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FICHA PARA CATÁLOGO DE PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Professor PDE/2010

Título

Contribuições para leitura literária: O Cortiço como objeto de estudo

Escola de atuação:

Colégio Estadual Arroio Grande EFM

Município da escola:

Pitanga

Núcleo Regional de Educação:

Pitanga

Orientadora:

Raquel Terezinha Rodrigues

Instituição de Ensino Superior:

UNICENTRO

Área do Conhecimento:

Língua Portuguesa

Produção didático – pedagógica:

Unidade Didática

Relação interdisciplinar:

Público alvo:

Alunos da 2ª série do Ensino Médio

Localização: Colégio Estadual Arroio Grande – EFM Pitanga- PR

Apresentação:

A leitura é considerada de fundamental importância para o relacionamento do ser humano e, por isso, tem recebido atenção especial. Segundo Lajolo aquele que lê, amplia seus horizontes, assim como o universo da obra a partir de sua vivência cultural. (em particular a leitura literária). Partindo desse princípio elaboramos um trabalho usando O Cortiço como objeto de estudo, no intuito de auxiliar o professor a uma nova postura diante da leitura dos clássicos da literatura. Oportunizando aos alunos através de pequenas peças teatrais desenvolverem sua capacidade de compreensão, expressão e criticidade.

Palavras-chave LEITURA. LITERATURA. ESTUDO.

PDE – PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

SEED –SETI UNICENTRO

CONTRIBUIÇOES PRA LEITURA LITERÁRIA: O CORTIÇO COMO OBJETO DE ESTUDO

PITANGA – 2010

MARLI APARECIDA DIANIN TEIXEIRA

CONTRIBUIÇÕES PARA LEITURA LITERÁRIA: O CORTIÇO COMO OBJETO DE

ESTUDO

Material didático-pedagógico – Unidade didática - apresentado ao

PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional – SEED – SETI –

UNICENTRO.

Orientadora: Profª. Drª Raquel Terezinha Rodrigues

PITANGA – 2010

INTRODUÇÃO:

“Não há povo e nem homem que possa viver sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação, assim como não conseguimos passar 24 horas sem sonhar durante à noite, ou sem se entregar em alguns momentos do dia ao mundo das fábulas, dos sonhos e da fantasia. Ele vê a literatura como manifestação universal de todos os homens e em todos os tempos e, como tal, corresponde a uma necessidade universal que precisa ser satisfeita”. ANTONIO CANDIDO

A questão da leitura literária é uma temática que merece ser posta em

discussão no espaço da escola pública, tendo em vista a complexa tarefa de formar

leitores. Segundo as DCEs (2008):

É possivel fazer da leitura literária uma atividade prazerosa no sentido de atender às Diretrizes Currriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica – DCEs, ao sugerir que o ensino da literatura seja compreendido a partir dos fundamentos teóricos da Estética da Recepção. “[...] com condições de reconhecer, nas aulas de literatura, um envolvimento de subjetividades que se expressam pela tríade obra/autor/leitor, por meio de uma interação que está presente na prática de leitura. (DCEs - Paraná, 2008, p. 58).

Pensando em atender às Diretrizes Curriculares planejamos levar à sala de

aula uma atividade prazerosa e consequentemente algo que desperte nos alunos o

gosto pela leitura. Sendo assim o objetivo desta unidade é, além de cumprir mais

uma etapa do PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional, desenvolver nos

alunos o gosto pela leitura e em especial pelos clássicos literários.

O trabalho trará em seu bojo leituras como o haicai, trava-língua, poemas,

crônicas, músicas, vídeos, pesquisas na internet, leitura da obra “O Cortiço” de

Aluísio de Azevedo, apresentação de peças teatrais evidenciando as temáticas da

obra e a confecção de fanzines. Estas atividades terão duração de 16 aulas e serão

realizadas em 4 (quatro) etapas:

1ª - Leitura de haicai, trava-língua, poemas, crônicas e músicas;

2ª - Videos e pesquisa na internet;

3ª - Leitura da obra;

4ª - Apresentação das peças teatrais;

5º - Confecção de fanzines.

Desenvolveremos essa etapa do projeto com os alunos da 2ª série do ensino

médio do Colégio Estadual Arroio Grande, Município de Pitanga, procurando

demonstrar que a Literatura ensinada coerentemente, sem o uso de uma

metodologia totalmente tradicional, não obrigará os alunos a decorarem épocas,

mas os levará à emoção juntamente com os sentidos e a razão despertando a

criticidade e o gosto pela leitura literária.

ENCAMINHAMENTO TEÓRICO:

A leitura sempre foi motivo de debates e discussões quando analisada em

âmbito escolar, pois ela é de fundamental importância para o relacionamento do ser

humano. Assim, torna-se extremamente necessária a formação de leitores e não

mais de ledores, o que tem levado muitos pesquisadores a examinarem a questão

buscando valorizar no leitor em formação todas as suas potencialidades,

entendendo e considerando suas limitações.

Com isso, é também necessário que o professor esteja apto a ensinar. Logo,

aquele que se dedica ao hábito da leitura e principalmente, gosta do que faz, saberá

ensinar seus alunos e tornar-se-á melhor mediador do ensino, fazendo com que os

educandos participem ativamente das aulas e consequentemente tornem-se leitores

assíduos e críticos.

Pensando na necessidade de levar à sala de aula uma atividade prazerosa e

consequentemente algo que desperte nos alunos o gosto pela leitura, é necessário

que o docente encontre atividades que não se tornem maçantes, ou desagradáveis.

Assim, é necessário que a leitura seja iniciada vagarosamente, para que os

alunos sintam-se confiantes até alcançarem o objetivo pretendido que é tornarem-se

leitores.

Segundo Barzotto (1999), quando inserida no processo social a leitura

renuncia a qualquer tipo de neutralidade, trazendo implícita uma orientação

democrática que se dilata ou se contrai de acordo com os propósitos dos grupos que

recorrem a ela como parte de seus projetos de ação.

Para o autor, a leitura é capaz de evidenciar o conflito entre a imposição de

uma determinada ideologia que pode ser conveniente para o bom andamento do

mecanismo social. Deste modo, a leitura pode se pautar em uma vocação

democrática, resultante, de um lado, dos efeitos que propiciou, de outro, da

convivência igualitária, que suscita, com as obras literárias.

Nessa perspectiva, a obra literária é compreendida como uma tomada de

consciência do mundo concreto que se caracteriza pelo sentido humano dado a

esse mundo pelo autor. Nesse sentido, não é caracterizada apenas como um mero

reflexo do imaginário que se traduz em palavras, mas é resultante de uma interação

ao mesmo tempo receptiva e criadora.

Para Lajolo (2005), a importância da leitura literária como prática discursiva é

capaz de levar o aluno a abrir-se para a compreensão de qualquer outro tipo de

leitura. Para ela: “É a literatura, como linguagem e como instituição, que se confiam

os diferentes imaginários, as diferentes sensibilidades, valores e comportamentos

através dos quais uma sociedade se expressa e discute, simbolicamente, seus

impasses, seus desejos, suas utopias”.

Em comum acordo com Lajolo, Zilberman afirma que: “A sala de aula é um

espaço privilegiado para o desenvolvimento do gosto pela leitura, assim como um

campo importante para o intercâmbio da cultura literária, não podendo ser ignorada,

muito menos desmentida sua utilidade”. Por isso, cabe ao professor adotar uma

postura criativa que estimule o desenvolvimento integral dos alunos. Por isso ela

considera a literatura como uma parte importante de prática pedagógica, pois as

pessoas necessitam se apropriar da linguagem literária ainda que nunca publique

um livro.

Aspecto interessante encontra-se na experiência que o leitor já possui, assim

se o professor trabalhar inicialmente com obras referentes aos meios em que os

alunos estão inseridos, certamente terá maior aproveitamento e assim poderá

paulatinamente, construir conceitos, demonstrar diferentes noções, ideologias e

expressões.

Pode-se perceber que as expectativas e as experiências do leitor, segundo

Jauss (1991), são questões relevantes para a construção de sentido do texto

levando a compreensão do funcionamento das re-significações na experiência de

fruição da obra de arte.

Assim sendo, na leitura literária, o professor tem um recurso valioso capaz de

despertar nos alunos o gosto pela leitura, contribuindo para a compreensão da

realidade individual e coletiva dos mesmos.

Deste modo, finaliza Machado (2005) ao enfatizar a necessidade de que haja

condições ambientais específicas para que o diálogo com o texto literário ou

qualquer outro tipo de leitura aconteça, fazendo com que os alunos deixem de ser

leitores comuns, muitas vezes decodificadores, passando a leitores competentes,

críticos e aptos para entender também as obras clássicas.

PROPONDO ATIVIDADES

1º MOMENTO –

De início usaremos data show e mostraremos a comunidade escolar; alunos,

professores e funcionários que este projeto tem o objetivo de incentivar a leitura

literária no Colégio Estadual Arroio Grande usando a obra “O Cortiço” de Aluisio de

Azevedo. Deixaremos claro aos presentes que haverá variedade de leituras, além de

interpretação e apresentação de pequenas peças teatrais de trechos da obra.

Posteriormente discutiremos com os alunos as temáticas existentes e realizaremos

um parâmetro entre os séculos XIX e XXI.

Esperamos que no final desse trabalho os alunos leiam os clássicos da

literatura pelo prazer da descoberta das riquezas que guardam, das histórias antigas

e ao mesmo tempo atuais.

Enquanto fazemos a apresentação do projeto já estarão nas dependências do

colégio algumas chamadinhas para o início das atividades.

Exemplo:

• Você sabe o que é um cortiço? Será uma moda? Pesquise!

• João Romão estará no colégio em breve!

• Seu Miranda e a esposa adúltera também estarão por aqui!

• Venham conhecer Rita Baiana, mulata sexy e poderosa!

• Albino, Jerônimo, Piedade e outras pessoas participarão da nossa roda de

samba!

• Firmo, o capoeirista também virá!

• Venham conhecer esse pessoal!

2º MOMENTO – A seguir faremos uma sondagem, ou seja, saberemos o conhecimento prévio

da turma em relação à leitura literária, portanto nos colocaremos em círculo e

faremos um bate-papo sobre como a literatura está presente em nosso dia-a-dia.

Da seguinte forma:

• Você acha a leitura uma diversão? Por quê?

• Que tipo de leitura você gosta? Por quê?

Apresentaremos vários tipos de leitura literária da atualidade e as novas

tecnologias, contextualizando historicamente o início dos romances, mostrando

alguns exemplos de romances do século XIX que foram publicados em folhetins.

O próximo passo é usar a Tv pendrive com alguns exemplos de leitura

literária:

HAICAI:

Dia nublado

E no peito do sabiá

Sol do meio dia

(Alice Ruiz)

Disponível em: aliceruiz.com.br/haikai?page=4

Acesso: 31/07/2011

Na velhice com carinho

Chocolates de cacau

Hum! Delícias ao entardecer.

(Marli Dianin)

TRAVA-LÍNGUAS:

Pedro tem o peito preto

O peito do Pedro é preto

Quem disser que o peito do Pedro não é preto,

Tem o peito mais preto que o peito do Pedro.

POEMA :

Poema mais ou menos de amor.

Eu queria, senhora,

ser o seu armário

e guardar seus tesouros

como um corsário.

Que coisa louca:

ser seu guarda-roupa!

Alguma coisa sólida,

circunspecta e pesada

nessa vida tão estabanada.

[...]

VERÍSSIMO, Luis Fernando. Poema mais ou menos de amor. IN. Comédias para se

ler na escola. São Paulo: Objetiva, 2001, p. 119.

SEED- Secretaria de Estado da Educação- Venda Proibida

CRÔNICA :

Amor é prosa, sexo é poesia

JABOR, Arnaldo. Amor é prosa, sexo é poesia. IN. Crônicas Afetivas. São Paulo:

Objetiva, 2004, p.34

SÁBADO EU FUI ANDAR na praia em busca de inspiração para meu artigo de

jornal. Encontro duas amigas no calçadão do Leblon.

- Teu artigo sobre amor deu o amor auê... – me diz uma delas.

- Aquele das mulheres raspadinhas também... Aliás, que que você tem contra

mulheres que barbeiam as partes? – questiona a outra.

- Nada... – respondo – Acho lindo, mas não consigo deixar de de ver ali nas partes

dessas moças um bigodinho sexy...não consigo evitar... Penso no bigodinho de

Hitler, do Sarney... lembram um sarneyzinho vertical nas modelos nuas...

Uma delas (solteira e lírica) me diz:

- Sexo e amor são a mesma coisa...

A outra (casada e prática) retruca:

- Não são a mesma coisa não...

[...]

MÚSICA :

Letra - Lá vem a cidade

Composição de Lenine/Bráulio Tavares

Eu vim plantar meu castelo Naquela serra de lá, Onde daqui a cem anos Vai ser uma beira-mar...

Vi a cidade passando, Rugindo, através de mim... Cada vida Era uma batida Dum imenso tamborim. Eu era o lugar, ela era a viagem Cada um era real, cada outro era miragem.

[...]

Disponível em: http://letras.terra.com.br/lenine/1338104/

Acesso: 30/07/2011

Na sequência mostraremos o vídeo do you tube com o compositor e músico Lenine.

Disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=InhGbDe9ZC8

Acesso: 27/05/2011

Continuando o bate-papo...

• Alguém já escreveu algo parecido com o que vimos até agora?

• Já leu algum livro...?

• Algum livro de literatura...?

• Tipo... Moreninha, Iracema, Escrava Isaura...?

• Por que você acha que na escola pedimos que os alunos leiam literatura?

• Que papel tem essa atividade na vida de vocês?

Após trabalharmos com as leituras instigaremos um pouco mais os alunos com um

vídeo.

• Vocês sabiam que a literatura pode ser encontrada também em desenho

animado?

Respondendo ao questionamento apresentaremos um vídeo do you tube com os

Simpsons em: “O corvo” poema de Edgar Alan Poe. Disponível em :

http://www.youtube.com/watch?v=3nyGfzPQaIo

Em seguida mostraremos o poema transcrito.

O CORVO

Numa meia-noite agreste, quando eu lia, lento e triste, Vagos, curiosos tomos de ciências ancestrais, E já quase adormecia, ouvi o que parecia O som de algúem que batia levemente a meus umbrais. "Uma visita", eu me disse, "está batendo a meus umbrais. É só isto, e nada mais."

Ah, que bem disso me lembro! Era no frio dezembro, E o fogo, morrendo negro, urdia sombras desiguais. Como eu qu'ria a madrugada, toda a noite aos livros dada P'ra esquecer (em vão!) a amada, hoje entre hostes celestiais - Essa cujo nome sabem as hostes celestiais, Mas sem nome aqui jamais!

Como, a tremer frio e frouxo, cada reposteiro roxo Me incutia, urdia estranhos terrores nunca antes tais! Mas, a mim mesmo infundido força, eu ia repetindo, "É uma visita pedindo entrada aqui em meus umbrais; Uma visita tardia pede entrada em meus umbrais.

É só isto, e nada mais".

[...]

Disponível em:

http://www.insite.com.br/art/pessoa/coligidas/trad/921.php

acesso:29/07/2011

3º MOMENTO –

Após a introdução ao mundo da literatura dividiremos os alunos em grupos e

os levaremos ao laboratório de informática para realizarem uma pesquisa sobre o

naturalismo. Os alunos terão em mãos os sites que deverão ser pesquisados como

também o roteiro a ser seguido.

Disponível em:

http://www.algosobre.com.br/literatura/realismo.html

Acesso: 01/08/2011

http://www.graudez.com.br/literatura/realismonaturalismo.html

Acesso:01/08/2011

http://www.infoescola.com/literatura/naturalismo/

Acesso: 01/08/2011

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=24376

Autora: Marta Pontes Pinto.

Acesso: 01/08/2011

http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/naturalismo.htm

Acesso: 01/08/2011

http://www.esec-josefa-obidos.rcts.pt/cr/ha/seculo_19/naturalismo.htm

Acesso:02/08/2011

http://www.algosobre.com.br/literatura/naturalismo.html

acesso:02/08/2011

Atividades de pesquisa propostas a partir do acesso aos sites:

NATURALISMO.

• Qual conceito de realismo/naturalismo;

• Como e quando surgiu;

• Temas marcantes;

• Autores - qual mais marcou essa tendência;

• Características;

• Artes plásticas e literatura;

• Segundo o Naturalismo, o homem é desprovido do livre-arbítrio, ou seja, o

homem é uma máquina guiada por vários fatores: leis físicas e químicas,

hereditariedade e meio social, além de estar sempre à mercê de forças que

nem sempre consegue controlar. Para os naturalistas, o homem é um

brinquedo nas mãos do destino e deve ser estudado cientificamente.

Comprove essa afirmação.

4º MOMENTO –

Depois da pesquisa retornaremos à sala de aula para uma breve síntese,

onde novamente em círculo cada grupo explicará o resultado de sua pesquisa.

Fazendo assim a contextualização histórica da obra que entregaremos aos alunos

na próxima aula.

Num próximo momento faremos o questionamento sobre os temas polêmicos

tratados pelo naturalismo, tais como: homossexualidade, miséria, adultério,

problemas sociais, taras sexuais.

• A literatura tem temas que sejam mais ou menos apropriados.

• Existem temas que são adequados?

• Ou temas que podemos considerar “inconvenientes”?

• A literatura pode falar sobre todos os assuntos?

É chegada a hora de apresentarmos novo vídeo do you tube que fala sobre a

obra, o autor, tempo e espaço em que ela foi escrita. Disponível em :

http://www.youtube.com/watch?v=M3LfFZk-vpA

Acesso: 27/06/2011

Com ajuda do vídeo explicaremos aos alunos que trabalharemos a obra “O

Cortiço” de Aluísio de Azevedo.

Anteciparemos algumas informações sobre a obra através de resumo e

questionamento.

A obra relata a história de João Romão, um português ganancioso que se

torna dono de um cortiço e aproveitando-se da miséria alheia multiplica seus bens a

custa de muitos, inclusive de sua amante, a negra Bertoleza, de quem ele mais se

beneficia. É por conta da ganância dele, que a mesma tem um triste fim.

Também o Sr. Miranda comerciante bem sucedido e que não mora no cortiço,

mas ao lado e por isso causa grande inveja a João Romão. É em nome desse

sentimento que João Romão, o comerciante em ascensão econômica tem atitudes

ilícitas e comente tantas atrocidades. E claro, vence na vida. Outros personagens

que também se destacam na história são: Rita Baiana mulata e sensual que causa

frisson no cortiço e destrói lares; Léonie, prostituta e lésbica; Leocádia, esposa

adúltera; Albino, lavadeiro homossexual; Firmo, mulato, capoeirista; Jerônimo e

Piedade casal de portugueses que sonhavam com um futuro melhor; Pombinha, a

virgem inocente que escrevia cartas sob encomenda e também prometida em

casamento, entre outros.

No enredo o próprio cortiço é apresentado como personagem. “Durante dois

anos o cortiço prosperou de dia para dia, ganhando forças, socando-se de gente. E ao lado o Miranda

assustava-se, inquieto com aquela exuberância brutal de vida, aterrado defronte daquela floresta

implacável que lhe crescia junto da casa, por debaixo das janelas, e cujas raízes, piores e mais

grossas do que serpentes, minavam por toda a parte, ameaçando rebentar o chão em torno dela,

rachando o solo e abalando tudo. ( Capítulo II, pag 11)

Agora que conhecemos um pouco da obra dá para prevermos o vai acontecer

com cada personagem?

Por exemplo:

• Como João Romão atingirá seus objetivos de se tornar rico?

• Bertoleza ficará p/ sempre submissa?

• Pombinha se casará?

• E Léonie, qual seu papel na sociedade? Por que ela bulina com sua afilhada

Pombinha?

• Rita Baiana, como será o desfecho de sua história?

• Por que Miranda se incomoda tanto com João Romão?

• Miranda odeia a mulher, então porque não se separa dela?

• Por que será que Albino realiza atividades femininas?

• Com quem D. Estela trai Miranda?

5º MOMENTO -

Então convidaremos os alunos para fazermos a leitura do 1º capítulo.

Os demais capítulos serão lidos em grupos, visto que dividiremos os alunos

em grupos de acordo com as temáticas encontradas na obra. E cada grupo será

responsável por encenar uma temática.

6º MOMENTO –

Após a realização da leitura entraremos na parte teórica explicando os

elementos que fazem parte desta narrativa:

Narrador: A obra é narrada em terceira pessoa, com narrador onisciente. Aquele

que observa e também sente as aflições, desejos, emoções de cada personagem da

história; vai além da observação.

Enredo: À obra narra a história de João Romão que tem como objetivo se

enriquecer a qualquer custo. João é dono do cortiço, de uma pequena casa

comercial e de uma pedreira. Tem uma amante, negra, chamada Bertoleza que

trabalha sem descanso ajudando-o a atingir seu objetivo.

Um determinado momento aparece nas redondezas Sr. Miranda, comerciante

bem sucedido, que trava uma batalha verbal com João Romão por alguns metros de

terra para aumentar seu quintal. Depois dessa disputa pela terra, João Romão

sentindo-se numa posição social inferior trabalha feito burro de carga, passa por

privações para enriquecer mais rápido e ter mais posses que seu vizinho.

Miranda recebe um título de nobreza (barão), que faz com que João Romão

perceba que só dinheiro não basta, é necessário aparentar boa educação, andar

bem vestido e freqüentar ambientes requintados.

Participam dessa história também pessoas de situação mais inferior que João

Romão. Firmo, o capoeira, Rita Baiana, a mulata, Jerônimo e Piedade, um casal de

portugueses que vem ao Brasil pra melhorar de vida. Mas Jerônimo cai nas graças

de Rita Baiana, transformando-se num brasileiro e muda totalmente sua vida.

Enquanto isso João Romão transforma seu miserável cortiço em “Vila João

Romão”. Os vizinhos, antes brigados começaram se entender e a se visitarem

oportunamente. Até que João Romão se interessa por Zulmirinha, filha de Miranda.

Ele a vê como uma maneira rápida de participar da sociedade carioca. Porém João

Romão teria que se livrar de Bertoleza, que era um empecilho aos seus planos. Ele

então a denuncia aos seus antigos donos como escrava fujona, que num ato de

desespero, prestes a ser capturada, comete suicídio.

Personagens: O cortiço aparece como o personagem principal;

“E naquela terra encharcada e fumegante, naquela umidade quente e lodosa, começou a

minhocar, a esfervilhar, a crescer, um mundo, uma coisa vivia, uma geração que parecia brotar

espontânea, ali mesmo, daquele lameiro, e multiplicar-se como larvas no esterco. ( Azevedo, p.28).

Os personagens vistos como secundários também tem sua importância, visto

que, sem eles o cortiço não existiria. Entre eles estão: João Romão, Bertoleza,

Miranda, Rita Baiana, Firmo, Jerônimo, Piedade, Pombinha, Leonie, Zulmirinha,

Leocádia, Albino e outros.

Tempo: A história se desenrola no Brasil no século XIX, sem precisão de datas. O

tempo é trabalhado de maneira linear, com princípio, meio e fim. A relação de tempo

que aparece é quanto ao crescimento do cortiço e o enriquecimento de João

Romão.

Espaço: Na obra são explorados dois espaços:

O primeiro é o cortiço com seu amontoado de casebres. Que representa a

mistura das raças e a promiscuidade das classes menos favorecidas. E também a

pedreira e o comércio de João Romão.

O segundo é o casarão do Miranda, que fica ao lado do cortiço,

representando a burguesia ascendente.

7º MOMENTO –

Depois da leitura e da contextualização iniciaremos os ensaios do teatro.

Discutiremos as temáticas, as formas de vida, a vestimenta dos personagens e o

cenário em cada grupo em particular.

Após alguns ensaios e quando os alunos estiverem preparados falaremos

com a direção do colégio e marcaremos uma data para apresentação das peças à

comunidade escolar, no saguão do colégio. Numa das paredes estará anexado um

grande painel com um desenho do cortiço fazendo parte do cenário.

8º MOMENTO –

Em um próximo encontro voltaremos para sala de aula e cada grupo fará os

questionamentos. Primeiro cada grupo fará ou responderá os questionamentos dos

outros grupos. Em seguida usaremos a TV pendrive para um questionamento

direcionado.

a- João Romão atingiu seus objetivos? O que fez pra que isso acontecesse? Foi

leal, honesto com as pessoas que conviviam com ele? Existem pessoas com

atitudes como de João Romão?

b- Bertoleza passou de escrava à ilusão de ser dona de sua vida medíocre, e

chegou ao final da obra como suicida. Houve respeito pelos sentimentos

dela? Ainda existem Bertolezas?

c- Pombinha era uma menina inocente, doce e meiga apesar de viver num

cortiço. Mas a convivência com Léonie (prostituta e lésbica) transformou sua

vida. O que aconteceu com Pombinha pode se repetir fora da ficção?

d- O papel de Léonie na sociedade do século XIX era objeto sexual. No século

XXI existem Léonies?

e- Rita Baiana prezava pela vida em liberdade. Segundo ela casar-se jamais. A

personagem permanece com esse pensamento até o final da história? E você

o que pensa a esse respeito?

f- O desejo de enriquecer a qualquer custo era presente nas vidas de João

Romão e Miranda. Você conhece alguém que age dessa maneira?

g- Albino era um homem que lavava roupas junto com as mulheres nas tinas do

cortiço, decorava a casa das vizinhas e sacudia as cadeiras durante as rodas

de samba. Era normal um homem com essa descrição no século XIX?

Atualmente é normal? Como é visto um homem com essas características?

9º MOMENTO – Para finalizar desenvolveremos os fanzines.

Fanzines é uma revista artesanal geralmente sobre música, cinema e ficção

científica feita por uma fã ou um grupo de fãs de determinado artista. Publicado sem

nenhum fim comercial. Os fanzines tiveram um papel importante em vários

movimentos da música jovem, (heavy metal, punk-rock e na música eletônica).

Os fanzines são feitos com sulfites e figuras recortadas e coladas sobre o sulfite

mostrando o trabalho desejado em forma de ilustrações e pequenos comentários.

Exemplos de alguns fanzines:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Fanzines.jpg

Além dos exemplos que mostraremos na TV pendrive também levaremos

para sala de aula alguns fanzines confeccionados por nós anteriormente.

A confecção dos fanzines será realizada por grupo de acordo com a temática

de cada um e juntada no final para compor um único fanzine.

Encerraremos o projeto com a entrega dos fanzines para as outras turmas do

colégio.

REFERÊNCIAS:

Almeida, Núbia Régia de. Ensinar Ou Não Ensinar Literatura? Disponível em:< http://www.artigonal.com/educacao-artigos/ensinar-ou-nao-ensinar-literatura-1794880.html Acesso: 02/02/2011

BARZOTTO, Valdir. H. Estado de leitura. Campinas: Mercado de Letras. 1999. BORTOLON, D. De Sherlock Holmes a Shakespeare: um caminho a ser descoberto projeto de ensino de literatura: o leitor como foco, o professor como mediador. Dissertação apresentada como requisito para obtenção do grau de Mestre, pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Letras, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.Porto Alegre, 2006. CANDIDO, Antonio. De cortiço a cortiço. In: O discurso e a cidade. São Paulo: Duas cidades,1993, p. 65-79 CARVALHO, Vivian C. Alves de. O Cortiço: um estudo dos personagens à luz da Sociologia do Romance. Disponível em: http://Seer.ufrgs.br/NauLiterária/article/download/5839/3443 Acesso: 14/12/2010

http://guiadoestudante.abril.com.br/estudante/literatura/materia_415646shtml Acesso em 27/06/11

JAUSS, Hans. Robert. A história da literatura como provocação a teoria literária. São Paulo: Ática, 1994. LAJOLO, Marisa. Meus alunos não gostam de ler: o que eu faço? Campinas: CEFIEL/IEL/UNICAMP,2005

LENINE; Bráulio Tavares. Lá vem a cidade. Disponível em: http://letras.terra.com.br/lenine/1338104/ Acesso: 30/07/2011 MACHADO, Irene. Gêneros discursivos. In: BRAIT, B. (org.). Bakhtin: conceitos chave. São Paulo: Contexto, 2005. MARTINS, Patrícia Carvalho; Silvia, Joana Angélica de Souza. Folhetim: Dos Papéis Impressos Às Páginas Eletrônicas Disponível em: http://alb.com.br/arquivomorto/edicoes_anteriores/anais17/txtcompletos/sem17/COLE_3716.pdf Acesso: 03/07/2011 O que são fanzines? Disponível em: http://lazer.hsw.uol.com.br/fanzine.htm Acesso dia 01/07/11 PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica Língua Portuguesa. Curitiba: SEED, 2008. Disponível:<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2009/out_2009/língua_portuguesa.pdf>. Acesso em 03 de dez. de 2010. ZILBERMAN, Regina. Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. Porto Alegre:Mercado aberto, 1999. _____. A literatura infantil na escola. 11. ed. São Paulo: Global, 2003.