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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA

TURMA - PDE/2012

Título: A Literatura Infantil como Instrumento para o Ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira

Autora Edsonéia de Souza Silva

Disciplina/Área Língua Portuguesa

Escola de Implementação

do Projeto e sua localização

Colégio Estadual Pedro Stelmachuk Rua Joaquim Fernandes Luiz, s/nº Escola Municipal Coronel David Carneiro Rua Dr. Francisco Fernandes Luis

Município da escola União da Vitória – PR

Núcleo Regional de

Educação

União da Vitória – PR

Professor Orientador Prof. Dr. Ilton César Martins

Instituição de Ensino

Superior

FAFIUV

Relação Interdisciplinar

Língua Portuguesa, História e Arte

Resumo

Este Caderno Temático pretende inserir na escola o Ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira por meio de textos literários infantis que apresentem a nossos alunos personagens negras não estereotipadas, ou seja, personagens negras com características positivas (inteligência, beleza, esperteza, sabedoria, etc). Tem-se como meta a valorização da criança negra, sua

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identidade e sua cultura, fazendo com que esta se reconheça como cidadã pertencente à sociedade brasileira, bem como o conhecimento da História da África e da Cultura Afro-brasileira. Em nossa sociedade está presente a discriminação das minorias étnicas, dentre estas, os negros e sua cultura, fator que reflete diretamente em nossas escolas. A necessidade do trabalho com a história e cultura afro-brasileira nos fez refletir a importância de conhecermos a cultura da África a fim de entendermos melhor este continente que tanto contribuiu no crescimento e multiplicidade étnico-racial da sociedade brasileira. Este entendimento nos levará ao reconhecimento das diferenças, respeito ao outro e construção de uma sociedade com valores legítimos.

Palavras-chave: Literatura, identidade, cultura afro-brasileira.

Formato do Material

Didático

Caderno Temático

Público Alvo

Professores de Língua Portuguesa

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PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

EDSONÉIA DE SOUZA SILVA

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

CADERNO TEMÁTICO

A Literatura Infantil como Instrumento para o Ensino da

História e Cultura Africana e Afro-brasileira

Produção Didática (Caderno Temático) apresentado

à Secretaria de Estado de Educação do Paraná

(SEED), para o Programa de Formação Continuada

intitulado Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE), sob a orientação do Prof Dr.

Ilton César Martins, da FAFI União da Vitória – PR

União da Vitória – PR 2012

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APRESENTAÇÃO

O Caderno Temático aqui proposto como Produção Didática Pedagógica

foi apresentado à Secretaria do Estado da educação (SEED) para o Programa

de Formação Continuada intitulado Programa de Desenvolvimento Educacional

(PDE), tendo como objetivo auxiliar e dar suporte aos professores para o

trabalho em sala de aula com a temática História da África e da Cultura Afro-

brasileira, por meio de textos literários infantis que apresentem a nossos alunos

personagens negras não estereotipadas, ou seja, personagens negras com

características positivas (inteligência, beleza, esperteza, sabedoria, etc.).

Atendendo a Lei 10.639/03 que determina a obrigatoriedade do ensino de

História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e

médio, oficiais e particulares. A lei também estabelece que os conteúdos

referentes à história e cultura afro-brasileira sejam trabalhados no âmbito de

todo o contexto escolar, especialmente nas disciplinas de Educação Artística,

Literatura e História.

O tema trabalhado neste caderno temático é a literatura infantil como

instrumento para o ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira.

Ressaltando os valores e a cultura dos povos africanos, podemos alterar o

caminho até então percorrido de violência e discriminação, o qual nos trouxe

apenas imagens distorcidas e limitadas do continente africano. Devemos pensar

a África como um local de origem história e cultural de todos os povos.

Através da literatura apresentaremos às crianças o mundo africano, o

qual é riquíssimo em valores e tradições. Nas narrativas podemos visualizar o

modo de vida africano, as atividades desenvolvidas, a culinária, a religiosidade,

a música, o vestuário, além dos seus saberes e conhecimentos.

Pretende-se proporcionar ao educando o reconhecimento do negro como

cidadão digno de todos os seus direitos humanos, promovendo a sua

valorização através do conhecimento de sua história e cultura. Apresentar aos

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alunos obras que contenham personagens negras com valores e características

positivas como dignidade, beleza, honestidade, enfim, características que na

maioria das vezes são apresentadas apenas nas personagens de origem

europeia.

O presente Caderno será implementado no Colégio Estadual Pedro

Stelmachuk, de acordo com a orientação do PDE (implementação do projeto na

escola de lotação do professor PDE), com alunos do 6o ano e na Escola

Municipal Coronel David Carneiro, onde atuo como professora das séries

iniciais, com alunos do 5o ano, ambas localizadas no município de União da

Vitória, PR. A implementação ocorrerá em trinta e duas aulas (determinação do

PDE) em cada uma das escolas no início do ano letivo de 2013, porém, este

trabalho deve ser realizado durante todo o ano letivo, em dias e ocasiões

diversas, sem estar somente veiculado às datas comemorativas (Abolição da

Escravatura ou dia da Consciência Negra).

No Caderno Temático trabalhamos com seis obras literárias, compondo

seis unidades pedagógicas: Menina Bonita do Laço de Fita, Ana Maria Machado,

2005; Palmas e Vaias, Sônia Rosa, 2009; Kofi e o Menino de Fogo, Nei Lopes,

2008; As Tranças de Bintou, Sylviane Diouf, 2010; O Presente de Ossanha, Joel

Rufino dos Santos, 2006; Chuva de Manga, James Rumford, 2005.

As obras aqui selecionadas são algumas entre muitas, pois a literatura

infantil e infanto-juvenil, após a Lei 10.639/03, apresentou uma acelerada

produção editorial, com vasto e riquíssimo material que aborda o tema aqui

apresentado de diversas e criativas formas. Nestas obras elencadas as histórias

apresentam personagens negras com características não estereotipadas.

Os livros aqui indicados foram selecionados e analisados a partir de

orientações recebidas em cursos com a temática afro-brasileira, estes oferecidos

pelo projeto PIBID/FAFIUV (PIBID – Programa Institucional de Bolsa de Iniciação

à Docência - Projeto: História da África e da cultura Afro-brasileira: para além da

escravidão, do racismo e dos estereótipos), contato com o acervo da biblioteca

da Escola Municipal Coronel David Carneiro, acervo pessoal e internet. Em

algumas obras há indicações de sites onde estão disponibilizadas, pois, nem

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toda biblioteca escolar possui em seu acervo bibliográfico livros com esta

temática.

As propostas das atividades são dirigidas aos (às) professores (as) que

ministram aulas em quintos e/ou sextos anos, no entanto, o (a) professor(a)

poderá utilizar outras atividades que julgar convenientes e possíveis para

explorar a temática abordada na obra. O foco principal deste trabalho é

proporcionar aos alunos o conhecimento de uma literatura que apresente

histórias e personagens de uma cultura que não é comum ser trabalhada em

sala de aula, a cultura africana, abordando saberes históricos e culturais

africanos através da literatura infantil.

Faz-se necessário que as escolas adquiram as obras sugeridas para que

as mesmas possam ser apresentadas aos alunos na sua totalidade, as

ilustrações e seu texto de origem, além destas, é imprescindível que a escola

possua outras obras literárias com esta temática, pois estas leituras devem estar

presentes no cotidiano da sala de aula, sendo lidas e ouvidas, estando

acessíveis aos alunos e professores assim como as demais literaturas.

O caderno inicia com um momento de reflexão para o (a) professor(a), a

partir do vídeo “O perigo da história única” e da música “Lavagem Cerebral”.

Ambos nos permitem refletir sobre a importância do trabalho com a temática

História e Cultura da África e Afro-brasileira.

As seis unidades que compõem este caderno iniciam com um livro de

literatura infantil, uma síntese da obra, sugestões para reflexão com os alunos,

atividades de interpretação e atividades práticas. São utilizados vídeos, músicas

e textos complementares, todos contendo a indicação do site para acesso e

consulta do(a) professor(a), pois, de acordo com as normas legais relacionadas

aos direitos autorais, não foi possível a utilização dos textos na íntegra.

Concluímos o trabalho com indicações de sites e livros de literatura

infantil e infanto-juvenil que abordam conteúdos da história e da cultura africana

e afro-brasileira, no intuito de fazer com que a Lei 10.639/03 realmente seja

efetivada nas salas de aula.

A avaliação ocorrerá em dois momentos:

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- Avaliação diagnóstica: no início dos trabalhos será solicitado aos alunos,

individualmente, registrarem com textos e desenhos o conhecimento que

possuem sobre a África e a lembrança das histórias infantis lidas e/ou ouvidas,

com uma breve descrição das personagens dessas histórias.

- Avaliação contínua: durante o desenvolvimento de todas as atividades

das unidades didáticas os alunos serão observados em relação a sua

participação e o seu desempenho. Ao final das unidades propostas os alunos,

individualmente, produzirão um novo texto, este, com a intenção de verificar se

ocorreu uma mudança em relação ao primeiro texto produzido.

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Professor (a): Este primeiro momento foi pensado em você, o vídeo “O Perigo da

História Única” e a música “Lavagem Cerebral” nos permitem ótimas reflexões

para podermos iniciar o trabalho proposto neste Caderno Temático.

Vídeo: Chimamanda Adichie: O perigo da história única

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=EC-bh1YARsc - Acesso em

30/11/2012

Música: Lavagem Cerebral

Gabriel O Pensador

Racismo preconceito e discriminação em geral

É uma burrice coletiva sem explicação

Afinal que justificativa você me dá para um povo que precisa de união

Mas demonstra claramente

Infelizmente

Preconceitos mil

De naturezas diferentes

[ ... ]

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=GbvAJPT3vjw – Acesso em

30/11/2012

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UNIDADE 1

Menina Bonita do Laço de Fita

Ana Maria Machado

meustrabalhospedagogicos.blogspot.com

Síntese:

A obra “Menina Bonita do Laço de Fita”, foi publicada pela autora Ana

Maria Machado, no ano de 1996. A autora narra a história de uma linda e

graciosa menina negra e de um coelhinho que achava a menina a mais linda

que já tinha visto em sua vida, o coelho sonhava em ter uma linda filha pretinha.

No decorrer da história o coelho sempre pergunta à menina: “Menina

bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?” A menina

sempre inventa explicações sobre a cor de sua pele. O coelhinho faz de tudo

para tornar-se negro: entra numa lata de tinta preta, come jabuticabas até passar

mal e toma muitas xícaras de café.

Certo dia, a mãe da menina, ouvindo a conversa entre os dois, explicou

ao coelho o verdadeiro motivo da menina ter a pele negra: “Arte de uma avó

preta”. O coelho resolve procurar uma coelha preta para que possa ter filhotes.

Assim, nascem muitos coelhinhos, todos diferentes, multicoloridos e, é claro,

uma linda coelhinha pretinha.

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1- Apresentação da história. 1

A história Menina Bonita do Laço de Fita poderá ser apresentada às

crianças através do vídeo, disponível em:

www.youtube.com/watch?v=W9eBov-WPAs

2- Questões para reflexão: 2

a) Por que o coelho ficou tão encantado pela menina?

b) Quais são as características da menina e do coelho?

c) Qual foi a verdade revelada ao coelho sobre a cor da menina?

3 - Atividades:

a) Na história Menina Bonita do Laço de Fita, a autora caracteriza a menina

através de comparações. A que a autora compara:

- os olhos:

- os cabelos:

- a pele:

b) Agora é a sua vez, escreva comparações para os seus olhos, os seus

cabelos e a sua pele.

c) Você sabe por que existem diferentes tons e cores de pele? Explique.

1Professor(a): Sugiro que a além da apresentação em vídeo, se possível, as crianças possam ter contato

com o livro, onde elas poderão realizar a leitura individualmente ou em pequenos grupos, pois trata-se de

uma leitura curta e de fácil compreensão.

2 Além das questões propostas para serem debatidas com as crianças, sugiro que o(a) professor(a) oriente as

discussões para que as crianças percebam a importância do respeito às diferenças étnicas; as características

oriundas de nossos familiares tornando-nos especiais para nossas famílias e para a sociedade em que

vivemos.

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TEXTO COMPLEMENTAR

Para aprendermos mais sobre as cores da pele, vamos ler o texto:

É só uma questão de pele.

Para os estudiosos da genética, as diferenças da cor da pele nas raças humanas são insignificantes. Mas é estarrecedor vermos sua capacidade de produzir, como nas políticas do apartheid, algumas das páginas mais cruéis da história da humanidade

[...]

A COR DA PELE NAS DIVERSAS ETNIAS NÃO SE DEVE SÓ A UM MECANISMO DE RESISTÊNCIA AOS RAIOS ULTRAVIOLETA DO SOL, MAS A DUAS VITAMINAS PRESENTES NA PELE DE TODOS - A D E O ÁCIDO FÓLICO

[...]

Foi só há 115 mil anos que os seres humanos começaram a se deslocar para latitudes acima do equador, em direção a terras onde o sol se tornava tão ameno que a pele escura não representava mais uma vantagem, mas um obstáculo à produção de vitamina D. Num processo de alguns milhares de anos, a pele "sintonizava" a exata quantidade de raios UV do ambiente e ajustava a melanina. E se grupos de pele já clareada voltassem a latitudes semelhantes às da origem ancestral, tornavam-se novamente escuros. Exemplo disso se deu com os aborígenes australianos, tão escuros quanto os africanos, mas geneticamente descendentes dos asiáticos, de pele clara.

[...]

"É possível estimar que a mutação ocorreu há apenas 15 mil anos e se difundiu rapidamente por todo o Velho Mundo", diz Cheng. "Mas ela se deu somente nos europeus, pois os brancos asiáticos, como os japoneses e chineses, conservaram o gene africano, chegando ao mesmo resultado que os europeus por outro caminho genético", completa. Outras variações genéticas, associadas aos raios UV e a uma dieta alimentar mais ou menos rica em vitamina D, produziram as diversas tonalidades de branco.

[...]

A ORIGEM DA COR NAS RAÇAS HUMANAS AO MICROSCÓPIO É TÃO INSIGNIFICANTE QUANTO ESTARRECEDORA, POIS FOI CAPAZ DE PRODUZIR POLÍTICAS COMO O APARTHEID

[...]

Fonte: http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/434/artigo116490-2.htm.

Acesso em 17/10/2012

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ATIVIDADES

1- Após a leitura do texto percebemos que a cor da pele foi uma das

maneiras que a sábia natureza encontrou para que a espécie humana

sobrevivesse.

Vamos confeccionar cartazes que enfoquem a diversidade das cores da

pele humana, para este trabalho utilizaremos recortes e/ou desenhos. 3

3 Professor(a): Sugiro que seja solicitado o material aos alunos com antecedência, principalmente as

revistas para recorte, devido a dificuldade de encontrarmos figuras humanas que representem a diversidade

de cores. Os cartazes poderão ser expostos nos murais da escola.

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UNIDADE 2

Palmas e Vaias

Sônia Rosa

palmares.gov.br

Síntese:

Florípedes, personagem da história, experimenta as mudanças

características da adolescência. Além de todas estas novas experiências, ela

muda de bairro e de escola. Flor precisa fazer novos amigos, mas se depara

com as diferenças e sofre muito com a discriminação de suas colegas de escola.

A menina decide cortar as tranças que usava desde pequena, deixando

seu cabelo solto, este gesto marca a sua consciência em relação às diferenças

entre ela e as outras crianças da escola.

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1- Apresentação da história.

O livro Palmas e Vaias poderá ser apresentado em uma roda de leitura, o

(a) professor(a) poderá ler a obra para seus alunos, mostrando as

belíssimas ilustrações.

2- Após a leitura, conversar com os alunos deixando-os livres para exporem

o que perceberam e sentiram durante a leitura da história. 4

VÍDEO COMPLEMENTAR

Imagine uma inversão de papéis. É o que vamos ver no vídeo “Vista a

Minha Pele”.

Vídeo disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=LWBodKwuHCM

Ficha técnica do filme:

Caráter: vídeo ficcional-educativo

Vídeo: curta-metragem

Duração: 15 minutos

Roteiro: Joel Zito Araújo & Dandara

Direção: Joel Zito Araújo

4 Professor(a): Com esta história você poderá ajudar as crianças a refletirem sobre as diferenças

individuais, as dificuldades desta nova fase da vida que é a adolescência e as dificuldades que enfrentamos

para sermos aceitos e respeitados em um novo grupo.

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Sinopse:

Vista a Minha Pele é uma paródia da realidade brasileira. Os negros são a

classe dominante e os brancos foram escravizados.

Maria, menina branca e pobre, estuda em um colégio onde a maioria dos

alunos são negros. Ela é hostilizada por sua cor e condição social. Possui uma

amiga, filha de um diplomata, que torna-se sua aliada em realizar um sonho:

vencer o concurso de Miss Festa Junina da escola.

Como a mídia apresenta apenas modelos negros como exemplo de

beleza, Maria e Luana enfrentam grandes desafios.

O concurso não é o foco principal deste vídeo, mas sim a garra de Maria

para enfrentar a situação.

Conversar com os alunos sobre o vídeo, fazendo um paralelo entre o livro

Palmas e Vaias e o filme Vista a Minha Pele.5

ATIVIDADES

1- Agora, organizados em grupos menores, vamos responder as

questões:

a) As duas histórias apresentam personagens que enfrentam problemas no

ambiente escolar. Qual é este problema? O que as diferencia?

b) Relacione, nas duas histórias, quais foram os momentos que mais

incomodaram você.

c) Em nossa escola há evidências de discriminação racial? Você já

presenciou alguma situação de preconceito? Comente.

d) Que estratégias poderiam ser adotadas para combater atitudes

preconceituosas e discriminatórias no espaço escolar?

2- Após o término da atividade, cada grupo apresentará para o restante

da turma as suas conclusões.

5 Professor(a): Neste momento é muito importante estimular os alunos a relatarem as suas impressões sobre

a situação apresentada no filme. As dificuldades que a personagem enfrentou, o apoio que recebeu e a

coragem que demonstrou em enfrentar os problemas com o grupo.

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UNIDADE 3

Kofi e o menino de fogo

Nei Lopes

jacotei.com.br

Síntese:

A história de Kofi se passa em Gana, 1950, o autor relaciona a época com

o contexto histórico do continente africano, procurando fazer uma relação entre

África e Brasil.

No decorrer da narrativa o destaque ao aprendizado oral, o respeito da

criança aos mais velhos e a importância da escolha dos nomes quando uma

criança nasce.

O livro enfatiza a percepção do outro quando a aldeia recebe visitantes

brancos, surge assim a relação do homem branco com o fogo, quando este fica

irritado, seu rosto fica vermelho como o fogo.

Kofi e um menino branco, ambos com medo do desconhecido,

aproximam-se com coragem para se reconhecerem, sem os estereótipos

colocados pelos adultos, percebem que todas as pessoas são iguais, mesmo

que a aparência seja diferente.

No final da obra encontramos um pouco da história e características de

Gana: economia, alimentação, vestuário. Além de importantes informações,

exemplo, o país foi a porta de entrada dos europeus no continente africano no

século XV; Gana ficou marcada pela atuação de seus líderes no movimento pela

independência dos países africanos no século XX.

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1- Apresentação da história.6

2- Conversar sobre a história, enfocando as principais ideias do texto:

a) Pré-conceito estabelecido através da imaginação distorcida, as

personagens adquiriram um preconceito a partir de suas próprias

fantasias.

b) Observar as características e informações a respeito de Gana, os

alunos conheciam ou tinham alguma opinião formada sobre o país

antes da leitura? Em que as informações contribuíram para o

conhecimento deste país?

c) A escolha dos nomes das crianças.

d) Futebol – principal característica apresentada na história que enfoca a

proximidade entre Brasil e Gana.

ATIVIDADES

1- No livro Kofi e o Menino de Fogo percebemos que as personagens

construíram um preconceito baseadas em sua imaginação. Você já

enfrentou uma situação parecida? Já imaginou algo e depois acabou

percebendo que era somente fruto de sua imaginação? Comente.

2- Uma das tradições africanas é a escolha do nome da criança quando ela

nasce. Na África, geralmente, quando uma criança nasce, não recebe

qualquer nome, recebe um nome muito especial, um nome de acordo

com o dia da semana que nasceu, com a ordem de seu nascimento

dentro da família, ou, relacionado a um fato importante que aconteceu no

dia que nasceu. Por isso Kofi tem esse nome, ele nasceu numa sexta-

feira.

Você sabe a origem de seu nome? Qual é o significado? Quem o

escolheu?

3- Em pequenos grupos vamos fazer uma ilustração do momento do

encontro dos dois meninos.

6 Professor(a): Como trata-se de um livro de 40 páginas, a leitura poderá ser realizada em dois momentos,

intercalando com conversas e observações dos alunos e professor.

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VAMOS SABER UM POUCO MAIS7

Nomes africanos para meninos

Quando se trata de nomear uma criança, a maioria das pessoas quer

selecionar algo que é único e tem um grande significado. Um nome torna-

se uma identidade para cada um de nós. O nascimento de uma criança é

uma ocasião bonita e alegre e na maioria das culturas, os nomes são

escolhidos de modo a refletir as tradições e raízes. Como outras culturas,

as culturas africanas também dão muita importância para a nomeação do

filho.

A maioria dos tradicionais nomes africanos para os meninos são

com base nas circunstâncias que cercam o nascimento, o dia em que o

bebê nasceu, o momento do nascimento do bebê ou sobre uma virtude.

Alguns nomes africanos para os meninos e seus significados:

Nomes masculinos africanos - pelo Traço

* Abimbola - nasceu para ser rico

* Ali - nobre ou exaltado

* Alpha - líder

* Ayo - felicidade

[...]

Disponível em: http://reduzirtodo.blogspot.com.br/2012/08/nomes-africanos-para-

meninos.html - Acesso em 18/10/2012

7 Professor(a): Como curiosidade, sugiro os sites: http://reduzirtodo.blogspot.com.br/2012/08/nomes-

africanos-para-meninos.html e http://encorajar.blogspot.com.br/2012/08/nomes-africanos-para-

meninas.html, ambos apresentam alguns nomes africanos para meninos e meninas com os respectivos

significados. Os nomes poderão ser expostos em murais da escola.

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Nomes de meninas africanas e seus significados.

* Ada - primeira filha

* Abebi - ela foi convidada para

* Adeola - coroa de honra

* Adowa - nobre

* Adina - salvador

* Aaliyah - exaltado

[...]

Disponível em: http://encorajar.blogspot.com.br/2012/08/nomes-africanos-para-

meninas.html - Acesso em 18/10/2012.

ATIVIDADE

1- Você viu que na África existe uma cultura para a escolha dos nomes

das crianças. E aqui no Brasil, como são escolhidos os nomes? Você

sabe por que seus pais escolheram o seu nome? Você conhece a

origem e/ou o significado do seu nome?

Registre em seu caderno para depois apresentar para a turma.

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TEXTO COMPLEMENTAR8

A estreita ponte entre Brasil e Gana

Nossa história com Gana remonta a um período doloroso para muitos de

nós. Digo isso, porque há pouco mais de quatro séculos milhares de africanos

de várias regiões do continente foram tirados de suas terras e levados

forçadamente para as Américas na condição de escravos.

Comunidade de pescadores de James Town, em Acra, capital de Gana.

Milhares desses homens, mulheres e crianças que resistiram tornaram-se nossos ancestrais e formaram o Brasil que temos hoje. Milhares desses homens e mulheres saíram em navios ancorados na margem do que hoje é o território ganense do Atlântico. [...] A comunidade TABOM, formada por afro-brasileiros que retornaram ao território ganense desde as primeiras décadas do século XIX, luta para fortalecer os laços entre brasileiros e ganenses. Como a maior parte da história recente africana, essa também tem poucos registros, não despertou interesse à minoria que manteve um regime imperialista na África. Mas os afro-brasileiros

8 Professor(a): Sugiro que ao iniciar a leitura do texto, os alunos tenham contato com o mapa da África

para a observarem a localização de Gana.

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retornados à Gana a partir do século XIX não deixaram esta história ser esquecida.

Rua Brazil Lane, onde fica a Casa do Brasil, em Acra, capital de Gana.

O nome TABOM é curioso. Segundo a tradição dos retornados quando os afro-brasileiros voltaram ao atual território ganense, antiga Costa do Ouro, eles não dominavam as línguas locais e apenas respondiam, ao ser inquiridos: “Tá bom!” Assim, o nosso “tá bom”, ‘está tudo certo’, serviu para denominar o grupo de brasileiros de origem africana retornados ao território ganense. Na memória dos retornados ficou também o carinho e a curiosidade sobre uma terra distante, o Brasil, mas ainda muito perto dos corações. Ser ‘Tabom’ em Gana é ser feliz. Nós, brasileiros, somos bem recebidos pelos Tabom, como se encontrássemos parentes que há muito não tínhamos notícias. [...]

Disponível em: http://civilizacoesafricanas.blogspot.com.br/2010/09/estreita-

ponte-entre-brasil-e-gana.html - Acesso em 18/10/2012

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ATIVIDADE9

1- Após a leitura do texto percebemos que existe uma relação muito forte

dos moradores de Gana com o Brasil.

a) Que relação é esta?

b) Você conhece alguma relação parecida dos brasileiros com os

ganenses? Comente.

9 Professor(a): Nesta atividade é necessário enfatizar que os africanos respeitam e admiram muito o Brasil.

Por que este respeito e esta admiração não está presente nos brasileiros em relação aos africanos? Que

fatores contribuíram, historicamente, para não reconhecermos os africanos como irmãos? Como pessoas

que contribuíram no desenvolvimento de nossa nação?

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UNIDADE 4

As Tranças de Bintou

Sylviane Diouf

oswaldovelloso.wordpress.com

Síntese:

No livro As Tranças de Bintou, Sylviane Diouf nos conta a história de

Bintou. A menina sonhava em ter lindas tranças, mas usava somente quatro

birotes em seus cabelos. A menina vê, em sua irmã mais velha, o sonho da

beleza. Deseja ser tão bela quanto a sua irmã, mas tem que se contentar com

os birotes em sua cabeça, pois como manda a tradição de seu povo, somente

mulheres adultas podem ter tranças, as meninas devem se preocupar com as

brincadeiras e não com os cabelos.

Certo dia, passeando pela praia, Bintou demonstra muita coragem ao

correr até a vila e conseguir avisar os moradores que dois amigos estavam se

afogando no mar. Sua coragem é presenteada de uma forma muito especial, ela

recebe enfeites para os seus birotes, embelezando ainda mais o momento em

que vive.

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1- Apresentação da história.

A história poderá ser apresentada em vídeo, disponível em:

http://www.youtube.com/watch?v=-bV-ysrVtLk

http://africanasaladeaula.blogspot.com.br/2012/04/as-trancas-

debintou.html

2- Conversar com os alunos sobre as suas impressões a respeito da

história, deixá-los expor suas pensamentos. 10

ATIVIDADES

1- Na história As Tranças de Bintou, quais são as semelhanças e as

diferenças entre a vida de Bintou e a sua?

2- Descobrimos que a menina Bintou não podia ter tranças devido a uma

tradição cultural. Na nossa sociedade, que coisas meninos e/ou meninas

não podem fazer?

3- O maior desejo de Bintou era ter belas tranças. Qual é o seu maior

desejo? Comente.

10 Professor(a): Após a apresentação faz-se necessário que os alunos percebam que a história As Tranças

de Bintou, transmite conceitos de humanidade e cooperação. Enfatiza a beleza da criança e da raça negra,

apresentando a avó como portadora de conhecimentos, transmitindo a valorização do idoso e o respeito às

tradições e ensinamentos familiares. Entre os birotes infantis e as belas tranças enfeitadas, aprendemos que

a vaidade deve ser para os mais velhos. As crianças devem estar livres deste sentimento para que possam

brincar e se divertir. Refletir com os alunos sobre a importância de respeitar as etapas da vida. Enfatizar a

fala de Bintou no final do livro, onde ela demonstra estar muito feliz com os seus birotes.

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TEXTO COMPLEMENTAR11

BELEZA

Até a primeira metade do século XX, uma estética branca determinava os

padrões de beleza em praticamente todo o mundo. Os meios de comunicação,

amplificando uma postura de boa parte da sociedade, fizeram o possível para

ridicularizar e desvalorizar qualquer estética que remetesse aos africanos. O

postulado que vigorava era de que o cabelo crespo dos negros é

intrinsecamente feio. O racismo presente nessa estética branca teve efeitos

perversos e duradouros para os afrodescendentes, que, a cada momento,

precisam afirmar sua identidade.

A África nunca esteve distante do culto à beleza. Não apenas do corpo,

mas também da beleza expressa nas diversas formas de arte. Na cultura

africana, a concepção do belo está ligada ao bem e ao verdadeiro.

[...]

BELEZA NEGRA

Ao longo da história, os cabelos receberam atenção especial nas culturas

africanas e de matriz africana no Brasil. Em especial, nas culturas de origem

banta.

Em conjunto com o rosto, os cabelos definiam a pessoa e o grupo a que

pertencia. É um complexo sistema de linguagem que pode indicar posição

11 Professor: sugiro o site: http://consciencianaeducacao.blogspot.com.br/2011_12_01_archive.html, o

qual traz um texto sobre a origem e uso das traças, e gravuras de penteados com tranças. O qual poderá

servir como apoio ao professor e/ou apresentado e lido juntamente com os alunos, com um texto

complementar.

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social, identidade étnica, origem, religião, idade. Principalmente a partir dos

cabelos é possível resgatar memórias ancestrais.

[...]

O corpo é o mais sagrado e completo instrumento de comunicação nas

culturas africanas e afro-brasileiras de matriz banta. A linguagem corporal é

compreendida tão claramente que a roupa não deve inibir nem privar seus

movimentos, pois isto seria contra os princípios divinos. Assim como o corpo, a

roupa mantém uma relação muito íntima com o sagrado.

[...]

Disponível em: http://www.acordacultura.org.br/mojuba/programa/beleza -

Acesso em 20/10/2012

1- Questões para reflexão:12

a) Na cultura africana a concepção de beleza está ligada ao bem e ao

verdadeiro. O que entendemos com isso?

b) Esta concepção também faz parte de nossa cultura? De nosso

pensamento?13

12 Professor(a): Nesta conversa é muito importante realçar o “culto à beleza” e a padronização desta que a

mídia faz. O que é ser belo?

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FAZENDO ARTE

Vamos observar alguns penteados e transformar a nossa sala de aula em um

salão de beleza.

Sites disponíveis com penteados afro:

http://cabeleireiros.com/penteados/trancas-afro

http://voceemquestao.blogspot.com.br/2010/02/penteados-afros-assuma-o-seu-

cabelo-se.html

http://www.google.com.br/search?q=como+fazer+penteados+afro-

brasileiros&hl=pt-

BR&sa=N&prmd=imvnsfd&tbm=isch&tbo=u&source=univ&ei=HwyRUNWhO5K-

9QT39oHYDw&ved=0CCIQsAQ&biw=1366&bih=642

Para esta atividade vamos precisar de: lã e fitas coloridas, elástico colorido para

cabelo e presilhas.

Distribuir o material entre os alunos e estimulá-los a trançar e enfeitar os cabelos

de acordo com a sua criatividade.

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UNIDADE 5 O Presente de Ossanha

Joel Rufino dos Santos

laselva.com.br

,

Síntese:

Joel Rufino nos conta a história em um engenho de açúcar onde viviam

dois meninos de mundos diferentes. Um era negro, escravo e não tinha nome,

era chamado de moleque. O outro era branco, rico e seu nome era Ricardo, este

podia fazer do negrinho um “brinquedo” para se divertir. Pois o menino negro

havia sido comprado justamente para brincar e divertir o filho do dono do

engenho.

Certo dia o moleque entrou na mata para pegar passarinhos. Foram

muitas tentativas, mas não conseguiu pegar nenhum pássaro. De repente ouviu

uma voz dizendo que iria ajudá-lo, era Ossanha. Como o menino conhecia a

história de Ossanha, não sentiu medo. O ser encantado lhe deu um visgo para

que conseguisse pegar um pássaro muito especial, o pássaro Cora. E foi o que

aconteceu.

Muitas pessoas vinham ver e admirar o conto do pássaro. Era só o

moleque assoviar que Cora imitava. Muitos começaram a lhe oferecer muito

dinheiro para comprar o pássaro. Porém, o menino recusava vendê-lo.

O dono do engenho, enfurecido com o menino pois desejava comprar o

pássaro, acabou vendendo o moleque, apesar das súplicas de seu filho.

Moleque foi embora do engenho, mas, com a grandeza de sua alma, deixou

Cora para o menino Ricardo.

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1- Apresentação da história.

A história poderá ser apresentada aos alunos com o vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=oI8co0UFm9Y

2- Após a apresentação da história, algumas questões poderão ser

utilizadas para reflexão:

a) A história nos apresenta dois personagens, o filho do fazendeiro, Ricardo,

e o menino escravo, Moleque. Por que o menino negro não tinha nome e

era chamado apenas de moleque?

b) Ossanha surge na floresta, por que moleque não sentiu medo? Se fosse

Ricardo, sentiria medo? Por quê?

c) Você já ouviu falar em Ossanha? O que ele representa?

d) Moleque ganha um presente de Ossanha, por que o menino não vende o

pássaro raro por valor nenhum? O que o pássaro significa para o

menino?

e) O que é liberdade? Ela tem cor? Tem preço? Quanto custa? Dá pra

comprar a liberdade?

f) Qual foi a descoberta feita pelos meninos?

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TEXTOS COMPLEMENTARES14

TEXTO 1

O CANDOMBLÉ E OS ORIXÁS

O candomblé é a religião que preserva o conhecimento dos povos africanos. Os

santos do candomblé são os orixás, e Olorum é o Deus Supremo. Ele controla e

distribui os elementos da natureza, as forças cósmicas.

Para o candomblé, a natureza, o ar e a terra, o fogo e as plantas são elementos

sagrados. “A água doce é o orixá Oxum, a água salgada é Iemanjá, o vento é Iansã, o

fogo é Xangô, mas o dono disso tudo é Oxalá. Não podemos viver sem a água, sem o

vento, e o fogo é necessário em certas ocasiões” , comentou o professor Agenor,

sacerdote de Ifá, no Rio de Janeiro. “Tudo isso faz parte da natureza, e é a força que

nos dá saúde, vida. As folhas são a magia do candomblé, sem elas o candomblé não

existe. Mas as folhas só tem valor quando estão vivas, quando são verdes.”

Por isso o candomblé considera proteger as plantas, os rios, o mar, a terra, o ar,

as fontes, as pedras, as grutas, as árvores e os animais. Tudo isso é sagrado.

Quando nasce uma criança, um orixá masculino e/ou um feminino ficam sendo

seus anjos da guarda e a protegem durante toda a vida. Para se descobrir quais são os

orixás protetores de alguém, é preciso realizar o jogo dos búzios.

O candomblé também cultua os parentes que já morreram, nossos ancestrais, e

respeita a sabedoria das pessoas mais velhas.

Nos rituais do candomblé os orixás se manifestam no corpo dos filhos de santo,

que dançam contando as histórias de seus feitos. Os orixás são recebidos e

homenageados com música, alegria e corrida.

Existem centenas de orixás. Eles possuem o axé, energia que lhes dá poder,

força, a energia do princípio e da transformação de tudo.

Fonte: CHAIB, Lídia. Ogum, o rei de muitas faces e outras histórias dos orixás.

São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p.43.

Texto disponível no site: books.google.com.br/books?isbn=8571649391 – Acesso em

17/11/2012.

14 Professor, o objetivo desta unidade é trazer aos alunos informações sobre os Orixás. Sugiro estes sites

que poderão auxiliá-lo para o entendimento e aprofundamento dos conhecimentos sobre os Orixás:

http://ocandomble.wordpress.com/os-orixas/

http://pt.scribd.com/doc/4402101/CARACTERISTICAS-E-LENDAS-DOS-ORIXAS

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TEXTO 2 15

Após a leitura do texto “O Candomblé e os Orixás”, vamos assistir ao

vídeo: Xirê dos Orixás.

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=MG1YndD-mZE – Acesso em

17/11/2012

TEXTO 3

Lua Soberana Sérgio Mendes

Aiá Aiá Cariá Ilê Iê Ilá Aiá

Veio de madagascar

ilê ilê ilá essa lua soberana Sobre as águas de iemanjá ilê ilê ilá neste mar de rosa branca

Veio de madagascar ilê ilê ilá essa lua soberana Sobre as águas de iemanjá ilê ilê ilá neste mar de rosa branca

Essa lua veio a Salvador Arrastada por um pescador

Ilha das marés [...]

Disponível em: http://letras.mus.br/sergio-mendes/209159/ - Acesso em 17/11/2012.

15 Professor: A religiosidade é um tema que se faz necessário ser explorado em sala de aula, mostrando aos

nossos alunos a diversidade e o respeito que devemos ter com cada religião, este respeito só poderá ser

construído a partir do conhecimento. A aprovação da Lei 12.644, no dia 17 de maio de 2012, instituindo o

dia 15 de novembro como o Dia Nacional da Umbanda, pela presidenta Dilma Rousseff, representa um

marco importante na luta pelo fim do preconceito contra as religiões de matriz africana. O Brasil está

reconhecendo a importância desta religião brasileira, que mistura os santos africanos e católicos com os

espíritos indígenas, a qual foi perseguida e discriminada em nosso país por muito tempo.

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ATIVIDADES

1- Após ler o texto “O Candomblé e os Orixás”, assistir o vídeo “Xirê dos

Orixás” e ouvir a música “Lua Soberana”, vamos responder às

questões:

a) Anote todas as palavras que você desconhece o significado e vamos

consultar o dicionário.16

b) Você já conhecia algo sobre os Orixás? O que sabia sobre eles?

Comente.

c) Como a maioria das pessoas em nossa comunidade vê a religião de

matriz africana? Por que elas pensam assim?

d) Escolha um dos Orixás, observe as suas características e faça uma

ilustração.17

16 Professor(a): Sugiro que leve para a sala de aula o significado de todas as palavras desconhecidas, pois

as crianças poderão encontrar dificuldade ao consultar o dicionário, nem todos os dicionários constam as

palavras mencionadas nos textos.

17 Neste momento é importante deixar o aluno livre, sem modelos, para que ele demonstre a sua percepção

do Orixá escolhido para realizar a ilustração.

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Caça-palavras

2- Vamos nos divertir. Procure no quadro abaixo o nome dos Orixás que

conhecemos nesta aula:

AR ÁGUA TERRA FOGO Iansã Nanã Elegbara Obaluaiê Oxalá Oxum Oxumaré Oxossi Ifã Yemanjá Ogum Ossaim Tempo Ewá Xangô Obá

R G N A N Ã N D O É T O G U M I A M O V

C Ê T E Q R O P A B M R D X V B W T I Ç

Z C G H Y F B A U C A W S S L I J A M I

R O S C Z E P I A H K L R Ô H V F N P T

E S O T G V E A E Q A G U K V A E Ã G J

W W A B N O M N A I H I P A I L D R A U

Á Q D R Á E Q S F U E W Á S I S A R B L

M T A Q N T O Ã S O Á U B E S Ê L U Ô I

D G E D I S T P O X D D E S L X A N G Ô

R Q Y D G D I K G U J H Q Y W I K R Ç G

É W E E R T E L E G B A R A F G H J K N

Á T R F M V S C D E X Z X O X U M A R É

M F G B N A H Y U K I K L O L Ç P Y N H

O V C F O D N D J À L I Q A X L I U J M

O C K O A M A J M D I F E R E U T E P A

X O S S R É A L Á M Ô Z L M U X M E A L

A M D A D E C O N F I A N Ç A E S P G E

L Z R E A L E G R Q A D F R D Ô A T E R

Á D B Q O S S A I M N I E S P T E M P O

X Y K Ç C O N F I A N O X O S S I O R A

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3- Agora vamos relacionar cada um dos Orixás com as suas

características:

( 1 ) Iansã

( 2 ) Oxalá

( 3 ) Ifã

( 4 ) Tempo / Irôko

( 5 ) Nanã

( 6 ) Yemanjá

( 7 ) Oxum

( 8 ) Ewá

( 9 ) Elegbara / Exu

( 10 ) Oxumaré

( 11 ) Ogum

( 12 ) Xangô

( 13) Obaluaiê / Omolu

(14 ) Oxossi

(15 ) Ossaim / Ossanha

( 16) Obá

( ) Senhor da força, do poder e da vida. Considerado o pai dos Orixás.

Responsável pela criação do mundo.

( ) Senhora das águas doces, rainha dos rios e cachoeiras, do ouro e do mar.

( ) Rainha das águas salgadas e mãe dos Orixás.

( ) Domina os ventos, chuvas fortes e relâmpagos, deusa guerreira.

( ) Domina a força do trovão e o fogo, é o Orixá da justiça.

( ) Orixá guerreiro.

( ) Senhor da caça.

( ) Orixá das folhas, preserva e protege as matas.

( ) Senhora das águas lodosas, da junção entre o mar e o rio. Senhora da

morte, protetora dos doentes.

( ) O dono da Terra, Orixá das doenças, senhor dos mortos.

( ) Orixá do arco-íris, representa a fartura, o bem estar e a fertilidade.

( ) Orixá das chuvas. Rainha dos mistérios e da magia.

( ) Guerreiro, é a força da liberdade. Orixá do equilíbrio e da justiça.

( ) É o Orixá da longevidade, da durabilidade das coisas.

( ) Protetor dos aventureiros, jogadores e de todos aqueles que gostam de

viver. É o contato entre os orixás e os seres humanos.

( ) Senhor dos destinos é ele quem rege o plano onírico (sonhos).

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UNIDADE 6

CHUVA DE MANGA JAMES RUMFORD

brinquebook.com.br

Sinopse:

O autor nos relata a história do pequeno Thomás, um menino que mora no Chade, país no centro da África, que tem uma grande extensão territorial, mas não é populoso. O título do livro “Chuva de Manga” refere-se a chuva que cai no começo do ano, contribuindo para o florescer das mangueiras, as quais, alguns meses depois, estão repletas de deliciosas mangas maduras. O enredo da história nos mostra a dia a dia de Thomás. Chade é um país de terras secas com momentos de fertilidade. O autor nos mostra a espera do povo pela chuva, a beleza da confecção de um carrinho de lata e o saborear da manga, fruto da terra generosa. A narrativa e a ilustração do livro ocorrem com dois acontecimentos paralelos: da “chuva de manga” até amadurecer de seus frutos e a trajetória do pequeno Thomás na coleta e confecção de um carrinho com sucatas. Neste livro percebemos o menino Thomás estudando e seu pai lendo jornal, fato que contribui para desmistificar o estereótipo negativo de que na África não se lê, não se estuda.

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1- Apresentação da história: A história poderá ser lida pelo professor em uma roda de leitura.

2- Após a leitura, algumas questões poderão auxiliar na conversa com os alunos: a) Significado do título do livro “Chuva de Manga”. b) Observação das ilustrações do livro, o desenvolvimento da mangueira

a partir da chuva tão esperada com a rotina do menino. c) A construção do brinquedo com sucata. Isto é comum em nossa

região? Quais brinquedos ainda são construídos pelas crianças? d) A manga é um dos alimentos trazidos da África para o Brasil. Você

conhece outros alimentos de origem africana?18

ATIVIDADES

1- Realizar uma pesquisa sobre alimentação africana e afro-brasileira, contendo: nome dos alimentos, onde são encontrados, características do prato, ingredientes utilizados e gravuras.

2- A turma poderá ser dividida em grupos, cada um abordará um tema

dentro do tópico alimentação africana e afro-brasileira: frutas, condimentos, pratos africanos, pratos afro-brasileiros.

3- A pesquisa realizada deverá ser apresentada para a classe e os cartazes

expostos nos murais da escola.

4- Após a apresentação da pesquisa, a turma escolherá um prato para ser preparado e saboreado pela classe. 19

18 Professor(a): Neste momento é importante salientar que alguns alimentos foram trazidos da África

(manga, banana, mandioca, milho,...), bem como algumas forma de preparo destes alimentos (temperos

fortes e o iuso da pimenta). No Brasil houve uma mistura destes alimentos com os que já eram encontrados

no Brasil, esta mistura dá-se o nome de afro-brasileiro. Como exemplo de comidas afro-brasileiras temos: a

canjica, a feijoada e o quindim. Sugiro que converse com os alunos sobre os alimentos que fazem parte da

cultura dos diferentes grupos humanos e classes sociais. Algumas reflexões sobre a experiência com

alimentos que não fazem parte do seu cardápio, como por exemplo: quem já foi à casa de um amigo e

ofereceram-lhe algum prato, que antes não havia experimentado? Qual foi a reação? Que tipos de alimentos

são mais comuns no cardápio dos alunos?

19 Professor(a): Um dos pratos de fácil preparo e muito saboroso é o acarajé. Você poderá encontrar a

receita e o modo de preparo no site:

http://receitassimplesdefazer.blogspot.com.br/2011/10/acaraje-baiano.html

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TEXTO COMPLEMENTAR20

A contribuição dos africanos

Antes dos escravos africanos chegarem ao Brasil, eles já haviam recebido

uma espécie de “curso prévio de alimentação local”. Tinham comido o milho

americano, farinha de mandioca, aipim e diferentes tipos de feijões, além de

tomarem cachaça, em vez do vinho da palmeira dendê.

[...]

Os negros faziam farinha, já conhecida pelos tupis brasileiros. Comiam o

milho sempre cozido, em forma de papa, angu ou fervido com leite de vaca, em

preparo semelhante ao atual mungunzá.

A banana foi herança africana no século XVI e tornou-se inseparável das

plantações brasileiras, cercando as casas dos povoados e as ocas das malocas

indígenas, e decorando a paisagem com o lento agitar de suas folhas. Nenhuma

fruta teve popularidade tão fulminante e decisiva, juntamente com o amendoim.

A banana foi a maior contribuição africana para a alimentação do Brasil, em

quantidade, distribuição e consumo.

Da África vieram ainda a manga, a jaca, o arroz, a cana de açúcar. Em

troca, os africanos levaram mandioca, caju, abacaxis, mamão, abacate, batatas,

cajá, goiaba e araçá. O coqueiro e o leite de coco, aparentemente tão

brasileiros, também vieram do continente africano, bem como o azeite de dendê.

[...]

O escravo dos engenhos de açúcar se alimentava de mel com farinha.

Bebia caldo de cana, cachaça, mel com água, sucos e café.

20 Professor: Sugiro utilizar a leitura deste texto como complementação da pesquisa realizada pelos alunos.

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Exemplos de pratos brasileiros de origem africana:

Citamos, a seguir, alguns pratos brasileiros de origem africana com os

respectivos ingredientes (há variações regionais):

Abará ou abalá: bolo de feijão fradinho cozido com sal, pimenta,

azeite de dendê e camarão seco. É enrolado em folhas de

bananeira e cozido no vapor.

Aberém: massa de milho cozida em banho-maria, sem levar

tempero. Acompanha vatapá, caruru.

Acarajé: massa de feijão fradinho, com condimentos. Forma uma

espécie de bolinho e é frito no azeite de dendê. Serve-se com

camarão, pimenta etc.

[...]

Na cidade de Salvador houve uma concentração negra mais homogênea,

o que possibilitou a defesa das velhas comidas africanas, ao contrário das

demais regiões. Foi ao redor das crenças, em especial do candomblé, que a

cozinha africana manteve os elementos primários de sua sobrevivência.

Fonte: (CASCUDO, L.C. História da alimentação no Brasil. V. 1. São Paulo: USP,

1983.)

Texto disponível no site: http://www.turminha.mpf.gov.br/para-o-professor/para-o-

professor/publicacoes/Alimentacaoecultura.pdf - Acesso em 21/11/2012

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TEXTO COMPLEMENTAR

Música: FEIJOADA COMPLETA21 Chico Buarque

Mulher, você vai gostar:

Tô levando uns amigos pra conversar. Eles vão com uma fome Que nem me contem;

Eles vão com uma sede de anteontem. Salta a cerveja estupidamente

Gelada pr'um batalhão E vamos botar água no feijão.

[...]

Disponível em: http://letras.mus.br/chico-buarque/85966/ Acesso em 29/11/2012.

Vídeo disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=A-NRPRoCwsI – Acesso em 29/11/2012.

ATIVIDADE

1- Após ouvir a música de Chico Buarque, vamos fazer uma paródia utilizando como tema o prato escolhido pela turma para ser preparado e saboreado.

2- Apresentar a paródia para a turma.

21 Professor(a): Esta música poderá ser ouvida durante o preparo do prato ou quando este for degustado.

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SUGESTÕES DE SITES PARA CONSULTA

Professor(a), além dos sites indicados nas unidades, relacionamos alguns

que podem auxiliar na consulta e esclarecimento de dúvidas:

- Núcleo de Educação das Relações Étnico-Raciais da Secretaria Estadual da

Educação do Estado do Paraná: Disponível em:

http://www.diaadia.pr.gov.br/nerea/

- Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO) é um órgão suplementar da

Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia.

Disponível em: http://www.ceao.ufba.br/2007/

- Museu Afro-brasileiro (Bahia). Disponível em: http://www.ceao.ufba.br/mafro/

- Portal Reparação. Disponível em: www.reparacao.salvador.ba.gov.br

- Revistas: Revista Palmares on line. Disponível em: www.palmares.gov.br

- Africanidades. Disponível em: http://www.africaeafricanidades

- Blog sobre as comunidades negras do Paraná. Disponível em:

http://quilombosnoparana.spaceblog.com.br/

- Museu da pessoa. Disponível em: http://www.museudapessoa.net/

- Blog sobre a cultura afro-brasileira e africana. Disponível em:

http://www.culturaafrobrasileira.pbworks.com

- Dicas de leitura sobre as questões quilombola e afro-brasileira:

http://www.disquequilombola.com.br/quilombola/bibliografia/

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SUGESTÕES DE LIVROS

Professor(a), além dos livros de literatura trabalhados nas unidades, sugerimos outras opções que poderão integrar o seu acervo pessoal e/ou o acervo da escola:

A África, meu pequeno Chaka... Marie Sellier. Companhia das Letrinhas.

ABC do Continente Africano. Rogério Andrade Barbosa. SM.

A cor da ternura. Geni Guimarães. FTD.

Adamastor, o pangaré. Marianna Massarani. Melhoramentos.

A festa da Princesa, que beleza! Elias José. DCL A menina que tinha um céu na boca. Júlio Emílio Braz. DCL.

A semente que veio da África. Heloisa Pires Lima. Salamandra. Betina. Nilma Lino Gomes. Mazza Edições. Bruna e a galinha d´Angola. Gercilga de Almeida. Pallas. Histórias da Preta. Heloisa Pires Lima. Cia das Letrinhas. Ifá, o advinho. Reginaldo Prandi. Cia das Letrinhas. Meninas Negras. Madu Costa. MAZA.

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O ouro da liberdade. A história de Chico Rey. Helena Moura. Alis. O Pássaro-da-Chuva. Kersti Chaplet. Ed. Ática. O super-herói e a fralda. Heloisa Prieto. Ed. Ática. Princesa Arabela: mimada que só ela. Milo Freeman. Ática. Uma ideia luminosa. Rogério Andrade Barbosa. Pallas.

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REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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SITES CONSULTADOS

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