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FORMAÇÃO DA EQUIPE DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO Os Planos de Educação Gestão da Educação

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FORMAÇÃO DA EQUIPE DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO

Os Planos de Educação

Gestão da Educação

A área de Educação da Fundação Vale busca contribuir para a melhoria da educação básica, com foco na promoção de uma prática docente pautada nos princípios da pluralidade cultural e do respeito às diferenças.

COORDENAÇÃO DO PROGRAMAEquipe de Educação Fundação Vale

APOIO EDITORIALDepartamento de Comunicação Corporativa Vale

PARCEIROComunidade Educativa CEDAC

EDIÇÃO E REVISÃO DE TEXTO JVAB Edições Ltda

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃOInventum Design

Este símbolo indica que o papel utilizado neste material foi produzido com madeiras de florestas certificadas.

selo FSC

Os Planos de Educação

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Planos de Educação: uma estratégia para a gestão de qualidadeIntrodução

Caro gestor da equipe da Secretaria de Educação,

Neste bimestre, você terá oportunidade de fazer uma reflexão sobre a importância da elaboração de Planos de Educação do município como instrumento de intenções e memória de uma gestão de qua-lidade para nortear o direcionamento de ações, a definição de estratégias e a superação da descontinui-dade das políticas públicas educacionais para melhoria da educação municipal. Esta publicação abor-dará a intencionalidade e os envolvidos no processo de planejamento e de construção das diferentes formas de registrar e documentar os Planos de Educação.

O objetivo deste estudo é, a partir de uma contextualização histórica, promover uma reflexão sobre os documentos de planejamento, os meios necessários para sua produção, as instâncias de responsabili-zação para elaboração e execução e seu desdobramento nas ações da secretaria e das escolas.

Um aspecto fundamental da discussão será a necessidade de superação dos planos educacionais como ferramentas burocráticas e sua efetiva contribuição para a educação no município na medida em que revelam a realidade da rede e das escolas e podem garantir o início de uma escalada rumo ao rompi-mento das descontinuidades das políticas públicas.

Por um breve histórico dos planos de educação no Brasil, você poderá analisar os alcances e desafios dos planos nacionais propostos, relacionando-os à realidade de seu município e sistematizando seus principais desafios.

Bom trabalho!

Formação da equipe da Secretaria de Educação

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Competências a serem desenvolvidas e/ou ampliadas por você, gestor, durante este bimestre de formação:

■ Reconhecer os desafios da gestão municipal com base na análise dos indicadores sociais e educacionais do município.

■ Contribuir para a constituição de equipes de trabalho colaborativas e articuladas.

■ Saber identificar condições a serem asseguradas no município para que haja uma oferta de educação de qualidade.

■ Enfrentar e analisar em equipe situações complexas, práticas e profissionais para buscar soluções para a educação no município.

■ Utilizar as tecnologias de informação e comunicação para estudo, pesquisa e registro.

■ Valer-se de documentos oficiais para tomadas de decisões que beneficiem a aprendiza-gem dos alunos e para contribuir com as práticas de continuidade das políticas públicas educacionais municipais.

Competências a serem desenvolvidas e/ou ampliadas neste Encontro Presencial:

■ Estabelecer o seu compromisso e o da sua equipe com a aprendizagem dos alunos.

■ Utilizar o planejamento e a elaboração de planos como ferramenta de trabalho do gestor.

■ Compreender a importância do registro de planos como uma das condições para a garantia da continuidade das políticas públicas municipais.

■ Reconhecer que a utilização dos documentos oficiais para a tomada de decisões forta-lece as políticas públicas do município.

Conteúdos a serem trabalhados:

■ Planejamento na educação.

■ Planos de Educação e suas responsabilidades.

■ Histórico dos planos de educação no Brasil.

■ Plano Nacional de Educação (2001-2010 e 2011-2020).

■ Projeto Político Pedagógico das escolas.

Os Planos de Educação

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Encontro PresencialDuração: 16h

Planos de Educação: alcances e desafios para a gestão da educação de qualidade

Este Encontro Presencial está divido em quatro blocos:

■ Para começo de conversa■ Atividade de contextualização■ Enquanto isso, na escola – dividido em duas propostas:

Trabalho de campo e Planejamento da reunião com os diretores.

■ Autoavaliação

Para começo de conversaDuração: 1h

1. Para iniciar a conversa sobre os planos da educação, você ouvirá uma música do início da década de 1970, de um compositor consagrado da música popular brasileira. Essa atividade o ajudará a relacio-nar o contexto histórico à formação do cidadão para o desenvolvimento de suas competências.

A música é Apesar de você, de Chico Buarque, que você já deve conhecer, mas agora a ouvirá atenta-mente, considerando algumas informações: no início da década de 1970, o compositor, após um au-toexílio na Itália, com sua família, por dois anos, retorna ao Brasil e, ao se deparar com o contexto po-lítico da época, compõe a canção.

■ Ouça a canção com sua equipe, para isso acesse o link: http://www.youtube.com/watch?v= 1ZNNUU_AbXs. Durante a exibição da música, registre as ideias, sensações, impressões e lembranças que lhe forem ocorrendo.

■ Após a audição, comente com sua equipe o que registrou sobre a canção. Discuta ao final sobre quem e do que a música fala e a intenção do compositor ao produzi-la.

■ Em seguida discuta com sua equipe como a situação política da época se refletia na sala de aula e na formação do aluno, produzindo uma geração que não aprendeu a dialogar, discutir, expressar suas ideias e, portanto, não desenvolveu competências ligadas à participação e direito de escolha.

■ Por último, discuta com sua equipe a seguinte afirmação: o contexto histórico-político interfere na formação do cidadão, e isso se concretiza principalmente na escola por meio dos currículos e planos educacionais. Faça o registro dessa discussão em seu caderno.

Formação da equipe da Secretaria de Educação

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Atividade de contextualizaçãoDuração: 5h

“Não há vento favorável para aquele que não sabe aonde vai.”

Sêneca – filósofo romano

Momento 1 – Planejar é preciso? Duração: 30min

Todos dos dias, uma série de acontecimentos exige tomada de decisões sobre o seu futuro e o futuro das pessoas com quem convive. Na família, no trabalho ou na escola, em todas as esferas da vida é ne-cessário saber aonde se quer chegar para garantir que as escolhas feitas ajudem no propósito desejado.

Mas como alcançar o futuro desejado? Um aspecto importante da vida para o qual nem sempre se es-tá atento é o ato de planejar.

Planejar: Idealizar plano de (edificação); projetar [...]Elaborar plano, programa, roteiro; programar [...]Demonstrar a intenção de [...]

Fonte: http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=aulete_digital&op=loadVerbete&palavra=planejar#ixzz23Xl6wwtY

Quanto maior a sua capacidade de traçar os objetivos e metas que deseja alcançar, melhores serão seus resultados. Pelo planejamento é possível identificar o contexto inicial e suas condições, bem como lis-tar quais recursos já estão disponíveis e os que ainda serão necessários, as pessoas e locais envolvidos e os passos que serão fundamentais para sua realização. Outro aspecto essencial do planejamento rela-ciona-se a antecipação dos problemas que, por ventura, podem ocorrer.

Em quais momentos de sua vida o planejamento foi essencial? O que você precisou olhar ou conside-rar para organizar esse planejamento?

Registre em seu caderno e depois compartilhe com seus colegas de equipe. Uma pessoa da equipe de-verá responsabilizar-se por listar os comentários do grupo.

Agora, acesse o link de vídeo abaixo, em que, de forma divertida, apresenta-se o principal aspecto rela-cionado ao planejamento: ter um foco ou objetivo definido. http://www.youtube.com/watch?v= fVwk9WUNYuU

Os Planos de Educação

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Momento 2 – Planejando na educaçãoDuração: 30min

Considerando o que foi discutido sobre a importância do planejamento para uma vida organizada e segura, você agora irá analisar junto com sua equipe o papel do planejamento no cotidiano da sua rede de ensino.

Para começar, responda às questões abaixo:

Quais instrumentos auxiliam no planejamento para a gestão da Secretaria Municipal de Educação e das escolas da rede?

Em quais documentos esse planejamento se concretiza?

Agora, compartilhe suas respostas com a equipe e registre em seu caderno a síntese da discussão sobre os instrumentos de planejamento e documentos utilizados pela secretaria e pelas escolas da rede para norteamento de suas decisões e ações na busca de uma educação de qualidade.

Como está a situação do município em relação a esses documentos? Desenhe em seu caderno uma tabela como a proposta abaixo e compartilhe com sua equipe os instrumentos listados e sua avaliação sobre eles:

Não existe Existe Existe e é utilizado

Existe e pode ser melhor utilizado

Plano Municipal da Educação

Proposta Pedagógica da Rede de Ensino

Plano de Carreira para o Magistério

Projeto Político Pedagógico

Plano de Ações Articuladas (PAR)

Plano Estratégico da Secretaria (PES)

PDE

Proposta Curricular da Escola

Formação da equipe da Secretaria de Educação

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Momento 3 – Conhecendo os planos de educaçãoDuração: 1h30min

Agora você aprofundará seu conhecimento sobre um desses documentos: o Plano de Educação. Assista ao vídeo A breve história da educação no Brasil, de Márcio Silva, disponível no YouTube, que apresenta a trajetória das ideias e iniciativas ligadas à elaboração de Planos de Educação no Brasil. Fique atento ao tempo transcorrido entre cada discussão e a concretização nas leis e à importância dos contextos histó-ricos para pensar a formação do cidadão, como discutimos na atividade “Para começo de conversa”.

link: http://www.youtube.com/watch?v=1Br8cV_e6bY&feature=related

Segue a abaixo um texto que foi retirado de um documento produzido pelo MEC, que conta um pou-co da história e do contexto em que o Plano Nacional de Educação surgiu no Brasil.

Durante a leitura compartilhada do texto, organize uma linha do tempo com os acontecimentos que im-pulsionaram a tomada de decisão e concretização das ações governamentais, conforme modelo abaixo:

1932

INTRODUÇÃO

1. HISTÓRICO

A instalação da República no Brasil e o surgimento das primeiras ideias de um plano que tra-tasse da educação para todo o território nacional aconteceram simultaneamente. À medida que o quadro social, político e econômico do início deste século se desenhava, a educação começava a se impor como condição fundamental para o desenvolvimento do País. Havia grande preocupação com a instrução, nos seus diversos níveis e modalidades. Nas duas pri-meiras décadas, as várias reformas educacionais, ajudaram no amadurecimento da percepção coletiva da educação como um problema nacional.

Em 1932, um grupo de educadores, 25 homens e mulheres da elite intelectual brasileira, lan-çou um manifesto ao povo e ao governo que ficou conhecido como “Manifesto dos Pioneiros da Educação”. Propunham a reconstrução educacional, “de grande alcance e de vastas propor-ções... um plano com sentido unitário e de bases científicas...”. O documento teve grande re-percussão e motivou uma campanha que resultou na inclusão de um artigo específico na Constituição Brasileira de 16 de julho de 1934. O art.150 declarava ser competência da União “fixar o plano nacional de educação, compreensivo do ensino de todos os graus e ramos, co-muns e especializados; e coordenar e fiscalizar a sua execução, em todo o território do País”. Atribuía, em seu art.152, competência precípua ao Conselho Nacional de Educação, organiza-do na forma da lei, a elaborar o plano para ser aprovado pelo Poder Legislativo, sugerindo ao Governo as medidas que julgasse necessárias para a melhor solução dos problemas educa-cionais bem como a distribuição adequada de fundos especiais”.

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Todas as constituições posteriores, com exceção da Carta de 37, incorporaram, implícita ou ex-plicitamente, a ideia de um Plano Nacional de Educação. Havia, subjacente, o consenso de que o plano devia ser fixado por lei. A ideia prosperou e nunca mais foi inteiramente abandonada.

O primeiro Plano Nacional de Educação surgiu em 1962, elaborado já na vigência da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei no 4.024, de 1961. Ele não foi proposto na forma de um projeto de lei, mas apenas como uma iniciativa do Ministério da Educação e Cul-tura, iniciativa essa aprovada pelo então Conselho Federal de Educação. Era basicamente um conjunto de metas quantitativas e qualitativas a serem alcançadas num prazo de oito anos. Em 1965, sofreu uma revisão, quando foram introduzidas normas descentralizadoras e esti-muladoras da elaboração de planos estaduais. Em 1966, uma nova revisão, que se chamou Plano Complementar de Educação, introduziu importantes alterações na distribuição dos re-cursos federais, beneficiando a implantação de ginásios orientados para o trabalho e o aten-dimento de analfabetos com mais de dez anos.

A ideia de uma lei ressurgiu em 1967, novamente proposta pelo Ministério da Educação e Cul-tura e discutida em quatro Encontros Nacionais de Planejamento, sem que a iniciativa chegas-se a se concretizar.

Com a Constituição Federal de 1988, cinquenta anos após a primeira tentativa oficial, ressurgiu a ideia de um plano nacional de longo prazo, com força de lei, capaz de conferir estabilidade às iniciativas governamentais na área de educação. O art. 214 contempla esta obrigatoriedade.

Por outro lado, a Lei no 9.394, de 1996 , que “estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Na-cional”, determina nos artigos 9o e 87, respectivamente, que cabe à União, a elaboração do Plano, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e institui a Década da Educação. Estabelece ainda, que a União encaminhe o Plano ao Congresso Nacional, um ano após a publicação da citada lei, com diretrizes e metas para os dez anos posteriores, em sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos.

Em 10 de fevereiro de 1998, o Deputado Ivan Valente apresentou no Plenário da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei no 4.155, de 1998 que “aprova o Plano Nacional de Educação”. A construção deste plano atendeu aos compromissos assumidos pelo Fórum Nacional em De-fesa da Escola Pública, desde sua participação nos trabalhos da Assembleia Nacional Consti-tuinte, consolidou os trabalhos do I e do II Congresso Nacional de Educação - CONED e siste-matizou contribuições advindas de diferentes segmentos da sociedade civil. Na justificação, destaca o Autor a importância desse documento-referência que “contempla dimensões e pro-blemas sociais, culturais, políticos e educacionais brasileiros, embasado nas lutas e proposi-ções daqueles que defendem uma sociedade mais justa e igualitária”.

Em 11 de fevereiro de 1998, o Poder Executivo enviou ao Congresso Nacional a Mensagem 180/98, relativa ao projeto de lei que “Institui o Plano Nacional de Educação”. Iniciou sua trami-tação na Câmara dos Deputados como Projeto de Lei no 4.173, de 1998, apensado ao PL no 4.155/98, em 13 de março de 1998. Na Exposição de Motivos destaca o Ministro da Educação a concepção do Plano, que teve como eixos norteadores, do ponto de vista legal, a Constitui-

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ção Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, de 1996, e a Emenda Constitucional no 14, de 1995, que instituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério. Considerou ainda realizações anteriores, principalmente o Plano Decenal de Educação para Todos, preparado de acordo com as reco-mendações da reunião organizada pela UNESCO e realizada em Jomtien, na Tailândia, em 1993. Além deste, os documentos resultantes de ampla mobilização regional e nacional que foram apresentados pelo Brasil nas conferências da UNESCO constituíram subsídios igual-mente importantes para a preparação do documento. Várias entidades foram consultadas pe-lo MEC, destacando-se o Conselho Nacional de Secretários de Educação - CONSED e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação - UNDIME.

Os projetos foram distribuídos às Comissões de Educação, Cultura e Desporto; de Finanças e Tributa-ção; e de Constituição, Justiça e de Redação. Na primeira, é Relator, o Deputado Nelson Marchezan.

Disponível em: portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/pne.pdf

Trecho da LEI nº 10.172, de 09 de janeiro de 2001. MEC

Momento 4 – Balanço dos Planos Nacionais de Educação no BrasilDuração: 30min

O tema deste momento proposto no caderno já lhe informa que estudaremos a análise realizada ao fi-nal do período de dez anos do primeiro e do segundo Plano Nacional de Educação, e para isso você e sua equipe, divididos em dois grupos, lerão os textos abaixo com a intenção de identificar pontos que ajudem a refletir sobre os acertos e ajustes dos Planos de Educação para conquista de uma educação de qualidade no país.

Texto 1 – Balanço do Plano Nacional de Educação (PNE) 2001-2010 (http://revistaescola.abril.com.br/poli-ticas-publicas/legislacao/pne-plano-nacional-de-educacao-537431.shtml)

Texto 2 – PNE 2011-2020: uma nova chance para velhas necessidades (http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/planejamento-e-financiamento/pne-2011-2020-nova-chance-velhas-necessida-des-621968.shtml)

Cada grupo deverá apresentar suas discussões para construir um conhecimento compartilhado da abordagem apresentada sobre o primeiro e segundo Plano Nacional de Educação no Brasil.

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Momento 5 – Articulação entre os Planos de Educação e o Projeto Político Pedagógico das escolasDuração: 1h

Todos os entes federados, União, estados e municípios, precisam ter um Plano de Educação, pois todos são responsáveis pela melhoria da sua qualidade. Observe o organograma abaixo, discuta com sua equipe e preencha cada quadro definindo o nome do plano a partir da esfera responsável por elaborá-lo:

PLANO Esfera responsável: União

PLANO Esfera responsável: Estado

PLANO Esfera responsável: Município

PLANO Esfera responsável: Escola

Alguma coisa chamou a sua atenção nesse diagrama? Você já pensou na relação que deve existir entre os Planos e o Projeto Político Pedagógico das escolas? Discuta com sua equipe as justificativas para es-sa articulação e registre no seu caderno.

De acordo com o que você já discutiu, a União (representada pelo MEC) estabelece metas e estratégias nacionais a serem alcançadas que só se efetivam com a colaboração e ação das metas estaduais e mu-nicipais, por isso é tão necessário garantir que os planos estejam em consonância e bem articulados, para que, de fato, possam contribuir. Mesmo porque há um compromisso compartilhado entre os en-tes federados com a garantia de oferta de uma educação pública com qualidade social, e não apenas como uma obrigação dos municípios e estados perante a União.

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Dessa forma, a articulação entre as três esferas de governo não pode ser vista como apenas uma obri-gação, mas sim como uma relação de articulação e cooperação. Mesmo porque as propostas contidas no PNE, apesar de serem metas nacionais, a gerência da realização de muitas delas é dos estados e, prin-cipalmente, dos municípios (responsáveis legais pelo atendimento de determinado segmento de ensi-no, por exemplo), assim sendo, sem a garantia do diálogo com o plano municipal, algumas das metas nacionais não se cumprirão, levando o plano de nação ao insucesso. Por sua vez, o PPP das escolas pre-cisa considerar as metas do município para projetar, a partir do diagnóstico da sua comunidade, ações e planos para alcançá-las. Se a articulação acontece em cadeia, o PPP da escola está articulado ao PNE, e assim sucessivamente.

Momento 7 – A relação entre as metas e estratégias do Plano Nacional e Municipal de EducaçãoDuração: 1h

Nesta atividade, você fará, junto com a sua equipe, um exercício de análise de uma das metas do novo PNE e identificará a sua relação com os indicadores do seu município.

Vamos começar com a Meta 1. Em quais os aspectos que essa meta impacta os dados da sua rede?

Para isso, consulte os dados de matrícula em creche e pré-escola do Censo Escolar do seu município e a população dessa faixa etária, disponibilizado pelo IBGE. Esses dados já foram levantados na Aplicação Prática do Caderno Bimestral I.

Com esses dados em mãos, estabeleça uma relação entre o número total da população nessa idade e o nú-mero de matrícula do segmento. Calcule o percentual de alunos atendidos de quatro a cinco anos e de ze-ro a três anos no seu município. Considerando que a população se mantenha a mesma ao longo de dez anos, qual deve ser a progressão de matrículas ofertadas pelo seu município, considerando a meta abaixo?

“Meta 1 - Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de quatro e cinco anos, e ampliar a oferta de educação infantil de forma a atender, no mínimo, aos seguintes percentuais da população de até três anos: trinta por cento até o quinto ano de vigência deste PNE e cinquenta por cento dessa população até o último ano.”

Parecer às emendas ao substitutivo ao projeto de lei de 2010 .

Leia as demais metas do Plano Nacional de Educação no quadro abaixo e, junto com sua equipe, com-plete as colunas ao lado, definindo a esfera responsável pelo alcance da meta (por exemplo, município, estado ou união) e o desafio prioritário que a meta implica ao seu município.

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Metas Esfera de responsabilidade

Desafio prioritário para o município

1. Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de quatro e cinco anos, e ampliar a oferta de educação infantil, de forma a atender, no mínimo, aos seguintes percentuais da população de até três anos: trinta por cento até o quinto ano de vigência deste PNE, e cinquenta por cento até o último ano.

2. Universalizar o Ensino Fundamental de nove anos para toda população de seis a quatorze anos e garantir que pelo menos oitenta e cinco por cento dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada até o quinto ano de vigência deste PNE, elevando esse percentual a noventa e cinco por cento até o último ano.

3. Até o quinto ano de vigência deste PNE, universalizar o atendimento escolar para toda a população de quinze a dezessete anos e elevar a taxa líquida de matrículas nessa faixa etária no Ensino Médio para setenta e cinco por cento; e, até o final de vigência deste PNE, atingir o índice de noventa por cento de jovens de dezenove anos com o Ensino Médio concluído e a taxa líquida de matrículas na faixa etária de quinze a dezessete no Ensino Médio de noventa por cento.

4. Universalizar, para a população de quatro a dezessete anos, o atendimento escolar aos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, preferencialmente, na rede regular de ensino, garantindo o atendimento educacional especializado em classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou comunitários, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível sua integração nas classes comuns.

5. Alfabetizar todas as crianças até o final do segundo ano do Ensino Fundamental.

6. Oferecer educação em tempo integral para vinte e cinco por cento dos alunos das escolas públicas de educação básica.

7. Fomentar a qualidade da educação básica em todas etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as médias nacionais estabelecidas para o IDEB (você deve verificar a tabela no documento oficial).

Formação da equipe da Secretaria de Educação

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8. Elevar a escolaridade média da população de dezoito a vinte e nove anos, de modo a alcançar o mínimo de nove anos de estudo no quinto ano de vigência deste PNE, e de doze anos de estudo no último ano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no país e dos vinte e cinco por cento mais pobres, e igualar a escolaridade média entre grupos de cor e raça declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

9. Elevar a taxa de alfabetização da população com quinze anos ou mais para noventa e três vírgula cinco por cento até o quinto ano de vigência deste PNE e, até o último ano, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em cinquenta por cento a taxa de analfabetismo funcional; ofertando vagas de educação de jovens e adultos para cinquenta por cento da demanda ativa no quinto ano e cem por cento até o último ano deste PNE.

10. Oferecer, no mínimo, vinte e cinco por cento das matrículas de Educação de Jovens e Adultos na forma integrada à educação profissional nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio.

11. Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível Médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos cinquenta por cento da expansão no segmento público.

12. Elevar a taxa bruta de matrícula no Ensino Superior para cinquenta por cento, e a taxa líquida, para trinta e três por cento da população de dezoito a vinte e quatro anos, assegurada a qualidade da ofer-ta e expansão de, pelo menos, quarenta por cento das matrículas, no segmento público.

13. Ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para setenta e cinco por cento, sendo, do total, no mínimo, trinta e cinco por cento de doutores.

14. Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a tit-ulação anual de cinquenta e cinco mil mestres e vinte mil doutores até o quinto ano de vigência desta lei e setenta mil mestres e trinta mil doutores até o último ano.

15. Garantir, em regime de colaboração entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, no prazo de um ano de vigência deste PNE, política nacional de formação e valorização dos profissio-nais da educação, assegurando que, no quinto ano de vigência deste plano, oitenta e cinco por cento e, no décimo ano, todos os professores da educação básica tenham formação específica de nível Superior, obtida em curso de licenciatura na área de conhecimento em que atuam.

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16. Formar em nível de pós-graduação trinta e cinco por cento, até o quinto ano, e cinquenta por cento dos professores da educação básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.

17. Valorizar os profissionais do magistério das redes públicas da educação básica, a fim de equiparar a oitenta por cento, ao final do sexto ano, e a igualar, no último ano de vigência deste PNE, o rendimento médio desses profissionais ao rendimento médio dos demais profissionais com escolaridade equivalente.

18. Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais da educação básica pública em todos os sistemas de ensino, tendo como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do art. 206, VIII, da Constituição Federal.

19. Assegurar condições, no prazo de dois anos, para efetivação da gestão democrática da educação, no âmbito das escolas públicas e sistemas de ensino, prevendo recursos e apoio técnico da União para tanto.

20. Ampliar o investimento público total em educação de forma a atingir, no mínimo, o patamar de oito por cento do Produto Interno Bruto do País, ao final do decênio.

Parecer às emendas ao substitutivo ao projeto de lei nº 8.035, DE 2010 – PNE, ainda não aprovado.

Ao voltar-se para as metas mais atentamente, você irá perceber que algumas não são de gerência dire-ta do município. Nesse caso, o desafio é pensar como seria possível contribuir para alcançá-las. Cabe lembrar que algumas ações são de gerência total dos outros entes federados (estados e União), e, nes-se caso, não cabe nenhuma ação (direta) do município. Entretanto, é importante que você e sua equipe saibam identificar e justificar com clareza quais as metas “exclusivas” dos outros entes e porque não se estão colocando como responsáveis diretos por sua realização.

Como foi possível perceber, é preciso fazer uma análise cautelosa das metas previstas no plano nacio-nal para que se consiga adequá-las à realidade e necessidades locais. A construção de um plano, seja ele nacional, estadual ou municipal, envolve diversas pessoas e atores e considerável tempo, já que pro-põe os caminhos a serem percorridos em busca de uma educação com qualidade.

Por isso, é imprescindível que os planos sejam feitos considerando as normatizações do MEC, para que se pos-sa contribuir com a garantia de acesso, permanência, conclusão e aprendizagem na idade certa para todos; e é preciso fazer com que o plano da nação esteja de fato presente em cada sala de aula do país. Por isso se apre-senta na discussão o Projeto Político Pedagógico que é o instrumento principal para estabelecer a comunica-ção entre os alunos e o PNE, espaço de concretização do PME nas escolas da rede de ensino.

Formação da equipe da Secretaria de Educação

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Agora chegou o momento de identificar a relação não só das metas do PNE com os dados do municí-pio, mas as estratégias das metas e as ações do município. Faremos isso com a meta 5, considerando a importância dessa meta no atual momento histórico brasileiro.

Analise individualmente as estratégias para essa meta e justifique a importância de três delas, conside-rando a situação do seu município. Não comente nada sobre suas escolhas com sua equipe.

Meta Estratégias Prioridade e justificativa

Meta 5

Alfabetizar todas as crianças até o final do segundo ano do Ensino Fundamental

5.1. Estruturar os processos pedagógicos de alfabetização nos anos iniciais do Ensino Fundamental articuladas com estratégias desenvolvidas na pré-escola com qualificação e valorização dos professores alfabetiza-dores e com apoio pedagógico específico, para garantir a alfabetização plena de todas as crianças.

5.2. Instituir instrumentos de avaliação nacional periódicos e específicos para aferir a alfabetização das crianças, aplicados a cada ano, bem como estimular os sistemas de ensino e as escolas a criar seus respectivos instrumentos de avaliação e monitoramento, implementando medidas pedagógicas para alfabetizar todos os alunos e alunas até o final do terceiro ano do Ensino Fundamental.

5.3. Selecionar, certificar e divulgar tecnologias educacionais para alfabetização de crianças, assegurada a diversidade de métodos e propostas pedagógicas, bem como o acompanhamento dos resultados nos sistemas de ensino em que forem aplicadas, devendo ser disponibilizadas, preferen-cialmente, como recursos educacionais abertos.

5.4. Fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de inovação das práticas pedagógi-cas que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos alunos, consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efetividade. Fomentar o desenvolvimento de tecnologias educacionais e de inovação das práticas pedagógicas que assegurem a alfabetização e favoreçam a melhoria do fluxo escolar e a aprendizagem dos alunos, consideradas as diversas abordagens metodológicas e sua efetividade.

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Meta 5

Alfabetizar todas as crianças até o final do segundo ano do Ensino Fundamental

5.5. Apoiar a alfabetização de crianças do campo, indígenas, quilombolas e de populações itineran-tes, com a produção de materiais didáticos específicos, e desenvolver instrumentos de acompanhamento que considerem o uso da língua materna pelas comunidades indígenas e a identidade cultural das comunidades quilombolas.

5.6. Promover e estimular a formação inicial e continuada de professores para a alfabetização de crianças, com o conhecimento de novas tecnologias educacionais e práticas pedagógicas inovadoras; estimulando a articulação entre programas de pós-graduação stricto sensu e ações de formação continuada de professores para a alfabetização.

5.7. Apoiar a alfabetização das pessoas com deficiência, considerando as suas especificidades, inclusive a alfabetização bilíngue de pessoas surdas, sem estabelecimento de terminalidade temporal.

(Texto em votação no Congresso Nacional)

Compartilhe a sua seleção com a seleção das estratégias selecionadas por sua equipe e discuta buscando as melhores justificativas e até chegar a um consenso sobre as três estratégias prioritárias para o seu município.

O exercício que você e sua equipe fizeram analisando as metas e estratégias do PNE para o município é um bom começo para a elaboração do Plano Municipal de Educação.

Enquanto isso, na escola... Duração: 4h

O trabalho de campo

A partir do estudo que realizou sobre os Planos da Educação e sua relação com a conquista de uma educa-ção de qualidade, você fará este trabalho de campo, com a intenção de identificar, na rotina de funcionamen-to da escola, o seu Projeto Político Pedagógico (PPP). Mesmo que a escola não tenha elaborado o documen-to formal, o PPP existe, pois mais do que um documento, ele se concretiza nas ações e intenções educativas realizadas no cotidiano escolar. Outras vezes, ele existe formalmente, mas como documento burocrático, e não como norteador dos valores e princípios que direcionam as ações e funcionamento da escola.

Neste trabalho de campo, você e sua equipe utilizarão duas propostas: uma entrevista informal e a ob-servação da escola para coletar informações sobre o seu PPP.

Formação da equipe da Secretaria de Educação

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Na primeira proposta, inicie uma entrevista com o diretor para levantar informações sobre a situação do PPP da escola. Faça de forma tranquila, para que os gestores não se sintam ameaçados, mas que se sin-tam à vontade com a conversa.

Na segunda proposta, você e sua equipe realizarão a observação da escola para identificar quais os princí-pios e valores no PPP são concretizados nas ações e projetos da escola, no relacionamento e convívio das pessoas e na forma de organizar e disponibilizar os materiais e os espaços. Por exemplo, ao observar o ba-nheiro dos alunos quebrado, sujo e sem papel higiênico, isso revela que os valores do PPP da escola não en-volvem assegurar a saúde pública e estabelecer um ambiente saudável aos alunos, aprender a respeitar e cuidar do espaço público e de seus usuários, nem exercer a cidadania no espaço escolar.

Momento 1 – Definição do foco do trabalho de campo e da escola. Duração: 30min

Depois de selecionada a escola, elabore as melhores questões a serem feitas na entrevista com o diretor. Veja a sugestão abaixo de perguntas que podem ser realizadas, no caso de escolas que tenham o PPP:

1. Em que ano foi elaborado o PPP da escola?

2. Como foi o processo de elaboração do PPP da escola?

3. Houve intervenções da Secretaria ou instituições externas, ou a própria equipe da escola se organizou?

4. Já foi realizada alguma revisão ou atualização? Cite as mudanças realizadas.

Caso a escola não tenha elaborado o PPP, pode-se fazer perguntas para entender por que ele não foi elaborado, e quais os maiores desafios da escola para a sua elaboração.

Para o roteiro de observação, é importante pensar em situações cotidianas que explicitem os valores e os princípios do PPP da escola. Segue abaixo um quadro com algumas dessas situações, mas outro po-derá ser elaborado por você e sua equipe.

Roteiro de observação para o trabalho de campo

Situações a serem observadas Registro do que foi observadoO que essa situação observada aponta sobre os valores e princípios do PPP da escola

Onde e como os alunos se alimentam na escola?

Como os alunos se relacionam entre si em sala de aula e no intervalo?

Como os alunos são chamados pelos professores e funcionários? Pelo nome, pelo apelido?

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Os mobiliários, sua organização e sua distribuição espacial são adequados aos alunos (faixa etária, gênero etc.)?

Como é o acesso dos alunos aos materiais escolares (livros literários, equipamentos, lápis etc.)? Buscam-nos com autonomia ou precisam sempre de um adulto?

Como é a organização do pátio escolar para o uso dos alunos no intervalo?

Como os pais são atendidos na escola?

Em quais situações são convocados?

Momento 2 – Realização do trabalho de campo na escola Duração: 2h

Após a seleção da escola em que será realizado o trabalho de campo, das pessoas da equipe que irão realizá-lo e da hora de ir para a escola, não se esqueça de levar uma máquina fotográfica para registrar essas situações observadas, pois as fotos ajudarão a identificar o que a situação revela sobre os valores e os princípios do PPP da escola.

Ao chegar na escola, procure pelo diretor e apresente o foco do trabalho: identificar os valores e princípios do PPP nas ações cotidianas da escola, pois é imprescindível haver uma relação entre o documento e a prática.

Entregue uma cópia do roteiro de observação ao diretor e convide-o para realizar o trabalho de campo junto com vocês.

Durante a visita, fique atento às situações a serem observadas e registre na 1ª coluna do roteiro. Deixe a 2ª coluna para ser completada na reunião que realizará com o diretor da escola.

Nessa reunião, compartilhe os registros das observações realizadas e problematize o que a observação revela sobre o PPP da escola. Discuta se de fato são esses os valores e princípios que se tem como in-tencionalidade educativa da escola.

Troque impressões e sugestões de como melhorar essas ações para sejam coerentes com as intencio-nalidades educativas do PPP.

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Momento 3 – Reflexão a partir do trabalho de campoDuração: 1h

Com o trabalho de campo finalizado, você se preparará para compartilhar com sua equipe a sua realização.

Se possível, faça cópias do registro do roteiro discutido com o diretor da escola para analisar com o gru-po. Apresente os encaminhamentos que foram realizados com o diretor e discuta quais as questões que podem ser discutidas com os demais gestores escolares da rede.

Ao final, elabore um quadro descrevendo os possíveis encaminhamentos que caberão à Secretaria e ao gestor escolar para que a escola tenha um PPP que realmente revele as suas intencionalidades educa-tivas e seja coerente com a sua prática cotidiana. Esse registro poderá nortear os encaminhamentos a serem realizados na rede para que todas as escolas tenham um PPP de verdade.

Encaminhamentos

Equipe da Secretaria de Educação Gestores escolares

Planejamento da reunião com os diretores Duração: 5h

Momento 1 – Definição da reuniãoDuração: 15min

Todo o planejamento elaborado pela Secretaria de Educação se concretiza e se legitima na ação do ges-tor escolar, por isso é importante que a equipe da secretaria realize com regularidade reuniões com os gestores para compartilhar esse planejamento.

Pensando nisso, e com base nos estudos realizados neste caderno, quais questões planejadas pela equi-pe da secretaria precisam ser compartilhadas com os gestores? Discuta com sua equipe e defina o as-sunto dessa reunião.

Momento 2 – Elaboração da pauta de reuniãoDuração: 1h45min

Com o assunto da reunião definido chegou o momento de pensar como eles serão abordados na reu-nião. Para isso, consulte os encaminhamentos que realizados sobre esse assunto no Caderno, e verifique se é possível realizá-los ou adaptá-los para essa reunião. Por exemplo, a leitura de um texto, uma proble-matização de uma situação real etc.

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Como em toda reunião, há a necessidade de elaborar uma pauta. Discuta a pauta, junto com a sua equi-pe, seguindo o modelo abaixo. Não se esqueça de antecipar o tempo de cada atividade.

Pauta da reunião com diretores

Objetivo da reunião:

Participantes:

Conteúdos:

Tempo da reunião:

Materiais a serem utilizados:

Desenvolvimento da reunião:

Atividade 1 –

Atividade 2 –

Atividade 3 –

Avaliação

Momento 3 – Realização da reuniãoDuração: 3h

Chegou o momento de você e sua equipe realizarem a reunião com os diretores da rede.

Antes, verifique se todos os encaminhamentos foram garantidos, para isso utilize o check-list abaixo:

Itens a serem conferidos Situação Observação

Agendamento da reunião

Convite aos gestores

Café e água

Definição ou reserva de sala para a reunião

Equipamentos audiovisuais

Cópias dos textos

Lista de presença

Pauta

Organização do espaço

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Autoavaliação Duração: 1h

Após a realização das atividades e reflexões que foram desenvolvidas neste Encontro Presencial, você fará uma avaliação. Trata-se de um momento de reflexão sobre o que já foi apropriado por você, o que ainda precisa de aprofundamento e o que ainda não pôde avançar.

A avaliação refere-se às competências que foram aprofundadas no trabalho proposto neste encontro.

Competências para o encontro O que considerava antes O que aprimorou na discussão

Estabelecer o seu compromisso e o da sua equipe com a aprendizagem dos alunos.

Utilizar o planejamento e a elaboração de planos como ferramenta de trabalho do gestor.

Compreender a importância do registro de planos como uma das condições para a garantia da continuidade das políticas públicas municipais.

Reconhecer que a utilização dos documentos oficiais para a tomada de decisões fortalece a política publica do município.

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Aplicação PráticaDuração: 4h

Para esta atividade, você e sua equipe deverão retomar o quadro preenchido no momento 2 sobre a si-tuação do Plano Municipal de Educação e levantar outras informações, caso existam: como foi elabora-do, período a que se refere, como é utilizado ou pode ser melhor utilizado. Essas informações serão im-portantes para o registro desta proposta.

Faça a leitura do texto Vamos fazer nossos planos de educação, do Professor José Fernandes Lima. De-pois, considerando a importância do PME para a construção de um Sistema Nacional de Educação e as etapas sugeridas pelo autor para sua elaboração, discuta com sua equipe e elabore um roteiro das ações que a Secretaria precisará desencadear para dar início, continuidade ou revisão ao seu PME. Não se esqueça de indicar os atores envolvidos em cada fase do processo.

Vamos fazer nossos planos de educação

A educação brasileira entrou na pauta das discussões políticas e com isso está ganhando im-portância no cenário nacional. Essa é uma notícia boa porque um bom diagnóstico da situa-ção e um maior envolvimento da sociedade são ingredientes importantes para que se possa obter a melhoria da qualidade da educação.

Em dezembro de 2010, houve a divulgação dos resultados do PISA – Exame Internacional de Avaliação de Alunos - no qual o Brasil, dentre 65 países participantes, ficou em quinquagési-mo terceiro lugar. O baixo desempenho do País chamou a atenção da população que, pela primeira vez, debateu intensamente esse assunto, demonstrando que realmente está interes-sada e querendo ver a educação brasileira entre as melhores do mundo, numa posição com-patível com o desenvolvimento econômico do País.

Ainda em dezembro, o Ministério da Educação entregou ao Congresso Nacional um docu-mento construído com base nas discussões realizadas na Conferência Nacional de Educação, nas contribuições do Conselho Nacional de Educação e dos técnicos daquele ministério, aprovado pela Presidência da República e que deve servir de base para construção do novo Plano Nacional de Educação.

No primeiro dia do ano de 2011, a Presidenta Dilma, no seu discurso de posse, registrou o seu interesse em investir na melhoria da educação, assumindo inclusive o compromisso de am-pliar os recursos destinados a esta política pública. No referido discurso a presidenta fez men-ção específica a formação e valorização dos professores e ao compromisso com a ampliação dos investimentos em educação.

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A imprensa tem dado uma grande cobertura para as notícias referentes à educação e de acor-do com essas notícias há no seio da sociedade um sentimento generalizado de que a educa-ção básica necessita melhorar. Têm sido identificadas deficiências na oferta de vagas, na infra-estrutura inadequada, no número excessivo de reprovações, na falta de bibliotecas e labora-tórios e na inadequação dos conteúdos ensinados.

Não obstante as redes estaduais e municipais tenham desenvolvido muitas ações em prol da melhoria da educação, por falta de um maior planejamento, muitas vezes, essas ações acon-teceram de forma desencontrada e com baixa eficiência.

Sabemos que a União concentra seus esforços na manutenção das instituições de nível supe-rior e possui pouquíssimas escolas de educação básica ( apenas 0,2%). Desse modo, o verda-deiro debate sobre a melhoria da educação básica deve acontecer nos estados, no Distrito Fe-deral e nos municípios.

Para que a melhoria da educação básica aconteça, é muito importante que cada estado ou município inicie localmente essa discussão, tendo como foco o melhor atendimento aos seus alunos e uma verdadeira melhoria da qualidade da educação oferecida para sua população.

Ainda no tocante a movimentação em torno da melhoria da educação, convém destacar que o Congresso Nacional está discutindo o Projeto de Lei que regulamentará o novo Plano Na-cional de Educação. Trata-se de um projeto que irá regular a educação brasileira pelos próxi-mos dez anos. Isso significa que estamos vivendo um momento decisivo da educação nacio-nal. A existência de um plano nacional de educação é fundamental para que configuremos o sistema nacional de educação e tenhamos uma educação de qualidade para nossos alunos.

A ideia de um plano nacional de educação é uma ideia antiga que começou a ser acalentada no início do século passado, nos primeiros anos da república, por um conjunto de intelectu-ais que entendiam ser necessário um investimento sistemático em educação para o cresci-mento do país. O Manifesto dos Pioneiros da Educação, apresentado em 1932, defendia forte-mente a necessidade de um plano nacional de educação.

O primeiro plano nacional foi feito em 1962, já sob os auspícios da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. O último plano teve início em 2001 e vigorou até dezembro de 2010. O plano que está sendo debatido deve vigorar até 2020.

Para que um Plano Nacional de Educação tenha sucesso, é necessário que, além de ser fruto de um grande debate, ele seja desdobrado nos planos estaduais e municipais.

A preparação dos planos estaduais e municipais deve ser feita com base num grande diag-nóstico da situação da educação local e tendo em vista a percepção de educação da sua po-pulação, o que deve ser obtido através de um amplo debate com a sociedade. Nenhum esta-do ou município deve ficar fora desse processo sob pena de fracassar na oferta de uma edu-cação de qualidade para sua população.

O movimento gerado pelo Ministério da Educação ao enviar para o Congresso Nacional o Pro-jeto de Lei que cria o novo Plano Nacional de Educação fornece aos estados e municípios uma chance para que discutam sobre a construção de seus planos de educação.

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Para que a discussão seja feita com qualidade, é necessário partir de um diagnóstico, estudar o que está se passando no Brasil e no mundo, criar um espaço democrático de debate capaz de envolver os diversos setores da sociedade, construir coletivamente um projeto que parta do diagnóstico e contemple todos os sonhos da sociedade, discutir com essa mesma socie-dade as formas de viabilizar esse projeto, seja do ponto de vista administrativo, seja do ponto de vista financeiro e, finalmente, discutir esse projeto com a comunidade e aprová-lo na As-sembleia Legislativa ou na Câmara de Vereadores, de modo a transformá-lo em Lei para que deixe de ser um plano de governo e passe a ser um plano de Estado.

A elaboração do plano Estadual ou Municipal de Educação é uma tarefa de toda a sociedade. No entanto, cabe aos governos estaduais e municipais a tarefa da condução do processo de-mocrático para viabilização dos referidos planos, uma vez que, são as secretarias de educação que detêm as principais informações sobre os sistemas educacionais a que pertencem. Além disso, possuem a capacidade de mobilizar as escolas e as comunidades das diferentes áreas do município ou do estado.

Do mesmo modo, não podem ficar de fora desse processo os Conselhos Estaduais e Munici-pais de Educação. Essas instituições detêm o conhecimento da legislação educacional e por semelhança com o que ocorre com o Conselho Nacional de Educação são órgãos responsá-veis pela elaboração desse documento.

É sabido que o desgaste do dia a dia decorrente da necessidade de resolver problemas adminis-trativos deixa pouco tempo para que os gestores consigam pensar até mesmo a melhoria da sua gestão administrativa, quanto mais o destino da educação geral do estado ou do município.

Para resolver essa dificuldade, o governo do estado (ou do município) deve constituir um fó-rum com a participação de gestores, de representantes dos docentes, dos estudantes e dos movimentos sociais. Deve orientar para que o processo seja conduzido democraticamente.

São simples os passos que devem ser seguidos pela citada comissão: realização de estudos preliminares sobre a situação da educação nacional, do estado e do município; diagnóstico da situação educacional; diagnostico da situação financeira do sistema de ensino em questão; sensibilização e mobilização da sociedade para elaboração do Plano; análise da realidade so-cioeducacional; definição dos objetivos e prioridades; discussão sobre as propostas para su-peração dos problemas detectados; definição das diretrizes e estabelecimento de metas; de-finição e organização dos mecanismos de avaliação e acompanhamento; aprovação na as-sembleia legislativa ou câmara de vereadores, publicação e divulgação do documento final.

O mais importante disso tudo é que o processo seja construído de forma democrática, com participação de expressiva parcela da população, evitando as discussões de interesses priva-dos e na perspectiva do atendimento dos alunos e da garantia do direito de aprender.

A construção de um plano de educação – municipal ou estadual - pode requerer um pouco de trabalho, mas o resultado é sempre compensador.

José Fernandes de Lima. Disponível em: http://blogdoproflima.blogspot.com.br/

2012/05/vamos-fazer-nossos-planos-de-educacao.html

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Grupo de estudoDuração: 2h

Para aprofundar um pouco mais o seu conhecimento sobre a importância dos registros do Plano de Educação, seja ele municipal ou o PPP da escola, assista com sua equipe o filme Narradores de Javé.

Esse é um filme brasileiro que conta a vida cotidiana de um vilarejo que não tem nenhum registro es-crito das histórias de vida dos seus habitantes, e a partir da ameaça de desaparecer, por conta de uma inundação, começam a se preocupar em registrar.

Leia a sinopse do filme e, a partir dessa leitura, antecipe com sua equipe qual a possível relação entre o filme e o estudo realizado até o momento.

Narradores de Javé

Direção: Eliane Caffé

Duração: 100 min

Ano: 2003

Países: Brasil e França

SINOPSE:

Nada mudaria a rotina do pequeno vilarejo de Javé se não fosse o fato de cair sobre ele a ameaça repentina de sua extinção: Javé deverá desaparecer inundada pelas águas de uma grande hidrelétrica. Diante da infausta notícia, a comunidade decide ir em defesa de sua existência, pondo em prática uma estratégia bastante inusitada e original: escrever um dossiê que documente o que consideram ser os “grandes” e “nobres” acontecimentos da história do povoado, e assim justificar a sua preservação. Se até então ninguém se preocupou em escrever a verdadeira história de Javé, tal tarefa deve ser então executada pelos próprios habitantes. Como a maioria dos moradores de Javé são bons contadores de histórias, mas mal sabem escrever o próprio nome, é necessário conseguir um escrivão à altura de tal empreendimento. É designado o nome de Antônio Biá, personagem anárquico, de caráter duvidoso, porém o único no povoado que sabe escrever fluentemente. Apesar de polêmico, ele tem a permissão de todos para ouvir e registrar os relatos mais importantes que formarão a trama histórica do vilarejo. Uma tarefa difícil, porque nem sempre os habitantes concordam sobre qual, entre todas as versões, deve prevalecer na memória do povoado. Na construção desse dossiê, inicia-se um duelo poético entre os contadores que disputam com suas histórias – muitas vezes fantásticas e lendárias – o direito de permanecerem no patrimônio de Javé.

Durante o filme, observar:

■ Qual o sentido que o registro começa a ter para as pessoas do vilarejo que anteriormente não tinham?

■ Anote as informações que o filme traz para a importância do registro escrito para a vida das pessoas e de uma comunidade.

Após o filme, faça uma roda de comentários sobre as questões observadas acima e discuta a importân-cia do registro escrito na garantia dos direitos dos cidadãos e das políticas públicas para a legitimação do conhecimento produzido coletivamente.

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Para fechar a discussão, discuta:

■ Qual a relação entre a discussão do filme e o estudo deste caderno (Planos de Educação).

Registre a discussão e os comentários do grupo e envie ao formador para discussão no próximo encontro.

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Anotações

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