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FICHA PARA CATÁLOGO
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: A Importância da Família no Processo de Educar
Autor Profª PDE 2010 Márcia das Graças Osório Rodrigues
Escola de Atuação Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco- Ensino Médio e Normal
Município da escola SANTA HELENA - PR
Núcleo Regional de Educação TOLEDO PR
Orientador Professora Doutora Carmen Célia B. Correia Bastos
Instituição de Ensino Superior UNIOESTE - CASCAVEL
Disciplina/Área (entrada no PDE) PEDAGOGIA
Produção Didático-pedagógica Produção Didática - Caderno Pedagógico
Público Alvo
Professores, alunos e pais dos alunos de primeiras séries, do Ensino Médio
Localização Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco – Ensino Médio e Normal – Rua Minas Gerais – Santa Helena- PR Fone 45 3268 2726
Apresentação:
Este trabalho surgiu do questionamento sobre a importância ou não da família no processo do educar, para garantir um bom desempenho, evite a reprovação e a evasão escolar. Os objetivos dentre outros é compreender de que forma se da à participação da família como parte do processo de ensino- aprendizagem, investigar as relações entre o envolvimento da família com a vida escolar e a aprendizagem no ensino, analisar a percepção da família, do seu papel, no desempenho escolar de seus filhos, fazer uma reflexão sobre suas responsabilidades, bem como evidenciar-lhes que a instituição escolar é sua aliada nessa tarefa. Finalmente instigar aos educadores a necessidade de estudar constantemente a relação da família com o processo de educar. Através de reuniões e grupos de estudo com pais, alunos, professores e
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equipe pedagógica do Colégio, a proposta deste estudo é justamente encontrar instrumentos que fundamentem e auxiliem na aproximação da família e da escola, para evitar ou erradicar a evasão escolar e os baixos índices de repetência. Instrumentalizar os envolvidos a acompanhar o desenvolvimento do aluno, objetivando a aprendizagem, bem como inserir no PPP, ações que se tornem políticas que sustentem e garantam essa relação Família e Escola.
Palavras-chave Família; Escola; Processo de educar.
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A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE EDUCAR PRODUÇÃO DIDÁTICA CADERNO PEDAGÓGICO PDE 2010 Produção didático-pedagógica apresentada à Secretaria de Estado da Educação – SEED/PARANÁ, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2010 – Área Pedagogia, sob a orientação da Professora/Doutora: Carmen Célia B. C. Bastos, pela Universidade do Oeste do Paraná - UNIOESTE/ Cascavel/PR Márcia das Graças Osório Rodrigues
AGOSTO/2011
PROCESSO
DE EDUCAR
Família
ALUNO
ESCOLA
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PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS- DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL PDE
UNIVERSIDADE DO OESTE DO PARANÁ- UNIOESTE/CASCAVEL
Caderno Pedagógico
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PROFESSOR PDE/2010
A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE EDUCAR.
CASCAVEL – DO PARANÁ – UNIOESTE/CASCAVEL
CASCAVEL – PR
Agosto 2011
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MARCIA DAS GRAÇAS OSORIO RODRIGUES
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PROFESSOR PDE/2010
A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE EDUCAR.
CASCAVEL – DO PARANÁ – UNIOESTE/CASCAVEL
Produção didático-pedagógica apresentada à Secretaria de Estado da Educação – SEED/PARANÁ, como requisito parcial de participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2010 – Área Pedagogia, sob a orientação da Professora/Doutora: Carmen Célia B. C. Bastos, pela Universidade do Oeste do Paraná - UNIOESTE/ Cascavel/PR.
CASCAVEL - AGOSTO 2010
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SUMARIO
Conteúdo 1. APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................... 7
2. JUSTIFICATIVA ............................................................................................................................ 8
3. PROBLEMATIZAÇÃO ..................................................................................................................10
4. CARACTERIZAÇÃO DO COLÉGIO DE IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO ..........................................11
5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .....................................................................................................14
A família: um importante agente socializador................................................................................16
Conceito e aspectos históricos da família ..................................................................................16
Conceito e função da escola .....................................................................................................20
A família e a escola como agentes facilitadores do desenvolvimento educacional .........................26
AÇÕES COM PROFESSORES E EQUIPE PEDAGOGICA ......................................................................29
2. AÇÕES COM OS PAIS .................................................................................................................31
AÇÕES COM OS ALUNOS ...............................................................................................................32
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................34
ANEXOS ............................................................................................................................................36
Anexo I – questionário aplicado junto aos docentes ......................................................................36
ANEXO 2 - Funções do professor regente de classe segundo o Estatuto de Magistério ..................37
Anexo 3 - Funções do professor regente de classe segundo o PPP – COLEGIO ESTADUAL
HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO .................................................................................38
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PARTE 1
1. APRESENTAÇÃO
O presente Caderno Pedagógico tem a intenção de contribuir para a
organização dos estudos que serão realizados no período de Intervenção no Colégio
de atuação. É fruto de estudos que fundamentem uma ação junto ao público alvo, ou
seja: pais alunos, professores e equipe pedagógica.
O material que é apresentado trata-se de um Caderno Temático, realizado
conforme as orientações do programa PDE, fruto das leituras realizadas as quais
propõe temáticas para reflexão.
No decorrer de minha profissional, como professora pedagoga, atuando no
Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco de Santa Helena NRE
Toledo, e da minha vida pessoal como mãe,tenho me preocupado e vivenciado um
grande questionamento nestes vinte e quatro anos de profissão. Qual o papel da
família no processo de educar? Tal situação e inquietação me levaram, nesta
oportunidade do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional) do Estado do
Paraná, a estudar e procurar respostas sobre esta questão, com a orientação da
Professora Doutora Carmen Célia C. Bastos do Colegiado de Pedagogia da
UNIOESTE – CASCAVEL
O Caderno Temático está organizado da seguinte maneira:
Primeira Parte:
1) Ficha para Catálogo da Produção Didática
2) Apresentação
3) Justificativa
4) Problematização.
5) Caracterização do Colégio de Implementação do Projeto
6) Fundamentação teórica/ revisão bibliográfica
Segunda Parte:
1) Ações com Professores e Equipe Pedagógica
2) Ações Com Pais
3) Ações com os alunos
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2. JUSTIFICATIVA
A família e a escola formam uma equipe. É fundamental que sigam os
mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em relação aos objetivos
que desejam atingir.
O ideal, no processo de educação é que família e escola tracem as mesmas
metas de forma simultânea, propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem
de forma que venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de
situações que surgem na sociedade. Pois, a qualidade da Educação, independente
da série ou ano que a criança e/ou adolescente esteja inserido, depende, cada vez
mais, da parceria entre escola e família. Abrir canais de comunicação, respeitar e
acolher os saberes dos pais e ajudar-se mutuamente parece ser fundamental.
A participação dos pais na educação dos filhos deve de ser constante e
consciente. Logo, torna-se necessária a parceria de todos para o bem-estar e
desenvolvimento do educando. Cuidar e educar envolve estudo, domínio de
conteúdo científico sistematizado, dedicação, cooperação, cumplicidade e,
principalmente, amor de todos os responsáveis pelo processo, que é dinâmico. Os
pais e educadores não podem perder de vista que, apesar das transformações pelas
quais passa a família, com novos arranjos familiares, esta continua sendo a primeira
fonte de influência no comportamento, nas emoções e na ética da criança.
A fundamentação para a relação entre educação, escola e família como um
dever da última para com o processo de escolarização e importância de sua
presença no contexto escolar é publicamente amparada pela legislação nacional e
pelas diretrizes do MEC, aprovadas no decorrer dos anos 90.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8069/90), nos artigos 4º e 55º;
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/96), artigos 1º, 2º, 6º e 12º; Plano
Nacional de Educação (aprovado pela Lei nº 10172/2007) define como uma de suas
diretrizes a implantação de conselhos escolares e outras formas de participação da
comunidade escolar (composta também pela família) tendo em vista a melhoria do
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funcionamento das instituições de educação e no enriquecimento das oportunidades
educativas e dos recursos pedagógicos.
Historicamente a família vem tendo momentos de participação no processo de
ensino e aprendizagem como também momentos de omissão, transferindo toda a
responsabilidade a outros (Igreja, Estado,) na educação informal e cientifica de seus
filhos.
Neste sentido, este projeto de intervenção pretende incentivar ações dos
alunos, dos professores e das famílias, no sentido de otimizar os resultados do
processo de ensino – aprendizagem.
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3. PROBLEMATIZAÇÃO
Muitas reflexões dos educadores referentes ao processo ensino-
aprendizagem, tais como: evasão escolar, repetência, desmotivação para o estudo
sistemático entre muitas, levam ao questionamento, sobre essa parceria.
A participação da família no processo de ensino e aprendizagem é
importante? Se a família participasse mais efetivamente do processo os resultados
seriam diferentes? Como trazer essas famílias e inseri-las no processo, numa época
de “muitos compromissos”? Como poderia ser mobilizada essa participação? Seria
omissão dos pais e/ou responsáveis? Não foram educados para essa atitude? O que
pensa o professor? Ele sente essa necessidade? Quais são os fenômenos
envolvidos neste aspecto? Quem realmente interfere nesses fatos? Somente as
características do individual? O coletivo? O momento histórico? Ou a relação de
todos esses fatores?
Enfim, muitas são as indagações. São questões que merecem, por parte de
todos os envolvidos, uma reflexão, não só mais profunda, mas também mais crítica.
Portanto é necessário refletir sobre os papéis que devem desempenhar nesse
processo a escola como instituição social, os professores, a família, o momento
histórico.
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4. CARACTERIZAÇÃO DO COLÉGIO DE IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO
O Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco Ensino Médio e
Profissionalizante, (Normal Integrado e Subseqüente), esta localizado na Rua Minas
Gerais, 1401, no centro da cidade de Santa Helena Paraná, representando um
importante referencial para a comunidade local, não apenas por ser o único Colégio
de Ensino Médio Publico da sede do município, mas principalmente pela sua filosofia
de trabalho e os resultados que tem apresentando no decorrer do tempo.
O corpo docente deste colégio é composto em sua totalidade por profissionais
com Curso Superior, especialização, alguns com mestrados e cinco deles
concluíram p processo de capacitação proposta pela SEED ,o PDE.
Neste ano de 2011 tem aproximadamente 750 alunos matriculados, nos
cursos de ensino médio e formação de decentes.
Os profissionais que atuam no Colégio, sendo eles, professores, equipe
administrativa, gestora, pedagógica e de serviços gerais, trabalham para viabilizar o
bom andamento das atividades previstas no PPP ( Projeto Político Pedagógico)
e,conseqüentemente, promover a educação de forma autêntica e verdadeira para os
estudantes.
Esta instituição de ensino tem como objetivo a formação de um cidadão
conhecedor, crítico, com a capacidade de buscar os conhecimentos básicos e
necessários à sua vivência, capacidade em pesquisar, buscar informações, como
pessoa integrante e participativa na comunidade em que vive.
Conforme prevê a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB Nº. 9394/96,
a Educação Básica tem por objetivo desenvolver o educando, assegurando-lhe a
formação comum indispensável para o exercício da cidadania, bem como fornecer
meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores. E ainda mais, com
relação ao Ensino Médio, sendo a etapa final da Educação Básica, a mesma Lei
referenda que ele tem a função de consolidar e aprofundar os conhecimentos
adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudo;
preparar o educando para o trabalho e para uma condição cidadã, incluindo a
formação cognitiva, ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do
pensamento crítico e ainda levar à compreensão dos fundamentos científico-
tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no
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ensino de cada disciplina. Enfim, esta instituição buscará, em suas ações
desenvolver uma proposta que leve em consideração os aspectos legais, sociais e
científicos, as Leis Estaduais e as Diretrizes do Ensino Médio.
Nesse sentido, a instituição, propõe-se a trabalhar tendo em vista superar a
visão positivista de currículo, ou seja, abordar o conhecimento científico, o
conhecimento da Arte e o conhecimento filosófico além de estabelecer a abordagem
histórica dos mesmos, para que o educando compreenda quando, onde e por quê
ele foi desenvolvido, que perceba a não neutralidade da sua produção, sempre tão
atrelada aos interesses políticos e econômicos nos diversos períodos históricos.
As ações educativas deste estabelecimento de ensino são organizadas de
acordo com o PPP para o Ensino Médio, cujo objetivo principal é a aquisição de
conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade para utilizar as
diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação.
Propõe-se no Ensino Médio, a formação geral em oposição à formação
específica, o desenvolvimento de capacidades de pesquisar, buscar informações,
analisá-las e selecioná-las.
A capacidade de aprender, de criar, de formular, ao invés do simples
exercício de memorização também é objetivo do Ensino Médio.
Com relação aos objetivos do curso de Formação de Docentes da Educação
Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental – Normal, destacamos os
seguintes objetivos: entender que tanto os conhecimentos sociais, históricos
filosóficos, geográficos, físicos, químicos, matemáticos, biológicos e estéticos que
estruturam a produção têm de ser percebidos em suas múltiplas dimensões e
também na sua relação com as demais áreas do conhecimento.
Por sua característica de relação humana, a educação só acontece mediante
o processo pedagógico, necessariamente dialógico, não-dominador, que garanta a
condição de sujeito tanto do educador quanto do educando. Por sua
imprescindibilidade para a realização histórico-humana, a educação deve ser um
direito de todas as pessoas enquanto viabilizadora de sua condição de seres
humanos.
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Assim viabilizar o acesso de todos à escola pública e gratuita é fundamental
para que se cumpra exatamente com a função sua social. Como o Colégio Estadual
Humberto de Alencar Castelo Branco é o único colégio público de Ensino Médio da
sede do município, atendemos a uma clientela diversificada, que vai desde filhos de
trabalhadores, de desempregados e também das camadas melhores situadas, de
diferentes etnias e religiões, numa faixa etária que varia dos 14 aos 30 anos,
aproximadamente, pois temos a formação de docentes na forma subseqüente.
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5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ( LDB) e o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), as escolas têm a obrigação de se
articular com as famílias, bem como os pais têm direito a ter ciência do processo
pedagógico, de participar da definição das propostas educacionais. Logo, esse
princípio legal deve ser considerado quando se forma o vínculo entre diretores,
professores, coordenadores pedagógicos e a família dos alunos.
Porém, o que se verifica em muitas escolas é que o relacionamento chega a
ser ambíguo. Muitos gestores e docentes, embora no discurso reclamem da falta de
participação dos pais na vida escolar dos filhos - com alguns até atribuindo a isso o
baixo desempenho deles - não se mostram nada confortáveis quando algum
membro da comunidade mais crítico cobra qualidade no ensino ou questiona alguma
rotina da escola, temendo ter sua autoridade ameaçada. Assim como alguns pais,
por sua vez, não participam por não conhecer seus direitos, porque não saberem
como fazer. Ainda, há os que até tentaram, mas se isolaram, pois nas poucas
experiências de aproximação não foram bem acolhidos e se retraíram.
Cabe, pois, ao pedagogo, dentre as suas funções, articular essa relação,
escola - família - educando, com o objetivo de fazer essa relação, essa parceria, se
efetivar e trazer beneficio ao bem comum: o educando.
Segundo Saviani:
“Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação histórica. Em outras palavras, pedagogo é um profissional que lida com fatos, estruturas, contextos, situações, referentes à prática educativa em suas várias modalidades e manifestações.”1(1985).
Com o advento do ECA, no início da década de 90, o acesso em larga escala
ao ensino se intensificou, com a inclusão de mais de 90% das crianças em idade
1 SAVIANI, Demerval. Sentido da Pedagogia e Papel do Pedagogo, ANDE / Revista da Associação
Nacional de Educação, n.º 9, 1985.
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escolar no sistema. Muitas crianças evadiam-se ou nem ingressavam na escola,
para trabalhar, cuidar de irmãos mais novos, dentre outros fatores, e os pais não
eram cobrados essa responsabilidade. Com a implantação dos Conselhos
Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e dos Conselhos Tutelares,
bem como a participação e fiscalização do Ministério Público, muitas crianças e
adolescentes retornaram as escolas. Para as famílias antes segregadas do direito à
Educação, o fato de haver vagas, merenda e uniforme representaram uma enorme
conquista. Esse avanço social, essa conquista ainda não é percebida pelos pais
como um direito e um dever, alguns ainda vêm a escola como um benefício e não
um direito e confundem qualidade com a possibilidade de uso da infraestrutura e dos
equipamentos públicos, não se importante com o desempenho e o sucesso na
escola. A reprovação ou a evasão não são levados a sério por muitas famílias como
deveriam ser.
O profissional da educação, principalmente o pedagogo, precisa ter em
mente que a escola é o espaço, por excelência, para propiciar o desenvolvimento
integral do ser humano através de propostas concretas e eficazes de intervenção
que resultem em impacto social. Através de uma abordagem sistêmica trabalhar as
relações e interações no ambiente escolar: professor-aluno, aluno-aluno,
funcionário-aluno, pai - filho, pais - professores, comunidade - escola; sendo que
cada um desses elementos ou parte é um subsistema. É a interação entre eles e a
forma como integram, que nos faz perceber a relação de forma circular e não linear,
porém não desvinculado do memento histórico.
Assim, compreendendo e trabalhando uma dessas partes, a relação da
família com a escola, possivelmente teremos uma maior compreensão do processo,
e uma maior possibilidade de levantar os fatores determinantes, dessa relação, no
desempenho escolar das crianças e adolescentes.
Tanto a família quanto a escola têm como objetivo criar e educar crianças e
adolescentes, por isso, parece evidente que ambas devem manter uma relação de
proximidade e cooperação, porém nem sempre percebemos essa relação no dia a
dia das escolas, o que impede o verdadeiro desenvolvimento cognitivo, afetivo e
social do educando, objetivo principal da escola e da família enquanto instituições.
A Secretaria do Estado da Educação (SEED) do Paraná, através de todos os
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seus departamentos vem priorizando ações que avaliem, e promovam políticas para
combater a evasão e a repetência escolar, e uma dessas políticas denominada “Eu
acompanho a avaliação escolar do meu filho. E você?”, orienta neste sentido,
trabalhar em todas as instâncias a relação da família com a escola.
A família: um importante agente socializador
Conceito e aspectos históricos da família
Através do estudo bibliográfico, verificou-se que a origem da família passou
por muitas transformações.
Até o final do século XVII, ninguém ficava sozinho,pois a densidade social
proibia o isolamento, não havia intimidade o que se opunha ao sentimento familiar.
Somente no fim do século XVI e durante o século XVII surgiu um novo
conceito de família que vem acompanhado de mudanças significativas em relação
às crianças. Segundo Aríes (1981) as crianças tornaram-se um elemento
indispensável da vida cotidiana, e os adultos passaram a se preocupar com a sua
educação, carreira e futuro, “... daí em diante, torna-se difícil distinguir um retrato de
família de uma cena de gênero que evoca a vida em família” (Áries, p 141).
Aríes coloca ainda que o sentimento de família e o interesse pela infância
eram desconhecidos da Idade Média, surgindo no século XVII. A partir do século XIV
que ocorre o desenvolvimento da família moderna.
Ainda segundo Aríes (1981) são as relações entre homem e mulher, entre
pais e filhos que fazem viver o espírito de família. “Na realidade, esse respeito pela
igualdade entre os filhos de uma família é uma prova de um movimento gradual da
família-casa em direção à família sentimental moderna” (p.235), a realidade familiar
passou a basear-se na afeição modificando suas relações internas com as crianças
e entre o casal.
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O termo “família” é derivado do latim “famulus”, que significa “escravo
doméstico”. Este termo foi criado na para designar um novo grupo social que surgiu
entre as tribos latinas. No direito romano clássico a "família natural" cresce em
importância - esta família é baseada no casamento e no vínculo de sangue. A família
natural é o agrupamento constituído apenas dos cônjuges e de seus filhos. A família
natural tem por base o casamento e as relações jurídicas dela resultante, entre os
cônjuges, os pais e os filhos. Nesta época predominava uma estrutura familiar
patriarcal em que um vasto leque de pessoas se encontrava sob a autoridade do
mesmo chefe.
Com a Revolução Francesa surgiram os casamentos laicos no Ocidente e,
com a Revolução Industrial, tornaram-se frequentes os movimentos migratórios para
cidades maiores. Estas mudanças demográficas originaram o estreitamento dos
laços familiares e as pequenas famílias, num cenário similar ao que existe hoje em
dia. As mulheres saem de casa, integrando a população ativa e a educação dos
filhos é partilhada com as escolas. Os idosos deixam também de poder contar com o
apoio direto dos familiares nos moldes pré-revoluções Francesa e Industrial, sendo
entregues aos cuidados de instituições de assistência.
Na cultura ocidental, uma família é definida especificamente como um grupo
de pessoas unidas legalmente (como no casamento e na adoção) e com o mesmo
sangue.
A família vem se transformando através dos tempos, acompanhando as
mudanças religiosas, econômicas e histórico-culturais do contexto em que se
encontram inseridas. Esta é um espaço sócio-cultural que deve ser continuamente
renovado e reconstruído; o conceito de próximo encontra-se realizado mais que em
outro espaço social qualquer, e deve ser visto como um espaço político de natureza
criativa e inspiradora.
É difícil estabelecer uma conceituação do que vem a ser família, pois a
evolução social aliada à Constituição Federal de 1988 criou novas conformações
familiares admitindo a união estável. Atualmente identifica a família pela presença de
um vínculo afetivo, afastando a ideia de família da necessidade do casamento.
A Constituição Federal alargou o conceito de família, passando a integrá-lo
as relações monoparentais: de um pai com os seus filhos.
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Atribuiu-se à família, ao longo da história, funções variadas, de acordo com
a evolução que sofreu, a saber: religiosa, política, econômica e social, sendo a
principal delas a função de unidade da sociedade a célula-mãe.
Entendendo-se atualmente que a família não tem apenas uma função
financeira de sustentação do indivíduo, mas de sustentação, criação, formação de
caráter e valores além da preparação para a vida social.
A partir do nascimento, a criança é inserida num contexto familiar que se
torna responsável pelo desenvolvimento físico, psicológico, emocional, moral,
cultural e cognitivo desta criança inserida numa sociedade.
A família constitui a base da sociedade contemporânea, funcionando como
unidade em que todo indivíduo deve estar inserido para formação de seu caráter e
construção do seu eu social, a família moderna rege-se pelo princípio da afetividade,
e desta nova concepção surge este novo princípio, da função social. Tais princípios
surgem de uma mudança na sociedade, de uma evolução onde se passa a
privilegiar as relações sentimentais e afetivas, considerando com menor importância
as relações consanguíneos.
O sentimento passa a ser considerado algo mais importante nas relações
humanas, se torna ponto chave, início de qualquer relação familiar, razão pela qual
se passa a admitir legalmente e socialmente novas formas de constituição
Tais mudanças foram decorrentes de alterações nos padrões de
comportamento da mulher frente à sociedade.
Outro aspecto relevante para o surgimento do despertar para a mulher e a
criança foi o sentimento de afeto, que mudou as relações e o perceber social sobre
os mesmo
Assim, a principal função social da família é o acolhimento do indivíduo
formando-o como cidadão capaz de representar seu papel na sociedade como filho,
irmão, trabalhador, estudante, entre outros. A família adquire importância na vida do
indivíduo a partir de seu nascimento em virtude de seu dever de guarda, criação e
educação da criança.
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Posteriormente tem uma fase de desenvolvimento, onde se prepara para a
vida em sociedade estabelecendo relações de afetividade e trabalho, onde as
demais instituições, escola, religião, grupo social entre outros começam a interagir
na formação da personalidade, transmitindo cultura e conhecimento.
Logo, a família tem uma função dentro da sociedade e esta é a de formar
cidadãos conscientes e aptos para a convivência social, independente de que
âmbito esteja inserido, se profissional, se na escola, se entre amigos.
Não existe uma família ideal ou um modelo pré determinado de família,
existem famílias reais, independente de sua configuração. Porém continua sendo a
instituição social responsável pelos cuidados, proteção, afeto e educação das
crianças e adolescentes, é o primeiro e mais importante canal de iniciação dos
afetos da socialização e das relações de aprendizagem.
O modelo de família considerado “ideal”, ainda transmitido e predominante em
nossa cultura é o da família nuclear, mas é notável que esta não seja a única forma
de organização familiar existentes nos dias de hoje.
As famílias no atual contexto, têm se configurado de formas diversas e houve
mudanças significantes na família nuclear, colocando em questão a hegemonia.
Não se pode perder de vista que novos modelos familiares são construídos de
fenômenos sociais e econômicos além de transformações nas relações humanas,
estas vistas de maneira igualitária, mediante maior controle da natalidade e inserção
da mulher no mercado de trabalho.
As relações de gênero são abordadas neste contexto de transformações
sociais e familiares, pois com a mudança na relação homem e mulher a identidade
autônoma da mulher se estabelece de forma mais clara à sociedade.
Ao enfocar os novos arranjos familiares, é de suma importância ressaltar que
não nos cabe analisar o grau de “bom ou ruim” em relação à família nuclear e os
novos arranjos familiares, mas sim ressaltar o atual, o real na vida familiar, onde
indiferente da maneira que se organizar, os indivíduos são pertencentes a um grupo
familiar e este lhe oferece laços afetivos (não que sejam necessariamente laços de
sangue), valores e funções.
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Segundo Minuchin:
...”a família é um sistema complexo, composto por subsistemas integrados e interdependentes, que estabelece uma relação bidirecional e mútua influência com o contexto no qual está inserido...” (1988).
Assim, a família, sem dúvida, tem um papel fundamental na constituição do
ser humano. É o lugar dos cuidados, do amor, da fraternidade, da ajuda mútua, do
abrigo. Possibilita a sustentação psicológica e afetiva para viver em sociedade. Há
intervenção positiva dos pais em relação aos filhos e dos filhos em relação aos pais
o que muda significativamente a realizada.
Já a escola cuida da sistematização do conhecimento, da elaboração
cognitiva, da socialização do saber, o que será posteriormente abordado, desse
mesmo sujeito.
Pensar em desenvolvimento humano significa pensar no estabelecimento de
relações que o individuo mantém, com a família, o local de trabalho, a escola, a
comunidade, bem como pensar nos valores, crenças e cultura de cada um desses
seguimentos que fundamentam essas relações.
Conceito e função da escola
A instituição educativa surge no momento em que ocorrem a ruptura do modo
de produção comunal, e a chegada da sociedade de classes.
Segundo a bibliografia revisada, na Idade Média as escolas tinham de forma
bem marcante a presença da Igreja Católica, no Brasil, a origem da instituição
escolar deu-se com a chegada dos jesuítas.
De acordo com Saviani ( 2005) a evolução da instituição escolar brasileira
pode, didaticamente, ser representada da seguinte mineira:
Período Advento
1549 -1930 DIDÁTICA TRADICIONAL - ênfase nos conteúdos, autoridade do
professor, aluno passivo, período de colonização com os Jesuítas,
através da igreja católica, "catequizando os nativos"
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1930-1945 DIDATICA ESCOLANOVISTA - centrada nos métodos e técnicas,
relacionamento amigável entre professor e aluno, luta pela laicidade,
obrigatoriedade
1945-1960 DIDÁTICA RENOVADORA TECNICISTA - acentuam-se os processos
metodológicos em detrimento á aquisição de
conteúdo/conhecimentos.
-não considera o contexto social (surge ai a proposta da primeira
LDB)
Pos 1964
DIDATICA TECNICISTA - racionalização do processo produtivo,
professor e aluno em segundo plano, são apenas executores de
tarefas definidas por outros.
Década de
80
PEDAGOGIA CRÍTICA OU CRITICO REPRODUTIVISTA-
professores refletem suas práticas, buscam a politização, privilégio da
dimensão política, movimentos populares pela educação, crise
econômica no país...
Década de
90
Descentralização, transferências para o sistema a responsabilidade
pelo estabelecimento das prioridades a serem atendidas.
Estabelecimento de parcerias com o setor privado;
Atualmente PEDAGOGIA HISÓRICO CRITICA- que compreende e analisa a
realidade social onde a escola está inserida, busca pela qualidade,
reflexão do papel da escola e do professor.
- conhecimento científico sistematizado.
Nova fase: processo de construção e desconstrução.
Gestão democrática (participação, autonomia e descentralização)
No Brasil, durante quatro séculos, educação escolar foi restrita a pequenos
grupos. Ainda segundo Saviani (2005), somente após a década de 30 do século XX
é que ocorreu o crescimento acelerado da educação. A partir da década de 80, com
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a queda da Ditadura Militar, e com a promulgação da Constituição Federal de 1988,
o Estado passou a absorver mais a responsabilidade com a educação. A partir de
1995 as políticas reorganizam as instituições educacionais da sociedade brasileira,e
essa reorganização trouxe contribuições para a educação como um todo.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei nº 9.394, de 20 de
dezembro de 1996, em seu artigo primeiro, determina o papel da educação no
Brasil:
Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se
desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas
instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e
organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais.
§ 1º. Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve,
predominantemente, por meio do ensino, em instituições próprias.
§ 2º. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à
prática social. (LDB, 1996)
Esta lei também o que referenda a Constituição Federal de 1988, ( educação
emana do estado e da família) que coloca o Estado em primeiro lugar e não a
família, como responsável pela educação.( “a educação , dever da família e do
estado...”.)(LDB , 1996), devendo ser desenvolvidas em instituições próprias.
De acordo com Mizukami ( 1986) as concepções e tendências pedagógicas
da escola trazem elucidações acerca do que tem sido a organização escolar
historicamente.
Assim, numa concepção tradicional, a educação é tida um processo amplo,
entendida como instrução onde a transmissão do conhecimento (da cultura erudita)
é restrita à escola, como um produto, dando ênfase apenas no conteúdo. O homem
é visto como um ser pronto, que nasce completo, onde a sua inteligência é um dom
definido geneticamente, podendo apenas ser aperfeiçoado.
Assim, segundo Mizukami,(1986) a escola teria como “função somente a
transmissão dos conhecimentos com a finalidade de aprimorar a essência inata já
existente. A educação um papel de ajustamento social”.
Na abordagem comportamentalista, onde se encontram os positivistas
lógicos, o conhecimento fundamenta-se na ordenação de experiências e eventos do
23
universo para descobrir a ordem na natureza e nos eventos. A educação tem como
objetivo formar seres humanos adaptáveis aos novos valores e relações sociais,
promovendo mudanças individuais a partir da atividade. Percebemos claramente
essa função da escola na colocação da autora:
“A educação, pois, deverá transmitir conhecimentos, assim como
comportamentos éticos,práticas sociais, habilidades consideradas básicas para
a manipulação e controle do mundo- ambiental (cultura social)” Mizukami
(1986, p.27)
Nesta concepção, segundo literatura revisada, busca-se saber quais
conhecimentos são necessários para o desenvolvimento do aluno, buscando uma
vida melhor. A educação como imagem e reflexo da sociedade, buscando a
harmonia e o consenso. Assim a escola tem como função, por meio de seleção de
conteúdos simbólicos e das práticas pedagógicas, preparar as crianças para uma
vida em comum.
Já na concepção do pensamento pedagógico socialista, onde um dos seus
principais representantes é Vygotsky, a escola enfatizar a necessidade de
valorização da capacidade de resolver problemas que a criança traz. Que é
desenvolvida por meio de estímulos de adultos ou dos colegas, através da
linguagem (principal forma do homem defender seus direitos e construir outra
sociedade) em forma de processo e, através de atividades coletivas.
Na perspectiva do pensamento pedagógico crítico há uma relação entre o
sistema de ensino: teoria da reprodução pela violência simbólica. A classe
dominante impõe sua cultura por meio da escola. Assim os fins da educação são
antagônicos, conforme a classe social. Evidencia-se também a importância das
relações entre escola e sociedade..
A educação imposta durante o Período Militar ( 1964/1980) coloca o aluno e o
professor em segundo plano, dando ênfase aos planos de aula organizados pelo
governo e “ supervisionados” pelo Supervisor Escolar. Cabia à escola formar o bom
trabalhador, através da racionalidade e produtividade, ou seja: produzir mais em
menos tempo, sem questionar, apenas executar o que outros planejaram. A
participação da família não era significativa, se restringia á verificação da disciplina e
das notas, sem grandes preocupações com a aprendizagem.
Na abordagem da Pedagogia Histórico-Crítica, que teve inicia na década de
24
1970, porém predominou somente depois da década de 80, do século XX, a escola
tem como princípio difundir o conhecimento, mas refere-se a conteúdos
indissociáveis da realidade, com significado histórico e social, e não aos abstratos.
Deve servir aos interesses populares a partir de um bom ensino, visando a
transformação social. O professor tem um papel ativo, como mediador, e liderança
no processo. O aluno por sua vez, também possui um papel ativo, a partir de sua
experiência imediata em determinado contexto, na busca da verdade, no confronto
com o conteúdo proposto pelo professor. Conteúdos estes culturais e universais,
reavaliados quando à realidade social.
A partir da década de 1980 é difundida outra corrente pedagógica, a
Construtivista, defensor mais conhecido foi Piaget.
Piaget define educação como uma relação de duas mãos: “de um lado o
indivíduo em crescimento, e do outro os valores sociais, intelectuais e morais” (
2006) que o educador esta incumbido de incluir nesse indivíduo. Logo, educação é
uma relação normativa entre um individuo e valores sócias.
Vygostsky, diz que “o funcionamento mental do indivíduo só pode ser
entendido se: examinar os processos sociais e culturais do contexto em que esta
inserida”. (Pensadores, 2006, p 52).
Assim, Vygostsky e Piaget apontam os valores sociais, o desenvolvimento
histórico cultural em que esta o sujeito inserido, como fatores determinantes em sua
educação e desenvolvimento.
Nesta concepção Construtivista a educação deve entender que todos os
alunos têm capacidade para se desenvolver. Valoriza as ciências como
estimuladoras do desenvolvimento do pensamento. O professor faz parte do
processo, propondo situações-problema, observando e registrando o
desenvolvimento do aluno.
A abordagem mais recente, ainda pouco discutida é o Ensino com Pesquisa,
que propõe a superação da reprodução, repetição e a copia do conhecimento
existente. “A escola deve, dentro desta concepção, proporcionar um ambiente
adequado para a produção do conhecimento, que deve ser inovador, transformador
e participativo. O professor um mediador, articulador crítico,e o aluno um sujeito no
processo, questionando, investigando, escrevendo, formulando opiniões”. (Gadotti,
1995).
A escola tem o dever de formar cidadãos, dar ao educando os ensinamentos
25
de que eles necessitam para viver e trabalhar numa sociedade em evolução, bem
como orientá-los para a vida, sem esquecer o conhecimento cientifico e
sistematizado. Para tanto a escola precisa definir como meta, o trabalho crítico com
os conteúdos a ser estudados pelos educandos.
Assim através de um trabalho crítico e da busca pelo exercício da cidadania,
a escola mostrará às novas gerações a importância de cada indivíduo e seu papel
na sociedade, enquanto cidadãos conscientes de seus direitos e deveres.
Outra função da escola regular é juntamente com a família dar ao aluno
condições para se inserir no meio social, e a escola mais significativamente no
momento em que através do conhecimento científico pensa e reestrutura o saber
sistematizado. Rios em sua obra Ética e Competência, referenda esse pensamento:
O papel da escola passa a ser mais significativo ainda, uma vez que lida com um saber que muitas vezes precisa ser repensado, reavaliado e reestruturado. Infelizmente, nem sempre ou quase sempre a escola “não tem cumprido o objetivo da educação que desejamos, de cunho democrático, socializando o saber e os meios para aprendê-lo e transformá-lo” (RIOS, 1995, p.32).
Para Gadotti (1995), a escola cidadã é aquela que com qualidade proporciona
aos educandos o conhecimento historicamente acumulado, discutindo de forma
democrática, crítica e sem preconceitos a realidade para que possa ser capaz de
responder as suas perguntas, refletir e entender a sua realidade.
Se os alunos forem estimulados a se comportarem como cidadãos ativos no
processo de ensino-aprendizagem, a socializarem os conhecimentos de forma
critica, terão uma escola que cumpra a sua função, que proporcione uma educação
consciente. Contemplando os principais elementos da educação: criticidade
autonomia e conhecimento sistematizado relevantes para a formação do homem
enquanto ser participativo e atuante na sociedade.
Desta forma, a escola será um espaço de formação e informação, onde a
aprendizagem de conteúdos, organizados e sistematizados buscando a inserção do
educando no contexto das questões sociais marcantes.
Enfim, a escola surge e tem como função o conhecimento, o saber
sistematizado, a apropriação da cultura, é um espaço de formação do indivíduo.
26
Individuo esse que provem e faz parte de uma família, seja qual for o seu arranjo.
Logo a escola e as famílias possuem um mesmo objetivo, o desenvolvimento e a
formação do individuo como ser social.
A família e a escola como agentes facilitadores do desenvolvimento
educacional
A educação é um dever da família e da escola. Ambas devem interagir para
garantir os direitos da criança nas questões referentes ao ensino, dando-lhes
suporte e apoio para o pleno desenvolvimento da aprendizagem.
Paro destaca a participação dos pais e da comunidade no processo pedagógico:
... “não pode cair no equívoco de delegar aos pais e à comunidade aquilo que compete ao Estado, por meio da escola, realizar.... Não se trata de os pais prestarem uma ajuda unilateral à instituição de ensino nem de a escola repassar parte de seu trabalho aos pais; não basta permitir formalmente que as famílias participem da administração da escola ..”. (PARO, 2008, p. 52).
Ainda, segundo Paro, a participação da família na escola precisa estar
“[...] ligada à tomada de decisões e não como mera forma de prestação de serviços ou de contribuição financeira por parte da população” (Paro 2007, p. 10). Participando das tomadas de decisões da escola, os pais, [...] além de terem melhores condições de influir nas tomadas de decisão a respeito das ações e objetivos da escola, eles estarão investindo na melhoria da qualidade da educação de seus filhos, bem como na melhoria de sua própria qualidade de vida, na medida em que esses adultos estarão mais capazes, intelectualmente, de usufruir melhor de bens culturais a que têm direito e que antes não estavam ao seu alcance. “( 2001, p. 68).
Entende-se que a família e a escola devem manter uma relação de
cooperação, pois ambas tem como objetivo educar crianças e adolescentes. Essa
relação em muitos momentos apresenta-se de forma inacabada e/ou inexistente: por
um lado a escola reclamando da ausência da família, que muitas vezes abre mão se
seus compromissos e autoridade com os filhos, outras a família reclamando a falta
de espaço para interagir na educação dos filhos pela incapacidade da escola
proporcionar essa relação.
Neste sentido, o desempenho dos alunos na escola esta diretamente ligada
27
à eficiência dessa relação. O que falta na verdade é uma maior integração e
comunicação entre a escola e a família para o preparo e o acompanhamento do que
é passado para o aluno na sua escolar.
É importante que se tenha claro que a estrutura da família é também
resultado de uma estrutura social, e a relação família-escola também é resultado de
outras relações da sociedade. É relevante recordar aqui a argumentação de
CHARLOT (2000) em que destaca o fracasso escolar como um fato que deve ser
contextualizado dentro da perspectiva histórica do sujeito analisado, o que não
significa individualizar o problema e culpabilizar o aluno. O fato de a relação família-
escola ser apenas uma faceta no processo do fracasso escolar não isenta a família
de exercer seu importante papel, o de sustentar, guardar e educar os filhos menores.
Escola e família devem unir forças de trabalho para superarem as suas
dificuldades, construindo uma identidade própria e coletiva, uma parceria
incondicional, com responsabilidade. Atuando como agentes facilitadores do
desenvolvimento integral do aluno como sujeito em condição peculiar em
desenvolvimento, garantindo assim um ser que saiba exercer seu papel e promova
mudanças que sejam necessárias para atender seus interesses e necessidade
pessoais e coletivas, e não apenas reproduzam conhecimento mecanicamente.
Segundo a SEED (Secretaria do Estado da Educação) do Estado do Paraná,
em seus princípios norteadores os profissionais da educação devem priorizar ações
que se destinem a avaliar os condicionantes sobre a aprendizagem, e avaliar
ensino-aprendizagem pressupõe avaliar todos os envolvidos com a prática
pedagógica.
Assim, a proposta deste estudo é justamente encontrar instrumentos que
fundamente e auxiliem na aproximação da família e da escola, para evitar ou
erradicar a evasão escolar e os baixos índices de repetência, em percentuais
aceitáveis, visto que repetência zero parece ser uma utopia nesta sociedade.
Instrumentalizar pais e escola a acompanhar o desenvolvimento do aluno,
objetivando a aprendizagem e a formação plena, parece ser uma tarefa difícil, mas
imprescindível e não impossível, para uma sociedade mais justa, bem como inserir
no PPP (Projeto Político Pedagógico) de cada escola, ações que se tornem políticas
e sustente e garantam essa relação família e escola em busca de uma educação de
28
qualidade, democrática, crítica e autônoma.
Assim, acredita-se que relação família-escola: implica no desempenho escolar
dos alunos, promove o desenvolvimento físico, social, intelectual, emocional, moral e
afetivo dos alunos, bem como a integração de ambas as instituições (família-escola)
são fundamentais para com o desenvolvimento global das crianças e para com a
melhoria da qualidade de vida dos pais dos alunos e também da escola.
29
II PARTE
Neste momento de implementação as ações serão desenvolvidas com pais,
alunos, colegiado de professores e equipe pedagógica no Colégio Estadual
Humberto de Alencar Castelo Branco.
AÇÕES COM PROFESSORES E EQUIPE PEDAGOGICA
PLANO DE AÇÃO
Com o corpo docente e equipe pedagógica do Colégio Estadual Humberto
de Alencar Castelo Branco Ensino Médio e Normal, cerca de 30 profissionais, será
aplicado um instrumento de pesquisa de levantamento de opiniões, tipo
questionário, onde os mesmo poderão se posicionar em relação a temática a ser
estuda , a importância ou não da participação dos pais na vida escolar de seus
filhos.
Reuniões para analisar, discutir a relação dos pais com a escola, com o
objetivo de quebrar as possíveis resistências que possam surgir por parte dos
professores em relação a sua autoridade. Através de um Grupo de Estudo orientado
pela professora Orientadora deste projeto do Colegiado de Pedagogia da
UNIOESTE – Cascavel.
O grupo de Estudo será realizado em 40 horas, divididas em 8 encontros ,
sendo 4 presenciais e 4 não presenciais, nesses os professores irão estudar os
textos para discuti-los no encontro presencial.
Fazer um levantamento junto aos professores sobre quais as ações,
segundo suas concepções, que os pais e/ou responsáveis devem ter em relação ao
processo ensino aprendizagem. (Anexo 3 )
30
Os textos que serão trabalhados são:
1) “Profissão Professor ou Adeus Professor, Adeus Professora?
Exigências educacionais contemporâneas e as novas atitudes
docentes.” (LIBÂNEO, Jose Carlos, 2002)
2) A Relação família-escola: implicações no desempenho escolar dos
alunos dos anos iniciais do ensino fundamental. (VARANI,
Adriana e SILVA Daiana C.2009)
3) “Funções do professor” (Funções Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional e Estatuto do Magistério do Paraná)
CRONOGRAMA
PERIODO/ TOTAL DE
HORAS
ATIVIDADE PUBLICO ALVO
Agosto/2011
4 HORAS
Reunião apresentação
da proposta de trabalho
Direção e equipe
pedagógica
Agosto/2011
4 HORAS
Reunião apresentação
da proposta de trabalho
2 HORAS no período da
capacitação no inicio de
bimestre
Professores
Agosto 2011 Levantamento Anexo 2 Direção equipe e
professores
Setembro /Outubro/2011
40 horas divididas em 8
encontros sendo 4
presenciais e 4 não
presenciais com
atividades .
Grupo de estudo Professores
31
2. AÇÕES COM OS PAIS
PLANO DE AÇÃO
Com os pais e/ou responsáveis dos alunos, uma amostra de
aproximadamente 20% do total de alunos (680) do Colégio Estadual Humberto de
Alencar Castelo Branco pretende-se aplicar um instrumento de pesquisa de
levantamento de opiniões, tipo questionário, para obter a percepção dos mesmos
em relação a sua participação na vida escolar de seus filhos, bem como suas
dificuldades de efetivar este acompanhamento se é que acreditam ser o mesmo
necessário, e em que medida.
Através desta ação, fazer um levantamento, junto aos pais ou responsáveis,
sobre quais as atitudes, segundo suas concepções, que os professores e equipe
pedagógica devem ter em relação ao processo ensino aprendizagem. (Anexo 3).
Questionar junto aos pais se há importância de um acompanhamento dos
filhos, nos seguintes aspectos:
- ler para com seus filhos ou pedir para que elas leiam para eles.
- conversar sempre com os filhos sobre assuntos da escola.
- acompanhar as lições de casa.
- mostrar interesse pelos conteúdos estudados.
- verificar se o material escolar está completo e em ordem.
- zelar pelo cumprimento das regras da escola.
- participar das reuniões sempre que convocados.
- conversar com os professores, aproveitando as horas atividades.
Esse questionamento será realizado através de reuniões, em pequenos
Grupos com os pais dos alunos da primeira série do ensino médio.
CRONOGRAMA
ATIVIDADE PERIODO
Levantamento Anexo 2 Agosto 2011
Reunião com os pais das
primeiras séries
Outubro 2011
Novembro 2011
32
AÇÕES COM OS ALUNOS
PLANO DE AÇÃO
Através de reuniões com os alunos:
• Fazer um levantamento junto aos alunos de suas expectativas,
interesses e objetivos com relação à escolarização.
• Refletir sobre os objetivos coletivos e individuais.
• Proporcionar oficinas de orientação para o estudo.
• Verificar se o uso de agenda, para adquirir hábito de organização, com
a intenção de mostrar que a organização é uma ação libertadora.
• Discutir sobre a importância e a necessidade de ler, pensar e
interpretar, nas ralações sociais da sociedade que estamos inseridas.
• Promover a integração de alunos com a família e com os professores.
CRONOGRAMA ATIVIDADES COM OS ALUNOS
ATIVIDADES
( Três Encontros)
PERÍODO
Levantamento ( Anexo ) 12 de Agosto /12
de setembro
Fazer um levantamento junto aos alunos
de suas expectativas, interesses e
objetivos com relação à escolarização
!2 de setembro a
12 de outubro
2011
Discutir sobre:
-os objetivos coletivos e individuais, do educando:
- orientação para o estudo (uso de agenda, formas
de ler e estudar para aprender, organização do
espaço de estudo ) a partir de material organizado
pelo professora PDE.
- a integração de alunos com a família e com os
professores
Novembro /2011
33
A partir destas ações de implementação do projeto, das observações, do
diálogo e das contribuições dos diferentes elementos envolvidos no processo
pretende-se fundamentar o artigo científico que será elaborado e , se possível
despertar o interesse pela temática , com o objetivo de mudar hábitos nesta relação
família e escola, buscando o melhor desempenho dos educandos.
34
REFERÊNCIAS
ABRAMORAY, Miriam (Coord.) Escolas Inovadoras: experiências bem sucedidas
em escolas da educação. UNESCO Brasília, 2004
----------- Vitor Henrique. Gestão Democrática da Escola Pública. Ed.Ática, São
Paulo, 2004.
Aríes, Philippe. Historia Social as Criança e da Família. Rio de Janeiro, LTC, 1981.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva
2000.
CASSIUS, Ana Maria. Manual de Psicologia Escolar, Gráfica e Editora Unificado,
Curitiba, 2007.
CEVERNY, C. M. O. Família e o ciclo vital: nossa realidade em pesquisa. São Paulo: Casa
do Psicólogo, 1997.
CHARLOT, Bernard. Da relação com o saber: elementos para uma teoria. Porto
Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
CURTY. Augusto. Filhos brilhantes, alunos fascinantes. Ed Colina, São Paulo, 2006.
ENGELS. Frederich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Ed
Escala São Paulo, s/d
GADOTTI, Moacir. Escola cidadã. 3ª Ed., São Paulo: Cortez, 1995.
GADOTTI. Moacir. História das Idéias Pedagógicas. Ed Ática, São Paulo, 1995
GOULART. Maria Cristina R. Por trás da máscara Familiar, Ed Artes Médicas,
Porto Alegre 1984
LIBÂNEO, J. C. Adeus professor, adeus professora novas exigências
educacionais e profissão docente, Ed Cortez. São Paulo, 2002
SAVIANI, Demerval, Sentido da pedagogia e papel do pedagogo, ANDE / Revista
da Associação Nacional de Educação, n.º 9, 1985.
LIBÂNEO, J. C. Pedagogia, Ciência da Educação? Selma G. Pimenta (org.). São
Paulo; Cortez, 1996, p.127.
MEIRIEU. Philippe. O Cotidiano da Escola e da Sala de Aula. O fazer e o
35
compreender. Artmed, Porto Alegre, 2005
MINUCHIN, Salvador – Famílias: Funcionamento & Tratamento. Porto Alegre:
Artes Médicas, 1990.
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As Abordagens do Processo, São
Paulo EPU, 1986.
NOGUEIRA, Maria Alice. “A escolha do estabelecimento de ensino pelas
famílias: a ação discreta da riqueza cultural”. Revista Brasileira de Educação, nº
7, p. 42-56, jan./fev./mar./abr., 1998.v
PARO Vitor Henrique. Administração escolar e qualidade de ensino: o que os
pais ou responsáveis têm a ver com isso? In: BASTOS, João Baptista (Org.).
Gestão democrática. 2. Ed. Rio de Janeiro: DP & A, 2001.
PINTO, Alvaro, Viera. Sete Lições Sobre a educação de Jovens e Adultos. Ed
Cortez, São Paulo,1982
PPP, Projeto Político Pedagógico Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo
Branco – Santa Helena PR 2011
RIOS, Terezinha Azevedo. Ética e competência. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, 1995.
SAVIANI, Dermeval. História das idéias pedagógicas no Brasil. Campinas:
Autores Associados, 2005.
VARANI, Adriana e SILVA Daiana C. A Relação família-escola: implicações no
desempenho escolar dos alunos dos anos iniciais do ensino fundamental.
Estudos RBEP, Universidade do Minho, Portugal ,2009
ZAGURY, Tânia. Limites sem traumas. Ed. Record. São Paulo, 2001
36
ANEXOS
Anexo I – questionário aplicado junto aos docentes
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL 2010
PROJETO DE PESQUISA:
A IMPORTANCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE EDUCAR
Márcia Osório Rodrigues
Professora PDE 2010
INSTRUMENTO DE PESQUISA: Questionário aplicado a professores, pais e alunos
do Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco – Santa Helena PR.
1. Na sua opinião, a participação da família no processo de ensino aprendizagem é
importante? ( ) Sim ( ) Não
Porque?
2. O bom desempenho do aluno é influenciado por essa participação?
( ) Sim ( ) Não
3.Como poderia ser realizada essa participação, que ações poderiam ser
implantadas pela escola para efetivar essa participação?
4. No Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo Branco há essa
participação? Poderia ser diferente? Como?
37
ANEXO 2 - Funções do professor regente de classe segundo o Estatuto de
Magistério
Art. 7º - São atribuições do professor em regência de classe:
I - planejar e ministrar aulas, coordenando o processo de ensino e aprendizagem nos diferentes
níveis de ensino;
II - elaborar e executar programas educacionais;
III - selecionar e elaborar o material didático utilizado no processo ensino-aprendizagem;
IV - organizar a sua prática pedagógica, observando o desenvolvimento do conhecimento nas
diversas áreas, as características sociais e culturais do aluno e da comunidade em que a unidade de
ensino se insere, bem como as demandas sociais conjunturais;
V - elaborar, acompanhar e avaliar projetos pedagógicos e propostas curriculares;
VI - participar do processo de planejamento, implementação e avaliação da prática pedagógica e das
oportunidades de capacitação;
VII - organizar e divulgar produções científicas, socializando conhecimentos, saberes e tecnologias;
VIII - desenvolver atividades de pesquisa relacionadas à prática pedagógica:
IX - contribuir para a interação e articulação da escola com a comunidade.
X - acompanhar e orientar estágios curriculares.
Art. 8º - São atribuições do professor no exercício de atividades técnico-pedagógicas:
I - acompanhar e apoiar a prática pedagógica desenvolvida na escola;
II - estimular atividades artísticas, culturais e esportivas na escola;
III - localizar demandas de capacitação em serviço e de formação continuada;
IV - programar e executar capacitação em serviço;
V - participar da formulação e aplicação do processo de avaliação escolar;
VI - acompanhar a dinâmica escolar e coordenar ações inter-escolares;
VII - supervisionar a vida escolar do aluno;
VIII - zelar pelo funcionamento regular da escola;
IX - assessorar o processo de definição do planejamento de políticas educacionais, realizando
diagnóstico, produzindo, organizando e analisando informações;
X - promover a divulgação, monitorar e avaliar a implementação das políticas educacionais;
XI - realizar avaliação psico-pedagógica e prestar atendimento aos alunos Portadores de deficiência.
( ESTATUTO DO MAGISTERIO )
38
Anexo 3 - Funções do professor regente de classe segundo o PPP –
COLEGIO ESTADUAL HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO
Sabemos que a Escola é a instituição que tem a função social de transmitir,
criar e redefinir conhecimentos. Então, quando se fala de escola, se trata da questão
do CONHECIMENTO. É o professor quem media a proposta educativa, após ter sido
discutido, elaborado e planejado. É ele que vai ser a ponte entre o não-saber e o
saber dos educandos e, sua responsabilidade é prepará-los para que se tornem
cidadãos ativos e participantes na família, na sociedade, nas associações de classe
e na vida cultural e política. A atividade do professor é a atividade fundamentalmente
social, pois contribui para a formação cultural e científica do povo, tarefa
indispensável para as conquistas democráticas.
O professor, além dos direitos e deveres assegurados pelo Estatuto do
Magistério, combinado com a legislação aplicável, terá ainda as seguintes funções:
propor à Equipe Gestora e Pedagógica medidas que objetivem o aprimoramento de
métodos de ensino, de avaliação, de administração e de disciplina em consonância
com as diretrizes curriculares da Secretaria de Estado da Educação; cumprir e
fazer cumprir os horários e calendário escolar; manter assiduidade,
comunicando com antecedência os atrasos e faltas eventuais; manter e fazer
com que seja mantida a disciplina em sala de aula e fora dela; comparecer às
reuniões dos órgãos colegiados; registrar a freqüência dos educandos,
assuntos de aula ou outras tarefas docentes e resultados da aferição do
aproveitamento dos estudantes; manter em dia todos os registros do diário de
classe (presenças, conteúdos ministrados, avaliações e recuperações);
promover e participar de reuniões de estudo, encontros, cursos, seminários e
outros eventos, tendo em vista o seu constante aperfeiçoamento profissional;
estabelecer processos de ensino-aprendizagem resguardando sempre o
respeito ao estudante; elaborar e entregar à Equipe Pedagógica sue
planejamento para o trabalho a ser realizado durante o ano letivo. Além disso,
deve participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino, elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a proposta do
estabelecimento de ensino, zelar pela aprendizagem dos educandos,
estabelecer estratégias de recuperação para os estudantes de menor
39
rendimento, ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de
participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação
e ao desenvolvimento profissional, colaborar com as atividades de articulação
da escola com as famílias e a comunidade.
Percebemos que, a grande maioria dos professores que atuam neste colégio,
preocupam-se em buscar definir o real caminho para que se possa dar conta do
processo ensino-aprendizagem. Existe uma busca incessante pela articulação plena
da escola com a sociedade, da forma como esclarece Paulo Freire, quando afirma:
“Não posso ser professor se não percebo cada vez melhor que, por não
ser neutra, minha prática exige de mim uma definição. Uma tomada de
posição. Decisão. Ruptura. Exige de mim que escolha entre isto e
aquilo. Não posso ser professor a favor de quem quer que seja e a favor
de não importa o quê. Não posso ser professor a favor simplesmente do
Homem ou da Humanidade, frase de uma vaguidade demasiado
contrastante com a concretude da prática educativa. Sou professor a
favor da decência contra o despudor, a favor da liberdade contra o
autoritarismo, da autoridade contra a licenciosidade, da democracia
contra a ditadura de direita ou de esquerda. Sou professor a favor da
lista constante contra qualquer forma de discriminação, contra a
dominação econômica dos indivíduos ou das classes sociais. Sou
professor contra a ordem capitalista vigente que inventou esta
aberração: a miséria na fartura. Sou professor a favor da esperança que
me anima apesar de tudo”. (FREIRE, 1996).
( PPP COLEGIO ESTADUAL HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO 2011)