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REVISTA FH REÚNE REPRESENTANTES DA CADEIA DE SAÚDE PARA DEBATER OS IMPACTOS DA ACREDITAÇÃO NO SETOR ACREDITA? V OCÊ FOTO: RICARDO BENICHIO ESPECIAL LANÇAMENTOS E TENDÊNCIAS DA JPR 2012 EXCLUSIVO A JOINT VENTURE ENTRE BENNER E ALERT PROMETE ACIRRAR A DISPUTA PELO MERCADO DE TI EM SAÚDE DA ESQUERDA PARA DIREITA: HELENO COSTA JUNIOR - CONSÓRCIO BRASILEIRO DE ACREDITAÇÃO • RUBENS COVELLO - IQG/ACREDITATION CANADA • MONICA CASTRO - UNIMED-BH FRANCISCO BALESTRIN - ANAHP • VINICIUS ROCHA - HOSPITAIS AMIL- SP | SENTADAS DA ESQUERDA PARA DIREITA: RAQUEL LISBOA - ANS E GIOVANNA ARAÚJO - GRUPO BRASANITAS

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revista de saude

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REVISTA FH REÚNE REPRESENTANTES DA CADEIA DE SAÚDE PARA DEBATER OS IMPACTOS DA ACREDITAÇÃO NO SETOR

ACREDITA?ACREDITA?ACREDITA?ACREDITA?ACREDITA?VVOCÊ

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ESPECIALLANÇAMENTOS E TENDÊNCIAS DA JPR 2012

EXCLUSIVOA JOINT VENTURE ENTRE

BENNER E ALERT PROMETE ACIRRAR A DISPUTA PELO

MERCADO DE TI EM SAÚDE

DA ESQUERDA PARA DIREITA: HELENO COSTA JUNIOR - CONSÓRCIO BRASILEIRO DE ACREDITAÇÃO • RUBENS COVELLO - IQG/ACREDITATION CANADA • MONICA CASTRO - UNIMED-BH

FRANCISCO BALESTRIN - ANAHP • VINICIUS ROCHA - HOSPITAIS AMIL- SP | SENTADAS DA ESQUERDA PARA DIREITA: RAQUEL LISBOA - ANS E GIOVANNA ARAÚJO - GRUPO BRASANITAS

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ÍNDICEW W W . s a u d e W e b . C O M . b R

Maio de 2012 • FH 199

12 – Conexão saúde webConfira as notícias mais quentes e conteúdos mul-timídia do portal

TeCnologia24 – abalando as esTruTurasAlert e Benner anunciam Joint Venture e acirram rivalidade entre os players do mercado

28 – unidos pela inovação na saúdeBelo Horizonte ganha polo de excelência em tec-nologia para o setor de saúde

enTrevisTa32 – neuroCiênCia em pauTaO neurocientista Sidarta Ribeiro aborda o futuro da medicina, células tronco e os desafios dos cien-tistas brasileiros

espeCial aCrediTação48 - aCrediTação aumenTa qualidade, mas não eleva faTuramenToA visão das empresas de home care sobreo processo

saúde business sChool57 – segurança dos dados

hospiTal54 – renTabilidade para o bemHospital Infantil Sabará faz parceria com Miguel Nicolelis para lançar centro de ensino e pesquisa voltado à neurociência

políTiCa e regulamenTação68 – razão e sensibilidadeOs impactos da decisão do STF sobre a inter-rupção da gravidez no caso de aborto de fetos anencéfalos

operadora74 – gesTão feiTa em CasaEntenda como a Economus, autogestão da extinta Nossa Caixa Nosso Banco, administra sua cartei-ra de beneficiários enquanto não é decidido seu futuro pelo Banco do Brasil

76 – desCobrindo novos TerriTóriosMarítima Saúde na disputa pelo mercado mineiro

mediCina diagnósTiCa82 – experiênCia valiosaLaboratórios adaptam suas estruturas para ga-nhar mais espaço entre os consumidores triple A

indúsTria86 – raio-x de negóCiosEspecial JPR 2012: redução de doses de radiação, monitores em alta definição e tecnologia 3D são tendências na área de diagnóstico por imagem

92 – viTrineVeja os lançamentos na JPR 2012

perfil100 – uma lição de alTruísmoFundador dos Expedicionários da Saúde, o orto-pedista Ricardo Afonso Ferreira conta como sur-giu a ideia de criar a ONG

104 – livros

arTigos

52 – gesTãoCertificação pode melhorar os resultados?

56 – rhCultivar o ótimo: o desafio da aquisição de ta-lentos

66 – eConomiaAs proibições à indústria de cigarros

38 – espeCial aCrediTaçãoaCrediTe se puder

debaTe Com represenTanTes da Cadeia expõe os avanços, desafios e pro-

blemas que envolvem os proCessos para adquirir o selo

100

28

erraTaNa edição 198, pag. 67, na matéria “Ritmo Acelerado”, o executivo na foto é Carlos Ma-fra, gestor de incorporação da Cirúrgica Ma-fra, e não de Julian Batista.

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diREtOR dE RECURSOS E finançaSJoão PAulo coloMbo • [email protected]

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impRESSãOlog & Print Gráfica e logística s.a.

EDITORIAL

REPÓRTEREsCínthya Dávila – [email protected]

Guilherme Batimarchi • [email protected]

Maria Carolina Buriti – [email protected]

Verena Souza – [email protected]

PRODUTOR DE ARTE E VíDEOBruno Cavini • [email protected]

CONsELHO EDITORIALJoão Carlos Bross • Fundador da Bross Consultoria e Arquitetura

Paulo Marcos Senra Souza • Diretor da Amil

Sérgio Lopez Bento • Diretor técnico da Planisa

Osvino Souza • Professor e Pesquisador da Fundação Dom Cabral

GEsTÃO DE RELACIONAMENTO COM CLIENTEsGEREntE dE RElaCiOnamEntO COm CliEntES

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OPERAÇÕEsGEREntE dE OpERaçõES

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analiSta dE maRkEtinG

Elisangela Rodrigues • [email protected]

COMERCIALGEREntE COmERCialElizandra Paiva • [email protected] • (11) 3823-6625

ExECUtiVOS dE COntaSGabriela Marcondes • [email protected] • (11) 7144-2543Leandro Premoli – [email protected] • (11) 9656-1148Rosana Alves • [email protected] • (11)7144-2538Suellen Marques [email protected] • (11) 9639-7527

REPREsENTANTEs

Minas Gerais:Newton espírito santo - [email protected](31) 2551-1308 - (31) 7815-3095vera santo – [email protected](31) 2551-1308 - (31) 7815-3096 Paraná:Heuler Goes dos santos - [email protected](41) 3306-1659 - (41) 7811-5397

Planalto Central (DF e GO):Gaher fernandes - [email protected](61) 3447-4400 - (61) 7811-7338Mauricio caixeta - [email protected](61) 3447-4400 - (61) 7811-0949

Rio de Janeiro:sidney lobato – [email protected](21) 2275-0207 – (21) 8838-2648 Santa Catarina:lucio Mascarenhas - [email protected](48) 3025-2930 - (48) 7811-4598

USA e Canadá: Global Ad Net • [email protected]: 603-525-3039 fax: 603-525-3028

revista fh

A revista FH é uma publicação mensal dirigida ao setor médico-hospitalar.Sua distribuição é controlada e ocorre em todo o território nacional, além de gratuita e entregue apenas a leitores previamente qualificados.

As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem unicamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da IT Mídiaou quaisquer outros envolvidos nessa publicação.As pessoas que não constarem no expediente não têm autorização para falar em nome da IT Mídia ou para retirar qualquer tipo de material se não possuírem em seu poder carta em papel timbrado assinada por qualquer pessoa que conste do expediente.

Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da IT Mídia S.A.

GEREntE dE maRkEtinGemerson Moraes – [email protected]

GEREntE dE intEliGênCia dE mERCadOGaby loayza – [email protected]

GEREntE dE GERaçãO dE nEGóCiOSGabriela vicari – [email protected]

GEREntE dE aUdiênCiaGabriela viana - [email protected]

GEREntE dE COmUniCaçãO CORpORatiVacristiane Gomes – [email protected]

MARKETING

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Editorial

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Foto

: Ric

ardo

Ben

ichi

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basta

maria carolina buriti

RepórterIT Mídia S.A

esta edição trazemos um tema crucial para a evolução do setor: a acredi-tação. Presente na rotina de qualidade e segurança dos hospitais, labora-tórios e empresas de homecare, mas também com impactos na relação entre os elos: indústria e operadora.Se antes, o selo de qualidade poderia ser visto como diferencial, agora

ele caminha para uma questão de sobrevivência da instituição. Mas nesse cenário algumas perguntas emergem: quem paga o custo alto do investimento? É neces-sário incentivar financeiramente? Como envolver o fornecedor e o corpo-clínico? Como capacitar pessoas?Essas e outras ideias foram debatidas por representantes da cadeia de saúde, e o resul-tado de um assunto que está longe de se esgotar você confere nas próximas páginas. TI em SaúdeComo a acreditação, a TI em saúde também tem sido alvo de grandes discussões e movimentações. A mais recente é a formação da joint venture entre Alert e Benner. A união das empresas promete acirrar a disputa em um mercado em plena consolidação. Nos últimos anos, assistimos as aquisições da Wheb Sistemas pela Philips e da WPD pela Agfa, além do fortalecimento das verticais de saúde nas multinacionais. Que o mercado está aquecido é fato, mas o que não se sabe ainda é se as novas, antigas e com-binadas soluções conseguirão atender a complexa demanda das instituições de saúde. Boa leitura!

acreditarn

Da esq, p/ dir.luiz brescia e Severino benner concedem entrevista à repórter Verena Souza sobre a Joint Venture

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CONEXÃO SAÚDE WEB

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BLOGS MULTIMÍDIALeia e discuta com nossos colaboradoresos assuntos mais quentes do mês

Acompanhe entrevistas, galerias de imagens e todo o conteúdo multimídia: www.saudeweb.com.br

JURISPRUDÊNCIA NA SAÚDERENATA VILHENA SILVA A exigência do Cheque-CauçãoA advogada, especializada em Di-reito à Saúde, evidencia que mesmo com a proibição do cheque-caução como garantia de pagamento da con-ta final, a prática ainda é comum em situações de emergência ou na realização de cirurgia.

MEDICINA DE SEGUROHENRIQUE SHINOMATAPrematuridade e os Planos de SaúdePara o Ex-CIO do Hospital Sírio Li-banês e Furukawa, cabe à gestante e a sociedade solicitar à ANS que incentive os planos de saúde a forne-cerem uma assistência completa em todas as fases aos bebês prematuros

SAÚDE CORPORATIVA ALBERTO OGATAAumento de diabete no País. E agora?Neste contexto, não serão sufi cientes programas preparados pelas operado-ras de saúde, consultorias e empre-sas de qualidade de vida. A mudança de comportamento se faz pela tríade programa-ambiente-política.

FARMACOECONOMIA E ECO-NOMIA DA SAÚDESTEPHEN STEFANI Caos e Organização na Saúde:cuidados paliativosDe acordo com Stefani, a literatura médica assinala sistematicamente que uma das causas de superlotação é o tempo de internação prolongado – o que está diretamente relacionando a baixa efetividade organizacional

WEBCAST

CONFIRA OS LANÇAMENTOS DA JPRIndústria mostra suas inovações no ramo da radiologiaVEJA EM: HTTP://BIT.LY/IJWPQJ

QUAIS SÃO OS IMPACTOS DA ACREDITAÇÃO NA CADEIA DA SAÚDE?Encontro realizado na IT Mídia abordou o peso que a certifi cação representa no segmento e os gargalos que difi cultam o alcance do seloVEJA EM: HTTP://BIT.LY/KWQ1LQ

GALERIA

VEJA MONITORES ESPECIALIZADOS PARALEITURA DE MAMOGRAFIADesde o fi nal de março está vigorando a portaria nº 531 do Ministério da Saúde que recomenda o uso de monitores especializados para a mamografi a.VEJA NA GALERIA DO SAÚDE WEB: HTTP://BIT.LY/JGLRLO

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CONEXÃO SAÚDE WEB

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CANAL DOLEITOR

TWITTERCASSANDRA LOPES • @GAIVOTALIVRE@Saude_Web .. interes-sante A MATERIA sobre governança em TI

SOLUNNI • @SOLUNNIRT @saude_web: A acre-ditação é um ponto de partida para a melhoria na qualidade dos presta-dores - @brasil_ANS@Saude_Web @anahp-brasil Não esquecendo que existem hospitais que não são particulares que tb são acreditados né?

ALTAIR COSTA JUNIOR • @ALTAIRCOSTAJRDescubriram só agora??? “@Saude_Web: Falta agi-lidade e estrutura à An-visa, segundo indústria http://bit.ly/IXvyMN”

E-MAILAcabo de receber os dois exemplares da edição es-pecial da revista FH. Fi-cou ótima! Parabéns! As matérias fi caram lindas. Leda Márcia, Coordena-ção de Comunicação da Fiap, sobre a revista FH 197, especial 20 anos.

@saude_web

[email protected]

facebook/saudeweb

FABRICAÇÃO LOCAL

TOSHIBA VAI ABRIR FÁBRICA DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS NO PAÍS

Fábrica de aparelhos de diagnóstico por imagem será inaugurada em Campinas (SP) até o fi m deste ano. O objetivo da empresa é também desenvolver localmente softwares complementares aos equipamentos.

CRESCIMENTO

SIEMENS EXPANDE PARQUE FABRIL PARA DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

Com R$ 50 milhões de investimentos, a fábrica de Joinville produzirá equipamen-tos de ressonância magnética, tomografi a, raio-x analógico e digital

TECNOLOGIA

DELL LANÇA SOLUÇÃO DE GESTÃO DE SISTEMA PARA HOSPITAIS

Ferramenta tem o objetivo de trazer agi-lidade às instituições de saúde para que fi quem em conformidade com as políticas de gerenciamento e segurança de TI Solu-ção contribui para que as equipes tenham a possibilidade de atuar em tarefas mais estratégicas.

CIÊNCIA

DASA ANUNCIA PARCERIA COM LABORATÓRIO PARA MEDICINA GENÔMICA PERSONALIZADA Aliança com laboratório do Baylor College of Medicine, dos EUA, visa o compartilhamento de conhecimento e contempla produção de material educativo para médicos e outras ações. O MGL, localizado em Houston, será responsável pela condução das avaliações de doenças de base genética e compartilhará os resultados com a Dasa. A base de dados clínicos e as conclusões das pesquisas vão fi car disponíveis para uso da empresa e de seu corpo clínico.

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CONEXÃO SAÚDE WEB

HOSPITAL MOINHOS DE VENTO ANUNCIA NOVA ES-TRUTURA ADMINISTRATIVAFernando Torelly é o novo superintendente-executivo e João Polanczyk (foto) assume a Superintendência de Relações Institucionais

EVAI VEM

NÚMEROS

300 CERTIFICAÇÕES

R$ 23 MILHÕES

R$ 15 MILHÕES

É O NÚMERO AS CERTIFICA-ÇÕES ONA NO BRASIL

O volume de instituições com certifi cação vigente é bem maior nos estados do Sudeste, seguidos pela região Sul. Veja balanço

ESSE FOI O NÚMERO DO INVESTIMENTO FEITO PELO DR. CRISTÓVÃO DA GAMA EM PRONTO ATENDIMENTO

O investimento é parte de um projeto maior, cujo valor é de R$ 40 milhões e que inclui uma Uni-dade de Terapia Intensiva (UTI) e outra coronariana e infantil

TOTAL INVESTIDO PELO BARRA DAY HOSPITAL NO RJ

Rio de Janeiro ganha hospital voltado para classe ACom investimento total de R$ 15 milhões, o Barra Day Hospital, localizado na Barra da Tijuca, terá capacidade para realizar mensalmente 360 cirurgias de pequeno, médio e grande portes

MANOEL BORGES DEIXA DIRETORIA

DO HOSPITAL SANTA CATARINAApós 14 anos à frente do Hospital Santa Catarina, Manoel Navarro Borges (foto) deixou a diretoria executiva da institui-ção. No lugar do executivo quem assume interinamente é Denilson de Santa Clara, diretor administrativo-fi nanceiro.

BOAS PRÁTICAS

ABIMED VAI LANÇAR SELO PARA QUALIFICAR DISTRIBUIDOR

Além das regras de compliance para as empresas associadas, a Associação reco-nhecerá boas práticas também dos distri-buidores. Uma vez que o distribuidor seja aprovado por uma das empresas de acordo com os critérios defi nidos, a aprovação será válida para as demais empresas.

PESQUISA

SAÚDE ESTÁ ENTRE AS PROFISSÕES COM MENOR NÍVEL DE STRESS

Cargos como técnico em laboratório mé-dico, fonoaudiólogo e nutricionista são os que menos causam aborrecimento. Para alcançar esse resultado, o site Career Cast, dos EUA, levou em consideração aspectos como viagens, risco de mortes, competitividade, prazos apertados e ho-ras trabalhadas.

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CONEXÃO SAÚDE WEB

RESULTADO DA ENQUETE

NO AR

ACESSEParticipe da nossa enquete! Vote em

www.saudeweb.com.br/enquete

Carreira de Estado para médicos solucionaria problema de distribuiçãodesigual?

❍ Não. O problema é muito mais abrangente. Financia-mento e problemas de gestão estão no cerne da questão. A solução depende de ações específi cas, a serem implan-tadas a partir do quadro de carências, levando em conta o mercado e a regulação. ❍ Sim. O fortalecimento dos profissionais atuando nas áreas exclusivas de Estado é um requisito para garantir a qualidade e a continuidade da prestação de serviços e o alcance do interesse público com a descentralização da prestação de atividades de Estado.

Você acredita que avança-das tecnologias médicas como robótica, nanotecno-logia e engenharia biogené-tica, etc, vão estar dentro do escopo do SUS em 20 anos?

38,13 % - Sim. A evolução tec-nológica é muito rápida e o uso do robô da Vinci pelo Inca é um exemplo de que as insti-tuições públicas já começam a fi car atentas a isso

25,90 % - Não. Certamente tais tecnologias vão ser mui-to mais corriqueiras no País, mas o acesso será restrito a entidades privadas

35,97 % - Talvez. Se, a partir de agora, o Brasil investir em pesquisa e desenvolvimento, para incentivar inovação, é provável que sim

38,13 %

25,90 %

35,97 %

HOME DOCTOR EMPOS-SA NOVO SUPERINTEN-DENTE DE NEGÓCIOSCom especialidade em saú-de pública Geraldo Reple passou a integrar a equi-pe da empresa em março deste ano

ROBERTO SCHAHIN IN-TEGRA ÁREA DE NOVOS NEGÓCIOS NO DASAExecutivo atuou duran-te nove anos no Hospital Santa Paula e, agora, pas-sa a compor área estraté-gica do laboratório

PESQUISA

HOSPITAL VIVALLE RECEBE CERTIFICAÇÃO ONA III

Para conceder a Acreditação Hospitalar, a Organização leva em considera-ção quesitos como a qualidade do atendimento, os cuidados oferecidos aos pacientes, a capacitação da equipe, além dos investimentos em tecnologia, gestão administrativa e setores de pesquisa.

EVAI VEM

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Conexão Saúde web

Resultado

Com maioRes pRêmios, luCRo da sulaméRiCa sobe 10,6%

O crescimento foi robusto no segmento de saúde, principal-mente nos produtos voltados às pequenas e médias empresas e odontológico.

mobilidade

sistema de saúde mãe de deus inau-guRa pRojeto em telesaúde

Implantação realizada com a Microdata tem o objetivo de permitir que todos os exames diag-nósticos, de imagens e laudos sejam disponi-bilizados online as nove unidades da instituição bem como qualquer parte do País ou exterior.

expansão

Home doCtoR inauguRa unidade de negóCios no dF

A Home Doctor acaba de inaugurar uma unidade de negócio no Distrito Federal. À frente da operação está Ioneide Coelho da Costa, que possui 18 anos de vivência na área de gestão em Saúde. De acordo com ela, houve um forte investimento na montagem da equipe multidisciplinar, no intuito de integrar profissionais qualificados e que dominam toda a complexidade envolvida no atendimento domiciliar. A empresa já atua em São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

aquisição

novaRtis CompRa FougeRa poR us$ 1,53 bilHão

A aquisição será realizada por meio da San-doz, unidade de genéricos da Novartis. A farmacêutica espera que o negócio seja con-cluído no segundo semestre deste ano e se tornar líder mundial de medicamentos der-matológicos genéricos em vendas.A norte-americana Fougera estava sendo ven-dida por um consórcio de fundos de private equity liderados pela Nordic Capital, DLJ Merchant Banking e Avista Capital Partners, disse a Novartis.

deCisão

usuáRios de planos não pReCisam se ResponsabilizaR pelo CaRtão sus

Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) afirma que todo mundo deve ter cartão SUS, mas quem tem convênio médico não pre-cisa. A Agência diz que a responsabilidade deste cadastro é das operadoras, que devem informar os da-dos de cadastro do paciente para o governo.

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• MOISÉS COHEN• NELSON HAMERSCHILAK• RAUL CUTAIT• REYNALDO ANDRÉ BRANDT• ROBERTO KALIL• RUBENS BELFORT JUNIOR• SÉRGIO ALMEIDA DE OLIVEIRA• SERGIO DANIEL SIMON• SILVANO RAIA• THOMAZ RAFAEL GOLLOP

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tecnologia

Verena Souza • [email protected]

Uma portuguesa, outra brasileira, Alert e Benner unem soluções e anunciam Joint Venture, que promete trazer sistemas mais robustos aos prestadores de saúde e acirra rivalidade entre os players do mercado

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estruturasFoto: Ricardo Benichio

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proposta da tarde era o lazer. O golfe foi o res-ponsável pela sensação de descontração dos executivos Severino

Benner e Paulo César Guimarães -, respectivamente presidente e fundador da Benner Sistemas e CEO mundial da portuguesa Alert. Apesar de já terem cumprido a bateria de reuniões dos dias an-teriores, proposta por um evento corporativo do setor, realizado na Bahia há um ano e oito meses, a grande tacada dos negócios ainda estava por vir. E o que parecia uma partida despretensiosa de golfe, iniciou uma relação complementar.

“Você tem que me visitar lá em Portugal”, disse Guimarães. Ben-ner atendeu ao convite e, pouco tempo depois, em meados de maio, as empresas de sistemas de ges-tão para saúde anunciavam a Joint Venture Alert-Benner, que nasce com um faturamento de R$ 115 milhões e uma projeção de R$ 300 milhões em três anos.

Há 15 anos no mercado, a Benner atua no segmento de sistemas de gestão hospitalar, com grande ex-pertise nas áreas administrativa e financeira – principalmente no cam-po de operadoras, onde detém apro-ximadamente 28% de market share. Já a força da Alert está em soluções de prontuário eletrônico e gestão clínica para hospitais. Facilitada por uma plataforma tecnológica semelhante, a integração dessas soluções visa atender por comple-to os processos de gestão de uma instituição de saúde, seja na esfera pública ou privada.

“Na Alert não existia, por exem-plo, o complemento do ERP (En-terprise Resource Planning, em inglês). E a cada entrega, exigia-se mais um fornecedor incorporado, dificultando os negócios. A deci-são da joint venture foi baseada na oferta de uma solução abrangente através de um único fornecedor”, conta o diretor executivo da nova

empresa, e também diretor geral da Alert no Brasil, Luiz Brescia. Além dos sistemas, a possibilidade de provimento de uma infra-

estrutura de TI, contemplando data center, servidor, outsourcing e cloud computing, se dá pelo fato de que a Benner pertence a Globalweb Data Services – grupo a ser presidido por Severino. O executivo está em fase de transição para o cargo.

“A figura do integrador é eliminada. Os integradores passam a ser nós mesmos”, explica Benner.

Impacto no setor Tal fusão configura uma disputa travada por poucas empresas de

softwares de gestão hospitalar no País. A saúde é um dos setores mais promissores para fornecedores de tecnologia e as organizações correm para ganhar musculatura a fim de atender a crescente de-manda. Paulo Magnus, fundador e presidente da MV Sistemas – a maior concorrente da Benner em saúde -, acredita que dos cerca de sete mil hospitais brasileiros, apenas mil possuem uma informati-zação razoável; dos quais uns 500 ou 600 têm um sistema de fato robusto. “Na área clínica talvez tenhamos 5% dos hospitais com uma ferramenta clínica atuante”, afirmou o executivo em entrevista concedida à revista CRN Brasil de fevereiro deste ano.

Com um faturamento de R$ 100 milhões, a MV Sistemas, hoje, é líder entre as maiores empresas nacionais de software, ofertando também um conceito completo de gestão para hospitais e planos de saúde para os cerca de 500 clientes espalhados pelo Brasil. Entretanto, com o advento da Alert-Benner, a companhia de Magnus perde a primeira colocação no aspecto faturamento. “A Joint Venture come-ça liderando e com o maior portfólio do Brasil”, enfatiza Brescia.

Também protagonistas de recentes fusões, a empresa de diagnós-tico por imagem Agfa Healthcare - com a incorporação da brasileira WPD em setembro de 2011 -, e a holandesa Philips - por meio da união com a nacional Wheb Sistemas no final de 2010 -, devem sentir a força da Alert-Benner no mercado.

De acordo com o anuário Série Estudos, publicado em dezem-bro pela revista Tecnologia, a WPD aparece em segundo lugar – atrás da MV Sistemas – e a Benner, em terceiro, seguida da Wheb Sistemas, no ranking das dez maiores empre-sas do segmento.

As operações evidenciam a busca das multinacionais por fornecedores de sistemas clínicos nacionais, com o intuito de atender a demanda por uma solução integrada dos presta-dores de saúde, tendo em vista a também consolidação e verticali-zação de hospitais, laboratórios e operadoras. Além do esforço do governo em promover atendimen-to estruturado por uma rede de assistência.

De acordo com Severino Benner, o diferencial da Alert-Benner deve-se

“A decisão dA Joint Venture foi bAseAdA nA ofertA de umA solução AbrAngente AtrAVés de um único fornecedor”

LUiz BreSciA, diretor

execUtiVo dA ALert-Benner

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

Foto: Ricardo Benichio

Da esq. para a dir., Luiz Brescia, Severino Benner e Lucrecia Oliveira: joint venture nasce com um faturamento de R$115 mie espera atingir R$300 mi em três anos

ao fato de que ambas moderniza-ram suas plataformas tecnológicas antes das demais. “Os fornecedo-res estão passando, agora, por um processo de troca de tecnologia, fazendo o upgrade dos produtos. E tanto a Alert quanto a Benner já estão em um estágio maduro e atualizado”, explica.

Para o consultor em TI, Gus-tavo De Martini, a consolidação do segmento é positiva enquanto houver competitividade; e a pro-babilidade é de que, cada vez mais, os pequenos desenvolvedores se estabeleçam em nichos específicos.

O ganho de escala por meio das fusões e aquisições também con-tribui para maiores investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), o que é essencial em um setor onde software como serviço (SaaS), uso de dispositivos móveis e computação em nuvem despon-tam como tendência.

Nova estrutura Apesar de a Alert estar presente em

12 países, as soluções Alert-Benner serão voltadas para o mercado bra-sileiro e os esforços iniciais serão concentrados no compartilhamento das estruturas existentes de ambas as organizações, atualmente dispostas por São Paulo, Maringá (PR), Belo Horizonte (MG), entre outros, con-templando 400 colaboradores. Os executivos mapeiam nova região para a construção de mais um cen-tro de desenvolvimento.

Reforçar a atuação nas regiões Sul e Sudeste é a prioridade inicial. Outras praças serão trabalhadas via canais de distribuição, segundo Lucrécia Oliveira, que comandará a estrutura financeira e de vendas da Joint Ven-ture, com sede na capital paulista.

vaNtageNs Brescia é categórico ao dizer que

o custo das instituições de saúde

FunDaçãO: 1999cOLaBOraDOreS: 100 nO BraSiL e 560 nO munDOeScritóriOS nO BraSiL: rj e mgFaturamentO: r$ 25 miLhõeS nO BraSiL e r$120 miLhõeS nO munDOtecnOLOgia: geStãO cLínica uSuáriOS LicenciaDOS: cerca De 10 miL

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FunDaçãO: 1997cOLaBOraDOreS: 350 em SaúDe, 800 aO tODOeScritóriOS: Bh, Sc, DF, Pr, rj e SPFaturamentO: r$ 90 miLhõeS em SaúDe tecnOLOgia: SOFtware De geStãO Para OPeraDOraS De SaúDe uSuáriOS LicenciaDOS: 42 miL

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vai diminuir. “Ao levar uma solução abrangente, que atende todas as áreas dos hospitais, inclusive com infraestrutura para a execução do software e suporte de manutenção, as unidades de saúde conseguirão uma economia em escala de processos. Dessa forma, isso é acessí-vel e estratégico aos pequenos também, pois poderão se preocupar apenas com a medicina, levando em conta que a mão de obra de profissionais qualificados de TI é escassa”, enfatiza.

Na opinião de De Martini, o mercado de TI está amadurecendo e a consolidação evidencia isso. “Gradativamente os pres-tadores vão percebendo que a tecnologia faz parte dos processos de gestão”.

Em longo prazo, os impactos da nova Alert-Benner certamente serão mensura-dos. Resta, agora, aguardar e elucubrar: será que a MV apostará também em uma fusão ou em novas aquisições depois da formação da Wheb Philips, WPD Agfa e Alert-Benner?

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Gilberto Pavoni Junior • [email protected]

BELO HORIZONTE GANHA POLO DE EXCELÊNCIA EM TECNOLOGIA PARA O SETOR EM MODELO DE COLABORAÇÃO E SINERGIA. PROJETOS PODEM REVOLUCIONAR A SAÚDE NO BRASIL NOS PRÓXIMOS ANOSUNIDOS PELA

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diretor executivo da ePrimecare, Leonardo Florêncio, tem um objetivo claro para a empresa – conquistar o emergente mercado de saúde que vai além de operadoras e empresas do setor. Ele acredita que há muitos negócios inexplorados em grandes corporações que necessitam estender a ges-

tão da qualidade de vida de seus funcionários. “É preciso ter uma visão mais ampla do que é a tecnologia na saúde e onde ela pode ser usada”, diz.

E Florêncio está começando a pavimentar esse novo caminho. A empresa fornece uma plataforma para gerenciamento de pacientes crônicos para operadoras de planos de saúde. A solução foi recen-temente modernizada graças a uma injeção de capital de risco. Mas não são somente as novas funcionalidades que deixam o diretor executivo da empresa entusiasmado. “A chegada do investidor nos mostrou que há uma revolução na gestão do cuidado da saúde, e nós vamos participar dela”, diz.

Ele é um dos empreendedores que participam do Polo de Excelên-cia em Saúde de Belo Horizonte, uma iniciativa do Sebrae de Minas Gerais em conjunto com órgãos públicos, associações e empresas privadas. O objetivo do polo é reunir as empresas mais inovadoras da Região Metropolitana da capital mineira e torná-las referência no desenvolvimento de soluções de saúde com foco em de gestão de riscos, prevenção de doenças crônicas, qualidade de vida e bem-estar. “Temos conseguido boas ideias nas reuniões e há muita motivação. Mas o melhor é que tudo culmina em novas oportunidades”, destaca o executivo.

Diferentemente de outros centros de inovação de base tecnológica que existem no Brasil, o polo da capital mineira não depende de uma base física. Não há obrigação de se estabelecer em um determinado local e se comprometer com investimento imobiliário e infraestru-tura. Os empreendedores permanecem em suas próprias empresas e desfrutam apenas dos benefícios da iniciativa.

“É um canal para inovação, dividido em vários grupos e o objetivo maior é agregar sinergia com outras empresas”, explica o consultor da Advance, Dagoberto Hajjar, que realiza coaching para o grupo. Segundo ele, essa é a maior dificuldade nesse tipo de projeto que reúne empresários. Há uma histórica dificuldade de trocar ideias e abrir projetos em busca de melhorias. É a desconfiança superando a vontade de colaborar.

Hajjar explica que essa situação é superada facilmente durante os encontros. “O empresário brasileiro que trabalha com tecnologia, devido a sua formação e luta individual para sobreviver, não está acostumado a esse modelo. Mas é só perceber o quanto pode ganhar que ele começa a participar e trocar conhecimento”, diz Hajjar.

E as chances para efetuar um novo negócio são muito grandes. E a coordenação do projeto tem isso na ponta da língua. “O setor público está investindo e deve crescer nos próximos anos, a população está envelhecendo e exige soluções nessa linha, há empresas que come-çam a cuidar da saúde dos funcionários com um foco mais inovador, além disso há uma série de campos novos como a biotecnologia para serem explorados”, aponta a gestora do Polo, Marcia Machado. Todas essas áreas se unem na iniciativa mineira.

Os grupos de trabalho contam com apoio institucional do Sebrae, de órgãos públicos e associações privadas. Existe contato fácil com as diversas linhas de financiamento, como da Fundação de Ampa-ro a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Mas um dos grandes diferenciais da iniciativa é colocar o empreendedor num novo pa-tamar de profissionalização.

BELO HORIZONTE GANHA POLO DE EXCELÊNCIA EM TECNOLOGIA PARA O SETOR EM MODELO DE COLABORAÇÃO E SINERGIA. PROJETOS PODEM REVOLUCIONAR A SAÚDE NO BRASIL NOS PRÓXIMOS ANOS

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ENVELHECIMENTO ATIVO E TECNOLOGIA

ESSA ABORDAGEM SOBRE O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO LEVA EM CONTA A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA E POLÍTICAS VOLTADAS AOS IDOSOS. PARA QUE ISSO SAIA DO PAPEL E SE TORNE REALIDADE, SERÁ PRECISO BOAS IDEIAS EM GESTÃO PÚBLICA E DE SAÚDE, ALÉM DE MUITA TECNOLOGIA. SENSORES, DISPOSITIVOS MÓVEIS E MODERNIZAÇÃO DE POSTOS DE SAÚDE E DEMAIS EMPRESAS ENVOLVIDAS NESSA CADEIA PRODUTIVA SÃO FOCO DA INOVAÇÃO DAS PARTICIPANTES DO POLO DE EXCELÊNCIA DE BH.

Márcia Machado, do Sebrae: foco nas pequenas e médias empresas com soluções que podem transformar a gestão da saúde

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CIDADES INTELIGENTESE SAÚDE

AS CHAMADAS SMART CITIES SÃO AQUELAS QUE UTILIZAM TECNOLOGIAS NOVAS OU JÁ CONHECIDAS PARA ENCONTRAR SOLUÇÕES PARA SEUS PROBLEMAS E PARA DEMANDAS EMERGENTES DA POPULAÇÃO. ELAS ENVOLVEM AS ESTRUTURAS DE GOVERNO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS EM REDES DE COMUNICAÇÕES, SENSORES, COLETA DE DADOS, SISTEMAS DE CONTROLE, FERRAMENTAS PARA AJUDAR NA DECISÃO ETC. NA SAÚDE, PODEM AJUDAR NA ELIMINAÇÃO DE FILAS EM POSTOS DE SAÚDE, MELHORIA E RAPIDEZ DOS DIAGNÓSTICOS, TROCA DE INFORMAÇÕES PARA PESQUISAS E UMA INFINIDADE DE SOLUÇÕES.O MODELO ADOTADO PELO GOVERNO DE MINAS PREVÊ O USO DE TECNOLOGIAS GLOBAIS E EMPRESAS COM MARCA CONHECIDA OU CASOS DE IMPLEMENTAÇÃO CONSAGRADOS PELO MUNDO. MAS A BASE DA INOVAÇÃO SERÁ CONSTRUÍDA COM A PARTICIPAÇÃO DE PLAYERS REGIONAIS. A INICIATIVA É PARA VALORIZAR QUEM MAIS CONHECE OS PROBLEMAS LOCAIS E PODE FORNECER SOLUÇÕES MAIS ESPECÍFICAS. O POLO DE EXCELÊNCIA EM SAÚDE DE BELO HORIZONTE SERÁ UMA DAS PEÇAS-CHAVE NESSE PLANO AO JUNTAR EMPRESAS E FOMENTAR A INOVAÇÃO.

Os empresários têm contato com técnicas de gestão modernas e que podem ajudar na formatação dos planos de negócios e percepção das demandas. Coisas como o design thinking fazem parte do dia a dia do Polo. Nesta nova forma de pensar o negócio, o empreendedor aprende a métodos e processos de solução de problemas, com muita pesquisa e sempre focados no contexto e na criatividade como diferencial.

O Polo é dividido em quatro linhas de ação (veja quadro ao lado). Elas vão das soluções bá-sicas em TI a biotecnologia e pro-jetos para o futuro das cidades inteligentes. “Esses novos conglo-merados urbanos irão exigir solu-ções baseadas em tecnologia que provavelmente serão fornecidas por empresas que são do setor de saúde. Mas para os habitantes isso tudo será visto como qualidade de vida”, diz Márcia.

A LINHAS DE AÇÃO DO POLO DE BHO SEBRAE-MG IDENTIFICOU DIVERSAS EMPRESAS NA REGIÃO QUE PODEM CONTRIBUIR PARA A INOVAÇÃO EM SAÚDE. O PROJETO DO POLO É DIVIDIDO EM QUATRO ÁREAS.

• MOBILIDADE URBANA EM SAÚDE INTEGRADA – COM FOCO EM TI MAIS TRADICIONAL E BUSCANDO SOLUÇÕES PARA O ENVELHECIMENTO ATIVO DA POPULAÇÃO, SUAS CONSEQUÊNCIAS E PROBLEMAS. POSSUI 40 EMPRESAS TRABALHANDO PARA ISSO.

• M-HEALTH – GESTÃO E MONITORAMENTO DA SAÚDE USANDO TI COM NOVOS FOCOS E DIRECIONAMENTO PARA DEMANDAS EMERGENTES. ATUALMENTE, 17 EMPRESAS PARTICIPAM DESSE GRUPO.

• POINT OF CARE – ENVOLVE A CRIAÇÃO DE SOLUÇÕES DE DIAGNÓSTICO DESCENTRALIZADO E NOVAS ÁREAS, COMO BIOTECNOLOGIA. É COMPOSTO POR 14 EMPRESAS.

• QUALIDADE DE SERVIÇOS – EMPRESAS QUE SE DEDICAM A CRIAR NOVAS METODOLOGIAS E FERRAMENTAS PARA CONTROLE E QUALIDADE NA SAÚDE. SÃO 800 EMPRESAS.

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Dagoberto Hajjar, da Advance: o polo de Minas Gerais é um canal para inovação, onde o objetivo é agregar sinergia com outras empresas

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o Brasil, quando se trata de pesquisa cientí-fica há muitos desafios a serem enfrentados. Mas essa perspectiva começa a mudar com os holofotes atraídos por uma economia emer-gente. É o que conta Sidarta Tollendal Gomes Ribeiro um dos nomes mais conhecidos da neurociência no Brasil. Se por um lado há

um horizonte promissor, por outro, há ainda muito a ser conquistado pelo cientista brasileiro que, segundo o pesqui-sador, enfrenta grandes desafios.” Temos de ter clareza de que estamos muito aquém do nosso potencial e aquém em termos da qualidade da ciência feita aqui”, afirma.

Nascido em Brasília, Ribeiro é biólogo e tem doutorado em Neurociências e Comportamento Animal pela Universidade Rockefeller. É professor de Neurociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde também dirige o Instituto do Cérebro. E foi de lá, que ele conver-sou, por telefone, com a FH, Veja os principais trechos da entrevista a seguir.

entrevista

Essencial para a descoberta de novos tratamentos, a neurociência vive um momento de crescimento no Brasil. Um de seus representantes mais conhecidos, Sidarta Ribeiro, acredita que quando se trata de futuro da medicina, as células-tronco ou células programáveis se destacarão em relação a próteses e outros circuitos, mas esse caminho só será trilhado com uma longa caminhada a partir da superação de obstáculos por parte dos cientistas brasileiros

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EM PAUTAMaria Carolina Buriti • [email protected]

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QUEM É: Sidarta Tollendal Gomes Ribeiro

• Professor Titular de Neurociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e diretor do Instituto do Cérebro da UFRN

• Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília

• Mestre em Biofísica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

• Doutor em Neurociências e Comportamento Animal pela Universidade Rockefeller (2000) com Pós-Doutorado em Neurofi siologia pela Universidade Duke (2005).

• Fundador do Instituto do Cérebro com um grupo de neurocientistas brasileiros entre eles, Miguel Nicolelis, cuja parceria foi rompida no ano passado

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FH- Como a neurociência pode ajudar a medicina no futuro? O que há de no-vidades no horizonte e como o Brasil está inserido nesse contexto? Sidarta Ribeiro: A neurociência é uma das áreas de maior expansão na biolo-gia. Ela tem interface com outras áre-as do saber onde há muita coisa para contribuir com a medicina do futuro. Mas primeiro é preciso entender como o cérebro funciona e, ainda, sabemos pouco sobre ele, mas estamos em uma fase de, rapidamente, adquirir conheci-mento. Em particular, o que acho muito importante e isso não é específico do campo da neurociência, mas se aplica ao cérebro, é o uso de células-tronco para recuperar função. Isto ainda está em desenvolvimento e, no Brasil, tem pessoas importantes fazendo coisas assim. Um exemplo é o (pesquisador) Stevens Rehen, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que faz neu-rociência e trabalha com células- tronco. Entendo também, que a descoberta, por exemplo, de que o Mal de Alzheimer é uma doença que se propaga por contato entre as células no cérebro é um aspecto que pode abrir o caminho para uma cura ou para a interrupção do desenvolvi-mento da doença. Esses são exemplos importantes para todas as pessoas, pois quem viver o suficiente correrá o risco de desenvolver o Alzheimer.

FH: O que já está sendo pesquisado na área de neurociência que pode aju-dar a descobrir tratamentos e curas para as doenças degenerativas? Ribeiro: Citei o trabalho do professor Rehen, no Rio de Janeiro, onde eles estão trabalhando com células que po-dem ser programadas para desenvol-ver determinada característica morfo-lógica, funcional. Isso permite pensar em substituir as células defeituosas no cérebro. Não estou dizendo que ele faça isso agora ou que eles tenham a cura e, sim, que eles estão pesqui-sando. Quando se tem, por exemplo, uma degeneração de células da famí-lia chamada de substância negra, que leva ao Mal de Parkinson, talvez, isso possa ser atenuado com a substitui-ção de células. O Alzheimer, como se sabe, é uma doença que se espalha por contato de neurônios, então é uma possibilidade de atuar e interromper o desenvolvimento dela no cérebro.

FH- Desfrutando do bônus demográfico, o Brasil viverá em algumas décadas o “peso” do envelhecimento popu-lacional. Analisando a expectativa de vida de maneira geral, as pessoas estão vivendo mais e a tecnologia e os avanços da medicina fazem parte dessa conquista. Como a neurociência se insere no contexto de tratamentos e tecnologias para a população idosa? Caminhamos, de alguma forma, para um homem biônico?Ribeiro: Existem dois caminhos: o da engenharia e o da biologia. O da engenharia é o das pessoas incorporarem peças, circuitos ao seu próprio corpo, isso está aconte-cendo e tende a crescer. Mas o que também está aconte-cendo são as células - tronco e células programáveis. É a incorporação de mais células, ou de células e tecidos diferentes, que é biológico. Digamos que é um híbrido não com máquinas, mas com outros tipos de células, que possam ser transformadas para os pacientes. Esta medi-cina vai crescer muito mais do que a medicina ligada só

a engenharia. Se as pessoas tiverem a opção de regenerar seu próprio corpo com células, e readquirir uma função, provavelmente, vão preferir isso a incorporar máquinas.

FH: O que é uma célula reprogramável?Ribeiro: Na verdade, há uma complexidade de termi-nologia associada a esse ramo do saber. Uma coisa é a célula- tronco, que se tem no corpo e que pode dar origem a outros tipos de célula. Outra coisa é, em laboratório, pegar uma determinada célula do corpo e aplicar uma série de fatores e fazê-la virar outra coisa, ou seja, reprogramá--la. Essa tecnologia está sendo desenvolvida em países do mundo inteiro e no Brasil também. Há muita gente querendo aplicar isso à medicina, ainda que de manei-ra incipiente, porque não sabemos direito se as células se integram e que função elas vão desempenhar. Mas é óbvio que esse é um caminho e, se a tecnologia dominar isso, será muito importante para a medicina. Vai abrir

caminho para as pessoas fazerem uma reposição de cer-tas partes do corpo, sem usar uma prótese mecânica ou eletro-eletrônica. Acredito que as duas coisas caminham em paralelo. Eu gostaria que, no longo prazo, o caminho biológico ganhasse, pois é preferível regenerar o próprio corpo a usar próteses mecânicas.

FH- Considerando o contexto mundial e os avanços da tecnologia na área de próteses robóticas, essa tecnologia não tende a ficar apenas nas mãos de quem tem mais recurso? Aqueles doentes que não dispõem de recursos financeiros terão dificuldades de acessar o que existe de mais inovador, uma vez que atualmente os mais pobres já têm essa dificuldade na questão dos medicamentos e tratamentos? Ribeiro: Eu acho complemente verdade e, infelizmente, a medicina faz parte de um grande negócio. Ela está no cerne do sistema capitalista no mundo ocidental, e isso é muito ruim para as pessoas. Nesse sentido, os tratamen-tos mais biológicos e menos de engenharia podem ter o potencial de ser mais barato também.

FH-Por que ele é mais barato?Ribeiro: Depende um pouco do que será feito. Hipoteti-camente, falando de ficção cientifica, podemos imaginar que no futuro uma pomada ou injeção faça regenerar partes do corpo, coisas que estão sendo estudadas experi-mentalmente agora. Se isso depender de fazer uma célula crescer, por exemplo, fazer meio de cultura para elas, - não é muito caro. Elas crescem, se você coloca “comida” (risos) e viram o que quiser. Agora, inserir computadores dentro das pessoas, claro, é uma tecnologia mais cara. Mas isso é atualmente, pode ser que um dia barateie. Mas acredito que no sistema capitalista, os ricos sempre acessam primei-

ro as tecnologias mais recentes e, especialmente, as mais caras. Acho que temos de separar aquilo do mundo cientí-

fico daquilo que é questão política e de como a sociedade lida com esse comércio científico. Seria muito bom se a sociedade, de fato, priorizasse a saúde coletiva e investisse mais para que a saúde fosse boa para todos. Nós estamos nesse caminho, bem devagarzinho´, mas estamos indo.

FH- No atual cenário econômico mundial, com crise nos países desenvolvidos e a ascensão das economias emergentes, o crescimento econômico desses novos mercados poderá catalisar investimentos e reverter a condição na produção e acesso às tecnologias médicas? Ribeiro: Estamos vivendo um momento muito particular da história em que ocorre uma grande reconfiguração, sobretudo, da economia. A grande configuração que es-tamos assistindo é o crescimento dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, na sigla em inglês) e isso tem relação com o modo de alimentar uma economia interna pujante e de exportar, isso é uma coisa na qual o

“mas se olhar a macrofigura nos últimos nove anos, vivemos uma transformação radical de como o País trata ciência”

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“No fuNdo tem a ver com o quaNto respeito essas empresas tem pelo mercado cieNtífico brasileiro”

Brasil se encaixou muito bem. Acho que esse é o momento, o governo bra-sileiro tem mostrado clareza de que é um momento de dar um salto de qualidade tanto tecnológico quanto científico. Nesse momento, acho que o governo faz um grande esforço nesse sentido, inclusive com a clareza de que se nós somos menos desenvolvidos do que países da Europa e os Estados Unidos, então precisamos incrementar nosso intercâmbio com eles. Acho que isso tende a baratear a tecnologia em longo prazo.

FH: Mas você acredita que por conta da crise lá fora, o Brasil e economias emergentes conseguiriam atrair in-vestimentos de fora do país para den-tro de suas economias e com esses investimentos dar uma virada no sentido de conhecimento tecnológi-co na área médica e de neurociência?Ribeiro: Eu não sei se são os inves-timentos estrangeiros que vão fazer com que o País dê esse salto, e não tendo a acreditar nisso. Acredito que são os investimentos nacionais. Os investidores estrangeiros querem aplicar recursos em commodities e comprar soja e, não acho que eles queiram investir na nossa ciência. As pessoas têm de investir mais na nossa ciência e aumentar a qualida-de da ciência feita no Brasil e não a quantidade. O governo tem feito um excelente papel e tem de continuar, mesmo nos Estados Unidos, por exemplo, a maior parte da ciência é

financiada pelo governo. Acho ótimo se houver investi-mento estrangeiro para fazer ciência aqui, mas acredito que não é o que deve ocorrer.

FH: O barateamento do genoma no futuro poderá contri-buir com a medicina personalizada? A população tendo mais conhecimento sobre suas prováveis doenças não poderá gerar um efeito contrário, ao invés delas pro-curarem se tratar, elas vão começar a se automedicar e fazer exames desnecessários? Não pode se tornar algo excessivo com a possibilidade do tratamento.Ribeiro: Isso tem acontecido, uma medicina com mais tecnologia como nos Estados Unidos, é uma medicina muito cara, porque se o médico tem uma série de exames para fazer e se algo dá errado, eles repetem todos os exames. Assim, eles têm um sistema de saúde caríssimo, capaz de fazer coisas muito sofisticadas, mas que não atende a maior parte das pessoas, e isto é uma questão central. Conhecimento para medicina deveria ser sem-pre bom e o que se faz com esse conhecimento é outra questão. Será que é preciso pedir o exame mais caro para todas as pessoas que passam na porta? O médico deveria se perguntar. Mas não vivemos essa realidade no Brasil. Na verdade, aqui, quem tem acesso só à saúde pública até conseguem fazer exames complexos, mas espera muito por isso. Suas perguntas são todas com cunho científico e político e de fato elas estão imbri-cadas. Mas eu não vejo que a gente tem de ter medo de conhecer mais o cérebro e saber desenvolver novas maneiras de pesquisar novas doenças só porque não vamos ter dinheiro para implantar isso, acho que são coisas separadas. O conhecimento pode ir avançando e nós podemos implementar aquilo, na medida do possível, para cada vez mais pessoas.

FH: Os pesquisadores apontam a burocracia como um grande obstáculo para a pesquisa no Brasil. Sabemos que muitos cientistas não conseguem ou demoram a obter material para pesquisas isso faz com que eles mudem até o foco inicial do estudo. Como você analisa o impacto da burocracia na área da neurociência voltada à medicina? Ribeiro: No que diz respeito às instituições, a burocracia existe no Brasil, nos Estados Unidos, França, Alemanha. Havia muita dificuldade de importação de equipamentos até o início do governo Lula, que fez uma série de melho-rias. Porém, alguns pontos importantes não podem ser realizados pelo governo e isso está relacionado à maneira das empresas de material científico trabalharem. A maior parte dessas companhias praticam preços duas ou três vezes maior do que nos Estados Unidos ou na Europa,

e fazem entregas com 30 ou 60 dias, sendo que lá fora se recebe em 24 horas.Isso não é culpa do governo e sim das empresas. Elas tratam mal o consumidor de ciência brasileira. Não estou generalizando, porque existem empresas que estão se aprimorando e aprendendo fazer melhor. Mas há um pro-blema, como o cientista brasileiro só recentemente passou a ter dinheiro para fazer pesquisa, eles só começaram a entender agora e nem sei se entenderam, que esse é um mercado que deve ser tratado com muito respeito e que vai crescer. O governo fez muito para melhorar, mas ele só poderia fazer uma parte.

Você pode dar um exemplo?Ribeiro: Por exemplo, se a empresa tem escritório no Brasil e um estoque, ela pode entregar rápido. Mas se está só nos Estados Unidos, por exemplo, é preciso pagar duas ou três vezes a mais para ter um reagente, produto ou equipamento, e esperar muito mais, um ou dois meses para receber, às vezes, os produtos chegam com o prazo de validade vencido. O governo tem atuado para facilitar o processo e uma parte desses problemas era a tramitação aduaneira onde, agora, a ciência tem tido um tratamen-to mais expedito. Mas o governo não pode resolver os problemas da morosidade das empresas. As empresas fazem isso porque o cientista brasileiro precisa comprar o produto e, muitas vezes, não têm no Brasil. O cientista faz o que for necessário: esperar, pagar mais caro. No fundo, tem a ver com o quanto respeito essas empresas tem pelo mercado científico brasileiro.

FH: Ainda sobre as pesquisas clínicas, o investimento também é apontado como um dos entraves. Isso me-lhorou com o crescimento da economia brasileira ou ainda tem sido um dos fatores de exportação dos nossos cientistas para trabalhos no exterior? Ribeiro: O investimento em ciência no Brasil nunca foi tão alto, apesar de que no início do governo houve cer-to contingenciamento, mas se olhar a macrofigura nos últimos nove anos, vivemos uma transformação radical de como o País trata ciência. Temos de ter clareza de que estamos muito aquém do nosso potencial e aquém em termos da qualidade da ciência feita aqui. Publicamos muitos artigos por ano, mas eles têm, em média, baixo impacto aqui. Isso tem de mudar. A ciência brasileira pre-cisa se oxigenar pelo contato com ciências mais fortes no mundo e, nesse sentido, o governo tem muita clareza em orientar os esforços no intercâmbio, seja na graduação, mestrado e doutorado, e vamos colher os frutos disso nos próximos anos.

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JOINT COMISSION INTERNATIONAL (JCI)O Amil Resgate Saúde é o primeiro e único serviço de trans-porte terrestre e aeromédico de pacientes da América Latina a conquistar a acreditação da Joint Commission International (JCI). Foram avaliados a responsabilidade, o comprometimen-to com a segurança, a ética profissional e os procedimentos realizados, caracterizando as melhores práticas hospitalares com a garantia de um atendimento seguro e humanizado.

ONA NÍVEL 3 * CANADENSE * JOINT COMISSION IN-TERNATIONAL (JCI)A conquista da Tripla Acreditação (ONA nível 3, Canadense e JCI) pelo Hospital 9 de Julho consolida a instituição como referência em segurança e qualidade assistencial para aten-dimentos de alta complexidade. O processo de certificação foi gratificante porque, durante esta longa jornada, toda a or-ganização (corpo clínico, colaboradores e parceiros) se envol-veu de maneira intensa, motivada e comprometida para que o objetivo comum fosse alcançado.

ONA NÍVEL 3O Hospital IGESP conquistou este ano o selo de Acreditação com Excelência, nível III, certificado pela ONA - Organização Nacional de Acreditação e passou a integrar o seleto grupo de pouco mais de 60 instituições brasileiras - cerca de 1% dos hospitais em operação - que possuem esse reconhecimento. Na prática, a busca pelo selo fortaleceu a cultura de seguran-ça promovendo o aprimoramento dos processos em todos os níveis, instituindo a Qualidade como um valor permanente. O resultado tem sido mudanças e melhorias contínuas nos ser-viços médicos e num atendimento humanizado ao paciente. O desafio agora é alcançar a Acreditação Internacional.

ONA NÍVEL 3 * ISSO 31000:2009Especializado em cirurgias minimamente invasivas, que ga-rantem a rápida recuperação dos pacientes, o Hospital Li-fecenter alcançou o mais alto nível de excelência em 2011, obtendo a certificação ONA Nivel 3 e a conformidade com a norma ABNT ISO 31000:2009, graças aos diferenciais tecno-lógicos e renomado corpo clínico. A instituição oferece ser-viço de hotelaria diferenciado, pronto-socorro, UTI, hemodi-nâmica e avançado centro cirúrgico. Atualmente, o Hospital possui um corpo clinico acima de 500 médicos atuantes, focados na realização de procedimentos de alta complexida-de e de grande resolutividade. O quadro de pessoal já soma 1000 colaboradores. O Hospital Lifecenter conta com 30 es-pecialidades médicas, com destaque para a Ortopedia, Neu-rocirurgia, Cirurgia Geral e Cirurgia e Traumatologia Buco--Maxilo-Facial. O grande desafio agora é alcançar, em médio prazo, a acreditação internacional.

ONA NÍVEL 2O Hospital Metropolitano faz parte das instituições descritas no Nível 2 pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). A modernização dos serviços, os treinamentos focados no aprendizado dos colaboradores, a disseminação dos proces-sos, os protocolos e a mensuração dos dados estratégicos e as-sistenciais transformaram o hospital, profissionalizando-o ain-da mais, o que se reflete no melhor atendimento à população.

JOINT COMISSION INTERNATIONAL (JCI)Há dois anos, o Hospital Paulistano entrou para o seleto grupo de hospitais que possuem o selo de acreditação internacional da Joint Commission International, o mais importante órgão certificador do mundo. A certificação pela JCI vem assegurar a melhoria contínua dos novos processos de cuidado ao paciente. Em países da Europa e nos Estados Unidos, a conquista da certi-ficação pela JCI é considerada um diferencial para o paciente na hora de escolher o seu hospital.

ONA NÍVEL 3Em 2003, após a primeira visita para diagnóstico da Instituição, realizada pelo IQG, a direção do Santa Joana designou um comi-tê interno para responsabilizar-se pela evolução do processo de Acreditação. Após 6 meses de trabalho, conseguimos adequar nossos processos às exigências de qualidade e segurança da certificação. A partir daí, a cultura incessante pela qualidade e segurança no atendimento aos nossos pacientes se tornou uma constante. Com isso, fomos a primeira maternidade a conseguir esse reconhecimento. Em 2007, o Hospital obteve o seu nível máximo, Nível 3 – Excelência.

JOINT COMISSION INTERNATIONAL (JCI)A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, acreditada na-cional e internacionalmente, está sempre em busca de padrões que possam aprimorar ainda mais a qualidade dos serviços prestados e, acima de tudo, garantir a segurança do paciente. Mais importante do que a própria Acreditação é a premissa de disseminar as melhores práticas assistenciais e incentivar todas as equipes de enfermagem, médicas e administrativas a adotá--las, monitorando-as constantemente, por meio de indicadores. A certificação é apenas uma consequência, um reconhecimento de toda melhoria implementada.

ONA NÍVEL 3Desde o início, os fundadores Luís Salomão e Paulo Zoppi têm como pilar do negócio a realização do diagnóstico correto, dife-rencial que vem fazendo com que o Laboratório seja distinguido principalmente junto ao público médico. Com o passar dos anos, fez-se necessário cada vez mais investir em tecnologia, mão de obra especializada e estrutura de atendimento, para garantir que o paciente que procura SalomãoZoppi Diagnósticos tenha um atendimento humanizado, premissa dos fundadores desde sua fundação. Em 2009, o Laboratório foi acreditado em nível 3, alcançando a Excelência. A partir de então, um dos grandes desafios para SalomãoZoppi Diagnósticos é fortalecer cada vez mais sua Qualidade na Gestão, e principalmente definir ciclos de melhorias para seus processos

SOCIETY OF THORACIC SURGEONS * JOINT COMISSION IN-TERNATIONAL (JCI)O TotalCor, referência em cardiologia em São Paulo, tornou-se a primeira instituição hospitalar brasileira a integrar a Society of Thoracic Surgeons. O hospital também é certificado pela JCI, que garante ainda mais qualidade e segurança, graças à adoção de um conjunto de padrões, protocolos, indicadores, rotinas e processos internacionais seguidos em todo e qualquer atendi-mento, procedimento e intervenção médica ou cirúrgica.

A REVISTA FH PARABENIZA OS HOSPITAIS QUE SÃO DESTAQUE EM ACREDITAÇÃO

* As empresas citadas acima fazem parte de um pacote comercial da edição especial de Acreditação. Saiba mais em: [email protected]

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Fotos: Ricardo Benichio

A acreditação das instituições de saúde começa a se transformar em elemento de sobrevivência no mercado. A Revista FH promoveu um debate com especialistas no assunto e traz para você os avanços, desafios e problemas que envolvem este processo ainda incipiente no Brasil

Acredite se puderMilton Leal • [email protected]

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A“ creditar, eu não. Recomeçar, jamais. A vida foi em frente e você simplesmente não viu que ficou para trás”. O samba de Dona Ivone Lara, resguardado de sua conotação amorosa, é uma boa alusão ao que pode acontecer com as instituições de saúde brasileiras que ignorarem uma tendência irreversí-vel de aprimoramento da gestão de pessoas, processos e tecnologias que se firma cada vez mais no mercado mundial. A acreditação hospitalar e de outros players da cadeia de saúde está perdendo sua característica de representar apenas um diferencial perante todo sistema.

Com uma rede que gira em torno de 6,5 mil instituições de saúde, que inclui apenas 200 hospitais acredita-dos, o Brasil ainda engatinha neste árduo, custoso e complexo processo de melhoria da gestão. Pelo retrovi-sor, os Estados Unidos e Canadá, por exemplo, veem nosso País com ín-dices globais de acreditação de suas instituições que ultrapassam os 90%.

O caminho para chegar a este grau de excelência foi discutido por sete especialistas envolvidos no tema, que foram convidados pela Revista FH para um debate realizado no iní-cio de maio, em São Paulo. Durante quase três horas, eles falaram sobre os avanços, entraves e rumos que este mercado vivencia. A conclusão uníssona é de que a acreditação está se tornando mais e mais uma condi-ção sine qua non de sobrevivência dos players que atuam no negócio de saúde. “As instituições que não têm

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acreditação vão deixar de existir. O que eu gostaria é que a sociedade e as operadoras exigissem a acreditação como um filtro de quem fica e quem sai do mercado”, opina Francisco Balestrin, presidente da Associação Na-cional de Hospitais Privados (Anahp), que congrega 45 hospitais que possuem alguma acreditação.

Com foco em segurança do paciente e qualidade da assistência, a acreditação é um sistema de avaliação e certificação da qualidade de serviços de saúde obtida de forma voluntária e periódica pelas instituições de saúde. No Brasil, a Organização Nacional de Acredi-tação (ONA) é quem expede os selos de acreditação de acordo com os graus de qualidade de cada unidade de saúde, que podem variar de I, II a III. Representadas por consultorias, também atuam por aqui acreditadoras internacionais, como a Joint Commission International (JCI) e a Accreditation Canadá. A ONA, de acordo com dados disponíveis em seu site na Internet, já chancelou 301 instituições brasileiras, sendo 156 hospitais. A JCI, por sua vez, figura com 33 entidades acreditadas no País, enquanto que a Canadá soma 21 acreditações.

O baixo número global de instituições acreditadas, contudo, contrasta com o expressivo crescimento da quantidade de acreditações registradas nos últimos anos. No ano passado, por exemplo, 50 novas instituições receberam certificação pela metodologia ONA. Nos três primeiros meses de 2012, outras 19 organizações de saúde ganharam o selo. Pela JCI, apenas em 2011,

95 instituições de saúde estiveram em preparação para acreditação, entre elas 43 hospitais, 20 ambulatórios, 15 programas de cuidados clínicos e três operadoras de planos de saúde.

IncentIvar fInanceIramente? O maior problema para a expansão da acreditação

no Brasil é, sem dúvida, o alto custo associado que esse processo carrega, pois ele envolve uma série de mudanças estruturais, organizacionais e de gestão que podem durar de 24 a 36 meses. Como é o próprio hospital que precisa bancar este custo e nem sempre a operadora ou o paciente reconhecem financeiramente essas melhorias, a maioria das instituições ainda trata o tema em segundo plano.

A Unimed BH, por exemplo, coloca em prática há oito anos um projeto de incentivo financeiro para seus hospitais credenciados que buscam a acreditação. A superintendente de provimento à saúde da empresa, Monica Castro, conta que R$ 65 milhões já foram in-vestidos nesse programa e que em 2012 outros R$ 20 milhões serão aportados. Dependendo da acreditação obtida, o hospital recebe um bônus na diária global que varia de 7% a 15%. “Há oito anos, tínhamos dois hos-pitais acreditados. Hoje, temos 23, que correspondem por 50% dos nossos hospitais”, diz a executiva, que assegura que o processo de acreditação gera economia para a operadora no médio e longo prazo.

“As instituições que não têm AcreditAção vão deixAr de existir. o que eu gostAriA é que A sociedAde e As operAdorAs exigissem A AcreditAção como um filtro de quem ficA e quem sAi do mercAdo”

FRAncisco BAlestRin, AnAHp

A Unimed BH exerce uma política agressiva de acreditação hospita-lar. Metade dos seus 46 hospitais já está acreditado. neste ano, o investimento previsto pela empresa nessa área é de R$ 20 milhões, que se somam aos R$65 milhões já aportados nos últimos anos. Ao todo, 90% das internações realiza-das são feitas em hospitais que já possuem o selo. o índice de satis-fação apurado pela empresa em casos de internação beira os 92%, o que justifica os investimentos re-alizados. A meta da companhia é acreditar todas as unidades hospi-talares até o ano de 2014.

unimed BH

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Apesar de ser concorrente da Unimed, o diretor da rede de hospitais da Amil em São Paulo, Vinicius Rocha, reverencia os resultados da subsidiária mineira e concorda que no está-gio atual do mercado os incentivos financeiros são necessários. “Esse modelo de incentivo faz parte, porque o processo inicial de acre-ditação tem uma demanda de investimento muito grande com treinamento, estrutura física etc”, diz ele, que ressalva sua opinião dizendo que para o futuro, quando o mercado estiver mais consolidado, este modelo de incentivo não será o melhor caminho.

Balestrin, da Anahp, é contra incentivos financeiros para hospitais. Ele afirma que a acreditação não deveria ter como objetivo melhorar os indicadores econômicos e finan-ceiros da instituição e, sim, focar no aspecto da segurança do paciente e da melhoria da quali-dade assistencial. “Normalmente, o hospital faz acreditação e quer renegociar as diárias e taxas. Acho que ele não fez mais do que a obrigação ao se acreditar e trazer mais qualidade para seu serviço. Precisamos participar de uma forma sincera desse mercado”, pontua o presidente da associação. Ele ainda sustenta que os incentivos iniciais podem comprometer o resultado dos hospitais no futuro. “Quanto que este incentivo custa posteriormente para as instituições? O que ouvimos é que os hospitais de Belo Hori-zonte têm dificuldade de obter bons resultados econômicos/financeiros”, revela.

Na visão do CEO da acreditadora brasileira IQG e que comanda também a Accreditation Canada no Brasil, Rubens Covello, a ques-tão do custo é bastante complexa. “Consigo entender que a questão estrutural dentro do custo é importante. Mas por que a acredita-ção é cara? O custo está na capacitação e no envolvimento das pessoas”, diz. Garantir a qualidade diante da recorrente migração de profissionais de uma instituição para outra é bastante difícil. “Está errado dentro das uni-versidades. Não temos nada sendo dirigido para a questão da segurança do paciente, para a gestão do negócio”, argumenta.

Falta educação A ausência da visão de trabalho em uma ins-

tituição acreditada dentro das universidades foi outro problema levantado pelos debatedores. Para Rocha, da Amil, a mudança de cultura dentro da cátedra deve começar a ocorrer agora para dar resultados daqui a 20 ou 30 anos. “Esse trabalho precisa ser feito para que no futuro tenhamos um corpo médico mais aculturado e que possa estar mais confortável com a adesão de práticas exigidas pela acreditação”, afirma.

Vinicius Rocha, da rede de hospitais da Amil em São Paulo: defende incentivos financeiros devido ao estágio atual do mercado

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Balestrin, da Anahp, compartilha da mesma opinião. “Jovens médicos não sabem como funciona o negócio em si. Os médicos e hospitais não conversam entre si. A discussão não é travada com eles”, diz. Ele ainda afirma que a dicotomia entre o corpo clínico e o corpo hospitalar tende a desaparecer com a mudança no mo-delo de gestão das unidades de saú-de. “Há quatro anos, começamos a incentivar a governança corporativa de nossos associados. Hoje, sob esse ponto de vista, eles se moderniza-ram. Agora, estamos apostando no modelo de governança clínica que, ,quando estiver claro, será entendi-do melhor pelos médicos. A partir disso, as duas governanças passarão a dialogar e será possível desenvol-ver projetos juntos. Nós acreditamos que o modelo de remuneração dos médicos mudará com isso. E quem não estiver preparado, vai sofrer”, prevê o executivo.

Heleno Costa Junior, diretor de relações institucionais e coordena-

“Os médicOs dizem que a acreditaçãO burOcratiza a assistência, mas issO pOrque hOje tudO é feitO sem padrões. O fatO de vOcê exigir que ele escreva um prOntuáriO já é sintOma de burOcratizaçãO para eles”

Heleno Costa Junior, ConsórCio Brasileiro de aCreditação (CBa)

rubens covello, da accreditation canada no brasil: “Consigo entender que a questão estrutural dentro do custo é importante. Mas por que a acreditação é cara? o custo está na capacitação e no envolvimento das pessoas”

a associação nacional de Hos-pitais Privados (anahp) está es-tudando a hipótese de abrir uma categoria dentro da entidade cujo o objetivo é abarcar hospitais que receberiam a denominação de afi-liados. a ideia, em gestação, tem a finalidade de incentivar a acredita-ção e trazer para próximo os hos-pitais que não são ona 3 ou que já tenha alguma certificação inter-nacional para que eles possam, as-sim, no futuro se tornar associados e participar dos programas geren-ciados pela associação. ainda não há data para o lançamento deste programa de afiliados.

prOgrama de afiliadOs da anahp

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dor de educação do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), que mantém parceria com a JCI, aponta que é preciso haver um conven-cimento de que aquilo vai melhorar o trabalho dos prestadores. “Os médicos dizem que a acreditação burocratiza a assistência, mas isso porque hoje tudo é feito sem padrões. O fato de você exigir que ele es-creva um prontuário já é sintoma de burocratização para eles”, relata. Covello completa dizendo que é necessário ter ferramentas para inserir esse profissional dentro da gestão da qualidade e segurança.

Colaboradores envolvidos Além do médico, é extremamente importante envolver os outros profis-

sionais prestadores de serviço terceirizados dentro do hospital. E a missão de fazê-los entender as novas práticas e filosofias inerentes à acreditação não é simples. Costa Junior diz que do ponto de vista do acreditador que está avaliando a instituição, não existe diferença no grau de exigência de análise dos resultados do prestador de serviço. “O avaliador não olha com distinção, ele vai fazer o mesmo pente fino nos processos relacionados à nutrição, limpeza, radiologia e laboratório, por exemplo”, afirma.

Giovanna Araújo, diretora-técnica do Grupo Brasanitas, que atua na área de higienização hospitalar, diz que na era da acreditação, o presta-dor precisa entender para atender o cliente. “A questão do terceiro está deixando de existir. Eu já faço parte da cadeia. Algumas instituições já nos chamam de time. Houve uma mudança de conceito. Já não é aque-le serviço isolado, é um serviço integrador”, afirma a executiva, que aposta no treinamento e capacitação dos seus profissionais para que eles atendam às exigências dos hospitais acreditados.

Um desafio para as instituições de saúde já acreditadas é se fazer va-

“Quando o paciente for procurar por um profissional, ele vai saber Quem é acreditado. estamos trabalhando para criar uma legenda com a linguagem clara Que mostre ao usuário Qual o beneficio de buscar um prestador acreditado”

RAquel lisboA- ANs

A escolha da certificação adequada para o hospital deve levar em con-ta as diferenças estruturais entre as metodologias de acreditação que atuam em nosso país. A organização Nacional de Acreditação (oNA), por exemplo, tem foco no gerenciamen-to de riscos e na gestão integrada e por resultados. A Joint Commission international (JCi) preza mais pela avaliação do corpo clínico, gestão da dimensão clínica assistencial e estrutura hospitalar. A acreditação Canadense (Accreditation Canada) foca na gestão dos fluxos assisten-ciais, governança clínica e gestão estratégica e por times.

diferençasentre os selos

mônica castro, da unimed bh: entidade coloca em prática há oito anos um projeto de incentivo financeiro para seus hospitais credenciados que buscam a acreditação

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Ter a certeza que o processo de acreditação agrega valor à instituição

entender e procurar qual a melhor metodologia de acreditação

Contatar uma instituição acreditadora

Receber um diagnóstico organizacional na metodologia definida

Preparar a instituição internamente para o processo

Contratar processos de capacitação e de educação continuada

Receber a visita de auditoria de acreditação

se manter em melhoria contínua no processo

1.2.3.4.5.6.7.8.

Veja abaixo o passo a passo para tornar o seu hospital acreditado:

ler dessa vantagem diante dos olhos dos pacientes, que quase sempre não fazem ideia do que significa a acre-ditação daquele hospital. Balestrin, da Anahp, diz que os hospitais não conseguem passar para os usuários uma percepção de valor em saúde. Rocha, da Amil, afirma que a em-presa vem tentando conscientizar os clientes. “Mas acho que ainda tem muito caminho pela frente”, opina.

Costa Junior da CBA contou que a JCI vai começar em 2013 a incluir na equipe de avaliação um usuário do sistema de saúde. “A ideia é que a instituição possa fazer um grupo de pacientes que poderia, através de um treinamento, participar das avaliações”.

Raquel Lisboa, coordenadora da área de qualidade da gerência de re-lações com prestadores de serviço da Agência Nacional de Saúde Suplemen-tar (ANS), diz que o órgão regulador criou um programa que visa aumen-tar a quantidade de informações ao paciente. Segundo ela, após a imple-mentação de uma instrução norma-tiva que está sendo regulamentada, as operadoras precisarão apresentar aos usuários um guia médico que faça distinção entre os prestadores acredi-tados e os não acreditados. “Quando o paciente for procurar por um profis-sional, ele vai saber quem é acreditado. Estamos trabalhando para criar uma legenda com a linguagem clara que mostre ao usuário qual o benefício de buscar um prestador acreditado. O que a ANS vem incentivando é a questão da divulgação”, resume.

O futuro da acreditação das ins-tituições de saúde no Brasil ainda é nublado e vai levar algum tempo para desanuviar. Todos os debatedores cre-em que serão necessários muitos anos para que a prática acreditadora des-lanche no País. Balestrin, da Anahp, sugere que o governo federal institua uma política compulsória para a acre-ditação dos seus hospitais federais. “Até porque esses hospitais são os que mais precisam de acreditação”.

sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

“a Questão do terceiro está deixando de existir. eu já faço parte da cadeia. algumas instituições já nos chamam de time.”

GioVANNA ARAúJo - GRuPo bRAsANiTAs

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Milton Leal • [email protected]

Home care: acreditação aumenta qualidade, mas não elevafaturamento

AcreditAções devem ser encArAdAs por empresAs de home cAre como umA ferrAmentA pArA AumentAr A quAlidAde AssistenciAl oferecida. aqueLas que Adquirirem um selo pensAndo no crescimento de seu fAturAmento poderão cometer um grAnde erro

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Luiza Watanabe Dalben, superintendente da empresa:selo faz com que as pessoas também se sintam reconhecidas. a equipe começa a reconhecer o seu importante papel no processo

o Brasil, o merca-do de home care está investindo no aprimoramento da qualidade e da gestão. Empresas desse segmento aderiram ao pro-cesso de acredita-

ção visando elevação no patamar qualitativo de seus serviços e pro-cessos, além da obtenção de reco-nhecimento junto aos seus clientes, sejam eles pacientes privados ou operadoras. O primeiro objetivo costuma ser alcançado praticamen-te por osmose para quem recebe consultoria e precisa passar nas minuciosas auditorias das acre-

Nditadoras. Já o reconhecimento, principalmente o financeiro, é mais complicado de se atingir.

Home Doctor, empresa especializada no setor que está há 18 anos no mercado e tem matriz em São Paulo, obteve em 2009 a certificação nível III da Organização Nacional de Acreditação (ONA). O pro-cesso se deu de forma relativamente simples. Isso porque, a companhia possuía uma área de gestão da qualidade que funcionava antes mesmo do início da etapa de acreditação. "A política de qualidade precedeu a acreditação, pois já tínhamos um comi-tê de qualidade funcionando dentro da empresa”, conta o superintendente clínico da Home Doctor, Claudio Flauzino.

Segundo ele, quando foi feita a primeira visita de diagnóstico, os acreditadores puderam encontrar uma fase avançada de organização dos processos de análise dos resultados. “Alguns meses depois a gente pôde passar pela acreditação e pudemos pular

o nível I e II, partindo diretamente para o último nível”, lembra Flauzino.

A acreditação trouxe melhorias para a Home Doctor. Na farmácia clínica, por exemplo, houve aperfeiçoa-mento da metodologia de notificação medicamentosa. A organização dos prontuários médicos dos pacientes também foi otimizada. Segundo Flauzino, contudo, não houve grandes mudanças estruturais. “Não cria-mos nada que já não existisse”, relata.

Como o processo de acreditação envolve uma série de mudanças organizacionais, Flauzino afirma ser difícil estimar um investimento para todo o processo. Mas ele garante que o retorno desse investimento ainda não chegou. “Retorno financeiro não existe. O pro-cesso de reconhecimento da qualidade depende de uma maturidade que não chega no mesmo momento para todos. Mas por meio de pesquisas de satisfação conseguimos enxergar algum tipo de reconhecimento por parte dos clientes”, explica o executivo da empresa,

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

que tem nas operadoras seus principais clientes.O envolvimento do colaborador, principalmente o ter-

ceirizado, dentro do processo de acreditação, segundo Flauzino, não é complicado. “É uma obrigatoriedade, você precisa tratar o fornecedor como parte da empresa, ele é acreditado da mesma maneira”, diz. Durante a audito-ria, ele conta que quem foi colocado à prova não foram os gerentes e, sim, aqueles profissionais que estavam na ponta da cadeia. “A acreditadora foi avaliar o plantonis-ta e não o chefe. E a pessoa que está na ponta se sentiu valorizada”, opina.

O próximo passo da Home Doctor dentro do universo da acreditação é a busca da certificação internacional con-cedida pela Accreditation Canada. A empresa deu início ao processo em maio deste ano e espera obter o selo em até um ano e meio. “A gente acredita que vá se repetir o que vivemos na ONA”, projeta Flauzino.

A Dalben, outra empresa que atua com o modelo home care de assistência, atravessa o período final de obtenção de um dos certificados mais difíceis, que é o da Joint Commission International (JCI). Desde 2008, a empresa se articulava para a busca da acreditação. Em meados de 2010, a diretoria optou pela JCI e deu início ao processo. “Escolhemos a JCI pensando nos nossos parceiros que já possuem essa acreditação”, explica a superintendente da empresa, Luiza Watanabe Dalben. No dia em que conce-deu esta entrevista para a Revista FH, no início de maio, a Dalben passava pelo primeiro dos três dias de auditoria levados a cabo pelo Consórcio Brasileiro de Acreditação, responsável no Brasil pelo selo JCI.

Para a executiva, o que mudou na empresa durante essa fase de adaptação às exigências da certificação foi basicamente a cultura da qualidade. “Trabalhamos isso em quatro pilares: gestão de pessoas, gestão do meio am-biente, sustentabilidade social e a viabilidade econômica”, conta. A gestão estratégica da companhia, segundo Dal-ben, também é incrementada com o exercício das práticas sugeridas. “Procuramos trabalhar nos indicadores estra-tégicos visando a melhoria dos indicadores gerenciais, sempre valorizando a segurança do paciente, da família e também dos nossos colaboradores”, resume.

Aliás, os funcionários diretos da Dalben e os terceiri-zados foram peças-chave durante o trâmite. “Houve um envolvimento de todos. O selo faz com que essa pessoa também se sinta reconhecida. A equipe começa a reconhecer o seu importante papel no processo”, diz a médica, que tem plena consciência de que o objetivo da acreditação é melhorar a qualidade dos serviços e não aumentar re-sultados econômicos/financeiros. “Em saúde, eu acredito que quanto mais investimentos na qualidade, maior será o retorno financeiro em longo prazo”, conclui.Fo

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Home Doctor, obteve em 2009 a certificação nível III da Organização Nacional de Acreditação (ONA) e percebeu melhorias consideráveis em seu processo de qualidade

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GESTÃO

CERTIFICAÇÃO PODE MELHORAR

OS RESULTADOS?e não for este o objetivo da governança da ins-tituição – melhorar resultados – não faz senti-do requerer ou perseguir uma certifi cação de

qualidade. O processo de auditoria e a entrega do certifi cado são o meio, e não o fi m (como ainda são encarados em um grande número de serviços hos-pitalares). Melhor que isso: são o começo de uma nova etapa, na qual não se deve admitir a execução de um processo – seja ele assistencial, produtivo, operacional, técnico, administrativo ou de comuni-cação e informação – sem o foco na qualidade total! Garantir a qualidade na entrega do serviço.

A certificação – ou acreditação, como é chamada no setor hospitalar – deve ser decidida pelo Con-selho de Administração; que, por sua vez, avaliará as opções disponíveis e optará pela mais adequada ao cenário institucional. De fazer parte da estratégia do serviço de saúde e servir como o farol da insti-tuição na busca por maior com-petitividade, minimização dos riscos relacionados a todos os stakeholders e construção da sustentabilidade.

Feito de maneira superficial, o processo de busca e obtenção por um “selo” de qualidade terá seus alicerces colocados em bases falsas e movediças, frágeis o bastante para sucumbir rapidamente. O mesmo acontecerá caso se almeje a certificação pura e simplesmente como estratégia de Marketing, para mostrar “valor agregado”. Defendo a certificação como um diferencial competitivo a ser propaga-do aos quatro ventos para impulsionar a imagem institucional. Porém, isso deve ser consequência e não motivação.

Decidir-se pela certifi cação tendo em mente a mu-dança positiva e o crescimento da organização é um caminho extraordinário para melhorar a gestão vi-sando aprimorar o desempenho. Através da busca ininterrupta pela melhoria contínua, o ponto chave

está na aplicação correta de todos os processos de-senvolvidos na organização.

Com o foco na melhoria contínua se descobre mais facilmente os desvios e os gargalos de ações mal desenvolvidas internamente. Por isso é vital que sejam feitos os devidos registros dessas ações, que passarão a ser denominadas “não-conformidades”. O GNC, ou Gerenciamento de Não-Conformidades, constitui-se hoje num dos dogmas da gestão voltada para resultados. É somente a partir do registro do erro e da projeção de suas consequências, bem como da análise de suas causas e efeitos, que se consegui-rá desenvolver ações para combatê-lo, eliminá-lo e, quem sabe, até mudar radicalmente processos.

Vejo o registro e as intervenções sobre os erros como a principal matéria-prima para aprimorar as pessoas, atra-vés de programas de capacita-ção e educação continuada. Não existe melhor ferramenta para correção de deficiências do que atuar diretamente sobre elas e sobre as não-conformidades diagnosticadas, ou seja, atua-ção implacável sobre a raiz, as

causas e não sobre os efeitos. Outro impacto po-sitivo e vital dessa prática é o gerenciamento dos riscos, aumentando consideravelmente o nível de segurança para os clientes e todos os envolvidos nas atividades do dia-a-dia do hospital. Aliás, o que vale é o quanto consigo evitá-los e preveni-los e não somente atuar sobre os já acontecidos.

Para concluir, dirijo-me agora aos responsáveis “número 1” das corporações: a decisão de conduzir a instituição para a acreditação deverá ser unicamente sua, como propósito de perenizar o negócio e oferecer sustentabilidade à companhia, jamais para saciar seu apetite meramente mercadológico ou de imagem. Uma vez tomada a decisão, você será o responsável pela condução do processo. O leme estará em suas mãos e somente você será o comandante!

DEFENDO A CERTIFICAÇÃO COMO UM DIFERENCIAL COMPETITIVO A SER

PROPAGADO AOS QUATRO VENTOS PARA IMPULSIONAR A IMAGEM INSTITUCIONAL. PORÉM, ISSO DEVE SER CONSEQUÊNCIA

E NÃO MOTIVAÇÃO

S

sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

GENÉSIO KORBESSócio-diretor da Korbes ConsultingDiretor-associado da NP Consulting

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Rede São Camilo em constante evolução. Uma nova marca,um novo certificado de qualidade.

A JCI – Joint Commission International é uma organização não governamentalque desde 1953 dedica-se à acreditaçãode qualidade em serviços de saúde. E o Hospital São Camilo Pompeia conquistou sua terceira acreditação, sendo a segunda internacional.Uma mostra de que, com 90 anosno Brasil, a Rede São Camilo continuaa busca constante pela qualidadedos seus serviços e pela segurançados seus pacientes.Acesse www.saocamilo.com e saiba mais.

Nossa missão é cuidar da vida.

Dr. Jair Rodrigues Cremonin Jr.Diretor Técnico Médico

CRM-SP 110.269

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hospital

Guilherme Batimarchi • [email protected]

Hospital Infantil Sabará firma parceria com Miguel Nicolelis para o desenvolvimento de ensino e pesquisa na área médica com foco em neurociência e doenças respiratórias

para o bemRentabilidade

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

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os últimos dez anos uma série hospitais têm inau-gurado ou expandido cen-tros de ensino e pesquisa por todo o Brasil. E, tal

tendência, não se resume apenas aos hospitais de excelência ou com aqueles com grande faturamento. Um desses exemplos é o Hospital Infantil Sabará, localizado na capital paulista, que de-cidiu expandir sua atuação para além das portas do hospital e anunciou, no último mês de abril, um centro de en-sino e pesquisa.

Seu parceiro na iniciativa é a Asso-ciação Alberto Santos Dumont para Apoio à Pesquisa (AASDAP), con-duzida pelo neurocientista, Miguel Nicolelis. A aliança engloba o apoio financeiro, no valor de R$1,5 milhão até o final de 2012, que será destinado ao Centro de Saúde Anita Garibaldi, em Macaíba (RN), além do comparti-lhamento de conhecimento científico entre as instituições.

O apoio do Sabará a entidades do terceiro setor e atividades sociais co-meçou bem antes dessa iniciativa, em meados de 2010, após o pediatra José Luiz Setúbal adquirir 100% do hospi-tal e transformá-lo em uma fundação, cujos dividendos gerados ajudariam a financiar projetos sociais na área de saúde. "Nosso objetivo social é realizar pesquisas e educação na área infantil. Como não somos um hospital escola, a ideia é firmar parcerias com outras instituições, como uma que temos com a Santa Casa de São Paulo, universi-dades, agências de fomento e até com o governo para atuar em pesquisa e educação”, explica o presidente do Sabará, José Luiz Setúbal.

Um dos poucos hospitais focados em pediatria no Brasil, o Sabará pos-sui alta demanda de pacientes com os mais diversos casos. Segundo o exe-cutivo, com todos os seus 104 leitos em operação, a instituição já possui um plano de negócios consolidado e

“Nosso objetivo social é realizar pesquisas e educação Na área iNfaNtil. como Não somos um hospital escola, a ideia é firmar parcerias com outras iNstituições”

JoSé LuIz SetuBaL, do HoSpItaL INfaNtIL SaBará

localizado no município de Macaíba, a 20 km de natal-Rn, o Centro de Saúde anita Garibaldi atua como um núcleo assisten-cial perinatal, de caráter multidisciplinar, destinado à gravidez de alto risco. a entidade está inserida no Sistema Único de Saúde (SUS), e é considerada ser-viço de referência regional e estadual na prestação de assistência de média e alta complexidade à saúde perinatal. O anita Garibaldi também tem atuado no processo de formação de profissionais de saúde e multiplicação do conheci-mento técnico-científico.

N

voltado à sustentabilidade dos negócios. “Estamos pagando nossas contas provenientes dos investimentos feitos nas novas instalações, e em pouco tem-po aumentaremos o caixa do fundo patrimonial para destinar mais recursos para projetos de ensino e pesquisa.”

ParceriaDe acordo com Setúbal, a parceria com o Nicolelis aconteceu por acaso.

“Não nos conhecíamos pessoalmente. Mas eu já conhecia os projetos cien-tíficos e de educação. No final de 2011, ele procurou o Sabará para propor uma parceria com um de seus projetos, o materno infantil, que até então era realizado junto ao Hospital Sírio-Libanês”.

O cientista apresentou todos os seus projetos e foi acordada a realização de uma parceria gradual entre a entidade e todos os projetos executados por Nicoleis. “Foi firmada a primeira parceria, e a ideia é que o hospital auxilie na captação de recursos para o projeto Walk Again e assuma a par-te clínica desse projeto, mesmo sendo pequena em relação ao que ainda precisa ser feito”.

Ainda segundo Setúbal, em longo prazo, o Sabará, em parceria com Ni-colelis, criará um grande centro de pesquisa clínica, e o local escolhido foi a capital paulista em razão de concentrar fontes de recursos e os grandes hospitais do País.

Para o executivo, este é um projeto de quatro ou cinco anos, que precisa ser muito bem estruturado e o carro-chefe desse centro seria a neurociência e o desenvolvimento de estudos sobre doenças respiratórias, uma vez que grande parte da demanda do hospital provém desse tipo de patologia. “Cerca de 65% das crianças que são internadas aqui tem algum problema respiratório. Este é um problema de saúde pública não só em São Paulo, mas em todo o País. Achamos essa vertente muito interessante. No Sabará trabalhamos saúde de acordo com o conceito estabelecido pela OMS, onde saúde não é o oposto da doença, ela é o bem-estar do ser humano nas di-mensões psíquica, social e biológica.”

Um diferencial do Sabará em relação a outros hospitais considerados refe-rência é a criação desse centro de pesquisa clínica com foco em neurociência. “Acho que sou um sonhador, e quero um hospital que seja de excelência e rentável. Mas não rentável com o intuito de investir em expansão e obter mais lucro e, sim, para manter os projetos sociais da instituição.”

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RECURSOS HUMANOS

CULTIVAR O ÓTIMO:O DESAFIO DA AQUISIÇÃO DE TALENTOS

crescimento acelerado das empresas brasileiras tem provocado efeito cascata na corrida por talentos qua-lifi cados. O Brasil é a bola da vez para executivos do

mundo todo, atraídos pela economia crescente, característica acolhedora, salários e experiências desafi adoras em ambientes complexos e diversifi cados. Alguns segmentos da indústria se destacam entre os que estão em evidência, como é o caso da indústria farmacêutica, que tem atraído novos profi ssio-nais e despertado cada vez mais o interesse de investidores.

Prova disso são os dados divulgados pela revista cana-dense New Pharma Magazine. Segundo a publicação, este é o momento certo para fazer negócios no Brasil, porque o País é atualmente um dos maiores mercados farmacêuticos do mundo, com vendas estimadas em US$ 19,5 bilhões, o maior volume de receita na América Latina e o terceiro de toda a América, atrás apenas dos Estados Unidos e Canadá. Só no segmento de genéricos, o merca-do aumenta 17% ao ano e movimenta aproximadamente US$ 80 bilhões, de acordo com a Pró Genéricos.

No entanto, quando se pensa na ca-deia de Saúde, os indicadores são ainda mais pulsantes e, como consequência, a corrida pela aquisição de talentos cresce exponencialmente. Cobrança por resul-tados pontuais, no timing certo, é um dos pontos críticos. Para exercer um pa-pel de liderança neste contexto, é preciso que um conjunto de habilidades em diversas frentes, associadas a conhecimentos técnicos do setor e características de liderança diferenciadoras se somem às competências gerenciais. É fato a difi culdade em recrutar e reter pessoas qualifi cadas.

Uma pesquisa recente realizada com líderes da área de recrutamento de empresas internacionais, inclusive na in-dústria da Saúde em todo o mundo, identifi cou diferenças no processo de seleção e perfi l de liderança entre países, em especial o Brasil. Um dos itens questionados foi como a em-presa mensura o sucesso do processo de aquisição de talentos. A resposta mais apontada foi o desempenho individual e o impacto do resultado no curto-médio prazo. Analisando este aspecto, é possível concluir que um dos grandes desafi os para os gestores de aquisição de talentos é ir além da descrição do perfi l e do conhecimento, avaliando também o potencial

do indivíduo para garantir que será capaz de aprender e de crescer na mesma velocidade da empresa.

Ao trazer para a realidade brasileira, observamos que há muitos processos formais para medir o desempenho, o que faz mensurar de forma superfi cial o resultado efetivo da contra-tação. A análise muitas vezes aponta falhas do processo como um todo já que há inconsistências, avaliações empíricas, e até mesmo o fenômeno do espelho de si próprio, que sabidamente é um forte indicador de bloqueio à diversidade. Outro aspecto a ser considerado é que muitas vezes o gestor de aquisição de talentos está muito distante das áreas de negócio, o que difi culta compreender necessidades e identifi car melhor as competências para o sucesso do novo contratado. O foco no processo sobrepõe-se ao efetivo impacto ao negócio.

Outro ponto avaliado foi qual competência tem o maior impacto imediato nos primeiros meses. Neste quesito, os

executivos identifi caram que agilida-de estratégica, auto-desenvolvimento, capacidade de resolver problemas/confl itos e o potencial intelectual são as características principais. Para eles, estes atributos permitem que o novo perfi l de liderança tenha uma visão mais abrangente permitindo levar a organização para outro patamar. No novo contexto da área da Saúde que se renova e se abre a um futuro sem

precedentes é preciso, literalmente, incutir este novo perfi l no contexto de negócios. Para assegurar o sucesso desta nova jornada do segmento, as características valorizadas até aqui, não mais serão preponderantes no futuro.

Por fi m, uma recomendação: uma best practice nos pro-cessos de aquisição de talentos e que traz uma efetiva contri-buição para o negócio e impacto na gestão dos talentos, está diretamente associada ao recrutamento por valores. Atrair os indivíduos com qualifi cações únicas; engajar o mais cedo possível e maximizar performance; desenvolver aqueles que demonstram o maior potencial: e reter os que são mais valo-rizados devem pautar a visão dos lideres nesta árdua tarefa. Agora, nada disto tem sentido se o tema de valores pessoais alinhados aos valores da organização não estejam incutidos neste processo. E aí reside toda a diferença entre cultivar o ótimo e preservar o status quo.

UM DOS GRANDES DESAFIOS PARA OS GESTORES DE AQUISIÇÃO DE TALENTOS

É IR ALÉM DA DESCRIÇÃO DO PERFIL E DO CONHECIMENTO, AVALIANDO

TAMBÉM O POTENCIAL DO INDIVÍDUO PARA GARANTIR QUE SERÁ CAPAZ DE APRENDER E DE CRESCER NA MESMA

VELOCIDADE DA EMPRESA

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

RODRIGO ARAÚJOSócio-Diretor Sênior responsável pela Especialização em Ciências da Vida e Saúde da Korn/Ferry

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S a ú d e B u S i n e S S S c h o o lO s m e l h O r e s c O n c e i t O s e p r á t i c a s d e g e s t ã O , a p l i c a d O s a O s e u h O s p i t a l

m ó d u l O 0 5

segurança de dados

patrocínio:

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saúde business school

i n t r o d u ç ã odepoiS do SuceSSo doS primeiroS Saúde BuSineSS School, continuamoS com o projeto. eSte ano, falaremoS SoBre tecnoloGia da informação em Saúde

na busca por auxiliar as instituições hospitalares em sua gestão, trouxemos no terceiro ano do projeto saúde Business school o tema tecnologia da informação em saúde. ainda que exista literatura sobre o tema, a nossa função aqui é construir um manual prático para a geração de um ambiente de tecnologia hospitalar mais seguro, que auxilie e oriente às equipes

o projeto envolve oS SeGuinteS temaS:

módulo 1 - infraestrutura de ti nos hospitais

módulo 2 - O papel do ciO

módulo 3 - governança de ti nos hospitais

módulo 4 - erps

módulo 5 - segurança dos dados

módulo 6 - terceirização

módulo7 - prontuário eletrônico

módulo 8 - a integração entre engenharia clínica e ti

módulo 9 - ris/ pacs

módulo 10 - gestão dos indicadores

módulo 11 - mobilidade nos hospitais

módulo 12 - cloud computing

na organização de seus departamentos de ti e na interação da área com os stakeholders.em cada edição da revista Fh, traremos um capítulo sobre o tema, escrito em parceria com médicos, professores, consultores e instituições de ensino, no intuito de reunir o melhor conteúdo para você. Os capítulos, também estarão disponíveis para serem baixados em nosso site: www.saudeweb.com.br

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luiz GuStavo kiatake e rafael Shoji

SeGurança doS dadoS

introduçãoa segurança da informação representa a base de confiança dentro da sociedade da informação, especialmente na migração de processos baseados em papel e informais para processos baseados em documentos digitais e estruturados.no que diz respeito a dados na saúde, essa questão se torna ainda mais crítica devi-do, por exemplo, a possibilidade de responsabilização pelo uso indevido de dados (quebra da privacidade do paciente), pelos procedimentos em si (responsabilização do erro médico) e pelas trocas de dados (informações trocadas entre pacientes, pres-tadoras, operadoras e governo).uma abordagem completa para implementação da segurança envolve o planejamento e ações estratégicas e táticas, tanto de perfil tecnológico como processual. dentre as ações, podemos listar: a identificação dos ativos que necessitam de proteção, o levantamento dos riscos de comprometimento dos dados, a classificação da informa-ção em níveis de sigilo, a formação de um time e processo de resposta a incidentes, a identificação dos controles mais adequados de proteção, a implantação dos proces-sos mais adequados de disseminação e gestão.o assunto está bastante maduro em alguns setores, como o financeiro, fato que não se observa na área de saúde. e, como agravante, as organizações de saúde apresen-tam características bastante peculiares, já que toda a operação orbita em torno de seres humanos, os pacientes, que circulam e com frequência estão acompanhados de parentes e visitas, e não raramente em estados emocionais bastante alterados. Identificar com precisão essas pessoas em situações de emergência, e proteger os sistemas de acessos indevidos são exemplos de grandes desafios. além disso, espe-cial atenção deve ser dada para o uso de dispositivos pessoais e móveis no ambiente de saúde, assim como para o uso de ambientes em cloud.de qualquer forma, o momento é bastante apropriado para discutir o assunto, já que o setor tem apresentado uma crescente adoção da informática, tem buscado acredi-tações e certificações de qualidade, e tambem passa por uma profissionalização da gestão. a conscientização de que falhas de segurança podem implicar em problemas de imagem, erros de diagnósticos e até mortes tem feito com que a segurança da informação e o tratamento de riscos sejam devidamente priorizados.

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conceitoSo conceito mais clássico da segurança da informação é prover con-fidencialidade, integridade e disponibilidade dos serviços e informa-ções eletrônicas. Contudo, outros aspectos também são envolvidos, como privacidade, autenticação, não-repúdio, identificação, autoria, autenticidade, auditabilidade, rastreabilidade, responsabilização, entre outros.

autenticação e aSSinatura diGitala autenticação de usuários provê privacidade por meio do controle de acesso à informação, permitindo somente acesso a pessoas auto-rizadas. a forma mais utilizada é a usuário e senha, mas que apre-senta fragilidades tais como: uso de senhas de fácil adivinhação; uso de senhas com tamanho inadequado; uso de uma mesma senha em sistemas distintos; tráfego de mensagens contendo senhas em forma legível; subsistemas que armazenam as senhas para posterior preen-chimento automático, dentre outros.assim, o serviço pode ser melhorado definindo-se aspectos de iden-tificação adicionais, que podem ser utilizados de maneira indepen-dente ou conjugados. Tais aspectos se resumem a:• Algo que o usuário é: neste caso, se encaixam sistemas biomé-tricos, como por exemplo, identificação por impressão digital, íris, retina e reconhecimento de voz, entre outros;• Algo que o usuário possui: cartões inteligentes, crachás, certifica-dos digitais, cartões com código de barras, dispositivos de memória, smartphones ou computadores etc;• Algo que usuário sabe: senhas, frases ou perguntas de segurança.o primeiro aspecto (o que o usuário é) exige a aquisição de dis-positivos especializados, mas que tem tido uma adoção crescente, como a impressão digital. os dispositivos biométricos, entretanto, não garantem a legalidade de uma assinatura digital. Principalmente devido ao custo mais acessível, os aspectos do que o usuário possui e sabe estão sendo empregados de forma conjunta em áreas envol-vendo transações financeiras, como, por exemplo, para o acesso dos clientes aos serviços de internet banking através de tokens ou até a utilização de certificados digitais.diversos dispositivos complementam o uso de senhas, como cartões inteligentes, tokens e equipamentos biométricos. em geral, os dispo-sitivos mais seguros são os de custo mais elevado.apesar de todos os esforços de proteção, o nível de segurança ne-

cessita evoluir concomitantemente com a sofisticação dos ataques, que incluem novos vírus, phishing scams e trojans ou “cavalos de Tróia”. desta forma, torna-se fundamental fomentar o uso de tecnologias mais robus-tas como forma de melhorar seus padrões de autentica-ção e segurança.a assinatura digital garante a integridade e o não-repú-dio por meio de mecanismos de assinatura auditáveis e reconhecidos legalmente, e assim é utilizada para a eliminação de documentos em papel. apesar da conve-niência do uso de senhas, os sistemas de certificação digital estão obtendo uma maior difusão com o intuito de prover maior segurança em sistemas eletrônicos. a ICP-BrasIL representa a entidade que regulamenta a questão, e que resulta na validação jurídica de docu-mentos eletrônicos.

iSo 27799 – controleS e GeStão de SeGurança em Saúdea fonte mais consolidada sobre segurança da informa-ção e seus controles é a aBnT nBr Iso/IeC 27002 “Tecnologia da informação - Técnicas de segurança - Código de prática para a gestão da segurança da in-formação”. o setor de saúde conta com a Iso 27799 “Informática em saúde – gestão da segurança da in-formação em saúde utilizando a Iso/IeC 27002”, se tornando a melhor referência na área. essa norma, dis-ponível na Iso, está em fase de tradução pela aBnT para publicação como uma norma brasileira.a 27799 se divide em duas partes principais: a primei-ra, que trata do plano de ação de implementação do sis-tema de gestão da segurança da Informação (sgsI); e a segunda, que descreve o conjunto de controles a serem implementados. uma visão geral de cada parte é sumarizado a seguir.

SGSia proposta de implementação do sgsI adota o mo-delo Planejar, Fazer, Checar e agir (PdCa, do inglês Plan, do, Check, act). a fase “planejar” inclui a de-finição do escopo de abrangência, a realização de um

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gap analysis, a criação de um fórum ou comitê de gestão, o levantamento e avaliação dos riscos, o gerenciamento dos riscos, o plano de aperfeiçoamento e os documentos envolvidos. a fase “Fazer” inclui a criação do plano de tratamento dos riscos, a alocação de recursos humanos, a seleção dos controles de segurança, o treinamento e di-vulgação, e o gerenciamento das operações, dos recursos e dos incidentes. a fase “checar” inclui as contínuas ava-liações de conformidade, realizada internamente, pelos pares e por auditorias independentes. a fase “agir” inclui o papel do fórum ou comitê de segurança na avaliação, correção e aperfeiçoamento de todo o sistema.

controleSo conjunto de controles de segurança da Iso 27799 segue a 27002, e assim apresenta as 39 categorias de controles, divididas em 11 domínios, que são: Política de segurança da informação; organizando a segurança da informação; gestão de ativos; segurança em recursos humanos; segu-rança física e de ambiente; gestão de comunicações e ope-rações; Controle de acessos; aquisição, desenvolvimento e manutenção de sistemas de informação; gerenciamento de incidentes de segurança da informação; aspectos de se-gurança da informação do gerenciamento da continuidade do negócio; e Conformidade.Contudo, diferentemente da Iso/IeC 27002, que apre-senta uma lista de controles recomentados, a Iso 27799 indica quais controles são mandatórios para instituições de saúde, e agrega considerações específicas do setor, quando existentes.segurança do software em saúdea sociedade Brasileira de Informática em saúde (sBIs) estabeleceu, em convênio com o Conselho Federal de Me-dicina (CFM), um processo formal de Certificação de sis-temas de registro eletrônico em saúde (s-res). o pro-cesso estabeleceu um conjunto de requisitos de segurança, estrutura, conteúdo, funcionalidade e TIss, cuja devida implementação é avaliada por auditores especializados contratados pela sBIs. a certificação deve ser entendida como um nível de qualidade mínimo, que se equivaleria a um alvará de uso do sistema, e não como o estado da arte. a certificação tem auxiliado as instituições na esco-lha dos sistemas a serem adquiridos, e proporcionado mais

segurança aos profissionais de saúde no uso dessas ferramentas, sendo condição inclusive para o reconhecimento do prontuário eletrônico pelo CFM.os requisitos de segurança são divididos em duas categorias de níveis de garan-tia de segurança, sendo ngs-1 a que descreve os requisitos básicos de segurança, e ngs-2, voltados para o uso da assinatura eletrônica, e consequente não neces-sidade de impressão.o Brasil tambem tem um papel fundamental na elaboração da norma internacio-nal Iso 14441 “Informática em saúde – requisitos de segurança e privacidade de sistemas de registro eletrônico de saúde para uso em avaliação de conformida-de”, a qual deve ser publicada pela Iso nos próximos meses e será utilizada pela sBIs. a norma apresenta duas partes principais, sendo que uma descreve os re-quisitos mínimos de segurança e privacidade, e a outra as melhores práticas para o estabelecimento e manutenção de um programa de avaliação de conformidade, tambem conhecido como certificação.

infraeStruturaos componentes de infraestrutura possuem um papel importante no contexto da segurança. eles são os principais agentes promotores da disponibilidade, mas também controle de acesso e confidencialidade. equipamentos de comunicação, rede, servidores, storage, backup, e links de comunicação precisam ser dimen-sionados para suportar à demanda provendo à qualidade esperada aos usuários, e também precisam possuir redundância e contingência adequada. equipamentos específicos dedicados para a segurança devem ser considerados, como firewalls, Intrusion detection systems (Ids), Intrusion Prevention systems (IPs), unified Threat Management (uTM), Virtual Private networks (VPn), anti-vírus.o Caso da saúde: PrivacidadeInformações de saúde são definitivamente confidenciais. dentre os pacientes, há costumeiramente pessoas com destaque público, como políticos, celebridades, jornalistas, e funcionários da própria instituição, que ressalta a importância da

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r e f e r ê n c i a S B i B l i o G r á f i c a S :isO 27799 “health informatics - information security management in health using isO/iec 27002”isO 14441 “health informatics – security and privacy requirements of ehr systems for use in conformity assessment” (baseado no trabalho em andamento, ainda não publicado)aBnt nBr isO/iec 27002 “tecnologia da informação - técnicas de segurança - código de prática para a gestão da segurança da informação”processo de certificação de sistemas de registro eletrônico em saúde sBis - www.sbis.org.braBnt/cee-78 - comissão de estudo especial de informática em saúde -www.abnt.org.brresolução cFm 1821/2007 - http://www.portalmedico.org.br/resolucoes/cfm/2007/1821_2007.htmicp-Brasil - www.iti.org.brmp 2200-2 - http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/antigas_2001/2200-2.htm

proteção dessas informações. alguns aspectos são interessantes para consideração:a) o paciente é quem melhor pode determinar apropriadamente a confidencialidade de par-te ou todo seu prontuário. Por exemplo, uma pessoa fugindo de um relacionamento abusivo pode considerar que seu novo endereço e seu número de telefone são informações muito mais confidenciais do que seus dados clínicos sobre o atendimento ao seu braço quebrado.b) a confidencialidade dependente do contex-to. Por exemplo, o nome e o endereço de um paciente na lista de admissões da emergência hospitalar podem não ser considerados confi-denciais por uma pessoa. Contudo, o mesmo nome e endereço em uma lista de admissões de uma clínica de tratamento de impotência sexual podem ser considerados altamente confidenciais por este indivíduo.

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S o B r e o a u t o rautoreSluis Gustavo Gasparini kiatakeengenheiro e mestre pela poli-usp, diretor de relações institucionais da sBis e representante no cOpiss/ans, coordenador do grupo de segurança da comissão de informática em saúde da aBnt, diretor da e-Val tecnologia. [email protected] rafael ShojiBacharel em computação pelo ime-usp, mestre pela puc-sp, phd pela universidade de hannover – alemanha, diretor de pesquisa e desenvolvimento da e-Val tecnologia.

aSSociaçãoa SBiS tem como objetivo contribuir para transformar a saúde para melhor por meio do uso adequado e inovador da informática em saúde.

c a S o d e S u c e S S oaceSSo BlindadohOspital mOinhOs de VentO desenVOlVeu prOtOcOlOs e pOlíticas de acessO às inFOrmações geradas nO interiOr da instituiçãO para garantir integridade e sigilO aO pacienteGuilherme Batimarchi – [email protected]

nos últimos anos, tem se presenciado uma série de revoluções e ativismos cujo ator principal é a tecnologia. em um mundo globalizado com a internet quase sem fronteiras, a informação tem se tornado um bem muito precioso, o que tem atraído também os piratas.diferente do que se pode imaginar, não são apenas segredos industriais ou dados financeiros que estão sob a mira de pessoas mal intenciona-das. informações clínicas guardadas em bancos de dados de hospitais ou laboratórios também são alvos destes piratas da informação.para garantir a integridade e segurança dos dados gerados dentro de uma instituição de saúde, gestores e ciOs têm voltado cada vez mais as atenções para programas de segurança da informação, que englobam o desenho, implementação, controle e monitoração de métodos e processos cujo objetivo é assegurar a integridade desses dados.O hospital moinhos de Vento, localizado na capital gaúcha, estabeleceu uma política de segurança da informação, que segue quatro padrões considerados básicos em sua composição. O primeiro é garantir a integridade da informação gerada, de forma que não possam ser alteradas sem prévia autorização. O segundo ponto é a confidencialidade. segundo o gerente de ti do hospital, mario torcato, todas as informações clínicas contidas no prontuário são de propriedade do paciente e não podem ser divulgadas sem autorização.Outros dois pontos destacados pelo executivo são: legalidade e disponibilidade, que estão relacionados diretamente à possibilidade de acesso por profissionais que dependem dela para realizar suas atividades. “Os acessos são disponibilizados por meio de comunicação formal, conforme o perfil e área de atuação de cada usuário.”segundo o gerente de ti da instituição, os principais pontos de atenção da entidade em relação à segurança da informação são: garantir a integridade dos dados gerados e o controle de acesso a eles.Os protocolos de segurança utilizados pelo hospital são baseados na isO/iec 17799 e isO 27001. “estes protocolos foram desenvolvi-dos pela ti do próprio moinhos de Vento, seguindo as melhores práticas das baseadas nas normas da isO.”Outra medida de segurança adotada pela entidade para lidar com a consumerização – utilização de dispositivos móveis pessoais em redes corporativas – foi a segmentação das redes de dados, para que pacientes, acompanhantes e médicos possam utilizar seus dispositivos móveis sem colocar em risco a rede onde trafegam os dados corporativos do hospital. “este é um processo definitivo, e as empresas pre-cisarão se adequar o mais rápido possível”, completa torcato

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economia

As proibições à indústriA

de cigarrosindústria do tabaco é decididamente um exemplo de persistência na defesa de causas indefensáveis. Em 2011, a Philip Morris International (PMI) mo-

veu processo na França contra as campanhas anti-tabaco do Uruguai, via International Centre for Settlement of In-vestment Disputes (Icsid), do Banco Mundial. Agora, a PMI e a British American Tobacco (BAT, controladora da Souza Cruz brasileira) — dois pesos-pesados do mercado mundial — vão à carga contra a Austrália na Organização Mundial do Comércio (OMC).A Austrália deverá implementar, a partir de dezembro, legislação obrigando os fabricantes de cigarros a ven-der seus produtos em embalagens idênticas, sem cores ou logotipos chamativos, trazendo apenas a marca em tipos padronizados, imagens e mensagens obrigatórias alusivas aos danos provocados pelo consumo de tabaco.Em março, a Ucrânia, agora apoiada por Honduras, acusou a Austrália na OMC de violar leis de livre co-mércio e de propriedade intelectual. Tanto a PMI como a BAT anuncia-ram-se dispostas a oferecer suporte legal a países que se opuserem à legislação australiana.O Brasil, que apoiou o Uruguai em 2011, não pode titubear em se opor, mais uma vez, ao business do cigarro junto à OMC, mas, no momento, o País pediu para ser terceira parte na disputa, acompanhado de Canadá, União Européia, Guatemala, Nova Zelândia, Nicarágua, Noruega e Uruguai.O empenho da turma do business é compreensível, trata-se de lutar pelo lucro — no ano passado, o Financial Times apontou apenas dois setores com índices de crescimento positivo, o de tabaco e o de equipamentos e serviços de saúde, sugerindo uma possível sinergia entre ambos. Mas o uso da argumentação de base econômica na tentativa de legitimar o negócio é desalentadora para quem vive do ofí-cio de estudar e ensinar economia. Ainda que a proibição à propaganda e à distribuição de cigarros tenha aspectos econômicos (impactos na geração de renda, impostos e empregos do setor), o problema de saúde provocado pelo tabagismo é fundamentalmente ético.

Segundo o SindiTabaco, o Brasil é o maior exportador mundial de tabaco e o segundo maior produtor, safra que movimenta cerca de R$ 4,4 bilhões anuais e garante a renda de 185 mil produtores agrícolas nos estados do RS, PR e SC. Sempre que a Anvisa aperta o controle sobre a propaganda, distribuição e venda de cigarros, a indústria ameaça o governo com o fogo do inferno da redução da arrecadação, dos empregos, das divisas, do aumento do contrabando, etc. Em 2011, o SindiTabaco e cinco organi-zações com interesses ligados à produção e/ou comercia-lização de tabaco contrataram a Fundação Getúlio Vargas para reforçar os argumentos desse tipo, publicando um trabalho sem a identificação de seus autores e a vinculação das fontes bibliográficas citadas às hipóteses formuladas. Os parlamentares Doutor Rosinha, Ivan Valente e Carlos Zarattini, mais o Ministério da Saúde, contra-atacaram com

estudo — de autoria identificada — da Organização Panamericana da Saúde e da Johns Hopkins Bloomberg School of Public Health, desancando as teses da FGV.Para usar um artifício do gosto dos economistas, suponha o leitor que os dados da associação dos produtores de tabaco e da FGV sejam verdadei-ros. E daí? Alguém de conhecimento mediano tem alguma dúvida que o

tabagismo é uma das principais causas de sofrimento e morte no mundo? Desconhece o fato do governo brasileiro investir, há mais de uma década, milhões dos contribuintes para prevenir o vício e cuidar dos fumantes? Segundo a Organização Mundial da Saúde, 80% das adesões ao taba-gismo são de jovens de até 20 anos — alguém se alegrará quando o filho tornar-se fumante?As proibições governamentais à indústria tabaqueira re-presentam um avanço dos interesses coletivos sobre os de grupos econômicos, ainda que produzam — se é que produzem — perdas financeiras de curto prazo aos cofres públicos e reduzam empregos. A única política compensa-tória legítima é propiciar renda alternativa aos produtores agrícolas e aos trabalhadores. O problema do controle do tabaco é de ordem ética, não econômica.

AindA que A proibição à propAgAndA e à distribuição de cigArros tenhA

Aspectos econômicos (impActos nA gerAção de rendA, impostos e

empregos do setor), o problemA de sAúde provocAdo pelo tAbAgismo é

fundAmentAlmente ético

A

sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

MAriA CristinA AMoriMeconomista, professoratitular da puc-sp

EduArdo PErillomédico, mestre em administração, doutorem história econômica

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política e regulamentação

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ualquer hospi-tal, a princípio, tem condição de antecipar um parto de feto anencéfalo para proteger a vida de uma mulher já que é

uma gravidez de maior risco para ela. A afirmação da coordenado-ra da área técnica de Saúde da Mulher do Ministério da Saúde, Esther Vilela, dá a dimensão da decisão do STF na saúde da mu-lher. Agora de posse deste diag-nóstico, as mulheres, que antes recorriam a uma decisão judicial, podem procurar um hospital para realizar a interdição terapêutica da gravidez. Se optarem por pros-seguir com a gravidez, também continuam tendo todo o suporte.

Para isso, além de novos centros habilitados para realizar abortos previstos em lei, outras medidas estão sendo adotadas pelo minis-tério, como a norma técnica - que envolve a equipe multiprofissio-nal, o fluxograma, o passo a pas-so. Após a decisão, o Conselho Federal de Medicina (CFM) criou uma comissão para estabelecer as regras de diagnóstico. As dire-trizes de orientação aos médicos foram divulgadas no último 14 de maio e abordam a conduta ética do médico ante o diagnóstico de anencefalia, do exame adequado para o diagnóstico seguro, das informações que deverão constar

Decisão do Superior Tribunal Federal (STF) garante à mulher grávida de feto com

anencefalia menos burocracia ao decidir pela interrupção da gravidez; Ministério da saúde vê impacto pequeno na rede,

após resolução, mas aponta para a necessidade de qualificá-la e sensibilizá-

la para esta questão

Analice Fonseca Bonatto • [email protected]

Razão esensibilidade

Q no prontuário da paciente e do apoio necessário à gestante, independente de sua decisão de manu-tenção ou não da gravidez.

O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo Almeida, explicou que planos de saúde também farão o procedimen-to, para isto a mãe deve autorizar o procedimento - caso queira continuar também deve estar ciente dos riscos -, e mais de um médico deve opinar. Para ele, é provável que não ocorra mais nascimento de anencéfalo. “A não ser que a mãe insista, mas é incompatível com a vida”.

No caso do profissional com objeção de consciência, Esther ressalta que ao tratar desta paciente, que tem direito a interrupção da gravidez pelas causas previs-tas em lei, a equipe tem de colocar no centro cirúrgico profissionais capazes de superar questões pessoais. “Acredito que vamos ter de lidar com esta situação esclarecendo algumas questões, levando para o de-bate e construindo equipes sensíveis e capacitadas”.

Segundo ela, o hospital privado é remunerado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “Estamos pen-sando, inclusive, de diferenciar esta remuneração visto a qualidade destes serviços, ao contrário do que alguns movimentos radicais colocam, nós consi-deramos nobre”, diz Esther, que avalia um impacto pequeno nos custos, sendo que a previsão é de 3.000 casos ano de aborto e antecipação do parto nos casos previsto em lei.

Ela assegura que os serviços de saúde como um todo devem estar preparados para acolher estas mulheres. “Hoje com o misoprostol, medicamento que estamos distribuindo para as maiores materni-dades de referência, o procedimento é relativamente simples: é induzir, antecipar o parto. Este proce-dimento é possível em qualquer tempo. A mulher que decidir interromper a gravidez inviável chega à maternidade - a norma técnica vai detalhar tudo isto -, e os profissionais induzem o parto. Em qualquer tempo, pode ser interrompida, antecipada, como tratamento”, explica.

Qualidade no diagnósticoNo Hospital Moinhos de Vento (HMV), localizado

na capital gaúcha, o índice destes casos é baixo. Nos últimos 12 meses, houve um caso anterior à decisão do STF, e a paciente teve autorização de um juiz local. A gestação foi interrompida de acordo com a vontade dela, com o consentimento da justi-ça e também com o aval do departamento jurídico do hospital. Com a decisão, agora, a mulher pode procurar o seu médico e, se ele estiver disposto, é feito o procedimento. “Porque há médicos, e não são poucos, que têm crenças pessoais a respeito dessa situação. E ele só é obrigado a atender numa situação de emergência em que esteja envolvido”, explica o coordenador médico do serviço de obstetrícia do HMV, Marcos Rosa.

Com o diagnóstico, que pode ser feito entre o 1º e 2º trimestre, o médico explica que todo caso de inter-rupção no HMV é levado à coordenação médica em que avaliam a procedência do paciente e a qualidade do diagnóstico. O departamento jurídico também é consultado. “Temos um processo interno para as-segurar que não seja feita uma interrupção ilícita”.

acolhimentoCom relação ao acolhimento oferecido no sistema

de saúde, a psicologia tem sempre respondido por esta atividade. “No entanto, o que vejo nas práticas corriqueiras de psicólogos hospitalares, por conta de como o sistema de saúde está organizado, é o psicólogo atuando como ‘bombeiro’, dando conta de uma emergência, de uma crise aguda”, diz o psicólogo clínico Vitor Sampaio.

Segundo ele, uma atuação constante e de longo prazo da psicologia junto aos pacientes no ambien-te hospitalar é importante para qualquer situação, porém, quando se trata de um caso delicado como este, torna-se imprescindível.

Para minimizar ou ajudar a lidar com estes pro-blemas, ele cita duas mudanças práticas que po-dem ser realizadas. Primeiro, oferecer um espaço

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diretrizes CFMAs regras do órgão não são obrigatórias e, sim, orienta-ções que passaram a vigorar a partir de 14 de maio. 

• Diagnóstico – As diretrizes do CFM definem que o diagnóstico de anencefalia deverá ser feito por exame ultrassonográfico realizado a partir da 12ª semana de gestação. Esse exame deverá conter duas fotografias, identificadas e datadas: uma com a face do feto em posição sagital; a outra, com a visualização do polo cefálico no corte transversal, demonstrando a ausência da calota craniana e de parênquima cerebral identificá-vel. Será obrigatório ainda um laudo assinado por dois médicos capacitados para tal diagnóstico.

• Apoio à gestante – Para o CFM, diante do diagnóstico de anencefalia, a gestante tem o direito de buscar outra opinião ou solicitar a realização de junta médica. Ainda de acordo com o texto do CFM, o médico deverá prestar à gestante todos os esclarecimentos que lhe forem soli-citados, garantindo a ela o direito de decidir livremente sobre a conduta a ser adotada, sem impor sua autori-dade para induzi-la a tomar qualquer decisão ou para limitá-la naquilo que decidir. Se a gestante optar pela manutenção da gravidez, será assegurada assistência médica pré-natal compatível com o diagnóstico (a gravi-dez de anencéfalo é considerada de alto risco).

• Decisão autônoma – O CFM reforçou no texto da resolução que, ante o diagnóstico de anencefalia, a gestante tem o direito de, livremente, decidir manter a gravidez ou interrompê-la imediatamente, indepen-dente do tempo de gestação. Pode, ainda, adiar a decisão para outro momento. Se a gestante optar pela antecipação terapêutica do parto, deverá ser feita ata do procedimento, na qual deve constar seu consen-timento por escrito. A ata, as fotografias e o laudo do exame integrarão o seu prontuário.

• Suporte à saúde – A antecipação terapêutica do parto pode ser realizada apenas em hospital que disponha de estrutura adequada ao tratamento de complicações eventuais, inerentes aos respectivos procedimentos.

• Planejamento familiar – De acordo com o documen-to do CFM, as pacientes deverão ser informadas pelo médico sobre os riscos de recorrência da anencefalia em gestações futuras. Se desejarem, poderão ser re-ferenciadas para programas de planejamento familiar com assistência à contracepção, enquanto essa for necessária, e à pré-concepção. A pré-concepção é bem-vinda para que a mulher possa providenciar os cuidados necessários que deverão anteceder uma nova gestação (estudos indicam, por exemplo, que o uso diário de cinco miligramas de ácido fólico, por pelo menos dois meses antes da gestação, reduz pela metade o risco de anencefalia).

Foto: Flávia de Quadros/indiceFoto.com

de exclusividade e pouca exposição para a mulher. “Em uma sala de espera hospitalar, principalmente na rede pública, a exposi-ção é enorme. Assim, oferecer um espaço reservado, é essencial”.

A segunda tem relação com a equipe pro-fissional. “É importante que tenha treina-mento específico e esteja disponível para o acolhimento e para lidar da melhor maneira possível com este sofrimento específico, que

envolve não apenas o sofrimento pessoal de frustração, de interrupção de futuro e de luto, mas também o sofrimento social, com direito a julgamentos, preconceitos e acusações”.

Quanto à equipe, o Ministério da Saúde não está exigindo psicólogo e assistente social em regiões que não tem. “Nos locais, onde há estes profissionais é importante que atuem em equipe”, diz Esther, que acrescen-ta o cuidado com privacidade da mulher.

Marcos Rosa, do Moinhos de Vento: há médicos, e não são poucos, que têm crenças pessoais a respeito dessa situação. E ele só é obrigado a atender numa situação de emergência em que esteja envolvido”

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política e regulamentação

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“O que VejO nAS PRáticAS cORRiqueiRAS De PSicólOgOS hOSPitAlAReS, POR cOntA De cOMO O SiSteMA De SAúDe eStá ORgAnizADO, é O PSicólOgO AtuAnDO cOMO ‘bOMbeiRO’”

VitOR SAMPAiO, PSicólOgO clínicO

Foto

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ção

entenda a ação A pedido da reportagem, o advogado Cassiano R. Rampa-zzo, pós-graduando em Direito Penal e Processual Penal,  explica o que o STF julgou:É importante esclarecer o que o STF fez foi julgar uma ação, chamada de ADPF (ação de descumprimento de preceito fundamental) nº 54, ajuizada em 2004 pela CNTS (Confe-deração Nacional dos Trabalhadores da Saúde), de forma procedente, entendendo por 8 votos a 2 a possibilidade de se interromper a gravidez de feto anencéfalo. Isso quer dizer, pois, que não podemos chamar esse acontecimento de “norma”, pois não tem natureza de lei, mas de jurispru-dência que, por ter sido proferida pela mais alta corte do País, acaba vinculando (não de maneira obrigatória, mas diretiva) todos os demais tribunais e os próprios jurisdicio-nados, ou seja, a sociedade.No caso da polêmica e recente decisão do Supremo, o fundamento jurídico para se interromper a gravidez de feto anencéfalo é que, segundo conceitos emprestados da própria medicina, o feto sem cérebro não tem vida (assim como se atesta a morte de alguém que tem para-lisação irreversível das funções cerebrais) e, portanto, não seria crime, pois se não há vida, não se está matando alguém. Justamente por isso é que a expressão correta usada pela Suprema Corte não foi aborto e sim, interrup-ção de gravidez, a qual vinha se protelando a fim de gerar um natimorto. A mesma ciência médica entende, na sua maioria, que um feto sem cérebro, em regra, não chega a atingir nem um minuto de vida após seu nascimento e, raras vezes, vive apenas alguns minutos após nascer.No que diz respeito à autorização judicial para interrom-per esse tipo “anormal” de gravidez, embora em alguns locais ela vem sendo requerida e, consequentemente, deferida, entendo que isso se deve mais a dúvida gerada pela falta de experiência sobre o tema do que uma medida juridicamente necessária. Isso porque, segundo o próprio princípio da legalidade, para o que é permitido não é necessário obter autorização judicial para fazê-lo. No nosso cotidiano, vivenciamos essa situação pratica-mente a cada segundo. Sendo assim, uma vez que foi considerado lícito – ou melhor, que existe uma excludente de tipicidade, visto que aborto é crime contra a vida e feto anencéfalo não tem vida – não é necessária a autori-zação judicial, bastando que o médico ateste a anomalia no feto, assim como já fazia no caso do aborto onde a gravidez gera risco à saúde da gestante. Tal providência se mostra óbvia: Se a mulher grávida tivesse que esperar um procedimento judicial para interromper uma gravidez, do jeito que o processo no Brasil é moroso, o bebê já estaria “adulto” quando a decisão final fosse proferida.

sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

Fonte conFederação nacional dos trabalhadores na saúde (cnts)

vezes maior é o risco de deslocamento prematuro da placenta é numa mulher grávida de feto com anencefalia, de acordo com dados do CFM

dos fetos com anencefalia morrem nos últimos meses de gestação

vezes maior é o risco de um casal, que já teve bebês anencéfalos, vir a ter outras gestações semelhantes

síndromes genéticas podem estar associadas à anencefalia e os bebês que nascem sem cérebro não podem e não devem ser doadores de órgãos

alvarás concedidos de 1989 a 2008; número é muito maior tendo em vista que muitos tribunais não eram informatizados

partos no mundo, há 8,6 fetos com malformação cerebral, segun-do Dados da Organização Mundial da Saúde

nascimentos, 1 situa-se a incidência da anencefalia na popu-lação mundial

núMeros

de

Mais de

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A IT Mídia é um lugar onde se constrói amizades antes de negócios. A palavra “co-nexão”, define o que é feito pelo Adelson e sua equipe. Em poucas palavras: é fa-zer negócio com poesia.

Emerson de AlmeidaPresidente da Diretoria

EstatutáriaFundação Dom Cabral

A atuação da IT Mídia no setor da Saúde do nosso país é um exemplo de que o trabalho que é realizado com idealismo, consistên-cia, competência e deter-minação, sementeia, faz nascer árvores frondosas, frutifica e alimenta.Conec-tando ideias, princípios e pessoas esta é uma empre-sa que tem prestado uma contribuição fundamental para a evolução do conhe-cimento e para o fortaleci-mento das instituições.

Dr. Henrique SalvadorPresidente

Hospital Mater Dei

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A IT Mídia é um lugar onde se constrói amizades antes de negócios. A palavra “co-nexão”, define o que é feito pelo Adelson e sua equipe. Em poucas palavras: é fa-zer negócio com poesia.

Emerson de AlmeidaPresidente da Diretoria

EstatutáriaFundação Dom Cabral

A atuação da IT Mídia no setor da Saúde do nosso país é um exemplo de que o trabalho que é realizado com idealismo, consistên-cia, competência e deter-minação, sementeia, faz nascer árvores frondosas, frutifica e alimenta.Conec-tando ideias, princípios e pessoas esta é uma empre-sa que tem prestado uma contribuição fundamental para a evolução do conhe-cimento e para o fortaleci-mento das instituições.

Dr. Henrique SalvadorPresidente

Hospital Mater Dei

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operadora

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Entenda como a Economus, operadora do extinto Nossa Caixa Nosso Banco, administra seus 54 mil beneficiários, enquanto não é decidido se os funcionários migrarão para a assistência da Cassi, plano de saúde administrado pelo Banco do Brasil

casaCínthya Dávila – [email protected]

gestão feita

em

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

o mundo das fusões e aquisições bancárias, as consequências costumam refletir, em sua maioria, no mercado financeiro, marca

e na gestão como um todo. Porém, a esfera da saúde também passa por mudanças com as incorporações deste mercado. Como é o caso do Econo-mus Instituto de Seguridade Social, de São Paulo, responsável pelos pla-nos de previdência e saúde dos ex--empregados do Banco Nossa Caixa S.A. Isto porque no ano de 2009, a Nossa Caixa Nosso Banco foi incorpo-rado pelo Banco do Brasil, instituição financeira que também oferece aos seus funcionários o plano de saúde no formato de Autogestão, no caso, o Cassi – Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil

Com uma carteira de 54 mil vidas, o Economus se mantém administrando a população oriunda do extinto Banco Nossa Caixa, enquanto não é decidido se os beneficiários migrarão para a assistência da Cassi, plano de saúde administrado pelo Banco do Brasil.

De acordo com o diretor de seguri-dade da Economus, Carlos Frederico Tadeu Gomes, o modelo de autoges-tão atende o público da antiga institui-ção bancária. “Até o momento está em estudo quando será feita essa adesão e não temos previsão de quando essa mudança ocorrerá”.

Já para os usuários ativos, que passaram a trabalhar no Banco do Brasil, Gomes conta que o processo de pagamento do plano de saúde é um pouco diferente. “Existe uma participação do Banco do Brasil e o funcionário contribui com o percen-tual restante”.

NContrato de reciprocidadeComo parte do processo de integração da Nossa Caixa

ao Banco do Brasil, as operadoras firmaram, em 2009, um contrato de reciprocidade entre os seus planos. “As-sinamos esse convênio de reciprocidade com 25 Estados e Distrito Federal, exceto São Paulo”, afirma o presidente da Cassi, David Salviano de Albuquerque Neto.

De acordo com Albuquerque Neto, o contrato foi fir-mado para que os associados de ambos os planos não fiquem sem prestadores. “Esta é uma maneira acessível para nós, pois não é necessário mudar a estrutura”.

O motivo pelo qual o contrato de reciprocidade não abrange São Paulo, segundo o executivo da Cassi, se dá pelo fato de que esse processo requer que sejam res-guardados todos os direitos dos envolvidos.

DesafiosGomes conta que uma dos

maiores desafios é que existe uma parcela de pessoas apo-sentadas que dependem dos serviços disponibilizados pelo plano de saúde do Economus, o que necessita de uma atenção especial na gestão da operado-ra. “Para custear esse benefici-ário, contamos com um fundo do Economus reservado para esses usuários e também com a mensalidade dos aposentados”.

No entanto, o executivo enaltece que esse é um gasto direcionado e é compatível com a arrecadação da Economus.

O presidente da Cassi afir-ma que gerir sinistros faz parte das atribuições de gestão de uma operadora de plano de saúde. Quanto aos índices da Economus, ele diz que o gerenciamento da Cassi não tem instrumen-tos para verificar a sinistra-lidade da empresa.

Além disso, a Cassi está expandindo sua assistência farmacêutica, juntamente com suas ações de auditoria. Em relação a processos administrativos, a operadora está trabalhando ações de comunicação e iniciativas es-tratégicas, que devem ser implantadas ao longo do ano.

IniciativasO representante do Banco do Brasil conta que a prin-

cipal atribuição de uma operadora de autogestão é gerir sinistros. Para ele, quanto maior cuidado com saúde, maior será a diminuição da sinistralidade.

Para isso, a operadora direciona seu foco para a identificação de risco. Com uma rede de serviços com 65 unidades espalhadas pelo Brasil, a operadora se empenha em identificar, a partir da localização da população, os principais riscos. “Trabalhamos com a lógica da atenção primária, quando precisamos avan-çar no diagnóstico, usamos uma rede construída em parceira com profissionais externos, remunerados de forma específica”.

Segundo Albuquerque Neto, no ano de 2011, houve uma elevação dos sinistros além das projeções atuariais. “Não foi um problema só nosso e afetou também as cinco maiores operadoras de planos de saúde”.

Diante deste cenário, a operadora tem procurado atuar com mais precisão no cuidado de seus bene-ficiários. Mas o executivo ressalta que o objetivo é possibilitar que os indivíduos tenham uma qualidade de vida melhor e que esse resultado se reflita em um melhor controle da curva de crescimento de custos.

Pensando em disponibilizar uma melhor qualidade assistencial aos seus beneficiários, a Economus está criando uma nova reestruturação da empresa. “Esta-mos desenvolvendo processos de relacionamento com os prestadores de serviço, como hospitais e clínicas. Além disso, temos o objetivo de revisar alguns pro-cessos e trabalhar para melhorar o que for preciso”.

Dentro do cronograma da operadora também está incluso um projeto de prevenção e promoção de saúde, com estimativas de ser inaugurado até o final deste ano. “O intuito é desenvolvermos um monitoramento dos usuários do plano e, assim, realizar iniciativas para que tenham mais saúde e consequentemente diminua a sinistralidade”.

“Até o momeNto está em estudo quANdo será feitA essA Adesão e Não temos previsão de quANdo essA mudANçA ocorrerá”

Carlos FrEDEriCo GomEs, DirEtorDE sEGuriDaDEDa ECoNomus

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O ESTADO DE MINAS GERAIS PASSA A SER FOCO PARA A MARÍTIMA SAÚDE. MAIS DO QUE APENAS UMA EXPANSÃO, A SEGURADORA QUER QUE O LOCAL REPRESENTE, EM TRÊS ANOS, 20% DA SUA CARTEIRA NO SEGMENTO DE SAÚDE. A QUESTÃO É COMO FAZER ISSO EM UM CENÁRIO OCUPADO PELA JÁ CONSOLIDADA UNIMED-BH?

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o

Foto: Divulgação

hino do Estado de Minas Gerais tem o popular re-frão de exaltação: “Quem te conhece não esquece ja-mais. Oh! Minas Gerais”. Se

alguns não conseguem apagá-la da memória, outros desenvolvem estra-tégias para conquistá-la. É o caso da Marítima Saúde, vertical de saúde do Grupo Marítima, que inaugurou em abril deste ano, uma unidade em território mineiro. O objetivo da operação é consolidar sua marca na região e fazer com que o Estado re-presente em três anos, 20% da car-teira estimada no segmento saúde, que segundo projeção da empresa, deve chegar a 40 mil vidas seguradas e R$ 100 milhões em prêmios.

De acordo com o diretor da Marítima Saúde, Eduardo Ribeiro do Valle Vidigal, a empresa já tem uma filial no Estado há mais de 30 anos, atuante no ramos de automóveis, alimentares e vida. “Nos últimos cinco anos, essas divisões cresceram quase 400%. Aprovei-tando o bom momento da região e o crescimento econômico, vimos que saúde deveria fazer parte deste mercado também”.

Dentro do processo de expansão da carteira, a empresa investiu aproximadamente R$ 7,5 milhões em seu novo sistema de Seguro de Saúde. “Acreditamos que o Estado de Minas Gerais apresenta uma demanda crescente para serviços de saúde. Queremos investir para melhorar nossa rede de atendimentos e viabilizar meios, para que a população tenha acesso a um atendimento de qualidade”.

Vidigal explica que a atuação da Marítima em Minas Gerais não é uma pretensão arriscada. Isso porque, de acordo com ele, algumas empresas já tem utilizado os serviços da seguradora por meio de subcontratos.

Para alcançar o objetivo, a companhia pretende aumentar a agilida-de na prestação de serviços, aliando isso à rapidez na remuneração e reembolso. “Temos uma preocupação muito grande com relação à agilidade. Atualmente a burocracia é um dos principais entraves no sistema e é justamente isso que não queremos na Marítima”.

Em seu planejamento de remuneração, a companhia costuma reem-bolsar os segurados em até cinco dias úteis nas consultas e dez dias úteis nas cirurgias eletivas. Médicos são pagos três vezes no mês. Já os laboratórios são pagos em datas específicas, conforme contrato acertado entre as partes.

Além disso, para Vidigal, os empresários não querem depender de um único player no mercado de saúde suplementar. “Hoje vários executivos estão refém de poucos fornecedores de saúde, por isso acreditamos que vamos nos consolidar no mercado mineiro”.

Disputa territorialMesmo com pretensões de trazer inovação para o local, a médica

consultora da AON de Belo Horizonte, Aline Campos Magalhães, acredita que a seguradora vai precisar de um diferencial para con-seguir se destacar no mercado em Minas Gerais. “O povo mineiro é muito desconfiado e tem dificuldade em acreditar que vão ter algum tipo de benefício nas mudanças. Preferem ser tradicionalistas”.

O fato de as pessoas em Minas Gerais optarem pelo convencional não é a única razão pela qual Aline acredita que a Marítima vai pre-cisar se destacar paulatinamente no mercado. A Unimed-BH possui grande representatividade no Estado e já possui uma clientela con-solidada. “Eles têm produtos diversificados e uma população muito grande na carteira de pessoa física, que normalmente não é o foco das seguradoras”.

Vidigal ressalta que a atuação da seguradora em Minas Gerais prevê o atendimento desde pequenas empresas, com o mínimo cinco vidas, até as grandes corporações com mais de dois mil funcionários.

“Eu acho a meta da Marítima ousada para Minas Gerais. Isso porque é um Estado grande e acredito que vai ser difícil eles atingirem um objetivo como esse em relação à carteira que possuem atualmente”, afirma o presidente da Unimed-BH, Helton Freitas.

O diretor da Marítima Saúde diz não estar preocupado com o fato de a Unimed estar consolidada no mercado mineiro. “A cooperativa é uma concorrente no Brasil inteiro. Temos um reembolso melhor do que a Unimed. A Marítima possui um processo de liberação mais ágil do que o deles”.

Helton Freitas, Unimed-BH: meta da Marítima é ousada para Minas Gerais

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

ConCorrênCiapersistenteMesmo com a representatividade

da Unimed-BH no mercado minei-ro, a cooperativa está longe de ser isenta de concorrência. No ano de 2010, a operadora Amil passou a fazer parte do setor de saúde suple-mentar de Minas Gerais. Seis meses após sua inauguração no mercado, a representatividade da operadora no Estado ainda era incipiente. No en-tanto, a operadora vem conseguindo conquistar seu espaço no local. “A Amil teve um lançamento precipita-do, mas vem conquistando grandes empresas”, diz Aline.

Freitas diz que a Amil é uma con-corrente de peso e tem se tornado cada vez mais relevante do ponto de

vista mercadológico. “A operadora conseguiu ampliar sua carteira em 30% no ano passado. À medida que crescem se tornam mais competitivos, o que faz com que a Unimed-BH tenha mais atenção no monitoramento”.

Por mais que Freitas veja a Amil como uma con-corrente direta, Aline acredita que a operadora não concorre diretamente com a Unimed. “O foco da Amil está voltado para as faixas de renda A e B. Já as ações da Unimed-BH são direcionadas para as classes C, D e E ”. Para ela, a Amil veio para fazer concorrência com a Bradesco Seguros e Sul América.

GarGalos mineirosPara a médica consultora, se a Marítima quiser ganhar

espaço em Minas Gerais vai precisar direcionar sua atuação para um nicho de mercado pouco explorado que é o de pessoa física. “Para fazer um plano, as op-ções são mínimas ou as operadoras muito pequenas”.

Além disso, Aline conta que a saúde pública no mer-cado mineiro deixa muito a desejar. “O setor público

aqui não atende de maneira adequada. As pessoas adquirem os planos de saúde para terem acesso a um tratamento um pouco melhor”.

A falta de leitos nos hospitais também é um fator apontado por Aline. Ela diz que a Unimed está com uma rede bastante esgotada. “A cooperativa está cons-truindo novos hospitais. Estamos com déficit de leitos em Belo Horizonte”.

Freitas concorda com Aline e diz que quem, de fato, quiser entrar em Belo Horizonte tem que investir na reestruturação de serviços, por mais que isso torne os investimentos mais custosos.

O diretor da Marítima finaliza ao dizer que a empresa vai ficar atenta às necessidades do mercado para supri-las. Por hora, a seguradora está investindo na parte tecnológica, com um centro compartilhado de serviços. “Investimos mais de R$350milhões, além da parte financeira e tecnológica. Esta-mos trabalhando na implantação de processos integrados e liquidação de sinistros para sermos mais competitivos nos próximos quatro anos”.

Eduardo Ribeiro do Valle Vidigal, da Marítima Saúde: Hoje vários executivos estão refém de poucos fornecedores de saúde, por isso acreditamos que vamos nos consolidar no mercado mineiro

Foto: Divulgação

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MEDICINA DIAGNÓSTICA

Pesquisas apontam para o crescimento de consumidores de luxo e laboratórios de medicina diagnóstica correm para garantir o atendimento a esta fatia promissora do mercado brasileiro

VALIOSA EXPERIÊNCIA

Verena Souza – [email protected]

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mbutido à qualidade do ser-viço estão o glamour e a tradi-ção da marca, exclusividade, atendimento personalizado, variedade, localização e, por último, preço. As característi-cas listadas são os motivos de

atração de clientes dos diversos segmentos que compõe o mercado de luxo no Brasil.

De acordo com a pesquisa “O Mercado do Luxo no Brasil 2010-2011” – feita pela MCF Consultoria & Conhecimento e a GfK Custom Research Brasil –, o cenário do País para produtos de luxo está entre os mais promissores do mundo. De 2006 a 2010, o segmento registrou um aumento de 129% em dólares e 87% em reais, montante que tem sido revertido em constantes investimentos.

A penetração de produtos e serviços pre-mium é estimada em apenas 2,5% da popu-lação, o equivalente a 4,8 milhões de pessoas, restringindo-se, assim, às camadas mais altas – predominantemente classe A1 e parte da A2.

Entretanto, segundo especialistas, essas classes mais abastadas da sociedade conti-nuarão em expansão pelos próximos seis anos, decorrente de uma série de fatores como a grave crise que se abateu sobre países desenvolvidos, seguida pela rápida recuperação da economia brasileira, o que favoreceu a expansão de marcas de luxo internacionais para além do eixo Estados Unidos, Europa e Japão.

Assim como os segmentos de automó-veis, alimentos, bebidas alcoólicas, perfu-mes, computadores, entre outros, estão de olho nesta fatia de consumidores, as empresas de saúde de modo geral também traçam estratégias para atender os pacientes considerados premium.

“O público que busca assistência top em saúde é o mesmo que compra outros bens de serviços”, ressalta o professor da Funda-ção Getulio Vargas e pesquisador do núcleo GVSaúde, Wilson Rezende.

A projeção de crescimento deste mercado, segundo a MCF Consultoria e GfK Custom Research Brasil, foi de 33% para 2011 em

relação ao faturamento de US$ 8,94 bilhões (R$ 15,73 bilhões) em 2010. No entanto, as consultorias ainda estão em fase de consoli-dação dos dados para medir se o crescimento realmente foi atingido.

EXAMES COM CLASSE Para não fi carem de fora, os principais

laboratórios de medicina diagnóstica estão atentos ao aumento desse tipo de demanda. São Paulo e Rio de Janeiro são as cidades foco dessas instituições, pois estão entre as regiões com maior número de bilionários no mundo. “Temos experiências de sucesso na área de medicina diagnóstica, principalmente no eixo Rio-São Paulo como é o caso do Hospital Albert Einstein, Dasa e Fleury”, ressalta o presidente da Sociedade Brasileira de Pato-logia Clínica Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Paulo Azevedo. Brasília, Belo Horizonte e Curitiba são, depois de São Paulo e Rio, as cidades que têm despertado maior interesse das empresas voltadas para o setor de luxo.

O laboratório Dasa, por exemplo, investiu cerca de R$ 35 milhões no desenvolvimento da marca Alta Excelência Diagnóstica, vol-tada exclusivamente para o público AAA. O grupo inaugurou, em março deste ano, a primeira unidade da marca nos Jardins, bairro nobre da capital paulista.

E ainda em 2012, pretende abrir mais duas na cidade, sendo na região do Parque Ibira-puera e a outra em Alphaville. O intuito é ter oito unidades em funcionamento até 2015.

“Delboni Auriemo, em São Paulo, e Lâmina Diagnóstica, no Rio de Janeiro, já tinham um atendimento diferenciado, mas não exclusivo como o que foi estruturado agora”, explica a diretora do Alta Excelência Diagnóstica, Claudia Cohn.

Depois de muita pesquisa de mercado, a marca de luxo da Dasa foi criada sob três pilares. Referencia Médica, corpo clínico composto por diversas especialidades, com médicos que atendem apenas planos de saúde de excelência e consultas particu-lares; Tecnologia, infraestrutura com o que há de mais moderno no mercado, tanto em

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FOTO: DIVULGAÇÃO

Claudia Cohn do Alta Excelência Diagnóstica - Dasa: laboratório incorpora novo modelo de atendimento, diferenciado e exclusivo

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análises clínicas quanto em imagens; e Serviço, onde houve uma reorganização do modelo de atendimento para proporcionar ao paciente uma experiência única.

“O cliente tem um cuidado especial como, por exem-plo, acesso exclusivo para ele agendar os exames, pantufas e lençóis da melhor qualidade, ambientes aromatizados, pessoas extremamente treinadas e dedicadas”, conta Claudia.

Para Carlos Ferreirinha, presidente da MCF Con-sultoria & Conhecimento, o atendimento é um dos principais valores reconhecido pelo consumidor do mercado do luxo.

A Dasa destinou às primeiras três unidades R$ 23 mi-lhões em novos equipamentos como PET-CT, Ultrassom e Ressonância Magnética 3 Tesla e 1.5 Tesla.

De acordo com a direto-ra, o target inicial de fatu-ramento proveniente do mercado de luxo é de R$ 150 milhões, o equivalente a 10% dos gastos médios com medicina diagnóstica do público triple A.

Diferente da estratégia da Dasa, o laboratório Fleury não possui uma marca específi ca para atender o pú-blico triple A. De acordo com o presidente do Grupo Fleury, Omar Hauache, a marca Fleury – voltada para as classes A e B - já possui estrutura e atendimento diferenciado compatível com o que buscam os con-sumidores de luxo.

“Este público é fi el à nossa marca, não só pela sofi sticação, mas principalmente pela qualidade”, afi rma Hauache.

Qualifi cação dos profi ssionais é o principal ativo do Fleury, segundo o executivo. “Os profi ssionais recebem cursos com frequência, os médicos estão sempre em congressos e, em geral, possuem uma vida acadêmica forte. Hoje, disparado, o maior

custo da instituição está nas pessoas, mas isso é visto como investimento”.

Uma atividade de praxe do laboratório que, para o presidente do Fleury, demonstra cla-ramente a exclusividade no atendimento são os relatórios integrados. Se existe a detecção de um linfoma, por exemplo, os especialistas se reúnem com todos os exames em mãos e elaboram um relatório para o médico que so-licitou o exame.

Na opinião de Azevedo, da SBPC/ML, apesar da restrição desse mercado, os laboratórios de menor porte também podem aproveitar a opor-tunidade. “O Richet é um exemplo de empresa que atende o público triple A, sem ser do porte de um Fleury ou Dasa”.

Já para Rezende, da FGV, os pequenos fi cam em desvantagem competitiva diante de grandes marcas sedimentadas no setor.

Entretanto profi ssionais engajados e bem trei-nados parecem ser a característica mais valiosa entre os componentes de uma estrutura susten-tável no mercado de luxo.

“O RICHET É UM EXEMPLO DE EMPRESA QUE ATENDE O PÚBLICO TRIPLE A, SEM SER DO PORTE DE UM FLEURY OU DASA”

PAULO AZEVEDO DA SBPC/ML

Omar Hauache, Grupo Fleury: tradição da marca e pro� ssionais gabaritados atendem os desejos do público triple A

FOTO: RICARDO BENICHIO

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indústria

ais de 12 mil pessoas, dentre estas, mais de quatro mil radiolo-gistas de 27 países, todos circulavam por

estandes dos mais variados tamanhos e cores. Os cerca de 110 expositores não pouparam investimentos para propa-gandear seus lançamentos e novidades durante o maior encontro da área de diagnóstico por imagem para a Amé-rica Latina e 4º maior do mundo.

Com direito à apresentação de es-cola de samba e acrobacias circenses, a 42° Jornada Paulista de Radiologia (JPR), realizada entre os dias 3 e 6 de maio, em São Paulo, chamou a aten-ção para o que há de mais moderno em soluções e equipamentos médicos para o segmento de radiologia.

Um setor que, em 2011, movimen-tou US$ 1 bilhão no Brasil, segundo a Abimed (Associação Brasileira de Indústria de Alta Tecnologia de Equi-pamentos, Produtos e Suprimentos Médico-Hospitalares) e que deve cres-cer, em média, 9,5% ao ano, de acordo com estimativa da Abimo (Associação Brasileira de Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológi-cos, Hospitalares e de Laboratórios).

Mesmo sob a lógica de mercado, onde o lucro e a competição são fatores cruciais para os negócios, o foco no paciente parece ser a estratégia prio-ritária dos fabricantes. “Listaria como

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Maior encontro da área de diagnóstico por imagem para a América Latina apresenta novidades e dita tendências como foco no conforto e segurança do paciente, redução da dose de radiação, integração das soluções, produtividade x custos, crescimento da fabricação local, entre outros

Verena Souza • [email protected]  de negócios

tendência aspectos como conforto, segurança do paciente e melhoria da definição de imagem dos equipamentos”, ressalta o vice-presidente da GE Healthcare para a América Latina, Daurio Speranzini.

Lançada há apenas seis meses, mas com importantes contratos de venda, a ressonância magnética Discovery MR750w + GEM, de 3 Tesla, é exemplo de conforto ao proporcionar, segundo Speranzini, alívio ao paciente por ser maior do que os aparelhos tradicionais.

O executivo conta que 14 máquinas já foram negociadas sendo oito com laboratório Dasa, cinco com o Fleury e uma com o Hospital do Coração (HCor).

Para a geração de imagens com mais detalhes e brilho, o que possibilita maior precisão ao diagnóstico, as fabricantes de monitores apostam em tecnologias LED, OLED (superior ao LCD), Full HD e 3D.

Um exemplo é a japonesa Eizo que agitou seu estande com o monitor multitouch capaz de aumentar ou diminuir as imagens com toque dos dedos, o MS231WT.

Trabalhar com menores doses de radiação é outro fator perseguido pelas empresas no intuito de proteger o paciente. As últimas tecnolo-gias, apresentadas durante a JPR, aumentam a precisão do tratamento e diminuem os efeitos colaterais. São exemplos disso a radioterapia de intensidade modulada (IMRT), uma técnica que libera doses variadas de radiação; e a radioterapia guiada por imagens (IMRT), em que imagens tridimensionais de um tumor, por exemplo, são geradas por máquinas capazes de direcionar os feixes de radiação para o ponto exato.

A alemã Siemens levou à Jornada Paulista de Radiologia um sistema de imagem intervencionista, batizado de Syngo DynaCT 360, que utiliza tecnologia robótica e permite um procedimento de angiografia (visualização por radiografia da anatomia do coração) gire 360 graus em seis segundos, fornecendo imagens de tecidos moles com grande campo de visão (35x25 cm, 13,8 x 9,9 polegadas), durante o tratamento minimamente invasivo, bem como para acompanhamento de tumores.

As estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que em 2012 vão ocorrer cerca de 520 mil novos casos de câncer no País e 312 mil brasileiros receberão indicação para radioterapia. A previsão, que já não é motivadora, acarreta em outra conta: 90 mil pacientes vão deixar de receber o tratamento devido à defasagem no número de serviços de radioterapia.

Foto: Divulgação

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Na foto abaixo, abertura da Jornada Paulista de Radiologia 2012, evento é o maior da América Latina

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“Há dez ANos, 80% dAs MuLtiNAcioNAis tiNHAM sedes No exteRioR. AgoRA, quAse 90% deLAs PossueM uMA sede NA AMéRicA LAtiNA, oNde o PRiNciPAL ALvo é o BRAsiL”

RicARdo BAAkLini, pResidente dA sociedAde pAuListA de RAdioLogiA

O Inca aponta que o Brasil possui uma carência de aproximadamente 140 aparelhos de radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS). Atu-almente, o País conta com aproxima-damente 230 aceleradores lineares, atendendo apenas 66% da demanda.

Integração das soluções A oferta de infraestrutura para

exames de imagem é um gargalo que o Brasil precisa enfrentar, tendo em vista a demanda crescente, im-pulsionada pelo aquecimento eco-nômico e o consequente aumento no número de empregos e poder aquisitivo das classes C e D. Paralelo a este cenário, as empresas sofrem, ainda, com as pressões sobre os cus-tos dos sistemas de saúde.

Plataforma de soluções integradas e a busca pela fabricação local tem sido a estratégia comum de alguns fabri-cantes do segmento de diagnóstico diante dessa constatação.

“O brasileiro, hoje, busca por uma saúde melhor e de menor custo. O hospital e a clínica têm que ter uma solução mais integrada. O médico precisa de uma infraestrutura não apenas de TI, mas hospitalar”, garante o vice-presidente sênior de Healthcare da Philips, Vitor Rocha.

Conseguir fazer mais com menor custo. Esta é uma das premissas da Carestream - líder global em imagens de raios x. Entre as novidades presen-tes na JPR estão os detectores wireless de raios x, conhecidos como DRX-1.

“O detector possibilita transformar um raio-x tradicional em digital, as-sim o hospital não precisa trocar o equipamento e consegue, no mínimo, dobrar a capacidade de exames”, ex-plica o diretor geral da Carestream Health Brasil, Robert Eisenbraun.

Integração também é tendência para a tecnologia PACs (Picture Ar-

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chieving Communication System, na sigla em inglês). A catarinense Pixeon lançou em março deste ano, a terceira versão do software Aurora 3.0, que, segundo o CEO da empresa, Fernando Peixoto, é o único PACS do mercado que não precisa fazer trans-ferência de imagens multi-slices para o servidor e depois para as estações diagnósticas. O processamento das imagens já é realizado diretamente no servidor, o que elimina tempo e custo.

“Hoje a reconstrução da imagem dos concorrentes normalmente está na estação diagnóstica. O custo do hardware na ponta é muito maior. Essa tecnologia não tem mais o se-gundo passo. Esse tempo de processa-mento que oscilava entre 30 segundos a um minuto e meio, agora, se trans-forma 5 segundos por exame”, disse Peixoto ao Saúde Web, às vésperas do lançamento do Aurora 3.0.

Apesar dessa tendência global de integração das tecnologias e serviços, a realidade do Brasil ainda está dis-tante do que se almeja. A impressão dos exames, por exemplo, ainda é lar-gamente feita nos tradicionais filmes.

“O material é nocivo ao meio am-biente e o custo é oneroso. A forma mais simples e econômica é o papel”, conta o coordenador de marketing da japonesa OKI, Márcio Marquese. En-tretanto, a impressão em papel torna--se cada vez mais irrisória nos países em que o sistema de saúde possui uma rede de informações digitaliza-

da, como é o caso do Canadá. Mas, de acordo com a realidade brasileira, o papel ainda é o meio mais adequado, na opinião de Marquese.

Estimativas do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) apontam que menos de 20% dos equi-pamentos médicos de diagnósticos são digitais, incluindo raios-x.

Fabricação LocaLTornar o Brasil polo de fabricação

e posteriormente de exportação é o desejo de Speranzini, da GE. O vice--presidente da companhia acredita que esta é a forma do Brasil se destacar entre emergentes como a China, que é o “quintal de fabricação do mundo” e a Índia, referência em serviços devido a sua mão de obra barata.

A fábrica da companhia, em Con-tagem (MG), inaugurada há dois anos, recentemente obteve o aval de órgãos reguladores para a fabrica-ção de tomógrafos. Atualmente, ela está em plena operação produzindo raios-x analógicos e digitais. A GE aguarda a liberação de outros tipos de equipamentos.

Entre as fabricantes, a Philips é a que possui o maior portfólio nacional, cerca de 70% dos aparelhos vendidos são produzidos localmente, entre eles estão: a linha completa de raio-x, res-sonância magnética de 1,5 e 3 Tesla, tomógrafos de 16 e 64 cortes, linha de monitores Dixtal e de anestesia.

Já a Siemens, em plena JPR, anun-ciou a expansão do parque fabril, de

Philips: empresa aposta em saúde melhor e com menor custo, com uma infraestrutura completa

Armando Lopes, da siemens: consolidação da produção local é importante para atender essa demanda crescente do setor

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“O brasileirO, hOje, busca pOr uma saúde melhOr e de menOr custO. O hOspital e a clínica têm que ter uma sOluçãO mais integrada”

Vitor rocha, Vice-presidente sênior de healthcare da philips

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daurio speranzini, da ge: para o Brasil se destacar entre os emergentes precisará se tornar pólo de fabricação e exportação

robert eisenbraun, da carestream: conseguir fazer mais com menor custo, essa é uma das premissas da carestream health Brasil

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Joinville (SC), para a produção de equipa-mentos de ressonância magnética, tomogra-fia, raio-x analógico e digital. A fábrica, que contou com investimentos de R$ 50 milhões, deve começar a operar a partir do segundo semestre deste ano.

“A consolidação da produção local é impor-tante para atender essa demanda crescente do setor”, ressalta o presidente da divisão de Saúde no Brasil, Armando Lopes.

Seguindo a tendência dos concorrentes globais, a Toshiba Medical também de-cidiu pela fabricação local. A fábrica de aparelhos de diagnóstico por imagem será inaugurada até o fim deste ano, em Campinas (SP). O objetivo da empresa é também desenvolver localmente softwares complementares aos equipamentos.

“Há dez anos, 80% das multinacionais ti-nham sedes no exterior. Agora, quase 90% delas possuem uma sede na América Latina, onde o principal alvo é o Brasil”, enfatiza o presidente da Sociedade Paulista de Radio-logia, Ricardo Baaklini.

A JPR evidenciou que inovação e pesqui-sa e desenvolvimento já estão a caminho do Brasil. Foco no paciente, integração das soluções, redução de custos e aumento de produtividade pavimentam essa estrada, que ainda será longa.

em plena jpr, siemens anunciou a expansão de seu parque fabril em joinville (sc), para produção de ressonâncias, tomografias, raios-x

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NOVIDADE EM ULTRASSOMO ultrassom Voluson HDlive, da GE Healthcare, chega ao mercado para estabelecer novos padrões em imagem 3D e 4D, possibilitando uma visualiza-ção detalhada do feto, o que permite aos médicos

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“Quando visitamos o Pico da neblina, na Região noRte do amazonas, nos dePaRamos com a Realidade da saúde indígena, e vimos Que com Pouco, PodeRíamos fazeR muito PoR essas Pessoas Que vive geogRaficamente isolada”

RicaRdo afonso feRReiRa

olidariedade não é uma questão de altruísmo e sim de sobrevivência. Fazer o bem é melhorar o mundo ao nosso redor para deixá--lo aos nossos filhos,” diz Ricardo Afonso Ferreira,

fundador dos Expedicionários da Saúde.Vindo de uma família onde a me-

dicina é uma tradição passada de pai para filho, Ferreira, 55 anos, é médico ortopedista, especializado em prótese de quadril e joelho. Fundador da orga-nização não governamental cuja missão é levar medicina especializada para re-giões isoladas do Brasil, favorecendo, principalmente, populações indígenas, Ferreira estudou medicina na PUC-SP, e se formou pela universidade de Mem-phis, no Tennessee (EUA), por meio de um convênio entre as duas instituições.

Depois de formado, o médico viajou pelo mundo durante quatro anos, cole-cionando histórias e adquirindo conhe-cimento sobre culturas totalmente di-ferentes. “Durante esses anos trabalhei em uma companhia de reflorestamento no Deserto do Saara, fui de carona de Paris (França) à Dakar (Senegal), e es-tava no Afeganistão, em 1978, durante o primeiro golpe de Estado promovido por militares pró-soviéticos, antes da invasão em 1979.”

A ideia de fundar os Expedicionários da Saúde surgiu em novembro de 2002, quando Ferreira e um grupo de médi-cos que sempre faziam caminhadas por todo o Brasil e pelo mundo, visitaram o Pico da Neblina, na Região Norte do Amazonas. “Lá deparamos com a rea-lidade da saúde indígena e vimos que com pouco poderíamos fazer muito por essa população que vive geografica-mente isolada”, explica o ortopedista.

A partir dessa viagem, o grupo come-çou a discutir a situação da saúde indí-gena e a criação de uma organização para prover atendimento de maneira objetiva para evitar que eles tivessem que sair de suas aldeias. “Vimos muitos

casos de catarata e hérnia. A catarata por causa da intensidade da luz equato-rial, que é muito mais forte, e as hérnias pelo excesso de peso que esses índios carregam”, completa ferreira.

Durante o ano de 2003, Ferreira reuniu alguns amigos de infância, empresá-rios, executivos e advogados e começaram a estruturar uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Em abril de 2004 foi realizada a primeira expedição, que continha quatro médicos, um profissional de logís-tica e 150 quilos de equipamento. “Fomos à região da Cabeça do Cachorro, próximo à fronteira com a Colômbia. Chegamos a São Gabriel da Cachoeira e lá subimos o Rio Negro de voadeira (lancha usada na região). Esta viagem demorou cerca de dois dias.”

No começo dos trabalhos eram realizadas expedições pontuais, duas vezes por ano, com um número restrito de especialidades. Atualmente, são feitas quatro viagens por ano, todas com foco cirúrgico em dez especialidades, envolvendo 25 profissionais e dez toneladas de equipamento. “Operamos nessas regiões como nos grandes hospitais de São Paulo, com centro cirúrgico moderno e equipado, no mesmo nível ou até melhor que em algumas unidades de saúde.”

Se hoje a organização atua com seu próprio centro cirúrgico, hospitais de campanha bem estruturados com leitos para pré e pós-operatório, consultó-rios para realização de exames e três salas cirúrgicas, no começo a história era

até julho de 2010 foram enviadas ao Haiti seis equipes, realizando um total de 330 cirurgias

Fotos: André FrAnçois

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perfil

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sua opinião é muito importante // [email protected] // @saude_web

diferente. Ferreira lembra que as cirurgias eram feitas nos pequenos hospitais da região, que não possuíam infraestrutura adequada ou estavam totalmente suca-teados. “Outra dificuldade era a falta de recursos. Hoje contamos com o apoio de diversas empresas como Siemens, Kimberly-Clark, e países como Austrália e Nova Zelândia. São mais de 50 parceiros. Não temos muito dinheiro, mas somos ricos em parcerias.”

Haiti Em 2010, os Expedicionários da Saúde foram

além de suas atividades e partiram para o Haiti para oferecer assistência à população assolada pelo terremoto que matou cerca de 200 mil pessoas. “Antes de levar toda infraestrutura para lá, eu e um amigo enfermeiro fizemos uma expedição exploratória para estudarmos as condições de saú-de e encontrar um local para situar o hospital de campanha”, relembra Ferreira.

Ele contou que essa primeira viagem exploratória ao país caribenho durou algumas semanas. “Na ocasião do terremoto havia muita gente precisando de nosso trabalho e pensamos que, se conseguíamos fazer cirurgias na Amazônia, no Haiti não seria tão difícil”. Em 2006, o ortopedista foi convidado para participar de algumas palestras em Oslo, na Noruega, em um congresso mundial de catástrofes, onde ele aprendeu muito sobre o que fazer e como se comportar nesse tipo de ocasião. Este conheci-mento foi muito útil para a equipe no Haiti, não só na primeira, mas em todas as expedições realizadas.

“A fome e miséria no Haiti são inimagináveis. Já morei na África e conhecendo as duas realidades digo que nunca imaginei que houvesse um lugar com tanta pobreza quanto no Haiti. Depois que você conhece o país adquiri uma dívida eterna com ele, pois sempre haverá o que fazer por lá”. O ortopedista conta que a equipe atuante no Haiti

era formada por cem profissionais. Ao todo, nas sete missões realizadas até agora, foram realizadas 1.326 atendimentos ambulatoriais e 330 cirurgias.

Oito anos após a primeira expedição, Ferreira conta que uma das coisas mais prazerosas duran-te as expedições são os curativos matinais feitos após as cirurgias de catarata.“ Eu vejo os velhinhos chegando para realizar a cirurgia, muitas vezes, carregados pelos parentes, e no dia seguinte, pela manhã, é muito emocionante ver essas pessoas enxergando novamente”.

O ortopedista conta que, além de ajudar a po-pulação indígena, uma de suas missões também é criar uma escola que mostre para as pessoas como cuidar desses indígenas com muito cari-nho, como se fossem um parente nosso. Estas experiências, ensina Ferreira, são determinantes na vida de várias pessoas por proporcionar a ajuda ao próximo.

oito anos após a primeira

expedição a organização já realizou mais

de 2,9 mil cirurgias e 16 mil consultas ambulatoriais

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Fotos: andRé FRançois

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