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INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO FACULDADE CRISTO REI DE CORNÉLIO PROCÓPIO - FACCREI ROSANA ALVES GAMA SOUZA DA SILVA POLÍTICAS PÚBLICAS CRIMINAIS E PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA

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INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO FACULDADE CRISTO REI DE CORNÉLIO PROCÓPIO - FACCREI

ROSANA ALVES GAMA SOUZA DA SILVA

POLÍTICAS PÚBLICAS CRIMINAIS E PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA

CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ2017

Page 2: FINOM – FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS file · Web viewNo entanto, ainda que novos tipos penais tenham sido criados, as penas aumentadas e as condições para desencarceramento

INSTITUTO BRASILEIRO DE ENSINO FACULDADE CRISTO REI DE CORNÉLIO PROCÓPIO - FACCREI

ROSANA ALVES GAMA SOUZA DA SILVA

POLÍTICAS PÚBLICAS CRIMINAIS E PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA

Artigo Científico redigido como exigência final para a obtenção do título de Especialista, decorrente da conclusão do curso de Pós-Graduação em Gestão em Serviços Sociais e Políticas Públicas.

CAMPOS DOS GOYTACAZES-RJ2017

Page 3: FINOM – FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS file · Web viewNo entanto, ainda que novos tipos penais tenham sido criados, as penas aumentadas e as condições para desencarceramento

POLÍTICAS PÚBLICAS CRIMINAIS E PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIARosana Alves Gama Souza da Silva1

RESUMO

Considerando que a criminalidade é crescente e o número de encarceramento é alarmante, é necessário perquirir as razões pelas quais a violência não diminuiu ao longo dos anos com as medidas estatais criadas. O “boom” criminal nos anos 70, principalmente em razão de organizações criminosas como o “PCC”, criou insegurança popular e, consequentemente, a pedido da sociedade, recrudescimento de sanções. O que iniciou neste período ganhou ainda mais força nos anos 90, com a tomada de medidas drásticas como a edição da lei dos crimes hediondos. No entanto, ainda que novos tipos penais tenham sido criados, as penas aumentadas e as condições para desencarceramento tenham sido dificultadas (como no caso dos já mencionados crimes hediondos e os a eles assemelhados), tais fatores não intimidaram os criminosos. Em verdade, cada vez mais mulheres e menores de idade têm se juntado a um grupo que antes era predominantemente masculino e adulto. Além disso, crimes cruéis continuam a ser praticados, independentemente da sanção abstratamente prevista, o que demonstra que o “custo-benefício” não é, como costumam pensar os adeptos de penas mais severas, um fator considerado pelos infratores. Neste tocante, o presente trabalho se propõe a estudar as políticas sociais e públicas atualmente vigentes que têm como escopo a redução de violência, de modo a compreender as possíveis razões para terem falhado e quais são os meios que detém o Estado para prevenir a violência, antes, durante e depois do crime perpetrado. Palavras-chave: Criminalidade. Políticas Públicas. Prevenção da violência.

Introdução

Conforme é possível observar, a sociedade contemporânea enfrenta novos

desafios, decorrentes, entre outros fatores, da globalização e da constante mudança

do homem a fim de adaptar-se ao que ocorre no mundo.

No entanto, embora muitas mudanças sejam desejadas e benéficas, como a

tecnologia e outros meios que facilitam a interação, a comunicação e a

compreensão entre os indivíduos, a sociedade hodierna lida com problemas que

decorrem do crescimento de população alienada politicamente, com fracas bases

educacionais e que reproduz com rapidez e sem pensamento crítico notícias, sejam

verdadeiras ou falsas, e opiniões, com ou sem embasamento.

Dentre as consequências do “mundo líquido” de Bauman, em que as

relações são rápidas e superficiais e a eterna vigilância é o preço que se paga pela 1 Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Campos (UNIFLU). Auditora interna do Instituto Federal Fluminense. Pós-graduada em Gestão Pública pelo Instituto Brasileiro de Educação. Pós-graduada em Direito Penal e Processual Penal pela Universidade Estácio de Sá (UNESA). Pós-graduanda em Gestão em Serviços Sociais e Políticas Públicas pelo Instituto Brasileiro de Educação. Pós-graduanda em Educação em Unidades Prisionais pela Universidade Cândido Mendes (UCAM) Mestranda em Direito (ênfase em Direitos Humanos) - Programa de pós-graduação stricto sensu da Universidade Católica de Petrópolis (UCP). [email protected]

Page 4: FINOM – FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS file · Web viewNo entanto, ainda que novos tipos penais tenham sido criados, as penas aumentadas e as condições para desencarceramento

segurança, a violência é fator crescente na sociedade em que vivemos. Todavia -

seria possível perguntar- como a violência cresce se as punições nas últimas

décadas aumentaram?

De fato, as últimas décadas no Brasil são marcadas por leis que criaram

novos delitos e recrudesceram sanções.

Isto porque, em virtude das organizações criminosas que cresceram

vertiginosamente a partir dos anos 70, a criminalidade aumentou significativamente

e, por essa razão, a sociedade passou a clamar por medidas extremas, que

pusessem um fim ou ao menos fossem capazes de diminuir a prática de crimes,

prática que ganhou ainda mais força ao longo dos anos 90.

Nesse contexto, podemos lembrar o crime perpetrado contra a filha da

famosa escritora de novelas Glória Perez e o quanto o caso, que assombrou o país,

foi responsável pela alteração da Lei de crimes hediondos (8.072/90, alterada em

1994), já que foi capaz de mobilizar a população e culminar, ainda que

indiretamente, na inclusão do homicídio qualificado no rol dos crimes hediondos.

A ideia da lei e de suas posteriores alterações, imagina-se, era demonstrar a

ojeriza e o repúdio em relação a determinado delitos, como homicídio qualificado,

extorsão mediante sequestro e latrocínio. Tais crimes, por serem tão chocantes para

a população, deveriam, segundo o entendimento legislativo, ter condições especiais

de progressão da pena e, inicialmente, impossibilidade de concessão de fiança.

Além da referida lei, outras mudanças foram feitas recentemente na

legislação penal que comprovam que só aumente a sanha punitiva legislativa, a

exemplo da majoração das penas nos delitos que envolvem tráfico de drogas e da

criação de crimes ocorridos na investigação e na obtenção da prova (Lei

12.850/2013, que trata das organizações criminosas).

Todavia, o que se pode notar, pelo contínuo pedido de punição vindo da

sociedade, que deseja até mesmo a redução da maioridade penal, é que o aumento

das penas e a criação de obstáculos para o desencarceramento dos indivíduos não

tem sido suficiente para diminuir a prática de delitos. Estima-se, inclusive, que

atualmente no Estado de Pernambuco são cometidos dezesseis homicídios por dia.

E não para no campo abstrato o endurecimento das sanções. A repressão

tem sido cada vez maior pela força policial, a despeito das constantes reclamações

da sociedade em relação à impunidade.

Page 5: FINOM – FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS file · Web viewNo entanto, ainda que novos tipos penais tenham sido criados, as penas aumentadas e as condições para desencarceramento

Estampa o asseverado o fato de que o Brasil ocupava em 2014, segundo

dados fornecidos pelo Levantamento de Informações Penitenciárias (realizado pelo

Ministério da Justiça), o posto de país com a quarta maior população carcerária no

mundo, estando atrás apenas dos Estados Unidos, da China e da Rússia.

É possível notar, então, que embora tente o Estado, por duas frentes

diferentes (a saber, a força intelectual legislativa e a força bruta policial) proceder à

diminuição da prática dos delitos, tem falhado consideravelmente em sua missão de

utilizar o Direito Penal como ultima ratio no que tange à pacificação e o Direito

Processual Penal como instrumento de prevenção e ressocialização, e não apenas

de punição.

Necessário, portanto, pensar em toda a linha temporal que antecede a

prática dos delitos, bem como possíveis políticas públicas criminais, com o objetivo

de prevenção da violência.

Desenvolvimento

Em primeiro plano, necessário informar alguns dados carcerários para que

se possa, como se pretende, chegar à raiz do problema.

Segundo informações constantes no Levantamento Nacional de Informações

Penitenciárias de 2014, produzido pelo Ministério da Justiça, e em estudos do IBGE,

a população carcerária no Brasil aumentou 490% da década de 90 para a atual,

contando atualmente com mais de 622.000 presos.

Além disso, dessa população carcerária, 41% aguarda julgamento, ou seja,

grande parte dos cidadãos atualmente encarcerados, padecendo em péssimas

condições físicas e psicológicas, não está definitivamente condenada.

Agregando mais dados relevantes ao presente artigo, 93% da população

carcerária é masculina e o delito que mais encarcera atualmente é o tráfico de

drogas.

Se, de um lado, a população brasileira é composta por 53% de negros, 46%

de brancos e 1% de amarelos, a população carcerária se compõe por 67% de

negros, 32% de brancos e 1% de amarelos, o que torna possível inferir, como afirma

gráfico jornalístico consultado, que a proporção de negros nas prisões é 14 pontos

percentuais maior do que na população brasileira como um todo.

Page 6: FINOM – FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS file · Web viewNo entanto, ainda que novos tipos penais tenham sido criados, as penas aumentadas e as condições para desencarceramento

Seguindo a comparação população brasileira versus população carcerária, o

mesmo informe consultado mostra que, se na sociedade como um todo 28% não

têm o ensino fundamento completo (número que por si só já é alarmante), o

percentual é ainda mais aterrador quando se considera apenas os encarcerados, já

que sobre para 53%.

A mesma prevalência entre os detentos também pode ser identificada nos

casos de HIV e tuberculose, já que, na primeira, os percentuais são de 20 pessoas a

cada 100 mil na população brasileira e de 1.216 a cada 100 mil na população

carcerária e, na segunda, os percentuais são de 24 pessoas infectadas a cada 100

mil na população brasileira e 941 a cada 100 mil entre os detentos.

Por derradeiro, em diversos Estados do Brasil, a média de estudo é de

apenas 1 preso estudante para cada 10. Quando se trata de trabalho, sobe para 2, a

cada dez, o número de presos estudantes.

A análise ora estampada faz perceber que há perfil carcerário que pode

facilmente ser traçado: o presidiário brasileiro é homem, negro, sem instrução, sem

oportunidades e mais suscetível a doenças em virtude das condições insalubres dos

presídios.

Não é por acaso, pensamos, que esse perfil retrata, na verdade, o menos

favorecido no Brasil: pobre, negro, sem renda, sem educação e sem chances, esses

que estão na base do sistema veem, com frequência, o crime como oportunidade

para mudar a sua realidade e de suas famílias.

Isto, por um lado, se dá porque, cabe lembrar, o capitalismo traz ideias já tão

arraigadas em nossa sociedade que quando se fala, por exemplo, em “padrão de

vida”, o que se quer dizer é padrão econômico.

Dinheiro é sinônimo não só de poder de compra, mas também de status, de

valor e não raro os menos favorecidos, que não receberam ensino de qualidade e,

por conseguinte, não obtiveram chances, não têm acesso aos mesmos produtos,

mesmas lojas, o que gera compreensível revolta, já que trabalham muito mais.

É como se os favorecidos tivessem dupla sorte: a uma, nasceram em

famílias de renda média, média-alta ou alta. Depois, em virtude de investimento

neles realizado, alçam melhores postos de trabalho que exigem menos horas

diárias, justificando o menor tempo de trabalho com maior quantidade de estudo.

Page 7: FINOM – FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS file · Web viewNo entanto, ainda que novos tipos penais tenham sido criados, as penas aumentadas e as condições para desencarceramento

Ocorre que os menos favorecidos (desde o nascimento com lares

desestruturados emocional e financeiramente) não tiveram ao menos a primeira

sorte, quanto dirá as oportunidades delas decorrentes.

Estão, do nascimento à morte (muitas vezes prematura), presos, se não em

penitenciárias, em transportes públicos lotados, em escolas depredadas, em filas

intermináveis, em moradias precárias, salvo se, com o esforço hercúleo,

conseguirem driblar todas as intempéries. E, mesmo assim, a luta não é garantia de

vitória nesses casos.

As desigualdades sociais são antigas e profundas e demonstram, em seu

imo, a necessidade de recuperar a dignidade e a autoestima dos menos favorecidos,

proporcionando-lhes condições dignas de existência, condições essas que

ultrapassam a renda e significam também oportunidades iguais nas escolas e nos

empregos.

Dito isto, parece claro que a busca por uma vida melhor diante da pobreza

extrema é, na maior parte das vezes, questão muito mais urgente e relevante aos

que adentram no mundo do crime que a má índole.

É importante, para que se entenda o crime e a função do Direito Penal,

estudar antes o criminoso. Não é possível, portanto, que sejam discutidas medidas

penais e processuais deixando de lado aquele que mais interessa nessa questão:

um cidadão desviado das normas de conduta estabelecidas e que, com seu

comportamento, põe em risco seus semelhantes.

Esse é o ponto, pensamos, que foge à compreensão da sociedade e muitas

vezes do Poder Judiciário: o preso é cidadão, tem garantias de cidadão e como tal

deve ser tratado. O olhar em relação a ele, em vez de crítico, deve ser clínico,

objetivando descobrir em qual ponto a sociedade (englobadas aqui a família e o

Estado) falhou com aquele indivíduo no sentido de lhe ensinar as normas e sua

utilidade.

A prisão deve, portanto, ser momento de reclusão, mas também de reflexão e

auxílio. É dever do Estado cuidar do desviante e, mais do que isso, deveria ser do

seu maior interesse fazê-lo com o maior zelo possível, tendo em mira que esse

indivíduo eventualmente retornará ao convívio social.

No entanto, embora severas as penas e em massa a encarceramento, a

reincidência é altíssimas nas unidades prisionais, haja vista que o preso sai menos

preparado do que entrou. Vejamos: o preso não estuda, não trabalha, está cerca de

Page 8: FINOM – FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS file · Web viewNo entanto, ainda que novos tipos penais tenham sido criados, as penas aumentadas e as condições para desencarceramento

outras pessoas com comportamentos desviantes, não possui local adequado às

suas necessidades mínimas de higiene, está separado de sua família e é, muitas

vezes, maltratado pelos agentes penitenciários.

Como seria possível que esse indivíduo, separado da sociedade sem o

devido acompanhamento psicopedagógico a ela retorne apto a contribuir de algum

modo?

Essa, em verdade é uma das razões para que o percentual de reincidência,

ou seja, da reiteração de infrações criminais pelo mesmo indivíduo, seja alto, já que

se estima que um em cada quatro condenados reincide no crime. Ora, se um em

cada quatro pessoas que já foram encarceradas eventualmente volta a ser

encarceradas, a prisão não está cumprindo o seu propósito restaurador, mas tão-

somente o punitivo (que muitas vezes, diante das precárias condições, se torna

vingativo).

Por esse motivo, é importante estudar as políticas públicas criminais adotadas

pelo Estado para que se entenda a razão do fracasso e as que, de outro lado,

deveriam ser implementadas, haja vista seu potencial benéfico.

Em consulta ao sítio virtual do Ministério da Justiça e Segurança Pública,

encontramos o Programa 2070 – Segurança Pública com Cidadania. O Programa

tem como macrodesafio promover a segurança e a integridade dos cidadãos e como

eixo o desenvolvimento social e erradicação da miséria.

Segundo consta no referido sítio, são cinco os seus objetivos, a saber:

“Aprimorar o combate à criminalidade, com ênfase em medidas de prevenção,

assistência, repressão e fortalecimento das ações integradas para superação do

tráfico de pessoas, drogas, armas, lavagem de dinheiro e corrupção, enfrentamento

de ilícitos característicos da região de fronteira e na intensificação da fiscalização do

fluxo migratório;

Induzir a formação, a capacitação e a valorização dos atores e profissionais

de segurança pública, desenvolvendo e fomentando ações voltadas para a

educação, melhoria das condições de trabalho e promoção dos direitos;

Propiciar a atuação de excelência dos órgãos de segurança pública da União,

dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, assim como de outras instituições,

com ênfase no aprimoramento de suas estruturas físicas, organizacionais e modelos

de gestão, do desenvolvimento de sistemas de informação e bancos de dados, do

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fortalecimento da atividade de inteligência e reestruturação e modernização do

sistema de produção da prova material;

Reestruturar e modernizar o sistema criminal e penitenciário, por meio da

garantia do cumprimento digno e seguro da pena, objetivando o retorno do cidadão

à sociedade, a redução da reiteração criminosa, a aplicação de medidas alternativas

à prisão e o combate ao crime organizado;

Implementar o Plano Nacional para a Segurança em Grandes Eventos,

dotando as Instituições de Segurança Pública dos recursos necessários para a

integração das ações e execução dos projetos;

Fortalecer a segurança viária e a educação para o trânsito, ampliando a

capacidade de policiamento, monitoramento e fiscalização nas rodovias federais e

integrando ações relacionadas à temática;

Ampliar a presença do Estado em territórios com elevados índices de

vulnerabilidade social e criminal, por meio de ações multissetoriais de segurança,

justiça e cidadania, combinando ações repressivas qualificadas e ações sociais de

segurança, para a superação da violência e redução dos crimes letais intencionais

contra a vida;

Implantar e garantir o funcionamento do Sistema Nacional de Registro de

Identificação Civil”.

Tendo como ano de referência 2010 e ano de acompanhamento 2012, o

Ministério da Justiça disponibiliza os resultados do Programa da seguinte forma:

Houve queda na taxa de homicídio em relação aos jovens de 15 a 29 anos e

aos jovens negros de 15 a 29 anos. No entanto, a taxa de homicídio em geral

aumentou. O déficit de vagas no sistema penitenciário, que era de 197.976 em 2010,

subiu para 240.503 em 2012 e a população carcerária, que era de 496.251 detentos

em 2010 passou para 549.577 em 2012.

Outro Programa que consta no sítio é o “Brasil Mais Seguro”.

Segundo consta, trata-se de “programa de redução da criminalidade violenta,

a ser implantado por meio do acordo de cooperação da União, Estados, Distrito

Federal e Municípios com o objetivo de reduzir a impunidade, aumentar a sensação

de segurança da população e promover maior controle de armas.

Visa induzir e promover a atuação qualificada e eficiente dos órgãos de

Segurança Pública para redução dos índices de violência e criminalidade, por meio

da qualificação dos procedimentos investigativos, do fortalecimento do policiamento

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ostensivo e de proximidade com a população e maior cooperação e articulação entre

as instituições de segurança pública, sistema prisional e o sistema de justiça criminal

(Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública).

Tem como objetivo “enfrentar o crime organizado, apoiar ações estruturantes

na área de perícia e investigação policial, para fortalecimento do arcabouço

probatório, implantar e fortalecer a polícia ostensiva e de proximidade, incluindo o

monitoramento e a ocupação de áreas onde são registrados os maiores índices de

crimes violentos nas unidades federadas, promover o controle de armas, com

iniciativas como a campanha de desarmamento e destruição de armas de fogo e

promover a articulação do Sistema de Justiça Criminal e de Segurança Pública”.

Destina-se aos órgãos de Segurança Pública dos Estados e do Distrito

Federal, profissionais de segurança pública (peritos, policiais civis e militares,

bombeiros militares e guardas municipais), Polícia Federal, Ministério Público e

Tribunais de Justiça.

Tem como pressuposto “adesão prévia da unidade federada. A adesão ao

Programa Brasil Mais Seguro será priorizada levando-se em conta, além do índice

criado para definição dos estados prioritários, outros fatores que influenciam na

tomada de decisões tais como: crescimento regional nas taxas de homicídios por

100.000 habitantes, tendência de crescimento vertiginoso no número de crimes

violentos letais intencionais nos últimos cinco anos em cada estado e o interesse do

estado em aderir a condicionalidades apresentadas pelo Governo Federal, incluindo

contrapartidas”.

Não há, em relação a esse Programa, apresentação de resultados, o que

significa que ainda não houve avaliação sobre sua repercussão ou que os dados

não foram inseridos, o que impede análise sobre a eficácia do mesmo.

Em relação às ações empreendidas, estas são de várias espécies, mas

focaremos na educação e no emprego, que acreditamos serem os níveis mais

básicos de integração do indivíduo na sociedade.

Na área de educação, o campo legislativo conta com a própria Constituição

da República Federativa do Brasil, que estabelece que a educação é direito de todos

e dever do Estado, e a Lei de Execução Penal (n.º 7.210/1984), que estabelece,

dentre outros dispositivos voltados para a assistência do encarcerado, a remição de

pena pelo estudo, ou seja, a redução de um dia de pena a cada doze horas de

frequências escolar (divididas, no mínimo, em três dias).

Page 11: FINOM – FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS file · Web viewNo entanto, ainda que novos tipos penais tenham sido criados, as penas aumentadas e as condições para desencarceramento

No campo normativo, é possível encontrar a Resolução do Conselho

Nacional de Política Criminal e Penitenciária nº 03/2009 que dispõe sobre as

Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nos estabelecimentos penais, a

Resolução do Conselho Nacional de Educação nº 02/2010, que estabelece as

Diretrizes Nacionais para a oferta de Educação para Jovens e Adultos em Situação

de Privação de Liberdade nos Estabelecimentos Penais, editada pelo Conselho

Nacional de Educação.

Além dessas normas, há o Decreto nº 7.626/2011, que instituiu o Plano

Estratégico de Educação no Âmbito do Sistema Prisional (PEESP), definindo as

atribuições dos Ministérios da Educação e da Justiça para o financiamento das

ações e sistemas de ensino para efetivação da oferta educacional nos

estabelecimentos penais e a Recomendação CNJ nº 44/2013, que “dispõe sobre as

atividades educacionais complementares para fins de remição da pena pelo estudo

e estabelece critérios para a admissão pela leitura”.

As ações realizadas nessa área, consoante estabelece o Ministério da Justiça

e Segurança Pública, são gerais e específicas, compreendendo desde o ENEM

(Exame Nacional do Ensino Médio), o ENCCEJA (Exame Nacional de Certificação

de Competências de Jovens e Adultos), o EJA (Educação de Jovens e Adultos) e o

PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) até o

Projovem Urbano Prisional, que visa a elevação da escolaridade de jovens entre 18

e 29 anos privados de liberdade, o PBA (Programa Brasil Alfabetizado) e o

Programa Brasil Profissionalizado, que destina recursos para educação nas

unidades prisionais de regime fechado do país.

No entanto, ao verificarmos as estatísticas do PRONATEC no sistema

prisional, percebemos que a quantidade de vagas em pactuação entre as entidades

demandantes e ofertantes é de apenas 8.841. A pergunta que se faz é: como essa

quantidade de vagas atende demanda da quarta população prisional do mundo?

Em relação ao trabalho, observamos a existência do PROCAP (Programa de

Capacitação Profissional e Implantação de Oficinas Permanentes) criado em 2012

pelo Departamento Penitenciário, que chamamento público com o fito de repassar

recursos financeiros para as Secretarias Estaduais a cargo da Administração

Prisional.

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O programa objetiva implantar oficinas em modalidades como construção

civil, padaria e panificação, corte e costura industrial, marcenaria, informática e, com

a implementação desses cursos, capacitações nessas áreas, como as de padeiro e

confeiteiro, assentador de piso/ceramista, pintor e eletricista predial e

ajudante/auxiliar na construção civil.

Todavia, ao olharmos a tabela disposta no Ministério da Justiça e Segurança

Pública em seu sítio virtual para o biênio 2012-2014, notamos que, dos mais de 622

mil presos que ocupam as cadeias do país, apenas 3.695 deles são beneficiários

deste Programa e algumas Unidades da Federação, como Rondônia e Pernambuco

nem mesmo foram beneficiadas em suas unidades prisionais com esses cursos.

Como é possível perceber, apesar da multiplicidade de ações referentes à

educação e trabalho do preso, a realidade faz perceber que a prática implementada

é distinta.

Considerações finais

Não há resposta fácil que resolva a criminalidade no país.

Em janeiro do presente ano, o Brasil foi assolado por conflitos entre facções

criminosas (que são forma de proteção para muitos presos) dentro dos presídios,

guerras essas que deixaram inúmeros mortos.

Apesar de estarrecidos pela brutalidade com que as mortes ocorreram,

muitos, entendendo ser a prisão panaceia, se sentiram perversamente satisfeitos

pela eliminação de indivíduos condenados.

Afinal de contas – manda o senso comum – “se não tivesse feito algo ruim,

não estaria preso”.

No entanto, sabemos como são falhas todas as redes do sistema, que

fazem com que o indivíduo seja empurrado, uma por uma para o abismo da

criminalidade e da prisão.

Apesar de aqui colacionados os dados fornecidos pelo Governo Federal, há

que se ressaltar a responsabilidade de cada Estado e de seus governantes pelas

barbáries praticadas nas unidades prisionais, já que responsáveis por 584.700 dos

mais de 622 mil presos.

Tais quais os hospícios, antigamente utilizados para punir qualquer

comportamento dito desviante ainda que ausente qualquer distúrbio, as cadeias da

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modernidade encarceram muitas vezes por ser pobre, negro e parecer suspeito. Por

ser claramente usuário, mas a necessidade de encarceramento o toma por

traficante.

E mesmo quando são, de fato, condenados, os presos não têm recebido, a

despeito dos vários Programas criados, a devida atenção psicológica, assistencial,

educacional de que necessitam para que se ressocializem.

O método, dado o seu fracasso, já se provou equivocado e, conquanto não

haja, como já dissemos, resposta fácil ou mesmo rápida para o fim da violência, eis

aqui alguns pontos importantes:

Inicialmente, boa parte da atenção deve ser voltada à formação acadêmica

daqueles que atuam, direta ou indiretamente no sistema penal e prisional. Isso

porque durante a graduação os alunos, que posteriormente serão juízes,

promotores, defensores, advogados, agentes penitenciários, policiais, têm contato

tão-somente com a dogmática penal, ou seja, com as leis que regem o Direito Penal.

No entanto, como se sabe, os acusados são pessoas e, em sua

complexidade e história de vida distintas, não podem ser visto como objetos sobre

os quais recai a lei com toda a sua abstração.

Assim, de rigor o estudo integrado das Ciências Criminais, que abrangem,

além do Direito Penal dogmático, a Criminologia, a Vitimologia e a Penalogia,

ciências que buscam entender o criminoso, a vítima e a pena.

É ideal a integração porque o crime não é um fato isolado na sociedade. O

crime não é uma doença de um indivíduo. O crime é, pois, um sintoma de uma

doença na sociedade, devendo o criminoso ser tratado como indivíduo que deve ser

resgatado, recuperado, tratado, não execrado, como é de costume. Assim, a

preparação daqueles que vão lidar com presos, direta ou indiretamente, é essencial.

Além disso, impende, além de fortalecer os Programas já estabelecidos,

transferindo mais recursos e cuidando da sua implementação e fiscalização,

fortalecer os órgãos de Segurança Pública, a fim de que sejam os principais

motivadores da recuperação, e não os inimigos.

Para esse fim, a bandeira da desmilitarização da polícia deve ser hasteada,

já que o militarismo em Polícia que cuida na população e não está em guerra,

brutaliza os seus servidores ao retirar direitos e ao estabelecer táticas cruéis e, no

fim, ignorantes ao lidar com os cidadãos.

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Por derradeiro, acreditamos que o Brasil deve ser espelhar nos bons

exemplos, buscando experiências bem sucedidas e as adotando, a fim de obter

resultados ao menos semelhantes.

Os países europeus, por exemplo, são referências no que toca à gestão do

sistema carcerário. Suécia e Holanda fecharam presídios por falta de presos e a

Noruega foi capaz de reabilitar 80% dos seus presidiários, o que denota que há, sim,

caminho melhor a ser seguido.

Em entrevista realizada com Jan Roelof van der Spoel, vice-diretor da prisão

de segurança máxima de Norgerhaven, no norte da Holanda, pela BBC ele explica:

“Aqui na Holanda, nós olhamos para o indivíduo. Se alguém tem um problema com

drogas, tratamos o vício. Se é agressivo, providenciamos gestão da raiva. Se tem

dívidas, oferecemos consultoria de finanças. Tentamos remover o que realmente

causou seu crime. É claro que o detento ou a detenta precisam querer mudar, mas

nosso método tem sido bastante eficaz".

Além disso, ele afirma que os detentos podem andar "à vontade por áreas

comuns como biblioteca, departamento médico e cantina, e essa autonomia os

ajuda na readaptação à vida em liberdade”.

Na Noruega, por sua vez, detentos fazem suas refeições junto com o staff,

as celas possuem janela e televisão, biblioteca, ginásio de esportes e oficina de

trabalho. E não se trata, como muitos poderiam pensar, de estadia em “hotel”, já que

não bem mais caro que a liberdade. O que existe nesses casos é Estado que se

preocupa com a transformação de indivíduos que voltarão a compor a sociedade.

Em verdade, quando se escuta o discurso de rejeição do mínimo existencial

na prisão, em que alguns afirmam que determinados indivíduos prefeririam lá restar

encarcerados que em suas casas, o que se dessume é o quanto falta o mínimo

existencial em muitos lares brasileiros, uma vez que ninguém trocaria sua liberdade

pelo encarceramento se as condições de vida não fossem, de fato, tão ruins.

Países europeus à parte, há, entre nós exemplo a ser seguido, as APACS -

Associações de Proteção e Assistência ao Condenado.

Sendo 50 unidades espalhadas pelo Brasil, contam com funcionários e

voluntários, reduzem o custo por preso e têm taxa de recuperação de 95%.

Nessas associações, entendendo que perder a liberdade não significa

perder a dignidade e tendo em mente a justiça restaurativa, seus voluntários e

funcionários proporcionam ambiente amistoso e com senso de responsabilidade, já

Page 15: FINOM – FACULDADE DO NOROESTE DE MINAS file · Web viewNo entanto, ainda que novos tipos penais tenham sido criados, as penas aumentadas e as condições para desencarceramento

que os presos são chamados pelos nomes, são responsáveis pela segurança e

limpeza do ambiente e têm como requisito básico para sua permanência o estudo e

o trabalho.

Ainda que as APACS não resolvam o grande problema carcerário no país,

já que é necessário extirpar a cultura do encarceramento tentando, sempre que

possível, o cumprimento de penas alternativas, tais Associações devem ser

promovidas por política públicas, porque é o engajamento da sociedade que resolve

não apenas a redução do custo do preso, mas a ausência de empatia que permeia a

sociedade e os seus ditos “cidadãos de bem”.

Concluímos, portanto, que concordamos com Darcy Ribeiro, que afirmou:

“se os governantes não construírem escolas, em vinte anos faltará dinheiro para

construir presídios”. Decerto, a educação é o caminho para a redução da

criminalidade.

Todavia, não podemos pensar apenas no futuro e esquecer aqueles que

foram abandonados duplamente pelo Estado, ou seja, durante toda a sua vida soltos

e durante todo o seu tempo presos.

O argumento de que o preso custa mais que o estudante deve motivar os

governantes a investir mais em educação, não menos nos já desfavorecidos presos.

Precisamos, portanto, “construir” escolas dentro dos presídios e também pontes que

liguem os presídios e a sociedade, a fim de que possamos fechar alguns deles.

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