folha da rua larga 44

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Aloysio Clemente Breves diz que o carioca costuma esquecer da proximidade do Porto com o mar. No entanto, aves marítimas como gaivotas e andorinhas ainda marcam presença no local, bem como o perfume de maresia. O texto é um convite a relembrar o passado escravocrata da região, identificado pelo autor, da Rua Larga à Costa Verde fluminense. Noca da Portela é a grande atração da Festa de São Jorge, homenagem ao santo guerreiro programada para o dia 20 de abril, às 14h, na Praça da Harmonia, bairro da Gamboa. Evoé! Projeto Viajantes do Território reúne interessados na região portuária para pesquisar novas formas de representação e registro da cartografia e da história dessa área da cidade. Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Nº 44 ANO VII RIO DE JANEIRO | MARÇO – ABRIL DE 2014 página 4 página 16 Arte para todos no Morro da Conceição Artistas plásticos residentes no Morro ofereceram oficinas gratuitas a moradores da região portuária. Foram realizados 11 cursos práticos de atividades como bordado, pintura e cerâmica. Acompanhamos a cerimônia de encerramento desse importante trabalho. cultura e cidadania - páginas C4 e C5 página 13 página 14 Debate promovido em março pela Folha da Rua Larga reuniu público interessado no Centro do Rio e Zona Portuária, para debate despretensioso. A conversa gerou soluções imediatas. Confira quem esteve presente e saiba o que foi falado. página 2 Bate-papo traz luz a frequentadores do Centro nossa rua A Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Rio de Janeiro (Cdurp) convoca moradores da área portuária a compartilharem fotos antigas da Igreja de São Francisco da Prainha. Imagens de casamentos, batizados e procissões são bem-vindas. capa Imagens para relembrar a Igreja de S. F. da Prainha cultura e cidadania I página C8 Sabor especial no charmoso Beco do Bragança A memória afrobrasileira na cadência das ondas do mar gastronomia cultura e cidadania FIM volta à região com missão de lotar o Centro no final de semana Yuri Maia Por uma nova representação do Porto do Rio de Janeiro Divulgação folha da rua larga Tiago M. Souza cultura e cidadania Pedro Gigante

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Jornal de circulação gratuita no Centro do Rio e Zona Portuária.

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Page 1: Folha da rua larga 44

folha da rua larga

Aloysio Clemente Breves diz que o carioca costuma esquecer da proximidade do Porto com o mar. No entanto, aves marítimas como gaivotas e andorinhas ainda marcam presença no local, bem como o perfume de maresia. O texto é um convite a relembrar o passado escravocrata da região, identificado pelo autor, da Rua Larga à Costa Verde fluminense.

Noca da Portela é a grande

atração da Festa de São Jorge,

homenagem ao santo guerreiro

programada para o dia 20 de abril, às 14h, na Praça

da Harmonia, bairro da

Gamboa. Evoé!

Projeto Viajantes do Território reúne interessados na região portuária para pesquisar novas formas de representação e registro da cartografia e da história dessa área da cidade.

Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Nº 44 ANO VIIRIO DE JANEIRO | MARÇO – ABRIL DE 2014

página 4 página 16

Arte para todos no Morro da ConceiçãoArtistas plásticos residentes no Morro ofereceram oficinas gratuitas a moradores da região portuária. Foram realizados 11 cursos práticos de atividades como bordado, pintura e cerâmica. Acompanhamos a cerimônia de encerramento desse importante trabalho.

cultura e cidadania - páginas C4 e C5página 13

página 14

Debate promovido em março pela Folha da Rua Larga reuniu público interessado no Centro do Rio e Zona Portuária, para debate despretensioso. A conversa gerou soluções imediatas. Confira quem esteve presente e saiba o que foi falado.

página 2

Bate-papo traz luz a frequentadores do Centro

nossa rua

A Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Rio de Janeiro (Cdurp) convoca moradores da área portuária a compartilharem fotos antigas da Igreja de São Francisco da Prainha. Imagens de casamentos, batizados e procissões são bem-vindas.

capa

Imagens para relembrar aIgreja de S. F. da Prainha

cultura e cidadania I página C8

Sabor especial no charmoso Beco do Bragança

A memória afrobrasileira na cadência das ondas do mar

gastronomiacultura e cidadania

FIM volta à região com missão de lotar o Centro no final de semana

Yuri Maia

Por uma nova representação do Porto do Rio de Janeiro

Divulgação

folha da rua larga

Tiago M. Souza

cultura e cidadania

Pedro Gigante

Page 2: Folha da rua larga 44

março – abril de 2014

nossa rua

folha da rua larga

2folha da rua larga

Redação do jornalRua São Bento, 9 - 1º andar - Centro

Rio de Janeiro RJ - CEP 20090-010 - Tel.: (21) 2233-3690

www.folhadarualarga.com.br [email protected]

Conselho editorial - Alberto Silva, Fernando Portella,

Francis Miszputen, Maria Eugênia Duque Estrada,

Mário Margutti, Mozart Vitor Serra, Roberta Abreu,

Sacha Leite, Teresa Serra e Teresa Speridião

Direção executiva - Fernando Portella

Editora e jornalista responsável - Sacha Leite

Colaboradores - Aloysio Clemente Breves, Ana

Carolina Portella, Carolina Monteiro, Egeu Laus,

Fernando Portella, Raphael Vidal, Roberta Abreu

e Teresa Speridião

Projeto gráfico - Henrique Pontual

e Adriana Lins

Diagramação - Suzy Terra

Revisão ortográfica - Raquel Terra

Produção gráfica - Suzy Terra

Produtora Executiva - Roberta Abreu

Impressão - Maví Artes Gráficas Ltda.

Contato comercial - Teresa Speridião

Tiragem desta edição: 10.000 exemplares

Anúncios - [email protected]

A primeira edição do Co-nexão Folha da Rua Lar-ga foi um sucesso. O café da manhã foi realizado no dia 24 de março de 2014, das 10h às 12h, na sede do Instituto Cultural Cida-de Viva, localizada à Rua São Bento, 09, 1º andar. Estiveram presentes 34 profissionais interessados na área portuária do Rio de Janeiro, dentre eles produtores culturais, artistas, empreendedores e representantes de empresas que investem na região.

Os trabalhos foram aber-tos pelo diretor do Instituto Cultural Cidade Viva e da Folha da Rua Larga, Fer-nando Portella, que deu as boas-vindas aos presentes e pediu que todos se apresen-tassem. Em seguida, Sacha Leite, editora da Folha da Rua Larga desde 2009, convidou Maria Eugênia Duque Estrada para fazer uso da palavra.

A presidente do Polo Re-gião Portuária lembrou o contexto da criação do Polo Nova Rua Larga, em 2008, e a ampliação de sua área de abrangência, expressa na alteração do nome da orga-nização. Além disso, Eugê-nia citou a importância de a organização estar associada ao programa Polos do Rio. Por último, mencionou o re-cebimento do prêmio Porto Maravilha Cultural, que alo-cou recursos ao Polo para a

Folha da Rua Larga promove café da manhã culturalEncontro gerou troca de ideias entre investidores e produtores culturais

da redaçã[email protected]

Curta: facebook.com/folhadarualarga Visite: folhadarualarga.com.br

Ligue: (21) 2233-3690 Escreva: redacao@folhadarualarga.

com.br

realização de um festival gastronômico na região.

Flávia Samel, do setor de Responsabilidade So-cial da Nissan, falou da ne-cessidade de se pensar no bem-estar social de quem circula no Centro do Rio. Ela explicou que a monta-dora japonesa chegou há pouco na região e, portan-to, está em fase de intera-ção com os agentes locais e consequente construção de seus programas de res-ponsabilidade social. Com relação à galeria de arte da Nissan, instalada no prédio Porto Brasilis, na Rua São Bento, ela disse que, no momento, o local está sen-do usado somente para fins corporativos. Apesar disso, ela acredita que futuramen-te o espaço será aberto ao público. Flávia ressaltou a importância desse encontro promovido pela Folha da Rua Larga e manifestou a intenção de, havendo con-

tinuidade, comparecer tam-bém nas próximas reuniões, a fim de acompanhar as questões locais e conhecer pessoas que atuam na Zona Portuária carioca.

Casos expostos e soluções geradas coletivamente

Daniela Beier, sócia da loja Multicoisas, recente-mente instalada na Rua São Bento, Praça Mauá, elogiou a iniciativa do encontro e compartilhou com os pre-sentes uma grande dificul-dade: localizar pessoas re-sidentes na região com ca-pacitação para trabalhar nos novos negócios que ali se estabelecem. Egeu Laus, do projeto Viajantes do Terri-tório, sugeriu que se fizesse um mural virtual de opor-tunidades, que seria com-partilhado e replicado por diversas organizações inte-ressadas na região. A Cdurp informou que possui um

balcão de empregos situado no Morro da Providência, porém ressaltou que rece-bem currículos para opor-tunidades de emprego nas obras do Porto. Cogitou-se a possibilidade, no entanto, de utilizarem o espaço para captar currículos de mora-dores na região para opor-tunidades mais gerais.

Em seguida, os represen-tantes das artes plásticas no Morro da Conceição, Cláu-dio Aun, Teresa Speridião e Renato Sant’Ana, conta-ram a história do Projeto Mauá, coletivo de artistas que, desde 2000, abrem as portas de seus ateliês para visitação pública na época do Dia da Conceição, em dezembro. Cláudio Aun ex-pôs uma situação de dificul-dade financeira enfrentada pelos artistas atualmente. Maria Eugênia, do Polo Região Portuária, disse que o Polo poderia funcionar como um articulador entre

os artistas e possíveis clien-tes compradores de arte na região. Daniel Lima, do Porto Maravilha Cultural, afirmou que a Cdurp pode oferecer apoio institucional para demandas específicas, tais como material de di-vulgação, equipamento de som, entre outros, e Ronnie Arosa Carril, empresário do ramo hoteleiro, demonstrou interesse em decorar os am-bientes internos dos hotéis administrados por ele com obras dos artistas da região.

Fernando Portella pediu a palavra para lembrar a im-portância do encontro, em que é possível ouvir as difi-culdades e propor soluções. Em sua opinião, o artista deve encarar a questão da captação de recursos com alegria, como algo que faz parte da rotina de trabalho e que precisa ser feito como uma atividade profissional que deve ser cotidiana e feliz.

Já Daniel Lima, do pro-jeto Porto Maravilha Cul-tural, avaliou o prêmio entregue por eles em fe-vereiro deste ano – Prêmio Porto Maravilha Cultural – a 34 iniciativas culturais na região como uma primeira edição de sucesso. Ele ale-gou que a iniciativa surgiu para uniformizar a políti-ca de patrocínio cultural da Cdurp. Então projetos realizados por pessoas fí-sicas e jurídicas foram se-

lecionados para receberem recursos com os mesmos critérios. Daniel também respondeu às questões dos presentes referentes às di-ficuldades que os morado-res estão vivenciando por conta das obras, dúvidas com relação a realização e metodologia escolhida para implementar as inter-venções urbanas.

O objeto desse encon-tro foi aproximar quem realiza de quem investe, em um momento de troca oportuno. Consideramos o evento um sucesso, pois, além de trocar cartões de visita, usufruir do gostoso café da manhã e colocar o papo em dia, consegui-mos conhecer histórias de quem mora, frequenta ou trabalha na região e como cada qual encontra seu método particular para driblar desafios e encon-trar soluções.

Agradecemos a todos os interessados na Região Portuária e aproveitamos para lembrar mais uma vez a importância de se enviar sugestões de pauta e notí-cias ao nosso jornal.

Carolina Monteiro Carolina Monteiro

Page 3: Folha da rua larga 44

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Page 4: Folha da rua larga 44

Sede do quilombo do Bracuí, em Angra dos Reis - RJ

Interior do quilombo do Bracuí, em Angra dos Reis - RJ

março – abril de 2014

4folha da rua larga

aloysio clemente breves [email protected]

baú da rua larga

história

Louças, vapores e peixe com abóbora no Bracuí

Nas adjacências da ve-lha Rua Larga, da Prainha, Gamboa, Saúde e Santo Cristo, o espírito coletivo africano, com sabedoria e esperteza, entoava um anti-go ponto de jongo: “O pinto com o galo dorme junto no puleiro. Se o galo facilitá... O pinto canta primeiro”.

Estamos em 16 de janeiro de 1848. O Correio Mercan-til anuncia que às quatro ho-ras da tarde, no estaleiro da praia da Saúde, número 24, será lançado ao mar o brigue nacional Maria Izabel, cons-truído por José Francisco de Castro, de propriedade do comendador Joaquim Bre-ves. A embarcação com 230 toneladas tinha como mestre o marinheiro João Dias Car-doso e 14 tripulantes.

Os irmãos Breves, José e Joaquim, mantiveram du-rante pelo menos 40 anos a atividade náutica em função da atividade do comércio de café, tráfico de escravos e transporte de passageiros. Para este fim, se associaram e financiaram parentes e pre-postos, e constituíram uma formidável frota naval com base nas baías de Sepetiba, Angra, Paraty e Guanabara: os vapores Pirahy, Maram-baia e Emiliana; o Brigue Maria Izabel, e outras em-barcações arrendadas de ter-ceiros como a sumaca União Feliz, a Escuna Flor dos Ma-

Da Rua Larga à Costa Verde, colunista nos brinda com a degustação de preciosas memórias regionais

res, Januária, Leopoldina e Triumpho da Inveja, fizeram triplicar sua fortuna.

O uso de nomes de algu-mas donzelas do Paço Impe-rial, em barcos negreiros va-leu aos irmãos Breves uma reprimenda do imperador Pedro II. Usar em negócio tão sujo o nome de moças de fino trato não era adequado.

Brigues e escunas eram barcos rápidos com dois ou três mastros à vela. Os vapo-res, com cerca de 40 metros,

possuíam grandes chaminés, casco de madeira e propul-são que acionava as pás de rodas. Sumacas e patachos eram pequenos barcos à vela com dois mastros, usados em cabotagem. A partir de 1855, o vapor Marambaia, de 66 toneladas, foi a em-barcação que navegou mais tempo nas águas da Baía de Sepetiba. Pertenceu ao “rei do café” e foi durante longo tempo administrado por seu filho José Frazão de Sou-

za Breves. O vapor Pirahy pertenceu ao barão de Piraí, José Gonçalves de Moraes, sogro do comendador Bre-ves. Em sociedade com um genro, da família Oliveira Roxo, a embarcação de 109 toneladas fazia a rota Rio, Mangaratiba, Angra dos Reis e Santos. As passagens podiam ser compradas na Rua de São Bento, 07, no Centro do Rio. Foi muito utilizado por passageiros com destino a São Paulo e levava também café e gêne-ros alimentícios.

Hoje, o carioca que tra-balha no Centro por vezes se esquece que reside numa cidade marítima. Outro dia, passando pelo Largo da São Francisco da Prainha, indo em direção à Avenida Rio Branco, um desavisado olhando para o céu, espanta-do, pergunta: “Que aves são essas?” Respondi: “Aves marítimas! Gaivotões, gai-votas, andorinhas do mar. O mar está muito próximo da-qui, e em alguns dias dá para sentir a maresia.”

Entretanto, falando de café, escravos e de rotas ma-rítimas, o passado e o pre-sente às vezes se misturam, e o inusitado quase sempre é intempestivo. Por conta de um trabalho de campo para elaboração do Guia Cultural da Costa Verde, estivemos visitando a região de Paraty

e Angra dos Reis. No qui-lombo de Santa Rita do Bra-cuí, com o barulho da ca-choeira ao fundo, perguntei ao Sr. Geraldo se os peixes colocados no telhado ao sol não estragavam. Ele sorriu e disse: “Mulato velho, para cozinhar com abóbora!”

O quilombola oferece água de mina, fresca, tirada da moringa. Bebo com pra-zer para refrescar a garganta e tirar a poeira. Ele mostra orgulhoso sua criação de ga-linhas e patos, e a dúzia de cachos de banana colhidos recentemente. Ágil, sobe o morro e mostra as pedras que compunham a casa maior e onde ficava o alam-bique de cachaça da antiga fazenda do Bracuí. Mas há tristeza em seu olhar.

Dona Marilda que gentil-mente nos ajuda na visita, também quilombola, às mar-gens do rio, olha para o chão e recolhe minúsculas peças coloridas. Diz sorrindo: “São louças da casa gran-de. Vou fazer um mosaico!” Coloca em minhas mãos um minúsculo pedaço de louça branca com desenhos azuis. Tento achar alguma, mas a vista falha. Ela acha graça e diz que tem que apurar o olhar. Dona Marilda tam-bém está triste.

Descendo a rua de terra, depois da capelinha de San-ta Rita, chegamos ao centro

de reuniões do Quilombo de Santa Rita do Bracuí. Estava esclarecido o motivo de tan-ta tristeza. A construção tão esperada e sonhada havia desabado. Uma catástrofe! Felizmente ninguém se aci-dentou!

Falo para ela: “Caveira de burro dos Breves enterrada na região!”. Acha graça e concorda comigo.

Pois é, a história familiar me persegue e me acompa-nha. Faço o registro. Um close na bela santa negra que compunha o painel prin-cipal da construção redonda, feita de eucaliptos, palha e barro jogado no trançado de bambu. Mas a esperança é a última que morre, pois sim. Vão reconstruir tudo. Dessa vez, sob o olhar atento dos velhos griôs, jongueiros de fibra, como os Srs. Manoel Moraes, José Adriano e tan-tos outros. As imagens de Santa Rita e São José estão restauradas. Foram ofereci-das pelo comendador José Breves para as respectivas capelas no século XIX. Atu-almente estão sob a guarda do Museu Sacro da Igreja da Lapa, em Angra dos Reis. Uma boa notícia!

Aloysio Clemente Breves

Aloysio Clemente Breves

Aloysio Clemente Breves

Page 5: Folha da rua larga 44

cultura e cidadania

Carolina Monteiro

DivulgaçãoYara Lopes

da redação

[email protected]

Igreja de São Francisco da Prainha: em maio, Cdurp começa os trabalhos de recuperação

IInterior da Igreja de SF da Prainha, em processo de reforma

Detalhe da decoração interna da Igreja de Sf da Prainha

Revitalização da Rua Larga | Zona Portuária | Centro do Rio Edição Especialmarço – abril de 2014

Mutirão para trazer de volta a Igreja de São Francisco da PrainhaPopulação é convocada a contribuir com imagens que mostrem detalhes da construção

Casa Porto sedia curso de formação de agentes culturais com vistas a criar uma nova cartografia da Região Portuária. A iniciativa é do designer e gestor cultural Egeu Laus.

FIM acontecerá em maio: o idealizador Raphael Vidal planeja incentivar a leitura em ambiente lúdico, que remeta à história da região, com poesia, música e teatro nas ruas.

A partir do mês de maio, visitas guiadas trarão deta-lhes de todo o processo de recuperação da Igreja de São Francisco da Prainha, na Saúde. É o que promete a Companhia de Desenvol-vimento Urbano da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp). Nos fins de sema-na, a Igreja de São Francis-co da Prainha, em restau-ração pelo programa Porto Maravilha Cultural, abrirá as portas para que curiosos possam acompanhar as in-

tervenções de perto. Moradores e frequenta-

dores podem colaborar na apresentação de fotos, ar-quivos pessoais e objetos para complementar a expo-sição no canteiro de obras e, no futuro, compor um livro sobre o restauro e a história de uma das mais antigas igrejas do Rio de Janeiro. De acordo com a Cdurp, o imóvel, fechado desde 2004 pela Defesa Civil por problemas de conservação, será entregue à população

nos moldes da construção original de 1969.

“Esperamos receber foto-grafias e registros de casa-mentos, batizados, missas e procissões. Aceitamos todos os tipos de objetos que tenham alguma relação com o local. Para manter viva a história da Igreja de São Francisco da Prainha e seu entorno, nada me-lhor do que a memória dos próprios fiéis”, incentiva Néia Fávero, assessora de Desenvolvimento Econô-

mico e Social da Cdurp, uma das responsáveis por mobilizar a população para reunir o material.

A Construtora Biapó, em-presa contratada pela Cdurp via licitação para as obras de restauro, irá produzir cópias do material apresen-tado e devolvê-los aos pro-prietários. “Além do valor para a exposição, essas lem-branças podem nos ajudar nos retoques finais da obra. É interessante receber fotos antigas que nos permitam,

por exemplo, acompanhar a transformação do altar ao longo dos anos, as cores do interior da igreja e detalhes ornamentais”, explica Tha-thiane Heloise de Moraes, arquiteta responsável pela obra.

Como colaborar

As “memórias da igreja” – fotos, registros religiosos e de festas, boletim de mis-sas, por exemplo – devem ser entregues na sede da

Cdurp (Rua Sacadura Ca-bral, 133, Saúde) durante a semana, das 9h às 18h, para a assessoria de comunica-ção. Caso o colaborador tenha dificuldades em levar pessoalmente, é possível enviar um e-mail ([email protected]) ou ligar (2153-1405) para combinar a retirada do material.

Yara Lopes

Page 6: Folha da rua larga 44

Cliques Rua Larga boca no trombone

fernando portella

[email protected]

O Museu de Arte do Rio (MAR) foi eleito a Melhor Construção de 2013 na categoria Museu, pelo voto popular do Architizer A+ Awards, o maior prêmio de arquitetura do mundo.

Inaugurado há um ano, o MAR lançou uma campanha para o envio de selfies no espaço interno do museu e expôs na página principal do seu site www.museudeartedorio.org.br.

C2Edição Especial

Divulgação

março – abril de 2014

Carolina Monteiro

cultura e cidadania

CAMINHADA SANTA

Ela caminha pela Rua Larga, antigamente chamada de Es-treita, cruza a Avenida Passos (rápidos), atravessa o semáforo, sem perceber os sinais da vida que mudam os trajetos, os tra-jes da moda e os trágicos e bons momentos da história conta-da entre vírgulas, pontos de parada de ônibus e de trem. Desli-za maravilhosa pela zona de obras portuárias, fazendo subir a poeira no cenário urbano, escondendo as casas tombadas e as casas de vida fácil (nem sempre). Engenheiro “Pereira Edu-ardo Passos de Paz” (mudou, está mudando) o centro do Rio de Janeiro a dezembro. Hoje, engarrafa o tráfego e continua o tráfico de drogarias na região do Beco das Sardinhas. Lá vai ela para o trabalho, carteira assinada, assassinada a moça arrastada no camburão, houve arrastão na praia, rolezinhos de carne e osso no restaurante adiante. E o Amarildo da Roça pequena, esquina com a Rua Acre, fora do mapa do Brasil – onde está a viga dessa situação? Passa em frente da Igreja de Santa Rita: “Ave Maria, cheia de graça”– é ela menina que vem e que passa a caminho do Arsenal da Marinha, tal qual um cisne branco em noite de lua. São os novos tempos de sol ardente.

Ele caminha de terno sem ternura na face, avança engrava-tado, engarrafado PET de gente no Metrô, até chegar ao cená-rio da sala condicionada pelo ar que “computa a dor”. Dor de um país desigual, Petrobrás (que pena!), Venezuela governada por um fruto “maduro” que não alimenta a população. Espa-nador que não resolve. É sempre assim: você manda pra mim seus restos de poeira, eu lhe devolvo outros grãos. “Todos os dias ela faz tudo sempre igual...” – limpamos nossas casas justificando que temos muito trabalho para fazer. “O Senhor é convosco”, invisível são os anjos da guarda que apitam de laranja em cada esquina da Rua Nossa Senhora de todas as santas de proteção.

Lá vai a mocinha na moda, corpo moldado, sem silicone, passando pelos cones que dividem a Marechal Floriano e se confunde com as flores vendidas na banca. No alto, as favelas tremulam bandeiras UPPs, polícia e sirene, bandidos banidos, corre o menino sem enxergar o futuro, violência (ausência de cultura), com ou sem ciência. “Bendita sois vós entre as mu-lheres”, homens e crianças, que cheiram cola na cerimônia de colação de grau dos formandos em abandono público e omissão da população.

Lá vai o homem engomado, fone no ouvido, sem olhos pros fatos, tirando fotos no celular. Avança o conhecimento, célu-las-tronco, galhos, folhas de papel reciclado, frutos do que se plantou ontem no jardim das possibilidades sem chances. É cada um por si, por dó, na marcha ré, sem mea culpa, muito lá sol, sem água e saneamento. “Bendito é o fruto do vosso ventre” que nos pariu para a terceira idade.

Atravessa a rua a beldade, buzina o táxi, freia o ônibus, en-tala a cachaça no bar da praça, é papo sobre futebol, quem venceu, quem perdeu, situação difícil, sobe ladeira desce es-cada, é a vida – que mulherão! – sem vergonha de ser feliz, que acredita na cegonha, no Papai Noel e nas melhorias dos hospitais “para todos” (hoje que bicho deu?). “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós” pescadores de chances para ven-cer na vida.

Vem a senhora de idade devagar, vagando para chegar ao banco, carregando sua bolsa família, preocupada com o saldo errado e com o dinheiro para pagar suas promessas parcela-das nas contas rezadas no ter-ço dos remédios caros “agora até a hora da nossa morte. Amém”.

Page 7: Folha da rua larga 44

PortoMaravilha.com.br/VLTfacebook.com/PortoMaravilha

Novos caminhos para a mobilidade

urbana

Conheça o futuro do transporte público. Visite o protótipo do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) nos Galpões da Gamboa, entre 9h e 20h, todos os dias da semana.Rua da Gamboa, s/n (em frente à Cidade do Samba e ao lado da Vila Olímpica da Gamboa)

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• Integrado ao Bilhete Único Carioca

• Conexão entre barcas, aeroporto, trens, metrô, teleférico,

ônibus convencionais e BRT’s

• Capacidade para transportar 285 mil pessoas diariamente

• 24 horas por dia

• Seis linhas e 42 estações

• 28 km de percurso no Centro e Região Portuária

Veículo Leve sobre Trilhos

Page 8: Folha da rua larga 44

Viajantes do Território estudam novas maneiras de representar a Zona PortuáriaProjeto de cartografia colaborativa se propõe a contar a história cultural da região

C4Edição Especialmarço – abril de 2014

cultura e cidadania

Egeu Laus

O desenvolvimento hoje não pode estar ancorado apenas no tripé meio ambiente, sociedade e economia. Ele precisa cada vez mais, como diz a coreógrafa e gestora cul-tural Regina Miranda, de um quarto pilar: a cultura. Com o objetivo de ativar esse ele-mento, um grupo de 30 pesquisadores, ge-ógrafos, historiadores, produtores culturais e moradores da região portuária, uniram-se para escrever uma nova história do Porto do Rio, onde os “viajantes” são agora os pró-prios moradores. Tudo isso através de uma cartografia afetiva, centrada nos valores culturais da região portuária da cidade.

Liderados pelo designer e gestor cultural Egeu Laus, eles buscam responder a per-guntas como “O que fomos? O que somos? O que sonhamos?”. Em formato de curso para a formação de agentes culturais liga-dos à região, o Viajantes do Território rea-liza uma cartografia colaborativa orientada, a partir de pesquisas. Assim, constroem os seus percursos e, de acordo com Egeu Laus, autor do artigo publicado abaixo, várias iniciativas já estão sendo gestadas, transformando-se em projetos.

Como tudo começou

O que é conhecido hoje como “globaliza-ção” se iniciou com o período das Grandes Navegações e teve como um de seus desta-ques o que foi chamado, pela mídia poste-rior, de “Descobrimento da América”. 1492 era o ano.

Um ponto de destaque na globalização é a impressão da compilação de 70 mapas de todo o mundo, que recebeu o nome de Theatrum Orbis Terrarum (Teatro do Globo Terrestre). Editado em 1570 na Antuérpia, Bélgica, é considerado pela cartografia o primeiro Atlas com os padrões modernos. A cartografia passava a ser uma ferramenta vital para as comunicações da época.

O Porto do Rio de Janeiro

Nesse meio tempo, o Brasil já tinha sido “descoberto” e o Rio de Janeiro já tinha sido “fundado” oficialmente em primeiro de março de 1565 (alguns confundem até hoje o aniversário do Rio com o dia 20 de Janeiro, dia de São Sebastião, padroeiro da cidade). Não esquecer que os franceses já moravam por aqui desde 1555 (Ville-gagnon) junto com os povos indígenas da

Viajantes do Território: visita ao Instituto Pretos Novos, na Gamboa

região, e voltariam depois, em 1710, com Jean-François Duclerc e, em 1711, com Duguay-Trouin.

Importante é perceber que todos esses eventos estão ligados pela navegação. A ferramenta que ligava o mundo era o navio. As infovias eram marítimas. E, portanto, os portos eram o grande hub de conexão entre todos os mundos, povos, conhecimentos, culturas e costumes.

O Porto do Rio de Janeiro era um dos mais importantes desse “novo mundo”, recebendo um enorme volume de navios, principalmente a partir de 1763 (quando se torna capital do Brasil), dividido em duas áreas atracadouras principais, a da Praça XV/São Bento (mais para passageiros) e a da Prainha/Saúde (mais para escravos/mer-cadorias). A partir do século 19, durante o Ciclo do Café do Vale do Paraíba Flumi-nense, a economia brasileira passava pela Prainha, ensejando inclusive o surgimento de um dos primeiros sindicatos brasileiros, a Sociedade de Resistência dos Trabalha-dores em Trapiche e Café, que teve impor-tância fundamental para a cultura carioca no ambiente de desenvolvimento do sam-ba, dos ranchos carnavalescos e das escolas de samba.

Viajantes descrevem o Rio e o Brasil

A partir da transferência da corte por-tuguesa, em 1808, aumenta sobremanei-ra o número de viajantes que chegam de navio para conhecer ou pesquisar o país. Um pouco da cultura e do imaginário do Brasil, que é percebido até hoje, princi-palmente na Europa, ainda passa pelos relatos, cadernos, livros e diários de via-gens escritos por esses viajantes que aqui desceram. Um pouco do Rio Colonial e Pós-Colônia continua nos testemunhos de Maria Graham, Von Spix, Von Mar-tius, Richard Francis Burton e muitos ou-tros. Mais de 300 obras foram publicadas. Um pouco do “folklore” que ainda cerca o Brasil tem a ver com esse imaginário.

Um Porto novo com novas camadas históricas surgindo

Hoje, pouco mais de 100 anos após a grande reforma portuária coordenada pelo engenheiro Francisco Bicalho para a gestão Pereira Passos, outra grande re-forma acontece em toda a região: o em-preendimento denominado Porto Maravi-lha, no formato de uma parceria público-

-privada, na gestão Eduardo Paes, coor-denada pela Concessionária Porto Novo (OAS, Odebrecht e Carioca Engenharia), abrangendo cinco milhões de metros qua-drados.

Nesta região, que pode ser delimitada entre a Av. Francisco Bicalho e a Praça Mauá e no outro eixo pela Av. Presidente Vargas e a Av. Rodrigues Alves, vivem em torno de 30 mil pessoas, abrangendo um trecho da Praça Mauá, mais os bair-ros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo e os morros da Conceição, Livramento, Saúde, Gamboa, Providência e Morro do Pinto.

A região sofrerá impactos importantes e uma nova cartografia será desenhada trazendo à luz fundamentais períodos da nossa história que estavam soterrados com as sucessivas remodelações urbanís-ticas, como o Cais do Valongo e toda a história do tráfico dos escravos no Brasil e o Cemitério dos Pretos Novos. Isso sem contar um sambaqui milenar que foi des-coberto no mesmo terreno do Cemitério.

Parceria com UFRJ contribui para o desenvolvimento das pesquisas

Viajantes do Território fechou parce-ria com o Open Street Map para o ma-peamento cartográfico e com o Instituto Tércio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais da UFRJ para o acervo de informações. A parceria principal é com a Casa Porto, referência cultural da região e onde se realizam os encontros todas as quintas-feiras. Novos alunos po-dem se inscrever pela internet acessando www.CasaPorto.org/Viajantes-do-Terri-torio. Um dos resultados práticos do tra-balho do Viajantes é também a página do Facebook, com imagens da região portu-ária de todos os tempos: www.Facebook.com/RegiaoPortuariaRio. Todos podem colaborar! Outra produção coletiva é a linha do tempo da região portuária, que pode ser acessada em www.dipity.com/EgeuLaus/Linha-do-Tempo-da-Regi-o--Portuaria-do-Rio-de-Janeiro/.

O curso continua aberto recebendo novos interessados, com prioridade para moradores da região. Na página seguinte, confira três exemplos de pesquisas que estão sendo desenvolvidas neste momen-to pelo Viajantes do Território.

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Percursos da cartografia colaborativa Viajantes do TerritórioVeja alguns exemplos das pesquisas interdisciplinares em curso

C5Edição Especialmarço – abril de 2014

Egeu [email protected]

cultura e cidadania

Tiago M. Sousa

Pedro de Moraes

O lendário João da Bahiana, nascido e criado no Porto do Rio, década de 1960

Semiramice veste saia Tramas do Porto com produção de Sandra Lima

Roteiros de fuga – Um mapa da diáspora interna

O diretor do Museu Afro de Nova Igua-çu (Instituto de Pesquisa Afro-Cultural Odé Gbomi), Antonio Montenegro, ex-morador do Morro do Pinto, está levantando o ca-minho dos escravos chegados ao Cais do Valongo e sua distribuição pelo estado do Rio de Janeiro, considerando suas etnias e destinos. Conta com a colaboração da pro-fessora Denise Luz Gomes Duarte, coorde-nadora do Centro Comunitário Projeto Pé de Moleque, também de Nova Iguaçu.

Alguns pesquisadores apontam que cerca de um milhão de escravos tenham passado pelo Porto do Valongo até 1843. Embora o tráfico tenha sido proibido em 1831, a do-cumentação histórica dá conta de que ele permaneceu clandestino pelo menos até a chegada da imperatriz Teresa Cristina, fu-tura consorte de D. Pedro II.

É nesse ano também que o Cais do Valon-go recebeu transformações consideráveis sob a coordenação do arquiteto Grandjean de Montigny e se transformou no Cais da Imperatriz, recebendo uma nova camada urbanística com novos aterros e decorações que iriam esconder o nosso passado escra-vista.

O que o percurso de pesquisa “Roteiros de Fuga” visa investigar é parte das histó-rias e do destino desses homens, mulheres e crianças que ali aportaram, sendo vendidos como escravos. O projeto pretende também produzir material didático para as escolas atendendo ao que dispõe a Lei nº10.639, que determina a obrigatoriedade do ensino da cultura e história afro-brasileiras.

Tramas do Porto – A história do Porto bordada em roupas

A professora e moradora da região por-tuária Silvania Lucia Lacerda da Fonseca se inscreveu na Cartografia do Viajantes do Território logo que as inscrições foram abertas e, a partir das histórias levantadas pelos outros pesquisadores, criou um pro-jeto de roupas bordadas com temas histó-ricos da região. A Pedra do Sal, a capoeira, os tambores, o Cais do Valongo são alguns dos temas que serão retratados nas roupas com bordados aplicados pelo grupo de inte-grantes do projeto.

Em parceria com o projeto Bordando o

Futuro, da Associação de Bordadeiras de Itaperuna, o Tramas do Porto vai envolver grupos de moradores da região portuária para dar prosseguimento à produção dos bordados. A cartografia colaborativa do Viajantes tem também o objetivo de propi-ciar que as pesquisas possam se transfor-mar em projetos que beneficiem os mora-dores do Porto.

O lançamento da coleção de roupas bor-dadas irá acontecer com desfile por ocasião do FIM – Fim de Semana do Livro no Por-to, que tomará o Largo da Prainha, os bares

do entorno e o próprio Morro da Concei-ção, nos próximos 10 e 11 de maio.

O projeto Tramas do Porto já envolveu fotógrafos, designers, produtores e estilis-tas que irão apoiar a iniciativa. A produto-ra e videomaker Sandra Lima, junto com o fotógrafo Tiago M. de Souza, da S.X.T. Produções, estão produzindo imagens para o material gráfico de divulgação do proje-to, que recebeu também a colaboração da designer Elisa Ribeiro Ferreira, integrante do Coletivo Goma, um espaço colaborativo que conta com várias empresas de design,

arquitetura e consultorias que se estabele-ceram na região portuária.

Histórias encantadas – um circuito histórico musical

Balizado pela música brasileira de com-positores simpatizantes pelo Porto do Rio de Janeiro, o percurso “Histórias Encanta-das”, da guia de turismo Judite dos Santos Rosário, está trazendo a público um acervo musical de alto valor cultural. O que talvez poucos saibam é que uma grande parte da música popular brasileira com raízes afri-canas se preservou a partir dos terreiros e locais de encontro multicultural situados no Cais do Porto do Rio de Janeiro.

Antes mesmo da abertura da Av. Presi-dente Vargas, em 7 de setembro de 1944, que partiu o Rio em dois pedaços isolados, a região do cais do Porto já era uma área um pouco marginalizada pela cultura tradi-cional carioca. No entanto, ali transitavam compositores, cantores e artistas, criando os atravessamentos culturais que enriqueceram sobremaneira a música brasileira no contato com a ancestralidade negra preservada nos terreiros de matrizes africanas, bem como as dezenas de etnias colocadas à margem da nascente burguesia calcada nas influên-cias europeias, primeiro francesas e depois inglesas.

Eram árabes, ciganos, chineses e mais um sem número de variadas populações que se refugiaram na região portuária e construíram uma vasta cultura de encontros e diversida-de. Um grande representante dessa cultura é João da Bahiana, compositor e liderança das tradições africanas no Brasil, um elo impor-tante nesse percurso musical que o projeto “Histórias Encantadas” vai apresentar.

Viajantes do Território

Viajantes do Território é um processo con-tínuo e, nos próximos números da Folha da Rua Larga, iremos acompanhar os percur-sos que estão sendo construídos através dos bairros da Saúde, Gamboa e Santo Cristo e os morros da Conceição, Livramento, Provi-dência e do Pinto. Até lá!

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C8Edição Especialmarço – abril de 2014

sacha [email protected]

Caderno Cultura e CidadaniaPatrocínioRealização

cultura e cidadania

FIM promete acender a cultura na região por 48h 2ª edição do Fim de Semana do Livro no Porto ocorrerá entre 10 e 11 de maio

Os entusiastas da Zona Portuária do Rio terão um bom motivo para visitar a região no fim de semana do Dia das Mães. É que será realizada, nos dias 10 e 11 de maio, mais uma edição do FIM – Fim de Sema-na do Livro no Porto. De acordo com Raphael Vidal, morador da região e gestor da Casa Porto, que assina a realização do circuito de eventos com Bel Fernan-des, Eduardo Rua e Zeh Gustavo, serão dois dias de atividades ininterruptas, que acontecerão entre 10h e 22h. A programação será dedicada à literatura e à cul-tura geral na área portuária do Rio. Segundo ele, trata--se de uma oportunidade para mães e filhos viverem momentos de lazer em meio aos livros e a toda uma am-bientação criada especial-mente para essa ocasião.

Os fins de semana que ainda insistiam em ficar desertos, no Centro do Rio, serão preenchidos por atores que se apresentarão na Pedra do Sal, espetáculos de música e dança no Largo de São Francisco da Prainha, intervenções e abertura de ateliês dos artistas plásticos do Projeto Mauá, no Morro da Conceição e bate-papos com escritores na Casa Porto, situada no Largo de São Francisco da Prainha, 04, sobrado.

Todo esse apanhado de eventos sincronizados irão

Carolina Monteiro

Raphael Vidal, gestor da Casa Porto, é o idealizador do FIM

Bate-papo com autores lotado na última edição do Fim de Semana do Livro no Porto

organização do FIM, o en-torno da região será carac-terizado como um ambiente onírico, com elementos do passado, que remeterá à época colonial, em que mo-radores tocavam violões e flautas em suas janelas e os cidadãos declamavam poe-sias em praça pública.

A primeira edição do FIM foi realizada em outubro de 2012 no alto do Morro da Conceição e, de acordo com a organização do even-to, atingiu um público que não costumava frequentar o Centro do Rio por moti-vos alheios a trabalho e co-mércio. Na ocasião, houve conversas com escritores, oficinas, feira de livros e abertura de portas dos ateli-ês do Morro da Conceição.

Os cinco restaurantes que farão parte do circuito gastronômico receberão os escritores para um encontro com o público, no qual será possível desfrutar a companhia dos autores, em meio a comes e bebes programados especialmen-te para o Fim de Semana do Livro no Porto. Confira a programação detalhada do FIM, em breve, no site da Folha da Rua Larga (www.folhadarualarga.com.br). Aguarde, acesse e participe!

compor uma programação cultural que será pano de fundo para o essencial do projeto – o estímulo à lei-tura. Serão disponibilizados estandes de livros sobre as-sunto gerais, sobretudo te-mas relacionados à história do Rio de Janeiro, Região Portuária e à gastronomia.

Além de publicações e dos eventos culturais interligados, a antiga área portuária da cidade, hoje parcialmente renovada, será adornada com flores e estandartes. Como planeja a

Carolina Monteiro

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folha da rua larga

13março – abril de 2014

cidade

teresa speridiã[email protected]

morro da conceição

Sacha Leite

Teresa Speridião

Cláudio Aun, presidente do Projeto Mauá, ensinou crianças a produzirem velas ornamentais

Bordado Carioca

“O sol carioca nasce bordando o mar com linhas douradas e leva o dia por entre as montanhas, costu-rando o horizonte com pontos de zigue-zague.”

A história do bordado origina-se com a técnica do ponto cruz e os registros históricos remontam à pré--história. O ato de tecer ou bordar, no sentido existen-cial, está associado à figura de dois personagens da mitologia grega: Penélope e Ariadne, ambas símbolo da pureza e da fidelidade, modelo estabelecido como parâmetro para se falar do ideal feminino. Do lado de cá da história, a maneira de bordar é a mesma, mas as Penélopes agora são empresárias, atuantes, e bem--sucedidas.

Maria Rita Labanca, Silvia De Bonif, Ilda Marinho, Marilene Palmeira e Dora Firme se conheceram no Programa de Artesanato do Estado do Rio de Janeiro, em parceria com o Senac.

No início eram várias pessoas no grupo, depois algu-mas saíram e ficaram as cinco jovens senhoras. Assim, iniciou-se a parceria.

Habilidades nas mãos, linhas, tesouras, agulhas, pe-daços de tecidos e muita imaginação são os ingredien-tes do sucesso. No silêncio do ateliê, elas constroem, desconstroem, cortam, emendam, salpicam miçangas, rendas e fitas, linha e nós. Elas bordam poesias em al-mofadas, bolsas e outros mimos capazes de corromper até os menos consumistas.

Com o ateliê aberto diariamente, elas conseguem uma boa receita e dizem que os franceses são bons compradores. Todos os anos elas participam da Feira da Providência, no Riocentro, além de outras feiras na cidade. Dia 13 de maio, suas peças estarão expostas permanentemente no Museu do Artesanato em Petró-polis.

O ateliê Bordado Carioca fica no Morro da Con-ceição, em uma casinha pequena que mais parece de boneca. Em suas paredes, o reconhecimento de seus trabalhos, matéria de jornais com premiações, revistas e até bolsas feitas por Marilene Palmeira para uma no-vela da Rede Globo, Lado a Lado.

Dora Firme é a proprietária do ateliê e faz parte do Projeto Mauá, as outras quatro moram em bairros dife-rentes, mas todos os dias chegam no mesmo horário e passam o dia bordando.

Há uma grande variedade de pontos com nomes curiosos e efeitos surpreendentes: ponto-cruz, oitinho, teia de aranha, vandike, triângulo, russo, trancado, ro-cocó, partido, pequinês, punção, turco, mosca, nozi-nho, palito, caseado, margarida, matriz, tijolo e zigue--zague.

O fio do tempo, o fio do destino, o fio em forma de poesia, o fio que sustenta – o fio da inexorável paciên-cia de tecer a arte que alimenta a alma.

Onde: o ateliê Bordado Carioca fica aberto de 2ª a 6ª feira, das 12h às 17 horas. O endereço é Rua Jogo da Bola, nº 140, Morro da Conceição.

Dia 29 de março foi re-alizada a festa de encerra-mento das oficinas de artes do Morro da Conceição re-alizadas entre novembro de 2013 e janeiro de 2014. Os artistas plásticos residentes na região, em parceria com a concessionária Porto Novo, realizaram uma culminância das atividades ministradas, com a exposição de obras produzidas pelos alunos. O Ateliê Gaia, situado aos pés do Morro da Conceição, ce-deu gentilmente o local para o evento.

A artista plástica Teresa Speridião pontua que neste terceiro ano de oficinas des-tinadas à população local, os alunos receberam certifica-dos de capacitação: “Sem-pre optei pelo ensino de pintura em tecido – no caso, de camisetas – porque, além de pintar para uso próprio, a pessoa pode dar de presente ou comercializar. Procuro fazer algo prático, como é o caso da oficina de velas decorativas para crianças. Eles criam velas nos forma-tos mais variados possíveis,

Artistas do Morro da Conceição promovem oficinas gratuitasPintura em tecido, velas artesanais e cerâmica são sucesso entre moradores

como em forma de celular”. As 11 oficinas concedidas

incluíram prática de borda-do, cerâmica, iluminação, fotografia e até “Pintura, construção e desconstru-ção”. A artista Adriana Eu ofereceu curso de mosaico, em que crianças moradoras da região construíram um jogo de amarelinha, utili-zando a técnica aprendida, no piso da pracinha, no alto do Morro da Conceição.

sacha [email protected]

Confira as oficinas oferecidas:

. Juan Russo - ateliê 87 “Introdução à fotografia noturna”

. Claudio Aun - ateliê 59 “Vela ornamentais”

. Osvaldo Gaia - ateliê 34 “Cerâmica artística”

. Vilmar Madruga/Bianca Madruga - ateliê 119 “Pintura construção e desconstrução”

. Ubirajara Vasconcelos - ateliê 101 “Expressão da luz”

. Ventos do Norte - ateliê 117/sobrado “Conservação e restauração de papéis”Oyama e Tânia

. Teresa Speridião - ateliê 82 “Pintura em tecidos”

. Leandro Barboza - ateliê 76/202 “Aquarela’’

. Atelier Oficina Garagem - ateliê 68 “Joias artesanais”

. Bordado Carioca - ateliê 140 - Dora Lice “Bordado livre”

. Adrianna Eu - ateliê 102 “Construção participativa (mosaico)”

Maria Labanca, Silvia de Bonif, Ilda Marinho, Marilene Palmeira e Dora Firme passaram ensinamentos de bordado

Page 14: Folha da rua larga 44

Becos seculares, sabores contemporâneos

gastronomia

receitas carol

teresa speridiã[email protected]

ana carolina [email protected]

Confira outras receitas da Carol no blog

nacozinhacomcarol.blogspot.com

14folha da rua largamarço – abril de 2014

Suflê de bacalhau

Centro Grill une ar caseiro com o charme do Beco do Bragança

A Páscoa representa a re-novação, um renascimento, tempo de comemorar a vida nova! Uma mesa farta e crianças correndo à procura dos ovos de chocolate são imagens clássicas dessa co-

memoração, sem esquecer o famoso bacalhau. Nesta edição, nós também nos lembramos dele, numa re-ceita fácil de fazer, genero-sa e deliciosa. Bom apetite e boa Páscoa a todos!

ACP

O bufê variado satisfaz a todos os gostos

Sobremesas que surpreendem qualquer paladar

Decoração moderna e confortável com destaque para a música ambiente

Ferva o leite com as folhas de louro e os grãos de pi-menta. Regue o bacalhau e deixe cozinhar por 15 mi-nutos. Escorra o bacalhau e reserve o leite.Desfie o bacalhau em lascas. Refogue a cebola em azeite até dourar e junte o baca-lhau. Misture o leite mor-no de bacalhau nas batatas espremidas como se fosse fazer um purê. Junte na mis-tura de bacalhau e cebola, acrescente a pasta de azeito-nas e prove o tempero.Bata as claras em neve, quando estiverem cremosas

junte as gemas e deixe ba-ter por mais uns 5 minu-tos. Junte delicadamente a mistura de bacalhau com batata.Coloque em formas unta-das e polvilhadas com pó de rosca. E leve ao forno pré-aquecido a 180ºC por 30 minutos, ou até dourar. Sirva imediatamente.

Ingredientes

Modo de preparo

Yuri Maia

½ kg de bacalhau dessalgado 4 folhas de louro 5 grãos de pimenta½ kg de batata cozida, passadas no espremedor1 xícara de cebola picada½ xícara de leite1 colher de chá de pasta de azeitona3 ovos

De alguns anos pra cá, tem crescido o número de restaurantes no Centro. Mesmo assim, a julgar pelo tamanho das filas, a quantidade ainda parece insuficiente. Entre ruelas e becos, o flâneur gas-tronômico faz a festa no horário do almoço. O Centro Grill é um desses achados que costuma sur-preender até mesmo os cariocas já familiarizados com a herança arquitetô-nica deixada pelos coloni-zadores.

O restaurante fica no Beco do Bragança, entre as ruas Conselheiro Sarai-va e Visconde de Inhaú-ma. Dois coqueiros e um banco de madeira em frente ao estabelecimen-to são responsáveis pelo charme do local.

Os empresários e sócios Marcos Melo e Luis Mi-guel contam que a casa já passou por algumas modificações e que a úl-tima reforma, há um ano, deixou o restaurante de cara nova, trazendo mais conforto para os clientes. A decoração ficou mais moderna, com ar condi-cionado possante, lumi-nosidade maior, e os fre-quentadores ganharam al-guns mimos como música ambiente, com destaque para o bossa lounge.

Inaugurado há 15 anos, o lugar já se tornou uma tradição. A maioria dos clientes são empresários e executivos (muitos deles franceses devido à pro-ximidade com a empresa L’Oréal), e também pes-soas que fazem parte da efervescência financeira da nossa metrópole. O serviço de bufê oferece pratos para todos os gos-tos, que vão do churrasco de picanha, passando pe-las opções vegetarianas,

além de peixes e massas.A constante substituição

das travessas em peque-nas quantidades garante o frescor dos alimentos durante todo o almoço.

Dessa forma, os últimos a chegarem para almoçar comem tão bem quanto os primeiros. A enorme variedade de pratos fixos já seria o suficiente para

uma boa refeição: moque-ca, risotos, rocambole de tomate seco com espina-fre, medalhão de filé mig-non e variadíssimas sala-das são alguns exemplos do que há para degustar. Diariamente novos pratos são acrescentados ao car-dápio, como é o caso do bacalhau, que tem uma maneira de preparo para cada dia da semana.

As sobremesas, com re-ceitas artesanais, incluem itens como tiramisu, pavê, tortas e frutas. Pela varie-dade de doces, saladas, pratos quentes e grelha-dos, é possível comer no Centro Grill durante toda a semana sem se cansar. Confira as opções pro-gramadas para cada dia da semana no cardápio disponível no site oficial do restaurante: www.cen-troriogrill.com.br.

O Centro Grill fica no Beco do Bragança, nº 37, lojas A, B e C – Centro. Tel: (21) 2253-1493.

Yuri Maia

Yuri Maia

Page 15: Folha da rua larga 44

Um mar de sabores

Um toque de classe, onde comer

bem não significa pagar muito

Rua Miguel Couto, 121 • Centro • Tels.: 2253-0862 • 2233-3515

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Page 16: Folha da rua larga 44

dicas da cidadeDi Cavalcanti no Centro Cultural Light

16folha da rua larga

lazermarço – abril de 2014

da redaçã[email protected]

da redaçã[email protected]

Cinco telas do artista podem ser conferidas em galeria reaberta

Acervo Light

A sala dispõe de versões táteis das obras para a apreciação de deficientes visuais

72 horas para filmar

A região portuária recebe o 72 Horas Rio, festival que propõe a produção de curtas-metragens de até 6 minutos em três dias. O evento acontecerá de 1º a 4 maio. As ins-crições para os moradores da Zona Portuária estão abertas. É possível ser diretor, ator, roteirista, oferecer a casa para uma filmagem, contar histórias e muito mais. Para mais informações, visite: www.72horasrio.org.

Sextas Culturais no INT

Quem mora ou trabalha próximo à Praça Mauá pode curtir os eventos gratuitos em cartaz no Sextas Culturais do Instituto Nacional de Tecnologia. Sempre ao meio dia, o prédio da Av. Venezuela, 82, recebe uma gama de apre-sentações bem variada, passando por todos os tipos de arte e manifestações culturais.

Vinícius na Parque Estadual

A Biblioteca Parque Estadual foi reinaugurada em gran-de estilo. A exposição de abertura homenageia os 100 anos de Vinícius de Moraes e traz bate-papos e shows musicais de nomes como Toquinho, Miúcha, Paula Morelembaum e Edu Lobo. Sempre às quartas-feiras, às 19h. Senhas são distribuídas com 1 hora de antecedência.

O Centro Cultural Light reabriu ao público, no últi-mo 1º de abril, a sala de ex-posições Di Cavalcanti. No local estão expostos cinco painéis do artista (quatro originais e uma réplica) que representam a obra Com-posição Rio, um retrato da relação do Rio de Janeiro com a imprensa.

“A reabertura desta sala homenageia um dos mais importantes artistas da cultura brasileira. Além da exposição dessa impor-tante obra, prestamos uma merecida homenagem a um antigo colaborador da Li-ght: no final dos anos 1920, era possível ver o talento de Di Cavalcanti em desenhos publicados na Revista Li-ght, em que destaca passa-geiros, condutores e motor-neiros dos antigos bondes”, declarou Paulo Bicalho, gerente do Centro Cultural

Light, ao Jornal do Brasil. Os quadros foram adqui-

ridos, em 1971, por Antonio Gallotti, presidente da Light à época, junto ao jornalista Samuel Wainer, diretor do jornal Última Hora, extinto no mesmo ano. As pinturas foram encomendadas para comemorar o primeiro ani-

versário do Última Hora, fundado em 12 de junho de 1951.

A Sala Di Cavalcanti fi-cará aberta durante o fun-cionamento do Centro Cul-tural Light, de segunda a sexta-feira, das 11h às 17h, na Av. Marechal Floriano, 168 . No novo espaço, com

temperatura controlada para preservar as obras, ainda há um balcão com versões tá-teis das telas, o que permite a percepção dos traços do artista por deficientes visu-ais.