fratura do colo de fêmur

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Fratura do Colo de Fêmur 1.Mecanismo de Lesão: a maioria das fraturas do colo de fêmur ocorre em idosos, causada por traumatismo de baixa energia - devido à osteoporose senil; enquanto em pacientes mais jovens há traumatismo de alta energia e com isso, é comum o deslocamento da fratura, e os danos à irrigação sangüínea sejam maiores nesses casos. Obsevação: alguns cirurgiões usam o termo “fratura do colo de fêmur” genericamente para as fraturas trocantéricas e também para fraturas do colo femoral propriamente dito. Por isso, reconhecem-se 2 tipos de fratura de colo de fêmur: a)intracapsular ou transcervical. HOPPENFELD (2001) classifica em 4 tipos de fraturas do colo femoral na linha intertrocantérica na região intracapsular do quadril, que são: tipo I de Garden (incompleta e impactada em posição valga), tipo II de Garden (completa e sem deslocamento), tipo III de Garden (com deslocamento e em posição vara e, às vezes, com ruptura da cápsula articular), tipo IV de Garden (completamente deslocada e de pior prognóstico, pode evoluir para necrose avascular, em idosos é tratada com endoprótese) b) extracapsular ou trocantérica 2.Características Clínicas: a)Fratura com Desvio: ocorre mais em idosas que caem e não conseguem se levantar sem ajuda e, por conseqüência, quando em pé sem conseguir apoiar peso sobre o lado afetado. Fato Marcante: rotação lateral pronunciada do membro até 90° e encurtamento do membro em 2 a 3 cm. Qualquer movimento do quadril causa dor aguda. b)Fratura Impactada por Abdução: paciente se levanta após queda, pode caminhar alguns passos, talvez sem ajuda. Exame: não há encurtamento detectável e nem deformidade em rotação. Move o quadril moderamente sem muita dor. RX deve ser de incidência lateral e AP para melhor detectar esse tipo de fartura.

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Fraturas de colo femural

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Fratura do Colo de Fmur

1.Mecanismo de Leso: a maioria das fraturas do colo de fmur ocorre em idosos, causada por traumatismo de baixa energia - devido osteoporose senil; enquanto em pacientes mais jovens h traumatismo de alta energia e com isso, comum o deslocamento da fratura, e os danos irrigao sangnea sejam maiores nesses casos.

Obsevao: alguns cirurgies usam o termo fratura do colo de fmur genericamente para as fraturas trocantricas e tambm para fraturas do colo femoral propriamente dito. Por isso, reconhecem-se 2 tipos de fratura de colo de fmur:

a)intracapsular ou transcervical. HOPPENFELD (2001) classifica em 4 tipos de fraturas do colo femoral na linha intertrocantrica na regio intracapsular do quadril, que so: tipo I de Garden (incompleta e impactada em posio valga), tipo II de Garden (completa e sem deslocamento), tipo III de Garden (com deslocamento e em posio vara e, s vezes, com ruptura da cpsula articular), tipo IV de Garden (completamente deslocada e de pior prognstico, pode evoluir para necrose avascular, em idosos tratada com endoprtese)

b) extracapsular ou trocantrica

2.Caractersticas Clnicas:

a)Fratura com Desvio: ocorre mais em idosas que caem e no conseguem se levantar sem ajuda e, por conseqncia, quando em p sem conseguir apoiar peso sobre o lado afetado. Fato Marcante: rotao lateral pronunciada do membro at 90 e encurtamento do membro em 2 a 3 cm. Qualquer movimento do quadril causa dor aguda.

b)Fratura Impactada por Abduo: paciente se levanta aps queda, pode caminhar alguns passos, talvez sem ajuda. Exame: no h encurtamento detectvel e nem deformidade em rotao. Move o quadril moderamente sem muita dor. RX deve ser de incidncia lateral e AP para melhor detectar esse tipo de fartura.

TEMPO ESPERADOCONSOLIDAO SSEA - 12 a 16 semanasREABILITAO - 15 a 30 semanasFonte: HOPPENFELD (2001)

3.Mtodos de Tratamento:

Para fratura com desvio, h fixao com dispositivo metlico adequado: placa-prego de compresso (prego bruto cuja haste desliza telescopicamente em um corpo cilndrico que se prolonga distalmente em uma placa que est parafusada difise femoral). Neste caso, na reabilitao ps cirrgica encontrar um paciente acamado com movimentos livres do quadril. Pode estimular a deambulao com muletas ou andador nas 1s e 2s semanas de PO.Em casos de fraturas do tipo impactadas em ABD, h a reabilitao com repouso em leito por +- 3 semanas, estimulando exerccios de flexo para quadril e joelho sob superviso do Fisioterapeuta, controlando por RX semanais. Seguindo a tabela:

Durante 3 semanas - REPOUSOMais de 3 semanas - PERMITIDA A DEAMBULAO COM DISPOSITIVOAt 8 semanas - SEM DESCARGA TOTAL DE PESOFonte: ADAMS, HAMBLEN (1994)

4.Complicaes:

a)necrose avascular: aps fratura do colo femoral, o suprimento sangneo cabea do fmur precrio. Normalmente, o sangue chega a ela por 3 vias: a) vasos no ligamento da cabea femoral (ligamento redondo); b) vasos capsulares refletidos sobre o colo femoral; c) ramos dos vasos nutridores dentro da substncia ssea, que so seccionadas devido fratura.

b) no consolidao:ocorre em torno de 25 % a 1/3 de todos os casos, devido 3 causas: a) suprimento sangneo inadequado cabea femoral com necrose avascular conseqente; b) imobilizao completa; c) inundao do hematoma da fratura pelo lquido sinovial.

c)osteoartrose:que ocorre devido leso mecnica da cartilagem articular no momento da leso ou operao ou pelo suprimento insuficiente s camadas basais da cartilagem que provavelmente so nutridas em grande parte pelos vasos do osso subjacente ou por uma consolidao com mau alinhamento.

5. Tratamento Cirrgico:

Quando no h consolidao, h uma absoro progressiva ssea de maneira que a cabea femoral afunda para baixo em direo aos trocnteres, algo que pode fazer com que o dispositivo de fixao se solte da cabea do fmur e os fragmentos tenham perda de reduo. Devido a isto, ocorre a queixa de dor renovada, caracterizando o membro por rotao lateral, encurtamento e incapacidade de marcha (quebra do dispositivo). Isto pode ocorrer cerca de 2 a 6 meses de PO!!Para tal tem-se os seguintes recursos de tratamento:1)remoo do dispositivo de fixao2)artroplastia por substituio semi-articular3)artroplastia por substituio biarticular4)ATQ5)artroplastia de exciso (pseudoartrose Girdlestone)

6. Reabilitao

IMEDIATO A UMA SEMANAFIXAO INTERNA+exerccios isomtricos para os grupos dos glteos e quadrceps,

+exerccios isotnicos para o tornozelo,

+exerccios de condicionamento e fortalecimento gerais.

HEMIATROPLASTIA+manter travesseiro de ABD quando o paciente estiver sentado, ou de supinao para evitar luxao da prtese.

+ o mesmo que para fixao interna

DUAS SEMANASFIXAO INTERNA

+exerccios de amplitude de movimento ativos e ativo-assistidos para quadril, joelho e tornozelo.

+exerccios isomtricos de fortalecimento para os grupos de glteos e quadrceps,

+ transferncia de p com giro em torno da perna boa; deambula com ajuda de dispositivos adequados.

HEMIATROPLASTIA

+manter travesseiro de ABD quando o paciente estiver sentado, ou de supinao para evitar luxao da prtese.

+ o mesmo que para fixao interna