fichamento contemporânea 4

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Universidade Federal Fluminense Instituto de Ciências Humanas e Filosofia Departamento de Sociologia e Metodologia das Ciências Sociais Sociologia Contemporânea I Prof. Dr. Carlos Eduardo Fialho Gabriel Guimarães Pinto Entrega: 27/05/2015 ELIAS, N. Sobre o Tempo. Trad. Vera Ribeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998. pp. 34-37 Os três primeiros capítulos apresentam a base filosófica do ensaio de Elias. Ele nega a hipótese de uma aptidão natural e inata para a síntese temporal, afirmando que elas são, ao contrário, resultados de aprendizagem e experiência sociais, e não individuais, como pensado anteriormente. O conceito de tempo se diferencia entre sociedades antigas e a moderna, pois não havia, anteriormente, um padrão fixo de medida do tempo. Seu argumento se baseia na diferença entre as formas antigas de medição do tempo, onde eram marcadas situações isoladas, desprovidas de relações entre si; nelas, a experiência do tempo era pautada em um caráter individual e sazonal, não sendo reconhecido como algo uniforme e contínuo. A construção social do tempo ocorre a partir da necessidade de dispositivos artificiais de medida, deixando de depender dos eventos da natureza. Com isso, percebe-se a autonomização do homem frente a natureza, implicando em um perigo: conceber a díade natureza/cultura com existência fundamentalmente independentes uma da outra.

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Page 1: Fichamento contemporânea 4

Universidade Federal FluminenseInstituto de Ciências Humanas e FilosofiaDepartamento de Sociologia e Metodologia das Ciências SociaisSociologia Contemporânea IProf. Dr. Carlos Eduardo FialhoGabriel Guimarães PintoEntrega: 27/05/2015

ELIAS, N. Sobre o Tempo. Trad. Vera Ribeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1998. pp. 34-37

Os três primeiros capítulos apresentam a base filosófica do ensaio de Elias. Ele nega a hipótese de uma aptidão natural e inata para a síntese temporal, afirmando que elas são, ao contrário, resultados de aprendizagem e experiência sociais, e não individuais, como pensado anteriormente. O conceito de tempo se diferencia entre sociedades antigas e a moderna, pois não havia, anteriormente, um padrão fixo de medida do tempo. Seu argumento se baseia na diferença entre as formas antigas de medição do tempo, onde eram marcadas situações isoladas, desprovidas de relações entre si; nelas, a experiência do tempo era pautada em um caráter individual e sazonal, não sendo reconhecido como algo uniforme e contínuo. A construção social do tempo ocorre a partir da necessidade de dispositivos artificiais de medida, deixando de depender dos eventos da natureza. Com isso, percebe-se a autonomização do homem frente a natureza, implicando em um perigo: conceber a díade natureza/cultura com existência fundamentalmente independentes uma da outra.