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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2012 TÍTULO: A Gestão Democrática para a Diversidade na busca de caminhos para a qualidade educacional Autor Graciane Cava Guimarães Disciplina Gestão Escolar Escola de Implementação do projeto e sua localização

Colégio Estadual Nilo Peçanha – Praça Silas Gerson Ayres, 31.

Município da Escola Jaguariaíva Núcleo regional de Educação Wenceslau Braz Professor Orientador Ione da Silva Jovino Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG Relação Interdisciplinar (indicar caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho

Resumo:

A Gestão Democrática para a Diversidade pode ser um caminho para a qualidade educacional na escola pública. No entanto existe pouca participação da comunidade escolar nesse processo. A não participação efetiva dessa comunidade encontra -se relacionada a falta de interesse, o desconhecimento sobre a real finalidade de seu papel enquanto órgão responsável pelas mudanças na qualidade educacional. O presente trabalho visa valorizar a participação da comunidade escolar, buscando o respeito e a valorização nas questões da diversidade no âmbito escolar. Pretende-se proporcionar através da participação ativa da comunidade escolar uma atuação efetiva nos aspectos pedagógicos, culturais e sociais da escola a qual está inserida. Esse projeto de intervenção pedagógica será desenvolvido com a comunidade escolar, do Colégio Estadual Nilo Peçanha da cidade de Jaguariaíva – Paraná, com a abordagem metodológica de leituras e estudos da lei 10639/03, das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCE) para a Educação das Relações Étnico–Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro Brasileira e Africana, reflexões do Projeto Político Pedagógico e Regimento interno da escola, bem como promover o Festival Cultural Afro no Colégio com atividades culturais como: teatro, desfile da Garota (o) Afro, gincana e exposição cultural. Esse caderno pedagógico apresenta proposta de atividades dentro da temática favorecendo a construção de práticas pedagógicas, que insiram a comunidade escolar em uma maior participação, integrando a todos no processo educacional da escola é que chegaremos a gestão democrática, e o respeito as diferenças.

Palavras-chave (3 a 5 palavras) Gestão Democrática, diversidade, participação e comunidade escolar

Formato do Material Didático Caderno Pedagógico Público Alvo Comunidade Escolar do Colégio Estadual Nilo Peçanha

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA – UEPG

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

GRACIANE CAVA GUIMARÃES

A GESTÃO DEMOCRÁTICA PARA A DIVERSIDADE NA BUSCA DE CAMINHOS

PARA A QUALIDADE EDUCACIONAL

PONTA GROSSA 2012

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GRACIANE CAVA GUIMARÃES

A GESTÃO DEMOCRÁTICA PARA A DIVERSIDADE NA BUSCA DE CAMINHOS

PARA A QUALIDADE EDUCACIONAL

Caderno Pedagógico apresentado à Secretaria de Estado da Educação – SEED como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE na área de Gestão Escolar. Orientadora: Profa. Dra. Ione da Silva Jovino

PONTA GROSSA 2012

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APRESENTAÇÃO

Sou professora com Licenciatura em História, atuando como docente há 20

anos, 10 destes como gestora escolar do Colégio Estadual Nilo Peçanha, na

cidade de Jaguariaíva pertencente ao Núcleo Regional de Educação de Wenceslau

Braz.

Fiz a escolha da área de gestão escolar no Programa de Desenvolvimento

Educacional por ser uma área a qual possuo um “olhar” sobre a gestão da escola, e

por ter uma atuação prática educacional nesse aspecto. Em um primeiro momento

eu tinha pensado em escrever o projeto de intervenção pedagógica sobre a

Conscientização e Valorização das Instâncias Colegiadas na Gestão Democrática,

por perceber a pouca participação dessas instâncias nas atividades da escola. Após

conversações com a minha professora orientadora Doutora Ione da Silva Jovino,

juntas chegamos a compreensão que era necessário ampliar essa participação na

escola, não apenas para as instâncias colegiadas, mas sim para a comunidade

escolar como um todo, e por entender que essa comunidade escolar encontra-se

com muitas diferenças sociais, culturais, econômicas, étnico-raciais e outras, fez-se

a elaboração do projeto A Gestão Democrática para a Diversidade na busca de

Caminhos para a Qualidade Educacional.

Este caderno pedagógico foi produzido a partir da necessidade de se pensar

na melhoria da participação da comunidade escolar, nas atividades da escola, bem

como a valorização na gestão democrática e respeito às diversidades. Oportunizará

a possibilidade de conhecer e estudar as diretrizes, leis e documentos oficiais da

escola como o Projeto Político Pedagógico e Regimento Interno que abordam as

questões da diversidade, e propõe sugestões de atividades dentro dessa temática

para inserir a comunidade escolar em maior participação no ambiente escolar. Assim

favorecerá a construção de práticas pedagógicas que estejam preocupadas com o

pleno desenvolvimento do educando, na busca de uma educação de qualidade e

igualitária, que procurem o conhecimento necessário de construção de novas

práticas capazes de promover o respeito à diversidade.

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INTRODUÇÃO

O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, é uma política pública

do Estado do Paraná ofertado pela Secretaria de Estado de Educação,

proporcionando aos professores da rede pública Estadual de Ensino, uma formação

continuada com o objetivo de melhorias na qualidade educacional nas escolas do

Paraná, bem como um aperfeiçoamento da prática pedagógica aos docentes. Além

de oportunizar momentos de estudos e estabelecer a integração entre os

professores da Educação Básica e os da Educação Superior, através de orientação

do Projeto de Intervenção Pedagógica, da Produção do Material Pedagógico e a

Produção do Artigo Final, esse programa almeja através de pesquisas, estudos,

mudanças no cotidiano escolar intervindo para que essas busquem o

desenvolvimento educacional em sua plenitude.

A partir da elaboração do projeto “A GESTÃO DEMOCRÁTICA PARA A

DIVERSIDADE NA BUSCA DE CAMINHOS PARA A QUALIDADE EDUCACIONAL”,

foi produzido este material didático pedagógico, intitulado de caderno pedagógico,

que faz parte das atividades exigidas pelo programa PDE. Este material de apoio

como recurso didático tem como referências políticos pedagógicas a Lei10639/03,

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico–Raciais e

para o Ensino e Cultura Afro–Brasileira e Africana, Projeto Político Pedagógico do

Colégio Estadual Nilo Peçanha e Regimento Interno do mesmo, oportunizará

reflexões, e irá propor ações pedagógicas para que sejam desenvolvidas na

realidade escolar.

A Gestão Democrática para a Diversidade pode ser um caminho para a

busca da qualidade educacional, portanto todos os segmentos da escola devem

participar ativamente nas ações que proporcionem essas melhorias. É na escola

enquanto instituição dentro de uma organização social, que se busca a aquisição do

saber, e o desenvolvimento de competências variadas através do processo

ensino–aprendizagem, contribuindo assim para o exercício da cidadania dos

educandos, respeitando- se direitos e deveres. Para que a escola pública realize sua

função social, é necessário ações da gestão escolar, passando pelas políticas

públicas que façam acontecer uma escolarização de qualidade, sendo capaz de

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ajudar na diminuição da exclusão social dos alunos que está inserida. É na escola

que encontramos esse local para o exercício e desenvolvimento de uma cidadania

consciente. Observa-se isto nas considerações feitas por Araújo (2004, p.41) “o

objetivo central da educação deve ser a construção de personalidades morais

autônomas, críticas, que almejem o exercício competente da cidadania .“

O Projeto A Gestão Democrática para a Diversidade na busca de

caminhos para a qualidade educacional, será implementado no Colégio Estadual

Nilo Peçanha – Ensino Fundamental e Médio, na cidade de Jaguariaíva, Núcleo

Regional de Wenceslau Braz, em um período de 32 horas. As atividades serão

desenvolvidas em reuniões pedagógicas, reuniões com os pais, instâncias

colegiadas e comunidade escolar, em horário de hora-atividade dos professores, em

contra turno escolar e em datas pré- estabelecidas pela direção da escola.

O objetivo principal no desenvolvimento desse projeto é promover a

valorização dos educandos, pais, professores, funcionários e comunidade escolar,

buscando uma maior participação das instâncias colegiadas nas atividades culturais

e respeito às diversidades da escola, tornando-os sujeitos ativos no processo

escolar.

Esse material didático pedagógico aborda temas atuais e sugere atividades

teórica/prática, com o objetivo de subsidiar ações que propiciem a transformação da

ação docente e dos profissionais da educação, envolvendo alunos e a família, enfim

a comunidade escolar na discussão da importância de se fazer uma gestão

democrática contemplando ativamente as questões da diversidade, levando ao

respeito mútuo e valorização de todos nesse processo sem distinção, na busca da

verdadeira igualdade em todos os aspectos, sociais, econômicos, culturais e raciais.

É na participação, em seu sentido pleno, que está à existência de um esforço

consciente para que os participantes de uma comunidade escolar contribuam

ativamente para o bom funcionamento da escola, reconheçam e assumam seu

poder de exercer influências nas questões que lhes dizem respeito compreendendo,

decidindo e agindo, e assim teremos uma participação de todos efetivamente nas

atividades da escola. Levando a compreensão da realidade da escola, para que

aconteçam ações pedagógicas eficientes na construção do saber pedagógico.

A aplicabilidade desse material didático pedagógico será realizado com

dinâmicas de grupo, grupos de estudos e será passado um vídeo para a

sensibilização da temática.

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Esse caderno pedagógico será composto por duas unidades temáticas

sendo estruturado na Unidade 1 Gestão para a Diversidade que será trabalhado

textos sobre a Lei 10639/03, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

das Relações Étnicos Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e

Africana, algumas considerações do Projeto Político Pedagógico do Colégio

Estadual Nilo Peçanha e o Regimento Interno do mesmo, com grupo de estudos

para reflexões do assunto com as instâncias colegiadas e comunidade escolar em

geral. Nesses textos serão utilizada a metodologia da leitura coletiva dos

documentos, realizando algumas reflexões.

Na unidade 2 A Diversidade no Ambiente Escolar, será trabalhada uma

peça teatral, sendo realizado o Festival Afro–Cultural do Colégio Estadual Nilo

Peçanha, englobando uma gincana com uma exposição cultural sobre a temática, e

o desfile da garota e garoto CENP.

A participação da família na gestão da escola, é necessária para efetivar o

processo democrático, sabemos que muitas vezes estão distanciadas da escola, por

diversos fatores: jornada de trabalho alta, desemprego, família desestruturada, e

outros fatores. Sabemos que a escola e a família exercem papéis diferenciados na

formação da criança, mais certamente aliados fazem a diferença na busca de um

ensino e uma escola de qualidade e igualitária. Cada família possui suas

características próprias, cabe a escola estabelecer o diálogo entre as partes,

considerando o conhecimento e a cultura de cada família como parte integrante do

processo educativo. A escola deve sempre buscar a aproximação com a família, com

comunicação efetiva permitindo uma cooperação significativa e enriquecedora para

ambos, e os pais devem fazer também a sua parte sempre que possível fazer uma

visitação, comparecendo nas reuniões, dando sua opinião. Devem constantemente

incentivar os filhos nos estudos, porque é através do mesmo é que se pode ter

melhores oportunidades pessoais e profissionais. Essa parceria é que faz com que

aconteçam ações concreta de melhorias, partindo com o diálogo é que se efetivará a

ação para as mudanças necessárias.

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UNIDADE 01

GESTÃO PARA A DIVERSIDADE

Fonte: escoladegestores.mec.gov.br

1 GESTÃO PARA DIVERSIDADE

O Gestor escolar exerce uma função que é de suma importância para o

funcionamento da escola, ele administra e organiza o espaço escolar, representa

esse mesmo estabelecimento, assegurando o cumprimento de metas previamente

estabelecidas e junto com os órgãos colegiados devem proporcionar condições

necessárias ao desenvolvimento do processo educativo. O gestor escolar deve ter

uma ação pautada no aspecto consultivo, isto é, compartilha dos aspectos que

afetam a escola e divide as decisões com todos os órgãos que compõem a direção

da comunidade escolar. Cria um ambiente dinâmico e participativo, e ao mesmo

tempo estabelece os limites ditados pela lei e pelo bom senso.

O diretor de escola é, antes de tudo um educador. Enquanto tal, possui uma função primordialmente pedagógica e social, que lhe exige o desenvolvimento de competência técnica, política e pedagógica. Em sua gestão deve ser um articulador dos diferentes segmentos escolares em torno do projeto político – pedagógico da escola. (GADOTTI E ROMÃO, 2004, p. 102).

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As instâncias colegiadas da escola são órgãos formalmente constituídas,

atuam diretamente na administração da escola junto a gestão escolar, contribuem

para que a gestão democrática e a diversidade ocorram realmente dentro do

ambiente escolar, e é na escola que buscamos a transformação social dos alunos,

na busca de uma sociedade mais justa. Porém a comunidade escolar deve ter

olhares diferenciados para a escola que está inserida, perceber que a mesma é um

órgão público e pode ser direcionada pelos membros que a compõem, sendo agente

dessa transformação.

E pensando na realidade da escola, é preciso pensar no Projeto Político

Pedagógico (PPP) da Escola e Regimento Interno, na possibilidade de (re)

construção coletiva, de acordo com a realidade vivida, com uma educação

transformadora e respeito às diversidades. É no PPP da escola que está

contemplado as finalidades , assim como a especificações do seu papel social e a

clara definição de caminhos, formas operacionais e ações a serem empreendidas

por todos os envolvidos no processo educacional. Ele é importante para o bom

funcionamento da escola, e para que haja interação de todos os envolvidos no

processo educacional. Segundo Veiga (2005, p. 13) “ele é construído e vivenciado

em todos os momentos, por todos os envolvidos com o processo educativo da

escola”. O PPP sendo o eixo norteador das ações do estabelecimento de ensino, é a

oportunidade para a escola descobrir a sua própria identidade, e formar cidadãos

integrantes, ativos e agentes de nossa história e de sua própria história.

O Regimento interno é o documento administrativo e normativo da escola,

que fundamenta a proposta pedagógica, estabelecendo a organização e o

funcionamento da escola, regulamentando as ações e as relações entre os

participantes do processo educativo. Na elaboração do mesmo segue-se a

legislação vigente determinada pela Secretaria de Estado da Educação (SEED). É

elaborado por todas as instâncias colegiadas da escola, e cada instituição de ensino

possui o seu regimento e regulamento interno estabelecendo os objetivos e metas, a

serem seguidos o ano todo, podendo ser alterado a qualquer momento de acordo

com os anseios da escola. É aprovado pelo Núcleo Regional de Educação (NRE) ao

qual a escola está jurisdicionada. É preciso que o diretor sempre proporcione

momentos de leitura, estudos e discussões sobre esse documento com a

comunidade escolar, promovendo a divulgação do mesmo.

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A Secretaria de Estado da Educação do Paraná, tem como princípio o respeito à

diversidade, e nesse sentido a aprovação da Lei 10639/03 a aprovação das

Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnicos Raciais e

para o Ensino de História e Cultura Afro- Brasileira e Africana, vieram a contribuir e

são incorporadas nas escolas públicas estaduais para serem inseridas nos

conteúdos escolares fazendo com que esse currículo contemple a diversidade

cultural, fazendo com que todos nesse processo não sejam excluídos, e a prática

pedagógica dos professores sejam respaldas em ações pedagógicas que

incorporem as diferenças, sendo amplamente estudada essa temática, como

práticas de respeito nas escolas, permitindo que todos os alunos e comunidade

escolar tenham a oportunidade de reconhecer e valorizar as contribuições desta

cultura para a sociedade brasileira. Todos os profissionais da educação devem estar

unidos pela transformação social, isto passa também nos conhecimentos das leis

para melhor garantir os seus direitos.

A escola enquanto instituição social é a responsável para garantir o direito

da educação a todo e qualquer cidadão, para combater todo e qualquer tipo de

discriminação. Pedagogias de combate ao racismo e a qualquer forma de

discriminação devem estar presentes nas escolas, porém cabe aos profissionais da

educação estar aptos para trabalharem com essa temática, e que recebam

capacitação na formação das relações étnico-raciais, capazes de se posicionar e

repassar atitudes que valorizem o respeito, que busque a igualdade de direitos a

qualquer pessoa humana, indiferente do seu pertencimento de cor ou de credo. Para

Gomes (2006, p. 34). “conhecer, respeitar e lidar ética e pedagogicamente com

essas diferentes experiências socioculturais pode ser um dos passos para a

construção de uma pedagogia da diversidade.“

A Lei 10639 de 2003, veio corrigir a ausência do continente africano, da

história e da Cultura África e dos afro-brasileiros na Lei de Diretrizes e Bases da

Educação (1996), isto foi importante para se conseguir uma pedagogia e uma

didática que contemplem esses aspectos nas diversas áreas do conhecimento,

fazendo com que os educadores contemplem o combate a discriminação como um

todo, e que a função de educar se faz presente também na luta por um mundo

menos desigual, e mais justo.

A Lei e as Diretrizes são importantes para se promover a igualdade

étnico-racial na sociedade em particular na escola, porque não podemos pensar a

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escola em separado da sociedade, ela é uma instituição social centrada nas

mesmas ideologias e objetivos dos grupos que estão ao seu redor, com isto todo e

qualquer cidadão deve ter acesso as informações, fazendo com que ocorra a revisão

de práticas pedagógicas, remodelação dos currículos, na elaboração do PPP da

escola, tudo isto faz com que a escola seja um dos locais estratégicos da superação

das desigualdades.

Estes documentos nortearão o trabalho do diretor na Gestão democrática e

na Diversidade, levando em conta a escola que temos e a escola que queremos.

Eles ajudam a escola a produzir conhecimentos que formem educandos conscientes

do seu pertencimento étnico–racial, para que a identidade dos grupos que

pertencem possam ser valorizadas, visando diminuir as desigualdades na sociedade

brasileira.

É preciso uma busca constante na qualidade da educação pública em

nossas escolas, portanto cabe ao gestor da escola realizar planejamento das ações

de forma coletiva, buscando solucionar problemas e executar o que está sendo

planejado.

A gestão de uma escola é um processo de partilha, todos devem buscar

essa participação e ter um comprometimento significativo. Segundo Paro (2000, p.

17) “a participação da comunidade é um caminho que se faz ao caminhar”,

assumindo em conjunto no grupo a responsabilidade por fazer a escola funcionar

mediante o trabalho em conjunto.

Iniciaremos no primeiro momento a apresentação do projeto A Gestão

Democrática para a Diversidade na Busca de Caminhos para a Qualidade

Educacional, sendo realizado na semana pedagógica do ano letivo de 2013,

explicando aos participantes, direção, equipe pedagógica, instâncias colegiadas,

professores e funcionários, a importância da participação de todos nas atividades

educativas que serão desenvolvidas com este projeto, e como será a sua execução.

A apresentação será feita em PowerPoint no data show e também através de um

banner.

Na primeira semana de aula será feito um convite à comunidade escolar

para a apresentação do projeto, bem como da proposta de trabalho, aonde será

passado o vídeo Vista a Minha Pele, de Joelzito Araújo, trata -se de uma inversão

de história: os/as negros/ as são a classe dominante e os brancos/as são

descendentes de grupos que foram escravizados/as. Alemanha e Inglaterra são

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países pobres, enquanto Moçambique é visto como um país rico. Maria é uma

menina branca, pobre, que estuda em um colégio particular graças à bolsa de

estudos que tem pelo fato de sua mãe ser faxineira na escola. A maioria de seus

colegas a hostiliza, por sua cor, com exceção de sua amiga negra, filha de um

diplomata. Esse vídeo tem por intenção a sensibilização da temática da diversidade,

e utiliza a troca de papéis como recurso para provocar a reflexão sobre a

discriminação racial bem como a reflexão sobre “a troca de papéis”, que

encontramos em nosso dia a dia seja na escola, na cidade, no país e na sociedade

de modo geral. Como forma de sensibilizar para a temática e diminuir o preconceito.

Em um segundo momento será realizado uma dinâmica de grupo, com as

instâncias colegiadas e comunidade escolar para que todos estejam sensibilizados

para a temática da diversidade. Essa dinâmica será a caixa de Pandora.

DINÂMICA DE GRUPO: CAIXA DE PANDORA

Será preparada uma caixa onde serão colocadas frases, trechos de músicas

e/ou poesias, palavras, ditados populares, piadas, manchetes de

jornais/revistas/imagens/notícias etc, que estimulem discussões sobre a diversidade

nas mais variadas interfaces. Colocam-se cada material em um envelope e os

deposita na caixa que será chamada de “Caixa de Pandora”. Quando a turma entrar

e acomodar-se, explica-se sobre o mito de Pandora. Faz a relação desse mito com a

caixa que está no centro da sala. Leva-se um som com uma música, e uma bola

pequena, explica aos participantes que enquanto toca a música a bola e passada de

mãos em mãos, quando a música parar a pessoa que estiver com a caixa deverá

tirar um envelope, ler o conteúdo e expressar a sua opinião sobre o tema. Em

seguida o processo se repete enquanto tiver envelopes na caixa. Enquanto a pessoa

expõe a sua opinião você pode interferir com dados, explicações. Nesse momento

percebesse as crenças e valores de cada pessoa, e a sua relação com a

diversidade. No final, formam-se três ou quatro grupos e pede-se que realizem

considerações do que foi apresentado, e realiza-se a apresentação ao grande grupo.

Objetiva-se alcançar através dessa dinâmica uma maior conscientização sobre a

diversidade cultural, e ainda a percepção de que somos e vivemos em uma

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sociedade dos diferentes, porém todos com direitos e deveres, e precisamos saber

conviver com as diferenças, eliminando desigualdades e preconceitos. A Diversidade

está presente em nosso cotidiano, e cabe a todos perceber e respeitar as mais

variadas formas de manifestação humana sejam na escola e no meio que vivemos.

Alguns exemplos, para que aconteçam reflexões sobre a questão da diversidade:

“Meninos não sabem cuidar de bebê. Meninas já nascem sabendo”.

“Homem não tem jeito para cuidar da casa.”

“Mulher no volante perigo constante”

“Homem que é homem não leva desaforo para casa”

“Homem não sabe por que bate, mulher sabe por que apanha”

“Feminismo”

“Nega do cabelo duro que não gosta de pentear...”

“Racismo”

“Desigualdade”

Em seguida será feito a apresentação e estudo do caderno pedagógico, com

as instâncias colegiadas através de leitura e discussão do mesmo, para que todos

os participantes conheçam e estejam conscientes de suas atribuições dentro do

projeto.

Serão realizadas as seguintes reflexões nesse momento:

Quais as suas perspectivas em relação ao projeto A Gestão Democrática

para a Diversidade na busca de caminhos para a qualidade educacional para o

CENP?

A Gestão Democrática e a Diversidade são um caminho para a busca da

qualidade de ensino. Como estão esses aspectos no CENP?

A professora PDE Simone dos Santos Lopes, Licenciada em Letras

Português/Inglês e com Estudos Adicionais em Educação Especial, irá trabalhar o

texto da Lei nº 10.639/03, realizando considerações da luta antirracista através de

um grupo de estudo levando os participantes a um maior conhecimento da lei,

estabelecendo a sua importância e aplicabilidade da mesma tanto no âmbito

educacional como social.

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Lei nº 10.639/2003

A Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, altera o Artigo 26 de Lei nº 9394,

de 20 de Dezembro de 1996 (LDB), que estabelece as Diretrizes e Bases da

Educação Nacional, incluiu no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade

da temática “História e Cultura Afro-Brasileiras”, e dá outras providências.

Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. § 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinente à História do Brasil. § 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística, Literatura e história brasileiras. Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’. (BRASIL, 2003).

A luta antirracista

O movimento negro é formado por todos os grupos organizados, homens e

mulheres (negros ou não) comprometidos com o combate ao racismo e à

discriminação racial, visando à promoção da igualdade racial. A expressão

movimento negro refere-se ao conjunto de organizações e instituições dedicadas a

defender e a promover os direitos de mulheres e homens negros, no contexto da luta

contra o racismo. Trata - se de uma concepção ampla de movimento social, que

busca contemplar complexidade, a heterogeneidade e a multiplicidade das

organizações que atuam no campo das relações raciais e combate ao racismo.

Desse modo, considera-se Movimento Social Negro um conjunto plural de

entidades incluindo as organizações tradicionais, como as casas e os terreiros de

religiões de matriz africana, as irmandades, os grupos culturais, blocos

carnavalescos e grêmios recreativos das escolas de samba e os grupos de capoeira,

as posses de rap, bem como as organizações não governamentais antirracistas, as

associações de empresários, os grupos de base comunitária, o movimento hip-hop.

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Todos esses grupos têm como objetivos comuns o combate ao racismo e à

discriminação racial, a valorização da cultura negra, a igualdade de direitos e a

inclusão social da população negra. O movimento negro atua contra uma sociedade

que oculta, esconde e legitima o estigma, o preconceito e a discriminação racial.

Essa atuação ocorre por meio de uma ação política que visa ao reconhecimento de

que o preconceito, a discriminação racial e o racismo não são problemas só das

pessoas negras, mas sim, de toda a sociedade brasileira.

QUESTÕES:

1. Como tem ocorrido a aplicabilidade da lei nº 10.639/2003 no Colégio Estadual

Nilo Peçanha? Relacione possibilidades de melhorias.

2. A luta antirracista é necessária em toda a sociedade para diminuir as

discriminações existentes. Estabeleça ações que venham a contribuir para a

diminuição da discriminação no ambiente escolar.

CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/CONSELHO PLENO/DF

DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DAS

RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E PARA O ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA

AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA.

23001.000215/2002-96

CNE/CP 3/2004, APROVADO EM 10/3/2004

PROC. 23001000215/2002-96

I – RELATÓRIO

Este parecer visa a atender os propósitos expressos na indicação CNE/CP

6/2002, bem como regulamentar a alteração trazida à Lei 9.394/96 de Diretrizes e

Bases da Educação Nacional, pela Lei 9.394/96 de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, pela Lei 10.639/2003, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de

História e Cultura Afro–Brasileira e Africana na educação Básica. Desta forma, busca

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cumprir o estabelecido na constituição Federal nos seus Art. 210, Art. 206, I § 1º do

Art.242, Art. 215 e Art.216, bem como nos Art. 26, 26A e 79B na Lei 9.394/96 de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que asseguram o direito às histórias e

culturas que compõem a nação brasileira, além do direito de acesso às diferentes

fontes da cultura nacional a todos os brasileiros.

Destina-se o parecer, aos administradores dos sistemas de ensino, de

mantenedoras de estabelecimentos de ensino, aos estabelecimentos de ensino,

seus professores e a todos implicados na elaboração, execução e avaliação de

programas de interesse educacional, de planos institucionais, pedagógicos e de

ensino. Destinam-se também as famílias dos estudantes, a eles próprios e a todos

os cidadãos comprometidos com a educação dos brasileiros, para nele buscarem

orientações, quando pretenderem dialogar com os sistemas de ensino, escolas e

educadores, no que diz respeito às relações étnico–raciais, ao reconhecimento e

valorização da história e cultura dos afro–brasileiros, à diversidade da nação

brasileira, ao igual direito à educação de qualidade, isto é, não apenas direito ao

estudo, mas também à formação para a cidadania responsável pela construção de

uma sociedade justa e democrática.

Em vista disso, foi feita consulta sobre as questões objeto deste parecer, por

meio de um questionário encaminhado a grupos do Movimento Negro, a militantes

individualmente, aos Conselhos Estaduais e Municipais da Educação, a professores

que vem desenvolvendo trabalhos que abordam a questão racial, pais de alunos,

enfim cidadãos empenhados com a construção de uma sociedade mais justa,

independente de seu pertencimento racial. Encaminharam-se vários questionários e

o responderam um grupo de 250 mulheres e homens, entre crianças e adultos, com

diferentes níveis de escolarização. Suas respostas mostraram a importância de se

tratarem problemas, dificuldades, dúvidas, antes mesmo de o parecer traçar

orientações, indicações, normas.

QUESTÕES INTRODUTÓRIAS

O parecer procura oferecer uma resposta, entre outras, na área da

educação, à demanda da população afro-descendentes, no sentido de políticas de

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ações afirmativas, isto é, de políticas de reparações, e de reconhecimento e

valorização de sua história, cultura e identidade. Trata-se de política curricular,

fundada em dimensões históricas, sociais, antropológicas oriundas da realidade

brasileira, e busca combater o racismo e as discriminações que atingem

particularmente os negros. Nesta perspectiva, propõe a divulgação e produção de

conhecimentos, a formação de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos

orgulhosos de seu pertencimento étnico-racial de descendentes de africanos, povos

indígenas, descendentes de europeus, de asiáticos para interagirem na construção

de uma nação democrática, em que todos, igualmente, tenham seus direitos

garantidos e sua identidade valorizada.

É importante salientar que tais políticas têm como meta o direito dos negros

se reconhecerem na cultura nacional, expressarem visões de mundo próprio,

manifestar com autonomia, individual e coletiva, seus pensamentos. É necessário

sublinhar que tais políticas têm, também, como meta o direito dos negros, assim

como de todos os cidadãos brasileiros, cursarem cada um dos níveis de ensino, em

escolar devidamente instaladas e equipadas, orientados por professores qualificados

para o ensino das diferentes áreas de conhecimentos; com formação para lidar com

as tensas relações produzidas pelo racismo e discriminações, sensíveis e capazes

de conduzir a reeducação das relações entre diferentes grupos étnico–raciais, ou

seja, entre descendentes de africanos, de europeus, de asiáticos, e povos

indígenas. Estas condições materiais das escolas e de formação de professores são

indispensáveis para uma educação de qualidade, para todos, assim como o é o

reconhecimento e valorização da história, cultura e identidade dos descendentes

africanos.

OBRIGATORIEDADE DO ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA

AFRO–BRASILEIRAS, EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO–RACIAIS E OS

CONSELHOS DE EDUCAÇÃO.

Diretrizes são dimensões normativas, reguladoras de caminhos, embora não

fechadas a que historicamente possam, a partir das determinações iniciais, tomar

novos rumos. Diretrizes não visam a desencadear ações uniformes, todavia,

objetivam oferecer referências e critérios para que se implantem ações, as avaliem e

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reformulem no que e quando necessário.

Estas Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação das Relações

Étnico–Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro–Brasileira e Africana, na

medida em que se referem ao resgate de uma comunidade que povoou e construiu

a nação brasileira, atingem o âmago do pacto federativo. Nessa medida, cabe aos

conselhos de Educação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios aclimatar

tais diretrizes, dentro do regime de colaboração e da autonomia de entes

federativos, a seus respectivos sistemas, dando ênfase à importância de os

planejamentos valorizarem, sem omitir outras regiões, a participação dos

afro-descendentes, do período escravista aos nossos dias, urgentes para a

formação de professores; incentivando o desenvolvimento de pesquisas bem como

envolvimento comunitário.

A esses órgãos normativos, cabe, pois a tarefa de adequar o proposto neste

parecer à realidade de cada sistema. A partir, daí, deverá ser competência dos

órgãos executores – administradores de cada sistema de ensino, das escolas

definir estratégias que, quando postas em ação, viabilizarão o cumprimento efetivo

da lei de Diretrizes e Bases que estabelece a formação básica comum, o respeito

aos valores culturais, como princípios constitucionais da educação tanto quanto da

dignidade da pessoa humana (inciso III do art. 1º), garantindo-se a promoção do

bem de todos, sem preconceitos ( inciso IV do Art. 3º), a prevalência dos direitos

humanos (inciso II do art. 4 º) e repúdio ao racismo ( inciso VIII do art. 4º).

Cumprir a Lei é, pois, responsabilidade de todos e não apenas do professor

em sala de aula. Exige-se, assim, um comprometimento solidário dos vários elos do

sistema de ensino brasileiro, tendo-se como ponto de partida o presente parecer,

que junto com outras diretrizes e pareceres e resoluções, tem o papel articulador e

coordenador da organização da educação nacional.

Através do texto das Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das

relações Étnico–Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro–Brasileira e

Africana a professora PDE Simone dos Santos Lopes irá levantar reflexões sobre a

importância das diretrizes no meio educacional, com um grupo de estudos. Nesses

textos serão utilizadas a metodologia da leitura coletiva dos documentos que estão

inseridos a temática do projeto Gestão para a Diversidade, expondo com slides do

PowerPoint no data show .fazendo com que os participantes desse grupo de

estudos sejam conhecedores dos documentos, e de sua aplicabilidade tanto na

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escola como na sociedade que estão inseridos, de modo que possam fazer respeitar

os direitos desse povo, para diminuir as desigualdades sociais.

QUESTÃO

1. Estabelecer com o grupo a importância das Diretrizes Curriculares

Nacionais para Educação das relações Étnico–Raciais e para o Ensino de História e

Cultura Afro-Brasileira e Africana, e a sua aplicabilidade na prática pedagógica do

professor e na sociedade.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO CENP

Serão distribuídos textos impressos aos participantes, inicialmente com a

realização da leitura do documento do PPP da escola no aspecto das alternativas

pedagógicas do CENP, que estão relacionadas com a temática da diversidade. O

grupo irá fazer reflexões visando a sua implementação para melhorias. Todas as

sugestões serão anotadas em livro próprio, para que ocorra o acréscimo e

alterações que se fizerem necessárias no PPP da escola.

Posteriormente estudo do Regimento Interno da escola, considerando os

pressupostos da gestão democrática e da diversidade, analisando e propondo

mudanças que se fizerem necessárias.

AS ALTERNATIVAS PEDAGÓGICAS DO CENP

� Compreensão do professor das seguintes condições: pertencimento

étnico, diferenças etárias, de gênero, geográficas, religiosas, de visão de

mundo, projetos individuais, desejos, valores experiências vividas e

significativas.

� Alternativas que garantam condições indispensáveis para manter-se na

escola e aprender, repensando e reestruturando políticas e estratégias

educativas.

� As alternativas pedagógicas dependerão de um estudo de cada caso,

sendo que a cautela e o respeito é fundamental para a sua

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implementação

O que se entende por diálogo intercultural? Como compreender o outro, o

diferente no seu modo de cultura sem excluí-los por antecipação?

É um conhecimento compartilhado; são modos de viver, respeitando o modo

de pensar de cada um. Uma cultura não é melhor que outra, apenas a forma de

valorizar é diferente.

Priorizar os elementos básicos, comuns a todas as sociedades; o

atendimento às diferenças e à diversificação, a interculturalidade e ao bilingüismo; a

articulação dos conceitos e idéias das diferentes culturas e a prática pedagógica

vinculada à realidade do aluno poderão ser algumas maneiras de compreender o

outro sem excluí-los.

No cotidiano social e escolar muitos preconceitos não se demonstram

revelando-se em geral, através da linguagem, do discurso, comportamentos e

gestos. Identifique- os:

Cada classe social agrega condições diferentes; partilhamos da mesma

sociedade, mas cada um vive com o que tem. Infelizmente, muitos são nominados

(taxados) pela classe social a qual pertencem. Muitos talentos são ocultados,

impossibilitados de se transformarem em ato, muitas vezes pela falta de

oportunidade e outras, por uma espécie de recusa à classe social. O grupo que mais

sofre discriminação no mercado é de mulheres negras, que aparece na pirâmide

nacional.

O preconceito habita entre todas as regiões, classe social, cada indivíduo,

onde o preconceito pode ser identificado pelo modo como um se humano se refere

ao outro, quanto à cor, tipo de cabelo, corpo, sexualidade, idade, beleza, gestos e

outros.

A escola como ambiente propiciador de reflexão e agente transformador de

comportamentos e atitudes, precisa estar atenta a essas situações, de modo a

conduzir seus alunos a compreender muito bem a diferença entre incluir e excluir,

para que pratiquem sempre o primeiro conceito.

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REFLEXÃO

1.Através da leitura realizada no PPP das alternativas pedagógicas na

questão da diversidade, o que o grupo propõe de ações para que as questões

cotidianas na escola em relação as desigualdades, sejam diminuídas e eliminadas

no ambiente escolar?

REGIMENTO INTERNO DO CENP

Considerando os pressupostos da gestão democrática e da diversidade,

será analisado alguns capítulos e artigos sobre a temática do projeto a ser

implementado na escola, com distribuição de textos e leitura do mesmo feita pelos

participantes para análise, e propondo mudanças que se fizerem necessárias,

através das questões abaixo.

REGIMENTO INTERNO DO CENP

TÍTULO III

DIREITOS E DEVERES DA COMUNIDADE ESCOLAR

CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES E PROIBIÇÕES DOS DOCENTES,

EQUIPE PEDAGÓGICA E DIREÇÃO

SEÇÃO I

DOS DIREITOS

Art.146. Aos docentes, equipe pedagógica e direção, além dos direitos que

lhes são assegurados pelo Estatuto dos funcionários Públicos do estado do

Paraná – Lei nº 6.174/70 e Estatuto do Magistério – Lei Complementar n º 07/76, são

garantidos os seguintes direitos:

II. Participar da elaboração e implementação do Projeto Político Pedagógico

da escola, Regimento Escolar e Regulamentos Internos;

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XV. Compor equipe multidisciplinar, para orientar e auxiliar o

desenvolvimento das ações relativas à Educação das Relações Étnico-Raciais e ao

Ensino de História e cultura Afro – Brasileira , ao longo do período letivo;

CAPÍTULO III

DOS DIREITOS, DEVERES, PROIBIÇÕES E AÇÕES EDUCATIVAS

PEDAGÓGICAS E DISCIPLINARES DOS ALUNOS

SEÇÃO I

DOS DIREITOS

Art. 154. Constituem-se direitos dos alunos, com observância dos

dispositivos constitucionais a Lei Federal nº 8O69/90- Estatuto da Criança e

do Adolescente (ECA) , da Lei nº 9.394/96 – Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDBEN), Decreto Lei nº 1.044/69 e Lei nº 6.202/75:

IV. ser respeitado, sem qualquer forma de discriminação

SEÇÃO II

DOS DEVERES

Art. 155. São deveres dos alunos:

X. Tratar com respeito e sem discriminação professores, funcionários e

colegas;

No regimento análise as questões abaixo relacionadas com a temática da

gestão democrática e diversidade, realizando considerações como se encontram, e

o que é preciso para melhorar colocando sugestões.

a) No regimento escolar do CENP no capítulo I dos DIREITOS, DEVERES

E PROIBIÇÕES DOS DOCENTES, EQUIPE PEDAGÓGICA E DIREÇÃO, na seção I

no art. 146 Inciso II “ participar da elaboração e implementação do Projeto

Político Pedagógico da escola, regimento escolar e regulamentos internos“;

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b) Art. 146 Inciso XV compor equipe multidisciplinar, para orientar e auxiliar o

desenvolvimento das ações relativas à Educação das Relações Étnico–Raciais e ao

Ensino de História e Cultura Afro–Brasileira e Africana, ao longo do período letivo;

c) No capítulo III dos direitos, deveres, proibições e ações educativas

pedagógicas e disciplinares dos alunos, do artigo 154 seção IV dos direitos “ser

respeitado, sem qualquer forma de discriminação.

d) Dos deveres dos alunos seção II do artigo 155 ,Inciso X. “Tratar com

respeito e sem discriminação professores, funcionários e colegas “

UNIDADE 2

DIVERSIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR

Fonte: diversidade-na-escola.blogspot.com

2 DIVERSIDADE NO AMBIENTE ESCOLAR Fazer parte de uma cultura é a forma de organização social de um grupo,

com valores, crenças e costumes específicos, e isto trazemos a partir de nosso

nascimento, ou seja, este primeiro grupo a qual fazemos parte é a família. A partir do

momento que passamos a conviver com os outros, iremos certamente conviver com

diferentes pessoas que pertencem a inúmeros grupos com os mais variados

costumes. Essas diferenças que iremos nos deparar faz parte da diversidade

cultural, o que encontramos na escola é um grupo de pessoas, com diferentes

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funções, mais que possuem o objetivo que é de educar os alunos, esse objetivo

comum é o que define o grupo, porém esse grupo é composto por pessoas de

diferentes meios sociais que estão sempre se confrontando com as diferenças, pois

cada um tem a sua identidade. Esse grupo que envolve os diversos segmentos da

escola deve ser o espaço de construção do processo democrático.

Por isso, falar sobre a diversidade não diz respeito apenas ao reconhecimento do outro. Significa pensar a relação entre o eu e o outro. Aí está o encantamento da discussão sobre a diversidade. Ao considerarmos o outro, o diferente, não deixamos de focar a atenção sobre o nosso grupo, a nossa história, o nosso povo. Ou seja, falamos o tempo inteiro em semelhanças e diferenças. (GOMES, 2003, p. 72).

Contudo a educação tem uma importância fundamental na vida das

pessoas. A responsabilidade de uma educação que abranja a todos deve ser um

trabalho em conjunto de toda a sociedade. Esta é, portanto a tarefa da escola é

formar cidadãos adequadamente preparados para cumprirem melhor o papel que

lhes cabe. Assim, a escola é a instituição que está inserida essa sociedade, ela

influencia e faz parte de todo esse processo, e quando surgem às discriminações e

preconceitos, é no espaço escolar que existem possibilidades de alteração dessa

situação. Para Gadotti e Romão (2004, p. 48) “o grande desfio da escola pública

está em garantir um padrão de qualidade (para todos) e, ao mesmo tempo, respeitar

a diversidade local, étnica, social e cultural.”

A escola abriga diferentes diversidades (de origem, de gênero, sexual,

étnico–racial, cultural, e outras), são responsáveis junto com as famílias,

comunidades, organizações governamentais e não governamentais por construir

caminhos para a eliminação de preconceitos e práticas discriminatórias. Para

Barreto e Araújo (2009, p. 31), “Educar para a valorização da diversidade não é,

portanto, tarefa apenas daqueles/as que fazem parte do cotidiano da escola: é

responsabilidade de toda a sociedade e do Estado.”

Através da participação de alunos em atividades como dramatizações,

passeios, danças, teatros, gincanas, exposição cultural a escola busca a valorização

da troca de experiências entre os alunos como forma de aprendizagem promovendo

o intercâmbio de idéias como fonte de aprendizagem e o respeito ao próprio

pensamento. Incentivar os alunos a participarem de atividades relacionadas a

diferentes culturas, despertando assim o interesse em assistir, apresentar e

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participar.

A construção de uma visão solidária de relações humanas contribui para que

os alunos superem o individualismo por meio do diálogo, respeito às diferenças, a

valorização da interação e maior participação das famílias na escola. Isto irá

aproximar a interdisciplinaridade em relação aos conteúdos trabalhados neste tipo

de atividade, estimulando os alunos a participarem, respeitando as regras e

trabalhando condutas. O mais importante é o que se ensina e o que se aprende na

escola. Sendo assim, deve haver uma consciência crítica por parte dos professores

em relação com os conteúdos a serem ensinados, e que realmente sejam

significativos para a vida dos alunos, de forma que se desenvolva a capacidade de

aprender com autonomia, de resolver problemas e a relacionar a teoria com a

prática.

A atualidade nos impõe um grande desafio: formar alunos que saibam

planejar e organizar um projeto de vida, entendendo como se dão as relações

sociais. Por isto a importância da interdisciplinaridade onde as competências e

habilidades previstas para os próprios alunos facilitem esse processo, participando

de um projeto coletivo dentro da escola, que sejam relevantes na sua vivência. A

apropriação de conteúdos não pode ser solitária, tem que ser solidária e coletiva. A

diversidade está presente em todas as áreas do conhecimento, é da relação entre

educadores e educandos que nasce a aprendizagem da convivência e do respeito a

diversidade, sendo indispensável para o desenvolvimento e inclusão de todos os

indivíduos.

Fazer com que aconteça a interdisciplinaridade é respeitar as diferenças

individuais e globais, para Gadotti (2004, p.120) ӎ preciso trabalhar com as

diferenças, isto é, é preciso reconhecê–las, não camuflá-las, e aceitar ,que para me

conhecer, preciso conhecer o outro”. Estabelecer que a diversidade cultural seja

importante na escola, e que essa deve estar atenta na formação geral dos alunos,

conhecer bem para que as mudanças reais possam acontecer . Segundo

Abramowicz e Oliveira (2006, p. 53) “a escola tem um papel fundamental na

formação da identidade das crianças que são acolhidas por essa instituição, mas

também precisa ter clareza da necessidade de “positivar” a diversidade da qual é

construída”.

A convivência com a diversidade está respaldada no respeito,

reconhecimento e a valorização do outro. Esses são essenciais para a promoção da

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igualdade de direitos.

Fonte: psicologia-12abc.blogspot.com

Esse festival tem por objetivo o desenvolvimento de habilidades reflexivas,

crítica e intelectual do educando, bem como a valorização e divulgação de talentos

dos mesmos, incentivando a pesquisa nos temas propostos, utilizando de atividades

teórico-prática como: gincana cultural, exposição cultural, teatro e desfile da garota e

garoto afro a serem usados como mais um instrumento para melhorar a qualidade

de ensino, servindo de subsídios para inovar a prática pedagógica dos docentes.

Com a exposição e divulgação da cultura, através da visitação que irá acontecer

com a execução das atividades afro–culturais, oportunizará a vinda da família e

comunidade escolar em geral na visitação, valorizando assim a participação dos

mesmos nesse festival.

Haverá agendamento de reuniões com a direção, equipe pedagógica,

professores e instâncias colegiadas para organização, definição de cronograma e

execução das atividades como: convite e lembrancinhas para a exposição,

ornamentação da escola e demais atividades que acontecerão no festival.

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PROPOSTAS DE ATIVIDADES A) GINCANA E EXPOSIÇÃO CULTURAL

A exposição cultural é uma síntese integradora da gincana, sendo uma

proposta pedagógica, onde o aluno irá produzir o seu conhecimento através de

pesquisas, relacionado a teoria com a prática de maneira prazerosa, sendo auxiliado

pelo professor que proporcionará subsídios pedagógicos durante essa atividades,

sendo tudo sintetizado nas atividades propostas. Essas atividades são desenvolvida

entre equipes, com tarefas que estimulem o trabalho coletivo no cumprimento de

objetivos pré–determinados, estão ligadas à produção artística, cultural e social, e

tem como objetivos tornar o educando conhecedor de sua cultura e a de outros

povos, inserindo nesse processo a participação da comunidade escolar

valorizando–a, levando a família a ser conhecedora de sua realidade e de outras

culturas, conhecendo os seus direitos e deveres para que possam fazer a diferença

na sociedade em que atuam, realizando ações concretas e eficazes de

enfrentamento a qualquer prática discriminatórias quando necessário for.

Serão realizadas reuniões agendadas com a direção, equipe pedagógica,

professores e instâncias colegiadas, para organização desse evento, como: escolha

e convite para os jurados do evento, e sugere-se que sejam pessoas da comunidade

escolar, divisão das equipes, e professor coordenador da mesma, escolha das

atividades propostas, reunião de entrega do material para confecção dos trabalhos

ao professor coordenador de cada equipe, reunião com os alunos e professores

líderes, para distribuição das tarefas nas turmas, cronograma de ensaios e

confecção de trabalhos, definição de data do festival e premiação. Essa premiação

poderá ser um passeio pelos pontos turísticos da cidade de Jaguariaíva, uma festa

na escola para turma vencedora, troféu, tudo isto, nas possibilidades da escola, e

com o aval da diretora.

Critérios de pontuação das tarefas das provas: 5 pontos (bom), 7 pontos

(ótimo), 10 pontos (excelente), tarefa cumprida 10 pontos, tarefa não cumprida 00

pontos. Haverá a prova da torcida melhor organizada: grito de guerra, não sendo

permitida manifestação negativa para a equipe concorrente, será avaliado pelos

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jurados presentes.

Os objetivos propostos são:

a) Enfatizar a importância da valorização cultural e respeito a essas diferenças

incentivando a convivência solidária entre as diferentes raças, eliminando qualquer

tipo de preconceito

b) Valorizar o aluno, resgatando a auto-estima, identidade e percepção do eu, com

respeito às diferenças individuais

c) Oferecer atividades diferenciadas que levem a construção do conhecimento nas

diversas áreas, troca de experiência, desenvolvimento da pesquisa, promovendo a

interdisciplinaridade, tornando o ambiente escolar um local agradável e prazeroso,

favorecendo a socialização.

d) Favorecer o envolvimento dos alunos na definição de condutas e normas que

definam responsabilidades, no cotidiano da escola, promovendo situações onde

sejam responsáveis em transmitir o papel social e sejam capazes de vivenciá-las.

e) Proporcionar a discussão e reflexão sobre a inserção e papel do negro na

sociedade brasileira, tendo como base a Lei nº 10. 639/03

f) Promover nos alunos o interesse pelo conhecimento da cultura afro-brasileira e

africana.

g) Integrar escola/família, comunidade escolar e instâncias colegiadas nas

atividades da escola, através da participação nas tarefas do festival e visitação dos

trabalhos conscientizando a todos da importância da temática.

PROVAS DA GINCANA E EXPOSIÇÃO CULTURAL:

1. Pesquisar sobre coreografias de ritmo afro ou de influência, apresentando

por escrito, e posteriormente apresentar a coreografia pesquisada, (tarefa avaliativa).

2. Pesquisar por escrito sobre o negro no teatro, e o teatro experimental

negro, realizando uma pequena dramatização da temática pesquisada. Tempo para

casa equipe 10 minutos máximo, (tarefa avaliativa).

3. Trabalhar antecipadamente com dados do IBGE de acordo com a

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distribuição da população brasileira, segundo cor ou raça, e realizar uma pequena

explanação, e fazer a arrecadação através de pedidos para a comunidade de

alimento não perecíveis para doação de famílias carentes da comunidade, que serão

feitas cestas básicas. Cada item arrecadado vale 01 (um) ponto, (a direção irá fazer

um ofício explicando os motivos do pedido, e será entregue aos alunos das

equipes), (tarefa avaliativa).

Fonte: IBGE

4. Realizar uma pesquisa prévia de autores e obras de variados estilos

literários, e recitar uma poesia que aborde a temática do negro, (tarefa avaliativa).

5. Pesquisar um autor da literatura brasileira que teve em sua temática “As

injustiças sociais, e fazer um breve comentário oral sobre o mesmo, incluindo o

nome do autor e estilo literário, (tarefa avaliativa).

6. Pesquisar e apresentar uma música de gênero musical afro, realizando

um mural com os principais instrumentos musicais de origem afro, (tarefa

avaliativa).

7. Pesquisar sobre as comidas típicas afro–brasileiras, confeccionar um

caderno culinário com algumas receitas e trazer um prato típico da culinária para

apresentar aos jurados, (tarefa avaliativa).

8. Pesquisar imagens, fotografias de vestimentas afro-brasileiras e fazer um

mural, (tarefa avaliativa).

9. Trazer um “cover” de um cantor(a) negra da atualidade, brasileira ou não e

realizar a dublagem, (tarefa avaliativa).

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10. Fazer uma Paródia e apresentar com o tema “Diversidade na Escola”,

(tarefa avaliativa).

11. Achar palavras no dicionário relacionadas com a diversidade e gestão

democrática, em menor tempo e ler aos participantes. Exemplos: democracia,

diversidade, participação, preconceito e outras, (tarefa avaliativa).

12. Fazer um mosaico utilizando material reciclado como: tampinha, jornal,

garrafas descartáveis, tampinhas e outros, que enfoque sobre a liberdade. Cada

equipe receberá um kit mosaico, para a produção do material, tempo máximo para a

execução 15 minutos, e deverá fazer a exposição do mesmo, (tarefa avaliativa).

13. Cada equipe deverá trazer cinco membros da comunidade escolar

externa (pais, ex alunos, líderes comunitários e autoridades), para executarem uma

tarefa surpresa relacionado à temática, (tarefa avaliativa).

Exemplos de atividades:

Bingo surpresa de personalidades negras ou descendentes da mesma mundiais

como: Benedita da Silva, Castro Alves, Chica da Silva, Elza Soares, Gonçalves Dias,

Grande Otelo, Kofi Annam, Lima Barreto, Luís Gama, Machado de Assis, Milton

Santos, Milton Nascimento, Nelson Mandela, Pelé, Pixinguinha, Ruth Souza e

outros.

BENEDITA DA SILVA

a) Benedita da Silva: Benedita da Silva nasceu em 1942 na favela da Praia do

Pinto, na cidade do Rio de Janeiro e viveu, durante 57 anos, no Morro do Chapéu

Mangueira, no Leme. Formou-se auxiliar de enfermagem, no nível médio, e é

Licenciada em Estudos Sociais. Em 1994, tornou-se a primeira mulher negra a

ocupar uma vaga no senado, dando continuidade a uma carreira pública que

começo em 1982, quando foi eleita vereadora do Rio de Janeiro, após militância na

Associação de favelas do estado do Rio de Janeiro. Em 1986, Benedita elegeu-se

deputada federal e participou da Assembléia Nacional constituinte, onde atuou como

titular da Subcomissão dos Negros, das populações indígenas e minorias. Em

seguida, passou à comissão de ordem social e a comissão dos direitos e garantias

do homem e da mulher. Depois de reeleger-se em 1990, Benedita da Silva

candidatou-se à prefeitura do Rio de Janeiro. Venceu no primeiro turno; no entanto

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no segundo turno perdeu para César maia. Em 2011, presidiu a conferência nacional

ao combate do racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerâncias correlatas,

que reuniu mais de 10 mil pessoas de todo país, entre lideranças de ONGS e

governos. No início do Governo Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu a secretaria de

Assistência e Promoção Social.

CASTRO ALVES b) Castro Alves: Antônio de castro Alves nasceu em Muritiba, em 1847, e faleceu

em Salvador, em 1871. Iniciou os seus estudos de direito em Recife e São Paulo,

não chegando a formar-se devido à sua morte prematura aos 24 anos. Foi o maior

representante da escola Condoreira na poesia e é cognominado O Poeta da

Abolição. O navio negreiro, Espumas flutuantes e A cachoeira de Paulo Afonso são

exemplos de seu talento, que o situa em posição singular da literatura brasileira.

CHICA DA SILVA

c) Chica da Silva: Francisca da Silva nasceu escrava. Era filha da negra Maria da

costa e do português Antônio Caetano de Sá. Chica teve o seu primeiro filho com o

seu proprietário, o médico Manuel Pires Sardinha, fato documentado, segunda a

historiadora Junia Furtado, no arquivo do bispado. Ele exerceu os cargos de juiz e

presidente do senado da câmara na Vila do Príncipe. Sardinha estava impedida

legalmente, pela igreja, de assumir esta paternidade, mas concedeu alforria ao

menino no momento do batismo. Francisca Parda (como era chamada) foi alforriada

pelo desembargador João Fernandes de Oliveira, que chegara ao arraial do Tejuco

no segundo semestre de 1753, para administrar o contrato dos diamantes

arrematado por seu pai. Chica viveu em Tejuco, a região mais cobiçada da colônia

portuguesa devido aos seus diamantes, e seu poder tornou-se tão grande que

passou a ser conhecida como “Chica que manda”. Entre 1755 e 1770, teve treze

filhos com João Fernandes, sendo nove mulheres e quatro homens. Chica agia

como qualquer senhora da elite local. Educou suas nove filhas no Recolhimento de

Macaúbas, melhor educandário de Minas, destinado apenas às moças das famílias

abastadas. Depois da volta de João Fernandes ao Reino, Chica buscou realizar

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bons casamentos para as filhas. Seu filho João tornou -se o principal herdeiro do pai,

que constituiu em Portugal o Morgado do Grijó, destinando -lhe dois terços de seus

bens. A imagem de Chica da silva que se popularizou em nossos dias foi de uma

mulher que abusava da sensualidade para conseguir o que queria. Este é,

entretanto, um dos estereótipos do papel que a mulher negra ocupou na sociedade

colonial, construído pelos historiadores a partir do século XIX.

ELZA SOARES

d) Elza Soares: Filha de uma lavadeira e de um operário foi criada na favela de

Água Santa, subúrbio de Engenho de Dentro, RJ. Foi lavadeira e operária numa

fábrica de sabão e aos 20 anos, aproximadamente, fez o seu primeiro teste como

cantora. Já cantava desde criança, com a sua voz rouca e ritmo inigualável. Grava

músicas dos grandes compositores brasileiros e é reconhecida como uma das

grandes representantes da música nacional.

GONÇALVES DIAS

e) Gonçalves Dias: Quem não conhece “Minha terra tem palmeiras onde canta o

sabiá. As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá.? São os primeiros versos

da Canção do Exílio, escrito por Antonio Gonçalves Dias, um dos maiores

representantes do romantismo brasileiro e também autor de i Juca Pirama, uma das

obras primas de nossa poesia . O poeta de origem mestiça, foi proibido de desposar

o grande amor de sua vida Ana Amélia Ferreira do Vale, pois a mãe da moça não

concordou com o casamento.

GRANDE OTELO

f) Grande Otelo: Sebastião Bernardes de Souza Prata não era carioca, como muitos

podem imaginar. Era mineiro, nascido em Uberlândia, em 1915. Ganhou o

sobrenome da família que o educou – Prata – até que ele resolvesse se aventurar no

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Rio de Janeiro e em São Paulo em busca de sua vocação: ser ator. Na ópera

nacional, onde estudou , ganhou dos colegas o apelido de Pequeno Otelo. Ele

intitulou The Great Otelo, mais tarde abrasileirado e dando a ele o nome pelo qual se

tornaria conhecido: Grande Otelo. Assim começou a carreira de um dos maiores

atores brasileiros, que alcos dos cassinos e dos grandes shows das mais

importantes casas noturnas do Rio. Passou também pelo teatro, pelo cinema e pela

televisão, deixando sempre a lembrança de personagens marcantes. Sua principal

atividade foi o cinema. Apareceu pela primeira vez na tela em Noites cariocas, em

1935. O sucesso se consolidou ao formar a dupla com outro grande mito do cinema

nacional: Oscarito. Juntos, participaram de mais de dez chanchadas como Carnaval

no fogo. Aviso aos navegantes e Matar ou Correr. Grande Otelo morreu de enfarte

ao desembarcar em Paris, às vésperas de seus 78 anos, a caminho do Festival dos

Três Continentes, em Nantes, onde seria homenageado.

KOFI ANNAM

g) Kofi Annan: Sétimo secretário-geral das Nações Unidas foi eleito para o mandato

1997-2001 e reeleito para 2002-2006. Nascido em Gana (África), em 1938, Annan

serviu à ONU por mais de 30 anos. Trabalhou em diversos postos-chave e países.

Entre esses diversos postos foi representante especial do secretário-geral na antiga

Iugoslávia e enviado especial da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)

durante o período de transição que se seguiu à assinatura do Acordo de Paz de

Dayton, que pôs fim às hostilidades na ex-Iugoslávia.

LIMA BARRETO

h) Lima Barreto: Afonso Henriques Lima Barreto nasceu e morreu no Rio de

Janeiro, em 1922. Foi funcionário público e jornalista. Sempre sofrendo preconceito

dos colegas durante a juventude, foi ignorado pela crítica quando lançou suas

primeira obras, que não se submetia à proteção de outros escritores da época.

Atualmente tem crescido o interesse entre os novos escritores brasileiros pela obra

de Lima Barreto, tido como o pioneiro do romance social, cuja produção literária

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vasta, em proporção ao número de anos que viveu – ganha a cada dia, o merecido

destaque. São seus principais romances: Recordações do escrivão Isaías Caminha

(1909); Vida e Morte de M.J. Gonzaga de Sá (1919); Clara dos anjos (1948); Os

Bruzundangas (1923); Triste fim de Policarpo Quaresma (1915); Coisa do Reino do

Jambom (1953).

LUÍS GAMA

i) Luís Gama: Era uma vez um menino negro que nasceu livre, na Bahia no ano de

1830. Sua mãe, Luiza Mahin, que era africana liberta, que lhe deu o nome de Luís.

O seu pai era um fidalgo português. A mãe de Luis desapareceu quando ele ainda

tinha seis anos. Ela havia sido acusada de estar envolvida com lutas revolucionárias

para por fim a escravidão. Algum tempo se passou e o pai de Luís perdeu todos os

seus bens , empobreceu. Nesse momento vendeu o filho para diminuir as suas

dívidas. Luís Gama tinha então dez anos, e virou um menino escravo. Como escravo

ele passou pelo Rio de Janeiro e por algumas cidades da província de São Paulo.

Sua história de vida foi marcada por muitas lutas e fortes emoções. Aprendeu a ler

na adolescência e logo passou a trabalhar como tipógrafo, para depois tornar-se

poeta, advogado e um dos maiores líderes abolicionista. A lembrança que guardava

de sua mãe o acompanhou sempre. A importância de Luís Gama foi tal que em seu

enterro, em 1882, paralisou a cidade de São Paulo e contou com o

acompanhamento de cerca de três mil pessoas entre negros, pobres e escravos,

fazendeiros, políticos, advogados e até o Conde de Três Rios, Vice – presidente da

Província em exercício. Quando o cortejo se aproximava do túmulo, homens negros

tomaram o caixão nas mãos e o carregavam até o momento final. A escravidão foi

extinta seis anos após a sua morte.

MACHADO DE ASSIS

j) Machado de Assis: Autor obrigatório inclusive nas leituras escolares, talvez o

maior romancista brasileiro de todos os tempos. Era filho de um operário mulato de

uma portuguesa nascida nos Açores. Neto de escravos perdeu ainda criança sua

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mãe e sua irmã, vítimas de doenças que assolavam na época a cidade do Rio de

Janeiro. Sobre sua infância e o início de sua adolescência, pouco se sabe. Helena,

Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba, Dom Casmurro, O Alienista, O

Espelho, missa do Galo são alguns exemplos dos romances e contos do autor, que

também escreveu poemas, crônicas, peças de teatro, críticas literárias e teatrais.

MILTON NASCIMENTO

k) Milton Nascimento: Já aos 13 anos de idade atuava como crooner ao lado de

seu vizinho Wagner Tiso em um conjunto de baile. Sua trajetória nacional e

internacional é reconhecida por todos nós. Sua mãe adotiva, Lília Silva Campos, era

professora de música e seu pai, Josine Campos, era dono de uma estação de rádio.

Mudou-se para Minas Gerais aos dois anos de idade. Sobre sua família Milton disse:

“sou fascinado pela minha família, acho que eu não poderia ter tido mais amor,

educação e liberdade em nenhuma outra família do mundo.” Milton Nascimento tinha

quatro anos de idade quando sua avó lhe deu seu primeiro instrumento musical:” ela

me deu um acordeão e foi aí que minha vida musical começou.”

MILTON SANTOS

l) Milton Santos: “É o sonho que obriga o homem pensar “ (Milton Santos). Aos oito

anos, já havia concluído o equivalente ao curso primário. Neto de escravos por parte

de pai foi incentivado a estudar sempre e muito; seus pais eram professores

primários. Formou-se em Geografia e em Direito, mas não chegou a exercer a

profissão de advogado. Como geógrafo lecionou em importantes universidades do

mundo – na Europa, na África e nas Américas. Ficou exilado por treze anos, durante

o governo da ditadura militar. Escreveu mais de quarenta livros em diversas línguas:

sua obra é uma importante referência para todos que procuram compreender o

mundo a atual. Recebeu inúmeros prêmios nacionais e internacionais, dentre eles o

maior concedido a geógrafos, o Prêmio Internacional de Geografia Vauntrin Lud, em

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1994.

NELSON MANDELA

m) Nelson Mandela: A política de segregação racial, conhecida como Apartheid,

tornou-se oficial em 1948, com a chegada do Novo Partido Nacional (NNP) ao poder.

Nessa mesma época, oposição ao regime teve início de forma mais intensa quando

o Congresso Nacional Africano (CNA) - organização negra criada em 1912 - lançou

uma desobediência civil. Em 1960, a polícia matou 67 negros que participavam de

uma manifestação. Como , a CNA foi declarada ilegal, seu líder, Nelson Mandela, foi

preso em 1962 e condenado à prisão perpétua. Em abril de 1994, Nelson Mandela

foi eleito presidente da África do Sul nas primeiras eleições multirraciais do país.

PELÉ

n) Pelé: Sua carreira no futebol começou cedo, foi descoberto aos onze anos, por

Waldemar de Brito, e aos quinze anos já estava integrado no time do Santos. Em

seu primeiro jogo, no Santos, em 7 de setembro de 1956, marcou de forma

espetacular o sexto gol contra o Corinthians de Santo André. Já na campanha

seguinte, como titular, foi artilheiro do campeonato paulista, dando mostra da sua

genialidade. De lá, até hoje é conhecido como Rei do Futebol e, sem dúvida, é o

brasileiro mais conhecido em todo o mundo.

PIXINGUINHA

o) PIXINGUINHA: Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, nasceu em 23 de

abril de 1897: porém durante muito tempo aceitou-se o ano de 1898 como o de seu

nascimento, fato aceito inclusive pelo próprio músico. O apelido Pixinguinha é uma

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mistura de Pizindim (pequeno bom), posto por uma prima, com Bexiguinha, que

surgiu depois que ele contraiu bexiga. A família Vianna era numerosa: dos catorze

filhos, muitos cantavam e tocavam instrumentos. O caçula, Pixinguinha, começou no

cavaquinho e acompanhava o pai que tocava flauta em bailes. Logo começou a

estudar música, experimentando também o bombardino e, aos doze anos,

compunha sua primeira obra, o choro Lata de leite, inspirado nos boêmios (os

chorões da época) que bebiam o leite deixado nas portas das casas, quando

retornavam das noitadas e dos bailes. Em 1915, Pixinguinha já era destaque da

emergente música popular brasileira. Em 1923, compôs Carinhoso, talvez seu maior

sucesso, e quatro anos depois casou-se com Albertina Nunes Pereira, a Betty. A

trajetória de Pixinguinha foi ascendente a partir da década de 1930, participou de

gravações históricas: com Carmem Miranda, em Taí (Pra você gostar de mim) e O

Teu Cabelo não nega, esta última com a participação de Lamartine Babo. Faleceu

em 1973.

RUTH DE SOUZA

p) Ruth de Souza: Fundadora do Teatro Experimental do Negro (TEN), ela trabalhou

por cinco anos no local atuando em clássicos como Otelo, de Shakespeare, e Todos

os filhos de Deus têm asas e O Moleque Sonhador, de Eugene O'Neil. Outras peças

de destaque foram Réquiem para uma negra, de William Faulkner, em 1983; Orfeu

da Conceição, de Vinícius de Moraes, em 1990; Zumbi, de Guarnieri, Augusto Boal e

Edu Lobo, em 1993; e O Anjo Negro, de Nelson Rodrigues, em 1994. (Terra - Gente

& TV).

As cartelas estarão previamente confeccionadas e prontas pela equipe

organizadora do festival (tarefa avaliativa)

14.Jogo das perguntas e respostas sobre palavras de origem africana, escrever a

origem e relacionar o seu significado. Exemplo: Algumas palavras do nosso cotidiano

que tem origem em Línguas Africanas. Chibata, encabulado, moleque, mochila,

quitanda, cachaça, tocaia, cafuné, capoeira, berimbau, banzo, cachimbo,

encabulado e outras. (tarefa avaliativa).

15. Tarefa pré–gincana: Serão entregues aos participantes 15 dias antes do evento,

e deverá ser exposta 5 dias antes, passando primeiramente pela supervisão de uma

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equipe de professoras da língua portuguesa, definidas pela organização. Cada

equipe deverá produzir uma faixa com uma frase sobre a Diversidade, e

posteriormente colocar na frente da escola (tarefa cumprida).

16. Cada equipe deverá pesquisar sobre uma personalidade negra e produzir um

desenho em papel Paraná, apenas com lápis grafite preto, apresentar e expor

(tarefa avaliativa).

17.Trazer uma pessoa da comunidade com maior idade, a mesma deverá comprovar

com documentação, e explanar sobre a sua origem (tarefa cumprida)

18.Fazer um mural destacando as celebridades atuais negras brasileiras (tarefa

cumprida)

19. Pesquisar no regimento interno do CENP sobre os direitos e deveres dos alunos

e fazer um painel explicativo simplificado do mesmo e explanar (tarefa cumprida)

20. Pesquisar sobre os principais produtos trazidos da África para o Brasil como:

(carvão vegetal, canela, camomila, malva, farinha, feijão branco, gengibre, milho

feijão preto, quiabo, amendoim, mel, castanha, ervas aromáticas, azeite de dende e

outros), e realizar uma montagem de um mercado com esses produtos. (tarefa

avaliativa)

21. Fazer um painel explicativo com os principais aspectos da Lei 10.639/03 (tarefa

avaliativa)

22. Realizar uma pesquisa dos Estados Brasileiros: sobre as africanidades, e fazer

um stand com os principais aspectos dessa cultura encontrados nos mesmos. (tarefa

avaliativa)

23. Pesquisar sobre a o continente africano e confeccionar um mapa (tarefa

avaliativa)

24. Pesquisar sobre a distribuição dos das áreas quilombolas no Brasil, e

confeccionar um gráficos demonstrativos, podendo utilizar dados do IBGE (tarefa

avaliativa)

25. Pesquisar sobre as comunidades quilombolas remanescentes no Paraná de

quilombos e elaborar um mapa sobre as regiões que apresentam (tarefa avaliativa)

26. Pesquisar sobre os jogos africanos: Mamba, Mancala e Yoté. Aqui será realizada

uma oficina pela professora PDE Luciane Cleise Batista, Licenciada em Matemática,

que irá explicar os jogos, auxiliando na pesquisa e ensinará alunos e professores na

confecção dos mesmos. Cada equipe deverá confeccionar antecipadamente os

jogos, e no dia do Festival fazer a explanação bem como a sua aplicação, e depois

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colocá-los na exposição. A equipe organizadora irá disponibilizar um kit jogos para a

confecção dos mesmos.

a) YOTÉ: O Yoté é semelhante ao jogo de damas. Na África Ocidental, as

crianças cavavam buracos na areia, catam seixos ou pedacinhos de madeira, e

estão prontas para jogar. Você pode fazer peças de diferentes tipos e fazer seu

próprio tabuleiro ou usar parte de um tabuleiro de mamas.

MATERIAL:

� Papel para rascunho

� Lápis

� Régua

� Pedaço de papelão

� Caneta hidrocor

� 12 fichas ou outras peças para cada jogador, de dois tipos diferentes

COMO DESENHAR O TABULEIRO

O tabuleiro é idêntico ao que se usa para jogar Dara. Tem cinco fileiras de

seis espaços cada.

1. Para praticar comece desenhando o tabuleiro em papel rascunho. Você

precisa de um retângulo dividido em seis fileiras de cinco quadrados

cada.

2. Em seguida, desenhe o tabuleiro no papelão. Primeiro meça

cuidadosamente com a régua, marcando os pontos principais a lápis.

Depois disso trace as linhas.

3. Reforce as linhas com uma caneta hidrocor. (ver figura 3.7)

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Figura 3.7

COMO JOGAR

Para iniciar. Os jogadores revezam-se, colocando uma peça de cada vez em

qualquer espaço no tabuleiro. Não é preciso colocar todas as peças antes de passar

para o estágio seguinte. Um jogador pode guardar algumas peças para serem

colocadas mais tarde.

Para movimentar-se. Os jogadores revezam-se movimentando uma peça de

cada vez em linha reta até o próximo espaço, se estiver livre. Os movimentos são

feitos nos sentidos “para frente” e “para trás” ou “para direita” e “para a esquerda”,

mas não no sentido diagonal.

Para capturar. Um jogador pode saltar por cima da peça do adversário até o

próximo espaço, se este estiver livre, e remover a peça do tabuleiro outra peça do

adversário como prêmio.

Para terminar. O jogador que capturar todas as peças do adversário será o

vencedor. Se cada jogador tiver três ou menos peças no tabuleiro, o jogo acabará

em empate.

MUDANDO AS REGRAS

Os jogadores devem colocar todas as suas peças no tabuleiro nas duas

fileiras mais próximas a eles antes de se movimentarem qualquer peça.

Jogue em um tabuleiro com mais ou menos, quadrados. Quantas peças são

necessárias para cada tipo de tabuleiro.

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B) MANKALA

Os jogos de mankala são encontrados na maioria dos países africanos, bem

como na Índia, na Indonésia, nas Filipinas, no Siri Lanka, na Ásia Central e nos

países árabes. Mankala é uma palavra árabe, que significa “transferir”. Pedras ou

sementes são transferidas de um recipiente a outro em um tabuleiro com duas, três

ou quatro filas de recipientes. Em casa região o jogo tem seu próprio nome e seu

próprio conjunto de regras. O tabuleiro de duas filas é conhecido no Norte, Oeste e

partes do leste Africano sob o nome como Wari, Oware, Ayo ou Giuthi. Na Ásia, as

pessoas jogam Sungka, Dakon e Congklak em tabuleiros de duas filas. No leste e

sul da África, o tabuleiro de quatro filas é mais comum, com nomes como Bao (que

significa “tabuleiro” em swahili), Nchuba e Muweso. Na Etiópia há versões de três

filas.

OWARE FÁCIL, DE GANA – dois jogadores

O povo Asante, de Gana, um país da África Ocidental, pratica um jogo

chamado Oware. As crianças muitas vezes cavam buracos no chão e juntam seixos

ou sementes grandes para usar como peças. O povo Ioruba, do sudoeste da Nigéria,

pratica o mesmo jogo, porém lá ele é chamado de Ayo. Como peças, eles usam

sementes cinzentas.

MATERIAL

� folha de papel sem pauta, de, no mínimo 25 cm de

comprimento(10polegadas)

� régua

� lápis

� caneta hidrocor

� 2 tigelas ou xícaras pequenas

� 16 peças de um só tipo ( feijões, botões ou conchas)

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COMO DESENHAR O TABULEIRO

1. Desenhe um tabuleiro na forma de um grande retângulo, com duas fileiras de

quatro quadrados cada. Cada quadrado deve ter tamanho suficiente para conter

vários feijões. Use régua e lápis, medindo com cuidado.

2. Reforce as linha com caneta hidrocor. (ver figura 2.2a).

3. Coloque uma xícara ou tigela, chamada “pote de chegada”, em cada extremidade

do tabuleiro.

Figura: 2.2a

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Figura 2.2d

COMO JOGAR

Os jogadores sentam frente a frente, um de cada lado do tabuleiro. Coloque

dois feijões ou duas outras peças em cada espaço. Os quatro espaços, chamados

“buracos”, em cada lado do tabuleiro pertencem ao jogador mais próximo. O pote de

chegada pertence a este jogador. (ver figura 2.2b).

Para movimentar. O jogador Um apanha todos os feijões de qualquer um de

seus buracos e lança um feijão em cada buraco, indo para a direita (sentido anti –

horário). Chamamos isso de “semear as sementes”. Alguns grãos podem cair nos

buracos que ficam do lado do Jogador Dois. (ver figura 2.2c).

Em seguida, o Jogador Dois pega todos os grãos de qualquer um de seus

buracos e lança um grão em cada buraco, a partir de sua direita. Não “semeie” nos

potes de chegada.

Para capturar. As capturas são realizadas no lado do adversário. Se o último

grão em qualquer movimento faz um grupo de dois em um buraco do lado do

adversário, o último jogador captura esses dois grãos e coloca – os em seu pote de

chegada. Então, recuando, se o buraco imediatamente anterior no lado do

adversário também contiver dois grãos, o jogador pode capturá-los e colocá-los em

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seu pote de chegada. Siga capturando enquanto houver buracos com dois grãos no

outro lado do tabuleiro. (ver figura 2.2d).

Para terminar. O jogo acaba quando alguém não tiver mais grãos no seu

lado do tabuleiro. Contam-se, então, os grãos nos potes de chegada, sendo

vencedor aquele que capturou mais grãos.

O VERDADEIRO JOGO DE OWARE, DE GANA

MATERIAL

� caixa de ovos (de uma dúzia) vazia, sem tampa

� canetas hidrocor

� 2 tigelas ou xícaras pequenas

48 peças, de um só tipo (grãos, botões ou conchas)

COMO FAZER O TABULEIRO

O tabuleiro tem seis recipientes em cada lado,12 no total. Uma embalagem

para ovos da um tabuleiro perfeito. Talvez você queira decorá-la com figuras e cores

africanas. Coloque uma tigela ou xícara em cada extremidade do tabuleiro como

pote de chegada para guardar os grãos capturados. (ver figura 2.3a).

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Figura 2.3a

Figura 2.3b

COMO JOGAR

Os jogadores ficam sentados frente a frente, um de cada lado do tabuleiro.

Coloque quatro grãos ou peças em cada espaço. Os seis espaços chamados

buracos, em cada lado do tabuleiro, pertencem ao jogador mais próximo.

Para movimentar. Como no Oware Fácil, os jogadores revezam-se, pegando

todos os grãos em qualquer um dos buracos e lançando-os, um em cada buraco,

indo para a direita (sentido anti–horário). É o que se chama semear grãos. Alguns

grãos podem cair nos buracos que ficam do lado do adversário. Não semeie nos

potes de chegada.

Se os jogadores retirarem grãos de um buraco que contém 12 ou mais

grãos, deverão saltar este buraco e deixá-lo vazio, enquanto semeiam ao redor do

tabuleiro.

Para capturar. Se o último grão lançado em um buraco no lado do adversário

formar um grupo de dois ou três, esses grãos podem ser capturados. Então

recuando, grupos de dois ou três grãos podem ser capturados de buracos que se

encontram lado a lado na parte mais distante do tabuleiro. (ver figura 2.3b).

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Para terminar. Se todos os buracos do adversário estiverem vazios, um

jogador deve lançar grãos para dentro deles quando chegar a sua vez. Se isso não

puder ser feito, o jogo acaba. O jogador junta os grãos do seu lado aos do pote da

chegada. Grãos que dão voltas sem capturas põem ser divididos igualmente entre

os jogadores. O jogador que tiver mais grãos em seu pote de chegada é o vencedor.

MAMBA

A mamba é um tipo de serpente africana da África austral. Existem espécies

verdes e negras e ambas são venenosas. A brincadeira é um tipo diferente de

pega-pega.

REGRAS

Uma pessoa é escolhida para ser a mamba, que vai ser o pegador. O

professor desenha no chão um quadrado de 10 metros x 10 metros (tamanho ideal

para 20 crianças). Durante a brincadeira, todos os participantes devem permanecer

dentro dessa demarcação, mas tentando escapar da serpente. A um sinal, o jogo

começa. A mamba tenta pegar os jogadores. Quando um é pego pela serpente, deve

posicionar-se atrás da mamba, segurando-a pela cintura ou pelos ombros. Cada

participante que é tocado pela mamba se junta ao último do "corpo" da serpente.

Dessa forma ela vai ficando cada vez mais comprida. Se um jogador sai do

quadrado, deve ser eliminado do jogo. Só a criança que é a cabeça da serpente

pode capturar os jogadores, mas o "corpo" da fileira que se formou deve ser usado

para interceptar ou atrapalhar os fugitivos. Os jogadores não podem cruzar o corpo

da serpente. A brincadeira acaba quando restar apenas um jogador sem ser pego. E

recomeça com esse sendo a mamba.

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B) DESFILE DA GAROTA E GAROTO AFRO 2013

Em toda a história os povos negros utilizaram do corpo como instrumento de

resistência sociocultural seja pela dança, pela luta, sendo a via corporal adotada

para a resistência à escravidão e a construção da identidade.

Nas sociedades em que a questão racial é um dos aspectos estruturantes das relações sociais de poder, o cabelo e a cor da pele, sendo os sinais mais visíveis da diferença racial e possuidores de uma forte dimensão simbólica, são vistos como símbolos de inferioridade. (JOVINO, 2006, p. 73)

Se no passado o corpo do negro era um símbolo de identidade para os

diferentes povos africanos, com o passar do tempo isto foi modificando, com as

novas gerações, através da estética no corpo e, sobretudo, nos cabelos, os negros

inventaram novos símbolos, usaram e ensinaram a memória para as suas gerações,

e recriaram tradições.

O Brasil é um país de maioria negra, mais muitas vezes a escola não se dá

conta disso e no seu planejamento pedagógico deixa a desejar nas questões da

cultura desse povo que em muito contribuiu para o desenvolvimento desse país

através de sua língua, música, dança e outros. Outra questão está relacionada com

a estética onde a mídia coloca como padrão de beleza uma estética branca, assim o

alunado negro não se vê representado em nenhum lugar , é na escola que essa

situação irá se acentuar aonde as relações afetivas tendem para a preferência

branca . A escola não pode ficar passiva frente a essas situações, ela tem papel

fundamental na formação da identidade da criança, essa formação do eu também

deve ser percebida como cheia de diversidade, construo o meu eu , porém ao meu

redor está o outro com suas semelhanças e diferenças, é algo construído pela

relação pessoal e social .

A discussão sobre a riqueza do trato do corpo negro e sobre os processos de opressão que o mesmo tem recebido ao longo da história pode vir a ser uma rica atividade pedagógica a ser desenvolvida com os alunos e alunas em sala de aula, possibilitando debates e atividades sobre a história e a cultura afro – brasileira. Nesse processo, um estudo sobre o negro, o cabelo crespo e as práticas corporais. (GOMES, 2003, p. 174).

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Se esses caracteres pessoais pressupunha relações de poder, o cabelo e a

cor da pele , sendo sinais das diferenças raciais, essa diferenças tendem a diminuir

através da valorização cultural da raça negra, e o repensar do papel da escola na

construção da identidade dos alunos , e as questões pedagógicas, aonde o

professor é o profissional da cultura, e tem na escola não apenas um padrão de

alunos, e sim muitas diferenças que devem ser trabalhadas, essas relações

humanas irão proporcionar um melhor trato com as diferenças existentes no

ambiente escolar.

Ainda no século XXI na mídia já se pode ver alguns avanços em relação a

personalidades negras, apesar de muitas novelas ressaltarem a beleza negra,

valorizando as características da mulher e do homem negro, positivamente e bem

sucedidos como atores famosos Taís Araújo, Lázaro Ramos, Camila Pitanga a

jornalista Glória Maria ,o cantor Alexandre Pires, Thiaguinho e outros, mas ainda há

muito a ser feito. Existem programas de televisão que ainda depreciam a imagem do

negro como ocorre no humorístico do Zorra Total através da personagem Adelaide,

interpretada pelo ator Rodrigo Santanna.

O Desfile da Garota e Garoto Afro 2013 do Colégio Estadual Nilo Peçanha,

será realizado com o intuito de resgatar a auto-estima dos alunos, valorizando a

beleza afro, possibilitando para que todos os estudantes independentes de seu

pertencimento étnico-racial, tenham respeito pela diversidade, envolvendo a

comunidade escolar para melhorar o nível das relações raciais no ambiente da

escola, eliminar discriminações e promover a inclusão social e cidadania para todos,.

Assim faz com que o educando sinta-se presente nesse contexto estudantil, sendo

respeitado e valorizado, afim de que ocorra uma conscientização que devemos dizer

não a qualquer tipo de preconceito.

A equipe organizadora do festival irá fazer um convite para os jurados que

irão participar, serão entregues para os alunos (as) que desejarem participar um

modelo de ficha de inscrição conforme modelo abaixo:

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MODELO DE FICHA DE INSCRIÇÃO PARA PARTICIPAÇÃO DO CONCURSO

GAROTO E GAROTA AFRO

Nome:________________________________________ Série:_________________

Idade:_____________________Peso:_______________Altura:_________________

O que pretende atuar como profissional:___________________________________

Cantor(a) preferido(a)__________________________________________________

Ator/Atriz preferida____________________________________________________

Música:_____________________________________________________________

Programa de TV preferido_______________________________________________

Um sonho:___________________________________________________________

Uma frase:___________________________________________________________

Leitura preferida:______________________________________________________

O que significa a escola para você:_______________________________________

Serão estabelecidos alguns critérios para a participação:

a) Poderão inscrever-se alunos (as) do 9º ano do ensino fundamental, e aluno(a) do

ensino médio.

b) Para os alunos (as) do 6º, 7º e 8º ano do ensino fundamental pode ser realizado

um desfile na versão afro mirim

b) Deverão trazer autorização por escrito para essa participação por parte dos pais

/responsáveis, o momento da entrega da ficha de inscrição

c) Os (as alunos (as) irão desfilar com dois trajes:

1. Uniforme da escola: calça jeans/preta e camiseta do CENP

2. Traje social

d) Os (as) candidato (as) devem apresentar uma habilidade sua como: cantar,

dançar, tocar um instrumento, declarar uma poesia, fazer uma pequena encenação.

Tempo máximo 5 minutos.

e) Os (as) candidatos (as) deverão pesquisar a beleza estética afro e apresentar na

exposição, com orientação da professora de Língua Portuguesa, que será definida o

nome posteriormente, e no dia do festival realizar a leitura

f) No dia o(a) apresentador (a) do desfile irá fazer uma pergunta para o (a) candidata

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sobre a atualidade

OBJETIVOS

a) Valorizar os alunos enquanto sujeitos do processo educativo, aumentando a auto-

estima dos mesmos

b) Proporcionar reflexões de que todos devem serem tratados com dignidade ,

respeitando as diferenças, abolindo qualquer tipo de preconceitos

c) Integração entre escola e comunidade escolar

d) Valorizar e positivar a beleza estética negra

A pontuação será da seguinte maneira:

10 pontos – excelente

07 pontos- ótimo

05 pontos- bom

A PREMIAÇÃO:

O primeiro lugar ganhará uma faixa, e um brinde que será pedido no

comércio local. Serão divulgados até o terceiro colocado. Os demais participantes

ganharão um certificado de participação assinado pelos organizadores do evento.

SUGESTÃO DE FICHA AVALIATIVA DO CONCURSO:

Empatia Desenvoltura Postura Habilidade Simpatia Texto Pontuação

Candidato (a)

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TEATRO

É uma arte, que proporciona nas pessoas uma formação cultural , trazendo

conhecimento, informação e entretenimento de forma educativa e prazerosa. Na

área educacional esse tipo de atividade pode trazer uma mensagem educativa,

favorecendo na coordenação motora, criatividade, vocabulário, memorização e

socialização de quem dele participa. Ao professor ajuda no desenvolvimento do seu

trabalho pedagógico, percebendo traços de personalidade nos alunos, favorecendo

comportamento individual e de grupo.

O Teatro Experimental do Negro (TEN) surge em 1944 na cidade do Rio de

Janeiro tendo como seu fundador Abdias do Nascimento, segundo Munanga e

Gomes (2004, p.121). “desejava que o teatro tivesse também a participação de

atores e atrizes negras, e que essa participação fosse efetiva nas questões de

valorização da cultura africana, juntamente com a brasileira produzida pelos negros”.

Nesse período iniciava-se uma democracia contemporânea no Brasil, o TEN fundou

o jornal Quilombo que tinha por objetivo retratar o ambiente político e cultural,

diminuir o racismo em nosso país. Publicou várias matérias de intelectuais

estrangeiros, discutiu sobre música, dança, costumes, religião com intuito de uma

valorização da cultura do negro, contribuindo com a alfabetização de muitos.

Segundo Abdias do Nascimento “Precisávamos recriar personagens baseados na

mitologia africana porque foi a partir da África que essa cultura se expandiu e foi

copiada pelos negros.” (Munanga e Gomes, 2004, p. 122).

A escola sendo um espaço de produção de conhecimento e aprendizagem,

esse tipo de atividade, é muito interessante que passe a ocorrer constantemente no

espaço escolar para desenvolvimento perceptivo do aluno também. Encenar

atividades e promover o encontro com a comunidade escolar para assistir a peça

teatral permite uma integração maior com a escola. Ao participar de atividades

teatrais o aluno tem a oportunidade de desenvolver dentro de um grupo social a

responsabilidade, legitimando os seus direitos dentro e fora da escola,

estabelecendo relações entre professor, aluno e comunidade, aprendendo ouvir, a

acolher e ordenar opiniões de interesse teatral, respeitando as diferenças entre cada

pessoa do grupo, com a finalidade de organizar um grupo forte no desenvolvimento

de cada dramatização.

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O teatro proporciona experiência de vida, idéias, conhecimento e

sentimento, cabe a escola estar atenta ao desenvolvimento dos ensaios, oferecendo

condições para um trabalho eficaz, propiciando a construção crítica nos conteúdos

culturais a serem encenados,mediante troca de idéias com o grupo, inserindo a

participação da comunidade escolar nessas atividades.

A peça teatral “QUERES CONHECER OS BLUES” de Maria José Díaz-Água

do e Ana Baraja Miguel, será encenada por alunos, professores e funcionários da

escola, com definição de cronograma de ensaios elaborado pela organização do

evento, sendo apresentada no dia do festival afro–cultural e posteriormente o grupo

de estudo irá fazer a discussão de questões relevantes da peça teatral.

OBJETIVOS DA PEÇA TEATRAL

a) sensibilizar para a existência de diferentes culturas como formas diferentes de

percepção das outras culturas, que também são diferentes e é preciso entender o

contexto para que sejam compreendidas.

b) Destacar valores específicos como: respeito aos mais velhos, respeito com a

natureza, respeito ao ambiente em que se vive

c) Favorecer o reconhecimento da necessidade de ter uma atitude positiva para com

os outros para poder descobrir os seus valores

d) Diminuir o preconceito e a discriminação que temos do outro, sempre com

tendência de fazer pré julgamentos, sem ao menos conhecê-lo

QUERES CONHECER OS BLUES?

Há muito, muito tempo, num longínquo planeta chamado Tun vivia um grupo

de homens azuis chamados blues.

Em Tun não havia terra, mas sim uma espécie de pó muito fino de cor azul

chamado tuni. Também não tinham água. Limpavam o seu corpo com o tuni e

ficavam azuis.

Musi e Ramix eram dois irmãos de 7 e 8 anos. Viviam com seus pais e avós

numa casa de madeira com rodas que se moviam quando viajavam. O avô era um

homem muito sábio, porque tinha vivido há muitos anos e conhecia muitas coisas.

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Por isso, pediam-lhe sempre a opinião.

Neste planeta não existia escola. As crianças blues mais pequenas

passavam muito tempo a brincar. Conheciam muitos jogos, mas o que mais

gostavam eram de passear pelo bosque. Lá, o avô ensinava-as a distinguir os frutos

e animais, a conhecer os pássaros pelo seu canto e como saber se ia fazer bom ou

mau tempo pela forma das nuvens. Quando chegava a noite, todos os blues

reuniam-se a volta de uma grande fogueira. Cantavam e dançavam ao som das

palmas. Os mais velhos e sábios ensinavam as crianças a interpretar as estrelas e

os sonhos. Assim eram muito, muito felizes. Uma noite, quando estavam reunidos a

volta da fogueira, apareceu um velho gênio de barba muito branca.

O sábio gênio disse – lhes: Tun vai se destruído dentro de momentos e

transformar-se-á numa grande bola de fogo. Agarram se rapidamente a mim e

levar–vos–ei para outro planeta!

Rapidamente todos os blues agarraram-se ao enorme gênio formando uma

grande cadeia. E voaram pelo espaço azul. Viram como o seu planeta se ia

convertendo numa intensa luz que iluminava o espaço. Viajaram durante toda a noite

até que chegaram a um estranho e belo planeta. Os blues estavam maravilhados.

Nunca tinham viajado tanto, nem tão rápido. Aterraram e...

MUSI: Caramba! Neste país o tuni é de outra cor.

GÉNIO: Não é tuni, mas sim terra. Todo o planeta está cheio de terra. Por isso os

homens que aqui vivem chamam ao seu planeta de “TERRA”.

RAMIX (com voz triste): Olhem. Tantas lágrimas juntas no solo! Quem terá chorado

tanto?

GÉNIO: Não são lágrimas, é um charco de “água”. Os homens de cá utilizam a água

para limpar o seu corpo, para beber e para muitas outras coisas.

Antes de ir embora o velho Génio fez aparecer novas casas de madeiras

com rodas para que os blues pudessem viajar por toda a terra.

GÉNIO: Eu tenho que ir embora . Dentro de uns tempos voltarei para ver se são

felizes neste planeta.

Os blues passaram algum tempo a viajar e a conhecer a Terra. Nunca

tinham visto os lagos, nem as enormes montanhas que se perdiam no céu.

Certa noite em que tudo parecia estar calmo, Ramix levantou-se, precipitada

e, acordou o seu avô:

RAMIX: A vô! Achas que a Terra haverá outros blues?

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AVÔ: Não sei minha querida. Mas porque me acordas a estas horas da noite?

RAMIX: Estava a sonhar com as crianças blues da Terra. Brincava com elas e

divertíamo-nos muito.

AVÔ: E como eram essas crianças no teu sonho?

RAMIX: Bom... No meu sonho era de noite e não os conseguia ver bem. Mas penso

que eram iguais a nós.

No dia seguinte, atravessaram um pequeno bosque. Ao sair, viram algo

inesperado.

RAMIX: Olhem ali. Há outros homens como nós, mas não são azuis! São da cor da

terra!

E foram então que os homens da Terra viram os blues:

HOMENS DA TERRA: (surpreendidos): Homens azuis. Será que existem mesmo

homens em outros planetas?

Quando os homens souberam de onde vinham os blues, acolheram – nos

muito bem e ofereceram–lhes prendas.

Passaram uns tempos a viajar nas suas casas de madeira conhecendo os

homens da Terra.

Porém, um dia, o rei da Terra chamou o mais velho e sábio dos Blues e

disse – lhe:

REI: Se quereis viver aqui não podeis continuar a viajar e as vossas crianças tem

que ir à escola.

SÁBIO BLUE: Porque quereis que as crianças vão à escola? Nós gostamos de viajar

e de conhecer a Natureza. As nossas crianças aprendem com os mais velhos e

brincam com outras crianças.

REI: As crianças tem que ir á escola para aprender a ler e a escrever e muitas coisas

mais.

O velho contou aos outros blues o que o rei da Terra lhe tinha dito. Então, os

blues tiraram as rodas das suas casas e não viajaram mais.

Em casa de Musi e Ramix:

MÃE: Meus filhos devem ir á escola, pois dizem que é muito importante aprender a

ler e a escrever.

PAI: Depois de aprenderem tudo, então podem ensinar – nos a nós

Assim, Musi e Ramix foram pela primeira vez à escola. Ao entrar todas as

crianças se riram deles.

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CRIANÇAS DA ESCOLA: São azuis, são azuis!

MUSI: (surpreendido) porque se rirem? Vimos aprender a ler e a escrever.

Disseram–nos que é muito importante para viver na Terra. Em contrapartida, nos

podemos ensinar–vos os nossos jogos, as nossas canções, as nossas danças, e

ainda interpretar a Natureza, os sonhos e as estrelas.

PERICO: Vocês não sabem fazer nada disso. São uns mentirosos. Ninguém pode

fazer essas coisas que vocês dizem.

MUSI: Não estamos a mentir é tudo verdade. Queremos ser vossos amigos.

A professora pôs ordem na sala e começou a ensinar as letras às crianças

blues. Algumas crianças da turma troçavam deles, porque não sabiam ler e escrever.

Quando saíram para o recreio, Musi e Ramix foram com as crianças da sua

turma. Então, Perico disse-lhes:

PERICO: Vocês não podem brincar conosco porque são azuis. Nós só queremos

brincar com os meninos da nossa cor.

MUSI: E o que importa a cor da pele? Se vocês tivessem nascido em nosso planeta

seriam azuis como nós. Nós gostamos de ser azuis. Os nossos pais e avós são

azuis e queremos ser como eles. A cor da pele não deveria impedir que fôssemos

amigos.

PERICO: A mim sim, isso afeta–me. Os meus pais não querem que ande convosco

porque vocês não sabem nada, porque são de cor azul e as crianças azuis batem

muito.

RAMIX: Mas que é isso de não sabermos! Ainda não sabemos ler, nem

escrever,mas sabemos fazer muitas outras coisas. E nós não batemos!

CRIANÇAS DA TURMA: Batem, batem!

Perico não queria estar com as crianças blues e foi-se embora. As outras

crianças seguiram – no. Perico era o chefe da turma e os outros meninos faziam

sempre o que ele queria.

De repente, uma criança pequena que brincava por ali empurrou o Perico

sem querer. Nenhuma das outras crianças da turma viu quem tinha sido. Perico

pensou que tinha sido Musi e empurrou – o com força, deitando – o no chão. Musi

levantou – se chateado e... Zás! Bateu - lhe

PERICO: Vêem, eu tinha razão: as crianças azuis batem.

Um dia foram todos dar um passeio ao bosque para conhecer de perto o que

tinham visto nos livros da natureza. Instantes depois Musi disse aos outros:

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MUSI: Temos que ir embora já embora para o autocarro. Olhem para as nuvens: tem

uma forma quadrada e isso é sinal de que vai haver uma grande trovoada.

RAUL: Isso é mentira, as crianças azuis não sabem nada

MUSI: É verdade! Temos que ir embora já, antes que seja demasiado tarde. Se

formos para o autocarro, podemos nos proteger–nos.

PROFESSORA: acho que hoje não vai haver trovoada . Continuemos a andar.

Todas as crianças seguiam de perto a professora, exepto perico que ia

distraído com as borboletas e a apanhar cogumelos. Assim, sem reparar foi ficando

para trás.

Andaram durante um tempo. De repente, as nuvens moveram-se muito

depressa e formaram-se nuvens cinzentas e. BROOOOOMMMMM sou o primeiro

trovão.

PROFESSORA: (assustada) : Oh, Musi tinha razão! E já é demasiado tarde para

voltar ao autocarro. Se ao menos te tivéssemos dado ouvidos! A trovoada vai

cair -no em cima!

MUSI: Professora! O Perico não está conosco. Deve ter se perdido.

RAMIX: Não se preocupem. No sonho que eu tive ontem a noite , o velho génio

levou – me até uma enorme de uma gruta onde vi Perico. De certeza que ele está lá,

protegendo -se da chuva. Sigam–me , venham comigo !

Todos correram atrás de Ramix. E depressa foram dar em um caminho muito

estreito entre as árvores que acabava justamente na gruta! Uma enorme gruta, tal

como lhes tinha contado Ramix. Quando entraram nela viram Perico a dormir.

Perico sonhava com o velho génio da barba branca que lhe dizia:

GÉNIO: “ Não é verdade que as crianças azuis batam muito. Não foi o Musi que te

empurrou naquele dia no recreio. Foi uma criança pequena a brincar. Trataste mal o

Musi. As crianças insultaram–no e tu atiraste-o para o chão. E ele ficou muito triste,

chateado e bateu-te. Há que tratar bem todas as crianças. Se tratarmos uma criança

como se fosse má,mesmo que não o seja, ela acabará por se tornar má. Se dizes a

uma criança que bate muito, ela sentir -se -á triste, chateada, e então é que baterá

mesmo.”

Um forte trovão acordou Perico que viu a professora e as outras crianças à

sua volta. Levantou-se e abraçou Musi.

PERICO: Desculpa-me. Não foste tu que me empurraste. Sonhei com um génio

sábio e ele explicou–me tudo.

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E Perico contou a todos o seu sonho.

As outras crianças contaram ao Perico tudo o que Musi sabia sobre as

formas das nuvens e o sonho de Ramix com o génio.

RAUL: Musi sabia que as nuvens quadradas são sinal de trovoada. Só que nós não

ligamos nenhuma! E Ramix sonhou que o génio te trazia para esta gruta e que tu

estavas aqui.

PROFESSORA: Se tivéssemos acreditado desde o início que os blues sabem

interpretar a natureza, teríamos dado ouvido ao Musi e teríamos ido para o

autocarro.

PERICO: Obrigado, muito obrigado. Estava enganado. Vocês sabem fazer muitas

coisas – coisas que nunca pensei que ninguém pudesse fazer. A partir de agora vão

ser nossos amigos.

Todas as crianças rodearam o Musi e a Ramix, abraçando–os e chorando de

alegria. Da gruta tiveram a oportunidade de contemplar a trovoada mais forte que

alguma vez tinham visto: a chuva caía torrencialmente provocando um ruído

ensurdecedor, grandes relâmpagos iluminavam as escuras nuvens e rachavam os

ramos das árvores. Todos os animaizinhos do bosque tinham–se escondido nas

suas tocas. As crianças contemplavam em silêncio o que estava a acontecer. De

repente, todos ficaram maravilhados: fez-se uma grande luz na escura gruta e

apareceu o sábio génio de barba branca.

GÉNIO: (com voz sonora): Venho saber se são felizes aqui na Terra ou se querem

viajar a outro planeta.

PERICO: Nós não queremos que se vão embora. A partir de agora os blues e nós as

crianças da Terra, seremos todos amigos. Queremos que nos ensinem a interpretar

a natureza, as estrelas e os sonhos.

GÉNIO: Fico contente por saber que gostam um dos outros. Aprenderam uma

importante lição que não devem esquecer nunca:

“Não devemos tratar mal as pessoas só porque elas são diferentes em algo.

Se tratarmos mal uma criança, esta sentir-se-á, má, se a tratamos bem, ficará

contente conosco e será boa. Além do mais, aprenderam que todas tem algo de

bom, que só nos poderemos descobrir se formos seus amigos. “

QUESTÕES A SEREM DISCUTIDAS COM O GRUPO APÓS A APRESENTAÇÃO

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DA PEÇA TEATRAL

O que é que mais surpreendeu os blues em toda a sua viagem? Que diferenças

encontraram na Terra?

Aqui iremos refletir sobre as diferenças e semelhanças existentes sobre as

duas formas de vida e sobre os valores que cada uma pode pressupor em relação a

outra, sobretudo enquanto adaptação ao contexto em que ocorrem.

Qual a mensagem que a peça teatral deixa em relação a diversidade ? Como

isto é vivenciado no ambiente escolar?

Será tratado nesse momento à questão das diferenças, do desconhecido, e

dos pré julgamentos que fazemos muitas vezes em relação outro.

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