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Iniciativa Internacional de Estudantes para Ação frente à Mudança Climática - ISIACC Florestas e Mudança Climática no Brasil Projeto de Pesquisa e Influência nas Políticas Florestais da América Latina 2007

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Iniciativa Internacional de Estudantes para Ação frente à Mudança Climática - ISIACC

Florestas e Mudança Climática no Brasil

Projeto de Pesquisa e Influência nas Políticas Florestais da América Latina

2007

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Florestas e Mudança Climática no BrasilIniciativa Internacional de Estudantes para Ação frente à Mudança Climática- ISIACC

A ISIACC é uma iniciativa conjunta entre oCentro de Estudos para a Sustentabilidade do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça e a

Academia Engelberg

Este documento é uma versão preliminar, sendo proibida sua transmissão por meio de qualquerforma, assim como sua publicação na internet, cabendo a aplicação das leis vigentes sobre direitosautorais.

Todos as imagens e fotografias aqui utilizadas não serão publicadas sem a prévia autorização dosautores e sem os devidos créditos autorais.

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INTRODUÇÃO

Desde a sua origem, há mais de 4,5 bilhões de anos, o planeta Terra tem sofrido constante alteração,tendo passado por vários eventos de mudanças climáticas. Algumas destas mudanças foram tão drásticasque diversos organismos vivos não foram capazes de se adaptar e foram extintos, como mostram osabundantes registros fósseis1. Embora as causas destas variações climáticas não sejam muito bemesclarecidas, é de amplo conhecimento que a temperatura da Terra sofre influência dos ciclos bio-geoquímicos os quais determinam a concentração de elementos-chaves na atmosfera, especialmente oschamados Gases de Efeito Estufa (GEE)2 3 4 5 6 7. Estes gases possuem a capacidade de reter o calor nasuperfície terrestre ao impedir que a energia solar que incide sobre a Terra seja irradiada de volta ao espaço.

O dióxido de carbono (CO2) é o principal GEE e sua concentração na atmosfera tem sido avaliada nasúltimas décadas. Análises da concentração de isótopos em bolhas de ar presas nos blocos de gelo sugeremque as várias mudanças climáticas do passado geológico, incluindo as glaciações dos últimos 2 milhões deanos, coincidiram com as variações na concentração atmosférica do dióxido de carbono (CO2)8 9 10. Existeassim uma correlação positiva entre a concentração atmosférica do CO2 e a temperatura da superfícieterrestre.

Há fortes evidências indicando uma atual mudança climática global11 (fig. 1). Além disto, é muitoprovável que o homem seja o grande responsável pelo aquecimento global uma vez que a concentração doCO2 na atmosfera aumentou em 35% após a revolução industrial, o que teria causado um aumento deaproximados 0.6ºC na temperatura média da superfície terrestre desde o final do século XIX12 (fig. 2). Asemissões antrópicas de CO2 são devidas em grande parte à queima de combustíveis fósseis para geraçãode energia e transporte nos países desenvolvidos.

A Agência Internacional de Energia estima que, pelo ano de 2030, a demanda global por energia será60% superior à demanda de 2002 e que 85% do suprimento energético ainda estaria sendo feito através daqueima de combustíveis fósseis13. Isto acarretaria um aumento de 52% nas emissões de dióxido de carbonona atmosfera14. A estimativa do Painel Inter-governamental de Mudança Climática é que a temperaturadeva subir entre 1.8 e 4 °C até o final do século XXI15.

Figura 2. Variação da temperatura da superfícieterrestre a partir de 1860 (medição comtermômetros) e estimativa para 2100. Fonte: CentroHadley e IPCC (2007).

Figura 1. Concentração do CO2 nos últimos 400 mil anos(medições a partir de blocos de gelo) e projeção futura.(ppm= partes por milhão).

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A maior evidência do aquecimento global tem sido o contínuo, senão acelerado, derretimento dascalotas de gelo. Na Cordilheira do Andes o processo tem sido rápido, sendo que os glaciais colombianos jáperderam cerca de 50% de sua área nos últimos 50 anos16. O aumento do nível do mar é estimado entre 18 e59 cm até o ano 210017, o que causaria danos consideráveis na infra-estrutura de muitas cidades onde vivematualmente milhões de pessoas.

O abalo dos sistemas sanitários, em decorrência da elevação do nível do mar, aumentaria as chancesde epidemias em diversas regiões. A incidência de algumas enfermidades tenderia a diminuir, mas a demuitas outras, principalmente as tropicais transmissíveis e infecciosas (cólera, malária, dengue,leptospirose e doenças parasitárias), tenderia a se agravar e/ou expandir em termos de distribuiçãogeográfica18. A mudança climática poderá influenciar o surgimento de novas doenças, as chamadasdoenças emergentes, que atacam o gado, aves e plantações, podendo além dos imensuráveis prejuízoseconômicos, ameaçar a saúde humana19. Milhões de pessoas a mais estariam sujeitas à má-nutrição,diarréia e doenças cardio-respiratórias, além das fatais ondas de calor, enchentes, secas, tempestades eincêndios20. O número de refugiados devido à mudança climática representaria um bilhão de pessoas até oano de 205021.

Outras conseqüências da mudança climática incluem a salinização de lençóis freáticos, acidificaçãodos oceanos22, abalo das cadeias tróficas e dos ecossistemas marinhos23, extinção de espécies24 25 26,prejuízos na agricultura27, pesca e outros sistemas produtivos28. O aumento na freqüência e intensidade dosfenômenos catastróficos29, além de perdas humanas, acarretaria prejuízos econômicos consideráveis.Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, a mudança climática representa múltiplose sérios riscos para a humanidade, além de constituir o maior desafio para alcançarmos o desenvolvimentosustentável30.

No Brasil, a mudança climática poderá ocasionar danos à produção de alimentos31, secas naAmazônia32 33 34, escassez de energia35, aumento na incidência de doenças transmissíveis36, aumento nafreqüência e intensidade de tempestades tropicais, extinção de espécies37, declínio da produtividade nasilvicultura38 , além do prejuízo econômico resultante destes impactos. Evidências que suportam mudançasclimáticas em andamento no Brasil incluem o primeiro registro de um furacão no Atlântico Sul, em marçode 2004, na costa do estado de Santa Catarina39 (fig. 3), alteração nas condições climáticas locais e do ciclohidrológico na Amazônia40 41 42 e na bacia hidrográfica do Rio Paraguai43, além das crises na agricultura e nosetor energético.

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Figura 3. Furacão Catarina atingindo a costa do Brasil em março de 2004. Fonte: NASA

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As florestas tropicais e a mudança climática

As florestas possuem um papel chave no ciclo do carbono uma vez que as plantas dependem domesmo para realização da fotossíntese. O fluxo de carbono no sistema floresta-atmosfera, representadopelo balanço final entre a fotossíntese e a respiração, tem sido motivo de estudos científicos. No caso deflorestas secundárias em regeneração, há seqüestro e armazenamento de carbono, uma vez que partedeste é utilizado na formação de tecidos estruturais necessários ao crescimento da planta44 45 46. Já afloresta tropical primária, devido a vários fatores como sazonalidade47 48, influência do El Niño49 50 e àspróprias mudanças no uso do solo51 52, pode atuar tanto como fonte ou sumidouro de carbono53 54.Resultados preliminares do Programa Internacional de Larga-Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazôniasugerem que a floresta primária atua como um fraco sumidouro, retendo em sua biomassa cerca de 1 a 9tonC/ha/ano 55.

Por outro lado, uma grande quantidade de carbono já se encontra armazenada na biomassa vegetaldas florestas tropicais. Desta forma, o desmatamento gera emissão de CO2 na atmosfera e de adicionaispequenas quantidades de gases-traço como o metano (CH4) e óxido nitroso (N2O). No entanto, estes gases-traço possuem um Potencial de Aquecimento Global bastante superior ao do CO2, o que significa que aemissão de uma molécula destes gases gera um impacto de aquecimento muito maior que a emissão deuma molécula de CO2 56. Incêndios florestais também liberam monóxido de carbono (CO), o qual interagecom radicais hidroxila (OH), reduzindo a taxa natural de oxidação do CH4, aumentando conseqüentementesua concentração e tempo de vida na atmosfera57.

Apesar da incerteza nos cálculos da taxa de desmatamento58, da biomassa vegetal59 60 e do fluxo decarbono nas florestas tropicais61, estimativas preliminares indicam que o desmatamento tropical devacontribuir com cerca de 20 a 30% das emissões antropogênicas totais de GEE 62 63 64 65. Atrás apenas do setorenergético, o desmatamento supera os setores da construção, agricultura, indústria e do transporte emtermos de impacto na mudança climática66.

Desmatamento e emissão de GEE no Brasil

O Brasil abriga cerca de 40% das florestas tropicais remanescentes, o que corresponde a três vezes aquantidade de florestas do segundo país com a maior cobertura florestal67 (fig. 4). Infelizmente, o Brasildetém a maior taxa de desmatamento mundial (fig. 5), garantindo à América do Sul, em uma análiseglobal, a maior perda de floresta entre 2000 a 200568.

Assim, ao contrário do que ocorre nos países desenvolvidos, onde as emissões de GEE sãoprovenientes de atividades industriais e do setor energético, a principal causa das emissões no Brasil serefere à Mudanças no Uso do Solo e Atividades Florestais (sigla em inglês, LULUCF). Desmatamento eincêndios das florestas brasileiras representam cerca de 70% das emissões totais nacionais69 70 e 88% dasemissões de GEE por LULUCF na América Latina71 (fig. 6), colocando o Brasil na posição de quarto maioremissor de GEE do mundo72 (tab. 1).

Tabela 1. Os maiores emissores mundiais de GEE. União Européia inclui 25 países. Fonte: WRI (2006).

Ranking Emissões Totais Emissões por LULUCF1 Estados Unidos Indonésia2 China Brasil3 União Européia Malásia4 Indonésia Myanmar5 Brasil Rep. Dem. do Congo

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Figura 4. Países com maior cobertura de floresta tropical. Fonte: WCMC & CIFOR (2006).

Figura 5. Desmatamento de floresta tropical entre 2000 e 2005. Fonte: FAO (2005).

Figura 6. Emissões e remoções de GEE por LULUCF na América Latina e Caribe. Fonte:

UN-FCCC (2005)73.

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Políticas públicas para conservação de florestas e mitigação da mudança climática

Além do potencial intrínseco no processo de mitigação da mudança climática, as florestas provêemao ser humano inúmeros recursos naturais os quais são utilizados na alimentação74, na indústriacosmética75, no setor energético76, para construções e arranjos domésticos77, na medicina78 79 80,biotecnologia 81, dentre outros82. Elas fornecem ainda serviços ambientais como ciclagem da água, proteçãodo solo contra erosão, manutenção da biodiversidade83 84 85, controle de doenças transmissíveis 86,polinização, recreação e suporte espiritual para comunidades tradicionais e povos indígenas.

Infelizmente, a nossa capacidade de utilização destes serviços ambientais tem sido cada vez maisreduzida à medida que as florestas vão sendo eliminadas, resultando em prejuízo inestimável para toda asociedade. O desfalque para a natureza é ainda maior. Uma vez que no mínimo 50% de toda abiodiversidade terrestre habita as florestas tropicais, a rápida devastação destes ecossistemas põe em riscoa existência de milhares, ou mesmo milhões, de espécies. A taxa atual de extinção pode chegar a 1000vezes a taxa de extinção natural, o que significa que estamos passando por um evento de extinção emmassa das espécies-vivas87 88.

No Brasil, a pecuária se destaca como a principal ameaça às florestas nacionais. A expansão da soja,as indústrias siderúrgicas, a exploração de madeira, os incêndios florestais e os mega-projetos de infra-estrutura seguidos pela urbanização mal planejada são ameaças adicionais a todos os biomas florestaisbrasileiros. Muitas vezes, estas atividades são implementadas por famílias de alta renda e/ou gruposestrangeiros, através de empreendimentos que geram pouco emprego e visam à exportação de matéria-prima para abastecimento dos países desenvolvidos. Apesar de favorecer o saldo positivo na balançacomercial, estas atividades pouco têm contribuído para a redução da pobreza e da desigualdade social. Adistribuição da renda no Brasil é comparável à dos países mais pobres da África, e não tem apresentadoevolução significativa ao longo das últimas décadas89 90.

Os instrumentos legais que compõem a política de desenvolvimento nacional incluem a conservaçãodo meio ambiente como pré-requisito para o estabelecimento de programas financiados pelo governo,sejam eles na área da agricultura, infra-estrutura ou ocupação do solo. A legislação ambiental brasileiratem sido considerada uma das mais avançadas a nível mundial91. Mas na prática, isto tem sido muitodiferente, principalmente porque a implementação destas políticas tem sido falha, resultado da falta derecursos, má administração e corrupção 92 93.

O maior estudo já realizado sobre os custos do aquecimento global mostra que a conservação deflorestas nativas através do desmatamento evitado representa uma grande oportunidade de mitigação damudança climática, apresentando baixos custos e alto potencial para redução nas emissões de GEE94. Omercado do carbono poderá beneficiar o Brasil de diversas formas, incluindo na recuperação de áreasdegradadas e na redução da pobreza. Só para se ter uma idéia, o valor negociado no mercado internacionaldo carbono, em 2004, foi de US$ 670 milhões, o dobro do negociado no ano anterior. Já em 2005, o totalnegociado foi da ordem de US$ 10,9 bilhões, alcançando a impressionante marca dos US$ 30 bilhões em200695. A manutenção das florestas “em pé” constitui não somente uma política indispensável frente àConvenção do Clima, mas também para o alcance das metas definidas pela Convenção da Biodiversidade,Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, Convenção para Combate à Desertificação, dentre outros.

No entanto, reduzir o desmatamento no Brasil não será uma tarefa fácil. A ISIACC acredita que esteobjetivo somente poderá ser alcançado com um enorme esforço conjunto de todos os setores de nossasociedade, incluindo o governo, empresas, ONGs e indivíduos. O Brasil encontra-se na posição de liderar ummovimento para conter a destruição das florestas a nível global e mostrar que é possível conciliardesenvolvimento e conservação. Para isto, o governo deve, portanto, promover a elaboração eimplementação imediata de novas políticas integradas visando minimizar o emergente impacto damudança climática.

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Atividades que Causam ou Reduzem Emissões deGases de Efeito Estufa em Áreas de Florestas no Brasil

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1. 1 Criação de Gado e Agricultura

O Brasil é líder mundial no setor agro-pecuário, destacando-se na produção e exportação de café,açúcar, milho, frutas, soja, tabaco, cacau, algodão, carne bovina e carne de frango96. Apesar de sua relevanteimportância sócio-econômica, esta atividade é sem dúvida a principal ameaça à integridade das florestasbrasileiras, tendo causado a maior parte do desmatamento em todos os biomas 97 98 99 100 101 102 103. Uma vezque 70% das emissões nacionais de GEE são devido à conversão e queimada de florestas, principalmente naAmazônia104 , e que cerca de 80% do desmatamento na Amazônia é devido à expansão de pastagens 105 106, aagropecuária é a atividade mais importante no que se refere à emissão de GEE no Brasil.

O setor agropecuário emprega atualmente 17,7 milhões de trabalhadores rurais, o que corresponde a37% dos empregos no país 107. Apesar de ser responsável por 33% do PIB e 40% das exportações nacionais108,a renda é má distribuída e o setor ainda gera grandes impactos ambientais e sociais109. O atualendividamento do setor agrícola é de aproximados R$ 100 bilhões110.

Somente nas regiões nordeste, sul e sudeste do país, as propriedades com menos de 50 ha ocupamapenas 20% da área total cultivada mas empregam 76% do pessoal ocupado na agricultura. Por outro lado,estabelecimentos com mais de mil hectares correspondem a mais de duas vezes a área total ocupada pelaspequenas propriedades, correspondendo à apenas 3% da força de trabalho111. Os pequenos produtoresrealizam a agro-pecuária extensiva, de subsistência, utilizando métodos rudimentares e tradicionais paraalimentar a família e vender o eventual excedente aos intermediários. Já os grandes produtores,interessados no mercado de exportação, exercem a agro-pecuária intensiva, ou seja, aquela mecanizada ede alta tecnologia, geralmente utilizando grandes quantidades de agrotóxicos e outras técnicas nemsempre ambientalmente benéficas.

A dinâmica do desmatamento por atividades agropecuárias também varia entre os pequenos e osgrandes produtores. Diversos autores concordam que a maior parte do desmatamento, pelo menos na re-gião norte, é realizada por latifundiários112 113, sendo possível que grande parte deste desmatamento seja deorigem legal, o que não se pode afirmar para a agricultura de pequena escala. Isto ocorre porque a manu-tenção da reserva legal não permite uma produção suficiente para os pequenos proprietários rurais, influ-enciando o desmatamento de uma porcentagem maior de suas terras para obtenção de uma produção mí-nima satisfatória. Apesar disto, expansão da soja mecanizada114 tem sido considerada o fator mais impor-tante no desmatamento recente das florestas brasileiras.

Os subsídios governamentais, a crescente demanda dos mercados globalizados, a disponibilidade deterras baratas e a falta de internalização dos custos sociais e ambientais no setor privado têm influenciadoa rápida expansão da soja no Brasil. Esta cultura tem se concentrado em áreas de topografia plana, comcondições favoráveis de solos, clima, vegetação e infra-estrutura de transporte. No entanto, a ausência deterras com estas características não constitui barreira para as culturas geneticamente modificadas, cadavez mais comuns no país. O mercado externo também é fator determinante das exportações nacionais decarne bovina, e conseqüentemente do desmatamento gerado por esta atividade115. As exportaçõesbrasileiras de carne têm aumentado significativamente na última década (fig 1.1).

Fig. 1.1 Evolução das exportações brasileiras de carne bovina. Fonte: CIFOR, Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento 2007116.

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Emissões de GEE na agropecuária

As atividades agropecuárias causam emissões de GEE não somente através do desmatamento. Afermentação do material ingerido no trato digestivo dos ruminantes faz liberar grandes quantidades demetano com os gases respiratórios. Uma pequena quantidade de metano é ainda liberada durante omanejo do dejeto de animais confinados. No caso da agricultura, além de metano, esta atividade éresponsável por emissões de NO2, derivadas em grande parte da utilização de fertilizantes nitrogenados.

O Brasil possui um rebanho bovino de 207 milhões de animais, sendo considerado o maior rebanhocomercial do mundo117 118. Somente o gado bovino emitiu 9,2 milhões de toneladas de metano em 1994, oque correspondeu a 68% das emissões de metano no Brasil naquele ano119 120. Além disto, animais empastagem contribuíram com 40% das emissões nacionais de NO2 neste mesmo período. Somando asemissões provenientes dos solos agrícolas, a agropecuária é responsável por cerca de 92% de todo óxidonitroso emitido no Brasil121 122.

Tendências futuras

O agro-negócio no Brasil encontra-se em franca expansão, tendo as exportações do setor praticamen-te dobrado em apenas quatro anos, passando de US$ 24,8 para US$ 49,4 bilhões entre 2002 e 2006123. Nasdécadas passadas, o desenvolvimento da agropecuária esteve fortemente relacionado aos incentivos gover-namentais124. A futura expansão deste setor será influenciada pelo aumento da demanda nos países desen-volvidos, pelo crescente consumo na China e principalmente pelo aumento do consumo interno. Estimati-vas de agências independentes e governamentais indicam que o Brasil, pelo ano de 2015, será o maior ex-portador mundial de soja e carne bovina 125 (fig 1.2).

Figura 1.2 Estimativa para a produção, consumo e exportação de soja e carne bovina no Brasil. Fonte: MAP/AGE126.

No caso da soja, é prevista a expansão da área cultivada, principalmente através da conversão depastagens abandonadas. O uso da bio-tecnologia poderá aumentar a eficiência de produção, como nopassado. Entre 1980 e 1997, a produção de soja aumentou em 74%, enquanto a área cultivada cresceuapenas 32%127. No entanto, o aumento da eficiência produtiva não foi suficiente para impedir o avanço dasoja sobre os ecossistemas florestais. Se novas políticas integradas não forem implementadas, o aumentoda produção e exportação de carne e soja continuará favorecendo um grupo restrito de empreendedores eo setor continuará causando desmatamento e, conseqüentemente, grandes emissões de GEE no Brasil.

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1.2 Incêndios Florestais

O uso do fogo tem sido visto como um mal necessário e o método mais simples, rápido e baratopara expandir as pastagens e a fronteira agrícola. As “queimadas para desmatamento” constituem aprincipal causa de incêndios florestais no Brasil, correspondendo a 74,1% da área queimada entre 1994 e1997128. Grandes e pequenos fazendeiros queimam suas terras para converter florestas em áreas de lavourase pastagens129 130 e/ou para controlar a proliferação de plantas invasoras.

Apesar das queimadas poderem fertilizar e aumentar a produtividade do solo a curto prazo, elas favo-recem o estabelecimento de plantas invasoras e reduzem ainda mais a fertilidade do solo a longo prazo131 132.Além da destruição de florestas nativas, os incêndios também provocam doenças respiratórias, destroembenfeitorias, comprometem a segurança do transporte aéreo e rodoviário, afetam a distribuição de energiaelétrica e causam prejuízos econômicos consideráveis. Somente para a região amazônica estes prejuízossão da ordem de dezenas de milhões de dólares anualmente 133.

Uma vez queimada, a floresta fica naturalmente sujeita a novos incêndios. Um estudo estimou quepelo menos 50% de toda a floresta queimada deverão sofrer um novo incêndio nos dezesseis diasseguintes, caso não haja chuva134. Em áreas intensamente queimadas, 95% de toda área deverá sofrer umnovo incêndio nos nove dias seguintes. O fogo rasteiro acidental, provavelmente oriundo de queimadasprévias na lavoura, também constitui uma importante ameaça à integridade das florestas nativasadjacentes. Não detectável por imagens satélites, os incêndios rasteiros podem devastar a comunidadeflorestal135, causando mortalidade de até 48% das árvores após três anos136.

A exploração convencional de madeira, a construção de estradas e a fragmentação aumentam aschances de incêndios florestais137 138 139 140. O fenômeno El Niño também exerce forte influência sobre afreqüência e intensidade dos incêndios, principalmente na Amazônia. Em 1995, sem a ocorrência do El Niño,a área de floresta incendiada nesta região totalizou 1.800 km2, enquanto que em 1998, sob a influência dofenômeno, 26 mil km2 de floresta foram atingidas pelo fogo141. As secas, agravadas pelo El Niño, resultamem baixa disponibilidade de água para as plantas. Sob stress hídrico, a taxa fotossintética é reduzida142,afetando também a capacidade da floresta em seqüestrar o carbono e comprometendo sua habilidade emmitigar a mudança climática. Outros mecanismos de retro-alimentação positiva podem acentuar o efeitodas secas, aumentando a flamabilidade das florestas e a ocorrência de incêndios143 144.

Emissões de GEE por incêndios florestais

Além dos impactos na comunidade biológica, os incêndios florestais liberam grandes quantidades deGEE na atmosfera145. Incêndios florestais contribuem com a liberação de dióxido e monóxido de carbono,óxido nitroso e metano por diferentes processos146. Durante um evento de queimada, somente parte da flo-resta entra em combustão, sendo a eficiência de queimada cerca de 40%. Parte da vegetação que não sofrequeima direta vira brasa com o calor, sendo oxidada e liberando pequenas quantidades de metano. Outraparte é posteriormente decomposta por bactérias e cupins, processo no qual também ocorre liberação demetano. Uma pequena parte da biomassa queimada, no entanto, vira carvão. No prazo de uma década, pe-ríodo em que fazendeiros geralmente realizam três queimadas visando eliminar a vegetação rasteira nãocomestível pelo gado, a biomassa armazenada na forma de carvão conterá somente cerca 3% do carbonoda biomassa original147 148.

Estimativas indicam que, somente para a Amazônia, as emissões de GEE por incêndios florestais parao ano de 1995 foram da ordem de 3 a 29 milhões de toneladas de CO2. Para o ano de 1998, sobre a influênciado El Nino, estas emissões representaram entre 36 e 472 milhões de toneladas de CO2

149. Outro estudo utili-

zando o padrão de reflectância da radiação solar sobre a floresta, detectado por meio de satélites, revelouque os incêndios na Amazônia podem emitir quantidades bastante superiores de GEE. Utilizando os anosde 1992 e 1993 como base, foram estimadas emissões anuais da ordem de 770 milhões de toneladas de car-bono150.

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Tendências futuras

A tendência futura para os incêndios florestais é incerta, porém com maior probabilidade de intensificação,sendo que isto dependerá principalmente do grau de impacto da mudança climática sobre as florestas,mais especificamente sobre a Amazônia. Caso aumente a freqüência e intensidade fenômeno El Niño,como conseqüência das alterações climáticas151, os incêndios deverão ser cada vez mais freqüentes nestaregião. De fato, o que poderá ocorrer é um processo de retro-alimentação positiva, onde os numerososincêndios tornariam o ambiente mais seco, aumentando naturalmente a vulnerabilidade aos incêndios,perpetuando o ciclo que poderá transformar as florestas em savanas152.

A implementação de políticas para redução do desmatamento é fundamental para conter o avanço do fogoe o processo de savanização. A conversão de florestas para uso do solo pela agricultura ou pecuária tende adiminuir a evapo-transpiração e a precipitação, influenciando a mudança do clima local. Caso as tendênciasfuturas para as outras atividades aqui descritas tornem-se realidade, então os incêndios florestais deverãodevastar os ecossistemas florestais, aumentando assim as emissões de GEE no Brasil153.

Números de

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1.3 Exploração de Madeira

A exploração de madeira e a extração seletiva de espécies florestais são atividades relevantes nocontexto sócio-econômico e cultural154 no Brasil. A exploração de madeira em larga-escala iniciou noperíodo colonial com a exploração massiva do Pau-Brasil e de outras espécies as quais eram utilizadas nafabricação corantes, na indústria naval, na construção civil e como combustível nos engenhos de cana-de-açúcar155. Além de madeiras nobres, espécies não-madeireiras também foram intensamente exploradas,incluindo bromélias, cactos e orquídeas,156.

Atualmente o Brasil se destaca como um grande produtor de madeira tropical, liderando o ranking demaior produção e consumo mundial de madeira em toras e madeira serrada157. A produção de toras em2005 foi da ordem de 30 milhões de m3, sendo suficiente para abastecer apenas o mercado interno. A pro-dução de madeira serrada totalizou cerca de 16 milhões de m3 em 2004, com exportações de 2 milhões dem3 destinadas aos mercados da China, França, Holanda, Espanha, Portugal, dentre outros. O consumo totalde madeira nativa oriunda de floresta tropical no Brasil supera a soma de todo o consumo destas madeirasnos países desenvolvidos (fig. 1.3).

Figura 1.3. Consumo de madeira tropical no Brasil e nos países desenvolvidos em 2006. Fonte ITTO (2005).

A exploração de madeira é uma atividade extremamente lucrativa, e também danosa, principal-mente quando realizada sem critérios de sustentabilidade158 159. O envolvimento de servidores públicos emesquemas de corrupção no Brasil, incluindo dirigentes de instituições reguladoras160, tem resultado emenormes quantidades de madeira exploradas ilegalmente. Através destes esquemas, as madeireiras conse-guem burlar as leis, fraudar licenças, exceder cotas de extração, atuar em áreas não permitidas, sonegar im-postos, dentre outros161.

A abertura clandestina de estradas e clareiras para facilitar o acesso às áreas de exploração é umaprática comum dentre as madeireiras que utilizam tratores e caminhões para manejo e transporte das ár-vores extraídas162 163. Assim, o processo de obtenção das espécies-alvo causa destruição da vegetação circun-dante, deixando grandes quantidades de restos de madeira não aproveitável no local 164. No caso da explo-ração convencional, estes restos podem constituir o dobro da quantidade de material em decomposição en-contrado no solo de florestas intocadas165 e o triplo do volume de madeira retirado pela madeireira166. Ao au-mentar o volume de material combustível disponível no solo, a exploração de madeira aumenta a suscepti-bilidade da floresta à incêndios167. Esta atividade causa ainda alteração na estrutura da floresta e diminui-ção dos estoques de nutrientes168, além de efeitos sinergéticos à fragmentação, com significativo impacto alongo-prazo na comunidade florestal. O impacto da exploração seletiva de madeira não tem sido plena-mente estimado ou mesmo detectado por meio de sensoriamento remoto169. Novas técnicas, no entanto,têm revelado que a área explorada pela extração seletiva é muito maior do que se estimava até recente-mente170.

Além da fabricação de móveis e derivados, madeiras também são comumente utilizadas no Brasilpara fins energéticos. A lenha é usada por povos rurais para preparação do alimento, sendo o carvão vegetalprimariamente produzido para abastecer indústrias siderúrgicas. De fato, cerca de 70% da madeira consu-mida no Brasil possui fins energéticos, representando o setor da transformação cerca de 43,3% de todo o

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consumo nacional171. Apesar de ter sofrido significativo declínio desde a década de oitenta, a participaçãodas florestas nativas no abastecimento de madeira para carvão têm aumento nos últimos anos, coincidin-do com o acelerado crescimento na produção de ferro-gusa.

No Brasil, a transformação do ferro-gusa é feita por usinas integradas e por companhias indepen-dentes, as chamadas “guseiras” (tab. 1.1). Estas companhias estão estrategicamente localizadas nos estadosde Minas Gerais, Pará, Maranhão, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul, sendo compostas por 84 empresasas quais faturaram US$ 2,5 bilhões em 2005, gerando US$ 316 milhões em impostos, cerca de 30 mil empre-gos diretos e 100 mil indiretos172 173. As exportações nacionais de ferro-gusa pelas companhias independen-tes cresceram de 4,1 para 7 milhões de toneladas entre 2001 e 2005, com aumento de 423% do faturamentototal.

As guseiras têm representado uma séria ameaça aos ecossistemas florestais da Amazônia174, daMata Atlântica175, do Cerrado e da Caatinga176 177, ao extrair e/ou incentivar a extração ilegal e indiscriminadade vegetação nativa. A madeira é utilizada para abastecimento dos altos-fornos, sendo freqüentemente ob-tida à custa de trabalho escravo 178. A extração de madeira pelas guseiras e seus fornecedores representa aprincipal causa de desmatamento em Minas Gerais, e segunda maior nos estados do Mato Grosso do Sul,Goiás e Bahia179.

Emissão de GEE na exploração de madeira

O cálculo das emissões de GEE pela exploração de madeira é complexo uma vez que envolve direta eindiretamente outras atividades, sendo dependente do destino final que se dá ao produto madeireiro. Aopasso que as árvores retiradas não mais estarão absorvendo carbono como parte de seu processo fisiológi-co, alguns produtos, como móveis, manterão o carbono em sua estrutura por muitas décadas. O carbonocontido nestes produtos madeireiros será liberado na atmosfera somente após queimada e consumo porbactérias, fungos e insetos180. No entanto, é muito provável que isto deva acontecer mais rapidamente doque sua decomposição no habitat natural uma vez que tais espécies podem viver centenas de anos.

Considerando somente o processo de extração, a emissão de GEE pela exploração de madeira pode

gerar emissões que de até 37 toneladas de CO2/hectare181 (fig 1.4).

Figura 1.4. Emissões de GEE pela exploração convencional de madeira e pela exploração de impacto reduzido.Fonte: Freitas e Rosa (1996).

Pólos Produtores Empresas Altos-fornos Capacidade Nominal (%)* Exportado em 2006Quadrilátero Ferrífero (MG) 63 105 674.5 (57,6) 41,2%

Marabá (PA) 8 19 219 (18,7) 100%Acailândia (MA) 7 19 187 (16) 100%

Vitória (ES) 4 8 67 (5,7) 68%Corumbá (MS) 2 3 24 (2) 0%

Brasil 84 154 1.171 (100) 63,8%* Toneladas/mês.Fonte: SINDIFER, Anuário 2007.

Tabela 1.1. Características dos pólos produtores de ferro-gusa no Brasil (companhias independentes).

Números de

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Tendências futuras

Uma vez que a produção de madeira tropical para uso doméstico, no Brasil, visa atender principal-mente a enorme demanda interna, a tendência futura para esta atividade depende em grande parte do pa-drão de consumo nacional. Com o crescimento da população e o aumento do consumo per capta, a pressãosobre os estoques de florestas nativas tende a ser cada vez maior. Na falta de programas integrados de con-servação e desenvolvimento, a exploração convencional de madeira ocupará grandes porções da florestaamazônica, principalmente após a implementação dos mega-projetos de infra-estrutura do governo brasi-leiro os quais facilitariam o acesso das madeireiras às áreas até então intocadas.

A disseminação de práticas sustentáveis, aliada a uma maior conscientização por parte dos consumi-dores, poderá aumentar a competitividade no setor privado e promover a eliminação de companhias quenão adotarem as normas recomendadas pelas organizações certificadoras. Apesar da carência de estudoscientíficos sobre o real impacto do manejo florestal na biodiversidade, o que dificulta de certa forma o esta-belecimento de critérios de sustentabilidade, a certificação florestal representa uma grande oportunidadede mudança neste setor.

Estimativas prévias sobre a tendência de exploração de madeira nativa para fabricação do carvão ve-getal falharam ao afirmar que sua participação na produção total nacional iria diminuir 182. Além disso, atendência do consumo de ferro e aço no mundo tende a aumentar, principalmente em países emergentesdos quais o Brasil é importante fornecedor183. A demanda pela produção de ferro-gusa no Brasil é grande econtinua crescendo, sendo que nada impedirá a escassez de matéria-prima para os altos-fornos a curto-prazo184. Caso não sejam implementados programas de reflorestamento visando abastecer exclusivamenteas indústrias de ferro-gusa, florestas nativas continuarão a ser exploradas indiscriminadamente por essascompanhias, causando, além de degradação ambiental, grandes emissões de GEE em áreas de florestas noBrasil.

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1.4 Mega-Projetos de Infra-estrutura e Urbanização

Não há dúvidas de que as populações menos favorecidas dos países em desenvolvimentonecessitam de melhores condições de vida, o que inclui acesso a sistemas sanitários adequados, energiaelétrica, educação, telefonia, internet, dentre outros. Estradas precárias e falta de energia dificultam otransporte de quaisquer mercadorias que poderiam estar sendo comercializadas de forma legal e gerandorenda adicional a um crescente contingente populacional que atualmente vive no meio rural ou emcomunidades isoladas. No entanto, o processo de instalação destes serviços implica em obras de altoimpacto ambiental e social, sendo que as externalidades destes projetos, na maioria das vezes, têm sidoignoradas. Assim tem sido no caso dos mega-projetos de infra-estrutura que, quando implementados emáreas de florestas, causam emissões diretas e/ou indiretas de GEE.

Os projetos de infra-estrutura estão intimamente relacionados ao subseqüente processo de coloniza-ção. Ao promover a valorização das terras em sua área de influência, estes projetos estimulam a especula-ção fundiária, grilagem de terras e migrações, as quais têm levado à abertura de novas frentes de desmata-mento e à ocupação desordenada do espaço.

A despeito do processo de ocupação da Mata Atlântica, melhor discutido na seção 2.1.2,empreendimentos de larga escala nos outros biomas iniciaram-se com os programas de colonização nasdécadas de 60 e 70, através do Plano de Integração Nacional e dos planos de desenvolvimento regionaiscomo o POLONORTE, PRODOESTE, POLOAMAZÔNIA e o POLOCENTRO. Nesta época, foram construídas asprimeiras grandes rodovias na região norte, a BR – 230 (transamazônica), a BR- 163 (Cuiabá-Santarém), a BR– 364 (Cuiabá-Porto Velho), dentre outras. Estes programas contaram com o amplo suporte financeiro deorganismos nacionais e internacionais185 186, como o BNDS, BID, BIRD, além de empresas multinacionaisinteressadas nos tentadores subsídios oferecidos pelo governo brasileiro.

Diversos estudos têm mostrado que o asfaltamento de estradas e a construção de rodovias são fato-res determinantes do desmatamento187 188 189 uma vez que criam acesso às áreas intocadas e aumentam ofluxo de novos migrantes em áreas previamente ocupadas. Este padrão de evolução do desmatamento temsido amplamente confirmado por imagens de satélites (fig. 1.5), revelando que o impacto causado pelasprincipais rodovias construídas nas décadas de 60 e 70, em alguns casos, estendeu-se até 100 km adentroda floresta. Além do desmatamento direto e indireto, as rodovias aumentam as chances de ocorrência deincêndios florestais 190 191.

Figura 1.5. Evolução do desmatamento ao longo das rodovias no estado de Rondônia entre 1986 e 1996. Extraído eadaptado de Moutinho (2005) 192.

Os impactos causados pelas linhas de transmissão e pelos gasodutos consistem principalmente nasupressão da vegetação ao longo de uma estreita e extensa área. O desmatamento ocorre durante o pro-cesso de implantação de torres e lançamento dos cabos de energia elétrica, assim como para armazena-mento das tubulações utilizadas para transporte do gás natural. A abertura de clareiras e estradas de aces-so também é necessária para viabilizar o transporte do material e alojamento dos trabalhadores. No entan-to, após a realização das obras, as estradas de acesso favorecem, mesmo que repletas de placas de adver-tência, a invasão de novos migrantes, sejam madeireiros, mineiros, fazendeiros ou lavradores193, causandoimpactos semelhantes ao das rodovias194.

Números de

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A maior controvérsia em relação aos projetos de infra-estrutura recai sobre as hidrelétricas. O Brasil,sendo o maior produtor latino-americano de energia por esta fonte, possui mais de 800 grandes barragensoficialmente registradas, das quais cerca de 240 possuem estrutura para produção de energia. Cerca de95% da energia elétrica consumida no país provêm destas hidrelétricas195. Porém, há uma forte resistênciada sociedade civil em relação à construção de novas usinas. Tal resistência baseia-se na incansável consta-tação de incompetência, negligência, fraude, ilegalidade, corrupção e impactos ambientais e sociais consi-deráveis durante a implementação destes projetos 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 .

Emissões de GEE em projetos de infra-estrutura

As emissões de GEE por rodovias, gasodutos e linhas de transmissão se dão principalmente atravésdo desmatamento direto. Além disto, no caso dos gasodutos, emissões fugitivas podem ocorrer devido a va-zamentos de gás natural durante o processo de instalação e transporte, devido à falhas de encaixe nas tu-bulações, por sistemas de ventilação ou mesmo por corrosão e quebra dos equipamentos206. Rodovias tam-bém podem influenciar emissões de GEE por processos indiretos, como por exemplo, aumentando a morta-lidade de grandes árvores devido o impacto da fragmentação da floresta207.

Consideradas fonte de “energia limpa” até recentemente, as hidrelétricas são provavelmente a maiorfonte de emissão direta de GEE dentre os mega-projetos de infra-estrutura situados em áreas de floresta.Gases de efeito estufa emitidos incluem o CO2, NO2, H2S e principalmente CH4. Este último é o resultado dadecomposição da biomassa (no caso a floresta inundada e gramíneas presentes nas margens do lago) porbactérias através de processos aeróbicos e anaeróbicos, sendo emitidos por meio de bolhas a partir do fun-do do reservatório e por difusão molecular208 209 210.

Um estudo sistemático sobre as emissões de GEE em 9 hidrelétricas brasileiras mostrou que, na mai-oria dos casos, as hidrelétricas emitem muito menos GEE se comparado às usinas termoelétricas de carvão,gás natural ou óleo diesel com a mesma capacidade de geração de energia211 212. No entanto, é possível queestas emissões estejam subestimadas. O cálculo das emissões de GEE por hidrelétricas é complexo, envol-vendo inúmeras variáveis como o tipo de floresta presente no local antes da inundação, profundidade, lar-gura e idade do reservatório, latitude, sazonalidade, regime de ventos, insolação e outros parâmetros físico-químicos da água213 214. Apesar da realização de diversos seminários, ainda não se pôde chegar a um consen-so sobre qual seria a metodologia mais apropriada para estimativa destas emissões215. As divergências me-todológicas incluem a aplicação de diferentes índices matemáticos, incluindo sobre o Potencial de Aqueci-mento Global do metano, e têm sido debatidas no âmbito científico ao longo dos últimos anos216 217 218 219 220221 222 223 224.

Tendências futuras

Os projetos de infra-estrutura planejados pelo governo brasileiro, dependendo de como foremimplementados, poderão causar enormes danos aos ecossistemas florestais. A concepção destes projetosse deu no âmbito do Plano Plurianual para o período de 2000 a 2003, também conhecido como Avança-Brasil, o qual propôs uma série de investimentos a longo prazo visando à redução das disparidadesregionais e sociais por meio da implementação dos Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento.

De 2007 a 2010, através do Programa de Aceleração do Crescimento, o governo deverá investir R$ 58,3bilhões para construção e ampliação de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias, e adicionais R$274,8 bilhões para exploração, produção e transporte de gás natural, geração e transmissão de energiaelétrica. Isto inclui a construção ou recuperação de 45 mil quilômetros de estradas, 2.518 quilômetros deferrovias, ampliação de 12 portos, construção de 13.826 quilômetros de linhas de transmissão e 4.526quilômetros de gasodutos225. Isto não inclui as várias hidrelétricas já planejadas ou em construção, amaioria por meio de acordos firmados entre o governo e o setor privado.

De fato, parte destes empreendimentos tem sido amparado por interesses políticos e privados. Al-guns são justificados na necessidade de escoamento da soja, para facilitar a exportação. O transporte destegrão através de fretes terceirizados é da ordem de US$ 1 bilhão, o que representa aproximadamente 20% do

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valor bruto de sua produção226. Projetos de interesse internacional também têm sido propostos, como porexemplo, a construção do maior gasoduto do mundo, com cerca de 10 mil quilômetros de extensão, o qualafetaria uma extensa área de florestas no Brasil227 (fig. 1.6). Já a Iniciativa de Integração da Infra-estruturaSul-Americana (IIRSA) constitui o maior programa inter-governamental do gênero no continente, com ei-xos-de-desenvolvimento sobrepondo áreas de interesse para a conservação de ecossistemas florestais228.

Ocorre desta forma uma grande necessidade de integração das políticas de conservação e desenvolvi-mento229, do contrário, os mega-projetos de infra-estrutura continuarão a promover a devastação das flo-restas nacionais, como tem acontecido em todos os biomas nas últimas décadas.

Figura 1.6 . Mega-projetos de infra-estrutura propostos na América do Sul, sobrepondo áreas de florestas no Brasil: 1=Gasoduto Sul-Americano, a= eixo de Capricórnio, b = eixo inter-oceânico central, c = eixo Peru-Brasil-Bolívia, d = eixoamazônico, e = eixo das Guianas, f = eixo MERCOSUL-Chile. Fonte: Mitchell (2006), IIRSA (2007).

Números de

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1.5 Reflorestamento e Silvicultura

O Brasil é um dos maiores produtores de floresta plantada do mundo. A maior parte da área reflores-tada existente no país originou-se nas décadas de setenta e oitenta. Atualmente, a área de floresta planta-da soma cerca de 5,6 milhões de hectares, representando 0,65% do território nacional e cerca de 1% do soloagropecuário. Mais de 90% da produção corresponde ao eucalipto e pinus, sendo o restante espécies comoa acácia-negra, gmelina, pópulus, seringueira, teça e araucária230.

A maioria das florestas plantadas encontra-se no sul e sudeste do Brasil (fig. 1.7 ), suprindo indústriasde papel e celulose, siderurgias, fábricas de cimento e cerâmica. Em 2001, pequenas e médias empresas re-presentavam 98% das unidades de produção e mais de 75% da madeira produzida no Brasil231. No entanto,são as grandes empresas as responsáveis pelos massivos reflorestamentos, com área total de plantio po-dendo superar 200 mil hectares por uma só companhia232 233. Sendo provavelmente o setor mais importanteneste contexto, a indústria de papel e celulose é composta por 220 empresas localizadas em 450 municípiosde 16 estados, empregando mais 230 mil pessoas 234. O Brasil é atualmente o maior produtor e exportadormundial de celulose branqueada de eucalipto, fornecendo matéria-prima para mais de 100 países, tendo fa-turado cerca de US$ 9 bilhões em 2005235.

Figura 1.7 . Plantio de florestas de uso comercial por regiões do Brasil, 2004-2006. Fonte: Programa Nacional deFlorestas (2007).

O setor da transformação, incluindo siderurgias, usinas integradas e independentes de ferro-gusa,também é responsável por uma boa parcela dos reflorestamentos no Brasil, principalmente nos estados deMinas Gerais, Pará, Maranhão e Mato Grosso do Sul. Minas Gerais detém a maior parte da produção de flo-restas para fins energéticos, sendo que a produção nos outros estados tem permanecido relativamenteconstante nos últimos anos (fig. 1.8 ).

Figura 1.8. Plantio anual de florestas para fins energéticos no Brasil e em Minas Gerais, 1987- 2004. Fonte:

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De 1970 a 1997, a produtividade de florestas comerciais por hectare quadruplicou e os custos de im-plantação reduziram em mais de 50%236. A área plantada tem aumentado significativamente nos últimosanos, passando de 320 mil a 627 mil hectares plantados de 2002 a 2006237. Neste mesmo período, a partici-pação do pequeno produtor na produção total de florestas no Brasil cresceu de 7,8% a 25% (fig. 1.9).

Figura 1.9. Plantio de florestas de uso comercial no Brasil e respectiva participação dos pequenos e médiosprodutores na produção total nacional , 2002- 2006. Fonte: Serviço Florestal Brasileiro (2007).

Remoções de GEE por atividades de reflorestamento e silvicultura

Como ocorre no caso da exploração seletiva de madeira nativa, o cálculo das emissões/remoções deGEE por florestas plantadas é complexo. As florestas comerciais são plantadas visando à exploração de todamadeira contida em seu estoque, sendo que o destino final da madeira terá influência no cálculo do fluxode carbono. Ao contrário do que ocorre na fabricação de papel ou móveis, onde parte do carbono é armaze-nada no produto final, a fabricação e posterior uso do carvão vegetal irão resultar na queima da madeira econseqüente emissão de GEE na atmosfera. Os cálculos normalmente apresentados neste caso levam emconsideração que estes projetos de reflorestamento sejam permanentes, e desconsideram as emissões ad-vindas de outras atividades da cadeia produtiva, como transporte ou posterior uso da madeira produzida.Ademais, as emissões de GEE resultantes do desmatamento de florestas nativas existentes anteriormentenaquelas terras onde as florestas comerciais estão hoje implantadas têm sido ignoradas.

Entre 1990 e 1994, estima-se que as florestas plantadas tenham removido 44 milhões de toneladas deCO2 no Brasil, sendo o eucalipto responsável por 93% do total seqüestrado238.

Tendências futuras

A área de reflorestamento, silvicultura e de outros plantios deverá aumentar significativamente naspróximas décadas, tendo em vista o crescimento da demanda por produtos madeireiros, a futura demandapor óleos vegetais energéticos, a necessidade de recuperação de áreas degradadas de alta importânciabiológica e ecológica, e por influência do emergente mercado internacional do carbono. No entanto,estimativas precisas sobre este crescimento não estão disponíveis.

Grandes projetos de reflorestamento no Brasil têm sido propostos, mas o processo de implementaçãodos mesmos tem sido lento, ou mesmo malogrados. Isto inclui o projeto Grande Carajás e o ProjetoFLORAM. Este último propôs um reflorestamento em larga escala no território nacional, inicialmente daordem de 20 milhões de hectares, em um prazo de 30 anos a partir de 1990, visando principalmente amitigação da mudança climática através do seqüestro de carbono239. O projeto posteriormente reduziu suameta para 14 milhões de hectares240, e por fim, foi considerado fracassado por falta de apoio políticogovernamental241.

Um modelo para a silvicultura foi elaborado para estimar a expansão da área cultivada no ano 2050242

. Assumindo estabilidade do clima, no consumo per capita e na participação brasileira no mercado externode produtos madeireiros, foi estimado um aumento de 3.2 vezes na área plantada em relação a 1990. O

Números de

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modelo é realista ao prever a expansão da silvicultura para áreas menos produtivas da região norte enordeste, o que implicaria uma área superior de plantio para satisfazer uma mesma produção totalesperada. Por outro lado, a demanda interna projetada para produtos madeireiros foi baseada em umasuposta população de 363 milhões de pessoas, 100 milhões a mais do que o estimado pelo IBGE para o anode 2050243.

A redução nos níveis de precipitação devido ao impacto da mudança climática deverá resultar emdecréscimo na produtividade da silvicultura. Neste caso, para suprir uma mesma demanda, as plantaçõesde silvicultura deverão expandir sua área em até 38% em relação a qualquer projeção para 2050 naausência de mudança climática244. Baseado nestas estimativas, é razoável assumir que a área de florestasplantadas no Brasil, por volta do ano 2050, deverá ser da ordem de aproximadamente 20 milhões dehectares. Isto desconsidera possíveis novos reflorestamentos para suprir a demanda por energia a partir dabiomassa vegetal, seja para biocombustíveis ou para a nova tecnologia do hidrogênio. Em 20 anos, éesperado que pelo menos 10 mil ônibus estejam circulando, somente na cidade de São Paulo, com uso decélulas de hidrogênio, provavelmente obtidos a partir do etanol e biomassa vegetal245.

Considerando como pressuposto que as florestas comerciais não avançarão sobre ecossistemasflorestais nativos, as diversas atividades de reflorestamento no Brasil poderão contribuirsignificativamente, em um futuro próximo, para o seqüestro do carbono e mitigação da mudançaclimática.

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Considerações adicionais

Vale notar que, além das atividades acima mencionadas, 0utros fatores têm representado ameaçaadicional aos biomas florestais. Estes fatores atuam em grande parte na aceleração dos processos dedeteriorização do ecossistema por meio da quebra dos ciclos ecológicos, podendo levar uma floresta àextinção a longo prazo, principalmente no caso de biomas altamente fragmentados, como é o caso daMata Atlântica.

Pesquisas realizadas pelo INPA, com a colaboração de dezenas de pesquisadores ao longo dos últimosvinte e cinco anos, têm mostrado os efeitos negativos da fragmentação em ambientes florestais246. Os“efeitos de borda”, incluindo variação na umidade, luminosidade e temperatura247, alteram o habitat adezenas ou centenas de metros adentro da floresta, causando, dentre outros, alta mortalidade de árvores eredução do número de espécies animais 248 249.

A caça, cujos efeitos são praticamente indetectáveis por meio de sensoriamento remoto250, constituioutra importante ameaça à conservação das florestas. Estudos na Amazônia e na Mata Atlântica revelaramque a caça tradicional não é sustentável, sendo observado diferenças significativas na abundância deanimais entre as áreas de caça e as florestas intactas251 252, além de alterações na estrutura da comunidadeflorestal253 254. Ao comprometer a função dos dispersores de sementes e de outras espécies-chaves, a caçapode resultar ainda em “extinções em cascata” e no conseqüente colapso do ecossistema255 256.

Além do empobrecimento generalizado causado sinergeticamente pela caça, fragmentação eexploração de madeira257, as porções isoladas de florestas ficam ainda mais propensas às mudanças nomicroclima regional258 259, secas e incêndios260. Foi estimado que a fragmentação de florestas pode gerar,somente na região amazônica, emissões adicionais de GEE da ordem de 3 a 15.6 milhões de toneladas decarbono261. Visando não somente a conservação da biodiversidade262, mas das funções dos ecossistemas ede seus serviços ambientais, fragmentos florestais merecem atenção especial dentro das políticas deconservação de florestas e mitigação da mudança climática

Números de

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Áreas Geográficas Chaves para Atuação

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O Brasil é considerado o país mais rico do mundo em diversidade biológica263, contendo cerca de 35%das florestas tropicais remanescentes264. Dos seis reconhecidos biomas brasileiros, a saber: Amazônia,Caatinga, Pantanal, Mata Atlântica, Cerrado e Campus Sulinos (fig. 2.1), somente o último não possuiflorestas em sua composição. Florestas tropicais propriamente ditas são encontradas na Amazônia, noPantanal e na Mata Atlântica. Florestas secas ocorrem no Cerrado e na Caatinga.

Figura 2.1. Os Biomas brasileiros.

As áreas de florestas consideradas prioritárias para implementação de programas visando mitigaçãoda mudança climática foram definidas utilizando os seguintes critérios: (1) emissões absolutas de GEE, (2)biodiversidade, endemismo e grau de ameaça e (3) potencial para implementação de programas dereflorestamento e sequestro de carbono. A ISIACC concluiu que a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica,no Brasil, constituem áreas prioritárias no âmbito do tema “florestas e mudança climática”.

Tabela 2.1. Área total e biomassa da vegetação dos biomas brasileiros.

aFearnside (2001), estimativa para biomassa acima do solo. b(MCT, 2004). c Mínimo e máximo das médiasponderadas de densidade de acordo com os tipos de vegetação definidos pelo RADAM (MCT, 2004)

Figura 2.2 . Emissões e remoções anuais de CO2 por Biomas para o período de 1988- 1994. Dados da MataAtlântica se referem aos anos de 1990 -1995. Fonte: MCT, 2004. Outras estimativas indicam níveis de emissõesbastante superiores para a Amazônia265 266.

Bioma Área total (mil km2) Densidade da Biomassa (tC/ha) c

Amazônia 5.217 154,3ª (15,39 – 204,4b)Cerrado 2.000 20,36 – 93,16

Mata Atlântica 1.366 31,39 – 123,60Caatinga 735 17,82 – 64,57Pantanal 140 63,19 - 100

Números de

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2.1 Amazônia

A Amazônia é o maior bloco contínuo de floresta tropical do mundo, abrangendo mais de seismilhões de km² em nove países da América do Sul267, dos quais 62% estão no território brasileiro268. AAmazônia Legal, construção geopolítica estabelecida em 1966 para fins de planejamento regional, ocupacerca de 59% do território nacional269, incluindo os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará,Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão.

A Amazônia brasileira abriga pelo menos 40 mil espécies de plantas, 427 de mamíferos, 1.294 de aves,378 de répteis, 427 de anfíbios e cerca de 3 mil espécies de peixes270, sendo reconhecidamente a eco-regiãomais rica em biodiversidade do planeta. Sua bacia hidrográfica é constituída por mais de mil rios. OAmazonas, maior rio do mundo, deságua no oceano Atlântico entre 200 e 220 mil metros cúbicos de águapor segundo, o que representa 15,47% de toda a água doce que entra diariamente nos oceanos271. A regiãopossui um papel intrínseco e insubstituível na regulação do clima, do regime hidrológico nacional econtinental, e na manutenção dos estoques de carbono terrestre272 273 274 275, os quais podem conter 70–80bilhões de toneladas métricas276.

Muito pouco se sabe a respeito da história da ocupação humana na Amazônia. Atualmente, cerca de180 grupos indígenas habitam a região, o que corresponde a 60% da população indígena nacional277. Outros17 povos isolados foram registrados para o Vale do Javari, no sudoeste da Amazônia Legal, com umapopulação estimada de 1350 pessoas, devendo representar a maior concentração mundial de gruposhumanos ainda não-contatados278. O censo do ano 2000 indicou uma população total de 20,3 milhões depessoas (12,32% da população nacional), sendo que 68,9% desse contingente morava na zona urbana279.

As atividades econômicas na Amazônia envolvem basicamente bens de consumo os quais sãoobtidos a partir da exploração de recursos minerais, pesqueiros e agropecuários, além de produtosmadeireiros e não-madeireiros (borracha, castanha, sementes e óleos vegetais) 280. Desde o início doprocesso de colonização por parte dos povos europeus, os recursos da fauna e flora amazônica vêm sendoutilizados para manter o mercado local e abastecer os países desenvolvidos. Até meados do século XIX,milhares de couros de animais selvagens como peixe-boi, ariranha, onça-pintada, jaguatirica, além dacarne, ovos e casco de tartarugas eram exportados anualmente para a Europa281 282. Produtos agropecuárioscomo a soja e a carne bovina, assim como o alumínio, o ferro-gusa e outros recursos minerais extraídosatualmente na Amazônia, também visam à exportação.

São inúmeros os serviços ambientais prestados pela floresta amazônica. Um cálculo do valoreconômico que poderia ser obtido a partir de serviços ambientais como ciclagem da água, manutenção dabiodiversidade e dos estoques de carbono indicou uma quantia média de US$ 37 bilhões/ano283. À medidaque os impactos globais da mudança climática tornam-se cada vez mais evidentes, o preço da tonelada docarbono no mercado internacional deverá subir, implicando no aumento do valor econômico damanutenção dos estoques de carbono por parte da Amazônia.

Atividades que causam emissões de GEE na Amazônia

As emissões de GEE na Amazônia se dão pela mudança no uso do solo, mais especificamente pelaconversão da floresta tropical. Taxas anuais de desmatamento na Amazônia mudam de acordo com a eco-nomia do país e das oportunidades temporais, instrumentos políticos e econômicos que se criam para su-prir a demanda regional ou global284 285 286. Os valores atribuídos ao desmatamento também podem variarde acordos com as estimativas. Foi estimado que apenas 2% de toda a floresta amazônica havia sido des-truído até 1970287, e que a atual devastação já atinge uma área de aproximadamente 68 milhões de hecta-res, área maior que os territórios da França e de Portugal juntos288, correspondendo a cerca de 17% daAmazônia brasileira 289.

A maior pressão ocorre no chamado “Arco do Desmatamento”, representando 75% do total de flores-tas alteradas pelo homem na Amazônia290 (fig 2.3.). A Figura 2.4 mostra a evolução do desmatamento naAmazônia nas últimas duas décadas.

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Figura 2.3. Arco do Desmatamento na Amazônia.

Figura 2.4. Evolução do desmatamento na Amazônia Legal entre 1977 a 2006.Fonte PRODES/INPE e MMA.

Criação de gado e agricultura

A pecuária, mais especificamente a criação de gado, é responsável por cerca de 80% da área totaldesmatada na Amazônia Legal 291. No entanto, o avanço da soja sobre áreas florestadas tornou-se uma novae importante ameaça à conservação da Amazônia. Entre 1980 e 1995, o aumento da área utilizada pelaagricultura na região foi da ordem de 7 milhões de hectares292. O decréscimo nos subsídios governamentaisa partir da década de noventa não foi suficiente para conter esta atividade, a qual tem sido favorecida pelobaixo preço das terras, pela contínua demanda dos países desenvolvidos, e pelos projetos de infra-estruturaque facilitam o escoamento dos produtos 293 294 295 296. Permanecendo as atuais taxas de expansão, aagricultura será responsável pela conversão de 40% da floresta amazônica até o ano de 2050297.

A participação dos pequenos, médios e grandes agropecuaristas no desmatamento total daAmazônia não parece estar igualmente dividida. Sabe-se todo o desmatamento realizado por poucosgrandes fazendeiros é equivalente ou superior ao desmatamento causado por muitos pequenosagricultores. Cada grande fazendeiro provoca um desmatamento imensamente maior, em valoresabsolutos, do que cada pequeno agricultor, mas o desmatamento total em função da porcentagem da terraprivada é bastante superior no caso do pequeno agricultor298 299 300 301 302. Assim, boa parte do desmatamentonas grandes propriedades pode ser de origem legal, o que não se pode afirmar para as pequenaspropriedades. Considerando que o uso da terra por parte dos pequenos agricultores é fundamentalmentepara subsistência familiar, e que no caso dos grandes pecuaristas visa o enriquecimento, a concentração deterras na Amazônia Legal gera desigualdade social e influencia o desmatamento e a conseqüente emissãode GEE.

Números de

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Incêndios florestais

A cada ano, o fogo na Amazônia brasileira atinge uma área dez vezes o tamanho da Costa Rica. Em1997 a região sofreu um dos maiores incêndios florestais já registrados no mundo303. Os focos de incêndiona Amazônia Legal aumentaram em 32,9% de 2003 para 2004, representando 74,1% do total de queimadasno Brasil304.

Apenas os incêndios acidentais em pastagens acarretam perdas econômicas que podem variar deUS$ 100 para pequenos proprietários a US$ 15 mil para proprietários com terras maiores 5 mil hectares305.Cada proprietário rural tem perdido, em média, 1,5 hectares de pastagem e 40 metros de cerca pela ação dofogo acidental, embora essas estimativas possam sofrer variações conforme o tamanho da propriedade306

307. Os prejuízos para a agricultura da região, devido aos incêndios, foram estimados de 87 a 168 milhões en-tre 1996 e 1999308.

Um modelo de futuras atividades de incêndios florestais foi desenvolvido para a região Amazônica309.Considerando diferentes contribuições relativas para os fatores de predição da ocorrência de incêndios, asaber: precipitação, cobertura florestal, desmatamento e distância de estradas pavimentadas, assim comoa relação entre pavimentação de estradas e desmatamento310, dois cenários futuros foram elaborados. OCenário de Desmatamento Intermediário considerou que as obras de pavimentação previstas pelo Progra-ma Avança Brasil seriam implementadas. O Cenário de Desmatamento Completo assume que pastos subs-tituirão florestas, e estradas pavimentadas e desmatamento ativo estariam presente em todos os quadran-tes do mapa (2.5 X 2.5º). O estudo indicou um aumento anual de 22% a 123% nas atividades de incêndio naAmazônia. A área adicional incendiada representaria cerca de 9 mil km2, para o cenário mais conservador, e246 mil km2 para o cenário mais extremo. Assumindo valores de emissões geradas por incêndios divulgadasna literatura científica, os autores estimaram uma contribuição adicional variando entre 110 e 640 milhõesde toneladas de carbono por ano.

Exploração de madeira

A drástica redução dos estoques naturais e novas restrições impostas sobre a exploração de florestasnos domínios da Mata Atlântica, assim como a implantação de infra-estrutura na região norte, favoreceramo deslocamento da exploração e comércio de madeira para Amazônia311. Cerca de 3 mil madeireiras desta re-gião312, sendo 90% destas localizadas no Pará, Mato Grosso e Rondônia 313, são responsáveis atualmente por85% da produção total nacional314 (fig. 2.5).

O governo brasileiro informa que apenas 8,7% do desmatamento na Amazônia no ano 2000 haviamsido devidamente autorizados, e que a exploração não-sustentável de madeira totaliza até 90% do totalextraído nesta região315. A maioria das companhias do setor florestal se utiliza de madeira ilegal e estáassociada a outros crimes como grilagem de terras, violência no campo, formação de quadrilha, fraudes,falsificação de documentos públicos, evasão de divisas e péssimas condições de trabalho, além de invasãode terras indígenas e unidades de conservação316.

A Amazônia é também um grande produtor de carvão vegetal. Apenas nos estados do Pará e

Maranhão foram produzidos 12,7 milhões de metros cúbicos de carvão em 2004317. No entanto, estaprodução tem se beneficiado de madeira nativa e do trabalho escravo da população local318. Açailândia (MA)e Marabá (PA), onde estão localizadas as empresas de ferro-gusa, representam, respectivamente, o segundoe terceiro município do Brasil com o maior número de aliciamento de trabalhadores para trabalhoescravo319.

Enquanto que a participação das guseiras de Marabá e Acailândia na produção de ferro-gusa nacionalera de apenas 5,3% em 1991, atualmente sua participação chega aos 35% (fig. 2.6). O Pólo Carajás de ferro-gusa conta com 15 empresas, 38 altos-fornos e uma capacidade nominal de 406 mil toneladas/mês, sendotoda a produção exportada para os Estados Unidos320.

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Figura 2.5. Pólos madeireiros na Amazônia. Fonte: IMAZON (2007).

Figura 2.6. Evolução da participação das guseiras do Pólo Carajás na produção de ferro-gusa no Brasil, 1989-2006. Produção total em milhões de toneladas/ano. Fonte: Ministério das Minas e Energia (2006).

Mega-projetos de infra-estrutura e urbanização

Com a descoberta da maior jazida de minério de ferro do mundo, na Serra do Carajás, no estado doPará, o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, assim como os Estados Unidos, Ale-manha e Japão, forneceram massivos investimentos para implantação de infra-estrutura para sua explora-ção321 322. No entanto, a implementação do projeto e o subseqüente processo de colonização revelaram-seproblemáticos. Exploração ilegal de madeira, trabalho escravo, invasões de terra e violentos conflitos têmsido reportados para a região 323 324 325. A pavimentação de rodovias e construção de hidrelétricas, gasodutos,linhas de transmissão e hidrovias na Amazônia tem gerado muitas controvérsias. O governo federal deveráimplementar inúmeros projetos de infra-estrutura na região nos próximos anos, visando, principalmente, aintegração sócio-econômica.

Números de

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Reflorestamento e Silvicultura

Reflorestamentos com espécies exóticas de crescimento rápido, principalmente Eucalipto, têm sidofeitos na região do Pólo Siderúrgico de Carajás. Atualmente, estima-se que as indústrias de ferro-gusadetenham cerca de 150 mil hectares de florestas plantadas na Amazônia Legal. Novos investimentosprevistos indicam plantios da ordem de 250 mil hectares por ano para abastecer as siderúrgicas. Os maioresprodutores de florestas plantadas na Amazônia, no entanto, são as poucas industrias de papel e celulose aliestabelecidas. Segundo o Conselho Brasileiro de Manejo Florestal, há empresas que chegam a ter 430 milhectares de florestas certificadas na região

Tendências futuras para a Amazônia

O maior experimento global já realizado sobre modelagem de cenários futuros mostra que a regiãoamazônica será uma das mais afetadas no mundo em termos de variação da temperatura (fig. 2.7). Esteexperimento, liderado pela Universidade de Oxford, contou com a colaboração de mais de 250 milcomputadores domésticos, superando a capacidade do mais avançado super-computador em gerarmodelos de mudanças climáticas. Os resultados indicam um aumento de temperatura de até 10°C naAmazônia pelo ano de 2080326.

Diversos modelos regionais também têm sido desenvolvidos nos últimos anos com o objetivo deestimar o futuro da floresta amazônica (fig. 2.8). Estes modelos são baseados principalmente nos possíveisimpactos das obras de infra-estrutura a serem implementadas pelo governo federal nos próximos anos,assim como nos impactos positivos dos programas de conservação propostos e/ou em andamento.

Figura 2.7. Resultados do Experimento Global de Mudança Climática. Fonte: BBC (2007).

A primeira seqüência de modelagens considerou a taxa de desmatamento observada e os impactosgerados pelos projetos de infra-estrutura do Avança-Brasil e da mineração, da exploração de madeira,vulnerabilidade à incêndios e conservação através de áreas protegidas. Dois cenários para o ano de 2020foram elaborados, resultando em estimativas para áreas desmatadas ou altamente degradadas,moderadamente degradadas, levemente degradadas e florestas primárias não-perturbadas. Outros doismodelos foram gerados desconsiderando os projetos de infra-estrutura. Os resultados indicaram que, emambos os modelos, uma quantidade significativa de floresta será devastada ou altamente degradada nospróximos anos. O estudo revelou ainda que os projetos de infra-estrutura do governo federal poderãocausar, até 2020, desmatamento adicional da ordem de 269 a 506 mil hectares/ano, além da conversão de1,53 a 2,37 milhões de hectares/ano de florestas intactas ou levemente degradadas a florestasmoderadamente ou altamente degradadas. A fragmentação de grandes áreas de florestas primáriasaumentaria em mais de 36%, e as emissões de GEE seriam da ordem de 52.2–98.2 milhões de t C/ano327, 328.

Outra sequência de modelagens, a qual produziu mapas anuais de simulação do desmatamento em47 sub-regiões estratificadas da Amazônia, encontrou resultados bem mais preocupantes. De acordo comeste estudo, cerca de 32 bilhões de toneladas de carbono seriam emitidas na atmosfera até 2050 se a atualtendência de desmatamento prevalecer, o que corresponde a 4 anos de emissões globais de GEE329. Alémdisto, a implementação dos mega-projetos de infra-estrutura planejados para Amazônia causaria umgrande impacto na biodiversidade local, ameaçando de extinção até 18% dos mamíferos endêmicos daregião330.

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Figura 2.8. Cenários futuros para a Amazônia. Alto: cenário para o ano 2020 (adaptado de Lauranceet al. 2001). Abaixo: Cenários para 2030 e 2050. (adaptado de Soares-Filho et al. 2006).

Números de

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2.2 Cerrado

O Cerrado é a maior savana da América do Sul e o segundo maior bioma brasileiro, ocupando partedos estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Distrito Federal, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grossodo Sul, Piauí, Maranhão, Rondônia, e ocorrendo também de forma esparsa no Amapá, Amazonas, Pará e Ro-raima. O Cerrado é considerado a savana mais rica do mundo em biodiversidade, contendo cerca de 160 milespécies de plantas, animais e fungos331. Das 10 mil plantas registradas para o bioma, 44% são endêmicas,ou seja, não são encontradas em nenhum outro lugar do planeta332. Mais de 330 plantas do Cerrado são tra-dicionalmente utilizadas pelas suas propriedades terapêuticas, algumas de reconhecida importância far-macológica333. Sendo um HotSpot da biodiversidade, o Cerrado representa uma prioridade a nível mundialpara conservação.

Vários tributários das três maiores bacias hidrográficas do Brasil situam-se em áreas de Cerrado. A ve-getação característica possui um papel fundamental na manutenção das condições climáticas regionais aointerferir nos processos de reciclagem da água. As raízes da vegetação do Cerrado são excepcionalmenteextensas, adaptadas a captar água nas camadas mais profundas do solo, uma vez que durante a estaçãoseca a disponibilidade de água próxima à superfície fica comprometida334. Desta forma, a vegetação conse-gue manter, pelo menos parcialmente, suas funções metabólicas, incluindo a realização da fotossíntese e aconseqüente captação do CO2 atmosférico. Considerando ainda que a biomassa de raízes das savanas equi-vale à aproximadamente o dobro da biomassa vegetal acima do solo, a conversão do Cerrado para outrosfins que não para a conservação é esperado afetar significativamente o balanço hídrico e o fluxo de GEEneste ecossistema335.

A colonização do Cerrado pelo homem data de mais de 10 mil anos atrás. Os mais antigos restoshumanos encontrados nas Américas são originários de Lagoa Santa, Cerrado de Minas Gerais336. A ocupaçãodesta região pelos povos europeus se deu apenas no século XVIII, devido principalmente às dificuldades dese cruzar a impenetrável floresta Atlântica que cobria a Serra do Mar. A busca por diamante e outras pedraspreciosas, e a posterior a descoberta do ouro, deram início ao ciclo de exploração do Cerrado, que se esten-deu com criação de gado, e mais recentemente, com a agricultura.

Atividades que causam ou reduzem emissões de GEE no Cerrado

Em 1993, foi estimado que 30% das área do Bioma Cerrado estava fortemente degradada, compostaspor áreas agrícolas e urbanizadas, e que cerca de outros 35% encontravam -se antr0pizado por meio depastagens, pastagens em campos naturais e áreas previamente queimadas. Somente 35% do Cerrado esta-vam sob condições preservadas, ou seja, sem vestígios de ocupação humana337. Recentes levantamentos, noentanto, sugerem que uma rápida degradação, principalmente pelo avanço da fronteira agrícola (fig. 2.9).

Figura 2.9. Ocorrência original de vegetação nativa no Cerrado e sua distribuição em 2002. Este mapa desconsidera aocorrência de Cerrado no estado de São Paulo (ver figura). Fonte: Machado et. al (2004).

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Criação de gado e agricultura

Devido à natureza ácida e pouco fértil dos solos, a ocupação do Cerrado favoreceu a pecuária, a qualfoi a principal atividade que causou a conversão do Cerrado no passado. A partir da década de sessenta, adescoberta de variedades tolerantes a estas limitações do solo permitiram o estabelecimento de culturasde arroz. Em meados dos anos oitenta, as plantações de arroz já ocupavam uma área de 4,5 milhões de hec-tares no Cerrado, tornando a principal cultura desta região338.

Com a Revolução Verde e os intensos subsídios governamentais para expansão da agricultura paraalém das terras do sul e sudeste do país, a cultura da soja começou a ser implementada em áreas do Cerra-do. A EMBRAPA, através do Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados (atual EMBRAPA- CERRADOS),iniciou um programa de melhoramento genético o qual beneficiou enormemente o plantio desta legumi-nosa na região. O Cerrado atualmente detém 50% da produção nacional de soja 339, e sua rápida expansãotem sido acompanhada por concentração de terra na forma de latifúndios, intensa mecanização, poucamão-de-obra e uso massivo de fertilizantes e sementes geneticamente modificadas340 341. Somente no esta-do do Mato Grosso, 19,2% da área de Cerrado havia sido convertida em culturas de soja pelo ano 2000 342.

Além de emissões de GEE, a conversão do Cerrado em pastos e agricultura tem causado drástica re-dução da biodiversidade de invertebrados343, causando impacto em toda a comunidade da fauna e floradesta região.

Incêndios No Cerrado, durante a estação seca, a maior parte da biomassa acima do solo morre e seca 344,

favorecendo a ocorrência de incêndios. Embora incêndios naturais façam parte da dinâmica do Cerrado,eventos de grandes queimadas no passado têm sido correlacionados à ocupação pré-histórica do homem 345

. Atualmente, a principal causa de queimadas no cerrado está associada a práticas agrícolas, especialmentea soja346, e para o gerenciamento de pastagens naturais ou plantadas 347.

Estimativas para o ano de 1999 sugerem que uma área equivalente a 19,8 milhões hectares de Cerra-do não-antrópico foi queimado por influência humana, gerando emissões da ordem de 306 mil toneladasde CH4; 8 milhões de t CO; 3,8 mil t N2O e 137,3 mil t NOx

348. Os valores para emissões por hectare excede-

ram em muito os valores encontrados em um estudo independente realizado no Cerrado de Roraima, e istoprovavelmente se deve tanto às diferenças fito-fisionômicas quanto às diferenças metodológicas 349.

Devido à rápida recuperação da vegetação após os incêndios, com altas taxas de produtividade pri-mária durante a estação chuvosa, a área queimada torna-se rapidamente um sumidouro de carbono. Destaforma, as emissões de GEE pela queima de Cerrado são praticamente neutralizadas após um ano350.

Exploração de madeira

A exploração ilegal e indiscriminada de madeira por parte das indústrias de ferro-gusa representauma séria ameaça ao Cerrado. Estas indústrias estão localizadas principalmente no estado de Minas Geraise utilizam a madeira para produção de carvão vegetal para abastecer os altos fornos. A madeira é oriundatanto do Cerrado de Minas Gerais quanto da Bahia, e sua coleta envolve mão-de-obra sob condições seme-lhantes ao regime de escravidão. Operações realizadas em conjunto pelo IBAMA e outros órgãos do governofederal tem mostrado que, em muitos casos, estas indústrias possuem alvará do órgão ambiental para cole-ta e transporte de madeira, evidenciando a cumplicidade das autoridades em relação ao desmatamento ile-gal nesta região 351 352.

Mega-projetos de infra-estrutura

A ocupação do Cerrado por meio de projetos incentivados pelo governo iniciou-se na década de qua-renta, com massivos investimentos através do Projeto de Colonização nos Cerrados. Com a construção danova capital do Brasil, no estado de Goiás, na década de sessenta, iniciou-se o processo de implantação deuma extensa rede de infra-estrutura conectando Brasília às principais capitais dos estados brasileiros. Osprojetos de integração e desenvolvimento da década de setenta e oitenta, como o POLOCENTRO e o PRODE-CER, este último com recursos do governo japonês, permitiram o definitivo estabelecimento de indústriasna região, principalmente a agropecuária353.

Números de

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No entanto, pelo ano de 2002, apenas 1,9% do Cerrado Central havia sido convertido por processos re-lacionados à urbanização354. Apesar do impacto da rede de infra-estrutura ser bem menos acentuado que overificado em áreas de floresta tropical, as estradas favoreceram o avanço da fronteira agrícola, a qual ago-ra representa a maior ameaça à conservação deste bioma.

Reflorestamento e Silvicultura

Após a criação do Novo Código Florestal (1966), o governo criou subsídios para projetos de refloresta-mento aprovados pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal- IBDF. Nos anos seguintes, mais de200 mil hectares de Cerrado foram convertidos somente em plantação de Pinus sp355. Além das madeireiras,outras indústrias se beneficiaram ao usar a resina do Pinus sp. para diferentes fins356. No caso do Eucalipto,as condições topográficas e a sua boa adaptação em solos pobres permitiram a expansão de programas dereflorestamento no Cerrado357. Atualmente os plantios de Eucalipto nesta região são realizados principal-mente pelas indústrias moveleiras e pelas siderúrgicas, estas últimas visando produção de carvão vegetalpara abastecimento dos altos-fornos.

A conversão de cerrado e posterior reflorestamento com Eucalipto e Pinus resulta em armazenamen-to de carbono. No entanto, como explicitado no capítulo 3, o seqüestro de carbono a partir da conversão deflorestas nativas em florestas exóticas não pode constituir estratégia para mitigação da mudança climáti-ca, tendo em vista os inúmeros serviços ambientais adicionais prestados pelos ecossistemas naturais osquais não são providos pelas florestas exóticas.

Tendências futuras para o Cerrado

O futuro do Cerrado é incerto, haja vista que a expansão da agricultura sobre as áreas intactas depen-de de uma série de fatores, tanto a nível de política nacional quanto da demanda por estes produtos porparte dos países importadores. A efetiva implementação de políticas para a conservação do Cerrado poderáreverter a atual tendência de desaparecimento deste bioma.

Um modelo de expansão da soja no Cerrado foi elaborado considerando diferentes premissas. No ce-nário não-otimista, as plantações de soja ocuparão as áreas de pastos degradados, sendo que novos pastospara criação de gado serão implementados em áreas de vegetação nativa, resultando em conversão de 9,6milhões de hectares de Cerrado até 2020. No cenário de “melhores práticas e políticas”, um sistema de pro-dução integrado, com impactos reduzidos, seria estabelecido no caso da agropecuária de larga-escala,acompanhado por um aumento progressivo da agro-ecologia de pequena-escala. Neste caso, apenas 1,2 mi-lhões de hectares de Cerrado seriam convertidos até 2020358.

Aplicando taxas conservadoras de desmatamento anual, outro estudo estimou, com o uso de ima-gens de satélite, que o bloco central que compõe o Cerrado, representando cerca de 80% da extensão totaldeste bioma, deverá estar totalmente destruído pelo ano de 2030359. Porém, há discordância em relação aesta estimativa, sendo sugerido que 50% das áreas convertidas entre 1986 e 1999 sofreram regeneração, eque os estudos prévios não haviam levado este aspecto em consideração360.

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2.3 Mata Atlântica

A Mata Atlântica é a segunda maior floresta tropical do continente americano, sendo formada porum conjunto de ecossistemas florestais e outros ecossistemas associados, como manguezais, restingas,campos altitudes e encraves nordestinos. Originalmente ela distribuía-se de forma contínua ao longo dacosta brasileira, penetrando até o leste do Paraguai e nordeste da Argentina, em sua porção sul361, cobrindomais de 1,3 milhões de km2, sendo 92% desta área localizada no Brasil 362.

Estimativas indicam que a Mata Atlântica possui cerca de 20 mil espécies de plantas, 263 demamíferos, 936 de aves, 306 de répteis, 475 de anfíbios e 350 espécies de peixes. O nível de endemismo naregião é surpreendentemente alto, sendo que 54% das árvores e 80% das 25 espécies e subespécies deprimatas da Mata Atlântica não são encontradas em nenhum outro lugar do planeta 363 364. Espécieseconomicamente valiosas e de múltiplo uso, incluindo recursos não-madeireiros e plantas medicinais sãoabundantes nesta região365. Pela sua importância biológica e pelo grau de ameaça que vem sofrendo, aMata Atlântica é reconhecida como uma das cinco eco-regiões mais prioritárias no mundo para aconservação366.

As florestas da região oferecem inúmeros serviços ambientais, dentre os mais significativos, amanutenção dos recursos hídricos que abastecem as populações locais. Situa-se nos domínios da MataAtlântica o aqüífero Guarani, considerado a maior reserva subterrânea de água do mundo367. Estima-se queo volume de suas reservas permanentes de água seja da ordem de 45 mil km3.

Cerca de 70 povos indígenas ainda habitam a região da Mata Atlântica. Apesar de já estaremhabituados à vida moderna, os índios, e também caiçaras e grupos quilombolas, ainda sofrem com adiscriminação e injustiças sociais. No entanto, é marcante a sua influência na cultura brasileira, seja nalinguagem, na arte, nos hábitos alimentares ou mesmo na contribuição para o conhecimento da fauna,flora368 369 e pelos sistemas tradicionais de manejo dos recursos naturais370 371 372 373 374. Atualmente, cerca de120 milhões de pessoas vivem na região da Mata Atlântica, onde situam-se as maiores cidades do país euma das maiores megalópoles do mundo. Ali se encontram os principais pólos industriais, petro-químicos,portuários e turísticos, representando o principal centro econômico o qual responde por cerca de 70% doPIB nacional.

Atividades Chaves que Causam ou Reduzem Emissões de GEE na Mata Atlântica

O início da degradação da Mata Atlântica data da chegada dos portugueses em 1500375.Durante o processode colonização do Brasil, o bioma Mata Atlântica foi o primeiro a ser desbravado, tendo passado por umalonga história de exploração intensiva de seus recursos naturais. O desmatamento na região esteveintrinsecamente relacionado desenvolvimento sócio-econômico e influenciado pelo ciclo de commoditiescomo o pau-brasil, cana-de-açúcar, gado, ouro, e café. Nas últimas décadas, a agricultura, extração delenha, produção de papel e celulose, assentamentos agrários, construção de rodovias e barragens, e ointenso processo de urbanização atuaram simultaneamente na degradação da Mata Atlântica. Istoresultou, pelo ano de 2007, na destruição de 93,1% das florestas nativas376, restando apenas 4% de suasflorestas primárias377 (fig. 2.10).

Entre 2000 e 2005, o desmatamento na Mata Atlântica ocorreu de forma heterogênia nos estadosbrasileiros (fig. 2.11). Santa Catarina foi líder no desmatamento, com mais 40 mil hectares destruídos nesteperíodo378. Tal desmatamento foi em parte permitido devido ao esquema de corrupção que envolveuservidores públicos da esfera municipal, estadual e federal, além de políticos e empresários. Estes últimoseram favorecidos por agentes de órgão ambientais, através de licenças ilegais, para que pudessemimplementar empreendimentos privados em Áreas de Preservação Permanente379.

Números de

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Figura 2.10. Distribuição original e atual dos tipos ecossistemas da Mata Atlântica. Fonte: SOS Mata Atlântica e INPE.

Figura 2.11. Desmatamento da Mata Atlântica nos estados brasileiros, 2000-2005. Fonte: SOS Mata Atlântica e INPE.

Criação de gado e agricultura

A cana-de-açúcar foi a primeira cultura agrícola a impactar severamente a Mata Atlântica. As ricasflorestas nordestinas foram as mais afetadas, ainda no período colonial, onde produção da cana promoveu,além do desmatamento, grandes disparidades sociais380. Após a crise internacional do petróleo, o governobrasileiro criou, em 1975, o Pró-álcool, programa nacional que visava à substituição da gasolina pelo álcoolcomo combustível de automóveis. Enormes subsídios foram liberados para obtenção de álcool a partir dacana-de-açúcar, resultando em novos desmatamentos na Mata Atlântica381. Cabe notar que, apesar doBrasil ter deixado de emitir GEE ao substituir a gasolina pelo álcool, não se tem contabilizado até omomento as emissões adicionais de GEE que foram geradas a partir do desmatamento das florestas quederam lugar às plantações de cana.

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No século XIX e início do século XX, a produção de café no vale do Paraíba, e posteriormente nointerior de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná, aceleraram a destruição da Mata Atlântica.Ainda hoje a agricultura representa uma grande ameaça às florestas da região, especialmente peloscultivos de soja no sul do país e cacau no estado da Bahia.

O desmatamento na Mata Atlântica tem sido praticado não somente pelas grandes companhiasagropecuárias, mas também pelo pequeno agricultor. De fato, a ocupação de áreas florestadas ao longo dasestradas ou na periferia das cidades se tornou uma válvula de escape para acomodar o excedentepopulacional, em especial a camada mais pobre da população, a qual busca novas chances no meio rural,muitas vezes através da invasão de terras.

Incêndios florestais

A queimada de florestas na Mata Atlântica ainda é uma prática comum, sendo a maioria de origemcriminosa ou acidental382 383 384. Os incêndios acidentais ocorrem geralmente pela perda do controle do fogo,na agropecuária. Estes incêndios têm ocorrido inclusive dentro de unidades de conservação385 386, sendooriginados muitas vezes em acampamentos de caçadores. Não há estimativa disponível sobre o tamanhoda área afetada anualmente pelos incêndios na Mata Atlântica, nem sobre a quantidade de GEE emitidospor esta atividade na região.

Exploração de madeira

A extração de madeira no Brasil deu início com a exploração massiva do pau-brasil. Outras espéciescomo tapinhoã, sucupira, canela, canjarana, jacarandá, araribá, pequi, jenipaparana, peroba, urucurana e vi-nhático, todas nativas da Mata Atlântica, também foram intensamente exploradas durante no período co-lonial. A região continuou contribuindo com a maior parte da produção e comércio de madeiras nativas atéprimeira metade do século XX, fornecendo espécies como Araucária, Peroba, Cedro, Imbuia e Ipê. Em 1948, aexportação destas madeiras contabilizou 662 mil toneladas das quais 85% eram Araucárias387. Neste mes-mo ano, foram registradas 738 serrarias no Paraná e outras 910 em Santa Catarina. Em 1962, o número deserrarias havia subido para 2151, somente no estado do Paraná. Já no final da década de setenta, havia 2700serrarias no Paraná e 4000 madeireiras em Santa Catarina. Quando as autorizações para exploração das es-pécies da Floresta de Araucária foram temporariamente proibidas pelo CONAMA, em 2001, restava apenas1% deste ecossistema em sua composição original388.

Apesar do declínio da exploração de madeira na Mata Atlântica, resultado da escassez de matériaprima, a extração predatória ainda persiste nos estados do Paraná e Santa Catarina, sendo alimentada pelaindústria moveleira389, e na Bahia, onde frequentemente são retiradas de forma ilegal390. As emissões deGEE por esta atividade são insignificantes no contexto nacional, porém continuam representando umaameaça à conservação de um ecossistema tão fragmentado com é a Mata Atlântica.

Mega-projetos de infra-estrutura

Com mais de 60% da população nacional vivendo na região, é de se esperar que os projetos de infra-estrutura tenham causado enormes danos aos ecossistemas da Mata Atlântica. Apesar das inúmerasregulamentações, estes projetos continuam sendo implementados em áreas de floresta, a maioria sobrepressão política e fortes interesses econômicos. O caso recente mais grave é o da hidrelétrica de BarraGrande, um empreendimento privado orçado em US$ 1,3 bilhões e que inundará mais de 8 mil hectares deMata Atlântica, inclusive matas primárias de araucária391. As irregularidades na elaboração do EIA/RIMAforam denunciadas, porém o empreendimento, mesmo assim, foi aprovado. A este se seguem muitosoutros casos, como a hidrelétrica de Tijuco Alto, hidrelétrica de Corupá e vários novos projetos a seremimplementados pela Iniciativa de Integração da Infra-Estrutura Regional Sul Americana (IIRSA), incluindonovas hidrelétricas, gasodutos, estradas e outros empreendimentos de alto impacto sócio-ambiental.

Reflorestamento e Silvicultura

Os mais extensos projetos de reflorestamento com espécies exóticas no Brasil encontram-se naregião da Mata Atlântica, e são realizados principalmente pelas indústrias siderúrgicas, em Minas Gerais, epelas indústrias de papel e celulose392 393. Apesar do atual compromisso destas empresas no que se refere àresponsabilidade social e ambiental, algumas delas participando do mercado voluntário do carbono394, nãohá estimativa disponível sobre a extensão de florestas nativas que foram eliminadas para dar lugar à atual

Números de

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floresta plantada, sendo desconhecido, portanto, as emissões de GEE durante o processo de implantaçãodestes reflorestamentos.

De grande interesse para a conservação e mitigação da mudança climática são os reflorestamentoscom espécies nativas. Inúmeros projetos deste tipo estão em andamento na região da Mata Atlântica,inclusive visando especificamente o sequestro do carbono395. A maioria é constituída por iniciativas locaisde pequena escala, porém ambiciosos programas também têm sido planejados396. Não há estimativa sobrea área atualmente em processo de reflorestamento, sendo que muitos projetos não são bem sucedidosdevido o alto custo de implementação e/ou falta de capacitação técnica.

Tendências futuras para a Mata Atlântica

Iniciativas para a conservação da Mata Atlântica têm sido heróicas, principalmente por parte dasociedade civil organizada. No entanto, devido o alto grau de fragmentação dos remanescentes florestais, aregião poderá levar muitas décadas para se recuperar, sendo que a maioria dos pequenos fragmentosflorestais deverão desaparecer naturalmente devido o efeito deletério das extinções em cascata dasespécies animais, assim como pela quebra das funções ecológicas do ecossistema. Reverter a atualtendência irá requerer mecanismos inovadores que atuem de forma integrada na promoção daconservação e do desenvolvimento social397.

O novo mercado do carbono e as iniciativas voluntárias, tanto das empresas nacionais quanto deinvestidores internacionais, constitui uma oportunidade sem precedentes para a conservação da MataAtlântica. Caso novos recursos estejam disponíveis para implementação de projetos de mitigação damudança climática, a Mata Atlântica deverá ser um tanto beneficiada, principalmente através de projetosque promovam reflorestamento com espécies nativas. Assim, além de mitigar a mudança climática, estesprojetos poderão acelerar a recuperação das florestas e dos recursos hídricos da região.

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Políticas Existentes na Região e Recomendações paraConservação de Florestas visandoMitigação da Mudança Climática

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3.1. Estrutura governamental e Instrumentos legais

A nível de estrutura nacional, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) é o órgão de autoridade máximana questão do meio ambiente, embora existam Grupos Inter-ministeriais de Trabalho responsáveis pelacondução de determinados programas. Atribuições do MMA são definidas pelo Decreto 5.776/2006 eincluem a implementação de políticas do meio ambiente, preservação, conservação e utilização sustentávelde florestas, políticas de integração do meio ambiente e produção, programas na Amazônia Legal ezoneamento ecológico-econômico.

O MMA possui Órgãos de Assistência Direta e Órgão Específicos Singulares, dentre os quais aSecretaria de Biodiversidade e Florestas, Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável,Secretaria de Coordenação da Amazônia e o Serviço Florestal Brasileiro, além de Órgãos Colegiados como oConselho Nacional do Meio Meio Ambiente (CONAMA), o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético(CGEN), o Conselho Nacional da Amazônia Legal (CONAMAZ), a Comissão de Gestão de Florestas Públicas ea Comissão Nacional de Florestas (CONAFLOR). O MMA possui também órgãos vinculados, dentre os quaiso mais importante é o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, o IBAMA,responsável por executar as políticas ambientais definidas pelo MMA. Recente avanço na estrutura doMMA inclui a criação da Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, e o Instituto ChicoMendes de Conservação da Biodiversidade.

Em termos de investimento, dos R$ 1.676.709.546.369,00 (1 trilhão e seiscentos milhões de reais) doorçamento da União para o ano de 2006, o total de R$ 2.069.244.467 (equivalente a 0,12%) foi destinado aoMMA, sendo 40,6% deste valor, ou seja, R$ 839.368.225,00 (oitocentos e trinta e nove milhões) foi destinadoao IBAMA. Para o Programa Amazônia Sustentável foram destinados R$53,9 milhões e outros R$ 10,6milhões destinaram-se ao Programa Nacional de Florestas. O Programa de Prevenção e Combate aoDesmatamento, Queimadas e Incêndios Florestais (Florescer) recebeu R$132,64 milhões do IBAMA,especialmente para ações de fiscalização.

A Constituição Nacional em vigor data de 1988 e a legislação atual que trata do uso e conservação deflorestas possui suas bases no Novo Código Florestal (Lei 4.771/65). As diretrizes para regulamentação douso de florestas no Brasil podem ser encontradas nas seguintes principais leis: Lei 6.938/81: PolíticaNacional do Meio Ambiente, Lei Nº 7.509/86: Disciplina o transporte de madeira em toras por via fluvial, LeiNº 7.754/89: Estabelece medidas para proteção das florestas existentes nas nascentes dos rios, Lei Nº9.605/98: Lei dos crimes ambientais, Lei Nº 9.985/00: Sistema Nacional de Unidades de Conservação, Lei Nº10.711/03: Sistema Nacional de Sementes e Mudas, Lei Nº 10.650/03: Dispõe sobre o acesso público aosdados do Sistema Nacional do Meio Ambiente, Lei Nº 11.284/06: Lei de Gestão de Florestas Públicas, criaçãodo Serviço Florestal Brasileiro e do Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal. Existem ainda inúmerasoutros instrumentos legais que regulamentam estas leis, na forma de decretos, portarias, instruçõesnormativas e resoluções, os quais podem ser acessados na íntegra no seguinte website governamental:<http://www.mma.gov.br/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=5&idMenu=3586&idConteudo=3651#RESOLUCOES>.

O Ministério da Ciência e Tecnologia é o responsável pela coordenação do programa MudançaClimática. Através de decreto presidencial, foi criada a Comissão Inter-ministerial de Mudança do Clima398,em 1999, sendo composta atualmente por 11 ministérios. Esta comissão foi então designada para apreciar eaprovar os projetos no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo- MDL, sendo portanto, aAutoridade Nacional Designada no âmbito do Protocolo de Quioto. A crescente necessidade de informar eregulamentar os proponentes de projetos de MDL, uma vez que o Brasil é o hoje o segundo país em númerode projetos de MDL submetidos à Convenção, levou o governo brasileiro, em cooperação com o Programadas Nações Unidas para o Meio Ambiente-PNUD, a criar em 2007 o projeto “Modernização Institucionalpara Fortalecimento da Secretaria Executiva da Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima”.Com este projeto foram oferecidas 55 vagas para consultores na área de energia, tratamento de resíduos,agropecuária, indústria e uso de solventes e mudança no uso da terra e florestas.

O programa Mudança Climática também tem propiciado uma plataforma de discussão entrerepresentantes do governo e da sociedade civil através do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas- FBMC,criado pelo Decreto 3515/00. O Fórum criou o grupo de trabalho sobre Desmatamento para discutir temasrelacionados ao uso do solo e biomassa, assim como políticas para combater a destruição de florestas.Fóruns estaduais também foram criados em São Paulo (Decreto 49.369/05), Paraná (Decreto 4.888/05),

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Minas Gerais (decreto 44.042/05) e Bahia (Decreto 9.519/05).O MMA também tem promovido discussõessobre o tema, na forma de seminários e workshops, além de ter definido a mudança climática como temaprincipal da Semana Nacional do Meio Ambiente de 2007 e da III Conferência Nacional de Meio Ambiente.

O FBMC recentemente submeteu ao governo uma proposta para o Plano de Ação Nacional deEnfrentamento das Mudanças Climáticas399. Foi sugerido uma estrutura dividida em três eixos estratégicos:(1) Ações coordenadas de governo, (2) Criação da Rede Nacional de Pesquisa sobre Mudança do Clima e (3)Criação de um Organismo Nacional de Política Climática. Dentre as ações de mitigação a seremcoordenadas pelo governo federal incluem a definição de metas de redução da taxa de desmatamento equeimadas, além de políticas e ações de conservação de ecossistemas. Ações de adaptação incluem aaceleração do reflorestamento das Áreas de Preservação Permanentes, em especial das matas ciliares.

3.2. Política Internacional

O Brasil assinou e ratificou a maioria das convenções internacionais e acordos ambientaismultilaterais relacionados à conservação de florestas e à mudança climática, dentre os quais podemos citaro Tratado de Cooperação Amazônico, o Acordo Internacional de Madeira Tropical, a Convenção daDiversidade Biológica, a Convenção de RAMSAR sobre Áreas Úmidas de Interesse Mundial, a ConvençãoInternacional sobre o Comércio de Espécies da Fauna e Flora Ameaçadas de Extinção, A Convenção-Quadrodas Nações Unidas sobre Mudança Climática (UN-FCCC) e o Protocolo de Quioto.

O Brasil tem participado ativamente das discussões junto à UN-FCCC, com importantes contribuiçõesnas negociações internacionais. Em resposta ao Mandato de Berlim, o governo brasileiro submeteu aosecretariado da Convenção uma proposta contendo elementos para a elaboração do Protocolo de Quioto400.Esta proposta incluía a criação do Fundo Não-Anexo I de Desenvolvimento, que seria financiado pelospaíses industrializados de acordo com suas contribuições históricas e per capta para o aquecimento global,considerando assim suas respectivas responsabilidades em termos de impacto na mudança do clima. Aproposta foi aceita, porém alterada no que hoje constitui o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (artigo12 do Protocolo de Quioto), único mecanismo oficial que possibilita a participação ativa dos países emdesenvolvimento na transação de créditos de carbono.

Ainda durante a COP-1, em Berlim, o Brasil manifestou-se contrário à inclusão de florestas nativaspara geração de créditos de carbono negociáveis no âmbito da Convenção. O Brasil argumentou que aConvenção lida apenas com emissões e remoções antrópicas e que não teria sentido reclamar créditos porremoções naturais feitas por meio da conservação de florestas nativas401. Além disso, apoiava a idéia de queeste mecanismo poderia influenciar o aumento do consumo de combustíveis fósseis nos paísesdesenvolvidos402. A opinião brasileira prevaleceu, porém as discussões sobre o tema continuaram até que,no Acordo de Marrakesh , em 2001, decidiu-se por excluir definitivamente o desmatamento evitado doprimeiro período de comprometimento do Protocolo de Quioto (2008-2012).

Até mesmo as várias organizações não-governamentais internacionais contrariavam a inclusão dasflorestas nativas no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo403, ou em qualquer outro mecanismo quepossibilitasse a geração de créditos negociáveis envolvendo florestas404. Porém, fortes argumentosmostrando os múltiplos benefícios das florestas para mitigação da mudança climática e na promoção dodesenvolvimento sustentável começaram a surgir, mudando completamente o cenário político nacional einternacional405 406 407.

O Brasil atualmente propõe um esquema voluntário de incentivo à redução de emissões advindas dodesmatamento e degradação de florestas nos países em desenvolvimento408. A proposta não se ajusta aoconceito de “desmatamento evitado” e não implica em emissão de créditos para cumprir metas de reduçãodos países industrializados do Anexo I da Convenção. A proposta visa uma redução efetiva das emissões deGEE a partir de uma Taxa de Emissão de Referencial (TER). Se a Taxa de Emissão por Desmatamento (TED),em um determinado período, for menor que a TER, este país estaria elegível a receber recursos financeirosde algum país desenvolvido. Se a TED for superior à TER, então a diferença deve ser somada à TER anterior eo país deverá reduzir a TED nos anos seguintes em tal proporção, i.e, abaixo da nova TER, para que sejaelegível a novos incentivos. A TER seria recalculada a cada três anos caso a TED mantenha-se abaixo da TER.

O Brasil, detendo a alta-tecnologia de monitoramento do desmatamento por satélite, propõe auxílio

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aos outros países em desenvolvimento no diz respeito à capacitação. Isto minimizaria as dificuldadesinerentes ao processo de estimativa e validação das reduções de GEE, as quais ainda impedem um acordofavorável à inclusão das florestas nativas na Convenção do Clima409. No entanto, a proposta brasileira nãoobteve êxito nem apoio dos países latino-americanos, africanos e asiáticos, os quais submeteram outraspropostas ao secretariado da Convenção410. Isto se deve ao fato de que a proposta brasileira não beneficiasatisfatoriamente os países com pequenas áreas de florestas e com baixa taxa histórica de desmatamento,como é a maioria dos casos.

Recomendações

− O governo brasileiro deve estabelecer metas de redução do desmatamento, não implicando, noentanto, a aplicação de multas ou sanções econômicas no âmbito da Convenção, caso o país nãoconsiga cumprir com tais metas. Torna-se imprescindível que o país reafirme sua proposta de incentMinistério do Meio Ambiente, através do Fundo Nacional do Meio Ambiente, estabeleceu parceriacomivo voluntário e intensifique as negociações bilaterais com países desenvolvidos visando acordos deinteresse mútuo e que auxiliem o país no cumprimento das metas. À exemplo disto, em 2001, o osPaíses Baixos, os quais investiram US$ 500 mil para apoiar estudos de viabilidade de implementação deprojetos de mitigação e adaptação da mudança climática, especialmente no âmbito do MDL e quebeneficiassem comunidades de baixa renda411. Novas parcerias poderiam abordar a questão dodesmatamento.

− Adicionalmente, no âmbito da Convenção do Clima, deve o Brasil participar das discussões sobre acriação de novos mecanismos oficiais de incentivo à redução das emissões por desmatamento, a seremaplicadas no período pós-Quioto, ou seja, a partir de 2013, pois somente os incentivos voluntários nãoserão suficientes para custear os programas de redução do desmatamento.

− Uma vez que são altos os custos de manutenção de programas que objetivam à redução dodesmatamento, e considerando a oportunidade que estes programas representam em termos deestratégia para alcance dos objetivos da Convenção, deve o Brasil, em conjunto com outros países,exigir o repasse da Ajuda Oficial ao Desenvolvimento (do inglês, ODA). Uma porcentagem destesrecursos deveria ser destinada a programas de mitigação da mudança climática, mais especificamentena redução das emissões por desmatamento. Em 1970, as Nações Unidas adotaram o valor de 0,7% doPNB dos países desenvolvidos para cálculo do montante a ser doado aos países em desenvolvimento, naforma de ODA. Estes recursos visam especificamente a promoção do desenvolvimento sócio-econômico, podendo ser, desta forma, muito bem aplicados para fomento de atividades econômicasalternativas, as quais permitiriam a exploração sustentável dos recursos naturais e consequenteredução do desmatamento. Vale notar que os países desenvolvidos não tem cumprido com a metapreviamente estabelecida, apesar de terem reafirmado, recentemente, o aumento dos recursos paraeste fim.

3.3 Políticas relacionadas a Atividades Específicas

3.3.1 Políticas para a Agro-pecuária

A Lei 8171/91, a qual dispõe sobre a política agrícola nacional, informa claramente em diversosartigos sobre a prioridade na preservação do meio ambiente, conservação e restauração dos recursosnaturais. Além disto, constitui objetivos da política agrícola eliminar as distorções econômicas e sociais epriorizar o pequeno produtor e suas famílias. No entanto, uma vez que agricultura continua representandoameaça aos ecossistemas florestais, como mostrado no capítulo I, e que os investimentos do governocontinuam priorizando os grandes produtores, a implementação da política nacional da agricultura temsido falha, contribuindo assim para a manutenção da injustiça social e ambiental. A exemplo disto, omontante de recursos de crédito rural oficial, através do Plano Agrícola e Pecuário, atingiu a marca de R$ 60bilhões na safra de 2006/2007, e apesar de ter representado um aumento de 143% neste tipo deinvestimento, apenas R$ 10 bilhões foi direcionado para a agricultura familiar412. Dentre as sete prioridadesdefinidas pelo Plano 2007-2008, o meio ambiente e o pequeno produtor não constam em nenhumadelas413.

Em relação ao avanço da soja e pastagens nos biomas florestais, o governo federal continua passivo

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em relação à implementação de políticas mais agressivas para resolver o problema. Planos de ação têm sidoformulados, especialmente pelo Ministério do Meio Ambiente, mais precisamente sobre a regulamentaçãofundiária, geo-referenciamento e fiscalização das Reservas Legais. Diversos parlamentares, sob pressão daConfederação Nacional da Agricultura, têm proposto alteração do Novo Código Florestal, reduzindo aporcentagem da Reserva Legal na Amazônia de 80 para 50%, ou mesmo 25% em algumas áreas, visando ofavorecimento das atividades agropecuárias. Apesar do fracasso na tentativa de converter em lei a MedidaProvisória 2080, através do projeto do Deputado Moacir Michelleto (PMDB-PR), novas propostas pararedução ou mesmo eliminação da Reserva Legal estão em pauta no governo. O Projeto de Lei 6424/05,oriundo do Senado Federal, reapresentado como PL 6840/06 pelo deputado José Thomaz Nonô (PFL/BA),propõe que a compensação ambiental pelo desmatamento de Reserva Legal possa ser feito fora da baciahidrográfica onde o crime foi cometido. Isto sem dúvida dificultaria a recuperação das áreas já degradadase facilitaria o avanço da agropecuária sobre as florestas nativas, onde as grandes empresas já estãoinstaladas.

Por outro lado, algumas iniciativas positivas têm sido tomadas pelo governo, dentre elas aregulamentação da produção orgânica nacional e o desenvolvimento de Sistemas Agroflorestais - SAFs414 415416. O mercado por produtos orgânicos representa uma grande oportunidade para os pequenos produtoresbrasileiros. Estes sistemas constituem uma alternativa ao uso da terra pelo sistema tradicional deagricultura, requerendo menor uso de insumos como fertilizantes, pesticidas e máquinas agrícolas. Aoincluir espécies arbóreas, os SAFs contribuem para a recuperação do solo e manutenção do processo deciclagem de nutrientes. Além de evitar emissões de GEE, podem até mesmo fixar entre 6-9 tC/ha emsistemas de rotação de 40 anos417 418 419. Várias espécies têm sido utilizadas com sucesso nos sistemasagroflorestais, como açaí, bacaba, pupunha, babaçu e dendê, castanha-do-pará, cupuaçu, acerola, guaranáe banana, sendo produzidas em pequena escala, respeitando as condições climáticas e as necessidades daspopulações locais. Este tipo de produção possui um mercado cada vez maior, incluindo possibilidades deexportação, promovendo assim um aumento na renda familiar dos pequenos produtores que não têmcomo expandir sua área de plantio.

Em 2006, o governo federal criou o Serviço de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos eBubalinos – SISBOV. O serviço conta com a adesão voluntária do setor privado e visa atender as exigênciasde importadores, provendo informações sobre o produtor, propriedade e animais através de protocolospadronizados. Tais exigências surgiram após o surto de febre aftosa em diversos estados, em 2005. Naépoca, 49 países suspenderam as importações de carne do Brasil. Porém, o SISBOV se interessabasicamente na saúde animal, não incluindo questões sociais e ambientais no processo de certificação. Éimportante notar que, além dos impactos sobre as florestas, o setor agropecuário é o maior responsávelpela manutenção do trabalho escravo no Brasil.

Recomendações

- Prioritariamente, deve-se aplicar a lei vigente sobre a punição daqueles que promovem odesmatamento da Reserva Legal. Em adição, sugere-se o corte da concessão de qualquer tipo de créditofinanceiro para os proprietários que não recomporem a Reserva Legal da forma como estipulada no Artigo99 da Lei 8171/91. Vale notar que as instituições financeiras que concedem crédito a estes infratores devemser co-responsabilizadas por crime ambiental, já que a Lei 6938/81, em seus artigos 3º. e 12º., consideracomo poluidor toda “pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ouindiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental" e que “as entidades e órgãos definanciamento e incentivos governamentais condicionarão a aprovação de projetos habilitados a essesbenefícios ao licenciamento, na forma desta lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrõesexpedidos pelo CONAMA-Conselho Nacional do Meio Ambiente”.

- Uma vez que várias áreas florestais de alta importância biológica situam-se em propriedadesparticulares, é esperado que o desmatamento legal nestas regiões continue ocorrendo nos próximos anospelo simples fato de a Reserva Legal não representar 100% das propriedades. Mesmo que estas áreas sejamhoje visadas pelos órgãos ambientais como potenciais áreas para criação de Unidades de Conservação, boaparte do desmatamento legal poderá ocorrer até que estas reservas naturais sejam propostas eimplementadas. Isto não leva em consideração o desmatamento ilegal que, apesar da existência de sançõespunitivas, não deverá ser completamente eliminado nos próximos anos. Assim, visando à conservaçãoimediata destes ambientes prioritários, sugere-se ao governo a implementação de novos e aprimorados“estímulos para a conservação” de florestas além dos limites da Reserva Legal, na forma de incentivoseconômicos ou isenções fiscais. No caso da agricultura, estes incentivos podem ser créditos financeiros

Números de

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adicionais, como já previstos no artigo 103 da lei de política agrícola. Da mesma forma, deve-se criardesestímulos econômicos à degradação ambiental nestas áreas, o que no Direito Tributário denomina-seextrafiscalidade, podendo ser impostos que visam à internalização do dano ambiental. Por exemplo, oprodutor poderia, nestas áreas de alta importância biológica, ser obrigado a pagar ao governo uma quantiarelativa à suas emissões de GEE, e a receita então poderia ser revertida em alguma atividade deconservação de florestas.

- Na tentativa de conter o avanço da soja e pastagens sobre as florestas, especialmente sobre aquelasde alto interesse para a conservação, deve o governo mapear as áreas já desflorestadas/degradadas, asquais não possuem importância biológica para o reflorestamento, e incentivar a agricultura de larga-escalanestas áreas. Tendo em vista a rápida expansão da agricultura e a grande necessidade de proteção decertos blocos de floresta, esta medida deverá amenizar a pressão do desmatamento nestas áreas, e aomesmo tempo, permitir a implementação das atividades agropecuárias. Em áreas desmatadas adjacentesaos blocos florestais de alta importância biológica, sugere-se o fomento de atividades silvipastoris esistemas agroflorestais de pequena escala, envolvendo pequenos produtores e suas famílias através deprojetos de assentamentos rurais. Tais projetos podem ser implementados de forma sinergética a outrosprojetos recomendados nas seções seguintes.

- Deve o governo, em parceria com a sociedade civil organizada, promover a certificação de toda acadeia produtiva das atividades agropecuárias, incluindo critérios sócio-ambientais. Após a capacitação deprofissionais e implementação de selo de certificação, deve-se legislar sobre a obrigatoriedade dos produto-res/empresas em rotular os produtos a serem comercializados, informando ao consumidor sobre a origeme sobre o processo de fabricação do produto. Campanhas educativas, por sua vez, influenciariam os consu-midores a adotarem uma postura responsável ao decidir qual produto deve ser comprado. A longo-prazo, asempresas que não adotarem as normas recomendadas para conservação das florestas seriam naturalmen-te eliminadas do mercado competitivo. Iniciativas neste sentido já estão em andamento na Amazônia ondea moratória da soja, proposta pelo Greenpeace, foi aderida pela Associação Brasileira da Indústria de ÓleosVegetais (Abiove) e pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), que incluem grandesempresas do setor como a Cargill, Bunge, ADM e o grupo Amaggi. Estas empresas assumiram ocompromisso de não mais plantar soja em áreas desmatadas na Amazônia. No pantanal, outra iniciativabem sucedida vem sendo implementada pela Conservação Internacional em parceria com o setor privado.Fazendas de gado vem sendo capacitadas e certificadas para a produção de carne orgânica, utilizandocritérios sociais e ambientais, com rastreamento de toda a cadeia produtiva420. Dar acesso a mercados con-sumidores internacionais e nacionais para os produtores que sigam preceitos ambientalmente corretos,através de certificações, é uma forma eficiente de conter o desmatamento, e consequentemente, emissõesde GEE421. Créditos financeiros adicionais devem ser disponibilizados para companhias de pequeno e médioporte no sentido de viabilizar o processamento, armazenamento e embalagem destes produtos, permitindoque estes alcancem mercados distantes e de maior poder econômico422.

3.3.2 Políticas relacionadas aos Incêndios Florestais

As políticas públicas de combate aos incêndios florestais parecem ser uma das mais bem sucedidasno contexto da mudança climática e florestas, apesar da dificuldade de fiscalização desta atividade,especialmente na agricultura. De fato, os instrumentos legais coibindo o uso do fogo em áreas de florestano Brasil são antigos e remontam ao Código Florestal de 1934, o qual proibia o uso de fogo sem permissãoda autoridade florestal. O Novo Código Florestal determinou pena de três meses a um ano de detenção aquem provocasse incêndio em áreas de florestas ou vender, fabricar, transportar balões que pudessemcausar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação. Com o Decreto 84.017 de 1979, ficou proibidoqualquer comportamento que pudesse provocar incêndios nos parques nacionais, sendo o uso do fogopermitido apenas como instrumento de manejo, assim regulamentado pela Resolução do CONAMA no 11 de1988. Já a Lei de Crimes Ambientais, atualmente em vigor, aumentou a pena para dois a quatro anos dereclusão, além de multa, a quem provocar incêndio em mata ou floresta, e para até três anos e/ou multa aquem fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios. nas florestas e demaisformas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano.

Atualmente o Brasil possui um dos maiores programas do mundo de combate a incêndios florestaise investimentos da ordem de dezenas de milhões de dólares têm sido feitos visando minimizar os efeitosdeletérios das queimadas. A comunidade científica vem atuando ativamente na elaboração de propostas e

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legislações relacionadas ao tema423. Coube à Comissão Nacional de Prevenção e Combate aos IncêndiosFlorestais propor, em 1989, a criação do Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais,o PREVFOGO. O IBAMA então foi designado para coordenar as ações necessárias à organização,implementação e operacionalização do sistema, bem como o gerenciamento das atividades em todo oterritório nacional, além da captação e aplicação dos recursos.

As ações do PREVFOGO são implementadas com o apoio dos Centros de Monitoramento e Controlede Incêndios Florestais, implantados estrategicamente em diferentes Unidades da Federação. Todos osCentros contam com uma moderna infra-estrutura de comunicação, informática e cartografia, dandosubsídios para o gerenciamento e tomada de decisão de forma regionalizada. O PREVFOGO possui 5programas: (1) Prevenção, (2) Controle, (3) Combate, (4) Pesquisa e (5) Treinamento.

O Programa de Prevenção tem sido desenvolvido pelo Instituto Nacional de Meteorologia - INEMET,pelas Centrais Elétricas de Minas Gerais - CEMIG, pelos Governos Estaduais, através das Secretárias deEducação e Agricultura, órgãos de meio ambiente e por organizações não-governamentais. O programapermite antecipar a tomada de decisões ao identificar as zonas de risco, realizando monitoramentometereológico em áreas prioritárias, além de implantar infra-estrutura adequada, plano de manejo ecampanhas educativas nas redes de ensino e de comunicação.

O Programa de Controle é constituído por um Sistema de Detecção de Focos que utiliza dados obtidospor satélite, aviões e por terra, e por um Sistema de Autorização e Controle de Queimadas. Este Programaconta com a participação de organismos como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o CentroIntegrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (CINDACTA), o Corpo de Bombeiros e as Brigadas deVoluntários. As ações de controle propriamente ditas ficam a cargo do IBAMA, o qual orienta o uso corretode queimadas, além de emitir autorizações e, quando necessário, aplica multas e outras penalidades pelouso indevido do fogo.

O Programa de Combate é implementado conjuntamente pelo Corpo de Bombeiros e pelas BrigadasContra Incêndios, estruturadas normalmente a nível das Prefeituras Municipais ou ONG´s. O objetivo édesenvolver uma sistemática que permita que o fogo seja contido dentro dos limites possíveis, assim queidentificado o foco. O IBAMA tem incentivado o setor empresarial a participar ativamente deste programaatravés do desenvolvendo de novas tecnologias, equipamentos, material de proteção pessoal, veículos levese aeronaves para patrulhamento e combate.

O Programa de Pesquisa é realizado principalmente pela Universidade de Brasília, Universidade deSão Paulo, Universidade Federal de Viçosa, Universidade Federal do Paraná, IBGE e EMBRAPA. A nívelinternacional, o Serviço Florestal Americano, através de acordo de cooperação com o IBAMA, temproporcionado um crescente intercâmbio com pesquisadores da Estação de Pesquisa de Riverside, naCalifórnia, da NASA, do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas e das universidades de Washington e doColorado. Por fim, o Programa de Treinamento do PREVFOGO objetiva montar uma estrutura decapacitação de recursos humanos para atuar na área de incêndios florestais e queimadas, seja a nívelgerencial, seja a nível operacional, de modo a oferecer a todas as agências que integram o sistemaoportunidades para elevar o nível de conhecimento e habilidade de seus membros.

O Plano Plurianual 2008-2011 do governo federal continuará investindo no monitoramento e controlede incêndios florestais através do programa FLORESCER. Outros programas regionais deverão continuarsuas atividades, incluindo o PROARCO e o PROTEGER. O PROARCO atua no “Arco do Desmatamento”,identificando as áreas de maior risco e desenvolvendo um sistema permanente de monitoramento,prevenção, combate, fiscalização, educação e treinamento. Já o Projeto de Mobilização e Capacitação para aPrevenção de Incêndios Florestais na Amazônia, o PROTEGER, concebido no âmbito do PPG7, buscapromover a disseminação de conteúdos, estratégias, métodos e técnicas que promovam a sustentabilidadedos processos produtivos das comunidades amazônicas, com foco na diminuição do uso do fogo e maiorcontrole nas queimadas.

Recomendações

- Sugere-se o aumento da fiscalização, além do desenvolvimento de novas técnicas que substituam o

uso do fogo na queima de resíduos agrícolas, especialmente nas culturas de cana-de-açúcar e algodão daregião sul e sudeste.

Números de

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3.3.3 Políticas de Manejo Florestal

Florestas Nativas

O Código Florestal de 1934 estabeleceu mecanismos de comando e controle sobre a exploração demúltiplos recursos florestais. No entanto, este código florestal refletia uma política um tanto economista,visando muito à produção e pouco à proteção dos recursos florestais. Esta política foi redirecionada peloNovo Código Florestal de 1965, que estabeleceu, dentre outros, os conceitos de Reserva Legal e Área dePreservação Permanente. O Novo Código Florestal já possuía, inclusive, um componente de educaçãoambiental ao instituir a Semana Florestal, a ser comemorada obrigatoriamente nas escolas eestabelecimentos públicos como objetivo de divulgar o valor das florestas, bem com o “sobre a formacorreta de conduzi-las e perpetuá-las”.

Foi somente em 1986 que a Lei 7.511 e a Portaria nº 486 utilizaram pela primeira vez o termo“Manejo Sustentável ou Manejo de Rendimento Sustentável”, determinando normas administrativas eprocedimentos técnicos para a exploração florestal, mas sem contudo, estipular parâmetros para avaliaçãodesta atividade em si. Através da Ordem de Serviço 002/89-DIREN, de 1989, o IBAMA então publicou oRoteiro Básico para Análise de Planos de Manejo Florestal, uma orientação do que deveria ser avaliado e ositens a serem preenchidos pelo elaborador do plano de manejo. Nos anos seguintes, a Instrução Normativanº 80/91, o Decreto 1282/94 e a Portaria nº48/95 determinaram as regras e exigências para o manejoflorestal, estipulando a intensidade amostral, periodicidade do inventário, ciclos de cortes, guias eautorizações.

No entanto, a exploração convencional de madeira continua a ameaçar as espécies economicamentevaliosas, como o Mogno e a Virola. O governo tem legislado sobre estas espécies, tendo suspendido aexploração das mesma em 1996 (Decreto 1.963), e posteriormente em 2002 e 2003 (Decretos 4335/02 e4593/03). Isto repercutiu internacionalmente, sendo que a União Européia resolveu suspender asimportações de mogno até que se comprovasse a origem das madeiras e a legalidade das autorizações deexportação424. O Decreto 7722/03 e a Portaria Normativa nº7/03 do IBAMA estabeleceram critérios para aexploração do mogno, determinando que a extração em florestas nativas seja feita apenas mediante umPlano de Manejo Florestal Sustentável – PMFS.

Para combater fraudes e monitorar a cadeia de custódia da madeira nativa, o governo criou, em 2006,o Documento de Origem Florestal(DOF)425, que substituiu a Autorização de Transportes de ProdutosFlorestais (ATPF). O DOF consiste em um sistema eletrônico operado pelo IBAMA, acessível em tempo real,via satélite e pela LINHA VERDE (800-61-8080). O DOF utiliza código de barras contendo informações sobreo veículo, dono e destino da madeira. Visando a descentralização do processo de fiscalização, O CONAMApassou aos Estados a responsabilidade sobre a fiscalização e as autorizações de desmatamento, ficando acargo do IBAMA a fiscalização em áreas superiores a 50 mil hectares e desmatamento maiores que 2 milhectares na Amazônia, e 1 mil hectares no resto do país.

Em 2000, foi criado o Programa Nacional de Florestas (PNF), que visa promover o uso sustentáveldas florestas através do fomento de atividades de reflorestamento e recuperação de florestas nativas. OPNF prevê ainda a repressão do desmatamento ilegal, promoção de alternativas econômicas para opequeno produtor e para indústrias de base florestal, estímulo a proteção da biodiversidade e valorizaçãodos aspectos econômicos e sociais dos serviços ambientais advindos das florestas. As ações do PNFenvolvem: regulamentação, treinamento e capacitação, assistência técnica, informação, pesquisa edesenvolvimento florestal, além de créditos e incentivos econômicos. Foi criada uma ComissãoCoordenadora do PNF (CONAFLOR), um Centro de Apoio ao Manejo Florestal (CENAFLOR) e um SistemaNacional de Informações Florestais (SINFOR). Criou-se ainda a lei de Gestão de Florestas Públicas (lei11.284/06), que permitirá investimentos privados para a exploração sustentável de florestas. Espera-se queaté 2015 a área de manejo comunitário no Brasil atinja 25 milhões de hectares e que a área total deconcessões florestais chegue a 3% da Amazônia, ou seja, cerca de 13 milhões de hectares. A receita porpagamento do recurso florestal estimada é de R$ 187 milhões por ano, com uma arrecadação de impostosda ordem de R$ 1,9 bilhões, além da geração de cerca de 140 mil novos empregos.

Dentre as metas do PNF para o período de 2008 a 2011 está a implementação do o Plano Nacional deSilvicultura com Espécies Nativas e Sistemas Agroflorestais (Pensaf), e a recuperação de áreas degradadas.

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O Pensaf, desenvolvido em parceria com o Ministério da Agricultura e com o Ministério da Ciência e Tecno-logia, pretende favorecer a utilização de espécies florestais nativas e sistemas agroflorestais para produçãocomercial. No programa de recuperação de áreas degradadas, o PNF investirá na recuperação da Bacia doRio São Franscisco como projeto-piloto426.

Em relação aos mecanismos financeiros, umas das ferramentas mais importantes para conter a de-gradação das florestas tem sido o Protocolo Verde, que evita a utilização de créditos oficiais e benefícios fis-cais em atividades que sejam prejudiciais ao meio ambiente. Com o Protocolo Verde, os recursos financei-ros do Governo priorizam projetos que apresentam maiores características de auto-sustentabilidade e queacarretarem menores danos ao meio ambiente. Dentre os participantes do Protocolo estão representantesdo Ministério do Meio Ambiente, Ministério da Agricultura, Ministério da Fazenda, Ministério do Planeja-mento e Orçamento, IBAMA, além do Banco do Brasil, Banco Central, Caixa Econômica Federal, BNDS, Bancodo Nordeste e do Banco da Amazônia.

Outro importante mecanismo econômico é o ICMS Ecológico. O ICMS (Imposto sobre Circulação deMercadorias e Serviços) é destinado ao estado, na proporção de 75% do total arrecadado, sendo 25% reparti-do entre os municípios. Porém, um quarto destes 25% pode ser distribuído de acordo com critérios estabele-cidos por legislação estadual. O estado pode determinar que esta porcentagem do ICMS seja destinado aosmunicípios de acordo com o tamanho de suas Unidades de Conservação ou presença de mananciais deabastecimento. Assim, o ICMS Ecológico torna-se um incentivo à conservação ambiental por parte dos mu-nicípios. O ICMS Ecológico foi primeiramente implantado no Paraná, em 1991, e posteriormente em SãoPau-lo (1993), MinasGerais (1995), Rondônia e Amapá (1996), Rio Grande do Sul (1998), MatoGrosso, Mato Gros-sodo Sul e Pernambuco (2001) e Tocantins (2002).

Por fim, a lei do Imposto de Renda Ecológico, se aprovada, deverá promover o aumento dos recursosem prol da conservação da natureza. O projeto de lei 5162/05, substitutivo ao projeto 5974/05, é de autoriado Senado Federal e já foi aprovado na Comissão de Justiça. A proposta prevê que pessoas físicas poderãodeduzir até 6% do imposto de renda devido. Podem ser abatidos 80% dos valores doados e 60% dosrecursos destinados a patrocínios. As pessoas jurídicas poderão deduzir até 4% do imposto devido, sendo40% o limite para doações e 30% para patrocínios. Os recursos devem ser repassados a entidades sem finslucrativos para aplicação em projetos de conservação do meio ambiente e promoção do uso sustentável dosrecursos naturais. Também são previstos incentivos para doações ao Fundo Nacional do Meio Ambiente(FNMA) e a outros fundos públicos ambientais, desde que sejam habilitados pelo governo federal para talfim.

Recomendações

− O PNF deve estabelecer novas metas para aumento da participação do pequeno e médio produtor nacadeia produtiva, e exigir um maior comprometimento financeiro do Ministério da Agricultura parafomento da agroecologia e agrosilvivultura.

− Deve-se garantir que a exploração de madeira seja feita de acordo com um plano de manejo aprovado eseguindo critérios científicos que levem em conta a biologia reprodutiva da espécies e aspectosecológicos e de interação planta-animal, respeitando seu valor ecológico e diferenças sazonais, quandofor o caso. Isto é particularmente importante nas áreas de florestas públicas exploradas pelo setorprivado por meio de concessão.

− É necessário que haja uma desburocratização no processo de avaliação e aprovação dos Planos deManejo Florestal Sustentáveis e facilitação às linhas de crédito, além de assistência técnica parafamílias de baixa renda.

− Deve-se reforçar as operações de fiscalização visando coibir a exploração ilegal de madeira. Para isso, ogoverno deve prover mais empregos, além de promover a capacitação de agentes locais.

− Incentivar a extração sustentável de produtos florestais não-madeireiros, incluindo frutas, sementes,plantas medicinais e ornamentais, látex, raízes, resinas, aromáticos e corantes. O valor desta produçãono Brasil totalizou R$ 508,6 milhões em 2005, com destaque para o Babaçu, Piaçava, Erva-mate,Castanha-do Pará e Carnaúba427. No entanto, apesar da exploração de produtos florestais não-madeireiros representar uma importante fonte de renda alternativa para inúmeras comunidades, esta

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atividade pode representar ameaça à sobrevivência de algumas espécies, caso o manejo seja feito semcritérios científicos. A Castanha-do-Pará é uma das espécies na qual a exploração provavelmente nãotem sido feita de forma sustentável. Caso o nível de extração observado perdure, suas populaçõesnaturais deverão colapsar devido aos efeitos estocásticos demográficos428. A capacitação técnica e omonitoramento destes projetos torna-se, portanto, fundamental para o sucesso a longo-prazo destasiniciativas.

− Os estados deveriam incluir o reflorestamento de APPs como critério prioritário para distribuição doICMS Ecológico nos municípios, buscando assim a sinergia entre ações de conservação para restauraçãode matas ciliares, mananciais de abastecimento, recuperação da biodiversidade e mitigação damudança climática através do sequestro do carbono.

− O MMA deveria alocar parte dos recursos do Fundo Nacional do Meio Ambiente, advindos do Impostode Renda Ecológico, para a Secretaria de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental, para que possamser aplicados em projetos de mitigação da mudança climática.

Florestas Plantadas

Tendo em vista a crescente exploração predatória de madeira nativa por parte do setor siderúrgico,torna-se necessário o incentivo ao replantio de espécies de crescimento rápido visando a sustentabilidadedestas indústrias, aliviando assim a pressão sobre as florestas nativas. De fato, estas indústrias, juntamentecom as indústrias de papel, são responsáveis pela maior parte das florestas plantadas no Brasil. O governofederal tem utilizado instrumentos para a regulamentação desta atividade desde 1965, com o Novo CódigoFlorestal. Este determina que as empresas siderúrgicas, à base de carvão, lenha ou outra matéria-primavegetal, sejam obrigadas a manter florestas próprias para exploração racional ou formar, diretamente oupor intermédio de empreendimentos dos quais participem, florestas destinadas ao seu suprimento. Alémdisto, esta lei obriga as siderúrgicas a exigir licença do vendedor, outorgada pela autoridade competente,atestando a legalidade da extração da lenha, carvão e outros produtos precedentes de floresta. Outrasexigências incluem a criação de um plano de reflorestamento e um estoque de florestas plantadas, além deum plano de reposição obrigatória no caso de estar desenvolvendo o projeto em desacordo com a legislaçãovigente ((Res. CONAMA Nº 369/06), PORT. -IBAMA Nº 9/00, PORT. IBAMA Nº 71/98), havendo critérios eprocedimentos específicos para apresentação, análise e controle do Plano Integrado Florestal - PIF, no casodo Estado do Pará. As indústrias que não possuem “dívidas” para com o meio ambiente podem entãorequerer desvinculação de projeto de reflorestamento junto ao IBAMA e assim solicitar validação junto aoMDL, se for o caso.

Em 2007, o BNDES, em parceria com o MMA, criou o REFLORESTA, uma linha de crédito para apoiar odesenvolvimento da silvicultura no Distrito Florestal Sustentável de Carajás através do apoio ao plantiocomercial de espécies de rápido crescimento e apoio ao plantio de espécies nativas429. O MMA ainda criou oGrupo de Trabalho da Cadeia Produtiva do Carvão Vegetal para subsidiar a elaboração de programas,projetos, ações e políticas direcionadas ao uso sustentável, monitoramento e controle desta atividade. ACompanhia Vale do Rio também tomou iniciativa ao cortar o suprimento de minério de ferro às indústriasde ferro-gusa de Carajás que desrespeitam as leis ambientais e trabalhistas430. Em resposta à pressão dasautoridades, as indústrias de ferro-gusa de Carajás investiram US$ 6 milhões na criação do Fundo FlorestalCarajás- FFC, devendo também alocar US$ 3 no FFC para cada tonelada de ferro-gusa exportada. Assimespera-se que o FFC obtenha cerca de US$ 15 milhões anualmente para subsidiar reflorestamentos naregião. A expectativa é alcançar 250 mil hectares reflorestados para abastecer as indústrias locais431.

Para reflorestamento com espécies exóticas de crescimento rápido (principlamente Eucalypto ePinus), o PNF prevê uma expansão da base florestada e inclusão do pequeno produtor na participação destenegócio. As linhas de créditos para pequenos e médios produtores permitiram financiamento da ordem deR$ 2 milhões em 2002, R$ 50 milhões em 2005, atingindo cerca de R$ 100 milhões em 2006. Estesprogramas incluem: Pronaf Florestal (produtor familiar), PropFlora (recuperação de florestas por pequeno emédio produtor), FNO Floresta e FCO Florestas (plantio e manejo florestal na Região Norte e Centro-Oeste,respectivamente) e FNE verde, destinado à Região Nordeste, Espírito Santo e Minas Gerais. Para o períodode 2008-2001, o PNF pretende diversificar, ampliando o programa para outras espécies, além de aumentara média anual de plantio, que atualmente gira em torne de 600 mil hectares, para 1 milhão de hectares até2010. O programa de assistência técnica florestal do PNF prevê ainda a contemplação de 5,4 mil produtores

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na Mata Atlântica, 4 mil na Amazônia, 2,1 mil na Caatinga e 2,3 mil no Cerrado até 2008-2009.

Importante iniciativa em termos de mitigação da mudança climática foi tomada pelo governo federalao criar, em 2003, o Programa Nacional do Biodíesel. A participação das camadas menos favorecidas dapopulação, agricultores familiar e cooperativas locais será priorizada, visando a produção do biodiesel apartir de loleaginosas como a canola, soja, mamona e outras espécies. O governo estima que seránecessário o plantio de 1,5 milhões de hectares para atingir a meta de produção432. Há uma ampla gama deincentivos para estes projetos os quais deverão contribuir para a mitigação da mudança climática aoreduzir o nível de emissões dos veículos automotores.

Recomendações

− Incentivar o plantio de espécies exóticas somente em áreas previamente degradadas e que não repre-sentam prioridade para restauração do ponto vista biológico. Deve-se certificar que as plantações exóti-cas, sejam para produção do biodiesel ou para fornecimento de carvão vegetal às siderúrgicas, não se-jam implementadas em áreas destinadas a formarem corredores ecológicos.

− Deve-se definir a extensão máxima a ser permitida no caso de plantações em áreas adjacentes às flo-restas naturais. Nestes casos, deve-se obrigar o produtor a estabelecer, entre as áreas de plantio, corre-dores biológicos visando o fluxo da fauna na floresta nativa.

− Promover campanhas de educação ambiental sobre o consumo responsável de produtos florestais, exi-gindo dos consumidores a verificação, no ato da compra, da existência de selos de certificação de sus-tentabilidade.

− Promover, no âmbito do PNF, o plantio e comercialização do bambu. Diversas espécies de bambuspodem ser utilizadas para ornamentação, enfeites e até mesmo na construção residencial. Além deapresentar crescimento rápido, podem acumular mais de 70 tC/ha, auxiliando assim no sequestro docarbono. 3.3.4 Políticas para Mega-Projetos de Infra-estrutura e Urbanização

A tentativa de regulamentar o processo de ocupação das áreas de florestas no Brasil são antigos,porém de pouco sucesso. O Novo Código Florestal já determinava, há décadas atrás, a proibição deassentamentos humanos e de projetos de colonização e reforma agrária em áreas de florestas, salvoprojetos agro-extrativistas. O MMA vem a muitos anos exigindo do Instituto Nacional de Colonização eReforma Agrária- INCRA o fim dos assentamentos em áreas de florestas433, os quais resultam, na maioriadas vezes, em degradação ambiental e desmatamento. Em 2003, em parceria com o MMA e o Ministério doDesenvolvimento Agrário, o INCRA criou um novo modelo de assentamento em áreas de florestas, comoparte das estratégias do Plano Nacional de Reforma Agrária. Estes novos assentamentos pretendempromover a extração sustentável de produtos florestais não-madeireiros, produção de polpas de frutas,óleos comestíveis e plantas medicinais434.

Umas das mais importantes iniciativas recém tomadas pelo governo, por meio do Serviço FlorestalBrasileiro, foi a criação dos Distritos Florestais Sustentáveis- DFS, em 2006, de forma a implementarpolíticas integradas de conservação e desenvolvimento. A definição dos DFSs leva em consideração trêscritérios: (1) potencial florestal, (2) vocação florestal e (3) condições logísticas e de infra-estrutura. Nestesdistritos serão desenvolvidas ações coordenadas visando fomentar a atividade florestal, porémregulamentando o processo de instalação de infra-estrutura, desenvolvimento industrial e regularizaçãofundiária. Dois DFSs já foram criados, o DFS da BR 163 e o DFS de Carajás. Ao passo que o DFS da BR 163 visa,dentre outros, a promoção do desenvolvimento sócio-econômico e o ordenamento territorial, o DFS deCarajás visa principalmente a sustentabilidade das siderúrgicas através da recuperação de áreas ereflorestamento435.

A necessidade do ordenamento territorial em áreas de influência dos mega-projetos de infra-estrutura se torna óbvia. O fluxo migratório para estas regiões é intenso após a finalização dos projetosdevido às novas oportunidades de emprego e negócio. De acordo com a Política Nacional do MeioAmbiente, projetos caracterizados com potencialmente capazes de gerar impacto ambiental devem

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apresentar um Estudo Prévio de Impacto Ambiental e um Relatório de Impacto Ambiental para queobtenham licenças de instalação e manutenção de suas atividades, e isto tem sido exaustivamenteregulamentado (Res. CONAMA Nº 001/86, IN- IBAMA Nº 96/06, Res. CONAMA Nº 237/97, Res. CONAMA Nº369/06). No entanto, não há uma política clara sobre a responsabilidade social dos empreendedores no quese refere ao acompanhamento do desenvolvimento social local após a implementação dos projetos. Assim,os investimentos de compensação por impacto ambiental podem, muitas vezes, não ser suficientes paracompensar o impacto causado nas fases posteriores do projeto.

Um dos casos mais controversos em relação aos mega-empreendimento diz respeito ao GasodutoCoari-Manaus. Orçado em cerca de US$ 500 milhões, o gasoduto será uma ampliação da rede atual, queliga Urucu a Coari, passando a transportar o gás natural da reserva de Urucu até a cidade de Manaus, noAmazonas. O novo gasoduto possui 383 km, sendo composto por cerca de 32 mil tubos de aço de 10 a 18polegadas os quais serão enterrados a 1,5 metros de profundidade. Em determinados trechos, o gasodutoestará disposto a 20 metros abaixo do leito do rio Solimões. Durante as obras, 28 clareiras de 140 metros deextensão por 90 metros de largura serão abertas para facilitar o trabalho436. Medidas compensatóriasincluem o reflorestamento das clareiras e massivos investimentos na área social, incluindo implantação deestrutura sanitária, construção de praças, escolas, postos de saúde em mais 300 comunidades da região,além de geração de 3 mil empregos diretos e 12 mil indiretos.

Uma vez que a geração de energia elétrica na região Norte é atualmente custeada pela Conta deConsumo de Combustíveis Fósseis, paga por todos os consumidores das outras regiões do país, é esperadoque o gasoduto Coari-Manaus resulte em redução da conta de energia para os consumidores brasileiros,com economia estimada de US$ 1 milhão por dia. Em termos de redução de emissões de GEE, o gasodutoUrucu-Coari-Manaus fornecerá Gás Natural Veicular para o setor de transporte da região. Somente para acidade de Manaus, a estimativa é uma redução nas emissões da ordem de 1 milhão de toneladas de CO2 porano. Estudos estão sendo feitos sobre a viabilidade de conversão de motores da frota fluvial, compostaatualmente por de 32 mil embarcações. Assim, à princípio, o projeto tende a ser sustentável, e não haveriarazões para impedir sua implementação. No entanto, a região vem apresentando drásticas mudançasdemográficas desde a descoberta da reserva de Urucu. A cidade de Coari apresentou um crescimento anualde 6,56% entre 1991 e 2000, passando de 38.678 para 67.096 habitantes neste período437. A população totalatingiu 87,5 mil habitantes em 2006438. O impactos em termos de desmatamento na região não tem sidoestimados.

Recomendações

− Certificar que os projetos de infra-estrutura a serem implantados estejam beneficiando a sociedade enão somente um grupo restrito de empresas, principalmente quando estas não são empresasbrasileiras.

− Criar um número 0800 para esclarecimento das normas de licenciamento, auditorias públicas efacilitar denúncias.

− Realizar pesquisas sobre emissões de GEE por hidrelétricas e divulgar/justificar escolhas demetodologias consideradas mais apropriadas para estes cálculos.

− É preciso garantir que assentamentos do INCRA não sejam feitos em áreas de florestas mas que, podeme devem ser incentivados em áreas degradadas onde os assentados poderiam se engajar em programasde reflorestamento.

− Que as áreas de risco de explosão demográfica, assim consideradas de acordo com os projetos deconstrução de rodovias e outros mega-empreendimentos de infra-estrutura a serem implementados,possuam plano de ordenamento e desenvolvimento sustentável anteriormente à sua implementação.

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3.4 Políticas Relacionadas à Áreas Geográficas Específicas

Talvez a mais importante ferramenta para a conservação de grandes áreas naturais seja a criação dereservas onde a utilização dos recursos naturais esteja sob controle de uma autoridade ambiental. Desde acriação do primeiro Parque Nacional norte-americano, o conceito de “área protegida” tem sido entendidocomo uma área legalmente excluída do espaço sujeito à ocupação humana e à exploração da iniciativaprivada439. Este modelo antropocêntrico implica no fato de que “já que existem reservas naturais, podemosentão utilizar os recursos, onde vivemos, da forma que melhor nos convier”, mesmo que esta utilizaçãoresulte na degradação ou extinção dos recursos locais. A recente mudança deste paradigma tem refletidona criação de Sistemas Nacionais de Áreas Protegidas, os quais incluem diferentes tipos de reservasnaturais, muitas delas conciliando a ocupação humana e a conservação dos recursos naturais. No Brasil, acriação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação-SNUC representou um enorme avanço nalegislação, assim como no reconhecimento das relações do homem e meio ambiente.

A criação de Unidades de Conservação no Brasil constitui uma importante ferramenta para conter odesmatamento e queimadas440, mas não são suficientes441. A rápida destruição dos ecossistemas naturaisrequer a utilização de novos instrumentos que possam garantir a efetividade das Unidades deConservação-UC. No caso particular das florestas, os efeitos deletérios da fragmentação poderão malograra tentativa de conservação através de pequenas reservas. A criação de corredores ecológicos, unindo asUnidades de Conservação, tornam-se fundamental para uma estratégia a longo-prazo, permitindo o fluxogênico das espécies animais e garantindo suas funções ecológicas como polinizadores, dispersores desementes, dentre outros. Ademais, a conservação de grandes áreas naturais deverá incluir não somente osaspectos ambientais, mas também os aspectos sociais, econômicos e culturais de forma integrada,respeitando assim as necessidades e particularidades dos povos que vivem nestas regiões.

Em 1991, o Programa Homem e Biosfera das Nações Unidas, através de uma Comissão Brasileiravinculada ao Ministério do Meio Ambiente, criou a primeira Reserva da Biosfera no Brasil. Atualmentereconhecidas pelo SNUC, as Reservas da Biosfera adotam um modelo de gestão integrada e participativa,tendo como objetivos principais a preservação da biodiversidade, o desenvolvimento de atividades depesquisa e monitoramento ambiental, educação ambiental, promoção do desenvolvimento sustentável e amelhoria da qualidade de vidas das populações. O modelo de zoneamento adotado inclui as (1) ZonasNúcleo, cujo objetivo é a proteção da biodiversidade, (2) Zonas de Amortecimento, que visam minimizar oimpacto sobre as Zona Núcleo, promovendo a qualidade de vida das comunidades tradicionais locais e (3)Zonas de Transição, predominando as áreas urbanas, agrícolas e industriais, onde as atividades deeducação ambiental e o monitoramento são estimuladas (fig. 3.1). No Brasil, a implantação das Reservas daBiosfera representa um grande desafio, sendo uma das poucas iniciativas de sucesso de conservação degrandes áreas naturais.

Outra iniciativa para a conservação de macro-regiões é o Projeto Piloto para a Conservação dasFlorestas tropicais do Brasil-PPG7, criado pelo governo brasileiro em parceria com a comunidadeinternacional, principalmente a Alemanha. O PPG7 é um dos maiores projetos de conservação mundial,possuindo inúmeras linhas de atuação, dentre elas a promoção do manejo florestal sustentável,capacitação à prevenção de incêndios, proteção das comunidades indígenas, apoio às ONGs locais,monitoramento e pesquisa. Através do sub-programa Parques e Reservas, o PPG7 visa implementar setegrandes corredores ecológicos, cinco na Amazônia e dois na Mata Atlântica, os quais juntos promoveriam aconservação de pelo menos 75% da biodiversidade das florestas brasileiras442 443(fig. 3.2). A criação do PPG7se deu no início da década de noventa, quando a Convenção do Clima ainda estava em negociação. De fato,parte dos interesses da Comunidade Européia no financiamento do PPG7 era a promoção da redução dasemissões de GEE por desmatamento no Brasil, o que seria mais econômico e conveniente do que reduzirsuas próprias emissões444.

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Figura 3.1. Reservas da Biosfera da Mata Atlântica, Cerrado e Amazônia, e modelo de zoneamento adotado.

Figura 3.2. Corredores Ecológicos do Projeto Piloto para a Conservação das Florestas Tropicais do Brasil- PPG7.

3.4.1 Políticas para a Amazônia

A política governamental para a Amazônia se traduz na divulgação dos princípios dodesenvolvimento sustentável, reversão da degradação ambiental, valorização da produção alternativa e detecnologias que assegurem melhores condições de vida para as comunidades locais e grupos indígenas.Com apoio financeiro e técnico internacional, o Brasil administra os dois maiores programas deconservação de florestas tropicais do mundo, o PPG7 e o Programa de Áreas Protegidas da Amazônia(ARPA). Também vem sendo desenvolvido na região o maior programa de monitoramento de fluxo de GEEem ambientes florestais do mundo, o Experimento de Grande-escala da Biosfera-Atmosfera (LBA).

No âmbito do PPG-7, o sub-programa de Políticas de Recursos Naturais visa contribuir para adefinição e implementação de um adequado modelo de gestão ambiental integrada para a AmazôniaLegal. As linhas de ação do PPG7 incluem: pesquisa científica sobre os processos ecológicos da floresta,conservação de áreas protegidas, promoção de experiências inovadoras no uso dos recursos naturais,capacitação de instituições públicas para formulação e implementação de políticas e disseminação daslições aprendidas nos diversos programas445. Já o ARPA é um programa específico para Unidades deConservação. Até 2013, o ARPA pretende criar pelo menos 50 milhões de hectares de UCs, o que representacerca de 10% da Amazônia Brasileira. Seus componentes incluem a criação, consolidação, mecanismos de

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sustentabilidade a longo prazo e o monitoramento das áreas protegidas. Para viabilizar a coordenação egerenciamento do programa foi criado um fundo fiduciário de capitalização permanente, o Fundo de ÁreasProtegidas. Este fundo utiliza apenas os rendimentos líquidos e já deve contar com cerca US$ 60 milhõespara implementação 446.

Criado em 2006, o Programa Amazônia Sustentável procura conciliar os interesses e ações dosministérios do governo com o novo modelo de desenvolvimento na Amazônia Brasileira, pautado no usosustentável dos recursos naturais, manutenção do equilíbrio ecológico, valorização das potencialidades dedo patrimônio natural e sócio-cultural, na geração de emprego, renda e redução das desigualdades sociaisatravés da inserção das atividades econômicas nos mercados regionais, nacional e internacional447. ASecretaria de Coordenação da Amazônia e a Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentáveltêm promovido a participação das comunidades tradicionais em projetos de Agroextrativismo edisseminado informações relativas à sua produção e comercialização448.

Até recentemente, as políticas para a Amazônia não mostravam resultados em termos de redução dodesmatamento. Frente à pressão da sociedade brasileira e da comunidade internacional, o governo criou,em 2003, um Grupo Permanente de Trabalho Inter-Ministerial com a finalidade de propor medidas e coor-denar ações para a efetiva redução do desmatamento na Amazônia. Este grupo criou então o Plano de Açãopara Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal449, cujas linhas de ação incluem o ordena-mento fundiário e territorial; monitoramento e controle ambiental; fomento a atividades produtivas sus-tentáveis; infra-estrutura ambientalmente sustentável; e coordenação e arranjos institucionais. Apesar decríticas, o Plano tem mostrado bons resultados, dentre eles uma efetiva repressão ao desmatamento ilegal.A exemplo disto, uma recente operação realizada pela polícia federal, em colaboração com IBAMA, desarti-culou uma quadrilha que atuava há 15 anos na região. Sessenta servidores, dentre eles o Secretário Estadualdo Meio Ambiente, o Superintendente do IBAMA e o Presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente,todos do Estado de Mato Grosso, foram detidos e acusados de fraude que chegam a R$ 1 bilhão450. O desma-tamento na região, entre 2006-2007, reduziu 20% em relação ao ano anterior, representando uma reduçãoacumulada de 59% nos últimos 3 anos. O desmatamento absoluto de 11.224 km2 constitui o segundo maisbaixo desde o início do monitoramento em 1988451.

Com o advento de novas tecnologias, atualmente tem sido possível monitorar desmatamentos452 453,mudanças na cobertura florestal454 455 e áreas parcialmente degradadas456 457 458, além de estimar impactoscausados pela agropecuária459 460 e por incêndios461 462. Tais tecnologias podem ser usadas como ferramentana elaboração de políticas de conservação. Para estimar o desmatamento no Brasil, o Projeto PRODES demonitoramento por satélite da Amazônia, implementado pelo INPE, tem sido usado desde 1988. Apesar deboa resolução, o processamento dos dados é lento, sendo que o PRODES divulga as estimativas dedesmatamento uma vez ao ano. Já o DETER (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), projeto doINPE/MCT, com apoio do MMA e do IBAMA, utiliza sensores com alta freqüência de observação paraminimizar as limitações provocadas pela cobertura de nuvens. Apesar de produzir imagens de menorresolução, o DETER consegue detectar desmatamentos recentes em tempo real, possibilitando ações maisimediatas.

A Amazônia Legal também conta com o Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM)463, cujo intuito éintegrar informações e gerar conhecimento atualizado para articulação, planejamento e coordenação deações. O SIPAM utiliza dados gerados por uma complexa infra-estrutura tecnológica, composta porsubsistemas integrados de sensoriamento remoto, radares, estações meteorológicas e plataformas dedados. Já o Sistema de Vigilância na Amazônia (SIVAM)464 foi criado para executar o monitoramento daatividade aérea da região e o monitoramento do uso do solo por meio de radares terrestres e aviões dealerta aéreo. O SIVAM e o SIPAM trabalham de maneira integrada, com infra-estrutura comum,proporcionando informações temáticas particulares às necessidades operacionais dos usuários.

Em termos de projetos específicos para mitigação da mudança climática, vale mencionar a Iniciativado Amazonas para Conservação de Florestas e Serviços do Ecossistema. Esta iniciativa, elaborada pelaSecretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado do Amazonas, em parceria comONGs locais, propõe um mecanismo voluntário de incentivo à redução das emissões causadas pelodesmatamento e para compensação por serviços ambientais providos pelas florestas do estado465. Oobjetivo é a criação de um fundo privado, gerido por uma ONG criada especialmente para este fim, cujosrecursos advindos de doações serviriam para cobrir os custos de implementação de projetos para reduçãodo desmatamento e promoção do desenvolvimento sustentável. A expectativa é a arrecadação de US$ 500milhões em 10 anos, o que resultaria em redução ao nível de 40% da atual taxa de desmatamento. Em um

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prazo de 30 anos, o projeto espera arrecadar US$ 3 bilhões e acabar completamente com desmatamento noestado do Amazonas.

Recomendações

− Promover o uso e conservação da floresta através da promoção de atividade que valorizem afloresta em pé, como a extração de frutos, óleos, ervas, castanhas e outros produtos florestaisnão-madeireiros, especialmente através do envolvimento de comunidades ribeirinhas etradicionais.

− Expandir as experiências bem sucedidas para outras áreas da Amazônia.

− Reforçar a fiscalização e controle das atividades que causam desmatamento, seja exploração demadeira, agropecuária ou mega-empreendimentos, para que seja respeitada a cota de reservalegal e outras legislações vigentes.

− Coibir a expansão da soja e da criação de gado em áreas de floresta nativa através diminuiçãodos subsídios e corte definitivo ao acesso de crédito para financiamento no caso de nãocumprimento da legislação referente à reserva legal e recuperação de reserva legal suprimida.

− Mapear as áreas degradadas que não representam prioridade para restauração do ponto devista da conservação e estimular a expansão da agropecuária sobre estas áreas, de forma aaliviar a pressão sobre as florestas nativas.

− Aumento dos recursos para acelerar o processo de implementação dos 5 corredores ecológicosprevistos pelo PPG-7 e planejar uma futura conexão destes corredores com as novas reservascriadas pelo ARPA.

− Promover oportunidades para as comunidades locais participarem do MDL através de projetosde reflorestamento com espécies nativas.

3.4.2 Políticas para o Cerrado

Políticas governamentais para a conservação do Cerrado são recentes, apesar de o bioma serreconhecido como Patrimônio Nacional desde 1988. A primeira grande iniciativa de conservação destebioma foi a criação da Reserva da Biosfera do Cerrado- RBC, em 1994. Com aproximados 30 milhões dehectares, a RBC inclui em sua Zona Núcleo o Parque Nacional de Brasília, a Estação Ecológica de ÁguasEmendadas, o Complexo Jardim Botânico de Brasília, a Reserva Ecológica do IBGE e a Fazenda Água Limpada UnB.

Nos anos seguintes, a pressão das ONGs foi fundamental para as tomadas de decisão por parte doMMA. Após a formação de um GT para o Cerrado, formado principalmente por representantes da sociedadecivil, e pela realização de worshops e seminários, o MMA promoveu e publicou as Bases para o Plano deAção dos Ecossistemas do Cerrado, em 1999, e as Diretrizes para um a Política Integrada para Conservação eUso Sustentável do Cerrado. Somente em 2003, formou-se o GT oficial do Cerrado, através de portaria doMMA. Este grupo encarregou-se de elaborar propostas de ação as quais culminaram na criação doPrograma Nacional de Conservação e Uso Sustentável do Bioma Cerrado, em 2005, também conhecidocomo Programa Cerrado Sustentável.

O objetivo geral do Cerrado Sustentável é a conservação, restauração e manejo sustentável dosecossistemas naturais, assim como a valorização das populações tradicionais e busca por condições quepossam reverter os impactos sócio-ambientais negativos do processo de ocupação da região466. As áreasprioritárias para ação foram definidas como aquelas de importância para a biodiversidade, territórios decomunidades tradicionais, indígenas e quilombolas, áreas de importância para conservação dos recursos

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naturais, em especial dos recursos hídricos, e nas zonas de alta pressão antrópica, mais especificamente nafronteira agrícola.

A Secretaria de Biodiversidade e Florestas criou, em 2004, o Núcleo Cerrado e Pantanal paraarticular as ações de forma integrada aos diversos programas em andamento do MMA. Dentre as açõesprincipais do governo para a região está a criação de novas Unidades de Conservação, com meta paraatingir 10% do Bioma sobre proteção legal. Outra prioridade é a promoção da agrobiodiversidade através domanejo e cultivo de plantas medicinais e sementes crioulas. Este programa conta com o apoio da AgênciaNacional de Vigilância Sanitária e da FioCruz para criação de protocolos de produção de fitoterápicosapropriados para a agricultura familiar. Em convênio com a Universidade de Brasília e com o suporte doFundo Nacional do Meio Ambiente, cerca de R$ 6,3 milhões serão investidos para capacitação de agentesmultiplicadores e agricultores familiares. O Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado darásuporte ao manejo, beneficiamento e comercialização de espécies nativas como o Pequi, Baru e Faveira,junto aos produtores rurais.

Em 2007, criou-se o Comitê da Iniciativa GEF Cerrado Sustentável, uma parceria do MMA, BancoMundial e do Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF). Diversos projetos de 2 a 3 anos contarão comrecursos desta iniciativa. O GEF disponibilizará US13 milhões, enquanto que a contrapartida do MMA é deUS$ 26 milhões. Os projetos visam principalmente o uso sustentável dos recursos naturais no biomaCerrado.

Na esfera do IBAMA, um grupo de trabalho do Cerrado foi criado para discutir, propor e executarnormas relativas ao desmatamento e ao Plano de Manejo Florestal. O objetivo principal é fiscalizar asindústrias de ferro-gusa, prevenindo o desmatamento ilegal.

Nenhum projeto governamental visando especificamente a mitigação da mudança climática nocerrado foi foi elaborado até o momento. No entanto, vale notar que projetos-piloto desenvolvidos porONGs locais têm apresentado resultados animadores e já podem servir de modelo para outras regiões. OProjeto “Seqüestro de Carbono da Ilha do Bananal” visa à redução das emissões de GEE por desmatamentoe promove o sequestro do carbono através de reflorestamento com espécies nativas. O trabalho é realizadojunto às comunidades locais e recebe recursos internacionais, sendo responsável pela disseminação doconceito de Carbono Social. O projeto estima que, nos próximos 25 anos, sejam seqüestrados cerca de 25milhões de toneladas de carbono 467.

Recomendações

- Criar e expandir as Unidades de Conservação.

- Conter o avanço da soja sobre a vegetação nativa do Cerrado, principalmente através do corte doacesso ao crédito e outros incentivos econômicos para esta atividade.

- Intensificação da fiscalização das empresas de ferro-gusa e alumínio e exigÇencia deimplementação do Plano de Manejo e reflorestamento.

- Incentivar projetos de desenvolvimento social envolvendo comunidades locais na fabricação ecomercialização de artesanatos utilizando espécies nativas, como capins, palhas, flores,sementes, cascas, óleos, ervas, mel, frutas etc, para produção de bolsas, esteiras, enfeites decabelo, pulseiras, chapéus, cestas, arranjos, óleos para massagens, geléias, polpas congeladas,frutas desidratadas, sucos engarrafados etc.

- Promover a agroecologia com espécies nativas e capacitar líderes comunitários e associações paraimplantação de futuros projetos envolvendo sequestro de carbono no âmbito do MDL.

Números de

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3.4.3 Políticas para a Mata Atlântica

O primeiro grande passo do governo em relação à Mata Atlântica foi reconhecê-la como PatrimônioNacional no texto da Constituição de 1988, determinando que sua utilização, e de seus recursos naturais,seja feita dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente. A primeira tentativa deregulamentar o uso dos recursos neste bioma veio com o Decreto Federal nº 99.547/90, que dispunha sobrea vedação do corte e exploração da vegetação nativa de Mata Atlântica. No entanto, este decreto foiquestionado quanto à sua constitucionalidade, uma vez que contrariava o artigo 225 da constituiçãofederal. O CONAMA então passou a receber novas propostas que subsidiassem a elaboração de um novodecreto que substituísse o Decreto 99.547.

Após ampla discussão e participação da sociedade civil, um novo projeto foi aprovado. O Decreto750/93 estabeleceu novos limites para o bioma, definiu diretrizes de fiscalização e normatizou o corte e asupressão da vegetação, incluindo em áreas urbanas e em casos de implementação de obras de utilidadepública. Nos anos seguintes, uma série de portarias e resoluções foram publicadas visando a definição decritérios para o uso dos recursos na região da Mata Atlântica.

Porém, as organizações ambientalistas não estavam convencidas de estas regulamentações eramsuficientes para promover a proteção e a recuperação do bioma. Havia um outro projeto de lei, o PL3285/92, que estabelecia regras mais justas a fim de conservar o pouco que havia restado da MataAtlântica. No entanto, este projeto não pôde ser votado à tempo e ainda ficou parado meses nas mãos dedeputados ruralistas, por manobra política, para evitar sua aprovação na Câmara dos Deputados. Abancada ruralista também submeteu projeto de lei restringindo os limites da Mata Atlântica à FlorestaOmbrófila Densa, sendo rejeitado, no entanto, pela Comissão de Defesa do Consumidor. Somente emdezembro de 2006 a lei da Mata Atlântica foi sancionada pelo presidente da república. Além de definirclaramente os limites do bioma, a nova lei cria um fundo de restauração, mecanismos para redução deimpostos e linhas de crédito para proprietários que preservam a floresta.

Com as Diretrizes para a Política de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Mata Atlântica,conhecida como a Política da Mata Atlântica, publicada pelo CONAMA em 1998, reafirmou-se a necessidadede proteção da biodiversidade, do uso sustentável dos recursos florestais, da recuperação das áreasdegradadas e da valorização das iniciativas que envolvem as comunidades tradicionais locais. Para atingirsuas metas, a Política da Mata Atlântica objetiva a ampliação e criação de Ucs, a regularização fundiária e acompatibilização das políticas de conservação e desenvolvimento.

No ano 2000, através da Secretaria de Biodiversidade e Florestas, o governo publicou, no âmbito doProjeto de Conservação e Utilização Sustentável da Biodiversidade-PROBIO, o documento Avaliação e AçõesPrioritárias para a Conservação da Biodiversidade da Mata Atlântica e Campos Sulinos. Esta iniciativavisava, dentre outros, o cumprimento dos compromissos do Brasil frente à Convenção da DiversidadeBiológica. O documento foi produzido com a participação de diversos profissionais e membros da sociedadecivil organizada, durante workshop específico. Após a avalização das áreas prioritárias para os diversosgrupos de organismos, elaborou-se recomendações para ações de conservação no âmbito de políticas nasseguintes linhas: (1) políticas de áreas protegidas e ordenamento territorial, (2) Política de fortalecimento eintegração institucional, (3) Política de recuperação, monitoramento e controle, (4) Política de educaçãoambiental, geração e difusão de conhecimento e ( 5) Política de incentivos econômicos e financeiros. Àexemplo da Amazônia, a Mata Atlântica também terá seu Plano de Combate e Controle do Desmatamento.O anúncio foi feito pelo IBAMA, em Curitiba, durante a COP-8 da Convenção da Diversidade Biológica.

Diversas conquistas foram obtidas nos últimos anos no bioma Mata Atlântica. Uma delas foi oreconhecimento, pela UNESCO, em 1999, dos remanescentes do sudeste como Patrimônio Natural daHumanidade. A UNESCO, através do programa Homem e Biosfera, já havia reconhecido o bioma comoReserva da Biosfera, tendo aprovado também, em 1994, a criação da Reserva da Biosfera do Cinturão Verdede São Paulo. O Cinturão Verde objetiva a manutenção das florestas e mananciais que abastecem ascidades satélites de uma das maiores metrópoles do mundo, procurando envolver as comunidades daperiferia através de uma trabalho participativo. A conservação dos recursos naturais nesta região amplia aspossibilidades de melhor utilização dos serviços ambientais, melhorando a qualidade de vida da população

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e evitando conflitos sociais que podem resultar em mais degradação ambiental468.

Programas de relevância tem sido conduzido pelo governo, em parceria com a comunidadeinternacional,dentre eles o PPG7, que busca implementar os Corredores Ecológicos Central e da Serra doMar. O Ministério da Ciência e Tecnologia, através de uma parceria entre o CNPq e o governo Alemão, estáimplementando projeto na Mata Atlântica visando avaliar o impacto das ações antrópicas, disseminaratividades sustentáveis e pesquisar os processos ecológicos das florestas da região469. Ainda com o apoio dogoverno Alemão, o MMA liberou, em 2005, recursos da ordem de R$ 48 milhões para promoção darecuperação e conservação do Vale do Ribeira. As linhas de ação incluíram criação, implementação eexpansão de UCs, estudos de viabilidade de implantação de micro-corredores ecológicos, reflorestamentode matas ciliares e APPs e uso sustentável através do ecoturismo. No Rio de Janeiro, o banco KfW daAlemanha investirá cerca de R$ 30 milhões até 2009.

O FUNBIO (Fundo Brasileiro para a Biodiversidade) promove o financiamento em parceria com osetor público, setor produtivo e organização civil com o apoio do GEF (Fundo para o Meio Ambiente Global)e do MMA através do Programa Integrado de Conservação e Uso Sustentável (PICUS), executando projetosque se complementam num processo político-social participativo. Atualmente foram liberados US$ 5milhões para três projetos ao longo de 12 anos470, com propostas de ações integradas entre os projetos depreservação e recuperação já em execução na Mata Atlântica471.

As iniciativas de reflorestamento da Mata Atlântica, visando recomposição do bioma, deverão atuarsinergeticamente na conservação da biodiversidade e na mitigação da mudança climática. Tendo isto emvista, o MMA promoveu em 2007, durante a Semana da Mata Atlântica, seminário para discussãod opotencial de mitigação da mudança climática por meio do sequestro do carbono na região. Mas nomomento, não há nenhum programa governamental na Mata Atlântica direcionado especificamente amudança climática.

Recomendações

− No âmbito do MDL, o governo deveria criar programas específicos que envolvam comunidadese/ou assentados pelo INCRA na recomposição de áreas degradadas, visando criação decorredores ecológicos que conectem fragmentos situados em áreas de alta importânciabiológica, atuando desta maneira de forma sinergética: conservando a biodiversidade,mitigando a mudança climática através do sequestro do carbono e gerando alternativaeconômica para famílias de baixa renda.

− Promover a agroecologia junto às comunidades tradicionais e indígenas, e explorar aspossibilidades do mercado do carbono social para financiamento destes projetos.

− Deve-se realizar levantamento nas micro-regiões sobre as áreas prioritárias para criação decorredores ecológicos e promover a recuperação destas áreas com técnicas que valorizam ainteração planta-animal, de forma a acelerar o processo de restauração.

− O governo deveria promover estudos econômicos sobre a viabilidade de implementação dePagamentos por Serviços Ambientais na Mata Atlântica, visando garantir a conservação dosmais importantes remanescentes de florestas primárias.

− Priorizar o reflorestamento de APPs e matas ciliares, de forma a promover a integração entre aspolíticas de conservação de florestas e dos recursos hídricos.

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