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FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA – PDE 2012
Título: (Con)fabulando em práticas de leitura:
conhecimento de mundo, valores
sociais e interação no/pelo texto
Autor
Adalgisa Garcia Penha
Escola de atuação Escola Estadual Professor Francisco
José Perioto – Ensino Fundamental
Município da Escola Mandaguaçu
Núcleo regional de educação Maringá
Orientador Luciana Ferreira Dias Di Raimo
Instituição de Ensino superior UEM
Disciplina/área Português
Produção Didático-pedagógica Sequência Didática
Relação interdisciplinar
Público Alvo Alunos do 6º Ano do Ensino
Fundamental
Localização Escola Estadual Professor Francisco
José Perioto – Ensino Fundamental
Apresentação Optou-se pela Seqüência Didática a
partir do gênero textual Fábulas por
constituir-se em um gênero
interessante, composto por sequências
narrativas curtas em que os
personagens geralmente são animais
que falam e agem como seres humanos.
As fábulas, além de entreter, têm como
objetivo principal ensinar, fazer
recomendações, tornando-se um
excelente exercício de reflexão sobre o
comportamento humano. O trabalho
refere-se às atividades de 32 horas que
serão divididas em etapas, de acordo
com as estratégias apresentadas no
projeto: abordagem dos conhecimentos
prévios dos alunos e incentivo à leitura
(antes da leitura); a compreensão a
partir da formulação e verificação de
hipóteses (durante a leitura); e a
identificação das ideias principais do
texto lido, exploração da estrutura
composicional, estilo e conteúdo
temático, com a elaboração de questões
escritas que abordem a compreensão,
interpretação e análise lingüística das
fábulas (depois da leitura). O trabalho
com fábulas será utilizado como
recurso didático a partir do qual
espera-se que o aluno seja capaz de
identificar enunciados implícitos ou
explícitos relevantes para a
apresentação da temática, a ideia
principal, a moral e os valores
subjacentes ao texto.
SEQUÊNCIA DIDÁTICA: INTRODUÇÃO
A falta de interesse dos alunos pela leitura é um fato que está presente
na sociedade atual e não há ainda soluções duradouras para resolver este
problema. Há uma necessidade de refletirmos acerca dos motivos que geram
tanto desinteresse. Portanto, cabe ao professor desenvolver estratégias para
resgatar o interesse e o gosto pela leitura, levando em consideração a
realidade dos educandos e procurando sempre trabalhar com textos que
tenham algum significado para os mesmos.
Trata-se de propiciar o desenvolvimento de uma atitude crítica que leva o aluno a perceber o sujeito presente nos textos e, ainda, tomar uma atitude responsiva diante deles. Sob esse ponto de vista, o professor precisa atuar como mediador, provocando os alunos a realizarem leituras significativas. Assim, o professor deve dar condições para que o aluno atribua sentidos a sua leitura, visando a um sujeito crítico e atuante nas práticas de letramento da sociedade (DCEs, p.71).
A segunda etapa do trabalho do professor PDE será elaborar um
material didático, no caso, uma seqüência didática, que venha contemplar os
alunos do 6º ano do Ensino Fundamental e que esteja de acordo com o Projeto
apresentado.
Na definição, a Seqüência Didática pressupõe um trabalho pedagógico
organizado durante um determinado período estipulado pelo professor, em que
serão trabalhadas estratégias de leitura a partir das quais o aluno toma
consciência de que o processo de ler prevê seleção, antecipação, inferência e
verificação de hipóteses, que segundo Menegassi (1995), se definem da
seguinte forma:
a) seleção: O leitor se atém somente ao que lhe é útil, desprezando itens
irrelevantes. Considera o que lhe chama mais a sua atenção e lhe desperta o
interesse. A seleção pode ser considerada como uma investigação preliminar
de acordo com o objetivo do leitor.
b) antecipação: Permite ao leitor, durante a leitura, criar hipóteses e
previsões a respeito do que lê. O leitor constrói suas predições sobre o texto
mantendo sua atenção no objetivo inicial.
c) inferência: É uma ponte de sentido que o leitor cria com o texto lido,
construindo uma nova informação que antes não existia. O leitor utiliza os
conhecimentos prévios que possui, armazenados em sua memória, para
complementar aquilo que lê.
d) Verificação: É a confirmação ou não das antecipações e das
inferências realizadas durante a leitura do texto. Possibilita que o leitor
modifique suas estratégias de leitura caso a verificação mostre que suas
hipóteses de significados se apresentam inadequadas.
Para Dolz e Schneuwly (2004) as seqüências didáticas são instrumentos
que guiam professores e propiciam intervenções sociais e ações recíprocas
dos membros de um grupo e intervenções formalizadas nas escolas, tão
necessárias para a aprendizagem e para o progresso da apropriação dos
gêneros em particular.
A criação de uma seqüência de atividades deve permitir a transformação
gradual das capacidades iniciais dos alunos para que estes dominem um
gênero e que devem ser consideradas questões como as complexidades de
tarefas, em função dos elementos que excedem as capacidades iniciais dos
alunos (DOLZ e SCHNEUWLY, 2004, p. 52).
Para Zabala (1998, p. 18) seqüência didática é um conjunto de
atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos
objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelos
professores como pelos alunos.
O papel do professor é de grande relevância na elaboração do material
didático, pois ele deve considerar o contexto dos alunos, os conhecimentos
prévios que trazem consigo, bem como o levantamento de hipóteses e a
sistematização dos conhecimentos.
Um dos maiores objetivos do trabalho aqui apresentado é formar leitores
críticos, que construam significados que vão além da superfície lingüística do
texto. Busca-se formar leitores que percebam a função social da leitura em
diferentes contextos, e o professor tem papel fundamental na formação de seus
educandos, pois é o mais importante mediador entre o aluno e o conteúdo
apresentado.
De acordo com Silva, (1995) a leitura precisa de um programa
interessante e significativo. O professor deve lançar “sementes de boa
qualidade”, buscando a interação e a transformação. Não há mais lugar para
uma leitura fragmentada e impessoal; é preciso ser crítico, caminhar, descobrir
e transformar.
Nas palavras de Roxane Rojo (2009, p. 118)
Trabalhar com a leitura e escrita na escola hoje é muito mais que trabalhar com a alfabetização e os alfabetismos: é trabalhar com os letramentos múltiplos, com as leituras múltiplas – a leitura na vida e a leitura na escola – e que os conceitos de gêneros discursivos e suas esferas de circulação podem nos ajudar a organizar esses textos, eventos e práticas de letramento.
Assim, o que se espera é que a escola torne possível a construção do
conhecimento. É preciso que essa seja uma fonte de informações do já
conhecido e que sejam estas informações como as pedrinhas que João e Maria
jogaram no chão para não se perderem na floresta. Logo, cabe a nós
professores, fornecermos pedrinhas aos alunos.
A partir das reflexões feitas anteriormente, o que se propõe neste
material didático será a utilização do gênero textual Fábulas para o ensino e
aprendizagem da leitura, justamente por se tratar de um tipo de texto em que
estão implícitos alguns valores que são de fundamental importância para os
educandos e o seu convívio com o próximo.
O gênero textual Fábulas será o nosso objeto de estudo, pois esse pode
se tornar um rico material em que se enfatizará a moral, o seu valor estético,
conteúdo temático (tema abordado), forma composicional (a estrutura de textos
pertencentes a um gênero) e estilo (os recursos lingüísticos-expressivos, e as
marcas enunciativas do produtor do texto) bem como os diferentes sentidos
construídos nas versões que serão apresentadas para os alunos.
Neste sentido, o trabalho com as fábulas será utilizado como recurso
didático para a formação de valores nos educandos, na construção e
reconstrução de conhecimentos ligados à leitura e para a formação de atitudes,
por meio do processo de ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa.
No trabalho a ser desenvolvido neste material, nosso foco principal será
a leitura e as estratégias utilizadas para o desenvolvimento da mesma, visando
à formação de um leitor competente. Ao ler, mobilizamos nossas experiências
para compreendermos um texto e apreciarmos os recursos estilísticos ali
presentes. Com isso, podemos antecipar muito a respeito do desenvolvimento
da história.
Algumas estratégias podem ocorrer em etapas para construir a
compreensão significativa de um texto. Estas etapas ocorrem antes, durante e
depois da leitura, permitindo assim que o leitor adquira conhecimento para
dominar o processo.
De acordo com Solé (1998), as estratégias de leitura devem estar
presentes ao longo de toda a atividade desenvolvida com os alunos.
Para compreender... Antes da leitura:
Ativar os conhecimentos prévios que os alunos possuem sobre
determinado tema, atraindo e motivando os mesmos para uma leitura mais
prazerosa. É o momento de compartilhar conhecimentos. Levar o aluno a
descobrir as intenções do texto, formular e verificar hipóteses, objetivando dar
sentido ao ato de ler.
Durante a leitura:
Inicia-se a atividade de leitura propriamente dita em que o leitor começa
a construir uma interpretação possível do texto, através de formulação e
verificação de hipóteses, previsões e inferências, baseando-se na interpretação
que está sendo construída sobre o que já se leu e sobre os conhecimentos e
experiências do leitor. Nesta etapa, o leitor vai construindo sentidos para o
texto, transformando a leitura em algo significativo.
Depois da leitura:
O leitor consegue identificar com clareza qual é a idéia principal do texto,
resumir parágrafos e espera-se que ele seja capaz de identificar enunciados
implícitos e explícitos relevantes para a apresentação da temática. Há um
envolvimento mais profundo do leitor com o texto, o que possibilita ao professor
verificar se o aluno conseguiu desenvolver uma leitura mais autônoma.
DESENVOLVIMENTO DA PROPOSTA:
Em um trabalho de oralidade com os alunos, o professor irá expor o que
será desenvolvido com base no gênero textual Fábula. Serão apresentadas
algumas questões à classe para que os alunos relatem o que sabem a respeito
do gênero escolhido.
- Você costuma ler com que freqüência?
- Que tipo de texto você costuma ler?
- Você sabe o que é uma fábula?
- Qual era o título da fábula lida?
- Quem eram os personagens?
- O que se pode aprender com as fábulas?
- Que outro tipo de texto gosta de ler?
Esta primeira atividade ocorrerá por meio de troca de experiências entre
os alunos e o conhecimento que eles têm sobre o tema proposto.
Definição de Fábulas:
As fábulas são histórias curtas, escritas em verso ou em
prosa, em que as personagens são animais que falam e se
comportam como seres humanos. No final, aparece sempre um
ensinamento, que é a moral da história. Seus ensinamentos
chamam a atenção para o nosso modo de agir e de sentir.
Apresenta forma concisa, personagens simples, diálogos curtos e
ausência de descrições.
ATIVIDADE ESCRITA PARA ATIVAR O CONHECIMENTO
PRÉVIO DOS ALUNOS
1 - Dos títulos de textos abaixo, marque um X naqueles que você acha que
pertencem ao gênero textual FÁBULAS:
( ) O Boto Cor de Rosa
( ) A Lebre e a Tartaruga
( ) A Bela Adormecida
( ) João e Maria
( ) A Cigarra e a Formiga
( ) O Sapo e o Boi
( ) O Leão e o Ratinho
( ) Cinderela
( ) O Rato do Campo e o Rato da Cidade
( ) Branca de Neve e os Sete Anões
2 - Os textos a seguir foram reescritos pelos alunos do 4º. ano da Escola
Municipal Santo Carraro de Mandaguaçu, especialmente para compor este
material didático. Faça a leitura silenciosa dos textos e assinale aqueles que,
em sua opinião, pertencem ao gênero Fábulas:
TEXTO A
A Galinha dos Ovos de Ouro
Havia um homem muito rico que alimentava a ideia de ser pobre. Ele
não compreendia como os seus vizinhos podiam ser felizes com aquela
“dinheirama” toda.
O homem dizia que queria ser pobre porque não conseguia ver bondade
nas pessoas ricas. Ele tinha um sítio e lá havia uma galinha que botava ovos
de ouro. Porém, um dia, ele estava na varanda de sua casa olhando as
estrelas e em seu pensamento disse:
– Há meu Deus, como eu desejaria ser pobre!
No outro dia aconteceu algo fabuloso. A sua galinha, ao invés de botar
ovos de ouro, extraordinariamente começou a botar ovos perfeitamente
normais.
Com isso, o homem não podia mais reclamar de sua riqueza. E até hoje
as pessoas falam que não é bom ter muita riqueza, porque isso pode levar a
destruição completa do bem mais precioso: A BONDADE.
T. J. D. - 4º Ano C
Ilustração: J. A. K. - 4º Ano C
TEXTO B
A Mula Sem Cabeça
Segundo a lenda, a Mula Sem Cabeça era uma linda mulher que se
apaixonou por um padre, e por este motivo lançaram uma maldição sobre ela.
Muitas pessoas juram ter visto a Mula Sem Cabeça. Ela é preta ou
marrom e ao invés de uma cabeça, só se vê chamas em fogo. Ela aparece à
noite, de quinta para sexta-feira e às vezes parece chorar como se fosse uma
pessoa. Coitado daquele que aparece em seu caminho. Ela arranca os olhos e
as unhas de seus dedos.
Dizem que o feitiço só é quebrado quando espetam-na com um alfinete
até sair sangue. Com isso, ela volta a ser uma bela mulher novamente.
I. T. O. - 4º Ano B
Ilustração: J. A. K. - 4 º Ano C
TEXTO C
A Cigarra e a Formiga
Uma vez em um bosque vivia uma cigarra e uma formiga. A formiga só
trabalhava e não parava. A cigarra disse para a formiga:
– Eu Heim! Você só trabalha! Vem ficar aqui comigo a cantar e
descansar.
– Não posso! Tenho que trabalhar porque o inverno vai chegar e se eu
não trabalhar, não terei nenhuma folhinha para comer.
Depois, a formiga voltou a trabalhar e a cigarra a cantar.
Quando chegou o inverno a formiga ouviu na porta dela: Toc! Toc! Toc!
Era a cigarra dizendo:
– Por favor, formiga amiga, deixe-me entrar!
– Está bem, mas você aprendeu a lição, não é?
J. A. K. - 4º Ano C
Ilustração: J. A. K. - 4º Ano C
TEXTO D
Branca de Neve e os Sete Anões
Era uma vez uma linda princesinha chamada Branca de Neve. Ela tinha
os cabelos pretos como carvão e a pele branca como a neve. Certa vez, a
rainha achou um espelho e perguntou:
– Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela do eu?
– Minha rainha, você é muito linda, mas Branca de Neve é a mais bela.
A rainha se irritou e ordenou que um caçador matasse Branca de Neve.
Mas este, sem coragem, mandou Branca de Neve fugir para uma clareira. No
meio da floresta, ela avistou uma casinha e entrou para descansar. Tudo era
muito pequeno, então juntou sete caminhas e dormiu.
Chegaram sete Anões, que eram os donos da casinha. Eles ficaram
admirando a beleza de Branca de Neve.
A princesinha cuidava dos afazeres da casa, quando apareceu a rainha,
disfarçada de feirante, que lhe ofereceu uma maçã envenenada. Quando os
sete anões voltaram do trabalho, encontraram Branca de Neve em um sono
profundo. Eles acharam que ela estava morta, e como ela era muito bela,
colocaram-na em um caixão de vidro.
Um príncipe, ao passar por lá, avistou Branca de Neve, e logo se
apaixonou. O príncipe lhe deu um beijo apaixonado, a princesa acordou, e os
dois viveram felizes para sempre.
E. S. C. - 4º Ano C
Ilustração: J. A. K. - 4º Ano C
A seguir, o professor apresentará uma coletânea de fábulas que
poderão ser xerocadas e também coleções de livros pertencentes ao acervo da
biblioteca que abordem o tema proposto para incentivar o contato dos alunos
com o gênero. Os alunos farão leitura silenciosa e oral das fábulas
apresentadas para o conhecimento e apropriação das características principais
do gênero:
1) Condições de produção: o estudo de um gênero textual em sala de
aula exige que o professor trabalhe com as condições de produção
em que as fábulas se realizam.
a) Finalidade do gênero fábula: as fábulas são narrativas curtas
baseadas em enredos envolvendo animais, cuja intenção é
apresentar uma moral.
b) Interlocutor: há sempre um leitor previsto na produção de fábulas.
c) Suporte discursivo: as fábulas podem circular em coletâneas, em
sites, em livros didáticos.
2) Estrutura composicional do gênero fábula: é preciso explorar com os
alunos os elementos que compõem uma fábula, isto é, sua estrutura
textual: a fábula apresenta uma estrutura narrativa na qual notaremos
os seguintes elementos: personagens que geralmente são animais,
comportamentos, moral da história , narrador, situação inicial, tempo,
espaço, clímax, situação final - desfecho da história).
3) Conteúdo temático: nas fábulas, a moral da história é, geralmente,
uma frase que resume a intenção do autor ao contar determinada
história. Na maioria das fábulas, a moral vem destacada com um tipo
de letra diferente e separada do restante do texto. Às vezes, a moral
pode reproduzir um provérbio. Provérbio é uma frase de origem
popular, que, de maneira bastante resumida, expressa uma verdade
para determinado grupo de pessoas.
Atividade para um melhor entendimento da moral das fábulas:
ATIVIDADE EM DUPLAS:
O professor distribui para cada dupla de alunos, uma ficha de cartolina
contendo um provérbio conhecido, esclarecendo que provérbio são um tipo de
frase lapidar, concisa e que apresenta um ensinamento proveniente da
sabedoria popular. Os alunos farão a leitura silenciosa de seus provérbios e
também uma discussão oral sobre o significado dos mesmos. Logo em
seguida, farão uma ilustração em folha de papel cartão, que será recolhido pelo
professor, para expor no final do trabalho aqui apresentado. Com as ilustrações
feitas, o professor deve entregar as fábulas para que os alunos façam a leitura
silenciosa e oral e descubra qual é a sua respectiva moral.
A atividade tem o objetivo de familiarizar os alunos com a
forma e a linguagem do gênero, ampliar o seu repertório, além de
proporcionar a compreensão dos valores implícitos nas histórias.
Fábulas que serão apresentadas para este trabalho:
FÁBULAS MORAL
A Lebre e a Tartaruga - Esopo Quem acredita em si mesmo sempre
alcança seus objetivos
A Formiga e a Pomba - Esopo Uma boa ação paga outra
O Menino e o Lobo - La Fontaine A verdade é sempre o melhor caminho
A Baleia Alegre – Esopo Amigo é aquele que sempre diz a
verdade, mesmo que esta não seja fácil
A Coruja e a Águia - Monteiro Lobato Quem o feio ama, bonito lhe parece
A Garça Velha - Monteiro Lobato Ninguém acredite em conselho de
inimigo
A Raposa e as Uvas - Esopo Quem desdenha quer comprar
A Assembleia dos Ratos - Esopo Dizer é fácil, fazer é que são elas
O Cordeiro e o Lobo - La Fontaine Contra a força não há argumentos
O Leão e o Ratinho - Esopo Nas horas difíceis e que se conhecem os
amigos
O Rato, o Gato e o Galo - Esopo As aparências enganam
O Javali e a Raposa - Esopo Um homem prevenido vale por dois
Os alunos farão uma atividade de ilustração de algumas das fábulas
apresentadas pelo professor, que serão recolhidas para a exposição do
material, previsto para ser feito ao final do trabalho.
OS ANIMAIS NAS FÁBULAS
A fábula é uma narrativa simbólica inspirada no bestiário medieval,
livro que reúne descrições e histórias de animais reais e imaginários.
Desde a antiguidade, esses animais foram escolhidos para simbolizar as
virtudes e identificar as qualidades dos heróis e deuses. Assim, Júpiter, o
deus dos deuses entre os romanos, era representado pela águia;
Minerva, a deusa da sabedoria, era representada pela coruja; Diana, a
deusa da caça, pela corça, etc.
Na arte cristã primitiva, Cristo aparece representado pelo cordeiro,
pela pomba, pelo peixe, etc.
Na fauna medieval, animais imaginários como o unicórnio, a
esfinge, o centauro e a sereia aparecem misturados aos seres humanos.
(Adaptado de: Irene A. Machado. Literatura e redação. São Paulo: Scipione,
1994. p. 57.)
Após a apresentação deste texto informativo, solicitar aos alunos que
façam uma pesquisa sobre as qualidades (características) que são atribuídas
aos animais nas fábulas e que são típicas dos seres humanos. (Sugestões)
Pavão – vaidoso
Cordeiro – ingênuo
Raposa – esperta
Tartaruga – lenta
Urso – dorminhoco
Cigarra – cantora e preguiçosa
Formiga – trabalhadora
Leão – forte
Gato – esperto
Coelho – veloz
Cachorro – amigo, fiel
Cavalo – inteligente
Para saber mais: Na vida real, os animais não falam, não fazem festas
e nem batalham, mas, nas fábulas, eles fazem isso para representar algo que
pode ser vivido pelos homens. Os fabulistas escolhem os animais, devido a
algumas características que servem para a comparação com as atitudes
humanas. Sempre houve o costume de comparar as pessoas aos animais.
Você já ouviu algo do tipo: “Você é rápido como uma lebre” ou “Você é
esperto como uma raposa?”
Na verdade, quem dá essas características aos animais é o homem.
Mas, nenhum animal é de verdade bom, mau ou vaidoso, pois eles apenas
seguem o seu instinto.
SOBRE A MORAL DAS FÁBULAS...Trabalhando o conteúdo temático do
gênero:
Por que introduzir valores humanos por meio das fábulas?
Os valores humanos estão vivos e presentes em nosso pensamento a
todo o momento. Determinam o comportamento e orientam a inteligência e a
criatividade. Eles integram a família, a escola e a vida em sociedade. Ajudam a
melhorar a convivência com o próximo e as relações sociais, rumo a nossa
humanidade e espiritualidade.
Após este trabalho com as fábulas e sua moral, o professor apresentará
uma História em Quadrinhos de Maurício de Souza, que poderá ser acessado
no link: http://www.monica.com.br/comics/fabulas/welcome.htm
O título da história é BIDU – FÁBULAS, retirado da coleção “Um
Tema Só”, do Cascão Fábulas.
O objetivo desta atividade é estimular a leitura de fábulas variadas, como
as de Esopo, La Fontaine, Monteiro Lobato entre outros, tendo como
instrumento esta história de Maurício de Souza, pelo fato de as histórias em
quadrinhos se constituírem como um gênero atrativo e que podem auxiliar no
desenvolvimento da leitura e escrita dos educandos.
Algumas questões serão desenvolvidas em práticas de oralidade de
acordo com a história e será utilizada a TV PENDRIVE para a apresentação da
H.Q. em questão.
Sugestões:
- Fazer o levantamento de algumas características das fábulas;
- Fazer uma lista das fábulas presentes na História em Quadrinhos;
- Explorar as características do texto (personagens, local onde se passa
a história, tempo, desfecho). Os alunos poderão registrar suas respostas no
caderno, de acordo com o tempo disponibilizado para a atividade.
APRENDENDO UM POUCO MAIS SOBRE AS FÁBULAS...
A Fábula nasceu no Oriente e foi reinventada no
Ocidente pelo escravo grego Esopo, que criava histórias
baseadas em animais para mostrar como agir com
sabedoria. Suas fábulas, mais tarde, foram reescritas em
versos, com um acentuado tom satírico, pelo escravo
romano Fedro. Contudo, o grande responsável pela
divulgação e reconhecimento da fábula no Ocidente
moderno foi o francês Jean de La Fontaine, um poeta que
conhecia muito bem a arte e as manifestações da cultura
popular.
Motivado pela natureza simbólica das fábulas, La
Fontaine criava suas histórias com um único objetivo:
tornar os animais o principal agente da educação dos
homens. Para isso, os animais são colocados numa situação
humana exemplar, tornando-se uma espécie de símbolo.
Por exemplo: a formiga representa o trabalho; o leão
simboliza a força; a raposa, a astúcia; o lobo, o poder
despótico; e assim por diante. (...)
Irene A. Machado. Literatura e redação – Os gêneros literários
e a tradição oral. São Paulo: Scipione, 1994. p. 57
LENDO E INTERPRETANDO FÁBULAS...
Agora que o aluno já tem um certo conhecimento sobre o gênero
fábulas, suas características, sua origem, seus principais personagens e a
importância da moral que cada uma transmite, passaremos para a análise de
uma fábula muito conhecida:
A CIGARRA E A FORMIGA
1ª ETAPA
O professor poderá iniciar o trabalho, apresentando uma figura em que
aparecem os dois personagens, e fazer alguns questionamentos para ativar o
conhecimento prévio dos alunos e promover o levantamento de hipóteses. É o
momento da antecipação da leitura.
- O que vocês podem observar nesta figura?
- Quem são os personagens que aparecem?
- Vocês conhecem estes personagens?
- Qual é o título da história?
- O que você pode dizer sobre a expressão fisionômica da cigarra? E da
formiga?
- O que você pode observar pela janela da moradia da formiga?
- A figura nos remete a qual estação do ano?
- Qual dos personagens se encontra em situação de constrangimento?
- Quais as características da cigarra? E da formiga?
- Quais as principais diferenças entre a cigarra e a formiga?
Após o levantamento das hipóteses, o professor apresentará um vídeo
da fábula “A Cigarra e a Formiga” do You Tube. Disponível em:
<http://www.youtube.com/watch?v=IezC65lMZKY>.
2ª ETAPA
Logo em seguida, colocar os alunos em contato com o texto escrito, na
versão original de ESOPO, LA FONTAINE E MONTEIRO LOBATO. Nesta
etapa, inicia-se a atividade de leitura propriamente dita, na qual o leitor deve
assumir um papel ativo perante o texto. O leitor se esforçará no sentido de
construir uma interpretação possível frente ao que lê.
Ao abordar os textos com os alunos, o professor poderá solicitar a leitura
dirigida (à medida que o aluno vai lendo, solicitam-se pequenos resumos para
a compreensão, levando-os a fazer perguntas pertinentes ao tema em
questão); leitura partilhada (professor e alunos lêem o texto em trechos, vão
fazendo pausas para resumir o que se leu e fazer novas previsões e
levantamento de hipóteses); leitura silenciosa (é o tipo de leitura que mais vai
se utilizar no decorrer da vida. Leitor e texto interagem para que o aluno venha
a se tornar um leitor autônomo, pois prevê, interpreta, erra e faz perguntas).
Texto 1 - A Cigarra e a Formiga (Versão de Esopo)
No inverno, as formigas estavam fazendo secar o grão molhado, quando
uma cigarra, faminta, lhes pediu algo para comer. As formigas lhe disseram:
“Por que, no verão, não reservaste também o teu alimento?” A cigarra
respondeu: “Não tinha tempo, pois cantava melodiosamente.” E as formigas,
rindo, disseram: Pois bem, se cantavas no verão, dança agora no inverno.”
A fábula mostra que não se deve negligenciar em nenhum trabalho,
para evitar tristezas e perigos.
Esopo: Fábulas Completas. Tradução de Neide Smolka. São paulo, Moderna, 1994.
Texto 2 - A Cigarra e a Formiga (Versão de La Fontaine)
Depois de haver cantado durante todo o verão, quando se aproximava o
inverno a cigarra se encontrou em extrema penúria, por falta de provisões.
Como nada lhe restasse, nem um pequeno verme ou algum resto de mosca, e
estando faminta, foi à procura da amiga, sua vizinha. Pediu-lhe que lhe
emprestasse alguns grãos, a fim de manter-se até que voltasse o estio.
– Eu lhe prometo, minha amiga – disse a cigarra – sob palavra, a pagar-
lhe tudo, com juros, antes do mês de agosto.
A formiga, que nunca empresta nada a ninguém e, por isso, consegue
amealhar, perguntou à suplicante:
– Que fazias durante o verão?
– Passava cantando os dias e as noites – respondeu a cigarra.
– Pois muito bem – concluiu a formiga. Cantava? Pois dance agora!
LA FONTAINE, Jean de. Fábulas de La Fontaine. Rio de Janeiro: Marcos Peixoto, 1965
Texto 3 - A Formiga Boa (Versão de Monteiro Lobato)
Houve uma jovem cigarra que tinha o costume de chiar ao pé dum
formigueiro. Só parava quando cansadinha; e seu divertimento então era
observar as formigas na eterna faina de abastecer as tulhas.
Mas o bom tempo afinal passou e vieram as chuvas. Os animais todos,
arrepiados, passavam o dia cochilando nas tocas.
A pobre cigarra, sem abrigo, em seu galhinho seco e metida em grandes
apuros, deliberou socorrer-se de alguém.
Manquitolando, com uma asa a arrastar, lá se dirigiu para o formigueiro.
Bateu – tique, tique, tique...
Aparece uma formiga friorenta, embrulhada num xalinho de paina.
– Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama a
tossir.
– Venho em busca de agasalho. O mau tempo não cessa e eu...
A formiga olhou-a de alto a baixo.
E que fez durante o bom tempo, que não construiu sua casa?
A pobre cigarra respondeu depois dum acesso de tosse:
Eu cantava, bem sabe...
– Ah!... – Exclamou a formiga recordando-se. – Era você então quem
cantava nessa árvore enquanto nós labutávamos para encher as tulhas?
– Isso mesmo, era eu...
Pois entre, amiguinha! Nunca poderemos esquecer as boas horas que
sua cantoria nos proporcionou. Aquele chiado nos distraía e aliviava o trabalho.
Dizíamos sempre: que felicidade ter como vizinha tão gentil cantora! Entre,
amiga, que aqui terá cama e mesa durante todo o mau tempo.
A cigarra entrou, sarou da tosse e voltou a ser a alegre cantora dos dias
de sol.
Os artistas – poetas, pintores, músicos – são as cigarras da humanidade.
Monteiro Lobato. Fábulas e histórias diversas.São Paulo: Brasiliense, 1960. p. 1-2
Neste momento é importante que o professor procure mobilizar
questões ligadas ao conteúdo temático do texto lido:
Construindo significados com relação aos 3 textos:
a) Qual dos textos você mais gostou? Por quê?
b) O que você achou da atitude da formiga nos textos 1 e 2 ?
c) Onde se passa a história?
d) Qual é o problema apresentado nas fábulas lidas?
e) É certo viver apenas na diversão?
f) O trabalho da formiga é importante? Por quê?
g) É possível dividir o tempo entre trabalho e diversão?
3ª ETAPA
Nesta etapa, realiza-se uma interpretação mais profunda do texto, pois
os alunos já possuem os pré-requisitos para que ocorra a busca dos implícitos
diante do que lê, mas sempre retomando o que não ficou claro para o aluno.
Interpretação da fábula: A FORMIGA BOA
Monteiro Lobato
Explorando a estrutura composicional do gênero fábula:
A fábula apresentada é uma narrativa. Trata-se de uma história com
personagens que vivem um determinado conflito, uma situação-problema
que precisa ser resolvida em seu decorrer.
Conforme a narrativa se desenvolve, a história se encaminha para uma
solução até chegar a um desfecho. As narrativas costumam acontecer em um
espaço e tempo determinados (quando o texto indica quando e onde os fatos
se passaram), ou imprecisos (indeterminados). Nas fábulas, o tempo e o
espaço costumam apresentar-se de maneira imprecisa, pois os ensinamentos
das histórias não se restringem a um momento específico, mas se aplicam a
qualquer época ou lugar.
A fábula é contada por um narrador observador, ou seja, ele não
participa da história. Portanto, a narração é feita em 3º pessoa.
Questões ligadas à estrutura composicional da fábula:
1 - Quem são os personagens?
2 - O que o texto nos diz sobre eles?
3 - Vimos que nas fábulas os animais se comportam como seres humanos.
Procure na fábula “A Formiga Boa” alguns desses comportamentos:
4 - Qual é a situação-problema vivida pela cigarra durante o inverno?
5 - De que maneira esse problema é resolvido no final da história?
6 - Por que a fábula lida pode ser considerada uma narrativa?
7 - Onde se passa a história?
8 - Há, na fábula de Monteiro Lobato, alguma palavra ou expressão que indica
o lugar onde ocorreram os fatos? Qual?
9 - Que expressão da fábula indica a imprecisão do tempo?
10 - A fábula “A Formiga Boa” está organizada em parágrafos. Quantos
parágrafos há neste texto?
Trabalhando o conteúdo temático:
Uma vez que a temática específica das fábulas é a apresentação de
uma moral, podemos explorar na leitura de que maneira esse conteúdo é
marcado no texto.
Neste caso, é preciso atrelar a estrutura narrativa do gênero fábula na
qual as personagens são animais que falam e se comportam como seres
humanos e apresentam características tidas como boas ou más. Seja na
caracterização das personagens- animais que são humanizadas seja na
apresentação da moral da história que segue no início ou final da história
narrada, o professor pode então discutir sobre o conteúdo temático do gênero:
no caso da Fábula da Cigarra e da Formiga, temos a valorização do trabalho
ou a ideia de que só quem planta, colhe ou de que é preciso pensar no dia de
amanhã.
Para que haja identificação do leitor com a história, é necessário
caracterizar os personagens, suas atitudes e a situação vivida.
Questões ligadas ao conteúdo temático da fábula:
1 - Dê algumas características para a cigarra:
2 - Dê algumas características para a formiga:
3 - Comente a respeito da moral das fábulas, relacionando-as aos dias de hoje.
4 - O que você achou da atitude da formiga neste texto? Justifique sua
resposta:
5 - Por que você acha que a formiga acolheu a cigarra?
6 - Você também costuma ajudar o seu próximo? Dê um exemplo de alguma
situação vivida por você em que isto tenha acontecido:
Trabalhando a Análise linguística do gênero fábula:
É relevante, neste caso, que o professor também se atenha à análise
linguística do texto, considerando o processo reflexivo dos alunos em relação
ao funcionamento de recursos textuais, lexicais e gramaticais referentes à
construção do gênero fábula.
1) De que maneira o arranjo textual produz sentidos a partir de escolhas
lexicais vinculadas à fábula “A cigarra e a formiga”?
Estudo do vocabulário: Pesquisar no dicionário as palavras: CHIAR –
DELIBERAR – FAINA – LABUTAR – PAINA – TULHA
Que vocábulos relacionam-se à ideia de trabalho? O que eles produzem em
termos de construção da personagem “formiga”?
Refletindo sobre a linguagem popular presente nas fábulas...
2) No primeiro parágrafo da fábula, o autor utiliza uma expressão que é
característica da linguagem coloquial (informal ou popular, usada no cotidiano).
Reescreva a frase, utilizando a linguagem formal (culta, própria da gramática).
3) Na fábula, aparecem três palavras escritas no diminutivo, quais são
elas? Qual efeito de sentido que o diminutivo produz no texto da fábula?
4) Nos textos narrativos, há geralmente várias vozes: a do narrador, que
conta a história, e a das personagens, que conversam entre si. Na fábula
apresentada, há uma conversa entre a cigarra e a formiga.
a) Que sinal de pontuação indica o início da fala dos personagens?
b) Para indicar quem está falando, o narrador emprega verbos como o que
está destacado neste trecho:
“– Que quer? – perguntou, examinando a triste mendiga suja de lama a tossir.”
Que outros verbos, no texto, marcam as falas dos personagens?
A fábula “A Formiga Boa” reproduz a fala dos personagens, ou seja, o
diálogo entre a cigarra e a formiga. Quando escrevemos um diálogo, usamos o
travessão para indicar as falas. Para introduzir a fala dos personagens,
empregamos verbos como: falar, dizer, afirmar, exclamar, indagar, retrucar,
entre outros. Esses verbos são chamados verbos de elocução. Os verbos de
elocução ajudam a indicar quem está com a palavra e muitas vezes revelam de
que forma a fala é dita (com emoção, entusiasmo, firmeza, tristeza).
5) Na fábula “A formiga Boa” o autor utiliza uma figura de linguagem
(Onomatopeia) para reproduzir o som feito pela cigarra ao bater na porta da
casa da formiga. Copie do texto a frase em que aparece uma
ONOMATOPEIA.
6) E você, conhece alguma palavra que procura imitar o som de seres
ou objetos?
Atividades de produção escrita a partir da prática de leitura:
1 - Reescreva um final diferente para a história lida:
2 - A partir de seu entendimento da fábula “A Formiga Boa”, crie uma
nova moral para ela:
3 - Faça uma ilustração bem bonita para a história:
Leitura complementar:
No desenvolver dessas atividades, conhecemos várias fábulas. Vamos
conhecer agora um pouco mais sobre a vida de alguns de seus autores através
de sua BIOGRAFIA.
O que é uma BIOGRAFIA?
BiO = VIDA GRAFIA = SIGNIFICA ESCREVER
A BIOGRAFIA É UM RELATO ESCRITO QUE SE FAZ DA VIDA DE
UMA PESSOA.
Atividade a ser desenvolvida com os alunos: Antes de apresentar a
BIOGRAFIA de alguns autores de fábulas, o professor fará a leitura oral da
biografia de Monteiro Lobato, autor brasileiro bem conhecido, para que os
alunos tentem adivinhar quem é. Esta atividade tem o objetivo de despertar o
interesse dos alunos por este gênero textual, além de incentivá-los a fazer a
leitura de outras biografias, como a de Esopo e La Fontaine.
Monteiro Lobato:
Contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira
nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado
em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber
herança deixada pelo avô.
Diante de um novo estilo de vida, ele passou a publicar seus primeiros
contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série
deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor. Em uma época em que os
livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, ele tornou-se também
editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma
série de renovações nos livros didáticos e infantis.
Este notável escritor é bastante conhecido entre as crianças, pois se
dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e
fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o pai da literatura infantil
no Brasil. Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de
pano com sentimento e ideias independentes; Pedrinho, personagem que o
autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, a sábia espiga de
milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci
Pererê e outras personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do
Pica-Pau Amarelo, que até hoje encanta muitas crianças e adultos.
Escreveu ainda outras incríveis obras infantis, como: A Menina do Nariz
Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe,
Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Reinações de Narizinho, As
Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O
Poço do Visconde, O Pica-Pau Amarelo e A Chave do Tamanho. Fora os livros
infantis, este escritor brasileiro escreveu outras obras literárias, tais como: O
Choque das Raças, Urupês, A Barca de Gleyre e o Escândalo do Petróleo.
Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo, posicionando-se
totalmente favorável a exploração do petróleo apenas por empresas brasileiras.
No ano de 1948, o Brasil perdeu este grande talento que tanto contribuiu
com o desenvolvimento de nossa literatura.
Disponível em: http://www.suapesquisa.com/biografias/monteirolobato/ [adaptado]
Esopo:
Esopo nasceu na Grécia, no século VI antes de Cristo. Até hoje, o seu
nome e a história de sua vida são cercadas de mistério. Dizem as lendas que
era corcunda, gago e dono de uma rara inteligência. Contava histórias simples
e divertidas, com lições moralistas, utilizando os mais variados animais como
personagens. Uma biografia egípcia do século I conta que Esopo foi vendido
como escravo a um filósofo que, admirado com o seu talento, lhe concedeu a
liberdade.
Há diversas lendas sobre sua morte. Uma das mais trágicas diz que o
fabulista grego teria sido lançado de um precipício, em Delfos, acusado de
sacrilégio.
As fábulas de Esopo, compiladas por um monge bizantino do século
XIV, inspiraram numerosos autores no decorrer da história.
Fonte: http://www.golfinho.com.br/livrospnl/liv521.htm
La Fontaine:
Jean de La Fontaine nasceu em 8 de julho de 1621. Era filho de um
inspetor de águas e florestas, e nasceu na pequena cidade de Chateau-Thierry.
Estudou teologia e direito em Paris, mas seu maior interesse sempre foi a
literatura.
Por desejo do pai, casou-se em 1647 com Marie Héricart, na época com
apenas 14 anos. Embora o casamento nunca tenha sido feliz, o casal teve um
filho, Charles.
Em 1652 La Fontaine assumiu o cargo de seu pai como inspetor de
águas, mas alguns anos depois colocou-se a serviço do ministro das finanças
Nicolas Fouquet, mecenas de vários artistas, a quem dedicou uma coletânea
de poemas.
Escreveu o romance "Os Amores de Psique e Cupido" e tornou-se
próximo dos escritores Molière e Racine. Com a queda do ministro Fouquet, La
Fontaine tornou-se protegido da Duquesa de Bouillon e da Duquesa d'Orleans.
Em 1668 foram publicadas as primeiras fábulas, num volume intitulado
"Fábulas Escolhidas". O livro era uma coletânea de 124 fábulas, dividida em
seis partes. La Fontaine dedicou este livro ao filho do rei Luís 14. As fábulas
continham histórias de animais, magistralmente contadas, contendo um fundo
moral. Escritas em linguagem simples e atraente, as fábulas de La Fontaine
conquistaram imediatamente seus leitores.
Em 1683 La Fontaine tornou-se membro da Academia Francesa, a cujas
sessões passou a comparecer com assiduidade. Na famosa "Querela dos
antigos e dos modernos", tomou partido dos poetas antigos.
Várias novas edições das "Fábulas" foram publicadas em vida do autor.
A cada nova edição, novas narrativas foram acrescentadas. Em 1692, La
Fontaine, já doente, converteu-se ao catolicismo. Morreu em 13 de abril de
1695. A última edição de suas fábulas foi publicada 1693.
Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/jean-de-la-fontaine.jhtm
Algumas curiosidades sobre a cigarra...
Só quem canta são os machos, para atrair as fêmeas e cada espécie de
cigarra emite o seu som característico. Elas cantam mais ao amanhecer e ao
entardecer e, com menor intensidade, nas horas mais quentes do dia.
Elas têm uma forma característica e, com um comprimento que varia de
15 a pouco mais de 65 milímetros, possuem também um "bico" comprido para
se alimentar da seiva das árvores e das plantas aonde costumam viver.
Se, por um lado, a cigarra é importante no ecossistema por servir de alimento
para os seus predadores naturais, por outro ela é nociva por ser uma grande
praga para algumas plantas, visto que as suas ninfas se alimentam da seiva
das raízes dessas plantas e causam grandes prejuízos pela quantidade de
líquidos vitais que elas retiram e pelos ferimentos que causam às raízes,
facilitando assim a penetração de fungos e de bactérias.
Entre os insetos, as cigarras são as únicas que produzem o som
estridente que todos conhecem. Algumas espécies conseguem atingir 120
decibéis com facilidade, enquanto outras menores realizam a proeza de
alcançar uma sonoridade tão aguda que o seu canto simplesmente não é
percebido pelo ouvido humano, embora cães e outros animais possam chegar
a uivar de dor por causa dele.
Fonte: file:///C:/Documents%20and%20Settings/Master/Meus%20documentos/Projeto%20-
%20PDE/curiosidades%20da%20cigarra.htm
Algumas curiosidades sobre a formiga...
Existem mais de 10.000 espécies de formigas.
Todas as espécies se agrupam em uma única família: a das formicidade.
Os ancestrais das formigas surgiram há mais de 100 milhões de anos,
no período Cretáceo.
As formigas estão distribuídas por todas as regiões do planeta, com
exceção dos pólos.
Tal como a sociedade das abelhas, a das formigas é organizada por
tarefas: a de obreira, de soldado, de operário e de rainha.
A reprodução fica à cargo da rainha, que vive dentro do formigueiro e é
maior do que as demais formigas.
Os machos morrem após se acasalarem com a rainha.
As operárias são todas fêmeas e tem os cuidados com a rainha entre as
suas tarefas.
Uma operária vive sete anos e uma rainha, em média, 14 anos.
A maior formiga do mundo é a africana, com 5 cm. Entre as espécies
pré-históricas, existiu uma com 6,5 cm.
Cientistas calculam em 10.000.000.000.000.000 o número de formigas
na Terra.
Uma colônia de formigas (ou formigueiro) pode ter até 100.000
membros.
O Brasil é um dos países com maior número de espécies de formiga:
2.000.
Uma das espécies que convivem com o homem é a formiga fantasma.
Ela vive em residências, normalmente em buracos nas paredes, atrás de
azulejos e em rodapés.
Outra espécie comum em nosso meio é a formiga carpinteira. As
operárias apresentam diversos tamanhos. A formiga carpinteira vive em
árvores, telhados, portas e janelas, daí o seu nome.
Outra formiga bastante conhecida dos brasileiros é a saúva. Elas cortam
pedaços de folhas e levam-nas para o formigueiro, onde esperam que cultivem
um determinado tipo de fungo que lhe serve de alimento.
A içá (também conhecida como tanajura) é bastante consumida no
interior de São Paulo e de outros estados, normalmente torradas e servidas
com farinha de mandioca.
Em algumas cidades, o povo usa uma infusão de saúva com cachaça
para tratar reumatismos.
As formigas se comunicam com as outras através de feromônios. Ao
encontrar um alimento, a formiga deixa um rastro dessa substância até o
formigueiro, indicando às companheiras onde ele está.
As curiosas formigas-pote-de-mel abrigam alimento no seu abdomên,
que serve de refeição para as demais formigas do grupo.
A formiga mais perigosa do mundo é a formiga de fogo. Sua picada pode
causar fortes reações alérgicas na pessoa, podendo levá-la à morte.
Graças ao seu tamanho e à estrutura do seu corpo, uma formiga pode
cair de qualquer altura sem se machucar.
Em média, um tamanduá come de 458 a 938 formigas por dia.
Formigas são capazes de escravizar as formigas de outros formigueiros.
Elas roubam as larvas do formigueiro e forçam os filhotes a fazerem trabalhos
forçados.
Os formigueiros de algumas espécies podem ter túneis de até 12 m de
profundidade.
Fonte: Postado por Décio às 09:58 Marcadores: MUNDO ANIMAL
Tomando por base a proposta das DCEs, em que se deve dar ênfase à
língua viva e em constante movimentação, adotando práticas de linguagem
como ponto central do trabalho pedagógico, apresentamos, neste espaço,
algumas sugestões de leitura e produção escrita do/no gênero fábulas, para
despertar o interesse dos alunos em conhecer melhor o gênero e despertar o
gosto pela leitura.
LIVROS:
- A Magia das Virtudes
Organização e adaptação: Tânia Dias Queiroz e Paula Adriana Ribeiro
Editora Rideel
- 30 Fábulas Contemporâneas para Crianças
Ilustrações: Eduardo Uchoa
Sérgio Capparelli
L & PM Editores
- A Galinha dos Ovos de Ouro – Recontada por Júlio Emílio Braz
Ilustrada por Salmo Dansa
Editora Scipione
Coletânea de Fábulas – Produzidas pelos alunos do 9º Ano do Colégio
Estadual Professora Maria Aparecida Chuery Salcedo, de Siqueira Campos,
Paraná, sob a orientação da professora Sheila Terezinha Queiroz Manoel,
sendo resultado de seu trabalho de Implementação no PDE 2010.
- Ruth Rocha – Fábulas de Esopo
Ilustrações: Jean-Claude Alphen
Editora Salamandra
- O Coelho Teimoso – Elza Sallut
Ilustrações: Michele Iacoca
Editora: Moderna
PRODUÇÃO FINAL
Os alunos farão uma apresentação das fábulas de que mais gostaram
através do teatro de fantoches. Para isso, o professor utilizará o recurso de
vídeo para os alunos conhecerem este tipo de teatro. Os alunos serão divididos
em grupos, farão a confecção dos bonecos e apresentação da história, mas
sempre com o auxílio e a supervisão do professor. O cenário será montado
pelo professor, mas com a ajuda dos alunos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao final deste trabalho, e esperamos contribuir para o
desenvolvimento da leitura em sala de aula a partir do Projeto de Intervenção
Pedagógico e Material Didático, tendo como tema principal o gênero Fábulas.
O estudo das fábulas pode trazer benefícios para os alunos, pois é considerada
uma ferramenta poderosa para o aprendizado de valores e para enriquecer sua
própria experiência de vida.
Foi desenvolvido um trabalho integrado entre teoria e prática, em que
procuramos abordar os conhecimentos ligados à leitura, estratégias e etapas
de leitura e reconhecimento e estudo das fábulas. O material visa desenvolver
nos educandos a criticidade, e ao mesmo tempo trabalhar práticas de análise
lingüística, em um processo de produção de sentidos e prática social, ligada a
uma finalidade, e com interlocutores específicos.
Procuramos explorar a dimensão social do gênero, ressaltando suas
condições de produção, estrutura composicional e conteúdo temático, que são
os valores presentes na moral das fábulas, deixando claro que estes valores
não estão ultrapassados, mas são fundamentais para a construção de uma
sociedade mais humana e mais justa, companheira e solidária.
REFERÊNCIAS
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