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Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
e
Seminário de Pesquisa do Mestrado em Estudos da Linguagem
10 a 12 de agosto de 2016
ISSN: 2238-5746
Universidade Federal de Goiás - Regional Catalão Unidade Acadêmica Especial de Letras e Linguística
e
Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Seminário de Pesquisa do Mestrado em Estudos da Linguagem
10 a 12 de agosto de 2016
Catalão – Goiás
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
(CIP) (GPT/BSCAC/UFG) SELLE (Simpósio de Estudos de Línguas e Literaturas
Estrangeiras (3 : 2016 : Catalão, G0). S612 [Caderno de resumos] III Simpósio de Estudos de Línguas e
Literaturas Estrangeiras: formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios e IV Seminário de Pesquisa do Mestrado em Estudos da Linguagem [recurso eletrônico] de 10 a 12 de agosto de 2016 / Organização Ismael Ferreira Rosa.- Catalão : UFG, 2016.
Caderno de Resumos.
1 CD – ROM
ISSN: 2238-5746
1. Linguística – Congresso. 2. Linguística – ensino línguas estrangeiras. 3. Ensino – línguas estrangeiras. 4. Línguas – ensino. I. Rosa, Ismael Ferreira (Org.) II. Universidade Federal de Goiás. Regional Catalão. Unidade Acadêmica Especial de Letras e Linguística. III. Título. IV. Titulo I : III SELLE (Simpósio de Estudos de Línguas e Literaturas Estrangeiras): formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios. V. Título VI. Título. II: IV SEPMEL (Seminário de Pesquisa do Mestrado em Estudos da Linguagem.
CDU: 81' 243
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL CATALÃO
REITORIA
Orlando Afonso Valle do Amaral
VICE-REITORIA Manoel Rodrigues Chaves
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VICE-DIREÇÃO DA REGIONAL CATALÃO Denis Rezende de Jesus
UNIDADE ACADÊMICA ESPECIAL DE LETRAS E LINGUÍSTICA
CHEFIA
Alexander Meireles da Silva
SUBCHEFIA Sheila de Carvalho Pereira Gonçalves
COORDENAÇÃO LICENCIATURA PORTUGUÊS
Ulysses Rocha Filho
COORDENAÇÃO LICENCIATURA PORTUGUÊS/INGLÊS Terezinha de Assis Oliveira
CENTRO DE LÍNGUAS DA REGIONAL CATALÃO
COORDENAÇÃO Luciane Guimarães de Paula
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU – MESTRADO EM ESTUDOS DA
LINGUAGEM
COORDENAÇÃO Luciana Borges
COMISSÃO ORGANIZADORA DO EVENTO
PRESIDÊNCIA
Fabíola Aparecida Sartin Dutra Parreira Almeida
COMITÊ CIENTÍFICO Ismael Ferreira Rosa – Presidente
Anair Valênia Martins Dias Luciana Borges
Neuza de Fátima Vaz de Melo
COMITÊ LOCAL Alexander Meirelles da Silva Alexandre António Timbane Ana Paula Corrêa Pimenta Antônio Fernandes Júnior Erislane Rodrigues Ribeiro
Fabianna Simão Bellizzi Carneiro Flávia Freitas de Oliveira
Ionice Barbosa de Campos João Batista Cardoso
Lucas Eduardo Marques Santos Lucas Floriano de Oliveira
Luciane Guimarães de Paula Maria Helena de Paula
Raphaela Pacelli Procópio Raul Dias Pimenta
Sheila de Carvalho Pereira Gonçalves Silvana Augusta Barbosa Carrijo
Terezinha de Assis Oliveira Ulysses Rocha Filho
Organização do Caderno de Resumos: Ismael Ferreira Rosa
Editoração: Ismael Ferreira Rosa
Capa e projeto gráfico: Ismael Ferreira Rosa
Revisão: Fabíola Aparecida Sartin Dutra Parreira Almeida Universidade Federal de Goiás
Regional Catalão
Unidade Acadêmica Especial de Letras e Linguística
Avenida Dr. Lamartine Pinto de Avelar, 1120
Setor Universitário, Catalão-GO
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Fone: (64) 3441-5304
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Os resumos foram transcritos de acordo com os originais enviados à comissão organizadora do evento, sendo, portanto, de inteira responsabilidade de seus autores.
ISSN: 2238-5746
©A reprodução parcial ou total desta obra é permitida, desde que a fonte seja citada.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ........................................................................................... 10
PROGRAMAÇÃO ............................................................................................ 14
RESUMOS ......................................................................................................... 13
Conferências .................................................................................................... 17
Mesas Redondas ............................................................................................ 19
Grupos de trabalho ....................................................................................... 21
GT 1 – Ensino e novas tecnologias ..................................................... 21
GT 2 – Ensino e diversidade linguística ............................................ 37
GT 3 – Literatura e o lugar do outro .................................................. 56
GT 4 – A Verbovocovisualidade na Perspectiva Dialógica da
Linguagem para Análise de Discursos Contemporâneos ........... 83
GT 5 – Projetos inter/transdisciplinares ............................................ 99
GT 6 – Libras, estudos linguísticos e literários ............................... 101
GT 7 – Discurso, História e Memória ................................................. 113
GT 8 – Ensino e pesquisas em literatura .......................................... 162
GT 9 – Léxico, cultura e ensino ............................................................ 173
GT 10 – Gênero discursivo/textual e ensino ................................... 195
GT 11 – Aplicações da Linguística Sistêmico-Funcional: Ensino,
Discurso e Tecnologia ............................................................................. 205
Sessões de Debate do SEPMEL ................................................................ 222
Minicursos ........................................................................................................ 241
Pôsteres ............................................................................................................ 248
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
APRESENTAÇÃO
Atualmente, o acelerado processo de
globalização econômica e cultural tem gerado a
necessidade de competências específicas em línguas
e culturas estrangeiras para os mais variados
segmentos profissionais, não se restringindo apenas
e exclusivamente às tradicionais áreas ligadas ao
comércio internacional. Sem dúvida, do ponto de
vista da comunicação, os limites do mundo hoje são
mais estreitos. A agilidade dos meios de
comunicação e das campanhas internacionais, como
competições esportivas, intercâmbios culturais e
comerciais, turismo internacional, movimentos de
solidariedade, unem os povos cada vez mais. A
humanidade passou a experienciar outras condições
e espaços de interação, em que os limites e domínios
se atenuaram, de modo a integrarem e comporem
uma grande teia de sociabilizações. Obviamente,
uma teia que não elide relações de poder e processos
ideológicos, mas que diminui as distâncias espaciais
e temporais pelas vias da grande mudança produzida
pela revolução da informática que redefiniu o modo
de trabalhar, estudar e principalmente comunicar.
Portanto, durante essas últimas décadas,
adquirir conhecimentos em línguas estrangeiras
tornou-se imprescindível para a constituição de
sujeitos e a interação dos mesmos no ínterim dessa
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
extensa teia social. Foi considerando essa
imprescindibilidade que o Departamento de Letras
da Universidade Federal de Goiás – Campus Catalão
criou o Projeto de Extensão de Língua Estrangeira,
em 1997, com o objetivo de possibilitar à
comunidade interna (alunos, professores, servidores
técnico-administrativos e seus dependentes diretos)
e externa o aprendizado de línguas estrangeiras,
oferecendo cursos de inglês, francês, espanhol,
projeto este que sofreu uma significativa mudança
quando passou, em 2004, a ser denominado Centro
de Línguas (CL). Com efeito, configura-se um projeto
de extensão com um profícuo alcance pedagógico
no processo de ensino-aprendizagem de uma
segunda língua, através do qual, graduandos de
Letras ou mesmo alunos de outros cursos de
graduação do Campus Catalão, colocam em prática
seus conhecimentos teórico-linguísticos e entram em
contato com a atividade docente, propiciando, dessa
forma, uma melhor preparação para o futuro
ingresso no mercado de trabalho, além de ser um
centro propiciador e mediador, da aquisição, a baixo
custo e de qualidade, de um segundo idioma à
comunidade interna e externa desse campus da
Universidade Federal de Goiás, oferecendo cursos de
Inglês, Espanhol, Francês, Alemão, Japonês,
Esperanto e LIBRAS.
Justamente por se preocupar com a articulação
ensino-pesquisa-extensão e cultura e a promoção de
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
debates acerca do processo de ensino-
aprendizagem de línguas é que no segundo semestre
de 2010, o CL realizou o I Simpósio de Linguística
Aplicada e Ensino de Línguas Estrangeiras (I SELLE),
tendo por motriz temático questões relativas ao
discurso, ensino e afetividade, vindo a se constituir
como um momento especial para o
compartilhamento de pesquisas e experiências na
área dentro do contexto do ensino de línguas
estrangeiras na região.
Em 2012, entre 13 e 15 de junho, foi realizada
a segunda edição do evento tendo por tema as
questões do ensino, identidade e cultura, em que
profícuos debates e divulgação de pesquisas na área
de ciências humanas, em especial, no campo de
estudos da linguagem pelo viés da Linguística
Aplicada (LA), concernentes ao ensino e
aprendizagem de língua materna e línguas
estrangeiras, foram apresentados. O evento contou
com professores pesquisadores de instituições
nacionais tais como FL-UFG, REJ-UFG, UFU, UFTM e
UFSJ.
E dando continuidade a esse evento
acadêmico que já tomou amplitude nacional, no
segundo semestre de 2016, nos dias 10, 11 e 12 de
agosto, realizar-se-á o III SELLE, desta vez enfocando
também as literaturas estrangeiras. Por conseguinte,
a sigla denominará o III Simpósio de Estudos de
Línguas e Literaturas Estrangeiras, tendo como foco
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
questões relativas ao processo de ensino-
aprendizagem e formação de professores, cujo o
tema será A formação do professor de Línguas na
contemporaneidade: diálogos e desafios.
Contando com uma elevada quantidade e
qualidade de trabalhos a serem apresentados nas
conferências, mesas-redondas, grupos de trabalhos e
exposição de painéis, que compõe as atividades de
programação do evento, o III
SELLE se mostra mais uma vez um momento muito
rico e oportuno para a construção e permuta de
conhecimentos. Igualmente, ainda mostra a
seriedade e o engajamento da comissão
organizadora, participantes e convidados em discutir
os diálogos e desafios da formação do professor de
línguas na contemporaneidade.
Desejamos a todos e todas um momento
dialógico, singular e único na existência acadêmico-
científica, de modo que possam desfrutar ricamente
dessa oportunidade de debater múltiplas e
instigantes questões na área dos estudos aplicados
às línguas e literaturas estrangeiras.
O Comitê Científico
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
PROGRAMAÇÃO
10/08/2016 (Quarta-feira)
14h às 18h – Credenciamento
19h – Abertura do evento
19h30 – Atividade cultural
20h – Conferência de abertura: “Cadê a gramática
que estava aqui? “- O papel da gramática nos estudos de gêneros, multiletramentos e na formação do professor de línguas
Prof. Dr. Orlando Vian Junior (UNIFESP)
11/08/2016 (Quinta-feira)
08h – Minicursos
08h – Sessões de Debate de Projetos do Mestrado
em Estudos da Linguagem - SEPMEL
Linha 1: Texto e Discurso
Debatedores:
Profa. Dra. Vanice Maria Oliveira Sargentini (UFSCAR)
Profa. Dra. Marisa Martins Gama Kalil (UFU)
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Linha 2: Literatura Memória e Identidade
Debatedores:
Profa. Dra.Elisabeth Battista (UNEMAT)
Profa. Dra. Maria Amélia Dalvi Salgueiro (UFES)
Linha 3: Língua, Linguagem e Cultura
Debatedores:
Prof. Dr. Orlando Vian Junior (UNIFESP)
Profa. Dra. Eliana Dias (UFU)
14h – Grupos de trabalho
16h - Coffee break
16h30 às 18h30 – Grupos de trabalho
18h30 – Apresentação cultural
19h30 - Lançamento de livros
12/08/2016 (Sexta-feira)
08h – Apresentação de pôsteres
9h30 – Coffee break
10h – Mesa Redonda 1
“Ensino de língua e literatura”
Profa. Dra Tania Romero (UFLA)
Profa. Dra. Maria Amélia D. Salgueiro (UFES)
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
14h – Mesa Redonda 2
“Experiências de pesquisa (Língua e Literatura) ”
Profa. Dra. Vanice Maria Oliveira Sargentini (UFSCAR)
Profa. Dra. Elizabete Batista (UNEMAT)
15h30 – Coffee Break
16h – Apresentação cultural
17h – Conferência de encerramento: A linguagem
dos emojis
Profa. Dra. Vera Lucia de O. Menezes e Paiva (UFMG)
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
RESUMOS
Conferências
“Cadê a gramática que estava aqui? “- O papel
da gramática nos estudos de gêneros,
multiletramentos e na formação do professor de
línguas
Orlando Vian Junior (UNIFESP)
O campo da formação de professores de línguas
materna e estrangeiras no Brasil tem passado por
sensíveis transformações nos últimos anos,
abandonando abordagens mais formais e/ou
estruturalistas e caminhando em direção a aspectos
ligados à reflexão e a práticas mais localizadas. Por
outro lado, essas transformações trouxeram também
para a área de ensino de línguas aspectos
envolvendo um maior contato com gêneros
discursivos e com multiletramentos, levando,
consequentemente, a um trabalho menos focado no
texto, no discurso, na língua ou nos aspectos formais.
Esse cenário funciona como ponto de partida para
esta apresentação, cujo foco principal é discutir a
relevância de uma visão de linguagem que possa
embasar o trabalho docente e fornecer a alunos e
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
professores perspectivas mais realistas para o
ensino/aprendizagem.
A linguagem dos emojis
Vera Lúcia de O. Menezes e Paiva (UFMG)
Partindo do pressuposto de que a linguagem é um
sistema adaptativo complexo, pretendo demonstrar
que as tecnologias de comunicação digital têm forte
impacto na interação humana, especialmente
quando mediadas por tecnologias móveis, e, como
consequência, introduzem mudanças na linguagem.
Um desses fenômenos é o uso de emojis, figuras
geradas pelo sistema Unicode para representar
emoções, e os stickers usados para o mesmo fim em
redes sociais como o Facebook. Apresentarei a
história dos emojis; discutirei sua circulação nas
interações por tecnologia móvel; e apresentarei
exemplos das regularidades sintáticas e discursivas
em dados recolhidos do Twitter, WhatsApp e
Facebook. Além disso, pretendo mostrar alguns
exemplos de como essa nova linguagem tem sido
usada por outros meios de comunicação.
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Mesas Redondas
Mesa Redonda 1: Ensino de língua e literatura
Pesquisa em Literatura e Educação:
apontamentos para um debate
Maria Amélia D. Salgueiro (UFES)
Neste trabalho, discutimos temas, orientações
teórico-metodológicas, técnicas e resultados de um
conjunto de pesquisas que se realizam entre
literatura e educação. Problematizamos como, em
certa medida, as políticas oficiais para a educação
básica e o ensino superior (no que incluímos a pós-
graduação) operam no sentido de induzir um quadro
que favorece certo jeito de fazer pesquisa, certo tipo
de pesquisa, certas conclusões. Compreendendo as
limitações e incipiências da área, propomos alguns
apontamentos, com o objetivo de convidar ao
debate sobre como vamos construir e consolidar no
Brasil a pesquisa que toma a educação literária como
escopo.
Abordagens na formação do professor de
línguas adicionais
Tania Romero (UFLA)
As abordagens mais utilizadas atualmente na
formação do professor de línguas adicionais serão
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
enfocadas, com destaque para diários e narrativas
autobiográficas. Além de seus fundamentos teóricos,
serão apresentados dados exemplificadores em
contextos de formação inicial e continuada com o
objetivo de subsidiar a discussão sobre seus efeitos
para os participantes - educador e educandos. Em
face à introdução do novo parâmetro nacional, o
BNCC (Base Nacional Curricular Comum), serão,
ainda, feitas algumas considerações sobre seu
impacto no curso de Letras.
Mesa Redonda 2 - Experiências de pesquisa
(língua e literatura)
Configurações literárias da vida social em
narrativas de autoria de mulher
Elizabete Batista (UNEMAT)
Nos estudos que estamos realizando sobre a
participação de escritoras na imprensa e a circulação
literária entre os países que têm o português como
língua de comunicação, temos colhido gestos e
presenciado a intensa movimentação com vistas à
ampliação das relações de trocas e possibilidades de
abertura e aproximação cultural nas relações
literárias e culturais entre Brasil, Portugal e África.
Esta leitura articula-se em torno da instigante
produção criativa e intensa atividade intelectual de
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
mulheres para os meios de imprensa, em meados do
século XX, em Portugal e no Brasil.
Presenças de Foucault na Análise do discurso
Vanice Maria O. Sargentini (UFSCAR)
Para Michel Foucault, o discurso sempre se
apresentou como centro desencadeador de suas
análises, uma vez que considerava a necessidade de
analisar os enunciados efetivamente enunciados e
suas condições de emergência. Discutiremos nesta
mesa como as noções de sujeito, de acontecimento,
de enunciado e de arquivo, dentre outros conceitos
propostos por Foucault, compõem o quadro
metodológico de pesquisas produzidas no diálogo
com a Análise do Discurso.
GRUPOS DE TRABALHO
GT 1 – Ensino e novas tecnologias
Construções e desconstruções dos minicontos
digitais na hipermordenidade
Aline Kristina Pereira Ramos (UFG/RC)
Anair Valênia (Orientadora – UFG/RC)
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Com as mídias hipermodernas em nossa sociedade,
o leitor tem cada vez mais acesso a novos gêneros
digitais que surgem para atender à demanda
tecnológica que engloba uma diversificada leitura
multimodal e multimidiática. Em nossa pesquisa,
investigamos e analisamos os minicontos digitais,
gênero digital que circula predominantemente em
ambiente virtual que constitui-se de uma narrativa
breve e que consegue proporcionar ao leitor um
começo, meio e fim em sua estrutura narrativa.
Bakhtin (2003) expõe em seus estudos questões
sobre o gênero apontando três elementos que o
constituem: estrutura composicional, conteúdo
temático e estilo, a quem recorremos para reiterar
alguns elementos que possibilitaram a compreensão
da constituição teórica desse trabalho. A partir disso,
buscamos literaturas eletrônicas disponíveis na
internet, que pertencessem ao gênero miniconto
digital, e analisamos a obra de Samir Mesquita
denominada “Um site estático em razão do horário -
18:30”. Essa obra reúne 13 minicontos digitais que
abordam a temática da contemporaneidade da vida
urbana das grandes cidades. Visamos dar visibilidade
à literatura digital que hoje agrega valor a uma nova
prática de leitura e investigamos como esses novos
gêneros se caracterizam a partir da estrutura
composicional, do conteúdo temático e do estilo por
meio das análises realizadas com o nosso corpus
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
identificando e explicitando a sua constituição em
diálogo constante com o cotidiano.
Discursos constitutivos e constituintes de
professores de inglês em um curso de Letras EaD
Cristiane Carvalho de Paula Brito (UFU)
Maria de Fátima Fonseca Guilherme (UFU)
Entendemos que os estudos em Linguística Aplicada
(LA) devem ser realizados de forma a serem
socialmente comprometidos, buscando
problematizar questões de uso da linguagem para
que se possa melhor compreendê-las, estudos que
propõem intervenções que possam otimizar as
relações mediadas pela linguagem e, por
conseguinte, estudos que se comprometam com
sujeitos que vivenciam problemas nas diversas
situações mediadas pela linguagem. Na esteira deste
pensamento, este trabalho visa apresentar resultados
de uma pesquisa que objetivou investigar
discursividades construídas por professores de
língua inglesa pré-serviço acerca do processo de
ensino-aprendizagem em um curso de licenciatura
de Letras-Inglês em contexto de educação a
distância, em uma instituição federal de ensino
superior (IFES) no estado de Minas Gerais. Propomo-
nos a discutir algumas representações construídas
por esses professores sobre sua formação e seus
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
processos de ensino-aprendizagem, tendo em vista a
relação que estabelecem com as NTICs (Novas
Tecnologias de Informação e Comunicação).
Buscando lançar olhares para os dizeres enunciados
em fóruns de discussão da disciplina ‘NTICs no
Ensino de Língua Inglesa’, ministrada ao final do
referido curso, fundamentamo-nos teórico-
metodologicamente na interface Linguística Aplicada
(LA) e Análise do Discurso (AD). No que tange à AD,
estamos considerando a teoria do discurso de linha
francesa elaborada por Michel Pêcheux (ADF), assim
como alguns elementos da arquitetura bakhtiniana
(ADD – Análise Dialógica do Discurso). Nosso
interesse reside, portanto, em tomar a linguagem em
sua dimensão sócio-histórico-cultural-ideológica e
dialógico-polifônica para que seja possível refletir
sobre a relação sujeito-linguagem-tecnologia,
almejando problematizar as possíveis incidências dos
discursos que se constituem em um ambiente virtual
de formação de professores para as (futuras) práticas
docentes desses sujeitos.
A interação com pen pals em um projeto para o
ensino de língua inglesa
Cristiane Manzan Perine (UFU)
O uso de tecnologias da informação e comunicação
no ensino e aprendizagem de línguas repercute em
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
diferentes meios de potencializar a aprendizagem de
uma língua estrangeira. Desse modo, considerar a
estreita relação entre língua e cultura na sociedade
digital nos permite pensar novas realidades
educacionais ampliando conhecimentos em práticas
situadas de aprendizagem e despertando a atenção
para a existência de letramentos múltiplos. O
objetivo deste artigo é apresentar uma discussão
acerca das interações de alunos com pen pals por
meio de uma rede social e suas contribuições para a
aprendizagem de língua inglesa. Tal discussão é
ancorada nos estudos sobre tecnologias e
letramentos (FINALD et al., 2013; ROJO, 2006;
MENEZES DE SOUZA; MONTE MÓR, 2006),
aprendizagem de línguas e redes sociais (MOITA
LOPES, 2010; RECUERO, 2009; HUNTER, 2012) e
cultura e aprendizagem de línguas (SIQUEIRA;
ANJOS, 2012; RIBAS, 2008; GOMEZ, 2004). Este
estudo de natureza qualitativa contou com a
participação de sete alunos universitários, inscritos
em um curso do programa Inglês sem Fronteiras. Os
resultados da análise revelam que, através da rede
social Interpals, os alunos puderam praticar a língua
inglesa ao interagir com falantes nativos e aprendizes
de outras localidades e desenvolver suas habilidades
linguísticas. Essa interação propiciou ainda
oportunidades de letramento e inserção cultural a
esses aprendizes.
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
A tecnologia e a formação subjetiva
Elzilaine Domingues Mendes (UFG/RC)
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o
avanço tecnológico e a formação subjetiva. As
transformações sociais, econômicas e culturais
aliadas ao desenvolvimento tecnológico e científico
trouxeram mudanças significativas no estilo de vida
contemporâneo e na formação dos laços sociais. A
Internet diminuiu significativamente as fronteiras
entre os homens propiciando uma melhora na
comunicação e na qualidade de vida. É inegável o
poder de fascinação que as telas (televisão, Internet,
computadores, notebooks) exercem sobre todas as
idades, inclusive os bebês. O que tem nos
preocupado é o uso excessivo destes instrumentos e
o lugar que as telas têm ocupado na vida das crianças
e adolescentes. No que diz respeito às crianças, o
brincar tradicional perdeu espaço para a Internet e
para os jogos eletrônicos a ponto das telas passarem
a ocupar o lugar dos pais, o que tem colaborado para
a fragilidade psíquica das crianças e adolescentes e
para o aumento de psicopatologias como: a
obesidade, a depressão, problemas de aprendizagem
e a dependência. Retomamos a importância e a
função do brincar para a constituição subjetiva, a
partir dos escritos freudianos e de psicanalistas
contemporâneos, pois, enquanto brinca a criança
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
desenvolve a sua criatividade e elabora os seus
conflitos.
A representação da criança em textos
multissemióticos: o que lemos e
compartilhamos?
Gilda das Graças e Silva (UFU/PROFLETRAS)
Nesta comunicação, apresento uma pesquisa que
ainda está em fase inicial, desenvolvida no âmbito do
Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional
em Letras (PROFLETRAS) da Universidade Federal de
Uberlândia, cujo objetivo geral é elaborar e aplicar
um protótipo de leitura e análise crítica de textos
multimodais que circulam nas redes sociais e
aplicativos e têm como ator social principal a criança.
Com o desenvolvimento desse protótipo, será feita:
uma análise das representações da criança,
construídas por meio desses textos, e dos recursos
por meio dos quais elas se materializam; uma
discussão com alunos e suas famílias acerca da
prática de compartilhamento de textos nas redes
sociais e aplicativos e sobre os efeitos disso no modo
como representam o mundo e, especialmente, a
infância. A abordagem de pesquisa é a qualitativa e
o procedimento adotado é a pesquisa-ação
(SILVEIRA; CORDOVA, 2009). Para atingir os
objetivos propostos, apoio-me nos pressupostos da
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Análise de Discurso Crítica (FAIRCLOUGH, 2001,
2003) e da pedagogia de multiletramentos (ROJO,
2012; COPE; KALANTZIS, 2006, 2008). O protótipo
(ROJO, 2012) está em fase de elaboração, será
aplicado em uma turma de 9o ano de uma escola
pública na cidade de Samambaia, Distrito Federal e
resultará na elaboração de um Portfólio online com
as atividades desenvolvidas pelos/as alunos/as e com
as análises críticas dos textos selecionados. Para a
coleta e registro de dados, utilizo a entrevista com
pais ou responsáveis pelos alunos e com os próprios
alunos e o diário de campo. Dentre os benefícios,
destaco que esta pesquisa, que integra a tecnologia ao
conteúdo, pode levar o estudante a analisar
criticamente as postagens que recebe pelo celular ou
pelo computador, antes de simplesmente compartilhá-
las, e a problematizar e questionar as representações
da criança construídas, por meio de diferentes modos
de significação, nessas postagens.
Significados pictográficos na linguagem online
Gustavo Ferreira Rodrigues (UFG/RC)
Luiz Gustavo Dias (UFG/RC)
A busca pela evolução e automação de processos
sempre esteve presente nos planos do homem. Com
a crescente necessidade de agilidade, procedimentos
novos são desenvolvidos e antigos são
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
aperfeiçoados, como o caso da interação social que
sofre constantes modificações devido a diversos
fatores como, por exemplo, a emergência de novos
recursos tecnológicos. Como percebido em Ribas
(2014), a popularização da internet vem modificando
os costumes, formas e recursos utilizados no
processo de comunicação. Com o crescente
desenvolvimento de hardware, sua difusão, e a
necessidade da otimização temporal, o uso de
aplicativos para comunicação instantânea, deixou de
ser considerado supérfluo, passando a ser uma
necessidade no que tange a comunicação. A
totalidade ou grande maioria de tais aplicativos
utilizam emojis como recurso no processo
interlocutório, auxiliando na interação dos
indivíduos, tendo em vista que emojis são
pictogramas que podem representar palavras, ações
e sentimentos. A utilização de emojis na linguagem
auxilia no diálogo, tendo em vista a possibilidade de
substituição de palavras por ícones, deixando o
processo ágil e descontraído. Por outro lado a
aplicação dos mesmos também pode prejudicar a
comunicabilidade, considerando a ampla gama de
significados que podem ser atribuídos a determinada
imagem. Sendo assim, o presente trabalho intenta
rastrear a utilização de alguns pictogramas em um
determinado grupo social composto por jovens
universitários a fim de reconhecer quais são as
circunstancias de utilização de determinados
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
pictogramas previamente selecionados. Feito isso, os
resultados serão organizados e dispostos em uma
aplicação responsiva desenvolvida através do
framework front-end Bootstrap, o que possibilitará o
acesso da mesma por meio de diversos dispositivos
que tenham acesso a internet.
O ensino de surdos mediado pela tecnologia
assistiva
Kássia Mariano de Souza (UFG/RC)
Juliana Prudente Santana do Valle (UFG/RC)
Pretendemos por meio dessa apresentação, discutir
o uso dos aplicativos sociais (APPs) para Língua
Brasileira de Sinais (Libras) como ferramenta de
auxílio ao sujeito surdo no processo de
aprendizagem, comunicação e interação. O acesso
tecnológico disponível de recursos e serviços
denominado Tecnologia Assistiva (TA) que tem por
finalidade, dentre outras, facilitar ou até mesmo
ampliar a acessibilidade de pessoas com deficiência
nas diversas esferas sociais, sendo a escola uma
delas. Atualmente, devido à grande difusão das TAs
disponíveis para pessoas surdas, sobretudo no
contexto educacional, faz se necessário analisar de
que maneira esses aplicativos vêm colaborando no
processo de aprendizagem do educando surdo, uma
vez que eles têm assumido papel de mediadores
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
comunicacionais. Dessa forma, nossa discussão será
pautada nos aplicativos ProDeaf, Hand Talk e VLIbras
para então, problematizarmos sobre os pontos
positivos e negativos resultantes da utilização destes
como uma possibilidade de ferramenta educacional
para alunos com surdez. Muitas são as discussões
que envolvem o uso dos aplicativos. Os defensores
os consideram um meio de acessibilidade eficaz para
a comunicação das pessoas surdas em um ambiente
onde a maioria não conhece a Libras, como é o caso
da escola, porém há quem os questione pelo fato de
disponibilizarem um vocabulário parco em relação à
diversidade da língua em questão, e que eles não
podem substituir um profissional devidamente
capacitado para ajudar no desenvolvimento
educacional do surdo. Para fundamentar esse estudo
nos valeremos de autores que têm se dedicado a
essa temática como Correa; Vieira et al (2014);
Damasceno; Filho (2002) e Barbosa (2011).
Representação de professores de língua inglesa
sobre tecnologias digitais na avaliação da
aprendizagem em ambiente presencial
Márcia Aparecida Silva (UEG/UFU)
Neste trabalho, pretendo analisar as representações
de uma professora de língua inglesa que utiliza
tecnologias digitais em suas aulas presenciais para
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
ensinar e avaliar os alunos. Esse modelo de ensino,
que mescla presencial e online, é conhecido como
Aprendizagem Híbrida, segundo Moran (2015). O
ensino híbrido pode colaborar bastante para com a
aprendizagem dos alunos, uma vez que mescla algo
do cotidiano deles, tecnologias, e o ensino formal.
Segundo Warschauer (1996), a inserção das
tecnologias digitais em sala de aula traz muitos
benefícios, tais como pontos de discussão e
interação entre os alunos, maior independência do
aluno, conscientização do aluno do seu papel em sua
própria aprendizagem. Todos esses benefícios
rompem com um ensino tido como tradicional. Para
analisar os dados coletados, compostos por uma
entrevista com a professora e uma narrativa
construída por ela, pretendo embasar-me nas
categorias proporcionadas pelo
sociointeracionanismo discursivo, conforme
Bronckart (2012[19971]), levando em consideração a
infraestrutura geral do texto, os mecanismos de
textualização e os mecanismos enunciativos. Lousada
e Barricelli (2014, p. 232) afirmam que “essa distinção
é puramente didática, também, já que, na prática, os
três níveis se apresentam em constante interação”. A
partir da análise das representações da professora
sobre o uso de tecnologias digitais para ensinar e
avaliar, pretendo observar quais as possíveis
decorrências dessas representações para o ensino de
língua inglesa com tecnologias digitais.
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Ensino híbrido e aprendizado de línguas:
desafios e possibilidades
Márcia Aparecida Silva (UEG-UFU)
Haloana Moreira Costa (UEG)
Raquel Pereira Gonçalves (UEG)
O ensino híbrido vem sendo estudado e inserido nos
ambientes escolares como uma outra possibilidade
para o processo de ensino-aprendizagem. Segundo
Moran (2015), o ensino híbrido é a mescla do
presencial e do online. Nesse universo tecnológico, o
ensino híbrido é uma excelente inovação, pois ele
permite que o professor trabalhe ferramentas
digitais, que não foram pensadas antes, para o
ensino-aprendizagem. Este modo de pensar o ensino
e a educação colabora para que o aluno tenha uma
interação maior com o conteúdo aprendido,
podendo relacioná-lo com sua vivência fora da
escola. Pensar o ensino híbrido demanda pensar uma
mudança na posição do professor, em que ele deixa
de ser o detentor do conhecimento, e também, na
posição do aluno, pois ele pode ser produtor de
conhecimento, e não apenas um receptor. Dessa
forma, para realizar este trabalho, nos embasaremos
teoricamente em Prensky (2012); Moran (2015);
Moura & Lima (2015); Bacich, Tanzi-Neto & Trevisani
(2015). A pergunta de pesquisa que embasa esse
estudo é: quais as vantagens e as limitações do
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
ensino híbrido para o processo de aprendizagem de
línguas? Como resultado dessa pesquisa, que ainda
está em andamento, esperamos contribuir para com
as discussões que estão sendo realizadas no âmbito
da Linguística Aplicada sobre a inserção de
tecnologias digitais no processo de ensino e
aprendizagem de línguas.
As tecnologias da informação e da comunicação
e o ensino de língua portuguesa na educação
básica no triângulo mineiro: o dizer dos
professores
Maria Aparecida Resende Ottoni
(UFU/FAPEMIG/CAPES)
Nesta comunicação objetivo apresentar resultados
parciais do projeto de pesquisa “O Portal do
Professor: contribuições e implicações para o ensino
de Língua Portuguesa na Educação Básica no
Triângulo Mineiro”, financiado pela FAPEMIG e pela
CAPES, por meio do Edital 13/2012 – Pesquisa em
Educação Básica, desenvolvido de 2013 a 2016, sob a
minha coordenação. Neste recorte, focalizarei a
exposição e análise de dados concernentes a um dos
eixos da pesquisa, a saber: a integração das
tecnologias da informação e da comunicação (TIC) ao
ensino de Língua Portuguesa (LP). Esses dados foram
obtidos por meio de entrevistas com professores de
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
LP de escolas do Triângulo Mineiro e por meio de
aplicação de questionários durante um processo de
formação continuada realizado em Canápolis e
Tupaciguara. A metodologia está baseada nos
pressupostos da pesquisa qualitativa (BAUER;
GASKELL, 2002; LÜDKE; ANDRÉ, 1986) e os dados do
recorte em destaque foram analisados com base em
estudos sobre tecnologias e ensino e sobre
multiletramentos (COPE; KALANTZIS, 2006, 2008;
ROJO, 2012; ALMEIDA, 2005; BURLAMAQUI, 2011;
COSCARELLI, 2003; KENSKI, 2003, 2006; PAULA;
OTTONI, 2011). Nas entrevistas, os professores
apontam as potencialidades das TIC, mas, também,
os entraves encontrados nas escolas, o que, para
muitos, é um impedimento para a efetivação da
integração das TIC ao conteúdo. Na mesma
perspectiva, as respostas obtidas quando da
aplicação de questionário para sondagem de
conhecimentos nas oficinas de formação mostram
que os docentes sabem da necessidade de aliar TIC e
conteúdo, mas pouco sabem sobre como proceder
para o êxito dessa integração. Ao final dessas
oficinas, os participantes puderam conhecer algumas
maneiras de realizar essa integração, demonstraram
maior motivação e destacaram a necessidade de se
informarem mais sobre as TIC para se sentirem mais
seguros e entusiasmados e para investirem em
práticas que propiciem a integração da tecnologia ao
ensino e sejam significativas aos alunos.
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
A configuração do hiperconto digital como um
novo gênero discursivo
Tainá Camila dos Santos (UFG/RC)
Anair Valênia (Orientadora – UFG/RC)
O avanço tecnológico e o surgimento da era digital
vêm possibilitando novos gêneros discursivos que se
diferenciam dos demais gêneros, sobretudo, pela
abundância de recursos tecnológicos em sua
composição; como é o caso do hiperconto. Segundo
Spalding (2008), esse gênero se diferencia do conto
canônico por ser exclusivamente digital e possuir, em
sua composição, particularidades que o configuram
como um novo gênero. Rojo (2012), ao escrever
sobre novos gêneros discursivos, atribui à
caracterização desses novos gêneros a
multissemiose possibilitada e presente por meio de
hiperlinks, arquivos de mídia, imagens e outros
recursos multissemióticos. Hayles (2009) discorre
sobre como a tecnologia e seus avanços afetam o
sistema cognitivo humano e sobre a relação
intersemiótica entre a linguagem verbal e outras
mídias existentes na literatura eletrônica. Pensando
no surgimento de novos gêneros por meio da
tecnologia e na configuração do gênero hiperconto,
nos embasamos na teoria de gênero discursivo
bakhtiniana para analisar o hiperconto enquanto um
novo gênero discursivo, destacando a interatividade
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
e a multissemiose presentes em sua composição.
Segundo Bakhtin (2003), os gêneros discursivos se
configuram como tipos relativamente estáveis de
enunciado e são marcados por três elementos: o
conteúdo temático, o estilo e a construção
composicional, aspectos teóricos que serão
considerados na análise a ser apresentada. Além do
levantamento teórico, selecionamos o hiperconto
intitulado “Meu doce demônio” (disponível em rede
virtual) como corpus de análise e discutimos as
inúmeras multissemioses, bem como a interatividade
presente no hiperconto. Essas reflexões nos fizeram
chegar à conclusão de que o hiperconto, enquanto
gênero discursivo, se configura como novo a partir
de um dos elementos conceituados por Bakhtin, que
é a construção composicional, dado o fato de que as
multissemioses comuns ao gênero o configuram
diferente do conto canônico.
GT 2 – Ensino e diversidade linguística
A ocorrência dos pronomes nós/ a gente em
Catalão-GO
Alana Caroline Monteiro da Silva (UFG/RC)
Diogo de Campos ALVES (UFG/RC)
Flávia Freitas de Oliveira (Orientadora – UFG/RC)
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
A língua é variável nos diferentes níveis de
linguagem, até mesmo nas unidades mínimas
gramaticais como os pronomes. Dentro disso, este
trabalho pesquisa as variáveis linguísticas “a gente/
nós” na cidade de Catalão-GO, tomando por base os
pressupostos teóricos e metodológicos da Teoria de
Mudança e Variação Linguística desenvolvida a partir
da proposta de Labov (1968). Segundo essa teoria, a
variação é inerente às línguas e não é aleatória, nem
livre, mas condicionadas por fatores internos e
externos ao sistema linguístico. O corpus da pesquisa
é constituído por questionários objetivos e
respondidos por informantes que, por exigência do
comitê de ética da Universidade, não podem ser
identificados. O estudo tem como principal objetivo
verificar a ocorrência, bem como a frequência de uso
da variação dos pronomes nós e a gente na fala dos
catalanos. Nas diferentes pesquisas, percebemos que
o uso de a gente passa a ser mais frequente em
diversas regiões do Brasil. Em Catalão, por meio de
observação o a gente parece ser mais frequente.
Assim, com a pesquisa queremos confirmar
quantitativamente a ocorrência do a gente e nós,
verificar ainda os fatores para a maior frequência da
escolha e uso de uma das variantes. Elegemos o fator
escolaridade como referencial para nossa pesquisa.
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
O estereótipo audiovisual do caipira brasileiro
Alessandra Cristina Costa Reis (UFG/RC)
Maximiano Antonio Pereira (UFG/RC)
Priscila de Almeida Silva (UFG/RC)
A variação linguística está diretamente ligada aos
aspectos linguísticos e sociais (MOLLICA, 2010), que
podem ser observados na variabilidade dos modos
de falar de uma mesma língua, bem como nos
regionalismos que é comumente reconhecido pelos
falantes de uma mesma língua, sendo de outra
região. Segundo Labov (1966) os membros de uma
comunidade de fala compartilham um mesmo
conjunto de padrões normativos mesmo quando há
variação na fala. Existe um agrupamento de pessoas
no Brasil feito a partir da semelhança cultural,
caracterizado pelo modo de vestir e de falar dos
moradores do interior – a este grupo dá-se o nome
de “caipira”. Muitos registros audiovisuais, literários,
musicais, marcam o estereótipo de uma figura
estigmatizada no âmbito sociocultural do caipira
brasileiro de maneira objetiva ou subjetiva, firmando
a construção da imagem do caipira desde o início do
atual século. À medida em que os anos passaram, a
terminologia "caipira", tornou-se extremamente
pluralista, porque muitos entendimentos foram
estabelecidos à se tratar da cultura e, exclusivamente,
do povo tido por pertencer a ela, recebendo um
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
menor prestígio de valor na sociedade já que possui
um modo de falar e vestir característico. Nesse
sentido, a presente pesquisa tem por objetivo
levantar as distinções e similaridades presentes na
fala do caipira brasileiro de diferentes regiões,
visando demonstrar que, dentro do grande grupo
estigmatizado como caipira, pode haver variação
linguística. Para tanto, será analisada a fala de dois
personagens da teledramaturgia que representem
caipiras de regiões distintas. Os resultados serão
apresentados em um quadro lexical apontando os
pontos em comum e as disparidades.
Variação diatópica no funk, rap e sertanejo do
brasil
Bruna Barbosa Silva (UFG/RC)
Clarissa Camargo Teixeira (UFG/RC)
Flávia Freitas de Oliveira (Orientadora – UFG/RC)
O que falar sobre língua? Não aquela que fica na
boca, aliás, ela fica na boca também, mas é usada
para nos comunicarmos. Sabemos que a língua varia
e depende de vários fatores como faixa etária, sexo
do falante, comunidade linguística a qual pertence
seja rural ou urbana, além de extrato social, estilo de
fala e escolaridade, percebe-se inclusive, tal
variabilidade em letras de música. Diante disso, surge
o interesse em analisar músicas e a presença da
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
variação nos diferentes níveis de linguagem, a saber:
fonético-fonológico e lexical. O estilo musical parece
exigir ou retratar um tipo específico de criação como
no estilo sertanejo que apresenta uma variedade de
gírias e estilo caipira falado no interior, o funk com
suas gírias de cidade grande - geralmente faladas em
favelas - e o rap, que além do seu estilo diferenciado
ao cantar, sempre faz referência ao contexto social. O
objetivo geral deste trabalho é estudar a variação
diatópica dos estilos musicais supracitados e,
especificadamente, comparar as variedades das
diferentes músicas parar confirmar se os estilos
utilizam apenas uma variedade, se fica evidente a
variação da região da composição musical e dentro
do mesmo estilo listar a variabilidade lexical após a
análise de duas músicas de diferentes regiões, no
mesmo estilo, faremos um quadro comparativo
como resultado.
A gramática reflexiva e o ensino de regência
verbal no 9º ano do Ensino Fundamental:
sugestões de intervenções pedagógicas
Éllis Márcia Batista RODRIGUES (UFU)
Adriana Cristina Cristianini (UFU)
Esse trabalho tem por objetivo propor uma
intervenção pedagógica para o 9º ano do Ensino
Fundamental que contemple a visão reflexiva da
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
gramática a respeito da Regência verbal.
Primeiramente, apresentamos a abordagem da
gramática nos PCNs, em seguida, analisamos os
conceitos de regência verbal nas gramáticas de
BECHARA (2010), CELSO CUNHA (1986), PERINI
(1996) e BAGNO (2011) a fim de traçar o paralelo
entre as gramáticas normativas e reflexivas, e
posteriormente, analisamos o tratamento de três
livros didáticos para o estudo de regência verbal. A
partir das análises, chegamos à conclusão de que: i)
na maioria das gramáticas, a variedade padrão é
privilegiada; ii) apesar do PCN prescrever uma
abordagem reflexiva da língua, os livros didáticos
não proporcionam atividades em que o aluno seja
exposto a condições reais de produção de discurso,
uso da língua na prática do seu dia a dia, e iii) é
necessário oferecer um ensino gramatical vinculado
ao texto do cotidiano do aluno, partindo-se da
observação dos fatos lingüísticos para chegar às
definições. O corpus constitui-se de 28 textos de uma
turma de 9ª ano, foram analisados os verbos chegar,
namorar, querer, lembrar e pedir, os quais nos
possibilitaram perceber o nível de dificuldade dos
alunos no uso desses verbos. Para a elaboração da
proposta de ensino, baseamo-nos em IGNÁCIO
(2003), BARBOSA (2011), FARACO (2008), DINAH
CALLOU (2007), VIEIRA;BRANDÃO (2007), NEVES
(2000), HALLIDAY (1985) e GORSKI; COELHO (2009).
Na intervenção pedagógica propomos cinco
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
atividades, nas quais contemplamos a pesquisa e
levantamento de dados, leitura e análise de textos
multimodais, e reescrita de produções textuais dos
alunos.
Pesquisas (socio)linguísticas: a diversidade
linguística em questão
Flávia Freitas de Oliveira (UFG/RC – UFU)
Os estudos sobre diversidade linguística avançam no
Brasil com o objetivo de caracterizar a variedade do
português brasileiro é, de fato, um dos principais
objetivos da linguística no Brasil. Dito isto
observamos os projetos e banco de dados em
andamento como o projeto NURC (Projeto da Norma
Urbana Oral Culta do Rio de Janerio) que desenvolve
estudos com o objetivo da elaboração de uma
gramática da língua falada e pesquisa a variação e
mudança no português arcaico com base em um
corpus do século XIV. Com ênfase na variação da fala
surgem projetos como o VARSUL e o VALPB que
descrevem o Português falado em regiões opostas
do país. Assim, o VARSUL - Variação Linguística na
Região Sul do Brasil - dá conta da região sul
considerando as etnias presentes naquele lugar e o
VALPB - Variação Linguística no Estado da Paraíba -
propõe pesquisar a realidade linguística da
comunidade de João Pessoa, no Nordeste do país, a
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
fim de desenvolver estudos visando subsidiar o
ensino de Língua Portuguesa em todos os níveis. O
projeto ALIP (Amostra Linguística do Interior
Paulista), não muito diferente dos projetos já citados
também tem a preocupação de registrar e,
posteriormente, caracterizar uma variedade do
Português falado no interior do Estado de São Paulo,
hoje está em andamento na UNESP de São José do
Rio Preto. Há um significativo número de pesquisas
não citadas aqui, no entanto, as já referendadas
testemunham a importância de uma linha de
pesquisa denominada sociolinguística cujo objetivo
é o estudo da língua em uso dentro da comunidade
de fala, levando-se em consideração os diversos
fatores para a ocorrência da variação e mudança
linguística. Sendo assim, a proposta deste trabalho é
reunir pesquisas interessados na descrição e
interpretação de fenômenos variáveis no português
brasileiro (PB) discutindo trabalhos - concluídos e/ou
em andamento - que focalizem a variação e a
mudança linguística tanto de uma perspectiva
sincrônica quanto diacrônica e com a finalidade de
influenciar o ensino do PB dentro da realidade
linguística dos falantes.
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Análise dos erros ortográficos em redações do
Ensino Fundamental 1: uma pesquisa
variacionista
Keren Maria Machado Santos (UFG/RC)
Paula Rayanne de Paiva Gomes (UFG/RC)
Flávia Freitas de Oliveira (Orientadora – UFG/RC)
As atividades de um professor de língua portuguesa
em escolas parecem incluir basicamente explicações
e esclarecimentos de regras gramaticais
convencionalmente instituídas na língua pelas
gramáticas normativas e políticas para o ensino de
língua materna. Diante das novas políticas
linguísticas há uma crescente busca de se evitar
desvios de escrita, mas sem desvalorizar a variação
linguística dos indivíduos envolvidos no processo de
aprendizagem. Dentro do ambiente escolar
percebemos a língua variável na escrita dos alunos,
sendo perceptível identificar que parte dos
chamados "erros", é na verdade reflexo da variação
fonética dos falantes. Portanto, dentro desta
dimensão, este trabalho objetiva realizar uma análise
de dados nas redações de uma escola municipal e
particular da região centro-oeste brasileiro, o foco
inicial possui ligação direta com aplicação das
redações na serie do 3º ano, de ensino fundamental
1 com alunos de faixa etária de 8 anos. Os dados que
serão levantados a partir da produção textual com
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
tema "A borboleta da asa quebrada" que será
produzida pelos alunos no ambiente escolar depois
de coletado os dados, parte componente da
metodologia dar-se-á no levantamento de "erros"
dentro de cada produção textual e,
consequentemente os classificaremos em desvios de
qualidade fonética ou de qualidade ortográfica.
A concordância verbal no ensino superior
Khézia Cristina SOUZA (UFG/RC)
Rafhael EUZEBIO (UFG/RC)
A sociolinguística lida especificamente com a língua
falada em diversos níveis da linguagem e em
diferentes comunidades de fala. Dentro do uso
linguístico temos determinadas padronizações de
pronúncia, uso lexical, escrita que é imposta pela
nossa sociedade em situações mais formais e,
consequentemente, são exigidos e ensinados nas
escolas como a concordância verbal nas frases nós
vamos à escola x nóis vai na escola em que esta
última é um desvio do padrão escolar. Nestre
trabalho nos embasamos em uma pesquisa feita por
Edila Vianna da Silva (UFF e ABRAFIL) cuja análise de
corpora foram as ocorrências da concordância verbal
na redação dos alunos do 9° ano do ensino
fundamental e 3º ano do ensino médio. Dentro disso,
buscamos analisar a concordância verbal, que é um
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
fator variável, não mais no ensino fundamental e
médio, mas no ensino superior partindo da hipótese
de que os anos de escolaridade influenciam no uso
da concordância verbal. O corpus desta pesquisa será
composto pela escrita dos alunos dos cursos de
graduação da Universidade Federal de Goiás –
Regional Catalão que estão nos períodos: 1°, 5° e 8°
ou 10°, levando em conta a duração do curso em
questão. Nossa intenção será observar como eles
aplicam a concordância verbal analisando a
frequência de cada tipo de ocorrência.
O processo de formação de professores de língua
portuguesa como segunda língua para alunos
surdos no atendimento educacional
especializado
Letícia de Sousa Leite (UFU)
A presente pesquisa, em estágio inicial, tem como
objetivo geral analisar como tem se constituído o
processo de formação de professores de Língua
Portuguesa(LP) como segunda língua (L2) para
surdos nas instituições de ensino superior no âmbito
federal do estado de MG. Especificamente, pretende-
se levantar quais cursos de formação de professor de
Língua Portuguesa têm ênfase no ensino de segunda
língua para surdos; descrever quais processos
formativos voltados para o ensino de L2 para surdos
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
cada instituição mineira desenvolve; e apontar os
enfoques específicos que as instituições realizam
para formar professores atuantes no ensino de
Língua Portuguesa como segunda língua para surdos
no Atendimento Educacional Especializado. O
presente estudo abrange a coleta de dados através
da metodologia qualitativa com a utilização de
questionários, apresentando questões mistas -
abertas e fechadas - aos sujeitos envolvidos no
processo de formação do professor de Língua
Portuguesa como segunda língua para os alunos
surdos no Atendimento Educacional
Especializado. Quanto ao referencial teórico para
análise específica deste estudo serão efetuadas
pesquisas bibliográficas em literaturas afins e em
documentos oficiais da política nacional, na
legislação constada através dos seguintes
documentos: LDB 9.394 (1996), PCNs (1998), Lei
10.436/2002, Decreto 5.626/2005, Decreto nº
7.611/2011, além de outros decretos, pareceres e
recomendações governamentais e institucionais.
Espera se que esta análise enriqueça a discussão
deste estudo alcançando satisfatoriamente o seu
objetivo inicial. Somos motivados pelo desejo de
apreender a problemática da ausência de formação
do professor de Língua Portuguesa como segunda
língua para os alunos surdos no Atendimento
Educacional Especializado. Nessa direção, o presente
estudo se justifica por constatarmos a escassez de
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
trabalhos e estudos voltados para a referida temática.
Essas considerações apontam para a relevância da
pesquisa ao sistematizar informações referentes ao
processo de formação dos profissionais atuantes no
AEE, no ensino de LP como L2.
Proposta de estudo de variação linguística em
instituição militar de ensino
Maria Goretti de Araújo Boudens (UFU)
Adriana Cristina Cristianini (Orientadora – UFU)
As aulas de Língua Portuguesa estiveram centradas
no estudo da gramática normativa e qualquer
manifestação que estivesse em desacordo com ela
era tida como “erro”. Isso rotula os falantes e, muitas
vezes, os classifica conforme a maneira como se
apropriavam – ou não - das regras estabelecidas. Por
isso, nesse ambiente, o ensino da Língua Portuguesa
deve estar voltado para a consideração da
variabilidade do idioma e deve considerar a nova
visão crítica a respeito desse fenômeno. A escola
precisa estar preparada para lidar com essa realidade.
Faz-se necessário promover uma mudança de
comportamento dos envolvidos, que devem estar
atentos ao fato de que a língua está relacionada a
uma questão cultural do usuário e da comunidade na
qual esse sujeito está inserido. Neste trabalho, será
destacada a variação semântico-lexical. Essa
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
abordagem está fundamentada no fato de que uma
sala de aula de uma instituição militar de ensino é
constituída por estudantes oriundos de muitas
regiões do país e, inclusive, de outras nações. Muitas
vezes, esses falantes permanecem por pouco tempo
no colégio, já que a mobilidade faz parte da realidade
dessas famílias. Desse modo, a riqueza vocabular
desses alunos pode servir para valorizar outras
formas de expressão linguística para acrescentar
novas palavras ao vocabulário ativo do estudante,
aproveitando o material humano da turma. Além
disso, espera-se o desenvolvimento de atitude crítica
e reflexiva do aluno quanto às possibilidades de usos
da língua. Para investigar esse fenômeno da variação
semântico-lexical, a proposta de intervenção será
aplicada em forma de oficinas, integrando a teoria à
prática. O conhecimento passa a ser construído em
conjunto, compartilhando saberes e experiências
entre os envolvidos no processo.
Análise comparativa das variedades lexicais nos
sistemas prisionais do sul e sudeste
Milena Pires Ribeiro (UFG/RC)
Aline Kristina Ramos Pereira (UFG/RC)
Flávia Freitas de Oliveira (Orientadora – UFG/RC)
É um lugar-comum dizer que a língua não é
homogênea, pois percebemos a variedade nos
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
diversos níveis da linguagem, inclusive, lexical. No
nosso cotidiano podemos observar que essa
variedade linguística funciona como marca
identitária que revela falantes de determinada
comunidade linguística. Uma dessas marcas são as
gírias utilizadas dentro dos Sistemas Prisionais, onde
seus falantes se valem desse recurso linguístico de
forma a facilitar a vivência dentro do espaço
carcerário, pois quando o indivíduo é levado a esse
sistema ele necessita aprender o “dialeto” utilizado
no espaço para melhorar a convivência. Este trabalho
busca comparar dados de pesquisas já realizadas na
agenda sociolinguística. Dentro delas apresentamos
o corpus de uma dissertação de mestrado da região
sudeste, bem como um artigo que divulga o léxico
prisional da região sul do Brasil. Assim, nosso corpus
será formado por dados lexicais de presidiários de
Instituição Penitenciária do Oeste Paulista em São
Paulo e da Penitenciária Modulada Estadual de
Osório no Rio Grande do Sul com o objetivo de
realizar uma comparação dos dados encontrados e
verificando as similaridades e diferenças das
variações linguísticas. Além disso, como resultado,
organizaremos um glossário para perceber as
similaridades e distinções lexicais das diferentes
locais. Cumpre dizer que para a pesquisa serão
utilizados aportes teóricos da Sociolinguística
recorrendo principalmente os estudos de William
Labov (2008), Mollica e Braga (2015).
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Ensino de Libras como segunda língua: análise
das principais dificuldades encontradas no
aprendizado dos alunos ouvintes
Renata Rodrigues de Oliveira Garcia (UFG/FL)
A promulgação da Lei nº 10.436/2002,
regulamentada pelo Decreto 5.626/2005,
reconheceu a Libras como língua de expressão e
comunicação da comunidade surda. Esta pesquisa
pretende contribuir para a área de ensino e
aprendizagem de línguas contida no âmbito da
linguística aplicada que tem tardiamente sido
explorada pela pesquisa experimental empírica.
Seguimos então o caminho da pesquisa participativa,
com o intuito de aproveitar a grande experiência
prática e vivencial que possuímos, e lançamos mão
da pesquisa etnográfica como recurso principal de
nosso trabalho, através das transcrições de
experiências em sala de aula e questionários formais
e informais. Para o embasamento teórico do nosso
trabalho, fizemos incursões a diversões autores entre
eles Chomsky (1965), Hymes (1979) e Widdowson
(1991), principalmente no que diz respeito a
formação do conceito de competências
comunicativas, ao refletirmos sobre a abordagem
comunicativa no ensino de línguas nos remetemos a
Almeida Filho (1986, 2002) e a diversos outros
autores mencionados durante a pesquisa que
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
contribuíram de alguma forma para a confecção da
mesma. Pretendemos não apenas passear pelo
campo teórico criado por estes autores, mas verificar
sua aplicação a Língua de Sinais tão pouco estudada
ainda sob os olhos destes autores. Conclui-se que as
identificações são enormes no que diz respeito as
experiências e pesquisas relativas as línguas orais e
que muito pouco ou quase nada se conhece a
respeito da teorização das competências
comunicativas ou mesmo das abordagens de ensino
de língua estrangeira por parte dos profissionais
envolvidos neste processo.
Fenômenos de contato (sócio)linguístico e
ensino: um olhar para a diversidade
Rodrigo Mesquita (UFRR)
O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta
de ensino com a temática da diversidade linguística
e sociocultural utilizando como instrumento didático
os usos linguísticos permeados por fenômenos de
contato, tais como empréstimos linguísticos e
alternância de línguas (também conhecido como
alternância de código ou code-switching). Grosjean
(1982) define o primeiro como o uso de uma palavra
de uma outra língua, que é adaptada à língua de
base, e o segundo como o uso alternado de dois ou
mais códigos numa mesma interação conversacional,
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
o que pode incluir a alternância entre variedades de
uma mesma língua. Os fenômenos, comuns em
contexto de bi/multilinguismo e bi/multidialetalismo
são abordados na perspectiva da sociolinguística e
da Etnografia da Fala (HYMES, 1972). A partir do
reconhecimento de todas as salas de aula como
campos sociolinguisticamente complexos, espera-se
refletir sobre a competência e repertório
comunicativos de indivíduos que transitam entre
eventos de fala com características contextuais
diversas. As propostas de uso didático podem se dar
em todas as dimensões da linguagem (leitura, escrita,
oralidade/gestualidade) e proporcionar a reflexão
(sócio)linguística sobre os fenômenos de contato e a
diversidade linguística. A abordagem do tema, em
níveis diversificados da educação formal, deve
permitir a identificação de empréstimos linguísticos
e alternância de código como salientes nas diversas
situações de uso da língua portuguesa e naturais a
quaisquer contextos em que haja contato linguístico,
ou seja, coexistência e interação entre línguas e/ou
variedades de uma língua. Também são abordadas
as intensões comunicativas por trás dos usos
linguísticos, assim como a negociação de identidades
e a consideração das consequências na/da interação.
Ademais, a proposta contribui para o
desenvolvimento da metalinguagem por meio da
observação de fenômenos linguísticos comuns em
situações cotidianas dos alunos.
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Diversidade linguística, direitos linguísticos e o
ensino e aprendizagem em Moçambique:
problemática e Desafios na Adopção da Língua de
Ensino
Zacarias Alberto S. Quiraque
(PMEL – UFG/RC)
Félix Filimone Tembe
(Universidade Eduardo Mondlane, Moçambique)
Moçambique é um país multilíngue, plurilíngue e
multicultural. Desta pluralidade linguistica, cerca de
20 são chamadas de línguas Bantu, com
características específicas, mas correlatas. É um país
que faz parte dos quinze (15) países de África com
diversidade linguística acentuada, na perspectiva de
Robson (1993, apud Mabasso, 2010) que considera
elevada diversidade linguística, situação em que uma
percentagem não superior a 50% da população fala
a mesma língua. O eMakhuwa, língua autótona com
mais falantes como L1, representa uma cifra próxima
dos 26.1% da população total. Por seu lado, o
português, língua oficial do país, registou nos últimos
30 anos um crescimemnto espetacular em termos de
falantes, como L1 e como L2. Na primeira condição
(como L1), passou dos 1.2% em 1980 para 10.7% em
2007 e, como língua segunda (L2) passou dos 23%
para 40%. Diante desta situação, a questão que se
coloca é: Que língua adotar para o ensino de modo
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
a que se respeite o direito de cada indivíduo, receber
a educação na sua língua materna? A presente
comunicação tem como objetivos (1) discutir a
adoção da língua portuguesa como única língua de
ensino e disciplina, e as tendências atuais de incluir
as línguas bantu no ensino em algumas comunidades
de Moçambique; (2) analisar criticamente os dois
modelos de educação (monolingue e bilíngue)
mostrando que o primeiro tende a ser excludente, na
perspectiva de língua como direito, enquanto que a
segunda modalidade transparece o
assimilacionismo; e (3) propor estratégias eficientes
como desafio rumo a melhoria do ensino naquele
país. A pesquisa bibliográfica constitui a base desta
comunicação, porém, sendo conhecedores do
contexto em alusão, recorreremos, também, à
introspeção.
GT 3 – Literatura e o lugar do outro
A presença do gótico colonial em:
O convidado de Drácula
Alexander Meireles da Silva (UFG/RC)
Berlany França (UFG/RC)
Considerado um capítulo cortado da edição final
de Drácula (1897), o conto “O Convidado de
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Drácula”, (1914), de Bram Stoker descreve a
viagem de um inglês, cujo nome não é revelado, ao
leste europeu visando o atendimento a um cliente
residente na Transilvânia, que ao final da narrativa
descobrimos se tratar do Conde Drácula. No
entanto, mais importante que o destino final da
viagem é o seu percurso, ou melhor, o
comportamento do inglês durante o percurso em
resposta aos eventos vivenciados por ele. Nesse
cenário, a visão do inglês representa a mentalidade
das elites inglesas de forma preconceituosa em
relação às colônias dentro da esfera do império
britânico da Inglaterra vitoriana ao longo do século
XIX, preconceito este fomentado pelo medo da
perda da identidade europeia em contato com as
crenças e costumes das colônias. Com base neste
quadro, este artigo tem como objetivo analisar
como “O Hóspede de Drácula”, enquanto
representante do modo fantástico, reflete
estratégias pertencentes a vertente romanesca do
Gótico em sua expressão do Gótico colonial. Para
atingir o objetivo proposto utilizaremos o suporte
teórico de críticos como Alexandra Warwick (1998),
Mary Ellen Snodgrass (2005), Patrick Brantlinger
(1988) e H. L. Makchow (1996). Esperamos assim
apontar como o gótico inglês se configurou nas
últimas décadas do século XIX em alinhamento
com a imagem insólita das colônias e seus
habitantes que poderiam impossibilitar o
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
progresso dos ingleses e ameaçariam a integridade
e a identidade dos mesmos.
O lugar do outro: a autoficção como processo
identitário
Débora Chaves (UFU)
Nos últimos anos, cada vez mais tem surgido textos
e produções literárias que servem para questionar o
lugar do outro e quem o outro representa na
construção identitária individual do sujeito. No
entanto, mesmo com tantas propostas teóricas e
ficcionais, quase sempre esses questionamentos não
são esclarecidos, e, muitas vezes, elaboram novas
dúvidas e novas problemáticas que acabam
confundindo esse sujeito, fazendo com que ele não
se insira no universo identitário por não reconhecer-
se dentro dele. A partir da crônica “ELE CONSEGUIU”,
de João Ubaldo Ribeiro, esse artigo propõe um
passeio pela visão que o autor tem de si e como essa
visão é modificada ao alcançar o leitor. Através dessa
troca – autor/leitor – é possível perceber uma
construção identitária que não somente os confunde,
como também os aproxima, ao inserir temas tão
pessoais ao leitor e ao mesmo tempo, tão caros ao
autor. Nessa crônica, publicada no ano de 2000, João
Ubaldo narra uma de suas experiências ao tentar se
adaptar ao uso do computador e insere, de maneira
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
divertida e irreverente, sua não adaptação à máquina.
Sendo assim, lançamos mão de conceitos de cultura
e identidade para exprimir a constante remissão ao
descentramento da vida cotidiana, a fim de
questionar a autoficção como um processo
identitário e uma revisitação do sujeito ao lugar do
outro.
Testemunho e memória em “Cruzes Brancas:
diário de um pracinha”, de Joaquim Xavier da
Silveira
Edson Sousa Soares (UFU)
Esse trabalho tem como objetivo analisar o livro
intitulado Cruzes brancas: diário de um pracinha, de
Joaquim Xavier da Silveira, publicado em 1997,
acerca da participação da Força Expedicionária
Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial. Além
disso, o trabalho tem como finalidade divulgar a
literatura da FEB, levando-se em consideração as
acepções teóricas em torno da literatura de
testemunho, memória coletiva e individual. A
divulgação da literatura febiana, sobretudo no meio
acadêmico, poderá contribuir com novos estudos
sobre a narrativa de testemunho e preservar a
história daqueles que escreveram suas vivências do
campo de batalha. Esta pesquisa sobre as narrativas
dos integrantes da FEB se justifica na medida em que
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
há poucas investigações científicas sobre esse tema
no campo dos estudos literários. Além disso, para
entender o contexto geral da participação brasileira
no maior conflito bélico da humanidade,
investigamos também outras fontes, entre elas, livros
sobre esse conflito escritos por historiadores,
jornalistas e militares, documentários, relatos de
outros pracinhas e pesquisas bibliográficas, bem
como questões políticas relacionadas ao nazismo e
ao fascismo na Europa e suas consequências no Brasil
durante a Era Vargas.
Identidade e comiseração: traços epilíricos na
poesia de Cora Coralina
Elis Regina Castro (FL/UFG/CNPq)
Jamesson Buarque (Orientador – UFG/FL)
Partindo da concepção de que a poesia de Cora
Coralina possui traços épicos, como a comiseração e
o apelo à memória (e ao passado), pretendemos
analisar como tais traços marcam a representação de
indivíduos, sobretudo os tipos humanos
marginalizados da Cidade de Goiás. Partiremos da
ideia de que a representação se dá, sobretudo, por
um princípio de identidade em que sua eu lírica
participa pela comiseração, porque irmana-se, mas
não necessariamente torna-se os tipos
representados, como a lavadeira, a prostituta ou o
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
lavrador, por exemplo. Analisaremos como essa
representação do Outro na poética de Cora, que se
dá pela identidade por semelhança, fruto dessa eu
lírica comiserável, cria uma unidade de existir entre
ela e cada indivíduo de Vila Boa, incluindo a própria
cidade, que podemos verificar, por exemplo, no
poema “Minha Cidade”, em que o traço de
comiseração se confirma pela irmanação. Como
pressuposto teórico sobre a memória, tomaremos
como base, sobretudo, as contribuições de Gagbenin
(2009). Além disso, procuraremos sempre articular
nossas reflexões acerca dos traços epilíricos na
poesia de Cora Coralina com a iminência de uma
autoria feminina, no que diz respeito à consciência
da eu lírica como sujeito feminino, isto é,
problematizaremos como o aspecto mulher na obra
da poeta, que se dá por oposição ao aspecto homem,
efetiva aquilo que Cixous (1995) chamou de escritura
feminina. Para tanto, analisaremos, sobretudo, os
poemas “O Cântico Universal”, "Ofertas de Aninha
(aos moços)", “Conclusões de Aninha”, além de
outros contidos no livro Vintém de Cobre: Meias
confissões de Aninha (1985).
O lugar da alteridade no espaço romanesco:
perspectivas e análises
Fabianna Simão Bellizzi Carneiro (UERJ – UFG/RC)
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Tendência dos escritores contemporâneos e que em
muito agrega aos estudos culturais de uma forma
geral, é unir as questões espaciais por nós
vivenciadas cotidianamente ao texto literário. Donald
Schuler reforça que “O que se espera do romancista
é a organização do espaço textual em livre
articulação com os horizontes espaciais e textuais
que o cercam” (1989, p. 72). Observa-se que estudar
o espaço literário, salientando apenas aspectos de
ordem social ou psicológica das personagens
restringiria em muito um item que possibilita
diferentes olhares e abordagens. Devemos ressaltar
que as personagens estão inseridas em contextos
sociais, daí que um estudo sistematizado do espaço
abarcaria um cruzamento da inserção das
personagens na trama com suas movências e
vivências, ou seja, o estudo do espaço na obra
literária requer uma investigação de tal elemento em
toda a sua riqueza. Este trabalho objetiva analisar o
processo de constituição da relação entre a
alteridade e o espaço na trama literária a partir dos
seguintes questionamentos: Que mudanças podem
ser salientadas do século dezoito até a
contemporaneidade em relação às obras literárias
em relação ao elemento espaço? O tempo perdeu
sua importância? Por que estudar o espaço literário?
Em que momento específico os autores começam a
ressaltar o espaço em suas narrativas? O espaço
estaria, portanto, tomando a maior parte da tessitura
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
narrativa? Salienta-se que este trabalho faz parte da
Dissertação: “Onde vivem os monstros: o espaço da
alteridade na literatura fantástica contemporânea”
por mim defendida no dia 26 de abril de 2013, pela
Univerisdade Federal de Goiás, Regional Catalão,
com financiamento da agência Capes e sob
orientação do Profº Drº Alexander Meireles da Silva.
Um álbum de leitura em Lygia Fagundes Telles:
práticas de leitura possíveis e/ou interditadas
Fabrícia Rodrigues Carrijo (UFG/RC-PMEL)
Objetiva-se, com esta comunicação, discutir a partir
da produção artística de Lygia Fagundes Telles,
notadamente, os livros A disciplina do amor (1998)
e Invenção e Memória (2000), a relevância de se
pontuar uma escritura comprometida com a
questão de Gênero, na acepção dada por Judith
Butler, em Gender Trouble: Feminism and the
subversion of identity (1995) ao circunscrever que
são inúmeras as definições para o termo gênero.
Por ora, pretende-se abordá-lo como: ação, ação
que se traduz tanto em identidades transitórias,
quanto em matrizes discursivas e representações
elaboradas durante o próprio ato de diferenciação
da sexualidade. Ao observar, detidamente, a
material idade discursiva constituinte das
narrativas de Lygia Fagundes Telles, nota-se quase
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
sempre referências, alusões, à palavra escrita, à
leitura, à memória – leituras possíveis e ou
interditadas paras as mulheres, personagens de sua
ficção. A partir destas leituras e/ou das leituras
realizadas pelas personagens lygianas, observa-se
que elas são desveladoras de séculos de
preconceito contra as mulheres, quando não
destinadas ao anonimato, cerceadas sobre o quê,
quando, onde e com que finalidade elas poderiam
ler. Enveredar pelo bosque ficcional de Lygia
Fagundes Telles (para recorremos aqui a uma
acepção tomada como empréstimo de Umberto
Eco) é trilhar por entre caminhos obscuros, não
raras vezes interditos até para as próprias
personagens e/ou narradoras; quase sempre
fadadas ao anonimato, a serem um “Ser do Outro”,
primeiro do pai, depois do marido e/ou na falta
deste, da figura viril mais próxima, um irmão, um
cunhado, nunca como um ‘Ser em Si Mesmo’. Ou
ainda, em alguns casos, o desejo da escrita fica
circunscrito ao silêncio, aliás, ali se resguarda; a
palavra ‘não-dita’, mas sentenciada no gran finale,
na hora da partida. Assim o é no denominado
fragmento “Roxo é a cor da paixão”, da coletânea
A disciplina do amor (2002).
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Cosmos e Jardins: terrenos sagrados da Grande
Mãe
Fernanda Cristina de Campos (UFU)
A filósofa Constança Marcondes César afirma que há
uma Grécia imortal arraigada ao inconsciente do
homem ocidental. Lugar sacro e venerável – o qual
marca, sobremaneira, a reintegração humana ao
sagrado – resistiu ao tempo profano, tornando-se
imagem poética, que se multiplicou no imaginário,
possibilitando que novos templos fossem erigidos,
não por mãos humanas, mas por meio da enunciação
lírica. É o que atesta toda a poesia de Dora Ferreira
da Silva, quando esta insiste em recordar os tempos
auges de uma Hélade governada por divindades que
detinham toda a ordenança do cosmo. A obra desta
poeta revela-se como um berço imagético que
engendra uma poesia em estado puro ao penetrar na
essência do sagrado por meio de imagens, símbolos
e mitos referentes às divindades femininas pré-
helênicas e helênicas, como as deusas: Grande Mãe,
Diana, Selene, Mnemósina, Afrodite, Hécate, dentre
outras. Na esteira poética e antropológica dos
estudos do imaginário, este trabalho tem como
objetivo analisar e compreender os mitos e as
metáforas geradoras e fomentadoras destas imagens
dêiticas, tendo como base o método da mitocrítica,
que consiste na interpretação dos procedimentos
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
imagéticos e simbólicos da criação literária calcados
nos estudos de Gaston Bachelard, Gilbert Durand e
Mircea Eliade.
Lugar de princesa é... onde ela quiser!
a subversão feminina na narrativa infantil “A
pior princesa do mundo”
Fernanda Lázara (UFG/RC)
Propomo-nos a analisar, neste trabalho, como vem
ocorrendo a representação das princesas na
produção literária potencialmente voltada para o
público infantil, na sociedade ocidental
contemporânea. Nesse sentido, elegemos para
apreciação a obra de Anna Kemp, A pior princesa do
mundo (2012). Buscaremos conhecer as
particularidades da criação supramencionada que
nos autorizam a destacá-la como propagadora de
novos paradigmas referentes à representação do
feminino na contemporaneidade, verificando: qual é
o perfil físico e psicológico da princesa que
protagoniza a narrativa; qual é seu comportamento e
sua forma de pensar perante convenções sociais; em
que medida a personagem protagonista subverte o
padrão das costumeiras histórias de princesas e
desconstrói estereótipos arraigados neste gênero
literário; de que forma a autora utiliza linguagem
verbal e ilustrações para compor a significação da
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
obra. Nossas pretensões partem da percepção de
que algumas das histórias de princesas produzidas
na contemporaneidade têm revelado personagens
que agregaram caraterísticas inovadoras, tanto
físicas quanto comportamentais. Este fator nos
chama a atenção por demonstrar que a produção
literária infantil vem acompanhando a evolução dos
tempos e da mulher na sociedade, em uma época em
que a voz feminina se faz ouvir cada vez mais e o
valor da diferença, da igualdade de oportunidades
entre as pessoas, da cultura livre são temas dignos de
abordagem nas narrativas. Esses elementos são caros
à literatura infantil por enaltecerem, através da ficção,
a diversidade de modos prototípicos de vida,
desvencilhando-se do que seria “normal”. Nesse
sentido, então, é que buscaremos apesentar os
resultados de nossas verificações.
“Como fazer amor com um negro sem se cansar”
e a metonímica performatização da identidade
Gisele Pimentel Martins (UFU)
Camila da Silva Alavarce (UFU)
O presente estudo, utilizando algumas questões
sobre o discurso identitário, proposto por Stuart Hall,
e sobre a performatização, de acordo com os
postulados por Paul Zumthor, tem como objetivo
analisar como a performance do sujeito, suturado à
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
identidade pré-estabelecida, torna a virtualidade
desta identidade flutuante, atual e concreta. A
performance é física, é a explicitação de um exercício
identitário. Performatizam-se tantas identidades
quanto o sujeito é capaz de assumir. Parece-me que
o interessante da performance, nesta abordagem, é
essa característica concreta, de “passar ao ato” o que
era apenas uma virtualidade. Concretiza uma ideia,
desta forma, ela parece assumir, em si mesma, um
caráter também transitório, passageiro, como o do
próprio exercício identitário. Como se a performance
fosse sempre uma parte de um todo sempre adiado,
sempre o sujeito está performatizando identidades,
pedaços de si mesmo, ou identidades de si mesmo.
Como se a existência do sujeito fosse, ela mesma,
uma sucessão de metonímias, partes de um todo
maior. Para a observação desse exercício identitário
e performático, utilizamos o romance Como fazer
amor com um negro sem se cansar, de Dany
Laferrière, (2012). Tal narrativa se passa em Montreal,
no início dos anos 80; narrado em primeira pessoa,
por um narrador que não se nomeia, é chamado de
Velho pelo amigo Buba, que mora com ele, e por Miz
Literatura. O narrador se inscreve, segundo ele
mesmo, como “um paquerador negro cioso e
profissional” (p. 17) e esta, como veremos, é apenas
parte de um todo. O narrador aparenta ser muito
mais que um “paquerador profissional”, trata-se de
um homem Negro, aspirante a escritor,
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extremamente crítico diante dos estereótipos que
carrega como Negro-Imigrante-Ganharão-Marginal,
mas que, eventualmente, se beneficia deste mesmo
estereótipo a que está suturado. Mostra-se, sempre
aos poucos, assumindo e performatizando papéis à
medida que a situação exige.
Fantasia e violência: o simbolismo de “Rapunzel”
dos irmãos Grimm
Guilherme Weber Gomes de Almeida (UFG/RC)
Alexander Meireles da Silva (Orientador - UFG/RC)
O presente trabalho representa um desdobramento
de uma pesquisa realizada junto ao Programa de
Mestrado em Estudos da Linguagem da Universidade
Federal de Goiás – Regional Catalão, a respeito dos
contos dos irmãos Grimm. A obra Kinder-und
Hausmärchen, publicada em dois volumes, em 1812
e 1816, dos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm,
representa um importante marco literário dentro das
narrativas maravilhosas, tendo em vista que ajudou a
definir o gênero contos de fadas, juntamente com o
trabalho de outros importantes escritores como
Charles Perrault e Hans Christian Andersen.
Entretanto, a produção conta com elementos
simbólicos e peculiares que os distinguem de
maneira decisiva dos demais autores do gênero. A
violência exacerbada das narrativas populares alemãs
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
oferece um contraponto interessante com os
simbolismos religiosos e místicos tão característicos
nos contos de Grimm. O trabalho a seguir analisará o
conto “Rapunzel” dos irmãos Grimm, tomando por
fundamentação teórica as contribuições de
importantes pesquisadores, tais como Jack Zipes
(2007), Terri Windling (2007), Maria Tatar (1987), D. L.
Ashliman (2012), Corso e Corso (2006) entre outros.
As representações do feminino e do masculino
nos novos contos de fada: uma leitura de A
história de Cinderela tal como me contaram de
Adela Basch
Histávina Duarte Pereira (UFU)
Cada vez mais, estudos significativos sobre as
questões de gênero vem ocupando espaço em várias
áreas das Ciências Humanas, logo, este trabalho
propõe um estudo das representações de gênero
presentes no conto contemporâneo A História de
Cinderela tal como me contaram da escritora Adela
Basch. Para tanto, fez-se necessário como aportes
teóricos os Estudos de Gênero, a Psicanálise, e
noções de identidade para verificar e analisar como
as representações de gênero inseridas no conteúdo
e linguagem deste texto pode ou não contribuir de
forma positiva e/ou negativa no processo de
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subjetivação e desconstrução dos binarismos no que
se refere às questões de gênero.
A morte dele, a liberdade dela.
Jaqueline Ferreira Borges (UFU)
O objetivo deste resumo é apresentar A história de
uma hora, de Kate Chopin. Trata-se de um conto
escrito em 1894, que exibe Louise Mallard como a
personagem principal. Após receber a notícia de que
o marido Brently havia “morrido”, a personagem se
entristece e chora sua viuvez. Então, se dirige ao
quarto para refletir sobre a sua atual situação. Nesse
momento de ponderação, ela percebe que através da
“morte” do marido, ela conquistara uma liberdade
nunca antes vivida, repetindo continuamente “free,
free”. Levando o leitor a perceber a relação de
dominação que ela sofria com o marido, uma vez que
através da morte dele, ela se via, então, livre. Após o
momento de reflexão, ela desce para a sala e vê
alguém entrando em casa. Ao se deparar com o
marido, e percebendo que ele não havia morrido,
Louise cai morta à vista do esposo. A morte dela, foi
ocasionada por uma doença cardíaca, segundo os
médicos. Da alegria que mata! Deste modo, percebe-
se que é possível entender, através do conto, que a
morte do marido de Louise foi a libertação de um
casamento infeliz e submisso, pois somente após a
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
morte é que ela poderia viver pelos interesses de si
mesma, já na presença do marido, a vida de Louise
se resumiria aos interesses dele. Outro aspecto de
submissão ao patriarcado e invisibilidade da mulher,
que podemos encontrar no conto, é a dependência
que Louis tinha do marido, pois o seu nome só foi
mostrado após a morte de seu cônjuge. Antes desse
momento, ela era conhecida apenas pelo sobrenome
dele: “Sra. Mallard”. Assim, através de pesquisas
metodológicas, pode-se analisar este conto a partir
das limitações em que se encontram as mulheres do
século XIX e a necessidade, ainda que discreta, de
liberdade e distanciamento dos padrões que limita as
mulheres ao sexo masculino.
A memória de Dona Agripina descreve o Fruto
de Ouro e sua decadência, no conto “A rica
fazendeira de cacau”
Juliana Cristina Ferreira (UFU)
Carlos Augusto de Melo (UFU)
O escopo deste trabalho é identificar como a
memória de Dona Agripina descreve de forma
detalhada a época em que o cacau gerava bastante
lucro ao proprietário fazendeiro e como a riqueza
desta personagem aumentava durante as safras de
cacau, na fazenda Linda Bela. A voz narrativa
apresenta também, como era a vida da personagem
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
(Dona Agripina) nos tempos do fruto de ouro e como
ficou com a decadência do cacau. Para uma melhor
compreensão, dialogaremos com Halbwchs (2006), o
qual explica que a memória mesmo sendo individual,
em nossos pensamentos, há várias outras pessoas
que vivenciaram alguma situação conosco. E como
Dona Agripina prefere viver em devaneios,
buscaremos subsídio em Bachelard (2008), o qual
aponta que o devaneio é uma forma de fuga da
realidade, quando esta é dolorosa ao ser que está em
devaneio. A problemática que move esta reflexão é a
memória individual como constituidora da história. É
a partir da memória individual que temos detalhes
peculiares que contribuirão para a constituição da
memória coletiva. A metodologia a ser utilizada será
a pesquisa bibliográfica, tendo o conto “A rica
fazendeira de cacau” como fonte para identificar as
lembranças que são coletivas, mesmo que sejam
lembradas por uma única personagem, há outras
personagens que vivenciaram os momentos do fruto
de ouro com Agripina.
A condessa sangrenta: um olhar sobre a
construção ficcional da personagem Elisabeth
Bathory sob a perspectiva literária de Alejandra
Pizarnik e sob as ilustrações de Santiago Caruso
Júlio Cezar Pereira de Assis (UFU)
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
A presente comunicação está centrada na análise da
figura mítico-histórica de Elisabeth Bathory (1560 –
1640), conhecida popularmente como Condessa de
Sangue, e de como esta é caracterizada pela obra
literária A condessa sangrenta, de 1972, da poetisa
argentina Alejandra Pizarnik (1936 – 1972), auxiliada
pelas ilustrações impressionantes do também
argentino Santiago Caruso. Em um primeiro
momento, com base no trabalho interpretativo das
simbologias contidas nos signos da Morte, do
vermelho e do branco em Chevalier e Gheerbrant
(2006) e do uso de elementos da psicanálise de Freud
(1915), será trazida uma reflexão sobre a obra
literária de Pizarnik e da forma como esta aborda (a
partir de traços autobiográficos) o tema da
melancolia e da morte por meio da criação da
persona Elisabeth Bathory. Com isso, é possível
investigar a maneira como a autora constrói (ou
desconstrói) uma linha tênue entre realidade x ficção
e autor x personagem. Em seguida, a comunicação, a
partir de elementos da Semiótica de Peirce, estará
centrada na análise da arte de Caruso - seu estilo,
suas influências e o uso, pelo trabalho de Heller
(2012) das cores vermelha, branco e preto - e na
forma como este representa a condessa Bathory em
seu esplendor e toda a sua busca pela beleza e
juventude.
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Naziazeno e as ruas da cidade: a análise de um
espaço urbano
Luana Noleto (UFG/RC – PMEL)
Ozíris Borges Filho (UFG/RC – PMEL)
Por via desta proposta de comunicação, objetivamos
ampliar as reflexões acera do estudo sobre a
construção do espaço, a Topoanálise, na obra Os
Ratos de Dyonélio Machado. Este romance que é
considerado pela crítica como um romance de
urbanização traça um dia da vida de um homem que
se adapta à sociedade moderna capitalista.
Naziazeno, funcionário de uma repartição nos anos
30 é sujeitado às ruas de Porto Alegre em busca de
algum empréstimo para quitar a dívida com o leiteiro
que pela manhã ameaçou cortar o fornecimento de
leite, nesse percurso, explora diversos espaços
comuns da sociedade. Partiremos, portanto, da
metodologia da Topoanálise de BORGES FILHO
(2007) para elaborar reflexões acerca de fatores
sociais relevantes na obra em questão. Ainda,
teremos como base teórica GAMA KHALIL (2008),
TUAN (2012), SILVA (2014), CANDIDO (2000),
SANTOS (2002) que em seus estudos sobre espaço,
identidade e memória nos textos literários
consideram a relação entre linguagem e mundo, o
que contribui para nosso estudo da obra em questão.
Esperamos, ao fim deste trabalho, mostrar como a
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
análise dos espaços pode auxiliar nos estudos sobre
identidade e ampliar pesquisas acerca desta relação
espaço e personagem. Esta proposta de trabalho faz
parte dos estudos referentes à pesquisa de mestrado
em andamento do Programa de Mestrado em
Estudos da Linguagem e é financiada pela agência de
fomento CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior
Literatura lugar de inscrição da mulher: alguns
apontamentos sobre subversão e transgressão
Nilce Meire Alves Rodovalho (UFG/RC)
O presente trabalho busca relacionar os contos: “The
Yellow Wallpaper” de Charlotte Perkins e “Sister
Lilith” de Honorée Fanonne Jeffers, tal paralelo se
dará pelo viés da literatura fantástica, visando
analisar os discursos de cunho feminino. Ressaltar-
se-á a transgressão e a resistência como
características das personagens principais dos contos
enfocados ao relacionarmos aos postulados teóricos
Alexander Meireles da Silva. Jane é a protagonista do
conto “The Yellow Wallpaper” e Lilith personagem do
conto “Sister Lilith”. O enredo de “The Yellow
Wallpaper” traz a estória de Jane, uma mulher que foi
enclausurada em uma mansão antiga por decisão de
seu marido médico que acreditava ser necessário
afastá-la da sociedade para que ela recobrasse seu
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
“juízo” psicológico. Enquanto em “Sister Lilith” traz a
estória de Lilith mulher transgressora cuja sua
principal característica é a subversão, justificada pelo
abandono ao marido Adão no paraíso e indo se
abrigar em uma caverna. Questionada pelos anjos
sobre os motivos de sua saída do jardim do Éden, ela
se queixa das desigualdades (posições no ato sexual
e omissão na criação de seus filhos pelo
companheiro). Desde os primórdios da história, a
mulher tem sido submissa e diminuída perante o
gênero masculino, sofrendo com a dominação do
sistema falocêntrico. Entretanto, surgiram na
literatura fantástica algumas figuras femininas que
foram subvertoras que ganharam força e espaço para
seus escritos. A literatura abre espaço de libertação
das amarras monopolizadoras e dominadoras.
Consoante a essa circunstância de submissão
opressora da figura feminina, apresentaremos duas
personagens que em oposição à situação de
subordinação, reverteram este quadro, no decorrer
de suas sagas e conseguiram se desprender de laços
impostos.
Vias e desvios: eclosão de identidades no conto
“As sereias”, de Augusta Faro
Nívea de Souza Moreira Menegassi (UFG/RC)
Luciana Borges (Orientadora – UFG/RC)
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Neste estudo, aborda-se a representação feminina
tendo como objeto de análise o conto “As Sereias”,
retirado do livro A Friagem (1998), de autoria da
escritora goiana Augusta Faro. Essa representação
ocorre pelo viés do hibridismo, vocábulo originário
do radical grego hybris, que em seu sentido
etimológico significa ultraje, e, por isso, remete a
palavras como “irregular, anômalo, aberrante,
anormal, monstruoso” (BERNRD, 2010, s/p). Houve
uma alteração de significado para o termo, em
especial no que diz respeito à crítica literária, que o
emprega no sentido de mistura de estilos e gêneros
para a formação de um terceiro elemento, que
contempla a diversidade, trazendo novos olhares
para a sua própria identidade. Faro utiliza elementos
do sobrenatural para representar a mulher e o
forasteiro que, muitas vezes, dentro da sociedade
patriarcal, ainda são vistos como verdadeiros
monstros por terem a ousadia de serem diferentes e
não se enquadrarem nas normas vigentes na
comunidade local. Desta forma, o gênero feminino
apresentado nesta pesquisa é demonstrado como
forte, impondo sua vontade, conseguindo um espaço
dentro da sociedade, mesmo que para isso tenha que
sofrer punições e ser transformado em um monstro.
Para tanto, apresenta-se uma discussão de teóricos
como Camarani (2013), Courtine (2013), Cohen
(2000), Spindler (1993), dentre outros. Por se tratar
de uma pesquisa teórica, descritiva e analítica, a
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
metodologia utilizada foi a revisão de literatura. Com
este trabalho, pretende-se contribuir para a quebra
de tabus em relação à mulher, tendo em vista o
preconceito de que ainda sofre. Além disso, busca-se
proporcionar maior visibilidade à literatura goiana e
à área de estudos literários.
Da Sepultura para as metrópoles
Raul Dias Pimenta (UFG/RC)
Alexander Meireles da Silva (UFG/RC)
O morto-vivo ou zumbi tem ganhado bastante
destaque neste século através das aclamadas zombie
walks, dos filmes e séries de tv. Apesar de este não
ser uma personagem recente na literatura e que
também já vagava pelo imaginário medieval e por
várias culturas tanto ocidentais e orientais. Ainda sim,
algo parece chamar a atenção ou provocar certo
desejo por parte dos espectadores que são atraídos
para os livros onde a personagem está presente, bem
como o desejo de que o mundo termine invadido
pelos mortos com sua fome insaciável. No entanto, o
zumbi vaga pelas páginas dos livros deixando para
trás o rastro de vários elementos de gêneros
literários que podem ser percebidos por aqueles que
o leem, sob tal perspectiva o intuito deste trabalho é
analisar o progresso do morto-vivo como
personagem literário e o hibridismo de elementos de
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
gêneros literários, como o gótico e o realismo
mágico são recorrentes em livros onde o zumbi está
presente. Com base na teoria de Sterling (2009) sobre
o Slipstream iremos apresentar o zumbi como um ser
subversor aos gêneros literários e como sua forma
hedionda cativa os leitores, este trabalho também é
uma parte que está vinculada ao projeto de mestrado
intitulado: “Entre fronteiras: Gótico, Realismo Mágico
e Slipstream. O zumbi que se alimenta dos gêneros”.
O discurso masculino sobre a maternidade na
voz de personagens do romance O ponto cego
de Lya Luft
Solange Arruda da Silva (UFG/RC)
Luciana Borges (Orientadora – UFG/RC)
A presente proposta tem como intuito mostrar como
o discurso sobre a maternidade no romance O Ponto
Cego de Lya Luft, na voz de personagens masculinos,
vem carregado de uma ideologia que retrata a
imagem estereotipada da boa mãe no lar. Vale
destacar que essa imagem da mulher foi sendo
construída e amplamente divulgada por uma
sociedade sexista que traçou diferentes papeis a
serem desempenhados pelo homem e pela mulher,
cabendo a esta um lugar de total desprestígio social.
E em diferentes momentos de nossa história social,
prevaleceu um discurso que tinha como intuito fazer
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
a mulher acreditar que ela nasceu para ser mãe, e
acima de tudo, uma boa mãe - responsável pela
criação e educação dos filhos, pela felicidade dos
mesmos e pela vida equilibrada da família. Por muito
tempo, essa prevaleceu como uma verdade
inquestionável. Para alcançar nossos objetivos com
essa proposta de trabalho, contamos com os estudos
realizados por Badinter (1985), Beauvoir (2009),
Stevens (2007), Vasconcelos (2015), Ariès (1981),
Xavier (2012) e Heywood (2004). E nossos estudos se
subscreveram sob uma pesquisa de cunho
descritivo-analítica, em que pudemos notar,
principalmente na voz do narrador, o ponto de vista
de uma mulher, especificamente em uma escrita
feminina e cuidadosamente elaborada, um discurso
que visa criticar as relações conflituosas pelas quais
passam o homem e a mulher numa sociedade cujo
modelo se estrutura no patriarcalismo. Verificamos
que o discurso sobre a maternidade nesta narrativa
tem como propósito repensar o papel social da
mulher na modernidade.
Como despertar nas crianças e nos adolescentes
o interesse pela leitura dos clássicos, em especial
Dom Quixote - o cavaleiro da triste figura, de
Miguel de Cervantes
Tamira Fernandes Pimenta (UFU)
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Atualmente existem diversos tipos de tecnologias, o
que possibilitada aos jovens resultados rápidos e
objetivos quando o assunto é entretenimento, o
gosto pela leitura deixou de ser cultivado. Dentro
desse contexto vê-se que a simples imposição da
leitura não é aconselhável para se tentar criar nos
jovens o hábito de ler os livros clássicos. Tal ação
criaria justamente o efeito não desejado, ou seja, a
repulsa e a aversão a essas tais obras. O que
diferencia uma obra clássica de outras é capacidade
que este tipo de leitura tem de proporcionar ao leitor
as mesmas emoções dos personagens, fazendo-o
refletir sobre a própria vida. Figuras como Dom
Quixote e Sancho Pança estão muito próximas do
perfil dos jovens de hoje: apesar da violência eles
sonham com um mundo ideal, mais justo, vivem
entre realidade e fantasia, mudam de humor com
facilidade e sofrem por não conseguirem fazer da sua
vida aquilo que desejam. O conto de fadas, a
reapropriação de mitos, fábulas, lendas folclóricas ou
até mesmo relatos de aventuras, fazem com que o
leitor reconheça o contorno dentro do qual está
inserido e com o qual compartilha sucessos e
dificuldades. Diante do exposto pretendemos utilizar
a imaginação, o sonho e a fantasia como fontes que
alimentam a inteligência da criança, portanto
contribuem para sua formação. Utilizar a ficção no
ensino pode proporcionar uma perspectiva
diferenciada para a vida dos alunos. O que, de certa
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
forma, pode ajudá-los a preencher lacunas
resultantes de suas, muitas vezes, restritas
experiências de vida.
GT 4 – A Verbovocovisualidade na Perspectiva
Dialógica da Linguagem para Análise de Discursos
Contemporâneos
Marginalidade em enunciados críticos em
canções de Emicida
Bruno Oliveira (GEDIS-UFG)
Grenissa Bonvino Stafuzza (Orientadora)
Neste trabalho, analisaremos de forma descritiva e
interpretativa um recorte de enunciados de canções
que compõe o álbum O glorioso retorno de quem
nunca esteve aqui (2013), de Emicida, cantor e
compositor de RAP brasileiro, eleitos por conter
críticas a respeito dos seus posicionamentos acerca
da realidade social do negro na sociedade
contemporânea. Esses enunciados serão analisados a
partir da teoria dialógica da linguagem, do Círculo de
Bakhtin, traçando possíveis relações entre a noção de
enunciado e os conceitos elaborados pelos
pensadores russos do Círculo de Bakhtin como arte e
vida, diálogo, enunciado, exotopia, signo ideológico,
reflexo e refração, identidade, entre outros. Dessa
forma, analisaremos o lugar que o sujeito cantor e
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
compositor Emicida enuncia, pois, a construção do
enunciado crítico de suas letras coloca em confronto
o lugar que o sujeito marginal enuncia em uma dada
realidade. Estabelecemos, assim, dois eixos que
acreditamos revelar esse lugar, são eles: 1) o sujeito
marginal que enuncia inserido na sociedade sobre
seu lugar de origem; 2) o sujeito marginal que
enuncia inserido na sociedade e sobre a sociedade.
Assim posto, acreditamos estar em condições de
começar a descobrir esse lugar.
O papel do humor na construção
estereotípica no curta-metragem “Os três
porquinhos versão Lula”
Clécio Luís G. de Oliveira (UFG/RC-PMEL/FAPEG)
Grenissa Bonvino Stafuzza (Orientadora)
A construção de estereótipos pelo viés humorístico
não é algo novo, entretanto os meios tecnológicos
pelos quais se constituem formam um percurso
peculiar para a integração dos mais diversos
discursos. O curta-metragem “Os três porquinhos
versão Lula”, corpus de nossa análise, é um material
que possibilita a significação por meio da verbo-
voco-visualidade, isto é, as materialidades visual e
vocal, assim como a verbal, também significam. No
estudo que propomos, a investigação da construção
do estereótipo se põe sobre essa estrutura, a qual é
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
palco da relação constitutiva do humor. O estudo
fundamenta-se na perspectiva dialógica da
linguagem do Círculo de Bakhtin em especial, as
concepções de dialogismo e cronotopo (BAKHTIN,
2011; 2013; 2014b; BAKHTIN/VOLOCHÍNOV, 2014a),
além de teorizações a respeito de estereótipo
(AMOSSY, 2005a), cenografia, (MAINGUENEAU,
2005b; 2008) e ato humorístico (CHARAUDEAU,
2007). O estudo das obras do Círculo de Bakhtin e a
abordagem dialético-dialógica procuram relacionar,
a partir da perspectiva socioideológica, o enunciado
com a vida, tendo como base a arquitetônica de um
projeto de dizer de sujeitos, ambientados em
cronotopos específicos, constituído, sobretudo, por
relações dialógicas formadoras do complexo de
embates e das mais diversas construções que podem
compartilhar ou não com o ato humorístico.
O discurso midiático: uma análise dos
enunciados psicológicos na revista IstoÉ
Deborah Cristina Barbosa Ferreira (UFG/RC)
Lady Daiane M. Ribeiro (GEDIS/CESUC/ UFG/RC)
Esse trabalho tem como objetivo apresentar as
relações dialógicas do discurso midiático e o discurso
psicológico presente na revista IstoÉ, edição de abril
de 2016. Nosso trabalho baseará na noção de
diálogo e sujeito a partir das concepções teóricas do
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Círculo de Bakhtin. Nessa perspectiva, o discurso é
concebido não enquanto fala individual, mas
enquanto instância significativa em que discursos
outros – veiculados sócio-historicamente e que se
realizam nas e pelas interações entre os sujeitos – se
entrelaçam e se atravessam. Portanto, todo discurso
é constituído pelas inscrições ideológicas que se
materializam na língua, ancorados pelos aspectos
políticos, econômicos e sociais. No corpus de análise
percebemos que o discurso psicológico é tomado
como legitimador, um reforçador a fim de assegurar
a veracidade dos dizeres e funciona como suporte
para que o discurso midiático cumpra seu papel de
convencer o leitor de que o que ele lê é verídico.
Acreditamos que a mídia apropria-se desse
dispositivo discursivo, os saberes psicológicos, para
abordar qualquer tema de seu interesse, no caso da
revista IstoÉ, utilizam enunciados referentes ao
discurso psicológico, ao qual vincula negação, raiva,
depressão, aceitação, surto, como forma dar
seguridade de seus dizeres. Essa hipótese pressupõe
a discussão de alguns aspectos referentes à mídia e
o discurso psicológico bem como a relação desses
elementos nos enunciados em análise.
Dialogismo em dizeres sobre o ensino-
aprendizagem de língua inglesa
Evelyn Cristine Vieira (PPGEL/UFU)
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Este resumo é um recorte de nossa pesquisa de
doutorado, cujo objetivo é discutir as representações
acerca do processo de ensino-aprendizagem de
Língua Inglesa, por meio de discursividades de
professores em serviço. Dessa forma, nossa proposta
buscará perceber e analisar como os professores
formadores e professores em serviço em diferentes
instâncias de ensino enunciam sobre o processo de
ensino- aprendizagem de língua inglesa, bem como
o que negam, o que apagam, o que reiteram em seus
dizeres ao fazê-lo, uma vez que sabemos que ao
enunciarem os professores vão colocar outros
discursos em funcionamento, e revelarão suas
inscrições discursivas. Para tanto, propomos um
trabalho inter-transdisciplinar entre a Linguística
Aplicada e os estudos do Círculo de Bakhtin (2011,
2012), além de fundamentarmos a pesquisa também
na Análise do Discurso de linha francesa,
especialmente com base nos estudos de Michel
Pêcheux (2009). No que concerne aos aspectos
metodológicos da pesquisa, para a coletada de
dados e composição do corpus usaremos a proposta
AREDA (Análise de Ressonâncias Discursivas em
Depoimentos Abertos, SERRANI-INFANTE, 1998). A
partir da análise do corpus, buscaremos discutir as
vozes em emergem nos depoimentos dos
professores. Nesse sentido, salientamos que em
nosso trabalho tomamos vozes em uma perspectiva
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
bakhtiniana, entendendo que várias vozes participam
de todo e qualquer diálogo. Para melhor pensarmos
as formulações e entrelaçamentos entre os dizeres
enunciados pelos professores que participarão da
pesquisa, consideramos que a perspectiva dialógica
da linguagem, segundo o Círculo de Bakhtin,
justifica-se como um meio de verificar a natureza dos
enunciados e as relações que estes estabelecem.
Logo, a partir de nossa ancoragem na teoria dialógica
da linguagem do Círculo, podemos considerar o
diálogo como inerente a todo e qualquer discurso.
Ressaltamos, por fim, que nossa pesquisa ainda não
dispõe de resultados e análises parciais.
Memes da capa da revista Veja sobre eleições
presidenciais de 2014: sob um olhar dialógico
Gabriella Cristina Vaz Camargo (GEDIS/UFG)
Grenissa Bonvino Stafuzza (Orientadora)
Durante as eleições presidenciais de 2014, a revista
Veja levantou uma série de polêmicas, especialmente
quando publicou, às vésperas do segundo turno, a
capa intitulada “Eles sabiam de tudo”, de maneira
que denunciasse o Petrolão, esquema de corrupção
que ocorreu na maior empresa estatal do país, a
Petrobrás, atribuindo à responsabilidade a Lula e
Dilma. Diante da suposta denúncia, a revista causou
alvoroço entre os internautas, que procuraram
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
responde-la criando, publicando e compartilhando
memes em diversas redes sociais, como o Facebook
e blogs, como o Literatortura. Diante disso,
escolhemos dois memes publicados no blog:
“Bomba! PT financiou maçã envenenada da Branca
de Neve” e “Titanic era comandado por tataravô de
Lula. Dilma sabia de tudo”, com o objetivo de analisar
os signos ideológicos construídos neles, como
também interpretar seus sentidos no enunciado
verbovisual. Ademais, a pesquisa é de cunho
bibliográfico, em que buscaremos nas obras
Marxismo e Filosofia da Linguagem, Estética da
Criação Verbal e Estrutura do Enunciado as pistas
deixadas para pensarmos o enunciado verbovisual. O
método de pesquisa será o dialógico-dialético
proposto pelo Círculo, que não é dado a priori, uma
vez que é construído em relação ao objeto a ser
estudado, ou seja, a partir do corpus. Com
fundamento nas noções teóricas do Círculo de
Bakhtin sobre signo e enunciado, analisaremos os
memes publicados pelos internautas aqui
considerados como sujeitos responsáveis e
responsivos que enunciam de um lugar sócio-
histórico-ideológico, além de se manifestarem, se
constituírem e dialogarem através da linguagem.
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Fundamentos da filosofia da linguagem do
círculo de Bakhtin para estudos sobre a
verbovocovisualidade discursiva
Grenissa Bonvino Stafuzza (GEDIS-UFG/PosLin-UFMG)
Ao se partir da constatação de que o Círculo de
Bakhtin influencia muitos estudos nas áreas da
linguagem, a presente comunicação propõe debater
as contribuições epistemológicas que o Círculo
oferece em especial aos estudos de discursos
verbovocovisuais contemporâneos. Observa-se que
a noção nodal da filosofia da linguagem bakhtiniana
de diálogo compreende tanto a relação entre
enunciados como a relação entre enunciados e
sujeitos por meio da linguagem, da cultura, da
sociedade. Nesse sentido, é possível compreender a
noção de sujeito dialógico-ideológico pensado pelo
Círculo, uma vez que o sujeito bakhtiniano
circunscreve-se em uma arquitetônica social,
especialmente cronotópica e exotópica, e por essa
arquitetônica é constituído. Pode-se afirmar que os
escritos do Círculo russo deixam pistas que nos
permitem pesquisar métodos e fundamentos para o
estudo de discursos verbovocovisuais como, por
exemplo, vídeo, imagem, pôster, cinema,
publicidade, performance, canção etc. Nesse sentido,
este estudo orienta-se na e pela concepção de
natureza filosófico-linguística de se pensar os
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
discursos considerando possíveis fundamentos
advindos dos escritos da filosofia da linguagem do
Círculo de Bakhtin de modo a contribuir para as
pesquisas de discursos verbovocovisuais que
demandam análises que compreendam a linguagem
em seus aspectos linguageiros, sociais, ideológicos e
estéticos.
Diálogo na enunciação de Taxi Driver (1976), de
Martin Scorsese
Lizandra Belarmino de Moura (GEDIS-UFG)
Grenissa Bonvino Stafuzza (Orientadora)
Na presente pesquisa será observado, analisado e
interpretado como que, através da ação dialógica e
enunciativa, dos diálogos que compõe a enunciação
fílmica de Taxi Driver (1976), de direção de Martin
Scorsese, pode-se investigar a construção de Travis
Bickle (taxista interpretado por Robert De Niro) na
sua relação dialógica com os “outros” com quem ele
convive, com o propósito de entender como que se
dá a produção de sentidos dessas relações tanto para
a construção da enunciação do filme, como para as
transformações do sujeito ao longo da narrativa
fílmica. Assim, a hipótese da pesquisa é a de que a
construção enunciativa de Taxi Driver se dá pela
movimentação dialógica do sujeito com os outros
personagens, tendo ainda como parte dessa
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
enunciação a cidade de Nova Iorque na década de
70, do século passado, com toda a sua problemática
no âmbito social, político e ideológico. Para o estudo
da construção da enunciação serão considerados os
diferentes posicionamentos do sujeito enunciador
“seja na categoria do eu-para-mim, seja na categoria
do outro-para-mim” (BAKHTIN, 1997, p.44; grifos do
autor), marcando, por conseguinte, uma posição
exotópica entre a vida e a arte na esfera do
enunciado. Os enunciados verbovocovisuais serão
analisados a partir das reflexões da teoria dialógica
da linguagem de Mikhail Bakhtin, sendo que o
método a ser utilizado partirá de cotejamento de
enunciados, traçando possíveis relações por meio de
conceitos elaborados pelos pensadores do Círculo
bakhtiniano. Utilizaremos o cotejamento de
enunciados (microcorpus) a partir de cenas do filme
em estudo para examinar a produção dialógica na
enunciação. Assim, esperamos, por meio desta
pesquisa, entender a construção da enunciação
fílmica de Taxi Driver por meio da produção
dialógica, considerando para tal, a transformação do
sujeito protagonista na enunciação, como também a
produção de sentidos.
Verbovisualidade em memes jurisprudenciais do
STJ no facebook
Loraine Vidigal Lisboa (IFTM – Campus Uberaba)
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Mesmo que o Círculo de Bakhtin não tenha se
adentrado no campo da verbovocovisualidade em si,
os fundamentos dialógicos debatidos pelo grupo nos
fornecem aparatos teóricos e metodológicos que
permitem suscitar a análise de discursos assim como
o surgimento de gêneros discursivos nos quais os
enunciados emergem por meio da interação entre os
sujeitos em seus atos enunciativos. Partindo dessa
premissa, nos dispusemos a analisar, em dissertação
de mestrado intitulada Memes Jurisprudenciais no
facebook do STJ: a constituição dialógica de um
gênero verbo-visual, o gênero discursivo verbo-
visual meme jurisprudencial produzido e veiculado
no perfil do Superior Tribunal de Justiça na rede
social facebook. Nos fazemos valer deste espaço
para a apresentação de resultados relativos à
influência do pensamento bakhtiniano sobre a
formação desse gênero, que propicia relações
dialógicas entre discursos jurídicos materializados
por meio da linguagem verbo-visual, favorecendo,
assim, a constituição da arquitetônica do gênero em
questão.
Uma análise dialógica do “trabalho” na mídia
publicitária
Raquel Ribeiro de Oliveira (GEDIS-UFG-PMEL)
Grenissa Bonvino Stafuzza (GEDIS-UFG/PosLin-UFMG)
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
O presente trabalho concretiza-se a partir de uma
pesquisa de Mestrado em desenvolvimento e tem
como objetivo apresentar uma proposta de estudo
na perspectiva dialógica do Círculo de Bakhtin e
Análise do Discurso, na intenção de investigar, por
meio dos princípios e estudos da linguagem e das
ciências sociais, sobre o valor ideológico que envolve
o signo “trabalho” veiculado pela mídia publicitária
de multinacionais no estado de Goiás. Para tanto,
embasamo-nos, principalmente, nas teorias
fundadas em “Marxismo e Filosofia da Linguagem” –
a respeito da palavra como signo ideológico – com a
pretensão de desenvolver esse estudo com o
enfoque no signo ideológico “trabalho” que é social,
principalmente na nossa cultura, e que traz diferentes
valores históricos para o conceito de trabalho.
Aportamo-nos, também, em Charaudeau (2006), a
fim de compreendermos os artifícios midiáticos de
produção e transmissão de informação,
considerando, então, que o discurso midiático
publicitário, como todo e qualquer discurso, se
realiza em forma de linguagem opaca, carregada de
ideologia, a partir da produção de dizeres
enunciados por sujeitos que possuem determinados
lugares sociais e, desse modo, a linguagem pensada
aqui, enquanto discurso, se mostra em movimento e
produz determinados sentidos relativos a quem
concretiza esta prática, revelando, assim, este caráter
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
social e ideológico que constitui todo e qualquer
enunciado. A metodologia escolhida foi a analítica
descritiva e interpretativa dos signos ideológicos a
serem pesquisados na mídia publicitária das
multinacionais e que será o nosso corpus de análise
do Projeto de dissertação de Mestrado. Alguns
resultados esperados ao decorrer da pesquisa são,
por exemplo, a percepção da relação entre sujeito e
sociedade que se dá de maneira indissociável, e a
identificação das condições de produção dos
discursos midiáticos das multinacionais a respeito do
sujeito trabalhador, que é um sujeito social e também
é ideológico.
As identidades docentes construídas
pelos memes
Wânia Gomes Mariano Vieira (GEDIS-UFG)
Grenissa Bonvino Stafuzza (GEDIS-UFG/PosLin-UFMG)
Pretende-se neste trabalho problematizar questões
referentes à identidade docente construída pelo
gênero discursivo meme. As redes sociais
oportunizam relações dialógicas entre os sujeitos
que estão imersos no contexto tecnológico
permitindo uma interação que afeta o sujeito social.
Este trabalho destaca o embate dialógico produzido
pelos memes sobre a identidade do sujeito professor
que faz emergir novos sentidos quanto à percepção
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
sobre o docente. Nesse sentido, a mídia virtual tem
um papel importante na construção de novos e
antigos estereótipos, por refratarem
conceitos positivos e negativos que circulam no
cotidiano. Os estereótipos tendem a ser mais
negativos e podem levar o sujeito a ter sua
identidade representada de forma agressiva no meio
social. Assim sendo, o gênero meme como
representação midiática da linguagem constrói o
mundo e os sujeitos, o modo como são construídas
as identidades através da linguagem é central na
definição de como se constrói os
significados. Traçamos como objetivos esses que
vem a seguir: i) analisar o enunciado verbo-visual
de memes sobre o sujeito professor, considerando os
possíveis diálogos sobre a identidade docente; ii)
identificar e analisar os discursos e diálogos sobre
identidade docente que constituem os memes em
estudo; iii) identificar e analisar quais são os
estereótipos construídos sobre o professor e quais
aspectos da situação social do enunciado podem ser
acionados nos memes; iv) analisar os sentidos que
emergem dos enunciados verbo-visual do
gênero meme sobre identidade docente. Ao
inscrevermo-nos na perspectiva dialógica da filosofia
da linguagem dos escritos do Círculo de Bakhtin,
temos como orientação principal o eixo discursivo-
dialógico-ideológico da linguagem, no qual
encontramos terreno propício para constituir
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
o corpus de pesquisa com o objetivo de investigar e
analisar os enunciados utilizados nos memes,
destinados aos sujeitos professores, veiculados nos
perfis/páginas públicas do Facebook.
O Catupé Amarelo da congada catalana e a
verbovocovisualidade no cronótopo Facebook: a
identidade do sujeito congadeiro
Wellington dos Reis Nascimento (GEDIS-UFG-PMEL)
Grenissa Bonvino Stafuzza (GEDIS-UFG/PosLin-UFMG)
O trabalho que ora se apresenta é um
desdobramento da dissertação intitulada “Das
canções da congada catalana do Catupé Amarelo no
Facebook: uma análise dialógica do enunciado
verbovocovisual”. O supracitado estudo tem como
foco algumas publicações que estão disponíveis na
página do Catupé Amarelo no cronótopo Facebook.
Aqui, objetivamos descrever, interpretar e analisar
um desses enunciados verbovocovisuais, verificando
assim, a recorrência temática, a produção de sentidos
e como ele funciona na construção das identidades
dos dançadores desse grupo da congada catalana.
Essa pesquisa encontra-se fundamentada na
perspectiva dialógica da filosofia da linguagem do
Círculo de Bakhtin. O corpus será construído por um
enunciado verbovocovisual da congada do Catupé
Amarelo, uma vez que existe uma maior recorrência
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
desse grupo na rede social em estudo. Com relação
aos pressupostos teóricos, embasaremos nos
escritos filosóficos do Círculo de Bakhtin que se
fundamentam na perspectiva dialógica da
linguagem, especificamente, nas noções de signo
ideológico, interação verbal, enunciado, voz, eco,
ressonância, reverberação, cronótopo, exotopia,
reflexo, refração e identidade. Destarte, utilizaremos
a metodologia dialética, uma vez que
descreveremos, interpretaremos e analisaremos um
enunciado que está disponível na supracitada rede
social. Ademais, é interessante ressaltar que a
pesquisa é de cunho bibliográfico, haja vista que
buscaremos nas obras do Círculo russo quais foram
as pistas deixadas para se pensar os enunciados,
verbais, vocais e visuais. Por meio do presente
estudo, compreendemos que as músicas têm se
transformado, fazendo com que a identidade dos
sujeitos congadeiros se modifiquem. Nesse encalço,
entendemos a transformação da canção e da
performance dos congadeiros no enunciado em
estudo, como um diálogo vivo e tenso, entre a
tradição da congada catalana e a mídia do show-
espetáculo.
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
GT 5 – Projetos inter/transdisciplinares
Apreciação estética: transversalidade entre
arte/educação e literatura
Bruna Gabriela Corrêa Vicente (MIELT/UEG)
Débora Cristina Santos e Silva (MIELT/UEG)
Este trabalho busca expor resultados parciais do
projeto, e as metodologias empregadas no processo,
Poéticas digitais: desafios contemporâneos para a
arte/educação, que tem como intuito o
desenvolvimento do pensamento artístico e da
apreciação estética no ensino de artes visuais no
entrecruzamento das tecnologias digitais e literatura.
A integração das tecnologias digitais na arte abre
novas possibilidades para o ensino da arte na escola,
constituindo-se como nova modalidade de
expressão na linguagem visual. Permite relações com
as proposições artísticas específicas das tecnologias
digitais, como na possibilidade de pesquisas no
âmbito da história da arte ou da cultura visual
emergente deste meio, bem como na produção e
tratamento de imagens que possam ser construídos
por projetos educacionais. Diante deste novo cenário
é necessário um ensino de arte que promova a
formação de indivíduos capazes de pensar
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
artisticamente e esteticamente diante da velocidade
e fluxo das imagens que invadem o cotidiano.
Orgulho e Preconceito: diálogo entre literatura e
história
Ingride Chagas Gomes (UFG/RC)
Este trabalho tem como objetivo apresentar uma
proposta de ensino de Literatura em concomitância
com a História, com a temática feminina, a partir da
leitura do livro Orgulho e Preconceito. Serão
propostas discussões acerca do papel da mulher
destacado na obra, das ideologias patriarcais que
perpassam o enredo, da caracterização das
personagens, da mulher inglesa e brasileira do século
XIX e do século XXI. Esse tema fará com que os alunos
reflitam sobre o papel desempenhado pela mulher
na sociedade, no passado e nos dias de hoje.
Levando-os a compreender a questão da
verossimilhança presente na obra, destacando como
os fatores externos a vida da autora Jane Austen, a
sociedade observada por ela, pode ter sido uma
grande influência na composição de sua obra, que
sempre revela uma crítica acerca da imposição de
uma sociedade patriarcal sobre o modo de pensar e
agir das mulheres.
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
GT 6 – Libras, estudos linguísticos e literários
A influência da Libras na organização sintática da
escrita do surdo
Andrelina Heloísa Ribeiro Rabelo (ILEEL/UFU
José Carlos de Oliveira (ILEEL/UFU)
Camila Leite (ILEEL/UFU)
A sintaxe é a área da gramática que trata da estrutura
da sentença. Sendo a língua estabelecida por uma
relação entre o pensamento e os sons e gestos, essas
relações constroem signos que são os morfemas e a
combinação de palavras criam signos maiores que
são as sentenças. A língua natural coloca à disposição
do falante várias possibilidades de ordenação dos
constituintes relacionados à estrutura da sentença.
Apesar da variação, cada língua elege uma ordem
como dominante. De acordo com Quadros e
Karnopp (2004), a ordem dominante em Língua de
Sinais, assim como em Língua Portuguesa, é SVO, ou
seja, sujeito + verbo + objeto, mas várias outras
ordenações também acontecem. Logo, Este trabalho
tem por objetivo investigar a influência da Libras na
organização sintática apresentada na escrita do
aluno surdo. Para isso, 4 (quatro) alunos surdos de
uma escola pública da cidade de Uberlândia
participaram da coleta de dados. Esses participantes
possuem surdez profunda, aprenderam Libras, em
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
média, aos 12 anos de idade, são filhos de pais
ouvintes e têm aproximadamente 24 anos. Cada
sujeito produziu um texto, a partir de um tema
previamente escolhido pelos pesquisadores. Os
textos foram analisados por métodos qualitativos,
(Bogdan e Biklen,1994) considerando as
características peculiares de cada participante. Diante
dos dados coletados e das análises feitas, julgamos
os resultados obtidos de extrema importância, visto
que a quantidade de pesquisa nessa área ainda é
escassa. Espera-se contribuir para futuros trabalhos
acadêmicos, além de fornecer subsídios para a
formação e ao trabalho docente da área específica de
surdez.
Gestão na área de Libras no Ensino Fundamental:
relato de experiência
Andréa dos Guimarães de Carvalho (UFG)
Kamila Ferreira do Nascimento (UFG)
Sabemos que as constantes discussões no âmbito
educacional, referente ao ensino aprendizagem dos
surdos não se limitam somente ao interior da sala de
aula, uma vez que envolve campos que destacam a
relação existente entre surdez, língua, sujeito surdo e
sociedade. Pensando nesta complexidade, este
artigo tem como objetivo discutir projetos que
sustentam e integram um trabalho de gestão na área
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
de Libras em escolas públicas de ensino fundamental
com proposta inclusiva e destacar novas atuações
aos profissionais com formação bilíngue. Para tanto,
procedimentos descritivos de um relato de
experiência articulado as principais discussões
teóricas da área como: por Quadros (2008, 2004),
Albres e Satura (2012, 2014), Lacerda e Santos (2013)
e Pasquini e Souza (2012) sustentaram e
enriqueceram este trabalho e cujos resultados
salientaram reflexões importantes tais como: a
necessidade de implantação e acompanhamentos de
trabalhos de gestão na área de Libras; ter e permitir
não só um olhar mais sensibilizado e válido para as
políticas que envolvem a proposta de inclusão, mas,
também; a (re)construção de conceitos;
planejamento de ações pertinentes com o contexto
escolar em que os sujeitos surdos e demais
responsáveis pela educação se encontram;
discussões crítico-reflexivas constantes sobre os
papéis dos profissionais envolvidos, dentre outros.
Atributo em Libras: processos morfossintáticos
na realização do adjetivo no vernáculo do aluno
surdo do ensino superior
Eliamar Godoi (ILEEL/UFU)
Esse trabalho trata em específico sobre os processos
identificação e descrição morfossintática dos
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
atributos ocorridos no vernáculo dos alunos surdos
da Universidade Federal de Uberlândia – UFU. Será
levantado se há variação na realização desses
atributos e a natureza das variantes linguísticas que
se embatem, identificadas na fala dos sujeitos surdos
participantes da pesquisa, buscando traçar um perfil
dessa realização por meio da indicação dos possíveis
fatores condicionadores dos usos dessas variantes.
Sendo assim, esse estudo tem por objetivo o de
descrever e analisar os processos morfossintáticos na
realização do adjetivo no vernáculo dos alunos
surdos do curso de graduação em Pedagogia da UFU
e também apresentar, a partir da fala desses alunos,
as variantes linguísticas ocorridas ao usar atributos,
relacionando-as à influência de cada fator
condicionador, interno ou externo ao sistema
linguístico da Libras em uso na UFU. Com o
enquadramento teórico e metodológico da
Sociolinguística Variacionista, com aportes da Teoria
Gerativa da Gramática, essa pesquisa desenvolverá
descrição e análises de processos de variação que
apontam aspectos da linguística da Libras, sobretudo
a usada no seio da instituição federal de ensino a
partir de uma base de dados coletados no próprio
contexto acadêmico, sendo iniciada por registros de
narrativas de experiência pessoal desse grupo de
sujeitos usuários da Libras. Os dados mostraram que
os falantes usam um intensificador de substantivos e
até de verbos para atribuir característica ou
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
qualidade ao sujeito, como por exemplo na frase: ‘EU
FICAR SUSTO’ - Fiquei muito susto’ usada para
indicar que a participante ficou assustada. De modo
geral, pudemos observar que houve baixo índice de
realização de adjetivos na fala dos participantes, no
entanto, percebeu-se que os atributos na Libras se
apresentam de modo diferenciado em termos de
realização.
A cultura surda e a língua de sinais dentro
da sociedade dominante ouvinte
Élida de Fátima Tomé (Colégio Estadual “Dona Iayá”)
Juliana Cristina Ferreira (UFU)
O escopo deste trabalho é analisar a maneira como a
cultura surda ganhou espaço dentro da sociedade
dominante ouvinte, visto que, no decorrer da história,
o surdo era considerado um não-ser-humano, tanto
pela sociedade como pela igreja, pois, se ele não era
capaz de ouvir, não tinha capacidade de receber os
ensinamentos religiosos, portanto, tem-se a
necessidade da língua de sinais para a comunicação
social do ser humano. A problemática que move esta
pesquisa sobre a forma como a cultura surda
conseguiu espaço dentro da cultura dominante
ouvinte, e para tanto, utilizaremos autores como
Eagleton (2005), o qual esclarece que a cultura é uma
questão de auto – superação e de auto – realização,
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
ou seja, ela é reformulada de acordo com as
necessidades dos grupos sociais e Limeira de Sá
(2006), esclarece sobre a questão da cultura surda, a
qual está inserida dentro da cultura de ouvintes e a
forma como ela veio ganhando espaço na sociedade
ouvinte. Já o autor Lopes Filho (1997), defende a
língua de sinais como forma de comunicação do
surdo. A metodologia a ser utilizada será a pesquisa
bibliográfica a qual perpassará a história e a
conquista da cultura surda dentro da sociedade
ouvinte, a comunicação através da língua falada e a
conquista da língua de sinais no Brasil.
Docente Surdo: uma experiência com o Ensino
de Libras no CAJ/UFG
Gilmar Garcia Marcelino (UFG)
Este trabalho intitulado “Docente Surdo: uma
experiência com o Ensino de Libras no CAJ/UFG” tem
como objetivo socializar a experiência desenvolvida
na disciplina “Introdução a Libras”, ofertada no curso
de Licenciatura em Letras, Bacharelado e outros na
instituição referida enfocando o seu processo de
construção nos semestres letivos de 2015 e 2016. O
reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais -
Libras, pela Lei 10.436 de 24 de abril de 2002,
regulamentada pelo Decreto 5.626 de 22 de
dezembro de 2005, como língua da comunidade
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
surda do Brasil, determinou a obrigatoriedade da
disciplina de Libras nos cursos de graduação de
formação de professores e no curso de
Fonoaudiologia e como disciplina optativa nos
demais cursos. Iremos descrever as atividades que
foram desenvolvidas pelos alunos como DVD’s em
sinais, filmes, imagens, livros, jogos, dentre outros.
Para fundamentar esse relato e todas as atividades
propostas na disciplina, apresentaremos o referencial
metodológico da disciplina que utilizou o livro Libras
em Contexto de Felipe (2011) e Curso de Libras,
volumes 1 e 2 (QUADROS e PIMENTA, 2007; 2009).
Percebemos a necessidade de desenvolver, adaptar e
melhorar as metodologias de ensino da Libras para
ouvintes e delimitamos o referencial para que
possamos traçar estratégias e identificar requisitos
necessários à formação do professor Surdo.
Mostramos pontos positivos e negativos coletados
junto à professores e alunos. Os principais resultados
apontam para a importância do professor Surdo
como docente de Libras, dos conteúdos da disciplina
e revelam alguns dos saberes necessários para
melhorar a experiência do professor Surdo no ensino
superior na Universidade Federal de Goiás.
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Formação de professores: estudo diacrônico
lexical da língua brasileira de sinais no estado de
Goiás – região metropolitana de Goiânia
Lucas Eduardo Marques Santos (UFG)
Apesar dos estudos linguísticos no estado de Goiás
se desenvolver, na área da Língua Brasileira de Sinais
não há pesquisas que apontem as transformações
diacrônicas de seus léxicos, apesar do impacto lexical
sofrido a partir da homologação da Lei 10.436 de
2002, do Decreto 5.626 de 2005, a partir do ano de
2006 com o surgimento dos polos de ensino à
distância do curso de Letras/Libras pela Universidade
Federal de Santa Catarina – UFSC - no estado de
Goiás e, ainda, a partir de 2009, da criação do curso
de licenciatura em Letras/Libras pela Universidade
Federal de Goiás – UFG. O principal motivo que serviu
de inspiração e motivação para um olhar mais
aprofundado sobre as metodologias voltadas para o
ensino de Libras como segunda língua (L2) utilizadas
por professores surdos em sala de aula foi a seguinte
questão, que nos surge como uma provocação: Os
professores surdos têm a consciência histórica de sua
própria língua ou suas experiências docentes estão
apenas focadas em itens lexicais utilizados
atualmente? Para tentar encontrar estas respostas
será adotada a Linguística Aplicada (LA), se baseia em
estudar os processos linguísticos em uso, não
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
descartando as experiências dos indivíduos
envolvidos na análise de modo a reafirmar sua
“identidade Surda”, defendida por (PERLIN, 1998), e
sua cultura (STROBEL, 2009). Saussure, fatores
externos sociais ao longo dos anos podem trocar ou
comparar valores linguísticos, que chamou
dessemelhante e semelhante, ou seja, os princípios
ao mesmo tempo em que são externos à língua
regem sua construção. Já Diniz (2010) aponta três
categorias de agrupamento dos sinais em que se é
possível visualizar essas transformações diacrônicas
da língua brasileira de sinais.
A visão sobre a inclusão dos surdos nos
diferentes contextos de aprendizagem da Libras
Luís Felipe Sales (ILEEL-UFU)
Camila de Lima Severino (ILEEL-UFU)
José Carlos de Oliveira (ILEEL-UFU)
Esta pesquisa tem o objetivo de investigar as relações
entre a preocupação com a inclusão escolar do surdo
e o letramento em Libras de futuros professores de
língua portuguesa. Parte-se da hipótese de que o
interesse, decorrente da preocupação com a inclusão
escolar do surdo, constitui-se como fator
determinante do letramento em Libras dos
graduandos. A fim de realizar uma análise qualitativa
dessas relações, selecionaram-se dois contextos de
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
letramento: o contexto da disciplina de Libras,
classificado como obrigatório, e o contexto de um
minicurso de Libras, categorizado como opcional. A
escolha por esses contextos justifica-se pela crença
de que a emergência ou não do interesse, além de se
relacionar com a questão da inclusão, afeta o
processo de letramento. Como procedimentos de
investigação, aplicou-se um questionário para cinco
estudantes da disciplina de Libras dos cursos de
Letras e cinco participantes do minicurso de Libras da
Universidade Federal de Uberlândia (UFU) ocorrido
no primeiro semestre de 2016. Considerou-se como
sujeito da pesquisa o seguinte perfil: graduando, de
qualquer sexo e qualquer faixa etária, do curso de
Letras que não tenha cursado anteriormente a
disciplina de Libras nem seja do curso de Letras
Língua Portuguesa com Domínio de Libras (LPDL).
Solicitou-se que os sujeitos da pesquisa gravassem
por áudio as respostas do questionário, o qual foi
constituído por cinco perguntas dispostas cada uma
em folha diferente. Além disso, foram acompanhadas
algumas aulas da disciplina e do minicurso com a
finalidade de perceber o ambiente de letramento e a
presença ou não da temática da inclusão.
O "conto psicológico” na perspectiva da
linguística sistêmico funcional
Marilda Lúcia Miranda (UFG/RC)
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
A formação do aluno, seja do ponto de vista humano,
seja na preparação para prosseguir nos estudos de
nível superior, técnico para o exercício pleno da
cidadania exige muitas habilidades. A prática de
escrita e leitura dos mais variados gêneros textuais é
uma dos requisitos para essa formação. O objetivo
principal dessa comunicação é demostrar como se
constrói um conto psicológico, mais especificamente
pelo uso de processos (verbos) utilizados nesse
gênero narrativo. O texto escolhido para esta análise,
“Uma esperança” (de Clarisse Lispector), encontra-se
no livro didático de língua portuguesa “Ser
Protagonista” para os alunos da terceira série do
ensino médio da rede pública regional e é analisado
com base no arcabouço teórico da Linguística
Sistêmico funcional de Halliday (1994), Halliday e
Matthiessen (2004) e seus seguidores. A proposta
primeiramente é compreender como este livro
didático propõe mecanismos de aprimoramento
linguístico-discursivo para o falante/aprendiz por
meio de análise dos processos mais recorrentes do
gênero narrativo conto psicológico e “se condiz” com
as propostas dos documentos institucionais para o
estudo do idioma: PCNs, PDT, PPP e BNCC. O método
de pesquisa destaca a transitividade no gênero,
observando a frequência, a porcentagem e o valor
semântico destes verbos no contexto textual,
considerando que todas as línguas organizam-se em
112
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
tipos fundamentais de significado ou componentes:
o ideacional, o interpessoal, e o textual, e tendo
como fator imprescindível o contexto. Os estudos
realizados através do sistema de transitividade
abordado pela metafunção ideacional podem
evidenciar a riqueza do Livro Didático de Língua
Portuguesa nas propostas de aprimoramento
linguístico para o aprendiz com os gêneros textuais.
O conto “Felicidade clandestina” de Clarice
Lispector: sob a visão da sistêmico funcional
Pabrícia Abadia Pereira Félix (UFG/RC)
Fabíola Sartin Dutra Parreira Almeida (UFG/RC)
O trabalho aqui proposto objetiva apresentar um
estudo realizado com o conto “Felicidade
clandestina” de Clarice Lispector valendo-se do
arcabouço teórico da Linguística Sistêmico-
Funcional, com o foco no subsistema de atitude. As
obras literárias de Clarice Lispector apresentam
vários fatores que podem ser analisados. Em especial,
o conto “Felicidade clandestina” por ser uma obra
clássica conhecida e explorada, é interessante que se
apresente uma nova investigação do ponto de vista
do discurso que a autora emprega no conto.
Segundo Almeida (2010, p.41), a atitude é um dos
subsistemas do sistema de avaliatividade (Martin e
White, 2005) que é responsável pela expressão
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
linguística das avaliações positivas e negativas,
abrangendo três regiões semânticas: a emoção, a
ética e a estética. Nosso principal objetivo é
compreender através do subsistema de atitude,
como os personagens presentes no conto podem ser
avaliados, identificando assim os sentidos atitudinais
(afeto, julgamento e apreciação) através da análise
léxico-gramatical. Visamos identificar as realizações
de atitudes mais recorrentes ao longo da obra e
apresentar quais as possíveis respostas de
solidariedade que podem ser recebidas por meio das
avaliações realizadas. A metodologia utilizada se
baseou em, inicialmente realizar a leitura do conto
“Felicidade clandestina”, em seguida a identificação
dos personagens presentes na obra por meio da
análise dos elementos avaliativos, em especial os
adjetivos. Posteriormente, a identificação dos
elementos léxico-gramaticais de atitude. Os
resultados apontam para a ocorrência da categoria
de julgamento quando a autora expressa opiniões
sobre a personagem principal. Porém, observou-se,
também, ocorrências de apreciação e afeto nos
demais personagens.
GT 7 – Discurso, História e Memória
Memórias das flores, em A Rainha da Neve
Alauanda de Vasconcelos Fernandes (UFU)
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No conto A Rainha da Neve, de Hans Christian
Andersen, as memórias que Gerda possui das flores
plantadas em caixas e postas nas calhas de sua casa
e de Kay a incita a uma aventura para trazer de volta
seu amigo. O menino deixa seu lar após ser atingido
por fragmentos de um espelho maligno criado por
um demônio. O objeto tinha como finalidade a
expansão da maldade no coração das pessoas.
Vendo a forma como Kay agia, a Rainha da Neve o
leva para seu castelo gelado no Polo Norte. Gerda,
inconformada com a situação, deixa sua casa e busca
em diversos espaços, a localização do garoto. Dessa
forma, o objetivo deste trabalho é analisar os espaços
pelos quais Gerda percorre, procurando informações
de seu amigo e as memórias de seu lar que estão
presentes nas flores encontradas na terceira história,
intitulada O jardim de flores da mulher que conhecia
feitiços. Além disso, a cor vermelha permeia todas
demais histórias, a fim de lembrá-la de seu objetivo.
Para embasamento teórico nos apoiaremos nos
estudos de Maurice Halbwachs (1990) em seu
capítulo sobre A Memória Coletiva e o Espaço, para
comprovar a ligação entre os espaços e as
lembranças.
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
A relevância da morte e poder na constituição do
sujeito-discursivo Dorian Gray
Aline Silvério de Freitas (UFG/RC)
No presente trabalho analisaremos a relação entre a
morte e o poder na constituição do sujeito-discursivo
Dorian Gray. Sendo assim, refletiremos sobre como a
exterioridade constitui o sujeito, neste caso como
Dorian Gray se modifica como sujeito, em contato
com a morte e o poder, uma vez que este é
constituído pela história e a memória. Para tal,
empregaremos como corpus trechos do único
romance do escrito irlandês Oscar Wilde, O retrato
de Dorian Gray (1988) e para compreendermos este
corpus, utilizaremos obras teóricas da Análise do
Discurso francesa (doravante AD) e estudos feitos
por Michel Foucault. O sujeito para a AD não é o
sujeito empírico, indivíduo centralizado, há uma
descentralização do sujeito, esse é constituído por
várias vozes sociais que se cruzam e emergem na
produção discursiva. A partir desse aparato teórico
observamos que os sujeitos são constituídos pela
exterioridade, ou seja, são os discursos atravessam os
sujeitos. A história para a AD não é cronológica, mas
fragmentada. Dessa forma, analisaremos a relação
entre a morte e o poder no romance como
acontecimentos que constituem a subjetividade do
sujeito discursivo Dorian Gray.
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
O corpo feminino produzido a partir do discurso
na publicidade
Ana Alice da Silva Pereira (UFU)
Este trabalho busca analisar os discursos produzidos
acerca do corpo feminino em três anúncios
publicitários da marca de produtos depilatórios Veet.
Para isso, utiliza-se uma concatenação entre o
Discurso, em sua característica de em um dado
contexto permitir que certas coisas possam ser ditas
ao invés de outras, a História, na medida em que vai
também sendo construída através do discurso e
apresenta as condições de seu surgimento, e a
Memória, que compreendida como memória
discursiva permite a retomada dos discursos para
reafirmá-los ou ressignificá-los. O discurso em foco
nessa análise é o publicitário, que é elaborado com o
propósito de estimular o consumo do produto ou
serviço oferecido e que para tal agrega ao objeto
diversos valores e ideais. É dessa forma que a
publicidade, mais do que a simples oferta de bens de
consumo, contribui na constituição de subjetividade
– forma-se sujeito em relação aos modelos
apresentado nos anúncios. No caso em questão, é
possível remontar a diversos discursos que tratam da
responsabilidade feminina de cuidado com o corpo
como mecanismo imprescindível para sua adequada
inserção social. Nas peças publicitárias selecionadas,
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
está em jogo uma construção ideal de feminilidade
que requer a prática da depilação e o uso da cera
Veet, vsito que não se trata da simples retirada dos
pêlos, mas da garantia de suavidade que possibilita a
aproximação da mulher a uma boneca. Conclui-se
por meio da análise que a subjetivação da mulher
aponta o imperativo de sujeição do corpo a uma
série de práticas, e apenas mediante o seguimento
destas é possível ao sujeito alcançar uma
correspondência quanto às expectativas de gênero.
Constituição das experiências de leitura de uma
estudante: contribuições escolares e
extraescolares
Andrea Del Larovere (UAEE - UFG/RC)
Este trabalho traz o recorte de uma pesquisa de
mestrado em educação, que teve por objetivo
identificar e analisar as experiências de leitura
narradas por estudantes do quinto ano do ensino
fundamental, de uma escola da rede pública de
ensino, da cidade de Catalão, estado de Goiás. O
recorte se dá quanto à constituição das experiências
leitoras de uma estudante, através das contribuições
dos espaços escolar e extraescolar. A metodologia se
reporta aos procedimentos de um estudo de caso do
tipo etnográfico, quando foram coletadas narrativas
para identificar as experiências leitoras. O aporte
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
teórico está embasado nos conceitos de experiência
e de leitura. As análises das experiências de leitura da
estudante, constituídas no contexto escolar e
extraescolar evidenciaram que a leitura no contexto
escolar, embora atrelada ao cumprimento de deveres
escolares, contribuiu para compor as experiências de
leitura da estudante, principalmente, quando
disponibilizou os materiais de leitura, através da
biblioteca escolar, que podiam ser levados para
outros contextos. Por sua vez, os contextos
extraescolares contribuíram com o tempo, este dado
de modo livre, sem demarcações, para que a leitura
fluísse livremente e se constituísse em experiência.
Verificou-se também, que as experiências de leitura
se constituíram em sua maioria por meio de materiais
impressos como livros e gibis, lidos em completude,
essencialmente em casa. Além disso, verificou-se que
a busca pelos materiais de leitura constituídos em
experiência, estavam relacionados aos desejos
particulares e subjetivos da estudante, motivados
especialmente pela família, com vistas ao
acolhimento, o divertimento e a integração familiar.
Nostalgia de nobreza: Cyro dos Anjos e seu
romance Abdias
Angélica Pereira Martins (UFU)
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Neste trabalho, o corpus compõe-se do romance
Abdias de Cyro dos Anjos (1906-1994). Abdias, nome
da obra em questão, e Abdias, nome do personagem
principal, refere-se a um homem casado, pai de três
filhos, diretor de um arquivo histórico, morador de
Belo Horizonte, natural do interior de Minas Gerais,
vindo de um cidadezinha chamada Várzea dos
Buritis. O romance começa já mostrando um convite
recebido por Abdias, para que ele ministrasse aulas
como professor substituto em um colégio de elite de
Belo Horizonte, chamado Colégio das Ursulinas. O
ponto de maior tensão do romance é o sentimento
amoroso que Abdias começa a nutrir por uma de
suas alunas. A estudante se chama Gabriela e é uma
das alunas mais ricas do colégio. A escrita de Abdias
em seu diário começa a ser totalmente dedicada a
fatos relacionados à jovem. Por coincidência, a mãe
da menina havia sido sua namorada no seu passado
em Várzea dos Buritis. Passado que Abdias relembra
e tenta reconstruir de várias maneiras durante a
narrativa. Influenciado pelo ambiente luxuoso do
colégio e pelas memórias de quando era jovem no
interior de Minas, Abdias se imagina capaz de
conquistar Gabriela e narra inúmeros desejos
obscuros e tentativas em vão de namorar a moça. O
objetivo central desse estudo é buscar compreender
as razões que levaram o personagem principal
Abdias a se encantar e mudar suas atitudes quando
conhece Gabriela. O Colégio das Ursulinas é um
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
cenário de memórias perdidas no interior de Minas,
nesse estudo, os textos de Ecléa Bosi auxiliam na
compreensão do conceito de memória, sendo
possível realizar uma análise da questão
memorialística que se apresenta em Abdias. Todos os
conflitos da vida do autor se iniciam no exato
momento em que ele adentra o colégio de elite: o
ambiente, as pessoas e, sobretudo sua aluna
Gabriela, o faz lembrar do tempo em que morava em
Várzea dos Buritis e já sonhava em ter contato com
lugares frequentados por pessoas da alta burguesia.
Formações discursivas do discurso político: sobre
as revistas Veja e Carta Capital
Anísio Batista Pereira (UFG/RC)
Antoniel Guimarães Tavares SILVA (UFG/RC)
O presente estudo se propõe a investigar as
formações discursivas em reportagens das
revistas Veja e Carta Capital, de forma comparativa,
pelos seus posicionamentos políticos sobre o
Impeachment da presidente da República, Dilma
Rousseff. O recorte do corpus se constituirá de duas
reportagens contidas nessas revistas, uma de cada,
presentes em edições de 2016, momento próximo ao
afastamento da referida presidente, a fim de traçar
pontos de divergência entre as ideologias desses
dois veículos de comunicação. Nos discursos
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
referentes às duas reportagens, temos narrativas do
acontecimento político supracitado, cuja temática
passou a ser bastante difundida a partir do segundo
mandato do governo petista. Nesse sentido, a mídia
se constituiu como elemento considerável na divisão
do país entre prós e contras o processo de
afastamento do governo, bem como os próprios
meios de comunicação se manifestaram dessa
forma. Como suporte teórico-metodológico, para
esta pesquisa, serão adotados conceitos integrantes
à Análise do Discurso de linha francesa, como sujeito,
discurso, formação discursiva e formação ideológica,
de acordo com as formulações pechetianas. Dessa
forma, a partir desse arcabouço teórico solicitado,
será feita uma leitura comparativa de duas
reportagens (uma de cada revista), atentando-se
para esses conceitos tomados para análises. Em se
tratando do teor discursivo sobre o processo de
Impeachment da citada presidente, percebe-se que
as duas revistas se posicionam de forma antagônica,
sendo a Veja favorável e a Carta Capital contra à
retirada da presidente do poder, possibilitando
destacar duas formações discursivas divergentes,
resultantes de duas ideologias antagônicas,
relacionadas ao discurso político.
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
A construção identitária pela diferença no
discurso da letra musical Uniformes, de Kid
Abelha
Anísio Batista Pereira (UFG/RC)
Antônio Fernandes Jr. (Orientador – UFG/RC)
O presente trabalho tem por objetivo analisar a
construção de uma identidade pela diferença,
contida no discurso da letra do rock de 1980,
Uniformes, interpretada pela banda Kid Abelha.
Ressalte-se que esta pesquisa se vincula a um projeto
de mestrado, que propõe a investigar identidades
jovens construídas nos discursos de letras do rock
brasileiro da década supracitada, gênero musical que
apresenta sua emergência pautada pela abertura
política, crescimento da indústria fonográfica e
evolução tecnológica, possibilitando seu consumo
em massa e apresentando uma crítica diferenciada
em relação às produções artístico-musicais
anteriores. Nessa perspectiva, a citada letra de
música integra o corpus da pesquisa, por apresentar
elementos propícios à temática a ser discutida.
Percebe-se, no discurso, um sujeito que descreve
suas características de personalidade elencando um
segundo sujeito, por meio de comparações, gostos
que entram em confronto, possibilitando uma leitura
relacional entre dois grupos distintos. Para a
composição do arcabouço teórico-metodológico,
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
serão acionados conceitos pertencentes ao campo
disciplinar Análise do Discurso de linha francesa, tais
como sujeito, discurso e enunciado, de acordo com
os postulados foucaultianos. Além disso, essas
noções envolvendo a linguagem serão relacionadas
com alguns conceitos de identidade, como, por
exemplo, a identidade pela diferença e, ainda, o
conceito de pertencimento será acionado para
ampliar a consistência da análise do enunciado
musical. Assim, percebe-se, materializado na referida
letra de Kid Abelha, um sujeito que se constitui pela
diferença, em que pertence a um grupo e se compara
a outro que é diferente, cujas práticas culturais,
subjetividades, se convertem em identidade pela
diferença.
Da ditadura ao exílio, à identidade em Tropical
Sol da Liberdade
Aparecida de Fátima dos Reis Prado
(PMEL – UFG/RC)
João Batista Cardoso (UFG/RC)
A Ditadura foi um período traumático recente na
história do Brasil. Entre os seus aspectos que atingiu
certa parcela de brasileiros, sobretudo, os
intelectuais encontram-se as perseguições, a censura
e as prisões, mas aquilo que atingiu a essa parcela
mais de modo mais contundente foi o exílio, que
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
como se sabe, lança o sujeito para outros países,
outras realidades onde terá que conviver com outra
cultura, outra língua, outra identidade enfim e a
saudade dos que ficaram para trás. Além disso o
exilado assume uma consciência permanente de ser
vítima de uma injustiça tendo em vista que tudo o
que fez foi tão somente empenhar forças e discursos
em prol da liberdade. Essas questões aparecem
adensadas na obra Tropical sol da liberdade, de Ana
Maria Machado, que é objeto da pesquisa que venho
realizando nos últimos tempos, com o objetivo de
mostrar que o exílio enquanto experiência individual
é aspecto que move o sujeito na direção da
frustração, também enquanto experiência individual
se torna memória e enquanto memória adentra os
limites da ficção. Existem inúmeras obras que servem
para fundamentar esse estudo, no entanto,
restringiremos o referencial histórico crítico nas
abordagens de Elio Gaspari, cuja obra A Ditadura
envergonhada ressalta os diferentes momentos dos
transtornos da ditadura. A obra Tropical sol da
liberdade servirá como corpus para testemunhar, no
âmbito da literatura, esse período, pois retrata, por
meio da ficção, os acontecimentos com a
sensibilidade própria da poesia. Nessa obra, a
ditadura serve para destacar personalidades
individuais utilizadas como figuras típicas que
representam o todo. Empregaremos também as
discussões de Edward W. Said que realiza um
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
relevante estudo a respeito das Reflexões sobre o
exílio e outros ensaios. Aprofundaremos sobre o
exílio também nas considerações de Albertina de
Oliveira Costa na obra Memórias das mulheres do
exílio que traz depoimentos de experiências de
mulheres brasileiras que viveram e sentiram na pele
o exílio. Finalmente, empregaremos o estudo de
Tomaz Tadeu da Silva em Identidade e Diferença: a
perspectiva dos estudos culturais para explanarmos
a respeito da identidade. Finalmente, entendemos e
demonstraremos que o exilado em contato com
outras culturas, língua etc. é levado a
(des)(re)construir sua identidade.
Identidade e memória em "Só vim telefonar", de
Gabriel García Márquez
Bethânia Martins Mariano (ILEEL/UFU)
Marisa Martins Gama-Khalil
(Orientadora – ILEEL/UFU)
O presente trabalho tem por objetivo principal
analisar as representações de identidade do sujeito
latino-americano a partir do conto “Só vim telefonar”,
presente na obra Doze Contos Peregrinos, de Gabriel
García Márquez, escritor colombiano. Em todos os
contos da obra há uma personagem latino-
americana vivendo, por algum motivo, na Europa,
terra de seu colonizador. Considerando que o(s)
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
sentido(s) de um texto estão sempre em curso, esta
pesquisa investigativa bibliográfica contará com os
conceitos de representação, sujeito, identidade,
identidade nacional, discurso, formação e memória
discursiva. Visto que os elementos fantásticos do
texto não são apenas inventividades artísticas, mas,
corriqueiros às personagens, e inerentes à cultura da
América latina, essa obra está inserida no que Alejo
Carpentier conceitua como real-maravilhoso, e este
conceito também guiará as discussões. Tomando a
cultura como um conjunto de valores ou significados
partilhados, inserida em um contexto histórico, social
e político, o conto citado acima será analisado a
partir de uma abordagem discursiva, tomando a
língua como não transparente. O discurso, por estar
submetido à incidência da história e da ideologia, se
(des)vela por meio de uma materialidade linguística.
E é a partir desta materialidade que há o intuito,
neste trabalho, de deslocar os sentidos do texto e
traçar possíveis representações de identidade do
sujeito latino-americano presentes no conto “Só vim
telefonar”.
Análise de charges que recuperam o tema da
redução da maioridade penal
Bianca Ayala Melo Di Alencar (UFG/RC)
Antônio Fernandes Júnior (Orientador – UFG/RC)
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Este trabalho integra um projeto de pesquisa maior
voltado para análise do discurso político parlamentar
no tocante a discussão da redução da maioridade
penal. Nesta fase da pesquisa, pretendemos
empregar o método utilizado por Foucault com a
finalidade de analisar outras formas de
materialização do discurso relativamente ao tema
retro mencionado. Entendemos que referida análise
servirá de subsídio para a compreensão da
ocorrência de diversas possibilidades de
materializações discursivas possíveis, além da
oportunidade de demonstrarmos, a partir das
charges, a ocorrência de enunciados, formação
discursiva, formação das estratégias, definição de
enunciação, além da ocorrência da repetição. As
charges selecionadas guardam correspondência com
o projeto de lei em questão na medida em que
recuperam a temática da redução da maioridade
penal. Uma parcela considerável delas posiciona-se
de forma crítica e, muitas vezes irônica,
favoravelmente ao projeto de lei; no entanto, há
aqueles que, tal qual ocorre no cenário político,
posicionam contrariamente. O recurso do humor
empregado nelas anuncia a volta do tema de modo
singular, nem por isto menos crítico e despolitizado.
E justamente porque verificamos a materialidade dos
discursos acerca deste tema em forma de charge é
que pretendemos analisá-los. Em consonância com o
arcabouço teórico empreendido por Foucault,
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
seguiremos os princípios dispostos em A Ordem do
Discurso, procedendo com uma análise a partir do
conjunto “crítico” que põe em prática o princípio da
inversão; mostrar como as charges se formaram, a
que necessidades, como se modificaram e se
deslocaram; que força exerceram efetivamente e em
que medida foram contornadas. Objetiva-se ainda,
verificar se as charges formaram séries e discursos
através, apesar, ou com o apoio dos sistemas de
coerção. Verificar, ainda, quais foram as condições de
aparição, de crescimento e de variação, considerando
por fim que a produção do discurso exerce um
controle a partir dos seus dispositivos de poder. A fim
de instrumentalizamos nossa análise, procederemos
com a escolha de charges que recuperam a referida
temática e, em seguida, procederemos com suas
análises, empregando, como dissemos acima, o
método foucaultiano. Dentre os resultados
esperados, acreditamos que as charges apresentam
uma de forma de materialização discursiva;
esperamos confirmar a ocorrência do acontecimento
singular do tema, ainda que ele demonstre este
“novo” na recuperação da temática.
Resquícios da memória cultural: o discurso
fóbico no entorno da imagem do gato preto
Bruno Silva de Oliveira (IF Goiano/UFU)
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Enunciado e discurso podem ser repetidos, basta que
sejam acionados e recuperados em práticas
discursivas distintas. Nesse movimento, integram
redes de memória e podem ou não atualizar
significados historicamente produzidos.
Culturalmente, o termo “O gato preto” é associado a
um animal que teve a sua imagem cultural
marginalizada e demonizada durante a Idade Média
e a inquisição Religiosa, sendo tal imagem
relacionada diretamente a figuras como bruxas e
satanistas, mas será que imagem ainda é perpetuada
ou está presente em nossa memória? Assim, este
artigo se propõe a discutir a interferência da
memória na constituição dos discursos fóbicos em
torno da figura do gato no clássico conto da
Literatura Fantástica “O gato preto” (1873), do autor
estadunidense Edgar Allan Poe, a partir de uma
perspectiva interdisciplinar relacionando Literatura e
Análise do Discurso de linha francesa, objetivando
vislumbrar se ocorre uma atualização, reiteração ou
deslocamento da memória apresentada no conto.
Jubiabá em quadrinhos uma releitura do clássico
literário para novos leitores - os interlúdios do
discurso, da leitura e da memória
Camila Santin Calçada Silva (PMEL – UFG/RC)
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
A transposição de Clássicos para versões
quadrinizadas é uma realidade desde os idos da
segunda metade do século XX e vem se fortalecendo
como possibilidade de leitura para novos públicos. A
obra, Jubiabá, de Jorge Amado (1986), romance que
narra a história de Antonio Baldoino (Baldo), vai
delineando seu caráter a partir de suas vivências no
Morro do Capa Gato e nas aprendizagens com Pai
Jubiabá. Ao longo do romance o personagem vai
moldando sua personalidade de boxeador e
malandro das ruas, trabalhador das lavouras de fumo
até se tornar estivador e lutar em greves operárias, já
consciente de sua situação de escravo do sistema
opressor. Essa obra de forte caráter apologético
comunista, ganhou sua versão quadrinizada pelas
mãos de Spacca (2009). O objetivo deste
estudo é refletir sobre a transposição do clássico de
Jorge Amado para o gênero quadrinhos a partir dos
postulados da Análise do Discurso, buscando
compreender como novos eixos de discursividade
são instaurados a partir da nova obra e das
interrelaçãoes entre a obra de referência e a obra
transposta. Pretendemos examinar as ingerências
relativas a pretensa facilitação de leitura acarretada
pela quadrinização perante a leitura da obra de
referência. Nesse sentido, este artigo observará as
perspectivas da Análise do Discurso no que condiz
aos processos de leitura de versões quadrinizadas
apoiando-se nas leituras de Cursino (2012), Possenti
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
(2001), Cunha (2013), McCloud (2006), Eisner (2005),
sendo os dois últimos autores renomados dos
estudos do gênero graphic novel na
atualidade, observando as acepções sobre leitura e
suporte de texto e do como a transposição de
clássicos se redimensiona para o gênero graphic
novel segundo esta perspectiva de análise.
Os traços de memória em Fazendo Ana Paz, de
Lygia Bojunga
Edson Maria da Silva (UFU/CAPES)
Este trabalho faz parte de uma dissertação em
andamento de Mestrado em Estudos Literários, no
qual lidamos com a questão da memória no livro
Fazendo Ana Paz (2007), da escritora brasileira Lygia
Bojunga. Nele, buscamos compreender como se dá
o processo de construção da personagem principal,
Ana Paz, que se dá através, dentre outras coisas, por
meio de fragmentos de memória, além de a
entendermos, como sendo uma energia que surge
com a emergência de ser ouvida (de contar) e de ser
narrada (ou ser contada). Nesse livro, nos deparamos
com traços autobiográficos da escritora, além de
conter, nele, elementos em que o fazer literário é
problematizado. Tudo, no entanto, nos é
apresentado de forma fragmentada, como o que
ocorre com a temporalidade, com o foco narrativo e
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
a com própria narrativa não linear. Para pensarmos
essas questões e aspectos do livro, iremos às teorias
de Jeanne Marie Gagnebin (2006-2014), Walter
Benjamin (1994), Aleida Assmann (2011), Peter
Stallybrass (2008), Lucia Castello Branco (1994), Gilles
Deleuze (1987), Maurice Blanchot (2011) e Henri
Bergson (2006).
A intertextualidade na obra de Zeca Baleiro
Ely Sama da Silva Santos (UFG/RC)
Antônio Fernandes Junior (UFG/RC)
O presente trabalho busca fazer um estudo sobre a
intertextualidade existente dentro da produção
cultural brasileira atual, no campo poético-musical e,
mais especificamente, na obra do cantor e
compositor Zeca Baleiro. Consideramos que as letras
de músicas desse exímio poeta (cantor poeta), em
geral, se desenvolveram nessa perspectiva
intertextual, pois, suas canções são recheadas de
ironia e citações de outros textos no cenário poético
contemporâneo. Nesse sentido, temos como
objetivo principal compreender as referências
intertextuais materializadas nas canções desse autor,
compositor e poeta Zeca Baleiro, buscando analisar
como elas dialogam com textos de outras práticas
culturais, tais como: literários, filosóficos, da cultura
popular, dentre outros. Investigaremos, a partir
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
de letras escolhidas para esta discussão, como o
autor trabalha com o jogo intertextual em suas
composições, tendo em vista a relação do dialogo
existente com as transformações ocorridas em nossa
sociedade e, também, o dialogo existente com as
práticas culturais e meios artísticos. Para alcançar
nosso objetivo, realizaremos uma pesquisa
bibliográfica sobre a obra de Zeca Baleiro, uma
seleção do corpus para análise e, em
seguida, realizaremos a análise de letras que
contenham referências intertextuais. Nesse
momento, nossa atenção volta-se para discutir o
modo como o compositor se apropria de outros
textos e quais efeitos de sentidos são produzidos
nesse diálogo intertextual. Para dar suporte a esta
discussão, acionaremos os estudos de Mikhail
Bakhtin, sobre dialogismo, e de pesquisadores da
área de literatura que se preocupam com essa
orientação teórica.
Ruptura ou conservação na língua? Um exercício
de análise do discurso modernista brasileiro
Érica Rogéria da Silva (UFU)
Examinamos, neste trabalho, o discurso modernista
constituído em torno da legitimidade de uma norma
genuinamente brasileira. Concedemos relevo, nessa
análise, ao discurso de Mário de Andrade, pois ele é
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
considerado um dos integrantes do Modernismo
brasileiro e tem um papel significativo no projeto de
defesa de uma língua representante do povo, além
de ter enunciado sobre o assunto em diferentes áreas
do saber, como a literatura, a política, a arte e a
música. É devido a esses lugares ocupados por Mário
de Andrade que iremos assumir seu discurso como
representante do discurso modernista, mesmo
porque, segundo Maingueneau, em Gênese dos
discursos (2008), não é necessário realizar uma
análise exaustiva de todos os dados, pois o sistema
de restrições de um discurso rege todas as suas
dimensões. Mais especificamente, propormos refletir
sobre a sintaxe dos pronomes átonos empregada
nos enunciados do autor. Esse recorte se justifica na
medida em que, no Brasil, a colocação dos pronomes
átonos é uma das questões que marca
significativamente a discussão sobre a diferença
entre norma padrão e norma popular. Sendo assim,
para verificar essa questão, são analisados o modo
de enunciação e enunciados pertencentes à obra
Macunaíma: o herói sem nenhum caráter; um
conjunto de cartas que tratam da questão linguística,
escritas por Mário de Andrade e enviadas a Manuel
Bandeira, bem como a Gramatiquinha da fala
brasileira. A análise dos dados ressalta a existência de
um movimento de alternância sistemática da sintaxe
dos pronomes átonos, permitindo-nos identificar,
entre outros aspectos, que a norma popular brasileira
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
não transcende o âmbito popular, e a norma padrão,
por sua vez, se mantém no mesmo lugar em que ela
ocupa na sociedade, ou seja, entre os acadêmicos.
Uma visão gótica de Frodo e Peri
Francisco de Assis Ferreira Melo (UFG/RC)
Neste trabalho, pretendemos demonstrar como
personagens menores podem se tornar improváveis
heróis numa narrativa, desempenhando a função de
(des)continuidade, manutenção e salvação de tudo a
que se acham intimamente ligados, uma vez que se
encontram presos e impossibilitados de alterar esse
jogo de verdades e poderes aos quais estão
submetidos, sob uma ótica gótica. Percebemos que
estes “insuspeitáveis heróis” tem o peso do passado,
presente e futuro, a história da sociedade que
integram e é nessa perspectiva que Alencar (1999),
por seu lado, nos apresenta Peri neste estado de
nobreza natural, que não necessita de títulos e
distinções, pois agrega uma aliança representada por
sua dignidade e honradez por ser “filho das florestas”
e Tolkien (2002), pelo seu, numa vertente inglesa,
considera Frodo como o estereótipo do herói e não
seria mais que mera representação do patinho feio,
mesmo sendo o portador do Anel, ainda que não
queira, pois gostaria que aquele problema do Anel
simplesmente desaparecesse. O medo que os cerca
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
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é a certeza de que as jornadas a serem empreendidas
não serão fáceis. Podemos entender também que os
personagens citados sofrem a ação de um jogo de
poderes e verdades, ao tomarmos conhecimento
desse jogo, cujas verdades variam conforme o
momento/instante vivido por eles. Desenvolveremos
uma análise comparativa com base em Foucault
(1982) e em uma teoria literário-filosófica, desde
Colbert (2002), Martins (1999) a Carter (2006),
imbuída de um caráter gótico, apontado por
Lovecraft (1996) e Sá (2010), nos ambientes em que
se acham esses personagens.
Uma análise discursiva da música Brasil com P,
de GOG
Fernanda Mendes Pereira (UAELL – UFG/ RC)
Drielly Camila (UAELL – UFG/ RC)
Raquel Costa Guimarães (UAELL – UFG/ RC)
Erislane Rodrigues Ribeiro
(Orientadora – UAELL – UFG/ RC)
O presente trabalho foi iniciado na disciplina Análise
do Discurso, ofertada pelo curso de Letras Português,
na Universidade Federal de Goiás, Regional Catalão e
tem como objetivo analisar a letra do rap Brasil com
P, do músico GOG. Genival Oliveira Gonçalves (GOG)
nasceu e cresceu em cidades satélites de Brasília,
Distrito Federal, uma região de muitos contrastes
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sociais. Esse contexto fica claramente explícito em
suas composições, que expõem, através de
denúncias, as injustiças sofridas pelas minorias,
especialmente por aqueles que vivem nas periferias.
A música escolhida, Brasil com P, foi gravada em
2000 no álbum CPI da Favela, é composta de duas
partes, traz como característica marcante o fato de
que todas as palavras começam com a letra e pode
ser encontrada com livre acesso em sites de busca na
internet. Como procedimento da pesquisa utilizou-se
apenas a letra da música, sem levar em consideração
outros aspectos como melodia, interpretação, ritmo
ou rima, sendo que o trabalho foi desenvolvido
através de análise, descrição e interpretação do
corpus, com fundamentação na Análise do Discurso
de linha Francesa, em especial nas teorias de Pêcheux
(2011), considerado fundador da disciplina, bem
como em estudos de pesquisadores brasileiros, tais
como Mussalin (2003) e Orlandi (2006). Como
resultado do estudo foi possível observar a utilização
de sinonímias, responsáveis pela produção de certos
efeitos de sentido; a presença de interdiscursividade,
pois podem ser notados vários discursos presentes
em um único texto, como os discursos político,
econômico e racial; além do fato de o sujeito falante,
em razão da existência da interdiscursividade, ser
conduzido por discursos anteriores.
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As relações dos sujeitos em plataformas de
aprendizagem: um estudo discursivo
Giselly Tiago Ribeiro Amado (UFU)
Fabiene de Oliveira Santos (UFU)
Neste trabalho, propomos algumas reflexões sobre a
posição-sujeito na relação estabelecida entre os
estudantes de um curso de graduação em Letras-
Inglês na modalidade a distância e a rede social
educacional Edmodo em comparação à relação que
estes mesmos estudantes constituíram na sala de
aula virtual, a plataforma MOODLE, mediante a
proposta pedagógica do curso. O Edmodo é um
ambiente virtual gratuito e fechado de rede social
baseado na WEB 2.0, que dispõe interfaces sociais,
educativas e de gestão da aprendizagem,
desenvolvido para a interação da comunidade
escolar, já o MOODLE é um ambiente virtual de
aprendizagem e interação, baseado em software
livre, institucionalizado e traduzido para a utilização
em 155 países sendo o suporte da educação a
distância de inúmeras universidades. A metodologia
de trabalho está vinculada à Análise do Discurso de
tradição pecheutiana como praticada no Brasil, com
contribuições de Foucault nas relações de saber-
poder. Nesta perspectiva, lançaremos mão de
elementos constitutivos do quadro teórico dos quais
não se pode separar sujeito e história na produção
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
de sentidos. Mobilizamos conceitos teóricos como
formações imaginárias e memória discursiva para a
análise do funcionamento discursivo que se dá no
batimento entre a descrição e a interpretação. Para
nós, a materialidade do discurso traz a ideologia em
si e o indivíduo é interpelado em sujeito pela própria
ideologia revelada na discursividade. A partir destes
preceitos buscaremos compreender na
discursividade como os alunos construíram sentidos
em suas relações com os meios de interação
promovidos pela tecnologia, aqui problematizada
como instrumento não neutro, para isso,
consideramos os processos inscritos na historicidade
pela determinação social e política do curso
estabelecidas no projeto político pedagógico. Ao
refletirmos sobre o modo de funcionamento das
relações estabelecidas entre os sujeitos e os
instrumentos tecnológicos e pedagógicos
percebemos um processo de desestabilização e
ressignificação dos sentidos no deslocamento da
posição-sujeito.
Fábulas italianas: uma relação intrínseca com a
memória
Helen Cristine Alves Rocha (UFU/PPGLET)
Na obra Fábulas italianas (1990), Italo Calvino
recolhe, seleciona e traduz várias fábulas dos vários
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
dialetos italianos. De fato, percebe-se que o que
interessa ao escritor não é tanto a riqueza das
imagens, mas a economia da narração. Assim, tendo
em vista a relação de Italo Calvino com fábulas,
contos e textos cuja fronteira entre a realidade e a
imaginação é bastante tênue, temos como objetivo
analisar a relação da fábula com a memória, partindo
dos estudos de Maurice Halbwachs (2006) e Michael
Pollak (s/d), os quais propõem a memória como
sendo um fenômeno coletivo, de um indivíduo que
pertence a um grupo social; da memória relacionada
ao rastro e à cicatriz da escrita, anunciando a
fragilidade das criações humanas, partindo dos
estudos de Jeanne Marie Gagnebin (2002); Michel
Pêcheux (2007), para quem a memória é um espaço
móvel de divisões, deslocamentos e retomadas, de
desdobramentos e contra-discursos; Andre Jolles
(1976) e todo material necessário para essa pesquisa.
Diante da importância assumida pela memória e
pelos testemunhos orais como fonte de “verdade”,
vemos a relação da memória com a fábula devido a
esta ser uma narrativa que, inicialmente, foi extraída
“da boca do povo” e, portanto, consideramos que o
que as pessoas narravam era o que fazia parte de
suas recordações, de seu passado e do grupo ao qual
pertenciam, pois um indivíduo isolado não forma
lembranças, mas precisa do apoio dos testemunhos
de outros para sustentá-las. Testemunhos que,
segundo Halbwachs, reforçam ou enfraquecem e
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
completa o que temos de informação sobre
determinado acontecimento. Destarte, nas Fábulas
italianas a memória “da boca do povo” pode
funcionar como uma (re)construção e (re)visão de
seu passado. Isto posto, vemos a relação da fábula
com a memória em virtude de seu caráter subjetivo,
social e real-imaginário.
Stefan Zweig entre a literatura e o cinema:
representações do exílio
Isabela Almeida de Oliveira (UFU)
Poucas pessoas sabem quem foi Stefan Zweig e a
importância de sua literatura. Autor de diversas
biografias e obras de ficção, Zweig nasceu no seio de
uma família judaica em Viena, na Áustria, em 1881.
Foi mais uma vítima da diáspora judaica fugindo do
genocídio semita que se espalhava de forma
assustadora pela Europa no início da Segunda Guerra
Mundial (1939-1945). Fugiu para o Brasil em busca
de exílio e, ironicamente, dia 23 de fevereiro de 1942
se suicidou no país que ele mesmo considerava o
paraíso na terra, o país do futuro. O jornalista
brasileiro, Alberto Dines, escreveu uma biografia
sobre as últimas semanas de vida de Zweig, traduzida
também para outros idiomas, chamada Morte no
paraíso, com sua primeira edição em 1981.
Posteriormente, em 2003, o cineasta brasileiro Sylvio
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Back lança o longa-metragem Lost Zweig, que foi
produzido baseado na biografia Morte no paraíso.
Esse trabalho consiste em analisar e comparar a
imagem de Stefan Zweig nas vertentes da Literatura
e do Cinema, mostrando ao leitor diferentes aspectos
relacionados à Zweig que Dines e Back acharam
relevantes destacar em suas obras literária e
cinematográfica, respectivamente, abordando
também a questão da fidelidade entre a obra original
(hipotexto) e a obra adaptada (hipertexto). Também
foi feito um estudo acerca da temática do
antissemitismo e do antijudaísmo, a partir da leitura
de obras literárias de diversos autores e apreciação
de documentários relacionados a essa temática, para
contextualizar o período histórico em que viveu
Stefan Zweig e que culminou em sua morte. Essa
pesquisa se encontra em fase final de
desenvolvimento e está prevista para ser
apresentada à banca de Mestrado em fevereiro de
2017.
Discurso, História e Memória no despertar do
gigante: uma análise de enunciados
verboimagéticos em redes sociais
Ismael Ferreira Rosa (CESUC – UFG/RC)
Falar de memória é, não raras vezes, um recorrente
ato de falar de/sobre eventos passados armazenados
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
no estoque psíquico-biológico do homem ou
armazenados no acervo cultural de uma sociedade.
Todavia, ao tratarmos desse aspecto relacionado ao
campo da linguagem, sobretudo no que concerne à
produção de discursos em dadas condições sócio-
históricas e ideológicas, a memória assume uma
outra dimensão conceitual: o de memória discursiva.
É um termo que remete à recorrência de enunciados
na ordem de um discurso, construindo uma rede de
já-ditos que (re)aparecem (re)atualizados em uma
materialidade linguística de modo a retomar o
passado e concomitante o elidir por meio de
apagamentos e silenciamentos, irrompendo, assim,
na atualidade do acontecimento discursivo e
instituindo determinados efeitos de sentidos.
Destarte, é uma condição do legível em relação ao
próprio legível, do interpretável em relação ao
próprio interpretável, permitindo na infinita rede de
formulações do discurso a recorrência, a anulação ou
a queda de enunciados pertencentes a formações
discursivas posicionadas historicamente. Partindo
desse entendimento de memória, com base nos
estudos da Análise do Discurso de linha francesa,
principalmente nos estudos de Pêcheux (1999, 2006),
relidos por Courtine (1999, 2009), e nas discussões de
Foucault (2002, 2003), tenho por fito neste trabalho
analisar como a memória discursiva do enunciado “o
gigante acordou”, irrompido nas manifestações
populares de 2013 contra a corrupção no Brasil,
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des)constrói um acontecimento a ser lido-
interpretado. É meu escopo sopesar como o
“gigante”, enquanto elemento de memória, a partir
de um condicionamento sócio-histórico e ideológico,
(re)aparece e é atualizado em 8 (oito) textos
verboimagéticos que foram e ainda são amplamente
circulados em redes sociais, de forma a constituir um
processo de subjetividade acerca da brasilidade,
demarcando aspectos identitários do que é (não)ser
brasileiro.
A constituição dos espaços de memória em
Corda Bamba, de Lygia Bojunga
Italiene Santos de Castro Pereira (PGLET/UFU)
Neste trabalho, que tem como foco a narrativa Corda
bamba (1979), de Lygia Bojunga, pretende-se
abordar os espaços representados na obra como
espaços de memória. Isso porque é por meio dos
espaços, tais como a janela, a corda, o andaime, o
corredor e as portas, que a protagonista, Maria,
reconstrói sua memória após o trauma da morte dos
pais. No decorrer da narrativa, Maria faz diariamente
um “passeio” na corda bamba, que a leva de volta ao
passado de sua história, desde quando seus pais se
conhecem até o momento da morte deles. É
interessante observar que é por meio de cada porta
aberta que é possível haver a reconstituição de sua
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
memória, mas esse não é um movimento traumático,
e sim natural, uma vez que vai acontecendo a partir
da iniciativa da protagonista de abrir cada porta.
Além disso, após a reconstrução de sua memória, a
menina se vê livre para construir o próprio futuro nas
portas novas que vão surgindo no corredor. São,
pois, esses espaços que permitem que a personagem
(re)constitua a si própria por meio da memória, além
de abrirem possibilidades para o seu futuro. Logo
será imprescindível um olhar investigativo sobre o
processo composicional dessa personagem por meio
dos espaços de memória, e para tanto se pretende
articular como base teórica os estudos de Maurice
Halbwachs e Michel Pêcheux.
A memória em Estar sendo. Ter sido, de Hilda
Hilst
Jaciane Martins Ferreira (IFGoiano – Campus Iporá)
Estar sendo. Ter sido, de Hilda Hilst (Hilst 2006a) tem
como personagem principal Vittorio, um senhor de
sessenta anos que, ao chegar a essa idade, rompe
com sua mulher, muda-se para uma casa de praia
com seu irmão Matias e seu filho Júnior. A narrativa
é centrada em sua vida e suas memórias, dividida em
duas partes, a primeira mostra a convivência com
seus dois companheiros e a segunda uma maior
solidão, na qual ele está com uma empregada e um
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
barman. Vittorio rompe com os protocolos sociais e
passa a viver determinada morte em vida. Ao longo
da narrativa, ele traz várias personagens de outras
obras de Hilda Hilst. Tomamos os enunciados como
acontecimentos discursivos, nos quais há a presença
de dada memória coletiva e a vinda de sujeitos de
outras obras para dialogar com ele. É essa memória
que trará personagens cujos pensamentos são
semelhantes. São as pessoas do meio dele; como
afirma Halbwachs (2006), a memória se constitui
coletivamente, e a tendência do sujeito é rememorar
coisas e objetos relacionados ao grupo ao qual
pertence. Nesta proposta, analisaremos os aspectos
atinentes à memória a partir do diálogo de Vittorio
com as personagens Crasso (Contos d’Escárnio e
textos grotescos), Stamatius e Karl (Cartas de um
sedutor) e Edenir (O caderno rosa de Lori Lamby).
Objetivamos observar como o sujeito se constitui a
partir da memória e como essa memória perpassa
sua relação com as pessoas e com os objetos. Assim
a morte tomada como um objeto também tem seu
lugar na vida desse sujeito a partir da memória em
torno dela. As relações e retomadas de Vittorio com
essas personagens não são aleatórias, elas vão
mostrar como esse sujeito se constitui em um lugar
de negação a morte, mesmo dizendo dela o tempo
todo.
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III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
A presa da memória: Dispersão e regularidade na
ficção lupina
Jamille da Silva Santos
(PGLET – UFU/GPEA/Labedisco)
O presente trabalho pretende estudar as projeções
discursivas ficcionais do Lobisomem em textos
literários da contemporaneidade, tomando como
corpus dois romances: O coronel e o Lobisomem de
José Cândido de Carvalho, Sangue de Lobo de
Rosana Rios e Helena Gomes. Analisaremos tais
obras, por meio das noções de memória discursiva e
domínio de memória cunhadas por Michel Foucault.
Temos como hipótese para este trabalho
considerações que tocam as formas do sujeito dos
dias de hoje se relacionar com outros sujeitos e
outras instituições. Nesse sentido, acreditamos que
as obras selecionadas servem como guia de conduta
para os sujeitos, mostrando como eles devem agir, se
comportar e se adequar às normas sociais. Nas obras
destacadas observamos que a forma de regrar a
conduta dos homens e das mulheres aparece sob a
forma daquilo que não se deve fazer, sempre seguida
de uma punição que incide sobre o corpo. É nesse
quadro que visualizamos a formação de normas e
condutas para os sujeitos, que está entre coerções e
formas libertárias no seio da literatura fantástico de
lobisomem, que funciona como um espelho no qual
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
a sociedade pode ver as formas de exigência e
apontar os lugares de resistência em um quadro
histórico.
William Foster constituindo-se como sujeito
anormal
Jaquelinne Alves Fernandes (PG/UFG)
Neste estudo, centrado na Análise do Discurso
francesa, com recorrência ao pensamento de M.
Foucault, tomaremos como corpus o filme Um dia de
Fúria, com o objetivo de verificar a constituição de
William Foster como um sujeito “anormal [que] é um
monstro cotidiano, um monstro banalizado”
(FOUCAULT, 2002, p. 71). Foster é um recém-
desempregado, divorciado e pai de uma pequena
menina, de quem está proibido de se aproximar, por
conta do seu comportamento agressivo. E, por
acreditar que não lhe restava nada, o sujeito traz à
tona um impulso violento e torna-se um sujeito
anormal, que não teme nada, nem mesmo a própria
morte e transforma-se em uma ameaça à vida de
todos. Assim, notamos a constituição de uma posição-
sujeito por meio de práticas transgressoras, vistas
como anormais pela sociedade em que se insere.
Pretendemos, então, em nossas análises tratar o medo
da morte como um dispositivo de segurança que,
conforme Foucault (2008), é o objeto da descrição
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
genealógica. A noção de dispositivo nos permite
alcançar uma análise refinada do biopoder, por meio
de discursos, o que nos permitirá vislumbrar o medo
da morte como um fato indispensável à manutenção
da vida e da norma. É importante ressaltar que o
objetivo geral de nosso estudo é analisar, na obra
cinematográfica tomada como corpus, o medo da
morte como dispositivo de segurança que visa a
assegurar a vida e a normatização dos sujeitos. Mais
especificamente, mostraremos, a partir de fragmentos
selecionados para análise, as práticas de subjetivação
que inscrevem William Foster na posição de sujeito
anormal, que não teme a própria morte, mas incute o
medo da morte nos outros. Explicitaremos, também,
as marcas discursivas representativas do medo da
morte como dispositivo de segurança.
Discurso, história e memória: os dizeres sobre a
votação pelo impeachment da presidenta Dilma
Rousseff
Jheny Iordany Felipe de Lima (UFG/RC)
Este trabalho objetiva descrever e interpretar, nos
enunciados presentificados em publicações de três
contas da rede social Instagram, os movimentos da
memória que constroem e ressignificam a história da
votação contra ou a favor do Impeachtment da
Presidenta Dilma Rousseff em 2016. Para a realização
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
deste intento, partimos dos pressupostos teóricos de
Bakhtin e dos estudiosos de seu Círculo, sobre
linguagem, discurso, ideologia, dialogismo,
enunciado e interação verbal. E ainda, as teorias
sobre sujeito, sentido e memória propostas por
Pêcheux e seus seguidores. A mídia e as redes sociais
têm papel siginicativo no esboço e divulgação de
novas formas de subjetividade, pensando nisso,
investigamos como as publicações a cerca do
impeachment contribuem para a subjetivação de
outros sujeitos e sentidos. O corpus de análise é
composto de imagens publicadas em três contas de
Intagrans, respectivamente Risadariaa,
Nazareamarga e Sopafude nos dias 17 e 18 de abril
de 2016. Envolto no fio da memória, o discurso
encontrado nas três contas analisadas, (re)atualiza
dizeres/saberes sobre a política brasileira. A
observação do processo de constituição e
discursivização das imagens analisadas, revelou-nos
que os jogos discursivos utilizados remetem a outros
fatos históricos, bem como a elementos da cultura
pop e/ou religião. Mediante esta manobra de
satirização, as contas promovem a ridicularizaçao e a
crítica de um dado momento histórico da política
brasileira em contrapartida com outros fatos que o
antecederam.
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
A constituição do sujeito Tertuliano e o medo
em o homem duplicado de José Saramago
Karina Luiza de Freitas Assunção
(PMEL/UFG/RC – UEMG/Frutal)
O objetivo da presente apresentação será analisar
como se articula a constituição da subjetividade de
Tertuliano Máximo Afonso, personagem principal do
romance O homem duplicado (2008) de José
Saramago, a partir de suas experiências que causam
medo. Buscaremos compreender o medo desse
sujeito frente a possibilidade de ter outro sujeito
igual a ele e os sentidos que emergem dessa
situação. Para isso, a presente proposta apresenta
como fundamentação teórica a análise do discurso
de linha francesa (doravante AD), os estudos
realizados por Michel Foucault e a discussão sobre o
medo apresentada por Roas (2011). Para a AD o
discurso implica uma exterioridade à língua, pois as
palavras ao serem pronunciadas carregam em si
aspectos que remetem para o lugar social e histórico
no qual o sujeito que as proferiu está inscrito. Por
sua vez, o sujeito se constitui por um conjunto de
vozes sociais, bem como do entrecruzamento de
diferentes discursos que remetem para o lugar
sociocultural e histórico no qual está inserido.
Segundo os apontamentos de Roas (2011), o medo é
responsável por várias emoções, dentre elas temos:
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
temor, espanto, terror, ansiedade e melancolia. Além
disso, ele menciona que a ideia do sujeito ser
duplicado faz com que ele duvide da coerência do
real e da ilusão que os sujeitos possuem de serem
unificados. Sendo assim, ao analisar a constituição da
subjetividade de Tertuliano observamos que o medo
é uma constante e que ele assume várias posições
em função do medo que sente que os outros sujeitos
saibam da existência de sua cópia. Esse fato
assombra a ponto de ele preferir assumir a
identidade do ator Antônio Claro do que revelar a
semelhança existente entre eles.
A produção do livro javelino: um acontecimento
histórico-discursivo
Léa Evangelista Persicano (UFG/RC)
Este trabalho é parte de nossa dissertação de
mestrado, que está agora na fase de qualificação de
relatório. Analisamos o filme brasileiro Narradores de
Javé (2002), um objeto simbólico-cultural, cujo mote
é a expulsão de uma população ribeirinha às
margens do Rio São Francisco pela construção de
uma hidrelétrica. Essa comunidade caracteriza-se por
ter a cultura popular e oral como predominante em
suas práticas cotidianas. O povoado terá seu cenário
modificado também pela produção de um
documento escrito (científico) para tentar evitar essa
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
catástrofe. Nossa hipótese é que os fatos históricos
estariam relacionados tanto à desapropriação dos
sujeitos de suas terras (no presente), assim como a
chegada de Indalécio (e Mariadina) ao Vale de Javé
quando de sua fundação (no passado), enquanto o
discursivizado seria as versões sobre a chegada
dele(s). Nosso objetivo consiste em defender que tais
fatos são produtos de linguagem, manipulados e
produzidos por meio de gestos interpretativos. As
relações possíveis entre o passado, o presente e o
futuro estão vinculadas a dado campo associativo, a
certas formações discursivas, que permitem aos
discursos e enunciados transitar ao mesmo tempo
entre uma atualidade e uma memória, o ser/tornar-
se uma repetição (estrutura) e uma diferença
(acontecimento). Nossa reflexão se dará com base
em Albuquerque Júnior (2007), Foucault (2005) e
Pêcheux (2006), por meio de uma metodologia
descritivo-interpretativa.
Inscrições enunciativas: Chico Xavier versus
Augusto dos Anjos
Leonardo Guimarães de Assis (PMEL – UFG/RC)
Antônio Fernandes Júnior
(Orientador – PMEL – UFG/RC)
Esta pesquisa teve como objetivo confrontar o
sujeito discursivo dos poemas Guerra (Eu e Outras
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Poesias) e Nas Sombras (Parnaso de Além-túmulo) e
entender como ele se constitui em cada uma de suas
respectivas inscrições enunciativas. Em sua execução,
fomos interpelados pelo constructo teórico da
Análise do Discurso Francesa, a saber: Authier-Revuz
(1982), Fernandes (2008), Foucault (1969; 1986; 1992;
2004; 2007), Orlandi (1988; 2007), Pêcheux (1988;
1990) e Possenti (1993; 2003). Procedeu-se a uma
pesquisa bibliográfica de cunho analítico-
interpretativo, valendo-se dos seguintes
procedimentos metodológicos: leitura de textos
críticos sobre as obras em apreço e análise
interpretativa dos corpora selecionados, em
consonância com as teorias supracitadas. Grosso
modo, identificamos que as enunciações de ambos
os sonetos aproximam-se, de forma que elas vestem-
se do mesmo tom de beleza sombria, e cujos sujeitos
discursivos são concebidos como seres que não têm
outro destino a não ser o de ter a alma atormentada
por visões aterradoras e, a Terra, povoada por
fantasmas errantes, é o palco desses infortúnios,
onde não há alegria, há apenas um amontoado de
lúgubres obrigações. Concluiu-se ainda que, entre as
composições, há certa interdiscursividade operando
na malha discursiva, na medida em que, o poema
mediúnico retoma um tema abordado por Augusto
dos Anjos e ressignifica-o.
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Memórias do Cárcere: espaço de memória
Lilliân Alves Borges (UFU/GPEA/CAPES)
Memórias do Cárcere de Graciliano Ramos é uma
obra de publicação póstuma, em que o narrador-
protagonista rememora fatos que ocorreram em sua
vida, especificamente, a rememoração de fatos de
sua vida carcerária. Pelo enredamento da obra é
possível verificarmos uma figurativização da imagem
do autor e também uma representação do próprio
país, estritamente, uma representação do Brasil
durante a Ditadura Vargas. Nesse sentido, nosso
trabalho objetiva analisar como a elaboração das
reminiscências dos espaços carcerários colabora para
a construção dessa figurativização do autor e do
Brasil da Ditadura Varguista na narrativa, sendo que,
para isso, entenderemos que esses espaços
carcerários são, de acordo com a metodologia
proposta pela Topoanálise, espaços topofóbicos, ou
seja, espaços que estabelecem uma relação disfórica
com o narrador-protagonista, gerando sentimentos
de medo, angústia, aversão, ojeriza, hostilidade. Para
cumprir nosso objetivo, além da metodologia
proposta por Bachelard, enveredaremos nossos
estudos pelas propostas teóricas elaboradas por
Philippe Lejeune, no que se refere a identificação da
figura autor-narrador-personagem, “identidade de
nome” e do pacto autobiográfico; ademais Michel
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Foucault, um de nossos suportes teóricos mais
relevantes, nos embasa com as questões relativas à
escrita de si, vontade de verdade, função autor; e
também Roland Barthes e sua noção de biografemas,
complementando nossa abordagem teórica-
metodológica.
Murilo Rubião e o descrédito da memória:
constituição e funções de uma memória utópica
em Ofélia, meu cachimbo e o mar
Marcus Vinícius Lessa de Lima (ILEEL/UFU)
Se a epígrafe bíblica de Ofélia, meu cachimbo e o mar
já possibilitaria analisar a atualização de uma
memória histórico-literária devido a sua inscrição em
um acontecimento textual distinto de sua fonte,
muito mais há para se observar nesse conto acerca
da produção e função da memória histórica de si no
discurso do narrador. Para tanto, valeu-se das
observações de Pierre Achard acerca da relação entre
implícito discursivo e memória, e dos processos de
regularização e repetição; daquelas de Michel
Foucault acerca de espaços heterotópicos e utópicos;
e, por fim, daquelas de Michel Pechêux acerca dos
mecanismos e procedimentos pelos quais opera a
memória. Buscou-se identificar como esta figura na
narrativa e engendra seus sentidos, e como e por que
opera a reatualização e contestação de elementos já
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
ditos sob um aparente processo de repetição e
regulação. Enquanto o narrador rememora a história
sua e a de sua família, e estabelece entre elas relações
de necessidade e causalidade, encontra-se o
entrecruzamento de uma memória familiar
explicitada e de uma memória mítico-marítima, sob
a forma de implícitos discursivos, desempenhando
ambas uma função consoladora que tende a se
registrar como acontecimento físico e recuperável no
exterior imediato das personagens por meio de
discursos heterotópicos ora inscritos em suas
reminiscências, ora em seus corpos, ora nos objetos
que as cercam, discursos que buscam sanar, pelo
evidenciamento da memória, ausências e
impossibilidades. Também se observa delimitados a
constituição exterior, múltipla e irregular do sujeito-
narrador e de sua memória, e os procedimentos de
atualização discursiva desta última, paulatinamente
irrompendo como cesuras, a culminarem, por
intermédio de um outro-interlocutor, no descrédito
das heterotopias rememoradas, tanto deslocando-se
a memória do narrador para um terreno
completamente utópico, quanto reatualizando-se
sua função consoladora para outra – evidenciar a
opacidade do que é silenciado e não mais encontra
lugar na memória.
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Do discurso, da história e das memórias de
Carolina Maria de Jesus para o discurso, a
história e as memórias de alunos da Educação de
Jovens e Adultos (EJA)
Maribeth Paes dos Santos (UFU/PROFLETRAS)
Nesta comunicação, apresento uma pesquisa que
ainda está em fase inicial, desenvolvida no âmbito do
Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional
em Letras (PROFLETRAS) da Universidade Federal de
Uberlândia, cujo objetivo geral é desenvolver uma
proposta de análise discursivo crítica de trechos das
obras Quarto de Despejo - Diário de uma favelada,
Casa de Alvenaria – Diário de uma ex-favelada e
Diário de Bitita, de autoria de Carolina Maria de
Jesus, que possibilite aos jovens e adultos da EJA
perceberem como a autora protagonista se
posiciona no texto, quais marcas linguísticos-
discursivas se fazem presentes, quais representações
elas constroem e que contribua para que esses
alunos possam repensar como elaboram e
constroem os seus próprios discursos e quais são as
diferentes representações que fazem de si mesmos e
do mundo ao seu redor. Para isso, apoio-me nos
pressupostos da Análise de Discurso Crítica
(FAIRCLOUGH, 2001, 2003; CHOULIARAKI;
FAIRCLOUGH, 1999), da pedagogia de
multiletramentos (ROJO, 2012) e em estudos sobre a
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
escrita sobre si mesmo, diários manuscritos e íntimos
e autobiografias (ARTIÈRES, 1998; LEJEUNE, 2014;
SOUSA, 2012). A abordagem de pesquisa é a
qualitativa e o procedimento adotado é a pesquisa-
ação (SILVEIRA; CORDOVA, 2009). Acredito que este
estudo pode produzir impactos positivos no ensino
de Língua Portuguesa, não só na EJA, uma vez que
promoverá uma maior aproximação dos alunos com
aquilo que leem e escrevem e lhes motivará a
escrever sobre si mesmos, a partir da leitura das
memórias de Carolina Maria de Jesus.
“Vejam só como é que é/ a ingratidão de uma
mulher”: Mamonas Assassinas e o silenciamento
da voz feminina
Maurício Divino Nascimento Lima (PMEL – UFG/RC)
Antônio Fernandes Júnior
(Orientador – PMEL – UFG/RC)
Em junho de 1995, a grande mídia brasileira conhecia
uma banda que fugia de todos os padrões musicais
reconhecidos na época: Os Mamonas Assassinas.
Essa banda surgia com uma forma icônica de se
produzir letras de música, uma mistura de gêneros
distantes como rock, forró, sertanejo e pagode, além
produções que incorporavam, no corpo textual,
variações linguísticas, neologismos, estrangeirismos
e regionalismos. Este estudo vem com a proposta de
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
análise em Análise do discurso (AD) francesa, na qual
é feita a exposição das condições de possibilidade
que delimitavam as composições da banda, em
especial a letra da música “Bois don’t cry”, na qual se
percebe um discurso machista apresentado pela voz
masculina, e compreendido na época como apenas
uma sátira ao gênero sertanejo. Embora a segunda
hipótese não possa ser descartada, a presente
pesquisa vem com intuito de demonstrar que as
condições de produção da época é que permitiram
que tal fosse produzida daquela maneira,
incorporando discursos de outros gêneros musicais,
como o discurso machista e o silenciamento da voz
feminina. As bases teóricas que fundamentam esta
análise vem principalmente de Michel Foucault e
Mikhail Bakhtin, uma vez que o primeiro traz as
noções necessárias para a descrição do sujeito e do
discurso nesse corpus, o segundo, por sua vez, torna
possível compreender essa manifestação discursiva
como um fato histórico. Ansiamos demonstrar com
esse trabalho que essa letra de música acionava o
discurso o machista e, ao mesmo tempo, ironizava-o,
produzindo críticas aos lugares sociais ocupados por
homens e mulheres nas relações afetivas/sexuais.
Discursos e práticas ainda muito comuns no mundo
em que vivemos.
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Memória e História da Associação dos Surdos de
Goiânia
Rodrigo Nascimento Guedes (PUC/GO)
Este trabalho trata-se de uma pesquisa de campo
com os surdos. Pesquisa a cultura, identidade e a
comunidade surda. Quer identificar qual é o lugar
que a língua de sinais ocupa na sociedade em geral
e a influência da Associação do Surdo de Goiânia.
Este trabalho tem por objetivo reconstruir a trajetória
da Associação dos Surdos de Goiânia desde sua
fundação em 12 de julho de 1975 até 2016. A
pesquisa se baseia em estudos documentais e em
entrevistas para que elementos da História oral
possam ser coletados e analisados; também
usaremos teóricos da memória coletiva.
Pesquisaremos sobre história dos surdos europeus e
suas Associações. Também analisaremos a História
da Associação dos Surdos brasileiros. Reuniremos o
maior número de documentos sobre a História das
Associações de Surdos pelo mundo para sabermos
as influências que tiveram nos vários registros da
língua de sinais ao longo dos anos. Com esta
pesquisa pretendemos responder a seguinte
questão: existe Associação dos surdos do mundo?
Esta reflexão quer, também, destacar a importância e
o enriquecimento que tal discussão traz ao buscar
documentos sobre história das Associação de Surdo
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
pelo mundo. Assim conheceremos as novas Histórias
das comunidades surdas espalhadas pelo mundo e
apresentaremos também as antigas e desconhecidas
histórias desta comunidade tão importante e
negligenciada pela comunidade falante. Por fim
apresentaremos o assunto fundação Associação dos
Surdos de Goiânia.
GT 8 – Ensino e pesquisas em literatura
Letramento literário no ensino: leitura dos
clássicos
Agatha Camila Ferreira Araújo
(PIBID/LETRAS-UAELL/UFG)
Ulysses Rocha Filho
(Coordenador PIBID-LETRAS/UAELL/UFG)
A leitura de obras literárias. Influencia na construção
do sujeito e na formação de sua identidade, de
acordo com as épocas, as culturas e a sociedade,
dando significado à vida e despertando o interesse
para a compreensão do mundo e de si. As práticas de
Letramento Literário, de Rildo Cosson (2009),
suscitam discussão sobre o ensino de literatura aos
alunos do Ensino Médio analisando a prática do
Letramento Literário diária bem como a utilização do
material em sala para colocarmos em discussão a
formação do “leitor ideal”, segundo a teoria de
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Cosson. Considerando as práticas exercidas pelos
alunos e professores nas leituras fora do ambiente
escolar considerando o conceito Literatura abordado
pelos livros Didáticos e das obras clássicas que fazem
parte do ensino para formação de leitores.
Baseando-se na práxis literária em sala, esse estudo
apresenta essa prática que colabora para a formação
do leitor, centrada sobre o ato de ler, concordando
com a visão do autor sobre o processo da Leitura, e
dialogando com os textos. A Literatura em Perigo de
Todorov, a teoria sobre a literatura de Beach e
Marshall, o posicionamento literário de Eagleton,
juntamente com o artigo Práticas de Letramento
Literário: O Papel da Escola na Formação do Leito, de
Ibrahim Alisson e João Gabriel, orientado por Mirian
Hisae, e Por que ler os clássicos de ítalo Calvino
(1993), que traz reflexões sobre a riquezas contidas
nas obras que marcaram gerações, e a influência
sobre o leitor que ela trará. Serão textos basilares na
confecção desse estudo.
Diálogos poéticos em sala de aula: realidade ou
mais um conto da carochinha?
Fernanda Cristina de Campos (UFU)
Este trabalho almeja refletir sobre o papel
transformador da Literatura em sala de aula, em
especial o da Poesia, no que tange o envolvimento
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
dos sujeitos no processo de
produção/mediação/recepção de textos poéticos.
Pensar e discutir como se dão o envolvimento
individual e coletivo do educando ao se deparar com
uma multiplicidade de leituras poéticas e o
envolvimento emocional e estético do mesmo, tendo
em vista as suas experiências estéticas e culturais.
Cabe ressaltar a importância dessas reflexões, uma
vez que, segundo Antônio Cândido, a escola é a
instituição que garante não só ao aluno, mas a toda
a comunidade escolar, o direito à fruição da arte e da
literatura, sendo o professor o grande mediador
desse processo, ciente de que seu papel é o de
provocar e expandir as mensagens dos textos
poéticos trabalhados.
Velhice e envelhecimento na obra Quero minha
mãe, de Adélia Prado
Guilherme Cesar Dias Nascimento (UFG/RC)
Ulysses Rocha Filho (Orientador – UFG/RC)
O cerne desta análise se sustenta em estudos
realizados por Bosi (1934; 2003), Cícero (2007) e
Beauvoir (1990), sobre a tricotomia
sujeito/velhice/identidade e a relação que as
mantém ligadas a função exercida pela memória
nesse processo de readaptação ou construção da
identidade. A presente pesquisa, em
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
desenvolvimento, versa sobre as representações
identitárias da velhice e do envelhecimento na Quero
Minha Mãe (2005), da escritora Adélia Prado, em que
constrói uma narrativa fragmentada e poética sobre
uma mulher doente (Olímpia). Como metodologia,
optou-se por perfilar o tema em apenas em uma
obra da escritora contemporânea que mais (re)trata
do envelhecimento, configurado por parâmetros
científico-acadêmicos assumidos por políticas
governamentais e outros seguimentos sociais,
levando em conta o aumento progressivo da
longevidade, e, portanto, da expectativa de vida que
se produziu nas últimas décadas do século XX,
contando, também, com a orientação e realização de
leituras com a finalidade de levantar uma breve
revisão teórica sobre os aspectos principais dessa
obra e da teoria da literatura. Nos resultados
encontrados, percebe-se que não somente a velhice
e a morte que perpassa a obra mas, também, a
religiosidade e a fé em Deus em todos os momentos
de sua vida são constantes conceitos tradicionais
questionados pela personagem feminina quando
compara a vida de sua falecida mãe com a sua
condição feminina.
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Estágio supervisionado em literatura: uma
aprendizagem para o futuro professor de
literatura e um incentivo a leitura
contextualizada do aluno do Ensino Médio
Juliana Cristina Ferreira (UFU)
Ulysses Rocha Filho (UFG/RC)
O escopo desta pesquisa é discutir a importância do
Estágio em Literatura, como forma de aprendizagem
para o futuro professor de Literatura do Ensino
Médio e também, como um incentivo para o
estudante do Ensino Médio da rede estadual, em
estudar e gostar de ler literatura de forma
contextualizada. Para tanto, o tema será sobre o
Trovadorismo e suas cantigas líricas e satíricas, as
quais perpassaram as épocas e ainda possuem traços
trovadorescos nas letras de músicas atuais, pois,
tanto o sentimento de amor como de escárnio são
universais e perpassam as épocas. A problemática
que move esta reflexão sobre como transmitir o
saber literário na época do Trovadorismo, parte da
compreensão das cantigas líricas e satíricas do século
XII e que mesmo com esse hiato de nove séculos,
compreendemos que o amor (apresentado nas
poesias líricas), como o ódio, a inveja e o deboche
(apresentados nas poesias satíricas), são sentimentos
universais presentes na história. Para abordarmos
essa problemática de sentimentos universais
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
presentes em todas as épocas, buscamos dialogar
com autores que falam do Letramento Literário como
Cosson (2006), que visa a literatura como algo que
vai além do texto e permite manter um diálogo com
a sociedade e com o mundo e Souza (2006), o qual
esclarece que a literatura vai além da bela escrita, se
constitui da imaginação. A metodologia utilizada
será a pesquisa bibliográfica com o livro didático e
autores que falam do Trovadorismo, somada as
observações das aulas e a regência no estágio. E os
dados obtidos serão a partir do interesse e
compreensão do aluno sobre a literatura e a
participação destes nas aulas regidas durante o
estágio.
Preocupação social, existencialismo e recursos
poéticos na obra de José Godoy Garcia
Luciano Gonzaga Peres (UFG/FL)
Zênia de Farias (PPG – UFG/FL)
José Godoy Garcia, poeta goiano natural de Jataí,
produziu grande número de poemas em que se
evidenciam a preocupação social e diversos aspectos
modernistas. Sabe-se que o Modernismo demorou a
reverberar em território goiano. Quando Rio do
Sono, obra inaugural do autor, foi publicado, o Brasil
já vivia, cronologicamente, a Terceira Fase
Modernista. Mesmo assim, a influência maciça de
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Manuel Bandeira e de Drummond fez Godoy reiterar
as práticas poéticas a que ambos aderiram. Em face
disso, percebe-se uma intensa relação ou diálogo
intertextual entre a poética do autor goiano e a dos
outros poetas citados. Destaque para preocupação
social e as características estéticas que enriqueceram
a obra do segundo ganhador da Bolsa de
Publicações Hugo de Carvalho Ramos. Há, porém,
um enfoque primordial da metalinguagem , fazendo
com que o autor discuta a própria produção e
busque atribuir maior sensibilidade ao seu labor com
as palavras. Para a constatação disso, encontrou-se
respaldo em estudiosos importantes, tais como:
Michael Hamburguer, Haroldo de Campos, Octávio
Paz, Dominique Mainguenau, Gilberto Mendonça
Teles, entre outros, com a intenção principal de
compreender o processo criativo de José Godoy.
Enfim, a validade de tudo isso como ferramenta de
elucidação do aspecto social e dos recursos poéticos
que elevam Godoy Garcia ao patamar de
concretizador do Modernismo em Goiás.
O papel da imprensa universitária na formação
do campo literário em Goiânia
Margareth de Lourdes Oliveira Nunes
(UFG/FL/CEGRAF)
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
O presente trabalho deriva de pesquisa em
andamento na área de estudos da cultura e visa a
identificar, catalogar e analisar as obras literárias
editadas pela Imprensa Universitária no período
compreendido entre 1962 e 1982, com o objetivo de
traçar um perfil dos repertórios, dos autores e seus
temas prediletos. Alguns dos conceitos básicos que
ancoram essa pesquisa derivam de teóricos como
(ANDERSON, 2008), (BOURDIEU,1996,1998, 2003),
(PESAVENTO, 2014) e nos ajudam a construir um
percurso caracterizado pelo exercício da reflexão e
busca evidenciar a relação existente entre a
representação narrativa e o seu referente, questão
central para a História Cultural. Através da
identificação das obras publicadas pela Imprensa
Universitária em seus primórdios (aquelas que foram
localizadas), buscar-se-á explicar como foram
publicadas, por que foram publicadas, qual a
recepção e repercussão dessas publicações e as
representações que delas foram feitas de modo a se
integrarem no campo literário goiano. Espera-se,
com a pesquisa, ser possível construir um mapa das
obras de maior repercussão, que formaram autores
em décadas mais recentes e descobrir se foram
objeto de estudo nas academias ou se foram
adotadas em escolas públicas com o intuito de serem
estudadas como repertório de referência da
literatura goiana. É possível antecipar que algumas
obras se caracterizam como produção de vanguarda
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
no campo da editoração e que, certamente,
contribuíram para a formação do campo literário em
Goiás.
O estudo do romance francês no século XIX: uma
abordagem prática
Marli Cardoso dos Santos (ILEEL/UFU)
Os estudos relacionados ao romance francês são
amplos e diversificados, o que permite contextualizar
as relações históricas, sociais, culturais e filosóficas
do período literário focalizado. Nas disciplinas do
Curso de Letras, cabe ao professor direcionar e
escolher as obras mais significativas de cada
movimento literário, capacitando assim, o aluno para
ler, analisar, discutir, criticar e expressar-se sobre o
gênero romance. Neste trabalho, objetivamos expor
uma proposta de estudo que tem como objeto
principal o próprio romance e, por meio dele,
esboçar possibilidades de leitura. Como
metodologia, explicaremos como foi realizada uma
pesquisa acadêmica com alunos do 7º período do
Curso de Letras, na qual foram propostos um
seminário e um relatório escrito sobre alguns
romances franceses do século XIX, para que cada
discente pudesse pesquisar a respeito do contexto
histórico, vida do autor, importância da obra e análise
dos componentes da narrativa. Foi utilizado como
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
suporte teórico, os textos de Claude Millet,
principalmente o livro “Le Romantisme”; Gérard
Genette e suas teorias sobre Narratologia; e,
finalmente, a abordagem da estudiosa Nancy Huston
em seu livro “A Espécie Fabuladora”. Essas teorias
foram associadas a pesquisas online em sites de
literatura francesa específicos. Concluímos que as
análises foram frutíferas e colaboraram para uma
visão mais ampla das diversas narrativas desse
período, bem como sobre a importância de cada
autor.
A leitura e escrita de poemas por estudantes da
educação de jovens e adultos: a inquietação
sobre os efeitos
Neli Edite dos Santos (UFU)
Proponho apresentar questões preliminares de
minha pesquisa de doutorado em andamento, que
consiste na reflexão sobre possíveis efeitos da leitura
de poemas na escrita poética de estudantes da
Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Escola de
Educação Básica da Universidade Federal de
Uberlândia. Esse tema decorre de minha experiência
como professora dessas turmas, nas quais foram
desenvolvidas leituras individual e coletiva de
poemas de autores canônicos, livremente escolhidos
dentre aqueles que compõem o acervo da biblioteca
escolar, de exercício do comentário a respeito das
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
leituras e de posterior escrita individual e coletiva de
poemas. Pretendo investigar se e como os poemas
lidos incidiriam sobre os leitores, se e como a poesia
canônica deslizaria da folha impressa para a folha
manuscrita do estudante de EJA. Para tanto, busco
sustentação teórica nos estudos relacionados a
recepção (Jauss, 1994), efeito (Iser, 1996 e 1999), à
vinculação da literatura com a vida (Candido,1995 e
2002; Deleuze,1997) e da constituição de uma
comunidade interpretativa formada por pessoas sob
condições de existência semelhantes (Fish, 1992) –
entre outros.
Representação de professor: o caso de Abdias
(obra de Cyro dos Anjos)
Ulysses Rocha Filho (UFG/RC)
A nossa discussão perpassará sobre o discurso e a
presença do professor -protagonista - no romance
brasileiro Abdias (1945), do mineiro Cyro dos Anjos:
fio condutor para esta discussão. Iniciador dos
processos de aprendizagem, auxiliando nas
atividades discentes, o professor tem, como função,
ser intermediário entre os pais e a futuro da
sociedade. Segundo BACK, bom professor é aquele
que vai do fácil para o difícil; coloca-se ao nível dos
alunos e procura elevá-los; ensina com paciência e
carinho infinitos (1987, p. 172/3). Destarte,
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
objetivamos o resgate da história do discurso desse
e outros personagens Professores e/ou Educadores
brasileiros (Berta – Til, José de Alencar; Aristarco – O
Ateneu, Raul Pompéia; Dona Benta – Reinações de
Narizinho, Monteiro Lobato; Madalena – São
Bernardo, Graciliano Ramos; Abdias – Abdias, Cyro
dos Anjos; Heliseu – O Professor, Cristóvão Tezza e
tantos outros ) - pois não existe prática sem sujeito
- e para que sejam referências aos (atuais)
profissionais da educação, questionando e
incentivando-os a ir além de suas limitações
burocráticas, buscando um intercâmbio
interdisciplinar, uma transformação social a partir de
textos teóricos da educação e textos literários. A
presente interlocução, baseada nos preceitos
literários e pedagógicos, é produto parcial do projeto
de pesquisa A figura do professor na literatura
brasileira – primeiros momentos, registrada sob nº
29568/SAPP-UFG.
GT 9 – Léxico, cultura e ensino
Escriptura de venda a outro de dous escravos e
transmissão das servissas de hum ingenuo: notas
sobre a edição e o estudo lexical de um
documento goiano oitocentista
Amanda Leal Almança de Carvalho (UFG)
Vanessa Regina Duarte Xavier (UFG)
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
O trabalho propõe o estudo filológico-lexical de uma
escritura de venda e transmissão de serviços de uma
escrava juntamente com seus filhos, registrada em
vinte e oito de fevereiro de 1877, pela qual se fez
garantir o pagamento de um crédito firmado em
janeiro do mesmo ano, por meio da penhora de uma
escrava e de seus dois filhos, os quais foram
repassados ao outorgante, o Senhor José Suares de
Sousa, por herança. A escritura pertence ao Livro de
Notas 02, do Cartório do 1º Tabelionato de Notas de
Jataí-Go. Nesse sentido, o presente estudo tem como
objetivo principal divulgar a edição semidiplomática
do documento referido, que constituiu uma das
etapas do projeto em andamento, "Os negros
escravos e outros bens no Livro de Notas 02 (Jataí-
GO): um estudo léxico-filológico". Para além disso, a
análise lexical se fará mediante o inventário das lexias
que se referem à descrição dos escravos no
documento, tais como preta, matricula, ingenuo etc.,
com a finalidade de obter um levantamento
quantitativo das categorias lexicais encontradas. A
relevância deste estudo reside em contribuir com as
investigações de natureza filológica e lexical em e
sobre o Estado de Goiás, de forma a se dar a
conhecer aspectos socioculturais da região em
tempos pretéritos, tal como eles se manifestam
linguisticamente. Para a análise léxico-filológica, o
suporte teórico-metodológico será constituído dos
175
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
estudos de Ximenes (2009), Isquerdo (1998), Queiroz
(2009) etc.
As concepções de linguagem e sua relação com a
cultura e o léxico
Cássio Ribeiro Manoel (UFG/RC)
O presente trabalho abordará algumas concepções
de linguagem, fazendo num primeiro momento uma
abordagem histórica que nos relata a linguagem na
Grécia antiga mostrando um pouco do estudo de
Platão, sendo este estudo o “princípio” dos estudos
da linguagem. Outrossim, tendo como foco os
estudos entre língua e linguagem, sendo a língua
parte essencial da linguagem, relacionando, então,
estes dois aspectos com a cultura, que é a base do
nosso estudo enquanto projeto de pesquisa, que
busca compreender a manifestação cultural da
cidade de Catalão-GO, a Congada, sendo essa
manifestação de extrema importância e valor para a
população que dela participa, mostrando através das
histórias contadas por membros da Congada sendo
os dançadores e capitães, acerca do surgimento
desta manifestação de cultura popular, tendo como
base as memórias orais que é constituinte da
linguagem, como forma de sustentar nossos ideais
acerca dessa manifestação popular, nos basearemos
nos estudos antropológicos de Brandão (1985). No
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entanto a linguagem é a faculdade humana que nos
leva a realizar a comunicação e a língua um sistema
de símbolos presente na memória coletiva de uma
comunidade, tendo como base os estudos de Coelho
(2006), Fiorin (2003) e Saussure (2012), dentre outros
estudiosos como Faraco (2003), Petter (2015) e
Salomão (2003), buscando assim relacionar as
concepções de língua e linguagem destes
estudiosos, sendo a língua um acontecimento social
da faculdade da linguagem. Portanto buscaremos
compreender os estudos da linguagem relacionados
com os estudos do léxico que é o patrimônio
vocabular de uma dada comunidade linguística ao
longo de sua história, tendo Biderman (2001, 2002),
Borba (2006), Zavaglia (2012) como fator norteador
dos nossos estudos.
Estudo toponímico, ideário línguo-cultural
Cleber Cezar da Silva
(UFG/RC – IF Goiano/Campus Urutaí)
Esta pesquisa tem como objetivo evidenciar, de
maneira geral, como os estudos toponímicos se
encontram estreitamente ligados à cultura, à história
e ao espaço físico de uma dada comunidade. E assim,
vinculá-lo (ou justificar) à grande área dos estudos da
linguagem, especificamente aos estudos que
relacionam língua, cultura e sociedade. Onomástica é
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uma subárea da Linguística que se atém ao estudo
dos nomes próprios em geral. Cabe à Toponímia o
estudo dos nomes próprios de lugares, o léxico
toponímico. A metodologia de pesquisa consiste
basicamente, do levantamento e revisão dos
pressupostos teóricos que vêm fundamentando as
análises linguísticas dos designativos de lugares. A
revisão dos conceitos perpassa os termo “língua e
linguagem” em Saussure e em Sapir (1980), e ainda
incursiona pela crítica desses conceitos em Bakhtin
(2010). Isto faz compreender as três concepções da
linguagem que vêm orientando os estudos
linguísticos desde a instauração da Linguística como
ciência (ou até mesmo antes disso). No que tange aos
conceitos de cultura e de identidade, busca-se a
fundamentação em Bosi (1987, 1995), Castell (2000),
Silva (2000) e Hall (2004), cuja afinidade teórica situa
a concepção de cultura como a expressão identitária
do homem, pois ele é um ser cultural. Para aportes
teóricos toponímicos, como já se tornou consensual,
parte-se de Dick (1990, 1992); movimentando-se
pelos direcionamentos de Isquerdo (1997, 2012), e
ainda Andrade (2010) e Siqueira (2012), para mostrar
a inter-relação (inerente), de um topônimo com um
conjunto “línguo cultural” de fatores que torna um
nome comum em próprio por processos deliberados
e motivados culturalmente que culminam na escolha,
nunca aleatória, de um locativo específico (e não
outro) para um lugar também específico.
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Neologismos nas redes sociais
Dayanny Marins Coelho (PMEL – UFG/RC)
Kênia Mara de Freitas Siqueira (PMEL – UFG/RC)
Este estudo tem como objetivo estruturar um
percurso teórico a fim de fundamentar a análise de
processos de ampliação do léxico nas Redes Sociais.
Visa assim realizar uma revisão acerca de termos e
conceitos relacionados aos processos neológicos
mais produtivos com ênfase nos neologismos de
origem inglesa, isso acarreta um direcionamento
para o âmbito dos estudos lexicais, com incursões em
processos de ampliação do léxico no que concerne à
criatividade dos falantes em usar ou mesclar seus
textos com palavras e expressões da língua inglesa.
Trata-se de uma pesquisa de cunho etnográfico de
abordagem qualitativa, desenvolve-se para tanto o
método estruturalista a fim de descobrir as estruturas
que sustentam os processos que dão origem à novas
palavras. Para o levantamento de dados, empregar-
se-á a técnicas de seleção de termos cuja ocorrência
pode se dar entre uma ou reiteradas vezes em sites
de relacionamentos como facebook, blogs e outros.
Para, não apenas identificar as palavras novas como
também verificar como são usadas, que sentidos são
atribuídos a elas. Com o desenvolvimento deste
estudo, espera-se elucidar algumas questões que
estão na base dos estudos do léxico, tais como a
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criação de novas palavras na língua seja por
mecanismos internos, seja por empréstimos de
outras línguas e assim, verificar a extensão e
especificidades da relação língua e cultura.
O uso do dicionário escolar em sala de aula
Eliana Dias (UFU)
Leydiane Costa Amado Araújo (UFU)
Este trabalho apresenta um recorte da Dissertação
que será apresentada como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre no Programa de
Mestrado Profissional em Letras da Universidade
Federal de Uberlândia. Tal tema surgiu da
preocupação do tratamento didático do uso do
dicionário escolar em sala de aula. O Brasil ainda é
um país em que a população sofre com dificuldades
de leitura e escrita. Por isso, o presente estudo
objetiva propor a apresentação e o uso de
dicionários escolares enviados pelo PNLD (2012)
como subsídio didático aos alunos de uma turma de
8º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública
de Catalão/Go, para que, com a exploração do
material, tenham uma reflexão linguística que
propicie o desenvolvimento da cognição lexical
desses alunos, levando-os a manusear o dicionário
com habilidade. A metodologia a ser adotada na
construção da dissertação fundamenta-se em uma
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revisão teórica embasada em Biderman (2003),
Barbosa (1996), Dias (2004), Farias (2007), Murakawa
(1998), Dolz e Schneuwly (2004). Realizaremos
também uma pesquisa-ação, que se caracteriza por
uma averiguação coletiva a fim de transformar e
solucionar problemas. Dessa forma, a intervenção se
pauta em conhecermos a composição do dicionário,
bem como sua proposta lexicográfica. Após esse
estudo, verificaremos de que modo o dicionário
escolar pode ser um instrumento facilitador em sala
de aula e com a utilização de uma Sequência
Didática, serão aplicadas atividades que levem os
alunos a utilizarem com eficiência e habitualmente o
dicionário. Posteriormente, a Sequência Didática será
publicada no site do Portal do Professor para que os
docentes tenham acesso e possam também
conhecer a estrutura do dicionário e a partir disso
ensinar os alunos a utilizarem essa ferramenta
didática. A intenção da proposta é, com os pilares de
documentos como os PCN, colaborar com o trabalho
docente na prática com o léxico.
A criatividade lexical do português catalano na
imprensa escrita: o caso dos jornais “Diário de
Catalão” e “Dito e Feito”
Fabiana Ferreira da Rocha (UFG/RC)
Alexandre António Timbane (UFG/RC)
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A pesquisa discute a ocorrência de neologismos
semânticos e lexicais nos principais jornais catalanos:
o Jornal Diário Dito e Feito (JDDF) e o Jornal Diário o
Catalão (JDC). A pesquisa tem como objetivo geral
analisar a formação lexical do português brasileiro
baseando-se em corpus escrito. Especificamente a
pesquisa visa descrever a variação léxico-semântico
do português catalano; Analisar e identificar a
criatividade lexical e; Classificar os neologismos
presentes nos corpora escritos. Escolheu-se
aleatoriamente 5 edições do JDC e 11 edições do
JDDF todos do ano 2016 selecionando os seguintes
temas: Notícias locais ou de Catalão, Notícias do
Estado, Notícias do Esporte e Notícias das variedades
(moda, publicidade, entretenimento). A identificação
dos neologismos teve como corpus de exclusão o
Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa (2009) pelo
fato de ser considerado tesouro lexical, tal como
Biderman (1998) defende. Partindo da hipótese de
que o léxico é a face mais visível da língua e se
manifesta pela presença de estrangeirismos (matriz
externa) e outras formações dentro da matriz interna
chegou-se à conclusão de que os dois jornais
catalanos apresentam uma ocorrência de
estrangeirismos alta (136 casos) e que a formação de
palavras dentro da língua portuguesa ocorreu em
100 casos. O JDDF teve uma ocorrência maior (91) de
casos de formação por derivação e composição. A
pesquisa observou a formação de palavras por meio
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de siglas e acrônimos presentes nos jornais e
constatou uma ocorrência significativa em 57 casos.
O português catalano varia sob ponto de vista
semântico das palavras resultado dos contextos
regionais que o caracterizam, mas também há casos
de formação de nomes próprios de produtos.
Olhando a língua como entidade que muda e varia
de acordo com as variáveis sociais e geográficos
conclui-se que o português catalano tende a trazer a
tona as suas características peculiares sobretudo a
nível do léxico.
Considerações sobre vocábulos despalatalizados
nas falas dos narradores do filologia bandeirante
Maiune de Oliveira Silva (PMEL – UFG/RC/CAPES)
Vanessa Regina Duarte Xavier (PMEL – UFG/REJ)
Maria Helena de Paula (PMEL- UFG/RC)
Discorrer sobre os vocábulos que sofreram o
processo de despalatalização na fala dos narradores
do Filologia Bandeirante é o fulcro deste trabalho.
Convém ressaltar que compõem o quadro de
narradores, os cinco sujeitos mais velhos, residentes
em três Estados distintos, a saber: Goiás, Minas
Gerais e São Paulo, os quais, aliados à Mato Grosso,
serviram de rota para a expedição bandeirante
quando estes aportaram no Brasil. De modo geral, as
narrativas trazem à lume histórias de vida de sujeitos
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que não tiveram muita oportunidade de instrução
formal e que viveram distanciados da cultura de
massa. Os vocábulos proferidos por eles são, por
vezes, eivados de variação, o que despertou interesse
em realizar esse recorte, o qual faz parte da
dissertação de mestrado intitulada “Vocalismos em
narrativas orais nas trilhas do Filologia Bandeirante”,
desenvolvida sob a orientação da professora Dra.
Vanessa Regina Duarte Xavier e sob a coorientação
da professora Dra. Maria Helena de Paula. Segundo
Cristófaro-Silva (2011), o processo de
despalatalização ocorre quando um fonema palatal
perde seu traço distintivo, isto é, quando ele deixa de
ser pronunciado na região do palato duro, dando
margem à uma série de variantes. Devido ao fato de
esse processo ser realizado por todos os narradores,
nossa intenção precípua é descrever e analisar as
motivações que podem ter ocasionado essa prática
nos falares estudados. Ancoradas nos pressupostos
teóricos Sociolinguística, a presente investigação
pautar-se-á apenas nos fatores linguísticos, ficando
os extra-linguísticos para uma oportunidade futura.
Paralelo a isso, a presente abordagem se valerá,
ainda, dos pressupostos da Linguística Histórica, bem
como da Fonologia, porquanto estamos lidando com
sons vocálicos em uma perspectiva diacrônica. Por
fim, cabe ressaltar que esse processo revela a
preservação de aspectos culturais e linguísticos
obtidos mediante o contato com os colonizadores.
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Aspectos paleográficos de um auto partilha
manuscrito catalano de 1824
Maria Gabriela Gomes Pires (UFG/RC)
Entende-se por cultura, em conformidade com Bosi
(2002), todo e qualquer conjunto de práticas sociais
que caracterizam um determinado grupo em um
determinado período. Dentre esse reunido de
práticas, esta os sistemas caligráficos que, de acordo
com Cambraia (2005), são constituídos sócio-
historicamente. Assim sendo, nosso objetivo será
apresentar algumas considerações acerca das
técnicas de escrita utilizadas para gravar a memória
sócio-política da comunidade de Catalão em
documentos manuscritos jurídicos lavrados no início
do século XIX. Para tanto, utilizamos um auto de
partilha manuscrito, constituído por fólios 6 fólios
redigidos em frente e verso, lavrado no ano de 1824,
digitalizado no Arquivo do Fórum da Comarca de
Catalão/GO por intermédio do projeto “Em busca da
memória perdida: estudos sobre escravidão em
Goiás” e transcrito filologicamente amparado nas
normas publicadas em Megale e Toledo Neto (2005)
na pesquisa de mestrado intitulada "De bens de
herança a bens culturais: um estudo linguístico de
autos de partilhas oitocentistas de Catalão-GO". Para
auferir o proposto, será preciso recorrer a disciplina
da paleografia, que de acordo com Spaggiari e
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Perugi (2004), prevê o estudo das escritas antigas,
mais especificamente, dos caracteres gráficos
antigos. Autores como Cambraia (2005) e Acioli
(2003) fundamentarão teoricamente a análise do
material que traz inúmeras ocorrências de
consoantes duplas <ll>, palavras latinas como ad
litem, entre outros casos. É importante destacar que
não estamos dando a conhecer apenas os caracteres
gráficos antigos, mas dando a conhecer também
uma das fases da Língua Portuguesa utilizada no
Brasil.
Pardo, mulato e crioulo: breve análise lexical
sobre a miscigenação no brasil
Mayara Aparecida Ribeiro de Almeida (UFG/RC)
Amanda Moreira de Amorim (UFG/RC)
Victor Antônio Sanches da Silva Vaz (UFG/RC)
Maria Helena de Paula (UFG/RC)
O presente trabalho resulta dos diálogos
estabelecidos entre as pesquisas “Configurações de
alforria na cidade de Catalão: edição semidiplomática
e estudo linguístico e histórico de Cartas de
Liberdade em 1861 a 1876”, “Edição semidiplomática
e configurações da liberdade em cartas de liberdade
na cidade de Catalão-GO (1861-1862)” e “Nas trilhas
dos manuscritos: estudo lexical acerca da escravidão
negra em catalão nos oitocentos” sendo as duas
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primeiras desenvolvidas no âmbito do PIBIC-CNPq e
PIBIC-CAPES/FAPEG e a última pelo Programa de
Pós-Graduação em Estudos da Linguagem UFG/RC,
as quais encontram-se vinculadas ao projeto “Em
busca da memória perdida: estudos sobre a
escravidão em Goiás” coordenado pela Prof.ª Dr.ª
Maria Helena de Paula. Sabendo da importância de
um estudo lexical para a compreensão de
informações a respeito das pessoas que o utilizam,
como suas histórias, culturas e identidades,
propomos realizar uma análise das lexias “pardo”,
“mulato” e “crioulo”, utilizadas para descrever
mancípios no período escravocrata brasileiro. Assim,
buscamos definir quais sentidos as unidades lexicais
citadas possuíam durante o século XIX, período em
que os documentos pertencentes ao corpus desta
pesquisa foram exarados. Tais manuscritos
compõem um livro de notas sob os cuidados do
Cartório do 2º Officio – Tabelionato de Catalão,
referente ao período de 1861 a 1876. Para tanto,
baseamo-nos nas lições da Lexicologia, apresentadas
por Biderman (2001) e Vilela (1994). Em sequência,
consultamos os dicionários de Moraes Silva (1813),
Moura (2004), Aurélio (2004) e Houaiss (2009) para
verificação dos significados e confronto das
definições encontradas. Para a compreensão do
cenário escravocrata, utilizaremos Mattoso (1990),
Chalhoub (2012), Pessoa (2013), Hebe Matos (2013),
Barros (2014), Mendonça (2001), entre outros. Por
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fim, tecemos uma análise relacionando o acervo
lexical dos manuscritos selecionados e a história e a
cultura por eles registradas, visando encontrar os
conceitos que melhor se aplicam a cada lexia.
A língua como instrumento opressor e libertador
no contexto lusófono: o caso do Brasil e de
Moçambique
Meire Cristina Mendonça Rezende (UFG/RC)
Alexandre António Timbane (UFG/RC)
A pesquisa levanta as peculiaridades da língua
portuguesa no espaço lusófono fazendo uma
comparação dos contextos do português do Brasil e
do Português de Moçambique. Sabe-se que o
português é a língua oficial no Brasil e em
Moçambique. Nos dois espaços geográficos
convivem cerca de 190 línguas sendo 170 línguas
indígenas no Brasil e 20 línguas do grupo bantu em
Moçambique. A variação e a mudança provocam
choques com relação à norma padrão. Até que ponto
o português continua hoje um instrumento que
liberta as nações lusófonas e até que ponto oprime
essa mesma comunidade linguística? O português
oprime porque diferencia as oportunidades dos
cidadãos nos diferentes setores da vida; A norma-
padrão segrega e dificulta no âmbito do ensino
fundamental e médio; é através do português que
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nos comunicamos com o mundo e trocamos
experiências culturas. A pesquisa objetiva discutir as
complexidades da língua portuguesa no século XXI
apontando suas vantagens e desvantagens para a
comunidade lusófona. Utilizando o método
bibliográfico se conclui que em Moçambique há um
sentimento de pertença do português apenas no
espaço urbano e suburbano, mas nas zonas rurais
ainda predominam as línguas bantu. No Brasil há um
sentimento de língua única, isto é, predomínio do
português deixando de lado as línguas indígenas e
línguas europeias faladas por populações localizadas
um pouco pelo Brasil. Politicamente falando, o
português é língua dos moçambicanos e o número
de falantes de português como língua materna tende
a crescer (10,7%). No Brasil, o ensino do português é
língua materna; há preconceito linguístico com
relação às variedades e dialetos; É função da escola
respeitar a identidade cultural, aceitá-la, valorizá-la,
legitimá-la, problematizar as variedades, investigá-
las, questioná-las, a fim de que o aluno tenha
conhecimento e que possa escolher a norma que é
adequada à cada realidade da vida.
Consequências de uma representatividade
equívoca nos livros didáticos de língua inglesa
Rodrigo Martins De Sousa (UFA)
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Este trabalho tem por finalidade discutir as
consequências que uma representação equívoca
através de analogias exibidas pelos livros didáticos,
especificamente, de língua inglesa de escolas
públicas, afetam diretamente no ensino. Embora
estes materiais sejam analisados rigorosamente por
uma banca de profissionais nomeados pelo PNLD
(Programa Nacional de Livros Didáticos), encontram-
se alguns descuidos ao que se refere a
representatividade de identidade de seu público
alvo. Neste caso, é fundamental que o aluno sinta-se
representado por aquilo que é lhe mostrado, seja
esta representação feita por imagens ou textos.
Muitas vezes, na tentativa de representar uma
“maioria” de determinada região ou grupo, por
deslize, o material exibido exclui subitamente a
identidade de muitos outros que ali não se sentem
representados. A consequência desta não
representatividade é um aluno que não se identifica
no material didático, desestimulado ao seu uso, e ao
mesmo tempo, se sentindo inferior a outras culturas,
talvez bem mais apresentadas na ferramenta de
ensino proposta, consequentemente seu sentimento
é de exclusão e de não pertencente aquela
“realidade”. Entre as principais bases teóricas que
sustentam este trabalho estão Rajagopalan (2003),
levantando a questão sobre o poder de designação,
linguagem, identidade e a questão ética, e Moita
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Lopes (1996) sobre construção social de significados
no ensino de línguas.
Léxico e cultura: considerações acerca do livro
didático High Up
Tânia Regina Mendonça (UFG/RC)
Kênia Mara de Freitas Siqueira
(Orientadora – UFG/RC)
Analisar o manual didático de inglês intitulado High
Up, dos autores Reinildes Dias; Leina Juca; Raquel
Faria, adotado pelo Ministério da Educação (FNDE),
recomendado para o Ensino Médio; no que se refere
ao tratamento dado ao léxico nesse material didático
a fim de caracterizar a proposta teórica dos autores
para os textos, as atividades e outras seções do livro
que tratem do léxico considerando suas inúmeras
especificidades. Verificar e dimensionar o espaço
destinado ao léxico dentro da proposta do livro
destinado ao ensino de inglês. Apontar
características da cultura inglesa, enfatizando o léxico
no uso do livro didático. Cabe a esta seção um
direcionamento dos procedimentos metodológicos a
serem utilizados para selecionar os dados,
sistematizá-los numa sequência específica em
consonância com o corpus de análise que se
pretende investigar e com tipo de aporte teórico que
fundamenta a construção desse corpus. Para tanto,
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buscar-se-á um método que coadune teoria,
contexto e perguntas de pesquisa. Nessa direção,
deve-se enfatizar que se trata de um estudo de
cunho etnográfico e abordagem qualitativa com
interpretação dos dados de acordo com os aportes
teóricos pertinentes tanto à lexicologia como às
concepções de ensino de língua estrangeira. Espera-
se reafirmar que o léxico, em sua inerente
complexidade é um legado, mas não uma herança
estática, posto estar em contínua variação e
mudança. Espera-se que este estudo possa elucidar
muito da maneira como os falantes significam e
designam tudo esse estado de coisas, principalmente
em relação ao comportamento dos alunos de escola
pública face às inúmeras possibilidades de dizer as
coisas do mundo. Evidentemente, o estudo parte
inicialmente do levantamento bibliográfico, baseado
em autores como Biderman (1981); Duranti (2000);
Filstead (1979); Lewis (1993) e Zavaglia (2006).
Campos lexicais em registros de óbitos goianos
setecentistas
Vanessa Regina Duarte Xavier (UFG/REJ)
A presente investigação tem por objetivo central
analisar os campos lexicais no Livro de Óbitos 01, da
Matriz de Santa Luzia, atual cidade de Luziânia-Goiás.
A primeira etapa da pesquisa consistiu no estudo
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filológico dos documentos, datados de 1786 a 1789,
seguindo-se os critérios de edição semidiplomática
(MEGALE; TOLEDO NETO, 2005). Constituído o
corpus da pesquisa, realizou-se o inventário do léxico
correlacionado aos ritos fúnebres. A opção pela
organização estrutural do léxico via campos lexicais
assentou-se no pressuposto de que o léxico das
línguas naturais constitui um todo articulado por
relações semânticas, tais como de
hiponímia/hiperonímia, sinonímia, antonímia,
homonímia etc. Nessa perspectiva, as lexias crioulo,
mulato, cabra, pardo, branco, preto, negro,
mamalucado e brancos de terra são co-hipônimas
entre si e têm como hiperônimo o arquilexema
qualidade, conceito preconizado por Paiva (2014),
que considera os termos casta, raça, nação, cor e
condição inadequados para indicar tal categoria.
Para além deste campo, podem-se mencionar, ainda,
os campos ritos fúnebres, sacramentos, locais de
sepultamento, nações africanas, faixa etária,
condição social, parentesco, estado civil,
eclesiásticos, mortalha e objetos fúnebres. A
estruturação do léxico em campos teve como
aparato teórico-metodológico expoentes da
Semântica Estrutural como Coseriu (1977) e Geckeler
(1976). Estabelecidos os campos, foi realizada a sua
análise, em estreita conexão com a conjuntura
sociocultural da região. Assim, explorou-se o léxico
pela sua relação com o extralinguístico, vale dizer,
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como instrumento de categorização e denominação
do real, que sofre, em parte, influências do ambiente
físico e social em que é empregado (SAPIR, 1961).
Com base nessa premissa, a análise revela como se
caracterizavam os ritos fúnebres das pessoas de
diferentes qualidades e como as circunstâncias da
morte poderiam impedir que alguns destes se
realizassem.
Estudo do léxico em classe hospitalar
Wânia Elias Vieira de Oliveira (UFU)
Adriana Cristina Cristianini (UFU)
Este trabalho de pesquisa-ação pretende
desenvolver um aplicativo para a mediação da
aprendizagem em Língua Portuguesa: ensino das
variações diatópicas de aspecto semântico-lexical em
classe hospitalar. Neste ambiente diferenciado de
uma sala de aula regular há encontros de educandos
de variadas séries, diferentes faixas etárias e de
lugares distintos. O trabalho pedagógico em classe
hospitalar requer meios capazes de promover
aprendizagens significativas e também que a
produção desse conhecimento, seja de fato, útil para
a formação do sujeito. Com um olhar voltado para as
variações dos itens lexicais das partes do corpo
humano queremos propor estratégias de ensino e de
aprendizagem em variação linguística, por meio de
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aplicativo tecnológico, que seja capaz de despertar
no educando que se encontra em estado especial de
saúde, o prazer em prosseguir com os seus estudos.
Buscamos para alicerçar a nossa pesquisa os estudos
desenvolvidos por Labov, Coseriu, Bagno, Faraco,
Bortoni-Ricardo, Mussalin, Tarallo, Preti, Cristianini,
dentre outros. Selecionamos para a nossa pesquisa-
ação duas classes hospitalares buscando conhecer as
variações utilizadas pelos educandos: uma classe
composta por adolescentes de uma Quimioterapia e,
a outra, formada por idosos da Educação de Jovens
e Adultos (EJA) em um hospital afastado do centro
da cidade; todos do Ensino Fundamental.
Desenvolvemos planejamentos com atividades
pedagógicas utilizando a leitura e a escrita, imagens
e objetos, livros, vídeos e músicas sobre variações
linguísticas. Durante as mediações de aprendizagem
coletamos o corpus dos itens lexicais referentes às
partes do corpo humano que serão utilizados para
compor o acervo do aplicativo. O aplicativo, em fase
de desenvolvimento, apresentará a imagem do corpo
humano sensível ao toque com comandos:
Iniciar/Responder, Ajuda e Sair. Quando o educando
selecionar uma determinada parte do corpo humano,
serão elencadas várias possibilidades de variações e
espaço para inserção de outras que comporão um
banco de dados.
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GT 10 – Gênero discursivo/textual e ensino
Play & learn English
Bruna Herlidny Souza de Oliveira (UFAC)
Daryl de Oliveira Abjedid (UFAC)
Maysa Cristina Dourado (UFAC)
Esta comunicação tem por objetivo relatar uma
atividade que está em desenvolvimento em duas
escolas públicas de Ensino Médio em Rio Branco-AC,
por um grupo de 6 bolsistas ligados ao Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência-PIBID,
iniciado em janeiro de 2016 e desenvolvido na
Universidade Federal do Acre-UFAC. O projeto Play
and Learn surgiu como forma de transformar uma
situação atual muito comum quando se trata de
ensino e aprendizagem de língua estrangeira: alunos
desinteressados, desmotivados e totalmente
confusos em meio às regras e traduções de textos.
Este projeto desenvolve atividades que incluem
propostas de ensino de língua inglesa usando jogos
como recurso didático. Segundo
Estévez (1990, p.34), "o jogo relaxa, desinibe e
favorece a participação criativa do aluno, uma
vez que lhe apresenta um contexto real e uma razão
imediata para utilizar o idioma". A partir desse
referencial teórico, procuramos desenvolver jogos
que estimulassem as habilidades de expressão,
196
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
compreensão oral e escrita dos alunos de 1º ano, o
projeto foi executado dentro e fora da sala de aula
com o propósito de fazer com que os alunos
ampliassem seus vocabulários e pudessem fazer o
uso da língua inglesa em uma situação real do seu
cotidiano. Os jogos utilizados foram cooperativos,
nos quais os alunos jogam, com e não contra o outro,
assim o nível de ansiedade é reduzido e todos
aprendem com mais facilidade. Alguns jogos foram
adaptados, outros foram pensados e confeccionados
pelos próprios bolsistas, a partir de material
reciclável.
Let’s go to the movies
Camila de Souza Melo (UFAC)
Maysa Cristina Dourado (UFAC)
Esta comunicação tem por objetivo compartilhar
experiências vivenciadas no Projeto Let’s go to the
movies, desenvolvido por um grupo de bolsistas de
Iniciação à Docência (PIBID) em uma escola pública
de Rio Branco, Acre. O início do projeto se deu pela
necessidade de aulas motivadoras, utilizando o
cinema como ferramenta didático- pedagógica para
o ensino da Língua Inglesa. O projeto foi
desenvolvido em duas turmas do segundo ano do
ensino médio, nas quais os bolsistas apresentaram os
gêneros de filme e a importância do cinema através
197
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
de slides, com informações sobre o surgimento do
cinema, cultura mundial e demais fases até chegar no
qual conhecemos. Como proposta de atividade, cada
grupo de alunos iria produzir seu próprio trailer,
sendo acompanhados pelos bolsistas quanto ao
roteiro, personagens, figurino e falas. Ao final, os
alunos poderiam usar mais que um gênero e além
disso gravaram e editaram o vídeo em seus próprios
celulares. Como resultado, os alunos gravaram
vídeos de, no máximo, três minutos. Os gêneros mais
escolhidos foram terror e ação. A base teórica
fundamenta-se nas discussões de Assis Peterson
(2008), que fala a respeito de ensino de Língua
estrangeira e de Quaresma (2005) que aborda os
fatores afetivos (como a auto- estima, ansiedade e
motivação) e aprendizagem de línguas. Concluindo,
o projeto fez com que os alunos se sentissem
motivados e livres para criar algo envolvendo a
língua Inglesa de forma lúdica.
Uma proposta para se trabalhar o texto de
opinião na sala de aula
Elisete Maria de Carvalho Mesquita (ILEEL/UFU)
Eliana Dias (ILEEL/UFU)
Maria Cecília de Lima (ILEEL/UFU)
Atualmente, o estudo sobre os gêneros tem
suscitado uma renovação na maneira de desenvolver
198
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
o ensino de Língua Portuguesa nas salas de aula de
todo o país. Diferentes experiências didáticas
descrevem a transposição de vários gêneros para a
sala de aula e a necessidade de aproximar essas
entidades da realidade dos conteúdos propostos
para as aulas de língua materna. Nessa perspectiva,
procura-se cada vez mais dar concretude pedagógica
à concepção de que os gêneros estão vinculados às
diferentes atividades da esfera humana,
constituindo-se como mediadores de diversos
discursos étnicos, culturais e sociais. É como afirma
Bakhtin, “sua riqueza e variedade são infinitas, pois a
multiplicidade virtual da atividade humana é
inesgotável” (BAKHTIN, 1997, p. 279). Na medida em
que os gêneros estão intimamente ligados às mais
variadas mobilizações humanas, cabe à escola e ao
professor protagonizar ações que permitam ao
estudante conhecer a especificidade e a finalidade de
cada gênero, considerando-se as necessidades
enfrentadas no dia-a-dia. Tendo em conta esse
entendimento, nesta comunicação, apresentaremos
uma proposta didática, com base em Bakhtin (1997),
para se trabalhar o gênero texto de opinião em
turmas de 9° anos do Ensino Fundamental. A escolha
desse gênero se deve ao fato de ele discutir um tema
atual de ordem social, econômica, política ou
cultural, relevante para os leitores, valendo-se da
argumentação para analisar, avaliar e responder a
uma questão controversa. Visando a atingir o
199
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
objetivo proposto, apresentaremos e discutiremos
maneiras de se levar o aluno a compreender a
estrutura composicional, o conteúdo temático e o
estilo do texto de opinião, a partir de diferentes
exemplares do gênero.
Gênero textual: o vídeo tutorial como objeto de
ensino
Éllis Márcia Batista Rodrigues (UFU)
Este trabalho tem por tema o gênero textual tutorial,
vídeos publicados em sítios da internet, como
ferramenta e objeto de ensino em aulas Língua
Portuguesa do 6º ano do Ensino Fundamental. O
objetivo deste é descrever o tutorial como um novo
gênero textual advindo das práticas sociais e
demonstrar a sua utilização como objeto de ensino
em sala de aula. O aporte teórico que sustenta este
estudo é BAKHTIN (1997), DOLS; NOVERRAZ;
SCHNEUWLY (2004), VIAN JR; LIMA-LOPES (2005),
BRONCKART (1999, 2006), VYGOTSKY (2007),
GONÇALVES (2007), GONCALVES; SAITO;
NASCIMENTO (2010), SOUZA; SILVEIRA (2014) e
GONÇALVES; FERRAZ (2014). Apresentamos uma
proposta de ensino-aprendizagem da língua
embasada no Interacionismo Sociodiscursivo. Por
meio de análise de exemplares recolhidos em sítios
da internet, esse texto torna-se modelo didático, a
200
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
partir do qual foram montadas as atividades que
contemplam as três capacidades de linguagem (ação,
discursiva e linguístico-discursiva). Essas atividades
cumprem o papel de proporcionar ao aluno uma
ferramenta de observação das práticas sociais da
sociedade em que está inserido e tornar o sujeito um
produtor/autor ativo de mais um gênero textual.
Oralidade na sala de aula: uma proposta didática
com os gêneros notícia e entrevista radiofônicas
Fátima Melo (UFU)
O objetivo desta comunicação é apresentar algumas
reflexões, no que diz respeito às práticas de oralidade
no Ensino Fundamental e apresentar uma proposta
de atividades a ser implementada em uma turma de
sétimo ano em uma escola municipal em Valparaíso
de Goiás, Go. A metodologia utilizada foi a pesquisa
ação. Partindo de estudos que mostram a
necessidade de trabalhos voltados para a
modalidade oral da língua, foi elaborada uma
proposta didática com os gêneros notícia e entrevista
de rádio, que inclui atividades orais com a finalidade
de ampliar o desempenho comunicativo e linguístico
dos alunos, bem como promover um maior
envolvimento deles na disciplina de Língua
Portuguesa.
201
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Uma proposta didática com base nos Parâmetros
Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa
(PCNLP) e no Conteúdo Básico Comum (CBC)
Maria Cecília de Lima (ILEEL/UFU)
Elisete Maria de Carvalho Mesquita (ILEEL/UFU)
Eliana Dias (ILEEL/UFU)
Vários autores, muitos deles seguidores das ideias
iniciais de Bakhtin (1997), vêm se debruçando sobre
os gêneros. Dolz e Schneuwly (2004), por exemplo,
afirmam que os gêneros são instrumentos que
fundam a possibilidade de comunicação. Fairclough
(2003, p. 65), por sua vez, explica que os gêneros
“são aspectos especificamente discursivos de formas
de agir e interagir no curso dos eventos sociais”.
Entendendo que os gêneros discursivos podem ser
estudados sob diferentes vertentes teóricas, nesta
comunicação, temos como objetivo sugerir uma
proposta didática para se trabalhar o gênero editorial
na sala de aula, tendo como subsídio teórico e
metodológico os PCNLP (BRASIL, 1998) e o CBC
(BRASIL, 2005). Para além desse objetivo,
pretendemos: i) ampliar a discussão sobre a prática
do ensino de gêneros, uma vez que reconhecemos
que dominá-los é um modo de construção da
cidadania (BRASIL, 1987); ii) contribuir com a
ampliação de possibilidade de trabalho com
propostas diversas de professores de Língua
202
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Portuguesa. Se há consenso de que os gêneros
precisam ser trabalhados na escola, para que a
competência discursiva do estudante seja ampliada,
muitos professores ainda buscam por propostas,
uma vez que a mudança de paradigma de ensino não
se dá repentinamente. Desse modo, o trabalho, a ser
exposto neste Grupo de Trabalho (GT) pode ser
ampliado, modificado, criticado por outros docentes,
o que contribuirá mais efetivamente com a prática
docente relacionada ao ensino de gêneros.
Gênero post: uma proposta de trabalho com a
leitura em sala de aula
Valdete Aparecida Borges Andrade (UFU)
Os gêneros do discurso estão ligados ao uso da
linguagem e, consequentemente, a diferentes
práticas sociais. Por fazerem parte dessas práticas,
torna-se imprescindível que os indivíduos saibam
reconhecer e produzir gêneros de diferentes esferas
discursivas, para aumentar o seu nível de letramento
e, com isso, realizar com mais êxito a comunicação.
Sendo assim, a escola deve cumprir seu papel e
desenvolver, nas aulas de Língua Portuguesa, o
trabalho com essas entidades, dando possiblidade
aos alunos de dominar os diferentes gêneros
pertencentes não só a sua esfera discursiva, mas
também a outras. Considerando esse argumento e as
203
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais,
desde sua primeira edição, objetivamos apresentar
uma proposta de trabalho de leitura em sala de aula
com o gênero do humor Post, o qual tem circulado
nos meios digitais, mais especificamente no
Facebook e no Whatsapp. A escolha desse gênero se
deve pelo fato de, por ser da esfera humorística, ser
de grande interesse da maioria das pessoas e por
revelar aspectos importantes da sociedade como,
por exemplo, ações discriminatórias e ideologias
subjacentes. Esta comunicação tem como base a
proposta metodológica das sequências didáticas de
Dolz e Schenewly (2011), tendo como público-alvo os
alunos da rede pública do ensino fundamental.
Entendemos que a atividade da leitura vai além das
obrigações curriculares, sendo assim, nesta
comunicação apontamos para caminhos que levam o
aluno a conhecer o funcionamento da língua e da
sociedade, para que, com isso, sejam capazes de
fazer uma leitura crítica dos diferentes gêneros que
circulam na sociedade.
Uma proposta de trabalho com o gênero oral
relato de experiência vivida de educandos de
classe hospitalar a partir da perspectiva
bakhtiniana e da pedagogia culturalmente
sensível
Wânia Elias Vieira de Oliveira (UFU)
204
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Este trabalho tem como objetivo apresentar uma
proposta de trabalho com o gênero oral relato de
experiência vivida com base na perspectiva de
Bakhtin por meio da abordagem sociodiscursiva de
gênero. A proposta envolve educandos idosos da
Educação de Jovens e Adultos (EJA) de classe
hospitalar que reúne na mesma turma etapas
diferenciadas, configurando assim uma sala
multisseriada. Para isso, apoiamo-nos, além dos
estudos bakhtinianos, em estudos sobre a oralidade
e sobre a pedagogia culturalmente sensível.
Buscamos contribuições em Bakhtin (2003), Jubran
(2006), Cyranka (2015) e Erickson (1987). Em classe
hospitalar esse trabalho é positivo para a inserção
social do sujeito como falante legítimo e agente
transformador de sua realidade. O entrelaçamento
dos aspectos estudados considerando o sujeito, as
práticas sociais nos diferentes espaços de
aprendizagem e a formação para a cidadania numa
perspectiva da educação inclusiva contribuem
sobremaneira para validar e legitimar as variedades
utilizadas pelos sujeitos no seu dia-a-dia, além de
resgatar a autoestima do educando de classe
hospitalar.
205
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
GT 11 – Aplicações da Linguística Sistêmico-
Funcional: Ensino, Discurso e Tecnologia
A produção escrita no Enem e no PISA
Alessandro Borges Tatagiba
(Inep/MEC – SEEDF – UnB)
Edna Cristina Muniz da Silva (UnB)
Na educação básica, a escrita se destaca por
evidenciar contradições e diferenças sociais. A
produção escrita no Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem) e no Programa Internacional de
Avaliação de Estudantes (Pisa) chama a atenção da
sociedade e de pesquisadores devido à relevância
que estes instrumentos possuem. Hoje, o Enem
revela-se como um passaporte para programas de
inclusão social, como o Programa Universidade para
Todos (Prouni) e o Sistema de Seleção Unificada para
Universidades (SISU). Por sua vez, no Pisa, a produção
escrita dos estudantes ainda não foi estudada,
sobretudo do ponto de vista linguístico. Nesse
sentido, este trabalho tem por objetivo investigar os
gêneros relacionados às propostas de produção
escrita do Enem e do Pisa. Com o aporte teórico e
metodológico de análise da Linguística Sistêmico-
Funcional, o presente trabalho de natureza
qualitativa interpretativista debruça-se sobre as
seguintes questões: como o Sistema da
206
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Transitividade revela as representações de mundo
nas propostas de produção escrita no Enem e no
Pisa? E, por conseguinte, qual a relação entre essas
representações e as contradições e diferenças sociais
evidenciadas nas produções textuais? Para dar conta
dessa questão, a pesquisa em andamento constituiu
como corpus analítico exemplos de propostas de
redação do Enem e do Pisa. Os dados analisados
provêm de exemplos de propostas de redação. A
base teórica parte dos trabalhos de Halliday e
Matthiessen (1999, 2014), Fuzer e Cabral (2014),
Muniz da Silva (2013,2015), Tatagiba (2004,2013).
Dado que a produção escrita na educação básica
ainda carece de maior atenção e pesquisas, os
resultados trazem à tona uma melhor compreensão
sobre as diferentes propostas de redação voltadas
para a educação básica.
Os processos mentais em Grande Sertão: Veredas
- uma análise descritiva sob a ótica da linguística
de corpus e sistêmico-funcional
Ana Paula Corrêa Pimenta (UFU)
O presente trabalho foi desenvolvido durante a
disciplina “Tópicos em Estudos Analítico-Descritivos
2: Estudos Descritivos e Linguística de Corpus” sob a
orientação do Prof. Dr. Ariel Novodvorski, no âmbito
do Programa de Pós-graduação de Doutorado em
207
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Estudos Linguísticos (PPGEL) da Universidade Federal
de Uberlândia. Este propõe uma análise descritiva
dos processos mentais mais recorrentes na obra
Grande Sertão: Veredas (1994) de João Guimarães
Rosa, com base nos pressupostos da Linguística de
Corpus e Sistêmico-Funcional. Para tanto,
fundamenta-se teoricamente em Perini (2008) para a
discussão acerca da Gramática descritiva; em Halliday
e Matthiessen (2014) sobre a Gramática sistêmico-
Funcional; e em Berber Sardinha (2004, 2009) a
respeito da Linguística de Corpus. A escolha desta
obra como corpus de análise se deve por sua
relevância na literatura brasileira e por sua riqueza
linguística, já que Guimarães procurou fixar no plano
literário a geografia física e humana do seu estado
natal, isto é, a vida rural no interior de Minas Gerais,
demonstrando os aspectos históricos, políticos,
socioculturais e, especialmente, linguísticos.
Portanto, pode-se afirmar que o repertório lexical do
corpus está assentado nos interesses da pesquisa,
pois oferece profuso vocabulário com termos e
expressões arraigadas de sentimentos, desejos, e
emoções vivenciadas não só pelo autor, ora narrador,
como também pelos personagens, sertanejos
oprimidos pela seca, pela rusticidade e precariedade
do sertão. Deste modo, os procedimentos da análise
envolvem não só um estudo do estrato léxico-
gramatical dos itens em questão, como também do
estrato semântico, o que propicia uma compreensão
208
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
mais abrangente dos fenômenos estudados. Os
resultados deste estudo ressaltam a importância de
se considerar os elementos linguísticos como parte
preponderante da história e da cultura de um povo,
bem como a relevância de se evidenciar a
considerável contribuição que a Linguística de
Corpus tem trazido para os estudos linguísticos
(especialmente, com corpus literário) no Brasil.
A contribuição dos blogs não institucionais para
o ensino-aprendizagem de língua portuguesa
Carlos Henrique Alves Vieira (UFG/RC)
Esta comunicação tem como objetivo central a
apresentação de dados quali-quantitativos da minha
pesquisa de mestrado em andamento sobre os blogs
não institucionais para o ensino de português. As
propostas de ensino de conteúdos educativos
institucionais se popularizaram consideravelmente
nos últimos tempos em ambientes extraclasse,
sobretudo na internet. O assunto é muito recorrente
nas teorizações e pesquisas sobre internet e ensino,
como em Moran (2011), e os blogs são
invariavelmente citados pelos especialistas por se
tratarem de um tipo de gênero digital e serem
consideradas fontes mais fidedignas de pesquisa
(VILAÇA E ARAÚJO, 2015). A pesquisa de mestrado
em andamento tem como objeto um estudo de
209
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
avaliatividade, Martin e White (2005), em blogs não
institucionais para o ensino de português, mais
especificamente focada nos comentários avaliativos
do público. A escolha desses tipos de blogs se deve
necessariamente ao fato dessa modalidade de
gênero digital ser mais explorada na sua categoria
institucional. A finalidade, portanto, é entender
como funciona o processo de ensino-aprendizagem
nesses canais interativos por meio da avaliação do
seu público. Para realizar tal estudo, foram
identificados, categorizados e interpretados os vários
tipos de avaliação contidos nos comentários dos
participantes. Nesta comunicação, serão
apresentados e discutidos alguns dados da pesquisa
que indicam vantagens no uso dos blogs educativos
não institucionais para o estudo de língua materna.
Os Elementos léxico-gramaticais de Narrativas
de Aprendizes de Língua Inglesa: Uma Análise
Sistêmico – Funcional
Drielly Camila Sales (UFG/RC)
A presente pesquisa se insere no campo da
Linguística Aplicada e é fruto do Programa
Institucional de Bolsa de Iniciação Científica (PIBIC)
da Universidade Federal de Goiás/Regional Catalão.
Ela tem por objetivo compreender como os
elementos avaliativos se apresentam nas narrativas
210
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
de aprendizes a fim de entender como eles
expressam o seu processo de aprendizagem da
língua inglesa analisados pela Linguística Sistêmico-
Funcional com o foco no Sistema de Avaliatividade e
na Metafunção Interpessoal. Foi utilizado desse
Sistema apenas o Subsistema Atitude, e é no campo
da atitude, a partir de uma avaliação relacionada aos
três outros sistemas básicos de sentimento: afeto,
julgamento e apreciação. Esta pesquisa utilizou-se de
dados quantitativos para a análise dos resultados. O
corpus é composto por 30 narrativas de
aprendizagem de estudantes de Língua inglesa, que
foram coletadas por pesquisadores interessados em
investigar o processo de ensino e aprendizagem
dessa língua. Foram retiradas no banco de dados do
projeto AMFALE executado pela Universidade
Federal de Minas Gerais, as narrativas são de
aprendizes de Língua Inglesa de faixa etária que varia
entre 18 a 45 anos de ambos os sexos. A pesquisa
mostrou uma reflexão acerca das políticas de línguas
voltadas para o ensino de Língua Inglesa, na qual
apresentou estratégias eficazes para o processo de
aprendizagem deste idioma. Essas narrativas podem
ser consideradas como instrumento de estudo tanto
na pesquisa como no ensino, ela apresentou
mudanças na maneira como as pessoas
compreendem a si próprias e as outras no que se
refere à aprendizagem de uma língua estrangeira.
Além do estudo sobre o gênero narrativas, obteve-se
211
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
um conhecimento teórico e metodológico da
Gramática Sistêmico-Funcional, mais
especificamente o Sistema de Avaliatividade.
A representação das etnias não ocidentais no
livro didático
Fabiana Aparecida de Assis (UnB)
A reflexão sobre o livro didático é um tema de grande
relevância no Brasil visto que se trata de um
importante instrumento de estudo e pesquisa para
os alunos, senão o único, em inúmeras escolas da
federação. Desde 1997, ocorre a avaliação dos livros
didáticos, com critérios estabelecidos pelo Ministério
da Educação, em edital; análise feita por especialistas
de instituições de ensino e divulgação dos resultados
no Guia de Livros Didáticos, cuja proposta é orientar
as escolhas dos professores. Apesar de todo esse
processo, ainda há livros com problemas conceituais,
há gêneros textuais e não textuais pouco explorados,
entre outros. Assim, com base no Sistema de Modo
da Linguística Sistêmico Funcional (Halliday, 1994;
Halliday & Mathiessen, 2004, 2013; Eggins, 2004) e
estudos relacionados aos gêneros (Martin & Rose
2008; 2012), pretende-se investigar o uso de
categorias relacionadas a modo e resíduo presentes
em alguns textos que tratam de etnias não ocidentais
e que compõem um livro didático de Geografia do 9º
212
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
ano do ensino fundamental. Tais categorias de
análise constituem a metafunção interpessoal, que
enfoca como as relações sociais se estabelecem por
meio da linguagem, ou seja, como ela materializa a
forma como as relações se dão, como emissores e
receptores interagem, como são feitas propostas
(trocas de bens ou serviços) e proposições (trocas de
informações). Como resultados preliminares,
observou-se uma relação de poder entre o produtor
do livro e o leitor, pois informações são ofertadas aos
leitores dos textos e tarefas são demandadas. Mas
essa relação é desigual, visto que o leitor não pode
questionar informações junto ao produtor e, no caso
do tema etnias não ocidentais, percebe-se ainda a
propagação de ideias estereotipadas.
O sistema de atitude no vlog "Clube do livro":
uma análise sistêmico-funcional
Fernanda Gurgel Prefeito (UFG/RC)
Fabíola Aparecida Sartin Dutra Parreira Almeida
(Orientadora – PMEL - UFG/RC)
Esse estudo está inserido no projeto Avaliatividade,
Discurso e Ensino desenvolvido na Universidade
Federal de Goiás – Regional Catalão, e tem como
objetivo apresentar uma amostra de análise dos
elementos léxico-gramaticais avaliativos presentes
nos comentários do blog “Clube do Livro”. O gênero
213
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
digital escolhido foi o vlog por ser um meio de fácil
acesso e de rápido de disseminação de informações
que, por sinal, podem ser variadas, pois o autor é
independente em sua produção e sem censura,
podem ser criados por qualquer pessoa que
possuem algo para contar. Este blog é um dos
espaços da Revista Capricho destinado a jovens
proporcionando um momento de encontro entre
pessoas interessadas em conhecer o conteúdo de
algum livro e também participar das discussões,
críticas e opiniões. Neste espaço interativo da revista
online há comentários sobre resenhas de livros,
nacionais e internacionais, visando despertar o
interesse do jovem para a leitura. O blog era
gerenciado por Thiago Theodoro, o editor da revista
e ex-autor do blog. Cabe destacar que a revista é
direcionada ao público adolescente que, por sua vez,
trata de diversos assuntos de forma clara e informal,
tornando-se fácil a comunicação por texto escrito e
vídeos. E nesse enfoque que enquadra-se este
estudo, foi realizada uma análise dos registros
escritos dos blogs, e também da transcrição dos
vídeos postados pelo autor ao descrever o livro.
Trata-se de resenhas de livros lançados na atualidade
e apresentadas semanalmente. São destacadas as
categorias de atitude (afeto, julgamento e
apreciação) presentes nessas resenhas, tanto nos
escritos como nos videos. Para tanto, esta pesquisa
fundamenta-se teoricamente nos pressupostos
214
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
teórico-metodológicos da Linguística Sistêmico-
Funcional (Halliday, 1994/2004), com o foco no
sistema de avaliatividade -Appraisal System- (Martin
e White, 2005), mais especificamente o subsistema
de atitude. O sistema de Avaliatividade contempla os
significados interpessoais utilizados pelos
falantes/escritores para negociar emoções,
julgamentos e avaliações, sob três domínios
interacionais, ou subsistemas: Atitude (Attitude),
Engajamento (Engagement) e Graduação
(Graduation). A expressão de atitude, que foi
explorada neste trabalho, não é apenas um
comentário sobre o mundo e sim uma postura
interpessoal do falante/escritor cujo objetivo é obter
uma resposta de solidariedade do seu interlocutor
(Martin, 2000). Os resultados apontam para a
utilização de nominalizações e processos mentais de
afeto e atitude que instigam a curiosidade e o
interesse pela leitura dos livros apresentados pelo
blogueiro, devido a atitude positiva de Thiago
perante os livros.
A estrutura do gênero argumentativo para a LSF
Gláucia Cristina Maia Rega Serra (UnB)
As pesquisas feitas em consonância com a Linguística
Sistêmico-Funcional trabalham com a linguagem
entendendo que sua construção possui propósitos
215
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
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sociais (função) e depende de escolhas (sistema)
léxico-gramaticais por parte de quem a utiliza, para
criarem significados. Os gêneros, nessa perspectiva
sistêmica, são a materialização reconhecida de
práticas (intenções) discursivas. O Brasil orienta, em
documentos oficiais, como os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCNs), o ensino por meio dos
gêneros, para que alunos considerem as
especificidades das situações de comunicação por
meios dos gêneros nos quais os discursos se
organizam e sejam capazes de produzi-los. A Escola
de Sidney propõe teoria e metodologia para o ensino
de gênero nas escolas. A teoria estabelece três
propósitos comunicativos dos gêneros: envolver,
informar e avaliar (Rose e Martin). Quanto à
metodologia, o primeiro passo é a investigação, por
meio de mapeamento, de textos de diversos gêneros
na Austrália (Martin e Rose), dividindo-os em etapas
e fases. A partir disso, seguem-se os momentos em
que os alunos se deparam com os textos,
compreendendo sua constituição para posteriores
produções conjunta (professor e alunos) e individual.
Para aplicação dessa pedagogia no Brasil, entende-
se que há de se investigar as configurações dos
diversos gêneros existentes no país, por meio de
mapeamento, observando-se as etapas e fases
encontradas. Propõe-se, assim, para essa verificação,
a análise de texto escrito “em” e “sobre” o contexto
brasileiro, por autor do país. O texto pertence à
216
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
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família dos argumentos, que possuem o propósito de
avaliar, e traz apenas um ponto de vista a ser
defendido, sendo chamado de “exposição”. O ponto
de partida da análise será a Metafunção Textual, pela
identificação da progressão textual, o que auxilia a
identificação das etapas e fases do texto.
O emprego da língua materna no ensino da
segunda língua-inglês: uma análise sistêmico-
funcional
Gustavo Ferreira Rodrigues (UFG)
A aquisição de uma segunda língua (L2) não é mais
mero capricho e sim necessidade, visto que a
faculdade em utilizá-la passa a ser inevitável na atual
conjuntura de globalização, a qual enlaça linguística
e culturalmente os povos. Tal aquisição, além de
proporcionar uma realização pessoal, impulsiona o
indivíduo ao cenário mercadológico global,
inteirando-o do mundo que o circunda. Como
retratado por Cook (2001), algumas metodologias
não permitem o emprego da L1, ou qualificam como
aula ideal aquela em que a sua utilização seja a
menor possível. Muitos manuais de ensino encaram
tal atitude como óbvia, tanto que nem fazem menção
à utilização da mesma (L1) ou abordam como
problemas encontrados em sala de aula. Assim,
estudos sobre a influência da utilização de língua
materna como recurso pedagógico em aulas de
217
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
inglês têm sido foco de muitas pesquisas que
envolvem formação de professores. Alguns
pesquisadores defendem e outros criticam por
exemplo o uso de português como recurso para
professores de inglês. Nesse sentido, o presente
trabalho objetiva apresentar discussões e reflexões
de alguns estudiosos da linguagem acerca do uso da
língua materna em aulas de língua estrangeira. Para
tanto, serão selecionadas dissertações e teses que
abordem a utilização da língua materna em aulas de
inglês. Trata-se de uma pesquisa em andamento cujo
corpus será composto por recortes de pesquisas que
ressaltam as opiniões dos autores acerca desse tema.
Para tanto, lançar-se-á mão da Gramática Sistêmico-
Funcional (Halliday, 1994/2004) para realizar a
análise linguística dos recortes dos estudos tendo
como foco o sistema de Avaliatividade (Martin, 1990;
Martin e White, 2005) para destacar as avaliações
realizadas pelos autores das dissertações e teses. Os
dados mostram a utilização de epítetos e atributos e
nominalizações para avaliar o uso da língua materna
em sala de aula de inglês.
"Quando eu soltar a minha voz/ por favor
entenda”: solidariedade e envolvimento no
discurso da História
Kelly Cristina Nunes de Oliveira (UnB)
Edna Cristina Muniz da Silva (UnB)
218
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Os Parâmetros Curriculares Nacional de História
indicam a necessidade de mecanismos para
interpretação de textos que veiculam informações de
natureza histórica. Dessa forma, a noção de gêneros
precisa orientar as práticas de letramentos no
contexto escolar, uma vez que suas contribuições
sedimentam processos de aprendizagem nas áreas
do conhecimento. Tal implicação aponta para
reflexão relativa às práticas envolvidas na
compreensão desta ordem do discurso. Nesse
contexto, este trabalho visa aplicar os pressupostos
oriundos da Linguística Sistêmico-Funcional
aplicados à teoria de 'Escola de Sydney’ por meio da
análise de categorias do subsistema de engajamento
e de classificação de vozes textuais relacionadas ao
sistema de avaliatividade a fim de apresentar pistas
de constituição genérica dos textos “O Brasil no
século XXI” e “Novos rumos para o Brasil” de dois
livros de História de 3º ano, adotados no Plano
Nacional de Livro Didático. A análise evidenciará
como elementos da metafunção interpessoal
viabilizam o objetivo sociocomunicativo, as marcas
avaliativas e as etapas do gênero das histórias. Nesse
sentido, a Linguística Sistêmico-Funcional fornece
ferramenta ao mapear escolhas léxico-gramaticais
presentes nos textos, uma vez que a linguagem é
concebida como um sistema semiótico em que o
falante escolhe elementos linguísticos adequados a
cada situação de modo que a relação entre gramática
219
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
e significado pode orientar alunos/as a compreender
o gênero em análise, além de possibilitar a
identificação de diversas vozes em um texto e seu
teor interpretativo no discurso da História.
Blogs de ensino de português para surdos: uma
análise dos elementos avaliativos sob a
perspectiva da gramática sistêmico-funcional
Lucas Floriano de Oliveira (UFG/PMEL)
Fabíola Aparecida Sartin Dutra Parreira Almeida
(UFG/PMEL)
O objetivo desta pesquisa é investigar se a análise da
Gramatica Sistêmico- Funcional nos discursos de
blogs de ensino de português para surdos pode
contribuir ou não no aprendizado de Língua
Portuguesa como Segunda Língua (L2) para os
aprendizes. A pesquisa é do tipo qualitativo-
interpretativa e foram utilizados blogs onde a
Comunidade Surda se comunica através da
linguagem escrita. Segundo Felipe (2001), Moura
(2008), Quadros (1997), Sabanai (2008) e Sacks
(1933), estudos sobre a área da surdez mostraram
que a Língua Brasileira de Sinais - Libras deve ser a
Primeira Língua dos surdos, para poder auxiliá-los no
aprendizado da Língua Portuguesa como L2 ou
segunda língua, na modalidade escrita. Apontaremos
os estudos que focalizam os meios da linguagem
220
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
para através dela analisarmos discursos baseando-
nos em Almeida (2010) que esclarece alguns
aspectos da Gramática Sistêmico-Funcional de
acordo com Halliday (2004). Segundo a autora, a
Avaliatividade é a maneira pela qual os falantes ou
escritores avaliam, ou seja, é um sistema que
evidencia os meios de se avaliar. É nesse contexto
que se enfoca o estudo dos blogs de ensino de
português para surdos, que através dos discursos dos
participantes encontrados nos posts do blog, serão
analisados os comentários presentes através do
Sistema de Avaliatividade para investigar as
facilidades ou dificuldades encontradas no ensino de
português para surdos. Os dados foram coletados
em 03 três blogs em que os participantes postaram
suas opiniões sobre o ensino de português para
surdos e que apontam para uma ocorrência da
categoria de afeto nas avaliações dos comentaristas.
Trata-se de uma pesquisa de mestrado em
andamento em que as análises preliminares indicam
a importância e os benefícios em se aprender a
Língua Portuguesa como Segunda Língua.
Descrição das etapas e fases de narrativas – um
gênero da família das estórias – para o ensino da
leitura e da escrita
Rosana Muniz Soares (UnB)
Edna Cristina Muniz da Silva (UnB)
221
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Neste trabalho buscamos conceituar brevemente o
gênero textual nas perspectivas da Escola Norte-
americana (Nova Retórica), Escola de Genebra e a
Escola Australiana (Escola de Sidney) para ancorar
nossos estudos em conformidade com a teoria de
gêneros da Escola de Sydney, que está balizada nos
pressupostos da Linguística Sistêmico-Funcional, na
qual gêneros caracterizam-se por uma configuração
linguística de significados recorrentes no uso da
linguagem, isto é, apresentam etapas que orientam
linguisticamente propósitos sociocomunicativos do
texto e das escolhas estruturais que tais propósitos
potencializam. Como referencial teórico, em nosso
estudo, temos como suporte a pedagogia de gêneros
da Escola de Sydney de Martin; Rose (2008) e Rose
(2014). Para uma amostra inicial de análise,
descrevemos e analisamos, de acordo com a teoria
de gêneros da Escola de Sydney, as etapas e fases de
seis contos, assim nomeados pelo livro didático em
análise, das três séries do Ensino Médio,
pertencentes ao gênero da família das estórias,
selecionados na Coleção do livro didático de Língua
Portuguesa “Português: Linguagens” de William
Cereja e Thereza Magalhães, Ensino Médio, PNLD
2015. Os dados apresentados nos direcionam à
conclusão de que os contos aqui trabalhados nem
sempre se estruturam, prototipicamente, segundo a
222
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
teoria de gêneros da Escola de Sydney, como
narrativas.
Sessões de Debate do SEPMEL
A construção do sujeito discursivo Dorian Gray
em “O retrato de Dorian Gray”
Aline Silvério de Freitas (PMEL/UFG-RC)
Orientadora:
Profa. Dra. Karina Luiza de Freitas Assunção
(PMEL/UFG-RC)
No trabalho em questão, analisaremos como a
relação com a morte afeta a constituição do sujeito-
discursivo Dorian Gray, visto que, as micro relações
de poder, como nomeia Foucault, não podem ser
descartadas neste estudo, pois para a construção da
subjetividade do sujeito-discursivo Dorian Gray,
devemos considerar a sua relação com o (os) outro
(os), também as condições de produção que
permeiam o discurso e a construção histórica,
identitária que perpassam a memória discursiva do
sujeito. Dentre a vasta área de pesquisa Estudos da
Linguagem, trabalharemos com a Análise do
Discurso (AD) de linha francesa, com ênfase no
estudo baseado nas obras de Foucault sobre
subjetividade e poder. Utilizaremos como nosso
corpus de análise o romance de O retrato de Dorian
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Gray (1988). De modo que, analisaremos a
construção do sujeito discursivo Dorian Gray e os
seus enfrentamentos em relação com a morte, pois
esta aparece de forma bastante latente no romance
e influi diretamente na constituição de Dorian. Ao
pensar que fatores das convenções sociais também
afetam diretamente os sujeitos que fazem parte
destas, o sujeito-personagem Dorian Gray é passivo
de apreciação neste trabalho, pois o sujeito
discursivo é construído a partir da história, memória,
ideologias e produção de sentidos.
Novas leituras, histórias de outrora: transposição
de obras clássicas para o gênero Graphic Novel
Camila Santin Calçada Silva (PMEL/UFG-RC)
Orientadora:
Profa. Dra. Silvana Augusta Barbosa Carrijo
(PMEL/UFG-RC)
A transposição de Clássicos Literários para os
quadrinhos não é um processo recente, mera vítima
do mercado editorial, a mesma surgiu no início do
século XX e vem se consolidando como uma nova
possibilidade de leitura que emerge de obras que
ainda não esvaziaram todos seus significados para
novos públicos leitores. Para Gazy Andraus (2006) os
quadrinhos são prazerosos para o leitor pois
resgatam um lado intuitivo do mesmo. Segundo
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Eisner (1999) e McCloud (2005) o ser humano busca
sempre identificar-se através do pictórico, acessando
assim, com mais facilidade suas próprias
experiências. Para Gazy (2006) há ainda mais um fator
que auxilia esta maior identificação na leitura do
gênero quadrinhos que esta ligada diretamente a
forma como os mesmos são acessados pelo leitor no
córtex cerebral, pois como comprova o estudioso, ao
lermos neste gênero acessamos os hemisférios
direito e esquerdo assim o que parece uma mera
simplificação de leitura é na verdade um trabalho
mais expressivo deste órgão. Desta forma como
afirma Pina (2012) e Vergueiro (2007) o gênero
quadrinhos, neste estudo mais especificamente as
graphic novels, por sua ludicidade, hibridismo e
apelo popular tendem a ser um ótimo veículo para
o ensino-aprendizagem. O presente trabalho tem
assim como perspectiva estudar o processo
transposicional de alguns clássicos literários
selecionados pelo Programa Nacional Biblioteca na
Escola (PNBE), por compreender que o mesmo tem
perspectivas claras para seleção de obras literárias,
observando como o gênero possibilita uma dupla
formação leitora, tão necessária para a constituição
do ser humano. Abordaremos, ainda, o modo como
estas transposições são realizadas, suas alternâncias
e permanências. A metodologia utilizada neste
trabalho será a pesquisa bibliográfica de aportes
teóricos da área.
225
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
A identidade do professor de inglês na Educação
Básica: um estudo sistêmico-funcional
Hilda Braz Silva Sousa (PMEL/UFG-RC)
Orientadora:
Profa. Dra. Fabíola Ap. Sartin Dutra Parreira Almeida
(PMEL/UFG-RC)
Esta pesquisa, no âmbito dos estudos da Gramática
Sistêmico-Funcional, objetiva compreender a
identidade do professor de Inglês da Rede Estadual
de Ensino em Goiânia. Para tanto, serão realizadas
entrevistas com cinco professores de diferentes
escolas de ensino médio no primeiro semestre de
2017. Ambiciona-se que informações obtidas,
através de entrevistas, representem a identidade do
professor a partir da linguagem por ele utilizada, bem
como, essa identidade reflete em sua prática
docente. Pontuamos que o professor de inglês tem
sua identidade atrelada à docência, portanto, ao
ensinar revela sua identidade. Destarte, a dificuldade
que este professor tem para ensinar pode estar
relacionada à falta de identificação com o seu fazer
docente/pedagógico, acarretando uma identidade
frágil, fazendo com que o mesmo não se sinta
motivado para as aulas. A base de análise de dados
deste projeto se fundamenta seguindo os
pressupostos da teoria Sistêmico-Funcional
(HALLYDAY: 2014), que fornece ferramentas para
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
olhar os dados a partir do contexto em relação com
a materialidade linguística. Assim, objetiva-se
contribuir para os estudos de formação de
professores de línguas por meio da investigação da
identidade do professor de inglês da rede pública de
ensino no estado de Goiás. Proponho ainda uma
pesquisa mista, que seja qualiquantitativa por ser rica
em detalhes e oferecer novas interpretações. Para
Zoltän, esses “métodos de mistura têm grande
potencial na maior parte dos contextos de
investigação” (ZOLTÄN: 2007, p. 30). A partir dos
resultados obtidos com este projeto de pesquisa,
espero fornecer subsídios à prática pedagógica de
professores de Língua Inglesa da rede pública de
ensino regular, pois o olhar crítico sobre a identidade
docente traduz em um momento reflexivo da vida
profissional tão necessário ao empreendimento de
novos desafios e mudanças que ressignifiquem o
processo de ensino/aprendizagem de línguas.
A identidade linguística brasileira em conflito
com o português europeu: a variação léxico-
cultural.
Ivonete da Silva Santos (PMEL/UFG-RC)
Orientador:
Prof. Dr. Alexandre António Timbane
(PMEL/UFG-RC)
227
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Este projeto visa estudar o comportamento
linguístico dos estudantes, goianos, participantes do
Programa de Licenciaturas Internacionais 2012, 2013
e 2014, na cidade de Coimbra em Portugal. A
pesquisa pretende compreender os choques
linguístico-culturais desses estudantes quando saem
do contexto do português brasileiro e são
submetidos ao contexto português europeu. Nesta
perspectiva o estudo será exploratório, cujo intuito é
compreender e descrever a relação que se mantém
entre as dimensões língua e cultura brasileira em
contato com as portuguesas, dentro do espaço
europeu e de que forma as mesmas influenciaram na
construção identitária dos inquiridos, levando em
consideração as estratégias adotadas por eles como
meio de representação da identidade linguística de
origem, sendo esta particularmente moldada e
refletida na linguagem que verdadeiramente
assumem. Desta forma, faz-se-a uma leitura da
situação de contato entre os dois grupos linguísticos
evidenciando as aproximações e diferenças da
variação léxico cultural que submergem da situação
vivenciada durante o contato. O cerne desta análise
será sustentado em estudos realizados por Coelho
(2006); Fiorin (2013); Labov (2008); Hall (2003; 2005)
e Jodelet (2005), sobre a tricotomia língua, cultura e
variação e a relação que as mantêm ligadas ao sujeito
no processo de readaptação ou construção da
identidade dentro da visão sociolinguística, e por
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
outros textos que vierem a ser pertinentes ao
enriquecimento do desenvolvimento desta pesquisa.
Bases linguísticas e lexicográficas para a
construção de um dicionário bilíngue
Libras/ELiS-português
Leandro Andrade Fernandes (PMEL/UFG-RC)
Orientadora:
Profa. Dra. Vanessa Regina Duarte Xavier
(PMEL/UFG-RC)
A Língua de Sinais Brasileira (LSB) foi reconhecida há
pouco tempo como língua de expressão e
comunicação das comunidades surdas do Brasil.
Devido ao seu curto período de ascensão e prestígio
social, este é um momento que tem impulsionado
grande desenvolvimento científico na área. Entre
estes estudos podemos destacar as pesquisas
Lexicográficas e Terminológicas, apontando que os
dicionários assim como a gramática, possui objetivos
importantes em nossa sociedade, entre eles o de
legitimar a língua. No campo das línguas de sinais,
diferentes dicionários foram criados, alguns deles
apresentando uma proposta de escrita de sinais,
como Stokoe (1965), e algumas propostas que não
se encontram registradas sob a forma de dicionários,
como o Signwritting (1974) e a ELiS (1998). É sabido
que o corpus da LSB até o momento é em sua
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
maioria constituído por vídeos ou imagens, por ser
de uma modalidade diferente, viso-espacial e por
não ter uma escrita consolidada socialmente e
reconhecida por lei. Este projeto ambiciona a criação
de um corpus da LSB voltado para as terminologias
utilizadas no curso de Letras: Libras, empregando
exclusivamente a modalidade escrita desta língua, a
ser construído a partir de questionários e gravações
em vídeos, que serão aplicados aos docentes do
curso de Letras Libras da Universidade Federal de
Goiás/Regional Goiânia. Para tanto, buscar-se-á
estabelecer as bases teóricas, metodologias e
procedimentos ideais, tanto para a construção de um
corpus linguístico de qualidade em LSB, quanto para
a construção de um dicionário bilíngue LSB/ELiS-
Português.
Escrita psicográfica e autoria: a poesia de além-
túmulo de Augusto dos Anjos
Leonardo Guimarães de Assis (PMEL/UFG-RC)
Orientador:
Prof. Dr. Antônio Fernandes Júnior
(PMEL/UFG-RC)
O Espiritismo chegou ao Brasil no limiar do século XX,
tendo como expoente máximo o médium Chico
Xavier, que se notabilizou pelos 412 livros
materializados por meio da psicografia. Em 1932,
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
vem a lume um dos frutos dessa prolífica produção
literária: a antologia poética Parnaso de além-
túmulo, livro constituído por 259 poemas, que fora
grafado por Chico Xavier, um jovem sem lastro de
ampla cultura, o qual registrou de jato, poesias a lá
manière de 56 gênios de todas as escolas literárias
luso-brasileiras. Esta pesquisa pretende confrontar os
poemas pertencentes ao acervo de Augusto dos
Anjos aos que a ele fora atribuído post-mortem em
Parnaso de além-túmulo, examinando a escrita
psicográfica de Chico Xavier em sua tessitura textual
em âmbito estilístico-discursivo e comparativo, com
vistas a encontrar o sujeito-autor destes últimos.
Proceder-se-á uma pesquisa bibliográfica de cunho
analítico-interpretativo. Para tanto, interpelados pelo
constructo teórico da Análise do Discurso Francesa e
da Teoria Literária, adotar-se-ão os seguintes
procedimentos metodológicos: serão lidos textos
teóricos que tratam de autoria, sujeito,
(inter)discurso, condições de produção,
heterogeneidade, dialogismo, polifonia, estilo,
plágio, palimpsesto e pastiche; conceitos buscados
em Authier-Revuz (1982), Fernandes (2008), Foucault
(1969; 1986; 1992; 2004; 2007), Goldstein (1989),
Orlandi (1988; 2007), Pêcheux (1988; 1990), Possenti
(1993; 2003), Proença (1973) e Schneider (1990); será
feito um levantamento do contexto sócio-histórico e
cultural no qual os livros foram produzidos, bem
como uma avaliação e comparação dos perfis
231
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
histórico-pessoais e biográficos dos sujeitos
envolvidos nas produções; a releitura de Parnaso de
além-túmulo e de Eu e outras poesias, a fim de serem
selecionados os recortes que, constituir-se-ão
corpora de análise, e os pontos relevantes para este
estudo; leitura de textos críticos sobre as obras em
apreço; análise e a interpretação dos corpora
selecionados, em consonância com as teorias
supracitadas.
A formação de nomes comerciais nas cidades de
Palmas (Tocantins) e de Catalão (Goiás):
questões de identidade linguística e cultural
Maria José Alves (PMEL/UFG-RC)
Orientador:
Prof. Dr. Alexandre António Timbane
(PMEL/UFG-RC)
A presente pesquisa levanta questões sobre a
criatividade lexical na formação de nomes comerciais
nas cidades de Palmas (TO) e Catalão (GO) fato que
se considera normal em todas as línguas se
pensarmos a língua como uma entidade que muda e
varia segundo variáveis linguísticas e
extralinguísticas. Esse estudo objetiva analisar a
formação de nomes comerciais observando os
neologismos por empréstimo sob ponto de vista
linguístico e cultural. Especificamente, visa identificar
232
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
os nomes comerciais; explicar a formação e as
possíveis motivações de uso por parte dos
comerciantes; demonstrar o tipo de estrutura
morfossintática desses nomes e sua ortografia e;
discutir os principais conceitos sobre os
estrangeirismos e empréstimos, mostrando a
importância dos nomes comerciais como fonte de
neologismos em Tocantins e em Goiás. Para sua
consecução, realizar-se-á pesquisa de campo
baseada na recolha e no levantamento de um
conjunto de nomes de estabelecimentos comerciais
para se analisar seu processo de formação,
observando os neologismos de todo tipo, incluindo
estrangeirismos e empréstimos sob ponto de vista
linguístico ligando também ao aspecto cultural. A
escolha dos 20 nomes de estabelecimentos será
aleatória sendo 10 em Catalão e 10 em Palmas.
Considerando que é papel primordial da língua
conferir identidade à pessoa como indivíduo e
membro de um grupo, torna-se imprescindível
analisar os elementos formadores dessa identidade
para reconhecer como se forma esse processo e
assim entender muitos tipos de comportamentos
sociais e linguísticos. Pretendendo obter respostas
mais consistentes sobre a formação de nomes da
realidade a nossa volta é imprescindível levantar
questionamentos sobre a variação lexical, discutidos
com pormenor por Carvalho (2009), Alves (1999) e
Garcez (2001) visando constatar que o nome é um
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
instrumento de definição da identidade e está
intimamente ligado à cultura e às tradições de uma
comunidade linguística.
“Loucura, insensatez, estava inevitável”: o
discurso de resistência nas letras da banda
Mamonas Assassinas
Maurício Divino Nascimento Lima (PMEL/UFG-RC)
Orientador:
Prof. Dr. Antônio Fernandes Júnior
(PMEL/UFG-RC)
A banda Mamonas Assassinas produziu doze letras
de canções, as quais foram repetidas e re-
significadas por seus ouvintes/fãs. O alcance dessas
produções foi de forma tão explosiva que chegou à
mídia jornalística/televisiva e, mesmo após vinte anos
do falecimento dos membros do conjunto, os
discursos ecoados através de suas canções
continuam presentes nas práticas sociais e
cotidianas, principalmente entre os jovens. O
objetivo deste estudo é analisar e descrever o sujeito
que resiste e ao mesmo tempo é assujeitado pelos
discursos: machista, político e consumista nas
composições da banda; selecionando as produções
do grupo com a mesma regularidade discursiva,
descrevendo o local em que esse sujeito discursivo
se inscreve, sobretudo o momento histórico que
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
possibilita essa prática. Os pressupostos teóricos que
sustentam essa pesquisa vem principalmente de
Mikhail Bakhtin e Michel Foucault; o método
dialógico de Bakhtin torna possível descrever a
relação do sujeito com sua ideologia e realidade
social, por sua vez, a arqueologia de Foucault
possibilita a desconstrução de verdades absolutas,
deixando visível por que as produções da banda
trazem determinadas posições ideológicas, e não
outras. Assim, espera-se com este trabalho não
apenas fazer uma descrição dos enunciados em
questão, mas demonstrar como a história colabora
na produção desses, e por fim, deixar explícito qual o
papel do humor na reprodução/repetição desses
discursos.
Loucura espaço de resistência e transgressão no
conto "O papel de parede amarelo", de
Charlortte Perkins Gilman
Nilce Meire Alves Rodovalho (PMEL/UFG-RC)
Orientador:
Prof. Dr. Antônio Fernandes Júnior
(PMEL/UFG-RC)
A proposta deste projeto é a análise do conto “O
papel de parede amarelo”, de Charlotte Perkins
Gilman, focalizando-o a partir da ótica da Análise do
Discurso (AD) de linha francesa, sobretudo a que
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
possui vinculação com os pressupostos teóricos de
Michel Foucault. Almejamos analisar como se
constitui a loucura e as representações de gênero em
relação à instauração dos dispositivos de poder no
conto em questão, por meio da análise discursiva.
Nesse desígnio pretende-se elencar as configurações
atribuídas ao corpus “loucura” e como estas incidem
sobre o sujeito. Problematizaremos, ainda, como é
estabelecido nos discursos, o controle advindo dos
dispositivos de poder. No intuito de fazer a análise
discursiva e identitária teremos como principal
aporte teórico Michel Foucault, sob a perspectiva da
Análise do Discurso de linha Francesa. Procurar-se-á
apresentar ainda as teorizações de renomados
escritores do âmbito da análise do discurso, tais
como Tomaz Tadeu da Silva, Stuart Hall, Eni Orlandi,
Maria do Rosário Gregolin, Judith Revel, entre outros,
com a pretensão enfocar os construtos teóricos que
versam sobre dispositivos de poder, sujeito,
identidade, objetivação e subjetivação do sujeito,
entre outros conceitos que se fizerem necessário
para análise proposta. Tal análise possibilitará
compreender a posição-sujeito, a identidade e o
processo de subjetivação intrínseco às práticas
discursivas nas quais os sujeitos se inscrevem. Não
obstante, com esta pesquisa visa-se colocar em
pauta as figuras marginalizadas do louco e da
mulher, figuras estas que por demasiadas vezes
ocupou e ocupa o espaço de marginais no discurso
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
social, conjetura-se o entendimento do
funcionamento das resistências e/ou transgressões
frente às interdições e/ou opressões que ganham
força com e no espaço discursivo.
O signo ideológico “trabalho” na mídia
publicitária
Raquel Ribeiro de Oliveira (PMEL/UFG-RC)
Orientadora:
Profa. Dra. Grenissa Bonvino Stafuzza
(PMEL/UFG-RC)
Este resumo baseia-se no projeto de dissertação de
Mestrado apresentado ao Programa de Mestrado em
Estudos da Linguagem e tem como objetivo debater
sobre diálogo entre Círculo de Bakhtin e Análise do
Discurso, na intenção de investigar, por meio dos
princípios e estudos da linguagem e das ciências
sociais, sobre o valor ideológico que envolve o signo
“trabalho” veiculado pela mídia publicitária de
multinacionais no estado de Goiás. O fundamento
teórico do estudo encontra-se, principalmente, nas
teorias suscitadas em “Marxismo e Filosofia da
Linguagem” – a respeito da palavra como signo
ideológico – com a pretensão de desenvolver esse
estudo com o enfoque no signo ideológico
“trabalho” que é social, principalmente na nossa
cultura, e que traz diferentes valores sociais para o
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
conceito de trabalho, bem como nas pesquisas do
Sociólogo Ricardo Antunes que trata das acepções
do mundo do trabalho, e também, pelas teorias da
Análise do Discurso de linha Francesa, considerando,
especialmente, que o discurso midiático publicitário,
como todo e qualquer discurso, se realiza em forma
de linguagem móvel, carregada de ideologia, a partir
da produção de dizeres enunciados por sujeitos que
possuem determinados lugares sociais e, desse
modo, a linguagem pensada aqui, enquanto
discurso, não se mostra estanque, mas sim, produz
determinados sentidos relativos a quem concretiza
esta prática, revelando, desse modo, este caráter
social e ideológico que constitui todo e qualquer
enunciado. A metodologia escolhida foi a analítica
descritiva e interpretativa dos signos ideológicos a
serem pesquisados na mídia publicitária das
multinacionais e que será o nosso corpus de análise
do Projeto de dissertação de Mestrado. Alguns
resultados esperados ao decorrer da pesquisa são,
por exemplo, a percepção da relação entre sujeito e
sociedade que se dá de maneira indissociável, e a
identificação das condições de produção dos
discursos midiáticos das multinacionais a respeito do
sujeito trabalhador, que é um sujeito social e também
é ideológico.
238
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
O discurso do professor de Libras no ensino
superior por uma análise da prática docente sob
a perspectiva do sistema de avaliatividade
Thaysa dos Anjos Silva Romanhol (PMEL/UFG-RC)
Orientadora:
Profa. Dra. Fabíola Ap. Sartin Dutra Parreira Almeida
(PMEL/UFG-RC)
A atuação do professor de Libras no ensino superior
está passiva a influências, que de certa maneira
podem comprometer a qualidade do ensino da
LIBRAS, bem como o desempenho do professor em
sala de aula. Isso ocorre porque a Língua Brasileira de
Sinais- Libras se caracteriza como a língua oficial dos
surdos brasileiros, que a partir da regulamentação do
decreto 5.626/05, deveria até o final de 2015 estar
presente em cem por cento nos cursos de formação
de professores. Frente a essa “corrida” contra o
tempo, o docente dessa língua pode enfrentar certas
questões ao exercer a docência. Esta pesquisa tem
como objetivo compreender a atuação do professor
de Libras no ensino superior por meio da análise de
seu próprio discurso, a fim destacar de que forma ele
entende a sua prática pedagógica. Portanto, este
estudo segue a abordagem quanti-qualitativa, uma
vez que serão realizadas entrevistas com os
participantes, e estas resultarão em dados abertos,
não estatísticos, bem como ao mesmo tempo
239
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
quantitativa. À luz da Gramática Sistêmico Funcional
(HALLIDAY, 1994), com enfoque no sistema de
Avaliatividade (MARTIN; WHITE, 2005),o corpus será
convertido em dados numéricos, que serão
averiguados por meio da ferramenta computacional
estatística WordSmith Tools. Espera-se que esse
trabalho aprimore o ensino da Libras em Goiás,
estimule a formação de políticas para o ensino da
Libras, e incite a criação de uma estrutura mais
organizada para as disciplinas ofertadas nas
instituições de ensino superior, servindo de
referência para o estado de Goiás.
O enunciado verbovisual de memes sobre o
sujeito professor: diálogos sobre a identidade
docente
Wânia Gomes Mariano Vieira (PMEL/UFG-RC)
Orientadora:
Profa. Dra. Grenissa Bonvino Stafuzza
(PMEL/UFG-RC)
Tendo em vista o desenvolvimento de uma pesquisa
vinculada ao Programa de Mestrado em Estudos da
Linguagem da Universidade Federal de Goiás,
Campus Catalão, propomos uma comunicação que
parte como objetivo geral, analisar o enunciado
verbo-visual de memes sobre o sujeito professor,
considerando os possíveis diálogos sobre a
240
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
identidade docente. As redes sociais oportunizam
relações dialógicas entre os sujeitos que estão
imersos no contexto tecnológico permitindo uma
interação que afeta o sujeito social. Este trabalho
destaca o embate dialógico produzido pelos memes
sobre a identidade do sujeito professor que faz
emergir novos sentidos quanto à percepção sobre o
docente. Ao inscrevermo-nos na perspectiva
dialógica da filosofia da linguagem dos escritos do
Círculo de Bakhtin, temos como orientação principal
o eixo discursivo-dialógico-ideológico da linguagem,
no qual encontramos terreno propício para constituir
o corpus de pesquisa com o objetivo de investigar e
analisar os enunciados utilizados nos memes,
destinados aos sujeitos professores, veiculados nos
perfis/páginas públicas do Facebook. Desse modo, a
pesquisa pretende: i) identificar e analisar os
discursos e diálogos sobre identidade docente que
constituem os memes em estudo; ii) Identificar e
analisar quais são os estereótipos construídos sobre
o professor e quais aspectos da situação social do
enunciado podem ser acionados nos memes; iii)
Analisar os sentidos que emergem dos enunciados
verbo-visual do gênero meme sobre identidade
docente.
241
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Minicursos
Cultura de Língua Inglesa
Ministrantes:
Terezinha de Assis Oliveira (UFG/RC)
Gustavo Ferreira Rodrigues (UFG/RC)
A Língua Inglesa é resultado de uma história
complexa e enraizada em um passado muito
distante. Conhecer aspectos da evolução deste
idioma e da cultura dos países, como fatos e
curiosidades, contribuí sobremaneira para ampliar o
seu conhecimento histórico, posto que ela é um fato
social. Assim sendo, este trabalho objetiva apresentar
aspectos históricos e tradições das culturas
americana e britânica, pontuando semelhanças e
diferenças entre estas duas nações. Explorar a língua
por intermédio de sua cultura e sua herança histórica
aumenta o interesse dos aprendizes e é esta
possibilidade que pretende-se também fomentar
através das apresentações que serão propostas.
Escrita Acadêmica
Ministrantes:
Ionice Barbosa de Campos (UFU)
Raphaela Pacelli Procópio (UFG/RC)
242
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Tendo em vista a enorme demanda da comunidade
acadêmica na formação e informação sobre a escrita
científica, isto é, técnicas e conceitos que auxiliem a
redação de textos na linguagem científica,
principalmente aqueles que estão ingressando na
universidade, o minicurso busca oferecer, ainda que
brevemente, alguns métodos, dicas e procedimentos
de escrita acadêmica. O que caracteriza um texto
acadêmico é, antes de tudo, o seu objeto: ele veicula
o fruto de alguma investigação científica, filosófica
ou artística. Deve, pois, refletir o rigor, a perspectiva
crítica, a preocupação constante com a objetividade
e a clareza, que são partes inerentes da pesquisa
acadêmica. Para tanto, objetivamos, a partir disso,
estender a capacidade de argumentação dos
participantes, bem como suas competências leitoras
e de ordem gramatical. Nesse sentido, durante a
exposição do minicurso, abordaremos temas como:
estrutura e características do texto acadêmico;
tópicos de metodologia científica; noções básicas de
ABNT e fontes de informação online.
Grammar Games
Ministrantes:
Gabriella Cristina Vaz Camargo (UFG/RC)
Pabrícia Abadia Pereira Félix (UFG/RC)
243
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Muitos estudantes, em seu processo de
aprendizagem da segunda língua, encontram
grandes dificuldades em lidar com a gramática, em
muitos casos, apresentam deficiências gramaticais na
própria língua materna. Com a tentativa de tornar as
aulas gramaticais mais atrativas elaboramos uma
série de atividades que podem auxiliar o professor (e
o aluno) dentro da sala de aula, com a finalidade de
exercitar o tópico gramatical estudado. O minicurso
Grammar Games tem como objetivo espalhar
algumas dessas ideias de atividades, brincadeiras e
jogos, além de promover um diálogo produtivo entre
professores de língua estrangeira e também materna,
bem como propor uma troca de experiências vividas
no ambiente escolar.
Listening
Ministrante:
Alessandra Cristina Costa Reis (UFG/RC)
A compreensão de um idioma é fundamental para
que ocorra a comunicação, especialmente entre
falantes de países diferentes. Neste aspecto, a
compreensão oral se destaca quanto a sua
importância em se entender o que foi dito pelo
interlocutor em uma comunicação oral. Mesmo
assim existe uma dificuldade em se trabalhar o
“listening” por professores de línguas estrangeiras,
244
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
muito provavelmente porque os aprendizes do novo
idioma pontuam esta como sendo a habilidade de
mais difícil compreensão. Deste modo, o professor
encara um grande desafio que coloca em cheque sua
função de facilitador da aprendizagem, precisando
estar capacitado para tal. O uso de um bom material
didático, de uma metodologia de aula pertinente e
de um ambiente físico que atenda às necessidades
da aula são indispensáveis para que todo o processo
de aprendizagem se realize. Mas nem sempre todos
estes recursos estão disponíveis, e mesmo que
estejam, o tabu frente ao “listening” ainda é
observado. Tendo estes aspectos em vista, a presente
comunicação tem o objetivo de criar um diálogo com
os professores de línguas estrangeiras, apresentando
algumas atividades que podem facilitar o processo
de ensino e trabalho do “listening” dentro da sala de
aula.
Materiais didáticos para trabalhar com
educandos surdos
Ministrantes:
Kelly Francisca da Silva Brito
Aliffer Vanduir Cardoso
O minicurso “Materiais didáticos para trabalhar com
educandos surdos” pretende propiciar a todos os
professores e intérpretes o conhecimento, a
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
construção, adaptação e a vivência de recursos
didáticos para o ensino da Língua Brasileira de Sinais
em sala de aula. Santos (2010). Ao levar o lúdico para
as escolas está-se promovendo algo diferenciado
que ajuda os alunos a resgatar o prazer, mudar sua
visão de escola e dar um novo sentido ao processo
de aprendizagem, pois trabalhar com as emoções,
além de contribuir na concretização de propostas
cognitivas que levam a construir conceitos e dominar
habilidades, pode transformar as metodologias do
ensino. A proposta tem por objetivo contribuir com
o trabalho pedagógico desenvolvido com o
educando surdo, para que este construa seus saberes
através de sua primeira língua de uma maneira
prazerosa, lúdica e com recursos metodológicos
adaptados e criados em Língua de Brasileira de
Sinais. Construindo um olhar mais informado e
completo a respeito do lúdico como uma
metodologia a ser aplicado em sala de aula. Com as
referências de Santos (2010), o participante poderá
refletir sobre a importância de resgatar o prazer em
aprender dando um novo significado a
aprendizagem por meio do lúdico, através da
construção de jogos e vivências. É por meio da sua
primeira língua que o educando tem contato com os
demais conteúdos escolares e cotidianos. Os
cursistas vivenciarão momentos de práxis
pedagógica, vivenciando e trocando experiências
246
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
dos momentos de aprendizagem coletiva e
individual.
Reading and Writing
Ministrantes:
Amanda Moreira de Amorim (UFG/RC)
Diogo de Campos Alves (UFG/RC)
Yasmin da Silva Rocha (UFG/RC)
Este minicurso foi desenvolvido com base nas aulas
de língua inglesa oferecidas pelo Centro de Línguas,
projeto de extensão em línguas estrangeiras e Libras
da Universidade Federal de Goiás, Regional Catalão.
Para tanto, utilizamo-nos dos métodos de ensino
comunicativo e audiovisual. Durante o minicurso,
buscaremos trabalhar as quatro habilidades
necessárias para a aprendizagem e compreensão da
língua inglesa como língua estrangeira: Reading,
Writing, Listening e Speaking, porém com maior
enfoque em Reading e Writing, processos
indiscutivelmente importantes para a aquisição e
compreensão da língua alvo. Buscaremos abordar
aspectos voltados para o campo acadêmico,
compartilhando dicas de como redigir artigos,
abstracts, currículos e e-mails profissionais em língua
inglesa, além de apresentar técnicas que facilitem a
leitura e o entendimento de materiais de apoio,
também na língua estrangeira.
247
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Speak out – como praticar inglês e se tornar
fluente
Ministrante:
Danielle Pereira de Melo (UFG/RC)
Praticar inglês no Brasil não é algo tão recorrente e a
maioria das pessoas têm vergonha na hora de
colocar em uso seu inglês já adquirido. Em sala de
aula podemos encontrar ainda outros problemas,
como aulas que são teacher-centered, ou seja,
concentrada no professor. Para tanto, é necessário
criar algumas estratégias para que o teacher talking
time (TTT) seja diminuído e a produção oral dos
alunos aumente, bem como gerar uma atmosfera
propicia para a prática de speaking. O desafio maior
é desenvolver atividades que os permitem estar
expostos a situações reais e têm objetivos
comunicativos. Desse modo, é fácil perceber a
importância de cada aula e se sentir motivado. O
objetivo do minicurso speak out é exatamente
apresentar atividades que consigam envolver os
alunos em assuntos do cotidiano com a finalidade
deles desenvolverem a fala. Além disso, será
apontado também algumas técnicas para que
qualquer que for o projeto ou tema trabalhado, os
alunos possam se comunicar entre si.
248
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Warm–ups and Ice breakers
Ministrante:
Raul Dias Pimenta (UFG/RC)
Warm–ups and Ice breakers activities is the workshop
that will come in handy if you’re looking for activities
to make your classes more dynamic and interesting.
Learn how to introduce simple and useful games in
your lesson plan and also how online games and
activities can be combined with the recent
technology. The games may be introduced especially
when you have those 10 minutes left in your classes.
Pôsteres
A produção da narrativa nos anos iniciais e
sua relação com imagens
Cristiane Oliveira (PPGL/ UFPEL)
Ana Paula Nobre (CNPQ/ UFPEL)
O tema da presente pesquisa é a relação entre a
produção textual com e sem suporte de imagens. Seu
objetivo geral é descrever e analisar a qualidade das
narrativas infantis oriundas de histórias contadas
com e sem suporte de imagens, a fim de observar as
possíveis diferenças entre elas. São propostos cinco
objetivos específicos: categorizar os elementos
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Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
narrativos encontrados nos textos; destacar
semelhanças e diferenças nas narrativas produzidas
com e sem imagens; contribuir para com o
entendimento do processo de escrita e construção
de textos narrativos de alunos de anos em séries
iniciais; colaborar para com a prática pedagógica dos
anos iniciais; observar como/se uma imagens podem
auxiliar no aprendizado. As narrativas analisadas
neste trabalho são oriundas de duas histórias infantis:
“O tricô” e “O ratinho”, de Eva Furnari, obtidas através
de duas coletas feitas em ocasiões distintas, em duas
turmas de 3º ano do Ensino Fundamental, de uma
escola pública da cidade de Pelotas. Na primeira
coleta com a “turma A”, a história “O Tricô” foi
contada aos alunos com suporte de imagens e, logo
em seguida, foi solicitado a eles que escrevessem a
história da forma como a entenderam. As imagens
ficaram expostas durante esse processo. Na “turma
B”, o processo inicial foi o mesmo, entretanto, no
momento da escrita, as imagens foram retiradas para
que as crianças contassem a história apenas pelo que
recordavam. A segunda coleta apresentou
basicamente o mesmo processo, diferenciando-se da
primeira pelo texto que foi trabalhado e pela
inversão de turmas, quanto à presença e à ausência
de imagens. A análise dos dados está fundamentada,
basicamente, nas categorias propostas por
Tolchinsky [Landsmann] (1995), que são: a relação
especial que existe entre o dizer e o dito; a presença
250
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
e a ausência do narrador; as motivações das ações
das personagens; e a interpretação dos
acontecimentos da narrativa. É importante ressaltar
que este trabalho se restringe à análise de um
universo de dados muito pequeno e não havia aqui
intenção de se fazer generalizações, entretanto,
concluímos afirmando que as crianças destas duas
turmas de 3º ano produzem um texto com maior
qualidade narrativa quando há presença de imagens
no processo de produção da escrita.
On how do teachers feel when assessing students
Jailson Rogério Gomes (PUCRS – UEG – Pires do Rio)
This study aims at revealing and unveiling
representations, concerns and challenges faced by
teachers in their task of assessing as I had the chance
to look over when training those on the edge of
becoming teachers. According to Luckesi (2002, p.33)
“(...) assessment may be characterized as a form of
judging the quality of the evaluated object. And as it
is evaluated, the student exposes his ability for
reasoning about the matter.” For Foucault (1972, p
29-53, p 97-109), “the subject can only emerge in
relation to those networks of power/knowledge, […]
For him, the “subject of the statement […] is a
particular, vacant space that may in fact be filled by
different individuals”. For this research I made use a
251
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
semi-structured questionnaire with five questions
answered by teachers of English for Specific
Purposes. The data provided were evaluated
according to the theoretical assumptions of the
Discourse Analysis that seeks to understand how the
values and beliefs are established by the linguistic
outcome exposed by the consultants. The data
revealed that most supervisors still feel doubtful or
guilty regarding the evaluation process. The data also
exposed religious and legal discourses as a guide to
the actions taken by the supervisors. This research
made it possible to conclude that assessing is not a
simple task as it may seem for those who are not
involved in the whole process. The teachers’ answers
make it possible to conclude that all teachers,
although having dissimilar degrees of training for
teaching and assessing, face tough challenges. Yet
they try in every possible way make their best.
A atuação do tradutor e intérprete de Libras:
relatos de experiência em espaços distintos
Juliana Prudente Santana do Valle (UFG/RC)
Kássia Mariano de Souza (UFG/RC)
Mara Rúbia Pinto de Almeida (UFU/FACED)
O intérprete de Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS -
é a pessoa que domina a Língua Portuguesa, mas
também conhece e entende a modalidade visual da
252
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
língua de sinais, além de estar em contato com a
comunidade surda e fazer a mediação comunicativa
de pessoas surdas e ouvintes. De acordo com
Quadros (2004, p. 28), para realizar a interpretação
de uma língua na modalidade oral auditiva para uma
de modalidade visual motora, não basta somente
saber e entender a língua, mas é preciso seguir
preceitos éticos de confiabilidade, imparcialidade,
discrição, distância profissional e fidelidade. Dado
que encontramos a Libras, como a forma natural de
comunicação oriunda das comunidades surdas do
Brasil, e, enquanto língua, incorporada nos cursos de
formação de professores, o presente estudo consiste
no relato de três experiências de atuação como
intérprete de Libras, subsidiadas pela Lei que
regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete de
Libras. (BRASIL, 2002, 2005 e 2010): uma no ambiente
político, outra no ambiente religioso e a terceira no
ambiente educacional, turma do Ensino Médio.
Especificamente buscou-se através das informações
expressas por cada uma, conhecer o traçado
histórico da aprendizagem da Língua Brasileira de
Sinais, as dificuldades por elas enfrentadas no início
da atuação, além dos pontos positivos e negativos de
atuar na área. Nas descrições, as três profissionais
relataram que a maior dificuldade foi a falta de
alguns sinais, mas, para facilitar a comunicação, foi
utilizado o recurso da datilologia e, logo, no contato
com os surdos, criaram um sinal para ser utilizado.
253
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Ademais, queixaram-se da rapidez em que
acontecem as falas (orais), contudo, afirmam que o
estudo prévio a ser interpretado é fator relevante no
bom processo de interpretação. Por fim, a maior
satisfação que sentem é saber que fazem a mediação
entre surdos e ouvintes.
Questões de gênero na revista Nova Escola:
dos discursos e efeitos de sentido produzidos
por leitores
Maximiano Antônio Pereira (UAELL – UFG/ RC)
Erislane Rodrigues Ribeiro
(Orientadora - UAELL – UFG/ RC)
O presente trabalho sintetiza a proposta
encaminhada para o Edital PROLICEN 2016-2017 da
UFG, intitulada “Sexo, sexualidade e gênero na nova
escola/ Nova Escola: dos discursos e efeitos de
sentido produzidos em comentários de leitores”. A
proposta insere-se no projeto de pesquisa “Da
margem ao centro: discursos sobre as minorias nas
mídias sociais”, coordenado pela professora Drª
Erislane Rodrigues Ribeiro, e tem por alvo de estudo
analisar, com base na Análise do discurso de linha
francesa, os comentários de leitores da revista Nova
Escola, que publicou como capa da edição 279, de
fevereiro de 2015, a reportagem “Vamos falar sobre
ele? Como lidar com um aluno que se veste assim?
254
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Uma reflexão sobre sexualidade e gênero". A revista
trouxe ao leitor diversos conteúdos, e, como
destaque da capa de fevereiro, estava a imagem de
um garoto do Reino Unido, Romeo Clarke, vestido de
princesa, acompanhada da manchete já citada.
Romeo Clarke foi censurado pela própria escola que
o proibiu de estar presente em atividades comuns
aos demais alunos, em razão de possuir uma
maneira, até então incomum à escola, de se vestir. Tal
capa, bem como a reportagem publicada sobre o
tema, tornou-se objeto de muita discussão, inclusive
em diferentes redes sociais. O site da revista Nova
Escola apresentou um alto número de visitas, que
ultrapassaram 89 mil, em decorrência do impacto do
tema em pauta, que foi considerado, no mínimo,
incomum, já que logo na capa havia a presença do
inusitado, quanto a padrões já estabelecidos no
veículo midiático em questão. Diante do exposto,
propõe-se, com este trabalho, analisar os efeitos de
sentidos e os discursos mais recorrentes nos
comentários publicados na página online da revista,
produzidos por sujeitos que foram
tendenciosamente preconceituosos ou por aqueles
que se posicionaram favoráveis ao direito do aluno
de vestir-se como preferisse.
255
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
Memes “nego” sob a ótica da Análise do
Discurso
Raquel Costa Guimarães Nascimento (UFG/RC)
Erislane Rodrigues Ribeiro (Orientadora – UFG/RC)
A presente pesquisa está vinculada ao projeto “Da
margem ao centro: discurso sobre as minorias nas
mídias sociais”. Tem como objetivo analisar memes
difundidos em redes virtuais de comunicação no
primeiro semestre de 2015; com o propósito de
refletir sobre o posicionamento ideológico daqueles
que o produziram e compartilharam. Estes memes
eram, em geral compostos pela imagem de uma ou
mais pessoas negras e uma frase onde a palavra
“nego” era sujeito, e ficaram conhecidos como
“nego” ou “nego isso nego aquilo”. Tais postagens
causaram calorosos debates nesse período e
suscitaram questionamentos sobre os efeitos de
sentido produzidos: se elas possuíam conteúdo
racista e preconceituoso ou se eram apenas material
humorístico. Os memes ainda são pouco estudados
pela análise do discurso, por se tratar de um gênero
relativamente novo, desenvolvido a partir do
desenvolvimento nos meios de comunicação, que
vincula, agora, texto e imagem, tornando-se então
um interessante material de estudo. A pesquisa está
na fase de constituição do corpus e de leitura de
textos teóricos para revisão da literatura sobre o
256
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
tema. Serão considerados para tal fundamentação os
autores Pêcheux (1997), (2009), (2911a), (2011b),
Gadet, Hak (1993) e Maingueneau (1997), (2015),
além de Possenti (2004), Orlandi (2006) e Mussalim
(2003). A hipótese levantada pela proposta, a qual se
pretende validar por meio de análises
fundamentadas pelas teorias da Análise do Discurso
é que, apesar de palavra “nego” ser utilizada muitas
vezes de maneira carinhosa, os memes em questão
carregam sim efeitos pejorativos, visto que, por
exemplo, praticamente todos eles apresentam a
imagem exclusiva de pessoas negras associadas a
uma frase com sentido de escárnio.
Elaboração e adaptação de material didático no
ensino de língua inglesa para adolescentes
Walkiria Felix Dias (UFU)
Cristiane Carvalho de Paula Brito
(Orientadora – UFU)
Sob o ponto de vista de uma noção enunciativo-
discursiva de linguagem esse projeto objetiva
elaborar e adaptar material didático específico para
o ensino de língua inglesa de nível básico para
adolescentes. Através disso, iremos problematizar o
processo de elaboração e aplicação do material
didático produzido pela professora pré-serviço, com
o intuito de discutir os possíveis desdobramentos
257
Caderno de Resumos ISSN: 2238-5746
III SELLE E IV SEPMEL – Formação do professor de línguas na contemporaneidade: diálogos e desafios
dessa práticas de linguagem no desenvolvimento do
letramento crítico dos alunos. O trabalho em questão
é fruto de um projeto maior financiado pela FAPEMIG
e conta com bolsa de Iniciação Científica. Nossa
pesquisa é de natureza qualitativa com caráter
intervencionista, uma vez que irá propor ações
visando o desenvolvimento linguístico-discursivo em
LI dos alunos participantes da pesquisa. O corpus do
trabalho em questão será constituído pelas: (i)
atividades elaboradas para o ensino de LI; (ii) diários
de campo das aulas ministradas; e (iii) produção dos
alunos com base nas atividades propostas pela
professora-pesquisadora. A análise acontecerá
através do cotejamento entre o corpus mencionado
e a fundamentação teórica que embasa o nosso olhar
para essa pesquisa.
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