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Colhedoras forragens Aproveitamento . t I A utilização de fenação e silagem é uma necessidade I n e g ra dos pecuaristas brasileiros para manter a produtividade de seus rebanhos em épocas de seca. Portanto, o processo de colheita e recolhimento das forragens na lavoura deve ser maximizado A pesar do Brasil ser um país pri- vilegiado para a produção de gramíneas e forrageiras tropicais, a alimentação de animais durante a época seca do ano (outono/inverno) constitui-se num grande problema para nossa pecuária o qual é resolvidopor uma técnica bastante utilizada por pecuaristas que é o uso de forragens acondicio- nadas, produzidas nas estações de primavera! verão durante o referido período. A obtenção e conservação de produtos para alimentação ani- mal realizam-se,principalmente, através de dois processos que são a fenação e a silagem. Fenação consiste na desidratação da forra- gem verde com cerca de 65-85% de umidade no estágio de corte para 10-20% ponto ideal -ai l'1aqulnas para conservação e consumo pelos animais. Durante o processo de fenação, a forragem ver- de é cortada e seca tão rapidamente quanto possível. A secagem pode ser feita naturalmen- " te no campo de cultivo pela exposição unifor- .~ me da mesma ao solou artificialmente por cir- ~ culação de ar furçada em locais apropriados. A 2 secagem ao sol necessita de 2 ou 3 dias. O feno deve ser acondicionado no campo em sacolas hermeticamente fechadas ou em áreas cober- tas como galpões, estábulos etc. A colheita de material já seco não é feno, mas sim palha. Silagem é a forragem verde e suculenta resultante da fermentação anaeróbica de de- terminadas plantas furrageiras levando a uma produção de ácidos orgânicos principalmente www.wllivor.inf.br o ácido láctico, que reduz o pH para cerca de quatro, abaixo do qual todas as reações quími- cas e a fermentação cessam desde que haja car- boidratos solúveis disponíveis e teor ideal de matéria seca na faixa de 30 a 35%. A forragem necessita ser finamente picada (0,5 - 3,0 cm) e rapidamente acondicionada em recipientes de- nominados silos. Basicamente, a ensilagem constitui-se num método de preservação do valornutritivo da planta furrageira,dando como produto final à silagem. Esse tipo de furragem como também o feno pode ser distribuído di- retamente no cocho. Em ambos os processos, a mecanização dessasatividades é uma tarefafundamental para obtenção da maior produtividade e redução dos custos. Desta forma, a colheita mecanizada quando mal conduzida pode implicar em per- das elevadas de produto. As perdas médias na colheita somam 10 a 15%,podendo apresentar amplitude de 4 a 20% sendo que a média nacional está em 12 a 13%. Dessas perdas, 70% são provenientes de devi- das faltas de regulagens de máquinas e os res- tantes 30% pelo manejo inadequado. Estas per- das podem ser reduzidas desde que as causas sejam identificadas a tempo, e sejam providen- ciadas as correções necessárias. Forrageirascomomilhoesorgoapresentam maiorfacilidadedecolheitae menoresperdas Setembro 2004

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Colhedorasforragens

Aproveitamento. t IA utilização defenação e

silagem é uma necessidadeIn egra dos pecuaristas brasileirospara manter a

produtividade de seusrebanhos em épocas de

seca. Portanto, o processode colheita e recolhimento

das forragens na lavouradeve ser maximizado

Apesar do Brasil ser um país pri-vilegiado para a produção degramíneas e forrageiras tropicais, a

alimentação de animais durante a época secado ano (outono/inverno) constitui-se numgrande problema para nossa pecuária o qual éresolvidopor uma técnica bastante utilizada porpecuaristas que é o uso de forragens acondicio-nadas, produzidas nas estações de primavera!verão durante o referido período. A obtenção econservação de produtos para alimentação ani-mal realizam-se,principalmente, atravésde doisprocessos que são a fenação e a silagem.

Fenação consiste na desidratação da forra-gem verde com cerca de 65-85% de umidadeno estágio de corte para 10-20% ponto ideal

-ai l'1aqulnas

para conservação e consumo pelos animais.Durante o processo de fenação, a forragem ver-de é cortada e seca tão rapidamente quanto

possível.A secagem pode ser feita naturalmen- "te no campo de cultivo pela exposição unifor- .~me da mesma ao solou artificialmente por cir- ~culação de ar furçada em locaisapropriados. A 2secagem ao sol necessita de 2 ou 3 dias. O fenodeve ser acondicionado no campo em sacolashermeticamente fechadas ou em áreas cober-

tas como galpões, estábulos etc. A colheita dematerial já seco não é feno, mas sim palha.

Silagem é a forragem verde e suculentaresultante da fermentação anaeróbica de de-terminadas plantas furrageiras levando a umaprodução de ácidos orgânicos principalmente

www.wllivor.inf.br

o ácido láctico, que reduz o pH para cerca dequatro, abaixo do qual todas as reaçõesquími-cas e a fermentação cessam desde que haja car-boidratos solúveis disponíveis e teor ideal dematéria seca na faixa de 30 a 35%. A forragemnecessita ser finamente picada (0,5 - 3,0 cm) erapidamente acondicionada em recipientes de-nominados silos. Basicamente, a ensilagemconstitui-se num método de preservação dovalornutritivo da planta furrageira,dando comoproduto final à silagem. Esse tipo de furragemcomo também o feno pode ser distribuído di-retamente no cocho.

Em ambos os processos, a mecanizaçãodessasatividadesé uma tarefafundamental paraobtenção da maior produtividade e redução doscustos. Desta forma, a colheita mecanizada

quando mal conduzida pode implicar em per-das elevadas de produto.

As perdas médias na colheita somam 10 a15%,podendo apresentar amplitude de4 a 20%sendo que a média nacional está em 12 a 13%.Dessas perdas, 70% são provenientes de devi-das faltas de regulagens de máquinas e os res-tantes 30%pelo manejo inadequado. Estas per-das podem ser reduzidas desde que as causassejam identificadas a tempo, e sejam providen-ciadas as correçõesnecessárias.

Forrageirascomomilhoe sorgoapresentammaiorfacilidadede colheitae menoresperdas

Setembro2004

"Dependendo da forragem a ser colhida, pode-se obter tranqüilamenteprodutividade de processamento da ordem de 15 a 30 toneladas por hora"-

A colheita de material com umidade ina-

dequada, uso de máquina imprópria, regula-gens incorretas e velocidadeexcessivada colhe-dora são responsáveispelos elevadosíndices deperda durante a colheita de forragens que po-dem provocar desperdícios de até 10-15% oumais de massa verde. Pode-se observar pelatabela ao lado,considerando perdas de 10%queos valores em toneladas ha\mo são muito ex-

pressivos,o que resulta em prejuízos imediatospara os produtores. Pegando como exemplo omilho e levando-se em consideração uma áreade 100 ha, pode-se concluir que em média, sãodesperdiçados 125 toneladas de forragem porano.

As colhedoras de forragens fabricadas noBrasil são em geral muito boas. Dependendoda forragem a ser colhida, pode-se obter tran-qüilamente produtividade de processamento daordem de 15 a 30 toneladas por hora. Destaforma,atenção é fundamental, poisquanto maí-or a produtividade maíor pode ser a perda.

Para diminuir as perdas na colheita a pri-meira regra a seguir é colher o material na épo-ca certa e issovaivariar em função da forragei-ra. Material muito seco fica quebradiço e temdificuldades de corte inercial. Material muito

úmido provoca embuchamento, rachaduras edilaceramento na soqueira.

Tabela1- Produçãodemassaverde,(MV)edemassaseca(MS)eestimativadeperdasdemassasecadealgumas

forrageiras produzidas no Brasil

'10% do 10101de mOlsa seca produzida

Fonte: OZO/UFLA

Outro ponto importante a ser observado éa altura de corte. Esta deve ser regulada e man-tida ao longo de toda a operação em função decadaespécieforrageiraa sercolhida.Em geraldeve-se regular a altura de corte para colher omáximo de material possíveLMaís próximo dosolo para forrageiras sem manejo de rebrota,como o milho, por exemplo, e no ponto de al-tura ideal para as forrageiras com manejo derebrota como os capins elefantes, alfufu,tifton-85 etc. Neste caso,o corte tanto abaíxo quantoacima do ponto idealinfluenciará negativamen-

te à brotação comprometendo a produção fu-tura. Desta forma, em função das necessidadesfisiológicaspara obter-se uma boa rebrota, existeuma altura ideal que deverá ser mantida. Paraalfufa,por exemplo, esta deve ser de aproxima-damente 8 cm acima do solo.Capim elefante ecana 10 cm acima do solo.

CONJUNTO DE CORTEEAUMENTAÇÃO

As perdas geradas pelo sistema de corte ealimentação das colhedoras de forragens estãorelacionadas ao estado de desgaste e afiaçãodasfacas de corte, embuchamento da bica de ali-

CorreiasAgras efIa1gueirasH~~ulicasGalesPresente no cre8clmento da Agricultura Bra811elra

~

Capimelefante silogem 100-150 25- 35 2,0- 3,0Milho silogem 30-50 10- 15 0,9- 1,5

Sorgo silogem 40-50 12-15 1,2-1,5Cono-de oúcor silogem 80-100 23- 30 2,3- 3,0Girasol silogem 30-50 10-15 0,9-1,5Tifiton-85 fenoíio 20-40 4-8 0,4- 0,8Coostcrass fenoíio 20-40 4-8 0,4- 0,8Estrelo fenoíio 20-40 4-8 0,4- 0,8Alfofo fenoíio 20-30 4-6 0,4-0,8Brochioro fenocíio 40-60 8-12 0.8-1.2

'~ fragmentação em excesso da planta podeprovocar perdas de matéria secade até 50%"-

ocapim elefante e a cana possuem maior densidade

apresentandomaior dificuldade de colheita e perdas

mentação e a velocidade de operação acima dorecomendado. A manutenção do conjunto decorte é fundamental para se evitar perdas. Asfacas perdem o fio de corte à medida que o vo-lume cortado aumenta, devendo ser afiadas aintervalos regulares para obtenção de um cortelimpo e preciso,caso contrário perdas serão ine-vitáveis. Quando a densidade da forragem au-menta, mais especificamente na colheita decapim elefante e cana, além dos intervalos maiscurtos de afiação das facas de corte deve-se to-mar cuidado para não deixar acumular umgrande volume de material na bica de alimen-tação.Quando issoocorre,caia rotação na TDPdo trator e o sistema de alimentação fica sempotência suficiente para realizar o corte, provo-cando dilaceramento no material colhido, per-da de material que não é cortado e danos àsoqueira remanescente. Além disso,ocorreper-da na produtividade da operação uma vez queo trator diminuirá a velocidade até parar, man-tendo funcionando apenas a colhedora. Asper-das em decorrência da velocidade de desloca-mento provocam fulhasno corte ficando mate-rial no campo sem ser cortado. A velocidade

ideal é determinada pela função do tipo de for-ragem e da densidade da mesma. Forragensmuito densas, como cana e capim elefante, ne-cessitam de menor velocidade de deslocamen-

to ao passo que para ensilar milho, esta podeser um pouco mmor.

As ensiladoras produzem material picadocom tamanho entre 0,5 e 3,0 em, sendo quealgumas marcas podem ter regulagem para ta-manhos maiores. O tamanho desejado da for-ragem é em função da rotação do eixo das fa-cas, do estado de sua afiação, da contra-faca eda velocidade de deslocamento da colhedora.

As perdas podem aparecer de duas formas, altarotação associada com facas segas provoca es-magamento dos caules, produzindo estilhaçosde forragens que cairão ou serão levados pelacorrente de vento e baixa rotação associada afacas segas produzirá partículas muito grandesque cair~o para fora da colhedora ficando nocampo. E importante ressaltar que quanto me-nor for o tamanho das partículas mais perdasocorrerão,uma vezque em cadacorterealiza-do, uma porção de caule equivalente à espessu-ra da faca é perdida proporcionando as chama-das perdas invisíveis.

SISIIMA DE DESCARGA

As ensiladoras são dotadas de um sistema

de direcionamento do jato de massa verde paraa carreta ou vagão forrageiro.Neste ponto sur-gem perdas provocadas por desatenção ou fuItade habilidade do operador ao manusear o que-bra-jato, tanto por excesso de carregamentoquanto por deixar escapar silagem diretamentepara fora da carreta. Perde-se também por fuItade sincronia entre o operador da carretae o dacolhedora. Apesar do jato direcionado, materi-al muito fino pode perder-se por deriva.

PERDASDURANII OtRANSPORTE

As perdas durante o transporte do ma-

terial colhido para o local onde se encontrao silo são significantes. Em geral, essas per-das são mais comuns quando o veículo detransporte é a carreta. Furos, desuniformi-dade de altura nas laterais etc, são proble-mas típicos gerados pela falta de manuten-ção das carretas agrícolas. Quando se em-prega vagão forrageiro no transporte as per-das nesse setor são quase desprezíveis.

SISIIMA DE CORTEDASSEGADORAS

Na produção de feno o corte é realizadopela segadora ou ceifudora, que pode ou nãoter dispositivo de acondicionamento do mate-rial ceifado objetivando acelerar a velocidadede secagemdo feno. Asperdas de forragematri-buídas ao sistema de corte estão associadas ao

estado de desgaste e afiaçãodas lâminas de cor-te e a velocidade de operação da máquina aci-ma do recomendado. Velocidadeselevadaspro-vocam perdas por deixar material não cortadono campo e por provocarem embuchamentoem certas ceifudorasdesprovidas de contra-faca(duas lâminas). Uma fonte de perda nessa faseaparece quando se utiliza segadora com dispo-sitivode acondicionamento da forragem.Asse-gadoras condicionadoras de facas só devem serempregadas para fenação de gramíneas de altaprodução e que apresentam talos grossos e dedificil dessecação. Neste caso, a fragmentaçãoem excesso da planta pode provocar perdas dematéria seca de até 50%. Assim sendo, é fun-damental o uso do ancinho para fazer o areja-mento da massa ceifuda pois o suco celular ex-traído durante o acondicionamento provocaumefeito de aglutinação das partículas nas cama-das mais profundas proporcionando adensa-mento, dificuldade depenetração de calore mo-vimento de ar, favorecendo o desenvolvimento

de fungos. Para as segadoras condicionadorasde rolos, perdas de matéria secapodem ocorrerpor esmagamento demasiado dos caules. Veri-ficar a pressão nos rolos esmagadores é funda-

Assegadoraspossuemalta produtividadee baixoíndicede perdas

l'1équlnas

Osancinhossãofundamentaisquandose utilizasegadoracondicionadora

www.cultivor.inf.brSetembro 2004

Umcuidadoespecialdeveserdadoao enfardamentoparanãocomprometertodo o trabalhoanterior

mental para diminuir perdas desse tipo. nos mecânicos nas folhas que secam antes,quebrando o material e dificultando o reco-lhimento ou enfardamento.MOVIMENTAÇÃOEBUBRAMBfTO DOFENO

Os ancinhos têm por função revolver aforragem ceifada no campo para agilizar asecagem e enleirar o mat~rial para recolhi-mento ou enfardamento. E uma fase de pou-cas perdas, porém a rotação dos molinetesacima do recomendado pode provocar da-

ENFARDAMBfTO

A enfardadora é uma máquina que recolheo material enleirado, prensa, amarra, armaze~na e distribui pelo campo os fardos de feno. Ede fundamental importância seu pleno funcio-

Central e eçasA r felUma loja nova, moderna, que chega para ser ""\

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naménto, pois qualquer problema nesse pontodo sistema comprometerá todo o trabalho an-terior. Perdaspodem acontecer no recolhimen-to, caso a leira deixada seja maior que a largurado recolhedor ou por quebra dos caules e fo-lhas devido ao recolhimento abrupto por,faltade ajuste do regulador de alimentação. E im-portante ressaltar que durante a prensagem dosfardos de alta densidade (100-200 kg!m) comumidade baixa, pode ocorrer grande perda decaule e folhas caso a dessecação não tenha sidouniforme principalmente para as leguminosas.

Observar a época certa de colheita, traba-lhar com a máquina certa e ajustada para cadacaso, observar a velocidade correta de opera-ção, ter os conjuntos de corte em perfeito esta-do de funcionamento e, finalmente, possuiroperadores profundamente conhecedores damáquina e de suas regulagens são futores es-senciais para o produtor rural diminuir as per-das provocadas durante o processo de colheitade forragens e aumentar os lucros de sua pro-priedade. ~

Carlos Eduardo Silva Volpato eNilson Salvador,Uflajackson Antônio Barbosa,Fafeid