folha universitária: 8 de março de 2010

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EXEMPLAR GRATUITO Edição: 423 Jornal da UNIBAN Brasil Ano 13 . 8 de março de 2010 A atriz Marisa Orth fala sobre as diferenças em atuar na TV, cinema e teatro, e comenta sobre o desafio de interpretar a filósofa francesa e ícone do feminismo, Simone De Beauvoir, na peça O Inferno Sou Eu. (pág. 08) UNIVERSITÁRIA FOLHA O curso de Mestrado Profis- sional em Farmácia da UNIBAN Brasil acaba de formar sua primeira turma. Saiba quem são esses novos mestres e quais são seus trabalhos científicos. (pág. 04) Super- mulher Conciliar vida pessoal, profissio- nal e acadêmica nunca foi tarefa das mais fáceis. Mas por mais incrível que pareça, esse é um tipo de desafio que as mulheres têm tirado de letra há muito tempo. Nessa conturba- da “jornada tripla”, muitas têm que administrar o tempo entre estudos e profissão, sem deixar de lado seus vínculos afetivos, seja com a família ou com seus relacionamentos amo- rosos. Como forma de homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a Reportagem da Semana ouviu his- tórias de vida de quatro personagens distintas. Apesar de suas diferenças, todas elas têm algo em comum. As- sumiram o papel de protagonistas em seus empregos, em suas famílias e, por que não, de suas próprias his- tórias. (págs. 6 e 7) UNIBAN Brasil Num ambiente de predominância masculina como é a área de Engenha- ria, mulheres têm conquistado aos poucos seu devido espaço, tanto no meio acadêmico como no mercado de trabalho. (pág. 03)

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Folha universitária: 8 de março de 2010

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Page 1: Folha universitária: 8 de março de 2010

EXEMPLAR GRATUITO

Edição:

423Jornal da UNIBAN Brasil Ano 13 . 8 de março de 2010

A atriz Marisa Orth fala sobre as diferenças em atuar na TV, cinema e teatro, e comenta sobre o desafi o de interpretar a fi lósofa francesa e ícone do feminismo, Simone De Beauvoir, na peça O Inferno Sou Eu. (pág. 08)

UNIVERSITÁRIAFOLH

A

O curso de Mestrado Profi s-sional em Farmácia da UNIBAN Brasil acaba de formar sua primeira turma. Saiba quem são esses novos mestres e quais são seus trabalhos científi cos. (pág. 04)

Super-mulher

Conciliar vida pessoal, profi ssio-nal e acadêmica nunca foi tarefa das mais fáceis. Mas por mais incrível que pareça, esse é um tipo de desafi o que as mulheres têm tirado de letra há muito tempo. Nessa conturba-da “jornada tripla”, muitas têm que administrar o tempo entre estudos e profi ssão, sem deixar de lado seus vínculos afetivos, seja com a família ou com seus relacionamentos amo-rosos. Como forma de homenagem ao Dia Internacional da Mulher, a Reportagem da Semana ouviu his-tórias de vida de quatro personagens distintas. Apesar de suas diferenças, todas elas têm algo em comum. As-sumiram o papel de protagonistas em seus empregos, em suas famílias e, por que não, de suas próprias his-tórias. (págs. 6 e 7)

UNIBAN Brasil

Num ambiente de predominância masculina como é a área de Engenha-ria, mulheres têm conquistado aos poucos seu devido espaço, tanto no meio acadêmico como no mercado de trabalho. (pág. 03)

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FALE COMO

REITOR

Editorial

EXPEDIENTE: Reitor: Prof. dr. Heitor Pinto Filho ([email protected]). Vice-Presidente da Fundação UNIBAN: Américo Calandriello Júnior. Assessora-chefe de Comunicação: Mariana de Alencar. Editor e Jornalista responsável: Cleber Eufrasio (Mtb 46.219). Direção de Arte: Ronaldo Paes. Designers: Bruno Martins e Ricardo Neves. Editor: Renato Góes. Repórteres: Francielli Abreu, Isabelle de Siqueira, Karen Rodrigues e Manuel Marques. Fotos: Amana Salles. Diário Oficial UNIBAN - Edição e Coordenação: Francielli Abreu. Colaboradores: Analú Sinopoli e Marcio Fontes. Estagiária: Luciana Almeida. Impressão: Folha Gráfica. Cartas para a redação: Rua Cancioneiro Popular, 28 - 5º andar, Morumbi, São Paulo, CEP 04710-000. Tel. (11) 5180-9881. E-mail: [email protected] - Home page: www.uniban.br/folha - Tiragem: 30.000.

Opine, critique e dê sugestões sobre as matérias publicadas na Folha Universitária. Mande suas cartas para [email protected]

EXPOSIÇÃO

ESTÁGIOS

Confira vagas em diversas áreaswww.ciee.org.br

Tel.: (11) 3046-8211.

Oportunidades de estágio para jovens talentos.www.nube.com.br

Tel.: (11) 4082-9360.

A EF Cursos no Exterior, empresa de educação internacional, seleciona candidatos para uma vaga de estágio por três meses no exterior. Podem par-ticipar universitários de qualquer curso, desde que sejam maiores de 18 anos. Os candidatos precisam montar um vídeo de até três minutos descrevendo como o estágio impactará em seu futuro. O vídeo deverá ser enviado pelo site www.ef.com/globalin-tern, junto com o currículo do candidato, até o dia 20 de abril. O vencedor ganhará um estágio de três meses em três países diferentes. As despesas de via-gem, acomodação e alimentação serão pagas pela EF. O estágio não é remunerado. No Brasil, será selecionado um candidato de cada estado e, entre os escolhidos, um deles será eleito para concorrer com os fi nalistas de cada país.

TRAINNEE

O Memorial da Inclusão, espaço que resgata os personagens, as lutas e as conquistas pelos direitos da pessoa com defi ciência na América Latina, reúne em um só espaço, fotografi as, documentos, manuscritos, áudios, ví-deos e referências aos principais personagens, às lutas e às várias iniciativas

que viabilizaram conquistas e melhores oportunidades às pessoas com defi -ciências na sociedade e mercado de trabalho. O local visa também registrar e

resgatar um dos períodos mais importantes da história sócio-cultural e política do movimento de luta das pessoas com defi ciência, que ocorreu no início dos anos 80. Um dos destaques do lugar, a Sala Preparatória dos Sentidos, um local escuro, com painéis de texturas diversas, alteração de temperatura e sensores sonoros e de odor. A ideia é a de que o visitante refl ita sobre a importância dos sentidos como tato, visão e audição. Outra novidade foi a instalação de sound tubes, para pessoas com defi ciência visual que não lêem em braile.

Memorial da Inclusão

Av. Auro Soares de Moura Andrade, 564 - portão 10 - Barra Funda - SP. Tel.: 3212-3727.

De seg. a sex.: 12h às 18h. Entrada grátis

A empresa Ética Assessoria e Serviço de Apoio Ltda, abre oportunidade em regime CLT para estu-dantes a partir do 3º ano de Ciências Contábeis para a região do Butantã - São Paulo. A carga horária é de 44 horas semanais, com bolsa auxílio de R$ 900, mais benefícios. Os interessados devem ligar para o telefone: 3256-7813, falar com Beatriz a partir das 10h.

A TIM abre processo seletivo de seu progra-ma “Estágio sem Fronteiras”. São 400 oportuni-dades em todo o País para várias áreas divididas em duas etapas de admissão: em maio e setem-bro. Para participar, os estudantes precisam estar a um ou dois anos da formatura, além de ter bom rendimento acadêmico e conhecimentos avança-dos em inglês e informática. O processo seletivo inclui triagem de currículos no site, testes on-line, dinâmica de grupo, redação e entrevista individu-al com a área de Recursos Humanos da TIM Bra-sil. O processo é concluído com uma entrevista com o gestor da área de interesse do candidato. As inscrições devem ser feitas pelo site www.tim.com.br até o dia 14 de março.

Um dia é pouco. Pouco para simbolizar o im-portante papel que a mulher tem em nossa socieda-de. Cada vez mais atuantes e protagonistas de suas próprias histórias, muitas delas tomaram as rédeas e se tornaram o eixo central de suas famílias. Prin-cipais provedoras do sustento familiar, o principal desafi o de muitas delas é executar a chamada “tri-pla jornada”. Além de serem estudantes aplicadas e profi ssionais qualifi cadas, elas têm que arranjar tempo para serem esposas ou namoradas atencio-sas e, muitas vezes, mães dedicadas.

Tantas funções designadas a uma só pessoa po-deriam ser feitas com maestria apenas por elas. Por essa razão dedicamos uma edição em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Na Reportagem da

Semana, a jornalista Isabelle de Siqueira foi atrás de mulheres com origens e formações distintas, mas que em comum encaram o desafi o de serem “che-fes de família”.

A editoria Carreira & Mercado enfoca a atuação feminina numa área de predominância masculina, a Engenharia. Já a repórter Luciana Almeida con-versou com três mulheres maduras que consegui-ram realizar o sonho de ingressar na universidade, mesmo depois de tantas tentativas e desistências. A entrevistada da semana é a atriz Marisa Orth, que na peça o Inferno Sou Eu interpreta a fi lósofa Simo-ne De Beauvoir, um dos ícones do feminismo dos anos 60. Na editoria de Cultura você confere uma crítica do espetáculo. Ainda nesta edição você con-fere quem são os novos mestres da UNIBAN Brasil no curso de Mestrado Profi ssional em Farmácia.

Renato Góes

Editor

Nós Erramos

O nome correto do MASP é Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, não Chatobriand, como foi escrito na última edição.

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Por Renato Góes

Hoje em dia é difícil apontar uma área no mercado de trabalho em que as mulheres ainda não ocuparam posição de destaque. Do Direito à Medicina, da Arquitetura ao Jornalismo, do setor empresarial à assistência social, exemplos bons não faltam. Mas apesar delas marcarem forte pre-sença na maioria desses setores, em alguns deles a presença feminina ainda é minoria. É o caso da Engenharia, seja ela Civil, Elétrica, Eletrônica, de Produção ou Mecatrônica.

Ao tomar de base nos cursos oferecidos pelo Instituto Politécnico da UNIBAN Brasil, percebe-se que há uma forte predominância do sexo mas-culino entre os alunos. Quem afi rma é o profes-sor Ismael Mendonça Rezende, ex-coordenador acadêmico dos cursos de Engenharia dos campi ABC, Osasco e Morumbi. Ele comenta que “hoje, nos nossos cursos, o percentual de mulheres va-ria de 10% a 20%. Os que mais atraem o público feminino são Engenharia Civil e Engenharia Elé-trica. Mas os novos cursos Engenharia Eletrônica e Produção e Tecnologia em Qualidade também tem atraído o público feminino”.

Ele comenta que a área com maior participação masculina é sem dúvida o setor industrial, precedi-do pelo de serviços. Dentre eles pode-se destacar Engenharia Mecatrônica e Elétrica. “Nestas áreas as mulheres atuam mais em projetos, consultorias ou vendas. Na coordenação de obras e linhas de produção encontramos forte presença masculina com 95%”, comenta o docente.

Essa predominância refl ete em salários diferen-ciados para homens e mulheres, uma triste e anti-quada realidade que ainda persiste no mercado de trabalho. De acordo com o professor, “infelizmen-te, diante de um mercado em expansão, ainda te-mos uma diferenciação neste sentido. O setor fabril industrial e de serviços, por exemplo, sempre foi predominantemente masculi-no. Alguns funcionários homens não se sentem confortáveis ao ser coordenados por mulheres, o que refl ete em diferen-ciação salarial”. Mas ele faz questão de salientar que essa realidade tem mudado aos poucos. “Estamos numa era globali-zada, com direitos e deveres iguais. Aliás, elas têm demonstrado que o sexo frágil está apenas no físico. O intelecto nesta área é o que importa, e nisto temos que admitir, elas tem se fi r-mado cada vez mais”.

Em busca do próprio espaço

Como uma mulher consegue se destacar numa área com tamanha predominância

masculina como a Engenharia?

Mãos à obra

Um bom exemplo é o caso da engenheira civil Lucimara Mendes Lopes. Atualmente ela tem a fun-ção de gerente geral de suprimentos da Zappi Cons-truções e Empreendimentos Imobiliários Ltda., mas lembra que o caminho até a afi rmação profi ssional foi árduo. As principais difi culdades nem acontece-ram na época em que estava na universidade, quan-do ela e mais três jovens eram as únicas mulheres da sala. O preconceito se tornou mais latente quando procurava estágio ou mesmo depois de formada, durante as visitas às obras.

Mas segundo ela, “o interessante é que com o pes-soal de obra mesmo, que são os encarregados, mestres e serventes, eu nunca não tive problemas. Quem cria-va problemas era o pessoal da direção e os próprios engenheiros. Muitos vinham com piadinhas de que mulher devia fazer somente o curso de secretariado ou pilotar fogão. Acabavam torcendo para que não desse certo, pois vi-venciar o dia a dia de uma obra, realmen-te não é fácil”.

Ela conseguiu uma oportunidade de estágio na Gafi sa quando estava no terceiro ano da faculdade. De acordo com Mara, “já trabalhavam lá estagiárias e engenheiras, o que mostra que a visão da empresa já era diferenciada perante as demais construtoras do mercado. Acredito que eles foram os pioneiros em dar oportunidade para o ingresso de mulher nesse campo”. A partir daí ela se destacou e foi efe-tivada como engenheira.

Depois de 16 anos formada, hoje ela ocupa um cargo que exige presença integral no escritório da construtora, mas não deixa de liderar outros homens ao cuidar da parte administrativa das obras e com os engenheiros residentes de cada uma delas. “Posso di-zer que tive muita sorte, pois hoje, mais do que nun-ca, eu sei que sou muito respeitada no meu ambiente de trabalho, afi nal foram muitos anos de dedicação

e determinação para ganhar respeito”, confessa.

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Nossos primeiros mestresDez alunos do Mestrado Profissional em Farmácia da UNIBAN

fazem parte da primeira turma de formandos

Por Karen Rodrigues

Depois de longos 24 meses de dedicação, estudos teóricos, práticos, atividades programadas e defesas de teses, dez alunos do Mestrado Pro-fi ssional em Farmácia da UNIBAN compõem a primeira turma de for-mandos do curso. Muitos dos novos mestres já atuavam no mercado de trabalho e buscavam a oportunidade de crescer profi ssionalmente. O mes-trado pôde proporcionar este cresci-mento, devido ao seu diferencial. Ele permite que o aluno consiga conciliar sua atividade profi ssional com o an-damento do curso.

Esse diferencial tornou-se uma facilidade aos alunos, inclusive para Gustavo Alves Andrade dos San-tos, que não tinha disponibilidade de fi car o dia inteiro no laboratório, cinco dias por semana, por conta de seus compromissos profi ssionais. “A UNIBAN proporcionou que eu dedi-casse alguns horários da semana. Em alguns casos eu até abdicava o dia in-teiro, mas não necessariamente todos os dias”, explica.

Primeiro aluno a obter o título de mestre, Gustavo comenta que o apoio do corpo docente, principalmente do seu orientador, foi fundamental para que conseguisse atingir esse resultado. “No início, o aluno chega com várias idéias e o orientador tem essa função de ver o que dá pra fazer. O corpo docente em si é muito bom, mas eu des-tacaria o orientador, Paulo Celso Pardi”, afi rma. Com a conclusão do curso, já obteve resultados po-sitivos. De acordo

com ele, “o primeiro resultado foi o fato de a UNIBAN ter me contratado. Ano passado, uma professora saiu e eu fui contratado para o lugar dela. Feliz-mente permaneci com mais algumas matérias. Mas busco melhorar minha qualifi cação. Agora meu interesse é fa-zer doutorado”.

Quem também já colhe bons frutos com a conclusão do Mestrado Profi s-

sional é a mestre Carina Agostinho Ro-drigues, que está trabalhando em mais uma universidade. “Ela já queria ter me contratado, mas como eu não tinha mestrado eu não pude lecionar. Mas assim que terminei, eu fui contratada. O curso melhorou meus conhecimen-tos, aumentou a oportunidade de em-pregos, superou minhas expectativas”, disse. Professora de Química Farma-cêutica, Carina confessa que por vários momentos pensou em desistir por ter a impressão de que não ia conseguir escrever a tese e cumprir os créditos. Mas ela não desistiu e hoje dá dica aos novos alunos. “A gente conse-

gue sim. No fi nal sempre dá tudo certo e a sensação de terminar e dizer: ‘eu consegui’ é muito boa”.

Outro case de suces-so é o do novo mestre Leandro Galhardi Paez. Gerente farmacêutico da Drogaria SP, em questão de três meses após o inicio do mes-trado foi chamado para dar aulas, tanto em um curso técnico, quanto num curso su-

perior em Jundiaí. Seis meses depois foi convi-dado para assumir a co-

ordenação de um curso técnico em Santo André.

Com a nova proposta, deixou as aulas no interior para se dedicar à coordena-ção e às aulas técnicas, além atuar como gerente farmacêutico. “O mestrado foi exatamente o que eu precisava. Eu tive facilidade para fazer minha pes-quisa. Tive uma abertura de horários das disciplinas obrigatórias a cursar. Sempre pesquisaram com o próprio aluno o horário mais adequado para

desenvolver determi-nadas disciplinas. Os orientadores sempre estavam disponíveis para nós, nos horários que desse para irmos ao laboratório para desenvolver a parte prática”, relatou.

Com apenas 26 anos, Leandro é um grande exemplo de de-terminação. Ele con-fessa ser uma pessoa bastante agitada e, por

esse motivo, fez duas faculdades juntas, curso técnico, três pós-graduações e agora o mestrado. Como qualquer pes-

soa, ele também teve vontade de jogar tudo para o alto, teve várias noites mal dormidas, mas reconhece que o esfor-ço valeu à pena.

Segundo a coordenadora do Mes-trado, Márcia Regina Machado San-tos, o programa acrescentou uma boa bagagem de pesquisa científi ca para a vida profi ssional desses alunos. Para ela, mais gratifi cante que a contri-buição para o título, é a credibilidade que eles agora têm no meio científi co. “Isso é uma comprovação de que nós não estamos brincando. Na verdade o programa é sério e tem rendido bons resultados, publicações e patentes”, afi rma Márcia.

A coordenadora conta que para este ano o Mestrado Profi ssional já tem 14 alunos. A novidade para 2010 é a proposta para o doutorado. “A gen-te está construindo essa proposta para absorver estes nossos alunos e com o diferencial de fl exibilidade de tempo, que é o nosso desafi o, que é encaixar um doutorado com todas as atribui-ções de um doutorado pro nosso alu-no que trabalha’, fi nalizou.

- Carina Agostinho Rodrigues

Estudo preliminar de estabilidade de dois fármacos.

- Leandro Galhardi Paez

Capacidade Antioxidante dos cafés tradicionais, descafeinados e orgânicos: conside-rações em epilepsia.

- Gilvan de Paula Leonardo

Validação de Método Bioanalítico, Farmacocinética e Biodistribuição do DM1 em Camundongos

- Fabio D’Abronzo Amorim

Avaliação da Toxicidade e da Mutagenicidade “in vivo” do composto fenólico DM1 com atividade antitumoral comparado com produtos antimurais comerciais de referência.

- Rafaela Astaruth Teixeira Gomes

Contribuição ao controle de Qualidade de Maytenus Ilicifolia

- Carla Adriana Hartmann Vieira Miyashiro

Avaliação da atividade antioxidante e antiinfl amatória do fl avonóide rutina e deriva-dos contendo metal de transição

- Reginaldo Pereira Santos

Síntese de Pentadienomas e análogos estruturais com potencial atividade biológica

- Gustavo Alves Andrade dos Santos

Avaliação dos efeitos do Tartarato de Rivastigmina nas formas oral e transdérmica em pacientes com demência do tipo Doença de Alzheimer.

- Ivair Donizeti Gonçalves Avaliação da atividade analgésica e comportamental do composto fenólico DM1 em animais de experimentação.

- Luiz Fernando Silva de Oliveira

Prospecção de novos produtos naturais e sintéticos bioativos com atividade antimi-crobiana frente a Helicobacter pylori

Novos mestres da UNIBAN Brasil

Gustavo

dos

Santos,

novo

docente do

curso de

Farmácia da

UNIBAN

Am

ana

Sal

les

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Por Luciana Almeida

Exemplo e incentivo para jovens de todas as idades, mulheres madu-ras, muitas delas casadas e com fi lhos já criados, têm realizado o desejo de ingressar numa universidade. Cada uma delas tem um motivo para que o sonho tenha fi cado adormecido ao longo dos anos. Falta de oportunida-de, tempo e dinheiro fi guram entre os principais. Mas o que importa é que elas passaram por cima de qualquer tipo de percalço ou preconceito e tri-lham seus respectivos caminhos em busca de seus objetivos. Conquistar um diploma superior, se tornar uma profi ssional qualifi cada, melhorar seu posicionamento no mercado de tra-balho ou simplesmente obter uma satisfação pessoal.

Dividir o tempo entre casa, famí-lia e estudos foi a forma que Adriana Marques, 39 anos, encontrou para re-alizar o sonho de fazer um curso superior. O dese-jo de cursar uma universidade veio da infância quan-do sua mãe passou por problemas de saúde. “Minha rela-ção com a Psicolo-gia começou muito cedo. Minha mãe teve uma depressão pós parto e esse estado era muito mal compreendido e aceito. Pelo menos por nós que éramos menos favorecidos”, co-menta. Entre outros motivos, o que também a impediu de fazer o curso na época foram as difi culdades e o lado fi nanceiro.

Hoje com a oportunidade fi nan-ceira que a UNIBAN disponibiliza, Adriana cursa o primeiro ano Psico-logia e está confi ante em sua nova jornada: “Hoje, estou aqui, desfrutan-

Mulheres, mães, esposas e

universitárias

do deste abençoado tempo, motivada pelo o amor e companheirismo de meu querido esposo, Marcelo, e in-centivada pela força da juventude de minha fi lha, Júlia e a alegria de meus pais ao me verem realizando mais um sonho”, afi rma.

Muitas dessas mulheres que não ti-veram a oportunidade de cursar um nível superior aproveitam algumas facilidades dos dias de hoje para re-alizarem seus sonhos. Mulheres co-muns que trabalham, cuidam de suas casas, famílias e, mesmo assim, cami-nham em busca de suas realizações. É o caso de Maria do Carmo Barbosa Cavalcante, 57 anos, que desde a in-fância alimentou um desejo de cursar Direito: “Meu pai não tinha condição de pagar este curso, e outra, a igno-

rância era tão grande que advogado tinha que ser só homem e mulher ti-nha que ser professora ou costureira. Então optei pela primeira opção que foi ser professora”.

Ela lecionou durante 28 anos, se aposentou e decidiu prestar vesti-bular para o curso de Direito. Hoje está no 5º ano e não pretende parar

tão cedo: ”Penso, no próximo, em ano montar um escritório de advogados associados com profi ssionais competentes, já com experiência no ramo e eu entro para aprender mais um pouco com eles, né? (risos). E estou com uma ideia de fa-zer pós e voltar para sala de aula para lecionar no nível universitário”, conta Maria do Carmo.

Depois de mais de 20 anos, Maria Aparecida Ruggiero de Carvalho, 53 anos, pode realizar também seu sonho. No último ano do curso de Direito na UNIBAN, ela explica os motivos que a levaram a entrar na faculdade depois de tanto tempo. “Me casei, em segui-da fi quei grávida do meu fi lho. Antes mesmo de me casar meu pai não ti-nha condição de pagar uma faculdade como a gente gostaria de fazer. Os fi -lhos a gente coloca em primeiro lugar, você se propõe e dá o melhor de si para eles: estudo, saúde e educação de modo geral. Agora que eles estão cres-cidinhos, eu me vi numa ótima opor-tunidade e coincidiu também com o meu novo trabalho”, disse.

Maria Aparecida trabalha em uma empresa que presta serviços na área de cobrança fazendo um trabalho extrajudicial e unindo a oportunida-de ao seu antigo sonho, “foi um mo-mento certo para eu poder realmente fazer o curso de Direito e as pessoas me incentivaram bastante dentro da empresa. Quando eu me propus a fa-zer o curso, os meus diretores me in-

centivaram muito. Meu marido e meus fi lhos me deram um in-centivo muito grande. A opor-tunidade foi única”, relembra.

Alunas da UNIBAN realizaram o sonho tardio de ingressar na universidade

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Por Isabelle de Siqueira

Ser mulher defi nitivamente não é uma tarefa fácil. Mas ao longo de uma história de lutas e muitas con-quistas, as mulheres têm aprendido a viver duplas e, às vezes, triplas jorna-das diariamente. Há quem diga que a mulher tem um dom ou uma habi-lidade de conseguir desenvolver vá-rias atividades ao mesmo tempo. Há quem busque até na Ciência explica-ção para tal afi rmação. Não é difícil encontrar exemplos que sustentem essa tese. Seja por opção ou neces-sidade, as “mulheres-maravilhas” es-tão em toda parte e se multiplicam na mesma proporção em que dividem o dia em mil e uma atividades.

A advogada Vera Lúcia sabe bem o que é ter de conciliar vida profi s-sional e pessoal. Há mais de 25 anos ela resolveu buscar novas oportuni-dades de trabalho na sua área e se mudou do Rio de Janeiro para São Paulo. Desde então, vive os sabo-res e dissabores da dupla jornada. Mãe de um jovem do seu primeiro casamento, Vera diz ter se desdo-brado para ser mãe, dona de casa e profi ssional ao mesmo tempo. Hoje ocupa um importante cargo numa montadora de automóveis. “Quan-do estou envolvida demais com um projeto pode acontecer de perder a noção do tempo e fi car horas a fi o dedicada a ele, sem notar. Sinto mui-to prazer em trabalhar sem deixar de pensar na minha família e na mi-nha casa. Quando saio do escritório consigo desligar o meu plug para não abrir mão das minhas outras atividades, que me dão a disposição para enfrentar a rotina do cotidiano. Ultimamente tenho procurado me disciplinar para não sair depois das sete da noite do escritório, embora apareçam compromissos que não posso faltar. A carreira profi ssional é muito importante mas não pode ser o eixo ao redor do qual gira toda a minha vida. Na minha casa não abrimos mão de tomar o café da ma-nhã juntos onde aproveitamos para

colocar a conversa em dia, nos fi ns de semana e feriados, além de cuidar das minhas rosas e orquídeas. Tam-bém nos divertimos com as nossas duas cadelas que também precisam de atenção e nos domingos gosto de cozinhar para a minha fa-milia e amigos”.

Vera afi rma que sempre fez questão de educar o fi -lho mostrando o valor de cada coisa e faz um balanço positivo da sua tripla atua-ção – mãe, dona de casa e profi ssional. “Mesmo com tanto trabalho, eu olho pra trás e vejo que, sim, aprendi a conciliar todas as áreas importantes da vida de uma mulher - não com perfeição, mas cum-pri e continuo cumprindo o meu papel”, disse.

Sexo frágil?Seja por sua estrutura

física ou pela sensibilida-de emocional, a mulher é taxada como o sexo frá-gil. Não se sabe ao cer-to como, quando e nem onde surgiu essa expres-são, que já foi tema de músicas, seriados, fi lmes, artigos e estudos. Porém, as diversas circunstâncias têm provado o contrário.

Se há 100 anos as mulheres não tinham di-reito a voto, a fre-qüentar colégios de nível superior e a exercer deter-minados cargos e profi ssões, hoje a história é bem diferente. Elas passam mais tempo estudando, ocupam os mesmos car-gos que os homens, estão à frente de ministérios e até chefi am nações.

De maneira alguma a mulher é o sexo frágil. Antigamente o papel da mulher era ser esposa, ser mãe, e cui-dar da casa e da família; hoje, existe

Heroínas do dia a dia

Confira alguns relatos de vida de mulheres que superaram dificuldades e hoje são as principais

provedoras de suas famílias

uma pressão para que continuemos exercendo todos estes papéis, adicio-nados a alguma atividade profi ssio-nal. Sem falar na pressão brasileira de estar linda, de cabelos pintados e unhas feitas. “No trabalho, já está

mais que provado que mulheres que são mães desenvolvem uma capaci-dade de exercer várias funções ao mesmo tempo. Saber aproveitar os talentos e as possibilidades que to-das estas funções da mulher pós-mo-derna nos proporcionam é a melhor maneira de fazer um pouco de tudo,

com excelência. Se ela usar de sa-bedoria, consegue tudo o que quer, domina a situação”, disse a psicóloga Adriana de Araújo.

A especialista também é mãe, tra-balha fora, tem que gerenciar a casa,

então sabe bem a rotina de uma mu-lher. Mesmo assim afi rma: “Com certeza é possível separar cada área da nossa vida, mas para isso é im-portante saber que não será possível alcançar o mesmo nível em todas as tarefas. Alternando prioridades a gente consegue”. Ela destaca que o

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sentimento de culpa às vezes é tão grande que potencializa as situações. Nem sempre a mãe está em falta com o fi lho, com a família, mas por acre-ditar tanto nisso, não percebe o bom desempenho que tem nessa dupla jornada. “É engraçado que eu perce-bo em algumas mulheres que a culpa que sentem de não estarem sempre com os fi lhos é maior do que a falta que, realmente, fazem para eles. Mui-

• Maior participação das mulheres no mercado de trabalho e, conseqüente-mente, maior contribuição para o rendimento da família: O nível de ocupação das mulheres aumentou, ao passo que para os homens ocorreu uma redução. Para as mulheres, o aumento nos níveis de ocupação foi maior no Sudeste e na categoria de 40 a 49 anos de idade.

• Casamentos desfeitos: A mulher, separada do marido, torna-se respon-sável pelo domicílio sozinha ou com os fi lhos. Entre os diversos tipos de estrutura familiar, a maior proporção de mulheres “chefes” encontra-se em famílias que não contam com a presença do marido e todos os fi lhos têm 14 anos ou mais de idade.

• Homens que migram: de seu estado ou região em busca de emprego ou por outros motivos.

• Aspectos culturais: As mulheres que valorizam a autonomia, independên-cia e busca profi ssional muitas vezes preferem morar sozinhas. É simplesmente uma opção, uma questão de ponto de vista.

Mulheres responsáveis por domicíliosÉ interessante pensar em alguns fatores que infl uenciam o

aumento do número de mulheres responsáveis pelo domicílio.

Fonte: IBGE

tas vezes as crianças já se acostuma-ram com menos tempo, vivem bem e felizes assim e as mães ainda não”, alerta Adriana.

Papel de mãe e de pai Não é nada fácil a rotina das mu-

lheres que precisam executar o pa-pel de pai e mãe dentro de um lar. Sejam elas solteiras, divorciadas ou

viúvas, todas convivem com o mes-mo desafi o de criar, educar e suprir as necessidades dos fi lhos sem a fi -gura paterna ao lado. Se hoje guiar o fi lho num bom caminho já é um grande desafi o para um casal, quan-to mais para as mulheres que levam a carga sozinhas.

São cinco horas da manhã. O ce-lular programado na noite anterior começa a tocar, rompendo o silên-cio da madrugada. Segundos depois, o aparelho de TV do quarto também

desperta. “Se um falhar, o outro funciona!”, ex-plica, bem-humorada, a professora Cida, 51 anos. O dia dela está começando. Divorciada

há anos e responsável pelo susten-to dos três fi lhos - Nicole, Felipe, Guilherme e de uma neta -, Cida enfrenta jornada dupla de traba-lho, dá aulas numa escola pública de Santos pela manhã, vara as tar-des em outra escola no Guarujá e dorme menos de cinco horas por noite. Como milhares de brasilei-ras, Cida é a única provedora do lar e da família.

“Não é fácil. Há mais de 15 anos o pai deles sumiu, nunca mais deu notícias. Por isso te-nho que trabalhar muito, por-que assumi todas as contas de casa. E não é só a questão do dinheiro, também sou respon-

sável pela educação deles. É muito difícil educar os fi lhos sozinha. Se eu fosse casada, acho que seria mais fácil. Pelo menos, não teria que tra-balhar tanto e me dedicaria mais a eles”, lamentou Cida.

Um caso parecido é o de Jô. Com apenas 44 anos tem sete fi lhos e é avó de duas crianças. Numa rotina corrida como diarista, ela se sacrifi ca para sustentar a casa sozinha e ainda arruma tempo para estudar. “Minha vida sempre foi de muita luta. Co-mecei a trabalhar com oito anos em Pernambuco, tive dois casamentos e me separei quando as crianças ainda eram pequenas. Não tenho ajuda de pensão alimentícia, mas apesar das

difi culdades tenho muita fé em Deus e não me arrependo de nada do que fi z. Quando cheguei em São Paulo comecei do zero. Não sabia ler nem escrever, e no ano passado voltei a estudar, trabalhava de dia e estudava a noite. Hoje tenho o segundo grau completo e penso em fazer um cur-so relacionado à culinária”, revela entusiasmada.

A psicóloga Adriana alerta quanto às marcas que a ausência do pai pode deixar nas crianças. “O filho precisa de um referencial do pai e da mãe. A falta do pai den-tro de casa pode deixar marcas nos filhos”, relatou. Mesmo sendo a melhor opção para os filhos ter os pais sempre presentes, a especialis-ta admite que nem sempre há essa possibilidade. “Há casos em que a mulher fica viúva ou é solteira, en-fim, ela precisa fazer um esforço dobrado”, disse. Vera, Cida e Jô, como outras milhares de mulhe-res, fazem parte das estatísticas do novo retrato da família brasileira. Segundo análise feita pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre dados da Pesquisa Na-cional por Amostra de Domicílios (PNAD) realizada pelo IBGE, o índice de lares onde a mulher é a principal figura de referência é de 33% do total de famílias em 2007.

Em concordância, uma outra pesquisa do Ipea, realizada em par-ceria com o Fundo de Desenvolvi-mento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem), constatou que o número de famílias formadas por casais com fi lhos, mas chefi adas por mulheres, aumentou mais de 10 ve-zes em 15 anos. Em 1993, havia no Brasil pouco mais de 300 mil casos. Já em 2007, esse número foi para 3,6 milhões de famílias. Um salto de 3,4% para 18,3 % do total dos lares brasileiros em que a mulher é a fi gura de referência. Isso mostrou aos pesquisadores que o homem está deixando de ser o chefe da casa, dividindo ou até transferindo esse papel para a mulher, que tem se tor-nado a principal provedora.

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M.O – Eu conhecia mais a visão estereotipada dela. Tinha lido um pedacinho de texto na faculdade. Mas livro mesmo, fui ler uma obra dela agora.

F.U – Eu vi agora há pouco, em cima de sua mesa, um exemplar de Os Mandarins. Por acaso é ele?

M.O – Não, eu li Memórias de uma

Puta Bem Comportada e trechos de umas cartas dela e li um livro sobre Sartre.

F.U – E O Segundo Sexo?M.O – Este eu não li, mas era o livro de cabeceira da minha mãe.

F.U – O que é fi cção e o que é real nessa peça?

M.O – A passagem deles por aqui, o envolvimento do Sartre com a dona da casa em que eles estavam hospedados e o exílio deles da França é verdade absoluta. (Apontando para a atriz Paula Weinfeld) O que é fi ccional é ela, Dorinha, personagem que Ju (Juliana Rosenthal K.) criou pra ser interlocutora da Simone. Como lhe falei, o que a gente quer é que alguém que nunca leu Simone de Beauvoir venha assistir nossa peça e possa curtir.

F.U – A fala da Simone é mais den-sa ou mais bem humorada?

M.O – Os dois. Eu acho que a Simone tem uma coisa de humor na obra dela toda. É muito inteligente, irônica. Mas por incrível que pareça, os momentos mais engraçados da peça acontecem com a Dorinha, que faz à Simone as mesmas perguntas que nós gostaríamos de fazer. Mas com Simone a gente aprendeu a questionar a situação da mulher. E quando você questiona a situação da mulher, você questiona a situação do homem também, da família, da criação dos fi lhos e de tudo que rege a nossa sociedade. O que fazer para ser feliz? Cinderela a gente sabe que não existe mais.

F.U – As ideias dela contribuíram para que a humanidade hoje fosse mais feliz?

M.O – Felicidade é um assunto para fi lósofos. O que é a felicidade? Mas uma coisa é certa. Do jeito que estava não dava. Quando a Simone começou a falar, o mundo inteiro queria ouvir. Ela foi a voz corajosa.

Saiba mais:

Confi ra o restante da entrevista no hotsite da Folha Universitária: www.uniban.br/folha

Ela e Sartre foram de uma coragem enorme.

F.U – Marisa, quero sair um pouco desse universo Simone-Sartre, e quero centrar nossa conversa mais em sua carreira. Você é uma mu-lher de TV, cinema e teatro. Des-creva como é interpretar nesses três meios tão distintos?

M.O – O teatro é mais o espaço do ator. Nele a gente sempre melhora como ator. Eu também acho que é no teatro que o ator se desenvolve mais e tem mais prazer. No teatro ele apresenta a obra inteira. Televisão é um tesão mais pelo alcance

que você consegue, pelo nível de comunicação que você

consegue, pela rapidez. Mas o ofício de arte dramática, no teatro caminha mais. E cinema é um exercício de entrega na mão do diretor. Às vezes você não tem muita noção do que está fazendo, começa a fi lmar a última cena, depois vai

pra terceira, pra sétima. Aí você reza pra o cara te

dirigir bem para aparecer o personagem inteiro. E no

cinema é tudo “menorzinho”, televisão também é menor. O cinema e a televisão costumam ser mais realistas. O teatro não é tão realista, é mais grandiloquente, o tom de voz é mais alto, os gestos são mais amplos, mais demonstrativos. Sem falar mal do teatro, mas teatro não é realismo.

F.U – Na TV e no cinema o ator pode se dar ao luxo de errar, dar uma engasgada. No teatro, o es-petáculo é ao vivo e o ator precisa ser preciso. Como você trabalha com a questão da ansiedade quan-do atua num espetáculo?

M.O – (rindo) Cuidando do meu intestino, do meu estômago. Dá muita ansiedade, mas por isso que tem três meses de ensaio. Se eu tiver passando muito nervoso é porque eu não fi z a frente, estou aparecendo peladinha. Se a frente está feita passa a ansiedade na hora. Se o ensaio foi de qualidade, tudo funciona.

Por Manuel Marques

É mãe e no que diz respeito à vida acadêmica formou-se em Psicologia e em Artes Cênicas pela USP. Ao longo da carreira, atuou em novelas, seria-dos, teatro e cinema. Já foi defi nida como uma das atrizes mais polivalen-tes de sua geração. Atua, dança, canta, faz drama e comédia. Foram mais de 30 trabalhos. Como disse a jornalista Marília Gabriela: “faz o diabo a qua-tro”. Quem mais poderia representar as várias facetas da mulher brasileira que Marisa Orth? Pois é, leitor, a fa-mosa atriz arranjou um tempinho em sua agenda lotada para uma agradá-vel conversa com a Folha Universitária. Em seu camarim do Teatro Jaraguá, onde vive a personagem Simone de Beauvoir na peça O Inferno Sou Eu, ela interrompeu o ensaio, recebeu nossa reportagem em seu camarim e conce-deu a seguinte entrevista.

Folha Universitária – Marisa, eu quero começar pelo fi nal. Me con-te como surgiu a ideia pra você in-terpretar essa peça sobre a Simone de Beauvoir.

Marisa Orth – Graças a Deus a ideia surgiu da autora, que é minha amiga. Foram quatro anos de trabalho da Juliana. Ela fez e me convidou. A gente montou a equipe e estamos aí.

F.U – Você, que já interpretou tantas personagens cômicas, ima-ginou que interpretaria a fi lósofa mais infl uente do século passado no Teatro?

M.O – Nunca imaginei que faria alguém como ela, que é mais contemporânea. Graças a Deus eu fi z muito sucesso com comédias, principalmente na TV, que movimenta muito público. Mas fazer um personagem de drama bem feito é mais fácil. Simone é quase do meu tempo. Dá para ver que é um personagem bastante controvertido e ela tinha uma coisa irônica, cortante. Gostaria que uma pessoa que nunca tivesse ouvido falar de Simone gostasse da peça, que não fosse necessário ler uma bibliografi a para entender. A Simone trata de questões que o ser humano, a mulher ainda não descobriu a resposta. Nem eu e nem ela estamos certas. A Simone é uma mulher que não só escreveu sobre existencialismo, como viveu isso. É muito emocionante, porque ela foi uma mulher de muita coragem.

F.U – Você já havia sido apresen-tada aos textos da Simone?

Muito além da MagdaA atriz Marisa Orth

fala de teatro, TV, cinema e,

principalmente, do desafio de

interpretar a filósofa francesa Simone De

Beauvoir

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O espetáculo O Inferno Sou Eu

prima pelos diálogos afiados e por interpretações

convincentes de suas duas protagonistas

Por Manuel Marques

Sabe Simone de Beauvoir, aquela famosa fi ló-sofa francesa que moldou o pensamento feminis-ta do século passado? Ela era uma mulher forte, mas também frágil. Ela tinha muita em comum com as mulheres do seu tempo, como o desejo de ser amada e a necessidade de se realizar sexu-almente. Isso é parte do que descobrimos assis-tindo ao denso, mas agradável espetáculo O Infer-

no Sou Eu, em cartaz no teatro Jaraguá.Escrito por Juliana Rosenthal K e dirigido por

José Rubens Siqueira, O Inferno Sou Eu é provo-cativo até no título, que ironiza a famosa frase de que o inferno são os outros. Não são não. E no caso de Simone de Beauvoir, magnifi camente vivida por Marisa Orth, esse inferno está no seu interior, com realizações e frustrações que são tão comuns aos demais mortais.

A história é simples. Toda a narrativa se de-senvolve a partir de um suposto encontro em 1960 entre a fi lósofa francesa e Dorinha, uma jovem estudante de Letras do Recife, apaixonada

pelos textos de Simone. Daí em diante, nos depa-ramos com frases inteligentes, dramas existenciais, expectativas, frustrações e momentos de tensão e humor. Paula Weinfeld, que interpreta Dorinha contribui muito para a graça dessa encenação. Ela vai da simplicidade (no momento em que conhece Simone) ao amadurecimento da convivência com a mulher de Sartre. E detalhe: tudo ocorre natu-ralmente.

Outro aspecto que encanta, e que tem a assina-tura de Juliana Rosenthal, são os diálogos. As fra-ses ora são extremamente cômicas, ora são densas. Quando Dorinha diz estar apaixonada houve de Simone: “O amor não tem o mesmo signifi cado para o homem, Dorinha. Para ele é uma ocupação, enquanto que para a mulher, se não tomar cuidado, vira sua própria vida”. Um momento cômico bem divertido ocorre no início da peça quando Dorinha diz a Simone que a viu na TV, junto com Sartre. Si-mone responde questionando se alguém no Brasil não os viu. E emenda: “Três horas de entrevista! Que raio de país capitalista é esse que abre três ho-ras do espaço para se falar mal do capitalismo?”.

Outro momento cômico acontece quando a mocinha traz um chá medicinal que diz ter apren-dido com a avó. O tal remédio serve pra mal-es-tar, enjôo e até olho gordo. Simone cheira o chá e pergunta se a moça é do candomblé. A moça res-ponde que é da umbanda, mas que acredita tam-bém no candomblé. O diálogo segue e Dorinha fi losofa: “Na verdade, dona Simone, Deus tá em todo lugar, não é?”. A resposta da fi lósofa ateia é magistral: “Aqui no Recife ainda não o vi”.

O diretor José Rubens Siqueira conta que a peça é cheia de humor, compacta na busca de sentimentos e signifi cados inconscientes, sem deslizar para o psicológico. Sua colega Juliana completa explicando que o objetivo central des-se seu novo trabalho é fazer com que o público se identifi que com as personagens e tirem suas próprias conclusões. Ambos alcançaram esse objetivo. Mais que um resgate da memória dessa grande intelectual que foi Simone, O Inferno Sou

Eu nos faz ver que mesmo tendo uma vida fi nita, nossas necessidades, frustrações, humor e ironia são atemporais.

Ficção ou realidade?

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O Inferno Sou EuTeatro Jaraguá - Rua Martins Fontes, 71 - Sexta às 21h30, sábado às 21h e domingo às 19h00

O ingresso custa entre R$ 50,00 e R$ 70,00. Estudante paga meia.

Simone de Beauvoir é um nome que se confunde com a prórpia história do século passado. Os livros dessa pensadora revelam muito de sua vida e do seu tempo. Logo no primeiro romance A Convidada, ela aborda os dilemas existen-cialistas da liberdade, da ação e da responsabilidade individual, temas recor-rentes em romances posteriores, especialmente em Os Mandarins, tido como o mais importante e premiado com o Goncourt, uma espécie de Oscar das letras francesas. As teses existencialistas, segundo as quais cada pessoa é responsável por si própria esteve presente em praticamente todos os ensaios dela e do ma-rido Jean-Paul Sartre. Outra obra de grande destaque de Simone é O Segundo

Sexo, que analisa o papel das mulheres na sociedade, do nascimento à velhice. Embora fi ccional, A peça O Inferno Sou Eu se baseia num fato histórico, qando Sartre e Simone fi caram três meses no Brasil em 1960. Os últimos dias do casal no País foram desfrutados no Recife. Na peça, Simone ainda não estava curada de tifo, que contraíra na Amazônia. Eles se hospedam na casa de Marta, uma das amantes de Sartre. A única fi cção é a personagem Dorinha.

Page 10: Folha universitária: 8 de março de 2010

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Page 11: Folha universitária: 8 de março de 2010

CRUZADASTV UNIBAN

Destaques da Semana de 08/03 a 14/03

São Paulo - canal 11 (NET); São Paulo - canal 71 (TVA); Osasco - canal 20 (NET Osasco); ABC - canal 18 (Net ABC).

PROMOÇÃO

Revista UNIBANReabilitação para Terceira Idade / Programa de Orientação Pro-fi ssional / Programa de Rádio na Internet “Filhos da Pauta Li-vre” / Palestra sobre Cidadania com o Senador Eduardo Suplicy / Quadro “Nossas Palavras”. CNU/SP: 2ª – 1h, 18h e 22h30,

3ª – 22h30, 4ª – 1h, 5ª – 9h30 e 18h e 6ª – 14h

P2A falta de profi ssionais no mercado e a boa remuneração abrem portas para um futuro promissor. Marcelo de Moura, animador que já participou da produção de fi lmes como A Era do Gelo e Piratas do Caribe nos conta sobre a profi ssão. CNU/SP: 2ª – 8h,

3ª – 18h, 4ª – 9h30, 5ª – 1h e 6ª – 21h30

ReferênciasA literatura é a sua força de expressão. Morador do Capão Redon-do, ele é ligado ao movimento hip hop. No programa ele fala como se sente por ser referência para o povo da periferia. CNU/SP: 4ª

– 23h, sab. – 22h e dom. – 5h

UNIBAN DiscuteO professor da UNIBAN Brasil, Reinaldo Leite, fala sobre como as novas tecnologias em comunicação, dos aparelhos celulares à internet, mudaram e continuarão mudando e afetando a maneira de nos relacionarmos com o mundo. CNU/SP: 4ª – 18h, 5ª – 21h, 6ª – 9h30 e dom. – 1h

Concorra ao livro Reportagem na TV – como fa-

zer, como produzir, como editar. Acesse o hotsite da Folha Universitária (www.uniban.br/folha) e cli-que no link “promoção”. Preencha os dados cor-retamente junto com a resposta correta da seguin-te pergunta:

Qual desses consagrados jornalistas não

atua mais como repórter de televisão?

a) Caco Barcellosb) Roberto Cabrinic) William Waack

Bolão do Oscar 2010O nome do ganhador do livro 1001 Filmes para ver antes de morrer estará

disponível a partir de quarta-feira no hotsite da Folha Universitária.

Page 12: Folha universitária: 8 de março de 2010

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