floristica deurn trecho doparquenacionaldo catimbau...

12
Hochnea 31 (3): 337-348, 1 tab., 1 fig., 2004 floristica de urn trecho do Parque Nacional do Catimbau, Buique, Pernambuco - Brasil Karla Vit6ria Siqueira Almeida Andrade l , Maria Jesus Nogueira Rodal l ,2, Maria de Fatima Araujo Lucena l e Ana Paula Sousa Gomes l Recebido: 16.03.2004; aceito: 20.10.2004 ABSTRACT - (Floristic composition of an area within the Catimbau National Park, Buique, Pernambuco State, Brazil). The dry, lowland basin of northeastern Brazil contains discontinuous areas of sedimentary deposits that have an unique and unknown flora. The present work aims to identify the floristic composition of an area within the Catimbau National Park, Pernambuco State, and to determine ifit contains a subset of species common to other non-forest vegetation types growing on sedimentary deposits in the "caatinga" biome. From the 158 species encountered, 47 are present in the "campo rupestres" vegetation or other ecosystems associated with the Chapada Diamantina. Many of these plants demonstrate a geographic distribution pattern linked to other sedimentary areas in the northeastern region of the country, be it "campo rupestre", "carrasco", "cerrado", or sandy "caatinga". Water stress, irregularity of the rains, and the high erosion degree in these areas help to explain the observed variations in floristic richness. However, more definitive conclusions concerning a common group of non-forest xerophytic plants are constrained by the small number of collections avaiable to the north of the Sao Francisco River valley. Nonetheless, our results suggest an floristic affinity among sedimentary areas within the caatinga biome. Key words: angiosperm flora, sedimentary plateau, caatinga biome RESUMO - (Composic;:ao florfstica de um trecho do Parque Nacional do Catimbau, Buique, Pernambuco - Brasil). A depressao sertaneja nordestina e interrompida em certos trechos por areas sedimentares, onde ocorre uma flora particular pouco conhecida. Neste sentido, este trabalho teve por objetivo conhecer a composic;:ao florfstica de uma area do Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco, e verificar se ha um conjunto de especies comuns a outras formac;:oes nao-florestais de areas sedimentares do bioma caatinga. Das 158 especies, 47 ocorreram nos campos rupestres e ecossistemas associados da chapada Diamantina e muitas apresentaram padrao de distribuic;:ao geografico nordestino, sendo registradas em areas sedimentares, quer sejam campo rupestre, carrasco, cerrado ou caatinga de areia. A deficiencia hidrica, a irregularidade de chuvas e 0 nivel de erosao dessas areas explicam a variac;:ao na riqueza floristica. Conclusoes mais s61idas a respeito de um conjunto comum avegetac;:ao xer6fi1a nao-florestal das areas sedimentares do semi-arido sao limitadas pelo reduzido numero de colec;:oes ao norte do rio Sao Francisco. Todavia, os resultados sugerem afinidade florfstica entre as areas sedimentares do bioma caatinga. Palavras-chave: flora angiospermica, chapada sedimentar, bioma caatinga Introduc;ao A depressao sertaneja, uma vasta superficie plana de rochas crista Iinas, representa a estrutura geol6gica dominante no bioma caatinga (Andrade-Lima 1981). Esse manto cristalino einterrompido em certos trechos por areas sedimentares, as bacias paleoz6icas ou mesoz6icas, que incluem chapadas, chapadoes e cuestas, comumente capeadas por arenito, onde predominam Latossolos e Areias Quartzosas Distr6ficas (Souza et al. 1994). De acordo com Andrade-Lima (1981) e Roda1 (2002), as formayoes vegetacionais encontradas no interior do Nordeste variam dependendo da altitude, tipo de solo, extensao e exposiyao do re1evo aos ventos, sendo possivel encontrar fisionomias bastante distintas, como tlorestas (Rodal & Nascimento 2002, Ferraz et al. 2003), ou formac;:oes nao-florestais, como cerrado (Castro 1994), carrasco (Araujo et al. 1998a, Aralljo & Martins 1999), caatinga (Araujo et al. 1995, Alcoforado-Filho et al. 2003) ou campo rupestre (Giulietti et al. 1997). Desses tipos vegetacionais, I. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Avenida Dom Manoel de Medeiros sin, 52171-900 Recife, PE, Brasil. 2. Autor para correspondencia: [email protected]

Upload: ledieu

Post on 09-Dec-2018

217 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: floristica deurn trecho doParqueNacionaldo Catimbau ...arquivos.ambiente.sp.gov.br/hoehnea/2016/12/313_T09_22_07_2015.pdf · Buique,Pernambuco- Brasil ... mesoz6icas, que incluem

Hochnea 31 (3): 337-348, 1 tab., 1 fig., 2004

Composi~ao floristica de urn trecho do Parque Nacional do Catimbau,Buique, Pernambuco - Brasil

Karla Vit6ria Siqueira Almeida Andrade l, Maria Jesus Nogueira Rodal l

,2,

Maria de Fatima Araujo Lucena l e Ana Paula Sousa Gomes l

Recebido: 16.03.2004; aceito: 20.10.2004

ABSTRACT - (Floristic composition ofan area within the Catimbau National Park, Buique, Pernambuco State, Brazil). Thedry, lowland basin of northeastern Brazil contains discontinuous areas of sedimentary deposits that have an unique andunknown flora. The present work aims to identify the floristic composition of an area within the Catimbau National Park,Pernambuco State, and to determine ifit contains a subset of species common to other non-forest vegetation types growingon sedimentary deposits in the "caatinga" biome. From the 158 species encountered, 47 are present in the "campo rupestres"vegetation or other ecosystems associated with the Chapada Diamantina. Many of these plants demonstrate a geographicdistribution pattern linked to other sedimentary areas in the northeastern region of the country, be it "campo rupestre","carrasco", "cerrado", or sandy "caatinga". Water stress, irregularity of the rains, and the high erosion degree in these areashelp to explain the observed variations in floristic richness. However, more definitive conclusions concerning a commongroup of non-forest xerophytic plants are constrained by the small number of collections avaiable to the north of the SaoFrancisco River valley. Nonetheless, our results suggest an floristic affinity among sedimentary areas within the caatingabiome.Key words: angiosperm flora, sedimentary plateau, caatinga biome

RESUMO - (Composic;:ao florfstica de um trecho do Parque Nacional do Catimbau, Buique, Pernambuco - Brasil). A depressaosertaneja nordestina e interrompida em certos trechos por areas sedimentares, onde ocorre uma flora particular poucoconhecida. Neste sentido, este trabalho teve por objetivo conhecer a composic;:ao florfstica de uma area do Parque Nacionaldo Catimbau, Pernambuco, e verificar se ha um conjunto de especies comuns a outras formac;:oes nao-florestais de areassedimentares do bioma caatinga. Das 158 especies, 47 ocorreram nos campos rupestres e ecossistemas associados dachapada Diamantina e muitas apresentaram padrao de distribuic;:ao geografico nordestino, sendo registradas em areassedimentares, quer sejam campo rupestre, carrasco, cerrado ou caatinga de areia. A deficiencia hidrica, a irregularidade dechuvas e 0 nivel de erosao dessas areas explicam a variac;:ao na riqueza floristica. Conclusoes mais s61idas a respeito de umconjunto comum avegetac;:ao xer6fi1a nao-florestal das areas sedimentares do semi-arido sao limitadas pelo reduzido numerode colec;:oes ao norte do rio Sao Francisco. Todavia, os resultados sugerem afinidade florfstica entre as areas sedimentaresdo bioma caatinga.Palavras-chave: flora angiospermica, chapada sedimentar, bioma caatinga

Introduc;ao

A depressao sertaneja, uma vasta superficie plana

de rochas crista Iinas, representa a estrutura geol6gica

dominante no bioma caatinga (Andrade-Lima 1981).

Esse manto cristalino einterrompido em certos trechos

por areas sedimentares, as bacias paleoz6icas oumesoz6icas, que incluem chapadas, chapadoes ecuestas, comumente capeadas por arenito, ondepredominam Latossolos e Areias QuartzosasDistr6ficas (Souza et al. 1994).

De acordo com Andrade-Lima (1981) e Roda1

(2002), as formayoes vegetacionais encontradas no

interior do Nordeste variam dependendo da altitude,

tipo de solo, extensao e exposiyao do re1evo aos ventos,

sendo possivel encontrar fisionomias bastante distintas,como tlorestas (Rodal & Nascimento 2002, Ferraz

et al. 2003), ou formac;:oes nao-florestais, comocerrado (Castro 1994), carrasco (Araujo et al. 1998a,

Aralljo & Martins 1999), caatinga (Araujo et al. 1995,Alcoforado-Filho et al. 2003) ou campo rupestre

(Giulietti et al. 1997). Desses tipos vegetacionais,

I. Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Avenida Dom Manoel de Medeiros sin, 52171-900 Recife,PE, Brasil.

2. Autor para correspondencia: [email protected]

Page 2: floristica deurn trecho doParqueNacionaldo Catimbau ...arquivos.ambiente.sp.gov.br/hoehnea/2016/12/313_T09_22_07_2015.pdf · Buique,Pernambuco- Brasil ... mesoz6icas, que incluem

338 Hoehnea 31(3), 2004

apenas as areas continuas de cerrado no oeste daBahia e na bacia sedimentar do Meio Norte,englobando parte do Piaui e Maranhao (Castro 1994),ocorrem fora do poligono do bioma caatinga. Todavia,areas disjuntas de cerrado, ocorrem na chapadaDiamantina (Veloso et ai. 1991).

As areas sedimentares, regionalmentedenominadas chapadas e chapadoes destacam-secomo ilhas de maior ou menor umidade no semi-arido.Essas areas apresentam uma condic;:ao climaticapeculiar, uma vez que 0 relevo cria uma barreira asmassas de ar, que acabam depositando umidade nasvertentes a barlavento, grotoes e vales das chapadas.

A flora particular das areas sedimentares ha muitotern atraido a atenc;:ao de naturalistas que visitaram 0

nordeste brasileiro. A maior parte dos estudos estaconcentrado na Bahia, especialmente na chapadaDiamantina (Harley 1995a). Deve-se destacar que acaatinga nao predomina na chapada Diamantina, massim cerrado, associado a matas seca e umida, e camporupestre, em altitudes superiores a 1.000 m. Giuliettiet ai. (1997) observaram que embora 0 campo rupestreseja adjacente a caatinga, ha pouca similaridadefloristica entre ambos. Alem disso, salientam que haproporc;:ao variavel de arbustos e subarbustos emresposta as variac;:oes do microclima, topografia enatureza do substrato.

Nos ultimos anos foram desenvolvidos diversosestudos nas formac;:oes nao-florestais em outrasareas sedimentares do bioma caatinga (Lemos &Rodal 2002). Apesar de algumas divergencias entreos autores, ha consenso que a vegetac;:ao xer6filaarbustiva nao-espinhosa (carrasco) e a vegetac;:aoxer6fila nao-florestal espinhosa (caatinga)representam os tipos xer6filos caracteristicos dosemi-arido, embora com floras diferenciadas(Fernandes 1996, Araujo et ai. 1998a, Araujo &Martins 1999) e que a chamada vegetac;:ao xer6filanao-florestal espinhosa sobre sedimentos arenosos(caatinga de areia) apresenta uma composic;:aofloristica que guarda relac;:ao entre ambos tiposvegetacionais (Oliveira et ai. 1997, Figueiredo et ai.2000, Lemos & Rodal 2002).

Emperaire (1991) considerou que a vegetac;:aoxer6fi1a caducif61ia espinhosa que recobre as chapadasno sudoeste do Piaui e urn tipo de caatinga, apesar daflora particular, ligada a solos altamente arenosos. Aesse respeito, Rodal et ai. (1999) e Lemos & Rodal(2002) observaram que algumas especies da caatingade areia tambern ocorrem em areas cristalinas com

recobrimento sedimentar, embora com maiorfreqiiencia nas primeiras.

Araujo et ai. (1998a) e Araujo & Martins (1999)concluiram que a vegetac;:ao arbustiva caducif61ia nao­espinhosa (carrasco) do topo do planalto da Ibiapabae da chapada do Araripe e distinta da caatinga, doponto de vista floristico e estrutural. Lemos & Rodal(2002) observaram que a vegetac;:ao da caatinga deareia ocorre nos chapadoes (chapadas baixas)enquanto 0 carrasco ocupa as partes mais elevadasdas chapadas, especial mente acima de 700 m, comoobservaram Araujo & Martins (1999). Apesar depoucos estudos em areas de carrasco, oslevantamentos quantitativos sugerem que esse e maisrico em especies que a caatinga de areia (Figueiredoet ai. 2000), possivelmente em func;:ao da maiordisponibilidade hidrica (Lemos & RodaI2002).

Para entender 0 conjunto de especies comunsaos tipos vegetacionais nao-florestais das areassedimentares do bioma caatinga, e preciso avaliar adeficiencia hidrica, a irregularidade de chuvas naregiao Nordeste e 0 nivel de erosao dessas areas.Harley (1995a), por exemplo, observou que a chapadaDiamantina,o brac;:o mais ao norte da bacia sedimentardo Espinhac;:o, apresenta urn conjunto menos diversoquando comparado ao setor mineiro do Espinhac;:o, emfunc;:ao de estar inserida em uma area semi-arida comgrande irregularidade de chuvas.

Andrade (1954) considerou que. os tabuleiros(chapadas e chapadoes) do sertao semi-aridopernambucano (Mirandiba, Sao Jose, Serra Negra deFloresta, etc.) sao restos de antigas bacias e querepresentam superficies relictuais de uma extensacobertura sedimentar, modelada em uma serie depaleoclimas com diversos graus de umidade, que sedilatava na direc;:ao Noroeste, atingindo 0 Ceara e 0

Piaui, antes das sucessivas etapas de erosao pelasquais passou a regiao Nordeste como urn todo. A esserespeito, Assine (1994) salientou que 0 conjunto depequenas bacias faneroz6icas situadas entre as baciasde Tucano-Jatoba (Bahia e Pernambuco), do Parnaiba(Piaui) e Potiguar (Rio Grande do Norte) podem serconsideradas como fragmentos de uma unica baciainterior.

Estudos realizados na ultima decada tern indicadoa importancia das areas sedimentares na biodiversidadedo bioma caatinga, contribuindo assim para definic;:aode areas de conservac;:ao. Recentemente, por exemplo,foi criado 0 Parque Nacional do Catimbau, emPernambuco, com 0 objetivo de preservar os

Page 3: floristica deurn trecho doParqueNacionaldo Catimbau ...arquivos.ambiente.sp.gov.br/hoehnea/2016/12/313_T09_22_07_2015.pdf · Buique,Pernambuco- Brasil ... mesoz6icas, que incluem

K.V.S.A. Andrade, M.J.N. Rodal, M.F.A. Lucena & A.P.S. Gomes: Flora do Parque Nacional do Catimbau 339

ecossistemas naturais existentes, possibilitando arealiza9ao de pesquisas cientificas.

Os principais bi6topos reconhecidos no ParqueNacional do Catimbau sao: 1) as vettentes a sotavento,situadas entre as cotas de 600 e 800 m, com caatingade areia (vegeta9ao xer6fila arbustiva caducif61iaespinhosa sobre sedimentos arenosos); 2) 0 topoaplainado da chapada e as vertentes a barlavento,entre 600 e 800 m, com vegeta9ao arbustivasubcaducif61ia nao-espinhosa; 3) as partes maiselevadas, entre 900 e 1.000 m, com campo rupestre(vegeta9ao em moitas, ora herbacea ora arbustivaperenif61ia nao-espinhosa); 4) 0 "sope", de algumasserras situadas no topo da chapada, a cerca de 800 mde altitude, e local mente denominados "brejo de pe­de-serra" (floresta estacional nao-espinhosa), hojesubstituidos por planta90es de capim e frutiferas(Rodal et al. 1998).

Se, por urn lade, ja foi demonstrado que a floraangiospermica das vertentes a sotavento do PNCmostra uma forte rela9ao com as chamadas caatingasde areia (Figueiredo et al. 2000), pouco se avanvouno conhecimento de quais seriam as relavoes floristicasdos demais bi6topos. Neste sentido, este trabalho ternpor objetivo de responder as seguintes questoes: I)qual a composivao f10ristica da vegeta9aosubcaducif61ia da vertente a barlavento do ParqueNacional do Catimbau? 2) ha urn conjunto de especiescomuns as forma90es nao-florestais das areassedimentares do bioma caatinga?

Material e metodos

Area de estudo - A area do Parque Nacional doCatimbau compreende uma poligonal de 62 mil hectaressituada entre os municipios de Buique, Tupanatinga eIbimirim. A regiao do pat'que faz parte da bacia doJatoba, forma9ao datada do Siluriano que repousadiscordantemente sobre 0 embasamento cristalino,formando arenitos de granu!a9ao predominantementegrosseira, micaceos ou mesmo feldspMicos, evoluindomuitas vezes para conglomerados (Jacomine et al.1973).

o levantamento floristico foi desenvolvido emuma area de 2,5 hectares situada a 800 m de altitudena por9ao sudeste da chapada de Sao Jose, a 4 km dasede do municipio de Buique, na estrada para 0 distritodo Catimbau, na propriedade sitio Cigano, nascoordenadas 8°67'S e 37° II'W (figura I). A fisionomiada vegeta9ao e arbustivo-subarbustiva semideciduadensa e sem os espinhos caracteristicos das plantas

da caatinga, vegeta9ao que rodeia a chapada de SaoJose onde se situa 0 Parque Nacional do Catimbau.

o posto meteorol6gico mais pr6ximo da arealocaliza-se na sede de Buique e registra temperaturae precipita9ao medias anuais de 25°C e 1.095,9 mm,respectivamente, com maior precipita9ao entre osmeses de abril ajunho (SUDENE 1990).Coleta e tratamento de dados - No periodo de doisanos ocorreram coletas mensais de todos os habitosde angiospermas seguindo os metodos usuais. Asexsicatas foram processadas e depositadas no herbarioPEUFR (Professor Vasconcelos-Sobrinho) daUniversidade Federal Rural de Pernambuco, comduplicatas encaminhadas a diversos especialistas paraconfirmavao e/ou identifica9ao. As especies foramorganizadas por familia no sistema de Cronquist(1981), exceto para Leguminosae, incluindoinformavao sobre 0 habito de acordo com os conceitoscitados em Font-Quer (1977).

Foi verificada a ocorrencia das especies listadasem outros levantamentos realizados em areas devegetavao nao-florestal do semi-arido: tres nos camposrupestres e ecossistemas associados da chapadaDiamantina, Bahia (Stannard 1995, Conceivao &Giulietti 2002, Zappi et al. 2003), dois na vegetavaoxer6fila arbustiva caducif61ia nao-espinhosa (carrasco)(Araujo et al. 1998a, Araujo et al. 1999), tres navegeta9ao xer6fila caducif61ia espinhosa sobresedimentos arenosos (caatinga de areia) do Piaui ePernambuco (Oliveira et al. 1997, Rodal et al. 1999,Lemos & Rodal 2002) e tres em vegetavao xer6fi1acaducif61ia espinhosa sobre cristalino (caatinga docristalino) do Ceara, Pernambuco e Paraiba (Medeiros- comunicavao pessoal, Gadelha & Barbosa 2000,Costa - comunicavao pessoal). Adicionalmente, foramfeitas analises dos padroes de distribuivao geograficae habitats de alguns taxons, especialmente consultandotrabalhos utilizando como base, principalmente, obrasde revisoes. Considerando que areas pr6ximas, comfisionomia e flora distintas, podem compartilharalgumas especies (Rodal & Nascimento 2002),optou-se por computar 0 levantamento de Oliveira et al.(1997) como caatinga de areia e nao como carrascoem fun9ao de boa parte das especies seremespinhosas.

Resultados e Discussao

Foram listadas 158 especies, distribuidas em 50familias (tabela I). Leguminosae, Asteraceae,Myrtaceae, Rubiaceae, Euphorbiaceae, Malpighiaceae,

Page 4: floristica deurn trecho doParqueNacionaldo Catimbau ...arquivos.ambiente.sp.gov.br/hoehnea/2016/12/313_T09_22_07_2015.pdf · Buique,Pernambuco- Brasil ... mesoz6icas, que incluem

340 Hoehnea 31 (3), 2004

38000;.---- \ 37°30' 37000'W.Gr./

,8°00·S.,

\ \, ,,Estado daI i\ PARAlBA\,

"),I

I/

'''''''-''), ,,"I

'",-,.). /',I ..-.~. , _... ' " ,, ,, . .

I -'I I

I,,\ ,

"---_..'-

, ,

8"30'

-Ibimirim

\

I I

.~,,., I I, ,

\ , , ,, , , ,

'------, i,

Burq.... ., , , I, , \ .I, I \ ,-,,----- ... ,

I

"I

0I I

30

•.'- .., Tuptlnnlnga ,, I, r, , I

/ \ ,IOUILOMf.T"'Oe NOl'ITt ---- ..

\ I\

MESORREGIAo 00 AGRES'TlO E SEATAc PERNAMIlUCANOS ProJ.,.ao PoUcOnIc8 conrarm. 0. lMnbertPARQUE NACIONAL DO CATIMBAU CONVEN<;OES CARTOGRAACASFonlo: INSTITUTO OE PlANEJAMENTO OE PERNAMBUCO-COIllEPE (2000) &

§INSTITUTO BRASLEIRO DE GEOGRAfIA EESTAT1sTICA·IBGE (2000) • SEDEtr.UlICIP.... ROO<:MArEDERAl.Orgenl:redo per FRANK SILVA ----- lNTEINTEru.tJHU.... §_.PE.2004 -- LMTE IHTERUTADU.OI. IlOO<MA ESTADU.OI.

IW:PAOOIJi;.I.o TOT""I. au poNe..... "l....mDA, DeIOlI! our O'TNlAA fONT(

PERNAMBUCO

Figura I, Localizac;ao na area do sltio Cigano, Parque Nacional do Catimbau, Buique, Pernambuco.

Malvaceae e Bignoniaceae foram os taxons com maiorriqueza, respondendo por mais de 50% das especies.o componente de maior importancia foi 0 arbustivocom 31,7% das especies da area de estudo, seguidodo subarbustivo (22%), herbaceo (20,2%) e 0 detrepadeiras (14,6%); apenas uma tern habito epifitico,Bilbergia porteana. Entre as 17 especies arb6reas,podemos destacar por seu maior porte: Buchenaviacapitata, Manilkara rufula, Ocotea duckei,Schoepfia brasiliensis, Simaba cuneata eSimarouba amara, todas de pequeno porte (2 a 3 m)quando comparadas aos individuos que ocorrem nasflorestas de Pernambuco (Siqueira et al. 2001, Rodal& Nascimento 2002, Ferraz et al. 2003).

A maior parte das especies apresenta ampladistribuiyao nos neotr6picos, 0 que concorda com asobservayoes de Giulietti & Pirani (1988) sobre aimportancia de especies com esse tipo de distribuiyaono conjunto floristico de qualquer espayo daquelaregiao. Todavia, e possivel identificar urn conjunto deespecies com distribuiyao mais restrita comoDalechampia cf. schenckiana e Erythroxylumrevolutum, entre outras.

Como exemplo de distribuiyao neotropical,podemos citar Schoepfia brasiliensis (Sleumer 1984)e Hirtella racemosa (Prance 1972); suI-americana,Staelia aurea (Souza 1997), enquanto outras terndistribuiyao no Nordeste do Brasil comoErythroxylum revolutum (Loiola 200 I), Dyckialimae (Smith & Downs 1974), Passiflora galbana(Nunes & Queiroz 2001), Zanthoxylum stelligerumTurcz. (Pirani 1999).

Entre as Leguminosae, as seguintes especies terndistribuiyao nordestina: Caesalpinia microphylla(Lewis 1998) e Chamaecrista swainsoni e C,zigophylloides var. coligans (Irwin & Barneby1982). Com exceyao de Senna cana var. cana, asdemais especies listadas do genero (s. macrantheravar. micans, S. rizzini e S. splendida var. gloriosa)podem tam bern ser enquadradas em urn padraonordestino. Com relayao ao grupo de Mimosa, nota-sea presenya de outros elementos nordestinos comoMimosa lewisii, M. misera, M. modesta var.ursinoides (Barneby 1985).

Das Asteraceae da area de estudo, algumas,como Achyrocline satureioides, tern ampla

Page 5: floristica deurn trecho doParqueNacionaldo Catimbau ...arquivos.ambiente.sp.gov.br/hoehnea/2016/12/313_T09_22_07_2015.pdf · Buique,Pernambuco- Brasil ... mesoz6icas, que incluem

K.V.SA Andrade, MJ.N. Rodal, M.FA Lucena & A.P.S. Gomes: Flora do Parque Nacional do Catimbau 341

Tabela I. Familias e especies coletadas no sitio Cigano, Parque Nacional do Catimbau, Buique, Pernambuco e tombadas no herbarioPEUFR com seu respectivo coletor e numero. Especialistas que auxiliaram na determinac;:ao de todos ou parte dos taxa estao listadosap6s cada familia. H = habito. Arv. = arvore, Arb. = arbusto, Er. = erva, Sub. = subarbusto, Tre. = trepadeira. CR = campo rupestre eecossistemas associados (Stannard 1995, Conceic;:ao & Giulietti 2002, Zappi et al. 2003), CA = caatinga de areia (Oliveira et al. 1997,Rodal et al. 1999, Lemos & Rodal 2002), CC = caatinga do cristalino (Medeiros 1995, Gadelha & Barbosa 2000, Costa - comunicac;:aopessoal) e CAR = carrasco (Araujo et al. 1998a, Araujo et al. 1999). Os numeros indicam em quantos levantamentos do tipo vegetacionala especie ocorre. I - Zappi et al. (2003) (I. 713 especies), 2 - Conceic;:ao & Giulietti (2002) (144 especies), 3 - Stannard (1995) (564especies) 4 - Rodal et al. (1999) (139 especies), 5 - Lemos & Rodal (2002) (56 especies), 6 - Oliveira et al. (1997) (81 especies),7 - Medeiros (1995) (122 especies), 8 - Gadelha & Barbosa (2000) (87 especies), 9 - Costa - comunicac;:ao pessoal (88 especies),10 - Araujo et al. (1998a) (198 especies), 11 - Araujo et al. (1999) (87 especies).

Familias/Especies H ColetorlNumero CR CR CR CA CA CA CC CC CC CAR CARI 2 3 4 5 6 7 8 9 10 II

ALSTROEMERIACEAEAistroemeria campaniflora Hand.-Mazz. Sub. K. Andrade 148

ANACARDIACEAEAnacardium occidentale L. Arv. E. Freire 03

ANNONACEAERol/inia leptopetala (R.E. Fries) Safford Arv. A. P'S Gomes 344 X X X X X

APOCYNACEAE!vlandevil/a scabra (Roem. & Schult.) Tre. M Rodal543

K. Schum.Mandevil/a tenuifolia (J.e. Mikan) Woodson Tre. Me. Tschti 619 XTemnadenia violacea (Yell.) Miers Tre. M Rodal529 X

ASCLEPIADACEAE - J. Fontella Pereira (RB)Blepharodon nitidum (Yell.) J.F. Macbr. Tre. E. Inticio 39 XDitassa capil/aris E. Fourn. Tre. Me. Tschti 639Ditassa oxyphyl/a Turcz. Tre. K. Andrade 119Alatelea maritima subsp. ganglinosa (Yell.) Tre. K. Andrade 120

Font.ASTERACEAE - DJ.N. Hind (K)

Achyrocline satureioides (Lam.) De. Sub. L. Figueiredo 183Acritopappus buiquensis H.P. Bautista & Sub. K. Andrade 41

DJ.N. HindBaccharis oxyodonta De. Sub. L. Figueiredo 72 XConocliniopsis prasiifolia (De.) R.M. King & Sub. K. Andrade 96

H. Rob.Dasyphyl/um sprengelianum var. inerme Arv. K. Andrade 8

(Gardner) CabreraEmiliafosbergii Nicolson Sub. K. Andrade 123Erelllanthus capitatus (Spreng.) MacLeish Arb. K. Andrade 139Eupatorium sp. Sub. A. Laurenio 42Gochnatia oligocephala (Gardner) Cabrera Arb. K. Andrade 92Platypodanthera melissifolia (DC.) Er. K. Andrade 83

R.M. King & H. Rob.Vernonia chalybaea Mart. ex De. Arb. K. Andrade 21 X XWedelia alagoensis Baker Sub. K. Andrade 159WuljJia baccata (L.) Kuntze Sub. K. Andrade 8 X

BALANOPHORACEAELangsdorffia hypogaea Mart. Er. K. Andrade 113

BIGNONIACEAEArrabidea coral/ina (Jacq.) Sandwith Tre. K. Andrade 235 X XJacaranda rugosa A. Gentry Arb. M Rodal429Pyrostegia venusta (Ker Gawl.) Miers Tre. K. Andrade 214 X XBignoniaceae 1 Tre. M Rodal523Bignoniaceae 2 Arb. £. Freire 08

BORAGINACEAECordia leucocephala Moric. Arb. L. Figueiredo 8 X X X

BRASSICACEAELepidium bonariense L. Er. L. Figueiredo 11

Page 6: floristica deurn trecho doParqueNacionaldo Catimbau ...arquivos.ambiente.sp.gov.br/hoehnea/2016/12/313_T09_22_07_2015.pdf · Buique,Pernambuco- Brasil ... mesoz6icas, que incluem

342 Hoehnea 31 (3), 2004

Tabela I. (cont.)

Familias/Especies H ColetorlNumero CR CR CR CA CA CA CC CC CC CAR CAR1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 II

BROMELIACEAE - M.GL. Wanderley (SP)Bi/bergia porteana Brongn. Ep. K. Andrade 98Dyckia limae L.B. Sm. Er. M Tschd 25

CELASTRACEAEMaytenus imbricata Mart. ex Reissek Arb. K. Andrade 224 X

CHRYSOBALANACEAE - GT. Prance (K)Hirtella ciliata Mart. & Zucco Arb. E. Freire 18Hirtella racemosa Lam. Arb. K. Andrade 28

CLUSIACEAE - V. Bittrich (UEC)CllIsia nemorosa G Mey. Arb. K. Andrade 219

COMBRETACEAE - M.1. Bezerra Loyola (PEUFR)Buchenavia capitata (Vahl) Eichler Arv. K. Andrade 21 X X

CONVOLVULACEAE - R. Simao-Bianchini (SP)Evolvulus elegans Moric. Er. K. Andrade 38Jacquemontia evolvuloides (Moric.) Meissn. Tre. K. Andrade 34

DIOSCOREACEAE - G. Pedralli (HXBH)Dioscorea polygonaides Humb. & Bonpl. Tre. M Rodal519

exWilld.ERYTHROXYLACEAE - M.I.B. Loiola (PEUFR)

E/ythrOJ.ylum loefgrenii Diogo Arb. E. Freire 19Erythroxylum revolutum Mart. Arb. K. Andrade 72 XErythroxylum suberosum var. denudatum Arb. M1.N. Rodal730 X

O.E. Schulzt.EUPHORBIACEAE - A. Laurenio, M.F.A. Lucena,

A.P.S. Souza, MJ. Silva (PEUFR)Chamaesyce thymifolia (L.) Millsp. Er. M Rodal528 XCnidoscollls vitifolills (Mil\.) Pohl Arb. K. Andrade 94 X X X XCroton heliotropiifolius Kunth Sub. K. Andrade 33 XCroton grewioides Baill. Er. M Tschd 633 XCroton sp. Arb. M Tschd 632Dalechampia schenckiana Pax & K. Hoffm. Tre. M Rodal525Microstachis hispida (Mart.) Govaerts Sub. M Rodal520

KRAMERIACEAEKrameria tomentosa A. St.-Hi\. Sub. K. Andrade 43

LAMIACEAE - R.M. Harley (K)Hyptisfruticosa Salzm. ex Benth. Arb. K. Andrade 3Hyptis martillsii Benth. Arb. K. Andrade 13 XLeonotis nepetifolia (L.) R. Br. Sub. K. Andrade 10Raphiodon echinus Nees & Mart Er. L. Figueiredo 139

LAURACEAE - R.C. Barreto (UFP)Cassythaflliformis Jacg. Er. A.P.S. Gomes 21 XOcotea duckei Vattimo-Gil Arb. L. Figueiredo 39

LEGUMINOSAE - GP. Lewis (K)Acosmium dasycarpum (Vogel.)Yakoulev Sub. A.P.S. Gomes 24 XAeschynomene sp. Sub. A. Laurenio 320Bauhinia acurllana Moric. Arb. M Tschd 30 X X X XBocoa mol/is (Benth.) Cowan Arb. M 1. Hora 43 X X X X X XCaesalpinia microphylla Mart. ex G. Don Arv. K. Andrade 144 XChamaecrista cytisoides (DC. ex Collad.) Arb. L. Figueiredo I X

Irwin & BarnebyChamaecrista desvauxii (Collad.) Killip Arb. M.J. Campelo 13 XChamaecristaflexuosa (L.) Greene Sub. AP.S. Gomes 22 XChamaecrista nictitans (L.) Moench Sub. K. Andrade 12 XChamaecrista pi/osa var. luxurians (Benth.) Sub. K. Andrade 122

Irwin & BarnebyChamaecrista ramosa var. ramosa (Vogel) Sub. K. Andrade 99 X X

Irwin & Barneby

Page 7: floristica deurn trecho doParqueNacionaldo Catimbau ...arquivos.ambiente.sp.gov.br/hoehnea/2016/12/313_T09_22_07_2015.pdf · Buique,Pernambuco- Brasil ... mesoz6icas, que incluem

K. V.S.A. Andrade, MJ.N. Rodal, M.F.A. Lucena & A.P.S. Gomes: Flora do Parque Nacional do Catimbau 343

Tabela I. (cont.)

Familias/Especies H Coletor/Numero CR CR CR CA CA CA CC CC CC CAR CARI 2 3 4 5 6 7 8 9 IO II

Chamaecrista swainsonii (Bcnth.) Sub. K. Andrade 134Irwin & Barneby

Chamaecrista zigophyl/oides (Taubert) Sub. A. Laurenio 35 XIrwin & Barneby

Cratylia mol/is Mart. ex Benth. Arb. K. Andrade 138 X XDioclea sp. Tre. M.J. Hora 50Hymenaea courbari/ L. Arv. K. Andrade 9Mimosa lewisii Barneby Arb. K. Andrade 90Mimosa misera Benth. Sub. M Rodal530Mimosa modesta var. ursinoides (Harms) Er. L. Figueiredo 98

BarnebyPiptadenia obliqua (Pers.) J.F. Macbr. Arv. K. Andrade 314 X X XSenna cana (Ness & Mart.) Irwin & Arv. A.PS. Gomes 12 X

Barneby var. canaSenna macranthera var. micans (Ness) Arb. M Rodal522 X X X X

H.S. Irwin & BarnebySenna rizzini H.S. Irwin & Barneby Arb. L. Figueiredo 123 XSenna splendida var. gloriosa H.S. Irwin Arv. K. Andrade 15 X X

& BarnebyStylosanthes viscosa (L.) Sw. Er. L. Figueiredo 124Zornia sericea Moric. Er. K. Andrade 163 X

LOGANIACEAE - D.C. Zappi (K)Strychnos rubiginosa A. DC. Sub. K. Andrade 105 X X X X

LORANTI-IACEAE - B.L. Stannard (K)Struthanthus polyrhizus Mart. Er. K. Andrade 40 XStruthanthus syringifolius Mart. Er. K. Andrade 312

LYTHRACEAECupheasp. Sub. K. Andrade 30Lafoensia glyptocarpa Hoehne Sub. K. Andrade 110

MALPIGHIACEAE - W.R. Anderson (MICI-I)Banisteriopsis schizoptera (A. Juss.) B. Gates Tre. K. Andrade 225 XBanisteriopsis stel/aris (Griseb.) B. Gates Tre. L. Figueiredo 14 X X XBunchosia pernambllcana W.R. Anderson Sub. A. Laurenio 40Byrsonima cydoniifolia Juss. Arv. K. Andrade 20Byrsonima vacciniifolia Juss. Arb. E. Freire 01Stigmaphyl/on paralias Juss. Arb. M Rodal545 X X

MALVACEAEPavonia blanchetiana Miq. Arb. £. Inacio 41Pavonia cancel/ata (L.) Cay. Sub. K. Andrade 155Sida linifolia Juss. ex Cay. Er. K. Andrade 10Sida sp. 1 Er. MJ. Campelo 59Sida sp. 2 Er. £. Freire 53Sidastrum paniculatllm (L.) Fryxell Sub. L. Figueiredo 122

MELASTOMATACEAE - S. Renner (M)Clidemia hirta (L.) D. Don Arb. K. AndradeTibouchina multiflora (Gardner) Cogn. Sub. K. Andrade 230

MYRTACEAE - GM. Barroso (RB)Campomanesia aromatica (Aubl.) Griseb. Arb. M.J. Hora 4 X X X XEugenia pseudopsidium Jacq. Arb. K. Andrade 133Eugenia punicifolia (Kunth) DC. Arb. M Rodal54 X X XEugenia tapacumensis O. Berg. Arb. K. Andrade 124 X X XEugenia sp. Arb. K. Andrade 223Myrcia multiflora (Lam.) DC. Arb. M Rodal52 XMyrcia tomentosa (Aubl.) DC. Arb. £. Freire 21 XPsidium myrsinoides O. Berg. Arb. A. Laurenio 327 XPsidium persoonii McVaugh Arb. K. Andrade 310

Page 8: floristica deurn trecho doParqueNacionaldo Catimbau ...arquivos.ambiente.sp.gov.br/hoehnea/2016/12/313_T09_22_07_2015.pdf · Buique,Pernambuco- Brasil ... mesoz6icas, que incluem

344 Hoehnea 3\ (3), 2004

Tabela I. (cont.)

Familias/Especies H Coletor/Numero CR CR CR CA CA CA CC CC CC CAR CARI 2 3 4 5 6 7 8 9 10 II

NYCTAGINACEAE - A. Furlan (HRCB)Guapira laxa (Netto) Furlan Ary. M.J. Campelo 14 X X X

OCHNACEAE - K. Yamamoto (UEC)Ouratea blanchetiana (Planch.) Eng!. Arb. K. Andrade 231

OLACACEAESchoepjia brasiliensis A. DC. Ary. K. Andrade 222

OXALlDACEAEOxalis frutescens L. subsp. frutescens Er. L. Figueiredo 136 X

PASSIFLORACEAEPassiflora cincinnata Mast. Tre. K. Andrade 14 XPassiflora galbana Mast. Tre. A. Laurenio 38 XPassiflora luetzelburgii Harms Tre. E. Freire 45 X

POACEAE - SA Renyoize (K)Axonopus polydactylus (Steud.) Dedecca Er. E. InGcio 38Panicum asperifolium (DesY.) Hitchc. Er. K. Andrade 39Setaria parviflora (Poir.) Kerguelen Er. L. Figueiredo 13Setaria tenax (Rich.) Desy. Er. E. InGcio 4

POLYGALACEAEPolygala galioides Poir. Er. L. Figueiredo 1Polygala aff. longicaulis Kunth Er. K. Andrade 131Polygala roubienna A. St.-Hi!. & Moq. Er. L. Figueiredo 13 XSecuridaca aff. volubilis L. Arb. L. Figueiredo 41Securidaca sp. Sub. K. Andrade 22

RUBIACEAE - D.C. Zappi (K)AIibertia concolor (Cham.) K. Schum. Arb. M. Rodal52 XAlibertia rigida K. Schum. Sub. K. Andrade 313 X XBorreria capitata (Ruiz & PaY.) DC. Er. K. Andrade I X XCoutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. Arb. K. Andrade 93 X XDeclieuxiafruticosa (Wi lid. ex Roem. & Sub. L. Figueiredo 4 X

Schult.) KuntzeDiodia apiculata (Wi lid. ex Roem. & Schult.) Er. A.P.S. Gomes /I X

K. Schum.Leptoscela ruelloides Hook. f. Er. A. P.s. Gomes 23 XStaelia aurea K. Schum. Sub. K. Andrade 5Tocoyena/ormosa (Cham. & Schltd!.) Ary. L. Figueiredo 143 X

K. Schum. XRUTACEAE - l. Kallunki (NY)

Zanthoxylum stelligerum Turcz. Ary. L. Figueiredo 1 X XSAPINDACEAE - M.S. Ferruci (CTES)

Serjania lethalis A. St.-Hi!. Tre. K. Andrade 258 X X XSerjania pernambucensis Radlk. Tre. K. Andrade 143 X

SAPOTACEAE - T.D. Pennington (K)Manilkara ru/ula (Miq.) H.J. Lam Ary. K. Andrade 13

SCROPHULARIACEAE - S.F. Smith (US)Angelonia cornigera Hook. Er. K. Andrade 135

SIMAROUBACEAE - l.R. Pirani (SPF)Simaba cuneata A. St.-Hil & Tu!. Ary. K. Andrade 189Simarouba amara Aub!. Ary. K. Andrade 22 X

SMILACACEAESmilax sp. Tre. K. Andrade 190

SOLANACEAE - M.F. Agra (JPB)Solanum baturitense Huber Arb. M. Rodal54 X X X XSolanum paniculatum L. Arb. K. Andrade 89 X X X X XSolanum stipulaceum Willd. Er. K. Andrade 15 X X

STERCULlACEAE - c.L. Cristobal (CTES)Helicteres velutina K. Schum. Arb. L. Figueiredo 4 X

Page 9: floristica deurn trecho doParqueNacionaldo Catimbau ...arquivos.ambiente.sp.gov.br/hoehnea/2016/12/313_T09_22_07_2015.pdf · Buique,Pernambuco- Brasil ... mesoz6icas, que incluem

K. V.S.I\. Andrade, M.J.N. Rodal, M.F.A. Lucena & A.P.S. Gomes: Flora do Parque Nacional do Catimbau 345

Tabela I. (cont.)

Familias/Especies H ColetorlNumero CR CR CR CA CA CA CC CC CC CAR CARI 2 3 4 5 6 7 8 9 10 II

Waltheriaferruginea A. St.-Hi!. Sub. K. Andrade 125 X X XWaltheria indica L. Arb. K. Andrade //4

TRIOONIACEAE - E. L1eras (CEN)Trigonia nivea var.fasciculata (Oriseb.) Tre. L. Figueiredo 12 X

L1erasTURNERACEAE - M.M. Arbo (CTES)

Piriqueta duarteana (A. St.-Hi!., A. Juss. Er. K. Andrade 3& Cambess.) Urb.

Turnera difJusa Willd. Sub. £. Freire 49 XVERBENACEAE - S. Atkins (K)

Aegiphila paraguarensis Brig. Arb. L. Figueiredo 44Lantana camara L. Arb. K. Andrade 4 X X X X XLippia schomburgkiana Schauer Arb. K. Andrade /28

VIOLACEAEHybanthus calceolaria (L.) O.K. Schulze Er. A. Laurenio 3

46 3 0 31 6 12 6 9 7 21 0Total de especies em comulll 47 36 11 21

distribuiyao na America do SuI enquanto outras saocomuns no leste do Brasil como Conocliniopsisprasiifolia, Dasyphyl/um sprengelianum var. inermee Platypodanthera melissifolia (Hind 1995).

Com relayao as Euphorbiaceae listadas no sitioCigano, algumas tem ampla distribuiyao nosneotr6picos, como Croton heliotropiifolius (Lucena200 I), outras sul-americanas, como Cnidoscolusvitifolius (Melo 2000), enquanto Dalechampia cf.schenckiana (Webster 1991) e exclusivamentenordestina.

Do total de especies amostradas, 85 foramexclusivas, isto e, nao foram listadas nos IIlevantamentos da tabela I. Foram citadas 47 especiesem campos rupestres e ecossistemas associados, 36em caatinga de areia, 21 no carrasco e II na caatingado cristalino.

Merece destaque 0 numero de especiescompartilhado entre a area de estudo e oslevantamentos extensivos em campos rupestres eecossistemas associados de Pico das Almas (Stannard1995) e Catoles (Zappi et al. 2003), realizados nachapada Diamantina (tabela I). Todavia, deve-seressaltar que os demais estudos foram intensivos epontuais, 0 que provavelmente leva a um decrescimoda riqueza de especies em funyao da diminuiyao daheterogeneidade de habitats (Begon et al. 1996).Ainda assim, a area de estudo e aqueles levantamentoscompartilham varias especies restritas ao leste ounordeste do Brasil, sendo freqilentes nas chapadas

sedimentares do semi-arido, quer sejam camporupestre, carrasco, cerrado ou caatinga de areia.

Das especies ausentes nos levantamentosanalisados na tabela I, algumas sao cultivadas, comoAnacardium occidentale (Anacardiaceae), ouinvasoras, como Lepidium bonariense (Brassicaceae),Raphiodon echinus (Lamiaceae - Harley 1995b),Pavonia cancel/ata (Malvaceae - Kill et al. 2000),enquanto outras sao novas para a ciencia comoAcritopappus buiquensis (Asteraceae) e Bunchosiapernambucana (Malpighiaceae), tambem citada parauma f10resta estacional montana do semi-aridopernambucano (Rodal & Nascimento 2002).

Analisando a distribuiyao ecol6gica de algumasespecies de Leguminosae com padrao nordestino,observa-se que elas parecem estar distribuidasprincipalmente em tipos vegetacionais mais abertos.Chamaecrista swainsonii, ocorre da caatinga ate aplanicie costeira; Mimosa lewisii, em campos rupestre,cerrado, campo geral e dunas costeiras; M miseraem campos rupestre, cerrado e dunas costeiras,Senna macranthera var. micans, em caatingaperturbada, cerrado, campo geral e capoeiras da Matade Cip6 e S. splendida var. gloriosa, em caatinga ecampo geral (Irwin & Barneby 1982, Barneby 1985,Lewis 1987).

As Myrtaceae embora nao apresentem umpadrao tipico nordestino, tem sua distribuiyaofreqilentemente ligada a solos arenosos. Eugeniapunicifolia, por exemplo, ocorre no campo rupestre

Page 10: floristica deurn trecho doParqueNacionaldo Catimbau ...arquivos.ambiente.sp.gov.br/hoehnea/2016/12/313_T09_22_07_2015.pdf · Buique,Pernambuco- Brasil ... mesoz6icas, que incluem

346 Hoehnea 31 (3), 2004

e cerrado de altitude do Pico das Almas (Lughadha1995) e no carrasco da Ibiapaba (Araujo et at. 1998a).

Alem das especies de ambientes mais abertos,geralmente arbustos e subarbustos, ha ainda plantasarb6reas, comuns as f10restas pernambucanas eneotropicais, como Buchenavia capitata (Lugoet al. 200 I), e outras com distribuiyao restrita nasf10restas nordestinas como Manilkara rufula(Pennington 1990), especial mente nas f10restasmontanas do Ceara e Pernambuco de acordo comOucke (1959) e Sales et al. (1998), respectivamente.A presenya dessas plantas arb6reas pode serentendida se considerarmos que no passado, segundoinformayoes de antigos moradores, os sopes dasserras da Chapada de Sao Jose abrigavam os "brejosde pe de serra" formayoes provavelmente f10restaiscom largura de 40 a 60 m. Hoje essas areas estaototalmente substituidas por plantayoes de frutas eforragem para gado.

Os diferentes levantamentos analisados na tabelaI apresentam esforyo de coleta diferenciado, 0 quepode influenciar 0 numero de especies listadas e,consequentemente, mascarar os resultados dascomparayoes. Oesta forma, foram analisadas as listasde levantamentos quantitativos e com criterio deinclusao similar, embora com metodologia distinta dediferentes levantamentos da vegetayao nao florestaldo bioma caatinga. Os resultados indicam que oscarrascos do Ceara (Araujo et al. 1998b, Araujo &Martins 1999) sao mais ricos em especies que ascaatingas de areia de Pernambuco (Rodal 1992,Figueiredo et al. 2000) e 0 levantamento realizado porRodal et al. (1998) na area de estudo.

Possiveis explicayoes para tais diferenyas deriqueza podem estar relacionadas com os seguintesaspectos: I) os indices pluviometricos anuais sao maiselevados na chapada da Ibiapaba (600 a 900 mm) ondeforam realizados os levantamentos de Araujo et al.(1998b) e Araujo & Martins (1999), decrescem paramenos de 600 mm na bacia Jatoba, Pernambuco, ondeesta situada a area de estudo, para aumentaremnovamente na chapada da Oiamantina, Bahia (500 a1.000 mm), urn encrave de clima mesotermico do tipoCwb (Koeppen) em urn clima quente e semi-arido dotipo BSh'w, tipico do bioma caatinga (Souza et al. 1994,Velloso et al. 2002); 2) as chapadas da Oiamantina edo Araripe e 0 planalto da Ibiapaba representam areassedimentares com maior extensao de relevoconservado que a bacia sedimentar do Jatoba (Souzaet al. 1994).

A suposiyao de que os fatores acima citadosexplicariam as possiveis variayoes e suportada pelofato de que quanto mais heterogeneo e complexo 0ambiente fisico, mais especies ele suporta (Begonet al. 1996). Areas com maior precipitayao associadascom relevos menos erodidos, levariam a urn aumentoda heterogeneidade ambiental e do espayo disponivelpara as especies em funyao do aumento do espectrode recursos.

Afirmayoes mais concretas a respeito de urngrupo de especies comuns as areas sedimentares dosemi-arido com vegetayao nao-f1orestal sao limitadaspela baixa intensidade de coletas ao norte do rio SaoFrancisco. Ainda assim, os resultados sugerem umaafinidade, entre aquelas areas, que merece ser maisinvestigada. Vale destacar a ausencia de listasflorfsticas mais abrangentes nas vastas chapadas echapadoes do Piauf. Alem disso, os resultados dascomparayoes f10rfsticas entre diferentes tiposvegetacionais das areas sedimentares do biomacaatinga indicam uma classificayao fragil do ponto devista vegetacional. Sugere-se a investigayao dosprocessos ecol6gicos naqueles tipos, a qual permitiraa definiyao de mais panlmetros que,juntamente comos dados f1orfsticos, levara a uma classificayao maisrefinada de tais sistemas ecol6gicos.

Agradecimentos

A equipe do projeto "Especies lenhosas dacaatinga de Pernambuco" da Universidade FederalRural de Pernambuco, Luzimar Bastos Paes e Mello,Carmen SflviaZickel, Luciano Silva Figueiredo, EliasInacio da Silva e, em especial, a Andre Laurenio deMelo, e ao Conselho Nacional de OesenvolvimentoCientifico e Tecnol6gico (CNPq), pelas bolsasconcedidas as duas primeiras autoras.

Literatura citada

Alcoforado-Filho, F.G, Sampaio, E.Y.S.B. & Rodal, M.J.N.2003. Floristica e fitossociologia de um remanescentede vegetac;:ao caducifolia espinhosa em Caruaru,Pernambuco. Acta Botanica Brasilica 17: 287-303.

Andrade, G.O. 1954. A Serra Negra - uma reliquiageomorficae higrofita nos tabuleiros pernambucanos. ImprensaOficial, Recife, 19 p.

Andrade-Lima, D. 1981. The caatinga dominium. RevistaBrasileira de Botanica 4: 149-153.

Araujo, E.L., Sampaio, E.V.S.B. & Rodal, M.J.N. 1995.Composic;:ao floristica e fitossociologica de tres areasde caatinga. Revista Brasileira de Biologia 55: 595-607.

Page 11: floristica deurn trecho doParqueNacionaldo Catimbau ...arquivos.ambiente.sp.gov.br/hoehnea/2016/12/313_T09_22_07_2015.pdf · Buique,Pernambuco- Brasil ... mesoz6icas, que incluem

K. V.S.A. Andrade, M.J.N. Rodal, M.FA Lucena & A.P.S. Gomes: Flora do Parque Nacional do Catimbau 347

Araujo, F.S. & Martins, ER 1999. Fisionomia e organizac;aodo carrasco no planalto da Ibiapaba, estado do Ceara.Acta Botanica Brasilica 13: 1-13.

Araujo, F.S., Martins, F.R. & Shepherd, G.J. 1999.Variac;5es estruturais e floristicas do carrasco noplanalto da Ibiapaba, estado do Ceara. Revista Brasileirade Biologia 59: 663-687.

Araujo, F.S., Sampaio, E.Y.S.B., Figueiredo, M.A., Rodal,M.J.N. & Fernandes, A.G. 1998a. Composic;ao tloristicada vegetac;ao de carrasco, Novo Oriente - CEo RevistaBrasileira de Botanica 21: 105-1 16.

Araujo, F.S., Sampaio, E.V.S.B., Rodal, M.J.N. &Figueiredo, M.A. 1998b. Organizac;ao comunitaria docomponente lenhoso de tres areas de carrasco emNova Oriente - CEo Revista Brasileira de Biologia 58:85-95.

Assine, M.L. 1994. PaJeocorrentes e paleogeografia na baciado Araripe, nordeste do Brasil. Revista Brasileira deGeociencias 24: 223-232.

Barneby, R.C. 1985. Mimosa in Bahia, Brazil: new taxa.Brittonia37: 125-153.

Begon, M., Harper, J.L. & Townsend, C. R 1996. Ecology.3 ed. Blackwell Science, London, 1068 p.

Castro, A.A.J.F. 1994. Comparac;ao floristico-geografica(Brasil) e fitossociol6gica (Piaui - Sao Paulo). Tese deDoutorado, Universidade Estadual de Campinas,Campinas, 520 p.

Concei~ao, A.A. & Giulietti, A.M. 2002. Composic;aotloristica e aspectos estruturais de campo rupestre emdois platOs do Morro do Pai Inacio, ChapadaDiamantina, Bahia, Brasil. Hoehnea 29: 37-48.

Cronquist, A. 198 I. An integrated system ofclassificationof flowering plants. Columbia University Press, NewYork, 1262 p.

Ducke, A. 1959. Estudos botanicos no Ceara. Anais daAcademia Brasileira de Ciencias 3 I: 2 I 1-308.

Emperaire, L. 1991. Vegetac;ao e flora. In: IBAMA (org.).Plano de manejo: Parque Nacional da Serra da Capivara,Brasilia, pp. 6 I-206.

Fernandes, A.G. 1996. Fitogeografia do semi-arido.ln: SBPC(org.). Anais da 4" Reuniao Especial da SociedadeBrasileira para 0 Progresso da Ciencia. Feira de Santana,pp.215-219.

Ferraz, E.M.N., Rodal, M.J.N. & Sampaio, E.Y.S.B. 2003.Physiognomy and structure of vegetation along analtitudinal gradient in the semi-arid region ofnortheastern Brazil. Phytocoenologia 33: 71-92.

Figueiredo, L.S., Rodal, M.J.N. & Melo, A.L. 2000. Floristicae fitossociologia de uma area de vegetac;ao arbustivacaducif6Jia no municipio de Buique - Pernambuco.Naturalia 25: 205-224.

Font-Quer, M.P. 1977. Diccionario de Botanica. EditoraLabor, Barcelona, 708 p.

Gadelha-Neto, P.c. & Barbosa, M.RY. 2000. Levantamentofloristico e fitossociol6gico de urn remanescente decaatinga no municipio de Souza, Paraiba. In: M.F.Y.Souza (ed.). Iniciados. Editora Universitaria, UFPB, JoaoPessoa, pp. 64-87.

Giulietti, A.M. & Pirani, J.R 1988. Patterns ofgeographicdistribution of some plant species from the Espinhac;oRange, Minas Gerais and Bahia. In: W.R. Heyer & P.E.Vanzoloni (eds.). Proceedings of a Workshop onNeotropical Distribution Patterns. Academia Brasileirade Ciencias, Rio de Janeiro, pp. 39-69.

Giulietti, A.M., Pirani,J.R & Harley, RM. 1997. Espinhac;oRange Region Eastern Brazil. In: S.D. Davis, v'H.Heywood, O.H. McBryde, 1. Villa-Lobos &A.c. Hamilton(eds.). Centres of Plant Diversity: A Guide and Strategyfor their Conservation Heywood, The Americas.WWF/IUCN, London, v. 3, pp. 397-404.

Harley, R.M. 1995a. Introduction. In: B.L. Stannard (ed.).Flora of the Pico das Almas - Chapada Diamantina,Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens, Kew, pp. 1-42.

Harley, RM. 1995b. Labiatae. In: B.L. Stannard (ed.). Floraof the Pico das Almas - Chapada Diamantina, Bahia,Brazil. Royal Botanic Gardens, Kew, pp. 336-363.

Hind, D.J.N. 1995. Compositae.ln: B.L. Stannard (ed.). Floraof the Pico das Almas - Chapada Diamantina, Bahia,Brazil. Royal Botanic Gardens, Kew, pp. 175-278.

Irwin, H.S. & Barneby, RC. 1982. The American Cassiinae:A synoptical revision of Leguminosae tribe Cassieaesubtribe Cassiinae in the New World. Memoirs of TheNew York Botanical Garden 35: 1-918.

Jacomine, P.K.T., Cavalcanti,A.C., Burgos, N., Pessoa,S.c.P. & Silveira, C.O. 1973. Levantamento explorat6rio- Reconhecimento de solos do Estado de Pernambuco.SUDENE/DNPE, Recife. (Boletim Tecnico, 26), 359 p.

Kiill, L.H.P., Haji, F.N.P. & Lima, P.C.F. 2000. Visitantesflorais de plantas invasoras de areas com fruteirasirrigadas. Scientia Agricola 57: 575-580.

Lemos, J.R. & Rodal, M.J.N. 2002. Fitossociologia docomponente lenhoso de urn trecho de vegetac;aocaatinga no Parque Nacional Serra da Capivara, Piaui,Brasil. Acta Botanica Brasilica 16: 23-42.

Lewis, GP. 1987. Legumes ofBahia. Royal Botanic Gardens,Kew,179p.

Lewis, G.P. 1998. Caesa/pinia - A revision of thePoinceanella - Erythrostemon Group. Royal BotanicGardens, Kew, 233 p.

Loiola, M.I.B. 200 I. Revisao taxonomica de Erythroxy/umsect. Rhabdophy//um O.E. Schulz. Tese de Doutorado,Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife,230p.

Lucena, M.F.A. 200 I. Estudo taxonomico do genero Croton(Crotonoideae, Euphorbiaceae), nas zonas do Litoral eda Mata do estado de Pernambuco, Brasil. Dissertac;aode Mestrado, Universidade Federal Rural dePernambuco, Recife, 80 p.

Page 12: floristica deurn trecho doParqueNacionaldo Catimbau ...arquivos.ambiente.sp.gov.br/hoehnea/2016/12/313_T09_22_07_2015.pdf · Buique,Pernambuco- Brasil ... mesoz6icas, que incluem

348 Hoehnea 31 (3), 2004

Lughadha, E.N. 1995. Myrtaceae.ln: B.L. Stannard (ed.).Flora of the Pico das Almas - Chapada Diamantina,Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens, Kew, pp. 492-517.

Lugo, A.E., Castro-Miranda, L., Vale, A., Mar-Lopez, T.,Hernandez-Prieto, E., Garcia-Martino, A., Puente­Rolon, A.R, Tossas, A.G, Mcfarlane, D.A., Miller, T.,Rodriguez, A., Lundberg, J., Thomlinson, J.R, Colon,J., Schellekens, J.H., Ramos, O. & Helmer, E.H. 200 I.Puerto Rican Karst - A Vital Resource. Technical ReportWO-65, USDA Forest Service, Washington, 8 p.

Melo, A.L. 2000. Estudos taxonomicos sobre 0 generoCnidoscofus Pohl (Crotonoideae, Euphorbiaceae) noestado de Pernambuco. Dissertac,:ao de Mestrado,Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife,120p.

Nunes, T.S. & Queiroz, L.P. 200 I. A familia Passifloraceaena chapada da Diamantina. Stientibus, serie CienciasBiol6gicas I: 33-46.

Oliveira, M.E.A., Sampaio, E.V.S.B., Castro, A.A.J.F. &Rodal, M.J.N. 1997. Flora e fitossociologia de uma areade transic,:ao carrasco-caatinga de areia em PadreMarcos, Piaui. Naturalia 22: 131-150.

Pennington, T.O. 1990. Sapotaceae. Flora NeotropicaMonograph 52: 1-170.

Pirani, J.R 1999. Revisao de He/ietta e Balfourodendron(Pteleinae). Analise c1adistica de Pteleinae. Sinopse deRutaceae do Brasil. Tese de Livre Docencia,Universidade Estadual de Sao Paulo, Sao Paulo, 320 p.

Prance, G T. 1972. Chrysobalanaceae. Flora NeotropicaMonograph 9: 1-409.

Rodal, M.J.N. 1992. Fitossociologia da vegetac,:ao arbustivo­arb6rea em quatro areas de caatinga em Pernambuco.Tese de Doutorado, Universidade Estadual deCampinas, Campinas, 198 p.

Rodal, M.J.N. 2002. Montane forests in Northeast Brazil:a phytogeographical approach. BotanisheJahrbUcher fUr Systematik, Pflanzengeschichte undPflanzengeographie 124: 1-10.

Rodal, M.J.N.,Andrade, K.V.S.A., Sales, M.F. & Gomes,A.P.S. 1998. Fitossociologia do componente lenhosode urn refUgio vegetacional no municipio de Buique,Pernambuco. Revista Brasileira de Biologia 58: 517-526.

Rodal, M.J.N. & Nascimento, L.M. 2002. Levantamentofloristico da floresta serrana da reserva biol6gica deSerra Negra, microrregiao de Itaparica, Pernambuco,Brasil. Acta Botanica Brasilica 16: 481-500.

Rodal, M.J.N., Nascimento, L.M. & Melo A.L. 1999.Composic,:ao floristica de urn trecho de vegetac,:aoarbustiva caducif61ia no municipio de Ibimirim, PE,Brasil. Acta Botanica Brasilica 13: 15-28.

Sales, M.F., Mayo, S.J. & Rodal, M.J.N. 1998. Plantasvasculares das florestas serranas de Pernambuco - Urnchecklist da flora ameac,:ada dos brejos de altitude.Imprensa Universitaria da Universidade Federal Ruralde Pernambuco, Recife, 130 p.

Siqueira, D.R, Rodal, M.J.N., Lins-e-Silva, A.C.B. & Melo,A.L. 200 I. Physiognomy, structure and floristic in anarea of Atlantic Forest in Northeast Brazil. In:G. Gottsberger & S. Liede (eds.). Life forms anddynamics in tropical forest. J. Cramer, Berlin, pp. 11-27.

Sleumer, B. 1984. Olacaceae. Flora Neotropica Monograph35: 1-159.

Smith, L.B. & Downs, R.J. 1974. Pitcairnioideae(Bromeliaceae). Flora Neotropica Monograph 14: 1-658.

Sousa, E.B. 1997. Estudos taxonomicos dos generos Stae/iaCham. & Schltdl. e Mitracarpus Zucco ex Roem. &Schult. (Spermacoceae - Rubiaceae) no Estado dePernambuco. Dissertac,:ao de Mestrado, UniversidadeFederal Rural de Pernambuco, Recife, 178 p.

Souza, M.J.N., Martins, M.L.R, Soares, Z.M.L., Freitas­Filho, M.R, Almeida, M.A.G., Pinheiro, F.S.A.,Sampaio, M.A.B., Carvalho, G.M.B.S., Soares, A.M.L.,Gomes, E.C.B. & Silva, RA. 1994. Redimensionamentoda regiao semi-arida do Nordeste do Brasil. ConferenciaNacional e Seminario Latino-Americano deDesertificac,:ao, Fundac,:ao Esquel do Brasil, Fortaleza,112p.

Stannard, B.L. 1995. Flora ofthe Pico das Almas - ChapadaDiamantina, Bahia, Brazil. Royal Botanic Gardens, Kew,852 p.

SUDENE. 1990. Dados pluviometricos mensais doNordeste. Estado de Pernambuco. Pluviometria 6.Superintendencia do Desenvolvimento do Nordeste,Recife, I 12 p.

Velloso,A.L., Sampaio, E.V.S.B. & Pareyn, F.GC. 2002.Ecorregioes propostas para 0 Bioma caatinga.APN/TNC, Recife, 75 p.

Veloso, H.P., Rangel-Filho, A.L.R & Lima, J.C.A. 1991.Classificac,:ao da vegetac,:ao brasileira, adaptada a urnsistema universal. Fundac,:ao IBGE, Rio de Janeiro, 123 p.

Webster, GL. 1991. A synopsis of the Neotropical speciesof Dalechampia (Euphorbiaceae). Journal of theLinneanSociety 105: 137-177.

Zappi, D.C., Lucas, E., Stannard, B., Lughadha, E.N.,Pirani, J.R., Queiroz, L.P., Atkins, S., Hind, D.J.N.,Giulietti, A.M. & Harley, RM. 2003. Lista das plantasvasculares de Catoles, Chapada Diamantina, Bahia,Brasil. Boletim de Botanica da Universidade de SaoPaulo 21 : 345- 398.