folha da engenharia - edição 99

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ARCELORMITTAL A ArcelorMittal Monlevade promoveu no dia 5/6 palestra e caminhada ecológica para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente e também o aniver- sário do Centro de Educação Ambiental (Ceam), que completa 20 anos em 2012. O evento foi realizado na sede do Ceam e teve como palestrante o professor Júlio Machado, biólogo e consultor, que falou do tema "Cuidar da pessoa e do meio ambiente". LEIA MAIS NA PÁGINA ............................................................................. 5 ENGENHEIRO JOSÉ MARTINS DE GODOY O engenheiro e professor José Martins de Godoy em seu discurso na Câmara Municipal de Belo Horizonte, onde foi homenageado, proferiu as seguintes palavras: Estou muito feliz em receber esta homenagem da Câmara Municipal de Belo Horizonte, cidade que me acolheu em 1955. LEIA MAIS NA PÁGINA ............................................................................. 3 A CONFERÊNCIA DA ONU - RIO + 20 L Líderes dos 193 países que fazem parte da ONU, além de representantes de vá- rios setores da Organização, se reuniram no Rio de Janeiro para discutir como podemos transfor- mar o planeta em um lugar me- lhor para viver, inclusive para as futuras gerações. Uma grande responsabilidade, sem dúvida. O objetivo da Conferência é assegurar um comprometimento político renovado para o desen- volvimento sustentável, avaliar o progresso feito até o momento e as lacunas que ainda existem na imple- mentação dos resultados dos princi- pais encontros sobre desenvolvi- mento sustentável, além de abordar os novos desafios emergentes. Os dois temas em foco na Conferência são: (a) uma economia verde no contexto do desenvolvi- mento sustentável e da erradicação da pobreza; e (b) o quadro institu- cional para o desenvolvimento sus- tentável. TURISMO CULTURAL O Turismo cultural inclusivo no contexto da sustentabilidade foi o assunto do ciclo de palestras real- izado nesta quarta-feira, 13 de junho, na Arena da Barra. Gratuito, o evento teve tradução simultânea para inglês e espanhol, audiode- scrição, legenda em tempo real e Libras – a linguagem de sinais. A primeira mesa discutiu a criação de uma rede de acessibili- dade em museus. Para a museóloga Isabel Portela, uma das debatedoras do tema, “o turismo cultural inclusi- vo vem abrir mais um caminho para o Rio”. Durante o debate foram dis- cutidas questões de acessibilidade no Centro Cultural Banco do Brasil e os encontros multissensoriais rea- lizados no Museu de Arte Moderna (MAM). Durante uma das palestras foi sugerido que os eventos passem a ter interpretações para outros idiomas em linguagem de sinais. “Estamos inaugurando essa modali- dade durante a Rio+20, a partir de agora, quem vier depois terá que fazer melhor”, destacou Isabel Portela. A acessibilidade em museus e sítios tombados pelo patrimônio foi outro tema discutido. “Fazer uma calçada para um arquiteto parecia fácil, agora temos que reaprender a fazer modelos para todos”, ressaltou a coordenadora de acessi- bilidade e inclusão social do CNO da Rio+20, Márcia Adorno. LEIA MAIS NA PÁGINA ............... 6 Foto: Ilustrativa

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Folha da Engenharia

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Page 1: Folha da Engenharia - Edição 99

ARCELORMITTAL

A ArcelorMittal Monlevade promoveu no dia 5/6 palestra e caminhadaecológica para celebrar o Dia Mundial do Meio Ambiente e também o aniver-sário do Centro de Educação Ambiental (Ceam), que completa 20 anos em2012. O evento foi realizado na sede do Ceam e teve como palestrante oprofessor Júlio Machado, biólogo e consultor, que falou do tema "Cuidar dapessoa e do meio ambiente".

LEIA MAIS NA PÁGINA ............................................................................. 5

ENGENHEIRO JOSÉ MARTINS DE GODOY

O engenheiro e professor José Martins de Godoy em seu discurso naCâmara Municipal de Belo Horizonte, onde foi homenageado, proferiu asseguintes palavras:Estou muito feliz em receber esta homenagem da Câmara Municipal de BeloHorizonte, cidade que me acolheu em 1955.

LEIA MAIS NA PÁGINA ............................................................................. 3

A CONFERÊNCIA DA ONU - RIO + 20

LLíderes dos 193 países quefazem parte da ONU, alémde representantes de vá-

rios setores da Organização, sereuniram no Rio de Janeiro paradiscutir como podemos transfor-mar o planeta em um lugar me-lhor para viver, inclusive para asfuturas gerações. Uma granderesponsabilidade, sem dúvida.

O objetivo da Conferência éassegurar um comprometimentopolítico renovado para o desen-volvimento sustentável, avaliar oprogresso feito até o momento e aslacunas que ainda existem na imple-mentação dos resultados dos princi-pais encontros sobre desenvolvi-

mento sustentável, além de abordaros novos desafios emergentes.

Os dois temas em foco naConferência são: (a) uma economiaverde no contexto do desenvolvi-mento sustentável e da erradicaçãoda pobreza; e (b) o quadro institu-cional para o desenvolvimento sus-tentável.

TURISMO CULTURAL

O Turismo cultural inclusivono contexto da sustentabilidade foio assunto do ciclo de palestras real-izado nesta quarta-feira, 13 dejunho, na Arena da Barra. Gratuito,o evento teve tradução simultânea

para inglês e espanhol, audiode-scrição, legenda em tempo real eLibras – a linguagem de sinais.

A primeira mesa discutiu acriação de uma rede de acessibili-dade em museus. Para a museólogaIsabel Portela, uma das debatedorasdo tema, “o turismo cultural inclusi-vo vem abrir mais um caminho parao Rio”. Durante o debate foram dis-cutidas questões de acessibilidadeno Centro Cultural Banco do Brasile os encontros multissensoriais rea-lizados no Museu de Arte Moderna(MAM).

Durante uma das palestras foisugerido que os eventos passem ater interpretações para outros

idiomas em linguagem de sinais.“Estamos inaugurando essa modali-dade durante a Rio+20, a partir deagora, quem vier depois terá quefazer melhor”, destacou IsabelPortela.

A acessibilidade em museus esítios tombados pelo patrimônio foioutro tema discutido. “Fazer umacalçada para um arquiteto pareciafácil, agora temos que reaprender afazer modelos para todos”,ressaltou a coordenadora de acessi-bilidade e inclusão social do CNOda Rio+20, Márcia Adorno.

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Editor: Petrônio Perdigão Godoy Castro Revisora: Djanira P. Castro Colaboradores: Jornalista José Godoy Castro, DênisKleber Gomide Leite, José Carlos Laender e OscarFerreira, Henrique Campos Vivácqua e RevistaArquitetura e Engenharia.Fotos: Folha da Engenharia, Pedro Moura, anuncian-tes e agências.Redação e Administração:Rua Penafiel, 360 - Anchieta CEP: 30310-420 - Belo Horizonte/MG Telefax: (31) 3221 1553 - Cel.: (31) 8400 8100E-mail: [email protected]: 09.353.211/0001-82Diagramação e Editoração:Jota Peg Comunicação TotalE-mail: [email protected]ão: Diário do ComércioTiragem: 5000 exemplares

A Folha da Engenharia não se responsabiliza pelomaterial publicitário e/ou conteúdo dos artigosveiculados nesta edição. Os artigos e matérias pu-blicados não refletem necessariamente a opiniãodos editores.

EXPEDIENTE:

BH 24 HORAS

Preliminarmente gostaria de narrar umaexperiência minha na maior metrópole dopaís que é São Paulo, (11 milhões de habi-

tantes) que tem constantemente quilômetros equilômetros de engarrafamento no congestiona-do trânsito local apesar de atender 7 milhões depassageiros pelo METRÔ e Trens de Subúrbio,6 milhões de passageiros nos 15000 ônibusurbanos de São Paulo e 6 milhões de veículosautomotores que exalam gás carbônico e que tor-nam o ar quase irrespirável em São Paulo.

Meu voo para a capital paulista estavaprevisto para 7:00 hs da manhã, mas atrasou echeguei em São Paulo às 9:30hs , pegamos umcarro e fomos sem problema de transito a várioslocais onde tivemos inúmeras reuniões, sem so-frer do malfadado congestionamento paulista.Almoçamos na periferia e continuamos as nos-sas visitas técnicas até às 16:30 horas sem grandesproblemas de trafégo e trânsito.

Voltamos para o Aeroporto deCongonhas às 17 hs, tudo livre, sem problemasde tráfego e levantamos vôo para BH às 18:30 hs,dentro do avião pude observar espantado o mo-numental engarrafamento das avenidas que cir-

cundam e dão acesso ao Aeroporto de Con-gonhas.Veio, então, na minha mente que, se tive-rmos uma utilização mais racional da cidadegrande nas 24 horas e não somente nas 14:00horas (6:00 horas da manha até às 20:00) em queela é realmente usada, encontraremos a soluçãode "BH-24 HORAS" para melhorar o tráfego e otransito da capital mineira, enquanto não se cons-troem as linhas 2 e 3 do METRÔ DE BH (queserá a médio prazo para a Copa de 2014).Propomos então,horários alternativos e diferen-ciados para industriários, operários da construçãocivil, comerciários, estudantes, funcionáriospúblicos, profissionais liberais, bancários, etc. afim de melhorar o fluxo viário da cidade noshorários de pico, que sejam alternados de 06, 07,08 ,09 e 10 horas para entrarem em serviço esaírem também alternadamente as 16,17,18,19 e20 horas evitando o famigerado "rush" ou pico.Na ideia de aplicar na proposta "BH 24 HORAS"a varrição, coleta de lixo, obras de infra-estruturana área central etc. seriam realizadas somente ànoite, das 20hs até 06 hs da manhã(COPASA/CEMIG/SLU/TELES), diminuindoa retenção do transito durante o dia e dandomaior movimentação à noite e pela madrugada,o que proporcionaria inclusive maior segurançaaos transeuntes. Criação de RUAS 24 HORAS(como Curitiba) nas áreas centrais de BH, naSavassi, na Floresta e outros centros comerciaisalém dos Shopping com cinemas, teatros, super-mercados, farmácias, restaurantes, Shopping 24HORAS, Rua da Bahia 24 HORAS, Praça Sete eQuarteirões Fechados 24 HORAS, Metrô 24HORAS etc. Os ônibus, taxi-lotação e metrô fun-cionariam também pela madrugada, em horáriosmais espaçados (com isto as estações do Metrôfuncionariam 24 horas).

O atendimento de cargas e descargas nocomércio em geral seria principalmente de 20 hsàs 06 da manhã, para evitar acesso de grandescaminhões e carretas na área central da AvenidaContorno, teríamos Terminais de Carga na pe-riferia, transportando as cargas para caminhõesmenores, caminhonetes, Kombi, etc., que atra-vessariam sem problemas o centro de BH.

Deveria ser incentivado o funcionamen-to das atividades de clubes, escolas, comércio,indústria, bares, restaurantes, etc. no períodonoturno, com isenção dos impostos dando maiormovimentação e segurança (BH - 24 HORAS).

Argumenta-se contra esta ideia o custodo pagamento das horas extras (adicionalnoturno) não levando em conta a deseconômiade aglomeração, isto é o custo do combustívelgasto nestes congestionamentos e as horas perdi-das deixadas de trabalhar para milhares demotoristas.

Finalmente teríamos de volta os trens desubúrbio, que seriam reativados, melhorando asvias férreas para atender às cidades - dormitórioem volta de BH (Contagem, Betim, Nova Lima,Rio Acima, Raposos, Santa Luzia, etc.). Com asexplicações acima, propomos este plano BH 24HORAS como solução imediata a curto prazopara atender à mobilidade urbana do caóticotransporte público de BH.

EDITORIAL:

Nesta edição a Folha daEngenharia cede o espaço do editorialpara a falarmos sobre a Carta da Terra:

A Carta da Terra é uma decla-ração de princípios éticos fundamentaispara a construção, no século 21, de umasociedade global justa, sustentável e pacífi-ca. Busca inspirar todos os povos a umnovo sentido de interdependência global eresponsabilidade compartilhada voltadopara o bem-estar de toda a famíliahumana, da grande comunidade da vida edas futuras gerações. É uma visão deesperança e um chamado à ação.

A Carta da Terra se preocupacom a transição para maneiras sustentáveisde vida e desenvolvimento humano sus-tentável. Integridade ecológica é um temamaior. Entretanto, a Carta da Terra reco-nhece que os objetivos de proteção ecoló-gica, erradicação da pobreza, desenvolvi-mento econômico eqüitativo, respeito aosdireitos humanos, democracia e paz sãointerdependentes e indivisíveis. Conse-quentemente oferece um novo marco,inclusivo e integralmente ético para guiar atransição para um futuro sustentável.

A Carta da Terra é resultado deuma década de diálogo intercultural, emtorno de objetivos comuns e valores com-partilhados. O projeto da Carta da Terracomeçou como uma iniciativa das NaçõesUnidas, mas se desenvolveu e finalizoucomo uma iniciativa global da sociedadecivil. Em 2000 a Comissão da Carta daTerra, uma entidade internacional inde-pendente, concluiu e divulgou o docu-mento como a carta dos povos.

A redação da Carta da Terraenvolveu o mais inclusivo e participativoprocesso associado à criação de umadeclaração internacional. Esse processo éa fonte básica de sua legitimidade comoum marco de guia ético. A legitimidade dodocumento foi fortalecida pela adesão demais de 4.500 organizações, incluindovários organismos governamentais e orga-nizações internacionais.

À luz desta legitimidade, umcrescente número de juristas interna-cionais reconhece que a Carta da Terraestá adquirindo um status de lei branca(“soft law”). Leis brancas, como a Decla-ração Universal dos Direitos Humanossão consideradas como moralmente, masnão juridicamente obrigatórias para osGovernos de Estado, que aceitam subs-crevê-las e adotá-las, e muitas vezesservem de base para o desenvolvimentode uma lei stritu senso (hard law).

Neste momento em que éurgentemente necessário mudar a maneiracomo pensamos e vivemos, a Carta daTerra nos desafia a examinar nossos va-lores e a escolher um melhor caminho.Alianças internacionais são cada vez maisnecessárias, a Carta da Terra nos encorajaa buscar aspectos em comum em meio ànossa diversidade e adotar uma nova éticaglobal, partilhada por um número cres-cente de pessoas por todo o mundo. Nummomento onde educação para o desen-volvimento sustentável tornou-se essen-cial, a Carta da Terra oferece um instru-mento educacional muito valioso.

Leia o teto completo da carta da Terra em:

www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html

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Arq . José CarlosLaender CastroPresidente IAB-MG(80/81),Membro daPolítica UrbanaACMinas,MembroConselho deUrbanismo - SME eDiretor da Assoc.Ex-Aluno EEUFMG

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Oprofessor José Martins de Godoy,em seu discurso na CâmaraMunicipal de Belo Horizonte,

onde foi homenageado, proferiu as seguin-tes palavras:

Estou muito feliz em receber estahomenagem da Câmara Municipal de BeloHorizonte, cidade que me acolheu em 1955.Só estive ausente durante três anos e meiopara pós-graduação no RJ e na Noruega. Parase ter uma ideia da importância do título,saliento que até o momento apenas 1624pessoas o receberam, sendo o primeiro agra-ciado Juscelino Kubistcheck, em 1957, quan-do era presidente da República. Estou emcompanhia de um grupo seleto. É evidenteque estou envaidecido, mas tendo em menteo que diz o pregador: Vaidades das vaidades,tudo é vaidade. Para não ficar sozinho comesta culpa, quero compartilhar a homenagemcom as pessoas que contribuíram para aminha trajetória, familiares, companheiros detrabalho e amigos.

Vou lhes falar um pouco sobre o queé gerenciar, assunto a que venho me dedican-do desde 1985. Também sobre o a minhatrajetória, complementado aspectos já narra-dos. Gerenciar é atingir metas. É também

resolver problemas, entendendo-se comoproblema o mau resultado obtido na con-dução de uma atividade-fim. Metas são esta-belecidas na atividade-fim. Já seria um grandeavanço se gerentes tivessem clara noção dequais são suas atividades fins. Muita gentepassa a vida envolto em atividades meios oucoisas do dia a dia. Os resultados são pífios.

Para atingir metas é fundamental queexista liderança. Livros de administraçãoindicam que o líder deve ter grande númerode qualidades. São tantas que é difícil encon-trar alguém com todas elas, pois existem pou-cas pessoas capazes de preencher o amploespectro de conhecimentos, competências ehabilidades desejados.

É possível de certa formar líderes,reiterando os requisitos necessários para aprática satisfatória da liderança, mas algumasqualidades são inatas. Outras, como o caráter,são trazidas do berço. Saliento algumas quali-dades do líder. Tem profundo respeito peloser humano, capacidade de congregar pes-soas e motivá-las para atingir os fins deseja-dos. A humildade é uma virtude cultivada(humildade vem do latim humus, terra, deonde também deriva o homem. Remete-nosà lembrança de que ao pó voltaremos).

Também ressalto que bons líderes são éticos.Valores universais como a honestidade, leal-dade, amor ao próximo, apreço pela verdade,entre outros, são práticas constantes na vidadessas pessoas. Além disso, têm boa dose deinteligência emocional.

Infelizmente, existem no País deter-minadas escolas empresariais que, sob pre-texto de aumento da produtividade, advogama dispensa anual de 10% dos empregados,após processo de avaliação cujos critérios sãoquestionáveis. Fazem curvas de avaliaçãoforçadas, a fim de que algumas pessoas sejamexcluídas para dar exemplo aos que per-manecem. Com isso aumentam a concor-rência entre os empregados, tornando o climacontrário à cooperação e trabalho em equipe.Têm explicação para o procedimento: estãodirecionando as pessoas excluídas para queencontrem a sua verdadeira vocação. Paramim, isto significa que não têm o menorrespeito pelo ser humano. Ignoram que todossomos filhos de Deus. Com zelo, treinamen-to e boa vontade, haveria espaços para todos.É claro que há pessoas que devem ser afas-tadas por questão de atitude, de falta de bomcaráter, entre outras.

Eu posso dizer que tive uma escola deadministração excepcional. Meu pai, desde osmeus 8 anos até os 15 quando permaneci nafazenda, atribuiu-me de forma crescentegrande número de atividades, capacitando-me a ter visão global do que deveria ser feito,sem negligenciar qualquer atividade. Era exi-gente e implacável no combate a erros. Maselogiava sempre pelas tarefas cumpridas. Nosfins de tarde jogávamos futebol até escure-cer. Nos domingos, depois de 10h, erasomente lazer, com partidas de futebol maislongas, entre outros. A minha rotina era tra-balhar e estudar. O estudo era intermitente,aproveitando pequenas folgas entre as ativi-dades, orientado por minha mãe ou autodi-daticamente (a leitura ficou fluente por meiode revistas em quadrinhos, que meu paiproibira). Sempre se dá um jeito de burlar tais

proibições! Eu assinava algumas revistas(Tarzan, Superhomen, entre outras). Fiztratativa com o agente do correio para entre-gar as revistas a portadores que as levassemsó a mim. Ainda bem que não era uma coisaprejudicial.

Eu particularmente não gosto degerentes one track mind, ou seja, só lidamcom um desafio de cada vez. O gerente deveter uma visão global, saber priorizar, atacar osproblemas estrategicamente de acordo comas prioridades. Deve lidar com todas asquestões da empresa, importantes e menosimportantes. Muitos chamam isto de centra-lização. Prefiro isto a ter dissabores por negli-genciar questões que acabam derrubando ogestor.

Com o tempo, meu pai me indicou olivro Admissão ao Ginásio. Sem o primário,era preciso dar um salto. Gostava de estudargeografia. Era mais fácil, mas encontravanomes estranhos. A capital dos EstadosUnidos, por exemplo, era Washington.

Meu pai era um homem além do seutempo. Só para dar uma ideia: as minhasirmãs mais novas foram estudar em colégiointerno antes de mim. Reconhecia o papel damulher no lar e na sociedade. Mamãe foi osustentáculo dele. Ela passara 8 no Colégiodas Irmãs Salesianas em Cachoeira doCampo, cidade próxima a Ouro Preto. Tinhaformação excepcional. Deveria ter sido freira,mas foi passar férias em casa após os 8 anosininterruptos no colégio, conheceu o galantee bem apessoado Raimundo Godoy deCastro e não voltou ao Colégio. Ainda bem,senão eu não estaria aqui. Meu pai tinhapouca escolaridade, pois ficou órfão muitocedo e teve que começar a trabalhar. Porém,tinha inteligência privilegiada. Aprendeu comminha mãe um pouco mais de aritmética eportuguês, de forma que ele pudesse exercercom competência a função de administradorde uma madeireira.

CONTINUA NA PRÓXIMA EDIÇÃO

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DISCURSO DO PROFESSOR JOSÉ MARTINS DE GODOY NA CÂMARA DE BH

Maria Helena Coelho Godoy, José Godoy Castro, o homenageado José Martins de Godoy e o nosso editor PPGC

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AArcelorMittal Monlevade pro-moveu na terça-feira, 5 de junhopalestra e caminhada ecológica

para celebrar o Dia Mundial do MeioAmbiente e também o aniversário doCentro de Educação Ambiental (Ceam),que completa 20 anos em 2012. O even-to foi realizado na sede do Ceam e tevecomo palestrante o professor JúlioMachado, biólogo e consultor, que faloudo tema "Cuidar da pessoa e do meioambiente".

O público, de 60 pessoas, foi for-mado por moradores dos bairros Jacuí eCentro Industrial, além de represen-tantes da Secretaria Municipal deEducação de João Monlevade, Su-

perintendência Regional de Ensino deNova Era, do secretário municipal deEducação de Rio Piracicaba, SérgioMayrink Soares, e do sargento da PolíciaMilitar de Meio Ambiente, José Flávioda Silva. Após a palestra, os visitantespercorreram uma das trilhas para con-hecer um pouco mais sobre a biodiversi-dade do local.

O Centro de EducaçãoAmbiental da ArcelorMittal Monlevadefoi inaugurado em 1992, exatamente nodia 5 de junho, aproveitando o DiaMundial do Meio Ambiente, para ser umlocal onde a comunidade da região possater contato com a natureza. O Ceamocupa hoje uma área de 4,3 hectares

dentro de uma Reserva Particular doPatrimônio Natural (RPPN) de 518hectares de Mata Atlântica nativa, manti-da e preservada pela ArcelorMittalMonlevade. "O nosso objetivo é propor-cionar às pessoas maior contato com arica biodiversidade existente, uma vezque o Ceam fica dentro de uma reserva.É um privilégio para quem tem a opor-tunidade de conhecer", diz a técnica emMeio Ambiente da ArcelorMittalMonlevade, Geisa de Souza CarvalhoCorreia, coordenadora do programa devisitas ao Ceam.

Todas as visitas são pré-agen-dadas, de acordo com a programaçãofeita pela coordenação do Ceam. Em

cada visita, o público é recepcionado nasede, onde assistem a palestras, co-nhecem diversas espécies de borboletase seguem para uma das três trilhas mataadentro, uma com 40 metros de exten-são, outra com 600 metros, e a maiordelas com 1200 metros. Pelas trilhas, quepercorrem a Mata Atlântica, é possívelobservar várias espécies da fauna e daflora que compõem a biodiversidade dolocal. Pesquisa realizada identificou 112espécies de aves, 17 de anfíbios, 5 derépteis e 29 espécies de mamíferos. Naflora são mais de 90 espécies catalo-gadas. Até hoje, o Ceam já recebeu cercade 67 mil visitantes, sendo 1900 somenteno ano passado.

CENTRO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DAARCELORMITTAL COMPLETA 20 ANOS

AArcelorMittal, maior produto-ra de aço do mundo, inova esai na frente mais uma vez ao

oferecer a Armadura Pronta, umanova solução estrutural para cons-trução civil. A Armadura Pronta vaialém do corte e dobra de aço, já ofere-cidos pelo Belgo Pronto, e entrega aestrutura finalizada e armada para apli-cação na forma, de acordo com o pro-jeto da obra. Conforme o Gerente deProcessos do Belgo Pronto, AlexandreRegis Bittencourt, “esta solução emaço da ArcelorMittal aponta para umanova tendência mundial, a industria-lização da construção civil e a raciona-lização dos seus processos. Tambémreduz a demanda de operários na obra,um diferencial para construtoras em

tempos de escassez de mão-de-obra.”Depois de cortado e dobrado

conforme as normas da ABNT, todomaterial é pré-montado e soldado,com tecnologia em solda MIG/MAGseguindo rigorosos processos de cont-role, o que garante maior rigidez àsarmaduras. As peças são entreguesidentificadas diretamente na con-strução, de acordo com o cronogramade execução da obra. Desta forma, aArmadura Pronta proporciona aredução de etapas, otimização nos can-teiros de obra e diminuição dos riscosde acidentes, além de facilitar o plane-jamento das entregas e o fluxo decaixa.

Além disso, a Armadura Prontareforça a preocupação da Arcelor

Mittal com as questões ambientais. Suautilização proporciona desperdíciozero de aço, sem sobras na obra, poistodo o processo é realizado pelasunidades Belgo Pronto. As armadurassão produzidas com vergalhões daArcelorMittal certificados com oRótulo Ecológico ABNT e o SeloEcológico do Instituto Falcão Bauerde Qualidade, que garantem a utiliza-ção de material reciclado e o respeitoao meio ambiente em todas as etapasde produção.

Ao utilizar material com essascertificações, construtoras e consumi-dores podem obter certificações ambi-entais para seus empreendimentos, emespecial a Leed (Leadership in Energyand Environmental Design), do Green

Building Council Brasil, que reconheceos chamados “prédios verdes”.

Outro ponto a ser destacado éque Armadura Pronta, além de serproduzida com aço certificado, tam-bém está em processo de certificaçãoISO 9001 pela ABNT, o que asseguraque todos os cuidados relacionados àqualidade do produto e processo estãosendo atestados por um organismoisento e reconhecido internacional-mente.

ARCELORMITTAL APRESENTA NOVA SOLUÇÃOAGREGADA AO SISTEMA BELGO PRONTO

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Vai usar açona sua obra?

A ArcelorMittal entregaa solução em aço sobmedida para você.Um novo país se constrói com a realização dos projetos da sua vida e com aço produzido no Brasil. Mais que uma linha completa de produtos paraconstrução civil, a ArcelorMittal oferece soluções em aço para obras de todos os portes, como as Telas Soldadas Nervuradas e a Armadura Pronta, um serviço que entrega a estrutura cortada, dobrada e armada, pronta para aplicação na fôrma conforme seu projeto. É o máximo de agilidade comzero desperdício. Tudo com a qualidade e a sustentabilidade do aço ArcelorMittal, que o mundo todo reconhece.

Tela Soldada Nervuradae Espaçador Treliçado

Corte e Dobra de Vergalhõese Armadura Pronta

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Central de Relacionamento

www.arcelormittal.com/br0800 015 1221

A primeira siderúrgica do Brasil a receber o Rótulo Ecológico ABNT e também certificada com o Selo Ecológico Falcão Bauer, queatestam o compromisso da ArcelorMittal com a sustentabilidade.

O escopo da certificação ArcelorMittal junto ao IFBQ refere-se apenas às Telas Soldadas Nervuradas e Espaçador Treliçado.

Page 6: Folha da Engenharia - Edição 99

AConferência das NaçõesUnidas sobre Desenvolvi-mento Sustentável ocorre

no Rio de Janeiro de 13 a 22 dejunho de 2012 marcando o 20ºaniversário da Conferência dasNações Unidas sobre Meio Am-biente e Desenvolvimento (UNCED), que aconteceu no Rio em1992, e o 10º aniversário da CúpulaMundial sobre DesenvolvimentoSustentável (WSSD), ocorrida emJohanesburgo em 2002. Com a pre-sença de Chefes de Estado e deGoverno ou outros representantes aexpectativa é de uma Conferênciado mais alto nível, sendo que delaresultará a produção de um docu-mento político focado.

O objetivo da Conferência éassegurar um comprometimentopolítico renovado para o desen-volvimento sustentável, avaliar oprogresso feito até o momento e aslacunas que ainda existem na imple-mentação dos resultados dos princi-pais encontros sobre desenvolvi-mento sustentável, além de abordaros novos desafios emergentes.

Os dois temas em foco naConferência serão: (a) uma econo-mia verde no contexto do desen-volvimento sustentável e da erradi-cação da pobreza; e (b) o quadroinstitucional para o desenvolvimen-to sustentável.

Em maio de 2010 oSecretário-Geral da ONU nomeouo Subsecretário-Geral de Assuntos

Econômicos e Sociais comoSecretário-Geral da Conferência,sendo estabelecido nos quadros doDepartamento de Assuntos Eco-nômicos e Sociais da ONU um se-cretariado para ajudar o Bureau e oSecretário-Geral da Conferência,que é apoiado na execução de suasfunções por dois CoordenadoresExecutivos e um grupo de conse-lheiros especiais.

Líderes dos 193 países quefazem parte da ONU, além derepresentantes de vários setoresda Organização, se reunirão paradiscutir como podemos transfor-mar o planeta em um lugar me-lhor para viver, inclusive para asfuturas gerações. Uma granderesponsabilidade, sem dúvida.

A ideia da realização dessaConferência no Brasil foi do ex-presidente Luiz Inácio Lula daSilva, que, em 2007, fez a propos-ta para a ONU. O evento recebeuo nome de Rio+20, uma vez quea reunião acontece no Rio deJaneiro, exatamente 20 anosdepois de outra conferência inter-nacional que tinha objetivosmuito semelhantes: a Eco92, tam-bém promovida pela ONU, nacapital fluminense, para debatermeios possíveis de desenvolvi-mento sem desrespeitar o meioambiente.

O evento rendeu a criaçãode vários documentos impor-tantes - como a Agenda 21, aCarta da Terra e as Convençõesdo Clima e da Diversidade Bio-lógica -, além de ter consagradouma menina de apenas 12 anos.

Trata-se da pequena ca-nadense Severn Suzuki, fundado-ra do movimento Eco - Orga-nização Ambiental das Crianças,que ficou marcada na história daEco92 ao juntar dinheiro, juntocom três amigos - MichelleQuigg, Vanessa Suttie e MorganGeisler* - para viajar para o Brasile falar para os mais importantes

líderes do planeta, na época. Emum discurso muito emocionante,a menina pediu aos adultos maisrespeito pelo mundo que elesdeixariam para ela e suas futurasgerações.

Vinte anos depois, aRio+20 reune os líderes de todo omundo para fazer um balanço doque foi feito nas últimas duasdécadas e discutir novas maneirasde recuperar os estragos que jáfizemos no planeta, sem deixar deprogredir. Mas pensar em alterna-tivas para diminuir o impacto dahumanidade na Terra não éresponsabilidade, apenas dos go-vernantes: é nossa também.Afinal, todas as atitudes que to-mamos no dia a dia - do tempoque demoramos para escovar osdentes ao meio de transporte queescolhemos para ir ao trabalho -afetam, de alguma maneira, o

planeta e, por consequência,nossa vida.

Por isso, no mesmo períododa reunião oficial da Rio+20, oRio de Janeiro sedia, também, aCúpula dos Povos: um evento quecontará com debates, palestras euma porção de outras atividades,sobre os mesmos temas daConferência da ONU, mas queserão promovidos por grupos dasociedade civil - como ONGs eempresas.

A ideia é que todos ossetores da sociedade discutam, aomesmo tempo, maneiras de trans-formar o planeta em um lugarmelhor para vivermos. Afinal, aunião faz a força, certo? E mesmoquem está de fora desses debatespode ajudar, pensando em ma-neiras de minimizar o impactonocivo da humanidade sobre anatureza.

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A CONFERÊNCIA RIO + 20

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O CUSTO DA ENERGIA

Estamos nos aproximandoda Rio+20 e, durante arealização do evento, o

mundo inteiro voltará suas aten-ções para o Brasil. Dentre os pon-tos de destaque está a matriz degeração de energia elétrica bra-sileira com mais de 85% de fontesrenováveis. Operamos o maiorsistema interligado do mundo,que permite a transferência deenergia entre diferentes regiões.O Brasil fez o maior programa deeletrificação rural do mundo, quetirou da escuridão mais de 18 mi-lhões de brasileiros. Tudo issoseria fantástico se ainda nãotivéssemos problemas estruturaispara resolver. O debate sobre opreço da energia está ganhandocada vez mais espaço na mídia, noCongresso e no Executivo. Otema é prato cheio para pessoassem conhecimento técnico e,muitas vezes, serve de bandeirapolítica, alimenta comentáriossuperficiais de porta-vozes, queutilizam argumentos infundadospara se valer do tema de formaequivocada. Hoje não é exata-mente a tarifa de eletricidade quetraz mais dor de cabeça aos indus-triais, comerciantes e consu-midores residenciais. O que tempesado no preço da energia são osencargos e impostos.

Na média, 45% da conta deluz vai para encargos e tributos.Somos o terceiro país do mundoque mais tributa energia elétrica.Algumas comparações presentes

nos discursos panfletários, que,volta e meia, estão na mídia, cos-tumam desprezar as peculiari-dades e as diferenças que um paíscomo o nosso apresenta. A com-paração pura e simples com ocusto em outros países é umadelas. Num país de dimensõescontinentais como o Brasil, ascaracterísticas regionais tornam

boa parte delas equivocadas. Épreciso levar em consideração,por exemplo, a complexidade daatuação das empresas que atuamna Região Norte, não apenas emtermos geográficos, mas sobretu-do pelas características socioe-conômicas da região. Não é pos-sível ignorar que as dificuldadesextremas de locomoção e a carên-

cia de infraestrutura básica noNorte e Nordeste já são con-dições suficientes para derrubarqualquer comparação com paíseseuropeus ou com os EstadosUnidos. No caso particular daRegião Norte, há um clamor dasdistribuidoras que ali atuam paraque o agente regulador leve emconsideração a realidade local nasmetodologias das tarifas de ener-gia elétrica e também na fixaçãodas metas de qualidade ao longodo tempo.

A execução do programaLuz para Todos também pesapara as empresas. É uma iniciativasocialmente meritória, mas que serevelou, em muitos estados, pesa-da financeiramente para as con-cessionárias, obrigadas a drenaruma grande parte de seus recur-sos para dar conta das obrigaçõesdo programa. Isso colaborou paraa piora dos indicadores de quali-dade, tema que as distribuidorasdas regiões mais pobres do paísvêm discutindo nos últimos anoscom a Agência Nacional de Ener-gia Elétrica (Aneel).

Em suma, é preciso levarem consideração a sustentabili-dade econômico-financeira dasempresas que produzem e dis-tribuem energia no país. A com-plexidade do tema requer umdebate aprofundado, com expo-sição dos melhores argumentos,para que se chegue a um equilí-brio entre o que é desejável e oque é factível.

* Nelson Fonseca Leite é Presidente da Associação Brasileira

de Distribuidores de Energia Elétrica - (Abradee)

* Nelson Fonseca Leite

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Tesouras hidráulicas STANLEYTesouras hidráulicas STANLEY LaBounty

acopladas a escavadeiras permitem cortar sucata e demolirconcreto. O produto é um dos destaques na M&T Expo2012 e comprova que versatilidade representa aumento daprodutividade.

Escavadeiras foram projetadas para escavar, maspodem ir muito além dessa função quando recebem um tipode acessório: as tesouras hidráulicas da série MSD daSTANLEY LaBounty, usadas para processamento de suca-ta e concreto. Entre os benefícios imediatos do uso dessapeça estão o aumento da produtividade, a redução de mãode obra e dos riscos de acidentes entre operários.

“Dependendo do modelo, a tesoura hidráulica podeser instalada em escavadeiras de 3 a 125 toneladas. Astesouras chegam a processar 125 toneladas de sucata pordia, e podem substituir de 2 até 14 “maçariqueiros” emcampo. Sua força de corte pode chegar a 4522 toneladas nagarganta e 534 toneladas na ponta”, explica Flávia Garcia,Gerente de Vendas de Infraestrutura da StanleyBlack&Decker, que comercializa a LaBounty.

A LaBounty está no mercado há 38 anos e é pio-neira no segmento de tesouras hidráulicas. A marca possuiuma gama completa de acessórios para demolição, proces-samento de sucata e manuseio de materiais, como astesouras hidráulicas de corte de sucata da série MSD,tesouras para pulverização de concreto linha UP, MDP e CP,além das garras, cortadores de madeira entre outros.

Muito utilizadas em pátios de sucata, indústria e cons-trução civil, as tesouras hidráulicas têm aplicações diversas,incluindo corte e movimento de materiais como metais fer-rosos (vigas tipo H e I, tubos, etc.); metais não ferrosos (cobre,alumínio etc.); eletrodomésticos (geladeiras, lava roupas etc.);tanques; automóveis; embarcações; concreto; tijolos e alvena-ria; pneus; e também uso em demolições, sendo aplicadas emestruturas de tijolo e concreto, madeira e aço.

A abertura da mandíbula das tesouras varia de acor-do com o modelo e tamanho. Há modelos que vão de 10pol, que são tesouras para mini máquinas, até 48 pol parainstalar em escavadeiras de 125 toneladas. A versatilidade éa marca desse acessório.

As mulheres estão transforman-do os canteiros de obrasA área da construção civil tem recebido outro tipo

de força de trabalho: a feminina. Pedreiras, pintoras,eletricistas e carpinteiras estão em campo realizando trabal-hos até pouco tempo realizados apenas por homens.Formação de mão de obra foi o tema da palestra daAssociação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos eManutenção – Sobratema, que ocorreu no dia 31/5, duranteo Sobratema Congresso, realizado junto com a M&T Expo2012, que prossegue até 2/6, no Centro de ExposiçõesImigrantes, em São Paulo. A palestra foi proferida porNorma Sá e Deise Gravina, coordenadoras do projeto Mãona Massa – Mulheres na Construção Civil, pioneiro no país.

“O projeto teve início em 2007, no Rio de Janeiro,com o objetivo de capacitar mulheres em condições de vul-nerabilidade para trabalharem na construção civil”, contaDeise. Com duração de seis meses, mulheres de 18 a 45 anosrecebem a qualificação profissional necessária para atuaremem canteiros de obras. “Mais de 50% da força de trabalhono país é feminina. Por que não treiná-las e colocá-las naconstrução civil, área que está sofrendo um ‘apagão’ porfalta de trabalhadores? O curso já formou 410 operárias, 80estão atualmente em sala de aula e, no próximo mês, mais 60vagas serão abertas, totalizando quase 500 mulheres comcapacitação profissional para atuarem nas obras. “Osempregadores destacam a organização, a limpeza, a disci-plina, o não desperdício e a utilização de equipamentos desegurança como as principais características das mulheres notrabalho, o que transforma por completo o canteiro deobra”, ressalta Norma. E completa: “Não conhecemos ne-nhuma construtora que tenha contratado mulheres pela

primeira vez e não voltou a contratar. Pelo contrário: pedemsempre mais operárias”.

O projeto, além de qualificar, encaminha as recém-formadas operárias para vagas de trabalho através da parce-ria que mantém com diversas empresas. “A vida dessas mu-lheres muda completamente. Sentem-se capazes e va-lorizadas, com função social definida e renda, o que facilitaa educação dos filhos e a transformação da própria famíliae, consequentemente, da comunidade.”, afirma Deise.

Ao ser contratada para trabalhar em um canteiro deobras pela primeira vez, a operária formada pelo projetoMão na Massa ocupa o cargo de meio-oficial, com salário deR$ 1.030,00, “muito maior do que os R$ 250, R$ 300 que elarecebia fazendo faxinas e outros bicos”, lembra Norma Sá.“Além do melhor salário, elas também modificam o com-portamento dos homens no canteiro de obras. Eles pas-saram a buscar maior qualificação profissional, além deficarem mais atentos à organização, segurança e limpeza docanteiro”, complementa Deise.

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