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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA FONSECA DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO COORDENADORIA DE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU ADRIANO HENRIQUES MOTTA MONOGRAFIA APRESENTADA AO INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E GESTÃO EMPRESARIAL (IDHGE) DA FUNDAÇÃO DE APOIO CEFET-RJ (FUNCEFET) COMO REQUISITO PARCIAL À OBTENÇÃO DO CERTIFICADO DE MBA EM PETRÓLEO E GAS

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICACELSO SUCKOW DA FONSECA

DIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONALDEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

COORDENADORIA DE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSU

ADRIANO HENRIQUES MOTTA

MONOGRAFIA APRESENTADA AO INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E GESTÃO EMPRESARIAL (IDHGE) DA FUNDAÇÃO DE APOIO CEFET-RJ (FUNCEFET) COMO REQUISITO PARCIAL À OBTENÇÃO DO CERTIFICADO DE MBA EM PETRÓLEO E GAS

RIO DE JANEIRO

2007

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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICACELSO SUCKOW DA FONSECADIRETORIA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONALDEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃOCOORDENADORIA DE CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO LATU SENSUFUNDAÇÃO DE APOIO CEFET-RJINSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E GESTÃO EMPRESARIAL

MBA: PETRÓLEO E GAS

CONCEITO ATRIBUIDO À MONOGRAFIA DISTRIBUIÇÃO DE

COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS

AUTOR: ADRIANO HENRIQUES MOTTA

CONCEITO:____________________________

BANCA EXAMINADORA:

_______________________________________

Augusto R. Antoun

_______________________________________

Orestes

_______________________________________

Albino Lopes D’Almeida

RIO DE JANEIRO

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2007

FICHA CATALOGRÁFICA

Motta, Adriano Henriques, 1972 –

Distribuição de Combustíveis Líquidos – Rio de Janeiro: FUNCEFET / IDHGE,

2007.

XII,46 f + anexo: il. Fig., Tabs., Gráfis..

Monografia (MBA) Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da

Fonseca. Diretoria de Desenvolvimento Educacional. Departamento de Pesquisa e

Pós-Graduação. Coordenadoria de Cursos de Pós-Graduação lato sensu. Instituto

de Desenvolvimento Humano e Gestão Empresarial. Orientador: Augusto R.

Antoun.

Bibliografia: f.35.

1. Downstream 2. Distribuição 3. ´Combustíveis I. Antoun, Augusto R., orient.

II. Fundação de Apoio CEFET-RJ, Instituto de Desenvolvimento Humano e

Gestão Empresarial III. Distribuição de Combustíveis Líquidos

CDD 20a. ed.

número

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha esposa que foi

compreensiva nos momentos em que eu me privei de

minha vida particular para ir às aulas do curso, para

estudar e para preparar este trabalho de monografia.

Dedico também a meus filhos gêmeos, Carolina e

Felipe nascidos ao longo do curso, em outubro de 2005.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço aos professores pelo conhecimento

compartilhado e aos colegas de turma e de grupo pelo

esforço dispensado e pelo comprometimento para

execução dos trabalhos em grupo ao longo do curso.

Agradeço também à minha empresa e departamento os

quais me permitiram adquirir muito do conhecimento

aqui apresentado, assim como, agradeço ao SINDICON

pelas informações disponibilizadas em seu site e as

demais fontes bibliográficas mencionadas no trabalho.

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EPÍGRAFE

Além da nobre arte de fazer coisas, existe a nobre arte de deixar coisas sem fazer. A sabedoria da vida consiste

na eliminação do que não é essencial. (Lin Yutang)

"O conhecimento é o processo de acumular dados; a sabedoria reside na sua simplificação." (Martin H.

Fischer)

"Para adquirir conhecimento, é preciso estudar; mas para adquirir sabedoria, é preciso observar." (Marilyn

vos Savant)

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RESUMO

O presente trabalho visa apresentar o setor de distribuição de combustíveis e situá-lo dentro da cadeia logística do petróleo e do contexto nacional. Serão apresentadas informações sobre a localização das diversas refinarias do país e das principais companhias presentes no mercado de distribuição nacional e mencionados aspectos relevantes neste tipo de investimento.

Através de dados coletados para alguns terminais ao longo do território nacional e de variáveis relativas às refinarias e ao mercado nacional de venda de combustíveis líquidos, estaremos avaliando variáveis e informações importantes na escolha da localização de terminais e na decisão de investimento.

Encontra-se no trabalho discussões e justificativas em prol de uma cuidadosa avaliação do cenário financeiro e técnico, pois estes se demonstram de grande importância tendo em vista o impacto que alguns fatores vão gerar no capital investido. Entre estes fatores, temos: o maior rigor em relação aos requisitos ambientais, às necessidades em termos de automação, os cuidados referentes a segurança de trabalho, às alternativas e necessidades quanto a forma de transporte entre refinaria e terminal (e terminal para postos de combustíveis e/ou grande clientes), à pequena margem de lucro e a grande concorrência no setor.

Contudo, o trabalho pretende gerar, de forma simplificada, uma noção sobre variáveis importantes na compreensão do cenário da distribuição de combustíveis no país. Em adição a isto, procura-se mostrar alguns tópicos de grande influência no nível de capital aplicado a empreendimentos deste nível.

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ABSTRACT

This work intends to present fuel distribution sector and show the importance of this distribution into petroleum logistic chain and into the national context. Localization of refineries and big companies that have been working on this sector were showed here and this work also develops comments on important aspects into capital investment.

Data was collected on some terminals throughout Brazilian territory and some parameters were evaluated in order to describe how important topics related to the capital investment can impact the total investment and it also shows some comments on parameters involved on the choice of a location to a distribution terminal.

There is into this work some descriptions and indications in direction to the need of a careful financial and technical evaluation regarding decisions on capital investment into distribution. Some comments presented on this work demonstrate the importance of several factors and their impact on the total capital employed. Some of factors pointed on this paper are: increase of environmental requirements, automation needs, safety issues, reduced profit, transport issues (fleet, cargo, pipeline and others) and competitors.

However, this work has the intention of develop, on a simple way, a description of the distribution scenario in Brazil and elaborate comments on some important variables to a financial and operational efficiency of a distribution terminal.

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SUMÁRIO

Capítulo PáginaI O PROBLEMA 1

IntroduçãoIntrodução a Logística de AbastecimentoLogísticaLogística do Petróleo - DistribuiçãoHistórico da Distribuição de Combustíveis no BrasilObjetivo e Metodologia da PesquisaObjetivosDefinição de Termos

II DESENVOLVIMENTO 9Distribuição de Petróleo e sua Estrutura no PaísParque Industrial e Refinarias do PaísTerminais de DistribuiçãoEmpresas SINDICOM

III METODOLOGIA 16Coleta de DadosMetodologiaProcedimentos e Técnicas de PesquisaTerminal hipotéticoAnalise dos Fatores Envolvidos

IV RESULTADOS, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 26ResultadosConclusões

BIBLIOGRAFIA 35

ANEXOS 36

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LISTA DE TABELAS

Tabela Página1 Tabela de Custo de Avaliação x Movimentação de Produtos 17

2 Participação Percentual dos Custos de Reposição dos Terminais Avaliados

28

3 Participação Percentual das Movimentações dos Terminais Avaliados

29

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LISTA DE FIGURAS

Figura Página1 Refinarias e Centrais Petroquímicas 11

2 Bases de Distribuição 13

3 Movimentação Total Anual por Terminal 17

4 Capital Aplicado Total Anual por Terminal 17

5 Lay Out de um Terminal 18

6 Localização dos Terminais Avaliados (dados coletados) 19

7 Avaliação Total dos Custos de Reposição das Benfeitorias nos Terminais Avaliados

28

8 Movimentação Total Média Anual nos Terminais Avaliados 30

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LISTA DE ANEXOS

Anexos Página1 Logística de Distribuição (Fonte: Sindicom 2007) 36

2 Produção x Distribuição x Varejo x Consumidor (Fonte: Sindicom 2007)

37

3 Movimentação Sindicom 2000 a 2007 (Fonte: Sindicom 2007) 38

4 Movimentação total ANP 2000 a 2007 (Fonte: Sindicom 2007) 38

5 Apresentação Sindicom (Fonte: Sindicom 2007) 39

6 Participação Sindicom Todos Produtos (Fonte: Sindicom 2007) 40

7 Participação Sindicom Gasolina (Fonte: Sindicom 2007) 41

8 Participação Sindicom Óleo Diesel (Fonte: Sindicom 2007) 42

9 Participação Sindicom Combustíveis de Aviação (Fonte: Sindicom 2007)

43

10 Participação Sindicom Combustíveis Escuros (Fonte: Sindicom 2007)

44

11 Participação Sindicom Álcool (Fonte: Sindicom 2007) 45

12 Participação Sindicom Lubrificantes (Fonte: Sindicom 2007) 46

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CAPÍTULO 1

O PROBLEMA

Introdução

A economia mundial esta passando por uma grande transformação, onde as

empresas, para enfrentar esta nova realidade econômica e o mundo empresarial

competitivo estão tendo que ajustar suas práticas de gestão nas quais a qualidade,

competitividade e excelência estão presentes. Essas mudanças têm afetado os diversos

mercados, gerando uma intensificação da competitividade empresarial e

conseqüentemente mudanças econômicas e empresariais, proporcionando a formação de

blocos econômicos, passando a encarar o mercado mundial como único e com poucas

barreiras.

No aspecto organizacional, estas mudanças se manifestam através da

internacionalização das empresas, provocando mudanças internas em diversos níveis.

Diante da competitividade imposta pela economia globalizada as empresas têm buscado

um uso otimizado do capital aplicado através de aumento da eficiência dos estudos de

viabilidade econômica para os diversos projetos. O ambiente competitivo atual exige

que o uso do capital por uma organização tenha um retorno condizente com aquele que

a mesma poderia obter através da aplicação em outros investimentos disponíveis.

A busca por maior competitividade nos negócios, que viabilize melhores

resultados econômicos e financeiros, acaba sempre se deparando com os processos de

aumento de produtividade nas operações, na necessidade de controles eficazes de custos

e no monitoramento constante dos retornos relativos ao capital investido em um

determinado negócio.

Dentro da avaliação de viabilidade de um empreendimento encontramos também

os aspectos logísticos, desde que atualmente uma eficiência de poucos centavos em um

produto, por exemplo, pode significar um grande diferencial competitivo. Uma logística

adequada auxilia o aumento de lucratividade e o alcance de novos mercados.

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O presente trabalho tem como foco principal a avaliação dos terminais de

distribuição de combustíveis líquidos, os aspectos envolvidos neste setor e uma visão

geral da logística de distribuição de combustíveis no país e suas dificuldades.

Pretende-se através dos conhecimentos adquiridos na cadeia produtiva do

petróleo gerar um estudo que aponte aspectos importantes nas decisões de investimentos

voltados a distribuição de combustíveis, estudo este que também visa auxiliar numa

melhor visão sobre o assunto.

Introdução a Logística de Abastecimento

Tendo em vista que nosso trabalho propõe uma avaliação sobre terminais de

abastecimento de combustível e uma visão geral da logística de distribuição no país,

acreditamos ser relevante uma breve explanação sobre os aspectos relativos a logística,

logística de petróleo, localização e história das refinarias, dos terminais e apresentação

de um pequeno cenário da distribuição de combustíveis líquidos em termos de market

share e participação no mercado nacional das grandes empresas do setor.

Será apresentado também o SINDICOM, sindicato que representa as grandes

empresas nacionais e multinacionais do setor de distribuição e realiza a intermediação

entre as grandes lideres do setor, a sociedade e os órgãos governamentais. Algumas das

informações apresentadas neste trabalho tem como fonte o SINDICOM.

Logística

Podemos simplificar o termo “logística” [Cardoso, Luiz Cláudio] como o

planejamento, organização e controle de processos relacionados à produção,

armazenagem, transporte e distribuição de bens e serviços.

Outra definição interessante, atual e ampla é a adotada pelo Council of Logistic

Management em 1998 que trata logística como parcela do processo da cadeia de

suprimento que planeja, implanta, e controla o fluxo eficiente e eficaz de matérias

primas, estoques em processo, produtos acabados e informações relacionadas, desde seu

ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender aos requisitos dos

clientes.

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Logística do Petróleo – Distribuição

Dentro do conceito logístico do Council of Logístic Management percebemos

que no setor petrolífero a logística começa lá no ponto de origem, no Upstream

(exploração e produção do petróleo cru), passa pelo transporte do petróleo ao local que

o mesmo será refinado, entra no refino (início do downstream) onde o óleo cru será

transformado nos diversos derivados, do refino o produto acabado é levado aos

terminais (bases contendo grandes tanques de armazenagem de combustíveis líquidos)

que são localizados estrategicamente ao longo do país a fim de permitir de forma

otimizada o transporte dos combustíveis a todos os pontos do Brasil e no fim da cadeia

encontra-se o consumidor final nos postos de serviços (postos de abastecimento).

A distribuição dos derivados envolve toda a atividade ligada ao comércio por

atacado com a rede varejista ou com os grandes consumidores, são atividades realizadas

por empresas especializadas, seguindo as leis e regulamentos aplicáveis, e

compreendem também a aquisição, armazenamento, transporte e controle de qualidade

dos combustíveis líquidos derivados de petróleo, álcool combustível, lubrificantes, gás

liquefeito envazado e outros combustíveis (querosene e gasolina de aviação, óleos

combustíveis, Bio-diesel, etc..)

Dentro da finalidade deste estudo, ou seja, a distribuição de combustíveis

líquidos e seus terminais, vários aspectos são relevantes para uma avaliação econômica

e logística eficaz. Deve ser levado em consideração também o efeito do transporte no

custo e lucros de um terminal, a correta escolha do modal que transportará o

combustível entre o refino e os postos de abastecimentos, isto é, dentro do processo de

transporte entre refinaria x terminal x postos de combustível x consumidor.

Os modais de transporte de recebimento e entrega de produtos pelo terminal aos

postos de gasolina e grandes consumidores (empresas de ônibus, transportadoras,

montadoras de veículos, etc...), assim como, a localização do terminal em relação ao

mercado consumidor são fundamentais para a eficácia logística e a redução dos custos

de operação e influenciam grandemente na relação entre capital aplicado e retorno do

investimento (movimentação ou volume movimentado no terminal) e por esta razão

estão sendo mencionados nesta fase introdutória.

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No Brasil, o modal preponderante é o rodoviário, representando cerca de 60%

das movimentações de carga, bem superior aos demais modais (Ferroviário 20%,

aquaviário 13% e dutoviário 4%) [fonte Anuário GEITOP/2001]. A elevada

participação do modal rodoviário não é o ideal em termos econômicos e nos aspectos

relativos a segurança, já que se trata do modal de maior custo e menor segurança no que

diz respeito a possibilidade de acidentes e incidentes, inclusive os ambientais.

No transporte de combustível a escolha do modal deve ainda levar em

consideração a manutenção da qualidade do produto a ser transportado, a segurança da

operação (desde que trata-se de produtos inflamáveis e explosíveis podendo envolver

prejuízos físicos / financeiros e mesmo levar a fatalidades em determinadas situações) e

os aspectos ambientais (pois os desastres envolvendo combustíveis líquidos podem ser

catastróficos com infiltrações e derrames em lençóis freáticos, mananciais, mares,

mangues etc. levando a um elevado desequilíbrio ambiental). Tais elementos podem

facilmente traduzir-se em despesas e necessidade de investimentos e, assim, influenciar

no balanço entre capital investido e movimentação para cada terminal.

Com as dimensões continentais de nosso país, a localização e infra-estrutura dos

terminais que encontram-se posicionados nas diversas regiões a fim de levar os

combustíveis aos mais distantes pontos são fundamentais para que as empresas tenham

preços competitivos e qualidade nos produtos e no atendimento aos clientes. Para atingir

o objetivo de eficiência em menor custo, as grandes empresas usam terminais próprios,

terminais com co-propriedade juntamente a outras empresas (Pools – Joint Operated

Terminals) e terminais de terceiros (terminais onde as empresas pagam taxas as

concorrentes para utilizar os terminais). Cada empresa, conforme sua participação no

mercado, custos estimados e princípios de investimento, faz a combinação apropriada

entre os três tipos de terminais mencionados.

Histórico da Distribuição de Combustíveis no Brasil

1912 - Tem início a distribuição sistemática de derivados de petróleo no

Brasil, realizada em latas e tambores.

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1934 - Entra em funcionamento a Destilaria Rio Grandense S.A. em

Uruguaiana, Rio Grande do Sul, que deu origem em 1937 a primeira Refinaria de

Petróleo do país.

1938 - Criado o Conselho Nacional do Petróleo, pelo Decreto-Lei nº 395,

de 29 de abril de 1938, com o objetivo de, dentre outros, regular e fiscalizar as

atividades de exploração, refino, importação, distribuição e comercialização de petróleo

e seus derivados.

1941 - Criação da Associação Profissional do Comércio Atacadista de

Minérios e Combustíveis, que deu origem em 1960 ao Sindicato do Comércio

Atacadista de Minérios e Combustíveis Minerais do Estado da Guanabara, passando a

representação nacional em 1964 com a denominação de Sindicato Nacional do

Comércio Atacadista de Minérios e Combustíveis Minerais, hoje SINDICOM-Sindicato

Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes.

1953 - Estabelecido o monopólio da União sobre a lavra, refinação e

transporte marítimo do petróleo e seus derivados, sendo criada a Petrobrás para exercê-

lo, de acordo com a Lei nº 2004, de 3 de outubro de 1953.

1975 - É lançado o Programa Nacional do Álcool - Proálcool, e as

Distribuidoras começam a adaptar suas instalações e bombas para o novo combustível.

1988 - Consagrado o monopólio da União sobre o petróleo e seus

derivados, através da Constituição promulgada em 5 de outubro de 1988.

1990 - Criado o Programa Federal de Desregulamentação.

Estabelecido o critério de preços máximos nos postos revendedores e liberados os

preços do querosene iluminante e dos lubrificantes automotivos. Criação do

Departamento Nacional de Combustíveis com a extinção do Conselho Nacional do

Petróleo.

1991 - São inaugurados no Rio de Janeiro e em São Paulo os primeiros

postos de abastecimento de veículos leve (taxis) movidos a gás natural. Ainda nesse ano

os combustíveis aditivados são introduzidos no mercado brasileiro.

1995 - Os preços dos combustíveis são desequalizados, com a inclusão

do valor dos fretes de transferência/coleta (Álcool) na formação do preço.

1996 - Liberação dos preços, a partir da Refinaria, da gasolina, do álcool

hidratado e do querosene de aviação.

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1997 - Aprovada pelo Congresso Nacional a Lei 9478, de 6 de agosto de

1997, que regulamenta a flexibilização do monopólio. Ainda no ano de 1997, foi

lançada a gasolina premium no mercado brasileiro.

1998 - Criação da Agência Nacional do Petróleo e consequente extinção

do Departamento Nacional de Combustíveis, pelo Decreto nº 2455, de 14 de janeiro de

1998. Autorizada a importação de Querosene de Aviação.

1999 - Autorizada a importação de Óleos Combustíveis e exportação de

Petróleo.

2000 - Autorizada a produção de Gasolina pelas Centrais Petroquímicas.

Aprovada Lei n.º 9990, de 21 de julho de 2000, que prorroga, até 31.12.2001, o período

de transição da flexibilização do monopólio previsto na Lei n.º 9478, de 06 de agosto de

1997.

2001 - Reforma tributária nos combustíveis (EC 33 e Lei 10.336 -

CIDE). Liberação do preço do Óleo Diesel.

2002 - Fim do período de transição para a liberação do mercado, com a

livre formação de preços nas refinarias e liberdade para importação de Gasolina e Óleo

Diesel.

2003 - Redução da alíquota de ICMS no Álcool Hidratado no Estado de

São Paulo.

Formulação do Objetivo

Através de coletas de dados para o trabalho, serão obtidas informações sobre um

grupo de terminais, sua localização e infra-estrutura em termos de modais de transporte

dos produtos, assim como, o nível de capital investido em benfeitorias para cada um dos

terminais e os respectivos volumes movimentados pelos terminais.

Tendo em vista a importância do setor de distribuição de combustível que é o

responsável pela locomoção de milhares de pessoas diariamente e pelo funcionamento

de industrias e empresas diversas, foi decidido através das informações coletadas e de

informações apresentadas dar uma idéia da amplitude do tema e mostrar algumas das

dificuldades envolvidas no trabalho com terminais de distribuição de combustíveis

líquidos no Brasil.

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Desta forma, pretende-se mostrar as variáveis envolvidas na escolha da

localização de um terminal, comentar sobre as possibilidades envolvidas em termos de

modais de transporte dos combustíveis, as principais diferenças entre os terminais

(Nível de automação, tipo de modal de recebimento, proximidade com grandes centros,

“idade” do terminal, tipo de gerenciamento por parte do administrador do negócio,

requisitos ambientais para a localidade do terminal e o tipo de investimento realizado:

Pool, terminal próprio ou trabalho com pagamento de taxas de utilização).

Definição de Termos

Upstream – Toda a cadeia produtiva do petróleo entre a parte de Exploração e Produção

até chegar às refinarias.

Dowmstream – Toda a cadeia produtiva do Refino aos consumidores finais (Postos de

gasolina, ou grandes clientes no caso do presente trabalho que tratará de distribuição)

Preço de Reposição de benfeitorias – Custo de repor benfeitorias e equipamentos de um

terminal por bens novos de mesma qualidade

Joint Venture – Parceria entre grandes empresas, aonde cada uma das empresas possui

parcela da propriedade do empreendimento. (No caso deste trabalho, estaremos

basicamente nos referindo a joint ventures ligadas aos terminais de distribuição)

Market Share – Participação de determinada empresa no mercado

Terminal de Distribuição – Empreendimento contendo grandes tanques para

armazenamento de combustíveis líquidos.

Combustíveis Líquidos – Trataremos combustíveis líquidos como sendo: gasolina,

diesel, combustíveis de aviação, álcool, combustíveis escuros (óleo combustível)

Capital Aplicado – Capital total investido em determinado empreendimento.

Movimentação – Volume total de determinado produto movimentado por unidade de

tempo (geralmente mês ou ano)

Modal de Transporte – Forma como o combustível líquido é transportado de um ponto

ao outro (Exemplo: Trem, oleoduto / poliduto, caminhão tanque, cabotagem).

Liner – Trata-se de uma proteção plástica em baixo do fundo de um tanque usada com

intuito de auxiliar a desviar o fluxo de produtos para o canal de coleta de resíduos em

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caso de se passar fluido por algum orifício no fundo de um tanque (Casos de corrosão

ou dano do fundo de um tanque).

Over Fil – É um dispositivo usado no intuito de se evitar que um tanque (e/ou

compartimento de armazenagem: caminhão tanque, vagão tanque) transborde durante

seu abastecimento.

Pool – Expressão usada pelas companhias atuantes no Brasil para simbolizar um

terminal operando em regime de joint venture.

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CAPÍTULO II

DESENVOLVIMENTO

Distribuição de Petróleo e sua Estrutura no Brasil

A logística de distribuição de combustíveis líquidos reflete toda a estrutura

necessária para levar os produtos refinados de petróleo (vindos das refinarias) e o álcool

combustível (vindo das destilarias) aos consumidores, isto é, levar estes produtos aos

postos de combustível ou aos grandes consumidores.

Os mesmos conceitos logísticos já comentados em seções anteriores podem ser

usados no caso da distribuição de combustíveis líquidos, trata-se de uma carga de

produtos que, partindo de um ponto de origem (refinarias, destilarias ou terminais),

necessita chegar a seu destino final (terminais, postos de abastecimento, grandes

clientes), em prazos estipulados e com observância do melhor custo-benefício e

satisfação do cliente.

Dois aspectos são de grande importância neste contexto da distribuição dos

combustíveis, a escolha de localizações adequadas para os terminais, a fim de estarem

posicionados de forma otimizada entre as refinarias e os clientes finais (posto de

abastecimento, grandes clientes ou outros terminais) e o segundo fator de relevante

importância é a determinação do modal de transporte da carga, que poderá ser

dutoviário, rodoviário, ferroviário ou hidroviário.

Esta escolha do modal dependerá da localização dos terminais, do tipo de

produto a ser carreado, da localização do cliente ao qual será levado o produto. É

provável inclusive existir uma diferença entre o tipo de modal de recebimento do

produto vindo das refinarias, destilarias ou outros terminais e o modal de entrega de

produtos saídos dos terminais e levados aos clientes finais (posto de abastecimento,

grandes clientes ou outros terminais), isto é podemos ter um produto recebido via duto

em um terminal e entregue ao cliente via rodoviária, ou seja, o mesmo produto com

diferentes modais entre recebimento e entrega no mesmo terminal.

Conforme ocorre para os demais produtos, a distribuição de combustível exige a

obtenção da demanda através da pesquisa de mercado e também a análise /

Page 22: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

desenvolvimento de produto para atender aquele mercado, isto é, na distribuição de

combustíveis teremos a obtenção do produto (Comprados das Refinarias), o transporte

(pelos diversos modais: Duto, Ferrovia, Rodovia, Navios / Balsas), a armazenagem

(Bases e Terminais) e o atendimento ao pedido dos clientes no tempo e local

combinado.

Basicamente, a comercialização dos combustíveis líquidos envolve produtos de

baixo valor agregado e mínimo risco de obsolescência, além de possuir uma demanda

razoavelmente estável. Desta forma, o setor adota a política de antecipação à demanda

através da armazenagem dos produtos vindos das refinarias (derivados de petróleo) e

destilarias (álcoois) em diversas bases primárias ou em bases secundárias, tudo visando

atender aos postos e clientes em todos os pontos do país.

Parque Industrial e Refinarias do País

O parque industrial brasileiro de Downstream (Refino e Distribuição) é

composto por refinarias (figura 1) do sistema Petrobras (podemos ainda adicionar às já

existentes, indicações recentes dos preparativos para mais duas, uma em Suape em

parceria com a Venezuela e a outra em Itaboraí / RJ pela Petrobrás), além de duas

refinarias privadas (Ipiranga e Manguinhos, sendo que Manguinhos encontra-se com as

operações paralisadas e tende a se tornar uma usina de beneficiamento de Biodiesel).

Em adição a tais refinarias, temos a possibilidade de receber produtos importados

através dos diversos portos do país. O parque possui também diversos terminais,

contendo bases primárias, secundárias e transportadores revendedores retalhistas

(TRR’s).

Page 23: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

Figura 1 – Refinarias e Centrais Petroquímicas.

Fonte: Site do SINDICOM (Sindicato das Distribuidoras de Combustível)

RECAP – Fundada em 1954 (Refinaria de Capuava Av. Alberto Soares

Sampaio, 1740 - Capuava Mauá – SP)

REPLAN – Fundada em 1972 (Refinaria de Paulínia Rodovia SP 332 km 132 –

Paulínia Campinas - SP)

REVAP – Fundada em 1980 (Refinaria Henrique Lage Rodovia Presidente

Dutra km 143 - Vista Verde São José dos Campos - SP)

RBPC – Fundada em 1955 (Refinaria Presidente Bernardes Praça Marechal

Stênio Caio Albuquerque Lima, 1 Cubatão - SP)

REPAR – Fundada em 1977 (Refinaria Presidente Getúlio Vargas Rodovia do

Xisto km 16 Araucária - PR)

REMAN – Fundada em 1956 (Refinaria de Manaus Estrada da Refinaria, s/n –

Paredão Manaus - AM)

Page 24: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

LUBNOR – Fundada em 1966 (Fábrica de Lubrificantes e Derivados do

Nordeste Av. Leite Barbosa, s/n – Mucuripe Fortaleza - CE)

RLAM – Fundada em 1950 (Refinaria Landulpho Alves Rodovia BA 849 km 4

Camaçari - BA)

REGAP – Fundada em 1968 (Refinaria Gabriel Passos Rodovia Fernão Dias km

427 BR 381 Betim - MG)

REDUC – Fundada em 1961 (Refinaria Duque de Caxias Rodovia Washington

Luiz km 113,7 - Campos Elíseos Duque de Caxias - RJ)

REFAP – Fundada em 1968 (Refinaria Alberto Pasqualini Av. Getúlio Vargas,

11001 Canoas - RS)

RPISA – Fundada em 1937 (Refinaria de Petróleo Ipiranga S.A. Rua Engenheiro

Amaro Barcellos, 551 Rio Grande - Rio Grande do Sul www.ipiranga.com.br)

RPDM – Fundada em 1954 (Refinaria de Petróleos de Manguinhos S.A.Av.

Brasil, 3141 Rio de Janeiro – RJ www.rpdm.com.br)

COPESUL – Fundada em 1956 (Companhia Petroquímica do Sul Rodovia Tabaí

- Canoas, km 419 Triunfo – RS www.copesul.com.br)

COPENE – Fundada em 1972 (Companhia Petroquímica do Nordeste Rua

Eteno,1561 - Polo Petroquímico Camaçari - Bahia www.copene.com.br)

PQU – Fundada em 1972 (Petroquímica União S.A. Av. Presidente Costa e

Silva, 1178 Santo André - São Paulo www.pqu.com.br)

Terminais de Distribuição

Em termos de posicionamento dos terminais ao longo do país, temos uma ampla

distribuição ao longo do território nacional (figura 2) e o mapa abaixo mostra a maioria

dos locais envolvidos:

Figura 2 – Bases de Distribuição

Page 25: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

Fonte: Site do Sindicom 2007 (Sindicato das Distribuidoras de Combustível)

Conforme já comentado, pode ser visto na figura 2, os terminais são

posicionados ao longo do país em locais estratégicos de forma a otimizar a logística de

recebimento de produtos através de portos, refinarias, bases primárias, secundárias e

destilarias e, como não poderia deixar de ser, possibilitar a distribuição racionalizada

dos produtos em todos os pontos de consumo do país.

As diversas empresas do setor de distribuição, a fim de alcançar seus clientes

nos pontos mais distantes trabalham através de uma malha de terminais composta por

três tipos de operação:

1. Operação própria, onde a empresa é proprietária de 100% dos ativos do

terminal (terrenos, benfeitorias, tanques, bombas, etc.) e opera a movimentação dos

produtos (recebimento / entrega) de acordo com suas necessidades e diretrizes internas,

Page 26: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

podendo em caso de disponibilidade de espaço em tanques, ceder a demais concorrentes

o uso do terminal por via de cobrança de taxas,

2. Operação em terceiros, ocorre quando uma empresa para melhor atender

seus clientes e suas necessidades logísticas, decide utilizar o terminal de alguma

concorrente que possui espaço disponível. Desta forma, a empresa, pagando uma taxa

de utilização, aumenta sua malha de terminais e melhora sua eficiência de entrega

naquela região.

3. Operação em Pool (Em conjunto – Joint Operation / Joint Venture), esta

operação ocorre quando mais de uma empresa decide participar em conjunto da

propriedade de um determinado terminal, nestes casos uma das empresas opera o

terminal e os gastos de despesas e investimentos são rateados entre os co-proprietários,

minimizando os riscos e reduzindo-se alguns custos devido ao rateio entre um grupo de

companhias.

Atualmente, existem inúmeras empresas atuando no setor de distribuição,

algumas operando somente localmente em determinadas regiões do país e outras mais

abrangentes e atuando de forma mais global em termos de Brasil.

Em geral, as grandes empresas que atendem o Brasil de forma mais global são

conhecidas como empresas do grupo SINDICOM, onde entre elas temos a Chevron

(Ex-Texaco), BR Distribuidora, Shell, ESSO, Ipiranga, Repsol-YPF. Tais empresas são

as grandes empresas de distribuição do país e a maioria das operações em Pool

(Terminais Joint operated) são feito com a participação destas grandes empresas do

grupo SINDICOM que visando reduzir os riscos de mercado, trabalham em parceria

(Pool), rateando as despesas e investimentos ligados a empreendimentos (meio

ambiente, segurança e operação) em diversos locais ao longo do país.

A decisão entre operar em terminais próprios, de terceiros ou terminais operados

em conjunto é puramente econômica e política dentro do quadro administrativo de cada

empresa. Cada forma de operação tem um custo, razoavelmente conhecido, os estudos

de mercado para as empresas, as expectativas de crescimento e a importância a ser dada

para cada região do país são os elementos guia de decisão para que as empresas possam

decidir que tipo de operação será usado para cada região do país.

Empresas Sindicom

Page 27: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

As grandes empresas de distribuição de combustíveis líquidos no Brasil

trabalham no país com o suporte e apoio do SINDICOM (Sindicato do setor de

distribuição de Combustível no Brasil). As estatísticas para tais empresas do Grupo

SINDICOM apontam para: (Fonte Sindicom 2005)

79,2 % do mercado de distribuição de combustíveis automotivos no

Brasil;

58 bilhões de litros de combustíveis automotivos, industriais, de aviação

e lubrificantes em 2003;

Faturamento anual de mais de 88 bilhões de reais;

Arrecadação de tributos na ordem de R$ 41 bilhões/ano;

Investimentos anuais de 700 milhões de reais;

Mais de R$ 3 bilhões imobilizados na atividade;

Gerador de mais de 300 mil empregos diretos e indiretos.

As empresas SINDICOM tem suas participações em termos de mercado

conforme mostrado nos gráficos em anexo. (Anexos: 1, 2, 3, 4, 5 e 6). As informações

mostradas nos anexos fornecem uma boa idéia do tamanho, volume de vendas e

importância das grandes distribuidoras contidas no grupo de empresas afiliadas ao

Sindicom

CAPÍTULO III

Page 28: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

METODOLOGIA

Através da comparação em um grupo de terminais operados em conjunto (Joint

Operated) por um grupo de empresas atuantes na distribuição do país, chegamos a

algumas informações em termos de tamanho (Capital investido e movimentação média)

de um terminal e usaremos estas informações como exemplo e avaliação.

Diante de todas as informações mencionadas, esta sendo apresentada uma breve

explanação e descrição de cada terminal, apresentando-se uma idéia do tamanho e

movimentação de cada um e sua forma de recebimento e entrega de produtos.

Após apresentados de forma sucinta os terminais avaliados, estaremos

descrevendo algumas das variáveis envolvidas em um bom desempenho de um terminal

e alguns tópicos importantes na avaliação de investimentos ligados a terminais de

abastecimento de combustíveis líquidos. Tópicos como: Meio ambiente, Automação,

Modal de Recebimento e entrega de produtos, número de empresas proprietárias do

terminal, proximidade com centros consumidores e com fornecedores (Refinarias e

portos) entre outros pontos julgados importantes na eficiência e competitividade de um

terminal de abastecimento de combustíveis líquidos (gasolina, álcool, diesel, querosene

e óleo combustível).

Coleta de Dados

Estaremos apresentando noções sobre um grupo de dez terminais operados em

pool aonde todas co-proprietárias são empresas do grupo SINDICOM. Foram obtidas

(tabela 1) informações relativas ao preço de reposição das benfeitorias para cada

terminal. e a movimentação total em termos de volume de produtos (m3) para o

terminal.

Tabela 1 – Custos de Avaliação x Movimentação de produtos

Terminais Avaliação Total Movimentação Total Média

Page 29: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

Annual (M3)

Brasília R$ 17.946.893,10 591.254,00

Campos R$ 15.050.688,75 235.766,34

Goiânia R$ 31.604.715,61 1.775.138,04

Passo Fundo R$ 17.894.451,44 621.316,97

Itajaí R$ 20.500.711,85 249.723,16

Jequié R$ 16.896.330,37 175.324,67

Londrina R$ 12.147.705,26 434.958,60

Maceió R$ 13.465.494,36 177.668,71

Açailândia R$ 12.626.386,49 242.983,17

Uberlândia R$ 22.455.175,23 507.888,60

Total R$ 180.588.552,44 5.012.022,24

Média R$ 18.058.855,24 501.202,22

Fonte: Informações coletadas a título de avaliação e estudo.

Movimentação Total Anual Por Terminal

Brasília

Campos

Goiânia

Passo Fundo

Itajai

Jequié

Londrina

Maceió

Açailândia

Suape

Uberlândia

Figura 3 – Movimentação Anual Total Por Terminal

Capital Aplicado por Terminal

Brasília

Campos

Goiânia

Passo Fundo

Itajai

Jequié

Londrina

Maceió

Açailândia

Suape

Uberlândia

Figura 4 – Capital Aplicado Anual Total Por Terminal

A figura 5 apresenta uma idéia geral de um lay-out de um terminal de

distribuição como ilustração sobre o assunto e a figura 6 informa a localização dos

terminais utilizados para coleta de dados e conseqüentemente usados para as avaliações

feitas neste trabalho.

Figura 5 – Lay-Out típico de um Terminal

Page 30: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

1 – Estacionamento de C.T.

2 - Entrada Principal

3 - Portaria Geral

4 – Estacionamento do Terminal

5 - Estacionamento Visitante

6 - Entrada C.T. no Terminal

7 - Saida de C.T. no Terminal

8 - Lage nivelada conferência

9 - Portaria do Terminal

10 - Administração Terminal

11 - Subest. / Transformador

12 - Portão Desv. Ferrov.

13 - Plat.carregamento C.T.

14 - Plat. descarga de C.T.

15 - Parque bomba I

16 - Parque bomba II

17 - Desvio Ferroviário

18 - Caixa separadora SAO

19 - Dreno Bacia de Tanques

20 - Bacia de Tanques

21 - Estação Chuveiros / LGE

22 - Oficina

23 - Lixeira

24 - C.B.I.

25 - Cisterna de água

26 - Castelo d’água

27 - Tanque de água

28 - Tanque pulmão para água

29 - Armazem das Cias

30 - Escritório das Cias Envolvidas

31 - Aditivação de C.T.’s

32 - Portão de Emergência

33 – Mini Laboratório

- Canhões Monitores

- Hidrantes

Figura 6 – Localização dos Terminais Avaliados (dados coletados)

Escritório das Cias Que Operam no Terminal.

Page 31: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

Terminal 1 (Açailândia, Maranhão)

Açailândia é um terminal secundário abastecido pela base primária de São

Luís com os produtos derivados de petróleo via modal ferroviário e os álcoois são

recebidos pelas destilarias próximas por rodovias e eventualmente por São Luís via

ferrovia. De Açailândia os produtos partem para os postos e consumidores, como

também partem eventualmente para outras bases, como, por exemplo, a base

secundária de Marabá. A entrega de seus produtos aos seus clientes é feita via

rodoviária (caminhão tanque). Os produtos derivados de petróleo chegam a São

Luís em modal de cabotagem a partir do Porto.

Itajaí

Açailândia

BrasíliaJequié

Maceió

Campos

Uberlândia

Goiânia

Londrina

P. Fundo

Page 32: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

O terminal possui uma área total de 2.469 m2 e é localizado no bairro Jardim

América – Açailândia - MA

O terminal de Açailândia é um terminal operado em regime de Pool, isto

é, joint operated terminals, aonde 5 empresas são co-proprietárias com diferentes

participações (Shell, CBPI, Esso, Sabbá, Texaco), sendo que Sabba e Shell fazem parte

do mesmo grupo de empresas. O terminal é operado pela SABBÀ/Shell.

O terminal tem uma movimentação anual média de aproximadamente

242.983,17 m3 e um valor de investimento em benfeitorias de R$ 12.626.386,49. Possui

2 modais de recebimento (Ferrovia e Rodovia).

Terminal 2 (Brasília – Distrito Federal)

Brasilia é um terminal primário abastecido pela refinaria de Paulínia. Os

produtos derivados de petróleo chegam a Brasília em modal dutoviário a partir da

refinaria de Paulínia (REPLAN) e os álcoois são recebidos pelas destilarias próximas.

De Brasília os produtos partem para os postos e consumidores, o terminal de Brasília

também possui ligação via modal ferrovia com Betim.

Assim, Brasília recebe de Paulínia os derivados de petróleo via dutos

e entrega seus produtos aos seus clientes por via rodoviária (caminhão tanque)

possuindo também a facilidade de modal ferroviário através da ligação ferroviária

com Betim.

O terminal de Brasilia é um terminal operado em regime de Pool (Joint

Operated Terminals), aonde 4 empresas são co-proprietárias com diferentes

participações (Shell, CBPI, AGIP/BR, Texaco), sendo que AGIP é uma empresa do

grupo Petrobrás. O terminal é operado pela Shell.

O terminal tem uma movimentação anual média de aproximadamente

591.254,00 m3 e um valor de investimento em benfeitorias de R$ 17.946.893,10. Possui

área de 31.416 m2 e facilidade de trabalho em 3 modais, poliduto vindo de Paulínia,

ferroviário (com ligação a Betim) e rodoviário. O Terminal é localizado em Brasília –

DF no setor de inflamáveis.

Terminal 3 (Campos – Rio de Janeiro)

Page 33: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

Campos é um terminal secundário abastecido pela refinaria de Campos Elíseos

(REDUC – Caxias – RJ). Os produtos derivados de petróleo chegam a Campos em

modal ferroviário a partir da refinaria de Caxias (REDUC) e os álcoois são recebidos

pelas destilarias próximas, podendo-se ter em casos de problemas com a ferrovia, o

transporte via modal rodoviário dos derivados vindos diretamente de Caxias Rio de

Janeiro. De Campos os produtos partem para os postos e consumidores, o terminal de

Campos também possui ligação via modal ferrovia com Vitória, que é abastecida por

Betim ou via cabotagem (Modal aquaviário).

Desta forma, Campos recebe de Caxias os derivados de petróleo via

ferroviária ou rodoviária e entrega seus produtos aos seus clientes por via

rodoviária (caminhão tanque).

O terminal de Campos é um terminal operado em regime de Pool (Joint

Operated Terminals), aonde 5 empresas são co-proprietárias com diferentes

participações (Shell, ESSO, CBPI, BR e Chevron/Texaco) e é operado pela Ipiranga

(CBPI).

O terminal tem uma movimentação anual média de aproximadamente

235.766,34 m3 e um valor de investimento em benfeitorias de R$ 15.050.688,75. Possui

uma área de 42.087 m2 e facilidade de trabalho em 2 modais, ferroviário (com ligação a

Caxias / RJ e Vitória / ES) e rodoviário. O terminal é localizado na estrada São

Benedito no bairro de Tapera em Campos / RJ.

Terminal 4 (Goiânia – Goias)

Goiânia é um terminal primário abastecido pela refinaria de Paulínia. Os

produtos derivados de petróleo chegam a Goiânia pelo mesmo poliduto que leva

produtos a Brasília em modal dutoviário a partir da refinaria de Paulínia (REPLAN) e

os álcoois são recebidos pelas destilarias próximas. De Goiânia os produtos partem para

os postos e consumidores, o terminal de Goiânia também possui ligação via modal

ferrovia com Betim.

Assim, Goiânia recebe de Paulínia os derivados de petróleo via dutos

e entrega seus produtos aos seus clientes por via rodoviária (caminhão tanque)

Page 34: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

possuindo também a facilidade de modal ferroviário através da ligação ferroviária

com Betim.

O terminal de Goiânia é um terminal operado em regime de Pool (Joint

Operated Terminals), aonde 6 empresas são co-proprietárias com diferentes

participações (Shell, CBPI, AGIP, BR, Texaco), sendo que AGIP é uma empresa do

grupo Petrobrás. O terminal é operado pela BR.

O terminal tem uma movimentação anual média de aproximadamente

1.775.138,04 m3 e um valor de investimento em benfeitorias de R$ 31.604.715,61.

Possui área de 171.668 m2 e facilidade de trabalho em 3 modais, poliduto vindo de

Paulínia, ferroviário (com ligação a Betim) e rodoviário. O Terminal é localizado no

bairro Jardim Novo Mundo, Goiânia – GO.

Terminal 5 (Itajaí – Santa Catarina)

Itajai é um terminal primário abastecido pela refinaria de Araucária (REPAR)

através de poliduto e os álcoois são recebidos de Londrina, Ourinhos e Maringá por

Ferrovia / Dutos e eventualmente pelas destilarias próximas por rodovia.. De Itajaí os

produtos partem para os postos e consumidores, o terminal de Itajaí possui ligação via

duto com Araucária e via rodoviária com consumidores finais.

O terminal de Itajaí é um terminal operado em regime de

Pool (Joint Operated Terminals), aonde 4 empresas são co-proprietárias com

diferentes participações (SHELL, ESSO, CBPI e Chevron/Texaco) e é operado

pela Ipiranga (CBPI).

O terminal tem uma movimentação anual média de aproximadamente 172.000

m3 e um valor de investimento em benfeitorias de R$ 20.500.711,85. Possui uma área

de 70.000 m2 e facilidade de trabalho em 2 modais, dutoviário (com ligação a Araucária

por duto) e rodoviário para os demais locais. O terminal é localizado na Rua Benjamim

Dagnoni no bairro Rio do Meio – Itajaí – SC

Terminal 6 (Jequié – Bahia)

Page 35: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

Jequié é um terminal primário abastecido pela refinaria de Camaçari (RELAM)

através de poliduto e os álcoois são recebidos das destilarias próximas por rodovia.. De

Jequié os produtos partem para os postos e consumidores, o terminal de Jequié possui

ligação via duto com Camaçari e via rodoviária com consumidores finais.

O terminal de Jequié é um terminal operado em regime de

Pool (Joint Operated Terminals), aonde 4 empresas são co-proprietárias com

diferentes participações (SHELL, CBPI e Chevron) e é operado pela Shell.

O terminal tem uma movimentação anual média de aproximadamente

175.324,67 m3 e um valor de investimento em benfeitorias de R$ 16.896.330,37. Possui

uma área de 71.763 m2 e facilidade de trabalho em 2 modais, dutoviário (com ligação a

Camaçari por duto) e rodoviário para os demais locais.

Terminal 7 (Londrina – Paraná)

Londrina é um terminal primário abastecido pela refinaria de Araucária

(REPAR) através de ferrovia e eventualmente rodovia para os refinados e quanto aos

álcoois, estes são recebidos das destilarias próximas por rodovia. De Londrina os

produtos partem para os postos e consumidores por modal rodoviário.

O terminal de Londrina é um terminal operado em regime de Pool

(Joint Operated Terminals), aonde 3 empresas são co-proprietárias com diferentes

participações (ESSO, CBPI e Chevron) e é operado pela Ipiranga (CBPI).

O terminal tem uma movimentação anual média de aproximadamente

172.000 m3 e um valor de investimento em benfeitorias de R$ 12.147.705,26. Possui

uma área de 434.958,60 m2 e facilidade de trabalho em 2 modais: ferroviário para

Araucária e rodoviário para os demais locais. O terminal é localizado na Rua Antonio

de C. Lage Filho, 777. Ciclo III – Londrina – PR.

Terminal 8 (Maceió – Alagoas)

Page 36: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

Maceió é um terminal primário abastecido por cabotagem (Navios) e quanto aos

álcoois, estes são recebidos das destilarias próximas por rodovia.. De Maceió os

produtos partem para os postos e consumidores via rodoviária.

O terminal de Maceió é um terminal operado em regime de Pool

(Joint Operated Terminals), aonde 3 empresas são co-proprietárias com diferentes

participações (Shell, CBPI e Chevron) e é operado pela Ipiranga (CBPI).

O terminal tem uma movimentação anual média de aproximadamente 172.000

m3 e um valor de investimento em benfeitorias de R$ 13.465.494,36. Possui uma área

de 177.668,71 m2 e facilidade de trabalho em 2 modais: cabotagem (recebimento) e

rodoviário para demais operações. O terminal é localizado na Rua Sampaio Marques,

158 Pajuçara, Maceió - AL.

Terminal 9 (Passo Fundo – Rio Grande do Sul)

Passo Fundo é um terminal secundário abastecido por ferrovia vindo por Esteio

e quanto aos álcoois, estes são recebidos das destilarias próximas por rodovia. De Passo

Fundo os produtos partem para os postos e consumidores via rodoviária.

O terminal de Passo Fundo é um terminal operado em regime de

Pool (Joint Operated Terminals), aonde 5 empresas são co-proprietárias com

diferentes participações (Chevron, ESSO, DDPI, BR e Liquigás) e é operado pela

Ipiranga (DDPI).

O terminal tem uma movimentação anual média de aproximadamente

621.316 m3 e um valor de investimento em benfeitorias de R$ 17.894.451,44. Possui

uma área de 176.000 m2 e facilidade de trabalho em 2 modais: ferroviário e rodoviário.

O terminal é localizado na rua Álvares Cabral, 1000 Distrito Industrial – Passo Fundo –

RS.

Terminal 10 (Uberlândia – Minas Gerais)

Page 37: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

Uberlândia é um terminal primário abastecido pela refinaria de Paulínia. Os

produtos derivados de petróleo chegam a Uberlândia pelo mesmo poliduto que leva

produtos a Brasília em modal dutoviário a partir da refinaria de Paulínia (REPLAN) e

os álcoois são recebidos pelas destilarias próximas. De Uberlândia os produtos partem

para os postos e consumidores.

O terminal de Uberlândia é um terminal operado em regime de Pool

(Joint Operated Terminals), aonde 5 empresas são co-proprietárias com diferentes

participações (Chevron, Shell, Esso, Liquigás, Ipiranga), sendo que Liquigás é uma

empresa do grupo Petrobrás. O terminal é operado pela BR.

O terminal tem uma movimentação anual média de aproximadamente

507.888,60 m3 e um valor de investimento em benfeitorias de R$ 22.455.175,23. Possui

área de 60.000 m2 e facilidade de trabalho em 2 modais: poliduto vindo de Paulínia e

rodoviário. O Terminal é localizado na Estrada Municipal s/n – Bairro Fazenda Rio das

Pedras Uberlândia – MG.

Tratamento dos Dados

Os instrumentos de coleta de informações foram entrevistas com profissionais

do setor e avaliação de processos envolvendo o tema em empresas do grupo Sindicom.

Em adição a isto, foi feita busca no site do Sindicom e estudo de material (bibliografia)

disponível sobre o assunto, procurando sempre manter a confidencialidade das

informações particulares de cada empresa para não utilizar informações privilegiada.

Após obtenção dos dados, foram avaliadas algumas das variáveis envolvidas e

tópicos importantes na avaliação de investimentos nestes empreendimentos (terminais

de abastecimento de combustíveis líquidos). O trabalho contém comentários e

avaliações em tópicos como: Meio ambiente, Automação, Modal de Recebimento e

entrega de produtos, número de empresas proprietárias do terminal, proximidade com

centros consumidores e com fornecedores (Refinarias e portos) entre outros pontos

julgados importantes na eficiência e competitividade de um terminal de abastecimento

de combustíveis líquidos (gasolina, álcool, diesel, querosene e óleo combustível).

CAPÍTULO VI

Page 38: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

RESULTADOS, CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Resultados

Terminal Hipotético

Baseando-se nas informações coletadas do grupo de terminais apresentados

neste trabalho usaremos um terminal médio padrão operado em regime joint venture

(pool de empresas) com as informações abaixo para efeito de análise.

Capital Investido Média por m3: R$ 51,92 / m3

Movimentação Média Anual: 501.202,22 m3

Custo Médio Estimado por m3 – Proposta : 6,27 R$/m3

Tempo de Vida Útil para o Investimento: 20 anos

Combinação Média de Produtos por Terminal – Proposto : Gasolina: 30%

Diesel: 40 %

Álcool Hidratado: 30%

Lucro por Litro proposto para os produtos: Gasolina:

R$0,035/Litro=R$35/m3

Diesel:

R$0,02/Litro= R$ 20/m3

Álcool Hidratado:

R$0,03/Litro=R$30/m3

Avaliação dos Fatores Envolvidos.

Baseando-se nos resultados encontrados na pesquisa realizada através das

informações avaliadas e premissas aqui adotadas, sugerimos ter como base os

investimentos em um terminal de características médias conforme item anterior,

estimamos um horizonte de 20 anos em termos de depreciação dos investimentos em

benfeitorias e possuindo 3 ou 4 co-proprietários (geralmente empresas do Sindicom) em

Page 39: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

regime de Pool. No entanto, quando comparamos alguns valores individualmente

(Capital aplicado e movimentação) entre cada terminal, os terminais destoam entre si,

onde podemos separar 3 grupos, os que estão acima da média, os que estão abaixo da

média mas próximos a ela e os que estão bem abaixo da média. Conseqüentemente estas

diferenças refletem algum diferencial entre os terminais.

Todas as informações e números utilizados neste trabalho foram baseados em

situações reais encontradas em alguns terminais existentes misturadas a algumas

suposições feitas tendo como base valores aceitáveis e dentro das possíveis situações

encontradas em um cenário real de um terminal.

Abaixo temos inicialmente duas pequenas avaliações do grupo de informações

fornecidas para o terminal hipotético:

Avaliação 1: Em termos de capital investido (tabela 2 e figura 7) temos Goiânia,

administrado pela BR e abastecido por poliduto via Paulínia (REPLAN) como terminal

com maior capital investido. Londrina, abastecido via ferrovia vindo de Paulínia,

administrado pela Ipiranga é o menor investimento entre os terminais avaliados.Cabe

aqui ressaltar que Goiânia apesar de ser o Terminal de maior capital investido também

foi o Terminal com maior movimentação (Volume de produtos vendidos), reforçando a

idéia de que o capital investido tem uma certa relação com o volume movimentado no

terminal. Quanto a Londrina, apesar do baixo investimento, Londrina tem uma

movimentação média considerável, reforçando a idéia de que a boa administração da

operadora do terminal e as facilidades em termos de infra estrutura (o uso de poliduto

para recebimento por exemplo) é um fator considerável na composição de um

terminal.

Page 40: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

Tabela 2 – Participação Percentual dos Custos de Reposição dos Terminais Avaliados.

Page 41: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

Terminais Avaliação Total .% R$

Brasília R$ 17.946.893,10 9,94%

Campos R$ 15.050.688,75 8,33%

Goiânia R$ 31.604.715,61 17,50%

Passo Fundo R$ 17.894.451,44 9,91%

Itajaí R$ 20.500.711,85 11,35%

Jequié R$ 16.896.330,37 9,36%

Londrina R$ 12.147.705,26 6,73%

Maceió R$ 13.465.494,36 7,46%

Açailândia R$ 12.626.386,49 6,99%

Uberlândia R$ 22.455.175,23 12,43%

Total R$ 180.588.552,46 100,00%

Média R$ 18.058.855,25

Figura 7 – Avaliação dos Custos de Reposição das Benfeitorias nos Terminais

Avaliados

Avaliação 2: Quanto ao volume movimentado, tivemos que Goiânia se

apresentou como o terminal de maior movimentação e Jequié o de menor

movimentação. Goiânia justifica-se em termos de alta movimentação já que possuí alto

41

Page 42: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

investimento enquanto Jequié por não ter um investimento tão baixo deveria estar

melhor classificado neste aspecto. Acreditamos que dois fatores contribuem para um

alto capital aplicado em Jequié, primeiro trata-se de um terminal operado pela Shell e

possuir alto nível de automação e outro por estar localizada em uma zona de razoável

baixa densidade demográfica e com mercado consumidor fraco quando comparado

com outras regiões do país. Justificando assim a baixa movimentação vivenciada por

Jequié.

Tabela 3 – Participação Percentual das Movimentações dos Terminais Avaliados.

Terminais

Movimentação

Total Média Annual  

Brasília 591.254,00 11,80%

Campos 235.766,34 4,70%

Goiânia 1.775.138,04 35,42%

Passo Fundo 621.316,97 12,40%

Itajaí 249.723,16 4,98%

Jequié 175.324,67 3,50%

Londrina 434.958,60 8,68%

Maceió 177.668,71 3,54%

Açailândia 242.983,17 4,85%

Uberlândia 507.888,60 10,13%

Total 5.012.022,26 100,00%

Média 501.202,23  

Figura 8 – Movimentação Total Média Anual nos Terminais Avaliados

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Em adição a avaliação financeira feita para um terminal hipotético, baseado em

informações aceitáveis em termos de mercado, comentaremos sobre a avaliação de

alguns fatores que influenciam no sucesso econômico de um terminal conforme

verificado nos dois itens acima. Desta forma, algumas hipóteses devem ser

considerados e analisadas juntamente ao fator financeiro (avaliação de fluxos de caixa

do investimento).

A princípio, nas percepções e avaliações dos resultados obtidos, será realizada

uma verificação referente a companhia que administra o terminal e avaliado se existe

alguma relação da companhia com a eficiência esperada.

Segundo Passo será avaliar as diferenças em termos de modais de recebimento e

entrega dos produtos entre os terminais envolvidos e avaliar se esta diferença tem

algum efeito no retorno esperado para um terminal.

Depois de avaliados os efeitos relativos a companhia operadora e aos modais,

teremos a verificação da localização do terminal em relação aos centros consumidores e

o tamanho dos centros abastecidos.

Outro aspecto que será avaliado será quanto às exigências ambientais para a

região na qual o terminal está localizado, desde que os gastos e investimentos em

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aspectos relacionados a meio ambiente são pesados e influenciam grandemente no

capital aplicado no empreendimento (Terminais).

Daí também serão avaliados o nível de automação do terminal, as facilidades

operacionais e o tamanho do Terminal.

HIPÓTESE 1 – Companhia que administra o terminal e sua relação com a

eficiência.

Em termos de eficiência entre o capital investido por m3 movimentado tivemos

que o terminal administrado pela BR teve um menor capital mobilizado por unidade

volumétrica enquanto de uma forma geral, aqueles administrados pela Ipiranga e Shell

tiveram níveis de investimento por unidade volumétrica muito semelhante, não parece

que este aspecto é um aspecto que permita verificar uma correlação forte entre a

companhia operadora e o nível de investimento, mas certamente espera-se que a

habilidade da administradora em termos de eficiência de gastos poderá influenciar

no capital total investido para um terminal em algum nível de influência, desta forma

a experiência e histórico da administradora devem ser levados em consideração.

HIPÓTESE 2 – Avaliar as diferenças em termos de modais de recebimento e

entrega dos produtos entre os terminais envolvidos.

Pode-se perceber que aqueles terminais com menor nível de investimento

possuem o recebimento de produtos via duto e em alguns casos por ferrovia. O que leva

a afirmar que existe alguma correlação entre estes modais e o nível de eficiência de

um terminal, fato este que deveria em futuros estudos ser estudado mais a fundo para

se obter uma melhor quantificação numérica.

HIPÓTESE 3 – Localização do terminal em relação aos centros consumidores e

o tamanho dos centros abastecidos / tamanho do terminal.

O Terminal terá grandes vantagens competitivas quando estiver próximo ao

mercado consumidor devido à redução dos custos logísticos de entrega já que a entrega

na grande maioria das vezes é via modal rodoviário que possui custo elevado. Em

adição a isto, quanto maior for o mercado a ser abastecido, maior é o potencial de

volume a ser movimentado no terminal se otimizando alguns gastos fixos

independentes do volume, já que estes serão diluídos por uma maior movimentação .

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Novamente acredita-se que este item possui uma correlação que poderá ser avaliada em

futuros estudos do assunto para se obter uma quantificação sobre esta afirmação.

HIPÓTESE 4 – Exigências ambientais para a região na qual o terminal está

localizado, desde que os gastos e investimentos em aspectos relacionados a meio

ambiente são pesados e influenciam grandemente no capital aplicado no negócio.

Atualmente as exigências ambientais são enormes e por isto são responsáveis

por grande volume de investimento em um terminal, onde entre as atuais exigências

para algumas localidades temos itens como: impermeabilização de bacia de tanques

(reduzindo riscos de vazamento para o solo), execução de tanques de fundo duplo

(reduzindo riscos de vazamento para o solo), instalação de liner no fundo de tanques

(reduzindo riscos de vazamento para o solo), sistemas de alarme de nível (reduzindo

riscos/efeitos de transbordamento), sistema de Over Fill (reduzindo riscos/efeitos de

transbordamento), Caixas de separação de óleo x água, sistemas de recuperação de

vapores (reduzindo evaporações), sistemas de selo flutuantes nos tanques (reduzindo

evaporações) entre outros.

Dependendo da região do Terminal no país, o Terminal terá uma redução

considerável em termos de exigências ambientais e conseqüentemente de

investimento já que as agências ambientais estaduais e os órgãos ambientais

municipais não estão alinhados entre si e temos principalmente no sudeste e sul do

país um nível mais elevado de exigências e investimentos ligados ao tema. Acredita-se

que exista uma correlação quando são comparados terminais da região sul ou sudeste

com outros similares no norte ou nordeste devido ao maior nível de exigências

existentes no sul e sudeste. Novamente, para confirmação de tal afirmação sugerimos

maior aprofundamento nestes aspectos em futuros trabalhos para quantificarmos esta

correlação.

HIPÓTESE 5 – Nível de automação do terminal e as facilidades operacionais do

terminal e tamanho do mesmo.

O nível de automação no terminal tem papel ambíguo, isto é, quanto maior for

o nível de automação do terminal maior será o capital investido já que a automação

envolve equipamentos de altos valores agregados e profissionais especializados para

sua instalação e manutenção. Mas por outro lado, quanto maior for o nível de

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automação do terminal, provavelmente menor será o custo de operação já que através

do processo automatizado teremos menor envolvimento humano em algumas operações

com menor riscos de erros e maior eficiência, ou seja, aberturas e fechamentos de

válvulas, mudanças de direção de fluxo e controles de bombeio poderão ser

sincronizados e automáticos, com menor necessidade de seres humanos atuando no

manuseio dos equipamentos. Em adição a isto, os processos automatizados geram

maior economia em fatores como segurança e meio ambiente já que tornam o sistema

mais controlado e reduz os riscos ambientais e a dependência humana nos processos.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O trabalho apresentou uma rápida visão geral do petróleo dedicando-se a

logística de distribuição de combustíveis líquidos nos seus terminais e bases de

abastecimento e através de uma comparação entre alguns terminais procurou alcançar

informações confiáveis em termos de capital aplicado por m3 de produto movimentado

e de volume médio movimentado por um terminal. Daí, baseando-se nos valores tirados

de terminais reais com algumas suposições chegou-se em tópicos que influenciam uma

boa eficiência e retorno ao capital aplicado para um terminal hipotético.

Dadas às informações dos terminais apresentados, o trabalho buscou avaliar

vários tópicos que podem influenciar na distribuição de combustíveis, mais

especificamente nos terminais e bases de abastecimento (localização, mercado

consumidor, automação, nível de habilidade da empresa administradora do terminal e

nível dos requisitos ambientais para o local de instalação e intervenção governamental).

Conforme verificado, os lucros envolvidos estão em poucos centavos por

unidade volumétrica, assim, todos os esforços para redução de custos e aumento de

eficiência são fundamentais na indústria de distribuição. Desta forma, ao decidir por

fazer um investimento nesta área, uma avaliação detalhada envolvendo não só um

estudo financeiro, mas também análises técnicas e de mercado devem ser apreciadas

pela equipe responsável pela decisão de investimento. Esta avaliação bem elaborada

poderá ser o fator de diferenciação e vantagem competitiva em relação aos

concorrentes.

A metodologia utilizada para o atual trabalho utilizou pesquisa sobre o assunto,

avaliação do escopo do trabalho e apresentação dos dados. Devido ao curto espaço de

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tempo e a necessidade do caráter confidencial em relação a várias informações

envolvidas, a pesquisa realizada não conseguiu utilizar somente informações reais,

tendo que trabalhar com algumas suposições para fechar o grupo de informações

necessárias ao trabalho.

Contudo o objetivo geral do trabalho foi de relacionar os aspectos envolvidos na

avaliação de investimento voltados a terminais. Para isto se buscou mostrar um

conhecimento da área e suas correlações com o sucesso do investimento.

De uma forma geral, este estudo salientou aspectos gerenciais na decisão do

investimento. Utilizando conhecimentos vistos no curso de MBA em Petróleo. Foram

apontados tópicos aprendidos nas disciplinas de transportes e logística, assim como,

conhecimento da cadeia produtiva de petróleo adquirido no curso e com isso foi

identificada a existência de fatores que influenciam o bom desempenho de um terminal

de abastecimento.

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BIBLIOGRÁFIA

MARTINI JR, LUIZ CARLOS E GUSMÃO, ANTÔNIO CARLOS FREITAS, Gestão Ambiental

na Indústria, 2003.

MOTTA, REGIS DA ROCHA E CALÔBA, GUILHERME MARQUES, Análise de

Investimentos (Tomada de Decisão em Projetos Industriais),2002.

CARDOSO, LUIZ CLÁUDIO DOS SANTOS, Logísitica do Petróleo (Transporte e

Armazenamento), 2004

Lei No. 9478 – Lei do Petróleo, 1997.

SINDICOM, Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de

Lubrificantes (Site)

SINDICOM, Procedimentos Operacionais em Pool, 1992

THOMAS, JOSÉ EDUARDO, Fundamentos de Engenharia de Petróleo, 2001.

FARO, CLOVIS, Cálculo Financeiro, 1994.

COMPANHIA BRASILEIRA DE PETRÓLEO IPIRANGA (Site)

ESSO BRASILEIRA DE PETRÓLEO LIMITADA(Site)

SHELL BRASIL LTDA. (Site)

BR DISTRIBUIDORA S.A. (Site)

CHEVRON DO BRASIL LTDA (Site)

JORNAL O GLOBO (Site)

JORNAL DO BRASIL (SITE)

FUNCEFET - FUNDAÇÃO CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA (Site e Material de

Aula – 2004/2005)

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ANEXOS

Anexo 1 – Logística de Distribuição (Fonte: Site do Sindicom 2007)

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Anexo 2 – Produção x Distribuição x Varejo x Consumidor (Fonte: Site do Sindicom 2007)

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Anexo 3 – Movimentação Sindicom 2000 a 2007 (Fonte: Site do Sindicom 2007)

Anexo 4 – Movimentação Total ANP 2000 a 2007 (Fonte: Site do Sindicom 2007)

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Page 52: FINAL --- 22_Julho_2007_Ajustes_ Monografia _FUNCEFET

Anexo 5 – Apresentação Sindicom (Fonte: Site do Sindicom 2007)

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Anexo 6 – Participação empresas Sindicom para todos os produtos (Fonte: Site do Sindicom 2007 – referente a medições de 2005)

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Anexo 7 – Participação empresas Sindicom para gasolina (Fonte: Site do Sindicom 2007 – referente a medições de 2005)

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Anexo 8 – Participação empresas Sindicom para óleo diesel (Fonte: Site do Sindicom 2007 – referente a medições de 2005)

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Anexo 9 – Participação empresas Sindicom para combustível de aviação (Fonte: Site do Sindicom 2007 – referente a medições de 2005)

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Anexo 10 – Participação empresas Sindicom para combustível escuros (Fonte: Site do Sindicom 2007 – referente a medições de 2005)

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Anexo 11 – Participação empresas Sindicom para álcool (Fonte: Site do Sindicom 2007 – referente a medições de 2005)

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Anexo 12 – Participação empresas Sindicom para lubrificantes (Fonte: Site do Sindicom 2007 – referente a medições de 2005)

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