formal de partilha

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    http://rafaeldemenezes.adv.br/assunto/Direito-das-Sucess%C3%B5es/9

    ormal de partilha: aspectospr"ticos no re#istroimobili"rio

    Fabrcio Petinelli Vieira Coutinho

    Publicado em 04/2009. Elaborado em 03/2009.

    GOSTOU?

    20

    DIREITO CIVIL

    DIREITO DAS COISAS

    DIREITO IMOBILIRIO

    NOTAS E REGISTROS PBLICOS

    1) CONCEITO

    O formal de partilha um documento de natureza pblica expedido pelo juzo

    competente para regular o exerccio de direitos e deveres decorrentes da extino derelaes jurdicas entre pessoas nas aes de inventrio, separao, divrcio,

    anulao e nulidade do casamento. O referido ttulo admitido a registro no flio realpor fora do artigo 221, inciso IV, da Lei Federal 6.015/73, denominada Lei de

    Registros Pblicos.

    Pelo formal de partilha se demonstra que um imvel foi dividido entre ex-

    cnjuges ou herdeiros, conforme o caso. A respeito da matria, a autora Maria HelenaDiniz ensina que "transitando em julgado a sentena, o herdeiro receber os bens que

    lhe couberem e um formal de partilha, que ter fora executiva contra o inventariante,os demais herdeiros e seus sucessores, a ttulo singular ou universal". Deste modo,

    uma vez homologada a partilha por sentena, o herdeiro que houver recebido o bem

    poder reivindic-lo diretamente do inventariante, herdeiro ou legatrio que o detenhaou possua.

    http://jus.com.br/955701-fabricio-petinelli-vieira-coutinho/publicacoeshttp://jus.com.br/artigos/12664/formal-de-partilha-aspectos-praticos-no-registro-imobiliariohttp://jus.com.br/artigos/direito-civilhttp://jus.com.br/artigos/direito-das-coisashttp://jus.com.br/artigos/direito-imobiliariohttp://jus.com.br/artigos/notas-e-registros-publicoshttp://jus.com.br/artigos/12664/formal-de-partilha-aspectos-praticos-no-registro-imobiliariohttp://jus.com.br/artigos/direito-civilhttp://jus.com.br/artigos/direito-das-coisashttp://jus.com.br/artigos/direito-imobiliariohttp://jus.com.br/artigos/notas-e-registros-publicoshttp://jus.com.br/955701-fabricio-petinelli-vieira-coutinho/publicacoes
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    Quando ao final da partilha os bens e direitos que compem o monte-mor

    forem atribudos exclusivamente a um herdeiro, depois de deduzidas eventuaisdespesas e encargos, o ttulo a ser expedido ser a carta de adjudicao e no o

    formal de partilha. Desta forma, conclui-se que o ttulo em estudo pressupe a

    pluralidade de herdeiros.

    2) REQUISITOS LEGAIS DO TTULO

    Os requisitos do formal de partilha nas aes de inventrio esto previstos noartigo 1027 do Cdigo de Processo Civil.In suma:

    Artigo 1027 - Passada em julgado a sentena mencionada no artigo antecedente,

    receber o herdeiro os bens que lhe tocarem e um formal de partilha, do qual

    constaro as seguintes peas: I - termo de inventariante e ttulo de herdeiros; II -

    avaliao dos bens que constituram o quinho do herdeiro; III - pagamento do

    quinho hereditrio; IV - quitao dos impostos; V sentena.

    Excepcionalmente, ser possvel a substituio do formal de partilha porcertido que contenha a transcrio da sentena que homologou a partilha, expedida

    pelo juzo onde tramitou a ao de inventrio, desde que o quinho hereditriorecebido no seja superior a 5 (cinco) salrios mnimos. No mesmo sentido, o

    pargrafo nico do artigo supracitado enuncia que:

    Pargrafo nico. O formal de partilha poder ser substitudo por certido do

    pagamento do quinho hereditrio, quando este no exceder 5 (cinco) vezes o salrio

    mnimo vigente na sede do juzo; caso em que se transcrever nela a sentena de

    partilha transitada em julgado.

    Quanto separao e ao divrcio, os requisitos so os mesmos, com

    excluso do termo de inventariante. Por outro lado, a relao jurdica ser compostapelos cnjuges e no por herdeiros.

    3) TRIBUTO INCIDENTE

    O tributo incidente sobre a sucesso hereditria ou a dissoluo da sociedadeconjugal o Imposto de Transmisso Causa Mortis e Doao - ITCD. Por disposio

    constitucional, a instituio do referido imposto compete aos Estados (art. 155, inciso I,CF). Logo, nas transaes imobilirias que envolvem imveis matriculados em

    cartrio, o Estado quem deve regulamentar as suas hipteses de incidncia,iseno, o fato gerador do tributo, a base de clculo e a alquota.

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    Outro aspecto importante que no cabe s partes indicar se h ou no

    incidncia do imposto. Neste caso, quem deve deliberar sobre o pagamento ou no dotributo o rgo responsvel pelo seu recolhimento aos cofres pblicos, qual seja, a

    Receita Estadual.

    O registrador obrigado a fiscalizar o recolhimento dos impostos incidentessobre os atos praticados pela serventia, sob pena de responsabilidade solidria, casoo tributo no seja pago pelo devedor principal. Neste sentido, o artigo 134, inciso VI,

    do Cdigo Tributrio Nacional enuncia que "nos casos de impossibilidade de exignciado cumprimento da obrigao principal pelo contribuinte, respondem solidariamente

    com este nos atos em que intervierem ou pelas omisses de que forem responsveis:

    VI - os tabelies, escrives e demais serventurios de ofcio, pelos tributos devidos

    sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razo do seu ofcio. Ainda, oartigo 289 da Lei Federal 6.015/73 discorre que "no exerccio de suas funes, cumpre

    aos oficiais de registro fazer rigorosa fiscalizao do pagamento dos impostos devidospor fora dos atos que lhe forem apresentados em razo do ofcio".

    4) ESPLIO E ABERTURA DE SUCESSO

    Quando se fala em abertura de sucesso surge a figura do esplio, o qual secaracteriza como um ente despersonalizado e constitui a universalidade de bens

    deixados pelode cujus,falecido. O princpio dasaisine, originrio do Direito Francs,positivado na legislao brasileira no artigo 1784 do Cdigo Civil, orienta que, com

    aberta a sucesso, a herana transmite-se, desde logo, aos herdeiros legtimos etestamentrios. Esta regra uma exceo ao princpio da inscrio do registro

    imobilirio, tendo em vista que a aquisio imobiliria dar-se- com a ocorrncia dobito e no com a formalizao do registro na serventia imobiliria. Todavia, enquantoa partilha no for homologada por sentena, no ser possvel atribuir a propriedadeindividual de um bem especfico a qualquer co-herdeiro. Isso porque, pela norma do

    artigo 1791, pargrafo nico, do Cdigo Civil de 2002, "at a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto propriedade e posse da herana, ser indivisvel, e regular-se-

    pelas normas relativas ao condomnio". Maria Helena Diniz confirma a presente normaquando assevera que "o acervo hereditrio indiviso, pertencendo a todos ossucessores dode cujusconjuntamente, visto que todos tm igual direito sobre a

    massa, aplicando-se-lhes as normas atinentes ao condomnio".

    5) DECLARAO SOBRE OPERAES IMOBILIRIAS -

    DOI

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    Em caso de qualificao positiva e registro do ttulo, o oficial de registro de

    imveis deve observar se a Declarao sobre Operaes Imobilirias DOI tem de seremitida. A Instruo Normativa n 473 de 23/11/2004, publicada pela Receita Federal

    do Brasil, regula a emisso da DOI, sendo que, nos formais de partilha, deve ser

    emitida pelo Cartrio de Registro de Imveis quando o documento for apresentadopara registro at 5 (cinco) anos aps a sua emisso pela autoridade judicial. Paratanto, o referido prazo contado a partir da data de expedio do formal de partilha e

    no da sentena proferida. Para exemplificar, se a sentena houver sido prolatada em20/01/2004 e o formal de partilha expedido em 25/01/2005, o termo inicial do prazo de

    05 anos o dia 25/01/2005.

    ) REPERCUSSO DO REGIME DE BENS NA SUCESSOA partilha de bens, no caso em que o(a) inventariado(a) era casado por

    ocasio da abertura da sucesso, ter efeitos distintos em cada regime de bens,seno vejamos:

    O regime de comunho universal de bens tem como regra geral acomunicabilidade de todos os bens presentes e futuros dos cnjuges e respectivas

    dvidas, em consonncia com o artigo 1667 do Cdigo Civil, com a ressalva dasexcees prescritas no artigo seguinte. Sendo assim, o cnjuge sobrevivente ter

    direito metade dos bens que compem o acervo hereditrio.

    Por sua vez, no regime de comunho parcial de bens, o dispositivo legal doartigo 1658 do referido diploma preconiza que "comunicam-se to somente os bensadquiridos pelo casal, aps a constncia do casamento". Por consequncia, o(a)

    vivo(a) ter direito meao dos bens que sobrevieram ao casal depois deconcretizado o matrimnio.

    Seguindo, os efeitos da sucesso no regime da separao de bensdemonstram maior complexidade. Em regra, o cnjuge sobrevivo no herda os bens

    deixados pelo falecido. Contudo, convm salientar que o presente regime subdivide-seem separao obrigatria e separao convencional de bens. O artigo 1641 do Cdigo

    Civil regulamenta que " obrigatrio o regime da separao de bens no casamento: I -das pessoas que o contrarem com inobservncia das causas suspensivas da

    celebrao do casamento; II - da pessoa maior de sessenta anos; III - de todos os que

    dependerem, para casar, de suprimento judicial". Neste caso, como no facultadaaos contraentes a opo do regime de bens que vai regular a sociedade conjugal, aSmula 377 do STF prescreve que "no regime de separao legal de bens,

    comunicam-se os adquiridos na constncia do casamento". Sendo assim, a

    interpretao de cada magistrado pode variar quanto comunicabilidade dos bens

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    adquiridos aps a constncia do casamento, quando se tratar de separao

    obrigatria de bens.

    Por ltimo, no regime de participao final dos aquestos, at hoje o menos

    usual, a partilha ser compatvel com as regras que definem o regime de comunhoparcial de bens. Tal concluso ocorre por que o regime em anlise caracterizadocomo um regime de bens hbrido, uma vez que durante a vigncia do casamentoaplicar-se-o as disposies da separao de bens, mas com a dissoluo da

    sociedade conjugal cada cnjuge ter direito metade dos bens adquiridos pelo casala ttulo oneroso, em conformidade com o preceito do artigo 1672 do Cdigo Civil.

    Nesta corrente doutrinria, Nicolau Balbino Filho argumenta que "constata-se aexistncia de patrimnios distintos: o primeiro compe-se dos bens que cada cnjuge

    possua na data do casamento; o segundo, constitudo dos adquiridos, a qualquerttulo, durante a vigncia da sociedade conjugal; e o ltimo ser apurado na

    supervenincia da dissoluo da sociedade conjugal, excluindo-se do montante dosaquestos a soma dos patrimnios prprios".

    !) ELEMENTOS SUB"ETI#OS

    O princpio da especialidade subjetiva exige a plena e perfeita identificaodas pessoas que figuram no lbum imobilirio. No que se refere aos requisitos de

    qualificao das partes no registro do formal de partilha, a Lei de Registros Pblicos LRP estabelece requisitos comuns ao registro de todos os ttulos transmissivos depropriedade. O artigo 176, 1, inciso III, item 2, alnea "a", da Lei 6.015/73 preconizaque "so requisitos do registro nmero 2: (...) 2 - o nome, domiclio e nacionalidade dotransmitente, ou do devedor, e do adquirente, ou credor, bem como: tratando-se de

    pessoa fsica, o estado civil, a profisso e o nmero de inscrio no Cadastro de

    Pessoas Fsicas do Ministrio da Fazenda ou do Registro Geral da cdula de

    identidade, ou, falta deste, sua filiao".

    Apesar da faculdade conferida pela Lei de Registros Pblicos para indicaono ato de registro da carteira de identidade, do CPF ou, ainda, da filiao, a descriodo nmero de inscrio no CPF dos adquirentes e transmitentes obrigatria para o

    registro do formal de partilha. Segundo dispe o inciso V do art. 33 do Decreto n3000/99, que institui o RIR Regulamento do Imposto de Renda, a inscrio no

    Cadastro de Pessoas Fsicas obrigatria para qualquer pessoa que participe deoperaes imobilirias.In suma:

    Art. 33. Esto obrigados a inscrever-se no Cadastro de Pessoas Fsicas CPF(Lei n 4.862, de 29 de novembro de 1965, art. 11, e Decreto-Lei n 401, de 30 de

    dezembro de 1968, arts. 1 e 2): (...) V - os participantes de operaes imobilirias,inclusive a constituio de garantia real sobre imvel;

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    Da mesma forma o inciso V do art. 34 do mesmo Decreto, considera

    obrigatria a meno do nmero de CPF nos instrumentos pblicos relativos operaes imobilirias.In verbis:

    Art. 34. O nmero de inscrio no Cadastro de Pessoas Fsicas - CPF sermencionado obrigatoriamente (Decreto-Lei n 401, de 1968, art. 3): (...) V - nosinstrumentos pblicos relativos a operaes imobilirias;

    Ainda, importante frisar que, quando o ttulo no contiver o nmero de

    inscrio no CPF dos transmitentes e adquirentes, no ser possvel a emisso darespectiva Declarao sobre Operaes Imobilirias DOI.

    $) ELEMENTOS OB"ETI#OS

    A especialidade registral tambm se manifesta quanto ao objeto da transaoimobiliria. Desta forma, o imvel deve estar perfeitamente caracterizado no ttulo

    depositado na serventia registral imobiliria, por fora dos artigos 222, 223 e 225 daLei Federal 6.015/73. Todavia, no momento da qualificao, o registrador deve agir

    com juzo prudencial, posto que os ttulos judiciais, em sua maioria, no contm adescrio dos imveis idntica s respectivas matrculas. Entretanto, sempre que o

    formal de partilha contiver elementos suficientes para identificar que o imvel

    partilhado corresponde ao matriculado no cartrio, recomendvel que o registro sejaformalizado.

    %) DIREITO DE REPRESENTAO

    Outro importante instituto associado ao direito sucessrio o direito de

    representao. Por fora do artigo 1851 do Cdigo Civil, "d-se o direito derepresentao, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os

    direitos, em que ele sucederia se vivo fosse". de fundamental importncia notar que

    o referido direito no compreende todos os parentes do falecido. Ao contrrio, asnormas dos artigos 1852 e 1853 do referido diploma legal apresentam as hipteses em

    que o direito de representao aplicvel, conforme abaixo:

    Art. 1852. O direito de representao d-se na linha reta descendente, mas nunca

    na ascendente.

    Art. 1853. Na linha transversal, somente se d o direito de representao em

    favor dos filhos de irmos do falecido, quando com irmos deste concorrerem.

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    No primeiro caso, somente os filhos, netos e bisnetos representam o falecido.

    Os pais, avs e bisavs no so contemplados com este direito. Por excluso, verifica-se tambm que o cnjuge sobrevivente no herda por representao. J na segunda

    hiptese, os sobrinhos, filhos de irmo(s) do falecido, podem exercer o direito de

    representao, desde que concorram exclusivamente com os irmos do falecido. Seode cujustiver deixado herdeiros necessrios (descendentes, ascendentes e/oucnjuge), no incide o direito de representao tratado no artigo em anlise.

    1&) TESTAMENTO

    Na ao de inventrio, a existncia de testamento reflete diretamente no planode partilha. Em regra, quando houver testamento, a partilha homologada pelo juizdever estar de acordo com as disposies de ltima vontade, tanto em relao destinao dos bens aos herdeiros e legatrios, quanto em relao ao usufruto

    institudo e imposio de clusulas restritivas, tais como: inalienabilidade,incomunicabilidade e impenhorabilidade.

    Atualmente, a cdula testamentria lavrada na vigncia do Cdigo Civil de1916 depende de especial condio para a validade das clusulas restritivas que

    recaem sobre a legtima. Isso ocorre por que a referida norma permitia a imposiodas clusulas restritivas, sem justa causa. Entretanto, o atual Codex obriga a indicao

    da justa causa para a validade da restrio quando a abertura da sucesso se deuaps o prazo de 01 (um) ano de sua vigncia. Deste modo, o testador deve ter aditadoo testamento para declarar a justa causa no perodo devacatio legisdo Cdigo Civilvigente, ou seja, de 01 (um) ano, sob pena de insubsistncia da restrio, tudo na

    forma do artigo 2042, que segue transcrito abaixo:

    Art. 2042. Aplica-se o disposto no caput do art. 1.848, quando aberta a sucesso

    no prazo de um anoapsa entrada em vigor deste Cdigo, ainda que o testamentotenha sido feito na vigncia do anterior, Lei n 3.071, de 1 de janeiro de 1916; se, no

    prazo, o testador no aditar o testamento para declarar a justa causa de clusula

    aposta legtima, no subsistir a restrio.

    Art. 1848. Salvo se houver justa causa, declarada no testamento, no pode otestador estabelecer clusula de inalienabilidade, impenhorabilidade, e de

    incomunicabilidade, sobre os bens da legtima.

    Por fim, cabe reiterar que a presente regra no envolve a abertura desucesso ocorrida no prazo de at um ano da vigncia do Cdigo Civil de 2002. Ladooutro, as disposies do artigo 2042 aplicam-se to somente s clusulas restritivas

    impostas sobre a legtima, no tendo qualquer efeito quanto s restries incidentes

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    sobre o legado, j que este regido pelo princpio da autonomia da vontade e recai

    sobre a poro disponvel do testador.

    11) EMOLUMENTOS E MEAO

    Quando houver meao, em regra, a tributao do ITCD no incidir sobre

    ela. Sendo assim, se o casal era proprietrio, em comum, de um nico imvel, oimposto ser cobrado sobre a frao de 50%. Contudo, para fins de cotao dos

    emolumentos, o registro ser cobrado sobre a totalidade do imvel, ressalvadaseventuais disposies em contrrio nas legislaes estaduais de emolumentos. Como

    exposto acima, o esplio constitui a universalidade de bens deixados pelo falecido.Neste sentido, a poro atribuda ao() meeiro(a) recair sobre 50% da totalidade doacervo hereditrio, o que no significa dizer que este(a) ser titular da metade de cadabem descrito na partilha, j que ao final desta o direito de meao poder recair sobre

    um bem especfico. Por exemplo, na constncia do casamento o casal possua doisapartamentos de igual valor. Com a partilha, ao meeiro ficou pertencendo um imvel e

    o outro, ao herdeiro filho. Da a necessidade de cobrana dos emolumentos sobre ovalor total, sem excluir a meao.

    CONCLUSO

    Com o advento da Lei 11.441/2007, a partilha judicial tornou-se facultativa noscasos em que o inventariado no tenha deixado testamento ou interessados

    incapazes, bem como nas hipteses em que os cnjuges sejam concordes e notenham filhos menores ou incapazes. A referida lei representa uma importante

    alternativa de desafogar a mquina judiciria, para que esta possa atuar somente nascausas de maior deslinde. Contudo, as demandas judiciais para partilha de bens aindaso constantes e o controle de jurisdio indispensvel nas hipteses acima

    elencadas. Neste sentido, o objetivo desta pesquisa foi demonstrar a importncia doconhecimento das normas e princpios de registro imobilirio, a fim de facilitar aqualificao do formal de partilha e alcanar a necessria segurana jurdica no

    registro do referido ttulo.

    Muitas pessoas ficam confusas sobre como proceder ao registro de bens imveis

    adquiridos por herana. Isto porque existem exigncias legais de documentos

    necessrios ao registro e muitas pessoas no sabem quais documentos devem

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    ser apresentados. Este texto tentar de forma resumida explicar como

    proceder ao registro de bens imveis adquiridos por herana.

    !ntes de tudo precisa"se destacar que para efetuar o registro no cartrio deregistro de imveis ser necessrio apresentar o t#tulo aquisitivo do imvel queno caso das sucess$es poder ser o formal de partilha %inventrio &udicial'escritura p(blica de inventrio %inventrio administrativo' ou sentenahomologatria que defere o pedido de ad&udicao no caso de herdeiro (nico.

    )aso os herdeiros & tenham o t#tulo aquisitivo do imvel basta protocol"lo nocartrio de registro de imveis da circunscrio onde est situado o imvelapresentando )ertido *egativa de +,bitos expedida pela -refeitura Municipal

    certificando que no h d#vidas relativas ao imvel bem como o comprovantede pagamento do I)M+ ou caso ha&a iseno do I)M+ apresentar a+eclarao de Iseno expedida pela /ecretaria da 0a1enda Estadual algunscartrios podem no exigir as comprova$es de pagamentos de tributos emra1o de & existir prova de pagamento no t#tulo aquisitivo %ex2 na escriturap(blica de inventrio & constam as certid$es e comprovante de pagamento deI)M+'.

    ! situao , mais complexa quando os interessados ainda no procederam ao

    inventrio dos bens do falecido. *esse caso os herdeiros devero contratar umadvogado que poder ser o mesmo para todos ou ento cada herdeiro podercontratar seu advogado de confiana. rata"se de uma exigncia legal presenteem todas as hipteses de inventrio.

    3 inventrio nada mais , do que um arrolamento dos bens no qual apura"se opassivo e o ativo recolhe"se o I)M+ caso no ha&a iseno e procede"se 4partilha dos bens l#quidos do falecido. )om a morte considera"se aberta asucesso e todos os bens do falecido automaticamente so transferidos aos

    herdeiros mas somente com a partilha cada um saber o que realmente lhepertence , por isso que para registrar o imvel em seu nome o herdeiroprecisar do inventrio.

    Em relao aos pra1os o art. 567 do )digo de -rocesso )ivil prev que oprocesso de inventrio e partilha deve ser aberto dentro de 89 %sessenta' dias acontar da abertura da sucesso %morte do autor da herana' e que se&aconclu#do nos :; %do1e' meses subsequentes podendo o &ui1 prorrogar taispra1os de of#cio ou a requerimento de parte. -ortanto o &ui1 poder dilatar omencionado pra1o legal caso ha&a &usta causa pelo atraso caso contrrio senenhuma das pessoas legitimadas requerer a abertura do inventrio no pra1o de

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    sessenta dias o &ui1 determinar de of#cio que se inicie o inventrio. !l,mdisso cada Estado pode instituir multa como punio pela no observ?; do /0'. *o Estado de /o -aulo se a abertura doinventrio no for requerida dentro do pra1o de sessenta dias a multa , de :9@de acr,scimo no valor do I)M+ e este acr,scimo ser de ;9@ caso o atraso

    for superior a cento e oitenta dias %art. ;: inciso I da Aei Estadual n=:9.B9>C99'. -ortanto se torna imprescind#vel observar os pra1os para aberturado inventrio.

    +entre todas as esp,cies de inventrio o advogado optar por qual delas seadequa a realidade dos herdeiros. +entre estas esp,cies de inventriodestacaremos a mais recente e mais fcil de ser utili1ada pelos herdeiros que , oinventrio administrativo tamb,m chamado de extra&udicial que se destacaprincipalmente por sua celeridade.

    Esta esp,cie de inventrio , feita em qualquer )artrio de abelionato de *otas.3 tabelio utili1ando"se da f, p(blica que possui cria a escritura p(blica deinventrio que pode ser levada a registro no cartrio de registro de imveissem precisar de homologao &udicial bastando para isso que2 :' no ha&atestamento deixado pelo autor da heranaD ;' que os herdeiros se&am capa1es%ex2 maiores de :6 anos' eD 7' este&am todos de acordo com a partilha a serreali1ada no inventrio. Esta esp,cie de inventrio , c,lere e pode ser levada aregistro no cartrio de registro de imveis sem precisar de homologao

    &udicial. -ortanto se for poss#vel reali1ar o inventrio administrativo esta , amelhor opo aos herdeiros.

    -or fim no caso de herdeiro (nico no se fala em inventrio e partilha esteprecisar contratar um advogado e ingressar com um pedido &udicial dead&udicao que homologado pelo &ui1 consistir em t#tulo hbil para serapresentado ao registro de imveis.