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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título: Questões Étnicas e Culturais. A Afro-Dança no Ritmo do Conhecimento: Um Destaque a Congada

Autor Sandra Barandreshte Fiori

Escola de Atuação Colégio Estadual Duque de Caxias -EFM

Município da escola Tuneiras do Oeste

Núcleo Regional de Educação Cianorte

Orientador Profª. Drª. Sandra de Cássia Araújo Pelegrini

Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Maringá-UEM

Disciplina/Área História

Produção Didático-pedagógica Unidade Didática

Relação Interdisciplinar Língua Portuguesa, Arte, Educação Física , Geografia.

Público Alvo Ensino Médio

Localização Estadual Duque de Caxias- EFM, rua minas gerais n°300

Apresentação: O presente projeto visa a valorização do negro na história brasileira a partir do repensar sobre a abordagem da cultura africana junto aos docentes da disciplina de História. Portanto, tem como objetivo desenvolver atividades interdisciplinares com alunos do segundo ano, do Ensino Médio e professores do Colégio Estadual Duque de Caxias – EFM, observando por meio da “dança” parte da contribuição dos povos africanos na constituição social e cultural da sociedade brasileira. Diante disso, é fundamental propor iniciativas que desencadeiem no espaço escolar reflexões que abordem a cultura africana e valorizem as contribuições advindas dela. Para tanto, será desenvolvida uma abordagem acerca da cultura brasileira associada a temática desse projeto, ou seja a dança. Assim, propomos que seja pesquisada: 1º. A historicidade da Congada e 2º. Elaboração de um instrumento de percussão.

Palavras-chave: Congada; dança afro-brasileira; cultura; história.

APRESENTAÇÃO

O espaço do negro na constituição histórica brasileira ocupou por muito

tempo e infelizmente ainda ocupa uma perspectiva que remonta o tempo da

escravidão, deixando de lado a contribuição que os povos africanos

desempenharam na constituição da sociedade brasileira em todas as

dimensões, mais grave ainda é perceber que a escola em muitos momentos foi

omissa na abordagem deste assunto.

Em 13 de maio de 1888, como a história oficial relata aconteceu a

libertação dos escravos, mas, apesar da relevância deste fato ele parece ter se

limitado a uma questão política, pois não houve uma preocupação com os

seus foi direitos socias e se tornaram cidadãos brasileiros descendentes de

africanos.

Seguindo este percurso, a legislação passou a enfatizar com mais

veemência os direitos dos negros a partir da Constituição da República

Federativa do Brasil de 1988, no art. 5º que declara “todos são iguais perante a

lei, sem distinção de qualquer natureza...” enfatizando o direito à igualdade

como um princípio jurídico orientador das relações entre os cidadãos

brasileiros. O art. 3º, inciso IV, também institui a necessidade de “promover o

bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer

outras formas de discriminação”, e no art. 5º, incisos 41 e 42, a prática do

racismo é declarada como “crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena

de reclusão, nos termos da lei” (BRASIL, 1996).

Como ocorreu em 1888, a constituição amplia os direitos dos negros,

mas a questão cultural ainda se mantém e o espaço do negro na sociedade

continua sendo minimizado e anulado, isso também ocorre em outros ambitos

da sociedade, como a televisão, o mercado de trabalho, o livro didático, entre

outros. Isso evidencia que a igualdade de tratamento e de oportunidades entre

os brasileiros, prevista na Constituição Federal brasileira ainda está muito

distante de se efetivar, principalmente entre a população negra do Brasil.

O ano de 2004 marca uma conquista efetiva no reconhecimento histórico

e social dos povos africanos, neste momento foram realizados Fóruns

Estaduais de Educação e Diversidade Étnico-Racial, o objetivo era discutir a

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implementação da Lei 10.639, aprovada em 9 de janeiro de 2003, a referida Lei

evidencia como obrigatório o ensino de História e “cultura afro” -Brasileiras nas

escolas, apreciando a participação do povo africano nas áreas sociais,

econômicas e políticas relacionadas à História do Brasil, com a intenção de

solidificar o caminho para a edificação de uma luta anti-racista que desloque a

visão cultural que se construiu historicamente do negro escravo para aquele

que participou efetivamente da construção do país.

Ampliando a importância do tema, a Resolução do CNE/CP nº 1, de 17

de junho de 2004 estabeleceu as Normas Complementares às Diretrizes

Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o

ensino de História e cultura afro-brasileira e africana, assinalando assim novos

instrumentos para a implementação dos artigos. 26-A e 79-B da Lei 10.639/03

da Lei de Diretrizes Bases da Educação – LDB 9394/96, tornando obrigatória a

mudança da abordagem oferecida aos conteúdos escolares relacionados à

história e trajetória da população negra brasileira, conforme fica explicitado em

parte abaixo:

§ 1° A Educação das Relações Étnico-Raciais tem por objetivo a divulgação e produção de conhecimentos, bem como de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos quanto à pluralidade étnico-racial, tornando-os capazes de interagir e de negociar objetivos comuns que garantam, a todos, respeito aos direitos legais e valorização de identidade, na busca da consolidação da democracia brasileira.

Neste sentido no artigo 8º da Deliberação 04/06 evidencia-se a

necessidade de que cada unidade escolar/instituição componha uma equipe

interdisciplinar que esteja “encarregada da supervisão e desenvolvimento das

ações que dêem conta da aplicação efetiva das diretrizes estabelecidas por

esta deliberação ao longo do período letivo e não apenas em datas festivas,

pontuais, deslocadas do cotidiano da escola” (BRASIL, 1996). Nesse contexto,

este tema encontra eco no espaço escolar e a história do negro começa a ser

resgatada com dignidade.

Diante do que está sendo apresentado, propõe-se a valorização do

negro na história brasileira a partir do repensar sobre a abordagem da cultura

africana junto aos docentes da disciplina de História. Para tanto, torna-se

imperioso promover discussões junto aos docentes de várias áreas do

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conhecimento, sobre a metodologia e a teoria mais adequada ao trato dessa

temática porque é fundamental a difusão e o embasamento pautados pela

prática interdisciplinar. Desse modo, visa-se a contribuir para uma formação

que valorize a igualdade dos direitos sociais, independente de origem, raça,

sexo, cor, idade ou qualquer outro fator.

Neste sentido, pretende-se desenvolver atividades interdisciplinares

através da dança, com alunos do 2º ano do Ensino Médio e professores do

Colégio Estadual Duque de Caxias - EFM, no município de Tuneiras do Oeste –

Paraná, que permeiem toda a trajetória tecida pelos povos africanos no

contexto nacional.

Portanto, ao optar por uma perspectiva interdisciplinar a fazemos

intencionalmente, pois o tema não está restrito a uma disciplina escolar, mas

perpassam de forma decisiva todos os conhecimentos, assim, a “cultura afro”

deve impregnar a construção do conhecimento escolar, pois esta se encontra

relacionada à formação do cidadão brasileiro e não apenas com a transmissão

de conteúdos escolares.

Diante do exposto em relação à participação do negro na constituição da

história e nacional e sobre o processo discriminatório pela qual passou a

comunidade africana e seus descendentes, destaca-se que a dança do congo

é uma das formas de expressão mais significativas no Brasil e ímpares da

cultura afro-brasileira, praticadas em diversas localidades e com características

regionais. Assim, optou-se neste projeto por abordar a festa que acontece na

Lapa, região metropolitana de Curitiba.

PROBLEMATIZAÇÃO

A escola é um dos espaços da diversidade, mas como instituição onde

se constrói conhecimentos e como lócus de convivência, deve privilegiar o

respeito e a valorizando de cada um como um dos atores da construção da

sociedade. Por muito tempo, os meios de comunicação, os livros didáticos, os

filmes, as novelas, entre outros, exibiriam imagens do negro associadas à

submissão pessoal e social. Idéias e informações equivocadas que

contribuíram para a discriminação do papel do negro – enfoque que reforçou

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uma visão distorcida da história e da formação da sociedade brasileira.

De acordo com Frigotto (2004), todos devem ter acesso aos

conhecimentos que foram produzidos pela humanidade e, a escola deve

abordá-los nos conteúdos trabalhados, sendo garantidas aos sujeitos da

Educação Básica, crianças, jovens e adultos, em geral oriundos das classes

assalariadas, urbanas ou rurais, de diversas regiões e com diferentes origens

étnicas e culturais.

Neste sentido, é fundamental propor iniciativas que desencadeiem no

espaço escolar reflexões que abordem a cultura africana e valorizem as

contribuições advindas dela para a cultura do Brasil e desenvolvida na

abordagem elencada por este projeto, “a dança”- Congada.

A valorização do negro na sociedade e a efetivação da legislação no

contexto social ocorrerão quando todos que estão na escola, independente de

cor, raça, religião ou sexo sejam valorizados e apoiados, e mais ainda, quando

a participação do negro na constituição da sociedade brasileira for tratada com

a dignidade com qual foi negada no passado.

De acordo com o que preconiza a Lei 10.639/03, é fundamental que a

abordagem do currículo nas questões étnico raciais, dos conteúdos

pedagógicos e dos procedimentos de ensino seja repensada, além disto, esta

perspectiva deve ser interdisciplinar, pois o tema não pertence somente ao

professor de história, mas a todos os professores dos outros componentes

curriculares da escola.

Assim, torna-se imprescindível discutir as práticas escolares em relação

ao tema, no qual a qualificação se dará através do aprofundamento teórico,

mas também, a partir da discussão entre os professores da escola, levantando

as dificuldades e experiências, desencadeando uma nova postura frente ao

tema.

Sendo assim, no trabalho com ensino de História e Cultura Afro-

brasileira e Africana devemos assumir um novo viés, tendo como objetivo

reconhecer e valorizar a identidade social e cultural dos afro-descendentes.

Aborda-se assim a possibilidade de contribuir para a formação dos professores

no intuito de que eles possam desenvolver um trabalho interdisciplinar no

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espaço escolar. Perseguindo este enfoque, propõe-se a seguinte questão

norteadora do estudo: A partir de uma perspectiva interdisciplinar, qual a

verdadeira contribuição dos povos africanos na constituição social e cultural da

sociedade brasileira?

OBJETIVO GERAL

Desenvolver atividades interdisciplinares com alunos do 2º ano do

Ensino Médio e professores do Colégio Estadual Duque de Caxias – EFM, no

município de Tuneiras do Oeste – Paraná, observando por meio da dança parte

da contribuição dos povos africanos na constituição social e cultural da

sociedade brasileira.

OBJETIVOS ESPECIFICOS

1. Estudar a história dos afro-descententes a partir da perspectiva da

sua participação na construção da cultura brasileira;

2. Compreender o papel do negro na sociedade e os espaços negados

historicamente a eles;

3. Relacionar cultura e conhecimento para compreender o conceito de

igualdade social preconizado pela Constituição Federal.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Este projeto está baseado na teoria da A historiadora Marina de Melo e

Souza, no livro os Reis negros no Brasil escravista: história da festa da

coroação de um Rei Congo, que na América portuguesa, em quase todas as

regiões onde a mão-de-obra africana foi utilizada, era permitido que as

comunidades negras escolhessem reis que cumprissem papéis rituais e

sociais. As quais “eram festejadas com danças, músicas e teatralizações”

(2006, p.181). Assim, por meio das irmandades leigas religiosas, as populações

africanas e seus descendentes do continente americano podiam constituir

laços fundamentais de solidariedade e de identidades próprias aos negros

formadores das associações (2006, p.180-183). De acordo com Lança (2011) a

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congada da Lapa é uma manifestação cultural típica do Paraná e está

relacionado ao culto a São Benedito, patrono espiritual da comunidade negra

Lapeana. Essa festa é um pequeno exemplo da diversidade de culturas

existentes no Paraná.

PROCEDIMENTO

A partir de toda história afro-brasileira realizada foi necessário fazer uma

pesquisa de campo com um dos participantes da dança da Congada, na região

na Cidade da Lapa, região metropolitana de Curitiba, na qual obtive a

entrevista com o Sr. Miguel Ferreira afro-descendente desta cultura.

A história da congada na Lapa existe há mais de 136 anos. E surgiu com os

escravos, que escolheram São Benedito como Santo Protetor pela cor e

posteriormente passando a ser Padroeiro da Cidade da Lapa.

Os personagens principais da congada apresentada na Lapa são (rei,

rainha, embaixador), sendo que só podem ser encenados por afro-

descendentes. Além disto, tem que ser da família que manteve a tradição, tal

fato se dá por causa da hereditariedade e tradição. Os demais personagens

(reizinho, príncipe, secretário do rei, duque, marques, fidalgo, porta-bandeira,

ala do rei) não precisam ser de uma mesma família, mas precisam ser afro-

descendentes. “Nesta comemoração, conforme relato do Sr. Miguel Ferreira1,

houve dois casos excepcionais” onde num deles teve a participação de um

branco pra paga promessa feita ao Santo e outro caso pra pessoa não fica

doente”. Esta comemoração é inserida nos festejos de comemoração ao Santo

Padroeiro da Cidade, São Benedito, ocorrendo em 26/12.

A população lapeana parece apreciar muito as apresentações da

congada. Conta-se, que o rei prende o embaixador, é ferido e preso, depois

fazem as pazes e o embaixador se despede e vai embora para terra de Ginga

(a rainha que manda nele).

É uma homenagem essencialmente católica a São Benedito. Nesta 1 Entrevista feita com Miguel Ferreira, no dia 26 de dezembro de 2010, com início ás 12:05 e término 13:00, enfrente Mercado que ele trabalha como açougueiro. Utilizei uma câmera marca Sony – 7.0 Megapixel.

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apresentação somente uma mulher pode participar, a rainha. Esta

comemoração tem uma ligação com a tradição católica conforme calendário

litúrgico da Igreja/São Benedito. O tempo de duração é de mais ou menos de 1

hora e 20 minutos.

As cores das roupas servem para identificar os personagens e os

instrumentos utilizados são: 6 tambores, rabeca, viola de 10 cordas, violão, 2

gaitas e 3 cabaças.

Conforme o relato de um integrante da congada, infelizmente a

tendência é que as apresentações acabem por falta de interesse dos jovens e

falta de incentivo dos órgãos públicos da cidade.

Mas a congada é uma forma de compreender e manter a tradição

cultural que foi trazida pelos afro-descendentes, sendo fonte para ressaltar o

papel do negro na constituição da sociedade brasileira.

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UNIDADE DIDÁTICA

Atividades Iniciais: A Influência dança Afro-descendente

Antes de abordar a cultura afro-brasileira o professor procurará saber a

imagem que os alunos possuem da África. Para compreender a história de um

povo, é preciso conhecer a cultura da qual procedem. Assim, o professor

trabalhará o texto a seguir, propondo aos alunos uma reflexão sobre a cultura

africana.

O professor explicará que uma das heranças mais importantes da

inserção dos negros na sociedade brasileira está na dança. Demonstrando

que, muita gente, como boa parte da população brasileira e, sobretudo, os

negros desconhecem ou “acostumaram” a ignorar o fato.

Partindo do entendimento de que os discentes são sujeitos ativos e

personagens principais do processo de aprendizagem, o texto será lido e

debatido com a turma. As atividades serão realizadas em sala de aula, sob

orientação e olhar atento da professora.

A Cultura AfricanaA África é um continente de grande diversidade cultural que se vê fortemente

ligada à cultura brasileira. Podem-se perceber grandes diferenças em suas raças, origens, costumes, religiões e outros. Os africanos prezam muito a moral e acreditam até que esta é bem semelhante à religião. Acreditam também que o homem precisa respeitar a natureza, a vida e os outros homens para que não sejam punidos pelos espíritos com secas, enchentes, doenças, pestes, morte, etc. Não utilizavam textos e nem imagens para se basearem, mas fazem seus ritos a partir do conhecimento repassado através de gerações antigas.

Seus ritos eram realizados em locais determinados com orações comunitárias, danças e cantos que podem ser divididos em: momentos importantes da vida, integração dos seres vivos e para a passagem da vida para a morte. Na economia, trabalhavam principalmente na agricultura, mas também se dedicavam à criação de animais e de instrumentos artesanais.

Sua influência na formação do povo brasileiro é vista até os dias atuais. Apesar do primeiro contato africano com os brasileiros não ter sido satisfatório, estes transmitiram vários costumes como:

- A capoeira que foi criada logo após a chegada ao Brasil na época da escravização como luta defensiva, já que não tinham acesso a armas de fogo;

- O candomblé que também marca sua presença no Brasil, principalmente no território baiano onde os escravos antigamente eram desembarcados;

- A dança Fonte: CABRAL, G. Cultura africana (2010). Disponível em: <http://www.brasilescola.com/cultura/cultura-africana.htm>. Acesso em jul/2011.

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Fonte: <http://dancas-africanas.blogspot.com/2008/12/origem-e-importncia-da-dana-africana.html> . Acesso em jul/2011.

Após leitura do texto que será fotocopiado a turma será dividida em

grupo e responderá as seguintes questões:

1. Após a leitura do texto e explicação do professor sobre as origens

africanas, você se considera um afro-descendente?

2. Diante da nossa realidade, faça um pequeno texto apresentando as

diferenças ou semelhanças entre o modo de vida africano e o nosso:

3. Realizar uma entrevista estruturada (gravada) com familiares ou

pessoas da comunidade sobre a presença de afrodescentes no

município de Tuneiras do Oeste, principalmente com pessoas idosas,

que viveram a história do município, destacando a sua chegada, as

atividades desenvolvidas e a sua relação com os que não eram

afrodescendentes. (Para questão de interpretação, na entrevista será

utilizado o termo “negros”, não com a intenção de discriminação.

Como a entrevista será realizada com pessoas idosas, o termo

afrodecendentes talvez ainda não esteja incorporado ao vocabulário

do entrevistado(a).

(Os alunos realizarão a gravação da entrevista e posteriormente

farão a sua transcrição).

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A origem e importância da dança africana

a unidade entre seus membros, por isso é quase sempre uma atividade grupal. Em sua maioria, todos os homens, mulheres e crianças participam da dança, batem palmas ou formam círculos em volta dos bailarinos. Em ocasiões importantes, danças de rituais podem ser realizadas por bailarinos profissionais. Todos os acontecimentos da vida africana são comemorados com dança, nascimento, morte, plantio ou colheita; ela é a parte mais importante das festas realizadas para agradecer aos deuses uma colheita farta. As danças africanas variam muito de região para região, mais a maioria delas tem certas características em comum. Os participantes geralmente dançam em filas ou em círculos, raramente dançam a sós ou em par. As danças chegam a apresentar algumas vezes até seis ritmos ao mesmo tempo e seus dançarinos podem usar máscaras ou enfeitar o corpo com tinta para tornar seus movimentos mais expressivos. As danças em Marrocos usam normalmente uma repetição e um constante crescimento da música e de movimentos, criando um efeito hipnótico no dançarino e no espectador. Entre elas destacam-se a Ahouach, Guedra, Gnawa e Schikatt.

- O (a) senhor (a) se recorda quando os negros chegaram aqui em

Tuneiras do oeste?

- Quais eram os trabalhos que os negros faziam antigamente aqui na

cidade?

- O (a) senhor (a) se lembra se os negros podiam ir à igreja, como

era a participação deles na igreja?

- Os seus filhos estudavam? Eles tinham amigos negros na escola?

- Aqui em Tuneiras do Oeste O (a) senhor (a) se lembra se os negros

tinham alguma dança que eles faziam entre eles ou em grupos?

- O (a) senhor (a) se lembra se eles ensinaram as mulheres daqui a

fazer alguma comida diferente?

- O (a) senhor (a) acha que os negros foram bem recebidos aqui em

Tuneiras?

- Naquele tempo o que as pessoas falavam dos negros, eles

gostavam ou falavam alguma coisa sobre eles terem vindo para cá?

4. Faça uma pesquisa na internet ou livros e escreva:

a) Quais as atividades laborais eram desenvolvidas pelos afro-

descentes no período da escravidão:

b) Quais as manifestações culturais, dentre elas a dança que era

praticada pelos afrodescendentes?

Esta Unidade Didática terá a contribuição interdisciplinar das seguintes

áreas: Língua Portuguesa, Educação Física, Arte e Geografia indiretamente de

outras áreas.

Portanto cada professor desenvolverá algumas atividades referentes aos

conteúdos sobre a temática abordada pela professora de História sobre a

Cultura Africana e afro-descendente.

A princípio temos a primeira atividade referente à Língua Portuguesa

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sobre A Cultura Africana. O professor fará a contextualização com as questões

abaixo relacionadas.

Atividade língua portuguesa:1. Comente: Como eram realizados os ritos na cultura africana?2. Explique: Qual a diferença entre origens e costumes.3. Responda: Por que os africanos criaram a capoeira? Comente.4. Efetuar: Fazer uma síntese da entrevista.

ATIVIDADE 2: HISTÓRIA - Apresentação do DVD “Congada da Lapa”

O professor apresentará aos alunos um DVD intitulado “Congada da

Lapa” que adquiri do Sr. Miguel (Rei da congada lapeana), um dos membros do

grupo de dança, disponível em site

<http://www.luxagd.org/proj_congada/acongada.htm > Acesso em jul/2011.

Posteriormente, os alunos irão debater e responder em grupo as

seguintes questões:

1. Escreva sobre a influência da dança africana ou afro-descendente

nos estados brasileiros?

2. Pesquisar junto à família ou a comunidade se existem ou existiu

alguém que participou de alguma dança africana ou afro-

descendente.

3. Você já assistiu apresentações de danças africanas ou afro-

descendentes? O que você achou?

4. Assistindo o DVD sobre a Congada da Lapa o que lhe chamou mais

a atenção?

ATIVIDADE 3- DISCIPLINA GEOGRAFIA

Nesta tarefa o professor entregará um pequeno texto aos alunos e fará

uma breve explicação, utilizando mapas físicos do Brasil e da África,

abordando questões de relevo, clima e vegetação e economia, para fazer uma

comparação e assim concretizar as informações e os conhecimentos

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desejados, posteriormente o professor entregará uma atividade para eles

responderem.

TEXTO DE GEOGRAFIA

Geologicamente, o Brasil e África estiveram unidos em uma única

porção continental na Pangéia (entre 250 a 300 milhões de anos). Com a

Deriva Continental, houve a separação deste super continente gradativamente

até a configuração atual dos continentes. Essa teoria esta baseada em

evidências físicas semelhantes entre a costa leste do Brasil e o litoral oeste do

continente africano em um quase perfeito “encaixe”. Além dessa, outras

semelhanças naturais se localizam nas mesmas latitudes entre essas duas

áreas como: o clima e a vegetação, além do relevo. (texto escrito pela

professora de geografia)

TAREFA:

1- Quais das principais linhas imaginárias atravessam o Brasil e a África?

2- Que tipo de relevo é predominante no Brasil e no Continente africano?

3- Além do relevo, a vegetação entre o Brasil e a África também apresenta

grandes semelhanças sendo, portanto correspondentes. Sendo assim,

relacione alguns tipos de vegetação que aparecem no continente

africano com os que aparecem no Brasil.

( a ) savana ( ) floresta de transição

( b ) sahel ( ) floresta do Congo

( c ) floresta amazônica ( ) Cerrado

ATIVIDADE 4- DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO FÍSICA - APRESENTAÇÕES DE ATIVIDADES EM GRUPOS

Após várias pesquisas, leituras, assistir DVD sobre Congada na Lapa,

adquirido pela professora deste projeto; temos também material disponível em:

http://www.luxagd.org/proj_congada/acongada.htm, iremos dividir a turma em

pequenos grupos e dividir os conteúdos por eles estudados e pesquisados,

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onde farão uma representação na sala de aula. No decorrer das

representações serão fotografadas e anexadas fotos a esta Unidade Didática.

ATIVIDADE DE EDUCAÇÃO FISICA:

1- Como a dança influencia o desenvolvimento da coordenação geral

dos adolescentes?

2- De que maneira a dança pode contribuir para a aprendizagem?

3- Quais as danças brasileiras que possuem origem africana?

4- Você gosta de dançar, quais as contribuições que a dança traz?

ATIVIDADE 5 - DISCIPLINA DE ARTE - OBJETO DE PERCUSSÃO

Esta tarefa será desenvolvida com alunos após a pesquisa de campo,

entrevistando pessoas que já fizeram ou sabem fazer este objeto de

percussão. Estaremos trabalhando junto à comunidade para podermos

sociabilizá-los ao nosso trabalho, podendo assim haver uma interação maior

entre comunidade e escola. Buscaremos saber que tipo de materiais é utilizado

para confecção deste instrumento.

ATIVIDADE DE ARTE:

1- Quais os instrumentos que são utilizados na congada da Lapa?

2- Que materiais são utilizados para confeccionar um instrumento de

percussão?

3- Quanto tempo demora em fazer este instrumento?

4- Qual tipo de som o instrumento produz?

5- Como manusear o instrumento de percussão?

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ATIVIDADE 6 –TRABALHO INTERDISCIPLINAR - APRESENTAÇÃO DA DANÇA DA CONGADA NA LAPA

Nesta atividade estaremos preparando uma pequena apresentação da

dança da Congada na Lapa para todos os alunos do Colégio Estadual Duque

de Caxias- EFM, e comunidade Tuneirense. Nesta atividade contaremos com a

participação e contribuição dos professores de Arte; Educação Física e Língua

Portuguesa e indiretamente das demais áreas, buscando realizar um trabalho

interdisciplinar.

REFERÊNCIAS

A CONGADA NA LAPA (Vídeo). Disponível em <http://www.luxagd.org/proj_congada/acongada.htm > . Acesso em 1 julho de 2011

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_______. Resolução do CNE/CP nº 1. De 17 de junho de 2004. Normas Complementares às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o ensino de História e cultura afro - brasileira e africana. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/res012004.pdf> Acesso em abril de 2010.

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