olho de pavão

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ficha técnica 19 Sintomas de olho de pavão em folhas. O olho de pavão é a doença mais comum do olival e pode causar queda intensa das folhas das oliveiras. Pode também atingir e provocar a depreciação e queda dos frutos. Algumas variedades mais adaptadas às condições locais de cada região, podem tolerar a doença. OLHO DE PAVÃO (Spilocaea oleagina (Castagne) Hughes) u oliveira sensíveis à doença; udesequilíbrios de nutrição, sobretudo falta de potássio e cálcio, e excesso de vigor das árvores (por excesso de adubação azotada); u formas de condução e podas das árvores (copas fechadas, com deficiente arejamento); ucompassos de plantação apertados (como no caso das novas plantações de olivais intensivos e semi-intensivos); u solos ácidos e mal drenados; u excesso de rega em olivais de regadio, com uso de aspersores e micro-aspersores, que originam uma atmosfera de permanente humidade no olival; ucondições meteorológicas favoráveis: uestado sanitário geral do olival (árvores doentes, debilitadas por podas violentas, olivais com ervas altas, etc.) . existência (e introdução) de variedades de Consideram-se condições favoráveis à doença: Sintomas de olho de pavão em frutos Autor: C. Coutinho Ag. Tec. Agrícola Divisão de Protecção e Controlo Fiossanitário Propriedade: D.R.A.P.N. Edição e distribuição: Núcleo de Documentação e Relações Públicas Primeira edição: Dezembro 2008 I.S.B.N.: 978-989-8201-12-6 > humidade relativa do ar próxima dos 100%; > neblinas e nevoeiros; > folhas molhadas durante elevado número de horas; > temperatura entre 10 e 25 º C (óptimo entre 18 e 21º C).

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Page 1: olho de pavão

f i c h atécnica 19

Sintomasde olho de pavãoem folhas.

O olho de pavão é a doença mais comum do olival e pode causar queda intensa das folhas das oliveiras. Pode também atingir e provocar a depreciação e queda dos frutos. Algumas variedades mais adaptadas às condições locais de cada região, podem tolerar a doença.

OLHO DE PAVÃO(Spilocaea oleagina

(Castagne) Hughes)

uoliveira sensíveis à doença;

udesequilíbrios de nutrição, sobretudo falta de

potássio e cálcio, e excesso de vigor das

árvores (por excesso de adubação azotada);u formas de condução e podas das árvores

(copas fechadas, com deficiente arejamento);ucompassos de plantação apertados (como no

caso das novas plantações de olivais

intensivos e semi-intensivos);u solos ácidos e mal drenados;u excesso de rega em olivais de regadio, com

uso de aspersores e micro-aspersores, que

originam uma atmosfera de permanente

humidade no olival;ucondições meteorológicas favoráveis:

uestado sanitário geral do olival (árvores

doentes, debilitadas por podas violentas,

olivais com ervas altas, etc.) .

existência (e introdução) de variedades de

Consideram-se condições favoráveis à doença:

Sintomas de olho de pavão

em frutos

Autor:C. CoutinhoAg. Tec. Agrícola

Divisão de Protecção e Controlo Fiossanitário

Propriedade: D.R.A.P.N.

Edição e distribuição:

Núcleo de Documentação

e Relações Públicas

Primeira edição: Dezembro 2008

I.S.B.N.: 978-989-8201-12-6

> humidade relativa do ar próxima dos 100%;

> neblinas e nevoeiros;

> folhas molhadas durante elevado número de horas;

> temperatura entre 10 e 25 º C (óptimo entre 18 e 21º C).

Page 2: olho de pavão

O fungo que provoca a doença hiberna em folhas infectadas na árvore e nas folhas caídas no chão. Quando as condições são favoráveis, originam-se novas infecções, que se desenvolvem e produzem os sintomas típicos da doença ► manchas circulares na página superior das folhas, com zonas concêntricas, de coloração castanha e bordos amarelados. Quando a doença evolui, as manchas adquirem uma cor escura.

A duração do período de incubação da doença, entre a entrada do fungo na planta e o aparecimento dos primeiros sintomas, é muito variável, podendo oscilar entre 2 a 15 semanas, conforme a temperatura, a humidade relativa do ar, a variedade da oliveira e a idade da folha (folha ainda tenra ou já endurecida).

Em zonas com quantidades elevadas de inóculo (agente de infecção da doença), a Primavera é uma época especialmente crítica para as infecções. Se neste período se verificar tempo fresco e chuvoso, conjugado com abundância de inóculo e existência de folhas novas (não protegidas por fungicidas e mais sensíveis a infecções), poderão ocorrer infecções graves. Estas infecções permanecem latentes durante o Verão sem produzir queda de folhas e constituem a principal fonte de inóculo para as infecções de Outono Inverno.

Biologia e Sintomas:

Luta cultural fertilização racional, condução e podas que favoreçam a ventilação e arejamento da copa das árvores, utilização de variedades poucos sensíveis ou tolerantes à doença, utilização de formas de rega que não molhem a folhagem.

Luta química utilização de fungicidas homologados (conforme indicação das Estações de Avisos), Estes tratamentos têm carácter preventivo, tendo o cuidado de cobrir com a calda toda a árvore, e em especial as partes inferior e interior da copa.

Em Protecção Integrada, recomenda-se observar 20 folhas em cada árvore em 20 árvores ao acaso e:

► fim de Março - Abril - variedades sensíveis - fazer o primeiro tratamento, no início vegetativo, quando 5 a 10% das folhas tiverem manchas.

variedades pouco sensíveis ou tolerantes: não tratar

► Verão - variedades sensíveis - fazer o primeiro tratamento, quando 10% das folhas tiverem manchas.

variedades pouco sensíveis ou tolerantes: tratar quando 30 a 40% das folhas tiverem manchas

Nota: no Verão, o diagnóstico tem de ser feito em Laboratório, pois as manchas não são visíveis a olho nú

► no fim de Verão - Outubro - variedades sensíveis - fazer o primeiro tratamento, quando 10% das folhas tiverem manchas.

variedades pouco sensíveis ou tolerantes: tratar ao aparecimento das primeiras manchas esporuladas (manchas mais escuras: castanho-negro)

Ataques severos podem provocar desfoliações intensas e enfraquecimento da árvore, impedindo a diferenciação f loral e portanto, diminuindo drasticamente a produção. Os ramos mais baixos são os mais atacados, uma vez que a doença se propaga da parte superior da copa para baixo.

Os frutos atacados apresentam zonas necrosadas na casca, onde o crescimento pára, originando deformações e atrasos na maturação. No pedúnculo da azeitona surgem manchas cinzentas alongadas, há interrupção na circulação de seiva, ficando o fruto engelhado, seco e mumificado, acabando por cair. Em resumo, o olho de pavão provoca a queda das folhas, diminuição do vigor das árvores, diminuição da produção de flores, queda precoce de frutos e consequente baixa de produção, em quantidade e qualidade (azeites ácidos e mais pobres em gordura).

Prejuízos:

São recomendados osseguintes meios de luta:

Sensibilidade de algumas variedades de oliveira ao olho de pavão

Picual, Cornicabra, Cordovil de Serpa,Negrinha, Madural, Redondil,Carrasquenha de Elvas, Maçanilha,Conserva de Elvas

Gordal, Cobrançosa

Galega vulgar, Cobrançosa

POUCO SENSÍVEIS

MEDIANAMENTE SENSÍVEIS

SENSÍVEIS

FONTES: Gomes, H. B. & Cavaco, M. Protecção Integrada da Oliveira/ Lista de produtos fitofarmacêuticos e n.e.a./ DGPC/ Oeiras/ 2003; Cavaco, M, Sismeiro, R. & Guerra, M. Métodos de previsão e evolução dos inimigos das culturas - Olival, DGPC, Oeiras, 2006; Torres, Laura (coord.) Manual de Protecção Integrada do Olival, Vila Real, 2007.

FOTOS: sintomas nas folhas: C. Coutinho/DRAPN; sintomas nos frutos: Palmira Marques/ DGADR