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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: O uso de Ambiente Virtual de Aprendizagem no aprendizado da matemática aplicada ao curso Técnico de Química
Autor Ângela Maria Wolski Borille
Escola de Atuação Centro Estadual de Educação Profissional de Curitiba
Município da escola Curitiba
Núcleo Regional de Educação Curitiba
Orientador M.Sc. Anderson Roges Teixeira Góes
Instituição de Ensino Superior Universidade Federal do Paraná
Disciplina/Área Matemática
Produção Didático-pedagógica Material Multimídia
Relação Interdisciplinar
Química
Público Alvo
Alunos do curso técnico de Química
Localização
Centro Estadual de Educação Profissional de Curitiba
Rua Frederico Maurer n° 3015, Boqueirão – Curitiba Apresentação:
O presente trabalho pretende analisar, a respeito das dificuldades em conteúdos matemáticos e as deficiências observadas em algumas disciplinas do ensino técnico de Química.
Com o objetivo de propor uma iniciativa de busca de soluções, foi criado um ambiente virtual de aprendizagem para acesso aos alunos, professores e comunidade escolar em geral. Para assim, oportunizar ao aluno auxílio às suas dúvidas, sem que precise dirigir-se à escola e possa fazer uso deste auxílio no momento em que julgar propício e necessário. Proporcionando também ambientes de intercambio e interação entre a Coordenação do Curso, professores e alunos da Escola, com a finalidade de melhorar o desempenho e a qualidade do ensino público.
Com isto espera-se motivar os alunos na aplicação da matemática na prática industrial e laboratorial.
Neste ambiente virtual estão disponibilizados textos com explicações teóricas da matemática, bem como sua contextualização na química, os recursos utilizados são texto, áudio e vídeo, bem como fórum e Chat. Desta forma, este material busca a formação de um cidadão crítico, atualizado, que cada vez mais esteja inserido nos avanços tecnológicos produzidos pela humanidade e que venha a ser um profissional bem formado e ativo na construção da sociedade.
Palavras-chave Ambiente Virtual de aprendizagem, Matemática, Wiki, Matemática aplicada na Química.
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PRODUÇÃO DIDATICO PEDAGÓGICA
1 APRESENTAÇÃO.................................................................................. 2
2 PROCEDIMENTOS............................................................................... 4
2.1 A FILOSOFIA WIKI.............................................................................. 4
2.2. O AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM DESENVOLVIDO.... 4
2.3 CONTEÚDOS.......................................................................................... 18
3 ORIENTAÇÕES AO PROFESSOR....................................................... 74
4 PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO..................... 75
5 INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 76
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1 APRESENTAÇÃO
O presente trabalho, cujo tema é Ambiente Virtual de Aprendizagem no ensino da
Matemática, pretende analisar a respeito das dificuldades em conteúdos matemáticos e as
deficiências observadas em algumas disciplinas técnicas profissionalizantes no ensino
técnico de Química, ofertado no Centro Estadual de Educação Profissional de Curitiba. O
publico alvo serão os estudantes de Química deste Centro, nas modalidades de Ensino
Médio Integrado e de Subseqüente ao Ensino Médio.
O ambiente virtual de aprendizagem vai facilitar o acesso do aluno ao esclarecimento
e auxílio as suas dificuldades, acarretando diminuição do índice de desistência e reprovação
nas disciplinas técnicas, que se utilizam diretamente da matemática.
O ensino mediado pelo computador cria um ambiente de aprendizado não mais
centrado na sala de aula, e sim, ao alcance das casas, dos escritórios, das indústrias, etc.
Este modelo visa contribuir para as mudanças na educação tradicional, criando ambientes
que enfatizam a construção do conhecimento.
A utilização de ferramentas tecnológicas como o computador, a Internet, ambientes
virtuais de aprendizagem, software de simulação, seria um instrumento importantíssimo para
a motivação e incentivo ao aluno a estudar matemática dentro e fora da sala de aula. As
Tecnologias como sendo grande aliada na motivação e percepção da aplicação da
matemática dentro de sua formação escolhida.
O objetivo da criação de um ambiente virtual de aprendizagem foi para oportunizar
ao aluno trabalhador do curso de Química o acesso a materiais de apoio, onde ele possa
buscar o esclarecimento de dúvidas e construção de conhecimento.
Como objetivo específico também se espera: Proporcionar ambientes de intercambio
e interação entre a Coordenação do Curso, professores e alunos da Escola; Motivar os
alunos e contextualizá-los na aplicação da matemática na prática industrial e laboratorial;
Oportunizar ao aluno auxílio às suas dúvidas, sem que precise dirigir-se à escola e possa
fazer uso deste auxílio no momento em que julgar propício e necessário; Com a elaboração
deste material e disponibilização on line do mesmo espera-se contribuir para uma melhoria
de desempenho e qualidade do ensino público;
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Busca-se também a formação de um cidadão crítico, atualizado, que cada vez mais
esteja inserido nos avanços tecnológicos produzidos pela humanidade e que venha a ser
um profissional bem formado e ativo na construção da sociedade.
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2 PROCEDIMENTOS
2.1 A FILOSOFIA WIKI
A filosofia Wiki é proposta neste ambiente virtual como um sistema estratégico no
desenvolvimento das mais diversas habilidades entre elas a de escrita, a leitura e a
pesquisa, justificando a importância do sistema Wiki no aprender, enquanto um ambiente de
alcance pedagógico e colaborativo. Gomes (2006) descreve a tecnologia Wiki como uma
filosofia marcada pela possibilidade de liberdade e heterogeneidade. A opção pelo Wiki,
neste projeto, se dá pela possibilidade do trabalho colaborativo para geração de conteúdo e
consolidação progressiva de conhecimento coletivo e principalmente pela crença de que a
dimensão de um trabalho unindo saberes, criatividades e informações podem extrapolar
qualquer dificuldade.
Wiki é uma ferramenta baseada na web, que permite a colaboração entre usuários
por meio de fácil adição e edição de conteúdo, bem como sua publicação.
O termo "Wiki" vem do havaiano wiki, que significa "rápido". O nome foi escolhido
por ser uma ferramenta muito dinâmica para a consolidação de conteúdo.
Após várias pesquisas sobre ambientes virtual de aprendizagem, optou-se por
construir um Wiki. Nesta pesquisa pode-se perceber que existem diversas ferramentas
disponíveis, para a criação de Wikis, que podem ser pagas ou gratuitas.
2.2 O AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM DESENVOLVIDO
A escolha foi realizada pelo ambiente “Zoho Wiki”. Levou-se em consideração a sua
facilidade e eficiência na criação e administração de Wikis. Apresentou fácil manuseio e
personalização, espaço de hospedagem ilimitado, e mais recursos que os outros disponíveis
na web na versão gratuita. Além de que, no site https://igovexplica.wiki.zoho.com/Wiki.html,
ensina passo a passo como criar um Wiki, de maneira didática e acessível para quem não
tem muito conhecimento nesta área.
Para acessar este ambiente virtual de aprendizagem é necessário primeiramente
cadastrar-se no “WIKI ZOHO”, no endereço:
https://wiki.zoho.com/login.do?serviceurl=%2Fregister.do
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Onde abrirá a seguinte tela:
A tela se apresenta em inglês, mas basta clicar em traduzir na barra de ferramentas
do google.
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Se você já tem uma conta do Google (conta do Gmail, por exemplo) ou do Yahoo
clique em inicio de sessão utilizando Google ou Yahoo respectivamente, e efetue login de
sua conta normalmente. Clique em Conceder Acesso , isso permitirá associar sua conta já
existente a conta do Zoho, sem necessidade de efetuar cadastro.
Caso, não tenha nenhuma das contas, nem do Google nem do Yahoo, clique em
Inscreva-se gratuitamente. Aparecerá a seguinte tela:
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Onde deverá ser preenchido os dados que se pede: nome, e-mail, senha, etc. Clicar
então em Inscrever agora. Uma página informará que uma mensagem de verificação será
enviada ao seu e-mail cadastrado.
Você receberá no e-mail informado uma mensagem de registro no “Zoho", que
confirma o registro. Para finalizar seu cadastro será preciso abrir seu e-mail, clicar no link
que é disponibilizado e colocar sua senha dentro de sete dias da data de recebimento da
mensagem, como a seguir:
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Adicionando a senha e clicando em confirmar, o acesso está liberado e poderá
dar início no Wiki e até mesmo criar o seu próprio Wiki.
Para acessar este Wiki o endereço é: https://maqceepctba.wiki.zoho.com/ basta
entrar com o e-mail cadastrado e a senha.
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Como este ambiente virtual de aprendizagem está estruturado:
A primeira página é HOME PAGE, onde é apresentado o tema e o título deste
projeto, e os links dos principais conteúdos a serem abordados.
Clicando na barra lateral a direita também é possível efetuar a navegação.
Ainda na barra lateral da direita tem a opção mapa de local.
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Entrando nos conteúdos:
Clicando no link do primeiro conteúdo Função de 1° Grau, seja pela HOME
PAGE ou pela barra lateral, abre uma tela que aparece um índice com links que
basta clicar em cima para abrir nova página com o item escolhido.
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Além das páginas de conteúdos na barra lateral também aparecem as páginas: LINKS INTESSANTES: onde são listados links interessantes que abordam os assuntos tratados neste Wiki, bem como vídeos sobre os assunto PERGUNTAS FREQUENTES: com o objetivo dos estudantes ou visitantes postarem suas dúvidas. RESPOSTAS ÀS DÚVIDAS: onde serão postadas as respostas das perguntas solicitadas.
SUGESTÃO: com o objetivo dos estudantes ou visitantes postarem sugestões que
possam contribuir para melhoria deste ambiente virtual de aprendizagem.
AVALIAÇÃO DO WIKI: Esta página foi criada com o objetivo que os estudante ou
visitante, após acessar este Wiki postem sua opinião, uma breve avaliação sobre o Wiki.
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Em cada página, no rodapé, aparece um ícone de Chat, e-mail e grupo.
Estes recursos serão utilizados para promover discussões sobre os assuntos
deste Wiki, sobre aplicações e esclarecer dúvidas.
Ainda poderão ser utilizados recursos como fóruns e adicionar nove espaços
de trabalhos.
A avaliação dos conteúdos em relação aos participantes poderá ser feita
através de comentários postados dos participantes, que poderá ocorrer no chat,
fórum, bem como a sua postagem na página AVALIAÇÃO.
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2.3 CONTEÚDOS
Segue agora alguns dos conteúdos que estão postados no Wiki. Este Wiki
será uma construção coletiva, entende-se que este será apenas um início dos
conteúdos a serem postados.
A unidade 1 trata da função de 1° grau. Onde serão abordados a teoria
matemática, exercícios resolvidos, exercícios propostos e aplicação Química. A
escolha deste conteúdo se efetivou devido grande dificuldade que os alunos do
curso de Química apresentam na hora de calcular quantificações químicas a partir
do uso de uma equação da reta construída a partir de uma curva padrão preparada
em laboratório. Os alunos apresentam dificuldades na contextualização da
matemática e nas associações realizadas com a Química.
A unidade 2 trata dos logaritmos. Onde serão abordados a teoria matemática,
exercícios resolvidos, exercícios propostos, desafios e aplicação Química. A escolha
deste conteúdo se efetivou devido a importância que os logaritmos tem nos cálculo
da constante de ionização da água, o pH e pOH, dentro da Química, bem como
cálculos de pH de soluções ou determinação da concentração íons H+ presentes nas
soluções. Estes cálculos são muito importantes dentro da rotina de muitos
laboratórios e indústrias.
A unidade 3 e unidade 4 tratam da regra de três simples e da regra de três
composta, respectivamente. Onde também serão abordados a teoria matemática,
exercícios resolvidos, exercícios propostos, desafios e aplicação Química. Foram
escolhidos estes conteúdos, pois além de usarmos em muitas situações diárias eles
são muito importantes dentro da Química, principalmente na parte de cálculo
estequiométrico e físico-química, na parte de preparo de soluções. Saber preparar
soluções é um dos atributos essenciais do Técnico Químico. Aprendendo fazer
esses cálculos através de regra de três, abrindo mão de fórmulas prontas, o
estudante garante através do raciocínio lógico matemático, maior eficiência no
aprendizado.
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Unidade 1
Função de 1º grau
Noção
Definição
Tipos de Função de 1° Grau
Exercícios Propostos
Exercícios Resolvidos
Exercícios Aplicados a Química
Desafio
Referências
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Função de 1º grau
Noção de Função
A idéia de função está presente nos mais diversos ramos da atividade humana.
Como por exemplo:
O preço que se paga por uma ligação telefônica é dado em função do tempo que se fala ao telefone;
O comprimento de uma barra de ferro depende ou é dado em função da temperatura, pois o ferro se dilata quando aquecido;
A quantidade de tinta que se gasta para pintar a parede depende da área da parede;
A dose de um remédio é função do peso da criança que é medicada;
A altura de uma criança é função de sua idade;
O desconto do Imposto de Renda é função da faixa salarial; Para entendermos o conceito de função é preciso pensar em duas grandezas
que variam, sendo que a variação de uma depende da variação da outra. O conceito de função é um dos mais utilizados em Matemática. Ele se aplica
não somente a esta área, mas também à Física, à Química e à Biologia, entre outras.
Freqüentemente nos deparamos com tabelas e gráficos, em jornais, revistas e empresas que tentam transmitir de forma simples fatos do cotidiano.
Com bastante freqüência, encontramos situações que envolvem relações entre duas grandezas variáveis. Consideremos algumas:
Exemplo 1 - Um caderno custa R$5,00. Se representarmos por x o número
de cadernos que queremos comprar e por y o preço correspondente a pagar, em reais, podemos organizar a seguinte tabela:
Número de cadernos (x)
Preço a pagar (y)
1 1.5 = 5
2 2.5 = 10
3 3.5 = 15
4 4.5 = 20
5 5.5 = 25
... ...
Olhando a tabela percebe-se que o preço y a pagar vai depender do número
x de cadernos que foram comprados. Entre as grandezas y e x existe uma relação expressa pela sentença matemática y = x · 5 ou y = 5x.
É possível notar que:
o número x de cadernos é uma grandeza variável;
o preço y a pagar é uma grandeza variável;
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a todos os valores de x estão associados valores de y;
para cada valor de x está associado um único valor de y;
Nessas condições pode-se dizer que:
O preço y a pagar é dado em função do número x de cadernos e a sentença y = 5x é chamada lei de formação da função.
Uma vez estabelecida a relação entre as variáveis número de cadernos e
preço a pagar, pode-se responder a questões como:
a) Quanto vou pagar por 15 cadernos iguais a esse? y = 5x y = 5.15 y = 75
Então, vou pagar R$ 75,00 por 15 cadernos. b) Se eu tiver R$ 90,00, quantos cadernos consigo comprar?
y = 5x 90 = 5.x x = 90/5 x = 18 Logo, vou conseguir comprar 18 cadernos. OBS.: Quando escrevemos a lei de formação de uma função, utilizamos, em geral, as letras x e y para representar as variáveis que estamos relacionando, sendo y dada em função de x. Desse modo, estamos uniformizando a notação de funções. Exemplo 2 - Para representar duas grandezas que dependem uma da outra, podemos utilizar uma tabela. A que segue mostra a variação da quantidade de tubos de tinta gastos para pintar uma parede por metro quadrado.
Tubo de tinta 1 2 3 4 5
m2 de pintura 12 24 36 48 60
Pode-se perceber que a quantidade de tubos de tintas gastos é uma grandeza variável; o m2 de pintura também é uma grandeza variável; e a variação da quantidade de tubos de tinta depende da variação da área pintada em m2. Dizemos então que a quantidade de tubos de tinta é função da área pintada em m2.
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Definição de função de 1° grau
Uma função do 1º grau pode ser chamada de função afim. Pra que uma função seja considerada afim ela terá que assumir certas características, como:
Toda função do 1º grau deve ser dos reais para os reais, definida pela fórmula f(x) = ax + b, sendo que a deve pertencer ao conjunto dos reais menos o zero e que b deve pertencer ao conjunto dos reais.
Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado de coeficiente de x ou coeficiente angular e o número b é chamado termo constante ou coeficiente linear.
Podemos dizer que a definição de função do 1º grau é:
f: R→ R definida por f(x) = ax + b, com a R* e b R.
Vejamos alguns exemplos de funções polinomiais do 1º grau:
f(x) = 4x - 1, onde a = 4 e b = - 1 f(x) = -2x - 5, onde a = -2 e b = - 5 f(x) = 7x, onde a = 7 e b = 0
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Gráfico no sistema cartesiano ortogonal
1 – Função identidade
A função polinomial do primeiro grau mais simples é a função identidade y= f(x) = x.
Cada ponto de seu gráfico é da forma (x,x) pois a ordenada y é sempre igual à abscissa x, para cada valor da variável independente x.
Vejamos o gráfico de y= f(x) = x.
X y
2 2
1 1
0 0
-1 -1
-2 -2
O gráfico da função identidade é a bissetriz dos quadrantes ímpares, isto é, 1° e 3°. O gráfico pode apresentar-se das seguintes maneiras:
Se a > 0, a função y = ax + b é crescente. Se a < 0, a função y = ax + b é decrescente.
x
y
x
a > 0 a < 0
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2 – Função linear
Chama-se função linear a toda função f: IR → IR definida por: f(x) = ax,
onde a ∈ IR*.
Vejamos o gráfico de y= f(x) = 2x.
X y
2 2.2 = 4
1 2.1 = 2
0 2.0 = 0
-1 2.(-1) = 2
O gráfico da função linear é uma reta que passa pela origem do sistema,
isto é, pelo ponto (0, 0). O gráfico pode apresentar-se das seguintes maneiras:
Se a > 0, a função y = ax + b é crescente. Se a < 0, a função y = ax + b é decrescente.
y
x
a > 0 a < 0
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3 – Função constante
Chama-se função constante a toda função f: IR → IR definida por: f(x) = b, onde b ∈ IR. Note que neste caso temos a = 0.
Vejamos o gráfico de y= f(x) = 2.
O gráfico da função constante é uma reta paralela ao eixo x (eixo das abscissas). Esta reta intercepta o eixo y (eixo das ordenadas) no ponto de coordenadas (0, b). O gráfico pode apresentar-se das seguintes maneiras:
y
x
a > 0 a < 0
a = 0
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4 – Função afim
Exemplo: Vamos construir o gráfico da função y = 3x - 1: Como o gráfico é uma reta, basta obter dois de seus pontos e ligá-los com o auxílio de uma régua: a) Para x = 0, temos y = 3 · 0 - 1 = -1; portanto, um ponto é A(0, -1).
b) Para y = 0, temos 0 = 3x - 1; portanto, e outro ponto é B .
Marcamos os pontos (0, -1) e no plano cartesiano e ligamos os dois com uma reta.
X Y
0 -1
0
Já vimos que o gráfico da função afim y = ax + b é uma reta. O coeficiente de x, a, é chamado coeficiente angular da reta e está ligado à
inclinação da reta em relação ao eixo x. O termo constante, b, é chamado coeficiente linear da reta. Para x =
0, temos y = a · 0 + b = b. Assim, o coeficiente linear é a ordenada do ponto em que a reta corta o eixo y.
O gráfico pode apresentar-se das seguintes maneiras:
ou
Se a > 0, a função y = ax + b é crescente. Se a < 0, a função y = ax + b é decrescente.
a > 0 a < 0
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Exercícios Resolvidos
1) Uma empresa que conserta computadores cobra uma taxa fixa de R$80,00
pela visita técnica e mais R$15,00, por hora, de mão de obra. Logo, o preço
y que se paga pelo conserto depende ou é dado em função dessas
condições.
a) Sabendo que foram empregadas x horas de mão de obra, qual a lei de
formação que define essa função?
b) Quanto vou pagar pelo conserto de um computador sabendo que o técnico
levou 3 horas para efetuar o conserto?
Resolução:
a) Pode-se então estabelecer uma relação entre o tempo gasto x para efetuar o conserto e o valor y a ser pago pelo mesmo, através da fórmula
y = 80 + 15.x . b) Estabelecida a relação entre a variável tempo e valor, pode-se responder a
questão: quanto vou pagar pelo conserto de um computador, sabendo que
o técnico levou 3 horas para efetuar o conserto?
y = 80 + 15x y = 80 + 15 . 3 y = 80 + 45 y = 125
Irei pagar pelo conserto R$125,00.
2) Um trabalhador trabalha à base de comissão. Assim, seu ganho mensal y depende ou é dado em função do total x de vendas que ele realiza durante o mês. Sabendo-se que esse vendedor recebe 20% do total que vende.
a) Qual é a lei de formação dessa função? b) Qual é o salário deste vendedor se ele vender um total de R$14.800,00
ao mês? c) Para que o vendedor obtenha um salário mensal de R$1.300,00, quanto
ele deve vender por mês? Resolução: a) Pode-se então estabelecer uma relação entre seu ganho mensal y e o
total de vendas que ele realiza durante o mês x , através da fórmula y = 0,20.x ou y = 20/100
b) Estabelecida a relação entre a variável ganho mensal e total de vendas, pode-
se responder a questão: Qual é o salário deste vendedor se ele vender um total de R$14.800,00 ao mês?
y = 0,20.x y = 0,20 . 14800 y = 2960
O salário do vendedor será de R$2.960,00.
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c) Usando a mesma relação:
y = 0,20.x 1300 = 0,20x x = 1300/0,20 x = 6500
Para que o vendedor obtenha um salário mensal de R$1.300,00, ele
deverá vender por mês R$6.500,00
3) Construa no sistema cartesiano ortogonal os gráficos da função: y = - 2x e
classifique se a função é crescente ou decrescente.
Resolução:
Atribuindo valores para o x, calcula-se o valor de y pela equação da reta
y = - 2x
X Y Ponto
-1 -2.(-1) = 2 A(-1,2)
0 -2.0 = 0 B(0,0)
1 -2.1 = -2 C(1,-2)
Marcando os pontos no sistema cartesiano obtém-se o seguinte gráfico:
A função é decrescente, pois a<0, a= -2
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Exercícios Propostos
1) Uma empresa que conserta tubulações cobra uma taxa fixa de R$120,00
pela visita técnica e mais R$75,00, por hora, de mão de obra. Logo, o preço
y que se paga pelo conserto depende ou é dado em função dessas
condições.
a) Sabendo que foram empregadas x horas de mão de obra, qual a lei de
formação que define essa função?
b) Quanto vou pagar pelo conserto de uma tubulação sabendo que o técnico
levou 6 horas para efetuar o conserto?
2) Um trabalhador trabalha à base de comissão. Assim, seu ganho mensal y
depende ou é dado em função do total x de vendas que ele realiza durante o mês. Sabendo-se que esse vendedor recebe 12% do total que vende.
a) Qual é a lei de formação dessa função? b) Qual é o salário deste vendedor se ele vender um total de R$28.000,00 ao
mês? c) Para que o vendedor obtenha um salário mensal de R$1.600,00, quanto ele
deve vender por mês?
3) Construa no sistema cartesiano ortogonal os gráficos das seguintes funções e classifique se a função é crescente ou decrescente: a) y = 4x b) y = 2x c) y = - x d) y = x – 5 e) y = x + 2 f) y = 2x -1 g) y = - x + 1 h) y = - 2x - 2 i) y = x - 1 j) y = - x - 1
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Exercícios Resolvidos - Aplicados a Química
1) Um cromatógrafo líquido efetua a leitura de 5 amostras de cafeína por hora. Então a produção y de leituras por dia depende do número x de horas que o cromatógrafo líquido trabalha durante o dia
a) Encontre a lei de formação dessa função. b) Quantas horas serão necessárias para efetuar a leitura de 30 amostras
de cafeína? c) Quantas leituras de cafeína são possíveis efetuar com o cromatógrafo
líquido trabalhado 8 horas por dia?
Resolução:
a) Pode-se estabelecer uma relação entre o tempo gasto pelo
cromatógrafo líquido para efetuar a leitura e a quantidade de amostras a
serem lidas pelo mesmo, através da fórmula A = 5.t, onde A é a
quantidade de amostras de cafeína a serem lidas e o t é o tempo gasto
para efetuar as leituras (em horas).
b) Estabelecida a relação entre a variável quantidade de amostras de
cafeína a serem lidas pelo cromatógrafo liquido e o tempo gasto para
efetuar a leitura, pode-se responder a questão: Quantas horas serão
necessárias para efetuar a leitura de 30 amostras de cafeína?
A = 5.t 30 = 5 . t t = 30 / 5 t = 6
Irei gastar 6 horas para efetuar a leitura de 30 amostras
c) Utilizando-se da mesma relação estabelecidas no item a, temos: A = 5.t A = 5 . 8 A = 40
Com o cromatógrafo líquido trabalhando 8 horas por dia, é possível efetuar a leitura de 40 amostras de cafeína.
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2) Um analista mediu espectrofotometricamente (utilizando um aparelho de UV- Vis) uma amostra contendo Cr+3. A metodologia inclui a formação de um complexo amarelo que absorve em 510nm. Utilizando-se padrões de concentrações 120, 100 e 80ppm foram encontradas respectivamente as absorções de 0,9; 0,78 e 0,57. Qual a concentração de uma amostra que apresentou uma absorbância de 0,71em 510nm?
Resolução:
Construindo a curva de calibração em uma planilha eletrônica e adicionando a linha de tendência, a equação da reta e o coeficiente de correlação linear, tem-se:
Obteve-se a equação da reta: f(x) = 0,00825x – 0,0816666667 ou
y = 0,00825x – 0,0816666667
Como o problema pede a concentração da amostra que apresentou a absorbância de 0,71, deve-se então substituir o valor de 0,71 no lugar do y e encontra-se a concentração:
y = 0,00825x – 0,0816666667
0,71 = 0,00825. X – 0,0816666667
x =
x = 95
A concentração de uma amostra que apresentou uma absorbância de 0,71em 510nm é de 95 ppm
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3) Um analista, desejando construir uma curva de calibração para dosagem de sulfato, obteve os seguintes valores de absorbância: 0,1; 0,3; 0,4; 0,6 e 0,8. Sabendo-se que as amostras possuíam concentrações de 20; 50; 62; 83 e 101ppm, obtenha uma equação que seja válida para a determinação de concentrações a partir da absorbância de qualquer amostra. Faça o teste com uma amostra da própria curva.
Resolução:
Construindo a curva de calibração em uma planilha eletrônica e adicionando a linha de tendência e a equação da reta tem-se:
Obtive-se a equação da reta: f(x) = 0,0086362224x – 0,1058092575 ou
y = 0,0086362224x – 0,1058092575
Como o problema pede para testar a equação com uma amostra da própria curva, escolheu-se o ponto 4 (83; 0,6), pois o mesmo fica bem em cima da linha de tendência. Sabendo-se que ao substituir o valor de x na equação da reta se encontra o ponto y, tem-se:
y = 0,0086362224x – 0,1058092575
y = 0,0086362224. (83) – 0,1058092575
y = 0,6
Confirmando o ponto (83; 0,6) e a validade da equação.
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4) Analisando os dados fornecidos pela curva de calibração realizada em
espectrofotômetro de feixe simples para dosagem de um metal, obter
as concentrações de um lote de amostras, cujas absorbâncias
correspondem a: 0,23; 0,54; 0,92; 0,98; 0,83 e 1,21. Para as amostras,
construa o gráfico para obter a equação da reta e o coeficiente de
correlação linear. Dados fornecidos:
Resolução:
Analisando os dados da curva de calibração fornecida pelo problema é possível
escrever a equação da reta:
y = ax + b
y = 0,07351x - 0,03963
O problema também pede para obter as concentrações das amostras, cujas
absorbâncias correspondem a: 0,23; 0,54; 0,92; 0,98; 0,83 e 1,21. Utilizando a
equação da reta com o auxilio de uma planilha eletrônica calcula-se o x
(concentração) para cada valor de y:
a = 0,07351
b = - 0,03963
Y = ax + b
Cálculo da concentração
das amostras
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Com os valores encontrados obtêm-se os pontos para construir o seguinte
gráfico:
Através da curva traçada e adição de linha de tendência obtêm-se a equação
da reta dos pontos das amostras e o coeficiente de correlação linear R
f(x) = 0,07351x - 0,03963
R² = 1
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5) A partir da curva de calibração para dosagem de sulfato, obtenha a
equação de calibração e os valores absolutos das concentrações das
amostras indicadas abaixo, indique os cálculos pela equação de
calibração e indique no gráfico os valores encontrados para as
amostras
Amostras Amostra 1 Amostra 2 Amostra 3 Amostra 4
Absorbância (525nm)
0,05 0,32 0,55 0,9
Resolução:
Analisando os dados da curva de calibração fornecida pelo problema é possível escrever a equação da reta ou equação de calibração:
y = ax + b
y = 0,02947x - 0,00461
O problema também pede para obter as concentrações das amostras, cujas absorbâncias correspondem a: 0,05; 0,32; 0,55; 0,9. Utilizando a equação da reta com o auxilio de uma planilha eletrônica calcula-se o x (concentração) para cada valor de y.
Obtendo os seguintes resultados:
0 5 10 15 20 25 30 35
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
Concentração (ppm)
Ab
so
rbâ
nci
a
a = 0,02947
b = - 0,00461
Y = ax + b
36
amostra Concentração (g/L) Absorbância
1 1,85 0,05
2 11,01 0,32
3 18,82 0,55
4 30,69 0,90
O problema também pede para indicar no gráfico os valores de concentrações
das amostras:
37
Onde: A1 = amostra 1(1,85 ; 0,085), A2 = amostra 2 (11,01 ; 0,32) , A3 = amostra 3 (18,82 ; 0,55) e A4 = amostra 4 (30,69 ; 0,90)
0 5 10 15 20 25 30 35
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
Concentração (ppm)
Ab
so
rbâ
nci
a
A1
A2
A3
A4
38
Desafio
Resolva os exercícios sobre função de 1° Grau aplicados na Química
1) Ao medir um certo metal através da técnica de Absorção Atômica, foi encontrado os seguintes valores para a curva de calibração:
A 0,01 0,03 0,05 0,07 0,09
C (ppm) 5 10 15 20 25
a) Construa a curva de calibração utilizando uma planilha eletrônica. b) Utilizando as ferramentas da planilha, calcule a equação da reta e o
coeficiente de correlação linear. c) Calcule a concentração de uma solução problema cuja absorbância foi
de 0,040.
2) Ao medir um certo metal através da técnica de Absorção Atômica, foi encontrado os seguintes valores para a curva de calibração:
C (ppm) 0,20 0,26 0,32 0,38 0,44 0,50
A 0,01 0,02 0,03 0,04 0,05 0,06
a) Construa a curva de calibração utilizando uma planilha eletrônica. b) Utilizando as ferramentas da planilha, calcule a equação da reta e o
coeficiente de correlação linear. c) Calcule a concentração de uma solução problema cuja absorbância foi de
0,035. 3) Ao quantificar uma amostra contendo níquel, utilizando a técnica de
Absorção Atômica, obteve-se os seguintes valores para a curva de calibração:
A 0,002 0,005 0,014 0,016 0,019
C (ppm) 3 5 10 12 15
a) Construa a curva de calibração utilizando uma planilha eletrônica. b) Utilizando as ferramentas da planilha, calcule a equação da reta e o
coeficiente de correlação linear. c) Calcule a concentração de uma amostra cuja absorbância foi de 0,008. 4) Um analista, desejando construir uma curva de calibração para dosagem de
sulfato, obteve os seguintes valores de absorbância: 0,15 – 0,25 – 0,35 – 0,56 – 0,85 – 1,05. Sabendo-se que as amostras possuíam concentrações de 12 – 22 – 32 – 52 – 82 – 100ppm, obtenha uma equação que seja válida para a determinação de concentrações a partir da absorbância de qualquer amostra. Construa o gráfico para essa análise.
39
REFERÊNCIAS
BASSET, F.R.I.C. et al. Vogel - Análise Inorgânica Quantitativa. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara dois, 1992.
FELTRE, R. Química. Físico-Química. Vol 2. São Paulo: Moderna, 2000.
GIOVANI, J. R.; BONJORNO,J.R.R.G.. Matemática 1 - 2°Grau. São Paulo: FTD, 1992.
GIOVANI, J. R.; CASTRUCCI, B.; GIOVANI, J. R. Jr.. A conquista da matemática – 8ª série. São Paulo: FTD, 1998.
GIOVANI, J. R.; GIOVANI, J. R. Jr.. Matemática pensar e descobrir – 8ª série. São Paulo: FTD, 1996.
GRASSESCHI, M. C. C.; ANDRETTA, M. C.; SILVA, A, B.S.. PROMAT- Projeto de Oficina de Matemática - 8ª série. São Paulo: FTD, 1999.
JAKUBOVIC, J.; LELLIS, M.. Matemática na medida certa - 8ª série. São
Paulo: Scipione, 1994.
LEMBO, A. Química realidade e contexto, vol 2 Físico-Química, São Paulo:
Ática, 1999
SKOOG,D.; HOLLER, F. J; NIEMAN, T. Princípios de análise instrumental.
5.ed. Porto Alegre, Bookman, 2002.
40
Unidade 2
Logaritmo
Introdução
Definição
Consequências da Definição
Exercícios Resolvidos 1
Propriedades
Exercícios Resolvidos 2
Aplicação Química
Referências
41
Logaritmo
Introdução
O conceito de logaritmo foi introduzido pelo matemático escocês John
Napier (1550-1617) e aperfeiçoado pelo inglês Henry Briggs (1561-1630). A
descoberta dos logaritmos aconteceu devido à grande necessidade de
simplificar os cálculos excessivamente trabalhosos para a época,
principalmente na área da astronomia, entre outras. Através dos logaritmos,
pode-se transformar e simplificar as operações de multiplicação, divisão
potenciação e radiciação, facilitando de maneira significativa os cálculos.
Assim por exemplo, na igualdade 1000 = 103 , o expoente 3 é chamado
de logaritmo do número 1000 na base 10 e se escreve:
42
Definição
O logaritmo de um número real e positivo b, na base a, positiva e
diferente de 1, é o numero x ao qual se deve elevar a base a para se obter b,
ou seja, ax = b. Lê-se logaritmo de b na base a.
Podemos escrever:
(b > 0 e 1 ≠ a > 0)
b é o logaritmando * b é a potência
x é o logaritmo * x é o expoente
a é a base do logaritmo * a é a base da potência
Assim, por exemplo, como sabemos que 42 = 16, onde 4 é a base, 2 o
expoente e 16 a potência, na linguagem dos logaritmos, diremos que 2 é o
logaritmo de 16 na base 4 e escreve-se log4 16 = 2
Vejamos outros exemplos:
152 = 225, logo: log15 225 = 2
63 = 216, logo: log6 216 = 3
54 = 625, logo: log5 625 = 4
70 = 1, logo: log7 1 = 0
Nos logaritmos a base 10 é bastante comum, nela os logaritmos são chamados de logaritmos decimais e, por comodidade, omite-se o número 10, junto ao símbolo log. Assim escrevendo-se apenas log 1000, já subtende tratar-se de base 10.
43
Exercícios resolvidos
Considerando a definição dada, calcular o valor dos logaritmos:
a) log6 36 Chamando o resultado de x temos:
log6 36 = x ⇒ 6x = 36
6x = 62 ∴ x = 2
b) log10 0,01 Chamando o resultado de x temos:
Log10 0,01 = x ⇒ 10x = 0,01
10x =
10x = 10-2 ∴ x = - 2
c) log
Chamando o resultado de x temos:
log = x ⇒
=
∴
44
Conseqüências da definição
1 – O logaritmo da unidade em qualquer base é sempre nulo, ou seja:
logb 1 = 0 porque b0 = 1. Vejamos os exemplos:
a) log2 1= x ↔ 2x = 2
0 ∴ x = 0
b) log5 1= x ↔ 5x = 5
0 ∴ x = 0
c) loga 1= x ↔ ax = a
0 ∴ x = 0
2 – O logaritmo da base é sempre igual a 1, ou seja: logb b = 1
porque b1 = b. Vejamos os exemplos:
a) log2 2 = x ↔ 2x = 2
1 ∴ x = 1
b) log5 5 = x ↔ 5x = 5
1 ∴ x = 1
c) loga a = x ↔ ax = a
1 ∴ x = 1
3 – O logaritmo logbb k = k porque bk = bk . Vejamos os exemplos:
a) log223 = x ↔ 2
x = 2
3 ∴ x = 3
b) log552 = x ↔ 5
x = 5
2 ∴ x = 2
c) logaam
= x ↔ ax = a
m ∴ x = m
45
Propriedades
Vamos conhecer as propriedades operatórias dos logaritmos.
1 – O logaritmo do produto é igual à soma dos logaritmos dos fatores tomados
na mesma base, isto é:
logb (a . c) = logb a + logb c
2 – O logaritmo do quociente é igual à diferença dos logaritmos do numerador e
do denominador tomados na mesma base, isto é:
logb (a /c) = logb a – logb c
3 – O logaritmo da potencia é igual ao produto do expoente pelo logaritmo da
base da potência:
logb am = m . logb a
4 – Caso particular, logaritmo da raiz:
46
Vejamos alguns exemplos das propriedades:
a) Calcular o valor de log3(9.27).
Resolução: Aplicando a propriedade do logaritmo de um produto, temos:
log3(9.27) = log3 9 + log3 27
3x = 9 3x = 27
3x = 32 3x = 33
x = 2 x = 3
= 2 + 3
= 5
Resposta 5
b) Calcular o valor de
Resolução: Aplicando a propriedade do logaritmo de quociente, temos:
= log2 512 - log2 64
2x = 512 2x = 64
2x = 29 2x = 26
x = 9 x = 6
= 9 - 6
= 3
Resposta: 3
c) Calcular o valor de log5256
Resolução: Aplicando a propriedade do logaritmo de exponencial, temos:
log5256 = 6.log525 log525 = x
= 6 . 2 5x = 25
= 12 5x = 5
2
Resposta: 12
47
EXERCÍCIOS RESOLVIDOS DE LOGARITMOS APLICADOS A QUÍMICA
1) Qual é o pH de uma solução cuja concentração hidrogeniônica é 10-9? A solução é ácida, neutra ou básica?
Resolução:
Por definição: pH = - log [H+] Foi dado que: [H+] = 10-9
pH = 9 Sendo o resultado em pH > 7, podemos então afirmar que a solução é básica.
2) Considerando que a concentração de íons H3O+ em um ovo fresco é
0,00000001M, qual será o valor de pH desse ovo? Resolução: Por definição: pH = - log [H+] e [H+] = [H3O
+] Foi dado que: [H+] = 0,00000001M ou seja [H+] = 10-8M
pH = 8
3) Considere a solução de H2SO4 da bateria de carro tenha pH = 1,0 e que o suco de limão tenha pH = 2,0. a) Qual é a solução mais ácida? b) Qual a relação entre as respectivas concentrações de íons H+?
Resolução: a) A solução de H2SO4 é mais ácida porque possui menor valor de pH. b) Usando a relação:
log a = b ↔ 10b = a temos: pH = - log [H+] ↔ - pH = log [H+] ↔ log [H+] = - pH resolvendo o logaritmo de base 10 podemos dizer que: 10- pH = [H+] ↔ [H+] = 10- pH
48
Aplicando essa expressão para as duas soluções, temos:
Para a solução de H2SO4: pH = 1 → [H+] = 10-1
Para o suco de limão: pH = 2 → [H+] = 10-2
Portanto, a relação entre essas duas concentrações será: [H+] H2SO4 = 10-1 = 10 [H+] limão = 10-2
Vejamos um fato interessante: Água de bateria suco de limão pH = 1 pH = 2 → variação de 1 unidade [H+] = 10-1 [H+] = 10-2 → variação de um fator 10 (10 vezes maior) A solução de H2SO4 apresenta uma concentração dez vezes maior de H+ que a concentração de H+ do suco de limão.
4) A bile segregada pelo fígado, é um líquido amargo, esverdeado e muito importante na digestão. Sabendo que a concentração de H+ na bile é de
1,0. 10-8 mol/L, determine o pH da bile e discuta se é ácida, neutra ou ácida. Resolução:
Usamos a relação matemática:
log ab = log a + log b → - log ab = - log a - log b
como pH = - log [H+], temos:
pH = - log [1,0 . 10-8]
pH = - log 1,0 - log 10-8
0 pH = - log 10-8
pH = 8
49
5) O vinagre é uma solução de ácido acético que pode ser obtida pela oxidação do álcool etílico do vinho. Sabendo que a análise de uma amostra de vinagre revelou [H+] = 4,5 . 10-3M, determine o pH da amostra. (Dado: log 4,5 = 0,65)
Resolução:
Usamos a relação matemática:
log ab = log a + log b
como pH = - log [H+], temos:
pH = - log [4,5 . 10-3]
pH = - (log 4,5 + log 10-3)
pH = - (0,65 – 3)
pH = - ( - 2,35)
pH = 2,35
6) A análise de uma amostra de sabão revelou [H+] = 1,0 . 10-10 mol/L. Determine o valor do pOH da amostra.
Resolução:
Para resolvermos essa questão o caminho mais simples é determinar o pH e depois empregar a relação pH + pOH = 14 pH = - log [H+]
pH = - log [1,0 . 10-10]
pH = - log 1,0 - log 10-10
0
pH = - log 10-10
pH = 10
Substituindo na relação: pH + pOH = 14 10 + pOH = 14 pOH = 14 – 10
pOH = 4
50
REFERÊNCIAS
BASSET, F.R.I.C. et al. Vogel - Análise Inorgânica Quantitativa. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara dois, 1992.
FELTRE, R. Química. Físico-Química. Vol 2. São Paulo: Moderna, 2000.
LEMBO, A. Química realidade e contexto, vol 2 Físico-Química, São Paulo: Ática, 1999
51
Unidade 3
REGRA DE TRÊS SIMPLES
Introdução
Exemplo 1
Exemplo 2
Exercícios Resolvidos
Aplicação Química
Referências
52
REGRA DE TRÊS SIMPLES
Chamamos de regra de três simples a um processo de resolução de problemas que envolvam quatro valores, onde três deles são conhecidos e devemos determinar um quarto valor. É um processo simples e prático. Vejamos os exemplos:
Exemplo 1 Uma máquina que produz peças automotivas trabalhando 5 horas
por dia produz 110 peças. Quantas peças essa máquina produzirá se trabalhar 7 horas por dia?
Vamos representar a quantidade de peças pela letra x
De acordo com os dados do problema sabemos que:
Estamos relacionando dois valores da grandeza tempo (5h e 7h) com dois valores da grandeza produção (110 e x).
Conhecidos três desses valores, pode-se determinar o quarto valor. Vamos organizar os dados do problema em uma tabela, agrupando as grandezas da mesma espécie na mesma coluna e mantendo na mesma linha as grandezas de espécies diferentes em correspondência, como segue:
Tempo (horas) Produção (peças)
5 110
7 x
Nesse caso se duplicarmos o tempo, a produção duplicará; se
triplicarmos o tempo, a produção triplicará. Logo as grandezas relacionadas
são diretamente proporcionais.
Por isso, com os dados da tabela, podemos escrever esta proporção:
110 = 5 e como as grandezas são diretamente proporcionais podemos indicar essa relação com uma seta ao lado de cada grandeza, ambas no mesmo sentido:
x 7
agora é só resolver essa equação:
x . 5 = 110 . 7
x = 770 5 x = 154 Em 7 horas, a máquina produzirá 154 peças.
110 = 5 x 7
53
Exemplo 2
Numa velocidade média de 90km/h fiz uma viagem em 12 horas. Se a velocidade fosse de 70km/h, em quanto tempo eu faria essa viagem?
Vamos representar o tempo pela letra x
De acordo com os dados do problema sabemos que:
Estamos relacionando dois valores da grandeza velocidade (90km/h e 70km/h) com dois valores da grandeza tempo (12 e x).
Conhecidos três desses valores, pode-se determinar o quarto valor. Vamos organizar os dados do problema em uma tabela, agrupando as grandezas da mesma espécie na mesma coluna e mantendo na mesma linha as grandezas de espécies diferentes em correspondência, como segue:
Velocidade (km/h) Tempo (horas)
90 12
60 x
Nesse caso se duplicarmos a velocidade inicial, o tempo gasto para
percorrer o percurso vai cair pela metade; se triplicarmos a velocidade, o tempo gasto para percorrer o percurso vai cair para a terça parte. Logo as grandezas relacionadas são inversamente proporcionais.
Por isso, com os dados da tabela, podemos escrever esta proporção:
90 = 12 e como as grandezas são inversamente proporcionais pode-se indicar essa relação com uma seta ao lado de cada grandeza, mas em sentidos opostos:
60 x
como as setas estão em sentidos contrários é preciso inverter a posição dos números de uma das colunas para as setas ficarem no mesmo sentido (para as grandezas ficarem
diretamente proporcionais:
agora é só resolver essa equação:
x . 60 = 90 . 12
x = 90 . 12 60 x = 18 A viagem será feita de 18 horas.
90 = 12 60 x
90 = x . 60 12
54
Exercícios resolvidos
1) Sete litros de leite dão 1,5 quilos de manteiga. Quantos litros de leite serão necessários para se obterem 6 quilos de manteiga?
Resolução: Neste caso as grandezas relacionadas são diretamente proporcionais. Então temos:
Leite (L) Manteiga(kg)
7 1,5
x 6
x . 1,5 = 6 . 7 x = 42 1,5 x = 28 Serão necessários 28 litros de leite
2) Para um carregamento de calcário, foram necessárias 30 viagens de caminhões de capacidade de 5m3 cada um. Se o transporte fosse feito em caminhões de 6m3 de capacidade, quantas viagens seriam necessárias?
Resolução: Neste caso as grandezas relacionadas são inversamente
proporcionais, pois quanto maior a capacidade menos viagens serão
necessárias Então temos:
viagens capacidade(m3)
30 5
x 6
Invertendo uma das grandezas temos:
x . 6 = 30 . 5 x = 150 6 x = 25 Seriam necessárias 25 viagens
7 = 1,5 x 6
30 = 5
x 6
x = 5
30 6
55
3) Para ler um livro durante os meus 30 dias de férias fiz os cálculos de que eu precisava ler 12 páginas por dia para terminar a leitura pedida pela escola. Infelizmente, eu nem peguei no livro. Agora, restam apenas 15 dias de férias. Quantas páginas terei de ler por dia, para completar a leitura no último dia de férias?
Resolução: Neste caso as grandezas relacionadas são inversamente
proporcionais, pois quanto menos dias mais páginas eu vou ter que ler por dia. Então temos:
dias páginas
30 12
15 x
Invertendo uma das grandezas temos:
x . 15 = 30 . 12 x = 360 15 x = 24 Terei que ler 24 páginas por dia.
4) Em um banco, constatou-se que um caixa leva, em média, 5 minutos para atender 3 clientes. Qual é o tempo que esse caixa vai levar para atender 30 clientes?
Resolução: Neste caso as grandezas relacionadas são diretamente
proporcionais. Então temos:
tempo (min) clientes
5 3
x 30
3 . x = 5 . 30 x = 150 3 x = 50 O caixa vai levar para atender os 30 clientes, em média, 50min
30 = 12
15 x
15 = 12
30 x
5 = 3 x 30
56
Aplicação Química
1) Um cromatógrafo líquido efetua a leitura de 5 amostras de cafeína por hora.
d) Quantas horas serão necessárias para efetuar a leitura de 30 amostras de cafeína?
e) Quantas leituras de cafeína são possíveis efetuar com o cromatógrafo líquido trabalhado 8 horas por dia?
Resolução:
a) Neste caso as grandezas relacionadas são diretamente proporcionais. Então temos:
Amostras Tempo (h)
5 1
30 x
5 . x . = 30 . 1 x = 30
5 x = 6
Serão necessários 6 horas para efetuar as leituras.
b) Neste caso as grandezas relacionadas também são diretamente proporcionais. Então temos:
Amostras Tempo (h)
5 1
x 8
1 . x . = 5 . 8 x = 40
Será possível realizar a leitura de 40 amostras de cafeína.
5 = 1 30 x
5 = 1 x 8
57
2) Uma água mineral apresenta na sua composição química 2,4 mg de
sulfato de cálcio por litro de água. Que quantidade de sulfato de
cálcio (em mg) estará ingerindo uma pessoa ao beber um copo de
200mL?
Resolução: retirando os dados do problema temos:
Sulfato de cálcio (mg) Água (mL)
2,4 1000
x 200
Neste caso as grandezas relacionadas são diretamente proporcionais e sabendo que 1L equivale a dizer 1000mL, então temos:
1000 . x = 2,4 . 200 x = 480 1000 x = 0,48 Estará ingerindo 0,48mg de sulfato de cálcio.
3) Uma pessoa adulta possui, em média, 5L de sangue com cloreto de
sódio dissolvido na concentração de 5,8g/L. Qual a massa total de
cloreto de sódio (NaCl) no sangue de uma pessoa adulta?
Resolução: retirando os dados do problema temos:
1L de sangue 5,8g de NaCl
5 L de sangue x
Neste caso as grandezas relacionadas são diretamente proporcionais, então temos:
1 . x . = 5 . 5,8 x = 29 A massa total de NaCl no sangue de uma pessoa adulta é 29g
2,4 = 1000 x 200
1 = 5,8 5 x
58
4) Sabendo que o leite bovino contém lactose (um açúcar) na concentração de 45g/L determine a massa de lactose em um copo que contém 200mL de leite
Resolução: retirando os dados do problema temos:
1L de leite 45g de lactose
0,2 L(200mL) de leite x
Neste caso as grandezas relacionadas são diretamente proporcionais, então temos:
1 . x . = 45 . 0,2 x = 9 A massa de lactose contida em 200mL de leite é de 9g
5) Calcule a concentração, em g/L, de uma solução de nitrato de prata,
sabendo que ele encerra 50g do sal em 200cm3 de solução. Resolução: Relembrando que concentração comum ou concentração em g/L é a quantidade, em gramas, de soluto (substancia dissolvida – neste caso nitrato de prata) existente em 1L de solução (mistura homogênea de duas ou mais substâncias – neste caso água e nitrato de prata). Relembrando também que 1L equivale a 1000cm3. Vamos representar a concentração pela letra C, temos então:
200cm3 de solução
--------- 50 g de AgNO3 (nitrato de prata)
1000 cm3 (1L) de solução --------- C (pelo próprio significado de concentração)
Analisando as grandezas podemos constatar que são diretamente proporcionais, podemos representar a seguinte proporção e resolver a equação:
200 . C . = 1000 . 50 C = 50000 200
C = 250 O valor encontrado foi de 250g de nitrato de prata por litro de solução, em termos de concentração, dizemos que a solução apresenta uma concentração de 250g/L.
1 = 45 0,2 x
200 = 50 1000 C
59
REFERÊNCIAS
BASSET, F.R.I.C. et al. Vogel - Análise Inorgânica Quantitativa. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara dois, 1992.
FELTRE, R. Química. Físico-Química. Vol 2. São Paulo: Moderna, 2000.
GIOVANI, J. R.; CASTRUCCI, B.; GIOVANI, J. R. Jr.. A conquista da matemática – 6ª série. São Paulo: FTD, 1998.
GIOVANI, J. R.; GIOVANI, J. R. Jr.. Matemática pensar e descobrir – 6ª série. São Paulo: FTD, 1996.
GRASSESCHI, M. C. C.; ANDRETTA, M. C.; SILVA, A, B.S.. PROMAT- Projeto de Oficina de Matemática - 6ª série. São Paulo: FTD, 1999.
JAKUBOVIC, J.; LELLIS, M.. Matemática na medida certa - 6ª série. São Paulo: Scipione, 1994.
LEMBO, A. Química realidade e contexto, vol 2 Físico-Química, São Paulo:
Ática, 1999
60
Unidade 4
REGRA DE TRÊS COMPOSTA
Introdução
Exercícios Resolvidos
Aplicação Química
Referências
61
REGRA DE TRÊS COMPOSTA
A regra de três composta é utilizada em problemas com mais de duas
grandezas, direta ou inversamente proporcionais. Usou-se setas no mesmo sentido para marcar as grandezas diretamente
proporcionais e, setas no sentido oposto, para as inversamente proporcionais. Para a resolução, na hora de construir o quadro com os dados do
problema, é aconselhável sempre manter a incógnita na primeira coluna (na grandeza A)
Vejamos os exemplos:
Exemplo 1
Funcionando durante 5 dias, 6 máquinas produziram 300 peças de uma mercadoria. Quantas peças dessa mesma mercadoria serão produzidas por 9 máquinas funcionando durante 7dias?
Vamos representar o número de peças pela letra x.
Com os dados do problema podemos construir o seguinte quadro, colocando em cada coluna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de espécies diferentes que se correspondem:
Número de peças (A)
Número de dias (B)
Número de máquinas (C)
300 5 6
x 7 9
Fixando a grandeza C, vamos relacionar as grandezas A e B.
Se dobrarmos o número de dias, o número de peças também dobrará. Logo as grandezas A e B são diretamente proporcionais. Inserindo as setas de mesmo sentido nas grandezas já analisadas, temos:
N° de
peças (A)
N° de dias (B)
N° de máquinas
(C)
300
5
6
x 7 9
Fixando a grandeza B, vamos relacionar as grandezas A e C. Mantendo-se fixa a seta da grandeza que possui a incógnita, neste caso a grandeza A
62
Se dobrarmos o número de máquinas, o número de peças também dobrará. Logo as grandezas A e C são diretamente proporcionais. Inserindo na grandeza C a seta de mesmo sentido que a grandeza A, temos:
N° de
peças (A)
N° de dias (B)
N° de máquinas
(C)
300
5
6
x 7 9
Quando uma grandeza é diretamente proporcional a duas outras, a variação da primeira é diretamente proporcional ao produto da variação das outras duas.
Deixando a grandeza com a incógnita isolada temos:
300 =
5
. 6
300 =
5
. 6
x 7 9 x 7 9
300 = 5 . 6 x 7 . 9
300 = 30 x 63 30 . x = 300 . 63 30x = 18900 x = 18900 30 x = 630 Se as máquinas funcionarem durante 7 dias, serão produzidas 630 peças.
63
Exemplo 2 Um motorista, rodando em 4 horas por dia percorre em média 200km em 2 dias. Em quantos dias esse motorista vai percorrer 600km, se rodar 6 horas por dia?
Vamos representar o número de dias procurados pela letra x.
Com os dados do problema podemos construir o seguinte quadro, colocando em cada coluna as grandezas de mesma espécie e, em cada linha, as grandezas de espécies diferentes que se correspondem:
Número de dias (A)
Número de horas/dias (B)
Número de Km (C)
2 4 200
x 6 600
Fixando a grandeza C, vamos relacionar as grandezas A e B. Se dobrarmos o número de horas que o motorista roda por dia, o número de dias que ele leva para percorrer a mesma distância cairá para metade. Logo as grandezas A e B são inversamente proporcionais. Inserindo as setas no sentido oposto nas grandezas já analisadas temos:
N° de dias (A)
N° de horas/dias (B)
N° de Km (C)
2
4
200
x 6 600
Fixando a grandeza B, vamos relacionar as grandezas A e C. Mantendo-se fixa a seta da grandeza que possui a incógnita, neste caso a grandeza A.
Se dobrarmos o número de quilômetros percorridos, o número de dias também dobrará, fixando que motorista roda o mesmo número de horas por dia. Logo as grandezas A e C são diretamente proporcionais. Inserindo a seta na grandeza C de mesmo sentido que a grandeza A, temos:
N° de dias (A)
N° de horas/dias
(B)
N° de Km (C)
2
4
200
x 6 600
Assim, a grandeza Aé diretamente proporcional à grandeza C e inversamente proporcional à grandeza B. Para que a variação da grandeza A seja
64
diretamente proporcional ao produto da variação das duas outras, devemos escrever a razão inversa dos valores que expressam a grandeza B. ( A razão inversa de 4 é 6 )
6 4 Sempre para que a variação de grandeza seja diretamente proporcional ao produto da variação de duas outras grandezas as setas deverão estar todas no mesmo sentido
N° de dias (A)
N° de horas/dias
(B)
N° de km (C)
2
6
200
x 4 600
2 =
6
. 200
2 =
6
. 200
x 4 600 x 4 600
2 = 6 . 200
x 4 . 600
2 = 1200
x 2400
1200 . x = 2 . 2400
1200x = 4800
x = 4800
1200
x = 4
O motorista levará 4 dias para percorrer 600km, se rodar 6 horas por dia
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Exercícios resolvidos
1) Numa obra da construção civil, quarenta operários, em 6 dias, trabalhando 4 horas por dia, conseguiram terminar a obra. Quantos operários farão a mesma obra em 12 dias, se eles trabalharem 8 horas por dia?
Resolução
Com os dados do problema podemos construir o seguinte quadro:
Número de operários
(A)
Número de dias (B)
Número de dias horas/dias
(C)
40 6 4
x 12 8
Fixando a grandeza C, vamos relacionar as grandezas A e B. Se dobrarmos o número de operários, o número de dias que ele leva para concluir a obra cairá para metade. Logo as grandezas A e B são inversamente proporcionais. Inserindo as setas nas grandezas já analisadas temos:
N° de operários
(A)
N° de dias (B)
N° de horas/dias
(C)
40
6
4
x 12 8
Fixando a grandeza B, vamos relacionar as grandezas A e C. Mantendo-se fixa a seta da grandeza que possui a incógnita, neste caso a grandeza A Se dobrarmos o número de horas por dia, o número de operários para concluir a obra cairá para metade. Logo as grandezas A e C são inversamente proporcionais. Inserindo a seta na grandeza C, temos:
N° de operários
(A)
N° de dias (B)
N° de horas/dias
(C)
40
6
4
x 12 8
Assim, a grandeza A é inversamente proporcional à grandeza B e inversamente proporcional à grandeza C. Para que a variação da grandeza A seja diretamente proporcional ao produto da variação das duas outras, devemos escrever a razão inversa dos valores que expressam as
66
grandezas B e C ou a razão inversa dos valores que expressam a grandeza A. Sempre para que a variação de grandeza seja diretamente proporcional ao produto da variação de duas outras grandezas as setas deverão estar todas no mesmo sentido. A razão inversa de 40 é x x 40
N° de operários
(A)
N° de dias (B)
N° de horas/dias
(C)
x
6
4
40 12 8
Então:
x =
6
. 4
x =
6
. 4
40 12 8 40 12 8
x = 6 . 4 40 12 . 8 x = 24
40 96 96 . x = 40. 24 96x = 960 x = 960 96 x = 10
São necessários 10 operários para fazer a obra em 12 dias, trabalhando 8 horas por dia.
67
2) Uma torneira pingando 20 gotas por minuto, ocasiona um desperdício de 100L de água, em 30 dias. Na casa de Joana, uma torneira esteve pingando 45 gotas por minuto durante 40 dias. Calcule quantos litros de água foram desperdiçados nesse período. Resolução Com os dados do problema podemos construir o seguinte quadro:
Quantidade de agua desperdiçada (L)
(A)
Tempo (dias)
(B)
Quantidade de gota/ min
(C)
100 30 20
x 40 45
Determinado que as grandezas A e C: são diretamente proporcionais.
Determinado que as grandezas A e B: são diretamente proporcionais.
Temos:
Quantidade de agua desperdiçada (L)
(A)
Tempo (dias)
(B)
Quantidade de gota/ min
(C)
100 30 20 x 40 45
Então:
100 =
30
. 20
100 =
30
. 20
x 40 45 x 40 45
100 = 30 . 20 x 40 . 45 100 = 600 x 1800 600 . x = 1800. 100 600x = 180000 x = 180000 600 x = 300
Foram desperdiçados neste período 300L de água.
68
Aplicação Química
1) Qual o número de gramas de HCl presentes em 5L de uma solução
6M de ácido clorídrico? (Dado: Massa Molar do HCl = 36,5)
Resolução
Lembrando que a concentração molar indica a quantidade de mols de soluto em cada litro de solução. Podemos dizer que 1mol de HCl vale 36,5g. Assim
Massa Molar (grandeza A)
Volume (grandeza B)
Concentração (grandeza C)
36,5g 1L 1M
x 5L 6M Relacionando a grandeza A com a grandeza B constatou-se que são
diretamente proporcionais. Pois à medida que aumentamos o volume, precisamos aumentar a quantidade de massa de soluto (HCl) para manter a mesma concentração.
Relacionando a grandeza A com a grandeza C constatou-se que são
diretamente proporcionais. Pois à medida que desejamos aumentar a concentração, mantendo um mesmo volume de solvente, devemos aumentar a massa do soluto (HCl).
Temos:
Massa Molar (grandeza A)
Volume (grandeza B)
Concentração (grandeza C)
36,5
1
1
x 5 6
Então:
36,5 =
1
. 1
36,5 =
1
. 1
x 5 6 x 5 6
36,5 = 1 . 1 x 5 . 6 36,5 = 1
x 30 1. x = 36,5. 30
x = 1095g O número de gramas presentes de HCl em 5litros de solução 6M é de 1095g.
69
2) Calcule a massa de hidróxido de sódio necessária para preparar uma solução de 500mL de solução 0,3molar. (massas atômicas: H=1; O=16; Na=23)
Resolução: Relembrando da Química que:
molaridade e concentração molar são a mesma coisa.
a concentração molar indica a quantidade de mols de soluto em cada litro de solução.
a massa molar do (hidróxido de sódio) NaOH = 23 + 16 + 1 ⇒ 40g/mol
500mL = 0,5L
Como o problema deu já deu a concentração molar de 0,5L e pede a massa, então temos:
Massa Molar (g) (grandeza A)
Volume (L) (grandeza B)
Concentração (Molar) (grandeza C)
40 1 1
x 0,5 0,3
Relacionando a grandeza A com a grandeza B constatou-se que são diretamente proporcionais. Pois à medida que diminuímos o volume, precisamos diminuir a quantidade de massa de soluto (NaOH) para manter a mesma concentração.
Relacionando a grandeza A com a grandeza C constatou-se que são diretamente proporcionais. Pois à medida que desejamos diminuir a concentração, mantendo um mesmo volume de solvente, devemos diminuir a massa do soluto (NaOH). Temos:
Massa Molar (g) (grandeza A)
Volume (L) (grandeza B)
Concentração (Molar) (grandeza C)
40
1
1
x 0,5 0,3
Então:
40 =
1
. 1
40 =
1
. 1
x 0,5 0,3 x 0,5 0,3
40 = 1 . 1 x 0,5 . 0,3
40 = 1 x 0,15 1. x = 0,15. 40
x = 6 A massa necessária para preparar 500mL de solução de hidróxido de sódio 0,3Molar é de 6g.
70
3) Um copo contém 200mL de café adoçado com 6,84g de açúcar
comum, C12H22O11 (sacarose). Determine a concentração molar do
açúcar comum. (Dado: massa molar da sacarose 342g/mol)
Resolução
Lembrando que a concentração molar indica a quantidade de mols de soluto em cada litro de solução. Concentração (mol/L)
(grandeza A) Volume (L)
(grandeza B) Massa Molar (g)
(grandeza C)
1 1 342
x 0,2 6,84
Relacionando a grandeza A com a grandeza B constatou-se que são inversamente proporcionais. Pois à medida que diminuímos o volume, para uma mesma quantidade de massa de soluto (C12H22O11), aumentamos a
concentração da solução.
Concentração (mol/L) (grandeza A)
Volume (L) (grandeza B)
Massa Molar (g) (grandeza C)
1
1
342
x 0,2 6,84
Relacionando a grandeza A com a grandeza C constatou-se que são
diretamente proporcionais. Pois à medida que diminuímos a massa de soluto (C12H22O11), mantendo um mesmo volume de solvente, diminuímos a
concentração da solução.
Concentração (mol/L) (grandeza A)
Volume (L) (grandeza B)
Massa Molar (g) (grandeza C)
1
1
342
x 0,2 6,84
Invertendo a grandeza B para que todas as setas fiquem no mesmo sentido, temos:
Concentração (mol/L) (grandeza A)
Volume (L) (grandeza B)
Massa Molar (g) (grandeza C)
1
0,2
342
x 1 6,84
71
Então:
1 =
0,2
. 342
1 =
0,2
. 342
x 1 6,84 x 1 6,84
1 = 0,2 . 342 x 1 . 6,84 1 = 68,4
x 6,84 68,4. x = 1. 6,84
x = 6,84 68,4 x = 0,1
A concentração molar de açúcar é de 0,1 mol/L
4) Qual é a molaridade de uma solução de iodeto de sódio (NaI) que
encerra 45g do sal em 400mL de solução? (Massas atômicas: Na =
23 e I = 127)
Resolução: Relembrando da Química que:
molaridade e concentração molar são a mesma coisa.
a concentração molar indica a quantidade de mols de soluto em cada litro de solução.
a massa molar do NaI = 23 + 127 ⇒ 150g/mol
400mL = 0,4L
Concentração (mol/L) (grandeza A)
Volume (L) (grandeza B)
Massa Molar (g) (grandeza C)
1 1 150
x 0,4 45
Relacionando a grandeza A com a grandeza B constatou-se que são
inversamente proporcionais. Pois à medida que diminuímos o volume, para uma mesma quantidade de massa de soluto (NaI), aumentamos a concentração da solução.
Concentração (mol/L) (grandeza A)
Volume (L) (grandeza B)
Massa Molar (g) (grandeza C)
1
1
150
x 0,4 45
72
Relacionando a grandeza A com a grandeza C constatou-se que são
diretamente proporcionais. Pois à medida que diminuímos a massa de soluto (NaI), mantendo um mesmo volume de solvente, diminuímos a concentração da solução.
Concentração (mol/L) (grandeza A)
Volume (L) (grandeza B)
Massa Molar (g) (grandeza C)
1
1
150
x 0,4 45
Invertendo a grandeza B para que todas as setas fiquem no mesmo sentido, temos:
Concentração (mol/L)
(grandeza A) Volume (L)
(grandeza B) Massa Molar (g)
(grandeza C)
1
0,4
150
x 1 45
Então:
1 =
0,4
. 150
1 =
0,4
. 150
x 1 45 x 1 45
1 = 0,4 . 150 x 1 . 45 1 = 60
x 45 60. x = 1. 45
x = 45 60 x = 0,75
A concentração molar de açúcar é de 0,75 mol/L ou 0,75 Molar ou
0,75M
73
REFERÊNCIAS
BASSET, F.R.I.C. et al. Vogel - Análise Inorgânica Quantitativa. 5. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara dois, 1992.
FELTRE, R. Química. Físico-Química. Vol 2. São Paulo: Moderna, 2000.
GIOVANI, J. R.; CASTRUCCI, B.; GIOVANI, J. R. Jr.. A conquista da matemática – 6ª série. São Paulo: FTD, 1998.
GIOVANI, J. R.; GIOVANI, J. R. Jr.. Matemática pensar e descobrir – 6ª série. São Paulo: FTD, 1996.
GRASSESCHI, M. C. C.; ANDRETTA, M. C.; SILVA, A, B.S.. PROMAT- Projeto de Oficina de Matemática - 6ª série. São Paulo: FTD, 1999.
JAKUBOVIC, J.; LELLIS, M.. Matemática na medida certa - 6ª série. São Paulo: Scipione, 1994.
LEMBO, A. Química realidade e contexto, vol 2 Físico-Química, São Paulo: Ática, 1999
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3 ORIENTAÇÕES E RECOMENDAÇÕES AO PROFESSOR
O professor poderá fazer uso deste Ambiente Virtual de Aprendizagem
como um embasamento teórico para suas aulas de matemática ou de
química. O professor poderá utilizar este recurso no desenvolver suas aulas,
no laboratório de informática da escola, ou sugerir que o aluno acesse
posteriormente ao desenvolvimento de sua aula, como forma de fixar os
conteúdos aprendidos e também como uma forma de busca de
enriquecimento do conteúdo aprendido em sala.
O professor também poderá utilizar-se do recurso do chat para que os
alunos discutam os conteúdos trabalhados, exponham suas dúvidas e
coletivamente vão através do uso desta ferramenta, construindo e
enriquecendo seu conhecimento e sua formação.
Outra sugestão é que com base neste Wiki o professor proponha criar
um ambiente virtual de aprendizagem com sua turma, sobre outras aplicações
deste conteúdo matemático ou com outros conteúdos matemáticos que julgue
mais significativo para a realidade de sua turma.
75
4 PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO
A proposta de avaliação deste material didático é a postagem da
avaliação e de comentários dos estudantes e visitantes do Wiki na página
AVALIAÇÃO criada no próprio Wiki.
Outro mecanismo de avaliação será através dos professores do GTR
(Grupo de Trabalho em Rede) 2011, onde será socializada esta produção
com os professores que optarem por inscrever-se neste tema e título deste
projeto PDE.
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5 INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
BOBBIO, N. O futuro da democracia: uma defesa das regras do jogo. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1989.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
FERREIRA, L. de F. Ambiente de aprendizagem construtivista. Disponível em: <http://www.penta.ufrgs.br/~luis/Ativ1/Construt.html>. Acesso em: 18 out. 2007.
GALVIS, A. H. Ingeniería de software educativo. Santa Fé, Bogotá: Ediciones
Uniandes, 1992.
GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Tradução de M. A. V. Veronese. Porto Alegre: ArtMed, 1995.
GOMES, M. R. A ferramenta wiki uma experiência pedagógica. In: ENDECOM
2006
Fórum Nacional em Defesa da Qualidade do Ensino de Comunicação, 2006.
ECA/USP, São Paulo.
LAURENTI, M. E. A. A Internet na educação a distância. Revista Lúmen, v. 6, n. 13, dez. 2000. Edição especial.
LOLLINI, P. Didática e computadores: quando e como a informática na escola. São Paulo: Loyola, 1991.
MARTINS, J. G. et al. A transformação do ensino através do uso da tecnologia da educação. In: XIX Congresso Nacional da Sociedade Brasileira de Computação, Rio de Janeiro, PUC. Anais, 1999.
MORAN, J. M. A escola do amanhã: desafio do presente-educação, meios de comunicação e conhecimento. Revista Tecnologia Educacional, v. 22, jul. /out. 1993.
RIBEIRO, V. S. Ambiente de aprendizagem Web: um olhar a partir de um curso de especialização do Laboratório de Ensino a Distância
(LED/UFSC). Dissertação de mestrado, UFSC/PPGEP, Florianópolis, 2001.
SECRETARIA DE ESTADO DE GESTÃO PÚBLICA DO GOVERNO DE SÃO PAULO. Disponível em: https://igovexplica.wiki.zoho.com/Configura%C3%A7%C3%B5es-do-Wiki.html. Acesso em março 2011.
77
VALENTE, J.A. Computadores e Conhecimento: Repensando a Educação.
Campinas, SP. Gráfica da UNICAMP 1993.
VALENTE, J. A. O computador na sociedade do conhecimento. Campinas: Unicamp/Nied, 1999.
VALENTE, J. A. Por que o computador na educação? 1996. 25 f. Disponível
em: www.geocities.com/cadej_99/textos/texto3.htm. ACESSO EM NOV.2007.
VALENTE, J. A. Aprendendo para a vida: os computadores na sala de aula.
São Paulo: Cortes, 2001.