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i FLORIANO CARLOS GOMES DE VASCONCELOS JUNIOR Readequação de Software de Gerenciamento de Riscos para Emissão de Relatórios de Análise Preliminar de Riscos (APR) LONDRINA 2010

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FLORIANO CARLOS GOMES DE VASCONCELOS JUNIOR

Readequação de Software de Gerenciamento de Riscos para Emissão de Relatórios de Análise Preliminar de Riscos (APR)

LONDRINA 2010

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FLORIANO CARLOS GOMES DE VASCONCELOS JUNIOR

Readequação de Software de Gerenciamento de Riscos para Emissão de Relatórios de Análise Preliminar de Riscos (APR)

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao

Departamento de Engenharia Elétrica da

Universidade Estadual de Londrina, para

preenchimento dos pré-requisitos parciais para a

obtenção do título de graduação em Engenharia

Elétrica.

Orientador: Prof. MSc. José Fernando Mangili Jr.

LONDRINA2010

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FLORIANO CARLOS GOMES DE VASCONCELOS JUNIOR

Readequação de Software de Gerenciamento de Riscos para Emissão de Relatórios de Análise Preliminar de Riscos (APR)

Trabalho de Conclusão de Curso submetido ao

Departamento de Engenharia Elétrica da

Universidade Estadual de Londrina, para

preenchimento dos pré-requisitos parciais para a

obtenção do título de graduação em Engenharia

Elétrica.

Orientador: Prof. MSc. José Fernando Mangili Jr.

COMISSÃO EXAMINADORA

Prof. MSc. José Fernando Mangili Jr. Universidade Estadual de Londrina

Prof. Dr. Leonimer Flávio de Melo Universidade Estadual de Londrina

Prof. MSc. Cleber Gomes Caldana Universidade Federal Tecnológica do Paraná

Londrina, 16 de novembro de 2010

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Aos meus pais, familiares

e amigos

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AGRADECIMENTOS

Ao Professor MSc. José Fernando Mangili Jr, pelo suporte fornecido e pela inovação

e criação de novas propostas para a realização deste trabalho.

Ao Engenheiro Lucas Fioravante Pedrosa pela inicialização deste projeto no ano de

2009.

A minha família, pela ajuda, confiança e motivação.

Aos colegas de Curso que ao meu lado até o ultimo momento e foram decisivos na

finalização da mesma, e pelos momentos de descontração ao decorrer do curso.

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“O homem de bem exige tudo de si próprio;

o homem medíocre espera tudo dos outros.”

Confúcio

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VASCONCELOS, Floriano Carlos. Readequação de Software de Gerenciamento de Riscos para Emissão de Relatórios de Análise Preliminar de Riscos (APR). 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Elétrica) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina.2010.

RESUMO Este trabalho visa atualizar uma ferramenta de Gerenciamento de Riscos computacional criada em 2009. Esta ferramenta permite a inserção da análise de dados em campo, emissão de relatórios sobre a precisão da focalização de riscos existentes que permitem uma análise objetiva e oportuna, auxilando assim na classificação de riscos e tomada de decisão para a prevenção e / ou ações corretivas. Este software tem como base a classificação de risco proposto pelo Mangili Junior e Rota Neto (2009), reclassificando erros de forma objetiva e padronizada para a análise preliminar do risco. Nesta atualização, o usuário terá acesso total às funções de cada etapa, assim como uma experiência de visualização melhorada e com os campos de dados para a análise discutidos em detalhes permite-se a criação de relatórios de acordo com a necessidade de cada empresa para melhorar na correção de erros e neutralização de riscos. Palavras chave: Software de Gerência de Riscos, Gerência de Riscos, Análise Preliminar de Riscos, Ações Prevencionistas em Engenharia e Segurança do Trabalho, Segurança.

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VASCONCELOS, Floriano Carlos. Readjustment of Risk Management Software for Reporting of Preliminary Hazard Analysis (PHAs). 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Engenharia Elétrica) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina. 2010.

ABSTRACT This work aims to upgrade a Risks Management computational tool established in 2009. This tool allows the insertion of data analysis in the field, issuing reports on the targeting accuracy and risks exist that allow an objective analysis and timely prioritization decisions taken for implementation of corrective actions, thereby aiding in the classification of risks and decision making for preventive and / or corrective actions. This software uses the classification risk proposed by Mangili Junior and Rota Neto (2009), reclassifying errors in an objective and standardized for Preliminary Risk Analysis. In this update you will have full access to the functions of each stage, provided with an enhanced viewing experience and with the fields of data for the analysis discussed in detail; enabling the creation of reports according to the needs of each company to improve the resolution of risks and neutralization of errors. Keywords: Risk Management Software, Risk Management, Preliminary Risk Analysis, Preventionist Actions in Engineering and Work Safety.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Esquema de funcionamento do asp ....................................................... 35

Figura 2 – Assistente de componentes do Windows................................................ 39

Figura 3 – Opção de Serviços de Internet................................................................ 40

Figura 4 – Detalhamento do IIS ............................................................................... 41

Figura 5 – Serviços da World Wide Web.................................................................. 42

Figura 6 – Tela de funcionamento do IIS ................................................................. 43

Figura 7 – Acesso às Ferramentas administrativas ................................................. 44

Figura 8 – Acesso ao Internet Information Services ................................................ 44

Figura 9 – Criação de novo Diretório virtual no Internet Information Services......... 45

Figura 10 – Assistente para criação de diretório virtual 1 ........................................ 45

Figura 11– Assistente para criação de diretório virtual 2......................................... 46

Figura 12 – Assistente para criação de diretório virtual - Permissões de acesso.... 47

Figura 13 – Opção de ativar recursos do Windows.................................................. 48

Figura 14 – Recursos do IIS .................................................................................... 49

Figura 15 – Mensagem de erro do IIS...................................................................... 49

Figura 16 – Configurar Linguagem ASP................................................................... 49

Figura 17 – Opção de enviar erros ao navegador .................................................... 50

Figura 18 – Checkbox de Serviços World Wide Web............................................... 50

Figura 19 – Tela de funcionamento do IIS no Windows 7 ........................................ 51

Figura 20 – Tela de Inicialização do Software.......................................................... 53

Figura 21 – Tela Principal do Software .................................................................... 55

Figura 22 – Tela de Alteração de dados do Usuário. ............................................... 56

Figura 23 – Tela de criação de um novo usuário ..................................................... 56

Figura 24 – Tela de Lista de Usuários...................................................................... 57

Figura 25 – Tela de Lista de Empresas.................................................................... 58

Figura 26 – Tela de Dados da Empresa................................................................... 59

Figura 27 – Tela de Cadastramento de Empresa..................................................... 60

Figura 28 – Tela de Inclusão de Setores da Empresa ............................................. 61

Figura 29 – Tela de Cadastramento de Setor .......................................................... 62

Figura 30 – Tela de Dados do Setor ........................................................................ 62

Figura 31 – Tela de Cadastramento de Risco.......................................................... 63

Figura 32 – Opções de Riscos................................................................................. 64

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Figura 33 – Opções de Agentes............................................................................... 64

Figura 34 – Opção de Origem do Risco................................................................... 65

Figura 35 – Caixa de Informações ........................................................................... 65

Figura 36 – Medidas e Exposição de Riscos ........................................................... 66

Figura 37 – Tela de Informações parciais do Setor.................................................. 67

Figura 38 – Acesso ao Relatório .............................................................................. 68

Figura 39 – Exemplo de Relatório Completo ........................................................... 68

Figura 40 – Opção de Imprimir Relatório ................................................................. 69

Figura 41 – Opção de Relatório Parcial ................................................................... 70

Figura 42 – Relatório Parcial do Setor Soldagem .................................................... 75

Figura 43 – Relatório Parcial do Setor Pintura ......................................................... 75

Figura 44 – Relatório Completo dos Setores da Empresa Silomax.......................... 76

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Categoria de risco criada em 1979........................................................ 22

Quadro 2 – Novas categorias de riscos e danos ..................................................... 23

Quadro 3 – Ficha de riscos e condições laborais para uso em campo.................... 27

Quadro 4 – Classificação da dificuldade em se aplicar as medidas preventivas..... 29

Quadro 5 – Classificação da exposição ao risco ..................................................... 29

Quadro 6 – Matriz de Probabilidades (MP).............................................................. 30

Quadro 7 – Matriz de Nível de Risco ....................................................................... 31

Quadro 8 – Níveis de Risco (NR) e de Intervenção (NI) .......................................... 32

Quadro 9 – Ficha de análise de riscos do processo de acabamento, utilizada em

campo .................................................................................................... 72

Quadro 10 – Ficha de análise de riscos do processo de acabamento, utilizada em

campo .................................................................................................... 73

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. ...1

1.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................ 1

1.2 SOFTWARES EM ENHENHARIA DE SEGURANÇA .................................... 7

1.2.1 SGG-SST ............................................................................................... 8

1.2.1 SOC........................................................................................................ 8

1.2.1 IVIZ-SIMEST-APR.................................................................................. 9

1.2.1 NEXO Gestão Integrada......................................................................... 9

2 DEFINIÇÕES DE ENGENHARIA DE SEGURANÇA......................................... 11

2.1 IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO ..................................... 11

2.2 DEFINIÇÕES BÁSICAS (PACHECO JUNIOR, 1995)................................... 16

2.2.1 Riscos Ambientais .................................................................................... 17

2.2.2 Riscos Ergonômicos................................................................................. 18

2.2.3 Riscos de Acidentes ................................................................................. 18

2.2.4 Equipamentos de Proteção Individual – EPIS .......................................... 19

2.2.5 Equipamentos de Proteção Coletiva – EPCS........................................... 20

3 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................... 21

3.1 ETAPAS DO ESTUDO ................................................................................. 21

3.2 METODOLOGIA............................................................................................ 24

3.2.1 Análise Preliminar de Risco – APR .......................................................... 24

3.2.2 Fichamento para Elaboração de Relatório de APR.................................. 25

3.2.3 Níveis de Riscos....................................................................................... 28

4 DESCRIÇÃO DO SOFTWARE ......................................................................... 33

4.1 LINGUAGENS DE PROGRAMAÇÃO UTILIZADAS...................................... 34

4.1.1 ASP .......................................................................................................... 34

4.1.2 HTML........................................................................................................ 36

4.2 PROGRAMAS UTILIZADOS ......................................................................... 36

4.2.1 Microsoft Officce Access .......................................................................... 36

4.2.2 Adobe Dreamweaver ............................................................................... 37

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5 UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE E RESULTADOS ............................................ 38

5.1 INSTALAÇÃO ............................................................................................... 38

5.1.1 Instalação do IIS....................................................................................... 38

5.1.1.1 INSTALAÇÃO do IIS no Windows XP ................................................. 38

5.1.1.2 Instalação do IIS no Windows Vista .................................................... 48

5.1.1.3 Instalação do IIS no Windows 7 .......................................................... 50

5.1.2 Instalação do Software ............................................................................. 51

5.2 UTILIZAÇÃO ................................................................................................. 52

5.2.1 Administração........................................................................................... 56

5.2.2 Usuários ................................................................................................... 56

5.2.3 Empresas ................................................................................................. 57

6 RESULTADOS ................................................................................................. .71

7 CONCLUSÃO ................................................................................................... 79

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 81

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1 INTRODUÇÃO

A Engenharia de Segurança está ganhando grande destaque e

importância dentro das empresas, visto que sua utilidade é benéfica tanto para o

trabalhador, garantindo sua integridade, quanto para a empresa, que diminui seus

prejuízos e consequentemente seus gastos. Visto que é possível realizar uma

redução de riscos fazendo uma análise dos fatores dentro de uma empresa.

Tal análise porem pode variar dependendo do observador, gerando

assim diferentes resultados dessa pesquisa. Devido à este fator Mangili Junior e Rota

Neto (2009) criaram uma padronização destes resultados através da classificação dos

tipos de riscos através de sua hierarquização e cálculos matemáticos. Estes cálculos

se baseiam em matrizes ponderais utilizados com a classificação dos riscos

transformados em índices numéricos. Com esses dados é possível gerar um relatório

mais preciso para cada empresa.

Este trabalho consiste em readequar uma ferramenta computacional

voltada à Gerência de Riscos, através da emissão de Relatórios de Análise Preliminar

de Riscos (APR) segundo os procedimentos do método mencionado no parágrafo

anterior. A utilização de um software para determinada tarefa, confere ao profissional

que o utiliza objetividade, velocidade e praticidade, sem mencionar a minimização de

erros e interpretações dúbias, tornando a gerência de riscos mais eficaz e levando à

implementação de medidas preventivas que tenham maior impacto contra os riscos.

Este software foi iniciado em 2009 e terá alguns aprimoramentos nesta nova versão.

1.1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A Segurança no Trabalho preocupa a humanidade desde longa data,

podemos dizer que até a Revolução Francesa, o trabalho era organizado de forma

que era intrinsecamente ligado com a prevenção. A segurança fazia parte das “regras

da arte”, que eram ensinadas pelas “corporações das artes e ofícios”.

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Posteriormente à Revolução Francesa alterou-se o modo como se

encara a relação de trabalho, passando o salário, que paga a força de trabalho, a

ter a principal importância e a ser o dever principal de empregador na relação

jurídico-laboral.

Assim, os aspectos, como o ambiente e a segurança no trabalho,

passaram a ser colocados em segundo plano, tendo sofrido um forte retrocesso,

nomeadamente com a Revolução Industrial e as degradantes condições de trabalho

dessa época.

Em meados do século XIX, verificou-se um princípio de

conscientização dos efeitos negativos dessas condições de trabalho, tendo sido

tomadas medidas no sentido de minimizar as situações mais penosas, ou mais

sujeitas a riscos graves, como a duração da jornada de trabalho e o trabalho infantil.

No final do século XIX e princípio do século XX surgiu uma nova

filosofia de organização do trabalho, chamada de Taylorismo, que introduziu, entre

outros, as primeiras noções de higiene e segurança no trabalho.

Foram também criados os primeiros corpos de Inspeção do

Trabalho, destinados a controlar, na óptica da segurança e higiene, as condições de

trabalho mais penosas, especialmente o trabalho em minas, o trabalho feminino e a

duração da jornada de trabalho. Houve anteriormente esforços com vistas a criar

corpos de inspeção no trabalho na Inglaterra (1833), França (1850), Alemanha (1870),

Itália (1870) e Espanha (1880) (INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO E

INSPECÇÃO DAS CONDIÇÕES DE TRABALHO, 2001).

Em 1919 é criada a Organização Internacional do Trabalho (OIT). A

sua carta constitutiva prevê a obrigação da constituição, em cada um dos países

subscritores, dos serviços de inspeção das condições de trabalho. Na sua primeira

sessão realizada neste ano em Washington, é adotada a 5ª Recomendação, que visa

a inspeção das condições de higiene e segurança no trabalho.

Começa também a esboçar-se o Direito de Reparação da

sinistralidade laboral; em 1925, a OIT adotou as Convenções 17 e 18, que

visam respectivamente a reparação de acidentes de trabalho e de doenças

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profissionais.

Após a Segunda Guerra Mundial, em 1947, a OIT adota a Convenção

81, com vistas à Inspeção do Trabalho na Indústria e Comércio, que incide nas

condições de higiene e segurança no trabalho e, em 1969, adota a Convenção 129,

que, dentro do mesmo espírito, visa à agricultura.

Em 1981, a OIT formula um conjunto de princípios gerais na

Convenção 155, que pretendem ser os alicerces da Prevenção de Riscos

Profissionais (INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO E INSPEÇÃO DAS

CONDIÇÕES DE TRABALHO, 2001).

No Brasil, as leis que começaram a abordar a questão da segurança

no trabalho só surgiram no início dos anos 40. A legislação atual de segurança do

trabalho no Brasil compõe-se de normas regulamentadoras, normas

regulamentadoras rurais (estas estão revogadas) e de outras leis complementares,

como portarias, regulamentos, decretos e também as convenções internacionais da

OIT, ratificadas pelo Brasil, além da própria Constituição Federal de 1988 e a Emenda

Constitucional de dezembro de 2006.

É importante ressaltar que o Decreto-Lei No 5452, de 01 de maio de

1943 (ainda em vigência), aprova a consolidação das leis do trabalho e traz em seu

Capitulo V, Art. 60 e Art. 200 preconizações sobre segurança e proteção. A primeira

grande reformulação deste assunto no país só ocorreu em 1967, quando se destacou

a necessidade de organização das empresas com a criação do SESMT (Serviços

Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho).

Em 1966, durante o Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes,

foi oficializada a criação da FUNDACENTRO, quando a preocupação com os altos

índices de acidentes e doenças do trabalho crescia em setores do governo e na

sociedade. Até hoje a instituição é referência na América Latina em questões

relacionadas à Saúde Ocupacional e Segurança do Trabalho (FUNDACENTRO,

2009).

Porém, até o início da década de 70, a questão de segurança no

trabalho (risco e gerência de risco) era tratada unicamente no âmbito das empresas,

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sem maiores interferências externas (do governo ou do público).

Não obstante, através da Lei No 6514, de 22 de dezembro de

1977, o Decreto-Lei Nº 5452 sofre alterações, vindo a apresentar as primeiras

preconizações sobre segurança laboral e suas responsabilidades pautadas em

normas regulamentadoras.

Tais normas, que foram aprovadas pela Portaria No 3214 de 08 de

junho de 1978, abrangiam diversos setores economicamente ativos do país,

sendo essas normas regulamentadoras um marco na história da legislação

trabalhista brasileira e um significativo avanço no que diz respeito à segurança e

medicina do trabalho.

Na década seguinte, a Portaria No 3067 de 12 de abril de 1988

aprova as Normas Regulamentadoras Rurais, na tentativa de regular um setor

produtivo cujas relações laborais sofrem com a falta de segurança e condições

mínimas de saúde do trabalhador (atualmente estas se encontram revogadas pela

Portaria do MTE 191 de 15/04/2008).

Na década de noventa, o Decreto Legislativo N° 2, de 17 de março

1992, aprova a Convenção N° 155, da Organização Internacional do Trabalho, sobre

a segurança e saúde dos trabalhadores e o meio Ambiente de Trabalho

Portanto, ao se tratar de análise de riscos ou mesmo de sua gerência,

é essencial que se tenha claro que a legislação brasileira, conforme exposto

anteriormente, preconiza parâmetros, métodos e procedimentos que devem ser

seguidos e respeitados como requisitos mínimos para atendimento às boas práticas

de segurança e saúde do trabalhador, além de resguardo de patrimônio material, com

reflexos na esfera administrativa e judicial (responsabilidades trabalhistas, civis e

criminais) para trabalhadores e empregadores (incluindo também subempreiteiros

e terceirizados)

Além do atendimento às imposições das normas brasileiras, quer

por conscientização quer por obrigatoriedade, a utilização de normas e padrões

internacionais, ou de outros países se justifica quando suas preconizações atendem

às imposições das normas brasileiras e, adicionalmente, apresentam um

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incremento positivo em prol da saúde e segurança do trabalhador e proteção de

bens materiais (SILVA, 2009).

Nesse sentido, o levantamento bibliográfico neste capítulo apresenta

uma compilação da legislação vigente sobre o assunto e traz à luz as referências de

alguns estudos relevantes para o desenvolvimento deste trabalho

O método-base a ser utilizado para o desenvolvimento dos estudos

ao longo deste trabalho é a análise qualitativa através da Análise Preliminar de Risco

(APR), baseada na MIL-STD-882, por ser de rápida aplicação, de fácil

adaptabilidade a métodos, procedimentos e atividades de trabalho distintas, uma vez

que se objetiva a análise de dados e aplicação da metodologia preferencialmente

em ambientes de trabalho nos setores da indústria, comércio, construção e

serviços por serem os mais representativos dos casos de ocorrências de acidentes

ou mesmo de autuações por irregularidades (MINISTÉRIO DO TRABALHO E DO

EMPREGO, BRASIL, 2009).

Uma vez detectados e categorizados os riscos, é necessário avaliá-

los mais refinadamente e estimar a possível atenuação do dano que ocorreria graças

a uma tomada de decisão ou a uma combinação de medidas que resultariam, de

forma consistente, na gerência dos riscos.

Em análises detalhadas faz-se referência à Análise de Modos de

Falhas e Efeitos (AMFE), (SANTOS; RODRIGUES, 1997), aplicada a sistemas mais

simples e com falhas singulares permitindo-se analisar como podem falhar os

componentes de um equipamento ou sistema; estimar as taxas de falhas; determinar

os efeitos que poderão advir dessas falhas; e estabelecer as mudanças que deverão

ser feitas para aumentar a probabilidade de que o sistema, processo ou equipamento

realmente funcione de maneira satisfatória.

Teoricamente temos a definição segundo a qual os Riscos de

Acidentes são possibilidades de ocorrência de danos às pessoas e propriedades

(FERREIRA, 1977) e, por extensão, ao meio ambiente. Os agentes geradores de

riscos (ou apenas Agentes de Riscos) são aqueles que atuam no ambiente e podem

ser potencialmente suficientes para provocar acidentes. Em outras palavras, os

agentes são elementos que estão presentes no ambiente de trabalho; já os riscos são

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possibilidades de acidentes que aqueles agentes poderão vir a proporcionar.

Vários autores já se dedicaram à tarefa de propor métodos de

investigação de acidentes ou de identificação de riscos de acidentes.

Carvalho (1984), ao fazer um apanhado histórico sobre as

metodologias de identificação de riscos, destaca a existência de quatro modelos

distintos.

O primeiro modelo de estudo foi baseado no comportamento humano,

sendo ainda hoje é muito utilizado na psicologia, na qual as avaliações giram

em torno do comportamento individual ou coletivo do trabalhador, quer pelo estudo

da susceptibilidade ou “propensão aos acidentes” (em que haveria uma idiossincrasia

pessoal a determinado tipo de trabalho, que predispõe o indivíduo a maior risco

de acidente), quer pela concepção psicodinâmica, em que alguns acidentes

poderiam ter início por razões comportamentais.

O segundo modelo enfatizado é o epidemiológico, que tem como

objetivo a procura das causas dos acidentes, através do estudo amplo dos atos

inseguros e da coleta de dados estatísticos.

O terceiro modelo é o Modelo dos Sistemas, no qual o acidente é

estudado num contexto do sistema de trabalho, onde as interações entre indivíduo,

material, ambiente e tarefa são avaliados, pois se entrelaçam e se autorregulam. O

acidente aconteceria pela relação anormal do sistema homem-máquina.

O quarto modelo é o estudo dos “Incidentes Críticos” ou quase-

acidentes, como geradores de acidentes. É uma metodologia cujo objetivo é

alcançado através do estudo das causas de acidentes relatados em entrevistas

anônimas, ou do estudo do próprio acidente. Percebe-se assim que uma primeira

divisão das metodologias de identificação de riscos decorre da escolha do objeto

central da análise.

Nesse sentido, Denton (1982) diz que os métodos de abordagem

da segurança nos locais de trabalho podem estar centrados: (i) no trabalho

(associados com a eliminação de riscos, em suas dimensões físicas, no

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ambiente) ou (ii) nos empregados (associados com a percepção e a eliminação dos

riscos psicológicos).

Para Oddone et al (1986), a análise do ambiente é feita segundo um

modelo de análise que tem como elemento de referência o homem que trabalha ou,

melhor, o grupo de operários interessados no processo produtivo, analisando-se

os fatores encontrados no ambiente de trabalho que inserem riscos à integridade

física e mental do trabalhador

Por ser a mais difundida (no seio da Engenharia de Segurança), a

vertente da abordagem centrada no trabalho encontra-se desdobrada em diversas

técnicas distintas.

De acordo com De Cicco e Fantazzini (1994), a Análise Preliminar de

Riscos (APR) consiste no estudo, durante a fase de concepção ou desenvolvimento

prematuro de um novo sistema, com o fim de determinar os riscos que poderão estar

presentes na sua fase operacional.

Ainda segundo De Cicco e Fantazzini (1994), as culturas empresariais

mais eficientes no controle de riscos estão pautadas em procedimentos dos

departamentos técnicos conjuntamente com o apoio de equipes de análise de risco,

produzindo revisões mais rápidas e eficientes.

Dessa forma, entende-se que, se as equipes de análise possuírem

ferramentas adequadas para análise dos riscos e tomadas de decisão, haverá um

diminuição dos erros no apontamento dos riscos e de sua gerência, mitigando os

eventuais prejuízos ao trabalhador, empregador, ou mesmo as demandas judiciais.

1.2 Softwares em Engenharia de Segurança

No que diz respeito à literatura sobre softwares de Análise de Risco, a

mesma é pobre, para não dizer inexistente. Encontram-se apenas alguns

produtos comercializados que oferecem soluções para Gerência de Riscos, através

do armazenamento em banco de dados dos riscos de acordo com a atividade e

pessoas envolvidas.

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Sua principal função é emitir documentos sobre todo o processo

relacionado com a atividade a ser realizada, com definição e classificação dos riscos,

equipamentos de proteção (EPI’s/EPC’s), condutas de segurança, habilitação dos

participantes por fases contempladas na atividade, definição de corpo técnico

responsável, informações para situação de emergência e emissão documentos para

recolhimento de assinaturas e distribuição das orientações sobre todo o processo.

Atualmente pode-se apresentar os seguintes softwares nacionais

destinados à segurança do trabalho:

1.2.1 SGG-SST

Criado Pela Conplan Sistemas, é um sistema WEB que lhe permite

através de cadastros dinâmicos um sistema onde interagem diversos profissionais de

modo a contemplarem a emissão de para suas respectivas áreas. Desenvolvido com

o intuito de gerenciar completamente empresas de Segurança e Medicina do Trabalho

em geral, bem como gerenciar o departamento técnico de empresas que desejam

administrar a segurança de seus colaboradores.

É necessário o pagamento de uma assinatura mensal para a sua

manutenção. E que todos os dados das empresa ficam armazenados em servidores

alojados em um datacenter no Brasil sendo realizados backups periódicos de todos os

dados para um local remoto.

Este software possui também suporte via MSN, telefone e email. Além

de uma infraestrutura para realização de treinamentos completos do sistema para os

funcionários que farão uso. E vídeos explicativos demonstrando o uso do sistema.

(www.sistemas.conplan.com.br)

1.2.2 SOC - Software Integrado de Gestão Ocupacional

Criado pela AGE Technology Ltda, é um software que integra os

dados de recursos humanos, higiene, segurança, saúde ocupacional e meio

ambiente. No campo da segurança do trabalho gera APR - Análise Preliminar de

Riscos, ART - Análise de Riscos por Tarefa Mapa de Riscos, entre outras

funcionalidades.

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Este software gera Gestão por processos e evidências para

certificação e recertificação. Além da padronização de tarefas e documentos,

consolidandos dados. Conta também com uma rede, chamada de SOCNET.

A rede SOCNET permite a contratação de prestadores de serviços

em todo o Brasil, capacitados em SOC realizando um trabalho padronizado e

corporativo. A capacidade da política de acessos do SOC permite que este trabalho

seja feito de forma segura e rastreável dentro do seu banco de dados.

(www.soc.com.br).

1.2.3 IVIZ-SIMEST-APR

Criado pela IVIZ Software Ltda, este software foi desenvolvido para

gerenciar banco de dados e emitir documento detalhado sobre todo o processo

relacionado com a atividade a ser realizada, com definição e classificação dos riscos,

equipamentos de proteção ( EPIs/EPCs) , condutas de segurança, habilitação dos

participantes por fases contempladas na atividade, definição de corpo técnico

responsável, informações para situação de emergência, etc.

O programa conta com acesso rápido às informações armazenadas;

banco de dados integrado com os demais Módulos; sistema de Ajuda On-line; sistema

de Back Up próprio – Integrado e documentos e relatórios com recurso para envio dos

mesmos via Internet. Onde o Sistema emite documento para recolhimento de

assinaturas e distribuição das orientações sobre todo o processo.

(www.iviz.com.br/web/apr.html).

1.2.4 Nexo Gestão Integrada

Criado pela Nexo CS-Informática, este software visa trabalhar com os

processos relacionados às áreas de Meio Ambiente, Segurança, Medicina do

Trabalho e Gestão Previdenciária da empresa.

No campo de segurança do trabalho este executa ações nas partes

de PPRA – Riscos; EPI; EPC; Treinamento; Ocorrências (Acidentes-Incidentes); APR;

Higiene Ocupacional; Estatísticas e Fichas Diversas; Ordem de Serviços; Mapa de

Riscos.

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Existe também outro software criado pela Nexo CS-Informática, o

Nexo P3, que consiste em uma ferramenta em Medicina e Segurança do trabalho

voltada para prestadoras de serviços na área. Que permite parametrização,

possibilitando flexibilidade e adaptação a diversas situações de uso; configuração e

personalização da Ficha Clínica, do Atestado de Medicina do Trabalho, da Ficha de

Acidentes e da Ficha Audiológica; controle estatístico dos dados com geração

interativa de Gráficos e possibilita a exportação dos dados para planilha Excel e Open

Office. (www.nexocs.com.br).

Apesar de serem softwares abrangentes e de grande funcionalidade,

que dão base a Gerência de Riscos, constata-se que apenas centralizam informações

e acabam por não atender o intuito em questão de oferecer uma ferramenta que

classifique os riscos e aponte as tomadas de decisão para combatê-los de forma

prioritária.

Portanto, com base na legislação vigente e em técnicas de

Engenharia de Software (PRESSMANN, 2006; PFLEEGER, 2004), será realizado o

desenvolvimento e implantação do software pretendido. Utilizar-se-á a plataforma

Windows e será possível o acesso via rede local (intranet) ou remoto (internet)

através de um navegador. Um banco de dados em Access (produto da família

Microsoft Office) armazenará todas as informações das rotinas do software, que

será programado nas linguagens HTML (Hypertext Markup Language) para

interface gráfica e ASP (Active Server Pages) para execução de comandos e buscas

em banco de dados.

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11

2 DEFINIÇÕES DE ENGHENHARIA DE SEGURANÇA

2.1 IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO

Nas Diretrizes Práticas da Organização Internacional do Trabalho

(OIT), órgão ligado a Organizações das Nações Unidas (ONU), refere que nos dias de

hoje o progresso tecnológico e as profundas pressões competitivas dão origem a

rápidas mudanças nas condições de trabalho, nos processos de trabalho e na

organização de trabalho.

Refere, também, que a proteção dos trabalhadores contra as

enfermidades, doenças e lesões relacionadas com o trabalho faz parte da missão

histórica da OIT, salientando a importância que o trabalho seguro representa para a

produtividade e crescimento econômico.

Dados relacionados a acidentes de trabalho nos fornecem, dentre

muitas informações, que cerca de seis mil pessoas morrem por dia em conseqüência

de acidentes e doenças ligadas a atividades laborais. São 270 milhões de acidentes

de trabalho não fatais e 160 milhões de casos novos de doenças profissionais por

ano. E de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), esses dados

não tendem a retroceder.

A OIT, ainda estima que o custo direto e indireto de acidentes e

doenças do trabalho possa chegar a 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo, ou

seja, US$ 1,25 bilhão. Essa quantia equivale a mais de 20 vezes os investimentos

globais de assistência de desenvolvimento oficial.

(Fonte:http://www.reporterbrasil.org.br)

Especificamente, no Brasil, Anuário Estatístico de Acidentes do

Trabalho 2007, publicação conjunta do MPS e do Ministério do Trabalho e Emprego

(MTE) apontou que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) registrou 653 mil

acidentes de trabalho em 2007, 27,5% a mais que em 2006.

21 Do total, os acidentes típicos – decorrentes da atividade

profissional – representam 80,7% dos acidentes com CAT registrados. Os de trajeto –

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ocorridos entre a residência e o local de trabalho, e vice-versa – respondem por

15,3% e, as doenças do trabalho, por 4%. (fonte: http//www.previdenciasocial.gov.br).

Tais números corroboram a necessidade constante de investimentos,

estudos e ações concretas em Segurança e Higiene do Trabalho, no sentido de

diminuir objetivamente as perdas financeiras e as perdas humanas.

A Segurança e Higiene do Trabalho deve ser meta cotidiana nas

empresas e organizações, pois seu estabelecimento por programas adequados,

respeitando normas específicas trará um ambiente de trabalho controlado, prevenindo

acidentes.

Uma empresa ou organização deve ter especial interesse na

segurança e higiene do trabalho em suas instalações e atividades, visando a redução

e eliminação de danos causados por incidentes críticos e acidentes de trabalho,

principalmente em relação à integridade física e mental de seus trabalhadores.

(PACHECO Jr., 1995).

Para obter êxito quanto à segurança e higiene do trabalho, uma

empresa ou organização deverá oferecer condições tais que (PACHECO Jr., op. cit.):

1- Satisfaçam suas necessidades e propósitos;

2- Satisfaçam plenamente as necessidades e expectativas de seus

empregados;

3- Cumpram as normas e especificações técnicas aplicáveis;

4- Cumpram as disposições legais ou outras estabelecidas.

Obviamente os prejuízos e custos operacionais de uma empresa sem

programas de Segurança e Higiene do Trabalho são maiores que outras que o

possuem, fazendo com que o segundo tipo de empresa sempre encare como

investimento onde o retorno é certo e garantido, proporcionando bem estar para seus

funcionários e longevidade para bens patrimoniais e preservando vidas humanas.

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No entanto, os programas de Segurança e Higiene do Trabalho

devem ser tratados por profissionais devidamente habilitados e capazes de realizar

tais programas de maneira clara, objetiva e eficaz.

Os programas de identificação e controle dos riscos, que são tratados

como Gerência de Riscos, devem ser igualmente capazes de apresentar e direcionar

as ações corretas dos profissionais envolvidos.

Assim, a análise e avaliação dos riscos profissionais são um processo

sistemático e objetivo de modo a estimar a dimensão daqueles riscos que não se

puderam evitar, obtendo informações necessárias para que o empregador esteja em

condições da tomada de decisões sobre a necessidade ou não de adotar medidas

preventivas e, nesses casos, sobre o tipo de medidas que se deve adotar.

No sentido lato, através da avaliação de riscos pode-se admitir certo

risco, desde que se possa responder à questão seguinte: A situação de trabalho

analisada é segura? Em caso afirmativo o risco denomina-se de “risco aceitável”.

O processo da análise e avaliação de riscos é formado por várias

fases, tais como:

ANÁLISE DO RISCO: através da qual se identifica o perigo e estima-

se o risco, quantificando conjuntamente a probabilidade e a consequência da

materialização do perigo. Para cada situação, a análise do risco proporcionará

conhecer a ordem de grandeza do risco associado ao perigo.

QUANTIFICAÇÃO DO RISCO: com o valor do risco obtido e

comparando com o valor do risco máximo admissível, emite-se um juízo de valor

sobre a aceitabilidade do risco em questão. Se da avaliação do risco deduz-se que o

risco não é aceitável, deve-se CONTROLAR O RISCO, ou preferencialmente

neutralizá-lo.

Ao processo descrito, composto pela Avaliação do Risco,

Quantificação e Controle do Risco, normalmente, é denominado de GESTÃO DO

RISCO. A avaliação de riscos, como dito anteriormente, só poderá ser efetuada por

pessoa profissionalmente competente e com atribuições profissionais previstas em

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Lei.

Deve fazer-se a partir de uma boa planificação e nunca deve

entender-se como uma imposição burocrática, já que não é um fim em si mesma, mas

sim um meio para a decisão de adoção de medidas de prevenção.

Se, a partir da análise e avaliação de riscos é deduzida a necessidade

de adoção de medidas de prevenção, então dever-se-á:

• Eliminar, neutralizar ou reduzir o risco, através de medidas de

prevenção na origem, podendo ser tais medidas de ordem organizacional, de

proteção coletiva, de proteção individual ou de formação e informação aos

trabalhadores;

• Controlar periodicamente as condições, a organização, os métodos

de trabalho e o estado de saúde dos trabalhadores.

A análise e avaliação preliminar de riscos deverão ser realizadas em

todos e cada um dos postos de trabalho da organização, tendo em conta:

a) As condições de trabalho existentes ou previstas;

b) A possibilidade de que o trabalhador que ocupe um determinado

posto de trabalho seja sensível, devido às suas características pessoais ou estado de

saúde conhecido, a alguma das ditas condições.

Far-se-á uma nova análise e avaliação dos postos de trabalho que

possam ser afetadas por:

a) Escolha de EPI e equipamentos de trabalho, uso de substâncias ou

preparações químicas, introdução de novas tecnologias, modificação ou alteração do

posto de trabalho etc.

b) Alterações das condições de trabalho;

c) Incorporação de um trabalhador cujas características pessoais ou

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estado de saúde conhecido seja sensível às condições do posto de trabalho.

A análise e avaliação preliminar de riscos deve ser revista quando

estabelecida por qualquer disposição específica e quando são detectados danos para

a segurança e saúde dos trabalhadores, ou melhor, quando se detecta que as

atividades de prevenção são inadequadas ou insuficientes.

Para seu efeito, devem ser considerados os resultados da

investigação sobre as causas de danos para a saúde dos trabalhadores e das

atividades para a redução e controle de riscos.

Além disso, as avaliações devem ser revistas com a periodicidade

prevista na legislação brasileira e/ou internacional ou acordada entre a organização e

os representantes dos trabalhadores desde que respeitada as preconizações mínimas

da legislação vigente.

Finalmente, a análise e avaliação de riscos devem estar

documentadas, devendo efetuar uma reflexão para cada posto de trabalho cujo

resultado manifeste a necessidade da tomada de medidas de prevenção nos

seguintes pontos:

a) Identificação do posto de trabalho;

b) O risco ou riscos existentes;

c) A relação dos trabalhadores afetados;

d) Resultado da análise e da avaliação dos riscos;

e) As medidas preventivas anteriores;

f) Referência a critérios e procedimentos da análise e avaliação de

riscos;

g) Referência aos métodos de medição, análise ou ensaio utilizados.

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2.2 Definições Básicas (PACHECO JR., 1995)

Inicialmente, dentro da gestão da segurança e higiene do

trabalho e elementos de um sistema de segurança e higiene do trabalho, cabe

apresentar as principais definições de alguns termos já apresentados na revisão

bibliográfica, que serão recorrentes ao longo deste trabalho, e outros tantos que se

apresentarão a partir de agora.

SEGURANÇA E HIGIENE DO TRABALHO: conjunto de atividades de

reconhecimento, avaliação e controle dos riscos de acidentes de trabalho (lesões

físicas) e à saúde do trabalhador (prevenção de doenças ocupacionais).

ACIDENTE DE TRABALHO: ocorrência fortuita que atinge o

trabalhador nas relações de trabalho com sua consequente lesão corporal ou

perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou a redução, permanente ou

temporária, da capacidade para o processo laboral.

DOENÇA OCUPACIONAL: moléstia adquirida ou desencadeada

em decorrência do exercício de trabalho peculiar à determinada atividade ou de

condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione

diretamente.

ACIDENTE POSTULADO: acidente considerado possível de ocorrer

para cuja prevenção estabelecem-se condições de segurança, capazes de impedir

e/ou minimizar eventuais consequências.

INCIDENTE CRÍTICO: evento ou fato negativo que possui

potencialidade de ocasionar danos, seja ao trabalhador, seja a máquinas ou

equipamentos.

ATO INSEGURO: comportamento inadequado de uma pessoa

em seu trabalho, que possui potencialidade de levar ao acidente de trabalho ou ao

incidente crítico.

CONDIÇÃO INSEGURA: fator tendente ao acidente que se apresenta

em virtude de falhas nas condições do ambiente do trabalho, erros de projeto,

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planejamento incorreto ou omissão dos requisitos essenciais de segurança para

manter o ambiente relativamente livre de riscos.

RISCO: uma ou mais condições de uma variável com o potencial

necessário para causar danos.

PERIGO: expressa uma exposição relativa a um risco, que favorece

sua materialização com danos.

DANO: é a severidade da lesão ou perda física, funcional ou

econômica que pode resultar se o controle sobre um risco não é efetivo.

IDENTIFICAÇÃODOS PERIGOS: determinação das possibilidades

de ocorrência de um acontecimento não desejado;

QUANTIFICAÇÃO DO RISCO: estimativa do risco, através de

métodos estatísticos e/ ou simulação com modelos analíticos ou da possibilidade da

sua ocorrência e das consequências das possíveis sequências;

AVALIAÇÃO DE RISCOS: apreciação do significado da medida

quantitativa do risco, com base em critérios de aceitação racionais;

ANÁLISE DE RISCOS: análise integrada dos riscos inerentes a um

produto, sistema ou instalação e o seu significado no contexto apropriado;

GESTÃO DE RISCOS: método pelo qual as decisões são tomadas

para evitar, eliminar ou minorar um determinado risco ou perigo.

2.2.1 RISCOS AMBIENTAIS

São considerados riscos ambientais segundo a NR-9 (Norma

Regulamentadora no 09 de 1978, redação de 1994) os agentes físicos, químicos,

biológicos, que possam trazer ou ocasionar danos à saúde do trabalhador nos

ambientes de trabalho, em razão de sua natureza, concentração, intensidade e

tempo de exposição ao agente. Tais agentes são:

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FÍSICOS: As diversas formas de energia a que possam estar

expostos os trabalhadores, tais como ruídos, vibrações, pressões anormais,

temperaturas extremas, infrassom e ultrassom.

QUÍMICOS: Substâncias, compostos ou produtos que possam

penetrar no organismo pela via respiratória na forma de poeiras, fumos, névoas,

neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição,

possam estar em contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por

ingestão.

BIOLÓGICOS: Vírus, bactérias, parasitas, fungos, bacilos entre

outros (BRASIL, 1994).

2.2.2 RISCOS ERGONÔMICOS

São considerados riscos ergonômicos de acordo com a NR-17

(Norma Regulamentadora n.o 17 de 1978, redação de 1990) os aspectos

relacionados às condições de trabalho que incluem também aspectos relacionados ao

levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e

às condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organização do trabalho

(BRASIL, 1990).

De maneira simples pode ser avaliado como a forma de realizar

as atividades de maneira inadequada: monotonia, posturas incorretas, ritmo de

trabalho intenso, fadiga, preocupação, trabalhos físicos pesados e repetitivos etc.

(BRASIL, 1990).

2.2.3 RISCOS DE ACIDENTES

Riscos de Acidentes são todos os fatores que colocam em

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perigo o trabalhador ou afetam sua integridade física ou moral. São

considerados como riscos geradores de acidentes: arranjo físico deficiente;

máquinas e equipamentos sem proteção; ferramentas inadequadas ou defeituosas;

eletricidade; incêndio ou explosão; animais peçonhentos; armazenamento

inadequado, ausência de sinalização (MENEZES, 2001).

ARRANJO FÍSICO DEFICIENTE: é resultante de: prédios com

área insuficiente; localização imprópria de máquinas e equipamentos; má arrumação

e limpeza; sinalização incorreta ou inexistente; pisos fracos e/ou irregulares.

MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS SEM PROTEÇÃO: máquinas

obsoletas; máquinas sem proteção em pontos de transmissão e de operação;

comando de liga/desliga fora do alcance do operador; máquinas e equipamentos com

defeitos ou inadequados.

FERRAMENTAS INADEQUADAS OU DEFEITUOSAS: ferramentas

usadas de forma incorreta; falta de fornecimento de ferramentas adequadas;

falta de manutenção.

ELETRICIDADE: instalação elétrica imprópria, com defeito ou

exposta; fios desencapados; falta de aterramento elétrico; falta de manutenção.

INCÊNDIO OU EXPLOSÃO: armazenamento inadequado de

inflamáveis e/ou gases; manipulação e transporte inadequado de produtos

inflamáveis e perigosos; sobrecarga em rede elétrica; falta de sinalização; falta

de equipamentos de combate ou equipamentos defeituosos (MENEZES, 2001).

2.2.4 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPIS

São considerados equipamentos de proteção individual segundo a

NR-6 (Norma Regulamentadora nº 6 de 1978, redação de 2001) todos os dispositivos

ou produtos, de uso individual utilizados pelo trabalhador e destinados à proteção

contra riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalhador.

Os mesmos, sejam eles de fabricação nacional ou importada, só

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poderão ser postos à venda ou utilizados com a indicação do Certificado de

Aprovação (CA), com validade de dois a cinco anos, expedido pelo órgão nacional

competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, do Ministério do Trabalho

e do Emprego (BRASIL, 1994; BRASIL, 2001).

2.2.5 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA – EPCS

Este item traz principalmente a preocupação com a sinalização e

segurança para delimitação de áreas, identificação de máquinas e equipamentos,

canalizações, armazenamento de substâncias perigosas, bloqueios de operações e

tarefas etc (NR-26 – Norma Regulamentadora nº 26 de 1978) (BRASIL, 1978a).

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21

3 DESENVOLVIMENTO

3.1 Classificação de Categorias de Risco

O software será feito baseado em uma classificação de categorias de

risco, porém a classificação de categorias de risco vigente no Brasil, proposta por

Cicco e Fantazzini (1979) e que enumera as categorias de risco de I a IV, continua

inalterada até hoje.

Assim resolveu-se por utilizar uma classificação mais atual proposta

por Mangili Júnior e Rota Neto (2009). Esta nova classificação enumera os riscos de I

a VI em ordem crescente e com mais divisões de riscos.

Com isso o resultado a que se chega é muito mais especifico e

pontual para a correção de erros. As suas classificações se encontram nos quadros a

seguir.

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Descrição Categoria Danos

Desprezível I

A falha não irá resultar numa degradação maior do sistema, nem

irá produzir danos funcionais ou lesões, ou contribuir com um risco

ao sistema e não ameaça os recursos humanos.

Marginal ou Limítrofe II

A falha irá degradar o sistema numa certa extensão (de forma

moderada), porém sem envolver danos maiores ou lesões, podendo

ser compensada ou controlada adequadamente.

Crítica III

A falha irá degradar o sistema de forma crítica, causando lesões,

danos substanciais, ou irá resultar num risco inaceitável, necessitando ações corretivas imediatas. Pode

causar um acidente.

Catastrófica IV

A falha irá produzir severa degradação do sistema, resultando

em sua perda total, lesões ou morte. Causará sem dúvida um

acidente. Como podemos verificar, algumas falhas podem mudar de

categoria dependendo da atividade para qual se destina o item de falha.

Quadro 1 – Categoria de risco criada em 1979

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(1) Classificação

(2) Categoria

(3) Danos ao indivíduo (ser humano)

(4) Danos ao sistema, patrimônio, máquinas

ou equipamentos Desprezível

I

Apenas interrupção repentina e breve do processo ou atividade. Sem dano funcional ou lesão.

A falha é totalmente previsível e se encontra dentro de períodos esperados de manutenção. É caracterizada pelo fim da vida útil de peças e partes do sistema. Seu acontecimento apesar de previsível, não pode ser antecipado ou precisado. Não gera perda financeira que possa caracterizar prejuízo.

Mensurável

II

Interrupções das atividades por alguns minutos ou horas, não excedendo a meio período. Impactos contra o corpo, ou quedas leves, com dor momentânea, sem envolver danos maiores sem lesões internas ou externas, podendo ser compensada ou controlada adequadamente.

A falha é previsível ou controlável, porém se antecipa a programas de manutenção. Pode ocorrer devido ao fim da vida útil de peças ou partes; por funcionamento inadequado ou estresse mecânico ou uso inadequado. Irá gerar danos de pequena monta ao sistema, de forma moderada e totalmente recuperável.

Baixo

III

Interrupções das atividades por algumas horas, além de meio período e não excedendo um dia. Impactos contra o corpo, ou quedas, com dor momentânea, sem lesões internas ou lesões externas superficiais e/ou pequenas.

A falha não é previsível. Pode ocorrer devido a funcionamento ou operação inadequada do sistema. Irá ocorrer dentro de um risco aceitável. Ocasionará degradação do sistema de forma reversível.

Médio

IV

Interrupções das atividades por algumas horas, além de meio período e não excedendo a um dia, porém necessário o afastamento do funcionário. Impactos contra o corpo, ou quedas, com dor persistente, com lesões internas ou externas que necessitem de intervenção médica.

A falha não é previsível. Irá degradar o sistema de forma crítica, causando lesões, danos substanciais, ou irá resultar num risco inaceitável, necessitando ações corretivas imediatas. Causará um acidente.

Alto

V

Interrupções das atividades por um ou mais períodos, podendo chegar a alguns dias. Afastamento do funcionário. Impactos contra o corpo, ou quedas, com dor persistente, com lesões internas e/ou externas que necessitem de intervenção médica, cirúrgica e repouso.

A falha não é previsível. Irá produzir severa degradação do sistema, resultando em sua perda parcial. Causará um acidente.

Catastrófico

VI

Lesões irreversíveis (amputação de membros, seqüelas) ou morte.

A falha é totalmente imprevisível. Irá produzir severa degradação do sistema, resultando em sua perda total. Causará sem dúvida um acidente. Como podemos verificar, algumas falhas podem mudar de categoria dependendo da atividade para qual se destina o item de falha

Quadro 2 – Novas categorias de riscos e danos

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3.2 MÉTODO

O processo de gestão de riscos é composto pelas funções identificar

perigos, avaliar riscos, comparar com o risco tolerado e tratar riscos. Para esse fim, as

ferramentas aqui utilizadas lançam mão de análises qualitativas. Identificação de

perigos e avaliação de riscos constituem o monitoramento. Por outro lado o

tratamento dos riscos inclui a intervenção para redução e/ou neutralização dos

mesmos. Todo este processo é aplicado às áreas de ação e às fases do ciclo de

vida dos elementos da organização (pessoas, instalações e produtos).

Para que isso possa ser realizado volta-se para as análises a

serem realizadas, sendo estas a divisão de um todo em partes e o estudo minucioso

dessas partes. O todo pode ser o objeto cujo risco se pretende analisar ou o risco

global associado ao objeto. Portanto, podem-se dividir áreas maiores em áreas

menores, sistemas em subsistemas, processos em funções, operações e atividades

em etapas, e o risco global em riscos físicos, químicos, biológicos, ergonômicos e de

acidentes.

A análise de riscos também é chamada de análise de perigos, pois a

análise de riscos compreende identificação de perigos e avaliação dos riscos

associados, e a análise de perigos sempre implica numa avaliação de riscos, mesmo

que essa avaliação seja qualitativa.

O método da análise de riscos consiste em dividir o objeto, e em

identificar perigos e analisar riscos em cada elemento. A identificação de perigos e a

avaliação de riscos requerem o uso de algumas técnicas das quais destaca-se a

Análise Preliminar de Riscos (APR), a qual foi optada no desenvolvimento dos

estudos aqui apresentados.

3.2.1 Análise Preliminar de Risco – APR

A Análise Preliminar de Riscos consiste no estudo, durante a

fase de concepção ou de desenvolvimento prematuro, da determinação dos riscos

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25

que poderão estar presentes na fase operacional de um novo sistema ou atividade

(DE CICCO; FANTAZZINI, 1979).

Trata-se de um procedimento que possui especial importância nos

casos em que o sistema a ser analisado possui pouca similaridade com quaisquer

outros existentes, seja pela sua característica de inovação seja pelo pioneirismo.

Por outro lado, pode ser aplicado com segurança em análises de riscos em

atividades e processos já implementados, garantindo- se uma análise fidedigna das

condições verificadas.

Também, por ser de fácil e rápida aplicação, seu custo é baixo,

sendo uma forma de levantamento de riscos que, se bem realizado, serve

para efeito de análises posteriores mais aprofundadas e embasamento seguro

para eventuais laudos e relatórios técnicos.

Como resultado mais específico, obtêm-se recomendações para

redução, neutralização ou eliminação do risco nas fases posteriores.

3.2.2 Fichamento para Elaboração de Relatório de APR

A Análise Preliminar de Riscos, quando realizada de forma

totalmente manual (colheita de dados, análise e conclusão) pode ser feita de

diversas maneiras. Os instrumentos de fichamento e controle também podem ser

dos mais diversos e adaptados às necessidades e padrões das empresas onde se

aplica os mesmos, no entanto, uma das formas mais utilizadas é apresentada a

seguir, no quadro 2.

Por trazer de forma compilada em praticamente uma única folha

todas as informações relevantes numa análise de risco, esta forma de planilha

também é utilizada nos procedimentos realizados para o desenvolvimento dos

estudos aqui apresentados, sofrendo adaptações apenas em sua forma quando

apresentada nos resultados da análise e relatório final realizadas pelo software

desenvolvido neste trabalho.

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26

De grande importância para a coleta de dados em campo, tal

planilha é amplamente utilizada por vários autores sofrendo apenas uma

personalização de acordo com as características e necessidades de cada análise a

ser realizada.

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27

FICHA DE ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS (EXEMPLO)

APR Identificação:

(Sistema /subsistema /processo ou atividade)

Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas preventivas Acidente Vidro Transporte inadequado

ou pressa levando à quebra

Lesão (corte) III Transporte comcarrinhos ou caixas de PVC. Treinamento.

Observações:

Quadro 3 – Ficha de riscos e condições laborais para uso em campo

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3.2.3 Níveis de Riscos

O Nível de Risco, associado às Categorias de Risco da nova proposta,

permitirão a tomada de decisão definitiva sobre as ações intervencionistas, ou seja, a

realização adequada da gerência do risco.

A mensuração qualitativa de riscos pode ser gerada através de uma

matriz simples nxn ou composta nxm (onde n=número de linhas e m=número de

colunas), em que o nível de risco é definido pela composição das variáveis freqüência

(probabilidade) e severidade (dano/conseqüência), associadas aos fatores de risco

inerentes ao processo ou atividade avaliados.

A matriz de riscos é uma ferramenta que pode ser empregada na

análise de riscos de processos de várias naturezas, pois a tabulação dos riscos em

uma matriz permite a clara e ordenada identificação do grau dos riscos que podem

afetar um processo ou tarefa, tanto em termos de freqüência (probabilidade) quanto de

severidade (danos/conseqüências).

A quantificação do Nível de Risco será realizada em função da

Probabilidade de ocorrência do acidente e das Conseqüências (obtidas das Categorias

de Risco), entrelaçadas por uma matriz nxm (onde n _ m), originando assim a

denominada Matriz de Nível de Risco.

A probabilidade, determinada através da matriz de probabilidade (MP),

será utilizada para se determinar o Nível do Risco. Para se obter resultados mais

específicos e precisos na análise preliminar de risco pretendida utilizam-se duas

variáveis independentes para compor a Matriz de Probabilidade, sendo estas variáveis

sendo:

a) Dificuldade em implantação/adoção das medidas preventivas;

b) Exposição ao risco.

Para tanto, a Dificuldade em se implementar as medidas preventivas,

identificada por “D” pode ser classificada como segue:

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D = Dificuldade das Medidas Preventivas

Classificação

Descrição

Peso

Baixa

Eficazes mas com possibilidade de falhas.

As medidas são de fácil implementação, rápidas, alta aceitabilidade

1

Média Pouco eficazes.

As medidas são implementáveis, rápidas, de aceitabilidade moderada.

2

Alta Pouco eficazes e com muitas falhas.

As medidas são de difícil implementação, lentas, de baixa aceitabilidade.

3

Altíssima Ineficazes.

As medidas são de implementação com alto grau de complexidade, demoradas, de alta relutância à sua aceitação.

4

Quadro 4 – Classificação da dificuldade em se aplicar as medidas preventivas

Assim o tempo de exposição ao risco em questão, identificado por “E”

e exposto no seguinte quadro:

E = Exposição ao Risco

Classificação

Descrição

Peso

Raro

De uma vez por ano a menos de uma vez por ano

1

Eventual

Uma vez por semestre

2

Freqüente

De uma vez por semana a uma vez por mês

3

Muito Freqüente

Mais de uma vez por semana

4

Quadro 5 – Classificação da exposição ao risco

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Os dados da Tabela 6 e da Tabela 7 são entrelaçados através de

uma matriz simples do tipo 4x4, resultando na Matriz de Probabilidades (identificada

por “MP”), de ocorrência do evento sob análise:

E = Exposição ao Risco

MP = Magnitude do Risco

1

2

3

4

1

1

2

3

4

2

2

4

6

8

3

3

6

9

12

D

= D

ificu

ldad

e da

P

reve

nção

4

4

8

12

16

Baixa Alta

Média Altíssima

Quadro 6 – Matriz de Probabilidades (MP)

De acordo com o quadro acima, a Probabilidade pode ser classificada

em quatro graus ou níveis, variando do menor denominado como “baixa” em verde,

passando por “média” em amarelo e “alta” em laranja e chegando ao grau maior

denominado de “altíssima”, em vermelho.

Como a Matriz de Probabilidade (MP) fornecerá índices para ser

utilizado no entrelaçamento com as Conseqüências/Danos, isso resultará na Matriz de

Magnitude do Nível de Risco ou simplesmente de Matriz de Nível de Risco.

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P = Probabilidade

MR = Magnitude do Risco

1-2

3-4

6

8

9

12

16

1

1-2

3-4

6

8

9

12

16

2

2-4

6-8

12

16

18

24

32

3

3-6

9-12

18

24

27

36

48

4

4-8

12-16

24

32

36

48

64

5

5-10

15-20

30

40

45

60

80

C

= C

onse

quên

cia

do D

ano

=

Cat

egor

ia d

o R

isco

6

6-12

18-24

36

48

54

72

96

Risco Mínimo Risco Alto

Risco Baixo Risco Crítico

Quadro 7 – Matriz de Nível de Risco

Esta matriz de Magnitude de Risco apresenta uma série de

informações, todas compiladas em um único lugar. Ela é capaz de nos mostrar as

categorias de risco de acordo com o seu dano, a probabilidade de ocorrência do

evento, a magnitude do risco e os níveis de risco, este último de acordo com

intervalos de magnitudes específicas ou pela coloração da célula. O cruzamento

destes dados nos permitirá decidir sobre a ação intervencionista.

De forma análoga ao que foi realizado anteriormente para o quadro 6,

cria-se a escala de Índice de Risco, representada visualmente pela coloração do

verde ao vermelho, passando pelo amarelo e laranja, para definir a prioridade de

intervenção, igualmente com 4 níveis.

Finalmente é possível classificar o nível de risco e a

característica da necessidade da intervenção a ser adotada, dados que são

fornecidos no quadro a seguir:

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Nível de Risco (NR)

estimado a partir da Matriz Ponderal

Nível de Intervenção (NI)

I – Nível de Risco Mínimo

Sem necessidade de intervenção. Risco Tolerável.

II – Nível de Risco Baixo

Intervir se possível. Requer análise e deve ser feito

para melhorar o processo ou atividade.

III – Nível de Risco Alto

Intervir rapidamente. Adotar medidas de controle

ou neutralização dos riscos.

IV – Nível de Risco Crítico

Urgência na intervenção (imediata). Se necessário

interromper processo ou atividade até a intervenção ser adotada.

Quadro 8 – Níveis de Risco (NR) e de Intervenção (NI)

Os níveis de intervenção obtidos têm um valor meramente referencial.

Para dar prioridade a um programa de investimentos e melhorias ou ações

intervencionistas é imprescindível que se tenha em consideração a componente

econômica e o seu âmbito de influência da intervenção. Assim, em face de um

conjunto de resultados similares, quando aplicada a técnica e as ferramentas de

análises de risco aqui apresentadas, dever-se-á ter em atenção uma intervenção

prioritária cujos custos sejam menores e a solução afete um maior número de

trabalhadores.

Ao se cruzar os dados da Matriz de Nível de Risco com os de Níveis

de Risco (NR) e de Intervenção (NI), havendo sobreposição de valores ou igualdade

de índices entre níveis, as ações deverão ser tomadas sempre em prol de

minimização das conseqüências/danos ao indivíduo, ou seja, a preferência para a

tomada da ação intervencionista deve ocorrer quando para os riscos cujas as

conseqüências/danos forem maiores (identificados no eixo de categorias de risco).

Assim, ficam definidos os métodos para análise preliminar dos riscos

e a classificação dos níveis de risco para seu eventual gerenciamento.

Também ficou evidente até o momento que toda a análise pode ser

feita mediante dados e cálculos realizados manualmente. Isso demanda tempo, se

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considerados trabalhos de análise de riscos em empresas com grande quantidade de

riscos ocupacionais.

Numa tentativa de se agilizar o processo de análise dos riscos e

diminuir a possibilidade de equívocos é criada uma ferramenta computacional para a

realização da compilação dos dados, análise e interpretação, gerando relatórios para

apreciação e tomada de decisões. Esta ferramenta é descrita a seguir.

4 DESCRIÇÃO DO SOFTWARE

Através do método para análise de riscos, proposto nas seções

anteriores, implementou-se uma plataforma informatizada que tem por função

receber as informações colhidas em campo, alocá-las em um banco de dados e

por fim, através de algoritmos classificar “automaticamente” os riscos investigados.

Essa plataforma informatizada ou apenas de software cujo nome de

batismo é “PES-APR09” (Programa de Engenharia de Segurança e Análise

Preliminar de Riscos – versão 2009) recebeu uma atualização e passa a se chamar

“PES-APR10” (Programa de Engenharia de Segurança e Análise Preliminar de

Riscos – versão 2010).

Esta atualização foi necessária para um melhor funcionamento de

todas as funções do softwaree apara uma melhor facilidade de inserção e/ou

alteração de dados e visualização destes em forma de relatório.

Optou-se por não realizar a exibição do código-fonte do software

neste trabalho, pois intenta-se criar registros de patentes para o mesmo. No

entanto, é feita uma explicação de seu funcionamento geral e das tecnologias

utilizadas em sua confecção.

De forma a oferecer praticidade e facilidade de acesso às

informações, optou-se por desenvolver o software em questão de forma que seja

possível executá-lo em um ambiente de um navegador web (exemplo: Internet

Explorer, Mozilla Firefox, entre outros). Assim, pode-se trabalhar com o software em

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rede local (intranet) ou remotamente (internet), possibilitando que o engenheiro ou

técnico responsável pela emissão dos relatórios de APR possa acessar e

manipular as informações necessárias, independentemente do local de trabalho,

tendo em vista que há sempre a necessidade de deslocamento para inspeção das

instalações em que se intenta elaborar uma análise preliminar de riscos.

O software permite ao usuário acesso sobre cada setor da empresa,

onde é possível monitorar os setores sob análise e, então, identificar os riscos

presentes nos mesmos.

Após o preenchimento do questionário de cada setor são gerados

relatórios de classificação dos riscos da empresa de forma geral ou dos diversos

setores. Os relatórios são classificados com uma ordem de urgência para cada setor,

facilitando assim a sua análise e execução de medidas preventivas.

4.1 Linguagens de Programação

Uma linguagem de programação é um método padronizado para

expressar instruções para um computador. É um conjunto de regras sintáticas e

semânticas usadas para definir um programa de computador. Uma linguagem permite

que um programador especifique precisamente sobre quais dados um computador vai

atuar, como estes dados serão armazenados ou transmitidos e quais ações devem

ser tomadas sob várias circunstâncias.

Para a criação do software, foi usado o script ASP – ou Active Server

Pages – em combinação com a linguagem HTML para programação das páginas a

serem acessadas pelo navegador de preferência.

4.1.1 ASP

Active Server Pages ou ASP é um ambiente de programação que

fornece a habilidade de combinar HTML, scripting e componentes para criar

aplicações Internet que rodam em um servidor local.

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Pode-se criar interfaces HTML para suas aplicações adicionando

comandos de scripts em suas página e pode encapsular sua lógica em códigos

reutilizáveis. Esses componentes poderão ser chamados por scripts ou por outros

componentes.

Quando se incorpora a tecnologia ASP em um website o usuário

chama uma página com extensão .asp, o browser(netscape, internet explorer, etc.)

envia um pedido ao servidor para abrir a página ASP. O servidor por seu lado começa

a executar a página ASP. O Active Server Pages processa as páginas

sequencialmente (de baixo para cima), executa qualquer comando de script( entre as

tags <% e %>)no arquivo e gera uma página HTML simples.

Fig. 1: Esquema de funcionamento do asp

A página é então enviada para o browser do usuário. Como seus

scripts rodam no servidor, o servidor web faz todo o processamento e as páginas

HTML padrão são geradas e enviadas ao browser. Por isso diz-se que o HTML é uma

linguagem client-side (processado no computador do usuário), enquanto o ASP é um

script do tipo server-side (processado no servidor).

Outro benefício de ter seus scripts processados pelo servidor é que o

usuário não pode ver o código fonte do script original.

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4.1.2 HTML

HTML (acrônimo para a expressão inglesa HyperText Markup

Language, que significa Linguagem de Marcação de Hipertexto) é uma linguagem de

marcação utilizada para produzir páginas na Web. As páginas web podem ser vistas

pelo usuário mediante um navegador (browser). Podemos dizer portanto, que o

HTML é a linguagem usada pelos navegadores para mostrar as páginas webs ao

usuário, sendo hoje em dia a interface mais extensa na rede.

Esta linguagem nos permite aglutinar textos, imagens e áudios, e

combiná-los a nosso gosto e nos permite a introdução de referências a outras páginas

por meio dos links hipertextos.

Com o tempo, foram se incorporando outras tecnologias acessórias

capazes de organizar, otimizar e automatizar o funcionamento das webs.

4.2 Softwares Utilizados

Para confeccionar este trabalho foi necessária a utilização de alguns

softwares para a realização de determinadas tarefas, visando tornar este programa

mais prático e eficiente.

4.2.1 Microsoft Office Access

O Microsoft Access – produto integrante do pacote Microsoft Office

produzido pela Microsoft –, é um software para estruturação e manipulação de banco

de dados.

Apesar de oferecer uma interface para visualizar e tratar dados, sua

utilização restringiu-se basicamente na elaboração das estruturas das tabelas que

receberão os dados e, conseqüentemente, armazená-los.

O acesso, inclusão, modificação e manipulação das informações

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ficaram a cargo dos scripts ASP, que estabelecem uma conexão com o banco de

dados através de uma biblioteca de parâmetros, sendo esta responsável por

promover a compatibilidade entre ASP e arquivos gerados pelo Microsoft Access.

4.2.2 Adobe Dreamweaver

O Adobe Dreamweaver, antigo Macromedia Dreamweaver é um

software de desenvolvimento voltado para a web criada pela Macromedia (adquirida

pela Adobe Systems), e que está atualmente na versão CS5. Suas versões iniciais

serviam como um simples editor HTML, porém as suas versões posteriores

incorporaram um notável suporte para várias tecnologias web, tal como a linguagem

ASP e outras linguagens Server-side.

Uma funcionalidade do Dreamweaver é permitir selecionar a maioria

dos navegadores para se ter uma previsão (preview) da visualização do HTML Outpu

da página diretamente no(s) navegador(es) de destino.

O software possui também ótimas ferramentas de gerenciamento e

transferência de projetos tais como a habilidade de encontrar e substituir, no projeto

inteiro, linhas de texto ou código através de parâmetros especificados. O painel de

comportamentos também permite a criação de JavaScript básico, sem qualquer

conhecimento de codificação.

Um aspecto altamente alardeado do Dreamweaver é sua arquitetura

expansível. As “extensões”, como são conhecidas, são pequenos programas que

qualquer desenvolvedor web pode escrever (geralmente em HTML e JavaScript) e

qualquer usuário pode baixar e instalar, o que proporciona funcionalidade adicional ao

software.

O Dreamweaver conta com uma ampla comunidade de

desenvolvedores que torna disponíveis extensões, comerciais ou grátis, para a

maioria das tarefas de desenvolvimento web, de simples efeitos de rolagem, até

"carrinhos de compras" completos.

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5 UTILIZAÇÃO DO SOFTWARE E RESULTADOS

5.1 INSTALAÇÃO

O software deve ser hospedado em um servidor que possua suporte à

plataforma ASP para rodar tanto em rede local quanto rede. Para isso é necessário

instalar o IIS (Internet Information Services - anteriormente denominado Internet

Information Server). Este trabalho possui a informação de como instalar este suporte

nos principais sistemas operacionais utilizados.

5.1.1 INSTALAÇÃO do IIS

O IIS (Internet Information Services - anteriormente denominado

Internet Information Server) é um servidor web criado pela Microsoft para seus

sistemas operacionais para servidores. Sua primeira versão foi introduzida com o

Windows NT Server versão 4, e passou por várias atualizações. É também o sucessor

do PWS. Atualmente, a versão mais atual é o IIS 7.5 (disponível apenas no Windows

Server 2008 R2 e Windows 7)

Uma de suas características mais utilizadas é a geração de páginas

HTML dinâmicas, que diferentemente de outros servidores web, usa tecnologia

proprietária, o ASP (Active Server Pages), mas também pode usar outras tecnologias

com adição de módulos de terceiros.

5.1.1.1 INSTALAÇÃO do IIS no Windows XP

A versão do IIS disponível com o Windows XP é a versão 5.1 e ele

suporta até 10 conexões simultâneas. Para instalar o IIS devem-se seguir os

seguintes passos:

Deve-se fazer o logon com a conta Administrador do computador e

abrir o Painel de controle (Iniciar > Painel de controle). Após isso abrir a opção

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Adicionar ou remover programas, ao lado esquerdo da janela, dê um clique na opção

Adicionar ou remover componentes do Windows. Surgirá o Assistente de

componentes do Windows, indicado na janela da figura abaixo.

Com este assistente pode-se adicionar componentes do Windows XP

que não foram instalados durante a instalação original ou remover componentes que

não sejam mais necessários.

Figura 2 – Assistente de componentes do Windows

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Descendo a barra de rolagem encontra-se o item Internet Information Services

(IIS), conforme indicado na figura abaixo:

Figura 3 – Opção de Serviços de Internet

Caso a opção estiver marcada, o IIS já está instalado. Se esta opção estiver

desmarcada, significa que o IIS ainda não foi instalado. Marcando-se esta opção para instalar o

IIS, ao marcar a opção, o botão Detalhes é habilitado.

O IIS é formado por uma série de componentes e funcionalidades. Existe um

servidor de páginas (servidor HTTP), um servidor de ftp, um servidor de notícias (NNTP) e assim

por diante. Após isso clica-se no botão Detalhes.

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Figura 4 – Detalhamento do IIS

Na lista de opções disponíveis, que é exibida na figura abaixo, marca-se somente

as seguintes opções:

- Arquivos comuns

- Documentação

- Extensões de servidor do Fronte Page 2000

- Servidor File Transfer Protocol (FTP)

- Servidor Word Wide Web

- Snap-In do Internet Information Services

A opção Servidor Word Wide Web também é dividida em vários componentes.

Clicar nesta opção para marca-la. Em seguida clicar no botão Detalhes. todas as opções

devem estar marcadas, conforme na figura a seguir.

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Figura 5 – Serviços da World Wide Web

Clicar em OK para fechar a janela da figura acima e você estará de volta à janela

Internet Information Services (IIS). Clicar em OK para fechá-la e aplicar as configurações

selecionadas. Clicar no botão Avançar para ir para a próxima etapa do assistente. O Windows XP

exibe uma janela indicando o processo da Instalação. Caso o Windows XP não encontre os

arquivos necessários à instalação do IIS, no disco rígido, será solicitado a inserir o CD de

instalação do Windows XP.

Inserir o CD e aguardar. O Windows XP detectará que o CD foi inserido e inicia,

automaticamente, o processo de cópia dos arquivos. Após concluída cópia dos arquivos, o

Assistente emite uma mensagem dizendo que o processo foi concluído com sucesso. Clicar no

botão concluir para fechar o Assistente. Na janela Adicionar/Remover Programas. Clicar no botão

Fechar para sair desta janela. No Painel de Controle. Feche-o.O IIS agora está instalado e pronto

para ser utilizado.

Para verificar se o IIS está funcionando corretamente deve-se seguir os passos

abaixo:

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Abrir o Internet Explorer e digitar o seguinte endereço: http://localhost; serão

abertas duas janelas: uma com a documentação do IIS (feche esta janela) e outra, indicada na

figura abaixo, com uma mensagem informando que o IIS está instalado e funcionando mas ainda

sem haver uma página Web padrão configurada.

Figura 6 – Tela de funcionamento do IIS

Esta é a página inicial do IIS logo após a instalação. Observe que nesta janela é

informado que a pasta padrão do IIS é em C:\Inetpub\wwwroot. Isto comprova que o IIS foi

instalado com sucesso.

Em “Painel de controle” deve-se acessar o ícone “Ferramentas administrativas”.

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Figura 7 – Acesso às Ferramentas administrativas

Nesta nova tela, acessa-se o ícone “Internet Information Services”.

Figura 8 – Acesso ao Internet Information Services

Na tela da esquerda, deve clicar sobre o ícone “Sites da Web” e, em seguida,

clicar com o botão direito do mouse no ícone que aparecerá na tela da esquerda (“Site da Web

padrão”) e selecionar a opcão “Novo” > “Diretório virtual...”.

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Figura 9 – Criacão de novo Diretório virtual no Internet Information Services

Na tela com a apresentacão do assistente de criacão basta clicar em avancar.

Figura 10 – Assistente para criacão de diretório virtual

No campo “Alias” deve-se digitar o nome de preferência que deseja ao diretório

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virtual e clicar em Avançar.

Figura 11 – Assistente para criação de diretório virtual

Em seguida é necessário informar o diretório onde encontra-se o software e

clicar novamente em “Avançar”. arcar todas as opções e clicar em “Avançar” e concluir o

assistente.

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Figura 12 – Assistente para criação de diretório virtual - Permissões de acesso

Finalmente, o acesso ao software dá-se mediante a seguinte maneira: caso

esteja sendo acessado diretamente no computador em que foi instalado, é necessário digitar na

barra de endereços do navegador utilizado “localhost”, “127.0.0.1” ou o nome do computador em

questão; caso esteja sendo acessado via uma rede local, digita-se então o IP ou o nome do

computador de interesse.

Há outras configurações avançadas para customização do IIS que conferem

mais versatilidade ao servidor, mas que não demonstram relevância para serem citadas no

momento.

Já considerando o acesso ao software através da internet, há duas

possibilidades: hospedar o software em um servidor de terceiros ou hospedar o software no

próprio computador.

Para ambos os casos deve-se registrar um domínio com o nome desejado

(“exemplo.com.br”, “exemplo.edu.br”, etc.) na internet. Para tal é necessário acessar a página da

FAPESP (http://www.fapesp.org), órgão que regula o registro de domínios no Brasil, acessar

o link “Registrar seu domínio”, seguir as indicações, preencher os formulários e pagar a taxa

solicitada.

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Caso o software seja hospedado em um servidor de terceiros, é necessário

contratar um servidor que ofereça suporte à plataforma Windows. Após o pagamento das

devidas taxas e alguns trâmites, será dada a liberação para o acesso ao domínio via FTP,

possibilitando o upload do software e conseqüentemente o acesso ao mesmo.

Para hospedar o software no próprio computador, basta adotar o mesmo

procedimento de instalação para execução em ambiente de intranet, porém devem ser

contratados os serviços de uma operadora de telecomunicações que ofereça acesso à internet

com IP fixo e a possibilite a configuração de um servidor “doméstico”, para que assim outros

usuários possam acessar remotamente a máquina em que o software está instalado.

5.1.1.2 Instalação do IIS no Windows Vista

Para ativar o IIS no Windows Vista:

Entrar em Iniciar>Painel de controle>Programas e Recursos>Adicionar ou

Remover Programas. No menu a esquerda, seleciona-se a opção: “Ativar ou desativar recursos

do Windows”.

Figura 13 – Opção de ativar recursos do Windows

Na tela seguinte, expande-se o ítem Serviços do Word Wide Web –> Recurso de

Desenvolvimento de Aplicativos e marque a opção ASP, ASP.NET, Extensibilidade do .NET,

Extensões ISAPI, Server Side Include.

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Figura 14 – Recursos do IIS

Se a seguinte mensagem abaixo for exibida quando acessar o site:

“An error occurred on the server when processing the URL. Please contact

the system administrator. If you are the system administrator please click here to find out

more about this error.”

Figura 15 – Mensagem de erro do IIS

Entrar no Painel de Controle> Ferramentas Administrativas> Gerenciador do

Serviço de Informações de Internet e seleciona-se o diretório virtual que deseja configurar o todo

o site e clique em ASP.

Figura 16 – Configurar Linguagem ASP

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Expandir a opção “Propriedades de Depuração” e alterar pra “True” a opção

“Enviar Erros ao Navegador”. Fecha-se o Gerenciador do IIS e confirma-se as alterações.

Figura 17 – Opção de enviar erros ao navegador.

5.1.1.3 Instalação do IIS no Windows 7

Para instalar o IIS no Windows 7, no “Painel de Controle”, clicar em “Ativar ou

desativar Funcionalidades do Windows” (necessita de privilégios administrativos). Na lista de

serviços ir até “Serviços World Wide Web” e seleciona-lo na checkbox.

Figura 18 – Checkbox de Serviços World Wide Web

Por definição são marcados os componentes básicos ao funcionamento do IIS

que na maioria dos casos é o suficiente, no entanto deve-se também selecionar o “Console de

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Gestão Web” que está em “Ferramentas de Gestão Web” de forma a ter uma interface gráfica

para acessar as configurações do IIS.

Por definição não fica marcada a opção para suporte de ASP.net se for

necessário, deve-se navegar até “Funcionalidades de Desenvolvimento de Aplicações” e ativar o

suporte. Selecionar também a opção “Servidor de FTP”. Ao fazer OK neste diálogo será instalado

o IIS, esta operação demorará alguns momentos.

Após concluído o processo de instalação basta escrever o url no browser

(http://localhost) deverá aparecer uma pagina com a imagem do IIS.

Figura 19 – Tela de funcionamento do IIS no Windows 7

Para modificar as configurações do IIS, basta ir ao “Painel de Controle”,

selecionar “Sistema e Segurança” –> “Ferramentas Administrativas” e abrir “Gestor de Serviços

de Informação Internet (IIS)”, aonde têm todas as opções do IIS instaladas.

5.1.2 Instalação do Software

Preferencialmente os arquivos do software devem ser colocados na pasta

C:\inetpub\wwwroot\Software. Pois é nesta pasta que se encontra o Server local padrão. Assim

não é necessário fazer a troca de pastas para a configuração do seu servidor local. Diminuindo

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assim algum erro de instalação que possa ocorrer.

Assim que o software por devidamente inserido nesta pasta com todos os seus

arquivos e subpastas deve-se abrir o navegador (Internet Explorer ou Mozilla Firefox) e digitar na

barra de endereços o seguinte caminho: http://localhost/Software/default.asp e apertar a tecla

Enter. Após isso aparecerá uma tela de login e o software está pronto para rodar.

5.2 UTILIZAÇÃO

Ao realizar os procedimentos descritos na seção anterior o software está pronto

para ser utilizado. Após digitar o caminho: http://localhost/Software/default.asp e apertar “Enter”

aparecerá uma tela de login. Nota-se que para acessar o software é necessário ter um login

previamente cadastrado, este sendo considerado como um administrador do software em

questão. Caso o usuário não esteja cadastrado anteriormente o software irá emitir uma

mensagem notificando que o usuário não existe.

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Figura 20 – Tela de Inicialização do Software

Após o usuário existente inserir seus dados e clicar em autenticar o software irá

para a sua página principal onde se é possível administrar quase todas as opções. Esta página

varia a sua disponibilidade de acordo com o nível de acesso do usuário. Pois o usuário

administrador tem acesso total a todos os dados enquanto que o usuário empresa tem acesso

apenas aos seus dados.

Nesta pagina pode-se visualizar os seguintes itens:

- Nome do Software;

- Data e hora do acesso;

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- Nome do usuário que está acessando;

- Opção de sair do programa;

- Na Opção Administração: Retornar a qualquer momento à pagina inicial e Alterar

seus dados;

- Na Opção Usuários: Cadastrar um novo Administrador e Ver a Lista de Usuários

do software.

- Na Opção Empresa: Ver a Lista de Empresas cadastradas e a Opção de Incluir

uma Nova Empresa.

- Na Opção Log: Gerar Log; Mostra a Data e Hora dos acessos de Todos os

usuários do Software.

- Na Tela Central: Lista das empresas cadastradas com as opções de incluir

empresa; criar relatório completo, criar relatório parcial, editar empresa e excluir empresa. E

abaixo também conta com legendas de cada opção.

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Figura 21 – Tela Principal do Sotware

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5.2.1 Administração

Iniciando pela ordem de visualização observa-se na barra lateral as opções de

seguir para a pagina principal e para alterar dados. A primeira opção remete à tela citada

anteriormente, já a segunda é necessária para alteração seja do nome ou senha do usuário,

sendo necessária a confirmação da antiga senha deste.

Figura 22 – Tela de Alteração de dados do Usuário.

5.2.2 Usuários

Na Barra de Usuários existem duas opções. A primeira cadastra um novo

administrador que terá total acesso às informações do software e edição destas.

Figura 23 – Tela de criação de um novo usuário

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Já a opção de lista de usuários irá fornecer a lista de todos os usuários

cadastrados no sistema assim como: Opção para cadastrar novo usuário; nome completo do

usuário; Nível de acesso; Data e Hora do ultimo acesso; Opções de Editar, Excluir e Log de

eventos.

Figura 24 – Tela de Lista de Usuários.

5.2.3 Empresas

Na Barra de Empresas Existem duas opções. A primeira gera uma lista das

empresas cadastradas no sistema. Assim como aparecem na página principal, com as opções de

incluir nova empresa; selecionar determinada empresa para visualizar seus dados; gerar relatório

completo ou parcial dos setores da empresa; editar os dados da empresa e excluir a empresa.

.

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Figura 25 – Tela de Lista de Empresas

Selecionando-se o nome de alguma empresa aparecerá seus dados com a opção

de incluir um novo setor ou editar algum setor existente.

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Figura 26 – Tela de Dados da Empresa

A segunda opção é a parte primordial deste projeto, pois é a partir desta que

ocorre o cadastro da empresa, assim como de seus setores e riscos. Para que assim se

possibilite a Emissão de Relatórios de Análise Preliminar de Riscos.

Assim que selecionar “incluir empresa” aparecerá uma tela para cadastramento

desta com uma série de dados à completar.

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Figura 27 – Tela de Cadastramento de Empresa.

Dentre eles CNPJ; endereço; telefone e outros. Além disto, é necessário o usuário

inserir um Login e Senha para que este, no caso a empresa, seja capaz de visualizar e alterar

seus dados futuramente sem a intervenção de um administrador do software. Este Login e Senha

deverão ser inseridos na pagina inicial do software quando a empresa necessitar acessar seus

dados. Após todos os dados inseridos é necessário selecionar o botão incluir.

Após a empresa ser incluída irá aparecer uma pagina constando todos os dados

da empresa digitados e abaixo a opção de incluir um setor da empresa para realizar a Análise

Preliminar de Riscos deste.

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Figura 28 – Tela de Inclusão de Setores da Empresa

Selecionando a Opção “(Incluir Setor)”, o usuário deverá agora preencher todas

as informações sobre determinado setor da empresa que deseja realizar a análise. Dentre elas o

nome do Setor; quais atividades são realizadas neste setor; a data em que foi realizada a

inspeção; quais as proteções disponíveis para a realização do trabalho e disponibilidade de

equipamentos de proteção individual (EPIs) e coletiva (EPCs).

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Figura 29 – Tela de Cadastramento de Setor

Assim que um Setor é incluído surgirá uma tela com os dados inseridos no setor,

e logo abaixo a opção de incluir Risco do Setor. É nesta opção que será feita a averiguação de

todos os riscos e medidas que devem ser tomadas dentro de um setor da empresa, e a partir disto

a emissão de um relatório detalhado.

Figura 30 – Tela de Dados do Setor

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Selecionando “(Incluir Risco)”, o usuário será levado a uma janela que possui

várias opções e sub-opções de cadastramento de risco para uma visão bem detalhada.

Figura 31 – Tela de Cadastramento de Risco

Selecionando a opção Risco/Perigo tem-se a escolha de 6 tipos de Risco já

definidos: À Propriedade, Acidente, Biológico, Ergonômico, Físico e Químico. Além destes possui

a opção “Outros” caso o risco encontrado na empresa não se encaixe com nenhum dos

anteriormente citados.

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Figura 32 – Opções de Riscos

A próxima opção, “Agente”, é condicional à opção Risco, ou seja, dependendo da

escolha do tipo de risco a escolha da opção de agente também se altera. Fazendo com que assim

cada risco tenha tipos de agentes pré-definidos, além de contar com a opção “Outros”, caso o

agente não constar na lista.

Figura 33 – Opções de Agentes

Logo abaixo é necessário digitar a origem do risco escolhido e também os seus

efeitos gerados.

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Figura 34 – Opção de Origem do Risco

Digitando estes dados é necessário agora quantificar em qual categoria o risco se

encontra. Para uma melhor escolha desta opção foram inseridas informações em cada um dos

seis níveis de classificação. Com isso o usuário terá maior clareza ao inserir os dados.

Figura 35 – Caixa de Informações

Logo abaixo contém a opção para digitar quais as medidas preventivas para o

não acontecimento do erro. Além do nível de dificuldade em se implementar medidas preventivas

e o nível de exposição ao risco, sendo que estes dois últimos também possuem a ajuda de

informações ao posicionar o cursor em determinada opção.

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Figura 36 – Medidas e Exposição de Riscos

Após todos os dados devidamente preenchidos, seleciona-se a opção Inserir. O

usuário será direcionado para uma janela com todos os dados do setor inserido e com a opção de

editar e excluir o setor, além da opção de inserir um novo setor.

Logo abaixo das informações sobre o setor, o software gera uma análise prévia

dos riscos inseridos, como uma espécie de relatório inicial de informações. Existe também a

opção do usuário inserir um novo risco ao mesmo setor selecionando a opção “Incluir risco” que

remete à opção descrita anteriormente.

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Figura 37 – Tela de Informações parciais do Setor

Assim que novos setores e riscos são adicionados o software automaticamente

vai readequando o relatório de análise preliminar de riscos. Logo, após todos os dados inseridos o

relatório está pronto para ser gerado.

Para isto deve-se selecionar a empresa que se deseja o relatório na opção “lista

de empresas” da barra lateral. A partir disto o usuário tem as seguintes opções nessa tela:

Selecionar o nome da empresa (surgindo os dados da empresa e a opção de gerar relatório, na

parte superior) ou gerar o relatório completo ou parcial diretamente selecionando os ícones ao

lado do nome da empresa.

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Figura 38 – Acesso ao Relatório

Acessando o relatório completo de uma empresa o resultado é a tela apresentada

na figura abaixo. Observam-se os dados da empresa, seguidos logo abaixo pelos riscos

classificados de ordem hierárquica, de forma similar à planilha de análise prévia de riscos

discutida anteriormente, porém com a informação adicional do setor a que o risco pertence. A

coloração é feita apenas nas colunas de magnitude de risco e Nível de risco.

Figura 39: Exemplo de Relatório Completo

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Importante observar logo acima dos dados da empresa encontra-se um ícone de

uma impressora. Selecionando esta opção o usuário terá a oportunidade de imprimir este relatório

através de uma impressora previamente instalada em seu computador ou salvar o documento

emitido em seu computador.

Figura 40 – Opção de Imprimir Relatório

Na tela do relatório completo o usuário pode também editar qualquer setor e/ou

risco se assim desejar selecionando-o diretamente no relatório. Tornando assim a correção ou

atualização de alguém dado mais rápida.

Os links para emissão de relatório parcial encontram-se juntos daqueles para

emissão de relatório completo. Antes de o software emitir o relatório é solicitado ao usuário listar

os setores que ele deseja analisar. Feito isto e clicando no botão “Enviar”, chega-se à uma

página similar àquela de emissão de relatório completo, porém com a indicação, logo abaixo dos

dados cadastrais da empresa, dos setores que estão sendo monitorados.

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Figura 41 – Opção de Relatório Parcial

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6 RESULTADOS

Realizou-se a visita de campo a fim de uma coleta de dados para validação do

trabalho. Foi escolhida a empresa SILOMAX, empresa de tecnologia para a fabricação de

equipamentos de secagem, seleção, classificação, transporte e armazenagem de sementes,

localizada à Av. Itamaraty 710 - Pq. Industrial - Rolândia - PR.

Foram escolhidos o setor de Pintura e Soldagem, pelo fato de serem dispostos

fisicamente um ao lado do outro e terem suas atividades correlacionadas, uma vez que a

produção sai do acabamento e vai diretamente à pintura.

No setor de Serralheria/Soldagem a principal atividade é a soldagem e

conseqüentemente os funcionários tem mais riscos a agentes físicos e químicos. São oferecidos

aos funcionários os seguintes EPIs: Luvas, Mangote e Avental de Raspa de Couro, Calçados de

Segurança, Protetor auricular, Respirador para Fumos, Máscara de proteção facial com lentes e

os seguintes EPCs: Extintor, Delimitações de área, Barreiras físicas.

No setor de Pintura são realizadas atividades de pintura de base e acabamento

em peças metálicas. E os equipamentos existentes contam com os EPIs: Máscara facial com filtro

para respiração, capacete, luvas de couro e cano longo, avental,botas e EPCs: Delimitação da

área de pintura, exaustor, cabine com cortina d'água.

A análise dos riscos foi feita em campo, de posse de fichas impressas de análise

preliminar de riscos. O resultado é exibido nos quadros subseqüentes:

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FICHA DE ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS – Serralheria/Soldagem

APR Identificação: (Sistema /subsistema /processo ou atividade)

Soldagem

Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas preventivas Quími

co Cromo e Manganês

Gases e fumo emanados

do processo de soldagem. Lesão nas vias aéreas,

pulmão e olhos. V Uso de EPI’s: Máscara de

proteção – respirador para

fumos. Uso de EPC’s:

Extintor. Físico Luz ultravioleta de alta intensidade

Solda Lesão nos olhos (retina) V Máscara de proteção facial

com lentes escuras.

Físico Ruído Martelamento e

lixamento

(esmerilhadeira) de

chapas e peças metálicas.

Lesão ouvido (tímpano) IV Protetor auricular de

inserção e concha.

Ergonômico Posição do Postura Inadequada. Lesão (lombar e de III Ginástica laborais Acidente Peças e Transporte e manuseio lesões generalizadas III Treinamento e instrução.

Observacões: EPIs: Luvas, Mangote e Avental de Raspa de Couro, Calçados de Segurança, Protetor auricular, Respirador para Fumos, Máscara de proteção facial com lentes EPCs: Extintor, Delimitação de área, Barreiras físicas

Quadro 9 – Ficha de análise de riscos do processo de acabamento, utilizada em campo

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FICHA DE ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS – Pintura

APR Identificação: (Sistema /subsistema /processo ou atividade)

Pintura de base e acabamento em peças metálicas.

Risco/Perigo Agente Processo/Causa Efeito/Dano Categoria Medidas preventivas Ergonômico

Postura Postura e movimentos

repetitivos no momento

da pintura

Dores musculares, LER. IV Ginática laboral

Físico Tintas e solventes

Processo de Pintura com

pistola, nuvem de pó de

tinta.

Problemas respiratórios, alergia, náuseas

V Uso de EPIS e EPCs

Observacões: EPIs: Máscara facial com filtro para respiração, capacete, luvas de couro e cano longo, avental,botas. EPCs: Delimitação da área de pintura, exaustor, cabine com cortina d'água

Quadro 10 – Ficha de análise de riscos do processo de acabamento, utilizada em campo

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Sempre lembrando que a categorização de um risco é sempre

feita considerando todas as medidas preventivas existentes (EPIs, EPCs,

condições de trabalho, etc), independente do fato de estas poderem ser

negligenciadas pela conduta do funcionário.

Com os dados em mãos é necessária a inserção dessas informações

no software. Como explicado nas seções anteriores. Ao incluir os riscos, é

necessário complementar as informações referentes aos índices de “Dificuldades

das Medidas Preventivas” e “Exposição ao Risco”, que não estavam presentes na

planilha utilizada.

De acordo com a observação das atividades e solicitações de

informações junto ao responsável da empresa, estas classificações resultaram nos

relatórios parciais para o processo de acabamento e pintura. E a emissão de um

relatório completo da empresa analisada, conforme as figuras a seguir.

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Figura 42 – Relatório Parcial do Setor Soldagem

Figura 43 – Relatório Parcial do Setor Pintura

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Figura 44 – Relatório Completo dos Setores da Empresa Silomax

De acordo com estes resultados, nota-se que o risco químico

representado pelos gases e emanados do processo de soldagem apresentou um

índice de magnitude de risco acentuadamente mais elevado que os outros riscos

analisados. Sendo estes gases liberados parte do processo de produção, fica explícita

a necessidade de sempre proporcionar mascaras de proteção e respiradores para

fumos para evitar lesão nas vias aéreas, pulmão e olhos dos envolvidos.

O risco subseqüente, representado por postura incorreta, também é

regularmente presente no cotidiano da empresa. Embora com uma urgência menor

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que o primeiro. Visto que no processo de pintura os movimentos repetitivos junto com

uma postura irregular acarretam uma perda de atividade e futuras lesões. Sendo

necessária a realização de exercícios físicos no ambiente de trabalho, durante o

horário de expediente, para promover a saúde dos funcionários.

O terceiro risco averiguado não apresenta conseqüências imediatas,

mas vai agravando durante os anos à medida que o funcionário mantém-se em

contato com a suspensão de partículas provenientes da pintura. É necessário

estar sempre ofertando as melhores condições de trabalho possíveis, através de

EPIs e EPCs, pois a longo prazo os danos à saúde do indivíduo podem ser severos.

O quarto e o quinto risco também merecem atenção, pois possuem

nível de risco alto. O quarto risco se dá através do processo de soldagem realizado,

pois nele é gerada luz ultra violeta de alta intensidade que pode ocasionar lesão na

retina, sendo necessária a utilização de máscara de proteção facial com lestes

escuras para diminuir a incidência da luz. O quinto risco físico representado pelo ruído

das marteladas é praticamente ininterrupta durante a jornada de trabalho e é um dos

inconvenientes mais relatados pelos funcionários. Sendo necessário proporcionar

protetores auriculares de boa qualidade para evitar o prejuízo da audição dos

funcionários.

Os dois últimos riscos listados se assemelham e ocorrem

freqüentemente. Todavia, os prejuízos aos funcionários são de impacto menor e, na

maioria das vezes, não causam sequer a interrupção do trabalho. Mesmo assim, é

necessário ofertar um ambiente de trabalho organizado e cobrar atenção dos

empregados durante o manuseio de pecas, pois eventualmente acaba por ocorrer um

acidente mais grave.

É importante lembrar que, apesar de não ocorrer no caso em análise,

os índices de magnitude de risco podem não seguir uma ordem linear, havendo casos

em que uma magnitude de risco menor apresente maior importância na classificação

hierárquica. Isto é o fundamento da matriz de magnitude de riscos, com suas devidas

delimitações em níveis de risco.

A título de exemplo, de posse da matriz de magnitude de riscos e

cruzando a linha de categoria de risco VI com a coluna de probabilidade 1-2 tem-se

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uma magnitude de risco 6-12. Já através da linha de categoria de risco V com a

coluna de probabilidade 6, a magnitude de risco é equivalente a 30. Porém o primeiro

valor obtido, apesar de numericamente menor, encontra na faixa de nível de risco IV

que é de caráter prioritário em detrimento do outro valor que é classificado em nível

de risco III.

Observa-se ainda que, o segundo risco mais prioritário do

relatório apresentou categoria III enquanto o terceiro apresentou categoria IV. Ou

seja, um risco em um nível de hierarquia maior apresentou categoria menor. Fato

este que também é explicitado pela análise da matriz de magnitude de risco em

conjunto com as faixas de níveis de risco. Pode-se afirmar, então, que a

priorização dos riscos dá-se através da ponderação não só da categoria e

magnitude do risco, mas sim da análise simultânea destes fatores em conjunto com a

exposição ao risco e dificuldades de implementação de medidas preventivas,

resultando em faixas de níveis de risco que identificam, antes de tudo, as

principais ameaças à vida humana.

A eliminação da subjetividade em certos itens como “Dificuldade em

se implementar Medidas Preventivas” e “Exposição ao Risco”, inserção da opção de

imprimir o relatório e de novas colunas à tabela de classificação de riscos, além de

outras modificações é possível afirmar que a readequação do software comprovou

sua eficiência e foi realizada com sucesso.

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79

7 CONCLUSÃO

Buscou-se realizar a implementação de ferramentas de análise que

pudessem agilizar o processo de análise para emissão de relatórios de análise

preliminar de risco (APR) e relatórios de tomada de ações gerenciais pela

necessidade de implementar novas metodologias de apuração de risco de acidente

e gerência de risco, visando minimizar ou eliminar interpretações e classificações

divergentes para uma mesma atividade ou tarefa laboral,.

A técnica de análise preliminar de risco requer certa experiência de

quem a aplica, pois depende muito da percepção e conhecimento prático dos riscos

que são inerentes a determinadas tarefas ou processos. Em análises realizadas por

profissionais devidamente habilitados, porém inexperientes, os cuidados na emissão

dos relatórios finais devem ser redobrados, pois a probabilidade de erros ou

interpretações equivocadas é certamente maior. Com isso infere-se que todo

levantamento de riscos em atividades laborais deve ser feito não só por profissionais

devidamente habilitados, além disso, também por profissionais competentes

tecnicamente.

Muitas vezes baseados nessas análises de riscos, setores gerenciais

de pequenas a grandes empresas, juízes, engenheiros ou técnicos tomam decisão

estratégicas que envolvem não apenas somas vultosas de dinheiro, mas

vidas humanas, sendo que um erro pode levar a prejuízos de ordem financeira

e/ou emocional incalculáveis para qualquer parte que venha a sofrer um

acidente de trabalho e as consequências destes.

Dado a essa vasta gama de aplicação da técnica e as

consequências de sua utilização é que consideramos inconcebível que ainda hoje a

mesma seja aplicada, aceita e utilizada com critérios dimensionais que possam ser

derivados de subjetividade das análises, especialmente se considerarmos que

seus agentes aplicadores, na maioria das vezes são técnicos oriundos da área de

tecnologia (ciências exatas) como engenharias e arquitetura.

O software apresentado neste trabalho vem proporcionar aos

profissionais da área agilidade e objetividade em seus trabalhos. O tempo gasto em

indagações sobre como classificar determinado risco será minimizado e a simples

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inserção de dados em formulários pré-definidos resultará em um relatório pronto,

evitando dispêndio em confecção de tabelas e planilhas para organização dos dados,

passíveis de erros humanos. Além de realizar algumas simulações do impacto no

nível de risco quando alteradas as condições laborais e visualizar como tais

alterações pontuais podem impactar no sistema como um todo. Através destas

projeções fictícias, é possível prever cenários futuros e planejar melhor os

investimentos, bem como identificar com mais assertividade as tomadas de decisão.

Sabe-se que ainda assim é possível cair em dúvida em

determinados aspectos de uma análise, quando, por exemplo, houver empate na

hierarquização dos riscos, cabe ao profissional, baseado em sua experiência ou no

histórico da empresa, tomar a decisão correta. Porém, torna-se claro que, além

de situações como esta apresentarem baixa ocorrência, haverá dados externos

para complementar a análise.

Durante a realização do trabalho, houve ainda o aprendizado

dentro de questões de engenharia de segurança e especificamente sobre análises

preliminares de riscos.

Sobre o software pode-se afirmar quanto a melhora em sua utilização:

1. Lançamento da versão “2010”, com interface melhorada e intuitiva;

2. Aumento da abrangência do software, relacionando os relatórios

emitidos com funcionalidades tais como controle e edição de setores e/ou riscos,

emissão de documentos, criação de cronogramas, etc;

Espera-se futuramente mais testes relacionados ao software para

aumentar a sua área de atuação dentro da segurança do trabalho assim como a

correção de erros ainda não detectados caso ocorram.

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