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Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios e Seminário de Pesquisa do Mestrado em Estudos da Linguagem 10 a 12 de agosto de 2016 ISSN: 2238-5746

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Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

e

Seminário de Pesquisa do Mestrado em Estudos da Linguagem

10 a 12 de agosto de 2016

ISSN: 2238-5746

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Universidade Federal de Goiás - Regional Catalão Unidade Acadêmica Especial de Letras e Linguística

e

Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

Seminário de Pesquisa do Mestrado em Estudos da Linguagem

10 a 12 de agosto de 2016

Catalão – Goiás

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação

(CIP) (GPT/BSCAC/UFG) SELLE (Simpósio de Estudos de Línguas e Literaturas

Estrangeiras (3 : 2016 : Catalão, G0). S612 [Caderno de resumos] III Simpósio de Estudos de Línguas e

Literaturas Estrangeiras: formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios e IV Seminário de Pesquisa do Mestrado em Estudos da Linguagem [recurso eletrônico] de 10 a 12 de agosto de 2016 / Organização Ismael Ferreira Rosa.- Catalão : UFG, 2016.

Caderno de Resumos.

1 CD – ROM

ISSN: 2238-5746

1. Linguística – Congresso. 2. Linguística – ensino línguas estrangeiras. 3. Ensino – línguas estrangeiras. 4. Línguas – ensino. I. Rosa, Ismael Ferreira (Org.) II. Universidade Federal de Goiás. Regional Catalão. Unidade Acadêmica Especial de Letras e Linguística. III. Título. IV. Titulo I : III SELLE (Simpósio de Estudos de Línguas e Literaturas Estrangeiras): formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios. V. Título VI. Título. II: IV SEPMEL (Seminário de Pesquisa do Mestrado em Estudos da Linguagem.

CDU: 81' 243

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL CATALÃO

REITORIA

Orlando Afonso Valle do Amaral

VICE-REITORIA Manoel Rodrigues Chaves

DIREÇÃO DA REGIONAL CATALÃO

Thiago Jabur Bittar

VICE-DIREÇÃO DA REGIONAL CATALÃO Denis Rezende de Jesus

UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE LETRAS E LINGUÍSTICA

CHEFIA

Alexander Meireles da Silva

SUBCHEFIA Sheila de Carvalho Pereira Gonçalves

COORDENAÇÃO LICENCIATURA PORTUGUÊS

Ulysses Rocha Filho

COORDENAÇÃO LICENCIATURA PORTUGUÊS/INGLÊS Terezinha de Assis Oliveira

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CENTRO DE LÍNGUAS DA REGIONAL CATALÃO

COORDENAÇÃO Luciane Guimarães de Paula

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU – MESTRADO EM ESTUDOS DA

LINGUAGEM

COORDENAÇÃO Luciana Borges

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COMISSÃO ORGANIZADORA DO EVENTO

PRESIDÊNCIA

Fabíola Aparecida Sartin Dutra Parreira Almeida

COMITÊ CIENTÍFICO Ismael Ferreira Rosa – Presidente

Anair Valênia Martins Dias Luciana Borges

Neuza de Fátima Vaz de Melo

COMITÊ LOCAL Alexander Meirelles da Silva Alexandre António Timbane Ana Paula Corrêa Pimenta Antônio Fernandes Júnior Erislane Rodrigues Ribeiro

Fabianna Simão Bellizzi Carneiro Flávia Freitas de Oliveira

Ionice Barbosa de Campos João Batista Cardoso

Lucas Eduardo Marques Santos Lucas Floriano de Oliveira

Luciane Guimarães de Paula Maria Helena de Paula

Raphaela Pacelli Procópio Raul Dias Pimenta

Sheila de Carvalho Pereira Gonçalves Silvana Augusta Barbosa Carrijo

Terezinha de Assis Oliveira Ulysses Rocha Filho

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Organização do Caderno de Resumos: Ismael Ferreira Rosa

Editoração: Ismael Ferreira Rosa

Capa e projeto gráfico: Ismael Ferreira Rosa

Revisão: Fabíola Aparecida Sartin Dutra Parreira Almeida Universidade Federal de Goiás

Regional Catalão

Unidade Acadêmica Especial de Letras e Linguística

Avenida Dr. Lamartine Pinto de Avelar, 1120

Setor Universitário, Catalão-GO

CEP 75704-020

Fone: (64) 3441-5304

Homepage: https://letras.catalao.ufg.br/

Os resumos foram transcritos de acordo com os originais enviados à comissão organizadora do evento, sendo, portanto, de inteira responsabilidade de seus autores.

ISSN: 2238-5746

©A reprodução parcial ou total desta obra é permitida, desde que a fonte seja citada.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ........................................................................................... 10

PROGRAMAÇÃO ............................................................................................ 14

RESUMOS ......................................................................................................... 13

Conferências .................................................................................................... 17

Mesas Redondas ............................................................................................ 19

Grupos de trabalho ....................................................................................... 21

GT 1 – Ensino e novas tecnologias ..................................................... 21

GT 2 – Ensino e diversidade linguística ............................................ 37

GT 3 – Literatura e o lugar do outro .................................................. 56

GT 4 – A Verbovocovisualidade na Perspectiva Dialógica da

Linguagem para Análise de Discursos Contemporâneos ........... 83

GT 5 – Projetos inter/transdisciplinares ............................................ 99

GT 6 – Libras, estudos linguísticos e literários ............................... 101

GT 7 – Discurso, História e Memória ................................................. 113

GT 8 – Ensino e pesquisas em literatura .......................................... 162

GT 9 – Léxico, cultura e ensino ............................................................ 173

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GT 10 – Gênero discursivo/textual e ensino ................................... 195

GT 11 – Aplicações da Linguística Sistêmico-Funcional: Ensino,

Discurso e Tecnologia ............................................................................. 205

Sessões de Debate do SEPMEL ................................................................ 222

Minicursos ........................................................................................................ 241

Pôsteres ............................................................................................................ 248

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746

APRESENTAÇÃO

Atualmente, o acelerado processo de

globalização econômica e cultural tem gerado a

necessidade de competências específicas em línguas

e culturas estrangeiras para os mais variados

segmentos profissionais, não se restringindo apenas

e exclusivamente às tradicionais áreas ligadas ao

comércio internacional. Sem dúvida, do ponto de

vista da comunicação, os limites do mundo hoje são

mais estreitos. A agilidade dos meios de

comunicação e das campanhas internacionais, como

competições esportivas, intercâmbios culturais e

comerciais, turismo internacional, movimentos de

solidariedade, unem os povos cada vez mais. A

humanidade passou a experienciar outras condições

e espaços de interação, em que os limites e domínios

se atenuaram, de modo a integrarem e comporem

uma grande teia de sociabilizações. Obviamente,

uma teia que não elide relações de poder e processos

ideológicos, mas que diminui as distâncias espaciais

e temporais pelas vias da grande mudança produzida

pela revolução da informática que redefiniu o modo

de trabalhar, estudar e principalmente comunicar.

Portanto, durante essas últimas décadas,

adquirir conhecimentos em línguas estrangeiras

tornou-se imprescindível para a constituição de

sujeitos e a interação dos mesmos no ínterim dessa

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

extensa teia social. Foi considerando essa

imprescindibilidade que o Departamento de Letras

da Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão

criou o Projeto de Extensão de Língua Estrangeira,

em 1997, com o objetivo de possibilitar à

comunidade interna (alunos, professores, servidores

técnico-administrativos e seus dependentes diretos)

e externa o aprendizado de línguas estrangeiras,

oferecendo cursos de inglês, francês, espanhol,

projeto este que sofreu uma significativa mudança

quando passou, em 2004, a ser denominado Centro

de Línguas (CL). Com efeito, configura-se um projeto

de extensão com um profícuo alcance pedagógico

no processo de ensino-aprendizagem de uma

segunda língua, através do qual, graduandos de

Letras ou mesmo alunos de outros cursos de

graduação do Campus Catalão, colocam em prática

seus conhecimentos teórico-linguísticos e entram em

contato com a atividade docente, propiciando, dessa

forma, uma melhor preparação para o futuro

ingresso no mercado de trabalho, além de ser um

centro propiciador e mediador, da aquisição, a baixo

custo e de qualidade, de um segundo idioma à

comunidade interna e externa desse campus da

Universidade Federal de Goiás, oferecendo cursos de

Inglês, Espanhol, Francês, Alemão, Japonês,

Esperanto e LIBRAS.

Justamente por se preocupar com a articulação

ensino-pesquisa-extensão e cultura e a promoção de

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debates acerca do processo de ensino-

aprendizagem de línguas é que no segundo semestre

de 2010, o CL realizou o I Simpósio de Linguística

Aplicada e Ensino de Línguas Estrangeiras (I SELLE),

tendo por motriz temático questões relativas ao

discurso, ensino e afetividade, vindo a se constituir

como um momento especial para o

compartilhamento de pesquisas e experiências na

área dentro do contexto do ensino de línguas

estrangeiras na região.

Em 2012, entre 13 e 15 de junho, foi realizada

a segunda edição do evento tendo por tema as

questões do ensino, identidade e cultura, em que

profícuos debates e divulgação de pesquisas na área

de ciências humanas, em especial, no campo de

estudos da linguagem pelo viés da Linguística

Aplicada (LA), concernentes ao ensino e

aprendizagem de língua materna e línguas

estrangeiras, foram apresentados. O evento contou

com professores pesquisadores de instituições

nacionais tais como FL-UFG, REJ-UFG, UFU, UFTM e

UFSJ.

E dando continuidade a esse evento

acadêmico que já tomou amplitude nacional, no

segundo semestre de 2016, nos dias 10, 11 e 12 de

agosto, realizar-se-á o III SELLE, desta vez enfocando

também as literaturas estrangeiras. Por conseguinte,

a sigla denominará o III Simpósio de Estudos de

Línguas e Literaturas Estrangeiras, tendo como foco

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

questões relativas ao processo de ensino-

aprendizagem e formação de professores, cujo o

tema será A formação do professor de Línguas na

contemporaneidade: diálogos e desafios.

Contando com uma elevada quantidade e

qualidade de trabalhos a serem apresentados nas

conferências, mesas-redondas, grupos de trabalhos e

exposição de painéis, que compõe as atividades de

programação do evento, o III

SELLE se mostra mais uma vez um momento muito

rico e oportuno para a construção e permuta de

conhecimentos. Igualmente, ainda mostra a

seriedade e o engajamento da comissão

organizadora, participantes e convidados em discutir

os diálogos e desafios da formação do professor de

línguas na contemporaneidade.

Desejamos a todos e todas um momento

dialógico, singular e único na existência acadêmico-

científica, de modo que possam desfrutar ricamente

dessa oportunidade de debater múltiplas e

instigantes questões na área dos estudos aplicados

às línguas e literaturas estrangeiras.

O Comitê Científico

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PROGRAMAÇÃO

10/08/2016 (Quarta-feira)

14h às 18h – Credenciamento

19h – Abertura do evento

19h30 – Atividade cultural

20h – Conferência de abertura: “Cadê a gramática

que estava aqui? “- O papel da gramática nos estudos de gêneros, multiletramentos e na formação do professor de línguas

Prof. Dr. Orlando Vian Junior (UNIFESP)

11/08/2016 (Quinta-feira)

08h – Minicursos

08h – Sessões de Debate de Projetos do Mestrado

em Estudos da Linguagem - SEPMEL

Linha 1: Texto e Discurso

Debatedores:

Profa. Dra. Vanice Maria Oliveira Sargentini (UFSCAR)

Profa. Dra. Marisa Martins Gama Kalil (UFU)

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

Linha 2: Literatura Memória e Identidade

Debatedores:

Profa. Dra.Elisabeth Battista (UNEMAT)

Profa. Dra. Maria Amélia Dalvi Salgueiro (UFES)

Linha 3: Língua, Linguagem e Cultura

Debatedores:

Prof. Dr. Orlando Vian Junior (UNIFESP)

Profa. Dra. Eliana Dias (UFU)

14h – Grupos de trabalho

16h - Coffee break

16h30 às 18h30 – Grupos de trabalho

18h30 – Apresentação cultural

19h30 - Lançamento de livros

12/08/2016 (Sexta-feira)

08h – Apresentação de pôsteres

9h30 – Coffee break

10h – Mesa Redonda 1

“Ensino de língua e literatura”

Profa. Dra Tania Romero (UFLA)

Profa. Dra. Maria Amélia D. Salgueiro (UFES)

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

14h – Mesa Redonda 2

“Experiências de pesquisa (Língua e Literatura) ”

Profa. Dra. Vanice Maria Oliveira Sargentini (UFSCAR)

Profa. Dra. Elizabete Batista (UNEMAT)

15h30 – Coffee Break

16h – Apresentação cultural

17h – Conferência de encerramento: A linguagem

dos emojis

Profa. Dra. Vera Lucia de O. Menezes e Paiva (UFMG)

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

RESUMOS

Conferências

“Cadê a gramática que estava aqui? “- O papel

da gramática nos estudos de gêneros,

multiletramentos e na formação do professor de

línguas

Orlando Vian Junior (UNIFESP)

O campo da formação de professores de línguas

materna e estrangeiras no Brasil tem passado por

sensíveis transformações nos últimos anos,

abandonando abordagens mais formais e/ou

estruturalistas e caminhando em direção a aspectos

ligados à reflexão e a práticas mais localizadas. Por

outro lado, essas transformações trouxeram também

para a área de ensino de línguas aspectos

envolvendo um maior contato com gêneros

discursivos e com multiletramentos, levando,

consequentemente, a um trabalho menos focado no

texto, no discurso, na língua ou nos aspectos formais.

Esse cenário funciona como ponto de partida para

esta apresentação, cujo foco principal é discutir a

relevância de uma visão de linguagem que possa

embasar o trabalho docente e fornecer a alunos e

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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746

III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

professores perspectivas mais realistas para o

ensino/aprendizagem.

A linguagem dos emojis

Vera Lúcia de O. Menezes e Paiva (UFMG)

Partindo do pressuposto de que a linguagem é um

sistema adaptativo complexo, pretendo demonstrar

que as tecnologias de comunicação digital têm forte

impacto na interação humana, especialmente

quando mediadas por tecnologias móveis, e, como

consequência, introduzem mudanças na linguagem.

Um desses fenômenos é o uso de emojis, figuras

geradas pelo sistema Unicode para representar

emoções, e os stickers usados para o mesmo fim em

redes sociais como o Facebook. Apresentarei a

história dos emojis; discutirei sua circulação nas

interações por tecnologia móvel; e apresentarei

exemplos das regularidades sintáticas e discursivas

em dados recolhidos do Twitter, WhatsApp e

Facebook. Além disso, pretendo mostrar alguns

exemplos de como essa nova linguagem tem sido

usada por outros meios de comunicação.

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

Mesas Redondas

Mesa Redonda 1: Ensino de língua e literatura

Pesquisa em Literatura e Educação:

apontamentos para um debate

Maria Amélia D. Salgueiro (UFES)

Neste trabalho, discutimos temas, orientações

teórico-metodológicas, técnicas e resultados de um

conjunto de pesquisas que se realizam entre

literatura e educação. Problematizamos como, em

certa medida, as políticas oficiais para a educação

básica e o ensino superior (no que incluímos a pós-

graduação) operam no sentido de induzir um quadro

que favorece certo jeito de fazer pesquisa, certo tipo

de pesquisa, certas conclusões. Compreendendo as

limitações e incipiências da área, propomos alguns

apontamentos, com o objetivo de convidar ao

debate sobre como vamos construir e consolidar no

Brasil a pesquisa que toma a educação literária como

escopo.

Abordagens na formação do professor de

línguas adicionais

Tania Romero (UFLA)

As abordagens mais utilizadas atualmente na

formação do professor de línguas adicionais serão

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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746

III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

enfocadas, com destaque para diários e narrativas

autobiográficas. Além de seus fundamentos teóricos,

serão apresentados dados exemplificadores em

contextos de formação inicial e continuada com o

objetivo de subsidiar a discussão sobre seus efeitos

para os participantes - educador e educandos. Em

face à introdução do novo parâmetro nacional, o

BNCC (Base Nacional Curricular Comum), serão,

ainda, feitas algumas considerações sobre seu

impacto no curso de Letras.

Mesa Redonda 2 - Experiências de pesquisa

(língua e literatura)

Configurações literárias da vida social em

narrativas de autoria de mulher

Elizabete Batista (UNEMAT)

Nos estudos que estamos realizando sobre a

participação de escritoras na imprensa e a circulação

literária entre os países que têm o português como

língua de comunicação, temos colhido gestos e

presenciado a intensa movimentação com vistas à

ampliação das relações de trocas e possibilidades de

abertura e aproximação cultural nas relações

literárias e culturais entre Brasil, Portugal e África.

Esta leitura articula-se em torno da instigante

produção criativa e intensa atividade intelectual de

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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746

III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

mulheres para os meios de imprensa, em meados do

século XX, em Portugal e no Brasil.

Presenças de Foucault na Análise do discurso

Vanice Maria O. Sargentini (UFSCAR)

Para Michel Foucault, o discurso sempre se

apresentou como centro desencadeador de suas

análises, uma vez que considerava a necessidade de

analisar os enunciados efetivamente enunciados e

suas condições de emergência. Discutiremos nesta

mesa como as noções de sujeito, de acontecimento,

de enunciado e de arquivo, dentre outros conceitos

propostos por Foucault, compõem o quadro

metodológico de pesquisas produzidas no diálogo

com a Análise do Discurso.

GRUPOS DE TRABALHO

GT 1 – Ensino e novas tecnologias

Construções e desconstruções dos minicontos

digitais na hipermordenidade

Aline Kristina Pereira Ramos (UFG/RC)

Anair Valênia (Orientadora – UFG/RC)

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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746

III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

Com as mídias hipermodernas em nossa sociedade,

o leitor tem cada vez mais acesso a novos gêneros

digitais que surgem para atender à demanda

tecnológica que engloba uma diversificada leitura

multimodal e multimidiática. Em nossa pesquisa,

investigamos e analisamos os minicontos digitais,

gênero digital que circula predominantemente em

ambiente virtual que constitui-se de uma narrativa

breve e que consegue proporcionar ao leitor um

começo, meio e fim em sua estrutura narrativa.

Bakhtin (2003) expõe em seus estudos questões

sobre o gênero apontando três elementos que o

constituem: estrutura composicional, conteúdo

temático e estilo, a quem recorremos para reiterar

alguns elementos que possibilitaram a compreensão

da constituição teórica desse trabalho. A partir disso,

buscamos literaturas eletrônicas disponíveis na

internet, que pertencessem ao gênero miniconto

digital, e analisamos a obra de Samir Mesquita

denominada “Um site estático em razão do horário -

18:30”. Essa obra reúne 13 minicontos digitais que

abordam a temática da contemporaneidade da vida

urbana das grandes cidades. Visamos dar visibilidade

à literatura digital que hoje agrega valor a uma nova

prática de leitura e investigamos como esses novos

gêneros se caracterizam a partir da estrutura

composicional, do conteúdo temático e do estilo por

meio das análises realizadas com o nosso corpus

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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746

III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

identificando e explicitando a sua constituição em

diálogo constante com o cotidiano.

Discursos constitutivos e constituintes de

professores de inglês em um curso de Letras EaD

Cristiane Carvalho de Paula Brito (UFU)

Maria de Fátima Fonseca Guilherme (UFU)

Entendemos que os estudos em Linguística Aplicada

(LA) devem ser realizados de forma a serem

socialmente comprometidos, buscando

problematizar questões de uso da linguagem para

que se possa melhor compreendê-las, estudos que

propõem intervenções que possam otimizar as

relações mediadas pela linguagem e, por

conseguinte, estudos que se comprometam com

sujeitos que vivenciam problemas nas diversas

situações mediadas pela linguagem. Na esteira deste

pensamento, este trabalho visa apresentar resultados

de uma pesquisa que objetivou investigar

discursividades construídas por professores de

língua inglesa pré-serviço acerca do processo de

ensino-aprendizagem em um curso de licenciatura

de Letras-Inglês em contexto de educação a

distância, em uma instituição federal de ensino

superior (IFES) no estado de Minas Gerais. Propomo-

nos a discutir algumas representações construídas

por esses professores sobre sua formação e seus

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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746

III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

processos de ensino-aprendizagem, tendo em vista a

relação que estabelecem com as NTICs (Novas

Tecnologias de Informação e Comunicação).

Buscando lançar olhares para os dizeres enunciados

em fóruns de discussão da disciplina ‘NTICs no

Ensino de Língua Inglesa’, ministrada ao final do

referido curso, fundamentamo-nos teórico-

metodologicamente na interface Linguística Aplicada

(LA) e Análise do Discurso (AD). No que tange à AD,

estamos considerando a teoria do discurso de linha

francesa elaborada por Michel Pêcheux (ADF), assim

como alguns elementos da arquitetura bakhtiniana

(ADD – Análise Dialógica do Discurso). Nosso

interesse reside, portanto, em tomar a linguagem em

sua dimensão sócio-histórico-cultural-ideológica e

dialógico-polifônica para que seja possível refletir

sobre a relação sujeito-linguagem-tecnologia,

almejando problematizar as possíveis incidências dos

discursos que se constituem em um ambiente virtual

de formação de professores para as (futuras) práticas

docentes desses sujeitos.

A interação com pen pals em um projeto para o

ensino de língua inglesa

Cristiane Manzan Perine (UFU)

O uso de tecnologias da informação e comunicação

no ensino e aprendizagem de línguas repercute em

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diferentes meios de potencializar a aprendizagem de

uma língua estrangeira. Desse modo, considerar a

estreita relação entre língua e cultura na sociedade

digital nos permite pensar novas realidades

educacionais ampliando conhecimentos em práticas

situadas de aprendizagem e despertando a atenção

para a existência de letramentos múltiplos. O

objetivo deste artigo é apresentar uma discussão

acerca das interações de alunos com pen pals por

meio de uma rede social e suas contribuições para a

aprendizagem de língua inglesa. Tal discussão é

ancorada nos estudos sobre tecnologias e

letramentos (FINALD et al., 2013; ROJO, 2006;

MENEZES DE SOUZA; MONTE MÓR, 2006),

aprendizagem de línguas e redes sociais (MOITA

LOPES, 2010; RECUERO, 2009; HUNTER, 2012) e

cultura e aprendizagem de línguas (SIQUEIRA;

ANJOS, 2012; RIBAS, 2008; GOMEZ, 2004). Este

estudo de natureza qualitativa contou com a

participação de sete alunos universitários, inscritos

em um curso do programa Inglês sem Fronteiras. Os

resultados da análise revelam que, através da rede

social Interpals, os alunos puderam praticar a língua

inglesa ao interagir com falantes nativos e aprendizes

de outras localidades e desenvolver suas habilidades

linguísticas. Essa interação propiciou ainda

oportunidades de letramento e inserção cultural a

esses aprendizes.

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A tecnologia e a formação subjetiva

Elzilaine Domingues Mendes (UFG/RC)

Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o

avanço tecnológico e a formação subjetiva. As

transformações sociais, econômicas e culturais

aliadas ao desenvolvimento tecnológico e científico

trouxeram mudanças significativas no estilo de vida

contemporâneo e na formação dos laços sociais. A

Internet diminuiu significativamente as fronteiras

entre os homens propiciando uma melhora na

comunicação e na qualidade de vida. É inegável o

poder de fascinação que as telas (televisão, Internet,

computadores, notebooks) exercem sobre todas as

idades, inclusive os bebês. O que tem nos

preocupado é o uso excessivo destes instrumentos e

o lugar que as telas têm ocupado na vida das crianças

e adolescentes. No que diz respeito às crianças, o

brincar tradicional perdeu espaço para a Internet e

para os jogos eletrônicos a ponto das telas passarem

a ocupar o lugar dos pais, o que tem colaborado para

a fragilidade psíquica das crianças e adolescentes e

para o aumento de psicopatologias como: a

obesidade, a depressão, problemas de aprendizagem

e a dependência. Retomamos a importância e a

função do brincar para a constituição subjetiva, a

partir dos escritos freudianos e de psicanalistas

contemporâneos, pois, enquanto brinca a criança

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desenvolve a sua criatividade e elabora os seus

conflitos.

A representação da criança em textos

multissemióticos: o que lemos e

compartilhamos?

Gilda das Graças e Silva (UFU/PROFLETRAS)

Nesta comunicação, apresento uma pesquisa que

ainda está em fase inicial, desenvolvida no âmbito do

Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional

em Letras (PROFLETRAS) da Universidade Federal de

Uberlândia, cujo objetivo geral é elaborar e aplicar

um protótipo de leitura e análise crítica de textos

multimodais que circulam nas redes sociais e

aplicativos e têm como ator social principal a criança.

Com o desenvolvimento desse protótipo, será feita:

uma análise das representações da criança,

construídas por meio desses textos, e dos recursos

por meio dos quais elas se materializam; uma

discussão com alunos e suas famílias acerca da

prática de compartilhamento de textos nas redes

sociais e aplicativos e sobre os efeitos disso no modo

como representam o mundo e, especialmente, a

infância. A abordagem de pesquisa é a qualitativa e

o procedimento adotado é a pesquisa-ação

(SILVEIRA; CORDOVA, 2009). Para atingir os

objetivos propostos, apoio-me nos pressupostos da

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Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2001,

2003) e da pedagogia de multiletramentos (ROJO,

2012; COPE; KALANTZIS, 2006, 2008). O protótipo

(ROJO, 2012) está em fase de elaboração, será

aplicado em uma turma de 9o ano de uma escola

pública na cidade de Samambaia, Distrito Federal e

resultará na elaboração de um Portfólio online com

as atividades desenvolvidas pelos/as alunos/as e com

as análises críticas dos textos selecionados. Para a

coleta e registro de dados, utilizo a entrevista com

pais ou responsáveis pelos alunos e com os próprios

alunos e o diário de campo. Dentre os benefícios,

destaco que esta pesquisa, que integra a tecnologia ao

conteúdo, pode levar o estudante a analisar

criticamente as postagens que recebe pelo celular ou

pelo computador, antes de simplesmente compartilhá-

las, e a problematizar e questionar as representações

da criança construídas, por meio de diferentes modos

de significação, nessas postagens.

Significados pictográficos na linguagem online

Gustavo Ferreira Rodrigues (UFG/RC)

Luiz Gustavo Dias (UFG/RC)

A busca pela evolução e automação de processos

sempre esteve presente nos planos do homem. Com

a crescente necessidade de agilidade, procedimentos

novos são desenvolvidos e antigos são

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aperfeiçoados, como o caso da interação social que

sofre constantes modificações devido a diversos

fatores como, por exemplo, a emergência de novos

recursos tecnológicos. Como percebido em Ribas

(2014), a popularização da internet vem modificando

os costumes, formas e recursos utilizados no

processo de comunicação. Com o crescente

desenvolvimento de hardware, sua difusão, e a

necessidade da otimização temporal, o uso de

aplicativos para comunicação instantânea, deixou de

ser considerado supérfluo, passando a ser uma

necessidade no que tange a comunicação. A

totalidade ou grande maioria de tais aplicativos

utilizam emojis como recurso no processo

interlocutório, auxiliando na interação dos

indivíduos, tendo em vista que emojis são

pictogramas que podem representar palavras, ações

e sentimentos. A utilização de emojis na linguagem

auxilia no diálogo, tendo em vista a possibilidade de

substituição de palavras por ícones, deixando o

processo ágil e descontraído. Por outro lado a

aplicação dos mesmos também pode prejudicar a

comunicabilidade, considerando a ampla gama de

significados que podem ser atribuídos a determinada

imagem. Sendo assim, o presente trabalho intenta

rastrear a utilização de alguns pictogramas em um

determinado grupo social composto por jovens

universitários a fim de reconhecer quais são as

circunstancias de utilização de determinados

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pictogramas previamente selecionados. Feito isso, os

resultados serão organizados e dispostos em uma

aplicação responsiva desenvolvida através do

framework front-end Bootstrap, o que possibilitará o

acesso da mesma por meio de diversos dispositivos

que tenham acesso a internet.

O ensino de surdos mediado pela tecnologia

assistiva

Kássia Mariano de Souza (UFG/RC)

Juliana Prudente Santana do Valle (UFG/RC)

Pretendemos por meio dessa apresentação, discutir

o uso dos aplicativos sociais (APPs) para Língua

Brasileira de Sinais (Libras) como ferramenta de

auxílio ao sujeito surdo no processo de

aprendizagem, comunicação e interação. O acesso

tecnológico disponível de recursos e serviços

denominado Tecnologia Assistiva (TA) que tem por

finalidade, dentre outras, facilitar ou até mesmo

ampliar a acessibilidade de pessoas com deficiência

nas diversas esferas sociais, sendo a escola uma

delas. Atualmente, devido à grande difusão das TAs

disponíveis para pessoas surdas, sobretudo no

contexto educacional, faz se necessário analisar de

que maneira esses aplicativos vêm colaborando no

processo de aprendizagem do educando surdo, uma

vez que eles têm assumido papel de mediadores

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comunicacionais. Dessa forma, nossa discussão será

pautada nos aplicativos ProDeaf, Hand Talk e VLIbras

para então, problematizarmos sobre os pontos

positivos e negativos resultantes da utilização destes

como uma possibilidade de ferramenta educacional

para alunos com surdez. Muitas são as discussões

que envolvem o uso dos aplicativos. Os defensores

os consideram um meio de acessibilidade eficaz para

a comunicação das pessoas surdas em um ambiente

onde a maioria não conhece a Libras, como é o caso

da escola, porém há quem os questione pelo fato de

disponibilizarem um vocabulário parco em relação à

diversidade da língua em questão, e que eles não

podem substituir um profissional devidamente

capacitado para ajudar no desenvolvimento

educacional do surdo. Para fundamentar esse estudo

nos valeremos de autores que têm se dedicado a

essa temática como Correa; Vieira et al (2014);

Damasceno; Filho (2002) e Barbosa (2011).

Representação de professores de língua inglesa

sobre tecnologias digitais na avaliação da

aprendizagem em ambiente presencial

Márcia Aparecida Silva (UEG/UFU)

Neste trabalho, pretendo analisar as representações

de uma professora de língua inglesa que utiliza

tecnologias digitais em suas aulas presenciais para

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ensinar e avaliar os alunos. Esse modelo de ensino,

que mescla presencial e online, é conhecido como

Aprendizagem Híbrida, segundo Moran (2015). O

ensino híbrido pode colaborar bastante para com a

aprendizagem dos alunos, uma vez que mescla algo

do cotidiano deles, tecnologias, e o ensino formal.

Segundo Warschauer (1996), a inserção das

tecnologias digitais em sala de aula traz muitos

benefícios, tais como pontos de discussão e

interação entre os alunos, maior independência do

aluno, conscientização do aluno do seu papel em sua

própria aprendizagem. Todos esses benefícios

rompem com um ensino tido como tradicional. Para

analisar os dados coletados, compostos por uma

entrevista com a professora e uma narrativa

construída por ela, pretendo embasar-me nas

categorias proporcionadas pelo

sociointeracionanismo discursivo, conforme

Bronckart (2012[19971]), levando em consideração a

infraestrutura geral do texto, os mecanismos de

textualização e os mecanismos enunciativos. Lousada

e Barricelli (2014, p. 232) afirmam que “essa distinção

é puramente didática, também, já que, na prática, os

três níveis se apresentam em constante interação”. A

partir da análise das representações da professora

sobre o uso de tecnologias digitais para ensinar e

avaliar, pretendo observar quais as possíveis

decorrências dessas representações para o ensino de

língua inglesa com tecnologias digitais.

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Ensino híbrido e aprendizado de línguas:

desafios e possibilidades

Márcia Aparecida Silva (UEG-UFU)

Haloana Moreira Costa (UEG)

Raquel Pereira Gonçalves (UEG)

O ensino híbrido vem sendo estudado e inserido nos

ambientes escolares como uma outra possibilidade

para o processo de ensino-aprendizagem. Segundo

Moran (2015), o ensino híbrido é a mescla do

presencial e do online. Nesse universo tecnológico, o

ensino híbrido é uma excelente inovação, pois ele

permite que o professor trabalhe ferramentas

digitais, que não foram pensadas antes, para o

ensino-aprendizagem. Este modo de pensar o ensino

e a educação colabora para que o aluno tenha uma

interação maior com o conteúdo aprendido,

podendo relacioná-lo com sua vivência fora da

escola. Pensar o ensino híbrido demanda pensar uma

mudança na posição do professor, em que ele deixa

de ser o detentor do conhecimento, e também, na

posição do aluno, pois ele pode ser produtor de

conhecimento, e não apenas um receptor. Dessa

forma, para realizar este trabalho, nos embasaremos

teoricamente em Prensky (2012); Moran (2015);

Moura & Lima (2015); Bacich, Tanzi-Neto & Trevisani

(2015). A pergunta de pesquisa que embasa esse

estudo é: quais as vantagens e as limitações do

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ensino híbrido para o processo de aprendizagem de

línguas? Como resultado dessa pesquisa, que ainda

está em andamento, esperamos contribuir para com

as discussões que estão sendo realizadas no âmbito

da Linguística Aplicada sobre a inserção de

tecnologias digitais no processo de ensino e

aprendizagem de línguas.

As tecnologias da informação e da comunicação

e o ensino de língua portuguesa na educação

básica no triângulo mineiro: o dizer dos

professores

Maria Aparecida Resende Ottoni

(UFU/FAPEMIG/CAPES)

Nesta comunicação objetivo apresentar resultados

parciais do projeto de pesquisa “O Portal do

Professor: contribuições e implicações para o ensino

de Língua Portuguesa na Educação Básica no

Triângulo Mineiro”, financiado pela FAPEMIG e pela

CAPES, por meio do Edital 13/2012 – Pesquisa em

Educação Básica, desenvolvido de 2013 a 2016, sob a

minha coordenação. Neste recorte, focalizarei a

exposição e análise de dados concernentes a um dos

eixos da pesquisa, a saber: a integração das

tecnologias da informação e da comunicação (TIC) ao

ensino de Língua Portuguesa (LP). Esses dados foram

obtidos por meio de entrevistas com professores de

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LP de escolas do Triângulo Mineiro e por meio de

aplicação de questionários durante um processo de

formação continuada realizado em Canápolis e

Tupaciguara. A metodologia está baseada nos

pressupostos da pesquisa qualitativa (BAUER;

GASKELL, 2002; LÜDKE; ANDRÉ, 1986) e os dados do

recorte em destaque foram analisados com base em

estudos sobre tecnologias e ensino e sobre

multiletramentos (COPE; KALANTZIS, 2006, 2008;

ROJO, 2012; ALMEIDA, 2005; BURLAMAQUI, 2011;

COSCARELLI, 2003; KENSKI, 2003, 2006; PAULA;

OTTONI, 2011). Nas entrevistas, os professores

apontam as potencialidades das TIC, mas, também,

os entraves encontrados nas escolas, o que, para

muitos, é um impedimento para a efetivação da

integração das TIC ao conteúdo. Na mesma

perspectiva, as respostas obtidas quando da

aplicação de questionário para sondagem de

conhecimentos nas oficinas de formação mostram

que os docentes sabem da necessidade de aliar TIC e

conteúdo, mas pouco sabem sobre como proceder

para o êxito dessa integração. Ao final dessas

oficinas, os participantes puderam conhecer algumas

maneiras de realizar essa integração, demonstraram

maior motivação e destacaram a necessidade de se

informarem mais sobre as TIC para se sentirem mais

seguros e entusiasmados e para investirem em

práticas que propiciem a integração da tecnologia ao

ensino e sejam significativas aos alunos.

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A configuração do hiperconto digital como um

novo gênero discursivo

Tainá Camila dos Santos (UFG/RC)

Anair Valênia (Orientadora – UFG/RC)

O avanço tecnológico e o surgimento da era digital

vêm possibilitando novos gêneros discursivos que se

diferenciam dos demais gêneros, sobretudo, pela

abundância de recursos tecnológicos em sua

composição; como é o caso do hiperconto. Segundo

Spalding (2008), esse gênero se diferencia do conto

canônico por ser exclusivamente digital e possuir, em

sua composição, particularidades que o configuram

como um novo gênero. Rojo (2012), ao escrever

sobre novos gêneros discursivos, atribui à

caracterização desses novos gêneros a

multissemiose possibilitada e presente por meio de

hiperlinks, arquivos de mídia, imagens e outros

recursos multissemióticos. Hayles (2009) discorre

sobre como a tecnologia e seus avanços afetam o

sistema cognitivo humano e sobre a relação

intersemiótica entre a linguagem verbal e outras

mídias existentes na literatura eletrônica. Pensando

no surgimento de novos gêneros por meio da

tecnologia e na configuração do gênero hiperconto,

nos embasamos na teoria de gênero discursivo

bakhtiniana para analisar o hiperconto enquanto um

novo gênero discursivo, destacando a interatividade

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e a multissemiose presentes em sua composição.

Segundo Bakhtin (2003), os gêneros discursivos se

configuram como tipos relativamente estáveis de

enunciado e são marcados por três elementos: o

conteúdo temático, o estilo e a construção

composicional, aspectos teóricos que serão

considerados na análise a ser apresentada. Além do

levantamento teórico, selecionamos o hiperconto

intitulado “Meu doce demônio” (disponível em rede

virtual) como corpus de análise e discutimos as

inúmeras multissemioses, bem como a interatividade

presente no hiperconto. Essas reflexões nos fizeram

chegar à conclusão de que o hiperconto, enquanto

gênero discursivo, se configura como novo a partir

de um dos elementos conceituados por Bakhtin, que

é a construção composicional, dado o fato de que as

multissemioses comuns ao gênero o configuram

diferente do conto canônico.

GT 2 – Ensino e diversidade linguística

A ocorrência dos pronomes nós/ a gente em

Catalão-GO

Alana Caroline Monteiro da Silva (UFG/RC)

Diogo de Campos ALVES (UFG/RC)

Flávia Freitas de Oliveira (Orientadora – UFG/RC)

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A língua é variável nos diferentes níveis de

linguagem, até mesmo nas unidades mínimas

gramaticais como os pronomes. Dentro disso, este

trabalho pesquisa as variáveis linguísticas “a gente/

nós” na cidade de Catalão-GO, tomando por base os

pressupostos teóricos e metodológicos da Teoria de

Mudança e Variação Linguística desenvolvida a partir

da proposta de Labov (1968). Segundo essa teoria, a

variação é inerente às línguas e não é aleatória, nem

livre, mas condicionadas por fatores internos e

externos ao sistema linguístico. O corpus da pesquisa

é constituído por questionários objetivos e

respondidos por informantes que, por exigência do

comitê de ética da Universidade, não podem ser

identificados. O estudo tem como principal objetivo

verificar a ocorrência, bem como a frequência de uso

da variação dos pronomes nós e a gente na fala dos

catalanos. Nas diferentes pesquisas, percebemos que

o uso de a gente passa a ser mais frequente em

diversas regiões do Brasil. Em Catalão, por meio de

observação o a gente parece ser mais frequente.

Assim, com a pesquisa queremos confirmar

quantitativamente a ocorrência do a gente e nós,

verificar ainda os fatores para a maior frequência da

escolha e uso de uma das variantes. Elegemos o fator

escolaridade como referencial para nossa pesquisa.

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O estereótipo audiovisual do caipira brasileiro

Alessandra Cristina Costa Reis (UFG/RC)

Maximiano Antonio Pereira (UFG/RC)

Priscila de Almeida Silva (UFG/RC)

A variação linguística está diretamente ligada aos

aspectos linguísticos e sociais (MOLLICA, 2010), que

podem ser observados na variabilidade dos modos

de falar de uma mesma língua, bem como nos

regionalismos que é comumente reconhecido pelos

falantes de uma mesma língua, sendo de outra

região. Segundo Labov (1966) os membros de uma

comunidade de fala compartilham um mesmo

conjunto de padrões normativos mesmo quando há

variação na fala. Existe um agrupamento de pessoas

no Brasil feito a partir da semelhança cultural,

caracterizado pelo modo de vestir e de falar dos

moradores do interior – a este grupo dá-se o nome

de “caipira”. Muitos registros audiovisuais, literários,

musicais, marcam o estereótipo de uma figura

estigmatizada no âmbito sociocultural do caipira

brasileiro de maneira objetiva ou subjetiva, firmando

a construção da imagem do caipira desde o início do

atual século. À medida em que os anos passaram, a

terminologia "caipira", tornou-se extremamente

pluralista, porque muitos entendimentos foram

estabelecidos à se tratar da cultura e, exclusivamente,

do povo tido por pertencer a ela, recebendo um

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menor prestígio de valor na sociedade já que possui

um modo de falar e vestir característico. Nesse

sentido, a presente pesquisa tem por objetivo

levantar as distinções e similaridades presentes na

fala do caipira brasileiro de diferentes regiões,

visando demonstrar que, dentro do grande grupo

estigmatizado como caipira, pode haver variação

linguística. Para tanto, será analisada a fala de dois

personagens da teledramaturgia que representem

caipiras de regiões distintas. Os resultados serão

apresentados em um quadro lexical apontando os

pontos em comum e as disparidades.

Variação diatópica no funk, rap e sertanejo do

brasil

Bruna Barbosa Silva (UFG/RC)

Clarissa Camargo Teixeira (UFG/RC)

Flávia Freitas de Oliveira (Orientadora – UFG/RC)

O que falar sobre língua? Não aquela que fica na

boca, aliás, ela fica na boca também, mas é usada

para nos comunicarmos. Sabemos que a língua varia

e depende de vários fatores como faixa etária, sexo

do falante, comunidade linguística a qual pertence

seja rural ou urbana, além de extrato social, estilo de

fala e escolaridade, percebe-se inclusive, tal

variabilidade em letras de música. Diante disso, surge

o interesse em analisar músicas e a presença da

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variação nos diferentes níveis de linguagem, a saber:

fonético-fonológico e lexical. O estilo musical parece

exigir ou retratar um tipo específico de criação como

no estilo sertanejo que apresenta uma variedade de

gírias e estilo caipira falado no interior, o funk com

suas gírias de cidade grande - geralmente faladas em

favelas - e o rap, que além do seu estilo diferenciado

ao cantar, sempre faz referência ao contexto social. O

objetivo geral deste trabalho é estudar a variação

diatópica dos estilos musicais supracitados e,

especificadamente, comparar as variedades das

diferentes músicas parar confirmar se os estilos

utilizam apenas uma variedade, se fica evidente a

variação da região da composição musical e dentro

do mesmo estilo listar a variabilidade lexical após a

análise de duas músicas de diferentes regiões, no

mesmo estilo, faremos um quadro comparativo

como resultado.

A gramática reflexiva e o ensino de regência

verbal no 9º ano do Ensino Fundamental:

sugestões de intervenções pedagógicas

Éllis Márcia Batista RODRIGUES (UFU)

Adriana Cristina Cristianini (UFU)

Esse trabalho tem por objetivo propor uma

intervenção pedagógica para o 9º ano do Ensino

Fundamental que contemple a visão reflexiva da

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

gramática a respeito da Regência verbal.

Primeiramente, apresentamos a abordagem da

gramática nos PCNs, em seguida, analisamos os

conceitos de regência verbal nas gramáticas de

BECHARA (2010), CELSO CUNHA (1986), PERINI

(1996) e BAGNO (2011) a fim de traçar o paralelo

entre as gramáticas normativas e reflexivas, e

posteriormente, analisamos o tratamento de três

livros didáticos para o estudo de regência verbal. A

partir das análises, chegamos à conclusão de que: i)

na maioria das gramáticas, a variedade padrão é

privilegiada; ii) apesar do PCN prescrever uma

abordagem reflexiva da língua, os livros didáticos

não proporcionam atividades em que o aluno seja

exposto a condições reais de produção de discurso,

uso da língua na prática do seu dia a dia, e iii) é

necessário oferecer um ensino gramatical vinculado

ao texto do cotidiano do aluno, partindo-se da

observação dos fatos lingüísticos para chegar às

definições. O corpus constitui-se de 28 textos de uma

turma de 9ª ano, foram analisados os verbos chegar,

namorar, querer, lembrar e pedir, os quais nos

possibilitaram perceber o nível de dificuldade dos

alunos no uso desses verbos. Para a elaboração da

proposta de ensino, baseamo-nos em IGNÁCIO

(2003), BARBOSA (2011), FARACO (2008), DINAH

CALLOU (2007), VIEIRA;BRANDÃO (2007), NEVES

(2000), HALLIDAY (1985) e GORSKI; COELHO (2009).

Na intervenção pedagógica propomos cinco

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atividades, nas quais contemplamos a pesquisa e

levantamento de dados, leitura e análise de textos

multimodais, e reescrita de produções textuais dos

alunos.

Pesquisas (socio)linguísticas: a diversidade

linguística em questão

Flávia Freitas de Oliveira (UFG/RC – UFU)

Os estudos sobre diversidade linguística avançam no

Brasil com o objetivo de caracterizar a variedade do

português brasileiro é, de fato, um dos principais

objetivos da linguística no Brasil. Dito isto

observamos os projetos e banco de dados em

andamento como o projeto NURC (Projeto da Norma

Urbana Oral Culta do Rio de Janerio) que desenvolve

estudos com o objetivo da elaboração de uma

gramática da língua falada e pesquisa a variação e

mudança no português arcaico com base em um

corpus do século XIV. Com ênfase na variação da fala

surgem projetos como o VARSUL e o VALPB que

descrevem o Português falado em regiões opostas

do país. Assim, o VARSUL - Variação Linguística na

Região Sul do Brasil - dá conta da região sul

considerando as etnias presentes naquele lugar e o

VALPB - Variação Linguística no Estado da Paraíba -

propõe pesquisar a realidade linguística da

comunidade de João Pessoa, no Nordeste do país, a

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fim de desenvolver estudos visando subsidiar o

ensino de Língua Portuguesa em todos os níveis. O

projeto ALIP (Amostra Linguística do Interior

Paulista), não muito diferente dos projetos já citados

também tem a preocupação de registrar e,

posteriormente, caracterizar uma variedade do

Português falado no interior do Estado de São Paulo,

hoje está em andamento na UNESP de São José do

Rio Preto. Há um significativo número de pesquisas

não citadas aqui, no entanto, as já referendadas

testemunham a importância de uma linha de

pesquisa denominada sociolinguística cujo objetivo

é o estudo da língua em uso dentro da comunidade

de fala, levando-se em consideração os diversos

fatores para a ocorrência da variação e mudança

linguística. Sendo assim, a proposta deste trabalho é

reunir pesquisas interessados na descrição e

interpretação de fenômenos variáveis no português

brasileiro (PB) discutindo trabalhos - concluídos e/ou

em andamento - que focalizem a variação e a

mudança linguística tanto de uma perspectiva

sincrônica quanto diacrônica e com a finalidade de

influenciar o ensino do PB dentro da realidade

linguística dos falantes.

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Análise dos erros ortográficos em redações do

Ensino Fundamental 1: uma pesquisa

variacionista

Keren Maria Machado Santos (UFG/RC)

Paula Rayanne de Paiva Gomes (UFG/RC)

Flávia Freitas de Oliveira (Orientadora – UFG/RC)

As atividades de um professor de língua portuguesa

em escolas parecem incluir basicamente explicações

e esclarecimentos de regras gramaticais

convencionalmente instituídas na língua pelas

gramáticas normativas e políticas para o ensino de

língua materna. Diante das novas políticas

linguísticas há uma crescente busca de se evitar

desvios de escrita, mas sem desvalorizar a variação

linguística dos indivíduos envolvidos no processo de

aprendizagem. Dentro do ambiente escolar

percebemos a língua variável na escrita dos alunos,

sendo perceptível identificar que parte dos

chamados "erros", é na verdade reflexo da variação

fonética dos falantes. Portanto, dentro desta

dimensão, este trabalho objetiva realizar uma análise

de dados nas redações de uma escola municipal e

particular da região centro-oeste brasileiro, o foco

inicial possui ligação direta com aplicação das

redações na serie do 3º ano, de ensino fundamental

1 com alunos de faixa etária de 8 anos. Os dados que

serão levantados a partir da produção textual com

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tema "A borboleta da asa quebrada" que será

produzida pelos alunos no ambiente escolar depois

de coletado os dados, parte componente da

metodologia dar-se-á no levantamento de "erros"

dentro de cada produção textual e,

consequentemente os classificaremos em desvios de

qualidade fonética ou de qualidade ortográfica.

A concordância verbal no ensino superior

Khézia Cristina SOUZA (UFG/RC)

Rafhael EUZEBIO (UFG/RC)

A sociolinguística lida especificamente com a língua

falada em diversos níveis da linguagem e em

diferentes comunidades de fala. Dentro do uso

linguístico temos determinadas padronizações de

pronúncia, uso lexical, escrita que é imposta pela

nossa sociedade em situações mais formais e,

consequentemente, são exigidos e ensinados nas

escolas como a concordância verbal nas frases nós

vamos à escola x nóis vai na escola em que esta

última é um desvio do padrão escolar. Nestre

trabalho nos embasamos em uma pesquisa feita por

Edila Vianna da Silva (UFF e ABRAFIL) cuja análise de

corpora foram as ocorrências da concordância verbal

na redação dos alunos do 9° ano do ensino

fundamental e 3º ano do ensino médio. Dentro disso,

buscamos analisar a concordância verbal, que é um

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fator variável, não mais no ensino fundamental e

médio, mas no ensino superior partindo da hipótese

de que os anos de escolaridade influenciam no uso

da concordância verbal. O corpus desta pesquisa será

composto pela escrita dos alunos dos cursos de

graduação da Universidade Federal de Goiás –

Regional Catalão que estão nos períodos: 1°, 5° e 8°

ou 10°, levando em conta a duração do curso em

questão. Nossa intenção será observar como eles

aplicam a concordância verbal analisando a

frequência de cada tipo de ocorrência.

O processo de formação de professores de língua

portuguesa como segunda língua para alunos

surdos no atendimento educacional

especializado

Letícia de Sousa Leite (UFU)

A presente pesquisa, em estágio inicial, tem como

objetivo geral analisar como tem se constituído o

processo de formação de professores de Língua

Portuguesa(LP) como segunda língua (L2) para

surdos nas instituições de ensino superior no âmbito

federal do estado de MG. Especificamente, pretende-

se levantar quais cursos de formação de professor de

Língua Portuguesa têm ênfase no ensino de segunda

língua para surdos; descrever quais processos

formativos voltados para o ensino de L2 para surdos

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cada instituição mineira desenvolve; e apontar os

enfoques específicos que as instituições realizam

para formar professores atuantes no ensino de

Língua Portuguesa como segunda língua para surdos

no Atendimento Educacional Especializado. O

presente estudo abrange a coleta de dados através

da metodologia qualitativa com a utilização de

questionários, apresentando questões mistas -

abertas e fechadas - aos sujeitos envolvidos no

processo de formação do professor de Língua

Portuguesa como segunda língua para os alunos

surdos no Atendimento Educacional

Especializado. Quanto ao referencial teórico para

análise específica deste estudo serão efetuadas

pesquisas bibliográficas em literaturas afins e em

documentos oficiais da política nacional, na

legislação constada através dos seguintes

documentos: LDB 9.394 (1996), PCNs (1998), Lei

10.436/2002, Decreto 5.626/2005, Decreto nº

7.611/2011, além de outros decretos, pareceres e

recomendações governamentais e institucionais.

Espera se que esta análise enriqueça a discussão

deste estudo alcançando satisfatoriamente o seu

objetivo inicial. Somos motivados pelo desejo de

apreender a problemática da ausência de formação

do professor de Língua Portuguesa como segunda

língua para os alunos surdos no Atendimento

Educacional Especializado. Nessa direção, o presente

estudo se justifica por constatarmos a escassez de

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trabalhos e estudos voltados para a referida temática.

Essas considerações apontam para a relevância da

pesquisa ao sistematizar informações referentes ao

processo de formação dos profissionais atuantes no

AEE, no ensino de LP como L2.

Proposta de estudo de variação linguística em

instituição militar de ensino

Maria Goretti de Araújo Boudens (UFU)

Adriana Cristina Cristianini (Orientadora – UFU)

As aulas de Língua Portuguesa estiveram centradas

no estudo da gramática normativa e qualquer

manifestação que estivesse em desacordo com ela

era tida como “erro”. Isso rotula os falantes e, muitas

vezes, os classifica conforme a maneira como se

apropriavam – ou não - das regras estabelecidas. Por

isso, nesse ambiente, o ensino da Língua Portuguesa

deve estar voltado para a consideração da

variabilidade do idioma e deve considerar a nova

visão crítica a respeito desse fenômeno. A escola

precisa estar preparada para lidar com essa realidade.

Faz-se necessário promover uma mudança de

comportamento dos envolvidos, que devem estar

atentos ao fato de que a língua está relacionada a

uma questão cultural do usuário e da comunidade na

qual esse sujeito está inserido. Neste trabalho, será

destacada a variação semântico-lexical. Essa

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abordagem está fundamentada no fato de que uma

sala de aula de uma instituição militar de ensino é

constituída por estudantes oriundos de muitas

regiões do país e, inclusive, de outras nações. Muitas

vezes, esses falantes permanecem por pouco tempo

no colégio, já que a mobilidade faz parte da realidade

dessas famílias. Desse modo, a riqueza vocabular

desses alunos pode servir para valorizar outras

formas de expressão linguística para acrescentar

novas palavras ao vocabulário ativo do estudante,

aproveitando o material humano da turma. Além

disso, espera-se o desenvolvimento de atitude crítica

e reflexiva do aluno quanto às possibilidades de usos

da língua. Para investigar esse fenômeno da variação

semântico-lexical, a proposta de intervenção será

aplicada em forma de oficinas, integrando a teoria à

prática. O conhecimento passa a ser construído em

conjunto, compartilhando saberes e experiências

entre os envolvidos no processo.

Análise comparativa das variedades lexicais nos

sistemas prisionais do sul e sudeste

Milena Pires Ribeiro (UFG/RC)

Aline Kristina Ramos Pereira (UFG/RC)

Flávia Freitas de Oliveira (Orientadora – UFG/RC)

É um lugar-comum dizer que a língua não é

homogênea, pois percebemos a variedade nos

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diversos níveis da linguagem, inclusive, lexical. No

nosso cotidiano podemos observar que essa

variedade linguística funciona como marca

identitária que revela falantes de determinada

comunidade linguística. Uma dessas marcas são as

gírias utilizadas dentro dos Sistemas Prisionais, onde

seus falantes se valem desse recurso linguístico de

forma a facilitar a vivência dentro do espaço

carcerário, pois quando o indivíduo é levado a esse

sistema ele necessita aprender o “dialeto” utilizado

no espaço para melhorar a convivência. Este trabalho

busca comparar dados de pesquisas já realizadas na

agenda sociolinguística. Dentro delas apresentamos

o corpus de uma dissertação de mestrado da região

sudeste, bem como um artigo que divulga o léxico

prisional da região sul do Brasil. Assim, nosso corpus

será formado por dados lexicais de presidiários de

Instituição Penitenciária do Oeste Paulista em São

Paulo e da Penitenciária Modulada Estadual de

Osório no Rio Grande do Sul com o objetivo de

realizar uma comparação dos dados encontrados e

verificando as similaridades e diferenças das

variações linguísticas. Além disso, como resultado,

organizaremos um glossário para perceber as

similaridades e distinções lexicais das diferentes

locais. Cumpre dizer que para a pesquisa serão

utilizados aportes teóricos da Sociolinguística

recorrendo principalmente os estudos de William

Labov (2008), Mollica e Braga (2015).

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Ensino de Libras como segunda língua: análise

das principais dificuldades encontradas no

aprendizado dos alunos ouvintes

Renata Rodrigues de Oliveira Garcia (UFG/FL)

A promulgação da Lei nº 10.436/2002,

regulamentada pelo Decreto 5.626/2005,

reconheceu a Libras como língua de expressão e

comunicação da comunidade surda. Esta pesquisa

pretende contribuir para a área de ensino e

aprendizagem de línguas contida no âmbito da

linguística aplicada que tem tardiamente sido

explorada pela pesquisa experimental empírica.

Seguimos então o caminho da pesquisa participativa,

com o intuito de aproveitar a grande experiência

prática e vivencial que possuímos, e lançamos mão

da pesquisa etnográfica como recurso principal de

nosso trabalho, através das transcrições de

experiências em sala de aula e questionários formais

e informais. Para o embasamento teórico do nosso

trabalho, fizemos incursões a diversões autores entre

eles Chomsky (1965), Hymes (1979) e Widdowson

(1991), principalmente no que diz respeito a

formação do conceito de competências

comunicativas, ao refletirmos sobre a abordagem

comunicativa no ensino de línguas nos remetemos a

Almeida Filho (1986, 2002) e a diversos outros

autores mencionados durante a pesquisa que

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contribuíram de alguma forma para a confecção da

mesma. Pretendemos não apenas passear pelo

campo teórico criado por estes autores, mas verificar

sua aplicação a Língua de Sinais tão pouco estudada

ainda sob os olhos destes autores. Conclui-se que as

identificações são enormes no que diz respeito as

experiências e pesquisas relativas as línguas orais e

que muito pouco ou quase nada se conhece a

respeito da teorização das competências

comunicativas ou mesmo das abordagens de ensino

de língua estrangeira por parte dos profissionais

envolvidos neste processo.

Fenômenos de contato (sócio)linguístico e

ensino: um olhar para a diversidade

Rodrigo Mesquita (UFRR)

O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta

de ensino com a temática da diversidade linguística

e sociocultural utilizando como instrumento didático

os usos linguísticos permeados por fenômenos de

contato, tais como empréstimos linguísticos e

alternância de línguas (também conhecido como

alternância de código ou code-switching). Grosjean

(1982) define o primeiro como o uso de uma palavra

de uma outra língua, que é adaptada à língua de

base, e o segundo como o uso alternado de dois ou

mais códigos numa mesma interação conversacional,

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o que pode incluir a alternância entre variedades de

uma mesma língua. Os fenômenos, comuns em

contexto de bi/multilinguismo e bi/multidialetalismo

são abordados na perspectiva da sociolinguística e

da Etnografia da Fala (HYMES, 1972). A partir do

reconhecimento de todas as salas de aula como

campos sociolinguisticamente complexos, espera-se

refletir sobre a competência e repertório

comunicativos de indivíduos que transitam entre

eventos de fala com características contextuais

diversas. As propostas de uso didático podem se dar

em todas as dimensões da linguagem (leitura, escrita,

oralidade/gestualidade) e proporcionar a reflexão

(sócio)linguística sobre os fenômenos de contato e a

diversidade linguística. A abordagem do tema, em

níveis diversificados da educação formal, deve

permitir a identificação de empréstimos linguísticos

e alternância de código como salientes nas diversas

situações de uso da língua portuguesa e naturais a

quaisquer contextos em que haja contato linguístico,

ou seja, coexistência e interação entre línguas e/ou

variedades de uma língua. Também são abordadas

as intensões comunicativas por trás dos usos

linguísticos, assim como a negociação de identidades

e a consideração das consequências na/da interação.

Ademais, a proposta contribui para o

desenvolvimento da metalinguagem por meio da

observação de fenômenos linguísticos comuns em

situações cotidianas dos alunos.

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Diversidade linguística, direitos linguísticos e o

ensino e aprendizagem em Moçambique:

problemática e Desafios na Adopção da Língua de

Ensino

Zacarias Alberto S. Quiraque

(PMEL – UFG/RC)

Félix Filimone Tembe

(Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique)

Moçambique é um país multilíngue, plurilíngue e

multicultural. Desta pluralidade linguistica, cerca de

20 são chamadas de línguas Bantu, com

características específicas, mas correlatas. É um país

que faz parte dos quinze (15) países de África com

diversidade linguística acentuada, na perspectiva de

Robson (1993, apud Mabasso, 2010) que considera

elevada diversidade linguística, situação em que uma

percentagem não superior a 50% da população fala

a mesma língua. O eMakhuwa, língua autótona com

mais falantes como L1, representa uma cifra próxima

dos 26.1% da população total. Por seu lado, o

português, língua oficial do país, registou nos últimos

30 anos um crescimemnto espetacular em termos de

falantes, como L1 e como L2. Na primeira condição

(como L1), passou dos 1.2% em 1980 para 10.7% em

2007 e, como língua segunda (L2) passou dos 23%

para 40%. Diante desta situação, a questão que se

coloca é: Que língua adotar para o ensino de modo

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a que se respeite o direito de cada indivíduo, receber

a educação na sua língua materna? A presente

comunicação tem como objetivos (1) discutir a

adoção da língua portuguesa como única língua de

ensino e disciplina, e as tendências atuais de incluir

as línguas bantu no ensino em algumas comunidades

de Moçambique; (2) analisar criticamente os dois

modelos de educação (monolingue e bilíngue)

mostrando que o primeiro tende a ser excludente, na

perspectiva de língua como direito, enquanto que a

segunda modalidade transparece o

assimilacionismo; e (3) propor estratégias eficientes

como desafio rumo a melhoria do ensino naquele

país. A pesquisa bibliográfica constitui a base desta

comunicação, porém, sendo conhecedores do

contexto em alusão, recorreremos, também, à

introspeção.

GT 3 – Literatura e o lugar do outro

A presença do gótico colonial em:

O convidado de Drácula

Alexander Meireles da Silva (UFG/RC)

Berlany França (UFG/RC)

Considerado um capítulo cortado da edição final

de Drácula (1897), o conto “O Convidado de

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Drácula”, (1914), de Bram Stoker descreve a

viagem de um inglês, cujo nome não é revelado, ao

leste europeu visando o atendimento a um cliente

residente na Transilvânia, que ao final da narrativa

descobrimos se tratar do Conde Drácula. No

entanto, mais importante que o destino final da

viagem é o seu percurso, ou melhor, o

comportamento do inglês durante o percurso em

resposta aos eventos vivenciados por ele. Nesse

cenário, a visão do inglês representa a mentalidade

das elites inglesas de forma preconceituosa em

relação às colônias dentro da esfera do império

britânico da Inglaterra vitoriana ao longo do século

XIX, preconceito este fomentado pelo medo da

perda da identidade europeia em contato com as

crenças e costumes das colônias. Com base neste

quadro, este artigo tem como objetivo analisar

como “O Hóspede de Drácula”, enquanto

representante do modo fantástico, reflete

estratégias pertencentes a vertente romanesca do

Gótico em sua expressão do Gótico colonial. Para

atingir o objetivo proposto utilizaremos o suporte

teórico de críticos como Alexandra Warwick (1998),

Mary Ellen Snodgrass (2005), Patrick Brantlinger

(1988) e H. L. Makchow (1996). Esperamos assim

apontar como o gótico inglês se configurou nas

últimas décadas do século XIX em alinhamento

com a imagem insólita das colônias e seus

habitantes que poderiam impossibilitar o

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progresso dos ingleses e ameaçariam a integridade

e a identidade dos mesmos.

O lugar do outro: a autoficção como processo

identitário

Débora Chaves (UFU)

Nos últimos anos, cada vez mais tem surgido textos

e produções literárias que servem para questionar o

lugar do outro e quem o outro representa na

construção identitária individual do sujeito. No

entanto, mesmo com tantas propostas teóricas e

ficcionais, quase sempre esses questionamentos não

são esclarecidos, e, muitas vezes, elaboram novas

dúvidas e novas problemáticas que acabam

confundindo esse sujeito, fazendo com que ele não

se insira no universo identitário por não reconhecer-

se dentro dele. A partir da crônica “ELE CONSEGUIU”,

de João Ubaldo Ribeiro, esse artigo propõe um

passeio pela visão que o autor tem de si e como essa

visão é modificada ao alcançar o leitor. Através dessa

troca – autor/leitor – é possível perceber uma

construção identitária que não somente os confunde,

como também os aproxima, ao inserir temas tão

pessoais ao leitor e ao mesmo tempo, tão caros ao

autor. Nessa crônica, publicada no ano de 2000, João

Ubaldo narra uma de suas experiências ao tentar se

adaptar ao uso do computador e insere, de maneira

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divertida e irreverente, sua não adaptação à máquina.

Sendo assim, lançamos mão de conceitos de cultura

e identidade para exprimir a constante remissão ao

descentramento da vida cotidiana, a fim de

questionar a autoficção como um processo

identitário e uma revisitação do sujeito ao lugar do

outro.

Testemunho e memória em “Cruzes Brancas:

diário de um pracinha”, de Joaquim Xavier da

Silveira

Edson Sousa Soares (UFU)

Esse trabalho tem como objetivo analisar o livro

intitulado Cruzes brancas: diário de um pracinha, de

Joaquim Xavier da Silveira, publicado em 1997,

acerca da participação da Força Expedicionária

Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial. Além

disso, o trabalho tem como finalidade divulgar a

literatura da FEB, levando-se em consideração as

acepções teóricas em torno da literatura de

testemunho, memória coletiva e individual. A

divulgação da literatura febiana, sobretudo no meio

acadêmico, poderá contribuir com novos estudos

sobre a narrativa de testemunho e preservar a

história daqueles que escreveram suas vivências do

campo de batalha. Esta pesquisa sobre as narrativas

dos integrantes da FEB se justifica na medida em que

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há poucas investigações científicas sobre esse tema

no campo dos estudos literários. Além disso, para

entender o contexto geral da participação brasileira

no maior conflito bélico da humanidade,

investigamos também outras fontes, entre elas, livros

sobre esse conflito escritos por historiadores,

jornalistas e militares, documentários, relatos de

outros pracinhas e pesquisas bibliográficas, bem

como questões políticas relacionadas ao nazismo e

ao fascismo na Europa e suas consequências no Brasil

durante a Era Vargas.

Identidade e comiseração: traços epilíricos na

poesia de Cora Coralina

Elis Regina Castro (FL/UFG/CNPq)

Jamesson Buarque (Orientador – UFG/FL)

Partindo da concepção de que a poesia de Cora

Coralina possui traços épicos, como a comiseração e

o apelo à memória (e ao passado), pretendemos

analisar como tais traços marcam a representação de

indivíduos, sobretudo os tipos humanos

marginalizados da Cidade de Goiás. Partiremos da

ideia de que a representação se dá, sobretudo, por

um princípio de identidade em que sua eu lírica

participa pela comiseração, porque irmana-se, mas

não necessariamente torna-se os tipos

representados, como a lavadeira, a prostituta ou o

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lavrador, por exemplo. Analisaremos como essa

representação do Outro na poética de Cora, que se

dá pela identidade por semelhança, fruto dessa eu

lírica comiserável, cria uma unidade de existir entre

ela e cada indivíduo de Vila Boa, incluindo a própria

cidade, que podemos verificar, por exemplo, no

poema “Minha Cidade”, em que o traço de

comiseração se confirma pela irmanação. Como

pressuposto teórico sobre a memória, tomaremos

como base, sobretudo, as contribuições de Gagbenin

(2009). Além disso, procuraremos sempre articular

nossas reflexões acerca dos traços epilíricos na

poesia de Cora Coralina com a iminência de uma

autoria feminina, no que diz respeito à consciência

da eu lírica como sujeito feminino, isto é,

problematizaremos como o aspecto mulher na obra

da poeta, que se dá por oposição ao aspecto homem,

efetiva aquilo que Cixous (1995) chamou de escritura

feminina. Para tanto, analisaremos, sobretudo, os

poemas “O Cântico Universal”, "Ofertas de Aninha

(aos moços)", “Conclusões de Aninha”, além de

outros contidos no livro Vintém de Cobre: Meias

confissões de Aninha (1985).

O lugar da alteridade no espaço romanesco:

perspectivas e análises

Fabianna Simão Bellizzi Carneiro (UERJ – UFG/RC)

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Tendência dos escritores contemporâneos e que em

muito agrega aos estudos culturais de uma forma

geral, é unir as questões espaciais por nós

vivenciadas cotidianamente ao texto literário. Donald

Schuler reforça que “O que se espera do romancista

é a organização do espaço textual em livre

articulação com os horizontes espaciais e textuais

que o cercam” (1989, p. 72). Observa-se que estudar

o espaço literário, salientando apenas aspectos de

ordem social ou psicológica das personagens

restringiria em muito um item que possibilita

diferentes olhares e abordagens. Devemos ressaltar

que as personagens estão inseridas em contextos

sociais, daí que um estudo sistematizado do espaço

abarcaria um cruzamento da inserção das

personagens na trama com suas movências e

vivências, ou seja, o estudo do espaço na obra

literária requer uma investigação de tal elemento em

toda a sua riqueza. Este trabalho objetiva analisar o

processo de constituição da relação entre a

alteridade e o espaço na trama literária a partir dos

seguintes questionamentos: Que mudanças podem

ser salientadas do século dezoito até a

contemporaneidade em relação às obras literárias

em relação ao elemento espaço? O tempo perdeu

sua importância? Por que estudar o espaço literário?

Em que momento específico os autores começam a

ressaltar o espaço em suas narrativas? O espaço

estaria, portanto, tomando a maior parte da tessitura

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narrativa? Salienta-se que este trabalho faz parte da

Dissertação: “Onde vivem os monstros: o espaço da

alteridade na literatura fantástica contemporânea”

por mim defendida no dia 26 de abril de 2013, pela

Univerisdade Federal de Goiás, Regional Catalão,

com financiamento da agência Capes e sob

orientação do Profº Drº Alexander Meireles da Silva.

Um álbum de leitura em Lygia Fagundes Telles:

práticas de leitura possíveis e/ou interditadas

Fabrícia Rodrigues Carrijo (UFG/RC-PMEL)

Objetiva-se, com esta comunicação, discutir a partir

da produção artística de Lygia Fagundes Telles,

notadamente, os livros A disciplina do amor (1998)

e Invenção e Memória (2000), a relevância de se

pontuar uma escritura comprometida com a

questão de Gênero, na acepção dada por Judith

Butler, em Gender Trouble: Feminism and the

subversion of identity (1995) ao circunscrever que

são inúmeras as definições para o termo gênero.

Por ora, pretende-se abordá-lo como: ação, ação

que se traduz tanto em identidades transitórias,

quanto em matrizes discursivas e representações

elaboradas durante o próprio ato de diferenciação

da sexualidade. Ao observar, detidamente, a

material idade discursiva constituinte das

narrativas de Lygia Fagundes Telles, nota-se quase

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sempre referências, alusões, à palavra escrita, à

leitura, à memória – leituras possíveis e ou

interditadas paras as mulheres, personagens de sua

ficção. A partir destas leituras e/ou das leituras

realizadas pelas personagens lygianas, observa-se

que elas são desveladoras de séculos de

preconceito contra as mulheres, quando não

destinadas ao anonimato, cerceadas sobre o quê,

quando, onde e com que finalidade elas poderiam

ler. Enveredar pelo bosque ficcional de Lygia

Fagundes Telles (para recorremos aqui a uma

acepção tomada como empréstimo de Umberto

Eco) é trilhar por entre caminhos obscuros, não

raras vezes interditos até para as próprias

personagens e/ou narradoras; quase sempre

fadadas ao anonimato, a serem um “Ser do Outro”,

primeiro do pai, depois do marido e/ou na falta

deste, da figura viril mais próxima, um irmão, um

cunhado, nunca como um ‘Ser em Si Mesmo’. Ou

ainda, em alguns casos, o desejo da escrita fica

circunscrito ao silêncio, aliás, ali se resguarda; a

palavra ‘não-dita’, mas sentenciada no gran finale,

na hora da partida. Assim o é no denominado

fragmento “Roxo é a cor da paixão”, da coletânea

A disciplina do amor (2002).

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Cosmos e Jardins: terrenos sagrados da Grande

Mãe

Fernanda Cristina de Campos (UFU)

A filósofa Constança Marcondes César afirma que há

uma Grécia imortal arraigada ao inconsciente do

homem ocidental. Lugar sacro e venerável – o qual

marca, sobremaneira, a reintegração humana ao

sagrado – resistiu ao tempo profano, tornando-se

imagem poética, que se multiplicou no imaginário,

possibilitando que novos templos fossem erigidos,

não por mãos humanas, mas por meio da enunciação

lírica. É o que atesta toda a poesia de Dora Ferreira

da Silva, quando esta insiste em recordar os tempos

auges de uma Hélade governada por divindades que

detinham toda a ordenança do cosmo. A obra desta

poeta revela-se como um berço imagético que

engendra uma poesia em estado puro ao penetrar na

essência do sagrado por meio de imagens, símbolos

e mitos referentes às divindades femininas pré-

helênicas e helênicas, como as deusas: Grande Mãe,

Diana, Selene, Mnemósina, Afrodite, Hécate, dentre

outras. Na esteira poética e antropológica dos

estudos do imaginário, este trabalho tem como

objetivo analisar e compreender os mitos e as

metáforas geradoras e fomentadoras destas imagens

dêiticas, tendo como base o método da mitocrítica,

que consiste na interpretação dos procedimentos

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imagéticos e simbólicos da criação literária calcados

nos estudos de Gaston Bachelard, Gilbert Durand e

Mircea Eliade.

Lugar de princesa é... onde ela quiser!

a subversão feminina na narrativa infantil “A

pior princesa do mundo”

Fernanda Lázara (UFG/RC)

Propomo-nos a analisar, neste trabalho, como vem

ocorrendo a representação das princesas na

produção literária potencialmente voltada para o

público infantil, na sociedade ocidental

contemporânea. Nesse sentido, elegemos para

apreciação a obra de Anna Kemp, A pior princesa do

mundo (2012). Buscaremos conhecer as

particularidades da criação supramencionada que

nos autorizam a destacá-la como propagadora de

novos paradigmas referentes à representação do

feminino na contemporaneidade, verificando: qual é

o perfil físico e psicológico da princesa que

protagoniza a narrativa; qual é seu comportamento e

sua forma de pensar perante convenções sociais; em

que medida a personagem protagonista subverte o

padrão das costumeiras histórias de princesas e

desconstrói estereótipos arraigados neste gênero

literário; de que forma a autora utiliza linguagem

verbal e ilustrações para compor a significação da

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obra. Nossas pretensões partem da percepção de

que algumas das histórias de princesas produzidas

na contemporaneidade têm revelado personagens

que agregaram caraterísticas inovadoras, tanto

físicas quanto comportamentais. Este fator nos

chama a atenção por demonstrar que a produção

literária infantil vem acompanhando a evolução dos

tempos e da mulher na sociedade, em uma época em

que a voz feminina se faz ouvir cada vez mais e o

valor da diferença, da igualdade de oportunidades

entre as pessoas, da cultura livre são temas dignos de

abordagem nas narrativas. Esses elementos são caros

à literatura infantil por enaltecerem, através da ficção,

a diversidade de modos prototípicos de vida,

desvencilhando-se do que seria “normal”. Nesse

sentido, então, é que buscaremos apesentar os

resultados de nossas verificações.

“Como fazer amor com um negro sem se cansar”

e a metonímica performatização da identidade

Gisele Pimentel Martins (UFU)

Camila da Silva Alavarce (UFU)

O presente estudo, utilizando algumas questões

sobre o discurso identitário, proposto por Stuart Hall,

e sobre a performatização, de acordo com os

postulados por Paul Zumthor, tem como objetivo

analisar como a performance do sujeito, suturado à

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identidade pré-estabelecida, torna a virtualidade

desta identidade flutuante, atual e concreta. A

performance é física, é a explicitação de um exercício

identitário. Performatizam-se tantas identidades

quanto o sujeito é capaz de assumir. Parece-me que

o interessante da performance, nesta abordagem, é

essa característica concreta, de “passar ao ato” o que

era apenas uma virtualidade. Concretiza uma ideia,

desta forma, ela parece assumir, em si mesma, um

caráter também transitório, passageiro, como o do

próprio exercício identitário. Como se a performance

fosse sempre uma parte de um todo sempre adiado,

sempre o sujeito está performatizando identidades,

pedaços de si mesmo, ou identidades de si mesmo.

Como se a existência do sujeito fosse, ela mesma,

uma sucessão de metonímias, partes de um todo

maior. Para a observação desse exercício identitário

e performático, utilizamos o romance Como fazer

amor com um negro sem se cansar, de Dany

Laferrière, (2012). Tal narrativa se passa em Montreal,

no início dos anos 80; narrado em primeira pessoa,

por um narrador que não se nomeia, é chamado de

Velho pelo amigo Buba, que mora com ele, e por Miz

Literatura. O narrador se inscreve, segundo ele

mesmo, como “um paquerador negro cioso e

profissional” (p. 17) e esta, como veremos, é apenas

parte de um todo. O narrador aparenta ser muito

mais que um “paquerador profissional”, trata-se de

um homem Negro, aspirante a escritor,

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extremamente crítico diante dos estereótipos que

carrega como Negro-Imigrante-Ganharão-Marginal,

mas que, eventualmente, se beneficia deste mesmo

estereótipo a que está suturado. Mostra-se, sempre

aos poucos, assumindo e performatizando papéis à

medida que a situação exige.

Fantasia e violência: o simbolismo de “Rapunzel”

dos irmãos Grimm

Guilherme Weber Gomes de Almeida (UFG/RC)

Alexander Meireles da Silva (Orientador - UFG/RC)

O presente trabalho representa um desdobramento

de uma pesquisa realizada junto ao Programa de

Mestrado em Estudos da Linguagem da Universidade

Federal de Goiás – Regional Catalão, a respeito dos

contos dos irmãos Grimm. A obra Kinder-und

Hausmärchen, publicada em dois volumes, em 1812

e 1816, dos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm,

representa um importante marco literário dentro das

narrativas maravilhosas, tendo em vista que ajudou a

definir o gênero contos de fadas, juntamente com o

trabalho de outros importantes escritores como

Charles Perrault e Hans Christian Andersen.

Entretanto, a produção conta com elementos

simbólicos e peculiares que os distinguem de

maneira decisiva dos demais autores do gênero. A

violência exacerbada das narrativas populares alemãs

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oferece um contraponto interessante com os

simbolismos religiosos e místicos tão característicos

nos contos de Grimm. O trabalho a seguir analisará o

conto “Rapunzel” dos irmãos Grimm, tomando por

fundamentação teórica as contribuições de

importantes pesquisadores, tais como Jack Zipes

(2007), Terri Windling (2007), Maria Tatar (1987), D. L.

Ashliman (2012), Corso e Corso (2006) entre outros.

As representações do feminino e do masculino

nos novos contos de fada: uma leitura de A

história de Cinderela tal como me contaram de

Adela Basch

Histávina Duarte Pereira (UFU)

Cada vez mais, estudos significativos sobre as

questões de gênero vem ocupando espaço em várias

áreas das Ciências Humanas, logo, este trabalho

propõe um estudo das representações de gênero

presentes no conto contemporâneo A História de

Cinderela tal como me contaram da escritora Adela

Basch. Para tanto, fez-se necessário como aportes

teóricos os Estudos de Gênero, a Psicanálise, e

noções de identidade para verificar e analisar como

as representações de gênero inseridas no conteúdo

e linguagem deste texto pode ou não contribuir de

forma positiva e/ou negativa no processo de

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subjetivação e desconstrução dos binarismos no que

se refere às questões de gênero.

A morte dele, a liberdade dela.

Jaqueline Ferreira Borges (UFU)

O objetivo deste resumo é apresentar A história de

uma hora, de Kate Chopin. Trata-se de um conto

escrito em 1894, que exibe Louise Mallard como a

personagem principal. Após receber a notícia de que

o marido Brently havia “morrido”, a personagem se

entristece e chora sua viuvez. Então, se dirige ao

quarto para refletir sobre a sua atual situação. Nesse

momento de ponderação, ela percebe que através da

“morte” do marido, ela conquistara uma liberdade

nunca antes vivida, repetindo continuamente “free,

free”. Levando o leitor a perceber a relação de

dominação que ela sofria com o marido, uma vez que

através da morte dele, ela se via, então, livre. Após o

momento de reflexão, ela desce para a sala e vê

alguém entrando em casa. Ao se deparar com o

marido, e percebendo que ele não havia morrido,

Louise cai morta à vista do esposo. A morte dela, foi

ocasionada por uma doença cardíaca, segundo os

médicos. Da alegria que mata! Deste modo, percebe-

se que é possível entender, através do conto, que a

morte do marido de Louise foi a libertação de um

casamento infeliz e submisso, pois somente após a

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morte é que ela poderia viver pelos interesses de si

mesma, já na presença do marido, a vida de Louise

se resumiria aos interesses dele. Outro aspecto de

submissão ao patriarcado e invisibilidade da mulher,

que podemos encontrar no conto, é a dependência

que Louis tinha do marido, pois o seu nome só foi

mostrado após a morte de seu cônjuge. Antes desse

momento, ela era conhecida apenas pelo sobrenome

dele: “Sra. Mallard”. Assim, através de pesquisas

metodológicas, pode-se analisar este conto a partir

das limitações em que se encontram as mulheres do

século XIX e a necessidade, ainda que discreta, de

liberdade e distanciamento dos padrões que limita as

mulheres ao sexo masculino.

A memória de Dona Agripina descreve o Fruto

de Ouro e sua decadência, no conto “A rica

fazendeira de cacau”

Juliana Cristina Ferreira (UFU)

Carlos Augusto de Melo (UFU)

O escopo deste trabalho é identificar como a

memória de Dona Agripina descreve de forma

detalhada a época em que o cacau gerava bastante

lucro ao proprietário fazendeiro e como a riqueza

desta personagem aumentava durante as safras de

cacau, na fazenda Linda Bela. A voz narrativa

apresenta também, como era a vida da personagem

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(Dona Agripina) nos tempos do fruto de ouro e como

ficou com a decadência do cacau. Para uma melhor

compreensão, dialogaremos com Halbwchs (2006), o

qual explica que a memória mesmo sendo individual,

em nossos pensamentos, há várias outras pessoas

que vivenciaram alguma situação conosco. E como

Dona Agripina prefere viver em devaneios,

buscaremos subsídio em Bachelard (2008), o qual

aponta que o devaneio é uma forma de fuga da

realidade, quando esta é dolorosa ao ser que está em

devaneio. A problemática que move esta reflexão é a

memória individual como constituidora da história. É

a partir da memória individual que temos detalhes

peculiares que contribuirão para a constituição da

memória coletiva. A metodologia a ser utilizada será

a pesquisa bibliográfica, tendo o conto “A rica

fazendeira de cacau” como fonte para identificar as

lembranças que são coletivas, mesmo que sejam

lembradas por uma única personagem, há outras

personagens que vivenciaram os momentos do fruto

de ouro com Agripina.

A condessa sangrenta: um olhar sobre a

construção ficcional da personagem Elisabeth

Bathory sob a perspectiva literária de Alejandra

Pizarnik e sob as ilustrações de Santiago Caruso

Júlio Cezar Pereira de Assis (UFU)

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A presente comunicação está centrada na análise da

figura mítico-histórica de Elisabeth Bathory (1560 –

1640), conhecida popularmente como Condessa de

Sangue, e de como esta é caracterizada pela obra

literária A condessa sangrenta, de 1972, da poetisa

argentina Alejandra Pizarnik (1936 – 1972), auxiliada

pelas ilustrações impressionantes do também

argentino Santiago Caruso. Em um primeiro

momento, com base no trabalho interpretativo das

simbologias contidas nos signos da Morte, do

vermelho e do branco em Chevalier e Gheerbrant

(2006) e do uso de elementos da psicanálise de Freud

(1915), será trazida uma reflexão sobre a obra

literária de Pizarnik e da forma como esta aborda (a

partir de traços autobiográficos) o tema da

melancolia e da morte por meio da criação da

persona Elisabeth Bathory. Com isso, é possível

investigar a maneira como a autora constrói (ou

desconstrói) uma linha tênue entre realidade x ficção

e autor x personagem. Em seguida, a comunicação, a

partir de elementos da Semiótica de Peirce, estará

centrada na análise da arte de Caruso - seu estilo,

suas influências e o uso, pelo trabalho de Heller

(2012) das cores vermelha, branco e preto - e na

forma como este representa a condessa Bathory em

seu esplendor e toda a sua busca pela beleza e

juventude.

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Naziazeno e as ruas da cidade: a análise de um

espaço urbano

Luana Noleto (UFG/RC – PMEL)

Ozíris Borges Filho (UFG/RC – PMEL)

Por via desta proposta de comunicação, objetivamos

ampliar as reflexões acera do estudo sobre a

construção do espaço, a Topoanálise, na obra Os

Ratos de Dyonélio Machado. Este romance que é

considerado pela crítica como um romance de

urbanização traça um dia da vida de um homem que

se adapta à sociedade moderna capitalista.

Naziazeno, funcionário de uma repartição nos anos

30 é sujeitado às ruas de Porto Alegre em busca de

algum empréstimo para quitar a dívida com o leiteiro

que pela manhã ameaçou cortar o fornecimento de

leite, nesse percurso, explora diversos espaços

comuns da sociedade. Partiremos, portanto, da

metodologia da Topoanálise de BORGES FILHO

(2007) para elaborar reflexões acerca de fatores

sociais relevantes na obra em questão. Ainda,

teremos como base teórica GAMA KHALIL (2008),

TUAN (2012), SILVA (2014), CANDIDO (2000),

SANTOS (2002) que em seus estudos sobre espaço,

identidade e memória nos textos literários

consideram a relação entre linguagem e mundo, o

que contribui para nosso estudo da obra em questão.

Esperamos, ao fim deste trabalho, mostrar como a

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análise dos espaços pode auxiliar nos estudos sobre

identidade e ampliar pesquisas acerca desta relação

espaço e personagem. Esta proposta de trabalho faz

parte dos estudos referentes à pesquisa de mestrado

em andamento do Programa de Mestrado em

Estudos da Linguagem e é financiada pela agência de

fomento CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior

Literatura lugar de inscrição da mulher: alguns

apontamentos sobre subversão e transgressão

Nilce Meire Alves Rodovalho (UFG/RC)

O presente trabalho busca relacionar os contos: “The

Yellow Wallpaper” de Charlotte Perkins e “Sister

Lilith” de Honorée Fanonne Jeffers, tal paralelo se

dará pelo viés da literatura fantástica, visando

analisar os discursos de cunho feminino. Ressaltar-

se-á a transgressão e a resistência como

características das personagens principais dos contos

enfocados ao relacionarmos aos postulados teóricos

Alexander Meireles da Silva. Jane é a protagonista do

conto “The Yellow Wallpaper” e Lilith personagem do

conto “Sister Lilith”. O enredo de “The Yellow

Wallpaper” traz a estória de Jane, uma mulher que foi

enclausurada em uma mansão antiga por decisão de

seu marido médico que acreditava ser necessário

afastá-la da sociedade para que ela recobrasse seu

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“juízo” psicológico. Enquanto em “Sister Lilith” traz a

estória de Lilith mulher transgressora cuja sua

principal característica é a subversão, justificada pelo

abandono ao marido Adão no paraíso e indo se

abrigar em uma caverna. Questionada pelos anjos

sobre os motivos de sua saída do jardim do Éden, ela

se queixa das desigualdades (posições no ato sexual

e omissão na criação de seus filhos pelo

companheiro). Desde os primórdios da história, a

mulher tem sido submissa e diminuída perante o

gênero masculino, sofrendo com a dominação do

sistema falocêntrico. Entretanto, surgiram na

literatura fantástica algumas figuras femininas que

foram subvertoras que ganharam força e espaço para

seus escritos. A literatura abre espaço de libertação

das amarras monopolizadoras e dominadoras.

Consoante a essa circunstância de submissão

opressora da figura feminina, apresentaremos duas

personagens que em oposição à situação de

subordinação, reverteram este quadro, no decorrer

de suas sagas e conseguiram se desprender de laços

impostos.

Vias e desvios: eclosão de identidades no conto

“As sereias”, de Augusta Faro

Nívea de Souza Moreira Menegassi (UFG/RC)

Luciana Borges (Orientadora – UFG/RC)

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Neste estudo, aborda-se a representação feminina

tendo como objeto de análise o conto “As Sereias”,

retirado do livro A Friagem (1998), de autoria da

escritora goiana Augusta Faro. Essa representação

ocorre pelo viés do hibridismo, vocábulo originário

do radical grego hybris, que em seu sentido

etimológico significa ultraje, e, por isso, remete a

palavras como “irregular, anômalo, aberrante,

anormal, monstruoso” (BERNRD, 2010, s/p). Houve

uma alteração de significado para o termo, em

especial no que diz respeito à crítica literária, que o

emprega no sentido de mistura de estilos e gêneros

para a formação de um terceiro elemento, que

contempla a diversidade, trazendo novos olhares

para a sua própria identidade. Faro utiliza elementos

do sobrenatural para representar a mulher e o

forasteiro que, muitas vezes, dentro da sociedade

patriarcal, ainda são vistos como verdadeiros

monstros por terem a ousadia de serem diferentes e

não se enquadrarem nas normas vigentes na

comunidade local. Desta forma, o gênero feminino

apresentado nesta pesquisa é demonstrado como

forte, impondo sua vontade, conseguindo um espaço

dentro da sociedade, mesmo que para isso tenha que

sofrer punições e ser transformado em um monstro.

Para tanto, apresenta-se uma discussão de teóricos

como Camarani (2013), Courtine (2013), Cohen

(2000), Spindler (1993), dentre outros. Por se tratar

de uma pesquisa teórica, descritiva e analítica, a

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metodologia utilizada foi a revisão de literatura. Com

este trabalho, pretende-se contribuir para a quebra

de tabus em relação à mulher, tendo em vista o

preconceito de que ainda sofre. Além disso, busca-se

proporcionar maior visibilidade à literatura goiana e

à área de estudos literários.

Da Sepultura para as metrópoles

Raul Dias Pimenta (UFG/RC)

Alexander Meireles da Silva (UFG/RC)

O morto-vivo ou zumbi tem ganhado bastante

destaque neste século através das aclamadas zombie

walks, dos filmes e séries de tv. Apesar de este não

ser uma personagem recente na literatura e que

também já vagava pelo imaginário medieval e por

várias culturas tanto ocidentais e orientais. Ainda sim,

algo parece chamar a atenção ou provocar certo

desejo por parte dos espectadores que são atraídos

para os livros onde a personagem está presente, bem

como o desejo de que o mundo termine invadido

pelos mortos com sua fome insaciável. No entanto, o

zumbi vaga pelas páginas dos livros deixando para

trás o rastro de vários elementos de gêneros

literários que podem ser percebidos por aqueles que

o leem, sob tal perspectiva o intuito deste trabalho é

analisar o progresso do morto-vivo como

personagem literário e o hibridismo de elementos de

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gêneros literários, como o gótico e o realismo

mágico são recorrentes em livros onde o zumbi está

presente. Com base na teoria de Sterling (2009) sobre

o Slipstream iremos apresentar o zumbi como um ser

subversor aos gêneros literários e como sua forma

hedionda cativa os leitores, este trabalho também é

uma parte que está vinculada ao projeto de mestrado

intitulado: “Entre fronteiras: Gótico, Realismo Mágico

e Slipstream. O zumbi que se alimenta dos gêneros”.

O discurso masculino sobre a maternidade na

voz de personagens do romance O ponto cego

de Lya Luft

Solange Arruda da Silva (UFG/RC)

Luciana Borges (Orientadora – UFG/RC)

A presente proposta tem como intuito mostrar como

o discurso sobre a maternidade no romance O Ponto

Cego de Lya Luft, na voz de personagens masculinos,

vem carregado de uma ideologia que retrata a

imagem estereotipada da boa mãe no lar. Vale

destacar que essa imagem da mulher foi sendo

construída e amplamente divulgada por uma

sociedade sexista que traçou diferentes papeis a

serem desempenhados pelo homem e pela mulher,

cabendo a esta um lugar de total desprestígio social.

E em diferentes momentos de nossa história social,

prevaleceu um discurso que tinha como intuito fazer

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a mulher acreditar que ela nasceu para ser mãe, e

acima de tudo, uma boa mãe - responsável pela

criação e educação dos filhos, pela felicidade dos

mesmos e pela vida equilibrada da família. Por muito

tempo, essa prevaleceu como uma verdade

inquestionável. Para alcançar nossos objetivos com

essa proposta de trabalho, contamos com os estudos

realizados por Badinter (1985), Beauvoir (2009),

Stevens (2007), Vasconcelos (2015), Ariès (1981),

Xavier (2012) e Heywood (2004). E nossos estudos se

subscreveram sob uma pesquisa de cunho

descritivo-analítica, em que pudemos notar,

principalmente na voz do narrador, o ponto de vista

de uma mulher, especificamente em uma escrita

feminina e cuidadosamente elaborada, um discurso

que visa criticar as relações conflituosas pelas quais

passam o homem e a mulher numa sociedade cujo

modelo se estrutura no patriarcalismo. Verificamos

que o discurso sobre a maternidade nesta narrativa

tem como propósito repensar o papel social da

mulher na modernidade.

Como despertar nas crianças e nos adolescentes

o interesse pela leitura dos clássicos, em especial

Dom Quixote - o cavaleiro da triste figura, de

Miguel de Cervantes

Tamira Fernandes Pimenta (UFU)

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Atualmente existem diversos tipos de tecnologias, o

que possibilitada aos jovens resultados rápidos e

objetivos quando o assunto é entretenimento, o

gosto pela leitura deixou de ser cultivado. Dentro

desse contexto vê-se que a simples imposição da

leitura não é aconselhável para se tentar criar nos

jovens o hábito de ler os livros clássicos. Tal ação

criaria justamente o efeito não desejado, ou seja, a

repulsa e a aversão a essas tais obras. O que

diferencia uma obra clássica de outras é capacidade

que este tipo de leitura tem de proporcionar ao leitor

as mesmas emoções dos personagens, fazendo-o

refletir sobre a própria vida. Figuras como Dom

Quixote e Sancho Pança estão muito próximas do

perfil dos jovens de hoje: apesar da violência eles

sonham com um mundo ideal, mais justo, vivem

entre realidade e fantasia, mudam de humor com

facilidade e sofrem por não conseguirem fazer da sua

vida aquilo que desejam. O conto de fadas, a

reapropriação de mitos, fábulas, lendas folclóricas ou

até mesmo relatos de aventuras, fazem com que o

leitor reconheça o contorno dentro do qual está

inserido e com o qual compartilha sucessos e

dificuldades. Diante do exposto pretendemos utilizar

a imaginação, o sonho e a fantasia como fontes que

alimentam a inteligência da criança, portanto

contribuem para sua formação. Utilizar a ficção no

ensino pode proporcionar uma perspectiva

diferenciada para a vida dos alunos. O que, de certa

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forma, pode ajudá-los a preencher lacunas

resultantes de suas, muitas vezes, restritas

experiências de vida.

GT 4 – A Verbovocovisualidade na Perspectiva

Dialógica da Linguagem para Análise de Discursos

Contemporâneos

Marginalidade em enunciados críticos em

canções de Emicida

Bruno Oliveira (GEDIS-UFG)

Grenissa Bonvino Stafuzza (Orientadora)

Neste trabalho, analisaremos de forma descritiva e

interpretativa um recorte de enunciados de canções

que compõe o álbum O glorioso retorno de quem

nunca esteve aqui (2013), de Emicida, cantor e

compositor de RAP brasileiro, eleitos por conter

críticas a respeito dos seus posicionamentos acerca

da realidade social do negro na sociedade

contemporânea. Esses enunciados serão analisados a

partir da teoria dialógica da linguagem, do Círculo de

Bakhtin, traçando possíveis relações entre a noção de

enunciado e os conceitos elaborados pelos

pensadores russos do Círculo de Bakhtin como arte e

vida, diálogo, enunciado, exotopia, signo ideológico,

reflexo e refração, identidade, entre outros. Dessa

forma, analisaremos o lugar que o sujeito cantor e

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compositor Emicida enuncia, pois, a construção do

enunciado crítico de suas letras coloca em confronto

o lugar que o sujeito marginal enuncia em uma dada

realidade. Estabelecemos, assim, dois eixos que

acreditamos revelar esse lugar, são eles: 1) o sujeito

marginal que enuncia inserido na sociedade sobre

seu lugar de origem; 2) o sujeito marginal que

enuncia inserido na sociedade e sobre a sociedade.

Assim posto, acreditamos estar em condições de

começar a descobrir esse lugar.

O papel do humor na construção

estereotípica no curta-metragem “Os três

porquinhos versão Lula”

Clécio Luís G. de Oliveira (UFG/RC-PMEL/FAPEG)

Grenissa Bonvino Stafuzza (Orientadora)

A construção de estereótipos pelo viés humorístico

não é algo novo, entretanto os meios tecnológicos

pelos quais se constituem formam um percurso

peculiar para a integração dos mais diversos

discursos. O curta-metragem “Os três porquinhos

versão Lula”, corpus de nossa análise, é um material

que possibilita a significação por meio da verbo-

voco-visualidade, isto é, as materialidades visual e

vocal, assim como a verbal, também significam. No

estudo que propomos, a investigação da construção

do estereótipo se põe sobre essa estrutura, a qual é

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palco da relação constitutiva do humor. O estudo

fundamenta-se na perspectiva dialógica da

linguagem do Círculo de Bakhtin em especial, as

concepções de dialogismo e cronotopo (BAKHTIN,

2011; 2013; 2014b; BAKHTIN/VOLOCHÍNOV, 2014a),

além de teorizações a respeito de estereótipo

(AMOSSY, 2005a), cenografia, (MAINGUENEAU,

2005b; 2008) e ato humorístico (CHARAUDEAU,

2007). O estudo das obras do Círculo de Bakhtin e a

abordagem dialético-dialógica procuram relacionar,

a partir da perspectiva socioideológica, o enunciado

com a vida, tendo como base a arquitetônica de um

projeto de dizer de sujeitos, ambientados em

cronotopos específicos, constituído, sobretudo, por

relações dialógicas formadoras do complexo de

embates e das mais diversas construções que podem

compartilhar ou não com o ato humorístico.

O discurso midiático: uma análise dos

enunciados psicológicos na revista IstoÉ

Deborah Cristina Barbosa Ferreira (UFG/RC)

Lady Daiane M. Ribeiro (GEDIS/CESUC/ UFG/RC)

Esse trabalho tem como objetivo apresentar as

relações dialógicas do discurso midiático e o discurso

psicológico presente na revista IstoÉ, edição de abril

de 2016. Nosso trabalho baseará na noção de

diálogo e sujeito a partir das concepções teóricas do

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Círculo de Bakhtin. Nessa perspectiva, o discurso é

concebido não enquanto fala individual, mas

enquanto instância significativa em que discursos

outros – veiculados sócio-historicamente e que se

realizam nas e pelas interações entre os sujeitos – se

entrelaçam e se atravessam. Portanto, todo discurso

é constituído pelas inscrições ideológicas que se

materializam na língua, ancorados pelos aspectos

políticos, econômicos e sociais. No corpus de análise

percebemos que o discurso psicológico é tomado

como legitimador, um reforçador a fim de assegurar

a veracidade dos dizeres e funciona como suporte

para que o discurso midiático cumpra seu papel de

convencer o leitor de que o que ele lê é verídico.

Acreditamos que a mídia apropria-se desse

dispositivo discursivo, os saberes psicológicos, para

abordar qualquer tema de seu interesse, no caso da

revista IstoÉ, utilizam enunciados referentes ao

discurso psicológico, ao qual vincula negação, raiva,

depressão, aceitação, surto, como forma dar

seguridade de seus dizeres. Essa hipótese pressupõe

a discussão de alguns aspectos referentes à mídia e

o discurso psicológico bem como a relação desses

elementos nos enunciados em análise.

Dialogismo em dizeres sobre o ensino-

aprendizagem de língua inglesa

Evelyn Cristine Vieira (PPGEL/UFU)

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Este resumo é um recorte de nossa pesquisa de

doutorado, cujo objetivo é discutir as representações

acerca do processo de ensino-aprendizagem de

Língua Inglesa, por meio de discursividades de

professores em serviço. Dessa forma, nossa proposta

buscará perceber e analisar como os professores

formadores e professores em serviço em diferentes

instâncias de ensino enunciam sobre o processo de

ensino- aprendizagem de língua inglesa, bem como

o que negam, o que apagam, o que reiteram em seus

dizeres ao fazê-lo, uma vez que sabemos que ao

enunciarem os professores vão colocar outros

discursos em funcionamento, e revelarão suas

inscrições discursivas. Para tanto, propomos um

trabalho inter-transdisciplinar entre a Linguística

Aplicada e os estudos do Círculo de Bakhtin (2011,

2012), além de fundamentarmos a pesquisa também

na Análise do Discurso de linha francesa,

especialmente com base nos estudos de Michel

Pêcheux (2009). No que concerne aos aspectos

metodológicos da pesquisa, para a coletada de

dados e composição do corpus usaremos a proposta

AREDA (Análise de Ressonâncias Discursivas em

Depoimentos Abertos, SERRANI-INFANTE, 1998). A

partir da análise do corpus, buscaremos discutir as

vozes em emergem nos depoimentos dos

professores. Nesse sentido, salientamos que em

nosso trabalho tomamos vozes em uma perspectiva

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bakhtiniana, entendendo que várias vozes participam

de todo e qualquer diálogo. Para melhor pensarmos

as formulações e entrelaçamentos entre os dizeres

enunciados pelos professores que participarão da

pesquisa, consideramos que a perspectiva dialógica

da linguagem, segundo o Círculo de Bakhtin,

justifica-se como um meio de verificar a natureza dos

enunciados e as relações que estes estabelecem.

Logo, a partir de nossa ancoragem na teoria dialógica

da linguagem do Círculo, podemos considerar o

diálogo como inerente a todo e qualquer discurso.

Ressaltamos, por fim, que nossa pesquisa ainda não

dispõe de resultados e análises parciais.

Memes da capa da revista Veja sobre eleições

presidenciais de 2014: sob um olhar dialógico

Gabriella Cristina Vaz Camargo (GEDIS/UFG)

Grenissa Bonvino Stafuzza (Orientadora)

Durante as eleições presidenciais de 2014, a revista

Veja levantou uma série de polêmicas, especialmente

quando publicou, às vésperas do segundo turno, a

capa intitulada “Eles sabiam de tudo”, de maneira

que denunciasse o Petrolão, esquema de corrupção

que ocorreu na maior empresa estatal do país, a

Petrobrás, atribuindo à responsabilidade a Lula e

Dilma. Diante da suposta denúncia, a revista causou

alvoroço entre os internautas, que procuraram

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responde-la criando, publicando e compartilhando

memes em diversas redes sociais, como o Facebook

e blogs, como o Literatortura. Diante disso,

escolhemos dois memes publicados no blog:

“Bomba! PT financiou maçã envenenada da Branca

de Neve” e “Titanic era comandado por tataravô de

Lula. Dilma sabia de tudo”, com o objetivo de analisar

os signos ideológicos construídos neles, como

também interpretar seus sentidos no enunciado

verbovisual. Ademais, a pesquisa é de cunho

bibliográfico, em que buscaremos nas obras

Marxismo e Filosofia da Linguagem, Estética da

Criação Verbal e Estrutura do Enunciado as pistas

deixadas para pensarmos o enunciado verbovisual. O

método de pesquisa será o dialógico-dialético

proposto pelo Círculo, que não é dado a priori, uma

vez que é construído em relação ao objeto a ser

estudado, ou seja, a partir do corpus. Com

fundamento nas noções teóricas do Círculo de

Bakhtin sobre signo e enunciado, analisaremos os

memes publicados pelos internautas aqui

considerados como sujeitos responsáveis e

responsivos que enunciam de um lugar sócio-

histórico-ideológico, além de se manifestarem, se

constituírem e dialogarem através da linguagem.

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Fundamentos da filosofia da linguagem do

círculo de Bakhtin para estudos sobre a

verbovocovisualidade discursiva

Grenissa Bonvino Stafuzza (GEDIS-UFG/PosLin-UFMG)

Ao se partir da constatação de que o Círculo de

Bakhtin influencia muitos estudos nas áreas da

linguagem, a presente comunicação propõe debater

as contribuições epistemológicas que o Círculo

oferece em especial aos estudos de discursos

verbovocovisuais contemporâneos. Observa-se que

a noção nodal da filosofia da linguagem bakhtiniana

de diálogo compreende tanto a relação entre

enunciados como a relação entre enunciados e

sujeitos por meio da linguagem, da cultura, da

sociedade. Nesse sentido, é possível compreender a

noção de sujeito dialógico-ideológico pensado pelo

Círculo, uma vez que o sujeito bakhtiniano

circunscreve-se em uma arquitetônica social,

especialmente cronotópica e exotópica, e por essa

arquitetônica é constituído. Pode-se afirmar que os

escritos do Círculo russo deixam pistas que nos

permitem pesquisar métodos e fundamentos para o

estudo de discursos verbovocovisuais como, por

exemplo, vídeo, imagem, pôster, cinema,

publicidade, performance, canção etc. Nesse sentido,

este estudo orienta-se na e pela concepção de

natureza filosófico-linguística de se pensar os

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discursos considerando possíveis fundamentos

advindos dos escritos da filosofia da linguagem do

Círculo de Bakhtin de modo a contribuir para as

pesquisas de discursos verbovocovisuais que

demandam análises que compreendam a linguagem

em seus aspectos linguageiros, sociais, ideológicos e

estéticos.

Diálogo na enunciação de Taxi Driver (1976), de

Martin Scorsese

Lizandra Belarmino de Moura (GEDIS-UFG)

Grenissa Bonvino Stafuzza (Orientadora)

Na presente pesquisa será observado, analisado e

interpretado como que, através da ação dialógica e

enunciativa, dos diálogos que compõe a enunciação

fílmica de Taxi Driver (1976), de direção de Martin

Scorsese, pode-se investigar a construção de Travis

Bickle (taxista interpretado por Robert De Niro) na

sua relação dialógica com os “outros” com quem ele

convive, com o propósito de entender como que se

dá a produção de sentidos dessas relações tanto para

a construção da enunciação do filme, como para as

transformações do sujeito ao longo da narrativa

fílmica. Assim, a hipótese da pesquisa é a de que a

construção enunciativa de Taxi Driver se dá pela

movimentação dialógica do sujeito com os outros

personagens, tendo ainda como parte dessa

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enunciação a cidade de Nova Iorque na década de

70, do século passado, com toda a sua problemática

no âmbito social, político e ideológico. Para o estudo

da construção da enunciação serão considerados os

diferentes posicionamentos do sujeito enunciador

“seja na categoria do eu-para-mim, seja na categoria

do outro-para-mim” (BAKHTIN, 1997, p.44; grifos do

autor), marcando, por conseguinte, uma posição

exotópica entre a vida e a arte na esfera do

enunciado. Os enunciados verbovocovisuais serão

analisados a partir das reflexões da teoria dialógica

da linguagem de Mikhail Bakhtin, sendo que o

método a ser utilizado partirá de cotejamento de

enunciados, traçando possíveis relações por meio de

conceitos elaborados pelos pensadores do Círculo

bakhtiniano. Utilizaremos o cotejamento de

enunciados (microcorpus) a partir de cenas do filme

em estudo para examinar a produção dialógica na

enunciação. Assim, esperamos, por meio desta

pesquisa, entender a construção da enunciação

fílmica de Taxi Driver por meio da produção

dialógica, considerando para tal, a transformação do

sujeito protagonista na enunciação, como também a

produção de sentidos.

Verbovisualidade em memes jurisprudenciais do

STJ no facebook

Loraine Vidigal Lisboa (IFTM – Campus Uberaba)

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Mesmo que o Círculo de Bakhtin não tenha se

adentrado no campo da verbovocovisualidade em si,

os fundamentos dialógicos debatidos pelo grupo nos

fornecem aparatos teóricos e metodológicos que

permitem suscitar a análise de discursos assim como

o surgimento de gêneros discursivos nos quais os

enunciados emergem por meio da interação entre os

sujeitos em seus atos enunciativos. Partindo dessa

premissa, nos dispusemos a analisar, em dissertação

de mestrado intitulada Memes Jurisprudenciais no

facebook do STJ: a constituição dialógica de um

gênero verbo-visual, o gênero discursivo verbo-

visual meme jurisprudencial produzido e veiculado

no perfil do Superior Tribunal de Justiça na rede

social facebook. Nos fazemos valer deste espaço

para a apresentação de resultados relativos à

influência do pensamento bakhtiniano sobre a

formação desse gênero, que propicia relações

dialógicas entre discursos jurídicos materializados

por meio da linguagem verbo-visual, favorecendo,

assim, a constituição da arquitetônica do gênero em

questão.

Uma análise dialógica do “trabalho” na mídia

publicitária

Raquel Ribeiro de Oliveira (GEDIS-UFG-PMEL)

Grenissa Bonvino Stafuzza (GEDIS-UFG/PosLin-UFMG)

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O presente trabalho concretiza-se a partir de uma

pesquisa de Mestrado em desenvolvimento e tem

como objetivo apresentar uma proposta de estudo

na perspectiva dialógica do Círculo de Bakhtin e

Análise do Discurso, na intenção de investigar, por

meio dos princípios e estudos da linguagem e das

ciências sociais, sobre o valor ideológico que envolve

o signo “trabalho” veiculado pela mídia publicitária

de multinacionais no estado de Goiás. Para tanto,

embasamo-nos, principalmente, nas teorias

fundadas em “Marxismo e Filosofia da Linguagem” –

a respeito da palavra como signo ideológico – com a

pretensão de desenvolver esse estudo com o

enfoque no signo ideológico “trabalho” que é social,

principalmente na nossa cultura, e que traz diferentes

valores históricos para o conceito de trabalho.

Aportamo-nos, também, em Charaudeau (2006), a

fim de compreendermos os artifícios midiáticos de

produção e transmissão de informação,

considerando, então, que o discurso midiático

publicitário, como todo e qualquer discurso, se

realiza em forma de linguagem opaca, carregada de

ideologia, a partir da produção de dizeres

enunciados por sujeitos que possuem determinados

lugares sociais e, desse modo, a linguagem pensada

aqui, enquanto discurso, se mostra em movimento e

produz determinados sentidos relativos a quem

concretiza esta prática, revelando, assim, este caráter

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social e ideológico que constitui todo e qualquer

enunciado. A metodologia escolhida foi a analítica

descritiva e interpretativa dos signos ideológicos a

serem pesquisados na mídia publicitária das

multinacionais e que será o nosso corpus de análise

do Projeto de dissertação de Mestrado. Alguns

resultados esperados ao decorrer da pesquisa são,

por exemplo, a percepção da relação entre sujeito e

sociedade que se dá de maneira indissociável, e a

identificação das condições de produção dos

discursos midiáticos das multinacionais a respeito do

sujeito trabalhador, que é um sujeito social e também

é ideológico.

As identidades docentes construídas

pelos memes

Wânia Gomes Mariano Vieira (GEDIS-UFG)

Grenissa Bonvino Stafuzza (GEDIS-UFG/PosLin-UFMG)

Pretende-se neste trabalho problematizar questões

referentes à identidade docente construída pelo

gênero discursivo meme. As redes sociais

oportunizam relações dialógicas entre os sujeitos

que estão imersos no contexto tecnológico

permitindo uma interação que afeta o sujeito social.

Este trabalho destaca o embate dialógico produzido

pelos memes sobre a identidade do sujeito professor

que faz emergir novos sentidos quanto à percepção

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sobre o docente. Nesse sentido, a mídia virtual tem

um papel importante na construção de novos e

antigos estereótipos, por refratarem

conceitos positivos e negativos que circulam no

cotidiano. Os estereótipos tendem a ser mais

negativos e podem levar o sujeito a ter sua

identidade representada de forma agressiva no meio

social. Assim sendo, o gênero meme como

representação midiática da linguagem constrói o

mundo e os sujeitos, o modo como são construídas

as identidades através da linguagem é central na

definição de como se constrói os

significados. Traçamos como objetivos esses que

vem a seguir: i) analisar o enunciado verbo-visual

de memes sobre o sujeito professor, considerando os

possíveis diálogos sobre a identidade docente; ii)

identificar e analisar os discursos e diálogos sobre

identidade docente que constituem os memes em

estudo; iii) identificar e analisar quais são os

estereótipos construídos sobre o professor e quais

aspectos da situação social do enunciado podem ser

acionados nos memes; iv) analisar os sentidos que

emergem dos enunciados verbo-visual do

gênero meme sobre identidade docente. Ao

inscrevermo-nos na perspectiva dialógica da filosofia

da linguagem dos escritos do Círculo de Bakhtin,

temos como orientação principal o eixo discursivo-

dialógico-ideológico da linguagem, no qual

encontramos terreno propício para constituir

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o corpus de pesquisa com o objetivo de investigar e

analisar os enunciados utilizados nos memes,

destinados aos sujeitos professores, veiculados nos

perfis/páginas públicas do Facebook.

O Catupé Amarelo da congada catalana e a

verbovocovisualidade no cronótopo Facebook: a

identidade do sujeito congadeiro

Wellington dos Reis Nascimento (GEDIS-UFG-PMEL)

Grenissa Bonvino Stafuzza (GEDIS-UFG/PosLin-UFMG)

O trabalho que ora se apresenta é um

desdobramento da dissertação intitulada “Das

canções da congada catalana do Catupé Amarelo no

Facebook: uma análise dialógica do enunciado

verbovocovisual”. O supracitado estudo tem como

foco algumas publicações que estão disponíveis na

página do Catupé Amarelo no cronótopo Facebook.

Aqui, objetivamos descrever, interpretar e analisar

um desses enunciados verbovocovisuais, verificando

assim, a recorrência temática, a produção de sentidos

e como ele funciona na construção das identidades

dos dançadores desse grupo da congada catalana.

Essa pesquisa encontra-se fundamentada na

perspectiva dialógica da filosofia da linguagem do

Círculo de Bakhtin. O corpus será construído por um

enunciado verbovocovisual da congada do Catupé

Amarelo, uma vez que existe uma maior recorrência

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desse grupo na rede social em estudo. Com relação

aos pressupostos teóricos, embasaremos nos

escritos filosóficos do Círculo de Bakhtin que se

fundamentam na perspectiva dialógica da

linguagem, especificamente, nas noções de signo

ideológico, interação verbal, enunciado, voz, eco,

ressonância, reverberação, cronótopo, exotopia,

reflexo, refração e identidade. Destarte, utilizaremos

a metodologia dialética, uma vez que

descreveremos, interpretaremos e analisaremos um

enunciado que está disponível na supracitada rede

social. Ademais, é interessante ressaltar que a

pesquisa é de cunho bibliográfico, haja vista que

buscaremos nas obras do Círculo russo quais foram

as pistas deixadas para se pensar os enunciados,

verbais, vocais e visuais. Por meio do presente

estudo, compreendemos que as músicas têm se

transformado, fazendo com que a identidade dos

sujeitos congadeiros se modifiquem. Nesse encalço,

entendemos a transformação da canção e da

performance dos congadeiros no enunciado em

estudo, como um diálogo vivo e tenso, entre a

tradição da congada catalana e a mídia do show-

espetáculo.

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GT 5 – Projetos inter/transdisciplinares

Apreciação estética: transversalidade entre

arte/educação e literatura

Bruna Gabriela Corrêa Vicente (MIELT/UEG)

Débora Cristina Santos e Silva (MIELT/UEG)

Este trabalho busca expor resultados parciais do

projeto, e as metodologias empregadas no processo,

Poéticas digitais: desafios contemporâneos para a

arte/educação, que tem como intuito o

desenvolvimento do pensamento artístico e da

apreciação estética no ensino de artes visuais no

entrecruzamento das tecnologias digitais e literatura.

A integração das tecnologias digitais na arte abre

novas possibilidades para o ensino da arte na escola,

constituindo-se como nova modalidade de

expressão na linguagem visual. Permite relações com

as proposições artísticas específicas das tecnologias

digitais, como na possibilidade de pesquisas no

âmbito da história da arte ou da cultura visual

emergente deste meio, bem como na produção e

tratamento de imagens que possam ser construídos

por projetos educacionais. Diante deste novo cenário

é necessário um ensino de arte que promova a

formação de indivíduos capazes de pensar

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artisticamente e esteticamente diante da velocidade

e fluxo das imagens que invadem o cotidiano.

Orgulho e Preconceito: diálogo entre literatura e

história

Ingride Chagas Gomes (UFG/RC)

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma

proposta de ensino de Literatura em concomitância

com a História, com a temática feminina, a partir da

leitura do livro Orgulho e Preconceito. Serão

propostas discussões acerca do papel da mulher

destacado na obra, das ideologias patriarcais que

perpassam o enredo, da caracterização das

personagens, da mulher inglesa e brasileira do século

XIX e do século XXI. Esse tema fará com que os alunos

reflitam sobre o papel desempenhado pela mulher

na sociedade, no passado e nos dias de hoje.

Levando-os a compreender a questão da

verossimilhança presente na obra, destacando como

os fatores externos a vida da autora Jane Austen, a

sociedade observada por ela, pode ter sido uma

grande influência na composição de sua obra, que

sempre revela uma crítica acerca da imposição de

uma sociedade patriarcal sobre o modo de pensar e

agir das mulheres.

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GT 6 – Libras, estudos linguísticos e literários

A influência da Libras na organização sintática da

escrita do surdo

Andrelina Heloísa Ribeiro Rabelo (ILEEL/UFU

José Carlos de Oliveira (ILEEL/UFU)

Camila Leite (ILEEL/UFU)

A sintaxe é a área da gramática que trata da estrutura

da sentença. Sendo a língua estabelecida por uma

relação entre o pensamento e os sons e gestos, essas

relações constroem signos que são os morfemas e a

combinação de palavras criam signos maiores que

são as sentenças. A língua natural coloca à disposição

do falante várias possibilidades de ordenação dos

constituintes relacionados à estrutura da sentença.

Apesar da variação, cada língua elege uma ordem

como dominante. De acordo com Quadros e

Karnopp (2004), a ordem dominante em Língua de

Sinais, assim como em Língua Portuguesa, é SVO, ou

seja, sujeito + verbo + objeto, mas várias outras

ordenações também acontecem. Logo, Este trabalho

tem por objetivo investigar a influência da Libras na

organização sintática apresentada na escrita do

aluno surdo. Para isso, 4 (quatro) alunos surdos de

uma escola pública da cidade de Uberlândia

participaram da coleta de dados. Esses participantes

possuem surdez profunda, aprenderam Libras, em

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média, aos 12 anos de idade, são filhos de pais

ouvintes e têm aproximadamente 24 anos. Cada

sujeito produziu um texto, a partir de um tema

previamente escolhido pelos pesquisadores. Os

textos foram analisados por métodos qualitativos,

(Bogdan e Biklen,1994) considerando as

características peculiares de cada participante. Diante

dos dados coletados e das análises feitas, julgamos

os resultados obtidos de extrema importância, visto

que a quantidade de pesquisa nessa área ainda é

escassa. Espera-se contribuir para futuros trabalhos

acadêmicos, além de fornecer subsídios para a

formação e ao trabalho docente da área específica de

surdez.

Gestão na área de Libras no Ensino Fundamental:

relato de experiência

Andréa dos Guimarães de Carvalho (UFG)

Kamila Ferreira do Nascimento (UFG)

Sabemos que as constantes discussões no âmbito

educacional, referente ao ensino aprendizagem dos

surdos não se limitam somente ao interior da sala de

aula, uma vez que envolve campos que destacam a

relação existente entre surdez, língua, sujeito surdo e

sociedade. Pensando nesta complexidade, este

artigo tem como objetivo discutir projetos que

sustentam e integram um trabalho de gestão na área

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de Libras em escolas públicas de ensino fundamental

com proposta inclusiva e destacar novas atuações

aos profissionais com formação bilíngue. Para tanto,

procedimentos descritivos de um relato de

experiência articulado as principais discussões

teóricas da área como: por Quadros (2008, 2004),

Albres e Satura (2012, 2014), Lacerda e Santos (2013)

e Pasquini e Souza (2012) sustentaram e

enriqueceram este trabalho e cujos resultados

salientaram reflexões importantes tais como: a

necessidade de implantação e acompanhamentos de

trabalhos de gestão na área de Libras; ter e permitir

não só um olhar mais sensibilizado e válido para as

políticas que envolvem a proposta de inclusão, mas,

também; a (re)construção de conceitos;

planejamento de ações pertinentes com o contexto

escolar em que os sujeitos surdos e demais

responsáveis pela educação se encontram;

discussões crítico-reflexivas constantes sobre os

papéis dos profissionais envolvidos, dentre outros.

Atributo em Libras: processos morfossintáticos

na realização do adjetivo no vernáculo do aluno

surdo do ensino superior

Eliamar Godoi (ILEEL/UFU)

Esse trabalho trata em específico sobre os processos

identificação e descrição morfossintática dos

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atributos ocorridos no vernáculo dos alunos surdos

da Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Será

levantado se há variação na realização desses

atributos e a natureza das variantes linguísticas que

se embatem, identificadas na fala dos sujeitos surdos

participantes da pesquisa, buscando traçar um perfil

dessa realização por meio da indicação dos possíveis

fatores condicionadores dos usos dessas variantes.

Sendo assim, esse estudo tem por objetivo o de

descrever e analisar os processos morfossintáticos na

realização do adjetivo no vernáculo dos alunos

surdos do curso de graduação em Pedagogia da UFU

e também apresentar, a partir da fala desses alunos,

as variantes linguísticas ocorridas ao usar atributos,

relacionando-as à influência de cada fator

condicionador, interno ou externo ao sistema

linguístico da Libras em uso na UFU. Com o

enquadramento teórico e metodológico da

Sociolinguística Variacionista, com aportes da Teoria

Gerativa da Gramática, essa pesquisa desenvolverá

descrição e análises de processos de variação que

apontam aspectos da linguística da Libras, sobretudo

a usada no seio da instituição federal de ensino a

partir de uma base de dados coletados no próprio

contexto acadêmico, sendo iniciada por registros de

narrativas de experiência pessoal desse grupo de

sujeitos usuários da Libras. Os dados mostraram que

os falantes usam um intensificador de substantivos e

até de verbos para atribuir característica ou

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qualidade ao sujeito, como por exemplo na frase: ‘EU

FICAR SUSTO’ - Fiquei muito susto’ usada para

indicar que a participante ficou assustada. De modo

geral, pudemos observar que houve baixo índice de

realização de adjetivos na fala dos participantes, no

entanto, percebeu-se que os atributos na Libras se

apresentam de modo diferenciado em termos de

realização.

A cultura surda e a língua de sinais dentro

da sociedade dominante ouvinte

Élida de Fátima Tomé (Colégio Estadual “Dona Iayá”)

Juliana Cristina Ferreira (UFU)

O escopo deste trabalho é analisar a maneira como a

cultura surda ganhou espaço dentro da sociedade

dominante ouvinte, visto que, no decorrer da história,

o surdo era considerado um não-ser-humano, tanto

pela sociedade como pela igreja, pois, se ele não era

capaz de ouvir, não tinha capacidade de receber os

ensinamentos religiosos, portanto, tem-se a

necessidade da língua de sinais para a comunicação

social do ser humano. A problemática que move esta

pesquisa sobre a forma como a cultura surda

conseguiu espaço dentro da cultura dominante

ouvinte, e para tanto, utilizaremos autores como

Eagleton (2005), o qual esclarece que a cultura é uma

questão de auto – superação e de auto – realização,

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ou seja, ela é reformulada de acordo com as

necessidades dos grupos sociais e Limeira de Sá

(2006), esclarece sobre a questão da cultura surda, a

qual está inserida dentro da cultura de ouvintes e a

forma como ela veio ganhando espaço na sociedade

ouvinte. Já o autor Lopes Filho (1997), defende a

língua de sinais como forma de comunicação do

surdo. A metodologia a ser utilizada será a pesquisa

bibliográfica a qual perpassará a história e a

conquista da cultura surda dentro da sociedade

ouvinte, a comunicação através da língua falada e a

conquista da língua de sinais no Brasil.

Docente Surdo: uma experiência com o Ensino

de Libras no CAJ/UFG

Gilmar Garcia Marcelino (UFG)

Este trabalho intitulado “Docente Surdo: uma

experiência com o Ensino de Libras no CAJ/UFG” tem

como objetivo socializar a experiência desenvolvida

na disciplina “Introdução a Libras”, ofertada no curso

de Licenciatura em Letras, Bacharelado e outros na

instituição referida enfocando o seu processo de

construção nos semestres letivos de 2015 e 2016. O

reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais -

Libras, pela Lei 10.436 de 24 de abril de 2002,

regulamentada pelo Decreto 5.626 de 22 de

dezembro de 2005, como língua da comunidade

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surda do Brasil, determinou a obrigatoriedade da

disciplina de Libras nos cursos de graduação de

formação de professores e no curso de

Fonoaudiologia e como disciplina optativa nos

demais cursos. Iremos descrever as atividades que

foram desenvolvidas pelos alunos como DVD’s em

sinais, filmes, imagens, livros, jogos, dentre outros.

Para fundamentar esse relato e todas as atividades

propostas na disciplina, apresentaremos o referencial

metodológico da disciplina que utilizou o livro Libras

em Contexto de Felipe (2011) e Curso de Libras,

volumes 1 e 2 (QUADROS e PIMENTA, 2007; 2009).

Percebemos a necessidade de desenvolver, adaptar e

melhorar as metodologias de ensino da Libras para

ouvintes e delimitamos o referencial para que

possamos traçar estratégias e identificar requisitos

necessários à formação do professor Surdo.

Mostramos pontos positivos e negativos coletados

junto à professores e alunos. Os principais resultados

apontam para a importância do professor Surdo

como docente de Libras, dos conteúdos da disciplina

e revelam alguns dos saberes necessários para

melhorar a experiência do professor Surdo no ensino

superior na Universidade Federal de Goiás.

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Formação de professores: estudo diacrônico

lexical da língua brasileira de sinais no estado de

Goiás – região metropolitana de Goiânia

Lucas Eduardo Marques Santos (UFG)

Apesar dos estudos linguísticos no estado de Goiás

se desenvolver, na área da Língua Brasileira de Sinais

não há pesquisas que apontem as transformações

diacrônicas de seus léxicos, apesar do impacto lexical

sofrido a partir da homologação da Lei 10.436 de

2002, do Decreto 5.626 de 2005, a partir do ano de

2006 com o surgimento dos polos de ensino à

distância do curso de Letras/Libras pela Universidade

Federal de Santa Catarina – UFSC - no estado de

Goiás e, ainda, a partir de 2009, da criação do curso

de licenciatura em Letras/Libras pela Universidade

Federal de Goiás – UFG. O principal motivo que serviu

de inspiração e motivação para um olhar mais

aprofundado sobre as metodologias voltadas para o

ensino de Libras como segunda língua (L2) utilizadas

por professores surdos em sala de aula foi a seguinte

questão, que nos surge como uma provocação: Os

professores surdos têm a consciência histórica de sua

própria língua ou suas experiências docentes estão

apenas focadas em itens lexicais utilizados

atualmente? Para tentar encontrar estas respostas

será adotada a Linguística Aplicada (LA), se baseia em

estudar os processos linguísticos em uso, não

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descartando as experiências dos indivíduos

envolvidos na análise de modo a reafirmar sua

“identidade Surda”, defendida por (PERLIN, 1998), e

sua cultura (STROBEL, 2009). Saussure, fatores

externos sociais ao longo dos anos podem trocar ou

comparar valores linguísticos, que chamou

dessemelhante e semelhante, ou seja, os princípios

ao mesmo tempo em que são externos à língua

regem sua construção. Já Diniz (2010) aponta três

categorias de agrupamento dos sinais em que se é

possível visualizar essas transformações diacrônicas

da língua brasileira de sinais.

A visão sobre a inclusão dos surdos nos

diferentes contextos de aprendizagem da Libras

Luís Felipe Sales (ILEEL-UFU)

Camila de Lima Severino (ILEEL-UFU)

José Carlos de Oliveira (ILEEL-UFU)

Esta pesquisa tem o objetivo de investigar as relações

entre a preocupação com a inclusão escolar do surdo

e o letramento em Libras de futuros professores de

língua portuguesa. Parte-se da hipótese de que o

interesse, decorrente da preocupação com a inclusão

escolar do surdo, constitui-se como fator

determinante do letramento em Libras dos

graduandos. A fim de realizar uma análise qualitativa

dessas relações, selecionaram-se dois contextos de

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letramento: o contexto da disciplina de Libras,

classificado como obrigatório, e o contexto de um

minicurso de Libras, categorizado como opcional. A

escolha por esses contextos justifica-se pela crença

de que a emergência ou não do interesse, além de se

relacionar com a questão da inclusão, afeta o

processo de letramento. Como procedimentos de

investigação, aplicou-se um questionário para cinco

estudantes da disciplina de Libras dos cursos de

Letras e cinco participantes do minicurso de Libras da

Universidade Federal de Uberlândia (UFU) ocorrido

no primeiro semestre de 2016. Considerou-se como

sujeito da pesquisa o seguinte perfil: graduando, de

qualquer sexo e qualquer faixa etária, do curso de

Letras que não tenha cursado anteriormente a

disciplina de Libras nem seja do curso de Letras

Língua Portuguesa com Domínio de Libras (LPDL).

Solicitou-se que os sujeitos da pesquisa gravassem

por áudio as respostas do questionário, o qual foi

constituído por cinco perguntas dispostas cada uma

em folha diferente. Além disso, foram acompanhadas

algumas aulas da disciplina e do minicurso com a

finalidade de perceber o ambiente de letramento e a

presença ou não da temática da inclusão.

O "conto psicológico” na perspectiva da

linguística sistêmico funcional

Marilda Lúcia Miranda (UFG/RC)

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A formação do aluno, seja do ponto de vista humano,

seja na preparação para prosseguir nos estudos de

nível superior, técnico para o exercício pleno da

cidadania exige muitas habilidades. A prática de

escrita e leitura dos mais variados gêneros textuais é

uma dos requisitos para essa formação. O objetivo

principal dessa comunicação é demostrar como se

constrói um conto psicológico, mais especificamente

pelo uso de processos (verbos) utilizados nesse

gênero narrativo. O texto escolhido para esta análise,

“Uma esperança” (de Clarisse Lispector), encontra-se

no livro didático de língua portuguesa “Ser

Protagonista” para os alunos da terceira série do

ensino médio da rede pública regional e é analisado

com base no arcabouço teórico da Linguística

Sistêmico funcional de Halliday (1994), Halliday e

Matthiessen (2004) e seus seguidores. A proposta

primeiramente é compreender como este livro

didático propõe mecanismos de aprimoramento

linguístico-discursivo para o falante/aprendiz por

meio de análise dos processos mais recorrentes do

gênero narrativo conto psicológico e “se condiz” com

as propostas dos documentos institucionais para o

estudo do idioma: PCNs, PDT, PPP e BNCC. O método

de pesquisa destaca a transitividade no gênero,

observando a frequência, a porcentagem e o valor

semântico destes verbos no contexto textual,

considerando que todas as línguas organizam-se em

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tipos fundamentais de significado ou componentes:

o ideacional, o interpessoal, e o textual, e tendo

como fator imprescindível o contexto. Os estudos

realizados através do sistema de transitividade

abordado pela metafunção ideacional podem

evidenciar a riqueza do Livro Didático de Língua

Portuguesa nas propostas de aprimoramento

linguístico para o aprendiz com os gêneros textuais.

O conto “Felicidade clandestina” de Clarice

Lispector: sob a visão da sistêmico funcional

Pabrícia Abadia Pereira Félix (UFG/RC)

Fabíola Sartin Dutra Parreira Almeida (UFG/RC)

O trabalho aqui proposto objetiva apresentar um

estudo realizado com o conto “Felicidade

clandestina” de Clarice Lispector valendo-se do

arcabouço teórico da Linguística Sistêmico-

Funcional, com o foco no subsistema de atitude. As

obras literárias de Clarice Lispector apresentam

vários fatores que podem ser analisados. Em especial,

o conto “Felicidade clandestina” por ser uma obra

clássica conhecida e explorada, é interessante que se

apresente uma nova investigação do ponto de vista

do discurso que a autora emprega no conto.

Segundo Almeida (2010, p.41), a atitude é um dos

subsistemas do sistema de avaliatividade (Martin e

White, 2005) que é responsável pela expressão

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linguística das avaliações positivas e negativas,

abrangendo três regiões semânticas: a emoção, a

ética e a estética. Nosso principal objetivo é

compreender através do subsistema de atitude,

como os personagens presentes no conto podem ser

avaliados, identificando assim os sentidos atitudinais

(afeto, julgamento e apreciação) através da análise

léxico-gramatical. Visamos identificar as realizações

de atitudes mais recorrentes ao longo da obra e

apresentar quais as possíveis respostas de

solidariedade que podem ser recebidas por meio das

avaliações realizadas. A metodologia utilizada se

baseou em, inicialmente realizar a leitura do conto

“Felicidade clandestina”, em seguida a identificação

dos personagens presentes na obra por meio da

análise dos elementos avaliativos, em especial os

adjetivos. Posteriormente, a identificação dos

elementos léxico-gramaticais de atitude. Os

resultados apontam para a ocorrência da categoria

de julgamento quando a autora expressa opiniões

sobre a personagem principal. Porém, observou-se,

também, ocorrências de apreciação e afeto nos

demais personagens.

GT 7 – Discurso, História e Memória

Memórias das flores, em A Rainha da Neve

Alauanda de Vasconcelos Fernandes (UFU)

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No conto A Rainha da Neve, de Hans Christian

Andersen, as memórias que Gerda possui das flores

plantadas em caixas e postas nas calhas de sua casa

e de Kay a incita a uma aventura para trazer de volta

seu amigo. O menino deixa seu lar após ser atingido

por fragmentos de um espelho maligno criado por

um demônio. O objeto tinha como finalidade a

expansão da maldade no coração das pessoas.

Vendo a forma como Kay agia, a Rainha da Neve o

leva para seu castelo gelado no Polo Norte. Gerda,

inconformada com a situação, deixa sua casa e busca

em diversos espaços, a localização do garoto. Dessa

forma, o objetivo deste trabalho é analisar os espaços

pelos quais Gerda percorre, procurando informações

de seu amigo e as memórias de seu lar que estão

presentes nas flores encontradas na terceira história,

intitulada O jardim de flores da mulher que conhecia

feitiços. Além disso, a cor vermelha permeia todas

demais histórias, a fim de lembrá-la de seu objetivo.

Para embasamento teórico nos apoiaremos nos

estudos de Maurice Halbwachs (1990) em seu

capítulo sobre A Memória Coletiva e o Espaço, para

comprovar a ligação entre os espaços e as

lembranças.

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

A relevância da morte e poder na constituição do

sujeito-discursivo Dorian Gray

Aline Silvério de Freitas (UFG/RC)

No presente trabalho analisaremos a relação entre a

morte e o poder na constituição do sujeito-discursivo

Dorian Gray. Sendo assim, refletiremos sobre como a

exterioridade constitui o sujeito, neste caso como

Dorian Gray se modifica como sujeito, em contato

com a morte e o poder, uma vez que este é

constituído pela história e a memória. Para tal,

empregaremos como corpus trechos do único

romance do escrito irlandês Oscar Wilde, O retrato

de Dorian Gray (1988) e para compreendermos este

corpus, utilizaremos obras teóricas da Análise do

Discurso francesa (doravante AD) e estudos feitos

por Michel Foucault. O sujeito para a AD não é o

sujeito empírico, indivíduo centralizado, há uma

descentralização do sujeito, esse é constituído por

várias vozes sociais que se cruzam e emergem na

produção discursiva. A partir desse aparato teórico

observamos que os sujeitos são constituídos pela

exterioridade, ou seja, são os discursos atravessam os

sujeitos. A história para a AD não é cronológica, mas

fragmentada. Dessa forma, analisaremos a relação

entre a morte e o poder no romance como

acontecimentos que constituem a subjetividade do

sujeito discursivo Dorian Gray.

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

O corpo feminino produzido a partir do discurso

na publicidade

Ana Alice da Silva Pereira (UFU)

Este trabalho busca analisar os discursos produzidos

acerca do corpo feminino em três anúncios

publicitários da marca de produtos depilatórios Veet.

Para isso, utiliza-se uma concatenação entre o

Discurso, em sua característica de em um dado

contexto permitir que certas coisas possam ser ditas

ao invés de outras, a História, na medida em que vai

também sendo construída através do discurso e

apresenta as condições de seu surgimento, e a

Memória, que compreendida como memória

discursiva permite a retomada dos discursos para

reafirmá-los ou ressignificá-los. O discurso em foco

nessa análise é o publicitário, que é elaborado com o

propósito de estimular o consumo do produto ou

serviço oferecido e que para tal agrega ao objeto

diversos valores e ideais. É dessa forma que a

publicidade, mais do que a simples oferta de bens de

consumo, contribui na constituição de subjetividade

– forma-se sujeito em relação aos modelos

apresentado nos anúncios. No caso em questão, é

possível remontar a diversos discursos que tratam da

responsabilidade feminina de cuidado com o corpo

como mecanismo imprescindível para sua adequada

inserção social. Nas peças publicitárias selecionadas,

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

está em jogo uma construção ideal de feminilidade

que requer a prática da depilação e o uso da cera

Veet, vsito que não se trata da simples retirada dos

pêlos, mas da garantia de suavidade que possibilita a

aproximação da mulher a uma boneca. Conclui-se

por meio da análise que a subjetivação da mulher

aponta o imperativo de sujeição do corpo a uma

série de práticas, e apenas mediante o seguimento

destas é possível ao sujeito alcançar uma

correspondência quanto às expectativas de gênero.

Constituição das experiências de leitura de uma

estudante: contribuições escolares e

extraescolares

Andrea Del Larovere (UAEE - UFG/RC)

Este trabalho traz o recorte de uma pesquisa de

mestrado em educação, que teve por objetivo

identificar e analisar as experiências de leitura

narradas por estudantes do quinto ano do ensino

fundamental, de uma escola da rede pública de

ensino, da cidade de Catalão, estado de Goiás. O

recorte se dá quanto à constituição das experiências

leitoras de uma estudante, através das contribuições

dos espaços escolar e extraescolar. A metodologia se

reporta aos procedimentos de um estudo de caso do

tipo etnográfico, quando foram coletadas narrativas

para identificar as experiências leitoras. O aporte

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

teórico está embasado nos conceitos de experiência

e de leitura. As análises das experiências de leitura da

estudante, constituídas no contexto escolar e

extraescolar evidenciaram que a leitura no contexto

escolar, embora atrelada ao cumprimento de deveres

escolares, contribuiu para compor as experiências de

leitura da estudante, principalmente, quando

disponibilizou os materiais de leitura, através da

biblioteca escolar, que podiam ser levados para

outros contextos. Por sua vez, os contextos

extraescolares contribuíram com o tempo, este dado

de modo livre, sem demarcações, para que a leitura

fluísse livremente e se constituísse em experiência.

Verificou-se também, que as experiências de leitura

se constituíram em sua maioria por meio de materiais

impressos como livros e gibis, lidos em completude,

essencialmente em casa. Além disso, verificou-se que

a busca pelos materiais de leitura constituídos em

experiência, estavam relacionados aos desejos

particulares e subjetivos da estudante, motivados

especialmente pela família, com vistas ao

acolhimento, o divertimento e a integração familiar.

Nostalgia de nobreza: Cyro dos Anjos e seu

romance Abdias

Angélica Pereira Martins (UFU)

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Neste trabalho, o corpus compõe-se do romance

Abdias de Cyro dos Anjos (1906-1994). Abdias, nome

da obra em questão, e Abdias, nome do personagem

principal, refere-se a um homem casado, pai de três

filhos, diretor de um arquivo histórico, morador de

Belo Horizonte, natural do interior de Minas Gerais,

vindo de um cidadezinha chamada Várzea dos

Buritis. O romance começa já mostrando um convite

recebido por Abdias, para que ele ministrasse aulas

como professor substituto em um colégio de elite de

Belo Horizonte, chamado Colégio das Ursulinas. O

ponto de maior tensão do romance é o sentimento

amoroso que Abdias começa a nutrir por uma de

suas alunas. A estudante se chama Gabriela e é uma

das alunas mais ricas do colégio. A escrita de Abdias

em seu diário começa a ser totalmente dedicada a

fatos relacionados à jovem. Por coincidência, a mãe

da menina havia sido sua namorada no seu passado

em Várzea dos Buritis. Passado que Abdias relembra

e tenta reconstruir de várias maneiras durante a

narrativa. Influenciado pelo ambiente luxuoso do

colégio e pelas memórias de quando era jovem no

interior de Minas, Abdias se imagina capaz de

conquistar Gabriela e narra inúmeros desejos

obscuros e tentativas em vão de namorar a moça. O

objetivo central desse estudo é buscar compreender

as razões que levaram o personagem principal

Abdias a se encantar e mudar suas atitudes quando

conhece Gabriela. O Colégio das Ursulinas é um

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cenário de memórias perdidas no interior de Minas,

nesse estudo, os textos de Ecléa Bosi auxiliam na

compreensão do conceito de memória, sendo

possível realizar uma análise da questão

memorialística que se apresenta em Abdias. Todos os

conflitos da vida do autor se iniciam no exato

momento em que ele adentra o colégio de elite: o

ambiente, as pessoas e, sobretudo sua aluna

Gabriela, o faz lembrar do tempo em que morava em

Várzea dos Buritis e já sonhava em ter contato com

lugares frequentados por pessoas da alta burguesia.

Formações discursivas do discurso político: sobre

as revistas Veja e Carta Capital

Anísio Batista Pereira (UFG/RC)

Antoniel Guimarães Tavares SILVA (UFG/RC)

O presente estudo se propõe a investigar as

formações discursivas em reportagens das

revistas Veja e Carta Capital, de forma comparativa,

pelos seus posicionamentos políticos sobre o

Impeachment da presidente da República, Dilma

Rousseff. O recorte do corpus se constituirá de duas

reportagens contidas nessas revistas, uma de cada,

presentes em edições de 2016, momento próximo ao

afastamento da referida presidente, a fim de traçar

pontos de divergência entre as ideologias desses

dois veículos de comunicação. Nos discursos

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referentes às duas reportagens, temos narrativas do

acontecimento político supracitado, cuja temática

passou a ser bastante difundida a partir do segundo

mandato do governo petista. Nesse sentido, a mídia

se constituiu como elemento considerável na divisão

do país entre prós e contras o processo de

afastamento do governo, bem como os próprios

meios de comunicação se manifestaram dessa

forma. Como suporte teórico-metodológico, para

esta pesquisa, serão adotados conceitos integrantes

à Análise do Discurso de linha francesa, como sujeito,

discurso, formação discursiva e formação ideológica,

de acordo com as formulações pechetianas. Dessa

forma, a partir desse arcabouço teórico solicitado,

será feita uma leitura comparativa de duas

reportagens (uma de cada revista), atentando-se

para esses conceitos tomados para análises. Em se

tratando do teor discursivo sobre o processo de

Impeachment da citada presidente, percebe-se que

as duas revistas se posicionam de forma antagônica,

sendo a Veja favorável e a Carta Capital contra à

retirada da presidente do poder, possibilitando

destacar duas formações discursivas divergentes,

resultantes de duas ideologias antagônicas,

relacionadas ao discurso político.

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A construção identitária pela diferença no

discurso da letra musical Uniformes, de Kid

Abelha

Anísio Batista Pereira (UFG/RC)

Antônio Fernandes Jr. (Orientador – UFG/RC)

O presente trabalho tem por objetivo analisar a

construção de uma identidade pela diferença,

contida no discurso da letra do rock de 1980,

Uniformes, interpretada pela banda Kid Abelha.

Ressalte-se que esta pesquisa se vincula a um projeto

de mestrado, que propõe a investigar identidades

jovens construídas nos discursos de letras do rock

brasileiro da década supracitada, gênero musical que

apresenta sua emergência pautada pela abertura

política, crescimento da indústria fonográfica e

evolução tecnológica, possibilitando seu consumo

em massa e apresentando uma crítica diferenciada

em relação às produções artístico-musicais

anteriores. Nessa perspectiva, a citada letra de

música integra o corpus da pesquisa, por apresentar

elementos propícios à temática a ser discutida.

Percebe-se, no discurso, um sujeito que descreve

suas características de personalidade elencando um

segundo sujeito, por meio de comparações, gostos

que entram em confronto, possibilitando uma leitura

relacional entre dois grupos distintos. Para a

composição do arcabouço teórico-metodológico,

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serão acionados conceitos pertencentes ao campo

disciplinar Análise do Discurso de linha francesa, tais

como sujeito, discurso e enunciado, de acordo com

os postulados foucaultianos. Além disso, essas

noções envolvendo a linguagem serão relacionadas

com alguns conceitos de identidade, como, por

exemplo, a identidade pela diferença e, ainda, o

conceito de pertencimento será acionado para

ampliar a consistência da análise do enunciado

musical. Assim, percebe-se, materializado na referida

letra de Kid Abelha, um sujeito que se constitui pela

diferença, em que pertence a um grupo e se compara

a outro que é diferente, cujas práticas culturais,

subjetividades, se convertem em identidade pela

diferença.

Da ditadura ao exílio, à identidade em Tropical

Sol da Liberdade

Aparecida de Fátima dos Reis Prado

(PMEL – UFG/RC)

João Batista Cardoso (UFG/RC)

A Ditadura foi um período traumático recente na

história do Brasil. Entre os seus aspectos que atingiu

certa parcela de brasileiros, sobretudo, os

intelectuais encontram-se as perseguições, a censura

e as prisões, mas aquilo que atingiu a essa parcela

mais de modo mais contundente foi o exílio, que

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como se sabe, lança o sujeito para outros países,

outras realidades onde terá que conviver com outra

cultura, outra língua, outra identidade enfim e a

saudade dos que ficaram para trás. Além disso o

exilado assume uma consciência permanente de ser

vítima de uma injustiça tendo em vista que tudo o

que fez foi tão somente empenhar forças e discursos

em prol da liberdade. Essas questões aparecem

adensadas na obra Tropical sol da liberdade, de Ana

Maria Machado, que é objeto da pesquisa que venho

realizando nos últimos tempos, com o objetivo de

mostrar que o exílio enquanto experiência individual

é aspecto que move o sujeito na direção da

frustração, também enquanto experiência individual

se torna memória e enquanto memória adentra os

limites da ficção. Existem inúmeras obras que servem

para fundamentar esse estudo, no entanto,

restringiremos o referencial histórico crítico nas

abordagens de Elio Gaspari, cuja obra A Ditadura

envergonhada ressalta os diferentes momentos dos

transtornos da ditadura. A obra Tropical sol da

liberdade servirá como corpus para testemunhar, no

âmbito da literatura, esse período, pois retrata, por

meio da ficção, os acontecimentos com a

sensibilidade própria da poesia. Nessa obra, a

ditadura serve para destacar personalidades

individuais utilizadas como figuras típicas que

representam o todo. Empregaremos também as

discussões de Edward W. Said que realiza um

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relevante estudo a respeito das Reflexões sobre o

exílio e outros ensaios. Aprofundaremos sobre o

exílio também nas considerações de Albertina de

Oliveira Costa na obra Memórias das mulheres do

exílio que traz depoimentos de experiências de

mulheres brasileiras que viveram e sentiram na pele

o exílio. Finalmente, empregaremos o estudo de

Tomaz Tadeu da Silva em Identidade e Diferença: a

perspectiva dos estudos culturais para explanarmos

a respeito da identidade. Finalmente, entendemos e

demonstraremos que o exilado em contato com

outras culturas, língua etc. é levado a

(des)(re)construir sua identidade.

Identidade e memória em "Só vim telefonar", de

Gabriel García Márquez

Bethânia Martins Mariano (ILEEL/UFU)

Marisa Martins Gama-Khalil

(Orientadora – ILEEL/UFU)

O presente trabalho tem por objetivo principal

analisar as representações de identidade do sujeito

latino-americano a partir do conto “Só vim telefonar”,

presente na obra Doze Contos Peregrinos, de Gabriel

García Márquez, escritor colombiano. Em todos os

contos da obra há uma personagem latino-

americana vivendo, por algum motivo, na Europa,

terra de seu colonizador. Considerando que o(s)

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sentido(s) de um texto estão sempre em curso, esta

pesquisa investigativa bibliográfica contará com os

conceitos de representação, sujeito, identidade,

identidade nacional, discurso, formação e memória

discursiva. Visto que os elementos fantásticos do

texto não são apenas inventividades artísticas, mas,

corriqueiros às personagens, e inerentes à cultura da

América latina, essa obra está inserida no que Alejo

Carpentier conceitua como real-maravilhoso, e este

conceito também guiará as discussões. Tomando a

cultura como um conjunto de valores ou significados

partilhados, inserida em um contexto histórico, social

e político, o conto citado acima será analisado a

partir de uma abordagem discursiva, tomando a

língua como não transparente. O discurso, por estar

submetido à incidência da história e da ideologia, se

(des)vela por meio de uma materialidade linguística.

E é a partir desta materialidade que há o intuito,

neste trabalho, de deslocar os sentidos do texto e

traçar possíveis representações de identidade do

sujeito latino-americano presentes no conto “Só vim

telefonar”.

Análise de charges que recuperam o tema da

redução da maioridade penal

Bianca Ayala Melo Di Alencar (UFG/RC)

Antônio Fernandes Júnior (Orientador – UFG/RC)

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Este trabalho integra um projeto de pesquisa maior

voltado para análise do discurso político parlamentar

no tocante a discussão da redução da maioridade

penal. Nesta fase da pesquisa, pretendemos

empregar o método utilizado por Foucault com a

finalidade de analisar outras formas de

materialização do discurso relativamente ao tema

retro mencionado. Entendemos que referida análise

servirá de subsídio para a compreensão da

ocorrência de diversas possibilidades de

materializações discursivas possíveis, além da

oportunidade de demonstrarmos, a partir das

charges, a ocorrência de enunciados, formação

discursiva, formação das estratégias, definição de

enunciação, além da ocorrência da repetição. As

charges selecionadas guardam correspondência com

o projeto de lei em questão na medida em que

recuperam a temática da redução da maioridade

penal. Uma parcela considerável delas posiciona-se

de forma crítica e, muitas vezes irônica,

favoravelmente ao projeto de lei; no entanto, há

aqueles que, tal qual ocorre no cenário político,

posicionam contrariamente. O recurso do humor

empregado nelas anuncia a volta do tema de modo

singular, nem por isto menos crítico e despolitizado.

E justamente porque verificamos a materialidade dos

discursos acerca deste tema em forma de charge é

que pretendemos analisá-los. Em consonância com o

arcabouço teórico empreendido por Foucault,

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seguiremos os princípios dispostos em A Ordem do

Discurso, procedendo com uma análise a partir do

conjunto “crítico” que põe em prática o princípio da

inversão; mostrar como as charges se formaram, a

que necessidades, como se modificaram e se

deslocaram; que força exerceram efetivamente e em

que medida foram contornadas. Objetiva-se ainda,

verificar se as charges formaram séries e discursos

através, apesar, ou com o apoio dos sistemas de

coerção. Verificar, ainda, quais foram as condições de

aparição, de crescimento e de variação, considerando

por fim que a produção do discurso exerce um

controle a partir dos seus dispositivos de poder. A fim

de instrumentalizamos nossa análise, procederemos

com a escolha de charges que recuperam a referida

temática e, em seguida, procederemos com suas

análises, empregando, como dissemos acima, o

método foucaultiano. Dentre os resultados

esperados, acreditamos que as charges apresentam

uma de forma de materialização discursiva;

esperamos confirmar a ocorrência do acontecimento

singular do tema, ainda que ele demonstre este

“novo” na recuperação da temática.

Resquícios da memória cultural: o discurso

fóbico no entorno da imagem do gato preto

Bruno Silva de Oliveira (IF Goiano/UFU)

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Enunciado e discurso podem ser repetidos, basta que

sejam acionados e recuperados em práticas

discursivas distintas. Nesse movimento, integram

redes de memória e podem ou não atualizar

significados historicamente produzidos.

Culturalmente, o termo “O gato preto” é associado a

um animal que teve a sua imagem cultural

marginalizada e demonizada durante a Idade Média

e a inquisição Religiosa, sendo tal imagem

relacionada diretamente a figuras como bruxas e

satanistas, mas será que imagem ainda é perpetuada

ou está presente em nossa memória? Assim, este

artigo se propõe a discutir a interferência da

memória na constituição dos discursos fóbicos em

torno da figura do gato no clássico conto da

Literatura Fantástica “O gato preto” (1873), do autor

estadunidense Edgar Allan Poe, a partir de uma

perspectiva interdisciplinar relacionando Literatura e

Análise do Discurso de linha francesa, objetivando

vislumbrar se ocorre uma atualização, reiteração ou

deslocamento da memória apresentada no conto.

Jubiabá em quadrinhos uma releitura do clássico

literário para novos leitores - os interlúdios do

discurso, da leitura e da memória

Camila Santin Calçada Silva (PMEL – UFG/RC)

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A transposição de Clássicos para versões

quadrinizadas é uma realidade desde os idos da

segunda metade do século XX e vem se fortalecendo

como possibilidade de leitura para novos públicos. A

obra, Jubiabá, de Jorge Amado (1986), romance que

narra a história de Antonio Baldoino (Baldo), vai

delineando seu caráter a partir de suas vivências no

Morro do Capa Gato e nas aprendizagens com Pai

Jubiabá. Ao longo do romance o personagem vai

moldando sua personalidade de boxeador e

malandro das ruas, trabalhador das lavouras de fumo

até se tornar estivador e lutar em greves operárias, já

consciente de sua situação de escravo do sistema

opressor. Essa obra de forte caráter apologético

comunista, ganhou sua versão quadrinizada pelas

mãos de Spacca (2009). O objetivo deste

estudo é refletir sobre a transposição do clássico de

Jorge Amado para o gênero quadrinhos a partir dos

postulados da Análise do Discurso, buscando

compreender como novos eixos de discursividade

são instaurados a partir da nova obra e das

interrelaçãoes entre a obra de referência e a obra

transposta. Pretendemos examinar as ingerências

relativas a pretensa facilitação de leitura acarretada

pela quadrinização perante a leitura da obra de

referência. Nesse sentido, este artigo observará as

perspectivas da Análise do Discurso no que condiz

aos processos de leitura de versões quadrinizadas

apoiando-se nas leituras de Cursino (2012), Possenti

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(2001), Cunha (2013), McCloud (2006), Eisner (2005),

sendo os dois últimos autores renomados dos

estudos do gênero graphic novel na

atualidade, observando as acepções sobre leitura e

suporte de texto e do como a transposição de

clássicos se redimensiona para o gênero graphic

novel segundo esta perspectiva de análise.

Os traços de memória em Fazendo Ana Paz, de

Lygia Bojunga

Edson Maria da Silva (UFU/CAPES)

Este trabalho faz parte de uma dissertação em

andamento de Mestrado em Estudos Literários, no

qual lidamos com a questão da memória no livro

Fazendo Ana Paz (2007), da escritora brasileira Lygia

Bojunga. Nele, buscamos compreender como se dá

o processo de construção da personagem principal,

Ana Paz, que se dá através, dentre outras coisas, por

meio de fragmentos de memória, além de a

entendermos, como sendo uma energia que surge

com a emergência de ser ouvida (de contar) e de ser

narrada (ou ser contada). Nesse livro, nos deparamos

com traços autobiográficos da escritora, além de

conter, nele, elementos em que o fazer literário é

problematizado. Tudo, no entanto, nos é

apresentado de forma fragmentada, como o que

ocorre com a temporalidade, com o foco narrativo e

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

a com própria narrativa não linear. Para pensarmos

essas questões e aspectos do livro, iremos às teorias

de Jeanne Marie Gagnebin (2006-2014), Walter

Benjamin (1994), Aleida Assmann (2011), Peter

Stallybrass (2008), Lucia Castello Branco (1994), Gilles

Deleuze (1987), Maurice Blanchot (2011) e Henri

Bergson (2006).

A intertextualidade na obra de Zeca Baleiro

Ely Sama da Silva Santos (UFG/RC)

Antônio Fernandes Junior (UFG/RC)

O presente trabalho busca fazer um estudo sobre a

intertextualidade existente dentro da produção

cultural brasileira atual, no campo poético-musical e,

mais especificamente, na obra do cantor e

compositor Zeca Baleiro. Consideramos que as letras

de músicas desse exímio poeta (cantor poeta), em

geral, se desenvolveram nessa perspectiva

intertextual, pois, suas canções são recheadas de

ironia e citações de outros textos no cenário poético

contemporâneo. Nesse sentido, temos como

objetivo principal compreender as referências

intertextuais materializadas nas canções desse autor,

compositor e poeta Zeca Baleiro, buscando analisar

como elas dialogam com textos de outras práticas

culturais, tais como: literários, filosóficos, da cultura

popular, dentre outros. Investigaremos, a partir

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de letras escolhidas para esta discussão, como o

autor trabalha com o jogo intertextual em suas

composições, tendo em vista a relação do dialogo

existente com as transformações ocorridas em nossa

sociedade e, também, o dialogo existente com as

práticas culturais e meios artísticos. Para alcançar

nosso objetivo, realizaremos uma pesquisa

bibliográfica sobre a obra de Zeca Baleiro, uma

seleção do corpus para análise e, em

seguida, realizaremos a análise de letras que

contenham referências intertextuais. Nesse

momento, nossa atenção volta-se para discutir o

modo como o compositor se apropria de outros

textos e quais efeitos de sentidos são produzidos

nesse diálogo intertextual. Para dar suporte a esta

discussão, acionaremos os estudos de Mikhail

Bakhtin, sobre dialogismo, e de pesquisadores da

área de literatura que se preocupam com essa

orientação teórica.

Ruptura ou conservação na língua? Um exercício

de análise do discurso modernista brasileiro

Érica Rogéria da Silva (UFU)

Examinamos, neste trabalho, o discurso modernista

constituído em torno da legitimidade de uma norma

genuinamente brasileira. Concedemos relevo, nessa

análise, ao discurso de Mário de Andrade, pois ele é

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considerado um dos integrantes do Modernismo

brasileiro e tem um papel significativo no projeto de

defesa de uma língua representante do povo, além

de ter enunciado sobre o assunto em diferentes áreas

do saber, como a literatura, a política, a arte e a

música. É devido a esses lugares ocupados por Mário

de Andrade que iremos assumir seu discurso como

representante do discurso modernista, mesmo

porque, segundo Maingueneau, em Gênese dos

discursos (2008), não é necessário realizar uma

análise exaustiva de todos os dados, pois o sistema

de restrições de um discurso rege todas as suas

dimensões. Mais especificamente, propormos refletir

sobre a sintaxe dos pronomes átonos empregada

nos enunciados do autor. Esse recorte se justifica na

medida em que, no Brasil, a colocação dos pronomes

átonos é uma das questões que marca

significativamente a discussão sobre a diferença

entre norma padrão e norma popular. Sendo assim,

para verificar essa questão, são analisados o modo

de enunciação e enunciados pertencentes à obra

Macunaíma: o herói sem nenhum caráter; um

conjunto de cartas que tratam da questão linguística,

escritas por Mário de Andrade e enviadas a Manuel

Bandeira, bem como a Gramatiquinha da fala

brasileira. A análise dos dados ressalta a existência de

um movimento de alternância sistemática da sintaxe

dos pronomes átonos, permitindo-nos identificar,

entre outros aspectos, que a norma popular brasileira

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não transcende o âmbito popular, e a norma padrão,

por sua vez, se mantém no mesmo lugar em que ela

ocupa na sociedade, ou seja, entre os acadêmicos.

Uma visão gótica de Frodo e Peri

Francisco de Assis Ferreira Melo (UFG/RC)

Neste trabalho, pretendemos demonstrar como

personagens menores podem se tornar improváveis

heróis numa narrativa, desempenhando a função de

(des)continuidade, manutenção e salvação de tudo a

que se acham intimamente ligados, uma vez que se

encontram presos e impossibilitados de alterar esse

jogo de verdades e poderes aos quais estão

submetidos, sob uma ótica gótica. Percebemos que

estes “insuspeitáveis heróis” tem o peso do passado,

presente e futuro, a história da sociedade que

integram e é nessa perspectiva que Alencar (1999),

por seu lado, nos apresenta Peri neste estado de

nobreza natural, que não necessita de títulos e

distinções, pois agrega uma aliança representada por

sua dignidade e honradez por ser “filho das florestas”

e Tolkien (2002), pelo seu, numa vertente inglesa,

considera Frodo como o estereótipo do herói e não

seria mais que mera representação do patinho feio,

mesmo sendo o portador do Anel, ainda que não

queira, pois gostaria que aquele problema do Anel

simplesmente desaparecesse. O medo que os cerca

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é a certeza de que as jornadas a serem empreendidas

não serão fáceis. Podemos entender também que os

personagens citados sofrem a ação de um jogo de

poderes e verdades, ao tomarmos conhecimento

desse jogo, cujas verdades variam conforme o

momento/instante vivido por eles. Desenvolveremos

uma análise comparativa com base em Foucault

(1982) e em uma teoria literário-filosófica, desde

Colbert (2002), Martins (1999) a Carter (2006),

imbuída de um caráter gótico, apontado por

Lovecraft (1996) e Sá (2010), nos ambientes em que

se acham esses personagens.

Uma análise discursiva da música Brasil com P,

de GOG

Fernanda Mendes Pereira (UAELL – UFG/ RC)

Drielly Camila (UAELL – UFG/ RC)

Raquel Costa Guimarães (UAELL – UFG/ RC)

Erislane Rodrigues Ribeiro

(Orientadora – UAELL – UFG/ RC)

O presente trabalho foi iniciado na disciplina Análise

do Discurso, ofertada pelo curso de Letras Português,

na Universidade Federal de Goiás, Regional Catalão e

tem como objetivo analisar a letra do rap Brasil com

P, do músico GOG. Genival Oliveira Gonçalves (GOG)

nasceu e cresceu em cidades satélites de Brasília,

Distrito Federal, uma região de muitos contrastes

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sociais. Esse contexto fica claramente explícito em

suas composições, que expõem, através de

denúncias, as injustiças sofridas pelas minorias,

especialmente por aqueles que vivem nas periferias.

A música escolhida, Brasil com P, foi gravada em

2000 no álbum CPI da Favela, é composta de duas

partes, traz como característica marcante o fato de

que todas as palavras começam com a letra e pode

ser encontrada com livre acesso em sites de busca na

internet. Como procedimento da pesquisa utilizou-se

apenas a letra da música, sem levar em consideração

outros aspectos como melodia, interpretação, ritmo

ou rima, sendo que o trabalho foi desenvolvido

através de análise, descrição e interpretação do

corpus, com fundamentação na Análise do Discurso

de linha Francesa, em especial nas teorias de Pêcheux

(2011), considerado fundador da disciplina, bem

como em estudos de pesquisadores brasileiros, tais

como Mussalin (2003) e Orlandi (2006). Como

resultado do estudo foi possível observar a utilização

de sinonímias, responsáveis pela produção de certos

efeitos de sentido; a presença de interdiscursividade,

pois podem ser notados vários discursos presentes

em um único texto, como os discursos político,

econômico e racial; além do fato de o sujeito falante,

em razão da existência da interdiscursividade, ser

conduzido por discursos anteriores.

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As relações dos sujeitos em plataformas de

aprendizagem: um estudo discursivo

Giselly Tiago Ribeiro Amado (UFU)

Fabiene de Oliveira Santos (UFU)

Neste trabalho, propomos algumas reflexões sobre a

posição-sujeito na relação estabelecida entre os

estudantes de um curso de graduação em Letras-

Inglês na modalidade a distância e a rede social

educacional Edmodo em comparação à relação que

estes mesmos estudantes constituíram na sala de

aula virtual, a plataforma MOODLE, mediante a

proposta pedagógica do curso. O Edmodo é um

ambiente virtual gratuito e fechado de rede social

baseado na WEB 2.0, que dispõe interfaces sociais,

educativas e de gestão da aprendizagem,

desenvolvido para a interação da comunidade

escolar, já o MOODLE é um ambiente virtual de

aprendizagem e interação, baseado em software

livre, institucionalizado e traduzido para a utilização

em 155 países sendo o suporte da educação a

distância de inúmeras universidades. A metodologia

de trabalho está vinculada à Análise do Discurso de

tradição pecheutiana como praticada no Brasil, com

contribuições de Foucault nas relações de saber-

poder. Nesta perspectiva, lançaremos mão de

elementos constitutivos do quadro teórico dos quais

não se pode separar sujeito e história na produção

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de sentidos. Mobilizamos conceitos teóricos como

formações imaginárias e memória discursiva para a

análise do funcionamento discursivo que se dá no

batimento entre a descrição e a interpretação. Para

nós, a materialidade do discurso traz a ideologia em

si e o indivíduo é interpelado em sujeito pela própria

ideologia revelada na discursividade. A partir destes

preceitos buscaremos compreender na

discursividade como os alunos construíram sentidos

em suas relações com os meios de interação

promovidos pela tecnologia, aqui problematizada

como instrumento não neutro, para isso,

consideramos os processos inscritos na historicidade

pela determinação social e política do curso

estabelecidas no projeto político pedagógico. Ao

refletirmos sobre o modo de funcionamento das

relações estabelecidas entre os sujeitos e os

instrumentos tecnológicos e pedagógicos

percebemos um processo de desestabilização e

ressignificação dos sentidos no deslocamento da

posição-sujeito.

Fábulas italianas: uma relação intrínseca com a

memória

Helen Cristine Alves Rocha (UFU/PPGLET)

Na obra Fábulas italianas (1990), Italo Calvino

recolhe, seleciona e traduz várias fábulas dos vários

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dialetos italianos. De fato, percebe-se que o que

interessa ao escritor não é tanto a riqueza das

imagens, mas a economia da narração. Assim, tendo

em vista a relação de Italo Calvino com fábulas,

contos e textos cuja fronteira entre a realidade e a

imaginação é bastante tênue, temos como objetivo

analisar a relação da fábula com a memória, partindo

dos estudos de Maurice Halbwachs (2006) e Michael

Pollak (s/d), os quais propõem a memória como

sendo um fenômeno coletivo, de um indivíduo que

pertence a um grupo social; da memória relacionada

ao rastro e à cicatriz da escrita, anunciando a

fragilidade das criações humanas, partindo dos

estudos de Jeanne Marie Gagnebin (2002); Michel

Pêcheux (2007), para quem a memória é um espaço

móvel de divisões, deslocamentos e retomadas, de

desdobramentos e contra-discursos; Andre Jolles

(1976) e todo material necessário para essa pesquisa.

Diante da importância assumida pela memória e

pelos testemunhos orais como fonte de “verdade”,

vemos a relação da memória com a fábula devido a

esta ser uma narrativa que, inicialmente, foi extraída

“da boca do povo” e, portanto, consideramos que o

que as pessoas narravam era o que fazia parte de

suas recordações, de seu passado e do grupo ao qual

pertenciam, pois um indivíduo isolado não forma

lembranças, mas precisa do apoio dos testemunhos

de outros para sustentá-las. Testemunhos que,

segundo Halbwachs, reforçam ou enfraquecem e

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completa o que temos de informação sobre

determinado acontecimento. Destarte, nas Fábulas

italianas a memória “da boca do povo” pode

funcionar como uma (re)construção e (re)visão de

seu passado. Isto posto, vemos a relação da fábula

com a memória em virtude de seu caráter subjetivo,

social e real-imaginário.

Stefan Zweig entre a literatura e o cinema:

representações do exílio

Isabela Almeida de Oliveira (UFU)

Poucas pessoas sabem quem foi Stefan Zweig e a

importância de sua literatura. Autor de diversas

biografias e obras de ficção, Zweig nasceu no seio de

uma família judaica em Viena, na Áustria, em 1881.

Foi mais uma vítima da diáspora judaica fugindo do

genocídio semita que se espalhava de forma

assustadora pela Europa no início da Segunda Guerra

Mundial (1939-1945). Fugiu para o Brasil em busca

de exílio e, ironicamente, dia 23 de fevereiro de 1942

se suicidou no país que ele mesmo considerava o

paraíso na terra, o país do futuro. O jornalista

brasileiro, Alberto Dines, escreveu uma biografia

sobre as últimas semanas de vida de Zweig, traduzida

também para outros idiomas, chamada Morte no

paraíso, com sua primeira edição em 1981.

Posteriormente, em 2003, o cineasta brasileiro Sylvio

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Back lança o longa-metragem Lost Zweig, que foi

produzido baseado na biografia Morte no paraíso.

Esse trabalho consiste em analisar e comparar a

imagem de Stefan Zweig nas vertentes da Literatura

e do Cinema, mostrando ao leitor diferentes aspectos

relacionados à Zweig que Dines e Back acharam

relevantes destacar em suas obras literária e

cinematográfica, respectivamente, abordando

também a questão da fidelidade entre a obra original

(hipotexto) e a obra adaptada (hipertexto). Também

foi feito um estudo acerca da temática do

antissemitismo e do antijudaísmo, a partir da leitura

de obras literárias de diversos autores e apreciação

de documentários relacionados a essa temática, para

contextualizar o período histórico em que viveu

Stefan Zweig e que culminou em sua morte. Essa

pesquisa se encontra em fase final de

desenvolvimento e está prevista para ser

apresentada à banca de Mestrado em fevereiro de

2017.

Discurso, História e Memória no despertar do

gigante: uma análise de enunciados

verboimagéticos em redes sociais

Ismael Ferreira Rosa (CESUC – UFG/RC)

Falar de memória é, não raras vezes, um recorrente

ato de falar de/sobre eventos passados armazenados

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no estoque psíquico-biológico do homem ou

armazenados no acervo cultural de uma sociedade.

Todavia, ao tratarmos desse aspecto relacionado ao

campo da linguagem, sobretudo no que concerne à

produção de discursos em dadas condições sócio-

históricas e ideológicas, a memória assume uma

outra dimensão conceitual: o de memória discursiva.

É um termo que remete à recorrência de enunciados

na ordem de um discurso, construindo uma rede de

já-ditos que (re)aparecem (re)atualizados em uma

materialidade linguística de modo a retomar o

passado e concomitante o elidir por meio de

apagamentos e silenciamentos, irrompendo, assim,

na atualidade do acontecimento discursivo e

instituindo determinados efeitos de sentidos.

Destarte, é uma condição do legível em relação ao

próprio legível, do interpretável em relação ao

próprio interpretável, permitindo na infinita rede de

formulações do discurso a recorrência, a anulação ou

a queda de enunciados pertencentes a formações

discursivas posicionadas historicamente. Partindo

desse entendimento de memória, com base nos

estudos da Análise do Discurso de linha francesa,

principalmente nos estudos de Pêcheux (1999, 2006),

relidos por Courtine (1999, 2009), e nas discussões de

Foucault (2002, 2003), tenho por fito neste trabalho

analisar como a memória discursiva do enunciado “o

gigante acordou”, irrompido nas manifestações

populares de 2013 contra a corrupção no Brasil,

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des)constrói um acontecimento a ser lido-

interpretado. É meu escopo sopesar como o

“gigante”, enquanto elemento de memória, a partir

de um condicionamento sócio-histórico e ideológico,

(re)aparece e é atualizado em 8 (oito) textos

verboimagéticos que foram e ainda são amplamente

circulados em redes sociais, de forma a constituir um

processo de subjetividade acerca da brasilidade,

demarcando aspectos identitários do que é (não)ser

brasileiro.

A constituição dos espaços de memória em

Corda Bamba, de Lygia Bojunga

Italiene Santos de Castro Pereira (PGLET/UFU)

Neste trabalho, que tem como foco a narrativa Corda

bamba (1979), de Lygia Bojunga, pretende-se

abordar os espaços representados na obra como

espaços de memória. Isso porque é por meio dos

espaços, tais como a janela, a corda, o andaime, o

corredor e as portas, que a protagonista, Maria,

reconstrói sua memória após o trauma da morte dos

pais. No decorrer da narrativa, Maria faz diariamente

um “passeio” na corda bamba, que a leva de volta ao

passado de sua história, desde quando seus pais se

conhecem até o momento da morte deles. É

interessante observar que é por meio de cada porta

aberta que é possível haver a reconstituição de sua

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memória, mas esse não é um movimento traumático,

e sim natural, uma vez que vai acontecendo a partir

da iniciativa da protagonista de abrir cada porta.

Além disso, após a reconstrução de sua memória, a

menina se vê livre para construir o próprio futuro nas

portas novas que vão surgindo no corredor. São,

pois, esses espaços que permitem que a personagem

(re)constitua a si própria por meio da memória, além

de abrirem possibilidades para o seu futuro. Logo

será imprescindível um olhar investigativo sobre o

processo composicional dessa personagem por meio

dos espaços de memória, e para tanto se pretende

articular como base teórica os estudos de Maurice

Halbwachs e Michel Pêcheux.

A memória em Estar sendo. Ter sido, de Hilda

Hilst

Jaciane Martins Ferreira (IFGoiano – Campus Iporá)

Estar sendo. Ter sido, de Hilda Hilst (Hilst 2006a) tem

como personagem principal Vittorio, um senhor de

sessenta anos que, ao chegar a essa idade, rompe

com sua mulher, muda-se para uma casa de praia

com seu irmão Matias e seu filho Júnior. A narrativa

é centrada em sua vida e suas memórias, dividida em

duas partes, a primeira mostra a convivência com

seus dois companheiros e a segunda uma maior

solidão, na qual ele está com uma empregada e um

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barman. Vittorio rompe com os protocolos sociais e

passa a viver determinada morte em vida. Ao longo

da narrativa, ele traz várias personagens de outras

obras de Hilda Hilst. Tomamos os enunciados como

acontecimentos discursivos, nos quais há a presença

de dada memória coletiva e a vinda de sujeitos de

outras obras para dialogar com ele. É essa memória

que trará personagens cujos pensamentos são

semelhantes. São as pessoas do meio dele; como

afirma Halbwachs (2006), a memória se constitui

coletivamente, e a tendência do sujeito é rememorar

coisas e objetos relacionados ao grupo ao qual

pertence. Nesta proposta, analisaremos os aspectos

atinentes à memória a partir do diálogo de Vittorio

com as personagens Crasso (Contos d’Escárnio e

textos grotescos), Stamatius e Karl (Cartas de um

sedutor) e Edenir (O caderno rosa de Lori Lamby).

Objetivamos observar como o sujeito se constitui a

partir da memória e como essa memória perpassa

sua relação com as pessoas e com os objetos. Assim

a morte tomada como um objeto também tem seu

lugar na vida desse sujeito a partir da memória em

torno dela. As relações e retomadas de Vittorio com

essas personagens não são aleatórias, elas vão

mostrar como esse sujeito se constitui em um lugar

de negação a morte, mesmo dizendo dela o tempo

todo.

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A presa da memória: Dispersão e regularidade na

ficção lupina

Jamille da Silva Santos

(PGLET – UFU/GPEA/Labedisco)

O presente trabalho pretende estudar as projeções

discursivas ficcionais do Lobisomem em textos

literários da contemporaneidade, tomando como

corpus dois romances: O coronel e o Lobisomem de

José Cândido de Carvalho, Sangue de Lobo de

Rosana Rios e Helena Gomes. Analisaremos tais

obras, por meio das noções de memória discursiva e

domínio de memória cunhadas por Michel Foucault.

Temos como hipótese para este trabalho

considerações que tocam as formas do sujeito dos

dias de hoje se relacionar com outros sujeitos e

outras instituições. Nesse sentido, acreditamos que

as obras selecionadas servem como guia de conduta

para os sujeitos, mostrando como eles devem agir, se

comportar e se adequar às normas sociais. Nas obras

destacadas observamos que a forma de regrar a

conduta dos homens e das mulheres aparece sob a

forma daquilo que não se deve fazer, sempre seguida

de uma punição que incide sobre o corpo. É nesse

quadro que visualizamos a formação de normas e

condutas para os sujeitos, que está entre coerções e

formas libertárias no seio da literatura fantástico de

lobisomem, que funciona como um espelho no qual

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a sociedade pode ver as formas de exigência e

apontar os lugares de resistência em um quadro

histórico.

William Foster constituindo-se como sujeito

anormal

Jaquelinne Alves Fernandes (PG/UFG)

Neste estudo, centrado na Análise do Discurso

francesa, com recorrência ao pensamento de M.

Foucault, tomaremos como corpus o filme Um dia de

Fúria, com o objetivo de verificar a constituição de

William Foster como um sujeito “anormal [que] é um

monstro cotidiano, um monstro banalizado”

(FOUCAULT, 2002, p. 71). Foster é um recém-

desempregado, divorciado e pai de uma pequena

menina, de quem está proibido de se aproximar, por

conta do seu comportamento agressivo. E, por

acreditar que não lhe restava nada, o sujeito traz à

tona um impulso violento e torna-se um sujeito

anormal, que não teme nada, nem mesmo a própria

morte e transforma-se em uma ameaça à vida de

todos. Assim, notamos a constituição de uma posição-

sujeito por meio de práticas transgressoras, vistas

como anormais pela sociedade em que se insere.

Pretendemos, então, em nossas análises tratar o medo

da morte como um dispositivo de segurança que,

conforme Foucault (2008), é o objeto da descrição

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genealógica. A noção de dispositivo nos permite

alcançar uma análise refinada do biopoder, por meio

de discursos, o que nos permitirá vislumbrar o medo

da morte como um fato indispensável à manutenção

da vida e da norma. É importante ressaltar que o

objetivo geral de nosso estudo é analisar, na obra

cinematográfica tomada como corpus, o medo da

morte como dispositivo de segurança que visa a

assegurar a vida e a normatização dos sujeitos. Mais

especificamente, mostraremos, a partir de fragmentos

selecionados para análise, as práticas de subjetivação

que inscrevem William Foster na posição de sujeito

anormal, que não teme a própria morte, mas incute o

medo da morte nos outros. Explicitaremos, também,

as marcas discursivas representativas do medo da

morte como dispositivo de segurança.

Discurso, história e memória: os dizeres sobre a

votação pelo impeachment da presidenta Dilma

Rousseff

Jheny Iordany Felipe de Lima (UFG/RC)

Este trabalho objetiva descrever e interpretar, nos

enunciados presentificados em publicações de três

contas da rede social Instagram, os movimentos da

memória que constroem e ressignificam a história da

votação contra ou a favor do Impeachtment da

Presidenta Dilma Rousseff em 2016. Para a realização

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deste intento, partimos dos pressupostos teóricos de

Bakhtin e dos estudiosos de seu Círculo, sobre

linguagem, discurso, ideologia, dialogismo,

enunciado e interação verbal. E ainda, as teorias

sobre sujeito, sentido e memória propostas por

Pêcheux e seus seguidores. A mídia e as redes sociais

têm papel siginicativo no esboço e divulgação de

novas formas de subjetividade, pensando nisso,

investigamos como as publicações a cerca do

impeachment contribuem para a subjetivação de

outros sujeitos e sentidos. O corpus de análise é

composto de imagens publicadas em três contas de

Intagrans, respectivamente Risadariaa,

Nazareamarga e Sopafude nos dias 17 e 18 de abril

de 2016. Envolto no fio da memória, o discurso

encontrado nas três contas analisadas, (re)atualiza

dizeres/saberes sobre a política brasileira. A

observação do processo de constituição e

discursivização das imagens analisadas, revelou-nos

que os jogos discursivos utilizados remetem a outros

fatos históricos, bem como a elementos da cultura

pop e/ou religião. Mediante esta manobra de

satirização, as contas promovem a ridicularizaçao e a

crítica de um dado momento histórico da política

brasileira em contrapartida com outros fatos que o

antecederam.

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A constituição do sujeito Tertuliano e o medo

em o homem duplicado de José Saramago

Karina Luiza de Freitas Assunção

(PMEL/UFG/RC – UEMG/Frutal)

O objetivo da presente apresentação será analisar

como se articula a constituição da subjetividade de

Tertuliano Máximo Afonso, personagem principal do

romance O homem duplicado (2008) de José

Saramago, a partir de suas experiências que causam

medo. Buscaremos compreender o medo desse

sujeito frente a possibilidade de ter outro sujeito

igual a ele e os sentidos que emergem dessa

situação. Para isso, a presente proposta apresenta

como fundamentação teórica a análise do discurso

de linha francesa (doravante AD), os estudos

realizados por Michel Foucault e a discussão sobre o

medo apresentada por Roas (2011). Para a AD o

discurso implica uma exterioridade à língua, pois as

palavras ao serem pronunciadas carregam em si

aspectos que remetem para o lugar social e histórico

no qual o sujeito que as proferiu está inscrito. Por

sua vez, o sujeito se constitui por um conjunto de

vozes sociais, bem como do entrecruzamento de

diferentes discursos que remetem para o lugar

sociocultural e histórico no qual está inserido.

Segundo os apontamentos de Roas (2011), o medo é

responsável por várias emoções, dentre elas temos:

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temor, espanto, terror, ansiedade e melancolia. Além

disso, ele menciona que a ideia do sujeito ser

duplicado faz com que ele duvide da coerência do

real e da ilusão que os sujeitos possuem de serem

unificados. Sendo assim, ao analisar a constituição da

subjetividade de Tertuliano observamos que o medo

é uma constante e que ele assume várias posições

em função do medo que sente que os outros sujeitos

saibam da existência de sua cópia. Esse fato

assombra a ponto de ele preferir assumir a

identidade do ator Antônio Claro do que revelar a

semelhança existente entre eles.

A produção do livro javelino: um acontecimento

histórico-discursivo

Léa Evangelista Persicano (UFG/RC)

Este trabalho é parte de nossa dissertação de

mestrado, que está agora na fase de qualificação de

relatório. Analisamos o filme brasileiro Narradores de

Javé (2002), um objeto simbólico-cultural, cujo mote

é a expulsão de uma população ribeirinha às

margens do Rio São Francisco pela construção de

uma hidrelétrica. Essa comunidade caracteriza-se por

ter a cultura popular e oral como predominante em

suas práticas cotidianas. O povoado terá seu cenário

modificado também pela produção de um

documento escrito (científico) para tentar evitar essa

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catástrofe. Nossa hipótese é que os fatos históricos

estariam relacionados tanto à desapropriação dos

sujeitos de suas terras (no presente), assim como a

chegada de Indalécio (e Mariadina) ao Vale de Javé

quando de sua fundação (no passado), enquanto o

discursivizado seria as versões sobre a chegada

dele(s). Nosso objetivo consiste em defender que tais

fatos são produtos de linguagem, manipulados e

produzidos por meio de gestos interpretativos. As

relações possíveis entre o passado, o presente e o

futuro estão vinculadas a dado campo associativo, a

certas formações discursivas, que permitem aos

discursos e enunciados transitar ao mesmo tempo

entre uma atualidade e uma memória, o ser/tornar-

se uma repetição (estrutura) e uma diferença

(acontecimento). Nossa reflexão se dará com base

em Albuquerque Júnior (2007), Foucault (2005) e

Pêcheux (2006), por meio de uma metodologia

descritivo-interpretativa.

Inscrições enunciativas: Chico Xavier versus

Augusto dos Anjos

Leonardo Guimarães de Assis (PMEL – UFG/RC)

Antônio Fernandes Júnior

(Orientador – PMEL – UFG/RC)

Esta pesquisa teve como objetivo confrontar o

sujeito discursivo dos poemas Guerra (Eu e Outras

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Poesias) e Nas Sombras (Parnaso de Além-túmulo) e

entender como ele se constitui em cada uma de suas

respectivas inscrições enunciativas. Em sua execução,

fomos interpelados pelo constructo teórico da

Análise do Discurso Francesa, a saber: Authier-Revuz

(1982), Fernandes (2008), Foucault (1969; 1986; 1992;

2004; 2007), Orlandi (1988; 2007), Pêcheux (1988;

1990) e Possenti (1993; 2003). Procedeu-se a uma

pesquisa bibliográfica de cunho analítico-

interpretativo, valendo-se dos seguintes

procedimentos metodológicos: leitura de textos

críticos sobre as obras em apreço e análise

interpretativa dos corpora selecionados, em

consonância com as teorias supracitadas. Grosso

modo, identificamos que as enunciações de ambos

os sonetos aproximam-se, de forma que elas vestem-

se do mesmo tom de beleza sombria, e cujos sujeitos

discursivos são concebidos como seres que não têm

outro destino a não ser o de ter a alma atormentada

por visões aterradoras e, a Terra, povoada por

fantasmas errantes, é o palco desses infortúnios,

onde não há alegria, há apenas um amontoado de

lúgubres obrigações. Concluiu-se ainda que, entre as

composições, há certa interdiscursividade operando

na malha discursiva, na medida em que, o poema

mediúnico retoma um tema abordado por Augusto

dos Anjos e ressignifica-o.

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Memórias do Cárcere: espaço de memória

Lilliân Alves Borges (UFU/GPEA/CAPES)

Memórias do Cárcere de Graciliano Ramos é uma

obra de publicação póstuma, em que o narrador-

protagonista rememora fatos que ocorreram em sua

vida, especificamente, a rememoração de fatos de

sua vida carcerária. Pelo enredamento da obra é

possível verificarmos uma figurativização da imagem

do autor e também uma representação do próprio

país, estritamente, uma representação do Brasil

durante a Ditadura Vargas. Nesse sentido, nosso

trabalho objetiva analisar como a elaboração das

reminiscências dos espaços carcerários colabora para

a construção dessa figurativização do autor e do

Brasil da Ditadura Varguista na narrativa, sendo que,

para isso, entenderemos que esses espaços

carcerários são, de acordo com a metodologia

proposta pela Topoanálise, espaços topofóbicos, ou

seja, espaços que estabelecem uma relação disfórica

com o narrador-protagonista, gerando sentimentos

de medo, angústia, aversão, ojeriza, hostilidade. Para

cumprir nosso objetivo, além da metodologia

proposta por Bachelard, enveredaremos nossos

estudos pelas propostas teóricas elaboradas por

Philippe Lejeune, no que se refere a identificação da

figura autor-narrador-personagem, “identidade de

nome” e do pacto autobiográfico; ademais Michel

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Foucault, um de nossos suportes teóricos mais

relevantes, nos embasa com as questões relativas à

escrita de si, vontade de verdade, função autor; e

também Roland Barthes e sua noção de biografemas,

complementando nossa abordagem teórica-

metodológica.

Murilo Rubião e o descrédito da memória:

constituição e funções de uma memória utópica

em Ofélia, meu cachimbo e o mar

Marcus Vinícius Lessa de Lima (ILEEL/UFU)

Se a epígrafe bíblica de Ofélia, meu cachimbo e o mar

já possibilitaria analisar a atualização de uma

memória histórico-literária devido a sua inscrição em

um acontecimento textual distinto de sua fonte,

muito mais há para se observar nesse conto acerca

da produção e função da memória histórica de si no

discurso do narrador. Para tanto, valeu-se das

observações de Pierre Achard acerca da relação entre

implícito discursivo e memória, e dos processos de

regularização e repetição; daquelas de Michel

Foucault acerca de espaços heterotópicos e utópicos;

e, por fim, daquelas de Michel Pechêux acerca dos

mecanismos e procedimentos pelos quais opera a

memória. Buscou-se identificar como esta figura na

narrativa e engendra seus sentidos, e como e por que

opera a reatualização e contestação de elementos já

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ditos sob um aparente processo de repetição e

regulação. Enquanto o narrador rememora a história

sua e a de sua família, e estabelece entre elas relações

de necessidade e causalidade, encontra-se o

entrecruzamento de uma memória familiar

explicitada e de uma memória mítico-marítima, sob

a forma de implícitos discursivos, desempenhando

ambas uma função consoladora que tende a se

registrar como acontecimento físico e recuperável no

exterior imediato das personagens por meio de

discursos heterotópicos ora inscritos em suas

reminiscências, ora em seus corpos, ora nos objetos

que as cercam, discursos que buscam sanar, pelo

evidenciamento da memória, ausências e

impossibilidades. Também se observa delimitados a

constituição exterior, múltipla e irregular do sujeito-

narrador e de sua memória, e os procedimentos de

atualização discursiva desta última, paulatinamente

irrompendo como cesuras, a culminarem, por

intermédio de um outro-interlocutor, no descrédito

das heterotopias rememoradas, tanto deslocando-se

a memória do narrador para um terreno

completamente utópico, quanto reatualizando-se

sua função consoladora para outra – evidenciar a

opacidade do que é silenciado e não mais encontra

lugar na memória.

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Do discurso, da história e das memórias de

Carolina Maria de Jesus para o discurso, a

história e as memórias de alunos da Educação de

Jovens e Adultos (EJA)

Maribeth Paes dos Santos (UFU/PROFLETRAS)

Nesta comunicação, apresento uma pesquisa que

ainda está em fase inicial, desenvolvida no âmbito do

Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional

em Letras (PROFLETRAS) da Universidade Federal de

Uberlândia, cujo objetivo geral é desenvolver uma

proposta de análise discursivo crítica de trechos das

obras Quarto de Despejo - Diário de uma favelada,

Casa de Alvenaria – Diário de uma ex-favelada e

Diário de Bitita, de autoria de Carolina Maria de

Jesus, que possibilite aos jovens e adultos da EJA

perceberem como a autora protagonista se

posiciona no texto, quais marcas linguísticos-

discursivas se fazem presentes, quais representações

elas constroem e que contribua para que esses

alunos possam repensar como elaboram e

constroem os seus próprios discursos e quais são as

diferentes representações que fazem de si mesmos e

do mundo ao seu redor. Para isso, apoio-me nos

pressupostos da Análise de Discurso Crítica

(FAIRCLOUGH, 2001, 2003; CHOULIARAKI;

FAIRCLOUGH, 1999), da pedagogia de

multiletramentos (ROJO, 2012) e em estudos sobre a

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escrita sobre si mesmo, diários manuscritos e íntimos

e autobiografias (ARTIÈRES, 1998; LEJEUNE, 2014;

SOUSA, 2012). A abordagem de pesquisa é a

qualitativa e o procedimento adotado é a pesquisa-

ação (SILVEIRA; CORDOVA, 2009). Acredito que este

estudo pode produzir impactos positivos no ensino

de Língua Portuguesa, não só na EJA, uma vez que

promoverá uma maior aproximação dos alunos com

aquilo que leem e escrevem e lhes motivará a

escrever sobre si mesmos, a partir da leitura das

memórias de Carolina Maria de Jesus.

“Vejam só como é que é/ a ingratidão de uma

mulher”: Mamonas Assassinas e o silenciamento

da voz feminina

Maurício Divino Nascimento Lima (PMEL – UFG/RC)

Antônio Fernandes Júnior

(Orientador – PMEL – UFG/RC)

Em junho de 1995, a grande mídia brasileira conhecia

uma banda que fugia de todos os padrões musicais

reconhecidos na época: Os Mamonas Assassinas.

Essa banda surgia com uma forma icônica de se

produzir letras de música, uma mistura de gêneros

distantes como rock, forró, sertanejo e pagode, além

produções que incorporavam, no corpo textual,

variações linguísticas, neologismos, estrangeirismos

e regionalismos. Este estudo vem com a proposta de

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

análise em Análise do discurso (AD) francesa, na qual

é feita a exposição das condições de possibilidade

que delimitavam as composições da banda, em

especial a letra da música “Bois don’t cry”, na qual se

percebe um discurso machista apresentado pela voz

masculina, e compreendido na época como apenas

uma sátira ao gênero sertanejo. Embora a segunda

hipótese não possa ser descartada, a presente

pesquisa vem com intuito de demonstrar que as

condições de produção da época é que permitiram

que tal fosse produzida daquela maneira,

incorporando discursos de outros gêneros musicais,

como o discurso machista e o silenciamento da voz

feminina. As bases teóricas que fundamentam esta

análise vem principalmente de Michel Foucault e

Mikhail Bakhtin, uma vez que o primeiro traz as

noções necessárias para a descrição do sujeito e do

discurso nesse corpus, o segundo, por sua vez, torna

possível compreender essa manifestação discursiva

como um fato histórico. Ansiamos demonstrar com

esse trabalho que essa letra de música acionava o

discurso o machista e, ao mesmo tempo, ironizava-o,

produzindo críticas aos lugares sociais ocupados por

homens e mulheres nas relações afetivas/sexuais.

Discursos e práticas ainda muito comuns no mundo

em que vivemos.

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Memória e História da Associação dos Surdos de

Goiânia

Rodrigo Nascimento Guedes (PUC/GO)

Este trabalho trata-se de uma pesquisa de campo

com os surdos. Pesquisa a cultura, identidade e a

comunidade surda. Quer identificar qual é o lugar

que a língua de sinais ocupa na sociedade em geral

e a influência da Associação do Surdo de Goiânia.

Este trabalho tem por objetivo reconstruir a trajetória

da Associação dos Surdos de Goiânia desde sua

fundação em 12 de julho de 1975 até 2016. A

pesquisa se baseia em estudos documentais e em

entrevistas para que elementos da História oral

possam ser coletados e analisados; também

usaremos teóricos da memória coletiva.

Pesquisaremos sobre história dos surdos europeus e

suas Associações. Também analisaremos a História

da Associação dos Surdos brasileiros. Reuniremos o

maior número de documentos sobre a História das

Associações de Surdos pelo mundo para sabermos

as influências que tiveram nos vários registros da

língua de sinais ao longo dos anos. Com esta

pesquisa pretendemos responder a seguinte

questão: existe Associação dos surdos do mundo?

Esta reflexão quer, também, destacar a importância e

o enriquecimento que tal discussão traz ao buscar

documentos sobre história das Associação de Surdo

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

pelo mundo. Assim conheceremos as novas Histórias

das comunidades surdas espalhadas pelo mundo e

apresentaremos também as antigas e desconhecidas

histórias desta comunidade tão importante e

negligenciada pela comunidade falante. Por fim

apresentaremos o assunto fundação Associação dos

Surdos de Goiânia.

GT 8 – Ensino e pesquisas em literatura

Letramento literário no ensino: leitura dos

clássicos

Agatha Camila Ferreira Araújo

(PIBID/LETRAS-UAELL/UFG)

Ulysses Rocha Filho

(Coordenador PIBID-LETRAS/UAELL/UFG)

A leitura de obras literárias. Influencia na construção

do sujeito e na formação de sua identidade, de

acordo com as épocas, as culturas e a sociedade,

dando significado à vida e despertando o interesse

para a compreensão do mundo e de si. As práticas de

Letramento Literário, de Rildo Cosson (2009),

suscitam discussão sobre o ensino de literatura aos

alunos do Ensino Médio analisando a prática do

Letramento Literário diária bem como a utilização do

material em sala para colocarmos em discussão a

formação do “leitor ideal”, segundo a teoria de

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

Cosson. Considerando as práticas exercidas pelos

alunos e professores nas leituras fora do ambiente

escolar considerando o conceito Literatura abordado

pelos livros Didáticos e das obras clássicas que fazem

parte do ensino para formação de leitores.

Baseando-se na práxis literária em sala, esse estudo

apresenta essa prática que colabora para a formação

do leitor, centrada sobre o ato de ler, concordando

com a visão do autor sobre o processo da Leitura, e

dialogando com os textos. A Literatura em Perigo de

Todorov, a teoria sobre a literatura de Beach e

Marshall, o posicionamento literário de Eagleton,

juntamente com o artigo Práticas de Letramento

Literário: O Papel da Escola na Formação do Leito, de

Ibrahim Alisson e João Gabriel, orientado por Mirian

Hisae, e Por que ler os clássicos de ítalo Calvino

(1993), que traz reflexões sobre a riquezas contidas

nas obras que marcaram gerações, e a influência

sobre o leitor que ela trará. Serão textos basilares na

confecção desse estudo.

Diálogos poéticos em sala de aula: realidade ou

mais um conto da carochinha?

Fernanda Cristina de Campos (UFU)

Este trabalho almeja refletir sobre o papel

transformador da Literatura em sala de aula, em

especial o da Poesia, no que tange o envolvimento

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

dos sujeitos no processo de

produção/mediação/recepção de textos poéticos.

Pensar e discutir como se dão o envolvimento

individual e coletivo do educando ao se deparar com

uma multiplicidade de leituras poéticas e o

envolvimento emocional e estético do mesmo, tendo

em vista as suas experiências estéticas e culturais.

Cabe ressaltar a importância dessas reflexões, uma

vez que, segundo Antônio Cândido, a escola é a

instituição que garante não só ao aluno, mas a toda

a comunidade escolar, o direito à fruição da arte e da

literatura, sendo o professor o grande mediador

desse processo, ciente de que seu papel é o de

provocar e expandir as mensagens dos textos

poéticos trabalhados.

Velhice e envelhecimento na obra Quero minha

mãe, de Adélia Prado

Guilherme Cesar Dias Nascimento (UFG/RC)

Ulysses Rocha Filho (Orientador – UFG/RC)

O cerne desta análise se sustenta em estudos

realizados por Bosi (1934; 2003), Cícero (2007) e

Beauvoir (1990), sobre a tricotomia

sujeito/velhice/identidade e a relação que as

mantém ligadas a função exercida pela memória

nesse processo de readaptação ou construção da

identidade. A presente pesquisa, em

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desenvolvimento, versa sobre as representações

identitárias da velhice e do envelhecimento na Quero

Minha Mãe (2005), da escritora Adélia Prado, em que

constrói uma narrativa fragmentada e poética sobre

uma mulher doente (Olímpia). Como metodologia,

optou-se por perfilar o tema em apenas em uma

obra da escritora contemporânea que mais (re)trata

do envelhecimento, configurado por parâmetros

científico-acadêmicos assumidos por políticas

governamentais e outros seguimentos sociais,

levando em conta o aumento progressivo da

longevidade, e, portanto, da expectativa de vida que

se produziu nas últimas décadas do século XX,

contando, também, com a orientação e realização de

leituras com a finalidade de levantar uma breve

revisão teórica sobre os aspectos principais dessa

obra e da teoria da literatura. Nos resultados

encontrados, percebe-se que não somente a velhice

e a morte que perpassa a obra mas, também, a

religiosidade e a fé em Deus em todos os momentos

de sua vida são constantes conceitos tradicionais

questionados pela personagem feminina quando

compara a vida de sua falecida mãe com a sua

condição feminina.

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Estágio supervisionado em literatura: uma

aprendizagem para o futuro professor de

literatura e um incentivo a leitura

contextualizada do aluno do Ensino Médio

Juliana Cristina Ferreira (UFU)

Ulysses Rocha Filho (UFG/RC)

O escopo desta pesquisa é discutir a importância do

Estágio em Literatura, como forma de aprendizagem

para o futuro professor de Literatura do Ensino

Médio e também, como um incentivo para o

estudante do Ensino Médio da rede estadual, em

estudar e gostar de ler literatura de forma

contextualizada. Para tanto, o tema será sobre o

Trovadorismo e suas cantigas líricas e satíricas, as

quais perpassaram as épocas e ainda possuem traços

trovadorescos nas letras de músicas atuais, pois,

tanto o sentimento de amor como de escárnio são

universais e perpassam as épocas. A problemática

que move esta reflexão sobre como transmitir o

saber literário na época do Trovadorismo, parte da

compreensão das cantigas líricas e satíricas do século

XII e que mesmo com esse hiato de nove séculos,

compreendemos que o amor (apresentado nas

poesias líricas), como o ódio, a inveja e o deboche

(apresentados nas poesias satíricas), são sentimentos

universais presentes na história. Para abordarmos

essa problemática de sentimentos universais

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

presentes em todas as épocas, buscamos dialogar

com autores que falam do Letramento Literário como

Cosson (2006), que visa a literatura como algo que

vai além do texto e permite manter um diálogo com

a sociedade e com o mundo e Souza (2006), o qual

esclarece que a literatura vai além da bela escrita, se

constitui da imaginação. A metodologia utilizada

será a pesquisa bibliográfica com o livro didático e

autores que falam do Trovadorismo, somada as

observações das aulas e a regência no estágio. E os

dados obtidos serão a partir do interesse e

compreensão do aluno sobre a literatura e a

participação destes nas aulas regidas durante o

estágio.

Preocupação social, existencialismo e recursos

poéticos na obra de José Godoy Garcia

Luciano Gonzaga Peres (UFG/FL)

Zênia de Farias (PPG – UFG/FL)

José Godoy Garcia, poeta goiano natural de Jataí,

produziu grande número de poemas em que se

evidenciam a preocupação social e diversos aspectos

modernistas. Sabe-se que o Modernismo demorou a

reverberar em território goiano. Quando Rio do

Sono, obra inaugural do autor, foi publicado, o Brasil

já vivia, cronologicamente, a Terceira Fase

Modernista. Mesmo assim, a influência maciça de

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Manuel Bandeira e de Drummond fez Godoy reiterar

as práticas poéticas a que ambos aderiram. Em face

disso, percebe-se uma intensa relação ou diálogo

intertextual entre a poética do autor goiano e a dos

outros poetas citados. Destaque para preocupação

social e as características estéticas que enriqueceram

a obra do segundo ganhador da Bolsa de

Publicações Hugo de Carvalho Ramos. Há, porém,

um enfoque primordial da metalinguagem , fazendo

com que o autor discuta a própria produção e

busque atribuir maior sensibilidade ao seu labor com

as palavras. Para a constatação disso, encontrou-se

respaldo em estudiosos importantes, tais como:

Michael Hamburguer, Haroldo de Campos, Octávio

Paz, Dominique Mainguenau, Gilberto Mendonça

Teles, entre outros, com a intenção principal de

compreender o processo criativo de José Godoy.

Enfim, a validade de tudo isso como ferramenta de

elucidação do aspecto social e dos recursos poéticos

que elevam Godoy Garcia ao patamar de

concretizador do Modernismo em Goiás.

O papel da imprensa universitária na formação

do campo literário em Goiânia

Margareth de Lourdes Oliveira Nunes

(UFG/FL/CEGRAF)

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O presente trabalho deriva de pesquisa em

andamento na área de estudos da cultura e visa a

identificar, catalogar e analisar as obras literárias

editadas pela Imprensa Universitária no período

compreendido entre 1962 e 1982, com o objetivo de

traçar um perfil dos repertórios, dos autores e seus

temas prediletos. Alguns dos conceitos básicos que

ancoram essa pesquisa derivam de teóricos como

(ANDERSON, 2008), (BOURDIEU,1996,1998, 2003),

(PESAVENTO, 2014) e nos ajudam a construir um

percurso caracterizado pelo exercício da reflexão e

busca evidenciar a relação existente entre a

representação narrativa e o seu referente, questão

central para a História Cultural. Através da

identificação das obras publicadas pela Imprensa

Universitária em seus primórdios (aquelas que foram

localizadas), buscar-se-á explicar como foram

publicadas, por que foram publicadas, qual a

recepção e repercussão dessas publicações e as

representações que delas foram feitas de modo a se

integrarem no campo literário goiano. Espera-se,

com a pesquisa, ser possível construir um mapa das

obras de maior repercussão, que formaram autores

em décadas mais recentes e descobrir se foram

objeto de estudo nas academias ou se foram

adotadas em escolas públicas com o intuito de serem

estudadas como repertório de referência da

literatura goiana. É possível antecipar que algumas

obras se caracterizam como produção de vanguarda

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no campo da editoração e que, certamente,

contribuíram para a formação do campo literário em

Goiás.

O estudo do romance francês no século XIX: uma

abordagem prática

Marli Cardoso dos Santos (ILEEL/UFU)

Os estudos relacionados ao romance francês são

amplos e diversificados, o que permite contextualizar

as relações históricas, sociais, culturais e filosóficas

do período literário focalizado. Nas disciplinas do

Curso de Letras, cabe ao professor direcionar e

escolher as obras mais significativas de cada

movimento literário, capacitando assim, o aluno para

ler, analisar, discutir, criticar e expressar-se sobre o

gênero romance. Neste trabalho, objetivamos expor

uma proposta de estudo que tem como objeto

principal o próprio romance e, por meio dele,

esboçar possibilidades de leitura. Como

metodologia, explicaremos como foi realizada uma

pesquisa acadêmica com alunos do 7º período do

Curso de Letras, na qual foram propostos um

seminário e um relatório escrito sobre alguns

romances franceses do século XIX, para que cada

discente pudesse pesquisar a respeito do contexto

histórico, vida do autor, importância da obra e análise

dos componentes da narrativa. Foi utilizado como

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suporte teórico, os textos de Claude Millet,

principalmente o livro “Le Romantisme”; Gérard

Genette e suas teorias sobre Narratologia; e,

finalmente, a abordagem da estudiosa Nancy Huston

em seu livro “A Espécie Fabuladora”. Essas teorias

foram associadas a pesquisas online em sites de

literatura francesa específicos. Concluímos que as

análises foram frutíferas e colaboraram para uma

visão mais ampla das diversas narrativas desse

período, bem como sobre a importância de cada

autor.

A leitura e escrita de poemas por estudantes da

educação de jovens e adultos: a inquietação

sobre os efeitos

Neli Edite dos Santos (UFU)

Proponho apresentar questões preliminares de

minha pesquisa de doutorado em andamento, que

consiste na reflexão sobre possíveis efeitos da leitura

de poemas na escrita poética de estudantes da

Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola de

Educação Básica da Universidade Federal de

Uberlândia. Esse tema decorre de minha experiência

como professora dessas turmas, nas quais foram

desenvolvidas leituras individual e coletiva de

poemas de autores canônicos, livremente escolhidos

dentre aqueles que compõem o acervo da biblioteca

escolar, de exercício do comentário a respeito das

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leituras e de posterior escrita individual e coletiva de

poemas. Pretendo investigar se e como os poemas

lidos incidiriam sobre os leitores, se e como a poesia

canônica deslizaria da folha impressa para a folha

manuscrita do estudante de EJA. Para tanto, busco

sustentação teórica nos estudos relacionados a

recepção (Jauss, 1994), efeito (Iser, 1996 e 1999), à

vinculação da literatura com a vida (Candido,1995 e

2002; Deleuze,1997) e da constituição de uma

comunidade interpretativa formada por pessoas sob

condições de existência semelhantes (Fish, 1992) –

entre outros.

Representação de professor: o caso de Abdias

(obra de Cyro dos Anjos)

Ulysses Rocha Filho (UFG/RC)

A nossa discussão perpassará sobre o discurso e a

presença do professor -protagonista - no romance

brasileiro Abdias (1945), do mineiro Cyro dos Anjos:

fio condutor para esta discussão. Iniciador dos

processos de aprendizagem, auxiliando nas

atividades discentes, o professor tem, como função,

ser intermediário entre os pais e a futuro da

sociedade. Segundo BACK, bom professor é aquele

que vai do fácil para o difícil; coloca-se ao nível dos

alunos e procura elevá-los; ensina com paciência e

carinho infinitos (1987, p. 172/3). Destarte,

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objetivamos o resgate da história do discurso desse

e outros personagens Professores e/ou Educadores

brasileiros (Berta – Til, José de Alencar; Aristarco – O

Ateneu, Raul Pompéia; Dona Benta – Reinações de

Narizinho, Monteiro Lobato; Madalena – São

Bernardo, Graciliano Ramos; Abdias – Abdias, Cyro

dos Anjos; Heliseu – O Professor, Cristóvão Tezza e

tantos outros ) - pois não existe prática sem sujeito

- e para que sejam referências aos (atuais)

profissionais da educação, questionando e

incentivando-os a ir além de suas limitações

burocráticas, buscando um intercâmbio

interdisciplinar, uma transformação social a partir de

textos teóricos da educação e textos literários. A

presente interlocução, baseada nos preceitos

literários e pedagógicos, é produto parcial do projeto

de pesquisa A figura do professor na literatura

brasileira – primeiros momentos, registrada sob nº

29568/SAPP-UFG.

GT 9 – Léxico, cultura e ensino

Escriptura de venda a outro de dous escravos e

transmissão das servissas de hum ingenuo: notas

sobre a edição e o estudo lexical de um

documento goiano oitocentista

Amanda Leal Almança de Carvalho (UFG)

Vanessa Regina Duarte Xavier (UFG)

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O trabalho propõe o estudo filológico-lexical de uma

escritura de venda e transmissão de serviços de uma

escrava juntamente com seus filhos, registrada em

vinte e oito de fevereiro de 1877, pela qual se fez

garantir o pagamento de um crédito firmado em

janeiro do mesmo ano, por meio da penhora de uma

escrava e de seus dois filhos, os quais foram

repassados ao outorgante, o Senhor José Suares de

Sousa, por herança. A escritura pertence ao Livro de

Notas 02, do Cartório do 1º Tabelionato de Notas de

Jataí-Go. Nesse sentido, o presente estudo tem como

objetivo principal divulgar a edição semidiplomática

do documento referido, que constituiu uma das

etapas do projeto em andamento, "Os negros

escravos e outros bens no Livro de Notas 02 (Jataí-

GO): um estudo léxico-filológico". Para além disso, a

análise lexical se fará mediante o inventário das lexias

que se referem à descrição dos escravos no

documento, tais como preta, matricula, ingenuo etc.,

com a finalidade de obter um levantamento

quantitativo das categorias lexicais encontradas. A

relevância deste estudo reside em contribuir com as

investigações de natureza filológica e lexical em e

sobre o Estado de Goiás, de forma a se dar a

conhecer aspectos socioculturais da região em

tempos pretéritos, tal como eles se manifestam

linguisticamente. Para a análise léxico-filológica, o

suporte teórico-metodológico será constituído dos

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estudos de Ximenes (2009), Isquerdo (1998), Queiroz

(2009) etc.

As concepções de linguagem e sua relação com a

cultura e o léxico

Cássio Ribeiro Manoel (UFG/RC)

O presente trabalho abordará algumas concepções

de linguagem, fazendo num primeiro momento uma

abordagem histórica que nos relata a linguagem na

Grécia antiga mostrando um pouco do estudo de

Platão, sendo este estudo o “princípio” dos estudos

da linguagem. Outrossim, tendo como foco os

estudos entre língua e linguagem, sendo a língua

parte essencial da linguagem, relacionando, então,

estes dois aspectos com a cultura, que é a base do

nosso estudo enquanto projeto de pesquisa, que

busca compreender a manifestação cultural da

cidade de Catalão-GO, a Congada, sendo essa

manifestação de extrema importância e valor para a

população que dela participa, mostrando através das

histórias contadas por membros da Congada sendo

os dançadores e capitães, acerca do surgimento

desta manifestação de cultura popular, tendo como

base as memórias orais que é constituinte da

linguagem, como forma de sustentar nossos ideais

acerca dessa manifestação popular, nos basearemos

nos estudos antropológicos de Brandão (1985). No

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entanto a linguagem é a faculdade humana que nos

leva a realizar a comunicação e a língua um sistema

de símbolos presente na memória coletiva de uma

comunidade, tendo como base os estudos de Coelho

(2006), Fiorin (2003) e Saussure (2012), dentre outros

estudiosos como Faraco (2003), Petter (2015) e

Salomão (2003), buscando assim relacionar as

concepções de língua e linguagem destes

estudiosos, sendo a língua um acontecimento social

da faculdade da linguagem. Portanto buscaremos

compreender os estudos da linguagem relacionados

com os estudos do léxico que é o patrimônio

vocabular de uma dada comunidade linguística ao

longo de sua história, tendo Biderman (2001, 2002),

Borba (2006), Zavaglia (2012) como fator norteador

dos nossos estudos.

Estudo toponímico, ideário línguo-cultural

Cleber Cezar da Silva

(UFG/RC – IF Goiano/Campus Urutaí)

Esta pesquisa tem como objetivo evidenciar, de

maneira geral, como os estudos toponímicos se

encontram estreitamente ligados à cultura, à história

e ao espaço físico de uma dada comunidade. E assim,

vinculá-lo (ou justificar) à grande área dos estudos da

linguagem, especificamente aos estudos que

relacionam língua, cultura e sociedade. Onomástica é

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uma subárea da Linguística que se atém ao estudo

dos nomes próprios em geral. Cabe à Toponímia o

estudo dos nomes próprios de lugares, o léxico

toponímico. A metodologia de pesquisa consiste

basicamente, do levantamento e revisão dos

pressupostos teóricos que vêm fundamentando as

análises linguísticas dos designativos de lugares. A

revisão dos conceitos perpassa os termo “língua e

linguagem” em Saussure e em Sapir (1980), e ainda

incursiona pela crítica desses conceitos em Bakhtin

(2010). Isto faz compreender as três concepções da

linguagem que vêm orientando os estudos

linguísticos desde a instauração da Linguística como

ciência (ou até mesmo antes disso). No que tange aos

conceitos de cultura e de identidade, busca-se a

fundamentação em Bosi (1987, 1995), Castell (2000),

Silva (2000) e Hall (2004), cuja afinidade teórica situa

a concepção de cultura como a expressão identitária

do homem, pois ele é um ser cultural. Para aportes

teóricos toponímicos, como já se tornou consensual,

parte-se de Dick (1990, 1992); movimentando-se

pelos direcionamentos de Isquerdo (1997, 2012), e

ainda Andrade (2010) e Siqueira (2012), para mostrar

a inter-relação (inerente), de um topônimo com um

conjunto “línguo cultural” de fatores que torna um

nome comum em próprio por processos deliberados

e motivados culturalmente que culminam na escolha,

nunca aleatória, de um locativo específico (e não

outro) para um lugar também específico.

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Neologismos nas redes sociais

Dayanny Marins Coelho (PMEL – UFG/RC)

Kênia Mara de Freitas Siqueira (PMEL – UFG/RC)

Este estudo tem como objetivo estruturar um

percurso teórico a fim de fundamentar a análise de

processos de ampliação do léxico nas Redes Sociais.

Visa assim realizar uma revisão acerca de termos e

conceitos relacionados aos processos neológicos

mais produtivos com ênfase nos neologismos de

origem inglesa, isso acarreta um direcionamento

para o âmbito dos estudos lexicais, com incursões em

processos de ampliação do léxico no que concerne à

criatividade dos falantes em usar ou mesclar seus

textos com palavras e expressões da língua inglesa.

Trata-se de uma pesquisa de cunho etnográfico de

abordagem qualitativa, desenvolve-se para tanto o

método estruturalista a fim de descobrir as estruturas

que sustentam os processos que dão origem à novas

palavras. Para o levantamento de dados, empregar-

se-á a técnicas de seleção de termos cuja ocorrência

pode se dar entre uma ou reiteradas vezes em sites

de relacionamentos como facebook, blogs e outros.

Para, não apenas identificar as palavras novas como

também verificar como são usadas, que sentidos são

atribuídos a elas. Com o desenvolvimento deste

estudo, espera-se elucidar algumas questões que

estão na base dos estudos do léxico, tais como a

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criação de novas palavras na língua seja por

mecanismos internos, seja por empréstimos de

outras línguas e assim, verificar a extensão e

especificidades da relação língua e cultura.

O uso do dicionário escolar em sala de aula

Eliana Dias (UFU)

Leydiane Costa Amado Araújo (UFU)

Este trabalho apresenta um recorte da Dissertação

que será apresentada como requisito parcial para a

obtenção do título de Mestre no Programa de

Mestrado Profissional em Letras da Universidade

Federal de Uberlândia. Tal tema surgiu da

preocupação do tratamento didático do uso do

dicionário escolar em sala de aula. O Brasil ainda é

um país em que a população sofre com dificuldades

de leitura e escrita. Por isso, o presente estudo

objetiva propor a apresentação e o uso de

dicionários escolares enviados pelo PNLD (2012)

como subsídio didático aos alunos de uma turma de

8º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública

de Catalão/Go, para que, com a exploração do

material, tenham uma reflexão linguística que

propicie o desenvolvimento da cognição lexical

desses alunos, levando-os a manusear o dicionário

com habilidade. A metodologia a ser adotada na

construção da dissertação fundamenta-se em uma

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revisão teórica embasada em Biderman (2003),

Barbosa (1996), Dias (2004), Farias (2007), Murakawa

(1998), Dolz e Schneuwly (2004). Realizaremos

também uma pesquisa-ação, que se caracteriza por

uma averiguação coletiva a fim de transformar e

solucionar problemas. Dessa forma, a intervenção se

pauta em conhecermos a composição do dicionário,

bem como sua proposta lexicográfica. Após esse

estudo, verificaremos de que modo o dicionário

escolar pode ser um instrumento facilitador em sala

de aula e com a utilização de uma Sequência

Didática, serão aplicadas atividades que levem os

alunos a utilizarem com eficiência e habitualmente o

dicionário. Posteriormente, a Sequência Didática será

publicada no site do Portal do Professor para que os

docentes tenham acesso e possam também

conhecer a estrutura do dicionário e a partir disso

ensinar os alunos a utilizarem essa ferramenta

didática. A intenção da proposta é, com os pilares de

documentos como os PCN, colaborar com o trabalho

docente na prática com o léxico.

A criatividade lexical do português catalano na

imprensa escrita: o caso dos jornais “Diário de

Catalão” e “Dito e Feito”

Fabiana Ferreira da Rocha (UFG/RC)

Alexandre António Timbane (UFG/RC)

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A pesquisa discute a ocorrência de neologismos

semânticos e lexicais nos principais jornais catalanos:

o Jornal Diário Dito e Feito (JDDF) e o Jornal Diário o

Catalão (JDC). A pesquisa tem como objetivo geral

analisar a formação lexical do português brasileiro

baseando-se em corpus escrito. Especificamente a

pesquisa visa descrever a variação léxico-semântico

do português catalano; Analisar e identificar a

criatividade lexical e; Classificar os neologismos

presentes nos corpora escritos. Escolheu-se

aleatoriamente 5 edições do JDC e 11 edições do

JDDF todos do ano 2016 selecionando os seguintes

temas: Notícias locais ou de Catalão, Notícias do

Estado, Notícias do Esporte e Notícias das variedades

(moda, publicidade, entretenimento). A identificação

dos neologismos teve como corpus de exclusão o

Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa (2009) pelo

fato de ser considerado tesouro lexical, tal como

Biderman (1998) defende. Partindo da hipótese de

que o léxico é a face mais visível da língua e se

manifesta pela presença de estrangeirismos (matriz

externa) e outras formações dentro da matriz interna

chegou-se à conclusão de que os dois jornais

catalanos apresentam uma ocorrência de

estrangeirismos alta (136 casos) e que a formação de

palavras dentro da língua portuguesa ocorreu em

100 casos. O JDDF teve uma ocorrência maior (91) de

casos de formação por derivação e composição. A

pesquisa observou a formação de palavras por meio

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de siglas e acrônimos presentes nos jornais e

constatou uma ocorrência significativa em 57 casos.

O português catalano varia sob ponto de vista

semântico das palavras resultado dos contextos

regionais que o caracterizam, mas também há casos

de formação de nomes próprios de produtos.

Olhando a língua como entidade que muda e varia

de acordo com as variáveis sociais e geográficos

conclui-se que o português catalano tende a trazer a

tona as suas características peculiares sobretudo a

nível do léxico.

Considerações sobre vocábulos despalatalizados

nas falas dos narradores do filologia bandeirante

Maiune de Oliveira Silva (PMEL – UFG/RC/CAPES)

Vanessa Regina Duarte Xavier (PMEL – UFG/REJ)

Maria Helena de Paula (PMEL- UFG/RC)

Discorrer sobre os vocábulos que sofreram o

processo de despalatalização na fala dos narradores

do Filologia Bandeirante é o fulcro deste trabalho.

Convém ressaltar que compõem o quadro de

narradores, os cinco sujeitos mais velhos, residentes

em três Estados distintos, a saber: Goiás, Minas

Gerais e São Paulo, os quais, aliados à Mato Grosso,

serviram de rota para a expedição bandeirante

quando estes aportaram no Brasil. De modo geral, as

narrativas trazem à lume histórias de vida de sujeitos

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que não tiveram muita oportunidade de instrução

formal e que viveram distanciados da cultura de

massa. Os vocábulos proferidos por eles são, por

vezes, eivados de variação, o que despertou interesse

em realizar esse recorte, o qual faz parte da

dissertação de mestrado intitulada “Vocalismos em

narrativas orais nas trilhas do Filologia Bandeirante”,

desenvolvida sob a orientação da professora Dra.

Vanessa Regina Duarte Xavier e sob a coorientação

da professora Dra. Maria Helena de Paula. Segundo

Cristófaro-Silva (2011), o processo de

despalatalização ocorre quando um fonema palatal

perde seu traço distintivo, isto é, quando ele deixa de

ser pronunciado na região do palato duro, dando

margem à uma série de variantes. Devido ao fato de

esse processo ser realizado por todos os narradores,

nossa intenção precípua é descrever e analisar as

motivações que podem ter ocasionado essa prática

nos falares estudados. Ancoradas nos pressupostos

teóricos Sociolinguística, a presente investigação

pautar-se-á apenas nos fatores linguísticos, ficando

os extra-linguísticos para uma oportunidade futura.

Paralelo a isso, a presente abordagem se valerá,

ainda, dos pressupostos da Linguística Histórica, bem

como da Fonologia, porquanto estamos lidando com

sons vocálicos em uma perspectiva diacrônica. Por

fim, cabe ressaltar que esse processo revela a

preservação de aspectos culturais e linguísticos

obtidos mediante o contato com os colonizadores.

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Aspectos paleográficos de um auto partilha

manuscrito catalano de 1824

Maria Gabriela Gomes Pires (UFG/RC)

Entende-se por cultura, em conformidade com Bosi

(2002), todo e qualquer conjunto de práticas sociais

que caracterizam um determinado grupo em um

determinado período. Dentre esse reunido de

práticas, esta os sistemas caligráficos que, de acordo

com Cambraia (2005), são constituídos sócio-

historicamente. Assim sendo, nosso objetivo será

apresentar algumas considerações acerca das

técnicas de escrita utilizadas para gravar a memória

sócio-política da comunidade de Catalão em

documentos manuscritos jurídicos lavrados no início

do século XIX. Para tanto, utilizamos um auto de

partilha manuscrito, constituído por fólios 6 fólios

redigidos em frente e verso, lavrado no ano de 1824,

digitalizado no Arquivo do Fórum da Comarca de

Catalão/GO por intermédio do projeto “Em busca da

memória perdida: estudos sobre escravidão em

Goiás” e transcrito filologicamente amparado nas

normas publicadas em Megale e Toledo Neto (2005)

na pesquisa de mestrado intitulada "De bens de

herança a bens culturais: um estudo linguístico de

autos de partilhas oitocentistas de Catalão-GO". Para

auferir o proposto, será preciso recorrer a disciplina

da paleografia, que de acordo com Spaggiari e

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Perugi (2004), prevê o estudo das escritas antigas,

mais especificamente, dos caracteres gráficos

antigos. Autores como Cambraia (2005) e Acioli

(2003) fundamentarão teoricamente a análise do

material que traz inúmeras ocorrências de

consoantes duplas <ll>, palavras latinas como ad

litem, entre outros casos. É importante destacar que

não estamos dando a conhecer apenas os caracteres

gráficos antigos, mas dando a conhecer também

uma das fases da Língua Portuguesa utilizada no

Brasil.

Pardo, mulato e crioulo: breve análise lexical

sobre a miscigenação no brasil

Mayara Aparecida Ribeiro de Almeida (UFG/RC)

Amanda Moreira de Amorim (UFG/RC)

Victor Antônio Sanches da Silva Vaz (UFG/RC)

Maria Helena de Paula (UFG/RC)

O presente trabalho resulta dos diálogos

estabelecidos entre as pesquisas “Configurações de

alforria na cidade de Catalão: edição semidiplomática

e estudo linguístico e histórico de Cartas de

Liberdade em 1861 a 1876”, “Edição semidiplomática

e configurações da liberdade em cartas de liberdade

na cidade de Catalão-GO (1861-1862)” e “Nas trilhas

dos manuscritos: estudo lexical acerca da escravidão

negra em catalão nos oitocentos” sendo as duas

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primeiras desenvolvidas no âmbito do PIBIC-CNPq e

PIBIC-CAPES/FAPEG e a última pelo Programa de

Pós-Graduação em Estudos da Linguagem UFG/RC,

as quais encontram-se vinculadas ao projeto “Em

busca da memória perdida: estudos sobre a

escravidão em Goiás” coordenado pela Prof.ª Dr.ª

Maria Helena de Paula. Sabendo da importância de

um estudo lexical para a compreensão de

informações a respeito das pessoas que o utilizam,

como suas histórias, culturas e identidades,

propomos realizar uma análise das lexias “pardo”,

“mulato” e “crioulo”, utilizadas para descrever

mancípios no período escravocrata brasileiro. Assim,

buscamos definir quais sentidos as unidades lexicais

citadas possuíam durante o século XIX, período em

que os documentos pertencentes ao corpus desta

pesquisa foram exarados. Tais manuscritos

compõem um livro de notas sob os cuidados do

Cartório do 2º Officio – Tabelionato de Catalão,

referente ao período de 1861 a 1876. Para tanto,

baseamo-nos nas lições da Lexicologia, apresentadas

por Biderman (2001) e Vilela (1994). Em sequência,

consultamos os dicionários de Moraes Silva (1813),

Moura (2004), Aurélio (2004) e Houaiss (2009) para

verificação dos significados e confronto das

definições encontradas. Para a compreensão do

cenário escravocrata, utilizaremos Mattoso (1990),

Chalhoub (2012), Pessoa (2013), Hebe Matos (2013),

Barros (2014), Mendonça (2001), entre outros. Por

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fim, tecemos uma análise relacionando o acervo

lexical dos manuscritos selecionados e a história e a

cultura por eles registradas, visando encontrar os

conceitos que melhor se aplicam a cada lexia.

A língua como instrumento opressor e libertador

no contexto lusófono: o caso do Brasil e de

Moçambique

Meire Cristina Mendonça Rezende (UFG/RC)

Alexandre António Timbane (UFG/RC)

A pesquisa levanta as peculiaridades da língua

portuguesa no espaço lusófono fazendo uma

comparação dos contextos do português do Brasil e

do Português de Moçambique. Sabe-se que o

português é a língua oficial no Brasil e em

Moçambique. Nos dois espaços geográficos

convivem cerca de 190 línguas sendo 170 línguas

indígenas no Brasil e 20 línguas do grupo bantu em

Moçambique. A variação e a mudança provocam

choques com relação à norma padrão. Até que ponto

o português continua hoje um instrumento que

liberta as nações lusófonas e até que ponto oprime

essa mesma comunidade linguística? O português

oprime porque diferencia as oportunidades dos

cidadãos nos diferentes setores da vida; A norma-

padrão segrega e dificulta no âmbito do ensino

fundamental e médio; é através do português que

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

nos comunicamos com o mundo e trocamos

experiências culturas. A pesquisa objetiva discutir as

complexidades da língua portuguesa no século XXI

apontando suas vantagens e desvantagens para a

comunidade lusófona. Utilizando o método

bibliográfico se conclui que em Moçambique há um

sentimento de pertença do português apenas no

espaço urbano e suburbano, mas nas zonas rurais

ainda predominam as línguas bantu. No Brasil há um

sentimento de língua única, isto é, predomínio do

português deixando de lado as línguas indígenas e

línguas europeias faladas por populações localizadas

um pouco pelo Brasil. Politicamente falando, o

português é língua dos moçambicanos e o número

de falantes de português como língua materna tende

a crescer (10,7%). No Brasil, o ensino do português é

língua materna; há preconceito linguístico com

relação às variedades e dialetos; É função da escola

respeitar a identidade cultural, aceitá-la, valorizá-la,

legitimá-la, problematizar as variedades, investigá-

las, questioná-las, a fim de que o aluno tenha

conhecimento e que possa escolher a norma que é

adequada à cada realidade da vida.

Consequências de uma representatividade

equívoca nos livros didáticos de língua inglesa

Rodrigo Martins De Sousa (UFA)

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Este trabalho tem por finalidade discutir as

consequências que uma representação equívoca

através de analogias exibidas pelos livros didáticos,

especificamente, de língua inglesa de escolas

públicas, afetam diretamente no ensino. Embora

estes materiais sejam analisados rigorosamente por

uma banca de profissionais nomeados pelo PNLD

(Programa Nacional de Livros Didáticos), encontram-

se alguns descuidos ao que se refere a

representatividade de identidade de seu público

alvo. Neste caso, é fundamental que o aluno sinta-se

representado por aquilo que é lhe mostrado, seja

esta representação feita por imagens ou textos.

Muitas vezes, na tentativa de representar uma

“maioria” de determinada região ou grupo, por

deslize, o material exibido exclui subitamente a

identidade de muitos outros que ali não se sentem

representados. A consequência desta não

representatividade é um aluno que não se identifica

no material didático, desestimulado ao seu uso, e ao

mesmo tempo, se sentindo inferior a outras culturas,

talvez bem mais apresentadas na ferramenta de

ensino proposta, consequentemente seu sentimento

é de exclusão e de não pertencente aquela

“realidade”. Entre as principais bases teóricas que

sustentam este trabalho estão Rajagopalan (2003),

levantando a questão sobre o poder de designação,

linguagem, identidade e a questão ética, e Moita

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Lopes (1996) sobre construção social de significados

no ensino de línguas.

Léxico e cultura: considerações acerca do livro

didático High Up

Tânia Regina Mendonça (UFG/RC)

Kênia Mara de Freitas Siqueira

(Orientadora – UFG/RC)

Analisar o manual didático de inglês intitulado High

Up, dos autores Reinildes Dias; Leina Juca; Raquel

Faria, adotado pelo Ministério da Educação (FNDE),

recomendado para o Ensino Médio; no que se refere

ao tratamento dado ao léxico nesse material didático

a fim de caracterizar a proposta teórica dos autores

para os textos, as atividades e outras seções do livro

que tratem do léxico considerando suas inúmeras

especificidades. Verificar e dimensionar o espaço

destinado ao léxico dentro da proposta do livro

destinado ao ensino de inglês. Apontar

características da cultura inglesa, enfatizando o léxico

no uso do livro didático. Cabe a esta seção um

direcionamento dos procedimentos metodológicos a

serem utilizados para selecionar os dados,

sistematizá-los numa sequência específica em

consonância com o corpus de análise que se

pretende investigar e com tipo de aporte teórico que

fundamenta a construção desse corpus. Para tanto,

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buscar-se-á um método que coadune teoria,

contexto e perguntas de pesquisa. Nessa direção,

deve-se enfatizar que se trata de um estudo de

cunho etnográfico e abordagem qualitativa com

interpretação dos dados de acordo com os aportes

teóricos pertinentes tanto à lexicologia como às

concepções de ensino de língua estrangeira. Espera-

se reafirmar que o léxico, em sua inerente

complexidade é um legado, mas não uma herança

estática, posto estar em contínua variação e

mudança. Espera-se que este estudo possa elucidar

muito da maneira como os falantes significam e

designam tudo esse estado de coisas, principalmente

em relação ao comportamento dos alunos de escola

pública face às inúmeras possibilidades de dizer as

coisas do mundo. Evidentemente, o estudo parte

inicialmente do levantamento bibliográfico, baseado

em autores como Biderman (1981); Duranti (2000);

Filstead (1979); Lewis (1993) e Zavaglia (2006).

Campos lexicais em registros de óbitos goianos

setecentistas

Vanessa Regina Duarte Xavier (UFG/REJ)

A presente investigação tem por objetivo central

analisar os campos lexicais no Livro de Óbitos 01, da

Matriz de Santa Luzia, atual cidade de Luziânia-Goiás.

A primeira etapa da pesquisa consistiu no estudo

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filológico dos documentos, datados de 1786 a 1789,

seguindo-se os critérios de edição semidiplomática

(MEGALE; TOLEDO NETO, 2005). Constituído o

corpus da pesquisa, realizou-se o inventário do léxico

correlacionado aos ritos fúnebres. A opção pela

organização estrutural do léxico via campos lexicais

assentou-se no pressuposto de que o léxico das

línguas naturais constitui um todo articulado por

relações semânticas, tais como de

hiponímia/hiperonímia, sinonímia, antonímia,

homonímia etc. Nessa perspectiva, as lexias crioulo,

mulato, cabra, pardo, branco, preto, negro,

mamalucado e brancos de terra são co-hipônimas

entre si e têm como hiperônimo o arquilexema

qualidade, conceito preconizado por Paiva (2014),

que considera os termos casta, raça, nação, cor e

condição inadequados para indicar tal categoria.

Para além deste campo, podem-se mencionar, ainda,

os campos ritos fúnebres, sacramentos, locais de

sepultamento, nações africanas, faixa etária,

condição social, parentesco, estado civil,

eclesiásticos, mortalha e objetos fúnebres. A

estruturação do léxico em campos teve como

aparato teórico-metodológico expoentes da

Semântica Estrutural como Coseriu (1977) e Geckeler

(1976). Estabelecidos os campos, foi realizada a sua

análise, em estreita conexão com a conjuntura

sociocultural da região. Assim, explorou-se o léxico

pela sua relação com o extralinguístico, vale dizer,

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como instrumento de categorização e denominação

do real, que sofre, em parte, influências do ambiente

físico e social em que é empregado (SAPIR, 1961).

Com base nessa premissa, a análise revela como se

caracterizavam os ritos fúnebres das pessoas de

diferentes qualidades e como as circunstâncias da

morte poderiam impedir que alguns destes se

realizassem.

Estudo do léxico em classe hospitalar

Wânia Elias Vieira de Oliveira (UFU)

Adriana Cristina Cristianini (UFU)

Este trabalho de pesquisa-ação pretende

desenvolver um aplicativo para a mediação da

aprendizagem em Língua Portuguesa: ensino das

variações diatópicas de aspecto semântico-lexical em

classe hospitalar. Neste ambiente diferenciado de

uma sala de aula regular há encontros de educandos

de variadas séries, diferentes faixas etárias e de

lugares distintos. O trabalho pedagógico em classe

hospitalar requer meios capazes de promover

aprendizagens significativas e também que a

produção desse conhecimento, seja de fato, útil para

a formação do sujeito. Com um olhar voltado para as

variações dos itens lexicais das partes do corpo

humano queremos propor estratégias de ensino e de

aprendizagem em variação linguística, por meio de

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aplicativo tecnológico, que seja capaz de despertar

no educando que se encontra em estado especial de

saúde, o prazer em prosseguir com os seus estudos.

Buscamos para alicerçar a nossa pesquisa os estudos

desenvolvidos por Labov, Coseriu, Bagno, Faraco,

Bortoni-Ricardo, Mussalin, Tarallo, Preti, Cristianini,

dentre outros. Selecionamos para a nossa pesquisa-

ação duas classes hospitalares buscando conhecer as

variações utilizadas pelos educandos: uma classe

composta por adolescentes de uma Quimioterapia e,

a outra, formada por idosos da Educação de Jovens

e Adultos (EJA) em um hospital afastado do centro

da cidade; todos do Ensino Fundamental.

Desenvolvemos planejamentos com atividades

pedagógicas utilizando a leitura e a escrita, imagens

e objetos, livros, vídeos e músicas sobre variações

linguísticas. Durante as mediações de aprendizagem

coletamos o corpus dos itens lexicais referentes às

partes do corpo humano que serão utilizados para

compor o acervo do aplicativo. O aplicativo, em fase

de desenvolvimento, apresentará a imagem do corpo

humano sensível ao toque com comandos:

Iniciar/Responder, Ajuda e Sair. Quando o educando

selecionar uma determinada parte do corpo humano,

serão elencadas várias possibilidades de variações e

espaço para inserção de outras que comporão um

banco de dados.

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GT 10 – Gênero discursivo/textual e ensino

Play & learn English

Bruna Herlidny Souza de Oliveira (UFAC)

Daryl de Oliveira Abjedid (UFAC)

Maysa Cristina Dourado (UFAC)

Esta comunicação tem por objetivo relatar uma

atividade que está em desenvolvimento em duas

escolas públicas de Ensino Médio em Rio Branco-AC,

por um grupo de 6 bolsistas ligados ao Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência-PIBID,

iniciado em janeiro de 2016 e desenvolvido na

Universidade Federal do Acre-UFAC. O projeto Play

and Learn surgiu como forma de transformar uma

situação atual muito comum quando se trata de

ensino e aprendizagem de língua estrangeira: alunos

desinteressados, desmotivados e totalmente

confusos em meio às regras e traduções de textos.

Este projeto desenvolve atividades que incluem

propostas de ensino de língua inglesa usando jogos

como recurso didático. Segundo

Estévez (1990, p.34), "o jogo relaxa, desinibe e

favorece a participação criativa do aluno, uma

vez que lhe apresenta um contexto real e uma razão

imediata para utilizar o idioma". A partir desse

referencial teórico, procuramos desenvolver jogos

que estimulassem as habilidades de expressão,

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compreensão oral e escrita dos alunos de 1º ano, o

projeto foi executado dentro e fora da sala de aula

com o propósito de fazer com que os alunos

ampliassem seus vocabulários e pudessem fazer o

uso da língua inglesa em uma situação real do seu

cotidiano. Os jogos utilizados foram cooperativos,

nos quais os alunos jogam, com e não contra o outro,

assim o nível de ansiedade é reduzido e todos

aprendem com mais facilidade. Alguns jogos foram

adaptados, outros foram pensados e confeccionados

pelos próprios bolsistas, a partir de material

reciclável.

Let’s go to the movies

Camila de Souza Melo (UFAC)

Maysa Cristina Dourado (UFAC)

Esta comunicação tem por objetivo compartilhar

experiências vivenciadas no Projeto Let’s go to the

movies, desenvolvido por um grupo de bolsistas de

Iniciação à Docência (PIBID) em uma escola pública

de Rio Branco, Acre. O início do projeto se deu pela

necessidade de aulas motivadoras, utilizando o

cinema como ferramenta didático- pedagógica para

o ensino da Língua Inglesa. O projeto foi

desenvolvido em duas turmas do segundo ano do

ensino médio, nas quais os bolsistas apresentaram os

gêneros de filme e a importância do cinema através

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

de slides, com informações sobre o surgimento do

cinema, cultura mundial e demais fases até chegar no

qual conhecemos. Como proposta de atividade, cada

grupo de alunos iria produzir seu próprio trailer,

sendo acompanhados pelos bolsistas quanto ao

roteiro, personagens, figurino e falas. Ao final, os

alunos poderiam usar mais que um gênero e além

disso gravaram e editaram o vídeo em seus próprios

celulares. Como resultado, os alunos gravaram

vídeos de, no máximo, três minutos. Os gêneros mais

escolhidos foram terror e ação. A base teórica

fundamenta-se nas discussões de Assis Peterson

(2008), que fala a respeito de ensino de Língua

estrangeira e de Quaresma (2005) que aborda os

fatores afetivos (como a auto- estima, ansiedade e

motivação) e aprendizagem de línguas. Concluindo,

o projeto fez com que os alunos se sentissem

motivados e livres para criar algo envolvendo a

língua Inglesa de forma lúdica.

Uma proposta para se trabalhar o texto de

opinião na sala de aula

Elisete Maria de Carvalho Mesquita (ILEEL/UFU)

Eliana Dias (ILEEL/UFU)

Maria Cecília de Lima (ILEEL/UFU)

Atualmente, o estudo sobre os gêneros tem

suscitado uma renovação na maneira de desenvolver

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o ensino de Língua Portuguesa nas salas de aula de

todo o país. Diferentes experiências didáticas

descrevem a transposição de vários gêneros para a

sala de aula e a necessidade de aproximar essas

entidades da realidade dos conteúdos propostos

para as aulas de língua materna. Nessa perspectiva,

procura-se cada vez mais dar concretude pedagógica

à concepção de que os gêneros estão vinculados às

diferentes atividades da esfera humana,

constituindo-se como mediadores de diversos

discursos étnicos, culturais e sociais. É como afirma

Bakhtin, “sua riqueza e variedade são infinitas, pois a

multiplicidade virtual da atividade humana é

inesgotável” (BAKHTIN, 1997, p. 279). Na medida em

que os gêneros estão intimamente ligados às mais

variadas mobilizações humanas, cabe à escola e ao

professor protagonizar ações que permitam ao

estudante conhecer a especificidade e a finalidade de

cada gênero, considerando-se as necessidades

enfrentadas no dia-a-dia. Tendo em conta esse

entendimento, nesta comunicação, apresentaremos

uma proposta didática, com base em Bakhtin (1997),

para se trabalhar o gênero texto de opinião em

turmas de 9° anos do Ensino Fundamental. A escolha

desse gênero se deve ao fato de ele discutir um tema

atual de ordem social, econômica, política ou

cultural, relevante para os leitores, valendo-se da

argumentação para analisar, avaliar e responder a

uma questão controversa. Visando a atingir o

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objetivo proposto, apresentaremos e discutiremos

maneiras de se levar o aluno a compreender a

estrutura composicional, o conteúdo temático e o

estilo do texto de opinião, a partir de diferentes

exemplares do gênero.

Gênero textual: o vídeo tutorial como objeto de

ensino

Éllis Márcia Batista Rodrigues (UFU)

Este trabalho tem por tema o gênero textual tutorial,

vídeos publicados em sítios da internet, como

ferramenta e objeto de ensino em aulas Língua

Portuguesa do 6º ano do Ensino Fundamental. O

objetivo deste é descrever o tutorial como um novo

gênero textual advindo das práticas sociais e

demonstrar a sua utilização como objeto de ensino

em sala de aula. O aporte teórico que sustenta este

estudo é BAKHTIN (1997), DOLS; NOVERRAZ;

SCHNEUWLY (2004), VIAN JR; LIMA-LOPES (2005),

BRONCKART (1999, 2006), VYGOTSKY (2007),

GONÇALVES (2007), GONCALVES; SAITO;

NASCIMENTO (2010), SOUZA; SILVEIRA (2014) e

GONÇALVES; FERRAZ (2014). Apresentamos uma

proposta de ensino-aprendizagem da língua

embasada no Interacionismo Sociodiscursivo. Por

meio de análise de exemplares recolhidos em sítios

da internet, esse texto torna-se modelo didático, a

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partir do qual foram montadas as atividades que

contemplam as três capacidades de linguagem (ação,

discursiva e linguístico-discursiva). Essas atividades

cumprem o papel de proporcionar ao aluno uma

ferramenta de observação das práticas sociais da

sociedade em que está inserido e tornar o sujeito um

produtor/autor ativo de mais um gênero textual.

Oralidade na sala de aula: uma proposta didática

com os gêneros notícia e entrevista radiofônicas

Fátima Melo (UFU)

O objetivo desta comunicação é apresentar algumas

reflexões, no que diz respeito às práticas de oralidade

no Ensino Fundamental e apresentar uma proposta

de atividades a ser implementada em uma turma de

sétimo ano em uma escola municipal em Valparaíso

de Goiás, Go. A metodologia utilizada foi a pesquisa

ação. Partindo de estudos que mostram a

necessidade de trabalhos voltados para a

modalidade oral da língua, foi elaborada uma

proposta didática com os gêneros notícia e entrevista

de rádio, que inclui atividades orais com a finalidade

de ampliar o desempenho comunicativo e linguístico

dos alunos, bem como promover um maior

envolvimento deles na disciplina de Língua

Portuguesa.

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Uma proposta didática com base nos Parâmetros

Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa

(PCNLP) e no Conteúdo Básico Comum (CBC)

Maria Cecília de Lima (ILEEL/UFU)

Elisete Maria de Carvalho Mesquita (ILEEL/UFU)

Eliana Dias (ILEEL/UFU)

Vários autores, muitos deles seguidores das ideias

iniciais de Bakhtin (1997), vêm se debruçando sobre

os gêneros. Dolz e Schneuwly (2004), por exemplo,

afirmam que os gêneros são instrumentos que

fundam a possibilidade de comunicação. Fairclough

(2003, p. 65), por sua vez, explica que os gêneros

“são aspectos especificamente discursivos de formas

de agir e interagir no curso dos eventos sociais”.

Entendendo que os gêneros discursivos podem ser

estudados sob diferentes vertentes teóricas, nesta

comunicação, temos como objetivo sugerir uma

proposta didática para se trabalhar o gênero editorial

na sala de aula, tendo como subsídio teórico e

metodológico os PCNLP (BRASIL, 1998) e o CBC

(BRASIL, 2005). Para além desse objetivo,

pretendemos: i) ampliar a discussão sobre a prática

do ensino de gêneros, uma vez que reconhecemos

que dominá-los é um modo de construção da

cidadania (BRASIL, 1987); ii) contribuir com a

ampliação de possibilidade de trabalho com

propostas diversas de professores de Língua

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Portuguesa. Se há consenso de que os gêneros

precisam ser trabalhados na escola, para que a

competência discursiva do estudante seja ampliada,

muitos professores ainda buscam por propostas,

uma vez que a mudança de paradigma de ensino não

se dá repentinamente. Desse modo, o trabalho, a ser

exposto neste Grupo de Trabalho (GT) pode ser

ampliado, modificado, criticado por outros docentes,

o que contribuirá mais efetivamente com a prática

docente relacionada ao ensino de gêneros.

Gênero post: uma proposta de trabalho com a

leitura em sala de aula

Valdete Aparecida Borges Andrade (UFU)

Os gêneros do discurso estão ligados ao uso da

linguagem e, consequentemente, a diferentes

práticas sociais. Por fazerem parte dessas práticas,

torna-se imprescindível que os indivíduos saibam

reconhecer e produzir gêneros de diferentes esferas

discursivas, para aumentar o seu nível de letramento

e, com isso, realizar com mais êxito a comunicação.

Sendo assim, a escola deve cumprir seu papel e

desenvolver, nas aulas de Língua Portuguesa, o

trabalho com essas entidades, dando possiblidade

aos alunos de dominar os diferentes gêneros

pertencentes não só a sua esfera discursiva, mas

também a outras. Considerando esse argumento e as

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orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais,

desde sua primeira edição, objetivamos apresentar

uma proposta de trabalho de leitura em sala de aula

com o gênero do humor Post, o qual tem circulado

nos meios digitais, mais especificamente no

Facebook e no Whatsapp. A escolha desse gênero se

deve pelo fato de, por ser da esfera humorística, ser

de grande interesse da maioria das pessoas e por

revelar aspectos importantes da sociedade como,

por exemplo, ações discriminatórias e ideologias

subjacentes. Esta comunicação tem como base a

proposta metodológica das sequências didáticas de

Dolz e Schenewly (2011), tendo como público-alvo os

alunos da rede pública do ensino fundamental.

Entendemos que a atividade da leitura vai além das

obrigações curriculares, sendo assim, nesta

comunicação apontamos para caminhos que levam o

aluno a conhecer o funcionamento da língua e da

sociedade, para que, com isso, sejam capazes de

fazer uma leitura crítica dos diferentes gêneros que

circulam na sociedade.

Uma proposta de trabalho com o gênero oral

relato de experiência vivida de educandos de

classe hospitalar a partir da perspectiva

bakhtiniana e da pedagogia culturalmente

sensível

Wânia Elias Vieira de Oliveira (UFU)

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Este trabalho tem como objetivo apresentar uma

proposta de trabalho com o gênero oral relato de

experiência vivida com base na perspectiva de

Bakhtin por meio da abordagem sociodiscursiva de

gênero. A proposta envolve educandos idosos da

Educação de Jovens e Adultos (EJA) de classe

hospitalar que reúne na mesma turma etapas

diferenciadas, configurando assim uma sala

multisseriada. Para isso, apoiamo-nos, além dos

estudos bakhtinianos, em estudos sobre a oralidade

e sobre a pedagogia culturalmente sensível.

Buscamos contribuições em Bakhtin (2003), Jubran

(2006), Cyranka (2015) e Erickson (1987). Em classe

hospitalar esse trabalho é positivo para a inserção

social do sujeito como falante legítimo e agente

transformador de sua realidade. O entrelaçamento

dos aspectos estudados considerando o sujeito, as

práticas sociais nos diferentes espaços de

aprendizagem e a formação para a cidadania numa

perspectiva da educação inclusiva contribuem

sobremaneira para validar e legitimar as variedades

utilizadas pelos sujeitos no seu dia-a-dia, além de

resgatar a autoestima do educando de classe

hospitalar.

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GT 11 – Aplicações da Linguística Sistêmico-

Funcional: Ensino, Discurso e Tecnologia

A produção escrita no Enem e no PISA

Alessandro Borges Tatagiba

(Inep/MEC – SEEDF – UnB)

Edna Cristina Muniz da Silva (UnB)

Na educação básica, a escrita se destaca por

evidenciar contradições e diferenças sociais. A

produção escrita no Exame Nacional do Ensino

Médio (Enem) e no Programa Internacional de

Avaliação de Estudantes (Pisa) chama a atenção da

sociedade e de pesquisadores devido à relevância

que estes instrumentos possuem. Hoje, o Enem

revela-se como um passaporte para programas de

inclusão social, como o Programa Universidade para

Todos (Prouni) e o Sistema de Seleção Unificada para

Universidades (SISU). Por sua vez, no Pisa, a produção

escrita dos estudantes ainda não foi estudada,

sobretudo do ponto de vista linguístico. Nesse

sentido, este trabalho tem por objetivo investigar os

gêneros relacionados às propostas de produção

escrita do Enem e do Pisa. Com o aporte teórico e

metodológico de análise da Linguística Sistêmico-

Funcional, o presente trabalho de natureza

qualitativa interpretativista debruça-se sobre as

seguintes questões: como o Sistema da

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Transitividade revela as representações de mundo

nas propostas de produção escrita no Enem e no

Pisa? E, por conseguinte, qual a relação entre essas

representações e as contradições e diferenças sociais

evidenciadas nas produções textuais? Para dar conta

dessa questão, a pesquisa em andamento constituiu

como corpus analítico exemplos de propostas de

redação do Enem e do Pisa. Os dados analisados

provêm de exemplos de propostas de redação. A

base teórica parte dos trabalhos de Halliday e

Matthiessen (1999, 2014), Fuzer e Cabral (2014),

Muniz da Silva (2013,2015), Tatagiba (2004,2013).

Dado que a produção escrita na educação básica

ainda carece de maior atenção e pesquisas, os

resultados trazem à tona uma melhor compreensão

sobre as diferentes propostas de redação voltadas

para a educação básica.

Os processos mentais em Grande Sertão: Veredas

- uma análise descritiva sob a ótica da linguística

de corpus e sistêmico-funcional

Ana Paula Corrêa Pimenta (UFU)

O presente trabalho foi desenvolvido durante a

disciplina “Tópicos em Estudos Analítico-Descritivos

2: Estudos Descritivos e Linguística de Corpus” sob a

orientação do Prof. Dr. Ariel Novodvorski, no âmbito

do Programa de Pós-graduação de Doutorado em

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Estudos Linguísticos (PPGEL) da Universidade Federal

de Uberlândia. Este propõe uma análise descritiva

dos processos mentais mais recorrentes na obra

Grande Sertão: Veredas (1994) de João Guimarães

Rosa, com base nos pressupostos da Linguística de

Corpus e Sistêmico-Funcional. Para tanto,

fundamenta-se teoricamente em Perini (2008) para a

discussão acerca da Gramática descritiva; em Halliday

e Matthiessen (2014) sobre a Gramática sistêmico-

Funcional; e em Berber Sardinha (2004, 2009) a

respeito da Linguística de Corpus. A escolha desta

obra como corpus de análise se deve por sua

relevância na literatura brasileira e por sua riqueza

linguística, já que Guimarães procurou fixar no plano

literário a geografia física e humana do seu estado

natal, isto é, a vida rural no interior de Minas Gerais,

demonstrando os aspectos históricos, políticos,

socioculturais e, especialmente, linguísticos.

Portanto, pode-se afirmar que o repertório lexical do

corpus está assentado nos interesses da pesquisa,

pois oferece profuso vocabulário com termos e

expressões arraigadas de sentimentos, desejos, e

emoções vivenciadas não só pelo autor, ora narrador,

como também pelos personagens, sertanejos

oprimidos pela seca, pela rusticidade e precariedade

do sertão. Deste modo, os procedimentos da análise

envolvem não só um estudo do estrato léxico-

gramatical dos itens em questão, como também do

estrato semântico, o que propicia uma compreensão

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mais abrangente dos fenômenos estudados. Os

resultados deste estudo ressaltam a importância de

se considerar os elementos linguísticos como parte

preponderante da história e da cultura de um povo,

bem como a relevância de se evidenciar a

considerável contribuição que a Linguística de

Corpus tem trazido para os estudos linguísticos

(especialmente, com corpus literário) no Brasil.

A contribuição dos blogs não institucionais para

o ensino-aprendizagem de língua portuguesa

Carlos Henrique Alves Vieira (UFG/RC)

Esta comunicação tem como objetivo central a

apresentação de dados quali-quantitativos da minha

pesquisa de mestrado em andamento sobre os blogs

não institucionais para o ensino de português. As

propostas de ensino de conteúdos educativos

institucionais se popularizaram consideravelmente

nos últimos tempos em ambientes extraclasse,

sobretudo na internet. O assunto é muito recorrente

nas teorizações e pesquisas sobre internet e ensino,

como em Moran (2011), e os blogs são

invariavelmente citados pelos especialistas por se

tratarem de um tipo de gênero digital e serem

consideradas fontes mais fidedignas de pesquisa

(VILAÇA E ARAÚJO, 2015). A pesquisa de mestrado

em andamento tem como objeto um estudo de

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avaliatividade, Martin e White (2005), em blogs não

institucionais para o ensino de português, mais

especificamente focada nos comentários avaliativos

do público. A escolha desses tipos de blogs se deve

necessariamente ao fato dessa modalidade de

gênero digital ser mais explorada na sua categoria

institucional. A finalidade, portanto, é entender

como funciona o processo de ensino-aprendizagem

nesses canais interativos por meio da avaliação do

seu público. Para realizar tal estudo, foram

identificados, categorizados e interpretados os vários

tipos de avaliação contidos nos comentários dos

participantes. Nesta comunicação, serão

apresentados e discutidos alguns dados da pesquisa

que indicam vantagens no uso dos blogs educativos

não institucionais para o estudo de língua materna.

Os Elementos léxico-gramaticais de Narrativas

de Aprendizes de Língua Inglesa: Uma Análise

Sistêmico – Funcional

Drielly Camila Sales (UFG/RC)

A presente pesquisa se insere no campo da

Linguística Aplicada e é fruto do Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC)

da Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão.

Ela tem por objetivo compreender como os

elementos avaliativos se apresentam nas narrativas

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de aprendizes a fim de entender como eles

expressam o seu processo de aprendizagem da

língua inglesa analisados pela Linguística Sistêmico-

Funcional com o foco no Sistema de Avaliatividade e

na Metafunção Interpessoal. Foi utilizado desse

Sistema apenas o Subsistema Atitude, e é no campo

da atitude, a partir de uma avaliação relacionada aos

três outros sistemas básicos de sentimento: afeto,

julgamento e apreciação. Esta pesquisa utilizou-se de

dados quantitativos para a análise dos resultados. O

corpus é composto por 30 narrativas de

aprendizagem de estudantes de Língua inglesa, que

foram coletadas por pesquisadores interessados em

investigar o processo de ensino e aprendizagem

dessa língua. Foram retiradas no banco de dados do

projeto AMFALE executado pela Universidade

Federal de Minas Gerais, as narrativas são de

aprendizes de Língua Inglesa de faixa etária que varia

entre 18 a 45 anos de ambos os sexos. A pesquisa

mostrou uma reflexão acerca das políticas de línguas

voltadas para o ensino de Língua Inglesa, na qual

apresentou estratégias eficazes para o processo de

aprendizagem deste idioma. Essas narrativas podem

ser consideradas como instrumento de estudo tanto

na pesquisa como no ensino, ela apresentou

mudanças na maneira como as pessoas

compreendem a si próprias e as outras no que se

refere à aprendizagem de uma língua estrangeira.

Além do estudo sobre o gênero narrativas, obteve-se

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um conhecimento teórico e metodológico da

Gramática Sistêmico-Funcional, mais

especificamente o Sistema de Avaliatividade.

A representação das etnias não ocidentais no

livro didático

Fabiana Aparecida de Assis (UnB)

A reflexão sobre o livro didático é um tema de grande

relevância no Brasil visto que se trata de um

importante instrumento de estudo e pesquisa para

os alunos, senão o único, em inúmeras escolas da

federação. Desde 1997, ocorre a avaliação dos livros

didáticos, com critérios estabelecidos pelo Ministério

da Educação, em edital; análise feita por especialistas

de instituições de ensino e divulgação dos resultados

no Guia de Livros Didáticos, cuja proposta é orientar

as escolhas dos professores. Apesar de todo esse

processo, ainda há livros com problemas conceituais,

há gêneros textuais e não textuais pouco explorados,

entre outros. Assim, com base no Sistema de Modo

da Linguística Sistêmico Funcional (Halliday, 1994;

Halliday & Mathiessen, 2004, 2013; Eggins, 2004) e

estudos relacionados aos gêneros (Martin & Rose

2008; 2012), pretende-se investigar o uso de

categorias relacionadas a modo e resíduo presentes

em alguns textos que tratam de etnias não ocidentais

e que compõem um livro didático de Geografia do 9º

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ano do ensino fundamental. Tais categorias de

análise constituem a metafunção interpessoal, que

enfoca como as relações sociais se estabelecem por

meio da linguagem, ou seja, como ela materializa a

forma como as relações se dão, como emissores e

receptores interagem, como são feitas propostas

(trocas de bens ou serviços) e proposições (trocas de

informações). Como resultados preliminares,

observou-se uma relação de poder entre o produtor

do livro e o leitor, pois informações são ofertadas aos

leitores dos textos e tarefas são demandadas. Mas

essa relação é desigual, visto que o leitor não pode

questionar informações junto ao produtor e, no caso

do tema etnias não ocidentais, percebe-se ainda a

propagação de ideias estereotipadas.

O sistema de atitude no vlog "Clube do livro":

uma análise sistêmico-funcional

Fernanda Gurgel Prefeito (UFG/RC)

Fabíola Aparecida Sartin Dutra Parreira Almeida

(Orientadora – PMEL - UFG/RC)

Esse estudo está inserido no projeto Avaliatividade,

Discurso e Ensino desenvolvido na Universidade

Federal de Goiás – Regional Catalão, e tem como

objetivo apresentar uma amostra de análise dos

elementos léxico-gramaticais avaliativos presentes

nos comentários do blog “Clube do Livro”. O gênero

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digital escolhido foi o vlog por ser um meio de fácil

acesso e de rápido de disseminação de informações

que, por sinal, podem ser variadas, pois o autor é

independente em sua produção e sem censura,

podem ser criados por qualquer pessoa que

possuem algo para contar. Este blog é um dos

espaços da Revista Capricho destinado a jovens

proporcionando um momento de encontro entre

pessoas interessadas em conhecer o conteúdo de

algum livro e também participar das discussões,

críticas e opiniões. Neste espaço interativo da revista

online há comentários sobre resenhas de livros,

nacionais e internacionais, visando despertar o

interesse do jovem para a leitura. O blog era

gerenciado por Thiago Theodoro, o editor da revista

e ex-autor do blog. Cabe destacar que a revista é

direcionada ao público adolescente que, por sua vez,

trata de diversos assuntos de forma clara e informal,

tornando-se fácil a comunicação por texto escrito e

vídeos. E nesse enfoque que enquadra-se este

estudo, foi realizada uma análise dos registros

escritos dos blogs, e também da transcrição dos

vídeos postados pelo autor ao descrever o livro.

Trata-se de resenhas de livros lançados na atualidade

e apresentadas semanalmente. São destacadas as

categorias de atitude (afeto, julgamento e

apreciação) presentes nessas resenhas, tanto nos

escritos como nos videos. Para tanto, esta pesquisa

fundamenta-se teoricamente nos pressupostos

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teórico-metodológicos da Linguística Sistêmico-

Funcional (Halliday, 1994/2004), com o foco no

sistema de avaliatividade -Appraisal System- (Martin

e White, 2005), mais especificamente o subsistema

de atitude. O sistema de Avaliatividade contempla os

significados interpessoais utilizados pelos

falantes/escritores para negociar emoções,

julgamentos e avaliações, sob três domínios

interacionais, ou subsistemas: Atitude (Attitude),

Engajamento (Engagement) e Graduação

(Graduation). A expressão de atitude, que foi

explorada neste trabalho, não é apenas um

comentário sobre o mundo e sim uma postura

interpessoal do falante/escritor cujo objetivo é obter

uma resposta de solidariedade do seu interlocutor

(Martin, 2000). Os resultados apontam para a

utilização de nominalizações e processos mentais de

afeto e atitude que instigam a curiosidade e o

interesse pela leitura dos livros apresentados pelo

blogueiro, devido a atitude positiva de Thiago

perante os livros.

A estrutura do gênero argumentativo para a LSF

Gláucia Cristina Maia Rega Serra (UnB)

As pesquisas feitas em consonância com a Linguística

Sistêmico-Funcional trabalham com a linguagem

entendendo que sua construção possui propósitos

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sociais (função) e depende de escolhas (sistema)

léxico-gramaticais por parte de quem a utiliza, para

criarem significados. Os gêneros, nessa perspectiva

sistêmica, são a materialização reconhecida de

práticas (intenções) discursivas. O Brasil orienta, em

documentos oficiais, como os Parâmetros

Curriculares Nacionais (PCNs), o ensino por meio dos

gêneros, para que alunos considerem as

especificidades das situações de comunicação por

meios dos gêneros nos quais os discursos se

organizam e sejam capazes de produzi-los. A Escola

de Sidney propõe teoria e metodologia para o ensino

de gênero nas escolas. A teoria estabelece três

propósitos comunicativos dos gêneros: envolver,

informar e avaliar (Rose e Martin). Quanto à

metodologia, o primeiro passo é a investigação, por

meio de mapeamento, de textos de diversos gêneros

na Austrália (Martin e Rose), dividindo-os em etapas

e fases. A partir disso, seguem-se os momentos em

que os alunos se deparam com os textos,

compreendendo sua constituição para posteriores

produções conjunta (professor e alunos) e individual.

Para aplicação dessa pedagogia no Brasil, entende-

se que há de se investigar as configurações dos

diversos gêneros existentes no país, por meio de

mapeamento, observando-se as etapas e fases

encontradas. Propõe-se, assim, para essa verificação,

a análise de texto escrito “em” e “sobre” o contexto

brasileiro, por autor do país. O texto pertence à

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família dos argumentos, que possuem o propósito de

avaliar, e traz apenas um ponto de vista a ser

defendido, sendo chamado de “exposição”. O ponto

de partida da análise será a Metafunção Textual, pela

identificação da progressão textual, o que auxilia a

identificação das etapas e fases do texto.

O emprego da língua materna no ensino da

segunda língua-inglês: uma análise sistêmico-

funcional

Gustavo Ferreira Rodrigues (UFG)

A aquisição de uma segunda língua (L2) não é mais

mero capricho e sim necessidade, visto que a

faculdade em utilizá-la passa a ser inevitável na atual

conjuntura de globalização, a qual enlaça linguística

e culturalmente os povos. Tal aquisição, além de

proporcionar uma realização pessoal, impulsiona o

indivíduo ao cenário mercadológico global,

inteirando-o do mundo que o circunda. Como

retratado por Cook (2001), algumas metodologias

não permitem o emprego da L1, ou qualificam como

aula ideal aquela em que a sua utilização seja a

menor possível. Muitos manuais de ensino encaram

tal atitude como óbvia, tanto que nem fazem menção

à utilização da mesma (L1) ou abordam como

problemas encontrados em sala de aula. Assim,

estudos sobre a influência da utilização de língua

materna como recurso pedagógico em aulas de

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inglês têm sido foco de muitas pesquisas que

envolvem formação de professores. Alguns

pesquisadores defendem e outros criticam por

exemplo o uso de português como recurso para

professores de inglês. Nesse sentido, o presente

trabalho objetiva apresentar discussões e reflexões

de alguns estudiosos da linguagem acerca do uso da

língua materna em aulas de língua estrangeira. Para

tanto, serão selecionadas dissertações e teses que

abordem a utilização da língua materna em aulas de

inglês. Trata-se de uma pesquisa em andamento cujo

corpus será composto por recortes de pesquisas que

ressaltam as opiniões dos autores acerca desse tema.

Para tanto, lançar-se-á mão da Gramática Sistêmico-

Funcional (Halliday, 1994/2004) para realizar a

análise linguística dos recortes dos estudos tendo

como foco o sistema de Avaliatividade (Martin, 1990;

Martin e White, 2005) para destacar as avaliações

realizadas pelos autores das dissertações e teses. Os

dados mostram a utilização de epítetos e atributos e

nominalizações para avaliar o uso da língua materna

em sala de aula de inglês.

"Quando eu soltar a minha voz/ por favor

entenda”: solidariedade e envolvimento no

discurso da História

Kelly Cristina Nunes de Oliveira (UnB)

Edna Cristina Muniz da Silva (UnB)

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Os Parâmetros Curriculares Nacional de História

indicam a necessidade de mecanismos para

interpretação de textos que veiculam informações de

natureza histórica. Dessa forma, a noção de gêneros

precisa orientar as práticas de letramentos no

contexto escolar, uma vez que suas contribuições

sedimentam processos de aprendizagem nas áreas

do conhecimento. Tal implicação aponta para

reflexão relativa às práticas envolvidas na

compreensão desta ordem do discurso. Nesse

contexto, este trabalho visa aplicar os pressupostos

oriundos da Linguística Sistêmico-Funcional

aplicados à teoria de 'Escola de Sydney’ por meio da

análise de categorias do subsistema de engajamento

e de classificação de vozes textuais relacionadas ao

sistema de avaliatividade a fim de apresentar pistas

de constituição genérica dos textos “O Brasil no

século XXI” e “Novos rumos para o Brasil” de dois

livros de História de 3º ano, adotados no Plano

Nacional de Livro Didático. A análise evidenciará

como elementos da metafunção interpessoal

viabilizam o objetivo sociocomunicativo, as marcas

avaliativas e as etapas do gênero das histórias. Nesse

sentido, a Linguística Sistêmico-Funcional fornece

ferramenta ao mapear escolhas léxico-gramaticais

presentes nos textos, uma vez que a linguagem é

concebida como um sistema semiótico em que o

falante escolhe elementos linguísticos adequados a

cada situação de modo que a relação entre gramática

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e significado pode orientar alunos/as a compreender

o gênero em análise, além de possibilitar a

identificação de diversas vozes em um texto e seu

teor interpretativo no discurso da História.

Blogs de ensino de português para surdos: uma

análise dos elementos avaliativos sob a

perspectiva da gramática sistêmico-funcional

Lucas Floriano de Oliveira (UFG/PMEL)

Fabíola Aparecida Sartin Dutra Parreira Almeida

(UFG/PMEL)

O objetivo desta pesquisa é investigar se a análise da

Gramatica Sistêmico- Funcional nos discursos de

blogs de ensino de português para surdos pode

contribuir ou não no aprendizado de Língua

Portuguesa como Segunda Língua (L2) para os

aprendizes. A pesquisa é do tipo qualitativo-

interpretativa e foram utilizados blogs onde a

Comunidade Surda se comunica através da

linguagem escrita. Segundo Felipe (2001), Moura

(2008), Quadros (1997), Sabanai (2008) e Sacks

(1933), estudos sobre a área da surdez mostraram

que a Língua Brasileira de Sinais - Libras deve ser a

Primeira Língua dos surdos, para poder auxiliá-los no

aprendizado da Língua Portuguesa como L2 ou

segunda língua, na modalidade escrita. Apontaremos

os estudos que focalizam os meios da linguagem

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para através dela analisarmos discursos baseando-

nos em Almeida (2010) que esclarece alguns

aspectos da Gramática Sistêmico-Funcional de

acordo com Halliday (2004). Segundo a autora, a

Avaliatividade é a maneira pela qual os falantes ou

escritores avaliam, ou seja, é um sistema que

evidencia os meios de se avaliar. É nesse contexto

que se enfoca o estudo dos blogs de ensino de

português para surdos, que através dos discursos dos

participantes encontrados nos posts do blog, serão

analisados os comentários presentes através do

Sistema de Avaliatividade para investigar as

facilidades ou dificuldades encontradas no ensino de

português para surdos. Os dados foram coletados

em 03 três blogs em que os participantes postaram

suas opiniões sobre o ensino de português para

surdos e que apontam para uma ocorrência da

categoria de afeto nas avaliações dos comentaristas.

Trata-se de uma pesquisa de mestrado em

andamento em que as análises preliminares indicam

a importância e os benefícios em se aprender a

Língua Portuguesa como Segunda Língua.

Descrição das etapas e fases de narrativas – um

gênero da família das estórias – para o ensino da

leitura e da escrita

Rosana Muniz Soares (UnB)

Edna Cristina Muniz da Silva (UnB)

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

Neste trabalho buscamos conceituar brevemente o

gênero textual nas perspectivas da Escola Norte-

americana (Nova Retórica), Escola de Genebra e a

Escola Australiana (Escola de Sidney) para ancorar

nossos estudos em conformidade com a teoria de

gêneros da Escola de Sydney, que está balizada nos

pressupostos da Linguística Sistêmico-Funcional, na

qual gêneros caracterizam-se por uma configuração

linguística de significados recorrentes no uso da

linguagem, isto é, apresentam etapas que orientam

linguisticamente propósitos sociocomunicativos do

texto e das escolhas estruturais que tais propósitos

potencializam. Como referencial teórico, em nosso

estudo, temos como suporte a pedagogia de gêneros

da Escola de Sydney de Martin; Rose (2008) e Rose

(2014). Para uma amostra inicial de análise,

descrevemos e analisamos, de acordo com a teoria

de gêneros da Escola de Sydney, as etapas e fases de

seis contos, assim nomeados pelo livro didático em

análise, das três séries do Ensino Médio,

pertencentes ao gênero da família das estórias,

selecionados na Coleção do livro didático de Língua

Portuguesa “Português: Linguagens” de William

Cereja e Thereza Magalhães, Ensino Médio, PNLD

2015. Os dados apresentados nos direcionam à

conclusão de que os contos aqui trabalhados nem

sempre se estruturam, prototipicamente, segundo a

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

teoria de gêneros da Escola de Sydney, como

narrativas.

Sessões de Debate do SEPMEL

A construção do sujeito discursivo Dorian Gray

em “O retrato de Dorian Gray”

Aline Silvério de Freitas (PMEL/UFG-RC)

Orientadora:

Profa. Dra. Karina Luiza de Freitas Assunção

(PMEL/UFG-RC)

No trabalho em questão, analisaremos como a

relação com a morte afeta a constituição do sujeito-

discursivo Dorian Gray, visto que, as micro relações

de poder, como nomeia Foucault, não podem ser

descartadas neste estudo, pois para a construção da

subjetividade do sujeito-discursivo Dorian Gray,

devemos considerar a sua relação com o (os) outro

(os), também as condições de produção que

permeiam o discurso e a construção histórica,

identitária que perpassam a memória discursiva do

sujeito. Dentre a vasta área de pesquisa Estudos da

Linguagem, trabalharemos com a Análise do

Discurso (AD) de linha francesa, com ênfase no

estudo baseado nas obras de Foucault sobre

subjetividade e poder. Utilizaremos como nosso

corpus de análise o romance de O retrato de Dorian

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

Gray (1988). De modo que, analisaremos a

construção do sujeito discursivo Dorian Gray e os

seus enfrentamentos em relação com a morte, pois

esta aparece de forma bastante latente no romance

e influi diretamente na constituição de Dorian. Ao

pensar que fatores das convenções sociais também

afetam diretamente os sujeitos que fazem parte

destas, o sujeito-personagem Dorian Gray é passivo

de apreciação neste trabalho, pois o sujeito

discursivo é construído a partir da história, memória,

ideologias e produção de sentidos.

Novas leituras, histórias de outrora: transposição

de obras clássicas para o gênero Graphic Novel

Camila Santin Calçada Silva (PMEL/UFG-RC)

Orientadora:

Profa. Dra. Silvana Augusta Barbosa Carrijo

(PMEL/UFG-RC)

A transposição de Clássicos Literários para os

quadrinhos não é um processo recente, mera vítima

do mercado editorial, a mesma surgiu no início do

século XX e vem se consolidando como uma nova

possibilidade de leitura que emerge de obras que

ainda não esvaziaram todos seus significados para

novos públicos leitores. Para Gazy Andraus (2006) os

quadrinhos são prazerosos para o leitor pois

resgatam um lado intuitivo do mesmo. Segundo

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

Eisner (1999) e McCloud (2005) o ser humano busca

sempre identificar-se através do pictórico, acessando

assim, com mais facilidade suas próprias

experiências. Para Gazy (2006) há ainda mais um fator

que auxilia esta maior identificação na leitura do

gênero quadrinhos que esta ligada diretamente a

forma como os mesmos são acessados pelo leitor no

córtex cerebral, pois como comprova o estudioso, ao

lermos neste gênero acessamos os hemisférios

direito e esquerdo assim o que parece uma mera

simplificação de leitura é na verdade um trabalho

mais expressivo deste órgão. Desta forma como

afirma Pina (2012) e Vergueiro (2007) o gênero

quadrinhos, neste estudo mais especificamente as

graphic novels, por sua ludicidade, hibridismo e

apelo popular tendem a ser um ótimo veículo para

o ensino-aprendizagem. O presente trabalho tem

assim como perspectiva estudar o processo

transposicional de alguns clássicos literários

selecionados pelo Programa Nacional Biblioteca na

Escola (PNBE), por compreender que o mesmo tem

perspectivas claras para seleção de obras literárias,

observando como o gênero possibilita uma dupla

formação leitora, tão necessária para a constituição

do ser humano. Abordaremos, ainda, o modo como

estas transposições são realizadas, suas alternâncias

e permanências. A metodologia utilizada neste

trabalho será a pesquisa bibliográfica de aportes

teóricos da área.

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A identidade do professor de inglês na Educação

Básica: um estudo sistêmico-funcional

Hilda Braz Silva Sousa (PMEL/UFG-RC)

Orientadora:

Profa. Dra. Fabíola Ap. Sartin Dutra Parreira Almeida

(PMEL/UFG-RC)

Esta pesquisa, no âmbito dos estudos da Gramática

Sistêmico-Funcional, objetiva compreender a

identidade do professor de Inglês da Rede Estadual

de Ensino em Goiânia. Para tanto, serão realizadas

entrevistas com cinco professores de diferentes

escolas de ensino médio no primeiro semestre de

2017. Ambiciona-se que informações obtidas,

através de entrevistas, representem a identidade do

professor a partir da linguagem por ele utilizada, bem

como, essa identidade reflete em sua prática

docente. Pontuamos que o professor de inglês tem

sua identidade atrelada à docência, portanto, ao

ensinar revela sua identidade. Destarte, a dificuldade

que este professor tem para ensinar pode estar

relacionada à falta de identificação com o seu fazer

docente/pedagógico, acarretando uma identidade

frágil, fazendo com que o mesmo não se sinta

motivado para as aulas. A base de análise de dados

deste projeto se fundamenta seguindo os

pressupostos da teoria Sistêmico-Funcional

(HALLYDAY: 2014), que fornece ferramentas para

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

olhar os dados a partir do contexto em relação com

a materialidade linguística. Assim, objetiva-se

contribuir para os estudos de formação de

professores de línguas por meio da investigação da

identidade do professor de inglês da rede pública de

ensino no estado de Goiás. Proponho ainda uma

pesquisa mista, que seja qualiquantitativa por ser rica

em detalhes e oferecer novas interpretações. Para

Zoltän, esses “métodos de mistura têm grande

potencial na maior parte dos contextos de

investigação” (ZOLTÄN: 2007, p. 30). A partir dos

resultados obtidos com este projeto de pesquisa,

espero fornecer subsídios à prática pedagógica de

professores de Língua Inglesa da rede pública de

ensino regular, pois o olhar crítico sobre a identidade

docente traduz em um momento reflexivo da vida

profissional tão necessário ao empreendimento de

novos desafios e mudanças que ressignifiquem o

processo de ensino/aprendizagem de línguas.

A identidade linguística brasileira em conflito

com o português europeu: a variação léxico-

cultural.

Ivonete da Silva Santos (PMEL/UFG-RC)

Orientador:

Prof. Dr. Alexandre António Timbane

(PMEL/UFG-RC)

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

Este projeto visa estudar o comportamento

linguístico dos estudantes, goianos, participantes do

Programa de Licenciaturas Internacionais 2012, 2013

e 2014, na cidade de Coimbra em Portugal. A

pesquisa pretende compreender os choques

linguístico-culturais desses estudantes quando saem

do contexto do português brasileiro e são

submetidos ao contexto português europeu. Nesta

perspectiva o estudo será exploratório, cujo intuito é

compreender e descrever a relação que se mantém

entre as dimensões língua e cultura brasileira em

contato com as portuguesas, dentro do espaço

europeu e de que forma as mesmas influenciaram na

construção identitária dos inquiridos, levando em

consideração as estratégias adotadas por eles como

meio de representação da identidade linguística de

origem, sendo esta particularmente moldada e

refletida na linguagem que verdadeiramente

assumem. Desta forma, faz-se-a uma leitura da

situação de contato entre os dois grupos linguísticos

evidenciando as aproximações e diferenças da

variação léxico cultural que submergem da situação

vivenciada durante o contato. O cerne desta análise

será sustentado em estudos realizados por Coelho

(2006); Fiorin (2013); Labov (2008); Hall (2003; 2005)

e Jodelet (2005), sobre a tricotomia língua, cultura e

variação e a relação que as mantêm ligadas ao sujeito

no processo de readaptação ou construção da

identidade dentro da visão sociolinguística, e por

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

outros textos que vierem a ser pertinentes ao

enriquecimento do desenvolvimento desta pesquisa.

Bases linguísticas e lexicográficas para a

construção de um dicionário bilíngue

Libras/ELiS-português

Leandro Andrade Fernandes (PMEL/UFG-RC)

Orientadora:

Profa. Dra. Vanessa Regina Duarte Xavier

(PMEL/UFG-RC)

A Língua de Sinais Brasileira (LSB) foi reconhecida há

pouco tempo como língua de expressão e

comunicação das comunidades surdas do Brasil.

Devido ao seu curto período de ascensão e prestígio

social, este é um momento que tem impulsionado

grande desenvolvimento científico na área. Entre

estes estudos podemos destacar as pesquisas

Lexicográficas e Terminológicas, apontando que os

dicionários assim como a gramática, possui objetivos

importantes em nossa sociedade, entre eles o de

legitimar a língua. No campo das línguas de sinais,

diferentes dicionários foram criados, alguns deles

apresentando uma proposta de escrita de sinais,

como Stokoe (1965), e algumas propostas que não

se encontram registradas sob a forma de dicionários,

como o Signwritting (1974) e a ELiS (1998). É sabido

que o corpus da LSB até o momento é em sua

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

maioria constituído por vídeos ou imagens, por ser

de uma modalidade diferente, viso-espacial e por

não ter uma escrita consolidada socialmente e

reconhecida por lei. Este projeto ambiciona a criação

de um corpus da LSB voltado para as terminologias

utilizadas no curso de Letras: Libras, empregando

exclusivamente a modalidade escrita desta língua, a

ser construído a partir de questionários e gravações

em vídeos, que serão aplicados aos docentes do

curso de Letras Libras da Universidade Federal de

Goiás/Regional Goiânia. Para tanto, buscar-se-á

estabelecer as bases teóricas, metodologias e

procedimentos ideais, tanto para a construção de um

corpus linguístico de qualidade em LSB, quanto para

a construção de um dicionário bilíngue LSB/ELiS-

Português.

Escrita psicográfica e autoria: a poesia de além-

túmulo de Augusto dos Anjos

Leonardo Guimarães de Assis (PMEL/UFG-RC)

Orientador:

Prof. Dr. Antônio Fernandes Júnior

(PMEL/UFG-RC)

O Espiritismo chegou ao Brasil no limiar do século XX,

tendo como expoente máximo o médium Chico

Xavier, que se notabilizou pelos 412 livros

materializados por meio da psicografia. Em 1932,

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

vem a lume um dos frutos dessa prolífica produção

literária: a antologia poética Parnaso de além-

túmulo, livro constituído por 259 poemas, que fora

grafado por Chico Xavier, um jovem sem lastro de

ampla cultura, o qual registrou de jato, poesias a lá

manière de 56 gênios de todas as escolas literárias

luso-brasileiras. Esta pesquisa pretende confrontar os

poemas pertencentes ao acervo de Augusto dos

Anjos aos que a ele fora atribuído post-mortem em

Parnaso de além-túmulo, examinando a escrita

psicográfica de Chico Xavier em sua tessitura textual

em âmbito estilístico-discursivo e comparativo, com

vistas a encontrar o sujeito-autor destes últimos.

Proceder-se-á uma pesquisa bibliográfica de cunho

analítico-interpretativo. Para tanto, interpelados pelo

constructo teórico da Análise do Discurso Francesa e

da Teoria Literária, adotar-se-ão os seguintes

procedimentos metodológicos: serão lidos textos

teóricos que tratam de autoria, sujeito,

(inter)discurso, condições de produção,

heterogeneidade, dialogismo, polifonia, estilo,

plágio, palimpsesto e pastiche; conceitos buscados

em Authier-Revuz (1982), Fernandes (2008), Foucault

(1969; 1986; 1992; 2004; 2007), Goldstein (1989),

Orlandi (1988; 2007), Pêcheux (1988; 1990), Possenti

(1993; 2003), Proença (1973) e Schneider (1990); será

feito um levantamento do contexto sócio-histórico e

cultural no qual os livros foram produzidos, bem

como uma avaliação e comparação dos perfis

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

histórico-pessoais e biográficos dos sujeitos

envolvidos nas produções; a releitura de Parnaso de

além-túmulo e de Eu e outras poesias, a fim de serem

selecionados os recortes que, constituir-se-ão

corpora de análise, e os pontos relevantes para este

estudo; leitura de textos críticos sobre as obras em

apreço; análise e a interpretação dos corpora

selecionados, em consonância com as teorias

supracitadas.

A formação de nomes comerciais nas cidades de

Palmas (Tocantins) e de Catalão (Goiás):

questões de identidade linguística e cultural

Maria José Alves (PMEL/UFG-RC)

Orientador:

Prof. Dr. Alexandre António Timbane

(PMEL/UFG-RC)

A presente pesquisa levanta questões sobre a

criatividade lexical na formação de nomes comerciais

nas cidades de Palmas (TO) e Catalão (GO) fato que

se considera normal em todas as línguas se

pensarmos a língua como uma entidade que muda e

varia segundo variáveis linguísticas e

extralinguísticas. Esse estudo objetiva analisar a

formação de nomes comerciais observando os

neologismos por empréstimo sob ponto de vista

linguístico e cultural. Especificamente, visa identificar

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

os nomes comerciais; explicar a formação e as

possíveis motivações de uso por parte dos

comerciantes; demonstrar o tipo de estrutura

morfossintática desses nomes e sua ortografia e;

discutir os principais conceitos sobre os

estrangeirismos e empréstimos, mostrando a

importância dos nomes comerciais como fonte de

neologismos em Tocantins e em Goiás. Para sua

consecução, realizar-se-á pesquisa de campo

baseada na recolha e no levantamento de um

conjunto de nomes de estabelecimentos comerciais

para se analisar seu processo de formação,

observando os neologismos de todo tipo, incluindo

estrangeirismos e empréstimos sob ponto de vista

linguístico ligando também ao aspecto cultural. A

escolha dos 20 nomes de estabelecimentos será

aleatória sendo 10 em Catalão e 10 em Palmas.

Considerando que é papel primordial da língua

conferir identidade à pessoa como indivíduo e

membro de um grupo, torna-se imprescindível

analisar os elementos formadores dessa identidade

para reconhecer como se forma esse processo e

assim entender muitos tipos de comportamentos

sociais e linguísticos. Pretendendo obter respostas

mais consistentes sobre a formação de nomes da

realidade a nossa volta é imprescindível levantar

questionamentos sobre a variação lexical, discutidos

com pormenor por Carvalho (2009), Alves (1999) e

Garcez (2001) visando constatar que o nome é um

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

instrumento de definição da identidade e está

intimamente ligado à cultura e às tradições de uma

comunidade linguística.

“Loucura, insensatez, estava inevitável”: o

discurso de resistência nas letras da banda

Mamonas Assassinas

Maurício Divino Nascimento Lima (PMEL/UFG-RC)

Orientador:

Prof. Dr. Antônio Fernandes Júnior

(PMEL/UFG-RC)

A banda Mamonas Assassinas produziu doze letras

de canções, as quais foram repetidas e re-

significadas por seus ouvintes/fãs. O alcance dessas

produções foi de forma tão explosiva que chegou à

mídia jornalística/televisiva e, mesmo após vinte anos

do falecimento dos membros do conjunto, os

discursos ecoados através de suas canções

continuam presentes nas práticas sociais e

cotidianas, principalmente entre os jovens. O

objetivo deste estudo é analisar e descrever o sujeito

que resiste e ao mesmo tempo é assujeitado pelos

discursos: machista, político e consumista nas

composições da banda; selecionando as produções

do grupo com a mesma regularidade discursiva,

descrevendo o local em que esse sujeito discursivo

se inscreve, sobretudo o momento histórico que

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

possibilita essa prática. Os pressupostos teóricos que

sustentam essa pesquisa vem principalmente de

Mikhail Bakhtin e Michel Foucault; o método

dialógico de Bakhtin torna possível descrever a

relação do sujeito com sua ideologia e realidade

social, por sua vez, a arqueologia de Foucault

possibilita a desconstrução de verdades absolutas,

deixando visível por que as produções da banda

trazem determinadas posições ideológicas, e não

outras. Assim, espera-se com este trabalho não

apenas fazer uma descrição dos enunciados em

questão, mas demonstrar como a história colabora

na produção desses, e por fim, deixar explícito qual o

papel do humor na reprodução/repetição desses

discursos.

Loucura espaço de resistência e transgressão no

conto "O papel de parede amarelo", de

Charlortte Perkins Gilman

Nilce Meire Alves Rodovalho (PMEL/UFG-RC)

Orientador:

Prof. Dr. Antônio Fernandes Júnior

(PMEL/UFG-RC)

A proposta deste projeto é a análise do conto “O

papel de parede amarelo”, de Charlotte Perkins

Gilman, focalizando-o a partir da ótica da Análise do

Discurso (AD) de linha francesa, sobretudo a que

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

possui vinculação com os pressupostos teóricos de

Michel Foucault. Almejamos analisar como se

constitui a loucura e as representações de gênero em

relação à instauração dos dispositivos de poder no

conto em questão, por meio da análise discursiva.

Nesse desígnio pretende-se elencar as configurações

atribuídas ao corpus “loucura” e como estas incidem

sobre o sujeito. Problematizaremos, ainda, como é

estabelecido nos discursos, o controle advindo dos

dispositivos de poder. No intuito de fazer a análise

discursiva e identitária teremos como principal

aporte teórico Michel Foucault, sob a perspectiva da

Análise do Discurso de linha Francesa. Procurar-se-á

apresentar ainda as teorizações de renomados

escritores do âmbito da análise do discurso, tais

como Tomaz Tadeu da Silva, Stuart Hall, Eni Orlandi,

Maria do Rosário Gregolin, Judith Revel, entre outros,

com a pretensão enfocar os construtos teóricos que

versam sobre dispositivos de poder, sujeito,

identidade, objetivação e subjetivação do sujeito,

entre outros conceitos que se fizerem necessário

para análise proposta. Tal análise possibilitará

compreender a posição-sujeito, a identidade e o

processo de subjetivação intrínseco às práticas

discursivas nas quais os sujeitos se inscrevem. Não

obstante, com esta pesquisa visa-se colocar em

pauta as figuras marginalizadas do louco e da

mulher, figuras estas que por demasiadas vezes

ocupou e ocupa o espaço de marginais no discurso

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

social, conjetura-se o entendimento do

funcionamento das resistências e/ou transgressões

frente às interdições e/ou opressões que ganham

força com e no espaço discursivo.

O signo ideológico “trabalho” na mídia

publicitária

Raquel Ribeiro de Oliveira (PMEL/UFG-RC)

Orientadora:

Profa. Dra. Grenissa Bonvino Stafuzza

(PMEL/UFG-RC)

Este resumo baseia-se no projeto de dissertação de

Mestrado apresentado ao Programa de Mestrado em

Estudos da Linguagem e tem como objetivo debater

sobre diálogo entre Círculo de Bakhtin e Análise do

Discurso, na intenção de investigar, por meio dos

princípios e estudos da linguagem e das ciências

sociais, sobre o valor ideológico que envolve o signo

“trabalho” veiculado pela mídia publicitária de

multinacionais no estado de Goiás. O fundamento

teórico do estudo encontra-se, principalmente, nas

teorias suscitadas em “Marxismo e Filosofia da

Linguagem” – a respeito da palavra como signo

ideológico – com a pretensão de desenvolver esse

estudo com o enfoque no signo ideológico

“trabalho” que é social, principalmente na nossa

cultura, e que traz diferentes valores sociais para o

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

conceito de trabalho, bem como nas pesquisas do

Sociólogo Ricardo Antunes que trata das acepções

do mundo do trabalho, e também, pelas teorias da

Análise do Discurso de linha Francesa, considerando,

especialmente, que o discurso midiático publicitário,

como todo e qualquer discurso, se realiza em forma

de linguagem móvel, carregada de ideologia, a partir

da produção de dizeres enunciados por sujeitos que

possuem determinados lugares sociais e, desse

modo, a linguagem pensada aqui, enquanto

discurso, não se mostra estanque, mas sim, produz

determinados sentidos relativos a quem concretiza

esta prática, revelando, desse modo, este caráter

social e ideológico que constitui todo e qualquer

enunciado. A metodologia escolhida foi a analítica

descritiva e interpretativa dos signos ideológicos a

serem pesquisados na mídia publicitária das

multinacionais e que será o nosso corpus de análise

do Projeto de dissertação de Mestrado. Alguns

resultados esperados ao decorrer da pesquisa são,

por exemplo, a percepção da relação entre sujeito e

sociedade que se dá de maneira indissociável, e a

identificação das condições de produção dos

discursos midiáticos das multinacionais a respeito do

sujeito trabalhador, que é um sujeito social e também

é ideológico.

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

O discurso do professor de Libras no ensino

superior por uma análise da prática docente sob

a perspectiva do sistema de avaliatividade

Thaysa dos Anjos Silva Romanhol (PMEL/UFG-RC)

Orientadora:

Profa. Dra. Fabíola Ap. Sartin Dutra Parreira Almeida

(PMEL/UFG-RC)

A atuação do professor de Libras no ensino superior

está passiva a influências, que de certa maneira

podem comprometer a qualidade do ensino da

LIBRAS, bem como o desempenho do professor em

sala de aula. Isso ocorre porque a Língua Brasileira de

Sinais- Libras se caracteriza como a língua oficial dos

surdos brasileiros, que a partir da regulamentação do

decreto 5.626/05, deveria até o final de 2015 estar

presente em cem por cento nos cursos de formação

de professores. Frente a essa “corrida” contra o

tempo, o docente dessa língua pode enfrentar certas

questões ao exercer a docência. Esta pesquisa tem

como objetivo compreender a atuação do professor

de Libras no ensino superior por meio da análise de

seu próprio discurso, a fim destacar de que forma ele

entende a sua prática pedagógica. Portanto, este

estudo segue a abordagem quanti-qualitativa, uma

vez que serão realizadas entrevistas com os

participantes, e estas resultarão em dados abertos,

não estatísticos, bem como ao mesmo tempo

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quantitativa. À luz da Gramática Sistêmico Funcional

(HALLIDAY, 1994), com enfoque no sistema de

Avaliatividade (MARTIN; WHITE, 2005),o corpus será

convertido em dados numéricos, que serão

averiguados por meio da ferramenta computacional

estatística WordSmith Tools. Espera-se que esse

trabalho aprimore o ensino da Libras em Goiás,

estimule a formação de políticas para o ensino da

Libras, e incite a criação de uma estrutura mais

organizada para as disciplinas ofertadas nas

instituições de ensino superior, servindo de

referência para o estado de Goiás.

O enunciado verbovisual de memes sobre o

sujeito professor: diálogos sobre a identidade

docente

Wânia Gomes Mariano Vieira (PMEL/UFG-RC)

Orientadora:

Profa. Dra. Grenissa Bonvino Stafuzza

(PMEL/UFG-RC)

Tendo em vista o desenvolvimento de uma pesquisa

vinculada ao Programa de Mestrado em Estudos da

Linguagem da Universidade Federal de Goiás,

Campus Catalão, propomos uma comunicação que

parte como objetivo geral, analisar o enunciado

verbo-visual de memes sobre o sujeito professor,

considerando os possíveis diálogos sobre a

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identidade docente. As redes sociais oportunizam

relações dialógicas entre os sujeitos que estão

imersos no contexto tecnológico permitindo uma

interação que afeta o sujeito social. Este trabalho

destaca o embate dialógico produzido pelos memes

sobre a identidade do sujeito professor que faz

emergir novos sentidos quanto à percepção sobre o

docente. Ao inscrevermo-nos na perspectiva

dialógica da filosofia da linguagem dos escritos do

Círculo de Bakhtin, temos como orientação principal

o eixo discursivo-dialógico-ideológico da linguagem,

no qual encontramos terreno propício para constituir

o corpus de pesquisa com o objetivo de investigar e

analisar os enunciados utilizados nos memes,

destinados aos sujeitos professores, veiculados nos

perfis/páginas públicas do Facebook. Desse modo, a

pesquisa pretende: i) identificar e analisar os

discursos e diálogos sobre identidade docente que

constituem os memes em estudo; ii) Identificar e

analisar quais são os estereótipos construídos sobre

o professor e quais aspectos da situação social do

enunciado podem ser acionados nos memes; iii)

Analisar os sentidos que emergem dos enunciados

verbo-visual do gênero meme sobre identidade

docente.

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Minicursos

Cultura de Língua Inglesa

Ministrantes:

Terezinha de Assis Oliveira (UFG/RC)

Gustavo Ferreira Rodrigues (UFG/RC)

A Língua Inglesa é resultado de uma história

complexa e enraizada em um passado muito

distante. Conhecer aspectos da evolução deste

idioma e da cultura dos países, como fatos e

curiosidades, contribuí sobremaneira para ampliar o

seu conhecimento histórico, posto que ela é um fato

social. Assim sendo, este trabalho objetiva apresentar

aspectos históricos e tradições das culturas

americana e britânica, pontuando semelhanças e

diferenças entre estas duas nações. Explorar a língua

por intermédio de sua cultura e sua herança histórica

aumenta o interesse dos aprendizes e é esta

possibilidade que pretende-se também fomentar

através das apresentações que serão propostas.

Escrita Acadêmica

Ministrantes:

Ionice Barbosa de Campos (UFU)

Raphaela Pacelli Procópio (UFG/RC)

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Tendo em vista a enorme demanda da comunidade

acadêmica na formação e informação sobre a escrita

científica, isto é, técnicas e conceitos que auxiliem a

redação de textos na linguagem científica,

principalmente aqueles que estão ingressando na

universidade, o minicurso busca oferecer, ainda que

brevemente, alguns métodos, dicas e procedimentos

de escrita acadêmica. O que caracteriza um texto

acadêmico é, antes de tudo, o seu objeto: ele veicula

o fruto de alguma investigação científica, filosófica

ou artística. Deve, pois, refletir o rigor, a perspectiva

crítica, a preocupação constante com a objetividade

e a clareza, que são partes inerentes da pesquisa

acadêmica. Para tanto, objetivamos, a partir disso,

estender a capacidade de argumentação dos

participantes, bem como suas competências leitoras

e de ordem gramatical. Nesse sentido, durante a

exposição do minicurso, abordaremos temas como:

estrutura e características do texto acadêmico;

tópicos de metodologia científica; noções básicas de

ABNT e fontes de informação online.

Grammar Games

Ministrantes:

Gabriella Cristina Vaz Camargo (UFG/RC)

Pabrícia Abadia Pereira Félix (UFG/RC)

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Muitos estudantes, em seu processo de

aprendizagem da segunda língua, encontram

grandes dificuldades em lidar com a gramática, em

muitos casos, apresentam deficiências gramaticais na

própria língua materna. Com a tentativa de tornar as

aulas gramaticais mais atrativas elaboramos uma

série de atividades que podem auxiliar o professor (e

o aluno) dentro da sala de aula, com a finalidade de

exercitar o tópico gramatical estudado. O minicurso

Grammar Games tem como objetivo espalhar

algumas dessas ideias de atividades, brincadeiras e

jogos, além de promover um diálogo produtivo entre

professores de língua estrangeira e também materna,

bem como propor uma troca de experiências vividas

no ambiente escolar.

Listening

Ministrante:

Alessandra Cristina Costa Reis (UFG/RC)

A compreensão de um idioma é fundamental para

que ocorra a comunicação, especialmente entre

falantes de países diferentes. Neste aspecto, a

compreensão oral se destaca quanto a sua

importância em se entender o que foi dito pelo

interlocutor em uma comunicação oral. Mesmo

assim existe uma dificuldade em se trabalhar o

“listening” por professores de línguas estrangeiras,

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muito provavelmente porque os aprendizes do novo

idioma pontuam esta como sendo a habilidade de

mais difícil compreensão. Deste modo, o professor

encara um grande desafio que coloca em cheque sua

função de facilitador da aprendizagem, precisando

estar capacitado para tal. O uso de um bom material

didático, de uma metodologia de aula pertinente e

de um ambiente físico que atenda às necessidades

da aula são indispensáveis para que todo o processo

de aprendizagem se realize. Mas nem sempre todos

estes recursos estão disponíveis, e mesmo que

estejam, o tabu frente ao “listening” ainda é

observado. Tendo estes aspectos em vista, a presente

comunicação tem o objetivo de criar um diálogo com

os professores de línguas estrangeiras, apresentando

algumas atividades que podem facilitar o processo

de ensino e trabalho do “listening” dentro da sala de

aula.

Materiais didáticos para trabalhar com

educandos surdos

Ministrantes:

Kelly Francisca da Silva Brito

Aliffer Vanduir Cardoso

O minicurso “Materiais didáticos para trabalhar com

educandos surdos” pretende propiciar a todos os

professores e intérpretes o conhecimento, a

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construção, adaptação e a vivência de recursos

didáticos para o ensino da Língua Brasileira de Sinais

em sala de aula. Santos (2010). Ao levar o lúdico para

as escolas está-se promovendo algo diferenciado

que ajuda os alunos a resgatar o prazer, mudar sua

visão de escola e dar um novo sentido ao processo

de aprendizagem, pois trabalhar com as emoções,

além de contribuir na concretização de propostas

cognitivas que levam a construir conceitos e dominar

habilidades, pode transformar as metodologias do

ensino. A proposta tem por objetivo contribuir com

o trabalho pedagógico desenvolvido com o

educando surdo, para que este construa seus saberes

através de sua primeira língua de uma maneira

prazerosa, lúdica e com recursos metodológicos

adaptados e criados em Língua de Brasileira de

Sinais. Construindo um olhar mais informado e

completo a respeito do lúdico como uma

metodologia a ser aplicado em sala de aula. Com as

referências de Santos (2010), o participante poderá

refletir sobre a importância de resgatar o prazer em

aprender dando um novo significado a

aprendizagem por meio do lúdico, através da

construção de jogos e vivências. É por meio da sua

primeira língua que o educando tem contato com os

demais conteúdos escolares e cotidianos. Os

cursistas vivenciarão momentos de práxis

pedagógica, vivenciando e trocando experiências

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dos momentos de aprendizagem coletiva e

individual.

Reading and Writing

Ministrantes:

Amanda Moreira de Amorim (UFG/RC)

Diogo de Campos Alves (UFG/RC)

Yasmin da Silva Rocha (UFG/RC)

Este minicurso foi desenvolvido com base nas aulas

de língua inglesa oferecidas pelo Centro de Línguas,

projeto de extensão em línguas estrangeiras e Libras

da Universidade Federal de Goiás, Regional Catalão.

Para tanto, utilizamo-nos dos métodos de ensino

comunicativo e audiovisual. Durante o minicurso,

buscaremos trabalhar as quatro habilidades

necessárias para a aprendizagem e compreensão da

língua inglesa como língua estrangeira: Reading,

Writing, Listening e Speaking, porém com maior

enfoque em Reading e Writing, processos

indiscutivelmente importantes para a aquisição e

compreensão da língua alvo. Buscaremos abordar

aspectos voltados para o campo acadêmico,

compartilhando dicas de como redigir artigos,

abstracts, currículos e e-mails profissionais em língua

inglesa, além de apresentar técnicas que facilitem a

leitura e o entendimento de materiais de apoio,

também na língua estrangeira.

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Speak out – como praticar inglês e se tornar

fluente

Ministrante:

Danielle Pereira de Melo (UFG/RC)

Praticar inglês no Brasil não é algo tão recorrente e a

maioria das pessoas têm vergonha na hora de

colocar em uso seu inglês já adquirido. Em sala de

aula podemos encontrar ainda outros problemas,

como aulas que são teacher-centered, ou seja,

concentrada no professor. Para tanto, é necessário

criar algumas estratégias para que o teacher talking

time (TTT) seja diminuído e a produção oral dos

alunos aumente, bem como gerar uma atmosfera

propicia para a prática de speaking. O desafio maior

é desenvolver atividades que os permitem estar

expostos a situações reais e têm objetivos

comunicativos. Desse modo, é fácil perceber a

importância de cada aula e se sentir motivado. O

objetivo do minicurso speak out é exatamente

apresentar atividades que consigam envolver os

alunos em assuntos do cotidiano com a finalidade

deles desenvolverem a fala. Além disso, será

apontado também algumas técnicas para que

qualquer que for o projeto ou tema trabalhado, os

alunos possam se comunicar entre si.

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Warm–ups and Ice breakers

Ministrante:

Raul Dias Pimenta (UFG/RC)

Warm–ups and Ice breakers activities is the workshop

that will come in handy if you’re looking for activities

to make your classes more dynamic and interesting.

Learn how to introduce simple and useful games in

your lesson plan and also how online games and

activities can be combined with the recent

technology. The games may be introduced especially

when you have those 10 minutes left in your classes.

Pôsteres

A produção da narrativa nos anos iniciais e

sua relação com imagens

Cristiane Oliveira (PPGL/ UFPEL)

Ana Paula Nobre (CNPQ/ UFPEL)

O tema da presente pesquisa é a relação entre a

produção textual com e sem suporte de imagens. Seu

objetivo geral é descrever e analisar a qualidade das

narrativas infantis oriundas de histórias contadas

com e sem suporte de imagens, a fim de observar as

possíveis diferenças entre elas. São propostos cinco

objetivos específicos: categorizar os elementos

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narrativos encontrados nos textos; destacar

semelhanças e diferenças nas narrativas produzidas

com e sem imagens; contribuir para com o

entendimento do processo de escrita e construção

de textos narrativos de alunos de anos em séries

iniciais; colaborar para com a prática pedagógica dos

anos iniciais; observar como/se uma imagens podem

auxiliar no aprendizado. As narrativas analisadas

neste trabalho são oriundas de duas histórias infantis:

“O tricô” e “O ratinho”, de Eva Furnari, obtidas através

de duas coletas feitas em ocasiões distintas, em duas

turmas de 3º ano do Ensino Fundamental, de uma

escola pública da cidade de Pelotas. Na primeira

coleta com a “turma A”, a história “O Tricô” foi

contada aos alunos com suporte de imagens e, logo

em seguida, foi solicitado a eles que escrevessem a

história da forma como a entenderam. As imagens

ficaram expostas durante esse processo. Na “turma

B”, o processo inicial foi o mesmo, entretanto, no

momento da escrita, as imagens foram retiradas para

que as crianças contassem a história apenas pelo que

recordavam. A segunda coleta apresentou

basicamente o mesmo processo, diferenciando-se da

primeira pelo texto que foi trabalhado e pela

inversão de turmas, quanto à presença e à ausência

de imagens. A análise dos dados está fundamentada,

basicamente, nas categorias propostas por

Tolchinsky [Landsmann] (1995), que são: a relação

especial que existe entre o dizer e o dito; a presença

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e a ausência do narrador; as motivações das ações

das personagens; e a interpretação dos

acontecimentos da narrativa. É importante ressaltar

que este trabalho se restringe à análise de um

universo de dados muito pequeno e não havia aqui

intenção de se fazer generalizações, entretanto,

concluímos afirmando que as crianças destas duas

turmas de 3º ano produzem um texto com maior

qualidade narrativa quando há presença de imagens

no processo de produção da escrita.

On how do teachers feel when assessing students

Jailson Rogério Gomes (PUCRS – UEG – Pires do Rio)

This study aims at revealing and unveiling

representations, concerns and challenges faced by

teachers in their task of assessing as I had the chance

to look over when training those on the edge of

becoming teachers. According to Luckesi (2002, p.33)

“(...) assessment may be characterized as a form of

judging the quality of the evaluated object. And as it

is evaluated, the student exposes his ability for

reasoning about the matter.” For Foucault (1972, p

29-53, p 97-109), “the subject can only emerge in

relation to those networks of power/knowledge, […]

For him, the “subject of the statement […] is a

particular, vacant space that may in fact be filled by

different individuals”. For this research I made use a

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semi-structured questionnaire with five questions

answered by teachers of English for Specific

Purposes. The data provided were evaluated

according to the theoretical assumptions of the

Discourse Analysis that seeks to understand how the

values and beliefs are established by the linguistic

outcome exposed by the consultants. The data

revealed that most supervisors still feel doubtful or

guilty regarding the evaluation process. The data also

exposed religious and legal discourses as a guide to

the actions taken by the supervisors. This research

made it possible to conclude that assessing is not a

simple task as it may seem for those who are not

involved in the whole process. The teachers’ answers

make it possible to conclude that all teachers,

although having dissimilar degrees of training for

teaching and assessing, face tough challenges. Yet

they try in every possible way make their best.

A atuação do tradutor e intérprete de Libras:

relatos de experiência em espaços distintos

Juliana Prudente Santana do Valle (UFG/RC)

Kássia Mariano de Souza (UFG/RC)

Mara Rúbia Pinto de Almeida (UFU/FACED)

O intérprete de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS -

é a pessoa que domina a Língua Portuguesa, mas

também conhece e entende a modalidade visual da

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língua de sinais, além de estar em contato com a

comunidade surda e fazer a mediação comunicativa

de pessoas surdas e ouvintes. De acordo com

Quadros (2004, p. 28), para realizar a interpretação

de uma língua na modalidade oral auditiva para uma

de modalidade visual motora, não basta somente

saber e entender a língua, mas é preciso seguir

preceitos éticos de confiabilidade, imparcialidade,

discrição, distância profissional e fidelidade. Dado

que encontramos a Libras, como a forma natural de

comunicação oriunda das comunidades surdas do

Brasil, e, enquanto língua, incorporada nos cursos de

formação de professores, o presente estudo consiste

no relato de três experiências de atuação como

intérprete de Libras, subsidiadas pela Lei que

regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete de

Libras. (BRASIL, 2002, 2005 e 2010): uma no ambiente

político, outra no ambiente religioso e a terceira no

ambiente educacional, turma do Ensino Médio.

Especificamente buscou-se através das informações

expressas por cada uma, conhecer o traçado

histórico da aprendizagem da Língua Brasileira de

Sinais, as dificuldades por elas enfrentadas no início

da atuação, além dos pontos positivos e negativos de

atuar na área. Nas descrições, as três profissionais

relataram que a maior dificuldade foi a falta de

alguns sinais, mas, para facilitar a comunicação, foi

utilizado o recurso da datilologia e, logo, no contato

com os surdos, criaram um sinal para ser utilizado.

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Ademais, queixaram-se da rapidez em que

acontecem as falas (orais), contudo, afirmam que o

estudo prévio a ser interpretado é fator relevante no

bom processo de interpretação. Por fim, a maior

satisfação que sentem é saber que fazem a mediação

entre surdos e ouvintes.

Questões de gênero na revista Nova Escola:

dos discursos e efeitos de sentido produzidos

por leitores

Maximiano Antônio Pereira (UAELL – UFG/ RC)

Erislane Rodrigues Ribeiro

(Orientadora - UAELL – UFG/ RC)

O presente trabalho sintetiza a proposta

encaminhada para o Edital PROLICEN 2016-2017 da

UFG, intitulada “Sexo, sexualidade e gênero na nova

escola/ Nova Escola: dos discursos e efeitos de

sentido produzidos em comentários de leitores”. A

proposta insere-se no projeto de pesquisa “Da

margem ao centro: discursos sobre as minorias nas

mídias sociais”, coordenado pela professora Drª

Erislane Rodrigues Ribeiro, e tem por alvo de estudo

analisar, com base na Análise do discurso de linha

francesa, os comentários de leitores da revista Nova

Escola, que publicou como capa da edição 279, de

fevereiro de 2015, a reportagem “Vamos falar sobre

ele? Como lidar com um aluno que se veste assim?

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Uma reflexão sobre sexualidade e gênero". A revista

trouxe ao leitor diversos conteúdos, e, como

destaque da capa de fevereiro, estava a imagem de

um garoto do Reino Unido, Romeo Clarke, vestido de

princesa, acompanhada da manchete já citada.

Romeo Clarke foi censurado pela própria escola que

o proibiu de estar presente em atividades comuns

aos demais alunos, em razão de possuir uma

maneira, até então incomum à escola, de se vestir. Tal

capa, bem como a reportagem publicada sobre o

tema, tornou-se objeto de muita discussão, inclusive

em diferentes redes sociais. O site da revista Nova

Escola apresentou um alto número de visitas, que

ultrapassaram 89 mil, em decorrência do impacto do

tema em pauta, que foi considerado, no mínimo,

incomum, já que logo na capa havia a presença do

inusitado, quanto a padrões já estabelecidos no

veículo midiático em questão. Diante do exposto,

propõe-se, com este trabalho, analisar os efeitos de

sentidos e os discursos mais recorrentes nos

comentários publicados na página online da revista,

produzidos por sujeitos que foram

tendenciosamente preconceituosos ou por aqueles

que se posicionaram favoráveis ao direito do aluno

de vestir-se como preferisse.

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Memes “nego” sob a ótica da Análise do

Discurso

Raquel Costa Guimarães Nascimento (UFG/RC)

Erislane Rodrigues Ribeiro (Orientadora – UFG/RC)

A presente pesquisa está vinculada ao projeto “Da

margem ao centro: discurso sobre as minorias nas

mídias sociais”. Tem como objetivo analisar memes

difundidos em redes virtuais de comunicação no

primeiro semestre de 2015; com o propósito de

refletir sobre o posicionamento ideológico daqueles

que o produziram e compartilharam. Estes memes

eram, em geral compostos pela imagem de uma ou

mais pessoas negras e uma frase onde a palavra

“nego” era sujeito, e ficaram conhecidos como

“nego” ou “nego isso nego aquilo”. Tais postagens

causaram calorosos debates nesse período e

suscitaram questionamentos sobre os efeitos de

sentido produzidos: se elas possuíam conteúdo

racista e preconceituoso ou se eram apenas material

humorístico. Os memes ainda são pouco estudados

pela análise do discurso, por se tratar de um gênero

relativamente novo, desenvolvido a partir do

desenvolvimento nos meios de comunicação, que

vincula, agora, texto e imagem, tornando-se então

um interessante material de estudo. A pesquisa está

na fase de constituição do corpus e de leitura de

textos teóricos para revisão da literatura sobre o

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tema. Serão considerados para tal fundamentação os

autores Pêcheux (1997), (2009), (2911a), (2011b),

Gadet, Hak (1993) e Maingueneau (1997), (2015),

além de Possenti (2004), Orlandi (2006) e Mussalim

(2003). A hipótese levantada pela proposta, a qual se

pretende validar por meio de análises

fundamentadas pelas teorias da Análise do Discurso

é que, apesar de palavra “nego” ser utilizada muitas

vezes de maneira carinhosa, os memes em questão

carregam sim efeitos pejorativos, visto que, por

exemplo, praticamente todos eles apresentam a

imagem exclusiva de pessoas negras associadas a

uma frase com sentido de escárnio.

Elaboração e adaptação de material didático no

ensino de língua inglesa para adolescentes

Walkiria Felix Dias (UFU)

Cristiane Carvalho de Paula Brito

(Orientadora – UFU)

Sob o ponto de vista de uma noção enunciativo-

discursiva de linguagem esse projeto objetiva

elaborar e adaptar material didático específico para

o ensino de língua inglesa de nível básico para

adolescentes. Através disso, iremos problematizar o

processo de elaboração e aplicação do material

didático produzido pela professora pré-serviço, com

o intuito de discutir os possíveis desdobramentos

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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios

dessa práticas de linguagem no desenvolvimento do

letramento crítico dos alunos. O trabalho em questão

é fruto de um projeto maior financiado pela FAPEMIG

e conta com bolsa de Iniciação Científica. Nossa

pesquisa é de natureza qualitativa com caráter

intervencionista, uma vez que irá propor ações

visando o desenvolvimento linguístico-discursivo em

LI dos alunos participantes da pesquisa. O corpus do

trabalho em questão será constituído pelas: (i)

atividades elaboradas para o ensino de LI; (ii) diários

de campo das aulas ministradas; e (iii) produção dos

alunos com base nas atividades propostas pela

professora-pesquisadora. A análise acontecerá

através do cotejamento entre o corpus mencionado

e a fundamentação teórica que embasa o nosso olhar

para essa pesquisa.

Page 258: Formação do professor de línguas na contemporaneidade: … · 2016-09-12 · A linguagem dos emojis Vera Lúcia de O. Menezes e Paiva (UFMG) Partindo do pressuposto de que a linguagem

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