filosofia ano 1 vol1

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  • 8/12/2019 Filosofia Ano 1 Vol1

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    caderno do

    volume 1

    PROFESSOR

    1a

    SRIE- 2009

    FILOSO

    FIA

    ensino mdio

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    GovernadorJos Serra

    Vice-GovernadorAlberto Goldman

    Secretria da EducaoMaria Helena Guimares de Castro

    Secretria-AdjuntaIara Gloria Areias Prado

    Chefe de Gabinete

    Fernando Padula

    Coordenadora de Estudos e NormasPedaggicasValria de Souza

    Coordenador de Ensino da RegioMetropolitana da Grande So PauloJos Benedito de Oliveira

    Coordenadora de Ensino do InteriorAparecida Edna de Matos

    Presidente da Fundao para oDesenvolvimento da Educao FDEFbio Bonini Simes de Lima

    EXECUO

    Coordenao GeralMaria Ins Fini

    ConcepoGuiomar Namo de MelloLino de MacedoLuis Carlos de MenezesMaria Ins FiniRuy Berger

    GESTO

    Fundao Carlos Alberto Vanzolini

    Presidente do Conselho Curador:Antonio Rafael Namur Muscat

    Presidente da Diretoria Executiva:

    Mauro Zilbovicius

    Diretor de Gesto de Tecnologiasaplicadas Educao:Guilherme Ary Plonski

    Coordenadoras Executivas de Projetos:Beatriz Scavazza e Angela Sprenger

    COORDENAO TCNICA

    CENP Coordenadoria de Estudos e NormasPedaggicas

    Coordenao do Desenvolvimento dosContedos Programticos e dos Cadernos dosProfessores

    Ghisleine Trigo Silveira

    AUTORES

    Cincias Humanas e suas Tecnologias

    Filosofia:Paulo Miceli, Luiza Christov, AdiltonLus Martins e Ren Jos Trentin Silveira

    Geografia:Angela Corra da Silva, JaimeTadeu Oliva, Raul Borges Guimares, ReginaAraujo, Regina Clia Bega dos Santos eSrgio Adas

    Histria:Paulo Miceli, Diego Lpez Silva,Glaydson Jos da Silva, Mnica Lungov Bugelli eRaquel dos Santos Funari

    Sociologia:Heloisa Helena Teixeira de SouzaMartins, Marcelo Santos Masset Lacombe,Melissa de Mattos Pimenta e Stella ChristinaSchrijnemaekers

    Cincias da Natureza e suas Tecnologias

    Biologia:Ghisleine Trigo Silveira, Fabola BovoMendona, Felipe Bandoni de Oliveira, LucileneAparecida Esperante Limp, Maria AugustaQuerubim Rodrigues Pereira, Olga AguilarSantana, Paulo Roberto da Cunha, Rodrigo

    Venturoso Mendes da Silveira e Solange Soaresde Camargo

    Cincias:Ghisleine Trigo Silveira, CristinaLeite, Joo Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,Julio Czar Foschini Lisba, Lucilene AparecidaEsperante Limp, Mara Batistoni e Silva, MariaAugusta Querubim Rodrigues Pereira, PauloRogrio Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordo,Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume

    Fsica:Luis Carlos de Menezes, Sonia Salem,Estevam Rouxinol, Guilherme Brockington, IvGurgel, Lus Paulo de Carvalho Piassi, Marcelo deCarvalho Bonetti, Maurcio Pietrocola Pinto deOliveira, Maxwell Roger da Purificao Siqueira eYassuko Hosoume

    Qumica:Denilse Morais Zambom, FabioLuiz de Souza, Hebe Ribeiro da Cruz Peixoto,Isis Valena de Sousa Santos, Luciane HiromiAkahoshi, Maria Eunice Ribeiro Marcondes,Maria Fernanda Penteado Lamas e YvoneMussa Esperidio

    Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    Arte:Geraldo de Oliveira Suzigan, Gisa Picosque,Jssica Mami Makino, Mirian Celeste Martins eSayonara Pereira

    Educao Fsica:Adalberto dos Santos Souza,Jocimar Daolio, Luciana Venncio, Luiz SanchesNeto, Mauro Betti e Srgio Roberto Silveira

    LEM Ingls:Adriana Ranelli Weigel Borges, Alzirada Silva Shimoura, Lvia de Arajo Donnini Rodrigues,Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles Fidalgo

    Lngua Portuguesa:Alice Vieira, Dbora MalletPezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,Jos Lus Marques Lpez Landeira e Joo HenriqueNogueira Mateos

    Matemtica

    Matemtica:Nlson Jos Machado, CarlosEduardo de Souza Campos Granja, Jos Luiz PastoreMello, Roberto Perides Moiss, Rogrio Ferreira daFonseca, Ruy Csar Pietropaolo e Walter Spinelli

    Caderno do Gestor

    Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de FeliceMurrie

    Equipe de Produo

    Coordenao Executiva:Beatriz Scavazza

    Assessores:Alex Barros, Antonio Carlos Carvalho,Beatriz Blay, Carla de Meira Leite, Eliane Yambanis,Heloisa Amaral Dias de Oliveira, Jos CarlosAugusto, Luiza Christov, Maria Eloisa Pires Tavares,Paulo Eduardo Mendes, Paulo Roberto da Cunha,Pepita Prata, Renata Elsa Stark, Solange WagnerLocatelli e Vanessa Dias Moretti

    Equipe Editorial

    Coordenao Executiva:Angela Sprenger

    Assessores: Denise Blanes e Luis Mrcio Barbosa

    Projeto Editorial:Zuleika de Felice Murrie

    Edio e Produo Editorial:Conexo Editorial,Buscato Informao Corporativa, Verba Editorial eOccy Design (projeto grfico)

    APOIO

    FDE Fundao para o Desenvolvimento da

    EducaoCTP, Impresso e Acabamento

    Imprensa Oficial do Estado de So Paulo

    A Secretaria da Educao do Estado de So Paulo autoriza a reproduo do contedo do material de sua titularidade pelas demais

    secretarias de educao do pas, desde que mantida a integridade da obra e dos crditos, ressaltando que direitos autorais protegi-

    dos* devero ser diretamente negociados com seus prprios titulares, sob pena de infrao aos artigos da Lei no9.610/98.

    * Constituem direitos autorais protegidos todas e quaisquer obras de terceiros reproduzidas no material da SEE-SP que no

    estejam em domnio pblico nos termos do artigo 41 da Lei de Direitos Autorais.

    Catalogao na Fonte: Centro de Referncia em Educao Mario Covas

    So Paulo (Estado) Secretaria da Educao. Caderno do professor: filosofia, ensino mdio - 1asrie, volume 1 /Secretaria da Educao; coordenao geral, Maria Ins Fini; equipe, AdiltonLus Martins, Luiza Christov, Paulo Miceli, Ren Jos Trentin Silveira. SoPaulo : SEE, 2009.

    ISBN 978-85-7849-189-5

    1. Filosofia 2. Ensino Mdio 3. Estudo e ensino I. Fini, Maria Ins. II. Martins,Adilton Lus. III. Christov, Luiza. IV. Miceli, Paulo. V. Silveira, Ren Jos Trentin.VI. Ttulo.

    CDU: 373.5:101

    S239c

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    Prezado(a) professor(a),

    Dando continuidade ao trabalho iniciado em 2008 para atender a uma dasprioridades da rea de Educao neste governo o ensino de qualidade, enca-

    minhamos a voc o material preparado para o ano letivo de 2009.

    As orientaes aqui contidas incorporaram as sugestes e ajustes sugeridos

    pelos professores, advindos da experincia e da implementao da nova pro-

    posta em sala de aula no ano passado.

    Reafirmamos a importncia de seu trabalho. O alcance desta meta concre-tizado essencialmente na sala de aula, pelo professor e pelos alunos.

    O Caderno do Professor foi elaborado por competentes especialistas na rea

    de Educao. Com o contedo organizado por disciplina, oferece orientao

    para o desenvolvimento das Situaes de Aprendizagem propostas.

    Esperamos que voc aproveite e implemente as orientaes didtico-peda-

    ggicas aqui contidas. Estaremos atentos e prontos para esclarecer dvidas oudificuldades, assim como para promover ajustes ou adaptaes que aumentem

    a eficcia deste trabalho.

    Aqui est nosso novo desafio. Com determinao e competncia, certamen-

    te iremos venc-lo!

    Contamos com voc.

    Maria Helena Guimares de CastroSecretria da Educao do Estado de So Paulo

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    So Paulo faz escola Uma Proposta Curricular para o Estado 5

    Ficha do Caderno 7

    Orientao sobre os contedos do bimestre 8

    Tema 1 Por que estudar Filosofia? Linhas tericas da proposta 10

    Situao de Aprendizagem 1 Criando uma imagem crtica da Filosofia 12

    Situao de Aprendizagem 2 Como funciona o intelecto? Introduo aoempirismo e ao criticismo 20

    Tema 2 As reas da Filosofia 27

    Situao de Aprendizagem 3 Instrumentos de pesquisa em Histria da Filosofia 27

    Situao de Aprendizagem 4 reas da Filosofia 31

    SUMRIO

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    SO PAULO FAZ ESCOLA UMA PROPOSTACURRICULAR PARA O ESTADO

    Prezado(a) professor(a),

    com muita satisfao que apresento a todos a verso revista dos Cadernos

    do Professor, parte integrante da Proposta Curricular de 5a a 8a sries do Ensino

    Fundamental Ciclo II e do Ensino Mdio do Estado de So Paulo. Esta nova verso

    tambm tem a sua autoria, uma vez que inclui suas sugestes e crticas, apresentadasdurante a primeira fase de implantao da proposta.

    Os Cadernos foram lidos, analisados e aplicados, e a nova verso tem agora a

    medida das prticas de nossas salas de aula. Sabemos que o material causou excelente

    impacto na Rede Estadual de Ensino como um todo. No houve discriminao.

    Crticas e sugestes surgiram, mas em nenhum momento se considerou que os

    Cadernos no deveriam ser produzidos. Ao contrrio, as indicaes vieram no sentido

    de aperfeio-los.

    A Proposta Curricular no foi comunicada como dogma ou aceite sem restrio.

    Foi vivida nos Cadernos do Professor e compreendida como um texto repleto de

    significados, mas em construo. Isso provocou ajustes que incorporaram as prticas

    e consideraram os problemas da implantao, por meio de um intenso dilogo sobre

    o que estava sendo proposto.

    Os Cadernos dialogaram com seu pblico-alvo e geraram indicaes preciosas

    para o processo de ensino-aprendizagem nas escolas e para a Secretaria, que gerencia

    esse processo.

    Esta nova verso considera o tempo de discusso, fundamental implantao

    da Proposta Curricular. Esse tempo foi compreendido como um momento nico,

    gerador de novos significados e de mudanas de ideias e atitudes.

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    Os ajustes nos Cadernos levaram em conta o apoio a movimentos inovadores, no

    contexto das escolas, apostando na possibilidade de desenvolvimento da autonomia

    escolar, com indicaes permanentes sobre a avaliao dos critrios de qualidade da

    aprendizagem e de seus resultados.

    Sempre oportuno relembrar que os Cadernos espelharam-se, de forma objetiva, na

    Proposta Curricular, referncia comum a todas as escolas da Rede Estadual, revelando

    uma maneira indita de relacionar teoria e prtica e integrando as disciplinas e as

    sries em um projeto interdisciplinar por meio de um enfoque filosfico de Educao

    que definiu contedos, competncias e habilidades, metodologias, avaliao e recursos

    didticos.

    Esta nova verso d continuidade ao projeto poltico-educacional do Governo deSo Paulo, para cumprir as 10 metas do Plano Estadual de Educao, e faz parte das

    aes propostas para a construo de uma escola melhor.

    O uso dos Cadernos em sala de aula foi um sucesso! Esto de parabns todos os que

    acreditaram na possibilidade de mudar os rumos da escola pblica, transformando-a

    em um espao, por excelncia, de aprendizagem. O objetivo dos Cadernos sempre ser

    apoiar os professores em suas prticas de sala de aula. Posso dizer que esse objetivo

    foi alcanado, porque os docentes da Rede Pblica do Estado de So Paulo fizeram

    dos Cadernos um instrumento pedaggico com vida e resultados.

    Conto mais uma vez com o entusiasmo e a dedicao de todos os professores, para

    que possamos marcar a Histria da Educao do Estado de So Paulo como sendo

    este um perodo em que buscamos e conseguimos, com sucesso, reverter o estigma

    que pesou sobre a escola pblica nos ltimos anos e oferecer educao bsica de

    qualidade a todas as crianas e jovens de nossa Rede. Para ns, da Secretaria, j

    possvel antever esse sucesso, que tambm de vocs.

    Bom ano letivo de trabalho a todos!

    Maria Ins FiniCoordenadora Geral

    Projeto So Paulo Faz Escola

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    FICHA DO CADERNO

    Nome da disciplina: Filosofia

    rea: Cincias Humanas e suas Tecnologias

    Etapa da educao bsica: Ensino Mdio

    Srie: 1a

    Perodo letivo: 1obimestre de 2009

    Temas e contedos: Por que estudar Filosofia?

    As reas da Filosofia

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    ORIENTAO SOBRE OS CONTEDOS DO BIMESTRE

    As sugestes contidas neste Caderno de-vem ser avaliadas por voc e consideradas,sempre, em funo da experincia adquiridana convivncia com os alunos nos ambientesem que so desenvolvidas suas atividades do-centes.

    Como problema inicial, propomos umaquesto didtico-metodolgica prpria Filosofia: ensinar Filosofia ou ensinar a fi-losofar?

    Como voc bem sabe ambas so perguntasde difcil resposta e implicam escolhas que voorientar todo o desenvolvimento do trabalhodocente. A resposta no deve ser procuradanos debates eruditos sobre Filosofia, nem noato de filosofar sobre tudo, mas respondidaconsiderando, principalmente, nosso pbli-co-alvo: os estudantes da escola pblica.

    O que parece certo, porm e esta a nossaescolha , que precisamos chegar histriada Filosofia a partir de questes presentes, eno o inverso, como hbito acontecer. As-sim, nossos adolescentes podem chegar a umamelhor compreenso dos problemas apresen-tados pela vida. Sem isso, nenhum filsofo ouconceito filosfico ter sentido para eles. Oprimeiro conceito filosfico para se trabalharem sala de aula a vida das pessoas que aliesto do professor ao aluno.

    claro que, para bem trabalhar essa ques-to, temos de recorrer aos conhecimentos e sestratgias sugeridas pelos filsofos, encon-trados na histria da Filosofia e que devemser utilizados para desenvolver o pensamentocrtico, indispensvel promoo da dignida-de humana. Que sentido pode ter Karl Marx

    para quem no associa as ideias desse autorao seu cansao e ao de seus pais? Que sentidopode ter Hannah Arendt se no a associamoss violncias que caracterizam e comprome-tem a condio humana? Que sentido temJohn Locke quando dissociado da corrupoque nos agride todos os dias?

    Para favorecer essa produo de sentidos,prope-se uma abordagem dialgica: ouvir osalunos e ser ouvido por eles; dialogar a partirdo que se ouve na sala de aula e se l nos textosfilosficos; ler com os alunos e promover ouprovocar a leitura investigativa; refletir e fazercom que os alunos coloquem suas vidas emmeio discusso filosfica; finalmente, escre-ver, como forma de expresso dessa reflexo.

    Neste Caderno, as Situaes de Aprendiza-gem esto agrupadas em dois temas principais.O primeiro deles, Por que estudar Filosofia,tem como objetivo apresentar o objeto da Fi-losofia; e o segundo, As reas da Filoso-fia, apresenta aos alunos uma viso geral dasreas da disciplina, indispensvel realizaode pesquisas.

    Aqui, voc vai encontrar exemplos de ati-vidades e Situaes de Aprendizagem que jforam aplicadas em escolas pblicas e que

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    Filosofia 1asrie, 1obimestre

    trouxeram valiosos resultados para elevar ospadres da relao ensino-aprendizagem.

    As competncias e habilidades que se pre-tende desenvolver com as Situaes de Apren-dizagem deste Caderno, extradas da matrizdo Exame Nacional do Ensino Mdio (Enem),so as seguintes:

    dominar a norma culta da lngua portu-fguesa e fazer uso das linguagens matem-tica, artstica e cientfica;construir e aplicar conceitos das vrias re-fas do conhecimento para a compreensode fenmenos naturais, de processos hist-rico-geogrficos, da produo tecnolgicae das manifestaes artsticas;selecionar, organizar, relacionar e interpre-ftar dados e informaes, representados dediferentes formas, para tomar decises eenfrentar situaes-problema;relacionar informaes, representadas defdiferentes formas, e conhecimentos, dispo-nveis em diferentes situaes para cons-truir argumentao consistente;

    recorrer aos conhecimentos desenvolvidosfna escola para a elaborao de propostasde interveno solidria na realidade, res-

    peitando os valores humanos e consideran-do a diversidade sociocultural.

    Em relao avaliao, recomendamostrs anlises:

    participao em sala de aula, por meio defanotaes a respeito do aluno;trabalho de pesquisa e de escrita;fprovas escritas.f

    Em muitas de nossas reunies de professo-res, comum ouvir que a sala de aula o espa-o onde tudo pode acontecer. Esperamos queeste Caderno possa ajudar a fazer com que, nasala de aula, o que acontea seja o desenvolvi-mento do pensamento crtico, no qual se assen-tam as bases fundamentais da cidadania.

    Entretanto, seu desenvolvimento estarsempre condicionado realidade em que voc,professor, atua.

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    TEMA 1 POR QUE ESTUDAR FILOSOFIA?LINHAS TERICAS DA PROPOSTA

    Para trabalhar esta questo, voc podedividi-la em duas partes; na primeira, orien-te uma discusso sobre o que Filosofia. Nasegunda, diretamente relacionada ao cotidia-no da escola, proponha aos alunos um debatesobre a importncia da disciplina no curr-culo escolar: para que serve o estudo da Fi-losofia. Como voc sabe, h vrias respostaspara essas questes, pois, para cada grandefilsofo, a Filosofia algo diferente. Por isso,a fim de evitar a construo de um mosaicode definies, nossa proposta ser orientadapelas indicaes dos Parmetros CurricularesNacionais para o Ensino Mdio (PCN-EM)para o ensino de Filosofia.

    O que Filosofia?

    Uma discusso sobre o que Filosofia pre-cisa, de incio, considerar que seu estudo noEnsino Mdio difere muito daquele que de-senvolvido na universidade, de carter essen-cialmente acadmico.

    Nas faculdades de Filosofia, ouve-se comfrequncia que existem vrias filosofias e queelas nem sempre convivem de forma harmni-ca, como, por exemplo, o platonismo, o aris-totelismo, o racionalismo, a hermenutica, omarxismo, a dialtica, o realismo, o estrutu-ralismo, o ps-modernismo e outras. Em umcurso de graduao, justifica-se o aprofunda-mento em uma ou em outra filosofia, segundoos autores ou problemas que mais sensibili-zam os estudantes o que, muitas vezes, sedeve s influncias exercidas pelos prpriosprofessores.

    As questes que abrem nossa propostapossuem como objetivo bsico levar os alu-

    nos a perceber o sentido cultural e polticoda Filosofia e a importncia de seu ensinopara a formao deles. Em resumo, fazercom que percebam que estudar Filosofia,mais do que obrigao escolar, um direitoe uma conquista.

    Como ponto de partida, orientamos as Si-tuaes de Aprendizagem propostas neste Ca-derno pelas seguintes definies:

    A Filosofia uma reflexo crtica a res-peito do conhecimento e da ao, a partir daanlise dos pressupostos do pensar e do agire, portanto, como fundamentao terica ecrtica dos conhecimentos e das prticas.

    Parmetros Curriculares Nacionais (Ensino Mdio), p. 44

    Cincias Humanas e suas tecnologias complementos.

    Disponvel em: . Acesso em: 17 out. 2008.

    A partir da, possvel pensar na segundaparte de nosso problema inicial, para avaliar-mos professores e alunos qual a importn-cia de se estudar Filosofia no Ensino Mdio.

    Para que serve o estudo da Filosofia?Esta uma pergunta de difcil resposta, pois

    pressupe que tudo tem de ter uma utilidade,um uso prtico, como, por exemplo, estudarMatemtica apenas para no ser enganado nomomento do troco. Em geral, essa questo noparte de uma discusso filosfica; ela procede

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    Filosofia 1asrie, 1obimestre

    das necessidades imediatas da ordem merca-dolgica. De qualquer forma, a questo existee pode ser uma ponte para o dilogo.

    Em vez de expormos, aqui, o histrico doconceito e a crtica a uma concepo de cul-

    tura restrita e utilitarista, vamos destacar aimportncia do ensino da Filosofia no EnsinoMdio para a formao do cidado na pro-

    funda dimenso tico-poltica, o que pode seramparado nos prprios argumentos contidosnos PCN, nos quais se afirma:

    A nova legislao educacional brasileira parece reconhecer, afinal, o prprio sentido histrico daatividade filosfica e, por esse motivo, enfatiza a competncia da Filosofia para promover, sistematica-mente, condies indispensveis para a formao de cidadania plena.

    Parmetros Curriculares Nacionais (Ensino Mdio) parte IV, p. 45. Disponvel em: . Acesso em: 17 out. 2008.

    Por que estudar Filosofia?

    A partir das consideraes at aqui apre-sentadas, possvel afirmar que a reflexo

    crtica sustentada pela Filosofia (o instru-mento) visa a auxiliar o adolescente (conhe-cimento/ao) no processo de formao dacidadania (objetivo), o que pode ser assimesquematizado:

    Instrumento Reflexo crtica

    Objetos Conhecimento Ao

    Objetos Produo da cidadania

    Em resumo, o objetivo de se estudar Filo-sofia o conhecimento de seu instrumento, ouseja, a reflexo crtica, que consiste em fazer opensamento voltar-se sobre si mesmo e sobreo mundo, apropriando-se de experincias e se

    engajando numa transformao da prpriavida.

    Os objetos de trabalho so o conhecimentoe a ao. A reflexo crtica deve considerar aproduo terica da Filosofia, seus textos, seusproblemas e seus mtodos. Ao mesmo tempo,deve tratar de questes da ao humana sobreseus conhecimentos e sobre o mundo. Peda-gogicamente, divididos ou unidos, os objetosdevem ser alvo constante de crtica reflexiva.

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    Como os alunos tm grande necessidadede imagens e dificuldade de pensar de formaabstrata, possvel incentiv-los a desenvolveressa capacidade a partir da construo de umaimagem crtica da disciplina. Inicialmente, va-mos ouvi-los sobre o que pensam da Filosofiaem relao a outras disciplinas; em seguida,cabe dialogar com eles a respeito do concei-to de Filosofia; depois, podemos apresentaro conceito de reflexo a partir da anlise doespelho; na sequncia, temos a leitura de tre-chos de Scrates, Plato, Aristteles e Toms

    de Aquino; por fim, hora de promover o di-logo com base nesses textos.

    Todas essas sugestes, entretanto, devemser avaliadas por voc, professor, que conhecemelhor os limites e as possibilidades de suascondies de trabalho. possvel, por exem-plo, dilatar ou reduzir o tempo dedicado acada atividade, bem como acrescentar ou mo-dificar procedimentos. Enfim, faa as adapta-es que julgar necessrias para atingir seusobjetivos docentes.

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 1CRIANDO UMA IMAGEM CRTICA DA FILOSOFIA

    Tempo previsto:5 aulas.

    Contedos e temas:desenvolvimento dos conceitos bsicos de Filosofia, reflexo e reconhecimento dointelecto.

    Competncias e habilidades: dominar diferentes linguagens e compreender diferentes fenmenos do co-nhecimento. A proposta procura incentivar as competncias que possibilitam reconhecer manifestaeshistrico-sociais do pensamento, alm de incentivar as prticas do trabalho em equipe, da pesquisa, da

    sistematizao e apresentao de conceitos e informaes e da exposio oral e escrita. Na sua reali-zao, os alunos podem ser incentivados a selecionar, organizar e identificar informaes, bem comodesenvolver a capacidade de produo de textos, associando questes atuais a referncias extradas dahistria da Filosofia.

    Estratgias: alm das aulas expositivas, voc deve orientar o trabalho em grupos, a realizao da pesqui-sa, a coleta e a sistematizao das informaes. Do momento de ouvir os alunos at que eles possam es-crever, o acompanhamento questionador e investigativo fundamental. O exerccio constante de proporquestes e ajudar os alunos a responder uma das chaves da investigao filosfica.

    Recursos:um espelho de tamanho mdio e alguns textos selecionados.

    Avaliao:registros sobre a participao nas discusses. A leitura do texto produzido pelos alunos e a

    sua reescrita devem ser considerados.

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    Filosofia 1asrie, 1obimestre

    Sondagem e sensibilizao

    Ouvir

    Inicialmente, voc pode pedir aos alunosque preencham o quadro a seguir. Oriente-os aevitar respostas que possam causar constran-gimento a outras pessoas, como Arte lembraa professora chata, ou respostas muito espe-cficas, como Matemtica lembra o nmero

    3, pois seria melhor responder Matemticalembra nmeros e clculos.

    Depois de observar as anotaes feitasnos cadernos dos alunos, voc deve preenchero mesmo quadro na lousa, lembrando que omais importante nele so as indicaes sobreFilosofia, pois a inteno investigar o que osalunos pensam da disciplina.

    O que lembra o qu?

    MatemticaIngls

    Histria

    Geografia

    Biologia

    Lngua Portuguesa

    Educao Fsica

    Arte

    Filosofia

    Dialogar

    De posse das respostas dos alunos sobreo que pensam a respeito da Filosofia, faa classe algumas perguntas, de maneira que to-dos possam responder oralmente; voc podemodificar ou acrescentar outras questes.

    1. O que vocs pensam a respeito da Filoso-fia?

    2. Como vocs imaginam que o trabalho deum filsofo?

    3. Vocs conhecem ou j ouviram falar de al-gum filsofo? Quem? Por que essa pessoase tornou filsofo?

    A seguir, apresentamos algumas respostasobtidas em nossas experincias de aulas de Fi-losofia com alunos do Ensino Mdio.

    Um conhecimento intil, no serve paraftrabalhar ou arrumar emprego e no d di-nheiro. A esta ideia, bastante recorrente, possvel opor argumentos contra o re-ducionismo da vida humana ao trabalho,

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    lembrando que somos mais do que o di-nheiro pode pagar. Alm disso, lembrandoque a Filosofia importante manifestao

    da cultura, voc pode questionar a classea respeito de sua subordinao mecnica utilidade mercadolgica.Um conhecimento profundo demais e quefno somos capazes de entender. Com cer-teza, a Filosofia um conhecimento profun-do, mas, desde que se d o primeiro passo, possvel caminhar longas distncias.Um curso para passar o tempo, pois nofreprova. Aqui, voc pode lembrar queexercitar o pensamento uma tima opor-tunidade para se desenvolver. Mas, comoest em jogo tambm como se passa o tem-po, possvel pedir aos alunos que avaliemo que melhor: viver a vida como uma pe-dra, apenas sofrendo a eroso do tempo,como um animal selvagem, procurandosomente o que serve de imediato, ou comoum ser humano, capaz de crescer e se de-senvolver conscientemente.Um conhecimento alienado, incapaz defdialogar com a realidade. Esta uma ideiamuito comum, mas no difcil mostrarque a Filosofia se preocupa, sim, com a re-alidade, pois fazem parte de suas preocu-paes questes muito importantes comoo aborto, a eutansia, ou como deve ser ajustia para lutar contra as injustias, comodeve ser um bom poltico, como identificara corrupo moral ou como avaliar, etica-mente, as aplicaes da cincia.Um conhecimento de gente revoltada,fque no gosta de religio, moral ou dascoisas como elas deveriam ser. Sobre isso,reconhecido o direito das pessoas de seremagnsticas ou ateias, importante dizerque a Filosofia no pode ser identificadacomo revolta contra as religies ou contraa religiosidade. A Filosofia crtica, sim,na medida em que procura pensar todos oslados de uma questo. No caso da religio,

    ela busca superar as vises superficiais que,por exemplo, classificam as pessoas comoboas e honestas s por irem diariamente

    igreja ou ao templo, sem considerar suasatitudes cotidianas. Mais ainda: a Filoso-fia se permite refletir sobre uma explicaodivina para as injustias sociais, como afome e a violncia, o que pode ser esten-dido, tambm, ao campo da moral: porexemplo, devemos julgar os outros sem sa-ber o que acontece com eles de verdade? possvel ignorar que uma pessoa conside-rada honesta e boa na frente dos amigose da famlia, por trs, possa ter atitudesvergonhosas, desonestas, maldosas e, con-sequentemente, condenveis?Um conhecimento que ajuda a gente a serffeliz, uma terapia de grupo. No difcilencontrar na Filosofia consolo e reflexo,que podem nos animar, estimular e forta-lecer. Mas preciso informar que, s ve-zes, a Filosofia trata de questes difceis,principalmente quando descobrimos quetemos responsabilidades maiores. O ladoteraputico da Filosofia existe; no entanto,ela tambm exigncia de trabalho e enga-jamento por um mundo melhor. Ela devefazer bem ao indivduo e ao grupo, masisso nem sempre prazeroso.Uma lio de moral, j que o padre e ofpastor no podem vir escola. A reflexotica no um exerccio normativo; a ima-gem da Filosofia moralista normativa deveser colocada em questo por imperativosticos. Por exemplo, uma norma moralrespeitar e obedecer ao pai e me. Entre-tanto, o que deve ser feito quando o filho colocado em uma situao de violncia porparte dos pais? Ou o irmo por outro ir-mo? O cidado de que a sociedade precisapara tornar-se melhor deve ser capaz de fa-zer um discernimento tico sobre questescomo essas, no reduzir-se a um incons-ciente cumpridor de preceitos morais.

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    Um jeito de viver. Voc deve se lembrarfde que, na faculdade, muitos colegas sedecepcionaram porque no encontraram

    na Filosofia uma soluo para as suasvidas. Apesar de termos filsofos muitoreligiosos, a Filosofia no uma espciede religio; ela uma reflexo. Quandoouvimos uma pessoa falar a minha fi-losofia de vida, ela est se referindo aoseu jeito de encarar as coisas e no Fi-losofia mesmo, que uma reflexo crticae metdica.

    Ver e Ouvir O espelho

    Preparao

    Para esta aula, necessrio que voc dis-ponha de um espelho de tamanho mdio parausar em sala.

    Questes para investigao

    Durante a aula, procure dividir a classe, nomximo, em cinco grupos. Assim que os gru-pos estiverem formados, escreva na lousa asseguintes perguntas:

    Como um espelho funciona?fO que um espelho no pode refletir?fComo e para que o espelho utilizado? Ondefns o encontramos?

    Passe o espelho para cada grupo e pea queanotem as questes e as respostas. Depois,solicite que cada grupo entregue uma folhacom as respostas. Sugerimos que as respostassejam apresentadas por meio de tpicos. Porexemplo, para a questo Como e para que oespelho utillizado?:

    Ver se o cabelo est penteado.fVer se temos espinhas no rosto.f

    Comentrios sobre as questes

    Com o espelho na mo e com o conheci-

    mento das respostas dos alunos, voc pode dis-cutir as questes:

    Como um espelho funciona?

    Um espelho funciona da seguinte forma: a luzbranca, que contm todas as cores, parte de suafonte, por exemplo, Sol ou lmpada, e atinge osobjetos. Os objetos absorvem a luz, que com-posta das cores do arco-ris; se o objeto aparececom a cor amarela, por exemplo, porque absor-veu os raios de todas as outras cores e refletiu aamarela; a mesma coisa acontece com as outrascores. Se o objeto aparece preto, porque absor-veu todas as cores, e se aparece branco porqueno absorveu nenhuma cor. Seria interessantemostrar o conceito com as cores da sala: a cami-seta verde, o bon azul, o batom vermelho etc.

    Ento, quando vemos a cor, na verdade, oque vemos a reflexo da luz, em diferentespartes que correspondem s cores. verdadeque o fsico explicaria isso com mais detalhes,a partir das leis da ptica; afinal, a Filosofiasempre aprendeu muito com a Fsica e com asoutras cincias.

    O espelho no deixa a luz atravess-lo, poispossui um revestimento opaco. Como a luz nopode passar, ela vai e volta, integralmente. bomlembrar que o olho v apenas a luz que toca osobjetos. Se o espelho reflete ou rejeita toda aluz, mostra todas as cores, e por isso que, quan-do olhamos para ele, vemos a imagem completa.A este fenmeno damos o nome de reflexo.

    O que um espelho no pode refletir?

    Um espelho no pode mostrar os objetosque a luz no atinge. Por isso, no existe reflexo

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    no escuro. Ele tambm no pode mostrar o queno est sua frente ou o que est escondido,nem os seres invisveis a olho nu, como o ar e

    os micrbios. Ele no pode refletir a si mesmo.E tambm no pode mostrar o passado nem ofuturo; ele s mostra o presente.

    O que podemos fazer com o espelho, alm de vero nosso reflexo?

    Somente o uso da imaginao pode res-ponder o que mais podemos fazer com o es-pelho. Devemos incentivar a imaginao. Noentanto, trata-se de um excelente momentopara pensar o espelho do ponto de vista estti-co. E por que no usar o espelho para ensinara refletir?

    Ler

    Preparao

    Prepare biografias curtas de Scrates, Pla-to, Aristteles e Toms de Aquino. Apresenteaos alunos os dados relevantes. Voc pode sa-lientar algumas curiosidades, pois isso cativaa ateno e pode lev-los a se identificar como filsofo, despertando-lhes a curiosidade e avontade de aprofundar o estudo. Esta prticapode, tambm, aproximar os alunos da hist-ria da Filosofia, fazendo-os chegar at ela apartir de exemplos, e no pela memorizaode nomes, datas e snteses esquemticas.

    O mais importante, porm, destacar queesses filsofos podem ajudar a pensar a capa-cidade reflexiva dos seres humanos.

    Apresente os textos selecionados a seguirpara os alunos. Caso julgue necessrio, acres-cente outros textos que considere importantes,extraindo-os, por exemplo, de seu material di-dtico. fundamental que os alunos tenhamcontato com estes excertos.

    Comentrio sobre os textos

    Como estamos iniciando o estudo da Filo-sofia por meio do conceito de reflexo e vimos

    Por toda parte eu vou persuadindo a to-dos, jovens e velhos, a no se preocuparem

    exclusivamente, e nem to ardentemente,com o corpo e com as riquezas, como devempreocupar-se com a alma, para que ela sejaquanto possvel melhor, e vou dizendo que avirtude no nasce da riqueza, mas da virtudevem, aos homens, as riquezas e todos os ou-tros bens, tanto pblicos como privados.

    PLATO. Apologia de Scrates. Traduo Maria La-

    cerda de Souza. Disponvel em: . Acesso

    em: 17 out. 2008.

    Ao considerar o conhecimento comose encontrando entre as coisas mais belas edignas do maior valor, sendo umas mais pe-nosas do que outras, quer em virtude do seurigor, quer em virtude de dizer respeito a coi-sas mais belas e elevadas, decidimos, devido aessas duas mesmas causas, considerar todaa investigao respeitante alma como sen-do de importncia fundamental. Alm disso,parece esta investigao tambm constituiruma contribuio especial para todo o conhe-cimento da verdade, particularmente para oestudo da natureza a alma , com efeito,o princpio de todos os seres vivos. Por issoprocuramos, ao investigar, examinar a natu-reza e a essncia da alma em primeiro lugar e,depois, os seus atributos fundamentais.

    ARISTTELES. Da alma. Traduo Carlos Humberto

    Gomes. Lisboa: Edies 70, 2001. p. 23.

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    que o espelho no mostra tudo o que aconteceem termos de vida natural e da cultura huma-na, voc pode chamar a ateno dos alunos

    para o fato de que Plato e Aristteles trazemem seus textos a preocupao com a alma,com a virtude, com a capacidade de conheci-mento, ou seja, com palavras ou conceitos quefazem parte da experincia humana e exigemesforo de reflexo que se distingue da refle-xo constatada com a ajuda do espelho.

    Como podemos afirmar que existem afalma, a virtude, a capacidade de conheci-mento?O que fazemos para refletir sobre essesfconceitos?

    Sabemos, tambm, que, em diferentes cul-turas e diferentes momentos histricos, a hu-manidade formula entendimentos distintossobre virtude, alma e conhecimento.

    O que os estudantes do Ensino Mdio, pre-fsentes em nossa aula, entendem por alma?Onde formularam suas representaes so-fbre alma, sobre virtude? Nas igrejas, na fa-mlia, na escola? Com a ajuda do cinema?Da televiso?

    Como argumentamos que existe a alma e asvirtudes como solidariedade e justia, e comoargumentamos que existe a nossa capacidade de

    pensar e de conhecer o mundo no qual vivemos?

    Uma conversa com os alunos sobre essasquestes pode ajudar a problematizar a dife-rena entre a reflexo do espelho e a reflexointelectual.

    As respostas dos estudantes podem ser re-gistradas para aprofundamento posterior atividade que se segue.

    Escrever

    A partir daqui, pode-se propor uma com-parao entre os conceitos de reflexo intelec-tual e reflexo no espelho. Uma boa estratgia retomar as questes propostas na atividadecom o espelho, comparando, agora, o queocorre na reflexo do espelho com o que ocor-re na reflexo intelectual.

    O quadro seguinte pode ser um exerccioprtico para realizao em sala de aula. Con-vm preench-lo por etapas, discutindo-se oseu contedo.

    Reflexo do espelho Reflexo intelectual

    A reflexo do espelho necessita somente deluz.

    A reflexo intelectual precisa de ideias econhecimento.

    Apenas reflete o que est sua frente.O intelecto pode refletir sobre coisasescondidas ou ausentes, assim como pessoasque moram longe e de quem gostamos.

    Apenas reflete as imagens presentes.

    Reflete sobre coisas do passado e pensa o

    futuro. Em relao ao presente, ela trata dossentidos, dos valores e das interpretaes quefazemos do que podemos ver e do que apenaspercebemos da realidade.

    Apenas reflete o que visvel.Reflete sobre coisas invisveis, ou abstratas,como o amor, a saudade ou as ideias, semesquecer, obviamente, a Filosofia.

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    Ao completar o quadro, pea aos alunosque destaquem uma das afirmaes no ca-derno e, abaixo dela, redijam um texto de 15linhas, tentando explic-la para um interlocu-tor imaginrio, que deve ser identificado notexto. Assim, pensando no destinatrio, elespodero expressar-se com mais clareza. Comoso poucas linhas, a tarefa deve terminar naprpria aula. A cada texto entregue, leia-ocom o aluno, corrigindo a ortografia e a gra-mtica; caso encontre problemas de contedo,faa suas orientaes e pea que o texto sejareescrito.

    Avaliao da Situao deAprendizagem

    Observe as produes do aluno e a cor-reo dos textos escritos com o objetivo deverificar a capacidade de organizao para oestudo; verifique se todas as atividades foramconcludas.

    Propostas de questes para avaliao

    1. Registre uma situao do dia-a-dia na qualum jovem precise realizar uma reflexo.Pode ser uma situao real, recuperadacom a ajuda da memria, ou uma situaofictcia, inventada para este exerccio.

    Espera-se que o aluno elabore situaes co-tidianas cujos personagens reflitam sobre

    relaes que produziram tais situaes, as-sim como hipteses sobre desfechos e solu-es possivelmente encontradas.

    2. Vimos que a Filosofia uma reflexo cr-tica a respeito do conhecimento e da ao.Destaque um contedo que voc estudouna 8asrie, em qualquer uma das discipli-nas, e elabore uma ou duas perguntas parareflexo sobre esse contedo.

    Espera-se que o aluno registre perguntasque permitam o questionamento sobre ori-

    gens, finalidades ou sentidos relativos aoscontedos destacados.

    3. Releia o seguinte texto:

    Reflexo do espelho Reflexo intelectual

    Caso no funcione direito, pode-se descartar o

    espelho.

    possvel melhor-la a partir do

    conhecimento.

    No pode refletir a si mesmo. Pode refletir sobre si mesma.

    Por toda parte eu vou persuadindo a to-dos, jovens e velhos, a no se preocuparemexclusivamente, e nem to ardentemente,com o corpo e com as riquezas, como devempreocupar-se com a alma, para que ela sejaquanto possvel melhor, e vou dizendo que avirtude no nasce da riqueza, mas da virtudevm, aos homens, as riquezas e todos os ou-tros bens, tanto pblicos como privados.

    PLATO. Apologia de Scrates. Traduo Maria La-cerda de Souza. Disponvel em: . Acessoem: 17 out. 2008.

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    Agora, apresente um argumento a favor daafirmao de Plato e um argumento paraquestionar essa mesma afirmao.

    Espera-se que o aluno demonstre capaci-dade de distinguir a ideia central defen-dida por Plato, a saber, que a riqueza

    pode derivar da virtude e que a virtudeno deriva da riqueza, argumentando emdefesa dessa ideia, e que revele, tambm,capacidade de problematizar essa afir-mao com questes que relativizem essaassertiva.

    4. Considerando a conversa que mantiveramem classe sobre os argumentos que, emgeral, utilizamos para defender a ideia deque a alma existe, elabore seu argumentoparticular em relao a essa ideia, fazendoreferncias s suas experincias familiares,escolares ou religiosas que, na sua histriade vida, favoreceram essa elaborao.

    Espera-se que o aluno recupere experinciascoerentes com a necessidade de apresentarargumentos favorveis ideia de que a almaexiste.

    5. Selecione um problema social atual, viven-ciado por determinados grupos de jovensbrasileiros, e apresente questes para umareflexo crtica sobre esse problema.

    Espera-se que o aluno elabore questes quepermitam a contextualizao e as diversasperspectivas que cercam o problema sele-cionado.

    Proposta de Situao deRecuperao

    Oriente os estudantes em recuperao a re-tomarem o quadro comparativo entre reflexocom a ajuda do espelho e reflexo intelectual.Solicite que selecionem um dos temas apresen-tados como exemplo para a reflexo intelec-tual: amor e saudade. Em seguida, eles deveroapresentar argumentos que demonstrem a exis-tncia desse tema. Para muitos alunos, refletirsobre a existncia de um tema de sua experinciade vida poder facilitar a aprendizagem traba-lhada nesta Situao de Aprendizagem.

    Recursos para ampliar a perspectivado professor e do aluno para acompreenso do tema

    Livros

    LORIERI, Marcos. Filosofia: fundamentos emtodos. So Paulo: Cortez, 2002. Livro quepermite uma viso ampla do trabalho do pro-fessor, com vrias indicaes metodolgicas.

    MATOS, Olgria. Filosofia: a polifonia da ra-zo. So Paulo: Scipione, 1997. Livro que dia-loga com a tradio filosfica e o objetivo daformao cidad.

    Site

    Globo Vdeos. Disponvel em: . Acesso em: 17 out. 2008.Oferece um conjunto de vdeos sobre Filosofia,realizados por Viviane Mos, alguns gratuitos.

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    A primeira Situao de Aprendizagemtratou do reconhecimento do intelecto. Asegunda pretende aprofundar esse reconhe-cimento, apresentando-o em sua operaode conhecer. O objetivo geral desta Situa-o de Aprendizagem que o aluno compre-enda o intelecto como um objeto de estudo,

    que pode ser entendido. Para alcanar esseobjetivo, na primeira aula, vamos abordaro empirismo a partir do funcionamento deaparelhos de rdio ou televiso; na segun-da aula, leremos o texto de John Locke; naterceira, o foco o texto de Kant sobre osconhecimentos apriorsticos.

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 2COMO FUNCIONA O INTELECTO?

    INTRODUO AO EMPIRISMO E AO CRITICISMO

    Tempo previsto:3 aulas.

    Contedo e temas:os conceitos bsicos so Filosofia, reflexo e reconhecimento do intelecto, empirismo,tipos de conhecimento e criticismo.

    Competncias e habilidades:o objetivo desta Situao de Aprendizagem estimular o exerccio e o desen-volvimento de habilidades como a compreenso da dinmica da aprendizagem e a leitura da ordem dosargumentos de um texto filosfico. Por meio dessa proposta, procura-se incentivar o desenvolvimento decompetncias relacionadas sistematizao de ideias e sua diferenciao. Na realizao das atividades,os alunos podem organizar os argumentos de um texto filosfico e associar questes atuais a refernciasextradas da histria da Filosofia.

    Estratgias:alm das aulas expositivas, voc deve orientar o trabalho de leitura a partir da visualizaodo equipamento de comunicao rdio ou televiso. A leitura contnua dos textos como exerccio da

    descoberta de uma ordem argumentativa uma boa estratgia.

    Recursos:sero necessrios um aparelho de televiso ou de rdio e os textos selecionados.

    Avaliao:como toda a tarefa realizada em sala de aula, a observao e as anotaes a respeito da par-ticipao so fundamentais. A ordenao de argumentos deve ser considerada como espao de visuali-zao das capacidades de leitura e escrita do aluno. Em relao s competncias e habilidades, espera-seque o aluno seja capaz de ler um texto filosfico, compreender sua estrutura e ordenar suas ideias.

    Sondagem e sensibilizao

    Ouvir e dialogar O rdio e a televiso

    Para desenvolver esta Situao de Apren-dizagem, voc precisar de um aparelho de

    rdio ou de televiso, de preferncia quebra-dos para que se possa observar o seu interior.

    Como introduo, apresente uma pequenabiografia intelectual de John Locke. Em segui-da, aps mostrar o rdio ou a televiso aos

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    Filosofia 1asrie, 1obimestre

    alunos, pergunte-lhes para que serve e comofunciona esse aparelho, procurando enfatizaro seu funcionamento graas captao (via

    satlite, por exemplo) de sinais externos, pormeio de antenas e cabos. Lembre-se de que oaparelho decodifica os sinais, transforman-do-os em som e/ou imagens. Finalmente, per-gunte-lhes o que acontece quando removemosa antena do rdio ou da televiso.

    Depois dessa discusso, proponha as ques-tes a seguir, procurando sempre comparar ofuncionamento do aparelho ao da intelignciahumana. importante, nas discusses, consi-derar a proposta terica do empirismo, assimcomo as questes j trabalhadas sobre o co-nhecimento do intelecto, ou da alma intelecti-va, a partir dos textos filosficos anteriores.

    Como a inteligncia humana, ou o intelec-fto, capta os sinais do mundo?

    A inteligncia humana capta os sinais domundo no por antenas, mas sim pelos r-

    gos dos sentidos: ouvidos, olhos, lngua,pele e nariz. Quando sentimos o mundo, nso captamos. Os cheiros, os sons, os sabores,as cores e as temperaturas, tudo interpre-tado pela inteligncia.

    Alm disso, podemos partilhar o que capta-mos com os outros. Assim, a interpretaono se reduz a uma atividade da mente iso-lada e entra em contato com o mundo real,

    onde vivem outras pessoas. Por exemplo, seest calor e minha pele est sentindo o Sol,eu posso fazer esse comentrio para outra

    pessoa e ela pode confirmar. So as expe-rincias interpretadas pelos seres humanosque dizem o que verdadeiro ou no. A issodamos o nome de empirismo, porque nossainteligncia, ou nosso intelecto, necessita daexperincia para entender o mundo.

    possvel saber como a nossa intelignciaffunciona, do mesmo modo que o tcnicoconhece o funcionamento de um aparelhode rdio ou de televiso?

    Sim, possvel saber como nossa inteli-gncia funciona e como ela aprende. Paraisso existe a reflexo, que consiste em fa-zer a inteligncia olhar para si mesma. Aoolharmos para ns mesmos, conseguimos

    perceber os componentes de nossa manei-ra de pensar, pois existem vrias peas (ou

    partes) em ns, assim como na televiso.

    O tcnico deve aprender como funciona cadauma das peas do rdio ou da televiso para

    perceber onde sero necessrios os ajustes.Do mesmo modo, ao refletir, podemos apren-der o funcionamento de cada pea danossa inteligncia, ajust-la se necessrio e,assim, desenvolver nossa inteligncia.

    Podemos comparar o rdio e a televisocom o intelecto:

    A televiso ou o rdio A inteligncia ou o intelecto

    Capta o mundo pela antena ou pelo cabo. Capta o mundo pelos cinco sentidos.Analisa e interpreta o sinal. Analisa e interpreta as experincias.

    Depois de interpretar, transforma o sinal emimagem ou som.

    Depois de interpret-las, transforma asexperincias em ideias.

    S interpreta o sinal dos canais.Interpreta tudo o que aparece aos sentidos epode experimentar outras coisas.

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    O trabalho do filsofo parecido com odo tcnico que conserta aparelhos de televi-so ou rdio. Comparativamente, o filsofotem de conhecer as partes para poder melho-

    rar o funcionamento da inteligncia, isto ,a Filosofia pode nos auxiliar a desenvolverideias mais claras e a sintonizar melhor nos-sas ideias.

    Ler parte 1

    Prepare uma pequena biografia de JohnLocke, com dados bsicos sobre o autor, semdeixar de oferecer informaes importantes. Du-rante a aula, apresente o texto a seguir para os

    alunos. Caso julgue necessrio, acrescente ou-tros textos que considerar importantes, extrain-do-os, por exemplo, de seu material didtico. fundamental que os alunos tenham esse texto.

    A televiso ou o rdio A inteligncia ou o intelecto

    No aprende nada com o que capta.

    Aprende ou pode aprender com tudo o que

    capta.

    No pode refletir sobre o que capta.Pode refletir sobre o que consegue captar e,inclusive, transmitir para outras pessoas osconhecimentos.

    Suponhamos, pois, que a mente , como dissemos, um papel branco, desprovida de todos os caracteres,sem quaisquer idias; como ela ser suprida? De onde lhe provm este vasto estoque, que a ativa e que ailimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos osmateriais da razo e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra: da experincia. Todo o nosso co-nhecimento est nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o prprio conhecimento. Empregada tan-to nos objetos sensveis externos como nas operaes internas de nossas mentes, que so por ns mesmospercebidas e refletidas, nossa observao supre nosso entendimento com todos os materiais do pensamen-to. Dessas duas fontes de conhecimento jorram todas as nossas idias, ou as que possivelmente teremos.

    Primeiro, nossos sentidos, familiarizados com os objetos sensveis particulares, levam para a mentevrias e distintas percepes das coisas, segundo os vrios meios pelos quais aqueles objetos a impres-sionaram. Recebemos, assim, as idias de amarelo, branco, quente, frio, mole, duro, amargo, doce e to-das as idias que denominamos qualidades sensveis. Quando digo que os sentidos levam para a mente,entendo com isso que eles retiram dos objetos externos para a mente o que produziu estas percepes.A esta grande fonte da maioria de nossas idias, bastante dependente de nossos sentidos, dos quais seencaminham para o entendimento denomino sensao.

    A outra fonte pela qual a experincia supre o entendimento com idias a percepo das operaesde nossa prpria mente, que se ocupa das idias que j lhe pertencem. Tais operaes, quando a almacomea a refletir e a considerar, suprem o entendimento com outra srie de idias que no poderiaser obtida das coisas externas, tais como a percepo, o pensamento, o duvidar, o crer, o raciocinar, oconhecer, o querer e todos os diferentes atos de nossas prprias mentes.

    [...] Mas, como denomino a outra de sensao, denomino esta de reflexo: idias que se do ao luxode serem tais apenas quando a mente reflete sobre as prprias operaes.

    LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. Traduo Anoar Aiex e E. Jacy Monteiro. So Paulo: Editora Nova

    Cultural, 1983. (Os Pensadores). p. 159-160.

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    Filosofia 1asrie, 1obimestre

    Depois da leitura, organize grupos de cincoalunos. Coloque os tpicos a seguir na lousa,para que possam ser copiados, e faa um sor-

    teio para distribu-los entre os grupos.

    1. A mente vazia de ideias.

    2. Como se adquire conhecimento?

    3. A experincia o fundamento de todos osconhecimentos.

    4. Como a experincia pode ensinar?

    5. Os sentidos fazem com que as ideias en-trem na mente.

    6. Tipos de experincias dos sentidos: branco,amarelo, quente, frio, duro, amargo.

    7. A mente percebe as suas operaes pela re-flexo.

    8. Tipos de percepes: pensar, duvidar, crer,raciocinar.

    Agora, h condies de explicar que os tex-tos, de modo geral, procuram defender umaideia. Para isso, cria-se um raciocnio. Os ra-ciocnios so feitos de argumentos, que mos-tram ideias que defendem uma ideia central.

    Por exemplo:

    ideia central: aquele filme timo;fargumento 1: porque tem ideias interessantes;fargumento 2: porque fcil de compreender;fargumento 3: porque estabelece relaes comfoutros filmes e ideias importantes para mim;

    argumento 4: porque agradvel de assistir;fargumento 5: porque atribui a homens e mu-flheres valores semelhantes quanto s ex-

    pectativas sociais (no reduz os homens riqueza nem as mulheres beleza);argumento 6: porque foi comentado por v-frios autores importantes ao longo de mui-tos anos e pode ser discutido com pessoasinteressantes pela internet.

    Todos os argumentos, ou motivos, ou por-qus, esto a para defender a ideia central.Lembre-se de que todo texto uma defesa deuma ou mais ideias. A ideia central do texto queapresentamos pode ser resumida nesta frase:Nascemos sem conhecimento algum e vamosaprendendo pelas anlises das experincias.

    Uma vez que cada grupo tenha a sua frase,pea que procurem no texto trechos que com-binem com a frase em questo. Cada uma dasfrases recebidas resume argumentos que estono texto. Quando os alunos encontrarem notexto algo semelhante frase que possuem,eles encontraro o argumento. Voc pode pe-dir, ento, que ordenem as frases segundo otexto. Assim, eles podero perceber a constru-o de um raciocnio textual.

    Ler parte 2

    Esta aula deve se basear na leitura e com-preenso do texto a seguir. Caso os alunosno entendam alguma palavra, expresso ousmbolo, uma boa oportunidade para vocintroduzir ideias. Recomendamos a apresen-tao inicial de uma pequena biografia deImmanuel Kant, nos moldes das sugeridasanteriormente.

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    Da distino entre o conhecimento puro e o emprico

    No se pode duvidar de que todos os nossos conhecimentos comeam com a experincia, porque,

    com efeito, como haveria de exercitar-se a faculdade de se conhecer, se no fosse pelos objetos que,excitando os nossos sentidos, de uma parte, produzem por si mesmo representaes e de outra parteimpulsionam a nossa inteligncia a compar-los entre si, a reuni-los ou separ-los, e, deste modo, elaborao da matria informe das impresses sensveis para esse conhecimento das coisas que se de-nomina experincia?

    No tempo, pois, nenhum conhecimento precede a experincia, todos comeam por ela.Mas se verdade que os conhecimentos derivam da experincia, alguns h, no entanto, que no tm

    essa origem exclusiva, pois poderemos admitir que o nosso conhecimento emprico seja um compostodaquilo que recebemos das impresses e daquilo que a nossa faculdade cognoscitiva lhe adiciona (esti-mulada somente pelas impresses dos sentidos); aditamento que propriamente no distinguimos senomediante uma longa prtica que nos habilite a separar esses dois elementos.

    Surge desse modo uma questo que no se pode resolver primeira vista: ser possvel um conhe-cimento independente da experincia e das impresses dos sentidos?

    Tais conhecimentos so denominados a priorie so distintos dos empricos, cuja origem a poste-riori, isto , da experincia.

    KANT, Immanuel. Crtica da razo pura. Traduo J. Rodrigues de Merege. Edio Acrpolis. Verso para eBook: eBooksBrasil.

    Disponvel em: . Acesso em: 17 out. 2008.

    Comentrio sobre o texto

    Nesse trecho, Kant nos mostra como a Filo-sofia importante para entender o funciona-mento da nossa inteligncia. Afinal, como po-demos melhorar algo que no sabemos comofunciona? Ningum aprende a dirigir bem umcarro sem ter alguma noo de como ele fun-ciona. Assim com a televiso e com a nossainteligncia. Kant explica que o conhecimentoque temos pode ser posterior experincia (co-nhecimento aposteriori) ou anterior a ela(conhecimento apriori).

    O conhecimento a priori nos ajuda a preveras coisas. Por exemplo, se eu soltar um lpis,ele vai cair. Como sei se ainda no experimen-

    tei? Eu sei porque minha inteligncia j viuoutros objetos carem e, por comparao, seique este tambm vai cair.

    Quando pensamos sobre o funcionamentoda nossa inteligncia, fazemos uma reflexocrtica. Agora, podemos entender um pou-co mais o conceito de Filosofia como umareflexo crtica a respeito do conhecimento eda ao, a partir da anlise dos pressupostosdo pensar e do agir e, portanto, como funda-mentao terica e crtica dos conhecimentose das prticas.

    Traduzindo para uma linguagem mais sim-ples, podemos dizer que Filosofia consiste emanalisar como ns pensamos a respeito do co-

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    nhecimento e da ao. Nossa inteligncia estbem equipada para pensar os conhecimentos?Nossa inteligncia est bem equipada para

    pensar as aes?

    Exerccio

    Aps essas discusses, pea aos alunos quedesenhem um rob que tenha peas com as se-guintes funes externas: capturar sons, ima-gens, temperatura, tipo de superfcie (spera,lisa, mole, dura), cheiros e sabores.

    Em seguida, oriente-os para que desenhemcomponentes para o computador desse rob,lembrando que cada pea deve ter uma funointerna correspondente s seguintes funes ex-ternas: analisar a quantidade, analisar a quali-dade, analisar as relaes e julgar os valores.

    Avaliao da Situao deAprendizagem

    Voc pode avaliar a Situao de Aprendi-zagem com base na participao em aula e ve-rificando o caderno dos alunos.

    Com o objetivo de alcanar as habilidadesde reflexo e organizao do pensamento, apartir do conhecimento do prprio intelec-to, procure observar, como na Situao deAprendizagem anterior, se os alunos fizeramtodos os exerccios e se os textos propostosesto registrados no caderno. O caderno deveser a organizao do estudo filosfico do alu-no. No caso da redao, a avaliao consisteem aferir a capacidade de leitura, reflexo eescrita.

    Proposta de questes para avaliao

    1. Destaque o nome de um filme ou programa

    de televiso que voc considera bom e argu-mente a respeito de sua qualidade. Analiseos seus argumentos e responda: quais soos critrios que voc tem como refernciapara afirmar que um filme ou um progra-ma tem qualidade.

    Espera-se que o aluno reflita sobre os pr-prios argumentos, identificando critrios dequalidade de um filme ou de um programade televiso. O professor deve estar atento

    para o fato de que essa questo exige doismovimentos do aluno: elaborar argumentose identificar critrios de qualidade.

    2. Para Kant, o que conhecimento apriorieconhecimento aposteriori?

    O aluno deve ser capaz de responder deforma clara e concisa que a priori o co-nhecimento adquirido sem a necessidade daexperincia e a posteriori o conhecimentoao qual se chega depois da experincia.

    3. Destaque a diferena central entre as ideiasapresentadas no texto de Locke e de Kant.

    Espera-se que o aluno no apenas identi-fique as ideias centrais nos textos de cadaum dos autores, mas tambm seja capaz decompar-las.

    4. Apresente uma relao de conhecimentosque voc j elaborou sobre uma de suas ati-vidades antes mesmo de t-la vivenciado.

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    Espera-se que o aluno selecione uma ati-vidade do seu cotidiano, como um espor-te, uma atividade artstica, um trabalho

    voluntrio ou profissional, uma tarefa do-mstica, e identifique conhecimentos aprio-rsticos, ou seja, conhecimentos que foramacionados e que j haviam sido elaboradosantes mesmo de ele vivenciar a atividadeselecionada.

    Proposta de Situao deRecuperao

    Como na Situao de Aprendizagem ante-rior, releia com os alunos os textos filosficosque apresentaram dificuldade de compreenso.Essa leitura possibilitar que voc identifique

    as deficincias conceituais e fornea uma ex-plicao mais detalhada para os conceitos queno foram bem apreendidos. Alm da leitura,

    pode-se pedir aos alunos que tentem explicaros excertos, escrevendo pequenos textos sobreeles e reescrevendo, quando necessrio.

    Recursos para ampliar a perspectivado professor e do aluno para acompreenso do tema

    Site

    Domnio Pblico. Disponvel em: . Acesso em:17 out. 2008. Este siteoferece para downloadobras filosficas integrais, dentre elas as duasque usamos nesta Situao de Aprendizagem.

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    Filosofia 1asrie, 1obimestre

    A Filosofia dividida em reas especficas,segundo os principais focos do conhecimentofilosfico. Neste tpico, vamos discutir algu-mas reas visando a oferecer aos alunos umaviso mais abrangente. Pretende-se oferecerao aluno elementos que lhe permitam fazerpequenas pesquisas para a construo de tex-tos filosficos. Para este fim, selecionamos osseguintes tpicos: Elementos de Histria daFilosofia, Epistemologia, Teoria do Conheci-mento, tica, Poltica e Esttica.

    A construo de textos depende sempreda pesquisa como forma de estmulo para acuriosidade, a leitura e a reflexo crtica. Noentanto, comum a pesquisa escolar reduzir-se

    a mera cpia de textos de qualidade duvidosa,principalmente pelo mau uso dos recursos dainternet. Ento, o que fazer? Como a pesquisa fundamental para o desenvolvimento aut-nomo do educando, sugerimos que se possadar a ele algumas ferramentas de pesquisa emHistria da Filosofia, de modo especial a par-tir da elaborao de biografias.

    As biografias aqui sugeridas partem daconsiderao de que, ao se estudar Histriada Filosofia, deve-se colocar a Filosofia na his-tria, isto , compreender que a Filosofia estintimamente ligada a uma tradio, que temobjetos e problemas prprios, mas, ao mesmotempo, est inserida em pocas e lugares.

    TEMA 2 AS REAS DA FILOSOFIASITUAO DE APRENDIZAGEM 3

    INSTRUMENTOS DE PESQUISA EM HISTRIA DA FILOSOFIA

    Tempo previsto:2 aulas.

    Contedos e temas:os conceitos bsicos a ser desenvolvidos so: Histria da Filosofia, histria, biogra-fia, caractersticas da Filosofia Antiga, caractersticas da Filosofia Medieval, caractersticas da FilosofiaModerna, caractersticas da Filosofia Contempornea.

    Competncias e habilidades:o objetivo desta Situao de Aprendizagem o de estimular o exerccio e odesenvolvimento de habilidades como a compreenso e a leitura de um texto filosfico. Por meio destaproposta, procura-se incentivar o desenvolvimento de competncias relacionadas sistematizao deideias e sua diferenciao.

    Estratgias:alm das aulas expositivas, importante orientar o trabalho de pesquisa passo a passo.

    Recursos:caso se opte por fazer a pesquisa em sala de aula, sero necessrios livros didticos de Filoso-fia, com ttulos variados, enciclopdias, dicionrios de Filosofia e, se possvel, acesso internet.

    Avaliao:se a tarefa for realizada em sala de aula, a observao e as anotaes a respeito da partici-pao oral so fundamentais. Para o exerccio de pesquisa, o foco a leitura investigativa e o debateesclarecedor. Em relao s competncias e habilidades, espera-se que os alunos sejam capazes de lerdiversos textos filosficos de modo investigativo.

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    Sondagem e sensibilizao

    Proponha algumas questes, como por

    exemplo: Voc conhece alguma pessoa comsabedoria? Como ela fala e procura resolver ascoisas que acontecem?

    O importante, aqui, que os alunos perce-bam a ntima ligao entre pessoas sbias e atentativa de resolver problemas existentes emsua vida cotidiana.

    Roteiro para aplicao da Situaode Aprendizagem

    Nestas duas aulas, vamos trabalhar com apesquisa biogrfica, como forma de introduziros alunos no estudo da Histria da Filosofia.A pesquisa de biografias pode ser orientada apartir das questes:

    1. Quais as principais preocupaes do fil-sofo?(Identifique os principais elementos deseu pensamento.)

    2. Quando e onde ele viveu? Quais foram suasinfluncias e a quem ele inspirou?

    A seguir, aprofundaremos o tratamento decada uma dessas questes.

    Perodos da Histria da Filosofia

    Para trabalhar a questo de quando viveuum filsofo, deve ser considerada a sua posi-o na clssica diviso da Histria da Fi-losofia: Filosofia Antiga, Filosofia Medieval,Filosofia Moderna e Filosofia Contempor-nea. Alm disso, mesmo respeitando essa tra-dio, convm considerar a especificidade decada autor, evitando generalizaes. Importa,aqui, levar em conta o contexto histrico-so-cial em que viveu o pensador.

    necessrio, portanto, dar aos alunos umaviso geral sobre cada uma dessas divises, ex-plicadas nas snteses a seguir.

    Filosofia Antiga

    Trata-se do incio da Filosofia, da identi-ficao de seus primeiros problemas. A Filo-sofia Antiga abrange um perodo que vai dofinal do sculo VI a.C. at o sculo VII d.C.Tendo como espaos iniciais as cidades-Esta-do da Grcia, seu desenvolvimento atingiu v-rias cidades do Imprio Romano, inclusive nonorte da frica. Os escritos da poca foramproduzidos, em geral, em grego e latim, masos espaos culturais onde a Filosofia Antigase desenvolveu eram bastante heterogneos.Muitos textos desses pensadores acabaram seperdendo, restando-nos apenas alguns livros efragmentos, como veremos no desenvolvimen-to da Situao de Aprendizagem.

    Filosofia Medieval

    A Filosofia Medieval desenvolveu-se noperodo que vai do sculo VIII ao sculo XIV.Seus espaos foram, principalmente, os mos-teiros e ordens religiosas europeias, onde aIgreja Catlica tinha hegemonia.

    Entretanto, houve manifestaes filos-ficas fora do mundo cristo, em especial nomundo rabe e judeu. A Filosofia desse pe-rodo foi uma das responsveis pela criaodas universidades. Sua principal discusso: arelao entre f e razo, ou seja, a tentativa deseparar o que pertenceria a Deus (a teologia)e o que pertenceria aos homens.

    Filosofia Moderna

    Iniciada no sculo XIV, a Filosofia Moder-na se entende at o final do sculo XVIII, no

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    Filosofia 1asrie, 1obimestre

    continente europeu. Nessa poca, a Europa foipalco do desenvolvimento do capitalismo, daformao dos Estados Nacionais, das grandes

    navegaes e dos processos de colonizao eformao dos imprios. A Igreja Catlica per-deu a hegemonia para o protestantismo e paraas ideias que incentivavam a liberdade do ho-mem frente religio. Sua principal caracte-rstica: a preocupao com o homem racionale livre, com as mudanas na poltica e com aesperana nas cincias empricas.

    Filosofia Contempornea

    A Filosofia Contempornea estende-se dofinal do sculo XVIII at os nossos dias. pos-svel dizer que seus problemas inspiram-se naRevoluo Francesa e na Revoluo Industrial,com a crescente desumanizao do processosocial de produo. Seu espao central ainda a Europa, mas cada vez mais atinge outros es-paos, como, por exemplo, os Estados Unidos.

    Retomando as questes propostas para apesquisa de biografias:

    1. Quais as principais preocupaes do fil-sofo X? (Identifique os principais ele-mentos de seu pensamento.)

    Esta a questo fundamental para conhe-cer o pensamento de um autor. importantedizer com o que o filsofo mais se ocupou apartir das reas da Filosofia, tais como tica,poltica, metafsica, epistemologia, teoria doconhecimento, religio, lgica e outras. Em se-guida, necessrio apresentar, resumidamen-te, como se caracterizam essas preocupaes ecomo ele tentou respond-las.

    2. Quando e onde ele viveu? Quais foram suasinfluncias e a quem ele inspirou?

    Espera-se, como resultado da pesquisa,que o autor seja apresentado em relao tradio filosfica. Por exemplo, a escola

    filosfica da qual o pensador participou equais foram as influncias recebidas ou exer-cidas por ele. Quando for o caso, registrarseus oponentes, alm de filsofos e pessoasimportantes que foram inspirados por ele.Respondidas essas questes, o aluno conse-guir situar o filsofo em questo em meio tradio filosfica.

    Roteiro de aplicao da Situao deAprendizagem

    Aps a explicao inicial sobre as divi-ses da Histria da Filosofia e a pesquisa,voc pode pedir aos alunos que se dividamem grupos, sorteando entre eles o nome deum filsofo, cuja biografia devero pesquisar.No se esquea de incluir nomes como Plato,Aristteles, Santo Agostinho, Ren Descartes,Espinosa, David Hume, Voltaire, Hegel,Nietzsche, Karl Marx, Kant, Martin Heidegger,Sartre, Hannah Arendt e outros que conside-rar fundamentais. Procure contar aos alunosalgumas curiosidades sobre a vida desses fil-sofos para estimular a curiosidade deles.

    Em seguida, oriente os alunos sobre as fon-tes de pesquisa, enfatizando a importncia deconsultar boas enciclopdias, dicionrios de fi-losofia, livros didticos e paradidticos, almde revistas especializadas. Caso seja possvelem sua escola, recomende o uso da internet,mas assegure-se de que suas orientaes seroseguidas, especialmente para evitar a cpiapura e simples de contedos no entendidos.

    Finalmente, oriente-os sobre a elaboraodo texto escrito, para o qual sugerimos duaspginas, contemplando as questes indicadas.

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    Avaliao da Situao deAprendizagem

    Avalie a Situao de Aprendizagem pormeio do trabalho de pesquisa dos alunos.

    Procure observar a presena e a dedicaode cada aluno na elaborao da pesquisa e dotexto.

    Propostas de questes para avaliao

    1. Quais so as principais caractersticas daFilosofia Antiga?

    O aluno deve considerar que se trata doprincpio da Filosofia, que seus espaos ini-ciais foram as cidades-Estado da Grcia,mas sua influncia se espalhou por vriascidades do Imprio Romano. Foi escrita em

    grego e latim antigos e muitos dos seus tex-tos se perderam no tempo. Alm disso, osespaos culturais nos quais se desenvolveueram muito heterogneos.

    2. Por que a tcnica, ou evoluo da tecnolo-gia, um problema da Filosofia Contem-pornea?

    Uma possvel resposta pode considerara desumanizao gerada pela tcnica ouainda a liberao do homem com respeitoa tarefas mecnicas. Problematizar essaevoluo pode abarcar reflexes sobre seusaspectos positivos e negativos para a hu-manidade.

    3. Escolha um dos filsofos estudados duran-te a pesquisa realizada nesta Situao deAprendizagem e destaque uma das preocu-paes centrais de sua filosofia. Justifiquesua escolha.

    Os alunos devem associar adequadamenteumas das ideias do filsofo selecionado e

    justificar coerentemente sua seleo.

    4. Complete as lacunas do texto a seguir,utilizando as seguintes palavras: tradio,tempo, histria, cultura e pensamento.

    A histriada Filosofia no pode ser feita semconsiderarmos a histria de uma maneirageral. O lugar onde vive o filsofo, suaculturae os problemas do seu tempo, somados aoconhecimento da tradiofilosfica ajudama criar um novopensamentofilosfico.

    Proposta de Situao deRecuperao

    Caso os alunos no tenham apresentadoum bom desenvolvimento, sugerimos que fa-am uma pesquisa sobre as caractersticas decada perodo da diviso clssica da Filosofia.

    Recursos para ampliar a perspectivado professor e do aluno nacompreenso do tema

    Livro

    JAPIASSU, Hilton; MARCONDES, Danilo.Dicionrio bsico de Filosofia. 5. ed. Rio de Ja-neiro: Jorge Zahar, 2008. Um dicionrio parao leitor no especializado, com linguagemacessvel e conceitos claros; no entanto, noapresenta problematizaes.

    Sites

    Conscincia. Disponvel em: .Acesso em: 17 out. 2008.Sitecomdiversos contedos sobre a histria da Filosofia.

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    Filosofia 1asrie, 1obimestre

    Filosofia.pro.br. Disponvel em: . Acesso em: 17 out. 2008.Sitecom textos e vdeo, com contedo claro,

    avaliado por doutores em Filosofia. H vriostextos indicados para professores.

    Mundo dos filsofos.Disponvel em: . Acesso em:17 out. 2008.Sitecom contedo simples, obje-

    tivo e claro. Um bom lugar para se pesquisar ahistria da Filosofia.

    SITUAO DE APRENDIZAGEM 4REAS DA FILOSOFIA

    Esta Situao de Aprendizagem tem comoobjetivo oferecer recursos para que os alunospossam iniciar pesquisas sobre Filosofia ecapacit-los para que possam construir textosfilosficos.

    Com base nesses dois pontos, seroabordadas as reas de Filosofia de modo

    amplo e, em seguida, a metafsica de Aris-tteles. Nos dois casos, a estratgia con-siste no desenvolvimento de exerccios,elaborados para que o aluno desenvolva aescrita e o raciocnio filosfico. As ltimasaulas sero dedicadas a uma introduo lgica, igualmente desenvolvidas a partirde exerccios.

    Tempo previsto:5 aulas.

    Contedos e temas:os conceitos bsicos a ser desenvolvidos so: reas da Filosofia, metafsica, lgica,tica, epistemologia, teoria do conhecimento, esttica, filosofia da histria e poltica.

    Competncias e habilidades:esta Situao de Aprendizagem visa a estimular o desenvolvimento de diver-

    sas habilidades, como selecionar, organizar, relacionar e interpretar dados e informaes, representadosde diferentes formas. O que se procura com esta proposta incentivar as competncias que possibilitemreconhecer manifestaes ordenadas do pensamento e dos problemas da Filosofia. Durante a realiza-o, pode-se incentivar os alunos no desenvolvimento das estruturas lgicas do pensamento e a promo-ver a descrio sistemtica e reflexiva dos objetos e do mundo circundante.

    Estratgias:aulas expositivas e exerccios em sala de aula.

    Recursos:como se trata de aulas expositivas, utilize a lousa para colocar apontamentos e exerccios.

    Avaliao:como toda a tarefa realizada em sala de aula, a observao e as anotaes a respeito daparticipao oral so fundamentais. Os exerccios sobre metafsica e lgica so o centro desta Situaode Aprendizagem e podem ajudar os alunos a desenvolver o raciocnio e a criao de textos.

    Sondagem e sensibilizao

    Para o incio desta Situao de Aprendi-zagem, voc pode propor algumas questescomo: Qual a melhor maneira de se jogar

    futebol? Qual a melhor maneira de se namo-rar? Qual a melhor maneira de pensar?

    O importante que os alunos percebamque o pensamento exige treino e habilidade,

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    cabendo tambm Filosofia ajudar a treinaro exerccio de se pensar.

    Roteiro para aplicao da Situaode Aprendizagem

    Propomos uma aula expositiva, com o ob-jetivo de dar aos alunos uma viso mais amplada Filosofia.

    Para desenvolver esta aula, apresentamos,para cada rea da Filosofia, algumas pergun-tas introdutrias, sugestes de resposta, umaproposta de conceito da rea em questo e umexcerto filosfico.

    Epistemologia

    1. Questes introdutrias

    a) Ns devemos confiar na cincia?

    A cincia no explica tudo. Ela tem limites,mas o conhecimento mais adequado de-senvolvido pela razo humana para tentarresolver os seus problemas. S cientfico oconhecimento que garante a sua validade.

    b) Quem faz a cincia?

    A cincia produzida por pesquisadoresem diferentes campos do conhecimento. NoBrasil, a produo cientfica predominan-temente produzida nas universidades e emcentros de pesquisas associados a indstrias.

    c) A cincia importante?

    A produo cientfica importante quandobeneficia a humanidade. A Filosofia discu-te, inclusive, duas questes diretamente as-sociadas importncia da cincia: uma dizrespeito ao acesso desigual aos benefciosda cincia e a outra refere-se ao fato de quenem toda a produo cientfica resulta favo-rvel humanidade.

    d) A cincia tem limites? Quais?

    Os limites da cincia so os conhecimentos

    racionais e experimentais (empricos), pois,fora deles, a cincia no pode afirmar nada.

    Epistemologia (tambm chamada Teo-ria da Cincia) uma parte da Filosofia daCincia que concerne natureza do conhe-cimento cientfico e seus grandes problemas:como e em que condies possvel conhe-cer? Existe a certeza absoluta do conheci-mento? Se existe, como, e em que condies?Quais so as caractersticas do conhecimen-to dentre as Cincias Naturais, as CinciasHumanas e as Cincias Formais?

    Centro de Lgica, Epistemologia e Histria da Cin-

    cia Unicamp. Disponvel em: . Acesso em: 27 out. 2007.

    3. Texto de apoio

    Antes de tudo, preciso saber colocar pro-blemas. O que quer que se diga da vida cien-tfica, os problemas no se colocam por si. precisamente esse sentido do problema que d amarca do verdadeiro esprito cientfico. Para umesprito cientfico, todo o conhecimento umaresposta a uma questo. Se no houve questo,no pode haver conhecimento cientfico.

    BACHELARD, Gaston. A formao do esprito cientfico.

    2. ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.

    2. Proposta de conceito de epistemologia

    Teoria do conhecimento

    1. Questes introdutrias

    a) O que conhecer?

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    Criar uma representao, a mais prximapossvel, da realidade.

    b)Como podemos conhecer?

    Podemos conhecer quando realizamos ati-vidades intelectuais sobre nossas sensaese sobre as ideias que nos informam.

    a nossa reflexo racional, pois h situaesnas quais uma atitude mal-pensada podetrazer prejuzo para ns e para muitas ou-

    tras pessoas.

    b) Qual a importncia de se fazer o bem?

    O bem algo a ser construdo para podermosenfrentar os problemas que encontramos nasociedade ou em ns mesmos. Pensar emboas atitudes lutar contra os sofrimentosque, em geral, temos. certo que fazer o bem, s vezes, algo difcil, mas faz-lo melhoranossas relaes de convivncia.

    2. Proposta de conceito de tica

    Conhecer uma realidade , no sentido usualda palavra conhecer, tomar conceitos j feitos,dos-los, e combin-los em conjunto at que seencontre um equivalente prtico do real.

    BERGSON, Henri. O pensamento e o movente. So

    Paulo: Martins Fontes, 2006.

    tica

    1. Questes introdutrias

    a)Como saber qual a melhor atitude a sertomada?

    Existem vrias maneiras de se tentar fa-zer o bem, mas para encontrar a maneiramais adequada precisamos, sempre, treinar

    3. Texto de apoio

    3. Texto de apoio

    Ora, parece que a felicidade, acima dequalquer outra coisa, considerada comoesse sumo bem. Ela buscada sempre porsi e nunca no interesse de uma outra coisa;enquanto a honra, o prazer, a razo, e todasas demais virtudes, ainda que as escolhamospor si mesmas, fazemos isso no interesse dafelicidade, pensando que por meio dela sere-mos felizes.

    ARISTTELES. tica a Nicmacos. Traduo Mrio

    da Gama Kury. 4. ed. Braslia: Editora da Universidade

    de Braslia, 2001. p. 23. 1097a.

    A Teoria do Conhecimento uma investi-gao sobre as diversas maneiras pelas quaispodemos conhecer as coisas e as relaesque os conhecimentos podem estabelecer ouestabelecem. Por exemplo, memria, experi-ncias dos sentidos, analogias, reflexo, rea-lidade, imaginao e outros. O seu problemaprincipal como o sujeito se relaciona com oobjeto de conhecimento.

    tica uma investigao sobre os prin-cpios que motivam, justificam ou orientamas aes humanas, refletindo sobre os funda-mentos dos valores sociais e historicamenteconstrudos. Desta forma, no se reduz mo-ral, mas procura compreender seus princpiose analisar relaes sociais que resultam dasvariaes morais elaboradas ao longo da his-tria da humanidade por diferentes culturas.

    2. Proposta de conceito de teoria doconhecimento

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    Poltica

    1. Questes introdutrias

    a) Quais so as melhores leis?

    As melhores leis so aquelas que bene-ficiam todos, permitem a construo daliberdade no convvio com o outro e soconhecidas por todos. Cada lei deve le-var em considerao as necessidades das

    pessoas.

    b) Como podemos conviver com as outraspessoas sem violncia?

    Podemos conviver com outras pessoas semviolncia agindo de maneira sensata em to-das as dimenses. A maneira sensata de agir, em primeiro lugar, escolher os governan-tes que se preocupem, sinceramente, com aeducao e que demonstrem sensibilidadeem relao s necessidades das pessoas e qualidade de vida em geral.

    2. Proposta de conceito de poltica

    A Cidade a forma mais elevada de co-munidade e tem como objetivo o bem maiselevado.

    ARISTTELES. Poltica. Traduo Pedro Constantin

    Tolens. Livro I. So Paulo: Martin Claret, 2007. p. 35.

    Filosofia da Histria

    1. Questes introdutrias

    a) O que o tempo?

    Responder o que o tempo uma das ques-tes mais difceis do nosso intelecto e da pr-

    pria Filosofia. Em geral, dizemos que tempo o meio no qual se desenrolam os aconteci-mentos e o lugar das possibilidades.

    b) O que histria humana?

    A histria humana pode ter vrios significa-dos. Em geral, ela pensada como passado,desejo de futuro, tradies, compreensodas relaes sociais no tempo e no espao ecomo objeto de investigao da histria.

    2. Proposta de conceito de Filosofia da Histria

    No houve, portanto, um tempo em quevoc no tenha criado nada, porque voccriou o tempo em si mesmo. E no existe tem-po que seja igualmente eterno a voc, porquevoc viver para sempre; mas se houver temposuficiente, ento no ser o tempo. Pois o que o tempo? Quem pode explic-lo de maneirafcil e resumida? Quem pode sequer compre-end-lo em pensamento e dar a resposta empalavras? Ainda assim, no verdade que emconversas, no h nada mais familiar ou co-

    3. Texto de apoio

    Poltica a investigao filosfica sobrequal o melhor governo, o que justia ecomo deve ser o comportamento das pessoasem suas relaes de convivncia.

    3. Texto para reflexo

    Filosofia da Histria uma rea de inves-tigao da Filosofia, que se preocupa com arelao dos homens com o tempo, com seusprocessos culturais e sociais. Alm disso,

    preocupa-se com o significado do desenvol-vimento das sociedades e da racionalidade.

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    Filosofia 1asrie, 1obimestre

    nhecido a que nos referimos como o tempo?E certamente ns o compreendemos quan-do falamos dele; tambm o compreendemos

    quando outros falam dele. Ento, o que otempo? Se ningum me perguntar, eu sei o queele . Se desejar explicar para aquele que mepergunta, eu no sei. Ainda assim digo comconfiana que sei que se nada morresse, nohaveria tempo passado; e se nada estivessepor vir, no haveria o tempo futuro; e se nohouvesse nada, no haveria tempo presente.

    Mas, ento, como possvel haver doistempos, passado e futuro, quando mesmo opassado j no existe mais e o futuro aindano existe? Mas se o presente fosse semprepresente e no se tornasse passado, bvioque no seria o tempo, mas sim a eternidade.

    Se ento, o tempo presente se for otempo chega a existir apenas porque ele setorna tempo passado, como podemos dizeristo uma vez que a razo de sua existn-cia o fato de que deixar de ser? Ento, nopodemos dizer na verdade que o tempo s medida que tende a no ser?

    SANTO AGOSTINHO. Confisses. p. 162. Traduo

    Maria do Carmo Martins Fontes-Davis. Disponvel em:

    .

    Esttica

    1. Sugesto de questes introdutrias

    a)Quais os critrios para identificarmos umaobra de arte?

    Os critrios so historicamente definidos,isto , cada cultura valida critrios para asua produo artstica.

    b) Existe um padro de beleza universal vlidopara todas as culturas?

    Assim como a arte, a beleza depende de va-lores culturais e histricos para ser defini-

    Pode-se tambm pensar em uma per-feio esttica, que contenha o fundamentode uma satisfao subjetivamente universal,isto , a beleza: o que agrada os sentidos naintuio e, precisamente por isso, pode ser oobjeto de uma satisfao universal.

    KANT, Immanuel. Manual dos cursos de lgica geral.

    Traduo Fausto Castilho. Campinas/So Paulo: Uni-

    camp/IFCH, 1998.

    da, por isso, no se pode falar em um nicopadro vlido para toda a humanidade.

    2. Proposta de conceito de esttica

    A esttica tem como temas o estudo doscritrios e problemas sobre processos decriao artstica. Problematiza os valores es-tticos e as relaes entre forma e contedo,bem como a importncia da arte para as so-ciedades humanas.

    3. Texto de apoio

    Ouvir e dialogar Metafsica deAristteles

    Pensando sempre nas habilidades que, emFilosofia, seriam importantes desenvolver nosalunos, vamos trabalhar o desenvolvimentoda capacidade de escrita atravs da metafsica.Com base nisso, podemos retomar a primeirabiografia de Aristteles, feita para a aula dotema anterior, e pedir aos alunos que conju-guem o verbo ser no presente do indicativo,escrevendo-o na lousa.

    Em seguida, os alunos devem formular fra-ses com o verbo conjugado em todas as pesso-as. Por exemplo: Eu sou o Vtor; tu s a Flvia;Ivan meu amigo; ns somos estudantes; vs

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    Quadro do programa Meta_Aristteles

    As quatro causasou os fundamentos

    O que voc quer saber? O que ? Lpis.Qual a causa material? (De que feito o lpis?)

    O lpis feito de madeira e grafite.

    Qual a causa formal? (Qual aforma dele?)

    O lpis cilndrico e pontiagudoem uma das extremidades.

    Qual a causa eficiente ou quem unea forma com a matria? (Quem fez?)

    O operador da mquina de fazerlpis.

    Qual a causa final? (Por que foifeito?)

    Para escrever e poder apagar depois,se for necessrio.

    sois o futuro do Brasil; os estudantes so a ra-zo de ser da escola. Quando as frases foremapresentadas, mostre aos alunos que tudo

    alguma coisa, que para todas as coisas pode-mos aplicar o verbo ser (que, alis, no apenas um verbo; a primeira e fundamentalcaracterstica de tudo o que existe).

    Depois que os alunos perceberem a pertinn-cia do ser, sugerimos que voc proponha umexerccio, pedindo a eles que imaginem a chega-

    da escola de um aliengena com quem come-am a conversar. Minutos depois, o aliengenaolha para a mesa e mostra-se curioso para saber

    o que um lpis. Cada um tenta explicar, masele no consegue entender. Ento, o aliengenavolta-se para o computador e pede que respon-dam segundo o programa Meta_Aristteles,que serve para responder o que so as coisas.

    Para ilustrar o exerccio, apresente o qua-dro a seguir.

    Quadro do programa Meta_Aristteles

    O que voc quer saber? Eu mesmo O amor O estudo

    Qual a causamaterial? (De que feito?)

    Carne,ossos,sangue...

    Gestos, carinho,compreenso,amizade, ajuda...

    Leituras, exerccios,

    dedicao,descobertas,pacincia...

    Qual a causa formal?(Qual a sua forma?)

    AlmaDesejo de estarjunto e fazer ooutro feliz.

    DesenvolvimentoAsquatroca

    usas

    ouosfundamentos

    Depois de conhecer as quatro causas, ou fun-damentos, o ET superinteligente conseguiu en-tender o que era um lpis, o que no conseguiriaapenas vendo um ou ouvindo voc falar sobresua utilidade, ou forma ou matria. Agora, pea

    aos alunos que repitam o exerccio, aplicando-ona explicao de outras coisas, como: eu mes-mo, o amor ou o estudo, conforme o quadroa seguir, que poder ser utilizado para outrosexemplos em razo de sua prpria experincia.

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    Filosofia 1asrie, 1obimestre

    Quadro do programa Meta_Aristteles

    O que voc quer saber? Eu mesmo O amor O estudoQual a causaeficiente, ou quem unea forma com a matria?(Quem fez?)

    Meu pai eminha me.

    O conhecimentodo outro.

    O estudante.

    Qual a causa final?(Por que foi feito?)

    Fui feitopara medesenvolvere ser feliz.

    Para ajudar ooutro a ser feliz.

    Para aprender ecrescer, como serhumano, em buscada felicidade.

    Asquatrocausas

    ouosfundamentos

    Com certeza, h muito para se falar da meta-fsica de Aristteles, mas temos de fazer um cor-te adequado ao perfil do curso, por isso, vamostomar como critrio o desenvolvimento das ha-bilidades indicadas no incio deste Caderno.Para alcanar essas habilidades, voc pode infor-mar aos alunos que as quatro causas so ocomeo para dizer o que o serde alguma coisa.

    Fazendo uma ligao com a aula ante-rior, continue a hipottica narrativa davisita do ET. Ele decidiu escrever uma men-sagem para seu planeta, contando o queera um lpis. Entretanto, faltava preencheralguns itens a fim de explicar melhor aosseus conterrneos o que era um lpis. Ve-jamos:

    Substncia Mistura de matria e forma.Lpis (madeira e grafite, em formade cilindro).

    QualidadeSo as qualidades e osdefeitos.

    O lpis vermelho e bonito, mas difcil de apontar, porque a grafiteno est bem centralizada e a pontaquebra a cada tentativa.

    Quantidade Quantos? Muito ou pouco? Pouco: apenas um.

    RelaoComo ele em relao soutras coisas?

    Ele mais comprido que a borrachae escreve menos forte do que acaneta.

    Ao O que ele faz?Serve para os seres humanos fazerdesenhos ou escrever e apagar

    palavras e nmeros.

    PassividadeComo ele se desgasta? Ele se desgasta sendo apontado,

    pelo uso e pela umidade que oapodrece.

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    OndeOnde ele est? Em que lugarfica, em geral, ou onde estagora?

    Ele est na sala de aula, mas emgeral podemos encontr-lo empapelarias e escritrios.

    Tempo Quando e quanto tempo? Hoje.

    Posse O que ele possui? Possui borracha na extremidade.

    Posio Como ele est ou fica? Deitado.

    Relembrando o exerccio anterior, voc podepedir aos alunos que completem este segundoquadro agora utilizando as substncias: eu mes-mo, o amor e o estudo. Do exerccio de raciocniocom o quadro, podemos ensaiar a construo deum texto com parmetros filosficos. Para isso,pea aos alunos que escrevam uma redao uti-lizando as categ