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Edição 990 | 11 de abril de 2018 Fotos: Ricardo Stuckert Páginas 2 e 3

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Page 1: Fotos: Ricardo Stuckert “ ia ideia eão airado o ar · infarte. É bobagem porque o meu coração baterá pelo coração de vocês e são milhões de corações. Não adianta eles

Edição 990 | 11 de abril de 2018

Fotos: Ricardo Stuckert

“As minhas ideias jáestão pairando no ar”

Páginas 2 e 3

Page 2: Fotos: Ricardo Stuckert “ ia ideia eão airado o ar · infarte. É bobagem porque o meu coração baterá pelo coração de vocês e são milhões de corações. Não adianta eles

Dia 5 de abril, o Brasil foi surpre-endido com a ordem do juiz Sergio Moro de mandar prender o ex-pre-sidente Lula. O que se vê desde en-tão é a indignação no Brasil e no exterior porque a condenação é política e decidida em tempo re-corde, com o propósito escanca-rado de tirar o ex-presidente das eleições presidenciais em outubro. Porque quanto mais apanha, mais Lula sobe nas pesquisas para pre-sidente da República.

A prisão de Lula é mais uma escalada de um processo que co-meçou com o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, colocando em seu lugar o presidente Michel Temer, com a missão de adotar políticas neoli-berais, desfazendo as principais

“Não adianta tentar acabar com as minhas ideias, elas já estão pairando no ar e não tem como prendê-las. Não adianta tentar parar os meus sonhos porque

quando eu parar de sonhar, eu sonharei pela cabeça de vocês. Não adianta achar que tudo vai

parar no dia que o Lula tiver infarte. É bobagem porque o meu coração baterá pelo coração de

vocês e são milhões de corações. Não adianta eles acharem que vão

fazer com que eu pare, eu não pararei porque eu não sou mais

um ser humano. Eu sou uma ideia. Uma ideia misturada com a ideia

de vocês.”

estão pairando no ar”

Luiz Inácio Lula da Silva, dia 7 de abril de 2018, em discurso

pouco antes de sair carregado por uma multidão em São Bernardo do Campo.

Sivaldo Pereira, o Espirro; Adilson Torres, o Sapão; ex-presidente Lula e Tatiana

Dirigentes sindicais de sete centrais, entre os quais Cícero Martinha, presidente do Sindicato, levaram apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no dia 22 de janeiro, no Instituto Lula

conquistas do povo brasileiro no governo Lula.

Alguns exemplos de medidas neoliberais: a reforma trabalhis-ta que desmontou a CLT preca-rizando as relações do trabalho; a privatização da Eletrobras em andamento; o esvaziamento da Petrobras com a entrega da ex-ploração do pré-sal para o capi-tal estrangeiro; a negociação da venda da Embraer para a Boeing; afrouxamento das medidas de proteção ambiental, em especial na Amazônia etc.

Perseguições a Lula não são de hoje

No fim dos anos 1970 e início dos anos 1980, quando o ex-pre-sidente despontou do ABC para

o Brasil como líder sindical, ele foi preso pela primeira vez. Foi em abril de 1980 durante uma longa greve dos metalúrgicos na região. Já nessa época, era acusado de que possuía mansão no Morumbi, bairro nobre de São Paulo, imóvel esse que nunca ninguém viu.

Desde a redemocratização do Brasil, não teve uma eleição pre-sidencial em que Lula não tenha participado direta ou indiretamen-te. A eleição de 1989 ficou marca-da para sempre por dois episódios. Não há como esquecer do comen-tário do então presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Esta-do de São Paulo), Mário Amato: “Se Lula ganhar as eleições, aqui o nú-mero de empresários que fugiriam não seria menor do que 800 mil.”

Já no segundo turno, Fernando Collor, seu adversário, denuncia-va que Lula, se eleito, confiscaria a poupança da população, o que o próprio Collor acabou fazendo. O debate na TV Globo foi decisivo em favor de Collor, como reconhe-ceu mais tarde José Bonifácio So-brinho, ex-manda-chuva da Globo.

Os tempos são outros, mas a elite do atraso não admitia e não admite até hoje um líder operário no poder.

“Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas ja-mais conseguirão deter a chegada da primavera”. Foi com essa frase, cuja autoria desconhece, que Lula encerrou o seu discurso no sába-do, dia 7 de abril, em São Bernardo do Campo, perante uma multidão.

Osmar Fernandes, Tiago, Tatiana, Espirro, Miguel Torres (Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo), Sapão, Aldo, Rossini e Cica

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Fotos: Arquivo SindicatoOs fatos não mentem e a

história está aí para registrar e eternizar as conquistas do povo no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Se a eleição de um operá-rio para a Presidência da Repú-blica já foi demais para a elite que só pensa em acumular mais riqueza, imagine a grande mas-sa da população tendo acesso à Educação, à Saúde e a mais em-pregos. Portanto, em condições de disputar espaço no mercado de trabalho, na política, enfim, influir no destino do Brasil.

Vamos aos principais fatos :

• Geração de empregos formais – Segundo Caged (Cadastro Geral de Empre-gados e Desempregados), no governo Lula foram cria-dos 11,2 milhões de empre-gos formais.

• Desemprego - Em 2002, a taxa de desemprego era de 12,2% e caiu para 5,4% em 2013. O último dado divul-gado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística) mostra que no tri-mestre encerrado em feve-reiro de 2018 o desemprego chegou a 12,6%, atingindo 13,1 milhões de desempre-gados;

• Salário mínimo - O salário mínimo em dólar valia US$ 86,21 (R$ 200,00) em 2002, subindo para US$ 305,00

Por que a elite do atraso quer tirar Lula da eleição

(R$ 724,00) em 2014. De 2002 a 2016, o salário míni-mo acumulou ganho real de 77%. Desde então, entrou em processo de queda, pois em 2017 e 2018 não teve sequer a reposição da infla-ção.

• Barrou a pejotização - Para os trabalhadores, teve um fato muito importante que agora, com a reforma trabalhista do governo Te-mer, sofreu um revés. Foi em 2007 que o então pre-sidente Lula barrou a “pe-jotização” (contratação de um empregado como pes-soa jurídica sem nenhum direito trabalhista) ao vetar o que ficou conhecido na época como “emenda 3”, aprovada pelo Congresso Nacional. Agora, com a re-forma trabalhista a pejoti-zação é uma ameaça real aos trabalhadores.

• Gastos públicos em Saú-de – Saltaram de R$ 28 bi-lhões em 2002 para R$ 106 bilhões em 2013.

• Mortalidade infantil – A taxa era de 25,3 em 1.000 nascidos vivos em 2002 e caiu para 12,9 em 1.000 em 2012.

• Gastos públicos em Edu-cação – Subiram de R$ 17 bilhões em 2002 para R$ 94

bilhões em 2013.• Pronatec – Criado em

2011, o programa de ensino técnico atendeu 6 milhões de alunos.

• Universidades criadas – Segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pes-quisas Educacionais Anísio Teixeira), no governo Lula foram criadas 23 universi-dades públicas e cinco pri-vadas, enquanto na gestão FHC foram 27 instituições, porém apenas seis públicas.

• Acesso à universidade - O ProUni concedeu 1,2 milhão de bolsas; já o Fies financiou estudo de 1,3 mi-lhão de universitários.

• Mais povo no avião - Pas-

sagens aéreas emitidas pas-saram de 33 milhões em 2002 para 100 milhões em 2013.

• Brasil sem miséria – O programa tirou da extrema miséria 22 milhões de brasi-leiros.

• Minha Casa Minha Vida - 1,5 milhão de famílias bene-ficiadas.

• Produção de veículos - Com o crescimento do mer-cado interno, passou de 1,8 milhão de veículos para 3,7 milhões em 2013.

São esses alguns fatos que transformaram o Brasil, tor-nando-o mais justo socialmen-te, e que nada pode apagá-los.

Cícero Martinha, presidente do Sindicato, e ex-presidente Lula na campanha eleitoral em 2008

Ex-presidente Lula, José Dirceu, Cícero Martinha, Luis Marinho e outras lideranças em assembleia na Cofap no início dos anos 1990

Ex-presidente Lula em assembleia unificada dos metalúrgicos no dia 4 de abril de 1992, na frente do Sindicato

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Órgão oficial do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e MauáPresidente: Cícero Martinha Diretores responsáveis: Osmar Cesar Fernandes e Geovane Correa Jornalista responsável: Marina Takiishi MTb 13.404Fotos: Rossini Handley Editoração Eletrônica: Neusa Taeko

| Parva |

PLR-2018 será paga em duas parcelas

| Tupy |

Trabalhadores devem custear o Sindicato, decide a assembleia

Secretário geral Sivaldo Pereira, Espirro, em assembleia na Tupy

Diretor Tarzan em assembleia com os companheiros da Parva

Adilson Torres, Sapão, entrega placa ao Moacir, no evento em que o Sindicato comemorou os 35 anos do fim da intervenção, ao lado de Antonio Eusébio Silva; João Avamileno e Cícero Martinha, presidente do Sindicato

Os trabalhadores da Tupy estão conscientes de que só com o seu Sindicato forte podem avançar nas conquistas em negociações com a empresa e nas lutas em defesa de seus direitos. Com a reforma tra-balhista, que tem o propósito de desorganizar os trabalhadores, a sindicalização tornou-se cada vez mais necessária porque a disputa entre capital e trabalho tende a fi-car mais acirrada, afirma o secretá-rio geral Sivaldo Pereira, o Espirro.

Assim, em assembleia realizada no dia 5 de abril, os companheiros da Tupy entenderam que quem tem de custear o Sindicato são os próprios trabalhadores, inclusive com os não sócios contribuindo para terem direito aos acordos ne-gociados pelo Sindicato. E dando àqueles que não concordarem o direito de abrir mão dos acordos.

Os trabalhadores da Tupy sempre foram conscientes da importância da sindicalização e agora a meta é atingir os 100% .

Só venceremos a luta de classe conscientes de que unidos somos fortes!

Convênio médico. Diante de inúmeras reclamações dos tra-balhadores desde que houve a troca de convênio médico, na assembleia foi escolhida uma co-missão que participou junto com o Sindicato de uma reunião com a empresa para tratar desse as-sunto. Ficou decidido que um re-presentante do Santa Helena dará plantão na Tupy de segunda a sex-ta para atender os trabalhadores. Além disso, mensalmente, o res-ponsável pelo convênio na Tupy terá reunião com a direção do Santa Helena para fazer os ajustes.

Com profundo pesar registramos o falecimento do companheiro Moacir Alves de Oliveira, diretor da Associação dos Aposentados e Pensionistas, nesta segunda-feira, dia 9. Apresentamos as condolências aos familiares.

Sócio do Sindicato desde 18 de fevereiro de 1965, ele fez parte da diretoria cassada no dia 17 de

abril de 1980, quando a entidade sofreu intervenção do governo militar. No dia 19 de maio de 2017, na comemoração dos 35 anos do fim da intervenção, Moa-cir foi um dos homenageados.

Moacir nos deixa muita sau-dade.

Companheiro, descanse em paz!

Em assembleia realizada nesta segunda, dia 9, os traba-lhadores da Parva aprovaram a PLR-2018, que será paga em duas parcelas. Os companheiros

vão receber a metade no dia 31 de julho e o restante, atrelado a metas, no dia 28 de fevereiro de 2019, informa o diretor Pedro Paulo.

| Maxion |

Não se brinca com segurança do trabalhador, alerta Sindicato

O Sindicato há tempo vem co-brando da Maxion medidas pre-ventivas para garantir a seguran-ça dos trabalhadores. Porém, na sexta, dia 6, houve um acidente que seria evitado se as melhorias tivessem sido adotadas. Um tra-balhador foi atingido no pé por um guindaste porque a via prin-cipal da fábrica precisa de ma-nutenção e serve até de estoque de rodas, atrapalhando o campo de visão dos operadores. O dire-tor Manoel do Cavaco destaca que o Sindicato não aceita a des-culpa de que “ainda bem que o

acidente não foi grave”. E pediu a convocação de uma reunião extraordinária que aconteceu na segunda, dia 9, com a participa-ção de dois dos cinco cipeiros ti-tulares. O Sindicato deu à empre-sa um prazo até o dia 9 de maio para adotar todas as medidas necessárias e alerta que é dever dos cipeiros atuarem preventi-vamente, antes que os acidentes aconteçam. Caso o problema não seja resolvido, o Sindicato decidi-rá com os trabalhadores os enca-minhamentos, não descartando greve por tempo indeterminado.

| Paranapanema |

Sindicato negocia proposta de compensação de fim de ano

Na próxima sexta, dia 13, o Sin-dicato fará uma assembleia para debater com os trabalhadores a proposta de compensação da folga no fim do ano negociada com a Paranapanema (a partir de

22 de dezembro, sábado, com re-torno no dia 2 de janeiro de 2019, quarta). O diretor Saradão explica que a proposta é o desconto nos meses de 31 dias, ficando o saldo para compensação do fim do ano.

Adeus ao companheiro Moacir

Foto: Rossini Handley