finanças e contabilidade

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    2009, ULBRA.

    1 Edio.ISBN 978-85-7697- 106-1

    Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poder serreproduzida por qualquer meio, sem autorizao prvia da autora, porescrito. O Cdigo Penal Brasileiro determina, no Artigo 184, pena e san-es a infratores por violao de direitos autorais. Qualquer semelhana mera coincidncia.

    Coordenao EditorialKarla Viviane

    Editora Imprensa Livre

    Rua Comanda, 801Porto Alegre/RS CEP 90830-530(51) [email protected]

    I34f Imperatore, Simone Finanas e contabilidade / Simone Imperatore, Gilberto Milani.

    Porto Alegre : Imprensa Livre, 2009.184 p. : 22 cm.

    ISBN 978-85-7697-106-1

    1. Contabilidade. 2. Finanas. I. Ttulo.

    Obra coletiva organizada pela Universidade Luterana do Brasil.Informamos que de inteira responsabilidade dos autores aemisso de conceitos.

    CDU 657

    Catalogao elaborada por: Evelin Stahlhoefer Cotta CRB 10/1563

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    Apresentao

    Contabilidade e Administrao Financeira so cinciasque instrumentalizam os gestores para a tomada de decisoe gerao de valor para as entidades (pblicas e privadas).

    Enquanto a Contabilidade consiste num sistema deinformao gerencial, a administrao financeira a arte ea cincia de gerar recursos financeiros atravs das decisesde investimento e financiamento.

    O presente livro introduz voc, acadmico do CursoSuperior Tecnolgico em Gesto Pblica, neste universo.Seja bem-vindo! Bons Estudos!

    Simone e Gilberto

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    Apresentao

    Sumrio

    Captulo IA contabilidade,9

    Captulo IIFundamentos cientficos da contabilidade,29

    Captulo IIIOs relatrios contbeis,45

    Captulo IVBalano patrimonial,61

    Captulo VDemonstrao do Resultado do Exerccio (DRE),83

    Captulo VICiclo contbil: aspectos introdutrios,101

    Captulo VIIEscriturao contbil,117

    Captulo VIIIAnlise Financeira de Balanos - Finanas Bsicas,141

    Captulo IXAnlise Financeira de Balanos por ndices - FinanasBsicas,151

    Captulo XContabilidade Pblica no Brasil Conceito, objetivo, objeto,fundamentos tericos,161

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    Cap. IA Contabilidade

    A Contabilidade to antiga quanto a civilizao e estligada necessidade social de proteo posse, controle einterpretao das variaes patrimoniais. Desde os primrdiosda histria da humanidade, observa-se o homem inventariando(de forma bem rudimentar) seu rebanho. Com a evoluo daagricultura, do comrcio e, na sequncia, da industrializao,foram pensadas e estudadas as vrias formas de registrar osfatos contbeis que ocorriam na gesto patrimonial, formatando-se relatrios que evidenciassem o resultado dessa gesto.

    Sua evoluo deu-se de forma gradativa e, hoje, aContabilidade tida como a linguagem dos negcios, comouma bssola que orienta os gestores (pblicos e privados) natomada de deciso. Seu estudo parte do entendimento e daapreenso de sua base conceitual. O objetivo deste captulo darmos nossos primeiros passos (de mos dadas, no sepreocupe) para que voc v descobrindo a cincia contbil eentendendo o quanto ela faz parte da sua vida.

    E, partindo-se da mxima de que ningum ama o que noconhece, vamos conhec-la melhor. Tenho certeza de que

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    voc vai se surpreender...Neste primeiro captulo, estudaremos:

    conceito de contabilidade; usurios; objeto, objetivos e finalidade da contabilidade; tcnicas contbeis; patrimnio lquido; aspectos qualitativo e quantitativo do patrimnio; investimentos patrimoniais e fontes de recursos.

    1 Conceito decontabilidadeA Contabilidade uma cincia social, um sistema de

    informao e avaliao destinado a prover seus usurios comrelatrios, demonstraes e anlises de natureza econmico-financeiras da empresa em determinado momento e sua evoluoem determinado perodo.

    H na literatura alguns conceitos de Contabilidade. ParaMarion1, a cincia contbil o instrumento que fornece omximo de informaes teis para a tomada de decises dentroe fora da empresa. J segundo Ribeiro2, a Contabilidade uma cincia que permite, por meio de suas tcnicas, manterum controle permanente do patrimnio da empresa. De acordocom Franco3, contabilidade a cincia (ou a tcnica, segundoalguns) que estuda, controla e interpreta os fatos ocorridos nopatrimnio das entidades, mediante o registro, a demonstraoexpositiva e a revelao destes fatos, com o fim de oferecerinformaes sobre a composio do patrimnio, suas variaese o resultado econmico decorrente da gesto da riquezapatrimonial.

    A partir dos conceitos apresentados, fica compreendido omotivo do estudo da contabilidade: voc (enquanto gestor,gerente, investidor, funcionrio, fornecedor, cidado ou analista)necessita de informaes que demonstrem a situao da1 MARION, 2006, p. 26.2 RIBEIRO, 2003, p. 14.3 FRANCO, 1996, p. 31.

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    entidades (e de seu patrimnio). Por meio da Contabilidadetorna-se possvel coletar, processar e estruturar essasinformaes para voc.

    Tambm necessria a deposio de preconceitos, comoo senso comum de que a Contabilidade somente atende sexigncias do governo (rotinas fiscais). Muito alm disso, ela feita para auxili-lo na tomada de deciso por meio de um fluxocontnuo de informaes sobre os mais variados aspectos dagesto econmico-financeira da empresa.

    Ora, se a Contabilidade um sistema de informao, quemso os usurios desse sistema? Conforme destaca Marion4, soas pessoas que se utilizam da Contabilidade, que se interessampela situao da empresa e buscam na Contabilidade as suasrespostas. bvio que no s os administradores se utilizamda contabilidade, vamos citar outros usurios: investidores,fornecedores, bancos, governo, sindicatos, empregados,concorrentes, analistas, rgos pblicos e consultores.

    2 Objeto, objetivo efinalidade dacontabilidadeO objeto delimita o campo de abrangncia de uma cincia.

    Na Contabilidade, o objeto de estudo o patrimnio de umaentidade.

    No que se refere aos objetivos da contabilidade,ressaltamos:

    apresentar corretamente o patrimnio; apreender e analisar as causas das suas mutaes(mudanas); prover os diferentes usurios com informaes sobreaspectos de natureza econmica, financeira e fsica dopatrimnio (registros, diagnsticos, demonstraes,anlises, prognsticos, relatos, pareceres, planilhas entreoutros).

    4 MARION, op. cit., p. 25.

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    Sua finalidade, segundo Ribeiro5, permitir o estudo e ocontrole dos fatos decorrentes da gesto do patrimnio dasentidades econmico-administrativas. Entende-se comoentidades econmico-administrativas as organizaes querenem pessoas, patrimnio, titular, capital, ao administrativae fim determinado e que so classificadas como:

    entidades com fins econmicos (empresas comerciais,agrcolas, industriais); entidades com fins socioeconmicos (associaes declasse, clubes sociais, ONGs, cooperativas etc.); entidades com fins sociais (Unio, estados, municpios).

    3 Tcnicas usadas pelacontabilidade para atingirseus objetivosOs meios utilizados pela Contabilidade para atingir seus

    objetivos compreendem o conjunto de tcnicas denominadasde tcnicas contbeis, quais sejam:

    Escriturao registro em livros prprios (Dirio Razo,Caixa, Contas Correntes) de todos os fatos administrativosque ocorrem no dia a dia das empresas. Demonstraes Contbeis confeco de quadrostcnicos que apresentam dados extrados dos registroscontbeis das empresas. As mais importantes so o BalanoPatrimonial (BP) e a Demonstrao do Resultado do Exerccio(DRE) que estudaremos mais adiante; Auditoria e Percia verificao da exatido dos dadoscontidos nas demonstraes contbeis, por meio de umexame minucioso dos registros e dos documentos que deramorigem a estes registros; Anlise e Interpretao das DemonstraesContbeis exame e interpretao dos dados contidosnas demonstraes contbeis, transformando estes dados

    5 RIBEIRO, 2002, p. 34.

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    em informaes (indicadores) teis para os diversos usuriosda Contabilidade.

    4 PatrimnioSe o objeto de estudo da Contabilidade o Patrimnio,

    precisamos conceitu-lo para dar prosseguimento ao nossoestudo.

    O termo patrimnio significa o conjunto de bens de umapessoa (pessoa fsica) ou de uma empresa (pessoa jurdica).Compem-se tambm de direitos (valores a receber) e deobrigaes (valores a pagar).

    Assim, patrimnio significa, de um lado, o conjunto de bense direitos pertencente a uma pessoa ou empresa; e de outro,inclui as obrigaes a serem pagas, o que representado aseguir.

    PATRIMNIO (de uma pessoa ou empresa)

    BensDireitos (valores a receber) Obrigaes (valores a pagar)

    4.1 Bens

    Segundo Ribeiro6, bens so as coisas capazes de satisfazeras necessidades humanas, suscetveis de avaliao econmica.Sob o ponto de vista contbil, podemos definir como bem tudoaquilo que a empresa possui para venda, troca ou consumo.Por exemplo:

    bens de uso: balces, prateleiras, computadores,impressora fiscal; bens de troca: mercadorias, dinheiro etc; bens de consumo: material de expediente (embalagens,bobinas, cartuchos, A4, etc), material de limpeza etc.

    Os BENS podem, ainda, ser classificados em tangveis e6 RIBEIRO, 2003, p. 25.

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    intangveis:

    a)Bens Tangveis (tambm chamados de bens materiais):possuem corpo, matria fsica, so palpveis. Ex: veculos,imveis, estoques de mercadorias, dinheiro, mveis e utenslios(mveis do escritrio), ferramentas, etc.

    Podem ser divididos em mveis e imveis:

    Bens imveis: so aqueles vinculados ao solo, que nopodem ser retirados sem destruio ou danos. Por exemplo:edifcios, construes etc. Bens mveis: so aqueles que podem ser removidos.Por exemplo: mquinas, equipamentos, veculos,equipamentos, estoques de mercadorias etc.

    b)Bens Intangveis (imateriais): no tm matria, noso palpveis. Por exemplo: marcas, patentes de inveno,benfeitorias em imveis de terceiros, ponto, gastos deorganizao etc.

    4.2 Direitos

    Segundo Ribeiro7, constituem direitos para a empresa todosos valores que ela tem a receber. Esses direitos so registradosnos livros contbeis da empresa, seguido da expresso a receber.Em relao s empresas, o direito mais comum decorre de vendasa prazo o pagamento no feito no ato, mas no futuro o qualse denomina duplicatas a receber, ttulos a receber, contas areceber, etc. Outros direitos: aluguis a receber, promissriasa receber, banco conta movimento (depsitos) etc.

    Bens e direitos so representados como componentes dopatrimnio positivos, dinmicos, que produzem ganho para aempresa, da estarem representados no grupo patrimonial ATIVO.

    4.3 Obrigaes

    So dvidas com outras pessoas e ou empresas. Emcontabilidade, tais dvidas so denominadas exigveis (pagamento

    7 Ibid., p. 27.

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    na data do vencimento). So obrigaes exigveis: salrios apagar, impostos a pagar, encargos sociais a pagar, aluguis apagar, contas a pagar, fornecedores, emprstimos bancrios,etc.

    Obrigaes so representadas como componentespatrimoniais negativos, representando capitais de terceirosinvestidos na empresa, da estarem representados no grupopatrimonial PASSIVO. Esses recursos, por sua vez, provm deduas fontes:

    a) dbitos de funcionamento: obrigaes que surgem emdecorrncia da gesto normal da empresa. Por exemplo:fornecedores, obrigaes fiscais, trabalhistas etc;b) dbitos de financiamento: recursos obtidos pelaempresa mediante terceiros em forma de emprstimos.

    Observe que os direitos e obrigaes so fceis de sereconhecer:

    Direitos so seguidos da expresso a receber;Obrigaes so seguidos da expresso a pagar.

    Mas preste ateno: Clientes (direito) e fornecedores(obrigao) so excees a essa regra. Da mesma forma queos compromissos que a empresa tem com entidadesgovernamentais (impostos e encargos sociais, por exemplo)podero ser contabilizados com a expresso a pagar ou arecolher

    4.4 Representao grfica do patrimnio

    Na representao grfica patrimonial, colocamos no ladoesquerdo os bens e direitos e, no lado direito, as obrigaes.Trata-se de uma conveno contbil, conforme demonstradoa seguir:

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    Outra conveno chamar o lado positivo de Ativo (bens+ direitos) e o lado negativo de Passivo (obrigaes):

    Cia dos Doces Valores em R$

    BENS + DIREITOS OBRIGAES

    BensDinheiroMercadorias em estoqueVeculosImveisMquinasFerramentasMveis e utensliosMarcas e patentesDireitosDepsitos em bancosDuplicatas a receberTtulos a receberAluguis a receberAes

    ObrigaesEmprstimos a pagarSalrios a pagarFornecedores (duplicatasa pagar)FinanciamentosImpostos a pagarEncargos sociais a pagarAluguis a pagarTtulos a pagarPromissrias a pagarContas a pagar

    5 Patrimnio lquidoDefinimos como Patrimnio Lquido (PL) a diferena entre

    os bens e direitos e as obrigaes de uma entidade, emdeterminado momento. Assim, possvel apurar a riqueza lquidada empresa, tambm denominada patrimnio lquido ou situaolquida.

    Por exemplo, tomando-se os dados do quadro anterior,temos:

    ATIVOBENS + DIREITOS

    PASSIVOOBRIGAES EXIGVEIS

    Bens 1.950Direitos 2.800Total 4.750

    Obrigaes 4.450

    Total 4.450

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    PL = (total dos bens + direitos) obrigaesPL = 4.750 4.450 = 300O quadro a seguir indica que, se a Cia dos Doces recebesse

    todos os seus direitos e vendesse todos os seus bens, dariapara pagar suas dvidas e sobraria R$ 300,00, que correspondeao seu Patrimnio Lquido.

    Cia dos Doces Valores em R$

    Como podemos observar na representao grficapatrimonial da Cia dos Doces, o Patrimnio Lquido estrepresentado junto com as obrigaes (Passivo). O corretoseria, ento, chamar a coluna da direita como Passivo ePatrimnio Lquido, tendo em vista que ele completa a equaopatrimonial. No Brasil, entretanto, convencionou-se cham-laapenas de Passivo.

    5.1 Situaes Lquidas Patrimoniais

    Os elementos patrimoniais equacionados podero apresentartrs situaes lquidas patrimoniais diferentes:

    Situao lquida patrimonial ativa, positiva ousuperavitria, Situao liquida patrimonial passiva, negativa oudeficitria, Situao lquida patrimonial nula, compensada ouinexistente.

    Para compreender cada situao observe os exemplosapresentados nos quadros a seguir.

    ATIVO PASSIVO

    Bens 1.950Direitos 2.800Total 4.750

    Obrigaes 4.450Patrimnio lquido 300Total 4.750

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    Situao lquida patrimonial ATIVA, POSITIVA ouSUPERAVITRIA (valores em R$):

    ATIVO PASSIVO

    Bens 100Direitos 30Total 130

    Obrigaes 80Situao lquida 50Total 130

    Este balano evidencia uma situao em que o total doAtivo (bens + direitos) maior do que o total do Passivo(obrigaes), configurando-se uma situao lquida ativa,positiva ou superavitria. Suponha que se deseje liquidar aempresa nesse momento, realizando-se todos os direitos,vendendo-se todos os bens e quitando-se as obrigaes, aindasobraria para os scios da empresa o valor de R$ 50,00.

    Situao lquida patrimonial PASSIVA, NEGATIVA ouDEFICITRIA (valores em R$):

    ATIVO PASSIVO

    Bens 100Direitos 20Total 120

    Obrigaes 180(-) Situao lquida(60)Total 120

    Neste balano, verificamos que o total das obrigaes (R$180,00) maior do que a soma dos bens e dos direitos (R$120,00), configurando-se uma situao passiva, negativa oudeficitria (-R$ 60,00). Se a empresa for liquidada nessemomento, o valor referente realizao dos direitos e da vendados bens ser insuficiente para a quitao das obrigaes, efaltaria R$ 60,00 para cobrirmos o total do Passivo (obrigaes).Essa situao conhecida como PASSIVO A DESCOBERTOporque o total do Ativo no suficiente para cobrir o total doPassivo.

    Situao lquida patrimonial NULA, COMPENSADA ouINEXISTENTE (valores em R$):

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    No balano apresentado, verificamos que a soma de bense direitos igual ao total das obrigaes (R$ 120,00), tratando-se de uma situao nula ou inexistente. Se liquidarmos a empresanesse momento, o montante apurado com a venda dos bens eo recebimento dos direitos ser usado para cobrir apenas asobrigaes, no restando nada para os scios.

    Nas trs situaes apresentadas, Ativo e Passivo sempreso maiores do que zero. Em raras ocasies, eles podem seriguais a zero. Nesse caso teremos duas possibilidades, conformeexemplificado nos quadros que seguem.

    O PASSIVO igual a zero (valores em R$):

    ATIVO PASSIVO

    Bens 100Direitos 20Total 120

    Obrigaes 120Situao lquida 0Total 120

    ATIVO PASSIVO

    Bens 100Direitos 20Total 120

    Obrigaes 0Situao lquida 120Total 120

    A constituio da empresa um dos momentos em que asituao ilustrada pelo balano acima poder ocorrer,caracterizando uma situao lquida patrimonial ativa, positivaou superavitria.

    O ATIVO igual a zero (valores em R$):

    ATIVO PASSIVO

    Bens 0Direitos 0Total 0

    Obrigaes 40Situao lquida (40)Total 0

    O encerramento das atividades da empresa um dosmomentos em que a situao exemplificada poder ocorrer,

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    configurando-se uma situao patrimonial passiva, negativaou deficitria.

    6 Aspectos qualitativo equantitativo dopatrimnioTodos os relatrios elaborados a partir da contabilidade e

    de sua escriturao devem ressaltar dois aspectos:

    a. Qualitativo: consiste em qualificar, dar nomes aoselementos componentes do respectivo relatrio, permitindoque se conhea a natureza de cada um (o qu).b. Quantitativo: consiste em atribuir aos respectivoselementos seus valores em moeda (R$).

    As informaes quantitativas que a contabilidade produz,quando aplicada a uma empresa, devem possibilitar ao usurioavaliar a situao e as tendncias desta, com o menor grau dedificuldade possvel. Devem, portanto, permitir ao usurio:

    observar e avaliar o comportamento; comparar seus resultados com o de outros perodos e/ou empresas; avaliar seus resultados luz dos objetivos estabelecidos; obter subsdios para o planejamento das operaes daempresa.

    7 Investimentospatrimoniais e as origensde recursosTodos os recursos que entram numa empresa passam pelo

    Passivo e Patrimnio Lquido (PL). Os recursos (financeiros oumateriais) so originados dos proprietrios (ingresso de recursose reinvestimento de lucros), fornecedores (vendas a prazo),

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    governo (impostos e encargos a pagar), bancos e financeiras(emprstimos, financiamentos, adiantamentos de recebveis,etc.), representando origens de recursos. Por meio do PASSIVOe do PATRIMNIO LQUIDO, portanto, identificam-se as ORIGENSDE RECURSOS investidos na empresa.

    O ATIVO, por sua vez, evidencia todas as APLICAES DERECURSOS: aplicao no caixa, em estoque, em mquinas, emimveis etc. A empresa s pode aplicar (Ativo) aquilo que temorigem (Passivo e Patrimnio Lquido); dessa forma, fica bastantesimples entender porque o ativo ser sempre igual ao passivo(recursos de terceiros) e patrimnio lquido (recursos prpriosrepresentados pelo capital social, reservas, lucros, outros).

    Figura 1.1 Origens e aplicaes de recursos

    Fonte: Adaptado de MARION, 2006, p. 56.

    Sem dvida, as principais origens de recursos para aempresa so o capital8 investido pelos scios e o lucro obtidono negcio (PL), lembrando que o lucro obtido pela empresano pertence a ela, mas a seus proprietrios (scios ouacionistas), pois so eles que assumem o risco do negcio. Olucro , portanto, a remunerao do capital investido na empresapelos proprietrios, o qual adicionado conta do proprietrio,ou seja, no patrimnio lquido.

    Emprstimos, financiamentos, factoring, crdito direto ao8 O termo capital significa "recursos". Capital prprio significa "recursos dosproprietrios" (scios ou acionistas) aplicados na empresa. Capital de terceiros, poroutro lado, significa "recursos de outras pessoas" aplicados na empresa (fornecedores,bancos, etc).

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    consumidor, aes, debntures, incentivos fiscais etc.constituem outras fontes de recursos importantes para aempresa (capitais de terceiros).

    Ponto FinalConhecer a base conceitual da contabilidade conceito,

    usurios, objeto, objetivos, finalidade, patrimnio lquido,aspectos qualitativo e quantitativo do patrimnio, investimentospatrimoniais e fontes de recursos muito importante paraque o estudante ou profissional da rea pblica possaamadurecer conceitos mais complexos que so exigidos no seudia a dia. A seguir, um breve resumo dos tpicos abordados:

    Contabilidade: cincia social que estuda o patrimnio dasentidades, fornecendo informaes para a tomada dedeciso.

    Patrimnio: objeto de estudo da Contabilidade, consiste noconjunto de bens, direitos e obrigaes pertencentes a umapessoa fsica e ou jurdica.

    Bens: do ponto de vista contbil, significa os itens de quedispe a empresa ou entidade para a obteno de seusfins. Em outras palavras, bem tudo aquilo que a empresapossui para venda, troca ou consumo. Pode ser tangvel eintangvel, mvel ou imvel.

    Direitos: representam o valor da dvida de terceiros paracom a empresa; o poder de exigir alguma coisa (ou ter emhaver): valores a receber, contas a receber, ttulos areceber etc. Junto com os bens, formam a parte positiva dopatrimnio esto representadas no Ativo.

    Obrigaes: dvidas exigveis, isto , compromissos que seroreclamados, exigidos (pagamento na data do vencimento):duplicatas a pagar (ou fornecedores), ttulos a pagar,impostos a pagar, financiamentos a pagar etc. Estorepresentadas no Passivo.

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    Ativo: grupo patrimonial que representa os investimentosou aplicaes do patrimnio ou do capital das empresas;conjunto de bens e direitos de propriedade da empresa;so os itens positivos do patrimnio, trazem benefcios,proporcionam ganho para a empresa (representam aaplicao dos recursos).

    Passivo: grupo patrimonial que representa as fontes dosvalores aplicados no Ativo; obrigaes exigveis da empresa,ou seja, dvidas que sero cobradas em seus respectivosvencimentos. Representa a parte negativa do patrimnio(representa, junto com o patrimnio lquido, a origem dosrecursos da empresa).

    Patrimnio Lquido: valor resultante da diferena entre osvalores do Ativo e as dvidas da empresa; riqueza lquida daempresa, composta pela diferena entre os bens e direitos(Ativo) e suas obrigaes exigveis (Passivo), emdeterminado momento. Tambm chamado de Situao LquidaPatrimonial.

    Situao Lquida Patrimonial ATIVA, POSITIVA ouSUPERAVITRIA: situao em que a soma dos bens e direitos maior do que a soma das obrigaes.

    Situao Lquida Patrimonial PASSIVA, NEGATIVA ouDEFICITRIA: situao em que a soma dos bens e direitos maior do que a soma das obrigaes.

    Situao Lquida Patrimonial NULA, INEXISTENTE ouCOMPENSADA: situao em que a soma dos bens e direitos igual soma das obrigaes.

    Aspecto Qualitativo do Patrimnio: natureza dos itens quecompem o patrimnio (o qu).

    Aspecto Quantitativo do Patrimnio: avaliao monetriados itens patrimoniais (quanto).

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    RefernciasLivros-base utilizados neste captulo:

    Marion, Jos Carlos. Contabilidade Bsica. 8 Ed. SoPaulo: Ed. Atlas, 2006.

    Ribeiro, Osni Moura. Contabilidade Bsica Fcil. 25 Ed.2 Tiragem. So Paulo: Saraiva, 2006.

    Nestas obras encontraremos um estudo introdutrio, baseda cincia contbil, bem como exerccios que nos ajudama compreend-la melhor.

    Como leitura complementar, sugerimos a leitura do artigoA Histria da Contabilidade, disponvel em http://www.portaldecontabilidade.com.br/tematicas/historia.htm.

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  • Finanas e Contabilidade

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    A C

    ontabilidade

    Atividades

    1. Com suas palavras, conceitue Contabilidade.

    2. Classifique os elementos em bem, direito ou obrigao,ativo ou passivo:

    Escolha a alternativa correta:

    3. O objeto da contabilidade :

    a) O Balano Patrimonial.b) A escriturao.c) O patrimnio.d) Os fatos administrativos.

    4. So usurios da contabilidade:

    a) administradores e sindicatos.b) fornecedores e bancos.c) governo e investidores.d) todas as alternativas anteriores.

    ELEMENTO BEM, DIREITO OUOBRIGAO

    ATIVO OUPASSIVO

    Computador Bem AtivoDuplicatas areceberImpostos arecolherCaixa (ou dinheiro)ClientesSalrios a pagarEmprstimos apagarFornecedoresMercadorias emestoqueVeculoAluguis a pagar

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    5. Constituem objetivos da contabilidade:

    a) apresentar corretamente o patrimnio.b) evidenciar e analisar as mutaes patrimoniais.c) prover os diferentes usurios com informaes sobreaspectos de natureza econmica, financeira e fsica dopatrimnio (registros, diagnsticos, demonstraes, anlises,prognsticos, relatos, pareceres, planilhas, outros).d) todas as alternativas esto corretas.

    6. A finalidade da contabilidade :

    a) o patrimnio.b) permitir o estudo e o controle do patrimnio.c) registrar os fatos administrativos visando elaboraodo Balano Patrimonial.d) verificar a autenticidade das operaes.

    7. So tcnicas contbeis:

    a) auditoria, princpios contbeis, atos administrativos eescriturao.b) Balano Patrimonial, DRE, Patrimnio Lquido e Anlisede Balanos.c) Escriturao, demonstraes contbeis, auditoria epercia, anlise das demonstraes contbeis.d) Escriturao, demonstraes contbeis, atosadministrativos e Balano Patrimonial.

    8. Identifique a alternativa que contm o conceito maiscorreto de patrimnio:

    a) Conjunto de bens e direitos.b) Conjunto de direitos e obrigaes.c) Conjunto de bens e obrigaes.d) Conjunto de bens, direitos e obrigaes, avaliado emmoeda e pertencente a uma pessoa ou empresa.

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  • Finanas e Contabilidade

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    A C

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    9. Enquanto o aspecto qualitativo do patrimnio refere-se espcie de cada elemento que o compe, o aspectoquantitativo refere-se:

    a) quantidade fsica dos bens e dos direitos.b) aos valores em moeda dos componentes do patrimnio.c) quantidade de estoques existentes.d) ao total dos valores existentes em caixa.

    10. A diferena entre Ativo (bens e direitos) e Passivo(obrigaes), denomina-se:

    a) Situao lquida patrimonial.b) Balano patrimonial.c) Situao lquida patrimonial positiva.d) Situao lquida patrimonial negativa.

    11. Situao lquida em que o Ativo menor que o Passivo,chama-se:

    a) Situao lquida nula.b) Situao lquida passiva.c) Situao lquida positiva.d) Situao lquida superavitria.

    12. A equao Ativo maior que Passivo, evidencia:

    a) Situao lquida passiva.b) Situao lquida nula.c) Situao lquida negativa.d) Situao lquida superavitria.

    13. A equao Ativo igual a Passivo, chama-se:

    a) Situao lquida passiva.b) Situao lquida nula.c) Situao lquida negativa.d) Situao lquida superavitria.

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    ELEMENTO BEM, DIREITO OUOBRIGAO

    ATIVO OUPASSIVO

    Computador Bem AtivoDuplicatas a Direito AtivoreceberImpostos a Obrigao PassivorecolherCaixa (ou dinheiro) Bem AtivoClientes Direito AtivoSalrios a pagar Obrigao PassivoEmprstimos a Obrigao PassivopagarFornecedores Obrigao PassivoMercadorias em Bem AtivoestoqueVeculo Bem AtivoAluguis a pagar Obrigao Passivo

    14. Todos os recursos que entram numa empresa passampelo Passivo e Patrimnio Lquido (PL). So recursos de terceiros(Passivo):

    a) Fornecedores.b) Impostos a recolher.c) Emprstimos a pagar.d) a, b e c esto corretas.

    15. Constituem recursos prprios aplicados na empresa:

    a) capital, reservas e lucros acumulados.b) fornecedores, emprstimos e capital social.c) fornecedores, impostos a recolher e emprstimos a pagar.d) capital social.

    Gabarito: 2. Classifique os elementos em bem, direito ouobrigao, ativo ou passivo:

    3. (c); 4. (e); 5. (e); 6. (b); 7. (c); 8. (e); 9. (b); 10. (a); 11.(b); 12. (d); 13. (b); 14. (e); 15. (a).

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  • Finanas e Contabilidade

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    Fundamentos cientficos da contabilidade

    Cap. IIFundamentos cientficosda contabilidade

    Existem regras de aplicao geral que orientam a prticado profissional contbil no exerccio de sua atividade. Tais regras,conceitos ou princpios, segundo Marion (2003), visam umtratamento contbil padronizado e servem como guias para aauditoria examinar a qualidade dos relatrios contbeis. Nopresente captulo estudaremos:

    Os Princpios Fundamentais de Contabilidade; As Convenes Contbeis Os Regimes Contbeis

    1 Princpios fundamentaisda contabilidadeA Contabilidade tem um conjunto de regras que pode ser

    chamado de Estrutura Bsica da Contabilidade. Ao pensarmosem estrutura, podemos relacionar a um prdio com alicerces,paredes e telhado. A parte mais importante do prdio o alicercee, as colunas, os pilares que sustentam os demais componentesda construo.

    Cap.II.p65 11/1/2010, 13:4031

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    Os princpios so, portanto, a forma, o meio e a estruturade que a Contabilidade se utiliza para chegar a seus objetivosou, s vezes, para compreender a prtica contbil. Em outraspalavras, so como placas de direo, so guias que sinalizama direo do trabalho do contador.

    A Resoluo do CFC 750/93 dispe sobre os PrincpiosFundamentais da Contabilidade e composta pelos seguintesprincpios:

    a) Princpio da Entidade;b) Princpio da Continuidade;c) Princpio da Oportunidade;d) Princpio do Registro pelo Valor Original;e) Princpio da Atualizao Monetria;f) Princpio da Competncia;g) Princpio da Prudncia;h) Princpio da Essncia sobre a forma.

    O estudo destes princpios de relevante importncia paraa execuo de trabalhos que envolvam a contabilidade, poistodas as empresas que sofreram algum tipo de autuaocertamente deixaram de obedecer a um ou mais dos PrincpiosFundamentais da Contabilidade.

    1.1 Princpio da Entidade

    O principio da entidade faz referncia ao patrimnio queser administrado, estudado, avaliado, constituindo-se emelemento autnomo em relao aos detentores do capitalaplicado, nesse mesmo patrimnio e, como se diz comfrequncia, o patrimnio dos scios no se confunde com o daempresa (entidade).

    Reconhece o patrimnio como objeto da Contabilidade,afirma a autonomia patrimonial, a necessidade de diferenciaode um patrimnio particular no universo dos patrimniosexistentes. por este motivo que a Receita Federal solicitaaos contribuintes duas declaraes de renda: uma da pessoafsica e outra da pessoa jurdica. Desse primeiro conceitodeduz-se que a Contabilidade mantida para a entidade comopessoa distinta de seus scios.

    Cap.II.p65 11/1/2010, 13:4032

  • Finanas e Contabilidade

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    Fundamentos cientficos da contabilidade

    A moderna teoria contbil amplia o conceito do princpioda entidade em um sentido econmico, organizacional e decontrole. Evidencia que no h necessidade de apego tosomente conotao jurdica (pessoa fsica/pessoa jurdica)para identificar-se uma entidade contbil, admitindo a ideia daformao de entidades no sentido macro (consolidado) e micro(divises da empresa).

    Assim, pode-se afirmar que, para a Contabilidade, qualquerindivduo, empresa, grupo de empresas, setor ou diviso, desdeque efetue atividade econmica, e que seja to importante, acritrio dos stakeholders (segmentos de pessoas interessadascomo acionistas, credores, empregados, governo, etc), quejustifique um relatrio separado e individualizado de receitas edespesas, de investimentos e de retornos, de metas erealizaes, pode tornar-se uma ENTIDADE CONTBIL.

    O conceito de entidade contbil, portanto, pode incluir oconceito jurdico (CNPJ/CPF), uma diviso da empresa ou umasuperempresa, tal como a consolidao de vrias firmascorrelacionadas. A escolha da entidade contbil apropriada,em cada caso, depende dos objetivos dos demonstrativos edos interesses dos usurios da informao.

    1.2 Princpio da Continuidade

    Os procedimentos contbeis devem considerar acontinuidade dos negcios da entidade, uma vez que estes serenovam por meio de seu ciclo de operaes e investimentos.Esse segundo pilar baseado no pressuposto de que a empresa algo em andamento, em continuidade, que funcionar porprazo indeterminado, at forte evidncia em contrrio (prejuzossucessivos).

    Saliente-se que os princpios da ENTIDADE e daCONTINUIDADE constituem os alicerces sobre os quais se baseiao edifcio dos conceitos contbeis. De forma combinadapoderamos afirmar:

    A Contabilidade mantida para as entidades, como pessoasdistintas dos scios que as integram e que, se supe,continuaro operando por um perodo indefinido de tempo.

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    Os demais princpios, constituem as paredes e a coberturada construo contbil. Vamos a eles:

    1.3 Princpio da Oportunidade

    A integridade dos registros de fundamental importnciapara a anlise dos elementos patrimoniais, pois todos os fatoscontbeis devem ser registrados, incluindo os das filiais,sucursais e demais dependncias de uma mesma entidade.

    Este princpio tem muito a ver com o da tempestividade,pois implica registrar os fatos contbeis quando eles acontecem.

    1.4 Princpio do Registro pelo Valor Original

    Este princpio reza que os elementos patrimoniais devemser registrados pelo valor originado nas transaes com osagentes externos a entidade e em moeda corrente do Pas,no se levando em conta os valores futuros de entradas ou desadas.

    Qualquer variao patrimonial dever ser reconhecida nomomento de sua ocorrncia e no no momento da entrada doselementos patrimoniais. Quando as transaes forem realizadasem moedas estrangeiras, estas devero ser convertidas para amoeda corrente em nosso pas para a efetivao de seu registrocontbil.

    O custo inicial, alm dos provisionamentos, normais quedevem atender perda de valor econmico (depreciao,amortizao, exausto), precisa ser conservado, durante otempo, mantendo o poder aquisitivo inalterado. A tendnciacorrente dos princpios contbeis CONSERVADORA, no sentidode no correr riscos na avaliao, a cada momento, sobre apotencialidade do ativo em gerar servios futuros, o que poderialevar a erros de julgamento. A Contabilidade contenta-se emresguardar o valor original do ativo (com amortizaesrespectivas), pelo menos como indicador de um valor econmicoaproximado, na data da transao.

    1.5 Princpio da Atualizao Monetria

    Devero ser reconhecidas as variaes do poder aquisitivo

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  • Finanas e Contabilidade

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    Fundamentos cientficos da contabilidade

    da moeda nacional nos registros contbeis das entidades e,por consequncia, nas demonstraes contbeis.

    A legislao fiscal veio coibir esta atualizao a partir de01/01/1996 por meio do artigo 4 da lei 9249 de 26/12/1995.

    Fica vedada a utilizao de qualquer sistema de correomonetria de demonstraes financeiras, inclusive para finssocietrios. A falta de aplicao do princpio da atualizaomonetria traz uma perda na qualidade e utilidade dasdemonstraes contbeis, mesmo com a inflao estvel.Certamente, os ndices de rentabilidade em relao aopatrimnio lquido estaro irremediavelmente prejudicados.

    A resoluo do CFC 900/01 estabelece a aplicao desseprincpio quando a inflao acumulada no trinio atingir 100%,ndice este calculado com base no IGPM ndice Geral depreos do Mercado. Esta resoluo tambm determina que oIGPM ser usado compulsoriamente e dever ser amplamentedivulgado nas demonstraes contbeis.

    1.6 Princpio da Competncia

    Por este princpio entende-se que as receitas e as despesasdevem ser consideradas para a apurao do resultado do perodoa que se referirem e no momento de sua ocorrncia.

    No importa o momento em que a receita foi recebida ou omomento em que a despesa foi paga. Para a determinao doresultado do perodo, a realizao da receita deve serreconhecida quando bens ou servios so transferidos aterceiros. As despesas, da mesma forma, devem ser registradasdentro do perodo e quando so consumidas (neste captulovamos estudar os regimes contbeis caixa e competncia evoc entender melhor esse princpio. No se preocupe).

    1.7 Princpio da Prudncia

    O princpio da prudncia deve ser observado quandosurgirem dvidas sobre a correo dos valores a seremregistrados. Devemos reconhecer o menor valor para o ativo eo maior valor para o passivo, em outras palavras, havendo

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    mais de um critrio de avaliao, prima-se sempre pelo menorresultado.

    1.8 Princpio da Essncia sobre a Forma

    Este princpio no est na Resoluo do CFC 750/93, porm adotado pelo IBRACON9 e pela CVM10. Tal princpio pode serassim enunciado:

    Sempre que possvel, a contabilidade, ao contemplar o registrode uma transao, dever observar sua forma legal e essnciaeconmica. Entretanto, se a forma, de alguma maneiradissimular ou no representar claramente a essnciaeconmica da transao, esta ltima dever ser a base deregistro para a Contabilidade. (MARION, 2003, p. 141)

    Uma empresa vende um ativo, uma mquina, por exemplo,e assume o compromisso de recompr-la por um valor e data jdeterminados. Esta formalidade deve ensejar a contabilizaode uma operao de financiamento (essncia) e no de comprae venda (forma jurdica).

    Um contrato pode, juridicamente, estar atribuindo a formade arrendamento mercantil (leasing), mas a anlise da operaoevidencia tratar-se, na prtica, de uma operao de compra evenda financiada. Assim, consciente do conflito essncia/forma,a Contabilidade registra como financiamento.

    2 Convenes contbeisAs convenes so mais objetivas e tm a funo de indicar

    a conduta adequada que deve ser observada no exerccioprofissional da Contabilidade. So: conveno da objetividade,da materialidade, da consistncia e do conservadorismo.

    A Resoluo CFC 750/93 no faz referncia s ConvenesContbeis. Entretanto, pertinente que conheamos taisconvenes, universalmente aceitas, devido a importncia queelas representam para os registros contbeis como um todo.9 Instituto Brasileiro de Contabilidade10 Comisso de Valores Mobilirios

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  • Finanas e Contabilidade

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    Fundamentos cientficos da contabilidade

    2.1 Conveno da Objetividade

    Refere-se ao sentido de neutralidade que se deve atribuir Contabilidade nos registros dos fatos que envolvem a gestodo patrimnio das entidades. Os registros contbeis, sempreque possvel, devem ser baseados em documentos quecomprovem as respectivas transaes. Segundo Marion (2003,p. 141), para que no haja distores nas informaescontbeis, o contador dever escolher, entre vriosprocedimentos, o mais objetivo para descrever um fato contbil.

    Assim, por exemplo, toda vez que um contabilista tivermais de uma opo de valores para atribuir a um dado bem,como um documento original de compra e um laudo pericial deavaliao do bem, dever optar pelo mais objetivo no caso, odocumento de compra. J na ausncia do documento originalde compra, utilizar-se- laudos de avaliao, que forneceroum valor objetivo para o contador desenvolver, de formaimparcial, a contabilidade.

    importante a impessoalidade (neutralidade) do contador(em relao aos usurios dos informes contbeis) que, quantomais objetivo for, mais imparciais sero estes informes.

    2.2 Conveno da Materialidade

    Por meio da materialidade, define-se o que material(relevante) e o que o contador deve informar em seus relatrios.Tal conveno estabelece que no se deve perder tempo comregistros irrelevantes do ponto de vista contbil; registros cujoscontroles podem se tornar mais onerosos do que os prpriosvalores a serem registrados. A aplicao dessa conveno relativa em relao natureza da empresa e seus registros,por isso exige bom senso. H situaes em que, embora osvalores sejam irrelevantes, a respectiva importncia em relaoa um todo exige o registro.

    Como exemplo, podemos citar os materiais de expedienteutilizados no escritrio, como lpis, papis, etc. Estes materiais,embora consumidos diariamente, podem ser contabilizadosapenas ao final do perodo por diferenas de estoques, devidoaos seus pequenos valores unitrios.

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    Em resumo, h determinadas informaes contbeis cujocusto para evidenci-las (tempo do pessoal da contabilidade,material, computador, etc) maior do que o benefcio. Portanto,para valores irrisrios em relao ao todo, a materialidadedesobriga a um tratamento mais rgido do que os itens de cifrasrelevantes.

    2.3 Conveno da Consistncia

    De acordo com essa Conveno Contbil, os critriosadotados no registro dos atos e fatos administrativos no devemmudar frequentemente. No caso de necessidade de mudanasem tais critrios, devem ser informadas em notas explicativas.

    A quebra da consistncia na escriturao provocainfluncias nos demonstrativos contbeis, o que prejudica aanlise clara e eficiente em comparao com os demonstrativosde exerccios anteriores.

    2.4 Conservadorismo ou Prudncia

    Estabelece que o profissional da Contabilidade deve manteruma conduta mais conservadora (precauo) em relao aosresultados que sero apresentados, evitando que projeesdistorcidas sejam feitas pelos usurios. Assim, se houver duasopes, igualmente vlidas, deve-se optar sempre por aquelaque acusa menor valor para os ativos e para as receitas, e omaior valor para os passivos e para as despesas.

    Em outras palavras, o conceito do conservadorismo temcomo premissa no oferecer uma imagem otimista em umasituao alternativa que, com o passar do tempo, poderreverter-se.

    3 Regimes contbeisA Contabilidade, dependendo da necessidade do usurio

    da informao, pode utilizar diferentes regimes paracontabilizao das receitas, custos e despesas. Os chamadosregimes contbeis referem-se forma de reconhecimento dasreceitas, custos e despesas das entidades. So trs os regimes

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  • Finanas e Contabilidade

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    Fundamentos cientficos da contabilidade

    contbeis: Caixa e Competncia. Vejamos cada um deles:

    a) Regime de Caixa: baseia-se em reconhecer (registrar)as receitas, custos e despesas no ato do efetivorecebimento (receitas) ou pagamento (despesas e custos).Seu reflexo est diretamente relacionado ao caixa. aplicvel s entidades sem fins lucrativos e facultado smicro e pequenas empresas optantes pelo SIMPLES11;

    b) Regime de Competncia: reconhece as receitas edespesas por ocasio do fato gerador. Assim, receitas edespesas so reconhecidas no momento em que foramgeradas ou incorridas, independentemente se foramrecebidas ou pagas. o regime adotado e aceito pelalegislao do imposto de renda com base no lucro real12.

    Ponto FinalConhecer a estrutura conceitual (cientfica) da

    Contabilidade muito importante para voc compreender melhora cincia contbil e seus relatrios/informaes. Para noesquecer, apresentamos um quadro-resumo do que estudamosneste captulo:

    11 O Simples Nacional um regime tributrio diferenciado, simplificado efavorecido previsto na Lei Complementar n 123, de 14.12.2006, aplicvels Microempresas e s Empresas de Pequeno Porte, a partir de 01.07.2007.Para saber mais, pesquise em http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional/sobre/perguntas.asp.12 Lucro Real: regime tributrio em que os impostos so calculados combase no lucro real da empresa, apurado considerando-se todas as receitas,menos todos os custos e despesas da empresa, de acordo com oregulamento do imposto de renda. Para saber mais, pesquise em: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2005/PergResp2005/pr242a264.htm

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    PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DA CONTABILIDADEENTIDADE Indivduo, empresa, grupo

    de empresas ou entidadesque efetue atividadeeconmica, e que seja toimportante, a critrio dosstakeholders (segmentosde pessoas interessadascomo acionistas, credores,empregados, governo, etc),que justifique um relatrioseparado e individualizadode receitas e despesas, deinvestimentos e deretornos, de metas erealizaes.

    CONTINUIDADE Contabilmente as empresasso consideradasempreendimentos emoperao, em continuidade,em andamento.

    OPORTUNIDADE Refere-se tempestividadee integridade do registrodo patrimnio e das suasmutaes.

    REGISTRO PELO Os registros contbeis so VALOR ORIGINAL efetuados com base no

    valor de aquisio do bemou pelo preo de fabricao(incluindo todos os gastosnecessrios para colocar obem em condies de gerarbenefcios para a empresa).

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  • Finanas e Contabilidade

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    Fundamentos cientficos da contabilidade

    ATUALIZAO Reconhecimento das MONETRIA variaes do poder

    aquisitivo da moedanacional nos registroscontbeis das entidades e,por consequncia, nasdemonstraes contbeis.

    COMPETNCIA Reconhecimento da receitae da despesa de acordocom seu fato gerador,independentemente derecebimento (receita) e oupagamento (custo/despesa).

    PRUDNCIA Havendo mais de um critriode avaliao, prima-sesempre pelo menorresultado.

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    CONVENES

    OBJETIVIDADE Escolha de procedimentosobjetivos (baseados emdocumentao) paradescrio de um fatocontbil.

    MATERIALIDADE Avaliao do custo/benefcio para evidenciaoda informao contbil.

    CONSISTNCIA Adotado um critrio decontabilizao, o mesmono deve ser mudado paraque no prejudique acomparabilidade dosresultados, a no ser queseja absolutamentenecessrio (neste casodeve ser informada amudana de critrio vianota explicativa)

    PRUDNCIA Sempre que se defrontarcom alternativas igualmentevlidas para atribuio devalores ao ativo e aopassivo, deve-se optar pelovalor mais baixo para oativo e o mais alto para opassivo (menor resultadopossvel).

    REGIMES CONTBEIS

    CAIXA Registram-se as receitas apartir de seu recebimento,e as despesas a partir de

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    Fundamentos cientficos da contabilidade

    RefernciasLivros-base utilizados neste captulo:

    Marion, Jos Carlos. Contabilidade Bsicas. 8 Ed. SoPaulo: Ed. Atlas, 2006.

    Iudcibus, Srgio de; Marion, Jos Carlos. Curso deContabilidade para no contadores. 4 ed. So Paulo:Atlas, 2006.

    Voc vai encontrar nestes livros os fundamentos daContabilidade: princpios, convenes, tipos de regimescontbeis. Tais informaes permitem melhor entendimento dacincia contbil e, consequentemente, o aprofundamento deseu estudo. Sugerimos a leitura do artigo CONTRIBUIO PARAO ESTUDO DA ORIGEM E EVOLUO DOS PRINCPIOS CONTBEISGERALMENTE ACEITOS NO BRASIL, de autoria de Jos Aparecido

    seu pagamento(acompanha-se o fluxo docaixa). Aplicvel sentidades sem finslucrativos e facultado smicro e pequenas empresasoptantes pelo SIMPLES.

    COMPETNCIA Registram-se as receitas edespesas a partir de suaocorrncia, observando oms (ou perodo) a que sereferem,independentemente do seuefetivo recebimento e oupagamento. Aplicvel sempresas com finslucrativos.

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    Moura Aranha Professor da Faculdade Estcio de S de CampoGrande e do Centro Universitrio de Campo Grande UNAES,Mestre em Cincias Contbeis e Aturia pela PontifciaUniversidade Catlica de So Paulo PUC-SP, disponvel emw w w . f e s . b r / r e v i s t a s / a g o r a / o j s / i n c l u d e /getdoc.php?id=116&article=41&mode=pdf.

    Referido artigo tem por objetivo evidenciar como se deu aorigem e evoluo dos Princpios Contbeis Geralmente Aceitosno Brasil. Por meio de reviso de literatura, os autores descrevemcomo aconteceu essa evoluo at os atuais documentosconceituais de contabilidade. Bons estudos!

    Atividades1. Um dos scios da empresa paga suas contas residenciais

    por meio da retirada do caixa da empresa. Este procedimentofere o princpio contbil da(o):

    a) Entidade.b) Continuidade.c) Oportunidade.d) Atualizao monetria.

    2. Quais dentre os princpios contbeis citados pelaResoluo 750/93, reconhece o patrimnio como objeto dacontabilidade:

    a) Oportunidade.b) Competncia.c) Entidade.d) Atualizao Monetria.

    3. Casas Prestgio Ltda encerra seu exerccio social nosfinais de ano, ou seja, em 31 de dezembro, e os salrios sosempre pagos no 5 dia til do ms seguinte, sendo contabilizadaa despesa de salrios no ms de dezembro, independentementede seu pagamento efetivo ocorrer em janeiro. Quando a empresautiliza este regime de reconhecimento da despesa, podemosafirmar que a empresa est seguindo o regime:

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    Fundamentos cientficos da contabilidade

    a) De caixa.b) De competncia.c) De oportunidade.d) Misto.

    4. Adotar maior valor para o passivo e menor valor para oativo, so conceitos do princpio:

    a) Objetividade.b) Oportunidade.c) Prudncia.d) Competncia.

    5. O princpio que no tratado na resoluo CFC 750/93,embora tenha sido considerado implicitamente no contexto detal resoluo, :

    a) Prudncia.b) Oportunidade.c) Essncia sobre a forma.d) Entidade.

    6. Marque a alternativa correta.

    a) Os princpios fundamentais de Contabilidade soconceitos bsicos que constituem o ncleo essencial quedeve guiar a profisso na consecuo dos objetivos daContabilidade.b) Os princpios fundamentais de Contabilidade por guiar aprofisso na consecuo dos objetivos da Contabilidadese confundem com seus prprios objetivos.c) Com relao aos princpios fundamentais de Contabilidadepodemos afirmar que eles se confundem com o objeto daContabilidade.d) Nenhuma das alternativas est correta.7. Ao adotar o regime de caixa, a empresa dever

    considerar, para apurao do resultado do exerccio:

    a) Todas as despesas incorridas e as receitas realizadasno respectivo perodo.b) Somente as despesas incorridas e as receitas recebidasno referido perodo.

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    c) Somente as receitas recebidas e as despesas pagas norespectivo perodo.d) As receitas quando de seu recebimento e as despesasquando de sua ocorrncia.

    8. Ao adotar o regime de competncia, a empresa deverconsiderar:

    a) Todas as despesas incorridas e as receitas realizadas(isto , as que tiverem seus fatos geradores ocorridos norespectivo perodo).b) Somente as despesas pagas e as receitas recebidas norespectivo perodo.c) Todas as despesas pagas e as receitas realizadas.d) Somente as despesas incorridas e as receitas recebidas.

    9. O nico que no conveno contbil:

    a) consistncia.b) materialidade.c) objetividade.d) continuidade.

    10. H situaes em que os registros de certos fatoscontbeis so irrelevantes, e no devem ser objeto deescriturao individual, por apresentarem valores irrisrios. Essainterpretao provm do (a):

    a) Princpio da Prudncia.b) Princpio da Materialidade.c) Conveno da Importncia.d) Conveno da Materialidade.

    Gabarito: 1. (a); 2. (c); 3. (b); 4. (c); 5. (c); 6. (a); 7. (c);8. (a); 9. (d); 10. (b).

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    Cap. IIIOs relatrios contbeis

    Para continuarmos nosso estudo, neste captulo veremosum pouco mais sobre as tcnicas contbeis, com nfase nasdemonstraes financeiras (ou demonstraes contbeis). um estudo precioso, preliminar ao estudo detalhado de cadauma das demonstraes; podemos dizer: um tur geral. Essasdemonstraes fornecero a voc as informaes necessriaspara a tomada de deciso (percebeu a importncia?) e, comoqueremos sempre tomar a melhor deciso, vamos nos detercom carinho a esse estudo, combinado?

    Neste captulo veremos os seguintes tpicos:

    Processo Decisrio Tomadores de deciso externos empresa Conceito de relatrio contbil Principais demonstraes financeiras Complementao s demonstraes financeiras Requisitos para publicao das demonstraes financeiras Demonstraes contbeis no obrigatrias

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    1 O processo decisrioA nossa vida uma sequncia de decises e escolhas. A

    cada instante, para vivermos, temos que tomar decises emgraus variados de importncia. Algumas so essenciais (papelsocial, religio, opo profissional), outras so operacionais (oque vestir hoje, onde almoar, por qual caminho ir aula).Nessa dinmica, em muitos casos, temos respostas prontaspara as situaes, mas, via de regra, a vida sempre se apresentacom situaes novas, para as quais temos que elaboraralternativas de ao e escolher entre elas.

    Dentro de uma empresa, isso no diferente.Frequentemente os gestores esto tomando decises, todaselas importantes para a continuidade e sucesso do negcio.Como definir o preo de venda de um produto, contratar (ouno) um funcionrio, financiar uma mquina ou pag-la vista,que quantidade de estoque manter de determinada mercadoria,como reduzir custos e produzir mais, entre outras, so decisesque fazem parte da rotina dos administradores.

    Para que possam tomar tais decises, eles necessitam dedados, informaes e subsdios que embasem tais escolhas e, claro, minimizem os riscos. A contabilidade o instrumentoque auxilia a administrao em suas decises. Na prtica, elacoleta todos os dados econmicos e financeiros, registrando-os e sintetizando-os em forma de relatrios.

    Alm dos administradores e gerentes (principais usuriosda contabilidade), outros segmentos, externos empresa,tambm se utilizam dos relatrios contbeis (lembram dosusurios das informaes contbeis?) em seu processo decisrioquais sejam: investidores, fornecedores, bancos, governo,sindicatos, analistas de mercado, outros.

    Vejamos o que cada usurio busca nos relatrios contbeis:

    a) Investidores: atravs dos relatrios contbeis que seidentifica a situao econmico-financeira da empresa, sendoque dessa forma o investidor tem em mos os elementosnecessrios para decidir sobre as melhores alternativas deinvestimentos. Ressalte-se que tais relatrios evidenciam acapacidade da empresa em gerar lucros (principal interesse

    cap. III.p65 11/1/2010, 13:4048

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    de quem quer investir), alm de outras informaes.b) Fornecedores de bens e servios: usam os relatrios paraavaliar a liquidez da empresa, ou seja, sua capacidade depagamento.c) Bancos: utilizam os relatrios/demonstraes contbeispara aprovar emprstimos e definir o limite de crdito de umaempresa.d) Governo: no s usa os relatrios com a finalidade dearrecadao de impostos, como tambm para dadosestatsticos, no sentido de melhor redimensionar a economia(IBGE, por exemplo).e) Sindicatos: utilizam os relatrios para determinar aprodutividade do setor, fator fundamental para reajuste desalrios.f) Outros interessados: colaboradores, rgos de classe,concorrentes, analistas de mercado, consultores etc. Avaliamas demonstraes contbeis com o intuito de avaliar seuresultado.

    2 Conceito de relatriocontbilMarion13 conceitua relatrio contbil como a exposio

    resumida e ordenada de dados colhidos pela contabilidade. Seuobjetivo relatar s pessoas que se utilizam da contabilidade(os usurios) os principais fatos registrados em determinadoperodo.

    Tais relatrios devem ser elaborados de acordo com asnecessidades dos usurios. Por exemplo: o relatrio sobre oresultado anual de uma floricultura apresentar muito menosdetalhes do que o de um banco, que normalmente tem muitosacionistas, grande volume de negcios, entre outros.

    Dentre os inmeros relatrios (ou informes) contbeis,destacam-se aqueles que so obrigatrios de acordo com alegislao brasileira. Estes so conhecidos comodemonstraes financeiras, ou ainda, demonstraescontbeis.13 MARION, 2003, p. 39.

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    3 Demonstraesfinanceiras obrigatriasA Lei 6.404/7614 (retificada pela Lei 11.638/200715)

    estabelece que, ao final de cada exerccio social, a empresaelabore, com base nos registros contbeis, demonstraesfinanceiras que exprimam com clareza a situao do patrimnioda empresa e as variaes ocorridas.

    O tratamento dessas demonstraes varia de acordo como tipo de constituio da sociedade empresarial. H dois tiposprincipais: as sociedades annimas (S.A.) e as sociedades porquota de responsabilidade limitada (Ltda). Vamos entender umpouco mais sobre elas antes de prosseguirmos.

    A sociedade annima (ou companhia) se caracteriza porter seu capital dividido em partes iguais chamadas aes (osproprietrios, geralmente, em grande nmero so denominadosde acionistas) e tem a responsabilidade de seus scios ouacionistas limitada ao preo de emisso das aes subscritasou adquiridas. Segundo a Lei 6.404/76, as S.A. devem publicaras demonstraes financeiras no Dirio Oficial e em outro jornalde grande circulao editado na localidade onde se situa aempresa.

    A sociedade por quotas de responsabilidade limitada secaracteriza por seu capital dividido em quotas (os proprietrios,geralmente em pequeno nmero, so denominados scios ouquotistas). No precisa publicar as demonstraes financeirasem jornal, mas dever apresent-las ao Imposto de Renda (IR),atravs do preenchimento da declarao do IR ou para atenderao novo Cdigo Civil.

    As demonstraes financeiras obrigatrias segundo a Lei6404/76 eram as seguintes:

    a. Balano Patrimonial (BP);b. Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE);c. Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido(DMPL) para as empresas que negociam aes na Bolsade Valores e a Demonstrao dos Lucros ou PrejuzosAcumulados (DLPA) para as Sociedades Annimas de

    14 BRASIL, 1976.15 BRASIL, 2007.

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    capital fechado;d. Demonstrao das Origens e Aplicaes de Recursos(DOAR).A Lei 11.63816, sancionada em 31/12/2007, no intuito de

    adotar normas internacionais a partir de 2008, trouxe asseguintes alteraes:

    a) Alm das Demonstraes financeiras anteriormenteprevistas (BP, DRE e DLPA), a lei passa a requerer aDemonstrao dos Fluxos de Caixa (DFC) em substituio DOAR e a Demonstrao do Valor Adicionado (DVA) somente para as companhias abertas;b) Saliente-se que a Sociedade annima fechada (que nonegocia aes na bolsa de valores) com patrimnio lquidoinferior a R$ 2 milhes no ser obrigada elaborao e publicao da DFC.Assim, a partir de 2008, as demonstraes contbeis

    obrigatrias passaram a ser as seguintes: balano patrimonial,demonstrao do resultado do exerccio, demonstrao dasmutaes do patrimnio lquido, demonstrao dos fluxos decaixa, demonstrao do valor adicionado. Salienta-se que comoadvento da lei 11.638/07, as chamadas sociedades de gandeporte (sociedades ou conjunto de sociedade sob controle comumque tiveram, no exerccio anterior, ativo total ou superior a R$240 milhes ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhes),ainda que no constituidas sob a forma de S.A. abertas, deveroseguir as disposies da lei societria no que se refere escriturao e elaborao de demonstraes contbeis e obrigatriedade de auditoria independente.

    A seguir, vejamos um pouco mais sobre cada uma dasdemonstraes financeiras ou contbeis:

    16 Id.

    DEMONSTRAO CONTBIL FORMATO

    Balano Patrimonial (BP)Representa a fotografia da empresa em determinadoperodo (seus bens, direitos, obrigaes e patrimniolquido).

    Demonstrao do Resultadodo Exerccio (DRE)

    Como o prprio nome j diz, evidencia a formao doresultado da empresa (lucro ou prejuzo), a suadistribuio (no caso de lucro).

    Demonstrao dasMutaes do Patrimnio

    Lquido (DMPL)

    Evidencia a movimentao de todas as contas doPatrimnio Lquido (no somente do lucro lquido doexerccio).

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    Em resumo, os relatrios contbeis obrigatrios, segundoos diferentes modos como as empresas podem ser constitudas,so:

    a)Sociedade Annima (Lei 6.404/76, retificada pela Lei11.638/2007) Balano Patrimonial, Demonstrao doResultado do Exerccio, Demonstrao dos Fluxos de Caixa(obrigatria para todas as cias de capital aberto e para asde capital fechado com patrimnio Lquido superior a R$ 2

    Indica a origem de todo o dinheiro que entrou nocaixa, bem com a aplicao de todo dinheiro quesaiu do caixa em determinado perodo e, ainda, oresultado do fluxo financeiro. Assim como a DRE, aDFC uma demonstrao dinmica. Ela vemesclarecer situaes controvertidas na empresa,como, por exemplo, na comparao com o DRE, oporqu de a empresa ter um lucro considervel eestar com o caixa baixo, no conseguindo liquidartodos os seus compromissos. A DFC propicia aogerente financeiro a elaborao de um melhorplanejamento financeiro, sabendo-se o momentocerto de buscar recursos para cobrir a insuficinciade fundos, bem como quando aplicar no mercadofinanceiro o excesso de dinheiro, proporcionandomaior rentabilidade empresa. Tambm serve aoutros usurios, apresentando a forma como geroucaixa e como utilizou os recursos e os valoresequivalentes ao caixa. A instituio, quando utilizaessa demonstrao com as demais, supre de formacompleta os usurios e, principalmente, os habilita avaliao das mudanas de ativos lquidos de umaempresa e sua estrutura financeira, que podem serexplicadas nas questes de liquidez e solvncia.Alm disso, tem a melhora signif icativa noconhecimento dos prazos inerentes aos fluxos decaixa, proporcionando adaptao s circunstnciase s oportunidades. obrigatria para todas ascompanhias abertas e as fechadas com patrimniolquido superior a R$ 2 milhes.

    Demonstrao dos Fluxosde Caixa

    Demonstrao do ValorAdicionado (DVA)

    Obrigatria somente para as Sociedades Annimasde Capital Aberto, desenvolve conceitos puramenteeconmicos, evidenciando quanto de valor a empresaagrega durante seu processo produtivo, ampliandoos horizontes de seus usurios. As entidades devemutil izar-se da DVA para identif icar, analisar ecomunicar o montante de recursos adicionaisgerados para a economia (local, regional, nacional,setorial etc.) bem como para relacionar quais asfontes e quais as aplicaes dessa riqueza, ou seja,para quem ela foi distribuda. Segundo alguns autores,a DVA vem sendo considerada um dos melhorescritrios para indicar a medida da eficcia da gestoempresarial. Tudo isso dentro da concepo de quea misso moderna na empresa representa um papeleconmico e social.

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    17 BRASIL, 2002.

    milhes) e, alm destas, especificamente as companhiasde capital aberto requerem a Demonstrao das Mutaesdo Patrimnio Lquido e a Demonstrao do Valor Adicionado(por orientao da CMV Comisso de Valores Mobilirio).

    b)Ltdas e outras (Lei 10.406/2002 Novo Cdigo Civil17) Balano Patrimonial e o Balano do Resultado Econmico equivale Demonstrao do resultado do Exerccio e aDemonstrao dos Lucros ou Prejuzos Acumulados (estaltima evidencia a movimentao da conta lucros ouprejuzos acumulados).

    Importante ressaltar que o exerccio social ou perodocontbil, ter durao de um ano, no havendo necessidadede coincidir com o ano civil (de 1 de janeiro a 31 de dezembro),embora na maioria das vezes isso acontea. Para fins de IRconsidera-se que o ano civil igual ao exerccio social.

    As instituies financeiras (bancos, financeiras etc.) devempublicar suas demonstraes financeiras semestralmente paramelhor informar ao pblico interessado.

    Apesar de a legislao definir a periodicidade anual para apublicao das demonstraes (salvo as excees supracitadas),para atender s necessidades gerenciais, a contabilidade deveapresentar aos usurios relatrios contbeis com perodos maiscurtos (semanal, quinzenal, mensal etc.).

    3.1 Complementao s demonstraes financeiras

    Quando da publicao das demonstraes financeiras, asS.A. tambm devem informar aos usurios desses relatriosdados adicionais. Isso ocorre por meio de um relatrio dadiretoria (logo aps a identificao da empresa), que darnfase a essas informaes, normalmente de carter nofinanceiro, destacando-se:

    a. dados estatsticos diversos;b. indicadores de produtividade;c. desenvolvimento tecnolgico;d. contexto socioeconmico da empresa;

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    e. polticas diversas: recursos humanos, exportao,gesto ambiental etc;f. expectativas em relao ao futuro;g. dados do oramento de capital;h. projetos de expanso;i. desempenho em relao aos concorrentes etc.

    Alm do relatrio da diretoria, h ainda as notasexplicativas ou notas de rodap, que so complementos sdemonstraes (sem serem demonstraes), destacadas apsas referidas demonstraes. A publicao de notas explicativass demonstraes financeiras est prevista no 4 do artigo176 da Lei 6.404/197618, visando fornecer as informaesnecessrias para esclarecimento da situao patrimonial. Asprincipais notas explicativas referem-se a:

    a) Principais critrios de avaliao dos elementospatrimoniais;b) Investimentos em outras sociedades;c) Aumento de valores de elementos do ativo referentereavaliaes;d) Garantias prestadas a terceiros e outras obrigaeseventuais ou contingentes;e) Taxas de juros, datas de vencimento e as garantias dasobrigaes a longo prazo;f) Ajustes de exerccios anteriores;g) Eventos subsequentes data de encerramento dobalano que tenham ou possam vir a ter efeito relevantesobre a situao financeira ou os resultados futuros dacompanhia.

    O parecer da auditoria complementa as demonstraesfinanceiras, sendo quesito obrigatrio para as demonstraesdas S.A, instituies financeiras e de outros casos especficos.Trata-se de parecer de auditor externo informando se asreferidas demonstraes representam adequadamente asituao patrimonial e financeira da empresa, se foramlevantadas de acordo com os princpios fundamentais da

    18 BRASIL, 1976.

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    contabilidade e se h uniformidade em relao ao exerccioanterior

    3.2 Requisitos para publicao das demonstraesfinanceiras

    So dados fundamentais na publicao das demonstraes:

    a. Denominao da empresa;b. Ttulo de cada demonstrao financeira (BP, DRE, DLPA,DMPL, DFC e DVA);c. Data do exerccio social;d. Indicao dos valores correspondentes ao exerccioanterior (duas colunas: ano atual e ano anterior);e. Assinatura dos diretores e do profissional contbil apsas notas explicativas.

    4 Demonstraescontbeis noobrigatriasAlm das demonstraes financeiras obrigatrias, h

    relatrios contbeis no obrigatrios, mas igualmenteimportantes para a administrao da empresa. O Balano Social um demonstrativo no obrigatrio reunindo um conjunto deinformaes sobre os projetos, benefcios e aes sociaisdirigidas aos empregados, investidores, analistas de mercado,acionistas e comunidade. tambm um instrumento estratgicopara avaliar e multiplicar o exerccio da responsabilidade socialcorporativa.

    Alm do Balano Social, outros relatrios podem serformatados para que voc, tenha as informaes de quenecessita para a gesto da empresa: oramentos (vendas,matria-prima, investimentos, mo de obra, estoques etc.),relatrio de vendas realizadas, contas a receber e a pagar,controle de estoques, por exemplo. Juntamente com o contadorvoc pode formatar o tipo de relatrio de que necessita eestabelecer sua periodicidade.

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    Ponto finalNo captulo 3, estudamos as demonstraes contbeis e

    entendemos o quanto elas so importantes para a tomada dedeciso. Por meio das demonstraes contbeis soevidenciadas informaes aos acionistas (investidores),administradores, governo, fornecedores e sociedade em geralsobre a situao patrimonial e financeira da empresa.

    H demonstraes obrigatrias (constitudas pelo BalanoPatrimonial (BP), Demonstrao do Resultado do Exerccio (DRE),Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido (DMPL),Demonstrao dos Fluxos de Caixa (DFC) e a Demonstrao doValor Adicionado (DVA)) e demonstraes no obrigatrias,estas ltimas podem ser formatadas de acordo com anecessidade de informao do gestor. Este estudo preciosopara que voc faa a leitura das informaes contidas nosrelatrios contbeis com facilidade, transformando os dadosapresentados em informaes estratgicas. Nos captulos 4 e5, estudaremos, em detalhes, o BP e a DRE, consideradas asduas demonstraes contbeis mais importantes. Antes deprosseguirmos, realize as atividades propostas, elas vo teajudar muito na compreenso da teoria apresentada. Bonsestudos!

    RefernciasLivros-base que utilizamos na elaborao deste captulo:

    Marion, Jos Carlos. Contabilidade Bsica. 8 Ed. SoPaulo: Ed. Atlas, 2006.

    Hoss et al, Osni. Contabilidade Ensino e Deciso. SoPaulo, Atlas, 2008.

    Referidos livros aprofundam o estudo acerca dos relatrioscontbeis evidenciando sua importncia para os diferentesusurios e assim, justificando a relevncia deste estudo. Paracomplementar seus estudos, sugerimos a leitura do texto

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    Balano Social do Instituto Brasileiro de Anlises Sociais eEconmicas, disponvel em:

    Atividades1. Recorte as demonstraes financeiras de uma S.A.

    publicadas em jornais ou verefique nos sites das empresas esiga as orientaes a seguir:

    I. Observe como esto dispostos os grupos de contas noBalano Patrimonial (BP) Ativo (do lado direito) e Passivo, dolado esquerdo. Veja ainda os subgrupos do Ativo: AtivoCirculante, Realizvel a Longo Prazo, Permanente (investimentos,imobilizado, intangvel e diferido) e do Passivo; PassivoCirculante, Exigvel a Longo Prazo, Patrimnio Lquido). Salienteestes subgrupos.

    II. No Passivo, identifique as obrigaes exigveis (recursosde terceiros, a pagar/recolher curto e longo prazos) e oPatrimnio Lquido (recursos prprios).

    III. Olhe com ateno para a DRE e observe seu carterdedutivo: receita bruta, impostos incidentes sobre vendas,receita lquida (receita bruta impostos); custo da mercadoriavendida (ou servio prestado), despesas operacionais (vendas,administrativas e financeiras), as receitas/despesas nooperacionais, o lucro bruto (antes dos impostos), as provisesde impostos sobre o lucro, o lucro lquido e a distribuio doslucros. Caso o resultado seja negativo (prejuzo), voc observaro valor entre parnteses.

    IV. Observe a DLPA e/ou a DMPL. No caso da DLPA,evidencia a destinao do lucro apurado na empresa.Normalmente, uma parte do lucro distribuda aos donos daempresa (acionistas ou scios) em dinheiro, remunerando ocapital investido. Esta remunerao conhecida comoDividendos. Outra parcela visa o reinvestimento na empresacom o objetivo de fortalecer o capital prprio, a qual conhecidacomo lucro retido (no distribudo) e, mais cedo ou mais tarde,ir ser incorporada ao capital social no Patrimnio Lquido. Nocaso da DMPL, a tcnica a mesma, no entanto, por ela sermais abrangente do que a DLPA, mostra as mutaes de todas

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    as contas do Patrimnio Lquido (no somente do lucro ouprejuzo), da seguinte forma:

    a) indica-se uma coluna para cada conta do PatrimnioLquido (preferencialmente indicando o grupo de reservas aque pertence). Se houver a conta dedutiva capital a realizar,subtrai-se da conta capital social e ser utilizada a conta capitalrealizado;

    b) nas linhas (horizontais), indicam-se as movimentaesdas contas no mesmo estilo como ocorre com a DLPA.

    V. Agora a vez da DFC, destaque as origens eaplicaes dos recursos da empresa tais como: dasatividades operacionais, de financiamento e de investimento.Observe a evoluo do capital circulante lquido (CCL), ou capitalde giro da empresa.

    Guarde este recorte, ele ser til para nossos prximoscaptulos.

    2. Uma das relaes contm todas as demonstraesfinanceiras obrigatrias pela Lei das Sociedades Annimas(11.638/2007):

    a) Balano Patrimonial, Demonstrao do Resultado doExerccio, Demonstrao das Origens e Aplicao dosRecursos e Demonstrao dos Lucros ou PrejuzosAcumulados.b) Balano Patrimonial, Demonstrao do Resultado doExerccio, Demonstrao dos Lucros ou PrejuzosAcumulados e Oramento.c) Balano Patrimonial, Demonstrao do Resultado doExerccio, Demonstrao dos Fluxos de Caixa, Demonstraodos Lucros ou Prejuzos Acumulados (ou Demonstrao dasMutaes do Patrimnio Lquido), Demonstrao do ValorAdicionadod) Balano Patrimonial, Fluxo de Caixa, Oramento eDemonstrao dos Lucros ou Prejuzos Acumulados.

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    3. O Balano Patrimonial (BP) apresenta:

    a) A receita da empresa e as despesas de forma dedutiva,bem como os custos e despesas agrupados por categorias.b) O resultado da empresa (lucro ou prejuzo) emdeterminado perodo.c) As compras de mercadorias para venda, bem como oscustos e despesas.d) O patrimnio da empresa e suas variaes emdeterminado perodo.

    4. A Sociedade Annima (S.A.) se caracteriza:

    a) Por seu capital dividido em quotas (os proprietrios,geralmente em pequeno nmero, so denominados sciosou quotistas).b) Pelo nmero ilimitado de associados; variabilidade docapital social, representado por quotas-partes; limitaodo nmero de quotas-partes do capital social para cadaassociado (facultado o critrio da proporcionalidade);impossibilidade de cesso de quotas-partes do capital sociala terceiros, estranhos sociedade; singularidade de voto;quorum para realizao da assembleia geral.c) Por ter seu capital dividido em partes iguais chamadasaes (os proprietrios, geralmente, em grande nmeroso denominados de acionistas) e ter a responsabilidadede seus scios ou acionistas limitada ao preo de emissodas aes subscritas ou adquiridas.d) Constitui a reunio de diversas pessoas para a obtenode um fim ideal, podendo este ser alterado, adaptado emelhorado pelos associados; ausncia de finalidadelucrativa; o patrimnio constitudo pelos associados efilados; reconhecimento de sua personalidade por parteda autoridade competente, eleita por maioria de votos emeleio interna dos associados.

    5. Leia com ateno:

    I A Demonstrao dos Fluxos de Caixa (DFC) indica aorigem de todo o dinheiro que entrou no caixa, bem com aaplicao de todo dinheiro que saiu do caixa em determinado

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    perodo e, ainda, o resultado do fluxo financeiro;II O Balano Patrimonial (BP) evidencia a formao do

    resultado do exerccio da empresa (lucro ou prejuzo);III A Demonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido

    (DMPL), evidencia a movimentao de todas as contas doPatrimnio Lquido (no somente do lucro lquido do exerccio).

    IV A Demonstrao do Valor Adicionado obrigatriapara as Cias Abertas e as Fechadas com Patrimnio Lquidosuperior a 2 milhes.

    a) Todas esto corretas.b) Apenas I e II esto corretas.c) Nenhuma das afirmativas est correta.d) Apenas I e III esto corretas.

    6. A Demonstrao do Resultado do Exerccio um relatriocontbil que reflete:

    a) A variao da situao financeira entre dois momentosdiferentes.b) O patrimnio lquido em um determinado momento e suadistribuio.c) As despesas pagas e as receitas recebidas entre doismomentos diferentes e consecutivos e sua distribuio.d) O resultado do exerccio, apresentando a receita daempresa e as despesas de forma dedutiva, bem como oscustos e despesas agrupados por categorias.

    7. Leia as afirmativas:

    I Gestores, bancos, investidores, fornecedores, governo,colaboradores, so usurios dos relatrios contbeis;

    II Relatrio Contbil a exposio resumida e ordenadade dados colhidos pela contabilidade.

    III Complementa as demonstraes contbeis: o balanosocial.

    So requisitos obrigatrios das demonstraes contbeis:denominao da empresa, ttulo da demonstrao; data doexerccio social; indicadores aos valores correspondentes aoexerccio anterior; assinatura dos diretores e do contador:

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    Os relatrios con

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    a) Todas esto corretas.b) I e II esto corretas.c) I, II e IV esto corretas.d) Nenhuma est correta.

    8. Em relao aos relatrios contbeis das SAs., corretoafirmar:

    I O Balano e a DRE so relatrios obrigatrios, sendoelaborados em cada perodo de 12 meses;II Existem relatrios contbeis no obrigatrios como aDemonstrao das Mutaes do Patrimnio Lquido e aDemonstrao dos Fluxos de Caixa;III As notas explicativas, relatrio de diretoria e parecerde auditoria complementam os relatrios contbeis.IV Com a vigncia da Lei 11.638/07, a Demonstraodas Origens e Aplicaes de Recursos (DOAR) foi substitudapela Demonstrao dos Fluxos de Caixa (DFC) sendoobrigatria para todas as S.A. de capital aberto e para asde capital fechado com Patrimnio Lquido superior a 2milhes.

    a) Todas esto corretas.b) I, II e IV esto corretas.c) I, III e IV esto corretas.d) Nenhuma est correta.

    9. Com o advento da Lei 11.638/07, a Demonstrao doValor Adicionado (DVA) passou a ser obrigatria para as SAs decapital aberto. Sobre a DVA correto afirmar:

    a) Evidencia quanto de valor a empresa adiciona duranteo seu processo produtivo, sendo considerada um dosmelhores critrios para indicar a medida da eficcia dagesto empresarial.b) Indica a origem de todo o dinheiro que entrou no caixa,bem com a aplicao de todo dinheiro que saiu do caixaem determinado perodo e, ainda, o resultado do fluxofinanceiro.c) Evidencia a formao do resultado da empresa.d) Evidencia a movimentao das contas do PatrimnioLquido.

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    10. Qual a importncia das demonstraes contbeis parao processo decisrio da empresa?

    Gabarito: 1. Estudo exploratrio com demonstraes publicadasnos jornais; 2. (c); 3. (d); 4. (c); 5. (d); 6. (d); 7. (c); 8. (c);9. (a); 10. Opinio pessoal.

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    Cap. IVBalano patrimonial

    Neste captulo vamos aprofundar nossa compreenso dacontabilidade, introduzindo-nos ao estudo sobre BalanoPatrimonial (BP). Assim, aos poucos, vamos descobrindo asfaces e nuances da demonstrao contbil mais importante.Nosso objetivo , ao final do estudo, montarmos nosso primeirobalano. Aceita o desafio?

    Para tanto, abordaremos os seguintes contedos: Balano Patrimonial Conceito; Grupos de contas; Principais dedues do ativo e patrimnio lquido; Estrutura bsica do balano patrimonial, segundo a Lei6.404/76, alterada pelas leis 11.638/07 e 11.941/09.

    1 O que o balanopatrimonial? uma demonstrao contbil que demonstra,

    resumidamente, o patrimnio da empresa em um dado momento,ou seja, a situao financeira e patrimonial de uma entidade

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    em uma determinada data. O balano apresenta os Ativos (bense direitos) e Passivos (obrigaes) e o Patrimnio Lquido, que resultante da diferena entre o total de ativos e passivos. OBalano Patrimonial uma das peas extradas dos livroscontbeis, que faz parte do conjunto das demonstraesfinanceiras, e elaborado segundo os princpios contbeisgeralmente aceitos.

    Segundo Matarazzo19, o balano patrimonial ademonstrao que apresenta todos os bens e direitos da empresa(Ativo), assim como as obrigaes (Passivo Exigvel) emdeterminada data. O Patrimnio Lquido, por sua vez, representao capital investido pelos proprietrios da empresa, quer pormeio de recursos trazidos de fora da empresa, quer geradospor esta em suas operaes e retidos internamente.

    Assim, temos a chamada equao patrimonial bsica,conforme apresentado a seguir.ATIVO = PASSIVO + PATRIMNIO LQUIDOouATIVO PASSIVO = PATRIMNIO LQUIDO

    a principal demonstrao contbil usada por bancos,governo, fornecedores, sindicatos, scios e acionistas. Ainformao que esse demonstrativo fornece totalmenteesttica e, muito provavelmente, sua estrutura se apresentarrelativamente diferente algum tempo aps seu encerramento. como se tirssemos uma foto da empresa e vssemos de umas vez todos os bens, valores a receber (direitos) e valores apagar (obrigaes) em determinada data.

    Iudcibus e Marion20 explicam a expresso balanopatrimonial:

    O termo balano decorre do equilbrio Ativo = Passivo + PL,ou da igualdade Aplicaes = Origens dos Recursos. Parte daideia de uma balana de dois pratos, onde sempreencontramos a igualdade. S que, em vez de denominarmosde balana (como a Balana Comercial) denominamos nomasculino: Balano.

    19 MATARAZZO, 2003, p. 43.20 IUDCIBUS; MARION, 2006, p. 19.

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    A expresso patrimonial origina-se do Patrimnio Global daempresa, ou seja, o conjunto de bens, direitos e obrigaes.Da origina-se a expresso Patrimnio Lquido, a riquezalquida da empresa num processo de continuidade, a SituaoLquida.Compondo as duas expresses, teremos a expresso BalanoPatrimonial, o equilbrio do Patrimnio, a igualdadepatrimonial. (grifos do autor)

    2 Grupos de contasO Balano Patrimonial uma demonstrao simples e fcil

    de ser entendida, sendo constitudo de duas colunas, conformeconveno da Lei 6404/7621, que regulamenta as sociedadespor aes:

    a) A coluna do lado direito chama-se Passivo (obrigaese Patrimnio Lquido);b) A coluna do lado esquerdo chama-se Ativo (bens edireitos).

    Para facilitar a leitura, a anlise e a interpretao doBalano, Ativo e Passivo dividem-se em grupos de contas queapresentam as contas de mesmas caractersticas. Duas regrasbsicas orientam a distribuio de contas no Balano Patrimonial:o prazo e o grau de liquidez decrescente. Vejamos:

    a) Prazo: em Contabilidade, curto prazo significa,normalmente, o perodo de at um ano e, longo prazo, operodo superior a um ano. Assim, na data de elaboraodo Balano, por exemplo, em 31/12/2008, todas as contasa receber at 31/12/2009 (um ano aps a elaborao dobalano) sero agrupadas em um mesmo ttulo do Ativo(Ativo Circulante), assim como todas as contas a pagarat o final do ano seguinte sero agrupadas em um mesmottulo no Passivo (Passivo Circulante). O mesmo ocorrecom as contas a longo prazo que so classificadas em NoCirculante - Realizvel a Longo Prazo (direitos realizveis

    21 BRASIL, 1976.

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    num perodo superior a um ano) e Passivo No Circulante -Exigvel a Longo Prazo (obrigaes vencveis num perodosuperior a um ano);b) Grau de liquidez decrescente: o termo liquidez vemdo verbo liquidar, pagar os compromissos, assim os itensmais rapidamente conversveis em dinheiro so classificadosem primeiro plano. Desse modo, caixa, bancos, duplicatasa receber, mercadorias em estoque etc.

    A seguir, vamos conhecer os grupos de contas do BalanoPatrimonial:

    2.1 Ativo

    No ativo, as contas devem ser dispostas em ordemdecrescente de liquidez, ou seja, de acordo com a facilidadede converso em dinheiro. Assim, os itens patrimoniais de maiorliquidez (caixa, bancos, contas a receber, mercadorias) soclassificados em primeiro plano. Os de menor liquidez (valores areceber a longo prazo, mquinas e equipamentos, veculos,terrenos etc.) aparecem em um segundo plano a grandevantagem da classificao de contas do Balano Patrimonialpor ordem de liquidez decrescente de permitir uma fcilconsulta e anlise dos itens que a empresa tem disponveis emvalor primeiramente, deixando mais para baixo os estoques queno representam valor monetrio real, mas sim investimentos.

    Os elementos registrados esto estruturados nos seguintessubgrupos (de acordo com o pargrafo 1 do artigo 178 da Lei6.404/7622, alterado pela Lei 11.941/09):

    a) Ativo Circulante;b) Ativo no circulante;

    IMPORTANTE: Para ser Ativo, preciso preencher a quatrorequisitos:a) ser classificado em bens e ou direitos;b) ser de propriedade da empresa;c) avalivel monetariamente (R$);d) representar benefcios presentes ou futuros.

    22 Id.

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    2.1.1 Ativo Circulante

    O Ativo Circulante engloba contas que constantementeesto em giro, em movimento (da a expresso circulante).Constitui o capital de giro da empresa, no qual esto dispostasas contas caixa, bancos e outros itens que sero transformadosem dinheiro, consumidos ou vendidos a curto prazo, ou seja,dentro de um ano (contas a receber, bens de consumo,investimentos temporrios, mercadorias para revenda etc.).

    De acordo com a Lei 6.404/76, o ativo circulante subdivide-se em:

    Disponvel refere-se s contas nas quais soregistrados os valores que representam o dinheiro em caixa,os saldos disponveis em contas de movimento bancrio eos saldos de contas relativas aos ativos imediatamenteliquidveis; Direitos Realizveis no Exerccio Seguinte incluemtrs subgrupos:

    saldos relativos a aplicaes em valores mobilirios,operaes no mercado aberto; contas a receber com vencimentos para o exerccioseguinte, tais como: contas ou duplicatas a receber porvendas mercantis (inclusive cheques pr-datados);adiantamentos a empregados e outros; parcela do imposto, relativa a opes por incentivosfiscais, at o momento do recebimento do Certificado deInvestimento (CI);

    Estoques incluem trs contas: estoque de mercadorias, matrias-primas, embalagense materiais secundrios empregados em processo deproduo, materiais de consumo e produtos em trnsito,subprodutos e resduos; estoque de imveis prontos para a venda ou emconstruo com prazo de entrega de at 12 meses (nocaso de construtora); estoque de materiais em poder de terceiros parabeneficiamento.

    Despesas Vencveis (ou apropriveis) no ExerccioSeguinte registra-se neste subgrupo os valores das

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    despesas antecipadas, devendo ser contabilizado como: Prmios de seguros a vencer (ou a apropriar); Despesas financeiras a vencer (ou a apropriar); Aluguis a vencer (ou a apropriar).

    A expresso a vencer refere-se ao princpio da competnciano qual se deve reconhecer e classificar as contas de resultado(receitas e despesas) no perodo a que se referem,independentemente do seu efetivo recebimento (receitas) oupagamento (despesas). Assim, se pago o aluguel da empresaantecipado, com vigncia para 18 meses, preciso registrar ovalor pago antecipadamente como de