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Ficha para Catálogo da Produção Didático-Pedagógica

Professor PDE/2010

Título JOGOS COOPERATIVOS: Uma ferramenta auxiliar na afetividade e socialização para

aulas de Educação Física.

Autor Rosangela Zanetti.

Escola de Atuação Escola Estadual Marquês de Maricá – Ensino Fundamental.

Município da escola Santa Izabel do Oeste.

Núcleo Regional de Educação Francisco Beltrão.

Orientador Douglas Roberto Borella.

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – Campus de Marechal Cândido Rondon.

Área do Conhecimento Educação Física.

Produção Didático-Pedagógica (indicar o tipo de produção conforme Orientação 03/2008 disponível na página do PDE)

Unidade Didática.

Relação Interdisciplinar (indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

Público Alvo (indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

Alunos da 5ª série “A” do Ensino Fundamental.

Localização (identificar nome e endereço da escola de implementação)

Escola Estadual Marquês de Maricá – Ensino Fundamental. Rua: Acácias, 2043. Bairro: Centro. Cidade: Santa Izabel do Oeste. Estado:Paraná.

Apresentação: (descrever a Considerando que, atualmente, em virtude da

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justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

influência da mídia, ausência da família na

escola e do meio social ao qual o aluno está

inserido, ocorrem atitudes desrespeitosas nas

aulas de Educação Física, entre colegas e

entre alunos e professores. Desta forma,

nesta Unidade Didática pretende-se

demonstrar como o professor de Educação

Física pode desenvolver um estudo que

possa auxiliar o corpo docente e

administrativo da escola, na tentativa de

amenizar as referidas atitudes e,

vislumbrando nos jogos, a possibilidade de

abordar atitudes anti-sociais, acreditando,

que esta ferramenta pedagógica de

intervenção possa ser a utilização dos jogos

cooperativos nas aulas de Educação Física,

como uma prática pedagógica, pois, os

mesmos proporcionam socialização e

afetividade que melhoram as relações

interpessoais.

Palavras-chave (3 a 5 palavras) Jogos Cooperativos; Educação Física; Socialização.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

UNIDADE DIDÁTICA

ROSANGELA ZANETTI

FRANCISCO BELTRÃO – PR 2011

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ROSANGELA ZANETTI

JOGOS COOPERATIVOS: UMA FERRAMENTA AUXILIAR NA AFETIVIDADE E

SOCIALIZAÇÃO PARA AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Unidade Didática apresentada para o acompanhamento das atividades do professor PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional. Orientador: Prof. Douglas Roberto Borella.

FRANCISCO BELTRÃO – PR 2011

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE

DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:

Professora PDE: Rosangela Zanetti

Área PDE: Educação Física

NRE: Francisco Beltrão

Professor Orientador IES: Douglas Roberto Barella

IES vinculada: UNIOESTE

Escola de Implementação: Escola Estadual Marquês de Maricá – Ensino

Fundamental.

Público Objeto de Intervenção: Alunos da 5ª série ‘A’ do período matutino.

APRESENTAÇÃO / PLANO NORTEADOR

Esta unidade didática faz parte do Programa de Desenvolvimento Educacional

do Estado do Paraná – PDE. Aborda o tema sobre a afetividade e socialização como

contribuição nas aulas de Educação Física. Nela, o professor de Educação Física

encontra diferentes metodologias, recursos didáticos e tecnológicos com o intuito de

tornar as aulas mais dinâmicas, buscando despertar o interesse dos estudantes pelo

tema.

TEMA DE ESTUDO

Jogos Coopertativos: afetividade e socialização como contribuição nas aulas de

Educação Física.

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TÍTULO

Jogos cooperativos: uma ferramenta auxiliar na afetividade e socialização para

aulas de Educação Física.

TIPO DE PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICO

Unidade Didática.

PÚBLICO-ALVO

Alunos da 5ª série “A” do Ensino Fundamental.

JUSTIFICATIVA

Vivemos num mundo onde somos diferentes, porém, com direitos iguais.

Portanto, é “condição sine qua non1”, valorizar as diversidades e conscientizar as

crianças e adolescentes, inseridos no meio escolar, da necessidade de compreender as

diferenças e respeitá-las em todas as suas formas de manifestação.

O presente trabalho está pautado na necessidade de tornar o ambiente das

aulas de Educação Física e, por extensão, o da escola, mais agradável e propício à

efetivação do processo de desenvolvimento do aluno e sua formação como sujeito

atuante no ambiente escolar e no meio em que vive.

Neste contexto, a escola, lugar heterogêneo por natureza e que reflete anseios

e preconceitos impostos pela sociedade, caracteriza-se como um dos lugares mais

importantes para socialização das crianças, jovens e adolescentes. Para que essa

convivência seja realmente agradável, a organização escolar deve basear-se no

respeito às regras comuns.

Acreditamos que a escola deva ser um ambiente onde a criança se sinta segura

e respeitada, para que possa se desenvolver plenamente. A escola deve propiciar um

ambiente afetivo, onde a criança, por meio das atividades propostas, permaneça em

1 É uma expressão que se originou do termo legal em latim que pode ser traduzida por “condição necessária”.

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constante estado de interação com o seu grupo e o meio ambiente. Toda a comunidade

escolar é capacitada para o bom atendimento à criança, pois a inteligência depende da

segurança e da confiança para desenvolver na sua totalidade.

Através do convívio no ambiente escolar, percebe-se que não existe uma

escola que atenda o aluno nas suas particularidades. Acreditamos que seja possível

construir na escola uma adaptação curricular que reconheça as diferenças e as

amenize, através de atividades que partam da realidade existente, dentro de uma lógica

de igualdade. Assim, podemos deduzir que a inclusão escolar está pautada em uma

cultura de respeito e mudanças de comportamento, dentro do ambiente escolar.

Para Cardoso (2003, p.137), a ”inclusão de alunos com necessidades especiais

na escola regular constitui uma perspectiva e um desafio para o século XXI, cada vez

mais firme, nos diferentes sistemas e níveis educativos”.

Quando referimo-nos acerca da inclusão não estamos reportando-nos às

pessoas com deficiência, mas sim a todos os alunos que estão inseridos no ambiente

escolar e não participam das aulas por motivo de desrespeito, apelidos pejorativos,

descriminação quanto à raça e gênero, porte físico, habilidades motoras.

Orlick (1989, p. 31), coloca que esta inclusão escolar muitas vezes esta

relacionada com:

A confiança mútua é mais provável de ocorrer quando as pessoas são positivamente orientadas para o bem estar do outro. E o desenvolvimento dessa orientação positiva é incentivado pela experiência da cooperação bem sucedida. A cooperação exige confiança porque, quando alguém escolhe cooperar, conscientemente coloca seu destino, parcialmente na mão do outro.

Sendo assim, os jogos cooperativos são ferramentas poderosas para auxiliar na

formação e mudanças de comportamento. Segundo Soller (2006) e Brotto (2001) a

maneira como o professor repassa as orientações e modelos mentais existentes, leva à

escolha consciente do caminho a seguir. Se escolhido pelo modelo de cooperação e

recreação nota-se uma socialização, onde os alunos aprendem a conviver, interagir e

criar um ambiente harmonioso com seus companheiros e, isso também, se pode notar

fora do ambiente das salas de aula, como por exemplo, no intervalo ou até mesmo na

saída da escola. As aulas de Educação Física, quando bem direcionadas, ajudam

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diretamente na evolução da criança, formando um indivíduo com senso de

responsabilidade, socialização, criatividade, afetividade e capacidade decisória.

Os jogos devem proporcionar aos alunos atividades que envolvam afetividade e

socialização, e não somente como atividades lúdicas, características estas da

Educação Física enquanto área de conhecimento. Tais atividades devem contribuir

como forma de expressão da consciência humana contribuindo com o dia a dia de cada

alunado.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL:

Proporcionar atividades que envolvam jogos cooperativos, visando o

desenvolvimento da afetividade e socialização entre os alunos da 5ª série “A” da Escola

estadual Marquês de Maricá – Ensino Fundamental, de Santa Izabel do Oeste/PR.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

a) Conscientizar os alunos da 5ª série “A”, da importância da sua participação e

interação nos jogos cooperativos para contribuir com as relações interpessoais;

b) Analisar com os alunos suas ações cotidianas envolvendo toda a turma, ampliando

a compreensão de valores de convivência em grupo, tornando o ambiente escolar

mais acolhedor e agradável;

c) Oferecer atividades que envolvam todos os alunos, orientando-os para atitudes de

cooperação e solidariedade, sem discriminação, como forma de amenizar as

atitudes desrespeitosas que ocorrem no ambiente escolar.

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O QUE SÃO JOGOS COOPERATIVOS

Quando destacamos os jogos cooperativos, Terry Orlik (1978), comentamos

que é a principal referência em termos de pesquisa e trabalhos sobre esse tema.

Atividades cooperativas são aquelas em que todos participam sem ter o compromisso

de ganhar, mas sim participar de forma lúdica, prazerosa, descontraída,

descompromissada de ter que vencer sempre. Segundo Orlik (1978, p. 23):

Os padrões de comportamento fluem dos valores que são adquiridos durante as brincadeiras e os jogos da infância, dos modelos que estamos expostos e dos reforços que resultam do engajamento em certos atos. Em resumo, somos socializados para tipos construtivos ou destrutivos de comportamento.

Assim, os jogos e brincadeiras no âmbito escolar são fundamentais e

essenciais na vivência e convivência harmoniosa para um crescimento saudável das

crianças, e participar deles torna-se importante para a sua formação crítica e criativa.

Quanto mais prazerosas forem as atividades através dos jogos cooperativos melhor

será o convívio no ambiente escolar, pois, o educando entenderá que todos devem ser

tratados de forma igualitária tornando assim a escola um lugar agradável para

desenvolver os saberes, e tornar a mesma um espaço de prazer e socialização coletiva,

entre pais, alunos, funcionários e professores. Formando assim realmente um ambiente

escolar saudável e propício para novas experiências.

Segundo Soler (2006, p. 110) jogos cooperativos são:

Jogos em que os participantes jogam uns com os outros, em vez de uns contra os outros. Joga-se para superar desafios. Os jogos cooperativos são jogos de compartilhar, unir pessoas, despertar a coragem para assumir riscos. Geram pouca preocupação com o fracasso ou com o sucesso como fins em si mesmo. Eles reforçam a confiança mútua e todos podem participar autenticamente. Ganhar e perder são apenas referencias para o contínuo aperfeiçoamento pessoal e coletivo.

Por isso, entendemos que podemos desenvolver tantos os jogos cooperativos

como o esporte, mas de forma diferenciada, assim deve prevalecer o respeito mútuo,

onde todos possuem oportunidades de participar e não somente aqueles que possuem

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uma determinada habilidade e de destaque apenas em aulas onde o rendimento

esportivo prevaleça. Nos esportes e jogos os alunos podem incrementar as regras

passando assim a também fazer parte da construção das mesmas, podendo perceber

aspectos gerais do jogo e esporte, ajudando a desenvolver estratégias num processo

de contínua troca.

Para obter-se sucesso na utilização dos jogos cooperativos faz-se necessário

utilizar as categorias descritas por Orlik (1989), onde é possível praticar a cooperação

em diferentes graus.

ATIVIDADE 01:

1º. Jogos cooperativos sem perdedores: todos os participantes formam uma

única equipe e são plenamente cooperativos. Não há perdedores, pois todos jogam

juntos para superar um desafio comum.

Sugestão de atividade: Pessoa para pessoa, com objetivo de socialização entre

os alunos e fazer com que eles consigam aprimorar as relações interpessoais, Brotto

(2002, p.131).

ATIVIDADE 02:

2°. Jogos cooperativos de resultado coletivo: são formadas duas ou mais

equipes com o objetivo de realizar metas comuns. As equipes necessitam de alto grau

de cooperação entre si e cooperar coletivamente com os outros times para alcançarem

a meta.

Sugestão de atividade: Cerca elétrica, adaptado de Soler (2006, p.127).

Material: barbante.

Objetivo: incentivar o espírito de equipe, cooperação, superação de

dificuldades, socialização, resolução de conflitos e aprimorar relações interpessoais.

Organização: São formadas duas equipes, a primeira formada pelos números

pares da chamada e a segunda pelos números impares.

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Desenvolvimento: Depois das equipes formadas, distribui-se 10 metros de

barbante para cada equipe formar um quadrado, onde quatro alunos devem segurá-lo

na altura do quadril fazendo uma espécie de cadeia, onde o resto da equipe fica “presa”

no quadrado. Os alunos devem sair da cadeia por cima do barbante sem tocar nele,

caso um aluno toque no barbante, todos devem voltar para dentro dele e recomeçar.

Ganha a equipe que tiver saído da cadeia mais rápido.

ATIVIDADE 03:

3º. Jogos de inversão: não há vencedores, pois os jogadores começam em

uma equipe e terminam em outra. O prazer é pelo jogo e não pela vitória. Podem

apresentar variações como:

• Rodízio: os jogadores mudam de lado.

• Inversão do goleador: o jogador marca o ponto e passa para o outro lado.

• Inversão de placar: o ponto conseguido é marcado para o outro time.

• Inversão total: o jogador que fez o ponto, como o ponto conseguido passa

para a outra equipe.

Sugestão de atividade: Vôlei-pega, adaptado de

http://www.tiochoquito.com.br/atividades_jogosde quadra_volei - pega; o objetivo do

jogo é apenas pegar o colega, sem contagem de pontos.

ATIVIDADE 04:

4º Jogos semi-cooperativos: é ideal para iniciar o trabalho com jogos

cooperativos para aprendizagem desportiva, especialmente com adolescentes.As

equipes jogam umas contra as outras, mas a ênfase é dada ao envolvimento ativo no

jogo e á diversão, independente de resultados.

Sugestão de atividades: Basquete cooperativo, adaptado de Soler (2006, p.76).

Objetivo: incentivar o espírito de equipe, aprimorar relações interpessoais e

desenvolver habilidade motora.

Desenvolvimento: O jogo começa com as regras do basquete convencional aos

poucos iremos incluir elementos cooperativos, com sugestões dos alunos, para incluir

novas regras ao jogo.

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Os jogos podem ser usados para diversos fins. Para Brotto (2002) e alguns

autores concordam com a idéia que existe controvérsia a esse respeito,

especificamente sobre noções de jogo, brincadeira, atividade lúdica e esporte.

Hiuzinga citado por Brotto (2002, p. 13:)

Ao jogar abre a mente, libera a criatividade e nos faz capazes de encarar novos desafios com coragem e determinação, tanto no jogo como na vida. E o professor deve estar atento quando propõe uma atividade, pois deve auxiliar da melhor maneira possível quando seus alunos estão jogando.

Sendo assim, se queremos estimular o senso de cooperação, de solidariedade,

de autoconfiança, de aceitação e de socialização positiva nas nossas crianças nada

melhor do que na Educação Física os jogos cooperativos e nas outras disciplinas

trabalhos em equipe para alcançarmos uma escola que tenha objetivos refletidos nos

valores humanos.

Para Brotto (2001, p. 05), quando jogamos cooperativamente, podemos nos

expressar autentica e espontaneamente, como alguém que é importante e tem valor,

essencialmente, por ser quem é, e não pelos pontos que marca ou resultados que

alcança. Recomendamos aos professores de Educação Física quando do planejamento

de suas aulas que os mesmos utilizem os Jogos cooperativos, pois é um precioso

instrumento para a formação das pessoas, auxiliam, ajudam a desenvolver uma relação

positiva com os demais, baseados no respeito e do agir coletivo em busca de um

objetivo comum.

Dessa forma, faz com que o alunado desenvolva sua criatividade e socialização

por meio das atividades lúdicas favorecendo a descontração e a melhora nas relações

interpessoais.

Existe uma relação de independência entre o sujeito que aprende o objeto do

conhecimento, o outro, o meio social e o desejo. Faz-se necessário trabalhar com o

desejo, o afeto, a emoção do educando. Através disso, o professor deve assumir o

papel de mediador nesse processo, onde deve ser colaborador para a construção do

conhecimento, do saber, do fazer, do competir, do ser, do perder, do ganhar, para que

possa se constituir um cidadão crítico e competente em suas atuações e desempenho

social, assim, intervindo nas relações entre o estímulo e o aluno, procurando adequar a

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sua prática pedagógica, ofertando a eles qualidade nos conteúdos e observando

sempre sua sensibilidade, estando assim respeitando as suas possibilidades.

Quando o alunado conquista a autonomia emocional, pode caminhar

celebrando a vida com entusiasmo, segurança e competência. O educador deve tomar

algumas atitudes para que isso aconteça, como por exemplo:

• Desenvolver empatia (compreender as emoções do aluno);

• Levar o alunado a falar de si mesmo;

• Reconhecer e respeitar as diferenças individuais;

• Procurar o desenvolvimento das emoções positivas (alegria, respeito,

autoestima, autoconfiança, ...);

• Ajudar o alunado na leitura de seus sentimentos negativos (raiva, ciúmes,

....);

• Criar um ambiente agradável de aprendizagem (os alunados precisam

aprender a serem felizes na escola);

• Valorizar as atividades do alunado;

• Usar sempre de reforço positivo, valorizando a auto estima;

• Desenvolver um sistema de avaliação que reconheça e respeite as

diferenças, que seja contínua e cumulativa.

Brown (1994), em seu livro “Jogos Cooperativos: teoria e práticas”, nos mostra

algumas características da forma competitiva e cooperativa de se jogar:

Quadro 1. Características da forma competitiva e cooperativa.

FORMA COMPETITIVA FORMA COOPERATIVA

Participação limitada Todos participam

Ganhador/Perdedor Todos ganham

Trapaça/Esperteza Honestidade

Repudio Acolhida/Confiança

Conformismo Desafio coletivo

Fonte: Adaptado de Brown (1994, p.45).

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Os jogos cooperativos, além dos benefícios já descritos anteriormente, vale à

pena salientar o que diz Brown (1994), quando questionado sobre a exclusão da

competição: “Não. Não vamos eliminá-la, mas esse fato não tira a possibilidade de

analisá-la e propor diferente”. Não vamos substituir a competição nas aulas de

Educação Física pela cooperação e sim demonstrar outra forma de jogo, mais

democrática e flexível em que o interesse está na participação, na diversão, na criação,

sem a pressão de ter que vencer sempre. A cooperação, que é relacionada com a

solidariedade e organização estabelecem e permitem as relações humanas.

Segundo Wallon (1985) a afetividade compreende vários aspectos e dimensões.

Incluem sentimentos, interesses, conflitos que as crianças vivenciam, necessidades e

emoções (alegria, cólera e medo são as três emoções básicas). Essas dimensões

precisam ser consideradas porque influenciam diretamente todas as situações da vida

humana.

A opinião da criança, sua história de vida, suas experiências cotidianas

precisam ser valorizadas e aproveitadas para o estabelecimento do vínculo afetivo. Nas

relações de ensino, durante um ano letivo, por exemplo, podemos ir descobrindo pontos

relevantes das histórias de vida das crianças e, a partir disso, podemos compreendê-las

melhor e auxiliá-las no que for possível. Nas palavras de Korczak, um médico, escritor e

educador que se dedicou á educação de crianças órfãs, são esclarecedores nesse

aspecto:

Basta pouca coisa para a criança sentir-se feliz, não há necessidades de providencias especiais. Mas nós, apressados, levianamente ignoramos a sua presença. Menosprezamos a intensidade de sua vida e as alegrias que poderíamos proporcionar-lhe com toda facilidade (KORCZAK, 1986, p. 73).

A afetividade na relação professor e aluno favorecem a auto-estima, o diálogo e

a socialização. Há que se considerar, também, que a afetividade é importante no

processo de avaliação afastando o risco de eventuais antipatias entre professor e

aluno. Se, para Wallon (1985), a emoção e a inteligência são indissociáveis e

potencializadas pela socialização, priorizar a afetividade nas interações ocorridas no

ambiente escolar contribui para dinamizar o trabalho educativo.

Os jogos devem proporcionar aos alunos atividades que envolvam afetividade e

socialização, e não somente como atividades lúdicas, características estas da

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Educação Física enquanto área de conhecimento. Tais atividades devem contribuir

como forma de expressão da consciência humana contribuindo com o dia a dia de cada

alunado.

O papel da afetividade numa situação de jogo é impulsionar a criança em

direção aos objetivos a serem alcançados. E, por sua vez, o da inteligência é

determinar as estratégias a serem utilizadas para a obtenção do êxito.

O profissional de Educação Física deve preencher as necessidades de afeto,

auto-estima e auto-realização das crianças, num programa de atividades lúdicas,

envolvendo os jogos e brincadeiras em seu planejamento (principalmente os jogos

cooperativos), não como um apoio auxiliar, mas como meta principal, pois a soma de

prazeres que uma criança obtém durante as atividades lúdicas em que exercita o corpo

e a mente, através das brincadeiras, aprimorará sua qualidade de vida, potencializando

o otimismo e reduzindo o nível de stress a que frequentemente está submetida,

independente de situações agradáveis ou não, enfrentada ao longo do seu cotidiano.

O afeto, na visão de Piaget (1977), pode acelerar ou retardar a formação das

estruturas cognitivas. Embora condição necessária só o afeto não é suficiente para a

formação das mesmas. Pois, a afetividade é fator fundamental na socialização, a

mesma compreende sentimentos (prazer, desprazer, por exemplo), e elementos

energéticos (interesse, esforço, etc...).

Para Piaget (1977) a afetividade é importante no relacionamento entre professor

e aluno, porque as experiências vividas em sala de aula ocorrem, inicialmente, entre os

indivíduos envolvidos, no plano externo (interpessoal). A proximidade entre o professor

e aluno proporciona inúmeras formas de interação e possibilita diálogos intensos,

criando infinitas maneiras de auxiliar os alunos, caracterizando uma forma de

demonstração de atenção bastante eficiente e facilmente notada por eles. A

proximidade é extremamente valorizada pelos alunos e constitui uma forma de

Sugestão de vídeo:

Tudo bem ser diferente. Link: http://www.youtube.com/watch?v=DgrFIgvF7KU.

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interação extremamente afetiva, que ameniza a ansiedade, transmite confiança e

encoraja o aluno a investir no processo de execução da atividade, interferindo

significativamente, no processo de apropriação da aprendizagem.

Em estudo feito por Freire (2002), nota-se que pouca importância se dá a uma

possível relação entre as atividades da disciplina de Educação Física e aquelas outras

ditas teóricas, realizadas em sala de aula. Na escola, não existe entendimento entre

"mente" e "corpo" em que os dois teriam de ser somente um, como um aluno integral,

dinâmico e humano. A escola deve acreditar na importância da interdisciplinaridade

entre as matérias e movimentos corporais na Educação Infantil. Por essa razão, a

"relação entre a Educação Física e outras disciplinas, embora muito estreita, é pouco

percebida". (FREIRE, 2002, p. 182).

A escola exige que as crianças leiam, escrevam, calculem; enfim, que compartilhe símbolos, linguagens comuns a uma sociedade. Para que isso aconteça, a atitude socializada deve ser praticada em carteiras estáticas e uniformes, que isolem as crianças uma das outras, com tarefas individuais em contraposição às possibilidades coletivas e trabalhos em equipes, que valorizem e trabalhem as diferenças e diversidades dos alunos. Exige-se uma atitude socializada, através de práticas individualizantes. (FREIRE, 2002, p.183).

A educação Física como parte do processo educativo e sendo campo passível

de tratamento interdisciplinar da escola, deve carrear a manutenção de valores

conservadores nas relações humanas, bem como solidificá-los, pois pode enfatizar

através dos próprios docentes, atitudes, hábitos e atividades diferentes para cada sexo,

impedindo assim uma manifestação espontânea relacionada ao temperamento e às

características próprias desses comportamentos. Devem criar condições justas e iguais

para que cada um possa desenvolver e experimentar diversas formas de movimentos

corporais.

Sugestões de Atividades

Essas sugestões são para auxiliar na elaboração do seu Plano de Trabalho

Docente.

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ATIVIDADE 01:

Dinâmica – O feitiço contra o feiticeiro.

Objetivo – Não faça ao outro o que não gostaria para si, respeito á

individualidades, aprimorar as relações interpessoais. Também podemos trabalhar com

um texto de acordo com a idade para fechar a dinâmica e atingir o objetivo proposto.

Disponível em: http://www.tiobill.com.br/ati_salao/ati_salao_feitico_feiticeiro.htm.

Acessado em 10 de maio de 2011.

ATIVIDADE 02:

Dinâmica – Nó Maluco.

Objetivo – Resolução de problemas, melhora nas relações interpessoais.

Disponível em: www.tiobill.com.br/ati_salao/sa_no_maluco.htm - Acessado em

10 de maio de 2001.

ATIVIDADE 03:

Dinâmica – Campo minado.

Objetivo – Desenvolver o trabalho em equipe, a comunicação e a habilidade de

planejar.

Disponível em: www.jogoscooperativos.com.br/revista.htm. Edição 8 de março

de 2002, da Revista Jogos Cooperativos; pág.11. Acessado em 20 de junho de 2011.

ATIVIDADE 04:

Dinâmica – Queimada Maluca.

Objetivo – Queimar não ser queimado e ainda salvar seus colegas, desenvolve a

cooperação, a participação, melhora as relações interpessoais e desenvolve atitudes

coletivas.

Disponível em: http:// www.jogoscooperativos.com.br/revista.htm. Edição9/10 de

abril/maio de 2002 pág.21. Acessado em 13 de julho de 2011.

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ATIVIDADE 05:

Dinâmica – Bola Salvadora.

Objetivo –Todos Salvarem todos.Contato Físico,pensar no outro,pratica de uma

atividade física.

Disponível em:

http://www.lucyduro.dominiotemporario.com/doc/Caderno_de_Jogos_Cooperativos.p

df Acessado em 20 de julho de 2011.

ATIVIDADE 06:

Dinâmica – Futpar.

Objetivo – Trabalhar limites físicos e cooperação com o outro.

Disponível em:

http://www.lucyduro.dominiotemporario.com/doc/Caderno_de_Jogos_Cooperativos.p

df Acessado em 20 de julho de 2011.

ATIVIDADE 07:

Dinâmica – O Viúvo.

Objetivo – Cooperação, agilidade, raciocínio.

Disponível em:

http://www.lucyduro.dominiotemporario.com/doc/Caderno_de_Jogos_Cooperativos.p

df Acessado em 20 de julho de 2011.

ATIVIDADE 08:

Dinâmica – João Bobo.

Objetivo – Diluir limites, fortalecer a auto-estima superação de limites,

desprendimento, confiança mútua e trabalho em equipe.

Disponível em:

http://www.lucyduro.dominiotemporario.com/doc/Caderno_de_Jogos_Cooperativos.p

df Acessado em 20 de julho de 2011.

Page 20: Ficha para Catálogo da Produção Didático-Pedagógica...Para Cardoso (2003, p.137), a ”inclusão de alunos com necessidades especiais na escola regular constitui uma perspectiva

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ATIVIDADE 09:

Dinâmica – Vôlei de Apoio.

Objetivo – Jogo da inversão.

Disponível em: http://www.tiobill.com.br/ati_quadra/qua_volei_de_apoio.htm.

Acessado em 25 de julho de 2011.

Você também encontra várias sugestões na página do diadiaeducação.pr.gov.br

http://www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/. Como: Dança das Cadeiras; Queimada

maluca; Rede humana; Volençol; Voleibol Divertido.

Também devemos trabalhar com mídias:

Sugestões de Filmes: Happy Feet. Formigaz, Vida de inseto, Bee Movie.

Filmes para 5ª série ou 6ª ano.

Esses filmes abordam trabalho em equipe, cooperação, respeito.

Sugestão de vídeo:

Tudo bem ser diferente. Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=DgrFIgvF7KU

Para trabalhar o respeito, as individualidades, a socialização e a afetividade.

Uma boa dica também é trabalhar as Danças Circulares, onde o respeito, as

individualidades, a socialização é trabalhada de modo divertido e descontraído.

Page 21: Ficha para Catálogo da Produção Didático-Pedagógica...Para Cardoso (2003, p.137), a ”inclusão de alunos com necessidades especiais na escola regular constitui uma perspectiva

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Para saber mais

Acesso aos sites:

http://www.tiobill.com.br/

http://www.tiochoquito.com.br/atividades.asp

http://www.jogoscooperativos.com.br/

http://lucyduro.dominiotemporario.com/doc/Caderno_de_Jogos_Cooperativos.pdf

http://www.cvdee.org.br/evangelize/pdf/2_0205.pdf

http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/

Page 22: Ficha para Catálogo da Produção Didático-Pedagógica...Para Cardoso (2003, p.137), a ”inclusão de alunos com necessidades especiais na escola regular constitui uma perspectiva

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REFERÊNCIAS

BROTTO, F. O. Jogos cooperativos: o jogo e o esporte como um exercício de convivência. Santos, SP: Projeto Cooperação, 2001.

BROWN, G. Jogos cooperativos: teoria e prática. São Paulo: Editora Sinodal, 1994.

FREIRE, J. B. Educação de corpo inteiro: teoria e prática da educação física. 4. ed. São Paulo: Scipione, 2002.

KORCZAK, Janusz. Como amar uma criança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997

________________. O direito da criança ao respeito. In KORCZAK, J.; DALLARI, Dalmo de A. O direito da criança ao respeito. São Paulo: Summus, 1986.

ORLICK, T. Vencendo a competição. São Paulo: Círculo do Livro., 1989.

PIAGET, J. A representação do mundo na criança. Rio de Janeiro: Record, 1972.

_____. Psicologia e pedagogia. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1977.

SOLER, R. Educação física: uma abordagem cooperativa. Rio de Janeiro: Sprint, 2006.

WALLON, Henri. As causas psicofisiológicas da desatenção na criança. Lisboa: Estampa, 1989.