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Ficha técnica

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© 2016

Direitos reservados para Letras & Diálogos,

uma empresa Editorial Presença

Estrada das Palmeiras, 59

Queluz de Baixo

2730-132 Barcarena

Título original: O Meu Livro de Estilo

Autora: Gabriela Pinheiro

Copyright © Gabriela Pinheiro, 2016

Copyright © Letras & Diálogos, 2016

Revisão: Caligrama e Carlos Jesus/Editorial Presença

Paginação e capa: Susana Rainho Monteiro

Impressão e acabamento: Multitipo — Artes Gráficas, Lda.

ISBN: 978-989-8818-62-1

Depósito legal n.º 415 364/16

1.ª edição, Lisboa, outubro, 2016

Aos meus filhos e marido que são a base da minha pessoa.

Aos meus pais.

Aos meus amigos que nunca deixam de estar presentes.

OMeuLivro deEstilo_150X230_MT.indd 6 29/09/16 12:29

Índice

Dez passos para encontrar o seu estilo (e arrasar) ........................... 25À procura do seu estilo ......................................... 32 Um estilo em evolução .......................................... 36 O seu corpo ............................................................ 39 Pequenina e redondinha como a sardinha? ........ 46

Introdução ...................................................... 15O que faz uma stylist? .......................................... 20O maestro do seu estilo ........................................ 22

1


Mais do que básicos, são peças essenciais .................................. 63A camisa branca ..................................................... 64O blazer preto .......................................................... 65As calças de ganga .................................................. 65O top de alças finas (branco e preto) ................... 66O trench coat ................................................................ 66Os sapatos de salto alto pretos ............................. 67Os sapatos Oxford ...................................................... 68Os ténis brancos em pele ....................................... 68 As calças pretas ...................................................... 69A T-shirt branca ...................................................... 70 O sobretudo ............................................................. 71A boa carteira .......................................................... 72

2

Como organizar o seu roupeiro ....... 75A roupa que já não veste há um ano .................. 77A roupa que veste sempre ..................................... 79A roupa que não veste há mais de três anos ..... 80Organizar os acessórios ........................................ 83Vamos reciclar, mas com cuidado ........................ 84

3

Quer ter o estilo de... ............................... 91Cláudia Vieira ......................................................... 92Fátima Lopes ......................................................... 96Júlia Pinheiro ......................................................... 100Diana Chaves .......................................................... 103Sofia Cerveira ......................................................... 106Sara Matos .............................................................. 109

4

As 10 + 1 regras de ouro do styling ...................................... 1135

Vamos às compras! ..................................... 121Dicas infalíveis para um dia de compras em cheio ............................................. 122A loucura dos saldos ............................................. 125

6

O que está por baixo também é importante ........................ 129Em busca do soutien perfeito ......................... 130As cuecas não são para se ver ........................ 134Shape me: uma palavrinha para as cintas modeladoras, as nossas melhores amigas ....... 135Os collants, sem desculpas ............................. 137

7

Dress code: o guarda-roupa ideal para cada ocasião ..................... 141O dress code no local de trabalho .................... 143Entrevista de emprego ................................... 151A noite é de folia! ........................................... 155O primeiro encontro ....................................... 162Ser apresentada à sogra... e à restante família ............................ 163

8

Vivam os noivos! ................................... 169A noiva, radiante ............................................ 170Que vestido escolher para o seu tipo de corpo? ................................ 182Os convidados: o que vestir? ........................... 186A madrinha .................................................... 192

9

As 10 + 1 regras de ouro do styling (SEMPRE) ......................................... 114As 10 + 1 regras de ouro do styling (NUNCA) ............................................ 117


Chegou o verão! .................................... 195Biquíni, triquíni ou fato de banho: mergulhar com estilo ...................................... 197Acessórios de praia ........................................ 206As saídas de praia .......................................... 208As festas na areia ........................................... 209

10

Vou de viagem! ...................................... 213Planear é preciso ............................................ 214Dez coisas que não podem faltar na mala ...... 215Malas e matemática ....................................... 218

11

Vai pisar a red carpet ......................... 221A grande decisão: designer vs. marca ............. 222Um processo criativo! ..................................... 225A escolha do vestido ideal ............................... 228Vai pisar a red carpet? Do’s e Don’ts a não esquecer ................................................ 231Os últimos retoques ....................................... 234

12

Conclusão ................................................ 237

Agradecimentos .................................... 239


O M E U L I V R O D E E S T I L O | 15

Desde miúda, sempre adorei brincar com o visual das bonecas. Não era só a roupa, fazer vestidos, procurar combinações. Era

tudo. O visual inteiro. Cortava-lhes o cabelo, maquilhava-as, despia-as, vestia-as. Mesmo com as bonecas de pano, que também tive algumas: fa-zia-lhes penteados, desenhava-lhes a maquilhagem (que depois não saía, claro!), ou seja, transformava-as. Podia não ter consciência, mas era isso que me interessava: a transformação. O antes e o depois. A mudança. Era a beleza da imagem final que me atraía. Era isso que queria criar.

Introdução


16 | G A B R I E L A P I N H E I R O

Mas a verdade é que nunca desejei, objetivamente, ser stylist. Nunca foi uma coisa programada, foi mesmo natural em mim. A partir de uma certa idade, quando comecei a interessar-me pela moda, fazia-o de uma maneira muito natural. Gostava de experimentar, em mim, diferentes looks: um dia podia sair à rua com um ar completamente «beto» e, no dia seguinte, criar um outfit mais alternativo, mais trashy, e três dias depois, se me apetecesse, atrevia-me a ir para o liceu de saltos altos!

Nunca fui propriamente uma fashionista. Era sobretudo indepen-dente. Sempre adorei passar o dia nas compras, experimentar looks, fazer combinações. Sempre tive algum cuidado com o que vestia, mas fi-lo de uma maneira criativa. Era uma maneira de me expressar, como qualquer outra. Nunca quis ser estilista, no sentido de desenhar e con-fecionar roupa. Aquilo que sempre me interessou foi a imagem como um todo. O desafio, a construção, o chegar lá. Interpretar o que o cliente procura e dar-lhe o visual com que sempre sonhou. Pôr a máquina toda a funcionar, criar uma imagem espetacular.

Frequentava Artes, mas não sabia muito bem o que queria fa-zer da minha vida, onde me focar. Percebi que o que me interessava

era o marketing e a publicidade e foi isso que acabei por escolher. Como estava finalmente a estudar uma coisa de que gostava, consegui ter muito boas notas e fui estagiar para uma agência de publicidade, onde trabalhei no departamento de planeamento estratégico. Adorei, porque este departamento é um

bocadinho o «maestro» da agência: põe todos os departamentos em contacto e sintonia. De certa forma, era a minha cara, mas ainda assim não era o que queria. Sempre fui uma pessoa muito criativa e aquele regime de trabalhar das nove às cinco da tarde num escritório não era para mim.

«A VERDADE é QUE NUNCA DESEJEI, OBJETIVAMENTE, SER STyLiST.»


Foi também por essa altura que comecei a interessar-me pela moda a sério. Comecei como modelo: fiz um curso e, pelo meio, conheci um fotó-grafo por quem me apaixonei e com quem comecei a namorar. Entretanto, o meu trabalho de fim de curso também estava ligado à moda. Tinha de-zassete anos e «montei», primeiro só no papel, toda uma empresa de servi-ços de moda. Passei um ano inteiro a trabalhar neste projeto, a investigar, a construí-lo peça a peça. Quan-do terminei, estava tudo pronto. O conceito era muito simples, completamente integrado, o que significa que fazíamos tudo: mo-delos, fotografia, catálogos... Era um serviço «chave na mão».

Quando terminei o curso técnico-profissional e comecei o estágio na agência, de que gosta-va mas não me preenchia totalmente, percebi que podia ser por ali. Que era aquilo que me apetecia realmente fazer. Comecei a mexer uns cor-delinhos para passar aquele projeto do papel para a vida real. Foi assim que criei a minha empresa. Tinha dezoito anos e era empresária na área da moda! A empresa funcionava bem e funcionou até ao momento em que terminei o meu namoro. Acabou, mas eu queria continuar.

Continuei a trabalhar em produção, embora já como freelancer, fa-zendo sobretudo produções para revistas. As coisas aconteceram muito rápido. O ritmo era mesmo alucinante: chegava a fazer três produções semanais para uma revista. Foi duro, mas divertido (tinha vinte e dois anos!), e foi uma grande escola para mim.

Depois, surgiu o meu primeiro trabalho como personal stylist. O desafio era vestir a Cláudia Vieira na primeira temporada do Ídolos. Foi fantástico, porque a Cláudia, além de ser linda, é uma pessoa mara-vilhosa. Fui aprendendo à medida que a ajudava a criar a sua imagem, semana a semana, e hoje sinto-me abençoada por ter tido a sorte de trabalhar com ela. Hoje somos grandes amigas.

«SEMPRE ADOREI PASSAR O DIA NAS COMPRAS, ExPERIMENTAR LOOkS, FAzER COMBINAçõES.»



Mas a verdade é que nunca desejei, objetivamente, ser stylist. Nunca foi uma coisa programada, foi mesmo natural em mim. A partir de uma certa idade, quando comecei a interessar-me pela moda, fazia-o de uma maneira muito natural. Gostava de experimentar, em mim, diferentes looks: um dia podia sair à rua com um ar completamente «beto» e, no dia seguinte, criar um outfit mais alternativo, mais trashy, e três dias depois, se me apetecesse, atrevia-me a ir para o liceu de saltos altos!

Nunca fui propriamente uma fashionista. Era sobretudo indepen-dente. Sempre adorei passar o dia nas compras, experimentar looks, fazer combinações. Sempre tive algum cuidado com o que vestia, mas fi-lo de uma maneira criativa. Era uma maneira de me expressar, como qualquer outra. Nunca quis ser estilista, no sentido de desenhar e con-fecionar roupa. Aquilo que sempre me interessou foi a imagem como um todo. O desafio, a construção, o chegar lá. Interpretar o que o cliente procura e dar-lhe o visual com que sempre sonhou. Pôr a máquina toda a funcionar, criar uma imagem espetacular.

Frequentava Artes, mas não sabia muito bem o que queria fa-zer da minha vida, onde me focar. Percebi que o que me interessava

era o marketing e a publicidade e foi isso que acabei por escolher. Como estava finalmente a estudar uma coisa de que gostava, consegui ter muito boas notas e fui estagiar para uma agência de publicidade, onde trabalhei no departamento de planeamento estratégico. Adorei, porque este departamento é um

bocadinho o «maestro» da agência: põe todos os departamentos em contacto e sintonia. De certa forma, era a minha cara, mas ainda assim não era o que queria. Sempre fui uma pessoa muito criativa e aquele regime de trabalhar das nove às cinco da tarde num escritório não era para mim.

«A VERDADE é QUE NUNCA DESEJEI, OBJETIVAMENTE, SER STyLiST.»


Foi também por essa altura que comecei a interessar-me pela moda a sério. Comecei como modelo: fiz um curso e, pelo meio, conheci um fotó-grafo por quem me apaixonei e com quem comecei a namorar. Entretanto, o meu trabalho de fim de curso também estava ligado à moda. Tinha de-zassete anos e «montei», primeiro só no papel, toda uma empresa de servi-ços de moda. Passei um ano inteiro a trabalhar neste projeto, a investigar, a construí-lo peça a peça. Quan-do terminei, estava tudo pronto. O conceito era muito simples, completamente integrado, o que significa que fazíamos tudo: mo-delos, fotografia, catálogos... Era um serviço «chave na mão».

Quando terminei o curso técnico-profissional e comecei o estágio na agência, de que gosta-va mas não me preenchia totalmente, percebi que podia ser por ali. Que era aquilo que me apetecia realmente fazer. Comecei a mexer uns cor-delinhos para passar aquele projeto do papel para a vida real. Foi assim que criei a minha empresa. Tinha dezoito anos e era empresária na área da moda! A empresa funcionava bem e funcionou até ao momento em que terminei o meu namoro. Acabou, mas eu queria continuar.

Continuei a trabalhar em produção, embora já como freelancer, fa-zendo sobretudo produções para revistas. As coisas aconteceram muito rápido. O ritmo era mesmo alucinante: chegava a fazer três produções semanais para uma revista. Foi duro, mas divertido (tinha vinte e dois anos!), e foi uma grande escola para mim.

Depois, surgiu o meu primeiro trabalho como personal stylist. O desafio era vestir a Cláudia Vieira na primeira temporada do Ídolos. Foi fantástico, porque a Cláudia, além de ser linda, é uma pessoa mara-vilhosa. Fui aprendendo à medida que a ajudava a criar a sua imagem, semana a semana, e hoje sinto-me abençoada por ter tido a sorte de trabalhar com ela. Hoje somos grandes amigas.

«SEMPRE ADOREI PASSAR O DIA NAS COMPRAS, ExPERIMENTAR LOOkS, FAzER COMBINAçõES.»



Entretanto, continuava com o meu trabalho em produção de moda. Durante oito anos, fui editora de moda da revista masculina GQ, o que significa que vestia, sobretudo, homens. Mas também vestia – ou des-pia! – celebridades femininas, para as capas. Foi, de novo, uma grande aprendizagem, que me deu muita bagagem, porque este trabalho im-plicava lidar com mulheres – conhecidas, reconhecidas – que iam estar

na capa de uma revista mos-trando o seu lado mais frágil. Estando tão expostas, é na-tural que surgissem muitas dúvidas nas cabeças destas mulheres. Muitas inseguran-ças (todas as temos!) que eu tinha de ajudar a desmontar. E, portanto, o meu trabalho era criar uma imagem tão

poderosa, tão bonita, tão inesquecível, tão maravilhosa que as fizesse esquecer toda a sua vulnerabilidade, mesmo estando de roupa interior perante o público!

Elas tinham de se sentir «a última Coca-Cola do deserto» na capa daquela revista, e é esse processo de construção, de autoconfiança, de segurança, que o stylist ajuda a criar. Todas as mulheres são um bocadinho inseguras. Faz parte (até do nosso charme!). Mas as ce-lebridades, por incrível que pareça, podem sê-lo ainda mais. Talvez por estarem tão expostas: mesmo quando não estão na capa de uma revista, têm sempre as luzes da ribalta apontadas na sua direção, são constantemente observadas, constantemente criticadas, comparadas e passam a vida a ouvir opiniões a seu respeito, inputs positivos ou negativos, que vêm de pessoas em quem podem, ou não, confiar. Não deve ser fácil. Não pode ser fácil. Claro que esta insegurança só a mos-tram a algumas pessoas, as mais próximas. Por isso é tão importante que tenham na sua vida duas ou três pessoas em quem podem confiar. O stylist é uma delas.

«TODAS AS MULHERES SãO UM BOCADINHO INSEGURAS. FAz PARTE (ATé DO NOSSO CHARME!).»



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