folha de sala agora faz tu!

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Page 1: Folha de sala AGORA FAZ TU!

feve re i ro 2016

13 fevA p r e s e n tA ç ã o /

o f i c i n A d e t e At r o DE rui catalão

Sábado àS 16hSALA Mário ViegAS

A cLASSificAr peLA cce

Sltm Direcção ArtíSticA Aida tavares Direcção executiVA Joaquim rené progrAMAção MAiS NoVoS Susana Duarte, inês Almeida (estagiária) coNSuLtor pArA

A iNterNAcioNALizAção tiago Bartolomeu costa ADJuNtA Direcção executiVA Margarida pacheco SecretAriADo De Direcção olga Santos Direcção De proDução tiza gonçalves (Directora), Susana Duarte (Adjunta), Andreia Luís, Margarida Sousa Dias Direcção técNicA Hernâni Saúde (Director), João Nunes (Adjunto), Iluminação carlos tiago, ricardo campos, ricardo Joaquim, Sérgio Joaquim Maquinistas António palma, cláudio ramos, paulo Mira, Vasco ferreira Som Nuno Saias, ricardo fernandes, rui Lopes Secretariado Técnico Sónia rosa Direcção De ceNA José calixto, Maria távora, Marta pedroso, Ana cristina Lucas (Assistente) Direcção De coMuNicAção Ana pereira (Directora), elsa Barão, Nuno Santos Design Gráfico silvadesigners tiago fernandes vídeo BiLHeteirA cristina Santos, Hugo Henriques, Soraia Amarelinho freNte De cASA Letras e partituras Coordenação Ana Luisa Andrade, teresa Magalhães Assistentes de Sala Ana Sofia Martins, catarina ribeiro, Helena Malaquias, Helena Nascimento, Hernâni Baptista, inês Macedo, João cunha, raquel pratas, Sara garcia, Sara fernandes

bilhete suspensoConvidamos o público do São Luiz a adquirir um bilhete pelo valor

de 7 euros, que fica suspenso na nossa bilheteira e que reverte para pessoas apoiadas pelas entidades associadas. O restante valor do bilhete é suportado pelo Teatro. O Bilhete Suspenso é um projecto

que se insere na política de responsabilidade social do São Luiz Teatro Municipal. Conheça, junto da bilheteira do Teatro, as entidades

associadas. [email protected] tel: 213 257 650

e m b r e v e

17 a 21 fevmúSica

filmEs pEDiDosd e A n t ó n i o - p e d r o / c i A . c A ó t i c A

Quarta a Sexta àS 10h30 para eScolaSSábado e domingo àS 16h

SALA Mário ViegASpúBLico-ALVo: 6 > 12 ANoSA cLASSificAr peLA cce

agora,

Page 2: Folha de sala AGORA FAZ TU!

o jogo das perguntas difíceisRui Catalão

A oficina Agora, faz tu tem como base de trabalho um jogo, a que dou o nome de “perguntas difíceis”. Os participantes estão sentados numa fila de cadeiras, o equivalente a uma plateia. Alguém se levanta, dá uns passos em frente e faz uma pergunta a outro participante que está sentado. A pessoa a quem a pergunta é feita levanta-se e troca de lugar com quem lhe fez a pergunta.

Agora começam os problemas: faz parte das regras não poder responder “sim” ou “não” (ou com expressões equivalentes). A resposta, convém também que não seja uma generalidade, mas uma história concreta, mesmo que seja curta.

Como o participante a quem a pergunta foi feita é livre de não responder, compete aos outros participantes:

a) repetirem a mesma pergunta, b) fazerem uma pergunta nova, mas alusiva

ao mesmo tema, c) fazerem uma pergunta diferente, d) tomarem o seu lugar e responderem por ele, e) tomarem o seu lugar e devolverem a pergunta

aos participantes que estão sentados.

Depois de responder à pergunta, com uma história, o participante deve fazer uma pergunta a um dos colegas que estão sentados. Caso contrário, quem está sentado continuará a fazer-lhe perguntas.

A razão para este jogo tão elementar se tornar difícil tem a ver com o facto de implicar um acto de indiscrição, por parte de quem faz a pergunta (daí o nome “jogo das perguntas difíceis”), e um acto de consciência/memória/selecção/ articulação, por parte de quem dá a resposta, com o efeito suplementar de estar no centro das atenções.

Apesar dos participantes serem livres de não responder, isso não lhes facilita a tarefa, já que não podem abandonar o centro do palco por sua iniciativa. Têm de aguardar que alguém se decida a tomar o seu lugar.

Pior ainda: uma não-resposta parece revelar ainda mais do que uma resposta.

É possível mentir? Sim, é, até porque não há como confirmar a verdade da história. Mas inventar uma história parece ser ainda mais difícil do que recordar uma que seja verdadeira.

De todas as regras, a mais difícil prende-se com o olhar. Tanto o participante que faz a pergunta, como aquele que tomará o seu lugar no palco, para responder – devem olhar-se olhos nos olhos. O olhar nunca deve fugir para fora do olhar de outra pessoa (só é permitido afastar o olhar a partir do momento em que se inicia a história).

Apesar desta regra também parecer elementar, estranhamente é a regra mais difícil de respeitar.

Olhar para alguém, olhos nos olhos, parece ser tão difícil como olhar para o nosso passado, onde se escondem as nossas histórias. O duplo movimento, de olhar exterior e olhar interior torna a experiência ainda mais delicada.

O participante, colocado de pé, em frente à plateia (a ‘olhar’ para a sua memória, em busca de histórias; a olhar para as pessoas sentadas; a sentir-se observado pelos olhares dos outros) fica numa situação tão delicada que lhe dou o nome de “rodinha de fogo”. A impressão que nos fica, estejamos a assistir ou no centro da “rodinha de fogo”, é que a pessoa está a arder. Compete aos colegas, sentados na plateia, impedirem que o participante se “queime”.

em colaboração com casa da Boavista – Santa casa da Misericórdia de Lisboa, Lar António Luís de oliveira

e instituto Luiza paiva de Andrada

Autoria: rui catalãoAssistência: urândia Aragão e tiago gandra

produção: produções independentes | tânia M. guerreiro

estrutura financiada pelo governo de portugal – Secretário de estado da cultura / Direcção geral das Artes