fontes do direito

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Por "fonte do direito" designamos os processos ou meios em virtude dos quais as regras jurídicas se positivam com legítima força obrigatória, isto é, com vigência e eficácia no contexto de uma estrutura normativa. O direito resulta de um complexo de fatores que a Filosofia e a Sociologia estudam, mas se manifesta, como ordenação vigente e eficaz, através de certas formas, diríamos mesmo de certas fôrmas, ou estruturas normativas, que são o processo legislativo, os usos e costumes jurídicos, a atividade jurisdicional e o ato negocial. (MIGUEL REALE)

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Por "fonte do direito" designamos os processos ou meios emvirtude dos quais as regras jurídicas se positivam com legítimaforça obrigatória, isto é, com vigência e eficácia no contexto deuma estrutura normativa. O direito resulta de um complexo defatores que a Filosofia e a Sociologia estudam, mas se manifesta,como ordenação vigente e eficaz, através de certas formas,diríamos mesmo de certas fôrmas, ou estruturas normativas,que são o processo legislativo, os usos e costumes jurídicos, aatividade jurisdicional e o ato negocial. (MIGUEL REALE)

À luz desse conceito, quatro são as fontes de direito,porque quatro são as formas de poder: o processolegislativo, expressão do Poder Legislativo; a jurisdição,que corresponde ao Poder Judiciário; os usos ecostumes jurídicos, que exprimem o poder social, ouseja, o poder decisório anônimo do povo; e, finalmente,a fonte negociai, expressão do poder negocial ou daautonomia da vontade.

Cabe, nesse sentido, distinguir dois tipos de ordenamentojurídico, o da tradição romanística (nações latinas egermânicas) e o da tradição anglo-americana (commonlaw). A primeira caracteriza-se pelo Primado do processolegislativo, com atribuição de valor secundário às demaisfontes do direito.

Ao lado dessa tradição, que exagera e exacerba o elementolegislativo, temos a tradição dos povos anglo-saxões, nosquais o Direito se revela muito mais pelos usos e costumes epela jurisdição do que pelo trabalho abstrato e genérico dosparlamentos. Trata-se, mais propriamente, de um Direitomisto, costumeiro e jurisprudencial. Se, na Inglaterra, hánecessidade de saber-se o que é lícito em matéria civil oucomercial, não há um Código de Comércio ou Civil que odiga, através de um ato de manifestação legislativa.

O Direito é, ao contrário, coordenado e consolidadoem precedentes judiciais, isto é, segundo uma série dedecisões baseadas em usos e costumes prévios. Já oDireito em vigor nas Nações latinas e latino-americanas, assim como também na restante Europacontinental, funda-se, primordialmente, emenunciados normativos elaborados através de órgãoslegislativos próprios.

CLASSIFICAÇÃO

FONTES ESTATAIS: LEIS, JURISPRUDÊNCIA,PRINCÍPIOS, TRATADOSFONTES NÃO ESTATAIS: COSTUME JURÍDICO EA DOUTRINA

FONTES DO DIREITO OUTRA CLASSIFICAÇÃO

IMEDIATA: LEI

MEDIATAS: ANALOGIA,

COSTUMES,

PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO,

DOUTRINA,

JURISPRUDÊNCIA,

EQÜIDADE,

TRATADOS INTERNACIONAIS,

ATOS E NEGÓCIOS JURÍDICOS.

NORMA JURÍDICA ESCRITA:

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

LEIS COMPLEMENTARES;

LEIS ORDINÁRIAS,

MEDIDAS PROVISÓRIAS,

LEIS DELEGADAS,

DECRETOS LEGISLATIVOS,

RESOLUÇÕES,

DECRETOS REGULAMENTARES,

OUTRAS NORMAS, TAIS COMO, PORTARIAS, CIRCULARES, ORDENS DE SERVIÇO ETC.

NÃO ESCRITA: COSTUME JURÍDICO

a)Código Penal DECRETO-LEI N.º 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940

Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio

Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:

Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, se osuicídio se consuma; ou reclusão, de 1 (um) a 3(três) anos, se da tentativa de suicídio resultalesão corporal de natureza grave.

b)Art. 84 - Compete privativamente ao Presidente da República:

VIII - celebrar tratados, convenções e atosinternacionais, sujeitos a referendo do CongressoNacional;

•CONJUNTO DAS DECISÕES DOS TRIBUNAIS A RESPEITO DOMESMO ASSUNTO,

•OS JUÍZES INFERIORES NÃO ESTÃO VINCULADOS ÀS DECISÕESDOS TRIBUNAIS SUPERIORES

•HÁ AMPLA LIBERDADE POR PARTE DOS JUÍZES, QUE DEVEMDECIDIR DE ACORDO COM AS CISCUNSTÂNCIAS DO CASO ECOM SUA CONSCIÊNCIA.

•NÃO SE PODE ESQUECER QUE O JUIZ PARA JULGAR ,NECESSITA DE PROVAS E ARGUMENTOS. E CLARO, SE JÁ EXISTIROUTRA DECISÃO QUE TRATE DO MESMO ASSUNTO, O FATO DEO SEGUNDO JUIZ CONHECÊ-LA PODE NÃO INFLUENCIÁ-LO;PORÉM SERÁ UM ELEMENTO DE GUIA PARA SUA PESQUISA.

c)AGRAVO INTERNO. DIVÓRCIO LITIGIOSO.GUARDA DE MENOR. ACUSAÇÕES MÚTUAS.CRIANÇA OUVIDA EM JUÍZO, REFERINDO QUEPREFERE PERMANECER COM O PAI. FATORELEVANTE, EMBORA NÃO DEFINITIVO.PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE. MANUTENÇÃO,POR ORA, DA DECISÃO AGRAVADA. RECURSOIMPROVIDO. (Agravo Nº 70023964315, Oitava CâmaraCível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: ClaudirFidelis Faccenda, Julgado em 15/05/2008)

d)DIVÓRCIO LITIGIOSO. ALIMENTOS PROVISÓRIOS. FILHOMENOR. ADEQUAÇÃO DO QUANTUM. PROVA. AGRAVO.INOBSERVÂNCIA DO ART. 526 DO CPC. 1. Embora seja obrigatório oatendimento da regra do art. 526 do CPC, o descumprimento, paraimpedir o exame do recurso, deve ser não apenas argüido, masdevidamente comprovado pela parte recorrida. 2. Os alimentos devemser fixados de forma a atender as necessidades do filho, assegurando-lhe condições de vida assemelhadas às do pai, mas sem sobrecarregá-loem demasia. 3. Compete a ambos os genitores o dever de sustento dofilho e, enquanto a guardiã presta alimentos in natura ao filho que comela reside, cabe ao genitor prestar-lhe pensão in pecunia, em valorsuficiente para suprir-lhe as necessidades. 4. Mesmo que as condiçõespessoais e econômicas do genitor sejam limitadas, deve ele contribuiradequadamente para o sustento do menor. 5. É descabida a pretensãodo alimentante de ver os alimentos fixados em percentual sobre osalário mínimo, quando ele possui ganho salarial certo, devendo oencargo recair sobre percentual de seus rendimentos líquidos.Conclusão nº 47 do Centro de Estudos deste Tribunal. 6. Os alimentosprovisórios podem ser revistos a qualquer tempo, bastando quevenham aos autos elementos de convicção que justifiquem a revisão.Recurso desprovido. (SEGREDO DE JUSTIÇA) (Agravo de InstrumentoNº 70021525621, Sétima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS,Relator: Sérgio Fernando de Vasconcellos Chaves, Julgado em12/03/2008)

http://www.stf.jus.br/portal/principal/principal.asp

http://www.tjba.jus.br/site/index.wsp

http://www.tre-ba.gov.br/default/default.do

http://www.trt5.jus.br/

http://www.stj.gov.br/portal_stj/publicacao/engine.wsp

Doutrina é o resultado do estudo que pensadores-juristas e filósofos doDireito, fazem a respeito dodireito.

A doutrina torna-se essencial para aclarar pontos,estabelecer novos parâmetros, descobrir caminhos ainda nãopesquisados, apresentar soluções justas, enfim interpretar asnormas, pesquisar os fatos e propor alternativas, com vistas aauxiliar a construção sempre necessária e constante do EstadodeDireito, com o aperfeiçoamento do sistema jurídico.

A questão da doutrina como fonte do direito não épacífica. Há aqueles que entendem que ela não pode ser fonte,porque apenas descreve a autêntica fonte do direito, que são asnormas jurídicas, ou porque forma esquemas e modelos queexplicam o ordenamento jurídico por construções teóricas; ouainda, porque, quando muito, ela inspira o legislador para e naprodução das normas jurídicas.

Muitos autores há que excluem a doutrina como fontedo Direito, alegando que, por maior que seja adignidade de um mestre e por mais alto que seja oprestígio intelectual de um jurisconsulto, os seusensinamentos jamais terão força bastante para revelara norma jurídica positiva que deva ser cumprida pelosjuízes ou pelas partes.

e) De acordo com Diniz (2008) direito doconsumidor é um conjunto de normas (lein.8078/90) disciplinadoras das relações deconsumo existentes entre fornecedor econsumidor, ou seja, da aquisição de bens ou deserviços pelo destinatário final. (Compêndio deIntrodução à Ciência do Direito, 19.ed. São Paulo:Saraiva, 2008