formaÇÃo universitÁria no brasil
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FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA NO BRASIL: ORIGENS, PRINCÍPIOS E
PROPÓSITOS
PET Biblioteconomia e Ciência da Informação – UFSCar
HISTÓRICOSéc. XII e séc. XIII (Idade Média): Surgem as primeiras
universidades, instituídas como corporações sob o controle da Igreja.
Universidade de Bolonha - Itália (1190)Universidade de Oxford – Reino Unido (1214)Universidade de Paris - França (1215)
Universidade de Bolonha (1190)
Universidade de Oxford (1214)
Universidade de Paris (1215)
HISTÓRICOSéc. XV: As universidades passaram a ser controladas pelo Estado
devido a emergência dos Estados Nacionais.Séc. XVIII: Surgimento de escolas profissionais de ensino superior em
detrimento ás universidades.Séc. XIX (metade): Há o surgimento de dois modelos distintos de
ensino superior - o alemão e o francês - que terão uma influência significativa sobre a concepção e a estrutura do ensino superior no Brasil.
Séc. XIX (final): Surgem na França e na Prússia as primeiras universidades modernas e laicas:
Napoleônica: Responsável por formar quadros para o Estado.Berlim: Ênfase na integração entre ensino e pesquisa.
HISTÓRICO - BRASILSéc. XX (metade): Surgem as primeiras universidades
propriamente ditas no Brasil.Universidade do Rio de Janeiro - URJ: Criada em 1920
seguindo o modelo napoleônico que é caracterizado por escolas isoladas (faculdades) de cunho profissionalizante, com dissociação entre ensino e pesquisa e grande centralização estatal, tendo o enfoque voltado para o ensino.
Universidade de São Paulo - USP: Criada em 1934 seguindo o modelo alemão que previa a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e formação, dando ênfase na formação geral e humanista, em detrimento da formação meramente profissional, voltada para o mercado de trabalho.
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Universidade de São Paulo
HISTÓRICO - BRASIL1950: A estrutura da universidade brasileira começa a sofrer
muitas críticas; Governo e comunidade acadêmica se mobilizam com a proposta de efetuar a sua reformulação.
1964 (Golpe Militar): As reivindicações do movimento estudantil e dos professores para reformulação estrutural da universidade e da sociedade brasileira se acentuam.
1968: Acontece a Reforma Universitária que difunde amplamente a concepção norte-americana, atingindo a estrutura organizacional e as finalidades de todas as universidades. É promulgada a Lei n° 5540, de 28 de novembro de 1968.
A Lei n° 5540,de 28 de novembro de 1968 a) vínculo linear entre educação e desenvolvimento econômico, entre educação
e mercado de trabalho; b) estímulo às parcerias entre universidade e setor produtivo; c) instituição do vestibular unificado, do ciclo básico ou primeiro ciclo geral, dos
cursos de curta duração, do regime de créditos e matrícula por disciplinas, todas estas medidas visando uma maior racionalização para as universidades;
d) fim da cátedra e incorporação do sistema departamental; e) criação da carreira docente aberta e do regime de dedicação exclusiva; f) expansão do ensino superior, através da ampliação do número de vagas nas
universidades públicas e da proliferação de instituições privadas, o que provocou uma massificação desse nível de ensino;
g) a idéia moderna de extensão universitária; h) ênfase nas dimensões técnica e administrativa do processo de reformulação da
educação superior, no sentido da despolitização da mesma.
REFORMA X MODELO-AMERICANO O princípio básico da Reforma foi a idéia de racionalização, derivando dela as
demais diretrizes, sendo todas embasadas em categorias próprias da linguagem tecnicista e empresarial: eficiência, eficácia e produtividade.
Todo o processo educacional foi associado à produção de uma mercadoria que, como todo processo econômico, implicava em um custo e um benefício.
No modelo norte-americano, a instituição universitária procura associar os aspectos ideais (ensino e pesquisa) aos funcionais (serviços), estruturando-se de tal maneira que possa ajustar-se às necessidades da massificação da educação superior e da sociedade de consumo.
HISTÓRICO - BRASIL 1990: no contexto do neoliberalismo, são acusadas pelos governos de
“improdutivas”, sendo permanentemente impelidas a prestarem conta de sua “produtividade”
Para tal, desenvolvem-se mecanismos de avaliação da “produtividade” docente, departamental e institucional, nos níveis da graduação e da pós-graduação tentando-se inserir as universidades na lógica racionalizadora do capital, vinculando-as ao mercado.
O processo educacional foi associado à produção de uma mercadoria (comércio de serviços educacionais), provocando a proliferação indiscriminada de instituições privadas de ensino superior.
HISTÓRICO - BRASILAligeiramento e a fragmentação do processo de formação:
Cursos de curta duração, Cursos seqüenciais, Cursos politécnicos, Cursos de educação a distância
“Macdonaldização” do ensino: Ofertas mais acessíveis e menos custosas (em termos de tempo, dinheiro e investimento intelectual) aos “clientes” que procuram o ensino superior (demandas de mercado).
Segundo Paula (2008), o Brasil tem um dos índices mais altos de privatização da educação superior na América Latina e no mundo – cerca de 90% das instituições brasileiras de ensino superior são privadas.
DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO
Prouni: Criado em 2004, o Programa Universidade para Todos (ProUni) já garantiu mais de 2 milhões de bolsas de estudo parciais e integrais em universidades privadas a estudantes brasileiros de baixa renda.
DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO
Sisu: O Sistema de Seleção Unificada (SiSU) é um programa do Ministério da Educação (MEC) que oferece vagas em universidades públicas, utilizando as notas do Enem para classificar os candidatos.
DEMOCRATIZAÇÃO DO ENSINO
Fies: O Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) é um programa do Ministério da Educação destinado a financiar a graduação na educação superior de estudantes matriculados em cursos superiores não gratuitos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS“A universidade brasileira é uma instituição jovem em termos latino-americanos e mundiais, nasceu associada aos desafios republicanos do Brasil moderno. Contudo, carrega uma enorme responsabilidade: contribuir para a formação de cidadãos críticos e participativos, pessoas que ajudarão a construir um Brasil mais desenvolvido, justo e democrático. Para tal, é preciso democratizar-se pela via pública, com garantia de uma formação de qualidade, em todas as áreas do conhecimento, sem apelo a cursos aligeirados que servirão apenas para o alcance de estatísticas esvaziadas de efetivo conteúdo formativo.” (PAULA, 2008, p. 82)
REFERÊNCIASALMEIDA, Wilson de. Prouni criou milionários em troca de má qualidade na educação. 2014. Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/educacao/prouni-criou-milionarios-em-troca-de-ma-qualidade-na-educacao-7396.html>. Acesso em: 29 fev. 2016.BORGES, Priscilla. LDB aumentou autonomia das universidades e impulsionou ensino privado. 2013. Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/2013-11-14/ldb-aumentou-autonomia-das-universidades-e-impulsionou-ensino-privado.html>. Acesso em: 29 fev. 2016.MORAES, Frederico Dias. O Fies compromete a gestão das Instituições privadas de Ensino Superior. 2015. Disponível em: <http://www.portaleducacao.com.br/administracao/artigos/67711/o-fies-compromete-a-gestao-das-instituicoes-privadas-de-ensino-superior>. Acesso em: 29 fev. 2016.PAULA, Maria de Fátima de. A FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA NO BRASIL: CONCEPÇÕES E INFLUÊNCIAS. São Paulo, p.71-84, nov. 2008. 8. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/aval/v14n1/a05v14n1.pdf>. Acesso em: 22 fev. 2016.
