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Revista do Centro de Educação Ambiental da Mata da Machada e Sapal do rio Coina.

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Page 1: Folha Viva [43]

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EDITORIAL

FolhaVivaMARÇOnº43 2014

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O património natural da Reserva permite apos-tar nesta estratégia e é esse o compromisso que assumi desde o início do mandato – tornar a Re-serva Natural Local num pólo de desenvolvimen-to sustentável.

A Mata Nacional da Machada e o Sapal do Rio Coina são dois espaços únicos ao nível da biodi-versidade. Estes “oásis” são um património que temos procurado potenciar, tornando-os numa referência ambiental, a nível local e regional.

Porque temos consciência de que um futuro me-lhor só pode existir com um melhor ambiente, tem sido feita uma forte aposta nestes que são os dois maiores e mais importantes espaços ver-des do concelho do Barreiro.

Pretendemos que sejam geradores de mais-va-lias para a comunidade local, um valor acres-centado na perspetiva metropolitana e uma articulação e complementaridade com áreas próximas, principalmente a Reserva Natural do Estuário do Tejo, o Parque Natural da Arrábida e o Parque Florestal de Monsanto.

É nossa intenção promover e potenciar o Sapal do Coina como um local de excelência no turis-mo ornitológico, devido às suas características únicas. Tal implica um conjunto de investimen-tos, que criem as condições para a visitação a este local. E decisões que ultrapassam a nossa esfera de competências direta.

Estes são passos que estão a ser dados no senti-do de criar uma maior ligação entre a comunida-de e estes espaços naturais, mas também para aproveitar todo o potencial turístico e económico inerente. Para isso, temos de saber o que quere-mos e temos de ter a capacidade para dialogar e para envolver muitas outras entidades neste processo, algumas com poder de decisão.

Temos de nos orgulhar e, sobretudo, preservar o nosso património natural, por isso estamos a estabelecer medidas que visem a valorização do seu papel enquanto espaços estruturantes e fundamentais do concelho, zelando pela sua conservação e manutenção.

O desenvolvimento dum concelho novo, moder-no e atrativo também passa por aqui!

SApAL DO COInAUm local de excelência para a observação de aves

O ecOturismO, a visitaçãO e cOnservaçãO da natureza e O lazer sãO setOres pOr explOrar nO cOncelhO, e que pOdem criar riqueza e pOstOs de trabalhO.

BRUNO VITORINOVereador da Câmara Municipal do BarreiroVice-Presidente do Conselho de Administração da [email protected]

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FoTorreporTaGem

quem reservOu O sábadO, nO passadO dia 1 de marçO, e nãO se deixOu intimidar pela chuva, teve OpOrtunidade de participar na atividade “charcOs para a biOdiversidade”.

Aqui, descobriu-se a importância ecológica e as funções ambientais deste ecossistema, frequen-temente desconhecido e desvalorizado.

Um charco é uma massa de água de pouca pro-fundidade, maior que uma poça, ou seja, que não se consegue passar com um passo por cima, e menor que um campo de futebol, ou seja, com menos de um hectare. Pode ser temporário ou permanente, natural ou construído, e nele pode-mos encontrar com regularidade, níveis de bio-diversidade superiores à dos lagos e lagoas. É habitualmente um ponto de água doce essencial para muitos animais e considerado um hotspot determinante em termos de biodiversidade local.

Sensibilizados os participantes para a temáti-ca, e uma vez que fazer é das melhores formas para consolidar conhecimentos, passou-se para a parte prática: construir um charco. Sensivel-mente numa hora foi possível escolher e prepa-rar o local. Foi necessário escavar com o auxí-lio de ferramentas, impermeabilizar o terreno e usar pequenos truques para deixar preparadas as condições para que surja um pequeno charco.

O objetivo é que os participantes guardem con-sigo as ferramentas teórico-práticas com que ficaram através desta atividade, para que con-sigam replicar e manter de forma simples este ecossistema e sensibilizar outras pessoas para a sua importância.

Relembramos que o Reserva o Sábado é uma atividade gratuita que o Centro de Educação Ambiental promove no primeiro sábado de cada mês, no espaço da Reserva Natural Local da Mata da Machada e Sapal do Coina, e que pre-tende reforçar a importância da conservação da natureza e da biodiversidade no concelho.

ChARCOS para a biodiversidade

Espaço web

/cea.barreiro

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Foi reforçado o dever dos condutores de veículos de terem um especial cuidado com utilizadores vulnerá-

veis (incluindo bicicletas), moderar a velocidade e aumentar as distâncias de segurança. Na ultra-passagem, os condutores têm agora que ocupar a via de trânsito adjacente, abrandar, e manter pelo menos 1,5 metros de distância lateral de segurança da bicicleta ultrapassada.

Aos utilizadores da bicicleta cabe circular pelo lado direito da via de trânsito, preservando das bermas ou passeios uma distância suficiente que permita evitar acidentes. Passam ainda a poder circular a par dentro de uma mesma via, exce-to em vias com reduzida visibilidade, desde que não exista intensidade de tráfego, e que tal não cause perigo ou embaraço ao trânsito.

Muito conveniente para quem circula em meio urbano é que a utilização de pistas para velo-cípedes deixa de ser estritamente obrigatória, apenas “preferencial”.

Uma regra que normalmente causa dúvidas é a prioridade: as bicicletas deixam de perder a prioridade em cruzamentos, e seguem as mes-mas regras de prioridade que os outros veículos. Como exemplo, num cruzamento sem sinaliza-ção, a bicicleta apresentando-se pela direita, tem prioridade!

Os ciclistas têm prioridade sobre todos os veícu-los, quando não haja sinalização vertical a indicar--lhes o contrário, no atravessamento de passa-gens ou passadeiras dedicadas para velocípedes (não confundir com passadeiras para peões). Para quem tem crianças que gostam de peda-lar ou passear à boleia, até aos 10 anos, estas podem circular em bicicleta nos passeios e pas-

sadeiras, e com a utilização de triciclos e atrela-dos até 1 m de largura, é permitido o transporte de passageiros em atrelados.

O número total de artigos modificados é consi-derável, e os artigos a serem consultados em são o 1º, 3º, 11º, 13 º, 17º, 18º, 30º, 32º, 38º, 78º, 90º, 91º, 103º, 104º, e 113º.

Cabe a cada município a decisão sobre a permis-são de circulação de bicicletas nos corredores BUS (77º) e a criação de zonas de coexistên-cia, com um limite de velocidade de 20 km/h, nas quais todos os utilizadores são permitidos, simultaneamente. A prioridade na coexistência segue a ordem da vulnerabilidade: primeiro os peões, depois bicicletas, e em último lugar auto-móveis (78º A).

paisaGens

O nOvO CóDIgODA ESTRADA E OSvELOCípEDES

as bicicletas deixam de perder a priOridade em cruzamentOs, e seguem as mesmas regras de priOridade que Os OutrOs veículOs.

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Fica uma nota final, não para uma alteração, mas para a tão esquecida obrigatoriedade da iluminação de bicicletas. Esta não se altera e está regulamentada no Art.º 59º e na Portaria 311-B/2005 de 24 de março, de forma detalha-da: refletores dianteiros e traseiros, quantidade e cores das luzes de presença, local, intensida-de e orientação. Estas são obrigatórias desde o anoitecer até ao amanhecer e sempre que as condições de circulação causem má visibilidade.

Para além da legislação, campanhas e infor-mação são disponibilizadas pelo IMTT, FPCUB e MUBI. O conhecimento do código de circulação torna o ciclista mais consciente dos seus deve-res e de potenciais perigos, mas também dos seus direitos que saíram definitivamente refor-çados nas últimas alterações do código.

/ibikebarreiro

http://ibikebarreiro.blogspot.com

Espaço web

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no Piso 1 do Auditório Municipal Augusto Cabrita está patente uma exposição alusiva ao pro-

jecto Sons do Arco Ribeirinho Sul, uma iniciativa da OUT.RA – Associação Cultural, com o apoio da CMB / CEA da Baía do Tejo.

Neste projecto, iniciado em 2011 e agora conclu-ído, elaborou-se um retrato sonoro do Concelho do Barreiro, com especial incidência nas áreas da Reserva Natural Local da Mata da Machada e do Sapal do Rio Coina, bem como em outras zonas da Frente Ribeirinha do Concelho, como a Praia de Alburrica ou o Parque Industrial.

Estas recolhas sonoras, reunidas num arquivo online, pretendem lançar as bases para um en-tendimento diferente da cidade, através da es-cuta dos sons característicos dessas áreas, quer sejam as muitas espécies com habitat na Mata da Machada, quer a atividade humana ou industrial, que contribuem para a identidade do Barreiro.

A exposição, que pode ser visitada até 30 de março, oferecerá um pequeno percurso pelas várias fases do projeto, desde a fase inicial de conceção até à audição de alguns dos sons que compõem o arquivo sonoro final. Contará com visitas guiadas à comunidade escolar, e acolhe-rá, no dia 28 de março, pelas 21h30, um Con-certo Para Olhos Vendados, pelo artista Luís An-tero, baseado inteiramente nos sons recolhidos por si para este projeto (entrada livre).

O filme documental realizado em acompanha-mento do projeto, e que traduz, visualmente, todo o trabalho desenvolvido na recolha deste património imaterial do Concelho, pode ser visto no decorrer das visitas guiadas à exposição.

Rui Pedro Dâmaso(Dirigente da OUT.RA – Associação Cultural)

Infos:Piso 1 do Auditório Municipal Augusto Cabrita – Parque da Cidade do Barreiro.

Horários de funcionamento da exposição:Das 14h00 às 20h00. Encerra às segundas-fei-ras e feriados.

Serviço Educativo: - Visitas guiadas para escolas: 3ª e 5ªs-feiras, 10h00 às 11h00 (máximo 1 turma por visita).

- Visitas guiadas para o público em geral: 2º e 4º sábados de cada mês, 14h00 às 15h00 (nº mínimo/máximo de inscrições: 6/15 pessoas).

- Atividade gratuita, mediante marcação prévia: informações/marcações 212 147 410 ou [email protected]

O arquivo online final estará disponível, a partir de 31 de março, em: www.sonsdoarcoribeirinhosul.com

perFil

SOnS DO ARCORIBEIRInhO SULem exposição

/sonsdoarcoribeirinhosul

www.sonsdoarcoribeirinhosul.com

Espaço web

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Numa sociedade em que cada vez há mais po-breza e mesmo alguma fome, assiste-se à si-tuação irónica e triste de mais de 30% da fruta produzida em Portugal ser desperdiçada pois, apesar de ser saborosa e de qualidade, não tem o aspeto perfeito em termos de cor, formato e calibre que a grande distribuição procura e que os consumidores escolhem.

Este projeto visa combater uma ineficiência de mercado, criando uma marca e um movimen-to que consigam alterar padrões de consumo e criar um mercado para a chamada “fruta feia”.

Um mercado que gere valor para os agricultores e consumidores, e combata tanto o desperdício alimentar como o gasto desnecessário dos re-cursos utilizados na sua produção - água, terre-nos cultiváveis e energia.

Modelo e funcionamento atualReconhecendo que a atual preferência dos ca-nais de distribuição por frutas e legumes esteti-camente perfeitos foi, em grande parte, imposta pelo consumidor que no supermercado optava sempre pelas frutas perfeitas, considerámos que o modelo que melhor respondia ao objeto da Fruta Feia era o da Cooperativa de Consumo, devolvendo assim ao consumidor a responsabi-lidade de inverter tal tendência e o desperdício alimentar que daí advém.

A cooperativa Fruta Feia CRL arrancou no dia 18 de novembro de 2013, com a sua primeira delegação/ponto de entrega em Lisboa, que fun-ciona uma vez por semana (segunda-feira), num espaço cedido pela Associação Casa Indepen-dente, sita no Largo do Intendente n.º 45.

perFil

projeTofRUTA fEIA

/FrutaFeia

www.frutafeia.pt @ [email protected]

Espaço web

O prOjetO Fruta Feia tem cOmO ObjetivO principal canalizar essa parte da prOduçãO FrutO hOrtícOla atéàquelecOnsumidOr que nãO julga a qualidade pela aparência.

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200Consumidores associados(mais 320 em lista de espera)

9,7Toneladas de desperdício evitado

21Agricultores parceiros

10Voluntários para a montagem das cestas

11Semanas de funcionamento

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O Coastwatch tem-se revelado um projeto dinamizador e en-corajador para a nossa escola

e, mais concretamente, para o curso de Técni-co de Higiene e Segurança no Trabalho e Am-biente. Os estudantes deste curso aproveitam o CoastWatch para aumentar o seu conhecimen-to e curiosidade na área que aos recursos am-bientais diz respeito, potenciando assim as suas aprendizagens de forma prática e estimulante.

O enquadramento e as explicações entusias-mantes feitas pelo responsável local do Barreiro e a articulação com a Câmara Municipal do Bar-reiro, em muito contribuíram para a captação de interesse por parte dos alunos da Escola Profis-sional Bento Jesus Caraça.

Esta iniciativa anual, à qual a escola aderiu no ano letivo 2010/2011, tem vindo a sensibilizar a comunidade educativa para a importância da preservação e monitorização dos espaços lito-rais, uma vez que leva os jovens a descobrir as “riquezas de fauna e flora” que se encontram presentes na sua localidade, bem como as ame-aças que sofrem.

Além do óbvio interesse que o Projeto Coastwatch tem no âmbito da formação técnica dos nossos alunos, traz-lhes também mais-valias do pon-to de vista das chamadas competências trans-versais. O trabalho desenvolvido no âmbito do projeto oferece a cada aluno a oportunidade de desenvolver um sentimento mais profundo de responsabilidade pelo património natural da re-gião, bem como a noção do papel do cidadão comum no sentido de participar na preservação de cada espaço. Por outro lado, os alunos valo-rizam sempre a possibilidade de aprender fora da sala de aula, ao mesmo tempo que podem contribuir para um conhecimento mais profundo dos nossos recursos naturais, num ambiente de convívio, descontração e intervenção cívica.

projeTo escola

COASTWATCh Um projeTo a manTer!

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Professora Dora TeresaProfessora Raquel Rodrigues Escola Profissional Bento Jesus Caraça

pOr tudO istO pOdemOs aFirmar que esta iniciativa, de interesse cOmunitáriO e aO mesmO tempO lOcal, tem já um grande valOr na nOssa cOmunidade educativa, encOntrandO-se as entidades dinamizadOras de parabéns.

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Os primeiros óculos que existiram foram criados pelos chineses, há mais de 2000 anos. No en-tanto, estes óculos não corrigiam a visão, ser-vindo apenas para proteger os olhos do Sol.

Quem tinha problemas de visão, tinha de viver com isso. Por exemplo, em Roma, os senhores com pouca visão obrigavam os escravos a lerem para eles. Os escravos, se vissem mal, eram vendidos barato.

O nOme “óculOs” vem dO latim ocularium, um termO que se reFeria aO OriFíciO FeitO nas armaduras de cabeça dOs sOldadOs, que lhes permitiam ver. No século I d.C. o cientista árabe Alhazen obser-vou como a luz se refletia quando atravessava uma lente (um pedaço curvo de vidro), e perce-beu que os objetos, vistos através de algumas lentes, pareciam maiores.

Rapidamente os monges da europa começaram a usar as “pedras de leitura”: umas lentes que deslocavam sobre as páginas dos livros e au-mentavam as letras.

O inglês Roger Bacon escreveu, em 1268, sobre o modo como as lentes poderia ser usadas dian-te os olhos para corrigir a falta de visão, mas nunca meteu em prática as suas ideias. Só uns anos mais tarde, em Itália, surgiram os óculos, que se tornaram um sucesso.

Os primeiros óculos não tinham hastes: pren-diam à volta do nariz. Tratava-se de duas lentes presas por armações de metal, que se uniam por uma articulação dobrável, ou um arame maleá-vel. As hastes só surgiram, por volta do século XVII.

No início, os óculos apenas corrigiam a hiperme-tropia, ou seja, a dificuldade em ver ao perto. Por isso, eram apenas usados para fazer traba-lhos manuais, ler ou escrever.

Mas com o passar dos anos, foram feitos desen-volvimentos importantes, e que muito têm aju-dado quem tem diferentes problemas de visão.Logo no século XV começaram a ser usadas len-tes para fazer óculos para pessoas com miopia (dificuldade em ver o que está longe).

As lentes bifocais (dois tipos de lentes numa só), foram criadas em 1784 pelo americano Ben-jamin Franklin, e cerca de 100 anos depois, o suíço A. Eugene Fick inventou as lentes de con-tacto, que são colocadas diretamente no olho, não sendo necessária a armação para segurar as lentes corretivas.

Grandes invençÕes

óCULOS

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mesmO que Os velhinhOs discOs tendam a ser substituídOs pelOs cd’s, O vinil veiO para Ficar.

Dê uso àqueles que entretanto se riscaram, e pa-recem não ter outro destino que não seja o lixo.Transforme-os em originais taças, que pode usar como fruteira ou vaso, seguindo estes passos.

Material necessário• Uma taça de pirex, ou inox ou outro material

que possa ir ao forno • Folha de alumínio• Um disco de vinil

passo 1Comece por pré-aquecer o forno a 180ºC e colo-que o vinil sobre a taça voltada com a abertura para baixo. Cubra o vinil com a folha de alumínio.Leve ao forno por 4 minutos, até perceber que o disco está a ficar mole.

passo 2Retire do forno, com cuidado. Para não se quei-mar na taça, use luvas, e vire-a ao contrário, com a abertura para cima. Coloque o disco no seu interior e molde-o à taça, com relativa rapidez (cerca de 1 minuto).

Escolha outro tamanho de taça para moldar, con-soante a medida que pretende para esta de vinil.

passo 3Deixe arrefecer um pouco ainda na forma, e re-tire. Está pronto a usar e fazer maravilhas na sua decoração!!

vIRA O DISCO!

01

02

03

ecopÁGina

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projeTo escola

na Escola Básica 2,3 de Álvaro Ve-lho decorreu até ao dia 23 de ja-neiro uma exposição de fotos de

aves do fotógrafo Faísca, acompanhada de uma exposição de aves em 3D elaboradas pelos alu-nos no âmbito do clube ”Os Amigos da Natureza”.

Este concurso consistiu na realização de aves em 3D com materiais reutilizados/reciclados pelos alunos e respetivas famílias, e foi alvo de uma votação online no portal da escola. Foi, ainda, apadrinhado pela Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), que fez parte do painel de júri e contou com uma equipa de professores que colaboraram na montagem da exposição.

em primeirO lugar FicOu a neuza gOnçalves (9º d) cOm um FlamingO, seguida dO jOãO silva (5ºd) cOm um mOchO, e dO rúben santOs (9ºd) cOm um pardal.Ainda dentro desta atividade, os alunos irão dis-tribuir pelas árvores da escola, ninhos por eles elaborados.

A Coordenadora do clubeHelena Pires

exposição/concUrso DE AvES

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impressÕes coloridas

OS LUgARES MAIS pOLUíDOS

DO pLAnETAencOntrar paisagens idílicas

dO nOssO planeta nãO é diFícil. nO entantO, existem OutrOs lOcais que duvidamOs da sua

existência Ou em que seja pOssível sObreviver

Foto: Blacksmith Institute

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são várias as organizações que tentam ajudar as populações locais e procuram soluções de recuperação ambiental e

controlo de doenças que atingem milhões de pesso-as. É o caso do Instituto Blacksmith, uma organização internacional sem fins lucrativos, responsável pela ela-boração de uma lista com os locais mais poluídos do planeta em 2013. São eles:

agbogbloshie, GanaO Gana importa cerca de 215.000 toneladas de lixo eletrónico da Europa. Todos procuramos ter a tecno-logia mais recente no dia-a-dia, por isso a este bair-ro chegam computadores, telemóveis, micro-ondas, frigoríficos, televisores, entre outros, que tenham sido considerados inúteis. Assim, Agbogbloshie é o segun-do maior local de processamento de resíduos eletró-nicos da África Ocidental. Os especialistas acreditam que rapidamente se tornará no maior, visto que está previsto que receba até 2020 os nossos gadgets. Esti-ma-se que 40 mil pessoas sejam afetadas diretamente.

chernobyl, UcrâniaQuem não conhece a trágica história deste local, con-siderado o pior desastre nuclear de sempre, em que ocorreu a libertação de radiação nuclear 100 vezes su-perior às bombas atómicas de Hiroshima e Nagasaki? Desde 1986 que os efeitos se fazem sentir: bebés que nascem com mal-formações, doenças respiratórias graves, infertilidade, cancro, entre outros. Mas não se pense que os efeitos da radiação apenas se fazem sentir nos limites da cidade, existem vastíssimas áre-

as contaminadas na Bielorrússia, Rússia e Ucrânia. Estima-se que cerce de 10 milhões de pessoas foram afetadas pela poluição de Chernobyl.

rio citorum, indonésiaHá 2 décadas era um rio límpido, onde os pescadores passavam calmamente os seus dias e um local bastan-te visitado por famílias. Passados 20 anos, tornou-se o depósito de lixo doméstico de 9 milhões de pessoas, e onde cerca de 500 empresas têxteis libertam os seus resíduos e efluentes carregados de produtos químicos. Atravessar este rio de barco tornou-se uma verdadeira proeza, e por incrível que possa parecer, 80% do forne-cimento de água de Jacarta provêm das águas deste rio. Chumbo, alumínio, manganês e ferro são alguns dos poluentes que afetam diretamente mais de 500 mil pessoas e 5 milhões indiretamente.

Dzerzhinsk, rússiaA cidade foi construída em 1929 com o propósito de albergar indústrias químicas, a sua existência foi man-tida em segredo uma vez que era aqui que se produ-ziam armas químicas devastadoras. Com a queda do regime da antiga União Soviética, as fábricas e os seus produtos foram deixados ao abandono. Existem pou-cas árvores (franzinas e sem folhas), poucos animais subsistem e a população sofre de inúmeras doenças, a esperança de vida é de 47 anos para as mulheres e de 42 para os homens.

impressÕes coloridas

Foto: Blacksmith Institute

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Hazaribagh, BangladeshÉ a região com mais curtumes de Bangladesh. Fábri-cas e tecnologia obsoletas e métodos de trabalho ultra-passados promovem com que cerca de 22 mil litros de resíduos tóxicos sejam despejados por dia no rio Buri-ganga. Este curso de água é também a principal fonte de abastecimento de água em Dhaka. Uma vez que o principal agente químico presente nesta indústria é o crómio hexavalente, são inúmeros os casos de cancro que afeta a população.

Kabwe, ZâmbiaÉ a segunda maior cidade da Zâmbia, que se dedica principalmente à exploração dos recursos geológicos. Durante um século, as minas de chumbo libertaram finas partículas de metais pesados para a atmosfera, que se depositaram no solo de Kabwe e das cidades vizinhas. Em 2006, foram efetuadas análises ao san-gue das crianças locais e verificou-se que os níveis de chumbo excediam os valores recomendados entre 5 a 10 vezes.

Kalimantan, indonésiaLocalizada na ilha de Bornéu, esta zona é conhecida pela riqueza em ouro. Os métodos utilizados pelos mi-neiros são ainda pouco desenvolvidos, recorrendo ao mercúrio para a extração do ouro. Este metal pesado foi gradualmente penetrando no solo e contaminou os lençóis freáticos. Estima-se que cerca de 225 mil pes-soas estejam a sentir os efeitos nefastos do mercúrio na sua saúde.

rio Matanza – riachuelo, argentinaFoi considerado o rio mais poluído da Argentina e a sua bacia, uma das mais contaminadas do mundo. Cerca de 5000 fábricas libertam os seus esgotos nas águas do rio, que estão carregadas de grandes quantidades de zinco, chumbo, cobre, níquel e outros metais pe-sados. São conhecidos diversos problemas de saúde na população, ao nível do sistema digestivo e das vias respiratórias. Estima-se que a poluição possa afetar cerca de 20.000 pessoas que vivem na zona.

Delta do rio níger, nigériaÉ uma área densamente povoada, concentrando cerca de 8% de toda a população da Nigéria. O Delta do Rio é atravessado por milhares de quilómetros de oleodu-tos, muitos deles em mau estado de conservação, com cerca de 4 ou 5 décadas. Devido a diversos derrames de petróleo (entre 1976 e 2001 cerca de 7000 aciden-tes) e ao roubo desta tão cobiçada matéria-prima, jul-ga-se que o equivalente a 240 mil barris de petróleo contamine o delta anualmente.

norilsk, rússiaNesta cidade industrial na Sibéria, aproximadamente 500 toneladas de óxidos de cobre e de níquel, e mi-lhões de toneladas de óxido de enxofre, são liberadas. A poluição do ar é tão grande que a expectativa de vida dos trabalhadores das indústrias da cidade é dez vezes menor do que a média registrada na Rússia.

Foto:www.planetforward.ca

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limosa limosa ou maçarico-de--bico-direito é uma ave limícola de médio porte, que faz parte da

extensa ordem dos Charadriiformes e da família Scolopacidae. Atinge facilmente os 36 a 40 cm de comprimento e apresenta pernas compridas e negras. A sua característica mais marcante, e que lhe dá o nome, é o longo bico direito, que possui uma coloração que varia entre os tons laranja e arroxeado, mas sempre com a extre-midade preta.

Em voo, a barra preta na cauda em contraste com o uropígio branco e a larga e branca banda alar dão-lhe um ar singular. Pode, no entanto, ser facilmente confundida com outra limíco-la, o fuselho (Limosa lapponica), contudo este não possui um porte tão elegante, uma vez que apresenta o pescoço, bico e pernas mais curtos.

Na época de acasalamento, os adultos apresen-tam uma plumagem nupcial com tons alaranja-dos na cabeça, pescoço e peito, embora nas fê-meas estes tons sejam mais suaves. Quando não se encontram com plumagem nupcial, as aves têm as regiões superiores de cor cinzenta uni-forme e a parte ventral branca. Os juvenis apre-sentam tonalidades mais próximas do castanho.

A época de reprodução ocorre entre abril e ju-nho. Constrói o ninho no chão, em zonas de ve-getação rasteira, entre pequenos arbustos, que utiliza para camuflagem. Faz apenas uma pos-tura e normalmente com 4 ovos. O período de incubação varia ente 22 a 24 dias e o período de desenvolvimento do juvenil de 25 a 30 dias.

Relativamente ao habitat, o maçarico-de-bico--direito encontra-se maioritariamente em zonas húmidas litorais, tais como estuários e rias, uti-lizando principalmente os arrozais e as salinas associados. As zonas de vaza dos estuários são igualmente frequentadas pela espécie

É uma limícola comum no nosso país e no Li-vro Vermelho dos Vertebrados de Portugal está classificada como “Não Ameaçada”. É protegida pelo Anexo II da Convenção de Bona e pelo Ane-xo III da Convenção de Berna. A nível europeu, sofreu um decréscimo nos últimos anos como consequência direta da intensificação agrícola e da drenagem das zonas húmidas nos seus locais de nidificação.

No nosso território continental ocorre como mi-grador de passagem ou invernante. Durante a sua migração pré-nupcial, que nesta espécie é precoce, ocorrendo nos meses de janeiro e fe-vereiro, é usual a presença de mais de 50 mil in-divíduos em Portugal, a maioria em arrozais. No inverno e durante a migração pós-nupcial, que tem início em junho, a espécie é menos comum, contudo observável.

curisosidade:dá-se O nOme de urOpígiO aO apêndice triangular quecObre as vértebras caudais das aves e Onde se inserem aspenas da cauda.

MAçARICO-DE-BICO-DIREITO

observaTÓrio

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classificação científicaReino: AnimaliaFilo: ChordataClasse: AvesOrdem: CharadriiformesFamília: ScolopacidaeGénero: LimosaEspécie: Limosa limos

classificação científicaReino: AnimaliaFilo: ChordataClasse: AvesOrdem: CharadriiformesFamília: ScolopacidaeGénero: LimosaEspécie: Limosa limos Foto: Nuno Cabrita

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Com uma área de 52 km2, este parque criado em 1998 integra o Parque Natural da Arrábida. O seu nome é uma homenagem ao biólogo que dedicou parte da sua carreira científica ao estudo daquelas costas, mas já nos finais do século XIX suscitava o interesse do Rei D. Carlos, entre outros naturalistas e universidades.

O Parque abrange a área marinha entre a Serra da Ar-rábida - praia da Figueirinha - e o Cabo Espichel - praia da Foz. É detentor de características particulares, no-meadamente o fundo rochoso, de natureza muito es-pecífica, pois resulta essencialmente da fragmentação da própria arriba, destacando-se grandemente de toda a envolvente, já que a costa portuguesa para norte do cabo de Sines é maioritariamente arenosa.

O sistema de serras protege esta zona do vento norte, reduzindo a ondulação e favorecendo o desenvolvi-mento de muitas espécies e sua reprodução. Talvez também por isso, no Parque Marinho, se verifiquem espécies raras em Portugal, como são o caso do ca-ção-liso e do cação-perna-de-moça, que estão men-cionados na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas do IUCN (International Union for Conservation of Natu-re), com o estatuto de «Vulneráveis». Também a raia--branca, está na mesma lista com o estatuto de «Em perigo».

Dentro dos peixes, podemos encontrar, o apara-lápis, o peixe-porco, o besugo, o bodião, o peixe-lua, a boga, a bruxa, o caboz-negro, o sargo-bicudo, o mero, a abrótea-da-poça, ou a moreia.

Também se pode encontrar alforrecas, o cavalo-mari-nho, o polvo, a aranha-do-mar, esponjas, ou o pepino--do-mar.

Junto às rochas, são frequentes as anémonas, as es-trelas-do-mar, ouriços-do-mar e crustáceos, como a santola ou a lagosta-castanha

É uma área com elevadíssima diversidade animal e ve-getal, estando registadas mais de 1400 espécies, mui-tas com valor económico importante, como o tamboril e o pregado. A sua proteção tem particular importância pois existem indícios de declínio destas populações.

Trata-se de uma zona com elevada produção primária e que é utilizada como local de refúgio e crescimen-to de juvenis de muitas espécies, nomeadamente de peixes, conferindo a esta zona um papel de “berçário”, muitas vezes só atribuído aos estuários.

As pradarias marinhas, ambientes de pouca profundi-dade, conferem uma zona de proteção, com bons es-conderijos, para as espécies que migram para estas águas, com o único objetivo de acasalarem e coloca-rem os seus ovos protegidos dos predadores. São no entanto o habitat mais ameaçado do Parque.

parqUe marinho pROfESSOR LUIz SALDAnhA

desTinos

nO que respeita às aves, Observam-se a tOrda-cOmum, a cagarra, a gaivOta-argentina, O patO-pretO, O gançO-patOla, Ou O cOrvO-marinhO--de-crista, entre Outras.

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A exploração excessiva dos recursos biológicos, bem como a forte utilização deste espaço para fins recreativos, são os problemas que mais afetam o Parque Marinho.

nÃo DeiXe De:Mergulhar no idílico Jardim das Gorgónias. Com um fundo pedregoso a circundar uma grande baia de areia fina e branca, constitui uma verdadeira maternidade de biodiver-sidade. As gorgónias de várias cores salpicam a paisa-gem, fazendo jus ao nome de jardim, principalmente de manhã quando o sol enche aquela baía.

Se não puder mergulhar, visite o Museu Oceanográfico, instalado no Forte de St.ª Maria no Portinho da Arrábida, que constitui um janela para o parque marinho. Foto: FPinto

Foto: EGonçalves

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sUGesTÕes

até 30 de marçoSONS DO ARCO RIBEIRINHO SULInformações: www.sonsdoarcoribeirinhosul.com

até agostoERA UMA VEZ… CIÊNCIA PARA QUEM GOSTA DE HISTÓRIAS

Local: Pavilhão do ConhecimentoInformações: www.pavconhecimento.pt

22 de marçoA QUE SABEM AS FLORES?

Local: Museu Nacional de História Natural e de CiênciaInformações: www.mnhnc.ulisboa.pt

21 de marçoDIA DA ÁRVOREAtividades dirigidas às escolas do concelho

Local: Centro de Educação Ambiental da Mata da Machada e Sapal do Coina

Informações: 800 205 681 – Linha Verde do Ambiente

AgEnDA

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a laGartiXa casaDoiraLuisa Chaves com ilustrações de Beatriz Lamas OliveiraEscola de Mar

Manuel Monticola, a lagartixa-da-montanha, surge como um animal apaixonado, resgatado da realidade biológica portuguesa, com uma história apaixonan-te e encantadora. Escrita para que todos possam aprender, está pensada com especial carinho para os pequenos aventureiros e exploradores da natureza.

LIvRO

sãO várias as espécies animais simpáticas sObre as quais pOdemOs Falar e sOnhar, mas muitas Outras existem, ainda pOucO cOnhecidas, igualmente bOnitas, interessantes e apelativas, cOmO a lagartixa-da-mOntanha.

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Câmara Municipal do BarreiroRua Miguel Bombarda2834-005 Barreirowww.cm-barreiro.pt

Centro de Educação Ambiental da Mata da Machada e Sapal do Rio CoinaTel.:211 919 [email protected]

Coordenação de Edição e Redação:Centro de Educação Ambiental da Mata da Machada e Sapal do Rio Coina

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Data de Edição:Março de 2014

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