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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
Título: A leitura de textos ficcionais no ensino fundamental na perspectiva do letramento
Autor Tereza Dziendzik da Silva
Escola de Atuação Escola Estadual Vale do Tigre – EF
Município da Escola Nova Londrina
Núcleo Regional de Educação
Loanda
Orientador IES Mirian Hisae Yaegashi Zappone
Instituição de Ensino Superior
UEM – Universidade Estadual de Maringá
Disciplina/Área do Professor PDE
Língua Portuguesa
Produção Didático-pedagógica
Unidade Didática
Relação Interdisciplinar História e Arte
Público Alvo Alunos da 5ª série A do Ensino Fundamental
Localização Avenida Juscelino Kubitschek, 361
Apresentação:
Tendo em vista as dificuldades enfrentadas e as muitas reflexões relacionadas à leitura e à literatura em nossas escolas, e, principalmente, por ser a leitura importante para o desenvolvimento, para a aprendizagem e formação do indivíduo, este material aborda questões relacionadas às práticas de leitura de textos ficcionais no ensino fundamental, sob a perspectiva do letramento. Baseado em autores como Kleiman (1995), Rojo (2009) e Zappone
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(2007), compreende a relação dialógica entre autor/texto/leitor como aspecto fundamental no processo de construção de significados, bem como o desenvolvimento do grau de letramento dos alunos como passo fundamental para sua formação enquanto leitor. Através da leitura e reflexão oral e escrita de textos ficcionais – elaborados pela língua e também por outros sistemas semióticos -, ele objetiva valorizar os multiletramentos, isto é, as práticas de leitura e os objetos de leitura presentes na cultura dos indivíduos pertencentes à instituição escolar, bem como propiciar ao aluno de 5ª série oportunidades de aprimorar o senso crítico, tornando significativo o ato de ler.
Palavras-chave Leitura; Literatura; Letramento literário.
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PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
APRESENTAÇÃO
A leitura é importante para o desenvolvimento, para a aprendizagem e
formação do indivíduo. Sendo assim, e diante das diversas indagações relacionadas
ao seu ensino e aprendizagem, este material foi desenvolvido intencionando
melhorar as práticas de leitura em nossas escolas. Baseado em autores como
Kleiman (1995), Rojo (2009) e Zappone (2007), compreende a relação dialógica
entre autor/texto/leitor como aspecto fundamental no processo de construção de
significados, bem como o desenvolvimento do grau de letramento dos alunos como
passo fundamental para sua formação enquanto leitor.
Entendendo leitura, segundo Santos e Souza (2004, p.81) “como um dos
caminhos de inserção no mundo e de satisfação de necessidades amplas do ser
humano (estéticas, afetivas, culturais, além das intelectuais)”, visamos, através deste
material, desenvolver no aluno maiores condições de realizar leituras críticas,
deixando de trabalhar com leituras utilitaristas, com ênfase nos conteúdos propostos
e buscar trabalhar uma leitura significativa, emancipatória, que o leve a questionar e
não somente responder questões previamente elaboradas.
Segundo as DCE (2008, p. 21) “entende-se a escola como um espaço de
confronto e diálogo entre conhecimentos sistematizados e os conhecimentos do
cotidiano popular.” Nossa pretensão é, portanto, valorizar os conhecimentos do
cotidiano popular do aluno, suas experiências com a leitura e a escrita, para que, a
partir delas, possa se apropriar dos conhecimentos sistematizados, não menos
importantes, impostos e valorizados pela escola e pelas ideologias dominantes,
culminando, assim, no tão almejado letramento.
Consideramos, aqui, além do letramento adquirido pelo indivíduo na escola,
os vários letramentos adquiridos por ele em outros eventos de letramento
experimentados nos grupos sociais dos quais participa. Isto significa valorizar os
letramentos múltiplos ou multiletramentos, isto é, valorizar os letramentos que fazem
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parte da cultura local, as multiculturas dos indivíduos pertencentes à instituição
escolar.
O material aqui proposto, tende trabalhar a leitura voltada às necessidades do
mundo contemporâneo, oportunizando ao nosso leitor o desenvolvimento de seus
letramentos. Os discursos que circulam nas diversas esferas e que resultam em
diferentes gêneros discursivos devem contribuir para o enriquecimento linguístico e
cultural do nosso aluno em nosso cotidiano escolar. Esses textos não são vazios, e
sim repletos de significados. Esses significados são contextualizados. Fazem parte
de uma cultura, uma história, um momento, de uma maneira de pensar, de agir.
Enfim, demandam ideologias.
Partindo do gênero narrativo e através de textos ficcionais infantojuvenis
tradicionais e multimodais, desejamos que nosso aluno conheça diferentes culturas
e as valorize. Seja capaz de reconhecer as intenções presentes nos vários discursos
que circulam em nossa sociedade e de confrontar com as ideologias dominantes
que usam o poder de persuasão para impor regras de certo e errado. Não queremos
formar indivíduos conformados e alienados à culturas e ideologias dominantes e
restritas, e sim, indivíduos que façam escolhas conscientes diante das situações que
surgem em suas práticas sociais diárias, apropriando-se assim, do letramento crítico.
Portanto, neste material didático, aproveitamos a riqueza de textos ficcionais
– elaborados pela língua e também por outros sistemas semióticos – que circulam
em nosso meio e dos suportes nos quais eles circulam, para oportunizar ao nosso
aluno, através da identificação da temática presente na história, desenvolver uma
visão crítica e que possibilite a ele, por meio do seu conhecimento de mundo e da
leitura das entrelinhas e além das linhas do texto, apropriar-se das funções
atribuídas por Candido (1972) à literatura: a psicológica, que permite ao homem fugir
do mundo real para o mundo fantástico, possibilitando-lhe momentos de reflexão,
identificação e catarse; a formadora, pela qual afirma ser a literatura um instrumento
de educação, instruindo o sujeito diante de realidades não reveladas pelas
ideologias dominantes; e a social, na qual retrata os diversos segmentos da
sociedade. Desse modo, objetivamos, através do contato com a literatura que
garanta essas três funções, levar o aluno leitor do ensino fundamental a apropriar-se
do letramento literário.
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OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL:
- Propiciar aos alunos do ensino fundamental (5ª série), a leitura crítica de um corpus
da literatura infantil e juvenil e de textos ficcionais multimodais, portanto, não apenas
escritos e que propiciem, também, oportunidades de aprimorar o senso crítico, tornar
significativo o ato de ler, proporcionando-lhe o aumento do grau de letramento
literário.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
- Realizar atividades de leitura que levem à compreensão dos textos literários em
sua dimensão artística e composicional.
- Oportunizar leituras literárias que vão além do imaginário, instigando o aluno e
atuando como formadora e transformadora da realidade.
- Favorecer ao aluno o contato com leituras literárias infantojuvenis que possibilitem
desenvolver o letramento crítico, ou seja, que o leve a posicionar-se
conscientemente diante das situações impostas pelas culturas dominantes
presentes em nossa sociedade.
- Efetuar a leitura de textos multimodais.
PROCEDIMENTOS
Este material foi elaborado em três módulos, com textos para leitura e
questões relacionadas, encerrando com um sarau literário.
O primeiro módulo abrange a literatura de cordel escrita e a novela televisiva.
Através da leitura dos textos e das imagens, os alunos terão a possibilidade de
conhecer melhor o gênero, pouco divulgado em nossas escolas, o suporte
veiculado, os costumes de regiões distantes da nossa, comparando-as e
aprimorando seus conhecimentos.
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No segundo módulo, através da história de Hans Staden composta por meio
do texto escrito e fílmico, abrimos espaço para discutir a cultura indígena e a nossa
história, bem como as ideologias presentes nos diversos segmentos e que afetam a
toda a sociedade. Textos de Daniel Munduruku enriquecem o material, possibilitando
ao aluno um contato mais próximo com a cultura indígena.
No terceiro módulo, focamos o clássico da literatura infantojuvenil
Chapeuzinho Vermelho, confrontando com contos modernos escritos e fílmicos,
dando oportunidade aos alunos de fazerem leituras críticas enfocando nos textos
lidos temas atuais, reconhecendo ideologias e enfatizando a importância de sua
atuação consciente na sociedade.
O trabalho é finalizado com o sarau literário, no qual os alunos, mesclando o
conhecimento as sua habilidades artísticas, apresentam aos colegas da escola,
através de encenações e declamações de trechos dos textos trabalhados durante a
intervenção, além da exposição de materiais elaborados durante este processo,
buscando refletir nas ações, as discussões realizadas durante a aplicação do
material.
CONTEÚDO DE ESTUDO
Será explorado, neste material, o gênero narrativo infantojuvenil em sua
totalidade, bem como os temas abordados e as diversas formas por meio dos quais
este gênero é apresentado, buscando reconhecê-lo em diferentes sistemas
semióticos.
RECOMENDAÇÃO
Professor, este material foi elaborado intencionando trabalhar cada texto
individualmente, porém, interligados por seus temas e reflexões. As leituras mais
extensas devem ser realizadas antecipadamente. Parte das atividades propostas é
realizada oralmente, resultando em troca de opinião entre os alunos participantes da
intervenção pedagógica.
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É importante que o professor esteja atento aos objetivos do material, focando
sempre o gênero, o contexto e como ele é apresentado em cada sistema semiótico,
valorizando os textos literários em sua dimensão artística e composicional, porém,
não perdendo o foco, que é garantir aos alunos o letramento literário e, para isso, a
leitura deve ser significativa para ele e não meramente cumprimento de tarefas.
PROPOSTA DE AVALIAÇÃO
Sendo intenção deste material levar o aluno ao aumento de seu grau de
letramento literário, a avaliação será feita por meio das atividades orais e escritas
realizadas pelo aluno em todos os momentos da intervenção, inclusive na
preparação e apresentação do sarau literário, no qual o professor terá a
oportunidade de identificar, após a realização de todas as etapas de leitura e
reflexão, até que ponto o nível de letramento dos alunos alcançou o objetivo
almejado.
COMO AMPLIAR O GRAU DE
LETRAMENTO LITERÁRIO NO ALUNO DO
ENSINO FUNDAMENTAL, TRABALHANDO
COM FORMAS FICCIONAIS TRADICIONAIS
E MULTIMODAIS?
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muito bom ouvir as histórias contadas por nossos pais,
avós e amigos quando nos reunimos, não é? E contar as
nossas histórias para eles então, também é legal. Sabe o
que estamos fazendo quando contamos algo para alguém;
quando ouvimos histórias contadas por outros, seja uma
notícia, um acontecimento do dia-a-dia ou aquela história que
alguém inventou com muita criatividade? Nós estamos
narrando e ouvindo os outros narrar. A narração faz parte da
nossa vida diária, seja em fatos reais ou nas histórias
fantásticas, românticas ou cheias de suspense, seja em um
jornal, um livro, uma novela, um filme...
É
Narrar é contar histórias, reais ou imaginárias. Na narração envolvem-se
personagens, em um tempo e um espaço, vivendo acontecimentos conflitantes,
que vão se desenrolando até chegar a um desfecho.
São elementos essenciais de uma sequência narrativa:
- Enredo: os fatos acontecidos. Ele pode ser linear ou alinear, sendo comum na
literatura infantojuvenil o enredo linear, onde os fatos vão sendo contados à
medida que vão acontecendo, sem fugir da sequência natural. É composto de:
Apresentação
Conflito: quando a harmonia do texto é quebrada pela presença de um
problema, a oposição entre duas forças ou dois personagens;
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PRIMEIRO MÓDULO
PENSE E RESPONDA!
O que é um cordel?
O que o levou a pensar assim? E literatura de cordel?
Vejamos, então, a definição de literatura de cordel e porque é chamada
assim.
Clímax: o momento crucial para o desenrolar dos fatos;
Desfecho: quando a situação é resolvida ou não.
- Personagens: podem ser reais ou imaginários. São classificados em
protagonista (personagem principal), antagonista (personagem que atua contra o
protagonista) e os adjuvantes ou coadjuvantes, podendo apresentar relação de
cooperação ou contradição ao personagem protagonista.
-Tempo: determina o período cronológico (o ocorrido na história) ou psicológico
(tempo não mencionado racionalmente).
- Espaço: onde a história acontece.
- Narrador: quem conta a história. O foco narrativo pode ser de três formas:
Narrador personagem, em 1ª pessoa;
Narrador observador, em 1ª ou 3ª pessoa;
Narrador onisciente, em 3ª pessoa.
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O que a definição apresenta de novidade em relação ao que você já sabia
sobre o cordel?
Agora, reflita também sobre o que é liberdade.
Para você, é importante sermos livres? Em que sentido? Comente sua
opinião.
Conheça agora a história “O Romance do Pavão Misterioso” e
descubra como o amor e o desejo de liberdade podem levar as
pessoas a viverem emocionantes aventuras...
O texto pode ser encontrado em “100 Cordéis Históricos Segundo a
Academia Brasileira de Literatura de Cordel”/ [organização e curadoria de Gonçalo
Ferreira da Silva]. – Mossoró: Queima-Bucha, 2008.
Literatura de cordel compreende textos ficcionais pertencentes ao
gênero narrativo popular, de origem oral. Passou a ser impressa em
folhetos rústicos e feita sua exposição em cordas. Sua forma é rimada e
alguns apresentam xilogravuras, ilustrações semelhante às capas. É
comum apresentar estrofes de dez, oito ou seis versos. Os cordelistas
costumam recitar esses versos, com a ajuda de viola ou em leituras e
recitações. (Disponível em:
http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Literatura_cordel.)
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JOSÉ CAMELO
CONHECENDO UM POUCO SOBRE O AUTOR...
REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- O pavão é uma ave que tem sua origem na Índia e alguns de seus possíveis
significados estão relacionados à mentira, ao orgulho e à vaidade. É possível,
também, estar relacionado à preocupação das pessoas em solucionar problemas,
apresentando-se como um indicador de mudanças favoráveis. (Disponível em:
http://www.scribd.com/doc/7480962/Sobre-o-Pavão.). A partir dessas informações,
que relação esses significados têm com o texto? Explique.
José Camelo de Melo Resende é natural de Pilõezinhos, naquele tempo
distrito de Guarabira (PB). Nasceu no dia 20 de abril de 1885. Por não
conseguir satisfazer seus sonhos escolares, torna-se marceneiro e
carpinteiro, porém, refugia-se na poesia. Muito inteligente e de
extraordinária imaginação, escreve folhetos no início dos anos de 1920.
Seus versos apresentam perfeição na métrica e na rima. Torna-se
também um cantador, decorando seus romances, criando tramas ou
fazendo adaptações das histórias da cultura popular. (Disponível em:
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/JoseCamelo/josecamelo_biogr
afia.html.)
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2- O Romance do Pavão Misterioso, trata-se de um texto pertencente ao gênero
narrativo. Portanto, identifique os elementos próprios da composição desse gênero
presentes no texto.
3- Explique por que o pai de Creuza é antagonista na história.
4- O que se percebe em relação à estrutura do texto, isto é, à forma? Há rimas?
Retire do texto trechos que confirmam sua resposta.
5- E quanto a composição das estrofes e dos versos, o que podemos perceber?
6- Releia o título do texto. Ele é sugestivo? Colabora para a sua compreensão?
7- Pesquise em um dicionário o que é monarquia e compare-a com nosso sistema
de governo. Qual sua opinião sobre os dois sistemas?
8- Você acredita que o sistema de governo interfere no desempenho dos
governantes e no desenvolvimento do país? Comente.
9- O que a atitude do conde revela sobre ele?
10- Comente sobre as atitudes de Evangelista para conseguir casar-se com Creuza.
11- A história lhe remete a algum conto da literatura infantojuvenil? Qual ou quais
semelhanças existem entre eles?
12- Releia o trecho abaixo:
“Quando o soldado subiu
gritou: - Perdemos a ação
fugiu o moço voando
de longe vejo um pavão
zombou de nossa patrulha
aquele moço é o “Cão”.
Explique porque a palavra Cão está escrita com letra inicial maiúscula.
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O que podemos entender com a expressão: “aquele moço é o Cão”?
13- Você já ouviu a expressão “está falando grego”? Em que situação é usada e
com que intenção?
14- Creuza vivia presa pelo pai em seu sobrado desde criança. Por que o pai a
prendia? Retire do texto trechos que confirmam sua resposta.
15- Você acredita que proteger as pessoas é justificativa para tirar-lhes a liberdade?
16- Em que situações da nossa vida a nossa liberdade pode ser tirada? Comente e
reflita juntamente com os colegas.
Você já deve ter lido, ouvido e até presenciado alguma história
em que dois homens lutam pelo amor da amada. Então conte-
nos e depois leia a emocionante história de dois sertanejos
apaixonados. Uma história de amor, coragem, amizade, pranto,
dor, angústia, tristeza e mágoa.
O texto pode ser encontrado em “100 Cordéis Históricos Segundo a
Academia Brasileira de Literatura de Cordel”/ [organização e curadoria de Gonçalo
Ferreira da Silva]. – Mossoró: Queima-Bucha, 2008.
FRANCISCO SALES ARÊDA
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CONHECENDO UM POUCO SOBRE O AUTOR...
REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- Na narrativa de cordel é comum seus autores contarem histórias que reflitam a
cultura popular de suas regiões. Esta história nos fala de dois sertanejos. Sempre
ouvimos falar em “sertanejos”. Você sabe quem são eles? Faça uma pesquisa e
troque informações com seus colegas.
2- Neste texto, quem são os protagonistas?
3- Qual o conflito apresentado na história?
4- O que você achou do desfecho? Justifique sua resposta.
5- No texto “O Romance do Pavão Misterioso” o pai era o opositor. E neste texto,
quem se caracteriza como opositor?
6- Há uma grande diferença entre a postura do pai de Creuza, personagem do texto
“O Romance do Pavão Misterioso” e a postura do pai de Claudiana, com relação às
filhas. Comente.
7- Podemos comparar também as personagens femininas Creuza e Claudiana. O
que as atitudes de Creuza revelam sobre ela? E as atitudes de Claudiana?
8- Observando os dois personagens sertanejos, descreva suas personalidades.
Francisco Sales Arêda, nasceu em Campina Grande (PB), no ano de
1916. Mudando-se para Caruaru em 1927, tornou-se cantador de viola, e
exerceu também as funções de fotógrafo de feira e vendedor de folhetos.
Em 1954, deixou de lado a viola e partiu para a composição de cordel. Em
suas produções incluiu várias temáticas. (Disponível em:
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/FranciscoSales/franciscosalesare
da_biografia.html.)
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9- Quanto à estrutura, os dois textos apresentam semelhanças. Percebemos
também algumas abreviações em palavras, como d’um, p’ra, u’a. Sabendo que a
literatura de cordel é escrita em versos e estrofes, portanto, deve haver um certo
ritmo ao declamá-la, tente explicar o objetivo do uso dessas abreviações.
10- Você já ouviu falar em acróstico? Comente o que sabe sobre esse tipo de texto.
11- Os acrósticos são textos que formam, a partir das iniciais dos versos e frases,
novas palavras ou frases. (Definição disponível em:
http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Acrostico.). Encontramos no texto um exemplo de
acróstico. Releia-o e, a partir dele, crie um acróstico a fim de formar a palavra
“cordel”.
12- O texto menciona uma festa tradicional em nosso país. Que festa é essa? O que
você sabe sobre ela?
13- O texto retrata fatos vividos no nordeste do país. Existem diferenças e também
semelhanças entre o dia-a-dia deles e o nosso, aqui na região sul. Relacione-as, de
acordo com suas observações.
14- Você já ouviu falar em xilogravura? Imagina o que pode ser?
Leia o quadro a seguir.
De acordo com a enciclopédia livre Wikipédia, a xilogravura “é a técnica
de gravura na qual utiliza madeira como matriz e possibilita a
reprodução da imagem gravada sobre papel ou outro suporte
adequado. É um processo muito parecido com o carimbo.”
Na literatura de cordel, essa técnica é utilizada, principalmente, nas
capas dos folhetos.
(Disponível em: http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Xilogravura.)
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Observe a capa de um folheto, reproduzida abaixo. A imagem está disponível
em:http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/Image/conteudos/imagen
s/portugues/4cegoad.jpg. Acesso em 09/06/2011.
Agora, descreva o que poderia compor um desenho para ser usado na
produção de uma xilogravura relacionada ao cordel “José João e João José,
os dois heróis sertanejos”. Se preferir, pode desenhá-la.
Assista a abertura da telenovela da Rede Globo “Cordel Encantado” e
responda a questão 15. Sugestão de site: http://www.youtube.com/watch?v=-
GvQxFYJvTE. Acesso em 15/06/2011.
15- A partir da abertura da telenovela “Cordel Encantado”, relacione o que há em
comum entre ela e as xilogravuras usadas nas capas dos folhetos de cordéis.
Assista às cenas da telenovela “Cordel Encantado”. Como sugestão de site:
http://www.youtube.com/watch?v=yav978W6JA. Acesso em 15/06/2011.
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CONHECENDO O GÊNERO
A novela é uma narrativa de ficção em prosa mais curta que o romance.
Comparada ao conto, apresenta um enredo mais desenvolvido e maior número de
personagens. A telenovela é uma narrativa de ficção produzida para ser
apresentada na televisão. É dividida em capítulos, em que podemos prever a trama
logo no início, porém, o desenvolvimento e o desfecho não. No decorrer dos
capítulos, ela pode tomar novos rumos e outros personagens podem passar a fazer
parte do enredo. (Disponível em: http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Novela e
http://www.wikipedia.org/wiki/Telenovela.)
REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- Semelhante aos cordéis escritos, a novela também é do gênero narrativo.
Podemos perceber nela um enredo, em que as personagens estão envolvidas, em
um tempo e espaço. Retire das cenas essas informações.
2- Existem diferenças e semelhanças marcantes entre as duas literaturas de cordel
e a novela. Relacione-as.
3- Os cordéis já trabalhados nesta unidade são encontrados em folhetos, livros
didáticos, revistas e a esses chamamos suportes. Qual o suporte da novela Cordel
Encantado?
4- Quanto ao espaço, o que há em comum entre as cenas da novela e o texto “José
João e João José, os dois heróis sertanejos”?
5- Existem nas cenas, informações sobre a região brasileira referida na novela. O
que elas revelam sobre o Brasil condiz com a realidade vivida por nós aqui no sul do
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país? Em que aspecto as duas realidades se assemelham? Qual a razão dessa
situação?
6- Quais as características das cenas da novela lembram uma literatura de cordel?
7- O que você achou da maneira como a novela foi produzida, apresentando uma
narrativa comum à literatura de cordel?
8- Sabemos que a literatura de cordel foi, originalmente, oral, e depois apresentada
em folhetos. Você acredita que expandir a literatura de cordel para as telas pode ser
uma forma de valorizar esse tipo de literatura? Compartilhe sua opinião.
9- Considerando a composição, você acredita que as duas formas mesclaram-se
harmoniosamente ou houve prejuízo para as literaturas envolvidas, a novela e a
narrativa de cordel?
10- Analisando a leitura das duas literaturas e as cenas da novela, qual das formas
apresentadas lhe chamou mais a atenção? Justifique sua resposta.
SEGUNDO MÓDULO
PENSE E RESPONDA!
Você consegue imaginar como era o nosso país quando as grandes
navegações aqui começaram a chegar para colonizá-lo?
O que você pensa sobre esses homens que saíam nessas longas viagens em
busca de novas terras e riquezas?
E os povos que aqui moravam, quem eram e como eles viviam?
Quais os povos indígenas que você já ouviu falar? Já conversou com algum
índio pessoalmente?
Já ouviu falar sobre Hans Staden?
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Monteiro Lobato escreveu sobre esse momento da nossa história ao adaptar
a história de Hans Staden em “Aventuras de Hans Staden”. O texto pode ser
encontrado em “Aventuras de Hans Staden/Monteiro Lobato. Ilustrações de capa e
miolo: Manoel Victor Filhol. – 32ª ed. – São Paulo: Brasiliense, 1997.
MONTEIRO LOBATO
CONHECENDO UM POUCO SOBRE O AUTOR...
José Bento Renato Monteiro Lobato, nasceu em Taubaté, no dia 18 de
abril de 1882 e morreu em São Paulo, no dia 4 de julho de 1948. É
considerado um dos mais influentes escritores brasileiros do século XX.
Destacou-se por sua produção infantojuvenil, compondo esta, grande
parte de sua produção literária, fazendo também adaptação de diversos
clássicos infantis. Criador do Sítio do Picapau Amarelo e de seus incríveis
personagens, apropriou-se do folclore brasileiro em suas obras. Merece
destaque, entre as mais famosas, as obras: Reinações de Narizinho,
Caçadas de Pedrinho e o Picapau Amarelo. (Disponível em:
http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Monteiro_Lobato.)
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REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- Quem conta a história de Hans Staden na obra de Monteiro Lobato? Para quem é
contada?
2- Neste caso, em que foco a narrativa é apresentada, em 1ª ou em 3ª pessoa?
3- A personagem principal da história contada por Dona Benta é Hans Staden.
Quem era ele?
4- Quais eram as intenções de Hans Staden quando chegou aqui no Brasil? E o que
aconteceu?
5- Quais são as principais tribos indígenas inimigas encontradas no texto? O que o
texto nos revela sobre elas?
6- Em que parte do Brasil os principais fatos aconteceram?
7- Hans Staden foi capturado pelo índios Tupinambá, povo canibal e por isso o
amedrontava. Explique o que é canibal, a partir da leitura da obra de Monteiro
Lobato.
8- O que você pensa sobre o canibalismo? Comente sua resposta e discuta com
seus colegas.
9- Você já tinha ouvido falar em pessoas que praticam o canibalismo? Comente.
10- Dona Benta compara o ato do canibalismo com nosso hábito de comer carne.
Você concorda com ela? Justifique.
11- Como era feita a preparação para a festa onde os inimigos capturados seriam
assados e comidos?
12- O que era o cauim? Como era preparado?
13- Que reações o cauim causava nos índios? A que podemos compará-lo em
nossa cultura?
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14- “Cultura é o conjunto das manifestações artísticas, sociais, linguísticas e
comportamentais de um povo...” (A definição na íntegra está disponível
em: http://www.suapesquisa.com/o_que_e/cultura.html.).
Segundo o que observamos sobre a cultura dos Tupinambá, quais as
diferenças mais marcantes entre a cultura deles e a nossa?
15- Por se tratar de uma obra literária que abrange os costumes indígenas, aparece
no texto inúmeras expressões usadas por eles e seus significados. Existe entre elas
alguma expressão já conhecida por você? Onde a ouviu? Já conhecida seu
significado?
16- Pedrinho e Narizinho, personagens de Monteiro Lobato, são crianças críticas.
Isso pode ser comprovado com falas deles ao se referirem à aspectos da história de
Hans Staden, contados pela avó Dona Benta. Retire trechos do texto em que
apareçam essas falas.
17- Para Hans Staden, os índios não eram de confiança. Por quê?
18- E os espanhóis, portugueses, enfim, todos aqueles homens colonizadores, o que
podemos dizer sobre a integridade deles?
19- Esses navegadores vinham e mostravam-se amigos dos índios. Os Tupinambá
eram amigos dos espanhóis e os Tupiniquim dos portugueses. O que você pensa
sobre isso? Quais as verdadeiras intenções dos europeus aos se tornarem amigos
dos povos indígenas? E Hans era diferente?
20- Quais eram os produtos trocados nas negociações entre o povo Tupinambá e os
espanhóis ou franceses? Em relação ao valor das mercadorias, o que é possível
constatar?
21- Dona Benta diz, durante sua narração sobre Hans Staden aos netos, que o índio
Tupinambá quando atuava contra seus prisioneiros, debochando deles e insinuando
comê-los, “havia nisso mais brincadeira do que crueldade”. O que você pensa disso?
22- Hans Staden se caracteriza como cristão. Você sabe o que é ser um cristão? E
por que os Tupinambá não eram considerados cristãos?
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23- Hans Staden demonstra ter sido livrado por Deus inúmeras vezes durante os
quase nove meses que com eles conviveu. Porém, em alguns momentos
percebemos que ele se aproveitou da ingenuidade dos Tupinambá para conseguir o
que queria. O que você acha dessa atitude de Hans?
24- Se Hans Staden estivesse em posição privilegiada em relação aos índios, que
atitude você acha que ele teria?
25- O texto nos fala em mamelucos. Quem são eles? Você já tinha ouvido falar
sobre eles? E hoje, o que observamos em nosso país quanto à miscigenação?
26- Os índios costumam acreditar em sonhos e até mesmo se orientam por eles.
Para você, os sonhos podem significar algo? Já passou por alguma experiência com
sonho? Comente.
Assista, agora, algumas cenas do
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CONHECENDO O GÊNERO
“O filme é um produto audiovisual finalizado, com uma certa duração, para
ser exibido no cinema,...” (A definição está disponível na íntegra em:
http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Filme. E é assim, através dessa técnica, que
fantásticas narrativas, cheias de suspense, amor, aventura, medo, entre outras
emoções, podem chegar as nossas telas, encantando-nos e fazendo com que,
juntamente com as personagens, vivamos o momento da história, pelo menos por
alguns instantes.
REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- Depois de ler a história escrita por Monteiro Lobato e assistir às cenas do filme
Hans Staden, e, sabendo que ambos os textos, o escrito e o fílmico, são
pertencentes ao gênero narrativo, aponte as diferenças e semelhanças que foram
possíveis observar entre eles.
2- No filme predomina a língua tupi. Sabendo que ela poderia ter sido a nossa língua
materna, qual a sua impressão sobre ela?
3- Ao ler o livro de Monteiro Lobato, com certeza, sua mente criou imagens
relacionadas à história. Assistindo as cenas do filme, comente as reações que as
imagens lhe causaram.
4- Você considera a imagem importante para a compreensão da história?
5- A imagem e o som, presentes no texto fílmico, colaboraram para a percepção da
cultura indígena apresentada no filme? Em que cenas isso foi possível?
6- Comparando os dois textos, qual você considera mais adequado para a
compreensão da história de Hans Staden e da cultura indígena? Justifique sua
resposta.
24
O texto citado a seguir pode ser encontrado em “A verdadeira história dos
selvagens, nus e ferozes devoradores de homens” (1548-1555). / Hans Staden;
tradução: Pedro Süssekind. – Rio de Janeiro: Dantes, 2ª ed., 1999. (190 páginas)
HANS STADEN
CAPÍTULO CINQUENTA E UM
REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- Este texto foi escrito pelo próprio Hans Staden, portanto está sendo narrado em 1ª
pessoa. Que marcas encontradas no texto comprovam essa informação?
2- Você acha que uma narração em 1º pessoa torna o texto mais verídico? E no
caso deste texto de Hans Staden, por que podemos afirmar isso?
3- Neste trecho da obra de Hans Staden, é narrado os momentos finais vividos por
ele entre os Tupinambá, quando a nau francesa Catherine de Vatteville aportou em
Niterói. Qual era a intenção da tripulação da nau ao chegar ali?
4- Como conseguiram, aliados à Hans, conquistar a confiança do chefe Abati-
poçanga?
25
5- O que pensava Abati-poçanga quando concordou embarcar a bordo da nau
juntamente com Hans Staden?
6- E a intenção de Hans e os franceses, qual era?
7- “Ducado” era uma moeda antiga, usada em diversos países europeus. No texto,
Hans descreve os objetos entregues aos índios, calculado em aproximadamente
cinco ducados. Considerando o tempo que a nau ficou ancorada e sendo carregada
de mercadorias para que os franceses levassem consigo, que conclusão podemos
chegar em relação aos valores trocados por eles?
8- Apesar dos Tupinambá serem canibais e causarem receio aos outros povos,
através da leitura deste trecho, o que podemos concluir em relação à “esperteza”
deles?
9- Lendo a expressão “escapar da violência dos terríveis indígenas” e observando
hoje, nossa realidade e a realidade indígena, o que você pensa sobre isso? Ser
violento e terrível é apenas comer carne humana? Reflita e compartilhe com a turma
sua opinião.
10- Sendo o filme um texto fictício, mesmo que baseado em fatos reais, e este texto,
segundo Hans Staden, ser um relato do que realmente lhe aconteceu, compare-os.
Quais as diferenças e semelhanças podemos encontrar? O que podemos concluir?
PENSE E RESPONDA!
Se em nossa realidade existisse um portal pelo qual pudéssemos atravessar,
o que você gostaria de encontrar do outro lado?
Você já deve ter ouvido alguém falar: “Isso é um mito”. O que quer dizer essa
expressão?
Leia a definição: Mito significa crença, e através dele procura-se explicar o
mundo e os fatos relacionados à natureza. Essas explicações, geralmente,
têm como base acontecimentos e personagens sobrenaturais. (OLIVEIRA;
CASTRO, 2006)
26
A cultura indígena é rica em mitos e crendices. Em nossa cultura também
ouvimos falar em mitos, os quais compõem o nosso folclore. Quais mitos você
conhece? Como são as histórias das quais eles são personagens?
A seguir, leia a história de Lua, e descubra qual é, para o povo de Lua, o
segredo da chuva. O texto pode ser encontrado em: “O segredo da chuva”/ Daniel
Munduruku. - 1ª edição; 8 impressão - São Paulo: Ática, 2006.
DANIEL MUNDURUKU
CONHECENDO UM POUCO SOBRE O AUTOR...
Daniel Munduruku é um índio da nação Munduruku. É casado e tem
três filhos. Formado em Filosofia pela UNISAL – Lorena, já trabalhou
em escolas públicas e particulares, teve atuação no cinema e
participou de comerciais na tevê. Escreveu vários livros para
crianças e jovens. É diretor-presidente do Instituto Indígena
Brasileiro para Propriedade Intelectual – INBRAPI, que tem por
objetivo defender os povos indígenas brasileiros no que se refere ao
seu patrimônio cultural e conhecimentos tradicionais. Reside em São
Paulo desde 1987. (In: MUNDURUKU, 2004)
27
REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- Neste texto, encontramos personagens fantásticos envolvidos num enredo
também fantástico, cheio de mitos e crendices. Retire do texto exemplo do que
podemos chamar de mito.
2- Lua, o personagem central desta história, em vários momentos mostra ser, dentro
de sua cultura, comum as plantas e animais serem vistos como divindades ou seres
especiais. Retire do texto um trecho que comprove essa informação.
3- Explique por que Lua recebeu esse nome.
4- Algo quebra a harmonia do texto, gerando um conflito. O que é?
5- A partir do momento em que surge o problema, o personagem Lua sente o desejo
de partir de sua tribo em busca de algo. O que ele deseja encontrar?
6- No texto, o pajé explica para Lua como foi criado tudo que existe. Comparando ao
que conhecemos em nossa cultura, existe alguma semelhança com a crença do
povo de Lua?
7- Quem são seus amigos que o ajudam a alcançar o que almeja?
8- Caracterize esses personagens.
9- Acredita-se em um acontecimento contado pelos ancestrais indígenas que,
segundo o texto, marcou a história da humanidade. Que acontecimento é esse?
10- O texto fala em seres alados. Quem eram eles e o que faziam? O que você
pensa sobre a existência desses seres? Em nossa cultura existe alguma crendice
parecida com essa?
11- Por que o Espírito da Chuva, a quem Lua e seus amigos chamavam de avô,
estava bravo com os humanos?
12- O que era preciso que os humanos entendessem para que a chuva pudesse cair
sobre a terra?
28
13- O Espírito da Chuva lançou um desafio à Lua e seus amigos: teriam que lhe
fazer três perguntas, as quais ele não soubesse responder. Quais foram as
perguntas feitas por eles e o que aconteceu?
14- O pajé da tribo ensinou à Lua muitas coisas. Algumas delas foram essenciais
para conseguir seu objetivo. Escreva quando e como esses conhecimentos foram
importantes.
15- Você ouve as histórias contadas pelas pessoas mais velhas de sua família? O
que você acha sobre seguir os conselhos dos mais velhos?
16- Lua, mesmo sendo ainda criança, desejava enfrentar os perigos que o
desafiavam com o intuito de ajudar seu povo que estava sofrendo por falta de chuva.
Você já se sentiu dessa forma, querendo resolver algum problema da humanidade?
Compartilhe com seus colegas sua experiência.
17- Você acha que uma criança pode resolver ou ajudar a resolver problemas que
atingem a humanidade? De que forma isso é possível?
CURIOSIDADES...
Você sabia que em nosso vocabulário utilizamos, a todo o momento, palavras
de origem indígena? Quem nunca usou alguma destas palavras: jacu, urubu,
lambari, piranha, jararaca, sucuri, jabuti, abacaxi, cajá, jenipapo, maracujá...?
Você já ouviu palavras como Tietê, Ibirapuera, Butantã, Guarulhos,
Jabaquara...? Já teve a curiosidade de saber o que elas significam e qual a
sua origem? Essas palavras são de origem indígena, possuem significados
importantes e que nos ajudam a entender um pouco sobre a história desses
povos.
Daniel Munduruku escreveu também o livro “Crônicas de São Paulo, um olhar
indígena”. (Crônicas de São Paulo, um olhar indígena/Daniel Munduruku. São
Paulo: Callis, 2004.) Nesta obra, Daniel Munduruku, mostra-nos como a cultura
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indígena está impregnada nos nomes de lugares em São Paulo e o quanto seus
significados permanecem vivos em nossa história. Neste texto, “Jabaquara”, de
Daniel Munduruku, selecionado do livro citado acima, podemos perceber ele nos
contando, a partir de observações presentes, acontecimentos passados, nos quais
vemos o quanto injusto tem sido o ser humano em suas conquistas.
LUGAR DE ESCRAVOS FUGIDOS
DANIEL MUNDURUKU
CONHECENDO O GÊNERO CRÔNICA
A crônica é uma narrativa curta, de linguagem simplificada e, por surgir do
entrosamento entre a notícia e a ficção, apresenta uma linguagem entre a oral e a
literária, podendo ser séria, crítica, mas também humorística. O número de
personagens é reduzido, a história gira em torno de um único conflito. Foca
acontecimentos reais do dia-a-dia, porém, com o enriquecimento do autor ao fazer
uso de elementos ficcionais. A narração, normalmente, acontece em 1ª pessoa e
apresenta finais não esperados. (OLIVEIRA; CASTRO, 2006)
REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- Explique por que este texto é considerado uma crônica.
2- A partir do seu conhecimento e pela formação da palavra, você sabe explicar o
que é biopirataria?
3- O que o autor quis dizer com “considero a primeira biopirataria da nossa história”?
30
4- “Em troca ganhavam contas de vidros, colares, espelhos e outras bugigangas
com as quais faziam festa”. Explique que festa é essa e o que o autor insinua sobre
a personalidade dos indígenas.
5- E sobre a personalidade dos colonizadores, o que tudo isso nos revela? Em
outros textos já trabalhados nesta unidade, já vimos algo sobre isso. Existe relação
entre as informações dos textos?
6- Segundo o texto, os brancos, quando não conseguiram mais trocar a mão de obra
dos índios por quinquilharias, começaram a considerá-los “preguiçosos, incapazes,
inúteis...” O que você pensa sobre isso, considerando o que temos lido sobre a
colonização do Brasil e os indígenas que aqui moravam?
7- Os negros foram trazidos para o Brasil para substituir a “mão escrava” dos índios,
pois esses começaram a se negar realizá-la. Essa é outra “mancha negra” da nossa
história. Opine sobre o relacionamento do branco com seus semelhantes negros.
8- Os sentimentos dos negros, longe de sua terra, são transmitidos claramente pelo
autor. Retire do texto trechos que demonstrem toda a emoção e angústia sentida
pelos negros que para cá foram trazidos para servir de escravos.
9- Você já ouviu falar em quilombolas? Sabe quem são? O texto nos dá alguma
informação sobre quilombos e quilombolas. A partir dessas informações, procure
definir essas expressões.
10- Explique a relação que existe entre o nome indígena “Jabaquara” e os negros
em seu desejo de liberdade.
11- Com que direito pessoas se apropriam da liberdade de outras, tornando-as
escravas, objetos de trabalho? Reflita sobre isso e compartilhe sua opinião com
seus colegas.
12- E hoje, o que você pensa sobre a escravidão? Ela realmente acabou? Em que
situações da vida contemporânea podemos encontrar escravos e escravas, tentando
fugir em busca de sua liberdade?
13- Apesar de todos os tormentos aqui sofridos, os negros conseguiram resistir e
deixar cravada na cultura do nosso país a sua cultura. Você conhece algumas
31
palavras ou costumes africanos que hoje fazem parte do dia-a-dia dos brasileiros?
Comente-os. Se não souber, faça uma pesquisa sobre a cultura desse povo, o qual
é parte importante da nossa história.
Ainda, a partir da leitura do livro “Coisas de índio” de Daniel Munduruku, os
alunos tem a possibilidade de fazer uma reflexão sobre a cultura indígena,
compreender as diferenças existentes entre a nossa cultura e a deles, compará-las e
assim saber que apesar de diferentes, somos seres humanos que temos sonhos,
amamos, choramos, nos divertimos, cantamos...
O texto pode ser encontrado em “Coisas de índio”./Daniel Munduruku. [vários
ilustradores]. – 1ª ed.; 5ª reimpressão – São Paulo: Callis, 2006.
DANIEL MUNDURUKU
REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- Qual era o seu olhar sobre os indígenas antes da leitura deste livro?
2- Depois de conhecer um pouco sobre a cultura deles, mudou sua opinião sobre
eles? Comente.
3- Quais informações contidas no texto são novas para você e colaboraram para a
formação de um conceito sobre eles?
32
4- Para cada área da vida, os indígenas apresentam um jeito peculiar de viver. O
que podemos perceber, isto é, que diferenças e semelhanças existem entre o modo
de vida deles e o nosso?
5- Quais informações sobre os hábitos e costumes dos indígenas, lidos no livro,
chamaram-lhe mais a atenção?
6- Existem motivos para que os povos indígenas se envergonhem da situação vivida
por eles? Compartilhe sua opinião.
7- Por serem os indígenas os primeiros povos a habitarem o país, e vendo a
situação em que estão hoje, você acha coerente a forma em que vivem e são
tratados?
8- Lendo as informações sobre eles, você acha importante que toda essa cultura
seja respeitada e valorizada, e que, principalmente, os indígenas sejam amados e
respeitados como seres humanos que possuem tantos direitos e deveres quanto nós
possuímos? Comente.
9- Você acha importante os povos buscarem conservar seus costumes, incentivando
as gerações futuras a valorizarem a sua cultura?
10- Mais que a valorização da cultura, é necessário que sejam valorizados os seres
humanos pertencentes às diferentes culturas. Comente como vê isso em nossa
sociedade e compartilhe sua opinião com todos.
11- A partir do que temos conhecido sobre a história do Brasil e seus primeiros
habitantes, o que você pensa sobre o direito de posse às terras, além de muitos
outros, tão almejados pelos povos indígenas? Comente, com informações do texto,
como está a situação deles quanto a isso e que atitudes nós temos que ter para que
os indígenas possam apropriar-se de uma vida digna?
12- Você acha que para respeitarmos a cultura do outro é necessário fazermos parte
dela ou agirmos de acordo com ela? Comente.
13- Você já sabia que no Paraná existe povo indígena? Comente o que sabe sobre
eles e faça uma pesquisa, buscando mais informações.
33
14- Agora, faça cartazes, relacionando, dentre os costumes indígenas, os que lhe
chamaram mais a atenção e que precisam ser divulgados, para que possam ser
compartilhados com toda a comunidade escolar.
Relacionando os temas discutidos nos textos de Daniel Munduruku e na
história de Hans Staden, observe a foto a seguir, e reflita sobre as influências do
homem branco sobre o indígena. Disponível em:
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/2010/historia/agosto/in
dio_camera.jpg. Acesso em 09/02/2011.
1- O que você vê na fotografia?
2- Identifique, na foto, marcas que caracterizam a cultura indígena.
3- O uso da filmadora pelo índio nos denuncia algo: o domínio do homem branco
sobre o índio e sua cultura. Comente.
4- Que situações os índios têm enfrentado em nossos dias que comprovam essa
repreensão cultural?
5- Você acredita que o homem branco também tem sofrido influências do povo
indígena? Comente de que forma isso tem acontecido.
6- Falamos muito em preconceitos. De que forma o preconceito está presente em
nossa sociedade e como ele tem atingido aos indígenas e sua cultura?
34
TERCEIRO MÓDULO
PENSE E RESPONDA!
Você já agiu ingenuamente diante de alguém ou de alguma situação?
Existem pessoas que se aproveitam da ingenuidade de outras para tirar
vantagens sobre elas. O que você pensa sobre isso?
Leia a história de Chapeuzinho Vermelho, escrita por Charles Perrault e faça
sua conclusão sobre o assunto.
O texto está disponível em: http://www.consciencia.org/chapeuzinhovermelho-
fabula-conto-infantil-de-perrault. Acesso em 27/06/2011.
CHAPEUZINHO
VERMELHO
CHARLES PERRAULT
35
A imagem está disponível em:
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/arquivos/File/imagens/5portugues/7chapeu_v
ermelho.jpg.
CONHECENDO UM POUCO SOBRE O AUTOR...
Charles Perrault, escritor francês do século XVII, é considerado o
Pai da Literatura Infantil por ter sido o precursor dos contos de fadas.
Entre suas histórias mais conhecidas está “Chapeuzinho Vermelho”.
(Disponível em: http://www.pt.wikipedia.org/wiki/Charles_Perralt.)
36
CONHECENDO O GÊNERO CONTO
“O conto é uma narrativa literária muito semelhante à novela e ao romance. A
grande diferença está no seu tamanho: apresenta poucos personagens, situados em
apenas um ambiente, vivenciando uma única situação”. (OLIVEIRA; CASTRO; 2006,
p. 74)
Os contos tradicionais são de tradição oral, não apresentam autor, e sim,
escritores que os recolheram da tradição oral e os adaptaram para a escrita. Seus
temas são universais, envolvendo em suas narrativas características relacionadas
ao comportamento comum ao ser humano em geral, inclusive disputa entre fraco e
forte, rico e pobre. O narrador se apresenta impessoal. O tempo e o lugar são
indeterminados. Seus heróis e heroínas enfrentam perigos, o bem sempre vence o
mal, tendo certamente um final feliz. Nos contos de fadas, a ação mágica é que leva
à solução do conflito. Os contos modernos têm um autor, apresentando uma
linguagem própria dele, reproduzindo, às vezes, a linguagem popular. A narração é
feita em 1ª ou 3ª pessoa. É uma narrativa curta e com número resumido de
personagens, os quais apresentam características bem mais complexas. A
linguagem é simplificada, com mínimas descrições e reduzidas ações. Há a
predominância de diálogos, o que é comum, também, aos contos tradicionais.
(OLIVEIRA; CASTRO, 2006)
REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- Este é um conto tradicional de Charles Perrault. Você já deve ter lido ou ouvido
outras versões da história. Faça uma comparação entre elas.
2- Podemos encontrar, neste conto, os elementos da narrativa em sua estrutura.
Identifique-os.
3- Por que alguns animais do texto, inclusive o lobo, são considerados
personagens?
4- Explique por que a menina tinha esse nome.
37
5- Qual foi a situação que levou a narrativa ao desequilíbrio?
6- Quanto ao desfecho, aconteceu algo surpreendente ou somente o que já era
esperado? Explique.
7- Podemos considerar que Chapeuzinho foi desobediente? Explique.
8- Analisando as ações de Chapeuzinho Vermelho, o que podemos concluir sobre
ela?
9- E o lobo, caracterize-o, também segundo suas ações.
10- O texto não revela muito sobre a mãe e a avó de Chapeuzinho. A partir das
informações do texto e das ações relacionadas a elas, imagine como elas são e faça
uma descrição sobre cada uma, incluindo características psicológicas.
11- Você atravessaria uma floresta, sozinho(a), sabendo que um lobo perigoso
poderia lhe atacar a qualquer momento? A partir de sua resposta, comente a
situação encontrada no texto.
12- Hoje em dia, mesmo não vivendo em florestas e rodeados por lobos, quais os
tipos de “lobos maus” podemos encontrar pelo caminho?
PENSE E RESPONDA!
Com certeza, todos nós já ouvimos a expressão “as aparências enganam!” O
que ela significa?
Você já viveu alguma situação em que alguma “aparência” tenha lhe
enganado? Comente se for possível.
FILME: DEU A LOUCA
NA CHAPEUZINHO
38
REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- Neste filme, temos uma narrativa com características dos contos modernos.
Relacione-as, fazendo uma comparação com o conto tradicional de Charles Perrault.
2- Existe, neste filme, uma variedade de personagens. O que você achou? Quanto a
isso e comparando os dois textos, o escrito e o fílmico, qual ficou mais interessante?
3- Podemos perceber diferenças marcantes nas personagens que são comuns aos
dois textos. Relacione as diferenças quanto a:
Chapeuzinho Vermelho:
Vovó:
Lobo:
Caçador:
4- O enredo do filme também é bastante diferenciado do conto tradicional. Comente
o que observou sobre a apresentação, o conflito, o clímax e o desfecho do filme.
5- O que o título do filme nos sugere? Ele apresenta relação com a história?
Explique.
6- O filme apresenta algumas temáticas bastante discutidas atualmente, como
desmatamento, queimadas, evasão escolar e trabalho infantil. O que você achou da
forma como elas foram abordadas?
7- Em nossa região, você sabe qual têm sido o olhar para esses temas? O que
poderia ser feito para melhorar a situação?
8- Normalmente os vilões das histórias têm aparência terrível e assustadora. E
quanto a essa história, o que aconteceu? Você esperava por isso?
9- Quanto ao desfecho, o que mais lhe surpreendeu? Comente.
10- Quais marcas do texto, além das já mencionadas em relação às personagens,
caracterizam a modernidade presente no filme?
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11- As crianças costumam confiar nos adultos com os quais convivem. Em que
momento do filme Chapeuzinho percebe que estava sendo ingênua quanto a essa
confiança? Você já esteve em situação semelhante a dela? Como se sentiu?
12- Quanto a ingenuidade apresentada pelas duas meninas, em que se
diferenciam?
13- É possível afirmar que as crianças de hoje em dia são mais espertas e críticas?
O que o leva a pensar assim? Compartilhe sua resposta com seus colegas.
14- Quais os perigos que estão sujeitas as crianças e também os adultos que, em
nossos dias, agem como a Chapeuzinho de Charles Perrault?
15- Quais contos infantis são mencionados? Se eles fossem contados seguindo as
características deste filme, como você acha que as histórias seriam? Escolha um
dos contos tradicionais e escreva uma história bem moderna para ele.
PENSE E RESPONDA!
Quando ouvimos falar em princesas e príncipes, imaginamos pessoas lindas,
ricas, morando em castelos maravilhosos, com muitos criados para servi-los,
e, principalmente, vivendo felizes para sempre. Por que fazemos essa
imagem deles?
Será que em nossos dias, ainda existem pessoas que esperam por príncipes
e princesas encantadas?
Assista ao filme Shrek e encontre um jeito diferente de ser príncipe e
princesa.
40
REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- Quais os elementos comuns aos contos de fadas e que estão presentes no filme?
2- Algumas cenas deste filme nos lembram um conto de fada tradicional. Que conto
é esse? Quais as semelhanças e diferenças entre os dois textos?
3- Por que as personagens dos contos fantásticos estavam sendo recolhidos no
filme? Explique o sentido disso na história.
4- Shrek é um ogro. O que você sabe sobre os ogros?
5- Nos contos tradicionais, o príncipe procura salvar a princesa, enfrentando muitos
perigos para se casar com ela. E quanto a esta história, o que aconteceu?
6- Quanto ao Shrek, quais as ações que o distanciam dos heróis dos contos
tradicionais? Comente sua opinião sobre elas.
7- Quem são as personagens que colaboram com os protagonistas. O que se
percebe, comparando-as com as personagens mágicas dos contos de fadas?
8- Existe, no filme, cenas que revelam um romantismo em Shrek. Descreva-as.
9- A expressão “o amor é cego” tem alguma relação com esta história? Justifique
sua resposta.
10- O que aconteceu com Fiona após ser beijada por Shrek?
11- Você acha que o amor pode moldar as pessoas? Explique.
12- É possível presenciar cenas de preconceito no filme. Em quais momentos isso
acontece?
13- Você acha que sofrer preconceitos amarga as pessoas? Comente sobre o
assunto, relacionando às atitudes de Shrek.
14- Existem muitos formas de ser diferente. Relacione algumas dessas formas.
15- Muitos desrespeitam as pessoas por serem ou agirem diferente da maioria.
Comente sobre essas atitudes, considerando a realidade vivida em sua comunidade.
41
PENSE E RESPONDA!
Você já teve ideias?
Quando você as têm, gosta de compartilhá-las com os outros?
Para quem você gosta de contá-las?
Já pensou em guardar suas idéias só para você e ninguém mais?
Leia o texto de Marina Colasanti e aprenda o quanto é importante
partilharmos nossas idéias.
O texto pode ser encontrado em “Uma ideia toda azul”. / Marina Colasanti
[ilustrações da autora] – 23ª ed. – São Paulo: Global, 2006. Páginas 29 à 33.
42
Marina Colasanti
CONHECENDO UM POUCO SOBRE A AUTORA...
REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- A história fala de um Rei que teve uma ideia, mas não revela qual seria essa
ideia. O que você imagina sobre ela?
2- Qual situação causou o desequilíbrio no texto?
3- Você já teve alguma ideia e que receou perdê-la?
4- Como alguém pode roubar uma ideia?
5- O Rei e sua ideia brincavam muito. Como pode alguém brincar com suas idéias?
6- Para você, por que a cor da ideia era azul?
7- Por medo de perdê-la, o Rei guardou-a muito bem guardada. Descreva o caminho
percorrido pelo Rei até o lugar onde a trancou.
8- Por que o corredor onde estava a sala na qual a ideia foi colocada se chamava
Corredor das Salas do Tempo? Que tipo de “salas” você imagina que poderiam
existir ali?
9- Por que ele escolheu guardar a ideia na Sala do Sono?
Marina Colasanti é natural de Asmara, na Etiópia (hoje Eritreia). Foi aluna
da Escola Nacional de Belas Artes e editora e cronista na imprensa. Já
traduziu dezenas de livros e também publicou muitos outros de poesia e
prosa. Envolvendo personagens fantásticos, seus contos possibilitam, à
pessoas de qualquer idade, reflexões profundas sobre o comportamento
humano. (In: COLASANTI, 2006)
43
10- O que você pensa sobre a atitude do Rei?
11- Você já deixou alguma ideia adormecida? Quando você a acordou, ainda teve
tempo de usá-la?
12- Muitas pessoas deixam boas idéias para usar amanhã. O que você pensa sobre
isso?
13- No texto de Marina Colasanti, referindo-se ao Rei, ela escreveu que ele
“envelhecia sem perceber diante dos educados espelhos reais que mentiam a
verdade”. Enquanto isso, na Sala do Sono, a ideia continuava “jovem, tão jovem,
uma ideia menina.” O que podemos perceber com isso?
14- Ao acabar seu tempo, seus ministros simplesmente o libertaram do trono e foi
retirada sua coroa. Você acha que, se o Rei tivesse aproveitado sua ideia enquanto
tinha vigor e força para governar, poderia ter feito algo para mudar sua realidade?
Reflita sobre isso e compartilhe sua opinião.
15- Você acha que existem pessoas que guardam suas idéias e não as usam para
melhorar o mundo?
16- Através de boas idéias grandes realizações são feitas. O que seria de nosso
mundo se os inventores, cientistas, pesquisadores, enfim, se os homens da nossa
história que tiveram grandes idéias as tivessem levado para a Sala do Sono? Reflita
e compartilhe sua opinião.
17- E nós, o que devemos fazer para que nossas idéias possam fazer a diferença na
história da humanidade?
18- Então, pense em algo que poderia ser feito para melhorar o mundo e elabore um
pequeno texto para que sua ideia possa ser compartilhada com todos.
PENSE E RESPONDA!
Você já deve ter ouvido a expressão que diz: “mais vale uma verdade amarga
do que uma doce mentira”. Comente sobre essa afirmação e logo após leia o
texto de Marina Colasanti.
44
O texto citado abaixo pode ser encontrado em “Uma ideia toda azul”. / Marina
Colasanti [ilustrações da autora] – 23ª ed. – São Paulo: Global, 2006. Páginas: 57 à
61.
MARINA COLASANTI
REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- Esta história já se inicia com um problema. Qual é?
2- O que é feito para resolvê-lo?
3- Você sabe quem são os gnomos? Em que histórias costumam aparecer esses
personagens e qual a atuação deles?
4- O rei e o gnomo fizeram um trato. Qual foi?
5- “Tendo asas e, desejando, poderia aproveitar seu parentesco com as abelhas
para fabricar, no ouvido real, alguma cera e um pouco de mel.” O que o mel
representa para você? E qual o sentido disso nesta história?
45
6- O texto nos diz que o rei e o gnomo tornavam-se cada dia mais bondosos e que
essa foi a causa da primeira mentira. De que forma a bondade pôde levá-los a
mentir?
7- Será que em nossa realidade podemos enfrentar situações onde exista relação
entre a bondade e a mentira? Comente.
8- Por causa da cera e do mel, surge outro problema na história. Qual é?
9- Por que o rei passou a ouvir duas notícias?
10- “De um lado o mel escorria”. Como você imagina que eram as notícias recebidas
pelo rei em seu ouvido direito?
11- “Do outro lado chegavam as preocupações, as tristezas e todos os ventos maus
pareciam soprar à esquerda da sua cabeça”. Qual a razão de, no lado esquerdo,
serem essas as notícias recebidas pelo rei?
12- A cera cobre as imperfeições. Como isso pode ser compreendido neste texto de
Marina Colasanti?
13- Existe um ditado popular, o qual diz que “a verdade dói”. Você concorda com
ele? Qual a relação entre o ditado popular e o texto?
14- “Obediente, o gnomo voou para o lado esquerdo e, aproveitando seu parentesco
com as abelhas, fabricou algum mel, e abundante cera, com que tapou para sempre
o ouvido do rei”.
O que a palavra “obediente” revela sobre a personalidade do rei?
E a expressão “abundante cera”, nos revela algo sobre o comportamento do
gnomo? Explique.
15- O gnomo, neste texto, representa um amigo do rei. O que você pensa sobre a
amizade deles?
16- O gnomo pode ser considerado um amigo verdadeiro do rei? Justifique sua
resposta.
17- Como você imagina que deve ser um amigo verdadeiro?
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PENSE E RESPONDA!
Você acha possível alguém ser feliz para sempre?
Podemos ser felizes mesmo enfrentando problemas e preocupações?
Será que podemos encontrar a felicidade se vivermos alienados, distantes da
realidade que nos cerca?
O texto citado abaixo pode ser encontrado em “História meio ao contrário”/
Ana Maria Machado. [ilustrações de Humberto Gumarães]. – 24ª ed.; 6ª impressão –
São Paulo: Ática, 2002.
ANA MARIA MACHADO
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CONHECENDO UM POUCO SOBRE A AUTORA...
REFLETINDO SOBRE O TEXTO...
1- O que há de diferente nesta história, comparando-a com outros contos de fadas?
2- Justifique o título da história.
3- Quem são as personagens do texto?
4- A partir das características das personagens, faça uma comparação entre elas e
as personagens dos contos de fadas tradicionais. O que você observou?
5- Qual foi o problema que causou o desequilíbrio na história?
6- O problema só apareceu porque o Rei deixou de fazer o que era seu costume e
agiu diferente. Você acha que vale a pena sairmos da monotonia, de vivermos
acomodados e aceitando as coisas como elas são, sem questioná-las, mesmo que
para isso tenhamos alguns problemas ou obstáculos a resolver? Justifique.
7- A partir do trecho que descreve o olho do Dragão Negro, a quem foi atribuída a
culpa, explique quem era ele. A que fenômeno natural esse trecho se refere?
8- Qual a solução ordenada pelo Rei para que o problema fosse resolvido?
9- O que aconteceria com o povo se o Dragão Negro realmente fosse destruído?
Ana Maria Machado é uma escritora carioca. Foi professora e jornalista. É
também autora de dezenas de livros direcionados ao público infantil e
adulto. Tem obras traduzidas em países da Europa e da América, sendo
uma das escritoras brasileiras que mais receberam prêmios, até mesmo
internacionalmente. Foi contemplada, em 2000, com o prêmio Hans
Christian Andersen, o que equivale ao prêmio Nobel da literatura infantil.
(In: MACHADO, 2002)
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10- A pastora é a principal representante do povo. Ela tem uma personalidade forte
e decidida e age em favor do povo. Comente sobre a atuação dela na história.
11- Ao se referir ao Gigante no trecho “...Deitado eternamente...” o texto nos remete
ao Hino Nacional Brasileiro. Quem é, neste caso, o Gigante adormecido que precisa
ser acordado?
12- Qual a importância do Gigante para a história?
13- Relacionando-o ao Brasil, o que representa a atitude do gigante e do povo para
nossa realidade social e política? O que significa acordá-lo?
14- “Todos trabalhando juntos. Sem desencontro. E logo tudo fica pronto para o
grande confronto.” Você acredita que todos unidos podemos adquirir força de
gigante para enfrentar os problemas que a vida em sociedade nos apresenta?
Comente e justifique sua opinião.
15- Existe outro momento em que expressões nos remetem ao hino nacional.
Identifique-as. Qual seria a intenção da autora ao mencioná-las?
16- A expressão real é usada para referir-se à realeza (Reis, Rainhas, Príncipes e
Princesas). Porém, no texto, essa expressão aparece, exageradamente, em vários
momentos. Como podemos interpretá-la?
17- Quanto à fala do Gigante: “Ah, a real ignorância”, que intenção podemos
identificar nela?
18- O texto foi escrito em prosa, porém em alguns trechos percebe-se a presença de
rimas. Por que nesses trechos o texto foi escrito dessa forma?
19- Nos contos tradicionais a princesa sempre aceita as condições do casamento,
apaixonando-se pelo príncipe sem mesmo conhecê-lo. O que aconteceu nesta
história? O que você achou do comportamento da princesa?
20- E quanto ao príncipe, o que suas atitudes revelam sobre ele? O que você pensa
sobre isso?
21- O que você faria se estivesse no lugar do príncipe e da princesa? Justifique.
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22- O que levou a pastora e o príncipe a se apaixonarem? Que conclusões podemos
chegar a partir desse desfecho?
23- Vemos nesta história que a decisão do Rei nem sempre é a melhor. Que
reflexão podemos fazer, a partir disso, sobre a nossa realidade política? Será que é
possível pela inteligência e pelo bom senso, o povo influenciar nas decisões dos
grupos dominantes? Compartilhe sua opinião com os colegas.
24- Segundo o texto, a felicidade do Rei, da Rainha e da Princesa só estava sendo
possível graças à sorte e muita esperteza que eles tinham. Diante de tantos
problemas enfrentados em nossa sociedade atualmente, sejam eles, doenças,
desemprego, crianças abandonadas, entre outros, é possível acreditar que
simplesmente a sorte pode garantir a felicidade para sempre? Comente.
25- E quanto à esperteza, de que forma podemos usá-la para sermos felizes? É
possível conciliar os problemas de forma que possamos ser felizes e também fazer
os outros felizes?
FINALIZANDO COM O SARAU LITERÁRIO
O sarau literário consiste em apresentar, na prática, o resultado das reflexões
realizadas durante as atividades de leitura dos textos deste material. Para isso, os
alunos devem ser organizados em equipes e as tarefas devem ser distribuídas
seguindo as seguintes etapas:
Recitação de um trecho do texto da literatura de cordel: José João e João
José, os dois heróis sertanejos, de Francisco Sales Arêda, observando e
enfatizando a linguagem do texto e o ritmo.
Apresentação da cena em que Hans Staden foi capturado pelos índios e
levado à aldeia para se tornar comida deles.
Representação do momento em que Lua e seus amigos encontram-se com o
Espírito da Chuva.
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A partir da versão moderna de Chapeuzinho Vermelho no filme “Deu a louca
na Chapeuzinho”, fazer a encenação do momento em que Chapeuzinho entra
na casa da avó e encontra o lobo deitado na cama, e começa a questioná-lo.
Exposição dos acrósticos produzidos pelos alunos.
Exposição dos cartazes confeccionados, contendo informações importantes
sobre a cultura indígena para serem fixados na sala durante a realização do
sarau literário.
Exposição dos contos modernos criados pelos alunos durante as atividades
relacionadas ao filme “Deu a louca na Chapeuzinho”.
Exposição das ideias elaboradas pelos alunos durante as atividades
relacionadas ao texto “Uma ideia toda azul” de Marina Colasanti.
REFERÊNCIAS
ARÊDA, F. S. José João e João José, os dois heróis sertanejos. In: SILVA, G. F. (organização e curadoria). 100 cordéis históricos segundo a Academia Brasileira de Literatura de Cordel. – Mossoró: Queima-Bucha, 2008. Páginas: 407 à 411.
CAMELO, J. O Romance do Pavão Misterioso. In: SILVA, G. F. (organização e curadoria). 100 cordéis históricos segundo a Academia Brasileirade Literatura de Cordel. – Mossoró: Queima-Bucha, 2008. Páginas: 211 à 215.
CANDIDO, A. A literatura e a formação do homem. Ciência e Cultura. São Paulo, Vol. 4, n.9, PP. 803-809, set/1972.
COLASANTI, M. As notícias e o mel. In: _________. Uma ideia toda azul. / Marina Colasanti [ilustrações da autora] – 23ª ed. – São Paulo: Global, 2006. Páginas: 57 à 61.
COLASANTI, M. Uma ideia toda azul. In: _________. Uma ideia toda azul. / Marina Colasanti [ilustrações da autora] – 23ª ed. – São Paulo: Global, 2006. Páginas 29 à 33.
KANBAR, M.; EDWARDS, C. Deu a louca na Chapeuzinho. [Filme – DVD]. Produção: Maurice Kanbar; Direção: Cory Edwards. EUA: Kanbar Entertainment, 2005. Longa-metragem. Gênero: Animação. Duração: 80 minutos. Cor, som.
KLEIMAN, A. B. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In: ________. Os Significados do Letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita – Campinas, SP: Mercado de Letras, 1995. Coleção Letramento, Educação e Sociedade.
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LOBATO, M. Aventuras de Hans Staden/ Monteiro Lobato; Ilustrações de capa e miolo: Manoel Victor Filhol. – 32ª ed. – São Paulo: Brasiliense, 1997.
MACHADO, A. M. História meio ao contrário. [ilustrações de Humberto Guimarães] – 24ª ed.; 6ª impressão – São Paulo: Ática, 2002.
MUNDURUKU, D. Coisas de índio. [vários ilustradores]. – 1ª ed.; 5ª reimpressão – São Paulo: Callis, 2006.
MUNDURUKU, D. Jabaquara, lugar de escravos fugidos. In: ___________. Crônicas de São Paulo: um olhar indígena. /Daniel Munduruku. São Paulo: Callis, 2004.
MUNDURUKU, D. O segredo da chuva. Ilustrações de Marilda Castanha. – 1ª ed.; 8ª impressão – São Paulo: Ática, 2006.
OLIVEIRA, J. B.; CASTRO, J. C. J. Usando textos na sala de aula: tipos e gêneros textuais. Belo Horizonte: Alfa Educativa, 2006.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa dos anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba, 2008.
PEREIRA, L. A. Hans Staden. [Filme – DVD] – Direção: Luiz Alberto Pereira. Brasil/Portugal: Lupfilme Brasil, 1999. Longa-metragem; Idioma original: tupi, português, alemão. Gênero: Drama. Duração: 92 minutos Cor, som.
ROJO, R. Letramentos Múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
SANTOS, C.C.S.; SOUZA, R.J. A leitura da literatura infantil na escola. In: SOUZA, R. J. (org.) Caminhos para a formação do leitor.– 1. Ed. – São Paulo: DCL, 2004.
STADEN, H. A verdadeira história dos selvagens, nus e ferozes devoradores de homens (1548-1555). / Hans Staden; tradução: Pedro Süssekind. – Rio de Janeiro: Dantes, 2ª ed., 1999. (190 páginas)
WARNER, A.; WILLIAMS, J. H.; KATZENBERG, J.; ADAMS, A.; JENSON, V. Shrek. [Filme – DVD]. Produção: Aron Warner; John H. Williams; Jeffrey Katzenberg; Direção: Andrew Adamson; Vicky Jenson. EUA: Dreamworks Pictures, 2001. Longa-metragem, baseado no livro de William Steig. Gênero: Animação. Duração: 90 minutos. Cor, som.
ZAPPONE. M.H.Y. Modelos de letramento literário e ensino da literatura: problemas e perspectivas. In: Revista teoria e prática da educação. Vol.3, nº10, 2007.
Sites utilizados:
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http://www.youtube.com/watch?v=yav978HW6JA. Acesso em 15/06/2011.