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Biologia (Botânica) Práticas, 2010/11 DBV/FCUL Francisco Carrapiço & Isabel Caçador

Ficha 6 -‐ Pantas vasculares com flor Angiospérmicas As angiospérmicas (do grego angios -‐ "urna" e sperma -‐ "semente") são plantas cujas sementes são protegidas por uma estrutura denominada fruto. São o maior e mais moderno grupo de plantas com cerca de 230 mil espécies. As angiospérmicas, formam a maior parte da vegetação natural e cultivada da terra. A importância deste grupo de plantas para o Homem, é posta em evidência pelo papel que as mesmas desempenham na nossa alimentação, e na indústria farmacêutica e de cosmética (plantas medicinais e aromáticas).

As angiospérmicas (Phylum Anthophyta) encontram-‐se divididas em dois grandes grupos ou classes: Monocotilodóneas e Dicotiledóneas (fig.1). As monocotiledóneas são as plantas herbáceas que apresentam folhas com nervação paralelinérvea (nervuras paralelas). As suas sementes possuem um único cotilédone (folha embrionária da semente) e um endosperma (tecido nutritivo). As dicotiledóneas podem apresentar-‐se herbáceas ou lenhosas, as folhas apresentam uma nervação não paralela, em forma de rede (palminérveas) e as suas sementes possuem dois cotilédones.

A


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B

Figs. 1 A e B – Principais diferenças entre monocotiledóneas e dicotiledóneas. (Adaptado de “Life: the science of biology”, 2007)

Raiz

É a parte da planta que cresce geralmente abaixo da superfície do solo. A sua principal função é absorver a água e substâncias minerais e, através do seu sistema condutor, transportá-‐las para todos os orgãos acima do solo. Serve também como orgão de fixação da planta, ao solo podendo ainda armazenar reservas para a planta tal como acontece na cenoura e na batata-‐doce (não confundir com a batata vulgar que é um tubérculo, isto é um caule, além de que são géneros diferentes).

Caule

O caule é o eixo que suporta as folhas e as estruturas reprodutoras. É através dele que são transportados para os locais onde vão ser usados ou armazenados os produtos orgânicos elaborados pelas folhas durante a fotossíntese. A estrutura geral é muito semelhante à da raiz, diferindo essencialmente na organização da estrutura vascular e na existência de apêndices laterais – as folhas –.


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(adaptado de http://resumosfelix.blogspot.com/)

Fig. 2-‐ Caule e folha de uma angiospérmica

Folha

Morfologicamente as folhas apresentam-‐se como apêndices laterais do caule. As folhas estão inseridas ao nível dos nós. O seu arranjo, ou filotaxia, é regular e característico da espécie. As folhas são típicamente achatadas o que lhes permite utilizar o máximo de luz solar. Ricas em parênquima clorofilino, são por excelência os orgãos assimiladores. As folhas são basicamente constituídas por mesófilo – parênquima em paliçada e parênquima lacunoso – compreendido entre duas epidermes. No parênquima destacam-‐se os feixes condutores (fig. 2).

Fig. 2-‐ Secção transversal da folha de uma angiospérmica. (Adaptado de

http://www.bio.miami.edu/dana/226/226F07_8.html)


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Método

1-‐ Observe ao microscópio a epiderme da página inferior de uma folha.

a) Como se chamam e para que servem as estruturas mais evidentes existentes na epiderme?

b) Faça um esquema devidamente legendado daquilo que observa.

2-‐ Observe ao microscópio uma secção transversal de uma folha de Ficus.

a) Identifique os tecidos aí existentes.

b) Quais são as estruturas e tecidos responsáveis pela grande rigidez desta folha?

Flor

Os orgãos reprodutores nas angiospérmicas são, sem dúvida, uma das maiores conquistas das plantas em termos evolutivos. As flores são ramos especializados apresentando função reprodutora e são formadas por apêndices – as peças florais -‐. Destes apêndices, os mais externos constituem um invólucro denominado perianto (formado por sépalas e pétalas), enquanto que os mais internos formam os órgãos reprodutores produtores de gâmetas. Os diversos constituintes da flor dispõem-‐se normalmente em verticilos à volta do receptáculo, sendo toda a estrutura suportada por um pedúnculo ou pedicelo. Ao conjunto das sépalas dá-‐se a designação de cálice e ao das pétalas corola. Estas peças florais são a seguir descritas: sépalas, pétalas, estames e carpelos (Fig.3).

a) Sépalas -‐ são folhas modificadas que cobrem e protegem todas as partes florais quando esta se encontra em botão. Geralmente são verdes mas podem apresentar côr, podendo em alguns casos estar ausentes. O conjunto das sépalas forma o cálice.

b) Pétalas -‐ encontram-‐se localizadas no interior das sépalas e podem apresentar cor. Desempenham um papel importante nos mecanismos de polinização (atracção de agentes polinizadores). O conjunto das pétalas forma a corola.

c) Estames -‐ encontram-‐se por dentro das pétalas e constituem a parte reprodutora masculina. Cada estame é formado por um pedúnculo ou microsporófilo, o filamento, e uma cápsula terminal -‐ a antera, a qual quando madura contém os grãos de pólen onde se produzem os gâmetas masculinos. d) Carpelos -‐ são folhas modificadas ou macrosporófilos que se localizam no centro das flores e constituem a parte reprodutora feminina. Esta estrutura é semelhante a uma "folha” com óvulos, e é formada por: uma região basal larga, o ovário que contém o(s) óvulo(s); o estigma, zona superficial papilosa e/ou glandular receptora


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dos grãos de pólen, e o estilete, um prolongamento superior em forma de haste por onde penetra o tubo polínico. O óvulo quando maduro contém o gâmeta feminino, a oosfera. Depois da fertilização, cada óvulo desenvolve-‐se numa semente e o ovário forma o fruto.

Fig. 3. Esquema de uma flor de angiospérmica, evidenciando as diferentes partes florais. (Adaptado de

http://images.encarta.msn.com/xrefmedia/aencmed/targets/illus/ilt/T012547A.gif) Método 1-‐ Destaque cada uma das peças florais da flor que lhe foi fornecida. 2-‐ Observe à lupa as estruturas directamente envolvidas no processo de fertilizaçäo. 3-‐ Destaque a epiderme da pétala monte em água e observe. 4-‐ Faça a legenda da fig. 4


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Fig. 4 – Flor de Hibiscus


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Anexo -‐ Comparação entre a gametogénese masculina e feminina

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