folha do japi 8

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O que fizeram os dois deputados em 60 dias? Pág 3 Pág 8 Pág 6 ARY FOSSEN X PEDRO BIGARDI Conheça o trabalho do Lar Anália Franco ANO 1 / NÚMERO 8 20 a 26 DE MAIO DE 2011 DIFERENTE PORQUE RESPEITA SUA INTELIGÊNCIA Motoristas e cobradores fazem Profissionais ganham 39% a menos que colegas de Sorocaba, cidade que cobra o mesmo valor da passagem de Jundiaí 8 Folha do Japi CULTURA DVD DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Falhas estruturais e de conservação do acervo são os principais problemas apontados ‘2019 - O Ano da Extinção‘ parece- apenas mais um filme sobre vam- piros. Mas não se engane, pois ele é totalmente original, subverte os clichês do gênero e ainda traz uma crítica político-social interessante. Estamos na Terra do ano 2019, dez anos após uma epidemia que transformou grande parte da humanidade em vampiros. O problema é que existem cada vez menos humanos e até animais e o precioso sangue está cada vez mais escasso. Assim, o que restou da raça humana é caçada e cultivada por uma mega corporação coman- dada por um vampiro sem escrú- pulos que lucra horrores com a alta do preço do sangue. Temos aí uma ótima alegoria sobre a crueldade do sistema capitalista, onde só os que podem ter acesso a esses “comodities” (no caso, o sangue) poderão sobreviver, en- quanto o resto é tratado como lixo e enviado para a morte. Esse subtexto político permeia toda a obra, que conta com boas atuações de Ethan Hawke, Willem Dafoe e Sam Neill. A trilha musical do australiano Christopher Gor- don é simplesmente espetacular e eleva o filme. Tenso, bem dirigido, com diálogos inteligentes, sem finais redentores idiotas ou excesso de cenas nojen- tas, esse é um dos raros filmes que misturam terror com ficção cientí- fica que valem a pena serem assis- tidos atualmente. Não percam – e não se esqueçam de prestar aten- ção à música! - por André Lux EM EXIBIÇÃO Feliz Que Minha Mãe Esteja Viva (Leg) – Sala 3 O Noivo da Minha Melhor Amiga (Leg) – Sala 3 Padre 3D (Leg) – Sala 4 Padre 3D (Dub) – Sala 4 Piratas do Caribe (Leg) – Sala 6 Piratas do Caribe 3D (Dub) – Sala 5 Piratas do Caribe 3D (Leg) – Sala 5 Rio (Dub) – Sala 3 Thor (Dub) – Sala 1 Velozes e Furiosos 5 (Leg) – Sala 2 Mais informações: www.moviecom.com.br presidente do Conselho OMunicipal de Proteção do Acervo Cultural de Jundiaí (COMPAC), Eduardo Carlos Pereira, critica a situação dos Museus de Jundiaí e aponta di- versas falhas estruturais e de conservação do acervo. “Os muse- us estão abandonados”, dispara o presidente e arquiteto. O ex-coordenador do Museu da Energia por quatro anos, Doni- zetti Aparecido Pinto, diz que o estabelecimento estava com pro- blemas hidráulico, elétrico, na comunicação e na infraestrutura. “Quando chovia, alagava os ba- nheiros e dava medo, porque toda a fiação estava na laje”, afir- ma. O museu foi fechado no final de fevereiro para reformas e ti- nha previsão para reabertura no dia 21 de maio, porém as obras apenas terminarão em outubro. “Pra mim esta reforma é uma mentira, isso é uma construção nova”, dispara Pereira. Embora o museu seja mantido pela Fundação de Energia e Sane- amento, Donizetti critica a omis- são da Prefeitura diante da situa- ção do prédio que é patrimônio público. “A Fun- dação não cumpre a missão de zelar pelo prédio e a Prefeitura é omis- sa por não cobrar melhorias da cura- dora”. Ele ainda fala que as exposi- ções não eram remodeladas. “O museu trabalhou com o resto da exposição de Itu”, revela. O Museu da Com- panhia Paulista, segundo Pereira, está cheio de pro- blemas estrutura- is, infiltração pe- los telhados e falta de conservação do acervo. “Para trabalhar no museu as pessoas precisam ter notoriedade na área, responsabilidade e conhecimento administrativo para saber mexer no acervo”, afirma o presidente do COMPAC. A assessoria de imprensa do Mu- seu da Energia informou que a Fundação achava que a obra seria Museu da Energia fechou as portas para o público menor e que a exposição será renovada. A Prefeitura de Jundiaí informa que foi elaborado o Pla- no Museológico, que cumpre a Lei Federal, e está em processo de contratação de consultoria para o acompanhamento do desenvol- vimento do Plano. O acervo dos museus está sendo cuidado, in- clusive com a criação da Pinaco- teca, que abriga as obras de arte, patrimônio público, garante. Ainda de acordo com a Prefeitu- ra, em relação ao Museu da Com- panhia Paulista, há expectativas de executar serviços de estrutura- ção e manutenção do espaço físi- co. A Prefeitura pretende criar o Parque da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Miguel Haddad não vai cumprir promessa Pág 3 HOSPITAL REGIONAL Pág 7

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Oitava edição do jornal que respeita a sua inteligência.

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Page 1: Folha do Japi 8

O que fizeram os doisdeputados em 60 dias?

Pág 3

Pág 8

Pág 6

ARY FOSSEN X PEDRO BIGARDI

Conheça o trabalho do Lar Anália Franco

ANO 1 / NÚMERO 8

20 a 26 DE MAIO DE 2011 DIFERENTE PORQUE RESPEITA SUA INTELIGÊNCIA

Motoristas e cobradores fazem

Profissionais ganham 39% a menos

que colegas de Sorocaba, cidade que cobra

o mesmo valor da passagem de Jundiaí

8 Folha do Japi

CULTURA

DVD

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Falhas estruturais e de conservação do acervo são os principais problemas apontados

‘2019 - O Ano da Extinção‘ parece-apenas mais um filme sobre vam-piros. Mas não se engane, pois ele é totalmente original, subverte os clichês do gênero e ainda traz uma crítica político-social interessante.Estamos na Terra do ano 2019, dez anos após uma epidemia que transformou grande parte da humanidade em vampiros. O problema é que existem cada vez menos humanos e até animais e o precioso sangue está cada vez mais escasso. Assim, o que restou da raça humana é caçada e cultivada por uma mega corporação coman-dada por um vampiro sem escrú-pulos que lucra horrores com a alta

do preço do sangue. Temos aí uma ótima alegoria sobre a crueldade do sistema capitalista, onde só os que podem ter acesso a esses “comodities” (no caso, o sangue) poderão sobreviver, en-quanto o resto é tratado como lixo e enviado para a morte. Esse subtexto político permeia toda a obra, que conta com boas atuações de Ethan Hawke, Willem Dafoe e Sam Neill. A trilha musical do australiano Christopher Gor-don é simplesmente espetacular e eleva o filme.Tenso, bem dirigido, com diálogos inteligentes, sem finais redentores idiotas ou excesso de cenas nojen-

tas, esse é um dos raros filmes que misturam terror com ficção cientí-fica que valem a pena serem assis-tidos atualmente. Não percam – e não se esqueçam de prestar aten-ção à música!

- por André Lux

EM EXIBIÇÃO

Feliz Que Minha Mãe

Esteja Viva (Leg) – Sala 3

O Noivo da Minha

Melhor Amiga (Leg) – Sala 3

Padre 3D (Leg) – Sala 4

Padre 3D (Dub) – Sala 4

Piratas do Caribe (Leg) – Sala 6

Piratas do Caribe 3D

(Dub) – Sala 5

Piratas do Caribe 3D

(Leg) – Sala 5

Rio (Dub) – Sala 3

Thor (Dub) – Sala 1

Velozes e Furiosos 5

(Leg) – Sala 2

Mais informações:

www.moviecom.com.br

presidente do Conselho OMunicipal de Proteção do

Acervo Cultural de Jundiaí

(COMPAC), Eduardo Carlos

Pereira, critica a situação dos

Museus de Jundiaí e aponta di-

versas falhas estruturais e de

conservação do acervo. “Os muse-

us estão abandonados”, dispara

o presidente e arquiteto.

O ex-coordenador do Museu da

Energia por quatro anos, Doni-

zetti Aparecido Pinto, diz que o

estabelecimento estava com pro-

blemas hidráulico, elétrico, na

comunicação e na infraestrutura.

“Quando chovia, alagava os ba-

nheiros e dava medo, porque

toda a fiação estava na laje”, afir-

ma. O museu foi fechado no final

de fevereiro para reformas e ti-

nha previsão para reabertura no

dia 21 de maio, porém as obras

apenas terminarão em outubro.

“Pra mim esta reforma é uma

mentira, isso é uma construção

nova”, dispara Pereira.

Embora o museu seja mantido

pela Fundação de Energia e Sane-

amento, Donizetti critica a omis-

são da Prefeitura diante da situa-

ção do prédio que é patrimônio

público. “A Fun-

dação não cumpre

a missão de zelar

pelo prédio e a

Prefeitura é omis-

sa por não cobrar

melhorias da cura-

dora”. Ele ainda

fala que as exposi-

ções não eram

remodeladas. “O

museu trabalhou

com o resto da

exposição de Itu”,

revela.

O Museu da Com-

panhia Paulista,

segundo Pereira,

está cheio de pro-

blemas estrutura-

is, infiltração pe-

los telhados e falta

de conservação do acervo. “Para

trabalhar no museu as pessoas

precisam ter notoriedade na área,

responsabilidade e conhecimento

administrativo para saber mexer

no acervo”, afirma o presidente

do COMPAC.

A assessoria de imprensa do Mu-

seu da Energia informou que a

Fundação achava que a obra seria

Museu da Energia fechouas portas para o público

menor e que a exposição será

renovada. A Prefeitura de Jundiaí

informa que foi elaborado o Pla-

no Museológico, que cumpre a

Lei Federal, e está em processo de

contratação de consultoria para o

acompanhamento do desenvol-

vimento do Plano. O acervo dos

museus está sendo cuidado, in-

clusive com a criação da Pinaco-

teca, que abriga as obras de arte,

patrimônio público, garante.

Ainda de acordo com a Prefeitu-

ra, em relação ao Museu da Com-

panhia Paulista, há expectativas

de executar serviços de estrutura-

ção e manutenção do espaço físi-

co. A Prefeitura pretende criar o

Parque da Companhia Paulista

de Estradas de Ferro.

Miguel Haddadnão vai cumprirpromessa Pág 3

HOSPITAL REGIONAL

Pág 7

Page 2: Folha do Japi 8

José Roberto Lux, o Zé Boquinha, foi jogador e técnico profissionalde basquete por 51 anos e hoje é comentarista de basquete

e futebol do canal de TV ESPN e da rádio Estadão ESPN.

2 Folha do Japi

EDITORIAL ESPORTES

Folha do Japi publicou na

semana passada com exclu-Asividade a denúncia feita

pelo deputado Pedro Bigardi em

relação a não existência de proje-

tos arquitetônico e

executivo para as

obras do prometido

Hospital Regional.

Apesar de não ter sido

repercutida pela imprensa

diária local, a notícia

espalhou-se rapidamen-

te pela cidade - princi-

palmente por meio das

redes sociais da inter-

net. A revolta da popu-

lação com mais esse desa-

foro foi geral.

Mais do que depressa, o prefei-

to Miguel Haddad escalou seus

principais secretários para tentar

abafar o escândalo. Só que a emen-

da saiu pior que o soneto, já que os

subordinados do prefeito do PSDB

apenas confirmaram que as infor-

mações divulgadas pela Secretária

de Saúde do Estado eram verdade-

iras e que agora vão fazer tudo

aquilo que já deveriam ter feito há

anos. Detalhe: as obras do Hospi-

tal Regional podem durar até três

anos.

Ou seja, a promessa do então can-

didato Miguel Haddad de que o

Hospital Regional já estaria funcio-

nando em 2012 não será cumprida,

como tantas outras que ele fez nos

últimos anos.

A única diferença é que agora a

população tem meios de se infor-

mar sobre o que realmente está

acontecendo nos bastidores do

poder local e, mais importante, tem

como expressar sua revolta contra

o descaso e as promessas vazias do

grupo político que está no poder há

nada menos que 20 anos...

Vaga na série D do Campeonato Brasileiro não veio, só resta agora a Copa Paulista

undado por funcionários da FCompanhia Paulista de

Estradas de Ferro, em 17 de maio

de 1909, o Paulista Futebol Clube

completou 102 anos na última

semana. Neste ano, embora

tenha conquistado a 10ª

colocação no Campeonato

Estadual e evitado o rebaixa-

mento, o Paulista pretendia

ganhar um presente da CBF

(Confederação Brasileira de

Futebol): vaga na série D do

Campeonato Brasileiro.

Porém, a tabela do Brasileirão foi

divulgada pela Confederação e

o Galo não está na lista. Só resta

ao time se preparar para o

bicampeonato da inexpressiva

Copa Paulista, que tem início no

dia 17 de julho.

Durante esses dias calmos no

clube, período de férias para os

atletas, o Paulista fechou

contrato até o final do Campeo-

nato Estadual do próximo ano

com o técnico Wagner Lopes. O

auxiliar técnico Fernando

Alcântara e o preparador físico

Fernando Moreno também

continuam no time. Quem se

despede do Galo é o volante e

capitão do t ime, Baiano.

Segundo informação do site do

Paulista, o jogador já assinou

contrato com o Red Bull e vai

defender o clube por um ano.

EXPEDIENTE

Edição: André Lux

Reportagens e fotos:

Renata Gutierrez

Ilustrações:

José Geraldo de Oliveira

Tiragem: 5 mil exemplares

cartas, sugestões, denúncias:

[email protected]

Blog do jornal:

[email protected]

Twitter: @FolhaDoJapiJund

As opiniões assinadas são de

responsabilidade de seus autores

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Folha do Japi

A confusão sobre a greve dos ônibus em Jundiaí foi motivo de manchetes nos três jornais da cidade. Porém apenas o Bom Dia alertou a população sobre a possível greve nessa sexta-feira, o Jornal de Jundiaí e Jornal da Cidade alertaram em letras “garrafais” que a greve tinha sido adiada.

De olho na MÍDIA

Quem leu apenas os dois últimos vespertinos teve uma desagradá-vel surpresa ao sair de casa. O JC ouviu apenas o Sindicato da categoria e descartou qualquer possibilidade de paralisação, o JJ ficou chegou a abordar a questão mas garantiu que a paralisação aconteceria apenas na segunda-feira.

Em meio a esses acertos e derra-

padas do Paulista nos campeo-

natos, o presidente do Paulista

Djair Bocanella acredita que o

clube tenha o que comemorar.

“Fugimos do que aconteceu nos

três últimos anos, quando fomos

eliminados logo nas primeiras

rodadas do Campeonato Paulis-

ta”. Porém, os dados não tão

otimistas. O último título do

Paulista foi como campeão da

Copa Paulista de 2010. A

diferença de tempo para o

principal título do Galo é de seis

anos, quando foi conquistou o

primeiro lugar da Copa do

Brasil, em 2005, sobre o Flumi-

nense, do Rio de Janeiro. “Faz

tempo, mas estamos confiantes”,

declara o presidente.

Loja Virtual

O Paulista aproveitou a data de

comemoração do aniversário de

102 anos para apresentar a loja

virtual do clube. “O intuito da

loja, além de deixar o torcedor a

vontade para comprar souvenir,

também estará ajudando finan-

ceiramente o clube”, afirma.

Na loja virtual do Paulista, o

torcedor poderá encontrar

bonés, camisetas, artigos de

papelaria, malas, entre outros

itens customizados com o

símbolo do clube. O site é o:

www.fanaticosdogalo.com.br

Coluna do

ZÉ BOQUINHA

Vai começar o Brasileirão 2011 e esta é a situação dos times paulistas para a competição.O Palmeiras, que não tem um bom plantel e conta com poucos jogado-res à altura de sua tradição, estréia no campeonato desfalcado de vári-os de seus principais atletas, nota-damente Valdivia e Lincoln, que vivem contundidos. Isso provocou a ira do presidente Arnaldo Tirone com declarações contundentes sobre o comportamento fora do campo do chileno e também contra a comissão técnica, deixando em ebulição o caldeirão no demolido Palestra Itália.Já o São Paulo, que é tido como um clube que sabe resolver seus pro-blemas como ninguém, pisa na bola. Demite o técnico Carpeggiane e o reintegra novamente, ou seja, tira toda a moral do treinador e depois tenta lhe devolver a autori-dade. Esta é uma aposta que quero ver se vai dar certo, nunca deu.

E o Corinthians pegou seu carrinho de supermercado e finalmente saiu às compras, trazendo um ótimo reforço, Alex, e agora anuncia a contratação de Emerson, bom joga-dor, mas que dá um trabalho fora do campo... Mas a equipe não pode parar por ai, pois necessita de um goleiro de categoria e liderança, já que, apesar de todo esforço e boa vontade, Júlio César não inspira mais confiança na torcida.Finalmente o Santos, que vem para a competição devidamente arru-mado e organizado por um técnico competente. Muricy Ramalho con-seguiu fazer um time competitivo, sem deixar de ser ofensivo como sempre foi. Mas, também precisa de reforços com urgência, principal-mente no ataque, e com a anuncia-da saída do Ganso, começa a nego-ciar com Zé Roberto que na sua última passagem pela Vila Belmiro, arrebentou. Só que agora está com 36 anos.

Reprodução

Esta coluna tem como objetivo mostrar como alguns órgãos da imprensa jundiaiense tratam determinados assuntos. O propósito é a reflexão: a quem interessa transformar notícias preocupantes em fatos positivos?

Folha do Japi 7

Diretoria do Paulista comemora o aniversário do clube

O clube noano de 1968

Page 3: Folha do Japi 8

6 Folha do Japi Folha do Japi 3

CIDADES POLÍTICA

Entidade oferece atividades a mais de 60 jovens carentes e seus familiares Apenas a assessoria de Pedro Bigardi respondeu às solicitações da Folha do Japi

undada por um grupo de Fcidadãos jundiaienses no dia

19 de maio de 1912, o Lar Anália

Franco tinha como intenção criar

um orfanato sob orientação moral

e material da abolicionista Anália

Franco. “Ela recolhia as crianças

filhas de negros abolidos da escra-

vidão, porque muitas vezes eram

abandonadas em conventos”,

relata o presidente da instituição,

Milton Calzavara.

Estas crianças ficavam na institui-

ção até casarem. Em 1916, o Asylo

Creche, como era conhecido o Lar,

atendia menores de 14 anos brasi-

leiros e estrangeiros, sendo que 20

eram internos e 98 em regime de

externato. Somente em 1953 a

associação foi reconhecida como

s principais funções do depu-Atado são legislar, propor,

emendar, alterar e revogar leis

estaduais. Além de fiscalizar as

contas do governo estadual, criar

Comissões Parlamentares de Inqué-

rito e outras atribuições. Mas será

que os candidatos eleitos em 2010

estão exercendo o dever nestes mais

de 60 dias no mandato?

A reportagem da Folha do Japi

entrou em contato com o gabinete

dos dois deputados estaduais

eleitos em Jundiaí, Ary Fossen

(PSDB) e Pedro Bigardi (PCdoB). A

assessoria do parlamentar tucano

não retornou as ligações nem os e-

mails enviados pelo jornal até o

fechamento desta edição. Quem

quiser tentar saber o que o deputa-

do fez até agora pode acessar seu

site: aryfossen.com, mas a última

atualização aconteceu em fevereiro.

Eleito com 67.758 votos, Bigardi,

analisa estes dois meses de mandato

de forma positiva. “Sou o único

representante da cidade que criou

escritório regional em Jundiaí.

Desta maneira consegui ficar mais

próxima da população”, afirma o

deputado. Integrante das Comis-

sões Permanentes de Assuntos

Desportivos e de Educação e Cultu-

ra e é coordenador da Frente Parla-

mentar de Logística de Transportes

e Armazenagem do Estado.

O parlamentar atuou na Assembleia

por quase um ano e meio, em 2009, e

ainda hoje, tem projetos em discus-

são, como a criação do Parque

Estadual Serra do Japi. “Este projeto

visa a preservação da Serra do Japi,

que está sofrendo com a pressão

imobiliária”, afirma o deputado. A

proposta de Emenda à Constituição

(PEC) nº 9 prevê destinar 50% dos

royalties da exploração do petróleo

da camada Pré-Sal ao Estado de São

Paulo exclusivamente à Educação,

Meio Ambiente, Ciências e Tecnolo-

gia. Em seu primeiro mandato,

ainda teve duas leis aprovadas pela

Assembleia Legislativa e sanciona-

das pelo Governo do Estado.

Pedro é autor, nestes 60 dias, de três

projetos de lei, uma proposta de

emenda à constituição, três emen-

das a projetos de lei, dois requeri-

mentos de informação e de duas

indicações. Além, de elaborar abaixo

assinado para cobrar a Prefeitura de

Jundiaí e o Estado sobre as supostas

futuras instalações do Hospital

Regional.

“As informações em relação a cons-

trução do hospital são contraditóri-

as”, refere-se o deputado às respos-

tas da Secretaria de Saúde do Estado

ao seu ofício informando que não

existem projetos arquitetônicos e

executivo para as obras do Hospital

Regional em Jundiaí.

Instituição Anália Franco – Lar e

Creche de Jundiaí, e até 1986 ape-

nas atendia garotas órfãs ou de-

samparadas.

No ano seguinte, o espaço foi

aberto para o sexo masculino e o

Lar começou a atender as crianças

no período oposto ao de aula,

oferecendo atividades esportivas e

reforço escolar. “Os trabalhos

sempre foram desenvolvidos para

crianças de baixa renda”.

Hoje, completando 99 anos de

história, a instituição atende 30

famílias e 60 adolescentes com

idade entre 10 a 14 anos no projeto

Convivendo e Aprendendo. “Esse

programa atende na maioria das

vezes famílias da Vila Ana com

apoio pedagógico, saúde, esporte e

também desenvolve-

mos um trabalho com

os responsáveis dos

a d o l e s c e n t e s p a r a

geração de renda,

aplicando cursos de

panificação e confeita-

ria”, diz Calzavara.

Para os 20 jovens com

idade superior a 14

anos, o Lar oferece em parceria

com a Associação Beneficente e

Cultural de Jundiaí (ABCJ) o proje-

to sócio-educativo Preparando o

Futuro. Este programa trabalha a

inserção do jovem ao mercado de

trabalho. “Alguns jovens já estão

trabalhando em grandes empre-

sas”.

Dentro da associação existe uma

creche com 60 vagas para atender

crianças de um e dois anos. “As

vagas são muito disputadas”,

revela o presidente. Ainda de

acordo com ele, recentemente a

instituição lançou o curso prepara-

tório para o vestibular chamado de

Chico Poço e muitos alunos já

Antonieta

e Antonio

Gordinho

Ary Fossen (PSDB) e Pedro Bigardi (PCdoB) representamJundaí na Assembleia Legislativa de São Paulo

cidade com qualidade de Avida deve ser fruto de um planejamento urbano e de um plano de crescimento que se trans-forma e se estende conforme o seu desenvolvimento. Desde as prime-iras cidades registradas na histó-ria, as romanas, já existia um traçado dos espaços urbanos que surgem nos vazios entre as áreas edificadas. Na verdade, os espaços da cidade são formados particular-mente nos vazios urbanos, os espaços não construídos. São nestes espaços livres, de esfera coletiva, onde a sociedade desen-volve a cidadania e a população participa de uma vida coletiva urbana. E deve ser sempre o arqui-teto urbanista o principal respon-sável pelo planejamento destes espaços, pois são eles que tem a

formação e a responsabilidade na execução dos espaços de vida urbana, são os responsáveis pela qualidade espacial de cada ambi-ente em que vivemos, desde a casa até a cidade. Mas como vamos garantir a perma-nência e a criação destes espaços junto ao poder público, na atual conjuntura do desenvolvimento urbano? Estamos vivendo um momento critico. As cidades estão se expandindo muito rapidamente em seus limites urbanos e, princi-palmente, nos grandes centros urbanos com a verticalização dos edifícios. No caso de Jundiaí, temos muitas dúvidas a respeito deste crescimento desenfreado dos centros urbanos, pois, devido à especulação imobiliária que atin-giu nossa região, está ocorrendo

Placas da Prefeitura não informam nem educam

Entrelinhas daPOLÍTICA

Cadê o ônibus?

A greve dos motoristas de ônibus na

sexta-feira, 20 de maio, pegou todo

mundo de surpresa, enquanto era

anunciado pela imprensa diária local

que não haveria greve da categoria, a

população se deparava com terminais

fechados e falta de ônibus para

chegar ao trabalho.

O povo é quem paga

Em meio a toda essa confusão, ainda

estão falando em aumento da tarifa

de ônibus de R$ 2,65 para R$ 2,90. Na

matéria especial da última edição da

Folha do Japi, ficou comprovado que

Jundiaí é uma das cidades que possui

uma das tarifas de ônibus mais caras

do país.

um grande êxodo para nosso município. E, como consequência, já estamos vivenciando o aumento repentino da população e de veícu-los circulando pela cidade, deixan-do o transito lento e formando engarrafamentos que há menos de 5 anos não aconteciam.Qual será o resultado final disso tudo? Estamos vendo grandes empreendimentos sendo construí-dos na cidade, mas será que está havendo um planejamento ade-quado? Além dos espaços urbanos, há também a infra-estrutura neces-sária. Será que haverá capacidade de água, energia e esgoto para esse aumento populacional? Haverá escolas, creches, hospitais e opção de lazer para toda população? É uma questão de conscientização. Se prezamos a qualidade de vida

na cidade, precisamos tentar de alguma forma conter a especulação imobiliária em prol da valorização dos espaços livres urbanos.

foram aprovados em universida-

des. “É muito gratificante ver esses

alunos empregados e fazendo

faculdade”.

Para o subsidio dos projetos, o Lar

Anália Franco loca seu salão para

eventos e um espaço para empresa

de telefonia. A entidade mantém

também convênio com a Prefeitura

de Jundiaí no valor de R$ 90 mil

anuais. “Este convênio com a

Prefeitura é para a creche. Em 2010

tínhamos um custo de R$ 150 por

criança, este ano o valor subiu para

R$ 250”. Para conhecer mais a

história da associação e ver como

poderá ajudar é só acessar:

www.laf.org.br

Espaço

- por Mônica Fonseca, arquiteta e urbanista, diretora do Instituto dos

Arquitetos do Brasil - núcleo de Jundiaí, e membro do Condema.

O Hospital Regional não ficará pronto em 2012 como havia prometido o prefeito Miguel Haddad (PSDB). No dia 19, a Prefeitura convocou coletiva de imprensa para falar que as refor-mas no hospital estão orçadas em R$ 30 milhões no total e vão durar pelo menos dois anos.

A iniciativa dos secretários do prefeito Miguel Haddad ocor-reu após a divulgação pela Folha do Japi d a resposta da Secretaria de Saúde do Estado ao requeri-mento enviado pelo deputado estadual Pedro Bigardi, no qual afirmava que a Prefeitura não havia apresentado projetos arquite-tônico e executivo, nem previsão de

prazos no cronograma de implanta-ção do Hospital Regional e também que a obra ainda não começou porque não houve licitação.

HOSPITAL REGIONAL

Corre Corre

Após denúncia do deputado Pedro

Bigardi de que nada estava sendo

feito para garantir o Hospital Regio-

nal, a Prefeitura, correu convocar um

a coletiva de imprensa para anunciar

que o projeto está pronto, vai ser feita

a licitação e já fala em prazo. Tudo isso

já foi noticiado em anos anteriores.

Magoei

O vereador Tico, ficou revoltado com

a postura do deputado Bigardi, achou

que ele foi injusto ao cobrar da

Prefeitura o Hospital Regional.

Bigardi se defendeu e afirma que o

injustiçado nessa história é a popula-

ção que aguarda há quatro anos e

avisa: “Vou continuar cobrando”.

Geração de Renda

Creche

Page 4: Folha do Japi 8

4 Folha do Japi Folha do Japi 5

Motoristas e cobradores das

empresas Jundiaiense e Três

Irmãos, do transporte urbano de

Jundiaí, entraram em greve na

madrugada de sexta-feira, 20. O

motivo, segundo o presidente do

Sindicato dos Trabalhadores em

Transportes Rodoviários, Lau-

rindo Lopes, é a reivindicação

dos trabalhadores por aumento

de 15% do salário, reajuste do

ticket alimentação para R$ 15 e

R$ 1,6 mil de PLR (Participação

nos Lucros e Resultados).

As empresas, segundo o Sindica-

to, em contrapartida ofereceram

10% de aumento, ticket alimen-

tação no valor de R$ 9,35 e PLR

de R$ 300. Mas com a greve o

Reajustes salarial, do ticket de alimentação e da participação nos lucros são as reivindicações feitas pelos trabalhadores

sindicato teme ter problemas em

entrar em acordo. “A proposta

era para não parar, com a parali-

sação as negociações começam

do zero, a ponto que se estives-

sem trabalhando já começaría-

mos a negociar com o que as em-

presas ofereceram”, acredita

Lopes.

Segundo o representante do

sindicato, o processo já foi envia-

do para a Justiça do Trabalho de

Jundiaí e tudo pode acontecer.

“Pode ser que saia uma liminar

obrigando os trabalhadores a

voltarem ao serviço e ainda des-

contando os dois dias parados,

mas pode ser que não”, afirma

Lopes.

Um motorista que preferiu não

se identificar acusa o sindicato

de manter postura favorável às

empresas. “O sindicato não nos

apoia, mas sim a empresa.

Ontem (quinta-feira, 19) tivemos

uma assembleia e votamos con-

tra uma questão, mas o Laurindo

falou que tínhamos concordado

nos jogando contra empresa”,

afirma o trabalhador. O presi-

dente do sindicato rebate a acu-

sação afirmando que só está até o

momento (início da noite de

sexta-feira) auxiliando nas nego-

ciações, porque os motoristas

pediram. “Esta é uma declaração

leviana, não procede. O sindica-

to é para defender o direito do

trabalhador”, rebate Lopes.

Outro motorista que também

preferiu não se identificar com

medo de sofrer represálias, afir-

ma que o sindicato age em conlu-

io com as empresas.

“O sindicato faz acordos com as

empresas, só que ela não cumpre

e fica por isso mesmo. Por exem-

plo, em 2008, foi acordado o paga-

mento de 50% de horas extras,

mas a empresa só pagou no outro

ano. A participação nos lucros

também. Devíamos receber R$

300 em 2010, mas a empresa pa-

gou a segunda parcela só esse

ano. Assim a gente perde sem-

pre, pois quando chega, o dinhei-

ro já está defasado por causa da

inflação”, diz. Laurindo também

nega a acusação afirmando que o

pagamento das horas extras está

dentro da lei. “A empresa é obri-

gada a pagar pelo menos 50% das

horas extras do trabalhador”,

exemplifica o presidente.

Atualmente, os motoristas rece-

bem um salário de aproximada-

mente R$ 1,4 mil, ticket de R$

8,50 e R$ 300 de PLR. Os cobrado-

res recebem salário de R$ 800 e

mesmos valores de ticketes e

PLR, além claro, das duas profis-

sões receberem cesta básica e

convênio.

A Prefeitura de Jundiaí informou

por meio de nota que a Secretaria

de Transportes notificou as em-

presas concessionárias do trans-

porte coletivo do município para

exigir que 30% das frotas estejam

em operação, durante a realiza-

ção de protestos.

Até o fechamento desta edição

(sexta-feira) não havia acerto

entre os grevistas e as empresas e

nem sobre o fim da greve.

Em sua edição passada a Folha do Japi publicou reportagem sobre o valor da passagem do transporte público. Jundiaí tem o valor mais caro que 24 das 27 capitais do país (incluindo o Distrito Federal). O valor de R$ 2,65 do município do interior perde apenas para São Paulo, Porto Alegre e Florianópoli Rio de Janeiro, Brasília e Salvador são cidades com população supe-rior ao número de Jundiaí e, ainda assim, tem tarifas mais baixas. “Jundiaí cobra uma das passagens mais caras do país, R$ 2 estaria de bom tamanho pelo tanto de ôni-bus que tem na linha, os passagei-ros andam todos desconfortáveis, de pé, muitas vezes os ônibus estão cheios e não podemos nem

parar nos pontos. É um absurdo!”, revolta-se um dos motoristas que prefere não ser identificado Sorocaba, cidade apontada por alguns motoristas com o valor salarial mais alto, também apre-senta população superior a Jundi-aí, com mais de 580 mil habitantes, contra quase 350 mil, cobra o mesmo valor no transporte públi-co que Jundiaí, R$ 2,65. Porém, com uma diferença. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Soro-caba, o piso salarial dos motoristas é de R$ 1.946,28, ticket no valor de R$ 13 e PLR de R$ 600. Ainda de acordo com o órgão, o valor ainda não teve reajuste este ano. A cate-goria também tem cesta básica e

convênio médico que se estende à família. A jornada de trabalho também é menor sendo 6h40 por dia contra 7h20 de Jundiaí.

“Pedimos desculpas para a população, mas infelizmente não temos outra saída para tentar melhorar nossas condições de trabalho”, diz o motorista menci-onando os quase 100 mil usuários afetados com a paralisação.

Aumento na tarifa?

“Eles querem aumentar a passagem para R$ 2,90”, acredita um motoris-ta que adotou a greve e não quis se identificar. Para ele a desculpa para o aumento do valor da passagem será dada mediante o reajuste do salário dos motoristas e cobradores.

O último reajuste da passagem em

Sorocaba cobra mesma passagem de Jundiaí,mas paga 39% a mais para profissionais

Jundiaí foi feito em 2010 e cogita-se novo aumento para R$ 2,90. A Prefeitura de Jundiaí, por meio de nota, informa que neste momento ainda não há definições quanto à tarifa de ônibus.

Motorista lê a Folha do Japi

Terminal que leva o nome de ex-governador do PSDB vazio na sexta-feira

Pátio dos ônibus lotado no primeiro dia da paralisação