados da RIFI: a. (+) amostra reagente, b. (–) amostra não reagente, com ausência de fluorescência, c. (– ap.) amostra não reagente, com fluorescência apical.

a b c

35

3.5.3 Enzyme linked immunosorbent assay – ELISA

3.5.3.1 Preparo do antígeno

Para o preparo do antígeno para o ELISA foi coletado o exsudato peritoneal de

camundongos, previamente inoculados com a cepa RH de T. gondii. O material foi

centrifugado duas vezes em PBS pH 7,2 e adicionado 10 mL de PBS pH 7,2 ao sedimento

restante. Em seguida foi realizada a contagem dos parasitos em câmera hemocitométrica e a

seguir, a concentração final destes foi acertada para 1x109 taquizoítos por mL. Essa suspensão

foi processada por ultrassom em cinco ciclos de 40 hertz (em banho de gelo), durante um

minuto e com intervalos de um minuto entre cada ciclo. O rompimento dos parasitos foi

acompanhado em microscópio óptico. Após a sonicação, o material foi centrifugado a 15000

g a 4ºC durante 30 minutos. O sobrenadante foi estocado a -20ºC até o uso. A concentração de

proteínas foi determinada pelo método de Lowry (1951).

3.5.3.2 Execução da técnica

A utilização do ELISA, como técnica de eleição para realização do teste sorológico,

deve ser precedida de processo de padronização, em que as diferenças de resultados obtidos

com diferentes diluições do soro e do conjugado, entre outras variáveis, devem ser avaliadas,

a fim de se minimizar variações que possam ocorrer por ocasião da leitura. Neste estudo, o

ELISA foi executado de acordo com a técnica descrita por Voller et al. (1976), com

modificações.

Antes da realização dos ensaios nas amostras de soro a serem testadas, realizou-se uma

padronização como descrito a seguir. Microplacas de 96 orifícios com fundo chato (Sarstedt

Ltda – Alemanha) foram utilizadas para testar diferentes diluições de soro (1:50, 1:100,

1:200) e de conjugado (1:4000, 1:8000, 1:12000). Optou-se por utilizar a concentração de

antígeno (0,05µg/poço) previamente padronizada entre os testes realizados no laboratório de

Toxoplasmose (ICB-UFMG). Foram utilizados seis soros de galinhas: três referenciais

positivos e três negativos pela RIFI. Os dados absolutos de absorbância a 492 nm dos soros

positivos e negativos foram transformados em média. O “signal-to-ratio” (razão S/N) foi

calculado pela divisão da média de absorbância dos soros positivos pela média de absorbância

dos soros negativos (RAJASEKARIAH et al., 2001). Considerou-se como ponto ótimo de

padronização os valores de S/N mais elevados obtidos nas diferentes concentrações.

36

Após o processo de padronização, a técnica foi realizada de acordo com o protocolo.

Inicialmente, as placas foram sensibilizadas com 100 µL do antígeno em cada poço na

concentração de 0,05µg/poço, diluído em tampão carbonato/bicarbonato (pH 9,6), seguindo-

se incubação over night a 4ºC. No momento do uso, a solução de antígeno foi desprezada e as

placas lavadas duas vezes com solução salina contendo Tween 20 a 0,05% (SST). As placas,

em seguida, foram bloqueadas com 100 µL de tampão de bloqueio (caseína 2% diluída em

PBS pH 7,6) por cavidade e incubadas em estufa a 37ºC por 30 minutos. Após esse período, a

solução foi desprezada e as placas submetidas a duas lavagens com SST.

Os soros a serem testados foram diluídos em tampão de incubação (PBS pH 7,6,

0,25% de caseína e 0,05% de Tween 20), na diluição única de 1:100, definida por titulação

prévia, e distribuídos nos orifícios das placas, secas previamente por inversão sobre papel

absorvente. Após esse processo, as placas eram incubadas em estufa a 37ºC por 45 minutos.

Os soros foram ensaiados em duplicata, na mesma placa. Em seguida, foi realizada uma série

de quatro lavagens com SST.

Foram adicionados a cada poço da placa 100 µL de conjugado anti-IgG de galinha

marcado com peroxidase (Sigma Chemical Company, St. Luis, USA – A9046), na diluição de

1:4000 em PBS-T conforme o título previamente estabelecido. Após 45 minutos de incubação

a 37ºC, as placas foram lavadas (série de quatro lavagens com SST), seguida da adição de 100

µL do substrato (3µg de σ-phenylinediamine em 15 mL de solução de ácido cítrico e 3 µL de

H2O2 – 30 vol.).

A reação foi interrompida após 20 minutos com 30 µL de H2SO4 1:20 por orifício e a

leitura realizada em leitor de ELISA (BIO RAD Modelo 3550), com filtro de 492 nm. Foram

utilizados como brancos poços de cada placa em número de quatro, nos quais foram

adicionados todos os reagentes da reação (antígeno, conjugado e substrato), menos o soro.

O ponto de corte para o ELISA foi a média de absorbância de seis amostras de soro de

galinhas negativos para T. gondii mais três desvios padrão testados em cada placa. A média

dos soros testados em duplicata foi dividido pelo valor do ponto de corte da placa, com o

objetivo de determinar o índice de reatividade (IR). Soros com valores de IR ≥ 1 foram

considerados positivos. Para garantir a reprodutibilidade do teste e a confiabilidade dos

resultados, cada reação foi repetida por, no mínimo, três vezes para cada amostra.

37

3.6 Análise estatística

As informações coletadas nos questionários e os resultados das análises sorológicas

foram codificadas e digitadas utilizando-se o software Windows Excel versão 2007. Após a

digitação foram feitas as consistências dos dados e correções das divergências encontradas.

Para a análise dos dados, foram avaliadas a frequência de todas as variáveis e a

estimativa da prevalência da infecção por T. gondii para as técnicas sorológicas utilizadas,

com cálculos de intervalos de confiança de 95%. Para avaliar a correlação entre as

abundâncias de amostras positivas e negativas pelas três técnicas sorológicas procedeu-se a

Análise de Correspondência. Para a comparação entre a RIFI e o ELISA foi utilizado o teste

de McNemar para avaliar a igualdade entre as proporções de positividade geradas por cada

uma das técnicas. Ainda, a concordância entre as provas foi aferida pela avaliação do índice

Kappa e determinação dos valores de concordância observada, copositividade e

conegatividade, por meio de tabela de contingência 2 x 2. A comparação entre infectados e

não infectados para as variáveis relacionadas às características dos animais utilizados neste

estudo foi realizada utilizando o teste Qui-quadrado e ANOVA univariada multifatorial,

utilizando o programa MiniTab 15. Foram considerados significativos os valores de p<0,05.

38

4 RESULTADOS 4.1 Padronização do ELISA

Na figura 6, observa-se que a melhor diluição para o conjugado capaz de distinguir os

soros reativos dos não reativos testados em diferentes diluições foi a de 1:4000, visto que o

valor S/N nessa concentração foi o mais elevado entre os observados (S/N = 4,72), utilizando

soro diluído a 1:100.

Figura 6. Determinação da concentração ótima de conjugado (1:4000, 1:8000 e 1:12000) e diluição de soros (1:50, 1:100 e 1:200) para a utilização no ELISA. *Os números acima das colunas representam a razão média da absorbância dos soros positivos, pela média de absorbância dos soros negativos (razão S/N).

4.2 Características populacionais da amostra estudada

Das 322 galinhas caipiras examinadas para a presença de anticorpos anti-T. gondii, 79

(23,53%) eram procedentes de municípios (Martins e Felipe Guerra) localizados na

Mesorregião Oeste Potiguar; 76 (23,61%) do município de Macaíba, localizado na

Mesorregião Leste Potiguar; 143 (44,41%) de municípios (Campina Grande, Gado Bravo,

Massaranduba, Pocinhos e Queimadas) localizados na Mesorregião Agreste Paraibano; e,

finalmente, 24 (7,45%) do município de Boqueirão, localizado na Mesorregião Borborema. A

distribuição etária foi de 76 (23,61%) animais jovens, com aproximadamente 90 dias de

39

idade, e 246 (76,39%) animais adultos, nos quais o tempo de vida exato não pode ser

verificado. Desse total de animais adultos, 22 (8,94%) aves eram do gênero masculino e 224

(91,06%) do gênero feminino.

As 200 amostras sorológicas de frangos de corte estudadas procederam da mesma

Mesorregião – Agreste Paraibano –, concentradas em três municípios distintos: Soledade

(n=104 – 52%), Pocinhos (n=48 – 24%) e Puxinanã (n=48 – 24%). Todos os animais

analisados possuíam idade aproximada de 25 a 36 dias.

4.3 Determinação da soroprevalência da toxoplasmose aviária nas regiões estudadas

Na tabelas 2, 3 e 4 é apresentada a frequência de anticorpos anti-T. gondii em soros de

galinhas caipira naturalmente infectadas em diferentes municípios, Mesorregiões e Estados,

respectivamente, testados pela RIFI, ELISA e HAI.

¹ Intervalo de confiança IC 95%

MUNICÍPIO PROPRIEDADES ESTUDADAS

AMOSTRAS EXAMINADAS

AMOSTRAS POSITIVAS

RIFI (%) ELISA (%) HAI (%)

Boqueirão 1 24 17 (70,83) 15 (62,50) 2 (8,33)

Campina Grande 2 29 19 (65,51) 22 (75,86) 5 (17,24)

Felipe Guerra 4 49 24 (48,97) 27 (55,10) 2 (4,08)

Gado Bravo 1 4 1 (25) 1 (25) 0

Macaíba 1 76 0 0 0

Martins 2 30 16 (53,33) 13 (43,33) 0

Massaranduba 1 22 11 (50) 6 (27,27) 3 (13,63)

Pocinhos 2 60 31 (51,66) 38 (63,33) 0

Queimadas 1 28 3 (10,71) 8 (28,57) 0

TOTAL 15 322 122

(37,88) (32,76 – 43,30)¹

130 (40,37)

(35,16 – 45,81)¹

12 (3,73)

(2,14 – 6,84)¹

Tabela 2. Frequência de anticorpos anti-Toxoplasma gondii em soros de galinhas caipira naturalmente infectadas, estratificada de acordo com o município de origem de cada amostra

40

¹ Intervalo de confiança IC 95%

¹ Intervalo de confiança IC 95% *As amostras de Macaíba foram excluídas desse agrupamento

Do total de galinhas caipira analisadas, 155 foram sororreagentes (48,14%; IC95%

42,56 – 53,74) e 167 (51,86%; IC95% 46,25 – 57,43) não reagentes, em pelo menos uma das

três metodologias estudadas. Analisando cada técnica isoladamente, observa-se que 122

amostras (37,88%; IC95% 32,76 – 43,30) foram reativas para a presença de anticorpos anti-T.

gondii pela RIFI, 130 (40,37%; IC95% 35,16 – 45,81) pelo ELISA e 12 (3,73%; IC95% 2,14

– 6,84) pelo HAI. A proporção de propriedades positivas foi de 100% para todas as

Mesorregiões, exceto o Leste Potiguar. A única propriedade da região que fez parte do estudo

não apresentou nenhuma amostra sororreativa entre as 76 analisadas. Os valores percentuais

de positividade para RIFI, ELISA e HAI são variáveis entre os municípios estudados. Os

maiores valores de soro reagentes foram observados nos municípios de Campina Grande e

Boqueirão, de acordo com os dados apresentados pela RIFI e pelo ELISA.

MESORREGIÃO AMOSTRAS

EXAMINADAS

AMOSTRAS POSITIVAS

RIFI (%) ELISA (%) HAI (%)

Oeste Potiguar 79 40 (50,63) 40 (50,63) 2 (2,53)

Leste Potiguar 76 0 0 0

Agreste Paraibano 143 65 (45,45) 75 (52,45) 8 (5,59)

Borborema 24 17 (70,83) 15 (62,50) 2 (8,33)

TOTAL 322 122

(37,88) (32,76 – 43,30)¹

130 (40,37)

(35,16 – 45,81)¹

12 (3,73)

(2,14 – 6,84)¹

ESTADO AMOSTRAS

EXAMINADAS

AMOSTRAS POSITIVAS

RIFI (%) ELISA (%) HAI (%)

Rio Grande do Norte 79* 40 (50,63) 40 (50,63) 2 (2,53)

Paraíba 167 82 (49,10) 90 (53,89) 10 (5,99)

TOTAL 246 122

(49,59) (43,40 – 55,80)¹

130 (52,84)

(46,61– 58,99)¹

12 (4,87)

(2,81 – 8,33)¹

Tabela 3. Frequência de anticorpos anti-Toxoplasma gondii em soros de galinhas caipira naturalmente infectadas, estratificada de acordo com a mesorregião de origem de cada amostra

Tabela 4. Frequência de anticorpos anti-Toxoplasma gondii em soros de galinhas caipira naturalmente infectadas, estratificada de acordo com o estado de origem de cada amostra

41

A associação dos resultados dos testes sorológicos com a variável Estado pesquisado e

com o método de diagnóstico foi verificada através da análise de variância (ANOVA one-

way). Foi observada uma diferença significativa (p<0,05) entre a técnica sorológica utilizada e

o resultado do teste (F=5,003; p=0,012). A análise post-hoc permitiu identificar uma

associação estatisticamente significativa (p=0,049), entre as diferenças de soropositividade e

negatividade do teste HAI. O teste de significância do qui-quadrado mostrou que a proporção

de animais positivos variou significativamente (p<0,05) entre os municípios estudados, pelo

ELISA (X2=15,720; p=0,008). A mesma significância, contudo, não foi confirmada na análise

das amostras positivas pela RIFI (X2=4,491; p=0,419). Para esta variável, foram excluídas as

abundâncias dos municípios Gado Bravo, Queimadas e Macaíba por apresentarem médias

esperadas e/ou observadas menores que cinco. Não houve diferença estatística significativa

entre as proporções de aves positivas agrupadas de acordo com o Estado de origem (RIFI:

X2=0,050; p=0,823 / ELISA: X2=0,229; p=0,633) ou Mesorregião (RIFI: X2=5,345; p=0,069 /

ELISA: X2=1,062; p=0,588), excluindo as abundâncias nulas.

A frequência de amostras positivas por idade e gênero é apresentada na tabela 5. Na

análise estatística, para a variável gênero, foram excluídos os animais jovens por ausência de

informações a respeito desta variável, devido a dificuldades do entrevistado em distinguir os

caracteres sexuais entre os dois gêneros. O teste de qui-quadrado mostrou diferenças

significativas (p<0,05) para esta variável, pelo ELISA.

Pela RIFI, todas as amostras foram diluídas de 1:16 até 1:256, sendo que o maior

número de soros reagentes foi observado na diluição 1:16. Na tabela 6 é apresentada a

titulação dos soros de cada amostra analisada. Com relação ao ELISA, o índice de reatividade

calculado para os soros das galinhas caipira variou de 0,11 até 5,42, sendo considerados

animais positivos aqueles que apresentaram valores de IR maiores ou iguais a 1,00. A

VARIÁVEIS AMOSTRAS

EXAMINADAS

AMOSTRAS POSITIVAS

RIFI ELISA

n % X² p n % X² P

Idade Jovem 76 0 -

- - 0 -

- - Adulto 246 122 49,59 130 52,84

Gênero¹ Machos 22 9 40,90

0.7993 0.3713 7 31,81

4.2869 0.0384 Fêmeas 224 113 50,44 123 54,91

Tabela 5. Frequência de anticorpos anti-Toxoplasma gondii em soros de galinhas caipiras naturalmente infectadas, estratificada de acordo com a idade e o gênero de cada animal

1Avaliando apenas os animais adultos

42

concentração do maior número de aves reagentes se deu entre os valores de IR ≥1 e <2. A

figura 7 apresenta uma distribuição das amostras positivas ou negativas pela RIFI, em

associação com a média do IR demonstrado nos testes de ELISA realizados.

¹ Intervalo de confiança IC 95%

RIFI + RIFI -

0.00.20.40.60.81.01.21.41.61.82.02.23.03.84.65.46.27.0

ELI

SA

(IR

)

MUNICÍPIO AMOSTRAS NÚMERO DE

POSITIVOS (%)

NÚMERO DE POSITIVOS EM CADA TÍTULO (%)

1:16 1:32 1:64 1:128 ≥1:256

Boqueirão 24 17 (70,83) - 5 (29,4) 4 (23,5) 1 (5,8) 7 (41,1)

Campina Grande 29 19 (65,51) 3 (15,8) 3 (15,8) 3 (15,8) 3 (15,8) 7 (36,8)

Felipe Guerra 49 24 (48,97) 8 (33,3) 5 (20,8) 4 (16,7) 5 (20,8) 2 (8,3)

Gado Bravo 4 1 (25) - - 1 (100) - -

Martins 30 16 (53,33) 6 (37,5) 5 (31,2) 2 (12,5) 2 (12,5) 1 (6,2)

Massaranduba 22 11 (50) 6 (54,5) 2 (18,2) 1 (9,1) - 2 (18,2)

Pocinhos 60 31 (51,66) 8 (25,8) 10 (32,3) 9 (29) 4 (12,9) -

Queimadas 28 3 (10,71) 2 (66,7) 1 (33,3) - - -

TOTAL 246 122

(49,59) (43,40 – 55,80)¹

33 (27)

(43,4 – 55,8)¹

31 (25,4)

(18,5 – 33,8)¹

24 (19,7)

(13,6 – 27,6)¹

15 (12,3)

(7,6 – 19,3)¹

19 (15,6)

(10,2 – 23,1)¹

Tabela 6. Titulação de anticorpos anti-Toxoplasma gondii e sua porcentagem, em soros de galinhas caipira naturalmente infectadas e reagentes pela RIFI, distribuídos de acordo com o município de coleta

Figura 7. Dados representativos dos valores de índice de retividade (IR) de cada amostra de galinha caipira adulta avaliada, pelo ELISA, agrupados de acordo com as amostras positivas ou negativas pela RIFI. Os pontos em vermelho representam as amostras positivas detectadas pelo HAI

43

Nenhuma das 200 amostras sorológicas de frangos de corte avaliadas apresentou-se

reagente pelas técnicas empregadas.

4.4 Características físicas das propriedades rurais avaliadas

No presente trabalho foram estudadas 15 pequenas propriedades rurais com criações

de galinhas caipira distribuídas entre nove municípios. Desse total, 6 (40%) encontram-se

localizadas na Mesorregião Oeste Potiguar; 1 (6,67%), na Mesorregião Leste Potiguar; 7

(46,66%), na Mesorregião Agreste Paraibano e 1 (6,67%), na Mesorregião Borborema. O

baixo número de propriedades envolvidas neste trabalho não permitiu a análise de fatores de

risco associadas à positividade da toxoplasmose. As características das propriedades, de

acordo com as informações obtidas mediante a aplicação de questionário, estão sumarizadas

na tabela 7.

4.5 Comparação entre as técnicas sorológicas

Utilizou-se a análise de correspondência para verificar possíveis agrupamentos entre

os resultados positivos e negativos detectados pelos três testes sorológicos. A aplicação dessa

análise está exibida na Figura 8, que mostra o mapa de correspondência gerado da análise dos

dados apresentados na Tabela 1. A representação gráfica obtida possibilita visualizar a

distribuição das variáveis na sua relação com todas as outras. Cada categoria de cada variável

(técnica sorológica ou amostras positivas/negativas de cada município) é representada por um

ponto, e as distâncias entre os pontos representam as relações que se deseja analisar.

Pode-se perceber, portanto, uma possível relação entre o número de amostras positivas

ou negativas de cada município de acordo com a técnica sorológica empregada. Verifica-se

que a dimensão 1 (CA1) separa à esquerda do gráfico as amostras positivas correspondentes à

cada cidade, agrupadas próximo às técnicas sorológicas ELISA e RIFI, enquanto que as

amostras negativas detectadas agrupam-se à direita do gráfico, em associação com o HAI.

Essa dimensão 1 é responsável por 94,6% da inércia, ou seja, praticamente toda a variação

total dos dados é explicada por esse eixo do gráfico. A avaliação do mapa permite afirmar que

o HAI possui mais abundâncias nos níveis negativos e não obteve êxito, portanto, em detectar

resultados positivos, ao contrário do ELISA e da RIFI. Estas técnicas, por sua vez,

apresentaram variações mínimas entre o número de amostras positivas detectadas por cada

metodologia.

44

Tabela 7. Características das pequenas propriedades rurais avaliadas, em relação às instalações e práticas de manejo nas criações extensivas de galinhas domésticas, e sua ocorrência

VARIÁVEIS NÚMERO DE

PROPRIEDADES (n=15)

%

Fonte de água exposta

Não tem 15 100

Fonte de água não exposta

Cacimba 10 66,7

Poço 4 26,7

Água encanada 1 6,6

Tipo de bebedouro

Cimento 4 26,7

Plástico 9 60

Cano PVC 2 13,3

Tipo de comedouro

Pneu 4 26,7

Cimento 5 33,3

Cano PVC 2 13,3

Não tem 4 26,7

Tipo de terreno

Plano 12 80

Plano/Acidentado 3 30

Tipo de exploração

Mista 12 80

Carne 3 30

Número de gatos domesticados

Não tem gatos 2 13,3

1 a 2 gatos 11 73,4

3 ou mais gatos 2 13,3

Gatos não domesticados

Presente 5 33,3

Ausente 10 66,7

Acesso de gatos a fonte de água

Não 15 100

Presença de roedores

Sim 3 30

Não 12 80

45

Em 322 soros de galinhas caipira de diferentes Mesorregiões, sexo e idade,

considerando-se como positivos pela RIFI todos os soros reagentes quando diluídos a 1:16, a

proporção de positivos foi 37,88%, enquanto que a proporção de positivos pelo ELISA foi de

40,37%. A tabela 8 mostra a avaliação da concordância observada, copositividade,

conegatividade e do índice Kappa entre as duas metodologias. Segundo o teste de McNemar,

não houve diferença significativa (p<0,05) entre as proporções de positividade entre as duas

técnicas sorológicas (X2=1,1034; p=0,2935).

Concordância observada: 82% RIFI/ELISA: Copositividade = 0,795 / Conegatividade = 0,835 ELISA/RIFI: Copositividade = 0,746 / Conegatividade = 0,869 Índice Kappa: 0,62

Testes sorológicos RIFI TOTAL

Resultado do teste Positivo Negativo

ELISA Positivo 97 33 130

Negativo 25 167 192

TOTAL 122 200 322

Tabela 8. Avaliação da concordância observada, copositividade, conegatividade e do índice Kappa entre as técnicas sorológicas RIFI e ELISA em 322 soros de galinhas caipira

Figura 8. Análise de correspondência entre amostras de galinhas caipira positivas e negativas, de acordo com o município de origem, e a técnica sorológica empregada. Amostras positivas e negativas estão representadas pelos símbolos (+) e (●), respectivamente.

46

5 DISCUSSÃO

Classicamente, o diagnóstico da toxoplasmose, tanto no homem como em animais

domésticos e silvestres, tem se baseado na pesquisa de anticorpos contra o parasito através de

testes sorológicos. A detecção de imunoglobulinas específicas é fundamental para o

tratamento e controle da toxoplasmose, uma vez que a infecção pode assumir quadros clínicos

facilmente confundidos com outras infecções, devido a uma sintomatologia transitória e

inespecífica, bem como pela ocorrência de grande número de casos assintomáticos (COSTA

et al., 2007; SILVA et al., 2002; FIGUEIREDO et al., 2001).

A importância do diagnóstico sorológico, desta forma, implica na adoção de critérios

específicos na escolha de um método eficiente, capaz de fornecer um diagnóstico correto e

preciso. Segundo Chiari (1981), uma técnica sorológica para ser utilizada em estudos

epidemiológicos precisa ser econômica, simples, sensível, específica e apresentar boa

praticidade, reprodutibilidade e concordância. Por essas razões, em relação à toxoplasmose

animal, RIFI e ELISA são as técnicas mais utilizadas na rotina de diagnóstico e em

levantamentos sorológicos (SAWADOGO et al., 2005; FIALHO; ARAÚJO, 2003;

MEIRELES et al., 2003; FIGUEIREDO et al., 2001; GARCIA et al., 1999; ESTEBAN-

REDONDO; INNES, 1977).

O diagnóstico da toxoplasmose aviária por meio de técnicas sorológicas ainda não está

bem estabelecido, uma vez que diversos autores apresentam resultados divergentes em relação

ao método ideal na detecção de anticorpos no soro das aves. Dubey e colaboradores (1993) ao

compararem as provas de aglutinação em látex, hemaglutinação indireta, Sabin-Feldman,

aglutinação modificado e ELISA, verificaram que apenas os dois últimos testes apresentaram

sensibilidade satisfatória para detectar T. gondii em galinhas. Cumpre assinalar que trabalhos

anteriores já associavam a prova de Sabin-Feldman à baixa sensibilidade diagnóstica para

detecção de anticorpos anti-T. gondii nessas aves (LITERAK; HEJLICEK, 1993; RUIZ;

FRENKEL, 1980). Por outro lado, o diagnóstico de toxoplasmose em galinhas por meio da

técnica de hemaglutinação indireta (HAI) já vem sendo recorrente em vários trabalhos, com

resultados satisfatórios (HARFOUSH; TAHOON, 2010; PERDONCINI et al., 2010;

AGANGA; BELINO, 1984; FERRARONI; MARZOCHI, 1980), inclusive, com sensibilidade

e especificidade comparáveis ao MAT (BELTRAME, et al., 2012).

Apesar do teste de aglutinação modificado (MAT) ser uma técnica amplamente

utilizada em estudos soroepidemiológicos da infecção de T. gondii em galinhas de vida livre

47

(DUBEY et al., 2008; DUBEY; JONES, 2008; DUBEY et al., 2005), há controvérsias a

respeito da sua eficácia, uma vez que o título que deveria ser considerado específico para o

diagnóstico de toxoplasmose em galinhas ainda não foi determinado (DUBEY, 2009).

Estudos em suínos (GARCIA et al., 2008; HILL et al., 2006) têm demonstrado que o ELISA

apresenta uma maior sensibilidade em detrimento ao MAT e poderia, portanto, apresentar

uma eficiência maior na detecção de anticorpos séricos específicos para T. gondii. Além

disso, o ELISA torna-se uma boa opção para testes sorológicos por ser uma técnica prática,

rápida e de leitura automatizada, sendo ideal para levantamentos epidemiológicos

(SAWADOGO et al., 2005; GARCIA-VAZQUEZ et al., 1993). Ademais, trata-se de um dos

testes sorológicos mais frequentemente utilizados na avicultura, no diagnóstico de infecções

causadas por diversos agentes patogênicos (SANTOS et al., 2008).

A eficácia da reação de imunofluorescência indireta (RIFI) na detecção de anticorpos

anti-T. gondii nas aves já foi demonstrada por Garcia et al. (2000), e confirmada por diversos

outros autores (MORÉ et al., 2012; COSTA et al., 2008; BONNA et al., 2006; BRANDÃO et

al., 2006). Chiari e colaboradores (1987) e Serra-Freire e colaboradores (1994) descrevem a

RIFI como uma reação sensível, específica e reprodutível, afastando a possível ocorrência de

reações falso positivas entre antígenos de T. gondii e de outras espécies de coccídeos. Em se

tratando de sorologia em aves, essa informação adquire uma conotação importante, uma vez

que galinhas domésticas são comprovadamente hospedeiros intermediários naturais do

coccídeo Neospora caninum (COSTA et al., 2008). Neste trabalho, foi frequente a ocorrência

de coinfecção por T. gondii em 17 das 50 galinhas sororreagentes para N. caninum. Nessas

aves, porém, os autores demonstraram que não existiu reação cruzada entre os antígenos dos

dois parasitos, utilizando a RIFI.

Os critérios acima expostos regeram a eleição dos métodos sorológicos avaliados

nesse estudo. Desta forma, foi detectada a frequência de anticorpos IgG anti-T. gondii em

galinhas caipira e frangos de corte de diferentes Mesorregiões dos Estados do Rio Grande do

Norte e Paraíba, utilizando ELISA, RIFI e HAI como os métodos de escolha.

Nossos dados demonstraram uma grande diferença no número de resultados positivos

detectados pelo HAI (12) em relação às outras duas metodologias (RIFI: 122 / ELISA: 130),

na pesquisa de anticorpos em galinhas caipira. Optamos, portanto, em não considerar a

positividade demonstrada por essa técnica como um valor de referência, por acreditar que não

representa de modo satisfatório a real condição da população estudada.

48

À procura de fatores que possam ocasionar esta variação de resultados, alguns

elementos podem ser considerados. Há uma grande variabilidade quanto às proteínas

antigênicas utilizadas nos testes para detecção de anticorpos, seja na quantidade de antígenos

ou até mesmo na procedência da cepa. Além disso, diversos fatores, tais como erros de

manipulação do operador, variação na sensibilidade dos reagentes devido a transporte ou

estocagem inadequadas, diferença de qualidade entre os fabricantes dos kits comerciais ou

entre kits de diferentes lotes, entre outros, podem estar influenciando o resultado final da

metodologia, permitindo o encontro de resultados contraditórios ao serem comparadas as

técnicas (ALBUQUERQUE et al., 2012).

A ineficácia do HAI no diagnóstico sorológico da toxoplasmose em galinhas, no nosso

estudo, confirma o exposto por Dubey et al. (1993), porém contrasta com os resultados

apresentados por Beltrame et al. (2012). Contudo, diferindo do nosso trabalho, estes autores

optaram por utilizar a diluição inicial de 1:16 para analisar a frequência de anticorpos anti-T.

gondii no soro das galinhas avaliadas, com o propósito de aumentar a sensibilidade do teste, o

que pode ter influenciado na divergência de resultados entre os referidos trabalhos. Enfatiza-

se, portanto, a necessidade de padronização própria de kits de HAI para diagnóstico da

toxoplasmose humana antes do uso em estudos epidemiológicos em espécies animais.

A indisponibilidade de um padrão ouro para o diagnóstico da toxoplasmose aviária

impossibilitou o cálculo de parâmetros como sensibilidade e especificidade das técnicas

sorológicas empregadas nesse estudo. Utilizou-se, portanto, o co-eficiente Kappa para avaliar

a concordância entre os testes RIFI e ELISA, na análise da prevalência de toxoplasmose em

galinhas caipira. O fundamento desse enfoque é que a correlação entre os métodos é evidência

de validade, enquanto que a não concordância sugere que os testes não são confiáveis

(THRUSFIELD, 2004). Arbitrariamente, os níveis de comparação para avaliar o índice Kappa

observado são: > 0,81: concordância quase perfeita; 0,61 a 0,8: concordância substancial; 0,41

a 0,6: concordância moderada; 0,21 a 0,4: concordância razoável; 0 a 0,2: concordância fraca;

0: concordância pobre (EVERITT, 1989).

A concordância observada entre os resultados do RIFI e do ELISA foi considerada

substancial (Kappa = 0,62); a diferença na prevalência observada com a utilização do ELISA

ou do RIFI foi pequena: 40,37% e 37,88%, respectivamente (avaliando galinhas domésticas

jovens e adultas), não apresentando diferença estatística pelo qui-quadrado, enquanto que pelo

teste de McNemar, não houve diferença significativa entre as proporções de positividade,

independentemente de concordância dos resultados, para um mesmo animal. Em conjunto,

49

esses dados permitem concluir que as duas técnicas são apropriadas para a realização de

levantamentos epidemiológicos da infecção por T. gondii em galinhas. Trata-se, portanto, de

técnicas eficazes para screening, diagnóstico ou monitoramento, capazes de fornecer um

resultado confiável a cerca da prevalência da infecção em plantéis de aves. Diferenças entre a

operacionalização dos testes e a oportunidade dos resultados, como leitura automatizada ou

subjetiva, devem ser consideradas, visando uma escolha entre os métodos que apresente

melhor relação custo-benefício.

Segundo Van Knapen citado por Albuquerque et al. (2012), possíveis diferenças de

resultados observados entre estes testes podem ser atribuídas à natureza do antígeno em cada

reação – íntegro na RIFI e solúvel no ELISA – detectando, neste último, anticorpos de

aparecimento mais tardio. Além disso, não excluímos a possibilidade de existência de

possíveis resultados falso-negativos entre as amostras analisadas, devido ao

comprometimento da estrutura dos anticorpos presentes nos soros, em função de erros na

manutenção, nem sempre assistida, da temperatura ideal de congelamento das amostras.

Portanto, ainda que sejam tomados cuidados com a refrigeração e com o isolamento dos soros

em relação à temperatura mais elevada do meio externo, pode ocorrer diminuição do nível de

anticorpos, principalmente quando são utilizadas amostras originárias do campo.

A análise da proporção de animais apresentando anticorpos anti-T. gondii relacionado

à idade mostrou que a prevalência deste protozoário restringiu-se às aves adultas, em

detrimento dos animais ainda jovens. Tal fato deve-se, provavelmente, a maior probabilidade

de infecção, uma vez que animais mais velhos permanecem expostos ao agente por um tempo

maior. Em levantamento realizado em seis fazendas de uma região na Argentina, Moré et al.

(2012) observaram diferenças significativas entre a soroprevalência de T. gondii nos grupos

de galinhas jovens, com 2-3 meses de idade, e de galinhas adultas, as quais conviviam no

mesmo ambiente por um tempo aproximado de um ano. O percentual de positividade para os

diferentes grupos foi de 3% e 50%, respectivamente.

Por outro lado, é importante destacar que diferentes fatores podem também estar

relacionados à soronegatividade dessas aves, como particularidades no manejo e menor

exposição a fatores de risco. Além disso, no presente estudo, a população de animais jovens

pesquisada originou-se de apenas uma propriedade rural, totalizando toda a amostragem de

aves do município de Macaíba. Sabe-se que animais procedentes de um mesmo rebanho, ou

bando, no caso das aves, reagem de maneira homogênea quando são mantidos em condições

semelhantes, enquanto a dispersão da toxoplasmose pode variar entre os animais de diferentes

50

procedências (CHIARI, 1981). Portanto, nos dados do nosso trabalho, optamos por não incluir

essa amostragem na prevalência total da infecção nos Estados, por considerar que as aves

jovens representam uma população diferente das galinhas adultas estudadas. Procuramos

assim, eliminar esse viés, que provavelmente iria subestimar o percentual de animais

infectados na região. Deste modo, consideramos os valores 49,59% e 52,84% como a

positividade de galinhas infectadas por T. gondii pelas técnicas de RIFI e ELISA,

respectivamente.

De um modo geral, observando a população de aves adultas, a soroprevalência

encontrada foi semelhante àquela observada por outros pesquisadores, também estudando

galinhas caipira. Como foi mostrado na Tabela 1, a prevalência de sorologia positiva para

anticorpos anti-T. gondii variou de 10,3% (GARCIA et al., 2000) a 84% (DUBEY et al.,

2010) em diferentes Estados brasileiros. A prevalência média observada em nossa pesquisa

está mais próxima da observada no Amazonas (FERRARONI; MARZOCHI, 1980), no Pará

(DUBEY et al., 2007), no Nordeste (DE OLIVEIRA et al., 2009), em Minas Gerais

(BRANDÃO et al., 2006), em São Paulo (DUBEY et al., 2002), no Paraná (DUBEY et al.,

2003) e no Rio Grande do Sul (DUBEY et al., 2007), que variaram de 40% a 53,3%.

Assim como no Brasil, relatos na literatura mundial sobre pesquisa de anticorpos anti-

T. gondii em galináceos apresentam prevalências discrepantes. O percentual de

soropositividade neste trabalho foi inferior aos valores encontrados na Argentina – 65,5%

(DUBEY et al., 2003), em Gana – 64% (DUBEY et al., 2008), na Itália – 73,1% (ZARDI et

al., 1967), na Nicarágua – 85,7% (DUBEY et al., 2006a), nos Estados Unidos – 100%

(DUBEY et al., 2007a) e na Guiana – 65,8% (DUBEY et al., 2007b). Entretanto, nossos

resultados de prevalência foram próximos aos níveis de infecção registrados no Chile – 55,3%

(DUBEY et al., 2006b), na República Democrática do Congo – 50% (DUBEY et al., 2005),

no Egito – 47,2% (EL-MASSRY et al., 2000), na Nigéria – 44,8% (AGANGA; BELINO,

1984) e em Israel – 46,8% (DUBEY et al., 2004), e superior a prevalência registrada em

Portugal – 27,1% (DUBEY et al., 2006c), na Turquia – 5% (INCI et al., 1998), no Vietnam –

24,2% (DUBEY et al., 2008), no Peru – 26% (DUBEY et al., 2004), no México – 6,2%

(DUBEY et al., 2004) e no Quênia – 13,3% (DUBEY et al., 2005).

Essas diferenças em relação à literatura podem refletir níveis diferentes de

infectividade nos ecossistemas estudados ou variações na sensibilidade das técnicas utilizadas

(GARCIA et al., 2000). Outros fatores também devem ser ponderados, como oportunidade de

exposição ao agente etiológico, particularidades climáticas de cada região, número de animais

51

pesquisados, além de diferenças entre os parasitos circulantes em cada área e a resposta

particular de cada animal à infecção.

Por outro lado, o viés apresentado por algumas dessas variáveis poderia ser facilmente

contornado caso as publicações a respeito da prevalência da toxoplasmose em animais de

produção nos Estados avaliados não fossem tão raras. Essa escassez prejudica a observação e

comparação das variações nos valores de ocorrência da infecção na região estudada, contudo,

ressalta a importância e impacto do nosso trabalho no contexto local, regional e por que não

dizer de importância para o país como um todo.

De fato, o nosso grupo de pesquisa foi pioneiro nos estudos relacionados à prevalência

de toxoplasmose em rebanhos no Rio Grande do Norte (CLEMENTINO et al., 2007). Nesse

trabalho, verificou-se a positividade de 29,41% da infecção em 102 ovinos, pela técnica do

ELISA, no município de Lages, Mesorregião Central Potiguar. Os dados desse estudo e de

posteriores, realizados por outros autores, e os resultados do presente trabalho, relatam

soropositividade para T. gondii em animais de produção do Rio Grande do Norte, o que gera

implicações importantes no papel desses animais de consumo na cadeia epidemiológica da

infecção.

No município de Mossoró, Mesorregião do Oeste Potiguar, foi realizado estudo

soroepidemiológico em 409 ovinos, sendo encontrados 20,7% de positividade pela RIFI

(SOARES et al., 2009). No ano anterior, estudo realizado com 366 caprinos provenientes da

Mesorregião Central Potiguar do Estado relata positividade de 30% pela mesma técnica

sorológica para detecção de anticorpos anti-T. gondii. Os autores observaram associação

positiva entre a prevalência da infecção toxoplásmica e a presença de gatos, indicando que o

contato estreito com esta espécie é importante na epidemiologia da doença (ARAÚJO NETO

et al., 2008).

A mesma associação foi relatada por Azevedo e colaboradores (2005), ao estudar a

soroepidemiologia da toxoplasmose em 286 cães na cidade de Campina Grande, Estado da

Paraíba. Nesse estudo, foi registrada uma prevalência de 45,1% entre os cães analisados, pela

RIFI. O alto número de animais sororreagentes implica, segundo os autores, em uma ampla

distribuição do parasito no ambiente, uma vez que cães, assim como galinhas domésticas, são

considerados ótimos animais sentinelas da infecção. Os dados apresentados no nosso trabalho,

relatando alta prevalência de toxoplasmose em galinhas do mesmo município (RIFI: 65,51% /

ELISA: 75,86%) corroboram essa afirmação.

52

Em relação ao gênero das galinhas caipira avaliadas nesse trabalho, observa-se que a

amostragem era composta por 224 fêmeas e 22 machos, considerando apenas as aves adultas.

Essa diferença na proporção é justificável, uma vez que em pequenas criações a razão sexual

de machos é usualmente menor, devido a aspectos reprodutivos e ao bem-estar das aves. Ao

avaliar a soropositividade desses animais, foram detectados 40,90% dos machos e 50,44% das

fêmeas reagentes ao T. gondii pela RIFI, enquanto que, pela técnica do ELISA, a

soropositividade foi constatada em 31,84% dos machos e 54,91% das fêmeas. Embora a

análise estatística dos dados tenha demonstrado uma diferença significativa (p<0,05) entre a

prevalência de anticorpos anti-T. gondii em machos e fêmeas apenas pelo ELISA, o papel do

gênero nessa proporção pode ser questionável, pelo baixo número de machos avaliados. Além

disso, foi observada uma boa concordância entre as técnicas sorológicas, já discutida

anteriormente, o que não corrobora com essa questão.

Estudos em mamíferos têm demonstrado que as fêmeas são mais sensíveis do que os

machos a infecções parasitárias por protozoários (ALEXANDER; STINTON, 1988),

provavelmente devido a uma possível imunossupressão relacionada aos eventos de gestação e

lactação (UZEDA et al., 2004). Estudos semelhantes em aves não são encontrados na

literatura, embora particularidades relacionadas ao processo reprodutivo desses animais não

permitam essa mesma associação direta. Reforçando essa hipótese, Ueno (2005), ao verificar

a prevalência da toxoplasmose em caprinos, defende que a divergência de resultados entre os

gêneros não obedece a uma explicação biológica coerente e, portanto, seria esse fato derivado

ao acaso.

A análise estatística, pelo qui-quadrado, entre as médias de positividade em relação

aos municípios revelou uma diferença significativa entre os resultados apontados pelo ELISA,

o que não entrou em conformidade com a análise a partir dos resultados encontrados pela

RIFI. Observa-se, portanto, uma distribuição mais uniforme das positividades por uma técnica

em detrimento à outra, o que não é evidenciado no agrupamento desses resultados em

Mesorregiões ou Estados, pela ausência de diferenças significativas em ambos os testes.

A alta prevalência da infecção encontrada em galinhas caipira contrastou de forma

acentuada com os resultados sorológicos dos testes realizados nos frangos de corte, nos quais

não foram detectados anticorpos anti-T. gondii. Resultados semelhantes aos nossos foram

encontrados por outros pesquisadores em diferentes regiões do Brasil (FRIGOTTO et al,

2011; COSTA et al., 2008; BRANDÃO et al., 2006; MEIRELES et al., 2003; ARAÚJO et al.,

1989).

53

Sabe-se que frangos criados em sistemas intensivos têm menor probabilidade de

contato com as vias de transmissão do parasito, pela higidez sanitária adotada nas cadeias

produtivas e abate precoce ao qual se submetem as aves. Van Knapen e colaboradores (1982)

sugeriram que apenas as criações extensivas de aves mostram percentual de animais positivos

acima dos 30% dos testados, o que denota que a tecnificação das granjas e a retirada da ave do

contato direto com o solo diminuem o número de animais infectados.

Corroborando com os resultados aqui apresentados, estudos em outros países

demonstraram a discrepância observada na soropositividade de aves provenientes de

diferentes sistemas de criação, em uma mesma região. Na China, Peng et al. (2012)

encontraram uma prevalência de toxoplasmose de 5,6% e 18,8% em galinhas de sistema

intensivo e extensivo, respectivamente, utilizando o MAT. No mesmo país, Yan et al. (2009)

observaram que o percentual de positividade pelo ELISA de galinhas de vida livre e daquelas

oriundas de criações tecnificadas era de 4,1% e 11,4%. No ano anterior, Zhu et al. (2008)

demonstraram, pelo MAT, que essa diferença na soropositividade poderia ser ainda maior,

com a prevalência de 2,8% em galinhas submetidas ao confinamento e de 37,4% em galinhas

criadas de forma livre, também na China. Resultado similar ao observado por Deyab e

Hassanein (2005), no Egito, onde a toxoplasmose aviária era prevalente em 11,1% e 30% das

galinhas nos sistemas de criação intensivo e extensivo, respectivamente.

A grande proporção de animais reagentes nas pequenas propriedades pesquisadas pode

estar também relacionada a fatores climáticos, uma vez que estes influenciam a dinâmica de

transmissão do T. gondii para os diversos hospedeiros. Em todo o mundo, a prevalência da

toxoplasmose é maior em áreas de clima tropical úmido, as quais favorecem o

desenvolvimento e sobrevivência de oocistos no meio ambiente (TENTER et al., 2000).

Considerando o clima do Nordeste brasileiro, que de uma forma geral é quente e com elevada

umidade, principalmente em regiões litorâneas, pode-se supor que existe a tendência de que a

transmissão da infecção por esta via possa alcançar proporções indesejáveis.

Dentre as localidades pesquisadas, essas condições são características do clima

observado no município de Martins, região serrana do Oeste Potiguar e em Macaíba, no Leste

Potiguar. Tais regiões apresentam precipitação anual média bem superior à média anual do

Estado do Rio Grande do Norte, o que favorece o estabelecimento de condições de umidade

do solo elevadas. Sabe-se que em um ambiente úmido, oocistos esporulados permanecem

viáveis por um considerável tempo, em média entre 1 a 2 anos (DUBEY; BEATTIE, 1988);

uma vez que eles podem resistir amplamente a condições extremas como o calor e o frio.

54

Dessa forma, os resultados de positividade observados no município de Martins (RIFI:

53,33% / ELISA: 43,33%) sugerem que o clima pode estar influenciando na dispersão da

toxoplasmose, ao passo que em Macaíba, outros fatores, como a idade da população amostral,

interferiram de maneira mais incisiva, como discutido anteriormente. A ausência de animais

infectados na região, portanto, pode ser um reflexo do pouco tempo de exposição da ave às

condições da localidade em questão, o que não exclui uma possível contaminação do

ambiente por oocistos de T. gondii. Contudo, outros fatores que possam interferir nessa

ausência de infectividade não podem ser descartados, como por exemplo: o tipo de manejo

usado nessa propriedade ou até mesmo a ausência de felídeos infectados.

Nos demais municípios alvo do estudo, o clima é caracterizado como do tipo tropical

quente semiárido brando a clima tropical quente semiárido, com temperaturas médias e

precipitação pluviométrica similares. Embora nessas regiões o índice médio de pluviosidade

seja inferior ao observado no município de Martins, os valores percentuais de positividade das

aves nessas localidades são muito próximos. Ademais, as elevadas temperaturas registradas

no semiárido brasileiro não são favoráveis ao desenvolvimento de oocistos no solo e, desta

forma, não se justificaria a existência de alta prevalência de toxoplasmose em animais

sentinela dessas regiões.

Contudo, a resistência ambiental de oocistos de T. gondii pode depender do seu

estágio de esporulação (LINDSAY et al., 2002), o que garante a manutenção de oocistos

viáveis no solo mesmo em altas temperaturas, embora por um curto espaço de tempo. Estudos

anteriores já demonstraram que a exposição a 37°C durante o período de 24 horas foi

suficiente para a letalidade de oocistos não esporulados, enquanto que oocistos infectantes

sobrevivem pelo menos 32 dias submetidos à temperatura de 35°C (DUBEY et al., 1970).

Alguns autores, ainda, defendem que pode ser um equívoco atribuir-se diferenças de

prevalências de toxoplasmose a altos índices pluviométricos. Na África, Bisson e

colaboradores (2000), ao observarem elevada prevalência de anticorpos anti-T. gondii em

caprinos oriundos de regiões com “estações secas” prolongadas, sugeriram que a natureza do

solo e sua cobertura vegetal teriam um grau de importância proporcional à pluviosidade na

manutenção da umidade do solo. Esses fatores garantiriam deste modo, a existência de

microclimas favoráveis à manutenção dos oocistos de T. gondii. Afonso e colaboradores

(2006) hipotetisam que condições úmidas, de modo geral, podem aumentar a sobrevivência de

oocistos durante longos períodos de calor, uma sugestão também mencionada por outros

autores (FRENKEL et al., 1975).

55

Além da ingestão de oocistos presentes no solo contaminado, uma importante fonte

alternativa de infecção para galinhas domésticas encontra-se no tipo de nutrimento a elas

fornecido. Em todas as propriedades alvo deste estudo, de acordo com os dados obtidos no

questionário epidemiológico, a alimentação dos animais consistia no aproveitamento de restos

de frutas e de alimentos como complemento da dieta, geralmente composta por grãos,

preferencialmente milho, e suplementada por porções variadas de ração comercial. A prática

comum de fornecer refugos da alimentação humana às aves pode influenciar na dinâmica de

transmissão da toxoplasmose nesses animais, além de reforçar seu papel como animais

sentinela, não apenas da contaminação do ambiente como também da exposição do homem ao

T. gondii.

Apesar da impossibilidade da identificação de fatores de risco associados à

toxoplasmose nos galináceos, os questionários epidemiológicos revelaram que em 13

propriedades rurais era comum a presença de gatos, domesticados ou errantes, convivendo em

um ambiente comum às aves. Sugere-se, portanto, uma participação destes felinos na infecção

das galinhas caipira. Em uma das propriedades, inclusive, era visível a presença de gatos

consumindo vísceras de animais recém-abatidos. Para Hill e Dubey (2002), felinos podem

eliminar milhões de oocistos pelas fezes após a ingestão de apenas um bradizoíto contido em

cisto tecidual de um animal infectado. Embora se saiba que felinos jovens são mais

susceptíveis à infecção toxoplásmica, pela maior oportunidade da primo-infecção, e, portanto,

os principais eliminadores de oocistos nas fezes, não é descartada a importância

epidemiológica de gatos adultos na disseminação da toxoplasmose no ambiente. Em

condições experimentais, gatos re-infectados após seis anos da primeira infecção voltaram a

excretar oocistos, assim como gatos co-infectados por Isospora felis (DUBEY, 1995;

DUBEY; BEATTIE, 1988).

Quanto à titulação das amostras positivas pela RIFI, observou-se que em nenhuma

propriedade as aves apresentavam títulos demasiadamente elevados. Segundo Larsson (1989),

o animal catalogado como positivo em títulos baixos nas reações de RIFI ou HAI já entrou em

contato com o T. gondii e se infectou, em algum momento de sua vida, porém, em virtude de

sua resposta imunológica, das características de patogenicidade e virulência do agente ou da

dose infectante, superou o quadro mórbido, permanecendo apenas a cicatriz imunológica.

Outros autores já avaliaram a relação tempo de infecção versus título de anticorpos em

aves, por meio de infecções experimentais. Galli et al. (2008) realizaram infecção

experimental em frangos domésticos para verificar as diferenças de padrões clínicos e

56

comportamento de aglutininas séricas em animais inoculados com diferentes cepas de T.

gondii. Mediante a infecção com concentrações variadas de oocistos de duas cepas distintas,

via oral, verificou-se um pico de produção de anticorpos 35 dias após a infecção, sendo a

partir daí, observada uma diminuição progressiva dos títulos, apesar de que, durante os 63

dias de duração do experimento, anticorpos ainda foram detectados, pelo método de

aglutinação direta. Em estudo anteriores, Dubey et al. (1993) e Biancifiori et al. (1986)

detectaram, pelos métodos de aglutinação modificado e ELISA, respectivamente, altos títulos

de anticorpos nas galinhas experimentalmente infectadas com oocistos de T. gondii. Ambos

relataram a permanência desses altos títulos, mesmo após 40 a 68 dias da inoculação.

Infecção experimental em frangos e posterior mensuração dos títulos de anticorpos

anti-T. gondii por vários meses ainda não foi realizada. Um estudo mais duradouro poderia

revelar o comportamento da resposta imune humoral em frangos infectados pelo T. gondii

sugerindo se, nestes animais, as infecções aguda e crônica estão relacionadas a altos ou baixos

títulos de anticorpos ou se a produção é intrínseca a cada animal, ou seja, dependendo da

resistência individual de cada um (SILVEIRA, 2009). Altos títulos de anticorpos específicos

podem estar relacionados, ainda, a reinfecções por diferentes cepas de T. gondii (WASTLING

et al., 1995; DZITKO et al., 2006).

De um modo geral, a soropositividade em animais de produção destinados ao consumo

humano não reflete, necessariamente, risco de infecção direta ao homem, devido a variações

no organotropismo de T. gondii em diferentes espécies hospedeiras (CENCI-GOGA et al.,

2011; DUBEY; JONES, 2008). Admite-se que a carne de bovinos e búfalos raramente contém

cistos teciduais, embora, em algumas áreas, a prevalência da infecção por T. gondii nesses

animais seja superior a 90%. Por outro lado, porcos e pequenos ruminantes soropositivos

podem abrigar um grande número de cistos teciduais em sua carne (DUBEY; JONES, 2008),

e o mesmo pode ser observado em relação às galinhas domésticas.

Há quase vinte anos, Literak e Hejlicek (1993) já chamavam a atenção para o fato de

que galinhas oriundas de pequenas criações poderiam conter cistos teciduais de T. gondii,

representando risco de infecção para o homem, principalmente quando estes manipulavam

carnes sem a higiene necessária ou por meio do consumo das mesmas cruas ou mal cozidas.

Dois anos depois, pesquisadores observaram que a proporção de indivíduos que tinham

contato com galinhas criadas em fundo de quintal era maior estatisticamente no grupo com

sorologia reativa do que no grupo com sorologia não reativa. Sugeriram, com isso, uma

57

relação entre o contato com galinhas domésticas e o aumento na oportunidade de adquirir a

infecção por meio do consumo de carne infectada (CAMARGO et al., 2005).

As aves podem ser consideradas como fonte de infecção deste parasito, apesar de

normalmente se manterem clinicamente sadias. Há mais de dez anos, Peixoto e Lopes (1991)

isolaram T. gondii, por bioprova em camundongos albinos, em 30% das galinhas de criação

de fundo de quintal e Kaneto et al. (1997), ao utilizarem inoculação prévia de cepa de T.

gondii em frangos, isolaram o parasito no 35º dia após a infecção de diversos órgãos,

inclusive coração e musculatura esquelética, sem que as aves tivessem qualquer resposta

clínica.

Além desses fatores, o aumento no consumo de carne de galinha caipira, associado a

práticas alimentares culturais, e a alta susceptibilidade desse hospedeiro à infecção pelo

protozoário, podem propiciar razões para que a toxoplasmose aviária supere seu campo de

relevância na contaminação ambiental e na saúde veterinária, e adquira uma significante

importância epidemiológica no ciclo de transmissão da doença. A alta prevalência nos dados

aqui apresentados potencializa, com acuidade, essa questão.

Na culinária nordestina ou brasileira não é comum a utilização de carnes de aves mal

cozidas no preparo de pratos específicos, uma vez que frequentemente são consumidas fritas

ou após longo processo de cozimento. No entanto, tais práticas se resumem, muitas vezes, ao

preparo de cortes da musculatura esquelética da ave, enquanto que vísceras e outros órgãos

nem sempre são submetidos ao cozimento adequado. O coração de galinha, já bem utilizado

na gastronomia de forma tradicional, normalmente é assado na chama e na brasa, servido

como entrada ou “aperitivo”, ou consumido na forma de espetinhos. Nesses casos, a cocção

pode não ocorrer de forma homogênea, favorecendo a viabilidade de possíveis cistos teciduais

presentes na musculatura cardíaca da ave, assumindo um risco real de infecção a humanos.

Tal fato, associado com a tendência, nesse hospedeiro, da formação de cistos teciduais em

coração (KANETO et al., 1997; MEDEIROS; LOPES, 1996; DUBEY et al., 1993), reintera

esta questão.

Estudos de genotipagem de isolados de Toxoplasma gondii em animais de produção

no Rio Grande do Norte, conduzidos pelo nosso grupo (ANDRADE, 2012), mostraram um

rendimento de mais de 60% na obtenção de isolados do parasita em galinhas caipira quando

comparados a suínos, caprinos e/ou ovinos. Apesar de não ter sido possível a utilização do

coração das galinhas para isolamento, uma vez que eram comercializados como iguarias

culinárias; amostras de cérebro permitiram a obtenção de 13 isolados com variações de

58

virulência. Esses dados são corroborados por Dubey e colaboradores (1993), que confirmam

que os órgãos de galinhas que mais se prestam ao isolamento do T. gondii são coração e

cérebro, sendo o primeiro mais adequado. Desse modo, podemos inferir que o consumo de

coração de galinha, uma iguaria muito apreciada no Nordeste, pode ser fonte de infecção para

humanos, servindo como mantenedor da toxoplasmose humana em nosso meio; sendo

importante fator a ser observado na cadeia de transmissibilidade dessa parasitose.

59

6 CONCLUSÕES

1. A elevada proporção de animais soropositivos nas criações de galinhas caipiras nos Estados neste levantamento indica que o protozoário T. gondii encontra-se amplamente difundido no Rio Grande do Norte e Paraíba. 2. A ausência de soropositividade entre os frangos de corte analisados ressalta a pouca importância epidemiológica desses animais no ciclo de transmissão do protozoário. 3. A alta concordância observada entre a RIFI e o ELISA quando se realiza pesquisa de anticorpos anti-T. gondii permite indicar ambas as técnicas como eficientes para o diagnóstico da toxoplasmose aviária. 4. Resultados erráticos de probabilidade da toxoplasmose diagnosticados pelo HAI classificam enfatizam a necessidade de padronização própria dos kits comerciais para o uso em estudos epidemiológicos com espécies animais.

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77

ANEXO

79

QUESTIONÁRIO PARA MONITORAMENTO DE CRIAÇÕES EXTENSI VAS - AVICULTURA

1. Objetivo da exploração:

1 - ( ) Carne 2 - ( ) Ovos 3 - ( ) Mista 9 - ( ) NR (não respondeu)

2. Destino dos produtos obtidos:

1 - ( ) Consumo próprio 2 - ( ) Comercialização 3 - ( ) Doação 9 - ( ) NR

3. Origem dos animais mantidos na criação:

1 - ( ) Feiras livres (qual: __________) 2 - ( ) Doação 3 - ( ) Outra: ___________ 9 - ( ) NR

4. Tipo de alimentação fornecido às galinhas:

1 - ( ) Grãos 2 - ( ) Restos de comida 3 - ( ) Ambos 4 - ( ) Outros: ___________ 9 - ( ) NR

5. As galinhas domésticas são criadas em consórcios com outras aves? Caso afirmativo, especificar:

1 - ( ) Pato 2 - ( ) Ganso 3 - ( ) Galinha d’angola 4 - ( ) Peru 5 - ( ) Outra: ___________ 9 - ( )

NR

6. O abate dos animais é realizado na mesma propriedade, em caso afirmativo especificar:

1 - ( ) Quintal 2 - ( ) Cozinha 3 - ( ) Próximo aos criadouros 4 - ( ) Outro: __________ 9 - ( ) NR

7. Destino das vísceras após o abate:

1 - ( ) Lixo comum 2 - ( ) Terreno 3 - ( ) Alimentação de animais (especificar: _________)

4 - ( ) Outro: _________ 9 - ( ) NR

8. Área aproximada da fazenda: ___________________________________________________________________ 9. Fonte de água:

1 - ( ) Açude 2 - ( ) Poço profundo 3 - ( ) Cacimba 4 - ( ) Cacimbão 5 - ( ) Lagoa

6 - ( ) Cisterna 7 - ( ) Poço artesiano 8 - ( ) Outra:________ 9 - ( ) NR

10. Aspecto (topografia) do terreno:

1 - ( ) Plano 2 - ( ) Alagado 3 - ( ) Acidentado 9- ( ) NR

Proprietário: Município:

Fazenda: Identificação/Código:

Endereço: Telefone:

Nº: ____ Data: ___/___/___

Criações

Fazenda

80

11. Galinheiros:

11.1 Número (quantos galinheiros existem na fazenda?) : ______

11.2. A água é oferecida às galinhas em:

1 - ( ) Bebedouros dentro das instalações 2 - ( ) Bebedouros fora da instalações 9 - ( ) NR

11.3. No caso de animais utilizando bebedouro qual o tipo:

1 - ( ) Cimento 2 - ( ) Madeira 3 - ( ) Pneu 4 - ( ) Ausente 5 - ( ) Outro:__________ 9 - ( ) NR

11.4. A comida é oferecida às galinhas em:

1 - ( ) Comedouros dentro das instalações 2- ( ) Comedouros fora da instalações

4 - ( ) Diretamente no solo, sem vasilhames 3 - ( ) Não é oferecido comida 9 - ( ) NR

11.5. No caso de animais utilizando comedouros qual o tipo:

1 - ( ) Cimento 2 - ( ) Madeira 3 - ( ) Pneu 4 - ( ) Ausente 5 - ( ) Outros:________ 9 - ( ) NR

11.6. Material utilizado na limpeza do galinheiro: _________________________________________

11.7. Quantas vezes por semana o galinheiro é limpo: ________________________________________

12. Quantos gatos domésticos existem na propriedade? ________ 13. De que os gatos se alimentam:

1 - ( ) Ração 2 - ( ) Somente do que caçam 3 - ( ) Sobras de alimento e caça 4 - ( ) Leite

5 - ( ) Vísceras de animais abatidos na propriedade 6 - ( ) Leite; sobras de alimentos; vísceras; caça 9 - ( )

NR

14. Na propriedade existe alguma instalação utilizada para estocar alimentos destinados à suplementação

de galinhas?

1 - ( ) Sim 2 - ( ) Não 9 - ( ) NR

15. Gatos (domésticos ou selvagens) têm acesso a estas instalações?

1 - ( ) Sim 2 - ( ) Não 3 - ( ) Às vezes 9 - ( ) NR

16. Os gatos (doméstico ou selvagens) têm acesso a água oferecida às galinhas?

1 - ( ) Sim 2 - ( ) Não 3 - ( ) Às vezes 9 - ( ) NR

17. Roedores têm acesso a água oferecida às galinhas?

1 - ( ) Sim 2 - ( ) Não 3 - ( ) Às vezes 9 - ( ) NR

18. É feito algum controle da população de gatos na propriedade?

1 - ( ) Sim 2 - ( ) Não 3 - ( ) Às vezes 9 - ( ) NR

Dados referentes a felinos e/ou roedores na propriedade

81

19. No caso de positivo qual o tipo de controle da população de gatos?

19.1. Castração dos machos: 1 - ( ) Sim 2 - ( ) Não 9 - ( ) NR

19.2. Esterilização de fêmeas – ovariectomia: 1 - ( ) Sim 2 - ( ) Não 9 - ( ) NR

19.3. Sacrifício dos gatos recém-nascidos: 1 - ( ) Sim 2 - ( ) Não 9 - ( ) NR

19.4. Doação dos gatos recém nascidos: 1 - ( ) Sim 2 - ( ) Não 9 - ( ) NR

19.5. Outros: ____________________

20. É feito algum controle da população de roedores na propriedade?

1 - ( ) Sim 2 - ( ) Não 3 - ( ) Às vezes 9 - ( ) NR

21. No caso de positivo qual o tipo de controle da população de roedores?

21.1. Ratoeiras: 1 - ( ) Sim 2 - ( ) Não 9 - ( ) NR

21.2. Veneno: 1 - ( ) Sim 2 - ( ) Não 9 - ( ) NR

21.3. Outros: ____________________

22, Informações adicionais e/ou observações pertinentes:

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

______________________________________________________________________________________