finalidades e práticas educativas em creche 1
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Gabriela PortugalUniversidade de Aveiro
F INALIDADES E PRÁTICAS EDUCATIVAS EM CRECHE
das relações, actividades e organização dos espaços ao currículo na creche
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Gabriela PortugalUniversidade de Aveiro
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índice
ÍNDICE
4 ONDE QUEREMOS CHEGAR
6 COISAS QUE SABEMOS SOBRE COMO LÁ CHEGAR
8 PARA LÁ CHEGAR práticas pedagógicas
a. Desde o nascimento até cerca dos 9 meses de idade
c. A partir dos 18 meses de idade
d. Aos 2 anos de idade
12 LÁ CHEGAREMOS
14 BIBLIOGRAFIA
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N -tir que as experiências e rotinas diárias da criança
assegurem a satisfação das suas ne-cessidades:
-ção da temperatura, descanso);
-ções calorosas e atentas);
saber o que se pode e o que não
contar com os outros em caso de necessidade);
-
aceite e apreciado, ser escutado, respeitado e ser tido em considera-ção, de ser parte de um grupo, sen-timento de pertença);
bem sucedido, experienciar suces-
a fronteira das actuais possibilida-
-
sentido, de se sentir bem consigo próprio, em ligação com os outros e com o mundo).
GARANTIDA A SATISFAÇÃO DAS SUAS NECESSIDADES, ES-TÃO REUNIDAS AS CONDIÇÕES BASE PARA A CRIANÇA CONHE-CER BEM-ESTAR EMOCIONAL E DISPONIBILIDADE PARA SE IM-PLICAR EM DIFERENTES ACTI-VIDADES E SITUAÇÕES, ACON-TECENDO DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGENS, CONSUBS-TANCIADO EM FINALIDADES EDUCATIVAS.
finalidades educativas em creche
_ onde queremos chegar?
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FINALIDADES
EDUCATIVAS
NA CRECHE
O de segurança e auto-estima
próprio corpo, comportamento e mundo; sentimento de que nas dife-
de sucesso são maiores que as de insucesso e que os adultos podem
-ança e competência.
O
sentimento de que descobrir coisas
capacidade de ter um efeito nas coi-sas e de actuar nesse sentido com persistência.
A competência social e comunica-
do auto-controlocontrolar os comportamentos, de formas adequadas à idade), esta-belecimento de relações, o desejo
sentimentos com outros, sentido
conjugar as necessidades e desejos
situação de grupo).
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desenvolvimento do currículo em creche
coisas que sabemos sobre como lá chegar
Bebés ou crianças muito pe-quenas necessitam de aten-ção às suas necessidades
-põe uma relação com alguém em
interacção com outras crianças; li-berdade para explorar e descobrir o mundo, a experiência de um am-
ASSIM, TORNA-SE FUNDAMEN-TAL QUE O PROGRAMA DE CRE-CHE INCLUA:
-ças e uma ratio criança-adulto bai-
mobilidade dos técnicos, asseguran-do-se continuidade nos cuidados à criança.
-lorosos, estimulantes e promoto-res de autonomia, com formação
pequena, que compreendam a im-portância das relações precoces e
-
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desenvolvimento do currículo em creche
_ coisas que sabemos sobre como lá chegar
DELINEADAS AS FINALIDADES EDUCATIVAS, IMPORTA CONSIDERAR UM PLANO DE DESENVOLVIMENTO E DE APRENDIZAGEM. EM CRECHE, COMO TRABALHAR E ALCANÇAR
O importante, pois grupos pequenos permitem mais intimidade e segurança, permitindo ofe-
-quenos grupos, os diálogos entre adultos e crianças, atra-
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fácil ir ao encontro das suas necessidades e capacidades.
BRINCAR, a ATENÇÃO À EXPERIÊNCIAa atenção ao seu BEM ESTAR e qualidade da IMPLICAÇÃO
QUALIDADE DAS RELAÇÕES que se estabelecem com
-
muito além de uma mera relação de “tomar conta”. Práticas
e focalizam-se na promoção da sua implicação e bem-estar,
do seu mundo.
-
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práticas pedagógicas
para lá chegar
A. Desde o nascimento até cerca dos 9 meses de idade a criança necessita antes de mais de experienciar segurança. A criança necessita de cuidados ca-lorosos que se estabelecem no seio de uma relação próxima com um adulto.
que as crianças entendem o mundo como um local seguro, interessante e
outros e em si próprias. O papel do adulto é aprender os ritmos de sono e alimentares do bebé, per-
suas preferências na forma de ser alimentado, posto a dormir ou confortado,
-
O dia de um bebé organiza-se em torno de experiências de cuidados diárias -
tos importantes oferecendo oportunidades únicas para interacções diádicas, e para aprendizagens sensoriais, comunicacionais e atitudinais. Quando as
aprendem que as suas necessidades e os seus corpos são importantes. Os bebés necessitam de amplas oportunidades para experimentar
-soriais e motoras. Antes de conse-
bebés dependem dos adultos para
apresentarem um objecto ou acti-
bem organizado, onde objectos es-
-
-raja a curiosidade, a exploração, e permite que cada criança estabeleça uma relação com o mundo ao seu próprio ritmo.
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B. -
-
a construir uma identidade enquanto exploradora, pro--
nesta fase as crianças necessitam de praticar a indepen--
pelo seu próprio pé têm um profundo efeito nas rela-ções entre as crianças e os adultos. Os bebés podem
-gar mas, à medida que brincam, procuram a segurança
adultos atentos e capazes de criar um ambiente de ex-
-ram muitas coisas sobre linguagem e comunicação. Ago-
uma competência básica numa situação de comunicação
crianças se expressam ainda com uma fala de bebé onde -
tra o seu interesse em compreender a criança, escutan-
-
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práticas pedagógicas _ para lá chegar
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C. A partir dos 18 meses de idade a questão da autonomia e identidade
dominante para as crianças, muito associada às dimensões de indepen-dência e controlo. Claro que o sen-tido de segurança que se começou a
continuam. Os adultos podem aju-dar as crianças a encontrar as formas
-troduzindo orientações ou regras sociais quando pertinente. Torna-se
crianças que apoiem a autonomia e auto-estima, sem esquecer que na sua procura de independência e au-
de oportunidades para fazerem es-
atenção e compreensão de adultos
D. Aos 2 anos, a criança con--
mundo que descobre. Neste processo de compreensão da
da linguagem assume-se como uma ferramenta crucial, sendo
-das oportunidades para que a
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-
-
No decurso do seu terceiro ano
gosta de imitar o jogo das outras crianças, surgindo comporta-mentos, mais ou menos esporá-dicos, de cooperação fugidia. O
-
e disputas, que surgem natural-mente à medida que as crianças entram em contacto umas com as outras, aprendendo pouco a
com os outros. Ajudada pelo adulto, a criança aprende a adiar a satisfação imediata de um de-sejo, a esperar, a alterar a forma de o satisfazer, percebe, pouco a pouco, que importa conside-rar as necessidades dos outros e as regras do funcionamento em grupo. Existindo uma gran-
às competências das crianças, o adulto necessita de perceber
ou quando pode dar espaço para
-mento da capacidade para lidar com a tristeza ou com o medo depen-de, em larga medida, da existência de uma relação segura com adultos
num clima de tolerância e que acei-tam a expressão de emoções.
“AOS 2 ANOS, A CRIANÇA
CONTINUA A AFIRMAR A SUA
AUTONOMIA E A ATRIBUIR SIG-
NIFICADO AO MUNDO QUE
DESCOBRE.”
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E. A organização do espaço na cre-
Sabemos bem que o ambiente, a parte -
pacial e oportunidades para aconteci--
jogo da criança e as suas interacções com os outros, pode facilitar ou não a sua autonomia e as rotinas, os mo-
bem-estar estético. A organização do espaço pode facilitar aprendizagens,
-de, potenciar autonomia e relações
um clima familiar, onde as crianças co--
dades para explorações, descobertas e estabelecimento de relações sociais, exercitando a sua autonomia e compe-tências, permite às crianças sentirem--se robustecidas na sua auto-estima. Na organização de um contexto que respeite as necessidades de todos
-ferentes idades…) é importante que os espaços ofereçam às crianças uma
gere confusão ou que seja posta em causa a segurança da criança; incluam
exemplo, a existência de um sofá na
elementos que introduzem uma nota de ambiente familiar e que predispõe à aproximação entre as pessoas, adultos e crianças); não se ignore ainda a necessida-
-mente descansar.
-riores é igualmente importante. Ao
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cos, pedras, etc., as crianças encon-
situam no prolongamento das suas capacidades e realizam descobertas
-
Aliás, se se considerar a grande suscep-tibilidade das crianças muito pequenas
-
um maior usufruto dos espaços exte-
integração do espaço exterior no cur-
práticas pedagógicas _ para lá chegar
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TRequer ainda atitudes de respeito, compreensão e em-
-
na resolução de problemas.
-perior, que não se coaduna nem com uma abordagem baseada no senso comum, nem com uma abordagem
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Sabendo que cada bebé e criança muito pequena -
do esta a fazer parte da sua forma de sentir e
-
de qualidade.
“OBSERVAR, PERGUNTAR,
FLEXIBILIZAR SÃO
ATITUDES BÁSICAS NUM
ATENDIMENTO RESPONSIVO
E QUALITATIVAMENTE
SUPERIOR”
lá chegaremos
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Prof. Doutora Gabriela Portugal
Associação Popular de Apoio à CriançaCentro Social ErmesindeCentro Social S. PedroObra Diocesana de Promoção SocialSanta Casa da Misericórdia de Chaves
Fábio RT Castro
ficha técnica
ImpressãoCasa de Trabalho
Depósito Legal339234/12
Autor
Finalidades e práticas esducativas em creche:das relações, actividades e organização dos espaços ao currículo na creche
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London.
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Editora.
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bibliografia
GEDEI, nº1, pp.85-106. Porto, Porto Editora.
-rada para a escola – transições e continuidades nas fundações emocionais da maturidade escolar. Aprender,
nº 26, Set/2002, p.9-16.
-
Escola Superior de Educação de Santa Maria, Porto), nº 10/11, 2005, 17-24.
-dizagem na infância. In A educação das crianças dos 0 aos
-
da criança dos 0 aos 3 anos. Pp. 47-60. CNE: Lisboa.
-bés em infantários – cuidados e primeiras aprendizagens.
Educação - Recomendação n.º 3/2011 – A educação dos 0 aos 3 anos. Diário da República, 2.ª série — N.º 79 — 21 de Abril de 2011.
bibliografia